Relatório de Ações 2015

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Relatório de ações | neojiba | 2015


Governador do Estado da Bahia Rui Costa Secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social José Geraldo dos Reis Santos Chefe do Gabinete Kivio Dias

O papel transformador do Neojiba

Superintendente de Assistência Social - SAS Leísa Mendes de Sousa Superintendente de Inclusão e Segurança Alimentar - SISA Rose Edna Mata Vianna Pondé Superintendente dos Direitos das Pessoas com Deficiência - SUDEF Alexandre Baroni Superintendente de Políticas sobre Drogas e Acolhimento a Grupos Vulneráveis - SUPRAD Denise Tourinho Superintendente de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos - SUDH Anhamona de Brito Superintendente de Proteção e Defesa do Consumidor - PROCON Marcos Antônio Medrado

Comissão de Acompanhamento e Avaliação Do Contrato de Gestão do NEOJIBA (2015) Presidente Luciana Silva Santos Coordenador de Políticas para a Juventude Jabes Soares dos Santos Coordenadora Administrativa e Financeira Elizelândia Maria de Santana Alves Subcoordenadora administrativa e Financeira Débora Régis Neta Coordenação das Ações Sociais Ana Lúcia Villas Boas Coordenação de Mobilização Social Nilza dos Santos

M

ilhares de crianças e adolescentes do nosso Estado estão tendo a oportunidade de mudar o próprio futuro com as novas perspectivas que estão sendo abertas pelo NEOJIBA, Programa criado em 2007 pelo governo baiano com o objetivo de promover a inserção social por meio da música. Podemos afirmar que o Programa já transformou a realidade de muitas crianças e jovens que estão participando da prática coletiva da música, tendo o total apoio do governo baiano. A música abriu novas perspectivas para esse público, mostrando que as políticas de integração social e de inserção dos jovens através da arte são um forte instrumento de mobilidade social. É importante ressaltar que esses mesmos jovens que foram acolhidos pelos Núcleos de Prática Orquestral e Coral exercem também um papel multiplicador, assumindo responsabilidades dentro de seus Núcleos, na medida em que se tornam monitores de crianças, ingressando-as, de igual modo, no acesso ao conhecimento musical.

Rui Costa Governador da Bahia


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s famílias que assumem o compromisso de levar suas crianças e jovens para participar das atividades de iniciação musical e de acompanhamento psicossocial do Programa Neojiba se tornam grandes aliadas no fortalecimento da nossa principal missão: promover o desenvolvimento e a integração social por meio da música. Esse trabalho busca o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, por meio de ações transversais e articulações com a rede de assistência social. Nossa meta é preparar bons músicos para o futuro, músicos de excelência. Mas, acima de tudo, queremos oferecer ao público infantojuvenil a oportunidade de trilhar o caminho do bem, e a família é a estrutura básica mais importante para que esse processo de inclusão social, com ênfase no protagonismo juvenil, aconteça de forma mais eficaz.

Geraldo Reis Secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) Governo da Bahia

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NEOJIBA se afirma em 2015 como uma das mais importantes políticas públicas na área social do Estado da Bahia, com resultados expressivos e alguns até inéditos para um Programa que cultiva a prática e o ensino coletivo da música como meio de desenvolvimento social. Nossos valores de transparência, excelência, criatividade, comprometimento e solidariedade tem norteado o trabalho incessante de uma equipe comprometida e competente. Conquistamos a cada dia o apoio crescente do público e de parceiros na esfera privada e governamental, garantindo um futuro melhor para nossas crianças, adolescentes e jovens, e consequentemente para toda a sociedade. Este relatório trás algumas das principais ações e acontecimentos de 2015, detalha nossos dados sociais, informações sobre a gestão e sobre a visibilidade do Programa. Os desafios seguem crescentes e a vontade de “Tocar, Cantar e Lutar” também! Junte-se a nós!

Ricardo Castro Diretor Geral e fundador do NEOJIBA


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uma nova proposta de desenvolvimento

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Desenvolvimento social

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Projetos especiais

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Amigos do Neojiba

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Transparência e visibilidade

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Agradecimentos

núcleo de gestão e formação profissional


NEOJIBA Uma Nova Proposta de Desenvolvimento

Uma nova proposta de desenvolvimento O

Programa NEOJIBA é uma política pública do Governo do Estado da Bahia que utiliza o ensino e a prática musical coletiva e de excelência para promover o desenvolvimento e a integração social de crianças, adolescentes e jovens, criando oportunidades inéditas para todos. O atendimento dos beneficiários diretos é realizado em Núcleos, repartidos em um Núcleo de Gestão e Formação Profissional, onde ficam a equipe de gestão, as equipes técnicas e pedagógicas, o Atelier Escola de Lutheria, o Centro de Documentação e Memória, assim como as principais formações musicais; e vários Núcleos de Prática Orquestral e Coral que funcionam como centros de iniciação musical. Em 2015 o NEOJIBA manteve em cooperação com organizações governamentais, prefeituras e escolas públicas ou entidades não governamentais, sete Núcleos localizados em Salvador, Simões Filho, Feira de Santana e Trancoso. Através dos projetos “Rede de Projetos Orquestrais da Bahia” e “NEOJIBA nos Bairros”, o NEOJIBA também atingiu indiretamente centenas de integrantes em 26 projetos musicais comunitários em todo o Estado. A prática coletiva cotidiana, onde são abordados valores como solidariedade, cooperação, respeito e disciplina, e a formação contínua com profissionais das mais prestigiadas instituições do Brasil e do mundo, são elementos fundamentais de nossa metodologia. Os beneficiários diretos atuam em seguida como multiplicadores, exercitando nosso principal lema, “Aprende quem ensina”. O impacto das atividades musicais e sociais vai além do desenvolvimento individual, atingindo famílias e comunidades. Cria-se um vínculo direto entre a ação do indivíduo e o desempenho do grupo, estimulando laços de cooperação, sentimento de pertencimento e satisfação pelo êxito coletivo. Valores que transpostos para a realidade cotidiana colaboram para a construção da cidadania. O NEOJIBA conta desde sua criação em 2007 com o apoio de muitos parceiros, sejam eles instituições públicas, privadas ou de membros da sociedade civil, realizando avanços importantes e obtendo um inédito reconhecimento nacional e internacional na área em que atua.

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Dados gerais do Programa em 2015

Missão Promover o desenvolvimento e a integração social prioritariamente de crianças, adolescentes e jovens em situações de vulnerabilidade através do ensino e da prática coletiva da música.

Visão

O aprendizado e a prática musical ao alcance de cada criança, adolescente e jovem da Bahia e reconhecidos como meios de desenvolvimento social.

Valores

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beneficiários diretos em 7 núcleos de prática orquestral e coral em 4 cidades

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projetos musicais comunitários apoiados EM SALVADOR beneficiando 366 crianças e adolescentes

projetos musicais de 23 cidades DO INTERIOR apoiadOS

Comprometimento, excelência, criatividade, solidariedade e transparência.

atendimentos psicossociais, entre escutas individualizadas, visitas e encaminhamentos à rede de proteção social

apresentações para 66.800 pessoas

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como e onde o NEOJIBA acontece 16

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modelos de atendimento do neojiba

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ATENDIMENTO INDIRETO

Criação, gestão pedagógica e administrativa dos Núcleos de Prática Orquestral e Coral

Apoio a projetos musicais parceiros no campo pedagógico e de gestão

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Atendimento direto

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PERCURSO DE FORMAÇÃO NÚCLEOS De prática orquestral e coral • Prática musical coletiva em orquestras, coros e outras formações Infantojuvenis • Aulas teóricas

NÚCLEO DE GESTÃO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL Práticas avançadas e capacitação para o mundo do trabalho

1. 2. 3. 4.

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Salvador Simões Filho Feira De Santana Trancoso

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• Apresentações públicas • Acompanhamento social • Orquestra Juvenil da Bahia • Orquestra Castro Alves NÚCLEOs DE Prática Orquestral e coral

• Coro Juvenil

Prática orquestral e coral em nível elementar

• Capacitação em pedagogia musical

• Acompanhamento social

• Capacitação em áreas técnicas

Atuação como multiplicadores NEOJIBA

Municípios atendidos através da rede de projetos 5. Pé de Serra 6. Angical 7. Wenceslau Guimarães 8. Porto Seguro 9. Santa Cruz de Cabrália 10. Teixeira de Freitas 11. Itabuna 12. Capim Grosso 13. Jacobina 14. Miguel Calmon 15. Senhor do Bonfim

16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27.

Juazeiro Rui Barbosa Remanso Conceição do Coité Serrinha Vitória da Conquista Alcoçaba Boa Vista do Tupim Manoel Vitorino Luis Eduardo Magalhães Irecê Caetité

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Núcleo de gestão e formação profissional Ano de fundação | 2007 Número de beneficiários em 2015 | 345 Faixa etária dos beneficiários | 6 a 29 anos Atividades | Iniciação Musical, Prática Orquestral, Canto Coral Formações musicais | Orquestra Juvenil da Bahia, Orquestra Castro Alves, Orquestra Pedagógica Experimental, Orquestra de Câmara do NEOJIBA, Coro Juvenil, Coro Sinfônico e Orquestra de Cordas Dedilhadas

O Núcleo de Gestão e Formação Profissional é o coração do NEOJIBA e existe desde 2007, ano de fundação do Programa. Além de abrigar as principais formações musicais, é o Núcleo responsável pela gestão e administração do Programa em todo o Estado da Bahia. Através da formação pedagógica de monitores orquestrais e corais, os integrantes desse Núcleo são responsáveis pela formação dos integrantes dos Núcleos de Prática Orquestral e Coral. Destacaremos o Núcleo de Gestão e Formação Profissional e suas principais formações musicais no capítulo 3. (Página 56)

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Núcleos de prática orquestral e coral Núcleo CESA Ano de fundação | 2011 Número de beneficiários em 2015 | 315 Faixa etária dos beneficiários | 6 a 18 anos Atividades | Iniciação Musical, Prática Orquestral, Canto Coral, Prática de Percussão Formações musicais | Orquestral Irmã Dulce, Coral Irmã Dulce Correalizador | Obras Sociais Irmã Dulce Município | Simões Filho

Leilane Araújo | Coordenadora do Núcleo CESA Leilane iniciou seus estudos em música no Colégio Estadual Manoel Novaes, tocando flauta transversal. É membro fundadora do NEOJIBA. Entrou no Programa como flautista em 2007 e, logo em seguida, iniciou seus estudos no violoncelo. Já em 2008 ingressou no naipe de violoncelo da Orquestra Juvenil da Bahia, tocando em concertos no Teatro Castro Alves, concerto da Cúpula da América Latina, em Sauípe, no Festival de Inverno de Campos do Jordão e no primeiro Festival de Música de Trancoso, em 2012. Participou das turnês da Orquestra Juvenil da Bahia pelo Nordeste e Sudeste do Brasil, na Europa, e no FEMUSC 2010. Atualmente é coordenadora do Núcleo CESA, em Simões Filho, onde já atuava como monitora desde 2011.

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Núcleos CESA e Bairro da Paz tocam juntos pela primeira vez A Orquestra Irmã Dulce e a Banda Sinfônica da Paz, formações musicais do Núcleo CESA e do Núcleo Bairro da Paz, respectivamente, tocaram juntas pela primeira vez em dois encontros realizados em novembro de 2015, um em cada sede. O intercâmbio musical reuniu mais de 200 pessoas, entre integrantes, familiares e amigos. Os dois núcleos possuem formações musicais diferentes, o CESA trabalha exclusivamente com instrumentos de corda e o Bairro da Paz com sopros. “Os integrantes do Núcleo CESA nos recepcionaram em Simões Filho tocando duas músicas. Depois tocamos 03 músicas para eles e os seus convidados. Em seguida, reunimos a Banda Sinfônica da Paz e a Orquestra Irmã Dulce para tocarem juntas duas músicas, Aquarela e Berimbau. Foi uma experiência nova, porque eram músicas que esses grupos tocavam separadamente, com arranjos teoricamente diferentes. Decidimos tentar, sem ensaio algum, e eles tocaram super bem juntos!”, relata o coordenador do Núcleo Bairro da Paz, Esdras Efraim. Após visitar o Núcleo CESA, foi a vez das crianças do Bairro da Paz recepcionarem o grupo de Simões Filho na sua sede em Salvador. “O grupo do Bairro da Paz tem muita energia, muita vontade de fazer uma coisa diferente. Estar com eles foi um incentivo para nossas crianças”, conta Leilane Araújo, coordenadora do Núcleo CESA. A experiência permitiu aos dois núcleos ampliarem sua conexão com o Programa e com a música, podendo tocar com novos grupos e novos instrumentos, produzindo novas sonoridades. “Foi um intercâmbio que trouxe bons resultados para os dois grupos. Eles gostaram e o público também gostou”, avalia o coordenador Esdras Efraim.

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Núcleo Bairro da Paz Ano de fundação | 2012 Número de beneficiários em 2015 | 126 Faixa etária dos beneficiários | 8 a 18 anos Atividades | Teoria Musical, Canto Coral e Prática de Instrumentos de Sopro e Percussão Formação musical | Banda Sinfônica da Paz Correalizador | Santa Casa da Bahia Município | Salvador

Esdras Efraim Santana Rocha | Coordenador do Núcleo Bairro da Paz Esdras iniciou seus estudos de música na UFBA, tocando trompete, sob orientação do Prof. Dr. Heinz Karl Schuwebel. Em 2007 passou a integrar a Orquestra Juvenil da Bahia, sendo um dos membros fundadores do NEOJIBA. Teve aula com professores e músicos ilustres como Charles Schluter (que já foi o principal trompetista da Orquestra Sinfônica de Boston), Nailson Simões (professor da UniRio) e Fernando Dissenha (trompetista solo da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo). Desde 2012 atua no Núcleo Bairro da Paz, inicialmente como monitor e atualmente como coordenador.

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Feira da música no Bairro da Paz conta história da música ocidental Mais de 480 crianças e adolescentes vibraram com as histórias contadas na Feira da Música, ação educativa promovida por integrantes do Núcleo Bairro da Paz entre os dias 3 e 6 de novembro de 2015. A exposição interativa apresentou os seis períodos da história da música ocidental: medieval, renascentista, barroco, clássico, romântico e contemporâneo, mobilizando um público de três escolas públicas (CEMPA, Escola Municipal Jorge Amado e Escola Nossa Senhora da Paz) e duas creches da Santa Casa da Bahia localizadas no bairro. “Foi uma oportunidade ímpar de mostrar à comunidade um ‘mundo novo’ da música. Além de agradar, ampliou os horizontes das pessoas que tiveram a oportunidade de visitar a Feira”, comenta Mírian Márcia Tourinho Santana, coordenadora de projetos comunitários da Santa Casa da Bahia. As seis salas do Espaço Avançar da Santa Casa da Bahia, onde funciona o Núcleo do NEOJIBA no Bairro da Paz, foram decoradas para abrigar a exposição interativa. Cada espaço foi ornamentado com grandes painéis pintados à mão pelas crianças e adolescentes, projeção em vídeo, imagens fotográficas, colagem com recortes de jornais e livros, adereços cenográficos e performance musical dos próprios jovens. A Feira da Música contou com um concerto de encerramento que teve a participação de vários grupos de música das orquestras do NEOJIBA. A iniciativa foi um sucesso e os integrantes, bastante mobilizados, já planejam uma segunda edição.

Participação na abertura do Concerto de Aniversário dos 8 anos do NEOJIBA, no Teatro Castro Alves.

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Núcleo SESI Itapagipe Ano de fundação | 2011 Número de beneficiários em 2015 | 260 Faixa etária dos beneficiários | 8 a 44 anos (inclui alunos de educação especial do projeto CAIS) Atividades | Iniciação Musical, Prática Orquestral, Canto Coral, Educação Musical Especial Formações musicais | Orquestra Infantojuvenil do SESI, Grupo Experimental do CAIS, Coral Infantil do SESI Correalizador | SESI/FIEB Município | Salvador

Priscila Santana | Coordenadora do Núcleo SESI em 2015 Priscila é membro fundadora do NEOJIBA. Iniciou em 2007, primeiramente como mucisista, em seguida, como monitora e desde 2014 como coordenadora de um dos maiores Núcleos do Programa. Ao lado da Orquestra Juvenil da Bahia, tocou em importantes salas do Brasil e do mundo: Alemanha, Suíça, Inglaterra, Portugal e Estados Unidos, acompanhando importantes nomes da música brasileira e mundial tais como Maria João Pires, Lang Lang, Shlomo Minzt, Daniela Mercury, Carlinhos Brown, Mercedes Sosa e Suzana Bacca. Estuda educação musical na pósgraduação da Escola de Música da UFBA e investiga o Universo Percussivo Baiano na Rumpilezzinho, com o Maestro Letieres Leite; também faz parte do “Som das Binha”, ciranda sonora formada somente por mulheres.

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Priscila Santana, oordenadora do Núcleo SESI, explica o trabalho realizado “Esse público participa das aulas de educação especial e está dividido em três frentes diferentes de trabalho. A primeira participa de aulas de musicalização, na qual usamos a música como meio para o desenvolvimento das habilidades de psicomotricidade e a inclusão social. Com este público, nosso trabalho tem um objetivo fortemente social, porque o nível de comprometimento intelectual das pessoas dificilmente permitirá um trabalho orquestral, como é o caso nos outros Núcleos do Programa. O Grupo Experimental do CAIS é formado pelos alunos com menor nível de comprometimento intelectual e conta com 20 integrantes. Neste segundo grupo há um trabalho que nos permite apresentar um resultado musical para a comunidade, por isso eles são convidados a realizar apresentações públicas. O terceiro grupo é formado por alunos que se destacaram e que participam da principal formação orquestral do Núcleo SESI Itapagipe, na qual estão os integrantes que não têm deficiências.

Núcleo SESI itapagipe promove inclusão social através da música O Núcleo de Prática Orquestral e Coral do SESI Itapagipe é um dos maiores núcleos em atividade do NEOJIBA. Além de beneficiar 260 crianças e adolescentes da Península de Itapagipe, o Núcleo ainda integra o Grupo Instrumental do CAIS. O Grupo Experimental do CAIS (Centro de Apoio à Inclusão do SESI) é constituído de crianças, jovens e adultos com deficiências intelectuais e problemas de aprendizado, que participam das atividades de iniciação e formação musical oferecidas desde 2012 pelo NEOJIBA. Em 2015, cerca de 70 pessoas com a faixa etária entre 8 e 44 anos participaram de atividades musicais de letramento de psicomotricidade e convivência social, três vezes por semana. O objetivo do CAIS é ensinar os alunos a se desenvolverem e se cuidarem sozinhos. Os alunos já alfabetizados são encaminhados para o mercado de trabalho.

Trabalhamos com um repertório que faz parte do universo do cancioneiro popular brasileiro. Grande parte dos alunos conhece essas músicas. O desafio é aperfeiçoar o que já está dentro deles. Trabalhamos com forró, ijexá, samba, samba-reggae, ritmos da nossa cultura e que são facilmente reconhecidos”.

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Núcleo Antônio Gasparini Ano de fundação | 2014 Número de beneficiários em 2015 | 52 Faixa etária dos beneficiários | 6 a 28 anos Atividades | Iniciação Musical, Prática Orquestral, Canto Coral Formações musicais | Orquestra Juvenil de Feira de Santana Correalizador | Instituto Antônio Gasparini Município | Feira de Santana

Gileard Teixeira dos Santos | Coordenador do Núcleo Antônio Gasparini em 2015 Gileard é membro fundador do NEOJIBA, integrando o Programa desde 2007, quando iniciou seus estudos em contrabaixo acústico. Em 2013, assumiu o cargo de instrutor de instrumento, prática em conjunto e teoria musical no Instituto SHC, em Trancoso. Em 2014, passou a ser coordenador das atividades do Núcleo Trancoso, em Porto Seguro, sendo transferido em 2015 para o Núcleo Antônio Gasparini, onde além de coordenador é também maestro da Orquestra Juvenil de Feira de Santana.

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Com a palavra, Crianças atendidas no CRAS, do bairro Rua Nova

Maria Raquel Almeida, 9 anos ”Eu acho legal aprender a tocar flauta doce. É interessante e também é uma distração. Quero também aprender a tocar piano e harpa. Conheci esses dois instrumentos, através das histórias em quadrinhos e desenhos animados que passam na TV. Agora que estou aprendendo música, comecei a me interessar mais por estes dois instrumentos. Na flauta, a música que eu mais gosto de tocar é Aquarela, de Toquinho.”

Daniel Carlos Santos de Oliveira, 9 anos “Estou tocando flauta doce há algum tempo, mas eu quero mesmo é aprender a tocar trompete. A primeira música que eu aprendi a tocar na flauta foi Cai, Cai Balão. Depois eu aprendi a tocar Asa Branca, de Luiz Gonzaga, que é um compositor muito antigo. Eu sinto uma felicidade com esta música!”

