MARANHAY - Revista Lazeirenta - 64 - AGOSTO 2021

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MARANHAY (REVISTA DO LÉO) EDITADA POR

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Prefixo Editorial 917536 ATLETAS MARANHENSES EM TÓKIO 2020 TOK

ATLETAS QUE COMPETEM POR CLUBE MARANHENSE, EM TOKIO 2020

NUMERO 64 – AGOSTO - 2021 MIGANVILLE – MARANHÃO


“PRESIDENCIA”

“DIRETORIA”

“SÓCIOS-ATLETAS EM CAMPO”


A presente obra está sendo publicada sob a forma de coletânea de textos fornecidos voluntariamente por seus autores, com as devidas revisões de forma e conteúdo. Estas colaborações são de exclusiva responsabilidade dos autores sem compensação financeira, mas mantendo seus direitos autorais, segundo a legislação em vigor.

EXPEDIENTE MARANHAY REVISTA LAZERENTA Revista eletrônica EDITOR Leopoldo Gil Dulcio Vaz Prefixo Editorial 917536 vazleopoldo@hotmail.com Rua Titânia, 88 – Recanto de Vinhais 65070-580 – São Luis – Maranhão (98) 3236-2076

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); Titular da UEMA (1977/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IF-MA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem 14 livros e capítulos de livros publicados, e mais de 350 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio-correspondente da UBE-RJ; Premio “Antonio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luis (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Premio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Premio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Foi editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor da Revista do Léo, a que esta substitui (2017-2019). Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luis-Ma.


EDITORIAL

A “MARANHAY – REVISTA LAZEIRENTA” é sucessora da “REVISTA DO LÉO”, e continua em seu formato eletrônico, disponibilizada através da plataforma ISSUU – https://issuu.com/home/publisher. Temos sócios-atletas fixos: Ceres Costa Fernandes, Fernando Braga (Brasília), e lá de Portugal, Jorge Bento. Alguns outros sócios-atletas aparecem devezenquandamente: José Neres, Antonio Ailton, Mhario Lincoln... Grato pela confiança... O Laércio, é sócio-proprietário... A partir de julho, passo a reeditar a Revista da Academia Ludovicense de Letras – ALL EM REVISTA – atendendo à solicitação do Presidente Daniel Blume... permanecerá com a periodicidade trimestral; recuperamos os números não-publicados com duas edições extras: a 7, com palestra de abertura do 8º aniversário e 5ª Semana de Literatura; a 8, primeiro semestre, com os trabalhos apresentados naquele evento; e a partir do 8.3, segue o curso normal... Não deixarei de publicar a MARANHAY... mensal, mais específica sobre Lazer, por isso, Lazeirenta, conforme expressão utilizada por Antonio Carlos Bramante... JOGOS OLÍMPICOS TÓQUIO 2020/21: alguns maranhenses presentes: de nascimento são seis; que competem por clube maranhense, são oito; um total de 14 atletas... seus resultados após o termino dos jogos também aparecem aqui... O CEV – Centro Esportivo Virtual: www.cev.org.br – completa 25 anos de atividades – oficialmente... – mas em minha opinião, e conforme os registros que tenho, ele existe, efetivamente, desde 1979!!! Quando foi “criado” – na realidade, pensado!!! – pelo MestreGuruGeek LAÉRCIO ELIAS PEREIRA... Era outubro, e nos reunimos em suaq casa, na São Geraldo, numa manhã de domingo... lá, elaboramos um DECÁLAGO – 10 itens – de como seria nossa tuação na então recém-criada SEDEL-MA; dentre os itens, um mecanismo para difusão da informação!!! Depois, aparecem os Jornais de Parede – na UFMA, em Muzambinho, na UFMG -; sim, são precursores do CEF!!! Aparece o SIBRADID, e a transferência para as Gerais; o BOLETEFE se instala... as pesquisas iniciadas ainda no Maranhão,com a indexação dos artigos publicados em português, com o apoio do então ETFM/CEFET-MA, hoje IF-MA – Santiago e Dias -, e depois no LTI da Escola de Biblioteconomia da UFMG – Luizinho – no desenvolvimento de ferramentas de registro, indexação, e busca (por palavras-chave); O desenvolvimento de, primeiro, um vocabulário controlado, que seria base para um thesaurus em Educação Física, Esporte & Lazer – Ciencias dos Esportes. Quem acompanhou a apresentação, desde 1989, de trabalhos apresentados em diversos eventos científicos, na busca de uma teoria, de uma aplicação das TIC na nossa área, pode perceber essa evolução do pensar do Laércio Pereira, na construção do CEV... Lembrando que, na América Latina, aconteceu um I Congresso de Documentação Esportiva, na Colombia, em 1981!!! Laércio lá estava, representando o Maranhão/SEDEL, e o CBCE; lá, apresentou o CEDEFEL-MA, e trouxe as informações do que ocorria no mundo na área da Documentação e Informação Esportiva... Pode-se dizer que a aparição do CEV efetivamente foi nesse encontro... então, Laércio, são 40


ANOS!!!! Depois vieram as tentativas de sistematização e construção, com o doutorado na ECA/USP, sob a orientação do Litto – perdido num vôo São Luis-São Paulo -; e a segunda tentativa, na UNICAMP, sob a orientação do TOJAL; o I Simposio de Informatica em Educação Física – já comemoramos os seus 30 anos, com o apoio do SABATINI e do NIB... Enfim... seguimos em frente... Por que Miganville? Era assim que o Maranhão era conhecido antes da chegada ‘oficial’ dos franceses, para a fundação da França Equinocial; desde o inicio do período, era já frequentada a Ilha de Upaon-Açú – Tupãon, dos Fenícios... – e dos anos 1590, em diante, feitorias foram implantas: Jackes Riffault, Charles des Vaux, Davi Migan; ingleses, holandeses, portugueses, espanhóis já passavam regularmente por aqui, até o estabelecimento definitivo dos franceses, na antiga Uçaguaba – o hoje Vinhais Velho -, conhecida, desde 1594, por MiganVille: a vila de Migan, o Mingau dos indígenas... Vivo aqui, no Recanto dos Vinhais, ao lado do Vinhais Velho, a antiga Miganville... Vila (Nova) de Vinhais foi ‘municipio’ independente de São Luís até 1835, quando foi ‘incorporado’ à Cidade do Maranhão, por ter ‘pouco desenvolvimento’, numa ação do Império, para ‘sequestrar’ as antigas possessões indígenas. Isso aconteceu em todo o Império... Passamos de ‘vila’ para ‘distrito’; esse quadro, hoje, precisa ser revertido. Viva Miganvile... Aqui, também falo de Paraibano-Ma, e o descaso do Patrimônio Público, que grassa no interland maranhense... nossa memória está sendo destruída...

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ EDITOR


SUMÁRIO EXPEDIENTE EDITORIAL SUMÁRIO

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NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO ESPORTE(S) & EDUCAÇÃO FÍSICA

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ACONTECEU EM TÓQUIO 2020(21)...

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SKATE SOLUÇO NA MADRUGADA

21 ANTONIO CARLOS LIMA

HANDEBOL ATLETISMO HIPISMO RYGBY FABRIL ATHLETIC CLUB

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SÃO LUIS É(RA) ASSIM

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DO AMOR CORTÊS E DAS MUSAS CERES COSTA FERNANDES TOLOS, CAFONAS E BREGAS JOAQUIM HAICKEL A GENTE CONTA EVANDRO JÚNIOR MEU AMIGO NAURO MACHADO CERES COSTA FERNANDES

A NOVA LITERATURA LUDOVICENSE/MARANHENSE

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EXERCÍCIO MARÍTIMO FERNANDO BRAGA AMOR E ÓDIO NO TEMPO DA BALAIADA ANTONIO CARLOS LIMA CAXIAS MARIO LUNA FILHO

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FERNANDO BRAGA, O IMORTAL ROBERTOFRANKLIN

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ENTREVISTA: DILERCY ARAGÃO ADLER

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TRÊS POEMAS DE ROGÉRIO ROCHA CANTOS À BEIRA-MAR E GUPEVA – Prefácio ALL

54 DILERCY ARAGÃO ADLER

PREFÁCIO (IHGG) OSVALDO GOMES LUÍS ALVES DE LIMA E SILVA, O DUQUE DE CAXIAS, E SUA VISITA À CIDADE HISTÓRICA DE VIANA MARANHÃO.

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ÁUREO VIEGAS MENDONÇA MEU PATRONO - ANTÔNIO HENRIQUES LEAL, PLUTARCO DE CANTANHEDE, JUDAEL DE BABEL-MANDEB IRANDI MARQUES LEITE EDITORA DE IMPERATRIZ PUBLICA OBRAS DE AUTORES CAXIENSES EDMILSON SANCHES PREFÁCIO (ao livro “De Graça – Poetizando a Vida”, de Graça Assunção. Editora Estampa, 2021) EDMILSON SANCHES PREFÁCIO (ao livro "Há Pedras e Poesia no Meu Habitat", de Wybson Carvalho, 2021) EDMILSON SANCHES PATRIMÔNIO CULTURAL... O QUE É ISSO? LÉO LASAN

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MEMÓRIAS & RECORTES LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ FRAN PAXECO – RECORTES & MEMÓRIAS – PARTE XXI

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NAVEGANDO COM JORGE OLIMPIO BENTO "As armas e os barões assinalados / Que da ocidental praia Lusitana / Por mares nunca de antes navegados / Passaram ainda além da Taprobana / Em perigos e guerras esforçados / Mais do que prometia a força humana / E entre gente remota edificaram / Novo Reino, que tanto sublimaram".

A consagração do direito a uma vida digna, realizada no caminho de perseguição da felicidade, implica a presença acrescida do desporto, a renovação das suas múltiplas práticas e do seu sentido. Sendo a quantidade e qualidade do tempo dedicado ao cultivo do ócio criativo (do qual o desporto é parte) o padrão aferidor do estado de desenvolvimento da civilização e de uma sociedade, podemos afirmar, com base em dados objetivos, que nos encontramos numa era de acentuada regressão civilizacional. Este caminho, que leva ao abismo, tem que ser invertido urgentemente.


DO SENTIDO ECUMÉNICO DOS JOGOS OLÍMPICOS As cidades da Grécia Antiga, apesar da união em horas de ameaça externa, cultivavam hostilidades entre si. Várias delas organizavam festivais desportivos; somente os Jogos de Olímpia eram abertos a competidores provenientes de outras paragens, próximas e distantes. Isto é, o ‘ecumenismo’ (busca da aproximação, cooperação e superação das diferenças do mundo habitado) recebeu grande impulso dos Jogos Olímpicos. Ao ideário axiológico e ‘artístico’ (inerente ao mito prometeico, fundador da Humanidade) os Jogos acrescentaram o teor civilizatório e ‘ecuménico’: abertura de fronteiras, universalização de princípios e valores, convívio, admiração e respeito dos povos. Neste tempo de urgente reinvenção do mundo e do relacionamento entre as nações, avivemos a mensagem dos Jogos. Na hora de acender a pira olímpica voltemo-nos para Prometeu; peçamos-lhe que faça o milagre de curar as feridas expostas pela pandemia, que solte e engrosse os ventos da esperança salvífica, surgida do seu ventre.

ARIGATÔ: ACONTECEU O MILAGRE! Até os prós se tornaram contras. Mas há milagres que não obtêm permissão para faltar à imploração. A necessidade ordena e eles atendem a petição. Foi assim, mais uma vez, no cenário sagrado onde corpo e alma se harmonizam sob a forma de um véu de seda, que clareia a escuridão, flutua na altura e vence a imensidão. Cumpriu-se a oração. O milagre veio para os atletas que, durante cinco anos, sofreram a ansiedade de treinar arduamente, sem saber o resultado de tamanha abnegação. Porfiaram no embalar do sonho; e este concretizou-se numa noite estrelada, no país do sol-nascente. Veio para o mundo confinado, tão carente de restaurar o encontro, a solidariedade e a congregação, de aprender a ver a diversidade como matéria-prima e a cooperação como artífice da mais excelsa edificação. Ah quanto o desporto é ferramenta, caminho e ponte dessa visão! A festa da Universalidade começou com cânticos, danças e mãos dadas! Estende-se a todos os continentes, acende os céus e acorda os deuses habitualmente desatentos dos eventos na Terra. Os rios e oceanos inundam as margens com pétalas das cerejeiras de Tóquio. Vivem-se dias radiosos e abençoados; as segundas-feiras têm o rosto de sábados e domingos santificados. Viva a lição! Não se deita fora a utopia, apenas é adiável a realização. Arigatô, Japão, pela coragem e recusa da rendição! Pela flor de luz e pela arte do voo com as asas da magia e ideação. Pela beleza da simbologia, pela suavidade dos gestos e pela leveza da emoção. Pela confiança passada à jovem e vindoura geração: salvar a Humanidade está na sua mão!

BELEZA SUPINA As criaturas de Prometeu, embora se saibam pequenas, são viciadas na tentação de sonhar coisas grandiosas. Têm os pés e as mãos atados à gravidade, mas o aguilhão e o trampolim da vontade atiram-nas para o espaço da ousadia. Deleitam-se com o risco, superam-se até ao infinito, criam assombro e deslumbramento, graça e encanto. Em horas de arrebatamento, sublimam o barro grosseiro com expressões supinas dos dons recebidos do benfeitor. Não fogem ao imperativo do destino e honram, assim, o Criador: com a paixão do querer, a dedicação do agir, os verbos do esforço, a tinta do suor, o compasso do rigor, o estilo e a métrica da desmedida escrevem poemas de louvor à desafiante e inalcançável perfeição. Esta rende-se e desencadeia um êxtase de lágrimas, que exultam e cantam. ESTOU EM TÓQUIO! Não fui a Tóquio. Mas estou lá, levado por Amigos, uns próximos, outros distantes, ligado a todos pelos laços indeléveis do apreço e da admiração. Têm ampla diversidade de nomes e feições, são de muitos países e nações. Uns falam português e tenho-os no coração; os falantes de outras línguas amo-os com a razão.


Os meus Amigos estão nos ‘Jogos da Dificuldade’. Conhecem-na bem; servem-se dela todos os dias para renovar a esperança. Ensinam assim que enfrentar o que assusta ou perturba é a única forma de nos libertarmos do aventesma. São ‘olímpicos’ por isso, por não fugirem ao que se lhes opõe e exige sacrifício; ao invés, usam-no como instrumento de aprimoramento. Este modo de vida representa-me. Fico, pois, assaz contente e grato. Eles foram a Tóquio por mim, por nós! São ‘filantropos’, amigos edificadores e exaltantes da Humanidade. Não admira que Prometeu lhes bata palmas e exclame: valeu a pena!

CITIUS, ALTIUS, FORTIUS! Correr não é só um exercício físico. É ato desportivo e, por isso mesmo, genuína prática simbólica. Correr é uma obrigação da existência, procurando sublimar o chão térreo da nossa natureza e atingir o patamar de outra condição. Corremos contra a condenação a que fomos sujeitos: não vivemos no paraíso. Deixamos que os ventos do mal se evadissem da Caixa de Pandora e fustiguem a vida. Corremos para fugir deles, para os manter sob controle, com a esperança de edificar uma terra semelhante ao éden perdido. Somos feitos de barro, insuflado pelo fogo do espírito. A carne é frágil, mas a alma escuta apelos e ideais. Corremos contra o conformismo e o comodismo, contra a indolência, a desídia e sonolência, a insuficiência e o autocontentamento. Não nos basta o que somos; queremos e precisamos de ser e ver mais além. Corremos para fora e para dentro de nós. Para ir fundo e longe e ficarmos próximos da identidade: a de seres errantes e peregrinos à procura de uma forma que nos torne quase divinos, quase perfeitos, quase felizes, quase Humanos. Corremos para nos afastarmos do que diminui, e abeirarmos do que não temos e é o mais valioso: o ético e estético, o belo e verdadeiro, que tanto elevam e exaltam. Em todo o tempo e lugar há uma maratona à nossa espera. Para passar o testemunho do apego e afeiçoamento à árdua, exigente e longa caminhada, sabendo que podemos falhar, chegar à meta exaustos e tombar para o lado. Estar parado é andar para trás. São muitas as corridas que temos de empreender, tanto quanto possível, juntos e irmanados, dando uns aos outros o nosso melhor!

MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA Inaugurado em 2006 e instalado na Estação da Luz, em São Paulo, o Museu da Língua Portuguesa foi devastado por um incêndio em 21 de dezembro de 2015. Após cuidadosa restauração, suportada por várias entidades, inclusive Portugal, reabre hoje as portas o esplendoroso templo de celebração do idioma que Cervantes considerou o mais belo existente à face da Terra e Olavo Bilac cantou como “última flor do Lácio”. O dia é, pois, de júbilo. Na reinauguração estará presente o nosso Presidente da República e estará ausente o matador contumaz do Verbo criador e civilizado. O evento convida à reflexão. A riqueza ou pobreza vocabular da escrita e da fala traduz a dimensão da identidade e liberdade, da capacidade de pensar, imaginar e tecer pontes com o Outro. Cada cidadão deve ser, para benefício próprio, um polo de conservação e cultivo da língua. Infelizmente, a realidade é trágica. No ensino superior é de tal ordem que, se as dissertações de mestrado e doutoramento fossem submetidas a avaliação prévia das mazelas idiomáticas, a maioria delas não seria aceite à prestação de provas. Não há exagero na afirmação. A obrigação constitucional de cuidar da língua portuguesa é brutalmente atropelada pela designação de cursos (e instituições!) e pelo linguajar atentatório da norma linguística. Se tivesse poder para enfrentar tão chocante situação, ordenaria que nas IES fosse criada uma escola primária como as da minha infância. Nelas pontificava o respeito sagrado do idioma pátrio: nos exames da terceira e quarta classe reprovava-se com dois erros, quer no ditado, quer na redação.


A ZEUS O QUE É DE ZEUS Quando eu corro Não corro só eu. O jeito de correr Foi Alcínoo que mo deu. Quando eu lanço Não lanço só eu. São meus os braços O arrojo vem de Odisseu. Quando eu salto Não salto só eu. É minha a gravidade As asas são de Prometeu.

SE FOSSE CORREDOR OLÍMPICO… Gostaria de correr atrás dos sonhos e ideais, de fugir da baixeza e vileza, e tentar escapar das ciladas, aleivosias, calúnias e difamações congeminadas atrás de mim. Subiria ao alto dos montes para saborear a ascensão e leveza, para oxigenar a alma e experimentar a altura e atração do céu. Também correria nas planícies e vales, para me sentir preso à terra, para nela fincar os pés e reforçar as raízes, para com ela estabelecer compromissos de realização, exaltação e sublimação do meu estalão. Correria nas ruas da cidade, para me abeirar do Outro, constitutivo da minha existência e identidade, missão e felicidade. E para dar, assim, à singularidade e pequenez de mim feições e modos de urbanidade, sentidos e desejos de universalidade. Correria, igualmente alegre e lesto, nas margens do mar, para cultivar o fascínio pela lonjura e distância, pela largueza e abrangência dos horizontes e por tudo quanto mora nos lugares não enxergados pela minha curta visão. Correria nos campos e florestas, entre árvores e ervas, ouvindo o chilrear dos pássaros nas horas matinais, saltando regatos, equilibrando-me em brejos escorregadios e vendo furtivos animais, sopesando a natureza com a bitola dos princípios e valores humanistas e civilizacionais. Correria movido pela fé de que, se corresse deste jeito, teria ao meu lado companheiros, romeiros, peregrinos sempre prontos a estender-me a mão, a palavra, a água e o gesto da solidariedade e compreensão, da entreajuda e estimulação. Quem sabe, descobriria que o competidor não é inimigo nem autor de encarniçada oposição, mas antes aliado e irmão, apostado na obtenção de um feito resultante da desafiante cooperação. De vez em quando pararia, para medir o caminho andado e o chão pisado, para limpar o suor dos olhos e da face, para encher o peito de ar e o coração de alento. Para redobrar a passada e a determinação de seguir o rumo do destino: o de Homem-Corredor, solto de peias na vontade de se cumprir, de dar asas à obrigação da liberdade. Sim, seria um andarilho que atravessa os dias e noites em passo estugado, para celebrar o encontro com a paixão e a dignidade da vida conquistada. Afinal esta, disse um poeta, são deveres que trouxemos para fazer em casa, numa corrida contra o tédio e todo o tipo de rendição. DA OBESIDADE A pior obesidade é a da alma. Ata o corpo ao chão e contra ele comete traição. Quando a vontade se casa com a ilusão, não é impossível a elevação; o SIM sobreleva o NÃO. Na corrida da existência este só vale como atitude e grito contra a indecência e a opressão. Há muitos sujeitos, com reluzente instrução, que são obesos nos olhos, na consciência e na razão. Podiam ser corredores, lançadores ou saltadores, mas enfrentar


desafios, falsidades, farsas e obstáculos é algo que lhes provoca aversão. Preferem viver montados, abanar as orelhas, aceitar o cabresto, a albarda e as ferroadas do aguilhão. Cada um é como cresce e obtém satisfação. Subir a montanha é coisa de olímpicos; para os outros basta o chão.

JOGOS OLÍMPICOS: BANQUETE UNIVERSAL Na ‘Odisseia’, uma das obras fundadoras da nossa civilização, Homero concebe o ideal do Homem de saber experimentado e ampliado, com muito para contar e encantar. Para tanto tece a aventura fantástica de Ulisses ou Odisseu, perdido nos mares e sujeito às mais duras provações. Após a destruição de Troia, Ulisses intenta regressar a Ítaca, onde o esperam Penélope (a esposa fiel) e o amado filho Telémaco. A errância dura três décadas. Certo dia, com os barcos desfeitos e os companheiros esfarrapados e esfaimados, aportou ao reino dos Feácios. Estes recebem-no bem e convidam-no a admirar as suas façanhas atléticas; para o efeito organizam corridas a pé, lutas e provas de levantamento de peso. Um jovem dirige-se a Ulisses com sobranceria: “Não existe maior glória para um homem enquanto vive do que as proezas que consegue realizar com as mãos e os pés.” Outro lembra ao debilitado capitão a insensatez da vida de marinheiro, nefasta para a forma física. Ulisses sente-se provocado. Agarra então uma pedra assaz pesada e lança-a, atingindo enorme distância. Não contente com isso, descreve as destrezas no tiro com arco, na luta e no arremesso do dardo. A assistência escuta-o surpresa e rendida. O viajante, num ato de generosidade, confessa que os pequenos Feácios ganhar-lhe-iam facilmente nas corridas de velocidade. Alcínoo, o anfitrião e rei dos Feácios, agradece a Ulisses as palavras gentis e declara: “No meu entender não existem lutadores perfeitos; o que conta são os bons corredores e marinheiros e, para alegrar os nossos corações, os banquetes, a harpa e o baile, a roupa limpa, o banho quente, o amor e o sonho.” Posto isto, encerrou o prélio e obsequiou os hóspedes com um esplêndido jantar, como se de uma boda se tratasse. Eis a lição de alguém mais estudado em gente do que em livros. Ela preside aos Jogos da Humanidade.

NO ALENTEJO Aqui o campo é maior, aberto e extenso. Os montes têm a forma e graça das valsas. E do alto do castelo de Marvão contempla-se a terra inteira e imagina-se a imensidão. As gentes, de estatura meã na sua maioria, são demiurgos que sonham e medem o absoluto e infinito; tocam e baixam o céu para a copa dos chaparros. As estrelas refulgem nos seus passos e palavras. Cantam e versejam com a dificuldade. Nos olhos e no rosto brilham o sorriso e o trigo da generosidade; e as mãos executam rituais de fraternidade. Não admira que o cante seja património universal. E não é só ele; também o é o filosofar sobre a vida, simples e sapiencial.

A MINHA HOMENAGEM Conheci-o no INEF, onde fomos estudantes do mesmo curso. Ele mais esclarecido em todas as dimensões, nomeadamente a cívica, intelectual e política. Suscitava apreço pela elevação da palavra, correspondida por atitudes condizentes com aquela. Nasceram então a amizade e cumplicidade que os anos vindouros se encarregaram de amadurecer e fortalecer. Até hoje nunca me faltou com a solidariedade ativa. Obviamente, estou a falar de um amigo. Mas não sou tão movido pela amizade quanto pelo sentido de justiça e gratidão. Com efeito, o José Manuel Constantino é portador de uma carreira e conduta enaltecedoras de todo o grupo socioprofissional. Ademais, a presença portuguesa nos Jogos de Tóquio está sendo altamente edificante não somente pelas extraordinárias prestações dos atletas, mas também pelo envolvimento que gerou no País. Vivemos dias muito belos! Nesta conformidade apraz-me saudar o Presidente do Comité Olímpico de Portugal e testemunhar que ele prestigia o organismo e a função.



CRIME SEM REMISSÃO Foi há 76 anos. Toquemos os sinos a rebate para que a memória não adormeça. Hiroshima, meu amor, o que fizeram contigo e, três dias depois, com Nagasaki não rima com esplendor! É a expressão máxima do horror. Contra vós investiu o touro da demência e bestialidade, rasgando e sangrando a carne da Humanidade. Não, não é possível esquecer. O ato bárbaro e frio visou apenas exibir poder. Não teve outra justificação; para ele não há remissão. Erga-se alta e firme a indignação. Mesmo que seja perdoado, o crime jamais será expiado. O QUE VEM APÓS OS JOGOS? Os Jogos caminham rapidamente para o fim. É pena, porquanto modificaram-nos por dentro e por fora. Tornaram-nos muito melhores nas emoções e reações, nos ideais e sentimentos, nos gestos e nas palavras. Vivemos dias em que o excesso teve a forma da harmonia ética e estética. No panorama desportivo mete medo o que aí vem. Já começou o alarido grotesco dos trogloditas do futebolês. Não adianta esperar que mudem alguma coisa; são sicários e matadores por motu próprio, têm o coração empedernido e a alma entupida pelo lixo e veneno que poluem e matam o belo jogo da bola. É assustador. Receio também que doravante a nossa memória e capacidade de sublimação não sejam tão vivas e sólidas quanto as exibimos nos dias transatos. A interrogação invade-me. Deixaremos cair no esquecimento e silêncio aquilo que afirmamos, em alta voz, durante os Jogos da Humanidade? Poderá esta contar com o nosso indefetível alistamento nas causas que a exaltam? Aprendemos com a pandemia a exigir um normal genuinamente ‘novo’ ou basta-nos o antigo? A egolatria e a insanidade levam-nos a querer mais doses de vacina, enquanto outros povos continuam sem tomar nenhuma. Sinto um aperto no peito; assim ninguém se salva.

