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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE - CENTRO DE COMUNICAÇÃO E LETRAS

Publicação feita pelos alunos do segundo semestre de Jornalismo - Ed 168 - Ano XIII - Agosto 2016

São os livros impressos que os jovens gostam

Instituição de pesquisa Nielsen Bookscan diz que a venda de publicações aumentou em 2014 e 2015, e os grandes reponsáveis por isso foram os jovens leitores. Página 3


Quatro em dez brasileiros criam uma empresa Empreender tem se tornado comum entre os brasileiros como uma forma de driblar a crise econômica Carlos Junior

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programa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), patrocinado pelo Sebrae no Brasil, em pesquisa feita entre setembro e novembro de 2015, aponta que 40% dos brasileiros possuem ou estão envolvidos na criação de uma empresa. De acordo com o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, para O Globo essa ação surge como uma alternativa de contornar a instabilidade financeira no país. Empreender se tornou uma fuga para quem almeja obter lucro no mercado, porém o começo não é tão simples quanto parece. Revolucionar nem sempre é a única opção, pensar na simplicidade do dia a dia pode ajudar o início de um bom negócio. Pode-se notar a importância da alimentação numa sociedade que, no seu cotidiano, vive de adaptações à procura de hábitos mais saudáveis. Pensando nisso, a publicitária Cacau Melo e a chef de cozinha Caro Gall oferecem soluções para quem prefere se alimentar de forma light sem perder em saúde e sabor. Da união das sócias, há quase cinco anos, surgiu a All Light Gourmet, consultoria que se ocupa em provar que vida saudável e alimentação balanceada não é sinônimo de sofrimento. A marca, além de conhecida por renovar nas porções das marmitas com cardápios light, possui programas espe-

Universidade Presbiteriana Mackenzie

Centro de Comunicação e Letras

Diretor: Alexandre Huady Guimarães Coordenador: Denise Paieiro Supervisor de Publicações: José Alves Trigo

cíficos, de acordo com a preferência do cliente. Há alternativas de até três refeições/dia e os preços chegam entre R$56,00 e R$69,00. Em exame realizado pela Mintel, empresa responsável por pesquisas no mercado, pelo menos 33% dos brasileiros reduziram gastos com refeição fora de casa, dando preferência aos restaurantes fast-food, o que pode fazer o empreendimento criativo na culinária valer a pena. Por outro lado, esses dados mostram uma queda no consumo, que por mais estranho que aparente, não diminui as chances de quem busca empreender. O empresário Carlos Ferreirinha e seu sócio, Carlos Otávio, viram a oportunidade de atuar na rotina da cidade grande. Ferreirinha, proprietário de consultoria na gestão do luxo há 15 anos, em suas visitas para o exterior, encontrou uma maneira de realizar seu desejo de estar envolvido com o estilo de vida saudável, em constante crescimento, através dos designers de marmitas. Assim surgiu a BENTO STORE, inspirada tradicionalmente nos “bentôs” ou marmitas japonesas. A marca, nos seus dois anos de atuação, ewstimula um estilo de vida saudável ao mesmo tempo que proporciona uma escolha alimentar particularmente agradável. Os produtos variam entre R$50 e R$300,00. Os sócios investem numa alimentação mais convencional que, de acordo às pesquisas, tende a crescer com a crise. “Cada vez mais as pes-

soas optam por levar comida caseira para as ruas – ela pode ser mais saudável, fresca e ainda permite ser adaptada para necessidades e dietas específicas.” – declara Ferreirinha. Para quem busca maior porção de tempo, os produtos prometem ser bastante úteis se adequando aos hábitos diários. É o que garante Carol Bellini, 33 anos, comerciante: “Achava marmita uma coisa cafona e odiava que meu pai tinha. Comecei a trabalhar e ir pra faculdade e precisava comer fora de casa, mas não queria gastar muito dinheiro em restaurante.” – Ainda, segundo a cliente, a variedade de produtos faz seus problemas ser algo fácil de ser resolvido. No ramo, o comércio foi ampliado tornando-se referência, além de responsável pelo conceito mobile food ao acrescentar bolsas, garrafas e acessórios na lista de seus produtos - abrindo portas para melhor organização nas refeições e possibilita até uma ‘reserva econômica’ com a utilização das marmitas, diariamente. Ganhar tempo nem sempre é ganhar dinheiro, pode-se ganhar dinheiro com uma reorganização do tempo. Analisar as necessidades, não muito expressivas, uma vez que o dia a dia está num ritmo de maior aceleração é o suporte para a boa ação empreendedora. Ter o olhar cauteloso às oportunidades gera crescimento numa corporação, seja de maneira privada – na lucratividade – como no campo social, auxiliando as pessoas, obtendo como consequência, a ultrapassagem sobre às crises.

