

Sardinha Portuguesa com Selo de Qualidade MSC
Aberta a Outros Mercados

A sardinha portuguesa foi reconhecida com o selo azul MSC, até 2030, que distingue as pescarias com as melhores práticas internacionais de qualidade, agora em conservas pode conquistar novos mercados, pois apenas é exportada para 70 países.


Asardinha portuguesa foi reconhecida com o selo azul MSC, que distingue as pescarias de cerco com melhores práticas internacionais, anunciou o Ministério da Agricultura e do Mar, que sublinha a oportunidade de abertura a novos mercados com a certificação.
“Este reconhecimento é prova do compromisso dos pescadores portugueses com as boas práticas ambientais, a gestão responsável dos recursos marinhos e o respeito pelos ecossistemas”, sublinha a tutela.
A certificação MSC (Marine Stewardship Council) dis-
A sardinha portuguesa foi reconhecida com o selo azul MSC
Cardume de sardinhas

tingue as pescarias com as melhores práticas internacionais em prol de uma pesca sustentável, assente em padrões como a sustentabilidade dos ‘stocks’ de sardinha, a redução do impacto da pesca nos ecossistemas e o sistema de gestão eficaz, baseado em dados científicos. Em abril, a então secretária de Estado das Pescas, Cláudia Monteiro de Aguiar, já tinha antecipado que, en-

tre junho e julho, Portugal deveria receber o selo azul na pesca da sardinha.
Confirmada agora, o Ministério sublinha que “o selo
azul MSC valoriza o pescado e abre portas a novos mercados”
A certificação abrange a frota portuguesa de cerco, re-
presentada pela ANOPCERCO - Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco, e tem validade até 2030.


Pesca de cerco à sardinha com as melhores práticas internacionais de qualidade
O selo azul MSC valoriza o pescado e abre portas a novos mercados
Selo azul MSC

Sardinha um produto de alto valor para Portugal
A Sardinha vive no mar em profundidades entre os 10 -100 m. Pode chegar até um comprimento máximo de 27,5 cm.
As sardinhas formam enormes cardumes em profundi-
dades até aos 100m durante o dia para se protegerem dos predadores, à noite veem à superfície para se alimentarem, porque a água está mais enriquecida com plâncton.
É por isso que os barcos de pesca de cerco, a maioria parte à noite para pescar a sardinha e descarregar de manhã nas Lotas, para che-

garem o mais frescas possível ao consumidor.
Durante o verão e até meados do outono acumula gordura e crescem as ovas, o que lhe permite ter energia para se conseguir reproduzir nos meses seguintes, entre Outubro e Abril.
A sardinha distribui-se pelo Atlântico Nordeste desde a
Islândia até ao sul, em direção do Senegal. É bastante comum na parte ocidental do Mediterrâneo e no Mar Adriático, bem como no Mar de Mármara e no Mar Negro. É uma espécie com alto valor comercial cuja principal ameaça é a sobrepesca, porque pescam com barcos com redes de cerco, mas também


As sardinhas frescas são mais consumidas no verão Cardume de sardinha
Pesca da Sardinha em cerco, a certificação abrange


redes de emalhar, xávega, armações e, ocasionalmente arrasto de fundo.
Sendo uma das principais
pescarias em Portugal, existe um plano de gestão para a pesca da sardinha. Em 2017, a população de
sardinha no mar ibérico atingiu níveis dramáticos e o Conselho Internacional para a Exploração do Mar considera que


seriam necessários, pelo menos, 15 anos de suspensão total da pesca para repor o estoque em níveis aceitáveis.
A fim de proteger a espécie existe um limite de 180 dias de pesca por ano, por embarcação, períodos de interdição de captura e limites à pesca de juvenis. Esta espécie tem um tamanho mínimo legal de captura de 11 centímetros. É provável que os efeitos para o ecossistema da pesca de cerco sejam pouco significativos, mas os dados sobre esta questão são insuficientes. O impacto desta pesca nos habitats do fundo do mar é considerado baixo e como as sardinhas formam grandes cardumes, as taxas de captura acessória também são relativamente baixas.
Para além de ser consumida fresca, a sardinha é também uma matéria-prima extremamente importante para a indústria conserveira. Portu-
Barco de Sagres na faina de pesca de cerco
gal possui uma longa tradição na produção de conservas de sardinha, tendo a primeira fábrica desta natureza sido estabelecida no seu território em finais do século XIX.
Durante o período da 2ª Guerra Mundial, Portugal transformou-se no principal produtor mundial de conservas de sardinha, primando pela qualidade da sua produção.
Os portugueses gostam de comer a sardinha fresca assada na brasa, durante o verão de junho a setembro e está toda já bem vendida pois, praticamente toda a captura da frota portuguesa destina-se a este mercado. É também neste período que a sardinha está mais cara em lota.
A partir do verão só metade do que é capturado é que vai para a indústria conserveira. É necessário que a sardinha em conservas atinja mais mercados, porque atualmente é vendida para apenas 70 Países.
Entretanto a sardinha vai engordando e as ovas crescendo, mas nas lotas é vendida mais barata. Toda a sardinha que for pescada antes de desovar, oferece um novo

produto, as ovas, o caviar português.
Os benefícios do ómega3 estão já assinalados nas latas de sardinha.
Agora deve ser marcado em todas latas o Símbolo MSC que dá à sardinha portuguesa a máxima qualidade.
O Governo para promover a sardinha e as ovas em lata em conserva de azeite, deve

em quase todos os salões onde Portugal participa oferecer aos visitantes uma lata
de sardinha com selo MS. Será a maior e mais direta promoção da sardinha.



Este é o prato preferido no verão
Um novo produto, as ovas, o caviar português
Ovas de Sardinha
A sardinha que for pescada antes de desovar, oferece um novo produto, as ovas
Portugal Afirma Posição nos Fluxos Marítimos e Logísticos Globais

A participação portuguesa na Transport Logistic 2025, o maior evento mundial de transportes e logística, que decorreu em Munique entre 2 e 5 de Junho, confirmou a vontade crescente das entidades e empresas presentes, em aumentar a influência do país na cadeia logística marítima europeia.
Portugal teve uma representação significativa num certame de referência internacional,
onde os portos, operadores, transportes, logística integrada e empresas de tecnologia estiveram em destaque num
ambiente marcado pela transição energética e digitalização.
Numa altura em que os te-


mas da inovação tecnológica (com destaque para a inteligência artificial e a cibersegurança), a sustentabilidade e a colaboração intersectorial dominam a agenda global, os portos e empresas nacionais apresentaram soluções avançadas e uma visão estratégica alinhada com os novos desafios. A Cadeia de Abastecimento Global, profundamente impactada pela pandemia e por sucessivos conflitos e incertezas geopolíticas, encontra-se em transformação, exigindo sistemas mais flexíveis, seguros e fiáveis. Neste contexto, Portugal afirma-se como uma ponte atlântica entre continentes, com potencial reforçado para desempenhar um papel central na reconfiguração dos fluxos logísticos internacionais. As empresas de carga estiveram em destaque
A Transport Logistic 2025, decorreu em Munique
A comitiva portuguesa contou com a presença de mais de 30 empresas, com destaque para as participações de peso no sector marítimo-portuário, integradas na promoção internacional do sistema portuário nacional. A APP – Associação dos Portos de Portugal, APS –Administração dos Portos de Sines e do Algarve, Porto de Aveiro, Porto de Lisboa, Porto de Setúbal, Porto de Leixões, Porto da Figueira da Foz e a PSA Sines.
A estas juntaram-se empresas com serviços complementares à operação portuária, como a Torrestir, a Garland, a Six Overseas Transport Solutions e a Portir Transitários, que asseguram a ligação dos portos à cadeia logística global através de soluções integradas de transporte, transitários, movimentação de contentores e logística, essenciais ao bom funcionamento da Cadeia de Abastecimento.
Também a gestão de terminais e a modernização das operações portuárias foram valorizadas, com destaque para a eficiência na movimentação de contentores e a adopção de soluções tecnológicas integradas.
Para além destas, estiveram também representadas entidades como a Esri Portugal, SPC – Serviço Português de Contentores, NVOxpress, Infinite Foundry, Abreu Logistics, EGAPI, Antípoda, Meight Technologies, Mind4Logistics, Santos e Vale, XBS LOG, MARLO, AIMMAP, Cargofiv, Softdevlop, Flowbotic, VLE Transit, INOV Logistics, Rangel Invest, Luís Simões, JTM – Join The Moment, INESC TEC, Bee2Solutions, Yilport Iberia e CME S.A., refletindo a diversidade, inovação e abrangência da participação portuguesa, também com soluções orientadas para a digitalização da cadeia logística, num evento que continua a

consolidar-se como plataforma essencial para o desenvolvimento da logística à escala global.
Porto de Sines com presença dupla e aposta digital
O Porto de Sines marcou presença de forma destacada em dois espaços distintos da feira, no stand colectivo da APP, em conjunto com os principais portos nacionais, e no pavilhão dedicado às tecnologias de in-
formação, através da Agenda NEXUS, consórcio que integra também empresas como a Cargofive, Devlop, Egapi, Esri Portugal e Marlo.
Com o apoio da ADRAL –Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo e integrado no projeto Invest in Alentejo, o Porto de Sines aproveitou a feira para consolidar o seu posicionamento como plataforma logística e industrial de referência europeia, destacando os seus elevados índices de conectividade internacional
e a proximidade à ZILS – Zona Industrial e Logística de Sines. A presença na feira contribuiu ainda para dar visibilidade à agenda de transição energética, inovação e sustentabilidade que está a moldar o futuro do porto.
A força conjunta dos Portos de Lisboa e Setúbal no Atlântico
Também com presença no espaço da APP, os Portos


Porto de Sines na Transport Logistic com o apoio da ADRAL
A PSA Sines juntamente com a casa-mãe promoveu os Smart Ports

de Lisboa e Setúbal evidenciaram-se pela estratégia de complementaridade logística. Segundo Carlos Correia, presidente das duas administrações portuárias, esta foi uma “oportunidade única para demonstrar o potencial conjunto dos nossos dois portos estratégicos”.
A região lisboeta reforça o conceito de porta atlântica para a Europa, com uma oferta integrada que une capacidade portuária, intermodalidade e inovação logística.
Garland destacou-se com a oferta logística e marítima
Com mais de 240 anos de história, a presença da Garland reforçou a posição das suas unidades, Garland Logistics, Garland Transport Solutions, Garland Shipping e Garland Customs Solutions, que prestam serviços integrados no âmbito dos transportes e logística, operação portuária e serviços especializados de
navegação.
A empresa destacou os seus serviços nas áreas de transporte marítimo, granéis sólidos e líquidos, intermodalidade, projetos offshore e científicos, e gestão aduaneira. Apostando na eficiência operacional e na sustentabilidade, a Garland reafirmou em Munique o seu compromisso com a ligação entre os portos nacionais e o comércio global, posicionando-se como parceiro-chave na logística e no transporte marí-

timo europeu.
Torrestir reforça estatuto de operador logístico global com foco em tecnologia e sustentabilidade
A Torrestir, um dos maiores operadores logísticos da Península Ibérica, marcou presença pela sétima vez consecutiva na Transport Logistic 2025, com stand próprio, reafirmando o seu posicionamento como parceiro internacional de confiança na cadeia de abastecimento global. A participação no certame foi assumida como estratégica, permitindo à empresa consolidar parcerias internacionais, apresentar as suas soluções inovadoras e acompanhar de perto as tendências que estão a transformar o setor.
Com mais de 60 anos de experiência, presença consolidada em Espanha e Alemanha, uma frota com mais de 2.000 viaturas, 3.000 colaboradores, 250.000 m² de área de armazenagem e mais de 5,2 milhões de entregas anuais, a Torrestir demonstrou em Munique a sua capacidade de resposta global com soluções adaptadas a diversos setores, incluindo farmacêutico, alimentar, automóvel, retalho, energias renováveis e tecnologias da informação.
O grupo apresentou um portefólio abrangente e integrado de serviços logísticos, que inclui transporte nacional e internacional (em carga completa ou grupagem), transitários (terrestre, marítimo e aéreo), armazenagem ambiente e com temperatura controlada, logística contratual, transporte de contentores, heavy lift, serviços aduaneiros, courier, transporte farmacêutico (GDP), bem como soluções digitais avançadas para gestão logística