MENSAGEM PERENE Caiu o pano sobre os Jogos. As lágrimas da emoção e gratidão apagaram a pira olímpica. Sayonara! Durante alguns dias, assistimos a uma configuração perfeita da magia do encantamento. Esteve em cena a liturgia da leveza e sensibilidade oníricas, realizada com o saber e sabor dulcíssimos do entendimento, da harmonia e solidariedade. Os filhos de Prometeu regressam agora a casa. Vieram a Tóquio provenientes do Norte e do Sul, do Este e do Oeste; escalaram montanhas, atravessaram depressões, rasgaram trevas, abriram alicerces e ergueram andaimes para edificar a Torre de Babel. No céu acrescentaram inúmeras estrelas e celebraram as bodas da Humanidade. Cantaram e dançaram como crianças bêbadas de alegrias límpidas. Os deuses e sacerdotes dos vários credos surgiram irmanados. Auschwitz, Hiroxima, Nagasaki, o Gulag, Munique e outros horrores foram exorcizados. A relação entre tradição e contemporaneidade, progresso e natureza, local e universal, estranho e familiar tingiu-se de equilíbrio, não dando azo ao vírus da desarmonia. A primazia foi dada à pomba branca e refulgente da paz, a mais sublime e exaltante expressão da forma humana e da suprema virtude: a humildade de contemplar e admirar o Outro, próximo e distante, de se espantar e deslumbrar com as suas diferenças, grandezas e façanhas. Prometeu e Hércules bateram palmas na abertura dos Jogos. E, no final, exclamaram num rompante de contentamento: Oh quão vivos e felizes que nós estamos! Com razão, porque Tóquio reavivou o imperativo da mensagem ínsita no lema olímpico. As utopias são imaginadas para servir de bússolas do viver. Se as seguirmos, ajudaremos a edificar e colorir o prodígio do Humano, e a fabricar o mundo do melhor de todos. Continuamos em viagem, com o coração enternecido e o olhar humedecido. Não deixemos esmaecer o corpo e o sonho festivos. Arigato!


FÉRIAS: TEMPO DE MUNDIVIDÊNCIA As férias são um tempo de recriação. Para tanto, recomenda-se a leitura de livros. Mas... talvez a mais importante e exigente seja a leitura do mundo. É deveras urgente ler os dramas e as crueldades que consomem a Terra e a Humanidade. E abrir-se às utopias suscetíveis de regenerar a desgraça e reverter a destruição. Caminhemos atrás delas, para nos salvarmos do abismo próximo de nós. Este é tão astuto e assume tantas metamorfoses que desaprendemos de o ver e reconhecer.

DA MINHA TERRA Esta terra não tem palmeiras, onde canta o sabiá. Mas aqui há amendoeiras, ameixeiras, amoreiras, avelaneiras, cerejeiras, figueiras, ginjeiras, laranjeiras, limoeiros, macieiras, morangueiros, nogueiras, oliveiras, parreiras e videiras, pereiras, marmeleiros, pessegueiros, medronheiros, mirtilos, romãzeiras, castanheiros, carvalhos, sobreiros, amieiros, choupos, freixos, olmos, salgueiros, carquejas, estevas, giestas, urzes e uma infinidade de plantas, onde cantam gaios, melros, pintassilgos, rolas e eu sei lá. E na primavera chegam as andorinhas. Aqui os tomates são coração de boi e a gente tem-nos no sítio. Aqui há montes e horizontes que matam a sede dos olhos, como se fossem fontes. Aqui nunca seca a ribeira da exclamação, contida no inverno, transbordante no verão. Aqui há todas as estações do ano, tempos de semear e colher, de celebrar o viver e chorar o morrer. Nas alminhas dos caminhos, os mortos juntam-se aos vivos. Aqui a saudade é eterna e veste-se das cores mais intensas e quentes. Amo esta terra e tenho os pés assentes nela; não quero ser Anteu. Moro no Porto, mas nunca saí definitivamente de Trás-Os-Montes. De vez em quando, venho cá, trazido pela corrente sanguínea e pelo chamamento do filão originário e axial da identidade e subjetividade. Move-me a necessidade incontida de crestar o rosto com o ar quente do verão e frio do inverno, de testar e renovar a sensibilidade, os sabores e o palato, de reencontrar os horizontes do infinito, de prestar tributo e veneração a vidas inacreditáveis e improváveis, edificadas em cima da míngua. Aqui é o lugar onde o espanto se ergue sobre o pasmo, onde o saber-fazer das gentes inventa as flores e frutos da admiração, onde o nada atinge a mais alta sublimação. Evocação e lição Eis a Praça das Eiras, em Macedo de Cavaleiros. Numa casa, que hoje não logro apontar, iniciei um capítulo determinante do livro da vida. Após realizar o exame da quarta classe em Bragança, vim aqui prestar provas perante o Padre Madureira Beça, Diretor do Seminário dos Redentoristas, sito em Vila Nova de Gaia. Fiquei bem na fotografia; não fora isso, o destino seria semelhante ao dos colegas da infância que permaneceram em Bragada, agarrados ao amanho da terra e aos trabalhos afins. Vencida aquela etapa, outras se seguiram, todas percorridas do mesmo jeito. A lição é inequívoca: quem não nascia em berço de ouro estava obrigado a aproveitar a primeira montada que surgisse no caminho. Não importava que fosse um jegue gasto e andasse só 100 metros; isso era ganho! Depois surgiria outro idêntico e havia que repetir o gesto. Se alguma vez tivesse esperado pelo alazão ricamente ajaezado, jamais teria superado as circunstâncias. Ele vinha apenas para alguns; a maioria teve que se fazer à vida de maneira precária, tentando tornar cada ‘menos’ num ‘mais’ e, quiçá, agarrar e domar, um dia, o cavalo que faltou na partida. Assim era in illo tempore! Macedo de Cavaleiros Venho amiúde a esta terra. É santuário obrigatório da minha peregrinação, uma ponte entre o tempo passado e o presente apressado. Quando a visito, um cisco entra-me nos olhos; e lágrimas furtivas soltam-


se para amassar a farinha da bola-sovada da saudade, alimentícia da ânsia de prosseguir a caminhada, sabendo que é cada vez mais curta e ignorando quanto falta andar. Saio daqui sem vontade de partir e com o desejo falante de regressar. Macedo não é uma cidade como outras; tem sabor de aconchego familiar e de manjar no trato recebido nos cafés, pastelarias e restaurantes, nas entidades hoteleiras e sociais, bem como na culinária que configura hinos ao paladar. Aqui sempre hei de voltar! Donde sou Somos do lugar onde nascemos e crescemos e dos locais por onde passamos. Moramos neles e eles moram em nós, imersos no tropel de lembranças que caminham connosco até ao fim. São as nossas circunstâncias, perfazem a memória e a consciência, a alma e o olhar, o sentir, o rir e o chorar, o ser e o estar. É diminuta a parte da vida que vivi em Bragada. A casa onde nasci não existe mais, os campos e montes em redor estão muito mudados, e já partiu a maioria das pessoas com quem convivi, andei na escola, brinquei e joguei na infância. Mas continua a ser ali o berço natural; tenho lá raízes profundas, um cordão-umbilical impossível de cortar. O lar familiar e social é no Porto, cujo sangue também corre afoito e quente nas minhas veias e sobe a encosta dos princípios e valores, altos como a Torre dos Clérigos. Afinal, esta inveterada criatura transmontana e bragançana é cumulativamente portuense por condição e gratidão, lusófona por devoção e paixão, cidadão do mundo por convicção e visão. Transmontano O chapéu baixa da cabeça para a mão, gesto elegante e natural de humildade, respeito e educação. O corpo poderá tornar-se curvado, pelo peso da trabalhosa idade, mas o carácter anda sempre levantado, por mor da honra e dignidade. Ninguém lhe pergunte o que não deseja ouvir. Porque ele diz o que sente e ignora o fingir. Falas só as necessárias, antes de demoradas observações. Quando decide pronunciar-se, não engole as palavras nem lhes impõe freios e contenções. De cenho cerrado, herdou de Sísifo o fado, e do nascimento a charrua e o arado. Mesmo que escape a tal sorte e ascenda ao patamar da ciência, das letras ou da arte, não foge à obrigação de decruar e amanhar a terra em toda a parte. Se algum não for assim e negar a origem e a condição, entenda-se que não há regra sem exceção. E que, ao lado da hombridade, mora escondida a traição. O nome sagrado está sujeito a sofrer o punhal de um vilão.

DA CONQUISTA DO MUNDO Os EUA somam outro desastre, desta vez no Afeganistão. Afinal, não aprenderam o quer que seja com tantas intervenções arbitrárias e trágicas. A queda do seu império é apenas uma questão de tempo, cada vez mais curto. O poderio militar faculta ocupações e usurpações temporárias e condenadas ao desaire. As armas não conquistam nada, nem ninguém, porquanto ameaçam a vida e semeiam a morte. Neste terreno medram a rejeição, a hostilidade, o ódio, a sede de vingança e a espera da oportunidade de a consumar. Somente no convívio cultural e ético florescem a aproximação, a partilha, a mestiçagem e inclusão. A conquista do mundo é, pois, obra de tudo o que exalta a Humanidade e lança pontes de afeto e harmonia entre as ilhas que perfazem o arquipélago da sua polifonia. Mas isto é coisa que a arrogância despreza. PARA AVIVAR A MEMÓRIA E ABRIR OS OLHOS Os Talibãs (‘estudantes de teologia’) constituem uma milícia armada, da extrema-direita e fascista, uma seita eivada de fundamentalismo, fanatismo e obscurantismo. Renegam a ciência, a cultura, o progresso civilizacional e a educação secular. Perseguem minorias e sujeitam as mulheres a sevícias e maus-tratos, incluindo a escravidão sexual. Dizem servir a Deus, a família e a pátria; é em nome destes ‘valores’ que pegam em armas para promover a virtude e combater o vício. Por mais aberrantes que sejam a sua ideologia e linguagem, elas são cultuadas, em espaços deveras conhecidos e muito distantes do Afeganistão, por gente que é talibã de facto, mas não se reconhece como tal.


Ah, os talibãs foram patrocinados pelos EUA, com o propósito de lutar contra os soviéticos e o ‘comunismo’! Enfim, as medonhas criaturas estão à nossa volta e no meio de nós; nalguns países do Ocidente (não é preciso dizer o nome, pois não?!) já ascenderam aos mais altos cargos. DA LÍNGUA CHARRA Somos cria do nosso idioma. Ele está entranhado em nós; forma o ser e o estar, o sentir e o reagir. Os transmontanos são obra da Língua Charra que os afeiçoou e socializou na infância. A sua assertividade e expressividade provêm da peculiaridade dos termos e da maneira de os pronunciar. Já aqui expus alguns deles. Hoje venho confessar que, nas férias, comi muita ‘chicha’. Porque lá a carne é da ‘boa’, da ‘de certo’; quem a come não se contenta com um ‘cibinho’, pede um ‘quinhão’. E o vinho, tal como o pão, também é do ‘bô’ e do ‘de certo’; por isso escorripichamos os copos e lambemos os beiços, com pena de não haver mais. Quanto à pronúncia, refiro, por exemplo, o som bem acentuado do ‘ch’ (chê), distinto do xis: achei uma chave de chumbo chapada no chão. Eis português corretíssimo! Se quiser saber mais, consulte os dois extensos volumes do eloquente ‘Dicionário da Língua Charra’, de A. M. Pires Cabral, natural de Chacim, Macedo de Cavaleiros, terra onde também nasceu Nuno Martim, aio do rei D. Diniz. A Língua Charra é património de valor inestimável; deve ser preservada e usada, escrita e falada, porquanto ela encerra e cultiva a escarmentada sabedoria transmontana. VERDADEIRAMENTE HUMANOS E HUMANIZADORES! Podíamos desfrutar uma vida sossegada e tranquila, sem esforço e transpiração, viver no remanso da indolência, alheios a qualquer inquietude e interrogação. Pois, podíamos! Porém os sacanas dos pensadores e vates estragaram tudo. Estabeleceram o imperativo de que o absoluto e infinito é a medida do Humano. De nada adiantou contrapor que há limitações; para elas inventaram uma infinidade de próteses: a linguagem, as ficções, os mitos e rituais, a cultura, as artes, a ciência, os livros, a música, a dança, as habilidades, as técnicas e tantas outras. E ainda se lembraram de proclamar o exercício obrigatório das virtudes; e um tal de Aristóteles teve a petulância de afirmar que a coragem é a mãe de todas e decisiva para sair do pasmo e do conformismo à menoridade. Como se isto não bastasse, uns fulanos, a quem chamamos ‘deficientes’, encheram-se de brio e entusiasmo, puseram-se a treinar afincadamente, saltam mais alto e longe, correm mais depressa e são mais destros só com uma perna do que nós com duas. E até voam! Reencarnam, na perfeição, Prometeu e Hércules. A partir de hoje e durante vários dias vão exibir, lá para as bandas de Tóquio, um rol de façanhas e prodígios. Devíamos ficar orgulhosos, eufóricos e jubilosos, porque os atrevidos são alguns de nós, acrescem e engrandecem o acervo da Humanidade, redimem as nossas insuficiências e fazem corar de vergonha a arrogância e a pesporrência. Afinal, são eles os verdadeiramente Humanos e quem nos humaniza!

O IMPOSSÍVEL É NADA! Ontem, mais uma vez, o Céu desceu à Terra, no Estádio Central de Tóquio, com Novas Tábuas da Lei e decretou assim: “Doravante fica expressamente proibido acorrentar os sonhos. A todas as criaturas humanas é reconhecido o direito de Ser Atleta, de sonhar e voar. As nações estão vinculadas à estrita obrigação de adotar condições e medidas para o concretizar. A nenhuma serão toleradas a crueldade e a desumanidade de o dificultar, reprimir, encarcerar e matar.”


ESPORTE(s) & EDUCAÇÃO FÍSICA


ACONTECEU EM TÓQUIO 2020(21)... SKATE STREET

SOLUÇO NA MADRUGADA ANTONIO CARLOS LIMA Conheço muita gente que não conseguiu conter as lágrimas no instante que Rayssa, essa menina de quem o mundo inteiro agora fala, subiu ao pódio para receber, nesta madrugada, a sua medalha de prata por sua performance histórica nas Olimpíadas do Japão. Eu mesmo escondi o rosto sutilmente no cobertor, para que minha mulher, que não conseguia dizer uma frase sem se engasgar de emoção, não percebesse que eu também enxugava o rosto molhado na hora em que Rayssa beijou e ergueu o troféu e recebeu a corbeille reservada aos campeões. Situação semelhante ocorreu com muitos outros, inclusive com você, que também ficou acordado para ver. Não somente porque ali estivesse uma linda menininha de treze anos de cabelos cacheados, aparelho nos dentes e um sorriso mágico no rosto. Ou porque se tratasse de uma brasileira do pobre e espoliado Norte do Brasil. Nem somente, em nosso caso, porque naquele pódio estava uma conterrânea, maranhense de Imperatriz, como segunda melhor atleta do mundo nessa nova modalidade de esporte. Era por causa de tudo isso, mas também em razão do carisma de Rayssa, de sua alegria e descontração permanentes, de seus passinhos de fada, agora fadinha do mundo, com seu pó de pirlimpimpim espargindo alegria e felicidade desde a casa humilde em que vive em Imperatriz até os confins mais remotos da Terra.


Eu, que nem sou fã de skate e nem aprecio os esportes radicais, assisti há cinco anos ao vídeo que tornou Rayssa conhecida e deu novo rumo à sua vida. Ela, vestida de fadinha, já impressionando a todos por sua habilidade com um esporte pouco praticado no seu meio. Apaixonou meio mundo. Desde então, falávamos em casa: essa menina tem um grande futuro. Mas, sinceramente, não tinha esperanças, melhor, certezas, de que chegaria a tanto. Haveria, no Japão, Estados Unidos, Filipinas, atletas mais preparados tecnicamente do que ela. Ela, no entanto, já havia tatuado no braço, a palavra Olimpíada porque sabia que ali estava o seu destino. Ela tinha um sonho. E tornou esse sonho real. A vida de Rayssa só não é exatamente um conto de fadas, desses q povoam a literatura infantil, porque, para o seu triunfo, não houve mágica nem varinha de condão. Ela venceu pelo talento, aliado à determinação de estudar, treinar, se superar. Quem ficou acordado nesta madrugado sabe o tamanho da emoção e do orgulho q todos sentimos com a vitória de Rayssa. O que explica as duas lágrimas furtivas escondidas no cobertor


HANDEBOL Ana Paula joga muito e é uma das grandes artilheiras do handebol mundial. O país Maranhão tá bem nas Olimpíadas de Tóquio.

GOLS NA PARTIDA: Bruna (2), Alexandra (4), Tamires (3), Ana Paula (7), Duda (6), Lari (2), Doce (1), Samara (7), Livia (1).


LEOAS CAEM DIANTE AS FRANCESAS Após um empate na estreia, uma vitória e duas derrotas, a seleção brasileira feminina somou 3 pontos e foi para o último jogo da fase de classificação precisando pontuar. Pelo caminho as atuais vice campeãs olímpicas, as francesas. Conhecido jogo francês foi característico os 60 minutos. No ataque, linha de 9m extremamente física e agressiva, buscando bolas pra chute. Defensivamente, o centro de quadra dominado pela Edwige estava fechado para balanço! Caímos na arapuca francesa e fomos para o embate. Ofensivamente, buscamos o 1x1 ao invés de atacar os espaços. Atacávamos insistentemente para o centro de quadra. Jogo era para fora, abrindo a defesa francesa fazendo com que uma hora o jogo de ajuda cansasse. Primeiro tempo francês impecável com extrema intensidade nos dois lados da quadra. Paty Matieli entrou e deu mais mobilidade ao ataque brazuca e quando explorou a curva da quadra, tinha sucesso com ótimas bolas para fora e continuidade com as pontas. Bom jogo de Ale, Doce e principalmente, Lari. Início do segundo tempo Brasil baixou para apenas 3 gols a vantagem adversária, mas as francesas seguiam encaixando ótimas ações de 9m e conexões com Foppa no pivô. Com muita autoridade, França fechou em 29 a 22 e conquistou a vaga às quartas de final. Seleção brasileira se despede precocemente dos jogos. Sabíamos das dificuldades. Grupo da seleção brasileira com mais 5 européias e com as duas seleções medalhistas olímpicas, de ouro e prata. Elenco verde amarelo 10 jogadoras estreantes em Jogos Olímpicos e o conhecido equilíbrio brutal no naipe feminino. Ainda não foi dessa vez, mas o recado está dado: ESSA MEDALHA OLÍMPICA VIRÁ EM BREVE! PARABÉNS, LEOAS!! GOLS NA PARTIDA : Bruna (4), Alexandra (6), Babi (1), Lari (3), Doce (4), Samara (2), Paty Matieli (2).


Fim de mais um ciclo olímpico vestindo a camisa da seleção brasileira, a que sempre honrei e honro. Deixei até aqui a minha inteira dedicação, muito suor e amor em estar aqui representando o meu país. Nunca faltou garra, força de vontade e resiliência neste grupo. Aqui somos pessoas, temos nossas famílias, amigos, que funcionam como um time todo por trás de cada uma. As vezes nós mesmas pecamos muito em ficar nos culpando por não conseguir chegar mais longe, mas no fundo nos damos conta de que do outro lado está sendo feito um trabalho (na maioria das vezes muito mais bem feito que o que tivemos do lado de cá), e que existem lá, atletas tão competentes quanto, disputando três euros no intervalo desses jogos olímpicos, por exemplo. Isso é uma super preparação, quem nos dera. Enfim... Chegar aqui é uma super vitória. Eu tenho muito orgulho do que fiz aqui com as minhas companheiras. Saio tranquila e serena. Obrigada #leoas Obrigada torcida do Brasil, a maior! E muitíssimo obrigada a melhor torcida deste mundo, a do bairro da Liberdade! Obrigado especial à minha família e amigos que nunca deixaram de acreditar nesse time. Agradeço também à família de cada uma de nós, que estão sempre junto nos mantendo fortes e positivas. GRATIDÃO por mais uma olimpíada com as cores do meu país.


ATLETISMO

Olímpiadas de Tókio 2021: atleta timonense Joao Henrique Falcão Cabral que disputará a prova 4x400 misto. João Henrique Falcão Cabral – (Tókio 2021); 3 competições nos USA; 1 Vice campeão mundial como reserva; 1 sul americano(Campeão sulamericano) João Henrique foi revelado nos Jogos dos IF, realizdo em Brasília, em 2016, posto que era aluno do IF-MA Campus Timon, aluno do curso de Eletromecânica; naquela competição, foi duplamente vitorioso, obtendo medalhas de prata e bronze, nas competições de 100 e 400 metros, respectivamente. Integrou ainda a equipe do Instituto vencedora da medalha de prata no revezamento 4 x 100m. Reserva na equipe do revezamento misto, não chegou a entrar na pista; o revcezamento não se classificou.


ATLETAS QUE COMPETEM POR CLUBE MARANHENSE, EM TOKIO 2020

atletas pertencentes ao CT Maranhão: Rodrigo Nascimento ( 100 m – 4×100 m), Thiago do Rosário André (800 m – 1.500 m), Eduardo de Deus (110 m com barreiras), Alexsandro Melo (distância e triplo), Ana Carolina Azevedo (200 m – 4×100 m) e Geisa Muniz Coutinho e Bruna Jéssica Farias (4 x 100m) 4×400 Misto). O CT-MA é o segundo clube com a maior quantidade de atletas convocados pela Confederação Brasileira de Atletismo. RODRIGO NASCIMENTO ( 100 M – 4×100 M Schedule & Results Sports results Men's 4x100m Relay Men's 100m Wed, Aug 4·Heat 1 COMPLETED 5 Brazil D. Silva, P.A. Camilo, R. Do Nascimento, F. Bardi

38.34

"Nós não tivemos um bom desempenho", admite Rodrigo Nascimento Atletas do revezamento 4x100 comentaram sobre o resultado na Olimpíada de Tóquio. "Nós não tivemos um bom desempenho", admite Rodrigo Nascimento | BandSports (uol.com.br) THIAGO ANDRE BRAZIL · OLYMPIC GAMES TOKYO 2020 Schedule & Results Men's 1500m Men's 800m Mon, Aug 2·Heat 2 3:47.71 13 T. Andre

Brazil

EDUARDO RODRIGUE Brazil · Olympic Games Tokyo 2020 Schedule & Results Sports results Men's 110m hurdles Tue, Aug 3·Heat 5 COMPLETED


#StandingAthletes

Time 13.78

8 E. Rodrigues

Brazil

ALEXSANDRO MELO Brazil · Olympic Games Tokyo 2020 Schedule & Results Men's Triple Jump Men's Long Jump Mon, Aug 2·Group A COMPLETED 15.65 m 12 A. Melo

Brazil

BRASILEIROS FICAM DE FORA DA FINAL DO SALTO EM DISTÂNCIA Brasileiros não chegaram à final no salto em distância nas Olimpíadas de Tóquio Na manhã deste sábado (31), dois brasileiros disputaram as eliminatórias do salto em distância nas Olimpíadas de Tóquio. Alexsandro Melo e Samory Fraga, entretanto, não conseguiram avançar à final da competição. A marca classificatória era de 8,15m, e quem chegou mais perto foi Samory, que anotou 7,88m logo em seu primeiro salto. - Veja mais em https://www.uol.com.br/esporte/olimpiadas/ultimas-noticias/2021/07/31/brasileiros-nao-se-classificam-parafinal-do-salto-em-distancia.htm?cmpid=copiaecola.

VITÓRIA ROSA E ANA CAROLINA AZEVEDO NÃO AVANÇAM NOS 200M NA OLIMPÍADA Únicas representantes do Brasil na pista neste domingo (1), Vitória Rosa e Ana Carolina Azevedo não conseguiram avançar nos 200m rasos em Tóquio Primeira brasileira a competir na noite deste domingo (1), Ana Carolina Azevedo fez a melhor marca de 2021. Com uma largada muito boa, a brasileira se manteve entre as líderes da bateria até a reta de chegada. Nela, as oponentes aceleraram e Ana Carolina não conseguiu manter o ritmo. Desta forma, a brasileira acabou em quinto, com o tempo de 23s20.

BRUNA FARIAS Brazil · Olympic Games Tokyo 2020 Women's 4x100m relay 5

Brazil A. Lemos, R. Santos, B. Farias, V. Rosa

43.15


HIPISMO

Nosso representante é MARLON MODOLO ZANOTELLI, Um dos principais nomes do hipismo brasileiro é maranhense da cidade de Imperatriz. É o único do país entre os 10 melhores do mundo. Saíram as primeiras medalhas no hipismo saltos dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Infelizmente, o Brasil não subiu no pódio e ficou de fora da festa. Yuri Mansur era o único representante na final, já que Marlon Zanotelli parou na classificatória. Montando Alfons, Mansur terminou sua participação olímpica na 20 posição. O conjunto brasileiro cometeu duas penalidades na final e não competiu no desempate, onde somente os conjuntos que zeraram o percurso disputaram o pódio. Para o hipismo saltos do Brasil ainda resta a competição por equipes. Ainda não se sabe quem serão os três representantes. Rodrigo Pessoa, Pedro Veniss, Marlon Zanotelli e o próprio Yuri Mansur podem competir. O medalhista de ouro na final do individual no hipismo saltos foi o britânico Ben Maher, que montou Explosion W. Peder Fredricson, da Suécia, montando All In, ficou com a prata, e Maikel Van der Vleuten e Beauville Z, conjunto holandês, ficou com o bronze. TIME BRASIL DE SALTO FECHA COMPETIÇÃO POR EQUIPES NOS JOGOS OLÍMPICOS DE TÓQUIO EM 6º LUGAR Após um eletrizante desempate, a Suécia ficou com ouro e os EUA, prata. A Bélgica garantiu bronze. Destacadas equipes como França, Alemanha e Grã Bretanha não conseguiram fechar a competição com seus três integrantes e aparecem da 8ª à 10ª colocação. A final olímpica do Salto encerrou as disputas do hipismo nos Jogos Olímpicos no parque equestre Baji Koen, em Tóquio, nesse sábado, 7/8. As 10 melhores equipes da qualificativa disputada na sexta-feira, 6/8, habilitaram-se na corrida pelo ouro e a eletrizante disputa que começou com contagem de pontos zerada teve muitas surpresas. O Brasil que largou pela ordem com Marlon Zanotelli montando Edgar M, 12 pontos, Yuri Mansur montando QH Alfons dos Santo Antonio, com apenas 1 falta no meio do triplo, 4 pontos, e Pedro Veniss com Quabri de L´Isle, 13 pontos, fechou a difícil competição por equipes em 6º lugar totalizando 29 pontos perdidos.


