Notícias do Mar n.º 401

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Notícias do Mar

Economia do Mar

Sardinha de Aquacultura para a Indústria e do Mar para a Grelha Aquacultura pode produzir a sardinha que a indústria necessita E se houvesse sardinha com fartura para a indústria conserveira, não faltasse aos portugueses na altura que gostam de a comer assada, deixasse de haver quotas de pesca para as traineiras que deixavam de serem obrigadas a parar e a receberem subsídios?

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Pedro Pousão, investigador e director da Estação Piloto de Piscicultura de Olhão do IPMA 2

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ara respondermos a estas questões, fizemos uma série de perguntas a Pedro Pousão Ferreira, investigador e director da Estação Piloto de Piscicultura de Olhão do IPMA, uma infra-estrutura de investigação, de enorme prestígio internacinal, pela colaboração com Institutos e Universidades e por fomentar a transferência de tecnologia ao sector produtivo, sendo um pilar importante na formação científica e técnica, tanto ao nível profissional como universitário. A Estação Piloto de Piscicultura de Olhão começou a investigar há três


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Entrevista Antero dos Santos Entrevistado Pedro Pousão Ferreira, investigador, biólogo e director da Estação Piloto de Piscicultura de Olhão do IPMA

anos a possibilidade produzir a sardinha em aquacultura. Seguem-se as perguntas que fizemos e as respostas de Pedro Pousão. – O IPMA tem produzido espécies nos tanques que depois lança no mar. Qual é o objectivo? PP - O IPMA (na altura Instituto Português de Investigação Marítima) quando instalou recifes artificiais na Costa Algarvia, entre 1990 e 2003 fez diversos ensaios ligados ao repovoamento para perceber se esta medida tinha impacto no povoamento dos recifes e se as espécies sobreviviam e ficavam nas proximidades. Estas experiências tinham, além disso, como objectivo avaliar se o repovoamento com peixes produzidos em cativeiro teria sucesso na recuperação de espécies sobreexploradas pela pesca. Os resultados foram bastante satisfatórios e mostraram uma rápida adaptação ao meio e alimento natural. Foram efectuados, também entre 2013 e 2019, repovoamentos com mero, em colaboração com os clubes de mergulho, para restaurar esta espécie em locais de mergulho. Os resultados destas experiências têm sido bastante positivos, em particular em zonas de extenso recife natural, que constitui o habitat preferencial desta espécie. -Que espécies de peixes o IPMA conseguiu produzir? PP - O IPMA consegue produzir diversas espécies marinhas, mas estes repovoamentos foram efectuados com dourada

Estação Piloto de Piscicultura de Olhão do IPMA, junto à Ria Formosa

e sargo comum numa primeira fase e depois com sargo safia, sargo veado e até com linguado. As experiências com mero têm sido realizadas com menores quantidades de exemplares, dada a natureza territorial e a lentidão do crescimento desta espécie, até um tamanho que permita evitar os pre-

dadores naturais, acima de 1 kg por exemplar. Portugal importa 20.000/25.000 t de robalo e dourada por ano - Quais as espécies que são produzidas em aquacultura em Portugal? São

para consumo nacional, ou são também exportadas? PP - São produzidos comercialmente dourada, robalo, linguado e pregado (e outras espécies como os sargos e a corvina, mas em menor quantidade) em água salgada e truta em água doce. O país é deficitário em peixe, nomeadamente, im-

Já temos uma 2ª geração de sardinha em aquacultura 2020 Maio 401

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O IPMA consegue produzir para repovoamento dourada, sargo comum, sargo safia, sargo veado e linguado

porta cerca de 20 000t-25 000 t de robalo e dourada por ano o que não quer dizer que as empresa por

outro lado não exportem. No caso dos bivalves são produzidas ostras, ameijoas e mexilhão,

sendo a ostra exportada em grande parte para França. - O IPMA domina a tec-

nologia para a produção da corvina em tanques. Como a corvina é um peixe que atinge grande peso e dimensões, esta espécie não poderá ser produzida no mar? PP- A corvina é uma espécie muito interessante para a aquacultura por se adaptar bem ao cativeiro, ser uma espécie conhecida do consumidor, crescer mais rápido que a dourada e o robalo e permitir atingir rapidamente uma dimensão que permite o processamento (ex. postas, filetes) atingindo um maior leque de consumidores. A corvina pode ser produzida em terra, em tanques de terra (aqua-

Foram efectuados, entre 2013 e 2019, repovoamentos com mero, em colaboração com clubes de mergulho 4

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A corvina pode ser produzida, crescendo rapidamente e com sucesso

cultura semi-intensiva) ou em sistemas intensivos (ex. tanques de betão ou jaulas). É uma espécie que pode ser produzida, crescendo rapidamente e com sucesso, em sistemas de recirculação com temperatura controlada, 24-25ºC. Pode, também, ser produzida em mar aberto, em jaulas. O crescimento é mais lento, mas poderá ter outras vantagens em termos de custos de produção, de espaço para se obterem exemplares de maiores dimensões e provavelmente com maior firmeza da carne devido a temperatura mais fria. Poderá ser uma aposta interessante, pré-engordar até cerca de 200g500g e depois produzir parte em terra em recirculação (RAS), até cerca de 2-3Kg, e outra parte no mar, em jaulas, até estas dimensões ou maiores. Povoar jaulas com exemplares de maiores dimensões facilita porque a malhagem das redes poderá ser maior com menor resistência a correntes e ondulações. - Nos tanques a corvina consegue-se produzir em grandes quantidades. 2020 Maio 401

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Libertação de meros em Sagres na presença da Ministra do Mar

Como se pode fazer crescer a corvina, para um tamanho comercial? Qual o peso mínimo que deve ter e quanto tempo leva a crescer até esse tamanho? PP - Sendo uma espécie que atinge grandes dimensões, (ex.1,5m e 40kg) o peso dos indivíduos para consumo deve ter no mínimo cerca de 2kg, tamanho em que o exemplar já apresenta uma boa percentagem de carne, tendo esta uma melhor textura. Exemplares mais pequenos, nomeadamente da dimensão de prato da dourada e robalo, cerca de 400g, pela fisionomia desta espécie, têm uma cabeça e cauda desproporcionalmente grande e pouca carne. 6

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Actualmente a espécie está bem estudada em Portugal e noutros países europeus e existem no mercado alimentos, rações compostas, específicas para esta espécie. O tempo de crescimento depende da temperatura da água e pode variar muito. Desde 20g até 1,5Kg-2kg, em mar, pode levar 18-24meses e em sistemas aquecidos (RAS) cerca de 12-14 meses. Portugal importa 70% de pescado e faltam investidores para a aquacultura - Quanto ao investimento em aquacultura. Há fal-

ta de investidores para a aquacultura em terra ou no mar? PP - Têm aparecido alguns investidores e a aquacultura neste momento está em crescimento em Portugal. Julgo que, como em muitos negócios, quando aparecem investidores com alguma dimensão normalmente atraem outros. Por outro lado, quer Portugal quer a UE em geral importa mais de 70% do pescado que consome, o que nos tempos actuais, com o crescimento económico de países tradicionalmente fornecedores e com o crescimento da população mundial, a dependência alimentar é um problema preocupante que deve merecer

a maior atenção. Os produtos do mar são essenciais para uma saúde e envelhecimentos saudáveis devido aos Ómega 3 marinhos que deles obtemos. Acredito que nos próximos anos esta actividade terá um crescimento muito grande. - Que espécies de peixes se podem fazer em aquacultura no mar? PP - Em Portugal continental dourada, robalo e corvina. Na Madeira dourada e lírio (charuteiro, Seriola spp.) porque têm uma temperatura média da água do mar mais quente e não existe lá robalo ou corvina. Nos Açores, o lírio por não existirem as outras espécies (dourada, robalo e corvina) e por ter uma


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Mero

temperatura da água que permite a produção do lírio. Para se produzir uma espécie de peixe é necessário, para cada local, que a espécie eleita tenha o seu ciclo de vida dominado em cativeiro,

de modo a se poderem adquirir os juvenis para iniciar a engorda, ter os conhecimentos zootécnicos necessários sobre a sua produção e ter alimentos compostos garantido a sua engorda até ao peso comercial.

Já temos uma 2ª geração de sardinha em aquacultura – O IPMA já conseguiu que a sardinha se reproduzisse em tanques. O que falta para a sardinha crescer? Quantos anos são neces-

A sardinha do mar é para assar 8

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sários para a sardinha atingir um tamanho adulto? PP - O IPMA, na Estação Piloto de Piscicultura de Olhão (EPPO), consegue que a sardinha se reproduza em tanques de forma natural. As primeiras posturas foram obtidas em 2007 mas nessa altura não havia o interesse actual. Retomámos novamente em 2016 com animais selvagens capturados na Costa Algarvia, com cerca de 15g a 20g, que cresceram nas nossas instalações e cerca de um ano mais tarde começaram a pôr ovos de forma natural e espontânea. Desses ovos têmse produzidos juvenis e adultos que por sua vez já efectuaram posturas. Existem assim sardinhas nascidas em cativeiro que já se reproduziram e temos uma 2ª geração em aquacultura. Em cerca de 1 ano as sardinhas nascidas em cativeiro atingem o tamanho mínimo de captura de 12cm. As evoluções do resultado do estudo de uma espécie dependem do esforço de investigação despendido e dos financiamentos para ensaios e análises. Os trabalhos com a sardinha, dividem as estruturas e os recursos com o trabalho de investigação com outras espécies como a corvina, dourada, robalo e linguado que, pelos compromissos com a indústria, não pode trabalhar apenas para esta espécie. Neste momento nada falta para a sardinha crescer falta sim, como para todas as espécies cultivadas, o tempo necessário para fazer diversos


Notícias do Mar

É preciso pôr menos pressão nos stoks selvagens

ensaios desde o cultivo larvar à nutrição dos juvenis e reprodutores de forma a maximizar o seu crescimento e sobrevivência. Este trabalho foi feito ao longo de anos para a dourada, robalo ou corvina para se atingir o ponto de conhecimento e de crescimento actual. Adaptando-se bem ao cultivo em tanques a sardinha apresenta um potencial para atingir o mesmo tipo de resultado de cultivo regular, em tempo semelhante ao da corvina, dependendo do esforço aplicado na investigação da espécie, nos próximo 8 a 10 anos. – A sardinha é a espécie mais perseguida pelos predadores. Deitar sardinhas produzidas nos tanques no mar, não servirá apenas para alimentar as outras espécies? R: Não se pretende

deitar sardinhas em cativeiro ao mar como não se deitam as outras espécies. No entanto, foi abordada a hipótese de realizar experiências com sardinhas marcadas que podem ser feitas de forma controlada, como

já foram realizadas com sucesso com as outras espécies descritas atrás e que poderão dar informações que ajudem a compreender o que se passa com os stocks naturais bem como ajudar na sua gestão.

