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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE - CENTRO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS

Publicação feita pelos alunos do segundo semestre de Jornalismo - Ed 148 - Ano XI - Ago 2014

Castelo Rá-Tim-Bum: da fantasia para a realidade

Acima, foto do saguão do castelo, local onde a maioria das aventuras dos personagens começava. Ao lado, um desenho original da roupa do personagem Etevaldo.

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Redes sociais: ligando tudo do início ao fim Já não é novidade que as redes sociais fazem parte significativa do nosso cotidiano há alguns anos. Inclusive, o assunto parece estar saturado de discussões na sociedade. Tanto se falou e tanto se fala a respeito do assunto, mas pouco parece realmente entrar por nossos ouvidos e permanecer em nossos pensamentos como sementes de reflexão. O que significa fazer parte de um aglomerado de pessoas ligadas a uma rede na qual o único objetivo é vigiar a vida do próximo e expor-se? Aliás, não apenas expor a si mesmo, como também expor o outro. Nesta edição do acontece, você vai acompanhar um caso que gerou prejuízos psicológicos a estudantes de um colégio de São Paulo, após

serem vítimas de comentários ofensivos no aplicativo Secret. Você vai encontrar ainda um exemplo de como as redes sociais não são apenas monstros: no Brasil, elas são instrumentos que exercem influência direta sobre a atitude política dos jovens, promovendo discussões online saudáveis. Saudáveis não parecem ser os hábitos dos universitários e, principalmente, das universitárias quando o assunto é álcool. Nessa publicação, o leitor vai descobrir o que uma pesquisa realizada nos EUA constatou a respeito do assunto. Além disso, vai descobrir também o que mudou, por instituição do Ministério da Educação, nas diretrizes curriculares do curso de Jornalismo e o que isso significa na práti-

ca para os estudantes da área. Falando em estudante, o acontece mostra uma cobertura da Feira Guia do Estudante 2014, apresentando quais foram as atrações e novidades do evento que reuniu 22 universidades neste ano. Por fim, qual é o estudante que nunca ouviu falar e, até mesmo, foi fã de Castelo Rá-Tim-Bum na sua infância? Aqui, você vai acompanhar uma matéria contando um pouco da exposição comemorativa aos 20 anos do programa, que já atraiu mais de 83 mil visitantes. Qual será o motivo de tanto sucesso? Voltamos, agora, ao início do texto: as redes sociais fazem um papel importante na divulgação da mostra. A equipe do jornal acontece deseja a você uma excelente leitura!

Sup. Publicações: José Alves Trigo

Jornal-Laboratório dos alunos do segundo semestre do curso de Jornalismo do Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Editor: Hugo de Almeida Harris Universidade Presbiteriana Mackenzie Centro de Comunicação e Letras Diretor: Alexandre Huady Guimarães Coordenadora: Denise Paieiro

Equipe: Maria Carolina, Danielle Albuquerque, Camila Eneyla, Sarah Lucchini, Danielle Antunes, Nicole Fanti, Flávia Steiger, Larissa Sugiyama, Mariana Kovelis, Natália Guimarães, Juliana Ibanez, Letícia Andrade e Lucas Farias.

Impressão: Gráfica Mackenzie Tiragem: 200 exemplares.

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“Castelo Rá-Tim-Bum – A exposição” vira fenômeno entre jovens Sucesso nas redes sociais, a mostra já atingiu a marca de 83 mil visitantes Texto e foto: Bruna Matos e Gláucia Serinhano