Marlon, 33, maranhense radicado na Europa e atual nº 7 do ranking mundial, elogiou seu cavalo Edgar, uma sela holandês de 12 anos, de propriedade do empresário norueguês Bjorn Rune Gjelsten e do cavaleiro. "O Edgar saltou muito bem. No final as faltas foram mais culpa minha tanto no triplo como no duplo. Fizemos ainda a falta no rio (água), em que normalmente ele não tem dificuldades", disse o brasileiro que também comentou sobre a conexão com os cavalos no hipismo. "A beleza do nosso esporte é a conexão entre o cavalo e o cavaleiro. Não é só durante a pista, é fora também, de toda equipe que cuida dos nossos cavalos. Dentro da pista tem as perguntas que você tem que resolver junto com o cavalo. Essa conexão, sentir como o cavalo está a cada dia, a cada prova, a cada salto faz com que a gente cada vez mais se motive em nosso esporte: uma paixão que perdura por tanto tempo!"


RUGBY

Um esporte com pouca divulgação vai mostrar ao mundo duas gêmeas maranhenses: Thalia e Thalita, de 24 anos, oriundas do bairro Coroadinho, em São Luís. Para atingir o grande objetivo elas tiveram que deixar a família e passar a integrar a equipe do Delta-PI desde 2017. Foi com destacadas atuações na equipe mafrense que a dupla ganhou a confiança e admiração do técnico da Seleção Brasileira Will Broderick.

NÃO FOI DESSA VEZ! O Brasil está eliminado no rugbi feminino. As Yaras perderam as três partidas que disputaram em de #Tóquio2020, contra Canadá, França e, agora, Fiji.


VALEU, MENINAS! As Yaras, como são chamadas as atletas da seleção feminina de rugby, bateram o Japão por 21 a 12 e encerraram sua participação em #Tokyo2020 no 11º lugar.


Porto Franco


Porto Franco é um município brasileiro do estado do Maranhão. Sua população estimada em 2016 é de 23.511 habitantes. O município é banhado pelo Rio Tocantins, cortado pelas rodovias federais BR010 (Belém-Brasília) e BR-226, pela rodovia estadual MA-336 e pela Ferrovia Norte-Sul. A cidade é conhecida por suas grandes festas e pelo povo hospitaleiro que gosta de receber visitantes, o que faz com que seu carnaval seja conhecido em toda região e nos estados vizinhos. A cidade é sede da Região de Planejamento da Chapada das Mesas. História A povoação das terras onde hoje se encontra a sede do município se deu no fim do século XIX, a princípio por pessoas provindas da então Boa Vista, atual Tocantinópolis, fugidas dos conflitos locais, e viam na outra margem do Rio Tocantins um local seguro. Mas, seu povoamento definitivo se deu por meio do comércio de produto manufaturados provenientes de Belém do Pará. Com a construção da Rodovia Belém-Brasília, a partir de 1958, no governo do presidente Juscelino Kubitschek, resultou num rápido crescimento econômico e populacional do município. Antes da estrada, o município era simplesmente uma pequena localidade às margens do Rio Tocantins. Esporte e lazer O principal local dos eventos esportivos e culturais é o Estádio Manoel Panelada, com arquibancadas para cinco mil pessoas, podendo sediar eventos noturnos. É o estádio onde o time local, Porto Franco Futebol Clube manda seus jogos nos campeonatos regionais. A beira-rio e o Parque de Exposições Alfredo Santos oferecem outras alternativas de lazer para população local e da região. O carnaval de rua é uma tradição da cidade, atraindo turistas de várias regiões do país.


FABRIL ATHLETIC CLUB (1906) RAMSSÉS O 1° clube de futebol do Maranhão. O Fabril Athletic Club, foi criado por Joaquim Moreira Alves do Santos, o popular "Nhozinho Santos". A sede social do Fabril ficava onde hoje se encontra o Ministério da Fazenda, Edifício Emylio Ayoub e Igreja Universal, junto ao extinto complexo da Fábrica Têxtil Santa Isabel (Cia Fabril Maranhense), de propriedade da família de Nhozinho. Nhozinho trouxe em 1905 (além do 1° automóvel do Maranhão), diretamente de Liverpool, onde foi estudar técnicas industriais, as primeiras bolas, chuteiras, apitos, uniformes e regras do que se tornaria um dos esportes mais apreciados no Estado. Vale ressaltar que nessa fase o futebol era praticado somente por jovens da elite ludovicense. A popularização só viria a partir das décadas de 20 e 30. Moto, MAC e Sampaio nunca chegaram a enfrentar o FAC, pois este já há muito estava extinto.


ACONTECENDO...


SÃO LUIS É(RA) ASSIM


DO AMOR CORTÊS E DAS MUSAS CERES COSTA FERNANDES Não há poetas sem musas, ponto. Condição sine qua non para a existência de poemas de amor. Quem fala em Dante, lembra Beatriz; em Petrarca, lembra Laura; em Abelardo, lembra Heloísa; em Gonçalves Dias, lembra Ana Amélia. Apenas para ficarmos entre os mais votados. O exercício literário da adoração à mulher é criação do amor cortês, na Idade Média. Ao sagrar-se cavaleiro, o jovem prometia defender seu Deus, sua honra e sua dama. Por um simples sorriso da “dona”, ele ia às justas ou partia para a guerra, levando como prenda da um lenço, um cinto, um objeto qualquer dado por ela, a defender suas cores até a morte. De origem controvertida, o amor cortês, que partiu da Provença para toda Europa, pode ter nascido da necessidade dos menestréis e jograis agradarem às ricas senhoras do sul da França: únicas em todo o continente a poder herdar bens e dispor deles – uma espécie de feministas da época. Por se postarem os mancebos em adoração às suas damas, alguns historiadores da literatura universal quiseram ver a pretensa origem do preito amoroso no culto a Nossa Senhora. Essa afirmação, defendida pelos românticos, carece de base histórica, pois as manifestações do amor cortês precedem às dos poetas mariológicos, não havendo notícia de adoração à Virgem na primitiva Idade Média. De qualquer forma, desenvolveu-se um grande número de poetas mariológicos, que poetavam paralelamente aos trovadores provençais, fazendo como que um “intercâmbio” de influências: enquanto os trovadores adoravam a mulher, colocando-a como deusa, com um amor prenhe de delicadeza espiritual; os poetas cantores de Maria introduziam tons de erotismo místico em suas composições. O traço distintivo maior destas musas era inacessibilidade. Para ser musa tinha que ser inatingível. As “atingíveis” desciam ladeira abaixo, da categoria de musa para de amante; ou quiçá para a de esposa (esta última categoria, mais rapidamente destituída das prerrogativas poéticas enaltecedoras que a anterior). Petrarca, adepto do neoplatonismo, persegue a perfeição da “ideia” e defende que o amor não necessita da consumação amorosa, pois o amante encerra em si o ser amado, estando assim completo. Vide Camões, seguidor do neoplatonismo (somente na poesia, pois teve movimentada vida amorosa na realidade – que ninguém é de ferro), nos seus sonetos: “Transforma-se o Amador na Coisa Amada” e “Alma Minha Gentil, que te partiste.” O Romantismo, herdeiro do ideário medieval, mormente na lírica amorosa, vai cultuar, do mesmo modo, a mulher idealizada - se bem que menos deusa e mais mulher – mas igualmente proibida. A escola é idealista, execra o cotidiano, o prosaico. Nos seus romances o clímax é a união dos amantes via casamento, após o que, a ação decai e o autor faz só ligeiras referências aos fatos posteriores ao himeneu e remata com o famoso “foram felizes para sempre.” As grandes musas da literatura universal, algumas já referidas, jamais casaram com seus cantores. Se chegaram a casar, tiveram a felicidade de morrer em seguida, escapando, por esta via, da indiferença do amado e do esquecimento da posteridade. A paixão, inspiradora dos grandes poemas, que resiste a sofrimentos, guerras, perseguições e quejandos; não resiste ao cotidiano. Note-se: dizemos paixão, que é um estado patológico do ser humano, compatível com a loucura, difícil de ser vivida às 24 horas do dia; não amor, sentimento menos exaltado, mais duradouro. Diríamos, sem querer fazer “blague”, em boa hora morreram Romeu e Julieta. Já pensaram o que seria do famoso par, após alguns anos de convivência consentida pelas famílias? Capuletos e Montecchios, em santa paz, a cuidar dos netos? Podemos imaginar Julieta, irritada: “Não dá para tirar essa toalha molhada de cima da cama”? E Romeu: “Ah é? E o meu barbeador que você usou de novo”? Sábia D. Lourença que, recusando a mão da filha a um Dom Juan, - gênio poético, sim, - mas volúvel e mulherengo, livrou-a a condição de amélia e deu-lhe a interdição requerida à categoria de musa. Igual sorte não teve a mulher de Gonçalves Dias. Quem, fora os pesquisadores, sabe seu nome?


Todos sabemos o nome de Ana Amélia, a inspiradora do imorredouro “Ainda uma Vez - Adeus” e outros tantos poemas que embalam nossas emoções. Musa á altura de Beatriz e Madona Laura. Emocionamo-nos com o amor que não foi consumado jamais; chama que não se apagou. E, se “o poeta é um fingidor?” Ainda sim, não importa o real, e sim a sua versão: a que ficou nos poemas. Ana Amélia vive no imaginário amoroso dos ludovicenses. Deixemo-la nessa invejável posição.


TOLOS, CAFONAS E BREGAS JOAQUIM HAICKEL Fui instado a me posicionar sobre a polêmica do momento em nossa cidade. A implantação de uma réplica da estátua da Liberdade que a empresa Havan pretende erguer na área de estacionamento de sua loja, na avenida Daniel de La Touche, no bairro do Cohaserma. A princípio, não tive certeza qual seria a palavra, se cafona ou brega, eu deveria usar para expressar o que pensava, do ponto de vista estético, da escolha da Estátua da Liberdade como ícone de uma loja. Na dúvida, usei as duas. É cafona e é brega. Mas, cafona e brega parecem ser características assumidas descaradamente pela loja e por seu proprietário, fato que se não agrada a pessoas de gosto refinado como eu, certamente deve agradar os milhares de clientes que lotam suas lojas em outros lugares do país, fazendo com que ela seja uma empresa de sucesso econômico e financeiro. Mas, não deixa de ser cafona e brega. Do ponto de vista midiático, o uso de um ícone, ampla e mundialmente conhecido como a Estátua da Liberdade, por si só, não garantiria nenhuma alavancagem ao negócio. Já a marola criada pelos incautos patrulhadores do alheio, aqui de nossa província, essa sim, irá alavancar um tsunami de visibilidade àquele empreendimento, que em seu pátio terá uma estátua gigantesca, cafona e brega. Querer impedir que alguém faça alguma coisa que não tenha restrição legal para sua realização, sob qualquer pretexto ou desculpa, é uma forma absurda e inaceitável de violência contra o estado democrático de direito. Esse fato não é nem cafona nem brega, é criminoso, atentatório aos direitos comuns a todas as pessoas, físicas e jurídicas de nosso país. Querer impor o nosso conceito estético, cultural, político, filosófico, social, intelectual, qualquer que seja ele, a outras pessoas, é uma violência comparável àquelas mais absurdas e inaceitáveis, com as quais temos convivido bastante recentemente, como a não aceitação e a violência contra outras raças, outros gêneros e outras religiões. Como gato escaldado tem medo de água fria, e sentindo um certo aroma politiquesco no ar, procurei formular minha opinião sobre esse fato, de forma muito clara e direta, não me deixando contaminar por nenhum PRÉ CONCEITO. Veja, esteticamente aquele bigodinho usado por Hitler era ridículo, cafona e brega, mas o bigodinho até poderia ser aceito. O que não poderia e não pode ser aceito de forma alguma, são as atrocidades cometidas pelo Cabo de Munique! Fiz perguntas básicas sobre o caso, como por exemplo: A empresa tem direito de construir uma cópia da Estátua da Liberdade? A legislação municipal permite que tal construção, com as especificidades estabelecidas, seja realizada naquele local? Há algum impedimento referente a dispositivos legais, municipais, estaduais ou federais, que possam impedir tal construção? O interessado tem a posse do imóvel onde tal obra pretende ser realizada? As taxas e impostos referentes ao imóvel e a obra estão pagas? Todas as respostas às minhas indagações foram no sentido de que não há nenhum impedimento legal, não há nenhuma ilegalidade na realização da referida obra. Os únicos motivos que sobraram para alavancar a tentativa de impedir a tal estátua de ser erguida, eram mais ralos e fracos que refresco de lima. 1) Uma descarada xenofobia, com relevo em pelo menos dois de seus aspectos, o identitário e o cultural. Quem deseja que a estátua não seja erguida, diz que “esse sujeito vem de fora pra dizer o que fazer em nossa terra” e que “se fosse a estátua de um ícone nosso, de nossa cultura, algo como um Cazumbá, ou quem sabe uma estátua em homenagem a Maria Firmina dos Reis, ainda ia!...” 2) Uma inconfessável ojeriza ao proprietário da empresa, Luciano Hang, mais conhecido como o “Véio da Havan”, uma figura realmente esquisita, um direitista empedernido, um militante bolsonarista, um chato mesmo. Cafona e brega.


Ocorre que nenhuma dessas alegações é motivo bastante e suficiente para que se impeça alguém de construir em uma área sob seu controle, uma estátua. Com tanta coisa importante pra esse pessoal se preocupar, vai se preocupar com uma bobagem dessas!... Tolos...


A GENTE CONTA EVANDRO JÚNIOR para alternativo ANTÔNIO NOBERTO – HISTORIADOR E POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL Um olho nas estradas e outro nos encantos do Maranhão

Ele se destaca em diferentes áreas, mas todas elas convergem para um mesmo objetivo: cuidar e valorizar a terra que o acolheu, para que ela sirva de exemplo para o Brasil Um policial rodoviário federal cearense apaixonado pela única capital brasileira fundada por franceses, compromissado com o trabalho, engajado em tudo o que faz e que não consegue ficar parado. Mas não são apenas essas as qualidades de Antônio José Noberto da Silva, natural de Pentecoste (CE). Ele está no órgão há 27 anos, mas também se sobressai em outras áreas de atuação, com ativa participação em atividades literárias e no campo do turismo. Turismólogo e Historiador que mais parece uma enciclopédia, pois é um profundo conhecedor da história do Maranhão, ele é mentor de projetos inéditos e segue lutando para que o povo maranhense valorize a sua história, a fim de que o estado, definitivamente, seja reconhecido como deve, nacional e internacionalmente. Antônio Noberto tem atribuições que ultrapassam a sua função como policial rodoviário federal. Ele é assessor de imprensa do órgão, mantendo um relacionamento bastante elogiado com os veículos de comunicação locais. Além disso, é presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários do Maranhão. Dinâmico


e polivalente, ainda encontra tempo para outros projetos: além de assessor parlamentar, integra o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, a Academia Ludovicense de Letras, a Academia Vargengrandense de Letras e Artes e a Luminescence Academie Française. É, ainda, segundo vice-presidente da Cruz Vermelha em São Luís. Durante a pandemia do novo coronavírus, ele seguiu firme e forte cumprindo a sua função social. “Trabalhar na PRF durante a pandemia foi, de certa maneira, uma satisfação, pelo fato de podermos ajudar as pessoas em um momento difícil, estendendo as mãos aos caminhoneiros nas estradas, aos condutores de veículos pequenos, aos motociclistas, fosse entregando cestas básicas ou doando sangue. Realmente, não paramos, pois nossa ajuda era fundamental. Agora, planejamos outra ação, que vai se chamar ‘Estrada Solidária’, onde continuaremos a ajudar os condutores que trafegam pelas estradas maranhenses”, conta. Sempre cheio de ideias, Antônio Noberto, que já possui o título de "Cidadão de São Luís", é o idealizador e proprietário do acervo da Exposição Museu da França Equinocial, escolhido como o melhor evento cultural da programação alusiva aos 400 anos da capital maranhense, celebrados em 2012. Se não bastasse, ele é, também, o idealizador do “Cemitour”, um passeio insólito e guiado pelos longos corredores do Cemitério do Gavião, na Madre Deus, um dos mais antigos e tradicionais de São Luís. “Durante o passeio, contamos a história de personalidades maranhenses e ressaltamos a riqueza cultural dos séculos passados. Nossa intenção é dar continuidade a esse projeto após a pandemia. Aliás, muitos maranhenses importantes foram sepultados no Cemitério do Gavião durante a pandemia e nós já estamos prospectando essa retomada da iniciativa para mostrarmos à sociedade o valor dessas personalidades. O projeto inclui, ainda, a capacitação de guias de turismo”, explica o historiador, que também criou o passeio turístico “Seguindo os Papagaios Amarelos”, que ressalta os primórdios da colonização francesa no Maranhão. O cearense que desembarcou no Maranhão em 1978, coleciona algumas condecorações. Além de Doutor Honoris Causa em História, título a ele concedido pela Federação Brasileira das Academias de Letras e Artes do Brasil, ele é Embaixador da Paz pela Organização Mundial dos Defensores dos Direitos Humanos. Comunicativo e de fácil acesso, ele está sempre trabalhando e realizando. Nas horas vagas, gosta de jogar futebol e está envolvido, também, com o Centro Social da Polícia Rodoviária Federal, ao lado de outros diretores. “Nós vamos oferecer natação e futebol para crianças, pois é muito importante incentivar as novas gerações sobre a importância do esporte para a vida. Nós temos um compromisso com a nossa gente e o nosso estado. Buscamos, incansavelmente, projetos que possam valorizar, também, a cultura maranhense, principalmente os valores históricos, para que o Maranhão, ao ser destacado a partir desses e de outros elementos, possa caminhar rumo ao progresso, com mais emprego e renda para a população”, finaliza.


MEU AMIGO NAURO MACHADO CERES COSTA FERNANDES Magro, longas barbas brancas, figura onipresente nas minhas tardes do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, casa de cultura onde trabalhamos juntos por cinco anos. Chegava, após caminhar por caminhos de seu palmilhar diário, desde a Rua da Alegria à Praia Grande, por ladeiras, calçadas estreitas e ruas esburacadas, sob o sol ardente, amenizado por um chapéu panamá, a proteger-lhe a cabeça quase desprovida de cabelos, saudando e sendo saudado pelos populares. Logo à chegada ao Centro, vinha à minha sala, vizinha à sua, batia suavemente à porta, entrava, sentava, tirava o chapéu, tomava um copo d’água, reclamava do calor, e se punha a conversar. Leitor constante de poetas assinalados enriquecia meu saber, falando-me de novos e valorosos vates. Assim era o nosso cavaquear. Uma troca desigual e fascinante para mim. Nesses anos de cotidiana convivência, apreendi a verdadeira alma do homem Nauro. A alma poética já me havia sido apresentada nos seus numerosos livros: alma dilacerada e inquieta, acompanhando-se apenas da constância da morte e do apocalipse no seu percurso solitário, abismada na introspecção angustiada do ser. O caos que parece dominar essa alma desde o seu recôndito não se percebe na rigorosa construção verbal de seus versos, seja ela expressa em sonetos, sextetos ou versos livres. As idiossincrasias do poeta não se mostravam na alma do homem. Nauro encantava e surpreendia. Os funcionários do “Odylo” tinham como que uma veneração por aquele homem tão importante para a nossa literatura, tão louvado e ao mesmo tempo tão terno, educado, simples, humilde até. Emocionava-se com coisas desimportantes, triviais, como se merecimento não tivesse, agradecia comovido a pequena sala, que dividia com Dona Helena Aroso, sua velha mesa, seu desatualizado computador e até o café com leite e bolachas das 14 h, providenciado por ela. Ali, atendia amigos de todas as classes sociais, aconselhava poetas jovens e escrevia poemas. Eu reconhecia o valor de sua presença e dizia aos colegas: futuramente aqui haverá uma placa com os dizeres: nesta sala, o poeta Nauro Machado escreveu grande número de seus poemas. Ainda espero que façam isto. É bom poder dizer: meu amigo Nauro Machado. Porque, confrange-me confessar, nem sempre foi assim. Durante um alargado período, nos jogávamos farpas – Arlete no meio, Santa Arlete, querendo apaziguar. Era a bebida a falar e agir por ele. Mais de uma vez me disse: Jamais compus um só verso quando bêbado, a desmistificar a bebida como fator de inspiração. Sempre o admirei como poeta, mas embirrava com o seu comportamento e suas provocações. Já éramos amigos sem ter consciência disso. .No ambiente do “Odylo Costa,filho”, no período sob a minha direção, ele lançou livros, participou de debates literários, foi louvado por Ivan Junqueira, na abertura da Feira de Livros de São Luís e nomeamos, festivamente, uma galeria com seu nome afixado em placa. O XVI Café Literário de 24 de abril de 2012, dedicado a ele, foi o de maior plateia. 300 pessoas lotavam o salão e o mezanino, para saber de Nauro, homenagear Nauro e ouvir o professor, poeta e crítico literário paraibano, Hildeberto Barbosa Filho proferir a palestra “Nauro Machado: o Poeta do Ser e da Linguagem”. Hildeberto, na palestra que proferiu no Café, frisou que Nauro ”não era um poeta egocêntrico já que sua obra não implica em um ‘eu biográfico’, pois, ao contrário, aborda a dor de todos, no plano filosófico e no social”. Deteve-se nos aspectos de sua “singularíssima linguagem, por meio dos quais ecoa uma visão de mundo em comum, coesa, cerrada e coerente, dividida entre o laceramento e a esperança.” Acompanhado de Arlete, Frederico e de suas amadas netas, entre aplausos, ele, também, lançou o livro Província o pó dos pósteros. Foi uma noite feliz.


LUÍS ALVES DE LIMA E SILVA, O DUQUE DE CAXIAS, E SUA VISITA À CIDADE HISTÓRICA DE VIANA MARANHÃO. ÁUREO VIEGAS MENDONÇA A Balaiada teve início em 13 de dezembro de 1838 na época na província do Maranhão, a mesma chamada ainda de Guerra dos Bem-te-vis. A revolta, que só foi debelada em 1841, surgiu como um levante social por melhores condições de vida e contou com a participação de vaqueiros, escravos e outros desfavorecidos. O governador da província do Maranhão, não aceitando as condições dos revoltosos solicitou auxílio ao Rio de Janeiro, nesse período era a capital do Brasil 1840, o então coronel Luís Alves de Lima e Silva, futuro Barão de Caxias foi nomeado como novo presidente da província. O jornalista vianense Estêvão Rafael de Carvalho, fundou o jornal o Bem-Ti-Vi em 1838, para Astolfo Serra não há dúvidas quanto a relação do bem-ti-vi com a eclosão da Balaiada e as fontes consultadas consideram Estêvão Rafael de Carvalho como responsável intelectual da Balaiada. O jornal o Bem-ti-vi encerrou sua circulação ao explodir a Revolta e Estêvão Rafael de Carvalho, se refugiou em Viana sua cidade natal. Segundo citações de gerações do antepassados, manuscritos, historiadores e livros publicados e o vídeo citado na fonte, a informação sobre a vinda do então Barão de Caxias a cidade histórica de Viana na província do Maranhão, a quarta cidade mais antiga do Maranhão, de que o Barão de Caxias, futuro Duque de Caxias, Luís Alves de Lima e Silva, pacificador da Balaiada teria dançado um baile suntuoso que lhe foi oferecido pelos vianenses nos tempos do Império no século XIX no sobrado histórico localizado no cruzamento das ruas Antonio Lopes e Cônego Hemetério, que foi demolido em 1987 pela gestão da época, onde viveu e trabalhou o intelectual vianense Ozimo de Carvalho, farmacêutico, jornalista, escritor e político e com relevantes serviços prestados à população de Viana, que recentemente foi reconstruído pela AVL. Segundo as fontes consultadas parece meio equivocada, e ainda segundo relatos de moradores da época a seus descendentes costumavam relatar que o Barão de Caxias havia se hospedado no citado sobrado histórico, prédio que ficou na história de Viana por ter hospedado o famoso pacificador da Balaiada e que o baile em sua homenagem onde dançou aos vianenses aconteceu em um dos salões da sede da Prefeitura Municipal de Viana, casarão colonial localizado na antiga Praça 08 de julho atual Praça Ozimo de Carvalho em Viana Maranhão, onde funciona a sede do poder executivo municipal, prédio histórico de azulejos originais portugueses que foram completamente descaracterizados e trocados por azulejos similares pelo mesmo gestor que mandou demolir o sobrado histórico acima citado, ambos patrimônio histórico e arquitetônico da nossa cidade. O Duque de Caxias esteve presente sim na cidade histórica de Viana - Maranhão, tanto o antigo sobrado como o prédio da prefeitura municipal por estes fatos possuem valor histórico, um por ter hospedado e o outro onde aconteceu o baile. Fonte da pesquisa: Furtado, Raimundo Nonato Travassos, Minha Vida Minha Luta, Belo Horizonte (MG) Editora São Vicente, 1977.; www.multirio.rj.gov.br; Jornal O Renascer Vianense, edições número 05 e 08; Vídeo YouTube Clóvis Martins Coelho



A NOVA LITERATURA LUDOVICENSE /MARANHENSE


EXERCÍCIO MARÍTIMO FERNANDO BRAGA in Jornal ‘O Estado do Maranhão’, 17 de agosto de 1973, enfeixado em ‘Conversas Vadias’, antologia de textos do autor. Ilustração: ‘Declaração’, poema de Bandeira Tribuzi, in ‘Intimo Comício’, obra poética, 2002, verso de abertura: fragmento de ‘Alguma Existência, 1948. Direção Musical: Tuco Marcondes e Zeca Baleiro.

