Jornal do AECM | Edição nº 10 | maio/2023

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A importância da saúde mental, no percurso escolar.

Os problemas psicológicos podem influenciar, de forma muito negativa, o percurso escolar dos nossos alunos, nas nossas escolas? A resposta é óbvia: sim. Em jeito de nota à margem, acrescento que a repetição do deítico possessivo (“nossos/nossas) foi e será propositada.

De facto, os tempos passados na nossa infância e na nossa primeira juventude (12 a 17 anos), no nosso meio familiar e no nosso ambiente escolar, irão contribuir, decisivamente, para um estado mais equilibrado da nossa saúde mental, na fase mais importante das nossas vidas, a saber: a fase da formação e da educação do ser humano.

A Organização Mundial da Saúde define saúde mental como “um estado de bemestar emocional e psicológico, mediante o qual o indivíduo é capaz de fazer uso das suas habilidades emocionais e cognitivas, funções sociais e de responder às solicitações ordinárias da vida quotidiana.”

receios, angústias, ansiedades e tensões do quotidiano, é um desafio individual.

Contudo, as questões da saúde mental são de responsabilidade social e também as escolas e os seus profissionais estão convocados para responder ao desafio que é lidar com o aumento do número de crianças e jovens diagnosticados com problemas do foro mental e apostar na prevenção.

Será, pois, muito importante cuidar da nossa saúde mental. Neste caso, o deítico “nossa” refere-se aos alunos, aos professores e aos pais e encarregados de educação. Se o meio familiar e o ambiente escolar forem saudáveis, as nossas crianças e jovens terão as condições desejáveis para desenvolverem as suas capacidades, de variada índole, durante os seus percursos escolares, percursos esses que definem e definirão, para sempre, as suas vidas futuras.

Portanto, no presente número do nosso “Somos Jornal”, é recomendado que se cuide e valorize a saúde mental, nas comunidades escolares, para que o porvir dos nossos alunos não seja, irremediavelmente, prejudicado. E, agora, uma nota final, à margem: a fotografia da minha infância que mais me marcou apresenta, no reverso, a legenda “A nossa família, nas nossas escadas, todos com saúde”.

AbílioCalheiros, professor, peladireção do “Somos Jornal”

Associado a este conceito está o da higiene mental, um conjunto de atividades que permitem encontrar o equilíbrio psicológico para ter e manter uma boa saúde mental. Cuidar da nossa higiene mental e identificar as atividades positivas, que contribuem para uma melhor gestão das dificuldades, Em

destaque nesta edição:

Encontro com Professor Doutor Manuel Sobrinho Simões, p. 6

Entrevista com Professor Doutor João Machado, p.12 e 13

Ficha Técnica

EdiçãoGráfica:FernandaAlegreteeJosé NunoAraújo

Capa:AlexandraCarvalho,com a ilustração daalunaSofiaAndrez(8.ºG).

E-mail:somosjornal@aecastelomaia.pt

Tiragem:digital.

Neste sentido, o AECM, em articulação com os seus parceiros, promove, dinamiza e participa em projetos que concorrem para o bem-estar emocional, designadamente, através das atividades inseridas no PRESSE e no PES, no Projeto Ubuntu, na Eco-Escolas, no Desporto Escolar, nos Projetos Europeus, nos Clubes, entre outras, como as visitas de estudo, as relacionadas com a música e o cinema, concursos e competições, para além do apoio prestado pelo Serviço de Psicologia e Orientação.

A influência das TIC na saúde mental dos jovens - Como intervir de forma adequada?

O crescimento exponencial da massificação das TIC nos últimos anos, bem como a proliferação de plataformas que, amiúde, vão disponibilizando cada vez mais serviços onde soluções de “Inteligência Artificial” são já um facto incontestável, propicia que o afastamento social e o consequente isolamento/sedentarismo dos nossos jovens, comecem a ser uma realidade preocupante.

As causas mais reconhecidas da dependência das diversas tecnologias, nomeadamente das redes sociais, encontram-se, sobretudo, na baixa autoestima, na insatisfação pessoal, na depressão e, inclusive, na falta de afeto/carência que muitas vezes os jovens tentam preencher com os famosos “likes”.

Deste modo, é importante que os pais/educadores/encarregados de educação estejam atentos a eventuais situações do dia a dia que possam ser sinó-

nimo de uma, eventual, dependência dos jovens por estes meios tecnológicos.

Devemos estar atentos e seguir algumas regras simples que são muito importantes para evitar o uso excessivo das redes sociais, a saber: - Enquanto adultos, conhecer as redes socias/aplicações a que os nossos jovens recorrem; - Estabelecer um tempo máximo/limite de utilização das tecnologias; - Estabelecer um tempo mínimo e obrigatório, por dia, para desenvolver atividades totalmente desconetadas, como praticar desporto, ler ou ouvir música; - Incluir como regra o dispensar do meio de contacto social (telemóvel, tablet, computador) durante períodos do dia (café da manhã, almoço ou jantar, situações de convívio presencial); - Entusiasmar/sensibilizar a reduzir o número de amigos nas redes sociais, valorizando mais o contacto presencial;Sensibilizar a desativação de eventuais notificações automáticas; - Ajudar a encontrar um equilíbrio que permita utilizar as redes de forma construtiva, adequada e não exagerada; - Não conseguindo de uma forma mais informal, procurar a ajuda de profissionais qualificados (Psicólogos, Pedopsiquiatras, Psiquiatras).

Editorial

Brinde aos 30

e outras reflexões

No início deste ano letivo apercebi-me que a Escola Secundária do Castêlo da Maia (ESCM) comemorava 30 anos a 31 de outubro de 2022. Como já tinha pertencido à Comissão Organizadora dos 25 anos lembrei-me de levar a cabo algumas atividades, porque tenho um sentimento de pertença a esta escola e tenho feito parte dela desde o ano letivo de 95/96. Tive luz verde da Direção para avançar, pelo que iniciei um processo de busca por colegas que estivessem dispostos a colaborar comigo. Todos os que abordei disseram SIM às minhas ideias, pensadas para momentos diferentes do ano letivo. Duas já decorreram, uma terceira irá acontecer, mas, as restantes, irão ficar pelo caminho. Vão perceber porquê mais à frente. Continuando, eu e a Alexandra Carvalho (que seria de mim sem as Artes?), abrimos o Brinde aos 30, no dia certo, expondo o trabalho magnífico da Alexandra e seus alunos em aulas de Oficina de Artes e/ou Educação Visual) e a colaboração de muitos membros da comunidade educativa com as frases nos balões. Participaram alunos, exalunos, professores, funcionários, encarregados de Educação … Ainda existe uma réstia deste trabalho, visível para quem entra na nossa escola. A segunda atividade passou um

pouco despercebida porque só se tem perceção dela, vista do ar. Agradeço todo o trabalho dos professores de Educação Física e dos alunos do 9º ano, que levaram a bom porto uma formação no solo a dizer 30 ANOS ESCM, filmada por um drone. Isto foi conseguido devido à colaboração preciosa do André, filho da professora Carla Antunes (é um querido como a mãe). No dia 24 de fevereiro veio à nossa escola filmar e fotografar o que já descrevi. O registo irá ficar para a posteridade…

O tema deste jornal é a “Saúde mental dos jovens”. Se calhar, o tema deveria ter sido alargado a todos.

Li uma notícia há pouco tempo que foram encontradas mais de duas mil cabeças de carneiro mumificadas, no

Templo de Ramsés, no sul do Egito. Uma delas poderá vir a ser a minha, dado que faço anos em abril e não me sinto em estado de graça, em termos de saúde mental e/ou física. Ou seja, a ideia que quero transmitir no âmbito da saúde mental, é que os jovens são mais inteligentes que nós. Têm consciência que podem ter problemas, mas reclamam ajuda. Expressam as suas ansiedades, as suas dúvidas. Nós, mais velhos, é que estamos mal. Escondemos o nosso desconforto e exaustão com a palavra “resiliência” e só pedimos ajuda quando já estamos caídos, no chão. Posso não entender bem as novas gerações, mas posso aceitá-las e gostar delas. Porque no meio de tanta insatisfação na profissão criada pela tutela, existe ainda uma coisa que ninguém me conseguiu tirar: o prazer que sinto em estar numa sala de aula. E qualquer um dos meus alunos é uma PESSOA que merece sentir-se o melhor possível. Por eles faço um esforço e não me peçam mais que isso. Em alternativa, sempre posso ir mumificar.