Agenda NEXUS reitera presença na Transport Logistic
A Torrestir marcou presença pela sétima vez consecutiva
inteligente.
A direção da Torrestir considera que o regresso à Transport Logistic reflete a importância estratégica que este evento assume para o crescimento da empresa. Encaram a feira como uma oportunidade privilegiada para apresentar soluções, reforçar relações com parceiros internacionais e acompanhar de perto as tendências que estão a transformar o setor. A administração sublinha ainda que os pilares estratégicos da empresa assentam na inovação, na digitalização e na sustentabilidade, com o objetivo de alcançar a neutralidade carbónica até 2026.
Com esta participação, a Torrestir reforçou a sua imagem como operador logístico global, orientado para o futuro, com forte aposta em soluções sustentáveis e tecnológicas, e empenhado em manter-se na linha da frente num setor em constante evolução.
Portos de Portugal promovem estratégia nacional
A Associação dos Portos de Portugal (APP) dinamizou a participação nacional através de um stand conjunto, que reuniu os principais portos comerciais portugueses, Aveiro, Figueira da Foz, Leixões, Lisboa, Setúbal e Sines.
Esta representação concertada teve como objetivo principal afirmar a visibilidade internacional da oferta portuária nacional, destacando a sua competitividade, elevada conectividade e papel estratégico no comércio global. Através de uma presença sólida e articulada, Portugal afirmou que pode ser um polo logístico essencial no corredor atlântico. Para além das administrações portuárias, o stand acolheu também as Comuni-

dades Portuárias, bem como representantes da APAT –Associação dos Transitários de Portugal e da AGEPOR – Associação dos Agentes de Navegação de Portugal, reforçando a dimensão colaborativa e multissetorial da delegação portuguesa e evidenciando uma abordagem integrada entre os diferentes intervenientes da cadeia logística nacional.
A participação contou ainda com o apoio de vários patrocinadores nacionais e internacionais ligados à cadeia de valor logística e portuária, como a NVOExpress, Portline, Yilport, Zaldesa, AICEP
Global Parques, OJE Logistics e PTM Ibérica, que contribuíram para a promoção do potencial estratégico do sistema portuário português junto de decisores e parceiros internacionais.
Portugal afirma ambição atlântica
na maior feira mundial de logística
A edição de 2025 da Transport Logistic, voltou a afirmar-se como o maior e mais relevante certame mundial do setor da logística, transportes, mobilidade e gestão da cadeia de
abastecimento. Com números recorde, o evento reuniu 2.722 expositores de 73 países e acolheu mais de 77.000 visitantes provenientes de 130 nações, ocupando uma área total de 150.000 metros quadrados. Este crescimento em dimensão e alcance internacional consolidou o estatuto da Transport Logistic como plataforma central para inovação, diálogo estratégico e negócios no setor.
Os temas centrais da feira refletiram os desafios e oportunidades atuais da indústria, com destaque para digitalização, inteligência artificial, cibersegurança, sustentabilidade e


Stand colectivo da Associação dos Portos de Portugal

transição energética, que foram os grandes eixos temáticos em conferências, painéis, apresentações e encontros de Networking. A crescente presença de soluções tecnológicas aplicadas à logística, desde sistemas autónomos a plataformas de gestão inteligente e conceitos de mobilidade integrada, deram o tom de uma indústria em plena transformação.
A componente de carga aérea também ganhou novo destaque, com a air cargo Europe a ocupar dois pavi-
lhões inteiros, evidenciando a sua importância estratégica, sobretudo em setores como o comércio eletrónico, farmacêutico e bens de entrega urgente. Esta evolução sublinha a crescente interdependência entre modos de transporte e a necessidade de soluções logísticas cada vez mais integradas e ágeis. Neste cenário de inovação e internacionalização, a presença portuguesa afirmou-se com maturidade, coesão e visão estratégica. A Transport Logistic 2025 foi uma mon-
tra privilegiada para posicionar Portugal como parceiro atlântico na logística global e demonstra a capacidade para responder de forma integrada às exigências contemporâneas da Cadeia de Abastecimento.
O stand promovido pela APP – Associação dos Portos de Portugal funcionou como ponto de encontro e vitrina institucional do sistema portuário nacional. Com os portos de Sines, Aveiro, Lisboa, Setúbal, Leixões e Figueira da Foz reunidos num esforço

conjunto, Portugal mostrouse como um bloco logístico estruturado e com ambição global, sublinhando a sua posição geográfica privilegiada e a evolução tecnológica e sustentável da sua oferta portuária.
O evento “Networking Portos de Portugal”, realizado no dia 3 de junho, no espaço conjunto da APP, foi um dos momentos a marcar a participação nacional. A iniciativa promoveu o diálogo entre administrações portuárias, operadores e entidades privadas, fomentando o contacto entre os diferentes intervenientes do setor, reforçando parcerias estratégicas e projetando o posicionamento internacional dos portos portugueses no atual contexto global, com vista ao reforço da competitividade e da internacionalização do sistema portuário nacional.
A participação portuguesa materializou-se numa representação plural, onde entidades públicas e privadas alinharam esforços para mostrar ao mercado internacional a solidez e diversidade da oferta nacional. A complementaridade entre portos, infraestruturas portuárias, transitários, operadores logísticos, soluções tecnológicas e serviços de valor acrescentado é essencial para responder aos desafios da logística global. A atuação concertada entre entidades públicas e privadas revelou uma estratégia comum de afirmação do país como plataforma logística atlântica, capaz de servir a Europa, África e América Latina com eficiência, conectividade e sustentabilidade.
A próxima edição da Transport Logistic já tem data marcada: de 26 a 29 de abril de 2027, novamente em Munique. Até lá, os portos portugueses continuarão a navegar com rumo firme na transformação logística do século XXI.

Stand da Abreu Logistics A próxima edição da Transport Logistic realiza-se de 26 a 29 de abril de 2027, em Munique

Certificação da Pescaria da Sardinha Ibérica

Após um rigoroso processo de avaliação, a pescaria de cerco da sardinha ibérica obteve a certificação do Marine Stewardship Council (MSC), permitindo que as capturas realizadas por embarcações certificadas possam agora ostentar o Selo Azul da organização, símbolo internacional de sustentabilidade.


Acerimónia oficial de entrega da distinção decorreu em Matosinhos, reforçando o compromisso coletivo com a sustentabilidade dos recursos marinhos e com o futuro das comunidades costeiras ibéricas.
A certificação MSC representa um marco histórico para o setor da pesca do cerco de Portugal e Espanha. A sardinha portuguesa já tinha conquistado esta distinção em 2010, mas a certificação foi suspensa em 2014 devido ao estado crítico do stock. A recuperação e o novo reconhecimento são o resultado
de anos de esforço conjunto entre os produtores, os governos e a comunidade científica.
Abrangendo 339 embarcações de cerco, 144 portuguesas e 195 espanholas, esta certificação resulta da colaboração entre 17 organizações de produtores e três associações portuguesas da indústria alimentar, nomeadamente a Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP), Associação Nacional da Indústria pelo Frio e Comércio de Produtos Alimentares (ALIF) e Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), sob a coordenação da Associação Nacional das Organizações de Produtores da Pesca do Cerco (ANOPCERCO) e da Organización de Productores de Pesca del Cantábrico (OPPs Cantábrico).
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) desempenhou um papel fundamental no apoio científico à candidatura. O IPMA constituiu um grupo de trabalho no âmbito do projeto SARDINHA2030, financiado pelo Programa MAR2030 e cofinanciado pela União Europeia, dedicado a reunir informação relevante para a certificação da sustentabilidade das pescas e do ecossistema pelágico, tendo

reunido e disponibilizado informação científica essencial, além de conduzir investigação dirigida a colmatar lacunas de informação identificadas no processo. Este apoio valeu ao IPMA o prémio “Impulso à Pesca Sustentável”, atribuído em novembro de 2024 na primeira edição dos Prémios Mar Para Sempre do MSC. Durante o processo de avaliação da candidatura, iniciado formalmente em setembro de

2024, foram realizados encontros técnicos com os vários stakeholders, incluindo visitas nas instalações do IPMA. Divulgado em março, o relatório preliminar atribuiu pontuações acima dos limiares exigidos em todos os três princípios do padrão MSC.
A fim de manter a certificação, a pescaria da sardinha ibérica terá de cumprir um conjunto de condições específicas definidas no relatório
final de avaliação, tais como o reforço da monitorização científica do stock e a avaliação dos impactos da pescaria sobre o ecossistema, nomeadamente espécies não-alvo e habitats. No âmbito do projeto SARDINHA2030, o papel do IPMA será novamente essencial neste processo, através da produção e atualização da informação científica necessária ao acompanhamento das medidas implementadas.


Notícias do Mar
Notícias do Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Reunião do Projeto Aquafish

Realizou-se, nos dias 26 e 27 de junho, a 4.ª reunião do Comité Executivo do projeto Aquafish 0.0 na Madeira.


Areunião contou com a participação da Investigadora Principal do IPMA, Cláudia Afonso, e teve lugar na Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação (ARDITI), no Funchal.
Projeto INTERREG Atlantic Area AQUAFISH 0.0 (EAPA_0062/2022) - Aquaculture & Fisheries 0.0 - “Improving the acceptance and social awareness in the consumption of sustainable marine food products developed under the zero-waste philosophy” visa promover a aceitação social e a sensibilização de consumidores e produtores para a
Texto e Fotografia IPMA
Equipa Aquafish
Aquabaia em Ribeira Brava, Madeira

adoção de políticas que reduzam as perdas e o desperdício alimentar, alinhadas com a filosofia do “desperdício zero” e com base no modelo da Hélice Quádrupla.
No âmbito desta reunião, foram promovidos diversos eventos, incluindo a visita às instalações de aquacultura offshore da empresa Aquabaía - Sociedade de Aquacultura das Ilhas, Lda., localizada ao largo da costa da Ribeira Brava, e às instalações da empresa IlhapeixeSociedade de Peixe da Ilha, S.A., em Santa Cruz, especializada na transformação e comercialização de pescado fresco e congelado.
Destaca-se ainda um evento de degustação realizado na Escola de Hotelaria e Turismo da Madeira (EHTM), que reuniu um painel de provadores nacionais e internacionais.
Durante a sessão, foram apresentados os produtos funcionais desenvolvidos pela equipa da Divisão de Aquacultura, Valorização e Bioprospeção do IPMA (DivAV), com destaque para nachos inovadores, enriquecidos com iodo obtido da macroalga Gracilaria gracilis, cultivada em sistemas de recirculação em aquacultura pela Estação Piloto de Piscicultura de Olhão (EPPO) do IPMA.
Os nachos conquistaram

os participantes pela sua qualidade e sabor, refletindo o potencial dos alimentos funcionais de base marinha. A prova foi acompanhada por molhos cuidadosamente preparados pelo Chefe Miguel Rodrigues e pela sua equipa da EHTM, que contribuíram para tornar a experiência ainda mais especial.
Projecto
Aquafish
No atual contexto de baixa consciencialização no Espaço Atlântico sobre os benefícios que a abordagem da economia circular pode trazer para as cadeias de valor da aquicultura e da pesca, o AQUAFISH0.0 dedicar-se-á a promover o estímulo à produ-


Ribeira Brava, Madeira
Aquabaia
Aquabaia, Ribeira Brava

ção, ao processamento e ao consumo inovadores e sustentáveis de produtos alimen-
tares marinhos.
O AQUAFISH0.0 irá promover a aceitação social e

zação social no consumo de produtos alimentares marinhos sustentáveis, desenvolvidos sob a filosofia de desperdício zero.
Duração do projeto em meses: 36
Data de início: 01/11/2023
Data de fim: 31/10/2026
Serão executadas 3 linhas de ação principais:
- I&D: Desenvolvimento de produtos alimentares inovadores a partir de pesca acessória e subprodutos.
- Atualização do enquadramento. Promover o melhor cenário possível para a atualização do quadro administrativo e institucional para o desenvolvimento destes novos produtos.
sensibilizar os consumidores e produtores para a necessidade de implementar políticas que reduzam as perdas e o desperdício alimentar, sob a filosofia de “desperdício zero”, com base numa abordagem de qualidade de vida.
Título do projeto: Aquacultura e Pesca 0.0 - Melhorar a aceitação e a conscienciali-
- Sensibilização pública relativamente à abordagem da economia circular no domínio dos recursos marinhos vivos, tanto para o consumo como para a redução de resíduos (com especial enfoque nas próximas gerações).
O AQUAFISH0.0 é um projeto europeu cofinanciado pelo Programa Interreg Espaço Atlântico através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).


Fábrica Aquafish, Santa Cruz na Madeira
Aquafish Nachos
Aquafish Tasters, Escola de Hotelaria e Turismo, Madeira. Com o Chefe Miguel Rodrigues

Notícias
Notícias Sciaena
Portugal Felicitado Pela Proteção do Gorringe

O monte submarino ou banco do Gorringe situa-se a sudoeste do cabo de São Vicente
Sciaena congratula Portugal pelo reforço da proteção do Gorringe e pede mais medidas de conservação.