José Tribuzi Pinheiro Gomes, ou simplesmente Bandeira Tribuzi é um dos valores mais brilhantes da chamada geração de 45. [São Luís do Maranhão, 2 de fevereiro de 1927 — 8 de setembro de 1977]. Iniciou o Modernismo no Maranhão em 1948, com a publicação do livro de poesia ‘Alguma Existência’. Ao lado de José Sarney, Lago Burnet, Ferreira Gullar José Bento Neves, Carlos Alberto Madeira, Cadmo Silva, Luis Carlos Bello Parga e os pintores e poetas Pedro Paiva e Floriano Teixeira, este capista dos livros de Jorge Amado pela vida inteira; e outros escritores, fez parte de um movimento literário difundido através da revista que lançou o modernismo no Maranhão, chamada ‘A Ilha’, da qual foi um dos criadores, como foi o fundador, anos depois, do jornal ‘O Estado do Maranhão’, junto com José Sarney. Poeta de grande profundeza lírica trocou a batina franciscana para assumir de vez às lides literárias e para não ser “Prior do Carmo”, como gostaria o pai, diz ele no “Memorial da longa vida”, que só durou cinquenta anos, interrompida por um enfarto fulminante no estádio ‘Nhozinho Santos’, ao assistir um jogo entre o Sampaio Correia e o Moto Clube, no dia do aniversário da Cidade de São Luís, sem extinguir, contudo, seu talento, dos mais iluminados já visto entre nós, já que o espirito é intelectivo, muito embora sua formação universitária em finanças, feita em Coimbra, já ter sido trocada, em grande parte, como dizia, por seus


afazeres jornalísticos, vez que nos trouxe da velha Europa, uma educação humanística e técnica realmente sólidas , a par de uma cultura literária, não só lusitana como universal. Em “O Conto Brasileiro”, Josué Montello traça um paralelo entre autores de inspiração ruralista e autores de inspiração litorânea, ao dizer que “realmente, a paisagem marítima, que serviu de cenário às maiores glórias da raça, só raramente aparece na prosa de ficção de Portugal, em contraste com o que ocorre com a poesia que se volta preferencialmente para o mar”, como é o caso desse ‘Exercício Marítimo’, poema inserido no ‘Cancioneiro da Cidade de São Luís, o porto que me atraco na poética de Bandeira Tribuzi, a ratificar a justeza dessa reflexão. Ouçamo-lo por isso: “A palavra mar em lenta pronúncia úmida, / fria, amarga, de marinheiros, em histórias. /Depois pensar no corpo da infância, / cartões ilustrados, /recordações, praias, visitas e pensadas”. E mais: “Quem assim escreve/ é quem já sentiu em demanda de um infinito azul /a dimensionalidade das coisas imperceptíveis, / até certo tempo ou momento. /As coisas deixadas, as lembranças e as ideologias ameaçadas/ por uma pá de cimento, / uma rosa que não brotará nunca nas raízes de uma calçada”. Afiança Joaquim Nabuco em ‘Minha Formação’, que “de um lado do mar sente-se a ausência do mundo; do outro, a ausência do país”. E assim, num doce ou não exílio, parte o poeta em vagas imaginárias: “Gosto de sal nos lábios:/ eis construída a paisagem. /Coloquemos nele um barco. / O vento [este vento real que agita os cabelos] /continuará o exercício impelindo o sonho a viagem.” O sonho ou a viagem, tanto podem ser sentidos na Praia do Desterro, em São Luis, como podem ser sentidos na amplidão das praias dos Algarves, em Portugal. O gosto de sal, a paisagem e o vento não são determinados. Fernando Pessoa escreveu que “pelo Tejo vai-se para o mundo. Pelo mar ou por um rio de aldeia se consegue partir para o mundo”. E Tribuzi prossegue “Que um dia quando pó forem meus nervos/ e minha carne o adubo de uma rosa/ e uma ave voar no meu silêncio / e tudo quanto fui seja memória,/ quando água se faça meus pensamentos / e os desejos em nuvens se transformem,/ quando já nada reste de meus erros/ e meu ser seja orvalho numa rosa,/ possa alguém lembrar/ ao ler o mais triste dos poemas,/ a sofrida saudade de um bem que foi por ter e,/ lembrando, ouça a música incontida/ da palavra comigo sepultada: doce, nítida, pura, azul e alada.” Um soneto entranhado em meio ao poema, ou pelo menos quatorze versos entrelaçados numa beleza de forma lírica, mais sentida que pensada, características acentuadas no estilo de Bandeira Tribuzi. Conteúdo vivencial e técnica perfeita, fazendo-nos lembrar a todo o momento o autor de ‘O Guardador de Rebanhos’. E prossegue o poeta de ‘Safra’: “Teus olhos, transparente melodia,/são rios como os rios de uma margem para a terra/ das nuvens, alta e fria./ Teus olhos, permanência fugidia,/ imagem da imaginada imagem/ de teu mais puro ser,/são a viagem mais preciosa [e inatingida],/ dia de luminosa auréola solar recém-nascida/nas manhãs molhadas/ orvalho e seiva, /pétala de estrela, teus olhos rimam com amor e mar /e a saudade da pátria desejada...” Neste seu último fôlego, ou exercício marítimo, não nos leva a verificação daquele fenômeno que Leo Sprizer assinalou no seu ensaio ‘Interpretação Linguística das Obras Literárias’: “O poeta é o que se esforça para transformar em enigmático um pensamento claro.” Bandeira Tribuzi nos traz com seu lirismo inebriante, uma mensagem poética belíssima... Aqui não há transcendência para o enigmático, a força construtiva é que exige, se é que exige... O poeta nos deixou uma bibliografia extensa e apurada em poesia e prosa, e foi também o autor do Hino da Cidade de São Luís... “O Memorial Bandeira Tribuzi [próximo ao Espigão Costeiro] foi criado em sua homenagem; uma das mais importantes pontes da capital, a ligar o Centro Histórico de São Luís ao outro lado da Ilha, também leva seu nome, além de um busto em bronze, na Praça do Parthenon, a perpetuar o nosso poeta, ladeado a outros escritores maranhenses. Tribuzi ao despedir-se de seu exílio interior, ou da saudade da pátria desejada, tendo o mar como experiência pessoal e melancólica, se justapõe ao lado de Geir de Campos, quando canta: “Ó grande mar – escola de naufrágios! Chora um adeus em cada colo de onda.” Ó Tribuzi, quanta falta fazes às nossas artes!


AMOR E ÓDIO NO TEMPO DA BALAIADA ANTONIO CARLOS LIMA Dois jovens maranhenses de Caxias abandonam o curso de Direito que frequentam na Universidade de Coimbra para filiar-se, no Porto, às tropas voluntárias de apoio à rainha Maria I de Portugal, filha de dom Pedro, ex-imperador do Brasil. Miguel, irmão de Pedro, usurpara o trono da sobrinha, e o país mergulhara em guerra civil. Assegurada a permanência da rainha, Ivo, um dos maranhenses que por ela lutara, volta ao Brasil, fixa-se no Rio de Janeiro e, em seguida, retorna a Caxias, onde reencontra Nunes, o antigo colega de Coimbra e das lutas no Porto. Para seu desgosto, o amigo, que trouxera do Porto a amante oriental Maia, está envolvido com sua irmã Angélica. O reencontro dos dois amigos, agora inimigos por causa desse triângulo amoroso, se dá no momento em que, em 1838, explode na vila de Caxias a Balaiada, a maior e mais violenta insurreição popular das primeiras décadas do Brasil independente. A relação conflituosa que se estabelece entre os amigos em função de suas escolhas políticas e sentimentais no ambiente conflagrado da terra natal é o fio condutor da trama do mais recente romance do escritor Ronaldo Costa Fernandes, o excelente Balaiada (Entrecapas Edições/Academia Maranhense de Letras, 242 págs). Em capítulos curtos, como takes cinematográficos que se alternam entre a fazenda Macaúbas, Caxias, Coimbra, Porto, Rio de Janeiro e São Luís, a história converge para o cenário de desordens que se sucederam em Caxias e outras cidades dos vales do Itapecuru e do Parnaíba durante a Regência. Amores e intrigas brotam em meio a confrontos entre conservadores cabanos e bem-te-vis liberais, à fúria do Balaio, à rebelião de escravos fugidos liderados pelo negro Cosme e à intervenção das tropas imperiais sob o comando do coronel Luís Alves de Lima, futuro Duque de Caxias. A ficção se entrelaça com a realidade de modo que a personagem central integra no Porto o mesmo destacamento do escritor Alexandre Herculano e do poeta Almeida Garrett e se encontra com o Imperador que proclamara a Independência do Brasil. No Rio, relaciona-se com Joaquim Manoel de Macedo, iniciador do romantismo no Brasil. Em São Luís, com o publicista João Lisboa. Em Caxias, com Domingos José de Magalhães, que, na condição de secretário de Luís Alves de Lima, escreverá a memória fundamental da Balaiada. Este é o segundo romance histórico de Ronaldo Fernandes, ambos sobre o Maranhão. No primeiro, Vieira na Ilha do Maranhão (Editora 7 Letras, 2019), ele recria a realidade dos primórdios do Maranhão colonial para nela destacar a ação evangelizadora e polêmica do pregador jesuíta. Agora, recompõe, com base em rigorosa pesquisa e farta imaginação, as décadas iniciais do Brasil independente para evocar um dos episódios mais turbulentos – e violentos - da história maranhense. Balaiada é um romance bem construído, que prende a atenção do leitor do início ao fim, em linguagem simples, sem pedantismo, e nos permite viver, além das vicissitudes de amores impossíveis e contrariados – Maia, a amante oriental de Nunes, é na verdade um homem confundido o tempo todo com mulher, como Diadorim, a personagem de Grande sertão: veredas - , um momento em que as desigualdades e as injustiças eram tamanhas no Maranhão que a maioria da população não teve outra alternativa senão apelar para as armas, em defesa de justiça e liberdade. Uma ótima leitura para estes tempos de apreensões, sobressaltos e ameaças à democracia.



A POESIA DESCOLONIZADA DE NATHAN SOUSA PAULO RODRIGUES A Metáfora do Adeus ergue imagens e ventos do Parnaíba com a moldura do sal dos oceanos. O cineasta Glauber Rocha ficou rouco de gritar, na TV Tupi: “o artista brasileiro é um colonizado”. Ele tinha razão (em 1979). Eu tinha apenas um ano de idade e sei, hoje, que ele estava vestido com uma verdade histórica duradoura. Como produtores de uma gramática estética, admiramos o eurocentrismo. Em tempo, ajoelhamos sempre para os paradigmas dos americanos. Não quero dizer com isso que os modelos não são importantes. Entretanto, sei que a literatura brasileira contemporânea deve beber a água de Lima Barreto, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Salgado Maranhão e Itamar Vieira Junior. Autores ligados ao chão das suas aldeias (buscando, no Brasil profundo, a universalidade do povo). Trago para o ensaio um pensamento do Darcy Ribeiro: “precisamos construir a universidade necessária”. Devemos mesmo pensar a academia como um espaço universal que pense soluções efetivas para os problemas nacionais. Os escritores devem seguir a mesma linha de pensamento. O signo literário só será ampliado com o compromisso real entre linguagem e realidade material concreta. Qualquer outra concepção argumentativa é uma reprodução da discursividade burguesa. Uma espécie de recado implícito: feche os olhos para a vida e divirta-se com os jogos sinestésicos. Por que faço esta introdução? Para apresentar ao leitor o livro A Metáfora do Adeus (Editora Folheando, 2020) de Nathan Sousa. Ele é ficcionista, poeta, letrista e dramaturgo. Venceu cinco vezes o prêmio da União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro. Foi finalista do prêmio Jabuti, em 2015 e do I Prémio Internacional de Poesia António Salvado. Tem poemas traduzidos para o inglês, francês, espanhol e italiano. É o autor mais premiado do estado do Piauí, e ainda promete mais conquistas para si mesmo como se fosse um general romano, que antecipa as vitórias. A obra apresenta noventa e nove páginas, dividia em cinco seções: lenço, plataforma, extravio, falso sinal e terra interminável. Nathan faz do exercício poético uma travessia de tempo, imagens e facas no branco dos olhos. Descalço, nas ruas de São Gonçalo, ou vestindo um terno da Alfaiataria Bagnoli Sartoria Napoli para receber a Ordem do Mérito Renascença do PI das mãos do governador, o poeta não esquece um segundo o seu compromisso primário com a expansão da Língua Portuguesa e com a estranheza das manhãs nubladas. Nathan parece um devoto que paga a promessa, sem perceber que já pagou. Quanto mais faz, mais quer. No poema BUDA, o poeta usa a metonímia como uma bomba atômica que prepara a reflexão da cena, na última estrofe: O sol ainda está alto na boca da noite em Teresina. Uma bicicleta e um rádio de pilha atravessam a ponte. Homem: um par de olhos. Reza de bicho sem eco. (Sousa, 2020, p. 40) Todos os eventos de linguagem em Nathan Sousa são feitos com a comoção dos dias vividos e costurados com a reflexão humanística que está entranhada na sua formação de pesquisador. O poema acima carrega o compromisso com sua gente, sem esquecer a universalidade. Qual é então a diferença entre ele e outros autores contemporâneos? Nele o acaso não é o guia. A fragmentação não é uma válvula de escape. A escrita


é pensada como um projeto de desconstrução das sugestões dos signos para fixar nas imagens, no ritmo e no tempo um caminho humano para si mesmo. Monta o protótipo do homem, no meio da tragédia material, que não abala as estruturas sociais: “Homem: um par de olhos. / Reza de bicho sem eco”. O campo semântico é lançado para o alto com a junção das palavras “bicho sem eco”. Há respeito, no entanto, não há submissão ao cânone em Nathan. O poema A MESMA HISTÓRIA comprova: Sim, eu caminhei no meio da fumaça do asfalto, debaixo da chuva inesperada de outubro em Teresina: calor que não me sai da cabeça, cheiro de gasolina, vista embaçada. Por isso não tive pressa. Porque fui dos vinte e poucos ao clarear do dia. Ainda assim, somente um disco de rock – e mais um nome desbotado no muro – me despiu como quem ama. Eu já não acreditava em nada além do que me ensinaram os livros: de Flaubert a Faulkner, páginas amarelas, o mofo das estantes. Aprendi que o silêncio já havia escrito sobre mim. (Sousa, 2020, p. 87) O poeta tem consciência da angústia existencialista: “eu já não acreditava em nada além do que/ me ensinaram os livros: de Flaubert a Faulkner”. Sabe que está na paisagem das minorias e compreende os paradoxos discursivos do último verso: “aprendi que o silêncio já havia escrito sobre mim”. As teorias pós-coloniais pregam o revisionismo crítico dos acontecimentos, assim como o enfrentamento das falhas. Neste caminho, Nathan faz auto-avaliação do depurado trabalho de linguagem, da estilística, das metáforas para mostrar o peito aberto, no voo. No trecho final do poema MEU PARAÍSO QUEIMA: […] Não quero ir pra Pasárgada. Não sou amigo do rei. Não quero ser complacente com as ordens que nunca dei (Sousa, 2020, p. 99) Sabe que é necessário superar o violento processo de dominação. Faz intertextualidade com o famoso poema de Manuel Bandeira para desmontar a ideia do lá fora como o paraíso. No plano simbólico, revira o interior do interlocutor: “Não quero ir pra Pasárgada. / Não sou amigo do rei”. Assume, portanto, a sua relação proletária de protesto e força condutora para uma nova luz. O poeta diz, em seguida: “Não quero ser complacente/ com as ordens que nunca dei”. Nathan Sousa, mestre de tantos ofícios, escreve para descolonizar a nossa literatura. Paulo Rodrigues (Caxias, 1978), é graduado em Letras e Filosofia. Especialista em Língua Portuguesa, professor de literatura, poeta, jornalista. É autor de vários livros, dentre eles, O Abrigo de Orfeu (Editora Penalux, 2017); Escombros de Ninguém (Editora Penalux, 2018). Ganhou o prêmio Álvares de Azevedo da UBE/RJ em 2019, com o livro Uma Interpretação para São Gregório. Venceu o prêmio Literatura e Fechadura de São Paulo em 2020, com o livro Cinelândia. É membro da Academia Poética Brasileira.



FERNANDO BRAGA, O IMORTAL ROBERTOFRANKLIN ALL, ALTO, AVLA, AMCL, SCLMA

No dia 27 de agosto de 2021, uma quinta feira, eu estava em Barreirinha quando recebi uma notícia que me deixou muito feliz, a notícia da eleição para a cadeira de número 2 da Academia Maranhense de Letras, do querido poeta e primo Fernando Braga. Ele deverá ocupar a vaga do Waldemiro Viana, a cadeira de número 2 patroneada por Aluísio Azevedo, fundada por Domingos Barbosa, foi ocupada primeiramente pelo Dr. Fernando Viana, seu segundo ocupante foi o Waldemiro Viana e agora, com as eleições, será ocupada pelo Fernando Braga. Fernando Braga, maranhense nascido em São Luís, à Rua Jansen Müller, é poeta, ensaísta e pesquisador, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, fez pós-graduação em Ciências políticas na UnB, fez na França um estágio na Universidade de Paris-Sorbonne. Em sua trajetória, publicou vários livros de poesias, como “Silêncio Branco”, “O Exilio do Viandante” entre outros. Fernando trabalhou por muito tempo aqui em São Luís no Banco do Estado do Maranhão, onde pela primeira vez tive contato com ele. Isso se deu, não me recordo o ano, estava participando de uma gincana cultural na minha escola, e uma das tarefas seria de procurar um poeta e pedir que escrevesse um poema, não lembro se o poema teria algum titulo. Procurei o Fernando, e ele, no balcão do BEM, pegou um papel e escreveu o poema, até hoje me penitencio por não tê-lo guardado, talvez esse contato tenha sido um incentivo para que no futuro viesse a rabiscar alguns poemas, logicamente que não na grandeza do nosso Imortal Fernando Braga. No dia 27, com a eleição do Fernando, tive uma felicidade imensa, ao mesmo tempo uma dose considerável de tristeza. Explico: Fernando Braga, eu o tenho como primo, pois minha mãe, no seu primeiro matrimônio teve três filhos, sendo duas meninas e um menino, e os três eram primos legítimos do Fernando. E como meu irmão era o primo, eu também assim me considerei. Pois bem, meu irmão Tomaz e Fernando, eram muito próximos, sempre o Tom me afirmava do amor que sentia pelo primo. A dose de tristeza seria exatamente a falta do meu irmão para festejar e comemorar a eleição do Fernando, que chega à Academia Maranhense de Letras pelos seus méritos, sendo avalizado pelo que escreveu, aplaudido em sua terra natal, em Brasília, Goiânia e em Portugal, terra do seu pai Ernani. Lembro-me agora que, pela manhã, todos os dias meu irmão pedia que eu enviasse alguns poemas e crônica que escrevera, ele lia e pedia para que eu mandasse ao Fernando, imaginem, às vezes eu mandava, às vezes não. Fernando chega à Academia Maranhense de Letras a fim de engrandecer ainda mais a cultura de nossa Ilha, chega não para mostrar que é, mais para somar. Tenho a certeza de que o Maranhão cultural, juntamente com a AML, ganhará representatividade nos lugares que citei. Nando, meu primo, quero parabenizá-lo pelo ser humano que és, pelo grande escritor, e pelo primo e companheiro que fostes para o Tom. Que Deus te proteja e te guarde, e aqui, em sua amada São Luís, te aguardo para a posse na cadeira de número 2 da AML.


ENTREVISTA A LEOPOLDO

1. BREVE BIOGRAFIA: NOME CIVIL/ARTÍSTICO: Dilercy Aragão Adler- Dilercy Adler FILIAÇÃO/FAMÍLIA: Filha de Francisco Dias Adler (Ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira-FEB) e Joana Aragão Adler, nasceu em 07 de julho de 1950, em São Vicente Férrer-Maranhão/Brasil. Do casamento tem três filhas: Danielle, Pedagoga; Milena, graduada em Ciências Contábeis e Michelle, Psicóloga. Tem sete netos Daniel Victor, João Marcelo, Caetano, Arthur, Lara, Diana e Gabriela. ESCOLAS QUE FREQUENTOU; FORMAÇÃO: Aos seis anos de idade já sabia ler e escrever (foi alfabetizada em casa). Fez o curso primário de 1957 a 1961. Fez exame de admissão conseguindo aprovação para ingressar no curso ginasial do “Ginásio Estadual do Instituto de Educação” e se graduou em Professora Normalista, em 1968, no mesmo Instituto- Escola Normal do Instituto de Educação. Ao final desse mesmo ano foi para Brasília (Distrito Federal) para prestar vestibular para Psicologia. Na ocasião também se submeteu ao Concurso para Professor da Fundação Educacional do Distrito Federal. Conseguiu aprovação nos dois exames, de modo que em 1969 iniciou os seus estudos em Psicologia, no Centro de Ensino Unificado de Brasília-CEUB, hoje UniCEUB e o seu trabalho como professora primária da Rede Pública de Brasília. Em 1972 graduou-se em Bacharel e Licenciada em Psicologia no UniCEUB e, em 1973, obteve o grau de Psicóloga. Em nível de Pós-Graduação obteve os seguintes títulos: Doutora - Instituto Central de Ciências Pedagógicas-ICCP -Havana/Cuba, 2005. Revalidação do título: Universidade de Brasília-UnB- Brasília-Distrito Federal, 2006. Especialista-Curso de Especialização em Metodologia da Pesquisa em Psicologia- Universidade Federal do Maranhão-UFMA, São Luís/MA,1981. Curso de Especialização em Sociologia- Universidade Federal do Maranhão-UFMA, São Luís/MA,1982-1984. Mestre-Curso de Mestrado em Educação-Universidade Federal do Maranhão-UFMA, São Luís-MA,1988-1990. Em nível de Aperfeiçoamento fez os seguintes cursos: Curso de Psicopatologia do Comportamento-Universidade Federal do Maranhão-UFMA (C.H.:180 hs), São LuísMA,1980. Curso Terapia Comunitária Sistêmica Integrativa-Universidade- Federal do Maranhão-UFMA (C.H.:120 hs), São Luís-MA,1997. Curso de Filosofia y Sociologia de la Educación (C.H.: 120 hs), Instituto Central de Ciencias Pedagogicas, HavanaCuba (1999). Curso de Postgrado “Problemas Teoricos y Metodologicos de La Psicologia Pedagogica”, (C.H.: 60 hs), HavanaCuba (1999). Curso de Postgrado “Metodologia de la Investigación Educativa”, (C.H.: 120 hs), Havana-Cuba (2000). Curso de Aperfeiçoamento e Treinamento para professores de Educação musical (587 horas, Brasília-DF. EXERCÍCIO PROFISSIONAL: Na Fundação Educacional do Distrito Federal iniciou em 1969, como professora alfabetizadora, nas periferias de Brasília, desenvolvendo seu trabalho pedagógico com as camadas pobres. A seguir fez uma seleção para fazer um curso de Aperfeiçoamento e Treinamento para professores de Educação musical (587 horas) o qual possibilitou otimizar na sala de aula as condições do trabalho pedagógico e propiciava melhores desempenhos dos escolares, através das artes e, nos últimos dois anos, trabalhou no Ensino Especial, com alunos com necessidades especiais. Ainda em Brasília foi monitora da disciplina de Didática Geral, durante o primeiro e o segundo semestres letivos de 1973, no UniCEUB e fez Estágios na área de Psicologia no Colégio D. Bosco (1973-1974) e no Instituto de Psicologia, Seleção e Orientação (1973-1974), data em que retornou ao Maranhão.


Em 1974 iniciou o trabalho clínico em consultório particular e, nesse mesmo ano, foi contratada para trabalhar na Fundação do Bem Estar Social do Estado do Maranhão, na função de psicóloga, onde ficou até 1976. Ainda em 1974 trabalhou no Departamento Estadual de Trânsito, como psicóloga credenciada, para fazer exames psicotécnicos para motorista (1974-1995). Em 1978 foi contratada para trabalhar na Companhia de Desenvolvimento de Distritos Industriais do Maranhão CDI-MA, como Assessora Técnica, para prestar serviços no Sistema nacional de Emprego-SINE, onde ficou até 1980, época em que iniciou os seus trabalhos na Universidade Federal do Maranhão-UFMA. Desenvolveu de 1974 a 1980 alguns trabalhos como voluntária-convidada ou sem vínculos empregatícios, entre eles: atendimento psicológico aos alunos da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais-APAE; realizou exames psicotécnicos em militares do 24º Batalhão de Caçadores do IV Exército, 10ª Região Militar, a convite do Comandante do mesmo, por ser filha de Ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira-FEB, condecorado como “herói da Segunda Guerra Mundial”; fundou a Associação Profissional de Psicólogos do Estado do Maranhão, da qual foi a Presidente Fundadora (1986-1989). Foi representante do Conselho de Psicologia-2ª Região (1983-1992). Fez várias palestras e ministrou vários cursos em diversas empresas e instituições. Na Universidade Federal do Maranhão trabalhou durante dezesseis anos (1980-1996) data da sua aposentadoria. Durante esse período coordenou vários projetos, como: “Pré-Escolar Comunitário da Vila Palmeira”, “Práticas Educativas nas séries iniciais do 1º Grau”, “Integração Universidade/Ensino de 1º Grau”, “Programa de Alfabetização: Compromisso da UFMA com o resgate/Conquista da Cidadania”, “Programa de Psico & Pedagogia”, “Em Busca da Reconstrução da Escola Normal”, “Psiquiatria Comunitária”, exerceu atividades de Direção em Campus Universitários. Elaborou Cartilha de Alfabetização: “Lendo com Malu e Nilo na Vila Palmeira”. Integrou a Comissão de Extensão Universitária e Bancas examinadoras de Concursos para ingresso no Colégio UniversitárioUFMA e de Apresentação de Monografias de alunos da Pós-Graduação da UFMA, como orientadora e como professora convidada. Ministrou vários cursos e palestras representando a Universidade em eventos diversos e em outras instituições. A grande maioria dos projetos desenvolvidos pela UFMA do qual participou era voltada para as camadas pobres de São Luís, ou do interior do Estado do Maranhão. Foi professora dos Cursos de Graduação e Pós-Graduação e desenvolveu atividades de pesquisa na Graduação do Centro de Ensino Unificado do Maranhão-UniCEUMA. Integrou Bancas examinadoras de Seleção Docente e Apresentação de Monografias de alunos dos Cursos da Graduação e Pós-Graduação, como orientadora e, também, como professora convidada (1994 a 2002). Em outubro de 1995, por meio de intercâmbio profissional firmado entre com a UFMA e Centro de Psiquiatria Social de Tradate-CPS-Itália desenvolveu serviços clínicos no Centro de Psiquiatria Social e ainda representou o Brasil, na “Távola Retonda: La salute mentale: um discorso transculturale, esperiense a confronto di psichiatria sociale”. Recebeu homenagens pelas palestras proferidas em várias Instituições, assim como participou de outros eventos na área da saúde mental na Região de Milão. Em abril de 2001 faz conferência em Montevideo-Uruguai, no Encontro Internacional da aBrace, com o Tema: “A arte e a Poesia enquanto campo de conhecimento”. Vários Cursos e Palestras foram ministrados ao longo desses anos de trabalho nas áreas da psicologia, social e da educação. Dentre as disciplinas ministradas na Graduação e Pós-graduação, encontram-se: Graduação: Psicologia Geral Psicologia do Desenvolvimento Psicologia da Aprendizagem Introdução à Psicologia


Psicologia do Excepcional Sociologia Geral Sociologia da Educação Sociologia da Comunicação Sociologia aplicada ao Turismo Sociologia Jurídica Pós-Graduação: Estratégias de Aprendizagem Desenvolvimento Cognitivo Psicanálise e Educação Fundamentos da Psicologia analítica - A visão Junguiana do desenvolvimento afetivo Psicologia do Portador de Necessidades Especiais Projeto Político-Pedagógico: uma necessidade universitária Dimensão Afetiva do Desenvolvimento Afetividade na Educação Fundamentos da Língua: letramento e alfabetização As Etapas do Desenvolvimento Cognitivo: suporte para a compreensão dos temas literários e transversais, entre outras.

