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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE - CENTRO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS

Publicação feita pelos alunos do segundo semestre de Jornalismo - Ed 151 - Ano XII - Jan 2015

Exposição alerta para a poluição do Rio Pinheiros

A capital paulista, além de conviver com a falta de água, tem rios poluídos


Tecnologia de projeção digital traz clássicos às telonas

Por Leonardo Zvarick Soares, Guilherme Celante e Gustavo Lietti

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rede Cinemark traz desde o primeiro semestre de 2014 uma programação com filmes clássicos, entre os quais estão O Poderoso Chefão, Taxi Driver, Pulp Fiction e Laranja Mecânica. A multinacional, que tradicionalmente exibe blockbusters americanos e ocasionalmente alguns filmes nacionais, iniciou no dia 31 de maio o Cinemark Clássicos, que acrescenta filmes antigos e cultuados à grade convencional, exibidos três vezes por semana e com um preço mais acessível. Após a primeira edição, que ocorreu entre maio e julho, o sucesso entre o público garantiu renovação de mais três temporadas, sendo a última confirmada para acontecer entre outubro e dezembro deste ano. De acordo com Fernando de Jesus Salinas, professor e doutor em ciências da comunicação, a adesão de tal programação se deve à incorporação das novas tecnologias digitais de reprodução disponíveis no mercado de cinema. Quando per-

Universidade Presbiteriana Mackenzie Centro de Comunicação e Letras Diretor: Alexandre Huady Guimarães Coordenadora: Denise Paieiro

guntado se haveria alguma possível influência dos cinemas de rua concorrentes, ele disse: “Não tem nenhuma relação com os cinemas de rua, mas sim com o fim da projeção em película.” A possibilidade de projetar mídias digitais que as redes de cinema adquiriram permite que qualquer filme possa ser rodado em alta definição e, o mais importante, de forma mais barata. Não há mais necessidade de todo o maquinário antes usado com a película. Qualquer sala equipada com o projetor digital já permitiria assistir a um filme com essa qualidade. Além disso, fazer cópias de filmes em película era um procedimento que, além de mais complicado, tinha maior custo. Com as mídias digitais agora disponíveis, filmes antigos puderam ser remasterizados, o que tornou possível serem exibidos pelos cinemas, não só em alta definição, mas de forma econômica e lucrativa, como se evidencia pelo sucesso entre o público. Essas tecnologias digitais permitem aos cinemas não só exibir

filmes com maior qualidade, mas diversificar a sua programação, podendo atingir público mais plural. Isso vem ocorrendo há pouco mais de um ano no Brasil e hoje é muito comum, sendo que a maioria dos cinemas faz uso dessa tecnologia, das grandes redes aos cinemas de rua.

Editores: Paulo Ranieri e José Alves Trigo

Impressão: Gráfica Mackenzie

Jornal-Laboratório dos alunos do segundo semestre do curso de Jornalismo do Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, orientados pelos professores Paulo Ranieri e José A. Trigo.

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Tiragem: 200 exemplares.


Estúdio móvel traz alternativa para quem busca praticidade Piercings também são aplicados no local

Estúdio móvel estacionado na região da Luz

Texto: Guilherme Parolim e Gustavo Iusi Foto: Guilherme Parolim

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Pantera Tattoo Estúdio é um estúdio móvel de tatuagem que funciona em um micro-ônibus e fica estacionado na região da Luz em São Paulo. Por ser de fácil acesso e permitir que as pessoas se tatuem na hora, o Pantera se torna uma alternativa para quem busca praticidade. Além de tatuagens, o local também aplica piercings e faz maquiagens definitivas. Moisés Granada, tatuador e dono do estúdio, diz que a ideia surgiu após conhecer o trabalho de um tatuador no Rio de Janeiro que utilizava um estúdio móvel. Para manter seu posto de trabalho no local, Moisés paga taxas à Prefeitura e segue todos os procedimentos de um estúdio comum. Para ele, a grande diferença entre tatuar em um estúdio fixo e um micro-ônibus é o conforto, por conta do espaço que, no estúdio móvel, é reduzido. Mesmo assim, ele não considera que seja algo que atrapalhe seu trabalho.

