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SAÚDE JORNAL de

Pública

Edição Norte

Jornal de Saúde Pública, agosto de 2013, é uma publicação com distribuição gratuita.

www.newsfarma.pt

Dr. Manuel Pizarro, internista:

“Muitas das instituições de referência do país localizam-se no Porto” A qualidade e a excelência dos serviços e instituições de saúde do Norte são uma evidência. As palavras de Manuel Pizarro vão ao encontro de um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, que dá ao Porto nota máxima.

Pág. 4 Dr. Rui Cernadas

Dr. Laranja Pontes

ARS e a Saúde Pública

IPO Porto, hospital de topo

Dr. Luís Portela

Acesso à saúde de qualidade

“A atividade de saúde pública é pouco percebida pelos cidadãos e até pelas instituições, apesar das suas importantes, significativas e legais funções.”

“Como instituição de ‘topo’ para o Norte de Portugal, recebe dos outros hospitais as patologias mais raras e as situações mais complexas”.

“O principal objetivo das instituições de saúde é que os interesses da população sejam bem defendidos, quer no Porto, quer nas restantes regiões do país.”

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EDITORIAL

SUMÁRIO

Hospitais do Norte

4 Dr. Manuel Pizarro

Os mais eficientes a nível nacional

Setor da Saúde é essencial para o Porto

6 Dr. Rui Cernadas

O Porto e o Norte. A ARS e a Saúde Pública

7 Prof. António Ferreira

Norte lidera todos os rankings Os hospitais do Norte estão no “topo”. Segundo um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, que avaliou 44 hospitais em 17 grupos de doenças, constatou-se, mais uma vez, que o Centro Hospitalar São João, no Porto, foi considerado, pelo terceiro ano consecutivo, o melhor do país. O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto é o local onde os doentes oncológicos são tratados com maior rapidez, enquanto o Santo António apresenta dos índices de mortalidade esperada mais baixos da Península Ibérica e é o que mais investe em investigação. De acordo com um recente relatório de benchmarking da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), no São João, um doente padrão custa 2613 euros, o valor mais baixo entre as instituições de grande dimensão. Além de resultados de excelência, estas três unidades hospitalares têm em comum o facto de serem geridas por médicos e também o de serem pioneiras na compra conjunta de medicamentos. Ao longo desta edição especial do Jornal de Saúde Pública terá oportunidade de conhecer a opinião de responsáveis de grandes instituições de saúde do Norte.

É de salientar que, na Saúde o Porto já é capital, não só devido ao facto de ter os melhores e mais eficientes hospitais, como também por poder contar com o conhecimento clínico e científico de inúmeros especialistas que se formaram na cidade do Porto e partilharam todo o seu conhecimento mundo fora.

8 Dr. Fernando Sollari Allegro O Norte tem indicadores de saúde sobreponíveis aos de outras regiões

9 Dr. Laranja Pontes

IPO Porto Uma instituição de “topo”

10 Dr. Luís Portela

Os portugueses têm acesso a serviços de saúde de qualidade

É de salientar que, na Saúde, o Porto já é capital, não só devido ao facto de ter os melhores e mais eficientes hospitais, como também por poder contar com o conhecimento clínico e científico de inúmeros especialistas que se formaram na cidade do Porto e partilharam todo o seu conhecimento mundo fora.

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11 Dr. Victor Correia da Silva

Na Saúde, o Porto já é capital

12 Prof. Daniel Serrão

Porto, uma boa resposta em Saúde

12 Prof. José Pinto da Costa

Instituições de Saúde são referência a nível nacional

13 Prof. Germano de Sousa

Ao serviço dos doentes e dos médicos

14 Dr. Fernando Pinto

SPH com delegação na Invicta

14 Espaço dos doentes... “ + pelos Doentes “

PATROCINADORES


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ENTREVISTA

Setor da Saúde é essencial para o Porto A saúde é uma das áreas que o Dr. Manuel Pizarro, internista, privilegia. Internacionalizar a prestação de cuidados de saúde, criar um programa de educação para a saúde e apoiar os idosos que vivem isolados são algumas das suas prioridades.

O Dr. Manuel Pizarro considera que “o peso do setor da Saúde no Porto é muito importante”. O médico sublinha a tradição de ensino universitário na área da saúde, que remonta ao século XIX. Por outro lado, “muitas das instituições de referência do país

localizam-se no Porto, quer se trate de hospitais públicos como o S. João, o Centro Hospitalar do Porto ou o IPO, quer de organizações de iniciativa privada e social”. O ex-secretário de Estado da Saúde lembra que “uma grande parte da investigação biomédica de ele-

vado impacto nacional e internacional está sediada nas instituições do Porto – Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), Instituto de Engenharia Biomédica (INEB) –, assim como

noutros pólos de investigação associados diretamente às próprias universidades ou aos grandes hospitais prestadores de cuidados”. O especialista considera que a requalificação e modernização das unidades de prestação de cuidados de saúde do Porto, que