PARTICIPAÇÃO EM INSTITUIÇÕES CULTURAIS NACIONAIS E INERNACIONAIS É Membro fundador e Presidente da Academia Ludovicense de Letras – ALL (Biênio 2016-2017), ocupando a Cadeira de nº 8. Titular da Cadeira Nº 1 do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM. Presidente fundador da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão_SCL-MA(1987), Presidente da Sociedade de Cultura Latina do Brasil e Senadora da Cultura do Congresso da SCL do Brasil, Membro da Diretoria do Capítulo Brasil da Academia Norteamericana de Literatura Moderna, Membro das Academias e instituições que seguem: Titular da cadeira nº 13, patronímica de Henrique Coelho Neto do Quadro II, Correspondentes da Academia Irajaense de Letras e Artes-AILA, Rio de Janeiro; Correspondente da Academia de Letras Flor do Vale Ipaussu/São Paulo; Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni, da Comissione di lettura Internazionale da Edizioni Universum, Trento/Itália; da International Writers And Artists AssociationOHIO/EUA; Correspondente da União de Escritores Brasileiros RJ-UBE-RJ; da Casa do Poeta do Rio de Janeiro; da Associação Profissional de Poetas e Escritores do Rio de Janeiro-APPERJ; da Associação dos Escritores do Amazonas-ASSEAM; Coordenadora Estadual no Maranhão do Proyecto Sur–Cuba; Representante da aBrace no Estado do Maranhão; Corresponsal Internacional da Sociedad Argentina de Letras, Artes y Ciencias S.A.L.A.C. Representante no Brasil do Periódico Porta Dell Uomo- Itália. Socia y Miembro Correspondiente de la Unión de Escritores y Artistas de Tarija-Bolívia. Grado Honorífico de Embajadora Universal de la Cultura del Estado Plurinacional de Bolivia: Gobernacion del Departamento de Tarija; Honorable Concejo Municipal de Tarija, Univerdidad Autonoma “Juan M. Saracho”, Unión de Escritores y Artistas de Tarija (UEAT), Union Latinoamericana de Escritores (ULATE) en Reconocimiento a la Produción Literaria, Educativa y Artística. Membro e Laureada pela Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture. Delegada Cultural em Maranhão-Brasil do Liceo Poético de Benidorm (Espanha) e Embaixadora do Círculo Universal dos Embaixadores da Paz. 2ª Diretora de Cultura da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil- AJEB – MA, Membro Correspondente fundador da Academia de Belas Artes do Rio Grande do Sul-ABARS. Membro do Instituto Cultural D. Isabel I, , Sócia Titular do Pen Clube Brasil. Titular do Pen Clube Brasil. Membro Internacional do Institut Brésil Suisse Cultive. Elaborou as seguintes Monografias, Artigos e livros: Cartilha de Alfabetização: “Lendo com Malu e Nilo na Vila Palmeira”, São Luís/Ma: Mimeo,1982. Monografia de Conclusão de Curso de Especialização em Sociologia, com o tema: “Hora e Vez da Criança Falar de Família”. São Luís-MA,1985. “A propósito da linguagem como comunicação”. São Luís-MA, 1989.


“A Escola Comunitária: algumas considerações”. Artigo publicado nos ”Cadernos de Pesquisa” v. 7 n.º 1 da PróReitoria e Pós-Graduação-UFMA,São Luís-MA, Jan/Jun/1991. “Alfabetização Integradora ou Desintegradora da Personalidade”. Artigo publicado em a “Extensão e Revista”, v. 1, n.º 1 da PREXAE-UFMA. São Luís-MA,1991. Dissertação de Mestrado com o tema: “Alfabetização e Pobreza: A Escola Paroquial Frei Alberto em São Luís (Maranhão) e a sua professora alfabetizadora da 1.ª série do turno diurno” - UFMA, São Luís-MA, 1995. “A Propósito da Contradição no Seio da Escola”. Artigo publicado em “CEUMA Perspectivas”, v.1 n.º 2 do CEUMA, São Luís-MA, julho/1997. “A Afetividade na relação pedagógica: algumas considerações. Artigo publicado nos “Cadernos Pedagogia do Movimento Político, n.º 02 do Centro de Estudos Político-Pedagógicos-CEPP, São Luís-MA, 1997. “Enfoques Teóricos em Sociologia da Educação: estudos de sala de aula (organizadora). Trabalho publicado no “Caderno de Educação”,v.I ,n.º1, do Departamento de Educação do CEUMA, São Luís-MA, 1988. “A identidade de classe do Professor do Ensino Tecnológico: algumas considerações”. Artigo publicado na revista” Nova Atenas” do Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão-CEFET, v.1, n.º1, São Luís-MA, 1988. “O Caráter histórico-social da produção do conhecimento científico”. Artigo Publicado na revista “CEUMA Perspectivas: Brasil 500 anos” ISSN-1415-3060, Ano4, v. 4, São Luís-MA, 2000. “A dimensão político-pedagógica na prática docente no Ensino Fundamental, em São Luís-MA: investigação piloto” São Luís-MA, 2001. “O valor do diploma na moderna sociedade capitalista”, Jornal “O Estado do Maranhão, São Luís-MA, Janeiro de 2003. “O (Des)crédito no Sistema de Ensino Brasileiro”, Jornal “O Estado do Maranhão”, Julho de 2003. BIBLIOGRAFIA 2018 2017 2017 2016 2015 2015 2015 2014 2014 2014 2014 2013 2013 2012 2011 2011 2008 2005 2005

I Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Brasil: Construindo Pontes (Org.) Cantos à beira-mar e Gupeva de Maria Firmina dos Reis (co - organizadora) Maria Firmina dos Reis: uma missão de amor Pelos Caminhos da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial: condições e contradições de uma época (org.) Sobre Maria Firmina dos Reis (co - organizadora.) Cento e noventa poemas para Maria Firmina dos Reis (co - organizadora.) Doses Homeopáticas de Poesias: Lua e Poesia num ato libidinosamente sensual Círculo de Fuego – Org. Feliciano Mejía Revista do Movimento Amaro/Peru com poesias de Dilercy Adler De subido à Deriva Maria Firmina dos Reis: ontem, uma maranhense; hoje uma missão de amor! Mil poemas para Gonçalves Dias: diário de viagem (co - organizadora) Mil poemas para Gonçalves Dias (co - organizadora)) Sobre Gonçalves Dias (co - organizadora) TINKUY Poesia feminina: estranha arte de parir palavras Uma história de Céu e estrelas Desabafos... flores de plástico... libidos e licores liquidificados Joana Aragão Adler: uma história de amor e de fé... uma história sem fim Tratamiento Pedagógico de los valores Morales: de la comprensión teórica a la práctica consciente (Tese de Doutorado)


2004 2003 2002 2002

2001 2000 2000 2000 1999 1998 1997 1996 1991

Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-IV (org) Carl Rogers no Maranhão: Ensaios Centrados (org) Alfabetização & Pobreza: A escola comunitária e suas implicações (Dissertação de mestrado) Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-III (org) Seme...ando dez anos Cinqüenta vezes Dois Mil human(as) idade(s) Genesis-IV Livro Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-II (org) Arte Despida Coletânea Poética da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão LATINIDADE-I (org) Poematizando o Cotidiano ou Pegadas do Imaginário Circuito de Poesia Maranhense (org) Crônicas & Poemas Róseos-Gris

Organização de Exposição: Em 1995 organizou a Exposição “Circuito de Poesia Maranhense” (poesia e fotografia-100 poemasposters de 61 poetas maranhenses apresentada em vários Estados do Brasil e em países como: Itália, México, Cuba, Uruguai e Argentina) e publicou o Livro da exposição em 1996. Participação em Antologias Nacionais e Internacionais: 1993 Oficina Cadernos de Poesia do n º 19 Rio de Janeiro/Brasil. 1994 Oficina Cadernos de Poesia do n º 20 Rio de Janeiro/Brasil. 1994 A Poesia Maranhense no Século XX, do Sioge/Imago, São Luís/MA; Rio de Janeiro/Brasil. 1994 2.ª Antologia Poética de “A Figueira”, Santa Catarina/Brasil 1995 Oficina Cadernos de Poesia do n º 21 Rio de Janeiro. 1995 Agenda 94 e 95 da Oficina Letras e Artes, Rio de Janeiro. 1995 3.ª Antologia Poética de “A Figueira”, Santa Catarina/Brasil. 1995 Mulher, Rio de Janeiro/Brasil. 1995 Catálogo da Produção Poética dos anos 90, Blocos Editora: Rio de Janeiro. 1995 Antologia Poética Del’Secchi”, vol. II, Rio de Janeiro/Brasil. 1996 Oficina Cadernos de Poesia do n º 22 Rio de Janeiro/Brasil. 1996 O Beijo, Líteris Editora, Rio de Janeiro/Brasil. 1996 Grandes Talentos, Líteris Editora, Rio de Janeiro/Brasil. 1996 Antologia Poética Del’Secchi” Volume IV. Rio de Janeiro/Brasil. 1996 Antologia Internacional de Poesia, v.2, do Movimento Poético de São Paulo/Brasil. 1996 Athena, 1.ª edição, da Edizioni Universum, Trento/Itália. 1997 Oficina Cadernos de Poesia do n º 23 Rio de Janeiro. 1997 Eros e Psique. Blocos Editora: Rio de Janeiro/Brasil. 1997 2.º Catálogo da Produção Poética dos anos 90, da Sociedade dos Poetas Vivos. Blocos: Rio de Janeiro. 1997 Planetária Multilingual Anthology, da Edizioni Universum, Trento/Itália. 1997 International Poetry Yearbook, International Writers and Artistis Association-OHIO/EUA. 1997 Primeira Antologia de Poetas Brasileiros, Editora do Poeta: Rio de Janeiro. 1998 Athena, Antologia di Litteratura Contemporanea Multilingue da Edizioni Universum, Trento-Itália. 1998 Jalons, nº 62, Nantes-França.


1998 Antologia “Mulher”, Produções Culturais Ltda., Engenho Novo-RJ/Brasil. 1999 Antologia de Poesias, Contos e Crônicas SCORTECCI para o Salão Internacional de São Paulo, Scortecci, São Paulo-SP/Brasil. 1999 Poesia Viva, Biblioteca Rosa Castro-SESC, São Luís-MA/Brasil. 2000 Laços de Cultura, Brasil Quinhentos Anos, da Sociedade de Cultura Latina do Estado de Goiás, Goìânia/Goiás/Brasil. 2000 Poesía de Brasil Proyecto Cultural Sur- Brasil Bento GonçalvesRS/Brasil. 2000 Antologia di Letteratura Contemporanea Multilingue “Globus”, Edizioni Universum, Trento-Itália. 2000 Reflexos da Poesia Contemporânea do Brasil, França, Itália e Portugal, Universitária EditoraLisboa/Portugal. 2000 Letras Derramadas: seleción de poesía erótica y amatoria, 2002, Montevidéo/Uruguai. 2001 Terceiro Milênio: Antologia da Sociedade de Cultura Latina do Brasil. ZMF Editora: Rio de Janeiro. 2002 Antologia “Terceiro Milênio” da Sociedade de Cultura Latina do Brasil, São Paulo/Brasil. 2002 Anthology “The XXIInd World Congress of Poets”, Iasi/Romania. 2002 Una Poesia per la vita, Edizioni Universum, Trento/Itália. 2005 Poetando para um mundo de Paz: Renza Agnelli, Dilercy Aragão Adler e Victor Corcoba. Edizioni Universon. Itália. 2008.Brasileiros em Prosa &Verso. Edições Alba: Varginha/Minas Gerais. 2009 Receita Poética. Lithograf: São Luís/ Maranhão. 2009 10 anos de aBrace. Movimiento Cultural aBrace, Organizadores: Roberto Bianche e Nina Reis.Uruguai. 2009Voces em Plenilunio; Antologia Latinoamericana. Casa de la Cultura Ecuatoriana /Universidad de Loja. Ecuador. 2011 Antologia Literária Cidade: verso e Prosa. Belém:L&A Editores 2011 Perfil da Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro. APPERJ: Rio de Janeiro. 2011. Sobre o Amor. Sociedade Brasileira de Médicos Poetas- Maranhão. São Luís/Maranhão. 2011. Antologia da Associação Internacional Poetas Del Mundo. Life Editora/ Campo Grande/Mato Grosso do Sul. 2012 Oficina Agenda Literária Equinócio. Oficina Editores: Rio de Janeiro 2012 Poesía Cuentos y Vos 2012 Argentina. 2012 São Luís 4 Séculos de Beleza e Poesia. Sociedade Brasileira de Médicos Poetas- Maranhão. São Luís/Maranhão. 2015 Antologia Rio de Janeiro 450 anos de Verso e Prosa. Rio de Janeiro 2015 Terapia Poética. Sociedade Brasileira de Médicos Poetas- Maranhão. São Luís/Maranhão. 2015 RENOVARTE. Revista da União Brasileira de Escritores/RJ. 2015 Antologia da FALARJ. ZMF Editora: Rio de Janeiro. 2015 Varal Antológico 5. Designe Editora: Jaraguá do Sul/Santa Catarina. 2015 PERFIL: APPERJ 26 anos. Org. Sérgio Gerônimo. Rio de Janeiro. 2015. MESTURAS. Sacautos Cooperativa Gráfica. Espanha. 2016. AGENDA. Poetas del Mundo. Chile. 2016 HAY CURA PARA EL AMOR? Liceo Poético de Benidorm. Espanha. 2016 SIEMPRE EL AMOR-SEMPRE O AMOR.Org. Tunholo, Nazareth. Brasília 2016 Palavras 2016. Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil- AJEB. Evangraf: Porto Alegre. 2016 O Trem e o Imaginário IV: Verso e prosa. Academia Ferroviária de Letras. Rio de Janeiro. 2016 Coletânea Literária: a Arte de ser Mulher. Editora Sem Fronteira: Rio de Janeiro. 2016 Coletânea Literária: II Seminário Internacional Encontro das Américas: Literatura, Arte e Cultura em Terras Potiguares. Rio de Janeiro. 2016 Integração Cultural Interestadual: Coletânea Literária. Editora Sem Fronteira: Rio de Janeiro. 2018 aBrace Letras Poesia. Editora aBrace; Uruguai. 2018 100 Melhores Poetas Lusófonos Contemporâneos 2018. Literarte: Rio de Janeiro.


2018 Antologia Bilíngue Corazones Calientes/Corações Quentes. Revista Capital: Brasíla/DF 2018 Maria Firmina dos Reis: faces de uma precursora. Malê: Rio de Janeiro. 2019 Mulheres Extraordinárias. Coletânea Literária AJEB -Rio de Janeiro. 2020 Toda Forma de Ser Mulher. Antologia Literária AJEB - Coordenadoria do Maranhão-São Luís MA. 2020 – Antologia da Academia Capixaba de Letras e Artes de Poetas Trovadores. Espírito Santo. 2020 -Antologia -O Iguarense :175 anos de Vargem Grande. Academia Vargem-grandense de Letras e Artes. 2020 -Antologia Literária-FALARJ/2020- Rio de Janeiro. 2021- Antologia Crisálidas: Literatura Feminina Maranhense – São Paulo. 2021- Dicionário de Escritores de Brasília, 4ª Edição. Brasília. E-BOOKS 2020-Por que escrevemos: Coletânea Literária Organizada pela AJEB-MA. 2021- Coletânea Enluaradas I: Se Essa Lua Fosse Nossa-Ser MulherArte Selo Editorial/Alemanha.

Títulos Literários e Culturais: Prêmio de edição do “I Concurso Litteris de Cultura” com a poesia “O Beijo”, Litteris Editora, Rio de Janeiro/Brasil 1995. Colar do Mérito Cultural da Revista Brasília, Brasília/DF/Brasil, 1996. Medalha de Mérito pelos relevantes serviços prestados à Cultura e participação nas iniciativas do Grupo Brasília de Comunicação, Brasília/DF/Brasil, 1996. Diploma de “honour and excellence”, the International Writers and Artists Association and Bluffton College, Ohio/EUA, 1996. Prêmio de Publicação da Obra “Poematizando o Cotidiano ou Pegadas do Imaginário” do 1º Concurso Blocos de Poesia, Rio de Janeiro/RJ/Brasil, 1997. Título de melhor ativista Cultural do ano de 1997, pela Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Mogi das Cruzes/São Paulo/Brasil, 1998. Título de Honra ao Mérito pela Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Mogi das Cruzes/São Paulo/Brasil,1998. Menção Honrosa pela participação no livro “Mulher” no 3º salão de Artes Plásticas na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro/RJ, 1998. Moção de Congratulação com louvor da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, pelo reconhecimento de seus grandes méritos à Literatura Brasileira, Rio de Janeiro/RJ, 1999. Diploma de Destaque em Literatura do ano de 1998, pela Sociedade de Cultura latina do Brasil, Mogi das cruzes/São Paulo/Brasil, 1999. Prêmio a Latinidade I da Sociedade de cultura Latina do Estado do Maranhão, como uma das melhores coletâneas do ano de 1998, pela Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Mogi das Cruzes, /São Paulo/Brasil, 1999. Título “Autore dell’Anno”, da Edizioni Universum, Trento/Itália, 1999. Diploma de Participação no “I Encuentro Latinoamericano de Casas de Poetas y Congreso Brasileño de Poesía em Habana”, Habana/Cuba 1999. Diploma de participação no VII Encuentro Internacional en la Mixteca de Mujeres Poetas en el pais de las nubes, nas cidades de Huajuapan de León y Oaxaca/México, 1999. Título de Personalidade do Século XX por sua participação na Coletânea “Laços de Cultura, Brasil Quinhentos anos” e sua brilhante produção poética e integração ao Movimento Alternativo Cultural Brasileiro, pela Sociedade de Cultura latina do Estado de Goiás, Goiânia/Goiás/Brasil, 2000. Título de Honra ao Mérito, pelos relevantes serviços prestados à Cultura Brasileira e a esta entidade, durante a gestão de Joaquim Duarte Baptista, Mogi das Cruzes/São Paulo/Brasil, 2001.


Diploma de Participação no “III Encuentro Internaciol da aBrace” Montevideu/Urugua, 2001. Prêmio Internazionale II Convivio dell’ anno 2001, nella sezione “Poesia” com la lírica “Desabafo”, da Accademia Internazionale, II Convivio, Castiglione di Sicilia/ Itália, 2002. Diploma di Merito per l’opera “Desejos espúrios, e Prêmio Internazionale “Una Poesia Per la vita, Omaggio a Dennis Kann”, Edizione Universum, Trento/Itália, 2003. Título e Troféu “Personalidade Destaque SCLB-2003” na categoria escritora- Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Porto Alegre/Rio Grande do Sul/Brasil, 2003. Diploma di riconoscimento di mérito al Prêmio “Filoteo Omodei” nella sezione poesia in portughese, Pela Accademia Internazionale II Convívio, Castiglione di Sicília, 2004. Diploma de "The best of the year 2005 - Publications biography "Joana Aragão Adler''", International Writers and Artists Association-IWA, 2005. Prêmio Dia Internacional da Mulher "Categoria Psicologia", Atividade Eventos e Turismo, 2006. Mención de Honor – La Universidad Tecnica Luis Vargas Torres de Esmeraldas -Equador, 2008. Medalha do Mérito Cultural “Jorge Amado” Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais- InBraSCI, 2012. Título de Embaixadora Universal de la Cultura – Estado Plurinacional de Bolivia. Tarija, 2012. Homenagem da Faculdade Cândido Mendes – Placa de Reconhecimento e Agradecimento “por todos os anos de parceria”, 2013. Diploma de Honra ao Mérito- Espaço Cultural Gonçalves Dias, Caxias-Maranhão, 2013. Diploma de Honra ao Mérito- Fundação Cultural Gonçalves Dias, Caxias-Maranhão, 2013. Diploma de Legionário -24º Batalhão de Caçadores, 2013. Diploma de "The best of the year - Publications “Mil Poemas para Gonçalves Dias", International Writers and Artists Association-IWA, 2013. Diploma de Congratulação -Senador do Congresso da Sociedade de Cultura Latina – Laje Muriaé, Rio de Janeiro, 2014. Título de Embaixadora da Paz -Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix, Suisse / France, 2014. Diploma de “The Best Editor of Brazil”, the International Writers and Artists Association and Bluffton College, Ohio/EUA, 2016. Homenagem da 1ª FLAEMA pela valiosa colaboração à literatura maranhense, 2016 Troféu Cecília Meireles 18º evento mulheres notáveis- Itabira – Minas Gerais, 2016. Distinción “Botón Comunero”-Fundación Comuneros Arte e Cultura – Colombia, 2016. Mención de Honor – El Alcade de Municipio de Barichara- Santander/ Colombia, 2016. Moção de aplausos da câmara municipal de São Gonçalo, 2017. Troféu Mulher do século XX – Enlace Museu Pós-Moderno de Educação/Museu de Arte ContemporâneaRio de Janeiro, 2017. Comenda AMIGOS DA EDUCAÇÃO- ONG- Amigos da Educação. Vitória /ES, 2017. Comenda Infanto-juvenil “Prof. Joadélio Codeço” - A.E.A.C., 2017. Reconhecimento Cultural - Museu de Arte Contemporânea-Rio de Janeiro, 2017. Menção honrosa da Prefeitura Municipal de São Gonçalo/Rio de Janeiro, 2017. Medalha do “Mérito Força Expedicionária Brasileira” – Campo Grande, 2017. Título de Excelência Literária - A.E.A.C. e Museu Pós- Moderno de Educação, Rio de Janeiro, 2017. Medalha Destaque: “Orgulho Cultural Língua Portuguesa no Mundo” - Museu Pós-Moderno de Educação, Rio de Janeiro, 2017. Diploma do Mérito Cultural -pela Sociedade de Cultura latina do Brasil-SCLB, 2018. Diploma do Mérito Cultural - da Academia Brasileira de Trova, Rio de Janeiro (RJ), 2018. Título de Amiga da ABT - da Academia Brasileira de Trova, Rio de Janeiro (RJ), 2018. - Medalha do Município, e Cidade de Valpaços (Valpaços/ Portugal), 2019. - Medalha da Vila de Carrazedo de Montenegro (Carrazedo de Montenegro/Portugal), 2019. - Medalha Joaquim Duarte Baptista da SCLB, 2019. Diploma do “V Prêmio Literário Gonzaga de Carvalho” da Academia de Letras de Teófilo Otoni -MG, (3º lugar Poesia) 2020.


Diploma do “V Prêmio Literário Gonzaga de Carvalho”, da Academia de Letras de Teófilo Otoni MG -Menção Honrosa- Crônica, 2020. Entre os Encontros, Cursos e Congressos Internacionais podem ser citados: 1.ª Giornata di Studio “Aiutare ad Aiutarsi: Esperienze in Tema de Salute Mentale”, Milano-Itália, Outubro de 1995. 2.ª Giornata di Studio “Aiutare ad Aiutarsi: Esperienze in Tema de Salute Mentale”, Milano-Itália, (outubro/1995). VIII Encuentro Latinoamericano del Enfoque Centrado en la Persona, Aguascalientes-México, (Outubro/1996). Pedagogía 99-Encuentro por la unidad de los educadores latinoamericanos, Havana-Cuba (Fevereiro/1999). Curso de Filosofia y Sociologia de la Educación (C.H.: 120 hs), Instituto Central de Ciencias Pedagogicas, Havana-Cuba (1999). Curso de Postgrado “Problemas Teoricos y Metodologicos de La Psicologia Pedagogica”, (C.H.: 60 hs), Havana-Cuba (1999). Curso de Postgrado “Metodologia de la Investigación Educativa”, (C.H.: 120 hs), Havana-Cuba (2000). III Encuentro Internaciol da aBrace” Montevideu/Urugua, 2001. IX Foro Internacional del ECP, Mar Del Plata-Argentina, 2004). Pedagogia 2005- Encuentro por la unidad de los educadores e 1º Congreso Mundial de Alfabetización, Havana-Cuba, 2005. Encuentro Internacional Equador, 2008. XI Fórum Internacional da Abordagem Centrada na Pessoa: A ACP em Tempos de Transição. Suzdal, Rússia, 2010. 49º Encuentro Internacional de Poetas “Oscar Guiñazú Álvarez”Villa. Dolores Argentina, 2010 V Encuentro Internacional de Escritores y Artistas. Tarija/Bolivia, 2012. I Congresso Internacional de Literatura Brasileira Nélida Piñon en la República de los Sueños, Salamanca/Espanha, 2018 X Encuentro Universal de Escritores (Brasil pais invitado de honor). Santander/ Colômbia, 2016. 20° Encuentro Internacional Literario aBrace, Uruguai. de 2018. III Encontro Internacional da Sociedade de Cultura Latina. Carrazedo de Montenegro/ Portugal (Organização). II Feira Literária Internacional do Xingu-FLIX: outras margens, Campus de Altamira-(UFPA) 2019. II Congresso Internacional de Literatura Brasileira. “Ana Maria Machado e o compromisso literário”. Salamanca/Espanha 2021 - (virtual). I Salon du livre et de la Culture de Genève – Cultive. Suisse, 2021- (virtual).