Outro ponto abordado é o preconceito das pessoas em relação à uma forma não convencional de se tatuar. Moisés diz que, por ser um estúdio móvel, as pessoas imaginam que não há regularização e wque correm risco de contrair doenças, porém, o estúdio segue todas as exigências da vigilância sanitária. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, estabeleceu regras para permitir o funcionamento dos estúdios de tatuagem. Em relação aos produtos, a ANVISA exige que as tintas nacionais e importadas, aparelhos, agulhas e acessórios tenham registro na própria agência. O estabelecimento deve ter alvará de funcionamento, que é feito pela vigilância sanitária do local e estar sempre limpo e organizado. O tatuador, por sua vez, também deve seguir regras de higiene, como manter as mãos sempre limpas com água e sabonete antisséptico, limpar a pele do cliente com os mesmos produtos, utilizar luvas descartáveis enquanto estiver realizando o trabalho e fazer a esterilização dos produtos utilizados. Giulia Freitas, estudante de Direito, diz que não teve receio de ser tatuada em um estúdio móvel,

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avaliando o resultado do trabalho como satisfatório. Segundo ela, um estúdio móvel pode trazer muita praticidade à vida das pessoas, uma vez que as pessoas podem ser atendidas sem hora marcada, como foi o caso dela. “ Estava saindo do Poupatempo da Luz e vi um micro-ônibus estacionado do outro lado. Quando atravessei a rua, percebi que se tratava de um estúdio móvel e achei muito interessante. Entrei para conhecer, vi que era tudo limpo e organizado e, como já estava com a ideia de tatuar uma coroa em homenagem à minha mãe, resolvi fazer na hora Foi tudo muito rápido, prático e me deixou muito satisfeita e empolgada para fazer a próxima”, disse Giulia. A estudante, porém, acredita que esse tipo de negócio não se tornará comum porque os tatuadores não pensam em fugir do tradicional por medo do fracasso e do preconceito que as pessoas ainda tem em fazer tatuagens em locais não convencionais. O tatuador, Moisés, por outro lado, acredita que este tipo de estúdio pode se tornar comum desde que os profissionais tenham confiança em seu trabalho e cuidado com seus clientes.


Hostels mantém qualidade pós-Mundial Melhorias nos Hostels permanecem após Copa Reportagem: Amanda Amora Mariana Araújo Paola Duarte Fotos: Paola Duarte

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Copa 2014 sediada no Brasil trouxe grande demanda de estrangeiros para o país. Os hostels, lugares que são como hotéis mas preferencialmente às pessoas que viajam ou deixam suas cidades para ficar em um lugar pensionado com valor mais reduzido, fizeram muitos ajustes em seus aposentos, com o propósito de ajudar, atrair e facilitar a estadia de estrangeiros para a Copa 2014. Essas alterações permanecem até hoje. Segundo a proprietária do Ô de Casa, Marina Moretti, o crescimento foi de 78% durante o período da Copa. O local conta com 40 vagas por noite; durante o Mundial, o hostel vendeu 900 diárias, aproximadamente 250 hospedes a mais que o ano de 2013, nos meses de junho e julho. Em relação aos preços, as diárias do local variavam conforme os dias; em dias de jogo, os preços eram aumentados e chegavam a ficar semelhantes a datas especiais como Natal e Ano Novo; Podia-se variar de 80 a 350 reais pela diária. Para tomar conta da grande busca por vagas, Marina explica que não fez tantas mudanças na estrutura, como aumentar quantidade de quartos, porém investiu na infraestrutura, com maior número de funcionários e que falassem mais línguas. Atualmente, assim como já era previsto por uma pesquisa feita pela Trivago, a busca pelos hostels diminuiu. De acordo com a pesquisa, a ocupação média durante a Copa na África do Sul foi de 53%, e um ano depois, 48,3%; E, levando em comparação esses dados, de fato o Brasil não seria uma exceção. Consequentemente, o método encontrado pelos hostels foi a diminuição de funcionários, mesmo que as consequências de perda de procura ainda não estejam forte ou fora do comum.

