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CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A forma de manejo dos recursos hídricos em territórios urbanos necessita ser discutida e abordada dentro de um novo paradigma, que reconheça a necessidade de lidar com uma dinâmica urbana já consolidada em conjunto com a conservação dos recursos naturais. Uma forma que permita que essa coexistência entre os corpos d’água nas cidades e as pessoas aconteça de maneira saudável e benéfica a ambos. Ademais, o reconhecimento dos não-lugares nas cidades é o primeiro passo para traçar possíveis estratégias para sua recuperação. A pandemia da Covid-19 impulsionou reflexões a respeito de novas maneiras de se ver e fazer arquitetura e urbanismo, e reforçou a importância de áreas verdes públicas dentro dos centros urbanos, visto que elas ajudam a transformar o Dióxido de carbono (CO2)em Oxigênio (O2), combatendo partículas ultrafinas de poluição e proporcionando ambientes mais rarefeitos. A produção de novos espaços públicos gera encontros comunitários e sociais, contribui para a qualidade de vida urbana e, ao interferir positivamente nas questões ambientais por meio da redução da temperatura, melhoria da qualidade do ar, absorção das águas das chuvas e redução do número de pontos de enchentes. É importante salientar o valor da aproximação entre o homem e a natureza, para que ele usufrua de seus benefícios e ganhe consciência da importância de sua preservação. Assim, é indispensável planejar espaços que propiciem e incentivem essa aproximação, e não a aversão. Uma cidade que seja apelativa (positivamente) a todos os sentidos humanos, o tato, o olfato, a audição, a visão, e o espiritual (que revela noções de afeto, conexão com o ambiente, identidade, pertencimento, empatia etc.) pode despertar o interesse pela vida urbana. A incorporação de conceitos como caminhabilidade e urbanidade ajudam a estabelecer ambientes mais saudáveis e mais aprazíveis para as pessoas, com mais segurança e inclusão. A aplicação desses conceitos é uma forma de humanizar os espaços degradados nas margens dos rios que estão desconexos no contexto urbano, resgatando-os à escala humana. Entende-se que pode ser muito difícil fazer uma recuperação total das margens para seu estado natural. Pois ali já existe uma dinâmica, a paisagem já foi alterada e consolidada, logo, melhor do que distanciar as pessoas desses elementos (como propõe visões mais restritivas sobre ocupação em APPs) é reintegrá-los às realidades particulares de cada região. Mas ainda se nota uma carência de políticas públicas que direcionasse melhor essas ocupações, com normativas que alinhem os interesses ambientais aos interesses públicos do espaço urbano.
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