Parceria entre CRAS e núcleo do NEOJIBA em Feira de Santana leva música para crianças do bairro Rua Nova Em consonância com a missão do NEOJIBA em promover o desenvolvimento e a integração social de crianças e adolescentes em situações de vulnerabilidade social, o Núcleo Antônio Gasparini firmou no segundo semestre de 2015 uma importante parceria com o Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do bairro Rua Nova, em Feira de Santana. A parceria consiste em iniciação musical para crianças com até 12 anos integrantes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo do CRAS, que tem como objetivo fortalecer os laços comunitários, culturais e familiares.

Daniel é a terceira criança e Maria Raquel está logo ao seu lado. (da esquerda para direita)


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Núcleo Trancoso Ano de fundação | 2011 Número de beneficiários em 2015 | 82 Faixa etária dos beneficiários | 12 a 29 anos Atividades | Iniciação Musical, Prática Orquestral, Canto Coral Formações musicais | Orquestra Jovem de Trancoso, Orquestra Infantojuvenil, Orquestra Escola Correalizador | Instituto Trancoso Município | Porto Seguro

Marcos Rangel | Coordenador do Núcleo Trancoso em 2015 Iniciou seus estudos musicais em 1999 como instrumentista e regente e já participou de turnês em países como Bolívia, Argentina, Estados Unidos e Portugal. É mestre em música pela UFRJ e já atuou como regente de muitas orquestras como a Orquestra MariucciaIacovino, do projeto Orquestrando a Vida, da Orquestra Sinfônica Jovem Brasileira, da Orquestra da Escola de Música da UFRJ, da Orquestra do Bard College Conservatory of Music, da Orquestra Juvenil Brasileira e da Orquestra Juvenil de Acarigua-Araure (Venezuela). Entrou no Programa NEOJIBA em 2015 para assumir a coordenação do Núcleo Trancoso.

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Mobilização comunitária apoia iniciativa do Núcleo Trancoso Em 2015, mais crianças e adolescentes foram contemplados pelas atividades do Núcleo de Prática Orquestral e Coral do NEOJIBA em Trancoso. Um dos fatores que limitava a expansão das atividades do Núcleo era a quantidade de instrumentos. Graças a um aporte financeiro do IASPM (Instituto de Ação Social pela Música) e à mobilização da comunidade, solidária à causa da transformação social através da música, novos instrumentos foram disponibilizados e os antigos foram revitalizados para novos integrantes. “Pais de ex-alunos participaram, trouxeram para a escola os instrumentos que guardavam em casa, para que os alunos novatos pudessem usar. As mães das crianças também se mobilizaram, costurando e fazendo pequenos reparos nas capas danificadas de instrumentos. Fizemos colagens e ajustes de cavalete e cravelhas. No total, conseguimos um saldo de 25 violinos, 9 violas, 7 violoncelos e 1 contrabaixo”, conta o coordenador do Núcleo, Marcos Rangel. A nova turma iniciou as aulas em 25 de maio de 2015.

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Núcleo Estrelas Musicais Ano de fundação | 2014 Número de beneficiários | 123 Faixa etária dos beneficiários | 7 a 18 anos Atividades | Iniciação Musical, Prática Orquestral, Canto Coral, Técnica de Instrumento de Cordas Formação musical | Orquestra de Cordas Estrelas Musicais Co-realizador | Associação Cultural Ibarra Município | Salvador

Hosana Ibarra | Coordenadora do Núcleo Estrelas Musicais em 2015 Iniciou seus estudos de violino aos dez anos de idade com seu pai, Lucio Ibarra. Aos 11 anos participou do Festival Internacional Suzuki das Américas. É membro fundadora do NEOJIBA, onde atuou como spalla da Orquestra Juvenil da Bahia durante dois anos, 2007 e 2008. Em 2009, recebeu aulas do professor Emmanuele Baldini, da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Em 2010, participou da turnê com a Orquestra Juvenil da Bahia em Lisboa e Londres. Coordenou o Núcleo Estrelas Musicais em 2014 e 2015.

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“Além de oferecer música, observamos que a equipe do Núcleo Estrelas Musicais tem um cuidado real com a saúde e o bem-estar de nossos filhos. Nunca havia visto um projeto cuidar tão bem de uma criança”. Jucilene Bispo dos Santos, mãe de Emily e Isaac

“Aqui no bairro, o NEOJIBA oferece às nossas crianças muito mais do que música. O Programa cuida também da nossa saúde. É um privilégio receber esta ação de vacinação do Instituto Sabin aqui na escola”. Wellignton Silva Cerqueira, pai de Maria Lua

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desenvolvimento social C

omo forma de melhor conhecer e colaborar para o bem-estar de todos os seus participantes, a área de Desenvolvimento Social do NEOJIBA realiza desde 2014 uma coleta anual de dados sobre a vida e o cotidiano de cada criança, adolescente e jovem diretamente beneficiado pelo Programa. O Mapa Social apresenta informações sobre o perfil social, a escolaridade, condições de moradia, saúde, renda e a qualidade das relações dentro e fora da família de cada integrante dos Núcleos do NEOJIBA. Cerca de 1.300 integrantes participaram desse levantamento de dados entre janeiro e dezembro de 2015. Através deste diagnóstico, a equipe de Desenvolvimento Social do NEOJIBA pode identificar e encaminhar integrantes e famílias em diferentes situações de vulnerabilidade aos serviços da rede de Proteção Social ofertados pela sociedade civil ou pelo poder público. O Mapa Social é uma ferramenta que ajuda a promover o acesso à informação e a inclusão das famílias nas políticas públicas do Estado. O NEOJIBA mobiliza a rede de proteção instituída pela Política Nacional de Assistência Social (CRAS, CREAS e Conselhos Tutelares) e também uma rede de Amigos do NEOJIBA formada por voluntários e representantes do setor privado, como a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e o Hospital Humberto Castro Lima (IBOPC).

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PRINCIPAIS FRENTES DE ATUAÇÃO

Destaques 2015

SETOR DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL Acompanhamento escolar dos integrantes 1

Elaboração do Mapa Social, que consiste em caracterização socioeconômica de todos os integrantes dos Núcleos do Programa.

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Encaminhamento das famílias com perfis de vulnerabilidade ou risco social para atendimento social básico. São realizados encaminhamentos para a rede de saúde de atenção básica: clínico geral, dentista, oftalmologista e outras especialidades, como psicopedagogia e psicologia. Os CRAS são acionados para prevenção dos riscos sociais e fortalecimento de vínculos e serviços de convivência. São mobilizados os CREAS para os casos que demandam a atuação da proteção especial, isto é, que envolvem violação de direitos.

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Acompanhamento do percurso formativo de jovens em idade escolar através do comprovante de matrícula, boletins escolares e reuniões com pais e escolas para fortalecer a importância da educação na formação dos integrantes.

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Encontros semestrais com familiares e/ou responsáveis para acompanhamento social, familiar e comunitário.

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Acompanhamento dos egressos, por meio de contatos telefônicos ou presencial com os integrantes e/ou familiares.

O NEOJIBA estimula seus integrantes a estarem regularmente matriculados e cursando a escola. Além da apresentação do comprovante de matrícula escolar ao Programa, é solicitado o boletim dos alunos nas reuniões realizadas com as famílias e as escolas, de forma a conhecer a sua situação e estimular a educação escolar da maneira mais constante e preventiva. “Quando iniciamos nosso trabalho com o Mapa Social em 2014, encontramos alguns jovens fora da escola. Alguns deles eram multiplicadores, pessoas de referência. Então nos articulamos com a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e passamos a exigir o comprovante de escolaridade a cada um dos integrantes. A música ajuda bastante na subjetividade do sujeito. Para complementar nossa missão, temos este olhar integral e multidisciplinar, que envolve diversos saberes que se complementam e se articulam em rede em prol do bem estar do integrante, desse jovem que chega até nós”. Tansir Omoni, Psicóloga e Assistente de Coordenação da área de Desenvolvimento Social do NEOJIBA

Parceria com o Centro Estadual de Educação Magalhães Neto Em 2015, o Centro Estadual de Educação Magalhães Neto desenvolveu uma sólida parceria com o NEOJIBA. Mais conhecido como CEA – Centro de Educação de Adultos, a escola trabalha com educação de jovens e adultos do ensino básico ao médio e acolheu integrantes do Programa para que eles tivessem oportunidades de concluir os estudos. Em contrapartida, integrantes do NEOJIBA levam o ensino musical para a sala de aula. “Os alunos do NEOJIBA que vieram para o CEA são muito centrados, ouvintes, observadores e interagem muito bem com os colegas. Nesta proposta de trazer a música para a sala de aula, eles vêm contribuindo bastante. A música clareia e facilita o conhecimento, percebemos que

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os alunos têm uma maior facilidade de acompanhar o ensino através da música. E é algo que eu gostaria de ver na Educação de Jovens e Adultos em geral, a música na grade curricular”. Deilade Andrade Santos, diretora do CEA

“Comecei a trabalhar no NEOJIBA em 2013 e desde que cheguei aqui, facilitou minha vida. Além do privilégio de trabalhar com música, eu consegui uma consulta ao dentista e voltei a estudar. Tinha parado de estudar no primeiro ano do ensino médio, com 20 anos. Juntou trabalho e filho e eu tinha que me preocupar primeiro com a família e depois com a escola. O setor de Desenvolvimento Social do NEOJIBA me ajudou a retomar os estudos. Foi bom para mim e para o meu filho que está hoje com 3 anos. Se eu estiver sem estudar, como é que ele vai se inspirar em mim? Ele vai se inspirar no jeito que ele olha para mim agora. Quando meu filho estiver grande, ele vai me ver como uma pessoa mais estruturada, que representa coisas boas para ele”. Alânderson Silva de Souza, 24 anos, montador da Orquestra Juvenil da Bahia

Ciclo de reuniões com as famílias Para conhecer o ambiente do integrante do NEOJIBA, entendendo suas principais necessidades e vulnerabilidades, o setor de Desenvolvimento Social realizou ao longo de 2015 dois ciclos de reuniões com 866 famílias, nos quais apresentou a metodologia e as normas de convivência de cada Núcleo do Programa. É de extrema importância que as famílias conheçam melhor o espaço onde as crianças, adolescentes e jovens do NEOJIBA realizam suas atividades. Nesses encontros também é discutida a situação escolar dos integrantes e apresentadas algumas políticas públicas que as famílias podem ter acesso, como o CadÚnico. O Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) é um instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda, entendidas como aquelas que têm renda mensal per capita de até meio salário mínimo; ou renda mensal total de até três salários mínimos. Além disso, ele é um instrumento obrigatoriamente utilizado para seleção de beneficiários e integração de Programas sociais do Governo Federal destinados ao atendimento desse público.

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“Queremos promover um desenvolvimento social, emancipar, empoderar, oferecer autonomia às famílias, promover acesso à informação, acesso aos benefícios garantidos na Política Nacional de Assistência Social. Queremos desmistificar a questão do favorecimento e explicar que política pública é uma questão de direito. Produzimos cartilhas e reuniões com as famílias para levar essa informação. Informamos quais são as portas de entrada para direitos como as tarifas sociais de energia elétrica e de água e a isenção para concursos públicos – que eram desconhecidos de muitos. Facilitamos seu acesso aos Programas Sociais existentes, tais como Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada, Minha Casa, Minha Vida, entre outros. Também realizamos reuniões com os representantes das redes instituídas pelo Estado para avisar que estávamos mobilizando esses grupos e que as demandas iriam chegar, para que assim, a rede estivesse preparada para receber esse público. Nosso objetivo é dar acesso às políticas públicas. Encaminhar as famílias para o banco de dados nacional – que é o CadÚnico – que vai identificar que tipo de política pública vai contemplar a família. As famílias desconheciam esses benefícios. Então temos esse papel de orientação”. Tansir Omoni, Psicóloga e Assistente de Coordenação da área de Desenvolvimento Social do NEOJIBA

“Sou mãe de Iatã Anderson, 8 anos, integrante da Orquestra Pedagógica Experimental (OPE) e Carolina Nascimento, 18 anos, integrante do Coro Juvenil, que fazem parte do NEOJIBA. Também tenho dois sobrinhos que fazem parte da OPE. A família toda faz parte do NEOJIBA. O Programa me ofereceu muita coisa, especialmente para o desenvolvimento dos meus filhos. Hoje, Iatã está com mais foco na escola. Consegui uma consulta para o psicólogo e ele melhorou bastante na escola. Carolina começou há dois anos no coral. Foi diferente para mim quando ela entrou, porque ela começou a viajar, sair, conhecer um pessoal diferente. Hoje, ela terminou os estudos e o NEOJIBA a estimulou a se inscrever no ENEM. Fez diferença, completamente”. Joselita da Costa Nascimento Rosa, mãe de integrantes do NEOJIBA

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“O NEOJIBA representa uma grande oportunidade que é poder cantar, aprender coisas novas, é muito interessante. Quando eu entrei, eu estava no Ensino Médio. Eu penso em continuar, porque eu gosto muito. Pretendo fazer o ENEM, para fazer a faculdade. Não música. Eu gosto muito de cantar, estar aqui, mas eu prefiro outra coisa. Meus planos de profissão são outros. Eu pretendo fazer Faculdade de Direito. Eu quero conhecer as leis para saber, para defender as pessoas, pelas injustiças que eu vejo no Brasil. Fazer a diferença também. Quando eu entrei no NEOJIBA, eles sempre deram preferência que a gente estudasse. Nunca foi imposto: ‘não, você vai fazer música’. O NEOJIBA é uma escada que a gente procura. Quando eu precisei, procurei o Desenvolvimento Social e sempre recebi essa ajuda. O NEOJIBA visa o seu bem-estar. Eu acho que todo mundo vê isso”. Carolina Nascimento, integrante do Coro Juvenil

Joselita com seus filhos, integrantes do NEOJIBA


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Com a palavra, Amigos do Neojiba Luiza Ribeiro, coordenadora de Desenvolvimento de Pessoas da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública “Costumo dizer que a Escola Bahiana de Medicina e o NEOJIBA são instituições irmãs. Têm suas singularidades, mas trabalham a partir de uma linguagem plural e para o coletivo. Têm o mesmo desejo de querer ‘mudar o mundo ao seu redor’ através do conhecimento, da arte e do cuidado com o outro. Preocupam-se verdadeiramente com o contexto social do seu país e atuam de forma enérgica, séria e, ao mesmo tempo, suave e leve em seu meio. É uma parceria de reciprocidade, de aprendizagens, práticas, cuidados, valores éticos e morais. Nessa parceria, os benefícios que podemos oferecer para o cotidiano dos integrantes do NEOJIBA são sobretudo na dimensão preventiva dos cuidados com a saúde do corpo físico e mental. Vejo a coragem e o compromisso com o desenvolvimento global dos integrantes dos diversos Núcleos do Programa como atributos que refletem as atitudes de toda a equipe envolvida nesse necessário Programa de inclusão social, que alarga a visão de mundo e une pessoas ávidas por novas experiências e novos conhecimentos.”

Construção de parcerias Em prol da integridade física e psicológica de nossos integrantes, realizamos importantes parcerias. A Escola Bahiana de Saúde Pública é parceira do NEOJIBA desde 2014, na oferta de atendimento gratuito nas áreas de odontologia, fisioterapia, psicologia e atendimento médico e laboratorial. Em 2015, a Orquestra Pedagógica Experimental (OPE) contou com oficinas de saúde integral, a Orquestra Castro Alves (OCA) realizou atividades de fisioterapia, o Coro Juvenil desfrutou de um acompanhamento psicológico em grupo e foi oferecido um curso de primeiros socorros para a equipe técnica. No Hospital Humberto de Castro Lima (IBOPC) contamos com atendimento oftalmológico e no Laboratório Sabin com vacinação gratuita. Possuímos também uma rede de profissionais de saúde voluntários, como a Dra. Vanessa Dybal e os profissionais da Clínica Comunitária de Atendimento Psicopedagógico Ósia Matos e do Centro de Estudos da Família e do Casal (CEFAC).

Vanessa Dybal, médica e voluntária no NEOJIBA “Eu faço atendimento dos membros da orquestra e dos familiares, atendimento clínico e médico. Com isso, eu consigo contribuir para que os integrantes da orquestra tenham condições de continuar no Programa e tenham um suporte de saúde. Várias vezes, quando eu viajava para lugares mais carentes, por exemplo para a Amazônia, eu desejava ser uma médica sem fronteiras e ir para a África. A gente vê que não precisa ir tão longe para ajudar. E eu brinco que sexta-feira é o meu melhor dia, porque é o dia de ambulatório do NEOJIBA. É o dia que eu saio e me sinto mais realizada, porque a gente percebe que nas mínimas coisas a gente pode contribuir. Se todo mundo der um pouquinho de si para que o mundo que está ao nosso redor seja melhor, eu acredito que as coisas andam muito melhor, de uma forma geral, não só para o outro mas para a gente também. A realização é enorme”.

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Ângela Amorim, psicóloga e voluntária no NEOJIBA “Comecei observando as crianças dentro da sala de aula, conversando com elas e suas famílias. A coordenadora da Orquestra Pedagógica Experimental identifica algum comportamento, questionamento. O meu trabalho é tentar identificar com essa criança – muitas vezes com a criança sozinha, algumas vezes com a criança e os pais – o que está gerando esse comportamento disfuncional, essa ansiedade, angústia, para que a gente possa de alguma forma tentar resolver. Em muitos casos, identifico a questão da estrutura familiar. Tem estruturas familiares que são bem complicadas, que acabam transformando a criança. Separações que afetam também o aprendizado da criança. Eu busco identificar e orientar – às vezes a família, outras vezes a coordenadora da orquestra e a área de Desenvolvimento Social do NEOJIBA – que encaminhamento seria interessante fazer para a criança. Esse trabalho voluntário que faço no NEOJIBA me traz um aprendizado incrível. Não só em termos afetivos, de relação, mas um aprendizado como pessoa e como profissional. Eu dou, mas eu acho que eu recebo infinitamente mais em troca”.

ATIVIDADES REALIZADAS COM PARCEIROS ano 2015 •

01 intervenção de vacinação contra gripe, realizada em parceria com o Instituto Sabin, para 80 integrantes do Núcleo Estrelas Musicais e 20 funcionários.

14 intervenções na Orquestra Pedagógica Experimental (OPE), que integra o Núcleo de Gestão e Formação Profissional, realizadas pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, que promove atividades relacionadas à saúde integral com este grupo formado por crianças.

09 intervenções na Orquestra Castro Alves (OCA), que integra o Núcleo de Gestão e Formação Profissional, realizadas pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, que promove atividades de fisioterapia com este grupo formado principalmente por adolescentes.

NÚMEROS DA ÁREA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL ANO 2015 •

621 escutas individualizadas

629 acompanhamentos e encaminhamentos para políticas públicas, Rede de Proteção Social e a rede Amigos do NEOJIBA

81 visitas à escolas

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MAPA SOCIAL

Idade

O Mapa Social tem como objetivo identificar, por meio de levantamento de dados, o perfil socioeconômico do público inserido no Programa, para o desenvolvimento de estratégias para apoio aos integrantes que se encontrem em situações de vulnerabilidade social e/ou risco. Através de escutas, encaminhamentos e reuniões familiares, podemos reconhecer esses integrantes, atuando de forma mais efetiva na sua formação através de atendimento médico, psicossocial, possível inserção no CadÚnico e outras políticas públicas e redes de proteção social.

41% 06 a 12 anos 31% 13 a 17 anos 16,5% 18 a 24 anos 4,5% 25 a 29 anos 2% acima de 29 anos 5% não declararam

Comunidades Tradicionais 10 são indígenas 09 são de terreiros 03 são quilombolas

72% estão na faixa etária entre 06 e 17 anos

22 integrantes se declararam pertencentes às comunidades tradicionais

Ano 2015 Dados sobre Perfil Social

“O integrante do NEOJIBA não é apenas aquele que está aqui tocando no palco do TCA, ele também é aluno de uma escola, é também frequentador de um posto de saúde, a mãe também é uma trabalhadora e precisa também ser assistida pelo Estado.

Gênero 55% são do sexo masculino 45% são do sexo feminino

Cor/Raça 47% 37% 9% 2% 5%

se autodeclaram pardos se autodeclaram negros se autodeclaram brancos se autodeclaram amarelos não declararam

84% se autodeclaram pardos ou negros

De 2014, primeiro ano de realização do Mapa Social, para 2015, o principal avanço foi o acompanhamento. Não é algo estático. O Mapa Social é um marco zero. Um ponto de partida que traz uma realidade e, a partir dessa realidade, a gente vai trabalhando. Esse segundo Mapa Social revela o que já foi trabalhado. É sempre uma referência de um momento vivido, que foi percebido e documentado. No segundo Mapa, você já consegue perceber: integrantes que nunca tinham ido ao dentista passam a frequentar regularmente. Essa mudança é resultado de um acompanhamento, de uma oferta, que é feita pelo próprio Programa. Essa é a grande evolução”. Ana Vilas Boas, responsável pelo Núcleo de Assistência Social da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (Justiça Social) do Governo do Estado da Bahia.

