
1 minute read
escla
Mas sentia, porque na altura, eu tinha a síndrome do “toda a gente”, portanto tinha de fazer o que essa “toda a gente” fazia. Ser diferente era mau, e eu não queria ser diferente.
Esse sentimento levou-me a ver outros caminhos. E não minto, comecei a ver outros caminhos com uma pequena intenção de desistir daquele objetivo ser aquela advogada que os meus amigos e família tanto queriam e falava.
Advertisement
E foi durante uma aula de processo civil que encontrei esse novo caminho. Tendo tido sempre um bichinho pelo jornalismo e, em geral, pela comunicação, decide procurar mestrados que me pudessem dar a conhecer um pouco desse mundo, no qual estava mais ou menos inserida, mas do qual sabia tão pouco.
E qual não foi meu espanto quando vi que aquele dia era o último dia para me candidatar ao Mestrado em Ciências da Comunicação, com especialização em Estudo dos Media e Jornalismo na FCSH. Na altura, interpretei aquilo como um sinal, e ainda hoje acredito que foi
Candidatei-me então àquele mestrado, sem qualquer tipo de esperança de entrar, porque, primeiro era “ apenas ” uma licenciada em Direito e, por último não tinha quaisquer tipos de bases em ciências da comunicação.
Durante 3 meses comecei, então, a pensar noutro caminho, sem nunca, porém, deixar de enviar currículos Mas, diferentemente do que até então fazia, comecei, não só, a enviar currículos para sociedades de advogados, mas também para empresas. Tinha deixado de acreditar que algum dia ia ser advogada numa grande sociedade de advogados, mas nunca que ia trabalhar na área na qual me tinha formado. Mais uma vez, não vos minto. Houve um vazio, uma ausência de respostas ao envio de currículos, e eu comecei a ponderar desistir simplesmente de seguir aquele que era o sonho da Márcia de 17 anos que tinha entrado na FDUL. E foi nessa altura em que comecei a ponderar desistir que recebi o e-mail a dizer que tinha sido admitida no Mestrado em Ciências da Comunicação e, uma semana depois, que iria fazer parte da equipa do Espalha-Factos.