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tem vindo a ser feita, é importante para melhorar a resposta aos cidadãos da cidade e da região, mas também para abrir horizontes na internacionalização da prestação de cuidados de saúde. Uma perspetiva que tem sido abordada por outras instituições, como o Health Cluster Portugal – pólo de competitividade da saúde que agrupa mais de 100 organizações da saúde portuguesas e está sediado no Porto. Também por isso, o Dr. Manuel Pizarro defende que “o Centro Materno-Infantil deve ser concluído e inaugurado o mais depressa possível” e que é preciso “concretizar os projetos para melhorar a rede de Centros de Saúde, nomeadamente em Ramalde (bairro das Campinas) e em Campanhã (antiga Escola do Cerco do Porto)”. O Dr. Manuel Pizarro defende que o município pode ter um papel muito importante na saúde em áreas onde o Serviço Nacional de Saúde (SNS), “por muito capaz que seja, nunca conseguirá dar uma resposta total”, com destaque para a educação para a saúde. “Os riscos para a saúde, como a hipertensão arterial, a diabetes e o excesso de peso, estão profundamente relacionados com os hábitos de vida, sendo que um em cada cinco adultos fuma e que 30% das crianças têm excesso de peso”, afirma.

O Dr. Manuel Pizarro defende que “o Centro Materno-Infantil deve ser concluído e inaugurado o mais depressa possível” e que é preciso “concretizar os projetos para melhorar a rede de Centros de Saúde.

Defende ainda a existência de um programa de educação para a saúde que incida sobre a nutrição. “A Câmara tem enormes responsabilidades, desde logo porque as cantinas das escolas de ensino básico estão a seu cargo.” O exercício físico, a educação para a saúde oral e para a sexualidade são outras das áreas em que promete apostar, nesse grande programa de educação para a saúde nas escolas. No seu entender, “as crianças e os jovens podem ser o indutor, mesmo junto das suas famílias, da mudança de comportamentos” e podem “atrair os pais e os familiares à escola e recuperar a ideia da escola como ‘centro da vida comunitária’ ”. Uma das grandes preocupações do Dr. Manuel Pizarro é o problema do isolamento das pessoas idosas. O Porto tem 55 mil cidadãos com mais de 65 anos de idade, sendo que 60% destes vivem isolados. “Precisamos de encontrar mecanismos que combinem apoio social com apoio de saúde”, afirma, referindo que a “autarquia pode servir de estímulo à ligação entre o sistema de saúde formal e as instituições particulares de solidariedade social no desenvolvimento de pequenas equipas que acompanhem as pessoas que vivem isoladas e que tenham necessidade desse apoio”.

Uma das grandes preocupações do Dr. Manuel Pizarro é o problema do isolamento das pessoas idosas

O Porto, a medicina e a política O Dr. Manuel Pizarro sempre residiu no Porto, cidade onde casou e teve uma filha. É licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP). É especialista em Medicina Interna e assistente hospitalar graduado no Hospital de São João. Foi membro da Assembleia Municipal do Porto e vereador sem pelouro atribuído na Câmara do Porto entre 2005 e 2008. Em 2005, foi eleito deputado pelo círculo do Porto e entre 2008 e 2011 assumiu o cargo de secretário de Estado da Saúde. Enquanto membro do Governo, esteve diretamente associado a impor-

tantes investimentos nos equipamentos de saúde da cidade e da região, com destaque para o Centro Materno Infantil, cuja construção se iniciou após duas décadas de avanços e recuos, do Centro de Reabilitação do Norte, do novo Centro de Cirurgia de Ambulatório no Hospital de Santo António, do Centro de Radioterapia do IPO / Porto, o maior na Península Ibérica, e das obras de renovação do Hospital de S. João. Ao mesmo tempo, assumiu várias decisões que melhoraram os equipamentos dos Centros de Saúde, com a construção de novas instalações e a instalação de múltiplas Unidades de Saúde Familiar (USF). Ocupa os tempos livres a ler e a conviver com a família e os amigos.


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ARS NORTE

O Porto e o Norte. A ARS e a Saúde Pública A atividade de saúde pública é pouco percebida pelos cidadãos e até pelas instituições, apesar das suas importantes, significativas e legais funções e missão, entre as quais se contam a de Autoridades de Saúde, as de Observatório Local de Saúde, a de vigilância epidemiológica e investigação de surtos epidémicos, a de participação em programas de grande impacto, como os da vacinação, saúde oral e escolar, saúde ocupacional, entre outros.