Recepção para os hóspedes do The Hostel Paulista Por outro lado, para Tatiane Ribeiro, do Anhembi Hostel, as mudanças feitas não foram de grandes proporções, uma vez que era importante para o hostel manter seu público alvo, mais voltado para a área de negócios, ao mesmo tempo em que não deixavam de lado o público oferecido pelo evento; “Precisamos, para isso, mudar um pouco nosso atendimento e também acostumar esses hóspedes com nosso perfil.”, e continuou, “Como já estávamos preparados, já tínhamos placas de identificação em inglês e português; E a recepção já tinha funcionários falando inglês, espanhol e francês.”. Questionada sobre a situa-

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ção e a procura depois do Mundial, explicou: “Nossos hóspedes habituais continuaram vindo durante e depois da Copa; Efetivamente, houve um crescimento no número de hóspedes durante a Copa.”. Em relação ao preços, Tatiane disse que o hostel já tem um preço especial para grandes eventos e shows na região, por isso, não houve tanta diferença. O Acontece visitou um hostel localizado próximo a Avenida Paulista, chamado The Hostel Paulista, para obter mais informações sobre como ele ficou pós-Mundial. De primeira, o Hostel parece ser pequeno, pois sua entrada é apenas uma porta estreita.


O que realmente chama a atenção para o local é uma placa que está localizada no alto da porta principal, indicando o nome do Hostel. Assim que adentramos o local, fomos surpreendidas com bicicletas presas no teto e uma comprida escada, que tinha uma árvore desenhada em todos os degraus. Cada degrau, na parte de cima, tinha uma frase sobre viajar, em línguas diferentes. No teto, bandeiras de diversos países se intercalavam. Nas paredes, nomes de alguns hospedes que já passaram pelo local. Já na recepção, nos deparamos com alguns hóspedes uruguaios perguntando sobre algum supermercado por perto. Mesmo sendo localizado à frente de um supermercado, a recepcionista do local indicou vendinhas na própria rua para que seus hóspedes conseguissem economizar. Segundo o Uruguaio, Alexandre Paiz, 50, “o hostel tem um ótimo preço e está localizado em uma região de fácil acesso, mas ainda tem lugares perto que são mais caros”; Por isso, prefere pedir conselho à recepcionista. No segundo andar localizam-se: alguns quartos, que nos pareceu de pouca quantidade para aguentar a quantidade de hospedes que vieram na Copa; a sala “Zen”, onde as pessoas vão para assistir um filme; a biblioteca; E, a sala de TV, onde alguns hospedes estavam assistindo a TV. Na sala, o estudante Pedro Antônio Lima, 24, de Sergipe, disse estar impressionado com a organização dos hotels: “É a primeira vez que fico em um hostel e estou achando bem confortável e barato, em comparação com um hotel.”. Questionado sobre o serviço do local, explicou: “É diferente de um hotel, mas as pessoas são igualmente atenciosas. Se eu perguntar ou pedir alguma coisa, alguém me ajuda bem rápido”. No último andar, está a cozinha, a lanchonete e a varanda. Essa, com área aberta e fechada, contém algumas mesas para que os hospedes possam comer suas refeições no local. Eram apenas umas 4 mesas redondas na parte de fora e uma na parte de dentro. Evidentemente, não suportaria uma grande demanda de hospedes como no evento em questão. A lanchonete e a cozinha têm sempre alguém para lhe atender. Como visitamos no horário da manhã, na lanchonete estava sendo servido o café da manhã completo. “Dá para ver que tem muita coisa que teria em um café da manhã

de hotel”, comentou Pedro Antônio, “a diferença é que aqui as coisas são mais simples; Mas tem uma variedade boa.”, completou. Tentamos entrar em contado com Rodrigo Padrón, do financeiro do hostel, por e-mail, para obter algumas respostas sobre o hostel, mas depois de mandarmos as perguntas, não obtivemos resposta. Em uma percepção geral, o Hostel é muito bem localizado, porém não é de grande porte a ponto de suprir uma grande quantidade de pessoas. Por esse motivo, os hostels da Vila Madalena são os que ganham

Entrada do The Hostel Paulista

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maior destaque. Além de ficarem próximos a uma das ruas mais visitadas pelos turistas, tem uma capacidade de hospedagem maior. Seus hostels são tão conhecidos que vários deles já foram escolhidos como os melhores do país. O mais recente é o Sampa Hostel, que ficou em décimo lugar no ranque da rede Hostelling International (HI), como um dos melhores hostels do país de 2013. Em primeiro lugar, também no estado de São Paulo, ficou o hostel de Ubatuba, chamado O Tribo Hostel, que obteve nota máxima em quase todas as categorias.


Caminhada Noturna completa nove anos e continua atraindo público Passeio cultural gratuito atrai moradores e turistas Fotos: Ana Clara Texto: Ana Clara, Bianca Bell, Claudia Ferreira

Alto-falante utilizado na caminhada

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undado em setembro de 2005, o passeio cultural gratuito chega ao nono aniversário atraindo paulistas e turistas que desejam redescobrir São Paulo às escuras. Sem muitas alterações, o projeto prossegue há mais de 463 semanas praticamente igual às primeiras caminhadas, lutando pelo fim do abandono do centro. Segundo Carlos Beutel, fundador da caminhada, o enfoque é mantê-la nos moldes iniciais e apenas modificar o que realmente tiver necessidade, como foi o caso do megafone, utilizado para as explicações durante o trajeto, substituído por uma caixa de som de maior alcance devido ao aumento do público. Coletes amarelos também fazem parte do projeto, que servem para identificar os participantes. A ideia se baseava na criação de um percurso que mostrasse os pontos primordiais da capital paulista. Sendo totalmente independente e financiada por seu fundador, com os lucros do seu restaurante vegetariano, que faz as manutenções básicas como a lavagem dos coletes, revisão do alto-falante e o pagamento do funcionário responsável pelo som, o projeto não

possui nenhuma ligação com a Prefeitura de São Paulo e com qualquer tipo de instituição de apoio ao turismo ou educação. O principal objetivo da caminhada é deixar nas pessoas o amor pela cidade. “Você só ama aquilo que conhece, e a partir do momento que conhece começa a valorizar”, relatou Laércio de Carvalho, guia turístico oficial da caminhada credenciado pelo Ministério do Turismo. Com saída prevista para as 20h em frente à escadaria do Teatro Municipal, ponto de início e término, todas as quintas feiras, o grupo segue sempre o mesmo roteiro em um período de 2 horas, diferenciando o tema da caminhada a cada semana, que varia de acordo com datas importantes e até convidados voluntários a tratarem de algum assunto especifico. Em sua primeira participação no projeto, William de Oliveira afirma que a caminhada serve para observar lugares onde as pessoas passam todos os dias e não reparam, além de ser um passeio com um guwia turístico, o que desperta interesse em conhecer a cidade. “Tiramos o terno, colocamos a roupa de passeio e estamos aqui no meio do povo querendo descobrir a

São Paulo que a gente não conhece”. Para se modernizar, e tornar mais acessível e prático, foi criado o Correio Eletrônico, que é uma forma de enviar a programação mensal, para o email de todas as pessoas que participam da caminhada. A mineira Elizabeth de Paula, que soube da caminhada através da TV Gazeta e das redes sociais, alega que o passeio proporciona uma visão diferente da cidade, coisas que ela nunca tinha prestado atenção antes. “Devemos adotar SP”, ressalta. O cabo Lindo Jhonson acompanha, quando possível, alguns trechos da caminhada que ficam próximos a seu posto, Praça da República, e relata a fundamental importância da comunidade para esse projeto acontecer. “Vejo a caminha passar, mas muitas vezes não posso participar pois normalmente estou atendendo alguma ocorrência. O centro é maravilhoso e deve ser respeitado. Devemos resgatar o bucolismo do centro.” Mesmo assim, a falta de segurança preocupa alguns participantes do grupo, que tem em média 50 pessoas, como relatou Rogério de Azevedo, sobre a ausência de um policial, ou segurança, que acompanhasse a Caminhada Noturna.

Carlos Beutel agradece a participação do cabo Lindo Johnson

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Teatro Municipal de São Paulo é ponto de início e término da Caminha Noturna

Um olhar diferente sobre São Paulo

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lém de mostrar aos participantes uma cidade que muitos sequer imaginavam existir, a Caminhada Noturna dá voz a aqueles que muitas vezes não são notados no centro à luz do dia. Durante o trajeto, o guia explica sobre o tema em questão fazendo frequentes comparações com o contexto antigo e o atual, inserindo as pessoas em diferentes momentos da história. Para o fundador Carlos Beutel, a caminhada vai muito além do aspecto cultural passado pelos guias. “As pessoas não tem tempo de investir em cidadania, que faz toda a diferença. Cidadania é: se reunir com seus parceiros, reconhecer os problemas, ver como podemos melhorar as ruas, como podemos melhorar a condição de vida da população. Ser comerciante também é ter uma responsabilidade social.” Já para os turistas, a caminhada é um incentivo ao conhecimento e admiração por São Paulo. Rogério Azevedo é de Aracaju, formado em turismo social, para ele a caminhada foi uma excelente oportunidade de

enxergar a capital paulista noturna de um modo diferente e pode servir de exemplo ao seu estado natal por promover a cultura. “Eu acho que eu sou o segundo Mario de Andrade, por amar tanto SP”.

