POESIA MARANHENSE/LUDOVICENSE: OS POETAS ESQUECIDOS - Segundo ciclo - de 1868 a 1894 VOLUME 4 PRIME

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Segundo ciclo - de 1868 a 1894 VOLUME

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POESIA MARANHENSE/LUDOVICENSE: OS POETAS ESQUECIDOS
PRIMEIRA PARTE LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ SÃO LUIS – MARANHÃO 2024
4

SEGUNDO CICLO - DE 1868 A 1894 – PRIMEIRA PARTE

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Academia Ludovicense de Letras

Academia Poética Brasileira

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão Centro Esportivo Virtual Professor de Educação Física IF-MA (aposentado; Mestre em Ciência da Informação

É Ramos (1972, p. 9-10)1 quem afirma que “o Maranhão sempre participou dos grandes movimentos culturais surgidos no Brasil, dando ele mesmo, em muitas ocasiões, o grito de renovação que empolga”. Esse autor classifica nossa literatura em nove fases:

1ª fase – de extensa duração, é “a da literatura sobre a terra”, feita pelos cronistas a contar dos padres capuchos d´Abbeville e d´Evreux;

2ª fase – a do ciclo de transição, em que desapareceram os ultimos cronistas e ensaia-se a literatura da terra, já no primeiro quartel do século XIX, literatura que se caracteriza pela feição coimbrã, fruto do classicismo;

3ª fase – a que surge a imprensa periódica – “o Conciliador”, “O Argos da Lei”, e “O Censor”, e que os filhos da terra, formados em Coimbra, de regresso da Europa, constituiem o chamado Grupo Maranhense do romantismo brasileiro, justamente a geração de Odorico Mendes, Sotero dos Reis, João Francisco Lisboa, e Gonçalves Dias;

4ª fase – a partir de 1865, a que possibilitou o surgimento do naturalismo, do parnasianismo e do simbolismo, de poetas e escritores levados por força do fator economico a se transferirem para o Sul do país, e foram, muitos deles, literatos nacionais: Teixeira Mendes, Teófilo Dias, Adelino Fontoura, Artur e Aluisio Azevedo, Coelho Neto, Dunshee de Abranches;

5ª fase – com inicio em 1900, em consequencia da visita de Coelho Neto ao Maranhão, de intelectuais que procuraram, permanecendo na terra natal, desenvolve-la, faze-la outra vez grande centro de cultura, a geração de Antonio Lobo, Correa de Araujo, e Nascimento de Moraes, fase áurea do simbolismo no Maranhão, que viu também, como escritores nacionais, Humberto de Campos, Viriato Correa, e Graça Aranha;

6ª fase – ciclo do modernismo, segundo Meireles (1958) a fase atual, mas de transição, de poetas ainda apegados a velhas formulas, neoromanticos uns, neoparnasianos outros, neosimbolistas grande parte, já se firmando alguns poucos, nos canones trazidos pelo modernismo: a fase inaugurada em 1927 por Astolfo Serra;

7ª fase – inicio do movimento “Renovação”, sob a orientação de Antonio Lopes, é a geração de 452, quando o modernismo se impôs no Maranhão, principalmente na pintura com J. Figueiredo, cubista; Floriano Teixeira, na mesma linha de Portinari; Cadmo Silva, surrealista, e Jorge Brandão; a fase de Erasmo Dias, em que o Maranhão viu emigrar mais alguns de seus melhores talentos: Josué Montello, Manoel Caetano Bandeira de Melo, Franklin de Oliveira, e Osvaldo Marques;

1 RAMOS,Clovis.NOSSOCÉUTEMMAISESTRELAS – 140anosdeliteraturamaranhense.RiodeJaneiro:Pongetti,1972.

2 Na literatura brasileira, a chamada Geração 45 surgiu a partir de trabalhos de poetas que produziam uma literatura oposta às inovações modernistas de 1922. Uma fase de literatura intimista, introspectiva e de traços psicológicos. http://www.infoescola.com/literatura/geracao-de-45/

POESIA MARANHENSE/LUDOVICENSE DOS POETAS ESQUECIDOS:

8ª fase – a da geração de 50, que prosseguiu com exito, a renovação modernista, chegando à poesia concreta e neoconcretista, ao mesmo tempo em que parte dela se voltava para o romantismo e o simbolismo, fenomeno que também ocorreu no ambito nacional;

9ª fase – a patir de 1969, de jovens que buscavam, atraves de movimentos como a Antroponáutica, novas formulas poeticas e, como reação ao modernismo, já concluindo o seu ciclo, o movimento dos trovadores.

