OBSERVATÓRIO DA VIOLÊNCIA LETAL INTENCIONAL NO RIO GRANDE DO NORTE ED 15. ANO II. 2017
NESTA EDIÇÃO: REPORTAGEM: QUEM MATOU VALÉRIA? ENSAIO: HERÓIS. PRIMEIRA ANÁLISE: AS CHACINAS DO RN BOLETIM ANALÍTICO: SETEMBRO, A VIOLÊNCIA CONTINUA.
SUMÁRIO Expediente ................................................................................................................................. 6 Um elefante sem violência ............................................................................................................ 6 As Chacinas do RN em 2017 .......................................................................................................... 7 Um ano sem Valéria. ................................................................................................................. 15 Heróis. .................................................................................................................................... 19 Nota Técnica ............................................................................................................................ 20 Boletim analítico ...................................................................................................................... 21 1.
Dinâmica espacial da violência............................................................................................ 21
1a.
A RMN - Região Metropolitana de Natal ............................................................................. 21
1b.
Mesorregiões do Estado ................................................................................................... 21
1c.
Rankiamento da Violência na RMN – Região Metropolitana de Natal em 2017........................... 22
1d.
Rankiamento da Violência nas Mesorregiões ....................................................................... 22
a.
Municípios Motores ............................................................................................................ 23
i.
Natal ............................................................................................................................... 23
1.
Bairros ............................................................................................................................ 23
2.
Áreas Integradas de Segurança Pública e Ronda Cidadã ........................................................... 24
3.
Zonas Administrativas de Natal ............................................................................................ 25
4.
Distribuição Gráfica da Violência nas Zonas de Natal em 2017 ................................................... 25
5.
Rankiamento da Violência por bairros de Natal em 2017 ........................................................... 26
ii.
Mossoró ........................................................................................................................... 27
1.
Bairros ............................................................................................................................ 27
2.
Áreas Integradas de Segurança Pública ................................................................................. 28
3.
Zonas Referenciais ............................................................................................................. 28
Pág. 3
4.
Distribuição Gráfica da Violência nas Zonas de Mossoró em 2017 ............................................... 28
5.
Rankiamento da Violência por bairros de Mossoró em 2017 ....................................................... 29
iii.
Parnamirim .................................................................................................................. 30
1.
Bairros ............................................................................................................................ 30
2.
Áreas Integradas de Segurança Pública ................................................................................. 31
3.
Zonas de Referência ........................................................................................................... 31
4.
Distribuição Gráfica da Violência nas Zonas Parnamirim em 2017 .............................................. 32
5.
Rankiamento da Violência por bairros de Parnamirim em 2017 ................................................. 32
b.
Ceará-Mirim: Recorte especial sobre o município .................................................................... 33
1.
Bairros ............................................................................................................................ 33
2.
Zonas de Referência ........................................................................................................... 34
3.
Distribuição Gráfica da Violência nas Zonas Ceará-Mirim em 2017 ............................................. 35
4.
Rankiamento da Violência por bairros de Ceará-mirim em 2017 ................................................. 35
2.
Ação e instrumentação dos crimes ........................................................................................ 37
2a.
Ação Letal .................................................................................................................... 37
2b.
Meio e/ou meio empregado ............................................................................................. 37
3.
Perfis das Vítimas.............................................................................................................. 38
3a.
Gênero ......................................................................................................................... 38
3b.
Etnia ........................................................................................................................... 38
3c.
Faixa Etária .................................................................................................................. 39
4.
Temporalidade Criminal ..................................................................................................... 39
4a.
Evolução Mensal ............................................................................................................ 39
4b.
Variação Semanal .......................................................................................................... 41
4c.
Período do dia............................................................................................................... 42
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4d. 5.
Dias do mês .................................................................................................................. 43 Análise Mensal .................................................................................................................. 44
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EXPEDIENTE
UM ELEFANTE SEM VIOLÊNCIA
OBVIO - OBSERVATÓRIO DA VIOLÊNCIA LETAL INTENCIONAL DO RIO GRANDE DO NORTE
O mês de setembro terminou na mesma situação: mais do mesmo. Ou seja, a segurança pública continua ofegando em ações espasmódicas sem o devido planejamento para promover resultados duradouros, e nesse ritmo, os picos de violência homicida somente denotam que a solução adotada pelo executivo estadual é a propaganda e a desculpa.
FICHA INSTITUCIONAL PRESIDENTE DE HONRA (IN MEMORIAM)
MARCOS DIONISIO MEDEIROS CALDAS COORDENADOR ACADÊMICO
THADEU DE SOUSA BRANDÃO COORDENADOR DE PESQUISA
IVENIO HERMES
COORDENADOR DE IMPRENSA
CEZAR ALVES DE LIMA
COORDENADOR DE ESTATÍSTICAS
SANCLAI VASCONCELOS SILVA COLETA TÉCNICA
ABRAÃO DE OLIVEIRA JUNIOR DANIEL OLIVEIRA BARBALHO ELMA GOMES PEREIRA JOSEMARIO ALVES LEYSSON CARLOS MARCELINO NETO RAFAEL IGOR ALVES BARBOSA SÁSKIA SANDRINELLI HERMES SIDNEY SILVA AUDITORIA
EMANUEL DHAYAN BEZERRA DE ALMEIDA KALINA LEITE GONÇALVES MANUEL SABINO PONTES ROSIVALDO TOSCANO DOS SANTOS JUNIOR THADEU DE SOUSA BRANDÃO LABORATÓRIO DE PESQUISA PESQUISADORES
IVENIO HERMES JULIANA DE OLIVEIRA ROCHA FRANCO SHEYLA PAIVA PEDROSA BRANDÃO THADEU DE SOUSA BRANDÃO ESTUDANTES
IARA MARIANA DE FARIAS NÓBREGA CINDY DAMARIS GOMES LIRA GABRIELA CRISTINA PAULINO FELICIANO HANNA CAROLINE MACÁRIO DIAS ROCHA HIGO DA SILVA LIMA IVAN VAGNER DA SILVA CAMPOS JOÃO GABRIEL LIEVORI CAMARGO JOSINEIDE BATISTA DA SILVA NIEDERLAND TAVARES LEMOS PAULO CÉSAR ALVES DE SÁ RAFAEL ANDREW GOMES DANTAS
Mal orquestradas, as ações de segurança se tornam ruídos e barulhos que incomodam em alguns lugares e deixam outros numa quietude tão grande que lhes permitem tocar a música que que quiserem, levando a barbárie da morte a toda parte. Os últimos meses foram de extrema violência, com duplos e triplos homicídios e chacinas que já deram ao Rio Grande do Norte uma nova fisionomia social, a da baixa qualidade de vida, onde o estado está cada vez menos seguro para quem mora, trabalha e o visita. O OBVIO continua fazendo sua parte. Nossa pesquisa científica vem sendo reconhecida por órgãos estaduais e nacionais, pela imprensa local, nacional e internacional. Eis então nosso 15º Boletim Mensal, publicação do OBVIO - Observatório da Violência do Rio Grande do Norte, Grupo de Pesquisa da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), cadastrado no CNPQ (http://bit.ly/OBVIO-CNPQ) com técnicos, pesquisadores e estudantes de várias instituições de nível superior do Rio Grande do Norte. Nesta edição destacamos o estudo As Chacinas do RN em 2017, uma análise da criminalidade bárbara; Um ano sem Valéria, de Fábio Vale, nos apresenta como a falta de investigação não mostra resultados concretos; Heróis, ensaio em prosa de Niederland Lemos constrói aquilo que se pensa ou deveria se pensar acerca dos policiais; e no Boletim Analítico Mensal, continuamos a construção mensal de análises criminais integrais para esclarecer a sociedade, a imprensa, a sociedade civil organizada e os órgãos governamentais que que quiserem fazer uso de um trabalho que somente visa a construção de sociedade de paz que torne o estado elefante novamente um local seguro para empreender, investir, fazer turismo, estudar e trabalhar. Boa leitura!
COLETA, SISTEMATIZAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO
METODOLOGIA METADADOS NATAL/RN SETEMBRO, 2017 A METODOLOGIA METADADOS E OS MEIOS DE CONSOLIDAÇÃO DE DADOS E OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES UTILIZADO PELO OBVIO, SÃO DE PROPRIEDADE SOCIAL E PERTENCEM AO POVO DO RIO GRANDE, SENDO VEDADA SUA UTILIZAÇÃO COMERCIAL OU PARA FINS DE PROPAGANDA GOVERNAMENTAL.
