NOVO ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO - 2025 - VOLUME I

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A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE

NOVOATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO

Versão 2025 – VOLUME I

COORDENADOR/EDITOR

Leopoldo Gil Dulcio Vaz

Prefixo Editorial 917536

vazleopoldo@hotmail.com

Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA(1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA(Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem livros e capítulos de livros publicados, e mais de 600 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio correspondente da UBE-RJ; Premio “Antônio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luís (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Prêmio da International WriterseArtistsAssociation(USA)pelolivro“Mil PoemasparaGonçalves Dias”(2015); Prêmio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA(2020); Editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALLem Revista”, eletrônica, daAcademia Ludovicense de Letras; Editor das “Revista do Léo”, “Maranha-y”, e agora, LUDOVICUS; Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luís - Ma.

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

APRESENTAÇÃO

Aqui se trabalha com marcos histórico, mas não se faz história

Iniciando novo Projeto!!! O “NovoAtlas do Esporte no Maranhão”, versão 2025. Tendo me dedicado, nos últimos anos – o Projeto Atlas iniciou em 2004 por iniciativa de Lamartine Pereira da Costa, tendo recebido uma versão impressa –www.atlasesportebrasil.org.br – e uma edição eletrônica, a qual me inseri deste o inicio, e atualizando até hoje. Como as informações estão dispersas, resolvi reuni-las em uma nova edição doAtlas.

Mas de que Maranhão estamos falando? De que atividades estão falando? Estas as principais dúvidas que me atormentam neste momento. Comecemos pelo “Grande Maranhão”, o Maranhão como ente geográfico, e não-Brasil. Ali, neste Maranhão que aparecem as primeiras atividades do lúdico e do movimento. As atividades dos índios, das primeiras etnias aqui estabelecidas, sendo a principal – e mais representativa – a “Corrida de Toras” dos índios Kanelas. Seguindo-se, melhor, antecipando-a, a corrida, a natação, a canoagem, a caça, a pesca... Com a chegada dos ‘invasores’, europeus, que dizem ter descoberto a Terra Prometida, começa a contagem da História... tal qual a conhecemos... e é a partir daí, com a constituição do “Cluster Esportivo de São Luis do Maranhão”, que resgataremos a Memória...

As Bases Geográficos constituirão o primeiro capítulo – O Maranhão como ente geográfico, até chegarmos ao Estado do Maranhão atual.

O segundo, será o Cluster Esportivo de São Luís. E a seguir, as demais regiões – A Ilha de Upaon-Açú, a região dos Pastos Bons, o Vale do Tocantis, os itinerários de viagens, e os demais Municípios, existentes neste ano de 2025. O cluster esportivo de São Luís, capital do Maranhão, se desenvolveu ao longo do tempo devido a vários fatores históricos e econômicos. São Luís tem uma rica história de influência europeia, especialmente durante o período colonial. A cidade foi um importante porto e centro comercial, o que facilitou a introdução e a disseminação de práticas esportivas.

O “Atlas do Esporte no Maranhão” (versão reduzida e complementar do Atlas nacional de 20051, editado por Lamartine Pereira DaCosta2) reúne capítulos dedicados a São Luís e a alguns outros municípios maranhenses, com maiores detalhes do que oAtlas nacional. Houve adição de capítulos com temas de maior significado para o Maranhão, específicos, readaptação/atualização local de temas já encontrados no nacional. Estes Atlas se organizam em princípio para uso em formatos eletrônicos

1 Sistema de Informações e Gestão em Esporte e Atividades Físicas (em organização): Oferta pública de informações produzidas por voluntários, abrangendo atividades físicas esportivas, de educação física, de saúde e de lazer, usando a Internet como meio de acesso principal e outros meios eletrônicos (CD, DVD etc.) que possam ampliar a oferta de conhecimentos e facilitar a gestão de empreendimentos nas atividades descritas e analisadas. O objetivo principal das descrições e análises do Atlas é observar os significados econômicos e sócio-culturais do esporte em suas diferentes manifestações no Brasil. (www.atlasesportebrasil.org.br).

2 DaCOSTA, Lamartine Pereira (org). Atlas Do Esporte No Brasil. Rio de Janeiro: SHAPE, 2005

Aqui se trabalha com marcos histórico, mas não se faz história 3. Oferece-se base para o trabalho de historiadores, e se constitui num banco de dados com registros a serem interpretados por terceiros com interesses múltiplos e que está proposto para contínua revisão de dados.

Quando de minhas primeiras contribuições como pesquisador-associado do Atlas... o objetivo fora de resgate das primeiras manifestações do lúdico e do movimento no Maranhão, limitando-me até a década de 70 do século XX. Pretendia que alunos e professores do Curso de Educação Física da UFMA abraçassem o projeto e dessem continuidade a esse levantamento. O que não aconteceu...

Registro aqui que nesses anos de pesquisa contei com a colaboração de meus alunos dos Cursos: Sequencial de Educação Física, da UEMA; e Licenciatura em Biologia, disciplina Educação Física, do então CEFET-MA, ministrados em São Luís; Bacabal; Dom Pedro; Mirinzal; Guimarães... onde houve trabalho de pesquisa desses alunos, constam como os autores do capítulo; outros profissionais também colaboraram, então como coautores, e registrados nos locais onde se deu essa colaboração. Obrigado a todos...

Servi-me também da ampla produção literária produzida no Maranhão, autores consagrados nacionalmente em sua maioria – memórias, histórias, contos, romances... Artigos de jornais especialmente a série “Onde anda você?” do Edivaldo e da Tânia Biguá.

O padrão geral de formato dos capítulos sugere uma listagem cronológica de fatos relevantes que tiveram consequências no desenvolvimento (crescimento, mudança de direção, estagnação e/ou retrocesso) do esporte 4 ou de manifestações relacionadas à educação física ou atividade física de lazer e/ou de saúde. Portanto, a base de conteúdo é a ordem cronológica dos fatos descritos começando por referência ao ano (s) do acontecimento, há décadas se o período focalizado é mais longo, ou até mesmo século(s) em casos excepcionais. Ano, década e século são subtítulos no Atlas.

Em sua abordagem se evitam as críticas ou denúncias diretas a pessoas ou instituições.

Alguns capítulos já aparecem nas duas versões do Atlas do Esporte no Brasil – em papel (SHAPE, 2005)4 e a versão eletrônica (CEV/SISTEMA CONFEF-CREF, 2006)5. Aqui, atualizadas, revistas, ampliadas, e não são exaustivas. O que significa que a obra está aberta a novas contribuições – e é o que se espera...

Pelo sistema de sua constituição, todos aqueles que apresentam uma contribuição viram autor... Cabe a mim, ao Laércio e ao Lamartine a coordenação desse trabalho. Mão à obra.

Alguns vão estranhar o Capítulo dedicado ao CEV, num Atlas do Maranhão. A memória registra que o CEV nasceu no Maranhão! É fruto do CEDEFEL-MA – Centro de Estudos dos Desportos, Educação Física e Lazer do Maranhão, iniciativa do Laércio e minha.

3 DaCOSTA, Lamartine Pereira; NOGUEIRA, Heloisa; BISPO, Evlen. Padrões Para A Elaboração Dos Atlas Estaduais, De Regiões E Cidades, 3ª. Versão. Disponível em www.atlasesportebrasil.org.br, em correspondência pessoal ao autor, em 22 de agosto de 2005.

4 Expressão genérica, eventualmente completada com palavras de significados congêneres – em especial das áreas de lazer, saúde e educação física -, usada no Sistema Atlas como síntese das atividades físicas praticadas como manifestação pessoal, grupal e comunitária, ou como promoção de instituições privadas e públicas. Por padrão, esta expressão adota a grafia mais comum de ser encontrada no Brasil: “esporte” (sem o “d” da palavra “desporto”). In www.atlasesportebrasil.org.br

5 Disponível em www.atlasesportebrasil.org.br

Assim, fica lá, como CEV/Maranhão, como fruto de nossas pesquisas sobre o desenvolvimento da área no Estado, e as influencias que recebemos.

Ou como diz o Laércio, “oremos”...

O Autor (ou Coordenador?)

ATLAS DO ESPORTE6

Lamartine DaCosta, Heloisa Nogueira e Evlen Bispo.

ORIGEM

e DEFINIÇÕES -

Em correspondência eletrônica o Prof. Dr. Lamartine Pereira DaCosta7 enviou-me os “PADRÕES PARA A ELABORAÇÃO DOS ATLAS ESTADUAIS, DE REGIÕES E CIDADES”, 3ª. Versão (de 22 de agosto de 2005), propostas por: Lamartine DaCosta, Heloisa Nogueira e Evlen Bispo.

De acordo com os proponentes, os padrões para elaboração do Atlas Estadual seguem o do “Atlas do Esporte do Brasil” na versão nacional, livro lançado em dezembro de 2004 e datado para publicação em 2005. As adições e reformulações ora propostas estão estipuladas de modo a atender à elaboração dos Atlas de Estados, regiões e cidades do Brasil, como também dar formato básico ao ATLAS - Sistema de Informações e Gestão em Esporte eAtividades Físicas composto de vários segmentos e caracterizações.

ATLAS

Sistema de Informações e Gestão em Esporte e Atividades Físicas: Oferta pública de informações produzidas por voluntários, abrangendo atividades físicas esportivas, de educação física, de saúde e de lazer, usando a Internet como meio de acesso principal e outros meios eletrônicos (CD, DVD etc.) que possam ampliar a oferta de conhecimentos e facilitar a gestão de empreendimentos nas atividades descritas e analisadas. O objetivo principal das descrições e análises do Atlas é observar os significados econômicos e sócio-culturais do esporte em suas diferentes manifestações no Brasil.

“Atlas do Esporte, Educação Física eAtividades Físicas de Lazer e Saúde no Brasil” (2005): Livro que atua como ponto de partida e modelo experimental do SistemaATLAS de Informações Esportivas, produzido por 410 autores voluntários e 19 editores (14 voluntários), abrangendo três centenas de temas relacionados com as atividades físicas em suas diversas modalidades de prática, de gestão em esporte e de produção de conhecimento. Esta publicação em papel está próxima ao limite do formato livro com 924 páginas tamanho duplo, com 4,8 kg de peso, indicando a necessidade de desenvolvimentos futuros por meios eletrônicos ou por livro de partes selecionadas do Sistema ou dos Atlas de Estados, regiões e cidades. (ver www.atlasesportebrasil.org.br “Perguntas mais freqüentes”)

Atlas Estadual: Versão reduzida e complementar do Atlas nacional de 2005 (dados de 2003/2004) que focaliza um Estado em particular, reunindo basicamente capítulos dedicados a municípios com maiores detalhes do que o Atlas nacional, com adição de capítulos com temas de maior significado para o Estado em foco, seja específico ou de readaptação/atualização local de temas já encontrados no nacional. Estes Atlas se organizam em princípio para uso em formatos eletrônicos, porém poderão ter versão em papel de acordo com interesses e possibilidades locais.

6 www.atlasesportebrasil.org.br

7 Coordenador do Atlas do Esporte no Brasil.

Atlas regional e de cidades: Versões que seguem os padrões dos Atlas estaduais, mas focalizam partes de determinado Estado.

FreeAtlas: Processo de gestão de pesquisa científica exercida basicamente com voluntários cujos resultados são de domínio público e impedidos de uso para obtenção de lucro (patentes freeware internacionais requeridas). Este processo de gestão foi gerado a partir do projeto Atlas em rotinas, formatos e programas planejados e testados inicialmente no Brasil e por autores brasileiros.

O FreeAtlas inspirou-se no software Linux quanto ao seu desenvolvimento contínuo por voluntários, distinguindo-se, entretanto, por ter objetivos de geração autônoma de conhecimento, deixando os seus produtores livre de pressões institucionais e imposições ideológicas e acadêmicas. Sendo uma ferramenta de gestão com responsabilidade social, o FreeAtlas segue o princípio ético da participação voluntária visando a benefícios coletivos e da remuneração justa no trabalho para entidades privadas e governamentais.

Para a elaboração dos Atlas regionais não há necessidade de se usar inicialmente os roteiros do FreeAtlas em face as orientações simplificadas e práticas que formam os presentes padrões.

O Atlas é um documento de memória (registros descritivos e datados) e não de história (processo de interpretação sob forma de narrativa com base temporal). Daí não caber digressões nem análises pormenorizadas. Ou seja: trabalha-se com marcos histórico, mas não se faz história.

O Atlas, em resumo, oferece base para o trabalho de historiadores embora seja focado para a gestão do esporte e atividades similares. Há que então reduzir ou evitar juízos de valor do autor (es) sobre o tema enfocado, isto é, comentários de que algo é bom ou mau no presente ou para o futuro contextualizado do tema.

Outra abordagem a evitar é a de críticas ou denúncias diretas a pessoas ou instituições, que não são próprias de um banco de dados com registros a serem interpretados por terceiros com interesses múltiplos e que está proposto para contínua revisão de dados.

A base de conteúdo de cada capítulo é a ordem cronológica dos fatos descritos começando por referência ao ano (s) do acontecimento, a décadas se o período focalizado é mais longo, ou até mesmo século(s) em casos excepcionais. Não se usa hífen depois da data na abertura de cada fato examinado: ano, década e século são subtítulos no Atlas.

O padrão geral de formato dos capítulos sugere uma listagem cronológica de fatos relevantes que tiveram consequências no desenvolvimento (crescimento, mudança de direção, estagnação e/ou retrocesso) do esporte ou da manifestação relacionada à educação física ou atividade física de saúde e/ou lazer.

O parágrafo inicial de cada capitulo também é padrão, levando o título de "Origem(s) e Definição (ões)" ou Definições primeiro e depois Origens. Se aceita também a separação entre "Origem" e "Definição", pois às vezes há maior clareza quando há dois enfoques.

Ao final da ordem cronológica temos "Situação Atual" que não deve ser conclusão. O Atlas não trabalha com conclusões, mas, sobretudo com tendências. Em síntese, "Situação Atual" refere-se a um conjunto de dados que oferece uma idéia de como se desenvolve presentemente o tema examinado no capítulo. Em certos casos é tolerável uma pequena interpretação dos dados destacados, ou alguma crítica que possa explicar uma determinada situação. Não se pode priorizar, entretanto a crítica porque os capítulos devem ser bem mais descritivos do que analíticos, dando pouca margem a interpretações pormenorizadas.

Em termos do modelo Atlas para orientação de conteúdos, a crítica não é própria porque se lida com um banco de dados de amplo acesso e consultas variadas. O Atlas, assim sendo, oferece bases para críticas, mas evita aprofundamentos críticos, não se tratando de um espaço de discussão acadêmica, política, religiosa ou ideológica. Contudo, a margem válida de interpretações dos autores incide sobre etapas selecionadas do desenvolvimento no tempo do esporte, atividade ou área de saber ou de suporte de atividades físicas. Este tipo de análise deve ser bem resumido e bem objetiva, posta no texto com título de parágrafo "Décadas de tal a tal - Interpretações" ou mesmo "Interpretações das décadas de tal a tal", se assim for opção do autor (es).

O Atlas não é diagnóstico nem plano, portanto não cabem nos capítulos sugestões ou projeções para o futuro. As abordagens projetivas são responsabilidades das pessoas que consultam o Atlas para trabalhos diversos. Porém, algumas interpretações trazem à luz evidências e tendências, e estas, se resumidas, podem ser mantidas uma vez que se referem a interpretações do desenvolvimento. Nesta opção de roteiro de redação não se deve eliminar dados numéricos mesmo que aparentem inconsistência, pois estes constituem um dos objetivos principais do Atlas (base para estudos econômicos na área esportiva). Assim, aceitam-se estimativas rotulando-as sempre como provisórias. Notese que todos os dados são submetidos a cruzamentos e revisão continuamente nas diferentes versões do Atlas, o que oferece segurança no trato quantitativo dos temas. As revisões e atualizações deverão progressivamente melhorar a base de dados, tendo a versão livro de 2005 uma função demarcadora. Comentários sobre o grau de fidedignidade de certos dados são pertinentes, sobretudo quando são provenientes de fonte confiável (geralmente especializada e identificada) e há condições de se verificar o modo de coleta, organização e/ou tratos estatísticos.

Cada capítulo ou Box, por padrão, termina com o subtítulo “Fontes”, excetuados aqueles que constituem experiência pessoal, descrição direta ou levantamento e pesquisa presencial produzidos pelo(s) autor (es) do texto (levantamento de academias ou clubes em determinado município, por exemplo). Como o Atlas é um repositório de memória em contínua revisão, as fontes incluem testemunhos pessoais e indícios em objetos, edifícios, monumentos etc., além de documentos, jornais, livros e outros meios de fidedignidademais evidentes.Asfontessãorelacionadasnoscapítulospor qualquermeio de referenciação ou normatização, sugerindo-se, entretanto sempre que possível seguir os padrões ABNT (nacional) e o APA (internacional). As fontes de testemunhos pessoais são relacionadas pelo(s) nome(s) do(s) informante(s) e data da obtenção da informação. A referenciação dos Atlas regionalizados como unidade de publicação (site, livro, CD etc.), entretanto, deve seguir a ABNT e a APA, tendo seus editores ou organizadores citados em conjunto com o título “Atlas do Esporte no Rio Grande do Sul” (assumindose o exemplo do primeiro Estado a produzir uma versão local).

Padrões do Atlas: Referências gerais ou específicas para elaboração de contribuições para o Sistema Atlas, sujeitas a reformulações sucessivas de acordo com necessidades surgidas na editoração das informações, nos procedimentos de programação visual e nos ajustes à mídia de cada versão em preparo (formatos e softwares).

Dados doAtlas: Informações produzidas por fonte identificada que são re-elaboradas em forma, mantidas no seu conteúdo e verificadas sempre que necessário, e possível pelo SistemaAtlas. O propósito básico é de coletar e expor informações como memória e para uso seletivo de interessados, constituindo basicamente um meio de gestão.

Direitos autorais: O SistemaAtlas tem como marcos conceitual a legislação em vigor no Brasil sobre direitos autorais e sobre a atuação de voluntários conforme descrito noAtlas livro, versão 2005, página 6.

Cevatlas: Lista de discussão do Centro Esportivo Virtual - CEV (visitar em www.cev.org.br) que opera como ponto de encontro dos participantes e dos interessados no ATLAS - Sistema de Informações e Gestão em Esporte e Atividades Físicas, cuja primeira manifestação foi o livro “Atlas do Esporte no Brasil” e que na fase atual se desdobra em outras mídias e diversos segmentos de localização geográfica, memória e temas de abordagem. A inscrição no Cevatlas é feita via http://listas.cev.org.br/mailman/listinfo/cevatlas

Esporte: Expressão genérica, eventualmente completada com palavras de significados congêneres – em especial das áreas de lazer, saúde e educação física -, usada no Sistema Atlas como síntese das atividades físicas praticadas como manifestação pessoal, grupal e comunitária, ou como promoção de instituições privadas e públicas. Por padrão, esta expressão adota a grafia mais comum de ser encontrada no Brasil: “esporte” (sem o “d” da palavra “desporto”).

TEMAS

Em linhas gerais, os temas abordados pelosAtlas estaduais, regionais e de cidades são os mesmos doAtlas nacional, edição 2005, porém respeitando-se a especificidade local está prevista a adição de novos temas nestas novas versões do Atlas no caso de existir informações suficientes para um capítulo próprio. Como a base dos Atlas estadual é constituída de municípios, as informações sobre determinada atividade / esporte ou meio de geração de conhecimento (Ensino Superior de Educação Física, associações científicas, áreas de saber etc.) podem ser alocadas nos municípios onde acontecem se não houver condições de se organizar um capítulo próprio.

Inovações locais na prática de esportes, invenções de equipamentos e protocolos, biografias de atletas de renome regional, história de cursos locais de formação em educação física, memória de clubes e de entidades esportivas, e outras formas de resgate da identidade local esportiva são exemplos a realçar para a pauta de trabalhos de umAtlas regionalizado.

CAPÍTULOS

A unidade básica dos Atlas de Estado, região ou cidade, é o ‘capítulo’tal como acontece noAtlas nacional em livro, cujo conteúdo é mantido na versão na Internet que dá formato básico ao Sistema ATLAS. Porém, ao contrário do Atlas nacional que se regulou por tamanho padrão (10.500 – 10.700 caracteres contando espaços), os seus desdobramentos seguintes poderão ser maiores ou menores. Tanto a expansão como e a redução apoiamse na experiência do projetoAtlas original pelo qual se demonstrou a existência de alguns temas cujo tamanho padrão limitava ou excedia em demasia sua compreensão; outro motivo prende-se ao fato de que na Internet não há limitações de tamanhos de texto como no formato livro. Assim, o capítulo nos Atlas regionalizado possui tamanho variado dependendo da existência de conteúdo e disponibilidade de autoria e editoração. E o padrão, nestas circunstâncias, é ditado por um texto mínimo que possa dar validade à criação de um capítulo e atribuir importância ao tema focalizado, ou seja: 10.500

caracteres contando espaços. Os complementos de cada capítulo adotam o formato Box (caixa) e podem se desdobrar na medida em que surjam atualizações e reajustes.

A disposição dos capítulos em seções temáticas tal como encontrada no Atlas nacional, pode ser seguida nas versões regionalizadas, contudo a especificidade de cada Estado, região ou cidade, indica a pertinência de flexibilidade nestes temas e da adoção do município como base. Nestes termos, por padrão, a seção principal do Atlas de cada Estadoede região,inclui todos os municípios pesquisados (cadamunicípio,um capítulo), numa composição similar às seções “Lazer – Cidades e Regiões” encontradas no Atlas nacional de 2005.

Os capítulos relacionados a municípios incluem dados sobre clubes, instalações esportivas, academias, locais para atividades físicas de lazer e de saúde, registros históricos sobre atividades e instituições esportivas e de lazer locais, levantamentos e estimativas de número de participantes, faculdades de educação física e outras circunstâncias também mapeadas na seção “Lazer – Cidades e Regiões” do Atlas nacional. Além de documentos e registros, os dados coletados serão aqueles disponíveis no município ou estimados por dirigentes, líderes, técnicos, professores, atletas veteranos e outras pessoas com experiência de vida no esporte e lazer locais. Para auxiliar esta pretendida coleta, um dos futuros documentos de padrões será orientado como roteiro para obtenção de dados no município (Base: estudos deAntônio Carlos Bramante – SP e Ademir Muller – RS).

A única ilustração permitida em cada capítulo é o mapa do município, da cidade ou da região focalizada em seus vários municípios, consolidando padrão já adotado no Atlas nacional.Porsuavez, as fotos efiguras coletadas serãoincluídasnumaseçãofinal à parte, denominada de “Quem fez acontecer – Fotos e figuras” (ver seção original no Atlas nacional), que no Sistema Atlas via Internet aglutinarão as fotos e figuras por Estado, destacando-se regiões e cidades quando apropriado. A prioridade absoluta, neste caso, pertence a fotos e figuras de mais de 50 anos na temática esportiva, de educação física, lazer e saúde, que constituem os registros de maior possibilidade de perda na atualidade.

CENÁRIO DE BASES GEOGRÁFICAS DO ESPORTE E

ATIVIDADES FÍSICAS: MARANHÃO

Gilmar Mascarenhas8

Definições A definição das bases geográficas do esporte e atividades físicas consiste essencialmente no estudo de suas dimensões espaciais quer de competição, lazer ou saúde, que requerem localização apropriada de acordo com tradições, necessidades, princípios easpirações de cada tipodeprática, comotambém oexamedos condicionantes físicos e humanos que regem a distribuição das práticas sociais e sua interação com o meio (ver capítulo “Geografia do Esporte” noAtlas).

Assimsendo,esteCenárioestáproposto paraexaminarosdadosem exposiçãonesteAtlas segundo um quadro básico de análise geográfica. Esta disposição preliminar consiste na análise resumida dos capítulos anteriores desta obra, seguindo os seguintes tópicos:

(1) Quadro natural e ecologismo;

(2) Ocupação do Território e dinâmica espacial;

(3)Aspectos demográficos; e

(4) Urbanização e Infraestrutura

Estaapreciação,emsíntese,estáelaboradaportendênciasgerais naperspectivadefuturos planejamentos urbano e regional com zoneamento esportivo, definindo áreas com suas potencialidades e carências específicas.

1 – Quadro natural e ecologismo

1.1 - O Brasil conta com o fator tropicalidade a favorecer amplamente as práticas ao ar livre, prevalecendo amenidades climáticas o ano inteiro. Considerando-se que poucas modalidades esportivas dependem de situações indoor no país, o Brasil se apresenta como país de vasto potencial esportivo, apenas explorado em larga escala como recreação. Campos de futebol se disseminam por todo o espaço habitado, mesmo nas mais remotas localidades, e é elevado o uso de bicicletas no país. A tropicalidade favorece mesmo a natação, modalidade e prática recreativa na qual o Brasil se destaca mundialmente em desempenho e amplitude de praticantes.

1.2 – O vasto litoral (8.500 quilômetros – no Maranhão, são 640 quilômetros, contando linearmente as “entrâncias”, que se ‘esticadas’, estendem-se por mais de 1.100 quilômetros), conjugado à tropicalidade, permite o pleno desenvolvimento dos esportes náuticos a motor, vela, de praia, mar e ar em toda a sua extensão. Destaca-se como exemplo o vôlei de praia, o surf e o beach soccer; tem projeção em bodyboard e jet ski; e modalidades muito recentes como outrigger (canoagem oceânica) se encontram em plena expansão. Já no capítulo “Esporte de praia” descreve-se a existência de uma “cultura de praia” no Brasil, que se expressa basicamente por meio de esportes e atividades físicas recreativas em suas essências.

8 in DaCOSTA, Lamartine (Org.). Atlas do Esporte no Brasil. Rio de Janeiro: CONFEF, 2006, 21.30.

1.3 – A diversidade de meios morfo-climático-botânicos, associada à baixa densidade demográfica, oferece uma variedade de recursos naturais e paisagísticos, com várias opções/vocações de uso em modalidades radicais e de aventura, como o off-road (o Rally Internacional dos Sertões e nossos pilotos têm projeção internacional), o trekking e práticas afins (desfrutando do relevo suavemente ondulado e da vastidão de espaços verdes), o rapel etc., todos em plena expansão de participantes e com boas perspectivas mercadológicas.

1.4 – O grande volume de águas fluviais, associado ao relevo, propicia a larga existência de corredeiras, ideal para esportes de aventura conjugados ao turismo ecológico, como rafting, bóia cross e acquaride (criado no Brasil), todos com grande expansão recente. Notar que o mapa de opções de turismo esportivo situa-se entre os de maior cobertura territorial entre todos os mapas apresentados no Atlas. Já os rios apreciados isoladamente favorecem a pesca artesanal – que se confunde com a esportiva no Brasil –propiciandoaexistênciade25milhõesdepescadoresocasionaisnoBrasil.Alémdeste uso esportivo-utilitário, em alguns rios de grande porte do Pará e do Maranhão, deramse início à prática do “surfe da pororoca” como inovação local e produto da variedade fluvial brasileira.

1.5 – O ecologismo, em âmbito mundial, apresenta grande crescimento nas últimas décadas, e vem suscitando a adesão maciça aos esportes de aventura, em busca do contatodiretocom anaturezaemestadopreservado.Todavia,considerando-senoBrasil a vulnerabilidade do meio ambiente, o insatisfatório grau de consciência ecológica e, sobretudo a “incerteza territorial” destas novas práticas a dificultar sobejamente seu monitoramento, sua expansão coloca em risco a natureza, não obstante os esforços recentes das organizações em evitá-lo. Esta feição negativa de certos esportes ganha importância no Brasil pela adesão manifesta aos rallies automobilísticos (ver Capítulos “Automobilismo” e “Off road” no Atlas) conhecidos como anti-ecológicos, mas com compensações relacionadas aos esportes “amigos danatureza”como avela e os radicais que não usam impulsão a motor (ver Da Costa, Environment and Sport, University of Porto-IOC, 1997).

2 – Ocupação do Território e Dinâmica Espacial

2.1–Oprocessodecolonização,faceàimensidãodoterritório,aprecariedadederecursos e a natureza agroexportadora da empresa colonial, imprimiu ao Brasil um caráter de elevada maritimidade, sendo os portos as principais cidades do país. Por eles penetravam as ordens e modismos metropolitanos, dentre eles as inovações esportivas, no final do século XIX. Os clusters de São Luís, Belém, Rio Grande-Pelotas, Rio de Janeiro, Niterói e Santos, atestam a importância dos portos no processo de adoção da prática esportiva, como se pode verificar nos capítulos correspondentes a estes pólos de desenvolvimento esportivo (ver seção “Clusters esportivos”).

2.2–Aprecariedadedarededecomunicaçõesnointeriordovastoterritório,conformando ao longo de séculos de colonização a tradicional “economia de arquipélago”, manteve grandes áreas sob isolamento e gerou assim certo regionalismo no Brasil. Este quadro propiciou a formação de culturas regionais por vezes persistentes, com seu universo particular de práticas lúdicas: a vaquejada, que não se rendeu ao moderno rodeio em toda a metade norte do país (ver “Rodeio” no Atlas); a herança da lida com cavalos na Campanha Gaúcha, que faz ainda hoje o RS o estado com maior número de hipódromos no Brasil, conforme descrito em “Turfe”, noAtlas.

2.3 – As conexões internacionais do território brasileiro – sobretudo através do imperialismo inglês, que favoreceu o contato com diversas modalidades esportivas

pioneiras e de grande apelo popular à época (turfe, remo, ciclismo e futebol) –, seja através de investimentos britânicos no Brasil (ferrovias, fábricas, minas, infra-estrutura urbana), ou pelos imigrantes alemães, italianos, japoneses etc. Também contribuiu o envio de jovens aristocráticos a estudar na Europa, portadores no retorno ao Brasil das últimas e bem-vindas “novidades da civilização” (ver “Cluster de São Luis do Maranhão” no Atlas). Por fim, a presença de missionários religiosos, como maristas e jesuítas, cuja pedagogia incluía a prática esportiva, com atuação decisiva em pequenas localidades, não atingida pela influência britânica. A 8ª seção, que trata de clubes esportivos neste Atlas levanta a memória da influência inglesa no esporte brasileiro, como também de diversos grupos de imigrantes. A presença religiosa tem registros de memória em “Religião e esporte”, capítulo noAtlas.

2.4 – A política de integração do território nacional, apoiada pela burguesia industrial e efetivamente empreendida a partir do Estado Novo (1937-1945), permitiu a difusão por todo o território brasileiro de modalidades que se tornaram esportes nacionais, como o futebol, que antes havia encontrado resistências. A partir da década de 1930 com a difusão do rádio, e nas décadas seguintes (1960 e 1970) com a TV, os modernos meios de comunicação possibilitaram em âmbito nacional a adoção de diversas práticas esportivas (ver “Esporte e Mídia”), mesmo as de origem recente, como o bicicross, ou tradicionalmente reprimidas, como a capoeira.

3 –Aspectos demográficos

3.1 – A composição étnica da população brasileira revela uma experiência singular de miscigenação e aporte de contribuições culturais diversas. No plano lúdico e esportivo, esta característica se expressa na pluralidade de práticas, e explica, por exemplo, a área de incidência da bocha como jogo comunitário na vasta região que recebeu imigração italiana; o fato da região sul manter a maioria das associações esportivas (clubes) como herança da contribuição alemã, também responsável pelos clubes de tiro; a presença de jogos de origem indígena como a peteca, e tantos outros.

3.2 –Aconcentração demográfica persistente no Centro-Sul e litoral nordestino faz deste trecho o predominante em praticamente todos os mapas do Atlas. Todavia, os movimentos populacionais se dirigem para o Norte e Centro-Oeste, sugerindo uma tendência, lenta e gradual, de expansão de práticas esportivas e de atividades físicas nesta direção (ver os Cenários da presente seção). O mesmo se aplica as cidades com grande crescimento demográfico atual, como Florianópolis, cuja participação no panorama esportivo nacional vem aumentando sensivelmente.

3.3 – A estrutura da população brasileira aponta uma transição veloz na pirâmide etária. O envelhecimento gradual sugere, para as próximas décadas, mudanças substanciais de atitude na sociedade. Atividades saudáveis como natação, corridas a pé e caminhadas provavelmente seguirão sua expansão. Modalidades importantes do esporte de alta competição, que dependem do vigor da mocidade, como o futebol e o atletismo, verão muito reduzida sua taxa de adesão e consequentemente sua base de recrutamento de novos talentos. Estas previsões têm tendências factuais como se pode examinar no Atlas, no já citado “Cenário Geral de Esportes e Atividades Físicas de Saúde e de Lazer”.

4 – Urbanização e Infraestrutura

4.1 –Aplena urbanização é um fenômeno recente no Brasil, país de tradição agrária, em que até meados do século XIX os esportes tinham pouca penetração na sociedade. Sendo as cidades um ambiente de encontro social e difusão de inovações, o alto índice

de urbanização favorece a adoção de novos esportes, contribuindo para a recente pluralidade de práticas, que tipifica hoje a população brasileira, como se identifica em “Cenário Geral de Esportes e Atividades Físicas de Saúde e de Lazer”. Com raras exceções, lazer e esportes modernos aportaram no Brasil pelas cidades, e se difundiram pela rede urbana (ver “Clusters”).

4.2 – A cidade, por seu amplo mercado consumidor, permite a concentração de infraestrutura e facilidades para a prática físico esportiva (os equipamentos, instalações, escolas, academias, associações diversas, parques etc.) e a eventual formação de clusters, como em Rio Claro, Franca, Juiz de Fora e muitos outros. Com a perspectiva de continuidade de crescimento urbano, e, sobretudo de ampliação de instalações esportivas, instituições de ensino etc., a tendência natural é a da continuidade na expansão da prática esportiva e físico-recreativa no Brasil.

4.3 –Anatureza caótica da urbanização brasileira e os interesses imobiliários suscitam na classe média a autossegregação, e com ela a expansão de práticas esportivas menos populares como o squash e o boliche, que se concentram justamente em São Paulo e interior paulista (áreas afluentes), enquanto o ciclismo tradicional apresenta retração, associável ao sentimento de agorafobia. Promove também o grande crescimento de modalidades de aventura realizadas fora da cidade indesejada, junto à natureza. A expansão do uso do automóvel vem reduzindo a disponibilidade de espaços francos, comprometendo práticas populares, como o tradicional futebol varzeano, enquanto o futsal se expandiu de modo incomum nas últimas décadas, no bojo do crescimento das atividades indoor (ver “Clubes do Brasil” e “Futsal”).

O MARANHÃO COMO ENTIDADE

GEOGRÁFICA E ‘NÃOBRASIL’

“RIO DO MARANHÃO”... UMA ENTIDADE GEOGRÁFICA –DESCRIÇÃO FEITA EM 1615 pelo padre Manuel Gomes, da Companhia de Jesus:

“(...) Fosse em [de] Pernambuco uma armada, por ordem de Sua Majestade, para lançar aos franceses do Maranhão. Com clareza, darei uma breve notícia do Rio Maranhão, ou Amazonas, ou Orellana, que estes três nomes lhes dão as histórias. Chama-se Maranhão ou Orellana, tomando estes nomes dos primeiros espanhóis que por ele navegaram, Francisco Orellana, outro Antônio Maranhon; chama-se das Amazonas por correr pelas terras das Amazonas . Com nossos portugueses, usando do nome do gentio lhe chamamos, Pará, que quer dizer, Mar. (...). Oitenta léguas está uma ilha, na boca destes Rios chamados Muni, Itapuerte, Meari, os quais antes de se meterem no mar, se ajuntam em um, formando-lhe a ilha, a que agora chamamos Maranhão (...)". Fonte: Carta (trecho) do padre jesuíta Manuel Gomes, datada de 10 de outubro de 1615, destinada ao Provincial do Brasil – O padre Manuel Gomes fazia parte da Armada de Alexandre de Moura, na conquista do Maranhão em 1615. GOMES, Manuel, S.J. fl. 1621, [Carta de Manuel Gomes sobre a expedição de missionários Jesuitas no norte do Brasil em 1618, que acompanhou o general Alexandre de Moura na conquista do Maranhão aos franceses, e em que dá notícia da missão e da sua

viagem para Portugal] / M[anu]el Gomes. -2 de Julho de 1621. - [11] f. ; 31 cm Biblioteca Nacional de Portugal. Link: ( https://purl.pt/15266 ).

[ Carta em que descreve a expedição de missionários jesuitas no nor... (purl.pt)

“BREVE DESCRIÇÃO DAS GRANDES RECREAÇÕES DO RIO

MUNI DO MARANHÃO, pelo Padre João Tavares, da Companhia de Jesus, Missionário no dito Estado, ano 1724”:

“O alegado Padre Tavares, para quem o país era tão familiar, escreveu na carta sobredita o seguinte: ’Dizerem os cronistas que há aqui um rio, que se chama Maranhão, do qual tomou a denominação todo o Estado, é para mim consideração pia, que eles fizeram. E, se não, digam-me: onde está esse rio?’”.

Vieira afirmou que os Tupinambá e Tabajara contaram-lhe que os povos Tupi migraram para o Norte do Brasil pelo mar, vindos de um país que não mais existia, e que o país Caraíba teria desaparecido progressivamente, afundando no mar. Os tupis salvaram-se, rumando para o continente.

Já os tabajaras diziam-se o povo mais antigo do Brasil e se chamavam de "tupinambás", (homens da legítima raça tupi), desprezando parte dos outros tupis, com o insulto "tupiniquim" e "tupinambarana", (tupis de segunda classe), e sempre conservaram a tradição de que os tupis eram originados de sete tribos; e que o povo tapuia, do povo tupi, eram os verdadeiros indígenas brasileiros (RAHME, 2013).

Justifica-se a origem do nome Tupi pela língua dos Cários, Fenícios e Pelasgos, onde o substantivo Thus, Thur, Tus, Tur e Tu significa sacrifícios de devoção. O infinitivo do verbo sacrificar é, no fenício, tu-na, originando tupã. “A origem de Tupã, como nome de Deus onipotente, recua à religião monoteísta de Car”, afirma Ludwig Schwennhagen (1924)

Enéas Barros (s.d.), ao analisar a obra de Ludwig Schwennhagen, considera que “Tupi” significa “Filho de Tupã”, e foi dado aos povos indígenas que habitavam a antiga Atlântida. Eram sete tribos, que fugiram para outra grande ilha, a Caraíba (situada no Mar dasAntilhas), em função do desmoronamento daAtlântida. Essa outra ilha teve o mesmo fim, fazendo com que os indígenas fugissem para a região da Venezuela. O país Caraíba todos os anos desligava-se em pedaços até que desapareceu inteiramente afundado no mar. Contam que os tupis se salvaram em pequenos botes, rumando para o continente onde hoje está a República da Venezuela...

Quando chegaram os primeiros padres espanhóis na Venezuela, contaram-lhes os piegas aqueles acontecimentos do passado. Disseram que a metade da população das ilhas, ameaçadas pelo mar, retirou-se em pequenos navios para a Venezuela, mas que morreram milhares na travessia. A outra metade foi levada em grandes navios para o Sul onde encontraram terras novas e firmes.Ao tomarem conhecimento da existência desses povos na Venezuela, os fenícios conseguiram levá-los em seus navios para o norte do Brasil. O local foi batizado pelos piagas (pagés) de Piagui, de onde originou-se Piauhy.

Para Ludwig, a palavra Piauí significa terra dos piagas, condenando a interpretação de que o nome provém do peixe piau, abundante nas águas do Rio Parnaíba. Geograficamente, o lugar era Sete Cidades.

Por Cunha, Manuela Carneiro da. (org.) - Índios no Brasil : história, direitos e cidadania. p. 384., CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=85665846

Os primeiros emigrantes teriam aportado em Tutóia e daí se dividiram em três povos: Tabajaras, entre o rio Parnaíba e a serra da Ibiapaba; os Potiguares além do rio Poti, e Cariris que tomaram as terra da Ibiapaba para o nascente. A segunda leva de emigrantes veio dar a um segundo ponto - escolhido pelos fenícios - a ilha do Maranhão que denominaram Tupaon (burgo de Tupan).

Mito que começa a ser desvendado pela recente divulgação (2013; 2016) de uma descoberta do ano de 2000 ocorrida a noroeste da costa de Cuba: um grupo de cientistas canadenses descobriu uma cidade perdida a 700 metros de profundidade quando um robô submarino tirou as fotografias das ruínas de edifícios, quatro pirâmides gigantes e um objeto parecido com uma esfinge. Especialistas sugerem que os edifícios pertencem ao período pré-clássico do Caribe e da história da América Central. A antiga cidade podia ser habitada por uma civilização semelhante aos habitantes de Teotihuacán (cidade fantasma de cerca de 2000 anos, localizada a 50 km da cidade do México).

(https://www.youtube.com/watch?v=-gKEU3kkeMQ.)

A migração dos povos Tupi ao Norte do Brasil pode ser calculada para a data de 3000 a 2000 a.C. As últimas levas entraram quando se quebraram as terras do golfo do México e do mar Caraibico. Assim se pode colocar a ocupação e cultivação da ilha do Maranhão na época de 2000 anos a.C., ou 3500 anos antes da chegada dos europeus. (Schwennhagen (1924)

Bandeira (2013) traz que a ocupação do Vinhais Velho data de pelo menos 3.000 anos de duração:

As datações obtidas para as ocupações humanas que habitaram o Vinhais Velho possibilitaram construir uma cronologia para a presença humana nesta região da Ilha de São Luis, que data desde 2.600 anos atrás se estendendo até a chegada dos colonizadores (1590-1612?). [...] Essas datações se relacionam com os três períodos de ocupação humana no Vinhais Velho em tempos pré-históricos: ocupação sambaqueira / conchífera, ocupação ceramista com traços amazônicos e ocupação Tupinambá. (p. 75).

[...] A presença dos grupos sambaquieiros na região durou até 1.950 atrás, com uma permanência de 650 anos. (p. 76).

[...] Em torno de 1840 anos atrás essa região foi novamente ocupada por grupos humanos bastante diferentes dos povos que ocuparam o sambaqui. Esses grupos produziam uma cerâmica muito semelhante às encontradas em regiões amazônicas, sendo prováveis cultivadores de mandioca. (p. 76).

[...] Esses grupos habitaram a região do Vinhais Velho até o ano 830 antes do presente, totalizando uma ocupação de 1.010 anos. A provável origem dos grupos ceramistas associados à terra preta é a área amazônica, possivelmente o litoral das Guianas e do Pará. (p. 76).

A última ocupação humana [...] ocorreu em torno de 800 anos antes do presente e durou até o período de contato com o colonizador europeu, já no século XVII.

Trata-se de povos Tupinambás, que ocuparam essa região, possivelmente vindos da costa nordestina, nas regiões do atual Pernambuco e Ceará [...]

[...] a ocupação Tupi, a julgar pelas datações durou pouco mais de 800 anos [...] (p. 76).

ParaSchwennhagen(1924)todos os monumentos geográficos eetnográficos indicam que a ilha do Maranhão:

[...] constituía, na primeira época das grandes navegações, isto é, entre 3500 e 1000 anos antes da era christã, um empório marítimo e comercial. Essa época começou naquele momento em que se completou o desmoronamento do antigo continente Atlantis e que os povos que lá se refugiaram no ocidente, quer dizer na America Central, ou no oriente, nos países ao redor do mar Mediterrâneo. Sabemos que as frotas dos Fenícios navegavam desde 3500 a.C. entre a Europa, a África e a América, e sabemos que também os povos do México e do Norte do Brasil tinham uma extensa navegação. Os mapas marítimos, encravados em grandes placas de pedra calcareas, os quais existem hoje ainda em Paraíba e Amazonas, são documentos inegáveis. Em 1448, Jean Cousin teria chegado a uma terra desconhecida, na foz de um rio caudaloso, identificado como o largo delta do Rio Amazonas; tese confirmada em 1785 por Desmasquete, e em 1878 por Paul Gaffarel (segundo MEIRELES, Mário Martins. O BRASIL EAPARTIÇÃO DO MAR-OCEANO. São Luís:AML, 1999, p. 98).

No ano de 1473 aparecem relatos de registros visuais da lendária “Ilha das Sete Cidades” e as tentativas de sua posse. Um dos casos mais consistentes foi carta apresentada ao rei D. Afonso V de Portugal pelo açoriano Fernão Teles. Do roteiro que então mostrou constava uma longa costa, com várias ilhas, baías e rios, que ele declarava ser parte das Sete Cidades. Embora se acredite que pudesse ser a costa do Norte do Brasil, entre o Maranhão e o Ceará, com o delta do rio Parnaíba, apenas se pode afirmar com certeza

que aquele território se situaria na margem ocidental do Atlântico. Aparentemente o rei não terá acreditado totalmente na descoberta, ou não considerou Fernão Teles suficientemente digno, pelo que da carta de doação concedida não consta referência às Sete Cidades, mas apenas a uma grande ilha ocidental que se pretenderia povoar. Insatisfeito com a carta de doação, Fernão Teles insiste no pedido das Sete Cidades. Consultadoo cosmógrafo genovês Paolo del PozzoToscanelli (1398- 1492), quedeclarou que a Antília (designação dada às ilhas do Mar das Caraíbas) e a Ilha das Sete Cidades seriam naquela margem doAtlântico.

Em 1476 a carta solicitada pelo açoriano Fernão Teles foi concedida, mas não se conhece a existência de qualquer expedição subsequente por parte daquele donatário ("Insula Septem Civitatum", que significaria Ilha das Sete Tribos ou Ilha dos Sete Povos, mas acabou fixada nas línguas modernas em Ilha das Sete Cidades http://pt.wikipedia.org/wiki/Sete_Cidades_(lenda)

Admite-sequenoanode 1513,tantoDiogoRibeirotenhachegado aoGolfãoMaranhense e que a ele se deva o nome de Trindade dado à Ilha de São Luís, quanto Estevão Fróes, assim como Diogo Leite, vindo de Pernambuco a explorar a costa por ordem de Martins Afonso de Sousa tenha alcançado a foz do Rio Gurupi e deu nome àAbra de Diogo Leite (Baia do Gurupi) . De ordem de Martin Afonso de Sousa , Diogo Leite , reconhecendo o litoral norte do Brasil, chega à foz do Gurupi (1531).Atribuem-se a ele os nomes de São José e São Marcos dados às baías que formam o Golfão Maranhense, pelos dias, no calendário romano, em que as tenha alcançado.

Lima registra Diogo de Sordas..

A partir do meado dos anos 1500, o Tratado de Tordesilhas, assinado por Portugal e Espanha, não era respeitado pela França, que contestara de maneira mais veemente a divisão do mundo. Em termos de expansão marítima, os franceses, mesmo perdendo a corrida, buscaram terras sem colonização para poder explorar. Corsários recebiam apoio do governo francês, com financiamento, para explorar as riquezas dasAméricas, fazendo contrabando, principalmente de pau-brasil e muitas outras madeiras, além de pássaros silvestres, macacos, e de até mesmo de tabaco.

A presença de traficantes de pau-brasil no litoral brasileiro, remonta ao ano de 1503 e é aceito como o do início das incursões francesas na costa norte-rio-grandense e 1516 como o momento em que traficantes e corsários vindos da França agiam na Costa dos Potiguares, como era então conhecido o território habitado por aqueles silvícolas, dele fazendo parte o atual Rio Grande do Norte.

Portugal reagia como podia às investidas francesas, financiando “varreduras costeiras” entre Pernambuco e o rio da Prata, de 1516 a 1519 e de 1526 a 1528, ambas realizadas por Cristóvão Jacques, pois os franceses costumavam visitar a costa brasileira entre o cabo de São Roque e aAngra dos Reis, mais fácil e acessível.

Em 1524 vamos encontrarGuérardeRoussel,corsáriosdeDieppe,visitandooMaranhão.

Todo o Brasil setentrional estava completamente abandonado pelo colonizador luso e, portanto, nas mãos de comerciantes de outras nações, aí também incluídos ingleses, holandeses, espanhóis, escoceses, dentre outros. Vale lembrar que, nesta época, o último reduto português era a fortaleza do Natal, edificada em 1599 por Mascarenhas Homem com a participação de Jerônimo deAlbuquerque.

Este abandono fez o historiador maranhense João Lisboa declarar no livro Jornal do Tímon que os franceses não invadiram o Maranhão. Eles ocuparam uma terra vaga,

desabitada, e que os donatários régios de Portugal e Espanha estavam sujeitos às penas de comisso, pois já se passara mais de um século sem as terras terem sido ocupadas.

Como unidade geográfica e política, o Maranhão surgiu em 1534, quando a coroa portuguesa dividiu o território brasileiro (nesse tempo limitado a oeste pela linha imaginária do Tratado de Tordesilhas de 1494) em 15 lotes que receberam a denominação de capitanias hereditárias – um resquício da cultura feudal.

O Rei de Portugal Dom João III dividiu a região do Maranhão em duas capitanias hereditárias, que o monarca entregou a Aires da Cunha e Fernando Álvares de Andrade, no ano de 1535 (região descrita como "grande baía com uma ilha").

ACarta Régia de 8 de março de 1535 e Foral de 11 de março do mesmo ano, designavam o território localizada entre a foz do Turiaçu e a baía de São José à João de Barros e Aires da Cunha no contexto de "conquista do Nordeste". Frei Vicente de Salvador , também, reitera a presença de Aires da Cunha e os filhos do falecido João de Barros no Maranhão, região descrita como grande baía com uma ilha, São Luís

O Maranhão já aparece em 1535 como uma das 'capitanias donatárias', criadas pelo rei d. João III . A colonização do Brasil tem seu início em 1534, visando a conquista de suas novas terras "descobertas" pela expedição de Pedro Álvares Cabral em 1500, dividindoas entre seus vassalos, pois estava preocupado com a presença de corsários franceses que navegavam por estas costas desde 1504. Estabelece o sistema de Capitanias Hereditárias (Regimento Castanheira).

O Maranhão atual, por sua extensão litorânea do Paraíba ao Gurupi, está compreendido nas duas mais setentrionais, dentre elas: a de FernãoAlvares de Andrade, com 70 léguas de costa contadas da foz do Mundau (Camocim) aos Mangues Verdes (Golfão Maranhense) e uma segunda, de João de Barros, com 50 léguas, dos Mangues Verdes à foz do Gurupi. João de Barros e Fernando Álvares de Andrade associam-se a Aires da Cunha, na tentativa de apossarem-se dela, sem resultado. Eram lotes enormes, de cerca de 350 km de largura, até à linha estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, interior adentro:

"Dez anos depois de criadas, as desordens internas, as lutas com os índios e a ameaçadora presença dos franceses acabaram provocando o colapso do sistema que o rei e seus conselheiros haviam optado por aplicar ao Brasil" (BUENO, 1999).

Com a implantação do sistema de Capitanias hereditárias (1534), pela Coroa Portuguesa no Brasil, a costa do atual estado do Maranhão ficou dividida em dois lotes, o primeiro da altura do rio Gurupi à baía de Cumã, doado a João de Barros e a Aires da Cunha, e o segundo, da baía de Cumã até à foz do rio Paraíba, doada a Fernando Álvares de Andrade. Os três donatários, associados, organizaram uma frota de dez navios, transportando novecentos colonos e cem cavalos, para colonizar a região (1535).

Na altura da ilha de Trindade (atual São Luís), Aires da Cunha pereceu num naufrágio. Os demais colonos fundaram, na própria ilha, uma colônia com o nome de Nazaré, em março de 1536. Para a sua defesa, foram erguidas três fortificações: uma à entrada da barra de Nazaré, outra na confluência dos rios Mearim e Pindaré, e uma terceira no curso do rio Pindaré, até onde era possível a navegação. O núcleo de povoamento foi abandonado, face à hostilidade dos Tupinambás, em meados de 1538 (ESCOBAR, s.d.:67).

A 'Cidade de Nazaré', fundada em março de 1536 pelo capitão Aires da Cunha na ponta da Ilha Grande do Maranhão (Ypaon-açu) por conta dos donatários - o grande humanista

João de Barros (que possuía aí perto a Quinta de Alitém, a sul de Pombal) e o poderoso financeiro Fernão Álvares de Andrade - com o objetivo escondido de ir conquistar por terrao mítico reino incado El Dorado ou“Birú”, ousejaoPeru,dequeporessesmesmos anos Pizarro e seus companheiros se andavam apropriando; mas esquecidos, desmoralizadoseabandonadosasimesmospelo poderreal, começaramporvoltade1570 a se “indianizar”, convivendo e fundindo com os Tapuias ou Jê locais, falando sua língua e adoptando sua cultura e forma de vida. Mas nunca abandonaram o uso do ferro, tanto em armas como em utensílios, e conservaram o traço genético da pilosidade, que lhes deu o nome porque eram conhecidos pelos vizinhos (como também os Méxica chamavam os espanhóis por suas longas barbas). Antes dessa perda de identidade, muitos tentaram voltar a Portugal nos navios disponíveis, mas foram ter, perdidos e desgarrados, nas ilhas do Caribe, dando talvez origem à designação de Barbados dada à mais oriental entre elas. (Rafael Moreira. 2021)

Os que ficaram - dum contingente inicial que montava a 1500 casais e 130 soldados a cavalo num total de 12 barcos: armada “tam poderosa como as de Colombo, Vasco da Gama, Cortez e Pizarro reunidas” (LISBOA, 1865, p. 44) - foram se afastando do litoral, frequentado por corsários, aventureiros e traficantes de pau-brasil, e estabeleceram no baixo vale do Itapecuru, perto da Ilha Grande. Os próprios filhos de João de Barros, vindos dirigir a colônia durante cinco anos (1556-1561) após a morte deAires da Cunha, a fim de tentar salvar o investimento feito, haviam construído uma fortaleza na foz do rio e lançado as bases da colonização agrícola e pecuária, prosseguida por Luís de Melo da Silva, também naufragado em 1573 no mesmo fatídico lugar do fundador, a identificar com as traiçoeiras rochas submarinas do Parcel de Manuel Luís (MOREIRA, 1966). O que não retira significado à iniciativa pioneira do cronista e gramático João de Barros: “the cause that Brasil was first inhabited by the Portingales” , como dizia em 1578 o explorador inglês Richard Hakluyt ao embaixador de Portugal em Londres, Antônio de Castilho (BOXER, 1981, p. 31). Se o ensaio colonizador de Duarte Coelho no Nordeste - o primeiro bem-sucedido, em 1535 -, não passara de uma rede de “vilas” de pequeno porte, a tentativa frustrada de Barros na costa Norte tinha o alto estatuto oficial de “cidade”, só igualado por Salvador da Bahia 15 anos mais tarde. (Rafael Moreira. 2021)

Talvez seja esse o motivo porque a historiografia dominante no Brasil - de maioria sulista - tem ignorado o feito da cidade de Nazaré, relegada ao domínio do mito e do malogro histórico (VARNHAGEN, 1907, p. 187-192). Não fazia mais que continuar a versão oficial do poder luso, a que interessava alimentar a crença na inacessibilidade da faixa litoral à navegação, pelo regime de correntes, ventos e marés, perigos dos baixios e ausência de bons portos, como meio de manter afastada dessa região equatorial a concorrência dos navios das potências rivais: da França, sobretudo. (Rafael Moreira. 2021)

Comenta Moreira (20121):

Cremos ainda não ter sido notado que o conhecido mapa da Biblioteca Nacional do Brasil (Rio de Janeiro) 'Descripçam dos Rios Para e Maranham' de João Teixeira Albernaz de cerca 1632 (cota: CAM.01.002 - Cartografia), apresenta bem visível na margem esquerda do rio Itapecuru, acima da 'Cachoeira' e 'Fortaleza' que seguem à sua foz, frente a um 'Emgenho de asucar' e antes de outro, uma vasta área terraplanada tendo do lado a legenda: “Aqui se ha de fazer a Pouoação pera cabeça do estado”.

Tem escapado aos historiadores que o foco do poderio militar francês, o Fort SaintLouis fundado no alto da acrópole da Ilha Grande do Maranhão (onde hoje está a esplanada do Palácio do Governo e a Sé Catedral de São Luís), foi erguido sobre as ruínas da antiga cidade portuguesa de Nazaré, despovoada e abandonada quatro décadas antes. Afirma-o sem lugar a dúvidas um relato oficial espanhol de c.1640 (“Descripcion y principio de aquel estado” [Brasil], na miscelânea “Sucessos del Año 1624”: BIBLIOTECA NACIONAL DE ESPAÑA, Madri, Ms. 2355, fols. 51-56). O anônimo relator espanhol escreve, depois de narrar a tentativa frustrada da cidade de Nazaré:

“Los que entraron con Juan de Barros, discurriendo el Marañon, y siendo la navegación en aquel tiempo menos entendida, nos se consumieron, y otros pasaron a Indias Occidentales, y no quedó de su fundación mas memoria que en la Isla de San Luís algunos vestígios de una fortaleza que empeçaron los fundadores, cuyos cantones y esquinas eran de piedra de Alcantara [calcário branco dos arredores de Lisboa], y sobre estos erigió Monsieur de la Reberdiere la que hallamos el año de 1615.” (f. 53v); e mais adiante: “...la isla que llaman de San Luís en que los franceses tenían la fuerça de San Luís, que mudamos el nombre en el año de 1615 quando se echó de ella a Monsiur de Rauardiere, y la llamamos San Phelippe, y aqui fue la población que empeçaron los hijos de Juan de Barros, y no continuaron por no ser en aquel tiempo la nauegacion para alla tan bien entendida, y les faltó socorros.” (f. 56v).

UMA HERMENÊUTICA ARCAICA E ANACRÔNICA - AS TERRAS DE JOÃO DE BARROS, ANTÔNIO CARDOSO DE BARROS, AYRES DA CUNHA E FERNANDO DE ANDRADE.

Tem historiador que ainda não conseguiu se desvencilhar da narrativa arcaica e anacrônica envolvendo as terras doadas aos fidalgos João de Barros,Antônio Cardoso de Barros, Ayres da Cunha e Fernando de Andrade. Essas terras foram revertidas à coroa portuguesa ainda no reinado de Dom Sebastião, por volta do ano de 1570 já não se falava mais nessas doações. Estabelecer fronteiras fundamentado nessas antigas capitanias (não)hereditárias,éumgraveanacronismohistórico.Porcontadamalograda"Associação Trina de Colonização", formada por João de Barros, Ayres da Cunha e Fernando de Andrade, os donatários tiveram que devolver seus quinhões ao senhorio da coroa portuguesa... tudo era terra do rei, "Nosso Senhor", como afirma Pero de Magalhães Gandavo. Os direitos de João de Barros, por exemplo, o rei dom Sebastião ordenou que, "por sua morte ficasse cinquenta mil reis de tensa a sua mulher dona Maria deAlmeida". As capitanias reais da Parahyba e Rio Grande são conquistas da coroa portuguesa, fundadas no ocaso do século XVI, assim como as do Ceará, Maranhão e Pará, criadas entreos anos de1615 e1619.Nestecontexto,não haviaumacapitaniachamada"Piauhy".

Com a divisão das conquistas portuguesas na América em territórios distintos, ou seja, o Estado do Brasil e o Estado do Maranhão, outras capitanias foram surgindo, sobretudo no Estado do Maranhão: Tapuitapera (Alcântaras), Cabo do Norte (Amapá), Ilha Grande de Joanes (Marajó), Cumã, Vigia entre outras.Acapitania do Piauhy foi instituída em 1718, e instalada em 1759. A capitania do Piauhy não fazia parte do Brasil, estava inserida no Estado Colonial do Maranhão.

Outros tentaram chegar à Ilha do Maranhão depois deAires da Cunha e João de Barros e Luis de Melo; “a idéia sempre ficou”. Surgiu ainda em projetos a partir de Pernambuco,

para descobrir a falada ilha do Maranhão: Pedro Coelho de Sousa e Martins Soares Moreno; as expedições terrestres de Francisco Pinto e Luis Figueira: [...], Entretanto, o instituto marítimo de Dieppe, o centro intelectual da Normandia, tinha por sua vez estudado a questão da ilha afamada do Maranhão, e os veleiros dos normandos franceses procuraram, já desde decênios, esse ponto milagroso da antiga civilização dos povos Tupis, dos filhos e Tupan, do grande Deus.

Quando os normandos entraram, em 1612, na ilha, estava ela já, desde muitos séculos, em decadência, mas sempre superava de muito todos os outros pontos marítimos dos Tupis, entre Pernambuco e a foz do Amazonas. Os primeiros viajantes europeus que andaram por terra, perto do litoral, de Recife à Ilha do Maranhão, encontraram nessa grande distancia somente 8 aldeias de índios, em quanto esta ilha tinha 27 aldeias bem organizadas, com seus chefes, com casas.

Em 1580, instalou-se uma crise sucessória em Portugal. Em 1578, o rei Dom Sebastião I morrera na batalha de Alcácer-Quibir, contra os mouros, no Marrocos, norte da África, não deixando herdeiros. Assumira o trono português, como regente, o cardeal Dom Henrique, seu tio-avô, que morreu em 1580. Extinguia-se com ele a dinastia deAvis.

Vários candidatos, por ligações de parentesco, apresentaram-se para a sucessão. Felipe II, rei da Espanha, por ser neto de Dom Manuel, o Venturoso, e tio de D. Sebastião, julgavase o candidato com mais direito ao trono português.

Foi então que a rainha Catarina de Médicis, sempre em busca de um trono para o último de seus filhos, descobriu direitos à coroa de Portugal como herdeira em linha colateral da Casa de Boulogne e não temeu entrar em competição com o rei da Espanha, um príncipe de Bragança e o neto ilegítimo do rei Manuel. Alguns meses depois, antes que fosse designado o herdeiro presuntivo, em 15 de janeiro de 1580, a sucessão se abria pela morte do rei Henrique I. [...] ‘Perseguir meu dito direito sobre Portugal não é prejudicar ninguém’, respondia a rainha-mãe às observações do embaixador da Espanha.” LA RONCIÈRE, Charles de. Histoire de la marine française: en quète d’un empire colonial: Richelieu. Paris: Plon-Nourrit, 1910. v. 4, p. 167-168.

Assim, as forças espanholas invadiram Portugal, em 1580, e Felipe II tomou a Coroa portuguesa, unindo Portugal e Espanha. Esse fato ficou conhecido como União Ibérica, que se estendeu até 1640.

O período da União Ibérica marcou uma mudança na orientação da política de colonização do Brasil, até então baseada, principalmente, na ocupação da costa do pau-brasil. A conquista do litoral oriental tornou-se extremamente importante para a metrópole espanhola, como forma de ampliar a cultura canavieira e, também, facilitar a penetraçãoeocupaçãodonortedoterritório.Essas medidasdemonstravamapreocupação da Coroa espanhola em consolidar sua presença nessa parte do Brasil e evitar a ocupação estrangeira.

É possível dizer, assim, que o Maranhão era concebido como uma 'entidade geográfica', que fazia parte do império hispano-luso, mas ainda não havia sido dominado militar e politicamente. Na própria cartografia do século XVI, o nome Marañón é utilizado para definir o limite das terras luso-brasileiras ou para nomear o rio que faz essa divisão. Essas fontes confundem o rio Marañón, na bacia doVice-reinado do Peru, com o rioAmazonas, às vezes chamado de 'Mar Dulce' ou 'rio de Orellana'. (O que é : Entidade Geográfica (aeroengenharia.com)

Não se fala ainda claramente sobre um 'Maranhão português', diferente de um 'Marañón español'.Além disso, o nome Marañón, mesmo designando algo impreciso, passará a ser comum nas crônicas da época.

ÉdeJacques Riffault aprimeiraideiadeocupaçãodoMaranhão.Em 1594,animadopelas boas relações que mantinha com o chefe selvagem Uirapive, se associou a outros aventureiros, e, com meios suficientes, recrutou e veio para o Brasil em três navios, aportando no Maranhão, longe do local do objetivo inicial, mas decidiu fixar-se ali como base de partida para outras incursões ao longo do litoral brasileiro.

Charles des Vaux, um nobre de Touraine, aí permanece entre os selvagens, O estabelecimento de Miganville, em 1594, é fruto das ações de Jacques Riffalut, Charles Des Vaux, e de David Migan, antecessores de Daniel DeLaTouche e sua troupe, os Sancy e Rassilys.

Charles Des Vaux aprendeu a língua dos índios e prometeu trazer-lhes outros franceses para governá-los e defendê-los. De volta à França, Des Vaux conseguiu do rei Henrique IVque Daniel de laTouche, senhor de La Ravardière, o acompanhasse ao Maranhão, para verificar as maravilhas que lhe narrara, e prometeu-lhe a conquista da nova terra para a França.

A segunda invasão acontece no Maranhão, a partir de 1594. Depois de naufragar na costa maranhense, os aventureiros Jacques Riffault e Charles des Vaux estabelecem-se na região. Diante do lucro obtido com o escambo, conseguem o apoio do governo francês para a criação de uma colônia, a França Equinocial. Em 1612, uma expedição chefiada por Daniel de la Touche desembarca no Brasil centenas de colonos, constrói casas e igrejas e levanta o forte de São Luís, origem da cidade de São Luís do Maranhão.

Para RubemAlmeida (1923), esta se constitui a terceira etapa da conquista do Maranhão: a segunda foi a das tentativas malogradas, ocorridas entre 1539 e 1594:

Mais afortunado, porém, foi o Frances Riffault, a quem as próprias tespestades (sic)– diz-se – aos portugueses tão inimigas, vieram atirar ao littoral onde dominava a forte nação dos Tupinambás, iniciando assim, a terceira etapa – a do Maranhão preza que franceses, holandezes e verdadeiros donos vão disputar...

É dai, parece-nos razoável affirmar, que verdadeiramente começamos a ter historia. A colonização é obra, ora de leigos, fidalgos alguns como Ravaediére, piratas outros, como de Vaux, ora de missionários que se entregam à catechese.

“Foram os franceses que tiraram os Tabajaras do isolamento cultural em que viviam e os colocaram em constante comunicação com o Maranhão e com a Europa. A costa de Camocim e a cuesta da Ibiapaba foram, por longo tempo, manancial de fonte de matéria prima e de produtos comerciais dos bretões e normandos. Foi de Dieppe que partiu Adolfo Mombille, com seus companheiros, com a missão de estabelecer na Ibiapaba um ponto de apoio para abastecer o comércio clandestino de especiarias, principalmente exemplares da flora e fauna brasileiras, bastante procuradas na feira portuária daquela cidade normanda”. Fonte: Livro "Estudos Ibiapabanos" de F. SADOC, 1979, p. 24). Por João Bosco Gaspar

O interior do Maranhão era bem conhecido pelos franceses. O Mearim, Itapecuru, Munim, Grajaú, Tocantins e tantos outros eram vias utilizadas que ligavam o interior maranhense com o litoral e a Europa.

Em 1614, na célebre batalha de Guaxenduba, os franceses comandados por De Pizieuz foram fragorosamente derrotados, apesar da superioridade numérica (quase 500 homens) e bélica, sendo mortos 115 franceses e aprisionados nove.

Seguindo projeto feito pelo engenheiro Francisco Frias de Mesquita iniciou-se a construção de um povoado, próximo ao forte deixado pelos franceses, sendo a primeira povoação no Brasil a ter a sua planta previamente traçada em uma malha urbana octogonal, posicionada no sentido dos quatro pontos cardeais.

Corroboram a afirmativa da existencia de outros fundadores – além de LaTouche e Razzily (FERRO, 2014) – as discussões em torno de comemorações do aniversário de São Luís, ocorrida no inicio do século passado, conforme publicação dos jornais “Diário de São Luís”, e “A Pacotilha”, de 26 de agosto de 1922. A proposta - feita pelos Professores Raimundo Lopes, Ribeiro do Amaral e Raimundo Silva - de um marco comemorativo – projeto de Paula Barros - em que deveriam constar o nome dos fundadores; incluo Migan; no Diário de São Luis, sob o titulo O Centenário:

Quando, em 1612, os primeiros contatos com os capuchinhos foram estabelecidos, os índios ainda se lembravam da chegada à região. Claude d'Abbeville afirma haver encontrado testemunhas oculares daquela primeira vaga migratória, ocorrida provavelmente entre 1560 e 1580: "Muitos desses índios ainda vivem e se recordam de que, tempos após a sua chegada à região, fizeram uma festa, ou vinho, a que dão o nome de cauim […]" (Abbeville, 1614, p. 261).

Alfred Métraux (1927, p. 6-7) cita outras narrativas concordantes com a de Claude d'Abbeville, a fim de assegurar-se do período provável dessa primeira migração (entre 1560 e 1580), especialmente a do português Soares de Souza (Tratado Descriptivo do Brasil) que afirma, em 1587, que a costa atlântica, do Amazonas à Paraíba, era povoada pelos Tapuia. Essa primeira migração é a única que teve como resultado, segundo Métraux, uma nova extensão dos Tupi.

FONTE: ANTONIO NOBERTO

Ludwig Schwennhagen (1924) estranha a ‘censura’ ao livro do primeiro cronista do Maranhão, com a supressão de três capítulos, justamente os que falam da ‘cidade’de São anos e meio com os portugueses.”, em paz e 18 meses tanto em guerra como em tréguas”.

FONTE: ANTONIO NOBERTO

Pianzola, em sua obra “OS PAPAGAIOS AMERELOS – os franceses na conquista do Brasil (1968, p. 34) apresenta decalque de mapa datado de 1627 ou 1627, cujo original desapareceu, feito em torno de 1615 pelo português João Teixeira Albernaz, cosmógrafo de sua Majestade, certamente feito a partir daquele que LaRavardiére deu ao SargentoMor Diogo de Campos Moreno durante a trégua de 1614. O autor chama atenção para os nomes constantes dos mapas, entre os quais muitos de origem francesa, ‘traduzidos’para o português. Vê-se, na Grande Ilha dentre outros, Migao-Ville, propriedade do intérprete de Dieppe, David Migan, seguramente um psudônimo, no entender de Pianzola:

“[...] No último quartel daquele século, o que era apenas um posto de comércio, sem maior raiz, tornou-se morada definitiva dos corsários gauleses, vindos de Dieppe, Saint-Malo, Havre de Grace e Rouen, que aqui deixavam seus trouchements (tradutores) que viviam simbioticamente com os tupinambá (escreve-se sem “s” mesmo). Entre estes estava David Migan, o principal líder francês desta época. Ele era o “chefe dos negros” (índios) e “parente do governador de Dieppe”. Tinha a seu dispor cerca de vinte mil guerreiros silvícolas e residia na poderosa aldeia de Uçaguaba (atual Vinhais Velho), apelidada de Miganville[...].(NOBERTO SILVA, 2011).

Para Noberto, é quase inimaginável que todo esse aparato comercial existisse sem uma forte proteção das armas.

“[...]Na virada do século, segundo o padre e cronista Luis Figueira, que escreveu sua penosa saga na Serra de Ibiapaba, os franceses no Maranhão contavam, inclusive, com “duas fortalezas na boca de duas grandes ilhas”.

Uma destas fortificações, por certo, era o Forte do Sardinha, localizado no atual bairro Ilhinha, nos fundos do bairro Basa em São Luís. Esta, em mãos portuguesas, foi nomeada de Quartel de São Francisco, que deu nome ao bairro. Servia de proteção ao lugar, em especial, a Uçaguaba, reduto de Migan” (NOBERTO SILVA, 2011).

FONTE: ANTONIO NOBERTO

Quando da implantação da França Equinocial esse complexo passou para mãos oficiais. Uçaguaba/Miganville passou a ser chamada pelos cronistas Claude Abbeville e Yves

d'Evreux de "o sítio Pineau" em razão de Louis de Pèzieux, primo do Rei, ter adotado o local como moradia.

Quanto à Cidade do Maranhão, afirma GAIOSO (1970, p. 73), que a cidade de São Luís teria sido fundada em 1616, por Jeronimo de Albuquerque, em torno da fortaleza do mesmo nome, e iniciada sua povoação naquela ocasião pois:

"Livre o Maranhão n'aquelle dia de toda a sugeição franceza [9 de janeiro de 1616, quando Alexandre de Moura se fez a vela para Pernambuco levando consigo o senhor de la Ravardieire], aplicou Jeronimo de Albuquerque todo o seu cuidado na fundação de huma cidade n'aquelle mesmo sitio; dentro de pouco tempo adiantou consideravelmente a povoação, e reduzindo a sua nova fundação á regular forma de republica, debaixo da proteção de Maria Santissima com o augusto titulo de N. Sra da Victoria, em memoria da que tinha alcançado sobre os Francezes, lhe declarou a invocação de S. Luiz, ou porque estando já tão conhecida aquella ilha pela participação da sua fortaleza, ou porque não quiz confundir o nome com a mudança delle, ou finalmente porque se lisongeava na conservação da mesma memoria, segurar melhor as suas recomendaçoens na posteridade. E como destes dias por diante se entrou a intitular afortaleza com o nome de S. Felipe, he de presumir o fizessem por lizonja á Majestade de Felippe II, a quem então obedecia a monarquia Portugueza."

Oque éconfirmadopor CONDURÚ PACHECO(1968,p.75),quandoafirmaqueo Forte de São Luís é transformado na cidade de São Luís pois

"repartidas as terras pelos portuguêses, o Capitão-mór Jerônimo de Albuquerque formou logo o seu Govêrno e mandou que mudassem aqueles tugurios em mais agradáveis edifícios, construindo 'uma bem regulada cidade' (Moraes, História da Companhia de Jesus no Maranhão, p. 75)". (grifos meus)

Ou, como consta da "Crônica da Companhia de Jesus no Maranhão", onde Jacinto de Carvalho afirma ser Jerônimo deAlbuquerque, livre a influência deAlexandre de Moura, o fundador de São Luís:

"deu princípio a uma cidade em o mesmo sítio em que os franceses tinham o seu forte e reparos, por ser sítio muito acomodado, assim para a defesa de inimigos, como por ter bom porto e ancoradouro seguro para navios; fica entre dous rios, dominando a ponta em que está o forte uma espaçosa enseada que faz o mar entre a terra e aponta de Nossa Senhora da Guia e a terra da Ponta da Areia e ilha de São Francisco, a mais abundante de peixes e mariscos que se tem achado em todas a costa do domínio de Portugal". Ora, é também Bernardo Pereira de BERREDO (1988, p. 116-117) - governador da província do Maranhão de 1726 a 1729 -, quem afirma que Jeronimo de Albuquerque funda naquele mesmo lugar (FORTE) uma cidade - São Luís do Maranhão :

“Logo que o General Alexandre de Moura saiu da baía do Maranhão, aplicou Jerônimo de Albuquerque o principal cuidado à útil fundação de uma cidade naquele mesmo sítio, obra de que também se achava encarregado por disposições da corte de Madri com repetidas honras justissimanente merecidas: e como o seu zelo, e a sua atividade não sofriam demoras na execução de qualquer projeto, depois de bem premeditados os interesses dele, dentro de pouco tempo adiantou tanto a povoação, que reduzida a regular forma de república, debaixo da proteção soberana de Maria Santíssima com o augusto

título de Vitória, que já lhe tinha decretado no feliz lugar de Guaxenduba, lhe declarou a invocação de São Luís; ou fosse porque estando tão conhecida já aquela ilha pela natural participação de sua fortaleza, se não atreveu a confundir-lhe o nome com a mudança dele; ou porque quis na conservação desta mesma memória segurar melhor a sua nas recomendações da posteridade; e como deste dia por diante acho sempre a invocação de São Felipe na tal fortaleza, me persuado fundamentalmente a que lhe foi posta em lugar da primeira, dando-se desde logo por transferida, por lisonja sem dúvida à magestade de Felipe III de Castela, a quem então obedecia a monarquia de Portugal”.

A partir da França Equinocial, o Maranhão passou compreender parte do Ceará (desde o Buraco das Tartarugas – Jericoacoara), o que foi referendado pelo governador geral do Brasil e, poucos anos depois, quando da divisão do Brasil, em 1621, estendendo o território até o Mucuripe, serviu de marco para a criação do Estado do Maranhão, com capital em São Luís compreendendo ainda o Ceará e o Grão-Pará.

Tal divisão era praticamente igual aos limites extraoficiais do empreendimento conquistado por Riffault, Des Vaux, e Davi Migan, e depois capitaneado por La Ravardière... Miganville era sua capital...

FONTE: ANTONIO NOBERTO

Após inúmeros combates, os franceses renderam-se, desistindo do Maranhão (1615). Entretanto, conseguiram uma indenização que compensava as perdas que entendiam ter tido.

Por Carta Régia de 4 de maio de 1617, Felipe III de Espanha, e II de Portugal cria o Estado do Maranhão, autônomo, compreendendo as duas capitanias gerais do Maranhão e do Grão Pará; ficava considerado parte do Brasil, para o fim para ele mandarem degredados.

Nascia, verdadeiramente, o Maranhão,

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Quando é criado o Estado do Maranhão e Grão-Pará, separado da jurisdição do Estado do Brasil, a região do Maranhão era conhecida por diversos nomes ou títulos: 'terra do rio das Amazonas', 'terra dos tupinambás', ou mesmo 'terra dos caraíbas'. Muitas Crônicas, Cartas, Memoriais e Planisférios chegam a representar o Maranhão como uma espécie de 'não-Brasil'.

Mesmo sem definição formal, estamos falando de uma área que corresponderia mais ou menos aos atuais Estados 'brasileiros' de Pará,Amazonas,Acre,Amapá, Tocantins, Piauí, Maranhão e Mato Grosso (ao Norte do paralelo 16º). Além disso, em certos períodos do século XVIItambém faziapartedoMaranhãooCeará,esteúltimoconsideradoafronteira natural do Estado do Brasil. Quase toda essa região está localizada a Oeste do meridiano de Tordesilhas, limite que começava a ser francamente ignorado.

Vencidos os franceses em Guaxenduba (19/11/1614) estabelecem-se no Maranhão os portugueses. E em 1615, os franceses são expulsos e a região é incorporada aos domínios lusitanos durante a união das Coroas Ibéricas – 1580/1640. Vindos junto com Jeronimo de Albuquerque os padres Manuel Gomes e Diogo Nunes, aqui permanecendo estes até 1618 ou 1619:

A primeira missão ou residência, que fundaram mais junto à cidade para comodidade dos moradores, foi a que deram o nome de Uçagoaba, onde com os da ilha aldearam os índios que haviam trazido de Pernambuco ...". (MORAES, 1987, p.58).(grifos meus)

A residência dos jesuitas em Uçagoaba é ocupada com a chegada da segunda turma de jesuitas ao Maranhão, os padres Luis de Figueira e Benedito Amodei. De acordo com CAVALCANTI FILHO (1990, p. 31) a missão jesuitica no Maranhão inicia-se com a chegada dos padres Figueira eAmodei:

"... Ao que tudo indica, a aldeia de Uçaguaba, situada a margem esquerda do igarapé do mesmo nome, teria sido o ponto de partida dessa missão ... desta primeira, denominada 'Aldeia da Doutrina'".

Já nos anos de 1620 e 1621, a colonização foi iniciada por ilhéus açorianos chegados em duas levas, dando a São Luís uma feição de burgo, transformando o simples posto militar avançado em uma povoação de colonos a que se precisaria dar uma administração civil.

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A Amazônia colonial portuguesa contava, na segunda metade do século XVII, com 10 capitanias: Maranhão,Grão-Pará, Ceará, Cametá,Alcântara,Caeté,Cabo doNorte, Piauí, São José do Rio Negro e Marajó. Embora Avellar (1970) indique a existência de 11 capitanias, a capitania do Xingu nunca saiu do papel e a do Cabo do Norte deixou de existir ainda naquele século.

Em 1637, Pedro Teixeira chefiou uma expedição que partiu do Maranhão com 70 soldados, 45 canoas, 1200 “flecheiros” e remadores indígenas. O percurso realizado foi a subida do curso do rio Amazonas até Quito, no Equador, para delimitar as terras de

Portugal e de Espanha, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, ele fundou o povoado da Franciscana, na confluência do rio Napo com oAguarico, no alto sertão.

Pedro Teixeira, o português que conquistou aAmazónia

Entre os anos de 1637 e 1654 os holandeses mantiveram um porto no rio Camocim (rio Coreaú) nas proximidades da atual cidade de Granja. As especiarias recolhidas pelos batavos nos altiplanos da Ibiapaba e na Costa do Ceará, eram enviadas para a Europa via porto do Camocim.

SÃO LUÍS DO MARANHÃO ATLAS OF MUTUAL HERITAGE JOHANNES VIGBONNS 1665

SÃO LUIS DO MARANHÃO GRAVURA DE FRANZ POST 1647

A partir do advento da Companhia Geral de Comércio, segundo o historiador Manuel Nunes Dias, percebe-se umaconjuntura mais favorável em relação à economiado Estado. Defensor entusiasta da dita Companhia, criada por Pombal em 1755, Dias argumenta exaustivamente sobre a necessidade sentida àquela época de articulação entre o comércio e a segurança militar, no que tange à defesa do patrimônio ultramarino da Coroa portuguesa. Diz ele:

“Na segunda metade do século XVIII o ponto saliente da política ultramarina da Coroa residia, com efeito, na predominância da defesa da Amazônia brasileira. A segurança e regularidade do giro mercantil exigiam, porém, o estabelecimento de fortalezas” (DIAS, 1970, p. 13, citado por Damasceno e Miranda, 2021).

Se o início do Governo Mendonça Furtado no Grão-Pará e Maranhão tem como marco documental as “Instruções régias...”, nas quais já constam referências aos religiosos, seu término pode ter como marco documental o “Discurso economiástico...”, de autoria do Secretário do estado José Gonçalves de Fonseca. Nesse discurso, que se trata, na verdade, de uma tentativa de síntese histórica do governo de Mendonça Furtado, Fonseca resgata brevemente o processo de formação daquele Estado e disserta sobre os problemas do governador com os religiosos (principalmente os jesuítas), fazendo referências explícitas a excessos de padres na administração temporal de suas aldeias, retomando o tema dos conflitos entre Estado e Companhia de Jesus no Grão-Pará. Após livre interpretação dos acontecimentos prévios ao governo de Mendonça Furtado, que serviram de “[...] breve e sucinto detalhe de turbulência que combatia e consternava aquela dilatada conquista” (MENDONÇA FURTADO, 1963, tomo III, p. 1209), o escriba passa então a narrar a chegada do irmão de Carvalho e Melo e seu desempenho à frente do grande Estado.

“As expugnações que ocupavam todo o seu cuidado [...] são sintetizadas em dois objetivos principais do novo governador, quais sejam desalojar os Regulares do governo temporal dos índios aldeados, e libertar do poder dos moradores milhares dos outros índios” (MENDONÇA FURTADO, 1963, tomo III, p.1210-1211, citado por Damasceno e Miranda, 2021).

Fica, desse modo, comprovada a tese de que Mendonça Furtado já chegara ao Grão-Pará e Maranhão cônscio da tarefa de enfrentamento com os religiosos. O atencioso Secretário omitiu, entretanto, a questão da demarcação dos limites como objetivo importante de sua presença na região, pois era esta também uma estratégica missão a ele confiada. As demarcações dos limites territoriais na parte norte do vale amazônico eram imprescindíveis para a coroa lusitana. Mas requereu um esforço considerável para pôr em prática.

