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OPINIÃO
Wallace Manyara • Gerente de Desenvolvimento de Negócios, Região Sul e Leste da África, Wärtsilä Energy
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Foco Total em Renováveis e Gás é a Forma Mais Barata de Atender à Nova Demanda de Electricidade em Moçambique
Para satisfazer as crescentes necessidades energéticas e aumentar o acesso à electricidade para toda a população moçambicana, espera-se que o País consiga produzir 1,3 GW de nova capacidade energética na próxima década. Nesse contexto, seriam necessários 2 GW adicionais para apoiar o desenvolvimento planeado do Parque Industrial de Beluluane na província de Maputo.
O desafio que os formuladores de políticas enfrentam hoje é o de identificar e desenvolver um “mix” de energia ideal a um custo total menor para atender à crescente demanda. Nesse sentido, um estudo recente da Wärtsilä mostra que investir num mix de energias renováveis e gás poderia economizar US$ 2 biliões e 25 milhões de toneladas de CO2 até 2032, em comparação com um esquema que adiciona uma nova capacidade de queima de carvão.
Trabalhando em cooperação com a EdM (Electricidade de Moçambique) para ajudar o País a desenvolver o seu plano de electricidade a longo prazo, a Wärtsilä examinou como seria uma expansão óptima do sistema energético com tecnologias concorrentes e combustíveis disponíveis, em diferentes cenários de aumento da procura.
Com as suas enormes reservas de carvão e o desenvolvimento dos seus imensos campos de gás, Moçambique tem um grande potencial de geração de energia. O País também possui recursos eólicos e solares impressionantes, de baixo custo, mas inexplorados. O problema está em saber qual a combinação de energia que será mais económica?
Usando uma ferramenta avançada de modelagem de sistemas de energia Plexos, que aplica um modelo cronológico para integrar os desafios de distribuição da produção de energia renovável intermitente e de baixo custo, a Wärtsilä quantifica os benefícios num nível de sistema de diferentes tecnologias de geração e armazenamento para encontrar as soluções de menor custo.
Os modelos consideram a capacidade de energia existente, as adições de capacidade comprometidas, incluindo a usina de Temane de 450 MW que deve entrar em operação em 2024, e ainda os candidatos à expansão de capacidade, incluindo carvão, gás e energias renováveis.
Os diferentes cenários modelados mostram claramente que investir na nova capacidade de queima de carvão não só levaria a maiores emissões e custos, como também desaceleraria o investimento em energia renovável. Os argumentos apresentados são os seguintes:
Em primeiro lugar, qualquer central eléctrica a carvão, com excepção da central de turbinas a gás de ciclo combinado, actualmente em construção em Temane, forneceria ao País uma capacidade de carga de base significativa sem a flexibilidade de integrar energias renováveis baratas na rede.
O custo da geração de energia solar fotovoltaica despencou na última década, tornando-se a fonte de energia de menor custo, especialmente na África Austral. O custo dos parques eólicos também caiu significativamente. No entanto, para que o sistema energético se beneficie plenamente dessas fontes de baixo custo, são necessárias alternativas flexíveis, capazes de ajustar a produção rapidamente em resposta às energias renováveis intermitentes, para manter o sistema equilibrado e evitar quedas de energia.
As usinas a carvão e as turbinas a gás são projectadas para operar com mais eficiência em plena capacidade, produzindo uma carga de base estável e, portanto, inadequadas para adaptar a sua produção em resposta às flutuações de oferta e demanda. Assim, contar com essas tecnologias para equilibrar a rede é ineficiente, levando a custos de opera-

Projectos renováveis fora da rede apoiam a electrificação em áreas rurais e mais remotas do País
ção e manutenção mais altos, margens mais baixas e emissões mais altas.
Emissões mais baixas e custos mais baixos com tecnologia de motor a gás flexível
A modelagem avançada do sistema de energia demonstra que as usinas de energia a gás são mais adequadas para suportar energias renováveis devido à sua flexibilidade. Compostos por várias unidades geradoras, que podem ser iniciadas instantaneamente, oferecem uma ampla gama de disponibilidade de fornecimento de energia sem sacrificar a eficiência.
Ao considerar toda uma frota de activos, essas usinas de energia flexíveis podem não apenas liberar todo o potencial dos activos de energia renovável, mas também oferecer o menor custo nivelado de energia (LCoE) e emissões de CO2 reduzidas.
O modelo mostra que investir em energia renovável, juntamente com capacidade flexível de gás e armazenamento de energia, é o mix de energia ideal para suportar a demanda com base em projecções de crescimento moderado. Até 2032, o foco em renováveis flexíveis, apoiado por gás, economizaria 25 milhões de toneladas de emissões de CO2 e US$ 2 biliões em custos totais comparativamente com um cenário baseado em carvão. Para fornecer os 2 GW adicionais de electricidade para atender o Parque Industrial de Beluluane, a solução de custo ideal combinaria 1 GW de capacidade eólica e solar com 2,6 GW de novos projectos de carga de base e gás flexível.
Além disso, a instalação de energia solar fotovoltaica de baixo custo e parques eólicos, aliados ao apoio à geração flexível de electricidade a partir de seus recursos de gás, respeita a realidade do País. Projectos renováveis fora da rede e sistemas de armazenamento de energia apoiariam a electrificação em áreas rurais e mais remotas de Moçambique e fortaleceriam a rede de transmissão e distribuição subdesenvolvida do País.
