Farmácia Saúde n202 agosto 13

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P U B L I C A Ç Ã O M E N S A L | 2 0 2 | A G O S TO ‘ 1 3

FARMÁCIA para o seu bem-estar

Dar Sangue

UMA DÁDIVA DE VIDA Psoríase

CÉLULAS ACELERADAS

Alergias

ALIMENTOS TRAIÇOEIROS

Cancro da pele

ATENÇÃO AOS SINAIS



P U B L I C A Ç Ã O M E N S A L | 2 0 2 | A G O S TO ‘ 1 3

FARMÁCIA para o seu bem-estar

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PSORÍASE

EDITORIAL

ALERGIA ALIMENTAR

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DESIDRATAÇÃO

BEBÉS

É uma doença crónica, com grande impacto na auto-estima na medida em que afecta a aparência da pele e alimenta receios, infundados, de contágio.

ALIMENTAÇÃO

É sobejamente conhecido que a maioria dos portugueses aprecia o sabor salgado.

Se a excepção à lei vira regra

O Verão já chegou em força. E durante os restantes meses do ano é imprescindível beber água.

Em algumas pessoas a ingestão de certos alimentos pode provocar urticária, dificuldades respiratórias ou até mesmo choque anafiláctico.

Deixar as fraldas é um processo muito aguardado pelos pais, mas a verdade é que também suscita muitas dúvidas, nomeadamente sobre como e quando iniciá-lo.

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DIÁLOGO DO CONSUMIDOR

PRODUTOS

INSPIRE, EXPIRE

Use e abuse do aconselhamento farmacêutico

18 SANGUE

Dar e receber são dois gestos da mesma realidade essencial.

A farmácia de viagem do doente alérgico

14 CANCRO DA PELE

A radiação solar não é visível e os danos que provoca apenas são notados anos depois. 3


Psoríase

CÉLULAS EM RITMO ACELERADO A psoríase é uma doença crónica associada ao ciclo de vida das células cutâneas. Numa pessoa saudável, as células levam cerca de um mês a passar da camada mais profunda da pele, onde são produzidas, para a camada mais superficial, onde acabam por morrer e descamar, num processo de que nem nos apercebemos. Mas, numa pessoa com psoríase, este “percurso” acontece em poucos dias, tendo como resultado que as células se acumulam à superfície, formando lesões que são claramente visíveis. Esta desregulação é consequência da acção dos linfócitos T, que são células brancas do sangue com a função de combater as substâncias agressivas para o organismo. Normalmente, “atacam” vírus e bactérias, que são os principais agentes causadores de doença, mas neste caso viram-se contra as células da pele. Os linfócitos ficam, por assim dizer, hiperactivos, acelerando a renovação celular.

LESÕES VISÍVEIS MAS NÃO CONTAGIANTES As células que se acumulam à superfície da pele acabam por dar origem às lesões típicas da psoríase: manchas vermelhas, quase sempre com relevo, cobertas de uma espécie de escamas prateadas. A pele fica de tal modo seca que se abrem gretas e podem ocorrer hemorragias. Comichão e ardor são outros dos sintomas. As unhas também podem ser 4

É uma doença crónica, com grande impacto na auto-estima na medida em que afecta a aparência da pele e alimenta receios, infundados, de contágio. Trata-se da psoríase, cuja origem está numa renovação acelerada das células. No Verão as lesões melhoram devido à acção benéfica do sol.


afectadas, apresentando-se estriadas e mais espessas ou, nas situações mais graves, praticamente destruídas. As articulações também não estão a salvo da doença: cerca de dez por cento dos doentes desenvolve a chamada artrite psoriática, que se traduz por dor e deformidade, por vezes bastante debilitante. É, aliás, em zonas do corpo com articulações que a psoríase se instala preferencialmente: os cotovelos e os joelhos, ainda que também a região lombar e o couro cabeludo possam exibir lesões. Esta é uma doença que se manifesta por ciclos, o que significa que há períodos de maior agravamento alternados com períodos de acalmia. Na prática, há períodos em que as lesões ficam mais visíveis e outros em que quase desaparecem. Quando ficam mais visíveis, por exemplo nos braços e pernas, podem afectar a auto-estima dos doentes, dado que o aspecto das lesões pode gerar nos outros o receio de que que sejam contagiosas. Mas não são: a psoríase não se transmite por contacto porque é uma doença do sistema imunitário da pessoa e não causada por um agente infeccioso.

SEM CURA, MAS COM TRATAMENTO A psoríase é uma doença crónica, o que significa que não tem cura e é para a vida. Mas tem tratamento, cujo objectivo é interromper o processo que conduz à renovação acelerada das células cutâneas e, a partir daí, reduzir a inflamação e a formação de placas. Há várias alternativas, desde produtos para aplicação localizada a medicamentos para administração oral ou injectável. A fototerapia também é um recurso disponível, consistindo na exposição a doses controladas de luz ultra-violeta artificial. Daí que a exposição à radiação solar também seja benéfica, ainda que deva ser usada com moderação pois as queimaduras solares têm o efeito contrário – agravam a doença. O Verão é, pois, uma boa altura para os doentes com psoríase tentarem ter uma pele o mais livre possível das lesões que tanto incómodo causam, física e psicologicamente.

UMA ASSOCIAÇÃO CHAMADA PSO Promover a melhoria da qualidade de vida dos portadores de psoríase é um dos principais objectivos da Associação Portuguesa da Psoríase – PSO Portugal. Fundada em 2004, visa também esclarecer e sensibilizar a opinião pública acerca da doença, bem como intervir junto das entidades públicas para que a psoríase seja reconhecida como doença crónica. Para alcançar estes objetivos, aderiu à Plataforma Saúde em Diálogo, uma entidade de cooperação que reúne doentes, promotores e consumidores de saúde. Rua Alberto Sousa, nº 6, Bairro do Rego, 1600002 Lisboa. Telefone – 21 7978201 | Fax – 21 7935479 Horário de funcionamento – às 3as e 5as das 14.30 às 18 horas e às 4as das 9.30 às 13 e das 14.30 às 18 horas. www.psoportugal.com.

AO ALCANCE DE TODOS O tratamento da psoríase deve ser reforçado com os chamados auto-cuidados, medidas que o próprio doente deve adoptar no dia-a-dia para melhorar a aparência da pele. Entre eles contam-se: • Hidratar a pele – através de banhos de imersão, com adição de óleos ou sais, em água pouco quente por uns 15 minutos. Depois do banho e com a pele ainda húmida, deve aplicar-se um hidratante, à base de óleo se a pele estiver muito seca. Durante a noite, pode reforçar-se a hidratação, envolvendo a pele lesionada numa película protectora – de manhã, deve lavar-se a pele, para remover as escamas que entretanto se tiverem solto. • Evitar os factores desencadeantes – prevenir as lesões solares, deixar de fumar, gerir o stress, evitar infecções, proteger o corpo das baixas temperaturas. 5


