Pesca Desportiva
Pesca Profissional do Atum Rabilho
Bruxelas Promete Controlos Rígidos Apenas na véspera do arranque da principal época de captura do atum rabilho, que decorreu entre 16 de Maio e 14 de Junho nas águas do Mediterrâneo e do Atlântico, o executivo comunitário indicou que está “pronto” para esta campanha.
A
Comissão disse que “em estreita colaboração com os Estados-membros envolvidos”, entre os quais Portugal, “todas as medidas necessárias estão a ser tomadas para assegurar que as frotas de pesca da União Europeia respeitarão integralmente” as quotas estipuladas. As frotas de sete Estadosmembros -- Espanha, França, Itália, Grécia, Portugal, Malta e Chipre -- estão autorizadas este ano a pescar um total de 5.756 toneladas, valor idêntico ao de 2011. “Foi posto em prática um rígido programa de inspeções e controlos para monitorizar todos os aspetos da pesca de atum rabilho e aplicar as regras. Envolve um destacamento significativo de inspetores, navios e aviões de patrulhamento, e
Atum Rabilho
é coordenado pela Comissão, pela agência europeia de controlo de pescas e pelos Estados-membros envolvidos”, indica a Comissão. Bruxelas acrescenta que também monitorizará, hora a hora, as capturas e analisará os dados de monitorização, através de um sistema de controlo por satélite, “para assegurar que todas as regras, e em particular as quotas individuais dos navios, são totalmente respeitadas”. Os 27 países da UE estão obrigados a adotar medidas de controlo do desempenho dos pesqueiros que permitam recuperar as existências de peixes em suas águas até 2020, o que equivale, no que respeita ao atum vermelho, a uma cota anual da Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT) na escala de
Defesa da Pesca Ecológica de Salto e Vara nos Açores O
28
2012 Agosto 308
considerada ecológica e faz parte do seu património social e cultural. Cada vez mais a comunidade internacional preocupa-se com a utilização de artes demasiado intensivas e não selectivas como as redes de emalhar derivantes e as redes de cerco. A pesca do atum de salto e vara com isco vivo deve ser reconhecida como uma pesca altamente selectiva e “amiga” do ambiente, dado que não apresenta capturas acessórias. Cada pescador tem uma cana, uma linha e um anzol, permitindo apenas a captura de um peixe de cada vez. O pescador pode ainda selecionar o exemplar, evitando peixes pequenos ou sem valor comercial. A elevada qualidade natural do atum das águas dos Açores é reconhecida mundialmente, porque as artes de salto e vara permitirem capturar os peixes mantendo a máxima qualidade, o que não acontece com o atum muito amolecido, proveniente das capturas de cerco. A procura de peixe fresco e de qualidade, sobretudo pelos mercados orientais, poderá impulsionar como arte de futuro, a pesca ecológica de salto e vara dos Açores.
Fotografia: Eduardo Costa
s atuns são uma espécie que navega por todos os Oceanos, sendo capturados de formas diversas e através de diferentes tecnologias, consoante as origens das frotas. Na maioria dos Oceanos os atuns são pescados através de navios cercadores que, com as suas enormes redes, com cerca de 80 metros de altura e mais de 1000 metros de comprimento, os capturam conjuntamente com todas as outras espécies que estiverem no momento próximo deles. Este tipo de pesca é efectuado pelas grandes frotas industrias. No Oceano Atlântico, além das enormes redes de cerco, também se utilizam as artes de linha e anzol, quer por sistemas de palangre, ou por tecnologias mais antigas e artesanais como o salto e vara com isco vivo, utilizada nos Açores. A localização dos Açores e o carácter migratório dos tunídeos, que se relaciona com a abundância de alimento em consequência de temperaturas e correntes oceânicas, ocasionam grandes flutuações nas capturas anuais, motivadas pela sazonalidade na ocorrência das espécies e pela limitação da época de pesca. Nos Açores, a pesca do atum com artes de salto e vara com isco vivo é