O Romantismo no Brasil, florescendo entre o final do século XIX e o início do século XX, foi um movimentoliterárioqueemergiucomapublicaçãode"SuspirosPoéticoseSaudades",porGonçalves deMagalhães,em1836,consideradooprimeirolivroromânticobrasileiro.

OsmembrosdaABLdesempenharampapéisfundamentaisnesseperíodo,comGonçalvesDias,Joséde Alencar,ÁlvaresdeAzevedo,CasimirodeAbreu,CastroAlveseMartinsPenasendodestacados.Cada autor contribuiu para a construção de uma literatura nacionalista, explorando temas como o indianismo,regionalismo,melancolia,ultrarromantismo,questõessociaisecotidianas,caracterizando omovimentoliteráriopelavalorizaçãodasubjetividadeeemoção.

Seguindo a periodização, temos que o segundo ciclo compreende cerca de vinte e seis anos, de 1868 a 1894. A sua obra representativa é O Mulato, de Aluísio Azevedo, publicada em 1881, na cidade de São Luís.

Aluísio Azevedo – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo (São Luís, 14 de abril de 1857 – Buenos Aires, 21 de janeiro de 1913) foi um romancista, contista, cronista, diplomata, caricaturista e jornalista brasileiro; além de desenhista e pintor

Filho do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo, que, ainda jovem, enviuvara-se em boda anterior, e de Emília Amália Pinto de Magalhães,[1] separada de um rico comerciante português, Antônio Joaquim Branco, assiste Aluísio, em garoto, ao desabono da sociedade maranhense a essa união dos pais contraída sem segundas núpcias, algo que se configurava grande escândalo à época. Foi Aluísio, irmão mais novo do dramaturgo e jornalista Artur Azevedo, com o qual, em parceria, viria a esboçar peças teatrais.

Ainda em pequeno revela pendores para o desenho e para a pintura, dom que mais tarde lhe auxiliaria na produção literária. Concluindo os preparatórios em São Luís do Maranhão, transfere-se em 1876 para o Rio de Janeiro, onde prossegue estudos na Academia Imperial de Belas-Artes, obtendo, a título de subsistência imediata, ofício de colaborador caricaturista de jornais como O Fígaro, O Mequetrefe, Zig-Zag e A Semana Ilustrada [1]

Com o falecimento do pai em 1878 volta ao Maranhão para sustentar a família.[1] Ali, instigado por dificuldades financeiras, abandona momentaneamente os desenhos[1] e dá início à atividade literária, publicando Uma Lágrima de Mulher no ano seguinte (1879). Em 1881, em período de crescente efervescência abolicionista, publica o romance O Mulato, obra que deixa a sociedade escandalizada pelo modo cru com que desnuda a questão racial e inaugura o Naturalismo na literatura brasileira.[1] Nela, o autor já demonstra ser abolicionista convicto.[1]

Diantedareaçãohostildaprovíncia,obtendosucessocomaobranaCorte,ondeeraconsideradacomoexemplodaescolanaturalista, volta à capital imperial e aí, incessantemente, produz romances, contos, crônicas e peças de teatro.[1]

Suaobraétidanacontadeirregularpordiversoscríticos,umavezqueaproduçãooscilaentreoromantismodetonsmelodramáticos, de cunho comercial para o grande público, e o naturalismo já em obras mais elaboradas, deixando a marca de precursor do movimento.