Professores de discipolina: André N. D. Ferreira (Editoração e Design) e Vinícius Prates (Pauta e Apuração)

de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Equipe: Amanda Martins; Ariovania Soares; Beatriz Gois; Carlos Junior; Julia Sampaio; Larissa Lara; Mirela Lemos. Jornal-Laboratório dos alunos do segundo semestre do curso de Jornalismo do Centro

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Foto de capa: Julia Sampaio Impressão: Gráfica Mackenzie Tiragem: 200 exemplares.


Livros impressos vêm garantindo espaço com os jovens leitores Segundo levantamento da Nielsen Bookscan, as vendas de livros impressos superaram as dos livros digitais nos últimos dois anos Julia Sampaio

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s vendas de livros impressos vêm crescendo cada dia mais e os maiores responsáveis por isso são os que mais usam as tecnologias. De acordo com uma pesquisa da Nielsen Bookscan, os jovens tem preferido ler livros físicos à e-books (livros digitais), uma das explicações é de que eles não tem cartão de crédito. Numa era em que as interações sociais, as músicas, os filmes e até as necessidades do dia a dia são feitas pelo computador, celular ou e-reader (leitor de livros digitais) as pessoas que mais usam desses artifícios, preferem a antiga maneira de ler um livro. Um levantamento da Nielsen BookScan, a venda de livros impressos, em 2014, cresceu 2,4% a mais do que o ano anterior, chegando a acumular 635 milhões de exemplares vendidos. Caminhando junto a isso, 2015 também foi um ano de crescimento para a indústria editorial, com 2,8% comparado com 2014. A venda de exemplares de ficção para jovens adultos, em 2014, cresceu 12%. Um dos motivos apontados do levantamento é que os jovens não tem cartão de crédito para fazer a compra dos livros digitais, mas não é o único motivo para isso. Uma outra razão, seria o apelo sentimental de ter aquele livro que influenciou, de algum jeito, a personalidade da pessoa. Alguns outros motivos para o aumento das vendas de livros impressos, não analisados pela Nielsen BookScan, seria a mais pura vontade de ter o livro. A estudante de 22 anos e leitora assídua, Angel Braga diz que lê mais livros impressos e os têm em maior quantidade, pelo simples fato de gostar da sensação de tê-los.

Vendas de livros impressos cresceram e jovens os que mais compraram

A interação com outros leitores é um dos fatores para Alexander Araújo, 21 anos, estudante e também orientador em laboratório de fotografia, preferir os livros físicos e conta uma experiência que teve com outras pessoas, “ [...]o físico você tem a capa, que pode gerar interação com outros que gostam do mesmo livro e ou gênero. Como quando eu estava lendo ‘ As crônicas do gelo e fogo’ e quase sempre era interrompido por alguém, para comentar sobre, no ônibus ou metrô.” Ele afirma que diagramação para ambiente digital é totalmente diferente. E os livros que tem imagens, como os livros de fotografia, o jovem alega que a imagem tem que ser física, que o que se vê ali foi aprovado pelo fotógrafo/ilustrador. Ao serem questionados sobre o porquê dos jovens preferirem os livros físicos à e-books, Angel diz que, provavelmente, pelo prazer de poder ter que os livros impressos dão, além de que toda pessoa que gosta de ler sonha em ter a sua própria biblioteca. Complementa