LicíniaMartins, Professorade Físico-Química

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A Saúde Mental dos Jovens, uma abordagem

GRUPOS DE RISCO

Identificam-se alguns grupos vulneráveis que carecem de uma maior atenção, como sejam os adolescentes com doença crónica, vítimas de perturbações do espectro do autismo, com deficiência mental ou de doenças neurológicas, grávidas ou órfãos e, ainda, os que pertencem a minorias étnicas ou sexuais.

Os jovens nestas circunstâncias estão particularmente suscetíveis à exclusão social, à discriminação, ao estigma, às dificuldades educacionais e de aprendizagem, aos comportamentos de risco e à consequente violação dos direitos humanos.

PROMOÇÃO E PREVENÇÃO

A prevenção começa com a consciencialização da existência da doença e com a necessidade de se estar alerta, percecionando os primeiros sinais e sintomas da doença mental. A trilogia (pais / EE, os professores e a comunidade) desempenha aqui um papel primordial como factor protetor. Não despiciendo, o investimento governamental multissetorial (Segurança Social, Saúde e Educação) é indispensável em programas abrangentes, que promovam a saúde mental dos adolescentes, e que os ajudem a aumentar a sua resiliência e autoestima, para melhor lidarem com as adversidades.

AntónioPeres,

Professorde História ENQUADRAMENTO /CONTEXTUALIZAÇÃO

A adolescência (10 -19 anos) e o início da vida adulta sempre foram marcos indeléveis na vida do ser humano, onde se registam várias alterações, desde as académicas às pessoais e profissionais. Sendo certo que para muitos são tempos felizes, para outros representam períodos de grande “stress” e de apreensão, potencialmente geradores de doençamental.

Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde / ONU), metade das doenças mentais surge por volta dos 14 anos, calculando-se entre 10 a 20 % de portadores, sendo que a maioria dos casos não é diagnosticada a tempo nem tratada, constituindo as mesmas, em si, um estigma, com sérias consequências na vida adulta.

A saúde mental e a qualidade de vida requerem um modelo abrangente multidimensional, que inclua o bem-estar físico, psicológico, mental, social e funcional. Ora, está demonstrado que, durante a adolescência, como um período de transição evolutiva entre a infância e a idade social adulta, parece aumentar a presença de sintomas de ansiedade e de depressão, aliando-se a estes os psicossomáticos e mesmo os de comportamento de autolesão

Mesmo sem computar a pandemia, o consumo e a dosagem de antidepressivos e ansiolíticos tem aumentado entre a faixa etária dos jovens, não totalmente justificado pelo isolamento ou pela falta de interação. Segundo a OCDE o consumo de antidepressivos mais do triplicou entre 2000 e 2017, tendo Portugal atualmente uma venda média diária de 28000 embalagens dessa tipologia de medicamentos.

FATORES DE RISCO

A saúde mental dos jovens é determinada por múltiplos fatores de risco, onde salientaremos:

- A pressão dos seus pares;

- As questões relacionadas com a sua identidade sexual;

- O amplo acesso, e a formas de utilização, à tecnologia contemporânea (os “media” podem aumentar a discrepância entre a realidade do adolescente e as suas aspirações em relação ao futuro);

- A violência (v.g._ a rigidez paternal ou o “bullying”), com particular gravidade a sexual, de consequências demolidoras na saúde mental;

- As dificuldades socioeconómicas;

- O estigma, a discriminação ou até mesmo a exclusão social.

Os programas deveriam incidir fundamentalmente sobre:

- Intervenção psicológica individualizada, em grupo ou “online”;

- Formação em saúde mental e competências para a vida;

- Prevenção para os jovens mais vulneráveis, incluindo-se a violência física e o risco do suicídio;

- Prevenção da violência sexual, do risco dos comportamentos sexuais, do abuso de álcool e das substâncias nocivas, designadamente aditiva.

- Finalmente, o exercício regular físico, a adoção de medidas de higiene do sono, a escolha de estratégias e de gestão, nas relações interpessoais e de controlo de emoções, são outras das medidas a não descartar.

EM FORMA DE CONCLUSÃO

A vida futura dos jovens tem de ser melhor. A falta de possibilidades, o desemprego, a dificuldade de acesso à habitação própria e alguma anomia política e do estado social, podem levar os jovens a um caminho niilista, ou seja, a uma visão radical, pessimista e cética de um futuro melhor. Torna-se imperativo reconhecer esta crise, mas também lutar para que os jovens tenham uma sólida saúde mental, onde o estoicismo vingue face às adversidades que o mundo lhes apresenta.

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Saúde e doença mental nos jovens

A busca de Identidade (a baixa realização pessoal)

Partimos talvez de um princípio aglutinador: a “doença mental”, nem sempre é doença.

Diante da realidade sociocultural que todos vivenciamos, trazendo a palco a visão de Edgar Morin, segundo a qual o ser humano traduz as suas adequações ao real numa relação sapiens – demens podemos afirmar com segurança que existe latente essa relação e que as narrativas de sofrimento mental (na primeira pessoa) são frequentemente formas de o sujeito se colocar perante si próprio, em estreita relação com a busca da sua identidade.

A identidade de cada Ser Humano vaise construindo a partir do nascimento. Já no domínio das relações precoces começa a tecer-se a complexa construção do carácter de cada um. Nessa construção cooperam variadíssimos fatores.

Nós e os outros

Como nos vemos ao espelho? Como gostaríamos de nos ver ao espelho? Porque nos vemos muitas vezes como um outro no espelho? Se os domínios, cognitivo, emocional e sociocultural nos vão moldando, como crescemos na sociedade que hoje se nos apresenta? Pode uma sociedade doente ser promotora de saúde mental? Pode uma sociedade infeliz propiciar um nicho acolhedor a seres humanos em formação?

A Escola, entendida como segundo agente de socialização, tem hoje uma responsabilidade acrescida, nesta tarefa de sensibilizar para a saúde mental os adolescentes e os jovens. São por isso necessárias ações de sensibilização em contexto escolar.

Adolescentes e jovens sem objetivos e sem ambições de realização pessoal são como casas vazias e escuras.

Que possamos contribuir para que se abram as janelas dos seus conhecimentos e das suas emoções.

Pequenas luzes podem então tornarse abertura de caminhos que promovam a busca de identidade e a construção da autoestima de cada um.

A Organização Mundial de Saúde define saúde mental como um “bem-estar no qual o indivíduo desenvolve as suas habilidades pessoais, consegue lidar com o stress da vida, trabalha de forma produtiva e encontra-se apto a dar a sua contribuição para a comunidade”.

Atualmente, é frequente não nos sentirmos neste modo, nesta disposição. É um cansaço que se instala, uma inércia sem fim, um tédio que, devagarinho, muito devagarinho, como que se acomoda, uma motivação que não se encontra, uma tristeza que se entranha …. sensações que, infelizmente, de forma mais ou menos intensa já todos experimentámos.

Este mal-estar toma conta de nós. É então que encontramos o desassossego, a inquietação, a ansiedade que tolhe e o pânico que paralisa. Confrontamo-nos com falta de saúde mental. São muitos os fatores que podem explicar esta sensação de estar mal. Sabemos que é o stress, as solicitações múltiplas, o ritmo do quotidiano e, não esqueçamos, uma pressão social para o bem-estar e para a felicidade. Também o impacto de uma pandemia se faz ainda notar, a implementação de novas realidades como, por exemplo, o teletrabalho, as aulas à distância, a preocupação com o bemestar financeiro, a ansiedade, a solidão…enfim, muitos e diversos fatores podem explicar esta ausência de bemestar. Racionais, somos capazes de compreender o que nos acontece - o desassossego e a inquietação que perturba. Como reagir?

É em nós e nos outros que podemos encontrar ajuda. Poderemos, desde logo, admitir que cada um de nós não está, efetivamente, sozinho. Cada um de nós é alguém em relação, alguém que está na família, na escola, numa teia de relações que poderá ajudar-nos. Falarmos com alguém que possa compreender-nos, mostrar-nos caminhos possíveis com lucidez e calma, é atitude possível

na busca do bem-estar. Também em nós podemos procurar, paralelamente, formas de nos relacionarmos com a realidade e com os outros de modo a que o sentido possa emergir. Procurar momentos de sintonia com a natureza, com os seus encantos, cores e sonoridades, procurar na arte uma forma de expressão – escrever o que sentimos, refletir sobre as nossas emoções, sobre os nossos sentimentos, aprender a tocar um instrumento musical, iniciarmos atividades manuais que, através da prática das mãos, ajudem a pensar com mais calma e menos angústia. E, sobretudo, conversar com o outro. Compreender que, também podem estar carentes de nós; também somos outro para alguém. É na partilha que nos encontramos.

