Notícias do Mar n.º 389

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Notícias do Mar

Eleições na Divisão Náutica ACAP/APICAN

Entrevista e Fotografia Antero dos Santos

Com Duas Listas a Concorrer Venceu a Lista A

Pela primeira vez, com duas listas a concorrer, decorreu no passado dia 14 de Março, na sede desta associação, a eleição dos novos dirigentes da Comissão Executiva da Divisão Náutica ACAP/APICAN, com a vitória da Lista A

Miguel Pacheco, vogal Miguel Ferreira, vogal Francisco Cálão, vogal António Inglês, vice-presidente Eugénio Martins, presidente membros da Lista A vencedora

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Durante as eleições, Eugénio Martins, presidente, assina a presença 2

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m facto a salientar foi terem-se organizado duas listas, nas quais estavam representadas todas as principais e maiores empresas do sector, o que aconteceu pela primeira na história desta associação, com uma trintena de anos de idade. Isto demonstra que os sinais de uma melhoria económica no país, despertou nas empresas das actividades económicas do sector, um elevado interesse em intervir rapidamente em soluções


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que dinamizem o novo Regulamento da Náutica de Recreio, no desenvolvimento das actividades náuticas, e se pressione o Governo nesse sentido. A Lista A que venceu apresentou-se “Por Uma Náutica Mais Forte” e “Uma Equipa Experiente e Dedicada à Náutica”. Numa conferência de imprensa que decorreu na sede da Divisão Náutica ACAP/APICAN, o Notícias do Mar teve a possibilidade de apresentar algumas perguntas a Eugénio Martins, presidente da Comissão: - Apoiando-se no novo Regulamento da Náutica de Recreio que permite a quem tenha a Carta de Marinheiro comandar embarcações até aos 12 metros de comprimento com a motorização adequada, o que pode a APICAN fazer a partir deste momento, para desenvolver as vendas das embarcações? “Não temos dúvidas que o novo Regulamento da Náutica de Recreio nos vai aumentar as vendas. Mas ainda não estamos em condições para sabermos o já que se ganhou em vendas. Estamos no princípio e faltam elementos para serem acertados todos os processos, como o Registo dos barcos. Segundo a Lei temos que registar os barcos através do Portal do Mar que não está a funcionar. Ele é indispensável para se fazerem por via electrónica os registos automaticamente. Temos que fa-

António Ingês, vice-presidente eleito na Lista A

lar com as entidades competentes, para nos esclarecerem como actuar. Este é um assunto que a APICAN quer resolver o mais rápido

possível, que é o entrave que estamos a encontrar neste momento para registar embarcações. Vamos falar com a DGRM e já temos uma

reunião marcada.” E continuou “Já enviámos a todos os nossos associados um questionário, para sabermos quais as medidas que pretendem

António Gaspar, vogal eleito na Lista A 2019 Maio 389

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Francisco Cálão, vogal eleito na Lista A

sejam resolvidas. Correu bem e quase todos os associados responderam e agora vamos proceder em conformidade com as respostas e em defesa do sector.”

- Tendo havido duas listas a concorrer para dirigentes da nova Comissão Executiva da Divisão Náutica ACAP/APICAN, como se vão relacionar com a Lista derrotada?

“Não vamos tratar os associados da outra lista, como lista derrotada. Ganhou a lista que os associados entenderam que devia ser aquela a dirigir a APICAN e re-

Miguel Ferreira, vogal eleito na Lista A 4

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solver os problemas que o sector enfrenta. Queremos estar todos juntos e desejamos que os elementos da lista B ponham também as questões que querem que sejam resolvidas e ajudarem-nos nos trabalhos que temos que fazer ao longo destes três anos. Depois se verá se fizemos tudo o que prometemos fazer. Num meio tão pequeno não há listas derrotadas” - Como vai ser o relacionamento com as autoridades e o Governo? “Queremos fazer uma maior aproximação não apenas aos associados, mas também com todas as autoridades. É muito bom que a APICAN tenha uma boa relação e simpática com todas as entidades relacionadas com a náutica de recreio” - Uma coisa que notámos, foi uma má relação desta última direcção com a comunicação social, vai melhorar? Eugénio Martins esclarece: “A relação com a comunicação social, vai ficar entregue ao vice-presidente, o Eng. António Inglês”. António Inglês responde: “Vamos dizer que sim, foi a resposta do vice-presidente foi a prometo que vamos ser mais activos e todas as acções que forem dirigidas ao mercado, tenham um apoio da comunicação social”. E explica ainda: “Quanto à parte operacional temos ainda que pre-


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parar esse caminho. Estamos integrados na ACAP, por isso todos os nossos associados recebem uma informação generalista dessa associação, dirigido ao nosso sector. Vamos fazer uma Newsletter dedicada à náutica de recreio. Também todas as informações que nos interessar chegar ao mercado, serão elaboradas dirigidas â comunicação social”. - Novamente dirigida a Eugénio Martins, perguntámos: Quanto a informações estatísticas o que pensa a APICAN fazer? “Estamos com uma expectativa muito grande. É conseguir pela primeira vez em Portugal fazer estatística e sabermos quanto se vendeu e que tipos de modelos de barcos são mais vendidos. Essa informação terá que ser feita pela

Miguel Pacheco, vogal eleito na Lista A

DGAM e pela DGRM e com esta fazermos um trabalho em conjunto. E isto é muito importante” - Em relação ao Imposto Único de Circulação

Pedro Nunes, vogal eleito na Liata A

(IUC) o qaue pretende a APICAN fazer, tomar alguns contactos e propostas para reduzir a taxa, que tanto tem produzido o afastamento de compradores de embarcações? “O IUC é preocupante para nós, por várias razões. Não se assemelha aos automóveis. Não devemos ter que pagar o IUC no princípio de Janeiro dos barcos que temos em stock, mas sim quando nas datas dos registos. Isto tem que ser alterado e é uma enorme incongruência. Nas outras áreas dos automóveis isto não é assim. Outra é um veleiro de 70 pés pagar o mesmo ou menos que uma mota de água. Isto pertence a ministérios diferentes. Portanto o nosso primeiro passo é tratar deste problema. Vamos fazer uma abordagem para se ini-

ciarem as nossas negociações, de modo que se reduzam as taxas, ou no sentido de atribuir um valor justo de IUC a cada embarcação seja ela à vela ou a moto”. Comissão Executiva Eleita Presidente EUGÉNIO MARTINS NAUTISER CENTRO NAUTICO SA Vice-Presidente ANTÓNIO INGLÊS NAUTIRADAR LDA Vogais ANTÓNIO GASPAR GROW IBERIA LDA FRANCISCO CÁLÃO RIAMAR MIGUEL FERREIRA AIFE MIGUEL PACHECO MOTOLUSA LDA PEDRO NUNES YAMAHA

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Notícias da Universidade de Lisboa

Novas fontes de energia não carbónicas Óxidos de molibdénio Uma equipa transnacional publicou na Nature Communications um estudo dum catalisador com o melhor desempenho já observado para uma espécie molecular que favorece o desdobramento da água.

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rata-se de óxidos de molibdénio, cujas propriedades eletroquímicas foram modeladas computacionalmente por Nuno A. G. Bandeira, investigador da Universidade de Lisboa (ULisboa). Esta contribuição foi importante e decisiva para compreender o rol de reações auxiliares que facilitam a geração de hidrogénio, contribuindo para a inovação científica, nomeadamente a criação

Nuno Bandeira 6

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de novas rotas para a economia circular dos recursos energéticos. No atual panorama de sustentabilidade ambiental o aquecimento global torna premente a necessidade de busca de fontes de energia não carbónicas. Neste contexto o hidrogénio sobressai como uma fonte ideal de energia. Uma vez aplicado em pilhas de combustível o resíduo gerado nesse processo eletroquímico será a água, um composto essencial para a vida e não poluente. A conversão de energia química em energia elétrica numa pilha de combustível dá-se segundo a reação entre os dois gases, hidrogénio e oxigénio, mas para fechar o circuito num gerador autosustentado é necessário regenerar o hidrogénio através da reação em sentido contrário. O desdobramento da água nos seus dois elementos constitutivos é uma transformação difícil que necessita da intervenção de um catalisador para se efetuar.


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Notícias do Ministério do Mar

Economia do Mar Acelera

Navio Corvo da Mutualista Açorana

A economia do mar acelerou entre 2015 e 2018, graças às exportações que aumentaram 25%, o VAB das empresas cresceu 30% e a Marinha Mercante subiu 94%.

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crescimento da economia do mar está em elevada aceleração ao longo do quadriénio correspondente à última legislatura (2015-19). De acordo com a análise do Observatório da Economia Azul do Ministério do Mar,

as exportações de bens do setor do mar em 2018 registaram um aumento de 25% relativamente a 2015. No último ano, o setor ‘azul’ registou mais de 2 mil milhões de euros em exportações (2 186 740 724€), quase 500 milhões a mais do que o

valor alcançado em 2015 (1 753 761 953€). O crescimento da Economia Azul nacional verifica-se também no Valor Acrescentado Bruto (VAB) das empresas do Setor do Mar. Segundo a análise do Observatório da Economia Azul do Minis-

O Navio Funchalense 8

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tério do Mar, em 2017 este valor representava 3,4% do VAB das empresas da Economia Nacional. Para efeitos de comparação, em 2015 o mesmo indicador fixava-se 2,86%, denotando assim um aumento na ordem dos 30% em dois anos e perto do dobro quando comparado com a legislatura anterior. A manter-se este ritmo de crescimento, será possível alcançar a meta estabelecida pelo Ministra do Mar Ana Paula Vitorino para 2020: uma contribuição de 5% do setor do mar para o VAB da Economia Nacional. Com efeito, a análise do Observatório da Economia Azul do Ministério do Mar (disponível em https://www. dgpm.mm.gov.pt/observatorio) demonstra uma rota de crescimento sustentado. A taxa de crescimento do VAB das empresas da Economia Azul em 2017 fixa-se, de resto, em 14,94, praticamente o


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dobro da taxa de crescimento do VAB das empresas da Economia Nacional (7,85%) e da taxa da legislatura anterior, o que é bem representativo da pulsão de desenvolvimento que o setor do mar em Portugal tem conhecido ao longo desta legislatura, fruto das políticas de fomento da capacitação da economia azul, como: Estratégia de aumento da competitividade portuária, da inovação em todos os setores do mar, das energias renováveis oceânicas, da aquacultura e da marinha mercante. Entre as áreas do setor com maior crescimento entre 2015 e 2018, destacase em particular a marinha mercante, com um aumento

de 94% do número de navios e de 269% do porte bruto (DWT), correspondente a mais 14 mil toneladas. Também a atividade portuária registou um desenvolvimento assinalável no mesmo período com um aumento de 56% no movimento de carga Ro-Ro e de 20% no movimento de carga contentorizada. Por fim, destaca-se também o crescimento da atividade de cruzeiros no continente, com um aumento de passageiros na ordem dos 21%, e o incremento das exportações dos produtos de pesca em 21%, correspondendo a um aumento do volume de exportações em quase 200 milhões de euros.

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Notícias do Mar

Notícias Docapesca

Conclusão da Instalação do Cais Provisório da Ilha de Tavira

A Docapesca concluiu a instalação do cais provisório na Ilha de Tavira, possibilitando a retoma do funcionamento normal das carreiras fluviais de acesso à Ilha, durante a empreitada de construção do novo cais.

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sta intervenção insere-se num conjunto alargado de investimentos em curso e realizados pela Docapesca no concelho de Tavira, num valor global de cerca de 2 milhões de euros,

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onde se destaca a instalação de novas plataformas de acostagem e a construção da nova lota em Tavira, a reabilitação do telheiro do cais das Quatro Águas, a instalação de novos portões de acesso

em Santa Luzia e Cabanas e as dragagens no Rio Gilão e em Santa Luzia. A Docapesca – Portos e Lotas, S.A. é uma empresa do Setor Empresarial do Estado tutelada pela Ministra

do Mar Ana Paula Vitorino, que tem a seu cargo, no continente, o serviço da primeira venda de pescado e o apoio ao setor da pesca e respetivos portos, dispondo de 22 lotas e 37 postos.