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Dados sobre Escolaridade Grau de Escolaridade 25% 45% 15% 2% 7% 1% 5%

ensino fundamental I ensino fundamental II ensino médio ensino técnico ensino superior e pós-graduação EJA e CPA

educação especial

Situação Escolar 96% cursando 4% concluído

Tipo de instituição de ensino 4% 57% 5% 13% 21% 0%

federal estadual municipal particular industriaria cooperativa/ONG

Dados Socioeconômicos e Habitacionais

75% são estudantes do Ensino Fundamental I e II, 45% destes estão inseridos no Ensino Fundamental II e 25% no Ensino Fundamental I

Renda Mensal

96% integrantes estão cursando o ensino regular e/ou superior

Famílias inscritas no CadÚnico

66% integrantes estudam na rede pública de ensino

“Entrei no NEOJIBA em 2007, cinco meses depois da fundação. Faz dois anos que eu me tornei um músico multiplicador. Eu dou aula de violoncelo no Núcleo CESA, em Simões Filho. Agora estou entrando na universidade. Vou fazer pedagogia. A equipe do Desenvolvimento Social me ajudou a resolver minha situação escolar. Eu não tinha concluído o Ensino Médio, ficaram algumas disciplinas pendentes. Elas (Tansir e Joana) me ajudaram a me matricular no colégio. Terminei meus estudos, fiz o ENEM e passei. Agora estou na universidade. Faço UNIFACS. Tenho uma bolsa de 100% pela nota que tirei no ENEM”. Marcos Vinícius Santana Magalhães, violoncelista da Orquestra Juvenil da Bahia

16% 25% 29% 11% 6% 4% 19%

até meio salário mínimo até um salário mínino entre 1 e 2 salários mínimos entre 2 e 3 salários mínimos entre 3 e 4 salários mínimos 5 ou mais salários mínimos não nformaram

39% estão inscritas no CadÚnico 47% não estão inscritos no CadÚnico 14% não informaram

Não inscritos no perfil CadÚnico 42% não possuem perfil CadÚnico 58% possuem perfil CadÚnico

Famílias que recebem benefícios socioassistenciais 34% recebem 52% não recebem 14% não informaram

70% famílias possuem uma renda mensal de até dois salários mínimos

77% das famílias possuem perfil cadúnico

100% dos que são perfil CadÚnico não inscritos foram encaminhados para o cadastramento

Dos 34% que declararam que recebem benefício socioassistencial, 83% são do Bolsa Família

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Núcleo de gestão e formação profissional É

o Núcleo central do NEOJIBA responsável pela gestão pedagógica dos Núcleos de Prática Orquestral e Coral e pela formação dos multiplicadores do Programa. Também abriga suas principais formações musicais: Orquestra Juvenil da Bahia, Orquestra Castro Alves (OCA) e Coro Juvenil. Em 2015, contávamos ainda com a Orquestra Pedagógica Experimental (OPE) – posteriormente alocada em novo Núcleo infantil – e a Orquestra de Câmara do NEOJIBA (OCN). As orquestras e coros do NEOJIBA buscam a excelência musical, já que esta meta é a que promove a integração pessoal de cada integrante e, consequentemente, a integração social. O Atelier Escola de Lutheria (AEL) e o Centro de Documentação e Memória (CDM) são áreas técnicas fundamentais para o bom funcionamento do Núcleo de Gestão e Formação Profissional do NEOJIBA. A primeira é responsável pelo reparo de instrumentos e pela formação de jovens no ofício da lutheria. Já o CDM responde pelo banco de partituras do Programa e pela guarda do registro dos concertos e outras atividades pedagógicas e musicais, além de prover formação de multiplicadores na área. Desde a sua fundação, o NEOJIBA promove visitas e cooperações pedagógicas com alguns dos músicos, professores e instituições de ensino de referência no Brasil e no exterior. Acesse o nosso site www.neojiba.org/transparencia para conhecer as importantes cooperações realizadas durante o ano de 2015.

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Músicos e instituições que trabalharam com o NEOJIBA em 2015 Maxim Vengerov - Rússia | André Geiger - Brasil | Alfredo Moura - Brasil Luis Ricardo Selharreiro - Brasil | Marcos Ribeiro - Brasil Edelvina Materula - Moçambique | Eduardo Salazar - Venezuela José Andres Valerio Melendez - Costa Rica | Gerard Metrailler - Suíça Benoit Willmann - França | Luisa Florez - Colômbia | Justin Clark - Estados Unidos Haute ècole de Musique de Genebra - Suíça | Wihelmus Sanders - Holanda Fundación Schola Cantorum de Venezuela - Venezuela | Marcin Habela - Polonia Raoni Hubner - Brasil | Eduardo Strausser - Brasil | Midori e Ga Hyun Cho - Japão Gabriel Santos Polycarpo - Brasil | Raiff Dantas Barreto - Brasil

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Para esta publicação, convidamos cinco profissionais de diferentes áreas para fazerem perguntas ao maestro.

Como o Programa pode contribuir para a prevenção da violência nos bairros onde atua?

Entrevista

maestro Ricardo Castro Ricardo Castro é diretor geral e fundador do NEOJIBA. Também é pianista, além de maestro e diretor artístico da Orquestra Juvenil da Bahia. Em entrevistas solicitadas pela imprensa, Ricardo é com frequência o porta voz do Programa, pois sua fala reflete a propriedade e o engajamento de suas múltiplas formações e atividades dentro do NEOJIBA. Refletindo a pluralidade de atividades e ações que existem no Programa, 2015 foi um ano importante para Ricardo Castro. Em outubro, o maestro recebeu a maior condecoração do poder legislativo baiano, a Comenda Dois de Julho. Em dezembro, foi outorgada pelo Ministério Público Estadual a Medalha do Mérito ao maestro, finalizando com honras um ano cheio de realizações para o Programa. Natural de Vitória da Conquista, Ricardo Castro começou a tocar piano aos três anos. Mudou-se para a Europa no começo da vida adulta, onde estudou piano com Maria Tipo e Dominique Merlet e regência com Arpad Gerecz. Colecionando experiências, prêmios e títulos, voltou ao seu estado com o sonho de um projeto de formação musical para a Bahia. Hoje seu sonho está materializado em 4,6 mil crianças e adolescentes que são beneficiados através do NEOJIBA.

A prática musical coletiva e de excelência promovida pelo NEOJIBA, além de ensinar princípios fundamentais de cidadania, gerando mais empatia e riqueza espiritual, oferece um horizonte inédito de integração social e de oportunidades para uma população com poucas perspectivas, eliminando alguns dos principais fatores que provocam criminalidade e violência nas comunidades atendidas. Além disso, através do “NEOJIBA nos Bairros” estimulamos o fortalecimento de outras entidades da sociedade civil que trabalham com música e público infantojuvenil. | Pergunta enviada por Didier Trebucq, diretor de País do PNUD O francês Didier Trebucq é diretor de país do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) desde janeiro de 2016, instituição onde já trabalha há mais de 13 anos e onde realizou diversos trabalhos humanitários em países como Peru, Índia, Guiana e Burkina Faso. É economista e mestre em Ciência do Desenvolvimento Sustentável e Administração de negócios. Antes de ingressar no Sistema das Nações Unidas foi chefe de delegação da Cruz Vermelha na Colômbia e no Equador e administrador do Médico sem Fronteiras no Quirguizistão e Tajiquistão.

Em nosso País, há um imenso fosso entre a fruição da música erudita e a popular. O NEOJIBA já é uma tentativa de diminuir esta distância, criando uma ponte necessária e fundamental. Mas, quais outras ações o senhor aponta como importantes, sobretudo para avançar na formação de plateia? O NEOJIBA aplica o princípio da linguagem musical universal como ferramenta de sensibilização e desenvolvimento das capacidades expressivas de crianças e jovens. O nível de sofisticação e de execução do repertório, sem predominância de nenhum gênero específico, é a chave de nossa metodologia. A partir daí criamos condições e pontes possíveis entre os diversos estilos, sempre levando em consideração as raízes de cada um. Quanto à projetos de formação de plateia, o único que acredito funcionar é aquele que promove uma prática, mesmo que básica, daquilo que está

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no palco. Cheguei a essa conclusão depois de observar e estudar práticas de disciplinas artísticas e o impacto dessas na qualidade e quantidade de público em diversas comunidades pelo mundo afora. Nosso público de Música Popular Brasileira, por exemplo, foi seguramente sedimentado pelas “serestas” e “festas” onde a prática da canção popular em todas as camadas sociais era muito comum. Na Europa das grandes orquestras e casas de ópera, antes de terem instituições fortes e estáveis, a prática musical em família e em grupos musicais da sociedade civil sempre foi a base da sua imensa plateia. Recentemente a portabilidade da musica digital vem corroendo essas plateias e Programas como o NEOJIBA, que promovem uma formação musical em larga escala com base no lema “lugar de plateia é no palco”, poderão reverter essa situação. | Pergunta enviada por Agnaldo Almeida, presidente do Conselho Estadual da Juventude Agnaldo Almeida é jornalista graduado pela Unijorge. Começou o seu engajamento social através do Coletivo Kiu! de Diversidade Sexual e atualmente atua na Associação Beco das Cores – Educação, Cultura e Cidadania LGBT, como ativista pela promoção da cidadania das pessoas LGBTs e da garantia dos direitos da juventude. Com 28 anos, é o primeiro representante de uma entidade da juventude LGBT a ocupar a cadeira de presidente do Conselho Estadual de Juventude – CEJUVE.

Sendo o NEOJIBA um Programa cuja base é a música e a cultura europeia, como orientar o crescimento desse mega-projeto de forma a interagir da maneira mais saudável possível com a diversidade cultural baiana? Nossa base de atuação é a prática musical coletiva, não especificamente a da música e da cultura europeia. O repertório europeu se faz presente por adotarmos como ferramentas principais em nossa prática coletiva a Orquestra Sinfônica e o Coro, organismos criados e desenvolvidos com sucesso no continente europeu e para os quais foram produzidas obras artísticas susceptíveis de promover o desenvolvimento das mais altas capacidades expressivas humanas. Ainda assim, por meio da utilização do mesmo sistema tonal ou modal, esse repertório dialoga com grande facilidade com a diversidade cultural baiana e brasileira. Além disto, temos no NEOJIBA compositores e arranjadores escrevendo e reescrevendo com total liberdade peças com formatos variados para grupos musicais de todos os níveis do Programa. Nessas peças, o folclore e estilos autóctones aparecem com naturalidade e sucesso, criando um diálogo saudável com a variedade e riqueza de nossas origens.

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Nossas apresentações públicas em algumas das melhores salas de concertos do hemisfério norte, com alguns dos maiores solistas da atualidade e com grupos locais como o Grupo Garagem, Rumpilezz, Ivete Sangalo ou no trio elétrico de Daniela Mercury, também revelam a diversidade e a capacidade de interação do NEOJIBA. | Pergunta enviada por Paulo Costa Lima, músico, compositor e professor Professor da Escola de Música da UFBA, Paulo Costa Lima é um premiado compositor de música de concerto, membro da Academia Brasileira de Música. Sua marca registrada é uma aproximação entre o erudito e o popular, o ancestral e contemporâneo. Possui mais de 109 obras e 370 performances em mais de 15 países. Em 2015, conquistou o primeiro lugar no Prêmio Nacional de Composição da FUNARTE, ganhando o direito de ter sua composição executada na abertura solene da XXI Bienal de Música Brasileira Contemporânea.

Qual é o objetivo do NEOJIBA com relação à preservação das Bandas Filarmônicas da Bahia? Sempre entendi as Bandas Filarmônicas como um patrimônio da sociedade, ao mesmo título que as agremiações, grupos esportivos e associações de todo tipo, inspiradas em sua maioria no modelo europeu das “associações de amigos da música” que ainda prospera em países onde há muitas orquestras sinfônicas ou de ópera como a Itália e a Alemanha. Quanto à preservação em si das bandas filarmônicas da Bahia, justamente por serem organizações da sociedade civil que constituemse por iniciativa própria e tem caráter local e muitas vezes competitivo, não considero que a preservação dessas deva passar pela tutela de um Programa como o NEOJIBA, que é governamental, universal e não competitivo. Isso não impede que o NEOJIBA, enquanto Programa de Governo, se coloque à disposição para colaborar com políticas públicas que venham a ser criadas para o setor e que as Bandas Filarmônicas beneficiem-se da excelência das estruturas e ações formativas do Programa, como o Atelier Escola de Lutheria, o Centro de Documentação e Memória ou as Academias de Instrumento, sem que isso prejudique ou interfira na identidade de cada uma delas. A existência e crescimento do NEOJIBA com certeza será benéfico, sem que haja interferência em suas tradições e maneiras, para todas as instituições que lidam com música na Bahia, incluindo as Bandas Filarmônicas.

| Pergunta enviada por Fernando Marinho, ator, diretor e pianista Graduado e mestre em Direito, Fernando Marinho possui formação erudita como pianista, iniciada aos cinco anos. Na juventude, começou a desenvolver um trabalho com música popular, trabalhando com jazz e MPB. Sua aproximação com o teatro começou enquanto compositor de trilha para espetáculos, mas logo começou a atuar. Fundou a Companhia Baiana de Patifaria, aliando o trabalho de ator, diretor e músico.

Qual foi a sua maior motivação para fundar o NEOJIBA, sabendo dos inúmeros desafios de ordem política, econômica social e artística que teria de enfrentar? O Brasil vinha crescendo em diversas áreas e senti que faltavam projetos estruturantes na área da música. Ao conhecer o El Sistema na Venezuela e ao testemunhar o sucesso da gestão da sociedade civil dos Programas de governo via a Lei das Organizações Sociais vigente, tive a certeza de que seria possível criar oportunidades inéditas para nossa juventude, com resultados equiparáveis aos alcançados em países do hemisfério norte. Já sabia desde então que o maior desafio seria enfrentar mentalidades e forças conservadoras, que até então não tinham investido à altura das capacidades extraordinárias de nossos jovens e crianças. Por isso precisei cavalgar sozinho no início, criando uma nova geração de músicos multiplicadores, prontos para levar adiante essa grande aventura transformadora, que só será verdadeiramente sustentável quando o tripé: sociedade civil, empresas e governo estiver mais sedimentado na Bahia. | Pergunta enviada por Carmen Mettig Carmem Mettig é diplomada em Piano e Licenciatura em Música pela UFBA com especialização em Teoria Musical pela mesma instituição e diplomada em Pedagogia pela Universidade Católica de Salvador. É diretora do Instituto de Educação Musical (IEM), vice-presidente da APEMBA (Associação dos Professores de Educação Musical da Bahia) e autora de diversos livros de educação musical, além de discos para movimento corporal.

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ter estudantes com uma verdadeira consciência social, que tenham uma ideia real do papel que a música tem em qualquer tipo de sociedade. Não apenas na sociedade suíça com os seus confortos, mas no mundo todo, pois temos estudantes vindos de vários países e é necessário que possam justamente ser confrontados com situações que são às vezes o oposto da realidade suíça, tendo consciência de que há várias maneiras de viver a profissão de músico.

Há intercâmbios pedagógicos acontecendo regularmente entre Salvador e Genebra. O que isso traz para os integrantes de ambos os lados?

Entrevista

com Philippe Dinkel Há quatro anos consecutivos estudantes de mestrado em canto, regência e instrumento da Haute École de Musique (Escola Superior de Música) de Genebra participam de intercâmbios com o NEOJIBA, frutos de uma cooperação pedagógica entre o Programa e a instituição suíça. Em 2015, nove alunos da escola estiveram em Salvador por um mês para conhecer a metodologia do Programa e atuarem como monitores dos integrantes do Núcleo de Gestão e Formação Profissional e dos Núcleos de Prática Orquestral e Coral. Conheça mais sobra a parceria do NEOJIBA e da Escola Superior de Música de Genebra em nossa entrevista com Philippe Dinkel, diretor da HEM:

Qual a importância que uma parceria com o NEOJIBA tem para a Escola Superior de Música (HEM)? O NEOJIBA é um parceiro fundamental. A HEM tem hoje ambições que se parecem artisticamente e socialmente ao Programa, no sentido de que procuramos formar os melhores profissionais possíveis, em um mundo em que é muito difícil para um jovem profissional entrar – o da música de concerto – no qual é preciso ser excelente. Ao mesmo tempo, procuramos

Os brasileiros que vão a Genebra experimentam aulas de alto nível internacional, com professores e músicos que vem de todas as partes do mundo, e estão inseridos num contexto no qual são confrontados às condições internacionais de um concurso para ser músico de orquestra, com aulas e projetos que completam o excelente trabalho feito no NEOJIBA. Do nosso lado, os estudantes de pedagogia musical que vão à Salvador descobrem uma maneira de transmitir conhecimento que vai para além das instituições para as quais nos preparamos oficialmente (conservatórios, universidades), e que os prepara para reinventarem, de certa maneira, sua pedagogia, à medida que estão lidando com situações humanas que vão muito além da música. Eu sempre falei que eu temo duas palavras nas profissões que exercemos: teoria e pedagogia. Não porque não são necessárias, mas porque é preciso poder reinventá-las à medida das circunstâncias. Desse ponto de vista, eu acho que no NEOJIBA, nossos alunos descobrem sua capacidade de se reinventarem e em muitos casos trazem essa capacidade de volta.

O que Programas como o NEOJIBA e o El Sistema podem trazer para o ensino da música no mundo? A Escola Superior de Música de Genebra é uma escola profissional. A princípio, devemos fornecer músicos graduados para o mercado de trabalho. Mas também temos a preocupação de formar profissionais com uma visão crítica sobre as condições da sua profissão. Sendo assim, estar em um ambiente como o NEOJIBA, que ensina música sob as mais diversas condições e contextos, se contrapondo muitas vezes às inércias institucionais, é uma lição para os jovens que vão entrar em instituições muito antigas e estáveis, com o ensino da música bastante tradicional, e terão que se engajar para uma renovação do ensino das mesmas.

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O que você acha do fato de um Programa social trabalhar também com música de concerto? Quando se escuta a música de concerto sem preconceitos, dá-se conta de que é uma música que se tornou universal e toca qualquer pessoa. Ninguém fica insensível à execução de uma grande sinfonia, especialmente quando se encontra a poucos metros da orquestra e se vivencia a música em sua materialidade. Podemos não entender nada do estilo, da época, e/ ou da tradição dessa música. Mas se está executada corretamente, e com a devida paixão, é muito provável que seja de arrepiar. Nesse sentido, não importa se é música de concerto ou outro tipo. O importante é colocar a música na sua universalidade. O NEOJIBA também integra elementos da música brasileira. É uma inspiração, no sentido de que é preciso achar maneiras mais simples, formas de mediação renovadas, para lutar contra os preconceitos que o público em geral tem sobre a música de concerto. Pensar nessa transformação social que permite à música ser expressa na sua universalidade é um exemplo muito útil. Dá também a esperança de que os jovens que passam por esse processo no Programa NEOJIBA ou num conservatório europeu contribuirão de alguma maneira para que o mundo seja melhor nas próximas gerações.

Qual foi o momento mais marcante durante a sua visita ao Programa? Eu gosto muito da ideia de continuidade e das pontes que o NEOJIBA constrói. Para mim, não há muita diferença entre o momento em que uma criança coloca as mãos em um instrumento pela primeira vez, e o momento em que essa criança cresceu e deve dominar uma partitura complicada e se preparar para uma turnê internacional. A ideia de transmissão do conhecimento que se tem por aqui, e que atravessa a evolução psicológica e fisiológica da criança, é um exemplo particularmente querido para mim, na medida em que compartilhamos essa visão de vocês na Europa. O melhor exemplo do que falo, acabei de vê-lo hoje. A regente britânica Catherine Larsen-Maguire vai reger o próximo concerto da Orquestra Juvenil da Bahia e hoje pela manhã dava aula de teoria musical elementar para um pequeno grupo de fagotistas de um Núcleo do NEOJIBA. Essa vivência, essa troca – a experiência da aula pela manhã e do concerto à noite – eu acho que é extremamente saudável e me faz refletir sobre a maneira que reconstruímos ou explicamos essas pontes entre os diferentes segmentos da formação.