No fundo, diz o poeta que nenhum caminho será longo se caminharmos acompanhados por aqueles que gostam de nós. Vejam-se as palavras de Tolentino de Mendonça: “Dos amigos recebemos o socorro, quando nos faltam palavras (…) para medir em nós a altura da alegria ou da dor. O olhar deles é uma dádiva confiada à vida; é alento, sopro, energia pura; e tem para nós um inesgotável poder reparador”.

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MarinelaGuimarães, Professorade Filosofia AnaLuísaMelo, Professorade Filosofia

Bibliotecas Escolares do AECM — atividades e projetos

A LEITURA, por ser estruturante e o fundamento de todo o conhecimento, tem sido das áreas mais contempladas nas atividades e projetos dinamizados pelas equipas das bibliotecas escolares ao AECM.

A adesão dos nossos alunos às atividades centradas na leitura, na escrita e mesmo nas expressões é notoriamente entusiasta. O número alargado de participantes quer no Concurso de leitura em voz alta “A Voz das Línguas”, quer no Concurso de

Encontro com Professor

Doutor Sobrinho Simões

No dia 28 de Março de 2023, acolhemos na Escola Secundária do Castêlo da Maia o Professor Doutor Manuel Sobrinho Simões, no âmbito do Trabalho Colaborativo das turmas 10ºA e 11ºB, relacionado com o domínio “Saúde”.

Após uma introdução biográfica teatral (um sucesso total) realizada por alguns colegas, o Professor começou a sua apresentação, sempre muito jovial e carismático, que tentaremos resumir.

“Viemos todos de um ovo”, uma célula básica. Nós, seres humanos, viemos

ortografia “Falar e Escrever em Bom Português”, ou no projeto de atividades mensais “Bibludicando Efemérides” e ainda no “Cresço a Plantar” (estes dois últimos com a tónica na vertente inclusiva) é o espelho dessa adesão.

No presente ano letivo, iniciou-se na Biblioteca Escolar o projeto CinemALer, que pretende levar aos alunos de 10º ano à reflexão sobre os livros a partir do cinema: os alunos assistem à projeção de filmes realizados com base em obras

literárias, havendo lugar, numa fase posterior, à realização de tertúlias onde se confrontam ideias, analisam personagens, se discutem os temas suscitados tanto pelas obras literárias como pelas cinematográficas, onde se procura compreender as diferentes linguagens artísticas (a literatura e o cinema). Este projeto, coordenado pela Docente Augusta Castro, dinamizado em parceria com o Departamento de Línguas, ainda contempla o trabalho em sala de aula através da escrita de reflexões e comentários sobre as obras envolvidas e os trabalhos desenvolvidos no âmbito do Projeto Individual de Leitura.

As Bibliotecas Escolares do AECM são estruturas democráticas e inclusivas, que possibilitam o acesso livre a documentos e atividades a toda a comunidade escolar, promovem a leitura e procuram que os alunos, participando das suas atividades, desenvolvam as várias competências ao nível das várias literacias.

todos da junção de duas células haploides. Tais palavras fazem-nos refletir sobre a posição do Homem no mundo, lembrando que todos os seres vivos descendem de bactérias unicelulares.

Outro tema abordado foi a evolução do Homem e das espécies. O nosso ora-

tência que os hominídeos modernos. Uma pista é o grande tamanho da sua cabeça que dificultava o parto.

Depois, falou-se da pesquisa internacional realizada pelo Professor Sobrinho Simões sobre os efeitos do Sars-Cov-2 no corpo humano, que ainda não se entende totalmente.

Finalmente, aprendemos que só cinco autópsias foram realizadas a pacientes com Covid, obrigando o Professor a pedir, ao Hospital de S. Paulo, amostras de tiroides de infetados para avançar nas suas pesquisas sobre os vírus.

dor revelou que a maior pergunta da pré-história é o porquê de os neandertais terem desaparecido (hominídeos que coabitaram com os Homo sapiens), sabendo que tinham mais força e resis-

Finalmente, os alunos mais curiosos puderam questionar o Professor. Contudo, muitas questões ficaram em aberto, pois no final de contas até o Professor veio de um simples ovo diploide.

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VOX POPULI

Saúde Mental nos jovens

A saúde mental dos jovens é uma questão muito preocupante! Pressões sociais, académicas e familiares podem levar a transtornos de ansiedade e depressão, por exemplo. É fundamental que os jovens tenham acesso a recursos e apoio emocional para lidar com estes desafios, garantindo uma vida mais saudável e equilibrada.

SaraSeabra,12ºC

A partir do momento que saímos da nossa zona de conforto e começamos a cuidar da nossa mente, coisas maravilhosas podem acontecer nas nossas vidas.

CristinaDias,A.T.

É fundamental promover o bem-estar psicológico, estar atento à saúde mental dos adolescentes. Precisamos detetar atempadamente os fatores de risco e promover nas escolas formas de ultrapassar estas situações.

A prática de desporto é fundamental, mudando assim o foco para algo realmente saudável.

AnaFerreira,A.O.

TiagoAzevedo

Priorizar a sua saúde mental não é egoísmo, é amor-próprio.

RuiCouto,A.T.

A saúde mental dos jovens é uma das principais preocupações da sociedade atual. As pressões da vida moderna, a falta de apoio emocional e o estigma associado aos transtornos mentais contribuem para a crescente crise da saúde mental. É vital que sejam tomadas medidas para garantir que os jovens tenham acesso a recursos e suporte adequados para proteger a sua saúde mental e o seu bem-estar.

TiagoAzevedo,12ºC

Garantir tempo para o que é realmente importante na vida. Aprecie a beleza da vida e cuide da saúde mental. Vocês não estão sozinhos. Busquem ajuda sempre que precisarem!

RosaFerreira,A.T.

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ERASMUS: duas acreditações

A Agência Nacional Erasmus + Educação e Formação aprovou as duas candidaturas,

pelo que o AECM tem duas acreditações, válidas até 31 de dezembro de 2027:

uma à Ação Chave 1 - Ensino Regular e outra no domínio da Educação de Adultos.

Formação de pessoal docente e não docentes no estrangeiro

O projeto Erasmus+ KA121 continua a envolver pessoal docente e não docente em formação. Neste ano letivo, entre novembrto de 2022 e julho de 2023, o processo tem envovidos 43 professores, 10 assitentes operacionais e 1 assistente

Alunos em Erasmus

Vários grupos de alunos, acompanhados por professores, estiveram em mobilidades para fins de

técnico. Pela primeira vez, há a registar a inscrição de membros do pessoal não docente neste tipo de formação erasmus em várias cidades europeias.

O projeto aponta, essencialmente, para quatro objetivos: i) Adotar

pedagogias inovadoras conducentes à melhoria da qualidade do sucesso escolar, tendo em vista o desenvolvimento integral do aluno; ii) Promover a capacitação digital generalizada do pessoal docente, não docente e discente; iii) Aumentar a criatividade, o espírito crítico e a inovação, através da utilização eficiente de ambientes digitais; iv) Fomentar uma mudança de atitudes e de comportamentos, no âmbito da cidadania para o desenvolvimento sustentável.

Amesterdão

aprendizagem. No âmbito do projeto "Being able to become sustainable", um grupo 5 alunos e 2 professoras deslocaram-se à Sicília, neste mês de maio; 6 alunos e 2 professoras estiveram em Zamora, Espanha, de 20 a 24 de março; 5 alunos e 2 professores estiveram em Apeldoorn, Países Baixos, de 6 a 10 de fevereiro.

Sicília

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GPE (Grupode Projetos Europeus)

Agradecimento a Serena Santos

A aluna Serena Araújo dos Santos, do 12.º A, abriu o programa na receção aos alunos e professores estrangeiros, no âmbito da mobilidade do projeto "Heritage and sustainable tourism", no auditório da Escola Secundária do Castêlo da Maia, no dia 8 de maio de 2023.

Este projeto conta com alunos e professores de Espanha, França, Itália e, natu-

Alunos em Erasmus

Neste ano letivo, no âmbito do projeto "Heritage and sustainable tourism", um grupo de 10 alunos e 2 docentes acompanhantes em Segré, França, na semana de 6 a 31 de março; 10 alunos e 2 professoras em Potenza, Itália, de 6 a 10 de fevereiro; 4 alunos e 2 professores em Ibi, Espanha, de 17 a 20 de janeiro.

ralmente de Portugal.

Além da receção na Câmara Municipal da Maia, há a destacar as visitas ao Porto, Ponte de Lima e Viana do Castelo.

Os diversos alunos estrangeiros estiveram hospedados em casas de alunos portugueses e a maioria das atividades desenrolou-se na ESCM.

