




Enquanto preparamos mais um muito antecipado SILMO, refletimos sobre esta revista 114 e sobre como mergulhámos em perspetivas de um futuro brilhante…sim brilhante! En quanto o consumo generalizado tem sofrido ataques em várias frentes, devido aos desafios económicos, sociais e sanitários, a ótica mantém-se, na generalidade, à tona, continuando a trabalhar os seus clientes com a proximidade e a destreza que os nossos profissionais dominam perfeitamente. Agora estamos perante novas tendências, no essencial, porque os próximos compradores de óculos terão novas motivações. Querem justiça ambiental e social, querem paz, querem tecnologia e querem apaixonar-se.
Trabalhámos, por isso, as análises assertivas e muito estudadas da empresas de estudos de mercado WGSN para lhe apresentar o que vai acontecer com as pessoas que compram, com o consumo e para onde apontar quando se fala na vontade de manter a longevidade das empresas. São pontos centrais para os consumidores que “nasceram” desta comoção mun dial, com doenças e falta de dinheiro à mistura. Ou seja, desenvolvemos uma ferramenta essencial que pode ajudar o leitor a delinear as próximas estratégias e investimentos e ainda como posicionar a sua equipa em direção ao consumidor que mais se adequa à sua ótica. Aproveite!
E por falar em futuro, e neste caso cheio de energia, voltámos à comunicação com a jovem equipa da Associação Nacional dos Ópticos. A reeleita direção renovou a sua vontade de continuar a fazer a diferença no setor. Há novidades no grupo, mas o olhar resoluto con tinua em cada um destes dirigentes, que se “atiram” ao associativismo com a assertividade com que fazem singrar os respetivos negócios. Boa sorte!
Claro que, durante a produção desta revista, que significa todos os recomeços, também tra zemos o presente, vivido com uma das nossas marcas parceiras, ao sol e com muito sal. São espíritos livres que extravasam os óculos que produzem, tornando toda a experiência com o eyewear única em qualquer circunstância, desde o marketing à venda na ótica. Obrigada Maui Jim!
E porque os alicerces de tudo o que aprendemos e vamos construir está nas nossas raízes, viajámos ao passado para celebrar uma década de CCVO. É um registo essencial que nos vai levar ao futuro e que vai revelar a história de uma ótica feita de pessoas inquietas e em preendedoras. Tal e qual a nossa entrevista internacional com o criativo Garret Leight, um “filho” privilegiado do design eyewear que construiu o seu próprio caminho, sob as estrelas apreendidas da Oliver Peoples paterna. Parabéns!
O convite está lançado para mais uma grande edição da sua Millioneyes. A ótica está aqui!
A Millioneyes é uma revista profissional dedicada ao setor da ótica, contando com presença integral online através da plataforma isuu.com.
A Millioneyes tem o objetivo de cobrir os acontecimentos específicos do seu setor e retratar a informação de forma rigorosa, com toda a dedicação e competência.
A Millioneyes traz uma abordagem íntima, atualizada e assertiva sobre o setor da ótica em Portugal, es miuça perspetivas de outros países sobre a situação do mercado, retrata tendências em óculos, expõe dados científicos essenciais aos técnicos da área com o apoio dos oftalmologistas e optometristas e aborda de forma inédita os empresários que gerem os estabelecimentos nacionais.
A Millioneyes compromete-se a respeitar os princípios deontológicos e a ética profissional aplicada à ativi dade profissional dos jornalistas, assim como a boa fé dos leitores, através do trabalho dos seus colaborado res e diretor. A Millioneyes é independente do poder político e de grupos económicos, sociais e religiosos.
A mais recente Spring Hinges Series coloca à disposição do consumidor de eyewear sofisticação técnica a partir de um design excecional. Trata-se da série de armações que incorporam uma avançada e funcional charneira, em que uma mola reduz a pressão do contacto das hastes no rosto. Esta inovação, combinada com a leveza natural destas criações, garantem uma experiência de uso de grande conforto numa ode à máxima: a elegância da função. Os modelos da Spring Hinge Series são fabricados no Japão com a mais alta precisão e com titânio ultraleve, tanto nos óculos de sol como nas armações, garantindo uma experiência visual perfeita.
A marca austríaca lança as novas coleção e campanha da temporada amena sob o desígnio de New Heights (novas alturas em português). Mais alto, mais rápido e mais longe sem perder o amor pelos detalhes foram as premissas da equipa criativa da Andy Wolf que quis explorar novas fronteiras em design. O resultado é inovador e irresistível espelhado em arestas onduladas, tamanhos generosos e cores enérgicas.
A produtora eyewear italiana assinou um acordo para design, produção e distribuição global das coleções Roberto Cavalli e Just Cavalli. A marca de moda transalpina tem um posicionamento premium e um conceito arrojado que garante “iluminar” a oferta da De Rigo. “Sob a orientação criativa de Fausto Puglisi, criaremos peças marcantes e de alta qualidade com design exclusivo, materiais refinados e técnicas de processamento únicas”, acrescentou Michele Aracri, CEO da De Rigo Vision. Já Ennio Fontana, diretor geral da Roberto Cavalli, acredita que “a excelência de produção e a capacidade de negócios da De Rigo são os principais ativos nesta importante fase de desenvolvimento das marcas Roberto Cavalli e Just Cavalli. Uma parceria com a De Rigo, com a sua experiência e knowhow, permitirá interpretar a singularidade das nossas marcas e acelerar a nossa expansão internacional através de uma distribuição generalizada e de qualidade.”
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A fabricante de lentes oftálmicas japonesa apresentou novas descobertas sobre a aplicação clínica da MiYOSMART. Os dados foram expostos pela voz de vários especialistas, na Conferência Internacional de Miopia, patrocinada pela Hoya e realizada entre 4 e 7 de setembro, em Roterdão, Países Baixos. No palanque das palestras, entre outros, esteve Andrea Lembo do Hospital Universitário San Giuseppe Multimedica de Milão, Itália, que combinou a MiYOSMART com gotas de atropina diluídas a 0,01 por cento em crianças e adolescentes europeus míopes. Os resultados mostraram que, ao longo de um ano, o alongamento axial e a progressão da miopia foram reduzidos com o máximo efeito. Também Hakan Kaymak da International Innovative Ophthalmochirurgie em Düsseldorf, Alemanha, apresentou os resultados do seu estudo sobre o aumento do comprimento axial com o tratamento com lentes oftálmicas MiYOSMART. Os dados de crianças alemãs que usam lentes MiYOSMART reafirmam os resultados de estudos clínicos anteriores.
A equipa da CECOP Portugal mudou, em agosto.
A Rosa Santos, key account manager do sul, saiu para seguir novos percursos profissionais. E porque o dinamismo do grupo tem que prosseguir, Ana Sofia Duque é o novo rosto da empresa, entrando em setembro para reforçar a equipa. “Todo o sucesso que alcançamos é fruto do trabalho em equipa, de profissionais que se dão de corpo e alma à missão da CECOP, pessoas que sonham os nossos sonhos, e que nos ajudam a alcançá-los com o seu imenso talento”, asseverou David Carvalho, country manager da CECOP Portugal. E foi com esta mensagem que o grupo comunicou a saída de Rosa Santos, após sete anos e meio na empresa. Como substituta, surge Ana Sofia Duque com quase 20 anos na função de key account na área da oftalmologia. Deslocou-se gradualmente para o ramo da ótica , onde trabalhou com com marcas de prestígio do setor da ótica, entre as quais a Hoya Vision Care, a Marcolin e a DMDI, adquirindo um conhecimento profundo do mercado. “Temos a certeza de que a Ana será um excelente reforço à nossa equipa, aos nossos associados e juntos iremos, com certeza, continuar a revolucionar o setor ótico.”, finalizou David Carvalho.