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achando até irônico, pelo fato do mundo ser mais tecnológico, mas por esse mesmo motivo, as pessoas gostam mais de se “desligar” de tudo e do mundo. “ E acho que esse é o objetivo real do livro”. O estudante de design, acha que é pelo costume de se ler mais físicos, além do mercado de e-books não ser tão forte, em sua opinião. Nos primeiros anos do lançamento dos livros digitais, a venda deles foi muito grande chegando a superar os impressos, mas nos últimos anos, a venda de e-reader estagnou e em alguns lugares do globo desapareceu. O que por consequência, fez com que a venda dos livros digitais caíssem, como nos Estados Unidos, que de acordo com a Association of American Publishers (AAP), o lucro caiu 10,5% ou 68 milhões de dólares, nos primeiros cinco meses de 2015. Para Angel, esse cenário vai mudar, “ creio que futuramente os mais jovens vão preferir os digitais, pois eles já estão crescendo em um mundo diferente onde tudo é digital”.


Casa das Rosas oferece curso gratuito de preparação ao escritor Número de inscritos chega a 900 e coordenação do CAE (Centro de Apoio ao Escritor) estuda ampliar o curso Ariovania Soares

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Ariovania Soares

esde 2013, a Casa das Rosas, localizada na Av. Paulista, região central de São Paulo, abriga o projeto CLIPE (Curso Livre de Preparação ao Escritor), administrado pelo CAE (Centro de Apoio ao Escritor), que objetiva o aperfeiçoamento da escrita e orienta o aluno no mercado de trabalho. Ao longo do curso, os participantes elaboram um projeto individual, são estimulados à literatura e entram em contato com amplos profissionais da área, desde autores clássicos e contemporâneos até críticos e professores. Graziela Brum Machado, 36 anos, dentista, participou da primeira edição do CLIPE, em 2013. E, no ano de 2014, ganhou uma bolsa no ProAC (Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo) com o projeto literário desenvolvido no curso. “Quase todos da turma eram do ramo da escrita, e eu, em uma área diferente, não imaginava conseguir me desenvolver tão rápido.” De acordo com a dentista, o CLIPE traz

Graziela Brum participou da primeira edição do CLIPE

ferramentas que incentivam a leitura e auxiliam o processo criativo do aluno. “Eu não tinha conhecimento de tantos autores clássicos, e pude conhecer um pouco de cada estilo, de cada setor da literatura e fazer interlocução com pessoas do meio”, diz Graziela, autora do romance “Fumaça”. “O CLIPE me ajudou a ter visão de mercado”, comenta Chris Ritchie, 48 anos, escritora e empresária, formada na terceira turma do projeto. Em novembro de 2015, lançou o seu primeiro livro, “O Tantra de tudo”, onde reuniu 78 poemas escritos há 20 anos. Além de guiar os alunos na área, o curso dá oportunidade para os participantes interagirem. “O que eu mais precisava, embora ainda não soubesse, era da convivência com pessoas que tivessem os mesmos interesses que eu”, reflete a escritora. O projeto é gratuito, oferece cerca de 30 vagas e disponibiliza mais 10 para a lista de espera. A seleção é feita através de um currículo preenchido no ato da inscrição, cujo interessado deve enviar anexos contendo textos de autoria para a avaliação da criatividade, coerência, coesão e originalidade. Andrezza Richter, 21 anos, estudante de Ciências Sociais, é a nova integrante do CLIPE. Apaixonada por literatura, entrou no curso com o objetivo de desenvolver a escrita. Já Bárbara Zocal da Silva, 26 anos, Tradutora, também atual aluna, está no projeto com o intuito de compor contos e crônicas sobre a violência contra a mulher. Nos dois últimos anos, a procura pelo curso aumentou significativamente. Segundo o coordenador do CAE, Reynaldo Damazio, 52