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Notícias do Mar

European Maritime Day e Oceans Meeting 2019

Lisboa Acolhe dois dos Maiores Eventos Mundiais Sobre os Temas do Mar Nos dias 16 e 17 de maio, Lisboa foi o centro do mundo para a discussão dos grandes temas dos Oceanos à escala global.

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Fotografia: JJCM

capital portuguesa foi escolhida pela Comissão Europeia como palco para a edição de 2019 do Dia Europeu Marítimo (European Maritime Day), evento decorreu no Centro de Congressos de Lisboa. O European Maritime Day é um evento anual promovido desde 2008 pela Direção-Ge-

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ral dos Assuntos Marítimos e das Pescas (DG MARE) da Comissão Europeia que reúne mais de um milhar de intervenientes nas diferentes fileiras da economia do mar. Apresentado como a “WebSummit do Mar”, este palco internacional de debate do mar estará este ano focado no empreendedorismo, pes-

quisa, inovação e investimento, com vista a aumentar as tecnologias sustentáveis e cadeias de valor emergentes na vasta economia do mar. O Comissário Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, Karmenu Vella, o Diretor-Geral da DG MARE (Direção-Geral dos Assuntos Marítimos e das Pescas), João Aguiar Machado, e o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, são outras presenças ilustres confirmadas neste evento. Neste evento, a Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, tem intervenção marcada para a sessão de abertura de quintafeira, pelas 09h00, no Auditório I do Centro de Congressos de Lisboa, onde falará também o Comissário Europeu Karmenu Vella. Mais informações sobre o European Maritime Day

antravés do seguinte link: https://european-maritime-day. b2match.io/ Nos mesmos dias, na Gare Marítima de Alcântara, realizou-se a 4.ª edição do Oceans Meeting, evento promovido pelo Ministério do Mar de Portugal e que vem ganhando prestígio ao longo dos anos. Este ano, a edição do Oceans Meeting incididiu sobre o tema central “Governação Inteligente dos Oceanos”, propondo cinco painéis para reflexão: Governação dos Oceanos e Partilha de Dados; Inovação, Startups Azuis e Financiamento; Tecnologias de Limpeza dos Oceanos; Governação dos Oceanos – Desafios dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento; Governação Inteligente dos Oceanos - Cooperação para Soluções Práticas. O Oceans Meeting é uma conferência ministerial internacional que vai trazer a Lisboa governantes de dezenas de países à escala global para debater os grandes temas da atualidade dos oceanos e que antecipa a “United Nations Ocean Conference”, que se realizará em 2020 em Portugal, numa coorganização com a República do Quénia. A edição deste ano surge ainda inserida no âmbito das comemorações do V Centenário da Circunavegação de Fernão Magalhães. Neste evento, a Ministra do Mar teve uma intervenção, na cerimónia de abertura, na Gare Marítima de Alcântara (Lisboa). Mais informações sobre o Oceans Meeting através do seguinte link: http://www.oceansmeeting.pt/


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Náutica

Novidade Jeanneau Merry Fisher 605 Marlin

Texto Antero dos Santos Fotografia Jeanneau

Barco Pescador de Uso Polivalente

Jeanneau Merry Fisher 605 Marlin

Criado para os pescadores lúdicos, a Jeanneau apresentou um novo modelo da gama de 2019, o Merry Fisher 605 Marlin, um barco que oferece também, com facilidade, a sua utilização nos passeios com a família, os mergulhos e banhos de sol.

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O 605 Marlin é um barco de pesca de alto desempenho 14

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gama de embarcações a motor do estaleiro francês Jeanneau tem a Nautiser-Centro Náutico como importador exclusivo para Portugal. A linha Merry Fisher Marlin é uma gama de embarcações com motor fora de borda que comporta todas as características de robustez e alto desempenho no mar, dos modelos Merry Fisher e que foi mais desenvolvida


Náutica

O piloto pode conduzir do poço

para os pescadores lúdicos. É uma das gamas Jeanneau de maior prestígio no mercado das embarcações para pesca passeio e pesca cruzeiro, com os cascos desenhadas e construídos para se baterem bem nas águas do Atlântico Norte. e renovando-se todos os anos com inovações para servir melhor os clientes. Devemos realçar que a Jeanneau todos os anos introduz inovações e renova a gama. Para 2019 a linha Merry Fisher Marlin comporta quatro mo-

delos. O mais pequeno é o 605 com 5,64 metros de comprimento, segue-se o 695, com 6,69 metros, o 795 com 7,10 metros e o maior, o 895, com 8,83 metros de comprimento. Barco de pesca de alto desempenho A linha Marlin incorpora uma cabina tipo barco pesqueiro profissional, para ter melhor aproveitamento do espaço à proa, facilitar a circulação e ter o párabrisas mais seco O 605 Marlin tem a cabina encostada a bombordo com a passagem do poço para a proa por estibordo. Este barco associa um projecto ergonómico da coberta e da cabina, com um casco de alto desempenho, seguro

O piloto a conduzir no poço 2019 Maio 389

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Náutica

O 605 Marlin tem a cabina do tipo pesqueiro

e de fácil manobra. Devemos realçar o amplo poço, equipado para satisfazer os pescadores ou convertível para os

passeios com a família e os amigos. No poço junto à popa há um assento de cada lado para pescadores. Na

hora das refeições podese montar uma mesa ao meio e também montar bancos laterais e um solário, quando apetece os

A cabina à proa tem acomodação para duas pessoas dormirem 16

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banhos de sol. Para o aceso à água e dar uns quantos mergulhos, existe duas grandes plataformas de cada lado do motor. Para subir, depois dos banhos há uma escada na de estibordo. Para ajudar com segurança a movimentação dos pescadores no poço, estão fixados na borda corrimãos e junto à popa, está um porta canas de cada lado. O barco tem ainda como acessório um viveiro de isco vivo. A vantagem desta linha, mesmo no 605 Marlin, o mais pequeno, é facilidade de circulação entre o poço e a proa. Aqui existe um banco à frente da cabina, que serve para um pescador estar sentado, ou apoiar quem for fazer as manobras de fundear.e


Náutica

guardar o ferro e os cabos num grande compartimento à frente, depois de levantar tudo do fundo, com a ajuda de um molinete que tem montado em cima. A cabina comporta o posto de comando, o banco do piloto e do copiloto e um banco em U à frente, que se converte numa cama de casal. A cabina tem porta de correr para o poço e dispõe de excelente visibilidade, graças às largas janelas laterais e ao grande pára-brisas inclinado para dentro. Este tipo de pára-brisas aumenta a funcionalidade dos limpa pára-brisas

A cabina de pilotagem tem dois bancos individuais

e tem a vantagem de fazer escorrer mais rápido a água da chuva, ou das ondas que saltem batidas pelo vento, No tecto da cabina está montado um albóio para arejamento.

É na cabina que este modelo também apresenta uma inovação incrível, para facilitar o comando com seguraça na pesca e nas manobras, principalmente quando se na-

vega sozinho. O painel de instrumentos desliza para traz até à entrada da cabina, para se comandar o barco a partir do poço. Este é um conceito prático para se garantir a na-

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Náutica

O poço do 605 Marlin

vegação e as manobras mais seguras. Em caso de mau tempo, com a cabina totalmente fechada, ganha-se um extraordinário abrigo. O 605 Marlin dispõe do clássico casco Merry Fisher, com um V bastante acentuado à proa e semi-

planante à popa, com os planos de estabilidade laterais bem salientes. Com este tipo de casco, o 605 Marlin desliza facilmente nos arranques, é confortável a navegar e muito estável quando está parado, balançando pouco para os pescadores.

Características Técnicas

Pode-se montar um viveiro de isco vivo no 605 Marlin 18

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Comprimento total

5.64 m

Comprimento do casco

5.51 m

Boca

2.45 m

Peso

1.000 Kg

Depósito de combustível

100 L

Depósito água doce

20 L

Potência recomendada

115 HP

Categoria CE

C6 / D6

Preço do barco com motor

a partir de € 41.500,00 c/IVA

Importador Exclusivo Nautiser Centro Náutico – Estrada Nacional 252 – 2950-402 Palmela Tel.: 21 22 36 820 - Mail: comercial@nautiser.com www.nautisercentronautico.pt


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Electrónica

Notícias Nautel

Novidades FURUNO, NAVpilot- 300 da FURUNO, GP-1871F e 1971F, assim como os TZtouch2.

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ste novo piloto automático apresenta como principal novidade uma unidade de comando remoto de mão, sem fios (CG-001), que permite governar a embarcação com um simples gesto: Carregar num botão, apontar ao rumo pretendido e já está…. Ao soltar o botão a embarcação navegará automa-

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ticamente ao dito rumo. Este comando de mão sem fios faz já parte do fornecimento. Não é uma opção. O piloto incorpora adicionalmente as mesmas funcionalidades que os das séries profissionais da FURUNO. Exemplos : O modo SABIKITM, ideal para a pesca “jigging”, o software FANTUM

FeedbackTM exclusivo da FURUNO que, para lá de simplificar a instalação em embarcações com motores fora de bordo, permitirá dispor de direção assistida. Ao todos, são os seguintes os modos de navegação e pesca : Modo Auto, Modo Auto Avançado, Modo NAV/ Rota assim como o “FishHunterTM” e o anteriormente mencionado SABIKITM. A simplificação da instalação advém também do facto do sistema ser em rede NMEA2000. Também pode ser comandado via os Multifunções

Outras caraterísticas • Pequena caixa processadora com estanquicidade IP55 • Adaptável a barcos com motor fora de borda, motores interiores, ou tipo “sterndrive” • Compatível com VOLVO IPS, YAMAHA HelmMaster e YANMAR VC10 • Sistema “Self-learning” de auto ajuste a várias condições de navegação, pelo estado do mar e vento • Composição base : Comando de mão, unidade fixa de comando e apresentação, e processador. • Inúmeras instalações onde a opção unidade de referência de leme, não é precisa. • Se já houver a bordo alguma unidade de sensor de rumo compatível com NMEA2000, esta opção também já não será precisa. Gama de bombas hidráulicas disponível na Nautel, para satisfazer qualquer requisito de instalação.


Electrónica

www.nautel.pt

Novo VHF Classe D FURUNO FM-4800

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rata-se de um 5-em-1….Rádio VHF, GPS, AIS, Loud Hailer (alta-voz), NMEA2000 e DSC classe D. A Furuno lança seu novo equipamento de comunicação VHF, modelo FM-4800, incorporando os seguintes recursos: Recetor de GPS de alta sensibilidade com 72 canais GPS e antena interna que elimina a antena externa do GPS e seus requisi-

tos de interligação. Quando conectado a um Multifunções ou ChartPlotter , que possa interpretar e afixar dados AIS, o receptor AIS embutido garantirá maior segurança no mar, fornecendo todos os dados necessários para o conhecimento da situação e assim se evitarem colisões. Com DSC Classe D (Chamadas Seletivas Digitais), o FM4800 permite transmitir cha-

madas de rotina e chamadas de socorro em caso de emergência. O “Loud Hailer” de 25 W PA tem 8 sinais automáticos de presença em nevoeiro / aviso e uma capacidade de escuta que permite uma comunicação bidirecional, audio. O interface plug&play NMEA2000 permite conectar facilmente o FM-4800 aos seus dispositivos de navegação. Quando conecta-

do ao NavNet TZtouch2, as chamadas DSC podem ser iniciadas diretamente do seu MFD. O microtelefone opcional HS-4800 suporta todas as funcionalidades do FM-4800 e funciona como uma segunda estação. A função de intercomunicação também é suportada nesta configuração de dupla estação. Estanquicidade pelo padrão IP67.

