OBVIO 13 AGO 2017: Homicídios

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OBVIO OBSERVATÓRIO DA VIOLÊNCIA LETAL INTENCIONAL NO RIO GRANDE DO NORTE ED 13. ANO II. 2017

NESTA EDIÇÃO: PRIMEIRA ANÁLISE: MORTANDADE NOS BAIRROS DE NATAL ARTIGO: COM UMA CHACINA POR MÊS, RN TEM 52 VÍTIMAS DESSE CRIME. ARTIGO: CEARÁ-MIRIM, O MUNICÍPIO QUE MAIS CRESCE EM CONCENTRAÇÃO DE VIOLÊNCIA BOLETIM ANALÍTICO: JULHO E OS SETE PRIMEIROS MESES DE 2017



SUMÁRIO Expediente ................................................................................................................................. 5 Diagnósticos científicos ............................................................................................................... 5 Mortandade nos bairros de Natal ................................................................................................... 6 Com uma chacina por mês, RN tem 52 vítimas desse crime. ............................................................... 9 Ceará-Mirim: O município que mais cresce em concentração de violência .......................................... 12 Nota Técnica ............................................................................................................................ 15 Boletim analítico ...................................................................................................................... 16 1.

Dinâmica espacial da violência............................................................................................ 16

a.

A RMN - Região Metropolitana de Natal ................................................................................. 16

b.

Mesorregiões do Estado ....................................................................................................... 16

c.

Rankiamento da Violência na RMN – Região Metropolitana de Natal em 2017 .............................. 17

d.

Rankiamento da Violência nas Mesorregiões .......................................................................... 17

a.

Municípios Motores ............................................................................................................ 18

1.

Bairros ............................................................................................................................ 18

2.

Áreas Integradas de Segurança Pública e Ronda Cidadã ........................................................... 19

3.

Zonas Administrativas de Natal ............................................................................................ 20

4.

Distribuição Gráfica da Violência nas Zonas de Natal em 2017 ................................................... 20

5.

Rankiamento da Violência por bairros de Natal em 2017 ........................................................... 21

ii.

Mossoró ........................................................................................................................... 22

1.

Bairros ............................................................................................................................ 22

2.

Áreas Integradas de Segurança Pública ................................................................................. 23

3.

Zonas Referenciais ............................................................................................................. 23

4.

Distribuição Gráfica da Violência nas Zonas de Mossoró em 2017 ............................................... 23

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5. iii.

Rankiamento da Violência por bairros de Mossoró em 2017 ....................................................... 24 Parnamirim .................................................................................................................. 25

1.

Bairros ............................................................................................................................ 25

2.

Áreas Integradas de Segurança Pública ................................................................................. 25

3.

Zonas de Referência ........................................................................................................... 26

4.

Distribuição Gráfica da Violência nas Zonas Parnamirim em 2017 .............................................. 26

5.

Rankiamento da Violência por bairros de Parnamirim em 2017 ................................................. 27

2.

Ação e instrumentação dos crimes ........................................................................................ 28

a.

Ação Letal ........................................................................................................................ 28

b.

Meio e/ou meio empregado................................................................................................. 28

3.

Perfis das Vítimas.............................................................................................................. 29

a.

Gênero ............................................................................................................................. 29

b.

Etnia ............................................................................................................................... 29

c.

Faixa Etária ..................................................................................................................... 30

4.

Temporalidade Criminal ..................................................................................................... 30

a.

Evolução Mensal ............................................................................................................... 30

b.

Variação Semanal.............................................................................................................. 31

c.

Período do dia .................................................................................................................. 32

d.

Dias do mês ...................................................................................................................... 33

5.

Resumo Final ................................................................................................................... 33

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EXPEDIENTE

DIAGNÓSTICOS CIENTÍFICOS

OBVIO - OBSERVATÓRIO DA VIOLÊNCIA LETAL INTENCIONAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Chegamos ao 13º Boletim Mensal OBVIO, publicação do OBVIO Observatório da Violência do Rio Grande do Norte, Grupo de Pesquisa da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), cadastrado no CNPQ, com um Laboratório de Pesquisa formado por alunos de várias instituições de nível superior como a Universidade Potiguar (UnP), Universidade Estácio de Sá e a UFRN.

FICHA INSTITUCIONAL PRESIDENTE DE HONRA (IN MEMORIAM)

MARCOS DIONISIO MEDEIROS CALDAS COORDENADOR ACADÊMICO

THADEU DE SOUSA BRANDÃO COORDENADOR DE PESQUISA

IVENIO HERMES COORDENADOR DE IMPRENSA

CEZAR ALVES DE LIMA

COORDENADOR DE ESTATÍSTICAS

SANCLAI VASCONCELOS SILVA EQUIPE TÉCNICA E COLABORADORES

ABRAÃO DE OLIVEIRA JUNIOR DANIEL OLIVEIRA BARBALHO ELMA GOMES PEREIRA JOSEMARIO ALVES LEYSSON CARLOS MARCELINO NETO SÁSKIA SANDRINELLI HERMES SIDNEY SILVA EQUIPE DE AUDITORIA

EMANUEL DHAYAN BEZERRA DE ALMEIDA KALINA LEITE GONÇALVES MANUEL SABINO PONTES ROSIVALDO TOSCANO DOS SANTOS JUNIOR THADEU DE SOUSA BRANDÃO CONSELHO EDITORIAL

RAFAEL IGOR ALVES BARBOSA SHEYLA PAIVA PEDROSA BRANDÃO EQUIPE DO LABORATÓRIO DE PESQUISA DO OBVIO - OBSERVATÓRIO DA VIOLÊNCIA DO RIO GRANDE DO NORTE LABORATÓRIO DE PESQUISA

GABRIELA CRISTINA PAULINO FELICIANO HANNA CAROLINE MACÁRIO DIAS ROCHA IVAN VAGNER DA SILVA CAMPOS JOÃO GABRIEL LIEVORI CAMARGO JOSINEIDE BATISTA DA SILVA JUSSARA LADY FRANCISCA DOMINGOS DE AZEVEDO KÉCIA SAIONARA FERREIRA DE OLIVEIRA NIEDERLAND TAVARES LEMOS PAULA RÉGIA FERREIRA DA CRUZ PAULO CÉSAR ALVES DE SÁ RAFAEL ANDREW GOMES DANTAS COLETA, SISTEMATIZAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO

METODOLOGIA METADADOS NATAL/RN JULHO, 2017 A METODOLOGIA METADADOS E OS MEIOS DE CONSOLIDAÇÃO DE DADOS E OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES UTILIZADO PELO OBVIO, SÃO DE PROPRIEDADE SOCIAL E PERTENCEM AO POVO DO RIO GRANDE, SENDO VEDADA SUA UTILIZAÇÃO COMERCIAL OU PARA FINS DE PROPAGANDA GOVERNAMENTAL.