Dr. Rui Cernadas Vice-presidente do Conselho Diretivo da ARS Norte

O desenvolvimento destas competências envolve profissionais diversos como médicos de saúde pública, enfermeiras especialistas, matemáticos, técnicos de saúde ambiental e laboratórios, motoristas, assistentes técnicos e operacionais… O modelo de organização atual prevê e assenta na base duma Unidade de Saúde Pública (USP) por cada ACES (Agrupamento de Centros de Saúde). No território da ARS Norte (distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Bragança e concelhos dos distritos de Aveiro e Viseu) existem 24 USP. Em 2012, a ARS do Norte entendeu envolver mais extensamente a Saúde Pública na área da contratualização dos Cuidados de Saúde Primários, primeiro pela participação do Departamento de Saúde Pública nas reuniões de contratualização externa, realizadas pelo Departamento de Contratualização com os ACES,

Torna-se necessário que as USP estejam dotadas dos meios necessários para o exercício das suas atividades, em especial de um sistema de informação nacional para a Saúde Pública alargado e que contemple as necessidades de informação específicas.

e depois pelo desafio a que, em articulação com os Departamentos de Contratualização e de Estudos e Planeamento, construíssem uma proposta de indicadores regionais de contratualização interna das Unidades de Saúde Pública dos ACES da região Norte, a serem utilizados já no ano de 2013 e a título experimental. Após este trabalho conjunto e ouvidos os Coordenadores das USP da região, foi elaborada uma proposta de indicadores regionais e respectivas caracterizações que mereceu, em março passado, a aprovação deste Conselho Diretivo. Entre estes indicadores incluem-se a implementação de planos locais de saúde, a investigação de casos de doença de declaração obrigatória, a gestão dos programas de vacinação e de saúde escolar e oral. Nesta altura, está concluída a contratualização destas USP para 2013, em todos os ACES, numa linha estratégica de consolidação dos CSP, de teste da robustez e interesse dos indicadores enquanto carteira de serviços a contratualizar futura e nacionalmente, e de comparabilidade e coerência. Todo este vasto e pioneiro trabalho foi remetido à Tutela como contributo para a institucionalização do processo global de celebração de contratos-programa com todas as unidades funcionais dos CSP. Para que este processo de contratualização, interna e externa, se desenvolva de uma forma eficaz, consequente e transparente, torna-se necessário que as USP estejam dotadas dos meios necessários para o exercício das suas atividades, em especial de um sistema de informação nacional para a Saúde Pública alargado e que contemple as necessidades de informação específicas.


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HOSPITAL DE SÃO JOÃO

Norte lidera todos os rankings Os resultados disponíveis e provenientes de várias fontes têm mostrado inequivocamente que, no que concerne à saúde (à semelhança de muitas outras áreas), o Norte e, em particular, o Porto surgem sempre na liderança de todos os “rankings”, sejam estes relativos à acessibilidade aos cuidados de saúde, ou relacionados com a produtividade dos profissionais, refiram-se à qualidade e excelência assistenciais, ou analisem a eficiência das instituições. De facto, apesar do financiamento público das instituições de saúde, analisados os anos de 2009 a 2012 (envolvendo governos liderados por partidos diferentes), ser manifestamente inferior na região Norte (cerca de 740 € per capita), quando comparado com as regiões do Centro (cerca de 1.014 € per capita) e de Lisboa (1.005 € per capita), os resultados e os indicadores de saúde, tomando como base os dados do INE de 2011, são francamente melhores (tanto no que concerne à mortalidade e morbilidade, como no que toca à produtividade dos profissionais e à rentabilidade dos meios disponíveis - que são, eles mesmos, mais escassos). Se bem que a explicação para este aparente paradoxo seja simples, a sua divulgação pública é um ato temerário. Por isso mesmo não tem sido objecto de análise circunstanciada. A primeira e a mais importante razão para esta diferença prende-se com a distância a que as instituições do Norte se localizam do centro paroquial e endogâmico que governa o país. Os intocáveis, membros das diferentes “paróquias” de interesses, ligados a lideranças e “famílias” políticas informais ou institucionais, protegidos pelo conjunto endogâmico dos verdadeiramente poderosos, existindo também no Norte, são, de facto, em muito menor número. É, pois, mais fácil mudar e reformar as instituições, combater interesses corporativos ilegítimos, substituir chefias que, egoisticamente, mais não fazem do que fomentar o deserto competitivo em seu redor, e é mais fácil iniciar processos que promovam o envolvimento dos profissionais na prossecução das estratégias de mudança. Portugal precisa de tomar consciência desta

realidade e perceber que, mais do que discutir questões político-partidárias conjunturais, importa ultrapassar os bloqueios que os interesses da endogamia reinante permanentemente colocam às absolutamente necessárias reformas do Estado e das instituições, do nosso modelo económico e social e das nossas “lideranças” políticas e institucionais (meros representantes, mais ou menos subservientes, dos referidos interesses). O Porto, se o quiser, poderá ter uma palavra, enquanto cidade e região, no fomento desse processo de mudança, tão necessário para a sobrevivência de Portugal. Prof. António Ferreira Médico

Apesar do financiamento público das instituições de saúde, analisados os anos de 2009 a 2012, ser manifestamente inferior na região Norte, quando comparado com as regiões do Centro e de Lisboa, os resultados e os indicadores de saúde, tomando como base os dados do INE de 2011, são francamente melhores.