Expedição ao Gorringe
Omonte submarino ou banco do Gorringe situa-se a sudoeste do cabo de São Vicente, a cerca de 200 km da costa portuguesa, ainda dentro dos limites da sua Zona Económica Exclusiva (ZEE). Este banco submarino ocupa cerca de 2.2 milhões de hectares de área marinha (mais precisamente 22.927,78 km quadrados), e tem mais de 180 km de extensão. Os montes submarinos são montanhas que se elevam do fundo do mar e modificam as correntes oceânicas, permitindo a subida de nutrientes das profundezas para a superfície. Este fenómeno cria zonas ri-
cas em alimento assim como abrigo, atraindo uma grande diversidade de vida marinha, constituindo assim verdadeiros oásis de vida.
Segundo Henrique Folhas, responsável pelos temas das Áreas Marinhas Protegidas e Restauro da Sciaena; “esta é uma excelente decisão, que visa proteger um dos hotspots de biodiversidade marinha mais importantes para Portugal. Mas há que dar continuidade a este anúncio, nomeadamente com a designação da Rede de Áreas Marinhas Protegidas (AMP) da zona de Portugal continental e, sobretudo, com a adoção de medidas efetivas que tornem efetiva a proteção, nomeadamente assegurando que as práticas de pesca destrutivas e outras atividades extrativas que comprometem os objetivos de conservação destas áreas são efetiva-


É importante o apoio aos pescadores



O Gorringe está dentro dos limites da sua Zona Económica Exclusiva (ZEE)
O Gorringe tem fundos de corais
O monte submarino Gorringe é um oásis de vida



em inglês) (que decorreu em Nova Iorque em junho de 2017), que Portugal tem vindo a apresentar sucessivos compromissos sobre este assunto, tendo a Ministra do Ambiente Maria da Graça Carvalho reforçado já no decorrer da 3.ª UNOC o compromisso de proteger cerca de 30% do seu espaço marítimo nacional até 2030.
Os montes submarinos são montanhas que se elevam do fundo do mar
mente proibidas em pelo menos 10% da rede”.
Portugal tem atualmente
cerca de 7% das áreas costeiras e marinhas sob jurisdição nacional classificadas

Visa proteger um dos hotspots de biodiversidade marinha mais importantes

como AMP. Desde a primeira Conferência do Oceano das Nações Unidas (UNOC,
Segundo Gonçalo Carvalho, Coordenador Executivo da Sciaena, “é importante o apoio aos pescadores para se adaptarem à criação das novas AMP, mas é essencial que este se foque na transição para pesca de baixo impacto e na criação de atividades económicas complementares, nomeadamente as que beneficiam e dependem da conservação do ambiente”.

O Gorringe tem mais de 180 km de extensão
O Gorringe tem grande variedade de algas
As correntes oceânicas, permitem a subida de nutrientes das profundezas
Fotografia: Carlos Suárez/Oceana

Ambiente - Mediterrâneo
O Oceano Atlântico Pode Morrer

O atum rabilho entra no Mediterrâneo pelo estreito de Gibraltar
Sempre que se tenta fazer uma projeção dos impactos das alterações climáticas no planeta, a questão mais difícil de prever é o comportamento dos oceanos e mares. Sabe-se pouco sobre os resultados do degelo e as consequências das antropogénicas que estão a transformar o mundo.


Estreito de Gibraltar
Tendo em conta que os oceanos produzem oxigénio e captam um terço das emissões de dióxido de carbono lançadas para a atmosfera, o estado de saúde dos oceanos e mares é uma prioridade. No entanto, apenas uma pequena parte destes ecossistemas estão mapeados.
De ano para ano vai crescendo a quantidade de poluição despejada no mar e a pesca industrial multiplica-se. Juntamente com as emissões de gases com efeitos de estufa e o aquecimento global, são fatores que quase de forma invisível estão a modificar os sistemas marinhos,
incluindo as rotas de muitas espécies de animais, assim como a sobrevivência de florestas marinhas e recifes de corais.
Recentemente, um grupo de cientistas divulgou um estudo que mostra um “indicador de alerta precoce para a quebra da circulação meridional do Atlântico (Amoc), um vasto sistema de correntes oceânicas que é uma componente chave na regulação climática global”
Os alertas não são de agora. Este sistema, que abrange parte da Corrente do Golfo e outras correntes poderosas, “é uma correia transportadora marítima que transporta calor, carbono e nutrientes dos trópicos em direção ao Círculo Polar Ártico, onde esfria e afunda nas profundezas do oceano. Esta agitação ajuda a distribuir energia pela Terra e modula o impacto do aquecimento global causado pelo homem”, como refere a notícia.
À medida que a atmosfera aquece, a superfície do oceano abaixo dela retém mais calor. Por outro lado, o aumen-

to das chuvas e o degelo na Groenlândia e no Ártico tornam o clima mais fresco. Estes efeitos antagónicos reduzem a função do Amoc.
A água doce dos glaciares está a obstruir o afundamento das águas mais salgadas e mais quentes que vêm do sul do Atlântico. A migração de animais marinhos também sofre alterações e a cadeia trófica fica desmantelada, criando verdadeiros desertos no mar.

As rotas de muitas espécies estão a ser modificadas

e captam um terço das emissões de dióxido de

Baleias no Estreito de Gibraltar
Os oceanos produzem oxigénio
carbono



A poluição, a pesca industrial multiplica-se, as emissões de gases com efeitos de estufa e o aquecimento global estão a modificar os sistemas marinhos, incluindo as rotas de muitas espécies de animais, assim como a sobrevivência de florestas marinhas e recifes de corais.
Sobre um outro ponto do Oceano Atlântico, existe um alerta recente, acionado por dois geólogos investigadores portugueses, João C. Duarte e Filipe Rosas (juntamente com mais dois autores). Em fevereiro deste ano, o estudo foi publicado na revista “Geology” e incide sobre um fenómeno entre duas placas tectónicas situadas no estreito de Gibraltar.
Ao que tudo indica, uma placa vinda do Mediterrâneo está a “mergulhar” para debaixo de outra em direção ao manto da Terra, a camada da estrutura interna que fica entre a crosta e o núcleo do astro em que habitamos, o que pode culminar num anel de fogo.
É um encontro de titãs no local onde o Mediterrâneo se funde com o Atlântico, que muito provavelmente resulta numa subducção, ou invasão geológica, que nos remete para sismos como aquele que aconteceu em 1755.
O movimento detetado pelos cientistas é lento, mas existe, avança uns milímetros por ano, ao contrário de outras placas, mais facilmente observáveis porque se movem alguns centímetros por ano.
Durante muito tempo, julgou-se que esta zona estava adormecida e não havia razão para projetar um fenómeno de subducção no estreito de Gibraltar. Os novos dados mostram que, afinal, aquela zona do mundo está a sofrer uma profunda mudança geológica.

Os atuns desovam no Mediterrâneo
Cetácios no estreito de Gibraltar
Gibraltar

Pesca Lúdica Embarcada
As Lulas, Essas Assassinas...
Tenho a certeza de que 99 em cada 100 pessoas terá uma opinião contrária à minha mas avanço-a aqui, já e sem rodeios: as lulas não são apenas um inofensivo cefalópode que se passeia pela coluna de água.
Bem pelo contrário, as lulas são sim uma verdadeira praga do oceano, assassinos impiedosos que recorrem a um sofisticado arsenal todo ele concebido para matar.
Quem as vê assim tão aveludadas, tão bonitas, tão ...inocentes, não as leva presas.
Mas as lulas são muito mais que isso, bonitos habitantes das águas abertas, são canibais que comem a
sua própria espécie, e muito mais que isso, são devoradoras insaciáveis de outros seres marinhos.
Tal como em terra as carraças se colam às orelhas dos nossos cães e lhes sugam o

Exterminadoras implacáveis, isso sim...
sangue, (e nós detestamolas por isso e pelas doenças que transmitem), também as lulas são “parasitas” sedentos que se agarram e alimentam dos lombos de incautos e descuidados peixes.
As lulas hoje no artigo, conforme nunca as viram! Comecei há muitos anos a pescar lulas com jigs.
Se aquilo que é normal é que se pesquem com os “passarinhos”, toneiras não lastradas de pequena dimensão, eu procuro ter o melhor de dois mundos: pescar lulas sem deixar de espreitar a possibilidade de tentar os robalos e pargos que habitam os mesmos spots.
Não deixa de ser curioso que possam coabitar com tal proximidade, já que os pargos comem lulas com apreciável dimensão, e os robalos engolem as mais pequenas... mas eu pesco-os no mesmo spot, e alternadamente.
Isso indica-me que seguem o mesmo tipo de presas, sardinha esquilha, carapau miúdo, bogas, cavalas, biqueirão, etc...
Podemos perguntar-nos como podem elas alimentarse apenas com os seus tentáculos macios. Isso é ver a árvore e não ver a floresta.
As lulas dispõem de duas mandíbulas móveis, usadas para cortar e rasgar a presa.
As lulas são animais carnívoros que se alimentam de peixes, crustáceos e outros cefalópodes. Os tentáculos são usados para capturar as presas, que são então trazidas para a rádula, ou bico de papagaio, um instrumento altamente cortante, para serem comidas.

Vejam o estado em que deixam uma cavala em poucos segundos:
Porque pesco frequentemente com jigs, as lulas passaram a fazer parte do lote de bicheza que trago para casa.
Por duas razões muito simples: porque não tenho de as escamar, tarefa que invariavelmente me calha sempre a mim... e porque lá em casa toda a gente gosta de lula grelhada.
São razões de peso para que lhes dedique alguma atenção, somando a isso o facto de estar situado numa região que as tem, e de bom tamanho, muitas delas a raiar o quilo de peso.
Acresce ainda o facto de eu preferencialmente e por defeito pescar sempre com jigs, o que faz com que receba toques com alguma regularidade.
Bem sei que isso nunca
Texto e Fotografia Vitor Ganchinho (Pescador conservacionista) https://peixepelobeicinho.blogspot.com

Espantem-se com isto: esta cavala quando a retirei da água estava...viva. O peixe deverá ter sofrido horrores, com a lula agarrada a si, a comê-la viva...
acontece a quem pesca com iscos orgânicos...mas a explicação é simples: tal como as
carraças em terra só têm interesse em fixar-se a animais vivos, com fluxos de sangue
contínuos, também as lulas se alimentam sobretudo de presas vivas.



os inevitáveis esticões que o bicho irá dar até nós... sem rasgar.
Esse é o maior problema que teremos, a evidente fragilidade dos tentáculos, e a impossibilidade de fazermos mais que um X de pressão. Pressão a mais é lula perdida...
Aqui uma espécie de lula diferente, uma pota, a qual tem garras nos tentáculos. Ainda mais mortífera
Por isso os meus jigs lhes despertam tanto a atenção, eu animo-os no fundo e já se sabe: tecnicamente um jig é um peixe ... “vivo”.
E que podemos fazer para potenciar e concretizar mais capturas?
A forma correcta de as pro-
curar é substituir o assiste de rectaguarda do jig por um triplo de dimensão modesta, uma fateixa nº 4.
É assim já que com o triplo nº 3, de maior tamanho, a probabilidade de não conseguirmos dois pontos de apoio nos seus tentáculos é gran-

O meu amigo Paulo Vaz com um peixe-galo, pescado com uma cavala viva numa zona onde miraculosamente esta não foi beliscada pelas lulas...

de. De nada nos serve picar lulas e não as conseguir trazer para a superfície.
Para o trabalho ser bem feito, há que utilizar uma fateixa tripla relativamente pequena, que tenha um afastamento entre os três ganchos curto, sob pena de o cefalópode ficar preso apenas num ponto, e inevitavelmente rasgar.
Sabemos que irão tentar libertar-se, voltar ao fundo protector, e sabemos que a forma que têm de o fazer é recorrer ao seu sifão, expelindo jactos de água muito fortes.
Digo-vos que a velocidade máxima que atingem é significativa, algo aparentemente insuspeito para este ser com aspecto alienígena, mas é um facto que acontece sempre e mais ainda quando estão em contacto visual com o barco.
É pois primeira condição que a ferragem não seja demasiado brusca, (não se trata de pargos com boca dura aos quais temos de ser capazes de vencer a resistência do osso e cartilagens), mas ainda assim seja firme, no sentido de termos anzóis espetados em pelo menos dois pontos do corpo da lula, para que possamos suportar
Resulta decepcionante trazer a lula até junto ao barco e vê-la ir embora por deficiência do nosso equipamento, e mais ainda por não termos sido suficientemente hábeis de mãos para a trabalhar. As lulas agarram-se a tudo aquilo que podem e mordem com força.
São muito pouco selectivas com a sua alimentação, a ordem é mesmo a de comer muito e muitas vezes, para que o crescimento seja o mais acelerado possível.
Não esqueçamos que se trata de um cefalópode que vive muito pouco tempo, um máximo de três anos, pelo que todo o seu percurso de crescimento e reprodução é acelerado de forma a permitir êxito reprodutivo e a perpectuação da espécie. A reprodução ocorre entre março e agosto e já podemos pescar lulas do ano no final de dezembro.
Durante o dia as lulas refugiam-se em zonas mais profundas, e à noite sobem para a primeira capa de água pelo que a sua captura é mais fácil durante a noite.
Mas não seja por isso, são incontáveis as lulas que pesco durante o dia, por vezes a horas em que o sol está a pino. O segredo é mesmo a utilização frequente de jigs, nada mais.
Sendo um jig tecnicamente um “peixe vivo”, sempre que estamos numa zona de lulas, estamos a habilitar-nos a ferrar lulas, desde o fundo até à superfície.
Sempre disponíveis para comer, ....estas malandras...

