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novos olhares para os rios urbanos: urbanidade

novos olhares para os rios urbanos: urbanidade

Na prática “as intervenções da primeira vertente – valorização – contribuem para a promoção do convívio social e a relação amigável da população com o corpo d’água, ou seja, são configurações que caracterizam o desempenho de urbanidade.” (MELLO, pg. 28 e 29, 2008). Ela é promovida geralmente com a incorporação dos corpos d’agua a paisagem urbana que ocorre geralmente com rios e lagos de maior porte. Já na segunda vertente, o corpo d’agua é desconsiderado e, as edificações e lotes lindeiros ficam de costas para ele. Geralmente os corpos d’água de menor porte são atingidos por esse tipo de ocupação, que muitas vezes são recobertos e se tornam canais de esgoto. É comum que a precarização dessas áreas de margens seja promovida ou por uma ocupação irregular e improvisada, sem planejamento ou, quando há planejamento (por um parcelamento regular do solo) essas áreas se comportam como remanescentes de áreas públicas que são deixadas nos fundos de lote e acabam se tornando espaços degradados e depósitos inadequados de lixo. Entretanto, algumas cidades estão despoluindo seus rios e os transformando em novos atrativos urbanos como por exemplo o Rio Medellín em Medellín, o Rio Sena em Paris, o Rio Isar no sul da Bavária, o Rio Tâmisa em Londres, o Córrego Cheonggyecheon em Seul e o Rio Anacostia, em Washington DC. Seus espaços abandonados ou descuidados estão sendo recuperados e reurbanizados, sendo voltados para o lazer dos habitantes e contribuindo para melhorar a qualidade da vida urbana. Os rios quando bem explorados com esforço de governos de países e cidades, requalificaram suas águas para usos ambientais, culturais e recreacionais, incluindo mobilidade urbana e produção de alimentos. “Atualmente, observa-se a busca pela mudança da relação do homem com o ambiente. O modelo atual propõe que não se separe o sujeito da natureza e sim que o indivíduo seja considerado como parte desse sistema, em uma clara relação de interdependência entre esses atores” (SAUERBRONN, p. 26, 2016) Os exemplos a seguir são de projetos que foram implementados em momentos distintos, porém a similaridade entre eles é que todos direcionam a atenção para suas orlas aquáticas e têm uma preocupação e compromisso com a qualificação do ambiente urbano na escala do pedestre. Nesses exemplos os espaços são abertos para a apropriação pública.

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Uso para transporte fluvial nas águas do Rio Nilo, Cidade do Cairo

Uso para transporte de pequena escala nas águas dos canais de Veneza

Uso para transporte fluvial nas águas do Rio Tamisa, Londres

Uso recreacional das águas do Rio Sena, Paris

Cinema ao ar livre nas águas do Rio Sena, Paris

Uso contemplativo e recreacional nas águas do Rio Chicago, Chicago

Uso de caráter conservativo e cultural no Parque Primeiro de Maio, Belo Horizonte Os rios desde muito tempo têm sido usados como transporte de pessoas e cargas. Muitas cidades, apesar do surgimento de novas tecnologias e sistemas de transporte bem mais velozes do que o hidroviário, compreenderam a importância desse meio de mobilidade urbana e o integraram a sua paisagem e funcionamento, em diferentes escalas. Essas ações também ajudam na economia da cidade, através do turismo ou do transporte de cargas.

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