Notícias do Mar n.º 376

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Notícias do Mar

Nauticampo 2018

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Salão Náutico com Resposta Muito Positiva

A Ministra do Mar no stand Grow com elementos da Honda e da San Remo Após vários anos com um resultado final de grande desilusão nas expectativas, a Nauticampo deste ano, que se realizou entre os dias 4 e 8 de Abril, deu a todos os expositores um sinal muito positivo de recuperação, do sector económico da náutica de recreio.

O

s expositores ao apostarem este ano e encherem o Pavilhão 1 e parte do Pa-

vilhão 2 com embarcações, equipamentos, serviços náuticos, actividades de marítima-turística e pesca, foram

Boat Center 2

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os primeiros dizer que estão com confiança nos seus negócios daqui para a frente. Os 125 expositores presentes, receberam a visita de 35.000 visitantes que mostraram bastante interesse na visita aos stands e grande parte deles até admirados pela ampla exposição que este ano tinham à sua espera, ao contrário dos últimos anos. Foi anunciado ao público durante a Nauticampo, que está para ser aprovado pelo Governo, um novo Regulamento da Náutica de Recreio. Recordamos que o Regu-

lamento ainda em vigor, se baseia, mas ainda para pior, de legislação aprovada em 1999, que travou o desenvolvimento da náutica de recreio que vinha dos anos 90 e provocou o definhamento das actividades náuticas, deixando de se venderem barcos e reduzindo em cada ano, cada vez mais, o número de praticantes. Podemos garantir que ao fim de 18 anos a náutica de recreio chegou ao fundo. Não foi por falta de iniciativas em reverter o Regulamento, pelo sector económico da náutica de recreio, pois ao longo deste perío-


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Grow com Honda do foram organizados dois abaixo-assinados e entregues um ao Dr. Santana Lopes, como primeiro-ministro e outro ao Presidente da República, Prof. Cavaco Silva, solicitando a revogação do Regulamento e a aprovação de um novo. Só agora, com a Ministra do Mar Ana Paula Vitorino o Conselho da Náutica de Recreio voltou a reunir para discutir um novo Regulamento da Náutica de Recreio. Não se reunia desde 2008. Podemos dizer que graças à determinação dos representantes da ACAP/ APICAN, a associação das actividades económicas do sector náutico, nas reuniões do Conselho da Náutica de Recreio, foi aceite pela DGRM um novo Regulamento da Náutica de Recreio, com um conteúdo finalmente do interesse dos praticantes e incentivador para quem se queira iniciar na vela, na pesca lúdica e nos desportos aquáticos,

ou para apenas passear de barco com a família. Como principais vitórias, divulgamos duas das medidas aprovadas, que vão fazer mexer com a náutica de recreio em Portugal, incentivando rapidamente o seu desenvolvimento. 1 – Deixa de haver qualquer vistoria às embarcações novas com Marcação CE. 2 – A Carta de Marinheiro a partir dos 18 anos, aquela a quem se dirige a iniciação dos adultos, passa a permitir o comando de embarcações até os 12 metros de comprimento e se forem a motor, os barcos podem ter a potência até 240 HP. Durante a visita à Nauticampo, a Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, quando abordada por expositores reclamando contra o actual Regulamento da Náutica de Recreio, confirmou que até 1 de Junho seria aprovado um novo. A melhor economia no

Grow com Lomac país e para breve Legislação adequada e incentivadora da iniciação, são boas notícias para a náutica de recreio. Na edição passada do Notícias do Mar, apresentámos as novidades comunicadas pelos expositores. Neste número vamos acrescentar mais algumas das novidades que estavam expostas na Nauticampo.

BOAT CENTER No stand da Boat Center estavam barcos das marcas representadas, onde se destacava da CHAPARRAL o novo SUNCOAST 191. Da CHRIS CRAFT o Launch 28 GT com um design diferente. Novo tablier, novos acessos, novos detalhes. GREENLINE Yachts 44 Fly que tem 2 versões open e cabin, com motorização

Grow com Tohatsu

Grupo Siroco

Limatla 2018 Abril 376

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Moteo com Suzuki fora de bordo a gasolina, motor diesel ou 100% eletrico) Da AUSTIN PARKER o 48 SUNDECK Estsava ainda da JOKER o semi-rígido Clubman 24 É fácil alugar barcos e Yates na BOAT CENTER, para passear, fazer pesca ou desportos aquáticos. GROW A GROW Produtos de Força Portugal, o importador exclusivo dos motores fora de borda HONDA MARINE

e TOHATSU e das embarcações semi-rígidas italianas LOMAC, tinha um grande stand com embarcações motorizadas pela HONDA. Em destaque estavam os novos HONDA BF80, BF100, BF40 e BF50 que incorporam as mais recentes tecnologias exclusivas e avançadas desenvolvidas pela Honda. Estavam em realce os novos TOHATSU MFS15 e MFS20 os mais leves motores a 4 tempos de injecção de combustível com funcio-

Moteo com Suzuki DF100 4

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namento sem bateria. Quanto a barcos: BENETEAU BARRACUDA 8 e ANTARES 5.5 LOMAC 540 IN, LOMAC 500 OK e LOMAC 460 Open GL BWA Sport 18GT SANREMO 8.60 Bluesky e SANREMO 7.50 Fisher Diversos modelos da marca WHALY Estava também o CHEETHA MARINE 9, barco de uso profissional, construído em Portugal, pelo estaleiro inglês de Catamarãs CHEETHA MARINE

interior é excelente, sendo possível a escolha de 2 ou 3 cabines. SIROCO YACHT BROKERS, especialista em barcos usados, esteve presente com uma vasta seleção de barcos a vela e a motor. SIROCO EQUIPAMENTOS, líder no seu seguemento, apresenta varias novidades da PLASTIMO, NUOVA RADE, LOFRANS, TESSILMARE, SIKA e as novas representadas HEMPEL, LIQUI MOLLY : Hempel, Liqui Molly

GRUPO SIROCO O Grupo Siroco esteve com as empresas: SEA WAY, SIROCO YACHT BROKERS e SIROCO EQUIPAMENTOS. A SEA WAY apresentou o JEANNEAU SUN ODYSSEY 349, com 9,97 metros de comprimento, é um dos barcos com maior sucesso da Jeanneau, com mais de 500 unidades vendidas, com muito espaço interior e um surpreendente cockpit, bastante amplo com duas rodas de leme, plataforma de popa. O aproveitamento

LIMATLA A Limatla apresentou várias marcas de embarcações, este ano na Nauticampo. Para além de modelos das marcas que representa e habitualmente expõe, como a MONTEREY, RODMAN, STARFISHER e SESSA MARINES, estavam também no stand da Limatla embarcações da MOOMBA BOATS e da SUPRA BOATS. MOTEO A SUZUKI encontrava-se no stand Moteo, importa-

Moteo com Suzuki DF350


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Nautel

Nautel com Furuno

dor exclusivo para Portugal dos motores Suzuki Marine, encontravam-se em garnde destaque os novos modelos DF350, DF325 e DF100B. O novo DF350A, desenvolvido a partir do DF325, é o topo de gama, que já venceu o Prémio de Inovação, o prestigiado prémio atribuído pela Associação Norteamericana de Fabricantes (NMMA). O DF350 possui uma capacidade de 4,390L de cilindrada sendo o V6 com maior capacidade e com a mais elevada taxa de compressão DF100B de quatro cilindros em linha e 1.502cm3 de cilindrada, foi desenvolvido do DF90A e pesoa apenas 157kg A Moteo promoveu durante a Nauticampo uma Campanha de Retoma Suzuki Marine NAUTEL No stand Nautel encontravam-se em grande destaque, a novidades da FURUNO Nova série de combinados, GPS/Chartplotter/sonda, com opção RADAR Wireless. Trata-se de dois multifunções, um com 7” e outro com 9” (resolução de 800xc480 pixels. O comando é tátil diretamente no ecrã, podendo ter uma opção de comando remoto sem fios, 2018 Abril 376

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Nautiser Centro Náutico com teclado. Têm Incorporado a antena de GPS, sonda (CHIRP e RezBoost), e o Chartplotter. Faz controlo direto no ecrã do novo Piloto Automático Furuno NavPilot 300 e do Navpilot 711C. Faz a função ACCU-FISH, tamanho dos peixes isolados até cerca 70m de profundidade, discriminação dos tipos de fundo Rocha, areia, gravilha ou lama. A cartografia usada é a C-MAP 4D. HUMMINBIRD, Série SOLIX, com MEGAIMAGING, comando tátil e pelo teclado. AUTOCHART LIVE: automapeamento instantâneo dos fundos. NASA – Com novos produtos e melhorias na série de instrumentos de veleiro, CLIPPER, através de incorporação de novas funcio-

nalidades. O instrumento CLIPPER WIND desta série passa a ter não só saída NMEA0183, como também entrada e o mesmo ocorrerá para o CLIPPER DUET e DEPTH. Como os instrumentos estão ligados em rede e tem entrada NMEA0183 de forma económica e rápida pode-se substituir outros antigos de outras marcas, sem por em causa a continuidade do sistema geral de instrumentação instalado a bordo. EM-TRAK - Soluções especializadas de AIS. Destacam-se o A200 e o B400. GPS/Chartplotter/AIS integrado, e têm WiFi SPECTRA nova marca na NAUTEL para inversores e reguladores de carga de painéis solares STERLING - Uma solução equilibrada para as baterias

Nautiradar com Raymarine 6

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Nautiradar de lítio nas embarcações. NAUTISER / CENTRO NÁUTICO A embarcação que dominava o stand da NAUTISER / CENTRO NÁUTICO era o FJORD 42, um Sport Cruiser de linhas modernas, com 12, 59 m de comprimento e dois motores Zdrive. Da COBALT estava o novíssimo 23SC, um bowrider com 7.06 m de comprimento e motor fora de borda, e também os modelos CS22, R7,R5 e R3. JEANNEAU apresentou Cap Camarat 4.7, de consola central, os modelos bowrider 5.5Br e 6.5Br, e o walkaround 6.5 Wa com cabina para pernoitar. Esteve também o Merry Fisher 795, um barco pesca/passeio com uma cabina

para quatro pessoas dormirem. Da GLASTRON foram apresentados os modelos BowRider GT 180 com motor fora de borda, GTS 185 com motor Mercuiser 4.5 e o GT 225 com Mercruiser 4.5 NAUTIRADAR Na NAUTIRADAR a RAYMARINE dominava, com os novos Displays Axiom Pro,. Disponível com o RealVision 3D, sonda CHIRP de 1kW e o controlo Raymarine HybridTouch, o Axiom Pro é o novo standard para displays multifunções “tudo-em-um”. De outros produtos estavam: ICOM IC, M330E/GE novos Rádios Fixos de VHF Marítimo, um dos rádios fixos de VHF/DSC mais pequenos do mercado. A face