Diplomata

Aluízio de Azevedo

Feito diplomata em 1895 deixa definitivamente da pena, indo servir na Espanha, Inglaterra, Itália, Japão (do qual fez apontamentos antevidentesesingulares), Paraguai e Argentina [1] Em1910,feitojácônsuldeprimeiraclasse,voltaainstalar-seem BuenosAires, onde convive com Pastora Luquez, de quem adotou os dois filhos.[1] Passados quase três anos, vem a falecer, já como fundador da cadeira nº 04 da Academia Brasileira de Letras.[1]

Em 1918, por iniciativa de Coelho Neto, teve seus restos mortais transladados de Buenos Aires para São Luís, onde repousam definitivamente.[1]

Contribuições

É autor de vários romances de estética naturalista: "O mulato" (1881), "Casa de pensão" (1884), "O cortiço" (1890) e outros.

Tendo por influência escritores naturalistas europeus, dentre eles Émile Zola, por tal ótica capta a mediocridade rotineira, a vida dos sestros, os preconceitos e mesmo taras individuais, opção contrária à dos românticos precedentes.

Fazem-se veementemente presentes em sua obra certos traços fundamentais do Naturalismo, quais sejam a influência do meio social e da hereditariedade na formação dos indivíduos, também o fatalismo. Em Aluísio "a natureza humana afigura-se-lhe uma certa selvageria onde os fortes comem os fracos", afirma o crítico Alfredo Bosi

Segundo Valentin (2013), O cortiço é um dos primeiros romances brasileiros no qual a homossexualidade foi representada.[2]

Obras

Aos Vinte Anos, conto

Uma Lágrima de Mulher, romance (1880)

O Mulato, romance (1881)

Mistério da Tijuca ou Girândola de Amores, romance (1882)

Memórias de um Condenado ou A Condessa Vésper, romance (1882)

Casa de Pensão, romance (1884)

Filomena Borges, romance (1884)

O Homem, romance (1887)

O Cortiço, romance (1890), Editora moderna, São Paulo, 1991, ISBN 85-16-00149-0

O Coruja, romance (1890)

A Mortalha de Alzira, romance (1894)

Demônios, contos (1895)

O Livro de uma Sogra, romance (1895)

O Japão, publicado, a partir de manuscritos encontrados na Academia Brasileira de Letras (1894)

O Touro Negro, crônicas e epistolário

Os Doidos, peça

Casa de Orates, peça

Flor de Lis, peça

Em Flagrante, peça

Caboclo, peça

Um Caso de Adultério, peça

Venenos que Curam, peça

República, peça

Academia Brasileira de Letras

Aluísio Azevedo foi um dos fundadores do Silogeu Brasileiro, onde ocupou a cadeira 4, que tem por patrono Basílio da Gama Referências

↑ Ir para:a b c d e f g h i j k «Biografia de Aluísio Azevedo». Patrimônio da Humanidade, São Luís do Maranhão. Consultado em 23 de janeiro de 2013

↑ Valentin, Leandro Henrique Aparecido (12 de março de 2014). «Representações da homossexualidade nos romances O Ateneu, de Raul Pompéia, e O cortiço, de Aluísio Azevedo» Rascunhos Culturais. Consultado em 14 de abril de 2023

Bibliografia

COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. São Paulo: Global.

BROCA, Brito. Vida Literária Brasil 1900. São Paulo: José Olímpio, 2005, 4ª ed.

PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969. Vitor Leal, o pseudônimo de Olavo Bilac e Aluísio Azevedo para publicar livros de “qualidade duvidosa” por Luiz Antonio Ribeiro 21 de maio de 2021 0 comentário

Se você acha que antigamente não havia preconceito literário é aí que você se engana. Não só existia como fazia escritores consagrados se esconderem sob pseudônimos para publicar romances em jornais e revistas que fossem fora de suas pesquisas literárias ou fora dos altos padrões literários da época.