Editorial

DR. PAULO DUARTE PELO PUNHO DO FARMACÊUTICO

SUCEDEM-SE AS RECEITAS MÉDICAS QUE NÃO PERMITEM AO DOENTE OPTAR POR GENÉRICOS

SE A EXCEPÇÃO À LEI VIRA REGRA…

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Novidades legislativas promovem a utilização abusiva das excepções à lei na prescrição de receitas médicas, o que, manifestamente, impede os doentes de decidirem por si próprios – ou seja, impede-os de optar por medicamentos genéricos. Se o objectivo das alterações legislativas era dar mais poder aos doentes e promover a redução da despesa, pois a realidade está a mostrar exactamente o contrário. A Lei n.º 11/2012, de 8 de Março, e a Portaria n.º 137A/2012, de 11 de Maio, surgiram com o pressuposto de conferir ‘mais poder aos doentes’. Palavras que, em princípio, muito podem significar, mas que, na realidade, nada de relevante parecem trazer aos seus supostos beneficiários – antes pelo contrário. De facto, a interpretação das alterações legislativas está a levar ao uso indevido – e abusivo – das excepções previstas na lei, concretamente a “Excepção C) continuidade de tratamento superior a 28 dias” e a “Excepção B) Reacção adversa”, obrigando neste caso o médico prescritor a reportar previamente essa excepção ao INFARMED. Em relação à primeira questão, são inúmeras as receitas médicas com a justificação dessa ‘continuidade’ nos casos em que ela, pura e simplesmente, não se justifica – situações agudas ou tratamentos inferiores a 28 dias. Entre outras receitas médicas em clara violação da lei, há registo da prescrição de uma marca de medicamento em embalagem de 20 unidades, cuja posologia (2 cápsulas 3 vezes ao dia) é para cumprir um

tratamento de… 6/7 dias. Justificação do prescritor: ‘é para assegurar a continuidade de tratamento superior a 28 dias’, ainda que esse tratamento – assim vem mencionado na receita – seja para uma situação aguda e não crónica. Quanto à segunda questão, são várias as receitas em que consta a justificação técnica “Excepção B) Reacção adversa”, depois do utente – questionado pelo médico se tinha antecedentes de alergias – ter respondido que não… Mais: a farmácia desconhece se a suspeita de intolerância ou reacção adversa foi previamente reportada ao INFARMED, conforme determina a lei. A verdade é esta: o problema das excepções (receitas com justificação técnica) está a atingir proporções tais, que, exactamente ao contrário do que a lei defende, a excepção passou a ser a regra!... Tudo isto representa uma violação da lei, penalizando o Estado e os doentes, que, sem o prometido direito de opção, são obrigados a adquirir os medicamentos que lhes são prescritos.

ENVIE UM SMS* PARA O Nº68632 COM O TEXTO: FARMÁCIA (espaço) (4 primeiros dígitos do CÓDIGO POSTAL). Serviço disponível 24h por dia. 7 dias por semana. *custo do SMS: 0,60€+IVA

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Alergia Alimentar

ALIMENTOS PROIBIDOS Em algumas pessoas a ingestão de certos alimentos pode provocar urticária, dificuldades respiratórias ou até mesmo choque anafiláctico. A alergia alimentar é mais frequente na infância e tende a desaparecer até à idade escolar, porém também pode surgir na idade adulta. O tratamento é apenas um: a evicção do produto que causa a reacção. A alergia alimentar é uma reacção desencadeada pelo sistema imunitário, que identifica erradamente um alimento como agressor ao organismo. De acordo com dados da Direcção-Geral da Saúde, estima-se que pelo menos 5 em cada 100 crianças tenham alergia alimentar. Já na população adulta, a prevalência ronda os 3 a 4%. Ao alimento causador da referida reacção dá-se o nome de alergénio, tal como sucede no caso da rinite, que pode ser causada, por exemplo, por alergénios como os pólenes. Os alergénios alimentares podem ser de origem animal ou de origem vegetal. O leite de vaca, ovos, peixe e marisco são os mais comuns do reino animal. Quanto aos alergénios de origem vegetal, costumam ser os frutos secos, algumas sementes, legumes e cereais. Alguns aditivos alimentares - corantes, antioxidantes, conservantes, edulcorantes, aromatizantes, espessantes e gelificantes - também podem ser responsáveis por reacções alérgicas em indivíduos predispostos. Mais frequentemente, podemos assistir a uma reacção adversa, denominada intolerância alimentar, 8

que ocorre cada vez que se ingere um determinado alimento. Embora seja uma reacção comum, ao contrário da alergia alimentar, não envolve o sistema imunológico. A intolerância à lactose é um bom exemplo, pois deriva da dificuldade do organismo em digerir a lactose existente no leite, provocando diarreia, flatulência e dor abdominal.

COMO SE MANIFESTA? Geralmente, durante a infância, a alergia alimentar manifesta-se na pele, através de dermatite atópica, sendo os alergénios mais comuns o leite, ovos, frutos secos, soja, trigo, peixe ou marisco. Na idade adulta, as reacções são mais comuns após a ingestão de frutos secos, peixe ou marisco. No que diz respeito às manifestações clínicas da alergia alimentar, estas podem ser de moderadas a graves e, em algumas situações, conduzir à morte. A sintomatologia pode ocorrer, consoante os casos, desde alguns minutos até algumas horas após a ingestão do alergénio e pode manifestar-se na pele, mucosas, vias respiratórias e sistemas gastrointestinal e cardiovascular. Regra geral, os sinais aparecem de forma isolada ou combinada, sendo que variam com a idade, e incluem urticária, angioedema, rinoconjuntivite, asma e anafilaxia. As alergias alimentares mais frequentes são a urticária, o angioedema, e a síndrome de alergia oral. Esta última, caracteriza-se pelo aparecimento de prurido dos


QUAL A SOLUÇÃO? A eliminação do alergénio da alimentação é a principal medida para prevenir a alergia alimentar. Isto implica que não sejam ingeridos os alimentos responsáveis pela alergia ou refeições confeccionadas com os mesmos. A título de exemplo, uma pessoa que faça reacção à proteína do leite de vaca não deverá ingerir produtos lácteos, nem produtos que contenham leite ou derivados, como manteiga ou queijo. Caso seja um alimento necessário, cuja evicção comprometa o estado nutricional, é importante encontrar alternativas nutricionalmente equivalentes, mas que não contenham o alergénio em questão.

ALERGÉNIOS “ESCONDIDOS” Para quem tem alergias alimentares é fundamental ler os rótulos dos produtos embalados. Também é importante questionar quais os ingredientes de um prato que se desconhece, por exemplo ao comer num restaurante. Isto porque tanto os produtos já confeccionados como os pratos que não se conhecem tão bem podem conter algum alimento ou ingrediente susceptível de provocar reacções alérgicas.

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Alergia Alimentar

lábios, língua, palato e laringe, quando o alergénio contacta com a mucosa oral. No que diz respeito aos alimentos que causam esta síndrome, costumam ser maçã, pêssego, ameixa, pera, tomate, melão, kiwi e banana, entre outros. Já a urticária, manifesta-se por comichão intensa e erupções na pele. Já as manifestações gastrintestinais incluem náuseas, vómitos, cólicas e diarreia. Embora raras, as reacções anafiláticas (isto é, generalizadas a todo o organismo) ocorrem rapidamente e podem colocar a pessoa em risco de vida.