Orlando Rosa & Filhos


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Riamar frontal do IC-M330E/GE equipara-se às dimensões de um smartphone moderno AQUAPAC com três novidades de bolsa estanque multiusos Small Whanganui, para rádios de VHF TrailProof VHF Pro Case e Toccoa Daysack mochilas à prova de água. BLUEFIN LED, novidades em iluminação subaquáti-

ca, com duas novas gamas: Orca e Manta Ray. C-POD LITE, o dispositivo de Localização e Seguimento por GPS C-POD Lite para localizar e seguir equipamentos, veículos, barcos, motores fora de borda. DOMETIC Cool-Ice CI, arcas térmicas passivas portáteis, renovadas com a gama Cool-Ice CI, que apresenta

Sopeixe

Sopromar com Higfhield 8

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uma grande variedade de acessórios FISCHER PANDA 4000s. NEO, Gerador Marítimo de Velocidade Constante e 3.4kW com motor a diesel FPE 320. FUSION SÉRIE 755, Sistemas de Entretenimento Marítimo. GLOMEX, weBBoat 4G Lite Sistema Compacto de Antena de Internet Costeira 3G/4G/Wi-Fi, com um só cartão SIM, para navegar na internet MASTERVOLT, a nova bateria de Iões de Lítio MLI-E 12/1200, MCMURDO, EPIRB’s SmartFind G8, nova gama de EPIRB’s SmartFind G8, compatíveis com a futura constelação de satélites MEOSAR OCEAN LED - Nova Luz Subaquática S3166s Multicolor de 3.500 lúmenes ideal para pequenas e médias embarcações. SCANSTRUT, novidades ROKK Wireless, carregador Wireless à Prova de Água, primeiro do mundo sem fios, de 12-24V. STEINER - Commander 7x50 LRF, novo binóculo com medidor de distâncias a Laser. ORLANDO ROSA ORLANDO ROSA & FILHOS, este ano tinha em exposição embarcações KARNIC e REGAL. Conhecido Importador em exclusivo das embarcações KARNIC, estaleiro de Chipre que este ano comemora os 25 anos de produçao e que produz.embarcações de características marinheiras, confortáveis e com bom desempenho no mar. ORLANDO ROSA é desde o ano passado também importador em exclusivo dos barcos REGAL, conhecida marca com estaleiro nos USA.

RIAMAR Riamar, o mais antigo estaleiro nacional de embarcações de recreio ainda em produção, com mais de 50 anos de actividade, apresentava em exposição quatro modelos, todos com um excepcional acabamento. Em grande destaque encontrava-se o novo Riamar 5.50 Open, uma embarcação com 5,39 m de comprimento, de construção em monobloco com duplo casco, do tipo polivalente para a pesca lúdica e os passeios. Com uma consola de condução central de design arredondado, tem um párabrisas em acrílico e comporta dentro um compartimento onde cabe um WC químico ou arrumar equipamentos. À frente da consola o barco tem um banco e existe outro assento sobre o paiól da proa, onde se guarda cabos e palamenta. O ferro tem um paiól à proa. O piloto dispõe de umbanco individual regulável e giratório. À popa existe um banco de cada lado. No poço tem um porão para palamenta. O Riamar 5.50 Open pode comportar motorização dupla. SOPEIXE Com uma vasta gama de canas e carretos das principais marcas ou das marcas que os pescadores mais entendidos preferem, a SOPEIXE, com o stand no Pavilhão 2, mais uma vez fez grande sucesso e boas vendas. Sempre cheio de visitantes a serem atendidos, este expositor completa bem um salão que é náutico, pois são bem centenas-de-milhar de pescadores de barco que existem em Portugal. SOPROMAR O stand da SOPROMAR,


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tinha a presença do Centro Náutico de Algés como Master Dealer de VOLVO PENTA, YANMAR, CATERPILLAR e MAN e da SOPROYACHTS com as marcas da FONTAINE PAJOT, SESSA MARINE e WILLIAMS. Uma embarcação da TIDEMAN Boats estava em grande destaque à frente do stand. São barcos de trabalho Indestructíveis, construídos em polietileno de alta densidade (HDPE) e são de Corrosão Zero e portanto com zero de manutenção e para trabalhar em ambientes muito maus. Da HIGHFIELD Boats semi-rigidos que se destacam pela característica de terem o casco em alumínio e os tubos fabricados em tela PVC Valmex ou em Tela Neopre-

ne/Hypalon da ORCA, estava dois modelos expostos. Estava também apresentado o OXE Diesel o primeiro fora de bordo de alta eficiência de combustível a diesel do mundo e baixas emissões, com tecnologia enovadora. SUN CONSEPT Fabricante de embarcações solares de Olhão, Sun Concept tinha em exposição o modelo Sun Soler 7.0, uma embarcação da qual já construiu e vendeu para Portugal 18 unidades. Encontra-se a construir o molde para um catamaran de 12 metros de comprimento, o Sun Cat 12.0. O sucesso deste conceito de barco solar, atingiu principalmente as empre-

Sopromar com Tideman

Sun Concept 2018 Abril 376

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Touron com Mercury sas marítima-turísticas, que adquiriram 17 dos barcos construídos. O estaleiro pretende agora mudar-se para a zona da Docapesca de Olhão, para ficar junto à água e a Ministra Ana Paula Vitorino, na visita que fez ao stand prometeu apoiar na cedência do espaço.

TOURON No satnd da Touron destacavam-se os cinco novos QUICKSILVER, ACTIV 755 BOWRIDER, ACTIV 555 e CABIN ACTIV 555 BOWRIDER, Estava também um BAYLINER VR4 BOWRIDER, um HEYDAY WT-1 SC com o motor MerCruiser

Yamaha com barcos

Yamaha com novos motores fora de borda 10

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Touron com Quicksilver 6,2 MPI 320 HP Enontravam-se dois novos pneumáticos QUICKSILVER Quanto a motores fora de borda MERCURY, estavam em exposição os motores da nova gama V6 EFI 175/200/225 HP e ainda o novo MERCURY F15 ML EFI De salientar a exposição de um novo produto Mercury, que são a gama de motores remanufacturados o MERCRUISER 3.0 ALPHA PLUS SERIES YAMAHA O Stand Powered by Yamaha ocupava uma área muito grande, com a exposição de 29 barcos das marcas parceiras da Yamaha. Lá estavam barcos SIRIUS, OBE FISHER, DIPOL, CAPELLI, JEANNEAU, SUNCHASER, RANCRAFT e

CAP FERRET. YAMAHA apresentou 5 novidades de motores fora de borda: F25G,F80D, F100F, e F150G DBW / F175C DBW Da gama de motores fora de borda, os visitantes encontraram a gama quase completa, mostrando as várias linhas de modelos e com diversas variantes, pois estavam mais 23 modelos expostos, com todas as cavalagens dos 2.5 cv até ao 350 cv, e ainda mais motores elétricos A gama de motos de água, denominada Yamaha Waverunners, estava a novidade VX – novo modelo com motor TR-1 com sistemas RiDE. Estavam ainda as novas EX e EX Deluxe. E nos topos de gama a lendária novidade GP1800 destacava-se das outras.

Yamaha com novos motos de água


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Notícias do Mar

Nauticampo 2018

A Náutica, Desafios e Oportunidades do Momento

Mesa Redonda, O Turismo Náutico o Momento actual e as Oportunidades

No dia 6 abril decorreu a conferência “A Náutica, Desafios e Oportunidades do Momento”, integrado no programa oficial da Nauticampo 2018, FIL. Organizada pelo jornal Notícias do Mar e pela Media 4U, organização de eventos, contou com o patrocínio do Sea of Portugal.

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Mesa Redonda, A Náutica e a promoção do Território 12

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proveitando os passos dados na definição do Sistema Nacional de Embarcações e Marítimos (SNEM) e as tão necessárias alterações ao Regulamento da Náutica de Recreio, que Segundo a Ministra do Mar estarão para breve, Antero dos Santos fez um ponto de situação, focado nas alterações que o registo nacional de embarcações e o Regulamento da Náutica de Recreio trazem. As alterações nas cartas para


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Antero Santos apresenta o novo Regulamento da Náutica de Recreio

embarcações e na Classificação de Barcos, com enfoque na dinamização e no crescimento do sector. A pensar e a falar para quem quer comprar barco, sem esquecer o Impacto e as mudanças para o sector. A Mesa Redonda “A Náutica e a promoção do Território” teve a intervenção Vicente Pinto, VicePresidente da Câmara Municipal de Espinho e de Marina Correia, Membro da ComissãoExecutiva da Associação de Turismo de

Portimão. Olhar para o território, dinamizar e intervir de forma a potenciar o que existe. A importância dos recursos e das condições naturais, o Mar (o Mergulho, o Surf, as Marinas), mas há a possibilidade de intervir criando, seja a construção de uma Marina ou a criação de um grande recife artificial único no mundo, com o afundamento de quatro navios de guerra, como foi o caso do ocean revival. As coisas que nos diferenciam são parte essencial da afirmação e da promoção do nosso País. A Câmara de Espinho tem no Surf um drive: “A melhor Onda do Norte” e tem desenvolvido iniciativas, eventos, provas de surf. O “Espinho Surf Destination” tem sido uma das ferramentas nesta estratégia e trabalhar com os operadores, tem tido impacto na comunidade local. Marina Correia falou da dinamização e do trabalho

Programa 15h30 - Sistema Nacional de Embarcações e Marítimos / SNEM. Novo Regulamento da Náutica de Recreio (Ponto de Situação). Debate Antero dos Santos, Director do Notícias do Mar 16h10 - Mesa Redonda / A Náutica e a promoção do Território Vicente Pinto, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Espinho, Marina Correia, Membro da Comissão Executiva da Associação de Turismo de Portimão, Directora-Geral da Marina de Portimão Moderação: João Carlos Reis (Notícias do Mar) 17h20 - Mesa Redonda / O Turismo Náutico: o Momento actual e as Oportunidades Miguel Marques, Sócio da PwC, Rui Palma, Director Geral da Palmayachts José Eduardo Candeias, Sócio/gerente da PuraVida Divehouse, Sofia Pereira, Directora Comercial Hotel FeelViana, José Massapina, Director da Marina de Albufeira Moderação: João Carlos Reis (Notícias do Mar)

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Notícias do Mar

José Massapina, Director da Marina de Albufeira a falar

feito em conjunto pelos vários players, nomeadamente operadores e marina de Portimão, como força mo-

tora do desenvolvimento do turismo náutico de Portimão. A segunda Mesa Redon-

da do dia “O Turismo Náutico: o Momento actual e as Oportunidades”, apreciou e debateu o grande momen-

to do Turismo em Portugal. O Turismo Náutico está a ser uma força motriz e a ser potenciado pela chegada de cada vez mais turistas. Perceber de que forma se pode potenciar o sector. Reflectiu-se sobre algumas das possibilidades e oportunidades do momento. A premissa era simples, falar do momento actual do Turismo Náutico, das dificuldades e oportunidades, o impacto económico, os empregos criados, do SNEM, o que está/precisa mudar, o que funciona, os constrangimentos, o apoio e a disponibilidade das entidades competentes. Aproveitando a perspectiva de pessoas que acompanham e conhecem o sector. A perspectiva foi abrangente, pudemos ver tendências e a importância cada vez maior do mar. As coisas parecem estar a mudar. Sente-se no ar!