Músicos de Genebra participam da quarta edição do “Concertando no SESI”, no Teatro SESI Rio Vermelho

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Formações Musicais Orquestra Juvenil da Bahia

Primeira formação do Programa NEOJIBA, a Orquestra Juvenil da Bahia foi criada em 2007 e realizou sua primeira apresentação pública no dia 20 de outubro daquele ano, no Teatro Castro Alves. Seus integrantes têm entre 14 e 29 anos. Sob a direção artística de seu fundador, o maestro e pianista Ricardo Castro, a orquestra realizou até 2015 cerca de 200 apresentações para mais de 150 mil pessoas. Artistas como Martha Argerich, Jean-Yves Thibaudet, Midori Goto, Schlomo Mintz, Maxim Vengerov, Maria João Pires, Cesar Camargo Mariano e Orkestra Rumpilezz são alguns dos que já tocaram ao lado da Orquestra. O grupo se destaca pela excelência, vigor e originalidade. Com inédita experiência na realização de turnês, a orquestra já se apresentou em vários países como Portugal, Alemanha, Inglaterra, Suíça, Itália e EUA, além de 10 estados brasileiros e cidades do interior da Bahia.

Ricardo Castro | Criador e o Diretor Fundador do NEOJIBA Premiado no Concurso da ARD de Munique em 1987 e Gezá Anda de Zurique em 1988, foi elevado à categoria de pianista de renome internacional ao receber o primeiro lugar no Leeds Internacional Piano Competition na Inglaterra, em 1993. Leciona desde 1992 na classe de mestrado da Haute École de Musique de Lausanne, na Suíça. Desde 2013, integra a lista de “Honorary Member” da Royal Philharmonic Society em Londres, o primeiro brasileiro a integrá-la, na qual figura ao lado das mais importantes personalidades da música ocidental.

Eduardo Torres | Diretor Musical do Programa NEOJIBA Desde 2014, já atuou como professor de regência, coordenador pedagógico e maestro preparador da Orquestra Juvenil da Bahia nos últimos oito anos. Integra também a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), como pianista. Mestre em Regência Orquestral e pianista graduado pela Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Eduardo Torres já lecionou Harmonia, Contraponto, Análise, Piano, Percepção Musical e Improvisação.

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Uma orquestr al versátil e plur al Como reflexo de sua excelência e versatilidade, a Orquestra Juvenil da Bahia teve a oportunidade de tocar em 2015 com alguns dos músicos mais consagrados do mundo e executar os mais diversos repertórios. Em março, o regente e violinista Maxim Vengerov, natural da Sibéria Ocidental, esteve pela primeira vez em Salvador para realizar um concerto com a orquestra. Vengerov regeu a Sinfonia Fantástica de Berlioz e tocou como solista o Concerto em Ré Maior para violino e orquestra de Tchaikovsky. O concerto contou com a participação de Carlos Prazeres como regente convidado e com a participação de músicos da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA). Em agosto, instrumentistas de diversas gerações e formações do NEOJIBA se reuniram para interpretar uma das obras corais mais importantes do século XX, Carmina Burana, de Carl Orff. Sob a regência de Eduardo Strausser, maestro residente do Theatro Municipal de São Paulo e participação de três solistas vocais: a soprano Andréa Alves, o tenor Raoni Hübner e o barítono polonês Marcin Habela; o concerto foi executado pelos coros Sinfônico, Juvenil e Infantil do NEOJIBA, acompanhados da Orquestra Juvenil da Bahia. Em setembro, o NEOJIBA foi o primeiro Programa no Brasil contemplado com o Orchestra Residencies Program – iniciativa da violinista japonesa Midori, que leva uma semana de residência artística para orquestra juvenis de todo o mundo. Foram seis dias intensos de muita dedicação, aprendizado e conexão através da música. Midori e sua assistente, a também violinista Ga Hyun Cho, visitaram os Núcleos do NEOJIBA e realizaram dois concertos no Teatro Castro Alves. O primeiro com a Orquestra Juvenil da Bahia e com a Orquestra de Câmara do NEOJIBA. O outro com grupos de câmara formados por integrantes da Orquestra Juvenil da Bahia.

Midori, uma das maiores violinistas de nosso tempo, com a Juvenil da Bahia, no TCA

As Bienais de Música Brasileira Contemporânea são realizadas no país desde 1975 pela Fundação Nacional das Artes (Funarte). Na sua 21ª edição, em outubro de 2015, a Orquestra Juvenil da Bahia foi convidada para executar o Concerto de Abertura da Bienal, realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O concerto marcou a estreia mundial de seis obras dos compositores brasileiros Jorge Antunes, Paulo Costa Lima, Lucas Duarte, Eli-Eri Moura, Liduíno Pitombeira e Alexandre Espinheira. Encerrando um ano de apresentações bastante ricas e multifacetadas, a Orquestra Juvenil da Bahia, juntamente com o Coro Infantil e o Coro Juvenil do NEOJIBA, se apresentaram com a cantora Ivete Sangalo, sob a regência de Helder Passinho Jr., na Arena Fonte Nova. O concerto foi um gesto de apoio e solidariedade ao Hospital Martagão Gesteira.

Juvenil da Bahia com o regente e violinista Maxim Vengerov


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Orquestra Castro Alves (OCA) Segunda formação do NEOJIBA, a Orquestra Castro Alves (OCA) surgiu em 2009, inicialmente como uma formação de cordas. No ano seguinte se transformou em orquestra sinfônica e recebeu o nome em homenagem ao poeta baiano. Formada por jovens entre 14 e 22 anos, a orquestra já realizou cerca de 70 apresentações para mais de 40 mil pessoas até 2015. Durante a Turnê Nordeste, realizada em 2015, a OCA se apresentou para mais de 3 mil pessoas, em sete cidades: Maceió, Recife, Caruaru, João Pessoa, Natal, Fortaleza e Salvador.

Cássio Bitencourt | Regente em 2015 Nascido em uma família musical, o interesse de Cássio Bitencourt pela música despertou desde muito cedo. Autodidata, já tocava bateria aos 8 anos. Em 2008, ingressou no NEOJIBA. Como instrumentista, integrou duas formações do Programa como percussionista: Orquestra Juvenil da Bahia e o grupo Naipe4. Participou das turnês na Europa e nos Estados Unidos. O interesse pela regência surgiu em 2013 durante qualificação em regência oferecida pelo NEOJIBA.

Aline Falcão | Coordenadora da OCA em 2015 Filha de músicos, Aline Falcão vivencia a música desde pequena. Graduou-se em piano na UFBA e possui mestrado profissional em Educação Musical na mesma Instituição. Pianista, multi-instrumentista, compositora e arranjadora, atua no cenário artístico transitando por diversas linguagens e expressões musicais, incluindo produções para teatro e cinema. No NEOJIBA, fez parte da primeira formação da Orquestra Juvenil da Bahia, permanecendo até 2014. Foi percussionista, harpista e pianista da orquestra e atuou como monitora de teoria musical e canto coral. Em 2011, assumiu a função de coordenadora da Orquestra Castro Alves, até 2015.

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Orquestra Castro Alves realiza sua primeira turnê

Participantes da turnê OCA Nordeste

A Orquestra Castro Alves realizou sua primeira turnê, sob a regência do jovem maestro Cássio Bitencourt. A orquestra se apresentou em seis cidades do nordeste: Maceió, Recife, Caruaru, João Pessoa, Natal e Fortaleza durante 11 dias, no mês de novembro. Em 13 de dezembro, realizou um concerto de encerramento da turnê em Salvador.

Claúdia Lima, sócia-diretora da Janela do Mundo, parceira do NEOJIBA na Turnê OCA

A OCA refez seis anos depois o roteiro da Orquestra Juvenil da Bahia, que também realizou em 2009 sua primeira turnê pelo nordeste. Uma nova geração de músicos formados pelo NEOJIBA teve a oportunidade de viver novamente essa experiência. Além de apresentações em grandes teatros, a orquestra participou de ações de intercâmbio com orquestras jovens e projetos sociais locais. Em 2015, a OCA tinha 70 músicos, e os ensaios diários no Teatro Castro Alves contavam com a supervisão e monitoria dos integrantes da Orquestra Juvenil da Bahia. Para participar dessa grande experiência da Turnê Nordeste, o NEOJIBA promoveu audições para seleção de músicos de outras orquestras, Núcleos do NEOJIBA e integrantes da Rede de Projetos Orquestrais da Bahia. Sendo assim, além dos músicos da OCA, participaram da turnê músicos do Núcleo Trancoso, da Orquestra Pedagógica Experimental (OPE), da Orquestra de Câmara do NEOJIBA (OCN) e da Orquestra Regional do Piemonte da Diamantina. A circulação da OCA causou grande impacto para esses jovens e suas famílias, fortalecendo a autoestima individual e do grupo com essa enriquecedora experiência de viajar e conhecer outros públicos, outros lugares e outras realidades. A turnê contou com o patrocínio das empresas Cielo e Cateno, através da Lei Federal da Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), com produção da Janela do Mundo e apoio da Leiaute e Instituto JCPM.

“Certamente a Turnê Nordeste da Orquestra Castro Alves foi um dos projetos mais gratificantes e desafiadores que a Janela do Mundo participou em toda a sua trajetória. Viajar por 3.000 km pela região Nordeste do Brasil, durante 11 dias, com 120 pessoas, para apresentação de 7 concertos, muitas vezes para um público que nunca havia ido a um teatro, exigiu de todos nós um ambiente de cumplicidade, parceria e confiança, que envolveu equipe de produção e técnica, músicos, parceiros e a direção do NEOJIBA. Patrocinadores que investem em ações como essas talvez não consigam dimensionar os benefícios que proporcionam a um grande número de pessoas.”

Gabriel Tavares, 15 anos, contrabaixista, integrante do Núcleo Trancoso “Essa turnê significa que não há limites quando se tem esforço e dedicação; quando se sabe quão vai valer a pena; quando se sabe que vai ser uma experiência para a vida toda. De todos os lugares que visitamos, vamos levar um pouco da cultura. Sair dos livros de escola e realmente viver aquilo foi uma oportunidade que o NEOJIBA me deu. A experiência é o maior aprendizado que se pode ter. Tudo isso fazendo o que eu mais gosto, música!”

Guilherme Freitas, 18, fagotista, integrante da OCA desde 2014 “Tivemos uma interação muito boa com o pessoal de Trancoso e os outros músicos que vieram do interior para fazer essa turnê conosco. Essa diversidade, essa mistura de pessoas é boa. Além de conhecermos pessoas novas, nos aproximamos mais dos músicos da própria orquestra, de outros naipes, com quem antes não tínhamos tanta aproximação. Todos nós viajamos para fazer da melhor maneira possível nossa música”.

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Orquestra Pedagógica Experimental (OPE) A Orquestra Pedagógica Experimental (OPE) foi a formação infantil do Núcleo de Gestão e Formação Profissional do NEOJIBA até 2015. Criada em 2010, a principal formação orquestral do Programa destinada ao público infantil reunia 55 crianças e adolescentes, entre 07 a 14 anos, de diferentes grupos sociais e bairros de Salvador. Desde 2010, a coordenação da OPE é de Ana Florência Paulin, e a regência em 2015 esteve a cargo de Priscila Gabrielle.

Ana Florência Paulin | Coordenadora da OPE A argentina Ana Florência começou seus estudos de viola em um conservatório estadual em Buenos Aires. Tocou na Orquestra de Cordas Juan José Castro e Orquestra Académica do Teatro Colón. Desde 2010, mesmo ano em que assumiu a coordenação da OPE, reside na Bahia, onde é violinista da YOBA. No NEOJIBA, também já foi coordenadora do Núcleo CESA, em Simões Filho.

Priscila Gabrielle | Regente da OPE em 2015 Priscila ingressou no NEOJIBA aos 12 anos. É membro fundadora da Orquestra Castro Alves e, a partir de 2011, se dedicou ao trabalho de monitoria na Orquestra Pedagógica Experimental – sua porta de entrada no Programa, onde em 2015 ocupava o lugar de regente. É violinista da Orquestra Juvenil da Bahia desde 2012, integrante do Quarteto Carybé e aluna da graduação em violino na Escola de Música da UFBA.

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Projeto “Conhecendo o NEOJIBA” A pedagoga e assessora do NEOJIBA, Ana Luiza Altmann, desenvolveu em 2015 a primeira etapa de um projeto pedagógico inovador com a Orquestra Pedagógica Experimental (OPE). Com a palavra, ela nos explica do que se trata o “Conhecendo o NEOJIBA”: “O projeto que propus com a OPE tem como foco conhecer a si mesmo e o outro, culminando com a aproximação e o desenvolvimento dessas crianças com as diversas áreas e profissionais do NEOJIBA, responsáveis pelas atividades diárias e por todo o funcionamento do Núcleo ao qual pertencem. As atividades e práticas coletivas desenvolvidas no ‘Conhecendo o NEOJIBA’ abrangeram os seguintes temas: quem sou eu, quem é o meu colega, quem é a minha orquestra, o que é o NEOJIBA. Durante todo o processo, trabalhamos conteúdos subjetivos como o autoconhecimento, a criatividade e a afetividade. A troca foi intensa entre integrantes, coordenadores e monitores envolvidos, possibilitando muito aprendizado e cumplicidade. Na segunda fase do projeto com início no mês de maio de 2016, as atividades contarão com a participação dos setores de Desenvolvimento Social, Comunicação, Centro de Documentação e Memória e Ateleier Escola de Lutheria, além do Comitê Gestor. O objetivo final do projeto piloto – Conhecendo o NEOJIBA – é de ser replicado em todos os Núcleos a partir de 2017, respeitando as particularidades de cada um.” Ana Luiza Altmann

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Orquestra de Cordas Dedilhadas A Orquestra de Cordas Dedilhadas do NEOJIBA é uma das formações mais recentes do Programa, foi criada em 2015 com o nome Orquestra de Violões do NEOJIBA. A orquestra conta com 52 integrantes entre 12 e 29 anos. O repertório abrange arranjos de músicas populares como também de músicas de concerto, a exemplo de composições de Heitor Villa-Lobos e Antônio Vivaldi. Em seu primeiro ano de atividades, a orquestra se apresentou para aproximadamente 1000 pessoas. O Diretor Musical do NEOJIBA, Eduardo Torres, contou que a ideia para a criação desta Orquestra surgiu há dois anos: “O violão é uma ferramenta que vai ser muito importante, no sentido de trazer mais e mais jovens para o mundo fantástico da música coletiva”, pontuou. Para celebrar o início das atividades da Orquestra de Cordas Dedilhadas, no dia 1º de março de 2015, aconteceu um encontro entre os aprovados na audição para a formação musical, familiares e a equipe do NEOJIBA, em um concerto didático na Escola de Música da Universidade Católica de Salvador. O concerto contou com a presença dos violonistas Mario Ulloa e do violinista Daniel Guedes, que executaram obras em dueto, além de compartilhar com os presentes um pouco de suas experiências e relação com a música.

Vladimir Bonfim | Coordenador da Orquestra de Cordas Dedilhadas Natural de Salvador, é bacharel, mestre em música pela UFBA e especialista em performance pelo Conservatoire National de Strasbourg (França). Estudou harmonia e contraponto com Flávio Queiroz e realizou aperfeiçoamento com músicos consagrados como o violonista uruguaio Eduardo Fernandez e o saxofonista francês Luc Joly. Lecionou em instituições no Brasil e na França e já foi premiado em diversos concursos nacionais e internacionais na área de performance, atuando com frequência junto com o teatro e a dança. Atualmente é regente e coordenador da Orquestra de Cordas Dedilhadas do NEOJIBA.

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Orquestra de Câmara do NEOJIBA A Orquestra de Câmara do NEOJIBA (OCN) foi um projeto especial desenvolvido durante o ano de 2015 e que contou com a participação de 30 integrantes do Programa. Sua criação teve como objetivo desenvolver, através da prática de música de câmara, habilidades de diálogo musical e humano em um grupo menor e de excelência.

Pino Onnis | Maestro convidado da OCN O contrabaixista, maestro e professor Pino Onnis emigrou da Itália para o Brasil há quarenta anos. Antes de se estabelecer em Salvador, ele passou pela Accademia Internazionale di Musica da Camara, em Roma, pelo Centro International de Violon Yehudi Menuhin, na Suíça, e pela Academia Interamericana de Música de Câmara, em Buenos Aires. Atualmente, o regente é professor de contrabaixo, música de câmara, prática de orquestra e literatura operística, na UFBA. Em 2015, atuou como regente da OCN do NEOJIBA.

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Coros do NEOJIBA Coro Juvenil Iniciou suas atividades em 2010, sob a regência do maestro Obadias Cunha e com participação de estudantes do Colégio ICEIA. Em 2011 passou a ser dirigido por Yuli Martinez, que desde 2012 conta com o apoio de Cláudia Santos na regência e acompanhamento instrumental. Em 2015, reuniu 55 jovens entre 14 e 23 anos. O Coro Juvenil foi criado para promover a formação de jovens através da prática coral de excelência, buscando desenvolver a integração social e o gosto pela música, a partir da execução de obras corais de diversos estilos e gêneros.

Coro Sinfônico Surgiu especialmente para a execução da Sinfonia Nº 9 de Beethoven, na ocasião do quinto aniversário do Programa, em 2012. É um coro comunitário, formado por voluntários que recebem treinamento vocal da equipe coordenada por Yuli Martinez, que conta com Claudia Santos e Andréa Alves na preparação vocal. Já se apresentou várias vezes no Teatro Castro Alves, cantando a Fantasia Coral op. 80 de Beethoven e o Choros 10 de Villa-Lobos, entre outros. Fruto da diversidade de intercâmbios pedagógicos promovidos pelo NEOJIBA, o Coro Sinfônico já teve oportunidade de atuar com excelentes maestros e professores convidados.

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Coros do NEOJIBA brilham na apresentação de Carmina Burana No dia 26 de agosto de 2015, o público presente no Teatro Castro Alves pôde escutar 140 vozes cantando em latim e alemão as 25 peças que compõem Carmina Burana, de Carl Orff. O concerto apresentado pelos coros Sinfônico, Juvenil e Infantil do NEOJIBA, acompanhados da Orquestra Juvenil da Bahia, sob a regência do maestro convidado Eduardo Strausser, com a participação de três solistas vocais convidados, foi aplaudido euforicamente pela plateia de um teatro lotado. A peça era um desafio para os jovens cantores. “Para executar esta peça, temos que trabalhar na potência original dos coros, para que o volume tenha qualidade, pois não usamos microfones. É uma peça que exige um grande esforço físico e vocal dos músicos, pois os coros cantam durante 01h10m”, explica Yuli Martinez Gaitán, coordenadora dos Coros do Programa NEOJIBA.

Yuli Martinez Gaitan | Coordenadora dos Coros do NEOJIBA Natural da Colômbia, Yuli é graduada em música com ênfase em Regência Sinfônica e Coral da Universidade Nacional da Colômbia e mestre em Educação Musical pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Foi professora da Fundação Unimusica, na Colômbia. Desde 2011 no NEOJIBA, é trompista da Orquestra Juvenil da Bahia, desenvolve atividades pedagógicas, artísticas e de música de câmara e atua como regente e coordenadora das formações coral do Programa.

Claudia Ferreira | Regente e Preparadora Vocal dos Coros do NEOJIBA Natural de Porto Alegre, Cláudia Ferreira é musicista, pesquisadora, regente e preparadora vocal. Atualmente, cursa o doutorado em Educação Musical pela UFBA, onde também concluiu o seu mestrado. É bacharel em Música, com habilitação em Regência Coral, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS) e atua como professora do curso de Licenciatura em Música da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).

Andréa Alves | Preparadora Vocal dos Coros do NEOJIBA Natural de Salvador, a soprano Andréa Alves iniciou seus estudos em canto lírico, sob a orientação da professora Emilia Sutto, em 2007. Graduou-se em 2013 no curso de Canto da UFBA. Foi professora de canto no Projeto Axé, em Salvador, entre 2013 e 2015. atualmente, estuda sob a orientação do Professor Francisco Campos da USP e do Maestro Pino Onnis.