Pesca Lúdica Embarcada
Mais um Peixe de Uma Vida
Não estamos em Abril de 2025, nem em Benguela, nem no incrível barco “Incrível” do Luís Ramos.

Estamos num lugar de sonho, e aí, por absurdo, apenas existe aquilo que efectivamente conta para um pescador: um sonho, uma cana, um jig e um peixe grande.
Há lugares no mundo que ficam fora do mundo conforme o conhecemos. Não há horas, não há tempo, não há mais que mar.
O ritmo das ondas é o rit-

mo da respiração, uma respiração quente e ofegante que naquela imensidão de água é o único relógio que existe.
Inspiramos o vento para que o mar acalme.
Com os pulmões bem cheios de ar largamos um jig que desce direito ao fundo infinito. Lá em baixo, no escuro muito escuro um peixe escuro espera a sua vez de
participar neste número de magia.
O jig desce um minuto, muitos minutos, desce uma vida inteira. Desce o tempo que leva a sonhar o sonho de alguém que queria muito estar ali a pescar com um amigo, Luís Ramos de seu nome.
Sinto no olhar batido do meu anfitrião o orgulho que ele tem em me mostrar o seu mundo, o seu espaço secreto.
E acontece: o peixe aceita vir para cima, procura o jig, morde e cumpre a sua parte. Aos poucos, segundo a segundo, o peixe sobe à luz do dia.
A cada golpe forte de manivela do carreto ele cede um pouco mais. Segundo a segundo cumpre-se o destino. Em cima, à superfície, o Luís olha para a boca escancarada e repara que o jig
Um YellowTail amberjack, ou King Fish, o primeiro da minha vida
Texto e Fotografia Vitor Ganchinho (Pescador conservacionista) https://peixepelobeicinho.blogspot.com

São comuns na Austrália, no Brasil e Argentina. Em Angola são raros, a ponto de o Luís em 12 anos ter apenas dois
tem os afiados anzóis cravados bem fundo na carne, tal como o peixe sempre quis.
Mas o jig não está preso por nenhum fio. Nunca houve um fio.
Houve apenas uma vontade infinita de duas pessoas amigas que quiseram muito
pescar e trazer para a luz do sol aquele enorme peixe. Obrigado Luís Ramos!


Notícias
Notícias da Marinha
Navio da Marinha Realiza Levantamentos Hidrográficos
nos Açores

O NRP D. Carlos I, navio hidro-oceanográfico da Marinha Portuguesa, encontra-se a realizar levantamentos hidrográficos em apoio à Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC), nos meses de junho, julho e agosto, em diferentes áreas do Atlântico Norte.
AMissão principal da EMEPC consiste em prosseguir os trabalhos de reforço da fundamentação e da defesa da submissão de Portugal, junto da Comissão de Limites da Plataforma Continental das Nações Unidas, para a determinação do limite exterior da plataforma continental para além das 200 milhas
marítimas das linhas de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial.
Os dados recolhidos durante esta campanha, além de serem essenciais para a defesa deste projeto de elevado interesse estratégico nacional, servirão também para aumentar o conhecimento do mar profundo dos Açores, contribuindo para o desenvol-

Os dados recolhidos servirão também para aumentar o conhecimento do mar profundo dos

Açores
O NRP D. Carlos I
vimento técnico e científico e para o conhecimento e estudo do mar português, missão permanente do Instituto Hidrográfico e da Marinha.
Na primeira fase de levantamentos no “mar dos Açores”, após 19 dias de navegação, o navio navegou 2932 milhas contabilizando um total de 427 horas de navegação e 25 489 km2 de área sondada.
O NRP D. Carlos I, com 36 militares embarcados, irá permanecer atracado em Ponta Delgada, para uma escala logística, entre 8 e 11 de julho, regressando então ao mar para a etapa seguinte desta missão.
NRP D. Carlos I
O NRP D. Carlos I foi construído nos Estados Unidos da América pela “Tacoma Boat Company”, tendo sido lançado à água em 30 de janeiro de 1989 com o nome “USNS AUDACIOUS”. Esteve ao serviço da Marinha dos EUA até 1995 e foi transferido para a Marinha Portuguesa em dezembro de 1996. O NRP D. Carlos I tem funções de navio hidrográfico e oceanográfico.
Foi construído como navio de vigilância anti-submarina e enquanto esteve ao serviço da marinha americana a sua missão consistiu na recolha e na transmissão de informação acústica, utilizando um sistema com sensores passivos rebocados.
Desativado em 1995, foi transferido para a Marinha em 9 de dezembro de 1996, passando ao estado de armamento com o atual nome em 28 de fevereiro de 1997. Após a chegada a Portugal foi adaptado às atuais funções de navio hidrográfico e oceanográfico no Arsenal do Alfeite, tendo posteriormente efetuado duas novas adaptações, entre 2001/04 e entre 2008/10.
O NRP D. Carlos I é um navio hidrográfico que tem

como missão apoiar a execução das atividades de investigação e desenvolvimento tecnológico relacionadas com as ciências e as técnicas do mar, tendo em vista a sua aplicação prioritária em operações militares navais, designadamente nas áreas da hidrografia, da cartografia hidrográfica, da segurança da navegação, da oceanografia e da defesa do meio marinho.



O NRP D. Carlos I, em Ponta Delgada, vai regressar ao mar para a etapa seguinte desta missão
Limite exterior da plataforma continental, submetido por Portugal em 2017 e em avaliação na Comissão de Limites da Plataforma Continental das Nações Unidas
Os dados recolhidos são de elevado interesse estratégico nacional
Notícias do Mar
Notícias da Liscont
Terminal YILPORT Liscont com Enorme Crescimento e Expansão
O Terminal YILPORT Liscont regista crescimento expressivo e prepara expansão de capacidade.

Oterminal YILPORT Liscont, situado no Porto de Lisboa, registou um crescimento sustentado nos volumes movimentados. Em abril deste ano, o terminal movimentou 23.020 TEU (unidade equivalente a um contentor de 20 pés), um aumento de 35% face ao mesmo mês de 2024.
“A progressão entre março e abril de 2025 foi ainda mais expressiva, com um acréscimo de 42% – passando de 16.212 TEU para 23.020 TEU, evidenciando o ritmo acelerado do crescimento da atividade no terminal”, explica a empresa em comunicado. No acumulado dos primei-
ros quatro meses de 2025, o YILPORT Liscont processou 75.493 TEU, o que reflete um crescimento próximo dos 25% em comparação com o mesmo período do ano anterior. No total deste volume, a exportação representou 52%, enquanto a importação correspondeu a 48%.
A performance positiva assenta numa combinação de fatores estruturais e operacionais, impulsionados por um relevante investimento na sua infraestrutura que dotou o terminal dos mais avançados e modernos meios de movimentação e tecnológicos a nível mundial. O terminal beneficia agora de uma rede de


nove serviços regulares com ligações diretas aos principais hubs internacionais além de conexões diretas com mercados estratégicos na América do Sul, África e Mediterrâneo.
Apresenta ainda uma forte integração com a rede ferroviária, possibilitando uma maior eficiência e intermodalidade logística, melhorando as conexões, reduzindo a pegada carbónica e estando focado na redução de custos para o cliente, como é o caso do novo shuttle ferroviário com Alverca, ou das conexões já existentes com o Porto, Entroncamento ou Alfarelos.
Acompanhando o ritmo de crescimento e reforçando a sua capacidade operacional, YILPORT Liscont encontra-se
atualmente em fase de expansão. Estão em curso obras que envolvem a demolição de edifícios antigos para aumentar significativamente a capacidade de armazenamento e gestão de cargas.
Paralelamente, está a ser construído um novo edifício operacional e a nova infraestrutura será implantada numa área anteriormente utilizada como parque de estacionamento para veículos pesados, a qual está a ser requalificada de forma a garantir melhor organização, funcionalidade e capacidade no futuro.
A conclusão deste projecto de expansão está prevista para 2026, o que irá posicionar o terminal com ainda maior eficiência e competitividade no contexto portuário.


Notícias Nautel
Rutland 505 Windcharger


A Nautel apresenta o Rutland 505 Windcharger, a novidade da Marlec para 2025, a mais recente evolução do seu altamente aclamado gerador eólico de 500 mm de diâmetro.

O novo Rutland 505 Windcharger

Com mais de 45 anos de experiência no fornecimento de soluções inovadoras de energia renovável para aplicações terrestres e marítimas, a Marlec continua a liderar o caminho para fornecer energia eólica e solar de ponta e de sistemas que sejam eficientes e fiáveis.
Uma nova era para a energia eólica marítima… Concebido e fabricado no Reino Unido, o Rutland 505 Windcharger estabelece uma nova referência para os geradores eólicos compactos, ideais para iates mais pequenos onde o espaço é limitado. O seu design elegante e discreto garante o caber perfeitamente em espaços apertados sem comprometer no desempenho. Construção leve e com processo de insta-
lação fácil, o Rutland 505 é a solução perfeita para proprietários de iates que procuram um ambiente fiável e não intrusivo numa fonte de energia renovável. A sua operação ultrassilenciosa melhora ainda mais a experiência a bordo, permitindo prazer ininterrupto do mar alto.
Energia eficiente, mesmo com ventos fracos.
O Rutland 505 Windcharger utiliza microturbina eólica de desempenho a novos patamares com a tecnologia de ponta da Marlec em geradores e um sistema dedicado recentemente desenvolvido do novo Controlador MPPT que é capaz de fornecer um ótimo carregando a bateria mesmo a baixas velocidades do vento. Esta turbina supera os modelos anteriores, incluindo o Rutland 504, gerando mais de 20% de energia adicional no banco de baterias sem ocupar espaço extra no convés.
Se for complementando com um sistema solar a bordo, o Rutland 505 garante um fornecimento de energia estável e sustentável que mantém todos os dispositivos essenciais a funcionar perfeitamente.

O Rutland 505 é a última geração da nossa série compacta de 500 mm, ideal para o carregamento lento do seu banco de baterias. Equipado com o controlador de carga SMR1 dedicado para maximizar o desempenho, pode ter a certeza de que, ao chegar a bordo, as suas baterias estarão bem carregadas e prontas para os seus aparelhos. O desempenho do Rutland 505 é comparável ao de um painel solar de 100 W, mas, ao contrário da energia solar, funcionará igualmente em condições de inverno! Mesmo a navegar,




Uma nova era para a energia eólica marítima
Gráfico da performance do Rutland 505


o Rutland 505 continua a funcionar...
O gráfico publicado pela Marlec com base em dados medidos, utilizando dados de desempenho reais recolhidos e monitorizados durante longos períodos de tempo, com as turbinas a operar em condições reais de vento. Isto significa que as turbinas também estão sujeitas a ventos laterais, ventos de proa e mudanças bruscas de direção do vento (que são as causas da turbulência) experimentadas numa instalação típica do utilizador. O gráfico representa um reflexo mais fiel da potência que pode esperar do seu Rutland Windcharger em comparação com muitas outras turbinas.
Materiais
As turbinas eólicas Rutland são construídas utilizando uma variedade de materiais modernos e tradicionais de alta qualidade, concebidos para resistir a condições climatéricas adversas em ambientes marinhos. Inovando nessa área com a introdução de materiais leves, mas robustos, de nylon de alta densidade e reforçados com fibra de vidro, estáveis aos raios UV, juntamente com alumínio de grau marítimo, aço inoxidável, rolamentos com vedação permanente e outros materiais cuidadosamente selecionados e trabalhados com precisão na nossa fábrica no Reino Unido. Os Windchargers Rutland são concebidos, desenvolvidos e fabricados em Corby, no Reino Unido pela Marlec. Com mais de 45 anos de experiência nesta área, a Marlec desenvolve continuamente designs e materiais para garantir que os seus produtos resistem aos rigorosos ambientes de teste a que os clientes submetem os Windchargers. Pode comprar com confiança e os nossos produtos durarão.

O controlador de carga SMR1

Vivan

Água Mole em Pedra Dura…

Sou um defensor acérrimo da navegabilidade do Tejo desde há muito, para que todos sejamos beneficiados e o país, com o transporte das mercadorias por via fluvial.