2. Quando e como começou a poetar/escrever sobre literatura? R- A escrever poemas desde a adolescência, a publicar em 1991. 3. Pertenceu a algum movimento? de que geração você é ou se enquadra? quem eram os companheiros? R- Tinha contatos frequentes com o “Poeme-se -Papoético” Geração que me enquadro: Geração 1990. Companheiros mais chegados: Paulo Melo Sousa, Gyl Pires, Ribamar (livraria) César Maranhão Rafael Oliveira 3. Qual a importância dos seguintes movimentos/grupos na sua formação como escritor/poeta: a. Geração de 45 b. Galeria dos Livros (década de 50/60) c. Antoponáutica/Guarnicê/LABORARTE d. Academia dos Párias e. Os Cadernos Alternativos/Vagalume


f. Poeme-se/Papoético (X) g. Poiesis/Curare/Carranca h. Circuito de Poesia Maranhense/Latinidade (X) i. Safra 90 – Início a publicar em 90 (X) j. Guesa Errante- (X)


CANTOS À BEIRA-MAR E GUPEVA – Prefácio ALL

É uma grande honra a Academia Ludovicense de Letras-ALL em parceria com o Instituto Histórico e Geográfico de Guimarães-IHGG realizarem este projeto de publicação, num único exemplar, de duas obras de Maria Firmina dos Reis, Cantos à Beira Mar e Gupeva. Cantos à Beira Mar teve apenas duas edições anteriores: a original, em 1871, e a 2ª Edição, Impressão FacSimilar publicada por José Nascimento Morais Filho, em 1976. O Gupeva conta com três publicações em jornais literários: em 1861, O Jardim dos Maranhense, inicia a publicação do conto indianista Gupeva, dividido em quatro capítulos; em 1863, nova edição do Gupeva pelo Jornal Porto Livre e, em 1865, o jornal literário Eco da Juventude. Mas a primeira edição em livro dá-se em 1975, no livro de Nascimento Morais Filho, intitulado: Maria Firmina: fragmentos de uma vida, no qual publica o Gupeva juntamente com outras obras da escritora. Como já foi referido, embora talvez não suficientemente, esta renomada autora maranhense, sem contar o montante da sua obra que aglutina várias vertentes da arte, não tem as suas obras literárias disponibilizadas no mercado editorial, com exceção do romance Úrsula, que já conta com seis edições em nível nacional e duas pela Academia Maranhense de Letras - AML. Com o intuito de preludiar de forma que traduza o mais próximo possível da riqueza e beleza destas obras, encantei-me de início com a Dedicatória de Maria Firmina para a sua mãe, no seu Cantos à Beira Mar: À MEMÓRIA DE MINHA VENERADA MÃE, e na primeira oração, me parece, de forma imperativa e doce, diz: Minha mãe – as minhas poesias são tuas (grifo meu). E continua... É uma lágrima que verto sobre as tuas cinzas! – acolhe-as, abençoa-as para que elas possam te merecer. [..]verti lágrimas de pungente saudade, de amargura infinda sobre a tua humilde sepultura, como havia derramado sobre o teu corpo inanimado. [...]a dor era cada vez mais funda, mais agra e cruciante – tomei a harpa, - vibrei nela um único som, - uma nota plangente, saturada de lágrima e de saudade... [...]Este som, esta nota, são meus cantos à beira-mar. Ei-los! É uma coroa de perpétuas sobre a tua campa, - e uma saudade infinda com que meu coração te segue noite, e dia - é uma lágrima sentida, que dedico à tua memória veneranda. [..] Eis pois, minha mãe, o fruto dos teus desvelos para comigo; - eis minhas poesias: - acolhe-as, abençoa-as do fundo do teu sepulcro. E ainda uma lágrima de saudade, - um gemido do coração... Guimarães, 7 de abril de 1871. Maria Firmina dos Reis. (grifos meus). Alguns podem achar um texto piegas, sentimental ao extremo; eu não comungo com essa interpretação. Traduzo nesses versos um amor profundo e adornado por muita admiração e gratidão de uma filha por sua mãe. Aí me vem a constatação de quão necessária é essa obra, porque vestida e revestida de sentimentos nobres e, nesse sentido, pouco usuais na nossa empobrecida contemporaneidade, na qual o consumismo e a necessidade de poder são exortados como condições indispensáveis de bem viver. Quem sabe assim possamos refletir acerca do quê estamos vivendo, para quê estamos vivendo e como estamos vivendo. Chama a atenção, que alguns poemas são oferecidos a pessoas de sua estima e admiração, inclusive a Gonçalves Dias, mas também outros para louvar Guimarães, a Praia de Cumã e ainda aqueles que tratam das questões amorosas do amor romântico e outras dores, como Queixas, Não quero amar a mais ninguém, A dor que não tem cura, Confissão, Esquece-a, Seu nome, Melancolia, entre tantos outros. Mas um poema que muito me enternece é: No Álbum de uma amiga. [...] Os crus dissabores que eu sofro são tantos, São tantos os prantos, que vivo a chorar,


É tanta a agonia, tão lenta e sentida, Que rouba-me a vida, sem nunca acabar. [...] Não queiras a vida Que eu sofro - levar, Resume tais dores Que podem matar. E eu as sofro todas, e nem sei Como posso existir! Vaga sombra entre os vivos, - mal podendo Meus pesares sentir. Excertos de: No Álbum de Uma Amiga In: CANTOS À BEIRA MAR, 1871. Por sua vez, O Gupeva trata de um amor impossível com final trágico. Nas suas falas, fica claro todo um ranço de desamor expressos em preconceitos e intenção clara de dominação. Mas, concomitantemente e contraditoriamente, o amor também se impõe de forma contundente no casal protagonista, sobrepujando o que há de mais sombrio na estrutura da personalidade humana, o que na linguagem analítica Junguiana (Carl Jung) diz respeito ao arquétipo primordial, incluso na estrutura psíquica, o chamado, lado sombra de todo ser humano. Assim, esse conto também, inteligentemente, é entrecortado por descrições belíssimas do amor romântico, verdadeiro e puro, e também de descrições enfáticas de uma natureza mais virgem, no sentido da inexistência, ainda, da ação predadora do homem moderno sobre ela, a exemplo de: [...]Era uma bela tarde; o sol de agosto animador, e grato declinava já seus fúlgidos raios; [...]Mas, as trevas eram já mais densas, e o coração do moço confrangia-se, e redobrava de ansiedade. Seus olhos ardentes pareciam querer divisar através dessas matas ainda quase virgens um objeto qualquer. [...] Gastão, disse procurando tomar-lhe entre as suas mãos, que loucura meu amigo - que loucura a tua te apaixonares por uma indígena do Brasil; por uma mulher selvagem, por uma mulher sem nascimento, sem prestígio: ora, Gastão sê mais prudente; esquece-a. - Esquecê-la! - exclamou o moço apaixonado, nunca! [...]Era pois na lua das flores, que à tarde um velho cacique, e um mancebo índio, do cume deste mesmo outeiro, lançavam um olhar de saudosa despedida, sobre o navio normando, que levava destas praias uma formosa donzela. [...]Como Paraguaçu, Épica havia recebido o batismo. Conquanto a jovem princesa do Brasil não poupasse esforços em chamar os homens do seu país ao grêmio da igreja; conquanto sua voz fosse persuasiva, suas palavras insinuantes; todavia foi a voz de Épica que rendeu o moço índio. Ele abraçou o Cristianismo, quando soube que Épica era cristã. Oh! mancebo, murmurou o tupinambá, quanto pode o amor, quando ele é santo, como o que há no céu! (grifos meus). Gostaria de dar realce também à questão da relação entre os povos tratada de modo forte por Maria Firmina no conto Gupeva, ao colocar como protagonistas personagens da Europa e da Nação Tupinambá. E a esse respeito coloco num artigo meu intitulado: A POÉTICA NO DISCURSO DO DOMINADOR: a permanência dos franceses no Maranhão na narrativa de D’Abbeville, apresentado pela primeira vez no COLÓQUIO IBERO SUL- - AMERICANO DE HISTÓRIA: entre os dois lados do Atlântico, em Florianópolis, de 07 a 19 de setembro de 2009, e publicado na Revista Eletrônica do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Volume 31 novembro de 2009. Introduzo a temática dizendo nas páginas 44 e 45: Todos os colonizadores, sem exceção, apresentam, à primeira vista, uma lógica no discurso da dominação muito convincente e sempre permeada por uma nobreza incontestável. Os portugueses, franceses e espanhóis engendravam o fio condutor dos seus discursos de dominação dos povos das Américas Central e do Sul, principalmente a partir da fé, ou seja, da necessidade de expandir o


cristianismo para salvar os pagãos através da catequese e do batismo. Demonstravam, nesse argumento, ser essa uma condição natural para o salvamento da alma dos povos indígenas (grifos meus).

Essas questões nos parecem distantes, mas continuam vigentes nas sociedades atuais, embora em algumas situações com nuances diferentes. Desse modo, objetivando ampliar o conhecimento da obra da autora, inclusive com vista ao uso/estudo no ensino regular, é que disponibilizamos este livro que contempla essas duas obras de Maria Firmina dos Reis e esperamos que os frutos dessa leitura acrescente, além de mais conhecimento, mais amor na sua vida, caro leitor! São Luís, 23 de outubro de 2017. Dilercy Aragão Adler Membro fundador e Presidente da Academia Ludovicense de Letras-ALL Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Cadeira Nº 01 Presidente da Sociedade de Cultura Latina do Brasil


PREFÁCIO (IHGG) A vida é cheia de grandes desafios e momentos que marcam as nossas vidas. As vezes ficamos com medo de enfrenta-los, outras vezes vamos à luta. Como desafio, aceitei a este convite de Dilercy, pois sei que sou um humilde mortal, sem pretensões de laçar-me na literatura. Aceitei, e como é difícil começar; as palavras fogem, mas, ela também chegam e aos poucos vão preenchendo esta folha, que fará a apresentação desta importante obra de uma mulher simples e visionária que viveu a maior parte da sua vida em Guimarães, no século XIX. Esta cidade do litoral norte maranhense, banhada pela Baia de Cumã, na qual está encantado o Poeta Gonçalves Dias, que no passado áureo tinha como base econômica, a plantação de cana de açúcar, grande produtor de farinha e algodão. Muitos eram os engenhos, muitos eram os povos africanos que vinham da África, de maneira desumana a derramar o seu sangue. Nesta terra, Guimarães, hoje conhecida como a terra mãe, nasceram grandes personalidades, como Sousândrade, Urbano Santos, Monsenhor Estrela, João Pedro Dias Vieira e tantos outros que estão imortalizados nas páginas da História do Nosso País, sem esquecer dos vimaranenses que continuam a escrever com brilho. Esta obra é conduzida por uma mulher extraordinária, a Dilercy Adler, uma imortal, Presidente da Academia Ludovicense de Letras, atualmente a pessoa mais capacitada para falar de Maria Firmina dos Reis, a nossa mestra Regia que deixou um grande legado, e aos poucos vai tornando-se conhecida, estudada, e levada aos quatro cantos do mundo. Neste livro, somos contemplados com duas grandes obras, Gupeva e Cantos a Beira Mar. A primeira, um conto indianista em que Firmina se dedica a a pensar o lugar do índio. Vamos descobrir o jovem marinheiro francês, apaixonado por uma nativa da Bahia. Uma paixão capaz de desafiar a todos e a própria natureza, mas com o passar das páginas, novas surpresas, novos momentos e o leitor fica ansioso, querendo chegar logo ao final, que não poderei contar, pois é surpreendente. Vivemos as cenas e os momentos, é como se estivéssemos ali, acompanhando de perto os passos das personagens, ou como se assistíssemos a um filme, uma telenovela. Gupeva, Alberto, Gastão, e Épica, personagens de um romance forte, uma paixão proibida e separada por dois mundos, duas culturas diferentes: a indígena e a europeia. Gupeva foi pulicado como um romance brasiliense, no periódico semanal, O jardim das Maranhenses, entre os meses de outubro de 1861 a janeiro de 1862. Depois nos anos de 1863 e 1865, no Jornal Porto Livre e outra publicação no jornal Eco da Juventude. Após esse período só vamos poder achar o romance no livro Fragmentos de Uma vida, de autoria de Nascimento Morais Filhos, o responsável pela descoberta da escritora, nos porões empoeirados da biblioteca. Passados 42 anos, uma nova edição do livro mostrará para esta sociedade que chamamos de moderna, que não preserva a natureza, extermina os seus nativos, uma história escrita há 166 anos, continua viva e fazendo refletir sobre a nossa existência e contribuindo como cidadão na preservação da natureza, na busca da liberdade e no respeito pela cultura do outro. A segunda obra que faz parte deste livro, Cantos a Beira Mar, poesias escritas por uma mulher apaixonada, uma idealista que sempre esteve à frente do seu tempo, não tendo medo de escrever a palavra “Liberdade”. Os moradores de Guimarães, cidade que em 19 de janeiro de 2018 completará 260 anos de fundação, e visitantes buscam revigorar as energias do corpo e da alma, no alto da Praça dos Sagrados Corações que avista toda a Baia de Cumã e uma parte do município de Alcântara, e nas noites o clarão da cidade de São Luís. Uma beleza ímpar admirada por todos. Local onde admiramos o nascer do sol ou da esplendida lua cheia, prateando as aguas da famosa baía, transformando-o num lugar magico e inspirador para qualquer poeta.,


E com toda certeza, desse mesmo local Maria Firmina dos Reis inspirou-se para escrever as suas poesias, que fazem parte do seu livro escrito em 1871, Cantos a Beira Mar. Livro este dedicado a sua falecida mãe: “Minhas Mãe! – as minhas poesias são tuas. É uma lágrima que verto sobre tuas cinzas! acolhe-as, abençoa-as para que elas te possam merecer”. (Cantos a Beira Mar, pág. ). Firmina em seu livro de poesias, homenageia pessoas, enaltece a lua, lembra dos combatentes vimaranenses na Guerra do Paraguai, dedica poemas às amigas, chora de saudade, chora de amor não correspondido, descreve uma tarde em Cumã, a expulsão dos índios que são obrigados a deixarem suas casas e tantas outras situações transformadas em versos. Esta mulher que nós homenageamos, completará no dia 11 de novembro, 100 anos de falecimento. Uma data que não podemos deixar passar em branco pela importância que foi para a Literatura. Atualmente seu nome já consta em raríssimos livros de literatura, seu nome já é mencionado em algumas rodas de conversa. Foi uma mulher forte, revolucionária, que desafiou o seu tempo ao romper as barreiras impostas por uma sociedade, paternalista e escravocrata. Foi além, ousada, determinada, algo que faz falta hoje. Filha de uma escrava forra, um pai escravo, que não se sabe realmente se existiu. Tirou o negro da senzala, como diz Dilercy, “foi teimosa, ao insistir em desempenhar funções e papeis que não cabiam ´à mulher da sua sociedade”. (Sobre Maria Firmina, 32). Morreu ao 95 anos, depois de um longo caminhar. Cega, sem poder ver a lua tão bela. Ficou esquecida por um por tempo, até ser lembrada e receber todas as honras que uma mulher maranhense possa receber por tudo que fez por um mundo melhor, mais justo e liberto! Viva Maria Firmina dos Reis!!! Guimarães 30 de outubro de 2017. Osvaldo Gomes Membro fundador e Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de GuimarãesIHGG, Vice -prefeito de Guimarães Professor de História


PRÉ-PROJETO BICENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE MARIA FIRMINA DOS REIS: a Rosa-de-Jericó (1822- 2022) 1 – IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO INSTITUIÇÃO PROPONENTE: Academia Ludovicense de Letras-ALL “Casa de Maria Firmina dos Reis” TÍTULO DO PROJETO: Bicentenário de Nascimento de Maria Firmina dos Reis, a Rosa-de-Jericó (1822) OBJETO: organizar a comemoração alusiva ao aniversário de 200 anos de nascimento de Maria Firmina dos Reis. Instituições Parceiras: Instituto Histórico e Geográfico de Guimarães -IHGG, “Casa de Maria Firmina dos Reis”; Academia JoãoLisboense de Letras-AJL, “Casa de Maria Firmina dos Reis”; Universidade Federal do Maranhão: UFMA: Departamento de Letras, Reitoria; Universidade Estadual do Maranhão: UEMA: Departamento de Letras, Reitoria; Instituto Histórico e Geográfico da Maranhão-IHGM; Federação das Academias de Letras do Maranhão-FALMA; Sociedade de Cultura Latina do Brasil-SCLB; Sociedade de Cultura Latina do estado do Maranhão-SCLMA; Associação Maranhenses de Escritores Independentes-AMEI, Secretaria de Estado da Educação-SEDUC; Secretaria Municipal de Educação; Secretaria de Estado da Cultura; Secretaria Municipal da Cultura; Conselho Estadual de Cultura, Conselho Estadual de Educação, Conselho Municipal de educação; Conselho Municipal de Cultura, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional IPHAN-Maranhão; Fundação Municipal de patrimônio Histórico-FUMPH, Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, Câmara Municipal de São Luís; Serviço Social do Comércio-SESC; Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial -SENAC. 2 JUSTIFICATIVA Não há como ser refutada a grandiosidade da obra de Maria Firmina dos Reis. E no ano próximo, 2022, essa ilustre maranhense completará, no dia 11 de março, 200 anos de nascimento. Por outro lado, a Academia Ludovicense de Letras-ALL, Casa de Maria Firmina dos Reis, desde 2013, ano da sua criação (10 de agosto), vem buscando ocupar todos os espaços culturais locais, nacionais e internacionais possíveis, objetivando desenvolver e difundir a cultura e a literatura ludovicense, a defesa das tradições do Maranhão e, particularmente, de São Luís, considerando o nome de Maria Firmina dos Reis como missão precípua. A exemplo do ano de 1975, de grandes homenagens à ilustre escritora Maria Firmina dos Reis, intitulado por Adler (2017): “Ano Rosa-de-Jericó de Maria Firmina dos Reis: ano de verdejar”, neste bicentenário, a Academia Ludovicense de Letras com outras instituições parceiras se dispõem a organizar uma grande festa comemorativa alusiva ao aniversário de 200 anos de nascimento dessa ilustre maranhense. A Rosa-de-Jericó é também chamada de flor-da-ressurreição por sua impressionante capacidade de voltar à vida. As Rosas-de-Jericó podem ser transportadas por muitos quilômetros pelos ventos, vivendo secas, sem água, mesmo durante muito tempo, e ao encontrarem um lugar úmido, elas afundam raízes na terra e se abrem, voltando a verdejar! Vejo muita semelhança entre Maria Firmina e a Rosa-de-Jericó. Esta permanece seca e fechada aparentando estar totalmente sem vida por algum tempo, no entanto, basta algum contato com a umidade para ela estender suas folhas, espalhar suas sementes e retornar à vida, mostrando a sua beleza. Conforme Morais Filho (1975), em São Luís e Guimarães, no ano de 1975, foi comemorado o sesquicentenário de Maria Firmina. Muitas homenagens foram prestadas a ela, entre as quais, em São Luís: a participação de Horácio de Almeida, que veio para as comemorações e entregou um exemplar do Romance Úrsula (o único que se tem conhecimento), doado ao Governador do Estado, Osvaldo da Costa Nunes Freire; a inauguração do busto da escritora na Praça do Panteon (obra de Flory Gama); foi criado um carimbo em sua homenagem, uma marca filatélica produzida pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, com tempo determinado de utilização. Um detalhe digno de realce, é que, na parte inferior do carimbo consta


um grilhão de ferro rompido, como marca significativa da Campanha abolicionista que Maria Firmina empreendeu por meio da literatura, da música (compôs o Hino da Libertação dos escravos, 1988) e da própria postura, que retrata a sua orientação político-ideológica humanizada; a publicação da edição facsimilar do romance Úrsula, com Prefácio de Horácio de Almeida; além da criação, em sua homenagem, da Medalha de Honra ao Mérito pela Prefeitura Municipal de São Luís e por fim, a Assembleia Legislativa do Estado instituiu o dia do seu nascimento, como o “Dia da Mulher Maranhense”. Em Guimarães, também o ano de 1975 foi o marco inicial de maiores homenagens a ela dedicada, entre as quais:, além do desfile em sua homenagem nesse ano, o Centro de Ensino Nossa Senhora da Assunção, desde o ano de 2007, passou a promover a Semana Literária Maria Firmina dos Reis. E, ainda, o dia do aniversário de Maria Firmina foi instituído feriado Municipal e comemorado o “Dia da Mulher Vimarense.” Na atualidade, existe o desejo de consolidar a ressignificação da vida e obra de Maria Firmina efetivada por Nascimento Morais Filho, de modo a ocupar o lugar que lhe é devido na Historiografia Literário-Cultural Maranhense e Brasileira. Em São Luís, essa missão é capitaneada pela Academia Ludovicense de Letras e em Guimarães, pela Prefeitura e o Instituto Histórico e Geográfico de Guimarães. Convém enfatizar que foi nessa cidade que ela viveu a maior parte da sua vida e, por conseguinte, além de exercer a profissão de Mestra Régia (conforme aprovação em concurso para professora de primeiras letras do sexo feminino para a Vila de Guimarães), também escreveu toda a sua obra. Assim, devemos sempre lembrar que a despeito de todas as condições e características adversas vividas e experienciadas por Maria Firmina dos Reis: mulata, pobre, “bastarda”, mulher, tudo isso em um Brasil escravocrata no século XIX, ainda assim, com os mais admiráveis méritos se estabelece, reconhecidamente hoje, como uma das escritoras mais admiráveis de toda a Literatura Brasileira. Frente ao exposto, evidencia-se a necessidade de estabelecer estratégias contínuas e articuladas com instituições das esferas governamentais e privadas para garantir o efetivo funcionamento da Casa de Maria Firmina dos Reis, assegurando recursos financeiros para sua manutenção. Desse modo, viabilizará o cumprimento da função a que se destina por meio da veiculação de um acervo que represente a importância da produção histórico-cultural, em especial da literatura do Estado do Maranhão. Na perspectiva de divulgação do acervo histórico e cultural tornam-se necessárias a publicação e reedição de obras referentes a Maria Firmina dos Reis, voltadas para públicos diversos, a exemplo de estudantes desde a Educação Infantil ao Ensino Superior. Para o alcance exitoso das ações propostas, é imprescindível o comprometimento de todas as instituições parceiras e da instituição proponente, o que, por sua vez, possibilitará a sensibilização e mobilização da sociedade em geral, no tocante à compreensão do papel determinante da autora para a construção de uma sociedade que respeite e reconheça a mulher como protagonista. 5 OBJETIVOS 5.1 GERAL Comemorar o bicentenário da escritora maranhense Maria Firmina dos Reis: a Rosa de Jericó. 5.2 ESPECÍFICO Consolidar a ressignificação da vida e a obra de Maria Firmina dos Reis efetivada por Nascimento Morais Filho. Fortalecer a divulgação da vida e obra de Maria Firmina dos Reis junto às instituições educacionais, literárias e demais segmentos da sociedade. Utilizar a obra de Maria Firmina dos Reis nas instituições educacionais potencializando a criatividade artística, escritora e leitora dos estudantes das diferentes etapas de ensino. Incentivar a publicação de obras sobre a autora destinadas aos estudantes dos Anos Iniciais. Reeditar a obra de Nascimento Morais Filho, importante precursor do renascimento de Maria Firmina dos Reis. Reconhecer a força da representação feminina num contexto sociocultural da sociedade patriarcal, valorizando o processo histórico de luta e resistência da mulher até os dias atuais. Reconhecer a importância das motivações que caracterizam a sua obra, tais como, o romantismo, o nacionalismo, a campanha abolicionista, a valorização dos povos que iniciaram a história do nosso país, entre os quais, os mais injustiçados, o negro e o índio.


Reconhecer a importância de Maria Firmina dos Reis como personalidade literária do Maranhão e do Brasil, destacando o contexto sociocultural em que viveu, seu posicionamento de vanguarda, seu pioneirismo e ousadia Compreender a necessidade de envolver as instâncias governamentais nos projetos, ações e atividades histórico-culturais como elementos importantes na construção da identidade e da cidadania das novas gerações. Garantir que as instâncias governamentais participem das estratégias e procedimentos de manutenção física e a administrativa da Academia Ludovicense de Letras-Casa de Maria Firmina dos Reis, por meio de provimento de recursos financeiros. 6 METODOLOGIA A proposta de trabalho desse projeto pretende agregar instituições públicas e privadas para a viabilização das diversas ações, criando comissões e subcomissões conforme sua natureza. 7 PÚBLICO ALVO: Público em geral: estudantes, professores, pais, gestores escolares de instituições públicas e privadas, sociedade civil e organizada, comunidade literária, METAS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 1. Propor às instituições UFMA e UEMA a concessão do Título Dra. Honoris Causa (in memoriam) para Maria Firmina dos Reis e José Nascimento Morais Filho. Propor à Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão e à Câmara de Vereadores do Município de São Luís concessão de Títulos honoríficos (in memoriam) para a homenageada e José Nascimento Morais Filho. Propor à Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão e à Câmara de Vereadores do Município de São Luís Projeto de Lei para designar recurso financeiro para manutenção da Academia Ludovicense de Letras-ALL, Casa de Maria Firmina dos Reis. Articular junto à Assembleia Legislativa do Maranhão Projeto de Lei designando Maria Firmina dos Reis como patrona da educação maranhense. 5. Doação de um prédio para instalação da sede da Academia Ludovicense de Letras ALL pela Prefeitura Municipal de São Luís ou Governo do Estado do Maranhão. 6. Propor o nome de Maria Firmina dos Reis para designar praças, prédios públicos, escolas, ruas, avenidas. 7 Criar PLACAS PERSONALIZADAS (sinopse da vida e obra de Firmina) colocando-as em locais que marcam a vida da escritora em São Luís: - Casa onde Maria Firmina nasceu (operacionalizar pesquisa na rua São Pantaleão); - Tipografia Progresso (onde foi impresso o romance Úrsula) na rua de Santana, próximo ao fundo do Cine Éden (confirmar); escolas; ruas; avenida. 8. PUBLICAÇÃO Livros sobre Firmina para os Anos Iniciais (história infantil); livro para estudos com os dados da vida e obra da autora para os estudantes das demais etapas da Educação Básica; Reeditar o livro de Nascimento Morais Filho-Maria Firmina dos Reis: Fragmentos de uma vida; Edição fac-similar do livro Cantos à beira-mar; Toda obra de MFR impressa para distribuir em Bibliotecas e, se possível, nas bibliotecas escolares e Farol do Saber. 9. Propor aos Correios a criação de Selo Comemorativo do Bicentenário de nascimento da homenageada. 10. Produção de uma réplica da imagem de Firmina com um grilhão de ferro rompido na parte inferior do carimbo ou selo, como marca expressiva da Campanha abolicionista empreendida por Maria Firmina. 11. Comenda Maria Firmina: Galardoar aqueles que, por suas ações meritórias, façam jus ao reconhecimento que a outorga da Medalha “Maria Firmina” do Mérito Literário e Cultural representa. 12. Realizar em parceria com a SEDUC, SECMA, SEMED e SECULT o Concurso Artístico e Literário Maria Firmina dos Reis, com o objetivo de difundir as obras da escritora maranhense e seu pensamento. 13. Realizar atividades culturais: produções artísticas e literárias, realização de saraus, palestras, exposições, chá literário, encontros de pesquisadores, encontros de academias, Mostra de Literatura Maranhense.