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AS CHACINAS DO RN EM 2017 Por Ivenio Hermes1, Thadeu de Sousa Brandão2 Iara Mariana de Farias Nóbrega3 e Cindy Damaris Gomes Lira4 1. NOVA REALIDADE Com duas chacinas ocorridas em 2015, duas em 2016 e sem histórico rastreável e com validade científica dessa classificação de atividade criminosa letal nos anos anteriores, 2017 certamente entrará para a história com mais uma referência negativa para o Rio Grande do Norte: 12 chacinas registradas no transcurso de apenas 9 meses. A mídia e organizações da sociedade civil têm questionado este Observatório a partir de quantos assassinatos o termo “chacina” seria aplicável, ao mesmo tempo, para responder a essa questão e objetivando traçar melhores vetores de compreensão sobre a insegurança pública, diante desse quadro de frequência desse tipo de ação criminosa, esse estudo foi produzido para nortear futuros mapeamentos. 2. CONCEITUANDO E ATUALIZANDO Conhecida como sendo uma matança de várias pessoas em grupo, ou reunidas em um determinado local, o termo “chacina” é usado para diferenciar um assassinato violento dos demais crimes de homicídio. Chacinar, em sua terminologia é o verbo para ação de preparar e salgar a carne. Originalmente, o termo chacina vem do latim siccina, que significa carne seca, empregado para se referir ao abate de bois e porcos, que eram cortados em pedaços, separando as partes para o processo de salgar ou curar, e assim conservar a carne por mais tempo, possibilitado seu consumo muito tempo depois da morte dos animais. Ao adaptar o termo para a morte de seres humanos provocada pelo animus assassino de outro ou outros seres humanos, essa matança tem o simbolismo de uma prática violenta, recebendo o entendimento de que sua aplicação se aplica a partir de três homicídios no mesmo local e hora.
Ivenio Hermes – Arquiteto, pesquisador e escritor vencedor do Prêmio Literário Tancredo Neves. Consultor em Gestão e Políticas Públicas de Segurança e de Segurança Pública. Possui em sua bibliografia 16 livros publicados e mais de 1.200 artigos. É Coordenador de Pesquisa do OBVIO – Observatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas da UFERSA Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mestrando do Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico e Interdisciplinar em Cognição, Tecnologias e Instituições (UFERSA), Consultor do Conselho Especial de Segurança Pública e Políticas Carcerárias da OAB-RN, Consultor da Comissão Parlamentar de Políticas Carcerárias da Assembleia Legislativa do RN, Pesquisador do COEDHUCI - Conselho Estadual dos Direitos Humanos e da Cidadania e Membro Sênior do FBSP - Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 2 Thadeu Brandão - Sociólogo, Mestre e Doutor em Ciências Sociais pela UFRN. Professor Adjunto de Sociologia da UFERSA e do Mestrado em "Cognição, Tecnologias e Instituições" (CCSAH/UFERSA). Líder do grupo de Pesquisa "Observatório da Violência do RN". Coapresentador do Observador Político na TV Mossoró e 93 FM. Colunista do Jornal O Mossoroense. Autor de "Atrás das Grades: habitus e interação social no sistema prisional" e coautor de "Rastros de Pólvora: Metadados 2015" atualmente exerce a função de Coordenador do OBVIO – Observatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas da UFERSA (Universidade Federal Rural do Semi-Árido). 3 Iara Mariana de Farias Nóbrega - Jornalista, Mestranda do Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico e Interdisciplinar em Cognição, Tecnologias e Instituições (UFERSA) e atua como pesquisadora assistente no OBVIO (Observatório da Violência Letal Intencional), no Rio Grande do Norte. 4 Cindy Damaris Gomes Lira - Licenciada e Bacharela em Enfermagem pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mestranda do Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico e Interdisciplinar em Cognição, Tecnologias e Instituições (UFERSA); e atua como pesquisadora assistente no OBVIO (Observatório da Violência Letal Intencional) no Rio Grande do Norte. 1
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Num complemento da ideia original para o termo chacina, o substantivo feminino de nossa gramática é usado para se referir ao assassinato de muitas pessoas, ao mesmo tempo, de modo intenso e brutal, provocando comoção social, resgatando o termo original do abate de animais em métodos que envolviam sempre muita violência, já que para facilitar a salga seus corpos eram desmembrados e reduzidos a pedaços. Se tratássemos todas a mortes bárbaras dentro dos conceitos de chacina acima expostos, as mortes matadas no Rio Grande do Norte sob esse espectro de ação, elevaríamos o número de chacinas ocorridas no estado em 2017, num risco de banalizar a violência já tão banalizada, apresentando um nível de barbárie muito mais elevada do que a que já temos. Por outro lado, não classificaríamos apropriadamente crimes sequenciais, que ocorrem em lugares próximos e cujas mortes guardem relação entre si, deixando de mapear eventos criminais que poderiam reunir elementos para estudos posteriores e até investigações mais direcionadas, como faz a Divisão de Homicídios do Estado de São Paulo, que possui equipe especializada para a investigação de homicídios múltiplos. Portanto, para nosso estudo e doravante, até que surja uma definição mais apropriada, adotaremos o seguinte conceito: Chacina é a matança de diversas pessoas em curto intervalo de tempo, em locais muito próximos e seguindo o mesmo modus operandis, podendo variar a localização se houver uma motivação ou ação determinante, ou seja, crimes que se estabeleça um nexo causal e temporal de similitude. 3. ENTENDENDO NA PRÁTICA Na modelagem que adotamos para o presente estudo, agrupamos os crimes em dois recortes: um tratando do número de eventos e outro relacionado ao número de vítimas decorrentes destas ações. a. EVENTOS O gráfico aponta a absoluta aleatoriedade temporal das chacinas ocorridas no RN.
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Praticamente, em quase todos os meses, com exceção de abril, junho e agosto, houveram execuções sob a forma de chacinas, apontando a continuidade deste tipo de prática homicida, mas sem seguir um padrão temporal ainda detectável.
NR 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
DATA 14/01/2017 17/01/2017 03/02/2017 21/02/2017 11/03/2017 16/05/2017 23/05/2017 17/07/2017 29/07/2017 22/09/2017 27/09/2017 28/09/2017
CHACINAS NO RIO GRANDE DO NORTE EM 2017 LOCALIDADE/BAIRRO MUNICÍPIO ALCAÇUZ NISIA FLORESTA BARRETÃO CEARÁ-MIRIM PRAIA DE TOUROS TOUROS BAIXA DO RATO CEARÁ-MIRIM BOA VISTA MOSSORÓ VILA PARÁ SERRA DO MEL NOVA PARNAMIRIM PARNAMIRIM CANTO DE MOÇA IELMO MARINHO REDINHA NOVA EXTREMOZ SANTA MARIA EXTREMOZ ROCAS NATAL QUILOMBO DOS PALMARES MACAIBA
TERRITORIALIDADE REGIAO METROPOLITANA REGIAO METROPOLITANA INTERIOR REGIAO METROPOLITANA INTERIOR INTERIOR REGIAO METROPOLITANA REGIAO METROPOLITANA REGIAO METROPOLITANA REGIAO METROPOLITANA REGIAO METROPOLITANA REGIAO METROPOLITANA
OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte. Periodo: Janeiro a Setembro de 2017.
Excetuando-se a primeira e mais brutal chacina – ocorrida na Penitenciária de Alcaçuz em janeiro, pautada por um contexto específico de absoluta perda de controle daquela instituição penal e de conflagração aberta de duas redes (facções) criminosas que ali disputavam sua hegemonia – as demais se distribuem nas mais variadas localidades, todas seguindo um padrão específico: são Zonas Rurais ou Periferias Urbanas.
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Localizadas em sua maioria na Região Metropolitana de Natal (9 de 12), apontam para a lógica da desestrutura da Segurança Pública (ostensiva e investigativa), além do raio de ação dos grupos criminosos implicados na prática em atuar nos espaços com maior grau de desestruturação e menor de ação estatal.
Seguindo o mesmo viés analítico, mesmo quando ocorrida em Natal (1 caso), a mesma se dá em bairro periférico, com uma variabilidade assustadora: não se reproduz (até agora) em nenhuma localidade, se ramificando por vários municípios ainda não atingidos. b. VÍTIMAS
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Seguindo o padrão dos CVLIs individuais, a maior parte das vítimas das chacinas se encontram na Região Leste. 67 delas – 86% do total – foram chacinadas nessa Região, enquanto 11 delas foram na Região Oeste (14% do total). Importa apontar a relação – até agora contingente – entre as chacinas e os núcleos urbanos “metropolitanos” (Natal e Mossoró), já que todas as chacinas – como até agora quase a totalidade dos CVLIs – ocorrem na área circunspecta de suas “áreas metropolitanas”.
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Com exceção da Chacina ocorrida em janeiro na Penitenciária de Alcaçuz, onde foram vitimadas 26 pessoas (dados até agora verificados), as demais se distribuem em ocorrências com 6 a 4 vítimas, em várias localidades rurais e periféricas. A única exceção (tratada com cautela) é o bairro de “Boa Vista” em Mossoró, bastante urbanizado, mas com características de periferia urbana. Os municípios onde ocorreram as chacinas, seguindo a lógica analítica já esboçada, foram: Nísia Floresta (26 CVLIs, 33% do total), Ceará-Mirim e Extremoz (10 CVLIs, 13% do total cada), Serra do Mel (6 CVLIs, 8% do total), Macaíba e Mossoró (5 CVLIs, 6% do total cada, Natal, Parnamirim, Touros e Ielmo Marinho (4 CVLIs, 5% do total cada).