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CENTRO HOSPITALAR DO PORTO

Centro Hospitalar do Porto

O Norte tem indicadores de saúde sobreponíveis aos de outras regiões

Dr. Fernando Sollari Allegro Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Porto

Quem olha de forma panorâmica para a Saúde em Portugal surpreende-se com as diferenças regionais encontradas. A Região Norte tem indicadores de saúde sobreponíveis às outras regiões do país, na mortalidade infantil é de 3,3/mil contra 3,4/mil da média nacional, e na esperança média de vida de 79,2 anos contra 79,3 da média nacional. Na lista de espera cirúrgica no Conselho do Porto apresenta uma mediana do tempo de espera de 2,3 meses dentro do grupo dos quatro melhores distritos nacionais. Na cobertura de médico de família, na cidade do Porto, há quinze mil pessoas sem médico de família em duzentos e sessenta mil habitantes. Quando consideramos os indicadores de eficiência, tomando como fonte o benchmarking produzido pela ACSS, no grupo dos seis maiores hospitais do país, o Centro Hospitalar S. João é o mais

Quando consideramos os indicadores de eficiência, tomando como fonte o benchmarking produzido pela ACSS, no grupo dos seis maiores hospitais do País, o Centro Hospitalar S. João é o mais eficiente e o Centro Hospitalar do Porto é o terceiro dos seis.

eficiente e o Centro Hospitalar do Porto é o terceiro dos seis. O Centro Hospitalar do Porto é o que apresenta menor demora média do grupo e também a maior taxa de ambulatorização cirúrgica. No que diz respeito à percentagem de cirurgias realizadas em tempo adequado, mais uma vez o Centro Hospitalar de S. João é o primeiro do grupo e o Centro Hospitalar do Porto o segundo do mesmo grupo. Por outro lado, sendo a zona Norte responsável pela saúde de 36,7% da população portuguesa recebe financiamento 33,88% do orçamento do Ministério da Saúde, ou seja, recebe menos duzentos e vinte e seis milhões de euros para cumprir uma tarefa igual a outras regiões e com resultados em saúde iguais ou melhores. Com resultados inferiores, a região de Lisboa e Vale do Tejo recebe mais vinte por cento de orçamento do que a região Norte. Daqui resulta um gasto anual em saúde, por habitante, de 714€ no Norte contra 858€ em Lisboa e Vale do Tejo. Gritante é o caso da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSN), que recebe 535€ por habitante, contra 643€ da ULS do Norte Alentejano, sem que se vislumbre qualquer razão significativa para tal situação. Com todas estas diferenças já existentes, esperávamos nós, dirigentes da saúde do Norte, que houvesse uma correção progressiva da situação. Puro engano. Em 2013, fomos surpreendidos por um corte de 2,8% do nosso orçamento, igual para todos, apesar do Ministério ter tido um aumento da dotação orçamental. Se todo o Serviço Nacional de Saúde trabalhasse com a eficiência da região Norte, haveria uma redução de gastos de 790 milhões de euros, ou seja, seriam desnecessários cortes na Saúde.


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IPO PORTO

Instituto Português de Oncologia do Porto

Uma instituição de “topo” O Instituto Português de Oncologia do Porto Francisco Gentil, EPE (IPO-Porto) iniciou a sua atividade, em 1974, como Unidade do Setor Público ligado ao Ministério da Educação e, em 1983, passou a fazer parte do Ministério da Saúde, tendo-se tornado em dezembro de 2005, Entidade Pública Empresarial. É uma Instituição altamente diferenciada, pertencente ao SNS, prestadora de cuidados específicos na área de Oncologia. Como Instituição de “topo” para o Norte de Portugal, recebe dos outros hospitais as patologias mais raras e as situações mais complexas. O IPO-Porto é o hospital que mais atividade cirúrgica a nível nacional tem no tratamento do cancro seguido do IPO de Lisboa, HUC e IPO de Coimbra. O IPO-Porto tem por missão principal a prestação de cuidados de saúde hospitalares oncológicos à população, com a máxima qualidade, humanismo e eficiência. Faz parte ainda da sua missão desenvolver atividades de investigação, formação e ensino no domínio da Oncologia. Internacionalmente, integra e participa ativamente em diversas organizações internacionais em programas de investigação do cancro, nomeadamente EORTC e OECI. Ao longo dos anos, o IPO-Porto tem realizado um extenso investimento na investigação. Oficialmente, em setembro de 2003, foi criado o Centro de Investigação (CI-IPOP), que agrega um conjunto de unidades de investigação, entre elas a Unidade da Genética do Cancro e a Unidade de Investigação Clínica. O Grupo da Genética do Cancro, liderado pelo Prof. Manuel Teixeira, MD, PhD, tem como objectivo caracterizar o padrão de hereditariedade e as alterações genéticas adquiridas que poderão estar na origem do cancro, marcadores tumorais, bem como compreender os mecanismos de progressão do tumor e da resposta terapêutica. A Unidade de Investigação Clínica, dirigida