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Matera Segré

SOLcastêlo

O projeto Solcastêlo, com a sua ação solidária e pedagógica, mais não deseja do que educar para a fraternidade e solidariedade. Esta atividade, sob o lema, “aquecer o coração”, pretende chegar aos agregados familiares mais carenciados. A campanha de angariação de bens alimentares, de brinquedos, livros, roupa, acessórios e calçado, usado e em bom estado, integrada no clube Solcastêlo, conta com o apoio de toda a comunidade educativa e em especial, dos professores e alunos do Curso Profissional de Técnico de Restauração – variante cozinha e pastelaria e da Associação de Estudantes, decorrendo todos os anos em dois períodos especiais, Natal e Páscoa. Procuramos que a solidariedade seja uma aspiração e uma verdadeira opção espontânea e gratuita da cada criança, jovem e adulto. Procuramos que cada um viva esta riqueza de espírito e esta gratuita sabedoria. Não são precisos grandes meios, bens e recursos: “Um aluno igual a um bem doado”; “Um professor igual a um bem doado” está ao alcance de todos! Segue um pouco o princípio “Quem dá não fica mais pobre e quem recebe fica grato simplesmente por

Um testemunho de uma aluna: “Queria ajudar os Outros”

Não são poucas as vezes que escutamos o seguinte: “sou uma simpática rapariga de 14 anos e só agora, depois de muitos esforços me dei conta de que a vida é bela e deve ser vivida positivamente. Tenho um grande desejo de ajudar os outros, mas não sei como fazer. Pensei fazer voluntariado num canil. Mas queria ajudar pessoas. Pensei fazer voluntariado num hospital, numa cadeia, mas não tenho idade, formação e maturidade suficiente, dizem. Pensei dar sangue, ser doadora de sangue, mas também tenho de esperar pelos 18 anos. Pensei ajudar crianças e jovens…. Gostava tanto de ajudar as pessoas ou pelo menos convencer as pessoas a fazê-lo“.

O que dizer a esta jovem tocada pelo sonho da solidariedade, da fraternidade, em suma, da humanidade. Isto é ser perita em humanidade. Dizer-lhe que já está a ajudar com a sua forma positiva, criativa e inteligente de colocar as questões e viver a vida. Que continue simpática e a contagiar alegria, não por necessidade, mas porque é a humanidade a tomar conta de si.

ser recordado”. A exigência desta vivência situa-se no franco compromisso de cada um ser inteiramente responsável pelo todo. A solidariedade mais do que partilha equilibrada é construção participada.

Por isso, é só deixar “aquecer o coração” e que a humanidade brilhe em cada um de nós, assim como o Sol se apresenta sempre a nascente, na entrada da nossa escola.

A Associação de Estudantes da ESCM, eleita no início do ano letivo, a 27 de outubro de 2022, participou em diversas atividades, a destacar: decoração do cubo do AECM e apresentação da mensagem alusiva do Dia Internacional da Cidade Educadora 2022 ; Natal das Línguas, com a distribuição de “miminhos”; campanha “Aquecer o coração”.

Por sua iniciativa organizou tardes de cinema, torneios desportivos e uma festa de Carnaval.

Para este ano letivo, elaborou um logotipo distinto do habitual para associar às suas atividades.

O logotipo da AEESCM e respetivo simbolismo são conforme se segue:

Capelo académico - Símbolo universal dos estudantes, a demografia cujos interesses a AEESCM procura representar e servir.

Livro vermelho - Simboliza os estudos, mas também as antigas freguesias de Gemunde e Gondim, constituintes do Castêlo da Maia (o livro representa Gemunde, a cor vermelha, Gondim).

Espigas de trigo - Representam as antigas freguesias de S. Pedro e Stª Maria de Avioso.

Rodas dentadas - Representam a antiga freguesia de Barca.

Rio - Elemento heráldico presente por todo o concelho da Maia, aludindo à sua rica rede hidrográfica.

Faixa - Inclui a inscrição "In Studio Spes" (No estudo a esperança) - o lema da AEESCM. GustavoFidalgo,12.ºA

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Filosofia Ubuntu: Já conhece?

Este é o pensamento-chave e no AECM já temos um Clube Ubuntu! A filosofia Ubuntu é um conceito ético e moral que tem origem em diversas culturas e povos africanos, sendo que a palavra Ubuntu pode ser traduzida como "humanidade para com os outros", "sou porque somos" ou "eu sou através dos outros". Simplificando, Ubuntu significa que «Eu sou [humano] porque tu és [humano]», pelo que se enfatiza a importância do relacionamento entre as pessoas e a sua relação com a natureza e com o mundo ao seu redor, defendendo-se que a felicidade e o bem-estar de cada indivíduo estão intrinsecamente ligados à felicidade e ao bem-estar da comunidade como um todo, numa perspetiva de liderança servidora. O AECM, no ano passado, aderiu ao Projeto «Academia de Líderes Ubuntu – Escolas Ubuntu» 1 promovido pelo IPAV - INSTITUTO PADRE ANTÓNIO VIEIRA, que é uma associação cívica sem fins lucrativos, reconhecida como organização de utilidade pública (IPSS) e Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD), numa parceria com a Direção Geral da Educação. Desta participação no Projeto de Escolas Ubuntu, resultou já a formação de 6 professores enquanto Formadores Ubuntu e a realização de duas Semanas Ubuntu (para além de outras ativi-

A semana UBUNTU

Foi uma semana incrível de reflexão profunda para os alunos que os levou a um maior autoconhecimento (indo às suas dores mais profundas e tendo depois a coragem de as partilhar com o grupo, ressignificá-las e a partir daí, melhorar a sua autoconfiança e as crenças na conquista dos seus sonhos, de resiliência, aumentando também a empatia e respeito pelos outros e a sua história de vida., percebendo a im-

dades), onde participaram 30 alunos de 10.º Ano em 2022 e 14 alunos de 10.º e 11.º anos em 2023. Ao longo de uma semana muito intensa, das 9:00h às 17:00h todos os dias, Formadores e Alunos puderam viver experiências únicas com momentos de reflexão profunda, um percurso transformador dos seus modos de ser e de estar na procura de se tornarem futuros líderes servidores da comunidade em que se inserem, procurando dar um exemplo através do seu testemunho de vida. Assim, tendo sido feita uma avaliação numa relação antes/depois da realização da Semana Ubuntu 2023, registou-se um aumento significativo no reconhecimento das competências relacionadas com os pilares Ubuntu no conjunto dos alunos que nela participaram: 72% no Autoconhecimento, 95% na Autoconfiança, 125% na Resiliência, 58% na Empatia, e 59% no Serviço. Estes valores levam-nos a crer que a mudança observada foi significativa, promovendo um impacto importante na vida escolar destes alunos. Foram lançadas as sementes, pois queremos poder chegar a mais alunos em próximas edições e esperamos que estas aprendizagens se espalhem, já que estes alunos constituem o Clube Ubuntu do AECM, que ainda não tem um espaço próprio para poder levar a cabo

atividades. Apesar de não ter sido possível concretizar de modo sistemático atividades que nos permitam juntar os dois grupos de jovens líderes servidores (em pequenos grupos, comemorou-se a Semana da Empatia que decorreu de 13 a 17 de fevereiro de 2023), reconhecemos todos que é urgente dinamizar na Escola espaços de partilha e de desenvolvimento pessoal para combater alguns dos problemas dos nossos alunos que detetamos diariamente: depressão, bullying, ansiedade, descrença, conflitos familiares e entre colegas, entre outros. No entanto, é desejo de todos que, no Dia do Agrupamento (12.05.23), seja possível dinamizar a primeira atividade conjunta – TRAZ E LEVA um livro –, podendo toda a Comunidade AECM 1 Academia de Líderes Ubuntu (academialideresubuntu.org) contribuir, além de poderem ser vistos no Espaço Ubuntu jovens que orgulhosamente envergarão a sua T-shirt negra com a inscrição do número 466/64, um símbolo de quem reconhece em Nelson Mandela um líder servidor e uma vida de exemplo e de superação (o preso número 466 do ano de 1964, na Prisão de Robben Island, África do Sul).

PelaequipaUbuntu,RosaAmaral

portância dos outros, e de tomar consciência da influência que temos sobre a vida dos outros. Foi lindo ver a mudança na atitude deste alunos ao longo da semana.

Pensamos ter um grupo de alunos muito empenhados na continuação do Clube Ubuntu (para o qual pedimos um espaço próprio) É urgente dinamizar na escola espaços de partilha e de autoconhecimento,

de valorização e autoconfiança, de reflexão, de empatia de modo a promover alterações na forma como lidam com os outros, consigo próprios, com os problemas que vão ocorrendo na escola, com os seus problemas pessoais, que se tornem pessoas mais seguras e mais capazes de ajudar os outros.