Pela ocasião do seu 10º aniversário, a Kuboraum celebrou estreando-se em Itália com uma flagship store próxima do centro de Milão. A promessa da marca é que, ao entrar neste novo espaço imerge-se num oceano azul de espelhos antigos Odyssey, feitos em colaboração com Emiliano Maggi. Este, mesmo artista envolveu as paredes da loja em figuras de cerâmica, criadas para aquele espaço, que conseguem combinar um espaço psicadélico com um simbolismo mitológico. Uma caixa de luz com estilo de ficção científica preenche-se de uma prateleira inteiramente feita em vidro, produzida pela Glass Italia e projetada em colaboração com o arquiteto Andrea Eusebi. A intensidade deste espaço de exposição garante uma experiência que vai além do conceito normal de retalho, dando magia à realidade.
A feira milanesa renasce sob uma nova campanha de comunicação com o tema Frames. Os valores construídos durante mais de 50 anos estão presentes em cada imagem criativa: inovação e tradição, atração internacional e memórias inesquecíveis, fascínio e substância. A campanha saiu da imaginação do diretor criativo Max Galli, designer, artista e, como gosta de se definir, “explorador criativo", em colaboração com o grupo Mixer. Galli desenhou uma autêntica declaração de visão, numa abordagem intercultural e inclusiva, baseada na fertilização cruzada e na cor e que serve como uma armação única para os produtos heróis, os óculos e o universo eyewear inteiro. Um a um transformamse em metáforas para estilo e personalidade. São quatro os indivíduos em torno dos quais a campanha se desenrola e são revelados todos os meses, desde setembro até 15 de dezembro. As portas do complexo de exposições de RhoPero abrem-se entre 4 e 6 de fevereiro de 2023 e incluem a ótica mundial sob o tema O Estado de Arte do Eyewear.
Quando realmente podes ver o sol, não estás simplesmente a olhar o céu. Estás a ver vida. Brilho. Vibração.
Uma visão mais nítida e clara do mundo, que te mostra que o dia de hoje não vai somente começar. Vai ser lindo.
As lentes de contacto diárias que atrasam a progressão da miopia em crianças estão, desde junho, disponíveis para graduações mais altas. Esta ampliação cobre uma gama de potências esféricas desde -0.25 até -10.00 dioptrias (D) (em passos de 0.50D depois de -6.00D). Isto significa que MiSight 1 day cobre 99,97 por cento das prescrições de miopia esférica para crianças asiáticas e caucasianas, com menos de 1,00 dioptrias de astigmatismo1
A ampliação de potências para esta lente de contacto, com um desenho inovador, permitirá que mais crianças beneficiem do controlo da miopia.
1 Dados de arquivo da, 2022. Cobertura SERE das prescrições de miopia infantil com MiSight® 1 day para 104.810 de olhos na Ásia (China, Coreia) e 116.336 olhos na Europa e EUA com idades compreendidas entre os 8 e os 18 anos.
No seguimento do rebranding da marca, o grupo Conselheiros da Visão apostou em novas fardas, a pensar em todos os que trabalham nas mais de 150 lojas associadas. As novidades afirmam-se pelo estilo descontraído e jovem e inspiramse na imagem gráfica da empresa. “Queremos que a nossa imagem seja moderna e agradável, acompanhando a moda e a evolução das tendências e adaptando-se à dinâmica atual dos Conselheiros da Visão. O nosso foco diário é ser uma referência no setor da ótica, através do serviço de excelência que disponibilizamos e acreditamos que essa imagem deve ser passada ao consumidor final, de forma transversal.” destaca Pedro Soares, presidente dos Conselheiros da Visão. A comunicadora Andressa Pedry, que tem sido um dos rostos da marca, surge em destaque na apresentação das novas fardas.
O Dia Internacional do Ar Limpo para o Céu Azul, proclamado pela ONU, celebra-se a 7 de setembro e alinha-se na perfeição com a luta da Silhouette Eyewear contra a crise climática. A marca austríaca lidera pelo exemplo. Produz a linha de óculos premium usando 100 por cento eletricidade verde e neutra para o clima. Desde Setembro de 2022, a sua produção é igualmente neutra de CO2, graças aos projetos de redução de carbono e compensação. Nos últimos sete anos, a marca conseguiu reduzir a sua pegada de carbono para metade através da instalação grandes painéis solares na fábrica, começando assim a usar a sua própria energia. O que não consegue eliminar, a Silhouette compensa pela compra de certificados de projetos Gold Standard. Esta marca premium austríaca está focada na geração de energia solar no Hemisfério Sul.
“Os consumidores de hoje não são os de ontem nem os de amanhã. Num mundo em que a única constante é a mudança constante, ser capaz de harmonizar as necessidades atuais com as exigências do futuro é um ato de equilíbrio que qualquer pessoa que se preocupa com a sobrevivência da sua marca deve empreender”, lança Carla Buzasi, presidente e CEO da WGSN.
Com a missão de dar ao mercado da ótica uma perspetiva estudada e previdente sobre os consumidores, trabalhámos sobre este relatório feito pela empresa de estudos de mercado WGSN. Os compradores de 2024 das óticas e de todos os setores do retalho têm especificidades que se devem acompanhar para garantir a vida das empresas, sem perder terreno. Os métodos rigorosos de pesquisa da WGSN prolongaram-se durante meses e a equipa desta analista de mercado apurou os perfis de consumo a que se devem dar prioridade, o que motiva os respetivos comportamentos e premências e, mais importante, quais as ações para conquistar os seus corações e mentes no futuro.
Nós na Millioneyes sabemos que a preparação é fulcral no êxito de um futuro “rasgado” pela incerteza económica e sanitária. E confiamos nas previsões desta empresa dinâmica de estudos de mercado, que através dos maiores eventos mundiais do mercado da ótica, o SILMO e a MIDO, se inteiram anualmente da saúde da nossa indústria. Nas páginas seguintes tem à sua disposição o “segredo” para a conquista dos clientes que garantem vida longa à ótica.
Estas emoções dos consumidores podem emergirar mais cedo em algumas regiões, mas são todos expectáveis em massa, em 2024.
norte-americano Mark Smith afirmou que a pandemia causou uma “revolução dos sentidos”. O isolamento e a mudança de padrões de trabalho mu daram de forma veloz a forma como os nossos sentidos “navegam” no mundo. Esta alteração drástica, que normalmente aconteceria ao longo de décadas ou séculos, leva à superestimulação.
Ucrânia como para tantas pessoas que ficarão sobrecarregadas pela cultura de aguentar os tempos difíceis. E por isto se justifica o cada vez maior in vestimento em cuidados pessoais dos consumidores que procuram formas de compensar a cultura de resignação.
Designa um sentimento de angústia, causado pela rapidez da mudança na sociedade e na tecnologia. É um con ceito cunhado pelo futurista Alvin Toffler e a sua esposa Adelaide Far rel em 1970, num livro com o mesmo nome. Refere-se à paralisia social e emocional induzida pelo esmagador stress e desorientação perante a mag nitude e velocidade das alterações que se experiência. E porquê este senti mento? Porque até 2024 a linha que separa a realidade física da digital vai esbater-se.
Ainda a crescente digitalização em tantas áreas da vida e o uso das redes sociais, nomeadamente as dedicadas aos vídeos de curta direção, como o TikTok, impelem a uma diminuição do tempo de concentração. O antídoto será a estratégia que os terapeutas usam há anos: a regulação sensorial, mas aplicada à tecnologia.
Trata-se do crescimento da desordem emocional e de estilos de vida “sempre ativos” que colocam os nossos sentidos na capacidade máxima. O historiador
Como antídoto ao positivismo tóxico, este sentimento proporciona uma perspetiva da vida mais realística. Foi definida pela primeira vez pelo psicólogo austríaco e sobrevivente do ho locausto, Viktor Frankl, em 1985. No fundo, o otimismo trágico envolve a procura do significado das tragédias inevitáveis da existência humana. O mais importante não é o trauma em si, mas como o evento é processado.
O Otimismo Trágico é imperativo em 2024, tanto por causa da guerra na
O psicólogo da Universidade de Mi chigan define o Espanto como “o que sentimos quando encontramos algo poderoso que não conseguimos expli car facilmente”. Um misto de medo com admiração, é uma emoção que esteve discreta nos anos mais recentes, na medida em que as pessoas prescin diam de momentos de Espanto por es tabilidade, sobrevivência e certeza. O Espanto une e inspira as pessoas. Os cientistas acreditam mesmo que este sentimento ajudou os nossos antepas sados evolucionários a sobreviver face a ambientes incertos que exigiam a cooperação de grupo. Como ferramen ta de sobrevivência, o Espanto é fulcral no crescimento futuro e ajuda a diminuir a perceção própria e a expandir a global. Em 2024, será a grande ligação em tempos de fragmentação. Além de tudo isto, o Espanto aumenta a empa tia e diminui a ansiedade.
4ESPANTO/ADMIRAÇÃOOs sentimentos dos consumidores apurados pela WGSN são “destilados” para produzir quatro tipos de compradores.
Dominados pela poluição de dados e avessos às mudanças, os Reguladores procuram comércio sem “fricção” para manter o controlo e o equilíbrio sau dável entre a vida e o trabalho - e a Geração X em particular quer estar no controlo (nascidos entre os meados da década de 1960 e o início da década e 1980). Depois de anos de incerteza e mudanças drásticas, este grupo de consumidores conta com a consistên cia como mecanismo de sobrevivência.
Para os Reguladores, a mudança tor nou-se uma constante no dia de traba lho, muito devido à pandemia. Porém, os cérebros das pessoas têm hoje uma capacidade reduzida, muito porque um número grande de pequenas mudanças esgota a capacidade de reação do cére bro. Nos chamados “tempos normais”, a maioria das pessoas conseguia funcio nar com um certo número de mudan ças, mesmo desastrosas ou disruptivas. No entanto, depois de anos de mudan ças constantes, as pessoas estão cansa das e querem linearidade nas suas vidas de casa e do trabalho.
• ATRAIR PARA A LOJA
Em 2024, o conceito e click-and-collect vai adaptar-se aos novos estilos de vida. Espera-se modelos híbridos de vendas entre o click-and collect e a entrega ao domicílio. E sim, haverá robôs! De facto, o sucesso do click-and-collect durante a pandemia fez com que os Reguladores adotassem facilmente o comércio sem “fricções” e a certe za do levantamento das encomendas agendado. Porém, os retalhistas devem adaptar-se às mudanças a longo prazo nos estilos de vida, incluindo o declí nio da posse de carro e o aumento das bicicletas, viagens partilhadas e unidades de mobilidade pessoal. Em 2024, os Reguladores escolherão a entrega dos seus produtos mais banais na proximi dade de casa e a velocidade e compra intuitiva será a chave para este grupo de consumidores.
Imagine ser possível pausar um progra ma de televisão, perguntar o que a pessoa está a vestir e ter esse item enviado no mesmo dia? Em 2024 isto poderá ser uma realidade. Para os Reguladores, o comércio de voz vai aumentar o comér cio em casa - um ecossistema ligado à casa inteligente e tecnologia televisiva. E o que propulsiona esta tendência? É uma forte alternativa para quem não tem paciência ou tempo para as com pras online. Um estudo global de 2020 da Forrester Research apontou que 43 por cento dos utilizadores dos websi tes de retalho vão diretamente à barra de pesquisa e desses 68 por cento de sistem, porque não encontram o que procuram. Outro fator está no facto dos Reguladores quererem estar mais presentes entre os seus entes queridos, tendência que cresceu durante a pan demia. Experiências com o comércio televisivo já estão a decorrer na Amazon Prime e na Sky Mobile, para mencionar algumas, permitindo aos consumidores a ligação direta aos produtos, enquanto veem os seus programas de eleição. A OC&C Strategy Consultants prevê que o comércio de voz será uma indústria de cerca de 39 mil milhões de euros, nos EUA e no Reino Unido, até 2024.
A produtividade pandémica levou a um burnout recorde. Nos Conetores induziu a um forte sentido de niilismo, empurrando-os a questionar a cultura obcecada pela produtividade. Na pré -pandemia estar ocupado era um sinal de posição social, mas este grupo não fantasia sobre carreiras supersónicas. Pelo contrário. Esta tendência baseia -se em ganhar o suficiente para cobrir as necessidades básicas e na rejeição do casamento e filhos, para sair da “roda de hamster”. Mas enquanto os japone ses, por exemplo, cultivam um ritmo de trabalho mais brando, noutras lati tudes simplesmente não há emprego. O que significa isto para 2024?
• A “MADRUGADA”Tomando uma posição contra a cul tura do imediato, este grupo explora estilos de vida fracionários (compras conjuntas e subscrições) e desistem dos respetivos empregos enquanto redefinem o significado de sucesso. Aliás, as novas gerações têm menos filhos, op tando por colegas de casa em vez de relacionamentos, saltando empregos e demitindo-se em números recorde. Entretanto, economistas, executivos e jornalistas reportam que os Millenials (nascidos entre a década de 1980 até ao final do século XX) e a Geração Z não gastam o suficiente e, portanto, as vendas estão em baixo, Na realidade a sociedade está perante uma interseção de mudança dos seus valores, além da falta de serviços sociais, inflação cres cente e salários baixos. Para os Cone tores é a tempestade perfeita. As crises económicas são períodos de “destruição criativa” em que surgem novas ideias e formas de fazer. Este grupo acredita que isso é resultado do empreendedorismo: um recorde de 1.4 milhões de negócios de aplicações foram submetidas em 2021 nos EUA e, no mesmo ano, a Índia tornou-se o terceiro maior ecossistema de start ups, atrás dos EUA e China.
Por vezes, as vendas estão nos pequenos detalhes. Para os Conetores, o cus to por produto, a sustentabilidade e os detalhes de autenticação nos rótulos e etiquetas são motivos para fazer com pras e partilhar nas redes sociais. Indo mais longe, marcas como a Armani, Mulberry e Chloé estão a implementar uma identificação digital, através da qual se pode conhecer o percurso do produto desde a produção até à venda e até revenda.
Para alguns Conetores o conceito de propriedade é descentralizado, o que significa que é governado por uma comunidade e não uma única entidade ou conselho executivo. O aparecimen to de marcas descentralizadas está a ser motivado pelas companhias foca das na moda, que operam através de plataformas que providenciam fundos para a criatividade das Organizações Descentralizadas Autónomas (DAO na sigla em inglês), enquanto mantêm o core do negócio mais tradicional. No entanto, espera-se que outras indústrias como a da música, sigam estas passadas. Essencialmente qualquer in dústria tem o poder de ser acometida pelo poder das DAO, desde que haja membros com vontade de doar tempo, dinheiro e recursos. Um exemplo de uma destas organizações é a Uk raineDAO, uma angariação de fundos organizada para recolher e distribuir donativos aos afetados pela guerra. Entre os sucessos conquistados está a audição de uma imagem NFT (token não-fungível na sigla em inglês) da bandeira ucraniana, que rendeu 2,258 ethereum, que traduzido da moeda digital é mais de quatro milhões de euros.
"Há uma tendência internacional para a demissão e a dificuldade agora assenta na fixação dos talentos que sobram às empresas"
Em 2024, este perfil de consumidores vai transformar um desafio de perfei ção num desafio para estar presente, abdicando da sua vida social e profis sional e investindo na abundância de tempo. Para os Construtores de Me mórias, o mecanismo de sobrevivência foi ancorar-se ao passado, porque esse já não muda. Para os que revisitaram os antecedentes como escape do pre sente, trouxeram “à tona” os remorsos e a culpa. Houve também os designa dos remorsos de confinamento, em que as pessoas questionaram as suas escolhas de vida.
Durante o duro período da pandemia, a necessidade de organização dos espa ços físicos aumentou e em 2024, esta tendência vai transferir-se para a vida pessoal. Uma das consequências desta premência está expressa no aumento dos divórcios. A empresa legal britâ nica Stewarts registou um aumento de 122 por cento em consultas entre julho e outubro de 2020, comparado com o mesmo período de 2019. No Reino Unido, a plataforma Citizens Advice reportou um pico de pesquisas online focadas em conselhos de como acabar com relações. E não foram só os divór cios que imperaram nos tempos covid. As pessoas também cortaram relações com amigos, membros da família e colegas de trabalho (amigo tóxico foi Googlado em Singapura mais vezes durante a pandemia que nos 15 anos an teriores!).
Para algumas pessoas, a pandemia in cidiu luz sobre a escura desconexão com as suas famílias, e impeliu a uma mudança social abrangente cuja inci dência tem sido estudada pela WGSN desde 2015. O conceito de família está a ser reescrito e estruturas de novas famílias sem relações garantem a eco nomia do amor, cuidado e apoio. Em
2024, a família será aquilo que se constrói e não onde se nasce.
Nos EUA, o Centro de Investigação Pew concluiu que 38 por cento dos adultos entre 25 e 54 anos não tinham parceiros em 2019 - um salto signifi cativo de 1990, em que a taxa era de 29 por cento. E estes números também crescem na Europa Ocidental e na região da Ásia-Pacífico, assim como o declínio de bebés e da fertilidade. O outro factor na dinâmica familiar? As sempre maiores comunidades seniores de LGBTQ que não têm suporte fami liar, que segundo vários estudos têm tendência para crescer consideravel mente em todo o mundo.
Os Construtores de Memórias tam bém repensam os valores profissionais. De acordo com o Harvard Business Review, o trabalho em equipa - tempo passado no email, mensagens, telefone e videoconferências - subiu 50 por cen to ou mais na última década para consumir mais 85 por cento das semanas laborais de cada pessoa. Os psicólogos cognitivos já tinham concluído que são necessários 64 segundos para re gressar ao ponto onde se interrompeu
o trabalho, depois de apenas respon der a uma mensagem e isto pode subir até aos 23 minutos se a interrupção for ligeiramente maior. O que significa isto para 2024? Que o cérebro precisa de tempo para pensar e de preferência individualmente, também.
Para os Construtores de Memórias envelhecer bem é uma prioridade, assim como aproveitar uma vida longa e bem passada. Pode ser com quem amam ou a fazer algo que gostam ou simplesmente viverem la dolce vita, os produtos que os ajudem nesta missão são prioridade. Os óculos e a tecnolo gia avançada em lentes oftálmicas e de contacto enquadram-se na perfeição neste segmento, assim como a comida, a bebida e a tecnologia de consumo. A estética tem um papel importante aqui e a prova está precisamente na transformação dos óculos de dispositivos médicos, por exemplo, para odes à moda. Perspetivas frescas precisam-se!
Para 2024 prevê-se um comportamento de compra massivo e mais personali zado. A nova dinâmica familiar e lares multigeracionais motiva os Construto res de Memórias a considerar a estra tégia de retalho de compras coletivas uma forma de ganhar mais estrutura doméstica e poupar dinheiro.
O consumidor híbrido quer o melhor dos dois mundos - carteiras digitais para compras presenciais e momen tos de realidade virtual sentidos como vida real - e estão a gerar curiosidade tanto pelas lojas físicas como as onli ne. Absorvem com rapidez estas novas realidades e não têm medo da tecno logia, pelo contrário, veem esperança nela.
Este não é um conceito totalmente novo. O que se considera ser Web3 hoje em dia foi originalmente cunha do como Semântica da Web, pelo Sir Tim Berners-Lee, o inventor da World Wide Web. A sua visão assentava numa internet mais esperta, mais autónoma e aberta. Portanto a Web3 é mais des centralizada e reequilibra a dinâmica de poder entre usuários e plataformas, colocando os utilizadores com o poder sobre os seus dados, privacidade e experiência da internet
Para os Construtores de Memórias envelhecer bem é uma prioridade, assim como aproveitar uma vida longa e bem passada
As primeiras páginas da web eram estáticas e não adaptáveis, embora já existissem chat rooms com pouca inte ração.
A internet tornou-se social neste pata mar. Os utilizadores foram incitados a ligar-se entre eles através das redes sociais e outros serviços que levaram à criação de volumes massivos de dados e conteúdos.
Na We3, os dados ligam-se de forma descentralizada. Diferencia-se da ge ração 2.0 da internet, em que os dados são inicialmente armazenados em localizações centralizadas. É o conceito de propriedade, mas sem paredes ou jardins. É intuitiva, mais segura, mais privada e com melhor ligação. Para os Novos Sensorialistas, a Web3 é crítica para um metaverso mais justo e iguali tário, com aplicações descentralizadas e propriedade de dados digitais através dos NFT.
A Web3 pode resultar numa profunda alteração civil para a descentralização.
As DAO estão a entrar no mercado, as finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês) estão a avançar no cripto-mercado e ainda há que ter em atenção o desenvolvimento das plata formas de social media descentraliza das. Os utilizadores das redes sociais
podem vir a ser recompensados finan ceiramente pela sua participação ou vice-versa. Claro que isto não aconte cerá de repente e alguns economistas acreditam que nunca irá para a frente, mas este grupo de consumidores são acérrimos defensores.
Os Novos Sensorialistas são otimistas e estão plenos de energia, prontos a tornar o caos causado pela pandemia em algo fabuloso. Vão proporcionar mais polos criativos e colaborações. Com o crescimento do design digital, o mesmo acontece com as relações entre as pessoas que trabalham em tecnolo gia e design de produto, o que ajuda a propulsionar as ligações de NFT.
Esta é uma tendência que redefine a economia criativa e os sinais estão vi
síveis desde 2021, sendo que um deles foi quando o New York Times passou a economia da criatividade da secção de Estilo para a de Negócios. Os Novos Sensorialistas acreditam na equidade de pagamento aos criadores pela sua arte, dando créditos aos originários e sendo inclusivos com todos.
Em julho de 2021, os criadores negros do TikTok fizeram greve contra a falta de reconhecimento que tiveram pelo seu trabalho no estabelecimento de tendências na aplicação.
À META-LEALDADE
Levadas pelo crescimento da econo mia direta-aos-fãs, pelas recompensas joga-para-receberes e as carteiras di gitais, as empresas precisam de estar atentas a este cripto-grupo. Se a mo netização digital não está em cima da
mesa para a sua empresa, considere formas de se unir estrategicamente às NFT: patrocinar jogos e publicitar em meta-shoppings. O index para novos pagamentos da Mastercard apurou que uma em cada dez pessoas na América do Norte, América Latina, Caraíbas. Médio Oriente, África e Asia-Pacífico planeiam usar criptomoeda em 2022. Antecipa-se que em 2024 a respetiva utilização seja maior.
Os novos sensorialistas vão gravi tar na tecnologia que os faça sentir o metaverso, desde o tato ao cheiro. A WGSN tem seguido a tecnologia tátil desde 2013 e ainda há muito espaço para crescer. Basta observar a indús tria dos jogos para ter ideias. O colete da companhia espanhola OWO recria 30 sensações diferentes para se sen tir os videojogos. A Sony anunciou a PlayStation VR2, com um headset de realidade virtual que tem vários gati lhos adaptativos e tantos outros desen volvimentos que apelam aos sentidos. E enquanto o toque se torna “normal” para a moda e os interiores, a indústria alimentar está a avançar noutro sentido. O cientista japonês Homei Miyashita está a dar “vida” à televisão provável. O protótipo já foi apresen tado e garante uma experiência mul tissensorial, com um ecrã que imita os sabores da comida. Baseia-se num rol de dez recipientes que borrifam uma combinação de ingredientes que criam um sabor em particular e vem numa película higiénica em cima do ecrã.
Lado a lado com o comércio comunitá rio e sem esquecer as novas necessida des dos consumidores em reorganizar as suas vidas, os negócios em 2024 têm que incluir o metaverso, observando com calma como conseguem adequar -se de forma vantajosa tanto para si como para os clientes.
Desde o crescimento do mercado de revenda aos estágios iniciais das DAO, as exigências do consumo não podem ser ignoradas.
Seja através da criação de momentos de reflexão enquanto se faz compras ou através do apoio aos clientes em alturas desafiantes das suas vidas, as marcas precisam de incorporar cuidados na sua oferta. As pessoas querem livrar-se dos fatores tóxicos das suas vidas - não deixe a sua empresa ser um deles!
Nem todos vencerão na meta-econo mia, mas todos podem participar. E pode fazer-se através de souvenirs di gitais como parte de um programa de fidelização, criando produtos digitais para avatares online ou investindo em tecnologia tátil. Em 2024 as marcas de vem ter uma meta-estratégia em curso.
A Grande Aceleração provou ser lu crativa para os negócios, mas dema siada inovação muito cedo pode prejudicar a longo-prazo. Teste estratégias sociais, defina as categorias de produ to certas para expandir e assegure que a sua equipa tem espaço para descan sar e refletir. Apesar dos títulos mediá ticos, a recuperação do pós-pandemia é uma maratona e não uma corrida curta.
A recuperação do pós-pandemia é uma maratona e não uma corrida curta
O setor da ótica renovou os “votos” com a direção que assumiu a associação do setor, pela primeira vez, em 2019. Fernando Tomaz, Daniela Fonseca, Paula Silva, António Amorim e José Carlos Cardoso assumem o compromisso de três anos a lutar por uma ótica de futuro. Registámos este grupo empreendedor a falar sobre como encaram os próximos meses e da vontade que têm em cumprir com os objetivos já lançados em 2019.
A direção manteve-se quase a mesma, com exceção da saí da de Arlindo Teixeira e a entrada de José Carlos Cardo so. Ou seja, ainda há trabalho por cumprir por parte deste núcleo duro?
Desde a nossa primeira eleição, em 2019, que assumimos que este era um projeto a seis anos. Isto é, criámos uma lista coesa e plural, com um programa eleitoral bem estruturado e ambicioso, que, dificilmente, seria cumprido totalmente em três anos. Já tínhamos essa noção e, com a pandemia, tivemos a certeza que necessitávamos de mais tempo e ma turidade enquanto direção para cumprir os propósitos assumidos em 2019.
Foi um mandato hercúleo, no sentido em que tiveram que lidar com uma crise social e sanitária sem precedentes. Não vos tirou a motivação em nenhum momento?
Dizer que a motivação foi sempre a mesma não seria ver dade. Tal como qualquer outra pessoa, empresário ou não, todos tivemos momentos mais complicados, noites mal
dormidas e dias em que lidar com as consequências da pan demia nos nossos negócios e nas nossas vidas pessoais foi mais difícil. Mas nunca pensámos em desistir! Assumimos um compromisso com os associados e, apesar das dificulda des e dos enormes desafios que surgiram, esse compromisso falou sempre mais alto. E, como tal, fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para minimizar o impacto da co vid-19 nas empresas associadas à Associação Nacional dos Ópticos (ANO).
Como ficou marcada para cada um de vocês esta pandemia? José Carlos Cardoso: O investimento principal foi mais mais ao nível do tempo do que financeiro, na medida em que tivemos de manter os serviços mínimos sem poder con tar com o contributo dos colaboradores na sua totalidade, o que nos obrigou a um enorme esforço.
Fernando Tomaz: Foi, de facto, uma fase de imenso tra balho na ANO, de toda a direção e de toda a equipa, que esteve 100 por cento dedicada à associação e aos associados,
ainda que em teletrabalho durante meses. O maior investimento de cada um de nós foi, como o José Carlos refe riu, o tempo que todos tivemos de dar à associação durante aquela fase. Des de reuniões com elementos do Gover no, com o grupo ad hoc que criámos – Visão Partilhada – com parceiros, com a própria equipa, as dezenas de comunicações que enviámos para os associados, entre outros.
Paula Silva: O período de pandemia foi muito desafiante e pôs à prova a nossa resiliência. Tínhamos que res ponder ao mesmo tempo a desafios dentro das nossas empresas e aos dos nossos associados, obrigando-nos a es tar sempre disponíveis, sem horários. Mas também reforçou o sentimento e a importância das redes de cooperação. Quando nos juntamos e unimos esforços, conseguimos verdadeiros milagres.
Daniela Fonseca: Com a pandemia um dos maiores desafios que tivemos, quer ao nível empresarial, quer com os nossos associados, foi manter uma comunicação constante, tentando, em muitos desses momentos, transmitir tranquilidade e segurança – num pe ríodo em que todos tínhamos receio das decisões que tínhamos de tomar para garantir a sobrevivência dos nos sos negócios! Foi sem dúvida um pe ríodo muito desgastante. Na associa ção, tivemos de deixar de lado todos os objetivos delineados para um ano tão importante e para o qual todos tí nhamos tanta expectativa. Tivemos de passar a pensar só no presente e essa readaptação foi também um enorme desafio. O que nos deu alento e espe rança foi, sem dúvida, a proximida de entre todos os colegas de direção e toda a equipa ANO, que, no dia a
dia, tentava encontrar soluções para os problemas com que nos íamos de parando.
António Amorim: Enquanto elemen to desta equipa, sinto que o maior desafio foi agilizar, com a devida celeridade, soluções para os associados. Sabemos que a pressa é inimiga da perfeição, mas, sinceramente, acho que, naqueles primeiros meses, con seguimos informar e decidir de for ma rápida, sim, mas também eficaz. Desde apoios financeiros a informa ções legais, a ações de formação e até equipamentos de proteção individual – que, numa primeira fase, estavam esgotados! – conseguimos providenciar todas estas soluções a quem re presentamos. Nem sempre foi fácil, é verdade, mas creio que conseguimos responder aos desafios diários que surgiram, muito suportados também pelos serviços da ANO, que apoiaram muito esta direção.
E que conquistas destacam da ANO sob a vossa direção?
Fernando Tomaz: A validação do Ma nual de Procedimentos e Boas Práticas criado pela ANO, em conjunto com a UPOOP, aquando da retoma da ati vidade das empresas de ótica e dos gabinetes de optometria pela Direção Geral da Saúde, foi uma das grandes conquistas desta direção. Especial mente pelo reconhecimento do nosso esforço e empenho em prol, não só do setor da ótica, mas também da saúde pública. Ainda nesta fase, termos visto as óticas legitimadas como prestadoras de “serviços essenciais” no decreto-lei que permitia a abertura de alguns ser viços logo no primeiro confinamento, também foi uma enorme conquista para a ANO. A implementação da
campanha de publicidade “Pode con fiar, até de olhos fechados” em diversos meios de comunicação, entre os quais, a televisão, pela primeira vez, foi igual mente um grande destaque. Ainda, as diversas reuniões que a ANO teve com membros e entidades governamentais reforçam a atuação desta direção, que nunca desistiu de mais e melhores con dições para as empresas de ótica du rante a pandemia.
Que planos estão delineados para os próximos três anos?
Fernando Tomaz: Temos três gran des objetivos para o próximo triénio. O primeiro: angariar mais associados. Eles são a raiz de uma associação. E para que tenhamos mais representatividade e força empresarial, temos de ser uma associação com mais mem bros. Depois, estabelecer, pelo menos, mais um protocolo de faturação com uma grande entidade, pois, além dos nossos associados, os acordos dire tos de faturação também contribuem para uma ANO mais robusta e atrativa empresarialmente. E, finalmente, pro mover mais uma campanha de publi cidade, neste caso, de valorização das óticas associadas ANO.
O José Carlos Cardoso é o novo ele mento desta direção. O que o motivou a integrar o desafio de dirigir a ANO?
O motivo maior prendeu-se com o fac to de me identificar com as pessoas que trabalham na associação, bem como pelo extraordinário trabalho que foi desenvolvido durante da pandemia. Além disso, sinto que a minha expe riência associativa pode acrescentar valor a esta equipa fantástica. Gosto do foco, da determinação e do modus operandi da direção desta nossa ANO.
A CCVO Beyond Optical Care atreveu-se no mercado há uma década. Desde então cresceu da posição de central de compras para uma empresa que usufruiu de um espaço privilegiado no setor, proporcionando produtos diferenciadores e, acima de tudo, uma equipa multidisciplinar dedicada. João Pinto, um dos fundadores e diretor comercial, concedeu-nos uma entrevista em que revisita o passado, que serve hoje de motivação a um futuro pleno de estratégias em crescendo. Celebramos assim dez anos de empreendedorismo assinados pela CCVO Beyond Optical Care.
Na nossa última entrevista, a CCVO Beyond Optical Care estava prestes a entrar numa nova fase. E desde então estabeleceu-se uma nova imagem e aumentou-se o portefólio de marcas. Fale-nos desta “nova” CCVO, nascida como central de compras e, agora com dez anos, tem uma nova “função”. De modo a acompanhar a evolução e
exigência de um setor em mutação, sentimos necessidade de efetuar um upgrade ao nosso formato e imagem. O logótipo da CCVO Beyond Optical Care denota o espírito de amplitude e requinte da empresa. A ligação tridi mensional de linhas simples e micro pontos espelha as valências corpora tivas, bem como, a conexão aos seus
clientes e parceiros. Exclusividade, luxo e simplicidade, mescla perfeita entre modernidade e pendor histórico, são características corporate refletidas pela eleição cromática. Sobre a nossa atividade, A CCVO Beyond Optical Care é uma empresa com valências heterogéneas. Detém um portefó lio transversal de produtos e serviços
necessários à atividade e manuten ção de uma ótica, encerra o know how, humanização e especialização, ante cipando as necessidades dos clientes, conferindo respostas céleres e criando soluções em tempo real. Encerra a ex clusividade de marcas internacionais de eyewear, de lentes oftálmicas de úl tima geração e acessórios óticos, ven dendo à unidade, sem imposições. A experiência laboral e a proximidade ao cliente torna a CCVO Beyond Optical Care no aliado infalível do profissional.
Imaginou a empresa nesta posição quando se lançaram em 2012? Recorde-nos essa aventura.
Foi uma aventura desafiante e trans formadora, que me fez crescer como pessoa e profissional. De um modo orgânico, inteirei-me e passei a sentir as dificuldades e desafios com que os empresários se deparam na gestão diá ria de uma empresa. Em 2012, a CCVO nasceu da força de vontade, dedicação e trabalho árduo dos elementos funda dores. Orgulhosamente, mantemo-nos todos na equipa. O input de recursos humanos que, gradualmente, incorporou o cerne da CCVO Beyond Optical Care permitiu uma evolução constante e consistente que nos levou a alcançar o patamar onde nos posicionamos, hoje.
Pode dizer-se que foi um percurso sempre em crescendo ou houve mo mentos mais desafiadores?
Felizmente, a espiral de evolução foi, maioritariamente, progressista. Con tudo, houve momentos mais desafiantes. Os primeiros anos apresentaram -se mais exigentes. A implementação da empresa no mercado, a definição de estrutura corporate, a conquista de con fiança do setor. Mais recentemente, a pandemia que nos apanhou a todos de surpresa e nos obrigou a reinventar e pensar em novas estratégias para superar o momento. Desde a génese da em presa crescemos todos os anos, inclusi vamente, durante a fase mais crítica da referida pandemia.
E que diferença aponta à CCVO em relação às concorrentes no mercado nacional?
A evolução de uma empresa é, entre outros fatores, fruto da sinergia, empe nho e trabalho dos distintos recursos que a integram. Aponto como um dos princípios de distinção, a identidade multidisciplinar da equipa CCVO Beyond Optical Care. Os nossos ele mentos de backoffice, a exemplo, de sempenharam funções nas várias áreas do negócio - atendimento ao balcão, oficina, consultório, gestão de equipas, tanto em multinacionais, como em óticas independentes. O conhecimen to adquirido é transversal e faz-nos compreender melhor as vicissitudes do negócio, conferindo uma sensibilidade acrescida aos desafios diários dos profissionais. Na equipa comercial, conta mos com elementos com uma vasta e longa experiência no setor, o que nos qualifica com distinção.
Isso ditou a mudança de rumo mais recente da empresa e ainda o respeti vo sucesso?
Indubitavelmente, o progresso é, na nossa perspetiva, uma consequência inevitável da conjugação de valências que conflui no ambicionado e natural sucesso.
De que forma enfrentam os desafios atuais impostos a todas os setores pela contração da economia? Consideram ainda estar em posição “confortável”? O conforto é inimigo do progresso. Ainda que a contração da economia seja um cenário real, estamos confiantes na consistência do nosso trabalho para enfrentar períodos mais contur bados, sabendo que a instabilidade pode funcionar como catalisador de metamorfose estratégica.
De uma forma global, o que anteci pam como “horizonte” para a ótica portuguesa? Mais aglomerações em torno dos grandes grupos, mais óticas independentes?
No horizonte, vislumbramos espaço para todos os formatos. Cabe ao óti co decidir qual o caminho a trilhar. Sendo que estamos preparados para o apoiar em qualquer um dos formatos.
Têm estratégias?
Temos, sim. A implementação da mar ca alemã de lentes oftálmicas, Visall, a celebração de protocolos com gru pos de média e grande dimensão, bem como, o lançamento de marcas de eye wear, altamente diferenciadoras, que virão suprimir lacunas no mercado ótico. Destacamos, igualmente, a dis tribuição pioneira das lentes Myoslow, reconhecidas, mundialmente, pelo controlo da miopia progressiva.
Que sonhos têm agora para o futuro da CCVO?
Os sonhos vão-se revelando, diaria mente, no caminho que percorremos. Sonhamos, delineamos e mantemo -nos focados nos objetivos desta aven tura que iniciámos há uma década. Encaramos o processo evolutivo como constante e essencial, tendo novas re soluções a anunciar num futuro próximo, qui çá, seja o mote para uma nova entrevista (risos).
"A experiência laboral e a proximidade ao cliente torna a CCVO Beyond Optical Care no aliado infalível do profissional"
A Shamir Portugal enveredou numa nova aventura com a produção de óculos. Okiatto Stylish denomina uma marca que se coloca na mão dos consumidores, deixando-os criar o seu próprio estilo. “Cada armação é feita à mão em Portugal pelos nossos artesãos com mais de 30 anos de experiência, o que significa que não existem duas armações iguais”, exalta o líder deste projeto e CEO da Shamir, Luís Feijó.
A Okiatto Stylish saiu à luz do dia, em 2020, no Porto. Antes disso, a startup preparou e desenvolveu o projeto na sede da Shamir, em Portugal. Culmina, agora, com o lançamento desta coleção de óculos – a primeira da Shamir em Portugal –, focada num segmento pre mium em termos de qualidade e rela ção com o consumidor.
Sob o mote Cria o teu estilo em três passos, a linha Okiatto Stylish disponibiliza diversas possibilidades de combina ções para um visual único. Ou seja, permite escolher entre diferentes tipos de armações e lentes, bem como as respetivas cores, para que os clientes das óticas possam perso nalizar os óculos ao seu gosto e, assim, alcançar um estilo original.
A coleção disponibiliza cinco modelos de armações – Chil lout, Hip Hop, Jazz, Reggae e Rock, cada um com duas op ções de cor. Como não podia deixar de ser, as peças Okiatto completam-se numa oferta de lentes de qualidade. Conta, também, com 15 cores de lentes fotocromáticas PhotoGlamour with Transitions Uniforme e Degradê, que, com uma ativação inteligente, se adaptam automática e rapidamente às alterações de luminosidade, garantindo proteção total contra os raios UV. No topo de tudo isto, os óculos Okiat to Stylish estão disponíveis para lentes neutras, unifocais e progressivas, que podem ser personalizadas consoante a graduação a incorporar.