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anos, foram realizadas 500 inscrições nos dois primeiros anos, já em 2015 e 2016 saltou para 900 interessados. “Existe uma proposta, no futuro, de ampliar o curso aqui na Casa das Rosas, de ter mais turmas acontecendo ao mesmo”, avalia Reynaldo. No início, o CLIPE atendia apenas o público adulto. Porém, devido ao expressivo número de adolescentes que se inscreviam, o curso passou a assistir o público jovem. “O CLIPE Jovem surgiu um pouco depois, após percebermos que havia muita gente boa se inscrevendo com menos de 18 anos”, explica o coordenador do CAE. O CLIPE Adulto é um curso anual, com inscrições a partir de janeiro, contém oito módulos e é estruturado para alunos acima dos 18 anos. Já o CLIPE Jovem é semestral, aberto em junho, respectivamente, possui quatro módulos e corresponde à faixa etária entre 14 a 18 anos. O projeto trabalha a narrativa, a poesia contemporânea e brasileira, o processo criativo, que exercita a compreensão da concepção de uma história, e apresenta as áreas onde o escritor poderá exercer no mercado de trabalho. Ao término do curso, o aluno recebe um certificado de conclusão. “É uma experiência muito rica, com a oportunidade de dialogar com escritores, saber sobre a carreira e as suas dificuldades”, acrescenta o coordenador, Reynaldo Damazio. Por causa da demanda, o CLIPE Adulto, este ano, contém 35 alunos. Maria José Coelho, 55 anos, assistente do CAE, confirmou a abertura da segunda turma para o mês de maio. Haverá 35 vagas, cujos convocados serão aqueles que participaram da seleção de janeiro/fevereiro de 2016.


Fotografia Urbana em foco À procura de instantes decisivos, os fotógrafos urbanos têm de se livrar da familiaridade do ambiente para registrar cenas do cotidiano Larissa Lara far há mais de um ano. Ganhou uma câmera e um curso ao participar de um concurso no Facebook que o possibilitará a ser um fotógrafo profissional como era seu sonho. Já participou de projetos como o São Paulo City, ganhando um quadro com uma foto sua, e o #spdagaroa462, que comemorou o aniversário de São Paulo com cliques pela cidade. Há um prêmio que homenageia essa categoria da fotografia. É o Global Urban Photography que, na última edição, teve como tema “cidades no trabalho”. Oscar Rialubin, das Filipinas, autor da foto de um relojoeiro em Doha, no Qatar, foi o vencedor. O Brasil venceu em uma das categorias com a fotografia intitulada “Managing Influence” de Pedro Guimarães Lins Machado. “Blizzard Days”, do fotógrafo chinês Cocu Liu, retratando um dia de neve em Chicago, nos Estados Unidos, ganhou o prêmio na categoria de fotos tiradas com dispositivos móveis. Foi a primeira vez que apareceu essa categoria. A fotografia é o foco de muitas propagandas. Um exemplo é a campanha clicada com Iphone 6, que aparece em painéis publicitários pelas ruas. A campanha ganhou o prêmio máximo na categoria Outdoor em Cannes Lions, o mais importante prêmio da publicidade mundial. Com a tecnologia cada vez mais desenvolvida, a vida desses fotógrafos tem sido facilitada com equipamentos bem menores e ainda de ótima qualidade. William é um exemplo disso. Fotografa apenas com seu iPhone e acredita que a fotografia está além do equipamento que você tem. Para ele, a fotografia é “ter

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Júlio Nery

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xplorando o foco e as texturas, eles fotografam não apenas os ícones urbanos como igrejas e monumentos. Concentram-se nos detalhes de cada cena, atentos a formas e padrões. André Kertész, que serviu de inspiração a Cartier-Bresson – considerado o pai do fotojornalismo –, é o pioneiro da fotografia urbana. Aprendeu a fotografar sozinho e fotografava o cotidiano das ruas buscando sempre um novo olhar. Sobre a fotografia, dizia: “você não vê, você sente”. Apesar de transformações, na forma de fotografar e no mundo, o conteúdo ainda é semelhante. A rua é bastante significativa para Júlio Nery, fotógrafo urbano, de 19 anos, por ter sempre vivido em contato com ela. Destaca que há coisas boas e coisas ruins e que gosta das surpresas que a rua pode proporcionar. “A rua é onde todo mundo está, a todo tempo, então tento sempre trazer o que as pessoas não veem de locais que elas sempre estão – a minha visão sobre aquilo”. Júlio sempre teve contato com a fotografia. Via seu pai fotografando quando criança e agora trabalha como assistente em um estúdio há dois anos. Faz tudo o que precisar, desde tratar as imagens até montar o local e os equipamentos. “Faço edição de luz, limpeza de estúdio”. No ano passado, foi feita uma exposição com 11 fotos de Júlio com o tema “SP como ela é”. “Foram muitas pessoas que eu considero bastante e para mim foi uma oportunidade insana, sem igual”. William Gonçalves, 27 anos, também fotografa a rua. Divide seu tempo entre vender na galeria e fotografar a cidade. Estimulado pelas fotos de um amigo, aprendeu sozinho a fotogra-