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mostra “Castelo Rá-Tim-Bum – A exposição”, em cartaz no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo, vem recebendo atenção da mídia e fazendo sucesso nas redes sociais e com o público. Menos de um mês após a inauguração, a exposição já atingia a marca de 83 mil visitantes (o recorde do museu é da expo “Stanley Kubrick”, com 89.720 visitantes em três meses). A ideia surgiu em 2012, a partir da vontade do museu em fazer uma exposição com o mesmo critério de mostras com temática internacional (como a de Kubrick e David Bowie, expostas em 2014 no MIS), mas se tratando de um tema nacional. O evento, que traz ao espectador figurinos originais das personagens do programa, objetos e bonecos utilizados nas gravações, depoimentos do elenco e recriações de dez ambientes do cenário, é uma comemoração aos 20 anos da estreia do programa “Castelo Rá-Tim-Bum” na TV Cultura, produção de maior audiência da categoria educativa da emissora. Segundo a fotógrafa e monitora da exposição, Lay Venâncio, o sucesso e a difusão da exposição vêm, em boa parcela, por conta das redes sociais. “Elas contribuem muito para o envolvimento do público, pois, além da grande visibilidade que a internet possui, as opções de “curtir” e “compartilhar” tornam a divulgação ainda maior”. Para Lay, além das redes sociais, o preço acessível e o conteúdo próximo ao público, jovens adultos que acompanhavam o programa também contribuem para o êxito da mostra. Renan Daniel, curador assistente do MIS, ressalta que outro fator decisivo para o sucesso é o próprio tema: “O triunfo da exposição é fruto do museu ter encontrado uma peça de estudo que tocasse muito no imaginário, na memória afetiva das pessoas. A cenografia é suntuosa, com vários itens de acervo originais”. Ainda segundo Renan, o público é constituído por pessoas de 15 a 30 anos. “Os organizadores esperavam receber um

O porteiro convida os visitantes a entrarem na exposição grande público de crianças, justamente pela temática infantil da expo. Porém, as crianças representam apenas 30% das visitas. A maioria é composta por antigos espectadores do programa”. Raíssa Mendes, estudante de Engenharia Civil, conta que resolveu ir à mostra quando começou a notar as fotos de espectadores nas redes sociais. “Foi a primeira vez que eu fui a uma exposição por conta própria, sem ser por intermédio do colégio. O que despertou meu interesse foi justamente o tema: o programa fez parte da minha infância, eu tenho todas as fitas. Não é algo distante da minha realidade. Eu visitei a exposição e consegui entender tudo que estava ali”. Cinthya Rachel, atriz que interpretou a personagem Biba, acredita que, pela acessibilidade e inteligibilidade do assunto, pode-se incentivar o hábito de frequentar museus ao público jovem. “O sucesso tem a ver com esse sentimento de retorno à infância que as pessoas vivenciam. Sinto-me feliz por fazer parte disso tudo. Talvez seja a primeira vez de muitas pessoas no MIS e isso é incrível. Ficarei feliz se a exposição

contribuir um pouco com esse desejo de conhecimento”. Não é raro encontrar pessoas emocionadas e deslumbradas durante a visita à mostra. Segundo Renan, a parte que chama mais atenção é o saguão do castelo. “A Celeste, que mora na árvore da sala, é uma personagem muito icônica. Além disso, todas as aventuras das personagens se iniciavam naquele cenário”. Diariamente, filas gigantescas são formadas ao longo da Avenida Europa (onde se localiza o MIS), lotes de ingressos esgotam em questão de minutos no site de venda, os horários de visitação são estendidos e a equipe do museu traça planos para os fins de semana, quando o movimento é ainda maior. Houve dia até em que a entrada de mais pessoas na fila foi interrompida para que os que aguardavam desde cedo conseguissem ingressar. O sucesso da exposição é fato. Por isso mesmo, o museu resolveu estender o período em cartaz: antes, a mostra ficaria até o dia 12 de outubro; agora, ficará até 16 de novembro. Inclusive, fãs de Curitiba do programa estão realizando uma petição online para que a exposição vá para a cidade. Já são quase 7 mil assinaturas.

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Redes sociais: influenciando a atitude política dos jovens A influência das redes sociais sempre ocorre, pode ser tanto positiva quanto negativa Texto: Audrey Marques e Brenda Marques Foto: Audrey Marques

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s redes sociais têm causado grande impacto na atitude política dos jovens brasileiros. As manifestações de rua ocorridas em junho de 2013 são um exemplo disso. Motivadas, inicialmente, pelo aumento do valor da passagem de transporte público em São Paulo, tiveram alcance nacional possibilitado através da comunicação e dos eventos divulgados nos sites de relacionamento. Conforme um levantamento da agência digital Today, quase 550 mil publicações abordaram os protestos nas redes sociais. O Twitter foi o mais utilizado, com 88% dos posts sobre o assunto; seguido pelo Facebook, com 10% das publicações. A Pesquisa Nacional sobre Perfil e Opinião da Juventude Brasileira 2013, realizada pela Unesco com colaboração da Secretaria Nacional de Juventude entrevistou 3.300 jovens com faixa etária entre 15 e 29 anos, dentre os quais 56% utiliza a Internet para se informar sobre o que acontece no Brasil e no mundo, 45% apostam nas manifestações de rua como melhor forma de atuação política e outros 34% cogitam agir através da Internet cobrando políticos e defendendo certos posicionamentos. Esses números provam que a rede mundial de computadores e, consequentemente. As redes sociais exercem uma influência substancial na postura política da juventude, a questão é como esse fenômeno ocorre e quais são seus desdobramentos. Para a professora Rosimeire Gibbini, 49 anos, formada em geografia pela Universidade Católica de Brasília, a rede social é uma ferramenta que só favorece a conscientização política dos jovens desde que eles saibam discernir o que estão lendo: “O jovem curte e compartilha postagens sem ao menos entender a mensagem que está sendo transmitida, seguindo o embalo de seus amigos. É um instrumento coerente, desde que os jovens o utilizem com coerência.”, afirma.

Rosimeire divulga informações não tendenciosas em um grupo no Facebook Segundo a docente, a orientação de um professor capacitado, ou seja, que realmente tenha informações sobre assuntos políticos e saiba passar tal conhecimento é algo essencial para que a juventude desenvolva seu senso crítico e torne-se politizada, já que o sistema educacional em si é conservador e defasado nessa área. Nesse sentido, os sites de relacionamento também constituem um auxílio: “Não adianta acessar a rede e se deixar induzir por meras opiniões dos usuários, é preciso selecionar aquilo que realmente será construtivo para o jovem como aprendiz e cidadão que exerce parte de sua função votando.”, conclui ela. Além disso, ela aponta que no meio virtual não existe uma política de privacidade que realmente funcione, assim cada um posta o que quer, seja real ou não, e o usuário da rede social – principalmente o jovem – segue o que é mais conveniente, isto é, aquilo que a maioria está apoiando – curtindo e comentando. Vinicius Hitoshi Gushikem, 19 anos, estudante de Gestão de Políticas

Públicas na Universidade de São Paulo (USP), corrobora as considerações de Gibbini: “a decisão de estudar política surgiu em 2011. Até então, eu estudava em uma escola muito conservadora, assim como os professores, então as ciências sociais não eram tão abordadas, mas mudei para um colégio com uma formação mais social que despertou meu interesse.” Ele contou que usa o Facebook para se informar, mas sempre através de páginas realmente confiáveis como a de ministérios, pois “a maioria das páginas compartilham muitos equívocos. Isso é um grande problema porque as pessoas acreditam em tudo que veem sem averiguar, isso contribui para formar um senso comum no qual predomina a repulsa com a política.”. Hitoshi vê as redes sociais como um meio de democratização do acesso à informação, livrando, de certa forma, a população da manipulação exercida pela mídia, principalmente na formação da opinião pública. O estudante tem um blog para expor sua opinião sobre questões políticas e sociais.

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Cyberbullying paralisa escola Palestra sobre aplicativo secret interrompe atividades em colégio da capital Texto: Amanda Rinaldi e Gabriela Freitas Foto: Amanda Rinaldi e Colégio Miranda (abaixo)

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m colégio particular da Zona Oeste de São Paulo optou por suspender suas atividades por algumas horas e proporcionar aos alunos de parte do ensino fundamental e do ensino médio uma reflexão sobre cyberbullyinga partir de casos graves e preocupantes decorrentes da popularização do aplicativo Secret. Apesar de ter ocorrido no dia 12 de agosto o motivo pelo qual a escola optou pela palestra mantem-se em evidencia até hoje. Lançado nos Estados Unidos, o aplicativo nasceu com a proposta de “incentivar as pessoas a compartilhar seus pensamentos e sentimentos mais profundos, gerando conversas genuínas que seriam impossíveis de outra forma”, como explica sua própria descrição. Porém, seduzidos pela promessa de anonimato, usuários sucumbem ao apelo do aplicativo para celulares e tablets mais comentado dos últimos dias: falar o que quiserem sem serem identificados. Dessa forma, dentro do Colégio Miranda, onde circulam todos os dias muitos adolescentes conectados e integrados pelas redes, não foi diferente: duas alunas passaram por situações delicadas de ofensas por anônimos. Os casos tomaram grandes proporções e os pais das alunas afetadas decidiram entrar em contato com a direção do colégio, partindo do princípio de que as ofensas pudessem vir de alunos do ciclo de convivência das mesmas.

Claudia Miranda discutindo cyberbullyng

Secret é o software em que é possível divulgar material sem ser reconhecido

L, como prefere ser chamada, contou que foi uma amiga quem lhe enviou uma mensagem pedindo para que olhasse o celular, pois havia sido postada uma foto sua de caráter pessoal com algumas ofensas. “Fiquei muito constrangida, nunca poderia imaginar que aconteceria comigo. Não senti mais vontade e nem tinha coragem de ir pro colégio.”, desabafou. EvelyseStefoni de Freitas, psicóloga e psicanalista com mestrado na PUC, explicou o que uma exposição pejorativa como essa pode causar:“É possível ver consequências psíquicas bastante desastrosas, em especial quando se trata de adolescentes ou jovens adultos É sabido que nesse momento da vida a imagem de si que é também construída pelo olhar e discurso do outro - é extremamente importante, na medida em que ela está em construção/formação. Ter sua imagem e sua intimidade exposta de maneira denegrida, pode, sim, fazer com que o sujeito se confunda, deturpando a imagem que tem de si”. Evelyse ainda falou sobre o lado do agressor quando descoberto: “Não sei se haveria tantas consequências psíquicas para o agressor, se descoberto. Imagino que as consequências talvez fossem mais sociais, como possível exclusão de um grupo a que pertence, vergonha ou arrependimento. Imagino, contudo, que sendo ou não anônimo, exceto por um possível fortalecimento em algum grupo, no sentido de se valer de alguma situação, deve haver, no agressor

- melhor chamaria, no expositor um certo componente sádico na sua personalidade, um certo prazer em fazer o outro sofrer - e isso ser tratado.” “O pessoal se aproveitou do anonimato e começou abusar. Só se falava disso”, afirmou Nanci Nunes, coordenadora pedagógica do colégio. “Não dava pra entrar em sala pra dar aula”, acrescentou. A partir das conversas com os pais das alunas e da dimensão do problema que o aplicativo pode gerar, direção e coordenação reuniram alunos e professores para um bate papo na presença da advogada Ingrid de Souza especializada em crimes na internet. Claudia Miranda, diretora pedagógica, realizou a abertura do evento e sua apresentação baseou-se no bullying. Após sua fala, Ingrid tomou a frente e alertou aos alunos sobre consequências penais relacionadas ao assunto. A advogada ainda frisou que não existe anonimato na internet. L, não é mais usuária do aplicativo e revela: “Sempre haverá alguém que quer o mal do próximo e está disposto a tudo pra estragar algo que poderia ser benéfico pra quem realmente precisa”. A coordenação enfatizou que a intenção foi de fazer os alunos entenderem que, se eles não respondem, alguém terá que responder por eles: “A situação melhorou. Mas não melhorou porque se conscientizaram completamente, mas sim porque sentiram-se ameaçados diante da lei. O medo trouxe a melhora”.

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Pesquisa aponta: Universitárias bebem mais que os homens Faculdade muda relação das mulheres com a bebida alcoólica Texto: Ana Claudia Martins e Thayna Vieira Gomes Foto: Thayna Vieira Gomes

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egundo uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, feita pela NIAAA (Instituto Nacional de Abuso do Álcool e Alcoolismo), as mulheres em idades universitárias bebem mais e com maior frequência do que os homens. As diretrizes do instituto indicam que os limites de bebidas alcoólicas entre os homens e as mulheres são diferentes. Ao ultrapassar os limites semanais as mulheres correm um risco maior. Após longo prazo, podem contrair doenças no fígado e câncer de mama, os limites semanais são recomendados para evitar essa consequência. Para as mulheres, o limite é de três copos por dia e sete copos por semana e, para os homens, são sete copos por dia e catorze copos por semana. O limite de copos é menor para o sexo feminino, porque as mulheres experimentam muito mais problemas relacionados ao álcool em níveis muito mais baixos de consumo do que os homens, além de alcançar o efeito da embriaguez com doses menores.

Para o estudo, os pesquisadores pediram para 992 universitários, sendo 575 mulheres e 417 homens, responderem questionários baseados em seus hábitos diários em um período quinzenal, sendo as perguntas formuladas pelo próprio instituto e respondidas online, durante todo o primeiro ano da faculdade. A estudante de 23 anos, Fernanda Cardoso de Melo, que cursa Engenharia de Materiais na UFABC (Universidade Federal do ABC), observou que na sua universidade, as estudantes que estão nos semestres iniciais bebem mais, com a intenção de se encaixar nos grupos “Acredito que isso aconteça porque a maioria acabou de completar 18 anos e também porque no mundo acadêmico tudo ainda é novidade e este é o momento de socializar e fazer amizades.” Fernanda destacou ainda que o tipo de amizades que a estudante faz influencia na frequência com que ela bebe, mas que com o passar do tempo, as amizades se consolidam e essa influência diminui. Ela explicou que não pretende diminuir a frequência com que ela ingere bebidas alcoólicas, pois acredita que isso não prejudica sua saúde ou seu desempenho na faculdade e no estágio.

O limite seguro para mulheres é quase metade da dos homens

O Professor Doutor André Luiz Monezi Andrade, mestrado em Psicobiologia com ênfase em dependência química pela Universidade Federal de São Paulo, afirma que o consumo de álcool entre as mulheres cresce cada vez mais em diversos lugares do mundo “Um dos aspectos fortemente ligado a este fenômeno são as alterações culturais, em que a mulher vem conquistando cada vez mais espaço na sociedade, logo, as pessoas estão tolerando mais o comportamento feminino de consumo de álcool.” Ele explica ainda que a mulher é mais sensível aos efeitos do álcool “elas possuem a enzima Álcool Desidrogenase que degrada o álcool na sua segunda fase, em uma quantidade menor que dos homens, o que faz com que sintam o efeito da “ressaca” de forma mais intensa. Estas duas variáveis poderiam ser fator de proteção para a dependência de álcool em mulheres, mas com o consumo contínuo, seus organismos podem ficar tolerantes, aumentando o risco de dependência.” Para ele, o fato de as mulheres estarem bebendo mais, não está relacionado com a busca pela igualdade de gêneros, e sim com um movimento mais amplo de toda a sociedade e uma aceitação maior por parte da mesma. Com relação ao tratamento para a cura de mulheres que adquiriram dependência etílica, ele diz que varia muito de pessoa para pessoa “Existem diversos tipos de tratamento. Em muitos casos, uma dependência de álcool leva anos para ser diagnosticada de forma correta. A psicoterapia, junto com o uso de medicações e, em alguns casos, o internamento é necessário para o paciente”. A dica do psicólogo para evitar as consequências ruins do consumo alcoólico não é pará-lo de forma radical, mas sim, ter maior consciência “A questão não é necessariamente a frase: não beba! Mas que use bebidas alcoólicas de forma consciente dos seus limites físicos e mentais. Uma das questões mais importantes é o uso de álcool e direção. Beber e depois dirigir, é um risco enorme para a pessoa e para a sociedade.”

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Feira Guia do Estudante 2014 atraiu universidades e vestibulandos O evento atraiu 22 universidades e serviu para esclarecer duvidas dos estudantes Texto: Beatriz Boturão e Mônica Forte Foto: Mônica Forte

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Feira Guia do Estudante 2014 aconteceu nos dias 29, 30 e 31 de agosto, no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte, com área de 8.828 m², na cidade de São Paulo. Contando com a presença das principais universidades do país, 22 no total, atraiu diversos vestibulandos e estudantes interessados nas mais variadas profissões. Inúmeras atrações e palestras foram proporcionadas nos três dias de Feira e os estandes mostraram o lado prático das profissões. A Feira contou com diversas atrações proporcionadas pelas faculdades, entre elas: sorteios de eletrônicos e tratamento médico de manequins no stand da Universidade Anhembi Morumbi, guerras de robôs da Faculdade Anhanguera, aula experimental de gastronomia no stand da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Havia ainda computadores disponibilizados somente para que o estudante pudesse fazer o teste vocacional do Guia do Estudante, entre outras atrações. Além de contar com as várias palestras promovidas pela maioria das faculdades, como a realizada pelos apresentadores Rafinha Bastos, Rafael Cortez e Marcelo Tas, dentre outras personalidades importantes como Caco Barcellos e o Dr. Jairo Bauer. Os estudantes marcaram presença desde cedo, e a estudante do

Palestra na arena da feira

Estudantes caminham por stands da feira terceiro ano do colegial do Colégio Ele garante que o ideal da feira é faEsli Garcia Diniz (Arujá), de 17 anos, zer a pessoa ter uma decisão mais Alexandra Romeu Fernandes, desta- consciente do que quer, já que sacou que a importância da feira para bemos da dificuldade dessa escolha. ela estava no fato de conhecer mais A feira ainda traz a oportunidade de as universidades e os cursos, e tam- conhecer profissionais da área e ainbém pela oportunidade de poder se da possíveis futuros colegas, ou seja, inscrever nos vestibulares de algu- fazer o “social da profissão”. mas faculdades. O estudante Willian Destacaram-se também as imMeira Silva, de 16 anos do segundo pressões dos professores dos colégios ano colegial da Escola Continental, presentes, como a Letícia Santos de também se mostrou satisfeito com Lima, professora do Colégio Cruzeiro o evento. Ele destacou a interação do Sul, que levou seus alunos à feira: existente entre as pessoas e a va- ‘’é uma oportunidade que eles têm de riedade dos cursos: ‘’Você consegue conhecer a maior parte das universifalar melhor com as pessoas do que dades de São Paulo num único lugar. vendo sobre o curso online. Aqui já É melhor do que ter que ficar visitante explicam direitinho como é o am- do uma por uma. Então, como na Feibiente universitário’’, alegou o estu- ra do Estudante eles sempre trazem dante. professores, a maioria do pessoal que A presença de professores e pro- está nos stands ou estuda ou trabalha fissionais da área possibilitou o es- na própria universidade, então eles clarecimento das inúmeras dúvidas acabam tendo esse contato maior. dos estudantes. O Professor Dou- Tem mais opções. Podem perguntar, tor de Arquitetura da Faculdade pesquisar, se informar melhor do curAnhembi Morumbi, Artur Grisanti so que eles vão querer fazer’’, relatou Mausbach, relatou ao nosso repórter a professora. que ‘’A vantagem de vir à feira, é o O evento foi um sucesso, serviu contato que você tem com as pesso- para esclarecer milhares de dúvias. Você sempre vai ter a oportuni- das, para divertir, para informar, dade de perguntar realmente aquilo para integrar as universidades com que você queria ouvir e de sentir as os alunos, os alunos com os profescoisas de uma maneira diferente. sores, os estudantes das universidaExiste uma diferença de você ler des, com os vestibulandos, e tamuma informação e de você sentir as bém para incluir e promover todos coisas ao vivo’’, apontou o professor. os tipos de cursos.

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Agora é individual Novas Diretrizes Curriculares Acadêmicas no curso de Jornalismo no Mackenzie Texto por: Ana Carolina Tolentino e Caio Ferreira Fotos por: Ana Carolina Tolentino

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ma comissão indicada pelo MEC (Ministério da Educação), formada por oito especialistas em jornalismo e presidida pelo professor José Marques de Melo, arquitetou, em 2009, uma proposta articulada a partir de uma consulta pública pela internet e três audiências públicas. A comissão propôs delinear novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o curso de jornalismo, visando definir políticas para formação do profissional por meio de mudanças em aspectos do processo pedagógico, seu perfil técnico e também reformulação de algumas das teorias de formação dos cursos. Esta proposta transitava no Conselho Nacional de Educação (CNE) desde 2010 e foi aprovada pela Câmara de Ensino Superior (CES), com homologação pelo Ministro da Educação, Aloísio Mercadante, e publicação no Diário Oficial da União em 12 de setembro de 2013. A definição do MEC (Ministério da Educação) de prazo para implantação das medidas é de dois anos a partir de sua aprovação. Quanto a mudanças em consequência das novas Diretrizes Curriculares, a carga horária do curso de jornalismo aumenta de 2700 horas para 3000 horas, implicando a obrigatoriedade de estágio no decorrer do curso. Outra medida que traz relevante mudança quanto à programação acadêmica envolve os trabalhos de Tese de Conclusão de Curso. Segundo o Artigo 11 da resolução do MEC “O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é componente curricular obrigatório, a ser desenvolvido individualmente (...)” Portanto, estudantes de Jornalismo que poderiam realizar uma monografia ou desenvolver um trabalho em grupo, elaborarão sua tese, realizada sob supervisão docente e avaliada por banca examinadora, obrigatoriamente, de modo individual. O professor Vanderlei Dias de Souza, Coordenador de TCC do cur-

Trabalhos de TCC do curso de Jornalismo da Universidade Mackenzie so de Jornalismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie, explica que a Universidade passou por uma mudança de grade em simultaneidade com a publicação da Resolução do MEC, o que permitiu ao instituto implantar as medidas de imediato. Em consequência do TCC agora ter de ser desenvolvido de modo individual, Vanderlei afirmou não esperar desvalorização na qualidade das teses, contou que a recepção dos alunos para as novas regras acadêmicas foi boa e disse que não está havendo grandes dificuldades em administrar as novas vertentes do currículo. Quanto à possível queda na qualidade dos trabalhos de TCC em função de existirem agora em maior quantidade, Denise Cristine Paiero, Coordenadora do curso de Jornalismo, também no Mackenzie, diz que para a universidade, que tem trabalhos aperfeiçoados gravados com quatro, cinco câmeras, talvez a qualidade técnica não seja garantida. A coordenadora afirma acreditar que a universidade terá trabalhos com níveis diferentes. “A gente vai manter a qualidade (técnica) pra alguns trabalhos mas pra outros nem tanto” A respeito de contratação de maior número de orientadores, Denise res-

ponde “Isso já foi feito. Quando a gente ficou sabendo dessa mudança, eu já fui pedir pra reitoria pra que a gente tivesse mais orientadores. Eram nove orientadores pra todo mundo e a reitoria abriu pra gente mais quatro professores” Denise explica também que foi aberta a possibilidade de professores que cursam pós graduação na instituição também orientarem e diz que tem dado certo a providência de professores de outros cursos, como publicidade e letras, serem requisitados a orientar, desde que tenham afinidade com o tema abordado. Sobre desenvolver um plano que se adequasse às novas Diretrizes Acadêmicas, Denise conta: “Foram duas mudanças simultâneas. A gente já estava com um projeto todo feito pra mudanças que o Mackenzie havia solicitado e aí caiu no nosso colo a mudança do MEC. Tínhamos 15 dias pra entregar as Diretrizes Curriculares, a gente pediu prazo, foi lá e refez o projeto pra estar dentro do que o MEC pede” Denise contou não ter conhecimento de nenhuma outra Universidade que tenha implantado completamente as solicitações do MEC de imediato no currículo acadêmico, a não ser onde o curso já exigia teses individuais dos alunos.

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