pelo Dr. José Dinis, MD, tem como objetivo colaborar no desenvolvimento de terapêuticas mais eficazes para o cancro, designadamente através da sua participação em ensaios clínicos multicêntricos, e apoia a maioria das Clínicas de Patologia do IPO-Porto, na sua participação em ensaios clínicos internacionais, nomeadamente em estudos promovidos pela EORTC e por outros grupos de colaboração, ou pela indústria farmacêutica. No contexto atual, a colaboração entre a unidade de genética do cancro e a unidade de investigação clínica sustenta por excelência, o processo de investigação de translação, quer pelo acesso a uma grande população de doentes e respetivos dados clínicos, quer pelo conhecimento detalhado sobre as anomalias genéticas dos tumores individuais. Em 2012, o IPO-Porto participou em 162 ensaios clínicos, promovidos pela indústria farmacêutica ou outros grupos de colaboração, exclusivamente na área da Oncologia, em que a Unidade de Genética do Cancro e a Unidade de Investigação clínica publicaram mais de 70 artigos. Em geral, o IPO-Porto recebe cerca de 10.000 novos doentes/ano, tem a sua atividade centrada no doente, através das Clínicas de Patologia (onze), e proporciona uma assistência holística a todos os seus doentes. Desde 2010 que dispõe de um serviço de Radioterapia Externa, com 8 aceleradores lineares, que proporciona as condições técnicas de alta qualidade de tratamento. Pelo seu número de novos doentes admitidos e tratados, do prestigiado corpo de profissionais e da excelência de tecnologias que põe ao dispor do SNS, o IPO-Porto está com certeza entre os dez maiores Centros Europeus de Oncologia, sustentado também na acreditação/certificação (CHKS – OECI) como Comprehensive Cancer Centre.

Dr. Laranja Pontes Presidente do Conselho de Administração do IPO PORTO

Em geral , o IPO-Porto recebe cerca de 10.000 novos doentes/ano, tem a sua atividade centrada no doente, através das Clínicas de Patologia (onze), e proporciona uma assistência holística a todos os seus doentes.


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ENTREVISTA

Dr. Luís Portela, presidente do Grupo Bial:

“Os portugueses têm acesso a serviços de saúde de qualidade” “A saúde faz-se bem em Portugal. Os portugueses têm acesso a serviços de qualidade, há boa investigação e empresas competentes que, atualmente, estão focadas na internacionalização, com base nos bons serviços prestados no país”, considera o Dr. Luís Portela, presidente do Grupo Bial, a maior farmacêutica portuguesa, localizada no Porto. Na opinião do Dr. Luís Portela, existem “excelentes” unidades de saúde de Norte a Sul do país, quer públicas, quer privadas, assim como empresas conceituadas. Na região Norte, o responsável destaca que existe um conjunto de empresas de dispositivos médicos, nomeadamente de Penafiel, de Guimarães e do Porto, que exporta grande parte do que produz. Faz questão de realçar, ainda, três centros de investigação da Universidade do Porto: o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP), o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) e o Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB) que, segundo refere, “fazem investigação muito bem”. O Dr. Luís Portela aproveita para saudar o acordo estabelecido entre os referidos centros de investigação, com vista à criação de um grande centro de investigação, designado por Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (I3S), que agregará os três institutos. “Nos tempos difíceis que se vivem na Europa e em Portugal, é importante procurar aproximar as instituições e racionalizar e reduzir os custos o mais possível”, considera. “O principal objetivo das instituições de saúde é que os interesses da população sejam bem defendidos, quer no Porto, quer nas restantes regiões do país”, afirma, acrescentando que o Grupo Bial procura criar boas relações com as mais diversas instituições da área da saúde – de investigação, hospitais e outras empresas. “Procuramos manter boas relações, independentemente da região onde estão”, conclui.

Na região Norte, existe um conjunto de empresas de dispositivos médicos, nomeadamente de Penafiel, de Guimarães e do Porto, que exporta grande parte do que produz.


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CUF PORTO

Na Saúde, o Porto já é capital Não obstante a medicina portuguesa sempre ter tido excelentes profissionais ao longo dos tempos, alturas houve em que os doentes portugueses recorriam ao estrangeiro, pelas mais diversas circunstâncias, seguindo o conceito de que “lá fora é que é bom…”. No entanto, muitos dos profissionais a exercer em Portugal, fizeram a sua formação no todo ou em parte fora, trazendo os conhecimentos e práticas de países mais avançados, mesmo numa época em que constrangimentos de diversa índole na medicina pública e privada impediam a sua aplicabilidade plena. Ora, os tempos mudaram e não só a medicina pública como a privada melhoraram significativamente a qualidade e eficácia dos seus serviços, estando assim a par das práticas internacionais. A criação de grandes unidades privadas como o Hospital CUF-Porto (HCP), com todas as valências e especialidades e devidamente equipadas, veio permitir à medicina privada posicionar-se como alternativa à pública, sendo, em muitos casos, bem mais avançada. Consubstanciando o que acabamos de dizer, eis algumas das áreas que colocam o HCP bem na frente do que melhor se faz em Portugal e no mundo:

Neurocirurgia • Monitorização neurofisiológica intraoperatória: permite reduzir risco de lesões neurológicas na cirurgia da medula e de tumores cerebrais; • Cirurgia minimamente invasiva da coluna, com enormes benefícios para o doente; • Colaboração multidisciplinar com a Oncologia Médica e a Radioterapia, para tratamento de tumores cerebrais; • Unidade de Neurocirurgia Pediátrica; • Utilização de endoscopia cerebral por rotina nas situações em que está indicada. Cirurgia Vascular • Cirurgia minimamente invasiva da estenose carotídea para prevenção do AVC, sob anestesia geral; • Tratamento endovascular percutâneo do aneurisma da aorta abdominal; • Cirurgia da hiperhidrose por toracoscopia em ambulatório.

Dr. Victor Correia da Silva Diretor Clínico do Hospital CUF Porto

Otorrinolaringologia Nesta especialidade existe uma Unidade de Implantes Auditivos composta por otorrinolaringologistas, audiologistas, terapeutas de fala, geneticista e psicóloga, a qual se dedica à reabilitação da surdez infantil e adquirida. Presentemente, as crianças portadoras de surdez recebem implantes cocleares bilaterais por volta dos 12 meses de idade, entram no programa de reabilitação auditivo-verbal, o que lhes poderá permitir ter, por volta dos 4 anos, um desenvolvimento linguístico semelhante a uma normo-ouvinte. Paralelamente, são colocados implantes osteointegrados, implantes ativos de condução óssea (os primeiros em Portugal), implantes ativos de ouvido médio e implantes híbridos ( a maior casuística nacional nestes 2 últimos tipos), permitindo assim cobrir quase todos os tipos e graus de deficiência auditiva.

Oncologia Radioterapia perIoperatória no tratamento do carcinoma da mama.

A criação de grandes unidades privadas como o Hospital CUF-Porto, com todas as valências e especialidades e devidamente equipadas, veio permitir à medicina privada posicionar-se como alternativa à pública, sendo, em muitos casos, bem mais avançada.

Anestesiologia • Consulta da dor, com o objectivo de criação de um hospital sem dor e grande volume de anestesia pediátrica e em cirurgias de grande complexidade nas diversas especialidades; • Centro da Criança e do Adolescente com Hospital de Dia, onde são efetuados diversos tipos de tratamento em ambulatório ou internamento. Do que ficou exposto, poderemos dizer que, em Saúde, o Porto já é capital e pode ombrear com o que se faz de mais avançado noutras cidades de maiores dimensões.


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FACULDADE DE MEDICINA PORTO

Porto, uma boa resposta em Saúde As atividades de Saúde desenvolvem-se em quatro eixos principais, que são: • a educação para estilos de vida saudáveis • a proteção da saúde, pública e individual • o diagnóstico precoce das doenças, em especial Sida, tuberculose e cancro • o tratamento hospitalar e em ambulatório. Em todos eles temos, no Porto, uma boa resposta. Nas Escolas secundárias acompanho diretamente, porque me convidam para dar palestras, o interesse dos professores em ajudar os alunos a fazerem as boas escolhas alimentares e a evitarem o tabaco e o álcool. E a educação para uma sexualidade saudável. A Câmara e as Juntas de Freguesia são, ativamente, amigas da Saúde pública, tratando de esgotos e lixos de forma continuada. E, em relação aos idosos, algumas já estão certificadas como Amigas do Cidadão idoso. Nos seus numerosos Centros de Saúde e nas Unidades de Saúde Familiar, médicos e enfermeiros, têm em marcha programas de rastreio que tor-

nam possível um diagnóstico precoce, com evidente benefício para a percentagem de curas. O que até leva a poupanças significativas na medicina curativa hospitalar. A intervenção dos Hospitais no tratamento das situações de doença mais graves está ao nível de qualquer capital europeia. Quer o Hospital de S. João, quer o de Santo António, quer o Instituto de Oncologia praticam a melhor medicina com serviços de ponta como cardiologia, médica e de intervenção, gastrenterologia,neuro-cirurgia, transplantes de rim, fígado e coração, cirurgia laparoscópica, infeciologia e pediatria médica e cirúrgica, entre muitos outros; em avaliações para ranking, mesmo com as críticas que podem merecer os critérios, os serviços hospitalares portuenses estão sempre nos primeiros lugares. Sem dúvida o Porto é uma capital da cultura em saúde. Ninguém precisa de sair do Porto por motivos de saúde.