Aprendi quem eu sou, e o estilo de vida que eu quero. Ser autoconfiante, resiliente, empatia e serviço, são, mais do que nunca, os valores que quero que estejam sempre presentes na minha vida. Também aprendi que a mudança começa em nós e que, para mudarmos o mundo, precisamos de nos mudar primeiro e mudar, gradualmente, o que se passa à nossa volta. Obrigado por me ajudarem a autoconhecer me e a aceitar me tal como sou.”

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«Eu sou porque tu és»

Entrevista com...

Numa bonita tarde de Marco, a professora Fernanda Alegrete e alguns alunos do 9ºH, Gonçalo Alves Miguel Fernandes, Liliana Moita, Mariana Luís, Vitor Gomez, Catarina Alves Inês Santos, foram ao UMAIA fazer uma entrevista ao Professor Doutor João Salgado. A entrevista depressa se transformou numa conversa muito animada e informal, onde todos se sentiram à vontade para fazer perguntas e falar do que queriam. No meio das piadas, dos risos, foram feitas as perguntas que levavam no bolso. O essencial dessa entrevista não fica nestas páginas, porque é impossível transcrever duas horasde conversa animada, e muito menos ocoraçãocheioe a boa disposição que de lá trouxeram.

SJ O que o levou a querer trabalhar na área dapsicologia?

Eu andava numa encruzilhada quando era da vossa idade. Sabia que não queria ser médico, porque não gostava de sangue nem hospitais, mas gostava de médicos.

Nascido no Castêlo da Maia, em 1 de Maio de 1968, estudou em terras castelenses até ao 9º ano. Fez o ensino secundário no Porto e estudou Psicologia na Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto. A partir daí, foram-se somando aprendizagens, prática, graus académicos e muita vontade de ajudar os outros.

Hoje é docente do ensino superior, investigador e psicoterapeuta, com treino e supervisão em Terapia Focada nas Emoções. É membro fundador e Presidente da Associação Portuguesa da Terapia Focada nas Emoções. Tem sido o Investigador Responsável por vários projetos financiados por diversas entidades, como a FCT ou as EEA Grants, incidindo este seu trabalho na compreensão dos processos de mudança psicoterapia em diversas terapias, tais como a Terapia Focada nas Emoções ou a Terapia CognitivoComportamental. Recentemente, iniciou funções como Vice-Reitor da Universidade da Maia/ISMAI, onde coordena também o doutoramento em Psicologia Clínica, que concilia a vertente de prática e supervisão com a investigação.

Gostava de ciências, mas também me interessava por outras coisas, como artes e letras, no entanto fui para quimicotecnia no secundário, a pensar ir para engenharia, mas não gostei. Gostava de Física e de Química, mas fiz uma visita de estudo à Quimigal e não gostei do cheiro. Andei à procura de alguma coisa que permitisse conciliar o meu gosto pelas artes, pelas letras e pela ciência. Depois disseram-me que tinha jeito para ouvir os outros e tinha um tio com livros de psicologia com quem conversava e no final do 11º ano já sabia que queria ser psicólogo.

SJ O psicólogo é o profissional mais indicado para resolver os problemas dos jovens?

Os psicólogos não resolvem, mas ajudam. Os professores , pais , lideres religiosos, etc.. Todos eles têm o seu papel e também podem ajudar, mas os psicólogos, fazem perguntas e executam técnicas mais específicas que podem dar apoio em algumas situações como depressão, ansiedade ou até ajudar a criar oportunidades e criar bem-estar.

SJ Que tipo de problemas psicológicos são mais comuns nos adultos e nos jovens?

A doença mental mais comum nos adultos é a depressão. A OMS declarou a depressão como a doença física ou mental com maiores custos associados. Só porque não a vemos, achamos que não mata, mas é mentira. Os suicídios são cada vez mais do que as pessoas pensam. Existem 3 vezes mais pessoas a morrer de suicídio do que acidentes de viação. Se juntarmos todos os quadros de ansiedade, também é preocupante. Nos jovens a coisa está a mudar. Há 10 anos, eram comuns os problemas de vício, beber demais, problemas com a lei, problemas de indisciplina. Hoje mudou muito, e os jovens cada vez mais têm problemas parecidos com os dos adultos. Ninguém sabe o porquê desta mudança súbita, mas pode até estar relacionada com o uso de redes sociais. Estamos mais abertos a informação, e cada vez mais os jovens têm uma maior pressão sobre a imagem do seu corpo, sobre a forma como se vestem. Já não se comparam só com os da turma, mas com um mundo inteiro que chega através do telemóvel. Aumentaram os casos de automutilação e de suicídio.

SJ A atividade física pode influenciar a nossa saúde mental em termos positivos, e porquê?

A Atividade física é essencial. A 1ª coisa é que nós temos necessidade é de nos

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mexer. Mas o exercício físico mais puxado, tem vários benefícios. Estamos mais sedentários, e precisamos de programar a nossa mente para atividade física. Tem outra vantagem, pois liberta endorfinas, que são neurotransmissores produzidos pelo nosso organismo que respondem a determinados estímulos, como por exemplo o stress, a dor... sendo considerada a hormona do bem-estar.

SJ Quais são os sintomas visíveis e invisíveis nadepressão?

Os sintomas visíveis são chamados na psiquiatria de sinais e os invisíveis de sintomas. Relativamente à depressão, esta é um sintoma. A pessoa com depressão sente-se em baixo, com pouca energia, sempre triste. Também existe outro lado da depressão que é a pessoa simplesmente não reagir a estímulos positivos e não ficam animados com coisas que antigamente ficavam. Podem também ficar com insônias, alterações do apetite, da sua agitação motora. Sentemse culpados e diminuídos e algumas pensam em morte (suicídio). Normalmente para ter depressão tem de ter pelo menos 5 destes sintomas. Se a pessoa disser que não reage a estímulos positivos, já é preciso ter atenção. Façam estas 2 perguntas: Tem se sentido em baixo? Sente-se incapaz de sentir prazer?

SJ A nossa infância pode influenciar o nosso percurso escolar e a nossa saúde mental?

O que se passa na nossa infância tem uma importância muito grande na nossa vida. De facto, ter uma boa infância ajuda, mas não determina que vá correr bem. Ter uma estrutura familiar boa, ajuda, mas não podemos só concentrar-nos nisto. Acontecem várias coisas ao mesmo tempo na vida das pessoas, que irão determinar a saúde mental ou percurso escolar. Se há uma coisa que é importante nós pensarmos é que mais importante do que

aquilo que nos fazem é o que nós fazemos com aquilo que nos fazem. A nossa vida tem um peso. Alguns pegam nesse peso como se estissem a pegar em pedrinhas e outros em pedregulhos só com uma mão. Mas existe a outra mão, que pode ajudar, e é para isso que nós, psicólogos, cá estamos.

SJ É possível superar um trauma definitivamente?

É possível viver bem com ele, mas deixar de doer não. Estamos a falar em traumas mesmo, que são impactantes. Alguém que sofre de abuso sexual fica com esse trauma, quem vive numa situação de guerra também. A maioria destes abusos é feito em crianças por pessoas que são próximas. Deixar de doer, não, e ficamos sempre com as marcas. Existem pessoas que utilizam esses traumas como uma força para continuar e serem mais fortes.

SJ Qual será a melhor forma de combatermos os nossos medos?

O segredo para combater o medo, é basicamente é aprender a viver com ele. Existem medos que são funcionais, e são protetores, ajuda-nos a lidar com situações perigosas. Os medos de andar de avião, falar em púbico, são medos ultra protetores. Um dos truques, é ir ter com o medo e não sair de lá até se sentir bem com eles. Por exemplo, uma pessoa com medo de elevadores, tem de andar de elevador até se sentir um pouco mais seguro, e não andar 3 andares e quando sair sentir um alivio, isso não. Não sair da situação enquanto não se sentir mais confortável ajuda a conviver com o medo.

SJ Já teve alguma situação que o fez emocionar?

Muitas. As situações mais difíceis são sempre as crises suicidárias. Lembro-me de uma, particularmente, num dia 1 de janeiro, em que tive de ir buscar uma pessoa a uma ponte. Depois há outras situações difíceis, que nos tocam por

algum motivo. Sim, jávivi muitas situações em que me emocionei.

SJ As doenças mentais podem ter antecedentes genéticos?

Tudo tem uma base genética, mas nunca vai ser só porque o meu pai teve depressão eu também vou ter, não. Mas deverá ter algumas bases genéticas associadas à depressão. Não tenho a certeza sobre isto, mas se fosse há 10 anos atrás, não dava importância, mas hoje já começo a pensar. A investigação aponta para aí.

SJ Normalmente é o doente que pede ajuda ou terceiros?