CHOQUE ANAFILÁCTICO É a manifestação mais grave que pode acontecer após a ingestão de um alimento ou ingrediente alergénico. Também conhecido por anafilaxia, é uma emergência médica. Ou seja, pode ser fatal se não se recorrer de imediato a cuidados médicos. A pessoa pode sentir dificuldade em respirar, perder a consciência e, se nada for feito, morrer. A solução para o choque anafiláctico passa pela administração de adrenalina.

OUTRAS ALERGIAS DE VERÃO As picadas de insectos são com frequência responsáveis pelo aparecimento de reacções alérgicas. As picadas de abelhas, vespas, mosquitos e outros insectos podem ser muito graves em pessoas sensibilizadas, podendo mesmo causar a morte. As pessoas alérgicas às toxinas ou ao veneno dos insectos devem evitar a permanência em locais com flores ou lixo onde costumam existir insectos em maior quantidade e o uso de perfumes intensos e de roupa larga, com cores brilhantes ou padrões florais que os atraem. Devem também reduzir as actividades ao ar livre e evitar conduzir veículos com as janelas abertas. A reacção alérgica às picadas de insectos não é a única que se manifesta especialmente durante o Verão. Dado que ocorrem após o contacto com o alergénio, o diag-

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nóstico é fundamental para o controlo e, acima de tudo, para evitar certas consequências que podem diminuir a qualidade de vida. A presença de organismos e substâncias químicas no ambiente aquático também pode desencadear reacções alérgicas como urticária. Aliás, o contacto com a própria água, com temperatura baixa, pode por si só causar comichão em algumas pessoas. Também a exposição da pele ao sol pode associar-se a sintomas de intolerância, nomeadamente a radiações presentes na luz solar. A comichão é a reacção mais frequente, mas pode ocorrer erupção cutânea com muita comichão, sobretudo nos locais mais expostos. A esta reacção dá-se o nome de urticária solar. O eczema de contacto é igualmente comum na época mais quente do ano. Acontece após o contacto da pele, naturalmente mais exposta, com uma planta, um material de um acessório de vestuário ou até mesmo com um creme corporal ou protector solar.

MANIFESTAÇÕES DA ALERGIA ALIMENTAR 1 - Muco-cutâneas; Erupções cutâneas; Eczema Urticária; Edema da glote e da língua; Sensação de formigueiro na boca; 2 - Gastrointestinais; Vómito; Dores abdominais; Diarreia; 3 - Respiratórias; Pieira; Dificuldades respiratórias 4 - Cardiovasculares; Diminuição da pressão arterial; Perda de consciência.



Alimentação

MENOS SAL, SFF! É sobejamente conhecido que a maioria dos portugueses aprecia o sabor salgado. Mas o consumo excessivo de sal é prejudicial para a saúde. O coração é um dos órgãos que mais sofre com as pitadas a mais, por isso o melhor é moderar. Até porque há alternativas saudáveis e saborosas. Vem de longe o hábito de adicionar sal aos alimentos: desde o tempo em que era necessário conservá-los e ainda não se tinham inventado os frigoríficos. A salga é, aliás, uma técnica muito portuguesa. Hoje em dia, para além do sal que se adiciona à confecção de refeições há que ter em consideração que muitos alimentamos que consumimos já possuem sal, nomeadamente os processados industrialmente. O resultado é um aumento da quantidade de sal ingerida, muito para além daquela de que necessitamos e da que o organismo tem capacidade para assimilar. Os rins perdem a capacidade de eliminar o sal em excesso, que se acumula no organismo, causando problemas. A hipertensão é a face mais visível, mas, de um modo geral, as doenças cardiovasculares e renais têm no consumo excessivo de sal um factor de risco. Em Portugal, as estatísticas mostram que as doenças cardiovasculares constituem uma das principais causas de morte, sendo a ingestão excessiva de sal um factor de risco que contribui para o desenvolvimento da patologia. O sal está bem presente na nossa alimentação, com os portugueses a consumirem o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde: em 2012, cada português ingeriu diariamente 10,7 gramas de sal, quan12

do não devia ter ultrapassado as cinco gramas. A meta é, pois, reduzir a quantidade de sal que adicionamos aos alimentos. Uma meta essencial nomeadamente para quem sofre de hipertensão, mas que se deve estender a todas as pessoas. Em nome da saúde. Mas como fazê-lo sem que os alimentos percam o sabor? Uma das alternativas é substituir o sal, pelo menos parcialmente, por ervas aromáticas. Conferem sabor, cor e aroma às refeições, além de que a muitas delas são reconhecidas propriedades benéficas para a saúde. Podem utilizar-se frescas ou secas, , não se devendo, porém, confundir com as especiarias, que se apresentam geralmente sob a forma de frutos, bagas, raízes ou cascas reduzidas a pó. Para melhor se beneficiar das características das ervas aromáticas, devem ser adicionadas no final da preparação dos alimentos, pois perdem propriedades com a acção do calor. Outras alternativas que a indústria farmacêutica disponibilizou mais recentemente para promover uma alimentação saudável são os substitutos do sal: trata-se de produtos que funcionam como o sal em termos de sabor, mas que são desprovidos de sódio, pelo que não têm um efeito tão negativo sobre a saúde. São recomendados para hipertensos, mas qualquer pessoa os pode usar. O importante é não esquecer que entre as várias refeições do dia se vão somando pitadas a mais de sal, a começar pelo mais básico dos alimentos, o pão. Há, pois, que mudar hábitos e zelar pela saúde sem perder o prazer de saborear um prato bem temperado.


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Pele CANCRO DA PELE

MODERAÇÃO E MUITA PREVENÇÃO O sol é essencial para o desenvolvimento e crescimento. Origina a síntese da vitamina D, a qual é essencial para a absorção e fixação do cálcio nos ossos. Também afasta os estados depressivos e traz a boa disposição. Tem um sem número de benefícios para a saúde e bem-estar. Porém, é preciso ter em conta a outra face da moeda. Quando se vai a banhos de sol de forma abusiva, é inevitável o aparecimento de efeitos como o envelhecimento precoce da pele. Esta torna-se baça e áspera, aparecem rugas e manchas inestéticas. Mas, além do envelhecimento cutâneo, existe o risco de lesões pré-cancerosas e até mesmo de cancro da pele. O melanoma, cuja incidência tem vindo a aumentar, está frequentemente associado à exposição solar intermitente, aguda e intempestiva muitas vezes acompanhada de queimaduras solares (existem tipos de melanoma – mais raros - como o lentigo maligno associado à exposição crónica ao sol e alguns como os melanomas acrais e das mucosas sem relação com a exposição solar). Apesar de representar cerca de 7% do número total de cancros da pele, o melanoma é responsável por mais de 90% dos casos de morte por cancro da pele, devido à alta malignidade. Todavia, é um tumor que tem uma elevada probabilidade de cura se for diagnosticado numa fase precoce. Aparece sobretudo em adultos entre os 35 e os 60 anos. Os outros tipos de carcinomas mais frequentes - basocelular e espinocelular – costumam surgir a partir dos 60 anos. E quem normalmente se expõe de forma intermitente ao sol? Regra geral, os citadinos que aproveitam os fins-de-semana e as férias para “ir a banhos”. O resto do tempo é passado no escritório ou outras zonas cobertas. 14

A radiação solar não é visível e os danos que provoca apenas são notados anos depois. Mas o preço a pagar pelos banhos solares sem qualquer protecção pode ser elevado e assumir a forma de um cancro. Convém, pois, prevenir porque remediar não é possível.