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Grupos de Câmara do NEOJIBA A música de câmara foi escrita para ser executada em salas menores, por um grupo pequeno de músicos. Fazer música de câmara é uma excelente prática na busca individual e coletiva por excelência, pois geralmente não há músico dobrando partes como acontece em orquestras, são partes distintas escritas para cada músico. “Para se formar um bom grupo de música de câmara não basta juntar alguns excelentes músicos e tocarem bem, há que haver objetivos comuns e amizade, e acredito que esses sejam os fatores de sucesso de alguns dos melhores grupos de câmara do NEOJIBA”, afirma Amanda Muller, coordenadora dos Grupos de Câmara do NEOJIBA. Em 2015, os grupos de câmara formados no Programa tiveram uma agenda bem cheia. Dentre os concertos desse ano, destacamos a temporada no Teatro SESI do Rio Vermelho, onde ao longo do ano 9 grupos se apresentaram no projeto Concertando no SESI, numa parceria do NEOJIBA com a produtora Janela do Mundo. O “Concertando no SESI” aconteceu de março a novembro de 2015. Foi uma proposta inovadora pelo formato que abriu possibilidades múltiplas para os músicos se apresentarem, entre uma variedade de estilos e famílias de instrumentos sinfônicos e populares, que revelaram a diversidade artística e musical do NEOJIBA. Quartetos de cordas, grupos de compositores, quintetos de metais e de madeiras, cantores e violonistas, entre outros, foram os protagonistas dessa nova série. “Nosso Diretor Geral, Ricardo Castro teve a ideia de não só interagirmos com o público dentro do teatro, mas que o convidássemos para um momento ainda mais descontraído na Varanda do Teatro do SESI, prioritariamente com música popular. Acredito que essa mistura de música erudita de forma aberta e participativa com o convite para um encerramento com música popular é o grande diferencial dessa série de música de câmara. Além de ser envolvente para o público, é uma proposta desafiadora para nossos grupos que precisam estar aptos e serem criativos para realizarem os dois momentos com excelência”, declara ainda Amanda. Uma das edições da temporada Concertando no SESI contou com a direção artística do compositor e arranjador baiano Alfredo Moura. Como compositor residente do NEOJIBA em 2015, Moura desenvolveu um trabalho com jovens músicos da Juvenil da Bahia que, entre outros frutos,

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concebeu um concerto especial com músicas de São João arranjadas para uma formação de câmara. “Nós compositores estamos plantando a semente de um sonho possível. O ambiente é de amor à música e o espírito é de cooperação”, relata Moura sobre as oficinas de capacitação em arranjo, composição e produção, que ministrou para os jovens músicos do Programa.

Temporada 2015 - CONCERTANDO NO SESI

Outros grandes momentos marcaram os grupos de câmara do NEOJIBA em 2015, tais como a participação na Masterclass de Música de Câmara em agosto, com o quinteto de sopros Concert Impromptu – grupo europeu que cria seus próprios espetáculos utilizando elementos da dança e do teatro e que esteve em Salvador para dar palestra e ministrar aulas. A violinista Midori Goto, que esteve visitando o NEOJIBA em setembro, desenvolveu um excelente trabalho de quartetos de cordas com integrantes da Orquestra Juvenil da Bahia.

30/06 | Concerto de São João com alunos da oficina de Alfredo Moura

31/03 | Quinteto Bahia Brass e Quarteto Carybé 28/04 | Quinteto de Sopros do NEOJIBA 26/05 | Grupo de Percussão Naipe4 e Grupo de Percussão da OCA 28/07 | Quinteto Bahia Brass 25/08 | Grupo de Câmara de estudantes da HEM de Genebra 29/09 | Quarteto Carybé 27/10 | Coro de Câmara do NEOJIBA 24/11 | Quinteto de Sopros Wood Tropicales

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Áreas técnicas Centro de Documentação e Memória (CDM) Em oito anos de história, o NEOJIBA construiu uma preciosa memória, entre concertos em diversas cidades, estados e países, residências artísticas, masterclasses, intercâmbios; além das atividades pedagógicas cotidianas dos seus Núcleos. O Centro de Documentação e Memória (CDM) organiza a memória do Programa, sendo a área responsável pelo nosso acervo físico e digital. Uma das atividades-chave do CDM é alimentar o repertório de partituras das orquestras e dos Núcleos de Prática Orquestral e Coral. Existem três bancos de dados, um para concessão ou empréstimo de partituras, um para CD e DVD e outro para catalogação. Desde 2012, o Centro conta com bolsistas que se capacitam nesse extenso trabalho de catalogação e arquivo. “Os bolsistas – todos músicos – quando entram aqui, começam a ter contato com a parte de catalogação musical e acervo. É uma experiência nova, já que a maioria conhece apenas o seu instrumento. De uma forma indireta, eles têm contato também com a história da música”, destaca Gilnéia Carvalho, coordenadora do CDM, ressaltando a importância de um centro de memória para um Programa de tamanha dimensão que é o NEOJIBA.

Atelier Escola de Lutheria da Bahia (AEL) O Atelier Escola de Lutheria da Bahia tem um papel fundamental no NEOJIBA. Sem instrumentos não há música. Além de realizar serviços de reparação, reforma e manutenção de instrumentos de cordas e sopros, o AEL também é um centro de formação de luthiers, que pratica os mesmos princípios e valores do Programa, entre eles o efeito multiplicador e a integração social.

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Com a palavra, André-Marc Huwler | Professor-convidado do AEL “Depois de um início pioneiro, o Atelier Escola de Lutheria seguiu globalmente o desenvolvimento do NEOJIBA por uma questão de necessidade. O crescimento rápido do Programa e a multiplicação dos Núcleos e dos seus integrantes provocou a necessidade de contratar mais e mais luthiers e luthiers-aprendizes para assumir a manutenção e a reparação dos instrumentos das orquestras. Após essa primeira fase de crescimento rápido sob a pressão das necessidades, também realizada graças à intervenção e ao apoio de pessoas (luthiers e monitores) e entidades (Escola de Lutheria) exteriores ao Programa, surgiu a necessidade de dar uma forma mais definida à formação dos aprendizes. Alguns deles são músicos integrantes das orquestras do Programa, outros são bolsistas exclusivos do atelier. O Programa pedagógico da AEL tem como objetivo oferecer a eles uma formação adquirida nas melhores condições, com um currículo bem concebido. Isto é uma das tarefas importantes dos coordenadores e monitores atuais: David Matos, Alan Jonas Brito, Jessica Almeida, e Otoniel Ferreira da Silva Junior para as cordas e Jadson de Jesus Santos para os sopros. O desafio atual consiste em levar adiante atividades de restauração e manutenção da grande quantidade de instrumentos do NEOJIBA, a capacitação e o acompanhamento dos oito aprendizes atuais, a formação contínua dos monitores e o equipamento das salas do AEL. Eles devem também garantir a permanência de um estoque de acessórios e ferramentas à medida da atividade do Programa”.

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projetos especiais

O

s Projetos Especiais do NEOJIBA visam à expansão do acesso à prática musical coletiva nos bairros de alta vulnerabilidade social de Salvador e cidades do interior do Estado e a criação de novas maneiras de pensar a relação entre música e sustentabilidade. Tudo isso num movimento contínuo de crescimento, que articula um conjunto de parcerias que somam de forma positiva ao nosso Programa e à construção da nossa futura sede. Avante!

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Orquestra Plástica Formação musical para a sustentabilidade Canos de PVC se transformam em violas e violinos. Violas e violinos se transformam em possibilidades. A Orquestra Plástica do NEOJIBA tem como principal objetivo ampliar e facilitar o acesso à prática musical coletiva de crianças, adolescentes e jovens do Estado da Bahia. A Orquestra Plástica é um projeto de construção de instrumentos sinfônicos de cordas com canos de PVC. A iniciativa articula os campos da sustentabilidade e da inclusão sócio produtiva, uma vez que reutiliza canos de PVC para construção de instrumentos musicais e ainda capacita adolescentes e jovens da Bahia no ofício da lutheria. Com patrocínio da Braskem e do Governo do Estado da Bahia, através do Programa Fazcultura, a Orquestra Plástica teve início em 2014, após dois anos de pesquisa realizada pela equipe formada pelos luthiers Andre-Marc Huwler, David Matos, Alan Jonas e pelo músico Natan Paes. O trabalho é manual e tem como base a lutheria convencional de instrumentos de madeira. A iniciativa conta com dois espaços para produção de violinos e violas de PVC de diversos tamanhos. O ano de 2015 foi de muito êxito para o projeto. Foi inaugurado um Atelier de Lutheria de Plástico em Simões Filho, onde também temos um Núcleo de Prática Orquestral e Coral e onde realizamos várias apresentações públicas com grupos formados com os instrumentos. Ainda em 2015, o projeto buscou aprimorar técnicas e a pesquisa para reduzir ainda mais o custo de produção, criando condições mais favoráveis à sustentabilidade da iniciativa. Atualmente estão sendo realizados estudos para o desenvolvimento de outros instrumentos, como o violoncelo. Os instrumentos feitos com esse material têm maior durabilidade em decorrência da resistência à umidade, maior resistência a impactos físicos e menor custo de manutenção. Além de serem fabricados com matéria-prima reutilizável. Na segunda etapa de desenvolvimento do projeto, os ateliês da Orquestra Plástica têm como meta a fabricação de 120 instrumentos sinfônicos de cordas, que serão utilizados por crianças e adolescentes do NEOJIBA e da Filarmônica Filhos do Oeste, em Angical.

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NEOJIBA Projetos Especiais

Realizações da Orquestra Plástica - 2015

Ressonâncias da Orquestra Plástica Exposição no Foyer do Teatro Castro Alves

Criação de 1 Atelier de Lutheria de Plástico no Núcleo Cesa, em Simões Filho

Aperfeiçoamento da metodologia de produção dos instrumentos: 99 moldes e fôrmas já foram fabricados.

103 instrumentos alternativos fabricados

15 jovens capacitados na Oficina de Música e Sustentabilidade

8 jovens aprendizes de lutheria, em Angical e em Simões Filho.

Remontagem da Exposição da Orquestra Plástica no Foyer do Teatro Castro Alves, com visitação de 21.000 pessoas

Participação no Programa Braskem Labs de Inovação

6 apresentações com instrumentos de plástico realizadas para 4.850 pessoas

Em outubro de 2015, a mostra autoexplicativa detalhou o passo a passo da fabricação dos instrumentos. Ela trouxe 16 painéis que mostram o processo de pesquisa e confecção dos instrumentos, além de expor protótipos de violino, viola e violoncelo, as fôrmas e os utensílios utilizados no decorrer do ofício.

Inauguração do Atelier de Lutheria de Plástico do NEOJIBA em Simões Filho O Atelier de Lutheria de Plástico foi inaugurado em novembro de 2015 e integra o Núcleo CESA, que funciona no Centro Educacional Santo Antônio, escola em tempo integral, gerido pelas Obras Sociais Irmã Dulce. Este Atelier oferece um espaço mais adequado para formação de novos jovens aprendizes e desenvolvimento da pesquisa.

Hélio Tourinho, gerente de relações institucionais da Braskem “O Orquestra Plástica é um projeto único, uma ideia genial. É um projeto que tem muita afinidade com a Braskem, pois dialoga com importantes pilares da nossa estratégia de atuação social: sustentabilidade, inovação, educação e inclusão social”, afirma Hélio Tourinho, gerente de relações institucionais da Braskem.

Alan Jonas, coordenador técnico e pedagógico da Orquestra Plástica do NEOJIBA “Aqui adolescentes e jovens aprendizes irão conhecer a história e aprender a essência do ofício da lutheria. Além de violinos e violas, que já fabricamos em diversos tamanhos a partir do cano PVC, iremos iniciar a produção de violoncelo a partir dessa matériaprima. Queremos também iniciar os estudos para futuramente confeccionar contrabaixos. É um desafio gostoso de trabalhar, principalmente neste novo espaço, que foi construído com tanto cuidado e que considera todas as normas de segurança e técnicas para a realização do nosso trabalho”.

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Oficina de Lutheria de Plástico

Aperfeiçoamento do processo técnico

Entre os dias 24 e 28 de novembro, o Atelier de Lutheria de Plástico recebeu o multi-instrumentista e luthier Fernando Sardo. O músico realizou oficinas de fabricação de instrumentos alternativos para coordenadores e jovens aprendizes das lutherias de Salvador, Simões Filho e Angical e para educadores e alunos de projetos musicais de Simões Filho e Camaçari. A oficina resultou em 15 multiplicadores capacitados e 103 instrumentos alternativos produzidos.

A consciência da necessidade de preservação do meio ambiente tem sido uma das principais questões do mundo atual. Entrando em sintonia com esse momento atual de conscientização, preservação e sustentabilidade e, com o objetivo de expandir as possibilidades da Orquestra Plástica, firmamos uma nova parceria com o Programa Inova Talentos IEL/FIEB (Federação das Indústrias do Estado da Bahia), que permitiu que incorporássemos à equipe do projeto o engenheiro de produção Julliano Falcão.

Fernando Sardo, multi-instrumentista e luthier

Em pesquisa realizada em parceria com o NEOJIBA, Julliano ressalta o potencial dos instrumentos de PVC, que se inserem dentro de uma lógica de “ecologia industrial”. Dentro desse conceito, o que é considerado resíduo em um processo de produção pode ser matéria prima em outro processo.

“Minha relação com o NEOJIBA é de grande admiração. De longe, em São Paulo, a gente houve sempre as notícias das grandes ações importantíssimas para a Bahia e para o Brasil na educação musical, na formação de jovens e na cidadania. Estou aqui para somar com um trabalho que já é realizado. O NEOJIBA é fortíssimo na música com instrumentos tradicionais, mas vem realizando um projeto super bonito através dos instrumentos de corda de PVC com a Orquestra Plástica. Eu espero poder colaborar com eles trazendo também instrumentos de sopro, outros instrumentos de corda, percussão e trazendo principalmente o conceito que é a criação de instrumentos musicais para a criação musical.”

A fabricação dos instrumentos de plástico PVC é uma inovação dessa ecologia industrial, além de fomentar a cooperação entre empresas e o setor público. O engenheiro ainda destaca algumas vantagens em relação ao instrumento tradicional de madeira. Os instrumentos de PVC são resistentes e de fácil manutenção, não precisam dos constantes reparos dos instrumentos de madeira. A sonoridade é similar aos instrumentos tradicionais, mas o processo de fabricação é simples, o custo é baixo, o impacto ambiental é inexistente e, no entanto, o impacto social é imprescindível, cada vez mais alto. Vamos ao futuro!

Alan Jonas | Coordenador Técnico e Pedagógico do Projeto Orquestra Plástica Paulista criado no interior da Bahia, o contato de Alan Jonas com a música começou aos 12 anos com um cavaquinho e uma pasta de partitura de choro. O interesse pela música só cresceu e ele foi a Salvador realizar a graduação em música pela UFBA em 2010. Logo depois passou a integrar a lutheria do NEOJIBA, sendo um dos aprendizes de Andre-Marc Huwyler. Junto com Andre-Marc, David Matos e Natan Paes desenvolveu a metodologia de produção dos instrumentos sinfônicos na 1ª edição do Orquestra Plástica. Atualmente é o coordenador técnico e pedagógico do projeto.

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NEOJIBA Projetos Especiais

Rede de Projetos Orquestrais da Bahia Ao longos dos seus oito anos de atividades, o NEOJIBA tem muito orgulho de ter conquistado um resultado musical e pedagógico de excelência. Mas de nada adiantaria este resultado de muito trabalho se não tivéssemos pessoas com quem dividir e mais jovens baianos a quem proporcionar a prática musical coletiva. Como forma de compartilhar o conhecimento e multiplicar o acesso à música, a Rede de Projetos Orquestrais da Bahia foi constituída em 2013 para atender a uma demanda crescente de apoio pedagógico e orientação para qualificação de projetos musicais existentes no interior do estado ou criação de novos. A iniciativa desenvolve um processo formativo com o objetivo de promover a autonomia de cada instituição ou grupo musical com os quais o NEOJIBA se relaciona. A Rede de Projetos Orquestrais da Bahia realiza diversas ações formativas ao longo do ano, voltadas à capacitação dos integrantes dos projetos musicais parceiros e suas lideranças. Além do Encontro Anual de Gestores de Projetos Orquestrais e da oferta de bolsas para jovens multiplicadores, o NEOJIBA promove ações pedagógicas nos municípios, a exemplo das Caravanas Pedagógicas e criação das Orquestras Regionais. Visando sempre ampliar o acesso à prática musical para crianças e adolescentes no Estado da Bahia, também compartilhamos com a Rede resultados de outros projetos, como a Orquestra Plástica, incentivando o desenvolvimento de alternativas de acesso a instrumentos para além dos convencionais. Em 2015, o NEOJIBA realizou atividades com 26 projetos membros da Rede de Projetos Orquestrais da Bahia, localizados em 23 cidades baianas e 15 Territórios de Identidade. As ações da Rede de Projetos Orquestrais da Bahia em 2015 tiveram o patrocínio da CCR Metrô Bahia, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

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NEOJIBA Projetos Especiais

Realizações da Rede de Projetos Orquestrais da Bahia em 2015 III Encontro de Gestores da Rede de Projetos Entre os dias 27 e 30 de maio, ocorreu o III Encontro de Gestores da Rede de Projetos Orquestrais da Bahia. Esta ação do NEOJIBA buscou fortalecer a sustentabilidade de iniciativas musicais em curso no interior e na capital do Estado, através de atividades de formação e intercâmbios nas áreas de gestão institucional e construção de instrumentos musicais. O encontro foi de extrema importância. Proporcionar o diálogo entre diferentes parceiros no interior do Estado nos permite compreender melhor as particularidades de cada projeto e os desafios enfrentados em seus territórios, possibilitando que nossa ajuda seja cada vez mais eficiente. O músico multi-instrumentista Fernando Sardo foi o convidado para ministrar oficinas de construção de instrumentos musicais utilizando materiais alternativos. O encontro qualificou gestores de 21 projetos orquestrais, sediados em 12 Territórios de Identidade da Bahia e representantes de projetos musicais de bairros de Salvador participantes da iniciativa NEOJIBA nos Bairros, projeto do qual falaremos mais adiante. Como desdobramento do encontro, os projetos contaram ainda com uma consultoria individualizada para a elaboração de projetos culturais, com duração total de três meses.

Parceiros da Rede de Projetos falam sobre o III Encontro de Gestores Rildo Rios, regente da Filarmônica Lira 6 de Agosto – Pé de Serra “A parceria com o NEOJIBA foi muito importante para o crescimento da filarmônica, especialmente do ponto de vista musical e a questão da gestão. É a segunda vez que eu participo do Encontro de Gestores. Do ano passado para cá, eu percebi uma mudança muito grande na instituição. Esse ano eu consegui trazer mais um integrante da filarmônica para o encontro, que está participando da oficina de sopro. O encontro fortaleceu ainda mais nossas atividades dentro da associação, dentro da entidade e dentro da comunidade”.

Denis Wilson do Prado Silva, Projeto Flor do Meu Sertão – Capim Grosso “O músico multi-instrumentista Fernando Sardo nos trouxe uma perspectiva mais ampla e lúdica para trabalhar a música. As alternativas criativas apresentadas nos estimulam a atender um número maior de crianças usando materiais obsoletos. Temos que sair desta caixinha de querer tocar apenas instrumentos caros e convencionais, acreditando na qualidade musical apenas desses instrumentos. Na região onde moro, muitas escolas inseridas no Programa Mais Educação compraram instrumentos musicais, mas os professores não sabem usar. A oficina me inspirou a buscar uma articulação com os professores dessas escolas e levar até eles a proposta de formação musical que valoriza a descoberta”.

Articulação com as Filarmônicas O interior da Bahia possui uma forte tradição de bandas filarmônicas e uma parte delas integra as atividades de comemoração da Independência da Bahia, no dia 2 de julho, em Salvador. Bandas de diversas cidades do interior do estado participam anualmente do cortejo cívico, que se realiza no Largo da Lapinha até o Campo Grande, e é considerado Patrimônio Cultural da Bahia. Em 2015, na ocasião do Encontro das Filarmônicas em Salvador, o NEOJIBA promoveu no dia 3 de julho, através da Rede de Projetos Orquestrais da Bahia, aulas de flauta, clarinete, trombone, trompete e tuba para músicos que participaram do desfile, com o objetivo de fortalecer, articular e colaborar com as filarmônicas e projetos musicais no interior do Estado.

Caravanas pedagógicas As Caravanas Pedagógicas reúnem jovens multiplicadores do NEOJIBA, em sua maioria músicos da Orquestra Juvenil da Bahia, e membros da equipe pedagógica, para viajar Bahia adentro auxiliando os projetos musicais que fazem parte da Rede de Projetos Orquestrais da Bahia. Essa equipe visita um projeto realizando atividades intensivas de técnica instrumental, prática orquestral e coral, manutenção de instrumentos, regência e apresentações de música de câmara.

Em 2015, foram realizadas 24 Caravanas Pedagógicas que visitaram 7 Territórios de Identidade, num total de 11 cidades e 15 projetos musicais atendidos.

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NEOJIBA Projetos Especiais

Uma das principais ações das Caravanas em 2015 foi o trabalho de formação em lutheria. Longe dos centros urbanos, a manutenção e restauração dos instrumentos é um dos principais obstáculos para os projetos musicais sediados no interior da Bahia. De junho a novembro, gestores e músicos de diversos projetos receberam qualificação dos integrantes do Atelier Escola de Lutheria do NEOJIBA (AEL). Esses multiplicadores realizaram oficinas sobre cuidados básicos e manutenção de instrumentos, abordando aspectos relacionados ao seu armazenamento e à conservação.

#Caravanas Pedagógicas quem viajou, ensinou e aprendeu

Marivaldo Liberato, 24 anos, violinista da Orquestra Juvenil da Bahia e monitor das Caravanas Pedagógicas em 2015 “Foi incrível a participação das crianças e dos adolescentes nas oficinas que ministrei de violino, viola, violoncelo e contrabaixo. Eles têm uma grande vontade de aprender. Tem brilho nos olhos! Trabalhei com um grupo de iniciação musical. Essa experiência nos municípios de Serrinha e Jacobina está sendo muito interessante para a minha formação. Estou me tornando um profissional mais dinâmico e flexível”.