José Eduardo Candeias, Sócio gerente da PuraVida Divehouse fala de Sagres 14

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Electrónica

Notícias Nautel

Soluções especializadas de AIS

A juntar à gama existente, a EM-TRAK já lançou vários transcetores de AIS.

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estacam-se o A200 e o B400. O primeiro é de classe A (IMO) e o segundo é de classe B. O que têm de especial é terem ecrã a côres para

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cartografia, ou seja, são GPS/ Chartplotter/AIS integrado, e têm WiFi para as informações serem partilhadas por multifunções de outras marcas que tenham também WiFi. O as-

peto para ambos é igual. Este equipamento já integrado é particularmente interessante para quem tenha que ter AIS, e não tenha GPS (caso da navegação fluvial).

Uma outra solução interessante é a do EM-TRAK B300 porque sendo transcetor classe B, e por ter também WiFi pode passar a sua informação a um simples smartphone ou tablet.


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Náutica

Testes Yamaha com Barcos Capelli, Dipol, Zodiac e Buster

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Novos Yamaha Reforçam Desempenho de Barcos Capelli, Dipol, Zodiac e Buster

Capelli Tempest 700 A Yamaha promoveu com os novos motores da marca, no passado dia 24 de Fevereiro, no Tejo na zona de Alcântara e Belém, um teste com as embarcações Capelli Tempest 700 MT, Dipol P-680 Dolphin, Zodiac Pro 5.5 e o barco de alumínio Buster S, conseguindo um resultado elevado no desempenho dos conjuntos.

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dia estava sem vento e o rio tinha pouca agitação, com condições excelentes para se puxar pelos motores e ver bem qual o desempenho dos barcos. Capelli Tempest 700 MT com Yamaha F175CETL DBW O estaleiro italiano Capelli 18

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é representado em Portugal pela Porti Nauta do Grupo Angel Pilot. O modelo Capelli Tempest 700 MT, posto em teste para a actividade marítima-turística, é uma versão personalizada e muito bem equipada do Tempest 700 Work. Trata-se de uma embarcação excelente para a realização de passeios turísticos, com uma distribuição

de assentos interessante, pois tem seis lugares em bancos jockey à frente e dois assentos num cómodo banco de fibra estofado à popa. O piloto tem no posto de comando um banco com encosto para a condução de pé. A consola de condução é alta, comporta um parabrisas elevado em acrílico e um “Soft Top”sobre o posto

de comando, para proteger do sol o piloto. À proa sob uma almofada exxistem dois porões, um para o ferro e o outro para palamenta. Também se pode arrumar palamenta e os coletes dentro do banco à popa. Na proa está colado um cunho serra-cabos. Os tubos são construídos em Neoprene/Hypalon, fabri-


Náutica

Casco em V com ligeiro túnel de estabilidade até à popa. - Painel elétrico - Para-brisas - Bomba de fundo automática - Cunho/serra-cabos proa - Substituição do leaning post por encosto em inox com almofada.

Boa performance e económica velocidade de cruzeiro Com um poderoso motor a puxar, o Tempest 700 MT

mostrou ter o casco bem adequado para sair da água e planar rápido. Em apenas 1,75 segundos já planávamos e em velocidade máxima atingimos os

Novo Yamaha F175C DBW

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cado pela Orca e com 1670 detx e colados ao casco por fora e por dentro, para aumentar a robustez do barco e eliminar as vibrações nos tubos com o barco em andamento. O casco tem um V bastante profundo e incorpora de cada lado dois robaletes e um ligeiro túnel de estabilidade até à popa. No equipamento standard vai incluído: Consola de condução - Depósito de combustível 220 litros - Direção hidráulica – Bússola - Bomba de enchimento – Pagaias

Yamaha F175C DBW comporta todas as sofisticadas tecnologias das novas gerações dos motores Yamaha. O motor tem 4 cilindros em linha, com 2.785 cm3 de cilindrada, 16-válvulas, DOHC (Dupla árvore de cames à cabeça), dispõe do sistema de Injeção eletrónica de combustível multiponto EFI e tem também incorporada a nova tecnologia DBW. Graças à fiabilidade desta tecnologia, o motor tem um desempenho com excelente precisão na mudança de velocidades e fornecimento de potência bem controlada pelo Drive-by-Wire (DBW), de funcionamento simples e que é uma enorme vantagem para o piloto no controlo e funcionamento da embarcação. Quanto ao sistema de Ignição é por Microcomputador TCI. Para aplicar uma vasta gama de manómetros digitais, o sistema digital de rede avançado exclusivo da Yamaha é compatível com este motor. O motor tem o sistema VTS (velocidade de ajuste variável) para ralenti e velocidades baixos,em passos de 50 rpm, o ideal para a pesca ao corrico. Está também incorporado o sistema de proteção antirroubo Y-COP

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Náutica

Estava montado o novo Yamaha F175C DBW 39,6 nós às 5.600 rpm. Com o barco carregado de passageiros, as velocidades elevadas não se fazem, apenas interessa é a velocidade de cruzeiro e esta foi excepcional, com 23 nós às 3500 rpm e com o consumo de 16 litros/ hora.

No teste do mínimo de velocidade a planar o barco fez 11 nós com o motor às 2300 rpm. Outra característica do casco do Tempest 700 foi testada ao curvar aos 27 nós com segurança com o flutuador bem apoiado na água.

Banco à popa e posto de comando 20

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Dipol P-680 Dolphin com Yamaha F150GETL DBW Lançado em finais de Outubro como barco para a pesca, na celebração dos 30 anos da Dipol em El Rompido, o P-680 é um barco com uma polivalência total, e por

isso tem mais duas versões, o P-680 Marítimo Turistica e o P-680 Dolphins. Esta embarcação apresenta uma proa alta e com um perfil que facilita uma perfeita defleção das vagas, com excecionais características marinheiras, permitindo adaptá-lo à pesca, trabalho

Bancos Jockey para 6 pessoas


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Náutica

profissional, marítimo-turística, serviços, etc. Tem uma capacidade livre do poço de 4.0 m x 2.00 m que possibi-

lita a adaptação a qualquer necessidade. O Dipol P-680, com 6,70 m de comprimento, foi cons-

truído para ser inafundável e muito robusto, com o casco incorporando as estruturas longitudinais e transversais,

O novo Yamaha F150G DBW no Dipol P-680 Dolphin 22

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muito reforçadas. O conceito do estaleiro quanto às características dos cascos, manteve-se também neste modelo, com um V evolutivo muito acentuado à frente, que se atenua no último terço do casco e é semi planante na popa. Devido a isto, todos os barcos Dipol têm facilidade no arranque e um bom desempenho com motores de baixa potência. O Dipol P-680 Dolphin que testámos tinha 10 bancos “Jockey” à frente da consola de condução e o piloto com um encosto para a condução de pé. Junto à popa tem um banco com dois lugares Quanto ao equipamento standard está incluído: Arco de radar, capa para consola, capa para bancos “Jokey” ( x2), consola alta com direção hidráulica, depósito de gasolina 90 lts, encosto


Náutica

Novo Yamaha F150G DBW

T

rata-se do motor de menor potência da Yamaha com a tecnologia Drive-by-Wire (DBW), agora disponíveis até o 350 HP. A tecnologia DBW permite que sob o seu controlo o motor tenha um desempenho com excelente precisão na mudança de velocidades e no fornecimento de potência. Graças à fiabilidade desta nova tecnologia de funcionamento simples, é uma enorme vantagem para o piloto no controlo e funcionamento da embarcação. O motor tem 4 cilindros em linha, com 2.785 cm3 de cilindrada, 16-válvulas, DOHC (Dupla árvore de cames à cabeça), e comporta o sistema de Injeção eletrónica de combustível multiponto EFI. Tem o Sistema de Ignição por Microcomputador TCI Tem compatibilidade total com o sistema digital de rede avançado exclusivo da Yamaha, com uma vasta gama de manómetros digitais. Dispoe do sistema VTS (velocidade de ajuste variável) para ralenti e velocidades baixos, em passos de 50 rpm, ideal para a pesca ao corrico. Tem incorporado o sistema de proteção antirroubo Y-COP.

Dipol P-680 Dolphin do condutor com fixações, escada de banho, Jokey 5 lugares ( x2), piso auto esgotante, varandins passa– mãos (x6) Barco rápido e com muita segurança As características dos barcos Dipol, rápidos a sair da água e estabilidade a nave-

Na popa banco encosto para o piloto e dois assentos

Barco muito estável e seguro a navegar

Bancos jockey para 10 pessoas 2018 Abril 376

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Náutica

O casco tem um V muito profundo com um ângulo de 24 graus de popa 24

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gar, destacaram-se no teste do P-680 Dolphin com o impulso do potente Yamaha F150G. Com cinco pessoas a bordo, logo no arranque em apenas 1,22 segundos estávamos a planar. Acelerámos até às 5700 rpm e a velocidade máxima foi de 38 nós. Deve-se realçar que devido ao tipo de casco o barco mostrou sempre muita segurança, com estabilidade e conforto para os passageiros, mesmo nas altas velocidades. Verificámos que o mínimo de velocidade a planar foi de apenas 9 nós, que prova a evidência do casco ser semi-planante à popa.


Náutica

No Zodiac Pro 5.5 estava o novo Yamaha F100F formando um conjunto bem equilibrtado com este barco

Zodiac Pro 5.5 Muito importante foi a velocidade de cruzeiro de 22 nós às 3700 rpm, que mostra a elevada economia do novo motor Yamaha F150G DBW,

Zodiac Pro 5.5 com Yamaha F100FETL A Zodiac, líder mundial de produtos náuticos insufláveis, apresentou o seu novo Conceito KeepExploring, no Miami International Boat Show de 2018, refletindo a herança de120 anos de existência. “Quem compra um Zodiac adquire um companheiro para toda a vida e para todas as suas aventuras” O Conceito KeepExplo-

Apenas com o equipamento standard o Zodiac Pro 5.5 é um barco muito polivalente

ring, reforça a filosofia da Zodiac, fabricando os produtos e prestando os serviços com a máxima qualidade. O Zodiac Pro 5.5, com 5,40 m de comprimento, é um semi-rígido com um grande e alto espaço no interior, possibilitando com facilidade e segurança, a movimentação na pesca lúdica e submarina e no mergulho. O fllutuador é removível, construído em tecido StronganTMDuotexTM (2x1100 dctex), com o grande diâmetro de 0,575 m e a característica de não tocar na água com o barco parado, graças ao casco ter um V muito pro-

fundo e à colocação elevada no casco do flutuador. Isto é uma vantagem para quando os barcos estão fundeados muito tempo no mar. A consola de condução é larga, alta e comporta direção hidráulica. O piloto tem um banco encosto duplo para a condução em pé. Como assentos, existe à popa um banco de três lugares e um banco à frente da consola. Para arrumação existe espaço de armazenamento por baixo do convés, na loca de popa e na consola. À proa encontra-se o porão para o ferro.