A REGRA DO ADCE Um auto-exame aos sinais cutâneos é um cuidado que se deve ter com regularidade. A cada um dos sinais, mas sobretudo se surgir um novo, deve aplicar-se a chamada regra ABCDE – A de assimetria, B de bordo, C de cor, D de diâmetro e E de espessura. Assim, há que tentar perceber se a forma do sinal é irregular ou redonda, se o contorno é irregular ou delimitado, se a cor é uniforme ou não, se o diâmetro é inferior ou superior a cinco milímetros e se houve espessamento recente ou não do sinal. No fundo, é a irregularidade que alimenta a suspeita, na medida em que um sinal de forma simétrica, de contornos arredondados, de cor uniforme, com menos de cinco milímetros de diâmetro e que não tenha sofrido alterações nas suas características morfológicas (em lugar de mutações na sua espessura) é um sinal que não deve merecer preocupação de maior. Caso contrário, é melhor tirar as dúvidas com um especialista.

CONSELHOS DA LPCC A educação para a saúde e prevenção da doença oncológica é uma das missões da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC). Eis alguns conselhos de protecção: 1. A radiação solar que provoca queimadura solar e é cancerígena é a radiação ultravioleta; 2. Em Portugal, deve-se evitar estar exposto directamente ao sol entre as 11h30 e as 17h00; 3. A aplicação de protector solar não dispensa a utilização de vestuário apropriado, chapéu e óculos de sol quando exposto à radiação solar; 4. A pele tem memória da radiação solar ao longo da vida e o excesso de radiação solar provoca envelhecimento precoce e cancros da pele; 5. As queimaduras solares na adolescência/início da idade adulta predispõem para o melanoma (cancro de pele agressivo); 6. Pessoas de pele clara, olhos azuis/verdes, cabelos claros reagem ao sol com queimadura solar e devem aplicar regularmente protector solar de índice elevado na pele descoberta; 7. A exposição solar deve ser gradual e deve evitar-se a exposição prolongada com queimadura solar; 8. A radiação ultravioleta é reflectida pela areia e pela água, pelo que, mesmo à sombra do chapéu, se deve utilizar protector solar na pele não coberta pelo vestuário; 9. Os óculos de sol e chapéu que cubra as orelhas e pescoço devem ser utilizados para proteger a retina e a cabeça, orelhas e pescoço da radiação solar; 10. A aplicação de protector solar deve ser renovada depois de tomar banho de mar ou piscina; 11. O protector solar deve ser aplicado em casa, renovar a aplicação quando chega à praia e a intervalos regulares durante a exposição solar (após o banho, jogo na praia, etc.); 12. Pessoas de pele clara devem escolher protectores com índice de protecção elevado (igual ou superior a 30 em lugar de a 20 ou 30). 15


Pele OUTROS TIPOS DE CANCRO DE PELE Ao contrário do melanoma, os carcinomas basocelulares e espinocelulares têm uma relação com a exposição crónica (incorrecto: o carcinoma basocelular tem relação com a exposição solar intermitente com queimadura solar e com a exposição crónica ao sol, o carcinoma espinocelular é o único com relação com a dose cumulativa ao longo da vida), ou seja, afectam sobretudo as pessoas que passam todo o ano sob a influência do sol, por motivos profissionais por exemplo. O carcinoma basocelular representa cerca de 70% do número total de cancros da pele, tem baixa malignidade e se for detectado a tempo tem uma elevada taxa de cura. Já o carcinoma espinocelular, que representa cerca de 20% do número total, é mais agressivo e pode colocar em perigo a vida do doente, devido à metastização nas fases mais avançadas. Contudo, o diagnóstico precoce faz com que a taxa de cura ronde os 95%.

DE OLHO NOS SINAIS A maior parte de nós possui lesões pigmentadas no corpo: são os sinais, as sardas, as manchas de cor escura – pelo menos 25 em todo o corpo de um adulto. Não os vemos como lesões, mas são-no de facto. E vão-se adquirindo com o crescimento, pois poucos são os sinais de nascença. Também não os vemos como perigosos, nem lhe prestamos grande atenção, confiando no facto de a grande maioria ser benigna. Todavia, há alterações – na forma, nos contornos, no diâmetro ou na cor – que podem constituir o primeiro indício de um qualquer tipo de cancro da pele.

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Perdem o seu carácter benigno. E o melanoma é precisamente um tumor maligno que se desenvolve a partir das células pigmentadas da pele, os melanócitos. E desenvolve-se predominantemente numa pele já agredida pelos raios solares, uma pele que já sofreu os famosos escaldões: são queimaduras solares, aparentemente passageiras, mas que deixam marcas subliminares, que vão sendo como que memorizadas até que, com o tempo e com a continuidade da exposição excessiva ao sol, acabam por despertar e originar alterações celulares próprias de um tumor. Aliás, possuir antecedentes de queimaduras solares na infância e/ou adolescência constitui um factor de risco no que toca ao melanoma, tal como possuir antecedentes familiares, ser de pele clara, ter olhos azuis, dificuldade em bronzear-se e tendência para formar sardas, bem como ser portador de um grande número de sinais. Um factor de risco acrescido é, naturalmente, apresentar sinais que se alterem. São os sinais que denunciam a doença, pelo que os especialistas recomendam a todas as pessoas que façam um auto-exame cutâneo regular como forma de se familiarizarem com as manchas pigmentadas e os sinais e estarem, assim, melhor preparadas para fazer o despiste precoce de uma eventual alteração. Não se trata de ser a própria pessoa a fazer o diagnóstico precoce da doença, mas sim de a habili-

tar a consultar rapidamente um dermatologista se tiver suspeitas. O melhor é tirar dúvidas, porque nem todas as alterações significam um tumor.

RAPIDEZ É VITAL É importante que eventuais dúvidas sejam esclarecidas o mais rapidamente possível com o médico, porque no que respeita ao melanoma, o despiste e o diagnóstico precoces são fundamentais. É que, se não for tratado na sua fase mais inicial, este tipo de cancro constitui uma severa ameaça à vida, pois, além de ser maligno, tem uma enorme capacidade para se metastizar, estendendo-se a outros órgãos que não a pele. Uma biópsia, isto é, uma análise a um pequeno fragmento da pele lesionada, permite detectar eventuais células malignas e, se elas existirem, permite iniciar rapidamente o tratamento. Cirurgia, radioterapia e quimioterapia são as opções, sendo sempre o objectivo eliminar o tumor. Ainda que, se diagnosticado e tratado precocemente, o melanoma possa ser curado, um cancro da pele é um risco a não correr. Por isso, este Verão, fuja do lado negro do sol.

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Sangue

DAR SANGUE, UM GESTO ESSENCIAL PARA A VIDA! A dádiva de sangue é um gesto de humanidade e de respeito pelo próximo, que pressupõe uma compreensão do eu através da relação solidária com o outro. Esta é uma oportunidade para nos fazer reflectir, enquanto homens e enquanto sociedade. Em épocas de grande adversidade, as sociedades distinguem-se pela promoção de valores da entreajuda voluntária e anónima entre semelhantes, em que a saúde e a prestação de cuidados são pilares fundamentais da coesão social, para a qual contribui a existência de reservas de sangue adequadas às necessidades terapêuticas de todos os doentes.