Marcos Rangel, regente das Orquestras Regionais e coordenador do Núcleo Trancoso “A energia trazida pelos multiplicadores, somada a dos integrantes e a do público, fez do concerto um espetáculo maravilhoso. Os integrantes se contagiaram com a alegria das músicas e logo sentimos que o público também havia sido contagiado. Foi uma experiência incrível! A importância das caravanas na vida dessas comunidades foi percebida intensamente. O brilho nos olhos dos integrantes, os comentários dos mesmos e dos familiares, declarando a importância da música e a vontade de seguir nesse caminho foi realmente muito gratificante. Creio que desse trabalho sairão muitos frutos para a região. Acredito que aqui a missão foi cumprida!”

Alana Kelly, 15 anos, flautista da Filarmônica 2 de Janeiro, sobre a Caravana Pedagógica em Jacobina “As Caravanas Pedagógicas são uma oportunidade de aprendermos novas técnicas e nos aprimorarmos. Os monitores do NEOJIBA compartilham conosco tudo aquilo que eles sabem. Essa troca colabora para o desenvolvimento de todos nós”.

Orquestras Regionais A Rede de Projetos Orquestrais da Bahia investe na criação de Orquestras Regionais para potencializar o apoio pedagógico-musical oferecido pelo NEOJIBA e fortalecer a cooperação entre os parceiros. Elas são constituídas durante a realização das Caravanas Pedagógicas e reúnem integrantes de dois ou mais grupos situados numa mesma região do Estado. Os participantes das Orquestras Regionais vivem uma experiência real de integração social ao enfrentarem o desafio de um repertório diverso em parceria com colegas, professores e regentes com quem nunca trabalharam. Este intercâmbio musical enriquece a vida cultural da região e dos jovens como também configura uma continuidade do trabalho do NEOJIBA.

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NEOJIBA Projetos Especiais

Orquestras formadas em 2015 Orquestra Regional e Banda Sinfônica do Piemonte da Diamantina Compostas por 120 músicos, integrantes do Projeto Arte de Tocar, de Jacobina, Escola Musical Flor do Meu Sertão, do município de Capim Grosso, e da Filarmônica 2 de Janeiro e Filarmônica Juvenil Rio do Ouro, de Jacobina.

As novas orquestras em cena Apresentações Públicas As orquestras formadas pelo projeto da Orquestra Plástica e as Orquestras Regionais formadas pela Rede de Projetos Orquestrais da Bahia realizaram importantes apresentações em 2015, alcançando um público de 4.900 pessoas nas cidades de Salvador, Coité, Simões Filho, Porto Seguro, Serrinha e Jacobina.

Orquestra Regional da Costa do Descobrimento

Rede de Projetos Orquestrais da Bahia RESULTADOS 2015

Composta por 100 músicos, integrantes do Projeto Musicart, de Porto Seguro, do projeto ‘Ambiente Musical’ do Instituto Amigos de Santo André, sediado em Santa Cruz de Cabrália, do Núcleo de Prática Orquestral e Coral do NEOJIBA em Trancoso, e um grupo de jovens músicos de Porto Seguro.

26 ações realizadas envolvendo projetos de 15 regiões da Bahia

Participação de 26 projetos orquestrais que beneficiam 2.900 crianças e jovens

24 Caravanas realizadas em 11 municípios

Orquestra Regional do Sisal Composta por 80 músicos, integrantes da Orquestra Santo Antônio, do município de Conceição do Coité, e da Filarmônica 30 de Junho, de Serrinha.

Proporcionamos a articulação desses projetos em uma Rede que resultou: •

Formação de 3 Orquestras Regionais e 1 Banda Sinfônica

Realização de 4 concertos das Orquestras Regionais, com um público total de 1.850 pessoas

37 gestores de projetos orquestrais qualificados, em Encontro de Gestores durante 4 dias, representando 22 municípios de 14 Territórios de Identidade

20 projetos apoiados na Consultoria em Elaboração de Projetos Culturais

Adriano Cenci | Coordenador da Rede de Projetos Orquestrais da Bahia Integrante da equipe do NEOJIBA desde 2008, já desempenhou as funções de produtor executivo, assessor administrativo e supervisor de Núcleos. Desde 2013 atua na expansão do Programa, coordenando a Rede de Projetos Orquestrais da Bahia e colaborando no planejamento de novos Núcleos.

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NEOJIBA Projetos Especiais

NEOJIBA nos Bairros Somando forças com ações do Programa Pacto pela Vida, uma iniciativa do Governo do Estado da Bahia, e dando suporte às políticas de prevenção à violência em Salvador e Região Metropolitana, o NEOJIBA nos Bairros oferece atividades de formação musical, apoio pedagógico e de gestão a projetos musicais comunitários atuantes em áreas de alta vulnerabilidade social. O NEOJIBA nos Bairros conta com diversas possibilidades de formação musical e integração através da música: concertos, oficinas, apresentações públicas, concertos didáticos, ações de formação de plateia, ensaios abertos e capacitações em diversas áreas. No ano de 2015, o projeto NEOJIBA nos Bairros promoveu 231 oficinas, 11 apresentações artísticas, ofereceu 4 capacitações no Núcleo de Gestão e Formação Profissional do Programa, e realizou doação de material e ajustes nos instrumentos dos projetos parceiros. Cerca de 400 crianças, adolescentes e jovens foram atendidos pelas 253 ações desenvolvidas pelo projeto durante todo o ano, nos bairros Calabar, Fazenda Coutos, Itinga, Rio Sena, São Caetano, Uruguai, Bairro da Paz, Liberdade, Nordeste de Amaralina/Santa Cruz e Chapada. Os jovens músicos, integrantes do Núcleo de Gestão e Formação Profissional do NEOJIBA, visitam quinzenalmente os bairros e acompanham a equipe pedagógica de cada projeto contemplado com as ações do NEOJIBA nos Bairros. Eles atuam como monitores em cada um dos bairros e em diferentes formações musicais do Programa.

Ana Julia Bittencourt | Coordenadora do projeto NEOJIBA nos Bairros Musicista e gestora, iniciou seus estudos no Instituto de Educação Musical (IEM). Possui graduação em Instrumento – Flauta transversal pela Universidade Federal da Bahia e mestrado profissional na mesma instituição. Desde 2007 é integrante do Programa NEOJIBA, sendo monitora fundadora e integrante da Orquestra Juvenil da Bahia entre 2007 e 2014.

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NEOJIBA Projetos Especiais

Projeto

Aulas oferecidas

Bairro

Cordas do Rio Sena

Violão

Rio Sena

Berimbanda do Brasil

Violão e coral

Calabar

Arte é Vida

Iniciação musical com flauta doce

Bairro da Paz

ONG Anjo Amigo

Violão

Liberdade

Unjira-quiña

Coral

São Caetano

Primeiro Som

Flauta transversal e violino

Fazenda Coutos

Banda Marcial

Instrumentos de metais

Itinga

Primeiro Som

Coral, teclado e violão

Uruguai

Vânia Rei, coordenadora da UNJIRA-QUINÃ “Temos visto que os alunos estão se mantendo no coral e apresentando um desenvolvimento muito grande. O NEOJIBA veio somar ao nosso trabalho e essa parceria proporcionou um avanço muito grande para o coral. Eles seguem firmes e têm realizado diversas apresentações no subúrbio e na nossa comunidade. O NEOJIBA tem um peso muito grande, uma influência expressiva para esses alunos, pois eles sabem que se trata de um Programa conceituadíssimo no mundo e vocês estão aqui junto com a gente. Isso faz com que o interesse dos meninos cresça, pois eles sabem que estão com profissionais maravilhosos”.

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NEOJIBA Projetos Especiais

Capacitação de mestres de fanfarra

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

As bandas de fanfarra dos colégios da rede estadual costumam ser o primeiro espaço no qual os estudantes têm contato com a prática da música e o NEOJIBA compreende como pode ser transformadora a possibilidade de aprender a tocar um instrumento. Este interesse moveu a parceria entre o NEOJIBA e a Secretaria de Educação do Governo do Estado da Bahia e resultou na 1ª Capacitação para Mestres de Fanfarra, que foi realizada entre 26 de outubro e 1 de novembro de 2015.

Ampliando parcerias

Durante o encontro, o NEOJIBA apresentou e discutiu com 30 líderes das fanfarras de Salvador e Região Metropolitana de Salvador uma proposta pedagógica especialmente desenhada para bandas escolares. Além da formação, a parceria também propõe uma atualização dos instrumentos das fanfarras.

Hermival Rêgo dos Santos, mestre de Fanfarra

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Em 2015, o Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, assinou um Termo de Cooperação com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O Termo de Cooperação, no valor total de US$ 1,6 milhão distribuídos em 2 anos, tem como meta o aprimoramento do trabalho pedagógico dos Núcleos de Prática Orquestral distribuídos pelo Estado, fornecendo instrumentos de excelente qualidade para os jovens músicos e capacitando monitores de música. O acordo foi assinado durante cerimônia no Teatro Castro Alves no dia 15 de abril, com a presença da representante residente adjunta do PNUD, Ana Inés Mulleady, e do secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Estado da Bahia, Geraldo Reis.

“Eu pertenço a uma geração mais antiga, formada no estilo autodidata, jamais tivemos esse tipo de ação de preparação. Vejo este projeto da parceria entre a Secretaria de Educação com o NEOJIBA como um grande divisor de águas. Nesse exato momento em que a Bahia passa por uma transformação no movimento de fanfarras, volta-se o foco para a juventude, porque precisamos pensar nessas crianças. Só se aprende a fazer, fazendo e esse movimento de preparar o regente para ser multiplicador é o maior diferencial.Este projeto já nasceu para o sucesso”.

Helder Passinho, um dos coordenadores da 1ª Capacitação para Mestres de Fanfarra “O NEOJIBA tem uma visão parecida com a das fanfarras, que é a do desenvolvimento social através da prática coletiva da música. Estamos doando o que há de mais valioso para nós, que é o conhecimento, ajudando assim a transformar a realidade dessas bandas na Bahia. Como consequência, essa ação vai transformar a realidade de milhares de estudantes que têm a fanfarra como o primeiro grupo musical”.

Secretário Geraldo Reis assina acordo com o PNUD

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NEOJIBA Amigos do Neojiba

amigos do neojiba

N

as relações que o NEOJIBA constrói através da música, seja nas apresentações das diversas formações musicais, seja no dia a dia dos Núcleos, uma das nossas maiores constatações é que estão também sendo construídas relações afetivas, de troca de experiências, de visões de mundo. Aprende quem ensina. Contamos com o apoio de pessoas grandiosas que doam seu tempo, suas experiências, formações e habilidades para que nossa música continue soando cada vez mais forte no maior número de lugares. AMIGOS DO NEOJIBA é o Programa de voluntariado do NEOJIBA que tem como objetivo agregar pessoas amigas desta ação governamental que querem colaborar com o cumprimento da nossa missão de integração social através da música. O Amigo do NEOJIBA ajuda como pode! Participa de maneira espontânea doando seu trabalho, dentro ou fora da sua especialidade, com dedicação e compromisso. Existem voluntários que trabalham na sua área de atuação: médicos, psicólogos, tradutores, fisioterapeutas, professores de línguas, e aqueles que doam seu tempo ajudando em atividades rotineiras da instituição. Estes colaboram, por exemplo, na realização das apresentações artísticas aplicando pesquisa de público, distribuindo Programas, ajudando na lojinha NEOJIBA e no dia a dia dos núcleos, distribuindo lanches, organizando salas. São 70 pessoas que estão presentes no nosso cotidiano e auxiliam o NEOJIBA a realizar seu trabalho com cuidado e qualidade.

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NEOJIBA Amigos do Neojiba

NEOJIBA FAZENDO AMIGOS, CONSTRUINDO LAÇOS

Integrantes do NEOJIBA falam sobre Práticas Sociais Karen Silva, violinista da Orquestra Juvenil da Bahia

Temos atualmente 70 voluntários, pessoas da comunidade que colaboram com nossas atividades cotidianas. Mas essa cultura de doação é incentivada também entre os integrantes do Programa. Doamos nossa presença, proporcionando momentos de alegria por meio da música com a realização de PRÁTICAS SOCIAIS – atividade organizada por grupos de músicos de nossas orquestras em instituições beneficentes de Salvador e proximidades. Em 2015, realizamos as PRÁTICAS SOCIAIS em cinco instituições: Abrigo de Idosos São Gabriel, Creche e Orfanato Mãe Nildete, Hospital Irmã Dulce, Abrigo do Salvador e Hospital Humberto Castro Lima, mobilizando cerca de 20 músicos do Programa.

“Poder participar de algumas das Práticas Sociais de 2015 foi de grande aprendizado pra mim. Devo ter feito umas três ou quatro Práticas e por haver rodízio de liderança, pude liderar uma, e confesso que não foi uma tarefa fácil! Mas por muitas vezes, deixamos mil e um problemas atolarem nossa cabeça de pensamentos ruins, porém, esses momentos em que pude tocar e levar um pouco de música para estes lugares me fizeram repensar em muitas coisas que aconteceram em minha vida no ano passado. É como se, a cada domingo em um abrigo, orfanato ou asilo, eu tomasse consciência de que meus problemas não são nada perto dos outros vários que existem por aí, para cada ser humano que habita este planeta. Ver idosos tentando dançar a cada música que tocamos era algo de uma emoção sem igual! Ver a carinha das crianças, dos velhinhos e de quem mais estivesse por perto com sorrisos grandes era a melhor parte dessa história toda”.

Juliana Almeida, coordenadora da área de Desenvolvimento Institucional do NEOJIBA “O mais impressionante é observar como a música toca a qualquer um. As manifestações de felicidade e de alegria se expressam num sorriso discreto, no olhar atento ou no pedido de ‘venham de novo’. Foi uma experiência intimista. A música desperta emoções diferentes nas pessoas. Foi muito gratificante sentir o carinho, o abraço, ver os sorrisos nos rostos”.

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NEOJIBA Amigos do Neojiba

Campanha #DiadeDoar Integramos também a Campanha #DiadeDoar e estimulamos que a sociedade cultive o hábito de ajudar instituições na realização de suas missões sociais. No NEOJIBA, além do seu tempo, qualquer pessoa pode doar materiais diversos que ajudem no funcionamento da instituição, instrumentos musicais ou recursos financeiros, que podem inclusive ser abatidos do Imposto de Renda. Em 2015, a campanha do NEOJIBA foi muito bem sucedida e conquistou novos e importantes aliados. Promovemos uma campanha de doação do Imposto de Renda em parceria com a AMATRA 5 (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 5ª Região da Bahia). Para essa campanha foi produzida uma cartilha explicativa específica sobre o assunto. Também realizamos uma campanha interna de arrecadação de alimentos para a Creche Geraldo e Helena Belfort e o projeto Talitha Kumi, que acolhem 140 crianças de 2 a 13 anos na Região Metropolitana de Salvador. Essa campanha resultou numa arrecadação de 150 kg de alimentos.

Uma doadora da família NEOJIBA Caroline Mousset | Presença e afeto A francesa Caroline Mousset faz parte da rede #AmigosdoNEOJIBA desde 2008, quando se mudou para o Brasil. Ela participa doando algo muito valioso: tempo e presença. Uma vez por semana, Caroline dedica uma tarde às crianças e adolescentes do Núcleo do NEOJIBA que funciona dentro do CESA (Centro Educacional Santo Antônio) – escola de tempo integral das Obras Sociais Irmã Dulce – no município de Simões Filho. Como parte da campanha #DiadeDoar, que o NEOJIBA promoveu em 2015, compartilhamos o depoimento de Caroline sobre como dessa experiência de doação é transformadora para ela e as crianças.

“Há crianças que chegaram aqui muito desajeitadas, mas com desejo de aprender. Pouco a pouco se tornaram bons instrumentistas. Alguns já tocam na Orquestra Castro Alves. Acompanhar meninos de Simões Filho que há 3, 4 anos aprendiam com os músicos mais velhos, que vinham de Salvador para ensinar aqui. Agora, este mesmo menino ensina os pequenos que acabaram de chegar. Alguns levam jeito para ensinar. Os menores escutam os mais velhos. Eu os vi encontrar algo na vida, através do projeto de tocar um instrumento. No bairro Coroa da Lagoa, há uma família que tem três crianças que estudam no Núcleo CESA. Todos os três se apaixonaram. Você precisa ver como a mãe está feliz. O NEOJIBA oferece uma dignidade à família toda. Os meninos e as meninas são como exemplos no bairro. Então, não se trata apenas de aprender a tocar música. É a vida dessas crianças por inteiro. É uma família que se tornou uma referência no lugar onde mora. Diante desse conjunto, o trabalho que eu realizo é bem simples. Venho aqui todas às tardes de terça-feira e atendo dois grupos. Eu não ensino, porque os jovens do NEOJIBA fazem isso muito bem. Quero ser esta presença, que é o que muitas crianças precisam mais.”

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NEOJIBA Amigos do Neojiba

Participantes do #DiadeDoar

Doadores de além mar

Silvana Lima, flautista e doadora

A música e a solidariedade não têm fronteiras, prova disso é a Associação Suíça de Amigos do NEOJIBA – ASANBA, criada em 2012, em Genebra. É um privilégio contar com esse grupo de Amigos, que promove e fomenta o intercâmbio entre os dois países desde a fundação da Associação, facilitando a integração de músicos brasileiros durante sua estada na Europa e promovendo apresentações das nossas principais formações musicais em território europeu.

“Em casa, eu tinha uma flauta e resolvi doá-la. Primeiro, o instrumento foi levado para o Atelier Escola de Lutheria do NEOJIBA. A flauta passou por uma manutenção para depois ser entregue a um dos alunos. Essa flauta será o primeiro degrau para essa pessoa que está aprendendo música. Quem recebeu, com certeza, um dia vai doar também. É uma cadeia, é muito bonito”.

Bebel Gordilho, de entusiasta da música a doadora “Fiz uma doação esse ano e farei a mesma doação ano que vem. Resolvi buscar uma maneira de ajudar. É uma satisfação imensa participar desse Programa em que eu acredito. Às vezes, você quer ajudar um projeto, mas nunca fica sabendo do resultado. No NEOJIBA eu sei! Com os concertos, vejo que o NEOJIBA faz um trabalho belíssimo. Para mim, o mais importante com esse Programa, é atingir as famílias e trazer os jovens, pois eles são as novas gerações.”

Ruth Frauenfelder, uma doadora do outro hemisfério “Eu sou pintora, marionetista e um pouco musicista também. Eu estava fazendo uma exposição de pinturas que fez muito sucesso. Eu sentia a vontade, até mesmo a necessidade, de doar pelo menos uma parte do dinheiro que eu tinha ganhado com as pinturas para um projeto artístico e pedagógico. Achei o Programa NEOJIBA perfeito para isso. O que me toca neste Programa é essa pedagogia global, que dá confiança e libera talentos e qualidades humanas magníficas. É por essa razão que eu estou feliz de fazer parte da ASANBA”.

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NEOJIBA Transparência e Visibilidade

Transparência e visibilidade T

ransparência é um dos valores fundamentais do NEOJIBA. Enquanto política pública do Estado da Bahia, também temos o dever de mostrar ao nosso público direto e indireto, aos nossos patrocinadores, parceiros, apoiadores e à sociedade em geral, os dados financeiros e resultados do Programa. As informações das áreas de Desenvolvimento Social e Pedagógica foram compartilhadas nos capítulo 2 e 3 dessa publicação. Neste capítulo, seguem os dados e resultados da gestão do NEOJIBA nas áreas de Comunicação e Desenvolvimento Institucional, que envolve captação de recursos e parcerias.

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NEOJIBA Transparência e Visibilidade

Em 2015, o orçamento total do NEOJIBA foi de R$ R$10.409.414,66*, sendo 70% deste valor oriundo do Contrato de Gestão com o Governo do Estado, através do Fundo Estadual de Combate à Pobreza, e 30% vindos de outras fontes, através de patrocínios, doações e geração de receita própria. A participação de recursos captados para o financiamento do NEOJIBA, que foi de 16% em 2014, teve um expressivo crescimento no último ano, subindo 14 pontos percentuais. Além dos patrocínios a projetos do Programa, destacamos a importância das doações de pessoas físicas e jurídicas e as ações de geração de receita própria.

Captação de recursos

30%

30% Ano de 2015 16% Ano de 2014

16%

Ano 2015

O NEOJIBA é um exemplo inovador de politica pública, compreendida como um arranjo entre diferentes setores da sociedade. O modelo de gestão através da parceria com Organizações Sociais confere maior capacidade de gestão e eficiência ao Programa, que conta também com o importante apoio de empresas privadas para sua manutenção.