Romances românticos, água com açúcar ou então aventuras de capa e espada com muitas cenas de batalha e reviravoltas melodramáticas também fascinavam nossos autores clássicos. Só que eles optavam por esconder suas verdadeiras identidades ao escrever e publicar esses livros em pseudônimos, ou seja, em nomes inventados, ficcionalizados. O mais curioso é que alguns deles chegaram a dividir o mesmo pseudônimo e, inclusive, escreveram obras a quatro mãos.

Foi o caso, por exemplo, do pseudônimo Victor Leal, um pseudônimo que foi utilizado de forma compartilhada pelos escritores brasileiros Olavo Bilac, Aluísio Azevedo, Coelho Neto e Pardal Mallet. Só lembrando que os poetas e escritores eram de períodos distintos da literatura. Olavo Bilac, por exemplo, era parnasiano, gostava do aprumo da forma, enquanto Aluísio Azevedo era um naturalista, já inspirado pelas ideias positivas. Porém, todos se reuniam para escrever essas obras tão aclamadas pelo público, mas deixadas de lado pela crítica que as consideravam uma literatura “menor” ou de “qualidade duvidosa”.

O Esqueleto: conhecendo um desses romances

Fiquei curioso em conhecer um desses livros e entrei em contato com O Esqueleto, um romance de Victor Leal, publicado em forma de folhetim pelo jornal Gazeta de Notícias, em 1890. Os autores, na verdade, eram Olavo Billac e Pardal Mallet. Na ocasião, o desenhista Gustavo Hastoy desenhou para a Gazeta de Notícias a figura de Leal dois dias antes do início da publicação de O Esqueleto. A publicação da caricatura fez boa parte do público acreditar que se tratava de uma pessoa real.

O interessante de O Esqueleto, é que ele recebe o título de Mistério da Casa de Bragança, pois tem como um dos protagonistas Dom Pedro II, Príncipe Regendo do Brasil que, durante o romance, declara a independência do Brasil se tornando Imperador. Porém, a história é uma grande aventura de capa e espada, com uma pitada de melodrama e aventura do príncipe pelas ruas enlameadas da cidade ao lado de seu mestre de armas e fiel confidente.

O romance narra a história de Satanás, um personagem de passado obscuro, que causa certo medo nas redondezas e que é mentor e protetor de Dom Pedro. O papel de Satanás é ser uma espécie de companhia das noitadas de Dom Pedro, arrumar para ele parceiras amorosas e dividir confidências para além do papel de regente do Brasil.

No entanto, Satanás guarda um segredo: ele mantém sua bela filha de 15 anos, Branca, trancada dentro de caso com uma acompanhante. Ele havia ficado viúvo e resolveu criá-la distante do mundo com receio de que alguém possa ameaçar suas virtudes. Mas em sua primeira aparição pública, o desejo nasce tanto na menina quanto em seus diversos admiradores. A partir daí, a história de Branca e Satanás se desenrola a partir de uma série de violências e tragédias que trazem o pior e o melhor das pessoas em uma aventura aceleradíssima.

201408272303201409191400_66971409191400_6697.pdf (cultura.ma.gov.br)

Fabio Joaquim Ewerton foi um autor que escreveu “Canções da vida: volume de poesia e prosa”, publicado por B. de Mattos em 186912. Infelizmente, não consegui encontrar mais informações sobre ele.

201408272303591409191439_80921409191439_8092.pdf (cultura.ma.gov.br)

Gentil Homem de Almeida Braga ou Flávio Reimar(pseudônimo ) (São Luís, 25 de março de 1835 São Luís, 25 de julho de 1876)[1] foi um jurista, poeta e escritor brasileiro. É um dos patronos da Academia Maranhense de Letras [2]

Biografia Era filho de Antônio Joaquim Braga e Maria Afra de Almeida Braga. Bacharelou-se em Direito pela Academia de Olinda, tendo exercido,muito moço ainda, a elevada função de secretário do Governo da Província do Rio Grande do Norte. Regressando ao Maranhão, exerceu o Ministério Público nas comarcas de Codó e Caxias e a judicatura na de Guimarães. Trabalhou com folhetins o que o tornou bastante popular. Entre eles destaca-se o poema conhecido como Clara Verbana. Residiu no Palacete Gentil Braga

Obras

Sonidos - livro de poemas.