São evidentes as vantagens do transporte fluvial de mercadorias, pessoas e bens no Tejo

Tenho vindo a abordar neste jornal, mais do que uma vez, as vantagens deste transporte que para além de ser consideravelmente mais económico e muito menos poluente, e por contribuir para o descongestionamento do trânsito rodoviário que está em crescendo. Por isso insisto em continuar a falar neste assunto porque, como diz o povo “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”
Baseado no que vejo, leio, e deduzo sobre as evidentes vantagens do transporte fluvial de mercadorias, pessoas e bens, não tenho dúvidas de que o Tejo tem que voltar a ser navegável, para ser de novo aquela estrada que durante séculos foi a principal via de comunicação do país. A própria União Europeia reconhece actualmente as vantagens do transporte de mercadorias por vias navegáveis interiores,
Tagus
Texto Carlos Salgado
ao ponto de criar um programa, NAIADES II, de incentivos para o incremento deste tipo de transporte, considerando que:
- O sector do transporte por vias navegáveis interiores presta um contributo significativo para o sistema de transportes da União Europeia, designadamente, encaminhando as mercadorias dos portos para o interior da UE;
- O transporte fluvial é eficiente do ponto de vista energético e contribui para os objectivos de uma economia hipocarbónica definidos no Livro Branco sobre a política europeia de transportes;
- Por via da exploração de todo o potencial do transporte por vias navegáveis interiores, o sector do transporte fluvial pode vir a ser um elo fundamental para a resolução do congestionamento e dos problemas ambientais causados pela importação de mercadorias através dos portos marítimos da Europa;
- É necessária a modernização da frota fluvial e da sua adaptação ao progresso



Mapa da hidrografia da Europa utilizada pelo transporte interior de mercadorias por via fluvial, excepto a Península Ibérica.

técnico para a melhoria do desempenho ambiental das embarcações e o desenvolvimento, entre outras vertentes, de Navios Adaptados à Navegação Fluvial para uma Navegação Interior Sustentável, que salvaguardem as vantagens com-petitivas deste meio de transporte;
- A difícil situação económica na Europa teve também um impacto no sector
O transporte fluvial é eficiente do ponto de vista energético
do transporte por vias navegáveis interiores, e por isso a indústria naval encontra-se também numa situação económica difícil;
- Como a estrutura do sector do transporte fluvial baseiase em larga escala em PMEs, ou seja, em proprietáriosoperadores que trabalham e vivem com suas famílias nas embarcações, estas PMEs são particularmente vulnerá-
veis à crise;
- Sobre o programa NAIADES II, um programa de acção da UE para apoiar o desenvolvimento do transporte fluvial, o Parlamento Europeu:
- Congratula-se com a iniciativa da Comissão Europeia no sentido de actualizar e renovar o programa de acção NAIADES II, 2014-2020;
- Lamenta que a Comissão não tenha feito acompanhar
a proposta NAIADES II com um financiamento adequado e dedicado, de molde a dar expressão plena aos objectivos do Programa de Acção, motivo por que requer uma política bem estruturada, com metas exequíveis a curto e médio prazo, e um roteiro concreto que descreva, entre outros, os recursos para a respectiva execução;
- Insta a Comissão a apresentar opções sobre o modo de alavancar os fundos de reserva, utilizando-os conjuntamente com instrumentos financeiros disponíveis ao abrigo de outras fontes de financiamento da União já existentes, como o MIE e o Banco Europeu de Investimento; Convida os EstadosMembros a prosseguirem a elaboração de estratégias nacionais tendentes a estimular o transporte por vias navegáveis interiores que tenham em conta o programa de acção europeu e a incentivarem as autoridades regionais, locais e portuárias a desenvolver acções no mesmo sentido.



Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos de 2025, Nice, França
O Nosso Oceano, o Nosso Futuro, a Nossa Responsabilidade

Com o tema central “Acelerar a ação e mobilizar todos os atores para a conservação e utilização sustentável do oceano”, a Conferência dos Oceanos da ONU de 2025 foi co-organizada pela França e pela Costa Rica, realizou-se em Nice, França, de 9 a 13 de Junho. Notícias
AConferência das Nações Unidas para o Oceano de 2025, coorganizada pelos governos de França e da Costa Rica, teve início em Nice com fortes apelos para acelerar as ações e
mobilizar todos os atores para a conservação e utilização sustentável do oceano.
Nice, França, foi a capital mundial da governação dos oceanos durante essa semana, acolheu a terceira Confe-
rência dos Oceanos da ONU (UNOC3) atraindo milhares de delegados. A Conferência elegeu o Presidente Robles e Emmanuel Macron, Presidente da França, como copresidentes.


O Presidente francês, Emmanuel Macron, discursando na cerimónia de abertura, afirmou: “Precisamos de revitalizar o multilateralismo em apoio do Secretário-Geral da ONU”, acrescentando que “a única forma de enfrentar este desafio é mobilizar todos os intervenientes, chefes de Estado e de Governo que aqui discursam, mas também cientistas”. Enfatizou ainda a necessidade de revitalizar o multilateralismo, sublinhando que “o oceano não está à venda” e sublinhando a necessidade de um plano de acção ambicioso para um oceano saudável,

O Porto de Nice
sustentável e produtivo.
O presidente Rodrigo Chaves Robles, da Costa Rica, no seu discurso de abertura afirmou que “esta cimeira deve ser recordada como o momento em que o mundo compreendeu que cuidar do oceano não é simplesmente uma opção.
O oceano fala connosco através de recifes de coral branqueados, tempestades mais frequentes e violentas, mangais feridos e espécies que nunca mais regressarão”, disse Rodrigo Chaves Robles, destacando a urgência de enfrentar os desafios relacionados com o oceano.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Gute-rres, no seu discurso de abertura da Conferência disse: “Pelo contrário, é uma questão moral, económica e, de facto, precisamos de uma proteção mínima.
Exorto todos os países a apresentarem promessas ousadas. Vivemos numa era de turbulência, mas a determinação que vejo aqui dáme esperança”, disse. “Espero que possamos virar o jogo. O que se perdeu numa geração pode regressar numa geração”, sublinhou António Guterres, apelando à passagem da pilhagem à protecção, da exclusão à equidade e da exploração a curto prazo à administração a longo prazo do Oceano. Reunindo líderes mundiais, cientistas, representantes do setor privado, sociedade civil, povos indígenas e comunidades locais, o encontro de alto nível destaca o papel vital do oceano na regulação do clima, na manutenção da segurança alimentar e dos meios de subsistência e na preservação da biodiversidade. O oceano está sob crescente pressão das alterações climáticas e da actividade humana, com o calor recorde a

impactar severamente a vida marinha e as crescentes ameaças de poluição, sobrepesca e perda de biodiversidade, levando os ecossistemas marinhos ao limite.
A Conferência deverá adoptar uma declaração política negociada intergovernamentalmente, que, juntamente com um registo de compromissos voluntários de todos os sectores, será designada por Plano de Acção para o Oceano de Nice, resultados que visam catalisar acções urgentes, inclusivas e baseadas na ciência para proteger o oceano para as gerações presentes e futuras.
O encontro abre com uma variedade de apresentações tradicionais dos estados que possuem costas oceânicas

A Terceira Conferência Oceânica da ONU foi aberta com o tradicional “chamado da concha” para dar as boas-vindas aos dignitários
“O tempo do progresso gradual acabou. Precisamos de milhares de milhões, não de milhões, em investimentos. Precisamos de compromissos vinculativos que sobrevivam a transições políticas e pressões económicas”, disse o SubsecretárioGeral das Nações Unidas, Li Junhua, Secretário-Geral da Conferência, na abertura.
Durante a sessão plenária de abertura, os oradores destacaram, entre outros aspetos:
- A necessidade de ratificação atempada do Acordo da Convenção das Nações Uni-

Os dignitários reúnem-se no estrado



das sobre o Direito do Mar (CNUDM) sobre a Conservação e a Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Marinha em Áreas para Além da Jurisdição Nacional
(Acordo BBNJ). A Dominica, a Grécia, a Noruega e a Roménia informaram sobre as suas recentes ratificações, elevando o número total para 33, enquanto outros países

manifestaram o seu empenho em fazê-lo;
- A importância de uma moratória ou pausa preventiva na exploração mineira em águas profundas para permitir a protecção eficaz dos ecossistemas de águas profundas, com Chipre, Letónia, Luxemburgo e Eslovénia a aderirem ao apelo relevante, elevando o número total de países que se opõem à exploração mineira em águas profundas para 36;
- A importância da meta de 30 por 30 do Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal (GBF) para uma rede de áreas marinhas protegidas;


- O combate à poluição por plásticos, apelando à finalização atempada do Tratado da ONU sobre Plásticos.
Todos a Bordo Embora houvesse motivos para otimismo na UNOC3, ainda há um trabalho significativo a ser feito para colocar o Oceano num caminho genuíno de recuperação. Enfrentar os desafios multifacetados que o Oceano enfrenta exige não só compromissos ousados, mas também estruturas institucionais, vontade política e recursos para os executar. Para tal, a rede interligada da paisagem marinha da política oceânica exige novas formas de cooperação entre organizações intergovernamentais, regiões, estados, cidades e comunidades locais.
Como reiterado na UNOC3, no entanto, o trabalho para promover uma governação sustentável do Oceano também exige novos arranjos de governação participativos. Em todo o planeta azul, os povos indígenas, as comunidades locais e costeiras na sua diversidade, as mulheres, os jovens e os pescadores artesanais desempenham papéis vitais como guardiões do Oceano. Promover uma governação sustentável do Oceano exige não só, como disse LaToya Cantrell, Presidente da Câmara de Nova Orleães, EUA,
Emmanuel Macron, Presidente de França e Copresidente da UNOC3
Rodrigo Chaves Robles, Presidente da Costa Rica e Copresidente da UNOC3
António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas
Delegados ouvem as declarações em plenário
Fotografia: Kiara Worth
que “ninguém seja deixado para trás”, mas também que todos sejam “levados consigo”, capacitados com as ferramentas e os recursos para agir. A concretização destes objectivos num futuro próximo determinará não só o futuro do Oceano, mas também a prosperidade e até a sobrevivência da humanidade.
Participação Portuguesa
O segundo Painel de Acção Oceânica, foi co-presidido por José Manuel Fernandes, Ministro da Agricultura e do Mar de Portugal, e Javier Martínez-Acha Vásquez, Ministro dos Negócios Estrangeiros do Panamá, e moderado por David Obura, Presidente da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (IPBES), abordou a cooperação científica relacionada com o oceano, o conhecimento, a capacitação, a tecnologia marinha e a educação para fortalecer a interface entre a ciência e a política para a saúde dos oceanos.
No dia 9 de Junho, já contando com a presença do Primeiro-Ministro Luís Montenegro e em conjunto com o Ministro da Agricultura e do Mar, José Manuel Fernandes, Portugal; “reafirma claramente o seu compromisso com o Oceano”, tendo já

ratificado o Tratado do Alto Mar e criado a maior rede de áreas marinhas protegidas do Atlântico Norte, disse o Primeiro-Ministro Luís Montenegro na sessão plenária da terceira Conferência do Oceano das Nações Unidas, em Nice, França.
Luis Montenegro afirmou que Portugal desenvolveu campanhas oceanográficas nas novas zonas de conservação e mecanismos de compensação financeira para pescadores afetados pela proibição da atividade piscatória nas zonas protegidas, para contribuir para se atingir 30% de proteção do oceano até 2030.
O Primeiro-Ministro lembrou ainda a aprovação de uma moratória à mineração em mar profundo até 2050, uma das principais questões em discussão nesta conferência pelos impactos que a atividade extrativa pode ter

Copresidentes do Painel 2 José Manuel Fernandes, Ministro da Agricultura e do Mar, Portugal, e Javier Martínez-Acha Vásquez, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Panamá
para o oceano.
“Com mais de 97% do seu território constituído por mar, é com responsabilidade acrescida que promovemos uma relação sustentável com o oceano”, que é um elemento central da História e da geografia de Portugal.
A segunda Conferência do Oceano, em 2022, organizada por Portugal e pelo Quénia, foi “um momento
de impulso político para a conclusão de compromissos internacionais relevantes, como o acordo BBNJ [tratado do alto mar] ou a meta de proteger 30% do oceano até 2030”
Tratado do Alto Mar Portugal já ratificou o Tratado do Alto Mar, um dos principais assuntos em discussão na pre-

O oceano está sob crescente pressão das alterações climáticas e da actividade humana

Oradores do painel Ocean Action Panel 2

sente conferência. Designado de Acordo sobre Proteção da Biodiversidade Marinha em Áreas para além da Jurisdição Nacional (BBNJ, na sigla inglesa), o tratado resultou de quase 20 anos de discussões e pretende a conservação e utilização sustentável da biodiversidade marinha.
O tratado será juridicamente vinculativo de proteção das águas internacionais, que estão fora da área de jurisdição nacional, cerca de 70% da su-
perfície da Terra, após a 60.ª ratificação, tendo sido ratificado já por 50 países.
Luís Montenegro afirmou acreditas que, nesta conferência será “dada continuidade à dinâmica” criada na conferência de Lisboa, há três anos, que, além da proteção de 30% dos oceanos e da entrada em vigor do Tratado do Alto Mar, inclui a conclusão do tratado contra a poluição por plástico.
“Estas são medidas fun-
damentais para a saúde do oceano e para travar a tripla crise planetária, alterações climáticas, poluição e perda de biodiversidade”, sublinhou.
O Primeiro-Ministro disse ainda que Portugal reconhece “o nexo oceano-clima-biodiversidade” e defende o seu reforço no âmbito da Convenção-Quadro da ONU sobre Alterações Climáticas, processo no qual a COP30, em Belém, no Brasil, será uma etapa im-

portante e aludiu à criação da Zona de Controlo de Emissões no Atlântico Nordeste, importante para a descarbonização do transporte marítimo.
“Consciente da importância central do mar para o nosso futuro comum, Portugal aposta na ciência como alicerce das decisões políticas”, afirmou, exemplificando que foi pioneiro na criação de uma Conta Satélite para o Mar, integrando as dimensões ecológica e social da economia azul, investiu na observação oceânica com tecnologias avançadas e integra como membro fundador, a organização intergovernamental Mercator Ocean International.
A Conferência teve por base as anteriores Conferências Oceânicas da ONU, realizadas pela Suécia e Fiji em 2017, em Nova Iorque, e por Portugal e Quénia, em 2022, em Lisboa.
Declaração política da conferência das nações unidas sobre os oceanos de 2022 “O oceano é fundamental para a vida no nosso planeta e para o nosso futuro. É uma importante fonte de biodiversidade para o planeta e desempenha um papel vital no sistema climático e no ciclo da água. O oceano fornece uma gama de serviços de ecossistema, fornece oxigénio para respirar, contribui para a segurança alimentar, nutrição e empregos e meios de subsistência decentes, atua como sumidouro e reservatório de gases com efeito de estufa e protege a biodiversidade, fornece um meio para o transporte marítimo, incluindo para o comércio global, constitui uma parte importante do nosso património natural e cultural e desempenha um papel essencial no desenvolvimento sustentável, numa economia sustentável baseada no oceano e na erradicação da pobreza.”