Captação de Recursos

Ano 2014

Fontes de Recurso

Contrato de gestão x Outras fontes - Ano 2015 70% 30%

Contrato de gestão Outras fontes

30%

70%

Outras Fontes – Ano 2015 73% 14% 13%

Patrocínio a projetos Doações Receitas próprias

14% 13%

73%

Execução de Orçamento – Ano 2015 40% 38% *

Os valores apresentados são baseados em todos os recursos destinados às ações do ano referência de 2015 – incluindo captações realizadas por instituições parceiras ou correalizadoras de atividades do Programa, adiantamentos de parcelas do contrato de gestão e outras situações similares – podendo não corresponder necessariamente às informações contábeis presentes no balanço financeiro.

22%

Custos de pessoal e encargos Manutenção dos Núcleos e atividades finalísticas Bolsas, transporte e lanches para integrantes

22% 38% 40%

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e equivalentes de caixa (1.286.770) 535.010 Demonstração da variação do caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa: No início do exercício 2.060.780 1.525.770 NEOJIBA Transparência e Visibilidade No final do exercício 774.010 2.060.780 (1.286.770) 535.010

Saldos em 31/12/ 2013 Transf. superávit p/ fundo social Ajustes exercícios anteriores Déficit do exercício Saldos em 31/12/ 2014 Transf. superávit p/ fundo social Déficit do exercício Saldos em 31/12/2015

do exerc. 14.389 329.977 (14.389) (2.719) (49.530) (49.530) 327.258 (49.530) 277.728 (49.530) 49.530 (43.134) (43.134) 277.728 (43.134) 234.594 315.588 14.389 (2.719)

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

BALANÇO FINANCEIRO INSTITUTO DE AÇÃO SOCIAL PELA MÚSICA - IASPM CNPJ: 10.490.525/0001-06

RELATÓRIO CONTÁBIL

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2015 E 2014 (Em reais, excluídos os centavos) ATIVO Circulante Caixa e equivalentes de caixa Contas a receber Impostos a recuperar Adiantamentos Outras contas a receber Despesas antecipadas Total do circulante Não circulante Imobilizado Total do não circulante

TOTAL DO ATIVO

Nota

2015

2014

04

774.010 2.060.780 29.943 31.253 2.232 570 57.601 3.208 82 4.637 8.011 7.925 871.879 2.108.373

05

220.283 220.283

198.770 198.770

1.092.162 2.307.143

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA Exercícios findos em 31 de dezembro de 2015 e 2014 (Em reais, excluídos os centavos) 2015 2014 Fluxos de caixa das ativ. operacionais Déficit do exercício (43.134) (49.530) Ajustado por: Depreciação 42.772 58.716 (362) 9.186 Variação nos ativos - (Aum.) Redução Contas a receber 1.310 (11.053) Adiantamentos (54.393) 12.196 Outras contas a receber 2.807 8.398 (50.276) 9.541 Variação nos passivos - Aum. (Red.) Fornecedores 43.933 9.099 Obrigações tribut. e sociais a pagar 44.608 93.041 Salários e férias a pagar 177.102 201.630 Outras contas a pagar (520) 39 265.123 303.809 Caixa líquido gerado pelas atividades operacionais 214.485 322.536 Fluxos caixa das ativ. de investimento Aquisição de imobilizado (64.285) (46.407) Caixa líquido aplicado nas atividades de investimentos (64.285) (46.407) Fluxos de caixa das ativ. de financiamentos Empréstimos pessoa física - (212.672) Result. líquido convênios e projetos (1.436.970) 471.553 Caixa líquido (aplicado) gerado nas atividades de financiamentos (1.436.970) 258.881 (Redução) aumento líquido do caixa e equivalentes de caixa (1.286.770) 535.010 Demonstração da variação do caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa: No início do exercício 2.060.780 1.525.770 No final do exercício 774.010 2.060.780 (1.286.770) 535.010

PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO Nota 2015 2014 Circulante Fornecedores 55.814 11.881 Salários e férias a pagar 445.134 268.032 Obrig. tribut. e sociais a pagar 157.353 112.745 Projetos e convênios 06 175.767 1.612.737 Outras contas a pagar 520 Total do circulante 834.068 2.005.915 Não circulante Empréstimos 07 23.500 23.500 Total do não circulante 23.500 23.500 Patrimônio líquido Fundo social 08 277.728 327.258 Déficit do exercício (43.134) (49.530) Total do patrimônio líquido 234.594 277.728 TOTAL PASS. E PATRIM. LÍQUIDO 1.092.162 2.307.143 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO Exercícios findos em 31 de dezembro de 2015 e 2014 (Em reais, excluídos os centavos) Nota 2015 2014 Receitas operacionais Receitas de contratos 09.a 9.234.745 8.220.747 Receitas de doações 09.b 449.254 535.446 Receitas próprias 09.c 401.022 395.063 Outras receitas 32.853 1.400 Receita operacional bruta 10.117.874 9.152.656 Deduções das receitas (44.928) (33.603) Receita operacional líquida 10.072.946 9.119.053 Custos com atendim. gratuitos Bolsistas (2.051.185) (2.137.120) Pessoal e encargos (3.659.375) (2.282.234) Gerais (3.539.535) (3.059.736) (9.250.095) (7.479.090) Superávit bruto 822.851 1.639.963 Despesas operacionais Despesas com pessoal (274.192) (992.280) Gerais e administrativas (527.122) (606.900) Financeiras, líquidas (21.899) (11.397) Depreciação 05 (42.772) (58.716) Perdas no receb. de créditos (20.200) (865.985) (1.689.493) Déficit do exercício (43.134) (49.530) DEMONST. DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO Exercícios findos em 31 de dezembro de 2015 e 2014 (Em reais, excluídos os centavos) Fundo Superáv. (Déficit) Total social do exerc. Saldos em 31/12/ 2013 315.588 14.389 329.977 Transf. superávit p/ fundo social 14.389 (14.389) Ajustes exercícios anteriores (2.719) (2.719) Déficit do exercício (49.530) (49.530) Saldos em 31/12/ 2014 327.258 (49.530) 277.728 Transf. superávit p/ fundo social (49.530) 49.530 Déficit do exercício (43.134) (43.134) Saldos em 31/12/2015 277.728 (43.134) 234.594

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras. NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Exercícios findos em 31 de dezembro de 2015 e 2014 (Em reais, excluídos os centavos) 1. CONTEXTO OPERACIONAL: O INSTITUTO DE AÇÃO SOCIAL PELA MÚSICA é revestido pela forma de pessoa jurídica de direito privado, é uma associação civil sem fins lucrativos, de caráter assistencial, educacional, cultural e filantrópico, regido pelo seu estatuto social, regimento interno e pela legislação brasileira. O Instituto tem como finalidade promover, realizar e divulgar atividades de caráter social, assistencial, educacional e cultural por meio da música visando a integração e o desenvolvimento social.

liquidar em uma base líquida ou de realizar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente. O Instituto não possui instrumentos financeiros derivativos e classifica os ativos financeiros não derivativos na seguinte categoria: empréstimos e recebíveis. a.1) Empréstimos e recebíveis - Empréstimos e recebíveis são ativos financeiros com pagamentos fixos ou calculáveis que não são cotados no mercado. Tais ativos são reconhecidos inicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis. Após o reconhecimento inicial, os

NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Exercícios findos em 31 de dezembro de 2015 e 2014 (Em reais, excluídos os centavos) 1. CONTEXTO OPERACIONAL: O INSTITUTO DE AÇÃO SOCIAL PELA MÚSICA é revestido pela forma de pessoa jurídica de direito privado, é uma associação civil sem fins lucrativos, de caráter assistencial, educacional, cultural e filantrópico, regido pelo seu estatuto social, regimento interno e pela legislação brasileira. O Instituto tem como finalidade promover, realizar e divulgar atividades de caráter social, assistencial, educacional e cultural por meio da música visando a integração e o desenvolvimento social. 2. BASE DE PREPARAÇÃO: 2.1 Declaração de conformidade: As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, com base nas disposições contidas na Lei das Sociedades por Ações, Normas Brasileiras de Contabilidade, bem como com os Pronunciamentos, Orientações e as Interpretações emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC. Essas demonstrações financeiras foram preparadas de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas (NBC TG 1000), aprovadas pela Resolução CFC nº 1.255/2009. 2.2 Base de mensuração: As demonstrações financeiras foram preparadas considerando o custo histórico como base de valor, modificado para refletir o valor justo dos instrumentos financeiros. 2.3 Moeda funcional: Os itens incluídos nas demonstrações financeiras são mensurados de acordo com a moeda do principal ambiente econômico no qual o Instituto atua. As demonstrações financeiras estão apresentadas em reais, excluídos os centavos, que é a moeda funcional do Instituto, e também, sua moeda de apresentação. 2.4 Uso de estimativas e julgamentos: A preparação das demonstrações financeiras de acordo com as práticas adotadas no Brasil exige que a Administração utilize de julgamentos, estimativas e premissas que afetam a aplicação de práticas contábeis e os valores reportados de ativo, passivo, receitas e despesas. Os resultados reais podem divergir dessas estimativas. Estimativas e premissas são revistas de maneira contínua. Revisões com relação a estimativas contábeis são reconhecidas no exercício em que as estimativas são revisadas. 3. RESUMO DAS PRINCIPAIS PRÁTICAS CONTÁBEIS: As principais práticas contábeis adotadas para elaboração dessas demonstrações financeiras estão descritas a seguir: 3.1 Instrumentos financeiros: a) Ativos financeiros não derivativos: O Instituto reconhece os empréstimos e recebíveis e depósitos inicialmente na data em que foram originados. Todos os outros ativos financeiros são reconhecidos inicialmente na data da negociação na qual o Instituto se torna uma das partes das disposições contratuais do instrumento. Os ativos ou passivos financeiros são compensados e o valor líquido apresentado no balanço patrimonial quando, somente quando, o Instituto tenha o direito legal de compensar os valores e tenha a intenção de

liquidar em uma base líquida ou de realizar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente. O Instituto não possui instrumentos financeiros derivativos e classifica os ativos financeiros não derivativos na seguinte categoria: empréstimos e recebíveis. a.1) Empréstimos e recebíveis - Empréstimos e recebíveis são ativos financeiros com pagamentos fixos ou calculáveis que não são cotados no mercado. Tais ativos são reconhecidos inicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis. Após o reconhecimento inicial, os empréstimos e recebíveis são medidos pelo custo amortizado através do método dos juros efetivos, decrescidos de qualquer perda por redução ao valor recuperável. Os empréstimos e recebíveis abrangem caixa e equivalentes de caixa, contas a receber, adiantamentos diversos, financiamentos e outros créditos. ♦ Caixa e equivalentes de caixa: Caixa e equivalentes de caixa abrangem saldos de caixa, depósitos bancários e investimentos financeiros com vencimento original de três meses ou menos a partir da data da contratação, os quais são sujeitos a um risco insignificante de alteração no valor, e são utilizadas na gestão das obrigações de curto prazo. ♦ Aplicações financeiras: Registradas ao custo, acrescido dos rendimentos incorridos até a data do balanço, que não supera o valor de mercado. ♦ Contas a receber: As contas a receber correspondem aos valores a receber pela prestação de serviço no decurso normal das atividades do Instituto. Se o prazo de recebimento é equivalente a um ano ou menos, as contas a receber são classificadas no ativo circulante. Caso contrário, estão apresentadas no ativo não circulante. 3.2 Imobilizado: Os ativos imobilizados são registrados pelo custo de aquisição ou construção, deduzido da depreciação calculada pelo método linear com base nas taxas mencionadas na Nota Explicativa nº 05 e leva em consideração o tempo de vida útil estimada dos bens. a) edução a valor recuperável de ativos não financeiros - impairment - É reconhecida uma perda por impairment se o valor contabilizado de um ativo ou de sua unidade geradora de caixa excede seu valor recuperável. Uma unidade geradora de caixa é o menor grupo identificável de ativos que gera fluxos de caixa substancialmente independentes de outros ativos e grupo. Perdas por impairment quando aplicáveis, são reconhecidas no resultado do exercício. 3.3 Demais ativos e passivos circulantes e não circulantes: Demonstrados por valores conhecidos ou calculáveis, incluindo, quando aplicável, os encargos apurados em base pró-rata dia e as variações monetárias incorridas. 3.4 Apuração do resultado: O resultado do exercício (receitas, custos e despesas), apurado pelo regime de competência, inclui o efeito líquido dos rendimentos, encargos e variações monetárias, a índices contratuais ou legais, incidentes sobre ativos e passivos, bem como, quando aplicável, os efeitos de ajustes de ativos para valores de realização. A receita compreende o valor justo da contraprestação recebida ou a receber pela prestação de serviços no curso normal das atividades do Instituto.

ANÁLISE ATRAVÉS DE ÍNDICES DE LÍQUIDEZ Exercícios findos em 31 de dezembro de 2015 e 2014 Sigla

Índice Descrição

LI

Liquidez Imediata

LG

Liquidez Geral

LS

Liquidez Seca

LC

Liquidez Corrente

AC / PC

PPL

Particip.o do Patrimônio Líquido no Ativo Total

PL / AT

Fórmula

Valor - R$ 2015 2014

774.010 2.060.780 834.068 2.005.915 - 52.541 2.116 871.879 2.108.373 AC / PC 834.068 2.005.915 + + PNC + 23.500 23.500 871.879 2.108.373 AC - E - 8.011 7.925 - DA / PC 834.068 2.005.915 AD / PC -A

871.879

2.108.373

834.068

2.005.915

234.594

277.728

1.092.162

2.307.143

Cálc. Índice % 2015 2014

Melhor Situação

Observações

Quanto Maior Melhor

Demonstra a disponibilidade imediata para saldar a totalidade das dívidas a curto prazo.

0,99

1,03

Quanto Maior Melhor

Demonstra a disponibilidade a curto prazo para saldar a totalidade das dívidas.

1,02

1,04

Quanto Maior Melhor

Demonstra o total dos recursos conversíveis em caixa a curto prazo, exceto os estoques em relação a dívida total

1,04

1,05

Quanto Maior Melhor

Demonstra a disponibilidade a curto prazo em relação às dívidas de curto prazo

1,05

1,05

Quanto Maior Melhor

Demonstra quanto dos ativos da Entidade estão financiados por capital próprio

0,21

0,12

LEGENDA: AC = Ativo Circulante; A = Adiantamento a empregados; PC = Passivo Circulante; AD = Ativo Disponível (Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras); DA = Despesas antecipadas; E = Estoques; ANC = Ativo Não-Circulante; PL = Patrimônio Líquido; AT = Ativo Total 4. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA: Caixa Caixa Banco – Conta corrente

2015

2014

72

2.504

Taxa de deprec.

Custo

Computad.

20

8.831

Inst. musicais

10 261.852

(% a.a)

2015 Deprec. acumul. Líquido (8.276)

555

2014 Líquido 1.525

(78.935) 182.917 153.192

132

133


LC

PPL

Corrente Particip.o do Patrimônio Líquido no Ativo Total

AC / PC

PL / AT

834.068

2.005.915

234.594

277.728

1.092.162

2.307.143

Maior Melhor

prazo em relação às dívidas de curto prazo

Quanto Maior Melhor

Demonstra quanto dos ativos da Entidade estão financiados por capital próprio

1,05

1,05

0,21

0,12

LEGENDA: AC = Ativo Circulante; A = Adiantamento a empregados; PC = Passivo Circulante; AD = Ativo Disponível (Caixa, Bancos e Aplicações Financeiras); DA = Despesas antecipadas; E = Estoques; ANC = Ativo Não-Circulante; PL = Patrimônio Líquido; AT = Ativo Total 4. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA: 2015

2014

72

2.504

Caixa Caixa Banco – Conta corrente Bradesco S.A. Banco do Brasil S.A. Banco – Aplicações financeiras Bradesco S.A.

885 4.413

1.848.375 3

768.640

209.898

Total de caixa e equivalentes de caixa

774.010 2.060.780

Taxa de deprec.

Custo

Computad.

20

8.831

Inst. musicais Máq., aparelh. e equipam. Móv. e utensílios Veículos

10 261.852

(% a.a)

555

1.525

(78.935) 182.917 153.192

10

26.660

(3.258)

23.402

16.334

10

19.166

(5.757)

13.409

11.502

20 139.000 (139.000)

-

16.217

Total

455.509 (235.226) 220.283 198.770

Máquinas, Instrum. Computadores Instalações musicais aparelhos e equipamentos Em 31 de dezembro de 2013 1.951 38.009 119.647 1.091 Adição/Transferência 1.511 59.187 16.429 Baixa/Transferência (38.009) Depreciação (1.937) - (25.642) (1.186) Em 31 de dezembro de 2014 1.525 - 153.192 16.334 Adição/Transferência 51.707 8.997 Depreciação (970) - (21.982) (1.929) Em 31 de dezembro de 2015 555 - 182.917 23.402 6. PROJETOS E CONVÊNIOS 2015 498.306 220.357 4.413 (547.309) 175.767

2014 1.611.754 980 3 1.612.737

Contrato de Gestão: Contrato firmado entre o Instituto de Ação Social pela Música (IASPM) e a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (SEDES), visando a gestão do projeto Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia – NEOJIBA. O contrato tem prazo de validade de 24 meses a partir da data de sua assinatura, 15 de abril de 2014, admitindo prorrogação, desde que não ultrapasse 5 anos e estima-se um repasse global de R$ 13.999.748; Faz Cultura: Contratos relacionados à Lei Estadual nº 7.015/96 e têm como característica o uso de recursos através de contratos de patrocínio para a realização de projetos culturais e com previsão de prestação de contas ao final do período dos referidos contratos. Lei Rouanet: Contratos relacionados à Lei Estadual nº 8.313/91 e têm como característica o uso de recursos através de contratos de patrocínio para a realização de projetos culturais e com previsão de prestação de contas ao final do período dos referidos. Despesas realizadas: Despesas assumidas para a realização dos objetos contratuais vigentes em 31 de dezembro de 2015, entretanto ainda não pagas, mas com os recursos já disponibilizados. 7. EMPRÉSTIMOS: Ricardo Castro

(8.276)

2014 Líquido

Movimentação do ativo imobilizado durante os exercícios de 2015 e 2014:

5. IMOBILIZADO

Contrato de gestão Faz Cultura PRONAC Despesas realizadas

2015 Deprec. acumul. Líquido

2015 23.500 23.500

2014 23.500 23.500

Empréstimo recebido de pessoa física, sem incidência de encargos financeiros. 8. FUNDO SOCIAL: Saldo em 31 de dezembro de 2013 Transferência do superávit do exercício anterior Ajustes de exercícios anteriores (a) Saldo em 31 de dezembro de 2014 Transferência do déficit do exercício anterior Saldo em 31 de dezembro de 2015

Valor 315.588 14.389 (2.719) 327.258 (49.530) 277.728

(a) Ajustes de exercícios anteriores Os ajustes de exercícios anteriores referem-se a baixas de bens do ativo imobilizado que não estão mais sendo utilizados pelo Instituto e incorporação ao ativo imobilizado de bens recebidos em doação, através dos contratos de patrocínio por empresas privadas, conforme demonstrado a seguir: 11. OBRIGAÇÕES DA ÁREA SOCIAL PARA FINS DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - SUAS: Os serviços de assistência social desenvolvidos pela Entidade são atividades de proteção social contidas nas Políticas Nacional de Assistência Social (PNAS), Decreto nº

Móveis e utensílios

Veículos

Total

9.082 4.570 (2.150) 11.502 3.581 (1.674) 13.409

44.018 (27.801) 16.217 (16.217) -

213.798 81.697 (38.009) (58.716) 198.770 64.285 (42.772) 220.283

Descrição dos ajustes Baixas de bens do ativo imobilizado Incorporação de bens recebidos em doação Total líquido dos ajustes de exerc. anteriores

Valor (38.009) 35.290 (2.719)

Devido à imaterialidade do efeito líquido, não efetuamos os ajustes retrospectivos. 9. RECEITAS OPERACIONAIS: (a) Receitas de contratos e projetos: Contrato de gestão – SEDES Contrato de gestão – SECULT Faz Cultura Lei Rouanet (b) Receitas de doações: Doações – Pessoa física Doações – Pessoa jurídica (c) Receita próprias: SESI Outras