Muito além de veículo de divulgação de estatísticas criminais, o OBVIO cresceu e se tornou um local de pesquisa que coleta e analisa os dados da violência homicida, transformando-as em informações científicas de qualidade reconhecida pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, que conferiu por meio de iniciativa do Deputado Estadual Fernando Mineiro, uma menção honrosa por relevantes serviços prestados à sociedade potiguar. A busca pela excelência naquilo que fazemos também mostra resultados sem precedentes no RN, pois somos consultados para matérias e reportagens jornalísticas de veículos de comunicação como a Tribuna do Norte, NOVO Jornal, Agora RN, Portal No Ar, Jornal de Fato, Tribuna de Notícias e o G1 RN. Nesta edição, seguindo nossa tradição, na seção Artigos, trazemos duas matérias importantes e impactantes que utilizaram informações da pesquisa do OBVIO, nossa seção intitulada Primeira Análise, que como o título diz, apresenta uma análise rápida sobre algum ponto da nossa pesquisa base sobre homicídios e por fim, nosso Boletim Analítico Mensal que retrata o último mês sempre comparando todo o período evolutivo do ano com o mesmo período dos dois anos anteriores. Reiteramos nossos agradecimentos aos nossos colaboradores, um grupo composto por dezenas de agentes de segurança pública, jornalistas, estudantes, professores, líderes religiosos e tantos outros que percebem que os diagnósticos científicos do OBVIO somente intentam construir resultados que congreguem esforços em busca da paz e da melhoria da qualidade de vida daqueles que nasceram ou escolheram o Rio Grande do Norte como o estado para residir e trabalhar. Deixamos registrado nosso compromisso de continuar nessa labuta diária para quebrar o ciclo de violência e de propagação da criminalidade. Nós almejamos a paz e trabalhamos por ela!

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MORTANDADE NOS BAIRROS DE NATAL A aferição da eficácia de uma política pública deve ser a premissa de um governo que se diz transparente, para isso é essencial que haja uma disponibilização, sem inovações artificiosas e sem filtros midiáticos que levem ao equívoco daqueles para quem o governo deve satisfações da coerência de seu trabalho. Dentre as políticas públicas da Administração Faria, iniciada em 2015, a Ronda Cidadã e as ações nos bairros de Natal podem ser meios interessantes para adequar métodos, corrigir o curso das ações para manter ou redefinir como os meios empregados estão sendo executados.

BAIRROS DE NATAL LISTAGEM DE BAIRROS

2017

2016-2017

NEOPOLIS

1

5

400,0%

PONTA NEGRA DIX-SEPT ROSADO

4 5

11 12

175,0% 140,0%

HOSPITAIS NATAL PLANALTO

5 13

10 23

100,0% 76,9%

PITIMBU GUARAPES

4 3

7 5

75,0% 66,7%

LAGOA AZUL LAGOA NOVA

20 6

31 9

55,0% 50,0%

QUINTAS REDINHA

17 11

24 15

41,2% 36,4%

MAE LUIZA SANTOS REIS ALECRIM

9 3 7

12 4 9

33,3% 33,3% 28,6%

46 0

49 0

6,5% 0,0%

NSA SRA DA APRESENTACAO LAGOA SECA

2016

AREIA PRETA

0

1

0,0%

BOM PASTOR

13

13

0,0%

PRAIA DO MEIO CANDELARIA

3 1

3 1

0,0% 0,0%

RIBEIRA FELIPE CAMARAO

1 36

1 32

0,0% -11,1%

IGAPO NOVA DESCOBERTA

17 5

14 4

-17,6% -20,0%

PAJUCARA

30

23

-23,3%

ROCAS

7

5

-28,6%

13 3 24

9 2 15

-30,8% -33,3% -37,5%

NSA SRA DE NAZARE TIROL

5 2

3 1

-40,0% -50,0%

CAPIM MACIO CIDADE NOVA

2 14

1 5

-50,0% -64,3%

NORDESTE

9

3

-66,7%

CIDADE ALTA

15

3

-80,0%

1

0

-100,0%

CIDADE DA ESPERANCA PETROPOLIS POTENGI

BARRO VERMELHO

As condutas violentas letais intencionais, ou os crimes de homicídio, que vêm acontecendo nos bairros de Natal, num crescimento constante ou numa atividade migratória fenomenal para as extremidades da Região Metropolitana, demonstram que nem os investimentos, nem as estratégias, nem tampouco as ações foram devidamente planejadas, de forma integradora, para dar um pequeno retorno em formato de segurança para o cidadão de Natal. Enquanto em alguns bairros há uma redução percentual, seus números absolutos minam qualquer propaganda de um governo que se perdeu ao evocar para si a alcunha de Governo da Segurança. Mas em primeira análise, retirando qualquer pejo de conotação politiqueira, observemos o comportamento das estatísticas na tabela ao lado e no gráfico da página seguinte. Começando pelos bairros onde não houve mudança no quadro de homicídios, apenas Lagoa Seca não apresentou nenhum homicídio, por outro lado, o Bom Pastor tem 13 homicídios em números absolutos. Nos bairros que mantem um percentual elevado de ocorrências, Nossa Senhora da Apresentação, embora seja o mais violento em números absolutos, possui 6,5% de aumento entre 2016 e 2017, pois saiu de 46 para 49 CVLIs. O bairro piloto do Projeto Ronda Cidadã, Mãe Luíza, registra atualmente um aumento na casa dos 33,3% (saiu de 9 para 12 CVLIs); o Alecrim, onde existe a maior população flutuante do estado devido à concentração de lojas e comércios, mostra-se 28,6% (saiu de 7 para 9 CVLIs) mais violento em 2017 do que era em 2016.

A elevação desenfreada da mortandade não se restringe somente à uma das zonas administrativas, em todas elas a OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte. insegurança da morte matada se faz presente na vizinhança, desde a Zona Sul até a Zona Norte, em todo lugar se tem a presença da morte no meio das ruas, dentro das casas, em carros na via pública, dentro de Shoppings e lojas, enfim, o crime de homicídio não faz TOTAL

355

365

32,2%

Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016

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distinção. No bairro das Quintas o aumento foi de 41,2% (de 17 para 24); Lagoa Nova, 50%; Lagoa Azul, 55%, Guarapes, 66,7%; Pitimbu, 75% e Planalto, 76%, apenas para mencionar os bairros onde a violência aumentou menos que o dobro. A situação piora. Acima dos 100%, isto é, mais que o dobro, está Dix-Sept Rosado com 140% de elevação percentual; depois vem Ponta Negra, cartão-postal do turismo potiguar, com 175% de crescimento e por fim, Neópolis, com o recorde de 400% de aumento.

Como podemos ver no gráfico acima, são 15 bairros apresentando aumento, 15 apresentando redução e, entre eles, 6 bairros estáveis até o momento. Isso pode levar ao engano estatístico de que existe um equilíbrio na efetividade/falência das políticas públicas de segurança adotadas pela Administração Faria, mas o olhar científico nos faz enxergar além dos números, pois nos permite ver outros resultados que aferem negativamente as ações de segurança. Dentre eles o que mais se pode notar é que o bairro que apresentou menor redução foi Barro Vermelho, 100%, enquanto que o bairro que mais aumentou foi Neópolis, que como já vimos, foi de 400% de aumento. Pág. 7