[...] Para esta finalidade, era importante percorrer os mais diversos locais e rios da região e fixá-los aos domínios da Coroa. No tocante ao gerenciamento das funções, era importante nomear um chefe de confiança para comandar as tropas. Tais tropas teriam oficiais militares, astrônomos, geógrafos, capelães, cirurgiões, soldados e gente de serviço: um número considerável de pessoas. Portanto, é perceptível que as demarcações dos limites tinham um contingente expressivo de grupos indígenas a seu serviço, isto fica evidente num ofício encaminhado pelo Provincial do Carmo, padre José da Natividade, para o Diogo Mendonça, o conteúdo do ofício que ressalta a grande quantidade de índios cedidos para as demarcações nos rios Negro e Solimões (GUZMÁN; RAIOL JUNIOR, 2019, p. 185, citadopor Damasceno e Miranda, 2021).

A imensa extensão territorial e o isolamento daquelas áreas levaram a coroa a separá-la daadministração centraldoBrasil –BahiaeraasededoGovernoGeral - criandooEstado Colonial do Maranhão, tendo como sede a vila de São Luís. Constituía-se de duas Capitanias Gerais – Maranhão e Grão-Pará, as quais tinham sob sua tutela onze capitanias subalternas: a Capitania Geral do Maranhão compreendia as capitanias do Ceará, do Itapecurú, do Icatú, do Mearim, todas as quatro da Coroa, e mais as de Tapuitapera, de Caeté e de Vigia, estas três de donatários. A Capitania Geral do Grão-Pará estendia sua jurisdição às capitanias secundárias do Gurupá (da Coroa) e às de Joanes, de Cametá e do Cabo do Norte, estas de donatários.

Em 1621 elevada à dignidade de Estado do Maranhão (embora algumas fontes dêem a entender que a capitania coexistiu com o Estado, não tendo sido elevada), com administração independente do resto do Brasil, sob ordens de Filipe II de Espanha, a fim de promover o desenvolvimento da região.

Posteriormente, uniu-se a antiga capitania ao Grão-Pará, mantendo São Luís como a capital desse extenso território (Estado do Maranhão e Grão-Pará).

Em1737,acapital foitransferidaparaBeléme,em1751,aunidadefoirenomeada Estado do Grão-Pará e Maranhão (que seria dividida em dois Estados em 1772/1774). Capitania do Maranhão – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

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Assim, essa divisão administrativa perduraria até 1652, quando pela Carta Régia de 25 de fevereiro foi extinto o Estado do Maranhão, agora sob a denominação de Maranhão e Grão-Pará; em 1651 o Pará passou a ser cabeça do Estado, denominando-se do Grão-Pará e Maranhão.ACarta Régia de 6 de agosto de 1653 repartiu-o em quatro capitanias – São José do Piauí; Maranhão; Grão-Pará; e São José do Rio Negro – todas sujeitas a um governador e capitão-general, e tinha como sede a cidade de Belém.

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Em 1772, a região recebeu nova organização administrativa, repartindo-se em dois estados: o Estado do Grão-Pará e Rio Negro, e o Estado do Maranhão e Piauí.

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Até 1811, o Piauí ficou subordinado ao Maranhão.

Cabe ressaltar que a criação de vilas na regiãoAmazônica teve início a partir dos anos de 1750, “[...] dentro de uma política que visou substituir os antigos aldeamentos por vilas com uma deliberada conversão toponímica de substituição dos nomes indígenas dos lugares por nomes inspirados nos mais antigos municípios de Portugal” (COSTA, 2019, p. 122), porém, foi Mendonça Furtado que esteve à frente de boa parte da criação de vilas e lugares no Estado, sobretudo no ano de 1758.

O CEARÁ NÃO SE DESVENCILHOU DO ESTADO DO MARANHÃO EM 1656: “(...) 8 de julho de 1656 O Conselho Ultramarino recomenda a El-Rei que em virtude das notícias chegadas a Lisboa e de acordo com o que requisitara André Vidal de Negreiros, ordena que de Pernambuco vão os socorros de que carecer o Ceará, enquanto o Maranhão por falta de cabedal não puder fornecê-los. Esse parecer do Conselho foi aprovado porEl-Rei em datade13 deJulho de1656.Pode-se,portanto, datardessetempo a separação do Ceará do governo do Maranhão. Não há carta régia de tal ou tal data determinando que o Ceará ficasse separado do Maranhão, o que houve é o que fica aqui resumido. Impossibilitado o governo do Maranhão de socorrer o Ceará, que estava sob sua jurisdição, decidiu El-Rei a 13 de Julho de 1656 que o socorro lhe fosse ministrado daquela data em diante por Pernambuco, praça muito mais forte e rica e de mais recursos (...)”. Fonte: Trecho do livro “Datas e factos para a história do Ceará" Tomo 1, do Barão de Studart, p. 72.Por João Bosco Gaspar

1681, por ordem régia, foram criadas as Juntas das Missões na América Portuguesa (Brasil e Maranhão):

LIVRO DAJUNTADE MISSÕES DE PERNAMBUCO - 1711/1715 - NO GOVERNO DE FÉLIX JOSÉ MACHADO DE MENDONÇAE DOM MANUEL ÁLVARES DA COSTA.

Em 7 de março de 1681, porordem régia,foram criadas as Juntas das Missões naAmérica Portuguesa (Brasil e Maranhão): Pernambuco, Rio de Janeiro e Maranhão.As Juntas das Missões eram compostas pelos governadores das capitanias (governo temporal), os Bispos (governo espiritual), os Ouvidores Gerais e os Provedores da Fazenda Real. Entre os anos de 1711 e 1715 a Junta de Missões de Pernambuco era presidida pelo governador Félix José Machado de Mendonça (governo temporal) e Dom Manuel Álvares da Costa (governo espiritual), numa circunscrição territorial que abrangia as capitanias de Pernambuco, Itamaracá, Paraíba, Rio Grande e Ceará.

A capitania Real do Ceará vivenciava um caso "sui generis" naquela ocasião... era governada por Pernambuco nas esferas TEMPORAL (governador) E ESPIRITUAL (Bispado), porém, tinha cerca de 50% (cinquenta por cento) do seu território dentro do Bispado do Maranhão.

No ano de 1755, quando o Bispo do Maranhão acionou o Rei de Portugal através da Mesa da Consciência e Ordens, no sentido de "estabelecer os limites" entre os Bispados do Maranhão, Pernambuco, Pará e São Paulo, essa discussão veio à tona. Naquela ocasião (1755), o Bispo do Maranhão diz que:

"Pertencendo-lhe todo o distrito que é desde o Maranhão até a Fortaleza do Seará, se contentava com o que compreendia desde o simo da Serra da Hybiapaba vertentes ao Ryo da Parnahyba para a parte do Maranhão". (AHU-MA, Cx. 35, Doc. 3528).

AMesa da Consciência e Ordens, porém, em parecer enviado a "Sua Majestade", alertou sobre a situação dúbia vivenciada pela capitania do Ceará... estava dividida entre dois Bispados (Pernambuco e Maranhão) e era governada, na esfera temporal, pela capitania de Pernambuco:

"E que entrando a ponderar [avaliar] o direito que cada um destes Bispados poderia ter àquele distrito [da Ibiapaba], diria a Vossa Majestade que a posse pacífica estava por Pernambuco, e que sendo Vossa Majestade servido se aplicasse também ao Bispado do Maranhão, em tal caso seria preciso dividir também daquele governo [de Pernambuco], porque estando o seu Bispo no Maranhão e o seu governo com Pernambuco, não se podiam coadjuvar as duas jurisdições [temporal e espiritual], dependendo muito alternativamente uma da outra. Não se podiam também governar os índios [da Ibiapaba], porque a Junta de Missão se havia precisamente compor de Bispos e governadores, e que no Maranhão se resolveria uma coisa por parte dos Bispos, e em Pernambuco outra por parte dos governadores. As partes recorreriam uma ao Bispo, outra ao governador, cada qual instruiria os seus requerimentos com diversos documentos, que naquelas Américas comumente eram falsos, pelo que se persuadia [aceitava] que desta divisão só podia resultar desordens". (AHU-MA, Cx. 35, Doc. 3528). Por João Bosco Gaspar. Fonte: Livro de Assentos das Juntas das Missões de Pernambuco - Biblioteca Nacional de Lisboa, Portugal.

ANO

DE 1692 – O REI DE PORTUGAL MANDA “DOAR” AS TERRAS DO DELTA DO PARNAÍBA, PARA QUEM “AS QUEIRA POVOAR”. A título de memória de projetos malogrados, temos a carta régia de 7 de fevereiro de 1692, quando o rei de Portugal mandou dividir os “portos da Costa do Ceará” em capitanias, e doá-las a quem tivesse condição de povoar. Dom Pedro II ordenou ao governador de Pernambuco, Antônio Félix Machado da Silva e Castro (o Ceará era capitania administrada por Pernambuco) que resolveu, “dividir em capitanias os portos da costa do Ceará e que havendo nessa capitania pessoa que as queira povoar e fazer as fortificações a que tocar e se lhe forem requeridas”. Lembra, F.A. Pereira da Costa, que: “com a denominação de costa do Ceará, era também compreendida toda a zona que se estende desde Timonha até Tutóia”(CronologiaHistóricado Estadodo Piauí,Tomo I,p.49).Antes, porém, em 1691, o governador do Maranhão, Arthur de Sá de Meneses (o Ceará era capitania inserida no território do Estado do Maranhão), recebeu ordens do rei para “dividir a costa cearense” para “que havando pessoas que quisessem povoar e fazer fortificações".Atenta o rei, que se desse prioridade aos moradores do Maranhão e do Pará na concessão das terras: “querendo-as os moradores do Maranhão e Pará antes de serem dadas a outrem, seriam preferidos”. NOTA: Foram enviadas cartas régias aos governadores do Maranhão e de Pernambuco, porque a capitania real do Ceará encontrava-se inserida no território do Estado do Maranhão, porém, era provida e administrada por Pernambuco, desde 1656. Fontes: Fonte: “Documentos para a história do Brasil, especialmente a do Ceará” Barão de Studart, RIC 1922, p. 219-220 e João Capistrano de Abreu, “Ceará e Rio Grande”, Revista do Instituto do Ceará, 1921, p. 144. Por João Bosco Gaspar. ANO DE 1693 - O governador do Maranhão, diz que "As Serras de Ibiapaba" pertenciam ao Ceará. Existe no Arquivo do Conselho Ultramarino de Portugal - AHU-MA. Cx. 8, Doc. 870 do ano de 1693, o documento do teor seguinte: Carta do governador do Maranhão, Gomes Freire deAndrade, ao Secretário do Conselho Ultramarino: Transcrição Integral

“Nesta carta, representa a Sua Majestade o Provincial de Nossa Senhora do Carmo, Frei Antônio da Piedade, que se acha governando o Bispado do Maranhão, como os índios das Cerras de Goapaba [Serras de Ibiapaba] pediram Missionário ao governador, e que pelo não haver da Companhia de Jesus, lhe mandara um da Ordem do Carmo, que se recolheu com pouco efeito; porém, que os mesmos índios instam [instar = pedir com instância] que não tem Missionário, queixando-se de que Sua Majestade não ocupe nas Missões os seus religiosos, para o que alegam muitas razões, e ultimamente pede a Sua Majestade lhe conceda as Missões daquelas Cerras [Serras].

O governador [do Maranhão] tem dado conta pela Junta das Missões do que tem sucedido com estes índios, e creio que o Bispo de Pernambuco contenha as oito [8] Missões do Ceará, A QUE PERTENCEM AS CERRAS [Serras] REFERIDAS, e como não tenho verdadeira notícia do cotado [quantia] em que se acham estas Missões, nem de que religião são os operários que andam nelas, e instantemente ignoro o que o governador tem obrado nesta matéria, não posso informar nela. S. L. 24 de novembro de 1693 [assinado] – Gomes Freire de Andrade”. Fonte: Arquivo Histórico Ultramarino de Portugal –AHU-Maranhão, Caixanº08,Documentonº870,de24denovembrode1693. Por João Bosco Gaspar – Tianguá-CE.

NOTA: Durante boa parte do período colonial, a capitania do Ceará viveu uma situação dúbia... era parte integrante do território do Estado Colonial do Maranhão, porém, a partir de 1656 (capitulação holandesa) passou a ser “provida e administrada” pela capitania de Pernambuco, a qual fazia parte do Estado do Brasil. No âmbito espiritual não era diferente. A capitania do Ceará fazia parte de dois Bispados: Pernambuco e Maranhão. Criado em 1676, o bispado de Pernambuco começava no Rio São Francisco e terminava na “Fortaleza do Seará”. Criado em 1677, o Bispado do Maranhão começava no Cabo do Norte (atualAmapá) e terminava na “Fortaleza do Ceará”. De modo que, a “Fortaleza do Ceará” era assistida pelo bispado de Pernambuco, e as “Serras da Ibiapaba” localizadas no oeste da capitania do Ceará eram parte do Bispado do Maranhão. Por: João Bosco Gaspar.

Em “BREVE DESCRIÇÃO DAS GRANDES RECREAÇÕES DO RIO MUNI DO MARANHÃO, pelo Padre João Tavares, da Companhia de Jesus, Missionário no dito Estado, ano 1724”:

“São as águas deste Rio tão salutíferas que seis dias purgou com suavidade, a quantas por ele navegamos. Toda a margem deste Rio é de claras areias, em partes descampadas, em parte rendadas em aprazível selva, em partes cobertas de arvoredos copado, em partes cortados de água e lamenta, a que chamam os naturais igarapé, em partes com ribanceiras de altura de dez palmos, de cima das quais desfazem de quando em quando torrentes de frias águas da grossura de um homem encorpado com suave sussurro, a que chamam os naturais tororoma.

“Pelas costas das margens do Rio se levantam grossas árvores entremeadas em parte de vistosas palmeiras entremeadas com as celebres Baunilhas, droga hoje tão apreciada para sal do chocolate, e como rezam; pois é tal a sua graça que não há fera nem aves que a não procure.

Apresenta, também, a etimologia do nome Maranhão:

“AS POROROCAS DO MARANHAY

“Foi de indústria, por dar gosto a Vossa Revma. que, como tão perito na língua brasílica, folgará lhe diga o que por mim tenho alcançado acerca da etimologia desta palavra Maranhão, ponto em que tenho ouvido alternar por boca e por escritos antigos, sobre nunca assentarem em nada de quanto disseram nada tem fundamento no meu fraco entender. Veja os antigos manuscritos da missão.

“O padre Bartolomeu Leão, da Província do Brasil, reformador do catecismo da língua brasílica, me recomendou muito quando vim para o Maranhay, que me avistasse com o padre Ascenso Gago, o mais perito que por então reconhecíamos neste idioma brasílico, soubesse dele o que sentia nesse ponto. Ambos morreram ignorantes do que aqui quero dizer, e nunca o dissera sem ter visto com os meus olhos as pororocas do Maranhay. Pelo que digo que a palavra Maranhay se compõe de dois verbos e de um substantivo. Os verbos são maramonhangá, que significa brigar e anham que significa correr (até aqui atinava o dito Bartolomeu Leão) e o substantivo é a palavra ou letra que significa água, e ainda tirada de Maranhão por corrupção de palavra, assim como estão infinitos nomes da língua brasílica corrupta pela pronúncia dos portuguese.

“Nesta palavra não podia atinar o padre Leão sem ver ou lhe disserem o que passa pelo Maranha. Deram os naturais este principal nome a esta terra do que nela mais principalmente avultava que são as pororocas, cujo aspecto é uma briga das águas correndo. Tudo isto diz a palavra Maranhay – água que corre brigando. Perguntar-me-hão pois porque não se chama o Maranhay pororoca; respondo que pororoca é a palavra que explica o que se ouve; parece-me que se compõe da palavra opõe, que significa rebentar de estouro, como o ovo quando rebenta, e da palavra cororan, que significa roncar continuamente, como o mar; ou é palavra simples, feita pela freqüêntativa, tirada sempre do verbo opõe. De qualquer sorte que tomem a palavra pororoca, sempre significa estourar ou estalar, de onde do que se ouve se chama aquela fúria das águas – pororoca; e do que se vê se chama todo este Estado – Maranhão”. (RAMOS, 2001, p. 3-4; MARQUES, 1970, p. 437).

“Terá Vossa Reverendíssima reparado na ortografia com que escrevo a palavra – Maranhay – contra o comum. Foi de industrias por dar gosto a V.R. que como tão perito na língua Brasílica folgará lhe diga o que por mim tenho alcançado acerca da etimologia desta palavra Maranhão, ponto em que tenho ouvido alternar por bocas e por escritos antigos, e sobre nunca assentarem em nada, de quanto disseram, nada tem fundamento no meu fraco entender; Vejam-se os antigos manuscritos da missão. O Padre Bartolomeu Leão da Província do Brasil, reformador do Catecismo da língua Brasílica me recomendou muito quando vim para o Maranhay, que me avistasse com o Padre Ascenso Gago, o mais perito que por então reconhecíamos neste idioma Brasílico, soubesse dele o que sentia neste ponto; ambos morreram ignorantes de que aqui quero dizer, e nunca o disseram ser ter visto com os meus olhos as pororocas do Maranhãy: Pelo que digo que a palavra Maranhay se compõe de dois verbos, e de um substantivo, os verbos são MARAMONHANGÁ, que significa brigar; e anham que significa correr (até

aqui atinavam desta padre Bartolomeu Leão) e o substantivo é a palavra, ou letra, que significa água, e ainda tirada da palavra Maranhan, por corrupção da palavra, assim como estão infinitos nomes, da língua Brasílica corruptos pela pronúncia dos Portugueses: nesta palavra não podia atinar o Padre Leão sem ver ou lhe dizerem o que passa pelo Maranhay; deram os naturais este principal nome a esta terra do que nela mais principalmente avultava, que são as pororocas; cujo efeito é uma briga das águas correndo. Tudo isto diz a palavra Maranhay, água que corre brigando. Perguntar-me-ão, pois por que não se chama Maranhay, pororoca: respondo que pororoca é palavra que explica o que descreve; parece-me que se compõem da palavra opõe que significa rebentar de estouro, como o ovo quando rebenta, e da palavra cororan que significa roncar continuamente, como o mar. Ou é palavra simples feita freqüentativa, tiradas sempre do verbo opõe.

“De qualquer sorte que tomem a palavra pororoca, sempre significa estourar, ou estalo donde do que se ouve se chama aquela infernal fúria das águas pororoca e do que se vê se chama todo este Estado Maranhay.

“Dizem os cronistas que há aqui um Rio que se chama Maranhon, do qual tomam a denominação todo o Estado é para mim consideração para que ele fizeram. E se não digam-me onde está este Rio ?

“Já que entretive a Relação com estas curiosidades mais próprias para Crônica, quero dizer o que entendo da fundada da pororoca ou causa dela. É de saber que como estas terras são tão rasas visivelmente se se vê a terra abaixando do sertão para o mar, isto se vê sem embaraço de duvidas no Rio Itapecurú pelo qual quem vai navegando vê ao longe terra alta de uma a outra parte. Chega ao lugar em que mascara a terra alta e a vê a rasas como a de donde marcar a tem alta.

“Deste mesmo lugar já demarca outra tem alta, e chegando a dela terra tão baixa ao parecer como o de donde demarcara terra alta, e assim todo o Rio até onde chamam as areias.

“Donde a vir descendo a terra para o Mar de quatro centos e mais léguas. Faz que venham as águas com peso. Para mais peso sobre o Rio Pinaré e Rio Meari; por uma mesma faz, unidos estes dois grandes pesos d’água, acham o mar em que deságuam encanado com meia légua de largura. Por esta meia légua de mar, saírem estes dois Rios Pinaré e Meari, até chegarem e faz, que se forme entre a Ilha dos Caranguejos, e a terra firme. Em quanto a maré vaza tudo vai em paz em a maré enchendo começam a pelejar em um lugar a enchente que vem do Oceano com a vazante que vem dos ditos Rios, o lugar desta peleja dista da barra dos dois rios com vinte léguas; brigam ali a enchente com a vazante sem a maré passar daquele lugar para diante por esforço de três horas. Nestas três horas torna a enchente força e nas águas vivas torna maior força; Forma grande pé atrás alteia sobre a vazante, a maneira de dois homens que estiveram forcejando peito a peito e um deles vencendo levasse o outro a largo de costas, assim vence a enchente, que naquele lugar só alterca por três horas e no instante que cavalga sobre a vazante dá tal esturro, e continua com tal urrar, e corre com tal violência com três marés ou três serras d’água lançando para trás a modo de gadelha branca desgrenhada uns fios de água, acometendo a tudo o que há com tal fúria a que parece vai a ofender a seus caminhos, ou a acudir a algum da

Natureza, arrancando árvores, derrubando ribanceiras, e cobrem em três horas tudo quanto havia cobrir nas seis ordinárias de uma maré.

“Daqui vem vazar a maré até onde se forma a pororoca nove horas e daí para cima enche em três horas. Deixada aqui estas notícias, e continuando minha navegação pelo Rio Muni acima.

“Esta Relação foi tirada de uma carta que o Padre da Companhia João Tavares, Missionário no Maranhão escreveu ao seu Visitador Geral o Padre Jacinto de Carvalho no ano de 1724.“Biblioteca Pública Eborence “Códice CV 1 = 7 = a folha 165

Às páginas 437/448, sob o verbete Maranhão, César Marques passa analisar a etimologia desse nome Maranhão, com base em textos disponíveis e explicações apresentadas. Afirma aquele autor que, para servir de contrapeso às hipóteses de algumas destas pretendidas etimologia:

“... acrescentaremos outra opinião, que se não for a verdadeira terá ao menos o mérito de ser fundada em inéditas indagações sobre a língua brasílica. O Padre João Tavares não escreve na sua carta Maranhão, mas sim Maranhay, do que dá a seguinte satisfação - ...” (p. 437).

transcrevendo o que Clóvis Ramos (2001) traz como sendo das páginas 454/455 daquele Dicionário, acima já transcrito ... Ainda à página 438, e ainda referindo-se ao estado do Maranhão, traz que:

“O alegado Padre Tavares, para quem o país era tão familiar, escreveu na carta sobredita o seguinte: ’Dizerem os cronistas que há aqui um rio, que se chama Maranhão, do qual tomou a denominação todo o Estado, é para mim consideração pia, que eles fizeram. E, se não, digam-me: onde está esse rio?’”.

Alguns autores trazem esse rio como sendo o Mearim Rossini CORRÊA(1993), comenta uma carta de JoãoTavares a um superior seu – seriam as “Breves descrições...” ? -, descrevendo a paisagem da Ilha de São Luís, ante a chegada possível de missionários europeus ao Maranhão.Afirma que aqueles religiosos deixariam as delícias da Itália, não pelos trabalhos, mas pelas recreações do Maranhão, conforme consta das “Breves descrições...”, tecendo os seguintes comentários:

"Como na Ilha Grande foi decantada pelo espaço contrário aos trabalhos (os quais, no mínimo, resguardaria) antieticamente haveria de apresentar expressiva contenção de exercícios corporais, enquanto expressão de labuta, de fadiga e de descanso decorrentes de diligência em atividade física. Permitiria - na contrapartida da terra de gente excepcional - a alternativa das recreações para o cultivo e o requinte do espírito. Desdobrado da hipótese das recreações coletivas, o raciocínio desenclausurado outro não é, senão o de que, no Maranhão, seria comunitária a amizade pelas luzes, pela razão, pela sabedoria etc., considerada a educação do pensamento e do sentimento um fragmento indispensável das recreações. ." (40).

“A afirmativa do padre João Tavares foi riquíssima, porque vaticinou uma permuta - as delícias (da Itália) pelas recreações (do Maranhão).

Sociologicamente significativa, haja vista que, na substituição, as delícias européias não terminariam trocadas pelos trabalhos americanos. Ao

contrário, o fundamento do intercâmbio seria a validade indicada como vantajosa - a das recreações maranhenses." (p. 39).

ComatransferênciadaCorteportuguesaparaoBrasil,em1808,eaconsequenteelevação da colônia lusa da América à condição de Reino Unido ao de Portugal e Algarves, em 1815, o Maranhão passou a ser uma Província, subordinada ao Rio de Janeiro. Dessa maneira, alcançaria a Independência. (Cavalcanti Filho, 1990).

O Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves foi um estado criado em 16 de dezembro de 1815, com a elevação do então Estado do Brasil (1549–1815) a reino, unido com o Reino dePortugal edosAlgarves (sua metrópole soberanaaté então),nasequência da transferência da corte portuguesa para o Brasil. https://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_Unido_de_Portugal,_Brasil_e_Algarve

O Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves teve apenas dois monarcas, Maria I (que era já a Rainha de Portugal antes da elevação do Brasil ao estatuto de reino, unido com Portugal) e João VI (que antes de sua mãe, a rainha Maria I, morrer, já governava efetivamente como príncipe regente). A primeira corte (capital) do reino foi a cidade do Rio de Janeiro, porém após os acontecimentos da revolução liberal do Porto (que mudou o regime político do reino de uma monarquia absolutista para uma monarquia constitucional), a capital foi transferida para Lisboa. Durante a vigência do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, foi a partir de suas capitais primeiramente o Rio de Janeiro e a partir de 1821 a cidade de Lisboa que foi exercida a soberania de Sua Majestade Fidelíssima sob todos os territórios europeus, americanos, africanos, asiáticos e oceânicos portugueses.

O príncipe regente e futuro rei João VI, durante o período final do reinado de sua mãe, Maria I, elevou, em 1815, o Brasil da condição de estado colonial à parte integrante de Portugal, intitulando-se desde então pela Graça de Deus Príncipe-Regente de Portugal, Brasil e Algarves, d'aquém e d'além-mar em África, senhor da Guiné, e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia. O título oficial anterior era o mesmo, apenas não incluindo a palavra "Brasil".

Posteriormente, durante o Congresso de Viena em 1815, como consequência do estabelecimento da Casa de Bragança e da capital do império português no Rio de Janeiro, no referido ano de 1808, durante as guerras napoleônicas, João VI estabeleceu a nova designação de Reino Unido para a sua coroa, em regime jurídico similar ao do atual Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda (ou seja, uma união política).

Os domínios portugueses da época ficaram a partir de então oficialmente designados como Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, e João VI passou a ostentar o título de Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Após a morte de sua mãe, considerada a primeira rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil, eAlgarves, João foi aclamado na corte do Rio de Janeiro, como sucessor real. Maria I de Portugal, Brasil eAlgarves, que permanecera com o título por apenas meses, pois logo faleceu.

O Príncipe Pedro de Alcântara, último herdeiro da Coroa portuguesa a ostentar o título de PríncipedoBrasil,nãochegou aserreidoReino UnidodePortugal,Brasil,eAlgarves, pois proclamou-se Imperador do Brasil quando declarou sua Independência, em 7 de setembro de 1822. Só depois da morte de seu pai, Pedro I do Brasil foi considerado Rei de Portugal como Pedro IV de Portugal. Chegou a receber, contudo, o título de Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil eAlgarves.

Este mapa de (1821) retrata a dimensão do Brasil na época do Reino de Portugal Brasil e Algarves, Origem: Biblioteca Nacional de Portugal, República Portuguesa "Exposição":purl.pt Site Geral:bnportugal.gov.pt.

A Revolução Pernambucana de 1817 foi um movimento separatista e republicano que ocorreu na Capitania de Pernambuco, no Brasil colonial. Este movimento foi motivado por uma série de fatores, incluindo a crise econômica causada pela desvalorização do açúcar e do algodão, o aumento dos impostos para sustentar a Corte portuguesa no Brasil, e a insatisfação com a nomeação de portugueses para cargos administrativos importantes Os revoltosos, inspirados pelos ideais iluministas e republicanos, conseguiram tomar o

poder local por mais de dois meses. Eles defendiam a república, a liberdade de credo e de expressão, e o fim da cobrança de impostos abusivos No entanto, o movimento foi reprimido pelas tropas leais ao governo central, e seus líderes foram punidos publicamente

O Maranhão teve uma participação indireta na Revolução Pernambucana de 1817. Embora a revolta tenha sido centrada em Pernambuco, os ideais republicanos e separatistas se espalharam por outras regiões do Nordeste, incluindo o Maranhão. Os líderes da revolução enviaram emissários para várias províncias, incluindo o Maranhão, comoobjetivodeobterapoioeexpandiromovimento.Noentanto,aadesãonoMaranhão foi limitada e não houve uma mobilização significativa como em Pernambuco. A repressão rápida e eficaz pelas forças leais ao governo central impediu que o movimento ganhasse força em outras regiões

Mais tarde, em 1820, o Maranhão foi influenciado pela Revolução Liberal do Porto, que teve repercussões em várias partes do Brasil. Essa revolução buscava limitar os poderes absolutistas do rei de Portugal e promover reformas liberais, o que também gerou movimentos de contestação no Maranhão

No Maranhão, a Revolução Liberal do Porto gerou um clima de instabilidade política e social. Apressão para que Dom João VI retornasse a Portugal e a tentativa de recolonizar o Brasil criaram tensões entre os colonos e a administração portuguesa Além disso, a revolução influenciou movimentos locais que buscavam maior autonomia e reformas políticas, embora não tenha havido uma revolta significativa no Maranhão como em outras regiões.

Após o retorno de João VI a Portugal, em 26 de abril de 1821, iniciou-se uma intensa movimentação política por parte das Cortes de Lisboa no sentido de restringir os privilégios do Brasil. Entre as principais causas, estavam o fim do controle comercial, cujo pacto colonial fora quebrado pelo decreto de abertura dos portos às nações amigas, e o cada vez mais exíguo domínio político sobre os territórios portugueses na América, principalmente por ali se encontrar a família real.

Por sua vez, Portugal encontrava-se devastado pelas guerras napoleônicas e pela invasão do comércio inglês, desfavorecendo sua balança comercial e gerando alto deficit. Também, a condição sui generis de serem governados por uma junta provisória encabeçada pelos ingleses, enquanto seu rei encontrava-se em província ultramarina, desconcertava ainda mais os portugueses.

A precária situação do país foi a principal causa da revolução liberal do Porto. Durante as cortes gerais, que promulgaram a Constituição de 1822, os deputados portugueses procuraram meios para isolar e sabotar a delegação brasileira que para lá se dirigia. Primeiramente, por forçarem, com a ajuda do Príncipe Pedro de Alcântara e da Rainha Carlota Joaquina, o rei a jurar de antemão as bases da Constituição que estava a ser redigida, abolindo a monarquia absolutista e iniciando uma monarquia constitucional. A partir de então passaram as cortes de Lisboa a criar decretos e leis que cerceavam a autonomia das províncias ultramarinas portuguesas localizadas na América do Sul (antigas capitanias do Estado do Brasil).

Ainda em 1821, perante o apoio manifestado por deputados representantes da província do Grão-Pará, as cortes portuguesas expediram decreto determinando que essa voltaria a ser uma província controlada diretamente por Lisboa, não mais pelo Rio de Janeiro até porque a cidade deixou de ser a capital do Reino Unido.

Pouco depois, aprovaram o envio de tropas as províncias ultramarinas de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro, sob o pretexto de garantir a ordem e o processo constitucional.

Em 30 de setembro de 1821, aprovaram uma lei que destituía todos os governadores brasileiros nomeados pelo ex-rei absolutista (agora rei constitucional) João VI, criando uma junta governativa composta por cinco ou seis membros para cada província ultramarina, subordinadas diretamente às cortes de Lisboa e não mais ao monarca português, que teria seus poderes diminuídos e passaria a ser uma figura mais cerimonial. O príncipe Pedro passaria a ser apenas o governador-de-armas do Rio de Janeiro, ou seja, um mero comandante militar do exército português, assim não ocupava mais nenhum cargo político. Pedro de Alcântara procurou submeter-se aos ditames dos políticos portugueses acreditando na unidade do Reino Unido. Porém a presença do príncipe português nos territórios sul-americanos preocupava as cortes em relação à segurança nacional do Reino Unido.

As Cortes também aprovaram um decreto que subordinava os governos das províncias do Brasil diretamente ao governo central em Lisboa, tornando a presença de Pedro no Brasil completamente desnecessária para administração do território, já que o príncipe não tinha mais nenhuma função política naquele território com as Cortes preferindo que este voltasse a Portugal ao invés de ficar no Brasil.

Os decretos de 29 de setembro de 1821, que chegaram ao Brasil apenas em 9 de dezembro domesmo ano,catalisaram aindamaisa mobilizaçãobrasileira.Deacordocom um deles, o príncipe deveria regressar a Portugal, de onde partiria em viagem como um incógnito, acompanhado por uma pequena comitiva, pela Europa, a fim de "ilustrar-se" com novos conceitos políticos obviamente para afastá-lo do centro do poder. Outro decreto dissolvia os tribunais do Brasil, criados pelo rei João VI em 1808, além de subordinar os futuros presidentes das províncias às Cortes e ao rei em Lisboa e reinstalaram o antigo Tribunal da Relação do Rio de Janeiro, subordinado ao Supremo Tribunal do Reino Português em Lisboa.

Estes atos foram vistos pelos políticos portugueses como uma forma de reforma política na transição de uma monarquia absolutista para uma monarquia constitucional. O ato, no entanto, acabou destituindo do cargo centenas de funcionários públicos. Em meio à indignação geral dos brasileiros afetados pelas decisões de Lisboa, Pedro recusou-se a partir para Portugal, pelo que ficou conhecido como o Dia do Fico.

Quando finalmente se elegeram os 97 deputados brasileiros às Cortes Gerais e Extraordinárias de Lisboa (número maior que os dos 64 deputados portugueses), o processo deliberativo da Constituição portuguesa já estava avançado. Dos 97 deputados brasileiros, apenas 51 embarcaram para Lisboa, e destes 51 apenas 36 aprovaram a nova constituição, sendo a maioria destes deputados (cerca de 25) oriundos da atual região nordeste brasileira.

Um choque que ocorreu entre os deputados brasileiros e portugueses foi em relação a forma como a Nação Portuguesa deveria ser administrada. Os deputados europeus defendiam a centralidade política do reino em Portugal, já os representantes brasileiros defendiam o funcionamento de dois centros de poder, um na Europa e outro naAmérica, cada um com Executivo e Legislativo próprios, além de uma assembleia geral que legislasse sobre assuntos de interesse de todo o império. Esta proposição baseava-se na ideia de uma federação luso-brasileira, disposta no programa político trazido pelos deputados paulistas. No entanto tal proposta foi rejeitada por seus pares europeus que pretendiam administrar as províncias sul-americanas do "Reino do Brasil" de forma

similar à como administravam o "Reino de Algarves", que apesar do título de reino, sempre fora tratado como uma província portuguesa igual as demais.

Diante da agressividade por parte dos deputados portugueses, do sentimento antilusitano dos brasileiros, e a eventual proclamação da Independência do Brasil pelo agora Pedro I do Brasil, a representação brasileira negou-se a ratificar a Constituição e acabou fugida de Lisboa. Em meio a tantos fatores que levaram à emancipação brasileira, decerto o longo processo da Assembleia Constituinte em Lisboa, que durou em torno de dois anos e desrespeitava a autonomia do Brasil, colaborou para fomentar o clima de separatismo entre os brasileiros.

Em 7 de setembro de 1822, Pedro proclamou a independência do Brasil e foi aclamado em 12 de outubro do mesmo ano como Pedro I, primeiro imperador do Brasil, fato que antecedeu uma guerra contra Portugal, que reconheceu a independência em 1825, com a assinatura do Tratado do Rio de Janeiro. O novo país era vasto, etnicamente diverso, porém pouco povoado.

Províncias do Império do Brasil em 1822

Evolução territorial do Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Em 12 de outubro de 1822, o príncipe foi aclamado Pedro I, o primeiro imperador do recém-criado Império do Brasil, uma monarquia constitucional A escolha do termo "Imperador" e não de "Rei" deu-se para representar a separação com a monarquia

portuguesa, mostrando que ele era Imperador por aclamação e não por direito sucessório português com título de Rei.

A declaração de independência foi combatida em todo o Brasil por unidades militares armadas leais ao governo português.A guerra de independência que se seguiu foi travada em todo o país, com batalhas nas regiões norte, nordeste e sul. Os últimos soldados portugueses renderam-se em março de 1824 e a independência foi reconhecida por Portugal em agosto de 1825.[

O Maranhão foi a penúltima província do Brasil a aderir ao Império brasileiro. Foi só no final de julho de 1823, um pouco mais de dez meses após o 7 de setembro de 1822, que a província aceitou essa separação.ABahia aderiu em 2 de julho do ano seguinte e o Pará, somente em 15 de agosto de 1823.

Essa resistência do Norte do Brasil ao processo de independência se deu porque a separação do reino português começou como um projeto mais do Sul do Brasil, do Rio de Janeiro e São Paulo, e só depois sendo aderido nas demais províncias. Porém, as províncias do Norte não compartilhavam desse projeto e se mantiveram leais às Côrtes portuguesas, foi o caso do Maranhão. “Não havia então, uma unidade nacional, eram vários ‘brasis’com projetos diversos”.

Havia uma longa identidade e ligações econômicas, comerciais e culturais do Maranhão com a metrópole portuguesa, desde a época que o Maranhão era um estado independente do resto do Brasil, onde as suas relações eram todas com Lisboa e não com o Rio de Janeiro.

“Nesse sentido, quando estourou o processo de Independência do Brasil no Sul, o Maranhão não vai aderir, pois, não havia identificação, o Maranhão era comandado pelos portugueses. Todos os cargos públicos importantes eram ocupados pelos portugueses, havia uma colônia rica e poderosa de lusos no Maranhão, em particular em São Luís, que era a capital da província. Então, eles reconheciam as ordens e orientações vindas de Lisboa e não do Rio de Janeiro, por isso o Maranhão não vai aderir, inicialmente, ao projeto

Dia daAdesão do Maranhão: entenda a data - Imirante.com

de emancipação política, que estava ocorrendo no Sul, capitaneado por D. Pedro, e vai resistir, se mantendo leal a Lisboa”. (LIMA, 2022, 2023, 2024)

Apesar da pressão do império brasileiro, o processo de adesão do Maranhão não se deu de forma rápida. Houve conflitos, principalmente nas regiões de Caxias e São José dos Matões, entre tropas realistas, que eram fiéis à Portugal, e as tropas independentistas, vindas do Ceará e Piauí, que pertenciam ao governo brasileiro.

Pergunta Euges Lima (2023): E como essa resistência foi quebrada e houve finalmente a incorporação da província do Maranhão ao Império do Brasil? Bem, D. Pedro I, não queria a fragmentação do território brasileiro e principalmente perder as províncias do Norte, cerca de 40 % do território, então, resolveu contratar um mercenário escocês, o lendário Lord Thomas Cochrane para ajudar a organizar a Marinha brasileira, liderar as guerras de Independências e sufocar a resistência das províncias rebeldes do Norte, que estavam sob o comando dos portugueses.

No caso do Maranhão, embora a maior parte dos distritos, como S. José dos Matões, Itapecuru, Tutóia, S. Bernardo, Icatú, Carnaubeiras, Viana, entre outros, já tivesse declarado a sua Independência, alguns até solenemente, conforme afirma o historiador Ribeiro do Amaral, quando Cochrane chega a São Luís, a causa da Independência já estava ganha, pois a resistência se concentrava apenas em São Luís, Alcântara, Guimarães e Caxias (já cercada pelas tropas independentistas). Não obstante, não se deve subestimar a importância de Cochrane nesse processo de consolidação da adesão ou incorporação do Maranhão ao Império do Brasil. Como já destacamos, não poderia haver vitória completa sem o bloqueio dos mares e portos, pois caso contrário, as cidades poderiam receber reforços pelos portos, por meio dos navios portugueses, como era o caso de São Luís, que esperava tropas e suprimentos quando da chegada do Lord na capital maranhense, inclusive, interceptando no caminho, um navio português que vinha da Bahia para o Maranhão, o Grão-Pará. (LIMA, 2023)

Em junho, somente as vilas deAlcântara e Guimarães não haviam aderido ao movimento libertador:

"... declara (Cochrane) expressamente ter vindo apenas auxiliar a Independência do Maranhão, não havendo encontrado para conseguí-la a mais leve oposição, muito ao contrário, a mais tranqüila aquiescência geral, por ser um sistema já proclamado em quase toda a província, excetuadas a capital e Alcântara.". (ALMEIDA, apud LIMA, 1998, p. 81, em nota de pé-de-página).

TRANSCRIÇÃO DO AUTO DA PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DA PROVÍNCIA DO MARANHÃO, PELA CÂMARA GERAL, EM 28 DE JULHO DE 1823: [e-s001]Livro de Acórdãos, nº 18 (1823-1824) Folhas 36 a 38 Anno do Nassimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil outosentos e vinte tres anos aos vinte outo dias do mês de julho nesta cidade de San Luís do Maranhão no Palácio do Governo Civil Provizorio da Provincia em acto da Camara Geral reunida por ordem da Exma. Junta Provizoria, e sendo perzentes, e ali congregados do Exmo. Bispo Perzidente e membros da Junta da Camara da Cidade e todas mais Authoridades Constituídas, e cidadãos que formão o Corpo de Camara Geral, depois de mostar o Sacartario (sic) da Exma. Junta que não comparecia (sic), o Exmo. Lord Cochrane por moléstia mas sim o primeiro Comandante da Náo como tudo constou do offício deste dia do mesmo Exmo.

Lord, e que outro sim igoal motivo de molestia empedira ao Exmo. Governador das Armas da Provincia de Comparecer neste acto como se vio de seo offício deregido a Exma. Junta neste mesmo dia, foi ditto pello Perzidente da Camara Francisco Joze da Costa, que por ordem do Exmo. Governo Provizorio se determinara a Camara da Cidade que fizese reunir esta Camara Geral, em cujo acto se acharia o Governo Civil e Militar com as Authoridades Constituídas e rezidentes nesta Cidade, para que nella se proclamase a Independencia Política desta Província com adhezão ao Emperio Brazilico e Governo do Imperador o Senhor Dom Pedro segundo.

Lord Cochrane (Prefação)

Obra: Narrativa de serviços no libertar-se o Brazil da dominação potugueza

“Se não fosse a demora considerável que exigiria o poder sollicitar e obter do Rio de Janeiro a honra da necessaria permissão, era meu desejo ter dedicado esta versão Portugueza de uma obra sobre a mais importante porão da historia Brazileira, a Sua Magestade Imperial D. Pedro II; não tanto em recordação da confiança com que fui honrado por Seu Augusto Pai, como em testemunho de respeito para com um Principe que teve a fortuna de estabelecer em segura base aquelle Imperio, para cuja independencia eu tive a satisfação de contribuir em não pequena parte – sob os auspicios do illustre Predecessor de Sua Magestade”

Cochrane e Maranhão

Londres, 11 de maio 1859

Evolução territorial do Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Evolução territorial do Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Evolução territorial do Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

A Confederação do Equador foi proclamada em 2 de julho de 1824. O Maranhão, no entanto, não teve uma participação direta e significativa nesse movimento.

Contou com a adesão da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. A nova nação, contudo, teve vida curta. Não chegou a completar cinco meses de existência. Pela força das armas, D. Pedro I sufocou os últimos rebeldes em novembro. Fonte:Agência Senado

Os líderes da Confederação do Equador, após a derrota do referido movimento emancipacionistaem 1824,fugiram paraointeriornordestino,em buscadeum novolocal para se esconderem e restabelecerem-se. Foram estes mesmos, os líderes rebeldes que haviam fugido após o debelar da Confederação do Equador, que passaram a residir no vilarejo de Pastos Bons, que idealizaram a pretensa República de Pastos Bons. República de Pastos Bons – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Aprovíncia do Maranhão e suas comarcas em mapa de 1838. Domínio público, Biblioteca Nacional Digital

Seguindo a mesma linha de pensamento da Confederação do Equador, pretendiam a formar no Alto Sertão uma república baseada na constituição da Colômbia. Pelo plano original, a república de 1828 se estenderia desde rio Gurgueia, até a foz doAraguaia, com o rio Tocantins sendo o limite sul. Planejavam fazer uma revolução em Pastos Bons, e para isto, semearam entre a população os ideais republicanos.

Ao longo do ano de 1828 o movimento pela República de Pastos Bons ganhou força e apoio. Entretanto acontecia paralelamente no sertão pernambucano, diversas ações de cunho republicano, principalmente nas cidades deAfogados e SantoAntão. Em fevereiro de 1828 foi proclamada a República Pernambucana. Este fato obrigou o Império a tomar medidas enérgicas: foi decretado o estado de sítio da região em setembro de 1828; prisão de todos os líderes republicanos; e imposição de censura na região. Dado este acontecimento, e temendo a mesma represália em Pastos Bons, a sedição que se formava cessou.

Após a declaração de 1828, o governo provincial maranhense transfere a comarca de Pastos Bons para Grajaú, para assim enfraquecer politicamente o movimento emancipatório desenvolvido na primeira. Entretanto esta atitude fez fortalecer ainda mais o movimento, pois concentrou a massa crítica da região em Grajaú.

Em 1835, Militão Bandeira de Barros, Juiz de Paz da Chapada do Bonfim (atual Grajaú), admirador dos conceitos de liberdades constitucionais republicanas, propagou entre a população e os políticos da região, estes ideais. Conseguindo o apoio que desejava junto aos sertanejos do sul do Maranhão, proclamou a República dos Pastos Bons.Adeclaração de 1835 formulou uma república nacional e democrática, mas não passou de idealização abstrata.

O clima de insatisfação popular se agravou e em 1840, ainda durante os acontecimentos da Balaiada, explode no alto sertão – nas cidades de Grajaú, Barra do Corda, Carolina e Pastos Bons– a revolta de 1840. Os sertanejos se levantaram contra a Guarda Nacional e atacaram os presídios, libertando os prisioneiros. Em seguida, saques e depredações aos diversos edifícios públicos aconteceram.

Grupos oligarcas de ideologia liberal-republicana, se beneficiando do caos popular, espalharam a proposta separatista republicana. Em junho de 1840 a região sul do Maranhão e sul do Piauí, se declarou independente do império do Brasil, estabelecendo a capital da república de Pastos Bons em Grajaú. Os revoltosos receberam apoio de uma das facções da balaiada, os "vaqueiros", com cerca de 4.000 sertanejos comandados por Raimundo Gomes, o Cara Preta.

O império, como resposta, enviou tropas da Guarda Nacional vindas do Grão-Pará, da Bahia e de Goiás para sufocar a rebelião de Grajaú. Grandes embates foram registrados em Grajaú e Pastos Bons. Mal preparados e praticamente desarmados, os revoltosos foram totalmente derrotados e seus líderes presos e torturados.

Com as cadeias destruídas, e não havendo local adequado para acomodar a grande quantidadederebeldescapturados,coronel LuísAlvesdeLimaeSilva (DuquedeCaxias) ordenou que se ateasse fogo nos locais de prisão para eliminar de uma só vez todos os prisioneiros. Este ato infame foi feito nas prisões de Pastos Bons e Grajaú, e ficou conhecido como "o suplicio dos prisioneiros".

Após os conflitos de 1840, o projeto de criação de uma república no alto sertão maranhense findou. A forte repressão feita pelo império, desmobilizou as correntes político-ideológicas que davam suporte ao projeto.

Entretanto, na década de 1870 Visconde de Taunay, deputado da província de Goiás, propôs a criação de uma província com territórios desmembrados do norte de Goiás e do sul do Maranhão, com capital em Boa Vista do Tocantins ou Carolina. O projeto foi protocolado por duas vezes junto ao congresso estadual, mas nunca chegou ao plenário.

Apartir da década de 1880, ressurgem em Grajaú e Carolina lutas entre grupos oligarcas pelo domínio da região. Os grupos liberais, que apoiavam a causa republicana, liderados pelas famílias Leitão e Leda travaram intensas batalhas com os grupos conservadores maranhenses, ligados ao império. Os liberais tentaram por diversas vezes a Proclamação da República de Pastos Bons, mas os conservadores, com o apoio da igreja Católica, conseguiram os expulsar da região, expropriando suas propriedades e excomungando-os, sendo obrigados a estabelecerem-se em Boa Vista do Tocantins, no norte de Goiás.

Os primeiros liberais maranhenses que mudaram para o norte de Goiás foi o grupo liderado por Carlos Leitão. Trazendo os ideais consigo, dissemina-o em Boa Vista. Rapidamente Leitão conseguiu mobilizar a parte da população em torno da proposta republicana (República de Pastos Bons). Entretanto, com a Proclamação da República brasileiraem1889,éobrigadoareformularsuaproposta,apelandosomenteparaacriação de um ente federativo, o estado de Boa Vista, que seria formado a partir do desmembramento de territórios paraense e goiano.

Sob forte oposição Leitão ainda declara a criação do estado autônomo. Os grupos conservadores de Goiás, sob a liderança de frei Gil de Villa Nova e Marciel Perna, fazem uma forte campanha contrária, derrotando Leitão, e desmobilizando o processo emancipatório. Leitão é obrigado a mudar-se para o Grão-Pará.

Da mesma forma que Leitão, o grupo liderado por Leão Leda é expulso do Maranhão por incitar insurreições contra o governo maranhense, e disseminar ideias separatistas. Leão Leda fixa-se em Boa Vista e retoma a proposta de Leitão – de formar um estado com territórios do Goiás e do Grão-Pará – acrescentando também os territórios maranhenses.

Leão Leda consegue o apoio que desejava para declarar o estado autônomo de Pastos Bons, mas os grupos opositores mobilizam-se, e inicia-se uma das mais sangrentas guerrilhas do meio-norte do Brasil. As lutas são travadas nos três estados que perderiam territórios.

Após ser derrotado no Maranhão e no Goiás, foge para o Grão-Pará, onde chega a proclamar a criação do estado de Pastos Bons. Com forte oposição das dioceses do Goiás e do Maranhão, Leda é derrotado, sendo morto em 1909 após uma emboscada planejada por Dom Carrerot.

Após a morte de Leda, o movimento pela criação do estado de Pastos Bons é desmobilizado. Alguns líderes do movimento são presos e outros obrigados a fugir para estados vizinhos.

Durante a era Vargas, Lysias Rodrigues tenta criar um estado com os territórios desmembrados do Pará, Maranhão e Goiás, sob o nome de estado do Tocantins. Embora tenha a mesma configuração territorial, não parte da proposta de Pastos Bons.

Após as revoluções de Boa Vista, a proposta do estado de Pastos Bons é abandonada. Entretanto ressurge em quatro outros movimentos: Tocantins, que se fortalece como movimento, e em 1989 é emancipado. O único a lograr sucesso desde então; Carajás, que inicialmente surge com o nome de estado do Itacaiunas em 1910, nasce ideologicamente no seio das propostas de Pastos Bons; Maranhão do Sul, que embora tenha sido a base da proposta de Pastos Bons, é desmobilizado após a década de 1900. Ressurge na década de

1970 e é o principal herdeiro da República dos Pastos Bons; Gurgueia, que fez parte da propostarepublicanainicial,foidesmobilizadoaindanoséculoXIX,somenteressurgindo na década de 1950.

O sonho pelo Maranhão do Sul remonta à República dos Pastos Bons, proclamada em várias ocasiões, tendo até carta constitucional e bandeira, cujo marco é 1817, conforme CarlotaCarvalho em“O Sertão:SubsídiosparaaHistóriaeaGeografiadoBrasil”(1924).

É uma luta herdeira também da ideia do Estado dos Pastos Bons (1900), de Leão Leda (Leão Tolstoi de Arruda Leda): “Um Estado livre e independente que englobasse o território de Boa Vista do Tocantins (Tocantinápolis), antigo norte de Goiás, até Pastos Bons, no Maranhão”, segundo Mário Ribeiro Martins, em “Tolstoi e o Padre João (Quem foi Leão Leda?)”.

O Maranhão do Sul englobaria 49 dos 217 municípios maranhenses, 1,1 milhão de habitanteseconcentra25%doPIB–gusa,grãos, celulose,couro,gessoeomaiorrebanho bovino do Estado -; é uma saga separatista que incorpora o ideário do juiz de paz de Grajaú, Militão Bandeira Barros, participante da Balaiada (1838-1841) – revolta popular decorrente da insatisfação do interior, da gente do sertão preterida em favor do litoral – e que relançou o Manifesto da República dos Pastos Bons, pela separação do Sul do Maranhão.

A construção da Belém-Brasília arrancou Imperatriz do marasmo imposto pelo desprezo do Palácio dos Leões. Em 2001, foi instalado o Comitê Pró-Criação do Maranhão do Sul. Um projeto do novo Estado, do deputado Sebastião Madeira (PSDB-MA), foi apresentado na Câmara dos Deputados. Falam que, em 2007, o Senado aprovou um plebiscito.

Em movimento, a Frente Parlamentar pelo Maranhão do Sul, a bordo do projeto de Decreto Legislativo nº 231/2011, do deputado RibamarAlves (PSB-MA), pela realização do plebiscito.

Para Edmilson Sanches – organizador da “Enciclopédia de Imperatriz” (2002) e intelectual de proa do Maranhão do Sul, Imperatriz, e, por tabela, a região Tocantina, –“era considerada a ‘Sibéria Maranhense’ pelo que havia de distância e de atraso em relação à capital do Estado e, até, a outras cidades. Nessa época, dizem, a rarefação populacional só era alterada pela chegada de funcionários públicos, que para cá eram transferidos geralmente como forma de punição ou em atendimento a interesses políticos contrariados. A transformação de mal-assombrada corrutela em bem-amado polo de desenvolvimento começou na década de 60”. O sonho da Sibéria maranhense, nas barrancas do Tocantins por Fátima Oliveira, no Jornal OTEMPO

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O LÚDICO E O MOVIMENTO COMO ATIVIDADE EDUCATIVA

A limitação da possibilidade crítica expressa na produção teórica da educação física brasileira (GAYA, 1994; TAFFAREL e ESCOBAR, 1994; BRACHT 1995) pode ser explicada pela ausência da categoria “atividade” no sentido marxista, explicativa das mudanças trazidas pelo modo de produção capitalista, pois a atividade lúdica do homem, entendida como toda atividade humana, aparece como um sistema incluído no sistema de relações da sociedade, não existindo em absoluto fora destas relações (TAFFAREL e ESCOBAR, 1994). Para essas autoras, quando se analisa a atividade temos que assinalar que a atividade objetiva gera não somente o caráter objetivo das imagens senão também a objetividade das necessidades, das emoções e dos sentimentos. Argumentações como as que vem sendo utilizadas por alguns autores explicam-se pela não consideração da Educação Física como produção não material que, em determinados estágios e pela influência de certos fatores próprios do sistema capitalista, sofre o mesmo processo de privação das suas qualidades sensíveis sofrido pela produção material.

Ghiraldelli Junior (1990) servindo-se de Marx - Capítulo Sexto (Inédito) de O Capitaldiferencia dois tipos de produto:

(a)aquelequeédefatoo produtomaterial, equetemtodasaspossibilidades deseintegrar à lógica do valor de troca e se transformar em mercadoria à medida que se instauram relações sociais capitalistas; e

(b) aquele que é o produto não material, e que, pela sua própria natureza, coloca resistência à sua integração no âmbito das relações sociais capitalistas à medida que não se adapta à forma de mercadoria tão confortavelmente como o primeiro (p. 199).

Para esse autor, o produto material é produzido para consumo posterior. Quanto ao produto não material, aparece uma nova divisão: existem aqueles que podem ser consumidos posteriormente, como o livro, o quadro, mas existem aqueles que são essencialmente consumidos no ato de produção, como o trabalho clínico do médico, a aula do professor, a efetivação na Educação Física do movimento corporal humano (em forma de aula, jogo, desporto, espetáculo etc.). Aqui, neste segundo caso, é que o capitalismoeseuprocessodemercadodizaçãoencontrammaisresistênciaesóasvencem, dentro de certas medidas, alterando profundamente o produto em suas qualidades mais íntimas.

O nosso problema se concentra justamente nesse tipo de produto não material que se consome no ato de produção. O movimento corporal humano da Educação Física é singular, se realiza e, concomitantemente, vai sendo consumido por praticantes e assistentes. Não pode ser reproduzido de forma alguma. Um jogo, uma dança etc., são situações históricas onde transcorrem subjetividades e relações objetivas particulares que jamais poderão se repetir.

Pergunta-se, então, o que é Educação Física ? A pergunta pelo que é a Educação Física pode ser interpretada como uma busca do ser da Educação Física, da essência. Mas o que é, então, a essência de algo ou de uma prática social ? (BRACHT, 1995). Esse autor coloca, como Heidegger, que a essência da Educação Física seria aquilo que a define enquanto tal e concomitantemente a distingue de outras práticas ou fenômenos. Identidade é tomada como aquelas características que distinguem a educação física enquanto uma prática social específica, portanto conjunto de características que definem seu estatuto próprio e ao mesmo tempo a diferenciam (BRACHT, 1992). Buscando uma

definição de termos básicos que delimitem, num primeiro momento, concretamente, um campo/objeto, esse autor advoga a utilização do termo “educação física” para se referir a “prática pedagógica que tem tematizado elementos da esfera da cultura corporal/movimento” (1995, p. 35).

ACORPOREIDADE COMO OBJETO DAEDUCAÇÃO FÍSICA

No entendimento de ALVES (1997), as ações humanas se manifestam e se expressam corporalmente quando se pensa na multidmensionalidade do sujeito. Volta-se o olhar, em primeiro lugar, para a corporeidade.

SANTIN (1987, 1990, 1992, 1996) afirma que a corporeidade, sob o ponto de vista filosófico, não corresponde a um elemento mensurável, mas a uma imagem que construímos na mente. Após consultar dicionários e manuais, conclui que estes são ambíguos ao definir o que seja corporeidade: “a qualidade do ser corpóreo”, ou “aquilo que constitui o corpo como tal”, ou simplesmente, como “a ideia abstrata do corpo”. Portanto, “a corporeidade seria a propriedade básica que nos garante a compreensão do corpo” (1990, p. 137). Em sua análise, parte de três atitudes para buscar os aspectos filosóficos da corporeidade: uma, ontológica, em que a corporeidade significaria exatamente aquilo que constitui o corpo como tal (1990, p. 137); outra, epistemológica, onde a corporeidade é tomada como a concretude espaço-temporal do corpo humano enquanto organismo vivo, a partir das descobertas das ciências experimentais, sendo assumida essa tarefa pela biologia, pela genética, pela anatomia e pela fisiologia (1990, p. 137-138); e uma terceira, que chama de fenomenológica, não está preocupada nem em garantir as bases ontológicas, nem construir uma epistemologia objetiva e rigorosa da corporeidade, mas tentar descrever as imagens de corporeidade que o imaginário humano construiu ao longo da história da humanidade, incluídas também as imagens metafísicas e científicas.

Ela tenta captar as possíveis implicações culturais, sociais, educacionais, políticas e ideológicas que tais imagens geraram nos indivíduos e na sociedade. A corporeidade, portanto, sob o ponto de vista dessa atitude, não se constitui num elemento mensurável, ela é apenas a imagem construída na mente a partir da maneira como os corpos são percebidos e vivenciados (1990, p. 138). Conclui que o importante não é definir corporeidade, mas compreender as diferentes corporeidades que inspiram e determinam o tratamento dos corpos humanos, desenvolvidos pelas culturas humanas, em geral, e pelas atividades da Educação Física, em especial.

Para Bracht (1992), a materialidade corpórea foi historicamente construída e, portanto, existe uma cultura corporal, resultado de conhecimentos socialmente produzidos e historicamente acumulados pela humanidade. Já Pereira (1988) fala de uma cultura física como toda a parcela da cultura universal que envolve exercício físico, como a educação física, a ginástica, o treinamento desportivo, a recreação físico-ativa, a dança etc. Betti (1992) lembra que Noronha Feio já se referiu a uma cultura física como parte de uma cultura geral, que contempla as conquistas materiais e espirituais relacionadas com os interesses físico-culturais da sociedade. E Kofes (1985) afirma que o corpo é expressão da cultura, portanto cada cultura vai se expressar através de diferentes corpos, porque se expressa diferentemente enquanto cultura.

Manuel Sérgio (1982) considera que a transformação da realidade objetiva é um processo material onde se entrechocam contradições de váriaordem quesetornaimperiososuperar e resolver, na linha da construção do Homem por si mesmo. Para esse autor, a Educação

Física possui um objeto específico: as condutas motoras. Ao se referir às Culturas Física e Desportiva, afirma que esta advém daquela, entendendo por Cultura Física o aspecto criativo, subjetivo, original da pessoa, manifestado através da conduta motora do indivíduo. Do ponto de vista antropológico, Manuel Sérgio considera Cultura Física a maneira como os homens exprimem a sua conduta motora, em conformidade com a tradição e o modo de expressão grupal ou societária:

“... Se a Cultura, na acepção usada neste passo, é o conjunto de comportamentos e de modos de pensar, próprios de uma sociedade, a Cultura Física não pode compreender-se desinserida de um clima gregário que preservou e perpetuou determinados valores e determinadas técnicas corporais. (...) “Daí que a Cultura Física, sob o ângulo de visão de que nos ocupamos agora, apresente os seguintes elementos culturais: usos e costumes, crenças, a linguagem, as tradições, a música, a dança, os padrões de comportamentos, etc. - e seja, por isso, o veículo transmissor de uma das feições, da conduta motora, que vão dar originalidade às Atividades Corporais de um povo. (...) “E, dessa forma, é possível descobrir na Cultura Física a história motora de uma comunidade e daqui partir em demanda da cultura e das estruturas sociais. A motricidade surge sempre carregada de sentido. Afinal, porque é ela a estar em jogo em qualquer actividade humana. (...) “... a cultura desportiva (...) representa um domínio da cultura física que sintetiza as categorias, as instituições e os bens materiais, criados para a valorização da actividade física, nos quadros da pedagogia, do lazer ou da competição, com o fim do aperfeiçoamento biopsicológico e espiritual do homem...”. (p. 62-63).

Otermo CulturaCorporal temduplo sentido: noprimeiro,sepressupõeumatécnica sobre o corpo, com a palavra cultura significando sinônimo de treinamento, adestramento do corpo; é nesse sentido que termos como culturismo e fisioculturismo são utilizados. O sentido de Cultura Corporal parte da definição ampla de Cultura e diz respeito ao conjunto de movimentos e hábitos corporais de um grupo específico (DAÓLIO, 1995). Para esse autor, é evidente que o conjunto de posturas e movimentos corporais representam valores e princípios culturais. Ao falar das técnicas corporais, serve-se de Mauss, que as definiu como as maneiras de se comportar de uma sociedade; esse antropólogo francês considerou os gestos e os movimentos corporais como técnicas próprias da cultura, passíveis de transmissão através das gerações e imbuídas de significados específicos: “...Técnicas corporais culturais, porquetodatécnicaéum hábito tradicional, que passa de pai para filho, de geração para geração”. Só é possível falar em técnica, por ser cultural. (MAUSS, 1974, v.2, apud DAOLIO, 1995 : 26).

Soares (1987),ao refletir sobreo esporte, considerando-oobjetodo aparelhocultural num contexto de análise althusseriana, verifica que esta atividade está sempre a serviço das ações e relações sociais subjetivas de aprendizagem dos “saberes práticos” (“dessavoir fair”). Essas ações e relações são veiculadas através de sua prática, e, geralmente, estão em consonância e no contexto da proposta da classe dominante, com igual disseminação de chauvinismo de primeira ordem:

“Então, poderíamos usar de mediação para a transformação, negando um objeto para substituí-lo por outro, ou seja, será negando totalmente o modelopadrão de esporte elitista que daremos um salto para sua democratização ? Acreditamos que não. Adotando uma linha de pensamento Luckácsiana, não

será através da ruptura com a cultura burguesa, em sua totalidade, que se fará emergir uma nova cultura. Mas, com a revisão crítica da cultura burguesa se resgatarão os elementos culturais válidos para qualquer situação de mudança.” (p. 36).

Atividade deve ser entendida como uma forma de apropriação da realidade e de modificação dessa, que mediatiza a ação humana na natureza. É, portanto, uma propriedade inerente à vida e que se torna humana quando consciente.Aatividade produz a consciência e esta se apresenta como uma linguagem psíquica que revela ao sujeito o mundoqueorodeia(GOELLNER,1992).Entendeserrelevante,aodiscutiraapropriação do conhecimento, abordar a questão da internalização, que nada mais é do que a reconstituição interna de uma operação externa, e que não se dá apenas numa transição simples da atividade externa para o plano interior da consciência, mas na formação do próprio plano; daí ser possível afirmar que a construção do conhecimento e da cultura se dá, a princípio, num plano social e posteriormente, num plano individual. Serve-se de Marx para afirmar que a prática é a base do conhecimento humano, um processo que no decorrer do seu desenvolvimento faz surgir tarefas cognitivas que originam a percepção e o pensamento: a atividade humana, na sua forma inicial e básica é sensorial, prática, durante a qual os homens se põem em contato prático com o mundo circundante, experimentam em si mesmos as resistências desses objetos e atuam sobre eles, subordinando-se às suas propriedades objetivas (p. 290).

Silva (1985) entende ser a prática o processo capaz de servir para transformar a natureza e as relações entre os homens; devendo se orientar por um conhecimento que sirva de luz para o operar e agir da prática. A unidade teórico-prática deve se constituir numa totalidadedialética,aqual nãoprivilegianenhumaisoladamente.Apráticaé fundamental, pois é no concreto das relações sociais que o homem transforma e se transforma.

Marx, nos “Fundamentos da crítica à economia política”, já afirmava que “economizar tempo de trabalho é aumentar o tempo livre, isto é, o tempo que serve ao desenvolvimento completo do indivíduo. O tempo livre para a distração, assim como para as atividades superiores, transformará naturalmente quem dele tira proveito num indivíduo diferente”.

Ao se indagar qual a importância do lúdico e do movimento no processo educacional, se quer saber qual é a importância das atividades que se realizavam no tempo do nãotrabalho, pois é na prática das atividades lúdicas e do movimento - atividades recreativas e desportivas culturais - que o homem conforma seus pontos de vista, seus juízos, suas convicções. Durante a atividade desenvolve suas capacidades de homem, sua iniciativa, sua individualidade. É nela que se dá a assimilação das normas de vida em comum, com a aproximação dos jovens com a riqueza material e espiritual criadas pelas gerações precedentes.

É na corporeidade que se situa o ponto central de encontro do homem consigo mesmo. Ela é “a presença e a manifestação do ser humano...”. (SANTIN, apudALVES, 1997, p. 939). Daí ser a corporeidade a condição primeira para que se reinstaure a presença do ser humano (ALVES, 1997).

Assim, o termo "lúdico" refere-se a atividades ou comportamentos que são relacionados ao jogo, à brincadeira e ao entretenimento. Essas atividades são geralmente realizadas de

forma espontânea e prazerosa, com o objetivo de divertir e entreter, ao mesmo tempo em que podem promover o aprendizado e o desenvolvimento de habilidades sociais, cognitivas e motoras. O aspecto lúdico é frequentemente utilizado em contextos educacionais e recreativos para tornar o aprendizado mais envolvente e agradável, incentivando a participação ativa e a criatividade dos participantes.

"Homo Ludicus" é um termo que se refere ao ser humano como um ser que joga e se diverte.Esseconceito éderivadodolivro"HomoLudens"dohistoriadoreteóricocultural holandês Johan Huizinga, publicado originalmente em 1938. Huizinga argumenta que o jogo é um elemento fundamental da cultura e da sociedade, sendo uma atividade primária e necessária para a geração de cultura. O termo "ludicus" vem do latim "ludere", que significa jogar, e "ludus", que se refere a jogo, esporte, escola e prática. Huizinga sugere que o jogo é uma atividade livre, distinta da vida "ordinária", que cria ordem e não está ligada a interesses materiais. O conceito de "Homo Ludicus" destaca a importância do jogo e da brincadeira na vida humana, não apenas como uma forma de entretenimento, mas também como um meio de desenvolvimento cultural e social.

Huizinga (1980) considera que “ ... mesmo as atividades que visam a satisfação imediata das necessidades vitais, como por exemplo a caça, tendem a assumir nas sociedades primitivas uma forma lúdica”. O lúdico - ludens - abrange tanto os jogos infantis como a recreação, as competições, as representações liturgias e teatrais e o jogo de azar.Aparece em todas as culturas e épocas, sob a forma de jogo, de festa, manifestação de uma dada cultura (HUIZINGA, 1980)

O lúdico, como "forma significante", primária, é compreendido como fator cultural de vida. Em seus aspectos - luta por alguma coisa e representação de alguma coisarepresentam, ambas as funções, uma figuração imaginária de uma realidade desejada. O jogo serve explicitamente para representar um acontecimento cósmico: "A palavra celebrar quase diz tudo: o ato sagrado é celebrado, isto é, serve de pretexto para uma festa", ensina Huizinga (1980). Esse autor não faz distinção entre "jogo" e "festa", pois ambos implicam uma eliminação da vida cotidiana, onde predominam a alegria; são limitados, ambos, no tempo e no espaço; e possuem regras estritas.

Deve-se considerar que existe uma História que explica a esportivização dos jogos e práticas corporais, como existe uma outra História no que se refere a localização dessas práticas em espaços culturais e socioeconômicos distintos (GEBARA, 1994b, 1997, 1998).

Já o termo Homo sportivus refere-se ao conceito de seres humanos como naturalmente atléticos, destacando a importância dos esportes e da atividade física na cultura e no desenvolvimento humano. Essa ideia é frequentemente contrastada com Homo ludens, que foca no jogo e no lazer como aspectos fundamentais da natureza humana.

O conceito de Homo sportivus tem sido influente em várias áreas, incluindo a educação e o desenvolvimento esportivo.

Homo sportivus e Homo ludens são conceitos que destacam diferentes aspectos da natureza humana:

• Homo sportivus: Enfatiza a importância dos esportes e da atividade física. Este conceito vê os seres humanos como naturalmente atléticos e sugere que o esporte é essencial para o desenvolvimento físico, mental e social. A prática esportiva é vista como uma forma de disciplina, saúde e integração social.

• Homo ludens: Introduzido pelo historiador Johan Huizinga, este conceito foca no jogo e no lazer como elementos fundamentais da cultura humana. Huizinga argumenta que o jogo é uma atividade voluntária e prazerosa que está na base de todas as culturas. O jogo é visto como uma forma de expressão criativa, aprendizado e interação social.

Em resumo, enquanto Homo sportivus destaca a importância do esporte e da atividade física para o desenvolvimento humano, Homo ludens enfatiza o papel do jogo e do lazer na formação da cultura e da sociedade.

"Do Homo Movens ao Homo Academicus - Rumo a uma Teoria Reflexiva da Educação Física", tese de Juliano de Souza, busca estabelecer uma teoria reflexiva no campo da Educação Física. Publicada em 2021, a obra aborda diversos aspectos da educação física de maneira crítica e inovadora, explorando a noção de "movência", que se refere ao movimento humano como uma sínteseantropo filosófica da existência.Atese questiona os cânones tradicionais da área e propõe uma nova abordagem que integra a biografia de movimento dos indivíduos com uma perspectiva reflexiva e emancipatória.

O movimento esportivo refere-se à prática e promoção de atividades físicas e esportivas, abrangendo desde a educação física nas escolas até competições profissionais. Ele desempenha um papel crucial no desenvolvimento físico, social e emocional dos indivíduos.Aqui estão alguns aspectos importantes do movimento esportivo:

1. Educação Física: A educação física nas escolas é fundamental para o desenvolvimento das habilidades motoras, promoção da saúde e bem-estar, e incentivo ao trabalho em equipe e respeito mútuo

2. Biomecânica: A biomecânica estuda como o corpo humano se move e como aplicar esse conhecimento para melhorar o desempenho esportivo e prevenir lesões

3. Movência: Conceito que explora o movimento humano como uma expressão cultural e filosófica, integrando aspectos físicos e sociais da prática esportiva

4. Competição e Inclusão: As competições esportivas, como a Olimpíada Escolar Brasileira (OEB), promovem a integração entre estudantes de diferentes regiões e incentivam a prática esportiva desde cedo

Esses elementos mostram como o movimento esportivo é multifacetado e essencial para o desenvolvimento integral dos indivíduos.

O LÚDICO E O MOVIMENTO NO PERÍODO PRÉ COLONIAL

Abbeville (1975) foi quem primeiro registrou, no Maranhão, as atividades dos primitivos habitantes da terra. Para esse autor é por não terem ambições materiais que os índios da Ilha do Maranhão"... vivem alegres e satisfeitos ... quando não estão em guerra, passam a vida no ócio, empregando o resto na dança, na cauinagem, na caça e na pesca, mais para alimentar-se do que para juntar riquezas ...Adança é o primeiro e principal exercício dos maranhenses."(p. 236).

Registra ainda que "... além da dança, têm como exercício a caça e a pesca." Spix e Martius (apud CALDEIRA,1991) afirmam serem os Jês, habitantes entre os rios Tocantins e Capim, hábeis nadadores. Sobre as atividades de corridas, há registro de serem os Timbiras grandes corredores: "... timbiras de canela fina (corumecrs) - hordas nômades que se movimentam entre as áreas banhadas pelos rios Mearim, Alpercatas

e Itapecurú; famosos pela velocidade na corrida, esses índios enrolavam suas pernas com fios de algodão que acreditavam afinar-lhes as pernas e proporcionar-lhes leveza para correr ...".(p. 77-78).

Além da dança, natação e das corridas a pé, realizadas pelos índios, Bettendorf (citado por LOPES, 1975) nos dá conta que em 1678, quando da chegada do primeiro bispo ao Maranhão "... fizeram-se várias representações de encamisadas a cavalo".

Catharino (1995) ao fazer uma análise do “Trabalho índio em terras de Vera ou Santa Cruz e do Brasil” refere-se, dentre esses trabalhos a dois que nos interessam particularmente: “O trabalho desportivo” e “O trabalho locomotor”. Ao analisar o trabalho desportivo considera que nesse mundo, antes da chegada dos brancos, a sobrevivência exigia qualidades atléticas, exercícios constantes, com descanso e repouso intercalados, de duração sumamente variáveis. Por isso, os índios se tornavam atletas naturais, para sobreviver, pois tinham que, em terra, andar, correr, pular, trepar, arremessar, carregar, e, na água, nadar, mergulhar e remar. Realizar trabalho-meio, autolocomotor, com suas próprias forças, apenas e/ou, também, com auxílio de instrumentos primitivos, para obtenção de produtos necessários:

“Entre prática guerreira e desportiva há um nexo de causalidade circulativo, proporcionalmente inverso. Mais prática desportiva, menos guerra. Mais guerra, menos aquela. Causas produzindo efeito repercutindo sobre a causa. Nexo fechado, de recíproca causalidade e efeito. O trabalho-meio, autolocomotor, servia de aprendizado e adestramento – atlético que era – ao competitivo”.

Entre a infância e a puberdade, e a adolescência e a virilidade ou maioridade, entre os 8 e 15 anos, a que chamamos mocidade, os kunnumay, nem miry nem uaçu, tomavam parte no trabalho dos seus pais imitando o que vêem fazer. Não se lhes manda fazer isto, porém eles o fazem por instinto próprio, como dever de sua idade, e já feito também por seus antepassados:

“Trabalho e exercício, esses mais agradáveis do que penosos, proporcionais à sua idade, os quais os isentavam de muitos vícios, ao qual a natureza corrompida costuma a prestar atenção, e a ter predileção por eles. Eis a razão porque se facilita à mocidade diversos exercícios liberais e mecânicos, para distraí-la da má inclinação de cada um, reforçada pelo ócio, mormente naquela idade”.

Após essas explicações, o Autor informa que essa seção – o trabalho desportivo – é dedicada ao trabalho competitivo entre índios, embora caçando e pescando, competissem amiúde com outros animais, considerados irracionais, o que faziam desde a infância. Sem falar nos jogos educativos:

“... jogos e brinquedos (Métraux) dedicou um só parágrafo, quase todos graças a d’Evreux, acerca dos feitos pelos Tupinambás. “Tratava-se de ‘arcos e flexas proporcionais às suas forças’. O jogo, educativo para a caça, pesca e guerra, era possível porque reunidos plantavam, e juntavam cabaças, que serviam de alvo, ‘adextrando assim bem cedo seus braços’. Assim, brincavam os meninos de 7 a 8 anos. Kunumys-mirys. As meninas, na mesma faixa etária, Kugnantins-myris, além de ajudarem suas mães, faziam ‘uma espécie de redesinhas como costuma por brinquedo, e amassando o barro com que imitam as mais hábeis no fabrico de potes e panelas’.

No período pré-colonial vamos encontrar a "corrida de toras, praticada pelos índios Canelas, classificada como pertencente ao grupo das provas de revezamento, procurando se estabelecer ser esta a primeira atividade "esportiva" praticada no Maranhão. Os Canelas,aocodificaremascorridasrealizadas emsuasaldeias -regrasdosbisavós-,estão repetindo o que fizeram outras culturas. Se for aceita a codificação das regras de corridas pelos Gregos em seu período clássico como precursora das regras atuais do Atletismo, também deve ser aceita a corrida entre os Canelas como a primeira manifestação desse esporte em terras maranhenses (brasileiras).

LÚDICO E MOVIMENTO NO PERÍODO COLONIAL

Ao descrever as atividades da educação física no Brasil colonial, Marinho (s.d.) afirma serem a "pesca, a natação, a canoagem e a corrida a pé processos indispensáveis para assegurar a sobrevivência de nossos índios".

No início da colonização do Maranhão, encontramos descrição de luta-jogo trazida por vaqueiros originários dos Açores: a Galhofa - o “wrestling tradicional transmontano”que se define como um desporto de combate. É tida como a única luta corpo a corpo com origens portuguesas. Tradicionalmente, este tipo de luta era parte de um ritual que marcava a passagem dos rapazes a adultos, tinha lugar durante as festas dos rapazes e as lutas tinham lugar à noite num curral coberto com palha. Foi encontrado que em diversas regiões do Maranhão, ainda hoje, se pratica uma luta, que recebe diversas denominações – tarracá, atarracado, atarracar, queda – de origem portuguesa, tradicional hoje nas brincadeiras de crianças. Em depoimento de Álvaro (Vavá) Melo, de Osvaldo Pereira Rocha, e de Edomir Martins, jovens nos seus mais de 80 anos, que quando crianças e adolescentes, costumavam praticar o ‘atarracado’ e o ‘atarracar’, na região da Baixada, onde moravam. Osvaldo Rocha, ilustre pesquisador e historiador, disse-me que, embora franzino, costumava ganhar algumas das ‘brincadeiras’, pois o segredo era a agilidade em agarrar a perna do adversário e levá-lo ao chão; tão logo autorizado o combate, a rapidez com que se lançava ao adversário era fundamental. Já Álvaro Mello, Vavá, cronista do Arari e de São Bento, deu seu depoimento, ressaltando que os embates se davam na beira do rio, e os combatentes saiam cobertos de lama; O mesmo disseAymoréAlvim – ilustre pesquisador hoje aposentado, da nossa UFMA/Medicina. De Barreirinhas, em conversa com alguns professores de educação física de algumas comunidades do interior daquele município, falaram-me haver por ali, ainda, um jogo/luta semelhante ao descrito, mas que ali, denominavam de ‘queda’:

MALUTA OU QUEDA

Características. É uma forma de luta tradicional, conhecida em quase todo o distrito [Guarda] e praticada ainda em várias aldeias. É semelhante à luta greco-romana, embora tecnicamente mais rudimentar. Espaço. É no feno e na palha, no Outono e no Inverno, que os homens que os homens das zonas rurais medem as suas forças testando derrubar o opositor. Também no Verão, na época das malhas, surgem os desafios nas eiras. Desenvolvimento. Na Maluta ou Queda, os dois lutadores agarram-se, passando um dos braços por cima do ombro do adversário e o outro por baixo, entrelaçando os dedos das mãos, assentes sobre as costas do adversário. O único objetivo do jogo é fazer cair o opositor, por forma a que toquem com as costas no solo. Conforme o combinado, poderá fazer-se ou não uso da ‘travinca’ (meter a perna para desequilibrar o outro lutador). Trata-se, pois, de lutas saudáveis, em que os participantes continuam amigos depois de medirem forças,

independentemente dos resultados e das pequenas mazelas que possam ser originados pela entrega mútua ao jogo.

Rei Zulú, que praticava o que denominou de “tarracá” em sua infância, como atividade corriqueira, jogo/luta de sua infância, e dada suas características físicas, em um dado momento,aindanoquartel,vale-sedeambas–aformade‘luta’eaforça–paraconquistar um espaço, que vem a se tornar uma profissão.

Para Meireles (1977) a Igreja teve um importante papel na colonização do Maranhão, indo além do mundo espiritual, representando o único freio moral de uma população brutalizada e ignorante. É nessa mesma igreja que essa população encontra "... uma diversão e uma alegria que quebrasse a monotonia desesperada de uma vida prenhe de perigos e vazia ...". Essa alegria era presentada pela beleza litúrgica do cerimonial religioso,

"O Te-Deum, a missa, o sermão, a novena, a procissão, o canto coral, a música do cravo no coro, o repicar dos sinos nas torres e a comédia que os noviços representavam em dias de festas, no adro dos templos, eram a única distração e a única alegria que regularmente se concedia àquela gente."(p.65).

RegistraMeireles (1977)quetevelugar, aseguir, no adrodaigreja,"... uma comediazinha ... finda ela, foi D. Gregório para a casa de Manuel Valdez ... onde, por oito dias consecutivos, ou mais, houve representações de encamisadas a cavalo, danças e outros gêneros de demonstrações de festas e alegria." (p. 76).

As encamisadas constituíam-se, outrora, um cortejo carnavalesco que saía às segundasfeiras, com seus componentes vestidos de longas camisas e mascarados de branco, fazendo momices. Câmara Cascudo (1972) registra que "... primitivamente foi ataque de guerreiro, onde os soldados punham camisas sobre as couraças como disfarce. Depois, mascarada noturna, com archotes. Tornou-se desfile, incluído nas festividades públicas". (p. 368):

"Em Portugal, desde velho tempo a cavalhada era elemento ilustre nas festas religiosas ou políticas e guerreiras. Mesmo nas vésperas de São João havia desfile de que fala um documento da Câmara de Coimbra, citado por Viterbo, aludindo em 1464, 'à cavalhada na véspera de São João com sino e bestas muares'. No Brasil apareceu desde o século XVII com as características portuguesas". (p 259).

Câmara Cascudo (1972) registra o termo "cavalhada" referindo-se a desfile a cavalo, corrida de cavaleiros, jogo das canas, jogo de argolinhas ou de manilha. "Esses jogos eram um produto do feudalismo e da cavalaria", afirma GRIFI (1989), ao referir-se às atividades esportivas do medievo, período em que os jogos cavalheirescos se destacavam entre as manifestações atléticas e esportivas. De acordo com esse autor, os principais e mais famosos jogos cavalheirescos eram: o torneio, o bigorno, a giostra, o carosello, o passo d'arma, a gualdana, a quintana, a corrida dall'anello

Para Lopes (1975), além dos encamisados,

"Jogaram, decerto, a cana e a argolinha. E nesses torneios do tempo colonial os corcéis eram árdegos, de viçosa estampa e traziam arreios de preço. Os cavaleiros e seus 'peões' vestiam com esmero trajes de cores vivas e os

primeiros, montados à gineta ou bastarda, exibiam a sua destreza na arte nobre de bom cavalgar." (p. 49).