Através da participação do público, que empolgado conta histórias de seus familiares e momentos importantes, o conhecimento adquirido se torna crucial para a formação de uma sociedade incluída no mundo cultural.

Participantes contam suas experiências acerca do tema escolhido

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Rio Pinheiros vira tema de exposição “Às Margens do Rio Pinheiros” alerta as pessoas sobre poluição do rio e lembra o tempo em que este era limpo

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águas poluídas do rio. Muitas pessoas criticaram, mas sabemos que a arte não existe para agradar, afinal se você não “pensar fora da casinha” nunca vai chocar a sociedade para questões tão importantes como essa”, explica Eduardo Srur. Apesar de chamar a atenção de todos que passam pelos arredores e ser alvo de muitos flashs de celulares, as esculturas não tem sido facilmente associadas pelas pessoas com a ideia da poluição do Rio Pinheiros. Entre os dez entrevistados que passam pelas esculturas todos os dias, nenhum sabia a verdadeira intenção das obras de arte estarem ali. Para Adriane Maria da Silva, que Portal na Estação Vila Olímpia. pega o trem todos os dias na estação Pinheiros, o que mais incomoda sobre evitar enchentes. Redes de esgoto a poluição do rio é o cheiro desagra- clandestinas e o lixo levado pela água dável, principalmente no verão, pois da chuva levaram-no ao estado atual. apesar de sujo, ela descreve o lugar O trabalho de recuperação é demoracomo muito bonito. “Para mim, a do e envolve diversos fatores. maioria das pessoas acha essa exposiA ciclovia do Rio Pinheiros é uma ção bonita e usa pra tirar fotos, mas das formas de visualizar as peças da duvido que entendam o motivo real, exposição. O horário de funcionamenesta tudo muito abstrato.”, comentou to é das 5h30 às 18h30 e os acessos fiAdriane sobre as intervenções. cam nas estações Vila Olímpia, Santo A poluição é um problema antigo, Amaro e Jurubatuba da CPTM. Quem que afeta os rios da capital paulista. passar pelas estações Pinheiros e Vila Atrelado ao desenvolvimento indus- Olímpia também verá parte da expotrial da cidade em meados de 1940, sição. A CPTM funciona de segunda à o rio passou por transformações para domingo das 4h40 à meia-noite.

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Bianca Bell

a região próxima a Estação Pinheiros, da CPTM, duas onças infláveis, de quatro metros e meio de altura, chamam a atenção de quem passa por ali e dos passageiros que aguardam o trem na plataforma. Fazendo alusão aos símbolos da fauna brasileira, a ideia do artista plástico, Eduardo Srur, é fazer com que as esculturas representem animais bebendo água na beira do rio, e assim induzir a uma comparação entre o rio há alguns anos atrás e a atual situação. Já nas pontes Cidade Universitária, Cidade Jardim, Eusébio Matoso e Morumbi, as seis esculturas, de manequins com roupas de banho colocados sobre trampolins, relembrando os tempos em que ele era utilizado pela sociedade para lazer. Por fim, encontram-se os portais, localizados na foz dos córregos Uberaba e Jaguaré, que modificam a paisagem habitual e embelezam a área praticamente abandonada. Durante a noite, os portais, construídos com materiais de escola de samba, são iluminados através de um sistema que capta luz solar e transforma em energia. A iniciativa do projeto é da Associação Águas Claras do Rio Pinheiros, e conta com o patrocínio de empresas privadas, além de contar com site de financiamento coletivo. Segundo o artista, a inspiração para essa intervenção veio a partir da janela de seu ateliê, que fica situado em frente ao rio Pinheiros. “Todo dia observo daqui com tristeza e indignação a situação do nosso rio. Nasceu então a vontade de chocar e impactar de maneira inusitada as pessoas que por ali passam.”, relatou. A exposição, que foi iniciada dia 19 de setembro, dia mundial da limpeza das águas, traz também a relação da arte como instrumento capaz de provocar as pessoas e faze-las refletirem sobre as mudanças necessárias. “Tirar as pessoas da anestesia causada pelas Onças infláveis vistas da Estação Pinheiros.

Bianca Bell

Texto: Ana Clara, Bianca Bell e Claudia Ferreira


Salão do Automóvel apresenta novidades Feira chega ao Brasil pela 28ª vez Texto: Guilherme Parolim e Gustavo Iusi. Fotos: Guilherme Parolim e Gustavo Iusi

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m sua 28ª edição, o Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, a maior feira de automóveis da América Latina, apresentou diversos lançamentos e novas tendências do mercado automobilístico. O Pavilhão de Exposições do Anhembi trouxe a possibilidade de conhecer as montadoras dos melhores veículos do mundo, desde as marcas mais populares até as marcas de luxo. De acordo com dados oficiais, o público total de 756.114 mil pessoas, durante 11 dias de evento, teve a oportunidade de conhecer de perto 84 expositores, que trouxeram 547 veículos, uma quantidade recorde. Além de visitar os estandes, o público tinha outras opções, como comprar produtos oficiais nas lojas das montadoras, participar de atrações interativas em troca de brindes exclusivos e fazer test-drives no estacionamento do Anhembi com três montadoras. A Fiat, por exemplo, montou um pequeno auditório, para que as pessoas pudessem testar uma nova maneira de fazer test-drive. Com esta nova tecnologia, é possível que, de sua própria casa, a pessoa interessada possa conhecer os mais diversos veículos, pela internet, com intermédio de um representante da Fiat numa concessionária exclusiva. Além disso, estúdios de rádio foram instalados dentro do pavilhão, onde artistas famosos e celebridades distribuíram autógrafos para os visitantes. Os carros-conceito, modelos feitos para inspirar designs, também estavam presentes no salão. A Nissan, por exemplo, apresentou o Kicks Concept, que tem características muito próximas de um veículo utilitário esportivo. A Peugeot exibiu o 208 Natural, conceito feito sobre o hatch 208 que utiliza pintura feita com base de terra e uso de itens reciclados. A Renault trouxe para o Brasil o Zoe, carro 100% elétrico. Com motor elétrico e autonomia de 210 km, a proposta do conceito é não emitir carbono.

A Nissan apresentou o Kicks Concept

Luxuosos chamam atenção Grande parte do público que foi à exposição foi atraído pelos carros de luxo, considerados como as maiores atrações. Alguns deles estiveram somente de passagem pelo Brasil, enquanto outros ficarão disponíveis para venda em 2015. Um dos carros mais admirados do salão, com 918 unidades fabricadas, sendo que apenas três chegaram ao Brasil com valores de R$ 4 milhões, o Porsche 918 Spyder é o primeiro esportivo híbrido da marca. São 887 cv e 345km/h de velocidade máxima. Um dos cotados para desembarcar oficialmente em 2015 é o Mercedes-Benz AMG-GT. Projetado em parceria com a divisão esportiva AMG, possui motor V8 biturbo de 510 cv e chega a 310km/h. O Mustang GT

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V8, com 441 cv, pode ser considerado uma promessa da Ford para 2015. Chegando oficialmente ao Brasil pela primeira vez, seu papel será brigar com o eterno rival mundial, o Chevrolet Camaro. A Nissan apresentou o GT-R para seus fãs, com motor V6 biturbo de 545 cv, que impressionava por seu tamanho. Já a Chevrolet trouxe o esportivo Corvette, com motor V8 de 460 cv, que ficou por aqui apenas de passagem. O Lamborghini Huracán é outro que causou admiração, impulsionado por motor V10, de 5.2 litros e 610 cv. O carro é capaz de ir de zero a 100km/h em 3,2s. O Jaguar F-Type também passou pelo salão, equipado com motor V8 de 550 cv e com o custo aproximado em R$ 660 mil.


Montadoras exibem seus lançamentos Entre as principais montadoras, os lançamentos foram dos mais variados tipos. Além dos hatches comuns, foi possível encontrar muitos modelos de sedans e SUVs Segundo Fernando Lemes, representante da Chevrolet, os principais lançamentos da montadora são a Spin Activ, que está prevista para ir às lojas em dezembro, o novo Camaro e o Cruze, que chwega diferente, contando com novas rodas e parte frontal reestilizada. Além destes modelos, há também a nova Capitiva, com o My Link – sistema de som com conexão bluetooth – atualizado, a Trailblazer e a S10. Entre os modelos mais populares, o destaque é o novo Onix, que vem com uma nova roupagem em 2015, trazendo, assim como a Capitiva, novas funcionalidades no sistema My Link, como a possibilidade de atender ligações ou enviar mensagens pelo comando de voz. A Renault apresentou, como principal aposta de vendas, as novas versões do Sandero. No modelo Stepway, com preços a partir de R$ 48.600, esportivo se mostra mais refinado e atraente em relação ao anterior, uma boa opção para quem procura um carro urbano sem deixar de lado a esportividade. Entre os sedans, o Logan foi quem mais teve destaque no estande da montadora francesa. Entre as novidades, está a versão que conta com câmbio automatizado, custando R$ 45.760. Outro sedan que fez sucesso na Renault foi o Fluence, que recebeu novos faróis e parachoque. Se trantando de SUVs, a Renault continua apostando no Duster. O utilitário esportivo chega com traços diferentes, se tornando mais completo e bonito no ano de 2015. A alemã Volkswagen apostou no Fox Pepper, nova versão do hatche, que agora recebeu toques esportivos pelo preço de R$ 36.170, e no Up, versão aventureira do compacto que se tornou sucesso de vendas no Brasil. Na parte dos sedans, o novo Jetta chega com motores 2.0 flex de 120 cv e 2.0 turbo de 211 cv. Entre os utilitários se destacam a Saveiro Surf, sucesso nos anos 1990, que foi resgatada pela Volks com o intuito de atender a quem deseja uma caçamba maior e um visual diferente, e a Amarok Dark Label, série especial que se diferencia pelos detalhes pretos e rodas de 17

Porsche e Chevrolet apresentam o 918 Spyder e o Camaro, respectivamente

polegadas, além de motor de 180 cv e câmbio automático de oito marchas, com tração 4X4. Na Ford, segundo o representante Marcos Souza, os grandes lançamentos foram o novo Ka e o Ka+. Contando com direção elétrica, ar-condicionado e som com bluetooth desde a versão mais básica, ao preço de R$ 35.390, o Ka chegou a vender mais de 7 mil unidades em apenas 1 mês após o lançamento. O Ka+, versão sedan do Ka, também chega com ar-condicionado e direção elétrica de série, porém o valor sobe para R$ 37.890. Outro sedan exibido pela Ford foi o novo Fusion. A novidade do modelo é o inédito sistema de air-bags nos cintos de segurança traseiros, o que promete absorver o impacto e evitar lesões no peito e no pescoço. Em 2015, a Fiat continuará apostando no Uno. A reestilização do modelo apresentou novos para-choques, faróis e lanternas. Além disso, o interior ficou mais bonito e recebeu novas funcionalidades, como o câmbio dualogic sem alavanca e o sistema

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start-stop, que desliga automaticamente o motor do carro quando o motorista para e liga ao dar a partida. Este sistema ajuda a economizar combustível. O 500 Abarth também foi muito bem requisitado pelos visitantes. O esportivo chega com motor 1.4 turbo de 162 cv e câmbio manual de cinco marchas. A Honda se destacou com os sedans. Além do novo City, que ficou maior e mais completo, recebendo câmbio automático de 7 marchas, também foi apresentado o Civic Si. Com design de luxo, o esportivo conta com motor 2.4 de 206 cv, ao preço de R$ 119.900. A montadora japonesa, porém, não fica para trás quando o assunto é SUV. Chamado de Honda Hezel no Japão, o utilitário, que chegará ao Brasil com o nome de HR-V, promete brigar com o Ford EcoSport, o Renault Duster e o Peugeot 2008. Outros modelos que merecem destaque são o Citroën DS3, que conta com motor 1.6 turbo de 165 cv, além de câmbio manual de seis marchas e o Hyundai Veloster Turbo.


Movimento na entrada do Instituto Tomie Ohtake para retirada da senha

Tomie Ohtake recebe obras de Salvador Dalí Exposição do artista fica até janeiro em SP e no RJ Gustavo Lietti Biazolli, Leonardo Zvarick Soares e Guilherme Celante Dias A aguardada exposição de Salvador Dalí é finalmente aberta para o público paulistano. O instituto Tomie Ohtake recebe obras do pintor surrealista espanhol que ficarão expostas entre o dia 18 de outubro de 2014 até, o dia 11 de janeiro de 2015. A entrada é gratuita e o instituto distribui, pela manhã, senhas para três horários de visitação: 11h, 14h e 17h. A exposição convida o público a mergulhar no universo simbólico e fantasioso de Salvador Dalí, reunindo 200 obras do artista, entre pinturas, gravuras e desenhos. Cedidas por colecionadores, que vieram da Flórida e da Espanha. Segundo Juliana, uma das guias-educadoras do local, “ A Lei Rouanet, em parceria com o governo espanhol, foi um dos principais responsáveis por trazer as obras para o Brasil e apenas São Paulo e Rio de Janeiro receberam a exposição”. Juliana fala que a procura tem sido grande entre as escolas: “ Desde abril, muitas escolas tem nos procurado para marcar uma visitação, para proporcionar um passeio diferente à seus alunos”. Uma das funcionárias do instituto, Elisangela Santos, falou que o