A nova insígnia faz parte do plano de produção de armações Handmade in Portugal da Shamir, uma iniciativa que nasceu em 2020. Este empreendimento centra-se na produção de armações em acetatos italianos de referência da famosa Mazzucchelli, com acabamento realizado à mão por experientes arte sãos nacionais. O projeto destaca-se, ainda, pelo facto de reforçar a missão da empresa de dar continuidade a pro fissões em extinção.
Luís Feijó sublinhou que “o lançamen to da coleção Okiatto Stylish permite -nos colocar no mercado um produto único, de grande qualidade, dando aos clientes a liberdade para criar o seu próprio estilo, selecionando a com binação perfeita de lentes e armação.
Cada peça é feita à mão em Portugal pelos nossos artesãos com mais de 30 anos de experiência, o que significa que não existem duas armações iguais. A missão deste projeto é dar continui dade a profissões em extinção, sendo a produção de armações na Europa uma delas”.
A marca de coração havaiano convidou uma comitiva de imprensa internacional numa experiência cheia de sol, em Palma de Maiorca. Nada melhor do que a regata real de vela Copa del Rey, em pleno mar Mediterrâneo, para entrar no espírito Aloha e comprovar as melhores tecnologias da Maui Jim ao serviço da proteção visual. Entre 1 e 3 de agosto, a equipa da Millioneyes assistiu ao fabuloso empreendimento de marketing que esta casa opera em prol da expansão da insígnia nascida no Maui e que tem como prioridade apoiar o trabalho dos óticos fieis à Maui Jim. Numa conferência informal com Martijn Van Eerde, diretor sénior de marketing, falou-se por onde viaja atualmente a Maui Jim, a aventura de futuro sob desígnio da Kering e de uma equipa que se move à conquista dos compradores mais exigentes.
A receção ao grupo de jornalistas que segue as atividades mais aventureiras da Maui Jim há mais de dez anos, fez -se com “pompa e circunstância”. O hotel sumptuoso Castillo Son Vida e o pôr do sol inesquecível da ilha de Palma de Maiorca, foi o palco de reencontro entre imprensa e a equipa Maui Jim e ainda os patrocinadores do grande evento desportivo, que envol veu 111 equipas de 18 nacionalidades. A 40ªedição desta Copa del Rey arran cou no dia seguinte, sob o nosso olhar
próximo, no catamaran da Maui Jim. Levou-nos numa viagem pelo evento desportivo através das cores das lentes com tecnologia PolarizedPlus 2, habilmente colocadas ao dispor de todos os espetadores da prova, sem exceção. E não só!
Aos convidados da Maui Jim, a marca propôs ainda os produtos das marcas com que se relaciona, porque afinal esta é a empresa que se baseia nessa li gação intensa humana, desde sempre. Desde os protetores solares da Ger
maine de Capuccini, marca de cosmé tica de luxo com que mantêm parceria no Reino Unido e que é oferecida aos retalhistas que apostem na Maui Jim. Passando pelos chapéus produzidos pelo tenista Fernando Verdasco, em baixador da casa e com quem desen volveram um design durante a pande mia dedicado aos parceiros especiais, pela garrafa reutilizável da Ecomar, uma organização que se foca em reti rar o plástico do mar e cuja diretora da empresa é a velejadora olímpica espa
nhola Theresa Zabell e com quem a Maui Jim partilha valo res, pela Flor de Sal D’es Trenc, típico das ilhas Baleares, até à relação com a famosa marca desportiva North Sale que se materializou numa toalha de praia. Claro que para lá das ligações emocionais há também uma estratégia bem montada para disseminar a Maui Jim, tam bém aos consumidores destas insígnias premium, e às regiões onde estas atuam.
No rescaldo de um dia intenso de desporto, mar e muito sol, o encontro com Martijn Van Eerde serviu de atualiza ção às ações da Maui Jim, empresa com destaque no merca do norte-americano e que agora está centrada na conquista da Europa.
A aposta distintiva da Maui Jim no que diz respeito à pu blicidade da marca centrou-se desde o início em estar onde as pessoas compram óculos de sol. “A determinado ponto pensámos que seria interessante divulgar a marca onde as pessoas os usam de facto!”, lançou o diretor sénior de marketing. Ou seja, a Maui Jim hoje tem presença em resorts de luxo, terminais de aeroporto para jatos privados, clubes de praia ou espaços de aluguer de iates. E não se expressa apenas com um expositor de óculos e um representante. Impõe-se da mesma forma que o fundador Walter Hester
fez nas praias do Havai, levando o produto em que acre ditava às pessoas e emprestando sem compromisso. “Os consumidores são convidados a comprovar a diferença in loco da visão através das nossas lentes, durante o tempo, por exemplo, em que limpamos os seus óculos e, naqueles minu tos, enquanto conversamos, podem olhar a cor da piscina. Quando colocam de novo os próprios óculos veem que “ a cor fugiu”. “Forçamos” a experiência e inclusive colocamos o produto no quarto, à semelhança dos flip flops, para que possam ser usados durante a estadia. Ou então durante o por do sol no bar em que colocamos ao dispor os óculos para uma experiência superior de cor. Mesmo aqui, em Pal ma de Maiorca, estamos a replicar o que temos no Maui. Em vez de alocarmos recursos em muitos sítios, vimos em busca das muitas nacionalidades europeias que passam nes tes locais veraneantes estratégicos. No Maui, a Maui Jim está presente em muito pontos turísticos e poucos saem da ilha sem conhecer ou ouvir falar da marca. A intenção não é vender, mas dar a conhecer a marca. Claro que vendemos, mas recorremos a óticas para ajustes e lentes com prescri ção. Estamos sempre a trabalhar em benefício dos óticos. Não estamos em Hollywood mas movemo-nos nos locais que interessam e onde fazemos a diferença.” concluiu Mar tijn Van Verde.
Desde a pequena empresa das praias havaianas até estar no rosto do jogador de futebol mais famosos do mundo, a Maui Jim conquistou um percurso admirável. As parcerias com eventos desportivos continuam a distinguir esta marca. O “casamento” com o Manchester United é um exemplo de suces so e continua com sucesso…e Cristiano Ronaldo aceitou ser difundido com uns óculos da marca depois de muito empenho da equipa de marketing. A presença nos grandes eventos de ténis também continua, embora sem o selo de patrocinador oficial da Associação de Profissionais de Ténis (ATP na sigla em inglês).
Mais recentemente destacou-se a asso ciação à única equipa norte-america na de Fórmula 1, Haas F1 Team. “São muito competitivos e nós identifica mo-nos com esta filosofia. As cultu ras encaixam bem. Ainda por cima, celebrizou-se através da série da Net flix, Drive to Survive, porque o team leader da Haas,Guenther Steiner, tem destaque. É muito engraçado, com um sotaque inglês particular e trata-se de um homem incrível. Temos passado muito tempo juntos. Também temos seguido de perto as passadas de Mick
Schumaker, o que tem sido uma oportunidade”.
A parceria com o World Tour de Golf também prossegue e num período de grande comoção na modalidade. Sur giu uma nova liga concorrente que quer arrebatar os jogadores para as suas fileiras e tem trazido muitos olha res para o golf.
A fechar o ciclo de uniões desportivas, Martijn Van Eerde apontou ainda a ligação à SailGP. “É um mundo mag nético. O fundador é Larry Ellison, co-fundador da Oracle, uma das pes soas mais ricas do mundo e com uma enorme paixão pela vela. Sempre teve a frustração de não haver algo semelhante às tour da Fórmula 1 para a vela, por todo o mundo. Por isso, fez um grande investimento para lançar a SailGP, com garantia de pelo menos cinco anos do evento. Vamos na tercei ra época e tem corrido super bem. Es tamos orgulhosos com esta parceria.”