Espaço à proa do Zodiac Pro 5.5 2018 Abril 376

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Náutica

Novo Yamaha F100F

M

otor muito mais leve e mais compacto que o F100, foi a forma da Yamaha, criar o novo F100F de última geração, mais rápido e mais potente que proporciona uma potência limpa, suave e económica. O F100F tem 4 cilindros, com 1.832 cm3 de cilindra, 16 válvulas (SHOC) e Injeção eletrónica de combustível (EFI). O Yamaha F100F é o mais recente motor de gama média alta com mais potência, mais velocidade e uma aceleração de saída ainda mais acentuada. O motor, tem níveis de som e de vibrações extremamente reduzidos, graças ao novo design do sistema de escape. Por ter uma performance notável e ser tão silencioso, é indicado em especial para desportos aquáticos, pesca em alto mar e atividades de lazer. Tem compatibilidade total com o sistema digital de rede avançado exclusivo da Yamaha, com uma vasta gama de manómetros digitais. Dispõe do controlo VTS (velocidade de ajuste variável), em passos de 50 rpm, para ralenti ou velocidades baixas e é ideal para a pesca ao corrico. Tem o exclusivo sistema de proteção antirroubo Y-COP.

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Na proa está um cabeçote em fibra de vidro com roldana basculante e atrás em baixo uma torre de amarração. Tem também um varandim de proa. Os flutuadores também podem ser construídos em tecido Hypalon/Néoprène (1100 dctex). Equipamento Standard: Depósito integrado 100 L mais filtro decantador água/ gasolina, Corta corrente, Escadas de banho2 remos telescópicos, Bomba manual de enchimento e medidor de pressão,Bomba de esgoto elétrica com automático e Kit de reparação. Semi-rígido muito polivalente A característica do Zodiac Pro 5.5 de não assentar com


Náutica

os tubos na água quando está parado, facilita as saídas rápidas da água, pois diminui o atrito à popa. Foi o que verificámos com o arranque em 1,37 segundos e depois com a velocidade mínima do barco a planar com 9 nós. Em velocidade máxima atingimos 28,8 nós às 5600 rpm. Testámos a aceleração até às 5000 rpm, habitualmente utilizada para os esquiadores e verificámos que foi de 18,4 nós em 5,09 segundos, que mostra bem a aceleração do motor ajudado pela fácil deslocação na água do Zodiac Pro 5.5. Em velocidade de cruzeiro o conjunto manteve os 18/19 nós às 4000 rpm, uma boa velocidade com baixa

rotação. Realçamos o equipamento do Zodiac Pro 5.5 que permite boa polivalência na sua utilização, para a pesca lúdica e submarina, o mergulho e com boa resposta para os esquiadores. Quanto a navegar, o Zodiac é de excepcional conforto, porque tem o casco com o V muito profundo e com um ângulo de 24 graus de popa. Buster S com Yamaha F25GWHL O Buster S, com 4,43 m de comprimento, é uma embarcação construída em alumínio pelo estaleiro finlandês Buster que se apresenta como fabricante de grande experiência, já com 60 anos de construção de embarcações neste material. Desenvolvendo uma tecnologia própria, a AHT Aluminium Hull Technology by Buster, o estaleiro diz que “dos mais de 125.000 barcos que lançámos nas últimas 6 décadas, a maioria ainda

Banco à popa do Buster S

Bancos ao meio e à proa do Buster S

Novo Yamaha F25G

Buster S, um barco em alumínio

O novo e inovador Yamaha F25G, conhecido por ser Quase tão leve como uma pena, é cerca de 25% mais leve que o anterior F25 o que proporciona uma performance peso/potência sem paralelos. O F25G tem 2 cilindros, 4 válvulas, SOHC e 432 cc de cilindrada e pesa apenas 56 Kg. O motor é muito funcional com uma utilização dentro e fora de água bastante simples, graças ao peso reduzido e facilidade de transporte devido ao novo design prático da pega e dispor de duas almofadas de amortecimento bem posicionadas para o armazenamento. Tem um novo sistema de injeção eletrónica de combustível (EFI) sem bateria que assegura sempre um arranque fácil. Tem opções de arranque manual ou elétrico/manual. Tem compatibilidade total com o sistema digital de rede avançado exclusivo da Yamaha com uma vasta gama de manómetros digitais. Incorpora o sistema VTS (velocidade de ajuste variável) para ralenti e velocidades baixas, em passos de 50 rpm, para pesca ao corrico. Tem opcional o sistema de proteção antirroubo Y-COP.

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Náutica

cas, o Buster S que testámos equipado com o novo Yamaha F25G, mostrou um bom desempenho, fácilidade de manobra e muita segurança a navegar. Também é um barco que sai rápido da água e no arranque em 2,5 segundos já planava. Isto deve-se ao facto do casco ser semi-planante à popa e por isso com apenas 9 nós manteve-se no mínimo de velocidsade a planar. Acelerámos com o Buster S até ao máximo e atingimos os 20 nós, uma velocidade considerável na zona do teste já com alguma agitação na água. O desempenho confortável, sem bater, mostrou que tem o casco também desenhado para águas duras.

o novo Yamaha F25G estava montado no Buster S está em uso. A excepcional durabilidade e longevidade de um Buster são benéficos para o proprietário e para o ambiente”. O Buster S tem um design de casco moderno, com o V do casco a evoluir de acentuado à proa e aterminar em semi-planante à popa. Estas características, facilitam a saida da água no arranque e com o barco a navegar cortam a ondulação com conforto e sem bater. Para uma lotação de quatro pessoas, o Buster S comporta um banco à popa com assento estofado, um banco ao meio e outro à proa. Para arrumações de palamenta e do ferro, os bancos à proa e à popa têm portas com fecho. Barco com desempenho seguro e confortável A maior vantagem de uma embarcação em alumínio é praticamente não necessitar de assistência, ser resistente ao choque e dispor de excepcioal durabilidade. Com estas característi28

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Performances Tempest 700 MT

Dipol P-680

Zodiac Pro 5.5

Tempo planar

1,75 seg

1,22 seg.

1,37 seg.

Velo. cruzeiro

23 nós 3500 rpm

22 nós 3700 rpm

18/19 nós 4000 rpm

Aceleração

Buster S 2,5 seg.

18,4 nós 5,09 seg.

Velo. mínima

11 nós 2300 rpm

2500 rpm

12 nós

9 nós 2500 rpm

9 nós 2900 rpm

3000 rpm 3500 rpm

16,5 nós

13 nós

12 nós

22 nós

18 nós

15 nós

4000 rpm

24 nós

24 nós

17,6 nós

4500 rpm

28 nós

27 nós

21 n´s

5000 rpm

32 nós

31,5 nós

24,2 nós

5500 rpm

38 nós

36 nós

27,8 jnós

Velo. Máxima

39,6 nós 5600 rpm

38 nós 5700 rpm

28,8 nós 5600 rpm

Dipol P-680

Zodiac Pro 5.5

9 nós

20 nós

Características Técnicas Tempest 700 MT

Buster S

Comprimento

6,92 m

6,70 m

5,40 m

4,43 m

Boca

2,80 m

2,35 m

2,54 m

1,82 m

Diâmetro tubos

0,60 m

Material tubos

Neoprene-Hypalon

Lotação

16

13

12

4

Categoria CE

C

C/D

C

D

Potência máxima

225 HP

150 HP

115 HP

30 HP

Teste motor

Yamaha F175C DBW

Yamaha F150G DBW

Yamaha F100F

Yamaha F25G

Preço Pack

53.822 € + IVA

29.400 € + IVA

33.900 € + IVA

9.990 € + IVA

0,575 m StronganTMDuotexTM

YAMAHA MOTOR EUROPE N.V. Sucursal em Portugal - Rua Cidade de Córdova 1 - Alfragide, 2610-038 Amadora Tel.: 214 722 125 Mob: 926 486 572 - www.yamaha-motor.pt


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Notícias do Mar

Tagus Vivan

Crónica: Carlos Salgado

Mais Tejo, Mais Futuro Um compromisso nacional Os Rios estão para os Continentes como os vasos condutores estão para o sistema vascular do corpo humano. Quando as nossas artérias começam a ficar obstruídas e o sangue deixa de correr com a fluidez e sanidade devidas, isso traznos problemas graves de saúde que podem levar-nos à morte.

Da esq. » dier. Carlos Salgado, Prof. António Carmona Rodrigues, Eng. João Rocha, Eng. Jorge Froes e Prof. Rodrigo Oliveira 30

2018 Abril 376


Notícias do Mar

N

o contexto e âmbito da Sessão de Abertura do Congresso do Tejo III, quando chegou a nossa vez de dirigirmo-nos aos congressistas entendemos por bem tecer alguns considerandos, ou avisos à navegação, relacionados com a saúde e vida dos rios, designadamente o Tejo, sendo o primeiro considerando o supracitado. E passámos ao seguinte: “Um rio como o nosso Tejo que deixa de ser navegável não cumpre um dos

principais destinos para que nasceu.” E prosseguimos: “A água é, de entre os recursos naturais, o mais importante para a existência da vida e um rio é a forma mais natural da água circular à superfície da Terra sendo sabido que os rios estiveram sempre na origem das grandes civilizações, do seu desenvolvimento económico e cultural, bem assim como da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas.”

Anúncio do 2.º Painel

Mesa do 2.º Painel, da esq. » dir. Dr. António Sequeira Ribeiro, Dr. Rui Rodrigues, Prof.ª Lia Vasconcelos, Prof. Pedro Santos Coelho, moderador, Prof.ª Carla Antunes e Dr. António Gonçalves Henriques.