A argolinha é encontrada desde o século XV em Portugal e, de acordo com Grifi (1989), a corrida dall'anello - corrida do arco - consistia de corrida a cavalo, lançado a galope, durante as quais os cavaleiros deviam enfiar a lança ou a espada em um arco suspenso. Vencia quem conseguia enfiar o maior número de arcos. Originária de antiguíssima justa, desde o século XVI que se corre a argolinha no Brasil:

"Pendendo de um arco ou poste enfeitado, uma argolinha deve ser tirada pela ponta da lança do cavaleiro, em desfilada. A argolinha enfiada em lança era oferecida a uma autoridade ou às moças e senhoras, havendo prêmios ... No meio do circo levantam-se dois postes aos quais se prende uma corda ou um arame um pouco frouxo; e deste arame pende uma ponta de um fio ou de uma fita uma pequena argola, mas presa por tal feitio que, sendo tocada ou antes enfiada por uma lança, imediatamente se desprende na ponta da lança. Feito isto, todos os cavaleiros se colocam em fila, defronte e bem longe da agolinha; e cada um por sua vez saindo da fila, firma-se na sela, enrista a lança e fazendo o cavalo disparar, passa entre os dois postes onde está a argolinha e tenta tirá-la." (CÂMARA CASCUDO, 1972, p. 103).

Moraes (1989) ao registrar as festas de São Luís em seu "Guia", informa que "cavalhadas, congadas, fandangos, cheganças e mascaradas, tivemo-los durante o período colonial .... De épocas mais recentes, apesar de virtualmente desaparecidas, so tambor de taboca, lindéo, caninha-verde (...)" (p. 178). Câmara Cascudo (1972), em seu Dicionário do Folclore Brasileiro, registra o verbete "Cana-Verde" ou "Caninha-Verde", mas referindose a uma dança cantada, originária de Portugal, da região do Minho. Consta de uma roda de homens e mulheres que se defrontam, cantando e permutando de lugares. Não se trata, naturalmente, da mesma manifestação, visto ser a "cana" um jogo do grupo das cavalhadas, conforme registra o Conde de Sabugosa: "...pela transformação da arte militar acabaram as escaramuças, os jogos de canas e os desafios de cartel em que os mantenedores e aventureiros de armas brancas ao som de trombetas, sacabuchas, charamelas, pífanos e tambores defendiam em combates simulados as belas Celindaxas...Justamente com a cavalaria a gineta e o trajar pomposo do século passado, morreram as cavalhadas, a argolinha, a cabeça-de-turco e o pato...". (p. 37).

Em 1713 os jesuítas fundaram, em Maranhão, a “Casa dos Exercícios e Religiosa Recreação de Nossa Senhora da Madre de Deus”, em São Luís. Localizada na Ponta de Santo Amaro, era destinada à recreação e descanso dos religiosos e dos alunos do Colégio Máximo do Maranhão, nos fins de semana; ou ainda para realização dos exercícios espirituais; além dos religiosos, recebiam pessoas do povo, para os exercícios espirituais - hoje, seriam os retiros. A Quinta já existia desde 1713, quando o CapitãoMor Constantino de Sá requisitou à Câmara a utilização de certos materiais existentes nessa ponta de Santo Amaro para uma ermida que estava erguendo a “Nossa Senhora da Madre de Deus, Aurora da Vida”. Os padres compraram a Quinta para Casa de Campo dos Mestres eestudantes do ColégiodoMaranhão, noqual havia,em 1731, estudos gerais de Teologia, Filosofia, Retórica, Gramática, e “ultimamente uma escola de ler, escrever e

contar”.Aeste primeiro destino – casa de campo, a tal casa de recreação -, veio juntar-se, anos depois, o de servir para Casa dos Exercícios Espirituais. A casa ficou juridicamente dependente do Reitor do Colégio, mas com administração autônoma, sob a regência de um Superior próprio.

1760 - A Casa constava de dois corredores: um que era a frontaria a par do frontispício da nova igreja, com 10 aposentos, cinco em cada andar, “para hospedagem dos exercitantes seculares e habitação dos religiosos da casa”; outro corredor, de norte a sul, com outros tantos cubículos, destinados ao repouso e recreação dos estudantes.

Rossini Corrêa (1993), comenta uma carta de João Tavares a um superior seu – seriam as “Breves descrições...”? -, descrevendo a paisagem da Ilha de São Luís, ante a chegada possível de missionários europeus ao Maranhão.Afirma que aqueles religiosos deixariam as delícias da Itália, não pelos trabalhos, mas pelas recreações do Maranhão, conforme consta das “Breves descrições...”, tecendo os seguintes comentários:

"Como na Ilha Grande foi decantada pelo espaço contrário aos trabalhos (os quais, no mínimo, resguardaria) antieticamente haveria de apresentar expressiva contenção de exercícios corporais, enquanto expressão de labuta, de fadiga e de descanso decorrentes de diligência em atividade física. Permitiria - na contrapartida da terra de gente excepcional - a alternativa das recreações para o cultivo e o requinte do espírito. Desdobrado da hipótese das recreações coletivas, o raciocínio desenclausurado outro não é, senão o de que, no Maranhão, seria comunitária a amizade pelas luzes, pela razão, pela sabedoria etc., considerada a educação do pensamento e do sentimento um fragmento indispensável das recreações. ." (40).

“A afirmativa do padre João Tavares foi riquíssima, porque vaticinou uma permuta - as delícias (da Itália) pelas recreações (do Maranhão). Sociologicamente significativa, haja vista que, na substituição, as delícias européias não terminariam trocadas pelos trabalhos americanos. Ao contrário, o fundamento do intercâmbio seria a validade indicada como vantajosa - a das recreações maranhenses." (p. 39).

LÚDICO E MOVIMENTO NO PERÍODO IMPERIAL

Século XIX foram encontradas algumas formas de atividade física, como as caminhadas: “... as moças e rapazes formavam bandos gárrulos e irrequietos que, desde a madrugada até o cair da tarde, saíam em excursões pela floresta e pelos sítios vizinhos, voltando carregados de cófos com frutas, cachos de jussaras e de buritis, flores silvestres, emfim, tudo que apanhavam pelos caminhos e atalhos.” (DUNSHEE DE ABRANCHES, 1970, p 28).

Além desses passeios, praticava-se a caça, como o fazia Garcia de Abranches - o Censor -: "e , quando imaginava dar uma batida às pacas, pouco se importava do sol e da chuva: não regressava a casa antes de trazer as vítimas visadas". Seu filho, Frederico Magno de Abranches - o Fidalgote – era:

“... Atirador emético e adestrado nos jogos atléticos, alto, magro e ágil, trepava como um símio até os galhos mais finos das árvores para apanhar uma fruta cobiçada pelas jovens ali presentes. Encantava-as também a precisão dos seus tiros ao alvo. E causava-lhes sustos e gritos quando trepava sem peias por um coqueiro acima ou se balançava no tope de uma jussareira

para galgar as ramas de uma outra em um salto mortal, confirmando o título que conquistara entre os da terra de campeão da bilharda.”(DUNSHEE DE ABRANCHES, 1970, p. 28)

Dunshee deAbranches (1970), em suas memórias, descreve como eram passados os dias de passeio por essa classe formada pelas “gentes de bem”, fazendo o relato de um passeio ao sítio de seu avô, o rico comerciante português Garcia de Abranches - o Censor -, nos arrabaldes de São Luís, quando as famílias dos amigos então se reuniam para passar os períodos de festas e os finais de semana:

“Garcia de Abranches tinha a paixão da caça; e , quando imaginava dar uma batida às pacas, pouco se importava do sol e da chuva: não regressava à casa antes de trazer as vítimas visadas. [...] “... Atirador emético e adestrado nos jogos atléticos, alto, magro e ágil, [Frederico Magno] trepava como um símio até os galhos mais finos das árvores para apanhar uma fruta cobiçada pelas jovens ali presentes. Encantava-as também a precisão dos seus tiros ao alvo. E causava-lhes sustos e gritos quando trepava sem peias por um coqueiro acima ou se balançava no tope de uma jussareira para galgar as ramas de uma outra em um salto mortal, confirmando o título que conquistara entre os da terra de campeão da bilharda. [...] “A monotonia das noites era sempre suavisada por divertimentos improvisados. Enquanto os três velhos [Garcia de Abranches, Comendador Meireles e Manoel Portinho] , chefes de família, se entretinham em partidas de cartas ou de gamão, com alguns roceiros vizinhos, os moços mantinham-se sempre em constante hilaridade e algazarra a propósito dos jogos de prendas ou iam para o terreiro ouvir os desafios dos cablocos, tocadores de viola.”(p. 28).

Ainda se referindo ao Fidalgote, como era conhecido Frederico Magno deAbranches, seu sobrinho relembra que

“... Os dois namorados [Frederico e Maricota Portinho] tiveram assim, momentos felizes de liberdade e de alegria, fazendo longos passeios pelos bosques, em companhia de Milhama, ou passando horas inteiras a jogar a péla de que o Fidalgote era perfeito campeão ...” (DUNSHEE DE ABRANCHES, 1970, p. 31).

Oliveira Marques ao referir-se às distrações na idade média em seu “A Sociedade Medieval Portuguesa”, refere-se ao jogo da péla, como pertencente ao campo dos desportos violentos:

“D. Duarte não o louvava (ao jogo da péla), antes pelo contrário o incluía na lista dos jogos que entretinham a mocidade da sua época, em detrimento dos exercícios de cavalaria. Mas D. João I encarava o jogo da péla como muito útil para o treino das armas: ‘e hoje em neste dia alguns, quando estão folgados e lhes é mister fazerem em armas, jogam alguns dias a péla, porque este jogo lhes faz tender os membros’. Não possuimos descrição deste jogo de bola, que deveria ser de arremessos, talvez com o intuito de derrubar qualquer obstáculo ou simplesmente de atingir um ponto distante.” (citado por VIERIA E CUNHA & FEIO, s.d., p. 85).

Fortunato de Almeida (in História de Portugal, tomo V), ao referir-se aos costumes e aspectos sociais, falando dos jogos desportivos e passatempos diversos, descreve o que seria o jogo da péla:

“Nas ruas e outros lugares públicos concorriam muitos eclesiásticos e seculares a jogar e a ver jogar a ‘bola ou mancaes’. O Bispo de Coimbra D. Afonso de Castelo Branco, nas suas constituições de 1591, proibia aos eclesiásticos semelhantes exibições; e proibia em especial o jogo da pela nos jogos públicos, ‘principalmente despindo-se em calças e gibão, como alguns com poucos respeito de seu estado fazem’, No século XVIII chamava-se a este jogo o jogo dos paus. Mancais era o nome que no século XVI se dava aos paus destinados a ser derribados com a bola. [...] “Em Lisboa, jogava-se a péla num pátio descoberto e público em cuja porta esteve este dístico latino: Lude pede, insulta, suda, contende, labora;

Si tibi contingat perdere, solve, tace.

“Jogavam seus parceiros, três de cada parte, com péla de couro, que se enchia de ar com uma seringa. Jogou-se a princípio com a palma; nos princípios do século XVIII, introduziu-se o uso francês de jogar com raqueta.”. (citado por VIERA E CUNHA & FEIO, s.d., p. 90-91).

Grifi (1989), ao se referir aos jogos de bola, encontrou que Galeno, “o famoso médico grego”, recomendava tal prática para fins higiênicos e até mesmo escreveu um tratado específico sobre “o jogo da pequena bola”. Mas os jogos de bola, na Grécia, já aparecem nos poemas homéricos (p. 68). Mais adiante, afirma que nos séculos XIV, XV, e XVI destacou-se mais que os outros os jogos da bola, que se fundiu-se às manifestações folclorísticas, no novo contexto das estruturas renascentistas:

“Na França, particularmente, a bola (de dimensões maiores da normal), nascido no tardo-medievo, como instrumento de contenda incruenta, torna-se momento lúdico e agonístico, aberto a todos. Os jogos mais conhecidos são a paume, o pallone, a soule, a crosse, aos quais seguiram-se, na Itália, o calciofiorentino, o pallone al bracciale, a pallacorda, a palla al vento, a pallamaglio, o tamburello. [...] “A paume (jeu de paume) consiste em bater a bola com a mão e substituiu os ludus pilae cum palma romano; conhecido já no século XII foi jogado melhor no período sucessivo, até dar vida ao atual tênis. “ (GRIFI, 1989, p. 188).

Lyra Filho (1974), ao discorrer sobre os jogos com bola em diferentes culturas, refere-se ao tlatchtli praticado pelos primitivos mexicanos, numa descrição do Abade Prévost: “o local deste exercício é parecido com o jogo da péla e o instrumento consiste numa pelota feita de goma de uma árvore que se desenvolve em estufas quentes ... não se marcavam chaças como nojogo dapéla”(p.152).Mais adiante,aoreferir-seaos costumesdos índios brasileiros, e descrever o jogo de petecas, afirma que esta distingue-se da péla romana (p. 175)

A vida social de São Luís procurava manter os foros aristocráticos. À Sociedade Filarmônica sucedera o Clube Familiar.As festas dos Remédios, de Santa Filomena e de SantoAntônio"...serviamdepretextotambém paraasexibiçõesdemodasedeelegâncias ... " (ABRANCHES, 1941, p. 131) A festa dos Remédios tornou o largo onde era realizada famoso. Realizada no mês de outubro, "quando sopravam os ventos gerais e o solémornoecaricioso"(VIEIRAFILHO,1971,p.88),essafestafoidescritapordiversos cronistas e escritores mas nenhum o fez de modo tão feliz, evocador e pitoresco como João Francisco Lisboa.

Lisboa (1991) dedica dois folhetins às festas de São Luís - a de Nossa Senhora dos Remédios e à Festa dos Mortos ou A procissão dos Ossos - destacando ser a primeira a "mais popular desta boa cidade de São Luís" (LISBOA, s.d., p. 27), querendo dizer ser esta a mais concorrida pelo povo de todas as classes e condições, "e a que, na variedade das distrações queproporcionava,deixamais satisfeitos os concorrentes". JoãoFrancisco Lisboa (1991), o Tímon, vencendo a feroz misantropoia de que o acusavam propõe-se a narrar "o mais agradavelmente que puder" (p. 307) o que tão agradavelmente presenciou e gozou:

"Já um mês ou mais antes do dia da milagrosa Senhora, começa o azáfama da sua festa; as belas e os elegantes perdem o sono, imaginando nos meios de melhor ataviar-se ... Aviados ou não os preparativos, no dia aprazado começam as novenas, anunciadas a girândolas de foguetes, ao estouro das bombas, a toque de zabumba, e a repiques de sinos, ao meio-dia em ponto na ermida da milagrosa Virgem. É de notar que no Maranhão as festas públicas, quer religiosas, quer civis ou políticas, parecem que nada valem sem foguetes, sinos, zabumbas, bandeiras, ariris, acessório obrigatório a quase todas elas.” (LISBOA, 1991, p. 308; LISBOA, s.d., p. 29).

A festa dos Remédios, segundo esse autor, tem a particularidade de se dividir em duas partes, uma externa e outra interna:

"Eis a externa. O povo, sem distinção de classe e condições, aflui ao anoitecer de todos os pontos da cidade, e ocupa promiscuamente o Largo dos Remédios, uns de pé, outros sentados em bancos e cadeiras, uns parados, outros passeando, aqueles fumando, estes devorando doces, estes outros simplesmente conversando, e alguns até engolfados em silenciosa e gozosa meditação. Cada um vestido segundo o seu capricho. E a todos a lua ilumina, o vento refresca, e a poeira incomoda sofrivelmente. Reina por toda parte o prazer e a cordialidade, e é quase geral a efusão dos bons sentimentos ...

“ No antigo alpender de Nossa Senhora, e numa barraca erguida a poucos passos de distância, tocam alternadamente a música dos Educandos [Artífices], e a banda de cornetas do Corpo Fixo.- Nem escolha nas peças; nem esmero na sua execução; os instrumentos parecem velhos e rachados, e estão certamente desafinados. Será prudente aplicar o ouvido e a atenção a outros objetos ...

“Agora a parte interna.- entremos na igreja. É pequenina, e está principalmente atulhada de pretas e mulatas; as brancas, as senhoras, a gente do grande tom, essa ocupa as tribunas, as janelas, e até os púlpitos que das salinhas assobradadas, que estão ao lado da igreja, deitam para o interior dela. Nestas salinhas, há mais fresco, e melhor companhia, e o escrito mais bem disposto, pode melhor entregar-se à devoção e às meditações religiosas ... Silêncio, e a postos ! Os cânticos vão começar ! Toca a encher os melhores lugares. Os nossos cavalheiros, cuja cortesia é aliás digna de um eterno renome, nem sempre dão a precedência às donas e donzelas, como a razão e ordem consertavam. Elas também querem ver e ouvir...". (O PUBLICADOR MARANHENSE no. 1173, 15.out.1851, citado em OBRAS DE JOÃO FRANCISCO LISBOA, v. IV, 1991, p. 308-313).

Moraes (1989) comenta que João Lisboa não fez uma mera descrição da festa, mas de um vasto e movimentado conjunto de quadros, retratos e análises da vida em São Luís (p. 13).

Aluisio Azevedo, em "O Mulato", não se furta à tentação de descrevê-la. Refere-se ao folhetim de João Lisboa, quando o Freitas explica a Raimundo que São Luís tem seus encantos, citando "os nossos faustos -A festa dos Remédios !" (p. 50).Após descrevê-la (1881), e compará-la com a descrição que o Tímon fizera (1851), afirma que "- Há também para os moleques, um pau-de-sebo, balanços e cavalinhos. É verdade, o doutor sabe o que é um pau-de-sebo ?" (p. 52).

Para Domingos Vieira Filho (1971), a Festa dos Remédios:

" Eram três dias de ruidosa alegria, a que não faltavam fartas comesainas, barracas de sorte, leilões de prenda, balões de papel colorido soltos entre a bulha festiva da meninada, palmeiras ariri, de onde pendiam lanterninhas chinesas e luminárias, cadeiras de passeio no largo, e como remate obrigatório, o flirt de moçoilas cruelmente espartilhadas e afundadas num ror intérmino de anáguas e saias, com o repazio despreocupado, casquilho e feliz, a imaginação ardendo em chamas de românticas aventuras." (p. 88-89).

Além das festas religiosas, haviam as profanas, com o carnaval do Maranhão se constituindo desde o período colonial em ponto máximo de atração da cidade. Como hoje, o carnaval de rua dominava soberano: "... e dava gosto participar do movimento do corso e sair pelas ruas engrossando o bando de mascarados e entrudando os encautos. Para o Largo dos Quartéis (Praça Deodoro) convergiam assim todas as brincadeiras de caninha verde, de cheganças e de fandangos, os ursos, os estrepitosos baralhos, os fofões guisalhantes com suas carecas e narizes medonhos, tudo enfim se concentrava numa folia animada, a vez por outra não faltavam entrevero em pauladas e correrias." (VIEIRA FILHO, 1971, p. 66).

Dunshee de Abranches (1941), lembra em suas memórias que o "Velho Figueiredo, o decano dos fígaros de São Luís" (p. 155), mantinha em sua barbearia - a princípio na Rua Formosa e depois mudada para o Largo do Carmo - um bilhar, onde:

"... ahí que se reuniam os meninos do Lyceo depois das aulas, e, às vezes, achavam refúgio quando a polícia os expulsava do pátio do Convento do Carmo por motivos de vaias dadas aos presidentes da Província e outras autoridades civis e militares. Essas vaias era quasi diárias...". (p. 157).

1869Aluísio Azevedo – ainda estudante do Liceu nos seus 12 anos de idade, costumava "... brincar, estabelecendo-se entre minha divertida pessoa e a pessoa austera de meus professores a mais completa incompatibilidade". Narra as estripulias da época, em companhia dos amigos de infância:

"Criado a beira-mar na minha ilha, eu adorava a água. Aos doze anos já era valente nadador, sabia governar um escaler ou uma canoa, amarrava com destreza a vela num temporal, e meu remo não se deixava bater facilmente pelo remo de pá de qualquer jacumariba pescador de piabas." (citado por MÉRIEN, 1988: 47).

(Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo, nasceu em 14 de abril de 1857 em São Luís do Maranhão).

LÚDICO E MOVIMENTO ESPORTIVO NAREPÚBLICA

SÉCULO XX - Os "sportsmen" maranhenses tentam implantar mais uma modalidade esportiva - desta vez, voltou-se para o remo, e a utilização dos rios Anil e Bacanga. 1900 é criado o "Clube de Regatas Maranhense", instalado na Rua do Sol, 36. Manoel Moreira Nina foi seu primeiro presidente. Na Escola de Aprendizes de Marinheiros o remo também era praticado, dispondo de uma guarnição que treinava diariamente. ContavacomosvogasCantuáriaeFulgêncioPinto;comosota-vogas,AlmeidaeAbreu; na proa, Belo e Matos; sota-proas, Zinho e Oliveira e o patrão era Fritz.

1903ChegaàSãoLuis o ProfessordeEducação FísicaMiguel Hoerhann,quevai assumir o Serviço de Educação Física da Secretaria de Educação, criado naquele ano, para atender às exigências da legislação de ensino.

Djard MARTINS (1989) registraem seu já clássico “Esporte, um mergulho no tempo” o nascimento das atividades esportivas no Maranhão e traz Miguel Hoerhann como o primeiro professor de Educação Física, atuando na Escola Normal, Escola Modelo, Liceu Maranhense, Instituto Rosa Nina, nas escolas estaduais e até nas municipais, estimulando a prática da cultura física: "E para coroar de êxito esse idealismo, esteve à frente da fundação do Club Ginástico Maranhense..." (MARTINS, 1989).

É o próprio Miguel quem confirma essa condição, em nota publicada no jornal “O Paiz” em 21 de novembro de 1909, no Rio de Janeiro:

‘EDUCAÇÃO PHYSICA/CARTÃO COMEMORATIVO DE 20 ANOS DE TRABALHO NO BRASIL/

Mens sana in corpore sano;/ vita non este vivere;/sede vivere

Miguel Hoerhann, capitão-tenente honorário da armada nacional, professor de educação física da Escola Naval, Colégio Militar, Externato Aquino, e professor de ginástica e esgrima do Automóvel Club do Brasil – Ex-professor dos colégios Brasileiro-Alemão, Abílio Rouanet, João de Deus, Instituto Benjamin Constant, e Instituto Nacional de Surdos Mudos, no Rio de Janeiro. Ex-professor dos colégios São Vicente de Paulo, Notre Dame de Sion, Ginásio Fluminense e Escola Normal Livre; sócio-fundador e 1º. Turnwart do Turnerein Petrópolis, em Petrópolis. Ex-professor da Escola Normal e grupos escolares Menezes Vieira e Barão de Macaúbas e do colégio Abílio, em

Niterói. Ex-diretor do serviço de Educação Física; ex-professor da Escola Normal, escola modelo Benedito Leite; Instituto Rosa Nina, Liceu Maranhense, e escolas estaduais e municipais; fundador e 1º presidente e 1º diretor dos exercícios do Club Ginástico Maranhense; em S. Luis do Maranhão Ex-professor do Ginásio São Bento e ex-secretário do I. e R. Consulado da Áustria e Hungria, em São Paulo. 20 anos de devotado trabalho no Brasil (de 24 até 44 anos de idade, desde 1889 a 1909). ExInstrutor da imperial e real marinha de guerra da Áustria, condecorado com a medalha militar de bronze, conferida por sua imperial e real majestade apostólica Francisco Jose I, Imperador da Áustria-Hungria (desde 15 até 23 anos de idade, 1880-1888).

Aprimeirareferênciaque setemdesseprofessorde educaçãofísicaédeum diplomadado a diversas autoridades e intelectuais, dentre os quais a Fran Paxeco, Cônsul Honorário de Portugal no Maranhão; consta ‘aos propugnadores da educação physica’ e está assinada por Miguel Hoerhann, Diretor da Educação Physica, e foi passado em 18 de maio de 1904

201408272214461409188486_92111409188486_9212.pdf (cultura.ma.gov.br)

Miguel Hoerhann foi instrutor de artilharia do império austro-húngaro, professor de esgrima e ginástica sueca nos estados do Maranhão e Rio de Janeiro. Nesta cidade, a ginástica era voltada para o treinamento militar dos novos cadetes e oficiais da Marinha Brasileira e do Colégio Militar. Miguel tem vasta produção de artigos em periódicos e é autor do livro Esgrima de Baioneta, publicado no Maranhão em 1904

Na Gazeta de Petrópolis, edição de 15 de setembro de 1903, informa-se que Miguel Hoerhann estava em São Luís, nomeado que fora Diretor da Educação Physica, conforme a edição 204 de “A Pacotilha”, da capital do Maranhão:

No dia 04 de junho de 1903 aparece anúncio n´A Pacotilha em que Miguel Hoerhann, como já fizera em Petrópolis e Niterói, oferece seus serviços como professor particular

de ginástica; logo no dia 05/06, anuncia o início das aulas; A 30 de junho, outro aviso, convocando os alunos inscritos.

No mês de agosto novo anúncio em A Pacotilha, do dia 31, já assinado como Diretor da Divisão de Educação Física do Maranhão, sobre a realização de um concurso poético, tendo por tema a Ginástica. Verifica-se que se referia ao Turnen, haja vista a citação dos “4 Fs”, como a divisa da ginástica:

“Abre-se aos cultores das musas uma produção poética, em que Entre as palavras que constituem a divisa da gymnastica: FIRMA, FORTE, FRANCO, FIEL, e que tenha por tema a glorificação da abnegação, do trabalho perseverante e nobre, do vigor do espírito como consequência dos exercícios physicos [...]”

O anúncio se repete nos meses seguintes, sendo que a 26 de setembro aparece um poema exaltando a ginástica, de autor anônimo. Conforme a redação, não querendo participar do concurso, mesmo assim faz seu poema.

Em outubro de 1903, reabria as aulas de ginástica.

Em 1904, Fran Paxeco escreve artigo louvando a iniciativa de Miguel Hoerhann em promover o concurso poético, e divulgando a ginástica entre a juventude.

No mês de agosto de 1904, Miguel faz publicar anúncio em A Pacotilha (22 de agosto) em que pretende comprar armas de índios.

Em setembro, convocam-se os sócios do Clube Ginástico Maranhense. Nota-se o símbolo dos “4 Fs”

Turnen é uma prática cultural alemã que surgiu no século XIX, desenvolvido por Friederich Ludwig Jahn com o objetivo de preparar homens fortes para lutar pelo país. Era concebido como uma prática masculina e estava ligado a correntes intelectuais e mudanças políticas da época. No início do século XIX, o pedagogo alemão Friedrich Ludwig Christoph Jahn (1778-1852) foi um dos responsáveis por transformar a ginástica artística em modalidade esportiva.

No ano de 1811, ele sistematizou a prática da ginástica e fundou clubes de ginástica para jovens e interessados na modalidade. Além disso, ele ainda criou diversos aparelhos utilizados até hoje, tais como o cavalo com alças, traves, barras paralelas e horizontais. Por esses motivos, Friedrich Ludwig Christoph Jahn é considerado o “pai da ginástica”.

O turnen visava uma relação entre Estado, escola, nacionalismo e militarismo, que vinculava corpo com disciplina, convívio social, preparação militar, nacionalismo e germanismo (TESCHE, 2002). Para efeito de esclarecimento, turnen, Turn e Turner é um radical alemão que também está presente em várias línguas germânicas, tanto em línguas desaparecidas quanto em vivas, em todas elas significa torcer, virar, voltear, dirigir, mover, fazer grande movimento. Tesche utiliza, em seu trabalho, os vocábulos Turnen e Ginástica como sinônimos.

Turnen, por sua vez, é constituído pela ginástica (Geräteturnen mais tarde Kunstturnen –ginástica artística), pelos jogos, pelas caminhadas, pelo teatro, pelo coral. De maneira que não existe um vocábulo que consiga traduzir com fidelidade o sentido de Turnen para o português; como dito, Tesche, ao utilizar o vocábulo “ginástica”, em seus estudos, se refere ao Turnen. Para MAZO e MÜHELEN (2013) o Turnen é uma expressão do idioma alemão traduzido como “ginástica” por Tesche (2011), mas que além da ginástica com aparelhos (atual ginástica artística) englobava a corrida, jogos, esgrima, entre outras práticas.

Como observou Leomar Tesche (1996, 2002), não existe um vocábulo que consiga traduzircom fidelidadeo sentidode Turnen parao português. “Fazerginástica”seriauma tradução para Turnen, ou seja, um conjunto de exercícios corporais realizados no solo ou com auxílio de aparelhos e aplicados com objetivos educativos, competitivos, artísticos, etc.

O Turnen e a ginástica estão relacionados, mas têm origens e abordagens diferentes. Para Finocchio (2013) emprega essa terminologia – gymnastica - para se referir a uma prática educacional em construção no século XIX: “Os termos gymnastica ou exercícios gymnasticos foram utilizados no interior do Collegio de Pedro Segundo para fazer referência às práticas corporais – esgrima, jogos e exercícios ginásticos propriamente ditos – que eram oferecidos aos seus alunos. Hoje, o termo Educação Física se adéqua a esse significado, ou seja, a disciplina escolar responsável por tematizar as diversas atividades corporais construídas pela humanidade ao longo do tempo: esporte, dança, ginástica, jogos, lutas e outras manifestações. (GONDRA, 2000, p.125).

A ginástica é um conceito que engloba modalidades competitivas e não competitivas e envolve a prática de uma série de movimentos exigentes de força, flexibilidade e coordenação motora para fins únicos de aperfeiçoamento físico e mental. Tem sua origem no grego, gymnastiké - da palavra grega “gymnos” (nu) pelo fato de, na antiguidade clássica, os exercícios se praticarem com o corpo nu. É o conjunto dos exercícios corporais sistematizados, para esse fim, realizados no solo ou com auxílio de aparelhos e aplicados com objetivos educativos, competitivos, artísticos e terapêuticos, etc.

A prática só voltou a ser retomada - com ênfase desportiva e militar - no final do século XVIII, na Europa, com a influência de vários pensadores que se debruçaram sobre as vantagens da prática do exercício físico, destacando-se o contributo de Jean-Jacques Rousseau na obra pedagógica "Emílio", em que o autor se refere à necessidade da pratica física como meio para atingir a razão. A partir daqui surgiram várias correntes, que encontraram eco na Alemanha com Johann Bernard Basedow, pedagogo e educador, que conseguiu assimilar e transformar os princípios orientadores de Rousseau e impulsionou a ginástica, tendo para isso criado em 1775 o pentatlo de Dassau, no seu

"Philanthropicum", constituído por provas de corrida, saltos, transporte, de equilíbrio e detrepar.Foi oprimeiro pedagogo,desdeaAntiguidade,adefenderqueo exercício físico deveria fazer parte dos programas das escolas primárias.

Em 1784, Christian Gotthlif Saltzmann, pedagogo e educador, abre outro "Philanthropicum", em Schneppenthal. Em 1785, Johann Christoph Friedrich GutsMuths, professor e educador, inicia sua obra com um novo conceito de ginástica. Foi um impulsionador da educação física obrigatória; utilizou o "Philanthropicum" de Schnepfenthal, incluindo a par da corrida, saltos, lançamento, luta e natação, os exercícios de trepar e de equilíbrio. As ideias filantrópicas e os conteúdos pedagógicos de Guts-Muths tiveram eco nos países da Europa, especialmente na Suécia, Dinamarca e França.

No período de 1861 a 1871 verifica-se a presença de alunos de nacionalidade brasileira no Philantropinum, sediado em Schnepfenthal; dentre esses alunos vamos encontrar alguns membros da família LaRoque estudante nessa escola: Jean, Auguste; Henri; Guilherme, Luiz, e Carlos. Procedentes do Pará, foram para a Alemanha, e retronaram, pelo porto de São Luis. Encontra-se membros da Família LaRocque no Maranhão – do então senador Henrique de LaRocque Almeida. Os LaRocque - importante família estabelecida no Pará. Efetivamente, alguns LaRocque se estabeleceram no Maranhão, a partirde1832.HenriqueArturdeSousa-genealogistaestabelecidoemBrasíliaencontrou documentos no Arquivo Público do Estado do Maranhão “firmados de próprio punho” de três membros da família LaRocque, quando de sua chegada, “de que haviam estudado na Alemanha”, numa cidade chamada Schnepfenthal !

Em anúncio sobre os exames que se realizariam com os alunos da Escola Normal, Miguel Hoerhann fez parte da banca examinadora da Disciplina de Desenho; será que além de Ginástica, ensinava naquele estabelecimento também desenho:

Ao que parece, em 1911 Miguel Hoerhann já estava no Rio de Janeiro. Fran Paxeco escreve novo artigo sobre “jinastica’ (sic), ressaltando o trabalho de nosso professor de educação física:

Em 1911, Miguel Hoerhan ministrava “exercícios de gymnastica sueca, de esgrima, de espada e florete” no Colégio Militar – Rio de Janeiro. É listado junto com outros professores –“dirigidos pelos instructores professor Miguel Hoerhan, tenente Migrel Ayres e capitão Valério Falcão” – durante visita dos membros do Conselho Superior de Ensino. (Diário Oficial da União (DOU) de 12/08/1911), Pg. 14. Seção 1).

1907 Nhozinho Santos funda um “club sportivo” nos terrenos da sua Fábrica Santa Isabel – o Fabril Athetic Club -, e introduz várias atividades esportivas. Nos festivais esportivos realizados aos domingos, havia a presença de crianças e jovens estudantes que, do exemplo dos mais velhos, vinham a participar dessas matinées. Assim, no dia 26 de dezembro daquele ano, é registrada uma partida de futebol entre alunos da Escola de Aprendizes Marinheiros, como parte de sua preparação física. O futebol, além de outras modalidades e atividades, principiava a ser utilizado como prática de educação física nas escolas:

Aprendizes Marinheiros: Hontem, às 4 horas da tarde, os aprendizes marinheiros, fizeram exercícios de 'foot-ball' na arena do Fabril Athletic Club e um assalto simulado de florete, sob a direção do respectivo instructor da Escola. Os alumnos revelaram-se disciplinados e agiram com muito garbo e desembaraço. Domingo próximo, às 5 horas da manhã, haverá novo exercício no mesmo local". (O MARANHÃO, 26 de dezembro de 1907). (Grifos meus).

1908 A participação de estudantes - da Escola de Aprendizes Marinheiros - e de filhos dos sócios, dos diversos clubes constituídos, não só para a prática do "foot-ball association", caso do Fabril e do Maranhense, e mais tarde, do Onze Maranhense, era comum, nas jornadas que se seguiam. Dentre essas práticas, a esgrima estava sempre presente, com a participação dos Aprendizes Marinheiros : "Fabril Club - Esteve brilhante a partida realizada hontem. Além de inúmeras famílias e cavalheiros, compareceram à festa a Escola de Aprendizes Marinheiros, que sob o comando de seu hábil instructor Sr. David Santos realisou exercícios de fogo e esgrima de baioneta... 3.- Exercício de fogo, bayoneta e esgrima pela Escola de Aprendizes Marinheiros. 5.- Match de Foot-Ball infantil havendo resultado negativo, por se acharem organizados os teams com força igual. Tomaram parte as seguintes creanças: team Bladi & Whate: Fausto Seabra, José Seabra, Frederico Perdigão, José Lopes, Celso C. Rodrigues, Sylvio Rego, Ruy C. Rodrigues, Antônio Rego, Antônio Santos, José M. Lobo, Lúcio Bauerfeldt. "Team Red & White: João Peixoto, Braulio Seabra, Luiz Santos, Pedro Paulo R. Araújo, Ivar C. Rodrigues, Acyr Marques, Carlos Perdigão, Gastão Vieira, Justo M. Pereira, Celso Pereira, José Vieira. Servio de Refere M. Shipton". (O MARANHÃO, Segunda-feira, 08 de junho de 1908).

SETEMBRO era apresentado o programa de uma "matineé sportiva" que seria realizada no Domingo seguinte, na sede do F.A.C., reunindo os "Team Riachuello" - "Estrella Preta" - e o "Team Humaitá" - "Estrella Branca"-, ambos da Escola de Aprendizes Marinheiros, marcada para as 3:45 horas, seguida de outros jogos, como o Concurso gaiato infantil seria disputado por: Ivar, Luiz, Celso, Bráulio, Soeiro Filho(O MARANHÃO, sabbado, 26 de setembro de 1908).

- Na edição da Segunda-feira seguinte - 28 de setembro de 1908 - esse jornal apresenta o resultado dos "matchs" ocorridos: o jogo entre as duas equipes da Escola deAprendizes Marinheiros terminou empatado em 1 x 1. Fica-se sabendo o que eram aqueles "concursosgaiatos",em queparticiparam os "sportemen"ludovicences, a eliteeconômica e intelectual da Atenas brasileira, Aluísio Azevedo, dentre eles: o primeiro deles - para adultos - foi vestir bonecas, saindo vencedor Anthero Novaes e J. Santos Sobrinho; o concurso infantil - enfiar agulha - foi vencido pelo menino Soeiro Filho, enquanto o concurso de agilidade consistiu de abrir garrafas de cola e beber o conteúdo, obtendo o primeiro lugar Manuel Neves.

DÉCADA DE 1909 É inaugurada a Escola de Aprendizes Artífices – IF-MA hoje, instalada na Praça da República (prédio ocupado, hoje, pelo Ministério da Agricultura). Escola profissional tinha como mestres: Almir Augusto Valente, Vicente Ferreira Maia, Hermelina de Souza Martins, Cesário dos Santos Véras, Alberto Estavam dos Reis, Alexandre Gonçalves Véras, Eduardo Souza Marques e Nestor do Espírito Santo. Como não poderia deixar de ser, entre seus alunos havia grande interesse pelas práticas esportivas, e dentre elas, pelo futebol.

1915 Graças ao empenho do cônsul inglês, a partir de 1915, houve um que renascimento dos esportes em Maranhão. Os estudantes movimentam-se para reabilitar o futebol: "FOOT-BALL - Um esforçado grupo de rapazes, no intuito de elevar o sport entre nós, resolvel adquirir o campo do Fabril, para as pugnas do elevado jogo britânico, 'foot-ball'. Existe grande animação nos preparativos, entre os sportamen, a idéia do Campeonato Maranhense de Foot-ball o qual será disputado em 15 de novembro, contando ao 'team' vencedor, 11 medalhas de ouro". (O JORNAL, 31 de julho de 1915).

O primeiro encontro desse abnegados "sportistas" aconteceu logo em seguida

"FOOT-BALL - No grond da Fabril, jogaram hontem, um match de trenagem. Alguns moços de nosso escol, que cogitam de fundar dois clubs desse sport, afim de diliciar o público maranhense, com algumas de suas partidas" (O ESTADO, 9 de agosto de 1915).

Esses estudantes uniram o agradável - reorganizar os "sports" no Maranhão - ao útil, chamando a atenção da sociedade para o movimento que iniciavam. Juntam-se à Maçonaria, oferecendo-se para realizar uma partida de futebol, em benefício dos flagelados da grande seca de 1914/15, pois as lojas maçônicas desta capital nomearam comissões com o fim de arrecadar fundos para socorrer os flagelados, dentre as atividades programadas - seção de cinema, passeios marítimos - haveria um jogo de futebol, a ser realizado no mês seguinte:

"FOOT-BALL - Um grupo de moços de nossa melhor sociedade offerecem ao comité Pró-flagelados, uma partida de foot-ball, entregando-lhe a renda verificada. Essa partida terá lugar no grond da Fabril e será opportunamente anunciada" (O ESTADO, 13 de agosto de 1915).

Percebe-se que havia dois grupos, ou mais, grupos envolvidos no soerguimento das atividades esportivas, pois "o grande match de foot-ball" entre os partidos "Francez" e "Allemão", em benefício dos flagelados da seca, era anunciado para o dia 12 de setembro. (O JORNAL, 02 de setembro de 1915). No Sábado anterior, é anunciada novamente a realização do jogo, no campo do Fabril, "com entrada franca a todas as pessoas que se apresentarem decentemente trajada”. O jogo teria início às 16 horas, devendo os jogadores se apresentar com meia hora de antecedência, "realizando-se antes exercícios de ginástica por uma turma dos Aprendizes Marinheiros". É apresentada novamente a escalação dos dois times, e designados o "referee" - McDowal; os "Line Man"- Clissold e Fellowe; e o enfermeiro - Garrido. Estavam envolvidos os alunos do Liceu Maranhense, do colégio Marista Maranhense e do Instituto Maranhense (este, inaugurado um ano antes). Segundo Martins (1989),

“... promoveram sessões, usando as próprias salas de aula, estimulados pelos mestres. Graças a essas reuniões, surgiram os quadros do Brasil F. Club, do S. Luís F. Club, do Maranhão Esporte Club, e do Aliança F. Club. Essas entidades, aos poucos, foram agrupando-se, tornando-se clubes. A cada dia, os estudantes melhor se integravam, e para exercitar-se utilizavam o velho 'field' da Fabril, que tinha sido desativado pela FAC. Estávamos com o campo da rua Grande muito mal, mato tomando conta de todas as dependências, inclusive das arquibancadas." (p. 328).

No dia 15 de agosto, Domingo, foi realizado um jogo-treino:

"FOOT-BALL - Conforme noticiamos, realizou-se hontem, às 16 horas, o primeiro match de trenagem da série instituída. O público já principia a tomar interesse pelas partidas, tanto que a concorrência foi animadora.” (O ESTADO, 16 de agosto de 1915).

O movimento estudantil havia ganhado as ruas, tudo se fazendo para reanimar o futebol. Gentil Silva tinha retornado do Amazonas - onde havia trabalhado pelo esporte amazonense, ajudando ao Manaus Sporting Club - e integra-se ao movimento estudantil, tendo-o acompanhado nessa jornada um caixeiro viajante conhecido como "Zé Italiano", muito estimado pelos estudantes. Dessa união, foi fundado o "GUARANI ESPORTE CLUBE", que recebeu esse nome do proprietário do "Bar Guarani", Sr. Gasparinho. É que as reuniões eram realizadas neste bar, situado na esquina da Rua Grande com a

Godofredo Viana, em frente ao cine Éden. Formaram-se duas onzenas, denominadas "Alemão" e "Francês", formando-se, também, duas torcidas, uma apoiando os "aliados", e a outra, formada pelos "germanófilos". Essa torcida ainda tinha o incentivo dos tripulantes dos navios alemães, abrigados em nosso porto, devido à Primeira Guerra Mundial. Em função desse movimento em prol dos flagelados dos estados vizinhosCeará e Piauí - reuniram-se - na Cervejaria Maranhense, localizada na Praça João Lisboa -os idealizadores do Campeonato Maranhensede Foot-ball,para aorganizaçãodogrande "match" quepretendiam realizar (OJORNAL,14deagostode1915).Nessa reuniãoficou resolvido que

"... na impossibilidade de fundação do Clube, se organizem dois 'team' denominados Franco Alemão - que terá de se bater em benefício dos flagelados da seca. Ficam assim compostos os team. - Presidente: Carlos Alberto Moreira;

Thesoureiro: Affonso Guillon Nunes; Secretário: Hugo Burnett:” TEAM FRANCEZ

"Forwards - Gastão Vieira; Trajano Lebre, Carlos Moreira, Hugo Burnett, Manoel Borges, Antonio Ferreira;

"Half-backs - Carlos Leite; Antonio Cunha;

"Backs - Affonso Guillon Nunes; João Torres, dr.;

"Goal-keeper - Antonio Carvalho Branco

"Captain - Carlos Moreira TEAM ALLEMÃO

"Forwards - Nestor Madureira; Gentil Silva, José Souza; José Cantanhede; Maralteno Travassos;

"Half-backs - João Guedes; Antonio Paiva;

"Backs - Julio Gallas; Raul Andrade

"Goal-keeper - Albino Faria

"Captain - José Souza". (O JORNAL, 14 de agosto de 1915).

1917 o ano enchia-se de esperança para os praticantes dos esportes. No Maranhão, diziam-se, dois esportes marcariam presença definitiva para ficar: o remo e o futebol:

"Apesar da guerra, das crises financeiras, do alto custo de vida, etc., a mocidade só pensava no futuro, olhos fixos no dia de amanhã, e, por isso, preparava-se fisicamente. Pensar diferente era ir de encontro à lógica dos fatos que se nos apresentavam diariamente, onde se via rapazes, que eram incapazes de levantar, como dizia o adágio popular, um gato pelo rabo. Era inadmissível e errônea a educação do espírito sem a educação dos músculos, como dizia Müller. De tudo o homem devia saber. Um organismo raquítico nada valia. Era o importante para suportar uma moléstia, comentavam os críticos. Pregava-se o exercício do remo, porque esse esporte era de uma real utilidade. Os esforços foram em vão. Era mais uma modalidade esportiva que fenecia por falta de oxigênio...”.

1920 - CésarAboud funda o Botafogo FC, do qual participavam alunos e professores do Liceu Maranhense; mais tarde, outros colégios tiveram seus times: Colégio São Vicente de Paula (Pihauy e São José); Escola Normal primária (Spartaco FC); Instituto Viveiros (Rio Verde); Instituto Gomes de Sousa, etc.

- Amintas Guterres, que jogou no Luso, Sírio e MAC costumava jogar bola com seus colegas do Liceu, inclusive Newton Bello, num campo existente na Quinta do Barão lá pelos anos de 1920, quando tinha 12 anos de idade.

-EmSãoBentodos Perises: –ofutebol foiintroduzido pelo estudante João Hermógenes Matos, ao trazer, em suas férias estudantis, uma bola; 19(22?) – esse mesmo estudante, em sua segunda vinda de férias à cidade, trouxe um time de futebol formado por ele - que jogava de half - e seus colegas escolares; o jogo deu-se na Praça da Matriz; nesse ano, já existiam os times: - São-bentuense – de Bernardinho Sena Martins Trinta, Dr. Urbano Pinheiro e Marçico Barros; - Tupan – de Mundico Barros, João Câncio e Isaac Lobato;Fluminense – de Salomé Azevedo, Fernando Serrão e Augusto Comte; - 420 – dos Drs. JoséMachado,JoãoeJoséMatos.-Osárbitros:Dr.CarlosReis,AntenorCoelhodeSousa e Mundoca Silva. - Para esse progresso do futebol, contou com a participação de Newton Bello e Pimpo (primeiros sambentuenses a jogarem em São Luís), Florêncio Soares, Barnabé de Campos, Fernando Viana e o apoio diretivo de Bibi Muniz, Maciço Corrêa, Ignézio Corrêa, José Egídio Teixeira, os irmãos Jafé e Heitor Mendes Nunes, José Cupertino, Zezico Mururu; - logo após, os esportistas Fernando Serrão, João Silva, Benedito Cirqueira, Rocio Brito, Augusto Comte e Felipe Ata fundaram mais duas equipes.

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JOGOS TRADICIONAIS E BRINCADEIRAS INFANTIS DOS

INDIOS MARANHENSES

Reúne abordagens de jogos e versões esportivas nativas do Brasil (tradições indígenas e também atividades de criação regional – Maranhão – ou aculturadas localmente de origens diversas):

Por definição do Atlas do Esporte no Brasil (2005, p. 33/34), são atividades corporais com características lúdicas, pelas quais permeiam os mitos e os valores culturais, que requerem um aprendizado específico de habilidades motoras, estratégias e/ou chances. Visa, também, a preparação dos jovens para a vida adulta, a socialização, a cooperação e/ou a formação de guerreiros, ocorrendo em períodos e locais determinados, com regras estabelecidas, não havendo limite de idade para os jogadores.

Em diferentes culturas e diferentes épocas houve alguma forma de manifestação do movimento representado pela corrida e esta sempre teve primeiro, um caráter de sobrevivência. Ritualizada, passa a fazer parte da cultura onde representa os valores e as normas sociais, o mesmo ocorrendo quando levada para a esfera do lazer (lúdico).

CATHARINO, José Martins, ao fazer uma análise do “Trabalho índio em terras de Vera ou Santa Cruz e do Brasil”, refere-se, dentre esses trabalhos a dois que nos interessam particularmente: “O trabalho desportivo” e “O Trabalho locomotor”. Ao analisar o trabalho desportivo, considera que nesse mundo, antes da chegada dos brancos, a sobrevivência exigia qualidades atléticas, exercícios constantes, com descanso e repouso intercalados, de duração sumamente variáveis. Por isso, os índios se tornavam atletas naturais, para sobreviver, pois tinham que, em terra, andar, correr, pular, trepar, arremessar, carregar, e, na água, nadar, mergulhar e remar. Realizar trabalho-meio, autolocomotor, com suas próprias forças, apenas e/ou, também, com auxílio de instrumentos primitivos, para obtenção de produtos necessários:

“Entre prática guerreira e desportiva há um nexo de causalidade circulativo, proporcionalmente inverso. Mais prática desportiva, menos guerra. Mais guerra, menos aquela. Causas produzindo efeito repercutindo sobre a causa. Nexo fechado, de recíproca causalidade e efeito. O trabalho-meio, autolocomotor, servia de aprendizado e adestramento – atlético que era – ao competitivo”.

Entre a infância e a puberdade, e a adolescência e a virilidade ou maioridade, entre os oito e 15 anos, a que chamamos mocidade, os kunnumay, nem miry nem uaçu, tomavam parte no trabalho dos seus pais imitando o que vêem fazer. Não se lhes manda fazer isto, porém eles o fazem por instinto próprio, como dever de sua idade, e já feito também por seus antepassados:

“Trabalho e exercício, esses mais agradáveis do que penosos, proporcionais à sua idade, os quais os isentava de muitos vícios, aos quais a natureza corrompida costuma a prestar atenção, e a ter predileção por eles.Eis a razão porque se facilita à mocidade diversos exercícios liberais e mecânicos, para distraí-la da má inclinação de cada um, reforçada pelo ócio mormente naquela idade”.

Após essas explicações, o Autor informa que essa seção – o trabalho desportivo – é dedicada ao trabalho competitivo entre índios, embora caçando e pescando, competissem

amiúde com outros animais, considerados irracionais, o que faziam desde a infância. Sem falar nos jogos educativos:

“... jogos e brinquedos (Métraux) dedicou um só parágrafo, quase todos graças a d’Evreux, acerca dos feitos pelos Tupinambás. “Tratava-se de ‘arcos e flexas proporcionais às suas forças’. O jogo, educativo para a caça, pesca e guerra, era possível porque reunidos plantavam, e juntavam cabaças, que serviam de alvo, ‘adextrando assim bem cedo seus braços’. Assim, brincavam os meninos de 7 a 8 anos. Kunumys-mirys. As meninas, na mesma faixa etária, Kugnantins-myris, além de ajudarem suas mães, faziam ‘uma espécie de redesinhas como costuma por brinquedo, e amassando o barro com que imitam as mais hábeis no fabrico de potes e panelas’.

JOGOS E BRINCADEIRAS

Foram observados na aldeia dos Canela, da aldeia Escalvado diversos brinquedos, brincadeiras e jogos que as crianças praticam em sua vida cotidiana como

- pular corda;

- batalha de pião (Cuhtõj Tere);

- uma espécie de jogo de bola de gude utilizando coquinhos (Crowkâ);

- bente-altas ou taco (Ihcahyrxà);

- perna de pau (Pàr Xô Hyre, Texware);

- estilingue (H?caper Xá),

- a peteca (Põ-hyhpr?),

- zumbidor (Ihkjênxà)

- a cama de gato (H?hkra To Hapac Tu Xá),

- dobraduras retratando animais, inclusive com movimento, e brinquedos construídos com a polpa de buriti, estes dois últimos com movimento.

Foi observado ainda o quebra-cabeça Anel Africano (Ihkã Cahhêc Xá). Trata-se do quebra-cabeça muito difundido em todo o mundo, considerado um clássico pela simplicidade da ideia e engenhosidade da solução. Nos livros de jogos, o quebra-cabeça é mais conhecido pelo nome de Anel Africano. Trata-se de um desafio que deu origem a centenas de outros quebra-cabeças em todos os continentes. (in Projeto Jogos Indígenas do Brasil, disponível em http://www.jogosindigenasdobrasil.art.br/port/campo.asp#canela)

Os Canela, da aldeia Escalvado, no Maranhão, testam a paciência com um desafio que o mundo conhece por "anel africano". A idéia é simples, e a solução é um racha-cuca. A versão indígena do quebra-cabeças é uma corda de buriti presa a uma vareta e a dois anéis de madeira que têm que ficar juntos. In http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u983.shtml . Ver tambem: (www.jogosindigenasdobrasil.art.br)

http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas/revistas_link.cfm?Edicao_Id=227&Artigo_ID=35 39&IDCategoria=3863&Reftype=2

QuaiseramospovosindígenasquehabitavamoMaranhão?Senos referirmosao‘Grande Maranhão”, quase todos. Em especial os Jês, que praticavam uma forma de corrida própria, primeira atividade esportiva aqui praticava: a Corrida de Toras. Não era característica dos Tupis, que habitavam o litoral.

Os povos Jês são um grupo indígena pertencente ao tronco linguístico Macro-Jê, uma das principais famílias linguísticas indígenas. Ele inclui várias línguas faladas por diferentes grupos indígenas, como os Jês, Bororos, Karajás e outro, dentre os quais: Maxakalí (Maxakalí, Kumanaxó, Pataxó); Kamakan (extinta, Kamakan, Mongoyó, Menien); Botocudo (Krenak, Nakrehé, Pojichá); Ofayé; Rikbaktsa; Xokleng.

Os povos que falam línguas do tronco Macro-Jê têm uma rica diversidade cultural e histórica. Eles habitam principalmente as regiões centrais e orientais do Brasil, mas também podem ser encontrados em outras áreas daAmérica do Sul.

Acredita-se que a origem dos povos Jês remonta a milhares de anos atrás, quando esses grupos migraram para a região central do Brasil, possivelmente vindos da região amazônica. Eles se espalharam por diferentes áreas do país ao longo do tempo Os Jês são conhecidos por sua cultura rica e diversificada, incluindo tradições, rituais e práticas agrícolasAlguns dos principais grupos étnicos Jês incluem os Xavante, Kayapó, Bororo, Javaé eApinajé

Quando os portugueses chegaram ao Brasil no século XVI, encontraram principalmente tribos do grupo linguístico Tupi-Guarani no litoral. Os povos Macro-Jê, chamados de "Tapuias" pelos Tupis, habitavam o interior do Brasil e ofereciam grande resistência à colonização portuguesa . Eles foram responsáveis pela morte de muitos colonos e pelo fracasso de várias capitanias hereditárias

Noséculo XIX,ocientistaalemãoCarlFriedrichPhilipp vonMartius propôs umadivisão dos índios brasileiros baseada em critérios linguísticos, criando o grupo "Gê", que mais tarde foi renomeado para "Jê". A partir do século XX, os antropólogos adotaram a denominação "Jê" para este grupo de famílias linguísticas

Os Canelas são conhecidos por sua rica cultura e tradições, e habitam principalmente a região central do Brasil, especialmente no estado do Maranhão Os Canelas têm uma cultura vibrante, com práticas tradicionais que incluem danças, cantos e rituais. Eles são conhecidos por suas festas e cerimônias, que são momentos importantes de socialização e manutenção de suas tradições culturais

A sociedade Canela é organizada em clãs e aldeias, com uma estrutura social bem definida. Eles têm um sistema de liderança que inclui chefes e conselhos de anciãos, que desempenham papéis importantes na tomada de decisões e na resolução de conflitos

A corrida de toras é uma prática tradicional dos índios Canelas, que faz parte de suas cerimônias e rituais culturais. Esta atividade é realizada principalmente pelos homens da tribo e envolve carregar toras de madeira em uma corrida de revezamento, onde os participantes se revezam para carregar a tora ao longo de um percurso definido As toras geralmente são feitas de madeira de buriti, uma palmeira sagrada para muitos povos indígenas, frequentemente realizada durante festividades e rituais importantes, como a celebração da colheita ou outros eventos comunitários. É um momento de grande importância para a comunidade, onde todos se reúnem para assistir e participar

Antes da corrida, os Canelas realizam cantos e músicas específicas para preparar os participantes e a comunidade. Essas músicas têm significados especiais e são escolhidas de acordo com o momento e o tipo de corrida Os participantes se pintam com tintas naturais, utilizando padrões e símbolos que têm significados culturais e espirituais. Podem ser realizados rituais de purificação, onde os corredores se preparam espiritualmente para a corrida, buscando proteção e força. Toda a comunidade se reúne para apoiar os corredores e participar dos rituais. Esse é um momento de união e fortalecimento dos laços comunitários As tarefas são distribuídas entre os membros da comunidade, garantindo que todos estejam envolvidos na preparação e realização da corrida

A corrida de toras é uma tradição que também é praticada por outras tribos indígenas no Brasil, além dos Canelas:

Os Krahô, que vivem no estado do Tocantins, também realizam a corrida de toras como parte de suas festividades e rituais.Acorrida é um evento importante que envolve toda a comunidade e é realizada durante celebrações como a colheita e rituais de passagem

Os Xerente, também doTocantins, praticam a corrida de toras em suas cerimônias.Assim como os Krahô, eles utilizam a corrida para fortalecer os laços comunitários e celebrar eventos importantes

OsApinajé, outro grupo do Tocantins, incluem a corrida de toras em suas festividades.A corrida é um momento de grande significado cultural e espiritual para a comunidade

Os Xavante, do estado de Mato Grosso, têm uma tradição similar chamada "Uiwed". A corrida de toras entre os Xavante é realizada entre duas equipes e é um evento de grande importância social e cultural

Os Gavião, do Pará, também praticam a corrida de toras. Para eles, a corrida tem significados mágico-religiosos e é parte de suas celebrações e rituais

Embora tradicionalmente praticada principalmente por homens, também envolve a participação de mulheres e crianças em algumas comunidades indígenas. Em algumas tribos, como os Krahô, as mulheres participam de corridas de toras com toras mais leves do que as usadas pelos homens. Elas podem participar de corridas durante rituais específicos e festividades, contribuindo para a celebração e manutenção das tradições culturais As crianças participam de corridas de toras geralmente em competições separadas onde meninos competem contra meninas. Essas corridas são uma forma de introduzir as crianças às tradições e práticas culturais desde cedo, fortalecendo sua identidade e conexão com a comunidade

A corrida de toras é frequentemente realizada durante a Festa do Milho, uma celebração importante para os Canelas que marca a colheita e agradecimento aos espíritos pela fartura, assim como é parte dos rituais de passagem, onde jovens demonstram sua força e resistência para serem reconhecidos como adultos na comunidade Após a corrida de toras, é comum a realização de danças tradicionais, como a Dança doAruanã, que celebra a força e a união da comunidade. Antes da corrida, os participantes se pintam com tintas naturais, utilizando padrões e símbolos que têm significados culturais e espirituais Os corredores usam adornos tradicionais, como cocares e colares, que representam sua identidade e conexão com a comunidade A preparação para a corrida de toras envolve toda a comunidade, desde a confecção das toras até a organização do evento Após a corrida, a comunidade se reúne para celebrar com comidas tradicionais, danças e cantos, fortalecendo os laços sociais e culturais

Entre os povos Tupi, não há registros específicos de corridas de toras como as praticadas pelos Canelas e outros grupos Macro-Jê. No entanto, os Tupis tinham suas próprias práticas e rituais que envolviam atividades físicas e competições. Os Tupis eram conhecidos por suas habilidades em jogos e competições, que muitas vezes faziam parte de seus rituais e festividades. Esses jogos podiam incluir corridas, lutas e outras atividades físicas. Realizavam rituais de guerra que incluíam demonstrações de força e resistência. Essas práticas eram importantes para a preparação dos guerreiros e para a manutenção da coesão social. As danças e músicas eram elementos centrais nas celebrações Tupi, muitas vezes acompanhadas de movimentos físicos vigorosos que podiam ser comparados a competições

Embora não haja uma tradição específica de corrida de toras entre os Tupis, suas práticas culturais e rituais físicos desempenhavam um papel semelhante na promoção da coesão comunitária e na celebração de sua identidade cultural.

Jogos e Competições

• Peteca: Um dos jogos mais conhecidos é a peteca, que envolve bater uma espécie de volante feito de penas com as mãos, mantendo-o no ar o maior tempo possível. Este jogo é semelhante ao badminton, mas sem raquetes.

• Corridas: Os Tupis também praticavam corridas, tanto de velocidade quanto de resistência, muitas vezes realizadas durante festividades e rituais.

• Lutas: As lutas eram comuns entre os Tupis, servindo tanto como treinamento paraaguerraquanto como entretenimento.Aslutas podiamserbastantevigorosas e eram uma forma de demonstrar força e habilidade.

• Arco e Flecha: Competições de arco e flecha eram populares, onde os participantes demonstravam sua precisão e habilidade na caça.

Jogos de Tabuleiro

• Jogo da Onça: Embora não seja exclusivo dos Tupis, o Jogo da Onça (ouAdugo) é um jogo de tabuleiro tradicional praticado por vários povos indígenas brasileiros. Ele envolve estratégia e é jogado com peças que representam uma onça e cães.

Esses jogos não eram apenas formas de entretenimento, mas também desempenhavam papéis importantes na educação dos jovens, na preparação para a guerra e na manutenção da coesão social e cultural da comunidade.

Existem variações regionais dos jogos tradicionais indígenas, refletindo a diversidade cultural e geográfica dos povos indígenas no Brasil. Cada etnia adapta os jogos às suas próprias tradições, recursos naturais e contextos sociais.Aqui estão alguns exemplos:

Peteca

• Região Norte: NaAmazônia, a peteca pode ser feita com materiais locais, como penas de aves amazônicas e fibras vegetais.

• Região Sudeste: Entre os Guarani, a peteca é jogada com regras específicas que podem variar de aldeia para aldeia

Corrida de Toras

• Canelas (Maranhão): A corrida de toras é uma competição vigorosa com toras pesadas, realizada durante festividades importantes

• Krahô (Tocantins): As corridas de toras entre os Krahô também envolvem mulheres e crianças, com toras adaptadas ao peso e capacidade de cada grupo

Jogos deArco e Flecha

• Xavante (Mato Grosso): Competições de arco e flecha são comuns e podem incluir alvos específicos, como frutas ou objetos pendurados em árvores

• Kaiapó (Pará): Os Kaiapó realizam competições de arco e flecha durante rituais de caça, onde a precisão é altamente valorizada

Lutas Tradicionais

• Huka-huka (Xingu): Uma luta tradicional praticada pelos povos doAlto Xingu, como os Kuikuro e os Kamayurá, que envolve técnicas específicas e é realizada durante o Kuarup, um ritual de homenagem aos mortos

Jogos de Tabuleiro

• Jogo da Onça (Adugo): Praticado por várias etnias, incluindo os Bororo e os Guarani, com variações nas regras e no design do tabuleiro

CATHARINO, José Martins. TRABALHO ÍNDIO EM TERRAS DA VERA OU SANTA CRUZ E DO BRASIL –tentativa de resgate ergonlógico. Rio de Janeiro: Salamandra, 1995

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A CORRIDA ENTRE OS ÍNDIOS CANELAS

Em diferentes culturas e diferentes épocas houve alguma forma de manifestação do movimento representado pela corrida e esta sempre teve primeiro, um caráter de sobrevivência. Ritualizada, passa a fazer parte da cultura, onde representam os valores e as normas sociais o mesmo ocorrendo quando levada para a esfera do lazer (lúdico).

Catharino (1995) ao fazer uma análise do “Trabalho índio em terras de Vera ou Santa Cruz e do Brasil” refere-se, dentre esses trabalhos a dois que nos interessam particularmente: “O trabalho desportivo” e “O trabalho locomotor”. Ao analisar o trabalho desportivo considera que nesse mundo, antes da chegada dos brancos, a sobrevivência exigia qualidades atléticas, exercícios constantes, com descanso e repouso intercalados, de duração sumamente variáveis. Por isso, os índios se tornavam atletas naturais, para sobreviver, pois tinham que, em terra, andar, correr, pular, trepar, arremessar, carregar, e, na água, nadar, mergulhar e remar. Realizar trabalho-meio, autolocomotor, com suas próprias forças, apenas e/ou, também, com auxílio de instrumentos primitivos, para obtenção de produtos necessários:

“Entre prática guerreira e desportiva há um nexo de causalidade circulativo, proporcionalmente inverso. Mais prática desportiva, menos guerra. Mais guerra, menos aquela. Causas produzindo efeito repercutindo sobre a causa. Nexo fechado, de recíproca causalidade e efeito. O trabalho-meio, autolocomotor, servia de aprendizado e adestramento – atlético que era – ao competitivo”.

Entre a infância e a puberdade, e a adolescência e a virilidade ou maioridade, entre os 8 e 15 anos, a que chamamos mocidade, os kunnumay, nem miry nem uaçu, tomavam parte no trabalho dos seus pais imitando o que vêem fazer. Não se lhes manda fazer isto, porém eles o fazem por instinto próprio, como dever de sua idade, e já feito também por seus antepassados:

“Trabalho e exercício, esses mais agradáveis do que penosos, proporcionais à sua idade, os quais os isentavam de muitos vícios, ao qual a natureza corrompida costuma a prestar atenção, e a ter predileção por eles. Eis a razão porque se facilita à mocidade diversos exercícios liberais e mecânicos, para distraí-la da má inclinação de cada um, reforçada pelo ócio, mormente naquela idade”.

Após essas explicações, o Autor informa que essa seção – o trabalho desportivo – é dedicada ao trabalho competitivo entre índios, embora caçando e pescando, competissem amiúde com outros animais, considerados irracionais, o que faziam desde a infância. Sem falar nos jogos educativos:

“... jogos e brinquedos (Métraux) dedicou um só parágrafo, quase todos graças a d’Evreux, acerca dos feitos pelos Tupinambás. “Tratava-se de ‘arcos e flexas proporcionais às suas forças’. O jogo, educativo para a caça, pesca e guerra, era possível porque reunidos plantavam, e juntavam cabaças, que serviam de alvo, ‘adextrando assim bem cedo seus braços’. Assim, brincavam os meninos de 7 a 8 anos. Kunumys-mirys. As meninas, na mesma faixa etária, Kugnantins-myris, além de ajudarem suas mães, faziam ‘uma espécie de

redesinhas como costuma por brinquedo, e amassando o barro com que imitam as mais hábeis no fabrico de potes e panelas’.

Aodescreveras atividades daeducaçãofísicanoBrasil colonial, MARINHO(s.d.)afirma serem a "pesca, a natação, a canoagem e a corrida a pé processos indispensáveis para assegurar a sobrevivência de nossos índios".

O Atletismo aparece em Maranhão anterior ao período colonial, através da Corrida de Toras – pertencente ao grupo de provas de revezamentos – dos Índios Kanelas Finas –pertencentesàetniaJê,presentesporestasterrashápelomenoscincomilanos.O“esporte nacional dos Tapuya”, que praticavam uma corrida a pé carregando peso, é registrado por dois historiadores franceses - Claude d´Abeville – “História da Missão dos padres Capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras circunvizinhas”, de 1614; e Ives d´Evreux –“Viagem ao Norte do Brasil feitas nos anos de 1613 a 1614”, publicada em 1864.

http://www.funai.gov.br/indios/jogos/novas_modalidades.htm#005

No Brasil holandês, se distinguiam a população indígena entre os ‘brasilianos’ ou ‘brasilienses’ e os ‘tapuias’. As relações entre os holandeses e os tapuias são tratadas abundantemente nas fontes neerlandesas, como é o caso das narrativas de Gerrit Gerbranstsz Hulck, publicada em 1635: “Breve descrição dos tapuias no Brasil”; e a narrativa de viagem de Rouloux Baro em seu contato com Janduí, o chefe tapuia do Rio Grande do Norte, aliado dos holandeses:

“[...] Ao nascer do sol, o ancião ordenou às mulheres que fizessem farinha e aos homens que fossem à caça de ratos e voltassem logo após o meio-dia, a

fim de correr a árvore. Obedeceram e entrementes dois tapuias trouxeram sobre suas espáduas dois troncos de árvores, de mais de vinte pés de comprimento. Tiraram-lhes a casca na chama do fogo e poliram a madeira toda em volta, sem deixar nenhum nó. E quando todo o povo regressou cada qual pintou o corpo em diversas cores. Isto feito, aqueles que tinham apanhado ratos soltaram-nos na planície, depois parte deles carregou prontamente aqueles troncos, correndo com uma velocidade inigualável atrás dos ratos. Quando um deles parecia cansado, outro o substituía sem retardar a corrida, que durou mais de uma hora. Depois de terminada, cada um que voltava contava como e de que modo perseguira, ferira e matara os ratos. O ancião Janduí correra com eles e Ra coisa maravilhosa ver um homem de mais de cem anos (segundo a opinião dos seus, de mais de 160) correr com tanta destreza.” (in “Relação da viagem de Rouloux Baro”, anexa a Pierre Moreau, História das últimas lutas no Brasil entre holandeses e portugueses, Belo Horizonte, 1979, p.99, citado por MELLO, 2010, p. 269; grifos nosso).

A“Corrida das Toras” é absorvida pela Igreja Católica, e incorporada aos ritos religiosos dos padres jesuítas que chegaram ao final do século XVI.A exemplo da tradicional festa da Puxada do Mastro, em Olivança, e os mastros levantados em inúmeras festas religiosas, de hoje em dia.

(http://www.ciadanoticia.com.br/v1/tag/derrubada-de-toras/)

ORIGEM DOS ÍNDIOS CANELAS:

A ocupação do território maranhense se deu através de três correntes migratóriasLácidas, Nordéstidas e Brasílidas, nessa ordem. Embora os traços mais antigos da presença do homem no continente americano datem de 19 mil anos, as teorias mais

recentes o dão como procedentes da Ásia a 20 ou 30 mil anos (CORREIA LIMA & AROSO, 1989). Esses autores, ao adotarem a sistemática de Canals (1950) - Pompeu Sobrinho (1955), afirmam que caçadores australóides do nordeste asiático - Sibéria, de acordo comAquino, Lemos & Lopes (1990, p.19) - ingressaram noAlasca há pelo menos 36 mil anos e durante os 20.000 anos seguintes consolidaram sua cultura e se expandiram pelo território, tendo seus descendentes atingido Lagoa Santa há 7.000 (mais ou menos) 120 anos.

Sander-Marino (1970, citados por Correia Lima &Aroso, 1989, p. 19) registram entre 40 e 21 mil anos a presença dos superfilos MACRO-CARIB-JÊ, uma das correntes préhistóricas povoadoras das Américas. Para Feitosa (1983, p. 70) há um consenso quando da "determinação temporal" da chegada dos australóides no Novo Mundo, com as estimativas variando de 20.000 a.C. (RIVET); 28.000 a.C. (CANALS); 40.000 a.C.

De acordo com pesquisas mais recentes, realizadas em São Raimundo Nonato - Piauí, foram encontrados fosseis com datação de 4l.500 anos (FRANÇA& GARCIA, 1989).

Os Lácidas, descendentes dos australóides, atingem o Maranhão. Das famílias lingoculturais suas descendentes, destaca-se a JÊ, grupo mais populoso; de maior expansão territorial; e de melhor caracterização étnica. Os Jês caracterizam-se pela ausência da cerâmica e tecelagem, aldeias circulares, organização clânica e grande resistência à mudança cultural, mesmo depois de contato, como se observa entre os Canelas, ou RANKAKOMEKRAS como se denominam os índios da aldeia do Escalvado (DICKERT & MEHRINGER, 1989ª, 1994).

Paula Ribeiro (1841, apud CORREIALIMA&AROSO, 1989; PAULARIBEIRO, 2002; FRANKLIN, CARVALHO, 2005) descreve uma das principais "manifestações do lúdico e do movimento" - para usar uma expressão de Dieckert & Mehringer (1989b, 1994), na cultura Jê, referindo-se à música e à dança: "... enquanto as muitas mulheres guizam as comidas, dançam eles e cantam ao som de buzinas, maracás e outros instrumentos... esta dança e música noturna, melhor repetida depois da ceia, dura quase sempre até as cinco da manhã..." (p. 39).

Os Jê são conhecidos no Maranhão com a denominação de "TIMBIRAS", e dividem-se em dois ramos principais, segundo seu habitat - Timbiras do Mato e Timbiras do Campo -, estes apelidados de canelas finas "pela delicadeza de suas pernas e pela velocidade espantosa que desenvolvem na carreira pelos descampados", conforme afirma Teodoro Sampaio (1912, apud CORREIA LIMA & AROSO, 1989, p. 41), confirmando Spix e Martius (1817, citados por CORREIA LIMA & AROSO, 1989, p.59) quando afirmam, sobre os Canelas, "... gaba-se a sua rapidez na corrida, na qual igualariam a um cavalo.".

Os Timbira são um povo física, lingüística e culturalmente caracterizado como da família Jê, que disperso, habitava o interior do Maranhão e partes limítrofes dos Estados do Pará, Goiás e Piauí. Esse povo existe ainda parcialmente, compondo-se hoje das seguintes tribos (NIMUENDAJÚ, 2001):

Timbira orientais: Timbira deAraparytiua Kukóekamekra e Kr˜eyé de Bacabal Kr˜eyé de Cajuapára Kre/púmkateye

Pukópye e Kr˜ikateye

Gaviões

Apányekra (Canellas de Porquinhos)

Ramkókamekra (Canellas do Ponto)

Krahó Timbira ocidentais:

Apinayé

Seus parentes mais próximos são os Kayapó do norte, os Suyá e os hoje extintos Kayapó do sul.

Ao descrever as atividades da educação física no Brasil colonial, Marinho (s.d.) afirma serem a "pesca, a natação, a canoagem e a corrida a pé processos indispensáveis para assegurar a sobrevivência de nossos índios".

Acreditam Dieckert & Mehringer (1989a, 1989b, 1994) ser "através da criação e da valorização cultural da corrida de toras... a base para a sua [dos Canelas] sobrevivência física e cultural" .

ACORRIDADE TORAS

Na etnologia sul-americana, as corridas de toras são geralmente apontadas como traço característico dos Jê ou, no máximo - levando-se em conta testemunhos acerca de povos extintos ou que as teriam realizado no passado -, estendidas ao tronco lingüístico MacroJê (Melatti, 1976). Nos tempos correntes, praticam-nas os jês centrais Xavante e Xerente, os Panará e os grupos timbiras.(VIANNA, 2001). Vianna (citando MARTÍNEZCROVETTO, 1968b), informa sobre práticas similares entre sub-grupos guaranis na Argentina e Paraguai.

http://torceporvoce.blogspot.com/2009/04/corrida-com-tora.html

Por outro lado, os eventos contemporâneos Jogos Indígenas têm propiciado que outros povosquevivemnoBrasilpassemapraticarascorridasdetora(BRITOVIANNA,2001).

Como curiosidades longínquas, é ainda interessante observar os registros sobre corridas em que se levam sobre os ombros pedras, no Assam (Índia), e mesmo outros homens, no Havaí (Damm, 1970 [1960], citado por VIANNA, 2001).

Os povos indígenas que praticam essa atividade, hoje, são os: Krahô, Xerente, eApinajé do Tocantins, que habitam a região central do Estado de Mato Grosso em várias terras indígenas e os Gavião Parakategê e Kyikatêjê do Pará, Terra Indígena Mãe Maria. Os Kayapó do Pará e do Mato Grosso realizavam semelhante esporte que consistia em carregar e não correr com as toras. Os Fulni-ô de Pernambuco teriam praticado esse esporte no passado, de acordo com estudo do antropólogo Curt Nimuendajú. Os Kanela e os Krikati são do estado do Maranhão (FUNAI).

Entre os Krahô, Xerente, e Apinajé, a Corrida de Tora difere em diversos aspectos, obedecendo a seus ritos tradicionais de significados social, religioso e esportivo. Para o povo Khraô, habitante de extensa faixa contínua de Cerrado no estado de Tocantins, ela está associada a algum rito e, conforme esses ritos variam os grupos de corredores, assim como o percurso e o tamanho das toras.

Essas atividades são realizadas sempre com duas toras praticamente iguais. Os participantes se dividem em dois grupos de corredores “rivais”, cabendo apenas a um atleta de cada grupo carregar a tora, revezando-se em um mesmo percurso.As corridas se realizam no sentido de fora para dentro da aldeia, nunca de dentro para fora, ou mesmo dentro dela, quando estabelecem os pontos de largada e chegada no pátio de uma casa chamada woto, uma espécie de oca preparada para todas as atividades culturais, sociais e política. É sempre realizada ao amanhecer e ao entardecer. As corridas vindas de fora acontecem geralmenteno final das tardes, quando os Krahôretornam dealgumaatividade coletiva (caça ou roça). A corrida de tora é praticada nos rituais, festas e brincadeiras. Nesses casos, as toras podem representar símbolos mágicos-religiosos, como durante o ritual do Porkahok, que simboliza o fim do luto pela morte de algum membro da comunidade. Pela manhã, a corrida ganha um sentido de ginásticas para a preparação do corpo. Corre-se apenas com as toras já usadas ao redor das casas, no sentido contrário do relógio. (FUNAI).

Os Xavante, do Mato Grosso, também realizam a Corrida de Tora, o Uiwed, entre duas equipes de 15 a 20 pessoas. Pintam os corpos e correm mais de cinco quilômetros, revezando-se até chegar ao Wa'rãm'ba, o centro da aldeia, e iniciam a Dança do Uwede'hõre. Na festa do U'pdöwarõ, a festa da comida,também existe a corrida com tora, mas nesse evento a tora usada é maior e mais pesada (média de 100 a 110 Km).

Os Gavião Kyikatêjê/Parakateyê, do Pará, também grandes corredores de tora, obedecem aos mesmos rituais de outros povos, mas há uma peculiaridade que é o Jãmparti (pronuncia-seIãmparti).Trata-sedeuma corrida com umatoracom mais de 100 Kg,mais comprida e carregada por dois atletas. Realizada sempre no período final das corridas de toras comuns, ou seja, aquela que é carregada por um atleta, com o sentido de harmonia e força. Em todas essas manifestações há a participação das mulheres. Não há um prêmio para o vencedor, pois somente a força física e a resistência são demonstradas. (FUNAI).

Autor(a) Roberto Castro http://br.olhares.com/corrida_de_tora_foto261655.html

Jung & Bruns (1984) ao analisarem os aspectos rituais das corridas de longa duração em diferentes culturas e épocas afirmam ser “outra forma de corrida religiosa... a chamada corrida do tronco dos índios Jês no Brasil meridional... A corrida podia ser um rito ou também ter caráter profano. Os participantes podiam ser homens, mulheres ou inclusive crianças”. Para esses pesquisadores, baseados em Stahle (1969), a época das corridas corresponderia ao início das chuvas. Dieckert & Mehringer (1989a, 1989b, 1994) afirmam que as corridas de toras são realizadas durante os cinco diferentes ciclos festivos "que ocorrem na época das secas, de março a setembro".

NUMUENDAJÚ, Curt.A corrida de toras dos timbira. Mana v.7 n.2 Rio de Janeiro oct. 2001

http://www.brasiloeste.com.br/noticia/1135/grito-do-cerrado-2004

Não descartam o contexto ritualista da corrida, que marcam os "ritos de iniciação, o regresso à aldeia após uma caçada ou também como prova de matrimônio", não havendo surpresa em que essas corridas fossem executadas às vezes diariamente. Segundo os regulamentos, duas equipes, - representação dual da sociedade Canela onde as duas metades da aldeia, a ocidental e a oriental se "opõe" (DICKERT& MEHRINGER, 1989a, 1994) - teriam que carregar os troncos de madeira (palmeira buriti) - (DICKERT & MEHRINGER, 1989b, 1994) - em uma corrida por um caminho previamente traçado, até uma meta estabelecida, quase sempre fixada na praça da aldeia.

Bruns & Jung (1984) trazem como distância de corrida 12 quilômetros e o peso do tronco até 100 quilos. Dieckert & Mehringer (1989a, 1989b, 1994) dividem as corridas em longas (20 a 40 km), médias (4/5 km) e "corridas na aldeia" (850 metros). As corridas longas, de acordo com depoimento dos índios, ocorriam antigamente com mais freqüência. Os pesquisadores presenciaram uma corrida longa, de 25 km, no período em que permaneceram entre os Canelas e aproximadamente 20 corridas médias, saindo do cerradoparaaaldeia,numadistânciade4/5 km,distânciatambém corridapelasmulheres. As toras de palmeira buriti pesavam entre 20 e 110 quilos

Indígenas XAVANTE na apresentação de Corrida de Tora feminina

Foto:Marília França - Fonte:Anna Virgínia Cunha / Tenõde Porá UCB News http://webradiobrasilindigena.wordpress.com/2007/12/02/corrida-de-tora/

As"corridasdealdeia"eramrealizadascommaisfreqüência,sempreporvoltadas6horas da manhã e/ou à tarde, pelas 4 horas, no caminho circular de 850 metros. Cada equipe carrega um tronco que é trocado com freqüência, já que é muito pesado para ser levado por um só corredor durante o longo trajeto percorrido. O tronco é passado do ombro de um corredor para o de outro, repetindo-se a cada 50 a 100 metros:

“O objetivo da competição é transportar a tora, fazendo trocas entre os corredores - carregadores - o mais rápido possível, entre a partida e a chegada, onde ela deve ser jogada primeiro. Isso só pode ser feito quando cada membro do grupo dispor tanto de uma boa condição para a corrida como também de uma boa força para o transporte. Além disso deve acontecer uma constante combinação entre os corredores (atitude tática), sobre quando deveria ser feita a troca da tora. Além disso não pode haver perda de tempo na troca da tora de um ombro para outro. Deve-se por esgotamento do carregador ou durante a troca. Assim sendo, sempre se combinam as coisas no grupo antes da corrida ...". (DIECKERT & MEHRINGER, 1989a, p.13).

Verifica-se, pelas regras principais, que se trata de uma corrida de revezamento aonde toda a equipe vai correndo atrás de quem leva o tronco, e têm um caráter competitivo entre os dois grupos adversários, onde o objetivo sério é: vencer (DICKERT & MERINGER, 1989a, 1989b, 1994). No entanto não há nem elogios para o ganhador, nem críticas para o perdedor (JUNG & BRUNS, 1984), pois conforme informou um dos

corredores a DIECKERT E MEHRINGER (1989a, 1994) "(...) ele sempre procura não correr muito mais rápido do que o adversário. Isso poderia causar inveja e, também, haveria o perigo de um 'feiticeiro' (bruxo - curandeiro mau) castigá-lo..." (p. 14).

Para Jung & Bruns (1984) o significado do tronco já não é mais conhecido pelos indígenas,

"... se supõe uma relação com o culto dos mortos, onde o tronco de madeira simbolizaria os mortos. Através de se carregar consigo os mortos, nessas festas, deveria produzir-se uma união das almas dos mortos com as dos jovens, para que a força dos maiores se transferia a eles e estimule seu crescimento".

Dieckert&Mehringer(1989a,1994)aoprocuraremosignificadodas corridas,encontram em Nimuendajú (1946, 2001) como sendo uma forma de honrar as almas mortas, o que é interpretado por Stahle (1969) como "culto da morte", pois “... todas as toras são consideradas'representantesdosmortos'eacorridadetoraspossibilitauma'ressuscitação das toras como forma de garantia da vida para além da morte para os mortos".

Já Schultz (1964) segue a interpretação de Nimuendajú (1946, 2001), em suas investigações sobre os Krass, mas enfatiza também o "caráter esportivo".

Os RANKAKOMEKRAS confirmam que a tora seria uma alma dos mortos. Mas "... a alma do morto (megaro) teria se transformada numa moça e agora se encontraria na palmeira Buriti...".

CONCLUSÃO:

As formas de movimento dos índios Canelas se manifestam num contexto de ritual (DICKERT& MEHRINGER,1989a,1989b,1994; JUNG& BRUNS,1984).Porseruma sociedade dual - onde as duas metades da aldeia se opõem -, o que determina a conseqüente formação de grupos (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b, 1994), situações de conflito são resolvidas, por exemplo, com a realização da "corrida de toras" (FEITOSA, 1983). Nela se manifestam os valores e as normas sociais (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1994). São as festas que aproximam os jovens dos valores e normas culturais, que lhes permite "vivenciar" o mundo de acordo com suas leis (DICKERT & MEHRINGER, 1989b, 1994).

Parece verdadeira a interpretação de ser a corrida de tronco um culto aos antepassados (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b, 1994; JUNG & BRUNS, 1984), pois as regras da corrida foram ensinadas 'pelos bisavós' e ainda são respeitadas (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b, 1994). Há um sentido mais profundo na realização da corrida, pois aquele que "quiser viver como caçador e coletor e também como guerreiro tem que apresentar uma excelente condição física". Por isso, essa "necessidade de sobrevivência" foi formulada (...) enquanto 'objetivo de ensino' para os jovens, num contexto cultural, a fim de garantir a continuação da tribo." (DICKERT& MEHRINGER, 1989a, 1994).

Observa-se que em diferentes culturas e diferentes épocas houve alguma forma de manifestação do movimento representado pela corrida (DICKERT & MEHRINGER, 1989a, 1989b, 1994; JUNG & BRUNS, 1984) e esta sempre teve, primeiro, um caráter

de sobrevivência. Ritualizada, passa a fazer parte da cultura onde representam os valores e as normas sociais, o mesmo ocorrendo quando levadas para a esfera do lazer (lúdico).

Os Canelas, ao codificarem as corridas realizadas em suas aldeias - regras dos bisavós, estão repetindo o que fizeram outras culturas. Se é aceita a codificação das regras de corridas pelos Gregos em seu período clássico como precursora das regras atuais do Atletismo (BRASIL, 1989; VAZ, 1991), também se deve aceitar a corrida entre os Canelas como a primeira manifestação desse esporte em terras maranhenses, pois quando as diversas nações européias modernas aqui chegaram por volta dos anos 1.500 já encontram diversas outras nações, sendo a mais antiga delas os Canelas.

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VIANNA, Fernando Fedola de Luiz Brito. A bola, os "brancos" e as toras: futebol para índios xavantes. Universidade de São Paulo Faculdade de filosofia, letras e ciências humanas, Departamento de antropologia. Dissertação de mestrado em antropologia social, sob orientação da Profa. Dra. Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo, dezembro/ 2001. Disponível em http://www.ludopedio.com.br/rc/upload/files/260016_Vianna%20(M)%20%20A%20bola,%20os%20brancos%20e%20as%20toras_futebol%20para%20indios%20xavantes.pdf

O CASO DO “TARRACÁ”9

LEOPOLDO GILDULCIO VAZ

Segundo o Prof. Dr. Jorge Olímpio Bento (2019),Trás-os-Montes tem algo no Maranhão, levado pelos açorianos. Informa que a maior parte das ilhas dos Açores foi povoada basicamente por gente originária de Trás-os-Montes, excetuando Santa Maria e São Miguel: Estava agora tentando enviar-lhe uma canção tradicional açoriana - São Macaio - que fala no Maranhão:

S. Macaio, S. Macaio deu à costa

Ai deu à costa nos baixos da urzelina

Toda a gente, toda a gente se salvou

Ai se salvou, só morreu uma menina

S. Macaio, S. Macaio deu à costa

Ai deu à costa lá na ponta dos mosteiros

Toda a gente, toda a gente se salvou

Ai se salvou, só morreu dois passageiros

S. Macaio, S. Macaio deu à costa

Ai deu à costa nas pedras da fajazinha

Toda a gente, toda a gente se salvou

Ai se salvou, só morreu uma galinha

S. Macaio, S. Macaio deu à costa

Ai deu à costa nos baixos do Maranhão

Toda a gente, toda a gente se salvou

Ai se salvou, só o S. Macaio não.

“SÃO MACAIO” é uma canção dançada nos Açores. Foi, sobretudo na Ilha Terceira onde se generalizou a sua tradição.Tudo leva a crer que o seu nome original seja São Macárioequeonomecom queficouconhecidosejajáumadegeneraçãodoprimeiro.

Acredita-se que São Macário seria um navio que andava entre as ilhas e o Brasil e que teria naufragado numa das suas viagens. Pois como diz a canção:

“São Macaio, deu à costa... toda a gente se salvou...(...) só o São Macaio é que não”.

9 VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. TARRACÁ, ATARRACAR, ATARRACADO... Palestra apresentada no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão em 27 de abril de 2011; publicado na Revista do IHGM 37, março 2011.

Arelação do Maranhão com osAçores ÉANTIGA...

Buscando a “Ilha Encantada”, desde 1325 circulavam em Portugal lendas e mapas sobre uma terra assinalada como Hy-Brazil situada além-mar.

O historiador português Armando Cortesão sugere uma hipotética eventualidade do conhecimento tardo-medieval dos Açores, do Atlântico Central, dos arquipélagos das Caraíbas ouAntilhas, bem como do continente americano, pelos portugueses.

AIlha do Brasil, ou mais comumente a Ilha do Brazil; Ilha de São Brandão; Brasil de São Brandão ou Hy Brazil é uma das ilhas míticas do Oceano Atlântico ligada à tradição de São Brandão das terras afortunadas sitas a oeste do continente europeu.

Apresençadesta ilhamíticana cartografiafixao topônimo em datamuito anteriora1500, a data da descoberta "oficial" das Terras de Santa Cruz, o atual Brasil, e invalida de todo a teoria de que o nome estaria ligado ao vermelho do pau-brasil.

Aprocura da Ilha do Brasil foi uma constante nas navegações renascentistas doAtlântico até 1624.

A busca pela Ilha Encantada possibilitou a descoberta dos Açores, Madeira, Brasil, e claro, Maranhão...

Durante os 1500 as viagens e descobertas passavam pelos Açores e vinha descambar no Maranhão – costa Norte do hoje Brasil.

MasoquenosinteressaaquiéaocupaçãodoMaranhão,apartirdaretomadadoterritório, 1615, por migrantes açorianos, muito embora os contatos sejam anteriores. Vejamos:

Quando da primeira tentativa para expulsar os franceses do Ceará e do Maranhão foi a do bandeirante açoriano Pêro Coelho de Sousa que chegou de Pernambuco em 1603 e desembarcou no Ceará com 65 soldados e mais de 200 índios (FREIRE, 2016, p. 111).

Logo após essa tentativa de se chegar ao Maranhão, houve, em 1607, outra, com dois padres jesuítas, o açoriano Francisco Pinto, de Angra, Ilha Terceira, de cinquenta e três anos e o alentejano Luís Figueira, de Almodávar, que desembarcaram na foz do rio Ceará e foram trucidados pelos índios, com Francisco Pinto sendo devorado

A história da colonização açoriana no Brasil, portanto, pode ser dividida em duas etapas, na medida em que ela teve o seu início no Norte, ainda no século XVII, e prosseguiu no outro extremo da Colônia um século depois. No primeiro caso, a bibliografia que trata do assunto ainda é relativamente escassa e não constam nos dias atuais marcas claramente associadas à presença dos referidos imigrantes na Região, diferentemente do Sul do País, onde não somente a literatura a respeito é mais farta como permanecem vivos alguns traços culturais herdados dos ilhéus. Não obstante esta constatação convém destacar um aspecto ao menos curioso, qual seja a semelhança arquitetônica existente entre o casario do século XVIII do Centro Histórico de São Luís do Maranhão e o da cidade de Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, o que permitiu a ambas o reconhecimento pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Aimigração açoriana para o Maranhão e o Grão-Pará se efetivou mediante três correntes, tendo lugar as duas primeiras ainda durante o século XVII e a terceira no século XVIII:

Aprimeira corrente imigratória se deu entre os anos de 1619 e 1632.

1615 – Jorge Lemos de Bettencourt inicia o primeiro projeto de imigração

1616 – Edificação do Forte do Presépio – foz do Amazonas, núcleo inicial de Belém 1618 – 200 casais (mais de mil indivíduos – chegam 95 casais ou 561 indivíduos

1621 – Antonio Lemos de Bittencourt – 40 casais ou 148 indivíduos 1625, mediante contrato celebrado com o governo português, o novo capitão-mor do Maranhão, Francisco Coelho de Carvalho, trouxe mais algumas dezenas de açorianos.

1632, encerrando essa primeira corrente, chegariam mais outras dezenas.

A segunda corrente de açorianos teria ocorrido nos anos de 1675 e 1676 e o motivo principal se deveu à erupção de um vulcão na Ilha do Faial, o que deixou um grande contingente de ilhéus em sérias dificuldades (Lisboa, 1866;Wiederspahn,1979 e Berredo, 1988).

WIEDERSPAHN, H. O. )

1648 – 52 casais ou 365 individuos

1666 – 80 casais ou 250 individuos

1674 – 100 casais ou 500 individuos

1675 – 50 casais ou 234 individuos – 50 casais, 100 individuos

1677 – 50 homens, 47 mulheres e 126 pessoas de família

1750 – 96 casais ou 486 individuos

1752 – 430 individuos

1753 – 900 soldados

Uma terceira leva de açorianos destinada à Região Norte do Brasil ocorreu no período entre 1752 e 1756, quando o todo poderoso ministro Sebastião José de Carvalho e Melo - o Marquês de Pombal - procurou empreender uma corrente migratória para o Grão-Pará e o Maranhão, tomando como ponto de partida, mais uma vez, oArquipélago dosAçores.

Apartir daí, as migrações concentraram-se nos atuai Pará eAmapá...

Num período de 135 anos, chegaram 6.254 indivíduos (MARQUES, 2005):

Emblemática, é a história da família Garret naAmazônia, descrita por Gairo Garreto em “Garrett, traficante de escravos”. Originários da Espanha, três jovens irmãos, duas moças e um rapaz, chegam à década de 1730 à vila de Horta, Ilha do Faial.

Antonio Bernardo Garret, quase aos 70 anos de idade, deixa suas propriedades nas ilhas do Pico e Faial sob a responsabilidade de um procurador, e dirige-se para São Luis; em 1787 já residida aqui, pois, ao que parece, chegara no ano anterior, e aparece como negociando uma sumaca, visto ser capitão de navio. No início de 1787 encontra-se registro mostrando-o como traficante de escravos...

Mas esta é outra história...

No século XIX continuou a chegada de portugueses – em especial, açorianos – ao Maranhão... Para Maria Eduarda Fagundes, em OS ESCRAVOS BRANCOS

AÇORIANOS (2010):

Desde o nascimento como povo, os açorianos conheceram a escravidão. À princípio como vítimas e presas de piratas nas lutas religiosas entre cristãos e muçulmanos e mais tarde como mão-de-obra barata e escrava em terras de novo mundo. Com a proibição do tráfico de escravos no século XIX, os grandes plantadores brasileiros viram-se na condição premente de arranjar gente para trabalhar a terra. Foi na imigração que a politica tentou resolver o problema. Formaram-se grupos legais para contratos de trabalho no exterior, amparados pelos governos. Os portugueses e italianos mais pobres e necessitados eram os mais encontrados para fazerem esse tipo de transação.

Assim, toda a região amazônica, do Maranhão ao Pará, do Amazonas ao Amapá foi constituída por esse lastro político açoriano que forjou os costumes, a cultura, as festas, o modo de ser e de estar açoriano, os bailados, as lendas, os mitos e as superstições, o jeito de falar e a alma alegre que se incorporou ao saber local, tornando-se aspectos comuns às duas culturas desde então, resultado da intensidade religiosa milenar e devocional, a moralidade única da palavra dada, o sentido de insularidade e a cultura folclórica que sustentam, ao longo dos séculos, o imaginário popular (MARQUES, 2005).

Passados quatro séculos desde a primeira leva de imigrantes, ainda é possível observar vestígios dessa presença em todos os cantos do Maranhão.

Vamos ver o caso do “tarracá”...

Como “São Macaio”, uma corruptela de “São Macário”, “Tarracá” também é uma corruptela, de “atarracar, atarracado”, expressão que identifica uma forma de luta corporal, pertencente aos Jogos Tradicionais, praticada no Maranhão.

Os Jogos Tradicionais podem proporcionar estudos diversificados no âmbito da História, da Historiografia, da Psicologia, da Sociologia, da Pedagogia, da Etnografia e da Linguística, entre outros.

Este tipo de jogos varia de região para região e possui um significado de natureza mágico-religiosa. É normalmente praticado em épocas bem determinadas do ano ou em intervalos do trabalho agrícola, contribuindo de modo saudável para a ocupação das horas livres.

Em conclusão, pode-se dizer que os jogos tradicionais são criados pelos seus praticantes a partir do reportório dos mais velhos e adaptados às características do local.

A denominação de cada um deles evoca por si mesma as suas características e regras principais.

Graça Guedes (1989), in http://folclore.pt/jogo-popular-jogos-tradicionais/

Dentre as correntes esportivas contemporâneas, encontramos, dentre outros, os Esportes Tradicionais, esportes consolidados pela prática durante muito tempo - os Esportes das Artes Marciais – provenientes da Ásia, inicialmente praticadas militarmente pelos guerreiros feudais, e hoje práticas esportivas: jiu-jitsu, judô. Karatê, taekwondo; os Esportes de Identidade Cultural, que são aqueles com vinculação cultural: no Brasil, a Capoeira principalmente; são identificadas outras modalidades esportivas de criação nacional, de prática localizada nos seus ”lócus”, inclusive as indígenas: Uka-uka, Corrida de Toras, etc., sem preocupações de práticas por manifestação.

“Como acontece com os adversários naturais, Luta Livre elementos absorvidos do jiujitsu, assim, como jiu-jitsu elementos absorvidos luta livre no processo de tornar-se "Bjj".

Muitos especialistas do jiu-jitsu lutaram profissionalmente no contexto pro-wrestling. Entre algumas das culturas de luta presentes no contexto brasileiro, tendo algum impacto sobre a luta livre brasileira, podemos considerar wrestling huka huka (dos povos indígenas amazônicos), marajoara wrestling (praticado nas areias da Ilha do Marajó), tarracá (praticado no Maranhão) e capoeiragem (especialmente a partir da tradição praticada no Rio de Janeiro). Enquanto alguns especialistas mais antigos vieram do "greco-romano" wrestling contexto, a luta livre também recebeu algumas de suas influências”

“Wrestling” (lit. luta) é uma arte marcial que utiliza técnicas de agarramento como a luta em “clinch”, arremessos ederrubadas, chaves, pinos eoutrosgolpesdo“grappling”.Uma

luta de “wrestling” é uma competição física entre dois (às vezes mais) competidores ou parceiros de “sparring”, que tentam ganhar e manter uma posição superior. Há uma grandevariedadedeestilos, com diferentesregras tantonos estilos tradicionais históricos, quanto nos estilos modernos:

Técnicas de wrestling foram incorporadas por outras artes marciais, bem como por sistemas militares de combate corpo-a-corpo Como esporte, com exceção do atletismo, o wrestling é o esporte mais antigo de que se tem conhecimento, e que se pratica ininterruptamente ao longo dos séculos de maneira competitiva.

“Grappling” é o nome que se dá a uma técnica de imobilização, ou uma manobra evasiva,aqual sedápormeiododomíniodooponente.Formadecombatemuito utilizada em táticas policiais e esportes de contato, como o “wrestling”.

O catch wrestling é um estilo tradicional de wrestling que tem várias origens, os mais famosos são os estilos tradicionais da Europa como “collar-and-elbow“, wrestling de Lancashire ou “catch-as-catch-can”, submission wrestling, entre outros, além dos estilos asiáticos pehlwani e jujutsu.

“Wrestling” tradicional (em inglês: folk wrestling; lit. luta tradicional) é denominação geral de várias disciplinas de “wrestling” ligadas a um povo ou a uma cultura, que podem ou não ser codificados como um esporte moderno. A maioria das culturas humanas desenvolveuseuprópriotipodeestilode“grappling”,únicosecomparadoaoutrosestilos praticados. Enquanto diversos estilos na cultura ocidental podem ter suas raízes na Grécia Antiga, outros estilos, particularmente os da Ásia, foram desenvolvidos de forma independente.

SENHORAS E SENHORES PERMITAM-MEAPRESENTAR-LHE… TARRACÁ.

[…] ladies and gentlemen, let me introduce you to…Tarracá. It was used by a Vale Tudo fighter who called himself “Rei Zulu” in the early 80´s here in Brazil; he kicked (better yet, throwed around) quite a few asses before getting tapped out by Rickson in 1984

(Senhoras e senhores, permitam-me apresentar-lhe… Tarracá. Ela foi usada por um lutadorValeTudoqueseautodenominava“ReiZulu”noiníciodosanos80aquinoBrasil, ele chutou (melhor ainda, jogou ) um grande número de bundas poucos antes de ser derrotado por Rickson em 1984.)

MEU INTERESSE PELO ‘TARRACÁ’ DEVE-SE A UMA CONSULTA DE UM ALUNO DE NOSA UFMA, SE EU TINHA ALGUM CONHECIMENTO DESSE ESTILO DE LUTA, PRATICADA POR REI ZULÚ. ESTAVA A PROCURA DE UM TEMAPARASEU MESTRADO.

RESPONDI QUE NÃO. E ENTÃO FUI BUSCAR.

ELE MESMO ME DEUALGUMAS INFORMAÇÕES:

Durante algum tempo venho interessado em estudar e investigar sobre o TARRACÁ, aparentemente uma luta praticada na baixada que foi “popularizada” pelo Rei Zulú. O Sr. já ouviu falar a respeito?

Fala-se que é uma luta indígena praticada em comunidades ribeirinhas. Amigos meus de Pinheiro já confirmaram a existência do tarracá enquanto uma manifestação lúdica, uma brincadeira comum entre pescadores da região. Estou louco para ir até lá e investigar e tentar a posteriori compor um projeto de mestrado referente à temática.

O que é o TARRACÁ? Não sei! Nunca ouvira falar, até agora!

Mas remeti a questão a alguns Mestres Capoeiras - Mestre Marco Aurélio Haickel, Baé, Mizinho - que certamente darão alguma notícia. MarcoAurélio certamente vai investigar, também, junto ao Mestre Patinho, Mestre Nelsinho, Mestre Índio do Maranhão – apenas citando alguns – que poderão dar notícias do Tarracá.

O que se sabe?Apenas aquilo que o Prof. Mayrhon coloca, em sua mensagem:

1. uma luta indígena praticada em comunidades ribeirinhas.

2. uma manifestação lúdica, uma brincadeira comum entre pescadores da região (Baixada)

3. luta praticada na Baixada que foi “popularizada” pelo Rei Zulú.

Temos um ponto de partida!

Mestre Baé – da Federação de Capoeira – responde e informa sobre o “ATARRACAR” em correspondência eletrônica,

Recebi seu Email, Com relação ao tema ATARRACAR; posso lhe adiantar o seguinte: desde criança tenho ouvido falar, assim como quase todos que também como eu sou da Baixada maranhense, grande parte da minha família é de Viana, Penalva, e Municípios vizinhos.

Minha família sempre foi voltada para criação de gado e pescaria no interior, quando éramos crianças sempre a gente se atarracava um com o outro na beira do curral ou do rio e até no campo para ver quem era melhor de queda e isso porque a gente via os mais velhos fazerem também ,meus avós e tios/avós falavam que isso sempre existiu o nome ATARRACAR e conhecido em vários interiores do Maranhão mas nunca ouvir dizer que era uma LUTA ou eu tenho lido algo afirmando ser luta, sempre foi o nome dado a forma de nos pegarmos para dar uma queda no outro em um corpo a corpo mais nunca foi denominado como luta até porque era baseada mais na força física e jeito de cada um pegar e arremessar o outro no chão através de uma queda.

Luta pelo que eu tenho conhecimento possui técnica, bases, nomenclatura de movimentos, regras e etc..

Em outra correspondência, recebida de Mestre Marco Aurélio, em que indaguei sobre a busca da origem do “TARRACÁ”, estilo de luta livre (hoje seria MMA) adotado pelo lutador maranhense Zuluzinho, que aprendera com seu pai, o Rei Zulú; Zulu, criado em Pontal, no interior do Maranhão, onde aprendera uma luta cabocla praticada e ensinada por índios e negros da região: o Tarracá:

Quanto ao Atarracado, desconheço sua presença no centro-sul do Maranhão, apesar de poder haver, mas é uma prática muito comum no centro-norte, pelo menos na região do Pindaré e na Baixada, nesta última, pelo que já ouvi de alguns capoeiras originárias daquela região das águas falarem-me a respeito.

No que diz respeito à sua presença na região do Pindaré é fato, pois eu mesmo a praticava bastante, tendo sido ao longo do tempo, na qualidade de menino, e aí vai até meus doze (12) anos, a base de tudo o que sabia nas minhas ”brigas de rua”.

Apesar de ter nascido em São Luís, me criei, desde bebê, até os sete (07) anos de idade, na cidade de Pindaré-Mirim, outrora, Engenho Central, e em sua origem, Vila São Pedro.

Como toda criança ribeirinha, as brincadeiras eram em torno do rio, dos lagos e igarapés, ou então nas várzeas, e aí, não faltavam os embates.

Lembro-me que a minha afinidade com a prática era bastante estreita, talvez, por desde pequenino ter sido corpulento, de maneira que não era muito afeito à briga “corpo fora”, como se dizia, mas, mais no “atarracado“, ou “corpo dentro”, o que se dava a partir de uma cabeçada. A ponto de quando ousava me aventurar pelo “corpo fora”, na maioria das vezes saía perdendo…

Quanto à origem do Atarracado – Tarracá -, Mestre Marco Aurélio diz: [...] não sei afirmar, se indígena ou africano, quiçá, até mesmo européia, nesta senda, somente pesquisando-se para buscar referências.

Posso afirmar, no entanto, o que não quer dizer que a priori seja africana, é que tive oportunidade de ver, em um evento internacional de lutas de origem africana, em Salvador/BA, em 2005, quando levamos daqui, a “Punga dos Homens” , uma prática que existe rasteiras e desequilibrantes, no tambor de crioula, um pessoal de Angola/África, apresentar a Bassúla, uma luta, a despeito de alguns golpes diferentes, muito semelhante ao Atarracado, pois imediatamente, quando vi os angolanos praticando-a, eu achei bastante parecida com o Atarracado, impressão esta, também denunciada pelo Mestre Alberto Eusamor, que lá estava comigo, assim como tantos outros, representando o Maranhão.

No que diz respeito a uma influência indígena direta, e que é uma brincadeira da região do Pindaré e, acho, da região Norte como um todo, é o “Cangapé”, uma espécie de rabo de arraia e outros molejos que se pratica lançando-se para cima do contrário, na água.

Em outra mensagem eletrônica, Mestre MarcoAurélio acrescenta:

Falei de como o atarracado tem semelhança com a Bassúla, luta de um país africano (Angola) e, no entanto, não me lembrei, na oportunidade, de falar de uma luta de origem indígena, o que se faz necessário, para ponderarmos, trata-se do Uka-Uka, um embate indígena, que consiste em fazer com que o contrário ponha um dos ombros no chão, hoje, ocorrente durante o “Quarup” um grande evento-cerimonial existente entre os povos do Alto-Xingú.

Mas poderiam perguntar o que uma prática existente entre povos indígenas do AltoXingú tem a ver com uma prática ocorrente no Maranhão? Segundo Roberto da Mata, desculpem-me não dispor da referência bibliográfica, os povos Krahô e Xavante saíram em uma corrente migratória, a partir do Maranhão, para onde se encontram hoje, respectivamente, Tocantins e Alto-Xingú.

Daí há de notar-se que o Maranhão em razão de ser banhado por inúmeras e grandes bacias hidrográficas era e é um celeiro de alimentos, o que deve ter sido berço de inúmeros povos indígenas, entre atuais, extintos e migrantes. Talvez, esse berçário, para os que possuem uma visão míope, e consideram que o maranhense tenha uma cultura ”preguiçosa” é por desconhecerem exatamente esse manancial de alimentos que é e, que outrora, tenha sido ainda mais.

Sobre o Uka-uka, andando por esses interiores, fui encontrar em Carutapera o estilo ‘onça pintada’, introduzido na região por um mestre paraense – Mestre Zeca – baseado em luta de antiga tradição marajoara – o agarre marajoara – conforme Campos, Pinheiro, Gouveia, luta marajoara (2019); lembrando que muitas das nações indígenas que se

estabeleceram na Ilha do Marajó foram ‘desterradas’ do Maranhão durante o período colonial; inclusive, há certa semelhança entre as cacarias encontradas nas estearias do lago Cajari com motivos marajoaras:

Turiaçu fica bem próximo de Carutapera, na mesma região do Turi. O grupo de Carutapera denomina-se ACANP – Associação Capoeira Arte Nossa Popular – fundada por Mestre Zeca, de Belém do Pará – Jose Maria de Matos Moraes. A ACANP é filiado da Federação Paraense de Capoeira; o estilo praticado é o “Angola com Regional”, estando desenvolvendo, em Maracassumé, e introduzindo em Caratupera, o estilo desenvolvido pelo Mestre Zeca, que denominam de “Onça Pintada” – que seria uma fusão da Regional com o Agarre Marajoara.

De acordo com Álvaro Adolpho, de Belém do Pará, ex-diretor do Departamento de Educação Física do Pará, o “Agarre Marajoara” é uma luta desenvolvida pelos índios da Ilha do Marajó – que guarda uma certa semelhança com o Uka-uka - havendo registro de sua pratica ha mais de 300 anos. De acordo com o Prof. Álvaro, talvez seja a primeira luta-esporte com registro de sua pratica no Brasil.

Wing Chun Lawyer se posiciona, em sítio dedicado ao MMA: Eu sinto que não tenha dados mais concretos sobre Zulu. Ele lutava dependente basicamente de sua força impressionante, e foi-me dito que ele conseguiu lançar Rickson fora do ringue um par de vezes antes de serem apresentados. Principalmente o que eu encontrar on-line são posts no fórum com informações úteis ou não mais confiáveis, em inglês ou em português. Eu pensei que era um assunto interessante porque, bem, parece que Tarracá foi criado do zero – as habilidades de boxe de Rei Zulu realmente estranhas, seus movimentos são estranhos, e olhar áspero - embora alguns dos seus lances faria muita inveja a um judoca. Só sei ele afirma ter criado Tarracá do zero porque eu achei uma entrevista muito curta sobre um blogspot, aparentemente ainda luta e executa um ginásio onde ele ensina Tarracá.

Rei Zulú é a maior referência do “Vale Tudo” no/do Maranhão. Nascido Casimiro de Nascimento Martins, em 09 de junho de 1947 é um lutador de Vale-Tudo:

“criado em Pontal, no interior do Maranhão. Lá, aprendeu a Tarracá, luta cabocla praticada e ensinada por índios e negros da região. Como seus 17 irmãos, nunca frequentaram a escola. Cresceu forte e brincalhão. Aos 14 anos, mudou-se com a família para a Vila Ilusão (sic, Luisão), na Ilha de São Luís.” (LAROCHE, 2010) (grifos nossos).

É pai do também lutador Zuluzinho. Em entrevista (Budo International, Blackbelt) Zuluzinho enumera seu jiu-jítsu (faixa-roxa) e Vale Tudo, afirma ter aprendido Tarracá com seu pai, responsável pelo método de treinamento utilizado pelo lutador em todos esses anos.

Rei Zulu nunca praticou artes marciais, desenvolveu seu estilo próprio que se aproxima de brigas de ruas:

Eu só sei que ele afirma ter criado Tarracá a partir do zero, porque eu encontrei uma entrevista muito curto em um blogspot, aparentemente, ele ainda luta e corre uma academia onde ensina Tarracá. (WingChun Lawyer)

Mauricio Kubrusly, em “Me leva Brasil” entrevistou Rei Zulu em São Luis do Maranhão, onde reside: Quem primeiro me treinou foi meu pai. E tem a prática com zorras, os pneus… é que no interior chama zorras. E ele conhecia também o tarracá, a luta dos índios.

Marc Magapi, em outra reportagem, descreve o ritual do Rei Zulú em suas lutas, como também informa ser seu pai o criador do estilo que “desenvolveu”:

Rei Zulú (Eu como até ferro derretido) – Nascido em São Luiz, Maranhão, este folclórico lutador, é protagonista de inúmeras histórias por conta das décadas em que praticou o vale tudo (um cartel com mais de 250 lutas). Zulú entrava no ginásio, seguindo um ritual, que tinha início com uma volta olímpica, na qual saudava o público presente, sempre com o braço esquerdo estendido. Ao subir no ringue, o maranhense jogava-se no chão, rolava para o lado, dava cambalhotas, movimentava os ombros para frente e para trás e fazia inúmeras caretas. Zulú tinha a característica de zombar de seus adversários, acreditando sempre em sua força descomunal para vencê-los no momento que bem quisesse. Um autodidata do mundo das lutas, que sempre se disse representante do “Tarracá”; estilo criado por seu pai, que consistia basicamente em se “atracar” com o adversário, nunca teve aulas de jiu-jitsu, capoeira ou luta livre em uma academia. Esse mesmo autor informa ter havido em São Luís do Maranhão uma “arena de lutas”, denominada de “Terreiro Tarracá”, no Bairro do João Paulo, onde era disputado um campeonato semanal de Vale Tudo, conforme se vê em “O encontro de Magapi com Rei Zulú” :

1997 São Luis - MA - tem uma faixa lá no João Paulo (bairro) chamando as pessoas para assistir o (pásmem!!!) semanal campeonato de vale tudo do Tarracá e dizendo que o Rei Zulú vai lutar movimentadas com uma média de 3 minutos para cada uma [...] nesse local tinha luta todo final de semana mesmo [...] Era um sábado, o local era escuro, a entrada era R$5,00 e no programa estavam confirmadas 6 lutas. O nome do local é Arena do Tarracá ou Baixada do Tarracá.

Além da correspondência do Marco Aurélio, recebo de Javier Cuervo, lá das Astúrias (Espanha) um comentário, de que no Calahari sub-sahariano, entre os bosquímanos, luta semelhante àquela apresentada pelo Rei Zulu; mandou-me vídeo via iutube, demonstrando as semelhanças, comparando-se com o da luta de Rei Zulu e Rickson Gracie , nos anos 80…, disponívelem vídeodo linkanexo: E“Batuqueduro”do Kalahari -1930.

Encontrei, ainda, descrição de luta-jogo semelhante, trazida por vaqueiros portuguesesde origem açoriana - durante o período colonial, a Galhofa - o “wrestling tradicional transmontano” - que se define como um desporto de combate. É tida como a única luta corpo a corpo com origens portuguesas. Tradicionalmente, este tipo de luta era parte de um ritual que marcava a passagem dos rapazes a adultos, tinha lugar durante as festas dos rapazes e as lutas tinham lugar à noite num curral coberto com palha.

Em depoimento de Álvaro (Vavá) Melo, de Osvaldo Pereira Rocha, e de Edomir Martins, jovens nos seus mais de 80 anos, que quando crianças e adolescentes, costumavam praticar o ‘atarracado’eo ‘atarracar’,naregiãoda baixada,ondemorava; Osvaldo Rocha, ilustre pesquisador e historiador, disse-me que, embora franzino, costumava ganhar algumas das ‘brincadeiras’, pois o segredo era a agilidade em agarrar a perna do adversário e levá-lo ao chão; tão logo autorizado o combate, a rapidez com que se lançava ao adversário era fundamental.

Já Álvaro Mello, Vavá, presidente da Federação das Academias de Letras do Maranhão, cronista do Arari e de São Bento, deu seu depoimento, ressaltando que os embates se davam na beira do rio, e os combatentes saiam cobertos de lama;

O mesmo disse Aymoré Alvim – ilustre pesquisador hoje aposentado, da nossa UFMA/Medicina.

De Barreirinhas, em conversa com alguns professores de educação física de algumas comunidadesdointeriordaquelemunicípio,falaram-mehaverporali,ainda,umjogo/luta semelhante ao descrito, mas que ali, denominavam de ‘queda’. Coincidentemente, no mesmo dia em que retornei daquela cidade recebi do Javier o material abaixo:

UMACONCLUSÃO POSSÍVEL

Rei Zulú, que praticava o que denominou de “tarracá” em sua infância, como atividade corriqueira, jogo/luta de sua infância, e dada suas características físicas, em um dado momento,aindanoquartel,vale-sedeambas–aformade‘luta’eaforça–paraconquistar um espaço, que vem a se tornar uma profissão.

Para justificar seu estilo peculiar – força bruta – e por não ‘pertencer’ a uma escola do entãoValeTudo,‘inventa’atradiçãodelutaaprendidados índios,TARRACÁ –atarracar, segundo Baé, ou atarracado, segundo MarcoAurélio – que vai se constituirem um estilomaranhense – disseminado tanto por Zulu, em suas investidas no mundo da luta livre pelo mundo afora, como por seu filho Zuluzinho, quando coloca que seu estilo fora criado por seu pai – quem o treinava - e se chamaria ‘Tarracá’, de tradição indígena e negra, maranhense…

Encontrado que em diversas regiões do Maranhão, ainda hoje se pratica essa luta, que recebe diversas denominações – tarracá, atarracado, atarracar, queda... – de origem possível portuguesa, trazida por vaqueiros açorianos.

PUNGA DOS HOMENS – TAMBOR-DE-CRIOULO(A)

1820 - Mestre Marco Aurélio (Marco Aurélio Haickel) em correspondência pessoal acerca da “Punga dos Homens” [Jornal do Capoeira] esclarece que, antigamente, a Punga era prática de homens; que após a abolição e a aceitação da mulher no convívio em sociedade, que passa a ser dançada por mulheres, apenas. Mas desde 1820 há referência à Punga, com a participação unicamente de/por homens:

“Há registro da punga dos homens, nos idos de 1820, quando mulher nem participava da brincadeira sendo como movimentos vigorosos e viris, por isso o antigo ditado a respeito: "quentado a fogo, tocado a murro e dançado a coice" (Mestre Marco Aurélio, em correspondência eletrônica, em 10 de agosto de 2005).

Onde? Informa que há uma referência em Dunshee de Abranches... Buscamos em “O Captiveiro”, de 1941. “O Captiveiro”, não é apenas um livro de memórias; escrito em 1938, para comemorar o cinquentenário da abolição da escravatura e o centenário da Balaiada, trata-se de registros de acontecimentos políticos e sociais do Maranhão (GASPAR, 1993). Numa de suas passagens, descreve as lutas entre brasileiros (cabras) e portugueses (puças), republicanos e monarquistas, abolicionistas e negreiros, que para defenderem seus ideais, passam a criar periódicos e grêmios recreativos de múltiplas denominações para defesa de seus ideais. Dessa mania surge a "Arcadia Maranhense", e de uma sua dissidência, a "Aurora Litteraria". Para ridicularizar os membros desta última, aparece um jornaleco denominado "Aurora Boreal": "... só faltava fundar-se o Club dos Mortos. E justificou [Raymundo Frazão Cantanhede] tão original proposta dizendo que, setalfizéssemos,iríamos alémdospositivistas:ficaríamosmortos-vivoseassimseríamos governados por nós mesmos". (ABRANCHES, 1941:174). O Clube dos Mortos reuniase no porão da casa dos Abranches, no início da Rua dos Remédios, conforme relata Dunshee deABRANCHES (1941) em suas memórias:

"E como não era assoalhado nem revestido de ladrilhos, os meus paes alli instalaram apparelhos de gymnastica e de força para exercícios physicos (...) E, não raras noites, esse grupo juvenil de improvisdos athletas e plumitivos patriotas acabava esquecendo os seus planos de conjuração e ia dansar na casa do Commandante Travassos...” (p. 187188).

O “Club dos Mortos” envolveu-se, ainda, nas disputas entre caixeiros e estudantes por causa de duas artistas de um circo, instalado no Tívoli. Para enfrentar os empregados do comércio, na sua maioria homens feitos, os preparatorianos (estudantes do Liceo) reuniram-se no pátio do colégio para selecionar os melhores atletas para a defesa. Fundaram, assim, o Club Roncador, que guardavam suas armas na casa dosAbranches:

“...veio dahi uma grande amizade dos campeões dos murros e dos cambitos (synonimo de rasteira naquella época) pelo Club dos Mortos”. (p. 190-191). (grifos meus).

Rasteira? Seria a capoeira? Nada sobre o Tambor-de-crioula e a punga dos homens, nada em “ASetembrada”, nem n’“AEsfinge do Grajaú”...

Em Câmara Cascudo, no verbete “punga”, consta: dança popular no Maranhão, capital e interior ... que é a mesma “dança do tambor”. A punga é também chamada “tambor de crioula”. Há também referência a grafia “ponga”, que como se sabe é um jogo. Crê Câmara Cascudo que punga é um termo em uso apenas no Maranhão e significa, na dança em questão, a umbigada, a punga. A punga seria uma dança cantada, mas sem versos próprios, típicos. Geralmente são improvisados na hora, quando as libações esquentam a cabeça e despertam a “memória” do “tiradô” de versos. Após descrever o que seria a dança do tambor-de-crioula, informa que pong provirá do tupi – soar, bater, ou antes soar por percussão. “O que fervia era o lundum, e estalavam as umbigadas com o nome de ‘pungas’” (p. 742-743). Remete a Tambor:

“... mas a autonomia dos tambores indígenas e sua existência précabralina parecem-me indiscutíveis no Brasil. Dança do Tambor, Tambor-de-Mina, Tambor-de-Crioulo [Tambor-de-Crioulo?]. As danças denominadas ‘do Tambor’ espalham-se pela Ibero-América. No Brasil, agrupam-se e são mantidas pelos negros e descendentes de escravos africanos, mestiços e crioulos, especialmente no Maranhão. [grifos meus]. Conhece-se uma Dança do Tambor , também denominada Ponga ou Punga que é uma espécie de samba, de roda, com solo coreográfico, e os Tambor-de-Mina e Tambor-de-Crioulo, [chamo atenção novamente para a grafia, em masculino], série de cantos ao som de um ferrinho (triangulo), uma cabaça e três tambores, com danças cujo desempenho ignoro.” (p. 850-851).

Informa o ilustre pesquisador, ainda, que uma missão cultural colheu exemplos das músicas utilizadas tanto no Tambor-de-Mina quanto no de Crioulo, em 1938. Estão ligados esses tambores-de-mina-e-de-crioulo às manifestações religiosas dos “terreiros”, ao passo que:

“... a punga (dança e batida) parecem alheias ao sincretismo afrobrasileiro na espécie... o Tambor-de-Crioula [já passa a usar no feminino ...] é o Bambelô do Maranhão, mas com a circunstância de que só dançam as mulheres. Passa-se a vez de dançar com a punga, que é um leve bater de perna contra perna. Punga é também espécie de pernada do Maranhão: batida de perna contra perna para fazer o parceiro cair.. às vezes o Tambor-de-Crioula termina com a punga dos homens.”. (p. 851).

Por “Pernada”, registra: jogo ginástico, brincadeira de agilidade, entre valentões, malandros e capadócios. É uma simplificação da capoeira... Sua descrição, assemelha-se à da “pungada dos homens”, do Tambor-de-Crioulo(a) (p. 709). Já “bambelô” é descrito como samba, côco de roda, danças em círculo, cantada e acompanhada a instrumentos de percussão (batuque), fazendo figuras no centro da roda um ou dois dançarinos, no máximo. O ético é o vocáculo quimbundo mbamba, jogo, divertimento em círculo (p. 113).

2005“A existência da capoeira parece remontar aos quilombos brasileiros da época colonial, quando os escravos fugitivos, para se defenderem, fazem do próprio corpo uma

arma. Não há indicações seguras de que a capoeira, tal qual a conhecemos hoje no Brasil, tenha se desenvolvido em qualquer outra parte do mundo (REIS, 2005)” – em conversa com Mestre Bamba - Kleber Umbelino Lopes Filho (divulgada na edição 411º. A 7 de agosto do “Jornal do Capoeira”) – este confirmou a existência de movimentos semelhantes aos da capoeira em remanescentes quilombolas do Maranhão, da região do Rio Itapecuru-Mirim. Essa região é ocupada desde o tempo dos franceses (1612-1615) e depois holandeses (1640-1643) e portugueses - desde o início da colonização, quando da reconquista do território aos franceses, em 1615, e a retomada aos holandeses, em 1643e a partir dos meados dos 1700, receberam os primeiros escravos negros e, consequentemente, com suas fugas, a formação dos primeiros quilombos, naquela região. Mestre Bamba chegou a filmar esses movimentos, que aparecem dentro do Tambor-deCrioula, denominado “Punga dos Homens”, com a identificação dos “golpes” pelos “da terra” e a sua correlação com a capoeira de Bimba.

- 10 de agosto - reunião do Matroá, escola de capoeira de Mestre MarcoAurélio. Mestre Patinho esteve presente, assim como Mestre Didi. Uma verdadeira aula de cultura maranhense. Presentes, também, Domingos de Deus, Luis Senzala, Bamba, Vespasiano, Aziz, Same ... Conversas sobre os artigos do Jornal do Capoeira, sobre a Punga dos Homens, e novas informações e esclarecimentos ... desafiados para colocarem no papel suas pesquisas – mais de oito anos – sobre essa manifestação:

“Há cerca de oito anos, eu e mais outros capoeiras estamos pesquisando a punga, e posso lhe afirmar que apesar da correlação de alguns golpes com a capoeira, esta pode até ter similaridade, mas daí afirmar que é capoeira é outra coisa.” (in correspondência pessoal, de 10 de agosto de 2005).

Uma certeza: punga não é capoeira, embora alguns movimentos se assemelhem ... Informa MarcoAurélio:

“Ano passado, participei em Salvador, de um Encontro Internacional de capoeira "GINGAMUNDO". onde coordenei uma grupo do Maranhão, com 25 (vinte e cinco) pessoas entre estas, o Mestre Felipe e outros pungueiros, entre pessoas de um Povoado de Rosário e mais outros coreiros e coreiras, algumas capoeiras angola. Lá, estavam presentes representantes de outras lutas de origem africana, de países como Angola e Madagascar, porém, a grande vedete do encontro foi a Punga dos Homens... Estavam presentes neste encontro, além de mestres antigos, tais como João Pequeno, João Grande, Mestre Boa Gente, também haviam pesquisadores de renome como Jair Moura, Carlos Líbano Soares, Fred Abreu, Mathias Röhring Assunção, etc”.(in correspondência pessoal).

TAMBOR DE CRIOULA

O Tambor de Crioula, manifestação popular genuinamente afro maranhense, de caráter lúdico, é tradicionalmente identificada como "festa de preto", assim como onde houvesse instrumentos de sopro, tinha-se como "festa de branco". Dessa forma, à exceção do período da quaresma – hoje em dia, até nesta época – toca-se o tambor de crioula durante o ano inteiro, seja festa ou o evento que for: Carnaval, aniversário, Divino, nascimento, São João, São Pedro, falecimento, ou mesmo uma simples confraternização de fundo do quintal. A festa de São Benedito ocorre entre agosto e novembro, tendo em vista os costumes de cada lugar, mas, sempre durante a fase da lua cheia.

Apesar do aspecto lúdico prevalecer, brincantes (coreiros e coreiras) mais antigos, na sua quase totalidade são devotos de São Benedito, a constatar pelas centenas de grupos de tambor de crioula existentes: "Brincadeira de S. Benedito", "Unidos de S. Benedito", "Filhos de S. Benedito", "Orgulho de S. Benedito", etc., acrescentando-se que ao início de cada "brincada", a primeira salva é dirigida ao Santo, que no culto religioso de influência africana, hegemônico no Maranhão, Mina (com tradição Jeje-Nagô), é relacionado à divindade Vodun, Avêrêkête.

Os tambores, em número de 03 (três), constituem o que se denomina parelha, assim definidos: tambor do meio, meião ou socador, o tambor menor, pererengue, merengue ou crivador, seguido do tambor grande, sulador, ou roncador. O meião inicia e, marca o toque, seguido do pererengue, que faz o contratempo, logo após o tambor grande entra, com o seu roncado característico, definindo a punga.

Conforme as regiões do Estado onde o tambor de crioula se faz presente, define-se o sotaque (forma apropriada de tocar, cantar, dançar, pungar e se expressar). O sotaque, que pode representar sutis diferenças, ou mesmo nem ser percebido pelos leigos, demonstra uma forte característica entre os brincantes, assim, a depender do sotaque, o meião só começa a tocar, após o início do canto, e conforme o ritmo empreendido pelo cantador (acelerado ou compassado), ou o contrário, o meião inicia dando o ritmo e, o cantador acompanha-o, puxando o canto, mas em todo o caso, o pererengue sempre entra após o meião, fazendo o contra-tempo, logo em seguida, o tambor grande se faz ouvir, e livre para solar, evolui numa diversidade de toques até alcançar seu ápice, a punga.

Entre os sotaques mais conhecidos está o "de Guimarães", "Alcântara", ou "do litoral", neste,a"brincadeira" acontecenum piquefrenético,outro,éosotaque"daBaixada", mais compassado e de rica variedade rítmica, há ainda os sotaques "de Rosário" e "do Munim", que por fazerem parte dos caminhos dos boiadeiros, trazendo e levando gado de norte a sul, sofreram fortes influências destes, com seus aboios. Os cantos seguem a mesma tendência, podendo ser guturais ou bem definidos. O sotaque define ainda, o uso ou não de baquetas, as quais, quando se fazem presentes são repenicadas na costa do tambor grande, com mais raridade, algumas "brincadeiras" utilizam baquetas (finas e flexíveis) no couro do pererengue.

Os tipos de madeira para a confecção dos tambores são diversos, variando quanto ao peso e sonoridade, sendo umas mais leves e outras mais pesadas, a exemplo do mangue branco ou siriba, pequiá, faveira, etc. A feitura dos mesmos requer um certo ritual, que compreende desde a identificação da árvore, o sangramento desta, durante certa fase da lua, bem como outras particularidades.

Conforme o lugar, a exemplo de São Luís, a dança é exclusividade das mulheres, há, no entanto, homens que dançam, mas neste caso, requer usarem saia. A dança das mulheres se reveste de pura sensualidade e com belas evoluções, onde o ápice acontece quando a mulher, após saldar os tambores menores dançando, mostra-se de frente ao tambor grande, e os dois como que numa simbiose evoluem desafiando-se, até realizarem a punga. O toque dos tambores é predominantemente realizado por homens, apesar de que em alguns lugares a mulher toca, porém, quando se trata de tocar o tambor grande, aquela o faz ao lado deste, nunca sobre, mas, é na capital, onde já há grupos constituídos exclusivamente por jovens, que as mulheres se fazem mais presentes na batida dos tambores.

A punga dos homens, ao contrário da punga das mulheres (umbigada), não acontece em todas as "brincadas de tambor", sendo encontrada mais comumente em comunidades rurais. Acontece ao lado da roda das mulheres, geralmente em areal, e conforme o lugar, é aplicada com mais ou menos intensidade, quando mais vigorosa, não é raro ver homens ao chão, com menos vigor, acontece somente um leve bater de coxas, no entanto, vale ressaltar que nos lugares onde ocorrem as derrubadas, com o avançar das horas, os coreiros já sob os efeitos da cachaça, intensificam-nas em quantidade e vigorosidade, sem que haja no entanto, qualquer incidente grave.

OMaranhão, pelas suas características geográficas,em tempos remotos eraum manancial naturaldealimentos(até hoje,apesardodesmatamento),tornando-semoradadeinúmeras nações indígenas, atualmente, espalhadas ao longo do Brasil Central. Acolheram levas de escravos insurgentes, seja nas aldeias, ou tolerando a formação de (inúmeros) quilombos, mas o certo é que desses ajuntamentos, formou-se o que comumente se reconhece como terras de índio (que não são áreas indígenas) e, terras de preto, entre estas últimas, muitas foram identificadas como verdadeiros quilombos (Projeto "Vida de Negro", da Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos) daí, que as características físicas de muitos habitantes deinúmeras comunidades rurais maranhenses, demonstram deformasingular,expressões indígenas e africanas.

A forte miscigenação ocorrida entre as populações africanas e ameríndias, somadas à cultura européia, em menor escala, derivou numa profusão de manifestações populares onde, em relação ao som, predominou a cultura africana com seus ritmos e tambores, no movimento, o predomínio tornou-seda culturaindígena,pois estejaosom sobum embalo mais frenético ou compassado, aquele se faz miúdo, e por último, não há como negar a preponderânciadoguardaroupaeuropeu,tendoemvistaopudordesteemrelaçãoànudez indígena e, à sensualidade africana. Vale ressaltar, que ainda há muitas pesquisas a serem feitas, mas esses três elementos culturais são evidentes.

A cantoria do tambor dá-se por um cantador/puxador e, um coro respondendo, seu conteúdo, diverso e revestido de picardia, onde os cantadores costumam saudar São Benedito, fazerem choça uns com os outros, cantarem seus lugares, etc., tudo, dentro do ritmo e de uma métrica, que se não for respeitada, é simplesmente desconsiderada.

Como todas as tradições, o tambor sofreu alterações, uma delas a participação de mulheres, como forma de abrandar a repressão, uma vez que era reconhecida pela sua agressividade, sendo vista inclusive como luta, pelas "autoridades" da época. Tem-se que o termo tambor de crioula é mais recente do que a própria manifestação, uma vez que antes de 13 de maio de 1888, as mulheres com raridade, participavam, pois sendo extremamente vigorosa sua prática traduzia uma maneira de deixar os guerreiros em forma, capazes de enfrentar as adversidades da época, talvez daí tenha-se originado um

ditado antigo, ainda hoje pronunciado a respeito em relação à manifestação: tocado a murro, dançado a coice e afinado a fogo

Enquanto manifestação, não há como dissociar homens e mulheres, vez que para acontecer a brincadeira requer a participação de todos tocando, cantando, dançando, evoluindo e pungando, uma verdadeira festa, que contagia quem estiver presente.

CAMARA CASCUDO, Luis da. DICIONÁRIO DO FOLCLORE BRASILEIRO. Rio de Janeiro:Tecnoprint, 1972

GASPAR, Carlos. DUNSHE DE ABRANCHES. São Luís : (s.e.), 1993. (Discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, a 28.jul.92).

João Dunshe de Abranches Moura nasceu à rua do Sol, 141, em São Luís do Maranhão. Advogado, polimista, historiador, sociólogo, crítico, romancista, poeta, jornalista, parlamentar e internacionalista. Dentre seus escritos, destaca-se a trilogia constituída pelo “A Setembrada”, “O Captiveiro”, e “A Esfinge do Grajaú” . REIS, Letícia Vidor de Sousa. Capoeira, Corpo e História. In JORNAL DA CAPOEIRA, disponível em VAZ, Leopoldo Gil Dulcio e VAZ, Delzuite Dantas Brito. CONSTRUÇÃO DE UMA ANTOLOGIA DE TEXTOS DESPORTIVOS DA CULTURA BRASILEIRA: PROPOSTA E CONTRIBUIÇÕES. In VII CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTES, LAZER E DANÇA, Gramado-RS, 20/05 a 1º/06 de 2000.

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SOBRE A “PUNGA” – VISITAÇÃO A CÂMARA CASCUDO

O Confrade Carlos Carvalho Cavalheiro mandou-me alguns sítios sobre a capoeira, a punga, e o tambor-de-crioula. Interessante, e instigante. Especialmente quando se refere às varias manifestações, em seus comentários, que são identificadas com/como Capoeira. Passemos a Luís da Câmara Cascudo e seu “Dicionário do Folclore Brasileiro”, obra obrigatória - primeira edição de 1954, a segunda de 1959 – e, a terceira que estou usando, de 1972, Tecnoprint.

Registra a página 148, o termo “Bate-coxa”, manifestação das Alagoas, uma dança ginástica: “a dança do bate-coxa não se confunde com a capoeira. Os praticantes são da mesma origem, descendentes de escravos”.

Acredita Câmara Cascudo que o bate-coxa seja mais violento, onde os dois contendores, sem camisa, só de calção, aproximam-se, colocando peito a peito, apoiando-se só nos ombros, direito com direito. Uma vez apoiados os ombros, ao som do canto de um grupo que está próximo, ao ouvir-se o ê boi, ambos os contendores afastam a coxa o mais que podem echocam-senum golperápido. Depois dabatida, acoxadireitacom acoxadireita, repete a esquerda, chocando-se bruscamente ao ouvir o ê boi do estribilho. A dança prossegue até que um dos contendores desista e se dê por vencido.

Por “capoeira” registra: jogo atlético de origem negra, ou introduzida no Brasil por escravos bantos de Angola, defensivo e ofensivo, espalhado pelo território e tradicional no Recife, cidade de Salvador e Rio de Janeiro, onde são reconhecidos os mestres, famosos pela agilidade e sucessos.

Informa o grande folclorista que, na Bahia, a capoeira luta com adversários, mas possui um aspecto particular e curioso, executando-se amigavelmente, ao som de cantigas e instrumentos de percussão, berimbaus, ganzá, pandeiro, marcando o aceleramento do jogo o ritmo dessa colaboração musical. No Rio de Janeiro e Recife não há, como não há notícianoutrosEstados,acapoeirasincronizada,capoeiradeAngolaetambémobatuqueboi.

Refere-se, ainda, à rivalidade dos guaiamus e nagôs, seu uso por partidos políticos e o combate a eles pelo chefe de Polícia, Sampaio Ferraz, no Rio de Janeiro, pelos idos de 1890. O vocábulo já era conhecido, e popular, em 1824, no Rio de Janeiro, e aplicado aos desordeiros que empregavam esse jogo de agilidade.

No ano de 1926, foi publicada uma série de artigos sobre “Capoeira e Capoeiragem” no jornal Rio Sportivo, edições de 16/06, 19/07, 06 e 16/09, 18/10, escritos por Adolfo Morales de Los Rios. [Miltinho, acredito queAndré Lace poderia recuperar esses artigos e incluí-los em “Literatura Clássica”, com comentários ...]

Por “Batuque” – dança com sapateados e palmas, ao som de cantigas acompanhadas só de tambor quando é de negros ou também de viola e pandeiro “quando entra gente mais asseada”.

Batuque é denominação genérica de toda dança de negros na África. Batuque é o baile. Deumadescriçãodeum naturalistaalemão,emvisitaàsGerais,em1814/15,aodescrever a dança, fala da umbigada [punga].

Com o nome de “batuque” ou “batuque-boi” há uma luta popular, de origem africana, muita praticada nos municípios de Cachoeira e Santo Amaro e capital da Bahia, uma modalidade de capoeira.Atradição indica o batuque-boi como de procedência banto, talqualmente a capoeira, cujo nome tupi batiza o jogo atlético deAngola.

É descrita por Edson Carneiro (Negros Bantos) – a luta mobilizava um par de jogadores, de cada vez; dado o sinal, uniam as pernas firmemente, tendo o cuidado de resguardar o membro viril e os testículos. Dos golpes, cita o encruzilhada, em que o lutador golpeava coxa contra coxa, seguindo o golpe com uma raspa, e ainda o baú, quando as duas coxas do atacante devam um forte solavanco nas do adversário, bem de frente. Todo o esforço doslutadoreseraconcentradoemficardepé,semcair.Se,perdendooequilíbrio,olutador tombasse, teria perdido a luta. Por isso mesmo, era comum ficarem os batuqueiros em banda solta, equilibrando-se em uma única perna, e outra no ar, tentando voltar aposição primitiva.

Do vocábulo “batuque-boi”, registra: espécie de Pernada. Bahia.

Voltemos a Pernada. Câmara Cascudo informa que assistiu a uma pernada executada por marinheiros mercantes, no ano de 1954, em Copacabana, Rio de Janeiro. Diziam, os marinheiros, que era carioca ou baiana. É uma simplificação da capoeira. Zé da Ilha seria o “rei da pernada carioca”; é o bate-coxa dasAlagoas.

Ainda Edson Carneiro (Dinâmica do Folklore, 1950) informa ser o batuque ou pernada, bem conhecido na Bahia e Rio de Janeiro, não passa de uma forma complementar da capoeira. Informa, ainda, que na Bahia, somente em arraiais do Recôncavo se batuca, embora o bom capoeira também saiba largar a perna. No Rio de Janeiro já se dá o contrário – a preferência é pela pernada, que na verdade passou a ser o meio de defesa e ataque da gente do povo.

O batuque na Bahia se chama batuque, batuque-boi, banda, e raramente pernada – nome que assumiu no Rio de Janeiro... Ficaram famosos como mestres na arte do batuque, Angolinha, Fulo, Labatut, Bexiga Braba, Marcelino Moura...

A orquestra das rodas de batuque era a mesma das rodas de capoeira – pandeiro, ganzá, berimbau.

JOGOS TRADICIONAIS E BRINCADEIRAS INFANTIS

“Era assim na Praça Deodoro, onde as figueiras realizavam sobre a areia ou a grama verdejante, seus galhosfartosquenosserviamdeabrigo,parabrincar simplesmente, subindo em seus troncos, para jogar bolinha de gude ou chuço, nas tardes de estio” Ivan Sarney (CrônicaAcidade adormecida)

Definição - Jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida cotidiana”. (Huizinga, 1980). Abrange jogos de força e de destreza, jogos de sorte, de adivinhação, exibições de todo gênero.

Por definição do Atlas do Esporte no Brasil (Alexandre Marcos de Mello, 2005, p. 3536),jogose esportes tradicionais sãoatividades lúdicas, competitivase/ou cooperativas, que refletem a identidade cultural de um determinado grupo étnico, distinguindo-se dos esportes de apelo internacional sujeito a padrões organizacionais e regras universais. Já os jogos e brincadeiras tradicionais infantis são atividades passadas de geração a geração, em geral aprendidas pelas crianças mais novas com as de mais idade, durante ato de brincar. Também denominados de jogos populares.

PAPAGAIO

“Um papagaio na tarde pode pôr na lembrança uma outra tarde, um tempo inteiro, avivando nomes, personagens e dando vida ao que hoje é uma lanterna, ficando para iluminar o tempo, que o tempo foi cobrindo de silêncio e esquecimento”

IVAN SARNEY (Crônica Um papagaio na lembrança)

Papagaio de papel, coruja, arraia. Na descrição do Dicionário Morais: folhas de papel, ou lenço, estendidas sobre uma cruz de canos, e cortados em figura oval, com um rabo na parte fina, que se soltam ao ar, e lá se mantêm, seguras por um cordel ou barbante. Os portugueses trouxeram o papagaio do oriente, Japão, e China, onde é popular. No Brasil chama de raia ou arraia, em alusão a forma ramboidal do peixe (Câmara Cascudo, Dicionário do Folclore Brasileiro, 1972, p. 669-670).

No Maranhão, usam-se as denominações: papagaio, pipa, bode, sura e curica:

• Papagaio – a tala do meio é maior – longitudinal maior – rabo de algodão amarrado na linha;

• Pipa – tala transversal é maior, rabo de papel amarrado num fio – a pipa é de uso mais recente;

• Bode – papagaio grande, com rabo de algodão;

• Sura – papagaio grande, sem rabo; é “selado”;

• Curica – papel de jornal ou grosso, com talo, e rabo do próprio papel, geralmente usados pelos garotos menores.

O papagaio, ou pipa, em São Luís, é lançado geralmente no período invernoso (chuva) quando o vento é mais ameno, nos Pipódromos – locais de prática de empinar pipas –Vinhais, Cohab,Areinha e São José de Ribamar.

BOX

PAPAGAIOS, por JOSÉ RIBAMAR MARTINS

A propósito de lazer, na época de fortes ventos de agosto a setembro os grandes empinadores de papagaio da cidade se reuniam nas tardes de domingo para sensacionais lanceadas. Muito tempo antes, porém, a brincadeira limitava-se apenas aos moradores dos bairros da periferia, como Madre Deus, Codozinho e outros mais.

Descoberta depois [década de 1940] por representantes da classe média adquiriu estatus de esporte nobre. Primeiramente nas imediações do Largo de Santiago, reduto de grandes fabricantes de papagaio (Zezé Caveira, Aristides Barbosa), bodes (Alfredinho Guanaré) e jamantas (Zeca Barbosa). Para maior comodidade no empinar, chegaram até a construir armações de madeira ou até de alvenaria nos quintais. Assim o fizeram Zeca Barbosa e Zezé Caveira. Além destes citados, muitos outros praticavam a brincadeira, como Dr. Carneiro Belfort, Arlindo Silva, Cel. Belchior, Itanite, Cabeludo, Tonzinho (filho de Zezé), Zé Santos (cunhado de Joãozinho Trinta), Edson Bastos, Luís Santos, João Pé de Bola (filho de J. Araújo, conceituado comerciante do bairro), o quitandeiro Guilherme, Arlindo Menezes, Wilson Portelada e seu irmão Betinho, Jorge Meireles e seus irmãos Orlando e Clóvis Meireles, Fausto, Allan Maranhão, Joseli, Armandinho Correia Lima, Bibi Fala Inglês (que por causa do defeito de dicção ganhou o apelido), Tripinha, Miro Fedor e outros.

Mais tarde, com a total ocupação do Largo de Santiago por um conjunto residencial, o palco de apresentações foi transferido para a Praça do Quartel (Praça Deodoro) e Campo d´Ourique. Usavam o cerol como arma para cortar a linha dos inimigos. A meninada vadia, de bode (neste caso o bode era um pedaço de linha resistente com uma pedra ou pedaço de pau amarrado em uma das extremidades) em punho, acompanhava atentos os papagaios esticados. A princípio aquele ingrediente cortante era preparado como porcelana – principalmente de isoladores elétricos - ou vidro de lâmpadas fluorescentes queimadas, trituradas em almofarizes de cobre ou de ferro, peneirado o mais fino possível, e que misturada com o grude era espalhado na linha. Posteriormente ficou evidenciado que os bondes substituíam com enorme vantagem os almofarizes. Os motorneiros não aprovavam muito esse procedimento, mas colaboravam. O processo de colar o cerol na linha era simples: ela era esticada ao ar livre e o produto aplicado apenas nas primeiras braças. Rapidamente ficavam secas e o papagaio estava em condições de ser empinado. A partir daquele ponto já encerado, o empinador continuava o trabalho aos poucos, à medida que o

brinquedo ia se distanciando, levado pelo vento, deixando a linha correr por entre sua mão bem fechada cheia da mistura.

Atualmente muito difundido, o cerol era praticamente desconhecido em quase todo o país até pouco tempo. Em alguns estados era comum utilizarem-se lâminas de barbear amarradas na linha e no rabo – este confeccionado com pequenas tiras de tecido – com a mesma finalidade. Talvez por desconhecimento da correta técnica de utilização, o cerol tem provocado acidentes graves em muitas cidades.

Para a preparação do cerol, era fundamental a utilização do grude. Este era uma mistura muito simples, preparada com a tapioca de goma e água levadas ao fogo. Deixava-se ferver, sempre mexendo, para não embolar, até ao ponto em que a viscosidade ideal era comprovada. O pó de vidro era misturado depois, já com o grude resfriado. Esse produto era muito utilizado por sapateiros, que costumavam acrescentar à sua composição umas gotas de suco de limão. Com isso e convenientemente depositado em cumbucas de sapucaia, tinham vida útil prolongada.

Os nossos papagaios são geralmente muito bem feitos e, quando fabricados por especialistas do naipe de Zezé Caveira – o mestre maior, como considerado pela maioria dos entendedores – eram verdadeiras obras de arte. Têm o rabo confeccionado artisticamente com bolas de algodão amarradas em rápidas laçadas a um pedaço de linha, que vão se tornando mais finas à medida que se aproxima da ponta. Um fato curioso sobre a importância que o assunto despertava nos aficionados do esporte: o Zezé fez com muito carinho um papagaio com a figura de caveira estampada no papel. Em uma lanceada, Zeca Barbosa “matou e cortou” a peça, para tristeza do perdedor, que ofereceu uma recompensa em dinheiro a quem conseguisse reavê-lo. Faísca, que era neto do vencedor, quando soube do prêmio não pensou duas vezes: surrupiou o troféu e o devolveu ao primitivo dono, que muito feliz o dependurou na parede da sala, de onde nunca mais saiu.

Interessante notar que, mesmo sem qualquer calendário estabelecido, as brincadeiras aconteciam em épocas certas do ano. O papagaio ainda tinha como justificativa a temporada dos grandes ventos, mas e as outras? Como explicar o tempo do “chucho”, da peteca? Certamente muitos não sabem mais que nossa peteca nada tinha a ver com a peteca almofadada e empenada, jogada com as palmas da mão e que freqüentam as quadras esportivas dos clubes sociais; que a nossa peteca nada mais é que a nacionalmente conhecida bolinha de gude, ou de vidro.

PAPAGAIOS DO VENTO, por IVAN SARNEY

Meus olhos têm a forma dos papagaios para subirem, com o vento, nesta manhã de domingo. A brisa fresca de julho é forte e constante e o céu da manhã e das tardes e todo alegria de cores, na amplitude de nosso verão.

Como é amplo o tempo, amplo o domingo e são amplas as recordações, posso olhar para a Praça Deodoro e me encontrar menino, no encantamento lúdico das jamantas, dos bodes, das arraias, das curicas e das suras.

A primeira tarefa era moer o vidro, que a gente punha nos trilhos, aos pedaços, e se escondia no canto, para recolher depois, quando o bonde passava, entre o ranger das rodas e o praguejar do motorneiro, que, às vezes, soltava areia e punha tudo a perder. Vidro de magnésia, fundo de garrafa verde, davam excelentes ceróis, ao lado das lâmpadas fluorescentes, que nos amedrontavam pelos cortes que, diziam, não saravam nunca.

Depois, era a tarefa de coar o vidro, com pano fino, passando os dedos sobre o pó, e de fazer a goma de tapioca, para enfim obter o cerol, fazendo a mistura, e poder passá-lo na linha.

As mãos em concha, a linha estendida, ia sendo gomada de vidro, para as lanceadas. Linha trinta, linha oito, linha zero, comprada, na Cada das Variedades, que ficava ali, na esquina da Rua das Flores com a Grande.

O papagaio era a tarefa mais difícil de empreender. Talos de buriti ou taboca, armação que exigia perícia para não selar, para não ficar pensa, para não quebrar enfim, com a força do vento. Na cobertura de papel-de-seda, os construtores exibiam toda a sua arte, em cores e formas: borboleta, bolas, compassos, losângulos, xadrez, cruz-de-malta, leque; toda uma infinidade de belos motivos, pacientes trabalhos de artesãos.

Nunca cheguei, a saber, quem os produzia, mas Dona Maria Vieira, mãe de ‘Nega Fulô’, vendia ótimos papagaios, na Rua de Santaninha, onde mora ainda hoje. E, lá, a gente comprava, quando não se dispunha a fazer, ou quando perdia o último, no meio da tarde.

Havia, no entanto, um nome maior, unânime respeitado entre os empinadores, como fabricante dos papagaios mais famosos: Zezé Caveira, morador no Largo de Santiago, de onde vinham os temíveis empinadores da época: Aristides, Zeca Barbosa e Tonzinho. Na praça, encontravam José Santos e Mário, para compor um grupo de admiração, respeito e temor, entre os mais novos e entre os meninos. Fernando Casal, Batatinha, Chicletes, Cerol, meu irmão Ronald, Corujão, Joe Trinta, Tinho, lembro-me deles, entre os mais novos, como grandes lanceadores.

De longe, meus olhos de menino se punham no céu a identificar os papagaios pela arte da cobertura, pelas cores, pelo rabo, pela guinada e pelo embocar. Aquele bode era de Aristides. Aquele outro era de Mario. O outro ainda era de José Santos. Mas a jamanta era quase somente de Zeca Barbosa, o mais idoso deles, pai de Aristides.

No céu, o espetáculo das cores se multiplicava, com o respeito mútuo entre os mestres, que nuca lanceavam entre si. E iam os papagaios esticados, embrulhando os rabos, levados pelo vento para cima dos telhados, para o mar, para as mãos e para as varas de madeira dos benditos moleques das tardes, a correr pelas ruas, driblando carros, em busca dos papagaios sem donos. Se a linha, nos telhados, se estendia sobre a rua, lá estavam eles, jogando o culhão-de-bode e, pronto, vinha a linha e os papagaios para subirem outra vez.

“Papagaio no ar não tem dono”. Era o lema usado por todos nós. Os melhores lanceadores cortavam, matavam e cortavam, trazendo para si o troféu do vencido e faziam o catado. Os que não tinham cerol entregavam a

rabada e saíam puxando, na esperança de rebentar a linha do outro. Todos mestres em sacalões e emboscadas.

Entregar o freio era sempre fatal. Um papagaio, com freio na cabeça, denunciavam iniciante ou um teimoso mal-empinador.

Se o papagaio rolava, com o rabo cortado, ou quando engasguelava, a gente sentava o dedo na inútil tentativa de trazê-lo às mãos, pois as árvores, os fios e os moleques, recolhiam-no antes.

Desse modo, se esvaía a tarde, até anoitecer, com os olhos da gente buscando no céu o último esticado, empinado e já sem dono, que o sereno da noite viria arriar, desmanchando o papel.

O tempo era aquele, como este que agora vejo, nesta manhã de julho, sem os nomes de ontem, mas com o mesmo rito, o mesmo brilho e os mesmos olhos de menino, amando os papagaios do vento.

O autor, em outra crônica sobre a cidade de São Luís – ‘Um papagaio na lembrança’relata-nos os acontecimentos de uma tarde de sábado, quando leva o filho, André, a empinar papagaio.André estava ansioso de aprender os conhecimentos do pai, sobre esta forma de lazer lúdico, ainda tão vivo em nossa cidade, ‘com as graças de Deus’.

Das lições, de como transportar o papagaio, a recomendação de mantê-lo na altura do peito, o rabo enrolado nas talas, para ‘só desenrolar quando chegar a distância necessária e útil’, para que possa fazê-lo subir, puxando ligeiro e buscando a direção do vento, com os sentidos atentos:

“Ei-lo, agora, já empinado ao vento. Vou soltando a linha devagar, buscando com um meio sacalão, o vento mais forte e firme, para que ele já possa sustentar-se, sem minha ajuda. E assim o vejo empinado, e vou soltando a linha até que ele, já longe e sem risco de morrer de vento, já se deixa contemplar como algo vivo, guinando sem cessar, ao sopro da brisa, que infla seu papel celofane... Mostro-lhe como se dá um sacalão bemdado, puxando linha e, depois soltando devagar, entre os dedos polegar e indicador. Ele fica espantado como o modo com que faço o papagaio ir aonde quero...”. (p. 55-56).

Em suas lembranças, enquanto o vento enche a tarde, vai recompondo na memória os nomes, os lugares, as personagens de uma longa e indestrutível história: “... que começa no Largo de Santiago, que passa pela Praça da Alegria, que vinha para a Praça Deodoro e que ali nos encontrava, tão cheios de ânsia, de alegria e encanto... Do Largo de Santiago, vinha Aristides, que só empinava bodes e era quase imbatível nas lanceadas. Vinha também Zeca Barbosa, que só empinava jamantas, com sua dedeira bem grossa e preta, no dedo. Na Praça Deodoro estavam José Santos, Mário Gonçalves, Batatinha (que também gostava de empinar jamantas), Fernando Casal, que era empinador de bodes também. E ali aconteciam as lanceadas mais bonitas que a cidade já viu... Havia uma festa grande nos sábados e domingos, até com torneio de lanceada, com vencedores e tudo”. (p. 56).

Outra arte desvendada era a do fabrico do rabo desses papagaios das tardes de sábado e domingos de outrora: tinha que ser feito de algodão – rabo de algodão!.

“O papagaio está firme no ar, nas mãos pequenas e esperançosas de André. Mas o vento tem lufadas fortes e tenho que intervir para que ele possa brincar de dar sacalões, orientado por mim. Ainda não conseguiu, mas conhecendo as dificuldades, digo que está muito perto de conseguir emborcar e sentar o dedo, para fazê-lo descer de vez e só parar quando se der uma pancada de linha, para ele voltar e subir, sempre guinando ao vento.” (p. 58)

PETECA

Gude: jogo infantil com bolinhas de vidro, que se deve fazer entrar em três buracos, ganhando o jogador que chegar em primeiro lugar, de volta ao primeiro buraco (Câmara Cascudo, 1972, p. 440-441).

No Maranhão, recebe o nome de Peteca: bolinha de gude; jogada no período de chuva, porque é mais fácil de fazer a borroca (buraco):

• Borroca – jogado em número de três buracos, feitos com o calcanhar; jogo de ida e volta, para começar a matança. A peteca é jogada do primeiro para o terceiro buraco; não havendo distancia definida, mas usa-se aproximadamente 2 a 2,5 metros, de um para o outro; quem fica mais próximo da barroca, ou acerta-a, começa o jogo, indo e voltando e, após esse percurso, sem errar os buracos, começa a “matança”, isto é, acertar a peteca dos outros jogadores; dependendo do acerto entre os jogadores, antes do início do jogo, a “paulada” vale um certo número de “petecas”.

• Triângulo – como o nome diz, usa-se a figura de um triângulo, para definir a área de matança. Os jogadores colocam certo número de petecas no seu interior; é estabelecido duas linhas, a aproximadamente 5 a 2 metros de distância, em lados opostos; os jogadores se posicionam em uma das linhas, jogam suas petecas para acertar a linha contrária, ou o mais próximo, possível desta, para determinar quem inicia o jogo; aqueles que a ultrapassem, ficam por ultimo, na mesma ordem inversa da distância; o primeiro, começa a “espirrar” a bola dos outros - acertar as petecas que estão no interior do triângulo, procurando projetá-las para fora das linhas, e ao mesmo tempo, que a sua não fique no seu interior – começando o “mata-mata” - pode continuar matando as bolas dos adversários, até errar ou tirar todas; ganha quem conseguir o maior número de petecas.

Em “Marraio Feridô Sô Rei”,André Luiz Lacé Lopes, envereda pela literatura, deixando de lado seus artigos sobre a Capoeira carioca – que denomina de Capoeiragem – de Sinhozinho e de Rudolf Hermanny: Escreve o autor:

“Meu fascínio pelo jogo de bola de gude, entretanto, não é tanto a sua feição agonística, de competição, de confronto, mas, sim, sua feição lúdica, de entretenimento, de fraternidade. Um passa-tempo próprio de uma idade que não percebe que a vida é demasiadamente curta... Marraio feridô sô rei!”. (p. 17)

Esclarece Mestre Lacé – sim, é Mestre emAdministração, curso feito nos Estados Unidos da América, mas seu título que mais lhe dá orgulho é o ser Mestre Capoeira... – que “Marraio feridô sô rei” trata-se de uma corruptela.Afrase inicialmente seria ‘uma raio se ferir sou rei’. Sabia da explicação para esse ‘uma raio’, mas não consegue lembrar mais; recorreuaosmeiosdebuscaexistentes–dicionários,folcloreeatéaInternet –parabuscar as origens do jogo da bola de gude, especialmente as do seu Rio antigo. O jogo com bolinhas remonta as civilizações egípcias e romanas. Bolas feitas de mármore, alabastro, cerâmica, madeira e até ossos de animais:

“... É possível que o componente maior, mármore, tenha dado origem ao nome inglês cunhado para batizar essas bolinhas – Marbles (lascas de mármore). Há vários outros excelentes exemplos: 1. crianças que, na Grécia Antiga, jogavam com castanhas e azeitonas; 2. em Roma com nozes e avelãs; 3. em um túmulo de uma criança egípcia, foram encontradas bolinhas feitas de pedras polidas, jade e ágata, datadas de 1.450 a.C.; 4. o jogo era tão popular na Roma dos Césares, onde era conhecido como ‘esbothyn’, que o imperador César Augusto tinha o costume de para na rua para assistir às partidas; 5. acabou sendo difundido pelo Império pelas Legiões Romanas, ganhando, assim, o mundo. Jogo tipicamente infantil, percorreu os séculos chegando até os dias de hoje”. (p. 18)

Mestre Lacé refere-se às regras de rua para o jogo de bolas de gude. O que vale é o palavreado, a oralidade. É importante perceber a exata hora de gritar: ‘Marraio feridô sô rei!’, que lhe dará a primazia de ser o último a jogar a bola na direção à linha de seleção, consequentemente, aumentando as chances de ‘tecar’, de ‘ferir’, de acertar a bola de algum outro companheiro que tenha jogado na sua frente. Caso toque, caso fira, aí sim, será o primeiro a jogar, da linha para o retângulo, quando terá a chance de voltar a tecar alguma bola ‘casada’e, em seguida, tecar e ganhar o jogo, “O jogo da Vida!”. (p. 18-19).

O capítulo I de seu livro de crônicas leva o título “Jogo de bola de gude – partidas à brinca e à vera!”. (p. 20-93).

Voltemos ao Maranhão...

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JOGANDO BOLINHADE GUDE, por Ivan Sarney

Quem já jogou bolinha de gude sabe o quanto é envolvente , o quanto há de paixão e encanto nessa preciosa forma de divertimento que habita o mundo juvenil. A escola, para esse aprendizado, é o mundo exterior, aquele mundo que acontece além das portas de nossa casa; além de nós mesmos, sem nosso consentimento e, na maioria das vezes, sem nossa participação ou interferência.

No meu caso, e, no caso de meus amigos, esse mundo exterior foi a Praça Deodoro, em torno da qual habitávamos e onde nos reuníamos para conversar, brincar e, sem nos darmos conta, para construir um patrimônio individual inestimável, através das formas de brincadeiras que realizávamos e da amizade que moldamos, naqueles tempos de crescer e aprender.

Os bancos, o coreto da praça, a sombra das figueiras, eram a extensão de nossas próprias casas e ali, pó r um sentimento de perfeita integração fraterna, e comunhão de interesses lúdicos, nos encontrávamos quase sem combinar nada. Era um que via o outro e vinha devagar, meio cúmplice, e quando já éramos alguns, acontecia alguma forma de brincadeira a partir de um consenso, e não podia ser diferente.

Como estudávamos pela manhã, era natural que, nos dias de aula, esses encontros acontecessem na parte da tarde, com os deveres de casa já cumpridos, estendendo-se pelo início da noite, só interrompendo para o jantar. Mas, às vezes, o apelo da praça era maior, e os deveres cediam a precedência para os amigos e as brincadeiras.

Quem eram esses amigos? Carlos Parada, Murilo, Aimar e Raimundinho Menezes, Carinho e Chico, José Facury, Augusto e Zequinha Francis, Reginaldo, Tobias, Fernando Pamplona, Roosevelt e Régis, Samuel Melo, Felipe Coimbra, meu irmão Ernane e eu.

O jogo de bolinha de gude acontecia, entre tantas outras brincadeiras que realizávamos. Mas, como era um jogo de disputa individual, tinha sempre um sabor de vitória ou derrota. Muito íntimo a cada um de nós, e cada um de nós interiorizava isso de um jeito muito seu.

Quem tinha as bolinhas mais bonitas, mais coloridas e novas, era Samuel Melo, que nós chamávamos de Viola, numa intimidade fraterna e carinhosa. É que sua mãe, Dona Dinah, possuía uma loja de vendas diversas, próxima ao Canto da Viração, na Rua do Passeio. Chamava-se A Escolar, e, como o nome indicava, vendia livros, cadernos, lápis e outros apetrechos escolares, mas vendia também outras variedades, como linhas, agulhas, elásticos, bolinhas de gude, e mais não lembro. Mas lembro que era ponto de compras, para nós, por ser mais perto, por ser a cada de Samuel e por sermos conhecidos de Dona Dinah.

Lembro também da disputa silenciosa que travávamos para jogar com Samuel, que chegava com os bolsos cheios de bolinhas, quando não trazia num pequeno saco, fazendo-nos inveja e dando-nos a impressão de ser inesgotável a sua fonte de abastecimento. Era bom ganhar dele, pois tinha as bolinhas mais belas e novas.

Jogávamos bolinhas de três maneiras: borrocas, triângulo e linha.

A mais difícil e mais demorada era com as borrocas, pequenos círculos côncavos, feitos com o calcanhar, rodando sobre a terra. Eram três borrocas eqüidistantes que tínhamos de acertar, em ordem, indo e vindo, para depois “matar” as bolinhas dos competidores. Os que “morriam” tinham que pagar uma bolinha para o acertador e era desse modo, que a nossa coleção crescia ou minguava.

Valia-nos, ali, a pontaria, a força do dedo polegar, a argúcia para não ficar exposto ao competidor, para não cair na casa errada e perder o jogo; a tranqüilidade para jogar; enfim, muitos elementos precisavam estar combinados para alcançar a vitória, e era sempre muito penoso perder.

O triângulo era a colocação de uma bolinha em cada vértice de um triângulo eqüilátero, desenhado na areia. Só podia ser jogado por três pessoas, de cada

vez. Cada jogador colocava uma bolinha sua. Tínhamos que jogar de longe para tentar acertar e “matá-las”, sem ficar dentro do triângulo, o que significaria a perda do jogo. Se ninguém acertasse, o que mais próximo ficasse começaria por tentar “matá-las”, já de perto, sempre em ordem inicial. A bolinha acertada, no triângulo, saindo fora dele, já era propriedade daquele que a acertasse.

A linha era a forma mais ágil e fácil de jogar. Travávamos uma linha reta, no chão, e ficávamos distantes, para jogar. Podiam ser muitos os competidores. Cada um jogava sua bolinha, e aquele que ultrapasse a linha estava fora do jogo. O que mais próximo da linha ficasse iniciava a “matança” dos outros. Errando, a vez seria daquele que mais tivesse se aproximado, depois do primeiro. E assim, sucessivamente. A bola acertada era “morta” e saia do jogo, sendo propriedade daquele que acertasse. Havia uma pessoa brigona, encrenqueiro, que nos metia medo, quando chegava. Era chamado de Corujão, irmão de Tobias. Tomava nossas bolinhas, quando estávamos jogando distraído. Raspava-as no chão e não reagíamos com ele, que era maior, mais forte e tinha fama de brigador.

Registro esses episódios para resgatar uma forma especialíssima de divertimento que as crianças já não brincam hoje; para congratular-me, uma vez mais, com minha geração e nosso tempo, certo de que forjamos nosso caráter, usos e costumes na paz de uma cidade tranqüila, que soube instrumentar-nos para a vida.

Outra forma de brincadeira que Ivan Sarney registra em seu livro de crônicas – e que nesses dias de chuva tenho realizado com meu neto, Davi Gil – é a construção de barquinhos de papel, para navegarem nas enxurradas:

“Era sempre depois da chuva, quando cessavam os trovões, quando minguava a bica do quintal, quando as águas que desciam da Praça Deodoro deixavam de ser enxurradas e vinha escorrendo, lentamente, pela tarde cinzenta. Era quando nós, ainda molhados de banhar na chuva, púnhamos-nos a construir, com nossas mãos de esperanças, os barquinhos de papel que soltávamos na porta de casa, na Rua de Santaninha, e que ia além de nossas esperanças, descendo a Rua da Paz, a de Santa Rita, a do Pespontão, até mergulharem na boca-de-lobo da Rua do Alecrim.” (p.29).

A construção desses barcos - informa o autor - exigia folhas de cadernos escolares, já usados. Como barcos, tinham uma boa resistência à água e a vantagem de serem encontrados facilmente. Os mais duráveis, no entanto, eram os feitos de papel pardo, usado para encapar livros e cadernos. Além de resistentes à água, podiam ser fabricados barcos maiores, pela textura das folhas. Os mais frágeis, eram os feitos com papel-jornal, pois logo umedeciam e se desmanchavam.

“... Mas nem por isso os desprezávamos. Tínhamos, por eles, o mesmo grande zelo, o mesmo grande esmero, para que fossem belos, ajudando-os a segui r seus destinos de papel e esperança... Sim, porque cada um tinha um destino próprio, determinado pela casualidade, pelos acidentes do

percurso, pelo curso das águas que os levavam e, em parcela menor, por nossos desejos de construtores”. (p. 29-30).

Para o autor, havia duas maneiras mais claras e distintas de brincar, quando não estavam sozinhos.Amais comum era apostar corridas, sem prêmios ao vencedor: “Nesse caso, o barco era cada um de nós, transformado em símbolo, com o conteúdo psicológico de nossas emoções, nossa garra, nosso desejo de vencer. O barco então era ‘eu’, para todos nós. – Eu chequei primeiro. –Eu encalhei. – Eu ganhei... Quando cada um estava competindo, não podia ajudar o barquinho no percurso, pois cada interferência podia significar vantagem para o concorrente. Tínhamos que acompanhar torcendo, vibrando, como se fôssemos nós mesmos e, em verdade, éramos nós mesmos que estávamos ali, feitos de papel, molhados de chuva, iluminando à tarde com a nossa felicidade pueril”. (p. 31)

Encerra o Autor:

“Como foram úteis os barquinhos de papel: ensinaram-nos a construí-los. Ensinaram-nos a competir, a vencer os obstáculos, a ir além do visual e do claramente possível, a buscar nossos sonhos e a desaguar no mar. Onde estão? Para onde foram eles? Olho em torno de mim e respondo: - Em nossos filhos, em nossas lembranças, em nossas conquistas, em nossos sonhos, dentro de nós mesmos, sendo nós mesmos barquinhos de papel, cumprindo nossos destinos, em busca do mar.. Em busca do mar, do incerto, do casual, de nossa própria identidade de barquinhos do destino.” (p. 32)

OUTROS JOGOS E BRINCADEIRAS

AMARELINHA ou CAN-CAN – de acordo com Câmara Cascudo (1972, p. 25-26) também chamada Academia ou cademia. Jogo ginástico infantil, muito antigo e muito espalhado por todo o Brasil. Em outras regiões, da América Latina, denomina-se de La Pelegrina, e é idêntico ao Jogo das Odres, dos romanos e às Ascólias, dos gregos.

ELÁSTICO – jogo de destreza; que consiste em ultrapassar um elástico, de aproximadamente 3 a 5 metros, colocado a determinadas alturas, começando pela altura do quadril, seguro por dois competidores; o saltador projeta-se para cima, procurando ultrapassar o elástico, sem tocá-lo; a uma determinada altura, geralmente na altura do peito, pode utilizar-se do pé, apoiando por sobre – parte de cima – o elástico, puxando-o parabaixo, ao mesmo tempo em queo ultrapassa – pulandoparao outrolado.Geralmente é brincado pelas meninas, mas meninos participam.

XUXO ou CHUCHO – jogo de destreza; consiste em “fincar” uma pequena aste de ferro fino no chão, por dois ou mais competidores, que fazem desenhos no chão, geralmente um triângulo, do local onde a aste fincou no chão, em linha reta, até o seguinte arremesso.

BETE-OMBRO – jogo em que participam duas duplas, dois atacantes e dois defensores, de uma casa – hoje, utiliza-se garrafa de plástico, antigamente, a casinha era constituída e três paus, em triângulo, apoiados um no outro – delimitada por um círculo, em que o objetivo é derrubar a casa, com uma bola – hoje, de borracha (frescobol), antigamente, de pano -. Os defensores devem rebater a bola, jogando-a longe, o que possibilita trocarem de lado. Cada troca de lado, vale um certo numero de pontos; ganha quem atinge um determinado numero, conforme combinação previa. Quando os atacantes conseguem derrubar a casa do adversário,invertem-se os papéis. Jogado geralmente nas férias escolares.

PIÃO – pinhão, brinquedo de madeira, periforme, com uma ponta de ferro, por onde gira pelo impulso docordãoenroladonaoutraextremidadeepuxado com violênciaedestreza. Ostrombos dos gregos e o turbo dos romanos, é o mesmo jogo do pião das crianças de hoje.NoBrasil,amaioriadascondiçõesparaojogoésemelhanteàregistradaemPortugal (Câmara Cascudo, 1972,p. 712-713). Também denominado de finca.

JOGOS E BRINCADEIRAS INFANTIS EM DIVERSAS LOCALIDADES

BURITI BRAVO - As crianças divertem-se brincando de corridas, peteca, cancão, bocade-forno, pular corda. Etc.

CANTANHEDE - Na década de 1970, o Futebol de Quintal - - o futebol era a maior diversão de Cantanhede, mas o futebol jogado no fundo de quintal, como o de Tó, onde a movimentação começava lá pela uma da tarde, onde se iniciava a brincadeira dos meninos; mais tarde, por volta das duas horas, iniciava-se o jogo dos adultos. Faziam-se presentes as famílias Aguiar e Patico (Tó, Cassiano, Ambrósio, Valdemiro, Genivaldo, Josiel Franco, Agnaldo, Abraão (Abraão Teixeira, de que tomamos os dados, nasceu em 1965...), Gerson, Nonato, Tista, etc.,). Por volta das três da tarde, a maioria tomava e retornava ao seu trabalho. Existiam outros quintais, onde os outros jovens costumavam brincar, comoodaPrefeitura–ChicodoCarlosSousa,Cheiroso,Dimas,Marconi,Carlito Amaral, Louro e outros; no quintal do Maneco aconteceu uma época de bom futebol onde Edivaldo, Gessy, Tinha, Santos, Itamar, Francisco, Caio, etc., e enquanto uns jogavam outros aguardavam o desafiado comendo manga, jaca, e outras frutas.

COELHO NETO - brinquedos populares: usa-se o talo do buriti, lata ou madeira para fazer brinquedos populares, como: carros, mesinhas, cadeirinhas, camas, etc.; confeccionam-se ainda bonecas de pano, pipas;

CURURUPU - lúdica popular – as crianças do município divertem-se com as brincadeiras bola queimada, bola ao túnel, soltar a vara porteiro. Os adultos distraem-se com jogos de salão, como dominó, dama, baralho, gamão e xadrez.

GUIMARÃES - BRINCADEIRAS INFANTIS – papagaio (pipa); peteca (bola de gude); corda, boca de forno, pião, cai no poço, pata cega. Cantigas de roda.

MATINHA - Brinquedos populares: são fabricados pelas próprias crianças, sendo os preferidos – cata-vento, flauta de taboca ou mamão; caninhos de bambu; gangorra; pião; avião de tala de cerca; perna de pau; burra de imbaúba; papagaio de papel; carrinho de madeira; gaiola; pultriqueiro de madeira e aviãozinho de lata.

MIRADOR - lúdica popular: as crianças do município têm poucos divertimentos, que são: brincadeira do cancão, da boca de forno, de pular corda, do baralho, que é utilizado para jogos de “três sete”, “pife”, “buraco”, “bisca”, etc.

PEDREIRAS - Lúdica popular – as brincadeiras populares praticadas pelos adultos são os jogos de baralho, dama, dominó, etc., enquanto as crianças se divertem brincando de roda, peteca, cancão, etc.

SÃO DOMINGOS DO MARANHÃO - Lúdica popular: as crianças do Município têm poucas opções de lazer, passando seu tempo livre com brincadeiras de rua como; cancão; boca de forno; pular cordas; bambolê; brincar de roda, etc.

DaCOSTA, Lamartine Pereira. ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL (org. e editor). Rio de Janeiro: Shape, 2005 HUIZINGA, Johan. HOMO LUDENS. São Paulo: Perspectiva, 1980, p. 33 SARNEY, Ivan. SÃO LUÍS, UMA CIDADE NO TEMPO – crônicas. São Luís: Minerva, 2007

LACÉ LOPES, André Luiz. MARRAIO FERIDÔ SÔ REI. Rio de Janeiro: Europa, 2007

LACÉ LOPES. CAPOEIRAGEM. In DaCOSTA, Lamartine Pereira. ATLAS DO ESPORTE NO BRASIL. Rio de Janeiro: Shape, 2005.

LACÉ LOPES, André Luiz. CAPOEIRAGEM NO RIO DE JANEIRO, NO BRASIL E NO MUNDO. 2ª. Ed., ver. e ampl.). Rio de Janeiro, 2005. (Liretatura de Cordel)

MARTINS. José Ribamar. SÃO LUIS ERA ASSIM (minha terra tem palmeiras, já nem tantos sabiás)

RELEMBRANDO LANCHAS E O MEARIM Brasília, Equipe, 2007, Capitulo XVI, p. 71-73.

SARNEY, Ivan. SÃO LUÍS, UMA CIDADE NO TEMPO – crônicas. São Luís: Minerva, 2007

A GYMNSTICA E O TURNEN NO MARANHÃO

Finocchio (2013) emprega essa terminologia – gymnastica - para se referir a uma prática educacional em construção no século XIX:

“Os termos gymnastica ou exercícios gymnasticos foram utilizados no interior do Collegio de Pedro Segundo para fazer referência às práticas corporais – esgrima, jogos e exercícios ginásticos propriamente ditos – que eram oferecidos aos seus alunos. Hoje, o termo Educação Física se adéqua a esse significado, ou seja, a disciplina escolar responsável por tematizar as diversas atividades corporais construídas pela humanidade ao longo do tempo: esporte, dança, ginástica, jogos, lutas e outras manifestações. (GONDRA, 2000, p.125).

Como observou Leomar Tesche (1996, 2002), não existe um vocábulo que consiga traduzir com fidelidade o sentido de Turnen para o português. Fazer ginástica seria uma tradução para Turnen, ou seja, um conjunto de exercícios corporais realizados no solo ou com auxílio de aparelhos e aplicados com objetivos educativos, competitivos, artísticos etc.

Turnen é uma prática cultural alemã que surgiu no século XIX, desenvolvido por Friederich Ludwig Jahn com o objetivo de preparar homens fortes para lutar pelo país. Era concebido como uma prática masculina e estava ligado a correntes intelectuais e mudanças políticas da época. No início do século XIX, o pedagogo alemão Friedrich Ludwig Christoph Jahn (1778-1852) foi um dos responsáveis por transformar a ginástica artística em modalidade esportiva.

O Turnen e a ginástica estão relacionados, mas têm origens e abordagens diferentes.

Retrato de Friedrich Ludwig Christoph Jahn

No ano de 1811, ele sistematizou a prática da ginástica e fundou clubes de ginástica para jovens e interessados na modalidade. Além disso, ele ainda criou diversos aparelhos utilizados até hoje, tais como o cavalo com alças, traves, barras paralelas e horizontais.

Por esses motivos, Friedrich Ludwig Christoph Jahn é considerado o “pai da ginástica”.

O turnen visava uma relação entre Estado, escola, nacionalismo e militarismo, que vinculava corpo com disciplina, convívio social, preparação militar, nacionalismo e germanismo (TESCHE, 2002). Para efeito de esclarecimento, turnen, Turn e Turner é um radical alemão que também está presente em várias línguas germânicas, tanto em línguas desaparecidas quanto em vivas, em todas elas significa torcer, virar, voltear, dirigir, mover, fazer grande movimento. Tesche utiliza, em seu trabalho, os vocábulos Turnen e Ginástica como sinônimos.

Turnen, por sua vez, é constituído pela ginástica (Geräteturnen mais tarde Kunstturnen –ginástica artística), pelos jogos, pelas caminhadas, pelo teatro, pelo coral. De maneira que não existe um vocábulo que consiga traduzir com fidelidade o sentido de Turnen para o português; como dito, Tesche, ao utilizar o vocábulo “ginástica”, em seus estudos, se refere ao Turnen. Para MAZO e MÜHELEN (2013) o Turnen é uma expressão do idioma alemão traduzido como “ginástica” por Tesche (2011), mas que além da ginástica com aparelhos (atual ginástica artística) englobava a corrida, jogos, esgrima, entre outras práticas.

Em 1881, foi fundada a Federação Europeia de Ginástica, o que resultou na consolidação dessa modalidade esportiva.

A ginástica artística está presente nas Olimpíadas desde o ano de 1896, quando foram realizadas em Atenas. Por outro lado, nos Jogos Pan-americanos, ela está presente desde 1951.

No que se refere à categoria feminina, as mulheres passaram a competir somente nos Jogos Olímpicos de 1928, realizados na Holanda. Atualmente, as ginastas femininas têm uma grande representatividade no Brasil e no mundo.

Ginástica Artística no Brasil

Trazida por imigrantes europeus, a ginástica artística chega ao Brasil em finais do século XIX. Inicialmente, foi na região sul do Brasil que ela começou a ser praticada.

Em 1858, foi fundada em Santa Catarina a Sociedade de Ginástica de Joinville. Mais de uma década depois, em 1867, foi fundada em Porto Alegre outra organização dessa modalidade: a Sociedade de Ginástica de Porto Alegre (Sogipa).

NoiníciodoséculoXX,osestadosdoRiodeJaneiroedeSãoPaulocomeçaramapraticar ginástica olímpica em clubes da cidade. O primeiro campeonato nacional ocorreu em 1950 entre atletas paulistas, cariocas e gaúchos.

Aginástica tem aplicações esportivas, terapêuticas e recreativas.

Ginástica é uma atividade física que envolve movimentos corporais coordenados. Acredita-se que os gregos praticavam diversos movimentos e acrobacias em alguns aparelhos com o intuito de atingir a perfeição física. Além disso, a ginástica grega era utilizada como uma forma de preparar o corpo tanto para a prática de outros esportes como para o treinamento militar. Ela pode ser dividida em várias modalidades, como ginásticaartística,rítmica, aeróbica,entreoutras. Noinício, essamodalidade erachamada de ginástica olímpica. Somente mais tarde, com a inclusão da ginástica rítmica desportiva e da ginástica de trampolim, ela passou a ser chamada de ginástica artística.

A ginástica artística e a ginástica rítmica têm diferenças significativas: Ginástica Artística: Foco em equilíbrio, agilidade e força atlética; Movimentos realizados em aparelhos estáticos, como barras paralelas, trave de equilíbrio e solo; Competições

individuais e por equipes; Aparelhos específicos: corda, arco, fitas, bolas e maças. Ginástica Rítmica: Ênfase em movimentos graciosos e fluidos, combinados com elementos acrobáticos e dança; exclusiva para mulheres; Apresentações com cinco aparelhos: arco, bola, corda, fitas e maças; Pontuação baseada na execução, dificuldade e expressão artística. Ambas são fascinantes, mas cada uma tem sua própria abordagem

A ginástica é um conceito que engloba modalidades competitivas e não competitivas e envolve a prática de uma série de movimentos exigentes de força, flexibilidade e coordenação motora para fins únicos de aperfeiçoamento físico e mental. Tem sua origem no grego, gymnastiké - da palavra grega “gymnos” (nu) pelo fato de, na antiguidade clássica, os exercícios se praticarem com o corpo nu. É o conjunto dos exercícios corporais sistematizados, para esse fim, realizados no solo ou com auxílio de aparelhos e aplicados com objetivos educativos, competitivos, artísticos e terapêuticos, etc.

A prática só voltou a ser retomada - com ênfase desportiva e militar - no final do século XVIII, na Europa, com a influência de vários pensadores que se debruçaram sobre as vantagens da prática do exercício físico, destacando-se o contributo de Jean-Jacques Rousseau na obra pedagógica "Emílio", em que o autor se refere à necessidade da pratica física como meio para atingir a razão. A partir daqui surgiram várias correntes, que encontraram eco na Alemanha com Johann Bernard Basedow, pedagogo e educador, que conseguiu assimilar e transformar os princípios orientadores de Rousseau e impulsionou a ginástica, tendo para isso criado em 1775 o pentatlo de Dassau, no seu "Philanthropicum", constituído por provas de corrida, saltos, transporte, de equilíbrio e detrepar.Foi oprimeiro pedagogo,desdeaAntiguidade,adefenderqueo exercício físico deveria fazer parte dos programas das escolas primárias.

Em 1784, Christian Gotthlif Saltzmann, pedagogo e educador, abre outro "Philanthropicum", em Schneppenthal. Em 1785, Johann Christoph Friedrich GutsMuths, professor e educador, inicia sua obra com um novo conceito de ginástica. Foi um impulsionador da educação física obrigatória; utilizou o "Philanthropicum" de Schnepfenthal, incluindo a par da corrida, saltos, lançamento, luta e natação, os exercícios de trepar e de equilíbrio. As ideias filantrópicas e os conteúdos pedagógicos de Guts-Muths tiveram eco nos países da Europa, especialmente na Suécia, Dinamarca e França.

No período de 1861 a 1871 verifica-se a presença de alunos de nacionalidade brasileira no Philantropinum, sediado em Schnepfenthal; dentre esses alunos vamos encontrar:

NOME LOCAL E PERÍODO DE ANO NASCIMENTO ESTUDOS

de La Roque, Jean Pará, 1850 1861 – 1866 de La Roque, Auguste Pará, 1851 1861 – 1867 de La Roque, Henri Pará, 1849 1861 – 1864 de La Roque, Guilherme Cametá, 1853 1863 – 1869 De La Roque, Luiz Pará, 1856 1865 – 1871 de La Roque, Carlos Pará, 1857 1865 – 1871

Encontra-se membros da Família LaRocque no Maranhão – do então senador Henrique de LaRocque Almeida. Os LaRocque - importante família estabelecida no Pará, procedem de dois irmãos:

I - HENRIQUE de LaROCQUE (c. 1821 – Porto ?), que deixou geração do seu casamento, em 1848 – Pará -, com Matilde Isabel da Costa ( ? – 1919); e

II – LUIZ de LaROCQUE (c. 1827 – Porto ?), que deixou geração de seu casamento, em 1854 (Pará) com sua cunhada Emília Ludmila da Costa.

Ambos, filhos de JOÃO LUIZ de LaROCQUE (c. 1800 – a. 1854) e de Rosa Albertina de Melo. Entre os membros dessa família registra-se o senador HENRIQUE de LaROCQUE ALMEIDA, advogado diplomado pela Faculdade Nacional do Rio de Janeiro (hoje, UFRJ).

No Dicionário, é dada como sobrenome de origem escocesa, o que é contestado por Henrique Artur de Sousa, para quem a família LaRocque estabelecida no Brasil é de origem portuguesa, da cidade do Porto – encontrou uma primeira referência no início da colonização do Brasil, nos anos 1500, em São Vicente ... -, o que parece ser a versão verídica, haja vista que o falecimento de dois membros dessa família – os irmãos Henrique e Luís, filhos de João Luís de LaRocque e sua mulher Rosa Albertina de Melo – se dão na cidade do Porto, no século XIX...

Efetivamente, alguns LaRocque se estabeleceram no Maranhão, a partir de 1832. Henrique Artur de Sousa - genealogista estabelecido em Brasília encontrou documentos no Arquivo Público do Estado do Maranhão “firmados de próprio punho” de três membros da família LaRocque, quando de sua chegada, “de que haviam estudado na Alemanha”, numa cidade chamada Schnepfenthal !

Filhos de Jean Francoise de LaRocque:

Carolina – depois Baronesa de Santos; Henrique de La Rocque; Guilherme de LaRocque; João Luís de LaRocque; Luís de LaRocque; Rosa; Amélia; Antônio de LaRocque.

Desses irmãos, quatro estudaram na Alemanha; Henrique de LaRocque Júnior, e seus irmãos João e Augusto, também podem ter estudado na Alemanha ... Henrique de LaRocque Júnior - viria construir o Mercado de Ver-o-Peso, em Belém do Pará -, vem a ser avô do Senador LaRocque...

Não se encontrou informação de que tenham exercido a função de professores no Maranhão...

Embora se tenha a região sul – Rio Grande, Santa Catarina e Paraná – onde se deu a implantação do Turnen, tivemos no Rio de Janeiro e no Maranhão.

Djard MARTINS (1989) registra em seu já clássico “Esporte, um mergulho no tempo” o nascimento das atividades esportivas no Maranhão e traz Miguel Hoerhann como o primeiro professor de Educação Física, atuando na Escola Normal, Escola Modelo, Liceu Maranhense, Instituto Rosa Nina, nas escolas estaduais e até nas municipais, estimulando a prática da cultura física: "E para coroar de êxito esse idealismo, esteve à frente da fundação do Club Ginástico Maranhense..." (MARTINS, 1989).

Miguel Hoerhann, capitão-tenente honorário da armada nacional, professor de educação física da Escola Naval, Colégio Militar, Externato Aquino, e professor de ginástica e esgrima do Automóvel Club do Brasil – Ex-professor dos colégios Brasileiro-Alemão, Abílio Rouanet, João de Deus, Instituto Benjamin Constant, e Instituto Nacional de Surdos Mudos, no Rio de Janeiro. Ex-professor dos colégios São Vicente de Paulo, Notre Dame de Sion, Ginásio Fluminense e Escola Normal Livre; sócio-fundador e 1º. Turnwart do Turnerein Petrópolis, em Petrópolis. Ex-professor da Escola Normal e grupos escolares Menezes Vieira e Barão de Macaúbas e do colégio Abílio, em Niterói. Ex-diretor do serviço de Educação Física; ex-professor da Escola Normal, escola modelo Benedito Leite; Instituto Rosa Nina, Liceu Maranhense, e escolas estaduais e municipais; fundador e 1º presidente e 1º diretor dos exercícios do Club Ginástico Maranhense; em S. Luis do Maranhão Ex-professor do Ginásio São Bento e ex-secretário do I. e R. Consulado da Áustria e Hungria, em São Paulo. 20 anos de devotado trabalho no Brasil (de 24 até 44 anos de idade, desde 1889 a 1909). ExInstrutor da imperial e real marinha de guerra da Áustria, condecorado com a medalha militar de bronze, conferida por sua imperial e real majestade apostólica Francisco Jose I, Imperador da Áustria-Hungria (desde 15 até 23 anos de idade, 1880-1888). In Jornal “O Paiz” em 21 de novembro de 1909, no Rio de Janeiro: ‘EDUCAÇÃO PHYSICA/CARTÃO COMEMORATIVO DE 20 ANOS DE TRABALHO NO BRASIL/

A primeira referência que se tem desse professor de educação física é de um diploma dado a diversas autoridades e intelectuais, dentre os quais a Fran Paxeco, Cônsul Honorário de Portugal no Maranhão; consta ‘aos propugnadores da educação physica’ e está assinada por Miguel Hoerhann, Diretor da Educação Physica, e foi passado em 18 de maio de 1904

Miguel Hoerhann foi instrutor de artilharia do império austro-húngaro, professor de esgrima e ginástica sueca nos estados do Maranhão e Rio de Janeiro. Nesta cidade, a ginástica era voltada para o treinamento militar dos novos cadetes e oficiais da Marinha Brasileira e do Colégio Militar. Miguel tem vasta produção de artigos em periódicos e é autor do livro Esgrima de Baioneta, publicado no Maranhão em 1904

201408272214461409188486_92111409188486_9212.pdf (cultura.ma.gov.br)

Na construção da biografia desse professor encontramos uma carta de apresentação datada de 28 de maio de 1912, e escrita pelo Dr. Generino dos Santos, destinada a Manuel Tavares Miranda, Chefe da 2a Secção do Serviço de Proteção aos Índios – SPI; o jovem Eduardo era, na ocasião, filho único do Capitão-Tenente Miguel Hoerhann: De acordo com Dagnoli (2008); e Gomes (2009):

“[...] Miguel Hörhann (Miguel Hoerhann) nasceu na Áustria e faleceu no Rio de Janeiro; foi instrutor de Artilharia na Imperial e Real Marinha de Guerra da Áustria até 1884, e Capitão-Tenente da Armada Nacional. Sua mãe, Carolina de Lima e Silva Aveline, pertencia à aristocracia militar do Estado do Rio de Janeiro, neta do Duque de Caxias.”

Miguel veio da cidade de Sankt Pölten na Baixa Áustria. Nasceu a 03 de abril de 1865; conforme mensagens de felicitações publicadas em 1900 (03/04) e 1901 (04/04) na Gazeta de Petrópolis. foi casado em segundas núpcias, com Adelina Figueira Cordeiro, com quem teve outros três filhos: Arria Hoerhann, e Hermani Paulo Figueira Cordeiro Hoerhann, e Miguelzinho que morreu aos dois anos de idade.

Observa-se que atuou como professor de esgrima, ginástica, e natação em Petrópolis, depois em Niterói, antes de vir para o Maranhão. Deu aulas particulares, e em escolas particulares, antes do ingresso em escolas públicas, naquelas duas cidades. Além de aulas

de ginástica, ensinava também esgrima, como parte do currículo. Nas férias, aos alunos internos, se ofereciam essas atividades, inclusive o curso de esgrima era pago à parte, conforme se depreende de anúncio de início das aulas.

Naedição de26 demarço de1896,eseguintes, aparece colaboraçãodeMiguel Hoerhann, discutindo a importância da ginástica médica. Em 1898, volta a participar dos ‘desafios’ de esgrima, enfrentando diversos oponentes. Essas demonstrações – certamente para atrair alunos para sua escola – ocorriam no teatro da cidade.

Ainda nesse ano de 1898, na mesma Gazeta de Petrópolis aparece nova colaboração de nosso Miguel Hoerhann, mas desta feita na área da literatura, escrevendo um conto que teve por título “A Ressurreição”, publicado em capítulos, como era costume na época, na forma de folhetim.

Juntamente com outros cidadãos austríacos, alemães, húngaros, comparece à missa de Francisco José I, Imperador da Áustria, conforme registrado na Gazeta de Petrópolis; ali, informa-se ser ele cônsul em disponibilidade do Império.

No dia 03 de abril de 1900 aparece anuncio de felicitações ao Sr. Miguel Hoerhann, distinto professordeginásticadoGinásio Fluminense,aomesmo tempoemqueaparecem anúncios do curso de ginástica pedagógica, e esgrima, que iniciava no Salão Floresta:

No ano de 1900, em dezembro, por decreto é nomeado para a Guarda Nacional, lotado no Rio de Janeiro, no posto de capitão:

No mesmo jornal, de janeiro de 1901 em que é publicado o Decreto de seu ingresso na Guarda Nacional com o posto de capitão, aparece sua eleição para a diretoria do Clube Alemão; E anuncio, do dia 24 de abril, de licença dada ao professor da Escola Normal de Niterói, por 20 dias; Em 1902, março, ainda estava em Niterói, conforme anuncio de uma subscrição a favor de um conterrâneo, que morreu de febre amarela; estava subscrevendo uma lista para ajuda à família; Novo anuncio, desta vez informando sua nomeação em 1903, como professor de ginástica da Escola Normal de Niterói.

Na Gazeta de Petrópolis, edição de 15 de setembro de 1903, informa-se que Miguel Hoerhann estava em São Luís, nomeado que fora Diretor da Educação Physica, conforme a edição 204 de “A Pacotilha”, da capital do Maranhão:

No dia 04 de junho de 1903 aparece anúncio n´A Pacotilha em que Miguel Hoerhann, como já fizera em Petrópolis e Niterói, oferece seus serviços como professor particular de ginástica; logo no dia 05/06, anuncia o início das aulas; A 30 de junho, outro aviso, convocando os alunos inscritos.

No mês de agosto novo anúncio em A Pacotilha, do dia 31, já assinado como Diretor da Divisão de Educação Física do Maranhão, sobre a realização de um concurso poético, tendo por tema a Ginástica. Verifica-se que se referia ao Turnen, haja vista a citação dos “4 Fs”, como a divisa da ginástica:

“Abre-se aos cultores das musas uma produção poética, em que Entre as palavras que constituem a divisa da gymnastica: FIRMA, FORTE, FRANCO, FIEL, e que tenha por tema a glorificação da abnegação, do trabalho perseverante e nobre, do vigor do espírito como consequência dos exercícios physicos [...]”

O anúncio se repete nos meses seguintes, sendo que a 26 de setembro aparece um poema exaltando a ginástica, de autor anônimo. Conforme a redação, não querendo participar do concurso, mesmo assim faz seu poema.

Em outubro de 1903, reabria as aulas de ginástica.

Em 1904, Fran Paxeco escreve artigo louvando a iniciativa de Miguel Hoerhann em promover o concurso poético, e divulgando a ginástica entre a juventude.

No mês de agosto de 1904, Miguel faz publicar anúncio em A Pacotilha (22 de agosto) em que pretende comprar armas de índios.

Em setembro, convocam-se os sócios do Clube Ginástico Maranhense. Nota-se o símbolo dos “4 Fs”

Em anúncio sobre os exames que se realizariam com os alunos da Escola Normal, Miguel Hoerhann fez parte da banca examinadora da Disciplina de Desenho; será que além de Ginástica, ensinava naquele estabelecimento também desenho:

Ao que parece, em 1911 Miguel Hoerhann já estava no Rio de Janeiro. Fran Paxeco escreve novo artigo sobre “jinastica’ (sic), ressaltando o trabalho de nosso professor de educação física:

Em 1911, Miguel Hoerhan ministrava “exercícios de gymnastica sueca, de esgrima, de espada e florete” no Colégio Militar – Rio de Janeiro. É listado junto com outros

professores –“dirigidos pelos instructores professor Miguel Hoerhan, tenente Migrel Ayres e capitão Valério Falcão” – durante visita dos membros do Conselho Superior de Ensino. (Diário Oficial da União (DOU) de 12/08/1911), Pg. 14. Seção 1).

INTRODUÇÃO DO ESPORTE MODERNO EM MARANHÃO:

1907/1910

A História é um rio, que ao receber águas de seus afluentes vai aumentando de nível. Em determinado momento as águas se dividem. Mais adiante, elas se unem novamente. Em determinados trechos, formam-se os deltas e os meandros. A água corre mais lentamente no centro do rio, mas nas suas margens elas são velozes. (in ALBUQUERQUE e FIGUEIREDO, 2004)

Desde 1985 venho buscando escrever uma História dos Esportes, do Lazer e da Educação Física no Maranhão. Naquele ano fui responsável pela disciplina História da Educação Física e dos Desportos, do Curso de Educação Física mantido pela então Escola Técnica Federal do Maranhão – hoje, IF-MA. Exasperava-me não ter qualquer informação sobre essa História no Maranhão. Não sabia, até então, que o jornalista Dejard Ramos Martins tinha um livro publicado sobre o assunto; somente em 1991 o encontrei...

A oportunidade surgiu (1996/97) quando do Doutoramento em Ciências Pedagógicas: poderia escrever sobre essa história, juntando algum material que vinha elaborando de algum tempo – desde 1989, para ser mais exato, pelas “provocações” de dois pesquisadores alemães que vinha estudando a lúdica e o movimento dos índios Kanelas – Jürgen Dieckert e Jakob Mehringer ...

Em 2002, apresentei uma primeira versão d’A INTRODUÇÃO DO ESPORTE MODERNO EM MARANHÃO, durante o VIII Congresso Brasileiro de História da Educação Física, Esportes, Lazer e Dança realizado em Ponta Grossa-Paraná. De lá para cá venho me dedicando a novas descobertas, engrossando as águas caudalosas desse rio... 2004, voltei-me novamente às buscas junto ao arquivo da Biblioteca Pública “Benedito Leite”, encontrando novas informações sobre essa história que está sendo contada. Passemos ao movimento dos clubes esportivos e de algumas modalidades nesses primeiros anos de implantação do esporte moderno no Maranhão:

NO FABRILATHLETIC CLUB

Fundado em outubro de 1907, já a 02 de janeiro de 1908 realiza uma Assembleia Geral, para admissão de novos sócios e inclusão de novas modalidades esportivas. No dia 12/01 inicia-se a temporada esportiva daquele ano, com um match de foot-ball entre o Red x Black, as duas equipes internas, em que os associados eram divididos.

Além do jogo de futebol houve uma partida de law tennis, em virtude de desafio havido entre os adeptos do jogo; as disputas seriam entre J.M.A Santos (Nhozinho) 6 x 0 J. B. Moraes Rego, no simples; já nas duplas, seria entre Nhozinho Santos/J. C. Guimarães 6 x 4 J. Moon/J. B. Moraes Rego

Em fevereiro de 1908, sob o título de “Carnaval” é anunciada a inauguração da iluminação elétrica na sede desse clube e a realização de um concurso de “atletismo carnavalesco”, assim organizado:

1 as 3 – raid asmático (?);

2 as 3:30 – handicap pedestre

3 as 4 – concurso de peso

4 as 4;30 – ensacados (corrida de saco ?)

5 as 5:30 – match de foot-ball

5 as 5:30 – Tug of war (corda – cabo de guerra).

Em abril, sob o título Sport, é anunciada para breve uma disputa de corrida pedestre, cros country, em que tomarão parte grande número de corredores dos mais resistentes que possui o Club. Em maio, na mesma coluna, dizia-se que a anunciada corrida pedestre ainda era aguardada pelos sócios, confirmada pelo jornal a sua realização na edição de 10 de maio. Nesse mês, é realizada uma corrida, improvisada, devido as fortes chuvas que caíram, impedindo a realização do match de foot-ball programada.

Finalmente, em junho, é realizada a corrida de cross-country anunciada de a dois meses.:

Participaram: J Mário; J. Moon; Shipton; Anthero; M. Neves; C. Neves, A. Vieira;, J. Bastos; que correram 900 metros em pista desconhecida e com obstáculos. Devido à falta de exercícios preparatórios, alguns concorrentes não concluíram, sentindo-se incomodados, convindo notar que todos haviam almoçado copiosamente, isto num dia em que deveriam fazer exercícios daquela natureza. Venceram J. Mário, seguido muito de perto de J. Moon, chegando em terceiroAnthero e em quarto Shipton.

Na Segunda semana do mês de junho, a tarde fora toda tomada pela inauguração do clube de foot-ball infantil, muito embora em maio tenha havido uma partida envolvendo crianças, de 10 anos de idade, que seria jogada na quadra de tênis, com a duração de 20 minutos, dividido em dois tempos de 10 minutos com cinco de descanso; as inscrições deveriam ser feitas pelos pais

Como no mês de abril as chuvas vinham caindo torrencialmente, as partidas de futebol estavam suspensas, para evitar danos ao gramado do campo. Para os sócios não ficarem sem atividades, estava-se programando algumas partidas de crocket e law tennis, assim como uma disputa de atletismo – cross-country, em que deveriam tomar parte grande número de corredores.

O FAC promove uma alteração em seus estatutos para incluir, dentre suas atividades, exercícios militares para os sócios. Naquela época, em função do Regulamento da Lei de Reorganização do Exército, algumas organizações, com a assistência de oficiais do Exército, poderiam oferecer essas atividades, dispensando-se os jovens de sentar praça. Em outubro, é realizado os primeiros exercícios de infantaria, com a realização de marchas e voltas

Nesse mesmo mês, é apresentado o programa de aniversário do Clube – segundo – com a realização de duas partidas de futebol, entre o FAC x Maranhense e entre duas equipes da Escola de Aprendizes Marinheiros: Riachuelo (Estrela Preta) x Humaitá. Esses eram os nomesdos dois escaleres daquela escola,quese batiam nas regatasrealizadas naBeiraMar.

Naquele ano de 1908, um dos mais atuantes sócios – inclusive seu diretor de esportes –Jasper Moon, despedia-se de São Luís. O FAC organiza um festival esportivo em sua homenagem.

Logoaseguir, nomêsdedezembro,éeleitaanova diretoria,constituídapelos srs.Manoel Gonçalves Moreira Nina (Presidente); Carlos Peixoto Costa Rodrigues (Vice); JoséAlves dos Santos (primeiro secretário) e Carlos Alves A Neves (segundo secretário); e

tesoureiro, Edmundo José Fernandes. A diretoria de “sports” coube a João Baptista Moraes Rego Júnior. Como suplentes,Alfredo Lima, WilsonAraújo eAluísioAzevedo..

Como primeira iniciativa da nova diretoria, foi promovido um match de xadrez nos salões do clube, a ter início no dia 16 de dezembro daquele ano de 1908 – o primeiro que tem lugar neste estado, informa o cronista d’APacotilha; “há grande animação para o torneio noqualtomarãoparteossrs.Drs.JoãoPedrodeAlbuquerque,ClodoaldoFreitas,Euvaldo

Nina e os srs. Joaquim M. Gomes de Castro, Franklin Costa Ferreira,Alexandre Nina e o tenente Luso Torres. É elaborado o Regulamento do Torneio e indicada a comissão arbitral, e o sorteio dos enxadristas, disputando-se duas partidas por dia:

João Pedro x João Penaforte

Clodoaldo Freitas x Joaquim Castro; no dia 20:

Luso Torres x Alexandre Nina Franklin Ferreira x Euvaldo Nina.

AComissãoArbitral foi ficou formada por João PedroAlbuquerque, Clodoaldo Freitas e o Tent. Luso Torres. Seriam jogadas 64 partidas entre os cavalheiros citados.

Em 1910, logo no início de janeiro, é inaugurada a pista de Boliche - introduzindo-se mais uma modalidade -, montada na parte fronteira do edifício do Clube

Na edição d’A Pacotilha de 1º de maio, Sábado, é anunciada a realização da segunda rodada, do concurso de futebol, entre os jogadores do FAC e do Maranhense; mesma nota, é anunciado um Torneio de Crockt, a ser disputado logo após o término do Campeonato de Foot-ball. No dia 09 de maio, é realizado o sorteio dos oito (8) grupos que o disputariam

1º grupo – H.Aranha e R.N.M. Pereira

2º grupo – J. Mário e F.Aguiar

3º grupo – P. Oliveira e J. Santos

4º grupo – J. M. Santos e C. V. Reade

5º grupo – J. Ribeiro e C. E. Clisold

6º grupo – E. Silva e F. Fernandes

7º grupo – J. Santos Sobrinho e M. Sardinha

8º grupo – C. Rodrigues e M. Nina

no primeiro Domingo jogariam 6 x 1; no seguinte, 3 x 8; no terceiro, 5 x 7 e no última rodada, 2 x 4.

NO CLUBE EUTERPE

Talvez motivados pelas realizações dos jovens do FAC, Pantaleão Santa Cruz informa que “a luzida rapaziada do Euterpe organizam ultimamente a sua secção de sport, o que constitui notável melhoramento, cuja falta se fazia sentir nesta capita

Em 1909, é planejado um Torneio de Bilhar, iniciado em 25 de maio, com término dia 04 de junho, com o seguinte resultado:

Campeão –Arthur Paraíso

Vice-campeão – Adolfo Paraíso

Terceiro lugar – João Nunes.

No Sábado, 12 de junho, fez-se a entrega dos prêmios aos vencedores, ao mesmo tempo em que é anunciado um Torneio de Gamão.

Em julho, surge a primeira crise desse clube, que chegou a fechar suas portas, porém reabrindo. Em 1911, após inúmeras crises, o clube é fechado definitivamente, com seus sócios fundando o Casino Maranhense...

NO MARANHENSE FOOT-BALLCLUB

O FAC cede suas instalações para que o Maranhense Foot-Ball Club realize seu festival de inauguração no dia 07 de fevereiro de 1909, jogando as duas equipes internas dos Green 3 x 0 Blue. A diretoria do novo clube era formada por Almir Saldanha da Silva (presidente); João Torres (vice-presidente).

Como aconteceu com o FAC, cujos preparativos e “ensaios” de futebol vinham acontecendo desde 1905, também os sócios fundadores do Maranhense de há muito vinham preparando o início de suas atividades, tanto que em abril de 1908 já era anunciada para breve sua inauguração. Em 24 de dezembro, os sócios são convocados para uma assembleia, para tratar da inauguração, sendo anunciada a sede do novo clube na Rua de SantoAntonio, 28, local da reunião.

Em março, é realizada uma partida de futebol entre essa agremiação e o Derby Club, saindo vencedor aquele por três gols.Apartida foi jogada no campo do Maranhense, que – como de costume à época – foi desafiado para uma nova partida.

TIRO MARANHENSE

O “Tiro Maranhense” é inaugurado, com 150 sócios, tendo na Presidência Henrique da Costa Alves Nogueira. A inauguração desse “clube” deve-se ao aproveitamento da Lei de Reorganização do Exército, em que era permitido aos jovens a filiação, sob a orientação de um oficial do Exército, para receber orientações sobre marchas e concurso detiro– exercícios militares. Em contrapartida, aquelesque participassem dos exercícios, estariam dispensados em servir o quartel.

Muitos clubes esportivos se aproveitaram da Regulamentação dessa Lei, oferecendo uma secção de Tiro, orientada por um oficial. Como aconteceu com o FAC e o Maranhense.

REGATAS

É anunciada a saída de um “boi a cavalo” (sic) do Bazar Sulamericano (Rua do Sol), que percorrerá as ruas da cidade anunciando a grande regata que se realizará no próximo Domingo, assim como a briga de galo, em frente ao mesmo bazar (A Pacotilha, 19 de fevereiro de 1908).

O colunista da Chronica, doAvante! deseja aos criadores do novo clube de regatas melhor sorte, desta vez, diante da ideia surgida (06/06/908, n. 385); na edição seguinte(n. 386, de 15 de junho de 1908) é anunciado que o novo clube de regatas é uma realidade, tendo recebido o nome de Tiradentes.

Em setembro de 1908, é realizada mais uma regata, não se informando se promovida pelo Clube Tiradentes, recém-inaugurado...

CORRIDAACAVALO

No dia 16 de fevereiro de 1908 é anunciada uma corrida a cavalo pel’APacotilha. Cominícioas5½datarde,seriarealizadanaRuadoSolcompartidadefrentedopalacete 40pares, atéaesquinado BazarSulamericano.Participariamseiscavaleiros “muitíssimos amestrados, farão desfilar magníficos cavalos pampas para isso ensaiados pela rua abaixo até o ponto marcado tirando o que primeiro puder a bandeira do posto, que dará o sinal de prêmio. Pede-se aos assistentes que se conservem nos passeios para poderem ver. Após, começará uma grande batalha de confete e rodó”.

ALBUQUERQUE, Paulo Kastrup; FIGUEIREDO, Carlos. A HISTÓRIA E SUAS FACES: intentio operis, intentio auctoris & intentio lectoris. Disponível em <http://www.geocities.com/aotil/kastrup.html> Capturado em 10/02/2004, 4 páginas.

Avante!” de n. 386, de 15 de junho de 1908, AVANTE!, São Luís, 07 de junho de 1907, n. 245, Chronica).

Avante, 04 de abril de 1909, n. 432.

Avante, 08 de julho de 1909, n. 437

Avante, 05 de fevereiro de 1909, n. 418

DIECKERT, Jurgen & MEHRINGER, Jakob. A corrida de toras no sistema cultural dos índios brasileiros Canelas (relatório de pesquisa provisório). ZEITGSCHIFT MUNCHER Beltrdzur Vulkerkunde, julho, 1989.

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MARTINS, Dejarde Ramos, ESPORTE: U MERGULHO NO TEMPO. São Luís : SIOGE, 1989

Pacotilha, 02 de janeiro de 1908

Pacotilha, 07 de janeiro de 1908, Terça-feira, n. 5

Pacotilha, 21 de fevereiro de 1908

Pacotilha, São Luís, Quarta-feira, 15 de abril de 1908

Pacotilha, de 08 de junho de 1908

Pacotilha, Segunda-feira, 25 de maio de 1908

Pacotilha, Quarta-feira, 15 de abril de 1908.

Pacotilha, 18 de setembro de 1908

Pacotilha, 05 de outubro de 1908

Pacotilha, 28 de novembro de 1908

Pacotilha, 07 de dezembro de 1908

Pacotilha, 15 de dezembro de 1908

Pacotilha, 19 de dezembro de 1908

Pacotilha, Sábado, 29 de janeiro de 1910

Pacotilha, 1º de maio de 1909, sábado

Pacotilha, Segunda-feira, 10 de maio de 1909

Pacotilha, 25 de maio de 1909

Pacotilha, Sexta-feira, 04 de junho de 1909

Pacotilha, Sábado, 12 de junho de 1909

Pacotilha, 15 de fevereiro de 1908

Pacotilha, 19 de dezembro de 1908

Pacotilha, Segunda-feira, 30 de março de 1908

Pacotilha, 14 de setembro de 1908

Pacotilha, 08 de fevereiro de 1909

Revista Typographica, n. 10, 12 de maio de 1908, p. 22

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A inauguração do “foot-ball” em Maranhão, LECTURAS: Educacion Fisica y Deportes, Buenos Aires, no. 24, agosto de 2000, disponível em www.efdeportes.com

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Tênis no Maranhão. In O IMPARCIAL, São Luís, 17/01/2000, p. 15; e VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Apontamentos para uma história do Tênis no Maranhão. In LECTURAS: Educación Física y Deportes, Buenos Aires, no. 68, janeiro de 2004, disponível em www.efdeportes.com/efd68/tenis.htm

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Tênis no Maranhão. In O IMPARCIAL, São Luís, 17/01/2000, p. 15; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. A inauguração do “foot-ball” em Maranhão, LECTURAS: Educacion Fisica y Deportes, Buenos Aires, no. 24, agosto de 2000, disponível em www.efdeportes.com

VAZ, Delzuite Dantas Brito; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Hipodrismo Em Maranhão. In CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTES, LAZER E DANÇA, VIII, Ponta Grossa, novembro de 2002, Coletâneas ..., disponível em CD-ROOM.

JOGOS ESCOLARES

JOGOS ENTRE ESCOLARES X JOGOS ESCOLARES NO MARANHÃO

HÁ DIFERENÇA ENTRE ‘JOGOS ENTRE ESCOLARES’ E ‘JOGOS ESCOLARES’?

Jogos entre escolares: refere-se a competições esportivas que ocorrem entre diferentes escolas. Esses jogos envolvem alunos de várias instituições competindo uns contra os outros. O objetivo é promover a interação e a competição saudável entre escolas diferentes. Jogos escolares: termo mais amplo e pode incluir qualquer tipo de evento esportivo organizado dentro de uma escola ou entre várias escolas. Pode abranger desde competições internas, onde alunos da mesma escola competem entre si, até eventos maiores que envolvem várias escolas.

Os principais jogos escolares no Brasil são eventos esportivos que reúnem estudantes de diversas escolas para competirem em várias modalidades. Alguns dos mais conhecidos incluem:

1. Jogos Escolares da Juventude (JEJ): Organizados pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), esses jogos são uma das maiores competições estudantis do país, envolvendoalunos de12 a17anos em diversas modalidades esportivas. Inscrição pela Escola: A escola deve inscrever seus alunos-atletas nas competições regionais ou estaduais que servem como classificatórias para os JEJ. Classificação: Os alunos-atletas precisam se destacar nessas competições para se classificarem para a etapa nacional dos JEJ. Os JEJ são divididos em duas principais categorias de idade: 12 a 14 anos: Para estudantes do ensino fundamental. 15 a 17 anos: Para estudantes do ensino médio

2. Jogos Escolares Brasileiros (JEBs): Uma competição nacional que reúne estudantes de todo o Brasil para competirem em várias modalidades esportivas. É umaoportunidadeparajovensatletasmostrarem seutalentoepotencial. Inscrição pela Escola: Similar aos JEJ, a escola deve inscrever seus alunos-atletas nas competições regionais ou estaduais. Classificação: Os melhores atletas dessas competições se classificam para a etapa nacional dos JEBs. Os JEBs também são organizados em categorias de idade semelhantes: 12 a 14 anos: Para estudantes do ensino fundamental. 15 a 17 anos: Para estudantes do ensino médio

3. A Olimpíada Escolar Brasileira (OEB) começou em 2005. Desde então, tem sido um evento anual quepromove a prática esportiva entre estudantes de diversas escolas do Brasil, incentivando a integração e o desenvolvimento de habilidades físicas e sociais. A Olimpíada Escolar Brasileira (OEB) conta com o apoio de diversas instituições educacionais e esportivas em todo o Brasil. Entre as principais apoiadoras estão: Ministério daEducação(MEC): Principalpromotor do evento. Ministério do Esporte: Parceiro na organização e promoção das competições Secretarias Estaduais e Municipais de Educação: Apoiam na mobilização das escolas e estudantes. Confederações e Federações Esportivas: Auxiliam na organização das competições de cada modalidade. Instituições de Ensino: Escolas públicas e privadas que participam e incentivam a participação dos alunos. Possui categorias para diferentes faixas etárias, garantindo que os estudantes compitam com outros de idade semelhante. As categorias geralmente

são divididas da seguinte forma: Infantil: Para estudantes do ensino fundamental I (1º ao 5º ano). Juvenil: Para estudantes do ensino fundamental II (6º ao 9º ano).

Adolescente: Para estudantes do ensino médio (1º ao 3º ano).

Aqui, ao se registrarem referências à recreação, jogos, brincadeiras e práticas esportivas em que crianças e jovens, escolares, participaram – ou participam, encontradas em diversas fontes, desde o período pré-colonial até a implantação de Jogos Escolares oficiais.

Ressalte-se que o Serviço de Educação Física, da Secretaria de Educação, foi criado em 1903, sendo recriado em 1943, passando a Departamento em 1970/71. Em 1979, foi criada a Secretaria de Desportos e Lazer, passando a administrar as diversas competições escolares, desde então.

Os Jogos Escolares Maranhenses (JEMs) tiveram início em 1973. Desde então, se tornaram um dos principais eventos esportivos do estado, promovendo a integração e o desenvolvimento esportivo entre os estudantes maranhenses. Esses jogos são organizados anualmente pelo Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Sedel), e envolvem diversas modalidades esportivas, tanto individuais quanto coletivas.

Antes da criação dos Jogos Escolares Maranhenses (JEMs) em 1973, já havia eventos esportivos regionais no Maranhão. Por exemplo, em 1971, foi realizado o primeiro FestivalEsportivodaJuventude,seguidoporumanovaedição em1972.Esses eventos serviram como precursor para os JEMs, promovendo a prática esportiva entre os estudantes e preparando o terreno para a criação de uma competição estadual mais estruturada.

É necessário recuperar a memória, pois na contagem que a SEDEL-MAfaz de sua edição, há um tremendo erro, faltando os dois primeiros, realizados com o nome de FESTIVAL ESPORTIVO DAJUVENTUDE – o FEJ.

Muito embora jogos entre escolares de a muito tempo vinham sendo realizados. Mas vamos aos jogos atuais, depois, recuperamos essa História...

ENTREVISTA COM CLAÚDIO ANTÔNIO VAZ DOS SANTOS, REALIZADA NO DEPARTAMENTOACADEMICO DE CIÊNCIAS DASAÚDE - DCS -, DO CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO MARANHÃO - CEFET-MA, NO DIA 29 DE MARÇO DE 2001, COM INÍCIOAS 09:10 HORAS, por LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ, disponível em Centro Esportivo Virtual | CEV | Jogos Escolares no Maranhão - Memórias de Velhos

"... nós tivemos um problema em 1970. Nós precisávamos da quadra do Costa Rodrigues para treinar nossa seleção de basquete, para, em 1970, irmos para Porto Alegre, mais precisamente, Santa Cruz do Sul; e nós precisamos do Ginásio, o técnico era o Chico Cunha - Cearense -, era mineiro, mas trabalhava no Ceará, e veio trabalhar com a gente aqui, na época do governo Sarney; nós fomos pedir; não podia ceder o Ginásio para nós treinarmos nossa seleção porque estava tendo jogral; aí depois do jogral, não podia porque ia ter uma reunião - não vou declinar o nome da pessoa que dirigia, não interessa, só interessa o fato -, não podia porque tinha que fazer silêncio, porque ia ter uma reunião, e o Ginásio não podia ser ocupado para treino

porque ia ter uma reunião na sala de reunião, e o barulho ia prejudicar. “... então nós ficamos do lado de fora do Costa Rodrigues sem poder treinar... “

- “Mas isso vai acabar, Alemão, te prepara que isso vai acabar”, disse Jaime Santana.

Jaime Santana, era um dos praticantes de esporte, tanto vôlei como o basquete, futebol de campo, futebol de salão, daquela famosa Geração de 53, que jogam, aquela geração jogava tudo, ninguém jogava futebol de praia, futebol de salão, futebol de campo. O Jaguarema era o celeiro. Foi o grande Jaguarema na época, então que aqueles jovens praticavam os esportes direto... Jaime Santana, em 1970 - o pai dele ainda não era governador, e quando em 1970, Neiva Santana assumiu o Governo, Jaime chama Cláudio Vaz:

- “Olha, tu vai ser Coordenador de Esporte da Prefeitura.”

CláudioAlemão prossegue:

“ Começamos primeiro na Prefeitura, foi nosso primeiro passo, na Coordenação de Esportes, Haroldo Tavares, Prefeito de São Luís... então foi criada a Coordenação de Esporte da Prefeitura que eu fiz, procurei ... O Carlos Vasconcelos era da Coordenação de Educação Física, aí foi criada a Coordenação de Esporte, na área estudantil, era o ... na área do esporte aberto sem limites foi a Coordenação de Esportes; nós tivemos o direito de agir com a Ildenê, a gente fez esse trabalho, trabalhava só com esporte escolar. Por sinal, era o mesmo problema, era muito limitado, ele, o esporte escolar no Maranhão... " ... Fomos funcionar onde é o Parque do Bom Menino; tem um açougue ali em baixo, ali que era a coordenação, alugamos de Antônio o prédio e fomos fazer a explanação, primeira medida, eu fiz uma equipe muito boa, foi Geografia, Fernando Sousa, Jaime Sampaio e Fernando Sousa, jornalista, Diretor Técnico; bom, foi minha diretoria, ai eu convoquei os professores; fiz o levantamento de quem é que podia ser útil, quem é que eu tenho para trabalhar, porque eu tinha o direito de formar escolinhas, que não tínhamos nada nesse sentido, de formação de atleta. Então veio o Dimas, veio o Major Alves, professoras... as duas professoras ... Maria José e Tarcinho; Odinéia; Maria José, Ildenê Menezes, Dinorah e Celeste Pacheco... Tinha uma que era funcionária do Ipem, era eu não sei o nome dela na memória, faz 31 anos, a professora eu não me lembro, mas eu sei que é de nome conhecido ... Graça Helluy, voleibol; viajou comigo para o primeiro JEB's em 72, ela foi a técnica; nós já fomos para os JEB's em Maceió, em 1972; em 71 foi que nós fizemos a escolinha com esse trabalho e criamos o primeiro FEJ. FEJ foi Prefeitura "O FEJ foi a Coordenação de Esporte da Prefeitura de São Luís, em 1970. O primeiro FEJ (Festival Esportivo da Juventude), a Mary Santos fazia Jogos Intercolegiais do interior, ela nunca fez uns jogos na capital; ela fazia Jogos Intercolegiais, em que eu fui árbitro - Roseana jogava; Carlos Vasconcelos era do MEC, tinha uma rivalidade com ela e fazia os jogos dele, ele fazia o dela, eram jogos isolados. Com o pessoal da capital, e a gente trazia o pessoal do interior; A Mary Santos era do Estado, da Secretaria de Educação e Cultura, onde tinha uma Secretaria de Esporte, Secretaria de Educação

Física do Estado, era serviço de Educação Física do Estado. Carlos Vasconcelos que pertencia ao MEC; A Mary estava no Estado, a Ildenê, no Município. A Ildenê era Secretaria de Educação e a Mary era de Educação Física, era diretora do Serviço de Educação Física

"Foi aí que eu entrei, fui dirigir pela primeira vez... muito bem, isso foi em 71, nós entramos no Governo, se não me engano, foi em março ou por aí; em setembro, nós tivemos o primeiro FEJ (Festival Esportivo da Juventude)Semana da Pátria, onde o Colégio de São Luiz foi o primeiro campeão do FEJ, onde eu trabalhei; "aí foi que o Dimas começou, trabalhamos juntos, nós acumulávamos, nós éramos árbitros, técnicos. Tudo nós fazíamos, tanto o Dimas quanto o Laércio, já me ajudou, nessa época; foi o primeiro que veio para cá; o pessoal criou muito problema comigo porque eu estava enchendo de paulista, muito fácil de explicar: não tinha Professor de Educação Física no Maranhão e eu queria fazer um trabalho de nível; eu tinha de pensar, primeira coisa que tinha de ter era o professor, tanto para quem quisesse transferir conhecimento; então eu não tinha nada acadêmico, nada elevado nessa área aqui, só tinha professores já superados, dois que já não trabalhavam; Braga, que era professor daqui e não sei se era formado, era Braga, Zé Rosa, Rinaldi Maia...[Dimas] já é outra [história...], já é de quem trabalhou comigo; o pessoal que tinha já não era mais da ativa... o Eurípedes nunca foi formado...., Major Júlio, todos esses foram formados na Escola de Educação Física do Exército ... eles vieram de lá mas eu não trabalhei com eles; o Eurípedes trabalhou comigo assim, mas não tive nenhuma participação efetiva dele, ele nunca assumiu ...

"na época eram os leigos, eu fazia curso de reciclagem e tal, mas dentro da área mesmo, com conhecimento de nível universitário, era o Dimas, o Laércio.

"71, eu estava só na Coordenação de Esporte na Prefeitura, e nós fizemos o primeiro FEJ; aí teve o segundo FEJ, foi quando o Jaime criou o Departamento de Educação Física e Desportos; Pedro Neiva me nomeou no lugar da Mary Santos; já foi no governo de Pedro Neiva, com Haroldo Tavares - que agora é que tu vais entender -, eu entrei primeiro na Prefeitura - que Haroldo Tavares era cunhado de Pedro Neiva, irmão da mulher de Pedro Neiva, que é a mãe de Jaime Santana -, então para que eu pudesse assumir o Estado, nesse tempo podia acumular então, criaram o Departamento de Educação Física e Deporto do Estado; saiu de Serviço para Departamento. Nesse tempo, na Secretaria de Cultura, o nível do Departamento era mais acima de Serviço, então para que eu fosse para o Estado... foi criado o Departamento de Desporto do Estado, para que eu pudesse assumir acabar o Serviço; então era novo o cargo e aí que eu fui para o Estado, eu acumulei Coordenador de Esporte da Prefeitura e Diretor do Departamento de Educação Física e Desportos do Estado, ligado à Secretaria de Educação, do professor Luis Rego - era o Secretario na época -, professor Luís Rego, primeiro Secretario que eu trabalhei, depois eu trabalhei com o Magno Bacelar, que foi o Secretario, depois com o Pedro Rocha Dantas Neto, que também foi secretário;

"Já em 72, fui nomeado Diretor do Departamento, onde foi que ficou o Departamento? Lá no Costa Rodrigues... aí eu transferi a Coordenação, acumulei no Costa Rodrigues, eu levei tudo para lá, ficou a Coordenação... Eu era Coordenador e Diretor do Departamento de Educação Física do Estado, e Presidente do C.R.D.

"Isso em 72, como era cargo, quem era Diretor, era Presidente do C.R.D automático, não tinha vínculo político nisso, era uma tradição de desporto ligado ao C.N.D (Conselho Nacional de Desporto), onde era o Brigadeiro Jerônimo Bastos;

"... ai foi que eu fiz a minha equipe, aí foi que o Dimas entra com a parte principal, quando nós estávamos para fazer o segundo FEJ em 72, seria em setembro, Dimas foi a Belo Horizonte... ai Dimas trouxe toda a informação, e o Maranhão podia participar do JEB's em 72; ele trouxe em 71, ele foi no JEB's em julho e trouxe... Dimas me trouxe, eu organizei a primeira equipe com o Dimas, era do Handebol, primeira equipe que nós viajamos para o JEB's; Ginástica Olímpica e Handebol, o Dimas; Coronel Alves, basquete; voleibol, Graça Hiluy; Coronel Alves - antes era Major -, foi isso para dar coletivo; que eu levei foram 52 pessoas que eu levei; não levamos atletismo, natação, não levamos nada; muito bem, com o que Dimas me trouxe, me presenciei muito ao DED.

"Muito bem, aí eu já tinha uma parte ativa comigo, porque eu precisava do Dimas, não só como técnico, mas também como conselheiro, porque como eu te falei eu não sou formado, eu sempre procurava olhar uma pessoa que tivesse um conhecimento acadêmico para poder me orientar; "... e uma de nossas iniciativas foi justamente essa de criar esses jogos escolares; foi o primeiro e o segundo, e depois nós o transformamos em JEM's, o primeiro JEM's foi em 73, sempre tem essa dúvida; o pessoal não guarda isso mais, o primeiro FEJ foi em 71. o segundo FEJ, em 72; e o primeiro JEM's, em 73, por quê? Nós participamos do JEB's e a sigla pesava, mas por bem achamos melhor mudar para JEM's - Jogos Estudantis Maranhenses -, foi que veio... nós já tínhamos passado o primeiro e o segundo FEJ com sucesso, com a mudança, com a formação das escolas, a conscientização, que é a primeira coisa a nascer numa escola, era a força, a Educação Física através dos esportes, foi a maneira que nós encontramos de valorizar o professor de Educação Física, ele que era praticamente um esquecido dentro da área educacional, achava-se que era desnecessária a Educação Física, onde não se praticava nem a Educação Física, nem os esportes; nós criamos esses jogos para provocar nos colégios essa necessidade de se formar atletas, assim como também transmitir Educação Física e valorizar o professor, porque nós não tínhamos campo de trabalho para eles, e passou a ter; esse foi o ponto marcante do nosso trabalho, que realmente hoje o que tem, começou ai, onde nós provocamos...". (VAZ DOS SANTOS, Cláudio. Entrevista).

Como informado, antes das criação dos FEJ/JEMs, havia duas competições envolvendo escolares, que vinham desde os anos 1950: os comandados por Carlos Vasconcelos, delegado do MEC no Maranhão, e médico da então Escola Técnica Federal – hoje, IF-

MA, em que participavam escolas da Capital, e os jogos comandados por Mary Santos, voltados para os Municípios do interior.

Na década de 1930 já havia notícias de disputas de “Olimpíadas Colegiais”, não só na Capital, como também em cidades do Interior, como exemplo as de Barra do Corda, da década de 1940.

OS ANOS 30/40 - PRIMEIRA REFERÊNCIAA JOGOS ESCOLARES

DECADA DE 1930 - o voleibol era bastante praticado em São Luís, no meio escolar, como lembra oSr. GlacymarRibeiroMarques. Chegado àcidade em 1937, passou ajogar voleibol no Colégio de São Luiz, participando das Olimpíadas Intercolegiais, ao lado de Rubem Goulart (professor de educação física da ETFM, já falecido); Alexandre Costa (senador, já falecido); José Carlos Coutinho (coronel do Exército); coronel José Paiva, e Raimundinho Vieira da Silva (ex-deputado, suplente de Senador, presidente do grupo de comunicações Vieira da Silva).

- As jovens, especialmente as estudantes do Colégio Santa Teresa, costumavam jogar Voleibol na praia da Ponta d´Areia, durante as férias escolares; a rede do primeiro jogo foi arrematada em um leilão realizado na casa do Cel. Anacleto Tavares; nos anos 40, os jogos das estudantes já eram realizados na quadra do Liceu Maranhense

1932 - criado o GREMIO “8 DE MAIO”, por estudantes do Liceu Maranhense, liderados por Tarcísio Tupinambá Gomes. Como entidade representativa dos estudantes junto àdireçãodoLiceu,foium fracasso, porfalta deinteressedarapaziada, quesó queria se divertir. Mas os outros fundadores, dentre eles Paulino Rodrigues de Carvalho Neto e Dílio Carvalho Lima resolveram levar o Grêmio para o esporte, com o intuito de jogar Voleibol, pois as opções de esportes para os jovens da época eram, além do futebol, o voleibol. O pessoal do “8 de Maio” também se envolvia com o Basquetebol.

- Os estudantes do Liceu Maranhense jogavam Voleibol na quadra existente na Rua do Sol - onde é hoje o Sindicato dos Bancários, e pertencia a um senhor de nome Bandeira, foi construída pelos alunos do Liceu Maranhense, sob o comando do Professor Mata Roma. Além dessas, havia a quadra do próprio Liceu, localizado, nessa época, à Rua Direita, esquina com 28 de Julho.

1935 – Nasce, em São Luís, Cláudio Vaz dos Santos – o Cláudio Alemão; depois de se destacar como atleta escolar nos anos 50 e 60, a partir de 1971, já como dirigente, cria os Festival Esportivo da Juventude – FEJ, 1971/72 – precursores dos Jogos Escolares Maranhenses – JEMs, disputados a partir de 1973.

1952 - início de sua carreira esportiva de Cláudio Vaz dos Santos, ao ingressar no Colégio de São Luís, do Prof. Luis Rego; nesse ano, participa dos Jogos Olímpicos Secundaristas, organizado pelo jornalista Mario Frias, como atleta de Basquetebol, Voleibol, Futebol de Campo, Atletismo e Natação.

1953 – Cláudio Alemão, junto com outros atletas da época, de várias escolas, funda a equipe dos “Milionários”, que faz história no esporte maranhense, especialmente no Basquetebol, por mais de 20 anos; a equipe era formada por Gedeão Matos, os irmãos Mauro e Miguel Fecury, Aziz Tajra,

Raimundinho Sá, Poé, Denizar, Canhotinho, Fabiano Vieira da Silva, Cleon Furtado, Jaime Santana, os irmãos Zé Reinaldo e Silvinho Tavares, Wilson Bello, Sá Valle, Joaquim Itapary, Henrique Moreira Lima, Márcio Viana Pereira; com a extinção d´ “Os Milionários”, fundam o “Cometas”, que além de basquete e vôlei, participam dos jogos de Futebol de Salão.

Anos 60 - Alemão vinha se dedicando ao Futebol de Salão desde 1960, jogando (como reserva) no Athenas, Drible e Santelmo. Após um acidente e se envolver numa briga, refugia-se no Rio de Janeiro entre 1965 a 1969, quando retorna a São Luís, já como praticante de Judô. No final dos anos 60, se forma em Economia pela UFMA

Anos 70 - em 1971, inicia sua carreira de dirigente esportivo, sendo nomeado Coordenador de Esportes, primeiro do Município de São Luís, depois, do Estado, e Presidente do CRD; sua primeira providência foi colocar em funcionamento as Escolinhas de Esportes: Futebol de Campo, Futebol de Salão (Futsal, hoje), Voleibol, Basquetebol, Judô, Boxe, Capoeira, Karatê, Xadrez, Ginástica Olímpica, Atletismo, Natação... Alguns desses esportes foram introduzidos por ele, nos meios escolares; os treinos começavam às cinco horas da manhã, estendendo-se pela madrugada.

- RUBEM TEIXEIRA GOULART - iniciou-se no esporte no Colégio de São Luiz, do professor Luís Rego. Em 1935, quando veio de sua cidade natal, Guimarães, principiou jogando futebol no "scratch" do seu educandário, permanecendo no time até 1938. Nesse mesmo período – 1935/38 -, passou a jogar volley-ball no Dourado (Provável, no time do Padre Dourado, que organizava a equipe de volei da União dos Moços Católicos, no pátio da Arquidiocese), melhor agremiação existente naquela época, sendo seus companheiros de “team” Boneca, Dias Carneiro, Furtados da Silva, Sócrates, Manola e alguns outros. Do Dourado, transportou-se para as fileiras do União, onde demorou pouco, tendo formado ao lado de Elba, Mitre, Álvaro, Rabelo, etc. Ainda em 1937, foi fundador do Brasil, composto exclusivamente por alunos do Colégio de São Luiz. Nesse mesmo tempo Alexandre Costa criou o Flamengo, o mais acérrimo rival de seu conjunto. Formava no seu time – não só de vôlei, como no de basqueteelementos do quilate de Mauro Rego, Tenente Paiva, Américo Gonçalves, Boneca, José Alves e Manoel Barros, tendo servido de padrinhos o Dr. Clodoaldo e Altiva Paixão.

1937 A equipe do “8 de maio” era formada por Zé Rosa, Manolo, Zé Heitor Martins, Reinaldo Nova Costa, Raposo, Rubem Goulart, Paulo Meireles, Zé Carvalho, Zé Meireles. Desses, vamos encontrar Rubem Goulart e Zé Rosa como professores de educação física, formados pela Escola Nacional, nos anos de 1941 e 1942. O grupo representou o Maranhão em um Campeonato Brasileiro de Basquete disputado em Belém do Pará em 1938; viajaram de navio. Paulino Rodrigues de Carvalho Neto – um dos funddores da equipe - largou tudo em 1942, deixando o Grêmio “8 de Maio” para a nova geração, liderada por Rubem Goulart e Zé Rosa...

- Lembra o Sr. Glacymar Ribeiro Marques que quando chegou a São Luis em 1937, passou a jogar voleibol no Colégio de São Luiz, participando das Olimpíadas Intercolegiais, ao lado de Rubem Goulart; Alexandre Costa (senador, já falecido); José Carlos Coutinho (Coronel do Exército); Coronel José Paiva, e Raimundinho Vieira da

Silva (ex-deputado, suplente de Senador, presidente do grupo de comunicações Vieira da Silva).

- As jovens estudantes do Colégio Santa Teresa, costumavam jogar Voleibol na praia da Ponta d´Areia, durante as férias escolares; a rede do primeiro jogo foi arrematada em um leilão realizado na casa do Cel. Anacleto Tavares. Nos anos 40, os jogos das estudantes já eram realizados na quadra do Liceu Maranhense

- 1939 – Disputa de um Torneio Intercolegial, envolvendo os alunos do Liceu Maranhense e dos Maristas; outras escolas participavam com suas equipes, como o Colégio Cisne, com a equipe do Brasil, formada por Ronald da Silva Carvalho.

Década de 40 - Joaquim Itapary Sales de Oliveira – o Diabo Loiro, goleiro de Futsalfoi um dos maiores árbitros de Basquete que o Maranhão teve; começou a carreira de árbitro no início dos anos 50, aos 18 anos; tendo chegado de São Bento em 1946, quando o pai Joaquim Itapary assumiu o cargo de Secretário de Estado e Chefe de Polícia no governo Saturnino Bello; veio para estudar nos Maristas (aos 10 anos) e logo no ano seguinte estava no São Luís; Joaquim viveu na nova escola a prática da educação física como saúde; depois dos exercícios físicos, quem tinha alguma aptidão para algum esporte passava à prática e aprimoramento em aulas específicas, como Voleibol, Basquetebol, Atletismo e Boxe; Joaquim optou pelo Basquete, enturmando-se com os atletas da equipe escolar do São Luís e do Liceu: Janjão e Cláudio Alemão, Zé Couto, Eliézer Moreira, Vancrílio Gonçalves, Valoyzinho, Lázaro, Pacheco, Estrelinha, Pará, Luis Alvim, Hugo Fonseca, Murilo Gago... Criaram otimeOsMilionários,quemais tarde,como clube,viria a disputar competições estaduais; considerando-se jogador fraco, dedica-se à arbitragem. - na década de 1940 foi criada a Colonia Agrícola Nacional do Maranhão, em Barra do Corda. Seu administrador, Eliézer Moreira, manda construir escolas em cada um dos núcleos agrícola que contasse com 50 crianças em idade escolar; foram criadas escolas nos núcleos do Naryu, barro Branco, Unha de Gato, Cateté de Cima e Cateté de Baixo, Canafistula,PassagemRasa,SujaPé,Seridó,Uchoa,Conduru,Mamui,CentrodoRamos, e outros. Em períodos certos de tempo concetrava na sede do município os alunos das escolas da Colônia para as Olimpíadas Escolares da CANM. O Maestro Moises Araújo era um dos coordenadores do evento. Centenas de crianças e de jovens disputam na velha Praça da Matriz – Praça Melo Uchoa, hoje – jogos de Voleibol, Futebol, Atletismo em suas várias modalidades, e brincadeiras tais como corrida de saco, cabra cega e outras..A cidade parava para apreciar tais competições. Essas Olimpíadas iniciava-se csempre com um grande desfile das escolas que contava com a ajuda das irmãs capuchinhas (MOREIRAFILHO, 2008, p. 97/98).

1942oGovernoFederaldistribuibolsasparaarecémcriadaEscolaNacionaldeEducação Física e o então prefeito de São Luís, Pedro Neiva de Santana, convidou o jovem médico Alfredo Duailibe para cursar especialização em Medicina Desportiva, juntamente com Rubem Goulart, Mary Santos, Maria Dourado e Lenir Ferreira, estes, para cursarem Educação Física. Um ano antes, o hoje Coronel PM reformado, Eurípedes Bernardino Bezerra fora para a Escola de Educação Física do Exército fazer o Curso de Sargento Monitor de Educação Física. Ao regressar de seu curso de especialização (1943), o Interventor Paulo Ramos nomeou o Dr. Alfredo Duailibe para trabalhar no Departamento Geral de Instrução Pública, propondo ao Prof. Luiz Rêgo, então seu Diretor, a criação do "Serviço de Educação Física". Em abril, dava início a uma nova fase da Educação Física

no Maranhão: os alunos da rede pública e privada seriam submetidos a exames periódicos de saúde e a adoção da prática da educação física nas escolas...

1943 - Criação do "Serviço de Educação Física", pelo Decreto-Lei n. 771 de 23 de agosto de 1943, no Departamento Geral de Instrução Pública, sendo seu primeiro diretor Dr. Alfredo Duailibe, com especialização em Medicina Desportiva.

1944OProf.Dimas–comoémaisconhecidoAntonioMariaZachariasBezerradeAraújo -, chegando do interior a São Luís em 1944, para estudar, lembra-se de como eram organizadas as aulas de educação física, naquela época: "Eu tive a sorte de estar no Liceu e o professor era José Rosa; ele estava com muito entusiasmo, tinha chegado [do curso de educação física], então ele levava muito a sério e ele teve muito sucesso naquela época... [Asatividades,eramrealizadas] duas vezes por semana, com a duração de uma hora, no próprio Liceu; tinha espaço. A minha experiência com ele foi só ginástica e Educação Física, agora ele ia entre Calistenia e paradas, saltos de obstáculos, saltos acrobáticos. Quanto aos esportes nas escolas, Dimas informa que não era praticado: “se fazia naquela época, eu não tive oportunidade de participar, nem via, muito embora houvesse grupos de alunos que se reuniam para praticar esportes, mas isoladamente; então tinha os peladeiros, eu joguei futebol” [...] “Joguei futebol pelo Liceu; nós tínhamos um time que jogava futebol, era: o goleiro, dois zagueiros, três halfs e cinco atacantes; eu era center-half, Celso Coutinho era half direito e Raposa era half esquerdo... Até hoje eu me lembro disso, era nosso time do Liceu, acho que da segunda série do ginásio ou da terceira mais ou menos...” (DIMAS, entrevista).

OS JOGOS DAS DÉCADAS DE 1950-60: Carlos Vasconcelos x Mary Santos

Nas lembranças de Dimas, lá pelos anos de 1955/56, o Maranhão tinha um Basquete muito bom, com Rubem Goulart, Ronald Carvalho, Fabiano Vieria da Silva, Cláudio Alemão, aquele pessoal do “Oito de Maio”, dos “Milionários”, mas só adulto, em nível de colégio mesmo, não tinha nada, só de adulto, porque vinham terminado o Colégio e continuaram em faculdade, em clubes, em quartéis; muitos serviram o Exército - eram as experiências vindas de fora, não era como hoje que o esporte do Maranhão vem tudo do colégio, naquela época não, está o inverso hoje... (DIMAS, entrevistas).

DÉCADADE 1950 - Nos anos 50, eram disputados os Jogos da Primavera, na quadra do Casino Maranhense.

- Cláudio Vaz dos Santos, o Cláudio Alemão, lembra como era a educação Física nessa época - 1951/53 -, em que era aluno dos Maristas:

“... não tinha professor de Educação Física, nós éramos praticantes de esportes ... foi ter depois, no Colégio Maranhense, já aqui na rua Grande, na Quinta do Barão; mas na minha época de estudante, nós não tínhamos professor de Educação Física... não tive Educação Física no Marista, a não ser práticas de esportes, comandada sempre pelos irmãos Maristas. Nós não tínhamos professor de Educação Física, nem leigo; nós tínhamos apenas os irmãos Maristas, que nos colocavam para praticar esporte, era: o futebol de campo e o espiribol; o Basquete, o volei não existiam também; nossa prática maior era o futebol de campo, onde é hoje o Vila Rica, ali era o nosso campinho de futebol; pagávamos 500 réis para o

Colégio Marista, para participar; depois do almoço arregaçávamos as calças antes de começar as aulas, nós praticávamos esporte de 12:30 até às 13:30h. ... Nós tivemos uma quadra, onde eu pratiquei basquete, foi no "8 de Maio", atrás do Cassino Maranhense; hoje... ali era um matagal, o 8 de Maio, comandado por Rubem Goulart, era o time dos “ erres”..., Rubem, Ronald, Raul Guterres ... Rubem Goulart, que foi o líder; praticava o Paulinho Carvalho, Zeca Carvalho, e foi onde eu comecei a praticar vôlei e basquete. Essa quadra era do 8 de Maio, atrás do fundo do Casino Maranhense hoje.. "O Atletismo nós tivemos aqui, eu tive a oportunidade, mais ai de, já eu praticava pelo Colégio São Luís; eu era corredor de 100 metros, eu era corredor de 200 metros, eu corria, nessa época os atletas... o Ari Façanha foi muito antes, o Ari Façanha foi uma fase bem mais antiga ... Já foi em outra época, bem anterior a nossa, a nossa foi uma fase que nós praticávamos, praticávamos é atletismo, 52,53, foi quando eu cheguei no Colégio São Luís, que eu comecei a fazer atletismo, ... 53... Mauro Fecury ... então nós praticávamos atletismo numa pista improvisada no Santa Isabel, onde praticávamos atletismo, corridas, lançamento de peso, lançamento de dardo e lançamento de disco..." (VAZ DOS SANTOS, Cláudio. Entrevista).

1952 – Realização dos Jogos Olímpicos Secundaristas, organizado pelo jornalista Mário Frias.

- Luís Carlos Motta, nascido em 1941, é considerado, até hoje, um “mestre do futsal”. Estudante do Colégio Ateneu de 1952 a 1956 (ganhou uma bolsa de estudos, pela sua habilidade com a bola), passou para o Liceu Maranhense, foi sete vezes campeão do Campeonato Maranhense de Estudantes – tetra pelo Ateneu, e tri pelo Liceu. Sua habilidade técnica como pivô valeu um convite para ingressar no Drible (1959), time dos irmãos Saldanha, recém inaugurado (1958). Em 1961, deixa o Drible e passa para o Santelmo, sagrando-se campeão naquele ano; retorna ao Drible (1962), após uma temporada, conquistando diversos títulos, como o de campeão invicto do Torneio Carneiro Belfort (62); do Torneio do Jaguarema (63); além dos Torneios Major Mota e do “3º aniversário do Elmo” (65). Pelo Drible, foi ainda, hepta-campeão – 66 a 72 -, ano em que o Drible encerrou suas atividades. Motta, em 1974, abandona os esportes, devido a um acidente – foi atropelado por um ônibus.

1955 – é neste ano que se deu, efetivamente, a introdução do Futebol de Salão em São Luís, pelo professor de Física do Liceu Maranhense Pedro Lopes dos Santos, quando fundou a equipe do Próton, primeira equipe formada por alunos daquele estabelecimento de ensino – e também a do Elétron, (segunda equipe?). O Prof. Pedro trouxe a primeira bola e as regras da modalidade. Jogava no Próton, além de Januário Goulart, como atacante, Rogério Baima, Chico Tetê, Rui, Nonato Cassas, Ernani Cantanhede. No primeiro jogo interestadual - disputado na quadra do Liceu -, contra o América, de Fortaleza (CE), houve empate de 2 x 2.

1956 - Em meados da década de 1950, o Dr. CarlosVasconcelos, então delegado do MEC no Maranhão, especializado em Educação Física, começa a promover os “Jogos Intercolegiais”. Nas lembranças do Prof. Emílio, durante esses jogos, é que o Batista conquistou seu primeiro título - em voleibol -; esses Jogos eram disputados no Cassino Maranhense. O Prof. Emílio lembra de um resultado em Basquete - cujo professor era Rubens Goulart - 1x 0 -, perdido para o Colégio de São Luís.

(Essa partida de Basquetebol foi realizada no Casino Maranhense, em 1968, para adecisão do Inter-colegial, entre o Colégio BatistaxColégiode São Luís.

Jaime Santana e Mário Brazuca eram os árbitros; nos aros, não havia a rede. Os irmãos Leite - Olivar, Adalberto e Alvinho - comandavam o time do São Luís; Luís Fernando Figueiredo, Raul Guterrez, Wagner, Alex e Estevinho defendiam o Batista. Alguns arremessos foram feitos dos dois lados e algumas bolas caíram no aro. Mas os árbitros, na dúvida se a bola era boa ou não, não validavam os pontos. Numa cobrança de lance livre, Olivar Leite acabou convertendo um arremesso e a partida acabou em 1 x 0, para o São Luís. De acordo com Hermínio Nina, o aro do Casino era menor do que o oficial, mais a falta da rede, dificultava aos árbitros a certeza de que a bola tinha entrado, ou não. Antes, foram jogadas duas outras partidas: o primeiro jogo, na Escola Técnica Federal do Maranhão, terminou com a vitória do Batista, por 18 x 14; a segunda partida, realizada no 24º BC, vitória do São Luís, por 20 x 16; a terceira - a do Casino - naquele 1 x 0, para o São Luís, que sagrou-se campeão daquele Inter-colegial de 1968.)

1957 Aldemir Carvalho de Mesquita, outro "menino do Liceu", também lembra do Professor José Rosa, com muito carinho, com quem aprendeu a gostar da educação física:

“... o prof. Zé Rosa, que foi o diretor de Liceu, e uns dos professores de educação física. Esse foi um dos incentivadores. Quando eu era garoto - 9, 10 anos (1957), mas eu ouvia falar muito do prof. Zé Rosa - era treinador de basquete daqui dentro de São Luís, no Liceu, Colégio São Luís Então, essas pessoas, essas que têm que ser lembradas, temos que citar os seus nomes de Mary Santos, Braga, Rubem Goulart... No basquete, todo mundo sabia, pelo menos quando cheguei do interior (1957), era o Rubem Goulart. Todo mundo sabia a paixão que o prof. Braga tinha pelo boxe. No basquete falava muito bem do prof. Zé Rosa... (MESQUITA,Aldemir Carvalho de. Entrevistas).

1958 – o time de Voleibol do Liceu conquista o tri-campeonato dos Jogos Interescolares, organizados pelo Dr. Carlos Vasconcelos; a equipe contava com ZéAugusto e Zé Roberto Lamar. Januário e César Bragança, Troglodita (Jesus Rizzo Cardoso) e Rogério Baima.

No final dos anos 60, a o setor de educação física está reorganizado organizado; a profa. Mary Santos dirigia o Departamento de Educação Física no Estado, e havia outro no Município, dirigido pela Profa. Dinorá. Já se cumpria a obrigatoriedade da lei, com as três horas semanais, mínimo de 45 minutos, dentro da legislação vigente.

Dimas lembra que a educação física, nessa época, era muito rudimentar, só mesmo na base da ginástica, [de esporte] só mesmo futebol de salão e um voleibolzinho. Disputava-se Voleibol, Basquetebol, Futebol de Campo; o currículo já era voltado para o esporte, agora se existia alguma deficiência deveria ser de instalações dos colégios e talvez dos próprios profissionais de Educação Física, mas que já constava do currículo, da grade curricular.