Humor é regra nas fotos urbanas

sua própria visão; expressar o que você sente no momento da foto”. Uma grande ferramenta que não existia para os primeiros fotógrafos são as redes sociais, que ajudam na divulgação de fotos e autores. Júlio Nery acredita que dá às pessoas o reconhecimento muito mais rápido. Diz que é muito importante em sua vida profissional, porque é onde posta o seu trabalho. Principalmente o Instagram: “é por lá que eu consigo trabalhos, é por lá que eu consigo um certo reconhecimento”. Futuramente, as fotos de fotógrafos como Júlio e William servirão de testemunho da época em que vivemos, assim como as fotos de Marc Ferrez e Guilherme Gaensly nos mostram como as cidades eram. Ferrez foi o mais importante fotógrafo brasileiro do século XIX e através de suas fotos podemos ver um Brasil que não existe mais. Gaensly foi um fotógrafo suíço-brasileiro que se dedicou ao registro das paisagens urbanas e é autor de cartões postais da cidade de São Paulo entre 1895 e 1925.


Outros lados dos cinemas paulistanos Os cinemas convencionais costumam exibir filmes blockbusters, mas será que é a única opção para assistir a um filme fora de casa? Beatriz Gois Foto: Beatriz Gois

Área comum do cinema Caixa Belas Artes - localizado na Rua Consolação, em São Paulo

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om quase 12 milhões de habitantes, a cidade de São Paulo é conhecida por ser o centro financeiro do país, porém sua riqueza cultural também tem marca registrada para moradores e visitantes da metrópole. De acordo com o Observatório do Turismo, a cidade conta com aproximadamente 101 museus, 164 teatros, 39 centros culturais, 146 bibliotecas e um pouco mais de 280 salas de cinemas. Parte dessas salas pertence aos chamados cinemas de rua, ou alternativos, que usam o espaço para mostras cinematográficas, exibições de filmes brasileiros quase não divulgados e filmes estrangeiros que dificilmente serão encontrados na internet. Os espaços estão espalhados principalmente pelo centro da cidade, mas todos são de fácil acesso. Para Suyene Correia, jornalista e mestranda em Comunicação da Universidade Federal de Sergipe, São Paulo tem muitos cinemas interessantes, como o CineSesc, o Caixa Belas Artes, a Reserva Cultural e até mesmo o Itaú Augusta. Como membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE), ela também comenta da dificuldade que cinemas alternativos encontram para se estabelecer em nosso país e defende a importância deles para a

sociedade. “Acho que a principal contribuição desses espaços é a democratização de uma programação plural, de qualidade, por vezes, com preços acessíveis e que ainda valoriza o audiovisual brasileiro.” O CineSesc, localizado na Rua Augusta, existe há mais de 40 anos no mesmo endereço, e partiu de um projeto cinematográfico do Sesc, como explica o gerente Gilson Packer, 58 anos. Apesar de ter uma única sala para exibição, é considerado um dos melhores cinemas da cidade. Abriga mostras e festivais, oferece cursos de fotografia e cinema e tem um projeto de incentivo a novos apreciadores da sétima arte – o CineClubinho. Gilson concorda com a dificuldade de se manter diante dos cinemas comerciais, mas conta que eles prezam pela qualidade e não pela quantidade, exibindo uma programação de conteúdo. “Nós adquirimos um púbico fiel. A nossa programação não concorre com a do Belas Artes ou da Reserva Cultural. Funcionamos como uma ‘pièce de résistance’ (pedaço de resistência)”, ressalta. O CineSesc também é responsável pelo festival mais antigo da cidade – o Melhores Filmes – que esse ano ocorrerá de 07 a 27 de abril, com exibições de longas nacionais e estrangeiros.