Dr. António Sequeira Ribeiro

Prf. Pedro Santos Coelho 2018 Abril 376

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Notícias do Mar

Dr. Rui Rodrigues

Da esq. » dir. Cmt. Cervães Rodrigues, Dr. António Antunes Dias e Eng. Vitor Silva

Prof.ª Carla Antunes 32

2018 Abril 376

Dr. António Gonçalves Henriques E terminámos com as seguintes advertências: “O Homem de hoje, de amanhã e de sempre não pode nem deve ignorar estas realidades sem correr o sério risco de comprometer a sua própria existência! Não pode ignorar também que “O nosso Tejo é o maior rio de Portugal que está integrado num ecossistema de importância capital, pelo que merece ser preservado a todo o custo!” E aproveitamos para acrescentar agora mais o seguinte: “perante o cenário da escassez de água do Tejo, e de seca que a Espanha tenciona declarar, é de esperar que está cada vez mais em causa a nossa soberania

Cmt. Cervães Rodrigues no debate


Notícias do Mar

Auditório nacional relativamente ao rio Tejo. Posto isto, vamos dar continuação ao que relatámos no número

anterior deste jornal sobre o Congresso do Tejo III. Passamos ao relato do próximo fascículo, referindo que num Congresso que cumpriu plenamente os seus

Prof,ª Lia Vasconcelos

desígnios e contou com uma massa crítica esclarecida e especializada muito significativa que encheu o auditório da Gare Marítima da Rocha Conde de Óbidos nos dias 16 e 17 de Fevereiro passado, onde tomaram a palavra os melhores

especialistas que comunicaram sobre vinte e três temas, para além dos seis moderadores dos painéis, tanto da Mesa Redonda, da Conferência de Encerramento, dos dois ministros e dos quatro elementos da mesa que usaram também

Eng. António Manuel Figueiredo 2018 Abril 376

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Notícias do Mar

rigor e verdade carecem de algum tempo para serem concluídas e divulgadas, como compreenderão.

Mesa do 3.º Painel, da dir. » esq., Prof. Manuel Reis Ferreira, Prof. Rodrigo Oliveira, Prof. Fernando Santana, Prof.João Ferrão, Prof. Rodrigo Oliveira e Eng. António Manuel Figueiredo numa comunicação

Anúncio do 3.º Painel

Prof. João Ferrão, moderando o painel 34

2018 Abril 376

da palavra nas Sessões de Abertura e do Encerramento do Congresso, como aqueles participantes que levantaram questões nos seis debates para além dos dois relatores, pode contarse à volta de quatro dezenas entre políticos, eruditos, especialistas e ecologista, que abordaram as mais variadas matérias constantes do programa de trabalhos, pelo que é evidente que tanto a Carta de Lisboa como as Conclusões deste evento, para serem relatadas com

Projecto Tejo Ainda sobre a situação preocupante relativamente à futura sobrevivência do Tejo português perante o cenário que a vizinha Espanha nos faz crer devido à diminuição significativa da precipitação nas cabeceiras dos rios, nomeadamente o Tejo, que a levam a ter a intenção de pressionar o governo a declarar oficialmente o estado de seca da Região Hidrográfica do Tejo espanhol, será do maior interesse para os cidadãos portugueses e para o Poder Central interessarem-se a sério por conhecerem e avaliarem bem o que propõe o novo PROJECTO TEJO – Apro­ veitamento Hidráulico de Fins Múltiplos do Tejo e Oeste. Temos para nós que este projecto conseguirá ser muito provavelmente a melhor solução para garantir a revitalização do Tejo português e a sua auto-sustentabilidade que garanta um caudal ecológico regular, reservas de água para regadio e outras utilizações, bem assim como as profundidades necessárias e suficientes à navegação, o que garante

Prof. Rodrigo Oliveira


Notícias do Mar

Prof. Fernando Santana também que não tenhamos de continuar completamente dependentes para futuro da pouca água que a vizinha Espanha deixe passar para o lado de cá, contrariada, que ultimamente não tem chegado para garantir um

caudal ecológico suficiente para alimentar as nossas legítimas necessidades. Como é sabido uma independência tem sempre os seus custos, mas é preciso ter em consideração que está em causa a futura sus-

Prof. Manuel Reis Ferreira tentabilidade quer ambiental quer económica de uma região altamente produtiva que ocupa uma terça parte de Portugal continental que possui características intrínsecas, atributos e patrimónios naturais e culturais que

potenciados com competência podem ser uma forte alavanca para o crescimento económico de Portugal. CONTINUA NO NOTÍCIAS DO MAR DE MAIO próximo

Encontro do Eng.º Jorge Froes, pai do Projecto Tejo, esclarecendo o Carlos Salgado da Tagus Vivan, sobre o conceito e implementação do referido projecto 2018 Abril 376

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Notícias do Mar

Voo do Guarda-Rios

O Tejo Português Revitalizado e Autossuficiente Perante a notícia que o Guarda Rios (GR) recebeu trazida pelo vento vindo de Espanha,

o tal nem, nem, sobre o interesse manifestado pela Junta de Governo da Confederati-

ón Hidrográfica del Tajo/Tejo (CHT) de que seja proposta ao Governo de Madrid a de-

Projecto que abrange as regiões do Ribatejo, do Oeste e da Península de Setúbal 36

2018 Abril 376

claração de seca na parte espanhola da sua demarcação, medida essa que se deve à acentuada diminuição do nível de água acumulada em comparação com o ano anterior e a média dos últimos dez anos, recordando no seu comunicado que nessa Junta de Governo da CHT estão representados a administração geral do Estado, os consumidores, e as cinco comunidades autónomas com território na bacia do Tajo/Tejo: Aragon, Castilla-La-Mancha, Castilla y Leon, Extremadura e Madrid e ainda que esse Real decreto de Seca permite alterar temporariamente em situações excepcionais das condições de uso do domínio público hidráulico. Perante esta ameaça é melhor precavermo-nos porque é provável que esteja em causa uma maior redução da parca quantidade de água que a vizinha Espanha, sem regularidade, tem vindo a deixar passar para o lado de cá da nossa fronteira. Não se iludam os cidadãos


Notícias do Mar

portugueses pelo facto de termos tido ultimamente uma precipitação apreciável no nosso país, nomeadamente no vale do Tejo, que está a repor os níveis indispensáveis nalgumas barragens, não devendo esquecer-se de que essa precipitação pode não conseguir compensar um largo período de seca extrema e severa como sofremos no ano passado, que pode voltar a acontecer devido ao cientificamente provado aquecimento global do Planeta, que segundo tudo indica vai perdurar. Portanto, toda a água doce que pudermos armazenar constitui uma riqueza e segurança recomendável. Voltando ao problema muito sério da futura sobrevivência do nosso Tejo perante os cenários que o horizonte nos mostra, o GR recomenda que é melhor prevenir do que remediar, até porque não nos iludamos com os tais ditos direitos de partilha equitativa dos rios transnacionais, do Direito Internacional, do Tribunal Europeu, blá, blá e mais blá, blá, porque se a vizinha invocar que tem seca no seu vale do Tajo/Tejo não podemos esperar outra coisa do que uma redução drástica da passagem da água do Tejo para o nosso lado, não obstante saberse que ela tenciona manter os transvases do Tejo que já tem e ainda pretende fazer mais, para levar a água para o Sul do seu território, água essa que segundo notícias vindas também de Espanha, o que está a ser muito contestado por outras autonomias e municípios de Espanha e cidadãos, destina-se não só ao regadio de hortícolas mas também, e talvez em grande parte, para abastecer empreendimentos turísticos, campos de golfe e inclusivamente para incrementar a agricultura intensiva no deserto para os lados de Múrcia. Para além desses transvases a nossa vizinha não vai deixar de continuar também a reter ao máximo a água nas suas megabarragens para a produção de energia hídrica. Então o GR pergunta?: E o Tejo português, vão os portugueses cruzar os braços e deixar que a morte anunciada do seu maior rio aconteça? E não

Jorge Froes entendem que pode estar em causa inclusivamente a independência nacional, a começar pelo Tejo? ´ Projecto Tejo Ora bem, como é sabido o GR

logo após o Congresso do Tejo III teve conhecimento de um novo projecto que pode contribuir para evitar que o Tejo nacional definhe mais. Trata-se do PROJECTO TEJO – Apro­veitamento Hidráu-

lico de Fins Múltiplos do Tejo e Oeste. – Um projecto de rega para cobrir uma área territorial de 300 mil hec­tares, que corresponde ao dobro do Alqueva, e pode abranger o Ribatejo, a Península de Setúbal e a Região

Permite compatibilizar a navegabilidade entre Lisboa e Abrantes para transporte fluvial, por meio de Açudes insufláveis 2018 Abril 376

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Notícias do Mar

Uma rede de aproveitamento hidráulico com funções múltiplas, agrícolas, ambientais e turísticas do Oeste, que prevê uma rede de aproveitamento hidráulico da água existente à superfície na bacia do Tejo, com funções múltiplas (turís­ticas, agrícolas e ambientais) e que permite compatibilizar o antigo sonho da navegabili­dade do rio Tejo

entre Lisboa e Abrantes para transporte fluvial ligeiro com açudes e eclusas (insufláveis), leito do rio, controlo de cheias e da salinidade da água da maré, rega agrícola, retoma da actividade da pesca e da aquacultura, levando ainda água à

região do Oeste, as­sociando a isto a produção de energia renovável e ga­rantindo reservas e capaci­dade de abastecimento de água também para os meios urbano e industrial. O GR conseguiu ter um encontro com o pai deste projecto

Estações elevatórias com distribuição por canal que leva a água às redes de rega 38

2018 Abril 376

de princípio, o Eng. Jorge Froes que lhe falou pormenorizadamente sobre o conceito, a implementação, os meios e os custos para materializar este grande projecto, a saber: Ora, as BARRAGENS EXISTENTES no Tejo e afluentes da margem Norte, geridas pela EDP (Castelo de Bode, Bouçã, Cabril, St. Luzia, Pracana, Belver e Fratel), apresentam uma capacidade de armazenamento conjunta de 2.130 Mm3, muito superior ao necessário, situação que poderá, e deverá, ser negociada, no sentido do arranque imediato do Projecto e da futura gestão integrada dos recursos. Por outro lado, o Projecto prevê a construção de NOVAS BARRAGENS nos rios Ocreza (Alvito) Ponsul e outros, e de AÇUDES no Tejo, com uma capacidade de armazenamento da ordem dos 700 Mm3, aos quais se poderão ainda somar 300 Mm3 das barragens de Montargil e Maranhão, num total de 1.000 Mm3. Todas aquelas novas Barragens e Açudes serão equipados com TURBINAS para produção de electricidade renovável, de modo a cobrir, caso possível, as necessidades energéticas das estações elevatórias previstas. A solução de Distribuição passará pela construção de Açudes no Tejo, baixos (até 6 m, excepto o de Almourol que poderá apresentar uma altura de 10 a 12 m), rebatíveis, espaçados de sensivelmente, de 20 km, desde Vila Franca de Xira até Abrantes, equipados com eclusas, criando um plano de