O Professor Emílio Mariz, chega em São Luís em 1950, para estudar no Liceu Maranhense e ser professor de Matemática. Destacou-se como Coordenador de Esportes do Batista - como ele mesmo diz, na época de ouro do esporte maranhense, de início dos JEM's. Dá-nos detalhes de como era a educação

física nesse tradicional colégio de São Luís: “... o colégio [Batista], apesar de ter iniciado em 1957, só em 61 passou a ter o Ginásio; então Rubens Goulart foi o professor fundador do Departamento de Educação Física; depois ele trabalhou até a sua morte; depois veio o Dimas, que trabalhou todo esse período ai; após o Dimas, nós fomos Diretor de Esportes e vários professores trabalharam conosco. No auge do esporte maranhense, no famoso período de inicio, de inicio dos JEM's ... nessa época, além da Escola Técnica [Federal do Maranhão, hoje, CEFET-MA] - sempre foi um concorrente forte -, nós tínhamos Marista, Batista - o Dom Bosco era apenas forte no voleibol; o próprio Ateneu, e Meng ... Diga-se de passagem, que os primeiros JEM’s terminou empatado entre o Batista e o Marista - foi a época também que no Campeonato Paulista houve empate entre a Ponte Preta e outro time, que não me lembro agora - então adotamos o mesmo critério, de considerar dois campeões; e daí para essa época, nós sempre estivemos fazendo um trabalho todo voltado para os JEM’s; Foi a época da implantação da Educação Física voltada parta o esporte; toda a nossa Educação Física era voltada para esportes; havia ai, como ainda hoje há uns poucos colégios que trabalham, têm um bom trabalho de base, ”. (MARIZ, Emílio. In ENTREVISTAS).

Para Geraldo Menezes – coordenador de esportes do Colégio Marista nos anos de 66 a 72, a educação física no final da década de 1950 era voltada para a Ginástica Calistênica, onde se faziam exercícios de corrida, saltos, flexões, agilidade; era puxada para o lado militar: “ ... nós começamos a montar uma equipe de trabalho voltada para a prática desportiva. Então nós começamos a montar as escolinhas das diversas modalidades, e para cada escolinha nós buscamos um professor experiente na área. Esta montagem já para prática esportiva era em função dos Jogos que eram promovidos pelo Carlos Vasconcelos, ela já tinha o objetivo de preparar os alunos para a disputa, até porque nós estávamos fazendo do esporte um Marketing promocional do Colégio, está certo; fazer com que o Colégio saísse das quatro paredes e marcasse presença na sociedade; era o objetivo maior, era esse. A equipe de professores, nós tínhamos o professor Furtado – Atletismo; eu coordenava e dava Futebol de Salão - fui inclusive o 1º campeão de Futebol de Salão masculino, e o 1º campeão de Handebol Feminino - coordenava os esportes e tomava conta do Futebol de Salão e do Handebol feminino, o handebol masculino era o professor Dimas; em 66, tinha o Paulo Macedo que dava Futebol e voleibol. Aí, nós começamos montando as escolinhas, depois nós expandimos, começamos a oferecer bolsas para atletas que se destacavam nas competições, nós levávamos para o Maristas. Esses jogos eram promovidos pela Mary Santos – uns jogos promovidos pelo Departamento de Educação Física do Estado e os do Carlos Vasconcelos, delegado do MEC ... as bolsas já foram no período do Festival Esportivo da Juventude primeiro, e JEM’s em seguida. Levamos para o Colégio Marista, uma geração de atletas, contribuindo para a formação de treinadores, por exemplo, Carlos Tinoco, Paulão, Gil - Gilmário Pinheiro, do Voleibol -, e eles entraram no Maristas como atletas, Raul Goulart. Nós formamos um time com esses atletas. Depois eles deixaram de ser alunos e viraram treinadores: o Gil ficou como professor de vôlei, o Paulão - já foi em 75, 76 - treinador de Basquete, Carlos ficou com o Vôlei, levamos Biguá para o Colégio Marista para colaborar no Handebol, e

aí completou a equipe, comigo no Futebol de Salão, com o Dimas na Ginástica e Handebol..." (MENDONÇA, José Geraldo de. In Entrevista)..

CláudioVaz,criadordos JEM’s,nosesclarececomoeramaquelesjogosorganizadospelo Dr. Carlos Vasconcelos, delegado do MEC no Maranhão: "... eu conheci Carlos Vasconcelos me convidado para apitar os jogos dele, do MEC; mas eram jogos na quadra do Cassino Maranhense, o nível técnico limitadíssimo voleibol, o basquetebol por incrível que pareça o basquetebol era uma (???). As mulheres jogavam de saia, não existia praticamente nada, o voleibol era um pouquinho mais desenvolvido, mas em termos de jogos era mais uma participação, quase uma obrigação em participar, não tinha aquela dedicação espontânea dos colégios em praticar, não praticavam, não podiam participar nos jogos, então quem não praticava o ano todo, não tinha nada para mostrar. Não tinha Educação Física, não tinha desporto, era muito limitado esse trabalho, eu me lembro como se fosse hoje...". (VAZ DOS SANTOS, Cláudio. Entrevista).

Aldemir Mesquita também se refere àqueles jogos, desde a época em que chegou a São Luís, para estudar (1959), até se tornar professor de educação física e técnico esportivo:

“os jogos que eram feitos pela Mary Santos, eu realmente não me recordo se era o Município ou o Estado que fazia, mas acontece que esses jogos eram nos principais colégios da capital, outros colégios também participavam, colégios de menos expressão, não tinha realmente, não participavam. Marista, Liceu, Colégio São Luis, Ateneu, Rosa Castro, era do doutor Carlos Vasconcelos...” (MESQUITA, Aldemir Carvalho de. Entrevistas).

Geraldo Menezes, coordenador de esportes do Maristas na época, lembra desses jogos, que participou já em seu final:

“O Carlos Vasconcelos era um medico de educação física e era o delegado do MEC, unia os grandes colégios da capital, mais Escola Técnica, e fazia uma competição com esses colégios; nessa época não havia limite de idade, então todos os alunos poderiam participar. Então o que acontecia os jogos escolares era assim uma espécie de vitrine do esporte maranhense, por exemplo, os times de futebol selecionavam atletas estudantes para o profissionalismo dessas competições. De onde saiam a grande maioria desses atletas: Escola Técnica, Liceu Maranhense, e alguns do Colégio Marista, muito pouco do Colégio Maristas. Do Colégio Marista saiu: Canhotinho, saiu Adalpe que hoje é juiz em Imperatriz, saiu um que chamavam, um escurinho que chamavam Pula-Pula, a da Escola Técnica saiu Gojoba, Alípio, Alencar, Chamorro, Milson do Liceu Maranhense... Houve época em que o Sampaio Correia era presidido pelo Prof. Ronald Carvalho e os atletas eram ex-alunos ou alunos da Escola Técnica, Liceu Maranhense, Colégio de São Luís e Colégio Maristas; não havia jogador de fora, era a base estudantil.".

(MENDONÇA, José Geraldo Menezes de. In Entrevista). Para Geraldo, foi cometida uma grande injustiça com esse pioneiro da Educação Física, pois Carlos Vasconcelos era um grande batalhador, era um guerreiro, lutava para conseguir dinheiro, lutava para conseguir os espaços para realização dos jogos; "e cometemos uma injustiça muito grande, porque o Ginásio Costa Rodrigues foi

iniciado pelo Dr. Carlos Vasconcelos. Pedindo dinheiro daqui da escola, primeiro ele fez uma quadra coberta, e ai ele foi levando, tirando um pedaço ... ali era o fundo do Liceu Maranhense ... ele conseguiu ... construiu a quadra, depois ele cobriu a quadra, e aí foi que no governo de Pedro Neiva, sei lá qual foi, terminaram o Ginásio e deram o nome do Costa Rodrigues, quando poderia ser Ginásio Carlos Vasconcelos.".

É o Prof. Emílio Mariz quem nos dá notícia dos “Jogos Escolares das Escolas Públicas”, promovidos pelo Departamento de Educação Física do Estado, chefiado pela Profa. Mary Santos quando se refere a um eterno problemas dos Jogos Escolares – de qualquer época -: os "gatos"; quando foi diretor do Liceu Maranhense:

“O Liceu tinha um problema, que era o uso de jogadores irregulares; eu tive de agir com a autoridade do diretor, e assinar as fichas de inscrição, conferir. No ultimo ano em que estive no Liceu, nós fomos campeões da uma olimpíada estadual, que o Estado promovia, os Jogos Escolares das Escolas Públicas”.

(MARIZ, Emílio, in ENTREVISTA).

DÉCADADE 1970 - INÍCIO DOS JEM”s ?

1970 – É realizado o 3º. Campeonato Intercolegial, organizado pelo Serviço de Educação Física, Recreação e Esportes, sob a direção de Mary Santos.Acerimônia deencerramento aconteceu no Ginásio Costa Rodrigues, com a entrega de medalhas e troféus aos vencedores das diferentes modalidades esportivas. Foram campeões: Liceu Maranhense (Basquetebol e Futebol de Salão); Batista (Handebol); São Luís (Voleibol Masculino) e a Escola Normal (Voleibol Feminino). Os municípios cujas equipes foram campeãs de suas chaves são: Pedreiras, Esperantinópolis, Timon, Chapadinha, Itapecuru, Guimarães, Cururupu,Pinheiro,Peri-Mirim,Codó,ZéDoca,Colinas,PaçodoLumiar,PrimeiraCruz, e Humberto de Campos. A cerimônia de encerramento contou com uma belíssima demonstração de ginástica feminina moderna, sob a direção da professora Marise Brito. (Fonte: SANTOS, Mary. Educação (crônicas). São Luís: SIOGE, 1988, p. 11-112)

- Cláudio Vaz dos Santos – Cláudio Alemão - é nomeado Coordenador de Esportes da Prefeitura de São Luís, na gestão Haroldo Tavares:

“Quando em 1970, Neiva Santana assumiu o Governo, Jaime me chama: - olha, tu vai ser Coordenador de Esporte da Prefeitura; o prefeito era Haroldo Tavares, e nesse época, nomeado pelo Governador. Nós começamos primeiro na Prefeitura, foi nosso primeiro passo; foi na Coordenação de Esportes; então foi criada a Coordenação de Esporte da Prefeitura; procurei Carlos Vasconcelos - era da Coordenação de Educação Física -, aí foi criada a Coordenação de Esporte, na área estudantil ... na área do esporte aberto sem limites, foi a Coordenação de Esportes; nós tivemos o direito de agir com a Ildenê, a gente fez esse trabalho, trabalhava só com esporte escolar.”

1971 - Cláudio Vaz dos Santos assumira o cargo de chefe do DEFER, no lugar de Mary Santos. É a ele que Dimas apresenta seu relatório, sobre os JEB's. Cláudio Alemão já tinha ideia de fazer uma espécie de jogos estudantis, então com o relatório de Dimas, fez os FEJ. Segundo Dimas, quando Cláudio assumiu o DEFER, não encontrou nenhuma estrutura montada. O Maranhão não tinha participado ainda dos JEB's, e já se

estava realizando os III Jogos e o Maranhão já os perdidos, sem condições de participar. (DIMAS, entrevistas).

- I FEJ - Festival Esportivo da Juventude.

1975 – Criada a Olimpíada Colegial de Imperatriz – OCOI – por Alberto Milléo Filho, professor de Educação Física da UFPr, então diretor do Campus Avançado de Imperatriz, durante a Interventoria do Cel. Carlos Alberto Barateiro da Costa – Cel. Bebeto.

1979 – Criação da Secretaria de Desportos e Lazer – SEDEL -, sendo seu primeiro secretário o Industrial Elir de Jesus Gomes e governador de Estado, João Castelo.

1982 – Começam as disputas dos Jogos Escolares Bacabalense - JEBS - organizado pela Secretaria de Educação Desporto e Lazer da cidade, a partir de 1982. Dentre as modalidades em disputa, está o Atletismo O maior medalhista em JEBS é Paulo Miguel com 10 medalhas de ouro, conquistas nos anos de 2002 e 2003.

2005 - Jogos das Escolas Públicas - foram definidas as escolas de São Luís que disputarão as modalidades coletivas a etapa final dos Jogos Escolares Maranhenses de 2005. As escolas da capital obtiveram classificação nos JELs – Jogos Escolares Ludovicenses.AcompetiçãoorganizadapelaSecretariadeEsportefoidivididaem duas etapas: os JEPs e os JEPARs – Jogos das Escolas Particulares. Em cada um desses torneios, as três primeiras escolas de cada modalidade garantiram vaga na fase final dos JEMs. No entanto, em alguns casos, por falta de escolas inscritas nos Jogos das Escolas Públicas, foram convocadas as escolas particulares mais bem classificadas nos JEPARs. A próxima etapa dos Jogos Escolares Maranhenses serão os Jogos Intermunicipais, realizados no período de 12 a 27 de julho, na cidade de Bacabal. Os Jogos Intermunicipais também serão classificatórios para a fase final do JEMs. De cada modalidade sairão duas escolas classificadas. Em virtude de alterações no calendário das Olimpíadas Escolares – JEBs 2005, a etapa final dos Jogos Escolares Maranhenses foi modificada pela SESP. Com isso, os JEMs 2005 serão disputados entre os dias 12 e 23 de agosto. A mudança ocorreu em virtude de uma exigência do COB – Comitê Olímpico Brasileiro, para que todos os Estados que participarão das Olimpíadas Escolares informem as escolas representantes com 30 dias de antecedência. Vale destacar que os campeões dos Jogos Escolares Maranhenses representarão o Maranhão nas Olimpíadas Escolares, que serão realizadas em Brasília nos períodos de 30 de setembro a 9 de outubro (categoria Infanto) e 25 de novembro a 4 de dezembro (categoria Infantil). Escolas Classificadas para os JEMs 2005: 2005 - as Olimpíadas Escolares passam em 2005 a substituir os Jogos Escolares Brasileiros (JEBs), que tiveram sua 26ª e última edição disputada em Brasília em 2004. A Olimpíada Escolar serão realizadas em Brasília, em duas categorias – infanto e infantil, fruto de uma parceria entre o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e o Ministério do Esporte, A competição tem como objetivo promover a inclusão social a partir do esporte, complementar a educação pedagógica nas escolas da rede pública e privada de todo o país, além de detectar novos talentos para o esporte brasileiro. A Olimpíadas Escolar será disputada anualmente em etapas municipais, estaduais e nacionais. Dessa forma,chegarão àdisputanacionalasescolasquetiveremseclassificadoprimeiramente na etapa municipal e, posteriormente, na estadual.

2007 – MAIO - Encerram as inscrições para o 2º Campeonato Estudantil Vimarense de Futsal Masculino e Feminino.Arealização do Campeonato é uma homenagem aos Professores Rui Moreira e Emília Leonice Silva, informa o Coordenador Alcivon

Marques, da Coordenação de Esporte e Lazer da Prefeitura Municipal. Rui Moreira foi goleiro da Seleção Vimarense de Futebol e Emília Silva, campeã maranhense pelo time de Handebol Feminino da Escola Nossa Senhora da Assunção, nos Jogos Estudantis Maranhenses -JEMS, realizado em São Luís, no ano de 1970. As inscrições para o 2º Campeonato Estudantil Vimarense estão sendo realizadas na sede do Departamento de Esporte e Lazer, localizado no Centro Cultural, na Rua Dr. Urbano Santos, nº 180.

MAIO a JUNHO – realizados os Jogos Escolares de Açailândia, disputados em vários locais entre eles: quadra da SEDEL, Campo de Futebol da Vila Capeloza, Quadra de Areia localizada nas proximidades da caixa de água da CAEMA localizada no bairro Getat e Praça da Bíblia nas modalidades de Futsal, Beach Soccer, Futebol, Vôlei, Vôlei de Praia, handebol, Basquete, Xadrez, Dama, Tênis de Mesa, Jiu Jitsu e Atletismo. Os jogos tiveram 250 partidas realizadas a presença de 35 escolas com media de 3000 atletas participantes que lutam por uma vaga na Etapa Intermunicipal dos JEM'S - Jogos Escolares Maranhenses. Os campeões além da conquista do título escolar de garantem uma vaga na etapa Intermunicipal que será realizada em Bacabal, e conseqüentemente a etapa final que será realizada em São Luis. Vale registrar também a briga acirrada entre as escolas Lourenço Galletti, Divino Mestre e Fernando Rodrigues pela conquista do titulo de Campeão Geral dos Jogos. Mais o título geral ficou mesmo com Escola Municipal Fernando Rodrigues representado pelos instrutores Elizangela, Sousa e Feliciano com 180 pontos.

JULHO - Concluída a Fase Intermunicipal dos dos XXXV Jogos Escolares Maranhenses, em Bacabal, classificando-se os quatro primeiros de cada torneio. O evento foi disputado por 20 municípios em cinco modalidades esportivas – handebol, beach soccer, futebol de campo, futsal e voleibol. Foram realizados 12 torneios dentro das modalidades e o município de Timon foi destaque, pois em três, beach soccer infanto masculino, futebol infanto masculino e futsal infanto feminino, suas escolas terminaram com o título. Os outros nove torneios foram vencidos por escolas dos municípios de Coroatá, Coelho Neto, Codó, Bacabal, Barreirinhas, Paço do Lumiar, Açailândia e duas escolas de Santa Inês. Classificação Final da Etapa Intermunicipal

2008 - A Secretaria de Estado do Esporte, por meio da coordenação dos XXXVI Jogos Escolares Maranhenses, confirmou que a maior competição estudantil do Maranhão será realizada em nove modalidades esportivas, sendo quatro coletivas e cinco individuais. ASesp vai fazerumaadequação às Olimpíadas Escolares ereduzirde21para9,onúmero de modalidades esportivas a serem disputadas nos JEMs 2008, ou seja, a competição vai acontecer nas categorias e modalidades disputadas nas Olimpíadas Escolares – atletismo, basquete, vôlei, futsal, handebol, judô, tênis de mesa, xadrez e natação. As Olimpíadas Escolares é uma competição nacional organizada pelo Ministério do Esporte em parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro e vêem sendo disputada por todos os estados brasileiros em nove modalidades esportivas. “Essa é uma medida que estamos tomando para melhorar ainda mais a qualidade técnica dos Jogos Escolares Maranhenses, além de adequarmos a nossa competição às Olimpíadas Escolares. No entanto, é importante ressaltar que as demais modalidades que não irão participar da competição terão total apoio da Secretaria de Estado do Esporte para a realização de torneios escolares” afirmou o coordenador dos JEMs, Lister Leão. A primeira etapa dos JEMs será a classificatória envolvendo as escolas particulares, cuja disputa será iniciada no dia 10 de maio. A fase final dos Jogos Escolares Maranhenses, já com a presença de todos os classificados,

acontecerá entre os dias 16 e 31 de agosto. A Sesp confirmou para o dia 25 de abril à abertura dos Jogos Especiais 2008. Os JEMs mais uma vez serão classificatórios para a disputa das Olimpíadas Escolares que este ano novamente irão acontecer em Poços de Caldas e João Pessoa.Acategoria infantil (12 a 14 anos) acontecerá em Minas Gerais no período de 18 a 28 de setembro, enquanto a categoria infanto (15 a 17 anos) acontecerá na Paraíba, entre os dias 06 e 16 de novembro. Calendário dos Jogos Escolares Maranhenses 2008: Jogos Especiais – 25 de abril a 02 de maio; Etapa classificatória das escolas particulares – 10 de maio a 08 de junho; Etapa classificatória das escolas públicas – 14 de junho a 13 de julho; Jogos Escolares nos demais municípios – 01 de maio a 30 de junho; Jogos Escolares intermunicipais – 19 a 31 de julho; Fase final dos Jogos Escolares – 16 a 31 de agosto;

- A Secretaria de Estado de Esporte e Juventude confirmou o lançamento dos XXXVI Jogos Escolares Maranhenses, entre os dias 15 e 31 de agosto. Entre as mudanças, destacam-se a volta da categoria juvenil, a efetivação das 20 modalidades esportivas, um dia reservado para as finais coletivas e a tocha olímpica. A tocha olímpica promete ser uma das grandes atrações do evento, já que será a primeira vez, em 36 edições, que o maior símbolo olímpico dos Jogos Escolares Maranhenses irá percorrer 23 municípios até chegar a São Luís, no dia 15 de agosto, data da abertura oficial dos JEMs 2008. Os XXXVI Jogos Escolares Maranhenses serão disputados em três categorias, infantil (12 a 14 anos), infanto (15 a 17 anos) e juvenil (18 a 29 anos).

- Durante o mês de julho, foram realizadas as duas etapas do torneio intermunicipal dos JEMs 2008 nas cidades de João Lisboa e Caxias, de onde saíram as últimas escolas/equipes classificadas para a fase final.

- Em Caxias, foram realizados os torneios de futsal, handebol e futebol, sendo que as quatro melhores equipes se classificaram. Classificados em Caxias Futsal infantil masculino Augusto Batista (Timon), Diocesano (Coroatá), Atuação (Santa Inês) e Dehon (SantaLuzia)Futsal infanto masculinoAugusto Batista(Timon),Atuação(Santa Inês), Est. Ceará (Bacabal) e J. S. Carvalho (Barreirinhas) Futsal infanto feminino J. Anchieta(Pinheiro),Augusto Batista(Timon),J.S.Carvalho (Barreirinhas)eT.Ribeiro (Caxias) Futsal juvenil masculino I. Passarinho (Caxias), L. Tajra (Bacabal), D. Ungarelli (Pinheiro)eAgrotec (Codó)Handebol infanto masculinoMataRoma(Codó), Horas Alegres (Santa Inês), J. S. Carvalho (Barreirinhas) e M. Regueira (Coelho Neto) ]Handebol infanto feminino L. Maranhense (Barreirinhas), T. Ribeiro (Caxias), Horas Alegres (Santa Inês), J. Alberto (Santa Luzia) Handebol infantil feminino Olympus (Codó), Duque de Caxias (Caxias), José Sarney (Coelho Neto) e A. Braide (Santa Luzia) Futebol infantil masculino Pequeno Polegar (Codó), José Sarney (Coelho Neto), L. Tajra (Coroatá) e Roseana Sarney (Bacabal) Futebol infanto masculino Aluísio Azevedo (Caxias), J. Silva (Timon), C. Coroatá (Coroatá) e J. Anchieta (Pinheiro) Futebol juvenil masculino J. Anchieta (Pinheiro), La Rocque (Bacabal), René Bayma (Codó) e Marly Sarney (Caxias)

- Já na cidade de João Lisboa, foram disputados os torneios de futsal, handebol, beach soccer e futebol, sendo que as duas melhores escolas de cada torneio vão participar da última fase em São Luís. Classificados em João Lisboa Futsal infantil feminino João Menezes e La Rocque, ambos de João Lisboa Futsal infanto feminino Lourenço Galletti (Açailândia) e L. Mota (João Lisboa) Futsal infantil masculino Lourenço Galletti (Açailândia) e L. Mota (João Lisboa) Futsal infanto masculino M. Sarney (João Lisboa) e Divino Mestre (Açailândia) Beach soccer infantil masculino V. Pizzon (Governador Edison Lobão) e Roseana Sarney (João Lisboa) Beach soccer infanto masculino Tânia Leite (Açailândia) e Tancredo Neves (João Lisboa) Handebol infantil feminino Divino

Mestre (Açailândia) e A. Milhomem (Porto Franco) Handebol infanto feminino A. Costa (Matinha) e Fortunato Neto (Porto Franco) Futebol infanto masculino A. Serra (Matinha) e La Rocque (João Lisboa) Futebol infantil masculino Roseana Sarney (João Lisboa) eA. Costa (Matinha)

- Os JEMs, mais uma vez, serão classificatórios para a disputa das Olimpíadas Escolares, que este ano novamente irão acontecer em Poços de Caldas e João Pessoa. A categoria infantil será realizada em Minas Gerais, no período de 18 a 28 de setembro, enquanto a infanto acontecerá na Paraíba, entre os dias 06 e 16 de novembro.

- o SESC Maranhão lança as Olimpíadas SESC. Antecedendo os JEMs, as Olimpíadas ocorrem entre abril e maio, para alunos da capital, antecipando os Jogos criados pelo governo do Estado. Com um diferencial – a participação de jovens das comunidades, ao longo do ano. Além dos cerca de 1,2 mil estudantes de mais de 50 escolas de São Luís, participam também centenas de adolescentes, entre 14 e 20 anos, moradores do Bairro João de Deus e adjacências, localizados na periferia da capital.

- Colégio Batista Daniel de LaTouche é o campeão geral dos XXXVI Jogos Estudantis Maranhenses – JEM’s.Teve também os alunos, Bérgson Filho/ 2ºAno Médio (Unidade João Paulo), medalha de ouro em Xadrez, e Dayane Cardoso, 2º Ano Médio (Unidade Renascença), medalha de bronze em Judô nas Olimpíadas Escolares/2008 realizadas em João Pessoa/PB. Na Natação o destaque da natação foram os alunos/atletas do Colégio Bom Pastor que levaram o troféu em quatro das seis categorias que estavam em disputa. O Bom Pastor terminou em primeiro nas categorias infanto e infantil tanto no masculino quanto no feminino. Na categoria juvenil as escolas vencedoras foram o Cefet no masculino e o Batista no feminino. No ciclismo, também disputado no Complexo Esportivo o domínio total foi das escolas do interior do Estado: no infanto masculinootítulofoiparaoOdiloCostaFilhodeTimon,jánoinfantofemininootroféu de campeão foi para a Escola Desembargador Nicolau Dino de João Lisboa, com destaque para a ciclista Marina Sousa que é integrante do Programa Bolsa Atleta desenvolvido pela SESPJUV e que ganhou quatro medalhas de ouro; na categoria juvenil os ciclistas do interior também fizeram à festa, no masculino o título foi para o Augusto Batista de Timon e no feminino o troféu ficou com o Renê Bayma de Codó. No beach soccer, disputado naArena Domingos Leal, apenas o torneio juvenil feminino foi encerrado. As modalidades de jiu-jitsu e atletismo também já despediram desta edição dos Jogos Escolares Maranhenses. A coordenação do evento confirmou apenas os vencedores do atletismo na categoria juvenil, onde o título ficou com o Bacelar Portela no masculino e Bom Pastor no feminino.

2009 – MARÇO - A Secretaria de Esporte e Juventude apresentou o calendário e as novidades dos XXXVII Jogos Escolares Maranhenses (JEMs), a serem realizados de 14 a 30 de agosto. Sob o comando do titular da pasta Weverton Rocha, no auditório do Palácio dos Leões, o evento contou com as presenças do secretário municipal de Desporto e Lazer, Franklin Souza, e do gerente-geral de Iniciação, Fomento e Eventos do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e presidente das Olimpíadas Escolares, Edgar Hubner. Hubner ressaltou o pioneirismo do Governo do Estado em lançar os JEMs em parceria com o COB e as Olimpíadas Escolares, e elogiou o modelo dos jogos no Estado. As inovações para este ano consistem, entre outras coisas, na forma de realização. Realizadas, antes, somente nos municípios de São Luís e Imperatriz, as competições agora acontecerão em seis regionais: Baixada, Metropolitana, Cocais, Tocantina,CentroeSul, quevãotirarseus representantesem cada categoriaparaaetapa final”, informou Weverton Rocha. As etapas municipais dos jogos serão iniciadas no

dia 15 de abril. Outra novidade está no acréscimo de novas modalidades às 20 já estabelecidas na última edição da competição. O tênis de quadra é uma delas.

- a Federação Maranhense de Jogos Digitais e Virtuais propõe a criação dos Jogos Escolares Digitais e Virtuais do Maranhão, que seriam disputados nas categorias até 12 anos e de 13 até 18 anos.

ASSOCIAÇÕES E MOVIMENTOS DE ABRANGÊNCIA ESTADUAL

ASSOCIAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA, ESPORTES E LAZER DO MARANHÃO – APEFELMA

LEOPOLDO GILDULCIO VAZ

1981 – Novembro: por iniciativa dos Professores Laércio Elias Pereira, Lino Castellani Filho, Cecília Moreira, Sidney Forghieri Zimbres, Zartú Giglio Cavalcante (da UFMA); e Leopoldo Gil Dulcio Vaz (ETFM e UEMA), realizou-se uma reunião da Universidade Federal do Maranhão reunindo diversos profissionais e acadêmicos de educação física para a criação de uma associação de classe. Naquele momento, havia um movimento nacional para revitalização das APAES e começava-se a discutir a regulamentação da profissão.

Daquela reunião, foi eleita uma comissão para dar andamento à idéia e tomar as providências necessárias, tomando parte da mesma: Laércio Elias Pereira; Lino Castellani Filho; Cecília Silva Moreira; Paulo da Trindade Neris Faria; e os acadêmicos Rubem Goulart Filho e Viviane Araújo. Essa comissão deveria promover discussões sobre a propriedade de se fundar uma Associação de Professores ou um Sindicato, e preparar os estatutos. Por quase um ano foram realizadas reuniões, sob o comando de Lino Castellani e Laércio Pereira, prevalecendo a idéia de fundação de uma Associação de Profissionais, que reunisse os professores de Educação Física, técnicos e instrutores de esportes e recreadores atuantes no Estado do Maranhão. Em 1979, fora criada a primeira secretaria de esportes e lazer do Brasil, e o Maranhão não dispunha de profissionais graduados para atuar nas diversas instâncias; a grande maioria, inclusive os profissionais contratados pela SEDEL, eram ex-atletas; se se criasse uma associação de professores, naquele momento, apenas os pouco mais de 10 (dez) graduados de todo o Estado poderiam se filiar.

- O Prof. Laércio, pouco depois daquela reunião inicial, em novembro, participou de uma Assembléia, representando o Maranhão, convocada pela Federação Nacional das APAES.

Segundo Lino Castellani Filho – “nós desenvolvemos a criação, na ocasião à Associação dos Profissionais em Educação Física e Lazer do Maranhão, criamos estatuto, regimento aquela coisa toda. Ela surge de a gente tentar dar uma organização ao setor que começava a se organizar e a trazer para dentro toda aquela discussão do exercício profissional, da formação profissional acadêmica, da intervenção no campo, a questão do mercado de trabalho, começa a pintar a disputa do profissional e do leigo. O curso da Escola Técnica tendo outra formatação de atender o interior, através de convênios com as prefeituras do interior, de mandar alunos para o curso, o da UFMA, voltado mais para atender a Capital e mesmo assim não houve demanda, a APEFELMAsurgenesse contexto,nocontextodereorganizaçãopolíticana Sociedade Brasileira e de reorganização de setores na sociedade, dentre eles os profissionais, mas na verdade era; eu não me envolvi na vida dela, porque tem sido conveniente que eu me afaste do Maranhão para os meus estudos e a minha volta se dá por um semestre em 86, onde então eu consigo o desligamento da Universidade para sentar e assumir”. (Entrevista)

1984 – eleita a primeira diretoria daAPEFELMA, para um mandato de três anos:

GESTÃO 1984/1986

Presidente – Oswaldo Telles de Sousa Neto

Vice-Presidente – Vicente Calderoni Filho

1º. Secretário – Sidney Forgieri Zimbes

2º. Secretário – Viviane Martins deAraújo

1º. Tesoureiro – William Santos

2º. Tesoureiro – Silvana Martins deAraújo

com a renúncia do Presidente, após seis meses de mandato, assumiu o Vice; como diversos diretores também apresentaram suas renúncias promoveu-se novas eleições, para preenchimento das vagas, e completar a gestão:

1985 – assumem a direção da APEFELMA, para complementar a primeira gestão, 1985/1986:

Presidente – Vicente Calderoni Filho

Vice-Presidente – Sidney Forgieri Zimbes

1º. Secretário – CarlosAlberto Martins Filho

2º. Secretário – Viviane Martins deAraújo

1º. Tesoureiro – Lúcia Dutra

2º. Tesoureiro – Silvana Martins deAraújo

ConselhoFiscalIvoneDiasNazarethFerreira,LeopoldoGilDulcioVaz,SidneyForghieri Zimbres, MariaAparecida V. Souza, Paulo da Trindade, Eudimas Oliveira

1986 – Segunda diretoria, gestão 1986/1988

Presidente Vespasiano deAbreu da Hora

Vice-presidente Benedito Ubaldo da Silva Primeiro

Secretário Francisca das Chagas / HenriqueAugusto Machado Veloso/ Dionete Viana do Nascimento

Segundo Secretário Milton Mendes Machado

Primeiro Tesoureiro JoséArimatéia Salvador Machado

Segundo Tesoureiro Manoel Trajano Santos Neto

1989 – após um ano sem atividades, resolveu-se reativar aAPEFELMA:

Terceira diretoria – gestão 1989 – 1991

Presidente – Leopoldo Gil Dulcio Vaz

Vice-Presidente – Rogério de Jesus Garcês

1º. Secretário – Sidney Forghieri Zimbes

2º. Secretário – Vicente Calderoni Filho

1º. Tesoureiro – Viviane Martins deAraújo

2º. Tesoureiro – Célia ReginaA. Rabelo

Conselho Fiscal José Humberto de Moraes WanLume, Luiz Alfredo da Silva, Benedito Ubaldo da Silva e José Carlos Ribeiro, suplentes Agripino Alves Junior e Joubert Trovão Costa

durante a gestão 89/91, a diretoria da APEFELMA conquistou inúmeros benefícios aos profissionais atuantes no Estado, inclusive com uma representação na cidade de

Imperatriz, a segunda maior do Estado; o 1º Secretário passou a integrar uma vicepresidência de educação física do Sindicato dos Professores, para as negociações salariais da educação física; reconhecimento do título dos formados pela ETFM, pela SecretariadeEducaçãodoEstadoedoMunicípio,inclusivecomenquadramentocomo professores normalistas com adicional (Parecer 45), havendo um substancial aumento do nível salarial; distribuição de um jornal informativo mensal aos mais de 200 (duzentos) filiados.

1992 encerrado o mandato da terceira diretoria eleita, não se apresentou nenhuma chapa para concorrer às eleições para a gestão seguinte, entregando-se a APEFELMA aos membros do Conselho Fiscal; depois de muito esforço, o presidente do Conselho Fiscal, Benedito Ubaldo da Silva, realizou novas eleições, cabendo a presidência ao Prof. Canhoto.

1998-2000

Presidente José Carlos Ribeiro

Vice-presidente CarlosAlberto Martins Filho

Primeiro Secretário Sidney Forghieri Zimbres

Segundo Secretário HenriqueA. Machado Velloso

Primeiro Tesoureiro José deArremateia S. Machado

Segundo Tesoureiro Olívio Leopoldo Nave Filho

Conselho Fiscal BeneditoUbaldo da Silva; LuizAlfredo Ribeiro da Silva; José Humberto Van Lume; (Suplentes) Rosemary Maria Braga de Carvalho; Ivone Dias Nazareth Ferreira; Leopoldo Gil Dulcio Vaz

Depois disso, aAPEFELMAdeixou de funcionar...

CREF21 – MARANHÃO

DENISE MARTINS DEARAÚJO

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

1998 - Criação do Sistema CONFEF/CREF’s, definida a meta de criar 27 Conselhos Regionais de Educação Física, possibilitando aos diversos estados da Federação terem os seus próprios órgãos de representatividade da categoria. Contudo, foram estabelecidos os princípios de que os CREF’s seriam criados à medida que se comprovasse a sustentabilidade financeira, administrativa e política.

1999 - Com a regulamentação da profissão e estabelecimento do Sistema CONFEF/CREFs, o Maranhão foi inserido no CREF5 que abrangia todos os estados da Região Norte e Nordeste.

2001 - Efetivada a criação de quatro novos CREFs e o CREF5 passou a abranger apenas os estados do Ceará, Maranhão, Piauí, Bahia, Sergipe, Pernambuco eAlagoas.

2003 - Em razão do desenvolvimento constante do Sistema CONFEF/CREFs, fez-se possível a criação de mais dois novos CREFs: CREF12/PE-AL e CREF13/BA-SE. Com isso, o CREF5 passou a ter área de abrangência nos estados do Ceará, Maranhão e Piauí.

2015, com o crescimento da Educação Física em todo o Brasil, houve a necessidade da criação de uma regional do CREF5 no Piauí, quando o Maranhão se tornou Seccional do CREF15/ PI-MA.

2019, o Maranhão deu um passo em direção ao fortalecimento da profissão no Estado, feito muito comemorado. “Gostaria de agradecer o voto de confiança do Sistema CONFEF/CREFs e a toda minha equipe que esteve comigo durante todos esses anos, sem desistir, acreditando nas minhas palavras de que um dia nosso CREF sairia. Demorou, mas saiu”, celebrou a representante do órgão.

Telefone 98 3304-2149 · 99230-2149

Endereço Ed. São Luís Multiempresarial Av. Colares Moreira salas 1008 e 1009 Jardim Renascença II São Luís · MA · CEP 65075-441

E-mail cref21@cref21.org.br

CREF21/MA | Conselho Regional de Educação Física

2019 - CREF21/MA é criado no Maranhão: A profissionalização dos serviços, as exigências administrativas, especificidades e demandas da região indicavam a necessidade do sistema se expandir e chegar cada vez mais perto dos profissionais. No dia 25 de outubro de 2019, o CREF21/MA deu um passo definitivo para sua consolidação. Na ocasião, foram empossados 28 Conselheiros Regionais (20 ativos e oito suplentes) para a gestação 2019-2021. A Presidente da então Seccional Maranhão, Denise Martins [CREF 000080-G/MA], foi eleita para conduzir o órgão pelo próximo mandato. Para Denise, a criação do CREF21/MA é um anseio antigo. “O Maranhão é um estado grande, com 217 municípios. Por isso, enquanto seccional, todas as vezes que precisávamos de fiscalização, de informações mais detalhadas, tínhamos dificuldade, porque estávamos atrelados a um CREF

responsável pelo Ceará, que já é grande, além do Piauí́”. “Podem esperar comprometimento e lealdade com os interesses da sociedade e da profissão, pautados no cumprimento do nosso código de ética e seguindo criteriosamente o nosso Estatuto”

2020 - CREF21 e PROCON-MA realizam fiscalização conjunta em São Luís: Com a retomada das atividades em academias, boxes e estabelecimentos afins, o CREF21 realizou, em parceria com o PROCON-MA, uma série de fiscalizações. O objetivo é verificar se as orientações previstas na nota técnica do Conselho e as determinações da Prefeitura de São Luís estão sendo seguidas. Entre as principais irregularidades encontradas, estão: » Ausência de lembretes/cartazes contendo as orientações para os alunos; » Ausência de kits de limpeza em quantidade suficiente para higienização dos equipamentos. “Respeitando as regras exigidas, vamos evitar retomar o quadro de contaminação e conter a transmissão da doença, através do cumprimento das normas decretadas. Precisamos entender que neste momento todos estamos aprendendo mas, para isso, contamos com a colaboração das pessoas”, disse a profª Denise Araújo

2021 - Semana do Profissional de Educação Física reforça importância dos profissionais para a saúde da população no pós-pandemia

Os profissionais de Educação Física vêm mostrando sua importância na sociedade e o Conselho Regional de Educação Física da 21ª Região – CREF21 deu grande contribuição nesse sentido, através da segunda edição da Semana do Profissional

O presidente do CREF21, prof Ubiracy Campos, vem destacando que “com o efeito devastador da pandemia, muitas pessoas se deram conta de quão fundamental é a prevenção, de quanto faz diferença ter hábitos saudáveis, e parte desses hábitos é a prática de atividade física. E nesse contexto, os profissionais de Educação Física vem sendo fundamentais, mesmo com as limitações”, disse.

O evento conseguiu ser ainda mais bem-sucedido que a edição de 2020, e trouxe pesquisadores de renome nacional para cursos e palestras, realizadas em formatos híbridos, voltadas para profissionais e estudantes da área. Entre os participantes, estavam o Prof. Dr. Antônio Ricardo Catunda, referência na área de Educação Física Escolar, Prof. Me. Jorge Steinhilber, ex-presidente do CONFEF e o mineiro Prof. Dr. RodrigoGonçalves Dias,vencedordoPrêmioJovemCientista.Alémdacapital,SãoLuís, programações como aulas de dança, recreação, café da manhã e encontros aconteceram simultaneamente em diversos municípios, como Bacabal, Caxias, Balsas, Colinas, São João dos Patos e Imperatriz, esta última recebendo o encerramento da semana.

A conselheira federal, profª Denise Araújo, relembrou a luta de décadas pela regulamentação e reconhecimento da profissão, destacando que “quando começamos na luta pela regulamentação da profissão, há 22 anos, o esporte existia, a Educação Física existia, mas não no lugar onde deveria estar. E hoje temos um evento como este, que mostra a trajetória que percorremos e como cada dia mais nossa profissão é importante, principalmente neste momento pós-pandemia”

REF21/MAConselho Regional de Educação Física da 21ª Região24/09/2021

2021 -- ABRIL - Confira as ações realizadas pelo CREF Itinerante na Baixada Maranhense: Em mais uma edição do CREF Itinerante, o Conselho esteve na Baixada Maranhense nos dias 26 e 27 de abril, levando ações que foram apresentadas em balanço. Nas 10 cidades visitadas, foram realizadas 15 empresas fiscalizadas e 85 atendimentos a profissionais e empresas, além de encontros importantes com representantes das classes nos municípios. “O diálogo permanente com profissionais de todas as regiões do estado e a oferta de serviços são os motivos pelos quais o CREF Itinerante foi criado e segue sendo realizado, obedecendo aos protocolos sanitários. Em breve, estaremos na estrada novamente, com essa ação tão importante”, destacou o presidente do CREF, Ubiracy Campos.

MAIO - CREF divulga balanço da itinerância na região dos Cocais: oEm mais uma edição do CREF Itinerante, o Conselho esteve na região dos Cocais entre os dias 10 e 14 de maio, levando ações que foram hoje apresentadas em balanço. Nas 3 cidades visitadas, Timon, Caxias e Codó, foram realizadas 39 fiscalizações e 53 atendimentos a profissionais e empresas, além de encontros importantes com representantes das classes nos municípios. “O diálogo permanente com profissionais de todas as regiões do estado e a oferta de serviços são os motivos pelos quais o CREF Itinerante foi criado e segue sendo realizado, obedecendo aos protocolos sanitários. Em breve, estaremos na estrada novamente, com essa ação tão importante”, destacou o presidente do CREF, Ubiracy Campos.

- CREF Itinerante Imperatriz: O Conselho esteve em Imperatriz, na Região Tocantina, com os serviços administrativos e a fiscalização em mais uma edição do CREF Itinerante. Novos registros profissionais e de empresas, atendimentos e visitas a estabelecimentos, além de reuniões com os conselheiros da região e autoridades locais para discutir avanços para classe e aproximando o Conselho de quem faz a Educação Física acontecer!

INFORMATIVOS CREF - Informativos | CREF21/MA

Por C
MA Conselho Regional de Educação Física da 21ª Região

CEV/EDUCAÇÃO FÍSICA MARANHÃO

BALANÇO E PERSPECITAS DO MOVIMENTO DO CEV.

LAÉRCIO ELIAS PEREIRA

LEOPOLDO GILDULCIO VAZ

1. O que é o CEV?

Tentando responder temos utilizado um pequeno trecho do Juca Entrevista de 2009 e, pra turma do TikTok, o recente - e atualizado - videozinho de 30 segundos

2. Novo momento. CONFEF

A posse dos Conselheiros Federais 2025-2028 é um momento importante da história da EF do Brasil: pela primeira vez cada estado elegeu o seu representante. Conheça!

3. Parceiro pioneiro. CELAFISCS com festa nos 50 anos no 47º SIMPOCE Durante o 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte divulgamos a marca de 100 mil publicações. Atualizamos o teaser de 30 segundos . Realizamos, também, uma DesconferenCEV com os pioneiros (O CELAFISCS foi o primeiro parceiro do CEV através do AGITASP, que teve o seu primeiro portal no CEV (aproveite para navegar no CEV do século passado!)

4. Temos todas as dissertações do PROEF

No banco de 12.831 teses e dissertações indexamos todas as dissertações do PROEF com link para autores, orientadores e membros das bancas CEVNautas (com quem é quem).

As teses receberam uma tag especial para recuperação MPROEF

5. Plataforma Educação Física em Dados. Com dados sobre profissionais, pessoas jurídicas e cursos superiores a Plataforma do CONFEF vai ser fundamental para estudos e pesquisa. O Prof Lamartine Pereira da Costa historiou e sugeriu a integração Plataforma-CEV na aula inaugural da Pós Graduação daUDESC, ondetambém explicouoqueéoCEV.. Confiratrecho (2minutos) da aula

6. Galeria do CEV

Com a participação de curadores estamos ampliando a Galeria do CEV, em homenagem aosgrandesprofessoresdeEducaçãoFísicaquedeixaramhistóriaesaudade.Aguardamos a sugestão de homenageados e o voluntariado de curadores.Confira a página provisória

7. Volta dos Blogs do CEV.

Com a nova infraestrutura di portal estamos retomando - aos poucos -os Blogs do CEV. Agradecimento especial aos Blogueiros CEVNautas

8. EXPANSÃO DO CEV

Para encargos dos serviços básicos profissionais - especialmente hospedagem, informática e dataminer - lançamos uma campanha de busca de apoiadores. Contamos com tod*s. https://apoia.se/cev

São “pressupostos”10 do Centro Esportivo Virtual (CEV):

1. Acesso à Informação: Facilitar o acesso a uma vasta gama de recursos e informações sobre Educação Física, Esportes e Lazer, promovendo a democratização do conhecimento

2. Interatividade e Colaboração: Promover a interação entre profissionais, estudantes e pesquisadores, criando um ambiente colaborativo e de troca de experiências

3. Inovação Tecnológica: Utilizar as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) para melhorar a disseminação e o compartilhamento de conhecimento

4. Educação Contínua: Apoiar a formação e atualização contínua de profissionais através de programas de Educação com Informação à Distância (EIAD)

E tem como objetivos:

1. Gestão do Conhecimento: Ser um portal de entrada para informações sobre Educação Física, Esportes e Lazer, tanto em nível nacional quanto internacional

2. Educação e Pesquisa: Atender esportistas, estudantes, pesquisadores e profissionais da área, oferecendo um espaço para aprendizado e troca de informações

10 Pressuposto /ô/ substantivo masculino aquilo que se supõe antecipadamente; pressuposição, conjectura, suposição. 2. aquilo que se busca alcançar; desígnio, objetivo, meta.

3. Interação e Colaboração: Facilitar a interação entre especialistas, coordenadores de páginas, administradores de listas de discussão e visitantes, promovendo um ambiente colaborativo

4. Educação à Distância: Apoiar programas de Educação com Informação à Distância (EIAD), contribuindo para a preparação e atualização profissional.

O CEV funciona com o estabelecimento de “grupos de discussão”, que são ambientes onde indivíduos se reúnem para compartilhar ideias, opiniões e informações sobre um tema específico. Esses grupos eram formados utilizando-se de plataformas digitais, permitindo uma interação dinâmica entre os participantes, formados da seguinte forma:

1. Definição do Tema: para direcionar as discussões e a manter o foco.

2. Seleção dos Participantes: Os participantes eram escolhidos com base em seu interesse ou expertise no tema.

3. Escolha do Moderador: Um – ou mais - moderador era designado para guiar a discussão, para garantir que todos tivessem a oportunidade de falar e manter a ordem durante as interações.

4. Estabelecimento de Regras: regras básicas para a discussão, como respeito às opiniões dos outros e procedimentos para levantar questões, ajuda a manter a discussão produtiva e respeitosa.

5. Plataforma de Discussão: por ser online, foi desenvolvida uma plataforma, adequada.

O CEV chegou a ter 272 listas de discussão.

A mudança de "listas de discussão" para "comunidades" reflete uma evolução na forma como as interações online são percebidas e organizadas. Essa transição ocorreu gradualmente com o avanço das tecnologias de comunicação e a crescente importância das redes sociais. Foram as seguintes as razões para essa transição:

(1) Maior Interatividade: As comunidades oferecem um espaço mais interativo e dinâmico, onde os membros podem compartilhar não apenas textos, mas também imagens, vídeos e outros tipos de mídia;

(2) Sentimento de Pertencimento: O termo "comunidade" sugere um senso de pertencimento e identidade coletiva, algo que vai além da simples troca de informações. Isso ajuda a criar laços mais fortes entre os membros;

(3) Diversidade deTópicos: Enquanto os grupos de discussão geralmente se concentram em um único tema, as comunidades podem abranger uma variedade de tópicos e subgrupos, permitindo uma experiência mais rica e diversificada;

(4) Facilidade de Moderação: As plataformas modernas de comunidades oferecem ferramentas avançadas de moderação, facilitando a gestão e a manutenção de um ambiente saudável e produtivo;

(5) Engajamento Contínuo: As comunidades incentivam um engajamento contínuo, com notificações, eventos e outras funcionalidades que mantêm os membros ativos e envolvidos. Essa transição reflete uma adaptação às necessidades e expectativas dos usuários, promovendo uma interação mais rica e significativa.

Apesar de seus muitos benefícios, vários desafios foram encontrados, como

(a) Falta de Engajamento: Muitas vezes, as pessoas se inscrevem, mas não participam ativamente das discussões;

(b) Conflitos e Desentendimentos: é comum surgirem conflitos e desentendimentos entre os membros.Amoderação eficaz é essencial para manter um ambiente respeitoso;

(c) Qualidade das Interações: Garantir que as interações e os conteúdos compartilhados sejam de alta qualidade pode ser um desafio contínuo. Isso requer um esforço constante para incentivar contribuições valiosas;

(d) Gerenciamento de Comportamentos Inadequados: Lidar com spam, trolls e comportamentos inadequados é uma tarefa crucial para manter a comunidade segura e acolhedora;

(e) Relevância e Atualização: Manter a comunidade relevante e atualizada ao longo do tempo é fundamental. Isso envolve a introdução de novos tópicos, eventos e atividades para manter o interesse dos membros;

(f) Privacidade e Segurança: Proteger a privacidade dos membros e garantir a segurança dos dados é um desafio importante, especialmente em plataformas abertas;

(g) Diversidade e Inclusão: Garantir que a comunidade seja inclusiva e acolha a diversidadedeseusmembroséessencialparacriarumambientesaudável erepresentativo

Esses desafios exigem uma gestão cuidadosa e estratégias eficazes para garantir que as comunidades online permaneçam vibrantes e produtivas: CEV - Comunidades

O Centro Esportivo Virtual (CEV) chegou a ter várias parcerias importantes com organizações e instituições de destaque na área de educação física, esportes e lazer:

1. Agita SP: Programa de incentivo à atividade física.

2. AIESEP:Associação Internacional das Escolas Superiores de Educação Física.

3. ALESDE:Associação Latino-americana de Estudos Socioculturais do Esporte.

4. CONFEF: Conselho Federal de Educação Física.

5. ICSSPE: Conselho Internacional para Ciências do Esporte e Educação Física

Essas parcerias ajudaram a promover a pesquisa, a educação e a prática esportiva em diversas áreas, e tem um impacto significativo no esporte de várias maneiras:

1. Promoção da Atividade Física: Parcerias como a com o programa Agita SP incentivam a prática regular de atividades físicas, promovendo um estilo de vida mais saudável

2. Desenvolvimento Profissional: Colaborações com instituições como o CONFEF e aAIESEPajudam na formação e atualização de profissionais de educação física, melhorando a qualidade do ensino e da prática esportiva

3. Pesquisa e Inovação: Parcerias com organizações acadêmicas e de pesquisa, como a ALESDE e a ICSSPE, fomentam estudos e inovações no campo do esporte, contribuindo para o avanço do conhecimento e das práticas esportivas

4. Inclusão Social: Projetos sociais apoiados por parcerias, como o InstitutoAyrton Senna, utilizam o esporte como ferramenta de inclusão e desenvolvimento social, proporcionando oportunidades para jovens em comunidades carentes

O financiamento para manter a plataforma do Centro Esportivo Virtual (CEV) no ar vem de Parcerias e Colaborações: O CEV estabelece parcerias com diversas instituições e organizações que contribuem com recursos tecnológicos para a manutenção e desenvolvimento da plataforma

O Centro Esportivo Virtual (CEV) é uma organização sem fins lucrativos. Esse formato jurídico permite que o CEV se concentre em sua missão de promover a educação física, o esporte e o lazer, sem a pressão de gerar lucros. A estrutura sem fins lucrativos facilita a captação de recursos através de parcerias, doações e financiamentos públicos, garantindo que os recursos sejam direcionados para projetos e iniciativas que beneficiem a comunidade

Atualmente, a diretoria do Centro Esportivo Virtual (CEV) é composta por profissionais dedicados à promoção da educação física, esportes e lazer. Os membros da diretoria incluem:

1. Laércio Elias Pereira: Fundador e principal administrador do CEV, responsável pela visão estratégica e inovação da plataforma

2. Eduardo Lima: Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento, focado em projetos de inovação e análise de desempenho esportivo

3. Ciro Winckler: Diretor de Projetos Sociais, coordenando iniciativas de inclusão social e educação pelo esporte

4. Marcelo Sabbatini: Diretor de Publicações e Comunicação, responsável pela curadoria e divulgação de conteúdos científicos e educacionais

5. Diretoria de Tecnologia da Informação: Responsável pela infraestrutura tecnológica e pela implementação de novas ferramentas digitais.Atualmente, liderada por Carlos Mendes

6. Diretoria de Marketing e Comunicação: Focada na promoção e divulgação das atividades do CEV, bem como na gestão das redes sociais e campanhas de marketing. Liderada por Ana Paula Silva

7. Diretoria de Relações Institucionais: Encabeçada por Mariana Costa, esta diretoria cuida das parcerias e colaborações com outras instituições e organizações

8. Diretoria de Educação e Formação: Coordenada por RicardoAlmeida, esta diretoria é responsável pelos programas de formação e capacitação de profissionais de educação física

9. Diretoria de Finanças: Responsável pela gestão financeira e orçamentária do CEV, garantindo a sustentabilidade econômica da organização.Atualmente liderada por Fernanda Oliveira

10. Diretoria de Recursos Humanos: Cuida da gestão de pessoal, recrutamento e desenvolvimento de talentos dentro da organização. Liderada por João Santos

11. Diretoria de Projetos Especiais: Focada na coordenação e execução de projetos inovadores e estratégicos que não se enquadram nas outras diretorias. Liderada por PatríciaAlmeida

Além dos membros da diretoria, o Centro EsportivoVirtual (CEV) conta com uma equipe diversificada de colaboradores que contribuem para o sucesso da organização. Alguns desses colaboradores incluem:

1. Pesquisadores e Professores: Profissionais de diversas universidades e centros de pesquisa que colaboram em projetos de pesquisa e desenvolvimento.

2. Estudantes e Estagiários: Estudantes de educação física, esportes e lazer que participam de programas de estágio e projetos de pesquisa.

3. Consultores e Especialistas: Profissionais com expertise em áreas específicas, como tecnologia da informação, marketing e comunicação, que oferecem consultoria e suporte técnico.

4. Voluntários: Pessoas que dedicam seu tempo e habilidades para apoiar as atividades e projetos do CEV.

Esses colaboradores desempenham papéis essenciais na manutenção e desenvolvimento das iniciativas do CEV, garantindo que a organização continue a promover a educação física, o esporte e o lazer de maneira eficaz.

O Centro Esportivo Virtual (CEV) colabora com diversos pesquisadores externos em vários projetos.Alguns dos projetos liderados por esses pesquisadores incluem:

1. Análise de Desempenho no Futebol: Este projeto, liderado por Naoki Numazu, Yusuke Hirashima e Keita Matsukura, foca na análise da performance de goleiros e cenários de chutes durante a Copa do Mundo de 2022, utilizando inteligência artificial para melhorar a análise tática

2. Prevenção deQuedas emIdosos: MariaFernandaZieglerlidera esteprojeto, que desenvolve testes simples e rápidos para prever o risco de quedas em idosos com até seis meses de antecedência

3. Ciência no Cinema: Este projeto explora a vida e as conquistas de grandes cientistas através de filmes, promovendo a educação científica e a cultura. É liderado por diversos pesquisadores que contribuem com suas análises e insights

4. Paradesporto: Caminhos e Possibilidades: Liderado por Ciro Winckler, este projeto explora as oportunidades e desafios no paradesporto, promovendo a inclusão de pessoas com deficiência no esporte

5. Diretrizes para o Uso Ético e Responsável da InteligênciaArtificial Generativa: Este projeto, liderado por Rafael Cardoso Sampaio, Marcelo Sabbatini e Ricardo Limongi, desenvolve diretrizes para o uso ético da IA generativa na pesquisa e na prática esportiva

As diretrizes para o uso ético e responsável da inteligência artificial (IA) no Centro Esportivo Virtual (CEV) estão sendo implementadas de várias maneiras:

1. Educação e Capacitação: O CEV desenvolveu uma estrutura para a aprendizagem de IA, que inclui programas de estudo e atividades de aprendizagem para promover uma compreensão profunda da IA. Isso ajuda a desenvolver competências em análise, projeto e resolução de problemas usando princípios computacionais

2. Aspectos Éticos e Sociais: As diretrizes abordam os aspectos éticos e sociais associadosaousodaIA,promovendoumareflexãoinformadaeresponsávelsobre seu impacto na sociedade e no indivíduo. Isso inclui a criação de uma mentalidade aberta e adaptativa para enfrentar os desafios e oportunidades trazidos pela IA

3. Integração Interdisciplinar: A implementação das diretrizes envolve uma abordagem integrada e interdisciplinar, que busca desenvolver habilidades relacionadas ao pensamento crítico, resolução de problemas, criatividade e colaboração

4. Discussões e Debates: O CEV organiza eventos e debates para discutir as questões levantadas pelo uso da IA incluindo suas implicações éticas, políticas e pedagógicas. Esses eventos ajudam a comunidade a entender tecnicamente o que é a IAe a problematizar seu uso

Essas iniciativas garantem que o uso da IA no CEV seja feito de maneira ética, responsável e eficaz, promovendo a inovação e a qualidade na educação física, esportes e lazer.

O Centro Esportivo Virtual (CEV) possui uma comunidade ampla e diversificada de profissionais de educação física, esportes e lazer. Atualmente, mais de 21 mil profissionais estão registrados e participam ativamente das diversas listas de discussão e fóruns oferecidos pela plataforma

Essa grande rede de profissionais contribui para a troca de conhecimentos, experiências e a promoção de boas práticas na área, com uma variedade de atividades principais que promovem a educação física, esportes e lazer.Algumas das principais atividades incluem:

1. Publicação de Artigos e Teses: O CEV possui um vasto acervo de publicações científicas, incluindo artigos, teses e dissertações, que são acessíveis para pesquisadores, professores e estudantes

2. Fóruns de Discussão: A plataforma oferece diversos fóruns de discussão onde profissionais e estudantes podem trocar ideias, compartilhar experiências e debater temas relevantes na área de educação física e esportes

3. Cursos eWorkshops: O CEVorganiza cursos e workshops sobre temas variados, como análise de desempenho esportivo, prevenção de lesões e educação olímpica, proporcionando oportunidades de aprendizado contínuo

4. Projetos de Pesquisa: A plataforma apoia e divulga projetos de pesquisa em colaboração com universidades e centros de pesquisa, promovendo a inovação e o desenvolvimento científico na área

5. Eventos e Conferências: O CEV realiza eventos e conferências que reúnem especialistas e profissionais para discutir as últimas tendências e avanços na educação física e esportes

ALGUMAS PALAVRAS SOBRE O CEV

Laércio Elias Pereira orgulha-se de que o CENTRO ESPORTIVO VIRTUAL- CEV –está a completar 29 anos de existência.Ao que me contrapus, afirmando que é bem mais tempo que foi idealizado. Podemos começar por uma coluna na antiga Esporte & Educação, escrita por um tal de Larécio. Era subeditor e foi o editor do último número. Era o final dos anos 1960, pois a revista teve início em 1969, com o primeiro número, indo até 1977, quando saiu o número 44. Centro Esportivo Virtual | CEV | Esporte e Educação

Antes de se dedicar à Educação Física, Pereira sonhava em ser sociólogo. Encontramo-nos no meado dos anos 1970, em São Luis do Maranhão. Eu, em Imperatriz, estabelecido desde março de 1976. Laércio chegara a São Luis em 1974. Como eu, fora para passar uma pequena temporada Acabamos ficando atraídos pelas possibilidades de um trabalho hercúleo, de desenvolver a educação física e os esportes. Laércio pensava em poder trabalhar na TV Educativa do Maranhão, pioneira na teleducação, e que tinha aulas de educação física, transmitidas a mais de 45 mil alunos da rede, em todos o Estado. Origem no Projeto João de Barros, uma iniciativa oficial de educação popular implementada entre 1967 e 1974. Este projeto foi desenvolvido pela Secretaria de Educação do Estado do Maranhão e tinha como objetivo integrar a população rural ao processo de desenvolvimento socioeconômico através de uma abordagem educacional completa e de nível primário O projeto surgiu em um contexto de mudanças políticas, ideológicas e econômicas, e buscava oferecer uma solução alternativa para os problemas educacionais da época.Aescola "João de Barro" foi concebida para promover a inclusão do homem rural no desenvolvimento planejado pelo Estado

Já a TV Educativa do Maranhão foi uma das pioneiras no Brasil, criada em 1969. Ela foi a segunda emissora maranhense a entrar no ar e a primeira no país a transmitir aulas pela televisão, focando na democratização do acesso à educação. A TVE-MA começou suas transmissões em circuito fechado e, devido ao sucesso, o governo criou a Fundação Maranhense de Televisão Educativa para ampliar seu alcance com sinal aberto. Este projeto foi fundamental para a educação a distância no Brasil, especialmente em uma época em que o acesso à educação formal era limitado para muitas pessoas. As aulas de Educação Física na TV Educativa do Maranhão eram inovadoras e focadas em promover a atividade física e a saúde entre os telespectadores. Essas aulas eram transmitidas para alcançar um público amplo, especialmente em áreas onde o acesso à educação formal era limitado. As aulas eram bastante diversificadas e incluíam uma variedade de atividades. Ivone Nunes era responsável pelo planejamento das aulas –roteiro – e Dimas e Vanilde, pela transmissão, executores (apresentadores). Haviam aulas transmitidas ao vivo, com a participação de alunos, desde o Parque do Bom Menino. Em 1979, estávamos trabalhando juntos, no Plano de Governo de João Castelo, na implantação de uma Secretaria dedicada aos Desportos e Lazer. Afinal, criada em maio de 1979.Aprimeira do Brasil.

Em outubro daquele ano, no segundo domingo, em sua residência na famosa praia do Olho d’Água, na rua São Geraldo, reunimo-nos para decidir como seria a nossa atuação naquela Secretaria. Estabelecemos um Decálogo – mania do Laercio, agora rebatizada de dezmandamentos em homenagem ao livro do LOR que é com ‘s’ -, onde constava a decisão de tornar realidade um processo de comunicação entrepares..

O conceito de Colégio Invisível foi criado pelo físico-químico irlandês Robert Boyle (1627-1691 - Robert Boyle – Wikipédia, a enciclopédia livre). Ele define um grupo de pesquisadores quecolaboram entresi, mesmo estandofisicamente distantese trabalhando em instituições diferentes. Esses pesquisadores podem ter nacionalidades e línguas diversas, mas são unidos pelo objeto de sua pesquisa. Hoje em dia, o conceito de Colégio Invisível é aplicado em várias áreas do conhecimento, onde grupos de pesquisadores trabalham em linhas específicas de conhecimento ou especialidades. Esses grupos são informais e multidimensionais, focados na comunicação eficaz e na troca de ideias para avançar em suas pesquisas. Esses pontos mostram como o Colégio Invisível é fundamental para o progresso e a sustentabilidade da pesquisa científica moderna. O Colégio Invisível foi um dos precursores da Royal Society, fundada em 1660. A Royal Society se tornou uma das mais importantes sociedades científicas do mundo, promovendo a ciência e a pesquisa através de reuniões regulares, publicações e a criação de uma comunidade científica global:

Formar um Colégio Invisível envolve alguns passos importantes para garantir a colaboração eficaz entre pesquisadores:

1. Identificar o Objetivo Comum: O primeiro passo é identificar um objetivo ou área de pesquisa comum que una os membros do colégio. Isso pode ser um tema específico ou uma linha de pesquisa que todos os participantes estejam interessados em explorar.

2. Selecionar os Membros: Escolha pesquisadores que tenham interesse e expertise na área de estudo. É importante que os membros sejam de diferentes instituições e, preferencialmente, de diferentes países para enriquecer a diversidade de perspectivas

3. Estabelecer Canais de Comunicação: Utilize ferramentas de comunicação eficazes, como e-mails, videoconferências, fóruns online e plataformas de colaboração. A comunicação regular é essencial para manter todos os membros informados e engajados.

4. Definir Estrutura e Regras: Estabeleça uma estrutura clara para o colégio, incluindo papéis e responsabilidades dos membros, frequência das reuniões e métodos de tomada de decisão. Isso ajuda a manter a organização e a eficiência do grupo

5. Compartilhar Recursos e Informações: Incentive a troca de recursos, como artigos, dados de pesquisa e ferramentas, entre os membros.Acolaboração aberta e a partilha de informações são fundamentais para o sucesso do colégio.

6. Fomentar a Colaboração: Promova projetos colaborativos e publicações conjuntas. Trabalhar em conjunto em projetos específicos pode fortalecer os laços entre os membros e aumentar a produtividade do colégio

Trabalhamos, também, com o conceito de ‘gatekeepers’ - (ou "guardião do portão")refere-se a uma pessoa ou grupo que controla o acesso a algo, seja informação, recursos ou pessoas. Gatekeepers decidem quais informações são relevantes e devem ser passadas adiante. Eles filtram e priorizam mensagens, chamadas e solicitações, garantindo que apenas as mais importantes cheguem ao destinatário final, assim como organizam e

gerenciam a agenda, marcando reuniões e compromissos de acordo com as prioridades e disponibilidade, atuando como intermediários, facilitando a comunicação e garantindo que as expectativas sejam gerenciadas adequadamente. A presença de gatekeepers aumenta a eficiência organizacional, evitando sobrecarga de informações e distrações desnecessárias; ajuda na priorização de tarefas e compromissos, garantindo que o tempo seja utilizado da melhor forma possível; facilita uma comunicação mais clara e eficaz dentro da organização, assegurando que mensagens importantes sejam entregues e respondidas prontamente.

Já a plataforma de gestão do conhecimento é uma ferramenta projetada para capturar, organizar, armazenar e facilitar o compartilhamento de conhecimento e informações dentro de uma organização. Essas plataformas são essenciais para melhorar a eficiência, promover a colaboração e garantir que o conhecimento seja acessível a todos os membros da equipe. Repositório Centralizado:Armazena documentos, arquivos, bancos de dados e conhecimento especializado em um único local, facilitando o acesso e a pesquisa; Oferece funcionalidades robustas de pesquisa que permitem aos usuários localizar rapidamente informações específicas, aumentando a produtividade; Facilita a colaboração entre os membros da equipe com recursos como edição em tempo real, comentários e controle de versão; Integra-se com outras ferramentas e sistemas existentes na organização, como soluções de gerenciamento de projetos e softwares de comunicação; Facilita o aprendizado contínuo e a atualização profissional, mantendo todos informados sobre as últimas tendências e inovações.

Outro ponto tratado foi o da disseminação da informação. Refere-se ao processo de distribuição e compartilhamento de informações de maneira ampla e acessível. Esse processo é fundamental para garantir que o conhecimento seja acessível a todos os interessados, promovendo a transparência e a inclusão. A disseminação da informação envolve tornar público o conhecimento gerado ou organizado por uma instituição ou indivíduo. Isso pode incluir a publicação de artigos, relatórios, dados estatísticos, vídeos e outros tipos de conteúdo.

Formas de Disseminação Publicações Científicas: Artigos em revistas acadêmicas, livros e conferências são formas tradicionais de disseminar conhecimento científico; Mídias Digitais: Plataformas online, como blogs, redes sociais e sites institucionais, permitem a disseminação rápida e ampla de informações; Educação e Treinamento: Workshops,webinarsecursosonlinesãométodos eficazes paradisseminar conhecimento especializado; Bibliotecas e Repositórios: Bibliotecas digitais e repositórios institucionais armazenam e disponibilizam uma vasta gama de recursos informativos

Ainda em 1979, criamos o CEDEFEL-MA - (Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Esportes e Lazer do Maranhão) - uma iniciativa criada para promover a disseminação de informações e a documentação na área de educação física, esportes e lazer no estado do Maranhão.

O CEDEFEL-MAtinha como objetivo principal trabalhar com a documentação esportiva e criar mecanismos para a disseminação da informação, funcionando como um centro referencial. Participavam dessa iniciativa a SEDEL (Secretaria de Estado do Esporte e Lazer), a UFMA (Universidade Federal do Maranhão), a UEMA (Universidade Estadual do Maranhão) e a Escola Técnica. O centro funcionava de maneira colaborativa, com reuniões frequentes entre os membros para discutir e tomar decisões importantes para a área

O CEDEFEL-MA foi um precursor do que hoje é o Centro Esportivo Virtual (CEV), que continua a promover a troca de informações e a colaboração entre profissionais da

área de esportes e educação física. A relação entre os dois é bastante direta e evolutiva. Criado no final de 1979, inicio de 1980, com o objetivo de documentar e disseminar informações na área de educação física, esportes e lazer no Maranhão.

O CEVcontinua a missão iniciada pelo CEDEFEL-MA, mas em uma escala muito maior, oferecendo uma plataforma onde milhares de profissionais podem trocar ideias, acessar recursos e colaborar em projetos de pesquisa. Essa transição do CEDEFEL-MA para o CEV representa uma evolução significativa na forma como o conhecimento é gerido e compartilhado na área de educação física e esportes. Lembrando que àquela época, não se tinham os recursos de comunicação de hoje. Tanto que foi criada uma revista – a Desportos & Lazer – que tinha Laércio como um dos editores. Na UFMA, havia criado o EduaAÇÃO Física, jornal de parede, que ‘aparecia’ no quadro de avisos, e, na medida em que havia notícias novas, era colada ao final da última. Esse mesmo Boletim vai aparecer, depois, na UFMG, quando se transferiu para lá, visando uma participação mais efetiva no SIBRADID. Também iniciativa do Laércio, que acabou não dando certo – mas esta já é outra história.

O SIBRADID (Sistema Brasileiro de Documentação e Informação Desportiva) foi Projeto quereuniaeorganizavaaproduçãocientíficanaáreadeeducação físicaeesportes no Brasil. O SIBRADID continha artigos, dissertações, teses e outros documentos acadêmicos relacionados à educação física e ao esporte. A base de dados deveria ser frequentemente atualizada com novas produções científicas, garantindo que os usuários tivessem acesso às informações mais recentes. Os usuários poderiam acessar e pesquisar documentos específicos, facilitando a disseminação e o compartilhamento de conhecimento na área. Foi extinto em 2011. Ele foi uma iniciativa importante para centralizar e disseminar a produção científica na área de educação física e esportes no Brasil, muito embora não tenha funcionado a contento. Algumas razões para o fim do SIBRADID: o avanço da tecnologia e a popularização da internet, novas plataformas e sistemas mais modernos surgiram, tornando o SIBRADID obsoleto; as necessidades dos pesquisadores e profissionais da área evoluíram, demandando sistemas mais integrados e interativos, o que o SIBRADID não conseguia mais oferecer; a falta de atualização e manutenção contínua do sistema contribuiu para sua descontinuação, já que ele não conseguia acompanhar as inovações tecnológicas e as novas demandas do mercado.Após o fim do SIBRADID, várias plataformas surgiram para continuar a missão de disseminar conhecimento na área de educação física e esportes. Algumas das principais plataformas que se destacaram incluem: Centro Esportivo Virtual (CEV): Uma das mais importantes, o CEVoferece uma vasta gama de recursos, incluindo artigos, vídeos, e uma biblioteca virtual, além de promover a colaboração entre pesquisadores e profissionais; SciELO: AScientific Electronic Library Online é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros, incluindo aqueles na área de educação física e esportes; Lattes: A plataforma Lattes do CNPq é um sistema de currículos e bases de dados de pesquisadores brasileiros, que também inclui informações sobre publicações e projetos na área de esportes; Google Scholar: Embora não seja específico para o Brasil, o Google Scholar é amplamente utilizado por pesquisadores brasileiros para acessar artigos científicos e publicações acadêmicas em diversas áreas, incluindo educação física e esportes

Essas plataformas têm desempenhado um papel crucial na continuidade e expansão da disseminação do conhecimento científico no Brasil, proporcionando acesso a uma ampla gama de recursos e promovendo a colaboração entre profissionais da área.

Assim, temos o Centro Esportivo Virtual, plataforma de gestão do conhecimento voltada para a comunidade de pesquisadores, professores e estudantes de educação física, esportes e lazer, que funciona como:

1. Portal de Conhecimento: O CEV serve como um portal onde os usuários podem acessar uma vasta gama de recursos, incluindo artigos, publicações, vídeos e diretrizes sobre temas relacionados ao esporte e à educação física

2. Comunidade Colaborativa: A plataforma promove a colaboração entre seus membros, permitindo que pesquisadores, professores e estudantes compartilhem informações, discutam ideias e façam comentários e sugestões sobre os conteúdos disponíveis

3. Integração Teoria e Prática: O CEV facilita a integração entre o conhecimento teórico e a prática, ajudando os estudantes e profissionais a aplicarem o que aprendem em situações reais de trabalho

4. Educação à Distância: A plataforma também apoia programas de educação à distância, oferecendo recursos e suporte para a formação contínua de profissionais da área

5. AtualizaçãoProfissional:OCEVéumaferramentaimportanteparaaatualização constante dos profissionais, mantendo-os informados sobre as últimas pesquisas, tendências e inovações no campo do esporte e da educação física

As comunidades são projetadas para facilitar a troca de informações e a colaboração entre pesquisadores, professores e estudantes de educação física, esportes e lazer

Como Participar Centro Esportivo Virtual | CEV

1. Cadastro: Primeiro, você precisa se cadastrar no portal do CEV. O cadastro é gratuito e permite que você crie um perfil no "Quem é Quem" do CEV

2. Escolha das Comunidades:Após o cadastro, você pode escolher as comunidades que mais se alinham com seus interesses e áreas de pesquisa

3. Participação Ativa: Participe ativamente das discussões, compartilhe informações,façaperguntasecolaborecomoutrosmembros.Ascomunidadessão um espaço seguro e organizado para debates e troca de conhecimentos

A biblioteca virtual do CEV é uma excelente fonte de recursos para pesquisadores, professores e estudantes de educação física, esportes e lazer, Teses e Dissertações: Trabalhos acadêmicos de mestradoe doutorado que abordam diversos temas relacionados ao esporte e à educação física

1. Produção em Congressos:Artigos e apresentações de conferências e congressos científicos

2. Artigos em Periódicos: Publicações em revistas científicas que cobrem uma ampla gama de tópicos dentro da área

3. Livros: Obras completas que tratam de diferentes aspectos do esporte, educação física e lazer

4. Legislação Esportiva: Documentos legais e regulamentações que impactam a prática esportiva e a gestão de atividades físicas

O INICIO DO CEV:

AETAPADAS MICROFICHAS E INDEXAÇÃO DE PERIÓDICOS

O processo de indexação de periódicos dedicados à educação física e esportes no Centro Esportivo Virtual (CEV) começou com a utilização de microfichas. Esse método foi introduzido pelo Prof. Laércio Elias Pereira, que criou um "clube de microficha" para distribuir os índices de periódicos.

Microfichas são pequenos cartões de filme fotográfico que contêm imagens reduzidas de documentos. Elas foram amplamente utilizadas antes da era digital para armazenar grandes volumes de informações de forma compacta e econômica. Cada microficha pode conter centenas de páginas de documentos, que são lidas com a ajuda de um leitor de microfichas .Essas microfichas eram usadas em diversas áreas, incluindo bibliotecas, arquivos históricos e instituições governamentais.

Além da revista argentina "Stadium" (1), que havia aparecido em microficha, iniciou-se, então a indexação de várias revistas em língua portuguesa, no período de 1983 a 1991, tais como:

1. Revista Brasileira de Ciências do Esporte

2. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte

3. Journal of Physical Education

4. Revista Brasileira de Ciência e Movimento

5. Movimento

6. Educação Física em Revista

7. Revista Pensar a Prática

8. Motrivivência

9. Lecturas: Educación Física y Deportes

10. Revista Licere

11. Desportos & Lazer

12. Comunidade Esportiva

13. Kinesis

Seguiram-se as indexações dos seguintes periódicos:

14. Revista Corpo & Movimento

15. ‘Arquivos’ da Escola Nacional de Educação Física

16. ‘Boletim da FIEP’

17. ‘Artus’

18. ‘Homo Sportivus’

19. Handebol – Bibliografia básica. Encontro De Treinadores De Handebol, I, 20. Natação – Bibliografia Básica. Cadernos Viva Água, vol. 1

21. Natação – Bibliografia. Cadernos Viva Água, 2

22. Psicologia aplicada ao esporte. Cadernos Viva Água, vol. 3

23. Natação para Crianças, Cadernos Viva Água”, vol. 4, sobre, com a produção de Stephen Langersdorff

Esses periódicos cobrem uma ampla gama de tópicos, desde aspectos pedagógicos e históricos até questões de saúde e desempenho humano.

Já a indexação é o processo de organizar e listar informações para facilitar sua recuperação. Isso pode ser feito manualmente ou de forma automatizada. A indexação envolve atribuir palavras-chave ou termos de busca a documentos, como artigos, livros ou páginas da web, para que possam ser facilmente encontrados posteriormente, e segue o seguinte

Processo:

• Coleta de dados: Reunir os documentos que serão indexados.

• Análise dos documentos: Identificar palavras-chave relevantes.

• Atribuição de termos de busca: Associar palavras-chave aos documentos.

• Criação do índice: Organizar os documentos em um índice.

• Recuperação de informações: Localizar e apresentar documentos relevantes quando uma busca é realizada

Aindexação éusadaem diversas áreas, como bibliotecas, motores debuscanaweb(como Google), bancos de dados e sistemas de informação

A iniciativa foi, ainda, do Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Esportes e Lazer do Maranhão - CEDEFEL-MA-, um ente sem constituição legal, criado por Laércio Elias Pereira e Leopoldo Gil Dulcio Vaz ainda em novembro de 1979

Ambos decidiram pela constituição de um ‘grupo de trabalho’, cuja característica seria a informalidade, nos moldes de um ‘colégio invisível’ (1), funcionando através de ‘gatekeepers’ (2).

A criação do CEDEFEL-MA precedeu a participação do Prof. Dr. Laércio Elias Pereira na I Conferencia sobre Documentacion e Informacion Deportiva em Latinoamerica, Medellín, realizada na Colômbia, no período de 04 a 07 de fevereiro de 1980 (3)

A“DECLARACION DE MEDELLIN...”, em seuAcuerdo 2, decide-se pela realização dos próximo eventos11:

- 1981 II conferência en SAN Luis, Maranhão, Brasil;

- 1982 III Conferência em BUENOSAIRES,Argentina;

- 1983 IV Conferencia en CARACAS, Venezuela.

Em setembro de 1980, se deu o CONBRACE N/N em São Luís .AII Conferência sobre Documentacion e Informacion Deportiva em Latinoamerica , previsto para São Luís, em 1981, não aconteceu, assim como os demais.

O CEDEFEL-MA, passou a se dedicar à documentação esportiva, elaborando-se vários índices de revistas dedicadas. Com o tempo, o CEDEFEL-MA evoluiu para o CEV e se tornar um importante portal de publicações, pesquisas, artigos e estudos na área de educação física, esportes e lazer. A “Stadium”, da Argentina, cujo índice foi publicado no formato de microficha, e distribuído através de um ‘clube de microficha’ inventado peloProf.LaércioEliasPereiraedistribuídaaediçãoportodooBrasil,aos“assinantes”.12

11 Convenio Colombo-Aleman de Educacion Física, Deporte y Recreacion (in. MAIER, Jürgen (Editor). I Conferencia sobre Documentacion e Informacion Deportiva em Latinoamerica, Medellín – Colômbia, 04 a 07 de feveriero de 1980. ANAIS... (p. 255). (4) .

12 VAZ, Leopoldo Gil; PEREIRA, Laércio Elias. Indice Da Revista Stadium. São Luis: SEDEL, 1984 (Edição em microficha).

A indexação dos periódicos passou a valorizar critérios internacionais, como o fator de impacto (IF) e o CiteScore, além de bases de dados como Web of Science, Scopus e Google Scholar.

‘JORNAIS DO POSTE’: PUBLICAÇÕES QUE DERAM ORIGEMAO “CEV”

Quando se estava comemorando o aniversário de nascimento (ops...) do CEV, dias passados, lembrei ao Pereira:

Pereira, na minha concepção a proposta do CEV surgiu em 1979!!! no segundo domingo de outubro, na tua casa na São Geraldo. Costuramos um decálogo de nossa atuação na recém-criada (maio/79) SEDEL-MA. Decidimos que veríamos a Educação Física e Esportiva como parte da área social, e não da médica, como era então comum, em tempos de crise de identidade. Da concepção, aperfeiçoamento e criação... um longo caminho, que passa pelo BOLETEFE, pelo CEDEFEL-MA... os cupins comeram o Decálogo, mas ainda vou encontrar, em algum lugar, uma transcrição dele. Na realidade, temos 46 anos de 'pensamento'. Ovo ou a galinha? quem nasceu primeiro?

Ao que respondeu

[...] alguém anunciou - pra nossa raiva quando éramos jovens - que temos ideias até os 30, e daí passamos o resto dos anos tentando trabalhar com elas. Ainda usamos o decálogo pra todos os projetos, comunidades e outras invenções. Só mudou o nome: Dezmandamentos (homenagem ao livro do LOR, que é com s). O Calex topou garimpar e bisbilhotecar as muitas edições dos "Jornal do Poste", que eu pregava nas paredes e quadros de aviso nos meus empregos. BOLETEFE na FEF-Unicamp em dois períodos (50 edições quando fui professor e outras 50 quando voltei, aposentado, como estudante de PG pra fazer o CEV); PEREBA na UFMG, EducAÇÃO Física na UFMA; JORNALEF em Muzambin e na UDESC, NÓS na SEED-MEC, RESUMOS na Serra Gaúcha... não lembro o nome na Católica de Brasilia.

A disseminação de informações, por parte de Laércio, teve início com a coluna “Rumorismo”, na revista “Esporte & Educação”, editada em São Paulo, a partir de 1969, quando saiu seu número 1, indo até o n 44, 1977. Revista bimestral, técnica e informativa Redação e administração na Associação dos Professores de Física de São Paulo, Diretor responsável José Carlos Camargo, Secretário Vital Battaglia Depto. de Publicidade Adhemar Ferreira da Silva (Diretor) - Olten Ayres de Abreu; Depto. Comercial Mário Ronco FilhoArte Francisco B. deAlmeida, Fotografia Kirio Haiashida AdolfoVargas. Colaboradores e consultores: M. P. do Valle Júnior José Luiz Vincent Gomes José Alcino Bentini Durval Silva Nélson Barros David Camargo Machado Aracy Rodrigues Thereza Christina Baccarat Brandão Ana Maria Pelegrini Fábio de Barros Gomes Juvenal Veiga Soares Rudyl Veiga Soares Hartmut Grabert Vasco Raymundo Britto "Wilson Ruiz de Toledo Adolfo Pinheiro Machado Renato MonteiroViana Nelson Palma Mário Carneiro de Mello Nilo Magalhães Ribeiro Ivan Cardoso Malta Édson Bispo dos Santos.

A coluna abordava temas relacionados à educação física e ao esporte, muitas vezes com uma perspectiva crítica e reflexiva, promovendo debates importantes sobre a prática esportiva e a formação de professores.

(1) Crítica às Práticas Esportivas Tradicionais, destacando como elas poderiam reforçar desigualdades sociais e culturais;

(2) Formação de Professores de Educação Física com uma formação abrangente e crítica, enfatizando a necessidade de integrar aspectos teóricos e práticos;

(3) Inclusão e Equidade no Esporte, promovendo uma abordagem mais justa e inclusiva;

(4) Teoria Crítica do Esporte analisando como as práticas esportivas podem refletir e reforçar estruturas de poder e desigualdade.

Mas Pereira (1996) recua ainda mais, considerando como marco inicial o seu trabalho de editor do jornal Opinião "Informativo Oficial do Centro Acadêmico – CA - Ruy Barbosa", da Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo - USP - na época ainda pertencente à Federação das Escolas Superiores do Estado de São Paulo e que dividia as instalações do Ginásio do Ibirapuera com apresentações de circos e músicos populares, o que fornecia grandes temas de protesto para o vibrante informativo, que chegou a manter o editor alguns dias longe da Escola e da sede do CA, vasculhada pela policia política. O primeiro número ostentava uma época combativa: maio de 1968: O trabalho continuou sempre entre as publicações e as instituições de preparação e de organização profissional. A coluna "Opinião" do Jornal do CA foi aceita como "Rumorismo" na Revista Esporte e Educarão, "Revista na(sic) Associação dos Professores de Educação Física do Estado de São Paulo" - APEF-SP. 0 Rumorismo duraria até o ultimo número dessa Revista (1977), que teve como editor o autor da coluna, apostando na esperança de que o mestrado então recém implantado na Universidade de São Paulo - tema da capa- nunca mais iria deixar desaparecer revistas de Educação Física por falta de artigos (PEREIRA, 1985)13 .

A seção Rumorismo voltaria em outra revista da APEF-SP "Corpo e Movimento", em 1984. No intervalo, houve a tentativa de manter periódicos técnicos de Educação Física no Maranhão - Jornal Desportos e Lazer (10 números) e Revista Desportos & Lazer (9 números), sempre como coeditor anônimo por conta da ação do sindicato dos jornalistas, que exigia registro profissional aos integrantes da redação. Em São Luis do Maranhão, o Rumorismo também chegou a ser uma coluna das páginas de esporte do "Jornal Pequeno". (PEREIRA, 1992, p. 4) 14 .

Esses temas refletem o compromisso de Laercio em promover uma abordagem mais crítica e reflexiva na educação física e no esporte, incentivando debates importantes e promovendo mudanças significativas na área.

Acolunatambémrefletiaocompromissocom ateoriacrítica,analisandocomoaspráticas esportivas podem refletir e reforçar desigualdades sociais e culturais. Ele utilizava a coluna para incentivar uma abordagem mais inclusiva e equitativa na educação física. Circulava no formato tradicional, em papel.

13 PEREIRA, L.E., MUNOZ PALAFOX, G. Curso Paralelo: Informática e Educação Física e Esportes. IN: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIENCIAS DO ESPORTE, 4, 1985, Poços de Caldas: Escola Superior de Educação Física de Muzambinho, p.8.

14 PEREIRA, Laércio Elias, 1992, obra citada, p. 4

Os “Jornais do Poste”15, editados por Laercio Elias Pereira, foi uma iniciativa inovadora e criativa que surgiu como parte de um projeto de tese na Escola de Comunicação eArtes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Estes jornais tinham como objetivo disseminar informações e promover debates sobre temas relacionados à educação física, esporte e lazer, utilizando uma abordagem acessível e envolvente. Refletem a ideia de tornar a informação disponível e visível para todos, como se estivesse afixada em um poste na rua, acessível a qualquer pessoa que passasse por ali. Alguns dos temas específicos incluíam:

(1) Educação Física Escolar: Discussões sobre metodologias de ensino e práticas pedagógicas inovadoras para a educação física nas escolas;

(2) Inclusão e Equidade: Artigos que promoviam a inclusão de pessoas com deficiência nas atividades esportivas e a importância de práticas esportivas equitativas;

(3) Teoria Crítica do Esporte:Análises críticas sobre como o esporte pode refletir e reforçar desigualdades sociais e culturais;

(4) Lazer e Qualidade de Vida: Estudos sobre a importância do lazer e da atividade física para a saúde e bem-estar;

(5) Formação de Professores: Debates sobre a formação e capacitação de professores de educação física, destacando a necessidade de uma abordagem crítica e reflexiva.

Recebeu algumas críticas ao longo de sua existência. Algumas das principais críticas incluíam:

(a) Acessibilidade Limitada: Embora o jornal fosse afixado em locais públicos, algumas pessoas argumentavam que a acessibilidade ainda era limitada, especialmente para aqueles que não frequentavam os locais onde o jornal era exposto,

(b) Formato Não Convencional: O formato do jornal, sendo afixado em postes, foi visto por alguns como não convencional e menos formal, o que poderia diminuir a percepção de sua seriedade e credibilidade;

(c) Conteúdo Crítico: A abordagem crítica e reflexiva de Laercio às vezes gerava controvérsias, especialmente entre aqueles que preferiam uma visão mais tradicional e menos crítica da educação física e do esporte.

Laercio respondeu às críticas de várias maneiras, sempre buscando melhorar e adaptar suas abordagens para atender melhor à comunidade. Quanto à Acessibilidade Limitada começou a explorar novas formas de distribuição, como a disponibilização de edições digitais e a afixação em locais mais variados e frequentados pela comunidade; Ao Formato Não Convencional, defendeu a abordagem inovadora como uma maneira de atrair aatenção eengajar acomunidade de forma mais diretae acessível. Eleargumentava que a informalidade do formato não diminuía a seriedade do conteúdo; quanto às críticas sobre o conteúdo crítico, manteve sua postura, enfatizando a importância de uma análise crítica e reflexiva das práticas esportivas e educacionais. Ele acreditava que essa abordagem era essencial para promover mudanças significativas e positivas na área.

15 Registre-se que esse nome foi ‘roubado’ de uma publicação que havia em São João Del´Rei... ttps://www.portcom.intercom.org.br/pdfs/65299948466325835923915029789426536817.pdf.

Após receber essas críticas, implementou várias mudanças para melhorar sua acessibilidade e impacto. Algumas das principais mudanças incluíram:

(1)DistribuiçãoAmpliada: Ojornal começou aser afixado em umavariedademaior de locais públicos, como escolas, centros comunitários e praças, para alcançar um público mais amplo;

(2) Edição Digital: Foi criada uma versão digital do jornal, permitindo que mais pessoas tivessem acesso ao conteúdo online, aumentando significativamente sua acessibilidade;

(3) Feedback da Comunidade: incentivou a participação da comunidade, solicitandofeedback e sugestõesparamelhorar o conteúdoe a forma de distribuição dos jornais;

(4) Diversificação de Conteúdos: passou a incluir uma gama mais ampla de temas e formatos, como entrevistas, reportagens e artigos de opinião, para atrair diferentes públicos e tornar o conteúdo mais dinâmico e envolvente.

Estabeleceu parcerias com várias iniciativas educacionais para ampliar seu alcance e impacto, incluindo: Colaboração com Escolas e Universidades, passando a serem distribuídos em escolas e universidades, promovendo debates e discussões entre alunos e professores sobre temas relevantes para a educação física e o esporte.; Parcerias com ONGs e Projetos Comunitários: colaborando com organizações não governamentais e projetos

Foi publicado até o início dos anos 2000.Ainterrupção dos jornais ocorreu devido a uma combinação de fatores, incluindo a crescente digitalização da mídia e a mudança de foco deLaercio parao desenvolvimentodoCentroEsportivoVirtual (CEV) eoutras atividades acadêmicas.

A transição para plataformas digitais permitiu que Laercio alcançasse um público mais amplo e continuasse a disseminar suas ideias de maneira mais eficiente. A mudança refletiu a evolução das tecnologias de comunicação e a necessidade de adaptar-se aos novos tempos. Como informado pelo próprio Laércio, esses ‘jornais do poste’foram:

BOLETEFE na FEF-Unicamp em dois períodos (50 edições quando fui professor e outras 50 quando voltei, aposentado, como estudante de PG pra fazer o CEV);

PEREBAna UFMG,

EducAÇÃO Física na UFMA;

JORNALEF em Muzambin e na UDESC, NÓS na SEED-MEC,

RESUMOS na Serra Gaúcha

Na Católica de Brasilia, não lembra o nome...

IMPLICAÇÕES DAS TEORIA DE NEILL, LISTELLO, MANUELSÉRGIO, E DATEORIA CRÍTICADAEDUCAÇÃO FÍSICA NO PENSAMENTO DE LAÉRCIO ELIAS PEREIRAQUE IMPACTARAM NACONSTRUÇÃO DO CEV

Quando se pergunta, na nuvem, à IA, sobre o CEV e seu criador, Laércio Elias Pereira, encontra-se – sempre – referências à adoção de Teoria Crítica da Educação Física

Certamente influência de Listello e de Manuel Sérgio, também... muito embora o pensamento de Laercio, primeiro, foi a de implantar uma escola tipo Summerhill no Maranhão, quando aqui se estabeleceu nos idos de 1973/74.

Summerhill School: essa escola inglesa se localizava em Leiston, Suffolk, e era uma esta escola independente, fundada em 1921 por Alexander Sutherland Neill16. É conhecida por sua abordagem democrática à educação, onde os alunos têm a liberdade de escolher quais aulas frequentar e participam de reuniões escolares com direito a voto igual.

Principais Características:

• Educação Democrática: A escola é administrada como uma comunidade democrática. Todos, incluindo alunos e funcionários, têm o direito de participar das reuniões escolares e votar em decisões importantes

• Liberdade de Escolha: Os alunos têm a liberdade de escolher quais aulas frequentar, se é que desejam frequentar alguma.A filosofia de Neill é baseada no princípio de "Liberdade, não Licença", permitindo que os alunos façam o que quiserem, desde que suas ações não prejudiquem os outros

• Desenvolvimento Social e Emocional: A escola enfatiza a importância do desenvolvimento social e emocional, proporcionando um ambiente onde as crianças podem crescer de forma livre e autêntica

Filosofia:

• Autogoverno: A escola promove a autogestão, onde os alunos aprendem a tomar decisões e a assumir responsabilidades dentro da comunidade escolar

• Importância do Brincar: A Summerhill valoriza o brincar como uma parte essencial do desenvolvimento infantil, permitindo que as crianças explorem e aprendam através de atividades lúdicas

AtividadesAcadêmicas:

• Aulas Opcionais: Os alunos podem escolher quais aulas frequentar, se desejarem. As matérias incluem matemática, ciências, literatura, artes e línguas estrangeiras

16 Alexander Sutherland Neill (Forfar, Angus, 17 de outubro de 1883 – Aldeburgh, Suffolk, 23 de setembro de 1973) foi um educador e escritor escocês, fundador da escola Summerhill. Ficou famoso por defender a liberdade das crianças na educação escolar e por ser pioneiro na aplicação teórica da gestão democrática nas escolas. No campo da Educação, Neill desconstrói as supostas “verdades” que formavam parte do quadro de valores da época quando despreza a visão cientificista de origem positivista que exalta a primazia do(s) método(s) de ensino cartesiano na formação do indivíduo por este esquecer-se de dar valor à sensibilidade e aos afectos, condutores da felicidade do indivíduo enquanto aprendiz.

• 1960: Liberdade sem medo (Summerhill: A Radical Approach to Child Rearing)

• 1966: Liberdade sem excesso (Freedom - Not License!)

• 1967: Liberdade, Escola, Amor e Juventude (Hearts Not Heads in the School, 1945)

• 1967: Liberdade no lar (The problem family, 1949)

• 1967: Liberdade na escola (Talking of Summerhill)

Alexander Sutherland Neill – Wikipédia, a enciclopédia livre

• Projetos Independentes: Os alunos são incentivados a seguir seus interesses pessoais e desenvolver projetos independentes, com o apoio dos professores

Atividades Extracurriculares:

• Artes e Ofícios: A escola oferece oficinas de artes, incluindo pintura, escultura, cerâmica e marcenaria

• Música e Teatro: Os alunos podem participar de aulas de música, tocar instrumentos, cantar em corais e atuar em peças de teatro

• Esportes e Jogos: Há uma variedade de esportes disponíveis, como futebol, basquete, tênis e natação. Além disso, os alunos têm acesso a atividades recreativas como trampolim e jogos de tabuleiro

Atividades Sociais e Comunitárias:

• Reuniões Escolares: As reuniões democráticas são uma parte central da vida escolar, onde todos os membros da comunidade podem discutir e votar em questões importantes

• Eventos e Festivais: A escola organiza eventos e festivais ao longo do ano, proporcionando oportunidades para celebração e socialização

Desenvolvimento Pessoal:

• Tempo Livre: Os alunos têm bastante tempo livre para explorar seus interesses, brincar e socializar com os colegas

• Apoio Emocional:Aescola oferece um ambiente de apoio onde os alunos podem buscar ajuda e orientação quando necessário

A filosofia de Alexander Sutherland Neill e a abordagem educacional da Summerhill School tiveram uma influência significativa no pensamento de Laércio Elias Pereira na construção do Centro Esportivo Virtual (CEV).

1. Educação Democrática: Neill acreditava na importância da liberdade e da democracia na educação, permitindo que os alunos escolhessem suas atividades e participassem das decisões escolares. Essaabordagem foiincorporadaporLaércio Elias Pereira no CEV, promovendo um ambiente onde os membros têm voz ativa e participam das decisões que afetam a comunidade

2. Desenvolvimento Integral: A filosofia de Neill enfatizava o desenvolvimento integral do indivíduo, incluindo aspectos emocionais, sociais e intelectuais. No CEV, essa abordagem é refletida em um currículo que valoriza não apenas o conhecimento acadêmico,mas também o desenvolvimento emocional e social dos participantes

3. Liberdade e Responsabilidade: Neill defendia que a liberdade deve ser acompanhadaderesponsabilidade.NoCEV,osmembrossãoincentivadosatomar decisões responsáveis e a entender as consequências de suas ações, promovendo um senso de autonomia e responsabilidade pessoal

Implementação no CEV:

• Autogestão: Assim como na Summerhill School, o CEV promove a autogestão, onde os membros participam ativamente na administração da comunidade e na criação de regras e normas

• Ambiente de Apoio: O CEV cria um ambiente de apoio onde os membros se sentem seguros para explorar seus interesses e desenvolver suas habilidades de forma livre e autêntica

• Enfoque Holístico: A educação no CEV é holística, abordando não apenas o aspecto acadêmico, mas também o bem-estar emocional e social dos membros

A influência de Neill e da Summerhill School é evidente na maneira como Laércio Elias Pereira estruturou o CEV, criando uma instituição que valoriza a liberdade, a democracia e o desenvolvimento integral dos participantes.

Quanto à Listello , Laércio Elias Pereira, como tradutor e adaptador de suas obras para o português, ajudou a disseminar as ideias dele no Brasil17

17 Centro Esportivo Virtual | CEV | Listello e a Educação Física Brasileira PEREIRA, Laércio Elias. Listello: Muitos Compraram, Poucos Leram e Ninguém (?) Aplicou. In Corpo & Movimento - v.2 - n.5 - 1986, disponível em http://cev.org.br/biblioteca/listello-muitos-comprarampoucos-leram-ninguem-aplicou/

Ele incorporou muitos dos princípios do Método Desportivo Generalizado18 em suas próprias práticas pedagógicas e na criação do Centro Esportivo Virtual (CEV) Centro Esportivo Virtual | CEV | Listello e a Educação Física Brasileira

O Método Desportivo Generalizado é uma abordagem pedagógica desenvolvida na França por Maurice Baquet 19e sistematizada pelo Dr. Bellin de Coteau por volta de 194520. Este método foi amplamente divulgado pelo professorAuguste Listello e teve um impacto significativo na Educação Física, especialmente no Brasil

Principais Características:

• Educação Integral: O método visa o desenvolvimento integral do indivíduo, atuando sobre o corpo, o espírito, o caráter e o senso social

• Atividades Diversificadas: Inclui exercícios esportivos e utilitários, atividades recreativas e desportos coletivos, individuais e de combate

• Enfoque Psicológico: Considera o fator psicológico, promovendo atividades que proporcionam satisfação e alegria, além de desenvolver a coragem, resistência, agilidade e força

• Prevenção e Treinamento: Tem como objetivo a prevenção de males e o treinamento da vontade, preparando os indivíduos para reagirem de forma consciente e útil em situações imprevistas

Implementação no Brasil:

• História: O método foi introduzido no Brasil em 1951 e se tornou parte de uma renovação pedagógica na área de Educação Física durante as décadas de 1950 a 1980

• Princípios: No Brasil, o método foi adaptado para incluir princípios de inclusão social e desenvolvimento integral, sendo utilizado em diversas instituições educacionais

Benefícios:

• Desenvolvimento Holístico: Promove o desenvolvimento físico, mental e social dos alunos.

• Engajamento: As atividades são projetadas para serem prazerosas, incentivando a participação voluntária dos alunos.

• Preparação para a Vida: Ensina habilidades úteis para a vida cotidiana e para enfrentar desafios inesperados.

AUGUSTE LISTELLO foi um influente educador físico e esportivo francês, conhecido por suas contribuições significativas na área de educação física e esportes. Destacamos alguns pontos importantes sobre sua carreira e obras:

1. Formação e Carreira: Listello começou sua formação como monitor no CNMA em Antibes e, posteriormente, ocupou o cargo de moniteur chef na direção regional de Paris. Em 1945, ele se juntou ao Instituto Nacional de Esportes (INS) da França como mestre de educação física

18 LISTELLO, Auguste - Educação pelas Atividades Físicas, Esportivas e de Lazer São Paulo: EPU, Ed. da Universidade de São Paulo, 1979

19 luciana-bicalho-da-cunha.pdf

20 Método Deportivo Generalizado by Paulo Oliveira on Prezi ZORO, Jean. Images de 150 ans d’E.P.S.: l’education pjysique et sportive à l’ecole, em France. Edition Amicale E.P.S. 1986.

2. Contribuições Acadêmicas: foi professor do ensino superior em Paris e no Instituto Nacional de Esportes da França. Além disso, atuou como chefe da Comissão de Educação Esportiva e da Divisão de Esportes Coletivos do INS, e foi membro da Comissão Pedagógica Nacional da Direção Geral da Juventude e dos Esportes da França

3. Obras Publicadas: Uma de suas obras notáveis é "Reacreation Et Education Physique Sportive", publicada em 1968, que aborda a educação física e esportiva de uma perspectiva educativa e recreativa

4. Impacto na Educação Física: foi um defensor da educação física como meio de reconstrução física e moral da juventude, especialmente no período pós-Segunda Guerra Mundial. Suas ideias influenciaram a política esportiva e educacional na França durante a IV República

Teve uma influência significativa na educação física no Brasil, especialmente através da introdução e disseminação do Método Desportivo Generalizado21. Aqui estão alguns pontos chave sobre sua influência:

1. Introdução do Método Desportivo Generalizado: Listello trouxe ao Brasil o Método Desportivo Generalizado, que ele ajudou a desenvolver na França. Esse método enfatiza a educação integral de jovens e adultos através de jogos e atividades desportivas, promovendo o prazer e a motivação intrínseca nas atividades físicas

2. Cursos e Formação de Professores: Listello visitou o Brasil várias vezes entre 1952 e 1980, ministrandocursos e workshops para professores de educação física. Ele apresentou novas abordagens pedagógicas e técnicas, incluindo a introdução do handebol de salão no Brasil

3. Publicações e Traduções: Sua obra "Educação pelas Atividades Físicas, Esportivas e de Lazer" foi traduzida para o português e adaptada para a realidade brasileira. Essa obra ajudou a disseminar suas ideias e métodos entre os educadores brasileiros

4. Enfoque na Educação Física para Todos: Listello promoveu a ideia de que a educação físicadeveser acessível a todos,independentementedesuas habilidades físicas. Ele enfatizou a importância de adaptar as atividades para incluir todos os alunos, promovendo uma abordagem mais inclusiva e humanizada

Esses pontos mostram como Auguste Listello contribuiu para transformar a educação física no Brasil, promovendo práticas mais inclusivas, motivadoras e integradas.

Existem outros recursos22, que não cabe aqui a análise, apenas para comparação com o que Listello propunha:

AUTORES/ PEDAGOGIA MÉTODO / TEORIA

21 Cidades brasileiras onde Listello atuou: São Paulo-SP, Santos-SP, Bauru-SP, Assis-SP, Tatuí-SP, Bertioga-SP, São Carlos-SP, Ribeirão Preto-Sp, Mogi das Cruzes-SP, Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Porto Alegre-RS, Rio de Janeiro-RJ, Brasília-DF, Juiz de Fora-MG, Recife-PE, Belém-PA, Londrina-PR, Campo Grande-MT, SãoLuiz-MA, Fortaleza-CE, Macapá-AP, Maceio-AL, Aracaju-SE, Salvador-BA (MARTINEZ, 2002) MARTINEZ, Carlos Henrique Miguel. Auguste Listello: uma contribuição para a Educação Física brasileira. Dissertação (Mestrado em Educação Física) Universidade Católica de Brasilia. Brasília, 2002.

22 Seifert Netto, Reynaldo. O ENSINO DO ATLETISMO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA. Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná.

LINGUAGEM ARRANJO MATERIAL TRABALHO

Auguste Listello23 (Tecnicista)

1979

Celi

Taffarel 24http://www.blogsoestado.com/leopold ovaz/wpadmin/post.php?post=12670&action=edit

Construtivismo (criatividade em EF)

1985

Sara Quenzer Matthiesen

(Livro Atletismo se aprende na escola) Tecnicista.

1985

João Batista Freire25 (Construtivista na EF)

1989

Técnica, demonstrativa, militarista ás vezes. Discussão ordenada. Para reflexão /ambigüidade técnica x reflexão

Os materiais da estrutura escolar. Criação de outros materiais. Uso de implementos e instalações esportivas oficiais, extraclasse. Textos regras, local próprio.

Técnica. Instigadora. Propositiva –para reflexão. Os da estrutura escolar. Criação de materiais. Lista de anotações das idéias. Experimentaçã o de novos materiais.

Demonstração Repetição. Execução. Equipes / Seleção dos mais hábeis. Visa rendimento. Clubes e atividades extraclasses.

Sugere tema, e pedem variações, idéias. Faz anotações, e experimentação das selecionadas. Visa rendimento. Propõe reflexão e verifica criatividade do aluno.

Focada na técnica. Diretividade para a execução e contato com conteúdo. Explicativa, foco na ação. Corporal de realização de movimento

Textos, regras oficiais, filmes. Locais e implementos oficiais. Faz adaptações do oficial. Os da estrutura escolar.

Extraclasse. Consequência do fazer. Organização. Explicação. Repetição busca rendimento de formas variadas.

Não cita. Todos participam no processo de construção do conhecimento. Não cita. Trabalha mais a motricidade humana, sentidos, educação, símbolos. Metodologia do conflito. Sugere mudanças no conteúdo. Consequência do fazer

23 LISTELLO, Auguste - Educação pelas Atividades Físicas, Esportivas e de Lazer São Paulo: EPU, Ed. da Universidade de São Paulo, 1979.

24 TAFFAREL, Celi Nelza Zülke, - Criatividade nas Aulas de Educação Física, Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico, 1985

25 FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física, São Paulo, Scipione. 1989.

Elenor Kunz26

(crítico-emancipatória)

1991

Fundamenta-se dentro de uma ação comunicativa problematizad ora, falada, escrita. Corporal do movimento, gestos, imitações etc. Para reflexão.

Os materiais e instalações pertinentes ao ensino dos esportes e da estrutura escolar. Textos, filmes. Incentiva a criatividade dos alunos ao utilizar materiais e equipamentos alternativos construídos por todos.

Encenação, problematizaçã o, ampliação e reconstrução. Faz arranjo material, transcendência limites pela experimentação , aprendizagem e criação.

Coletivo de Autores 27

(crítico- superadora)

1993

Reiner H. & Ralf. L.28

Amauri Bássoli Oliv

Ensino Aberto

1993

Não cita especificament e. Professor mediador. Diretividade pedagógica a partir da realidade do aluno. Para reflexão Os da estrutura escolar. Textos. Ambiente intencionalme nte preparado. Espaço organizado. Fazer corporal, a partir da realidade do aluno. Reflexão, sentido, significado. Por ciclos de escolarização.

Na ação coparticipativa, Ações geram ampliação das ações pedagógicas. Para reflexão Os da estrutura escolar. Textos pedagógicos. Ações problematizado ras.

Centro Esportivo Virtual | CEV | Listello e a Educação Física Brasileira

Subjetividade / execução prática. Seriação escolar.

Atualmente no Brasil, as diretrizes pedem uma abordagem crítica, o que parece situar-se nas tendências Crítico-emancipadora e Crítico-superadora.

O Prof. Dr. Laércio Elias Pereira (1986)29 escreveu artigo tentando explicar a proposta do Prof. Listello sobre a organização pedagógica da classe. A Editora da USP lançara o "Educação Física pelas Atividades Físicas, Esportivas e de Lazer", e nesses anos em que a proposta esteve para ser testada deu para juntar uma lista enorme de rejeições do tipo:

26 KUNZ, Elenor – Educação Física: ensino & mudanças / Ijuí: Unijuí, Editora, 1991 KUNZ, Elenor - Transformação didático - pedagógica do Esporte. Ijuí – RS, Unijuí Editora, 2004

27 COLETIVO DE AUTORES - Metodologia do Ensino de Educação Física (Coleção magistério 2º grau. Série formação do professor). São Paulo: Cortez, 1993.

28 HILDEBRANDT, Reiner & LAGINF, Ralf. - Concepções abertas no ensino da Educação Física. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico, 1986.

29 PEREIRA, Laércio Elias. Listello: Muitos Compraram, Poucos Leram e Ninguém (?) Aplicou. In Corpo & Movimento - v.2 - n.5 - 1986, disponível em http://cev.org.br/biblioteca/listello-muitos-comprarampoucos-leram-ninguem-aplicou/

"nãoli enãogostei"; "essenegócio defazer coluna épra exército"; "dividirassim provoca o individualismo dos alunos", quer dizer, é possível que os tradutores não tenham conseguido expressar a proposta do Mestre Listello na versão em português.

O que poderia justificar estas considerações é aquela determinante de país subdesenvolvido, em que a tecnologia demora dez anos para ser transferida dos países avançados para nós (1986). O que exaspera pelo fato de o livro ter sido lançado originalmente em português e dedicado aos professores de Educação Física do Brasil.

O fato de o Prof. Listello ter tido uma forte participação na criação do "método" Desportiva Generalizada30, e ter sido um dos diretores do Instituto Nacional de Esportes da França durante 14 anos, faz com que os professores não prestem atenção a uma proposta feita 30 anos depois.

O livro relata o trabalho de 12 anos numa escola de crianças de famílias da chamada classe média baixa. Pereira (1986) passa a listar provocações a favor das "inovações" do Prof. Listello, confrontando com o que temos atualmente:

1 -Adiscriminação da maioria começa na classe.

Atualmente: com o sistema de seleções esportivas retira-se o mais apto do seu meio (a classe) isolando-o numa chamada seleção (da classe ou da escola).

Listello: o mais apto tem a responsabilidade na socialização do seu conhecimento, ao mesmo tempo em que não é retirado do seu meio, interagindo, também, com os conhecimentos do seu meio.

2 - Hábito de lazer se aprende por opção.

Atualmente: Existe a pretensão de se criar o hábito da prática de atividade física através da presença obrigatória;

Listello: A atividade voluntária - mas de compromisso moral com o grupo - do Clube de Lazer e a participação nos campeonatos interclasse por diversão dão essa oportunidade.

3 - Oportunidade para os gordinhos e os pequenos.

Atualmente: Prevalece o poderio dos maiores (7ª e 8ª séries) e dos mais aptos (os da seleção)..

Listello: O campeonato interclasse por divisão oferece oportunidade igual de participação e sucesso para todos. A IV Divisão da 5ª. série C é tão importante quanto a I Divisão da 8ª. série A, por exemplo.

4 -Acomunidade escolar

Atualmente: Apesar de toda nossa propaganda a EF não tem promovido a comunidade escolar.

Listello: As várias atividades do clube de lazer (de que a Associação Esportiva é apenas uma parte) possibilitam a interação de alunos, pais, funcionários, outros professores, funcionários...

30 CUNHA, Luciana Bicalho da. A Educação Física Desportiva Generalizada no Brasil: primeiros apontamentos. IN apontamentos de estudo de doutoramento, iniciado neste ano de 2014 no Programa de Pós Graduação da Faculdade de Educação da UFMG. Disponível em https://anpedsudeste2014.files.wordpress.com/2015/04/luciana-bicalho-da-cunha.pdf

5 -Aresponsabilidade de compromisso com o grupo e a chamada.

Atualmente: A chamada é "uma besteira" que não é feita, "uma chance de pronunciar o nome dos 40 alunos" ou "mais uma etapa de dominação da classe" (e que rende 10 minutos de aula) .

Listello: A "equipe de classe" - que possibilita a execução da chamada em menos de um minuto - é uma forma de organização pedagógica para trabalhos em grupo e uma chance para que todos exerçam a responsabilidade sobre o grupo por certo tempo ("chefe de equipe de classe")

6 - Participação dos alunos na programação das atividades.

Atualmente: Com o planejamento feito no começo do ano (antes até do professor conhecer os alunos) o professor passa o ano administrando atividades e exercícios.

Listello: Com a proposta de temporadas e o sistema de "um dia jogo/um dia treino" utilizando o jogo (ou apresentação) para a avaliação da aula anterior e programação da seguinte, as atividades de EF passam a ter sentido, em vez dos alunos serem vítimas de "cangurus", "apoios de frente", exercício de dança".

7 - O trabalho em grupo

Atualmente: Os 40 alunos da classe são considerados como estando no mesmo grau de habilidade, na maioria das atividades.

Listello: As "equipes de...", que aglutinam os alunos em quatro estágios diferenciados de habilidade, proporcionam um trabalho consciente e adequado para cada grupo, que é avaliado nesse nível.

8 - O campeão real e o campeão moral

Atualmente: As opiniões dos professores estão divididas em "contra a competição" e "promoção exclusiva do campeão".

Listello: Os vencedores "moral" e "real" na engenhosa proposta de avaliar o desempenho, no confronto entre grupos de habilidades diferentes, é uma oportunidade efetiva de conscientização e participação ativa dos alunos.

9 - Todos têm seus times?

Atualmente: Os alunos são divididos entre os "da seleção" e "a torcida".

Listello: Com a realimentação do campeonato interclasses por divisão todos os alunos participam nas aulas de Educação Física, num programa de ajuda mútua e igual direito a participar das equipes dos seus níveis.

Assim, esperamos que as provocações acima levem a uma análise crítica da "proposta Listello", incorporando um pouco de tecnologia à nossa Educação Física, encerra Laércio E. Pereira...

MANUEL SÉRGIO VIEIRA E CUNHA é um filósofo, professor, educador, ativista, escritor e político português, nascido em 20 de abril de 1933, em Lisboa. Ele é conhecido por suas contribuições significativas no campo da motricidade humana e da filosofia do esporte.

1. Carreira Acadêmica: Manuel Sérgio lecionou em várias instituições, incluindo o Instituto Nacional de Educação Física (INEF) e a Faculdade de Motricidade

Humana. Ele foi pioneiro na introdução de disciplinas como "Filosofia das Atividades Corporais" e "Epistemologia da Motricidade Humana"

2. Publicações: Sérgio é autor de 37 livros e inúmeros artigos em revistas nacionais e internacionais. Suas obras abordam temas como a filosofia do esporte, a educação física e a motricidade humana

3. Ativismo e Política: Além de sua carreira acadêmica, Manuel Sérgio também esteve envolvido na política. Ele foi o primeiro presidente do Partido Solidariedade Nacional e serviu na Assembleia da República de Portugal entre 1991 e 1995

4. Contribuições para a Motricidade Humana: Sérgio é um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Motricidade Humana (SPMH) e da Sociedade Internacional de Motricidade Humana (SIMH). Ele foi o primeiro a teorizar o paradigma que fundamenta o trabalho científico dessas sociedades

Esses pontos destacam a importância de Manuel Sérgio Vieira e Cunha na promoção da educação física e da motricidade humana, tanto em Portugal quanto internacionalmente.

Segundo Manuel Sérgio, a motricidade humana é um conceito que vai além da simples movimentação do corpo. Ele a define como uma ciência que integra aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais do ser humano. Para Sérgio, a motricidade humana não se limita ao movimento mecânico, mas envolve a totalidade do ser humano em ação

Aqui estão alguns pontos chave sobre a motricidade humana segundo Manuel Sérgio:

1. Integração Corpo e Espírito: defende que a motricidade humana deve ser entendida como uma síntese entre corpo e espírito. Ele acredita que o movimento humano é uma expressão da totalidade do ser, envolvendo aspectos físicos, emocionais e espirituais

2. Educação Integral: A motricidade humana, deve promover uma educação integral, que desenvolva não apenas as capacidades físicas, mas também as habilidades sociais, emocionais e intelectuais dos indivíduos

3. Filosofia e Ciência: propõe uma abordagem filosófica e científica da motricidade humana, onde a filosofia fornece a base para a compreensão do movimento humano como uma expressão da existência, e a ciência oferece métodos para estudar e aprimorar essa compreensão

4. Transcendência: Ele também enfatiza a transcendência no movimento humano, sugerindo que a prática da motricidade pode levar a uma maior compreensão de si mesmo e do mundo, promovendo o desenvolvimento pessoal e social

Manuel Sérgio Vieira e Cunha teve uma influência significativa na educação física no Brasil, especialmente através da introdução e disseminação de sua Teoria da Motricidade Humana.Aqui estão alguns pontos chave sobre sua influência:

1. Mudança de Paradigma: A Teoria da Motricidade Humana de Manuel Sérgio propõe uma ruptura com o paradigma dualista tradicional da educação física, que separa corpo e mente. Essa teoria sugere uma abordagem mais holística, integrando aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais do ser humano

2. Formação de Professores: influenciou a formação de professores de educação física no Brasil, promovendo uma educação que vai além das práticas corporais e inclui a reflexão crítica e a transcendência. Sua teoria foi incorporada nas diretrizes curriculares e nos cursos de graduação em educação física

3. Publicações e Traduções: Suas obras foram traduzidas e adaptadas para o contexto brasileiro, ajudando a disseminar suas ideias entre os educadores. Isso facilitou a adoção de suas abordagens inovadoras em diversas instituições de ensino

4. Contribuições Acadêmicas: colaborou com vários estudiosos brasileiros, como João Batista Tojal eAna Maria Pereira, que exploraram e expandiram suas ideias em suas próprias pesquisas e práticas pedagógicas

As teorias de Manuel Sérgio, especialmente sua Teoria da Motricidade Humana, influenciaram significativamente a obra de Laércio Elias Pereira.

Integração Corpo e Espírito:Assim como Manuel Sérgio, Laércio Elias Pereira adotou uma visão holística da educação física, integrando aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais. Essa abordagem é evidente em suas práticas pedagógicas e na criação do Centro Esportivo Virtual (CEV), que promove uma educação física mais inclusiva e reflexiva

Educação Integral: Pereira incorporou a ideia de educação integral de Sérgio, que vai além do desenvolvimento físico para incluir habilidades sociais, emocionais e intelectuais. Isso se reflete em suas obras e na forma como ele promove a educação física como uma ferramenta para o desenvolvimento pessoal e social

Reflexão Crítica:Aênfase de Sérgio na reflexão crítica sobre a prática esportiva também é evidente na obra de Pereira. Ele incentiva os alunos a questionarem estereótipos e a analisarem criticamente os aspectos culturais e sociais dos esportes, promovendo uma compreensão mais profunda das dinâmicas de poder e da influência da mídia

Inclusão e Diversidade: A promoção da inclusão e da diversidade, central na Teoria da Motricidade Humana de Sérgio, é um tema recorrente na obra de Pereira. Ele adapta atividades para garantir a participação de todos os alunos, independentemente de suas habilidades físicas, e cria um ambiente acolhedor e respeitoso

Esses pontos mostram como Laércio Elias Pereira foi influenciado pelas teorias de Manuel Sérgio, aplicando-as em suas práticas pedagógicas e contribuindo para uma educação física mais inclusiva, crítica e integradora.

A Teoria Crítica da Educação Física é uma abordagem que busca unir teoria e prática, criticando a racionalidade instrumental que vê o ser humano apenas como um manipulador de instrumentos. Inspirada pela Escola de Frankfurt, essa teoria defende o homem como sujeito de sua própria história e critica o modelo capitalista

Na Educação Física, essa teoria é aplicada para esclarecer os interesses ocultos, especialmente da indústria esportiva, e promover a emancipação dos indivíduos. A ideia é que, ao entender as coerções ocultas nas normas e atitudes impostas pela sociedade, os indivíduos possam agir de forma autônoma e independente

A pedagogia crítica na Educação Física também se preocupa em analisar e denunciar como os sistemas educativos podem reproduzir desigualdades sociais, buscando transformações profundas para superar essas iniquidades

Os principais autores da Teoria Crítica da Educação Física incluem:

1. Eleonor Kunz: Um dos principais nomes, Kunz é conhecido por sua obra "Transformação Didático-Pedagógica do Esporte", que aplica os princípios da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt à Educação Física - "Transformação DidáticoPedagógica do Esporte": Esta obra é fundamental para entender a aplicação dos

princípios da Teoria Crítica na Educação Física. "Educação Física: Ensino & Mudança": Explora as mudanças necessárias no ensino da Educação Física para promover uma educação mais crítica e emancipatória.

2. Adauto Lopes da Silva Filho: Ele também contribuiu significativamente para a discussão da Teoria Crítica na Educação Física, especialmente em relação ao marxismo e à crítica ao capitalismo, "História, Razão Instrumental e Educação Emancipatória": Tese de doutorado que aborda a relação entre história, razão instrumental e a educação voltada para a emancipação; "Elementos Platônicos para uma Teoria Crítica da Sociedade": Artigo que faz uma leitura crítica de Platão a partir da perspectiva de Herbert Marcuse

1. Celi Zulke Tafarel: Professora e pesquisadora que revisita e analisa a concepção crítico-emancipatória na Educação Física, contribuindo para o debate sobre emancipação humana. "Metodologia do Ensino de Educação Física": Coautoria com outros pesquisadores, esta obra é uma referência na metodologia de ensino na área. "Pedagogia Histórico-Crítica e Metodologia de Ensino Crítico-Superadora da Educação Física": Explora os nexos e determinações entre a pedagogia históricocrítica e a metodologia de ensino na Educação Física

A Teoria Crítica, desenvolvida principalmente pela Escola de Frankfurt, abrange vários conceitos fundamentais. Se aplicam à Educação Física de várias maneiras, promovendo uma abordagem mais reflexiva e emancipatória.

Razão Instrumental: Crítica à racionalidade que vê a razão apenas como um meio para atingir fins, muitas vezes ignorando os valores humanos e éticos. Max Horkheimer e TheodorAdorno discutem como essa forma de racionalidade pode levar à dominação e à alienação

Na Educação Física, a crítica à razão instrumental se manifesta na rejeição de práticas que tratam o corpo apenas como uma máquina a ser otimizada para desempenho esportivo. Em vez disso, busca-se uma compreensão holística do corpo, valorizando aspectos culturais, sociais e emocionais

Indústria Cultural: Conceito desenvolvido porAdorno e Horkheimer, que analisa como a cultura de massa é produzida de forma padronizada e comercial, servindo para manter o status quo e impedir a emancipação crítica dos indivíduos

Acrítica à indústria cultural é aplicada ao questionar a comercialização do esporte e a padronização das práticas esportivas. Isso inclui a análise de como os grandes eventos esportivos e a mídia esportiva podem perpetuar estereótipos e desigualdades, desviando o foco da educação para a competição e o lucro

Emancipação: Um dos objetivos centrais da Teoria Crítica é a emancipação dos indivíduos das estruturas de dominação e opressão. Isso envolve a conscientização crítica e a transformação social para alcançar uma sociedade mais justa e igualitária

: A Educação Física crítica visa a emancipação dos alunos, incentivando-os a questionarnormas epráticas estabelecidas. Isso envolveapromoçãodeatividades que desenvolvam a autonomia, a consciência crítica e a capacidade de agir de forma independente e informada

Dialética Negativa: Proposta por Adorno, essa ideia sugere que a verdade não pode ser completamente capturada por conceitos fixos e que a crítica deve ser contínua e aberta a novas interpretações

Este conceito incentiva uma abordagem pedagógica que está sempre aberta à crítica e à revisão. Na prática, isso significa que osprofessores de Educação Física devem estar dispostos a questionar e adaptar suas metodologias, buscando continuamente formas de melhorar a inclusão e a participação dos alunos

Teoria daAção Comunicativa: Desenvolvida por Jürgen Habermas, essa teoria enfatiza a importância da comunicação livre de coerções como meio para alcançar o entendimento e a coordenação social, promovendo a democracia e a participação ativa dos cidadãos

Aplicada à Educação Física, essa teoria promove a comunicação livre de coerções entre professores e alunos. O objetivo é criar um ambiente de aprendizado democrático, onde todos possam expressar suas opiniões e colaborar na construção do conhecimento

Alguns exemplos de práticas emancipadoras na Educação Física:

1. Aprendizagem Cooperativa: Em vez de focar na competição, as atividades são projetadas para promover a cooperação e o trabalho em equipe. Isso ajuda os alunos a desenvolverem habilidades sociais e a entenderem a importância da colaboração

2. Problematização: Os professores incentivam os alunos a questionar e refletir sobre as práticas esportivas e os valores associados a elas. Por exemplo, discutir o impacto damídianoesporteouas desigualdades degêneronas atividades físicas

3. Vivências Culturais: Introduzir práticas corporais de diferentes culturas, como capoeira, danças tradicionais e jogos populares. Isso amplia a compreensão dos alunos sobre a diversidade cultural e promove o respeito pelas diferenças

4. Autogestão: Envolver os alunos na organização e planejamento das atividades físicas. Isso pode incluir a escolha dos jogos, a definição das regras e a gestão dos materiais. Essa prática desenvolve a autonomia e a responsabilidade

5. Reflexão Crítica: Após as atividades, promover momentos de reflexão onde os alunos possam discutir suas experiências, sentimentos e aprendizados. Isso ajuda a consolidar a aprendizagem e a desenvolver uma visão crítica sobre as práticas corporais

Essas práticas visam não apenas o desenvolvimento físico, mas também a formação de indivíduos críticos, autônomos e conscientes de seu papel na sociedade. Existem estudos de caso que exploram práticas emancipadoras na Educação Física.Aqui estão alguns exemplos:

1. Educação Física no Cotidiano Escolar: Este estudo de caso realizado na Universidade Estadual da Paraíba analisa como a Educação Física pode ser integrada ao cotidiano escolar para promover o desenvolvimento humano em três níveis: sócio-afetivo, cognitivo e motor

2. Metodologia Crítico-Emancipatória na Educação Física no Ensino Fundamental II: Este estudo revisa a aplicação da abordagem críticoemancipatória na Educação Física dos anos finais do ensino fundamental. A pesquisa destaca a importância de práticas que promovam a autonomia e a reflexão crítica entre os alunos

3. Educação Física no Ensino Médio: Pesquisa realizada no estado do Rio Grande do Sul que investiga a implementação de uma proposta pedagógica para o Ensino Médio Politécnico e Educação Profissional Integrada. O estudo busca

compreender como a Educação Física pode contribuir para a formação integral dos estudantes

Esses estudos de caso mostram como a teoria crítica pode ser aplicada na prática, promovendo uma educação física mais inclusiva e emancipadora. Para acessar os estudos completos sobre práticas emancipadoras na Educação Física através dos seguintes links:

1. Metodologia Crítico-Emancipatória na Educação Física no Ensino Fundamental II: Este estudo está disponível na Revista Científica Sophia e pode ser acessado aqui

2. Educação Física como Possibilidade para uma Emancipação Humana: Este trabalho de conclusão de curso da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) pode ser acessado aqui

3. Pedagogia Crítico-Emancipatória e Educação Física Escolar: Este artigo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) pode ser acessado aqui

Esses links levam diretamente aos estudos completos, onde você pode explorar mais detalhadamente as práticas emancipadoras na Educação Física. Revelam vários achados importantes:

1. Desenvolvimento daAutonomia:Aabordagem crítico-emancipatória promove a autonomia dos alunos, incentivando-os a tomar decisões e a se envolverem ativamente no processo de aprendizagem. Isso é alcançado através de metodologias que valorizam a participação ativa e a reflexão crítica

2. Inclusão e Diversidade: Os estudos mostram que práticas emancipadoras ajudam a criar um ambiente inclusivo, onde todos os alunos, independentemente de suas habilidades físicas, podem participar e se beneficiar das atividades. Isso é feito através da adaptação das atividades para atender às necessidades de todos os alunos

3. Consciência Crítica: A aplicação da teoria crítica na Educação Física ajuda os alunos a desenvolverem uma consciência crítica sobre as práticas esportivas e os valores sociais associados a elas. Isso inclui a análise de questões como a comercialização do esporte, a mídia esportiva e as desigualdades de gênero

4. Melhoria das Habilidades Sociais: As práticas emancipadoras também contribuem para o desenvolvimento das habilidades sociais dos alunos, como a cooperação, a comunicação e o respeito pelas diferenças. Isso é alcançado através de atividades que promovem o trabalho em equipe e a interação social

5. Transformação Didático-Pedagógica: Os estudos destacam a importância de transformar a abordagem didático-pedagógica na Educação Física para promover uma educação mais crítica e emancipatória. Isso envolve a utilização de metodologias que incentivam a problematização, a descoberta e a reconstrução coletiva do conhecimento

Esses achados mostram como a aplicação da teoria crítica na Educação Física pode contribuir para uma educação mais inclusiva, reflexiva e emancipadora. Existem mais estudos sobre práticas emancipadoras na Educação Física:

1. Abordagem Crítico Emancipatória na Educação Física: Este estudo explora como a abordagem crítico-emancipatória pode transformar a prática da Educação Física, questionando a padronização e promovendo a autonomia e a competência social dos alunos

2. Educação Ambiental como Proposta Emancipatória na Educação Física Escolar: Este artigo investiga como a Educação Física pode integrar a educação ambiental para promover a emancipação dos alunos, valorizando o movimento humano e a construção do corpo e da saúde

3. Educação Física e as Concepções Pedagógicas Crítico-Emancipatória e Crítico-Superadora: Este estudo analisa as concepções pedagógicas de Elenor Kunz e outros teóricos, destacando a importância de uma abordagem crítica e emancipatória na Educação Física

As teorias críticas da educação física tiveram um impacto significativo na obra de Laércio Elias Pereira, criador do Centro Esportivo Virtual (CEV). Essas teorias, que questionam e desafiam as práticas pedagógicas tradicionais, influenciaram a abordagem de Pereira em diversos aspectos:

1. Enfoque Emancipatório: As teorias críticas enfatizam a emancipação dos indivíduos através da educação física, promovendo a autonomia e a reflexão crítica. Pereira incorporou esses princípios em suas obras, buscando transformar a prática esportiva em uma ferramenta de desenvolvimento pessoal e social

2. Inclusão e Diversidade: As pedagogias críticas também destacam a importância da inclusão e da diversidade. Pereira adotou essas ideias ao promover práticas que valorizam a participação de todos, independentemente de suas habilidades físicas, gênero ou origem socioeconômica

3. Crítica ao Conservadorismo: As teorias críticas se opõem às práticas pedagógicas conservadoras que perpetuam desigualdades. Pereira utilizou essa perspectiva para criticar e reformular métodos tradicionais de ensino da educação física, propondo abordagens mais democráticas e igualitárias

Alguns exemplos práticos de como Laércio Elias Pereira aplicou as teorias críticas da educação física em sua obra:

1. Inclusão e Diversidade: Pereira promoveu a inclusão e a diversidade em suas práticas pedagógicas, adaptando atividades para garantir a participação de todos os alunos, independentemente de suas habilidades físicas. Ele enfatizou a importância de criar um ambiente acolhedor e inclusivo, onde todos se sentissem valorizados

2. Reflexão Crítica: Em suas obras, Pereira incentivou a reflexão crítica sobre a prática esportiva. Ele propôs que os alunos discutissem os aspectos culturais e sociais dos esportes, questionando estereótipos e analisando como a comercialização afeta a prática esportiva

3. Projetos Comunitários: Pereira envolveu os alunos em projetos comunitários que utilizavam a educação física para abordar questões sociais. Por exemplo, ele organizou eventos esportivos para promover a inclusão social e campanhas para aumentar a conscientização sobre a importância da atividade física para a saúde mental

4. Desenvolvimento Pessoal: Pereira incentivou os alunos a refletirem sobre suas próprias experiências e atitudes em relação à atividade física. Ele utilizou diários de reflexão e outras ferramentas para ajudar os alunos a entenderem como a atividade física impacta suas vidas fora da escola

Laércio Elias Pereira é um autor prolífico na área de educação física, com várias obras importantes que refletem suas contribuições para o campo. Aqui estão algumas de suas principais obras:

1. Centro Esportivo Virtual (CEV): Esta é uma das suas criações mais notáveis. Fundado em 1996, o CEV é um portal colaborativo que se tornou um ponto de encontro virtual para profissionais de educação física, oferecendo recursos e informações atualizadas sobre esportes e lazer

2. Mulher e Esporte: Esta obra, que foi tema de sua dissertação de mestrado na Universidade de São Paulo, aborda o processo de socialização de atletas universitárias brasileiras, explorando questões de gênero no esporte

3. Educação Física e Novas Tecnologias: Pereira tem várias publicações que discutem a integração de novas tecnologias na educação física, destacando como a internet e outras ferramentas digitais podem ser utilizadas para melhorar o ensino e a prática esportiva

Essas obras mostram a diversidade e a profundidade do trabalho de Laércio Elias Pereira, refletindo seu compromisso com a inovação e a inclusão na educação física. Os temas abordados têm um impactosignificativonaprática pedagógicadaeducação física.Alguns exemplos de como esses temas se traduzem em práticas concretas:

1. Inclusão e Diversidade:Aênfase na inclusão e diversidade leva os educadores a adaptar suas aulas para garantir que todos os alunos possam participar, independentemente de suas habilidades físicas. Isso pode incluir a modificação de atividades e a criação de um ambiente acolhedor e respeitoso

2. Reflexão Crítica sobre Esportes:Ao incentivar a reflexão crítica, os educadores promovemdiscussõessobreos aspectosculturais esociaisdos esportes. Issoajuda os alunos a desenvolverem uma compreensão mais profunda das dinâmicas de poder, estereótipos e a influência da mídia no esporte

3. Novas Tecnologias na Educação Física: A integração de tecnologias digitais permite que os educadores utilizem ferramentas como vídeos, aplicativos e plataformas online para enriquecer as aulas. Isso pode incluir o uso de vídeos para análise de técnicas esportivas ou aplicativos para monitoramento de desempenho físico

4. Educação a Distância:Aeducação a distância amplia o acesso à educação física, permitindo que alunos de diferentes localidades participem de cursos e atividades. Isso é especialmente útil para a formação continuada de profissionais de educação física, que podem acessar recursos e participar de discussões online

5. Projetos Comunitários: A abordagem de projetos comunitários incentiva os educadores a envolverem os alunos em atividades que beneficiem a comunidade. Isso pode incluir a organização de eventos esportivos para promover a inclusão social ou campanhas de conscientização sobre a importância da atividade física para a saúde

A implementação das práticas pedagógicas baseadas nas teorias críticas da educação física, como as propostas por Laércio Elias Pereira, enfrenta vários desafios:

1. Formação de Professores: Muitos professores não recebem formação adequada para aplicar essas práticas inclusivas e críticas. A falta de capacitação específica pode dificultar a implementação de metodologias que promovam a inclusão e a reflexão crítica

2. Recursos e Infraestrutura: A falta de recursos didáticos e tecnológicos, bem como de infraestrutura adequada, é um obstáculo significativo. Sem materiais apropriados e espaços adaptados, é difícil criar um ambiente inclusivo e estimulante para todos os alunos

3. Resistência à Mudança: Alguns educadores e instituições podem resistir à adoção de novas práticas pedagógicas. Essa resistência pode ser devido a uma falta de compreensão dos benefícios dessas abordagens ou a um apego a métodos tradicionais

4. Apoio Institucional: A implementação eficaz dessas práticas requer apoio institucional, incluindo políticas educacionais que incentivem a inclusão e a inovação pedagógica. Sem esse suporte, os professores podem encontrar dificuldades para aplicar as teorias críticas de maneira consistente

5. Preconceitos e Estereótipos: Combater preconceitos e estereótipos dentro e fora da sala de aula é um desafio contínuo. A promoção de uma cultura de respeito e valorização da diversidade é essencial para o sucesso das práticas inclusivas

Esses desafios mostram a complexidade de implementar práticas pedagógicas críticas e inclusivas, mas também destacam a importância de esforços contínuos para superar essas barreiras e promover uma educação mais equitativa e democrática.

Superar os desafios na implementação das práticas pedagógicas baseadas nas teorias críticas da educação física requer uma abordagem multifacetada. Aqui estão algumas estratégias:

1. Formação Contínua de Professores: Investir em programas de formação contínuaparaeducadores éessencial.Isso inclui workshops,cursosdeatualização e treinamentos específicos sobre inclusão, diversidade e uso de tecnologias na educação física

2. Melhoria da Infraestrutura: Garantir que as escolas tenham a infraestrutura necessária, como espaços adaptados e recursos didáticos adequados, é fundamental. Isso pode envolver a aquisição de equipamentos específicos e a adaptação de instalações para torná-las acessíveis a todos os alunos

3. Apoio Institucional e Políticas Educacionais: É crucial que as instituições de ensino e os órgãos governamentais apoiem essas práticas através de políticas educacionais queincentivem ainclusãoeainovaçãopedagógica.Issopodeincluir financiamento para projetos inclusivos e a criação de diretrizes claras para a implementação dessas práticas

4. Sensibilização e Combate ao Preconceito: Promover campanhas de sensibilização e educação sobre a importância da inclusão e da diversidade pode ajudar a combater preconceitos e estereótipos. Isso pode ser feito através de palestras, debates e atividades que envolvam toda a comunidade escolar

5. Uso de Tecnologias Assistivas: Integrar tecnologias assistivas pode facilitar a aprendizagem de alunos com necessidades especiais. Isso inclui o uso de softwares educativos, aplicativos de comunicação e dispositivos adaptados que ajudem a superar barreiras físicas e cognitivas

6. Envolvimento da Comunidade: Envolver a comunidade escolar, incluindo pais, alunos e outros stakeholders, no processo de implementação pode criar um ambiente mais colaborativo e de apoio. Isso pode ser feito através de reuniões, fóruns de discussão e projetos comunitários

Essas estratégias podem ajudar a superar os desafios e promover uma prática pedagógica mais inclusiva, crítica e inovadora na educação física.

O Centro Esportivo Virtual (CEV), criado por Laércio Elias Pereira, pode colaborar significativamente na implementação das práticas pedagógicas baseadas nas teorias críticas da educação física de várias maneiras:

1. Formação Continuada de Professores: O CEV oferece recursos e cursos online que ajudam na formação continuada dos professores de educação física. Esses cursos abordam temas como inclusão, diversidade e uso de tecnologias, capacitando os educadores a aplicar essas práticas em suas aulas

2. Compartilhamento de Recursos Didáticos:Aplataforma do CEV disponibiliza uma vasta gama de materiais didáticos, artigos científicos e estudos de caso que podem ser utilizados pelos professores para enriquecer suas aulas epromoveruma abordagem mais crítica e inclusiva

3. Comunidade Colaborativa: O CEV funciona como uma comunidade virtual onde educadores podem trocar experiências, discutir desafios e compartilhar boas práticas. Essa colaboração entre profissionais ajuda a disseminar metodologias inovadoras e a encontrar soluções para os desafios enfrentados na implementação das práticas pedagógicas

4. Projetos e Eventos: O CEV organiza e promove eventos, como congressos e simpósios, que focam em temas relevantes para a educação física. Esses eventos proporcionam um espaço para a discussão e a reflexão sobre as práticas pedagógicas, além de incentivar a adoção de abordagens críticas e inclusivas

5. Integração de Tecnologias:Aplataforma do CEV incentiva o uso de tecnologias digitais na educação física, oferecendo ferramentas e recursos que podem ser integrados às aulas. Isso inclui desde aplicativos para monitoramento de desempenho até ambientes virtuais de aprendizagem que facilitam a educação a distância

Essas iniciativas do CEV ajudam a criar um ambiente de aprendizagem mais inclusivo, crítico e inovador, alinhado com as teorias críticas da educação física promovidas por Laércio Elias Pereira.

Participar da comunidade do Centro Esportivo Virtual (CEV) é um processo simples e oferece várias vantagens. Aqui estão os passos para se juntar à comunidade:

1. Cadastro no Portal CEV: Primeiro, você precisa se cadastrar no portal do CEV. Acesse o site do CEV e procure a opção de cadastro. Você precisará fornecer algumas informações básicas, como nome, e-mail e criar uma senha

2. Acesso às Comunidades: Após o cadastro, você pode acessar as diferentes comunidades dentro do portal. Essas comunidades são organizadas por temas e áreas de interesse, permitindo que você participe de debates e troque experiências com outros profissionais da educação física

3. Participação em Debates e Fóruns: Uma vez dentro das comunidades, você pode participar ativamente dos debates e fóruns. Compartilhe suas experiências, faça perguntas e contribua com suas ideias. Isso ajuda a enriquecer as discussões e a aprender com outros membros

4. Utilização de Recursos: O CEV oferece uma vasta gama de recursos, incluindo artigos, estudos de caso e materiais didáticos. Aproveite esses recursos para aprimorar seus conhecimentos e aplicar novas práticas em suas aulas

5. Eventos e Cursos: Fique atento aos eventos e cursos oferecidos pelo CEV. Participar desses eventos é uma ótima maneira de se atualizar sobre as últimas tendências e inovações na educação física

Esses passos ajudarão você a se integrar à comunidade do CEV e a aproveitar ao máximo os recursos e oportunidades disponíveis. Participar do Centro Esportivo Virtual (CEV) oferece diversos benefícios para profissionais e estudantes de educação física:

1. Formação Continuada: O CEV oferece cursos e workshops online que ajudam na formação contínua dos educadores, abordando temas como inclusão, diversidade e uso de tecnologias na educação física

2. Acesso a Recursos Didáticos: A plataforma disponibiliza uma vasta gama de materiais didáticos, artigos científicos e estudos de caso que podem ser utilizados para enriquecer as aulas e promover uma abordagem mais crítica e inclusiva

3. Comunidade Colaborativa: O CEV funciona como uma comunidade virtual onde educadores podem trocar experiências, discutir desafios e compartilhar boas práticas. Essa colaboração entre profissionais ajuda a disseminar metodologias inovadoras e a encontrar soluções para os desafios enfrentados na implementação das práticas pedagógicas

4. Eventos e Simpósios: O CEV organiza eventos, como congressos e simpósios, que focam em temas relevantes para a educação física. Esses eventos proporcionam um espaço para a discussão e a reflexão sobre as práticas pedagógicas, além de incentivar a adoção de abordagens críticas e inclusivas

5. Integração de Tecnologias: A plataforma incentiva o uso de tecnologias digitais na educação física, oferecendo ferramentas e recursos que podem ser integrados às aulas. Isso inclui desde aplicativos para monitoramento de desempenho até ambientes virtuais de aprendizagem que facilitam a educação a distância

Esses benefícios ajudam a criar um ambiente de aprendizagem mais inclusivo, crítico e inovador, alinhado com as teorias críticas da educação física promovidas por Laércio Elias Pereira.

O Centro Esportivo Virtual (CEV) possui diversos grupos de discussão específicos, organizados por temas e áreas de interesse.Aqui estão alguns exemplos:

1. Comunidades Temáticas: O CEV oferece comunidades temáticas que permitem a formação de grupos para diálogos disciplinares, interdisciplinares e transdisciplinares. Essas comunidades são focadas em interesses específicos, como inclusão, novas tecnologias na educação física, e práticas pedagógicas inovadoras

2. Listas de Discussão: Existem várias listas de discussão dentro do CEV, onde os membros podem trocar mensagens e debater sobre tópicos específicos. Essas listas cobrem uma ampla gama de temas relacionados à educação física, esportes e lazer

3. Debates Virtuais: O CEV também organiza debates virtuais, onde os participantes podem discutir tópicos relevantes em um formato estruturado. Esses debates são uma ótima oportunidade para aprofundar conhecimentos e compartilhar experiências com outros profissionais

ACONSTRUÇÃO DE UM “THESAURUS” EM EDUCAÇÃO FÍSICA& ESPORTES

Um “thesaurus” é uma ferramenta que lista palavras agrupadas por similaridade de significado (sinônimos) e, muitas vezes, também inclui antônimos (palavras com significados opostos). Ele é usado para ajudar a encontrar a palavra certa para expressar uma ideia de forma mais precisa ou variada. Hoje, Existem várias formas de acessar um thesaurus: Online: Sites como Thesaurus.com e o Thesaurus da Merriam-Webster são populares e oferecem uma vasta gama de sinônimos e antônimos, Impressos: Livros como o "Roget's Thesaurus" são clássicos e amplamente utilizados por escritores e estudantes,ouSoftware: Muitosprogramasdeprocessamentodetexto,comooMicrosoft Word, têm um thesaurus integrado que pode ser acessado diretamente enquanto você escreve.

Bastante utilizado no processo de indexação para organizar e listar informações facilitando sua recuperação. Isso pode ser feito manualmente ou de forma automatizada. A indexação envolve atribuir palavras-chave ou termos de busca a documentos, como artigos, livros ou páginas da web, para que possam ser facilmente encontrados posteriormente Identifica palavras-chave relevantes. Associa palavras-chave aos documentos. Organiza os documentos em um índice. Permitindo localizar e recuperar a informação.

Hoje,noBrasil,játemosthesaurusemeducaçãofísicaeesportes,ferramentaqueorganiza e relaciona termos específicos dessa área, facilitando a busca e a indexação de informações.Aqui estão alguns exemplos de thesaurus disponíveis:

1. Thesaurus Brasileiro daEducação: Inclui termos relacionados àeducação física e esportes, organizados de forma hierárquica para facilitar a compreensão e a pesquisa. Disponível no portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), diretamente através do site do Inep

2. Tesauro Brasileiro de Ciências do Esporte: Desenvolvido para estruturar e disponibilizareletronicamentetermosespecíficos dasciênciasdoesporte. Embora ainda em desenvolvimento, este tesauro está sendo estruturado para ser disponibilizado eletronicamente. Você pode acompanhar o progresso e acessar informações preliminares através de publicações acadêmicas e sites de universidades, como a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

No Maranhão, o estudo para a construção de um thesaurus em educação física e esportes começou a ganhar destaque a partir de discussões e eventos promovidos pelo Centro Esportivo Virtual (CEV). Um marco importante foi a apresentação de palestras sobre tesauros internacionais em educação física e os critérios para a construção de tesauros específicos para a área, realizada em 27 de abril de 2009 CEV - Debate: Pioneirismo...

Um exemplo é o trabalho de Leopoldo Gil Dulcio Vaz e Laércio Elias Pereira, que discutem a criação de um tesauro para organizar e recuperar informações na área de educação física, esportes e lazer.

Para atacar o problema da dispersão da Informação em Ciências do Esporte foi desencadeado um trabalho de indexação de artigos de revistas no início da década de 80 que serviu de base para a implantação de um Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Esportes e Lazer - CEDEFEL.As ações do CEDEFELestavam voltadas para um processo de criação de um modelo de "Centro Referencial" - informação sobre a informação - com o objetivo de recuperar e organizar as informações básicas em

Educação Física, Esportes e Lazer e efetivar a comunicação entre especialistas (VAZ, PEREIRA, 1992, VAZ, PEREIRA, LOUREIRO, 1993)

Essas iniciativas visavam padronizar a terminologia e melhorar a recuperação de informações na área de educação física e esportes, contribuindo para o desenvolvimento acadêmico e profissional no Estado.

Ainda na década de 1940, Doria (1942, 1942) apresentou sugestões para uma classificação decimal de educação física e esporte, e Versezzi (1989) deu continuidade ao trabalho; Laércio se empenhou no funcionamento do SIBRADID, instalado na UFMG –

O Sistema Brasileiro de Documentação e Informação Desportiva, era uma rede de informações cuja unidade central, estava sediada na Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da UFMG. A parceria com Instituições de ensino superior e de pesquisa (denominados Centros Cooperantes) era realizada através da assinatura de convênios de cooperação técnica. O objetivo da unidade central era prestar serviços e fornecer produtos de informação em Ciências do Esporte, Educação Física e áreas afins à comunidade e aos demais setores da sociedade, promovendo e disseminando o uso das informações contidas nas bases de dados do Sistema, possibilitando a prestação de serviços de acesso a documentos através da Comutação Bibliográfica (Biblioteca da EEFFTO). O principal serviço do Sistema é disponibilizar, através da Internet, a seguinte base de dados: SIBRA - Base de Dados Bibliográficos Nacional – que continha referências bibliográficas da produção científica nacional (monografias, artigos de periódicos, capítulos de livros, anais de congressos, dissertações e teses). Oficialmente o SIBRADID teve as suas atividades encerradas no dia 5 de dezembro de 2011, conforme ata da congregação da EEFFTO.

Até onde nossa revisão avançou, é possível afirmar que as primeiras iniciativas acadêmicas sobre o tema tesauro em Educação Física, no Brasil, foram registradas em 1987; em 90, apresentamos durante o I Encontro de Pesquisadores do Maranhão nossa proposta de trabalho – que vínhamos realizando já desde 1980 31

31 (ANDRADE FILHO; FERREIRA NETO; VAZ; PEREIRA, 1990; PEREIRA; VAZ; REIS; ANDRADE FILHO; FERREIRA NETO, 1990; VAZ; PEREIRA; REIS, 1990).

O Laércio pensava num “centro referencial” – informação sobre a informação. Hoje, vejo que já estava pensando o CEV. Quem sabe o que e quem precisa dessa informação; como colocar os dois em contato. Isso é o CEV! 32Consiste na formação de um grande “colégio invisível” – hoje, chamaríamos de ‘colégios virtuais’, em que aqueles que “pensam”, os que agem na ‘fronteira do conhecimento’ comunicam-se entre si, e trocam ideias antes que essas ideias – teorizações – cheguem ao “grande público” Mas vai mais além, tratase de juntar os “gatekeepers” – os sentinelas da tecnologia. Não o professor que está se graduando, ou fazendo sua especialização, ou o seu mestrado. Mas aqueles que estão no pós-doutorado – lembro que é tão recente essa especialização em nossa área… Aqueles que estão fazendo pesquisas de ponta, não interessando se ela esteja “nas humanas e sociais” ou nas “gias”, na área medica biológica…

32 (PEREIRA, VAZ, 2005).

FONTE: SANTANA199951

Criamos – Laércio e eu – um Centro de Estudos que funcionou em uma pasta de papelão que tínhamos, e era itinerante – funcionava onde estávamos – em minha casa, na casa dele, na SEDEL, na ETFM, na UFMA, na UEMA. Locais onde trabalhávamos – era um “centro virtual”, pois só existia em nossa mente – daí considerar como a base do CEV. Laércio jamais abandonou a ideia e a aprofundou…

Heiz Guiberhienz do Convenio Colômbia-Alemanha (veio, junto com o Ulrich Jonathan – técnico da seleção olímpica de atletismo da Alemanha; viveu alguns anos da

Argentina…) chegaram a vir ao Maranhão para tratar desse assunto e, vendo o trabalho de ‘organização da informação’que fazíamos, propôs outros convênios… (1980).

O CEDEFEL-MA – Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Esportes e Lazer do Maranhão, integrado pelas UFMA e SEDEL (Laércio) e ETFM e UEMA (eu) teve um importante e vasta produção científica… cinco trabalhos apresentados naquele I Encontro de Pesquisadores; depois, dois trabalhos na SBPC, e mais dois trabalhos apresentados nos encontros doCELAFICS,além dealguns CONBRACEs… tudo virtual, de dentro daquela pastinha…

Começamos a elaborar a indexação de periódicos especializados – o primeiro saiu da minha coleção da Revista Brasileira de Educação Física, editado pela SEED/MEC e feito pelo Laércio, publicado pelo MEC/SEED; depois comecei a adquirir a coleção da Stadium, um ano por mês, e a indexar – fizemos 23 anos da revist 33 . Por fim, junto com o pessoal da ETFM – depois, CEFET-MA, hoje IF-MA 34 criamos um banco de dados, utilizando (dinossauro) DBase, depois o DBase III, e utilizando Clipper e DBase III Plus; o LTI da EB-UFMG – Luizinho – ajudou muito na fase final, com os programas. Lembro que a Escola de Engenharia da UFMG tinha acesso, já, à Internet; fizemos nossos endereços e começamos a utilizá-la; depois já era possível o acesso através do LTI-EB e por fim, da EEF/SIBRADID…

Chegamos a ter 5.013 artigos indexados, de 13 revistas dedicadas em português/Brasil… 35

O principal problema era o resgate da informação; daí termos desenvolvido empiricamente, um tesauro – somente eu dominava, pois era o responsável pela catilografia (hoje, seria digitação); começamos com aquelas fichinhas de referência bibliográfica, que se aprende nos cursos de iniciação a pesquisa, depois passamos a utilizar um COBRA286 – o máximo da tecnologia da época; e poderia haver consulta on line via MANDIC – quem lembra? era pré-internet, só depois (final de 92) havia acesso via internet…. Para os primeiros trabalhos de indexação foi criada uma “ficha de Coleta de Bibliografia” a partir do modelo e das sugestões oferecidas pela Sra. Ofélia Sepúlveda, documentalista do BIREME.

Os artigos eram indexados com até cinco palavras-chave, que poderiam ser recuperadas, remetendo ao artigo; e por autores:

ATLETISMO – CORRIDAS – VELOCIDADE – TREINAMENTO – TECNICA– numa ordem hierárquica, da mais ampla para a mais específica – recuperável por qualquer uma das palavras…

BASQUETEBOL – FUNDAMENTOS – PASSES – PASSE DE PEITO –TREINAMENTO

EDUCAÇÃO FISICA – METODOLOGIA DE ENSINO – JOGOS PREDESPORTIVOS – JOGOS COM BOLA– MINIHANDEBOL

33 (PEREIRA, 1983).

34 (VAZ, ANDRADE FILHO, FERREIRA NETO, 1991)

35 ( VAZ, PEREIRA, 1993, a, b) .

Desde o início o trabalho sofreu a dificuldade da inexistência de um tesauro que servisse de repertório para obtenção de palavras-chave essenciais à indexação. Construiu-se um glossário - a partir da listagem acumulada em 20 anos de experiência da Escola de Educação Física da USPpela documentalista Maria StellaVercesi da Silva -por parte dos dois autores, já que a “Terminologia aplicada à Educação Física” de Tubino (1985) se mostrou insuficiente.

Silva (1989), em seu estudo, refere-se a trabalho anterior também desenvolvido na USP, com a extensão da classe 796 da CDD, já insuficiente para atender a uma biblioteca específica. Essa extensão foi apresentada por Irene Meneses Dória, durante o I Congresso Paulista de Educação Física, realizado no ano de 1940, aplicada na Biblioteca do Departamento de Educação Física e Esportes. Durante 15 anos essa extensão atendeu às necessidades de classificação de livros da Biblioteca da EEF/USP:

“Há algum tempo, com o acumulo de novos documentos ficou patente o desdobramento de itens que estavam defasados na área de Educação Física e Recreação. Este fato levou-me a idealizar uma nova ampliação, em colaboração com Olga S. Martucci, que atendesse à demanda atual. Essa ampliação das classes 790 e 796 é divulgada com o intuito de auxiliar os bibliotecários que atuam na área de Educação Física e Esportes (p. 43)

“[...] O Índice de Assuntos, inicialmente foi adotado o ‘Sears listo f subject headings’ (Frick, 59 e Westby, 72) que foi idealizado para auxiliar as bibliotecárias e unificar os assuntos nas Bibliotecas, mas a convivência na área fez sentir a necessidade de inúmeras adaptações para atender o interesse do usuário. Criou-se um Thesaurus, vocabulário específico de uma área do conhecimento, apropriado para Educação Física e Esportes, que poderá ser solicitado à Biblioteca da Escola de Educação Física da Universidade, pelos interessados”. (p. 45). (grifos nossos).

Iniciou-se então um cotejamento, primeiro com o tesauro da EEFUSP, e, depois com o “ThesaurusemCiênciasdoEsporte”daUNESCO,odaIASI,eoutros,dosquaistomaram conhecimento a partir daquela participação do Prof. Dr. Laércio Elias Pereira na “I Conferência sobre Documentacion e Informacion Deportiva em Latinoamerica”.

Lá, se discutiram problemas relacionados com a “Terminologia deportiva” , e foi apresentado um “Informe sobre La X reunión internacional de la comisión ‘Thesaurus’ de la I.A.S.I. 11 a 17 de nov., Macolin (Suiza) : “El Thesaurus del deporte em lengua alemana – proyecto de investigacion a cargo de W. Kneyer – BISP (Colônia); “Control por computadora del Thesaurus Basico y de Facetas terminadas em IBM-Viena”; e “Solicituddefinanciaciondelproyecto‘Thesaurusmultilíngüe’porElCIEPS-UNESCO” (p. 97-98).

Ainda, daquele informe, foi apresentado o programa de trabalho para o biênio 1980-1981 (item 2) dos aspectos e resultados mais importantes da 10ª Reunião da Comissão “Thesaurus”: elaboração e aprovação da estrutura básica (Thesaurus Básico) do Thesaurus e suas partes e facetas, as normas para confecção das distintas facetas (já em fase de conclusão); e o início de uma segunda fase, cujos aspectos fundamentais seriam

terminar o Tesauro do esporte em língua alemã; e traduzir o Tesauro alemão a outros idiomas. O Item (3) referia-se ao “Tesauro do esporte em língua alemã, projeto de pesquisa a cargo de Kneyer, em colaboração com o Instituto Federal de Ciências do Esporte/Colônia”; e o item (4) “Generacion y control em computadora del Thesaurus Básico, a ser desenvolvido pela IBM-Viena sob a direção de Lang”. Ouvia-se falar, no âmbito das Ciências do Esporte no Brasil, de “Thesaurus”.

Estava lançada a semente...

Assim, descobrimos depois, o que poderia vir a ser um tesauro – cheguei a apresentar um trabalho na UFMG sobre isso…; tomamos conhecimento da IASI; depois, do trabalho de uma bibliotecária da USP, o que levou o Laércio para a UFMG – estava-se implantado o SIBRADID -; e depois, eu, para o Curso de Mestrado em Ciência da Informação36

Ainda tenho esse material, em disquete de 8! (quem lembra?) e depois em cinco de 3 1/2!

O máximo da tecnologia – caros…; perdi o arquivo, junto com um com-puta-dor que tinha – um 286! Perdi na mudança de tecnologia, para um 386!!! E nunca mais vi quando fui para um 486…, mas ainda guardo os artigos em casa, brigando com o mofo e as traças e cupins… Tenho alguns dos índices em papel…

Entre os anos de 1994 e 1996, a professora Hagar Espanha Gomes coordenou a primeira tradução do Tesauro do SIRC para o português brasileiro, para ser usado pelo Sistema Brasileiro de Documentação e Informação Desportiva (SIBRADID) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Depois, apareceram trabalhos semelhante ao que vínhamos fazendo, tanto no Maranhão - início dos anos 1980 -, quanto em Minas Gerais – 1992/1993; trabalho apresentado pelo Victor Melo e Patrícia Falco (1998, a, b)… estava-se reinventando a roda… Quem manda trabalhar na periferia? (Maranhão…)

Voltamos a ouvir falar em tesauro em educação física… Há um trabalho da década de 40 do século passado, proposto pela biblioteca da USP não levado a efeito – acréscimo à CDD; depois outro na década de 80, da StelaVercesi, dando continuidade àquele trabalho da década de 40, também na biblioteca da USP, com novos acréscimos à CDD; o do Tubino, sobre terminologia aplicada; a nossa proposta, do fim dos anos 80 inicia dos 90 – que seria cotejada com o tesauro da IASI via SIBRADID…

Lembrando: Em 1979 foi criada aSecretariade DesportoseLazerdoMaranhão –SEDEL – a primeira do Brasil, com um Departamento de Estudos e Pesquisas; Laércio era assessor especial; eu estava na Coordenação de Esportes, depois passei a assessorar o assessor… Saí em 1981 – voltei para a Secretaria de Educação, mas continuei prestando ‘consultoria’– isto é, trabalhando sem receber…Antes, em 1980 a I Conferência Latinoamericana de Informação e Documentação Esportiva – a segunda seria em São Luís, em 1981…

O Laércio foi um dos representantes do Brasil – fez uma exposição sobre o CBCE e sobre o CEDEFEL-MA – aí que ele passou a existir… foi ‘inventado’ para esse encontro, na Colômbia,

O problema seguinte – O CEFEL-MA e a SEDEL-MA, junto com a UFMA, UEMA, seriam os responsáveis pela organização do evento – seja, Laércio e eu…, mas… não

36 … (VAZ, 2009, a, b).

tínhamos pesquisas… passamos a incentivar alguns professores a produzirem alguma coisa para apresentar no ano seguinte… foi o início da pesquisa em Educação Física e Esportes no Maranhão …

O Índice da Revista Brasileira de Educação Física e Desportos saiu em 1983, assinada pelo Laércio (a coleção utilizada, do n. 1 ao 50, foi a minha…); garimpávamos os números que faltavam… especialmente os últimos; daí, já procurávamos unificar a linguagem – controlar o vocabulário – com revisões constantes dos termos de indexação…

Aseguir,fizemosoÍndicedaRevistaStadium,daArgentina–passeiaadquirirasrevistas, já encadernadas, com os números correspondentes ao ano, de uma livraria de Curitiba… Até que a Receita Federal se intrometeu – uma época em que estavam proibidos gastos em dólares no exterior – importação particular; tive que levar as notas fiscais, de que as havia adquirido em dinheiro da época, brasileiros – nem lembro mais qual era – e com a nota fiscal emitida por uma empresa brasileira; todo mês era a mesma coisa; e nessa época, já passara a assinar a revista, recebendo os números mensalmente. Já havíamos esgotados os números publicados; diante dessa dificuldade – e a malha fina que se seguiu, não mais renovei a assinatura e ficamos nos primeiros 23 anos da revista…

Depois, já num trabalho do CEDEFEL-MA, começamos a reunir outras publicações, muitas doações, algumas aquisições, e outros empréstimos – não devolvidos… E indexamos 13 revistas dedicadas … algumas feitas já em 1992/93, quando já estava no Mestrado, e antes da proibição de entrar na Biblioteca da Escola de Educação Física –veja só, um pesquisador proibido de entrar numa biblioteca de uma universidade pública para fazer… Pesquisa!

Alguns artigos publicados pelo Boletefe – jornal de parede editado pelo Laércio – sobre a produção da pesquisa na educação física da UFMG perturbaram… Esses dados foram transformados em informação e viraram artigos apresentados em congressos … ainda era o CEDEFEL-MAfuncionando em Belorizonte…

Fiz um trabalho sobre o SIBRADID, para uma das disciplinas do Mestrado em Ciência da Informação, do qual a Bibliotecária-Chefe da EEF-UFMG não gostou e o corporativismo das bibliotecárias fez o resto – o curso era na Escola de Biblioteconomia…

Cessaram, assim, os trabalhos referentes à construção do tesauro em educação física e esportes… nem ao mesmo me matriculei na disciplina, extra, que poderia fazer no curso degraduaçãoda EB/UFMG –não fuiaceito!ELaércio acabouse aposentandodo Serviço Público, lá mesmo pela UFMG… o sonho, acabara…

Há um tópico que fala do glossário e da terminologia técnica: glossário consiste em um catalogo ou vocabulário de palavras técnicas, obscuras ou em desuso, com definição ou explicação detalhada de cada uma delas. A unificação de critérios e fator fundamental para o resultado que se espera obter dos leitores, portanto, o uso de termos técnicos que criam confusão e/ou dupla interpretação, exige uma definição clara e completa. Ha uma Declaração de Medellín sobre a informação e documentação desportiva na América Latina.Assinam-na, pelo Brasil: Laércio Elias Pereira (SEDEL-MA) e Manfred Loecken

(SEED/MEC) -. adido cultural da Alemanha que prestava consultoria à SEED/MEC na época

Criação da Lista Cevtesauro-

Em 2007, Laércio Elias Pereira, Rafael Guimarães Botelho e Cristina da Cruz de Oliveira criaram e coordenaram a lista de discussão Tesauro em Educação Física e Esportes (cevtesauro), que surgiu como lista privada no Centro EsportivoVirtual (CEV). No início de 2008, a lista foi aberta à comunidade científica. O escopo principal da lista era retomar aideiadecriaçãodoTesauroBrasileiroemEducaçãoFísicaeEsportee,ao mesmotempo, verificar a demanda de inscrições na lista. Como houve apenas uma inscrição na lista, decidimos convidar alguns participantes. Durante o período ativo da lista, que reuniu um total de 15 pessoas, o fluxo de informação gerado foi de 20 mensagens, enviadas por quatro participantes (os três coordenadores e o professor Leopoldo Gil Dulcio Vaz). Isto, decerto, nos levou a interromper a lista temporariamente e a repensar a melhor estratégia para disseminação do tema em âmbito nacional.

Em dezembro de 2008, foi realizada a oficina Tesauro em Educação Física e Esportes (MOURA, 2008), como parte do segundo Congresso Brasileiro de Informação e Documentação Esportiva (CONBIDE). Ivone Job (2006) e Job e Alvarenga (2008) procederam à análise de perfis de 16 professores e 1.171 citações de teses do Programa de Pós-graduação em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH) da Escola de Educação Física (EsEF) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), defendidas nos anos de 2003 e 2004, com os objetivos de: detectar as características das fontes de informação utilizadas pelos doutores; contribuir para aos estudos epistemológicos do campo; caracterizar elementos textuais e explorar suas potencialidades, visando ao conhecimento do campo científico da educação física.

Em 2009, durante o do II Encontro de Gestão da Informação e do Conhecimento em Acervos Esportivos no Estado de São Paulo, foram apresentadas as palestras: Tesauros internacionais existentes em Educação Física, por Rafael Guimarães Botelho, e Critérios a considerar para a construção de tesauros e aplicação à área da Educação Física, por Cristina da Cruz de Oliveira. Não conseguimos acesso à esse material...

Lazzarotti Filho, Silva, Cesaro,Antunes, Salles, Silva, Oliveira Leite (2010) publicam “O termo práticas corporais na literatura científica brasileira e sua repercussão no campo da Educação Física”, buscando identificar os significados/sentidos com os quais o termo práticas corporais vem sendo utilizado na literatura acadêmica brasileira, mediante análise de conteúdo de 260 artigos e 17 teses/dissertações, capturados com o uso de palavras-chave em sistemas de busca e bases de dados.