Primeiro-Ministro Luís Montenegro e Ministro da Agricultura e do Mar, José Manuel Fernandes na Conferência da ONU sobre os Oceanos
Fotografia:

Notícias Nautiradar
WATERSNAKE Motores Elétricos de Popa e de Proa

A Nautiradar traz até si os novos motores elétricos da Watersnake, motores de popa e de proa com diferentes gamas tanto para propulsão como para posionamento, fiáveis, silenciosos e económicos.


Do Fabricante Australiano de renome mundial de motores elétricos e com distribuição europeia, com diferentes gamas de motores elétricos quer para propulsão quer para posicionamento, a Watersnake distingue-se com uma seleção de motores que se caracterizam por serem fiáveis, silenciosos e extremamente económicos.
Motores de Popa
Série VENOM- Os motores elétricos Venom SXW, prontos para água salgada, apresentam uma gama versátil de motores para montagem na popa da embarcação e
vem carregados de recursos inteligentes. A linha Venom SXW compreende cinco modelos de motores.
Os nossos motores elétricos Watersnake Venom SXW oferecem aos pescadores de água salgada uma gama versátil de motores com leme e direção, montados no painel de popa, repletos de características inteligentes. A gama Venom SXW inclui cinco modelos de motores. Os de 15,6 kg e 24,8 kg no design de eixo curto de 66 cm são perfeitos para canoas, barcos de apoio, semirrígidos, e pequenos barcos de alumínio. Os de 15,6 kg/76 cm, 19,2 kg/91 cm e 24,8 kg/106 cm são adequados para embarcações onde seja necessária uma maior força de propulsão e onde se incluem as de pesca desportiva quer em rio quer em navegação próxima da costa.
Características: 5 velocidades de avanço e 3 de marcha atrás, punho telescópico e medidor de tensão.

Série ASP- Perfeito para Kayaks! Os motores Watersnake ASP são os mais compactos e pequenos de todos os motores Watersnake. Eles foram concebidos especialmente para pequenas embarcações de apoio, kayaks e canoas pequenas e possuem um encaixe ajustável e simples para montagem na










popa. Possuem um controle de alta e baixa velocidade, um interruptor de avanço e a ré, e possui um sistema de clipe anti impacto no suporte. É um motor leve que oferece o máximo em portabilidade e pode ser usado tanto em
água salgada quanto em água doce.
Características: Suporte de popa, ideal para botes, caiaques ou pequenas canoas, velocidades altas e baixas, controlo de avanço e ré, pega retrátil, eixo de liga leve, hélice de duas pás sem infestantes e eixo de hélice em aço inoxidável.
Motores de Proa
Série GEO-SPOT- Os motores elétricos de proa da linha Geo-Spot reúnem todos os recursos de um motor elétrico com tecnologia de GPS e foram concebidos para um consumo energético inteligente. Os modos Âncora, Piloto, Cruzeiro e Navegação proporcionam o máximo controlo do barco.
Estes modelos de 29 kg oferecem até 29 kg de impulso, consumindo apenas 50 amperes de potência. Diga olá às longas horas na água! E, apesar de toda esta potência, apenas precisam de uma bateria de 12 V para funcionar.
Desta forma a combinação dum motor potente e efi-

ciente em termos de energia, e com funcionalidade GPS, oferece um controlo absoluto em qualquer ponto da embarcação. O Modo Âncora é o favorito de todos os pescadores. Mantenha sua posição pressionando um botão e deixe o motor fazer o trabalho enquanto você apanha o peixe.
Se deseja atingir determinadas áreas regularmente, como uma linha costeira sinuosa, os modos Rastreamento e Navegação são para si. Depois de gravar uma rota (até 5 km de extensão), pode refazer essa rota de forma autônoma sempre que quiser, concentrando-se na pesca e não no motor.
Tudo isto é controlado com o comando remoto portátil, sem fios, e à prova de salpicos. O Geo-Spot também é compatível com o pedal opcional vendido separadamente. Quando procurar um motor elétrico GPS a um preço acessível o Geo-Spot da Watersnake é a solução.
Funções de GPS:
Modo Âncora - Mantenha a sua posição com o toque de um botão.

Modo Cruzeiro - Mantenha a sua velocidade em terra independentemente do vento ou da corrente.
Gravação de Rotas - Grave as suas rotas de pesca favoritas para as refazer automaticamente mais tarde.
Modo Navegação - Leva-o automaticamente ao início ou ao fim da sua rota e segue-a. Comando à Distância - Controle o seu motor de qualquer lugar do barco.
Empuxo de 65 lb com apenas 50 amperes. Funciona com uma bateria de 12 V.
Velocidade variável.
Proteção integrada contra tensão, corrente e sobreaquecimento - não necessita de disjuntor.
Hélice de 3 pás Weedless. Pronto para água salgada: Ânodo de sacrifício, eixo interno de liga metálica / eixo externo de composto.
Compatível com pedal opcional. Para mais informações visite www.nautiradar.pt


Quatro Dias de Elegância, Competição e Tradição no Coração Náutico da Toscânia

Entre os dias 19 e 22 de Junho, o porto histórico de Porto Santo Stefano, na península de Monte Argentario, voltou a ser o centro de todas as atenções no universo da vela clássica internacional.
A24.ª edição da Argentario Sailing Week, organizada pelo Yacht Club Santo Stefano com o apoio institucional do Município de Monte Argentario, decorreu ao longo de quatro dias intensos e absolutamente inesquecíveis, oferecendo o que de melhor existe na vela, competição técnica, fair play irrepreensível, cenários naturais deslumbrantes e embarcações com alma e história. O evento não é apenas uma competição. É um tributo ao mar, à tradição náutica e ao valor da preservação histórica. Ao mesmo tempo, é uma

celebração de excelência técnica, onde a precisão das manobras, a leitura do vento e a experiência das tripulações se traduzem em regatas vibrantes, seguidas de perto por um público entusiasta, tanto em terra como na àgua.
Património vivo a navegar
Mais do que uma simples regata, a Argentario Sailing Week é uma celebração da tradição e da beleza da navegação à vela. A edição deste ano reuniu mais de trinta embarcações vintage e clássicas, oriundas de nove países,
e divididas em sete classes: Big Boats, Classic, Classic IOR, Vintage, Vintage Marconi, Cruiser Yachts e Spirit of Tradition-Open.
Entre os nomes sonantes da frota estiveram iates lendários como o Santana, outrora de Humphrey Bogart, e o Manitou, famoso por ter servido como “Casa Branca flutuante” de John F. Kennedy, cenário de episódios icónicos da vida política (e pessoal) norte-americana. Até hoje, a banheira usada por Marilyn Monroe permanece a bordo. Estes barcos, verdadeiros monumentos flutu-
antes, partilharam o mesmo campo de regata com novos clássicos como o LULUNIKKA, de Roberto Lacorte, construído com linhas tradicionais e materiais nobres, mas com um desempenho de topo.
Porto Santo Stefano, capital mundial da vela clássica
A pequena localidade toscana transformou-se mais uma vez num palco de elegância e tradição. As docas históricas do porto de Pilarella, datadas do século XVII, acolheram esta frota impressionante, forman-
do um cenário único onde se cruzam desportivismo, cultura náutica e uma atmosfera internacional sofisticada.
Os dias que antecederam o arranque foram marcados por treinos, briefings, convívios e pelos primeiros encontros entre equipas. À noite, o Welcome Cocktail no clube, com vista para o pôr do sol sobre o Tirreno, deu o tom de elegância e camaradagem que se manteria durante toda a semana.
O presidente do Yacht Club Santo Stefano, Piero Chiozzi, sublinhou o impacto do evento: “Mais uma vez, a chave do sucesso é o trabalho em equipa. Do entusiasmo dos armadores à dedicação incansável da nossa equipa, passando pelo apoio essencial dos patrocinadores e da autarquia, todos partilham o mesmo objetivo: fazer da Argentario Sailing

Week uma referência mundial.”
O evento tem o patrocínio institucional da Região da
Toscânia, Província de Grosseto, Município de Monte Argentario, da Marinha Italiana e das associações AIVE (Ita-
liana) e CIM (Comité Internacional do Mediterrâneo). Integra o Campeonato CIM 2025, composto por dez regatas.



Dia um (19 de Junho), a largada perfeita
Com vento de oeste a 8 nós, que chegou depois aos 13 e mar calmo, o primeiro dia trouxe uma estreia brilhante. O percurso de 16 milhas entre Talamone e Argentario foi palco de regatas disputadas, com destaque para SPARTAN, liderado por Peter Isler, veterano de cinco America’s Cups. O lendário estratega norte-americano destacou a qualidade do evento e da organização: “Este é um dos meus lugares preferidos para velejar. As condições são quase sempre perfeitas e a atmosfera é única. Hoje vencemos novamente. A tripulação fez um trabalho impecável, e o Spartan respondeu com grande classe.”
Vencedores do dia:
- HALLOWE’EN (Big Boats)

- MATRERO (Classic IOR)
- CRIVIZZA (Classic)
- SPARTAN (Vintage)
- LEONORE (Vintage Marconi)
- VISTONA (Cruiser Yachts)
- LULUNIKKA (Spirit of Tradition-Open)
Dia dois (20 de Junho), consistência e domínio
As condições repetiram-se, céu limpo, mar plano e vento fiável de 12 a 18 nós. A emoção manteve-se alta, com as equipas já a começar a evidenciar a disputa pelos lugares cimeiros. Entre os destaques, voltou a sobressair SPARTAN, consolidando a liderança na Vintage, bem como CRIVIZZA e HALLOWE’EN, que venceram novamente.
As classificações provisórias após dois dias reflectiam o domínio dos favoritos, mas com algumas surpresas a
espreitar, como o desempenho notável da portuguesa FALCON de Paulo Mirpuri, na Vintage Marconi e da estreante BARBARA entre os Cruiser Yachts.
Peter Isler sublinhou: “Cada local tem o seu carácter, e aqui o equilíbrio entre beleza, vento e técnica é especial. Gosto muito de estar aqui. E o Spartan está a responder em grande.”
Dia três (21 de Junho), fair play em estado puro Sábado ficou marcado por vento de 8 a 14 nós, condições ideais que permitiram mais uma jornada competitiva e limpa. O destaque do dia foi, curiosamente, fora das classificações, o júri confirmou zero protestos desde o início do evento, um sinal raro de desportivismo num cenário competitivo de alto
nível.
Roberto Lacorte, proprietário do LULUNIKKA, brilhou com mais uma vitória na sua classe. Em entrevista, mostrou-se emocionado: “A decisão de construir um clássico foi movida por amor ao mar e ao design tradicional. LULUNIKKA foi um projeto partilhado com a minha mulher, Luisa. Estamos aqui para competir, sim, mas também para celebrar o que é belo e eterno na vela.”
Dia quatro (22 de Junho), decisão à centésima O último dia trouxe uma mudança. Vento leve, adiamento inicial e nervosismo nas docas, mas a Comissão de Regata encontrou a janela certa, e com 8 nós de vento a 295°, todas as classes foram para a água. A vitória em algumas categorias foi decidida por di-
ferenças de segundos.
Em destaque estiveram:
- MARGA, que venceu a regata do dia na Vintage - FREYA, que ficou em 2.º na Spirit of Tradition após vitória em 2024
- A confirmação de campeões já esperados como CRIVIZZA, MATRERO, LEONORE e SPARTAN
Classificações finais 2025
Big Boats
1. HALLOWE’EN – Inigo Strez (NZL)
2. MARIELLA – Carlo Falcone (ANT)
3. ORLANDA – Iginio Angelini (ITA) Classic
1. CRIVIZZA – Ariella Cattai (ITA). Tricampeã consecutiva.
2. PENELOPE – Marina Militare (ITA)



