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Bibliografia
a- Em situações de mediação de conflitos. Neste caso, devemos aplicar a análise funcional
(tabelas das figuras 3, 4 e 5) para a mesma situação de conflito, com ambas as partes
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envolvidas, separadamente. Em seguida, o DESC pode ser utilizado por cada um a fim de
que seja apresentado à outra parte. Para a mediação, recorremos a outras ferramentas
complementares. b- Em contexto de divórcios para melhor lidar com o/a ex-parceiro/a e assim resgatar
ou preservar um diálogo sereno e proteger assim o filho comum, caso exista;
c- Em conflitos institucionais;
d- Em conflitos familiares; e- Com pacientes usuários de drogas39 .
f- Com ONGs;
g- Na redação de cartas, e-mails ou qualquer tipo de mensagem escrita ou oral que
tratem de assuntos delicados. Aqui, o DESC é mais adaptado.
Gostaria de fazer um breve comentário a respeito dos meios digitais de
comunicação. Resolver conflitos envolve uma certa relação apaziguada ao tempo. O que
isso significa?
DESC e meios de comunicação digitais
Os meios digitais são muito velozes. Assim, os e-mails ou mensagens WhatsApp
podem ser redigidos rapidamente e com menos cuidado que uma carta manuscrita e
viajam à velocidade da luz. Além disso, resolver conflitos envolve todas as dimensões da
comunicação humana. Ora, essa forma de comunicação apaga parcialmente ou
totalmente o não verbal e o para-verbal. Todavia, essas dimensões da comunicação
podem ser importantes para amenizar a força das palavras e, portanto, esses meios
modernos criam, muitas vezes, as condições adversas à prevenção e resolução serena
dos conflitos.
39 Fiquei surpreso com a pertinência de evocar a temática do conflito com esse público. De fato, a “Gestão de Conflitos” ecoou tão forte com os usuários de droga ao ponto de poder abordar situações passadas dolorosas que aconteceram, por exemplo, com o pai ou com a mãe, no passado (Oficina realizada em janeiro de 2021, em uma clínica de Camaragibe-PE).
Por isso, certos assuntos não devem ser tratados nos grupos Whatsapp ou por
lista de e-mails, pois há o risco de expor pessoas e gerar conflitos sérios, desagregadores.
Quando queremos escrever uma mensagem a uma pessoa sobre um assunto
delicado, é sempre bom escrever um rascunho e “deixar a noite passar” . Em seguida,
retomamos no dia seguinte e lemos para nós mesmos o conteúdo da mensagem que
havíamos escrito na véspera. Como receberíamos a mensagem se ela nos fosse
direcionada? Se nos sentirmos bem, respeitados.as, há probabilidades que o outro se
sinta assim também. Caso contrário, podemos rever e lapidar as palavras até alcançar a
meta da palavra justa (libertadora e respeitosa).
DESC, REVAC, escuta e reformulação
A escuta e a reformulação são duas atitudes e ferramentas eficientes para minimizar as tensões e superar mal-entendidos. Às vezes, a reformulação “você me parece estressada? Estou enganado.a?” pode ser suficiente para a pessoa se abrir,
reconhecer o estresse, mudar o tom e o registro da comunicação. O DESC e o REVAC
podem servir para isso. O REVAC nos lembra a importância de respirar, relaxar, criar um
espaço interno (paciência, acolhimento da irritação, por exemplo, na hora de escutar
certas palavras etc.) para melhor escutar e ouvir o outro. Sendo a lógica estruturalmente
idêntica entre DESC e REVAC, a ideia permanece a mesma: podemos ajudar o outro a
descrever os fatos, expressar os seus sentimentos, esclarecer suas intenções,
necessidades, sugestões e demandas. Podemos imaginar as consequências e acolher o outro (validar os sentimentos do outro), sem aceitar necessariamente sua forma de se
expressar (afirmar-se). Enfim, ajudamos a relembrar o que é importante: o objeto
(concentrar).