Novo VHF Classe D FURUNO FM-4850

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rata-se de um outro 5-em-1…. Rádio VHF, GPS, AIS, Loud Hailer (alta-voz), NMEA2000 e DSC classe D. No entanto, o sistema é em arquitetura “caixa preta” e microtelefone para comando. Todo o restante que acima se indica para o FM-4800, se aplica a este rádio que é ideal para economia de espaço em consolas e permitir múltiplas estações.

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Notícias do Mar

Notícias da Universidade de Aveiro

Alfaces-do-mar Removem Metais Pesados de Águas Contaminadas Numa Investigação da Universidade de Aveiro, na vulgar alface-do-mar pode estar a solução para limpar águas contaminadas pela indústria e pelo consumo doméstico.

Na vulgar alface-do-mar pode estar a solução para limpar águas contaminadas

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ma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) descobriu que esta alga tem uma grande capacidade para remover elementos potencialmente tóxicos da água, a maior parte deles perigosos para a saúde humana e para o meio ambiente. “A remoção alcançada com a alga que temos testado para remover da água, entre outros elementos, arsénio, mercúrio, cádmio e chumbo, é muito elevada”, congratula-se Bruno Henri-

ques, o investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e do Departamento de Química (DQ) da Academia de Aveiro, que garante que, comparativamente a outros materiais, naturais ou sintéticos, usados hoje correntemente para o mesmo efeito, a taxa de sucesso da alface-do-mar “é superior”. Por isso, o investigador considera que “estas algas são uma alternativa eficiente, pois removem percentagens elevadas de contaminantes num perío-

Os investigadores Eduarda Pereira, Joana Almeida, Bruno Henriques e Paula Figueira 22

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do curto de tempo, a metodologia é económica e mais ecológica do que os métodos ‘clássicos’ para a remoção destes elementos, que são menos eficazes e, muitas vezes, mais caros, o que se traduz em baixo custo-benefício”. O estudo da UA indica que cada grama de alga consegue remover em simultâneo 120 microgramas de mercúrio, 160 microgramas de cádmio, 980 microgramas de chumbo, 480 microgramas de crómio, 660 microgramas de níquel, 550 microgramas de arsénio, 370 microgramas de cobre e 2000 microgramas de manganês. Estes elementos químicos, explica o investigador, apesar de se denominarem de ‘clássicos’ continuam a ser atualmente “muito usados por várias indústrias e a sua presença no ambiente causa impactos negativos, tais como toxicidade, observada mesmo para concentrações muito baixas”. Outros problemas associados a estes elementos “estão relacionados com o seu carater persistente no ambiente e facilidade em se bioacumularem nos tecidos dos organismos”. Algas cultivadas em locais contaminados O segredo da grande capacidade de ‘limpeza’ pela alga explica-se através da sorção, processo através do qual a alface-do-mar consegue incorporar nos seus

tecidos os contaminantes. O rápido crescimento destas algas, congratula-se Bruno Henriques, “contribui para que se consigam remover os contaminantes em cada vez maior quantidade, pois o crescimento da alga aumenta o número de locais de superfície aos quais estes elementos tóxicos se podem ligar”. Assim, explica o investigador, “as algas poderão ser utilizadas para diminuir a contaminação de locais muito afetados por descargas destes elementos, através da introdução da alga no local a descontaminar se as condições forem adequadas ao seu crescimento ou cultivando algas num outro local e transportando estas para os locais a serem descontaminados”. Além da remoção dos elementos tóxicos, os investigadores da UA asseguram que as alfaces-do-mar permitem reduzir também o teor de fosfatos e nitratos em águas e ao usarem dióxido de carbono como fonte de carbono, permitem reduzir a pegada de carbono. O trabalho foi desenvolvido por uma equipa multidisciplinar da UA constituída por Bruno Henriques, Ana Teixeira, Paula Figueira, Joana Almeida e Eduarda Pereira (investigadores do DQ, do CESAM, do CICECO - Instituto de Materiais de Aveiro e do Laboratório Central de Análises), e com a cooperação da Universidade do Porto e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.


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Náutica Texto e Fotografia Antero dos Santos

Teste Lomac Open 400 GL com Honda BF30 LRTU

Ideal para a Iniciação

Lomac Open 400 GL ideal para a iniciação Testámos em Tróia, num dia com o rio Sado bastante agitado de vento, um Lomac Open 400 GL, que se mostrou muito seguro e estável e equipado para servir muito bem de barco para a iniciação.

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A consola de condução dá segurança 24

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convite para o teste partiu da GROW, importador exclusivo para Portugal dos motores fora de borda Honda e do estaleiro italiano Lomac. A Lomac é um dos mais prestigiados fabicantes de semi-rígidos do mundo, tendo sido o primeiro europeu a comercializar este tipo de barco que agora é considerado o tipo mais seguro de embarcação e pela sua operacionalidade passou a ser chamado de 4X4 do mar. Desde o início a Lomac foi sempre inovando a sua produção, para satisfazer no máximo os clientes, com


Náutica

Barco excelente e seguro para os passeios

sete linhas na sua gama, fabrica o barco adequado aos mais exigentes, desde os 2,00 metros aos, 11,00 metros de comprimento, para o recreio ou de trabalho. Os tubos são feitos com o melhor tecido que se fabrica, em Hypalon/ Neoprene da Orca Pennel Industries. E para darem maior rigidez aos barcos, são colados por fora ao casco e por dentro totalmente às cobertas. Lomac Open 400 GL A linha Open é constituída por quatro modelos, 350, 400, 400 GL e 430. Apenas o modelo 400 GL tem consola de condução e banco.para o piloto. Os outros modelos têm a coberta sem nada e comandam-se

com motores de comando com punho. O estaleiro ao equipar o Open 400 de 3,95 metros de comprimento, com consola de comando e banco duplo para o piloto, criou uma embarcação ideal para a iniciação e para ser o primeiro barco comprado.

A condução dum barco com motor de punho, requer muito cuidado e treino. Enquanto que uma embarcação com consola de condução, mesmo pequena, conduz.se como se fosse um automóvel, é confiável e tem um desempenho muito seguro.

No caso do Lomac Open 400 GL, que é um semi-rígido, navega quase sempre apoiado lateralmente nos tubos, principalmente a curvar. Para quem não tem experiência, rapidamente domina as manobras necessárias e navega com segurança. O Lomac Open 400 GL

O Honda BF30 equipava o Lomac Open 400 GL 2019 Maio 389

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Náutica

A navegar com comodidade tem a consola de condução central e um banco duplo para o piloto. A consola de condução tem um pequeno párabrisas em vidro acrilico, resguardado por um corrimmão em aço inox. A consola tem um compartimento com porta estanque. À frente o barco tem dois compartimentos, um para o ferro, o mais pequeno, e o maior para guardar pala-

menta. Com uma almofada em cima este espaço serve de assento. Também se pode arrumar palamenta ou sacos dentro do banco do piloto. À proa está colado um cabeçote em borracha que serve de cunho de amarração. O casco tem um V profundo, robaletes laterais bastante salientes e incorpora o sistema “twinshell”, por baixo dos tubos a partir da

proa, terminando em ligeira concha à popa. Trata-se de um casco adequado para oferecer um bom desempenho com águas mexidas e conseguir saídas rápidas nos arranques. Navegação confortável e segura No dia do teste em Tróia, o rio Sado estava com alguma agitação e vento,

Iniciámos o teste com um arranque rápido e em 2,87 segundos o barco já planava. O Honda BF30 tem uma alta aceleração que, conjugada com o casco “twinshell”, facilitou esta performance. No mínimo de velocidade a planar, aos 8 nós o barco ainda planava, o que indica que o barco descola bem na água. Quanto ao teste de velocidade máxima, tivemos

Honda BF30

O

O casco “twinshell” deflecte bem a água para longe 26

2019 Maio 389

Honda BF30 é um motor a 4 tempos, OHC de 3 cilindros em linha, com 552 cm3 de cilindrada. Tem o sistema de injecção electrónico PGMIG a injecção programada de combustível, que reduz o consumo e tem baixas emissões. O arranque é eléctrico e a capacidade de carga da bateria é de 12V-10A. Em relação ao Trim, tem manual / eléctrico. O Honda BF30 é um motor muito silencioso e com reduzidas vibrações. Quanto à garantia para o Honda BF30 é de 3 anos.


Náutica

Cabeçote na proa em conta as condições da água. No mar, em qualquer albufeira ou num rio, quando a água está agitada, não devemos, por razões de segurança, ultrapassar o que nos deixa fazer, não acelerando demais. Neste caso ainda acelerámos até aos 22 nós e julgamos que no máximo, em águas calmas atingiríamos os 26 nós. Quanto à velocidade de

Curva com muita segurança passeio, a de cruzeiro, foi de 16 nós, excelente para passear naquele dia no Sado e navegar até Setúbal. A lotação do Lomac Open 400 GL é de 7 pessoas, portanto permite, para além do piloto, irem três passageiros sentados de cada lado nos tubos.

Devemos também realçar o desempenho confortável do barco, cortando a água com suavidade e sem bater Outra excelente resposta do casco “twinshell”, foi deflectir bem a água para longe e para trás, sem molhar o interior. O barco manobra-se sem

esforço, e responde bem ao comando, Notámos também que, devido ao tipo de casco, o barco curva com muita segurança, adornando ligeiramente bem agarrado à água. Concluímos que o Lomac Open 400 GL com o Honda BF30, equipado com conso-

O Lomac Open 400 GL descola bem da água nos arranques 2019 Maio 389

27


Náutica

O Lomac Open 400 GL tem o casco “twinshell” la de comando e banco duplo para o piloto, é uma embarcação excelente, diremos mesmo ideal para quem quiser aprender a conduzir um barco que é inafundavel e por essa razão dar confiança ao piloto. Mas, para quem queira fazer mais, para além dos passeios a partir das praias,

Lomac Open 400 GL 28

2019 Maio 389

o Lomac Open 400 GL dá muito bem para dois pescadores submarinos ou de pesca à linha, sairem para capturarem uns peixes junto à costa Queremos salientar igualmente o preço do conjunto, o Lomac Open 400 GL com o Honda BF30, por 16.259 €, já com o IVA incluído.

Performances Tempo para planar

2,87 seg.

Velocidade máxima

22 nós

Velocidade de cruzeiro

16 nós

Velocidade mínima a planar

8 nós

Características Técnicas Comprimento total

3,95 m

Boca

1,74 m

Dimensão interior

90 x 290 m

Peso

140 Kg

Câmaras de ar

3

Diâmetro tubos

0,46 m

Lotação

7

Potência máxima

40 HP

Classe CE

C

Motor teste

Honda BF30

Preço barco/motor

16.259 €. C/IVA

Importador Exclusivo GROW Produtos de Força Portugal Rua Fontes Pereira de Melo, 16 Abrunheira, 2714 – 506 Sintra Telefone: 219 155 300 - geral@grow.com.pt - www.honda.pt


2019 Maio 389

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Notícias do Mar

Tagus Vivan

Crónica: Carlos Salgado

Separação das Águas

Nós, cidadãos portugueses da AAT/Tagus Vivan cossignatários da Carta de Lisboa, compreendemos que o modo de vida que se tem vindo a desenvolver em muitos países, em particular no que respeita ao uso dos recursos naturais, à ocupação dos solos, aos transportes, à produção industrial, à agricultura e ao consumo de bens e serviços, torna-nos maioritariamente responsáveis pelos numerosos e complexos problemas ambientais com os quais a humanidade se confronta. Nós, cidadãos, reconhecemos que um dos fatores limitativos do 30

2019 Maio 389


Notícias do Mar

nosso desenvolvimento social e económico é o capital natural, isto é, a água, a atmosfera, o solo e a biota. Devemos pois investir neste capital, em particular no da água… Nós cidadãos amigos do Tejo que andamos a pugnar pelo nosso maior Rio, formalizados há mais de três décadas, quer na defesa do seu património natural, quer na do seu património cultural, material e imaterial, quer ainda na divulgação das valências deste grande recurso natural para alavancar o crescimento económico da sua bacia hidrográfica e do próprio país. Nós amigos do Tejo, despidos de qualquer interesse pessoal de promoção social, profissional ou política, temos vindo por amor ao Tejo a construir uma obra reconhecidamente profícua a partir da realização de projetos e programas de formação cívica e ambiental do cidadão, a partir da juventude que se foi fazendo adulta, cuja história está a ser contada em fascículos mensais neste Notícias do Mar.