Entre o Céu e a Terra - folhetim.

A Casca da Caneleira: (steeplechase) romance por uma boa dúzia de Esperanças.

Nome completo: Gentil Homem de Almeida Braga

Pseudônimo(s): Anselmo Petitot, Flávio Reimar, Epaminondas

Nascimento: 1835 - São Luís, MA Morte: 1876 - São Luís, MA

Descrição: Poeta, contista, jornalista, advogado, professor, político, patrono da cadeira n° 7 da Academia Maranhense de Letras.

Fonte(s) dos dados COUTINHO, Afrânio; SOUSA, José Galante de. Enciclopédia de literatura brasileira. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional; Academia Brasileira de Letras, 2001. 2 v. ISBN 8526007238

BLAKE, Augusto Victorino Alves Sacramento. Diccionario Bibliographico Brazileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1893. 7 v. WIKIMEDIA FOUNDATION. Wikipédia: a enciclopédia livre. Conteúdo enciclopédico de autoria coletiva. Disponível em: https://www.wikipedia.org.

O

Helena

Tanhauser

Vesper

Título Gênero Ano A casca da caneleira Romance ou novela 1866 Amor e crença Poemas XIX Antologia maranhense Poemas 1937 Clara Verbena Poemas 1866 Coalizão Periódico 1862 Correspondência de Machado de Assis Cartas 1860 Eloá Poemas 1867 Entre o Céu e a Terra Crônicas ou artigos de jornal 1868 Hugonianas Poemas 1885 O Liberal [MA] Periódico 1868 Ordem e Progresso Periódico 1860 Orvalho Poemas XIX Parnaso brasileiro Poemas;Biografia;Organização de obra ou antologia 1885 Parnaso maranhense Poemas 1861 Romance por uma dúzia de esperanças Romance ou novela 1866 Semanário Maranhense Periódico 1867 Sonidos Poemas XIX Três liras Poemas 1862 Um ex-diplomata encadernado Outros;Ensaio, estudo, polêmica 1865 Um presidente e uma assembleia Ensaio, estudo, polêmica 1862
Tipo Gênero Ano
Parcial
Parcial Poemas 1865
Oriente Parcial XIX
Título Escritor(es)
Evangelina
Mosaico
O
salgueiro de Santa
Parcial XIX
Parcial XIX
Parcial XIX
1878 - A Escola:

Biblioteca Alfredo Galvão - EBA - ALFREDO GALVÃO (ufrj.br) - Alfredo Galvão nasceu a 04 de março de 1900, no Catumbi, RJ. Durante sua vida profissional contribuiu para o ensino das artes, através do magistério; da organização e catalogação de obras de arte; da restauração de trabalhos premiados pela Academia e pela Escola; e pela criação dos Arquivos. Faleceu em 04 de fevereiro de 1987.

Estudou na Escola Nacional de Belas Artes (ENBA) entre 1916 a 1919 como aluno livre, e de 1920 a 1927 como aluno regular, tendo sido discípulo de Lucílio de Albuquerque, Rodolfo Amoedo, Batista da Costa e Rodolfo Chambelland, entre outros.

Alfredo Galvão foi um mestre consagrado e dedicado pesquisador na área das Artes Plásticas. Esteve em Paris gozando o seu Prêmio de Viagem, obtido em 1927, retornando ao Brasil em 1932. No ano de 1934 foi nomeado para reger uma turma de Desenho Figurado passando, a ocupar interinamente, em 1938, a cátedra de Anatomia e Fisiologia Artísticas. Dez anos depois obteve o primeiro lugar no concurso para a Segunda Cadeira de Pintura, atuando profissionalmente até se aposentar, em 1970, por imposição da sua idade.

Alfredo Galvão, também merece destaque por ter dedicado um período de sua vida à Escola Nacional de Belas Artes, como professor (1949-1951) ou como Diretor (1955-1957). A artista Cordélia Navarro o caracteriza bem, quando lembra que “sempre foi um mestre por excelência: suas aulas eram ministradas com seriedade e competência”.