3. OPTIMISTA – Antonio Del Balzo (ITA) Classic IOR
1. MATRERO – Rafael Pereira Aragón (ARG). Bicampeã.
2. ENCOUNTER (FRA)
3. MONTOMBI – Ollie Graffy (GBR)

Vintage Marconi
1. LEONORE – Mark Faulkner (GBR). Terceira vitória, aos 100 anos.
2. SANTANA – Wendy Schmidt (USA)
3. FALCON – Paulo Mirpuri (POR)
Vintage
1. SPARTAN – Peter Isler (USA)
2. CHINOOK – Paolo Zan-
noni (USA)
3. MARGA – Alessandra Angelini (ITA) Cruiser Yachts
1. BARBARA – Roberto Olivieri (ITA). Vencedora em 2024 e 2025.
2. VISTONA – Gian Battista Borea d’Olmo (ITA)
3. EL ORO – Timothy Wilson (GBR) Spirit of Tradition – Open
1. LULUNIKKA – Roberto Lacorte (ITA)
2. FREYA – Luca Celeghini (ITA)
3. RROSE IV – James Cavagnari (GBR)
Prémios especiais celebram a história Dois troféus especiais marcaram a edição de 2025. O

“Trofeo Voscià – Giancarlo Lodigiani”, em homenagem ao antigo presidente da AIVE, foi atribuído à BARBARA, ao melhor iate com armação de iole em prova.
O novo Prémio em Memória de Angelo Bonati, foi atribuído ao MANITOU, de Hamish Easton, em homenagem ao antigo CEO da Officine Panerai, um grande entusiasta da regata.
Muito mais do que uma regata
Fundada em 1992 como Le Vele d’Argento, a Argentario Sailing Week ganhou o nome atual em 1999 e cresceu para se tornar num dos eventos mais prestigiados da vela clássica mundial.
A prova não só promove a cultura náutica e o património naval, como tem um forte impacto económico para a região, atraindo um turismo diferenciado antes da época alta.
Com dias de competição renhida e noites envoltas em charme e tradição, a Argentario Sailing Week 2025 continuará a encantar velejadores e público no futuro.
Em terra, o ambiente foi de convívio e cultura. O lema da Marinha “Non chi comincia, ma quel che persevera” encaixou como uma luva no espírito da Argentario Sailing Week: não importa só começar, mas continuar, ano após ano, com paixão, tradição e excelência.
E agora?
A 25.ª edição da Argentario Sailing Week já tem data: 17 a 21 de junho de 2026. Após uma edição que superou todas as expectativas em termos de qualidade técnica, desportiva e estética, o desafio é manter (ou superar) o nível, mas se há lugar onde isso é possível, é aqui, onde o mar encontra a história, e a vela clássica é celebrada como arte viva.


Dias de Vela de Excelência e Compromisso Ambiental em Cascais

O evento decorreu entre os dias 4 e 6 de julho na Baía de Cascais
A 6.ª edição do Mirpuri Foundation Sailing Trophy terminou no domingo de 6 de julho, com um fim de semana marcado por vento forte, mar exigente e regatas ao mais alto nível em Cascais.


Com mais de 150 embarcações e velejadores de 18 nacionalidades, a prova reafirmou-se como um dos eventos de vela de referência no panorama europeu, combinando competição, sustentabilidade e impacto global.
Organizado pela Fundação Mirpuri, em parceria com o Clube Naval de Cascais, o evento decorreu entre os dias 4 e 6 de julho, reunindo centenas de velejadores nas classes TP52, NHC, ORC, SNIPE, SB20, FINN, J70 e OPTIMIST.
O evento arrancou na sexta-feira com a realização do Mirpuri Foundation Conserva-
Racing for the Planet com Bernardo Freitas ao leme
tion Forum, em parceria com a Hi Fly, este ano dedicado ao tema “O Papel do Turismo e da Aviação na Conservação Global”. A conferência reuniu líderes e especialistas da indústria aérea, turismo e conservação na Marina de Cascais, reforçando a componente de sensibilização ambiental do evento.
As regatas tiveram início no sábado ao meio-dia, com o tradicional tiro de canhão disparado por um navio da Marinha Portuguesa a marcar simbolicamente o arranque das provas. O dia ficou marcado por condições meteorológicas ideais, que permitiram a realização de competições em todas as classes previstas.
No domingo, os ventos fortes e as rajadas intensas alteraram o cenário, levando a organização a optar por não realizar regatas na maioria das classes. Uma decisão tomada com naturalidade no universo da vela, onde a segurança de todos os participantes é sempre a prioridade máxima. Apenas a classe TP52 reuniu condições para competir, demonstrando a versatilidade e resistência destas embarcações perante desafios meteorológicos mais exigentes.
Um dos momentos mais aguardados da cerimónia de encerramento foi a atribuição do Troféu Perpétuo Mirpuri Foundation Sailing Trophy, entregue às embarcações mais rápidas em tempo real nas classes de cruzeiro. Em 2025, os grandes vencedores foram Racing for the Planet com Bernardo Freitas ao leme na classe ORC e Green Eyes comandado por Carlos Mirpuri na classe NHC. Este troféu homenageia o desempenho e espírito desportivo, gravando o nome dos vencedores ao lado dos campeões das edições anteriores, uma distinção de prestígio e continuidade.



Um dos grandes vencedores, o Racing for the Planet

A prova reafirmou-se como um dos eventos de vela de referência no panorama europeu
Mirpuri Foundation Conservation Forum


O fim de semana foi também palco da consagração do novo campeão mundial da classe TP52 - Quantum Racing, um momento de grande simbolismo que elevou ainda mais o prestígio da competição e reforçou a projeção internacional do Mirpuri Foundation Sailing Trophy. Para além da competição, o evento voltou a assumir uma posição de destaque no
panorama da sustentabilidade global. Reconhecido pela UNESCO como evento oficial da Década do Oceano, o Mirpuri Foundation Sailing Trophy promove ações de sensibilização e financiamento de projetos de conservação marinha.
Este ano, o Mirpuri Foundation Ocean Award 2025 foi atribuído à Coral Academy da CORDAP (Coral Research


Fotografia: Ricardo Pinto/MFST

& Development Accelerator Platform), uma iniciativa inovadora que pretende formar mais de 1.500 especialistas em restauração de recifes de coral nos próximos cinco anos. O prémio, no valor de 10 000 euros, foi entregue durante a cerimónia oficial no domingo, 6 de julho.
Paulo Mirpuri, Presidente da Fundação Mirpuri, afirmou: “Este evento é o reflexo do nosso compromisso em liderar pelo exemplo, mostrando que a paixão pela vela pode andar de mãos dadas com a preservação dos oceanos. Queremos inspirar uma nova geração a cuidar do planeta, enquanto celebramos a excelência desportiva.”
A edição de 2025 comprovou, uma vez mais, que é possível conjugar competição de alto nível, inovação científica e compromisso ambiental num único evento. A organização já anunciou que a 7.ª edição do Mirpuri Foundation Sailing Trophy se realizará em julho de 2026, de novo em Cascais.
Vencedores
Mirpuri Foundation
Sailing Trophy 2025 por classe:
- TP52 – SLED, Takashi OKURA
- OVERALL(tempo real) – Racing for the Planet, Bernardo
Freitas
- ORC A (tempo corrigido) –PARAGON R, Joaquim Barbosa
- ORC B (tempo corrigido) –PARAGON , Carlos Azevedo
- Mini Cruises (tempo corrigido) – AZORES, Pedro Pinho
- NHC (tempo real) – GREEN EYES, Carlos Mirpuri
- NHC (tempo corrigido) –FUNBEL – NACEX, Pedro Noronha
- SB20 – BRAVO, Lourenço MATEUS
- SNIPE – RAYO, Andrei SMINTINA
- J70 – NAVIS PORTUGAL, Diogo Pereira
- FINN – Nuno Espírito Santo Silva


- OPTIMIST Sub-15 Masculino – Francisco Rosito
- OPTIMIST Sub-15 Feminino – Maria Nunes
- OPTIMIST Sub-12 Masculino – Artur Bento
- OPTIMIST Sub-12 Feminino – Maria Magalhães





Sobre a Fundação Mirpuri
A Fundação Mirpuri é uma organização sem fins lucrativos com sede em Portugal. Fundada pelo empresário Paulo Mirpuri, tem como missão contribuir para um mundo melhor para as gerações futuras. Com a convicção de que liderar pelo exemplo é a melhor forma de mudar mentalidades, a Fundação promove a cooperação entre legisladores, empresas, comunidades e indivíduos. Atua em seis áreas distintas: Conservação Marinha, Conservação da Vida Selvagem, Artes Performativas, Responsabilidade Social, Investigação Médica e Investigação Aeroespacial. A sustentabilidade é um pilar transversal de toda a sua atividade. A Fundação Mirpuri é sinónimo de tecnologia, investigação, informação e inovação, aliada aos valores de integridade, perseverança e altruísmo para um impacto positivo no planeta.
Sobre o Mirpuri Foundation Sailing Trophy
A regata Mirpuri Foundation Sailing Trophy é um evento de prestígio, realizada anualmente em Cascais, Portugal, em parceria com o Clube Naval de Cascais. Com o Atlântico como cenário e impulsionada pelos ventos constantes de Cascais, o evento reúne provas de alto nível em várias classes de barcos à vela. Fundada pela Fundação Mirpuri, como parte do seu programa de conservação marinha, o evento é livre de plásticos e promove a sensibilização para os oceanos através de iniciativas como o Prémio “Mirpuri Foundation Ocean Award”, que reconhece contributos impactantes para a saúde e sustentabilidade dos oceanos.
Resultados completos: https://regatas.cncascais.com/en/default/races/race-resultsall/ text/MirpuriFoundationSailingTrophy-en-2-en Mais informações: www.mirpurifoundation.org - www.mirpurisailingtrophy.com

Mirpuri, em parceria com o Clube Naval de Cascais
A classe Optimist

Notícias Associação Nacional de Surfistas
Campeã Nacional Júnior
Estrou-se
a Vencer em Provas da WSL

Maria Salgado alcançou, o primeiro triunfo da carreira em provas da World Surf League, ao vencer o Pro Junior Ferrol, na Galiza, a etapa inaugural do circuito Pro Junior europeu 2025.


Destaque também para a presença de dois portugueses na final masculina, com João Mendonça a terminar no 3.º posto e Matias Canhoto no 4.º lugar.
Com cinco surfistas portugueses a conseguirem marcar presença no dia final da prova espanhola, a ação arrancou com as meias-finais masculinas, onde a armada lusa tinha três surfistas no primeiro heat. Só dois surfistas podiam garantir vagas na final e foram João Mendonça e Matias Canhoto a fazê-lo, com Francisco Ordonhas, campeão europeu júnior em título, a terminar na
Maria Salgado consegue o primeiro triunfo da sua carreira nas provas da World Surf League
Maria Salgado
5.ª posição final.
Nas meias-finais femininas, Portugal tinha duas surfistas no mesmo heat, com Maria Salgado a assegurar o triunfo rumo à final, enquanto Maria Dias terminou na terceira posição da bateria, garantindo o 5.º posto final em Ferrol.
A primeira final a ir para a água foi a masculina e os dois surfistas portugueses estiveram em bom plano, mas acabaram superados por dois rivais espanhóis. Alfonso Suarez sagrou-se campeão em Ferrol, com um total de 16,23 pontos, sendo secundado por Dylan Donegan dos Santos, com 14,50 pontos. João Mendonça, com 14,20 pontos, foi 3.º e o melhor português no evento galego, enquanto Matias Canhoto fechou no 4.º posto, com 12,60 pontos.
A festa portuguesa iria surgir na final feminina, onde Maria Salgado, de 18 anos, confirmou todo o favoritismo, depois de uma campanha em grande ao longo de todo o evento. A jovem surfista de Santa Cruz somou 14,83 pontos, contra

11,76 da espanhola Carla de la Vall (2.ª), 9,80 da francesa Clemence Schorsch (3.ª) e os 6,20 da também gaulesa Naia Monte (4.ª).
A atravessar um grande momento de forma, a campeã nacional júnior em título, líder do ranking Pro Junior nacional
e atual vice-líder do ranking feminino da Liga MEO Surf, conquistou, assim, a primeira vitória da carreira neste circuito, assumindo, igualmente, a liderança do ranking feminino do Pro Junior europeu. O circuito Pro Junior europeu volta a entrar na água, em
Capbreton, França. Os melhores juniores europeus voltam à ação entre 3 e 5 de julho, com Maria Salgado a defender a liderança da corrida ao título da categoria. O circuito irá terminar em setembro, com nova etapa na Galiza, desta feita na Corunha.