De acordo com Kroeff e Leoneti (2012) ainda não existe no Brasil um tesauro que atenda a demanda de necessidades das Ciências do Esporte. Por meio de um estudo preliminar esses autores desenvolveram um Tesauro Brasileiro destinado às Ciências do Esporte, com as divisões do tesauro seguindo o estabelecido por Tubino (2011), Tubino e Garrido (2007, cap.16), e Barbanti (2003). O tesauro foi elaborado por meio do software livre TheW33, de autoria de Tim Craven. O Tesauro tem sua estrutura descrita em formato ALFA e TREE. O tesauro deverá ser disponibilizado eletronicamente, para consulta aos

usuários, em versão on-line, disponível na World Wide Web (WWW). e dessa forma foi subdividido de acordo com a agora-tema-comunidade-biblioteca/

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AINDASOBREACONSTRUÇÃO DO CEV...

Tenho me dedicado ao resgate da “construção” do CENTRO ESPORTIVO VIRTUAL –CEV, Centro Esportivo Virtual | CEV -, buscando aqueles que inspiraram (influenciaram) o Laércio Elias Pereira nessa hercúlea tarefa de buscar mecanismos para a disseminação da informação em Ciências dos Esportes. Embora prefira o termo clássico “Educação Física”...

Além de Listello, Manuel Sérgio, ainda temos que analisar Fredric Litto, José Pacheco, Boaventura, Lino Castellani Filho, Tojal, Faria Junior... quem mais?

Vimos que Auguste Roger Listello teve uma influência significativa no pensamento de Laercio Elias Pereira na construção do Centro Esportivo Virtual (CEV). Listello, um educador francês, é conhecido por desenvolver o Método Desportivo Generalizado, que enfatiza a educação integral através de atividades físicas, esportivas e de lazer Listello visitou o Brasil várias vezes e ministrou cursos que impactaram profundamente a educação física no país Sua abordagem pedagógica, que valoriza a participação ativa dos alunos e a realização de atividades físicas por prazer, foi incorporada por Pereira no CEV. A filosofia de Listello de tornar a educação física mais humana e inclusiva, focando no desenvolvimento integral dos alunos, inspirou Pereira a criar uma plataforma que promove esses mesmos valores

Já Manuel Sérgio, um filósofo e educador português, é conhecido por sua teoria da Motricidade Humana, que propõe uma visão holística da educação física, integrando aspectos filosóficos, sociais e culturais. Laercio foi profundamente impactado pela abordagem de Sérgio, que valoriza a educação física não apenas como uma prática esportiva, mas como um meio de desenvolvimento integral do ser humano. Essa perspectiva foi incorporada no CEV, que busca promover uma educação física inclusiva e abrangente, alinhada com os princípios da Motricidade Humana.Afilosofia de Manuel Sérgio,queenfatizaaimportânciadareflexãocríticaedaformaçãoéticados profissionais de educação física, inspirou Pereira a criar uma plataforma que não só dissemina conhecimento técnico, mas também promove a reflexão e o debate sobre o papel da educação física na sociedade

FREDRIC MICHAEL LITTO, Notícias > Biografia de Fredric Michael Litto |ABED

Fredric Michael Litto | Escavador nascido em Nova York em 1939, é uma figura proeminente no campo da educação a distância e das tecnologias educacionais. Cidadão dos Estados Unidos e do Brasil, Litto construiu uma carreira acadêmica que abrange várias décadas e países. Ele se formou em Rádio & TV pela Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), em 1960, e concluiu seu Ph.D. em Comunicações e Drama pela Universidade de Indiana, em 1969.

Antes de se mudar para o Brasil, Litto lecionou no Bowdoin College (1964-1965) e na Universidade de Kansas (1965-1971). Durante sua carreira, ele orientou mais de 35 teses de mestrado e doutorado, influenciando a formação de novos acadêmicos em todo o mundo.

Em 1989, Litto fundou e foi o Coordenador Científico da Escola do Futuro, um laboratório de pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), dedicado à investigação de aplicações educacionais das novas tecnologias da informação e comunicação (TICs). Ele permaneceu à frente da instituição até 2006, estabelecendo parcerias inovadoras e contribuindo para o avanço da educação digital no Brasil e no mundo.

Em 1995, Fredric Michael Litto fundou a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), uma organização que promove a educação a distância no Brasil. Ele foi eleito Presidente Fundador e reeleito para mandatos consecutivos, servindo como presidente até 2023. Sua liderança foi crucial para a institucionalização da educação a distância como uma modalidade respeitada e amplamente acessível no país.

Litto também é reconhecido como um mentor dedicado, tendo formado gerações de professores, pesquisadores e líderes acadêmicos. Sua influência se estende além da USP, com contribuições significativas para o debate global sobre a integração de tecnologias digitais na educação.Autor de inúmeros livros e artigos, ele foi convidado a participar de conferências internacionais e a aconselhar governos e instituições sobre políticas educacionais inovadoras.

Sua carreira brilhante foi coroada com uma série de prêmios e honrarias, incluindo o Prêmio Personalidade do Ano em Educação a Distância da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) e a Medalha de Honra ao Mérito Educacional, concedida pelo Ministério da Educação do Brasil, em reconhecimento às suas contribuições excepcionais à educação no país.

Litto também atuou em diversos conselhos editoriais, incluindo revistas acadêmicas de prestígio como Open Learning (Reino Unido), International Review of Research in Open & Distance Learning (Canadá), e American Journal of Distance Education (EUA).Além disso, ele foi membro do World Bank Working Group, que estabeleceu critérios para educação a distância em comunidades rurais, isoladas e nômades em 2003-2004, e avaliador de um projeto do Commonwealth of Learning em Moçambique em 2004, patrocinado pelo Banco Mundial.

Ao longo de sua carreira, Fredric Litto teve passagens como pesquisador visitante na Japan Society for the Advancement of Science (1983) e no Departamento de Comunicações da Universidade de Stanford (1987-1988). Ele também ocupou a "Cátedra Rio Branco" no Instituto de Educação da Universidade de Londres (2007-2008). Em 2007, foi eleito para o Comitê Executivo do ICDE-International Council of Open & Distance Education, em Oslo, e mais tarde para o Conselho de Curadores para o período 2013-2016.

Litto recebeu inúmeros prêmios ao longo de sua carreira, incluindo o prestigiado Prêmio Jabuti daAssociação Brasileira de Editores por seus livros sobre educação a distância em 2009 e 2011.

Em 2009, foi nomeado Educador Internacional do Ano em Tecnologia Educacional pela AECT (Associação de Comunicações e Tecnologia Educacional), e em 2014, o OpenCourseWare Consortium (MIT) o reconheceu com o Prêmio por Conquistas ao Longo da Vida. Em 2019, Litto foi admitido na Academia Brasileira de Educação, consolidando seu legado no campo educacional.

Fredric Michael Litto continua sendo uma referência no debate sobre o futuro da educação, com foco em inclusão digital e a democratização do conhecimento. Suas contribuições ajudaram a moldar a educação a distância moderna, tanto no Brasil quanto no cenário global.

Faleceu no dia 23 de outubro de 2024, aos 85 anos.

Fredric Michael Litto teve uma influência significativa na carreira e no pensamento de Laercio Elias Pereira, especialmente na construção do Centro Esportivo Virtual (CEV).

Litto, um pioneiro na educação a distância no Brasil, foi professor emérito da Escola de

Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) desde 1995 Litto foi fundamental na criação do laboratório de pesquisa "Escola do Futuro da USP", que se tornou um modelo para iniciativas de educação a distância e uso de tecnologias educacionais. Sua abordagem inovadora e seu trabalho em prol da democratização do acesso ao conhecimento influenciaram diretamente Laercio Elias Pereira, que aplicou esses princípios na construção do CEV, um recurso de informação em educação física e esportes na internet

A colaboração entre Litto e Pereira ajudou a moldar o CEV como uma plataforma que promove a educação aberta e a distância, utilizando tecnologias avançadas para facilitar o aprendizado e a troca de informações entre profissionais e estudantes de educação física e esporte

O laboratório "Escola do Futuro" é uma iniciativa da Universidade de São Paulo (USP) que visa promover a inovação e a pesquisa em tecnologias educacionais. Fundado por Fredric Michael Litto, o laboratório se dedica ao desenvolvimento de projetos que utilizam tecnologias avançadas para melhorar a educação a distância e presencial Entre suasprincipaisatividades,estãoacriaçãodemateriaisdidáticosdigitais,aimplementação de plataformas de ensino online e a realização de pesquisas sobre o impacto das tecnologias na educação. O laboratório também oferece suporte a professores e alunos na utilização dessas tecnologias, promovendo uma educação mais acessível e de qualidade.

Laércio Elias Pereira iniciou um doutorado na Escola de Comunicações e Artes da USP, sob a orientação de Fredric Litto, com o tema provisório "O fluxo de informação em Educação Física e Esportes no Brasil" . . Este projeto foi a base para o desenvolvimento do Centro Esportivo Virtual (CEV), que mais tarde ele concluiu como tese na Unicamp

Atese de doutorado de Laércio Elias Pereira, que resultou na criação do Centro Esportivo Virtual (CEV), trouxe vários resultados significativos: Criação do CEV: O CEV se tornou um portal de referência para a gestão do conhecimento em Educação Física, Esporte e Lazer, conectando pesquisadores, professores e estudantes Inovação em Documentação e Informação: A tese introduziu novos métodos de documentação e disseminação de informações esportivas, utilizando listas de discussão e outras ferramentas digitais Impacto na Educação Física: O CEV facilitou a troca de informações e a colaboração entre profissionais da área, contribuindo para a regulamentação da profissão e o desenvolvimento de novas práticas educacionais Foram utilizadas várias ferramentas digitais inovadoras para a época. Algumas das principais incluem: Listas de Discussão: Utilizadas para facilitar a comunicação e a troca de informações entre profissionais da área de Educação Física e Esportes; Plataformas de Gestão de Conteúdo: Ferramentas que permitiram a organização e o compartilhamento de documentos e recursos educacionais de forma eficiente; Sistemas deArquivamentoDigital: Utilizados paraarmazenarecatalogarinformações relevantes, facilitando o acesso e a pesquisa de dados esportivos

JOSÉ FRANCISCO DEALMEIDAPACHECO

(Porto, 10 de maio de 1951) é um educador, antropólogo e pedagogista, e grande dinamizador da gestão democrática na Educação.

Foi electricista, estudou engenharia e mudou-se para o Ensino. Foi professor primário e universitário. É um crítico do sistema tradicional de ensino. Para ele, a aula

tradicional é um sistema obsoleto de reprodução de conteúdo que deixa a desejar naquilo que é o mais importante objetivo educacional: a humanização do indivíduo Defende uma escola sem turmas, sem ciclos, sem testes ou exames, sem reprovações, sem campainhas.

Em meados de 2017 era já indutor de mais de 100 projetos para uma nova Educação no Brasil e colaborador voluntário no Projeto Âncora, que segue o mesmo método de ensino da “Escola da Ponte”. Uma escola liceal sem séries, sem prova, sem “aula” e focada na autonomia e protagonismo do aluno que ele próprio tinha sido aí o mentor, nos anos 70, no Norte de Portugal Hoje protagoniza, para o ensino dos jovens e até da sociedade em geral, as chamadas "Comunidades deAprendizagem".

Publicações

• Quando eu for grande, quero ir à Primavera , (2000) Ed. Didática Suplegraf

• Sozinhos na Escola., (2003) Ed. Didática Suplegraf

• Escola da Ponte: um outro caminho para a Educação, (2004) Editora Suplegraf

• Caminhos para a Inclusão, (2006)Artmed Editora

• Para Alice, com Amor, (2007) Cortez Editora

• Escola da Ponte – Formação e Transformação da Educação, (2008) Vozes Editora

• Para Os Filhos Dos Filhos Dos Nossos Filhos, (2008) Papirus Editora

• Pequeno Dicionário de Absurdos em Educação, (2009) editoraArtmed

• Pequeno Dicionário das Utopias da Educação, (2009) editora Wak

• Dicionário de Valores, (2012) editora SM

• Inclusão não rima com solidão, (2012) editora Wak

• Escola da Ponte - Vila Das Aves - Portugal, (2012) editora Rovelle

• A Avaliação da Aprendizagem na Escola da Ponte, (2012) Wak editora

• A Escola da Ponte Sob Múltiplos Olhares - Palavras de Educadores, Alunos e Pais, (2013) editora Penso

• Crônicas Educação – Denunciar e Anunciar, vol. 1, (2013) editora Nossa Cultura

• Crônicas Educação – Denunciar e Anunciar, vol. 2, (2014) editora Nossa Cultura

• Aprender em Comunidade, (2014) editora SM

• Escola da Ponte - uma escola pública em debate, (2015) Cortez Editora

Escreve com regularidade artigos em revistas, nomeadamente as digitais Educare.pt[8] e na Revista Educação[9]

A Escola da Ponte é uma instituição pública de ensino localizada em Santo Tirso, Portugal. Fundada em 1976 pelo pedagogo José Pacheco, a escola é conhecida por seu método de ensino inovador, baseado nos princípios das escolas democráticas e da educação inclusiva. A escola promove a autonomia e a consciência cívica dos alunos, envolvendo-os ativamente na gestão da escola e nos processos de aprendizagem. Este modelo educativo é inspirado nas ideias pedagógicas de Célestin Freinet e Paulo Freire, e tem sido reconhecido internacionalmente como um exemplo de educação democrática e participativa

José Pacheco teve uma influência significativa no pensamento de Laercio Elias Pereira, especialmente na construção do Centro Esportivo Virtual (CEV). Pacheco é conhecido por sua abordagem inovadora e democrática na educação, que valoriza a autonomia dos alunos e a aprendizagem colaborativa Laercio Elias Pereira incorporou muitos desses

princípios ao desenvolver o CEV.Aideia de criar um ambiente de aprendizagem aberto e colaborativo, onde os usuários podem compartilhar conhecimentos e experiências, reflete a filosofia educacional de Pacheco. Além disso, a ênfase na educação inclusiva e na participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem são características que Pereira adotou do modelo da Escola da Ponte.

ANTONIO BOAVENTURADASILVA

Centro Esportivo Virtual | CEV | Antonio Boaventura da Silva: o Professor e Suas Concepções Sobre a Educação Física nas Décadas de 1940-1970 Foi um importante professor e pesquisador na área de educação física no Brasil. Ele teve uma carreira notável entre as décadas de 1940 e 1970, sendo um defensor fervoroso da inclusão da educação física nas instituições de ensino superior. Foi diretor da seção técnica do Departamento de Educação Física e Esporte e professor de Educação Física Geral Masculina e Ginástica na Escola de Educação Física do Estado de São Paulo Ele também foi o primeiro diretor do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (Cepeusp), onde trabalhou para implementar a educação física como disciplina obrigatória nas universidades. Sua filosofia de ensino enfatizava a importância das atividades físicas, esportivas e recreativas na formação integral do ser humano, contribuindo para o bem-estar individual e social . Ele acreditava que a educação física deveria ser valorizada não apenas como uma exigência legal, mas como um componente essencial da formação cultural e profissional dos estudantes

Antonio Boaventura da Silva influenciou significativamente o pensamento de Laercio Elias Pereira na construção do Centro Esportivo Virtual (CEV). Boaventura da Silva era um defensor da educação física como parte essencial da formação integral dos estudantes, enfatizando a importância das atividades físicas, esportivas e recreativas para o bem-estar individual e social. Laercio incorporou esses princípios ao desenvolver o CEV, criando uma plataforma que valoriza a educação física e esportiva como componentes fundamentais da educação.Avisão de Boaventura da Silva sobre a educação física como uma disciplina que contribui para a formação cultural e profissional dos estudantes foi refletida na missão do CEV de promover o conhecimento e a prática da educação física e dos esportes.Além disso, a ênfase de Boaventura da Silva na inclusão e na acessibilidade da educação física nas instituições de ensino superior inspirou Pereira a criar um recurso acessível e colaborativo para profissionais e estudantes de educação física e esportes.

LINO CASTELLANI FILHO é um renomado educador e pesquisador brasileiro na área de educação física. Ele possui doutorado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Conhecido por suas contribuições significativas para o desenvolvimento das políticas públicas de educação física, esporte e lazer no Brasil

Ele foi professor na Faculdade de Educação Física da Unicamp e atuou como Secretário Nacional de Desenvolvimento do Esporte e do Lazer no Ministério do Esporte. Além disso, é autor de diversos livros e artigos que abordam a história e a metodologia da educação física no Brasil. Tem várias publicações importantes na área de educação física, esporte e lazer.Aqui estão algumas de suas principais obras:

1. "Educação Física no Brasil: A História que não se conta" - Este livro aborda a história da educação física no Brasil, destacando aspectos que muitas vezes são negligenciados

2. "Política Educacional e Educação Física" - Nesta obra, Castellani Filho discute as políticas educacionais relacionadas à educação física no Brasil

3. "Metodologia do Ensino de Educação Física" - Coletivo de autores, este livro é uma referência na metodologia de ensino da educação física

4. "Gestão Pública e Política de Lazer: A Formação de Agentes Sociais" - Este livro trata da formação de agentes sociais para a gestão pública e políticas de lazer

5. "Educação Física, Esporte e Lazer: Reflexões nada aleatórias" - Uma coletânea de reflexões sobre a educação física, o esporte e o lazer

Também tem vários artigos publicados em revistas científicas.Alguns dos seus trabalhos mais citados incluem:

1. "Pelos meandros da educação física" - Publicado na Revista Brasileira de CiênciasdoEsporte,esteartigodiscuteatrajetóriaeosdesafiosdaeducaçãofísica no Brasil

2. "A política esportiva brasileira: de ‘política de estado’ ao ‘estado da política’" - Publicado na revista Motrivivência, este artigo analisa as políticas esportivas no Brasil após a Constituição de 1988

3. "Aformação sitiada. Diretrizes Curriculares de Educação Física em disputa: jogo jogado?" - Publicado na revista Pensar a Prática, este artigo aborda as disputas em torno das diretrizes curriculares de educação física

Esses artigos refletem a profundidade e a abrangência das pesquisas de Castellani Filho, contribuindo significativamente para o campo da educação física e das políticas públicas relacionadas.

Lino Castellani Filho | Escavador - Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas, Unicamp (1999); Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP(1988); Graduado em Educação Física pela USP(1974); Professor Livre-Docente (aposentado) da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas, Unicamp (1986/2011); Professor-Visitante da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília, FEF/UnB (2012/13 e 2016/17); Docente da Universidade Federal do Maranhão - UFMA (1978/1986); Secretário Nacional de Desenvolvimento do Esporte e do Lazer (Ministério do Esporte, janeiro de 2003 a abril de 2006); Presidente do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte, CBCE (1999/2001 e 2001/2002); Presidente da Associação de Docentes da Universidade Estadual de Campinas - Adunicamp (1996/98); Diretor da Associação de Docentes da Universidade Estadual de Campinas - Adunicamp (1994/96); Assessor da Secretaria Municipal de Esporte, Recreação e Lazer de São Paulo - SP (1989/90); Coordenador do Grupo de Trabalho Temático do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte - CBCE (2009/2011); MembroEfetivodoColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte?CBCE;MembroEspecial do Conselho Científico do Grupo de Trabalho Temático de Políticas Públicas do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte - CBCE; Membro Efetivo da Red Latinoamericana y Caribea de Deporte Social para la Inclusión.Autor dos livros ?Educação Física no Brasil: A História que não se conta? (26ª reimpressão, 2018 [1ª edição, 1988]. Campinas: Papirus), "Educação Física, Esporte e Lazer: Reflexões nada aleatórias" (Campinas: Autores Associados, 2013), ?Política Educacional e Educação Física? (2ª reimpressão, 2002 [1ª edição, 1998]. Campinas: Autores Associados); Organizador do livro "Gestão Pública e Política de Lazer: A Formação de Agentes Sociais" (Campinas: Autores Associados, 2007); Co-autor do livro "Os Jogos de Minha Escola" (Campinas, Autores Associados, 2009); Integrante do Coletivo de Autores do livro ?Metodologia do Ensino

de Educação Física? (Editora Cortez, 14 reimpressões, 2008 - 1ª edição em 1992); Organizador da 2ª edição ampliada do livro "Metodologia do Ensino de Educação Física (Coletivo deAutores, Editora Cortez, 2009, 4ª reimpressão, 2015); Autor de capítulos de livros e artigos em periódicos.

Lino Castellani Filho e Laercio Elias Pereira trabalharam juntos no Maranhão no período de 1976 a 1986. Durante esse tempo, eles colaboraram em diversos projetos e eventos, incluindo o Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte – Regional Norte & Nordeste, realizado em São Luís do Maranhão em 1980

Lino Castellani Filho teve uma influência significativa no pensamento de Laercio Elias Pereira na construção do Centro Esportivo Virtual (CEV). Castellani Filho é conhecido por suas contribuições para a educação física, especialmente no que diz respeito às políticas públicas e à formação de profissionais na área

Aabordagem de Castellani Filho, que enfatiza a importância da educação física como um direito social e um componente essencial da formação integral dos indivíduos, inspirou Pereira a criar o CEV como uma plataforma que promove esses valores. Sua visão sobre a necessidade de políticas públicas inclusivas e acessíveis para a educação física também foi incorporada no CEV, que busca democratizar o acesso ao conhecimento e às práticas esportivas. Além disso, sempre defendeu a importância da reflexão crítica e do debate acadêmico na formação dos profissionais de educação física.Essaperspectivafoi adotada por Pereira no CEV, que se tornou um espaço para a troca de ideias e a disseminação de pesquisas e conhecimentos na área.

ALFREDO GOMES DE FARIAJUNIOR

ALFREDO GOMES DE FARIA JUNIOR E

A EDUCAÇÃO FÍSICA BRASILEIRA

NOSANOS 1960 E 1970: UMAHISTÓRIAQUE SE CONTA| Fiep Bulletin - online

CEV -Alfredo Gomes de Faria Junior Nascido a 22 de agosto de 1937, no Rio de Janeiro, neto dos migrantes portugueses Maria Rosa Gomes (Rio Tinto, Porto) e José Gomes de Faria (Barcelos). Concluiu seus cursos de graduação em Educação Física e em Pedagogia, seu Mestrado em Educação (Métodos e Técnicas de Ensino) e Doctorat en Education Physique - Universite Libre de Bruxelles em 1980, com grande distinção. Fez seu curso de pós-doutorado na Faculdade de Educação, na Universidade de Londres. A Universidade do Porto, através de sua Faculdade de Desporto (FADEUP), outorgou-lhe o título de Doutor Honoris Causa. Trabalhou como professor adjunto na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, de 1974 a 2004 - Aposentado. Sua última filiação foi a Universidade Salgado de Oliveira. Como professor titular do Programa de Pós-graduação em Ciências da Atividade Física, publicou artigos em periódicos especializados, trabalhos em anais de eventos, capítulos de livros e livros. Orientou dissertações de mestrado e tese de doutorado, além de trabalhos de conclusão de curso na área de Educação Física. Recebeu diversos prêmios e homenagens. Em suas atividades profissionais interagiu com centenas de colaboradores em coautorias detrabalhos científicos. Em seuCurrículoLattes os termos mais frequentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Educação Física, idosos, atividade física, atividades físicas, desporto, didática, formação de professores, promoção da saúde, educação gerontologia e educação especial. Alfredo faleceu no dia 9 de junho de 2019, deixando-nos uma herança inestimável.

Alfredo Gomes de Faria Junior teve uma influência significativa no pensamento de Laercio Elias Pereira e na construção do Centro Esportivo Virtual (CEV). Aqui estão alguns pontos chave dessa influência:

1. Formação Acadêmica e Profissional: Faria Junior, com sua vasta experiência acadêmica e profissional, serviu como um modelo para Pereira. Sua trajetória e suas contribuições para a Educação Física no Brasil inspiraram Pereira a seguir uma abordagem inovadora e integradora na criação do CEV

2. Enfoque na Educação Gerontológica: Faria Junior foi um pioneiro na educação gerontológica e na promoção da saúde, áreas que influenciaram Pereira a considerar a inclusão de conteúdos diversificados e abrangentes no CEV

3. Publicações e Pesquisas:As publicações e pesquisas de Faria Junior forneceram uma base teórica sólida para Pereira. A abordagem metodológica e os estudos de caso apresentados por Faria Junior ajudaram a moldar a estrutura e os objetivos do CEV

4. Colaboração e Orientação:Ainteração profissional entre Faria Junior e Pereira, seja através de orientações diretas ou colaborações em projetos, foi crucial para o desenvolvimento do CEV. Essa colaboração permitiu a troca de ideias e a implementação de práticas inovadoras na plataforma

Essas influências foram fundamentais para que o CEV se tornasse uma referência em recursos de informação e formação contínua na área de Educação Física e Esportes.

JOÃO BATISTA ANDREOTI GOMES TOJAL - Professor de Educação Física. Brasil. Campinas-SP Lattes

João Batista Andreotti Gomes Tojal is a prominent figure in the field of Physical Education in Brazil. He was born in Campinas, São Paulo, on June 24, 1944.

Conselheiro Federal de Educação Física. Fundador da Faculdade de Educação Física da Unicamp. Orientador da tese que originou o CEV.

Experiência Profissional: Graduado em Educação Física, Mestre em Filosofia da Educação; Doutor em Motricidade Humana – FMH - Univ. Técnica de Lisboa- Portugal. Criador e primeiro diretor da Faculdade de Educação Física da Unicamp. Ex- Pró-Reitor de Extensão da Unicamp. Criador e Ex-Presidente do Conselho dos Dirigentes das Escolas de Educação Física do Estado de São Paulo - CONDEFESP; Criador e primeiro Presidente da Sociedade Internacional de Motricidade Humana – SIMH. Vice-Presidente do Conselho Federal de Educação Física – CONFEF. Presidente da Comissão de Ética do CONFEF. 1999/2012 Membro Efetivo do Conselho nacional de Esporte – CNE –2009/2013 Membro da Comissão de Especialista em Educação Física da SESu –Parecer CNE/CES 058/2004 e Resolução CNE/CES 7/2004 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Graduação (Bacharelado) em Educação Física. Membro da Comissão de Especialistas junto ao INEP para elaboração do ENADE2004; Multiplicador/Capacitador de Avaliadores Institucionais e de Cursos do INEP. Criador e Diretor Presidente da Associação Esporte Abraça Campinas – SEAC – 07 de julho de 2005.

Autordos livros: -Currículo deGraduaçãoem EducaçãoFísica.Campinas:Ed.Unicamp, 1989 - Motricidade Humana – O paradigma emergente, Campinas: Ed. Unicamp, 1994Da Educação Física a Motricidade Humana – a preparação do profissional, Lisboa/Portugal: Ed. Piaget, 2004. - Ética Profissional na Educação Física. Rio de Janeiro: Ed. Shape, 2004. -AÉtica e a Bioética na preparação e na intervenção do

Profissional de Educação Física. Belo Horizonte/MG: Ed. Casa da Educação Física, 2006. - Epistemologia da Educação Física. Lisboa/Portugal: Ed. Piaget, 2010. na

Biblioteca

João Batista Gomes Tojal teve uma influência significativa no pensamento de Laercio Elias Pereira, especialmente na criação do Centro Esportivo Virtual (CEV). Ambos são figuras importantes na área de Educação Física e compartilharam uma visão inovadora sobre o uso da tecnologia na educação e no esporte. Sua influência se deu principalmente através de sua orientação acadêmica e visão inovadora sobre a integração da tecnologia na educação física.

1. OrientaçãoAcadêmica: Tojal foi orientador de Laercio Elias Pereira durante seu doutorado na UNICAMP. Essa orientação foi fundamental para o desenvolvimento do conceito do CEV

2. Visão Inovadora: Tojal sempre defendeu o uso da tecnologia como ferramenta de apoio à educação e ao esporte. Sua experiência e conhecimento ajudaram a moldar a estrutura e os objetivos do CEV, que visa disseminar conhecimento e promover a formação contínua de profissionais da área

3. Contribuições Diretas: Além de sua orientação, Tojal participou ativamente de discussões e eventos relacionados ao CEV, contribuindo com sua expertise para o desenvolvimento da plataforma

. Essas influências foram essenciais para que o CEV se tornasse uma referência em recursos de informação e formação em Educação Física e Esportes na internet.

LAMARTINE PEREIRADACOSTA

Graduação em Ciências Navais pela Escola Naval (1958), licenciatura em Educação Física pela Escola de Educacao Fisica do Exercito (1963) e doutorado em Filosofia pela Universidade Gama Filho (1989). Atualmente é professor titular da Universidade Gama Filho, membro Conselho Pesquisas do Comité Olimpico Internacional em Lausanne (Suiça) e professor visitante da Universidade Técnica de Lisboa. Atuou como professor visitante da Universidade do Porto (Portugal), da Academia Olimpica Internacional (Grecia) e da Universidade Autonoma de Barcelona (Espanha). No Brasil foi professor da Universidade Católica de Petrópolis (Engenharia), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Mestrado em Geografia), UNIRIO (Mestrado em Memoria Social), USP (Mestrado Educação Física) e UERJ (Graduação Educação Física). Tem experiência nas áreas de Educação Física, Administração, Historia e Filosofia com ênfase em meio ambiente, esportes, lazer e Gestão do Conhecimento. Tem produção contínua em pesquisas desde 1967 no Brasil e no exterior, com inicio na area de meio ambiente. CEV - LAMARTINE PEREIRADACOSTA nasceu em 1935, no Rio de Janeiro, em uma família de açorianos espalhada por vários países.Aos 16 anos entrou no Colégio Naval e em seguida começou a estudar Engenharia Operacional, na Escola Naval da Marinha. Mais motivado pelo esporte do que pela engenharia, acabou se transferindo para a Escola de Educação Física do Exército. Começou também a praticar capoeira com Mestre Artur Emídio e seu discípulo Djalma Bandeira. Autor do primeiro bestseller sobre capoeira, na década de 1960, organizador do Atlas do Esporte no Brasil e do eEsporte, o professor Lamartine se dedica à disseminação de conhecimentos nas diversas áreas de educação física. Professor Lamartine (1935) - CAPOEIRACONTEMPORÂNEA

Lamartine Pereira da Costa é um renomado pesquisador brasileiro na área de Educação Física e Ciências do Esporte. Ele fez parte do grupo que desenvolveu a Ciência do Treinamento Esportivo na década de 1960 e foi responsável pelo planejamento do treinamento em altitude, fundamental para a preparação da seleção brasileira de futebol para a Copa do Mundo de 1970

Ele também atuou no Conselho de Pesquisas do Comitê Olímpico Internacional e na Agência MundialAntidoping (WADA). Recentemente, foi homenageado com o título de Doutor Honoris Causa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) por suas seis décadas de dedicação aos Estudos Olímpicos e Ciências do Esporte

contribuições significativas para o esporte, especialmente no Brasil.

Desenvolvimento da Ciência do Treinamento Esportivo: Na década de 1960, ele foi um dos pioneiros na criação dessa ciência, que foi crucial para o planejamento do treinamento em altitude da seleção brasileira de futebol, contribuindo para a conquista do tricampeonato na Copa do Mundo de 1970

Estudos Olímpicos: Lamartine é um dos principais estudiosos dos Jogos Olímpicos, tendo atuado no Conselho de Pesquisas do Comitê Olímpico Internacional. Ele também foi um dos responsáveis pela criação doAtlas do Esporte no Brasil, que mapeia a importância econômica e social das atividades físicas no país

EducaçãoFísicaeGestãodoEsporte: Eletemumalongacarreira acadêmica, com atuação em diversas universidades no Brasil e no exterior. Sua pesquisa e ensino ajudaram a consolidar a Educação Física como uma área de conhecimento científico, alinhada com outras disciplinas acadêmicas

Publicações e Pesquisas: Lamartine publicou extensivamente sobre temas como meio ambiente, esportes, lazer e gestão do conhecimento. Suas obras são referência para estudantes e profissionais da área

LaércioEliasPereira,aodesenvolveroCEV,reconheceuLamartinecomo umdosmestres de gestão do projeto. Lamartine atribuiu a longevidade e o sucesso do CEV à sua capacidade de inovação e adaptação às novas tecnologias A visão de Lamartine sobre a importância da inovação e da gestão do conhecimento foi fundamental para que o CEV se tornasse uma referência em Educação Física, Esportes e Lazer no Brasil. Ele ajudou a moldar a abordagem do CEV, que se destacou por sua credibilidade e atualização constante, servindo como um ponto de encontro virtual para profissionais da área

Modestamente, eu também tive uma pequena influência no pensamento de Laercio Elias Pereira na construção do Centro Esportivo Virtual (CEV). A abordagem, que valoriza a história e a cultura do esporte, inspirou Pereira a criar o CEV como uma plataforma que não apenas dissemina conhecimento técnico, mas também promove a valorização da história e das práticas esportivas locais. Sempre enfatizei a importância de entender o contexto histórico e cultural do esporte, o que influenciou Pereira a incorporar esses elementos no CEV Além disso, tenho me dedicado à formação de profissionais de educação física e à promoção de políticas públicas inclusivas e acessíveis, o que também foi uma inspiração para Pereira. O CEV reflete esses valores, oferecendo recursos e informações que ajudam a democratizar o acesso ao conhecimento e às práticas esportivas.

Alguns conceitos que defendo na área de educação física, esporte e lazer:

1. Educação Física Integral: defende uma abordagem que integra aspectos físicos, sociais e culturais, promovendo o desenvolvimento completo dos indivíduos

2. História e Cultura do Esporte: enfatizo a importância de entender o contexto histórico e cultural do esporte, valorizando as práticas esportivas locais e suas tradições

3. Inclusão e Acessibilidade: sempre destaquei a necessidade de políticas públicas que tornem a educação física e o esporte acessíveis a todos, independentemente de suas condições socioeconômicas

4. Formação de Professores: acredito na importância de uma formação sólida e contínua para os profissionais de educação física, capacitando-os a atuar de maneira eficaz e inclusiva

Esses conceitos influenciaram diretamente Laercio Elias Pereira na construção do Centro Esportivo Virtual (CEV), que reflete esses valores em sua missão e práticas. Em várias publicações que abordam temas como educação física integral, história e cultura do esporte, inclusão e acessibilidade, e formação de professores:

1. "Metodologia das pesquisas em história do esporte e da educação física"Este trabalho foi apresentado no IV Encontro Nacional de História do Esporte, Lazer e Educação Física, realizado em Belo Horizonte em 1996

2. "Revista do Léo" - Uma série de revistas eletrônicas editadas por Vaz, que abordam diversos aspectos da educação física, esporte e lazer, além de resgatar a memória esportiva do Maranhão

3. Artigos em Revistas Científicas - Vaz publicou mais de 250 artigos em revistas dedicadas à educação física e ao esporte, tanto no Brasil quanto no exterior

Além da Revista do Léo, editei várias outras revistas eletrônicas e impressas. Algumas das principais incluem:

1. NovaAtenas, de Educação Tecnológica - Revista eletrônica do Instituto Federal do Maranhão (IF-MA), focada em educação tecnológica. Saíram 22 edições. Provavelmente, a segunda revista eletrônica editada no Brasil, após a do NIB.

2. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - Vaz foi editor das edições 29 a 43 desta revista, que aborda temas históricos e geográficos do Maranhão. Após pequena interrupção, mudança de diretoria, voltou a publicar “IHGM EM REVISTA, já com 11 edições.

3. ALL em Revista - Revista eletrônica da Academia Ludovicense de Letras, onde Vaz foi editor dos volumes 1 a 10, num total de 40 números. Após mudança de diretoria, que ainda não se definiu sobre a continuação das publicações eletrônicas da mesma, passei a editar, em substituição, a Ludovicus.

“Ludovicus”, dedicada a explorar diversos aspectos da história, cultura e sociedade do Maranhão. Os principais temas abordados incluem:

1. História Local:Artigos que exploram eventos históricos, figuras importantes e o desenvolvimento das cidades e regiões do Maranhão.

2. Cultura e Tradições: Discussões sobre as tradições culturais, festas populares e manifestações artísticas do Maranhão.

3. Educação e Esporte: Estudos sobre a evolução da educação física e do esporte na região, incluindo a história do futebol e outras modalidades esportivas.

4. Memória e Patrimônio: Análises sobre a preservação da memória e do patrimônio histórico e cultural do estado.

5. Biografias: Perfis de personalidades maranhenses que tiveram impacto significativo na história e cultura local.

Frequentemente publico edições especiais dedicadas a temas específicos. Por exemplo, a edição de janeiro a março de 2024 foi dedicada à literatura ludovicense/maranhense, num total de17 volumes –300 páginascada,ondese resgatou as poesias publicadas em jornais maranhenses, nos duzentos anos da imprensa no Maranhão. Essas edições especiais abordam uma variedade de tópicos, incluindo história, cultura, educação e esportes, sempre com um foco particular no Maranhão

A “Maranha-y” éumarevistaeletrônicadedicada à(s)história(s)doMaranhão.Arevista aborda uma ampla gama de temas relacionados à história, cultura e memória do estado do Maranhão Os principais temas discutidos na Maranha-y incluem:

1. História Local:Artigos que exploram eventos históricos, figuras importantes e o desenvolvimento das cidades e regiões do Maranhão.

2. Cultura e Tradições: Discussões sobre as tradições culturais, festas populares, e manifestações artísticas do Maranhão.

3. Memória ePatrimônio:Estudossobreapreservaçãodamemóriaedopatrimônio histórico e cultural do estado.

4. Biografias: Perfis de personalidades maranhenses que tiveram impacto significativo na história e cultura local.

5. Análises Críticas: Reflexões e análises críticas sobre a historiografia e as narrativas históricas do Maranhão.

Aborda artigos sobre a história dos esportes e da educação física. Os artigos frequentemente discutem temas como:

1. História do Futebol no Maranhão: Análises sobre a origem e o crescimento do futebol no estado.

2. Educação Física nas Escolas: Estudos sobre a implementação e a evolução da educação física nas instituições de ensino do Maranhão.

3. Personalidades Esportivas: Perfis de figuras importantes que contribuíram para o desenvolvimento do esporte e da educação física na região.

4. Eventos Esportivos Históricos: Relatos e análises de eventos esportivos significativos que ocorreram no Maranhão.

Esses temas refletem a abordagem abrangente da revista, que busca valorizar e preservar a memória esportiva e educacional do Maranhão. Publicaram artigos meus e de outros colaboradores, contribuindo para a disseminação de conhecimento nas áreas de educação física, esporte, lazer, história e cultura. Essas publicações refletem a profundidade e a abrangência das pesquisas que realizo, contribuindo significativamente para o campo da educação física e das políticas públicas relacionadas.

Laércio Elias Pereira tem uma trajetória notável na área de Educação Física e Esportes. Ele possui graduação em Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP) em 1970, mestrado pela mesma instituição com o tema "Mulher e Esporte" em 1984, e doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com a tese "Centro Esportivo Virtual" em 1998

Ao longo de sua carreira, Laércio atuou como professor em diversas universidades, incluindo a Universidade Federal do Maranhão, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade Católica de Brasília, e Unicamp

. Ele também foi treinador de handebol, tendo treinado equipes como o General Motors

E.C., a Seleção Paulista Feminina e a Seleção do Maranhão

Laércio é um dos fundadores do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte(CBCE) e teve um papel importante na criação do Sistema Brasileiro de Documentação e Informação

Esportiva (SIBRADID) e do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF)

Ele também foi presidente do Centro Esportivo Virtual (CEV), uma ONG que se tornou referência em Educação Física e Esportes no Brasil

Além disso, Laércio contribuiu significativamente para a divulgação científica e a educação a distância, utilizando novas tecnologias de informação e comunicação para promover o conhecimento esportivo

Laércio Elias Pereira tem várias publicações importantes na área de Educação Física e Esportes.Algumas de suas principais obras incluem:

1. "Mulher e Esporte": Esta foi sua dissertação de mestrado, concluída em 1984 na Universidade de São Paulo (USP), onde ele estudou o processo de socialização de atletas universitárias brasileiras

2. "Centro Esportivo Virtual": Sua tese de doutorado, defendida em 1998 na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que abordou a criação de um recurso de informação em Educação Física na internet

3. Artigos e Teses: Laércio publicou diversos artigos científicos e participou de eventos acadêmicos, contribuindo para a divulgação do conhecimento em Educação Física e Esportes

4. Contribuições ao CEV: Como fundador do Centro Esportivo Virtual (CEV), ele tem várias publicações e projetos relacionados à educação a distância e ao uso de tecnologias de informação e comunicação no esporte

Laércio Elias Pereira continua a contribuir significativamente para a área de Educação Física e Esportes.Algumas de suas contribuições mais recentes incluem:

1. Projeto Inteligência Esportiva: Laércio é pesquisador do Projeto Inteligência Esportiva, uma iniciativa do Ministério do Esporte em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Este projeto visa desenvolver ferramentas e metodologias para a gestão do esporte no Brasil, utilizando dados e análises para melhorar a tomada de decisões

2. Centro Esportivo Virtual (CEV): Ele continua a liderar o CEV, que se mantém como uma referência em Educação Física, Esportes e Lazer. O CEV promove a educação a distância e a divulgação científica, utilizando novas tecnologias de informação e comunicação para alcançar um público amplo

3. Publicações e Participações em Eventos: Laércio segue publicando artigos científicos e participando de conferências e eventos acadêmicos. Sua pesquisa recente tem focado em temas como a gestão do conhecimento esportivo e a utilização de tecnologias digitais na educação física

Tem uma trajetória rica em colaborações internacionais, que contribuíram significativamente para a área de Educação Física e Esportes.Algumas de suas principais colaborações incluem:

1. Associação Internacional para a Informação Esportiva (IASI): Laércio é membro do Comitê Executivo da IASI, onde trabalha com especialistas de diversos países para promover a troca de informações e o desenvolvimento de tecnologias aplicadas ao esporte

2. ProjetosdePesquisa Conjunta: Eleparticipou de váriosprojetos depesquisaem colaboração com universidades e instituições internacionais, focando em temas como a gestão do conhecimento esportivo e a utilização de novas tecnologias na educação física

3. Conferências e Publicações: Laércio frequentemente apresenta suas pesquisas em conferências internacionais e publica em revistas científicas de renome. Essas atividades ajudam a disseminar suas descobertas e metodologias globalmente, contribuindo para o avanço da ciência do esporte

4. Educação a Distância: Ele tem colaborado com instituições internacionais para desenvolver e implementar programas de educação a distância, utilizando tecnologias de informação e comunicação para alcançar um público global

Essas colaborações internacionais têm sido fundamentais para ampliar o impacto de seu trabalho e promover o intercâmbio de conhecimento na área de Educação Física e Esportes. As colaborações internacionais de Laércio Elias Pereira tiveram um impacto significativo no Brasil, especialmente na área de Educação Física e Esportes. Aqui estão alguns dos principais impactos:

1. Inovação e Tecnologia: Através de suas colaborações internacionais, Laércio trouxe novas tecnologias e metodologias para o Brasil. Isso ajudou a modernizar a educação física e a gestão esportiva no país, promovendo a utilização de plataformas digitais e a educação a distância

2. Formação de Profissionais: Suas colaborações com instituições internacionais contribuíram para a formação de profissionais altamente qualificados. Ele ajudou a implementar programas de intercâmbio e cooperação que permitiram a troca de conhecimentos e experiências entre profissionais brasileiros e estrangeiros

3. Políticas Públicas: Laércio influenciou a formulação de políticas públicas no Brasil, especialmente na regulamentação da profissão de Educação Física. Suas colaborações internacionais ajudaram a trazer melhores práticas e padrões globais para o país, fortalecendo a estrutura e a credibilidade da profissão

4. Divulgação Científica: Ele promoveu a divulgação científica no Brasil, publicando suas pesquisas em revistas internacionais e participando de conferênciasglobais. Isso ajudou acolocaro Brasil nomapadapesquisaesportiva e a atrair mais atenção para os estudos realizados no país

Laércio Elias Pereira tem uma visão otimista e inovadora sobre o futuro da educação física no Brasil. Ele acredita que a integração de novas tecnologias e a valorização da educação a distância serão fundamentais para o desenvolvimento da área. Aqui estão alguns pontos-chave de sua perspectiva:

1. Tecnologia e Educação a Distância: Laércio vê a tecnologia como uma ferramenta essencial para ampliar o acesso à educação física de qualidade. Ele acredita que plataformas digitais e recursos online podem ajudar a formar profissionais mais bem preparados e atualizados, independentemente de sua localização geográfica

2. Gestão do Conhecimento: Ele enfatiza a importância da gestão do conhecimento no esporte, promovendo a troca de informações e experiências entre profissionais.

Isso inclui a criação de redes de colaboração e a utilização de bancos de dados e bibliotecas digitais para facilitar o acesso a pesquisas e estudos científicos

3. Políticas Públicas e Regulamentação: Laércio defende a necessidade de políticas públicas que apoiem a educação física e o esporte, garantindo recursos e infraestrutura adequados. Ele também destaca a importância da regulamentação da profissão, para assegurar que os profissionais sejam devidamente qualificados e reconhecidos

4. Inclusão e Diversidade: Ele acredita que a educação física deve ser inclusiva e promover a diversidade, oferecendo oportunidades para todos, independentemente de gênero, idade ou condição física. Isso inclui a adaptação de programas e atividades para atender às necessidades de diferentes grupos

Esses são alguns dos principais pontos da visão de Laércio Elias Pereira sobre o futuro da educação física no Brasil. Espera ver várias inovações na área de Educação Física que podem transformar a forma como a disciplina é ensinada e praticada no Brasil. Algumas das inovações que ele acredita serem promissoras incluem:

1. Tecnologia e Educação a Distância: Laércio vê um grande potencial na utilização de plataformas digitais para a educação a distância. Isso inclui o uso de aplicativos, cursos online e outras ferramentas que permitem aos alunos aprender e praticar de qualquer lugar

2. Dispositivos Wearables: A integração de dispositivos vestíveis, como smartwatches e rastreadores de atividade, pode fornecer dados em tempo real sobre o desempenho físico dos alunos. Isso ajuda a personalizar os treinos e a monitorar o progresso de forma mais precisa

3. Realidade Virtual e Aumentada: Essas tecnologias podem criar experiências imersivas que tornam as aulas de educação física mais envolventes e interativas. Por exemplo, os alunos podem simular ambientes diferentes ou receber feedback visual instantâneo sobre suas posturas e movimentos

4. Gamificação: A incorporação de elementos de jogos nas atividades físicas pode aumentar o engajamento e a motivação dos alunos. Isso pode incluir desafios, recompensas e competições virtuais que tornam o exercício mais divertido e atrativo

5. Personalização das Atividades: A personalização dos programas de exercícios para atender às necessidades individuais dos alunos é uma tendência crescente. Isso pode ser facilitado pelo uso de dados e análises para criar planos de treino específicos para cada pessoa

Essas inovações têm o potencial de transformar a educação física, tornando-a mais acessível, personalizada e envolvente. Laércio acredita que, ao adotar essas tecnologias, será possível melhorar a qualidade do ensino e promover um estilo de vida mais saudável para todos.

As inovações na área de Educação Física enfrentam vários desafios no Brasil.Aqui estão alguns dos principais:

1. Acesso à Tecnologia: A desigualdade no acesso à tecnologia é um grande obstáculo. Muitas escolas e alunos, especialmente em áreas rurais e periféricas, não têm acesso a dispositivos modernos e à internet de alta qualidade

2. Formação de Professores: A capacitação dos professores para utilizar novas tecnologias emetodologias inovadoras éessencial. Muitos profissionais aindanão

têmaformação necessáriaparaintegraressas ferramentas deformaeficazemsuas práticas pedagógicas

3. Infraestrutura Escolar: A infraestrutura das escolas muitas vezes não está preparada para suportar a implementação de tecnologias avançadas, como dispositivos wearables e realidade virtual. Isso inclui desde a falta de equipamentos até a ausência de espaços adequados para atividades físicas

4. Resistência à Mudança: Há uma resistência cultural à adoção de novas tecnologiasemétodos.Muitosprofissionaiseinstituiçõesaindapreferemmétodos tradicionais de ensino e podem ser relutantes em adotar inovações

5. Políticas Públicas: A falta de políticas públicas que incentivem e financiem a inovação na educação física é um desafio significativo. É necessário um maior investimento governamental para apoiar a modernização das práticas educacionais

6. Inclusão e Diversidade: Garantir que as inovações sejam inclusivas e atendam às necessidades de todos os alunos, independentemente de suas habilidades ou condições socioeconômicas, é um desafio contínuo. A educação inclusiva exige adaptações e recursos específicos que nem sempre estão disponíveis

Esses desafios precisam ser enfrentados para que as inovações na educação física possam ser plenamente implementadas e beneficiar todos os alunos.

Laércio Elias Pereira teve uma passagem significativa pela Escola de Educação Física de Muzambinho (ESEFM). Durante seu tempo na instituição, ele contribuiu para o desenvolvimento e a modernização dos programas de Educação Física, trazendo inovações pedagógicas e tecnológicas. Ele foi um dos pioneiros na implementação de novas tecnologias na educação física, promovendo o uso de plataformas digitais e recursos online para melhorar o ensino e a aprendizagem . Sua abordagem inovadora ajudou a preparar os alunos para os desafios do mercado de trabalho e a integrar a tecnologia nas práticas esportivas. Além disso, Laércio também esteve envolvido em projetos de pesquisa e extensão, colaborando com outros profissionais e instituições para promover a educação física e o esporte na região . Sua atuação na ESEFM deixou um legado duradouro, influenciando positivamente a formação de muitos profissionais da área.

SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES

O I Simpósio Brasileiro de Informática em Educação Física e Esportes ocorreu nos dias 19 e 20 de novembro de 1987 em Campinas, SP na UNICAMP. Este simpósio reuniu profissionais, pesquisadores e estudantes para discutir e explorar as aplicações da tecnologia na Educação Física e nos Esportes.

Evento de Renato Marcos Endrizzi Sabbatini e Informática em Saúde

FEF Unicamp Av. Érico Veríssimo, 701 - Cidade Universitária Campinas CEP: 13083-851 - Campinas -SP

Duração: 9 h 30 min Público · Qualquer pessoa dentro ou fora do Facebook

9h00 às 9h30: Palestra de abertura

Renato Sabbatini (Instituto Edumed): "Perspectivas da tecnologia em Saúde e sua aplicação em Educação Física e Esportes"

9h40 às 12h00: Mesa redonda 1: "ATecnologia à serviço da Educação Física e Ciências do Esporte"

- Lamartine da Costa (UERJ): "Inovação em Educação Física e Esporte"

- Bianca Gama Pena (eMuseu do Esporte, FIRJAN): "Novas Tecnologias e o Museu do Esporte"

- Guilherme Borges Pacheco Pereira (Centro UniversitárioAugusto Mota) e Valdo Vieira (UNISUAM; Veiga deAlmeida): "Aplicativos em Educação Física e Esporte"

- Tiago Russomano (UnB): "O Congresso Pré-Olímpico "Computer Science and Sport" na UnB e a IACSS"

14h00 às 15h30: Mesa Redonda 2

- Gisele Schwartz (UNESP): "Webgames com o corpo"

- Yuri Motoyama (UNIP): "Podcasts em Educação Física e Esporte"

- Leopoldo Gil Dulcio Vaz (IFMA): "O Teusauro em Esporte"

16h00 às 17h30: Mesa Redonda 3

- Sandra Caldeira (SC Consultoria): "Voleibol e Tecnologia: O que interferiu no treinamento, preparação e jogo desde as primeiras intervenções e o relato no Simpósio de 1987"

- Luciano Mercadante: "Tecnologia e desempenho no basquetebol"

17h30 às 18h00

MESADE ENCERRAMENTO COM OS PALESTRANTES: "Perspectivas da Tecnologia em Educação Física e Esporte"

Aparticipação é aberta e gratuita.

Local: Faculdade de Educação Física (FEF) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campus de Barão Geraldo, Campinas, SP O evento também será transmitido pela web em tempo real pelo Instituto Edumed.

Detalhes e programação do evento: http://cev.org.br/eventos/info30

O evento incluiu palestras, workshops e apresentações de pesquisas que abordaram temas como a simulação em computadores na formação de professores, a implantação de microcomputadores nas escolas de Educação Física e as perspectivas da tecnologia em saúde e sua aplicação na área

1. Tecnologia na Educação Física: Exploração de como a tecnologia pode ser integrada ao ensino da Educação Física, incluindo o uso de simulações e ferramentas digitais para melhorar a formação de professores

2. Implantação de Microcomputadores: Discussões sobre a implementação de microcomputadores nas escolas de Educação Física e como isso pode transformar o ensino e a prática esportiva

3. Saúde e Tecnologia: Perspectivas sobre como a tecnologia pode ser aplicada na promoção da saúde, incluindo o monitoramento de atividades físicas e a análise de dados para melhorar o desempenho esportivo

4. Inovação e Colaboração: O papel da inovação aberta e colaborativa na Educação Física e Esportes, destacando iniciativas como o Centro Esportivo Virtual (CEV) e suas contribuições para a área

Este I Simposio teve uma influência significativa na criação do Centro Esportivo Virtual (CEV).Aqui estão alguns pontos chave dessa influência:

1. Inspiração e Visão: O simpósio destacou a importância da integração da tecnologia na Educação Física, inspirando profissionais como Laercio Elias Pereira a explorar novas formas de utilizar a informática para melhorar o ensino e a prática esportiva

2. Redes de Colaboração: O evento reuniu especialistas e profissionais de diversas áreas, criando uma rede de contatos e colaboração que foi essencial para o desenvolvimento do CEV. Essas conexões permitiram a troca de ideias e a implementação de práticas inovadoras

3. Discussões e Temas Relevantes: Os temas discutidos no simpósio, como a implantação de microcomputadores nas escolas de Educação Física e a utilização de simulações para a formação de professores, forneceram uma base teórica e prática que influenciou diretamente a estrutura e os objetivos do CEV

4. Capacitação e Formação: O simpósio também enfatizou a necessidade de capacitar profissionais da área para o uso de novas tecnologias, algo que foi incorporado no CEV através de cursos, workshops e materiais educativos

INFO30. COMEMORAÇÃO DE 30ANOS DO I SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICAEM EF & ESPORTES

28 de novembro de 2017 Brasil, Campinas-SP.

Realização: CEV, FEF-Unicamp E CBCE-SP

28.NOV de 2017 - TERÇA-FEIRA

o 8h30 às 9h00

Cerimônia deAbertura - Presença de representantes institucionais

Moderação: Rafael Moreno Castellani (CEV; CBCE/SP; FAM)

Laércio Elias Pereira (CEV) /Alan Costa (CBCE/SP; SEME) / Miguel de Arruda - Diretor da FEF-Unicamp

o 9h00 às 9h30

Palestra de abertura: "Perspectivas da tecnologia em Saúde e sua aplicação em Educação Física e Esporte" - Renato Sabbatini (Instituto Edumed; Unicamp)

o 9h40 às 12h00

o Mesa redonda 1: "A Tecnologia à serviço da Educação Física e Ciências do Esporte"

Moderação: Luciano Mercadante (FCA-Unicamp) / Lamartine Da Costa (UERJ) / "Inovação em Educação Física e Esporte" / Bianca Gama Pena (Museu do Esporte; FIRJAN)

"Novas Tecnologias e o Museu do Esporte" / Guilherme Borges Pacheco Pereira (Centro Univ.ersitário Augusto Mota) & Valdo Vieira (UNISUAM; Veiga de Almeida)

"Aplicativos em Educação Física e Esporte" / Tiago Russomano (Centro Olímpico/UNB) / "O Congresso Pré-Olímpico "Computer Science and Sport" na UnB e a IACSS"

• 12h00 às 14h00 - Intervalo

o 14h00 às 15h30

o Mesa redonda 2: Relações entre as tecnologias, Educação Física e o Esporte

Moderação: Leopoldo Gil Dulcio Vaz (IFMA) / Gisele Schwartz (Unesp/Rio Claro) "Webgames com o corpo" / Yuri Motoyama (UNIP/ UNIFESPGEPEFEX) "Podcasts em Educação Física e Esporte" / Alan Costa (CBCE/SP; SEME) "Competências digitais dos professores de Educação Física"

o 15h30 às 16h00 - Intervalo

16h00 às 17h30

Mesa redonda 3: Atecnologia e a informática em prol do Esporte

o Moderação: Elaine Prodócimo (FEF-Unicamp; CBCE/SP) / Sandra Caldeira (SC Consultoria)

"Voleibol e Tecnologia: O que interferiu no treinamento, preparação e jogo desde as primeiras intervenções e o relato no Simpósio de 1987?" / Luciano Mercadante (FCA-Unicamp)

"Tecnologia e desempenho no basquetebol" / Leopoldo Gil Dulcio Vaz (IFMA) "O Teusauro em Esporte"

• 17h30 às 18h00

Mesa de Encerramento com os Palestrantes: "Perspectivas para a Tecnologia em Educação Física e Esporte"

Moderação: Rafael Moreno Castellani

O Núcleo de Informática Biomédica (NIB) da UNICAMP, coordenado por Renato Sabbatini, teve uma participação significativa na realização do I Simpósio Brasileiro de Informática em Educação Física e Esportes em 1987. Aqui estão alguns pontos chave dessa participação:

1. Desenvolvimento Tecnológico: O NIB forneceu suporte tecnológico essencial para o evento, incluindo a disponibilização de equipamentos e softwares necessários para as apresentações e demonstrações

2. Capacitação e Treinamento: O NIB ajudou na capacitação dos participantes, oferecendo treinamentos e workshops sobre o uso de tecnologias de informática aplicadas à Educação Física e Esportes

3. Palestras eApresentações: Renato Sabbatini e outros membros do NIB participaram como palestrantes, compartilhando suas pesquisas e experiências sobre a aplicação da informática na saúde e na educação física

4. Colaboração e Suporte Logístico: O NIB colaborou com a organização do evento, ajudando na coordenação logística e na estruturação das atividades do simpósio

O Núcleo de Informática Biomédica (NIB) da UNICAMP, coordenado por Renato Sabbatini, teve uma influência significativa na criação do Centro Esportivo Virtual (CEV).Aqui estão alguns pontos chave dessa influência:

1. DesenvolvimentoTecnológico: O NIB foi pioneiro na aplicação de tecnologias de informática na área da saúde e educação. Essa expertise tecnológica foi crucial para o desenvolvimento das ferramentas e plataformas utilizadas no CEV.

2. Capacitação e Treinamento: O NIB ofereceu capacitação e treinamento para profissionais da Educação Física, incluindo Laercio Elias Pereira. Isso ajudou a formar uma base sólida de conhecimento sobre como utilizar a informática para melhorar o ensino e a prática esportiva.

3. Colaboração e Suporte: A colaboração entre o NIB e a Faculdade de Educação Física da UNICAMP facilitou a troca de ideias e a implementação de projetos conjuntos. O suporte técnico e acadêmico do NIB foi essencial para a criação e manutenção do CEV.

4. Inovação e Pesquisa: O NIB promoveu a inovação e a pesquisa em informática aplicada à saúde e educação, fornecendo uma base teórica e prática que influenciou diretamente os objetivos e a estrutura do CEV. Esses elementos foram fundamentais para que o CEV se tornasse uma plataforma inovadora e eficaz na disseminação de conhecimento e na formação contínua de profissionais de Educação Física e Esportes.

O Departamento de Educação Física da UNICAMP, coordenado por João Batista Gomes Tojal, teve uma participação fundamental na realização do I Simpósio Brasileiro de Informática em Educação Física e Esportes em 1987. Aqui estão alguns pontos chave dessa participação:

1. Organização e Coordenação: O departamento foi responsável pela organização geral do evento, coordenando as atividades, palestras e workshops que ocorreram durante o simpósio

2. Infraestrutura e Logística: O departamento forneceu a infraestrutura necessária para a realização do simpósio, incluindo salas, equipamentos e suporte técnico para as apresentações e demonstrações

3. Palestras e Contribuições Acadêmicas: João Batista Gomes Tojal e outros membros do departamento participaram ativamente como palestrantes, compartilhando suas pesquisas e experiências sobre a integração da informática na Educação Física

4. Capacitação dos Participantes: O departamento também foi responsável por oferecer capacitação e treinamento aos participantes, ajudando-os a se familiarizarem com as novas tecnologias e suas aplicações na área de Educação Física e Esportes

Contou com colaborações de várias instituições além da UNICAMP. Essas colaborações foram essenciais para o sucesso do evento. Aqui estão alguns exemplos:

1. Escolas Técnicas e Universidades: Instituições como a Escola Técnica Federal do Maranhão participaram do simpósio, contribuindo com apresentações e discussões sobretemas relevantes,como aconstruçãodeum tesauroem Educação Física e Esportes

2. Sociedade Brasileira de Computação (SBC): A SBC, através de sua Comissão Especial de Informática na Educação, apoiou o evento, promovendo a integração da informática na educação e facilitando a troca de experiências entre pesquisadores e profissionais

3. Instituições de Saúde e Tecnologia: O Núcleo de Informática Biomédica (NIB) da UNICAMP, coordenado por Renato Sabbatini, também colaborou significativamente, fornecendo suporte tecnológico e capacitação para os participantes

Essas colaborações ajudaram a enriquecer as discussões e a promover a integração da tecnologia na Educação Física e Esportes, estabelecendo uma base sólida para iniciativas futuras como o Centro Esportivo Virtual (CEV).

Quando o I Simpósio Brasileiro de Informática em Educação Física e Esportes foi realizado, nos dias 19 e 20 de novembro de 1987, o Centro EsportivoVirtual (CEV) ainda não havia sido constituído. O CEV foi criado posteriormente, em janeiro de 1996

Laercio Elias Pereira teve uma participação ativa no simpósio, contribuindo com suas ideias e experiências sobre a integração da tecnologia na Educação Física. Sua participação no evento e as discussões que ocorreram lá foram fundamentais para a concepção e desenvolvimento do CEV

O simpósio serviu como uma plataforma para Pereira explorar e compartilhar conceitos que mais tarde seriam incorporados no CEV, ajudando a moldar a visão e os objetivos da plataforma.

oISimpósioBrasileirodeInformáticaemEducaçãoFísicaeEsportes,realizadoem1987, teveumimpactosignificativonaformaçãodoCentroEsportivoVirtual(CEV).Aquiestão alguns pontos chave desse impacto:

1. Inspiração e Visão: O simpósio destacou a importância da integração da tecnologia na Educação Física, inspirando Laercio Elias Pereira e outros profissionais a explorar novas formas de utilizar a informática para melhorar o ensino e a prática esportiva

2. Redes de Colaboração: O evento reuniu especialistas e profissionais de diversas áreas, criando uma rede de contatos e colaboração que foi essencial para o desenvolvimento do CEV. Essas conexões permitiram a troca de ideias e a implementação de práticas inovadoras

3. Discussões e Temas Relevantes: Os temas discutidos no simpósio, como a implantação de microcomputadores nas escolas de Educação Física e a utilização de simulações para a formação de professores, forneceram uma base teórica e prática que influenciou diretamente a estrutura e os objetivos do CEV

4. Capacitação e Formação: O simpósio também enfatizou a necessidade de capacitar profissionais da área para o uso de novas tecnologias, algo que foi incorporado no CEV através de cursos, workshops e materiais educativos Posteriormente, houve vários eventos relacionados ao Centro EsportivoVirtual (CEV). O CEV tem sido ativo na organização e participação de diversos congressos, simpósios e encontros que promovem a integração da tecnologia na Educação Física e Esportes. Alguns exemplos incluem:

1. Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte (CONBRACE): O CEV frequentemente participa e contribui com apresentações e workshops neste congresso, que é um dos mais importantes na área de Educação Física no Brasil

2. Encontros Internacionais: O CEV também tem presença em eventos internacionais, como o Congresso Internacional de Educação Física e Desportos, onde compartilha pesquisas e inovações tecnológicas aplicadas ao esporte

3. Simpósios e Seminários: Além dos grandes congressos, o CEV organiza e participa de simpósios e seminários específicos, como o Simpósio Internacional de Políticas Públicas de Atividade Física e Comportamento Sedentário, promovendo discussões sobre temas emergentes na área

O evento Info30, realizado em 28 de novembro de 2017, comemorou os 30 anos do I Simpósio Brasileiro de Informática em Educação Física e Esportes. O Centro Esportivo Virtual (CEV) teve uma participação significativa neste evento:

1. Organização e Coordenação: O CEV foi um dos principais organizadores do Info30, ajudando a coordenar as atividades e a programação do evento

2. Palestras e Mesas Redondas: Laercio Elias Pereira, um dos fundadores do CEV, participou ativamente do evento, moderando sessões e contribuindo com palestras sobre a evolução da tecnologia na Educação Física e Esportes

3. TransmissãoOnline:OCEVfacilitouatransmissãoonlinedoevento,permitindo que um público mais amplo pudesse participar e acompanhar as discussões e apresentações

4. Discussões Temáticas: O CEV contribuiu para as discussões temáticas, trazendo insights sobre o uso de aplicativos, webgames e outras tecnologias emergentes na Educação Física e Esportes

Essas contribuições foram fundamentais para o sucesso do Info30 e para a promoção contínua da integração da tecnologia na Educação Física e Esportes.

o evento Info30 contou com vários palestrantes convidados que trouxeram suas perspectivas e conhecimentos sobre a integração da tecnologia na Educação Física e Esportes.Alguns dos principais palestrantes incluíram:

1. RenatoSabbatini (Instituto Edumed):Eleapresentou apalestradeabertura sobre "Perspectivas da tecnologia em Saúde e sua aplicação em Educação Física e Esportes"

2. Lamartine da Costa (UERJ): Falou sobre "Inovação em Educação Física e Esporte"

3. Bianca Gama Pena (eMuseu do Esporte, FIRJAN): Abordou "Novas Tecnologias e o Museu do Esporte"

4. Guilherme Borges Pacheco Pereira (Centro Universitário Augusto Mota) e Valdo Vieira (UNISUAM; Veiga de Almeida): Discutiram "Aplicativos em Educação Física e Esporte"

5. Tiago Russomano (UnB): Apresentou sobre "O Congresso Pré-Olímpico 'Computer Science and Sport' na UnB e a IACSS"

6. Gisele Schwartz (UNESP): Falou sobre "Webgames com o corpo"

7. Yuri Motoyama (UNIP): Discutiu "Podcasts em Educação Física e Esporte"

8. Leopoldo Gil Dulcio Vaz (IFMA): Apresentou sobre "O Tesauro em Esporte"

9. Sandra Caldeira (SC Consultoria): Abordou "Voleibol e Tecnologia: O que interferiu no treinamento, preparação e jogo desde as primeiras intervenções e o relato no Simpósio de 1987"

10. Luciano Mercadante: Falou sobre "Tecnologia e desempenho no basquetebol"

Esses palestrantes trouxeram uma variedade de perspectivas e conhecimentos, enriquecendo as discussões sobre a aplicação da tecnologia na Educação Física e Esportes.

vários insights importantes foram compartilhados pelos palestrantes. Aqui estão alguns dos principais:

1. Evolução da Tecnologia na Educação Física: Renato Sabbatini destacou como a tecnologia evoluiu desde o primeiro simpósio em 1987 e seu impacto na educação física e nos esportes, enfatizando a importância da adaptação contínua às novas ferramentas tecnológicas

2. Aplicativos e Webgames: Guilherme Borges Pacheco Pereira e Valdo Vieira discutiram o uso de aplicativos e webgames como ferramentas educacionais e de treinamento, mostrando exemplos práticos de como essas tecnologias podem ser integradas ao currículo de Educação Física

3. Realidade Aumentada e Inteligência Artificial: Tiago Russomano apresentou sobre o uso de realidade aumentada e inteligência artificial em contextos esportivos, destacando como essas tecnologias podem melhorar o desempenho e a experiência de aprendizado

4. Capacitação Contínua: Gisele Schwartz e Yuri Motoyama enfatizaram a importância da capacitação contínua dos profissionais de Educação Física para acompanhar as inovações tecnológicas, sugerindo a utilização de podcasts e webgames como ferramentas de aprendizado

5. Promoção da Saúde e Bem-Estar: Sandra Caldeira discutiu como a tecnologia pode ser utilizada para promover a saúde e o bem-estar, tanto em contextos educacionais quanto esportivos, destacando a evolução das intervenções tecnológicas no voleibol desde 1987

Esses insights refletem a importância contínua da tecnologia na educação física e esportes, destacando as inovações e desafios enfrentados ao longo dos anos. Concluiu com várias recomendações importantes para o futuro da integração da tecnologia na Educação Física e Esportes.Aqui estão alguns dos principais pontos:

1. Continuidade na Capacitação: Foi enfatizada a necessidade de capacitação contínua dos profissionais de Educação Física para acompanhar as inovações tecnológicas. Isso inclui a oferta de cursos, workshops e materiais educativos atualizados

2. InovaçãoePesquisa:Osparticipantes foramincentivadosacontinuarexplorando novas tecnologias, como realidade aumentada e inteligência artificial, e suas aplicações na área de Educação Física e Esportes

3. Colaboração Interinstitucional: Foi destacada a importância da colaboração entre diferentes instituições e profissionais para promover a troca de conhecimentos e a implementação de práticas inovadoras

4. Promoção da Saúde e Bem-Estar: Recomendou-se o uso de tecnologias para promover a saúde e o bem-estar, tanto em contextos educacionais quanto esportivos, aproveitando ferramentas digitais para monitoramento e análise de dados

Após o Info30, o Centro Esportivo Virtual (CEV) passou por várias adaptações e inovações para continuar promovendo a integração da tecnologia com a educação física e os esportes.Aqui estão algumas das principais mudanças:

Atualização de Recursos Tecnológicos

• Plataformas de Aprendizado Online: O CEV incorporou novas plataformas de aprendizado online, oferecendo cursos e treinamentos virtuais que permitem aos usuários acessar conteúdos de qualquer lugar

• Aplicativos de Monitoramento: Foram introduzidos aplicativos para monitoramento de desempenho e saúde, ajudando os usuários a acompanhar seu progresso e melhorar suas práticas esportivas

Expansão do Conteúdo Educacional

• Novos Cursos e Materiais: O CEV ampliou sua oferta de cursos e materiais educacionais, incluindo temas atualizados e relevantes para a educação física e os esportes

• Biblioteca Virtual: A biblioteca virtual foi enriquecida com novas publicações, artigos e pesquisas, proporcionando uma base de conhecimento ainda mais robusta para os usuários

Fortalecimento da Comunidade

• Colaboração Internacional: O CEV fortaleceu sua rede de colaboração internacional, promovendo a troca de conhecimentos e experiências entre profissionais de diferentes países

• Eventos e Webinars: Foram organizados eventos e webinars para discutir inovações e tendências na área de educação física e esportes, incentivando a participação ativa da comunidade

Inovações Pedagógicas

• Metodologias Ativas: O CEV adotou metodologias ativas de ensino, como a aprendizagem baseada em projetos e a gamificação, para tornar o aprendizado mais envolvente e eficaz

• Personalização do Ensino: A plataforma passou a oferecer recursos personalizados, adaptando oconteúdoàs necessidades einteresses individuais dos usuários

Essas adaptações permitiram que o CEV continuasse a ser uma referência na integração da tecnologia com a educação física e os esportes, promovendo um ambiente de aprendizado contínuo e colaborativo.

O Centro Esportivo Virtual (CEV) tem tido um impacto significativo no desenvolvimento da educação física, dos esportes e da dança, tanto no Brasil quanto no exterior.Aqui estão alguns dos principais impactos:

Educação Física

• Recursos Educacionais: O CEV oferece uma vasta biblioteca de publicações, artigos e pesquisas que são utilizados por professores, estudantes e pesquisadores para aprimorar o ensino e a prática da educação física . Isso inclui materiais sobre metodologias de ensino, inovações tecnológicas e estudos de caso.

• Formação Continuada: A plataforma promove cursos online e webinars que ajudamnaformação continuadadeprofissionais daárea,mantendo-os atualizados com as últimas tendências e práticas

• Colaboração Internacional: O CEV facilita a colaboração entre profissionais de diferentes países, promovendo a troca de conhecimentos e experiências que enriquecem a prática da educação física globalmente Esportes

• TecnologianoEsporte:OCEVtemsidoumpontodereferênciaparaaintegração de tecnologias digitais no esporte, como o uso de aplicativos de monitoramento de desempenho e simuladores de realidade virtual Isso tem ajudado atletas e treinadores a otimizar treinamentos e melhorar o desempenho.

• Gestão do Conhecimento: A plataforma serve como um centro de gestão do conhecimento, oferecendo informações atualizadas sobre diversas modalidades esportivas e promovendo a pesquisa e a inovação no campo dos esportes

• Inclusão e Acessibilidade: O CEV promove a inclusão e a acessibilidade no esporte, oferecendo recursos e informações que ajudam a tornar o esporte mais acessível para pessoas com deficiência e outras populações marginalizadas

Dança

• Pesquisa e Publicações: O CEV disponibiliza pesquisas e artigos sobre os benefícios fisiológicos e psicológicos da dança, bem como sobre metodologias de ensino da dança em diferentes contextos

• Educação e Mídia: A plataforma promove a integração da mídia e da tecnologia no ensino da dança, oferecendo recursos que ajudam professores a utilizar ferramentas digitais para enriquecer suas aulas

• Expressão Cultural: O CEV valoriza a dança como uma forma de expressão cultural, promovendo eventos e discussões que destacam a importância da dança na preservação e promoção da cultura

Impacto Global

• Rede de Conhecimento: O CEV tem criado uma rede global de conhecimento, conectando profissionais de educação física, esportes e dança de diferentes partes do mundo. Isso tem facilitado a disseminação de boas práticas e inovações

• Inovação e Pesquisa: A plataforma tem incentivado a inovação e a pesquisa, promovendo estudos que exploram novas metodologias e tecnologias aplicadas à educação física, aos esportes e à dança

O CEV continua a ser uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento dessas áreas, promovendo a educação, a inclusão e a inovação tanto no Brasil quanto no exterior.

Quanto ao Lazer, No Brasil

1. Pesquisa e Publicações: O CEVtem sido um importante repositório de pesquisas e publicações sobre lazer. Estudos focados em práticas de lazer, políticas públicas e espaços de lazer têm sido amplamente divulgados através da plataforma

2. Formação e Capacitação: A plataforma oferece cursos e webinars que ajudam na formação e capacitação de profissionais que atuam na área de lazer, promovendo a atualização contínua e a troca de conhecimentos

3. Inclusão Social: O CEV promove a inclusão social através de programas e iniciativas que incentivam a participação de diferentes grupos sociais em atividades de lazer, contribuindo para a democratização do acesso ao lazer

No Exterior

1. Colaboração Internacional: O CEV facilita a colaboração entre pesquisadores e profissionais de diferentes países, promovendo a troca de experiências e boas práticas na área de lazer

2. Estudos Comparativos: A plataforma tem sido utilizada para realizar estudos comparativos sobre práticas de lazer em diferentes contextos culturais, ajudando a identificar tendências globais e locais

3. Inovação e Tecnologia: O CEV tem promovido a integração de tecnologias digitais nas práticas de lazer, como o uso de aplicativos e plataformas online para organizar e participar de atividades recreativas

Exemplos de Impacto

• Tendências na Pesquisa sobre o Lazer: Um estudo publicado na Revista Brasileira de Estudos do Lazer analisou os focos dos artigos sobre lazer publicados entre 2000 e 2022, revelando um crescimento significativo no número de pesquisas dedicadas ao tema

• Lazer Massificado: Outro estudo analisou os efeitos negativos do turismo induzido pelo audiovisual na praia tailandesa de Maya Bay, destacando a importância de um planejamento cuidadoso para evitar a degradação ambiental e social

O Centro Esportivo Virtual (CEV) promove a inclusão no lazer de várias maneiras, garantindo que diferentes grupos sociais tenham acesso a atividades recreativas e esportivas.Aqui estão algumas das principais iniciativas:

Políticas Públicas e Inclusão Social

• Direito ao Lazer: O CEV defende o lazer como um direito social, conforme estabelecido na Constituição Brasileira de 1988. A plataforma promove discussões e estudos sobre políticas públicas que garantem o acesso ao lazer para todos, independentemente de classe social, gênero ou idade

• Questões de Gênero: A plataforma aborda questões de gênero no esporte e no lazer, promovendo a participação igualitária de mulheres e outros grupos historicamente marginalizados Isso inclui a análise de legislações e políticas que incentivam a inclusão.

Educação e Capacitação

• Cursos e Webinars: O CEV oferece cursos e webinars que capacitam profissionais a desenvolverem programas de lazer inclusivos. Esses programas são projetados para atender às necessidades de diferentes grupos, incluindo pessoas com deficiência e idosos

• Recursos Educacionais:Aplataforma disponibiliza uma vasta gama de recursos educacionais que ajudam na formação de profissionais comprometidos com a inclusão no lazer. Isso inclui artigos, estudos de caso e publicações sobre práticas inclusivas

Projetos e Iniciativas Comunitárias

• Eventos Inclusivos: O CEV organiza e promove eventos que incentivam a participação de todos os membros da comunidade, criando espaços onde todos se sintam bem-vindos e valorizados

• Parcerias: A plataforma colabora com organizações e instituições que trabalham para promover a inclusão no lazer, ampliando o alcance e o impacto de suas iniciativas

Tecnologia eAcessibilidade

• Plataformas Digitais: O CEV utiliza tecnologias digitais para tornar o lazer mais acessível. Isso inclui aplicativos e plataformas online que permitem a participação em atividades recreativas de qualquer lugar

• InovaçãoTecnológica:Aplataforma promove o uso de tecnologias assistivas que facilitam a participação de pessoas com deficiência em atividades de lazer

Essas iniciativas mostram o compromisso do CEV em promover a inclusão no lazer, garantindo que todos tenham a oportunidade de participar e se beneficiar das atividades recreativas e esportivas.

Biblioteca Virtual CEV-IEFE/UFAL Instituto de Educação Física e Esporte

Cronologia histórica

1978 - Os anais do VI Simpósio de Ciências do Esporte, em São Caetano, foram organizados no formato de microfichas, gerando um fato pioneiro no trato da informação técnica em eventos acadêmicos em Educação Física no país.

1980 – Janeiro: Fundação do Centro de Estudos e Documentação em Educação Física, Esportes e Lazer do Maranhão - CEDEFEL-MA -, em São Luís, reunindo profissionais da área no estado, sob a coordenação de Laércio Elias Pereira e Leopoldo Gil Dulcio Vaz, criou um “centro referencial”- informação sobre a informação -, então denominado de CEDEFEL, para recuperar e organizar informações nas áreas da Educação Física, Esportes e Lazer, a fim de promover a comunicação entre especialistas.

Fevereiro: o CEDEFEL foi apresentado, oficialmente, durante a I Conferência sobre Documentación e Información Desportiva en Latino América, realizado em Medellin – Colômbia, por Laércio Elias Pereira. Estavam presentes ao evento, do Brasil: MEC/SEED (Manfred Loecken), ISEFL (Paulo Medina) , CEDIME (Renate V. H. Sindermann), CBCE (Laércio E. Pereira), SEDEL-MA (Laércio E. Pereira); de outros países: representantes da International Association for Sports Information – IASI, da Espanha, da Argentina, Venezuela, México e do país promotor, Colômbia.

1982 - Cria-se o Micro Esporte Clube, uma cooperativa de informação usando microformas, que publica em 1983, o Índice da Revista Stadium, da Argentina - primeiros 23 anos da publicação -, tendo como autores Leopoldo Gil Dulcio Vaz e Laércio Elias Pereira, co-edição do CEDEFEL-MAe da SEDEL-MA.

1984 - Laércio Elias Pereira e Gabriel Palafox apresentam um trabalho em Midias Interativas, na ECA/USP sobre a divulgação e venda de ingressos de futebol pelo Videotexto.

1987 - No I Simpósio Brasileiro de Informática em Educação Física e Esportes, realizado em Campinas, pela Faculdade de Educação Física - FEF da UNICAMP, Laboratório de Jornalismo - LABJOR e Núcleo de Informática BiomédicaNIB, foi apresentada, pela primeira vez, dentre as possibilidades do uso das novas tecnologias da informação, a proposta de um “centro de estudos virtual”, por Laércio Elias Pereira.

1995 - Realização de Curso de Atualização em Jornalismo Esportivo e Encontro de Editores de Revistas Técnicas em Educação Física e Esportes - 12 a 15 de dezembro de 1995 –, na UNICAMP, sob a responsabilidade do LABJOR, e coordenação de João Batista Andreotti Gomes Tojal e Laércio Elias Pereira.

1996 – Janeiro: é criado o CEV, como parte de um trabalho de Pós-Graduação da Faculdade de Educação Física da Universidade de Campinas. Seu primeiro hospedeiro foi o NIB, com o qual comparte tecnologia em multimídia e Internet com os projetos daquele Núcleo, especialmente o Hospital Virtual, de onde herdou a estrutura inicial. Tem o apoio do Ministério do Esporte, através da Secretaria Nacional de Esporte. Ainda neste ano, em abril, tem início o Curso de Especialização em Jornalismo Esportivo – estendendo-se até abril de 1997, iniciativa do LABJOR e do Departamento de Ciências do Esporte Faculdade

de Educação Física da Unicamp; o curso teve como objetivos: analisar e discutir as relações entre as Ciências da Comunicação e as Ciências do Esporte; desenvolver o conhecimento detécnicas depesquisa, submetendoos fenômenos esportivos (em sua dimensão jornalística) a um tratamento crítico-reflexivo; treinar talentos jornalísticos para o exercício competente da cobertura esportiva na mídia impressa ou audio-visual; e preparar divulgadores das ciências do esporte para atuar como colaboradores da imprensa. O curso foi coordenado por João Batista Tojal e durante a sua realização, criou-se a primeira lista de discussão do CEV: efesport-L, sendo a primeira mensagem enviada por Victor Melo que, em seguida, criou e passa a administrar a lista de discussões de história - cevhist-L -; seguindo-se a de Lazer - cevlazer-L, administrada pelo Lalo Soto, do Uruguai -; e a de psicologia do esporte - cevpsi-L, administrada pelo Tulio Guterman, da Argentina.

1997 - Em 17de dezembro foi criada a Organização Não Governamental – ONG CEV, em Campinas, por: Aguinaldo Gonçalves, Alfredo Gomes de Faria Jr., Elenice Faccion, Emiliana da Silva Simões, Giovani De Lorenzi Pires, Glauca Gonçalves, Griciel Silva, João Batista Andreotti Tojal, Laércio Elias Pereira, Lino Castellani Filho, Marcelo Jager, Renato Sabbatini e Wilian Peres Lemos.

2002 - Oficializacão da ONG “Centro Esportivo Virtual” em Florianópolis, com a participação de: Carlos Roberto Duarte, Edgard Mattielo Jr., Emiliana da Silva Simões, Giovani de Lorenzi Pires, Ivair de Luca, João Batista Freire da Silva, Laércio Elias Pereira, Marcilio Krueger, Maria de Fátima Silva Duarte, Marino Tessari, Ruy Jornada Krebs e Thyrza Pires.

BIBLIOGRAFIA

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VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Produção do conhecimento em Educação Física e Desportos no Nordeste Brasileiro. JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA DA UFMA, III, São Luis, 05 a 08 de dezembro de 1995. in REVISTA MOVIMENTO HUMANO & SOCIEDADE, n. 5, ano II, Edição Especial. ANAIS..., p. 14-21. http://www.rbceonline.org.br/congressos/index.php/index/index http://www.rbceonline.org. br/congressos/index.php/index/index/about/aboutThisPublishingSystem

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