No período que atuou como Diretor da ENBA, Galvão promoveu diversas mudanças administrativas. Reorganizou e catalogou os seus arquivos, reestruturou a biblioteca, as galerias de moldagem e as de pintura. Várias obras que haviam sido premiadas pela Academia e pela ENBA foram restauradas. Nesse fértil período, os mostruários de gravura e de pedras preciosas receberam um tratamento especial.

Surge em 1955 o primeiro número dos Arquivos da Escola Nacional de Belas-Artes da Universidade do Brasil, anteriormente denominado Boletim da ENBA. No primeiro volume aparece a transcrição de documentos antigos e um noticiário do Diretório Acadêmico, mas curiosamente, na apresentação, Galvão chama a atenção para a dificuldade na sua elaboração. Embora com todas as restrições que possa ter tido, a publicação dos Arquivos permanece ainda sendo uma obra de referência para os pesquisadores brasileiros, sobretudo aqueles que estudam e se dedicam à arte brasileira.

Como pesquisador, Galvão dedicou-se a estudar, com afinco, a história da Academia Imperial de Belas Artes e da Escola Nacional de Belas Artes, nome que aquela recebeu, após 1889; publicando bom número de ensaios sobre o tema.

Como pintor, praticou a paisagem, a figura, os seus auto-retratos, as pinturas de interiores e a natureza-morta. Foi fiel a uma visão tradicional da arte, sendo possuidor de grande sensibilidade. Os seus mestres estavam entre os artistas mais importantes de sua época. Apesar de ainda imbuídos das tradições acadêmicas, alguns deles marcam a transição entre a arte do século XIX e a arte moderna. Esses artistas, que durante algum tempo foram tratados com menosprezo, têm sido revalorizados pela mudança do ponto de vista, sob o qual, passaram a ser julgados.

Tratando-se de um artista considerado no meio acadêmico, é de se admirar que até agora muito pouca coisa tenha sido escrito a seu respeito.

Para a “Exposição Alfredo Galvão”, realizada no Museu da Escola de Belas Artes – D. João VI/UFRJ, foi elaborado um texto com seis páginas de introdução, contendo um trecho extraído do Catálogo de uma outra exposição sobre seus os trabalhos, realizada no MNBA, em 1959. Consta de uma pequena biografia e um breve comentário sobre sua obra. Em anexo, foram acrescentadas duas outras relações: uma com 19 páginas e outra com 33, onde é feito um levantamento de todas as suas obras. A primeira foi elaborada por Ana Maria Moura de Alencar, Christina Maria de Castro Gomes, Clélia Cerqueira Lima Celestino e Carlos Eduardo Cartaxo Mourão e trata somente das pinturas por ele realizadas, sendo classificadas pela Coleções em que estão localizadas. A segunda, feita pelos mesmos autores, e seguindo a mesma metodologia, trata de seus Desenhos.

Antonio Baptista Barbosa de Godois (São Luís, 10 de novembro de 1860 - Rio de Janeiro, 4 de setembro de 1923) foi um escritor, poeta e professor. Biografia Foi um educador, escritor, poeta, historiador e político. Formou-se em Direito pela Faculdade do Recife (atual Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco), exercendo, no Maranhão, o cargo de procurador da Justiça Federal. Como político, foi Deputado Estadual do Maranhão[1] e VicePresidente do Estado do Maranhão. Exerceu o magistério, tendo lecionado, como professor da cadeira de História e Instrução Cívica[2][3] , entre outros, e dirigido (entre 1900 [4][5][6]e 1905[7]) a Escola Normal do Estado do Maranhão[8], e na Escola Modelo “Benedito Leite”, publicando inúmeras obras na área de educação. Participou ativamente na imprensa de sua época e, aliado a intelectuais de expressão que então se empenhavam em resgatar a cultura e a literatura maranhense, fundou a Academia Maranhense de Letras[9], tendo ocupado a cadeira n.º 1, cujo patrono é o Professor Almeida Oliveira, atualmente ocupada por Sebastião

Moreira Duarte.

Entre suas obras de maior destaque e importância, pode-se citar a “História do Maranhão”, em 2 volumes, publicada em 1904. Como poeta, destaca-se sua composição da letra do Hino do Estado do Maranhão[10].

Obras

Instrução cívica (Resumo Didático) - Maranhão, 1900.

História do Maranhão - Maranhão, 1904, 2 volumes.

Escrita rudimentar - São Luís, 1904.

À memória do Doutor Benedito Pereira Leite - Maranhão, 1905.

O mestre e a escola - Maranhão, 1911.

Higiene pedagógica - São Luís, 1914.

Os ramos da educação na Escola Primária - São Luís, 1914.

Doutor Almeida Oliveira. Discurso na Academia, in RAML. Vol. I - São Luís, 1919.

Antônio Batista Barbosa de Godóis nasceu em São Luís, a 10 de novembro de 1860 e faleceu no Rio de Janeiro, a 4 de setembro de 1923. Bacharel em Direito pela Faculdade de Recife, em 1884. De regresso à sua terra natal, exerceu as funções de procurador da Justiça Federal no Maranhão, professor, promotor público, jornalista, deputado, funcionário público, homem de governo. Mas o que mais lhe deu imortalidade ao nome foi a renovação educacional que lhe confiou Benedito Leite, na passagem do século, movimento de que resultou a reforma da Escola Normal e o funcionamento da Escola-Modelo do Maranhão, onde exerceu o magistério com incomum proficiência. Integrou-se no movimento cultural que visava a sacudir o Maranhão do torpor em que se afundava, colaborando ativamente na imprensa e publicando excelentes monografias sobre educação. Embora não se lhe atribua talento poético, Barbosa de Godóis compôs a letra do Hino Maranhense, poema de razoável beleza, musicado pelo maestro Antônio Rayol. Educador de indiscutíveis e admiráveisméritos,tinhanessecamposuas atividadesdeeleição,merecendoatençãoespecialovanguardismo de suas ideias didático-pedagógicas, fato inequivocamente comprovado pelo tema predominante de sua bibliografia e pelo patrono que, ao fundar a Cadeira nº 1 na Academia Maranhense de Letras, escolheu: Antônio de Almeida Oliveira, jurisconsulto, político, homem de Estado e pedagogista maranhense.

Torquato Tasso (Sorrento, 11 de março de 1544 Roma, 25 de abril de 1595) foi um poeta italiano, contemporâneo de Ariosto, do século XVI, conhecido pelo poema La Gerusalemme Liberata (A Jerusalém libertada), de 1580, no qual descreve os combates imaginários entre cristãos e muçulmanos, no fim da Primeira Cruzada, durante o Cerco de Jerusalém de 1099. Ele sofria de uma doença mental e morreu poucos dias antes de ser prevista sua coroação como o rei dos poetas pelo Papa Até o início do século XIX, Tasso continua sendo um dos poetas mais lidos na Europa.[1]

Vida e obra

Nascido em Sorrento, filho de Bernardo Tasso, um nobre de Bérgamo, sua mãe Porzia de Rossi era uma nobre da Toscana, que morreu em 1556, enquanto em 1558 a irmã escapou por pouco da morte quando os turcos atacaram Sorrento.[1]

É um dos clássicos renascentistas, que aparece já na época decadente da literatura italiana. Após abandonar os estudos de jurisprudência, que iniciara em Pádua, entrou em 1565 para a corte dos Estenses, onde passou sete anos sem uma ocupação fixa. Por esse tempo já planejara e escrevia seu célebre poema, terminado só em 1575.

Assaltado, entretanto, por escrúpulos de ordem estética e, especialmente, religiosa, foi sempre adiando a publicação de sua obra. Agravando-se seu estado de escrúpulos, começou a dar mostras de descontrole mental, em 1576, e a mania de perseguição não tardou em torná-lo perigoso.[1] Esteve várias vezes recolhido em conventos e manicômios, e foi, numa dessas ocasiões, que lhe roubaram os manuscritos do seu poema, publicando-o sem sua autorização.