Pódio com os finalistas e os vencedores, Maria Salgado e Alfonso Suarez
Maria Salgado
Notícias da Associação Nacional de Surfistas
Francisco Ordonhas e Maria Salgado Conquistam Projunior Aveiro

Francisco Ordonhas e Maria Salgado conquistaram, no dia 22 de Junho, o triunfo no Projunior Aveiro, a terceira e penúltima etapa do Junior Tour 2025, circuito que define os campeões nacionais Sub-20.
Aprova disputada nas ondas de São Jacinto viu Maria Salgado repetir o triunfo obtido na etapa anterior, para disparar na liderança do ranking feminino, enquanto Ordonhas alcançou o primeiro triunfo do ano, encurtando distância para a liderança do ranking masculino, que continua a ser de Tiago Stock.


Após um primeiro dia de muita ação e boas condições, a prova retomou na manhã de domingo, com os melhores juniores nacionais a darem espetáculo nas ondas da Costa de Prata, até que foram ficando definidas das fases finais da terceira de quarto etapas do Junior Tour. No lado masculino, Francisco Ordonhas esteve em grande plano ao longo de todo o evento, conseguindo uma nota de 9,80 pontos na ronda inaugural, e foi com naturalidade que chegou à fase man-on-man.
Nas meias-finais, o vencedor da mais recente etapa da Liga MEO Surf, nos Açores, começou por eliminar Tiago Stock, o líder do ranking deste Junior Tour, com uma pontu-
ação de 12,25 pontos contra 10,60. Na final o adversário foi João Roque Pinho e após uma disputa muito equilibrada, Ordonhas conseguiu somar 14,15 pontos contra 13,60. Esta foi a primeira vitória de Francisco Ordonhas no Junior Tour e surge depois de já ter conseguido duas vitórias ao mais alto nível, na Liga MEO Surf. O campeão europeu júnior em título subiu, assim, ao 6.º posto do ranking, ele que falhou a presença na etapa anterior, no Porto e Matosinhos.
“Estou muito contente com esta vitória”, começou por dizer Francisco Ordonhas. “Foi um fim-de-semana muito bem passado em Aveiro. Tivemos boas con-
Francisco Ordonhas
Francisco Ordonhas
dições, sobretudo no sábado. É sempre divertido vir a este campeonato, com uma boa organização, que nos permite competir e estar na companhia dos nossos amigos”, frisou.
O 3.º lugar permitiu a Tiago Stock manter a liderança do ranking masculino, com 2180 pontos, mais 90 pontos que João Roque Pinho, que segue na vice-liderança. Mário Leopoldo fecha o top 3, com 1950 pontos.
No lado feminino, a atual vice-líder do ranking da Liga MEO Surf voltou a brilhar no Junior Tour, dominando a prova do início ao fim. Depois de já ter vencido na etapa do Porto e Matosinhos, Maria Salgado somou a segunda vitória da temporada e a quinta da carreira neste circuito. Nas meias-finais, a jovem surfista de Santa Cruz venceu Maria Dias, com um score de 12,25 contra 8,90. Depois, na final, Salgado somou 13,50 pontos para superar os 7,85 de Teresa Pereira.
Dessa forma, Maria Salgado soma 2000 pontos no ranking feminino, tendo já 410 pontos de vantagem para Lua Escudeiro e Teresa Pereira, que dividem a viceliderança.
“Esta terceira etapa em Aveiro correu muito bem”, começou por assumir Maria Salgado. “Tivemos ondas boas nos dois dias, sobretudo as esquerdas. Estou muito contente por ter vencido. Na etapa final vamos competir em Santa Cruz, onde surfo praticamente todos os dias, e o meu objetivo vai ser apanhar ondas boas e divertir-me, como sempre”, rematou a campeã nacional Sub-20 em título.
- João Roque Pinho e Teresa Pereira foram os finalistas vencidos em São Jacinto;
- Tiago Stock e Maria Salgado mantêm liderança dos rankings do Junior Tour 2025;

- Campeões nacionais Sub20 vão ser coroados em Santa Cruz, a 26 e 27 de Julho.
Resultados
Projunior
Aveiro:
Final masculina: Francisco Ordonhas 14,15 pontos x João Roque Pinho 13,60 pontos
Final feminina: Maria Salgado 13,50 pontos x Teresa Pereira 7,85 pontos
Melhor onda masculina: Francisco Ordonhas 9,80 pontos
Melhor onda feminina: Lua Escudeiro 8,00 pontos
A terceira etapa do Junior Tour 2025 é organizada pelo Carsurf de São Jacinto (Centro de Alto Rendimento de Surf de São Jacinto – Aveiro) e pela Associação Desportiva e Cultural de São Jacinto, com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro, Associação Nacional de Surfistas, Fundação do Desporto e Federação Portuguesa de Surf, Estação Náutica de Aveiro e Junta de Freguesia de São Jacinto.



Maria Salgado
Francisco Ordonhas e Maria Salgado no pódio
Maria Salgado
Notícias da Associação Nacional de Surfistas
Yolanda Hopkins Vice-campeã do Ballito Pro, na África do Sul
Yolanda Hopkins sagrou-se, vice-campeã do Ballito Pro, na África do Sul, falhando por muito pouco o triunfo naquela que é a segunda etapa da temporada do circuito Challenger Series 2025.

Asurfista algarvia alcançou a primeira final da carreira nes-te circuito, sendo batida no heat decisivo pela basca Nadia Erostarbe.
O dia final iniciou-se com as meias-finais femininas e, depois de Erostarbe eliminar a veterana Sally Fitzgibbons, foi a vez de Yolanda superar a brasileira Laura Raupp, numa bateria em que somou 14,24 pontos contra apenas 9,67 da adversária. Além de ter vinga-
do a derrota da compatriota Francisca Veselko nos quartos-de-final frente a Raupp, Yolanda, de 27 anos, garantiu logo aí o melhor resultado da carreira no circuito Challenger Series.
Na grande final, Hopkins tinha a possibilidade de alcançar Kika Veselko na liderança do circuito em caso de triunfo, isto depois de a eliminação de Sally Fitzgibbons nas meias-finais ter impedido a australiana de subir ao topo


tos. Sally Fitzgibbons surge logo atrás, com 13,885 pontos, enquanto Yolanda Hopkins subiu à 3.ª posição, com 12,545 pontos.
do ranking. A surfista portuguesa começou mais forte a final e na primeira disputa de ondas conseguiu logo aquela que seria a nota mais alta da bateria, com 7,67, graças a uma manobra fortíssima na junção.
Na liderança da bateria, Yolanda Hopkins foi procurando a oportunidade para colocar uma segunda onda forte, mas o potencial das ondas nunca foi muito elevado ao longo do evento. Com o relógio a correr e com Nadia Erostarbe a somar um total de 12,80 pontos, Yolanda tentou de tudo até ao toque da buzina, mas sem sucesso, nunca encontrando uma segunda onda que lhe poderia dar o triunfo e terminando a disputa com um total de 10,84 pontos.
Depois de um 5.º lugar em Newcastle, prova que foi vencida por Francisca Veselko, Yolanda Hopkins conseguiu, agora, um importante 2.º lugar. Nas contas do ranking, Kika Veselko manteve-se isolada na liderança, com 14,745 pon-
Depois de Nadia Erostarbe (4.ª) e da francesa Tya Zebrowski (5.ª), Teresa Bonvalot surge no 6.º posto, em igualdade com a brasileira Laura Raupp, o que faz com que Portugal tenha três surfistas em lugar de qualificação após duas etapas. De recordar que após as sete etapas da temporada, o top 7 do ranking feminino irá qualificar-se para o circuito mundial de 2026.
No lado masculino, Frederico Morais foi o melhor português, ao terminar a prova sul-africana no 17.º lugar, enquanto Afonso Antunes foi eliminado na ronda inaugural. Em termos de ranking, ambos estão longe dos lugares da frente, sendo Kikas o melhor posicionado, ao ocupar o 36.º posto, a cerca de 4 mil pontos do top 10, que dá acesso ao circuito mundial do próximo ano.
De Ballito o circuito segue, agora, para Huntington Beach, na Califórnia, onde se vai realizar a terceira etapa da temporada, de 26 de julho a 3 de agosto. Depois da prova norteamericana, o circuito ruma a Portugal, com a Ericeira a receber a quarta etapa, entre setembro e outubro. Segue-se a prova de Saquarema no Brasil e no início de 2026 a reta final do circuito irá passar por Pipeline, no Havai, terminando em Newcastle, na Austrália, onde tudo começou.
Yolanda Hopkins
Yolanda Hopkins

Mundial de Ski Náutico Animou Tomar

Foi a primeira grande competição internacional de Ski Náutico realizada no nosso país. A elite da modalidade brilhou nas águas da Barragem do Carril.


OPortugal Pro Waterski reuniu este fim-de-semana a elite da modalidade na Barragem do Carril, em Tomar, para a disputa da quinta etapa do circuito mundial. As excelentes condições do local e boa nota para a organização garantiram o regresso da prova o nosso país nos próximos dois anos. Correu de feição a estreia do nosso país em competições internacionais de Ski Náutico. As águas da Barragem do Carril, em Tomar, foram este fim-de-semana (21 e 22 de junho) o palco escolhido para a primeira edição do Portugal Pro Waterski, uma opção altamente elogia-
da pelos 25 atletas de onze nacionalidades que marcaram presença.
A prova lusa foi a quinta etapa do circuito mundial de Ski Náutico, depois das passagens pela Flórida, Tennessee, Mónaco e Marrocos. Envolvendo as classes de amadores e profissionais, a competição decorreu sob a égide da Federação Internacional de Ski Náutico e Wakeboard (IWWF - International Waterski Wakeboard Federation) e da Federação Portuguesa de Motonáutica (FPM), contando com os apoios da Câmara Municipal de Tomar, Região de Turismo do Centro e The Water Ski Academy.
A competição feminina foi dominada pelas atletas do Canadá, com Neilly Ross, atual Campeã e recordista do Mundo, a conquistar o ouro na variante de Figuras. No Slalom foi a sua compatriota Jaimme Bull, que é igualmente detentora do título mundial, a subir ao lugar mais alto do pódio. Já em masculinos a surpresa do dia deu pelo nome de Matias Gonzalez - o chileno bateu um conjunto de adversários mais experientes e cotados. A participação lusa foi limitada à classe de Amadores, com um total de cinco

atletas de diferentes escalões etários: Francisco Simões, João Simplício, Gonçalo Simplício, Afonso Morna e Michael de Mello. Em causa esteve um prize money de 17.500 USD.
Vasco Trindade, organizador do evento (seção de Ski e Wake da FPM), faz o balanço desta jornada: “Não podíamos estar mais felizes com esta estreia! Ficou provado que Tomar e a Barragem do Carril são um paraíso para a

prática da modalidade. Foi esse o sentimento evidenciado pela elite deste desporto. Penso que este será o ponto de partida para mais competições internacionais neste cenário e também pa-
ra a criação de um centro de alto rendimento que permita a evolução dos nossos atletas“
Mais informações em: www.portugalprowaterski.com



Pódio Masculino
Pódio Feminino
Economia do Mar
Navegação Fluvial no Tejo
Vai Começar

A navegação Fluvial é muito importante
O Grupo ETE e o Grupo Pousadinha apresentam novo Terminal Fluvial de Castanheira do Ribatejo.
OProjeto do Terminal Fluvial de Castanheira do Ribatejo foi oficialmente apresentado num evento que contou com a presença do Secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo.
Para o Governo “este é um investimento estratégico para a sustentabilidade e eficiência logística da região e que permitirá retirar centenas de camiões do centro da cidade de Lisboa, assim como reduzir mais de mil tonela-


das de emissões de CO2eq por ano. O Governo valoriza todas as infraestruturas liga-
das à exportação, consciente de que esta é uma pedra angular da economia portu-

guesa. O desenvolvimento de novos portos é absoluta prioridade nacional.”
Com um investimento inicial estimado de onze milhões de euros, o novo terminal portuário marca um avanço estratégico na intermodalidade do transporte de mercadorias e passa a ser uma nova porta de entrada e de saída do Porto de Lisboa, visando reforçar toda a região como um hub logístico de referência. Governo, Porto de Lisboa e autarquias locais saudaram o projeto na cerimónia de apresentação. Um novo projeto
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Colaboração: Carlos Salgado, Carlos Cupeto, André Santos, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Rocha, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Club Naval de Sesimbra, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing