UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE - CENTRO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS
Publicação feita pelos alunos do segundo semestre de Jornalismo - Ed 170 - Ano XIII - Maio 2016
Chefes Especiais
Na cozinha eles provam que são muito mais que um cromossomo a mais, página 3
Cinco anos após polêmica da “gente diferenciada”, metrô ainda não chegou a Higienópolis
Presidente da Associação de moradores de Higienópolis diz que metrô é essencial para o bairro Giovani Moura Casolari
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o ano de 2011, com a iniciativa de construção de uma estação de metrô no bairro Higienópolis na cidade de São Paulo, surgiu também a indisposição de alguns moradores do bairro em relação à obra. De acordo com alguns moradores na época, a edificação traria a presença do “povão”, “gente diferenciada” e até “mendigos” foram as palavras usadas na época. Outros moradores afirmavam que com a construção do metrô os índices de assaltos e criminalidade aumentariam, assim como na época da construção do Shopping Pátio Higienópolis há dez anos, hoje o centro de compras é frequentado por cerca de mais de 1,6 milhão de pessoas. Cinco anos depois da polêmica, o pensamento dos moradores contra o metrô na época, possivelmente, continua o mesmo, isso é o que afirma o sociólogo André Arruda “Essa percepção dos moradores do bairro que achavam isso há época provavelmente pensam isso ainda”. Ainda segundo o sociólogo o que os moradores mais temem é a “mudança do perfil de presença no bairro”. Um dos argumentos das pessoas que moram no bairro era que o local escolhi-
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Centro de Comunicação e Letras
Diretor: Alexandre Huady Guimarães Coordenador: André Santoro Supervisor de Publicações: José Alves Trigo
do previamente para construção da Estação Angélica era menos útil para o público geral, é o que afirma o presidente da Associação de Moradores e Comerciantes de Higienópolis, Fabio Forte “o local onde atualmente se encontra o Pão de Açúcar, onde era o projeto inicial, não serviria para a maioria da população [...] o novo local que definiram, perto do Pacaembu e da FAAP é o ideal”. Com a pressão popular o governo decidiu mudar o local da construção da Rua Angélica para a Rua Sergipe na esquina com a Rua Bahia. Ainda de acordo com Forte o metrô é de suma importância não só para Higienópolis, mas como para todos os bairros “a estação do metrô está sendo necessária há muito tempo, e ela não esteve disponível”, de acordo com o site da Move São Paulo, empresa responsável pelas obras, a entrega da estação Angélica - Pacaembu da Linha 6 – Laranja esta prevista para o ano de 2020. Tendo em vista que o início das obras estava previsto para 2010, porém foi adiado para 2012 e posteriormente para 2013, as obras iniciaram oficialmente apenas em 13 de abril de 2015. Desde o início
das tratativas para a construção do metrô no bairro, houve conflitos e desentendimentos em relação ao lugar em que a estação seria feita, ou qual linha iria pertencer, ou mesmo a indisposição dos habitantes foi um dos motivos para o atraso das obras. Quando perguntados se o bairro de Higienópolis é elitista, tanto o presidente da associação, quanto o especialista em sociedade afirmam que o perfil socioeconômico é alto e que a maioria dos moradores possui um poder aquisitivo muito superior à média da população da cidade de São Paulo e do Brasil, em si. “Por uma característica da sociedade brasileira, em bairros que existe uma maior concentração de grupos mais abastados em termos econômicos eles tendem a se fechar em torno desse mesmo grupo” “e costumam não serem adeptos a mistura com outros grupos de consumo socioeconômicos e assim acaba ocorrendo uma segregação de classes [...] a elite, minoria, julga que seus interesses particulares são mais importantes que o da maioria, no caso do metrô podemos considerar que parte da população que mora no bairro se considerem de elite” finaliza o sociólogo.
Professores: André N. D. Ferreira (Editoração Eletrônica) e Paulo Ranieri (Pauta e Apuração)
Beatriz Avanso; Michelly Nogueira; Moisés Alves Ferreira; Vítor Fonseca e Castro.
Equipe: Ana Laura de Oliveira; Ana Luísa Silva Thibes; Amanda Alves; Ariene Alves; Beatriz Bari de Figueiredo; Bruna Berti; Bruna Panzan; Cibele Carla; Felipe Velho Madrid; Gabriela Rotella; Giovani Moura Casolari; Gustavo Marques; Igor Néder Lopes; Juliana Melguiso; Letícia Parron; Maria
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Jornal-Laboratório dos alunos do segundo semestre do curso de Jornalismo do Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foto de capa: Tiragem: 200 exemplares.
Chefs Especiais: A gastronomia transformadora e inclusiva Voltado para a síndrome de Down, o instituto traz renovação para a gastronomia e uma grande lição para a sociedade Foto Michelly Nogueira
Michelly Nogueira
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instituto chefs Especiais, criado por Simone Berti e Márcio Berti, disponibilizam aulas de gastronomia gratuitas para pessoas com síndrome de Down. Sem restrições, o instituto abre as portas para quem quer conhecer e participar, seja como voluntario ou aluno. Existente desde 2006 e iniciado com 180 alunos, o casal decide formalizar o trabalho e criar uma sede para que a possibilidade de receber mais portadores da deficiência fosse realizada. Com o desejo de fazer algo para o próximo, os donos do instituto diante de tantas histórias emocionantes e transformadoras decidem correr atrás de patrocínios para ajudar a manter a nova sede; localizada no bairro Higienópolis, em São Paulo, conta hoje com mais de 300 chefs especiais, uma lista de patrocinadores e voluntários renomados, como Henrique Fogaça, Carlos Bertolazzi e Guga Rocha. Com o projeto inovador, Simone e Márcio foram ganhadores de vários prêmios pelo Brasil a fora, tais como: Prêmio Responsabilidade Social do Ano na Gastronomia, 2011; Honra ao mérito por Inclusão Social (Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência), 2012; Prêmio Top Qualidade Brasil - Melhor Trabalho Social do Brasil. Inclusão Social 2012; entre outros. Com tantas recompensas, Simone ao ser questionada sobre sua maior gratificação diz “apesar de tantas dificuldades, preocupações e noites mal dormidas, você consegue com seu trabalho transformar histórias reais. Consegue melhorá-las, valorizar pessoas que antes viviam à margem da sociedade, dar uma luz no final do túnel, mostrar para todos e principalmente para elas que são capazes”.
Carla Falconi, Murilo Passos e Denise Guershman
Ao entrevistar a psicopedagoga e especialista em transtorno do espectro autista e pedagogia hospitalar, Estela Marques, relatou como a falta de informação criou pensamentos precipitados sobre a deficiência, e afirma que ao serem estimulados precocemente, conseguem ter uma vida normal: “É fato que se bem direcionada e precocemente estimulada, a síndrome não será empecilho para que desenvolvam suas habilidades” afirmou a pedagoga. Pelo carisma e potencial de seus alunos, Simone ao ser questionada sobre a exclusividade de seu instituto pela síndrome de Down, diz que se encantou de tal maneira que não quis mais larga-los e que se orgulha de ser uma das ferramentas para que a independência dos deficientes seja cada vez maior. Além de o Chefs Especiais dar oportunidades de crescimento, autonomia e aprendizado para seus alunos, o instituto conta com voluntários que em seus depoimentos afirmam que mais aprendem do que ensinam em suas aulas. Ao ser perguntado sobre suas maiores lições, o voluntário, Bruno Teles diz: “Literalmente, o respeito e amor incondicional, eles são muito sinceros, não têm maldade, quando saio de lá é uma sensação inexplicável”. Já o chefe Mario Mangone relata sua experiência: “quando cheguei aqui, era
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muito amor envolvido, você vem para ensinar e acaba aprendendo, você se envolve, onde mexe é amor, aqui você consegue energia para batalhar no mundo lá fora, você se recarrega”. Entre tantas aulas semanais e aprendizados contínuos, o Chefs Especiais criaram o evento da “Hamburgada” na qual tiveram receitas assinadas pelos chefes Henrique Fogaça, Carlos Bertolazzi e Guga Rocha. Ao entrevistar os alunos sobre seu dia a dia no instituto, Jéssica, que estava trabalhando como fotógrafa no acontecimento, quando perguntada sobre como se sente quando cozinha diz: “me sinto muito feliz, faço com muito amor e carinho”. Já Cleiton, que estava como garçom declarou “Sinto orgulho e felicidade”. Com seu jeito desinibido e ousado, Wagner, um dos alunos mais experientes afirma “Gastronomia é a felicidade em ver outras pessoas felizes”. Com todas as formas de inclusão, seja por parte de Simone e Márcio, como também pelos grandes voluntários que ali dedicam seu tempo e transformam vidas, o Chefs Especiais tornou-se uma escola admirada, requisitada e humanitária para desfazer as diferenças impostas por uma sociedade carente de conhecimento, tolerância e amor ao próximo.