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Outros lugares interessantes são os cineclubes. O cineclubista paulista Diogo Gomes, 63 anos, membro-fundador do Centro Cineclubista de São Paulo (Cecisp) relata que um cineclube é uma organização cultural sem fins lucrativos onde as pessoas se reúnem para ouvir, assistir e discutir as linguagens e os temas de diversos filmes. Nesses espaços ocorrem exibições, produções e distribuições de filmes, debates, cursos e oficinas, onde qualquer pessoa pode participar, mesmo sem ser associado, gratuitamente ou pagando uma “taxa de manutenção” dependendo da atividade. E são essas atividades que acabam diferenciado os cineclubes dos cinemas convencionais, onde ocorrem apenas as exibições. “O cineclube é o lugar onde o filme ganha perenidade, é onde um filme vai além da exibição. No cineclube o filme é um objeto de arte”, esclarece Diogo. Segundo Suyene Correia os blockbusters diz respeito aos filmes que são lançados comercialmente numa determinada data, com várias cópias, tendo abrangência nacional ou mundialmente. “Os blockbusters modernos nasceram na década de 1970, com os mega lançamentos de filmes como “O Poderoso Chefão”, “Tubarão” e “Guerra nas Estrelas””.


Famosos pelos single Sugar, Maroon 5 retorna ao Brasil para 7 shows A banda estará no país até dia19 para shows espalhados por vários estados. Amanda Martins

Foto: Amanda Martinswww

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onhecidos pelo nome “Maroon 5” desde 2001, a banda formada pelo vocalista Adam Levine é originada dos Estados Unidos e tem como estilo musical o pop. No começo, a fama era apenas local. Agora, com fãs espalhados pelo mundo todo, eles lotam estádios e causam histeria por qualquer lugar que passam. Anos depois de sua última vinda ao país, a banda retorna para sete shows espalhados pelo Brasil, sendo eles em Porto Alegre, Belo Horizonte, Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro e dois em São Paulo. Os shows acontem neste mês, de 09 a 19, e terão a seguinte setlist: Animals, One More Night , Stereo Hearts( Gym Class Heroes cover), Harder to Breathe, Lucky Strike, Wake Up Call, Love Somebody, Maps, This Love, Sunday Morning, Payphone, Daylight, Lost Stars, She Will Be Loved, Moves Like Jagger e Sugar. O primeiro show em São Paulo foi realizado noite passada (17), no Allianz Parque, estádio localizado na Barra Funda. Ambos os shows serão realizados no mesmo local. Os ingressos variaram de 200 a 650 reais, sendo que ambos estão esgotados. O show do dia 17 foi um show extra, sendo que o oficial será dia19, no próximo sábado. O show contou com uma banda de abertura, a Dashboard Confessional, também norte americana e que surgiu em1999. Teve início ás 20h e conteve músicas com uma batida mais rock alternativo. Eles animaram por mais ou menos 45 minutos e depois deixaram o palco para a banda principal. Com 45 mil fãs ao seu aguardo, Maroon 5 sobe ao palco pontualmente ás 21:30h, horário previsto para seu início. Abrindo com um

Adam Levine em São Paulo na noite do dia 17 de Março

de seus maiores sucessos, “Animals”, a banda fez um show de 01h30min de duração e cantou as músicas mais conhecidas e amadas pelo público. Dentre elas, estão “Maps”, “She Will Be Loved”, “Payphone” e entre outras. Algumas fãs tiveram esse show como o primeiro de todos, e contam como foi: “Foi inesquecível, superou todas as minhas expectativas.”, revela Nathália, estudante, de 17 anos. Ela ainda diz que em uma próxima vez, se puder, irá à todos os shows. “Foi incrível. Toda a banda quis mostrar um carinho pelo público e eles arrasaram em todas as músicas.”, relata Carolina, estudante, de 17 anos.Ainda disse que valeu super a pena ter esperado tanto tempo para vê-los. “A enegia estava maravilhosa, todo mundo cantou junto. Foi emocionante.” Não querendo deixar em branco toda a confusão política que está ocorrendo nos últimos dias, os fãs da banda fizeram questão de protestar dentro do estádio, gritando em uníssono as seguintes palavras “Ei, Dilma, vai tomar no **.”, como forma de mostrar revolta contra o governo Dilma e seu partido, o PT.