Com exceção (novamente) de Alcaçuz, as chacinas ocorridas em 2017 no RN foram perpetradas com uso de arma de fogo (53 CVLIs, 63% do total). Dada as características deste tipo de conduta violenta letal intencional, a quantidade de vítimas e o modus operandi, a arma de fogo é quase sempre o instrumento usual. Alcaçuz, conforme estudo já publicado por este Observatório, seguiu instrumentação diferente.
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Quanto ao gênero das vítimas, 74 delas (95%) eram homens e 4 delas (5%) eram mulheres. Seguindo o perfil das vítimas de CVLIs neste quesito.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Perceptível que a ausência do Estado como protagonista real da segurança pública tem sido o responsável maior pela crescente elevação em eventos criminais de todos os tipos no RN, propiciando o “lugar perfeito” para o acontecimento do fenômeno de ocupação desses espaços ociosos, onde os criminosos passam a determinar como a realidade cotidiana deve ser percebida pela população dos bairros e outros locais onde prevalece o domínio dos criminosos, adaptando-a ao seu sistema próprio de valores.
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As chacinas, que são fenômeno constante na histórica impunidade e violência brasileira, estão tornando-se quase que corriqueiras no estado do RN. Além da impunidade absolutamente perceptível neste tipo de crime (investigativa e juridicamente falando), as ações constantes apontam para uma prática repetida que, não cessando, levará as taxas de CVLIs a novos patamares nunca vistos. O perfil das vítimas segue o mesmo dos demais CVLIs: homens, jovens, pardos e negros, moradores de periferias e com baixa escolaridade e renda. A indiferença dos poderes constituídos e da própria sociedade, que alimenta o discurso falacioso da justificativa vitimológica do “envolvimento no tráfico, etc.” como “justificativa” das mortes, alimentam esse crescimento, inexoravelmente. As chacinas são apenas o agravamento do quadro de insegurança e de vulnerabilidade a que são submetidos essa parcela da população. Quadro agravado – até onde as investigações realizadas permitem observar pela ação de grupos “semi-organizados” em práticas de extermínio. Tudo isso, como dissemos, com o arbítrio contumaz do Estado e da Sociedade.
______________ REFERÊNCIAS: ALVARENGA FILHO, José Rodrigues. A “Chacina do Pan” e a produção de vidas descartáveis. IN: Fractal: Revista de Psicologia, v. 28, n. 1, p. 111-117, jan. -abr. 2016. PORCHAT, Maria Elisa. A Palavra Chacina. In Língua Falada. Disponível em: < https://mariaelisaporchat.com/2013/05/07/a-palavra-chacina >. Publicado em 7 mai. 2013 e acesso em: 28 set. 2017. SIGNIFICADOS BR. Significado de Chacina. Disponível em: < https://www.significadosbr.com.br/chacina >. Acesso em: 28 set. 2017. SIQUEIRA, Raíza, LANDIM, Leilla. Trajetos da Violência, da Segurança Pública e da Sociedade Civil na Cidade do Rio de Janeiro. Brasília: IPEA, 2013. Pág. 14
UM ANO SEM VALÉRIA. Por Fábio Vale5
Estudante de 22 anos de idade foi encontrada morta em Mossoró em setembro do ano passado, após ter passado quatro dias desaparecida. UM ANO DEPOIS Passados pouco mais de um ano do ocorrido, caso segue sem conclusão e amigos e familiares cobram justiça. Há pouco mais de um ano, uma estudante de 22 anos de idade teve a vida interrompida de forma cruel. A jovem saiu de casa em uma motocicleta e não voltou mais. Depois de quatro dias do desaparecimento, ela foi encontrada morta. A vítima trata-se da estudante de Enfermagem Valéria Patrícia. O caso aconteceu na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. Neste mês, o ocorrido completou um ano. Passado esse tempo, as circunstâncias envolvendo a morte da estudante ainda são consideradas um mistério. E para amigos e familiares da jovem, a falta de respostas em torno do caso resulta em sentimentos, como angústia, revolta e clamor por justiça. É o que garante Carmem Veras, que é técnica de enfermagem e amiga de Valéria. “A dor ainda é constante, a saudade e a revolta por não existir justiça”, disse ela em tom de desabafo. “Foram dois anos de convívio diário. Tudo começou na faculdade”, contou ela. “A amizade dela não era somente de sala, mas, sim, da minha vida pessoal”, continuou Carmen, enaltecendo qualidades da amiga. “Uma menina doce, sonhadora. Trabalhava para ajudar os pais e se manter estudando. Infelizmente, tudo foi interrompido”, lamentou ela, em contato com a reportagem por meio de aplicativo de mensagens por celular. A reportagem manteve contato também com a assessoria da Polícia Civil do estado para obter um posicionamento sobre o caso, mas, até o fechamento desta edição, não houve um retorno. A DOR DE QUEM FICA Amigos relatam em rede social sentimento de saudade e desejo de justiça Relatos similares ao de Carmem Veras, citada no início da matéria, são frequentes na página da estudante Valéria Patrícia em uma rede social. Na primeira quinzena deste mês, quando o caso completou um ano, diversas publicações relembraram o ocorrido. “As lembranças não são boas, mas precisam ser lembradas mesmo assim, para que sua história não se apague e para que haja resposta”, escreveu uma amiga no dia 15 deste mês na página da estudante no Facebook.
Graduado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Funcionário Público Estadual e repórter do jornal De Fato, em Mossoró-RN. Cursando à distância curso de qualificação em Jornalismo de Dados pela Associação Brasileira de Jornalista Investigativo (Abraji). 5
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“Hoje, completa um ano de um dos dias mais tristes da minha vida. Exatamente há um ano eu tento entender tamanha crueldade e tento lidar com toda essa dor que me assombra diariamente. Não entendo por que ninguém me diz quem foi e ninguém me diz o porquê, embora o ‘porquê’ não me sirva mais, pois não te trará de volta, mas uma coisa é certa: o errado vai ser cobrado. Não aposto na justiça dos homens. Esta vem provando há um ano que é falha, mas eu creio na justiça do Deus Justo”, escreveu outra amiga no último dia 11 no perfil da jovem na rede social. “Eu quis acreditar que o(a) assassino(a) não sairia impune. Eu quis acreditar que o crime seria desvendado. Eu quis acreditar que a sociedade teria uma resposta. Lamentavelmente, Valéria virou estatística. A morte de Valéria foi somada a tantas outras. Hoje, sou tomado pelo medo de sair de casa e não ter o prazer de voltar. Hoje, as dúvidas continuam. Hoje, uma família chora. Hoje, mais um crime não foi desvendado. Afinal, quem matou Valéria?”, escreveu também recentemente, em tom de questionamento, um amigo de Valéria em publicação postada no perfil dela. Ele narra ainda na postagem que há um ano teve “uma das maiores e tristes missões da vida dele”. “Há um ano, eu tive que dizer a um pai de família que a sua filha estava morta. Há um ano, eu presenciei uma família desabar em lágrimas diante de uma barbaridade. Há um ano, eu imaginei que a Justiça, aquela Justiça que eu conheci nos bancos da universidade, mostrasse para todos nós a face do crime. Há um ano, acompanhei de perto todo o sofrimento e angústia de um pai ao ter visto sua filha partir sem explicações. Há um ano, as dúvidas surgiram. Há um ano, as buscas encerraram. Há um ano, uma mãe chorava. Há um ano, MATARAM VALÉRIA!”, concluiu. Em outra publicação também no perfil da jovem em março deste ano, uma outra amiga conta que Valéria Patrícia nasceu no dia 18 de outubro de 1995, no município serrano de Martins, e “veio para Mossoró em busca de crescer na vida”; e que na época do ocorrido cursava Enfermagem e que “trabalhava, tinha uma vida supercorrida e ainda tinha tempo para a família e amigos”. O relato segue com a amiga narrando o dia do ocorrido como se estivesse no lugar de Valéria. “No dia 11 de setembro de 2016, saí para limpar a minha casa (por trás da base) e não voltei. O que será que aconteceu comigo? Meus familiares e amigos sentiram a minha falta e começam as buscas por todos os lados, locais que supostamente eu teria passado, e minha moto foi encontrada com tudo numa estrada bem esquisita. Mas eu, onde estou? As buscas continuam. Passou um dia e todos muito angustiados sem saber o que aconteceu, os dias foram se passando e nenhuma resposta!”, escreveu a amiga na postagem. “Não deixamos as buscas de lado, e tínhamos a esperança de encontrá-la bem. Era uma quinta-feira, 15 de setembro. Infelizmente, as notícias não são boas, talvez a nossa dor seria o fim ou apenas o começo. Hoje, esse caso se encontra esquecido pelos poderes públicos. Será que vai ser sempre assim? Quantas Valérias, Anas e Marias vão ter que perder as suas vidas para que a justiça seja feita? Meu nome é Suzy, e eu era amiga da jovem Valéria, e até hoje eu sou extremamente revoltada por nada ter sido esclarecido. Eu sei que nada vai trazê-la de volta, mas sei que ficarei mais conformada por alguém estar pagando por um crime que cometeu. Eu continuarei lembrando e relembrando quantas vezes for preciso, e espero que um dia tudo seja esclarecido”, detalhou ela na publicação, que teve mais de 1.500 curtidas e centenas de comentários de apoio, indignação e pedido por justiça. OPNIÕES DE ESPECIALISTAS PSICOLOGIA Psicóloga explica como mortes afetam familiares e amigos e orienta como lidar com tal situação. Pág. 16