Os deslumbres de acertos de outros estados, implantados no Rio Grande do Norte sem o devido aporte de investimento, não podem jamais dar certo. Lembremos que a atual gestão administrativa estadual declara que investe mais do que outras gestões jamais investiram, e até poderíamos concordar com tal afirmação se não fosse listado nesse rol salários e custeio, que não são investimentos, ou seja, empregar capital/verba para ampliar a capacidade de prestação de serviço. Os bairros de Natal foram beneficiados com o “Ronda Cidadã” e as “Áreas Integradas de Segurança Pública”, que deveriam trazer a interdisciplinaridade de ações de segurança junto às ações assistenciais, sociais, desportivas e outras estratégias concatenadas para surtir um efeito a curto, médio e longo prazo, mas a prova de que isso não foi feito, está nos números frios acima apresentados, frios extratos de uma estatística que não mais disfarça a dor de dezenas de famílias que foram desmembradas pela falta de segurança. No final do mês de julho os bairros de Natal somaram 365 vidas perdidas em 2017, quando nesse mesmo período em 2016 somavam 355... ou seja, 32,2% de aumento. Nos arredores de Natal, Ceará-Mirim, Extremoz, Macaíba, Ielmo Marinho e outros municípios sofrem com a migração de uma criminalidade que não está contida e sequer mapeada adequadamente para dar norte aos esforços de policiais civis, policiais militares e servidores do ITEP, que se doam diuturnamente, ao ponto de alguns perderem a própria vida, para fazer um pequeno resultado na segurança de um estado que já esteve em alta pela sua qualidade de vida e hoje aparece nos rankings internacionais de violência. Não é possível comemorar nenhum êxito dentro da realidade que se percebe no Rio Grande do Norte ou em Natal. Ainda não se pode comemorar reduções em 2017, é preciso mais do que o incentivo à tolerância zero para se promover segurança em um local, é preciso mostrar evidência críveis de que a administração atual está obtendo melhores e maiores resultados do que a administração anterior. Em primeira análise, ainda restam quase 500 dias para que a Administração Faria tire a população dos veios vermelho-sangue da mortandade dos bairros de Natal e do restante do Rio Grande do Norte...

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COM UMA CHACINA POR MÊS, RN TEM 52 VÍTIMAS DESSE CRIME. Matéria de Felipe Galdino, para o NOVO Jornal Adaptação de Jussara Domingos de Azevedo, para o Boletim OBVIO.

Dados do Observatório da Violência apontam que, incluindo Alcaçuz, com 26 mortos, e a mais recente matança, na Redinha, quase 4% das 1.414 mortes no RN são chacinas, quando mais de quatro morrem no mesmo local. RN tem média de uma chacina por mês em 2017 Levantamento mostra que, até dia 30 de julho, 52 pessoas haviam sido mortas em chacinas, número que corresponde a 4% do total de homicídios registrados no estado este ano. O Rio Grande do Norte tem em 2017 uma média de uma chacina por mês. Até ontem, segundo levantamento feito pelo Observatório da Violência Letal Intencional (OBVIO), o estado havia contabilizado sete massacres em sete meses. Segundo o instituto, 1.414 pessoas foram assassinadas de 1º de janeiro deste ano até este último domingo. Quase 4% dessas mortes foram resultados de chacinas registradas em todo o estado. Em números absolutos, 52 vítimas de homicídios morreram em sete massacres distribuídos no território potiguar. Na contagem, considera-se “chacina” a matança de pelo menos quatro pessoas em um mesmo local. Vale ressaltar que está incluído nessa estatística a matança ocorrida na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, quando em 14 de janeiro deste ano, pelo menos 26 detentos foram assassinados em um confronto entre facções criminosas. Foi um evento atípico, mas como as mortes ocorreram em um mesmo local – a penitenciária – e foram causadas por outros presos – configurando homicídios – o evento foi também considerado uma chacina, explicou o OBVIO. O crime mais recente com essas características foi registrado pela Polícia Militar na Redinha Nova, praia localizada em Extremoz, na Região Metropolitana de Natal. O caso aconteceu no final da noite da última sexta-feira, quando quatro homens foram executados em um terreno baldio, na Rua Barra do Rio. Não há informações ainda sobre os suspeitos do crime, que fugiram em seguida. As marcas dos disparos ficaram nas paredes das casas vizinhas. Todas as vítimas tinham entre 18 e 20 anos. Segundo informações do Instituto Técnico-científico de Perícia do RN (ITEP-RN), elas foram identificadas como: Edmilson Marcelino do Nascimento, de 19 anos; Jackson Silva Barbosa, 19; João Paulo de Souza Viana, 20; e Robério Farias de Aragão, 18. Essa foi a sétima chacina do estado somente em 2017. O rastro de mortes desse tipo começou em janeiro em Alcaçuz e teve continuidade em 3 de fevereiro. Na segunda chacina do ano no RN, quatro pessoas foram mortas em uma residência no centro de Touros, no litoral norte potiguar. Na ocasião, homens armados e encapuzados invadiram a casa, que era um ponto de venda e consumo de drogas, e assassinaram quatro homens suspeitos de envolvimentos com o tráfico de drogas. Em março, no dia 11, cinco jovens foram mortos com tiros nas cabeças e costas durante um baile funk, em Mossoró. No mês seguinte – abril – não houve registros de massacres assim, mas em maio foram dois: um no dia 16, quando cinco foram mortos a tiros em uma residência em Serra do Mel, na Região Oeste do RN, e

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outro uma semana depois, no dia 23. Neste segundo caso, em Parnamirim, quatro pessoas foram assassinadas. As duas últimas chacinas foram registradas em julho. No dia 17, quatro jovens foram executados com tiros nas cabeças, na comunidade rural de Canto de Moça, em Ielmo Marinho, na Grande Natal. Esse foi o sexto registro do ano. Ceará-Mirim Neste último fim de semana foram contabilizados 24 homicídios em todo o estado, segundo o OBVIO. O detalhe é que dessa vez, Ceará-mirim foi o município que liderou os números de condutas violentas letais intencionais (CVLIs), de acordo com os números. Foram sete vítimas de assassinatos no município metropolitano. Extremoz veio em segundo, com cinco homicídios. Natal, que costuma liderar esse ranking, veio em terceiro juntamente com Mossoró, cada um com três CVLIs. O estado chegou aos 1.414 homicídios, entre 1º de janeiro e 30 de julho, 24,7% a mais do que no mesmo período em 2016, com 1.134 mortes. Cronograma das Chacinas ✓ 14 de janeiro: Penitenciária Estadual de Alcaçuz, Nísia Floresta: 26 (vinte e seis) pessoas mortas; ✓ 3 de fevereiro: Touros: 4 (quatro) pessoas mortas; ✓ 11 de março: Baile funk, Mossoró: 5 (cinco) pessoas mortas (único caso com solução, indicação de autoria e criminosos presos; ✓ 16 de maio: Serra do Mel: 5 (cinco) pessoas mortas; ✓ 23 de maio: Parnamirim: 4 (quatro) pessoas mortas; ✓ 17 de julho: Comunidade Canto de Moça, Ielmo Marinho: 4 (quatro) pessoas mortas; ✓ 29 de julho: Redinha Nova, Extremoz: 4 (quatro) pessoas mortas. Resultado: 52 (cinquenta e dois) mortos em chacinas no RN (contando com o massacre de Alcaçuz).

A Resposta do Governador “Estamos fazendo o que é possível”, diz governador. Ontem, durante o lançamento do Plano Diretor do Sistema Penitenciário, o governador Robinson Faria responsabilizou a guerra entre facções criminosas pelas vítimas registradas neste ano e destacou que esse é um problema que vem ocorrendo em todo o país. Ele disse ainda que o governo federal pecou durante anos por manter as fronteiras com outros países aberta, o que facilitou o comércio de drogas das organizações criminosas e as enriqueceu. Hoje, segundo Robinson, essas facções brigam entre si pelo poder.

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“Se você chegar ao Ceará é a mesma coisa, na Paraíba é a mesma coisa, São Paulo, Rio de Janeiro também. Mas como sou governador do estado tenho que dar satisfação ao meu povo. Estamos investindo na parte de tecnologia, inteligência, buscamos parcerias, estamos com o GGI [Gabinete de Gestão Integrada] atuando todos os dias. Estamos fazendo o que é possível”, declarou. Ele disse ainda que já promoveu mais de 7 (sete) mil policiais em um momento econômico difícil e aumentou para 14% a verba destinada à Segurança Pública no orçamento anual do Estado. “As facções enriqueceram com o tráfico de drogas, estão armadas, são perigosas e agora nos desafiam, além de terem uma guerra entre elas. E essas guerras geram homicídios”, comentou.

______________ REFERÊNCIA: GALDINO, Felipe. Com Uma Chacina Por Mês, RN Tem 52 Vítimas Desse Crime. Novo Jornal. Natal, 1 ago. 2017. Cidades, Caderno 7, p. 9-9. Disponível em: <https://www.novonoticias.com/cotidiano/estado-ja-registra-media-deuma-chacina-por-mes-neste-ano>. Acesso em: 1 ago. 2017. _______________

SOBRE O AUTOR: Felipe Galdino da Costa é graduado em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tem pós-graduação em Jornalismo Investigativo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing - Rio de Janeiro (ESPM-RJ). Já trabalhou em veículos de comunicação da cidade e do Rio de Janeiro. Atualmente é repórter do NOVO, em Natal. Pág. 11


CEARÁ-MIRIM: O MUNICÍPIO QUE MAIS CRESCE EM CONCENTRAÇÃO DE VIOLÊNCIA Matéria baseada em entrevista com Ivenio Hermes, coordenador de pesquisa do OBVIO. Adaptação de Josineide Batista da Silva e Gabriela Cristina Feliciano, para o Boletim OBVIO.

Coordenador do OBVIO, Ivenio Hermes justificou que políticas de segurança aplicadas em Natal e Parnamirim têm irradiado a violência para municípios adjacentes. Natal não é o município mais violento do Rio Grande do Norte, é o mais concentrador. A afirmativa foi feita

por Ivenio Hermes, especialista em segurança pública e coordenador de pesquisa do Observatório da Violência Letal Intencional do RN (OBVIO). De acordo com Ivenio, as políticas de segurança planejadas pelo Governo do Estado têm sido aplicadas somente em Natal e Parnamirim. Em consequência, os crimes estão irradiando para fora da capital e atingindo os municípios limítrofes como São Gonçalo do Amarante e CearáMirim, cidade que, segundo o especialista, cresceu mais em violência de 2016 para 2017. “Como o estado cria políticas de segurança pública e as aplica em Natal, os crimes deixam de acontecer em Natal e passam a acontecer nesse entorno. Ceará-Mirim é o que mais concentra o crescimento dessa violência. Houve um crescimento de 91% entre 2016 para 2017. Enquanto isso, Natal registrou uma redução de 0,9%. Em Macaíba tivemos 48% de aumento, em Extremoz, 89%. Percebemos com esses números que, onde estão sendo aplicadas essas políticas (Natal e Parnamirim) há uma redução, mas nas áreas que carecem dessas mesmas políticas, temos aumento dos índices violência”, explicou Ivenio, em entrevista concedida ao Agora Jornal. O coordenador do OBVIO utilizou os números registrados no fim de semana para ilustrar sua tese. “Neste fim de semana observamos que foram 20 homicídios na Região Metropolitana e 12 fora dela; os 12 de fora ficaram “pulverizados”, mas os que ocorreram na Grande Natal se concentraram. Houve um triplo homicídio em Ielmo Marinho, um duplo homicídio em Ceará-Mirim e também foram registrados homicídios em São Gonçalo do Amarante. Trata-se de uma série de crimes em que se percebe haver uma concentração ao redor de Natal, que tem recebido essas ações e estratégias de segurança enquanto seus arredores não”, complementa. Até o último domingo, 23, o Rio Grande do Norte havia registrado um total de 1.363 homicídios. Um aumento de 23% em relação ao mesmo período no ano passado. Este, inclusive, foi o final de semana mais violento de 2017 (considerado já o ano mais violento da história potiguar), com 32 mortes violentas no estado. Para Ivenio, isso se deve à falta de uma maior atenção por parte do estado. “O estado vem se mostrando ausente em políticas públicas de segurança desde 2015. A falta em políticas sociais aumentou; existe pouca geração de emprego; há pouco investimento nos municípios para poder gerar oportunidades como o primeiro emprego para juventude, e, além disso, temos dentro da região um alto índice de evasão escolar. A escola não está tendo presença necessária, principalmente nas comunidades mais distantes, para fazer com que a juventude se sinta atraída pelo conhecimento difundido ali. Logo, o jovem procura a facilidade lá fora”, entende. Ivenio Hermes também afirma que não há muitas operações policiais funcionando com eficácia, o que resulta em um quadro bizarro onde os maiores bandidos de uma região acabam se tornando também seus maiores protetores. “Não temos estratégias eficazes e devidamente planejadas para as ações da Polícia Militar e da Polícia Civil; essa ausência do estado faz com que a criminalidade se enraíze nesta região. Vejamos os exemplos dos Pág. 12


salves (avisos propagados por grupos criminosos): em Vera Cruz, membros do crime organizado afirmaram que tomariam conta da segurança, impedindo que houvesse assaltos, roubos e furtos, porque eles não querem que a população da região sofra com essa criminalidade; em Mãe Luiza a mesma coisa: na última sexta-feira 21, houve um salve e vários cartazes foram pregados nos postes daquele bairro, lugar escolhido para ser o piloto do Ronda Cidadã, principal estratégia de segurança da Administração Faria, mas também onde o Sindicato do Crime disse que, a partir daquele dia, estaria tomando conta da comunidade, evitando que sofressem a ação de roubos, furtos, assalto a ônibus e crimes do gênero”.

1 Figura extraída de uma coluna do Novo Jornal, usada como referência à afirmação do Prof. Esp. Ivenio Hermes (não faz parte da publicação original da matéria do Agora RN)

Para o professor e especialista em segurança pública, isso “só mostra que estamos retornando cada dia mais à barbárie”. Ele observa que a “lei” inferida pelos bandidos é “altamente bárbara”, citando dois casos recentes para embasar sua tese: um duplo homicídio em São José do Mipibu, em que as vítimas assassinadas foram alvejadas a tiros várias vezes no rosto, e um casal em Ceará-Mirim, cujos corpos foram incendiados logo após as execuções. “O recado que mandam para a sociedade é que as nossas leis são ineficazes; que esse retorno à barbárie – a volta do olho por olho, e dente por dente –, é fortíssima, há um domínio consolidado através da violência, da coação e do medo”, salientou. “Estamos falhando com nossas mulheres”, avalia especialista Os índices de crimes violentos contra as mulheres também foram analisados por Ivenio Hermes. De acordo com suas informações, esta modalidade de assassinatos também cresceu em relação ao ano passado (53 em 2016, contra 77 neste ano), levando em conta o mesmo período. O professor frisa que a Polícia Civil não tem condições de cuidar de todos os casos e, por isso, acaba tendo que escolher investigar as ocorrências que causam mais comoções na sociedade, como o recente assassinato da barbeira Micaela Ferreira. Pág. 13


“Estamos com 45% de aumento de mortes matadas de mulheres. Já as mortes com conotação de feminicídio aumentaram em 43%. Tanto nos casos de vítimas mulheres em situações consideradas normais, quanto vítimas em situações de violência doméstica ou de preconceito de gênero, tivemos um aumento razoável, haja vista que, em 2016, tínhamos 53 homicídios de mulheres até a mesma data de hoje, quando já temos 77. O aumento mostra que há uma falha nesse campo de investigação e de prevenção, e quando temos um número de crimes tão grande e a Polícia Civil não tem condições de investigar, vai haver uma escolha de um seguimento ou outro para investigar. Quem vai nas graças da Polícia Civil? Os que tiverem mais clamor público, como a Mica, que gerou uma comoção muito grande”. Em conclusão, Ivenio expõe que a sociedade e os responsáveis pela segurança pública têm prestado atenção mais em casos qualificados como feminicídios, e deixando de observar outros crimes praticados contra as mulheres. “Estamos falhando com nossas mulheres. Quando tentamos mapear apenas os feminicídios, deixamos de ver uma porção de crimes que ocorrem contra elas. Até que haja uma investigação para que se tenha acesso à informação, o ano já terminou e já perdemos a chance de criar estratégias de redução”, finalizou.

______________ REFERÊNCIA: REDAÇÃO (Rio Grande do Norte) (Ed.). Ceará-Mirim é o município que mais cresce em concentração de violência, aponta OBVIO: : Coordenador do OBVIO, Ivenio Hermes justificou que políticas de segurança aplicadas em Natal e Parnamirim têm irradiado a violência para municípios adjacentes.. Agora RN. Natal, 26 jul. 2017. Segurança Pública, p. 1-1. Disponível em: <https://agorarn.com.br/policia/ceara-mirim-e-o-municipio-que-mais-cresce-emconcentracao-de-violencia-aponta-obvio/>. Acesso em: 26 jul. 2017. Pág. 14


NOTA TÉCNICA O presente material visa subsidiar todas as entidades governamentais ou não-governamentais e à própria sociedade norte-rio-grandense, com informações científicas e diagnósticas sobre a criminalidade violenta letal intencional. As informações apresentadas são oriundas de dados filtrados, interpolados e concatenados por uma metodologia registrada, e dentro do âmbito da pesquisa científica da UFERSA, portanto são dados oficiais, contudo não governamentais, não pretendendo substituir a responsabilidade do estado para com a transparência e nem quanto à prestação de serviços para ações policiais. O estudo cobre o período de 1 de janeiro a 31 de julho dos anos 2015, 2016 e 2017. O Banco de Dados do OBVIO – Observatório da Violência Letal Intencional é obtido por meio do tratamento interpolado e parametrizado de dados de diversas fontes, num processo denominado Plataforma Multifonte criado por Hermes e Dionisio1. Para a construção de conceitos e diagnósticos contextuais de complexidade, a consolidação dos dados e a produção das informações é feita por meio da Metodologia Metadados2, que tem como fundamento a Teoria da Complexidade de Morin, citado por Santos, Santos e Chiquieri 3, concatenando conhecimentos de saberes diversos de forma dinâmica e integrada para a celeridade e a devida credibilidade dos resultados.

1 Imagem encontrada na internet representando o conhecimento reduzindo à formatação binária.

1

HERMES, Ivenio. Metadados 2013: Análises da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte. 2. ed. Natal: Saraiva, 2014. 145 p.

2

HERMES, Ivenio; DIONISIO, Marcos. Do Homicímetro Ao Cvlimetro: A Plataforma Multifonte e a Contribuição Social nas Políticas Públicas de Segurança. 2. ed. Natal: Saraiva, 2014. 110 p. 3

SANTOS, Akiko; SANTOS, Ana Cristina Souza dos; CHIQUIERI, Ana Maria Crepaldi. A Dialógica de Edgar Morin e o Terceiro Incluído de Basarab Nicolescu: Uma Nova Maneira de Olhar e Interagir com o Mundo. III Edipe: Encontro Estadual de Didática e Prática de Ensino, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p.1-26, 2 out. 2009.

Pág. 15


BOLETIM ANALÍTICO 1. DINÂMICA ESPACIAL DA VIOLÊNCIA Abordagem: um estudo das variações de 2017 comparadas proporcionalmente, ou seja, dentro do mesmo período, aos anos 2015 e 2016, modelo adotado para aferir os resultados das possíveis estratégias de segurança da administração Robinson Faria. O recurso gráfico adotado são tabelas e gráficos comparativos mostrando: números absolutos (colunas dos anos); variação percentual de um ano para o outro (colunas 2016-2016 e 2016-2017), e; variação total desde o início da gestão (coluna 2015-2017).

a. A RMN - REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL

REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL 2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

NATAL

276

355

365

28,6%

2,8%

32,2%

PARNAMIRIM CEARA-MIRIM SAO GONCALO DO AMARANTE MACAIBA EXTREMOZ SAO JOSE DE MIPIBU NISIA FLORESTA MONTE ALEGRE VERA CRUZ IELMO MARINHO MAXARANGUAPE TOTAL

81 32 40 37 16 14 14 3 1 5 2 521

99 48 65 35 18 28 20 7 6 2 3 686

93 99 60 55 39 30 36 13 11 9 9 819

22,2% 50,0% 62,5% -5,4% 12,5% 100,0% 42,9% 133,3% 500,0% -60,0% 50,0% 31,7%

-6,1% 106,3% -7,7% 57,1% 116,7% 7,1% 80,0% 85,7% 83,3% 350,0% 200,0% 19,4%

14,8% 209,4% 50,0% 48,6% 143,8% 114,3% 157,1% 333,3% 1000,0% 80,0% 350,0% 57,2%

2015

2016

LESTE POTIGUAR

546

707

844

29,5%

19,4%

54,6%

OESTE POTIGUAR

223

266

330

19,3%

24,1%

48,0%

86

107

168

24,4%

57,0%

95,3%

Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

b. MESORREGIÕES DO ESTADO

MESORREGIÕES POTIGUARES

AGRESTE POTIGUAR CENTRAL POTIGUAR TOTAL Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 16

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

78

62

79

-20,5%

27,4%

1,3%

933

1.142

1.421

22,4%

24,4%

52,3%


c. RANKIAMENTO DA VIOLÊNCIA NA RMN – REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL EM 2017

d. RANKIAMENTO DA VIOLÊNCIA NAS MESORREGIÕES

Pág. 17


a. MUNICÍPIOS MOTORES i. NATAL 1. BAIRROS

BAIRROS DE NATAL 2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

NSA SRA DA APRESENTACAO

32

46

49

43,8%

6,5%

53,1%

FELIPE CAMARAO PAJUCARA

28 16

36 30

32 23

28,6% 87,5%

-11,1% -23,3%

14,3% 43,8%

LAGOA AZUL POTENGI

15 19

20 24

31 15

33,3% 26,3%

55,0% -37,5%

106,7% -21,1%

IGAPO QUINTAS

26 15

17 17

14 24

-34,6% 13,3%

-17,6% 41,2%

-46,2% 60,0%

PLANALTO REDINHA

18 12

13 11

23 15

-27,8% -8,3%

76,9% 36,4%

27,8% 25,0%

BOM PASTOR CIDADE DA ESPERANCA

11 9

13 13

13 9

18,2% 44,4%

0,0% -30,8%

18,2% 0,0%

CIDADE ALTA CIDADE NOVA

8 7

15 14

3 5

87,5% 100,0%

-80,0% -64,3%

-62,5% -28,6%

MAE LUIZA DIX-SEPT ROSADO

5 8

9 5

12 12

80,0% -37,5%

33,3% 140,0%

140,0% 50,0%

PONTA NEGRA ALECRIM ROCAS

5 3 6

4 7 7

11 9 5

-20,0% 133,3% 16,7%

175,0% 28,6% -28,6%

120,0% 200,0% -16,7%

HOSPITAIS NATAL LAGOA NOVA

3 0

5 6

10 9

66,7% NA

100,0% 50,0%

233,3% NA

GUARAPES PITIMBU

5 1

3 4

5 7

-40,0% 300,0%

66,7% 75,0%

0,0% 600,0%

NORDESTE SANTOS REIS

0 4

9 3

3 4

NA -25,0%

-66,7% 33,3%

NA 0,0%

NSA SRA DE NAZARE NOVA DESCOBERTA

3 1

5 5

3 4

66,7% 400,0%

-40,0% -20,0%

0,0% 300,0%

NEOPOLIS PRAIA DO MEIO

2 1

1 3

5 3

-50,0% 200,0%

400,0% 0,0%

150,0% 200,0%

TIROL CANDELARIA

4 5

2 1

1 1

-50,0% -80,0%

-50,0% 0,0%

-75,0% -80,0%

PETROPOLIS

1

3

2

200,0%

-33,3%

100,0%

CAPIM MACIO

0

2

1

NA

-50,0%

NA

RIBEIRA LAGOA SECA

1 2

1 0

1 0

0,0% -100,0%

0,0% NA

0,0% -100,0%

0 0 276

1 0 355

0 1 365

NA NA 28,6%

-100,0% NA 2,8%

NA NA 32,2%

BARRO VERMELHO AREIA PRETA TOTAL Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 18


2. ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E RONDA CIDADÃ

ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA DE NATAL AISP1 AISP2 AISP3 AISP4 AISP5 AISP6 AISP7 AISP8 AISP9 AISP10 AISP11 AISP12 AISP13 AISP14 AISP15 AISP NAO ATRIBUIDA * TOTAL

2015

2016

6 20 3 6 6 15 26 27 32 2 24 45 28 28 5 3 276

3 29 7 12 12 20 39 37 46 3 20 41 41 36 4 5 355

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017 1 16 9 15 14 31 40 29 49 6 35 29 38 32 11 10 365

-50,0% 45,0% 133,3% 100,0% 100,0% 33,3% 50,0% 37,0% 43,8% 50,0% -16,7% -8,9% 46,4% 28,6% -20,0% 66,7% 28,6%

-66,7% -44,8% 28,6% 25,0% 16,7% 55,0% 2,6% -21,6% 6,5% 100,0% 75,0% -29,3% -7,3% -11,1% 175,0% 100,0% 2,8%

-83,3% -20,0% 200,0% 150,0% 133,3% 106,7% 53,8% 7,4% 53,1% 200,0% 45,8% -35,6% 35,7% 14,3% 120,0% 233,3% 32,2%

Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Observações: 1 - A divisão em Áreas Integradas de Segurança Pública e a especificação da área onde as ações do Projeto Ronda Cidadã foram obtidas no manual Diretrizes Ronda Cidadã estabelecido pelo Decreto nº 26.027, de 29 de abril de 2016; 2 – A classificação com AISP Não Atribuída foram utilizadas para área não foram incluídas no projeto, como a Via Costeira e seu litoral e o Parque das Dunas em Natal, a zona rural de Mossoró e áreas expansão ainda com vegetação de Parnamirim; 3 – As vítimas abandonadas em hospitais e que não tiveram definido o local onde a agressão inicial foi sofrida, foram também inseridas nas AISP Não Atribuída;

Pág. 19


3. ZONAS ADMINISTRATIVAS DE NATAL

ZONAS ADMINISTRATIVAS DE NATAL 2015

2016

NORTE OESTE

120 104

148 128

147 129

23,3% 23,1%

-0,7% 0,8%

22,5% 24,0%

LESTE

35

51

41

45,7%

-19,6%

17,1%

SUL HOSPITAIS

14 3

23 5

38 10

64,3% 66,7%

65,2% 100,0%

171,4% 233,3%

276

355

365

28,6%

2,8%

32,2%

TOTAL

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

4. DISTRIBUIÇÃO GRÁFICA DA VIOLÊNCIA NAS ZONAS DE NATAL EM 2017

Pág. 20


5. RANKIAMENTO DA VIOLร NCIA POR BAIRROS DE NATAL EM 2017

Pรกg. 21


ii. MOSSORÓ 1. BAIRROS

BAIRROS DE MOSSORÓ 2015

2016

SANTO ANTONIO

9

25

19

177,8%

-24,0%

111,1%

ZONA RURAL SANTA DELMIRA

19 10

17 7

10 12

-10,5% -30,0%

-41,2% 71,4%

-47,4% 20,0%

AEROPORTO MOSSORO BELO HORIZONTE

4 3

11 8

12 11

175,0% 166,7%

9,1% 37,5%

200,0% 266,7%

BARROCAS ALTO DE SAO MANOEL

3 3

8 8

8 7

166,7% 166,7%

0,0% -12,5%

166,7% 133,3%

DOM JAIME CAMARA

7

0

10

-100,0%

NA

42,9%

ABOLICAO PRES COSTA E SILVA

3 2

4 4

7 6

33,3% 100,0%

75,0% 50,0%

133,3% 200,0%

CENTRO MOSSORO NOVA VIDA (MALVINAS)

6 3

5 5

1 3

-16,7% 66,7%

-80,0% -40,0%

-83,3% 0,0%

ALTO DO SUMARE

2

4

5

100,0%

25,0%

150,0%

PAREDOES VILA MAISA

4 6

2 2

5 2

-50,0% -66,7%

150,0% 0,0%

25,0% -66,7%

BOM JARDIM BOA VISTA

2 0

4 1

4 8

100,0% NA

0,0% 700,0%

100,0% NA

NOVA BETANIA OURO NEGRO

0 1

0 3

7 2

NA 200,0%

NA -33,3%

NA 100,0%

ALTO DA CONCEICAO

0

5

1

NA

-80,0%

NA

BOM JESUS PLANALTO 13 DE MAIO

1 3

4 3

1 0

300,0% 0,0%

-75,0% -100,0%

0,0% -100,0%

DOZE ANOS

1

1

4

0,0%

300,0%

300,0%

ILHA DE SANTA LUZIA

0

3

1

NA

-66,7%

NA

VINGT-ROSADO

1

2

1

100,0%

-50,0%

0,0%

WALFREDO GURGEL (PINTOS) BOM PASTOR M

0 1

3 1

0 0

NA 0,0%

-100,0% -100,0%

NA -100,0%

2 96

0 140

0 147

-100,0% 45,8%

NA 5,0%

-100,0% 53,1%

REDENCAO TOTAL Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 22

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017


2. ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA PÚBLICA

ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA DE MOSSORÓ 2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

AISP18

22

36

34

63,6%

-5,6%

54,5%

AISP19

49

85

101

73,5%

18,8%

106,1%

AISP NAO ATRIBUIDA *

25

19

12

-24,0%

-36,8%

-52,0%

TOTAL

96

140

147

45,8%

5,0%

53,1%

Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

3. ZONAS REFERENCIAIS

ZONAS REFERENCIAIS DE MOSSORÓ 2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

LESTE

34

43

46

26,5%

7,0%

35,3%

NORTE SUL

15 8

38 26

31 36

153,3% 225,0%

-18,4% 38,5%

106,7% 350,0%

RURAL OESTE

25 4

19 7

12 16

-24,0% 75,0%

-36,8% 128,6%

-52,0% 300,0%

CENTRAL TOTAL

10 96

7 140

6 147

-30,0% 45,8%

-14,3% 5,0%

-40,0% 53,1%

Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

4. DISTRIBUIÇÃO GRÁFICA DA VIOLÊNCIA NAS ZONAS DE MOSSORÓ EM 2017

Pág. 23


5. RANKIAMENTO DA VIOLÊNCIA POR BAIRROS DE MOSSORÓ EM 2017

Pág. 24


iii. PARNAMIRIM 1. BAIRROS

BAIRROS DE PARNAMIRIM 2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

NOVA PARNAMIRIM

5

9

22

80,0%

144,4%

340,0%

MONTE CASTELO

13

10

7

-23,1%

-30,0%

-46,2%

PASSAGEM DE AREIA BELA PARNAMIRIM

7 13

13 8

8 5

85,7% -38,5%

-38,5% -37,5%

14,3% -61,5%

EMAUS

2

12

5

500,0%

-58,3%

150,0%

ROSA DOS VENTOS SANTOS REIS PNM

4 4

5 7

6 1

25,0% 75,0%

20,0% -85,7%

50,0% -75,0%

NOVA ESPERANCA

7

3

1

-57,1%

-66,7%

-85,7%

PIUM SANTA TEREZA

1 3

1 2

8 5

0,0% -33,3%

700,0% 150,0%

700,0% 66,7%

LIBERDADE

4

4

2

0,0%

-50,0%

-50,0%

VALE DO SOL VIDA NOVA

4 2

6 2

0 5

50,0% 0,0%

-100,0% 150,0%

-100,0% 150,0%

CAJUPIRANGA

2

5

2

150,0%

-60,0%

0,0%

CENTRO PARNAMIRIM

2

2

4

0,0%

100,0%

100,0%

JARDIM PLANALTO

4

2

1

-50,0%

-50,0%

-75,0%

COHABINAL

1

2

1

100,0%

-50,0%

0,0%

HOSPITAIS PNM BOA ESPERANCA

0 1

1 2

3 1

NA 100,0%

200,0% -50,0%

NA 0,0%

PARQUE DE EXPOSICAO JAPECANGA PNM

0 0

0 0

3 2

NA NA

NA NA

NA NA

AREA DE EXPANSAO

2

0

0

-100,0%

NA

-100,0%

COTOVELO PIRANGI DO NORTE

0 0

1 2

1 0

NA NA

0,0% -100,0%

NA NA

TOTAL

81

99

93

22,2%

-6,1%

14,8%

Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

2. ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA PÚBLICA

ÁREAS INTEGRADAS DE SEGURANÇA DE PARNAMIRIM 2015

2016

AISP16

23

40

46

73,9%

15,0%

100,0%

AISP17

58

58

44

0,0%

-24,1%

-24,1%

AISP NAO ATRIBUIDA *

0

1

3

NA

200,0%

NA

TOTAL

81

99

93

22,2%

-6,1%

14,8%

Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 25

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017


3. ZONAS DE REFERÊNCIA

ZONAS REFERENCIAIS DE PARNAMIRIM 2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

OESTE

57

56

43

-1,8%

-23,2%

-24,6%

LESTE

22

36

37

63,6%

2,8%

68,2%

LITORAL SUL

2

6

10

200,0%

66,7%

400,0%

HOSPITAIS

0

1

3

NA

200,0%

NA

TOTAL

81

99

93

22,2%

-6,1%

14,8%

Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

4. DISTRIBUIÇÃO GRÁFICA DA VIOLÊNCIA NAS ZONAS PARNAMIRIM EM 2017

Pág. 26


5. RANKIAMENTO DA VIOLร NCIA POR BAIRROS DE PARNAMIRIM EM 2017

Pรกg. 27


2. AÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO DOS CRIMES Abordagem: As macrocausas da violência sofrem um processo de micro segmentação provocado pelo aumento de atores criminais na dinâmica do crime, destarte, paradigmas da ação criminosa se diversificam indelevelmente e subdividem as condutas violentas letais intencionais em vários tipos. No Rio Grande do Norte tratamos as mortes oriundas dos embates policiais, como Ações Típicas de Estado (termo utilizado pela primeira vez no Brasil pelo OBVIO) que é o detentor absoluto do monopólio do uso da violência, assim evitamos atribuir, mesmo que inadvertidamente, culpa ou dolo aos agentes encarregados de aplicar a lei, e meramente mensuramos essa violência para fins de estudos e orientação na adoção de políticas de controle. O recurso gráfico adotado são tabelas comparativas mostrando: números absolutos (colunas dos anos); variação percentual de um ano para o outro (colunas 2016-2016 e 2016-2017), e: variação total desde o início da gestão (coluna 2015-2017).

a. AÇÃO LETAL

TIPOS DE AÇÕES LETAIS 2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

793

995

1.216

25,5%

22,2%

53,3%

LESAO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE ACAO TIPICA DE ESTADO

50 43

54 44

77 58

8,0% 2,3%

42,6% 31,8%

54,0% 34,9%

LATROCINIO FEMINICIDIO

30 10

32 16

43 23

6,7% 60,0%

34,4% 43,8%

43,3% 130,0%

7 933

1 1.142

4 1.421

-85,7% 22,4%

300,0% 24,4%

-42,9% 52,3%

2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

ARMA DE FOGO

792

992

1.255

25,3%

26,5%

58,5%

ARMA BRANCA ESPANCAMENTO

89 15

81 26

105 21

-9,0% 73,3%

29,6% -19,2%

18,0% 40,0%

OBJETO CONTUNDENTE ASFIXIA MECANICA PROVOCADA

21 9

16 15

24 8

-23,8% 66,7%

50,0% -46,7%

14,3% -11,1%

7 933

12 1.142

8 1.421

71,4% 22,4%

-33,3% 24,4%

14,3% 52,3%

HOMICIDIO

OUTROS TOTAL Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

b. MEIO E/OU MEIO EMPREGADO

ARMAS OU MEIOS EMPREGADOS

OUTROS TOTAL Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 28


3. PERFIS DAS VÍTIMAS Abordagem: Os três principais perfis das vítimas de CVLIs seguem, como esperado, o padrão nacional de vitimização, o que sugere que sem surpresas nesses seguimentos, está havendo falhas nas políticas públicas de segurança em estabelecer estratégias para suas reduções. O recurso gráfico adotado são tabelas comparativas mostrando: números absolutos (colunas dos anos); variação percentual de um ano para o outro (colunas 2016-2016 e 2016-2017), e: variação total desde o início da gestão (coluna 2015-2017).