Notícias do Mar

Açude insuflável água contínuo e navegável até Belver. Os açudes serão, ainda, equipados com centrais minihídricas e escadas de peixe. Nas margens do rio serão instaladas, a espaços regulares, estações elevatórias, que bombarão para as redes de rega dos blocos da Lezíria e para reservatórios nas Encostas, através de condutas de adução. Os reservatórios serão equipados com estações elevatórias e redes de rega locais, solução que se aplica à generalidade do Vale do Tejo. A Região do Oeste terá um subsistema próprio, constituído por uma estação elevatória no Tejo e uma conduta adutora que porá a água na “passagem para Oeste”, na cumeada entre as serras de Montejunto e Candeeiros, com posterior distribuição por canal ou conduta gravítica para reservatórios locais. Daí partirão redes de rega, algumas gravíticas outras associadas a estações elevatórias, para alimentação das parcelas. A Península de Setúbal, caso venha a ser abastecida, terá também um sistema próprio, consubstanciado num Canal que, partindo dum Açude a instalar na Ponta de Erva, na confluência do Sorraia com o Tejo, se desenvolverá ao longo da margem esquerda do rio das Enguias até um reservatório a construir na base da barragem da Venda Velha, em rio Frio. Aí será instalada uma estação elevatória primária que bombará os caudais para 4 ou 5 reservatórios de regularização, a instalar noutros tantos blocos de rega equipados com

Redes de rega para abastecimento das parcelas da Região do Oeste e da Península de Setúbal estações elevatórias e redes de rega locais. O Investimento Global rondará os 4.500 M€ (15.000 €/ ha), dos quais 1.990 M€ inerentes ao sistema primário (barragens, açudes, estações

elevatórias e adutoras) 2.090 M€ aos sistemas secundários (estações elevatórias e redes de rega) e 420 M€ para sistemas complementares (drenagem, viário, eléctrico e outros).

A obra pode, entretanto, arrancar a curto prazo, com a construção do Açude de Valada e de 2 blocos de Rega a Norte e a Sul, numa área total de 12.000 ha, num Investimento Inicial da ordem dos 120 M€.

(fala por si) 2018 Abril 376

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Notícias do Mar

Texto e Fotografia Marina e Tó Zé (TerradÁgua)

O Tejo a Pé

Na ribeira de Alcolobre

Tempo para largas e boas vistas. No último domingo de março, mais uma vez pela mão da TERRADÁGUA, empresa de animação turística, o grupo de caminheiros “Tejo a Pé” percorreu pitorescos locais da bacia hidrográfica do grande rio ibérico. O objetivo principal era percorrer um troço da ribeira de Alcolobre, afluente da margem esquerda do Tejo, um território de grande valor natural, histórico e cultural.

A

As centenárias oliveiras e verem-nos passar. 40

2018 Abril 376

o final do mês de março a ribeira de Alcolobre apresentava um grande caudal, transbordava as margens e, felizmente, impedia que se fizesse o percurso inicialmente idealizado pelo interior da sua fabulosa galeria ripícola. No entanto, a opção de percurso tomada, sem perder de vista a ribeira, acabou por se revelar igualmente interessante. A meteorologia também correspondeu com uma “boa aberta”, um bom dia de primavera a alegrar a ousadia dos despreocupados do “chove/não chove” de vésperas. Se o bucolismo é por demais agradável, a descoberta da ação humana é também surpreendente nestas


Notícias do Mar

terras: desde os paleolíticos vestígios que aqui se encontraram, às ruínas e achados romanos, ao marco miliário onde houve cruz que pode ter dado nome à aldeia, e também a sinalética do gasoduto que ao nosso lado vai trazendo o gás da Argélia. Junto às oliveiras da berma do caminho rebentam os espargos. Mesmo sem “andar a eles” ainda se apanhou um bom molho que alguém em Lisboa degustou com ovos em preparo aprendido a andar. Caminhar é convívio, conversas que se alongam, coisas que se aprendem aqui e ali… À beira da ribeira, tempo para uma pausa, um chá quente ou um branco fresquinho, da principal adega local, a do Casal da Coelheira, um pouco de pão com doce caseiro, fruta das hortas e ala, que para o almoço ainda há que ganhar mais uns quilómetros. A caminhada vai terminando, de volta ao Crucifixo, faz-se hora do almoço que a Sra. Dona Jacinta já tem preparado: peixe frito do rio e respetiva açorda de ovas, pataniscas de bacalhau, pernil assado… À sobremesa surpresa: o grupo de cavaquinhos da Universidade da

Um golo de chá, ou um copo de vinho da terra, no meio duma caminhada, são a justa prova que Deus existe. Terceira Idade de Tramagal, dinamizado por Isidro Pratas, ofereceu-nos música portuguesa. Depois de almoço ainda há tempo para realizar visita guiada por Lígia Marques ao Museu Metalúrgica Duarte Ferreira onde ficámos a conhecer melhor a história da “marca da borboleta”, uma boa parte da história da indústria em Portugal. Até já Tejo.

Lá em baixo está ribeira, uma beleza que não se escreve.

O agradável momento musical ao almoço.

Visita ao Museu Metalúrgica Duarte Ferreira, parte da alma desta terra, numa singela homenagem ao saudoso “Sr. Rui” que muitos de nós teve o privilégio de ter como amigo. 2018 Abril 376

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Náutica

Notícias GROW

Honda Marine, Patrocinador Exclusivo

da Seleção Nacional de Pesca Submarina

Este ano, em Setembro, realizar-se-á em Portugal, em Sagres, o XXXI Campeonato do Mundo de Pesca Submarina e a Honda Marine será a marca patrocinadora oficial e exclusiva da Selecção Nacional.

A

ligação da Honda Marine a este desporto náutico já não é uma estreia, sendo que a marca tem uma equipa própria, que é a actual

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2018 Abril 376

detentora do título de Campeã Nacional nesta modalidade. A Honda Marine, continua assim a investir no apoio ao desporto náutico em Por-

tugal, e no ano em que o Campeonato do Mundo de Pesca Submarina, se realiza em águas lusas, o apoio Honda Marine à Selecção Portuguesa é a prova de

que a ligação ao desporto, é um dos grandes pilares da Marca, inserindo-se numa estratégia de apoio e incentivo à náutica. Importa ainda referir, que, este é um campeonato com elevado prestígio, juntando uma grande comunidade ligada à pesca submarina, é um campeonato que será disputado em dois dias, e onde se prevê a participação de 125 a 150 atletas, de 25 a 35 países, e cerca de 80 embarcações.


2018 Abril 376

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Náutica

Notícias Yamaha

Texto e Fotografia Antero dos Santos

Extreme Sailing

Simplesmente não acontece… sem um apoio muito forte! Então, qual a escolha óbvia da equipa SAP? Yamaha

L

iderada pelos coskipper Jes GramHansen e Rasmus Kostner, a equipa SAP Extreme Sailing são orientados para dar algumas das mais entusiasmantes e imperdíveis competições de vela apara serem vistas à volta do mundo nos próximos anos, pois estes velejadores deparam-se

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2018 Abril 376

com novos desafios – e exploram novos níveis de performance na vela de competição. Competindo pelo Campeonato do circuito do Extreme Sailing Series, a equipa SAP irá – literalmente – voar alto pois vão fazer parte dos emocionantes eventos de vela profissional em catamarãs (GC32 insho-


Náutica

re stadium racing events for foiling multihulls). Assim a Yamaha Motor Europe N.V. tem orgulho em anunciar que é o parceiro oficial da SAP e fornecedor oficial de motores fora de borda para as embarcações de apoio vitalmente importantes nos quais a equipa vai confiar e depender nos próximos 11 meses de competição. Escolhidos pela sua reputação mundial de performance e suprema fiabi-

lidade, os novos Yamaha F225 da equipa tem um benefício não assim tão óbvio – a sua suavidade e sofisticado silêncio – que vão ajudar a assegurar uma comunicação clara e segura entre a equipa e os seus treinadores. Todos nós na Yamaha desejamos toda a melhor sorte à equipa SAP Extreme Sailing para a próxima temporada. O arranque foi em Muscat, Omã, no passado dia 14 de Março.

Calendário Temporada 2018 Extreme Sailing Series Data

Local

País

14 / 17 Março

Muscat

Omã

24 / 27 Maio

Riva del Garda

Itália

14 / 17 Junho

Barcelona

Espanha

5 / 8 Julho

Portugal

9 / 12 Agosto

São Petersburgo

Rússia

24 / 27 Agosto

Cardiff

UK

18 / 21 Outubro

São Diego

Califórnia, EUA

29 Nov / 2 Dez.

Los Cabos

México

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Notícias do Mar

Notícias da DGRM

DGRM Reforça Inspeção da Pesca com oito novos inspetores

A DGRM, Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos contratou oito novos elementos que vão reforçar o corpo de inspeção de pescas, resultado do esforço que esta Direção Geral está a realizar para a melhoria dos seus serviços, onde a componente de Recursos Humanos é fundamental.

Os Novos Inspetores da DGRM

O

s novos inspetores entram agora num período de formação e de adaptação às áreas de controlo e inspeção da pesca e das atividades conexas, num período com a duração de doze meses e com avaliação final. O presente recrutamento reforça o empenhamento de Portugal no cumprimento das obrigações de controlo e inspeção das regras da Política Comum das Pescas, designadamente no exercício das competências da DGRM enquanto Autoridade Nacional de Pesca. No exercício das suas competências, a DGRM tem no seu mapa de pessoal inspetores da carreira especial de inspeção de pescas, com competência para o exercício da ativida46

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de de controlo e inspeção em todo o território e águas da União sob soberania ou jurisdição de Portugal. A atividade de controlo e inspeção abrange ainda o espaço aduaneiro e zonas francas da União Europeia. No âmbito de acordos celebrados entre os Estados Membros e a União são igualmente abrangidos os domínios de competência partilhada (acordos mistos), de países terceiros e de Organizações Regionais de Gestão das Pescas, das quais a União Europeia é parte contratante ou parte cooperante não-contratante, onde se desenvolvam atividades de pesca de agentes económicos europeus, ou com quem a União Europeia possua Acordos ou Protocolos de Parceria no domínio da Pesca Sus-

tentável, bem como nas restantes águas não regulamentadas do alto-mar. Sobre a DGRM A DGRM, Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos tem como missão o desenvolvimento da segurança e dos serviços marítimos, incluindo o setor marítimo-portuário, a execução das políticas de pesca, da aquicultura, da indústria transformadora e atividades conexas, a preservação e conhecimento dos recursos marinhos, bem como garantir a regulamentação e o controlo das atividades desenvolvidas nestes âmbitos.

Boia de uma rede de emalhar de fundo ilegal em Sagres


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Pesca Desportiva

Texto Totos Ogasawara Fotografia: Redação/Mundo da Pesca

Pesca Embarcada

Será que um jig para slow pitch funciona bem com assists simples?