O poema suscitou vivas polêmicas, que ainda mais agravaram o estado do poeta. Doente e na miséria passou a mendigar proteção e favores ora numa corte, ora noutra, recebendo já no último ano de sua vida, a graça duma pensão papal, por intermédio do cardeal Pietro Aldobrandini. Em 1593 fez ainda aparecer seu poema revisado, sob o título de Gerusalemme conquistata.

Torquato Tasso foi amigo do pintor italiano Bernardo Castello

No final de sua vida passou a viver no mosteiro jerônimo de Sant'Onofrio al Gianicolo, em Roma, onde morreu e está sepultado.[2]

Obras

Gerusalemme Liberata (Jerusalém libertada)

Gerusalemme Conquistata (Jerusalém conquistada)

Aminta (comédia pastoril)

Rinaldo

Il monte Oliveto

Le sette giornate del mondo creato

Vita de San Benedetto

Lagrime de Maria Vergine

Lagrime di Gesu Cristo

Curiosidades

Tasso escreveu em 1580 um soneto encomiástico a Luís de Camões ("buon Luigi"), como tributo ao poeta português, o único na

Europa que Tasso dizia temer como rival.[3]

José Agostinho de Macedo considerava Tasso superior a Homero e a Virgílio, e afirmava Jerusalém como o mais perfeito dos poemas épicos.[4]

Nova viagem à Lua : 1ª edição. - Artur Azevedo (ufsc.br)

Foi parceiro de Artur Azevedo em peça de teatro, autor de musica

1878
1889

XAVIER DE CARVALHO (1871 - 1944) Poeta, Inácio Xavier de Carvalho nasceu em São Luís no dia 26 de agosto de 1871. Integrou, juntamente com Antonio Lobo e Fran Paxeco, entre outros, a Oficina dos Novos, movimento de renovação literária empreendido por um grupo de escritores maranhenses no início do século XX. Não há registros confiáveis sobre sua juventude. Com certeza, sabe-se apenas que estudou Direito em Recife, de onde retornou para o Maranhão. Aqui, exerceu cargos como o de promotor público, juiz municipal e professor de literatura no Liceu Maranhense. Colaborador assíduo dos jornais de sua época, deixou escritos dispersos no Pará, Amazonas e Maranhão, tendo publicado pouca coisa em livro. Em 1893, com a idade de 23 anos, lançou sua primeira obra, intitulada Frutos Selvagens. O meio literário de São Luís vivia então um momento marcado pela mudança e pela ruptura. As forças da renovação artística, representadas principalmente por Antonio Lobo, insurgiam-se contra a herança da poesia fácil dos cultores do romantismo, movimento que ainda permanecia em voga entre os poetas locais.

A estréia de I. Xavier de Carvalho em livro contribuiu para inaugurar uma nova fase na literatura maranhense, embora tenha ele próprio causado certa reação entre os renovadores da Oficina dos Novos por conta de sua inclinação para o simbolismo, visto por alguns destes como uma escola decadente e estéril. Cultor do soneto e detentor de grande domínio técnico, I. Xavier de Carvalho foi um poeta suave, impregnado pelo verso simbolista, contido, mas também parnasiano em muitas passagens, o que certamente contribuiu para dar corpo ao equívoco crítico de considerá-lo um romântico tardio. Na verdade, ele foi, antes de tudo, um artista perfeitamente integrado à corrente poética de seu tempo, marcada pela difícil convivência entre o parnasianismo e o simbolismo. Político por vocação e gosto, I. Xavier de Carvalho viajou por Minas Gerais, Amazonas e Pará no exercício da magistratura, cedo perdendo contato com o Maranhão, para onde jamais regressou. Embora tenha permanecido bastante ativo, publicando periodicamente em jornais, consta que sua última obra, Parábolas e Parabolas, data de 1919. Morreu no Rio de Janeiro em 17 de maio de 1944. Fonte: www.patrimonioslz.com.br/

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