Normalmente é o doente, mas naturalmente, antes já falaram com alguém. Mas por exemplo em quadros de vicio, normalmente são terceiros, pois as pessoas não reconhecem os problemas.

SJ Quantas sessões demoram a ter a situaçãoresolvida?

Numa depressão não muito grave, cerca de 2 sessões semanais devem ajudar. Algumas pessoas vão aos psicólogos, e estão bem, mas vão para desabafar, para sentirem maior bem estar, mas se ajudarem a guiar ou a tomar decisões.

SJ Como me posso avaliar, saber se estoubemoumal mentalmente. Responder aquelas 2 perguntas e perguntar às pessoas a sua opinião. Se responder sim, a algumas das perguntas já existe alguma coisa.

SJ- Gostaria de deixar algum conselho a quem nos lê?

Sim. Procurem ajuda se sentirem necessidade. Existem formas gratuitas de ajuda, como no centro de saúde, nas escolas, em algumas associações , mesmo por vezes ligadas às paróquias, na Câmara Municipal. Não deixem de pedir ajuda!

Transcriçãodaentrevista gravada,por MiguelFernandes,9ºH

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Cursos Profissionais no AECM

Estão abertas as inscrições para o ano letivo 2023/2024 para os interessados nos cursos profissionais de Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e de Técnico de Cozinha/ Pastelaria.

Os Cursos profissionais constituem uma das modalidades de formações do nível secundário, sendo caracterizados por uma ligação direta ao mercado de trabalho e o AECM está certificado com

o selo de conformidade EQAVET: Quadro de referência europeu de garantia da qualidade na educação e formação profissional.

O vídeo com a oferta formativa dos cursos profissionais no AECM, a saber curso profissional de técnico de gestão e programação de sistemas informáticos e de técnicos de cozinha / pastelaria pode ser visualizado no seguinte link

Os alunos das turmas do 11.º G e 12.º H foram selecionados para participar no Projeto “Por Tua Conta”. Este projeto de Educação Financeira ”, promovido pela Fundação Dr. António Cupertino de Miranda, contou com a presença dos alunos numa visita ao Museu do Papel Moeda no dia 15/11/2022.

A ação de formação relativa ao Projeto “Por Tua Conta” e a Valorização do Ensino Profissional na AMP (área Metropolitana do Porto) decorreu no dia 7 de novembro, tendo sido abordados os “Recursos educa-

Programa Ser Pro

O AECM está incluído no Programa Ser Pro, que promove a oferta de cursos profissionais de qualidade, adequados às necessidades de formação com um modelo de parcerias estruturadas.

Neste ano letivo, destacam-se algumas das atividades desenvolvidas no âmbito deste programa (ver quadro), que contou com a participação interessada dos alunos do curso profissional de técnico de gestão e programação de sistemas informáticos.

tivos - As funcionalidades da plataforma educativa www.portuaconta.pt” e as “Prioridades Programáticas - Abordagem ao tema: Produtos Financeiros Básicos”.

Neste momento, este projeto envolve 1.200 alunos do ensino profissional.

O vídeo do projeto "Por tua Conta" pode ser visualizado através do seguinte link

O AECM esteve presente no projeto “Por tua conta”, relativo à Educação financeira no âmbito do ensino profissional. O vídeo pode ser visualizado através do seguinte link.

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Os mentores UAARE!

“Somos todos UAARE”, é assim que o coordenador nacional das Unidades de Apoio ao Alto Rendimento Escolar, o ilustríssimo Dr. Víctor Pardal, se despede de nós em todos os e-mails, em todas as reuniões, em todos os documentos que circulam internamente. Este sentimento de coesão acaba por se entranhar, por ser transversal a todos os colaboradores do programa, tornando-se significativo para quem convive de perto com estes alunos, que também dedicam a sua infância e juventude ao desporto.

A UAARE do Castêlo da Maia tem, atualmente, trinta e três atletas. Destes trinta e três atletas, oito frequentam a EB2. Destes oito alunos, destacam-se três meninas do quinto ano, que se misturam com os alunos maiores e que, assiduamente, nos fazem companhia na SEAM (Sala de Estudo Aprender Mais).

É em torno destas meninas que uma boa parte da dinâmica da SEAM se rege. As mais velhas, alunas atletas do sétimo

ao décimo segundo ano, já se organizaram: todos os dias, com exceção da quarta-feira, uma das mais velhas vai buscar “as pequeninas” ao portão que divide as duas escolas e faz-lhes companhia até à SEAM, trazendo-as em segurança. Não que elas corressem algum perigo, mas na idade em que estão tudo é uma animação, tudo é motivo de rebuliço, tudo é um drama.

Foi este o início de uma corrente de cuidados, de querer bem, e de estar atento. Foi o início, pois os cuidados com elas não terminam aqui. Nas longas horas de permanência na SEAM, outros alunos, mais velhos, do décimo segundo ano, atletas ou não, os mentores, vêm ajudá-las a organizar o estudo, orientálas nos trabalhos de casa, explicar-lhes a importância de seguir regras, e conviver descontraidamente com elas e com a sua alegria ingénua de olhar para a vida.

A evolução deste trio, sobre o qual escrevo agora, é notória. Faz-nos sentir que devemos estar a fazer algo bem. “As

pequeninas” sabem retribuir os nossos cuidados. Quando veem os mentores, ilumina-se-lhes o rosto, com um sorriso que só usam para os que lhes são muito queridos. Claramente que têm um filtro de sorrisos, e usam-nos por categorias. O sorriso para os mentores é quase exclusivo.

É que estes alunos, os nossos mentores, já mudaram o mundo destas meninas. Sinto-me grata por fazer parte do projeto de mentorias, e levada a expressar o meu apreço pelo seu trabalho tão discreto e tão relevante.

Aqui fica, para memória futura, a lista dos Mentores – UAARE – Castêlo da Maia: Maria Soares, 12º B; Mélanie Rodrigues, 12º F, Diogo Pinheiro, 12º C, Miguel Correia, 12º A, Gustavo Fidalgo, 12º A, Maria Inês Faria, 12º A, Beatriz Pinheiro, 12º E, Ana Rita Sousa, 12º F e Sofia Silva, 12º F

MónicaMeireles, Professoraacompanhante UAARE

Curiosidade: Qual a origem do termo “mentor”?

Este termo remonta ao século VIII a.C. tendo sido registado no livro Odisseia, de Homero..

Na Odisseia, Mentor é o grande protetor do filho de Odisseu, Telémaco, que enceta uma busca do pai, quando este desaparece ao fim dos 10 anos de batalhas, que conduziram os gregos à vitória

sobre Troia.

Curiosidade: Qual a origem do termo “mentor”?

Ao longo do caminho de Telémaco, na sua busca, Atena (deusa da sabedoria, das artes, da inteligência e da guerra, na mitologia grega) disfarça-se de Mentor, em vários momentos, para orientar o caminho do rapaz e ajudá-lo a atingir o seu objetivo. Por esse motivo, em diversos idiomas, a palavra Mentor é utilizada para denominar aquele que transmite conhecimento.

Este termo remonta ao século VIII a.c. tendo sido registado no livro Odisseia, de Homero.

Na Odisseia, Mentor é o grande protetor do filho de Odisseu, Telémaco, que enceta uma busca do pai, quando este desaparece ao fim dos 10 anos de batalhas, que conduziram os gregos à vitória sobre Troia.

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Todos a LER

De modo a incentivar o contacto com os livros e o envolvimento de todos na descoberta do prazer de ler, a Biblioteca da Escola Básica do Castêlo da Maia desafiou os familiares dos alunos a vir à escolar para ler um livro ou contar uma história, à sua escolha.

A concretização deste projeto decorreu ao longo do 2º período e contou com um total de quarenta e cinco participações muito diversificadas, interessantes e criativas.

As histórias trabalhadas abordaram diferentes domínios de cidadania: direitos humanos, interculturalidade, educação ambiental e saúde.

Algumas leituras foram exploradas oralmente com muita participação e interatividade, dramatizações, jogos, escrita criativa, entoação de canções e atividades de expressão plástica.

Foram momentos de aprendizagens significativas, que cremos terem desen-

volvido nas crianças e alunos o gosto pela leitura e constituído um forte incentivo a uma leitura diária e recreativa.

Estamos certos de que todos podem e devem contribuir para o crescimento dos mais novos e para a construção de uma sociedade mais saudável e feliz. A leitura regular também pode fomentar a saúde mental da criança, pois potencia a capacidade de concentração por períodos mais longos, a confrontação entre o «eu» e o «outro» e o diálogo entre culturas, a estimulação da imaginação e da criatividade, o espírito crítico, o aperfeiçoamento da compreensão, da ortografia e da escrita, entre muitos outros aspetos.