Esta é uma das questões que muitos dos iniciantes na técnica poderão colocar: a obrigatoriedade ou não de colocar os dois assists duplos, um na cauda e outro à cabeça do jig. É precisamente isso que Totos Ogasawara nos tentará responder, partindo do princípio orientador que levou os especialistas na matéria a optarem pela solução mais recorrente.

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o slow pitch jigging recomendase vivamente o uso de dois assists duplos, 48

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um à cabeça e outro na cauda do jig, perfazendo um total de quatro anzóis. Claro que, não há uma re-

gra ou forma de fazer slow pitch jigging; cada escolha que façamos terá sempre as suas vantagens e óbvias

desvantagens. Compreender a física e tomar opções conscientes é a alma do slow pitch jigging. E se o pei-


Pesca Desportiva

xe gostar disso, essa será a melhor resposta que podemos ter sobre as opções tomadas. A visão dos especialistas Já vi especialistas em slow pitch optarem por assists simples em algumas ocasi-

ões. Nunca tive oportunidade de questionar o porquê mas parece-me que o fazem quando optam por “artilhar” aquilo a que chamam de sliding jigs, jigs que na queda deslizam para os lados, de uma forma mais acentuada que a generalidade dos jigs usados nesta técnica.

Também é verdade que todos esses especialistas dizem que o número e tipo de assists alteram o movimento dos jigs. A melhor forma de o descobrir é ir para uma piscina e fazer a experiência, observando como se comportam de ambas as maneiras com que queiramos pescar.

Como costumam dizer estes especialistas dizer “não há atalhos”. Para ser franco ainda não testei assists simples por isso o que posso dizer é que experimentem e tirem as vossas próprias conclusões. No entanto, há algumas ideias básicas que convém 2018 Abril 376

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Pesca Desportiva

abordar e que se prendem com o motivo que levou a que as pessoas que desenvolveram esta técnica usassem dois assists duplos.

Anzóis do demónio! Todas as vertentes de jigging usam apenas um único anzol montado na cabeça e

praticamente nenhuma outra abordagem de jigging aplica o que se faz no slow pitch, ou seja, de colocar dois assists duplos. Só por aqui dá

para perceber como é que esta vertente evoluiu de forma particular e por algum motivo isso aconteceu. O slow pitch usa anzóis

A montagem típica do slow pitch baseia-se em dois assists duplos que têm como função assegurar uma ferragem eficaz e suportarem um “fardo” maior. 50

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Pesca Desportiva

leves e por isso os modelos mais populares para a técnica são um compromisso de leveza e resistência. As marcas apostam em materiais e

formatos que permitam uma melhor ferragem, com afiagens e penetrações acima de qualquer suspeita. O facto de os anzóis se-

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Pesca Desportiva

ataques na descida, a cabeça pode estar para qualquer lado e por isso temos de salvaguardar que em ambas as zonas fiquem colocados anzóis; o peixe pode achar que a cabeça está em qualquer um dos lados. Tal como referi, quando se espeta um dos anzóis da zona da cabeça do jig na boca do peixe logo se espetarão os outros da cauda, habitualmente na zona da cabeça - por fora -, ou a meio do corpo, depen-

Os mestres do slow pitch recorrem habitualmente a assists simples na pesca com sliding jigs, a pescar habitualmente a maiores profundidades. rem mais leves faz com que sejam mais facilmente engolidos; logicamente que há peixes que abocanham, outros que aspiram o isco com uma quantidade apreciável de água, havendo os que timidamente dão apenas umas bicadas no jig. E é perante esta multiplicidade de cenários que o slow pitch consegue visar, até mesmo um peixe-balão, possuidor de uma boca minúscula! No Japão é habitual a pesca do peixe-espada com jigs e também neste capítulo o slow pitch é eficaz ao nível do estilo de anzóis que usa na sua forma clássica; o peixe-espada na maior parte das vezes nem tenta engolir, prefere umas “passagens” com os seus dentes afia52

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dos para danificar o isco, e é neste tipo de “passagens” e “chegas para lá” repletos de curiosidade que os anzóis leves marcam pontos; um anzol pesado não iria ser capaz de o fazer e ferrar nestas investidas. No entanto, estes anzóis leves podem ser fracos para aguentar peixes realmente grandes, independentemente do facto de os fabricantes usarem ligas muitíssimo boas. Por isso mesmo a aposta recai em assists duplos, para potenciar a ferragem mas também para assegurar a mesma. Basicamente, são dois anzóis a “carregar o fardo” e se montados dois assists duplos perfazem um total de quatro.

Como já vimos noutro artigo, se os anzóis estiverem corretamente montados, isto é, virados um para o outro com os bicos para dentro, certamente que a ferragem será mais segura, espetando garantidamente os dois anzóis; basta espetar o primeiro que após a primeira cabeçada o segundo irá certamente espetar-se. Pode o leitor pensar “anzóis do demónio”! O princípio... No slow pitch colocam-se assists duplos quer na cabeça quer na cauda do jig. O peixe tem tendência a atacar a cabeça, no sentido do qual se faz o movimento. Ora, sendo o slow pitch uma técnica com a maior parte dos


Pesca Desportiva

dendo obviamente do tamanho do peixe, “abraçando-o” com os quatro anzóis, cada um deles a dividir o esforço, sendo habitual que anzóis abram ou partam quando se combatem peixes grandes, sendo sempre possível colocá-lo a seco enquanto houver um anzol “em funções”. Foi assim que evoluiu o sistema de anzois, havendo um esforço para que sejam o mais leves possível, num conjunto que permita aguen-

Claro que, não há uma regra ou forma de fazer slow pitch jigging;

cada escolha que façamos terá sempre as suas vantagens e óbvias desvantagens tar um peixe grande. Riscos calculados... ou não Claro que este sistema também envolve riscos como é

o caso de enleios em torno do leader por parte dos anzóis colocados na zona da cabeça; para o evitar usase normalmente corda para assists em PE com o interior em fluorocarbono, não sen-

do necessária esta solução para os anzóis da cauda. Quanto à questão de usar apenas um anzol de cada lado ou apenas um assist duplo num dos lados, quando questionei alguns especia-

Um capatão já com algum tamanho que foi carinhosamente “abraçado” por uma dupla de assists duplos. 2018 Abril 376

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zona da cabeça… é evidente que poderá falhar alguns ataques de peixe mas também perderá muito menos jigs. Também num local com muitas prisões a escolha poderá recair sobre dois assists simples, sendo o risco de prisão ligeiramente inferior.

Os anzóis assistidos simples podem ser uma solução eficaz, mas para o sabermos só observando o comportamento do jig na água e acima de tudo se os peixes gostam. listas a resposta que obtive foi “usa a cabeça”, “depende de muita coisa”. Não podemos encarar isso mal, como se estivessem a ser duros ou a não quererem revelar alguma coisa, apenas que isso depende de cada situação. E

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quando dizem que foram bem-sucedidos com anzóis simples não quer dizer que tenham sido mal sucedidos com assists duplos. É uma questão de experimentar que o peixe encarregar-se-á de nos dar a resposta. É tudo uma questão de

experiência e erro…e até da própria necessidade, dos locais onde pescamos e dos peixes que procuramos. Imagine que pesca numa zona de fundo complicado, com muita pedra, muitas prisões e a opção recai sobre um assist duplo apenas à

Nenhuma conclusão A conclusão a que se chega é que somente a experiência nos pode dizer se a opção de trocar os assists duplos por simples é ou não eficaz. Essa alteração afeta o comportamento do jig, mas até que ponto? É aí que as horas de pesca virão ao de cima e nos darão uma resposta. Uma coisa é certa: um jig a trabalhar bem provocará mais ataques. Mas também é necessário assegurar que se consegue ferrar o peixe e mantê-lo ferrado até à superfície.


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Surf

Espinho Surf Destination 2018

Vitória da Organização Com Cerca de 200 Atletas

Melania Suarez Diaz

Após 15 dias de provas, entre 10 e 25 de Março, Espinho premeia os campeões, os franceses Justine Dupont e Edouard Delpero no Longboard Pro Espinho, a espanhola Melania Suarez Diaz e o francês Mathis Crozon, no Junior Pro Espinho, a primeira etapa na Europa do circuito mundial de surf Pro Junior deste ano.

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Espinho Surf Destination comemorou a sua quinta edição e resolveu por isso fazer um upgrade, para tornar a experiência de quem

visita Espinho ainda mais atraente, e receber assim os 128 atletas e acompanhantes que estiveram presentes. Este ano apresentou mui-

tas novidades, começou mais cedo cerca de três meses, com uma nova “Sponsors Village” e a “ESD Kids” e à inclusão de uma etapa europeia do circuito mundial

Mathis Crozon 58

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de longboard. Vicente Pinto, vice-presidente da Câmara Municipal de Espinho explicou “Iniciámos algumas estratégias de combate à sazonalidade em que o surf é uma delas e também uma das principais. Começámos por preencher o mês de Junho, porque os meses de Julho, Agosto e a primeira quinzena de Setembro são sempre as alturas mais fortes de estadias. E agora começámos a puxar mais para Maio/Março, porque Junho está muito preenchido do ponto de vista hoteleiro. Já não temos a necessidade, em termos hoteleiros, de fazer esse combate à sazonalidade em Junho. Este ano decidimos fazer uma aposta no mês de Março. É um desafio. Vamos ver como corre. E


Surf

para isso temos também uma estratégia de segurança e limpeza da praia que lançámos mais cedo e portanto criámos todas as infraestruturas que são necessárias ter na cidade para receber as pessoas mais cedo,” Justine Dupont e Edouard Delpero vencem Longboard Pro Espinho Os franceses Justine Dupont e Edouard Delpero venceram na final o Longboard Pro Espinho, a primeira etapa do circuito mundial de longboard na Europa em 2018 e a prova que inaugurou a quinta edição do Espinho Surf Destination. Em boas ondas de 1,5m a 2m, sol e com muito público a assistir, Justine, que já se tinha destacado nas baterias anteriores, voltou a não dar hipóteses às suas adversárias e venceu mesmo o evento, mostrando muita atitude e porque é considerada uma das surfistas mais completas do mundo. A surfar com uma prancha portuguesa, do conhecido shaper e multi-campeão nacional Lufi, a vicecampeã mundial de 2007 bateu na final a brasileira Chloe Calmon, vice-campeã mundial em 2017 e vencedora das duas primeiras edições desta prova, que desta vez teve de se contentar com o segundo lugar. Justine Dupont após a final. “Queria fazer isso com calma, bateria a bateria e tentar chegar o mais longe possível. Estou muito satisfeita com a vitória, ainda por cima sobre a Chloe Calmon, que é a vicecampeã mundial em título. Temos aqui um óptimo grupo e adoro vir a Portugal, é um país que me encanta

sempre. Obrigado!” concluiu a simpática francesa. Nas meias-finais, em terceiro lugar ex-aequo, ficaram a norte-americana Lindsay Steinriede e a inglesa Emily Currie, que também abriram bem a temporada europeia. Na prova masculina, a final foi composta pelos dois atletas que mais espectáculo e consistência mostraram ao longo de toda a prova – o francês Edouard Delpero e o inglês Ben Skinner. Edouard, vicecampeão mundial em título e também ele um surfista muito completo, acabou por encontrar a melhor onda da final (8,17 pontos em 10 possíveis), o que acabou por fazer a diferença numa bateria em que a maré cheia e o cansaço dos atletas (que hoje fizeram quatro eliminatórias cada) não deixou muito espaço para grandes escolhas. Assim, Edouard venceu pela primeira vez em Espinho, “vingando” a eliminação do seu irmão Antoine frente ao inglês, logo pela manhã, e obrigando Ben Skinner a dar-se por satisfeito com o segundo lugar este ano, depois de ter sido o vencedor em 2015. Skinner surfou igualmente muito bem até