A “separação das águas” em título pretende, passe o termo, quer pôr a verdade dos factos ou seja, desmistificar, esclarecer ou clarificar aquilo que está a acontecer nos dias de hoje sobre a diferença significativa que existe entre a obra construída por nós cidadãos verdadeiros amigos do Tejo desde os anos sessenta, que fundaram a AAT - Associação dos Amigos do Tejo que formalizaram em 1984 e foi declarada de Utilidade Pública em 1991,

que acompanhando a evolução dos tempos “mudam-se os tempos mudase a vontade (…) trazendo sempre novas qualidades” (Luis de Camões) optaram por reconvertê-la em 2012 numa confraria, a “Confraria Cultural do Tejo Vivo e Vivido com o objeto de Observar, Avaliar e Ponderar para poder Opinar ou Agir” sobre tudo o que diga respeito ao Tejo em Portugal, sob a marca Tagus Vivan, para que não haja confusões entre nós cidadãos

que andam a “servir o Tejo” e outros que andam a servir-se do nome dele, com outros interesses. Feito que foi este importante esclarecimento, passamos ao relato mensal sobre o percurso histórico da AAT, percurso que está a ser continuado pala Tagus Vivan, cujas imagens que ilustram o fascículo deste mês, dispensam mais palavras. CONTINUA NO PRÓXIMO NOTÌCIAS DO MAR

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Notícias do Mar

Tagus Vivan

Conclusões do Congresso do Tejo III (Continuação)

Lezíria do Tejo Conflitos de usos e Gestão com participação da sociedade Os valores anuais da preci-

pitação média em Espanha (636 mm) são inferiores aos que ocorrem em Portugal (813 mm), e o crescente aumento da capaci-

dade de armazenamento, fez modificar a distribuição do escoamento anual, e as afluências e as descargas das albufeiras, e em conse-

Albufeira da barragem de Castelo do Bode 32

2019 Maio 389

quência as que são recebidas em Portugal. As necessidades de água em Portugal e Espanha, tendo em consideração as áreas das bacias, a população e as áreas regadas, e ainda os usos consumptivos para a agricultura, urbano, indústria, pecuária, podem ser comparadas, cabendo a Portugal 1346 hm3 e a Espanha 2799 hm3. No futuro devem ser tidas em conta as previsões de vários cenários de alterações climáticas, podendo fazer decrescer o escoamento anual, de -14% a -25%, bem como devem ser feitas as comparações dos balanços hidrológicos em regime natural e com alteração climática e as modelações dos escoamentos mensais. O maior consumo de água ocorre na agricultura. O regadio não cresceu, só consolidou, na ordem dos 140 000 ha. A água proveniente de Espanha é


Notícias do Mar

dependente das boas relações entre países, e será importante aumentar o controlo da água em Portugal, nomeadamente, no rio Ocreza, com a construção da barragem do Alvito. O acréscimo de regadio implica investimentos, sendo necessário repensar o desenvolvimento, os seus custos e a inserção na política Europeia. O consumo prioritário é o de abastecimento urbano. O sistema de abastecimento de água, na grande região urbana de Lisboa e no Oeste, abrange 3.000.000 de pessoas, cerca de um terço da população de Portugal, em cerca de 11% dos municípios portugueses. O sistema de distribuição para Lisboa, tem 200 000 m3 de procura diária. As duas principais fontes de água estão situadas na albufeira de Castelo de Bode (80% da água), no rio Zêzere, e Valada Tejo, no rio Tejo (15% da água). Nos últimos 11 anos as perdas na rede de distribuição decresceu de cerca de 24% dos volumes captados para um mínimo de 8% em 2014. O compromisso da EPAL é continuar a assegurar uma Gestão Eficiente do Recurso, manter a total disponibilidade para um diálogo e articulação permanente com os diversos stakeholders, em especial aquando de situações de escassez, e continuar a assegurar um elevado grau de resiliência às vulnerabilidades climáticas e de origem antropogénica. A produção da energia na bacia do Tejo não é a primeira prioridade na exploração das albufeiras, sendo precedida pelo consumo humano, a irrigação,

Barragem de Belver

a navegação e recreação, a mitigação dos efeitos da seca, o consumo industrial e pela gestão e controlo de cheias. A gestão das albufeiras é efectuada de acordo com regras estabelecidas e em articulação com as entidades competentes.

A exploração das centrais portuguesas do Tejo é fortemente dependente da exploração efectuada nas barragens espanholas. A gestão da produção de energia, além de depender de Espanha, de acordo com as regras de

exploração, pode lançar caudais articulando com os usos e necessidades, por exemplo, Belver pode lançar um caudal superior a 150 m3/s para a criação de condições à realização de diversas actividades no rio, desportivas ou culturais.

Fluvina de Alhandra 2019 Maio 389

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Notícias do Mar

Voo do Guarda Rios

Nem Bom Vento Nem… Água

Por definição e conceito generalizado “Um rio é um curso de água, usualmente doce, que flui desde a nascente situada numa zona mais elevada que se desloca para uma menos elevada até entrar num lago, numa albufeira, noutro rio ou diretamente no mar”. Mas há rios, como é o caso do Tejo, que por atravessar mais do que um país até chegar à foz, passa a ser transnacional e portanto é um rio naturalmente partilhado, ou seja, a água desse rio deve ser partilhada equitativamente pelos países que atravessa.

da de ter lido mais do que uma vez no Notícias do Mar, algumas denúncias sobre os desvios da água mais pura da nascente para territórios do sul de Espanha, da retenção da água sobrante nas mega barragens espanholas em cadeia, e a partir daí a água que sobra no Tejo espanhol, está a ser largamente contaminada pelas águas residuais da cloaca da grande Madrid, etc, etc, etc, já não falando no caso da Central Nuclear de Almaraz, que se situa próximo da nossa fronteira, que segundo se sabe estão a haver pressões para que ela prolongue a sua laboração para além dos regulamentares 40 anos de vida. Portanto não foi para ele, GR, uma novidade ter saído no jornal i uma notícia com o seguinte título na capa, em parangonas,

O

ra, no tempo presente é bem evidente que essa partilha equitativa da água do Tejo não está a verificar-se devido ao facto da quantidade de água que a vizinha Espanha está a deixar passar para o nosso lado, por não ser na verdade a quantidade suficiente para manter o regular e diariamente o caudal 34

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ecológico mínimo exigível, no mínimo dos mínimos, reparem bem! Mas o Guarda-Rios (GR) até sabe quais são as causas disso acontecer, porque o país vizinho, aproveitando o facto do Rio ter nascido no seu território aproveita-o, ou melhor, explora-o como se fosse exclusivamente seu, e o GR até se recor-

“ESPANHÓIS DIZEM QUE RIO TEJO ESTÁ EM RISCO DE SECAR COMPLETAMENTE”, referindo-se ao que afirmou o espanhol Miguel Ângel Sanchez, um homem que sabe o que diz, porta-voz da Plataforma em Defesa do Tejo, citado pelo jornal “The Guardian”, denunciando que “o Rio está em perigo por causa de uma combinação das alterações climáticas, da transferência de água e dos resíduos poluentes provenientes de Madrid”, e diz mais “A quantidade de água disponível foi mal calculada e as secas cíclicas em Espanha não foram tidas em conta”. Hoje presume-se que no país vizinho apenas 47% dos recursos hídricos estão disponíveis e os níveis das barragens encontram-se nos 11%, um valor muito baixo para se pro-


Notícias do Mar

ceder ao desvio da água do Tejo (transferências = transvases)” (…) mais disse que “A lei aprovada na sequência de uma diretiva europeia, após uma delegação da UE ter visitado os rios Tejo e Ebro e emitido um relatório crítico da gestão espanhola dos rios (…) Porém os problemas do rio Tejo não se resumem só à falta de recursos hídricos mas também ao despejo de águas residuais da cidade de Madrid e ao arrefecimento de reatores nucleares, como é o caso da central nuclear de Almaraz.” Perante a denúncia destas causas, que o GR já conhecia em grande parte, não quer deixar porém de relembrar aqui as seguintes passagens que leu numa crónica do Notícias do Mar de Junho de 2018, que se transcreve para que uns se recordem e outros conheçam: “Antigamente estes problemas da partilha da água entre vizinhos eram resolvidos à força da enxada ou sacho, que resultavam em crimes de sangue, mas agora que somos mais civilizados, ainda está por saber-se como resolver concretamente este caso luso-espanhol”, e para terminar aquela crónica dizia assim: Podemos até pensar, exagerando talvez um pouco, que por este andar o Tejo em Portugal ainda pode vir a ser uma Ria, um braço do mar, alimentada com a água da maré vinda de jusante, e então entramos na Era dos rios nascerem no mar, como diz uma canção (o que seria calamitoso para

as extensas e produtivas Lezírias do Tejo, para o autêntico e produtivo berçário que a Reserva Natural do Estuário do Tejo constitui, e para a captação de água em Valada).

De um lado o desvio de água do Tejo em Espanha, e o risco agravado de intrusão salina em Portugal pela água vinda do mar, tanto para o regadio das Lezírias, para

a RNET e para a captação em Valada, por falta de água doce vinda de montante? “COMO VAI SER? OH DA GUARDA, QUEM NOS ACODE?”

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Notícias do Mar

O Tejo a Pé

Por terras de Palmela

Um mar de vinha, é pouco para ser um jardim. A Câmara Municipal de Palmela, provavelmente pela evidência e pala competência dos seus técnicos, está a fortalecer e a renovar as Pequenas Rotas (PR) no seu território. Diversidade pode ser uma das palavras chave. No final de abril a PR Jardim de Vinhas chamou-nos e à boa moda de um jardim por lá passeámos.

O

domingo não é o melhor dia, as adegas estão fechadas, fala-se em

turismo e etc. mas em Portugal ainda não se percebeu a coisa. Enoturismo é qualquer coisa de

diferente de uma rota que liga adegas/produtores que têm um cartaz pendurado a dizer “Enoturismo”;

tenham a santa paciência. Valeu-nos o produtor Filipe Palhoça que nos recebeu na sua adega e

Filipe Palhoça recebeu-nos e contou-nos uma bonita história, salvou a honra do convento. 36

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Notícias do Mar

Texto e Fotografia Carlos Cupeto (Universidade de Évora – Escola de Ciências e Tecnologia)

Ao lado do Jardim o Paraíso, um magnífico montado.

cuja história, a pulso, merece a nossa admiração e louvor. Como sempre o melhor de tudo foi grupo. O percurso e a paisagem é um mar de vinha e um solo arenoso, sem adegas, é pouco. Felizmente, no início e no fim do percurso, há um exemplar montado que nos refresca. Provavelmente novembro e outubro serão os melhores meses para este jardim ser passeado. PS: O Tejo a pé é um grupo informal de amigos que se junta para andar. Para ser convidado basta enviar um mail: cupeto@uevora.pt

Depois do almoço, no campo, o merecido descanso. 2019 Maio 389

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Náutica

Teste Hydrosport 828 com 2 x Suzuki DF150APX

Texto Antero dos Santos Fotografia André Santos

Elegante, Seguro e Confortável, para Navegar com Turistas Do estaleiro nacional Hydrosport, testámos no passado dia 30 de Abril, no Tejo, o semi-rígido Hydrosport 828, para marítima-turística, equipado com 2 x Suzuki DF150APX, um barco elegante e que possui um super casco, excelente para transportar turistas com segurança e conforto.

