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o Casarão e o Pouso de Tropeiros
o casarão e o pouso de tropeiros
Dentro desta monografia no que se refere à escala do edifício, foi identificado que grande parte do terreno do Casarão se encontra em uma Área de Preservação Permanente (APP). É imprescindível analisar a legislação ambiental, de modo a não as infringir, bem como buscar metodologias adequadas e condizentes do ponto de vista ambiental, além de analisar as Cartas Patrimoniais para adequar a restauração às normas do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (IPHAN). “A criação de um Plano Municipal de Turismo, visando a auto sustentabilidade da cidade é de extrema importância, direcionando ações de incentivos para a implantação de atividades turísticas como redes hoteleiras, spas, restaurantes, artesanato, comércio em turismo e similares.” (Lei Complementar nº 184/2016, p 53, 2016) Santa Isabel possui muitos moradores que ganham a vida com artesanato, entretanto, carece de espaços para que essas pessoas possam expor suas produções. Ademais, tanto a Biblioteca Municipal quanto o Centro Cultural são incipientes e se encontram em espaço reduzido, dificultando o desenvolvimento de um calendário cultural mais amplo, por isso a importância de novos espaços mais generosos para abrigar as exposições e trabalhos dos próprios munícipes. Entretanto, é preciso conciliar os interesses da população itinerante (turistas) com os moradores, que antes de tudo, são os responsáveis pela construção da história desta localidade, uma vez que há uma “preocupação com a qualidade de vida das comunidades receptoras e pessoais, que não usufruem dos efeitos benéficos do turismo”; (Lei Complementar no 184/2016, p. 103). Logo, as intervenções podem ser um interesse turístico, contanto que os interesses da população não sejam negligenciados. Em Santa Isabel, por exemplo, não existe um Parque de Exposições, sendo utilizado o Ginásio de Esportes para esse fim, o que seria ideal para potencializar eventos que fomentem a exposição de produtos de Santa Isabel, sendo industriais, comércio e serviços, turismo, artesanato e produção rural, dentro desse cenário existe o turismo técnico científico8 .
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8 O segmento do turismo técnico científico promove a visitação com objetivo de disseminar o conhecimento sobre determinada técnica de produção, bem como a educação ambiental. (Lei Complementar nº 184/2016, 2016)
Nesse sentido se identifica no terreno ao lado do Casarão um potencial a ser explorado para atender aos grupos de pessoas que trabalham com este segmento, oferecendo a eles um espaço para divulgação dos produtos, de estudos científicos, levantamentos técnicos diversos, além da possibilidade de venda ao final da visita. Outrossim, sua boa localização (em uma via arterial na rota de quem vem de Arujá – Santa Isabel) torna o projeto muito mais visado, e ao introduzir um programa que motive aglutinações sociais, é possível, simultaneamente, conduzir a atenção dessas pessoas para o Casarão (que se encontra do outro lado da rua). Ao identificar uma real necessidade dos munícipes, que se interliga com interesses turísticos, determinou-se o programa para as edificações de ambos os terrenos: O Casarão atuará como um prédio administrativo, apoio turístico, com espaço para exposições efêmeras, suas características e marcas de desgaste do tempo, serão mantidas, mas receberão um tratamento adequado para que fiquem preservadas. Suas esquadrias serão restauradas, e, a estrutura da cobertura será mantida apenas as partes que não ameaçam ceder, para as partes que perigam ruir, será proposta intervenções com estruturas novas (metálicas ou de madeira) que possam se distinguir claramente da estrutura original.
Figura 78: Alvenaria aparente do Casarão a ser preservada no Projeto de conservação Fonte: Acervo do autor, 2021.
A proposta de restauração visa admitir uma ruptura entre o passado e o presente de uma forma muito nítida, que poderá ser observada na clara distinção entre os materiais novos dos antigos, o que revela um respeito pela conservação da matéria original. A restauração, portanto, vai se firmar como uma ação cultural, ao considerar o repertorio histórico e características locais.
Na parte térreo, o edifício principal do Pouso de Tropeiros seria mantido, tendo sua tinta descascada e ganhando um tratamento para sua alvenaria exposta, com uma nova proposta de fachada mais ativa paralelo ao parque linear, promovendo a conservação e valorização da memória isabelense. Acima dele, será implantado um edifício anexo, seguindo o mesmo alinhamento e dimensão do edifício original (Pouso de Tropeiros) mas com uma linguagem mais contemporânea, criando uma ruptura e clareza sobre o que é antigo e o que é novo, mesmo assim, mantendo uma estética e composição que respeite o Patrimônio Histórico. O edifício anexo vai dar suporte ao casarão, com mais programas, como oficinas de artesanato, oficinas de meio ambiente, galeria de exposição, café, sanitários públicos e minimuseu sobre a ocupação de Santa Isabel e sobre seus afluentes, com registros fotográficos e peças antigas.

Figura 79: Casarão e Pouso de Tropeiros, vista da Rua Monte Serrat ou “Morro da Farinha” Fonte: Acervo do Autor, 2021

Figura 80: Vista I do Modelo do estudo volumétrico da proposta de conservação e ampliação Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.
Figura 81: Vista II do Modelo do estudo volumétrico da proposta de conservação e ampliação Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.


Figura 82: Vista III do Modelo do estudo volumétrico da proposta de conservação e ampliação Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.
Figura 83: Vista IV do Modelo do estudo volumétrico da proposta de conservação e ampliação Fonte: Elaborado pelo autor, 2021.