A leitura é um dos caminhos que não devemos descurar.

O exemplo é contagioso!

MargaridaMeireles, Professoracoordenadora

Dia Mundial da Alimentação

Dia Internacional dos Chefs de Cozinha

co de Restauração, Variante Cozinha - Pastelaria do AECM, dinamizada pelo Professor Paulo Cardoso, que com os seus alunos aproveitaram a ocasião para partilharem conhecimentos sobre alimentação e a importância da escolha de opções de lanches mais saudáveis, desafiando a comunidade escolar a uma alimentação mais sustentável!

Nesta manhã, recebemos a visita da Dra. Rosa Azevedo, em representação do AECM, da Dra. Sandra Pascoal e do Dr. Paulo

Gonçalves representantes da Câmara Municipal da Maia, da nossa Associação de Pais, esteve presente, Sandra Costa.

A EB de Ferronho assinalou, no dia 20 de outubro, o Dia Mundial da Alimentação / Dia Internacional dos Chefs de Cozinha.

Esta atividade contou com a articulação da turma do Curso Profissional Técni-

Confecionaram panquecas, um lanche muito apreciado pelos alunos, de forma saudável e acompanhadas por fruta da época. Com esta atividade pretendemos levar aos nossos alunos a ideia de que uma alimentação saudável é fundamental no seu crescimento e desenvolvimento.

Destacamos ainda que a possibilidade de os alunos transmitirem aos Encarregados de Educação o que aprenderam na escola, é uma boa forma de mudar rotinas alimentares.

Muito obrigada a todos pela disponibilidade e empenho.

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Palestra “Saúde Mental nos Jovens”

O direito à saúde e, em especial, o direito à saúde mental e ao bemestar em geral, é um direito central no desenvolvimento das crianças e jovens.

No passado dia 8 de março foi dinamizada, pelas Enfermeiras Amélia Ferreira e Nélia Manso do Centro de Saúde do Castêlo da Maia, na nossa escola EB de Porto Bom, uma palestra intitulada “A saúde mental nos jovens” dirigida a todas as turmas do 1.º Ciclo, no âmbito do projeto PES (Projeto de Educação para a Saúde).

Em conjunto com os alunos, as enfermeiras e os seus estagiários, em cada sala de aula debateram-se ideias e mitos associados às emoções e ao bem-estar emocional, simulando-se jogos e situações de treino de competências pessoais e sociais. No final de cada atividade fez-se uma análise do bem-estar das crianças.

O treino de competências permitiulhes desenvolver capacidades de escutar e respeitar a opinião dos outros, tendo como resultado a redução de dificuldades de interagir e/ou de comunicar. Somente através de uma mudança de comportamentos, é possível suprimir o sofrimento emocional e melhorar de forma significativa e em particular, as relações entre pares e as relações entre

pais e filhos.

O balanço foi claramente positivo, tendo os alunos oportunidade de exprimir as suas emoções e esclarecer as suas dúvidas, pelo que no futuro será uma maisvalia dar continuidade à promoção deste tipo de iniciativas.

Parabéns a todos os que participaram nesta iniciativa!

“Ninguém é tão bom como quando todos juntos em Porto Bom!”

RosaVilaça, Professoracoordenadora

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Haja saúde mental!

No âmbito do projeto PES (Projeto de Educação para a Saúde), durante o mês de janeiro, os alunos do 5º e 7º anos do AECM participaram em sessões de sensibilização sobre o tema “Saúde Mental”.

As sessões foram dinamizadas pela Enfermeira Nélia Manso, da UCC Castêlo da Maia e decorreram na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. A desmistificação de crenças associadas à saúde mental, a chamada de atenção para a importância do bem-estar mental e a promoção de estratégias de regulação das emoções foram temas abordados nestas sessões.

Estes momentos de partilha foram gratificantes, conferindo aos alunos oportunidade para refletirem e colocar dúvidas, acerca de uma temática cada vez mais atual e tão importante na nossa sociedade.

ManuelaReis e Célia Fernandes Professoras coordenadoras PES

Visita à Fábrica Ciência Viva

No dia 16 de fevereiro, a nossa turma, 9ºG, realizou uma visita de estudo à Fábrica Ciência Viva em Aveiro, no âmbito da disciplina de Físico-Química.

Quando lá chegámos, começámos por participar numa atividade sobre robótica, de seguida participámos numa atividade relativa à Tabela Periódica. De tarde, depois do almoço no parque perto da Fábrica, tivemos mais atividades sobre ilusões de ótica e experiências variadas sobre Física.

Apesar destas interessantes atividades, o que mais se destacou foi o “Show Física Viva” que teve lugar no auditório da Fábrica. Os dois dinamizadores, o Fábio e o Miguel, com as suas “piadas” conseguiram tornar o espetáculo numa espécie de «conversa normal entre amigos» e as interações que tiveram connosco na plateia e no palco, tornaram o espectáculo muito mais interessante e atrativo! Inicialmente, apresentaram uma experiência que provava que era possível transmitir som usando luz. Seguidamente, assistimos a uma experiência sobre as ondas sonoras, outra sobre o centro de massa dos objetos em que

participaram quatro voluntários para ajudar a confirmar a legitimidade do tema apresentado. Assistimos, também, a uma experiência sobre corrente elétrica e, por fim, demonstraram-nos como funcionava uma bobina de Tesla e a transmissão de energia sem fios.

Em suma, a nossa turma adorou a

visita e as experiências lá realizadas. Foi muito interessante, pois deu-nos a conhecer fenómenos científicos que desconhecíamos, o que foi extremamente enriquecedor e mudou completamente a forma como víamos a Física!

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A turma do9.ºG

Visita de estudo à Corunha

No dia 24 de fevereiro, 56 alunos de Espanhol e EMRC de 7º ano viveram uma experiência incrível: descobrir a cidade de A Coruña, na Galiza, e perceber quão importante e útil é saber comunicar em Espanhol. Foi uma visita inesquecível para os “niños” e “niñas” já que, para grande parte, tratou-se da primeira viagem ao estrangeiro.

Aqui ficam algumas opiniões dos alunos, em português e em espanhol.

“Aprendemos muitas coisas, não só sobre Espanha, mas também sobre Ciências e História!” Matilde Sousa, 7ºA

“A Coruña es una ciudad muy guay. Me encantan los museos y la Plaza Maria

Pita. Me gustan mucho las profesoras, los compañeros y la guía Inés. As viagens de autocarro também foram divertidas e havia sempre música de fundo”. Diana Pinho, 7ºA

“Disfruté mucho del viaje a Coruña. Me gusta mucho la Torre Hércules. Foi muito divertido conhecer uma cidade nova com os meus amigos e professores.” Leonor Maia, 7ºB

“Una visita increíble.” Inês, 7ºC

“Aprendí cosas nuevas y pasé tiempo con mis amigos y maestros.” Raquel Teixeira, 7ºD

“Me gustó ir a España porque disfruté viendo a María Pita y la Torre Hércules

me pareció muy bonita. También me gustó porque conocí gente nueva como si estuviera en otro mundo ” Yara Correia, 7ºD

“Me gustaron los paisajes de Coruña. Es una ciudad con muchos paisajes bonitos ¡Qué pasada de viaje!” Miguel Santos, 7ºF Parabéns aos alunos pelo comportamento exemplar e por terem sido capazes de “hablar muy bien” nos vários espaços visitados, graças ao seu empenho e motivação.

CátiaValente, Professorade Espanhol

Assembleia Municipal Jovem

Nove alunos do ensino secundário participaram na Assembleia Municipal Jovem, que teve lugar no dia 21 de abril de 2023, no Salão Nobre dos Paços do Concelho da Maia. Oito alunos representaram o AECM como deputados e um outro usou da palavra no período de intervenção do público.

A sessão, subordinada ao tema “A saúde mental dos jovens, foi presidida pelo Digníssimo Senhor Presidente da Assembleia Municipal da Maia, senhor Eng.º António Bragança Fernandes.

Orçamento Participativo 2023

Foram apresentadas duas propostas no âmbito do OPE e na sequência da reunião do dia 17 de março, entre a coordenação local da medida e os proponentes das várias propostas, optou-se pela fusão das propostas: “A esplanada verde” e o Bebedouro.

Com projeto intitulado “A esplanada verde” pretende-se adicionar um local de conforto e tranquilidade ao nosso recinto escolar onde todos os alunos, especialmente em dias com bom tempo, possam conviver ao ar livre sem estar preocupados com as bolas vindas dos campos de jogos, algo que acontece nas mesas de picnic. Os proponentes foram os seguintes alunos do 9.ºB: Mariana Pinheiro, nº19; Afonso Gabriel, nº1; Dinis Martins, nº5; João Lopes, nº14; Martim Miranda, nº20.