O

Este modelo Hydrosport 828 foi preparado para marítima-turística e vai operar na Madeira 38

2019 Maio 389

estaleiro Hydrosport foi criado em 1999 por Eddy Johansen, norueguês bem conhecido no meio náutico em Portugal há mais de 30 anos, a construir barcos e semi-rígidos. Eddy preocupou-se desde sempre no desenvolvimento dos cascos, principalmente dos semi-rígidos, o tipo de embarcações que produz na Hydrosport. O tipo de construção é a clássica, cascos em PRFV com tubos em Neoprene/Hypalon colados por fora ao casco e por dento às cobertas. A produção na Hydrosport


Náutica

Hydrosport 828 com 12 bancos jockey, consola de condução e Hard-top

Hydrosport 828 com 2 x Suzuki DF 150APX foi baseada no início em semi-rígidos de recreio e pesca lúdica, embarcações que despertaram um enorme interesse no Reino Unido e Suécia, para onde eram exportadas. Foi entretanto desenvolvido um tipo de “staps” nos cascos, para desenvolver as performances e menor atrito na água. Seguiu-se rapidamente ao desenvolvimento de embarcações Rib Offshore, com o modelo offshore Rib 636 e mais tarde também o Rib 808 vencedor de muitas corridas offshore. Não tardou uma nova vida começou para a Hydrosport, com uma nova linha completa criada pela mesma equipe que criou os modelos iniciais de casco com “staps”. Com o conhecimento e a experi-

ência dos modelos antigos, os modelos atuais são feitos com os requisitos de tecnologia e de acordo com as encomendas dos clientes. A Hydrosport orgulha-se de sempre se ter esforçado em aplicar as melhores práticas no sector de produção. Através de um sistema integrado de gestão de resíduos sólidos e energia, consegue reduzir o consumo de energia e o desperdício na

O Hydrosport 828 tem um casco especial e um V profundo

Os dois poderosos Suzuki DF150APX no Hydrosport 828 2019 Maio 389

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Náutica

No teste o conjunto fez boas performances produção para um nível mínimo, garantindo que uma parte significativa dos resíduos seja reciclada.

Também no que respeita ao consumo, a Hydrosport garante que os seus barcos são muito respeitadores do

ambiente, graças aos cascos “staps”, os barcos precisam de 15-30% menos combustível do que os cascos con-

O casco do Hydrosport 828

Pormenor do casco para a deflecção da água e não salpicar para o interior 40

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vencionais, para percorrer a mesma distância na mesma velocidade. Hoje a experiência da equipa da Hydrosport, permite construir e exportar embarcações para pesca profissional, transporte, combate a incêndios, poluição e marítimaturística. Actualmente a Hydrosport constrói seis cascos, com os quais satisfaz os mais diversos clientes, pois o mesmo casco pode ser equipado com um elevado número de acessórios para o barco servir para os mais diferentes fins. Todos os barcos seguem uma linha elegante e desportiva com uma proa estreita e a popa larga. O casco especial dos Hydrosport tem um V muito profundo e termina com um ângulo de 24 graus à popa. Tem os “staps”, cortes nos robaletes formando pequenas rampas, que faci-

Os “staps” do Hydrosport 828


Náutica

litam a formação de bolhas de ar, reduz o atrito e o barco descola melhor da água. O casco tem também à proa e a meio, um pequeno ressalto que se desenvolve como plano estabilidade lateral, formando um pequeno túnel no início e largo à popa. O efeito deste truque no casco é o de ajudar a deflectir bem a água para fora e não salpicar para dentro. Os modelos são Coach Rib com 5,65 m ou 6,06 m, Rib 646 com 6,46 m, Rib 737 com 7,37 m, Rib 828 com 6,28 m, Rib 909 com 9,09 m e Rib 1212 com 12,12 m de comprimento. Hydrosport 828 Reforçando a sua elegância, este modelo Hydrosport 828 destaca-se pela cor do azul claro dos tubos. Para uma lotação de 18 pessoas, o barco tem 12 bancos jockey, uma consola de condução e um banco duplo para o piloto, com encosto para a condução de pé. Tem também um Hardtop com a armação em aço inox e com o tecto em fibra. Atrás do Hard-top, do lado de bombordo, tem montada uma escada em aço inox para descer para a água, com uma pequena plataforma em madeira. Neste barco é fácil estar tudo arrumado desde a balsa e toda a palamenta e coletes longe da vista, porque à proa existe um compartimento e aproveitam-se os bancos jockey para arrumação. Os tubos com 0,55 metros de diâmetro são reforçados lateralmente por tela em preto que cobre também quase toda a parte da proa. Em cima da tela em preto está colado um verdugo duplo em borracha, à volta dos tubos, constituindo uma dupla protecção. Também nas zonas de entrada do barco à

O teste começou na foz do Tejo e o conjunto fez uma velocidade de cruzeiro de 22/24 nós popa e em cima nos tubos, junto aos bancos jockey, estão colados reforços em tela preta, para proteger as entradas laterais. Boas performances e excelente conforto Fizemos o teste na foz do Tejo, após sairmos da Marina de Oeiras. Embarcámos nove pessoas, sete das

O casco tem 24 graus de ângulo à popa

O posto de comando com Hard-top 2019 Maio 389

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Náutica

Em velocidade máxima o conjunto atingiu 46,5 nós quais sentadas nos bancos jockey, como se o barco fizesse uma viagem marítimo-turística Uma embarcação só faz a velocidade que o mar deixa.

Por isso não é muito relevante as altas velocidades que um barco possa atingir, se destina-se a navegar no mar. Mas é muito importante ter bastante potência e ace-

leração nos motores para resolver situações de emergência. Foi essa a razão, porque quisemos medir as performances do conjunto, no tes-

Passagem junto à Torre de Belém 42

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te ao Hydrosport 828 com dois Suzuki DF150, que se destina a um cliente da Madeira e vai operar no mar. Logo no arranque, em apenas 1,26 segundos, estávamos a planar, demonstrando a forte aceleração


Náutica

Suzuki DF150/175AP

O

Os confortáveis bancos jockey dos dois motores Suzuki DF150 e a facilidade do barco planar, devido ao casco especial que comporta. Procurámos saber qual a velocidade máxima do conjunto e quando os motores atingiram as 5.900 rpm atingimos 46,5 nós. Como o barco estava bem carregado, consideramos ter feito uma boa performance. No teste de velocidade mínima a planar, o Hydrosport 828 mostrou também que descola facilmente da água, porque às 2.600 rpm ainda planava a fazer 11 nós. Por fim, quisemos testar qual a economia do conjunto a navegar. Para uma embarcação de trabalho, importa muito saber qual o

consumo numa velocidade económica. Depois do barco embalado, procura-se reduzir as rotações dos motores na sua faixa económica, normalmente entre as 3.000 rpm e as 4.500 rpm e ver qual a melhor velocidade em relação à rotação do motor. No conjunto Hydrosport 828 com os 2 Suzuki DF150, a velocidade de cruzeiro que definimos foi às 3.000 rpm com o barco a navegar entre os 22 e 24 nós. Fizemos a travessia do Tejo desde o Terreiro do Paço em Lisboa até ao Seixal com os motores nas 3.000 rpm e o barco à velocidade de 23 nós. Outro ensaio que fizemos

Graças ao casco, o desempenho do Hydrosport 828 é muito confortável

Suzuki DF150AP, partilha com o Suzuki DF175AP, o mesmo bloco motor, DOHC de quatro cilindros em linha de 2,867 L de cilindrada. Os DF175AP e DF150AP foram os primeiros motores de popa do mundo, na classe de 150 a 175 HP que a incorporaram o movimento em contrarotação do hélice. Suzuki Selective Rotation é a primeira tecnologia do mundo que permite comutação do modo de câmbio de velocidade de rotação regular e direcção do hélice de rotação em contra-rotação. A admissão de combustível é por injecção electrónica sequencial multi-ponto e usa um controle avançado total de motor que permite que o motor forneça a potência e desempenho adequado juntamente com uma superior eficiência de combustível. A alta taxa de compressão de 10,2: 1, proporciona um aumento máximo no torque, gerando uma aceleração impressionante. O sistema semi-directo de admissão de ar suprime o aumento da temperatura do ar, enviado para a câmara de combustão e aumenta a eficiência de combustão. O Sensor e Knock Sensor, optimizam a eficiência da combustão quando se e estabiliza a rotação do motor. O Suzuki Lean Burn Control System melhora a economia de combustível, ao longo de uma ampla faixa de operação, na baixa velocidade de cruzeiro. O DF150AP tem um sistema balanceador que faz o motor ter um impulso super-suave e um ressonador de entrada de ar que garante uma operação excepcionalmente silenciosa.

O reforço de tela e o verdugo duplo na proa 2019 Maio 389

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Náutica

Em virtude do V profundo, o Hydrosport 828 curva sempre com segurança foi o do conforto do barco em navegação, sentados nos bancos jockey. A resposta foi excelente, porque o V profundo do casco garante um desempenho muito confortável do barco em qualquer velocidade e os bancos Jockey têm o assento muito macio.

Outra grande qualidade do Hydrosport 828 é curvar com a máxima segrança, ligeiramente adornado e bem agarrado à água. Também, graças ao casco especial, o barco deflectiu sempre muito bem para longe a água e não houve salpicos para dentro do barco.

Performances Arranque para planar

1,26 seg.

Velocidade máxima

46,5 nós às 5.900 rpm

Velocidade de cruzeiro

22/24 nós às 3.000 rpm

Velocidade mínima a planar

11 nós às 2.600 rpm

2.800 rpm

14 nós

3.000 rpm

20 nós

3.500 rpm

25 nós

4.000 rpm

28 nós

4.500 rpm

34 nós

5.000 rpm

38,5 nós

5.500 rpm

42 nós

5.900 rpm

46,5 nós

Características Técnicas

Reforços de tela sobre os tubos

Compartimento à proa para o ferro 44

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Comprimento

8,28 m

Boca c/ tubos cheios

2,95 m

Boca c/ tubos vazios

2,30 m

Largura interior

1, 85 m

Diâmetro do tubo

0,55 m

Peso

950 Kg

Lotação

18 +

Potência recomendada

1 x 200-300 HP ou 2 x 150-200 HP

Carga

2.400 Kg

Capacidade combustível

300 litros

Tipo casco

V com 24 graus

Motores em teste

2 x Suzuki DF150APX

Preço barco/motores

79.980,00€ com iva

Estaleiro / Importador HYDROSPORT Rua 25 Abril 35, 2630-014 Alcobela de Baixo Tel: 915 212 438 - info@hydrosport.pt - https://www.hydrosport.pt/ MOTEO Portugal, SA Rua João Francisco do Casal, S/N, 3800-264 Aveiro Tel: 234300760 - geral@veiculoscasal.pt - http://www.suzuki.pt


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Electrónica

Notícias Nautiradar

5 Razões pelas quais a Sonda/GPS Element da Raymarine o Ajuda a Ganhar

Quer se trate de pesca de competição ou de lazer, a nova gama de Sonda/GPS CHIRP Element da Raymarine, é uma nova e poderosa ferramenta que o auxiliará a encontrar e a capturar mais peixe. Fácil de a ter e simples de usar, o Element da Raymarine ajuda-o a vencer na água. Eis as 5 razões:

Barcos com casco transparente não são de todo práticos A Element apresenta as imagens mais nítidas do mundo subaquático através da tecnologia de sonda

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HyperVision de 1.2 MHz, de super elevada resolução e num transdutor tudo-em-um. A tecnologia HyperVision eleva a sonda CHIRP, DownVision, SideVision e RealVision 3D da Raymarine, a um novo nível de precisão de imagem e identificação

de peixe, facilitando a visualização e identificação de estruturas, vegetação, isco e peixe, em tempo real e com uma elevada nitidez e definição. Processamento lento de imagens

é algo irritante A Sonda/GPS Element possui uma potência sem precedentes e uma velocidade de processamento sem igual na sua categoria, graças ao poderoso processador “quadcore”, que integra os modelos de 7”, 9” e 12”. Isto para si, significa uma atualização instantânea de carta, transições imediatas de página e de menu e uma apresentação de imagem de sonda de elevada resolução, quer esteja a correr o modo de sonda RealVision 3D, carregado de informação intensiva ou


Electrónica

todos os quatro modos de sonda em simultâneo. Há coisas mais importantes para fazer do que estudar o manual de instruções A Sonda/GPS Element oferece uma experiência de utilizador organizada, concebida a pensar nos pescadores. Uma tecla de grandes dimensões, para marcação de pontos de navegação, permite uma marcação rápida e simples de peixe, estruturas ou qualquer outro local de interesse, enquanto que, três teclas programáveis de acesso rápido oferecem um atalho direto a páginas ou visualizações favoritas. O sistema operativo LightHouse Sport possui ícones para atividades comuns de pesca como “jigging”, “trolling” e “casting”, que fornecem acesso a imagens de sonda pré-configuradas que melhor suportam essas técnicas.