Aquacultura pode produzir a sardinha que a indústria necessita – A sardinha produzida em aquacultura não será um excelente produto para a indústria conserveira?

Espécie muito popular pronta para grelha 2020 Maio 401

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Na aquacultura em 8 meses há petinga para as conservas

PP - Será seguramente um produto dirigido a esta indústria, que utiliza cerca de 20 000t por ano desta espécie. A produção em cativeiro permite garantir quantidades, ta-

manhos e perfil de composição nutricional de acordo com o pretendido, criando um produto específico. A sardinha em conserva é um produto com dimensão espe-

cifica e que é cozinhado e temperado, pelo que a aquacultura pode produzir produtos de acordo com as necessidades desta indústria. – Não se poderia forne-

Em apenas um ano em aquacultura, a sardinha pode servir a indústria 10

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cer a indústria conserveira nos meses de defeso com a sardinha de aquacultura, para que depois de ser pescada não houvesse tanta pressão da indústria? PP - A ideia é vir a fornecer esta indústria. O preço actual da sardinha, que atingiu também uma popularidade em termos de turismo (é grande o merchandising associado a esta espécie), começa a torná-la incomportável para a indústria conserveira. Tornou-se uma espécie muito popular em termos de consumo na restauração e pelas famílias. Actualmente já se consome ao longo do ano sardinha assada congelada. Existe assim aqui um espaço diferenciado para sardinha produzida em aquacultura à medida para a indústria conserveira e a sardinha capturada na pesca para o consumo directo. Numa perspectiva de recuperação da população da sardinha selvagem, a utilização de sardinha pequena para conserva (não sujeita a tamanho mínimo e com bom preço por ser de aquacultura), põe menos pressão nos stoks selvagens. Deste modo, darse-á uma oportunidade à sardinha juvenil selvagem de se reproduzir e crescer para chegar ao tamanho ideal para consumo em fresco. O crescimento do consumo, da população mundial, obriga ao crescimento da produção de alimentos e a sardinha tem grande potencial e deve ser considerada, como outras espécies, um alimento a produzir.


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Náutica Texto Antero dos Santos

Náutica de Recreio

Quatro Barcos para Carta de Marinheiro

Bayliner VR5 OB

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pós duas décadas com os desportistas náuticos a desesperarem por não puderem comprar e

pilotar barcos seguros para passearem com a família, fazerem pesca, mergulho ou desportos aquáticos, porque ape-

nas possuiam a Carta de Marinheiro, vamos apresentar quatro embarcações que os vão satisfazer.

A razão desta possibilidade era porque a Carta de Marinheiro até 2019 limitava a potência autorizada em 60 HP e agora

Capelli Tempest 625 Fishing 12

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Náutica

Isonáutica Sport Cruiser 560

apenas limita o comprimento do barco em 12 metros. Quanto à potência, é aquela que for adequada à embarcação e estiver certificada no Livrete. Existem milhares de titulares com a Carta de Ma-

rinheiro, experientes em navegação e com anos de prática, que nunca estiveram dispostos a frequentarem o curso que os habilitava à Carta de Patrão Local, com a qual já podiam pilotar os barcos que

o Notícias do Mar agora apresenta. Pois é a altura de aproveitarem e não deixarem caducar a validade da sua Carta de Marinheiro. Agora há muitas embarcações que já podem conduzir e

satisfazê-los. Os barcos que apresentamos são: BAYLINER VR5 OB, CAPELLI TEMPEST 625 FISHING, ISONAUTICA SPORT CRUISER 560 e KARNIC SL 800.

Karnic SL 800 2020 Maio 401

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Náutica Texto Antero dos Santos

Bayliner VR5 OB

Barco Muito Funcional e Desportivo

Bayliner VR5 OB

O Bayliner VR5 OB, embarcação Bowrider com 6,20 metros de comprimento, com a motorização máxima de 200 HP, que permite um uso muito polivalente, está agora acessível aos portadores da Carta de Marinheiro.

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Posto de pilotagem 14

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s habilitações da Carta de Marinheiro, antes do novo Regulamento da Náutica de Recreio, apenas permitiam que o seu titular conduzisse uma embarcação até aos 6 metros de comprimento e com a potência máxima de 60 HP. Agora pode pilotar um barco até aos 12 metros de comprimento e o barco com a potência adequada, aquela que o estaleiro recomendar. O Bayliner VB5 OB pelas suas características polivalentes, com um comprimento seguro, aci-


Náutica

Banco do copiloto

ma dos 6 metros e com uma motorização potente, serve bem os que queiram sair para o mar para passear, pescar ou fazer mergulho e com as águas planas praticar o esqui e

o “wakeboard”. Agora o Bayliner VB5 OB é um barco bem aconselhado para os que têm a Carta de Marinheiro para navegar no mar até 3 milhas da costa e 10 milhas de

um porto de abrigo. As embarcações Bayliner são importadas e distribuídas em exclusivo para Portugal pela Touron Portugal. No modelo Bayliner

O design inovador da proa, com o “BeamForward” da Bayliner 2020 Maio 401

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Náutica

Bayliner VR5 OB tem um extraordinário casco, com um V profundo

O poço 16

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VR5 OB combina-se bem a optimização do espaço com um estilo distinto e desportivo, permitindo usufruir neste barco de banhos de sol num amplo solário à popa e um amplo convívio nos cómodos assentos no poço. O estilo e visual do Bayliner VR5 OB demonstra que o barco também está indicado para os que gostam de velocidades. O Bayliner VR5 OB mantém o conceito tradicional dos barcos Bayliner com um casco navegador e adiciona mais funcionalidade que lhe confere principalmente o design


Náutica

O Bowrider

taforma de banho. Esta opção separa a plataforma de banho, do interior do poço, em vez de ser parte da mesma. O poço comporta 6 porta-bebidas O Bayliner VR5 OB comporta um para-brisas que protege bem o posto de comando e o copiloto.É aberto ao meio para pas-

sagem para o Bowrider. O piloto tem um banco ergonómico estofado e giratório que oferece excelente conforto e permite duas posições de condução, sentado ou em pé encostado. No painel de instrumentos está um rádio estéreo AM / FM 120w à prova de água, com en-

trada para iPod e MP3. O piloto tem o volante acolchoado e conduz com direcção hidráulica O poço tem uma borda alta e segura e permite diferentes acomodações. O banco de bombordo oferece muita flexibilidade, com o encosto amovível com três posições dife-

inovador da proa, com o “BeamForward” da Bayliner. que alarga bastante o bowrider. O resultado é uma área muito mais espaçosa e com maior capacidade em comparação com os modelos tradicionais com a proa em V. Deste modo é muito amplo o solário que se monta junto dos encostos, com excelentes estofos. O poço é auto-escoante e comporta o novo design “AftAdvantage”, que amplia uma confortável área de acomodação com os bancos, aproveitando todo o espaço até à popa, onde se implanta uma pla-

Banco à popa 2020 Maio 401

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Nรกutica

O Bayliner VR5 OB atinge excelentes velocidades

Mesa no poรงo 18

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Compartimento para gelo


Náutica

e cinzento. Tem cinco opções de cor para a linha de água, laranja, turquesa, vermelho, azul e cin-

zento que combina muito bem com os detalhes em prateado. Para os praticantes dos

desportos aquáticos, o Bayliner VR5 OB tem uma torre de Wakeboard Xtreme. Esta torre tem um T-

Mercury F115 EFI O

rentes e com o banco da popa reconverte o espaço num solário. O banco à popa tem o encosto amovível para se aceder a um compartimento sob o solário, onde se pode guardar uma geleira. Para os piqueniques náuticos, pode-se montar uma mesa no meio do poço. Para arrumar os esquis e pranchas existe um espaço de armazenamento integrado no piso. O casco tem um desenho inovador e atraente, disponível em branco, azul, preto, vermelho, azul

motor Mercury F115 EFI a 4 tempos, é dà nova geração de motores Mercury a 4 tempos de 80/100/115, um conjunto de motores inovadores, construídos com a mesma arquitectura do popular e de grande prestígio Mercury F150 EFI, notável no arranque a frio, com um funcionamento sempre estável e de grande durabilidade, em quaisquer condições de navegação. O Mercury F115 EFI caracteriza-se por incorporar as últimas inovações tecnológicas da Mercury, conseguindo uma elevada combinação de potência e força com inigualável poupança de combustível. O motor do Mercury F115 EFI tem um bloco com 2,1 litros de cilindrada, quatro cilindros, oito válvulas e uma árvore de cames. Este motor, com apenas 163 Kg, caracteriza-se por ser o mais leve e de mais baixo perfil, no seu segmento de potências e é o que proporciona mais potência e mais binário que a sua concorrência. O sistema EFI, a injecção electrónica de combustível Mercury consegue um melhor controlo do fluxo do combustível, proporcionando grande economia no consumo. Notável é a transmissão com um design hidrodinâmico que é totalmente inovadora a nível mundial, com uma relação de caixa de 2.07:1 que melhora a eficiência, reduz o consumo e aumenta as RPM. O motor funciona de forma notavelmente muito silenciosa e suave, graças à parte superior do motor estar perfeitamente insonorizada, terem sido instaladas diversas componentes do motor, como o corpo de aceleração, de modo a reduzir vibrações e diminuir o ruído da admissão e ainda o seu escape ser muito silencioso. Outra inovação neste motor são as válvulas sem manutenção, porque ele torna-se mais simples de manter, com apenas a mudança de filtros de óleo e de combustível e também com a lavagem do motor com água doce através do sistema de lavagem. Quanto à Garantia, ela é por 5 anos.

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Náutica

A motorização vai dos 115 HP aos 200 HP

Top integrado Para navegar, o Bayliner VR5 OB tem um extraordinário casco, com um V profundo com 20 graus de ângulo à popa e planos de estabilidade laterais muito salientes. Com este casco o barco arranca rápido, navega contra o mar com mui-

to conforto sem bater e quando está parado balança muito pouco O Bayliner VR5 OB está muito bem equipado com equipamentos standard e tem à disposição do cliente diversos Packs de acessórios que permite aumentar muito a polivalência do barco.

Características Técnicas

Compartimento para guardar pranchas 20

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Comprimento Total

6,23 m

Comprimento casco

6,19 m

Boca

2,40 m

Calado

0,86 m

Peso

1.450 Kg

Depósito combustível

132 L

Ângulo à popa

20º

Lotação

9

Certificação CE

C

Potência aconselhada

115 HP a 200 HP

Motor

Mercury 115 XLPT EFI CT

Preço barco / motor

a partir de 29.110 € + IVA

Importador TOURON PORTUGAL Telf: 21 460 76 90 geral@touronsa.pt - www.touron-nautica.com/pt


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Náutica Texto Antero dos Santos

Capelli Tempest 625 Fishing

Completa Satisfação para Pescadores O novo Capelli Tempest 625 Fishing, com 6,25 m de comprimento e equipado com motor até 200 HP, que foi desenvolvido pelo estaleiro para servir os pescadores, agora pode ser pilotado por um titular da Carta de Marinheiro.

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Volante e painel de instrumentos 22

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ntes do novo Regulamento da Náutica de Recreio agora em vigor, um portador da Carta de Marinheiro, estava habilitado para conduzir apenas embarcações até os 6 metros de comprimento e com a potência máxima de 60 HP. Agora pode conduzir um barco até aos 12 metros de comprimento e quanto à potência, será a adequada, isto é, aquela que o estaleiro recomendar. O Capelli Tempest 625 Fishing pelas suas características de semi-rígido, e também devido ao seu comprimento, acima dos


Náutica

Capelli Tempest 625 Fishing

6 metros é um barco muito seguro e confortável para se bater no mar à procura dos pesqueiros junto ao litoral, porque o titular da Carta de Marinheiro, não pode afastar-se mais que 3 milhas da costa, mas passou a poder navegar até 10 milhas do porto de abrigo e aumentou assim bastante a área de pesca. Portanto, se tem a Carta de Marinheiro, agora o Tempest 625 Fishing é um barco bem recomendado e que lhe vai dar completa satisfação. Para Portugal o importador exclusivo do estaleiro italiano Capelli é o Grupo Angel Pilot. Há anos que o estaleiro Capelli desemvolve embarcações para servir o máximo de clientes e satisfazer bem os praticantes náuticos. Para que isso seja possível, a partir de duas gamas, uma de

Capelli Tempest 625 Fishing na Nauticampo

O casco tem um V bastante profundo 2020 Maio 401

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Nรกutica

O Capelli Tempest 625 Fishing pode ser equipado desde o Yamaha do F115B ao F200

Para pescar o Tempest 625 Fishing tem muito espaรงo livre 24

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Náutica

cascos em fibra e outra de semi-rígidos, a Capelli produz dezenas de modelos. É a gama Tempest, a gama dos semi-rígidos, que o estaleiro mais desenvolveu. Hoje a Capelli constrói 47 modelos de semi-rígidos distribuídos por 8 linhas, desde a Tender à Luxury com um semi-rígido de 15 metros. A gama fishing foi lançada no ano passado a pedido de muitos pescadores e fans da Capelli. O sucesso foi tanto que em 2020 a Capelli lança este novo modelo, o mais pequeno da gama. O Tempest 625 Fishing tem os tubos construídos, pelo processo de colagem a frio, em Neoprene/ Hypalon com 1670 detx, fabricado pela Orca, o melhor fabricante do Mundo. Os tubos são colados ao casco por fora e por dentro, aumentando assim a

robustez do barco e eliminam as vibrações nos tubos à popa com o barco em andamento. O Tempest 625 Fishing tem uma linha elegante que levanta e é larga à proa, para safar mais a água para fora. O casco tem um V bastante profundo e incorpora de cada lado dois robaletes e um ligeiro túnel de estabilidade até à popa. Com este casco o barco corta a água com poder, muita segurança e dá conforto.a navegar. OTempest 625 Fishing, para permitir aos pescadores o mais possível viagens secas, o estaleiro desenvolveu uma consola de condução bastante alta, totalmente nova e criada tendo em conta todas as necessidades de um pescador em relação à altura e com imenso espaço para os diversos displays electrónicos até 12’’.

Uma consola de condução bastante alta e seca 2020 Maio 401

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Náutica

Tempest 625 Fishing navega com muita segurança e conforto

Banco do piloto 26

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O para-brisas muito protector é também alto, dando excepcional protecção ao posto de pilotagem. A consola tem montada uma larga e alta armação em aço inox com as luzes de navegação em cima. O confortável banco alto do piloto para a condução de pé é duplo. Tem armação em aço inox com porta-canas e inclui um compartimento de abertura fácil, para guardar os equpamentos que têm que estar sempre à mão. O viveiro é opcional, posicionado estrategicamente por baixo do “leaning post” e sem ultrapassar o seu comprimento, vem realçar ainda mais o cuidado que houve na criação deste modelo. Para pescar o barco tem muito espaço livre, com duas gigantescas zo-

nas de pesca, à proa e à popa. Como a passagem lateral à volta da consola é muito grande, o movimento é facilitado pelas várias pegas que dão apoio à volta. No Tempest 625 Fishing pode-se fazer qualquer tipo de pesca, com o barco fundeado, à deriva ao corrico ou spinning junto às pedras. Assim, basta equipar o barco com o amplo número de acessórios que estão disponíveis e até montar um T-top com transportadores de canas e depois apenas encontrar os bons pesqueiros. Para o corrico o Tempest 625 Fishing tem duas armações em fibra coladas com portacanas, uma de cada lado, nos tubos à popa. Para arrumações de palamenta existe um


Náutica

Compartimento para arrumação

Viveiro de isco vivo

Motor Yamaha F115B

O

Yamaha F115B, com uma avançada tecnologicamente que o torna muio leve, pertence à nova geração de motores fora de borda Yamaha que coloca mais potência em mais embarcações, devido ao excepcional rácio de peso-potência, oferecendo elevadas performances. O F115B tem 1.832 cm3 de cilindrada com 4 cilindros em linha, 16 válvulas e dupla árvore de cames (DOHC). O motor tem Injecção electrónica de combustível multiponto e controlo por computador ECM, com grande economia no consumo de combustível. Este motor comporta o ajuste variável das rpm que é activado por um simples pressionar do botão que controla as rotações do motor precisamente em passos de 50 rpm entre as 600 e as 1000 rpm, para as velocidades baixas, como entradas nas marinas e a pesca ao corrico. O motor incorpora o exclusivo sistema de Protecção Anti-Roubo Yamaha (YCOP), oferecendo a mesma segurança

que se espera num automóvel, pressionando o botão no comando remoto. O Sistema Digital em Rede é um opcional que traz muitas vantagens, tais como a disponibilidade de uma variedade de atractivos e fáceis de ler de instrumentos multifunções. Para lavar o motor existe um dispositivo para lavagem em água doce, bastando ligar uma mangueira e lavar. O F115B tem um sistema único de amortecimento para reduzir a vibração e o ruído, tornando este novo motor mais silencioso e suave para navegar em todos os sentidos. O F115B está desenhado para uma vasta gama de embarcações e uma lista de utilizações, porque tem grande eficiência no consumo de combustível, suavidade, performance silenciosa para todos os desportos náuticos e passeios de barco. O F115B comporta uma série de hélices em alumínio Talon Series, que incorporam um design especial na pá.

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Náutica

O Tempest 625 Fishing deflecte bem a água

porão no poço e um compartimento à frente. Para arrumar equipamentos, pode ser dentro do banco ou na consola que tem duas portas estanques. O ferro tem um porão junto à proa, onde está colado um cabeçote em fibra com uma roldana e

um cunho de amarração. Os tubos têm colados em cima reforços em tela para protecção à frente e ma zona de entrada de pescadores submarinos. Junto à popa o Tempest 625 Fishing pode montar uma geleira para guardar o peixe.

Características Técnicas Armação com porta-canas

Cabeçote em fibra na proa 28

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Comprimento

6,25 m

Boca

2,65 m

Diâmetro tubos

0,56 m

Peso

550 Kg

Depósito combustível

140 L

Lotação

14

Certificação CE

C

Potência máxima

200 HP

Motor

Yamaha F115BETL

Preço barco / motor

a partir de 31.396€ + IVA

Importadores e Distribuidor PORTI NAUTA - Grupo Angel Pilot Complexo dos Estaleiros Navais, Lote E - 8400 - 278 Parchal – Lagoa - PortimãoEst Telm: 91 799 98 70 - info@angelpilot.com - www.angelpilot.com YAMAHA Motor Europe N.V. Sucursal em Portugal Rua Cidade de Córdova, n.º 1, 2610-038 Amadora Tel.: 21 47 22 100 - www.yamaha-motor.pt


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Náutica Texto e Fotografia Antero dos Santos

Isonáutica Sport Cruiser 560

Barco Rápido de Pesca e Passeio

Isonáutica Sport Cruiser 560

O Isonáutica Sport Cruiser 560 é um barco com 5,60 metros de comprimento que pode ter a motorização máxima de 140 HP, excelente para associar a pesca lúdica com os passeios familiares, pode agora ser conduzido por quem tem a Carta de Marinheiro.

A

O posto de comando 30

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ntes de ter saído o novo Regulamento da Náutica de Recreio, quem tinha a Carta de Marinheiro, apenas podia conduzir embarcações até aos 6 metros de comprimento e com a potência máxima de 60 HP. Agora pode pilotar um barco até aos 12 metros de comprimento com a potência adequada, aquela que o estaleiro recomendar. O Isonáutica Sport Cruiser 560 tem características que lhe conferem seguran-


Náutica

O casco tem um V bastante marcado à popa

os cascos com os reforços estruturais longitudinais e transversais muito robustos. A gama Isonáutica, dirigida aos pescadores lúdicos e recreio náutico, foi desenhada com a mesma preocupação, barcos para sairem com segurança ça e com um motor potente sair as barras e navegar até aos pesqueiros que ficam a 3 milhas da costa e 10 milhas de um porto de abrigo ou entrar numa enseada abrigada e passar a noite com duas pessoas na cabina. O Isonáutica Sport Cruiser 560 é agora um barco bem indicado para os que têm a Carta de Marinheiro, porque antes era preciso ter a Carta de Patão Local para lhe pegar no volante. Isonáutica é um estaleiro nacional que mantém uma produção destinada a embarcações para navegar no mar e devido a isso, constrói

as barras para o mar. Os barcos têm uma linha elegante e o casco marinheiro, com um V bastante acentuado desde a proa e que termina bem marcado à popa. A gama actual Isonáutica tem dez modelos, desde os 3,25 metros aos

5,63 metros. O Sport Cruiser 560, para uma lotação de 6.pessoas, é uma embarcação equipada para uma fácil e polivalente utilização, que inclui uma cabina para duas pessoas pernoitarem Na zona do comando,

O Sport Cruiser 560 tem uma cabina com cama para duas pessoas 2020 Maio 401

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Náutica

Sport Cruiser 560 é excelente para associar a pesca lúdica com os passeios familiares

o piloto e o copiloto têm bancos individuais, reguláveis e giratórios para se sentarem voltados para a popa, na pesca ao corrico ou usarem a mesa de piqueniques. O posto de

comando está bem protegido com um largo e alto pára-brisas arredondado que envolve todo o posto. A entrada para a cabina encontra-se à frente do copiloto. A.cabina

tem uma cama para duas pessoas, vigias laterais e um albóio no tecto para arejar e iluminar o interior. O poço tem à popa um banco estofado com en-

O poço 32

2020 Maio 401

costo, para duas pessoas. Na hora dos piqueniques, pode-se montar uma mesa ao meio do poço. O acesso à proa é à volta do posto do comando. Para facilitar as manobras de fundear a proa tem um pequeno púlpito,uma roldana e dois cunhos de amarração. Junto fica o porão para o ferro. Quanto às arrumações, o barco tem bastante espaço. Tem um porão sob o banco da popa e compartimentos na cabina. Para os pescadores


Náutica

Sport Cruiser 560 equipado com o Suzuki DF90A

o Sport Cruiser 560 está bem equipado. Na plataforma de bombordo da popa tem um viveiro de isco vivo. Os porta-canas estão montados num varandim à popa, onde se fixa também uma torre de esqui. No poço estão fixados transportadores de canas. O casco do Sport Cruiser 560 tem um V profundo, planos de estabilidade laterais salientes, um robalete de cada lado e uma quilha quase a 2/3 do casco. Salientamos o excelente acabamento do

Viveiro de isco vivo 2020 Maio 401

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Náutica

O Sport Cruiser 560 fez uma navegação muito confortável

Com um Suzuki DF90A atingiu a velocidade máxima de 33,6 nós às 5.800 rpm 34

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Náutica

Suzuki DF 90A O

barco bem como a gama de acessórios standard e opcionais, que amplia a satisfação dos clientes, para diversas utlizações do barco. Testámos Sport Cruiser 560 equipado com o Suzuki DF90A, um motor de elevado binário e poder de arranque. Graças a isso, no arranque em apenas 1,56 segundos o barco já planava. No teste de aceleração até às 5.000 rpm, para avaliar a sua prestação nos desportos aquáticos, atingiu 25,9 nós em 8 segundos. No teste do mínimo de

Suzuki DF90A tem 4 cilindros em linha com a cilindrada de 1502 cm3, DOHC com 16 válvulas e pesa 158 Kg. Foi um motor projectado a partir do zero, com uma construção compacta e ligeira, para proporcionar um desempenho emocionante, juntamente com uma excelente eficiência de combustível. Este motor apresenta muitas das conquistas de engenharia que tornam a Suzuki lider em tecnologias inovadoras nos motores a 4 tempos e são a escolha perfeita para uma grande variedade de barcos Nas tecnologias introduzidas no DF90A destaca-se o LEAN BURN, que funciona usando processos e sensores de computador em tempo real, para optimizar a admissão de combustível, fornecer uma mistura ar/combustível precisa, e alcançar notáveis ​​reduções no consumo de combustível. O motor tem excelente capacidade de aceleração, devido a um elevado binário em baixa e média rotação, e uma relação de caixa de 2.59:1, que oferece uma maior eficiência na propulsão, navegação eficiente com cargas pesadas e enorme eficácia com hélices de grande diâmetro. Outras Tecnologias: - Injeção de combustível electrónica sequencial multi-ponto. - Sistema de arranque facilitado Suzuki. - Veio de transmissão desviado. - Sistema de comando de Cames de duas fases. - Corrente de distribuição banhada em óleo. - Sistema de arrefecimenton de admissão. - Computador de 32 ites. - Engrenagem de rfedução de duas fases. - Cambota forjada inteiriça. - Sistema de auto-diagnóstico. - Alternador arrefecido a ar. - Ignição directa. - Caixa de velocidades simplificada. - Controlo do ar do ralenti. - Bujão do dreno do óleo de fácil acesso. - Contra Rotação disponível. - Padrões RCD (EO1). - CARB 3 estrelas: Emissões ultra-baixas (EO3). - Sistema de limitação do TILT. - Rampa de injecção refrigerada a água. - 2 terminais de lavagem com água fresca. - Sistema de ignição totalmente transistorizado. - Sistema de aviso de mudança de óleo. - Sistema anti-corrosão Suzuki. - Sistema Troll Mode Suzuki (opcional). - Leme Muli-funções DF90ATH (opcional).

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Náutica

A curvar com muita segurança

velocidade a planar, os 8,9 nós às 3.000 rpm mostrou que o casco descola rápido da água, porque planacom poucos nós. Atingimos a velocidade máxima de 33,6 nós às 5.800 rpm, uma excelente performance. Muito bom igualmente foi a velocidade de cruzeiro na rotação económica do Suzuki

DF90A às 4.000 rpm e o barco a fazer 21,3 nós. Devido ao casco com um V profundo e um ângulo bastante marcado à popa, o barco cortou a água sem bater atrás e ofereceu uma navegação muito confortável. Os planos de estabilidade laterais muito salientes, mantiveram o barco

Transportadores de canas 36

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muito direito a navegar e também a curvar com segurança, sem adornar demasiado nas curvas. A navegar o Sport Cruiser 560 deflecte muito bem a água para longe,

sem molhar o convés e o poço A motorização está equilibrada, oferecendo um conjunto barco/motor performante e num pack muito económico.

Características Técnicas Comprimento

5,60 m

Boca

2,27 m

Deslocamento

1.472 Kg

Calado

0,40 m

Lotação

6

Carga máxima

655 Kg

Certificação CE

C

Potência máxima

140 HP

Motor aconselhado

Suzuki DF90A

Preço barco / motor

27.668,00€ com IVA

Estaleiro / Importador ISONÁUTICA Edificio Nautica Argus Estrada Nacional 109, 3800-533, Cacia, Aveiro, Portugal Telefone: 916 011 329 - isonautica@sapo.pt MOTEO Portugal, SA Rua João Francisco do Casal, S/N, 3800-264 Aveiro Tel: 234300760 - geral@veiculoscasal.pt - http://www.suzuki.pt


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Náutica Texto Antero dos Santos

Karnic SL 800

Sport Cruiser Inovador para Férias

Karnic SL 800 O Karnic SL 800 é um Sport Cruiser com 9,20 metros de comprimento, com a motorização de 400 HP, com excelentes característcas como embarcação para as férias e fins-de-semana, está também agora acessível aos portadores da Carta de Marinheiro.

E

Bancos do posto de comando 38

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nquanto o antigo Regulamento da Náutica de Recreio esteve em vigor, o titular da Carta de Marinheiro apenas podia pilotar embarcações até aos 6 metros de comprimento e com a potência máxima de 60 HP. Agora pode conduzir um barco até aos 12 metros de comprimento e o barco com a potência adequada, aquela que o estaleiro recomendar e estiver no registo da embarcação. O Karnic SL 800 é um


Náutica

Painel de instrumentos

barco do tipo Sport Cruiser, uma embarcação desportiva que está equipada para oferecer acomodação para fins-de-semana ou férias, com segurança a navegar e extremo conforto. Agora o Karnic SL 800 é um barco bem reco-

mendado para os que têm a Carta de Marinheiro, para navegarem no mar durante o dia até 3 milhas da costa e 10 milhas de um porto de abrigo, para férias no Algarve ou finsde-semana mo estuário do Tejo ou na costa azul de Sesimbra.

A Karnic é uma marca de prestígio, desenvolviada à décadas por um estaleiro de Chipre. Os barcos evidenciaram-se pelo seu estilo, design dos cascos e são construidos com uma cuidadosa robustez, para um bom e seguro desempenho no mar.

Karnic SL 800 é um barco excelente para férias e fins-de-semana 2020 Maio 401

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Náutica

O Karnic SL 800 está equipado com 2x Evinrude 200 HO

Na sua construção, os cascos Karnic são reforçados com um sistema de longarina injectada com espuma totalmente composta, projectada

para fornecer uma estrutura ultra rígida, tanto em flexão quanto em torção. Para evitar a deformação da forma do casco, sob as cargas de alta pressão

da água em velocidade, a rigidez do casco é fundamental. De fato, um casco Karnic é tão rígido que pode ser suspenso assimetricamente por três

O armário cozinha 40

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pontos sem sinais de flexão ou torção. Também é assegurada pelo material homogéneo que distribui as tensões uniformemente e prolonga a vida útil do casco, à medida que materiais mais vulneráveis, como a madeira, são eliminados. O estaleiro Karnic garante a alta qualidade de construção porque é o requisito principal para cada peça ou componente produzido. O Karnic SL 800 tem um estilo desportivo com um design de linhas geométricas no casco para agradar visualmente. Comporta quatro áreas distintas de uso, com muitos recursos inovadores:O posto de comando, o poço, o solário e a cabina. O posto de comando é a zona mais evidente e de extremo conforto, pois tem um para-brisas arredondado que protege


Náutica

bem o piloto e o copiloto, sentados num confortável banco duplo com encosto individual. O painel de instrumentos é ergonómico e tem muito espaço para montar a electrónica. O piloto dispõe de um volante Karnic Deluxe com inclinação ajustável. O poço, é igualmente uma área de excepcional comodidade, que oferece um inovador convívio, com quatro assentos de costas para trás ou espreguiçadeira, facilmente convertível em zona de

Solário à proa

O poço

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Náutica

Garante uma navegação segura e confortável a cortar a água agitada

comer com mesa ao meio. No poço fica o armário cozinha com fogão e lavató-

rio. O poço tem bordos altos com 1,12 m, para garantir mais segurança

e viagens secas. A entrada e saida para os mergulhos é através de uma

plataforma a estibordo na popa que tem a escada de banhos. Junto fica um

A cabina 42

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Náutica

Bancos à popa

Evinrude 200 HO O

duche de água doce. Na hora das refeições com sol, pode-se montar um Bimini. Para os pescadores, o Karnic SL 800 tem as condições indispensáveis. O barco tem um poço largo e é muito estável quando está parado fundeado ou à deriva. Para a pesca ao corrico, na borda estão dois porta-canas de cada lado. O amplo solário é a zona à proa para o relax e os banhos de sol. O acesso é seguro e fácil por bombordo. A proa contém um púlpito e tem o porão do ferro, com um molinete opcional. A cabina tem a porta de entrada a bombordo no posto de comando. É uma

rlando Rosa & Filhos é o importador exclusivo para Portugal dos motores fora de borda Evinrude. O motor Evinrude 200 HO é um motor fora de borda que incorpora uma tecnologia de admissão de combustível de 2 tempos com a injecção directa, permitindo que queimem o combustível com mais eficiência, resultando em mais potência, emissões mais limpas e maior economia de combustível. O Evinrude 200 HO é um motor V6 de 74 ° E-TEC G2 com a cilindrada de 3,4 litros e o peso de 248 a 258 Kg. A injecção directa é uma tecnologia tão superior que quase todos os principais fabricantes de automóveis a incluem como parte do seu motor. O sistema de injecção directa, E-TEC da Evinrude é controlado por um módulo de gestão de motor, o cérebro do motor, de modo que uma quantidade exacta de combustível/óleo é injectada directamente no cilindro. Devido a isso, os motores Evinrude E-T EC são considerados os motores de popa mais limpos. O motor tem um computador que controla o sistema de injecção de combustível e o funcionamento do motor, que oferece incrível eficiência de combustível, resposta instantânea do acelerador, desempenho silencioso e suave e reduzidas emissões de hidrocarbonetos. O Evinrude 200 HO vêm com comandos eléctricos e direcção eléctrico-hidráulica incorporada de fábrica. A Evinrude em parceria com a NASA, desde 2018, desenvolveu uma liga de alumínio de alta resistência ao desgaste, introduzindo os pistões fabricados com a nova liga de alumínio na linha de motores E-TEC. Este material permite maior resistência ao desgaste e maior estabilidade em altas temperaturas.

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Náutica

Quarto na cabina

Quarto de banho

dinnete com acomodação para cinco pessoas, com uma mesa para refeições ao meio dos bancos. Para dormirem quatro pessoas, a cabina é fa-

cilmente conversível em cama grande (2,07m x 1,80m) e tem ainda uma cabine espaçosa para dois adultos (2,03 x 1,35 m) com janela de ilumina-

A cozinha está equipada com lavatório e fogão 44

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ção e vigia de ventilação. O quarto de banho, tem duche com lavatório, armário, wc marítimo.e porta com fechadura. A madeira no Interior e no piso da cabine é em nogueira. A iluminação LED oculta na cabine e os reflectores no tecto, oferecem um ambiente de estar muito agradável. O tipo de casco do Karnic SL 800, com um V profundo e planos de estabilidade laterais muito salientes, garante uma navegação segura e confortável a cortar a água agitada e quando o barco está parado, assente nos planos de estabilidade, balança pouco. O Karnic SL 800 é um barco muito bem equipado para oferecer um excelente conforto. Para ampliar ainda mais o prazer dos passeios e das viagens, o barco tem um enorme lote de equipamentos opcionas.

Características Técnicas Comprimento Total

9.20 m

Comprimento do casco

7,98 m

Boca

2,96 m

Calado

0,43 m

Peso

2.550 kg

Depósito combustível

400 L

Depósito de água doce

90 L

Depósito resíduoa

55 L

Dormir adultos

2+2

Lotação

12

Certificação CE

C

Potência máxima

2 x 250 HP

Motores

2 x Evinrude 200 HO

Preço barco / motores

a partir de 133.169 € com IVA

Importador Exclusivo – Evinrude e Karnic Orlando Rosa & Filhos EN 125 - Alcantarilha 8365-307 Faro Tel: 282 412 349 - 912 203 491- 912 203 492 Email: orlandorosa.filhos@gmail.com


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Notícias do Mar

Notícias IPMA

Primeira Expedição HOTMIC

Pesquisa dos Microplásticos nos Oceanos

A equipa de cientistas O Projecto Europeu HOTMIC realizou entre os dias 5 a 27 de Março a sua primeira expedição, Campanha Oceanográfica AL534/2, sobre distribuição, transporte e impacto dos microplásticos, no âmbito no projeto Europeu HOTMIC

Fotografia: Equipa de expedição

O

Usando redes especiais, a equipa de cientistas investiga a distribuição de microplásticos na costa da Europa Ocidental 46

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projecto HOTMIC – “Horizontal and vertical oceanic distribution, transport, and impact of microplastics” é financiado pela JPI- Oceans. Clara Lopes, do IPMA, integrou a equipa técnico-científica a bordo. A campanha iniciou-se em Málaga, atravessando o Mar Mediterrânico, a Costa Ibérica, o Canal da Mancha e terminou em Kiel, no Mar do Norte. Foram recolhidas amostras de água à superfície e em profundidade, de sedimentos marinhos e de organismos marinhos (fitoplâncton, zooplâncton, medusas e peixes). O objetivo deste projeto é obter mais informação sobre a distribuição


de microplásticos com origem terrestre, transportados pelos principais rios europeus para o oceano aberto, incluindo a ilha de lixo marinho no Atlântico. Será também objeto de estudo a abundância e composição do lixo, desde a superfície até ao fundo do mar. Pretende-se assim contribuir para o melhor conhecimento dos processos que medeiam o transporte e distribuição dos microplásticos desde a sua origem, permitindo desenvolver modelos quantitativos mais robustos sobre o nível de poluição por plásticos nos Oceanos.

Fotografia: Andreas Villwock GEOMAR

Notícias do Mar

Navio de pesquisa ALKOR na expedição HOTMIC Atualmente, menos de 10% do plástico que entra no oceano pode ser detectado. As razões para isso são múltiplas. Em parte, é porque o plástico

se decompõe em pequenas partículas microplásticas que só podemos detectar com dificuldade no mar usando os métodos atuais. Também ain-

da não está claro quais mecanismos controlam o transporte do plástico até a profundidade e quais efeitos ecológicos esse fenômeno pode ter.

Projeto de Pesquisa HOTMIC O projeto HOTMIC da JPI Oceans, coordenado pelo Centro GEOMAR Helmholtz de Pesquisa do Oceano de Kiel, visa fechar as lacunas de conhecimento sobre o destino do plástico nos oceanos. Ninguém sabe a quantidade exata de plásticos lançados no oceano. Alguns estudos relatam estimativas conservadoras de até cinco milhões de toneladas, outros até 13 milhões de toneladas. Isso levanta um problema para os cientistas. Na superfície dos oceanos, eles encontram apenas uma fração do que foi liberado. Então, onde está o resto? Esta questão está agora sendo abordada pelo projeto de pesquisa HOTMIC. O projeto, que durará três anos, é financiado por seis países europeus no âmbito do JPI Oceans, com um orçamento total de 2,3 milhões de euros.

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Notícias do Mar

Tagus Vivan

Crónica Carlos Salgado

Mais Tejo, Mais Futuro, Mas Como?

C

omo tem chovido ultimamente, estão calados aqueles arautos da desgraça que costumam cantar de ouvido, mas nós que já andamos por cá há quatro décadas a pugnar pelo rio Tejo, nunca nos podemos calar enquanto se mantiver este estado tão problemático em que ele se encontra e também, enquanto não deixar de verificar-se a falta do caudal ecológico regular em Portugal, devido ao açambarcamento para negócio ou ao desperdício da água deste rio transnacional, 48

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em quantidade desproporcionada, pela vizinha Espanha. As imagens que ilustram esta crónica mostram o tejo que já foi vivo Como entendemos que os cidadãos portugueses devem manter-se informados e sobretudo consciencializados de que o nosso Tejo, o do lado de cá da fronteira, é um bem inestimável para o nosso país, quer em termos do equilíbrio ambiental quer como um importante ativo económico, entende-

mos que deve ser nossa missão, continuar a alertar a sociedade civil para estar atenta e interessada, o mais possível, pela qualidade e quantidade da água devida, do nosso maior rio, permanentemente. Não foi por acaso que nós cidadãos, subscritores da Carta de Lisboa, que foi proclamada no encerramento do Congresso do Tejo III, que constitui um verdadeiro documento normativo, um código de boas práticas e até de procedimentos e diretrizes, de especial utilidade para ser seguido por todos, mas muito especialmente

pelos nossos deputados da Assembleia da República, pelos autarcas ribeirinhos e pelos governantes, sobretudo. Nesta conformidade passamos agora a recordar a uns e a informar outros pelo seu eventual desconhecimento, alguns princípios dessa Carta de Lisboa. Compromisso e participação no processo mais tejo, mais futuro Nós, cidadãos portugueses, signatários da presente carta, comprometemo-nos a trabalhar em conjunto, e


Notícias do Mar

com as instituições da gestão territorial, para alcançarmos a sustentabilidade em geral, e a do rio Tejo em particular, aprendendo com a experiência passada e com uma visão de futuro. A evolução verificada nos últimos anos relativamente às políticas de recursos hídricos é de certo modo semelhante à evolução observada em muitas outras políticas, assistindo-se a um evoluir dos mecanismos de decisão que tornam necessário um conjunto cada vez mais alargado de entidades, públicas e privadas, de âmbito central e regional, e ligadas quer à oferta quer à procura da água. Para além disso, os meios e as formas de informação são cada vez mais vastos e mais rapidamente acedidos, motivando

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NotĂ­cias do Mar

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Notícias do Mar

uma crescente dinâmica social na gestão dos recursos hídricos. Da evolução das formas de gestão de recursos hídricos experimentadas no passado, há que progredir na direcção de um modelo que represente a procura de uma visão social e ambientalmente equilibrada. Uma questão central continua a ser a vertente de integração de políticas, procurando-se uma articulação dos compromissos entre diferentes forças e a razoabilidade da consideração simultânea da eficiência económica e da eficácia social, numa perspetiva de salvaguarda do princípio da precaucionariadade com vista a um desenvolvimento sustentável. Encorajamo-nos mutuamente a desenvolver iniciativas que contribuam para ajudar o planeamento e a

gestão da água no rio Tejo, bem como a promoção da informação e da participação, reforçando assim a cooperação com todas as entidades envolvidas e em particular as diversas autoridades competentes, enquadrando este processo nas melhores práticas da política de gestão dos recursos hídricos. Tentaremos apoiar as ações de empreendedorismo que favoreçam a sustentabilidade ambiental e das comunidades, no sentido de atrair ou criar empregos e produtos viáveis de acordo com os princípios da sustentabilidade. Apoiaremos todos os esforços na cooperação entre todos os atores envolvidos, uma vez que desejamos assegurar a todos os cidadãos e grupos de interesse, o acesso à informação, bem como a oportunidade

de participarem nos processos de decisão em matéria de planeamento e gestão da água. Apoiaremos também a promoção da educação e formação com vista à sustentabilidade e resiliência, não só para a população em geral, mas também para os representantes eleitos e os membros da administração. Nós, cidadãos, reconhecemos que um fator limitativo do nosso desenvolvimento social e económico é o capital natural, isto é, a água, a atmosfera, o solo e a biota. Devemos pois investir neste capital, em particular o da água, respeitando as seguintes prioridades: • investir na conservação dos recursos hídricos (águas superficiais, reservas de água subterrânea) e dos ecossistemas fluviais e ribeirinhos; • investir em projetos

que reduzam a pressão sobre os recursos hídricos, segundo os princípios da abordagem designada por DPSIR (driving forces, pressures, state, impact, responses), subjacente às modernas políticas de gestão da água; • melhorar o desempenho final dos serviços ambientais (por exemplo, abastecimento de água, agricultura, pesca, energia, navegabilidade); • garantir o bom funcionamento dos organismos, nacionais, regionais e locais, responsáveis pela boa gestão dos recursos hídricos e ambientais, designadamente ao nível do planeamento, da monitorização, do licenciamento e da fiscalização ……… (Continua no próximo número deste Jornal)

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Notícias do Mar

O Tejo a Pé

Texto Carlos Cupeto

Para quê caminhar?

C

aminhamos porque é natural; pelo prazer, pelo contacto com a natureza, para melhor conhecer os lugares e viver as cidades, pelos momentos de convívio com os companheiros ou para nos ouvirmos a nós próprios. Caminhamos para descobrir e reencontrar a natureza e a nossa própria História. 52

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Caminhamos, sempre caminhámos, porque nos é necessário. Há algo mais quotidiano e natural do que caminhar? Caminhamos por prazer e porque é um excelente exercício físico para a saúde (corremos menos riscos de osteoporose, de acidentes cardiovasculares e cerebrovasculares, entre outros).

Caminhar não é só o exercício mais natural, faz bem ao coração, às articulações e favorece um sono reparador, ao mesmo tempo que desenvolve a autoestima. Nenhuma outra atividade física proporciona tantos benefícios ao organismo com tão pouco esforço. Andar a pé é sem dúvida uma atividade esti-

mulante, benéfica para a saúde física e mental, económica e ecológica. É também uma atividade lúdica para qualquer um de nós, para toda a família, para o cão. Caminhar não exige gastos, tem a vantagem de se poder fazer individualmente ou em companhia, no campo e na cidade, como lazer ou no dia a


Notícias do Mar

dia, com sol ou com chuva. Há alguma atividade mais simples? Mais fácil é impossível. Todavia, algo tão simples como andar tem também os seus segredos. É disso que trata

o Fugas a pé. Caminhar sempre fez parte da história do Homem, vamos a favor dessa história e não deixemos que se torne, apenas, uma memória.

Todos os meses, uma caminhada acessível a todos, sem custos, onde a motivação é o viver a natureza. Para caminhar no Tejo a pé, logo que seja possível, basta en-

viar um mail a cupeto@ uevora.pt. (texto adaptado de: Fugas a pé, um guia para caminhar, disponível na loja online do jornal Público).

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Notícias do Mar

Notícias Garland

Garland movimenta mais de 55,2 mil toneladas de trigo em apenas dois meses Garland, empresa portuguesa com 27,7% da quota no mercado nacional, movimentou mais de 55,2 mil toneladas de trigo em apenas dois meses e comparado com período homólogo do ano passado, o país regista um aumento de 73,7% no abastecimento do cereal usado para pão, bolos, bolachas e massas alimentícias.

A

s empresas de Navegação do Grupo Garland movimentaram 55.206 toneladas de trigo para as indústrias de

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panificação, bolachas, bolos e massas alimentícias nos dois últimos meses. Em março e abril, aquela que é uma das mais antigas agên-

cias de navegação do país, em operação desde 1855, movimentou 27,7% do total de trigo descarregado nos portos de Leixões e Lisboa. Nos dois últimos meses, foram movimentadas 199.133 de trigo em todo o país, mais 73,7% que em igual período do ano passado. Estes dados parecem confirmar o aumento do consumo de pão em Portugal desde que se iniciou o surto de Covid-19 em Portugal. Em confinamento, os portugueses regressam ao essencial e às suas origens, e nas suas mesas não pode faltar pão. Além disso, há uma tendência cada vez maior para o DIY (acrónimo de Do It Yourself), pelo que as farinhas têm vindo a desaparecer das prateleiras dos supermercados para integrar receitas de

bolos e/ou pão caseiros. Em Leixões, foram movimentadas, em março e abril, um total de 96.490 toneladas de trigo, mais 55,8% que em igual período do ano passado, em que se atenderam navios com um total de 61.950 toneladas de trigo. No porto de Lisboa o crescimento foi ainda mais acentuado: em março e abril foram movimentadas 102.643 toneladas de trigo contra 52.663 no mesmo período de 2019, verificando-se um aumento de 94,9%. Só as empresas de Navegação da Garland movimentaram 22% do total de trigo descarregado em Leixões e 33,1% do que chegou a Lisboa, totalizando uma quota de mercado de 27,7% no total de trigo movimentado nos portos nacionais.


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Náutica

Notícias Touron

Mercury Marine Ganha o Prestigiado Prémio Red Dot Design 2020

A

Mercury Marine, líder mundial em propulsão e tecnologia marítima, foi galardoada com o Prémio Red Dot Design 2020 pelos seus motores fora de borda V-6 e V-8 FourStroke e V-8 AMS Verado. A “Red Dot” é uma

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2020 Maio 401

distinção internacional considerada como um dos selos de qualidade mais almejado pelos designers. A Mercury ganhou o prémio em parceria com a Designworks, parte do BMW Group Company, uma parceira de longa data da Mercury em design de

produtos. “Estamos muito honrados por receber o prémio Red Dot Design”, disse Chris Drees, Presidente da Mercury Marine. “Sabemos que o Red Dot significa que pertencemos aos melhores em design

e negócios e que os nossos motores V-6 e V-8 são merecedores dessa honra. Ambas as plataformas foram muito bem recebidas pelos nossos clientes e o seu sucesso é uma prova do árduo trabalho de ‘design thinking’ que fez


Náutica

a nossa equipa de desenvolvimento de produtos e engenharia, uma equipa de classe mundial.” A Mercury Marine lançou a família V-6 durante o Miami International Boat Show 2018 e a linha V-8 em Maio de 2018. Algumas das muitas inovações que diferenciam estes motores fora de borda são os muitos recursos direcionados ao cliente que oferecem conforto e utilidade incomparáveis, incluindo uma porta

de serviço na parte superior do capot que permite a fácil verificação e abastecimento de óleo (se necessário) sem necessidade de remover o capot - uma inovação muito elogiada pelos nautas em todo o mundo. “O design continua a fazer parte da nossa estratégia de desenvolvimento de produtos e continuará a pautar muitos dos nossos novos planos de desenvolvimento”, disse Todd Dannenberg, Diretor

de Design industrial da Mercury Marine. “Sabemos que os nossos clientes adoram estes motores, muito bem recebidos em todo o mundo, pelo que é muito emocionante ganhar mais um prémio de design para este produto”.

Em 2019, a Mercury Marine já tinha sido galardoada com o prémio International Forum Design (iF) pela sua linha de motores fora-deborda V-6. O mesmo produto também já havia ganho o NMMA Innovation Award no Miami Boat Show em 2018. 2020 Maio 401

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Electrónica

Notícias Nautel

Instrumento de Vento Verdadeiro Clipper Tactictal Wind System

O Clipper Tactical Wind faz parte de uma gama completa de instrumentos da NASA – a série CLIPPER, Com esta adição, um sistema de instrumentos de alto desempenho que mostra mudanças quase instantâneas de velocidade e direção do vento, a NASA passa a ter a solução completa para qualquer tipo de veleiro.

vento e, quando ligado a um GPS ou odómetro (NASA ou outro), também pode mostrar a velocidade e vento verdadeiros. A entrada NMEA0183 é com a sentença VHW se vier de odómetro ou RMC se for do GPS .

E

m condições exigentes, onde o alto desempenho é essencial, o sistema Clipper Tactical é a escolha ideal. Com dez atualizações a

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cada segundo, responde muito rapidamente às mudanças na velocidade e direção do vento, que ocorrem durante manobras complicadas. O sensor é fornecido completo com

um kit de montagem de mastro, 20 metros de cabo leve e todos os conectores elétricos necessários para concluir a instalação. Os dados de saída estão no formato NMEA 0183 e podem ser usados para acionar qualquer instrumento compatível que utilize a sentença MWV. Na sua base está o “Clipper True Wind Display” que mostra a velocidade e a direção aparentes do

Odómetro eletromagnético, EML-2 Um odómetro eletromagnético mede a velocidade do barco na água, sem partes móveis, como nos instrumentos convencionais nos veleiros. As partes móveis destas unidades convencionais são fonte de desgaste e originam menor precisão nas leituras. Robusto e preciso, o sensor do EML-2 gera um campo magnético abaixo do barco e mede o campo elétrico resultante produzido pelo barco que se move pela água. Foi concebido para instalação na maioria dos tipos de cascos de fibra de vidro. Com excelente linearida-


Electrónica

Odómetro eletromagnético, EML-2

de e resolução de 0,1 nós, na faixa de 0,2 a 40 nós, o sensor envia sinais para uma caixa de controle, que depois converte o sinal do sensor em velocidade, conta-milhas e distância total do barco. Esses dados são transmitidos no formato NMEA 0183 para uma nova unidade de display CLIPPER Log. O transdutor e o controlador eletromagnéticos EML-2 podem ser fornecidos separadamente para conexão a qualquer instrumento NMEA 0183 com as entradas VHW e VLW necessária. Clipper BM-1 Lithium (LiFePO4) Battery Monitor O monitor de bateria BM-1 Li foi projetado especificamente para baterias de fosfato ferroso de lítio, de 12 volts (LiFePO4). Capaz de correntes contínuas de carga ou descarga de até 100 Am-

peres, o BM-1 Li exibe a tensão da bateria de serviço, a corrente de carga ou descarga, o estado da carga e o tempo para atingir a carga completa du-

rante o carregamento ou o tempo restante durante a descarga. Essas informações levam a um uso mais eficiente da bateria, o que

aumentará a vida útil da bateria e reduzirá o risco de falha. A estrutura é a mesma dos convencionais monitores de bateria da Nasa.

Clipper BM-1 Lithium (LiFePO4) Battery Monitor 2020 Maio 401

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Notícias do Mar

Notícias Docapesca

Melhoria dos Portos de Pesca de Aveiro, Peniche, Sesimbra e Olhão com investimento de 685.000 euros

Porto de pesca de Olhão

A

Docapesca lançou um procedimento concursal, com o preço base de 39.425 euros e prazo de execução de 45 dias, para a empreitada de reabilitação dos armazéns de comerciantes de pescado do porto de pesca de Aveiro (Gafanha da Nazaré, Ílhavo), contemplando as bandas C e D de um conjunto de quatro edifícios, e

concluiu a empreitada para a substituição da cobertura da banda 2 dos armazéns de comerciantes no porto de pesca de Sesimbra, que representou um investimento próximo dos 118 mil euros e teve como objetivo eliminar infiltrações. Foi adjudicada ainda a empreitada de reabilitação do cais de descarga do porto de pesca de Peniche pelo

Porto de pesca de Aveiro 60

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valor de 197.907 euros, com um prazo de execução de 140 dias. Também foi lançado um concurso para a empreitada de reabilitação dos cais de descarga dedicados à lota e ao cerco do Porto de Pesca de Olhão (estrutura, caleira técnica e defensas) em funcionamento há mais de 30 anos, com preço base de 330 mil euros. Com esta empreitada pre-

tende-se melhorar as condições de operacionalidade e segurança de todos os intervenientes na atividade de descarga de pescado, assim como garantir a proteção à acostagem das embarcações de pesca. Os cais da lota e do cerco são os dois cais principais de descarga, apresentando face acostável de 151 metros e 295 metros, respetivamente.