14. Desenvolver projetos sobre Firmina nas escolas da Rede Estadual, Municipal e Comunitárias. 6- CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ATIVIDADE

ABRIL/JULHO 2021

Levantamento de informações sobre X parceiros, . Estudo e discussão de X material bibliográfico. Construção do Projeto Reunião com parceiros para sistematização de ações. Planejamento de ações na perspectiva de envolver ......... Apresentação

7 AVALIAÇÃO O monitoramento será realizado durante a execução do projeto no intuito de garantir o cumprimento da eficácia e eficiência do mesmo, fazendo com que todas as ações propostas sejam executadas, garantindo a efetiva implementação das metas e ações propostas. Para realização da avaliação e monitoramento serão utilizados: Indicadores: Demandas propostas Demandas atendidas

REFERÊNCIAS ADLER, Dilercy Aragão. MARIA FIRMINA DOS REIS: uma missão de amor. São Luís: ALL, 2017. MORAIS FILHO, José Nascimento. MARIA FIRMINA; fragmentos de uma vida. São Luís: SIOGE, 1975.

ATIVIDADES DE GUIMARÃES


FUNDAÇÃO DA ALL 8º ANIVERSÁRIO – MESA


MEU PATRONO - ANTÔNIO HENRIQUES LEAL, PLUTARCO DE CANTANHEDE, JUDAEL DE BABEL-MANDEB IRANDI MARQUES LEITE No espaço, mergulho no tempo, de volta ao século XIX Nas margens do caudaloso rio Itapecuru Olho meu patrono, Antônio Henriques Leal II Os ribeirinhos acompanham A natureza resplandece e reflete o canto dos pássaros A correnteza está forte, muitas embarcações. As palavras navegam e deslizam na superfície do rio Parecem bolhas de sabão, saltitantes, São palavras molhadas pela água divina Eu reconheço humildemente - Deus é o criador da engenharia hidráulica no universo. III Desço do barco e piso na terra molhada Bom dia meu Patrono - Ele coça a barba O sabiá canta O vento beija as flores com plasticidade -Antônio Henriques Leal! Parabéns Nasceste em 24 de julho de 1828. No povoado Candimbas, próximo à Vila de Itapecuru IV És Patrono da Cadeira 10 da Academia Maranhense de Letras És Patrono da Cadeira 9 da Academia Ludovicense de Letras Teus livros inspiram minha fala Pantheon Maranhense dribla meu corpo e toca minha alma











EDITORA DE IMPERATRIZ PUBLICA OBRAS DE AUTORES CAXIENSES EDMILSON SANCHES A Editora Estampa, de Imperatriz, amplia sua participação no mercado editorial maranhense com a publicação de obras literárias e técnicas de autores de todo o Estado, em especial do município de Caxias. Nesta semana e na anterior, mais dois livros de autores caxienses foram entregues pela Editora: são as obras “De Graça – Poetizando a Vida”, de Graça Assunção, e “Há Pedras e Poesia no Meu Habitat”, de Wybson Carvalho. A cidade caxiense, conhecida como “Princesa do Sertão Maranhense”, onde nasceram nomes de peso da Cultura brasileira como Gonçalves Dias e Coelho Netto, vem mantendo sua tradição de terra de poetas e outros escritores. Nos últimos anos, a Editora Estampa já publicou diversos autores caxienses, entre os quais Ana Lúcia Pinto Gonçalves (professora e escritora), Ana Rosária (professora universitária e poetisa), Arthur Almada Lima Filho (desembargador aposentado e escritor), Clara Lopes Jovita (professora aposentada e escritora), Edmilson Sanches (jornalista, administrador e escritor), Graça Assunção (psicóloga, assistente social, bancária aposentada e escritora), Maria José Vilanova Assunção (professora aposentada e escritora) e Quincas Vilaneto (administrador e poeta), este que dará entrada em nova obra nos próximos dias. De Grajaú, publicou obras do advogado, professor e historiador Raimundo Silva Costa e do advogado, pesquisador, político e acadêmico Sálvio Dino (falecido há um ano, em agosto de 2020). Sobre as duas novas obras recentemente entregues: GRAÇA ASSUNÇÃO: REFLEXÃO E MOTIVAÇÃO “DE GRAÇA” A Editora Estampa publica o segundo livro da autora caxiense Maria da Graça Barros de Assunção (Graça Assunção). Após “De Graça”, a escritora lança “De Graça – Poetizando a Vida”. Em ambos os livros, Graça Assunção traz reflexões e pensamentos de motivação sobre o ser humano e a vida. Segundo o escritor Edmilson Sanches, editor e prefaciador da obra, “por ser Graça Assunção psicóloga e assistente social, mas mormente por ser mulher dinâmica e antenada, autora e autêntica, que não admite o desperdício de Vida, os poemas, o livro, estão repletos de sugestões energizadoras, frases sensibilizantes, estímulos motivacionais. E tudo isso o mais das vezes apresentado assim de modo bem simples, pois que o que a Autora tem a dizer ela o diz de forma direta, sem metáforas, olho no olho, de alma para alma. Próprio de uma pessoa que, antes de escrever, viveu, vivenciou, deseja e desejou. Por isso, os textos brotaram -- e se apresentam -- assim, leves, límpidos, borbulhantes, como fonte entre flores”. A caxiense Graça Assunção já tem, pronto, o terceiro livro da série: “De Graça -- De Alma para Alma”, a ser lançado no próximo ano. Funcionária aposentada do Banco do Brasil, psicóloga e assistente social, a autora caxiense reside em São Luís. Residiu no Rio de Janeiro e trabalhou em vários Estados, entre os quais Maranhão, Pará, Sergipe, Bahia e Piauí. Tem dois filhos, Márcio e Mauro. Formada pela Universidade Federal do Maranhão, trabalhou como Assistente Social até 1984. Após sua aposentadoria, em 1999, estudou e formou-se em Psicologia, pela Universidade Ceuma, de São Luís. Logo após, fez pós-graduação em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, na Faculdade Laboro. WYBSON CARVALHO: PEDRAS E POESIA Muito conhecido por seu ativismo cultural em Caxias, Wybson José Pereira Carvalho é formado em Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas, pela Universidade Federal de Pernambuco, em Recife. Pesquisador da História e Cultura caxienses, Wybson Carvalho foi presidente da Academia Caxiense de Letras, onde ocupa a Cadeira nº 30, patroneada pelo poeta caxiense João Vicente Leitão. Foi membro dos Conselhos Estadual e Municipal de Cultura. Como delegado representante da sociedade civil (câmara setorial do livro, leitura e literatura), participou das Conferências de Cultura nos âmbitos municipal, estadual e nacional, anos de 2005, 2010 e 2013, em Caxias, São Luís e Brasília, respectivamente. Foi homenageado pela Prefeitura e Secretaria de Educação de sua cidade com a Comenda Ubirajara Fidalgo (2018).


Um dos mais conhecidos poetas caxienses, manteve sólida amizade com poetas de grande expressão nacional e regional, como Nauro Machado, de São Luís, e os caxienses Deo Silva e Cid Teixeira de Abreu, que muito o influenciaram em seu fazer poético. Autor de onze livros, sua obra “Há Pedras e Poesia no Meu Habitat”, de 236 páginas, é uma coletânea poética que Wybson Carvalho preparou pessoalmente e fez questão de convidar seu conterrâneo e colega de Academia Edmilson Sanches para escrever o prefácio e editar seu novo livro. Em longo estudo sobre a poética wybsoniana, Sanches escreve: “É assim que, pela décima-segunda vez, o poeta caxiense apresentase em celulose e tinta, agora com uma seleção ampliada -- e a seu gosto -- com mais de cento e oitenta poemas, praticamente um terço do total que Wybson Carvalho já escreveu, poemas que se escondem e se eternizam em páginas de livros, revistas e jornais, inclusive poemas encontradiços nos bolsos de paletós e outras peças de vestuário do autor e poemas garatujados em papeis -- inclusive os de mesa de bar -- que repousam entre outros papeis que nem garrafas de vinhos envelhecem entre garrafas de vinhos. Envelhecer sem envilecer...”. Edmilson Sanches relaciona os temas mais frequentes na poesia de Wybson Carvalho, entre os quais amor e morte, intertextualidade, metapoemas, autorreferencialidade. Mas, segundo Sanches, o ponto mais altissonante da obra são os versos de crítica sociopolítica, centrados na cidade, Caxias, que Wybson Carvalho identifica como a “pólis lestiana”, a cidade de referência da região Leste maranhense. Sanches observa: “[...] o poeta está vivo e se movimenta. E apesar de olhares inquisitoriais, como os que se lançaram sobre a verdade heliocêntrica de Galileu no século 17, Wybson Carvalho não murmura seu desdém e seu desdito/discordância em relação à realidade circundante, citadina, de incompetências, inapetências, inconsistências e, até, indecências de caráter político, social, político-administrativo, cultural e coisa e tal. Sobre isto, o autor não murmura, não sussurra, não dissimula: ele grita, alerta, denuncia por intermédio da Poesia, porta-voz de seus sentimentos e verdades. E na polifonia temática a voz da crítica assoma e assume a primazia: é a de maior volume, altissonante, com destaque para os poemas -- verdadeiras bordoadas -que se referem à terra natal [...]”. Wybson Carvalho é casado com Felina Dolores Vidigal Carvalho, funcionária pública, aposentada, com quem tem três filhas -- Rita de Kássia, Ana Karla e Juliana Karem – e, até estes meados de 2021, avô de dois netos, Keyly Neto e José Benício, e uma neta, Ana Laura. (EDMILSON SANCHES) Fotos: Os autores e suas obras: Graça Assunção e Wybson Carvalho.


PREFÁCIO (ao livro “De Graça – Poetizando a Vida”, de Graça Assunção. Editora Estampa, 2021) EDMILSON SANCHES Em De Graça, seu anterior e primeiro livro, Graça Assunção optou, na forma, pela linearidade, pela horizontalidade dos textos -- escrevendo frases, fraseando pensamentos. Nesta sua segunda obra (De Graça – Poetizando a Vida), a Autora escolheu a verticalidade das palavras e de grupos delas, formando versos, versificando em formas, e “permitindo” mais leituras e (re)construções semânticas e simbólicas. Por ser Graça Assunção psicóloga e assistente social, mas mormente por ser mulher dinâmica e antenada, autora e autêntica, que não admite o desperdício de Vida, os poemas, o livro, estão repletos de sugestões energizadoras, frases sensibilizantes, estímulos motivacionais. E tudo isso o mais das vezes apresentado assim de modo bem simples, pois que o que a Autora tem a dizer ela o diz de forma direta, sem metáforas, olho no olho, de alma para alma. Próprio de uma pessoa que, antes de escrever, viveu, vivenciou, deseja e desejou. Por isso, os textos brotaram -- e se apresentam -- assim, leves, límpidos, borbulhantes, como fonte entre flores. Receituário... prontuário... mostruário... Os poemas de Graça Assunção são assim formulário do viver e exemplário do que foi vivido -- um vivido vívido, um existir ardente, animado, vivaz. Como está em “Gratidão”: “[...] É viver na graça Sentir-se pleno...” Não é sem razão que, por decisão consciente ou percepção extrassensorial, não há pontos -- sobretudo finais -- nas composições deste livro... Como no Ouroboros dos antigos egípcios (a serpente engolindo a própria cauda), o que se vê/lê remete à ideia de ir adiante, continuidade, evolução, infinitude... Veja-se, por exemplo, nos versos de “Dias melhores”: “[...] Navegando, remando Vou, às vezes Enfrentando tempestades [...]” Pode-se ler: “Navegando, remando vou, / às vezes enfrentando tempestades” -- é a Vida com seus óbices, problemas. Ou pode-se ler: “Navegando, remando vou, às vezes / enfrentando tempestades”. Na primeira leitura, as dificuldades (as tempestades) são infrequentes ou, se permanentes, só às vezes são enfrentadas. Na segunda leitura, as tempestades mantêm-se presentes, mas o navegador escolhe ou não remar, escolhe ou não deixar-se ir, ao sabor das ondas e procelas. Atrevida, mas sem imprudência; audaciosa, mas não petulante; arrojada, mas não irreflexiva, a mulher por trás da Autora tem (cons)ciência das “dúvidas paralisantes” e “incertezas sedutoras” e a elas contrapõe a ousadia, como se remarca em “Acontecer”: “[...] A ousadia Ah! A ousadia, sim


A ousadia faz Faz acontecer!” A Autora sabe: Quem não é ousado, é usado... Graça Assunção (con)firma-se (e)terna proclamadora do já, do aqui e agora, do hic et nunc latino. Vê-se isso em “Avesso”, onde ela diz não só a que veio mas onde, temporalmente, pode ser encontrada: “[...] Estou no presente Aí me instalo [...]” Também, em seu “Dia a dia”: “[...] Cada instante, único O segundo se abrindo [...]” Se palavras ou frases ou mesmo assuntos de poemas inteiros fazem-se com mais constância aparecedores, recorrentes, na obra de Graça Assunção, não é descuido: a Vida e suas consequências são seus maiores temas literários, seus dominantes leitmotiven literais. (Graça Assunção adota o modo brasileiro de escrever versos, isto é, com letra inicial maiúscula. Assim, as linhas com palavras iniciadas por minúscula, à espanhola, não são propriamente versos mas prolongamento deles. Pela contenção da página, não teve como o verso ser reproduzido em sua inteireza, em única linha. Achamos, a Autora e eu, que essas partições foram uma solução “elegante”). Em tudo e por tudo, a Vida – abundante, plena, sofrida mas soerguida, duradoura em seu desfim –, a Vida é o grande motivo deste livro e de sua Autora. A vida é ao mesmo tempo o vinho com que se brinda e o motivo do brinde. E, cá pra nós, Graça Assunção, de Vida – sólida e simbólica –... ...e de vinho – líquido e certo --... ela entende. Brindemos a ela e à Vida que ela poetiza e (nos) traz, em um livro que é a própria Autora: uma Graça... EDMILSON SANCHES Editor edmilsonsanches@uol.com.br Fotos: O livro e sua Autora.


Lançamento em Itapecuru Mirim, do terceiro número da coletanea PÚCARO LITRARIO. A obra é um projeto da Academia Itapecuruense de Letras, que este ano vem com o tema, PROTAGONISMO FEMININO, em homenagem aos 150 de nascimento da poeta, Mariana Luz.


PREFÁCIO (ao livro "Há Pedras e Poesia no Meu Habitat", de Wybson Carvalho, 2021) EDMILSON SANCHES Mais de trezentos anos depois de Aristóteles e seus alunos terem dito e escrito a pioneira e basilar "Arte Poética",(1) o romano Horácio, também manuscritamente, legou-nos seu pequeno grande tratado de criação literária em obra homônima (2) – pelo menos na tradução e referência de tantos autores e especialistas do mundo ocidental, a partir mesmo de Quintiliano (35—95), que a chamou "Ars Poetica". (3) Filho de um escravo liberto, que desempenhava atividade que possibilitou recursos para a sua educação, Horácio estudou Literatura em Roma e na Grécia e veio a ser protegido de Mecenas, rico político romano, de quem se tornou amigo e perto de cujo túmulo foi enterrado. Horácio escreveu sobre talento ("ingenium") e técnica ("ars") em Poesia, (4) em carta (“epístola”) endereçada à família dos “Pisones”, mencionadamente “pater et iuvenes patre digni”, “pai e filhos dignos de tal pai”. (5) No conjunto de preceitos aos Pisões, um, entre tantos e tantos, é ressaltado logo ali, nas primeiras dez linhas da pequena grande Arte Poética: “Os pintores e os poetas sempre tiveram da mesma forma o poder de ousar o que quisessem”. (6) Passaram-se mais de vinte séculos depois da Arte Poética horaciana e até hoje artistas dos pinceis vão além de partes de potros, penas e peixes no desenho de um corpo “humano”, em suas licenças, liberdades e surrealismos artísticos. (7) Por sua vez, os artistas das palavras, os que (de)têm a arte de escrever com arte, tanto compõem suas extravasões quanto até assumem pequenas extravagâncias e extraordinariedades. Assim, pois: ...há poemas que têm sete faces – Drummond; ( ...há poetas que têm diversos nomes – Pessoa; ( ...há o mesmo livro várias vezes diferente – Whitman; (9) ...há autor maiúsculo que prefere as minúsculas – cummings... (10) E, enfim, há poesias escritas com imagens e as há, também, pintadas com letras. A pintores e poetas, a plena liberdade... Deste modo, não estranhe o leitor se neste "Há Pedras e Poesia no Meu Habitat (coletânea poética)", do poeta caxiense Wybson Carvalho, der de olhos com uma paleta de variadas tintas poéticas, delas de grande aderência, sensível brilho e cores fortes (muitas das vezes, ácidas; outras vezes, agônicas). É assim que, pela décima-segunda vez, o poeta caxiense apresenta-se em celulose e tinta, agora com uma seleção ampliada – e a seu gosto – com mais de cento e oitenta poemas, praticamente um terço do total que Wybson Carvalho já escreveu, poemas que se escondem e se eternizam em páginas de livros, revistas e jornais, inclusive poemas encontradiços nos bolsos de paletós e outras peças de vestuário do autor e poemas garatujados em papeis – inclusive os de mesa de bar – que repousam entre outros papeis que nem garrafas de vinhos envelhecem entre garrafas de vinhos. Envelhecer sem envilecer... A paleta artística de Wybson Carvalho forneceu tintas e cores, tons e meios-tons, entretons e "ton sur ton", "fumée" e "dégradée" e outros matizes e nuanças mais, para a composição desta pessoal coletânea poética. Tão pessoal que, neste entremeado de tessituras, o “eu lírico”, a voz – e vez – do autor nos poemas, é a referência das mais presentes nos textos. Tão pessoal que temas ditos difíceis, como morte e espiritualidade (com prevalência da primeira), ocupam fácil uma terceira colocação no total de composições. Há uma relevante presença do que é fúnebre... lúgubre... O corpo do autor dói, mas é a alma do poeta que sofre... Entretanto, o poeta está vivo e se movimenta. “Eppur si muove”.(11) E apesar de olhares inquisitoriais, como os que se lançaram sobre a verdade heliocêntrica de Galileu no século 17, Wybson Carvalho não murmura seu desdém e seu desdito/discordância em relação à realidade circundante, citadina, de incompetências, inapetências, inconsistências e, até, indecências de caráter político, social, político-administrativo, cultural e


coisa e tal. Sobre isto, o autor não murmura, não sussurra, não dissimula: ele grita, alerta, denuncia por intermédio da Poesia, porta-voz de seus sentimentos e verdades. E na polifonia temática a voz da crítica assoma e assume a primazia: é a de maior volume, altissonante, com destaque para os poemas – verdadeiras bordoadas – que se referem à terra natal, Caxias, e na defesa dela, a pólis lestiana, a cidade referência do Leste do Maranhão, Princesa do Sertão. (Com a licença pre/vista por Horácio, o autor, pintor de palavras, trouxe ao quadro poético e urbano três novas unidades léxicas (neologismos), todas adjetivos: “lestiano/a”, “polislestiano/a” e “sabiano/a” – para quando se refere ao Leste regional, à cidade (pólis) jurisdicionadora desse Leste e ao sabiá, a ave símbolo de/cantada na “Canção do Exílio”, do igualmente caxiense Antônio Gonçalves Dias, 1823-1864). INTERTEXTUALIDADE - Além de transitar, livre e versilibrista, pelos poemas “de crítica”, por aqueles com a participação do eu lírico e pelas questões existenciais e espirituais, Wybson Carvalho trafega, senhor de si, pela metapoesia e concede um pouco – pauca, sed bona – de espaço poético para o amor, a mulher, a música... e referências aos poetas caxienses Gonçalves Dias e Déo Silva e aos são-luisenses Ferreira Gullar e Nauro Machado, este nosso amigo comum, falecido em 2015. Gonçalves Dias, homem e/ou obra, é lembrado a partir da dedicatória e em versos deste livro, como no poema “Canção ao exílio”, onde na primeira quadra Wybson Carvalho relembra: “em minha terra havia palmeiras e o canto dos sabiás. nela, exalava o perfume dos jardins urbanos. dela, ouvia-se a linguagem singela do cotidiano. com a minha cidade crescia a romântica dos poetas...” Nauro Machado, de muitas interações poéticas com Wybson, é credor dos encômios deste, que já lhe dedicou, mais que versos, uma obra inteira. Em "Há Pedras e Poesia no Meu Habitat", reproduz-se o poema “Nauroemcidade” (v. página 172), onde o autor, lembrando o poeta ludovicense morto, amalgama barro e sal, em que se juntam e se fundem indivisivelmente o poeta que cantava a cidade e a cidade que encantava o poeta. Aliás, é homem e cidade, gente e ambiente, o de que trata “Pertencimento simbiôntico”, poema onde, parece que por intertextualidade – mímesis ou imitatio e emulação (aemulatio) –, (12) Wybson Carvalho toca e/ou sente-se tocado pela poesia de Ferreira Gullar, que, em “Poema sujo”, de 1976, diz: “O homem está na cidade / como uma coisa está em outra / e a cidade está no homem / que está em outra cidade.”(13) Ambos maranhenses, ambos com vivências fora do torrão natal, não seria de estranhar que Wybson Carvalho também trouxesse o tema às letras e às linhas; entretanto, o homem, na poesia wybsoniana, está na cidade e ambos, homem e cidade, é que, por assim dizer, não se estão “encontrando”: “o homem está dentro da cidade e carente dela a cidade está fora do homem [...] o homem deve estar na cidade assim como ela deve estar nele [...]” (“Pertencimento simbiôntico”) O poeta caxiense Deo Silva, um dos de maior consistência na poética maranhense do século 20, é lembrança permanente em Wybson Carvalho e em mim, que o conhecemos. Wybson, de modo talvez pioneiro, traz neste livro sua versão de um famoso poema – não escrito, mas declamado – de Deo Silva. Esta é, até onde se sabe, a primeira vez que o curto e carregado poema de Deo Silva ganha contornos em livro, um verdadeiro resgate de uma composição que sobrevive em razão da memória de amigos poetas e boêmios. Esse poema, que Wybson intitula “Noite ludovicense”, sempre me lembra o título "A Bolsa & A Vida", de Carlos Drummond de Andrade, lançado em 1962. Em setembro de 2020, mantive longas conversas ao telefone e troca de mensagens com o advogado, ex-deputado federal, escritor e acadêmico caxiense Frederico José Ribeiro Brandão, amigo, colega de estudos, parceiro de boêmia e primo de Deo Silva. Atestou-


me por escrito ter ouvido inúmeras vezes Deo declamar o poema, a ponto de as exatas palavras lhe terem ficado indeléveis na memória conterrânea. Registre-se, aqui, então, à guisa de tributo iniciado por Wybson, a versão que escrevi (antes do contato com Frederico) e a reprodução textual dos versos deo-silvianos, conforme me disse e escreveu o confrade Frederico, confiável testemunha ocular e auricular, que assim relembra Deo: “Era uma pessoa alegre, comunicativa. Em São Luís juntou-se a um grupo de intelectuais e boêmios. Não mais saiu dessa ambiência que nem o casamento mudaria. O casamento foi encerrado. Perdeu o emprego”. Quanto ao poema: “Ouvi dele próprio! E, a meu pedido, outras vezes. Estou certo de que Deo não deixou isso em qualquer escrito seu. Deo foi meu colega de turma no Ginásio Caxiense. Meu primo, também. // Não guardo dúvidas sobre o que ouvi. Como também sei que Deo ‘recitava’ esse quase verso para muitos. E, como não o escreveu, os que ouviram...” Agora, sobre os famosos versos. “NOITE LUDOVICENSE” (versão de Wybson Carvalho) “São Luís, um beco escuro, um ladrão e eu... ele – mãos ao alto; a bolsa ou a vida! eu – consulte-as; ambas estão vazias!” * “A BOLSA OU A VIDA” (versão de Edmilson Sanches, baseada em lembranças do que ouvia no bar “Recanto dos Poetas”, em Caxias): Na rua, a escuridão. Eu e um ladrão. “– A bolsa ou a vida!” Ambas vazias. Transcrição de Frederico Brandão, que reitera que os versos, sem título, nunca foram publicados. A partição em linhas (versos) foi por minha conta, observada a pontuação original: Na rua escura, eu e um ladrão. “A bolsa ou a vida”. Consultei-as. Ambas estavam vazias. Reconheça-se, pois, nos versos acima, a árvore Deo Silva, firmemente enraizada, e, nas duas reescritas antecedentes, as folhas deixadas cair, sazonais, e que Wybson e eu ousamos recolher e conservar... Como se vê e lê, pelo dedo se conhece o gigante... e Deo Silva, lembrando verso de Horácio, executou, com as declamações de seu poema, “um monumento mais duradouro que o bronze”.(14) Mais adiante, quando das anotações sobre eu lírico e autorreferencialidade, far-se-ão considerações acerca de outras cargas temático-poéticas wybsonianas, aí incluído o retorno de Gullar e Wybson, que voltam a se intertocar poeticamente. * Há tempos que Wybson José Pereira Carvalho acalantava o sonho deste livro – e, gentilmente obstinado, fazia questão de que eu escrevesse o prefácio e fosse o editor da obra. Induziram-no ao erro dessa escolha nossos laços e traços comuns: Caxias, a Literatura, o Jornalismo, o bar “Recanto dos Poetas”, conterrâneos escritores “mais velhos” e nossos amigos (Vítor Gonçalves Neto, Cid Teixeira de Abreu, Déo Silva, João