2015 7.518.118 565.835 1.150.792 9.234.745

2014 4.050.172 2.987.500 708.078 474.997 8.220.747

2015 178.145 271.109 449.254

2014 368.112 167.334 535.446

2015 366.763 34.259 401.022

2014 371.663 23.400 395.063

10. SUBVENÇÕES, PARCERIAS E CONTRATO DE GESTÃO (RECEITAS DE CONTRATOS E PROJETOS): São recursos financeiros provenientes de convênios, parcerias ou contratos firmados com órgãos governamentais e tem como objetivo principal operacionalizar projetos e atividades prédeterminados. Periodicamente, o Instituto presta conta de todo o fluxo financeiro e operacional aos órgãos competentes, ficando também toda documentação à disposição para qualquer fiscalização. Os convênios firmados estão de acordo com o estatuto social da Entidade e as despesas de acordo com suas finalidades. A contabilização das subvenções recebidas, estão de acordo com a Resolução CFC nº 1.305, que aprovou a NBC TG 07 – Subvenções e Assistências Governamentais e a Resolução CFC nº 1.409/2012, que aprovou a ITG 2002. Durante os exercícios de 2015 e 2014, a Entidade recebeu as seguintes subvenções: Concedente Gov. Estadual Gov. Federal Total

2015 2014 Valor Valor Valor Valor recebido aplicado recebido aplicado 6.565.000 8.083.953 8.162.500 7.745.750 1.152.005 1.150.792 475.000 474.997 7.717.005 9.234.745 8.637.500 8.220.747

gratuita e relacionados com o seu objetivo social, visando a integração social de jovens e outras ações relacionadas com a música. A seguir demonstramos a quantidade de jovens (crianças e adolescentes entre 6 a 17 anos) atendidos e os custos envolvidos durante os exercícios de 2015 e 2014:

Saldo em 31 de dezembro de 2014 Transferência do déficit do exercício anterior Saldo em 31 de dezembro de 2015

327.258 (49.530) 277.728

(a) Ajustes de exercícios anteriores Os ajustes Transparência de exercícios anteriores referem-se a baixas de NEOJIBA e Visibilidade bens do ativo imobilizado que não estão mais sendo utilizados pelo Instituto e incorporação ao ativo imobilizado de bens recebidos em doação, através dos contratos de patrocínio por empresas privadas, conforme demonstrado a seguir: 11. OBRIGAÇÕES DA ÁREA SOCIAL PARA FINS DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - SUAS: Os serviços de assistência social desenvolvidos pela Entidade são atividades de proteção social contidas nas Políticas Nacional de Assistência Social (PNAS), Decreto nº 6.308/2007, Resolução CNAS nº 14/2014 e por este motivo estão inseridas no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e como consequência, por ela regulamentada. 12. FORMALIZAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS: A Entidade no desenvolvimento de suas ações sócio assistenciais formaliza em cada Projeto Social: a) os objetivos; b) a origem dos recursos; c) a infraestrutura; d) a tipificação dos serviços a serem executados (conforme Resolução CNAS nº 109/2009 e Decreto nº 6.308/2007); e) o público alvo; f) a capacidade de atendimento; g) os recursos financeiros utilizados; h) os recursos humanos envolvidos; i) a abrangência territorial; j) e demonstração da forma de participação dos usuários e ou estratégias que serão utilizadas para esta participação nas etapas de elaboração, execução, avaliação e monitoramento do projeto. 13. AÇÕES ASSISTENCIAIS: A Entidade executou em atendimento a Resolução CNAS nº 109/2009 e Decreto nº 6.308/2007 ações, projetos e programas de forma continuada,

Governamentais e a Resolução CFC nº 1.409/2012, que aprovou a ITG 2002. Durante os exercícios de 2015 e 2014, a Entidade recebeu as seguintes subvenções: Concedente Gov. Estadual Gov. Federal Total

2015 2014 Valor Valor Valor Valor recebido aplicado recebido aplicado 6.565.000 8.083.953 8.162.500 7.745.750 1.152.005 1.150.792 475.000 474.997 7.717.005 9.234.745 8.637.500 8.220.747

gratuita e relacionados com o seu objetivo social, visando a integração social de jovens e outras ações relacionadas com a música. A seguir demonstramos a quantidade de jovens (crianças e adolescentes entre 6 a 17 anos) atendidos e os custos envolvidos durante os exercícios de 2015 e 2014: Custos Envolvidos Serv. Sócio assistenciais Convivência e fortalecimento de vínculo - SCFV

2015

Números Atendidos

2014

2015

2014

9.250.095 7.479.090

837

637

14. COBERTURA DE SEGUROS: O Instituto possui somente cobertura de seguro para o veículo integrante do seu ativo imobilizado. A administração entende que o valor segurado é considerado suficiente levando em consideração os riscos e os valores de mercados de seus bens. 15. CONTINGÊNCIAS: Os registros contábeis e as operações do Instituto estão sujeitos ao exame pelas autoridades fiscais e a eventuais notificações para recolhimentos adicionais de impostos, taxas e contribuições, consoante a legislação específica aplicável a cada espécie de tributo, durante os prazos prescricionais a eles inerentes.

RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Aos Administradores do IASPM – INSTITUTO DE AÇÃO SOCIAL PELA MÚSICA. Salvador - Bahia Examinamos as demonstrações financeiras do IASPM – INSTITUTO DE AÇÃO SOCIAL PELA MÚSICA, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2015 e as respectivas demonstrações do resultado, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa, para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. Responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeiras: A administração do Instituto é responsável pela elaboração e adequada apresentação dessas demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, aplicáveis as pequenas e médias empresas (NBC TG 1000) e pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração de demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dos auditores independentes: Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações financeiras estão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e das divulgações apresentados nas demonstrações financeiras. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações

AUDICONT - AUDITORES E CONSULTORES CRC/BA - Nº 0568 ALEXANDRE LOMANTO MAIMONE NETO CONTADOR - CRC/BA Nº 17.549

financeiras, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras do Instituto para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos do Instituto. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião com ressalva. Base para opinião com ressalva: Ativo imobilizado - O Instituto apresenta deficiências no sistema de controles internos e procedimentos contábeis relacionados com os bens recebidos através de doação. Os trabalhos de identificação e valorização desses bens, deverão gerar ajustes nas demonstrações financeiras. Por essa razão, ficamos impossibilitados de concluir satisfatoriamente sobre os saldos do ativo imobilizado. Opinião: Em nossa opinião, exceto pelos efeitos do assunto mencionado no parágrafo “Base para opinião com ressalva”, as demonstrações financeiras anteriormente referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira do IASPM – INSTITUTO DE AÇÃO SOCIAL PELA MÚSICA, em 31 de dezembro de 2015, o desempenho de suas operações e os fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, aplicáveis as pequenas e médias empresas (NBC TG 1000). Salvador, 19 de março de 2016.

ORGANIZAÇÃO SILVEIRA CONTABILIDADE Contadora: Gabriela Lima dos Santos CRC/BA 23.764/05 ELIZABETH PONTE DE FREITAS Diretora Administrativa CPF: 020.125.315-12

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NEOJIBA Transparência e Visibilidade

Pesquisa de público O NEOJIBA realiza anualmente uma pesquisa de perfil e satisfação dos espectadores nas apresentações públicas do Programa. Em 2015, a pesquisa contemplou o público de concertos no Teatro Castro Alves, no Teatro SESI Rio Vermelho e em quatro Núcleos de Prática Orquestral e Coral, com a participação de 1.264 pessoas. Os resultados mostram a diversidade de público e o impacto do NEOJIBA. 49% do público dos concertos tem renda salarial de até 3 salários mínimos e 45% tem amigos ou familiares que fazem parte do Programa, o que demonstra o papel do NEOJIBA para a formação de novos públicos.

Resultado da pesquisa

Perfil do público

Qualidade artística

Divulgação

59% 28% 11% 0% 0% 2%

Excelente Ótimo Bom Regular Ruim Muito ruim

27% 21% 27% 19% 4% 2%

Preço do ingresso

Local

66% 20% 10% 2% 0% 2%

52% 31% 13% 2% 0% 2%

Excelente Ótimo Bom Regular Ruim Muito ruim

Excelente Ótimo Bom Regular Ruim Muito ruim

Tem amigo ou familiar integrante do Programa? 55% sim 45% não

Idade Excelente Ótimo Bom Regular Ruim Muito ruim

30% 27% 18% 13% 8% 4%

67% feminino 33% masculino

Renda Familiar acima de 50 anos 36 a 50 anos 15 a 18 anos 18 a 25 anos 26 a 35 anos até 14 anos

Horário

Escolaridade

37% 29% 25% 6% 1% 2%

36% 35% 13% 10% 6%

Excelente Ótimo Bom Regular Ruim Muito ruim

Gênero

38% 23% 15% 13% 11%

1 a 3 salários mínimos 4 a 6 saláros mín. acima de 10 salários mín. entre 7 e 9 salários mín. menos de 1 salário mín.

ensino superior completo ens. médio completo / ens. superior incompleto ens. fundamental / ens. médio incompleto mestrado / doutorado sem instrução / ens. fundamental incompleto


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NEOJIBA Transparência e Visibilidade

NEOJIBA na mídia

Veículo: JORNAL CORREIO Jornalista: -Página: 20 de 21 Título: Tempo de criar

Editoria: VIDA - CORREIO Coluna: -Data: 25/05/2015

Jornal Correio, 25/05/2015

Veículo: JORNAL CORREIO Jornalista: TELMA ALVARENGA Página: 20 de 21 Título: Crianças e jovens de futuro

Editoria: VIDA - CORREIO Coluna: TELMA ALVARENGA Data: 12/10/2015

Correio, 16/04/2015

Folha do Estado da Bahia, 09/09/2015

Jornal Correio, 12/10/2015

Mensuração: CM (38) X COL (5) = Área(190) = R$ 16.910,00 Quadrante

Mensuração: CM (36) X COL (10) = Área(360) = R$ 32.040,00 Quadrante

Jornal Estadão, 04/09/2015

G1, 21/08/2015

G1, 09/11/2015

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NEOJIBA Transparência e Visibilidade

NEOJIBA no Facebook

NEOJIBA TOCANDO VIDAS

As mídias sociais têm se tornado um dos principais meios de comunicação da atualidade, permitindo uma interação social ágil, que rompe fronteiras e um engajamento social cada vez maior. O NEOJIBA possui uma página no Facebook, através da qual se comunica com pessoas diretamente ou indiretamente envolvidas no Programa e com o público em geral.

Em 2015, o Governo do Estado da Bahia realizou uma importante campanha de divulgação do NEOJIBA, fazendo com que o Programa que “A Bahia criou e o mundo aplaudiu” ganhasse novos admiradores e público.

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NEOJIBA no Facebook em 2015 •

14.052 fãs

700 publicações

50.124 pessoas alcançadas

Além do Brasil, nossa página do Facebook têm expressivo alcance em outros países como Estados Unidos, Suíça, Venezuela, Argentina e França. Peça da campanha de divulgação do NEOJIBA que o Governo Estadual realizou em 2015

“Foi um privilégio vê-los e ouvi-los ontem em Natal. Música de primeiríssima qualidade tocada com talento e inspiração. Continuem assim, encantando pela música.” J Fernando Schuck, comentou no facebook, 16 de novembro de 2015.


NEOJIBA Agradecimento

agradecimentos

O

êxito e o crescimento do NEOJIBA ao longo desses oito anos de atividade não seria possível sem uma rede de parceiros que atuam no setor público e privado, no terceiro setor, além de organizações de cooperação internacional. Vocês são fundamentais para a existência do Programa, constituem cada ação que realizamos. Muito obrigado por caminharem ao nosso lado! O NEOJIBA agradece ainda às seguinte instituições e pessoas que participaram de diversas formas de nossas conquistas: Pamponet, Belmonte, Diniz, Silvany Advogados, Multi Planejamento e Manoel Barros Sobrinho.

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Parceiros institucionais

Núcleo Trancoso

Correalização

1ª Turnê Nordeste OCA

Apoio Patrocínio

Produção

Núcleo CESA Parceria

Correalização

Realização

Patrocínio

CONCERTANDO NO SESI

Núcleo Bairro da Paz

Parceria

Correalização

ORQUESTRA PLÁSTICA

núcleo SESI

Parceria

Correalização

Patrocínio

Núcleo estrelas musicais

Reforma de salas do Parque do Queimado

Correalização

Patrocínio

Núcleo Antônio Gasparini Apoio Patrocínio Realização

ReDE DE PROJETOS ORQUESTRAIS da bahia

Parceria

Patrocínio

Realização


Onde estamos núcleo de gestão e Formação profissional Teatro castro alves Telefone | (71) 3117-4843 | (71) 3117-4844 Endereço | Praça Dr. Mario Macedo Costa, s/n, Campo Grande. Salvador - BA. SEDE ADMINISTRATIVA Telefone | (71) 3032-1073 Endereço | Rua Monte Castelo, n° 62, Barbalho. Salvador - BA. atelier escola LUTHERIA Telefone | (71) 3033-8124 Endereço | Rua Monte Castelo, n° 80, Barbalho. Salvador - BA. ATELIER DE LUTHERIA DE PLÁSTICO Email | orquestraplastica@neojiba.org Endereço | Av. Engenheiro Walter Aragão de Souza, s/n, Centro. Simões Filho – BA.

NÚCLEO CONQUISTA CRIANÇA Telefone | (77) 9 9173-0034 E-mail | brunagarofalo@neojiba.org Endereço | Rua D, s/n, Bairro Cidade Modelo. Vitória da Conquista - BA. NÚCLEO CORDAS DEDILHADAS Telefone | (71) 9 9996-6559 E-mail | vladirmirbomfim@neojiba.org Endereço | Colégio Central – R. Francisco Ferraro, Nazaré. Salvador - BA. NÚCLEO FEDERAÇÃO Telefone | (71) 9 9302-2039 E-mail | anapaulin@neojiba.org ou ope@neojiba.org Endereço | UCSAL – Av. Cardeal da Silva, nº 295, Federação. Salvador - BA. NÚCLEO LIBERDADE

Núcleos de prática orquestral e coral

Telefone | (71) 9 9657-5401 | (71) 9 9182-8335 Email | andregfelipe@neojiba.org Endereço | Largo do Queimado, s/n, Caixa D’água. Salvador-BA,

NÚCLEO ANTÔNIO GASPARINI

NÚCLEO PIRAJÁ

Telefone | (75) 9 9228-0106 Email | npofeiradesantana@neojiba.org Endereço | Caminho Lamarão, n° 1, Cidade Nova. Feira de Santana - BA. NÚCLEO BAIRRO DA PAZ

Telefone | (71) 9 9304-0162 Email | samuelegidio@neojiba.org Endereço | Centro de Cultura de Pirajá, Parque São Bartolomeu. Rua 24 de Agosto, Pirajá. Salvador - BA.

Telefones | (71) 9 9327-0065 | 9 9304-5148 E-mail | esdrasefraim@neojiba.org Endereço | Rua Nossa Senhora da Paz, nº 15, Programa Avançar, fim de linha do Bairro da Paz. Salvador - BA. (Espaço pertencente à Santa Casa)

NÚCLEO SESI Itapagipe

NÚCLEO CESA

NÚCLEO TRANCOSO

Telefone | (71) 9 9327-0067 Email | nucleocesa@neojiba.org Endereço | Av. Engenheiro Walter Aragão de Souza, s/n, Centro. Simões Filho – BA.

Telefone | (71) 9 9327-0069 | (71) 3254-9946 Email | gileardteixeira@neojiba.org Endereço | Avenida Tiradentes, nº 1454, Caminho de Areia. Salvador - BA.

Telefone | (22) 9 9897- 4957 Email | luizfelipe@neojiba.org Endereço | Estrada para Trancoso, s/ n, Bairro Maria Viúva. Trancoso, Porto Seguro - BA.


Instituto de Ação Social pela Música Conselho de Administração Presidente Roberto Figueira Santos Vice Presidente Manoel Joaquim F. Barros Sobrinho Membros Anna Helena Mariani Bittencourt | Augusto Sampaio de Souza | Daniel Maurice Elie Huet Edivaldo M. Boaventura | Jorge Sampaio | José Sérgio de Oliveira Andrade | Luiz Fernando Studart Ramos de Queiroz | Mauricio Ganem Pitangueira | Maria Caetana Cintra Santos Conselho Fiscal Maria Quitéria Castro de Oliveira | Paulo Novais de Almeida Lucia Leão Jacobina Mesquita Associados IASPM Alberto Caldas Campos Filho| | Ana Elisa Ribeiro Novis | Ana Paula Gordilho Pessoa | Antonio Álvaro Santos Almeida | Aristides Maltez Filho | Bruno Mariani | Carlos Alberto Fernandes | Cassio Augusto Macedo | Claudio Fabio Pannelli | Denise Bastos Salles | Eduardo Mariani Bittencourt | Eloisa Maria Rodrigues Campos | Fernando da Rocha Perez | Gisela Maria Moreau João Carlos O. Teixeira G. Fonseca | Jorge Antonio Rocha Moreira | José Brito Alves | Joselita Cardoso Leão | Lilia Maria Gomes Falcão | Lucas Robatto | Luiz Gustavo Libório Vianna | Maria Angela de Lima Amorim | Maria Virginia Ribeiro Lima | Mariana Moreau | Marina Pedreira Munne | Paulo Porto Macie l Paulo Maciel Fernandes Filho | Pedro Robatto | Pedro Henrique Pozza | Renato Augusto Ribeiro Novis| Silas Monteiro da Costa | Sonia Robatto | Urânia Tourinho Perez | Victor Calixto Gradin Yvonildes Dantas Pinto Medeiros | Zuleika Ferraz Equipe Direção Geral Ricardo Castro Direção Musical Eduardo Torres Direção Institucional Beth Ponte Assistentes de Direção Ana Luiza Altmann | Fabiana Braga Assessora Artística Renata D’Urso Gerência Pedagógica Fabien Lerat | Obadias Cunha Secretaria Pedagógica Adriana Cerqueira Gerência Administrativo-Financeiro Suzana Viana Assistentes Financeiros Ramon Queiroz | Fabiana Luz | Ricardo Silva de Oliveira Coordenação Administrativa Thiago Barreto Coordenação de Desenvolvimento Social Joana Angélica Rocha Assistente de Desenvolvimento Social Tansir dos Santos Coordenação de Orquestras Aline Falcão | Ana Paulin Inspetoria de Orquestra Carpejanne Andrade | Émerson Pereira Coordenação de Canto Coral Yuli Martinez Gaitan Coordenação de Instrumentos Adauri Oliveira | Ana Julia Bittencourt | Guilherme Teixeira Helder Passinho | Isaac Falcão | Jhonatan Santos | Jamberê Cerqueira | Laís Tavares Orlando Afanador | Sandra Paola Romero Coordenação de Núcleos Esdras Efraim | Elizane Priscila | Gileard Teixeira | Hosana Ibarra Leilane Araújo | Marcos Rangel | Vladimir Bomfim Instrutores Doris Leandra da Silva | Ednei Britto | Everton Isidoro | Felipe Almeida | Indira Dourado Leandro Barbosa | Maiana Abdon | Priscilla Figueiredo | Valter Pedro Rodrigues | Washington Pereira Edgar Gomes Marques Júnior | Ednei Ipojucan | Michele Girardi | Yaiza Prieto Coordenação de Teoria e Iniciação Musical André Felipe Coordenação NEOJIBA nos Bairros Ana Julia Bittencourt Produção Técnica Rogério Lima | Daniel Machado Montadores de Orquestra Diego Bacelar | Alânderson Silva | Washington Teixeira Analista de Tecnologia da Informação Mateus Ross Centro de Documentação e Memória Gilnéia Gonçalves | Ivis Lois Coordenador Pedagógico de Lutheria David Matos Coordenador Técnico e Pedagógico Orquestra Plástica Alan Jonas Assistente de Lutheria Jessica Silva Almeida Coordenação de Comunicação Christiane Sampaio | Isabela Britto Analista de Comunicação Monica Schütz | Marcelo Argôlo | André Cerqueira Designer Gráfico Filipe Lopes | Adnajara Novaes Fotógrafo e Produção Audiovisual Lenon Reis | Camila Motta Coordenação de Desenvolvimento Institucional Juliana Almeida Assistentes de Desenvolvimento Institucional Paula Ribeiro | Annibal Porto Coordenação Rede de Projetos Orquestrais da Bahia Adriano Cenci Coordenação de Recursos Humanos Rose Dallacort Coordenação de Compras Marivalda Brito Motorista Jéferson Araújo Santos Serviços Gerais Silvana Freitas de Jesus | Zaneide Cruz

Ficha Técnica - Relatório de Ações - 2015 Projeto Editorial Beth Ponte Coordenação Editorial Christiane Sampaio Contéudo Ricardo Castro| Eduardo Torres |Beth Ponte| Christiane Sampaio Juliana Almeida | Paula Ribeiro Apoio Pesquisa Alice Marques| Alana Silveira | Luana Carmo Redação Inara Rosas Criação e Projeto Gráfico Raíssa Ribeiro Capa Filipe Lopes Ilustração Capa Integrante da Orquestra Pedagógica Experimental Revisão Ricardo Castro | Eduardo Torres | Beth Ponte | Christiane Sampaio Juliana Almeida Fotografia Lenon Reis |Taylla de Paula |Camila Mota Tratamento de Imagem Taylla de Paula



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