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O mesmo ocorreu contra o ex-presidente Lula, que até pouco tempo estava sendo julgado pela polícia. Entre outros ocorridos no evento, também havia uma barraca na qual se vendiam produtos oficiais da banda, como camisetas, moletons e chaveiros. Os preços variavam de 20 á 150 reais e o valor tinha que ser pago á vista. No local também havia várias opções de alimentação, como lanches e bebidas, que estavam com um preço meio abusivo, e sanitários acessíveis por todo o local. Dentro do estádio havia vários quiosques da cerveja Heineken para aqueles que queriam “beber uma”. O público, diferentemente da maioria dos shows de música pop, era mais velho. Não se via quase crianças e pré-adolescentes, sua grande maioria eram jovens e adultos, em grupos ou em casais. Apesar de haver muitas pessoas e muita gritaria, o show foi tranquilo para que todos pudessem curtir com segurança e conforto. Com o céu aberto e a lua brilhando, Maroon 5 finalizou seu primeiro show em São Paulo com muita felicidade e brilho no olhar.


Quem pode influenciar na internet? Influenciar pessoas através da internet, nunca foi tão questionado por uma geração Mirela Lemos

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modo de navegar na internet mudou e a maneira de enxergar aquilo que correm na linha do tempo da sua rede social. Essa mudança que é motivo de critica por algumas pessoas, que hoje acreditam que basta ter uma câmera, alguns megas de internet e um pouco de criatividade para se tornar realmente influenciavel nas redes. Faz com que tudo pareça facil e muito perto do nosso alcance. Kéfera Buchman, Felipe Castanhari, Christian Figueiredo e Camila Coutinho, estão entre os nomes mais conhecidos nas redes sociais, segundo uma pesquisa realizada pela agência Provokers a pedido do Google e da editora Meio & Mensagem. É através da internet que eles arrastam multidões. Capazes de os levarem a publicar livros e serem capas de revistas, enquanto muitas vezes são passados despercebidos por uma parte da sociedade, se transformam em verdadeiros fenômenos, recebendo o nome de “influênciadores digitais”. Tatiana Aoki, empreendedora em marketing digital e Co-fundadora da agência Aoki Media diz “A internet quer pessoas originais e sinceras!” E talvez esse seja um dos ingredientes essenciais para identificar o perfil de um influenciador digital. Mas será que qualquer um pode influenciar alguém ou realmente ser original na internet? No dicionário, influenciador significa “ação de um agente físico sobre alguém ou alguma coisa, suscitando-lhe modificações”, logo, quem influência dentro da internet, também influência fora dela! Não existem mais online ou offline, vivemos em uma geração

transmidia aonde a fidelização de pessoas através da internet, transforma aqueles que aceitam suas ideias em amigos. Fazendo os que habitam esse universo se tornarem ainda mais próximos, por mais que ainda tão longes, através da tela de um computador ou smartphone. Segundo uma pesquisa realizada pelo o IBGE em 2015, por mais que a televisão ainda predomine com cerca de 97,3% dos domicílios do país, 49% dos brasileiros com mais de 10 anos tem acesso a internet, em um Brasil com mais de 204 milhões de habitantes. Aumentando ainda mais a possibilidade de variedade de conteúdo e uma visão ampla de mundo capaz de ser mais agil do que qualquer outra plataforma midiática, se espalhando de forma tão rápida que acabam sendo chamados de virais. “A coisa toda começou a dois

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anos atrás, quando a gente montou um blog de receitas com o nome Chef Cenoura. O blog tinha mais o próposito de variar o nosso cardápio e chamar os amigos para experimentar.”, diz o psicólogo e chef de cozinha nas horas vagas, Felipe Dable, 35. Que junto com sua esposa interprete e professora de Libras, Débora Dable, 33, criaram um canal de culinária no YouTube, aonde ensinam receitas vegetarias em português e em Libras. É necessário encontrar o assunto certo para expor suas ideias, a social media Tatiane Aoki ainda afirma “É muito importante achar o seu nicho. Se você tem um dom e o fato desse conteúdo não existir na televisão, faz com que as pessoas fiquem curiosas e te procurem.” Ela ainda garante “Tem espaço pra todo mundo e a força dos influenciadores só tem a aumentar!”


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