Para entender melhor os efeitos de situações como a ocorrida com a jovem Valéria Patrícia, a reportagem do DE FATO consultou uma psicóloga sobre o assunto. Para Anna Lívia Soares, do Hapvida Saúde, casos assim podem desestabilizar pessoas próximas à vítima. A especialista também orienta como lidar com tal situação. Anna Lívia lembra que mortes violentas não esclarecidas causam efeitos como desestabilizar familiares, amigos e a própria sociedade. Ela explica que há uma generalização do sofrimento, em que as pessoas se sensibilizam com o fato ocorrido. “Pode despertar sentimentos de raiva, angústia e, principalmente, de inconformismo diante de uma morte considerada prematura, violenta e ‘fora do lugar’. Uma perda prematura atinge a dinâmica familiar, impactando os seus membros no âmbito físico, emocional e social”, esclareceu. A psicóloga explica ainda que o impacto de uma morte violenta pode parecer difícil de suportar. “Esses impactos podem afetar os relacionamentos familiares nos anos decorrentes em razão de transtorno do estresse pós-traumático. As famílias precisam de apoio e proteção contínuos, em virtude até de traumas e tensões adicionais, por processos legais, que podem ser longos e difíceis. Nesse momento, o apoio psicológico, familiar e de amigos é imprescindível.” Ela pontuou também que o fato de não haver justiça contra o(s) responsável(is) causa ainda mais dor. “Quem aprende a conviver com a perda não supera a sensação de injustiça. Mortes que ocorrem nessas situações são mais difíceis de enfrentar. A não aceitação leva, muitas vezes, à persistência do luto por um período e numa intensidade que ultrapassa o que é esperado de acordo com as características culturais”, finalizou. GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBLICA Especialista afirma que morte da estudante é um caso clássico de falta de investimento em investigação “Quantas Valéria Mais?” Esse é o questionamento do especialista em segurança pública, coordenador do Observatório da Violência (OBVIO) e pesquisador do Conselho Estadual de Direitos Humanos (COEDHUCI), Ivenio Hermes, ao afirmar que falta investimento para investigação de crimes não solucionados, como o da estudante Valéria Patrícia. O especialista lembrou que recentemente um estudo estatístico da Polícia Civil mostrou a grande produtividade alcançada pelo esforço dos profissionais da corporação. “Daquela estatística, meus questionamentos são: quais desses o inquérito apresenta indicação de autoria? Quais desses casos se referem a crimes ocorridos dentro do ano de 2017? Essa estatística do Governo só teria como passar confiança se respondesse a essas duas indagações.” “Como especialista em gestão e análises criminais, acrescento: Produtividade = quantidade de procedimentos; Resolutividade = qualidade dos procedimentos. Produtividade não reduz homicídios; o que reduz é resolutividade. Mostrar produtividade é importante, mas somente resolutividade impacta na redução efetiva da violência”, pontuou Hermes. “Valéria é um caso clássico de como falta investimento na capacidade investigativa da Polícia Civil do RN e na capacidade de produzir provas científicas com maior celeridade do Itep. Um ano sem respostas para um crime que talvez tivesse sido solucionado por um simples exame de DNA, pela montagem da cadeia de eventos que cercaram a morte da moça”, avaliou o especialista. Pág. 17
“Assim como essa jovem, centenas e centenas de homicídios não são solucionadas, desses que possuem um inquérito enviado para o Judiciário, poucos têm indicação de autoria em relação à mortandade que se avoluma e cria densidade nas prateleiras de casos não resolvidos no RN. Esse processo gera impunidade e impunidade retroalimenta a criminalidade num processo cíclico contínuo que só terá chances de acabar quando o Estado assumir sua responsabilidade em investir corretamente para bloquear a cadeia circunstancial que envolve o cometimento de homicídios”, avaliou ele. “É preciso impedir que casos como o de Valéria continuem sendo a regra e não a exceção nos homicídios não solucionados no RN”, finalizou Hermes. OAB Através da assessoria, a OAB subseção de Mossoró informou que não está acompanhando o caso, não possui informações sobre o andamento e não pode emitir qualquer afirmativa sobre ele, pois não foi provocada para sair em defesa, tendo em vista que as partes envolvidas possuem seus advogados atuando e realizando a defesa. A OAB lembrou que acompanha situações que envolvem a necessidade de defesa da sociedade. __________ VALE, Fábio. Quem Matou Valéria? e Morte de Estudante é um caso clássico de falta de investimento. Jornal de Fato. Mossoró (RN), 30 set. 2017. p. 5-6.
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HERÓIS. Por Niederland Lemos6 Nossos policiais são heróis? Afinal, o que são heróis? Aos heróis é justo pedir sacrifícios, inclusive de direitos e da própria vida! Vejamos o Superman. Veio de outro planeta, teoricamente, nada na Terra pode matá-lo. O que ainda pode chegar a feri-lo é a Kryptonita. O que supostamente pode se assemelhar a nossa realidade humana são Batman e o Homem de Ferro. Que mesmo diante de toda tecnologia que eles possuem, ainda assim, são feridos pelo crime, que é altamente armado e organizado. Mas, será que ressaltar que nossos policiais são heróis é uma boa estratégia de valorização dessa profissão? Podem até serem vistos como heróis, mas são apenas seres humanos e merecem ser tratados como tal! O Policial também tem família, tem amigo, também tem alguém esperando por ele em casa, ninguém é de ferro. Policial também tem medo de morrer! Por dentro da farda existe um ser igual a todos, com um único diferencial, doa sua vida aos desconhecidos e sua alma à sua família. Infelizmente, não recebe o devido respeito. “Heróis” desta selva de pedra que jamais deixam de ser humanos. É necessário o reconhecimento desses profissionais, cuja rotina envolve um trabalho arriscado, árduo, cansativo, imprevisível e pouco valorizado. Eles precisam de respaldo, de investimentos em treinamentos, equipamentos, viaturas, sustento e alento para trabalharem, assim como também condições de saúde mental e física. Será que precisamos desses “heróis”? Será que o país realmente precisa de “heróis”? Sim! Precisamos! E, cabe ao Estado fazer a sua obrigação. É dever e obrigação do Estado oferecer-lhes no mínimo isso. Em um Estado Democrático de Direito o trabalho policial é um dos mais importantes. Os poderes legislativo, executivo e judiciário precisam dos polícias para executar as suas funções. São os polícias que mantém as leis, mediam os conflitos e atendem a população em suas urgências. Uma categoria tão especial e ao mesmo tempo tão desprezada de trabalhadores. São desvalorizados profissionalmente, aviltados em seus direitos e têm que se contentar simplesmente com o tal discurso mitológico do herói... até mesmo sendo considerados heróis do tipo Batman, que a qualquer momento pode ser considerado como vilão pela “sociedade ingrata”.
Niederland Tavares Lemos é Contador, pesquisador assistente do OBVIO, pós graduado em Contabilidade e Planejamento Tributário, pós graduado em Engenharia de Petróleo e Gás Natural, Membro das comissões de Direito Criminal e Segurança Pública da OAB Mossoró, 5° colocado no primeiro concurso de projetos em Segurança Pública da OAB em Mossoró e graduando em Direito. 6
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NOTA TÉCNICA O presente material visa subsidiar todas as entidades governamentais e/ou não-governamentais, bem como a própria sociedade norte-rio-grandense, com informações científicas e diagnósticas sobre a criminalidade violenta letal intencional. As informações apresentadas são oriundas de dados interpolados por meio da Metodologia Metadados7, no âmbito do Grupo de Pesquisas Criminais da UFERSA, não pretendendo substituir a responsabilidade do estado para com a transparência e nem quanto à prestação de serviços para ações policiais. O Banco de Dados do OBVIO – Observatório da Violência Letal Intencional é obtido por meio do tratamento parametrizado de dados de diversas fontes8, numa metodologia de pesquisa denominado Plataforma Multifonte criado por Hermes e Dionisio9. Seus conceitos e diagnósticos são determinadas por análises contextuais de complexidade, fundamentadas na Teoria da Complexidade de Edgar Morin, citado por Santos, Santos e Chiquieri10, concatenando conhecimentos de saberes diversos de forma dinâmica e integrada para a celeridade e a devida credibilidade dos resultados. O estudo cobre o período de 1 de janeiro a 30 de setembro dos anos 2015, 2016 e 2017.
