The Portuguese Tribune, November 15th 2010

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TAUROMAQUIA

15 de Novembro de 2010

A forcadagem despediu-se bem da temporada 2ª Corrida da Feira Taurina de Thornton

Praça de Toiros de São João 18 de Outubro de 2010 Cavaleiros - Rui Salvador e Paulo Ferreira Matador - José Luís Gonçalves Forcados Amadores de Turlock Toiros - 3 de Manuel Costa Jr. (primeira parte da corrida) e 3 da Ganadaria Açoriana Director da Corrida - Duarte Braga Banda de Escalon Praça cheia Curros muito aquém das expectativas

Rui Salvador Só mesmo o querer dar tudo por tudo de Rui Salvador é que definiu esta lide. O toiro era manso, estava sempre pouco interessado no cavalo mas respondia à investida do cavaleiro (melhor nos curtos) quando este o citava e foi por isso que se viu um bom segundo comprido e três bons curtos. Rui Salvador passeou a sua classe e o seu saber tentando entusiasmar o toiro para alegrar a noite de fim de Outubro. Diga-se em abono da verdade que os bregas andaram muito mal. Num toiro já de si parado e sem fulgor, dar dezenas de capotazos não interessa à festa, nem sequer ao cavaleiro. Já tenho saudades de ver bregas a saberem o que fazer dentro de uma arena. Dar capotazos por dar capotazos qualquer pessoa é capaz de fazer. Entender o toiro e tentar ajudar o cavaleiro isso é outra música. Não é para todos. O toiro era bonito e tinha trapio. O forcado Tiago Pereira chamou bem o toiro mas este mal o sentiu nos cornos derrotou alto, não dando hipóteses do grupo poder ajudá-lo a tempo. Na segunda tentativa, Tiago esteve melhor na cara do toiro, muito bem ajudado pelo primeiro e segunda ajuda, mas mesmo assim o toiro com a velocidade que levava, empurrou-os a todos e ficou solto. Para a terceira tentativa veio Michael Lopes que pegou bem, com boa ajuda de todos e quando toda a gente pensava que a pega estava consumada, o toiro desviou-se para a direira e escapuliu. Quarta tentativa de Michael Lopes com uma boa pega de raiva e grande ajuda. De repente, quando todo o grupo estava em cima do toiro este derrotou-os, ficando Michael sempre nos cornos até o grupo reagrupar-se e parar o toiro. Foi uma pega de encher os olhos. Rui Salvador despediu-se da Feira toureando um toiro colorado, médio de peso, gravito, que não quiz ajudar a despedida. O toiro cedo desinteressou-se da luta e do cavalo e o tempo foi passando. Nos compridos nada a referir, mas nos curtos gostámos dos três últimos. Rui calmamente foi levando a água ao seu moinho, por isso acabou bem. Pena que o toiro não quisesse colaborar melhor com este excelente cavaleiro, para que saíssemos desta feira mais contentes e felizes. George Martins Junior embarbelou-se bem no toiro, mas este virou a cabeça para a direita e o George ficou caído para a esquerda. Na segunda tentativa, George aguentouse bem, e teve boa primeira ajuda, consumando um boa pega. Aconteceu a mesma coisa com este forcado, quando o toiro de repente fugiu às ajudas ficando o George e um companheiro sózinhos. Seria bom que o grupo quando se fechasse, cobrisse os dois pitons do toiro, para obstar a que o toiro possa sentir um dos lados sem ajuda e virar-se para ele. Foi isso que aconteceu.

Quarto Tércio

José Ávila josebavila@gmail.com Tiro o meu chapéu agradecidamente a nossa amiga Leocadia Hernandez, residente em

Kansas City, que num gesto amigo nos ofereceu a orelha que lhe tinha sido presenteada pelo grande matador de toiros espanhol El Viti numa corrida realizada em Marbelha em 1962.

Paulo Ferreira Paulo recebeu um toiro negro, com patas e barriga branca e com peso. O toiro andou fugidio e sem se fixar durante um bom bocado. Os bregas, mais

toureados e este era um deles. Paulo não deu volta à praça. Muito bem. Jason McDonald ofereceu a pega ao matador José Luís Gonçalves que se despedia da aficion da California.

Na terceira tentativa, o toiro derrotou alto e Jason teve a preciosa participação do primeiro ajuda, mas o toiro ao levantar-se, depois de cair, quase que cuspiu o forcado e foi aí que apareceu o primeira ajuda a ser brilhante naquilo que deve fazer - recolocar o forcado na cabeça do toiro. Grande pega e grande primeira ajuda. Volta merecida para ambos os forcados. Paulo Ferreira recebeu o seu segundo toiro, colorado, menos gravito que o seu irmão e médio de peso. No princípio o toiro mostrou-se pouco interessado em dar luta ao cavaleiro, mesmo assim Paulo consegiu um bom segundo comprido. No primeiro ferro curto aconteceu por duas vezes o ferro ter escorregado no velcro e ter caído no chão. Paulo excitou-se com estes falhanços, tentou entusiasmar o toiro para a sua última actuação da temporada e assim cravou três ferros de bom nível. Pena o toiro não ter querido colaborar com um cavaleiro que se sente muito bem nas nossas arenas e que conhece os cavalos que lida como ninguém. Paulo teve um temporada muito boa.

uma vez abusaram dos capotazos desnecessários e sem nexo algum. O Paulo não se deu bem com este tipo de toiro, que não investia, ficava curto nas sortes, por isso a necessidade de sair em falso quatro vezes. Paulo cravou cinco ferros mas não houve nenhum que enchesse as medidas de um aficionado. Há toiros que não querem ser

Na primeira tentativa o toiro ao chegar ao forcado desviou-se e seguiu o seu caminho. Na segunda tentativa Jason aguentou-se muito bem com os derrotes, mas o toiro ao fugir ao grupo, desiquilibrou-o e não se pôde aguentar.

Manuel Cabral não teve problemas com este toiro, Citou, aguentou-se muito bem e todo o grupo se fechou a tempo e horas. Boa pega do Manuel.

José Luís Gonçalves Foi pena o ganadero Manuel da Costa Júnior não ter percebido a tempo e horas a importância que esta corrida tinha em relação ao matador José Luís Gonçalves. O ganadero não percebeu isso e mandou um novilho avacado que nunca deveria ter sido oferecido na despedida de um matador. Quando não se tem toiros à altura de uma Feira diz-se NÃO. O ganadero não precisa ficar mal visto por estas coisas. Ser ganadero é ter responsabilidades e saber a importância das corridas. Ser ganadero não é só ter toiros. Ser ganadero implica compreender as necessidades das organizações. Não há história nesta faena do matador angolano. Nem com o capote nem com a muleta. O importante até nem foi o toiro ter sido manso. O importante é que o toiro não tinha categoria, nem cara para estar em frente de um matador e muito menos numa festa de despedida. No seu segundo toiro, colorado e médio de peso, vimos um muito bom primeiro tércio com quatro verónicas templadas, quatro chicuelinas cingidas e uma rebolera, para acabar o tércio, com o toiro a portar-se muito bem. Com a muleta as coisas não correram tanto bem. O toiro foi de mais a menos mas ainda deu tempo para se ver alguns derechazos de bom estilo deste matador que se despede das nossas arenas. A partir de certa altura o matador ficou mais "inquieto" com o comportamento do toiro. Alguma coisa ele viu que eu não vi. (conclui na página seguinte)


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