O funcionamento intuitivo e focado na ação do pescador da Sonda/GPS Element, permite ao utilizador focarse mais na deteção e captura de peixe e menos tempo a aprender sobre o funcionamento dos menus de navegação e equipamento. Grandes pescarias não estão sempre nos mapas A Sonda/GPS Element fornece suporte para várias opções de cartografia para pesca, incluindo Navionics, LightHouse NC2 com Fishing Hot Spots (pontos de pesca), Standard Mapping, C-MAP e mais. Melhor do que isso, o Element torna mais simples a criação das suas próprias cartas enquanto pesca ou navega. As funcionalidades de gravação de cartas pessoais SonarChart Live da Navionics e RealBathyTM da Raymarine permitem ao

Element produzir as cartas personalizadas que todos os outros pescadores gostariam de ter, mas não têm. Você quer o melhor, mas continua a precisar de dinheiro para o combustível e isco Oferecendo tecnologia superior de sonda da Raymarine, velocidade sem paralelo, simplicidade e a capacidade de criar cartas personalizadas, o Element apresenta as tecnologias de topo para

pesca da Raymarine a preços extremamente razoáveis a partir de €595,00 (s/iva) Procura a melhor tecnologia de Sonda/GPS para pesca, mas sem o custo de um Display Multifunções com funcionalidades que nunca irá utilizar? Então equipe a sua embarcação com a poderosa Sonda/GPS ELEMENT da Raymarine e comece já a ganhar! Para mais informações sobre este novo produto da Raymarine, por favor visite o site www.nautiradar.pt ou contacte através do 21 300 50 50.

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Electrónica

Notícias Nautiradar

Fusion Apresenta Novos Amplificadores da Série Signature A Fusion anunciou o lançamento de duas novas adições à sua gama de amplificadores Série Signature – os novos amplificadores Classe D de 6 e de 8 canais.

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untando-se aos amplificadores de 4 e 5 canais da linha já existente, o novo amplificador de 6 canais e 1500 W e o de 8 canais e 2000 W oferecem uma potência impressionante e foram concebidos para corresponder com todos os requisitos em instalações áudio. Para complementar o pacote de entretenimento completo, a Fusion lan-

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çou também uma nova linha de cabos RCA de desempenho de Elevada Qualidade, para um sinal áudio melhorado, mais limpo e mais claro para o seu amplificador. Os amplificadores extremamente potentes da Série Signature, resultantes do design e engenharia de classe mundial, são concebidos com amplificação Classe D, para uma maior eficiência e po-

tência de saída. Possuem um dissipador de calor em alumínio rígido, um filtro subsónico, filtros variáveis passa altas e baixas, estabilização estéreo de 2 Ohms e incluem um aumento variável de graves – tudo por detrás de um painel frontal em aço inox com um acabamento espelhado elegante. Garantindo um consumo menor de corrente da bateria enquanto fornece

uma maior potência, o design extremamente eficiente de Classe D torna a Série Signature perfeita para qualquer ambiente marítimo. “Estamos entusiasmados por alargar a nossa gama de produtos com o lançamento dos amplificadores de 6 e de 8 canais da Série Signature e os nossos novos cabos RCA”, afirma Chris Baird, Director Geral da Fusion Entertainment. “Somos reconhecidos pelos nossos galardoados sistemas marinizados de entretenimento, e investimos


Electrónica

fortemente no fornecimento de produtos e soluções inovadoras e de alta qualidade que proporcionam aos nossos clientes uma experiência de áudio superior através de todo o sistema áudio”. O lançamento destes novos amplificadores da Série Signature e cabos

RCA é mais um compromisso da marca para fornecer a melhor experiência de áudio. Estes amplificadores com certificação TrueMarineTM da Fusion, estão protegidos com uma garantia de 3 anos. PVP (c/IVA): SG-DA82000: 852,00€ SG-DA61500: 692,00€

Para mais informações sobre este novo produto da FUSION, por favor visite o site www.nautiradar.pt ou contacte através do 21 300 50 50. 2019 Maio 389

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Notícias do Mar

Notícias Docapesca

Concluída a Plataforma Flutuante em Vila Praia de Âncora

Melhoria das condições de segurança de pessoas e bens no embarque, atracação e acesso a embarcações

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Docapesca concluiu a empreitada de execução de uma plataforma flutuante de

apoio à pesca artesanal no Porto de Vila Praia de Âncora, no concelho de Caminha, Viana do Castelo, representando um investimento de 128.270 euros. Esta obra teve como objetivo a melhoria das condições de segurança de pessoas e bens no embarque, atracação e acesso a embarcações neste porto. A nova estrutura é composta por dois elementos de quebra-mar flutuante em betão armado, com as dimensões totais de 40x3 metros, estando equipada com meios de amarração e proteção das embarcações. O acesso ao cais flutuante é proporcionado por um patamar de acesso com 6x2,5 metros com guarda corpos e uma ponte de acesso com 20x1,5 metros.

Dragagem em Santa Luzia Permite a Recolha de Sete Toneladas de Lixo

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Docapesca concluiu os trabalhos de dragagem para o acesso marítimo aos cais flutuantes do porto de pesca de Santa Luzia, em Tavira, um investimento próximo dos 150 mil euros que permite o restabelecimento das condições de segurança, navegabilidade e de estacionamento de embarcações naquele porto. Durante os trabalhos foram recolhidas perto de sete toneladas de lixo que estavam no fundo desta bacia. Estes resíduos foram encaminhados para tratamento certificado. Os sedimentos arenosos seguiram para alimentar a Praia da Terra Estreita.

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Náutica

Notícias Touron

Valiant Apresenta a Nova Gama Sport T Para 2019 A Mercury Marine EMEA tem o prazer de apresentar a nova linha SPORT das embarcações semi-rígidas VALIANT.

Valiant 630 Sport

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ortemente inspirada nas embarcações profissionais RAPTOR da Mercury, a linha SPORT líder da marca, apre-

senta consolas totalmente inovadoras, novos assentos em poliéster e novos bancos de popa - tudo foi aperfeiçoado para melhorar a ergono-

mia, maior conforto e maior arrumação a bordo. Com cascos conhecidos pela sua eficiência e desempenho, os planos de convés foram melhorados, oferecendo mais espaço, facilitando a movimentação no barco e permitindo a instalação de novos acessórios. Gama 2019 - 470 SPORT* - disponível em PVC – Casco aberto sem consola - 500 SPORT disponível em PVC ou CR/ CSM – Casco com consola S7 e assento/encosto LP7 - 550 SPORT disponível em PVC ou CR/ CSM – Casco com consola S7 e assento/encosto LP7 - 580 SPORT disponível em PVC ou CR/ CSM – Casco com consola S9 e assento/encosto LP9

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- 630 SPORT - disponível em PVC ou CR/CSM – Casco com consola S9 e assento/encosto LP9 - 690 SPORT - disponível em CR/CSM – Casco com consola S11 e assento/encosto LP11 - 750 SPORT - disponível em CR/CSM – Casco com consola S11 e assento/encosto LP11


Náutica

Cor Os cascos e acessórios da gama SPORT 2019 apresentam o uma cor cinzenta escura semelhante à edição limitada Black Carbon apresentada há dois anos. Telas - Mehler 1,100 decitex Cinzenta Escura PVC - ORCA (Pennel & Flipo) 1,100 ou 1,670 decitex Cinzento Militar CR/CSM (depende do modelo) Consolas Três novas consolas duplas, S7, S9 e S11, com as seguintes características principais: - Consolas amplas para maior segurança do piloto e co-piloto - Painel largo que permite a instalação de GPS/sounder screen de grandes dimensões para além do velocímetro e tacómetro standard da dotação dos motores - VHF integrado - Painel de operação para todos os modelos - Espaço dedicada para montagem da bússola - Corrimão pintado a preto

mate - Direcção hidráulica de série (excepto 500 SPORT) - Novo volante GUSSI Sport - Luzes LED de navegação Attwood e luz de âncora amovível - Novo quadro com seis in-

Valiant 580 Sport

terruptores - Consolas com dois níveis de arrumação, com fácil

acesso ao quadro e ao compartimento da bateria através de grandes painéis de policarbonato Assentos encostos Três novos modelos:

- LP7 em aço inoxidável revestido a pó preto mate para os modelos 500 e 550 SPORT. Pode ser equipado com uma bolsa de transporte opcional sob a base do assento. Inclui um corrimão traseiro resistente para os passageiros. - LP9 em fibra de vidro,

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Náutica

Valiant 550 Sport

projetado para os modelos 580 e 630 SPORT. Com compartimento superior de abertura sob a base do assento para guardar roupas à prova d’água, por exemplo. A seção inferior, alcançada através de um painel grande, é usada para armazenar equipamentos de segurança. Almofada de assento em PVC preto com tubagem cinzenta, almofadado lateral

para evitar que o ocupante deslize nas curvas e duas pegas laterais. A parte posterior inclui uma montagem projetada para acomodar uma mesa dobrável de poliéster opcional ou um pequeno assento dobrável.

- LP11, idêntica ao modelo anterior no design, mas maior, para uso nos modelos 690 e 750 SPORT. Difere do LP9 nas costas que podem, opcio-

nalmente, comportar dois assentos rebatíveis individuais ou uma mesa dobrável para formar uma “área de jantar” na parte traseira do cockpit.