Uma mudança acentuada do carvão
A última década viu mudanças significativas no sector da energia impulsionadas pela transição energética. Há, claramente, muita pressão dos mercados para se afastar do carvão.
Numa indústria em que os activos são construídos para durar mais de 20 a 30 anos, a economia dos novos desenvolvimentos de usinas a carvão está a tornar-se menos atraente. Este é um argumento muito forte para a capacidade flexível de gás como parte do caminho de custo ideal para a integração massiva de energia renovável.
A Wärtsilä modelou sistemas regionais de energia na África do Sul, na Namíbia, no Botsuana e na Zâmbia. Todos estes países planeiam fechar fábricas de carvão antigas e instalar quantidades significativas de energia renovável na próxima década, e a flexibilidade é fundamental para apoiar esses planos.
As decisões tomadas hoje para construir o mix energético certo terão um impacto significativo na transição para energias mais limpas, não apenas para Moçambique, mas para a África Austral como um todo. Hoje, Moçambique é um exportador líquido de carvão e gás.
Ao utilizar os seus vastos recursos de gás natural para desenvolver a sua rede eléctrica nacional de capacidade flexível, Moçambique terá uma oportunidade única de cumprir o seu objectivo nacional de fornecer acesso universal à electricidade e tornar-se um grande exportador de energia flexível para promover o desenvolvimento de energias renováveis. em toda a região.
Janine Goosen • Directora de CCIB
“Moçambique é uma economia promissora, com muitas e variadas oportunidades de crescimento. No ambiente altamente competitivo e desafiador da banca Corporativa e Comercial, o Banco tem consolidado uma posição centrada no Cliente, apostando fortemente nos seus pontos fortes e em parcerias locais. Com um crescimento na sua base de activos superior a 20%, observado nos últimos 12 meses, o Banco está lançado num percurso ascendente de dois dígitos, ao longo dos próximos três a cinco anos.
“No contexto de uma economia em franco crescimento como a nossa, acreditamos haver oportunidades para todos os intervenientes da indústria financeira se estes procurarem alavancar os seus pontos fortes e capacidades e, acima de tudo, se encararem o Cliente como o seu foco principal”, sublinha Janine.
Como marca em crescimento, a força do FNB Moçambique reside na sua dimensão, na experiência e no apoio de um grupo maior, cujas soluções são adaptadas às necessidades específicas do mercado local.
“Convém lembrar que, por sermos uma instituição relativamente jovem e de dimensão reduzida, os nossos Clientes podem contar com uma proximidade, sem paralelo, no que toca à atenção individual da nossa liderança, reflectida nos serviços de que beneficiam nas suas contas Corporativas e Comerciais”, realça Janine Goosen.
Sobre a solidez da Instituição, “naturalmente que sermos considerados um Banco cada vez mais relevante no mercado enche-nos de orgulho, assim como a força, influência e suporte que temos do Grupo FirstRand, uma presença de peso no continente africano.
Adicionalmente, consideramos estar equipados com as ferramentas necessárias para apoiar os nossos Clientes com soluções que nos permitem crescer juntos. A nossa aspiração em criar uma cultura que encoraja o pensamento inovador assim como as pesquisas e análises de dados globais e regionais que levamos a cabo comprovam-no”, reforça.
Com efeito, o investimento em especialização de topo, a atracção de novas competências e o encorajamento
do auto-desenvolvimento e crescimento são valências bastante críticas na relação e parcerias do Banco com os seus Clientes. “O ambiente, o desenvolvimento social e a governação (ESG) são um foco e uma exigência fundamentais em todos os sectores e indústrias. Ansiamos por trazer esta abordagem nas nossas transacções no mercado moçambicano, com o apoio da experiência do nosso Grupo.”, afirma Janine.
Priorizar parcerias e pessoas locais
É importante salientar que, enquanto intervenientes em rápido crescimento, o FNBM valoriza a considerável carteira de clientes desenvolvida num curto espaço de tempo.
“Continuamos a cultivar parcerias com clientes, agentes da indústria e prestadores de serviços locais com o intuito de disponibilizar serviços bancários empresariais e comerciais, únicos em Moçambique.
É importante entender que apostamos fortemente na nossa posição no mercado através de uma abordagem sectorial e industrial direccionada, não tentando ser tudo para todos. Para nós, faz mais sentido desenvolver relações empresariais e intra-empresariais com propostas e estratégias de valor focadas em sectores-chave, como a Agricultura, Logística e Indústrias Diversificadas, incluindo a do Petróleo e Gás downstream”, esclarece a Directora de CCIB, Janine Goosen.
Paralelamente, e com vista a apoiar a economia e as empresas nacionais, o Banco procura estar próximo de toda a cadeia de valor das empresas com as quais trabalha, de forma a apoiar os seus colaboradores, fornecedores, empreiteiros e clientes, o que é notório no seu modelo de relacionamento centrado no cliente.
“ Importa relembrar que, considerando a nossa agilidade e ligação a uma rede global, estamos em condições de disponibilizar acesso a serviços bancários de vanguarda, sustentados por conhecimentos testados e aplicados.
O nosso percurso em sentido ascendente fala por si: estamos empenhados em investir em Moçambique.
Esperamos crescer lado a lado com os nossos Parceiros e Clientes, actuais e futuros, neste mercado com elevado potencial.” conclui Janine Goosen.