CONTINUA A SER NECESSÁRIO PROMOVER A DÁDIVA DE SANGUE, DIARIAMENTE? Sensibilizar a população residente em Portugal, para a necessidade da dádiva de sangue, é um desafio diário e permanente para o Instituto Português do Sangue e da Transplantação e suas 18

Dar e receber são dois gestos da mesma realidade essencial. Dar é essencial para que todos possamos continuar a confiar na existência de uma rede nacional de sangue, capaz de responder às necessidades transfusionais, diárias dos doentes!


equipas multidisciplinares. Educar para uma cidadania da dádiva de sangue solidária e saudável, é o garante da sustentabilidade das existências em sangue, no nosso país. Promover, recrutar e fidelizar dadores de sangue, ganhando-os para um comportamento de dádiva regular, é o principal objectivo das campanhas promocionais desenvolvidas em parceria com a comunidade, dirigidas aos diferentes públicos-alvo, de que destacamos a parceria com as farmácias portuguesas, na conquista de novos interessados e potenciais dadores de sangue e registo de dadores de medula óssea (CEDACE).

AS NECESSIDADES DE SANGUE NOS HOSPITAIS PORTUGUESES E O PERÍODO DE VERÃO É necessário colher cerca de 1100 unidades de sangue/ dia para as transfusões que todos os dias acontecem e permitem salvar vidas e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos seus doentes. Os componentes sanguíneos têm utilização terapêutica em, crianças e adultos; traumatizados e doentes do foro hematológico (doenças de sangue), doentes oncológicos (cancro) e transplantados (por ex., medula óssea). Pode vir a ser necessário para qualquer um de nós! O período de verão (Agosto e Setembro) é altamente crítico para a dádiva de sangue, em todo o mundo e também em Portugal. Esta é uma época em que a dádiva diminui, mas as necessidades de utilização de sangue nos hospitais mantêm-se. Posicionar a necessidade da dádiva junto da população em geral, durante o período do verão, constitui uma dificuldade acrescida para o IPST e simultaneamente um desafio, a que respondemos com a presença de equipas de colheita de sangue, nos locais de maior procura e concentração turística.

NECESSIDADE DE DIFERENTES COMPONENTES SANGUÍNEOS Após a colheita de sangue, a unidade de sangue total é separada laboratorialmente nos seus componentes sanguíneos: concentrado de glóbulos vermelhos, concentrado de plaquetas e plasma. Estes são armazenados de forma adequada (temperatura e acondicionamento) para melhor preservação das suas funções celulares e dos fatores de coagulação. Os glóbulos vermelhos têm uma validade até 42 dias, mas as plaquetas, essenciais no tratamento de doentes oncológicos e transplantados, só se mantêm funcionais até 5 dias. 19


Sangue DAR SANGUE E/OU REGISTO POTENCIAL COMO DADOR DE MEDULA ÓSSEA A actividade da colheita de sangue oferece à população a oportunidade de ser solidário. Desde o processo de fusão iniciado no ano passado no IPST, é possível inscrever-se como candidato a dador de medula óssea numa mesma sessão de colheita de sangue. O Registo Português de Dadores de Medula Óssea (CEDACE) é o 3.º registo mundial por milhão de habitante. Muito importante uma vez que mesmo assim a probabilidade de se encontrar um dador compatível para um doente é de 1 para 150 000. A disponibilidade de sangue para o tratamento dos doentes com necessidade de transplante, nomeadamente de medula óssea é crítica para a melhoria da sua condição de saúde e da qualidade de vida, uma vez que precisam de receber transfusões sanguíneas e de plaquetas, por vezes diariamente, antes, durante e após os tratamentos.

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QUERO DAR SANGUE. SERÁ QUE POSSO? Todo o potencial dador de sangue deve sentir-se com saúde, ser maior de idade e ter um peso mínimo de 50kg. O candidato é submetido a uma avaliação clínica através de diferentes parâmetros que avaliam a sua condição física (hemoglobina, peso e tensão arterial), os hábitos e comportamentos de vida e o histórico de viagens. Algumas restrições à dádiva surgem durante a triagem clínica. A grande maioria são motivos temporários. A mudança de parceiro sexual ou a colocação de piercing/realização de tatuagem pressupõem um período de segurança de 6 meses e 4 meses, respectivamente, findos os quais, os candidatos podem voltar a apresentar-se à dádiva de sangue.

ONDE POSSO DAR SANGUE? Os Centros de Sangue e Transplantação de Lisboa, Porto e Coimbra estão abertos de segunda a sábado, das 08h às 20h, e são locais onde poderá fazer a sua dádiva de sangue durante todo o ano. Nos meses de Verão o IPST reforça as equipas de colheita nas praias, festas e feiras, parques de campismo e centros comerciais, tentando assim proporcionar espaços para colheita próximos das preferências dos potenciais dadores, nesta época. Poderá consultar estes e outros locais de colheita, do IPST e dos Hospitais em www.darsangue.pt



Desidratação

VERÃO: ÁGUA NUNCA É DEMAIS A água é um elemento essencial para todos os mecanismos do nosso corpo e é fundamental para que a respiração, o coração, os rins e todos os outros órgãos funcionem correctamente. No entanto, mesmo em repouso e num ambiente de temperaturas amenas, um ser humano elimina cerca de 100ml de líquidos na urina por hora, o que significa 2,4 litros por dia, associado ainda à perda de água através da respiração e transpiração. Quase toda a quantidade de água de que o organismo necessita provém das bebidas (entre 70% a 80%) e entre 20% a 30% dos alimentos que comemos. Um refrigerante ou um sumo podem conter, dependendo do tipo, entre 90% e 99% de água. Algumas frutas e verduras podem conter, dependendo do tipo, entre 70% a 90% de água, depois de cozido o esparguete contém mais de 75% e o peixe branco até 80% de água. Para manter-se sempre hidratado deve: - Consumir entre 1,5 a 2 litros de água por dia, por isso beba água com frequência, diversas vezes ao dia, mesmo que não tenha sede. Andar com uma garrafa de água ajuda a que não se esqueça de beber. - Comer mais fruta e legumes frescos. Os legumes são ricos em água e minerais, por isso, contribuem também para manter o corpo hidratado. - Beber sumos. Os sumos não devem substituir a água em situação alguma, mas são também uma boa fonte de hidratação. Ao escolher, prefira sempre os sumos de fruta, de extractos vegetais ou néctares. Nestes ca22

O Verão já chegou em força. E se durante os restantes meses do ano é imprescindível beber água, nos meses estivais a quantidade de água que se ingere deve ser superior de modo a prevenir a desidratação.


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Desidratação

ATENÇÃO AOS SINAIS DO CORPO Para ter a certeza de que está bem hidratado, deve ter em atenção alguns sinais. A saliva bem fluída, a língua e os lábios húmidos e a urina clara são bons indicadores de que o corpo está bem hidratado. Beba água até mesmo quando não tiver sede, pois a sede é uma manifestação inconsciente de que o corpo tem necessidade de água.