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Assentos e Arcas Três novos assentos / arcas, BS7, BS9 e BS11, especialmente desenhados para esses modelos. Em cinzento-escuro e estofamento de PVC preto é destacado com tubulação cinza. Estes assentos / arcas opcionais aumentam significativamente a capacidade de armazenamento. Braços robustos de cada lado mantêm os passageiros seguros. O estofamento é totalmente removível para que possa ser protegido. Opcionais Outros acessórios especialmente concebidos para a gama Sport estão disponíveis como opcionais: - Roll bar em aço inoxidável - Viveiro incorporado sob o deck com reciclagem de

água do mar - Consola Jockey individual - Cobertura para assento - Mastro de esqui amovível - Suporte para garrafas de mergulho (4-6 unidades)


Náutica

- Escada de mergulho Garelick Montagem e instalação Todas as embarcações VALIANT são totalmente montados e equipados na fábrica, desde a instalação dos principais acessórios, consolas e assentos até à montagem de todos os componentes do motor, como manómetros, direção mecânica ou hidráulica (dependendo do modelo), cabos, etc. Tomamos particular cuidado com a instalação elétrica e mecânica, que faz parte do equipamento standard da embarcação, o que significa que é idêntico em todos os barcos, proporcionando aos consumidores garantia de qualidade e fiabilidade. É uma das coisas que nos diferencia. Edições Especiais Além dos novos recursos, são lançadas duas novas edições especiais desses modelos: “Sailing School” e “Black Carbon”. “SAILING SCHOOL” destina-se particularmente a escolas de vela. Casco de PVC cinzento-escuro montado de fábrica com uma consola Jockey e em três

Valiant 550 Sailing School Sport

tamanhos, 470, 500 e 550. Apenas com o essencial, mas com um acabamento idêntico aos outros modelos da série. Pode ser complementado com opções disponíveis no catálogo. “BLACK CARBON” é para os apaixonados pelo desporto e para os amantes da tecnologia que se querem destacar da multidão. Com especificações idênticas aos modelos standard da gama, está disponível em três tamanhos - 630, 690 e 750. O que o torna diferente são os flutuadores preto ORCA 1.670 decitex CR / CSM, imitando o padrão de carbono, com tecido de Pennel & Flipo. O estofamento especial no tecido Vogue Black Onyx com tubulação vermelha acentua o lado desportivo destes modelos. O volante especial é feito de carbono, é claro. Esta série também pode ser equipada com os novos assentos / arcas BS7, BS9 e BS11 com o mesmo estofamento especial. Todos estes modelos já estão disponíveis nos concessionários VALIANT. 2019 Maio 389

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Náutica

Notícias Touron

Mercury Renova Patrocínio da Bass Nation Portugal A Touron Portugal e a Bass Nation Portugal assinaram, no passado dia 2 de Abril, a renovação do contrato de patrocínio para a época 2019.

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atrocinador oficial da Bass Nation Portugal desde

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2016, a Mercury congratula-se pela renovação desta parceria que tem

vindo a consolidar definitivamente o bass, em todas as suas vertentes,

no calendário nacional de pesca desportiva. Este importantíssimo patrocínio é deveras significativo para a sustentabilidade e desenvolvimento da Bass Nation em Portugal, sobretudo na sua afirmação como modalidade de alta competição no nosso país. A Mercury, motor oficial da Bassmaster e principal patrocinador e impulsionador do bass em todo o mundo, renova, assim, a sua aposta na modalidade em Portugal, demonstrando a sua confiança na elevada qualidade dos atletas portugueses que tem vindo a ser elogiada em várias provas internacionais.


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Pesca Desportiva

Texto e Fotografia Vitor Ganchinho vitor@gofishing.pt

Viagens de Pesca

Gustavo Garcia: a vida por um fio

Gustavo Garcia numa incursão pelo submundo da pesca. Um antro de depravação. Como um pacato cidadão de Almada se vê repentinamente entre a vida e a morte. Para se defender, ...apenas dois pauzinhos chineses nas mãos.

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Gustavo Garcia a tentar aprender japonês com uma galinha. 58

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em sei o quanto aguardam ansiosamente, e quantas vezes sustendo a respiração, pelos meus artigos altamente técnicos sobre pesca à linha. Ao longo de trinta e cinco anos de escrita, muitos foram os temas abordados, sempre actuais, sempre diferentes e quantas vezes polémicos. Tenho a consciência de que milhares de fãs vibram mensalmente com as minhas linhas em prosa. Não que mo digam pessoalmente. Na verdade desvalorizo o “ vai-te catar com aquilo…”, porque sei que não é do fundo do coração. Da fina arte da pesca à salema de viveiro com


Pesca Desportiva

No Japão todos os restaurantes são de sushi anzol de meia ferrugem, até à utilização criteriosa do corta-unhas em baixadas fluorocarbono para a ferreira e sargo, da subtileza do fio de nylon 0.12mm na pesca ao pampo encardumado, à edição especial “A pesca da enguia ao remolhão nas Valas da Barroca com minhoca magra”. Quem não se lembra daquele monumento gráfico que escrevi sobre a pesca

ao achigã de barragem, ao corrico, em barco a remos? Quantos e quantos segredos vos revelei, sempre no intuito de ajudar, sempre em prole do desenvolvimento da pesca desportiva em Portugal? Certo que muito dificilmente irei algum dia ganhar um prémio Nobel da Literatura, ou sequer receber uma nomeação Academy Award pelos meus escritos. O mundo

Perfeitamente visível que não tem na lista qualquer prato de entrecosto grelhado.

Para quem só fala português de Almada….

A necessidade aguça o engenho. Aí está a guita, os yenes. 2019 Maio 389

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Pesca Desportiva

Vêem-se perfeitamente os nossos nomes, e a hora prevista do massacre.

Avé César, aqueles que vão morrer saúdam-te!.... 60

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em que vivemos está cheio de evidentes injustiças. A minha tese científica sobre “o sentido giratório variável e antagónico do destorcedor na pesca embarcada”, merecia melhor sorte. Foi positivamente ignorada. Não sei se sabem mas tenho estado em retiro, a finalizar uma enciclopédia de 32 volumes encadernados, cerca de 4800 páginas, versando o tema: “o cálculo matemático da tensão de aperto do elástico na iscada de sardinha”. Seguramente outro best-seller, com tremendo sucesso igual ao “Sargos que palitam os dentes com o bico do anzol”! Tudo o que o Antero dos Santos publica, publica bem, e arrisca-se a obter um prémio literário. Enquanto director do prestigiado jornal para onde mandei alguns dos meus melhores e piores textos, sempre mantivemos uma relação estreita de cordial e grande amizade. Tenho a certeza de que nem sempre ele aprecia o que escrevo. Por vezes, a ideia que me fica é de que ele reage a alguns dos meus singelos escritos como os chocos reagem quando lhes aparece pela frente uma corvina muito grande: largando tinta preta a valer! Mas também sei que o Antero não me vê vocacionado para outro tipo de artigos, quiçá

interessantes sim, mas sobre as aparições de Fátima, a saga da irmã Lúcia, os três pastorinhos e as pungentes imagens do quadro “Menino da lágrima”. Eu escrevo mesmo é sobre pesca! Restaurante de sushi em Tóquio, aparentemente bom Trago-vos hoje um episódio de pesca que já é uma reprise em termos de tema…. mas que vale a pena revisitar. O ponto de partida é um restaurante de sushi em Tóquio, aparentemente bom, aparentemente inofensivo, mas onde eu e o Pedro Rosa, no ano passado, sofremos uma vil tentativa de assassinato, com pop fish, o famoso peixe balão venenoso. Mata em segundos, afectando o sistema nervoso central. Não voltámos lá. Fora de questão esse restaurante, porque o veneno trabalha-nos muito no estômago. E além disso, quiseram enfiar-nos os pauzinhos pelo nariz a dentro. Acabámos desta vez por ser levados a um outro, pior. Muito pior. O Pedro Rosa, fingindo uma doença que ninguém entendeu, “preferiu” ficar no quarto de hotel. Desertou. Diria que nos abando-

Obviamente muito mais do que uma caixa de correio. Uma bomba Antónia, seguramente.


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Pesca Desportiva

Sistema de decapitação: A cabeça é entalada para não poder mexer, e a seguir cai sobre o pescoço a guilhotina que está por cima. nou, a mim e ao Garcia, à nossa sorte. A coisa estava bem montada: uma pequena nova, de olhos em bico e nome Takaima Yuki, conduziu-nos ao local. À porta, uma placa em madeira, tinha 3 símbolos diferentes, e em todos eles havia uma marca de cor vermelho sangue. Por baixo, a indicação de 11.00h, ou seja, a hora a que era pressuposto sermos os três degolados, assassinados, ou algo pior. Achei que os planos deles pode-

Gustavo Garcia a preparar-se para a fuga, sem sapatos. 62

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riam ter de mudar, dada a ausência do Pedro. Pelo menos em relação à placa. À entrada, começaram por nos “sugerir” que seria bom descalçarmo-nos. Não achei bom sinal. Os soldados na guerra também aproveitam as balas e botas daqueles que são mortos. O Garcia olhou para mim, meio desconfiado. Eu sabia que obviamente o intuito não seria outro que não constipá-lo, pregar-lhe uma carraspana das antigas, enfraquecê-lo pela doença. Não satisfeitos, sentaram-no no chão, numa posição incómoda a valer, (o Estado Islâmico na Síria fazia o mesmo aos soldados capturados) e entregaram-lhe um par de pauzinhos chineses. Para o Garcia, tratavam-se apenas de cotonetes compridos sem algodão. Sussurrei-lhe: “ isso não é para limpar os ouvidos, …isso é para comer”…mas deve ter entendido que devia comer os pauzinhos, porque me fez uma cara de aflição e agonia. Gustavo Garcia é um individuo calmo, honesto, amigo do seu amigo. Não pertence àquele tipo de pessoas que deixa sempre atrás de si um rasto de fogo, fumo e destruição. Precisamente por isso, nunca pensou ver-se a braços com uma situação

Pequeno almoço japonês.


Pesca Desportiva

Pormenor do barco/restaurante. desesperada daquelas, em que seguramente teria de recorrer a todo o seu sangue frio para sair dali vivo. Olhei para o individuo que trazia

a lista. Para mim, ele era para estar preso, mas dada a sobrelotação das cadeias japonesas, deixaram-no em lista de espera. As tatuagens

Homens de negócios que pescam do …camarote.

Fato molhado, …mas peixe na rede. 2019 Maio 389

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Pesca Desportiva

Momento da captura do Parguinho.

Pargo fresco, pescadinho na hora. que tinha nos braços, seguramente eram lembretes de coisas que tinha de comprar no supermercado. Abriram as hostilidades trazendo-nos uns peixinhos que devem ter-se visto negros com a fritura que sofreram: vinham de escama arrepiada. Uma espécie de “jaquinzinhos”. Já comi pior e a pagar. Veio a seguir uma

Mais um prato de sushi. Por sinal, …bom! 64

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sopa, com uma carne estranha, fervendo. “Querem abrasar-nos a língua, para não conseguirmos gritar”, … pensei. No meio da tijela, a boiar, um ovo de uma galinha que também deve ter morrido de aflição, degolada, porque era um ovo de gema vermelha. Muito mau sinal. Estaria a sopa envenenada? Iriamos cair fulmi-

O cardume de pargos, desalvoridos.


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Pesca Desportiva

Peixinhos fritos arrepiados, de calor.

Outro de sushi, ..não inferior.

Ovo de galinha aflita, vermelho sangue…. 66

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nados? Olhei os olhos do Garcia. Estava apavorado! À nossa volta, havia mais de trinta japoneses de olhar soturno, que nos cercavam. Tínhamos ali mais um Pearl Harbour montado. Disse-lhe baixinho: _Garcia, se se vir à rasca com eles, se vê que não pode com os gajos,… digame. Para eu ter tempo de fugir! Dá-me ideia de que ouvi facas a serem afiadas Talvez queiram apenas todo o nosso dinheiro, …pensei. O Garcia terá lido os meus pensamentos, porque pediu para ir a uma caixa Multibanco. Não tive esperança que pudesse ter êxito, desde logo porque as instruções estão em japonês. Mas a aflição era muita e ele, carregando nas teclas de olhos fechados, conseguiu levantar a guita. Não era apenas isso que queriam. Ficaram com o dinheiro mas mantiveram-nos reféns, trazendo mais comida. Desta vez, uns pratos com sushi. Adivinhei que seria a comida dos condenados, a última refeição. Comecei a achar estranho que a caixa de correio do restaurante fosse uma bilha de gás. Estariam a preparar uma explosão para fazer desaparecer os corpos…car-

bonizados?... As 11.00h aproximavamse. Dá-me ideia de que ouvi facas a serem afiadas, pelo pessoal da cozinha, os tais artistas que fazem o sushi muito fininho. Achei que não merecia uma coisa daquelas. Eu que escrevi para vocês durante tantos anos, quantas vezes até ter os dedos em carne viva, sempre gratuito, um ou outro artigo tão interessante, e iria acabar ali, naquele antro? Comecei a congeminar um plano: os meus olhos rolavam nas órbitas à procura de uma saída, uma solução. A ideia era sacar o Garcia dali vivo, e o quanto antes. Resolvi avançar de surpresa: _ Desculpem lá, mas eu e o meu amigo temos de nos ir mostrar em tronco nu a umas miúdas, e já estamos atrasados. E para além disso, ele está com apetite é de carne de porco grelhada, entrecosto, e vocês aqui na lista não têm. Fiquem aí sossegadinhos, que eu e ele já voltamos!.. Antes que alguém pudesse reclamar, ou impedir-nos, estávamos cá fora, ao frio da noite sim, mas livres. Em corrida, o Gustavo Garcia dizia-me então: “ de qualquer forma, não se come mal ali, …e agora, onde vamos comer mais alguma coisa?