Porto de pesca de Peniche


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Pesca Desportiva

Histórias de Pesca

Texto e Fotografia Vítor Ganchinho

O Efeito da Passagem de Peixe nos Pesqueiros

Há um ritmo biológico, um tempo que marca o compasso da movimentação de peixe ao longo do ano, na nossa costa.

N

ada é ao acaso, nada acontece sem uma razão objectiva. Vamos hoje analisar, ainda que sucintamente, alguns aspectos relacionados com a permanência de cardumes numa determinada zona. Algo que interessa sobremaneira a todos os

pescadores da baía Setúbal, Sesimbra, Sines, é o caso concreto da dourada. Falamos de um peixe apreciado por razões que se prendem com a sua dificuldade de captura, e ainda pelas suas evidentes qualidades gastronómicas. A dourada, “sparus au-

rata”, é um espárida, e um peixe extremamente bem adaptado ao meio ambiente em que vive. Mariscadora por excelência, não deixa de lado a possibilidade de revelar o seu lado predador, comendo alevins, pequenos peixes, camarão, etc. Todavia, é a comer mexilhão, perce-

Bruno Cabrita, Campeão nacional de pesca embarcada, um dos melhores pescadores portugueses, com uma dourada capturada com caranguejo. 62

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ves, caranguejo, ouriços, bivalves, que a sua dentição mostra a sua capacidade. Tal como o sargo, faz-se valer dos seus incisivos para abocanhar, por exemplo, um pedúnculo de um perceve. Bem firme pelos incisivos, espera a chegada da onda, e aproveita o formato do seu corpo espalmado, para se deixar levar. A dourada só tem de o tomar bem firme nos seus dentes, é a força e pressão da ondulação que arranca o crustáceo. A seguir, utiliza os poderosíssimos molares para esmagar o perceve, engole, e volta a repetir a operação. Nos bancos de mexilhão, muitas vezes coincidentes no mesmo local com os perceves, (ver foto), acontece o mesmo. Os reprodutores foram pescados O stock de douradas na nossa zona tem vindo a baixar drasticamente, revelando imprudência na gestão dos stocks disponíveis. Não há limitação de número de capturas, apenas de peso máximo total, que sabemos não ser respeitado por todos. Pescam-se hoje imensos exemplares imaturos, sem grande capacidade de reprodução, que só vagamente lembram as


Pesca Desportiva

sparus aurata

grandes douradas que existiam há 20 anos atrás. Eram esses os grandes reprodutores, com posturas de muitos milhares de óvulos. Foram pescados. Com efeito, podemos revelar que houve pessoas a despedir-se dos seus empregos para fazer este tipo de pesca. Houve quem comprasse carros, casas, barcos, com o resultado da venda aos restaurantes deste espárida. Assisti dezenas de vezes à chegada ao porto de uma pessoa que saía ainda de noite da doca de recreio de Setúbal, e voltava ao anoitecer, para não ser descoberto. As caixas de douradas com o resultado da pesca do dia, 80 a 90 kgs em média, com exemplares de 6 / 7 kgs,

eram endereçadas aos restaurantes locais. Barcos passaram a seguir barcos, e porque

nenhum segredo resiste eternamente, passado algum tempo o local de pesca foi deslindado: a fa-

mosa Vereda, as pedras a 70 metros onde as douradas se concentravam. Recordo episódios in-

Para uma dourada, isto é um supermercado aberto e gratuito, cheio de proteína. As cascas mais duras nada podem contra os dentes poderosos de uma dourada. 2020 Maio 401

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Pesca Desportiva

críveis, como o de um polícia que, perante a chegada de outros barcos junto

ao seu pesqueiro favorito, disparava tiros de pistola para o ar: “ Aqui ao pé de

mim ninguém pesca”!! … Hoje, a Vereda é um local de peregrinação ha-

bitual para centenas de pescadores, que ali vão passar as suas férias,

Pesquei esta dourada com um jig Cultiva, marca Owner, de 30 gramas. A imitação de peixe é evidente, o que prova a veia predadora deste peixe. 64

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Pesca Desportiva

fazer os seus fins-desemana, com resultados cada vez mais escassos. Pescam-se douradas de 300 gramas e diz-se que se pescaram douradas… Voltando ao tema deste artigo: a passagem dos peixes pelos diversos habitats disponíveis na baía de Setúbal-Sesimbra-Sines. Tudo se joga em várias áreas distintas, fazendo coincidir os seus resultados numa data e spot específicos, e que resultam na possibilidade de pescar as douradas da forma que conhecemos.

dade, e por necessidade, baixam a guarda, a desconfiança. Procuram as águas do rio Sado, onde esperam desovar num ambiente favorável à criação das suas posturas. Os seus alevins encontram nas águas rasas do Sado as condições ideais para crescer. Existem bancos de ostras, muitos vermes arenícolas, casulo, ganso, minhocas, tiagem, etc. Também um pouco menos de predadores do que em mar aberto. Mas existem: os robalos juvenis esperam avidamente este momento, dentro do rio, Vamos ver certos de que a sua vez por partes chegará. De onde vêem? A zona de Quando se pescam? pedra do porto e do molhe É possível capturar doude Sines, onde são muito radas durante todo o ano frequentes, beneficiando dentro do Sado. De qualda segurança que os blo- quer forma, há um período cos e pés-de-galo dão, (é em que isso é mais eviimpossível utilizar redes, dente: a entrada de exempor exemplo), pela profun- plares com algum peso, 2 didade, pelos seus túneis a 3 kgs, motiva uma prie esconderijos que são meira romaria às águas absolutamente inexpug- interiores do rio. Porque náveis, e da quantidade existe muito peixe miúdo de comida disponível. A nos baixios, que rebenzona de Sines tem muita ta as iscas destapadas, pedra, logo muita possibi- pesca-se com lingueirão lidade de criar moluscos, c/ casca, apenas acessía base da alimentação do vel aos grandes peixes. A protagonista de hoje. As montagem consta de dois douradas residentes co- a três anzóis em tandem, meçam a subir para norte, com a casca do lingueirão por volta do fim do mês fechada com o auxílio de de Julho, mês de Agosto, elástico. É uma pesca de o grosso da coluna em espera, que tem alguns Setembro, fazendo pas- adeptos. Nos mesmos sagens por diversas pe- locais, é possível pescar dras, onde são pescadas pequenas corvinas, até por quem lhes conhece os 10 kgs de peso, utilizando caminhos. Porque estão a tiras de choco, ou chocos desenvolver as gónadas, vivos, capturados no dia, as ovas, precisam de ener- na foz do rio. As douradas gia extra, tornam-se muito entram para o rio, muitas dependentes de encontrar delas são dizimadas pela alimentação em quanti- aplicação de redes, e pos2020 Maio 401

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Pesca Desportiva

Vereda

tas à venda no mercado de Setúbal. Legislar e fiscalizar sobre a utilização de redes neste momento tão crítico seria importante. É um peixe que só ocasionalmente faz parte das capturas do caçador submarino, não que não exista em quantidades significativas, mas porque, fora de buracos nas rochas, (onde é perfeitamente passivo e muito mais fácil de capturar que um sargo), é desconfiada e não se aproxima facilmente da silhueta camuflada de um caçador. Convivem com os sargos, chegam a formar cardumes conjuntos, procuram os mesmos refúgios e alimentam-se nas mesmas zonas das mexilhoeiras. Há zonas do país onde são certas, todo o ano: a Pedra da Galé, na Carrapateira, a 66

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Pedra dos Ingleses, na mesma zona, e a Pedra da Agulha, na Arrifana. Há sempre. Em Setembro as douradas estão ainda dentro do Sado Como funciona? Outra área muito importante neste puzzle é a Barragem de Sta Susana, em Alcácer do Sal. Explico porquê: os agricultores desta zona têm como actividade principal a produção de cereais, com uma incidência muito grande na produção de arroz. Aproveitando a água da barragem, fazem regadio nas zonas planas, retirando com bombas a água enviada através da vala real. Inundam os campos e plantam arroz, no momento certo, a Primavera.

Para evitar a acumulação de ervas e concorrência às suas plantas, lançam nessa água herbicidas químicos que não afectam o arroz, mas impedem a proliferação de ervas daninhas. Quando o arroz está feito, há que fazer a monda, utilizando máquinas de recolha. É conveniente que os terrenos estejam secos. Para isso, procedem ao levantamento das comportas, escoando a água que estava retida, que volta à vala real, com os tais herbicidas e agentes químicos. Essa vala, com cerca de oito metros de largura e um a dois metros de fundo, transporta a água para os esteiros do Sado. Sai para o rio concretamente na zona da Comporta, onde, sem qualquer dificuldade, é possível ver

os peixes de água doce, as carpas, os achigãs, os pimpões, misturados com tainhas ou robalos. Na altura em que se faz a monda do arroz, começamos a ter os primeiros sinais de instabilidade de tempo, por volta do mês de Setembro. As águas ainda estão quentes, 19 a 20 ºC, e as douradas ainda estão dentro do rio, a preparar a desova. Com as primeiras chuvas, e coincidindo com o levantar das comportas para apanha do arroz, os produtos químicos começam a chegar ao Sado. Detectados pelo olfacto apurado destes peixes, é o momento de as douradas retirarem para fora do rio, ficando nas zonas baixas, a 20, 30, 40 metros de fundo. Falamos das “Casinhas”, do “Zim-


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Pesca Desportiva

Ricardo Antunes a bordo do GO Fishing III, num dia de pesca às douradas

bral”, do “Mar Negro”. As pedras são sobejamente conhecidas, os pescadores locais fazem esperas e de quando em quando aparece um exemplar de maior tamanho. Pesca-se nesta altura com ameijola, ou com caranguejo vivo. Os sinais de douradas são evidentes, as sondas passam a detectar peixe em zonas com areia e pequena pedra 68

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rolada, onde as douradas aproveitam iscos como a navalha, ou o camarão que se criou debaixo das algas que nasceram e cresceram no Verão junto à Arrábida, beneficiando da acalmia das águas. Quando aparecem os primeiros temporais, essas algas partem ou são arrancadas, criando uma camada de manta morta que continua a dar pro-

tecção ao camarão, mas que se desloca para sul, empurrada pela força das correntes de vazante do Sado, e os ventos dominantes de Noroeste. Passa pelas zonas onde as douradas estão nesse momento, fornecendo comida. Quem faz mergulho, encontra tapetes de algas mortas, que vieram das pedras da Arrábida, e têm por baixo camarão.

Fazem-se chacinas em cardumes A chegada de Outubro traz os primeiros frios, e com eles, a necessidade de as douradas, já com as ovas quase formadas, encontrarem águas com temperaturas mais estáveis. É aqui que entra a Pedra da Vereda, hoje conhecida pelas suas douradas, mas que em tempos idos, era conhecida dos velhos pescadores por Vereda dos Pargos. Tem aquilo que é necessário: comida, protecção, (é uma pedra muito irregular, com muitos buracos onde entocam as douradas, para se protegerem das redes), tem dimensão, falamos de centenas de metros de pedra, e tem uma temperatura de água estável. A dada altura, aparecem, meio soltos, alguns grandes exemplares a largo do Cabo Espichel. Os cardumes são detectados nas sondas, e são pescados a meia água, com caranguejo, à rola, ou seja, com o barco não fundeado. Mas é a Vereda que concentra gente que vem de todo o lado, do Algarve, de Aveiro, de Coimbra, … E é aqui que se pesca, de forma descontrolada, todos os dias da semana, de Outubro a Dezembro, um dos mais emblemáticos peixes da nossa região. São muitas as dezenas de embarcações ancoradas, quantas vezes acima de uma centena, e que procuram convencer as douradas a comer os caranguejos apresentados. Com casca ou sem, com patinhas ou sem, em


Pesca Desportiva

Nosso representante em competições de pesca internacionais, Bruno Cabrita é um dos valores seguros da pesca desportiva nacional. De reparar o detalhe da montagem à chumbadinha. 2020 Maio 401

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Pesca Desportiva

metades, em quartos, inteiros, os caranguejos de rio sofrem nessa altura uma razia nos seus efectivos. Pesca-se à chumbadinha, com chumbo solto, a correr e dois anzóis, pesca-se à vertical, com dois anzóis fixos por cima da chumbada. Estimo que mais de 75% a 80% das pessoas que vai pescar douradas venha de lá com as mãos a abanar. O processo é simples de explicar: durante a semana, com menos embarcações, menos ancoras no fundo, menos cabos e correntes, os bichos conseguem a paz suficiente para comer. Relembro que estão numa fase de reprodução, em que as

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ovas obrigam à obtenção de nutrientes. Fazem-se chacinas em cardumes, aproveitando o frenesim alimentar que se instala quando chega o momento certo da maré e os peixes começam a comer. As consequentes fotos são publicadas, sobretudo pelas embarcações marítimo turísticas, que com isso beneficiam de publicidade, e a palavra circula. Ao fim-de-semana, aqueles que estão a trabalhar, aproveitam a oportunidade da clemência do tempo e fazem a sua romaria de “ir às douradas”. São centenas de pescadores, cada um a apresentar o melhor que pode e sabe o seu isco. Na verdade,

a pressão de âncoras a cair, a arrastar, a fazer barulho, põe de sobreaviso os peixes abaixo, que se resguardam, e inibem de comer. E passa uma semana mais, e o processo volta, a repetir-se. A febre das douradas, dos peixes com a malha amarela na testa, só tem paralelo na corrida ao ouro no velho Oeste. Todos vão, na ânsia de conseguir uma parte para si. Os stocks deste peixe atingiram níveis preocupantes, e mais dia, menos dia serão objecto de limitação legislativa. Se existem medidas mínimas, e um peso total máximo permitido, a verdade é que a fiscalização não se

faz sentir, e todos os dias se reduzem mais e mais os exemplares disponíveis. Os grandes reprodutores já foram, neste momento restam, não se sabe até quando, apenas pequenos peixes. Acabase com o resto? Voltaremos a este assunto, a permanência de peixes em determinadas zonas, para falar sobre um outro predador, o pampo, Balistes Carolinenses. Sem predadores conhecidos entre nós, tem vindo a conhecer um preocupante incremento em quantidades e meses de permanência nos pesqueiros. Vão ver que é um assunto interessante.


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Sugestão do Mar

Gastronomia

Portugal O Melhor Peixe do Mundo

Foi editado pela Assírio & Alvim um livro de Fátima Moura, Portugal O Melhor Peixe do Mundo, onde a autora recolhe depoimentos de biólogos portugueses que justificam a riqueza da nossa plataforma continental, e de chefes de renome nacional e internacional que enaltecem as qualidades únicas do pescado português.

O

livro inclui ainda uma descrição sobre os peixes da costa portuguesa, recei-

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tas de chefes e técnicas de confeção. Porquê a nossa plataforma continental possui, “o

melhor peixe do mundo”? O Professor Luís Saldanha, biólogo marinho que se distinguiu no estudo da fauna marinha do Atlântico Nordeste, foi professor catedrático da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, bem como presidente Instituto Nacional de Investigação das Pescas e autor do livro Fauna Submarina Atlântica, dizia: “ a riqueza dos peixes da nossa costa não é apenas haver uma grande variedade que se pode comer é a sua extraordinária qualidade”. Luís Saldanha, grande defensor dos parques e reservas marinhas, teve

como homenagem, após a sua morte, o seu nome dado ao primeiro parque marinho em Portugal, o Parque Marinho Professor Luís Saldanha, em Sesimbra. Hoje os cientistas sabem que a abundância de peixe é influenciada pela existência de condições favoráveis de temperatura, iluminação, salinidade e oxigénio das águas, das quais depende a existência de maior ou menor quantidade de plâncton, organismos microscópios vegetais, o fitoplâncton, ou animais, o zooplâncton, dos quais muitas espécies de peixe se alimentam.


Sugestão do Mar

da Nazaré chega aos 5000 metros de profundidade, o de Lisboa tem 2000 metros e o de São Vicente em Sagres atinge 3.000 metros de profundidade Das zonas com águas mais profundas vêm as correntes marítimas, com deslocações de grandes massas de água com diferentes características de temperatura e densidade, favorecendo a oxigenação, criando condições para a formação de fitoplâncton, atraindo os cardumes, principalmente na área da confluência de uma corrente fria e de uma corrente quente. As águas agitadas proporcionam a renovação da água e do plâncton e favorecem bastante a renova-

Como as referidas condições dependem da profundidade das águas e das correntes marítimas, existem nos oceanos áreas de maior e menor abundância e diversidade de espécies. A plataforma continental de Portugal, ao longo do litoral tem as condições ideais para a abundância de peixe. Com início nas praias e nas falésias, estende-se submersa com uma profundidade média de 200 metros até começar a afundar, numas zonas num declive suave e noutras abruptamente, a sua largura varia no geral, entre 30 e 60 km, atingindo a máxima extensão de 70 km ao largo do cabo da Roca. Tem ainda a desaguar quatro importantes rios com grande caudal, o Tejo com o maior estuário da Euro-

pa, o Douro, o Mondego e o Sado. Devido a este conjunto único de circunstâncias, a quantidade e a diversidade de fauna marinha são maiores na plataforma continental e existem consideráveis condições favoráveis à abundância de recursos piscatórios. Porque as águas são pouco profundas, permite uma maior penetração da luz. Também devido às águas possuírem menor teor de sal, em virtude de receberem as águas dos rios, muito ricas em nutrientes e oxigénio para a formação de plâncton. Outra razão muito importante é a costa continental portuguesa conter três canhões submarinos, o da Nazaré, o de Lisboa e de São Vicente. O canhão

ção dos stocks. Outras condições excepcionais são as nortadas. Quando aparecem as nortadas, nos meses de verão, com os ventos fortes do Norte, soprando junto ao litoral, provocam o afastamento das águas superficiais para o largo. Gera-se uma corrente de compensação, com as águas profundas a ascenderem à superfície para substituir as que foram afastadas pelo vento. Como as águas de maior profundidade são mais frias, provocam uma maior agitação das águas e a diminuição da temperatura que ocorre nos meses de verão, quando há maior quantidade de espécies como a sardinha e o carapau, na costa portuguesa.

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Notícias do Mar

Últimas

Notícias da Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas

Mergulho Recreativo Assegura mais de 5 mil Empregos em Portugal

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rganizações nacionais e internacionais criam regras para regresso em segurança do Mergulho Recreativo que em Portugal assegura mais de 5 mil empregos. Com o fim do estado de emergência e, numa altura que estão a ser definidas regras para usufruir de recursos naturais como as praias e o mar, a Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas (FPAS) defende com urgência o regresso do Mergulho Recreativo, uma atividade com enorme peso económico, quer em termos nacionais quer internacionais, sobretudo no turismo, uma das áreas mais afetadas pela pandemia do coronavírus. Por esta razão, várias entidades como a FPAS, Divers Alert Network (DAN), Professional Asso-

ciation of Dividin Instructors (PADI), SCUBA Schools Internacional (SSI) e Confédération Mondiale des Activités Subaquatiques (CMAS) reuniram-se para elaborar e adaptar um documento de referência para a retoma das atividades de Mergulho Recreativo em Segurança. Os números indicam que, apesar de ser uma atividade sazonal, o mergulho recreativo garante em Portugal o emprego a mais de 5 mil pessoas que, neste momento, estão em layoff, mas caso não seja retomada a atividade, poderão ir para o desemprego. Segundo dados do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ, IP) no território nacional existem mais de 200 empresas associadas a esta atividade e mais de 50 mil praticantes de mergulho recreativo, dados que são significativos

na área do turismo. Por ano, são faturados mais de 5 milhões de euros em venda de equipamentos para o mergulho recreativo, são emitidas mais de 10 mil certificações e são realizados mais de 100 mil mergulhos. Na balança externa, o turismo representa 52,3% das representações de serviços, 19,7% das exportações totais e 8,7% do PIB nacional sendo que no turismo subaquático 75% da sua atividade depende da atividade turística. De acordo com a World Tourism Organization, o turismo subaquático é uma atividade importante a nível mundial, uma vez que permite a milhares de pessoas viajarem para determinados destinos, tendo como principal objetivo fazer mergulho recreativo e, neste ponto, Portugal aparece como um dos destinos de referência devido à sua lon-

ga costa. A mesma organização refere que para 2020 estão previstas receitas na ordem dos 2 biliões de euros, isto porque o turismo subaquático é considerado a segunda maior atividade de turismo (em primeiro aparece o golf) com taxas de crescimento anuais de 6 a 7%. O mergulho recreativo é uma prática desportiva individual em ambiente de natureza, altamente regulada, e que exige formação especifica dos seus praticantes, guias e instrutores. Na verdade, cada mergulhador desempenha o papel de embaixador do mundo subaquático e, pelas razões apresentadas e tendo em conta o momento atual, é fundamental aprovar as recomendações e retomar esta atividade o mais depressa possível.

Director: Antero dos Santos - mar.antero@gmail.com Paginação: Tiago Bento - tiagoasben@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Rocha, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Club Naval de Sesimbra, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00

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