Justine Dupont à final, onde acusou mais o cansaço do que Edouard. “Eu só queria surfar bem, porque o Ben também estava em óptima forma. Na realidade o plano era apanhar uma onda boa e, se possível, outra a seguir... tentando não partir mais pranchas... parti-as quase todas! Levámos umas boas ‘tareias’ do mar hoje, eu e o Ben... é claro que estou muito satisfeito por vencer aqui, finalmente, mas na realidade somos todos amigos e viajamos juntos a maior parte do tempo”, afirmou o francês. Melania Suarez Diaz e Mathis Crozon vencem Surf Junior Pro Espinho A final terminou na Praia

da Baía, com ondas fortes, de 1,5m a 2m. Para os dois jovens, esta foi a primeira vitória das suas carreiras nesta categoria, iniciando a disputa pelo título europeu (e acesso ao mundial) com o pé direito. Melania, de apenas 14 anos, bateu na final a sua compatriota Nadia Erostarbe, até então a principal candidata à vitória pelo surf que tinha vindo a apresentar até ali. Mas a jovem das ilhas Canárias soube manter a calma durante a bateria decisiva, escolheu melhor as ondas e acabou por conquistar uma vitória confortável sobre a atleta do País Basco. “Dei-me bem, apesar das condições difíceis. Estava muito vento durante a nossa final e isso causou uma corrente forte, além de não ouvir-

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Surf

mos praticamente nada lá fora. Só soube que tinha ganhado quando cheguei à praia! Mas é claro que estou muito feliz! Obrigado à Nadia pela disputa. Foi muito bom termos ido as duas à final,” comentou Melania. Nas meias-finais, em terceiro lugar ex-aequo, ficaram a francesa Juliette Lacome e a israelita Anat Lelior, que também tinham

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mostrado bom surf na fase anterior. Assim, em quinto lugar, nos quartos-de-final, terminaram as canárias Lucia Machado e Laura de Los Reyes, a bretã Maelys Jouault e a portuguesa Mafalda Lopes, batida por uma fortíssima Nadia Erostarbe. Já na prova masculina, o melhor ficou mesmo guardado para o fim. A final foi a bateria mais competitiva de todo o evento, com direito

a grandes ondas por parte dos dois finalistas, à melhor pontuação total e à melhor onda do Junior Pro Espinho 2018 foi para Mathis Crozon, francês da ilha Reunião, que em 2016 tinha chegado às meias-finais deste evento, bateu-se contra o campeão europeu em título, Kauli Vaast, francês do Tahiti, depois de ambos terem mostrado muita maturidade competitiva e altíssimo nível de surf ao longo do dia. Mas nada previa o espectáculo a que se assistiu no heat derradeiro. Mathis e Kauli começaram por conseguir ondas na casa dos 8 pontos cada um, com Vaast, que venceu recentemente uma etapa do circuito mundial Pro Junior no Tahiti, a somar-lhe outra na casa dos 7 pontos e assumir a liderança. Foi preciso Crozon mostrar todo o seu repertório numa das maiores ondas do dia, que lhe valeu 9,17 pon-

tos em 10 possíveis, para somar 18,10 pontos de total e vencer o evento de forma espectacular. Uma vitória merecida para Mathis e um segundo lugar de cabeça bem levantada para Kauli. “Estava muito nervoso antes da final... afinal era a minha primeira final num evento Pro Junior,” afirmou Crozon quando saiu da água. “Tinha de estar muito focado e apanhar só as melhores ondas. Quando fiz a de nove pontos, não conseguia ouvir a pontuação por causa do vento... mas quando saí da água e vi os meus amigos e patrocinador a correrem para mim... aí percebi que tinha mesmo vencido! Estou muito feliz! Obrigado Espinho,” concluiu o vencedor. Nas meias-finais, em terceiro lugar, ficaram outros dois grandes destaques do evento, o francês Justin Becret e o alemão Lenni Jen-

Melania Suarez Diaz

Mathis Crozon

Justine Dupont

Edouard Delpero


Surf

sen. Jensen foi vítima de uma bateria com poucas ondas boas e Becret, que tinha eliminado o seu compatriota Marco Mignot (vencedor desta prova e vice-campeão europeu em 2017) na fase anterior, só caiu depois de ter partido a sua prancha ao meio na finalização de uma das manobras mais impressionantes do dia. Dois atletas a ter em atenção para a disputa do título europeu de 2018. Assim, em quinto lugar, nos quartos-de-final, a par de Marco Mignot, ficaram ainda o italiano Edoardo Papa, já apelidado “o novo Leonardo Fioravanti”, o francês Tiago Carrique e o muito jovem basco Adur Amatriain, que impressionou bastante pela sua atitude e estilo polido. O melhor português foi então Salvador Couto, que terminou a prova num honroso nono lugar. O Espinho Surf Destination 2018 foi uma aposta no mês de Março, que a organização considera ganha. “Tivemos todo o tipo de condições atmosféricas, ondas grandes, pequenas, longboard, surf, masculino, feminino... e conseguimos levar todas as provas a bom porto, com excelentes recordações para os atletas, que adoraram mais uma vez este evento, considerado o melhor Pro Junior do mundo em 2017. O nome de Espinho voltou a circular pelo mundo todo, cumprindo a estratégia pensada para o conceito do Espinho Surf Destination há cinco anos,” afirmou Gonçalo Pina. O Espinho Surf Destination 2018 é um evento da World Surf League, uma organização da GPDESIGN Brand Communication e da Câmara Municipal de Espinho, com os apoios da Castros Iluminações, Caetano

Ben Skinner, 2º Longboard Pro Espinho Star Mercedes, McDonalds, Hotéis Grupo M Espinho, Hotel Monte Lírio, Praia Golfe Hotel, Padaria Pepim, Progresso Plantas, Safina, Restaurante Terra Viva, Surfing Porto, Somersby, Pedras, Vitalis, Buondi, ComercialTec, Hugo dos Telemóveis, CP – Comboios de Portugal, Eskada, Greencoast Surfschool, Magna Kids, Rios e Trilhos, Jet Resgate, Drª Maria Antónia Grenha, 58, Alka Surfboards, Extreme Surfboards, Motos Vortex/Gold, Açaí Anauê, AC Trevo, Mimó Porto, Flor Criativa, Presuntos Serrano, tendo como media

partners a RTP, FuelTV, Porto Canal, Jornal Defesa de Espinho, Surftotal, BeachCam, SurfPortugal e Magic-

seaweed. A prova teve homologação da Federação Portuguesa de Surf.

Edouard Delpero e Justine Dupont

Kauli Vaast, 2º Surf Pro Espinho 2018 Abril 376

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Notícias do Mar

Últimas Volvo Ocean Race 2017/2018

John Fisher Perdido no Oceano Antárctico A Etapa 7 da VOR terminou em Itaji, no Brasil, com a vitória do Team “Brunel”, mas com a tristeza de toda a frota, pela morte do velejador John Fisher da equipa “Sun Hung Kai / Scallywag”, perdido no mar a 1.400 milhas náuticas do Cabo Horn. O acidente no “Sun Hung Kai / Scallywag”, o team de Hong Kong que tem António Fontes como tripulante, aconteceu na segundafeira, 26 de Março, com o mar em más condições, vento de 35 a 45 nós, com ondas de 4 a 5 metros e chuva com reduzida visibilidade. Por volta do amanhecer o veleiro surfou numa grande onda e cambou, provocando o acidente. John Fisher estava no convés e

nesse momento estava-se movendo para a frente para arrumar uma vela e, portanto, soltou o mosquetão do seu cabo de segurança, para se mover para outra posição. Quando o barco cambou e a vela grande virava para o outro lado, o sistema mainsheet bateu no velejador e atirou-o borda fora. A tripulação a bordo acredita que John Fisher estava inconsciente do golpe que sofreu antes de cair a água. Ele tinha vestido uma roupa de sobrevivência com um capuz, luvas e um colete salva-vidas com AIS. Foram na altura atiradas à água, da parte de trás do barco, a bóia JON com AIS e a bóia de ferradura, para marcar a posição do velejador. Demorou algum tempo até que o barco estivesse sob controlo e a

“Vestas” partiu o mastro

motor voltasse para uma posição, perto de onde ocorreu o homem ao mar. O maior problema foi a antena de AIS do barco estar partida e as buscas desse modo não encontraram nada, nem John Fisher nem as bóias. A operação de busca e resgate foi realizada por várias horas, mas inutilmente. Com as condições climáticas deteriorando-se, foi tomada a decisão de abandonar a busca e preservar a segurança da tripulação restante. O ”Sun Hung Kai / Scallywag” abandonou a prova e rumou para o Chile. No dia 30 partiu-se o mastro ao “Vestas”, a navegar com vento de 25 a 30 nós e com ondas de 3 metros,

“Sun Hung KaiScallywag”

a100 milhas náuticas a sudeste das Ilhas Falkland. A tripulação foi forçada a cortar o mastro partido para evitar danos ao casco e seguiu a motor para as Falkland. Depois de passarem o Cabo Horn juntos o “Brunel” e o “Dongfeng” continuaram alternando a liderança até Itaji, onde o team holandês passou a linha de chegada no dia 3 de Abril com a vantagem de 15 minutos do team da China. O 3º foi o “AkzoNobel” que entrou no dia 5 de Abril, o 4º, dois depois foi, o “RaceTurn the Tide on Plastic”, da fundação Mirpuri e bandeira de Portugal/ONU. O último a chegar foi o team espanhol com o “Mapfre” que passou a linha no dia 8 de Abril.

“Brunel” terminou em 1º em Itaji

Director: Antero dos Santos – mar.antero@gmail.com Director Comercial: João Carlos Reis - noticiasdomar@media4u.pt Colaboração: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Motonáutica, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana, Associação Portuguesa de WindSurfing Administração, Redação: Tlm: 91 964 28 00 - noticias.mar@gmail.com

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