QUEM DEVE BEBER MAIS ÁGUA? E EM QUE SITUAÇÕES DEVE FAZÊ-LO? - Os homens devem ingerir uma maior quantidade de líquidos do que as mulheres devido à sua composição, por natureza, mais musculada e com menos gordura; - Crianças: necessitam de mais líquidos do que os adultos porque correm maior risco de desidratação; - Mulheres em fase de amamentação; - Idosos: tendem a diminuir a ingestão de líquidos e a perda de líquidos pelo organismo aumenta; - Em caso de diarreia, febre e vómitos o corpo desidrata mais depressa; - Em ambientes de calor ou situações de seca; - Maior actividade física em dias de calor; - Quando são ingeridos alimentos picantes; - Antes, durante e depois do exercício físico. 24

sos, contêm também vitaminas, minerais e fibras que, além de refrescarem o corpo, são também excelentes fontes de energia. - Evitar as horas de maior calor. A exposição prolongada ao sol pode trazer muitos dissabores. Na praia opte pelos períodos da manhã, até às 11h, ou depois das 17h. O mesmo se passa se praticar exercício físico ou actividades ao ar livre. O melhor é sempre deixar os banhos de sol ou as corridas para o final do dia. A preocupação em manter o corpo hidratado estende-se às crianças e também aos idosos. Devem ser os pais a controlar a quantidade de líquidos que as crianças ingerem e a incentivá-las. Os mais pequenos tendem a imitar os adultos em tudo o que fazem, principalmente, os pais, por isso, dê o exemplo. Por serem crianças, só pensam, naturalmente, em brincar ao ar livre. Mas estas brincadeiras provocam perda de líquidos, tornando-se necessário repô-los. Uma vez que se trata de crianças, varie na oferta de líquidos, ofereça-lhes sumos e até gelados para que a aceitação seja mais fácil. Crianças entre um e três anos devem consumir cerca de 1,1 a 1,3 litros de líquidos por dia. Já as crianças entre os 4 e os 8 anos precisam de 1,6 litros por dia. Os idosos estão também mais expostos à desidratação. Em primeiro lugar, porque, a partir dos 60 anos, o corpo humano tem pouco mais de 50% de água na sua constituição. Além disso, doenças como a diabetes, hipertensão ou problemas renais, comuns numa idade mais avançada, tendem a agravar-se devido ao deficiente consumo de água.


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Bebés

ADEUS ÀS FRALDAS O Verão é apontado como a melhor altura do ano para iniciar o processo de abandono das fraldas. E porquê? Por um lado, porque o tempo quente promove algumas alterações na dinâmica familiar: a criança começa a usar roupas mais leves e a comer outro tipo de alimentos. O Verão é também a altura em que os pais estão mais disponíveis para acompanhar esta evolução. Mas o processo não acontece de um dia para o outro e o mais provável é que se prolongue durante todo o Verão. Não há uma idade ou uma altura ideal para deixar de usar fraldas, dependendo do comportamento da criança e da disponibilidade dos pais. As estatísticas indicam que a maioria das crianças começa a usar o bacio entre os 18 e os 24 meses. Contudo, a criança pode ainda não estar preparada para dar esse passo, e nesse caso o melhor é que os pais aguardem pacientemente que o esteja. Há algumas características da criança que funcionam como sinais que ajudam os pais a decidir qual o momento mais adequado. Assim, se a criança consegue 26

Deixar as fraldas é um processo muito aguardado pelos pais, mas a verdade é que também suscita muitas dúvidas, nomeadamente sobre como e quando iniciá-lo. Uma coisa é certa: quer para os pais, quer para as crianças, exige tempo e muita paciência…


expressar verbalmente uma necessidade simples, se entende as instruções que lhe dão, se se mantém seca por períodos de duas ou mais horas, se acorda de uma sesta com a fralda seca, se se sente desconfortável com a fralda molhada ou suja – então é muito provável que esteja pronta para deixar as fraldas. Muitas vezes é a própria criança, em crescimento e em contacto com outras mais autónomas, que começa a dar sinais de que já não se sente confortável com a fralda. Um outro “teste” passa pela observação, por parte dos pais, da quantidade de urina presente em cada muda da fralda, de dia e de noite. Se a criança acorda com a fralda seca é um bom indício de que se pode começar a retirá-la. Há que deixá-la ficar sem fralda durante alguns minutos várias vezes ao dia, a necessidade de urinar vai surgir espontaneamente e a criança começa a descobrir o funcionamento do seu corpo. Mas é sempre melhor prevenir acidentes: forrando o colchão, por exemplo, com um material lavável e impermeável.

DA FRALDA PARA O BACIO, SEM PRESSAS Ensinar uma criança a usar o bacio não é tarefa fácil. Além da paciência, implica tempo – uns três a seis meses, pelo menos, que podem ser encurtados ou prolongados em função de cada criança. O primeiro passo é, naturalmente, adquirir um bacio. Existem modelos adequados, com cores e formas divertidas de modo a tornar a nova experiência ainda mais agradável. O importante é criar uma rotina. Por exemplo, acompanhando a criança até ao bacio logo que acorda, antes de dormir, depois de comer, antes de entrar no carro. Não pressioná-la é essencial. Caso contrário, pode não conseguir e começar a rejeitar a ida ao bacio. Caso os pais estejam com pressa, é preferível nem tentar. Os pais devem ter uma conversa com a criança, explicando as vantagens de usar o bacio e o que isto significa 27


Bebés para ela. Nas primeiras tentativas é natural que a criança não fique sentada durante muito tempo, e até que fique impaciente. Quando fizer “xixi” no bacio, a criança deve ser elogiada pelo esforço. Já o contrário – ser repreendida, por exemplo se não chegar a tempo ao bacio – não deve acontecer. Qualquer repreensão nesta altura que é de aprendizagem pode provocar um retrocesso. Uma dica importante: primeiro, a criança deve aprender a usar a sanita ou o bacio durante o dia. Só quando houver evoluções significativas se deve começar a fase de adaptação nocturna.

TODAS AS CRIANÇAS SÃO DIFERENTES Forçar a criança não é opção, mesmo que outras crianças com a mesma idade já tenham sido bem sucedidas. Quando não se conseguem resultados até aos três ou quatro anos, aí sim, é conveniente um pediatra ou o médico de família. Pode ser apenas uma questão de ritmo, mas pode ser também reflexo de algum problema subjacente, nomeadamente ao nível da coordenação dos músculos da bexiga e dos intestinos. Se as férias de Verão não forem suficientes para que a criança abandone por completo a fralda, o processo deve ter continuidade no regresso ao infantário com a ajuda dos educadores.

SIM E NÃO O processo de deixar a fralda e passar a usar o bacio requer tempo e paciência. Saiba o que deve e o que não deve fazer:

>Escolha

uma altura em que esteja mais descontraído/a, com menor sobrecarga profissional, de modo a ter mais disponibilidade – as férias de Verão são uma boa altura;

>Articule-se com o infantário; >Mostre à criança, com uma conversa adequada à idade, como é importante e positivo passar a usar o bacio;

>Crie rotinas – associe alguns momentos do dia, 28

como o acordar, o sair de casa ou o deitar, à ida ao bacio;

>Elogie a criança pelo esforço; >Não inicie este processo só porque outras crianças da mesma idade que conhece já estão a deixar as fraldas;

>Não force a criança – ao fim de algum tempo no bacio, deixe-a levantar-se do bacio, mesmo que não tenha acontecido nada;

>Não

a repreenda se não chegar a tempo ao bacio ou se não conseguir baixar a roupa e, em consequência, urinar nas cuecas ou no chão.


Livening up your day

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Diálogo do consumidor MEDICAMENTOS E CALOR:

Foto: Nuno Antunes

USE E ABUSE DO ACONSELHAMENTO FARMACÊUTICO MÁRIO BEJA SANTOS

Para a prevenção, não hesite em pedir aconselhamento ao seu farmacêutico

MEDICAMENTOS E CALOR: UMA QUESTÃO IMPORTANTE O medicamento é um bem de consumo essencial que contém uma ou mais substâncias activas que permitem, aliviar os sintomas e tratar ou prevenir doenças. Ele trata quando, por exemplo, destrói os agentes responsáveis por algumas doenças, corrige uma disfunção fisiológica (caso da diabetes) e compensa uma carência (medicamentos contendo ferro para tratar a anemia). O medicamento alivia quando combate uma dor e determinados sintomas como a febre e previne quando tem por objectivo evitar certas doenças (é o caso da vacina contra a gripe). Mas para que o medicamento trate, alivie ou previna ele tem que ser conservado em boas condições e tomado dentro do prazo de validade. Há muitos factores que podem levar a que o medicamento se altere. É o caso do calor. Na maioria dos casos, o medicamento é estável, mesmo quando exposto a temperaturas até cerca dos 25ºC. Há, no entanto, alguns medicamentos que requerem precauções particulares de armazenamento e conservação. Não devemos ignorar que com elevadas temperaturas podem ocorrer mudanças que tornem o medicamento menos efectivo, por alteração das suas propriedades. Nestas circunstâncias, é bom saber como utilizar convenientemente o “armário de farmácia”, como conservar os medicamentos, como devemos transportá-los quando vamos para férias e como devemos contar, em caso de dúvidas, com o aconselhamento farmacêutico.

SABER UTILIZAR O “ARMÁRIO DE FARMÁCIA” NO VERÃO É recomendado a todos que tenham em casa um “armário de farmácia”, destinado a guardar medicamentos prescritos, medicamentos não sujeitos a receita médica e outros produtos de saúde, como os que usamos quando ocorre um pequeno acidente doméstico, como por exemplo uma queimadura ou um pequeno corte. Não há uma padronização para esta farmácia familiar, porque o seu conteúdo tem a ver com a idade dos

membros que compõem o agregado familiar, se há pessoas com doença crónica, enfim, cada um terá necessidades diferentes em medicamentos e em cuidados de saúde. De um modo geral, recomenda-se que se inclua neste armário, para além dos medicamentos, artigos como o termómetro, tesoura, material essencial para os primeiros socorros, incluindo um desinfectante ou ligaduras elásticas no caso de uma entorse ou contusão. No caso particular da época de verão, para além dos medicamentos de toma habitual, pode recomendar-se a inclusão de medicamentos e produtos de saúde adequados a situações mais comuns nesta época como por exemplo: queimaduras solares; desidratação; picadas de insecto; diarreia; prisão de ventre por alteração de hábitos alimentares; desconforto gástrico devido a excessos alimentares; enjoo de movimento; irritação ocular; micoses; herpes labial (lesão agravada pelo sol). Mas também é de considerar a inclusão de acessórios e outros produtos de saúde destinados a fazer face a pequenos imprevistos: soro fisiológico; álcool a 70º; solução desinfectante; algodão hidrófilo, compressas esterilizadas; ligaduras, adesivos e pensos rápidos; termómetro; luvas, tesoura e pinça. O “armário de farmácia”, seja qual for a época do ano, deve localizar-se num local fresco, seco e afastado do calor (são, por isso, de evitar a cozinha e a casa de banho, dois dos locais mais quentes e húmidos das nossas habitações).

REGRAS ELEMENTARES DA CONSERVAÇÃO DOS MEDICAMENTOS A generalidade dos medicamentos deve ser mantida a temperaturas abaixo dos 25º/30º C, o mesmo é dizer que podem ser conservados à temperatura ambiente sem que as suas propriedades se alterem. Há, contudo, medicamentos que exigem cuidados especiais de conservação (caso das insulinas, de algumas soluções oftálmicas, de certos xaropes…), pelo que é indispensável estar atento. Alguns devem ser conservados entre 2º e 8º C, geralmente no frigorífico donde só devem ser retirados para utilização, voltando a proceder-se à sua reintrodução, imediatamente após o seu uso, pois podem ser alterados pelo calor. Alguns medicamentos devem ficar no frigorífico até à

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abertura da embalagem, podendo ser conservados fora do frigorífico, durante o período de tratamento, sendo posteriormente eliminados após o seu fim (caso de alguns medicamentos para os olhos). Se houver necessidade de transportar os medicamentos deve ter-se em atenção que estes não podem ser expostos, durante longos períodos de tempo, a temperaturas elevadas, como aquelas que se atingem nas malas ou no interior dos carros estacionados ao sol. Em dias de muito calor, os medicamentos habitualmente conservados no frigorífico deverão ser transportados em sacos isotérmicos refrigerados, mas todos os outros também deverão ser transportados em sacos isotérmicos. No aconselhamento com o seu farmacêutico, encontrará a solução mais conveniente para o transporte dos seus medicamentos.

O ORGANISMO HUMANO, O CALOR E OS MEDICAMENTOS Há que ter em conta que a nossa fisiologia impõe, sobretudo no verão, cuidados redobrados na toma de medicamentos. O nosso estado de saúde pode também interferir com a capacidade de regulação da temperatura do organismo, havendo uma diminuição da resistência ao calor. Será o caso de: estados febris; idade avançada ou os primeiros anos de vida; excesso de peso; existência de uma ou mais doenças crónicas (com destaque para as doenças cardíacas e respiratórias, a diabetes e doenças neurológicas ou psiquiátricas); limitação da autonomia (caso dos doentes acamados). Também aqui o aconselhamento farmacêutico tem um papel muito importante. Recorde-se que alguns medicamentos podem agravar os perigos decorrentes de uma exposição demasiado prolongada ao sol, com consequências mais ou menos nefastas. Esses medicamentos necessitam de vigilância apertada, são eles: os destinados ao tratamento da doença cardíaca (diuréticos que podem aumentar a desidratação, anti-hipertensores ou antianginosos que podem agravar a hipotensão); neurolépticos, já que podem interferir com o ‘termostato’ central do organismo e provocar aumento da temperatura corporal; sais de lítio que podem requerer um ajuste de dosagem em caso de desidratação. Mas há muitas outras situações, daí ser muito importante conversar com o seu médico ou recorrer ao aconselhamento farmacêutico.

CUIDADOS A TER COM OS MEDICAMENTOS QUE SE LEVAM PARA FÉRIAS (FARMÁCIA DE VIAGEM) Em muitas circunstâncias, devemos incluir medicamentos na bagagem. Em certos casos, a composição da “farmácia de

viagem” requer uma consulta de saúde do viajante sobretudo quando se viaja para destinos tropicais. Indo para férias, é a todos recomendado que incluam na bagagem produtos de cuidado na exposição solar (por exemplo, cremes, loções e batons com índice de proteção solar adequado ao fototipo do viajante e produtos pós solares), produtos para tratar feridas, como antissépticos e material de penso; medicamentos para a dor ligeira a moderada e para a febre. Não esquecer que é sempre importante levar um termómetro e tesoura em viagem. Nos casos de doença crónica, como é óbvio, devem estar garantidas as respectivas medidas de segurança; o doente deve levar a quantidade necessária de medicamentos de acordo com a duração da viagem, incluindo pelo menos uma embalagem extra porque pode haver um imprevisto; deve fazer-se acompanhar de uma receita médica, na qual constem os nomes genéricos de todos os medicamentos, respectivas doses, formas farmacêuticas e posologia associada, incluindo uma declaração médica que ateste a necessidade dos medicamentos ou seringas que transporta. Durante a viagem é importante que todos os medicamentos sejam transportados em segurança, eles devem “viajar” na bagagem de mão (não só para evitar eventuais extravios como também para garantir a sua conservação); nos doentes diabéticos, em viagens de avião, a insulina não deve ser transportada na bagagem do porão; nas viagens de carro, não deixar os medicamentos no porta-luvas ou em qualquer lugar no interior do carro estacionado e, recorde-se, no caso de transportar insulinas ou outros medicamentos que devam ser conservados no frio, é indispensável o seu transporte em caixas isotérmicas refrigeradas.

COMO TIRAR PARTIDO DO ACONSELHAMENTO FARMACÊUTICO (RECAPITULAÇÃO) Considerando que, para além dos cuidados gerais de conservação, há medicamentos que exigem condições específicas de conservação, é importante seguir essas regras para garantir que a qualidade dos medicamentos não é alterada e que a sua eficácia se mantém. Assim, quando se dispuser a viajar, qualquer que seja o meio de transporte e o destino final, informe-se com o seu farmacêutico sobre os cuidados a ter com cada um dos medicamentos que leva para a viagem. Pode ainda pedir-lhe ajuda para calcular a quantidade de cada medicamento a levar em função da duração da viagem e da quantidade que toma diariamente, não esquecendo de levar excedente para algum atraso eventual no regresso. Não esqueça a receita médica com a lista de todos os medicamentos que toma. O farmacêutico pode ainda ajudá-lo a encontrar a melhor forma de acondicionar esses medicamentos, particularmente nos sacos isotérmicos. 31


Produtos

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REDACÇÃO Edifício Lisboa Oriente Av. Infante D. Henrique, 333H, 44, 1800-282 Lisboa Tel. 218 504 060, Fax 210 435 935 farmaciasaude@bmarketing.com.pt DIRECTORA COMERCIAL Maria Luís marialuis@bmarketing.com.pt Tel. 961 571 629 CONSULTORA COMERCIAL Sónia Coutinho soniacoutinho@bmarketing.com.pt Tel. 961 504 580

ASSINATURAS 1 ano, 12 edições, 10 euros Portugal Continental e Regiões Autónomas IMPRESSÃO E ACABAMENTO TYPIA – Grupo Monterreina Área Empresarial Andalucía 28320 Pinto Madrid - España Depósito legal N.º103891/96 N.º 120.309 do ICS Periocidade Mensal Distribuição nas farmácias: Farmacoope www.anf.pt ISSN 0873-5468

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JAIME PINA

A FARMÁCIA DE VIAGEM DO DOENTE ALÉRGICO

FUNDAÇÃO PORTUGUESA DO PULMÃO geral@fundacaoportuguesadopulmao.org

O doente alérgico, quando prepara a sua bagagem de férias, não deve esquecer a sua farmácia de viagem, que deve incluir os seus medicamentos habituais e outros, de que poderá vir a ter necessidade. Quanto aos primeiros, leve-os em quantidade suficiente para todo o período de férias - nalguns locais, a compra desses medicamentos poderá ser problemática. Quanto aos segundos, há uma farmácia mínima que deve acompanhar todas os viajantes, nos períodos passados fora do seu meio ambiente, e que deve ser adaptada às características de cada pessoa, como por exemplo, respeitar as suas alergias e a eventual intolerância a medicamentos. Assim, um analgésico e antipirético à base de paracetamol, um antibiótico prescrito pelo médico assistente, soluções de rehidratação oral (não esquecer que as situações de vómitos e diarreias são muito frequentes durante o período de férias) e medicamentos para os enjoos, devem estar presentes e ser acompanhados por um termómetro, repelente de insectos, pensos rápidos, protector solar e um creme hidratante. Porém, e relativamente ao doente alérgico, é fundamental não esquecer os medicamentos necessários ao tratamento das agudizações da sua doença alérgica: conjuntivite, rinite, asma, reações à picada de insectos, etc. Caso apareça com o olho vermelho, lacrimejante e com comichão (prurido ocular), deve ter à mão um colírio antialérgico e descongestionante que, nos casos mais graves, poderá ser um colírio contendo um corticoide. Muitas vezes, um antihistamínico oral é, igualmente, necessário. No caso da sua rinite sofrer um processo de agudização, um corticoide nasal tópico, um descongestionante nasal e um antihistamínico oral poderão fazer a diferença entre umas férias bem ou mal passadas. Cuidado com os descongestionantes nasais que, por serem tóxicos para a mucosa nasal, não devem ser administrados por períodos superiores a uma semana.

A abordagem das agudizações da asma deve ser previamente elaborada e escrita pelo médico assistente. Estas orientações devem acompanhar o doente, que as deve respeitar escrupulosamente. Assim, nunca esquecer de levar para férias o seu inalador SOS e um corticoide oral. Não esquecer, igualmente, de levar o equipamento necessário à adequada administração dos medicamentos inalados: aparelho de aerossol ou câmara expansora, de acordo com as orientações. As reações exuberantes à picada dos insectos devem ser tratadas. Para isso, é necessário que na farmácia de viagem, para além dos repelentes de insectos, exista um antihistamínico tópico e outro disponível para a via oral. Aqueles doentes que no passado têm registos de reações graves, deverão viajar munidos de corticóides e de uma injeção de adrenalina para auto-administração. Se viajar de avião, os medicamentos devem ser transportados na bagagem de mão, afim de garantir a sua conservação e o não extravio. Os líquidos, incluindo os xaropes, devem ser transportados em embalagens com capacidade até 100 ml, dentro de sacos de plástico transparente, afim de permitir às autoridades a verificação prevista na lei. Se os medicamentos estiverem embalados em recipientes de volume superior, então torna-se obrigatória a correspondente receita ou declaração médica, redigida em inglês. Os medicamentos sólidos não são abrangidos por estas restrições. Se cumprir estas regras, se não se esquecer de fazer as necessárias adaptações às diferenças horárias resultante dos fusos horários, se levar consigo o contacto do seu médico assistente e se estiver coberto por um seguro de assistência em viagem, então tem todas as condições para ter uma férias seguras, no que ao seu problema alérgico diz respeito. Boas férias.

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