1 Redinha – Natal/RN Final da década de 50 – Imagem cedida pelo arquivo pessoal de fotos do fotógrafo Carlos Lira.
7
HERMES, Ivenio; DIONISIO, Marcos. Do Homicímetro Ao Cvlimetro: A Plataforma Multifonte e a Contribuição Social nas Políticas Públicas de Segurança. 2. ed. Natal: Saraiva, 2014. 110 p. 8 ITEP
– Instituto Técnico-Científico de Perícia, MPRN – Ministério Público do Rio Grande do Norte por meio do (CAOP Criminal - Centro de Apoio Operacional das Promotorias Criminais e GAECO – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, PCRN – Polícia Civil do RN, PMRN – Polícia Militar do RN, DATASUS – Departamento de Informática do SUS (Informações de Óbitos e de Entradas de Pessoas Feridas por Causas Externas), Sistema de Pesquisa Social e Mídias do OBVIO/UFERSA, etc. 9
HERMES, Ivenio. Metadados 2013: Análises da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte. 2. ed. Natal: Saraiva, 2014. 145 p.
10
SANTOS, Akiko; SANTOS, Ana Cristina Souza dos; CHIQUIERI, Ana Maria Crepaldi. A Dialógica de Edgar Morin e o Terceiro Incluído de Basarab Nicolescu: Uma Nova Maneira de Olhar e Interagir com o Mundo. III Edipe: Encontro Estadual de Didática e Prática de Ensino, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p.1-26, 2 out. 2009.
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BOLETIM ANALÍTICO 1. DINÂMICA ESPACIAL DA VIOLÊNCIA Abordagem: um estudo das variações de 2017 comparadas proporcionalmente, ou seja, dentro do mesmo período, aos anos 2015 e 2016, modelo adotado para aferir os resultados das possíveis estratégias de segurança da administração Robinson Faria. O recurso gráfico adotado são tabelas e gráficos comparativos mostrando: números absolutos (colunas dos anos); variação percentual de um ano para o outro (colunas 2016-2016 e 2016-2017), e; variação total desde o início da gestão (coluna 2015-2017).
1a. A RMN - REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL
REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL 2015
2016
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
NATAL
364
438
493
20,3%
12,6%
35,4%
PARNAMIRIM CEARA-MIRIM SAO GONCALO DO AMARANTE MACAIBA EXTREMOZ SAO JOSE DE MIPIBU NISIA FLORESTA MONTE ALEGRE MAXARANGUAPE VERA CRUZ IELMO MARINHO TOTAL
98 40 49 50 19 18 17 3 2 2 5 667
134 63 78 47 27 34 25 7 4 6 3 866
117 123 91 83 54 39 41 15 18 14 10 1.098
36,7% 57,5% 59,2% -6,0% 42,1% 88,9% 47,1% 133,3% 100,0% 200,0% -40,0% 29,8%
-12,7% 95,2% 16,7% 76,6% 100,0% 14,7% 64,0% 114,3% 350,0% 133,3% 233,3% 26,8%
19,4% 207,5% 85,7% 66,0% 184,2% 116,7% 141,2% 400,0% 800,0% 600,0% 100,0% 64,6%
2015
2016
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
LESTE POTIGUAR
705
903
OESTE POTIGUAR
294
347
AGRESTE POTIGUAR
108
139
CENTRAL POTIGUAR
92
82
1.199
1.471
Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
1b. MESORREGIÕES DO ESTADO
MESORREGIÕES POTIGUARES
TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
Pág. 21
1.151
28,1%
27,5%
63,3%
417
18,0%
20,2%
41,8%
214
28,7%
54,0%
98,1%
93
-10,9%
13,4%
1,1%
1.875
22,7%
27,5%
56,4%
1c. RANKIAMENTO DA VIOLÊNCIA NA RMN – REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL EM 2017
1d. RANKIAMENTO DA VIOLÊNCIA NAS MESORREGIÕES
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a. MUNICÍPIOS MOTORES i. NATAL 1. BAIRROS
BAIRROS DE NATAL 2015
2016
NSA SRA DA APRESENTACAO
39
54
66
38,5%
22,2%
69,2%
FELIPE CAMARAO PAJUCARA
38 27
41 40
41 34
7,9% 48,1%
0,0% -15,0%
7,9% 25,9%
LAGOA AZUL POTENGI
22 26
25 29
45 29
13,6% 11,5%
80,0% 0,0%
104,5% 11,5%
QUINTAS IGAPO
17 30
21 19
33 21
23,5% -36,7%
57,1% 10,5%
94,1% -30,0%
PLANALTO REDINHA
20 18
20 13
25 22
0,0% -27,8%
25,0% 69,2%
25,0% 22,2%
BOM PASTOR
13
15
18
15,4%
20,0%
38,5%
CIDADE DA ESPERANCA DIX-SEPT ROSADO
10 9
18 7
11 15
80,0% -22,2%
-38,9% 114,3%
10,0% 66,7%
7
18
6
157,1%
-66,7%
-14,3%
ROCAS
9
10
11
11,1%
10,0%
22,2%
CIDADE ALTA MAE LUIZA
10 7
16 10
3 12
60,0% 42,9%
-81,3% 20,0%
-70,0% 71,4%
HOSPITAIS NATAL ALECRIM
4 8
9 9
14 10
125,0% 12,5%
55,6% 11,1%
250,0% 25,0%
PONTA NEGRA
10
4
12
-60,0%
200,0%
20,0%
GUARAPES
8
7
6
-12,5%
-14,3%
-25,0%
LAGOA NOVA NORDESTE
0 0
8 9
12 9
NA NA
50,0% 0,0%
NA NA
SANTOS REIS
4
3
6
-25,0%
100,0%
50,0%
TIROL PITIMBU
8 1
2 4
3 7
-75,0% 300,0%
50,0% 75,0%
-62,5% 600,0%
NSA SRA DE NAZARE NOVA DESCOBERTA
3 2
5 5
3 4
66,7% 150,0%
-40,0% -20,0%
0,0% 100,0%
NEOPOLIS PRAIA DO MEIO
2 2
4 3
5 3
100,0% 50,0%
25,0% 0,0%
150,0% 50,0%
CANDELARIA PETROPOLIS
5 1
2 3
1 2
-60,0% 200,0%
-50,0% -33,3%
-80,0% 100,0%
CAPIM MACIO RIBEIRA LAGOA SECA
1 1 2
2 1 1
1 2 0
100,0% 0,0% -50,0%
-50,0% 100,0% -100,0%
0,0% 100,0% -100,0%
AREIA PRETA BARRO VERMELHO
0 0
0 1
1 0
NA NA
NA -100,0%
NA NA
364
438
493
20,3%
12,6%
35,4%
CIDADE NOVA
TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
Pág. 23
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
2. ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E RONDA CIDADÃ
ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA DE NATAL AISP1 AISP2 AISP3 AISP4 AISP5 AISP6 AISP7 AISP8 AISP9 AISP10 AISP11 AISP12 AISP13 AISP14 AISP15 AISP NAO ATRIBUIDA * TOTAL
2015
2016
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
10 26 8 8 7 22 30 29 39 3 29 56 45 38 10 4 364
4 33 9 13 15 25 45 48 54 6 31 48 53 41 4 9 438
3 25 10 15 17 45 60 35 66 6 38 50 56 41 12 14 493
-60,0% 26,9% 12,5% 62,5% 114,3% 13,6% 50,0% 65,5% 38,5% 100,0% 6,9% -14,3% 17,8% 7,9% -60,0% 125,0% 20,3%
-25,0% -24,2% 11,1% 15,4% 13,3% 80,0% 33,3% -27,1% 22,2% 0,0% 22,6% 4,2% 5,7% 0,0% 200,0% 55,6% 12,6%
-70,0% -3,8% 25,0% 87,5% 142,9% 104,5% 100,0% 20,7% 69,2% 100,0% 31,0% -10,7% 24,4% 7,9% 20,0% 250,0% 35,4%
Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
Observações: 1 - A divisão em Áreas Integradas de Segurança Pública e a especificação da área onde as ações do Projeto Ronda Cidadã foram obtidas no manual Diretrizes Ronda Cidadã estabelecido pelo Decreto nº 26.027, de 29 de abril de 2016; 2 – A classificação com AISP Não Atribuída foi utilizada para áreas que não foram incluídas no projeto, como a Via Costeira e seu litoral e o Parque das Dunas em Natal, a zona rural de Mossoró e áreas expansão ainda com vegetação de Parnamirim; 3 – As vítimas abandonadas em hospitais e cujo local exato da morte ou onde a agressão inicial foi sofrida não foi obtido devido à falta de transparência dos sites públicos do sistema de segurança do Rio Grande do norte, foram também inseridas nas AISP Não Atribuída;
Pág. 24
3. ZONAS ADMINISTRATIVAS DE NATAL
ZONAS ADMINISTRATIVAS DE NATAL 2015
2016
NORTE OESTE
162 125
180 161
217 167
11,1% 28,8%
20,6% 3,7%
34,0% 33,6%
LESTE
52
59
53
13,5%
-10,2%
1,9%
SUL HOSPITAIS
21 4
29 9
42 14
38,1% 125,0%
44,8% 55,6%
100,0% 250,0%
364
438
493
20,3%
12,6%
35,4%
TOTAL
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
4. DISTRIBUIÇÃO GRÁFICA DA VIOLÊNCIA NAS ZONAS DE NATAL EM 2017
Pág. 25
5. RANKIAMENTO DA VIOLร NCIA POR BAIRROS DE NATAL EM 2017
Pรกg. 26
ii. MOSSORÓ 1. BAIRROS
BAIRROS DE MOSSORÓ 2015
2016
SANTO ANTONIO
14
31
23
121,4%
-25,8%
64,3%
ZONA RURAL
21
22
13
4,8%
-40,9%
-38,1%
SANTA DELMIRA
12
8
15
-33,3%
87,5%
25,0%
AEROPORTO MOSSORO BELO HORIZONTE
4 3
15 13
13 14
275,0% 333,3%
-13,3% 7,7%
225,0% 366,7%
BARROCAS ALTO DE SAO MANOEL
4 3
9 9
8 9
125,0% 200,0%
-11,1% 0,0%
100,0% 200,0%
DOM JAIME CAMARA
8
0
11
-100,0%
NA
37,5%
ABOLICAO PRES COSTA E SILVA
6 3
5 5
8 9
-16,7% 66,7%
60,0% 80,0%
33,3% 200,0%
NOVA VIDA (MALVINAS) BOA VISTA
6 2
5 2
3 9
-16,7% 0,0%
-40,0% 350,0%
-50,0% 350,0%
CENTRO MOSSORO BOM JARDIM
6 2
5 6
2 4
-16,7% 200,0%
-60,0% -33,3%
-66,7% 100,0%
NOVA BETANIA
1
2
8
100,0%
300,0%
700,0%
ALTO DO SUMARE PAREDOES
2 4
4 2
5 5
100,0% -50,0%
25,0% 150,0%
150,0% 25,0%
PLANALTO 13 DE MAIO VILA MAISA
3 6
7 2
1 2
133,3% -66,7%
-85,7% 0,0%
-66,7% -66,7%
BOM JESUS
1
5
3
400,0%
-40,0%
200,0%
ALTO DA CONCEICAO OURO NEGRO
0 1
5 3
2 2
NA 200,0%
-60,0% -33,3%
NA 100,0%
DOZE ANOS VINGT-ROSADO
1 2
1 2
4 1
0,0% 0,0%
300,0% -50,0%
300,0% -50,0%
WALFREDO GURGEL (PINTOS)
1
3
0
200,0%
-100,0%
-100,0%
ILHA DE SANTA LUZIA
0
3
1
NA
-66,7%
NA
BOM PASTOR M
1
1
0
0,0%
-100,0%
-100,0%
2 119
0 175
0 175
-100,0% 47,1%
NA 0,0%
-100,0% 47,1%
REDENCAO TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
Pág. 27
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
2. ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA PÚBLICA
ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA DE MOSSORÓ 2015
2016
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
AISP18
29
43
43
48,3%
0,0%
48,3%
AISP19
63
108
117
71,4%
8,3%
85,7%
AISP NAO ATRIBUIDA *
27
24
15
-11,1%
-37,5%
-44,4%
TOTAL
119
175
175
47,1%
0,0%
47,1%
2015
2016
LESTE NORTE
43 21
51 47
58 35
18,6% 123,8%
13,7% -25,5%
34,9% 66,7%
SUL RURAL
10 27
36 24
42 15
260,0% -11,1%
16,7% -37,5%
320,0% -44,4%
OESTE CENTRAL
8 10
10 7
18 7
25,0% -30,0%
80,0% 0,0%
125,0% -30,0%
TOTAL
119
175
175
47,1%
0,0%
47,1%
Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
3. ZONAS REFERENCIAIS
ZONAS REFERENCIAIS DE MOSSORÓ 2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
4. DISTRIBUIÇÃO GRÁFICA DA VIOLÊNCIA NAS ZONAS DE MOSSORÓ EM 2017
Pág. 28
5. RANKIAMENTO DA VIOLÊNCIA POR BAIRROS DE MOSSORÓ EM 2017
Pág. 29
iii. PARNAMIRIM 1. BAIRROS
BAIRROS DE PARNAMIRIM 2015
2016
NOVA PARNAMIRIM
6
15
25
150,0%
66,7%
316,7%
BELA PARNAMIRIM PASSAGEM DE AREIA
15 8
14 19
8 10
-6,7% 137,5%
-42,9% -47,4%
-46,7% 25,0%
MONTE CASTELO
14
10
10
-28,6%
0,0%
-28,6%
EMAUS SANTOS REIS PNM
3 7
16 8
7 2
433,3% 14,3%
-56,3% -75,0%
133,3% -71,4%
ROSA DOS VENTOS
5
5
6
0,0%
20,0%
20,0%
NOVA ESPERANCA LIBERDADE
8 6
6 5
1 3
-25,0% -16,7%
-83,3% -40,0%
-87,5% -50,0%
PIUM SANTA TEREZA
2 4
1 3
10 6
-50,0% -25,0%
900,0% 100,0%
400,0% 50,0%
VALE DO SOL
5
6
0
20,0%
-100,0%
-100,0%
CAJUPIRANGA VIDA NOVA
2 2
5 2
4 6
150,0% 0,0%
-20,0% 200,0%
100,0% 200,0%
CENTRO PARNAMIRIM
3
3
4
0,0%
33,3%
33,3%
PARQUE DE EXPOSICAO
0
5
4
NA
-20,0%
NA
JARDIM PLANALTO
4
2
1
-50,0%
-50,0%
-75,0%
COHABINAL HOSPITAIS PNM
1 0
3 1
1 3
200,0% NA
-66,7% 200,0%
0,0% NA
BOA ESPERANCA
1
2
1
100,0%
-50,0%
0,0%
PIRANGI DO NORTE JAPECANGA PNM
0 0
2 0
1 2
NA NA
-50,0% NA
NA NA
COTOVELO
0
1
1
NA
0,0%
NA
2 0 98
0 0 134
0 1 117
-100,0% NA 36,7%
NA NA -12,7%
-100,0% NA 19,4%
AREA DE EXPANSAO BARREIRA DO INFERNO TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
Pág. 30
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
2. ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA PÚBLICA
ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA DE PARNAMIRIM 2015
2016
AISP16
29
52
58
79,3%
11,5%
100,0%
AISP17
69
81
56
17,4%
-30,9%
-18,8%
0
1
3
NA
200,0%
NA
98
134
117
36,7%
-12,7%
19,4%
AISP NAO ATRIBUIDA * TOTAL
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
3. ZONAS DE REFERÊNCIA
ZONAS REFERENCIAIS DE PARNAMIRIM 2015
2016
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
OESTE
68
78
55
14,7%
-29,5%
-19,1%
LESTE
27
48
45
77,8%
-6,3%
66,7%
3 0
7 1
14 3
133,3% NA
100,0% 200,0%
366,7% NA
98
134
117
36,7%
-12,7%
19,4%
LITORAL SUL HOSPITAIS TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
Pág. 31
4. DISTRIBUIÇÃO GRÁFICA DA VIOLÊNCIA NAS ZONAS PARNAMIRIM EM 2017
5. RANKIAMENTO DA VIOLÊNCIA POR BAIRROS DE PARNAMIRIM EM 2017
Pág. 32
b. CEARÁ-MIRIM: RECORTE ESPECIAL SOBRE O MUNICÍPIO 1. BAIRROS
BAIRROS DE CEARÁ-MIRIM 2015
2016
CENTRO
7
12
29
71,4%
141,7%
314,3%
SAO GERALDO ZONA RURAL
3 7
8 0
10 11
166,7% -100,0%
25,0% NA
233,3% 57,1%
NOVA DESCOBERTA BAIXA DO RATO
3 0
6 1
6 9
100,0% NA
0,0% 800,0%
100,0% NA
CARRASCO GRAVATA
5 1
3 4
1 4
-40,0% 300,0%
-66,7% 0,0%
-80,0% 300,0%
BARRETAO PRAIA DE MURIU
0 4
0 0
8 4
NA -100,0%
NA NA
NA 0,0%
BROGODO PLANALTO
0 2
2 3
4 1
NA 50,0%
100,0% -66,7%
NA -50,0%
PONTA DO MATO PASSA-E-FICA
0 0
2 1
4 3
NA NA
100,0% 200,0%
NA NA
CINCO BOCAS PARAIBA
0 0
0 0
4 3
NA NA
NA NA
NA NA
CJ FORMIGUEIRO NOVA CEARA-MIRIM
0 2
1 0
2 1
NA -100,0%
100,0% NA
NA -50,0%
NOVO HORIZONTE PEDREGULHO
0 0
0 0
3 3
NA NA
NA NA
NA NA
MASSARANDUBA TAMANDUA
1 0
1 1
0 1
0,0% NA
-100,0% 0,0%
-100,0% NA
DISTRITO DE CAPELA JOAO DE BARRO
0 0
1 0
1 2
NA NA
0,0% NA
NA NA
MINEIROS PRIMEIRA LAGOA
0 0
2 2
0 0
NA NA
-100,0% -100,0%
NA NA
ESTACAO ESPIRITO SANTO
0 0
0 2
2 0
NA NA
NA -100,0%
NA NA
SITIO RAPOSA LUIZ VARELLA (COHAB) ANINGA
0 0 0
1 1 2
1 1 0
NA NA NA
0,0% 0,0% -100,0%
NA NA NA
SANTA AGUEDA SAO FRANCISCO
2 0
0 0
0 1
-100,0% NA
NA NA
-100,0% NA
SAO JOSE PRAIA DE JACUMA
1 0
0 1
0 0
-100,0% NA
NA -100,0%
-100,0% NA
NOVOS TEMPOS
1
0
0
-100,0%
NA
-100,0%
SAO SEBASTIAO
0
1
0
NA
-100,0%
NA
Pág. 33
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
SITIO VILAR
0
1
0
NA
-100,0%
NA
RIO DOS INDIOS PRAIA DE PORTO-MIRIM BELA VISTA
0 1 0
1 0 1
0 0 0
NA -100,0% NA
-100,0% NA -100,0%
NA -100,0% NA
BELO HORIZONTE MANINHO BARRETO
0 0
0 0
1 1
NA NA
NA NA
NA NA
CACIMBAS COQUEIROS
0 0
1 0
0 1
NA NA
-100,0% NA
NA NA
VALE DO AMANHECER SITIO MANGABEIRA RIACHAO
0 0 0
0 1 0
1 0 1
NA NA NA
NA -100,0% NA
NA NA NA
40
63
124
57,5%
96,8%
210,0%
TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
2. ZONAS DE REFERÊNCIA
ZONAS REFERENCIAIS DE CEARÁ-MIRIM 2015
2016
PERIFERIA
17
30
66
76,5%
120,0%
288,2%
CENTRAL DISTRITAL
16 2
16 15
38 10
0,0% 650,0%
137,5% -33,3%
137,5% 400,0%
LITORAL NORTE SUL
5 0
2 0
9 1
-60,0% NA
350,0% NA
80,0% NA
40
63
124
57,5%
96,8%
210,0%
TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte. * O recorte de zonas referenciais é baseado em estudo exclusivo do OBVIO
Pág. 34
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
3. DISTRIBUIÇÃO GRÁFICA DA VIOLÊNCIA NAS ZONAS CEARÁ-MIRIM EM 2017
4. RANKIAMENTO DA VIOLÊNCIA POR BAIRROS DE CEARÁ-MIRIM EM 2017
Pág. 35
Observações: 1 – Esse recorte especial sobre Ceará-Mirim foi incluído devido ao aumento contínuo e acelerado do número de condutas violentas letais intencionais ocorridas naquele munícipio em 2017; 2 - O OBVIO vem cumprindo seu papel científico apresentando estudos e alertas que motivaram diversas matérias em vários sites, jornais, emissoras de tv e programas de rádio, instando sobre a importância de ações emergenciais para evitar que o município e sua população continuassem sendo vitimizados pela falta de cuidado nas ações de segurança pública, que concentrou ações em Natal e Parnamirim e provocou uma ação migratória para o município; 3 – A classificação das Zonas Referencias de Ceará-Mirim foram feitas mediante critérios estudados exclusivamente pelo OBVIO que foram obtidos mediante colaboração entre com a Secretaria Municipal de Segurança desde 2015.
Pág. 36
2. AÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DOS CRIMES Abordagem: As macrocausas da violência sofrem um processo de micro segmentação provocado pelo aumento de atores criminais na dinâmica do crime, destarte, paradigmas da ação criminosa se diversificam indelevelmente e subdividem as condutas violentas letais intencionais em vários tipos. No Rio Grande do Norte tratamos as mortes oriundas dos embates policiais, como Ações Típicas de Estado (termo utilizado pela primeira vez no Brasil pelo OBVIO) que é o detentor absoluto do monopólio do uso da violência, assim evitamos atribuir, mesmo que inadvertidamente, culpa ou dolo aos agentes encarregados de aplicar a lei, e meramente mensuramos essa violência para fins de estudos e orientação na adoção de políticas de controle. O recurso gráfico adotado são tabelas comparativas mostrando: números absolutos (colunas dos anos); variação percentual de um ano para o outro (colunas 2016-2016 e 2016-2017), e: variação total desde o início da gestão (coluna 2015-2017).
2a. AÇÃO LETAL
TIPOS DE AÇÕES LETAIS 2015
2016
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
1.007
1.266
1.571
25,7%
24,1%
56,0%
LESAO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE ACAO TIPICA DE ESTADO
78 54
77 56
122 94
-1,3% 3,7%
58,4% 67,9%
56,4% 74,1%
LATROCINIO FEMINICIDIO
33 19
43 28
53 29
30,3% 47,4%
23,3% 3,6%
60,6% 52,6%
8 1.199
1 1.471
6 1.875
-87,5% 22,7%
500,0% 27,5%
-25,0% 56,4%
2015
2016
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
ARMA DE FOGO
1.011
1.275
1.664
26,1%
30,5%
64,6%
ARMA BRANCA ESPANCAMENTO
119 17
108 35
128 27
-9,2% 105,9%
18,5% -22,9%
7,6% 58,8%
OBJETO CONTUNDENTE ASFIXIA MECANICA PROVOCADA
28 12
19 20
30 15
-32,1% 66,7%
57,9% -25,0%
7,1% 25,0%
12 1.199
14 1.471
11 1.875
16,7% 22,7%
-21,4% 27,5%
-8,3% 56,4%
HOMICIDIO
OUTROS TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
2b. MEIO E/OU MEIO EMPREGADO
ARMAS OU MEIOS EMPREGADOS
OUTROS TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
Pág. 37
3. PERFIS DAS VÍTIMAS Abordagem: Os três principais perfis das vítimas de CVLIs seguem, como esperado, o padrão nacional de vitimização, o que sugere que sem surpresas nesses seguimentos, está havendo falhas nas políticas públicas de segurança em estabelecer estratégias para suas reduções. O recurso gráfico adotado são tabelas comparativas mostrando: números absolutos (colunas dos anos); variação percentual de um ano para o outro (colunas 2016-2016 e 2016-2017), e: variação total desde o início da gestão (coluna 2015-2017).
3a. GÊNERO
GÊNERO MASCULINO
2015
2016
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
1.118
1.397
1.763
25,0%
26,2%
57,7%
FEMININO
81
72
110
-11,1%
52,8%
35,8%
IGNORADO
0
2
2
NA
0,0%
NA
1.199
1.471
1.875
22,7%
27,5%
56,4%
2015
2016
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
PARDA
612
836
922
NEGRA
361
448
BRANCA
219
183
7 1.199
TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016
3b. ETNIA
ETNIA
IGNORADA TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
Pág. 38
36,6%
10,3%
50,7%
790
24,1%
76,3%
118,8%
159
-16,4%
-13,1%
-27,4%
4
4
-42,9%
0,0%
-42,9%
1.471
1.875
22,7%
27,5%
56,4%
3c. FAIXA ETÁRIA
FAIXA ETÁRIA 2015
2016
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
0 A 11 12 A 17
6 133
6 140
6 184
0,0% 5,3%
0,0% 31,4%
0,0% 38,3%
18 A 24 25 A 29 30 A 34
409 198 131
499 240 176
623 292 226
22,0% 21,2% 34,4%
24,8% 21,7% 28,4%
52,3% 47,5% 72,5%
35 A 64 65 OU+ NI
275 18 29
328 23 59
383 21 140
19,3% 27,8% 103,4%
16,8% -8,7% 137,3%
39,3% 16,7% 382,8%
TOTAL
1.199
1.471
1.875
22,7%
27,5%
56,4%
Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
4. TEMPORALIDADE CRIMINAL A variação de CVLIs mensal desse início de ano se mantem, nesse mês com um aumento de 36,9% em relação a 2016, e mantendo um acumulado de 51% entre 2015 e 2017. O recurso gráfico adotado são tabelas e gráficos comparativos mostrando: números absolutos (colunas dos anos); variação percentual de um ano para o outro (colunas 2016-2016 e 2016-2017), e; variação total desde o início da gestão (coluna 2015-2017).
4a. EVOLUÇÃO MENSAL
EVOLUÇÃO MENSAL 2015
2016
JAN
154
148
212
-3,9%
43,2%
37,7%
FEV MAR ABR
112 153 122
159 172 150
194 196 217
42,0% 12,4% 23,0%
22,0% 14,0% 44,7%
73,2% 28,1% 77,9%
MAI JUN JUL AGO
135 112 145 135
179 175 160 167
211 173 218 226
32,6% 56,3% 10,3% 23,7%
17,9% -1,1% 36,3% 35,3%
56,3% 54,5% 50,3% 67,4%
131 1.199
161 1.471
228 1.875
22,9% 22,7%
41,6% 27,5%
74,0% 56,4%
SET TOTAL Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
Pág. 39
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
Pรกg. 40
4b. VARIAÇÃO SEMANAL
VARIAÇÃO SEMANAL 2015
2016
SEG
24
21
26
-12,5%
23,8%
8,3%
TER QUA
11 16
32 25
32 22
190,9% 56,3%
0,0% -12,0%
190,9% 37,5%
QUI SEX
14 11
23 13
35 35
64,3% 18,2%
52,2% 169,2%
150,0% 218,2%
SAB DOM
28 31
18 35
39 37
-35,7% 12,9%
116,7% 5,7%
39,3% 19,4%
TOTAL
135
167
226
23,7%
35,3%
67,4%
Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
Pág. 41
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
4c. PERร ODO DO DIA
Pรกg. 42
4d. DIAS DO Mร S
Pรกg. 43
5. ANÁLISE MENSAL As condutas violentas letais intencionais, genericamente ditas como homicídios, são os principais indicadores utilizados para aferir a violência, e como tal, mensuram também se as estratégias de segurança, sejam elas políticas públicas de segurança ou políticas de segurança pública, tem surtido resultado e atingido o êxito para o qual foram criadas. Nesse mister, desde 2016 que o RN vem apresentado crescimento contínuo e significativo em sua dinâmica de CVLIs, e neste nono mês marcou mais um índice notório: 1875 vidas perdidas no transcurso de 273 dias de 2017, e sem mostras de redução. Setembro supera a marca de agosto, se tornando o novo mês mais violento da história do Rio Grande do Norte, foram 228 mortes matadas conforme pode ser visto no tópico Evolução Mensal (pg. 39 e 40), maculando outra vez a gestão executiva estadual.
1.199
1.471 1.875
1.330 2014
2015
2016
2017
..::VARIAÇÃO::.. 2014-2015
2015-2016
2016-2017
-9,8%
+22,7%
+27,5%
Até as operações de segurança pública são apontadas como culpadas pela insegurança por meio do aumento da guerra das facções, como apontou a secretária de segurança em entrevista ao G1 no dia 30 de setembro. Ou seja, quando a polícia trabalha, ao invés de reduzir os homicídios, aumentam. Ou não seria o caso de dizer finalmente que operações sem planejamento adequado e visando apenas mídia, resulta no crescimento da criminalidade, afinal, como reduzir homicídios se concentram ações em outro tipo de crime?
Com toda deferência e respeito ao trabalho da Secretária Sheila Freitas, mas já está mais do que na hora do estado (*) O OBVIO contabiliza homicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e outras condutas dolosas que resultem em morte. reconhecer que errou em fugir do planejamento traçado pela Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 (atualizado em 30/9/2017 às 23:00hs). então secretária Kalina Leite, onde se dava atenção ao \\\ trabalho científico e por meio de boletins e viva voz dos partícipes da Câmara Técnica de Mapeamento de CVLIs, trabalho que nasceu das mentes envolvidas com a preservação da vida, onde destacamos o saudoso Marcos Dionisio Medeiros Caldas, que logrou, em ações conjuntas, na redução de mais de 6% da violência homicida em 2015.
RESUMO GERAL 2014
2015
2016
2017
1.330
1.199
1.471
1.875
POR 100 MIL HAB
39
35
42
53
VARIAÇÃO EM RELAÇÃO AO ANO ANTERIOR
NA
-9,8%
22,7%
27,5%
VIDAS POUPADAS/PERDIDAS EM RELAÇÃO AO ANO ANTERIOR
NA
-131
272
404
ABSOLUTO
Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
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Os espasmos das operações de segurança pública sem fulcro em estratégias direcionadas para a solução dos problemas, realmente só acarretarão na desconstrução contínua de tudo aquilo que o saber técnico visa solidificar. São lacunas que o estado deixa e que são preenchidas pelos criminosos que obtém, em retorno, uma blindagem popular e a famosa lei do silêncio que os jornalistas costumam citar para definir a falta de voluntariedade da população em colaborar com as forças da lei. O declínio da qualidade de vida do cidadão potiguar e moradores do Rio Grande do Norte se percebe nos números da violência. Com a taxa de homicídios por 100 mil habitantes chegando aos 52,47 nestes nove meses, restam apenas 3 meses pela frente para tentar frear essa locomotiva de violência antes que 2017 acabe e se torne o mais violento da história do Rio Grande do Norte. Essas 1875 mortes por CVLIs até 30 de setembro representam um aumento de 27,5%.
Notadamente, a aceleração da violência continua acontecendo no Rio Grande do Norte, e nesse mês de setembro, a média de 6,87 CVLIs por dia continua muito próxima de quase 7 homicídios por dia, ou seja, em 2017 no Rio Grande do Norte um ser humano é vítima de CVLIs a cada 3 horas e meia. O mês de setembro também apresentou picos expressivos de violência, como pode ser visto no tópico Dias do Mês (pg. 43), quando mostra 6 dias com uma mortandade igual ou superior a 10 mortes matadas por dia, sendo um destaque o dia 3 com 20 mortes matadas. Se trabalhamos com a média de 6 mortes por dia, o mês de setembro teve 17 de seus 30 dias acima da média, logo, somente 13 dias na média ou abaixo dela. As mortes matadas de mulheres potiguares já chegam a 52,8% de aumento, são 110 em 2017 para 72 em 2016, mas no quesito feminicídios, são 29 mulheres em 2017 para 28 em 2016, essas mortes a mais em 2017 representam 3,6% de aumento nesse tipo de crime. Pág. 45
A impunidade ainda é uma das causas primordiais que mantém a morte de mulheres em alta e no topo das causas da retroalimentação da violência.
CONTADOR DE CVLI DE MULHERES
2015
2016
2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017
MORTES MATADAS DE MULHERES OU FEMICÍDIOS*
81
72
110
-11,1%
52,8%
35,8%
MORTES MATADAS DE MULHERES TIPO FEMINICÍDIOS**
19
28
29
47,4%
3,6%
52,6%
Período de 1 de janeiro a 30 de setembro de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 *Assassinato de mulheres em geral. **Assassinato de mulheres com características de violência doméstica e/ou de gênero OBVIO - Observatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.
Atualmente estamos com 404 vidas perdidas a mais, comparando 2017 com 2016. Números que infelizmente precisamos mostrar e alertar, e que foram devidamente auditados por uma equipe de 6 auditores individualmente, que seguem representados por dois cientista-analistas que juntos somam mais de 30 anos de experiência com segurança pública. Este é nosso relatório. IVENIO HERMES11 E THADEU DE SOUSA BRANDÃO12 COORDENADORES DO OBVIO
Ivenio Hermes – Arquiteto, pesquisador e escritor vencedor do Prêmio Literário Tancredo Neves. Consultor em Gestão e Políticas Públicas de Segurança e de Segurança Pública. Possui em sua bibliografia 16 livros publicados e mais de 1.200 artigos. É Coordenador de Pesquisa do OBVIO – Observatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas da UFERSA Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mestrando do Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico e Interdisciplinar em Cognição, Tecnologias e Instituições (UFERSA), Consultor do Conselho Especial de Segurança Pública e Políticas Carcerárias da OAB-RN, Consultor da Comissão Parlamentar de Políticas Carcerárias da Assembleia Legislativa do RN, Pesquisador do COEDHUCI - Conselho Estadual dos Direitos Humanos e da Cidadania e Membro Sênior do FBSP - Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 11
Thadeu Brandão - Sociólogo, Mestre e Doutor em Ciências Sociais pela UFRN. Professor Adjunto de Sociologia da UFERSA e do Mestrado em "Cognição, Tecnologias e Instituições" (CCSAH/UFERSA). Líder do grupo de Pesquisa "Observatório da Violência do RN". Coapresentador do Observador Político na TV Mossoró e 93 FM. Colunista do Jornal O Mossoroense. Autor de "Atrás das Grades: habitus e interação social no sistema prisional" e coautor de "Rastros de Pólvora: Metadados 2015" atualmente exerce a função de Coordenador do OBVIO – Observatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas da UFERSA (Universidade Federal Rural do Semi-Árido). 12
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“A MORTE DE CADA SER HUMANO DIMINUI-ME, PORQUE SOU PARTE DA HUMANIDADE; EIS PORQUE, NUNCA PERGUNTO POR QUEM OS SINOS DOBRAM; ELES DOBRAM POR MIM.” JOHN DONNE *ADAPTAÇÃO LIVRE
SEM ESTRATÉGIAS SIGNIFICATIVAS NÃO PODEM EXISTIR SIGNIFICATIVAS MUDANÇAS NO CENÁRIO DA CRIMINALIDADE E DESCULPAS TÊM SIDO A MAIOR TÔNICA DA
ADMINISTRAÇÃO FARIA.
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