A grande questão que pairou sobre este reencontro entre a imprensa in ternacional e a equipa da Maui Jim foi mesmo sobre a aquisição da Kering. A Maui Jim ainda não faz parte da fileira de marcas do grupo dedicado ao luxo,
"A ser comprada por um grupo, a Kering é perfeita. Seremos parte de uma família maior e tiraremos vantagens disso e vice-versa"
mas o acordo foi selado e, depois da aprovação dos diferentes países, vai avançar. A Maui Jim segue a compra da Lindeberg e a expectativa é grande. A Kering tem a capacidade de alavan car a marca a uma dimensão global e rapidamente e, nos mais recentes re sultados financeiros da companhia, tornados públicos recentemente, o segmento eyewear está a ganhar ex pressão e foi, aliás, a primeira vez que teve espaço nos gráficos dos lucros. Portanto, avizinham-se mudanças no futuro da Maui Jim. Mas serão nível da filosofia corporativa? Martijn Van Eerde esclareceu que, “Na minha opi nião muito pessoal acho que, quando se aposta numa marca de luxo com um determinado caráter, não há grande interesse em fazer enormes alterações, mesmo porque é importante manter a confiança dos investidores. Aliás, Roberto Vedovotto, presidente e CEO da Kering Eyewear, explicou no dia se guinte ao anúncio do acordo de aquisição, num podcast, o que os atraia na Maui Jim. Exultou o espírito Aloha e a admiração que conquistamos por par te do retalho e dos consumidores e que também querem absorver isso. Como uma empresa relativamente pequena com investimentos à medida da nos sa dimensão, fazemos muito. E muitos óticos até veem isto como vantajoso porque podem usar as muito desen volvidas plataformas da Kering para também comprar a Maui Jim. E a ser comprada por um grupo, a Kering é perfeita. Seremos parte de uma famí lia maior e tiraremos vantagens disso e vice-versa. O grupo tem interesse na tecnologia em lentes de prescrição que ainda não têm.”
Entrevistámos um verdadeiro filho da ótica com grandes expetativas. Garret Leight descende de uma lenda do mercado e viveu desde o nascimento entre óculos icónicos, arte e muita criatividade.
A Oliver Peoples paterna, de Larry Leight, está no seu percurso, mas percorreu um caminho original que o levou a construir a Garret Leight California Optical. Muito sua, muito diferente e com muito sentido californiano, não nega as raízes, no entanto inventa uma nova história que se escreve em desenhos intemporais e em ligações com outros parceiros inventivos. Apresentamos Garret Leight!
Ter nascido sob o legado de Larry Leight, o fundador da Oliver Peoples, deve ter sido um desafio para quem se queria estabelecer em nome próprio. Como usou tudo isto para construir a Garret Leight California Optical? Foi tanto desafiante como proveitoso. De tantas formas, sinto-me afortunado por ter o meu pai e os seus imensos conhecimentos sobre a indústria. Eu próprio trabalhei na
Oliver Peoples logo a seguir à faculdade e usei essa oportu nidade para de certa maneira fazer uma espécie de “enge nharia inversa” do que o mau pai construiu ali. Posterior mente, peguei em toda a aprendizagem e apliquei naquilo que queria que fosse a minha marca, que reflete quem eu sou, os meus gostos e a minha comunidade.
E como participou o Larry nesta nova aventura, em 2009? Naquela altura, o meu pai ainda trabalhava na Oliver Peo ples, depois desta ser comprada pela Luxottica, e portanto a sua participação era não-existente. Eu, claro, corria atrás dele em busca de conselhos, como pai, mas sem qualquer envolvimento no negócio quando iniciámos.
E, no entanto, acabaram por desenhar uma coleção juntos. Como o envolveu no “regresso” à ótica independente? Não foi preciso muito (risos). Quando o seu tempo na Oli ver peoples terminou, a sua energia criativa tinha diminuí do muito, por causa das exigências do trabalho para uma grande corporação, em que se considera mais o objetivo final do que a visão e perspetiva do design. Mesmo assim, no fim do contrato ele ainda tinha tantas ideias e visões e empenhar-se nesta colaboração foi um passo natural na sua carreira. Aliás, a linha que criámos, a Mr. Leight, foi fun dada sobre o meu entendimento de que o meu pai ainda tinha tanto para dar à comunidade ótica. Queria garantir -lhe uma plataforma onde fosse um criativo independente de novo e onde pudesse desenhar sem limites.
Apesar do facto de estabelecer a Gar ret Leight California Optical num período de comoção financeira mun dial, a marca venceu. Qual foi a estratégia para este sucesso?
É engraçado que ambas Oliver Peo ples e Garret Leight California Op tical (GLCO) foram instituídas du rante períodos financeiros complexos.
O que aprendi desta experiência e o que descobri sozinho foi que, num mercado instável as pessoas sentiram-se muito atraídas pelos que fazemos melhor: clássicos intemporais e dis cretos que são investimentos sólidos.
A nossa coleção basilar expressa-se em designs que “vivem” na marca desde os primeiros anos e são constantemen te os nossos bestsellers, porque nunca passam de moda. Outro fator sobre o qual nos focamos é no nosso incrível
serviço ao cliente. Num mundo de incertezas, fazer negó cios com uma empresa em que se deposita confiança e que se sabe que farão o melhor para cuidarem dos seus parcei ros é incrível.
E como aconteceu o salto dos EUA para o mundo? A marca nasceu na minha cidade natal, Venice, Califor nia, mas quando lancei a minha primeira coleção eu levei-a para a Europa. Sabia que a comunidade da ótica europeia era muito forte e tive o apoio do meu pai, por isso peguei numas amostras e visitei pessoalmente os melhores óticos de todo o mundo, pedindo-lhe que comprassem. Ou seja, quando abri a minha pequena ótica em Venice Beach e começámos a vender, a Europa já nos conhecia.
A Califórnia é a maior inspiração desta GLCO ou o legado familiar supera-a?
Ambas, claro! Tudo o que fazemos transpira o nosso amor pela Califórnia, mas obviamente que não compartimento o legado da minha família em termos de quanto isso afeta a marca. Eu diria que a GLCO é mais centrada na Califórnia no que diz respeito ao seu ADN e a Mr.Leight (ainda que muito inspirada na Califórnia) tem mais o legado fa miliar e a jornada do meu pai.
A GLCO é mestre nas colaborações. Como se processam estas uniões criativas?
Estamos sempre em busca de parcerias naturais, que sejam autênticas para a marca. No início, trabalhei com amigos que também tinham negócios. Com o passar dos anos, as colaborações tornaram-se maiores e maiores. No entan to, ainda hoje fazemos colaborações com marcas de nicho como a Metalwood, que realmente gostamos e nos inspira, e com algumas maiores com o título das melhores na sua classe, como a Rimowa.
E há planos para mais colaborações originais?
Sim, temos algumas já alinhadas para o futuro e que são entusiasmantes. Mal posso esperar por lançá-las!
E por falar em futuro, que sonhos tem para a GLCO?
Penso que o meu sonho para a GLCO passa, obviamente, pelo crescimento da empresa, embora mantendo o que nos torna especiais. No fundo, só que ro criar produtos bonitos que continuem a inspirar as pessoas.
Em termos gerais, acha que o futuro do eyewear depende das empresas in dependentes como a GLCO, ou, tal como aconteceu à Oliver Peoples, ha verá um agrupamento para se mante rem no mercado?
A indústria sempre foi uma combina ção de ambas essas realidades. Empre sas pequenas e independentes conse guem proporcionar uma experiência de venda premium a ambos óticos e consumidores finais, que as grandes companhias não providenciam. Mas como em todas as indústrias, os gigantes são gigantes por alguma ra zão. E mantêm muitas lojas ativas com as suas marcas e os seus budgets monstruosos. Acredito que no futuro - como no passado - vai haver equilí brio entre os dois mundos.
é a marca de lentes que os profissionais de saúde visual mais recomendam em todo o mundoPesquisa quantitativa realizada numa amostra representativa de 958 profissionais de saúde visual independentes pela CSA em fevereiro de 2019França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha, EUA, Canadá, Brasil, China, Índia.