a. GÊNERO

GÊNERO 2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

869

1.086

1.339

25,0%

23,3%

54,1%

FEMININO

64

54

80

-15,6%

48,1%

25,0%

IGNORADO

0

2

2

NA

0,0%

NA

933

1.142

1.421

22,4%

24,4%

52,3%

2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

PARDA

492

624

655

NEGRA

275

385

648

BRANCA

159

129

115

7

4

3

933

1.142

1.421

MASCULINO

TOTAL Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

b. ETNIA

ETNIA

IGNORADA TOTAL Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 29

26,8%

5,0%

33,1%

40,0%

68,3%

135,6%

-18,9%

-10,9%

-27,7%

-42,9%

-25,0%

-57,1%

22,4%

24,4%

52,3%


c. FAIXA ETÁRIA

FAIXA ETÁRIA 2015

2016

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017

0 A 11 12 A 17

4 105

5 110

2 138

25,0% 4,8%

-60,0% 25,5%

-50,0% 31,4%

18 A 24 25 A 29 30 A 34

314 154 108

382 186 151

482 211 167

21,7% 20,8% 39,8%

26,2% 13,4% 10,6%

53,5% 37,0% 54,6%

35 A 64 65 OU+ NI

213 13 22

255 19 34

292 16 113

19,7% 46,2% 54,5%

14,5% -15,8% 232,4%

37,1% 23,1% 413,6%

TOTAL

933

1.142

1.421

22,4%

24,4%

52,3%

Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

4. TEMPORALIDADE CRIMINAL A variação de CVLIs mensal desse início de ano se mantem, nesse mês com um aumento de 36,9% em relação a 2016, e mantendo um acumulado de 51% entre 2015 e 2017. O recurso gráfico adotado são tabelas e gráficos comparativos mostrando: números absolutos (colunas dos anos); variação percentual de um ano para o outro (colunas 2016-2016 e 2016-2017), e; variação total desde o início da gestão (coluna 2015-2017).

a. EVOLUÇÃO MENSAL

EVOLUÇÃO MENSAL 2015

2016

JAN

154

147

212

-4,5%

44,2%

37,7%

FEV MAR

112 153

159 172

194 196

42,0% 12,4%

22,0% 14,0%

73,2% 28,1%

ABR MAI

122 135

150 179

217 211

23,0% 32,6%

44,7% 17,9%

77,9% 56,3%

JUN JUL

112 145

175 160

172 219

56,3% 10,3%

-1,7% 36,9%

53,6% 51,0%

TOTAL

933

1.142

1.421

22,4%

24,4%

52,3%

Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 30

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017


b. VARIAÇÃO SEMANAL

VARIAÇÃO SEMANAL 2015

2016

SEG

16

13

37

-18,8%

184,6%

131,3%

TER QUA

9 16

19 12

13 32

111,1% -25,0%

-31,6% 166,7%

44,4% 100,0%

QUI SEX

24 26

21 28

25 29

-12,5% 7,7%

19,0% 3,6%

4,2% 11,5%

SAB DOM

20 34

28 39

42 41

40,0% 14,7%

50,0% 5,1%

110,0% 20,6%

TOTAL

145

160

219

10,3%

36,9%

51,0%

Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016 OBVIO - Obervatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte.

Pág. 31

2017 2015-2016 2016-2017 2015-2017


c. PERร ODO DO DIA

Pรกg. 32


d. DIAS DO MÊS

5. RESUMO FINAL Como apontado no início desta análise e apresentação dos dados, além dos relatórios do ano de 2016, o RN vem apresentado crescimento contínuo e significativo em sua dinâmica de CVLIs, e neste sétimo mês marcou mais um recorde: 1421 CVLIs transcorridos em 212 dias de 2017, e sem mostras de redução.

Pág. 33


Apontamos para a retomada da aceleração da violência em julho, chegando a quase 7 homicídios por dia (média de 6,99), ou seja, em 2017 no Rio Grande do Norte um ser humano é vítima de CVLIs a cada 3 horas e meia. Um mês que teve picos de violência como nenhum outro até agora, pois agosto surge com grandes possibilidades de mortandade. Sem estratégias significativas não podem existir significativas mudanças no cenário da criminalidade e desculpas têm sido a maior tônica da Administração Faria. Com a taxa de homicídios por 100 mil habitantes chegando aos 42,23 nestes sete meses, restam apenas 5 meses pela frente para tentar frear esses crimes antes que 2017 acabe e se torne o mais violento da história do Rio Grande do Norte. Em termos absolutos, são 1.421 mortes por CVLIs até 31 de julho com aumento de 24,4%.

RESUMO GERAL 2014

2015

2016

2017

ABSOLUTO

1.064

933

1.142

1.421

POR 100 MIL HAB

31,22

27,10

32,86

40,52

VARIAÇÃO EM RELAÇÃO AO ANO ANTERIOR

NA -12,3%

22,4%

24,4%

VIDAS POUPADAS/PERDIDAS EM RELAÇÃO AO ANO ANTERIOR

NA

209

279

-131

Período de 1 de janeiro a 31 de julho de 2017 comparado ao mesmo período de 2015 e 2016

Atualmente são 279 vidas perdidas a mais, comparando 2017 com 2016. Números que infelizmente precisamos mostrar e alertar, e que foram devidamente auditados por uma equipe de 5 auditores individualmente, e seguem assinados por quem trabalha com isso há quase uma década. Este é nosso relatório. IVENIO HERMES4 E THADEU DE SOUSA BRANDÃO5 COORDENADORES DO OBVIO Ivenio Hermes – Arquiteto, escritor e pesquisador, vencedor do Prêmio Literário Tancredo Neves. Consultor em Gestão e Políticas Públicas de Segurança e de Segurança Pública. Possui em sua bibliografia com 16 livros publicados e mais de 1.200 artigos. É Coordenador de Pesquisa do OBVIO – Observatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas da UFERSA Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mestrando do Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico e Interdisciplinar em Cognição, Tecnologias e Instituições (UFERSA), Consultor do Conselho Especial de Segurança Pública e Políticas Carcerárias da OAB-RN, Pesquisador do COEDHUCI - Conselho Estadual dos Direitos Humanos e da Cidadania e Membro Sênior do FBSP - Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 4

Thadeu Brandão - Sociólogo, Mestre e Doutor em Ciências Sociais pela UFRN. Professor Adjunto de Sociologia da UFERSA e do Mestrado em "Cognição, Tecnologias e Instituições" (CCSAH/UFERSA). Líder do grupo de Pesquisa "Observatório da Violência do RN". Coapresentador do Observador Político na TV Mossoró e 93 FM. Colunista do Jornal O Mossoroense. Autor de "Atrás das Grades: habitus e interação social no sistema prisional" e coautor de "Rastros de Pólvora: Metadados 2015" atualmente exerce a função de Coordenador do OBVIO – Observatório da Violência Letal Intencional no Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas da UFERSA (Universidade Federal Rural do Semi-Árido). 5

Pág. 34


“A MORTE DE CADA SER HUMANO DIMINUI-ME, PORQUE SOU PARTE DA HUMANIDADE; EIS PORQUE, NUNCA PERGUNTO POR QUEM OS SINOS DOBRAM; ELES DOBRAM POR MIM.” JOHN DONNE *ADAPTAÇÃO LIVRE

SEM ESTRATÉGIAS SIGNIFICATIVAS NÃO PODEM EXISTIR SIGNIFICATIVAS MUDANÇAS NO CENÁRIO DA CRIMINALIDADE E DESCULPAS TÊM SIDO A MAIOR TÔNICA DA

ADMINISTRAÇÃO FARIA.

Pág. 35


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