Anjos da Noite, madrugada solidária Voluntários prestam assistência para, em media, 800 moradores de rua semanalmente Beatriz Bari de Figueiredo Beatriz Bari de Figueiredo
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njos da Noite é um grupo voluntário que tem como objetivo resgatar a autoestima das pessoas em situação de rua. O fundador e presidente do grupo, Kaká Ferreira, estava andando pelas ruas de São Paulo numa noite chuvosa com sensação térmica de aproximadamente -4graus, quando se deparou com um morador de rua descalço, com a camiseta rasgada e bermuda. Preocupado com a situação, Kaká pensou que o homem iria morrer de hipotermia, então, decidiu ajudá-lo. Entregou ao homem roupa e o levou para jantar em um restaurante. Quando eles foram se despedir, o homem disse: “você é um anjo da noite”. Sem entender o que ele estava dizendo, Kaká foi para a sua casa pensativo. Naquela mesma noite, sonhou que estava preparando comida para entregar aos moradores de rua. Quando acordou, pensou: “era esta a mensagem que aquele senhor estava me passando. Preciso criar um grupo voluntário que alimente os moradores de rua e o nome dele deve ser Anjos da Noite”. E foi assim, no dia 22 de agosto de 1989, que foi criado. O grupo voluntário começou atendendo em media 100 pessoas, e hoje, 26 anos depois, atende por volta de 800 pessoas por noite. Com aproximadamente 80 voluntários por semana, o trabalho acontece durante a semana inteira. De segunda a sexta-feira ocorre a captação dos alimentos e roupas. Aos sábados acontece a distribuição das marmitas. Na parte da manhã chegam alguns voluntários para ajudar a fazer a separação e preparação dos alimentos. Às 17h chegam mais voluntários para ajudar com a montagem da marmita. São feitas por sábado em média 800 refeições, ou seja, aproximadamente 130/140
Voluntários preparando os alimentos para os moradores
kg de alimento. Por volta das 21h eles saem pelas ruas de São Paulo com uma Kombi cheia de marmitas distribuindo-as para os moradores de rua. O caminho feito por eles é: Atrás do mercado municipal, na Rua 25 de Março esquina com a Rua Carlos de Souza Nazaré, Rua Boa Vista, Pátio do Colégio, Praça da Sé, Rua Libero Badaró, Anhangabaú e Largo de São Francisco. Renato, voluntário há oito anos, está presente todos os sábados. Para ele: “nós, desde pequenos, somos ensinados a ignorar os moradores de rua. As pessoas passam por eles como se não estivessem lá, então, dar um pouco de atenção, ouvir suas histórias e poder abraça-los é o que tem de mais gratificante para mim”. Muitas pessoas têm pensamento negativo sobre os moradores de rua, porém Renato garante: “nunca fui agredido ou maltratado por algum deles, pelo contrário, eles sempre nos recebem da melhor forma possível”. Como o caminho feito para a distribuição é o mesmo há mais de 20 anos, os voluntários já conhecem os moradores das ruas, portanto, conhecem as histórias de cada um e o porquê a vida os levou a esta situação. Robert, de 65 anos, formado em psicologia e letras, ex-militar da marinha e bilíngue (inglês e espanhol), é um
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dos moradores o qual os voluntários ajudam há anos. Ele se encontra perto do Mercadão e hoje, é vendedor de caixa. Por ter sofrido um acidente de moto recentemente, e ter queimaduras de terceiro grau em suas duas pernas, os voluntários levam, além da marmita, pomadas e medicamentos para Robert. “É nítido ver que ele quer e precisa de atenção, é um senhor carente, que gosta de conversar e se deixar ele fica conversando com você por duas, três horas”, afirmou o voluntário José Carlos, estudante de enfermagem e que ajuda a tratar os ferimentos de Robert. Caso haja interesse em participar, é simples. É possível ajudar doando roupas, cobertores e alimentos. Também depositando qualquer quantia através da conta bancaria oficial do grupo no Banco do Brasil, ou se preferir pode ajudá-los com o coração; juntando-se ao grupo aos sábados, em sua sede localizada na Rua José Teixeira da Silva, 15 – Parque das Paineiras. O interessado em ajudar pode chegar a partir das 9h até as 21h. Ao chegar, é feito um cadastro e é necessária a compra de uma camiseta no valor de R$20,00 reais, para que os voluntários saibam quem está ajudando na hora da distribuição nas ruas. Para mais informações, entrar em contato pelo telefone: 11 981608407.
Decisão sobre o aborto ainda gera debate Acima dos 40 anos de idade, 20% das brasileiras já fizeram um aborto
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meu marido estava desempregado. Ele sugeriu que eu fizesse, porque não seria o melhor momento devido à situação”. Lúcia Moraes (nome fictício), 48, provocou um aborto aos 27 anos de idade, na época recém-casada. “Eu tinha pensado em outra solução. Esperar e contar para a família e pedir apoio financeiro, mas ele foi irredutível ‘não, imagine, pouco tempo casada e já grávida? Ficar precisando do apoio familiar’. Na verdade, ele não queria o bebê”, conta Lúcia. “Ele falou que sabia da existência de um medicamento, que estava fora do mercado, mas um amigo ia conseguir. Eu tomei via oral e intravaginal”. Com contrações fortes, semelhantes às de um parto, e hemorragia, procurou um ginecologista e foi enviada à emergência. No hospital, o médico a examinou e disse que ela passaria pela curetagem. Ao ser questionada se provocou o aborto, Lúcia negou. “Neguei, né?! Você pode ser presa”. Ela conta que durante a situação não parou para pensar em si: “É uma atitude que precisa pensar só em você, independente do seu companheiro. A atitude que você toma pelo seu corpo depende de você, porque depois o peso maior fica em cima da mulher”. Lúcia teve apoio médico, mas isso não é uma regra. Questionada sobre o efeito que a legalização causaria no Brasil: “Menos clínicas clandestinas e menos mortes. Só que tem que ter uma conscientização do porquê da legalização, o bem que faria para as mulheres. Assim como o câncer de mama mata, o aborto clandestino também. E se a mulher ficar com medo da família e de procurar um apoio médico? Ela pode perder a vida”. Lúcia diz que hoje não faria
Michelli Oliveira, militante da frente feminista do Mackenzie.
um aborto, pois tem uma situação financeira e psicológica diferente da época, mas que não se deve julgar ninguém. No Brasil, o aborto é legalizado em três casos: risco de vida da mãe, feto anencéfalo e em caso de estupro. Segundo um estudo da Universidade de Brasília (UnB), que é referência da OMS (Organização Mundial da Saúde), uma em cada cinco mulheres acima de 40 anos já realizaram um aborto. Francisco Razzo, filósofo e religioso, é contra a qualquer ato abortivo, incluindo os já permitidos pela lei, “não é porque uma vida humana tem algum defeito genético, que ela deixa de ser vida. No senso comum, é crível que considerem o embrião vida, quando uma pessoa fica grávida, dá parabéns”. Nos casos de risco de morte para mãe, o filósofo compreende o ato, mas não é a favor, “a intenção não é de tirar a vida de alguém, é intenção médica de salvar a mãe”. Para o filósofo, o aborto não deve ser tratado como problema de saúde pública. “Saúde pública é doença, vida não é doença. O que essas pessoas que linkam (sic) o aborto com saúde
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Francisco religioso
Letícia Parron
Letícia Parron
Letícia Parron
Razzo,
filósofo
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publica pensam é que mulheres que praticam o aborto em clínicas clandestinas tende a pôr a vida em risco. Mas clínicas são clandestinas tanto para ricos e pobres. O problema do aborto são esses canalhas que montam clínicas clandestinas e facilitam uma prática criminosa”. Já Michelli Oliveira, militante da Frente Feminista do Mackenzie, é a favor do aborto: “Vivemos em um país que se diz laico, porém é totalmente ideológico e religioso”. Para Michelli, a proibição afeta diretamente a vida das mulheres, afinal são obrigadas a terem a criança e o Estado não oferece nada além de julgamentos e obrigações. “Proibir o aborto é mostrar que a mulher não é capaz de tomar decisões que afete seu corpo e intelecto”. Quando questionada sobre o que falta para o aborto ser legalizado no país, Michelli diz: “A igreja parar de opinar e os homens pararem de tomar decisão pelas mulheres. Só nós sabemos o que é melhor para o nosso corpo e saúde”. Caso o aborto seja legalizado, Michelli acredita que muitas vidas seriam poupadas, principalmente as de mulheres pobres.
Evento vegano reúne 17 mil pessoas 2a edição do “Festival Gastronômico Vegano Tudo até R$ 10”bate recorde de visitantes e atrai veganos e não veganos na Avenida Jabaquara Ariene Alves
diversas experiências e dicas para oferecer. É o caso da doutora em Ciências Ambientais, Maria Castello que afirma a importância do evento para aqueles que ainda não fizeram a conexão ou estão em período de transição: “eu acho que esses eventos são muito importantes porque é neles que muitas pessoas que não conhecem ainda e não terminaram de compreender muito bem do que se trata o veganismo, aqui elas começam a entender. E é uma quebra de tabus.” finaliza. Para aqueles com dúvidas específicas sobre nutrição, um momento de perguntas e respostas foi oferecido pelo nutricionista vegano George Guimarães de 38 anos. Lá, perguntas envolvendo proteínas, absorção de cálcio e ferro, vitamina B12 foram esclarecidas por ele. Os animais, motivo principal da união de tantas pessoas, não ficaram de fora. A adoção de gatos e cachorros abandonados se fez presente no evento e trouxe mais de dez lares a eles. O ambiente, apesar de não ser muito grande se comparado ao número de visitantes que compareceram ao local, permaneceu lotado durante os dois dias. Tanto que a maior parte dos itens foi vendida antes do esperado. João “Gordo”, apresentador e músico de 51 anos, concordou em ser o garoto-propaganda do evento organizado pelo Vegnice e fica feliz com a sua popularização: “eu acho que ta popularizando cada vez mais. Esses eventos tem cada vez mais gente e a estrutura precisa acompanhar esses eventos também né? Tanto que até acabou o “rango” de todo mundo”, declarou o músico. O próximo evento será realizado no bairro da Santa Cecília e terá a páscoa como tema principal.
Ariene Alves
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veganismo, estilo de vida que busca eliminar qualquer produto de origem animal, tem se tornado extremamente popular no Brasil. Com o intuito de disseminar ainda mais esse movimento, o “II Festival Gastronômico Vegano Tudo até R$10,00” ocorreu nos dias 13 e 14 de fevereiro e recebeu 17 mil pessoas no espaço do Colégio Santa Amália, na Avenida Jabaquara. Pretendendo desmistificar a ideia de luxuosidade do veganismo, o evento propôs que, com até dez reais, fosse possível experimentar um ou mais itens e alimentos do local. A iniciativa atingiu as expectativas do empreendedor e coordenador do evento Jonas Santos de 41 anos que disse que já esperava por um número maior de pessoas. “É sempre um sucesso, muitas pessoas vindo. Nem todas são veganas, nem todas são vegetarianas, mas muitas vêm por curiosidade.” diz ele A comida foi a parte mais procurada pelas pessoas que compareceram ao festival e conseguiu agradar todos os paladares. Churros, coxinhas de frango (feito de “carne” de jaca), feijoada, acarajés, hambúrgueres veganos foram alguns dos alimentos mais requeridos pelos visitantes da feira. A iniciativa se estendeu também com a venda de produtos de higiene, vestuários, acessórios e produtos de limpeza totalmente livres de testes animais. As barracas de comida ficaram sobre a responsabilidade dos mais de 90 expositores e parceiros do evento que se dispuseram a trazer alimentos diversificados e familiares para aqueles que nunca haviam
Wraps de falafel: uma das opções de alimento do evento
experimentado refeições sem carnes, ovos, leite ou mel. Foi assim que o criativo “Not Dog” surgiu. As amigas Bruna Gregolin (25) e Adriellen Laje (23) criaram o Lola e Lóli em 2014 e desde então ficaram famosas pela criação do lanche. Além de expandir a causa, elas se dedicam à sustentabilidade ao oferecer chá de graça para aqueles que trouxerem copos de casa, evitando assim o desperdício do uso de copos de plástico. O evento permitia ainda que as pessoas conhecessem um pouco mais sobre o veganismo. A conscientização veio por meio das várias palestras mediadas por especialistas da área, nutricionistas, ativistas dos direitos dos animais (VEDDAS) e apoiadores de longa data da causa. O auditório ficava logo no começo do evento e recebia palestrantes com
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1° Festival de Churros em São Paulo O evento ocupou o Memorial da América Latina e contou com muita variedade e sabor Bruna Berti Foto de Bruna Berti
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churro é um doce de origem ibérica. Criado na Espanha e Portugal por pastores nômades, diz a história que seu nome veio de uma raça de ovelhas, “Navajo Churro”, por conta da semelhança de seus chifres com o alimento. Essa simples massa frita, originalmente, era apenas salpicada em açúcar e canela, mas adquiriu uma nova tradição em alguns países latino-americanos, principalmente Brasil, com a versão recheada. E, para homenagear este produto que tanto conquistou os brasileiros, nada melhor que o 1° Festival de Churros de São Paulo, que ocorreu nos dias 20 e 21 de fevereiro e contou com a presença de mais de 60 mil pessoas. Quem compareceu ainda pode conhecer a exposição “A Turma do Chaves”, seriado que tinha o churro como doce preferido. O evento contou com 17 churrerias, entre elas Food Truck´s, barraquinhas e os tradicionais carrinhos. Rodrigo Leme, do Aerochurros Gourmet, contou que estava sentindo falta dessa união de empresários de mesmo segmento, já que estes acontecimentos, geralmente, não ocorrem com tema único. Os food trucks, assim como as feiras gastronômicas, são eventos que caíram nas graças do público, permitindo que as pessoas conheçam algo novo e até mesmo outras culturas através do paladar: “Esse tipo de festival é incrível. Acho que tudo que se faz para promover a cultura tem que ser valorizado”, afirma Celino Leonel do ChuChurros. Para Alice Araújo, proprietária do Churros DamaC, a ideia de criar o “caminhão” de churros surgiu de uma necessidade, pois apenas um carrinho acabou se tornando pequeno diante suas novas criações. Variedade não faltou. Cada marca apresentou seu cardápio, soman-
Churros salgado sabor azeitona
do mais de 50 tipos de churros, entre eles os tradicionais de chocolate e doce de leite e os diferenciados churros salgados, variando de R$ 6 a R$ 18. A estudante Carolina Bernardes, 21, apesar de achar muito legal a ideia de reinventar comidas tradicionais, diz que os churros salgados não são muito saborosos e por isso acredita que não sejam muito conhecidos. Mas a variedade não parou por aí, o AeroChurros gourmet foi ainda mais radical: criou o churro vegano, que surgiu, segundo Rodrigo, pela necessidade de fazer a massa durar mais. Já o ChuChurros inovou com os churros em bolinhas: “Além de fugir completamente do tradicional, há a possibilidade de o cliente experimentar vários sabores em um só pedido”. Tornar um produto gourmet nada mais é que prepará-lo com produtos de maior qualidade, combinar seus sabores e suas texturas e apresentá-los artisticamente. Maria Luiza de Campos Assis, 16, por um lado acha legal transformar uma comida típica em algo gourmet, por outro, acha que há falta de praticidade em se comer: “O churro é um alimento que se come sem sujar as mãos e, dependendo em que ele se transforma, torna-se algo complicado”. Para Arcádio Martinez, proprietário da Churros-
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Mix, é importante não fugir radicalmente do tradicional: “Tentamos fugir dessa denominação do que fazemos como ‘gourmet’ pois esse termo se tornou muito banalizado. Nós apenas tentamos melhorar e atualizar nossos churros, mas sem perder de vista a tradição”. Contudo, o evento não apresentou apenas cumprimentos. Luiza Paratela, 17, disse que o evento deixou a desejar, pois além de as empresas de churros estarem em minoria diante a outros tipos de comidas, o evento ainda estava desorganizado e com filas enormes. Já o fundador da ArtShine Promoções e Eventos que foi responsável pelo festival, Marcio Alvarez, disse que o festival foi um sucesso e que contou com seguranças, brigadistas, ambulâncias e uma equipe apenas para atendimento do público. Entretanto, Márcio concordou com o problema das filas: “A repercussão do evento chegou a outros países, portanto as filas foram inevitáveis, pois com entrada gratuita e em local de fácil acesso, o evento acabou atraindo um grande número de pessoas”. Porém, para a próxima edição do festival, que acontecerá nos dias 9 e 10 de abril no mesmo local, foi prometido maior distribuição dos expositores, para proporcionar melhor comodidade ao público.
De Blogueira à Garota Propaganda O Blog como uma forte arma da publicidade Felipe Velho Madrid nas de moda, sabendo que antes mesmo do “show” acontecer vão aos ateliês dos estilistas que farão parte desta semana montam seus “looks” com peças exclusivas que serão lançadas apenas no dia seguinte. Quando blogueiras muito requisitadas são convidadas para comparecerem em um determinado evento, elas recebem cachês altíssimos para fazer divulgação “ao vivo” de determinado assunto ou produto, e logo em seguida virtualmente com fotos tiradas no eventos e postadas em seus blogs ou outras redes sociais com comentários positivos de peças escolhidas como suas favoritas. A divulgação destas ditadoras de moda passam de roupas, sapatos e cosméticos indo até para viagens, internacionais ou nacionais, que elas ganham de empresas com tudo incluso para conhecer lugares incríveis, e em troca elas fazem a propaganda da empresa e seus determinados pacotes de viagens. Entretanto, a visão de Maysa para seu blog é um pouco diferente se comparado a outros onde contém propagandas apenas de produtos considerados de alto escalão. “Quero que meu blog seja democrático, não desejo ser a próxima Thássia Naves que fala de marcas e luxo, mas sim ser alguém que mostre que todas as garotas podem usar o que elas quiserem. Só estou lá para ensinar e dar dicas de como fazer”, diz. Levando em conta o modo de vida atual onde o consumismo está em alta, e tendo como modelo o estilo de vida dessas blogueiras, onde a repetição de uma peça de roupa é praticamente inexistente, as pessoas não podem se deixar levar por este mundo que parece mais um “conto de fadas” onde a perfeição parece prevalecer.
Felipe Madrid
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s blogs já existem há algum tempo, mas nunca tiveram tanta força como nos dias de hoje. Quase toda a ala jovem acompanha algum blog na internet seja qual for o tema abordado por este. As blogueiras de moda, em si, são as que estão em maior ascensão e destaque na internet. Como uma espécie de diário on-line, os blogs são lugares para se escrever o que se deseja transmitir sobre determinado assunto, mas com um diferencial onde pessoas interessadas podem navegar e conhecer um pouco mais sobre o assunto abordado pela blogueira. Maysa Faggion, 20 anos, ex-estudante de moda e autora do blog “mayfaggion.com” diz que sua ideia principal para criar sua página na internet foi entrar no mundo do jornalismo de moda: “O blog surgiu com a ideia de tentar ser uma jornalista de moda. Sempre gostei desta área e precisava de um espaço para compartilhar tudo o que eu gostava”, completa. Esta esfera virtual tem ganhado muita força na propaganda de produtos, funcionando como uma grande publicidade de materiais novos que surgem no mercado da moda e da beleza. Prova disso é que blogueiras ganham “presentes” das lojas para divulgar em suas páginas on-line, munidos de imagens delas usando este produto ou seja mostrando o resultado em conjunto com suas opiniões pessoais.”ao longo do tempo vamos conhecendo pessoas, participando de eventos e recebendo presentes de várias empresas. Hoje tenho uma caixa lotada no meu guarda roupa que ainda não tive tempo de experimentar todos os produtos.” Diz Maysa ao ser questionada a respeito deste lado co-
Maysa Faggion, 20 anos, blogueira
mercial do blog. Além disso o fato delas exporem suas conclusões sobre, passa uma sensação real da validade do produto. Dando confiança aos consumidores na hora da compra de determinada marca. “A ideia de toda blogueira é passar confiança com o que posta, lógico que existe aquelas que só estão procurando press-kit, mas, eu procuro postar só o que realmente testei e gostei. Afinal, a minha credibilidade vale mais que qualquer produto.” Retorno de Maysa quando perguntada sobre seus “posts” no seu blog. A força e influência vai além de produtos recebidos para divulgação em seus blogs chegando a serem convidadas a participar pessoalmente de eventos de moda como desfiles, inaugurações de novas lojas ou apenas nova coleção de peças da nova estação. São convidadas a ocupar um lugar na primeira fila nos desfiles nas sema-
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A influência da maquiagem entre épocas “Em uma era onde tudo é imagem, o que mais transforma a imagem é a maquiagem”, diz maquiadora Ana Luísa Silva Thibes Ana Luísa Silva Thibes
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maquiagem é uma técnica antiga, que é usada desde a Pré História para práticas de cultos à fertilidade ou funerários e rituais xamânicos. Antigamente, eram poucos os produtos existentes, dentre eles: a sombra, na época Kohl, o rouge, hoje mais conhecido como blush e o batom, ainda que certas culturas utilizassem esta arte apenas por questões religiosas. Daize Baltazar, 69, começou a se maquiar quando tinha entre 17 e 18 anos. Os produtos mais usados eram base, pó, sombra, batom e, na época, o rouge. Com tantos produtos modernos surgindo, tudo vira uma grande novidade para as mulheres mais velhas e foge totalmente do que elas conheceram no passado, “Hoje o curvex não se usa, no lugar existe cílios postiços. As marcas também mudaram, pois existem produtos melhores”, conclui Daize. Vários dos produtos hoje fabricados são melhorias dos antigos, além da variedade de cores, os produtos são mais modernos e, cada vez mais, são criados para maior facilidade de uso, é muito interessante o quão expressivas são suas características, e como as tendências passadas retornam, parecidas com um ciclo. Francine Matarazzo, 35, maquiadora profissional há dois anos relata: “Em relação à técnicas, isso sempre vai mudando e novas tendências vão surgindo e a gente tem que acompanhar. Por toda habilidade que sempre tive, por gostar de maquiagem e, pela maquiagem já fazer parte da minha vida antes mesmo de me tornar uma profissional, foi muito mais fácil, então, um curso de menos de um ano já foi suficiente para me tornar uma
Rímeis, sombras e curvex representando os produtos cosméticos atuais
maquiadora profissional”. A maquiadora Pamela Dutra, 25, que trabalha profissionalmente há seis anos, fala sobre o crescimento e a importância da maquiagem em uma era onde tudo é imagem: “Hoje nós temos muita informação, muitos cursos e quanto mais a gente faz, mais a gente vê que tem o que aprender, tonalidades de pele, formatos de rosto, formatos de olhos, tons da maquiagem, os disfarces, as camuflagens, os contornos, então, tudo isso veio e, cada vez mais, vem vindo informação, para ficar uma maquiagem cada vez melhor, mais natural e mais impecável...” e quando são citadas as mudanças do passado para os tempos atuais, ela diz, orgulhosa, que tudo mudou, os cursos e produtos estão melhores e, atualmente, temos muitas marcas de maquiagem, tanto nacionais quanto importadas que, cada vez mais, investem em qualidade. Dependendo do trabalho exercido, principalmente pessoas que lidam com o público ou doam sua beleza para o uso em revistas, panfletos e etc, é até exigido o uso
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dos produtos, é o caso de Elizama Cavalcanti, 21, modelo e miss Itapetininga, cidade localizada no interior de São Paulo, “Como modelo, é importante pois, através dela conseguimos refletir a nossa personalidade, a maquiagem é um componente que irá complementar essa imagem e reforçá-la. Sobre o dia a dia da mulher, acho de extrema importância para a sua apresentação pessoal e para causar uma boa impressão, mas com uma maquiagem para cada ocasião, é claro”, comenta a modelo sobre a importância da maquiagem tanto para a vida profissional quanto para a pessoal. A modelo Elizama ainda relaciona o poder da mídia com o uso de produtos cosméticos: “Para mim, as mudanças de hábitos e padrões de beleza pela mídia acabam influenciando, pode ser direta ou indiretamente. Pois todos os dias, muitas das vezes não percebemos, mas somos bombardeados por imagens de mulheres “perfeitas”, seja em revistas, propagandas, TV, etc. E, infelizmente, acabam influenciando sim”.
O desafio de ser plus size “Há algum tempo eu deixei de me importar muito com estar fora dos padrões”, diz estilista Amanda Alves
Amanda Alves
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ssumir ter um 44 ou mais na etiqueta não é fácil em um mundo onde a Geração Fitness dominou não só as academias como também as redes sociais. Não é errado o árduo suor em busca do peso ideal, mas a questão é: é preciso vestir 36 para ser saudável? É preciso entrar no vestido mais apertado da loja para ser feliz? As garotas plus size desafiam os padrões de beleza impostos pela mídia e pela sociedade e afirmam que tem como ser saudável e feliz, mesmo com alguns quilinhos a mais. Gabriela Scaquetti, 20, estudante de Moda e estilista, conta que há algum tempo deixou de se importar com os quilinhos a mais porque o corpo “perfeito” é quase impossível de ser alcançado. A jovem sempre confeccionou e customizou suas próprias roupas e no ano passado começou a frequentar eventos de moda para o público plus size, foi então que Gabriela decidiu confeccionar roupas de todos os tamanhos. “Acho que o diferencial principal da loja VOUDEFLORAL é não excluir ninguém, quero que seja uma marca em que todas as garotas possam encontrar peças legais e quase exclusivas”, conta a jovem. A marca assume que existe para mostrar o quanto as clientes são lindas, desenvolvendo peças para tornar o momento de se vestir uma grande brincadeira. A nutricionista Carla Rossini, formada pela Universidade de Marília, diz que é possível ser saudável sendo gordinha ou não. “Garotas acima do peso podem sim ser saudáveis, desde que adotem um estilo de vida mais saudável, com uma alimentação equilibra-
Gabriela Scaquetti veste com blusa da loja VOUDEFLORAL
da”, afirma a nutricionista. Porém, elas devem estar atentas ao grau de excesso de peso: “Quanto maior o índice de obesidade, maiores são os riscos”, adverte a nutricionista. Tiago Vicente Augusto, professor de educação física, acredita que as plus size se conscientizaram da necessidade de um bom condicionamento físico e passaram a fazer parte da geração fitness. Devido à grande divulgação sobre os hábitos saudáveis nos canais de comunicação, o professor afirma que as plus size têm procurado a prática de exercícios mais por saúde que por estética. “Perceberam que não dá para ficar 12 horas no escritório, atrás de um computador, comendo inadequadamente, sem praticar nenhum exercício, e
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não ter sérios problemas de saúde”, afirma o professor. As aulas mais procuradas por este público são as aulas de ginástica localizada, dança e luta. Tiago conta que o público feminino, em geral, tem encontrado nestas aulas uma outra alternativa para manter a forma e buscar condicionamento físico. “Ser saudável mentalmente também é fundamental e o exercício físico auxilia para isso”, estimula o professor de educação física. Convivendo com garotas plus size todos os dias em suas aulas, Tiago acha complicado lutar contra a ditadura da moda que impõe o corpo que todos devem ter, mas admira as garotas que não se deixam abater pelos padrões: “Você se assumir na sua condição, nos dias de hoje, é bem desafiador.”
Rapel! Adrenalina ou Perigo? Grupo de pessoas se reúnem no alto do viaduto da Avenida Doutor Arnaldo para praticar um esporte chamado Rapel Gustavo Marques Foto:Pagina do Entrevistado
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m meio de tanto caos, tumulto, trânsito e barulho, vemos um grupo de pessoas amadoras e profissionais que se arriscam em descer por uma corda de cima viaduto da Avenida Doutor Arnaldo, logo abaixo da Estação Sumaré (Metro- Linha 2 Verde). Esse esporte radical é conhecido como Rapel, efetuado por muitas pessoas que gostam de arriscar a vida ou até de enfrentar seus medos. Rappel é uma palavra que em francês quer dizer «chamar» ou «recuperar» e foi usada para batizar a técnica de descida por cordas.Rapel é um esporte praticado na vertical, utilizando-se de equipamentos adequados para a descida de paredões e vãos livres, uma atividade criada a partir das técnicas do alpinismo . Para se praticar o Rapel, precisa-se dos seguintes equipamentos: Mosquetões de aço: usados na ancoragem da corda em que é feita a descida. Os de aço são os mais recomendados por terem uma resistência e durabilidade maior. Mosquetão de alumínio: Servem para ligar o equipamento de descensão ao arnês . Fitas Solteiras: São as mais aconselhadas para se fazer ancoragens, por resistirem bastante e serem mais confiáveis. Cordas: Usadas para fazer a descida, devem ser do tipo que possuem “alma”, ou seja, que tenham um núcleo trançado independente além da capa (parte externa). De preferência deve ser de material muito resistente, como o Nylon e o Poliester. Luvas: Servem para proteger a mão do praticante contra queimaduras ao haver fricção com a cor-
Pessoas praticando Rapel no viaduto Avenida Doutor Arnaldo
da. Serve também para dar mais atrito na hora de reduzir a velocidade da descida. Capacete: Indispensável, protege de vários perigos, desde deslizamentos de pedras à queda acidental de um equipamento de um praticante que esteja acima de você. Freio 8 (ou blocante / ou descensor “oito”): De aço ou alumínio. Usado para torcer a corda, aumentando o atrito e assim, reduzindo a velocidade da descida. É esta peça que lhe dá o controle da descida. Baudriers (ou Cadeirinha): Uma espécie de “cinta” que envolve as pernas e os quadris dando o aspecto de uma “cadeirinha” mesmo. Pode ser fabricada (costurada em modelos) ou pode ser feita de cabo solteiro (pedaço de corda do mesmo material usado na corda do rappel, em média de 5m, podendo variar de acordo com as exigências do praticante). Rui Barbosa, dono da pagina no Facebook Rapel Urbano Nortuno e integrante do grupo Desafio Adventure, é um dos loucos por esporte radical que enfrenta a descida de cima do viaduto até o chão, e em sua pagina no Facebook junto com seus integrantes do Desafio
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Adventure, ele leva e ajuda pessoas a aprender Rapel e perder seus medos. Também ajudam novatos nesse esporte radical ou pessoal que não tem facilidade de ir para motanhas e praticar o esporte. O Rapel em Sao Paulo tem mais de 25 anos, mas o projeto Rapel Urbano Noturno tem seus 8 anos, e eles trabalham com o propósito de arrecadar alimentos ou dinheiro para alguma ONG ou alguma família que necessita de ajuda.No inicio,o projeto contava com 6 pessoas praticando o esporte na regiao metropolitana, mas hoje em dia,segundo informações do proprio entrevistado,ele pode chegar a atender, em uma noite,100 pessoas. Antes do grupo Desafio Adventure e Rapel Urbano Noturno, havia um grupo chamado ‘’Os Dinossauros do Rapel’’, no qual ele também fazia parte. Eles utilizavam aquele espaço para promover suas descidas. ‘’ Eu amo ficar pendurado sobre as cordas, mas eu fico muito feliz em saber que ajudo muitas pessoas, porque elas me procuram para tentar perder seu medo de altura, e isso me deixa feliz porque muitas vezes essas pessoas mudam ate de vida por causa da sua conquista’’ disse Rui Barbosa
Pinheiros sedia torneio de Tênis O evento contou com a presença de ilustres atletas, como o brasileiro Thomaz Bellucci, o espanhol Nicolas Almagro e o italiano Fabio Fognini
Foto por Gabriela Rotella
Gabriela Rotella
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e 20 a 28 de fevereiro, o Esporte Clube Pinheiros seguiu com sua tradição de receber importantes eventos de Tênis, e o Brasil Open ATP 250 foi o maior exemplo disso. Dedicado aos admiradores desse esporte, a competição atraiu também a atenção de atletas e treinadores internacionais de diversas modalidades devido ao avançado complexo que inclui estruturas bem desenvolvidas e equipamentos de ponta. Durante os sete dias de disputa da chave principal e de dois do qualifying, ocorreram 54 jogos entre os 58 atletas que representaram 17 países diferentes. No final, o uruguaio Pablo Cuevas, que ocupa a posição de 27° no ranking mundial, conquistou o bicampeonato do Brasil Open com sua nona vitória seguida. Já nas duplas, os vencedores foram os sul-americanos Julio Peralta e Horacio Zeballos que, de virada, derrotaram os espanhóis Carreño Busta e Marrero. Ao longo de todos os dias, foram aproximadamente 16.750 espectadores, fora aqueles que acompanharam a disputa por meio da transmissão das emissoras Bandeirantes, Bandsports e SporTV resultando em mais de 80 horas televisionadas. O sócio veterano, Vicente Oliveira (78), ganhou em um sorteio ingressos para assistir a disputa final entre o uruguaio Pablo Cuevas e o espanhol Pablo Carraño Busta no último dia de torneio. “É impressionante ver como o Pinheiros cresceu ao longo dos anos, e mesmo não tendo mais condições físicas de jogar, é muito bom ver uma nova geração tão comprome-
Quadra principal do Brasil Open ATP 250
tida com esse esporte maravilhoso”, afirmou. Além das 24 quadras do complexo tenístico pinheirense, para receber o Brasil Open 2016, foi montada em apenas dez dias uma estrutura composta de uma quadra central com arquibancada (de capacidade para 2.567 pessoas), duas secundárias e mais duas que foram utilizadas apenas para treinos. A assessoria de imprensa do Pinheiros afirmou que “tudo foi planejado de forma a interferir o mínimo possível e evitar transtornos no dia a dia dos associados que já puderam adquirir na pré-venda exclusiva os ingressos com 20% de desconto, que variaram de R$70,00 a R$400,00.” Já para facilitar a vida dos não sócios, o clube permitiu a utilização de seu estacionamento particular pelo preço único de R$50,00. Para garantir tanto o bem estar dos atletas quanto do público, foram providenciados dois postos médicos atendidos por uma experiente equipe de bombeiros, um reservado numa área restrita apenas para os jogadores, e outro localizado próximo a quadra central, para o restante das pessoas. A segurança de todos os presentes também foi uma prioridade e além dos 21 seguranças do clube, foram contratados a parte mais 24 pela
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Faqui, agência de vigilância. Em entrevista concedida a revista Pinheiros, Roberto Cappellano, Presidente, afirmou que “os torneios são impulso importante para a Seção de Tênis, uma vez que têm deixado um legado de modernização de nossos equipamentos.” Segundo a assessoria de imprensa, justamente por “ser um clube tenístico e agregar toda a estrutura da competição”, o Pinheiros foi selecionado para sediar o Brasil Open ATP 250, que retornará para o mesmo local em 2017, devido ao contrato de dois anos entre o Pinheiros e a organização do evento. Criado em 2001, o Brasil Open ATP é o mais antigo torneio de tênis do país. Ao longo de seus quinze anos de história, vários campeões já pisaram em terras brasileiras, dentre eles, Rafael Nadal e Guga. Em 2016 não foi diferente, e nada melhor do que um tradicional clube, conhecido por formar atletas em diversas modalidades, para sediar esta tão renomada competição, cujo prêmio final beirou 500 mil dólares. Segundo Gaspar José dos Santos, funcionário deste departamento esportivo há 51 anos, “o clube já recebeu o campeonato sul americano de mulheres, e desde outubro de 2015, aconteceram cinco grandes competições, mas nenhuma dessa magnitude”.
Benefícios faz aumentar sócios torcedores Arrecadação e aumento no número de telespectadores nos estádios comprovam sucesso do programa de sócio torcedor Vítor Fonseca e Castro Foto: Vítor Fonseca
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m dos setores que atualmente mais crescem nos clubes, o programa de sócio torcedor tem comprovado o seu sucesso a cada ano. Com mais adesões ao quadro de sócios, os clubes têm lucrado cada vez mais. Portanto, não é apenas ajudando o clube a única vantagem em ser torcedor associado, o programa apresenta uma série de benefícios e descontos que chama a atenção do torcedor. Um dos clubes com mais sócios no Brasil, o São Paulo Futebol Clube oferece descontos e preferência na compra de ingressos antecipados aos sócios torcedores. O desconto e a antecipação na compra, variam conforme cada plano. Para os torcedores mais assíduos nos estádios, há um ranking de preferência na compra de ingressos. Quanto mais jogos o torcedor frequenta, maior antecipação na compra de ingressos ele terá. O clube oferece ao seu quadro de sócios, diversas promoções do Programa de Sócio Torcedor através do site e de suas redes sociais. O sócio torcedor também poderá conhecer os bastidores do São Paulo FC, visitar treinos, conversar com atletas, assistir a jogos no camarote e participar de muitas outras ações, segundo o site oficial do Programa Sócio Torcedor do São Paulo Futebol Clube. Os torcedores comuns não têm a opção de comprar ingressos pela internet. Torcedor comum do Atlético-MG, o estudante de Arquitetura, Cassimiro Amaral Scheid, já foi algumas vezes ao estádio ver o jogo do seu clube. “Sendo um torcedor comum, a maneira de conseguir um ingresso é a mais tradicional. Na maioria das vezes que vou ao estádio, compro os ingressos na sede do clube com alguns dias de
Estádio do Morumbi esteve lotado na despedida do Rogério Ceni em 2015. Sócios Torcedores estiveram presentes em grande número
antecedência. Mas também já tive a opção de comprar na hora no estádio, mas foi em um jogo de pequena escala”, afirmou o estudante de Arquitetura. Não é apenas os clubes que lucram e crescem com o crescente aumento no número de sócios, os torcedores associados também aproveitam os benefícios que lhes são concedidos. O sócio torcedor do Atlético-MG, José Eustaquio Fonseca confirma os benefícios que tem com o Programa de Sócio Torcedor do seu clube. “Comprar o ingresso com desconto e primeiro que o torcedor comum, descontos em produtos do clube, programa de pontuação onde pode ser utilizado em várias ações do clube”, afirmou o sócio torcedor atleticano. Nos jogos decisivos e de grande presença de público nos estádios, os sócios torcedores têm tido enorme vantagem em relação aos torcedores comuns. Uma vez que apenas os sócios conseguem comprar ingressos para ir nos jogos. A venda para torcedores comuns, as vezes não chega a ser aberta. No segundo jogo da final da Copa do Brasil de 2015 entre Palmeiras e Santos, no Allianz Parque, a venda de ingressos para
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torcedores comuns não chegou a ser aberta, pelo fato da venda para sócios torcedores terem esgotado a carga total de bilhetes do estádio. O estudante de Arquitetura, acredita que o torcedor comum tenha mais dificuldades em conseguir ingressos em jogos decisivos. “Acho que deve ser mais difícil para um torcedor comum conseguir ingressos para um jogo importante. Uma vez que o torcedor com programa de sócio torcedor, tem uma garantia maior de ser ingresso”, disse Cassimiro. Com o avanço no número de sócios torcedores, os estádios brasileiros têm tido aumento de público nas arquibancadas. Com estádios mais modernos e confortáveis, além da rapidez de comprar pela internet, os clubes têm experimentado uma maior arrecadação com a bilheteria. “Como o Galo utiliza o Estádio Independência, e a capacidade é de 24.000 pessoas, isso implica na lotação do estádio”, disse José Eustaquio. A renda proveniente do programa de sócio torcedor, tem feito muitos clubes compensarem o que deixam de ganhar sem um patrocínio máster.
ONG oferece oficinas audiovisuais gratuitas para jovens Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias oferece cursos gratuitos de audiovisual para jovens de 17 a 20 anos de idade Igor Néder Lopes
foto: Igor Néder Lopes
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Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias, situado no bairro do Bom Retiro, centro da cidade de São Paulo, está há doze anos com um projeto que visa formar jovens em situação de vulnerabilidade social, de 17 a 20 anos, os capacitando para o mercado audiovisual. A proposta é contribuir para o desenvolvimento pessoal, social e profissional desses jovens por meio do audiovisual, oferecendo oportunidades a terem um trabalho realizador, serem engajados socialmente e expressarem sua visão de mundo. “O instituto foi criado na crença de que havia uma oportunidade profissional dentro do mercado audiovisual para jovens com talento”, declara Luís Alfaia, superintendente do Criar. “É uma sensação indescritível quando a gente olha os jovens tomando as rédeas do destino de suas vidas e dispostos a mudar esse país”, completa. A ONG se tornou referência na área. Seu fundador, Luciano Huck, conseguiu parceiros sólidos e a cada ano forma 150 jovens, embora a procura seja muito maior – mais de 600 candidatos. Eles são encaminhados ao Criar pela chamada Rede de Aliados Sociais, formada por organizações não-governamentais e escolas públicas parceiras. Até o ano passado já se formaram mais de 1500 jovens pelo Criar. O índice de aproveitamento pelo mercado de trabalho também é alto – em torno de 60%. “O Criar se tornou uma ferramenta do mercado audiovisual”, diz Huck, durante evento do instituto.
Educando de áudio equalizando trabalho durante a aula
“Aqui conseguimos estabelecer uma relação bacana, um laço de afetividade. Existe um respeito mútuo. Cada um dentro de sua linguagem, respeitando as diferenças. É legal apoiar e incentivar. Acho que fazemos isso espontaneamente”, diz Roberto Augusto, Educador da Oficina de Iluminação. São 11 meses de muito aprendizado, muito trabalho e muita dedicação. No final do Programa, os educandos têm a possibilidade de obter registros profissionais em suas áreas junto às Delegacias Regionais do Trabalho, graças ao apoio do Sindicato dos Radialistas. Além de se especializarem em uma oficina técnica, os alunos participam de cinco oficinas que têm como objetivo promover seu desenvolvimento sociocultural e a formação integral. São três mil metros com espaço para 16 oficinas, dois estúdios (tendo o estúdio principal 155 metros
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quadrados, tratamento acústico e térmico), marcenaria, ilhas de edição, laboratório digital, switcher, sala de cabelo e maquiagem, acervo e sala de figurino, central de equipamentos de luz e câmera, sala de produção, biblioteca e videoteca, restaurante, além dos espaços de apoio para equipe. “Mudei muito depois de tudo que eu vivi e aprendi lá. Tive experiências essenciais para a construção do meu caráter e da minha percepção das coisas”, afirma Iarly Brenda, veterana da Oficina de Computação Gráfica. Para fazer parte do programa, o jovem precisa ter idade entre 17 e 20 anos; morar em São Paulo ou Osasco; sua família ter renda per capita mensal de até meio salário mínimo; estar cursando o terceiro ano do ensino médio ou já ter concluído e, por fim, ser indicado pela rede de Aliados Sociais do Criar.
MIS traz exposição “O Mundo Tim Burton” O Museu de Imagem e do Som é a primeira instituição da América Latina a sediar a mostra que traz itens raros da vida e filmografia do cineasta Maria Beatriz Avanso semos criar uma nova dinâmica para que não ficasse parecida com qualquer lugar que já havia sido exposta e para que os observadores pudessem se surpreender ao lá visitarem”, afirmou Renan Pessanha Daniel, um dos produtores do museu. Dessa maneira, foi criada uma divisão diferente na disposição dos objetos. Os itens foram agrupados em salas temática divididas por sentimentos como horror, humor, felicidade, melancolia, encantamento, elementos presentes na obra de Burton, trabalhos não realizados e fotografias de sua própria autoria. Ainda há um tobogã para chegar à segunda parte da exposição e uma sala inédita que revela quais foram as inspirações que influenciaram o diretor em seu trabalho. O espaço foi montado a partir de uma lista feita pelo próprio. Em visita ao evento, no dia 11 de fevereiro, o cineasta elogiou a forma como foi montada a exposição e disse que achou realmente interessante o MIS deixar preços acessíveis a todos. A aceitação do público é grande, “Toda vez que abrimos as vendas pela internet elas esgotam no mesmo dia, é uma loucura”, contou Renan. Além dos ingressos disponibilizados online, em que o preço é R$40,00 inteiro e R$20,00 estudantes, aos domingos a bilheteria é aberta, inicia-se as vendas às 10h, e o público pode adquirir a entrada na hora, que só é válida para o mesmo dia. Nesse caso, o preço é de R$12,00 a inteira e R$6,00 a meia. Às terças-feiras o evento é gratuito. É importante que o visitante chegue cedo, pois há muita procura. O horário de funcinamento do museu é de terças a sextas das 12h às 22h, e aos sábados, domingos e feriados, das 11h às 21h.
Letícia Godoy
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exposição “O Mundo de Tim Burton”, que está em cartaz no Museu da Imagem e do Som (MIS), primeiro local da América Latina a recebê-la, teve sua abertura dia 4 de fevereiro de 2016 e termina em maio. Ela explora toda a gama do trabalho criativo de Burton, e apresenta desenhos, desde a sua infância até a concretização de sua carreira como diretor. A mostra foi organizada pelo MIS e pela curadora independente Jenny He, em colaboração com a Tim Burton Productions. A retrospectiva de trabalhos de um dos cineastas mais aclamados pelo público foi originalmente montada pelo MoMa (Museum of Modern Art- Nova York) em 2009, e depois viajou para cidades como Melbourne, Toronto, Los Angeles, Paris, Seul. Ao visitar a exposição na França, em 2014, o diretor executivo e curador geral do MIS, André Sturm, se encantou com as obras e decidiu que gostaria de trazê-las ao Brasil. Assim, sem maiores dificuldades, Jenny He entrou em contato com a instituição avisando que seria possível a vinda de “O Mundo de Tim Burton”, para São Paulo, em 2016. A estudante Victoria Sanchez, 18, conta que chegou lá às 9h e ficou um bom tempo esperando na fila, mas valeu a pena. “ Adorei a exposição! Acho que se tivesse que definir, diria que ela é insanamente maravilhosa. Eu pude me sentir dentro do mundo do Tim Burton, e interpretando suas obras entendi um pouco do que se passa dentro da cabeça dele”. Já o catarinense Luiz Carlos Gomes, 21, em breve passagem por São Paulo, leu boas críticas e resolveu visitar
Sala temática- Felicidade
o MIS: “Quando entrei, me senti, literalmente, dentro da cabeça dele. No primeiro momento, podemos ver a evolução das obras em ordem cronológica, e perceber de onde vem a inspiração. Ele traz novas perspectivas de coisas que para nós parecem normais, os desenhos de palhaço, família e datas festivas como o Natal mostram bem isso. Foi um sentimento meio estranho que parecia um pouco de medo, e de repente foi tornando-se curiosidade.” A mostra contém, hoje, cerca de 500 itens expostos, incluindo obras de arte e esboços raramente ou nunca vistos, pinturas, storyboards e bonecos de sua vasta filmografia, como Edward mãos de tesoura, O estranho mundo de Jack, Marte Ataca!, Ed Wood, Os fantasmas se divertem, entre outros, e projetos não realizados e pouco conhecidos que revelam seu talento como artista, ilustrador, fotógrafo e escritor. O MIS tem como objetivo dar um caráter diferente para toda exposição que recebe, e com “O Mundo de Tim Burton” não foi diferente. “Qui-
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Pinacoteca realiza exposição com fotografias feitas por deficientes visuais Com diferentes graus de deficiência, alunos tiram fotos inspirada na obra de Manoel de Barros Ana Laura de Oliveira Ana Laura de Oliviera
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ntre os dias 28 de novembro de 2015 até o dia 03 de abril de 2016, está exposto, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, “Transver - fotografias feitas por pessoas com deficiência visual”. A exposição conta com dez obras de alunos do Curso de Fotografia para Deficientes Visuais, realizado pelo Núcleo de Ação Educativa (NAE) do Museu. O curso foi dado em três módulos, com aulas práticas e teóricas, e sua duração foi entre os meses de agosto e outubro (de 2015). As aulas foram ministradas pelo professor e curador da exposição João Kulcsar. “Eu trabalho com vários projetos sociais desde 1990. Já tinha trabalhado com pessoas com deficiência auditiva, intelectual e motora. No ano de 2008 alguns alunos vieram me procurar para ter esse curso e desde então faço atividades com esse conceito”, afirma. Inspirada no trecho do poema É preciso transver o mundo, de Manoel de Barros, os alunos foram sensibilizados por sua obra, durante o período das aulas. “O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo”, diz o poeta. Frase que motivou o nome da exposição. Os participantes desse projeto possuem diferentes graus de deficiência, desde o mais baixo até congênito (que nasceram sem enxergar). O professor do curso adotou como metodologia o uso dos sentidos: “Vamos trabalhar com o sentido, ao invés de fotografar com a visão, vamos fotografar esses sons, fotografar o toque”, disse Kulcsar. O começo do curso para o aluno Éber Anacleto, 35 anos, jornalista foi complicado, principalmente quando tinham que lidar com a luz, mas ao longo do curso e com a aju-
Nos fones de ouvido escuta-se a descrição de cada quadro
da das outras pessoas se sentiu mais seguro, mesmo com sua vulnerabilidade “me acostumei e me diverti muito tirando as fotos e continuo fotografando”, complementa. Para Luis Gustavo Guimarães, 22 anos, vendedor, esse tipo de exposição é muito importante, porque quando algumas pessoas que perdem a visão ficam depressivas e envergonhadas. Esse projeto dá oportunidade de mostrar para o deficiente que ele pode mostrar quem ele realmente é: “Não é pela perda de visão que ele virou incapaz ou qualquer outra coisa do tipo. Ele continua vivo e mostrando seu valor ao mundo. Essa é uma forma de mostrar o potencial de cada um, seja ele deficiente ou não”, complementa Luís, que é portador de deficiência visual. Quando perguntado para os alunos porque eles queriam fotografar, a resposta é a mesma de quando questionado para alguém sem deficiência visual: para mostrar a outras pessoas e guardar de recordação. É uma voz contra o preconceito e permite mostrar que qualquer pessoa pode fotografar ou fazer o que quiser, diz Kulcsar que complementa: “É legal ver o quão interessante é incluir e perceber o mundo com os sentidos”.
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Além das fotografias há pranchas táteis, áudio descrições e textos em Braille. Por meio de um código QR os visitantes podem ouvir depoimentos gravados pelos artistas participantes da exposição, tornando assim, a mostra acessível aos diversos públicos. Gustavo Torniero, 20 anos, deficiente visual, diz que é importante exposições como essa para mostrar que pessoas com deficiência podem fazer coisas inusitadas e inimagináveis “Se você perguntar para alguém se é possível que um cego fotografe, a maioria das pessoas provavelmente dirá que não. Iniciativas como essas são importantes para diminuir o preconceito e a falta de informação”, complementa Gustavo, estudante de jornalismo. João Batista Maia, 41 anos, historiador, é aluno de João Kulcsar, desde a sua primeira turma, em 2008, diz que procurou esse curso, em especial, para desenvolver mais sua sensibilidade e afirma: “O olho de uma pessoa sem a visão é o tato”. Para Kulcsar, cada vez mais as pessoas têm se interessado pela fotografia, ainda mais por todos terem celulares com câmeras. Todos podem fotografar independente de qualquer deficiência que possua: “A gente não vê o que a gente vê e sim o que a gente é. Ver é uma construção”, completa.
Lollapalooza traz grande diversidade musical A quinta edição do festival lollapalooza aposta em diversos estilos musicais para alcançar grande público e mostra grande sucesso Cibele Carla
Cibele Carla
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os dias 12 e 13 de março, ocorreu no Autódromo de Interlagos em São Paulo, a quinta edição brasileira do festival Lollapalooza. O evento apostou em uma diversidade musical trazendo artistas do pop, rock, punk, rap e da música eletrônica, o que favoreceu a ideia de vários festivais em um só. Exemplo disso foi o público teen que pode vibrar com cantora pop Halsey enquanto o público mais velho, vibrava no show do grupo de punk-rock Bad Religion. O festival não mostrou grandes problemas, as entradas e saídas do evento estavam bem sinalizadas e o fluxo nas filas corria rápido. Devido ao grande espaço do Autódromo os palcos são localizados distantes uns dos outros, o que dificulta a locomoção, porém não permite que exista interferência no som, já que existe artistas tocando em palcos distintos ao mesmo tempo. No palco Onix, o mais distante, nos dois dias de festival houve problemas técnicos em algumas caixas de som, o que tornou o som muito baixo para quem se encontrava distante do palco. Muitas pessoas estavam presente no domingo para ver Jack Ü, dupla de DJS formada por Skrillex e Diplo, reclamavam do som baixo. “Vou sair na metade do show do Jack Ü, para garantir um bom lugar do no show do DJ Zedd, estou com medo do som estar baixo no palco Trident também” Marcela Antunes, 20, radialista. O Lollapalooza contou com mais de 40 atrações. Algumas ganharam grandes destaques, como o Eagles of Death Metal, que se apresentou dia 12 no palco Onix, havia uma grande expectativa para saber se o grupo havia se recuperado do atentado sofrido por terroristas em novembro de 2015 na casa de shows
Show Twenty One Pilots, palco Skol, segundo dia de festival
Bataclan, Paris. Eles não citaram o ocorrido em nenhum momento do seu show. Mostraram que estavam recuperados fazendo uma apresentação agitada, onde a todo momento o vocal Jesse Hugles interagia com seus fãs, dizia que amava seu trabalho e convoca a plateia a cantar. “Vocês não têm ideia de como eu precisava de vocês hoje aqui” exagerou o cantor ao iniciar o cover “Save a Prayer” de Duran Duran. O grande headliner do primeiro dia de festival, foi Eminem, o cantor de rap levou fãs fiéis de todos os estados do Brasil. O show mais lotado do dia, teve uma setlist repleta de grandes hits, inclusive Eminem fez uma surpresa ao público tocando Airplanes sua parceria com B.o.B e Hayley Willians. Quando já havia se despedido, os fãs começaram a pedir “lose yourself” inconstantemente, até que o cantor voltou ao palco apenas para atender aos pedidos e cantar lose yourself, encerrando em seguida sua apresentação. O segundo dia de festival, trouxe muitos artistas de música eletrônica e alternativa. Mas quem ganhou o destaque foi a dupla americana Twenty One Pilots. Após sua apresentação no EMA MTV 2015, chamaram a atenção dos brasileiros,
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levando muitos curiosos ao seu show no Lollapalooza. O público se surpreendeu com o ritmo hip-hop eletrônico e rapidamente todos estavam cantando trechos chicletes que grudavam na cabeça. A apresentação foi eletrizante, houve até uma bateria montável em cima do público. Tyler Joseph vocal, em seu ápice de agitação subiu até uma torre ao lado do palco onde cantou “Car Radio” e tirou do bolso uma bandeira do Brasil, prometendo voltar ao país para um show solo. Mas a ansiedade era para a apresentação da cantora Florence and The Machine, headliner do segundo dia. A banda estava tão completa, havia até uma harpa nos instrumentos. O setlist foi composto pelos maiores sucessos dos últimos três álbuns. Em dois momentos a cantora desceu até o público. Ao cantar “How Big How Beatiful”, Florence dizia “Na última vez que vim ao Brasil, essa música ainda não existia, mas ela estava surgindo naquele momento. Era tudo muito grande, muito azul e lindo. Vocês foram meu azul e agora quero ser um grande céu azul a vocês“. Encerrando o festival sendo muito aplaudida por seus fãs que a trataram como uma entidade divina.
Jovens independentes antes dos 25 anos Histórias de quem deixou de depender dos pais e aprendeu a se virar sozinho Moisés Alves Ferreira Arquivo pessoal de Jaqueline Lemos
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eja por necessidades ou por vontade própria, muitos jovens decidem sair da casa dos pais e enfrentar os desafios de morar sozinho. Muitos alegam que a vontade de ser livre, não depender financeiramente dos pais e não ter ninguém para obedecer são fatores determinantes que movem os jovens trabalhadores. Mas em tempos de crise em que o país caminha com a economia em baixa essa decisão pode ser adiada por alguns jovens. Ainda assim, com esses e outros entraves existem pessoas que conseguem superá-los e embarcam em uma nova experiência de morar sozinho antes dos 25 anos. Há ainda outros fatores que obrigam de certa forma alguns jovens saírem das “asas” dos pais. Como o fato de ingressar em uma faculdade longe de casa. É o caso do estudante de jornalismo Igor Neder Lopes, 25 anos, que sempre sonhou em terminar os estudos e já vive há quatro anos em um apartamento na cidade de São Paulo. “Eu vim para São Paulo quando eu tinha 20 anos, passei um ano morando com uma tia, foi quando eu concluí um curso técnico, comecei a trabalhar e depois aluguei um apartamento na região central e ingressei na faculdade. E o que me motivou de verdade mesmo a vir para cá foi o desejo de estudar.” Como muitos jovens que não podem ter a ajuda financeira dos pais, Igor encontrou muitas dificuldades pelo caminho. “Até então, eu estava acostumado a encontrar tudo pronto. Agora não, eu tenho que lavar roupa, preparar a comida e arrumar a casa. O fato de trabalhar, estudar e não encontrar tempo para organizar a casa é a parte mais difícil”, explica. Outra jovem guerreira é a Jaqueline Lemos, 26 anos, casada, que
Jaqueline Lemos de Oliveira estudante de enfermagem está fazendo um intercâmbio em Portugal
trabalha desde os 17 anos. Mesmo quando vivia com os pais ela amealhava dinheiro na poupança com a intenção de morar sozinha. “Sempre pensei em ser independente, tanto que desde meu primeiro emprego eu tinha uma poupança com intuito de guardar dinheiro para comprar um apartamento ou casa para mim. Mesmo se não casasse.”,conta. Jaqueline é estudante de enfermagem na USP de Ribeirão Preto, mas nesse semestre está em Faro- Portugal na Universidade do Algarve realizando o intercâmbio, ela acredita que a maior dificuldade seja à distância. ”No meu caso, como saí de Osasco para morar em Ribeirão Preto, no inicio foi muito difícil ficar longe e morar sozinha. Mesmo pela saudade e medo que dava”. Ela conta ainda que os jovens que tem a oportunidade de se tornar independente, e o faz,está tomando a atitude correta. “Eu penso que nossos pais já fizeram muito por nós e o quanto antes pudermos não depender do dinheiro deles já é uma ajuda. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a proporção de brasileiros entre 25 e 34 anos de idade que ainda vivem na casa dos pais aumentou de 20% para 24% entre 2002 e 2012. É o que aponta uma análise feita com base na Pesqui-
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sa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2012. O estudo diz ainda que a “geração canguru” (como é conhecida esta parcela de pessoas entre 25 e 34 anos que moram com os pais) cerca de 60% dos jovens nesta condição eram homens e 40%, mulheres. Mas há casos em que pessoas optam por viver com os pais por muito tempo por um grande laço afetivo e não querem se sentir só. Muitos jovens se consideram independentes mesmo nessas condições pelo o fato de não depender financeiramente dos pais, trabalhar, custear os próprios estudos e ajudar nas despesas e tarefas da casa. É o exemplo do cearense Antônio Izaquiel Alves de Sousa (23), que mora há quatro anos com a mãe em São Paulo. Ele ajuda nas despesas e tarefas da casa. Izaquiel é formado em Recursos Humanos e Técnico em Informática. Ele conta que se formou com recursos próprios. “Todo o meu curso eu consegui pagar através do meu trabalho. A maior dificuldade em fazer o curso superior, era de trabalhar de domingo a domingo e não ter tempo para conseguir um estágio. Eu estou confortável com minha mãe, não quero ficar só. Mas se um dia ela voltar para o Ceará, aí eu terei que encarar a vida de morar sozinho.”, explicou.
Astrologia e o autoconhecimento “O motivo é a necessidade constante das pessoas em compreenderem suas próprias falhas e dificuldades” Bruna Panzan
Bruna Panzan
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conceito-base da astrologia é bem simples: a posição dos astros na hora do nascimento (leva-se em consideração dia, mês, ano e local) influencia vários aspectos da vida do indivíduo, desde personalidade até futuro. Essa definição atrai muito as pessoas, mesmo não tendo base científica nenhuma e ser um tanto quanto inacreditável para alguns. Astróloga e especialista em tarô, Bruna Said, 28, explica a influência dos astros como uma ajuda no processo de autoconhecimento de cada um. “O motivo é a necessidade constante das pessoas em compreenderem suas próprias falhas e dificuldades”, diz a astróloga. Ou seja, a astrologia e seus recursos (horóscopos e mapas astrais) são uma válvula de escape para aqueles que querem uma resposta pronta que as faça entender o que estão passando naquele momento específico ou a longo prazo. O poder da astrologia no mundo é tão forte, que pessoas acabam baseando suas vidas por completo em horóscopos diários como os do João Bidú (astrólogo brasileiro muito popular na internet) e os mensais como os de Susan Miller (astróloga americana muito conhecida por suas leituras precisas). Para Bruna, isso pode ser explicado como “uma necessidade de autoconhecimento através de sugestão alheia, nunca por um processo pessoal, único e intransferível de amor e autoconsciência”. Larissa Vitti, 31, faz parte do time das que acreditam em astrologia. Em uma consulta com uma profissional do ramo, a vida da designer de moda mudou completamente de direção. “Ela me mandou ir a lugares que eu já conhecia e a princípio pensei serem banais, mas nunca
Larissa mostra fotos de sua viagem pela busca do autoconhecimento
os tinha visto sozinha, com tempo, sem motivos profissionais”, conta a designer que ficou 60 dias mochilando pela Europa atrás de autoconhecimento. Larissa afirma que tudo o que a profissional disse que aconteceria em sua vida realmente aconteceu. “Não sei dizer o que ela é: cartomante, guia, vidente. Só sei que realmente ela sempre acerta e ajuda as pessoas”, completa. Em contrapartida, a estudante de publicidade e propaganda Laura Liberato, 18, diz que astrologia é só mais um jeito de comercializar coisas para pessoas supersticiosas. “Eu sei que existe muitos estudos sobre a astrologia, mas não consigo acreditar. Para mim, cada um faz o seu próprio destino independentemente do alinhamento das estrelas no céu”, diz a estudante. Apesar de ter muitos não simpatizantes como Laura, a crença na astrologia só cresce. Muito popular entre as pessoas do mundo inteiro, a astrologia vem do grego: “astro” (estrela) e “logos” (palavra). Pode-se dizer então que
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a astrologia é a mensagem que as estrelas mandam para todos aqui na Terra. Diferente do que muitos pensam, a astrologia não é uma ciência, como a astronomia que estuda os astros e estruturas do Universo, mas sim uma pseudociência que estuda os corpos celestes e as prováveis relações que possuem com a vida das pessoas. Criada na Antiguidade, a astrologia surgiu da observação do movimento que o Sol e a Lua faziam cruzando sempre as mesmas constelações celestes, que mais tarde chamariam de zodíaco. Naquele tempo, regido por magia e superstição, a astrologia era vista como uma mensagem ou previsão dos deuses por todas as pessoas. Cheias dos rios, vitórias ou derrotas em guerras, enchentes e entre outros fenômenos, eram explicados através da posição dos astros no céu, segundo matéria publicada pela astróloga Vanessa Tuleski em seu site. Hoje em dia, esse conceito mudou e a astrologia é vista e aplicada como uma mensagem diferente para cada ser humano.
Comic-Con Experience se consolida como maior evento nerd da América Latina Evento cresce a cada ano e abre portas para a Cultura Pop no país; em 2016 acontecerá a 3ª edição do evento Juliana Melguiso
Juliana Melguiso
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á quem vá a procura dos quadrinhos encadernados de Os Vingadores, outros chegam cedo e enfrentam filas gigantescas apenas para passar alguns minutos com seus ídolos e quem sabe, conseguir sua tão sonhada “selfie”. O que não falta na Comic-Con Experience é espaço para uma vasta variedade de jovens e adultos obcecados pelo mundo do entretenimento — incluindo até aqueles que não entendem nada sobre isso. Realizada pela primeira vez em 2014, a CCXP surgiu através dos esforços do site Omelete e pela agência Chiaroscuro Studios, e desde então, é considerado como um dos maiores eventos “nerd” do país. Para Pierre Mantovani, CEO do grupo Omelete, a CCXP é um grande passo não somente para os “nerds” brasileiros, que finalmente conquistaram o evento que tanto queriam, mas também para todo um público sedento por esse tipo de diversão. Inspirada na San Diego Comic-Con, a CCXP surgiu como uma alternativa para os fãs brasileiros poderem participar desses tipos de evento que ainda não tinha tanta visibilidade no país. Logo em sua primeira edição, mais de 80 mil pessoas compareceram aos quatro dias de eventos, e no ano passado os números passaram de 140 mil, se alternando em mais de 80 lojas e diversos painéis de entrevistas com personalidades do cinema, HQ, música, etc. Para a estudante Carolina Montemor, 22, esses eventos abrem as
Fãs se divertem durante 2ª edição da Comic-Con Experience
portas para esse tipo de cultura no país, principalmente por ter mais contato com quem faz parte do mundo do entretenimento. “Sempre fui influenciada a gostar de séries e HQs, e esses eventos nos fazem sentir parte daquilo de alguma forma”, conta. E com o mundo de entretenimento ganhando mais espaço a cada ano, diversos eventos relacionados vem sendo criados não somente em São Paulo, como em todo Brasil. No final de 2014, pouco depois do sucesso da CCXP, um grupo de amigos de Parelheiros resolveu trazer essa mistura de diversão e entretenimento, tudo com um valor totalmente acessivel, para a periferia de São Paulo. Para Bruno Bermudes, fundador e organizador do DAF (Daybreak Anime Fest), o aumento desse interesse do público se dá devido ao maior contato com a Cultura Pop. “Isso aumenta as opções de coisas que você possa se identificar, pois o público, na verdade,
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se encontra para poder conhecer e discutir assuntos referentes a algo que conhecem”, explica Bruno, sempre enfatizando o quanto isso vem influenciando principalmente nos eventos menores. Mas o que o futuro reserva para o mundo do entretenimento? Com ambos os eventos confirmados para suas versões de 2016, e vários outros tentando conquistar espaço nesse mercado, o que não faltam são metas a serem cumpridas, como afirma Bruno: “Queremos levar nosso evento a outros bairros carentes de São Paulo, além trazer atrações diferenciadas, sempre priorizando o público e a essência do evento”. Já Pierre e todo o grupo Omelete focam nas metas, pois o público caminha do nichado para o geral. “Quem assiste TV, vê séries, ouve música pop, automaticamente é um fã e consumidor de Cultura Pop. Por isso, tende a cada vez mais crescer e abranger todo o universo”.