movimento é muito bom e com um público variado, de jovens à idosos: “ O número de visitantes em dia de semana chega até 2000 pessoas. Já em finais de semana, há um movimento maior, de 6000 pessoas em média.`` No fim do passeio há ainda uma loja em que o visitante poderá comprar lembranças da exposição. Itens como canecas, canetas e livros, entre os quais, biografias do artista catalão. O Instituto Tomie Ohtake fica localizado na Avenida Brigadeiro Faria Lima e tem sua entrada pela Rua Co-

ropés. Localizado em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, fica a dez minutos da estação Faria Lima do metrô. Montse Aguer, curadora da exposição, define bem a vida e obra de Salvador Dalí: “Dalí é possivelmente, um dos mais criadores mais determinantes do século XX. Esta exposição convida-nos a repensar o lugar de Salvador Dalí na história da arte e a considerá-lo muito além do seu papel de artífice do movimento surrealista”.

Guia-educadora explicando pintura para alunos de uma escola em excursão

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Nova moda gastronômica invade São Paulo Food trucks ganham espaço e viram tendência Texto: Ana Selaibe e Sheila Bacega Foto: Ana Selaibe

Kombosa shake no São Paulo Fashion Week

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cidade de São Paulo, há algum tempo, vem cedendo espaço para nova tendência gosto dos famosos food trucks, caminhões de comida ,em tradução livre. Baseados em modelos estadunidenses, os food trucks logo fizeramsucesso na capital, sendo requisitados em eventos de moda como São Paulo Fashion Week, ou então em espaços abertos no dia a dia, em restaurantes e estacionamentos. Diego Brito, empresário, morou dez anos na Europa, onde também existe este tipo de atendimento, e, ao voltar para São Paulo, sua cidade natal, resolveu inovar, inaugurando seu próprio food truck, Kombosa Shake, que além de oferecer milkshakes gourmets personalizados, é ligado à sustentabilidade, criando a menor quantidade possível de resíduos, funcionando a base de energia solar, com copos biodegradáveis e papeis recicláveis. “Achava que faltava algo criativo,

bem cuidado e com produtos diferenciados!” afirma Diego. O cardápio é divido em sabores Tradicionais e Gourmets, que variam de limão, oreo, chocolate branco a frapê de coco, cheesecake de nutella, tiramissú. O cliente Kaio Henrique Silva, 26, auditor formado em administração, declara “jamais havia experimentado um shake com um sabor tão diferenciado quanto esses, até mesmo com o nome que sugere um sabor muito doce como o de leite ninho não fica enjoativo igual aos da concorrência. Acredito que o dono desse empreendimento tenha se esforçado muito, pois é um sabor único, e o melhor de tudo, é sustentável. Sou muito a favor da sustentabilidade, da cooperação do homem para termos um futuro melhor, e quando eu descobri todas as precauções que o food truck toma, virei fã.” O chef gourmet assegurou que seguiu as tendências contemporâneas na criação dos shakes, e sua maior

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inspiração foram os ingredientes frescos, que, assim como o tema do truck, não restrinjam sua fonte e assim, ajude na preservação. “É muito compensador criar um produto que, ao mesmo tempo que satisfaça os clientes, não agrida o meio ambiente.” “Estou viciada nesse lugar, vou até fazer um apelo ao dono, por favor crie um cartão fidelidade!”, declarou aos risos a estudante de 17 anos, Amanda Guedes. E completou “A Kombosa Shake promete mais de 200 opções. Quando eu fui, os cardápios não estavam prontos, mas havia opções de “tradicionais” “gourmets” e alguns com base de iogurte. Com tantas opções fiquei meio sem paciência e perguntei “moça tem de oreo? sim? então faz um pra mim” e não me arrependi, entre os sabores que provei, esse sem dúvida é o melhor.”. É possível seguir o Kombosa Shake pelas redes sociais Facebook e Instagram, ou entrar em contato via email.


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