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rece-te

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Escrevo muito (até guiões – um sonho concretizado), dou palestras em escolas sobre a importância da escrita e da leitura, e sou aquilo que quero (com menos dinheiro na conta do que teria se tivesse continuado num escritório de advogados) a cada momento. Isto assim dito parece que a minha vida é ótima e que trabalho pouco porque não tenho um chefe, mas desenganem-se: ser “empreendedor” ou “freelancer” requer muito trabalho, uma noção muito clara do que não podemos gastar e traz-me, pelo menos a mim, um stress e preocupação constantes, porque dependendo exclusivamente de mim e da forma como consigo convencer os outros de que vão gostar de me ler, ou de terem a sua marca comunicada por mim, ou os seus atores a dizerem falas que delineei.

Não me arrependo de ter estudado Direito, e muito menos de o ter feito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa: recordo com muito carinho esses tempos, bem como aqueles em que exerci advocacia, e foram-me úteis para o que faço hoje em dia – moldaram a minha personalidade e, acima de tudo, deram-me resiliência e capacidade de trabalho. Que venha a pressão dos prazos de entrega de um manuscrito, já a tive para frequências ou para entregar uma peça no Citius. Estamos na era de sermos o que quisermos, mas não o vejas com facilitismo ou deslumbramento: não é como dizem, que se acreditares consegues É com trabalho, tal e qual tudo o resto na vida, da profissão mais conservadora (em que ainda se usam togas) à mais liberal.

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