DIÁRIO DE SANTA MARIA QUARTA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2009
| 32 | GERAL RONALD MENDES, ESPECIAL – 9/07/09
ESTATÍSTICA CRUEL Entre janeiro e junho, 63 pessoas perderam a vida em 56 acidentes na região. O número de vítimas aumentou em relação ao mesmo período do ano passado, quando houve 60 mortos no trânsito. Confira as estatísticas que trazem dados curiosos, como a redução de mortes entre os mais jovens: 2008
2009
Sexo das vítimas Homens Mulheres
51 9
56 7
Idade das vítimas 40-49 anos 60 ou mais 20-29 30-39 10-19 50-59 0-9
10 6 20 10 2 10 2
17 15 11 7 7 6 -
Rodovias com mais mortes BR-287 BR-392 BR-290 RSC-287 BR-158 RS-149 RS-509 RS-511 VRS-325 BR-153 RSC-348 RSC-392 RSC-377
11 9 6 4 12 2 1 1 2 2 1 -
10 8 7 5 3 3 3 2 2 1 1 1 1
8 1
15 1
Cidades com mais mortes Santa Maria Caçapava do Sul São Pedro do Sul Restinga Seca Rosário do Sul Santa Margarida São Gabriel São Sepé Itaara Jaguari Tupanciretã Santiago Faxinal do Soturno Nova Esperança Paraíso do Sul Júlio de Castilhos São Vicente Agudo Dona Francisca
21 8 4 2 1 1 1 8 2 4 1 2 1 1 1 1 1
23 6 6 5 3 3 3 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 -
Tipo de veículo em que estava a vítima Carro A pé Motocicleta Caminhão Bicicleta Trator
24 10 18 4 4 -
26 14 9 8 5 1
Vias urbanas Estradas de chão
ESTÁ FALTANDO ALGUÉM NESTA FOTO Silvana e o filho Giovane lamentam a ausência do marido e pai João Manoel da Silva, ao lado da cadeira em que ele gostava de ficar no pátio de casa. Aos 73 anos, o lubrificador aposentado morreu atropelado por uma moto na BR-287, em Santa Maria, em 29 de março
TRÂNSITO Número de vítimas e acidentes no primeiro semestre na região aumentou
(Muitas) vidas perdidas MAIS
Violentos Os dois acidentes mais violentos do ano na região ocorreram no dia 3 de março, em São Pedro do Sul, e em 29 de maio, em Caçapava do Sul. Cada um deles teve três mortos
Foram três mortes a mais nos seis primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2008
anos, com quem foi casado durante 56 anos e teve quatro filhos. Para ela, Silva disse que não demorava a voltar, mas, para o desespero de Silvana, não cumpriu a promessa. A idosa ainda teima em olhar para o portão da casa MARILICE DARONCO como se houvesse esperança e não se conforma em ver a cadeira em que o Homem, acima dos 40 anos, pas- marido gostava de sentar no pátio. Giovane Montenegro da Silva, sando por uma rodovia de Santa Maria. Este é o perfil da maioria das 39 anos, filho de João Manoel, tem 63 pessoas que perderam a vida no consciência de que, para a sua fatrânsito da região nos seis primeiros mília e para as das pessoas que se meses do ano. São três vítimas a mais envolveram nos outros 55 acidentes do que no mesmo período de 2008. com morte entre janeiro e junho na região, é tarde deMas essa não é mais para pensar uma história só Mais uma vez, em como as coicom números. Santa Maria foi a sas poderiam ter Ela tem nomes e sido diferentes. sobrenomes. João cidade com mais ele sabe que, Manoel da Silva é mortos no trânsito. Mas, para muita gente, um deles. De janeiro a junho ainda dá tempo O lubrificador deste ano, foram 23 de rever o comaposentado de portamento no 73 anos morreu trânsito para evina noite de 29 de março. Ele ia para um culto nas pro- tar que os acidentes aconteçam. – Todos têm de prestar atenção no ximidades da BR-287, quando foi atropelado por uma motocicleta, em que estão fazendo. O trânsito não é Santa Maria. Pouco antes da tragédia, brincadeira. Qualquer descuido pode ele tinha saído de casa e se despedido trazer consequências irreparáveis de Silvana Montenegro da Silva, 73 – afirma Giovane.
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DIÁRIO DA REGIÃO
A mais violenta – Entre as vítimas no trânsito, 47 perderam a vida em rodovias, contra 15 em vias urbanas e uma em estrada de chão. Mas, desta vez, a BR-287 foi a mais violenta da região, com 10 vítimas, ocupando o lugar que, nos seis primeiros meses de 2008, foi da BR-158. Santa Maria continua a ostentar o título de cidade com mais mortos: 23 (veja quadro). Para o delegado de Trânsito da cidade, Roger Spode Brutti, uma mudança nos números depende do comportamento dos motoristas. Ele argumenta que muitos assumem um papel violento no momento em que dirigem.Outros,na visão do delegado, usam o trânsito para aliviar o estresse e tornam comuns práticas como não respeitar a sinalização e desvalorizar a vida das outras pessoas. Para que mais pessoas não venham a fazer parte do triste enredo das mortes no trânsito, cada um precisa cumprir com a sua parte. Fazer revisão no carro antes de viajar, olhar para os lados antes de atravessar uma via e respeitar a sinalização são medidas básicas que podem ajudar a evitar que o trânsito se transforme no final triste de outras famílias. marilice.daronco@diariosm.com.br