Com o intuito de melhorar a experiência dos alunos no espaço escolar, tornando-a mais inclusiva e promovendo o bem-estar da

comunidade, propomos o arranjo do bebedouro próximo do campo de jogos, pois encontra-se fora de serviço. A proposta foi apresentada por Maria Inês Pinto Faria, nº15 (12.º A).

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Parlamento dos Jovens 2023

Parlamento dos Jovens, a saber: Miguel Fernandes (9.ºH) e Carolina Ribeiro (7.ºK) como deputados efetivos, Margarida Oliveira (7.ºB) como deputada suplente, e Mariana Pinheiro (9.ºB) como deputada

do Castêlo da Maia na sessão distrital do Parlamento dos Jovens, a saber: David Malheiro (12.ºC) e Luís Henrique Silva (10.ºD) como deputados efetivos, Diogo Romano (12.ºB) como deputado suplente, e Mafalda Martins Santos (12.ºF) como deputada candidata à Mesa da sessão distrital.

“Saúde Mental nos Jovens – Que desafios? Que respostas?” foi o tema da edição 2022/2023 do Parlamento dos Jovens, promovido pela Assembleia da República.

Na sessão escolar do nível básico, foram eleitos os deputados para representar a Escola Secundário do Castêlo da Maia na sessão distrital do

NívelBásico

candidata à Mesa da sessão distrital.

Na sessão escolar do nível secundário, foram eleitos os deputados para representar a Escola Secundário

NívelSecundário

Euroscolas 2023 A “Hora do Tacho

Os alunos Luís Henrique da Silva e Bernardo Pinto, do 10.º ano representaram o AECM, tendo apresentado uma candidatura ao concurso Euroscola 2023,subordinado aotema“Prevenira Corrupção: Uma causadetodos!”.

Otextocompleto defendido pelos alunosodeserconsultadoaqui.

Em parceria com a Associação de Pais e Encarregados de Educação desta escola secundária (APESCM) e após uma reunião com os alunos delegados e subdelegados de turma, a Associação de Estudantes da ESCM e os alunos eleitos deputados no âmbito do Parlamento dos Jovens, decidiu-se implementar o projeto “Hora do Tacho” no espaço das refeições da ESCM, com o intuito de melhorar o serviço e o “saber estar” dos alunos.

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Pensa um momento, Poupa um alimento

No dia 8 de março, realizou-se uma palestra na ESCM sobre Desperdício Alimentar e sustentabilidade para os formandos dos cursos EFA (A1, A2 e C). A palestrante Cristina Ferreira, Eng.ª agrónoma no âmbito da agricultura biológica da LIPOR, destacou a importância de escolher alimentos saudáveis e nutritivos, evitando alimentos processados e ultraprocessados. A hierarquia dos alimentos, que classifica os alimentos de acordo com seu impacto ambiental, também foi apresentada, ressaltando a importância de escolher opções mais sustentáveis.

A questão do desperdício alimentar foi abordada, focando a importância de evitar o desperdício de alimentos, pois estima-se que 1300 milhões de toneladas de alimentos produzidos para consumo humano são perdidas ou desperdiçadas todos os anos, enquanto aproximadamente 815 milhões de pessoas por todo o mundo sofrem de má nutrição e mais de 2000 milhões de pessoas sofrem de deficiência de micronutrientes. Portugal é o

4º país da UE onde mais se desperdiçaram alimentos (dados Eurostat 2020). Terão sido desperdiçados 184 quilogramas de alimentos por habitante em Portugal durante o ano de 2020.

Cerca de 50% dos resíduos alimentares nos países industrializados têm origem no nosso lar. Isso ocorre porque muitas vezes compramos alimentos em excesso e não planeamos as refeições adequadamente. Devemos utilizar os alimentos que já estão disponíveis em casa antes de comprar mais e utilizar sobras para preparar novas refeições ou lanches. Além disso, se os alimentos não forem adequadamente armazenados, pode levar à sua deterioração prematura. Por exemplo, deixar frutas e legumes em temperatura ambiente por muito tempo pode fazer com que

eles estraguem rapidamente. Da mesma forma, guardar alimentos no frigorífico sem embalagem adequada pode fazer com que eles se contaminem com bactérias e fungos.

A palestra foi muito enriquecedora e despertou a consciência dos ouvintes para a importância da prevenção alimentar, a redução do desperdício alimentar e a hierarquia dos alimentos. Assuntos que se enquadram no tema “Alimentação Saudável e Sustentável” do programa Eco-Escolas e nas atividades promovidas pela Lipor Geração+. É fundamental que estes temas sejam discutidos e divulgados para que cada vez mais pessoas possam adotar hábitos alimentares mais saudáveis e sustentáveis.

Formandos EFA A1

A Infelicidade de nascer menina em pleno século XXI

Em pleno seculo XXI ainda há quem deseje não ter nascido menina, não só pelas injustiças a que estão sujeitas, mas principalmente pela privação de crescer, pela liberdade de expressão, pela dignidade e os direitos fundamentais.

O abismo destas mulheres, com idades de menina, com a sua inocência roubada e arrancada cedo de mais, ainda é um flagelo nos dias de hoje.

Uma infância roubada pelo casamento antes do tempo, uma vida subjugada pela privação da voz e da liberdade de opinião, um abandono escolar precoce, uma vida sexual iniciada prematuramente, uma gravidez na adolescência, tudo isto ainda se verifica atualmente em muitos países do globo.

O filme “MUSTANG”, que os formandos dos cursos EFA tiveram o privilégio

de assistir no 7 de março, no auditório do AECM, no âmbito do projeto “CinemAler – Lê o livro, vê o filme” assinalando o Dia Internacional das Mulheres, retrata um pouco do que é viver num desses países em que, ser mulher é sinonimo de infelicidade.

Formandos EFA A1

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que o candidato conclua o nível secundário de educação, através de exames ou frequência de Unidades de Formação de Curta Duração, caso lhe falte até 6 disciplinas/ano. Esta sessão foi uma resposta às necessidades evidenciadas pelos vários Centros da rede tendo sido de grande utilidade pelas dificuldades sentidas e

desenvolvido pelos adultos, tendo por base as competências vivenciadas e conhecimentos adquiridos.

Destacamos também que o nosso Centro Qualifica, todos os anos, disponibiliza a quem nos procura, cursos EFA (Educação e Formação de Adultos - Escolares de Nível Secundário) e Processos de

Há 9 anos que o Centro Qualifica (CQ) do nosso agrupamento tem contribuído para o aumento das qualificações dos adultos, através da frequência de ofertas formativas que resultam de um processo de diagnóstico e respetivo encaminhamento, de forma a aumentarem as suas competências e empregabilidade no mercado de trabalho.

Para além de toda a atividade diária que envolve um Centro com estas características, são exemplo outras intervenções de cariz mais abrangente que têm decorrido de protocolos/parcerias com outras entidades com as quais o nosso Centro se envolve. A exemplo disso, no último ano letivo, organizamos uma sessão de formação em formato online, no âmbito da rede de centros a que pertence (Rede Integrada de Qualificação do Norte Litoral - RIQNL), sobre “Vias de Conclusão do Nível Secundário de Educação de Planos de Estudos já Extintos”, regulamentadas pelo Decreto-Lei n.º 357/2007. Estas vias de conclusão, são respostas criadas para quem frequentou, sem concluir, percursos formativos de nível secundário de educação, desenvolvidos ao abrigo de planos de estudo já extintos. Permitem

partilhadas em torno desta matéria. Para além das inúmeras atividades que envolveram adultos do nosso CQ (3ª edição do concurso de leitura de poesia, visitas de estudos, palestras, …), em 24 de novembro último, procedeu-se no auditório da escola sede à cerimónia de entrega de diplomas a 180 adultos, referentes ao período de 2020 a 2022, adultos esses que concluíram os seus percursos escolares ao nível do 9º e 12º anos. São sempre momentos como este que nos fazem acreditar que vale a pena continuar, pois é sempre com notável satisfação observar que o culminar destas etapas resultam, sobretudo, do trabalho

Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) de Nível Básico e Secundário, na modalidade presencial e/ou online, consoante as especificidades da oferta/público alvo.

Em suma, consideramos que a inclusão dos adultos nestes processos de aumento de qualificações tem contribuído para a construção de sociedades mais justas e inclusivas e, neste sentido, o nosso Centro continuará a ser uma “Porta de Entrada” a todos aqueles que queiram evoluir a nível escolar, profissional e, sobretudo, pessoal.

Inscreve-te no nosso Centro Qualifica E PROJETA O TEU FUTURO!

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