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urbanização de santa isabel

indústrias poluentes. Assim, apenas as empresas que estavam aqui antes da Lei de Proteção aos Mananciais puderam permanecer, por já possuírem um direito adquirido.

urbanização de santa isabel

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O processo de urbanização de Santa Isabel teve início durante meados do século XII, há poucos registros escritos sobre esse período do município, entretanto, um dos patrimônios históricos da cidade e, provavelmente a construção mais antiga da região de que se tem conhecimento, a Igreja do Rosário (figura 31) construída em 1723, indica que as primeiras ocupações ocorreram no eixo que hoje é conhecido como Avenida Manoel Ferraz de Campos Sales e Rua João Pessoa, identificada na figura 31 com uma seta azul.

Figura 31: A esquerda, foto da Igreja Nossa Senhora do Rosário, em frente ao Largo do Rosário conhecido atualmente como Praça da Bandeira. A direita, foto atual (2020) da Igreja Nossa Senhora do Rosário. Fonte: A foto a esquerda foi retirada de site eletrônico “Santa Isabel TEM”, autor e ano desconhecidos. A foto da direita pertence ao acervo do autor. Ao longo desta mesma avenida, encontram-se mostras de arquitetura colonial e eclética, como observado nas figuras 32 e 33. Essa avenida foi implantada bem próxima ao córrego Araraquara (corpo d’água que corta a cidade em toda a sua extensão), na área mais plana do município, onde com o tempo, consolidou-se o centro da cidade.

Figura 32: A esquerda o Casarão Dário Vieira de Paula em 2020, construído no início do século XX, foi sede de fazenda e sede da primeira escola municipal (Grupo escola), atualmente funciona como uma pizzaria. A direita, uma residência a Rua João Pessoa com traços da arquitetura eclética. Fonte: A foto a esquerda pertence ao acervo do autor. A foto a direita foi retirada do Google Eath Pro e editada pelo autor.

Figura 33: Prédio da Biblioteca Professora Maria Helena Marcondes em 2019 (desativada desde 2010 devido a um incêndio, tendo seu acervo transferido para um edifício a Rua João Pessoa). Fonte: Retirada do Google Eath Pro e editada pelo autor. Ao longo dos anos seguintes foram desenvolvidas concentrações menores e mais dispersas, como demonstrado na figura 34 (p.76) que apresenta a evolução da mancha urbana do município. Santa Isabel passou por muitas modificações que impulsionaram seu desenvolvimento e consequente aumento populacional. Alguns marcos segundo levantamentos de Isaias Benedito Bueno, foram a inauguração da primeira usina hidrelétrica da cidade, em 1913,

durante o mandato do Prefeito Guilhermino Mendes de Andrade. Essa usina foi responsável por levar energia para uma parcela da pequena cidade de Santa Isabel por um tempo, mas, com o aumento da população a usina não conseguiu suprir a demanda de todos, e acabou sendo fechada em 1957, tendo sua função transferida para a empresa de distribuição de energia elétrica, a Light, que atendeu melhor a demanda do consumo de energia no município. Outro fator importante para o aumento da população isabelence foi a inauguração do acesso da cidade pela Rodovia Presidente Dutra, em 1956, durante a gestão do Pref. José Basílio Alvarenga (1956-1969) que, ainda durante seu mandato trouxe o primeiro ginásio escolar e a primeira empresa de ônibus com linha para São Paulo, o que otimizou as idas e vindas de pessoas no município. A gestão seguinte, feita pelo Pref. João Pires Filho (1960-1963) aprimorou o abastecimento de água e esgoto para as famílias isabelenses, que antes, majoritariamente se abasteciam através de poços artesianos ou nascentes. Portanto, essas instalações e facilidades públicas, corroboraram para o aumento populacional da cidade, entretanto, nenhuma teve um impacto tão grande quanto a vinda e instalação da indústria têxtil Karibê, em Santa Isabel que resultou em um acelerado adensamento urbano. Na época Santa Isabel possuía o mínimo de estrutura para oferecer a um empreendimento com esse porte, apesar disso, foi possível viabilizar a implantação da indústria após encontrar um terreno que atendesse as necessidades espaciais para instalação da fábrica (JORNAL AGORA NEWS, 2018). A empresa foi implantada em um ponto próximo ao centro, o que facilitou o seu acesso. Como Santa Isabel na época ainda possuía poucos habitantes, não havia na cidade mão de obra suficiente para ocupar todos os cargos disponíveis pela empresa, por isso, quando a obra foi finalizada e a mão de obra isabelense já esgotada, foram atras de empregados de outras regiões para trabalhar em cargos específicos da empresa pois havia na época, muitas vagas de emprego. Isso atraiu pessoas de diversas regiões que estavam em busca de melhores condições de vida. A procura foi tanta, que a Karibê construiu 3 edifícios de alojamento para abrigar os trabalhadores recém-chegados de outras regiões. Diante desse acontecimento, o setor têxtil se tornou a base econômica de muitas famílias na época. Em 1995, a Karibê é adiquirida pela Paramount. Em 31 de dezembro de 2004, houve uma reorganização de sócios que resultou na incorporação da Paramount Lansul pela sua controladora integral, assim, a Karibê teve sua denominação social alterada para Paramount Têxteis Indústria e Comércio.

Portanto, ao relacionar a cronologia dos acontecimentos e o desenvolvimento da mancha urbana no município (figura 34) é possível observar que os maiores adensamentos (em relação a área territorial ocupada) ocorreram durante os anos de 1971 e 1980, logo após a chegada e instalação da indústria de fiação e tecelagem Karibê, no ano de 1969, o que impulsionou mudanças significativas no cenário econômico e urbano de Santa Isabel, e alterou totalmente a dinâmica da cidade. O surgimento das rodovias e aprimoramento do acesso à cidade também foi um fator determinante para o adensamento populacional.

Figura 34: Evolução da mancha urbana de Santa Isabel Fonte: Elaborado pelo autor com base nos dados do Mapa 08A do Plano Diretor de Santa Isabel de 2016 e Google Earth Pro.

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