Prof. Daniel Serrão Médico. Prof. Jubilado da Faculdade de Medicina do Porto

INSTITUTO DE MEDICINA LEGAL

Instituições de Saúde são referência a nível nacional Na Saúde o Porto já é uma referência há muito tempo na consagração de uma investigação científica cujo desenvolvimento o coloca nas lides cimeiras. A sua Universidade, a maior do País, alberga instituições dedicadas à saúde num conceito abrangente e contemporâneo, que são uma referência nacional. Citamos, entre outros, o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular, o Instituto de Biologia Molecular e Celular, o Instituto Nacional de Engenharia Biomédica que têm contribuído de forma significativa para o desenvolvimento e prestígio das ciências da área da saúde. As suas duas escolas de medicina, a Faculdade de Medicina, já centenária, e o Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar que já fez as suas bodas de prata, são referências nacionais e internacionais nesta área contribuindo de forma significativa para a investigação

científica na área da Saúde. Foi no Porto que se instalou o único Banco Público de Gâmetas português, no Centro Hospitalar do Porto, mais propriamente na Maternidade Júlio Dinis, dedicado à ajuda da infertilidade, problema de importância atual. A abrangência do conceito de saúde explica também a criação do Centro de Investigação em Atividade Física, Saúde e Lazer da Faculdade do Desporto da Universidade do Porto que visa ligar a preparação física às questões de saúde. Os hospitais da área do grande Porto com os maiores índices de produtividade do País e menores gastos por doente quando comparados com outras áreas, dirigidos por uma ARS Norte que tem serviço de exemplo às restantes, fazem desta mui leal e invicta cidade do Porto uma referência da saúde em Portugal e uma capital nesta área.

Prof. José Pinto da Costa Professor Catedrático de Medicina Legal


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CENTRO DE MEDICINA LABORATORIAL

Prof. Germano de Sousa, diretor do Centro de Medicina Laboratorial

Ao serviço dos doentes e dos médicos O Centro prima pela qualidade na tecnologia utilizada, qualidade no “background” e formação académica do grupo de colaboradores que colocam a qualidade no centro do atendimento dos doentes, qualidade na execução dos exames. Qualidade na interpretação dos resultados e na informação e apoio prestado aos colegas clínicos. Sem garantias de estabilidade por parte do Ministério da Saúde e com dificuldades económicas acrescidas, a grande maioria dos pequenos e médios laboratórios não conseguiu resistir à investida que poderosos grupos financeiros fizeram no setor e, em poucos anos, a grande maioria destas unidades foi vendida a esses grupos. O Centro de Medicina Laboratorial, detido exclusivamente por médicos e liderado pelo Prof. Germano de Sousa, antigo Bastonário da Ordem dos Médicos, decidiu enfrentar essa investida e manter-se independente. Para isso ser possível, era necessário que o laboratório crescesse e se estendesse a todo o País. Assim o fez e, para tal, soube encontrar e formar parceria com outros patologistas detentores de laboratórios, que decidi-

ram fazer esta difícil, mas digna caminhada e aceitaram fazer parte deste Grupo que, atualmente, integra e gere 14 laboratórios de Braga a Évora. A sua essência está em pertencer a um grupo de médicos patologistas clínicos que colocam os seus deveres éticos e deontológicos acima de qualquer outra consideração, designadamente económica, e cuja única obrigação é para com o seu doente. E essa obrigação consubstancia-se numa palavra: exercer com grande qualidade. Qualidade na tecnologia utilizada, qualidade no “background” e formação académica do grupo de colaboradores que colocam a qualidade no centro do atendimento dos doentes. Qualidade na execução dos exames, qualidade na interpretação dos resultados e na infor-

mação e apoio prestado aos colegas clínicos. Por outro lado, estão constantemente atentos à inovação e à evolução da ciência médica em todas as suas especialidades. A título de exemplo, é o único laboratório que executa o teste PCa3, importante avanço no diagnóstico do cancro da próstata. Recentemente, pôs à disposição dos obstetras e grávidas o Harmony PreNatal Test, que constitui o maior avanço na área dos testes Pré-Natais não invasivos, para o despiste das três principais Trissomias (T21, 18, 13), com uma taxa de deteção superior a 99%. O Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa está representado no Porto, onde conta com um laboratório dirigido pela Dr.ª Luísa Vila Afonso, e diversos postos de colheita no distrito.


agosto 2013 | Saúde Pública | 14

SOCIEDADE PORTUGUESA DE HIPERTENSÃO

SPH com delegação na Invicta A Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), que foi fundada em 24 de junho de 2004 - Dia de S. João, o santo padroeiro do Porto e Braga e de várias outras localidades relevantes do norte do país - a partir da extinta Associação Portuguesa de Hipertensão, cedo reconheceu a importância de descentralizar as suas atividades com o objectivo de cumprir a sua principal obrigação estatutária: “promover e divulgar o conhecimento, investigação, tratamento e profilaxia da Hipertensão Arterial”. Assim, pouco tempo depois de completar a aquisição de um local próprio para a sua sede em Lisboa, nasceu a firme intenção de procurar um espaço no Porto, que foi inicialmente consubstanciada através do arrendamento de um pequeno espaço para a Delegação do Porto sito na Av. da Boavista – uma das artérias mais emblemáticas da cidade do Porto. Para esta decisão muito contribuiu a perceção dos seus dirigentes do excelente trabalho na área da Hipertensão Arterial (investigação, publicações, etc.) que tem sido desenvolvido no norte do país, sendo paradigmático que, dos três centros de excelência existentes em Portugal, dois estão no norte (Matosinhos e Guimarães) e só um está em

