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MárciaBarroso @marciacbarroso

Falar do meu percurso pós-licenciatura é sempre um sentimento agridoce, de quem conseguiu chegar onde queria chegar, mas que sabe que não era bem aquele caminho que queria seguir. E por isso, quero começar este testemunho com uma frase que, talvez, ficasse melhor no final, mas que gostaria de ter ouvido em vários momentos do meu percurso académico: “Segue o teu próprio caminho e não o caminho que vês os outros seguirem”

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Sei que esta frase parece retirada de um daqueles livros manhosos de autoajuda, mas hoje, esta frase faz-me todo o sentido. Acho que é inevitável, quando nos licenciamos, não ouvirmos a típica frase “boa, finalmente tenho a minha própria advogada”. Família, amigos, amigos de amigos, amigos de família, família de amigos…. Parece que todos aqueles que se cruzam connosco já definiram o caminho que temos de seguir depois de recebermos aquela última nota: vamos todos ser advogados. Parece um pouco hipócrita dizer isto, porque, de facto, eu entrei na faculdade com o objetivo de ser advogada, e hoje escrevo-vos enquanto advogada estagiária na VdA. Mas no final da licenciatura, eu não queria logo ser advogada, queria fazer um mestrado, queria saber mais sobre as cadeiras da licenciatura que me chamaram mais atenção, queria, no fundo, continuar na faculdade.

Saí da Clássica rumo à Católica, e pensei: “faço a parte curricular do mestrado, começo a enviar currículos logo no primeiro semestre, e depois, no ano da tese, começo a estagiar”. Porque era aquilo que “toda a gente” fazia depois de se licenciar na Clássica. Desde o primeiro ano que, para mim, o único caminho possível seria este, ou então, não fazendo o mestrado, começar logo o estágio à Ordem.

Estava tudo a correr conforme o plano, até ao momento em que comecei a perceber que não estava. E comecei a perceber, simplesmente, porque “toda a gente” que estava à minha volta falava nos corredores da faculdade, no LinkedIn, nos cafés, até naqueles momentos de copos em que só queremos desanuviar, no estágio profissional que ia começar em setembro.

Comecei a sentir que estava a ficar para trás. Hoje sei que sem necessidade.

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