Danshari: a vontade de ser livre
Fale-nos desta Danshari e dos valores que motivam o seu nascimento. Devemos rodear-nos de objetos bonitos. Danshari promove isso mesmo. É a consciência de viver com o que se precisa, abandonar hábitos compulsivos e desapegar-nos de coisas que não fazem sentido na vida. Composta por três kanjis, Dan (recusa) Sha (eliminação) e Ri (separação), significa utilizar estritamente o necessário e deitar fora todo o excesso. Descobri a palavra através de uma capa de um livro que um homem estava a ler num restaurante e estudei-a. Partindo desta ideia decidi criar esta marca e tive muita sorte, porque a consegui registar em quase todo o mundo, exceto no Japão, onde já existia noutro âmbito. Amei esta filosofia e decidi espelhá-la em óculos. A questão que se impunha na altura era, como devia ser esta marca? Tinha a ideia, mas urgia
O CEO da novíssima marca Danshari partilhou com a Millioneyes um sonho de uma vida. Giuseppe La Boria tem um daqueles percursos de luxo no setor da ótica, com mais de 30 anos ao serviço do crescimento de marcas famosas desde a Luxottica, passando pela Safilo e a Allison até à fraturante Alain Mikli. Tornou-se também ele famoso e recordou com orgulho alguns dos momentos que o colocaram na ribalta. No entanto, o ritmo apressado das grandes multinacionais definiu em si uma nova vontade: regressar ao prazer dos óculos. A Danshari nasce com calma, com amor, ligada ao sentido mais simples da vida e com o superior know-how de quem percebe de vendas eyewear. “Voltar às raízes do único desejo autêntico: a necessidade de beleza e essencialidade” define a insígnia que se inspira no movimento homónimo nascido no Japão, focado na eliminação do que é supérfluo na nossa vida. Durante esta conversa de redescoberta e esperança, juntou-se também a nós o rosto português da Danshari. Um famoso António Barros, também ele afastado há anos do corrupio do “novo mundo da ótica” contribuiu com a sua vasta experiência e uma filosofia de trabalho assente nos valores e na fidelidade. criar tudo em torno do conceito. O cerne do projeto é simples e passa por criar algo muito elegante, muito minimal, clássico, sem formatos estranhos ou um design fora do comum, vendável, mas com muita qualidade. Aliás a sua “vendabilidade” é um dos nossos argumentos. Lançou a Danshari neste “tornado” que nos assolou em forma de pandemia. Isto limitou os planos de lançamento? A verdadeira resposta é que tinha mesmo que nascer em pleno 2020. Tínhamos o nosso stand maravilhoso da MIDO desenhado, inspirado na beleza japonesa e investimos muito mas, como todos sabemos, a feira não se realizou. Naquele momento, decidimos prosseguir e foi uma boa decisão, isto depois do confinamento de três meses em Itália e, claro, dos restantes países europeus. Em setembro, outubro e novembro de 2020
Olhar o Mundo | 29 |
Giuseppe La Boria