Pesca Desportiva

Conhece algum restaurante de sushi”? Quem pesca sarguetas em Setubal, pesca em qualquer mar Lembrei-me de um outro restaurante de sushi. De resto, no Japão todos os restaurantes são de sushi. Entrámos num local bem espaçoso, com um sistema meu conhecido, o da captura da nossa própria comida. Já vos falei nisto o ano passado. Conceito novo para o Gustavo, que desta vez teve direito a uma cadeira, pese embora com apenas 15 cm de altura. Muito melhor que sentar-se no chão, que dá cabo dos joanetes.

Cadeira de 15 cm apenas, mas melhor que nada.

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Pesca Desportiva

Pormenor do pargo grelhado, pedido especialmente para um homem de Almada.

Magnifico trabalho feito na cozinha em poucos minutos.

Garcia com pauzinhos chineses, … os cotonetes. 68

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Ali estavam os pargos, em cardume, com a mesma perspectiva de vida de uma lagosta grande e formosa num aquário de um restaurante chique. À espera da sua hora. Foram-nos distribuídas duas canas, curtas, com anzóis sem barbela. Quem pesca sarguetas em Setúbal fica habilitado para pescar em qualquer mar do mundo, pelo que o Garcia avançou e em menos de um fósforo já tinha um pargo ferrado, e pronto a escamar. Li nos seus olhos a satisfação de ter feito algo mais que as omnipresentes cavalas da Comporta. Teve direito aos aplausos da ordem, às palmas que são devidas a quem consegue enganar um dos peixes do tanque onde assenta o barco que nos serve de mesa. Outras famílias tentavam os pargos e aqui e ali um ou outro mordia a isca. A nossa querida Yuki, sempre atenta, sempre diligente, o melhor que conseguiu foi anzolar uma saco de amêijoas. Calhou-me a mim ensaiar um outro, desta vez para grelhar, um pedido especial que fiz ao chefe de cozinha, na eventualidade de o Gustavinho não se aguentar com pargo…cru. Depois de três ferradelas infrutíferas, em que o peixe mordeu mas largou o anzol rombo,

sem barbela, resolvi mudar de táctica. Engodei primeiro com um nico de camarão, e a seguir coloquei a minha ciência toda a esconder muito bem o anzol, também iscado com camarão. Resultou! Eis mais um pargo enganado e a voar directo para um xalavar de rede. Mais pauzinho daqui e dali, e o Garcia conseguiu, com a sua técnica rudimentar, apertar e espetar pargo suficiente para se sentir satisfeito. Um copo de saqué, para comemorar mais um dia muito bem passado, em terras do sol nascente. À saída, reparei num gabinete em que dois japoneses, provavelmente homens de negócios, pescavam mais um dos pargos. Literalmente, é o que se pode chamar “do mar ao prato”. Um deles, o que tinha ferrado o bicho, ficou com a camisa e a gravata completamente encharcada de água salgada. É o que dá ir para a pesca de gravata… eu por exemplo vou mais desportivo, de fato de treino. Se alguém tiver alguma pergunta, ou falar pessoalmente comigo, não hesitem. Qualquer questão que queiram colocar já sabem, as visitas aqui são das 8.30 às 12.00h e eu estou cá sempre. Rua Miguel Bombarda, nº 114 r/c.


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Pesca Desportiva

Notícias Go Fishing

Oportunidade Única

A Go Fishing convidou Shintaroh Tsutsumi, especialista de pesca jigging do Japão, para proporcionar uma oportunidade única de transmitir conhecimentos aos pescadores portugueses, nos próximos dias 22 e 23 de Junho, numa saida de mar em Sesimbra, e durante um Work Shop Deep Liner no dia 22.

para mostrar o que sabe e como se pesca jigging. Ele vem até nós explicar como se faz, porque se faz, e mostrar aquilo que há de novo na indústria da pesca japonesa Para se obterem os melhores conhecimentos práticos, a Go Fishing organizou duas saídas de pesca, nas águas de Sesimbra, entre as 06.30H e as 14.00, nos dias 22 e 23 de Junho ao custo de 80 € por pessoa. Para transmitir a teoria, Shintaroh Tsutsumi vai estar no Work Shop Deep Liner, na Loja Go Fishing em Almada, entre as 18.00H e as 20.00H no dia 22 deJunho, com entrada gratúita. Saidas para o mar no Go Fishing III

A

Go Fishing ao convidar Shintaroh Tsutsumi, chefe do departamento de Inovação e Desenvolvimento da fábrica

de canas e jigs Deep Liner e um grande escialista na pesca jigging, foi para permitir aos pescadores de Portugal, cada vez com mais aficiona-

dos deste tipo de pesca, com a qual se coonsegue melhores resultados de aprenderem com ele. Shintaroh Tsutsumi, vem

Quanto às inscrições 212 742 292 | 919 840 572 info@gofishing.pt vitor@gofishing.pt Mais informações: www.gofishing.pt

Nas instalações da Go Fishing o Work Shop Deep Liner 70

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Pesca Submarina

Campeonato Regional do Continente de Pesca Submarina 2019

Clube Naval de Sesimbra Conquista o Título por Equipas O Clube Naval de Sesimbra venceu por equipas o Campeonato Regional do Continente de Pesca Submarina 2019, no Sábado, 4 de Maio, na Praia da Foz, Sesimbra. A primeira prova em que participa, após a Direção do Clube, no início deste ano, ter decidido reactivar a secção de Actividades Subaquáticas.

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ste Regional foi disputado em simultâneo com o I Open ANS (Associação Náutica do Seixal) e contou com a presença, no total, de 41 atletas masculinos e 3 femininas, em representação de 5 clubes. O Clube Naval de Sesimbra fez-se representar neste Campeonato Regional, pelos atletas Rui Pataco Cardoso, Nuno


Pesca Submarina

Preparação do equipamento

CNSesimbra sagra-se Campeão Regional do Continente por equipas

Jerónimo e Hélder Silveira, pelo delegado para as actividades subaquáticas Lourenço Silveira e pelo coordenador desportivo Guilherme Cabral.

A organização esteve a cargo da FPAS (Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas) em conjunto com o clube ANS, que providenciou

toda a logística necessária. A prova iniciou-se com a concentração de atletas na Praia da Foz, por volta das 9 horas, foi realizada à barbatana e teve uma

Final da prova 2019 Maio 389

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Pesca Submarina

duração de 5 horas. Os atletas contaram com boas condições atmosféricas e de mar para a prática da modalidade, numa disputa constante pelos melhores spots. No final da prova apresentaram uma boa diversidade de espécies e enfiões com bons exemplares de sargos, bodiões, tainhas, salemas, alguns rascassos, saimas, abróteas, pampos, safios e também uma moreia, um salmone-

te e uma dourada. As pesagens e a cerimónia de entrega de prémios foram realizadas nas instalações da ANS, no Seixal, na presença dos representantes das entidades envolvidas e do público que se mostrou interessado em conhecer melhor esta modalidade desportiva, praticada exclusivamente em apneia e cujas capturas são habitualmente oferecidas a instituições de solidarie-

dade social. No pódio por equipas, o Clube Naval de Sesimbra sagrou-se Campeão Regional do Continente com 178,61 pontos percentuais, a Associação Náutica do Seixal foi a Vice-Campeã Regional somando 177,84 pontos percentuais e em terceiro lugar o Clube Náutico dos Oficiais e Cadetes da Armada registando 159,29 pontos percentuais. Seguiram-se, em

quarto lugar, o Vasco da Gama Atlético Clube-Suzuky Marine com 143,51 pontos percentuais e, em quinto lugar, o Estoril Praia-Marisco na Praça com 113,57 pontos percentuais. O pódio individual ficou composto pelos atletas Miguel Santos, do Vasco da Gama Atlético ClubeSuzuki Marine no primeiro lugar, Nuno Gaudêncio em segundo lugar e Miguel Ferreira em terceiro

Rui Pataco com um Salmonete 76

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Pesca Submarina

Preparação do equipamento

lugar, ambos da ANS. Esta modalidade subaquática tem por base a captura em número reduzido de espécies marinhas no seu habitat natural, através da utilização de um arpão ou arma, de forma selectiva, protegendo e respeitando as espécies raras ou ameaçadas de extinção. A Pesca Submarina tem um historial desportivo internacional que data de 1954, com a realização da primeira prova internacional oficial, em Sesimbra. Trata-se de uma modalidade desportiva onde Portugal já foi Campeão do Mundo por equipas e individual, entre outras conquistas relevantes.

Pódio individual do Campeonato Regional do Continente 2019 2019 Maio 389

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Notícias do Mar

Últimas MEO H-Team

MEO com o Surf M

EO promove a humanização da sociedade através do surf com a aposta em equipa sensação MEO H-Team pretende realçar o valor humano da modalidade através do exemplo; Frederico ‘Kikas’ Morais, embaixador do MEO, “padrinho” e mentor da equipa. Com uma longa tradição no apoio ao Surf nacional, o MEO mantém uma clara aposta, de há 10 anos a esta parte, na dinamização desta modalidade através do apoio a atletas e a provas emblemáticas em Portugal, como é o caso do MEO Rip Curl Pro e da Liga MEO Surf. Há 10 anos demos fibra a uma praia num cantinho de Portugal, para que o mundo

soubesse que as nossas ondas existiam. Acreditámos nos nossos surfistas e comprometemo-nos a levá-los mundo fora com Portugal ao peito. Esse sonho continua e hoje o MEO dá mais um passo e apresenta o MEO H-Team. Um grupo de promessas do surf nacional, como Afonso Antunes, Santiago Graça, Joaquim Chaves, João Vidal, Mafalda Lopes, Carolina Santos, Miguel Matos, João Roque de Pinho. Jovens com vontade de fazer acontecer, que procuram diariamente chegar mais longe e atingir objetivos. Joves que personificam a procura pela superação, mas sem nunca perder de vista valores fundamentais como a Coragem, o Trabalho, a Dedicação, e a Paixão enquanto de-

nominador comum e fonte de inspiração para a sociedade Portuguesa. Um grupo de atletas com um claro sentido de missão em torno da humanização da sociedade através do surf, com um propósito de inspirar e desafiar as camadas jovens a não desistir, a lutar, a sonhar. Com consciência de que aquilo que fazemos tem impacto no mundo em que vivemos e que o mundo em que vivemos é de todos. Para João Epifânio, CSO B2C da Altice Portugal, «com esta iniciativa o MEO pretende reforçar a ligação ao mar e ao Surf, bem como aproximar o MEO dos jovens, fomentando a prática do desporto e apoiando aqueles que são um exemplo nos respetivos esca-

lões etários, contando ainda com Frederico ‘Kikas’ Morais enquanto mentor desta equipa, também ele, embaixador da marca MEO e uma das referências na prática desta modalidade em Portugal». Munidos de valores individuais e indissociáveis da sua pessoa, cada um destes atletas marcará presença em iniciativas da Altice Portugal, no âmbito de atuação da marca MEO enquanto marca de causas, e da Fundação Altice, em prol de uma maior intervenção e responsabilidade social, nomeadamente, no território da sustentabilidade e mais concretamente em iniciativas de limpeza de praias, onde este coletivo será dos principais embaixadores.

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Rocha, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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