Lisboa (H. Santa Maria), a maioria dos médicos com o título de especialista europeu em hipertensão é do norte e quase todos os presidentes da Sociedade até à data estão de algum modo ligados ao Porto (naturalidade e/ou formação académica e/ou residência). Concomitantemente, deu-se início à procura de um espaço com a dignidade e sobretudo com a funcionalidade necessárias à prossecução das atividades da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, tendo sido decidido, em 2009, a aquisição de um espaço num edifício em construção, o que permitiu desenhar os interiores à medida das necessidades. A Delegação do Porto da SPH, sita na R. Bessa Leite – uma das artérias mais usadas para entrar na Invicta - conta com um anfiteatro com capacidade para meia centena de pessoas, dotado das mais modernas técnicas de projecção, uma sala de reuniões para cerca de uma dúzia de pessoas e um gabinete para reuniões de 3-4 pessoas com maior intimidade, decorados de forma sóbria, mas muito funcional. Inaugurada em 2011, tem sido desde essa data usada regularmente quer para as reuniões dos corpos sociais, quer para reuniões de formação desenvolvidas e/ou pa-

Dr. Fernando Pinto Presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (biénio 2013-2015) trocinadas pela SPH, bem como para múltiplas outras atividades, tendo o ponto alto da sua utilização sido a escolha para acolher a cerimónia da tomada de posse dos atuais corpos sociais, em 19 de março do ano corrente, por pedido expresso do actual presidente, o que aconteceu pela primeira vez na ainda curta história da nossa sociedade.

ESPAÇO DOS DOENTES

“+ pelos doentes” A Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas “trata por tu” a saúde, apostando no bem-estar dos doentes com patologias malignas do sangue e dos seus familiares. Graças à solidez de um projeto que se fortaleceu ao longo de doze anos, ao dinamismo do grupo e à eficácia das ações desenvolvidas, a “Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas” (APLL) tem dado um apoio incondicional aos doentes e familiares e escrito e reescrito a palavra esperança, enfrentando, muitas vezes, lutas desiguais, sem esmorecer. É o princípio de entreajuda, a crença de que o esforço pessoal pode fazer a diferença que move todas as iniciativas que envolvem doentes, sobreviventes e voluntários. As ações projetam-se nas campanhas de divulgação e em artigos de opinião sobre as doenças malignas do sangue com o objetivo de enviar sinais de alerta e potenciar o diagnóstico precoce; revitalizam-se nos múltiplos eventos que a Associação dinamiza ao longo do ano, tais como o “Pedalar contra

o Linfoma” (associado às comemorações do Dia Mundial Contra o Linfoma, cuja data é assinalada a 15 de Setembro de cada ano) que transporta a mensagem inequívoca de que a ajuda tem que vir de todos os braços e que “muitos” nunca serão “demais”; sobressaem no suporte emocional que é dado por profissionais, por voluntários e por sobreviventes aos doentes recentes, apostando numa terapia de esclarecimento e conforto e, ainda, no apoio financeiro aos doentes mais carenciados. Persistência e esperança são dois dos princípios que caracterizam uma ação multifacetada perseguindo os grandes objetivos: de apoiar doentes e familiares; de promover eventos (cumprindo o duplo objetivo de esclarecer e sensibilizar); de envolver instituições afins numa política de parcerias, criando um maior impacto na sociedade civil. Lá diz o velho adágio “ A união faz a força” e é nesse entrelaçar de esforços, na conquista de sócios e beneméritos do publico em geral que reside a esperança de conseguir

o suporte económico para o desenvolvimento dos projetos agendados para 2013. A APLL ambiciona que a mensagem que caracteriza o evento “Este Natal pensei em ti” extrapole o tempo e o espaço e toque o cidadão anónimo, transformando-se em “hoje, pensei em ti”. Espera assim que surjam novos sócios que ofereçam a garantia financeira que possibilite o apoio aos doentes mais carenciados. Espera ainda que as vozes dos sobreviventes, os seus testemunhos tragam a nota positiva, o sinal de esperança imprescindível a este grande projeto. A APLL persegue, como seria espetável numa Associação com este cariz humanitário, o grande objetivo de congregar um maior número de doentes, tornando-os seus associados. É no lema da atual direção da APLL “+ pelos doentes” que reside o espírito que mobiliza todos aqueles que acreditam que podem fazer a diferença.



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Medicina Interna Hoje


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