Vicente Leitão, Luiz Leitão, Artur Cunha, Abreu Sobrinho, Sillas Marques Serra, Wilson Egídio dos Santos...), a Academia, as ideias e ideais... Com uma vida constante e consistentemente ligada à Cultura, à Comunicação, à Literatura – e, nesta, à Poesia –, Wybson Carvalho é referência quando a dúvida ou o assunto é Poesia e História caxienses. Foi presidente da Academia Caxiense de Letras, onde rotineiramente dá palestras para estudantes e outros públicos. Integrou os conselhos municipal e estadual da Cultura e nesse mister tornou-se dedicado participante de eventos da área em diversos pontos do País, tendo formado e firmado relacionamento com um rol de ricos nomes regionais, estaduais e nacionais da Cultura, das Letras, da Música e outros segmentos artísticos. Mais velho dos quatro filhos (duas mulheres, dois homens) de Dona Teresinha e Seu Francisco, Wybson estreou há trinta e quatro anos em livro, "Neófitos da Terra" (1987), que reuniu diversos nomes da "jeunesse dorée" caxiense, inclusive o outro irmão, Naldson Luiz Pereira Carvalho, advogado, também poeta e acadêmico. O “neófito” Wybson daquele primeiro livro sete anos depois deu corpo à sua primeira obra solo, "Eu Algum", de 1994. Assim, livro a livro, foi enfeixando seus poemas e se foi tornando o “veterano” autor, que agora, num esforço de Hércules, chega, literária e literalmente, à sua dúzia de trabalhos – não contadas as antologias, inclusive nacionais, de que participou, além de presença em espaços da Internet (sites, blogs, páginas...). Para chegar aos seus doze trabalhos, Wybson, também herculeamente, teve de matar leões em Nemeia, limpar estrebarias do argonauta Áugias, rei de Élida, e pegar – pelos chifres ou pelas presas – touros em Creta e javalis no Erimanto... (15) O EU LÍRICO / AUTORREFERENCIALIDADE - A poesia de Wybson Carvalho, mais que um ato de criação, parece um exercício de duplicação ou extensão do poeta, que, como ser matriz, tem na Poesia uma filial de si mesmo. Com “Pedaços de um eu algum”, ele abre o livro, se anuncia... e adverte: PEDAÇOS DE UM EU ALGUM há no meu eu o pulsar de um desejo e no qual há, ainda, o que, agora, almejo: que o fim do somatório da minha dor não interrompa os gritos do clamor, face a um pedaço ser bem emudecido em mim, e o meu outro resto é ouvido, mas ruim... a sinfonia que me invade desde o nada é bem-vinda, ainda que quase desafinada; e eu a quero para sempre almejada, ainda que pouco executada; face a um pedaço inaudível ser ilusão e o meu outro resto, não, mas real solidão... e os versos que, agora, eu escrevo que não sejam lidos e cantados com desvelo; mas como a unicidade do momento de um poeta imerso em seu eterno tormento, face a um pedaço ser calado em mim, mas o meu outro resto é ensurdecedor e ruim! A autorreferencialidade é recurso e realidade em muitos autores. Às vezes, inda que separados no tempo e pelo espaço, distantes na formação e experiência, o self, essa consciência de si e reflexão sobre si próprio, une autores ou estabelece (involuntariamente? inconscientemente?) pontos de contato entre eles, como antes se anotou aqui sobre intertextualidade. Por exemplo, os dois versos finais de cada uma das três sextilhas do poema wybsoniano anterior remetem ao “Traduzir-se”, do também maranhense Ferreira Gullar


(1930-2016), que, nos seis quartetos das sete estrofes do poema (a última é uma quintilha) vai mostrando o eu lírico gullariano: “Uma parte de mim / é todo mundo: / outra parte é ninguém: / fundo sem fundo. // Uma parte de mim / é multidão: / outra parte estranheza / e solidão. // [...] // Uma parte de mim / almoça e janta: / outra parte / se espanta. // [...]”. Em “Um sobrevivente à síndrome de Stevens-Johnson”, a autorreferenciação do poeta continua, agora particularizando e poetizando sobre um mal raro: UM SOBREVIVENTE À SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON houve um incêndio afótico dentro de mim. em trevas e sob a cremação da carne putrefata emergiu o emudecido veneno qual direito da alma se acasalar, puramente, em si, e sob correção ao estrago em cicatriz na natureza humano-espiritual. porém, haverá nova folhagem ao homem salvo pela Divindade Criadora que purificou e lapidou o bruto complexo psicofísico da criatura. então, a vida torna-se um fiel canto para o encanto de renascer... Observe-se que os sete primeiros versos são dor e aflição; as sete linhas seguintes, amor (divino) e remissão. No começo, o poeta na sua poesia chora – chora e sangra. O ser é frágil e incompleto, mas seu fazer literário (poíesis) é forte e inteiro. O poeta se recupera e se reergue. E com o poeta, também o homem, que espreme seu espírito e exprime na escrita seu espólio de dor e expiação, suportação e superação, resistência e fortaleza, arte e beleza. Os sentimentos e sensações do homem vão-se desentranhando do poeta e se entranhando em sua poesia. No poema “Fogueira à embriaguez”, o poeta está só e em vão agarra-se aos versos – que igualmente se vão partindo do veio que é a Poesia e da veia que é a Arte: FOGUEIRA À EMBRIAGUEZ estou tão só nesta sexta-feira. sinto tanto frio neste último dia útil. há dentro de mim uma sede ao álcool. meu coração quer se aquecer à margem de um vulcão, em erupção constante, que derrame larvas acesas a incendiar meu corpo acasalando solidão nos dias subsequentes do final de semana: sábado e domingo inúteis a um cotidiano de fogo algum. O CRÍTICO – Os olhos e a escrita do poeta são sensíveis ao que vê e ao que não vê, ao que se faz à cidade, ao que não se faz por ela e, também, ao que se desfaz nela. A falta que uma mesa farta faz trouxe “Fome” ao poeta (ele, que, poemas antes, já denunciara a “fome e sede do [rio] Itapecuru”, rio de nossa infância): FOME ausência de iguarias


nos recipientes à mesa do oferecimento aos desvalidos... presença do vazio nas vísceras do estômago embrulhado pelo papel da sociedade... A fome é quando o nada dói. Um nada autorizado por autoridades e avalizado por uma sociedade apática, atípica, estrábica... O eu lírico e espiritual do poeta prostra-se em oração, em “Perdão”. E a uma força superior, a “unicidade ubíqua em onipotência e onipresença”, reza um novo pai-nosso: o homem reconhece-se pecador, teme as trevas e espera a salvação do que foi com a bênção do que será: PERDÃO natureza e obra eternas, unicidade ubíqua em onipotência e onipresença, – caí em tentações pecaminosas! livrai-me de insidiosa luz do fogo. mas não me deixeis nas trevas. não sou digno de beber do vinho e comer do pão! porém, lavai-me as feridas com meu próprio sangue, aliviai-me a dor para que sacie a minha própria fé, e, então, salvai-me do que fui ao abençoardes o que [serei. rogai-me, amém. E o que dizem as linhas do desalinho em “Valsa do descompasso”? É o bêbado e seu andar trôpego, tropicando pelas ruas, entreolhado furtivamente por quem não pode sequer atirar a pedra primeira? VALSA DO DESCOMPASSO quando meus passos estiverem bailando de um lado para outro, a personalidade dos indivíduos será abalada ao prosseguir nas vias estáticas do comportamento social. Em “Oferta à vida” volta o poeta às escolhas existenciais: O que, à certeza de um caminho rico (onde “haveria prata, ouro e diamantes”), o fez preferir rumar “por veredas aziagas” onde, em seu “inferno existencial” e em sua existência infernal, a riqueza do poeta é só o exercício do direito de escolher ainda que de vestes desnudo, vestindo-se “do nada”? OFERTA À VIDA haveria prata, ouro e diamantes, se eu preferisse caminhar certo pelos tortos e estabelecidos caminhos pautados em tua ambiência. mas, vesti-me do nada e rumei por veredas aziagas do meu inferno existencial


a destruir ilações sobre nosso espaço. No poema “Sentenciado”, a letargia paralisa o poeta e o leva à desfinalização, ao não acabamento; leva-o ao “começo sem terminar” e à “espera sem fim” – e, de quebra, leva-o a perguntar: “ – por que crime fui julgado um ser ruim?”. O poeta se percebe: está “enfermo, desiludido e tão só...”. O poeta sofre por si e por sua cidade. Sua poesia é mais livre que ele e não sofre, pois que, louvada pelo porvir, está imunizada contra a ignorância do agora, ignorância que é desconhecimento e ignorância que é grosseria, mesmo! SENTENCIADO inculpado, mas transformado num ser; enfermo, desiludido e tão só... sem horizonte a seguir e com inércia se alimentando de mim! não preferi esse presente letárgico; começo sem terminar e espera sem fim: – por qual crime fui julgado como um ser ruim? A MORTE – Wybson Carvalho nem de perto é um admirador da morte. Não idolatra a dor. Mas, embora não clame pela morte,... declama-a. Aliás, nestes aspectos poético-tanatológicos consigne-se que, em Caxias, são de Wybson Carvalho as referências mais iterativas em relação ao bordão que afirma que “poeta não morre – encanta-se”. Aqui e acolá ouve-se Wybson Carvalho (re)citando essa frase – aliás, como escrevi em outro texto, frase de Guimarães Rosa, que creio ter origem em uma expressão latina: “Abiit, non obiit”, isto é, “Partiu, não morreu”, escrita como epitáfio em lápides da antiga Roma. Mas não há negar: o fúnebre, o lúgubre, o evocativo da morte passeia pela poesia wybsoniana, ausente o mau agouro: "Absit omen".(16) Nenhuma novidade: poetas e escritores adoram esse mister e mistério que é o morrer. Como anota Maria Luisa del Barrio Vega, professora da Universidad Complutense de Madrid, citada por Ana Paula Silva em "Morte, Vida, Persuasão e Poesia: “Son muy numerosas las reflexiones sobre la existencia humana, su brevidad y penalidades o la imprevisibilidade del destino”. (17) Vítor Manuel de Aguiar e Silva, professor, poeta, escritor português, laureado em 2020 com o Prêmio Camões, traz-nos, em sua volumosa "Teoria da Literatura", de 1969, a confirmação, atribuída à metafísica cristã, de que “[...] o homem é corpo e é espírito, é grandeza e é miséria, devendo a arte dar forma adequada a esta verdade essencial”. (18) O filósofo e poeta alemão Friedrich Nietzsche (1844—1900), no seu "Assim Falava Zaratustra", escreveu, já na primeira parte, que “louco é aquele que se agarra à vida” e que “todos encaram com seriedade a morte, mas morrer ainda não é uma festa”.(19) O caxiense Gonçalves Dias, em "Novos Cantos", diz-nos que “A morte é vária e multiforme, e muda / De trajes e de máscaras mais vezes / Qu’uma cansada atriz”. O poeta continua e nos revela que o diabo da morte, se não é bonita, tampouco é como dela se diz: “Nem sempre é, qual se pinta, o negro espectro / D’irônico sorriso e brancos dentes, / [...]”. Mais adiante, no poema “Visões – Passamento”, Gonçalves Dias exclama: “[...] / Morrer – loucura, insânia! [...]”. E finaliza, suplicante: “[...] / Oh! não quero morrer!...”.(20) O poeta português Fernando Pessoa também cuidou do tema, embora, como ressalva o professor universitário, crítico literário e ensaísta lisboeta Jacinto do Prado Coelho (1920—1984), tenha buscado “avidamente a felicidade como quem nasceu para ser feliz”. Mas, ainda assim: “Ninguém mais do que ele [Fernando Pessoa] experimentou a sensação pungente de estar condenado à solidão [...]”.(21) Prado Coelho exemplifica com os dois últimos versos de um poema pessoano, ortônimo, sem título, de três quadras, feito há noventa anos, em março de 1931: “A vida? Não acredito. / A crença? Não sei viver”.(22) Porém, uns doze anos antes desses versos, Pessoa escreveu, supostamente em março de 1919, uma oitava “carregada”: “Porque vivo, quem sou, o que sou, quem me leva? / Que serei para a morte? Para a vida o que sou? / A morte no mundo é a treva na terra. / Nada posso. Choro, gemo, cerro os olhos e vou. / Cerca-me o mistério, a ilusão e a descrença / Da possibilidade de ser tudo real. / O meu pavor de ser, nada há que te vença! / A vida como a morte é o mesmo Mal!” (23)


Mais perto de Wybson Carvalho, mencione-se, sobre a morte, trecho da monografia da escritora Arlete Nogueira da Cruz, citada pelo poeta (e marido dela) Nauro Machado, em texto constante da "Obra Poética", de Bandeira Tribuzi, de 2002. Segundo Arlete, que vai no contrafluxo de outras opiniões, “a morte não representa indagação, medo, absurdo. Significa paz, vizinha à liberdade na ressurreição [...]”.(24) Desse jeito arletiano, a morte, então, seria também um outro “monstre délicat”, tal qual o tédio grandemente (de)cantado e despetalado por Baudelaire logo de entrada, em suas "Flores do Mal"? 25 Wybson Carvalho, na temática da morte, poetiza em seu livro a talvez mais perturbadora das interrupções da vida: o suicídio – ato tão perturbador que levou o filósofo, jornalista e romancista franco-argelino Albert Camus (1913—1960) a escrever o conhecido O Mito de Sísifo, publicado em 1942, onde está a frase famosa: “Só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio”. E logo em seguida: “Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à pergunta fundamental da filosofia”.(26) O poeta caxiense apresenta, em “Um suicida”, um dos grandes textos deste livro: UM SUICIDA domínio da inconsciência caçador do ato imoral transformada aparência retrato do mal. imposto o desejo pecador guia do errante caminho tal ensejo destruidor de um animal sozinho. vil ilusão sem sorte começo da viagem enlouquecida coragem para a morte medo da vida. Como se lê, para os que se autoencaminham para a morte, Wybson Carvalho, sensível e criticamente, esculpiu, com palavras, uma lápide imorredoura, um obelisco eterno, onde também define – igualmente sem exaurir – o suicídio: “coragem para a morte / medo da vida”. Talvez tocado pela dolorosa, recorrente e surpreendente incidência de atos suicidas, o poeta compôs uma quase nênia, uma canção para os que se levaram (ou foram levados) à autoimolação. Sem esgotar, repita-se, o assunto, Wybson traz aos olhos e sentimentos do leitor um dos mais definidores e definitivos textos da Poética maranhense sobre o ser e o ato suicida. Em uma só estrofe, mas três quadras (delimitadas pelos esquemas rímicos abab, cdcd e efef – rimas alternadas), veem-se: a descrição do turbamento da consciência, condição para o fim próximo; desejo do autofindar-se se impondo e conduzindo ao “errante caminho” da (auto)destruição; e no último quarteto, o imparável começo do ato final para a desvida – dito/escrito com uma precisão sensível e suavemente crua, traduzida e encerrada pela assepsia e quase secura dos dois últimos versos da quadra final: “vil ilusão sem sorte / começo da viagem enlouquecida / coragem para a morte / medo da vida”. Observe-se também a expressão “[...] ensejo destruidor / de um animal sozinho”: é o suicida um ser ilhado, em ambiente externamente despovoado de outros seres, mas intimamente habitado por multidões de angústias, dores, dúvidas... Viver – ora, viver é para os fracos; é só seguir a turba... Mas morrer, morrer “por si mesmo”, é para os que se desnudam, se desaglomeram, “se livram” dos outros para, não estando em si, em gesto último, se livrarem de si. A PÓLIS – É quando se devota à sua cidade que Wybson Carvalho amplia a linguagem e amplifica a dicção do livro. "Ad augusta per angusta".(27) Veja-se:


SANEAMENTO SUPERFICIAL a alma da cidade é banhada em água servida corrente na sarjeta a céu aberto das vias públicas qual lágrima escorrida na vergonha lestiana dos transeuntes a inspirar o odor urbano: fezes e urina são a oferta sem saneamento. O poeta descobre e avisa: “na pólis há porções negras” (“Refeição à ganância”). Ele percebe: “a população / está na cidade / dentro e carente dela / [...]” (“Pólis lestiana sem alma”). Ele insiste: VESTUÁRIO DE FORÇAS há anos a pólis troca-se e se veste com a mesma roupa: concreto por sobre as múltiplas negras arestas urbanas. porém, os munícipes lestianos estão despidos da humanologia social e a sós. Em “Negação”, “o não entregue aos carentes / não sacia a ganância dos abastados / [...]”. É o quanto mais tem, mais quer – o muito para os que tanto têm, retirado dos muitos que tanto precisam. No poema, o “não” é a mais forte forma de fazer uma afirmativa. A pólis é o espaço em que o poeta habita e que é por ele habitado. Desse modo, sendo em igual tempo agente e usuário desse espaço, o poeta tem natural autoridade, direito e, mais que isso, dever de apontar omissões, denunciar agressões, externar emoções relacionadas ao que está sendo feito e ao que não se fez. Tem o direito (senão dever) de dessacralizar gentes e gentalhas, que se acreditam santificadas, que são tão pobres que só têm finito dinheiro e, muito mal usado, transitório poder. Em sua cidade, o poeta, à sua maneira, dessacraliza o “sagrado” , desmitifica o que se fez “mito” e desmistifica o que pura mistificação é. Desse modo, com a mais poderosa arma (a palavra), em sua melhor “embalagem” (a Poesia), Wybson Carvalho “manda ver” em quem não sabe ver e ainda assim manda... A série de poemas à pólis (Caxias, cidade-mãe e referência da região leste do Maranhão) é de uma bemvinda acidez cítrica e nitidez crítica, tudo contido em (in)contidas palavras e versos. De modo singular, talvez único na Literatura – especificamente na Poesia – caxiense, senão maranhense, Wybson Carvalho teceu, com os fios de suas emoções de cidadão, e escreveu, com a competência de quem sabe lavrar a dor, excepcionais poemas-denúncia, onde palavras e conceitos, de forma ímpar, parecem vir aos pares: desvalidos & necessitados, podridão & vergonha, sarjeta & esgoto, fezes & urina, carências & desencantos, parcos & poucos, mendigo & mendicância, desespero & desesperança. A Poesia também não foge à luta... Ao denunciar e defender sua terra, o poeta constrói um dos mais sólidos conjuntos poéticos de crítica social, política e moral (imoral). Corre o saudável risco, este conjunto poético, de tornar-se referência para estudantes e estudiosos e de reverência para seus conterrâneos (ainda que não coetâneos). Grande parte deste livro reflete assim a "via crucis, via lucis" (28) do poeta, ou seja, o caminho da cruz leva ao caminho da luz, o trilhar as dificuldades da cidade alimenta o ser em sua poeticidade. Aí, então, o poeta, com sua escrita, assesta a pontaria e acerta sua artilharia no alvo que é a asnaria e a barbaria instaladas, cuja omissão, inação e/ou incompetência depõem contra a qualidade de vida da cidade e o bem-estar de seus cidadãos. Santa ira poética! * O jovem universitário – que, nas férias, saía de Recife (PE) e vinha para sua terra – foi inicialmente aprendendo com os bons: Déo, Vítor, Cid, os livros do Nauro Machado... Já o experiente poeta aprende com


a cidade, apreendendo-a. Como os antigos peripatéticos, que ensinavam/aprendiam no caminhar, Wybson Carvalho anda a cidade-berço enquanto seu corpo e olhar, ambos uma só antena sensível, captam as realidades e irrealidades, fluidez e concretude e as transportam para a efemeridade eterna dos poemas. A cidade é seu habitat sociocomunitário e dela o poeta extrai suas virtudes e vicissitudes, que ele intenta levar até ao habitante, para que este, tocado, possa melhor exercer sua cidadania. Como escreve Octavio Paz, nobilíssimo Prêmio Nobel de Literatura, “[...] as palavras do poeta, justamente por serem palavras, são suas e alheias. Por um lado, são históricas, pertencem a um povo e a um momento da fala desse povo [...]”. (29) A poesia de Wybson Carvalho, em sua dor e denúncia, amor e pronúncia, haverá de resistir e permanecer. Pois a Poesia – é Alfredo Bosi quem confirma – “resiste à falsa ordem, que é, a rigor, barbárie e caos. [...] Resiste aferrando-se à memória viva do passado; e resiste imaginando uma nova ordem que se recorta no horizonte da utopia”.(30) * Wybson, há pedras e poesia em seu habitat. Ambas são igualmente sólidas. E podem ser úteis na construção de um mundo – e de uma cidade – melhor... Parabéns, Poeta. EDMILSON SANCHES Editor NOTAS / REFERÊNCIAS (E. S.) (1) Aristóteles nasceu e morreu na Grécia. Viveu 62 anos, de 384 a. C. a 322 a. C. Sua "Arte Poética", datada de entre 335 a. C. e 323 a. C., é resultado das anotações de seus alunos das aulas que ele dava. (2) Horácio (Quintus Horatius Flaccus) nasceu e morreu em Roma. Viveu 56 anos, de 65 a. C. a 8 a. C. O primeiro nome de sua "Arte Poética" (datada da segunda década antes de Cristo) é "Epístola aos Pisões", título relacionado à carta – em versos – que enviou a membros de uma família amiga, os Pisones. (3) Quintiliano (Marcus Fabius Quintilianus) nasceu e morreu em Roma. Foi professor, advogado, poeta. Viveu 61 anos, do ano 35 ao 96, no primeiro século da Era Cristã. Em obra sua, sobre oratória, faz referência à "Epístola aos Pisões', chamando-a "Arte Poética", como na obra aristotélica. Sobre isto, veja-se "Epistula ad Pisones", edição bilíngue organizada por Bruno Maciel, Darla Monteiro, Júlia Avelar e Sandra Blanchet (Belo Horizonte: FALE/UFMG, 2013). (4) Veja-se em "Epistula ad Pisones", op. cit. (5) Veja-se em “Ars Poetica de Horácio – O Texto Original”, de Lucia Sá Rabello, professora do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, publicado na revista "Organon", vol. 29, nº 56, páginas 259 a 277 (Porto Alegre: UFRGS, janeiro/junho de 2014). (6) Em Latim: "Pictoribus atque poetis / Quidlibet audendi semper fuit aequa potestas". Optou-se pela tradução de Paulo Rónai, em "Não Perca o Seu Latim", 3ª edição (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984). (7) Referência aos cinco primeiros versos da "Arte Poética" / "Epístola aos Pisões", de Horácio, em "Epistula ad Pisones", op. cit.: “Se um pintor desejasse unir um pescoço equino / a uma cabeça humana e revestir de variadas penas / membros reunidos de várias partes, de tal modo / que uma mulher formosa de rosto termine em um peixe / horrendamente negro, vendo tal quadro, seguraríeis o riso, amigos?" ( “Drummond” - referência ao “Poema de sete faces”, que abre o livro "Alguma Poesia" (1930), o primeiro do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. In: "Poesia Completa e Prosa" (Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1977). “Pessoa” - referência ao poeta português Fernando Pessoa (1888-1935) e seus diversos heterônimos, pseudônimos e outros nomes ou formas de assinar obras (livros e outros textos). Pesquisas feitas por estudiosos de três nacionalidades (portuguesa, holandesa e brasileira) chegam a perto de 130 nomes usados por Fernando Pessoa – que, além de poeta, foi astrólogo, comentarista político, correspondente comercial, crítico literário, dramaturgo, empresário, ensaísta, escritor, filósofo, inventor, publicitário e tradutor.


(9) Referência ao livro "Leaves of Grass" ("Folhas de Relva"), do poeta norte-americano Walt Whitman (18191992), lançado inicialmente em 1855, com 12 poemas e sucessivamente ampliado, a ponto de, 21 anos depois, na sexta edição (1876), a obra ser publicada em dois volumes. (10) Referência ao poeta, ensaísta, dramaturgo e pintor norte-americano Edward Estlin Cummings (1894— 1962), considerado um dos grandes nomes da inovação poética e literária em geral no século 20, que tinha por hábito escrever abreviadamente e em minúsculas seu nome (e. e. cummings) e seus poemas. Também usava minúsculas após pontos. (11) “Eppur si muove” (ou "E pur si muove") em Português: “Entretanto, se move [a Terra, ao redor do Sol]”. Frase latina atribuída ao cientista italiano Galileu Galilei (1564-1642), que, para não sofrer castigos maiores da Inquisição, a teria murmurado logo após negar que a Terra não girava em torno do Sol. (12) Sobre "mímesis" ou "imitatio" e emulação ("aemulatio"), veja-se, entre outros, a Arte Poética de Aristóteles e o Tratado de Imitação, de Dionísio de Halicarnasso, que escreveu ser a emulação “uma actividade do espírito que o move no sentido da admiração daquilo que lhe parece ser belo” (in "Tratado da Imitação", editado por Raul Miguel Rosado Fernandes, publicado em 1986 pelo Instituto Nacional de Investigação Científica e Centro de Estudos Clássicos das Universidades de Lisboa). (13) In "Poema Sujo", de Ferreira Gullar (Rio de Janeiro, José Olympio, 2006). (14) “Pelo dedo se conhece o gigante”: expressão latina – “Ex digito gigas”. “Um monumento mais duradouro que o bronze”: “Exegi monumentum aere perennius”, “Executei um monumento mais duradouro que o bronze”, verso que, no dizer de Paulo Rónai, op. cit., refletia o “justo orgulho” do poeta Horácio ao publicar os três primeiros livros das suas Odes, em 23 a. C. (o quarto sairia dez anos depois, em 13 a. C.; nesse intermédio se publicariam, entre outras obras horacianas, a "Epístola aos Pisões" ou "Arte Poética", aqui já referida). (15) Nemeia, Élida, Creta e Erimanto são locais em que, segundo a mitologia grega, o herói Hércules realizou alguns dos 12 trabalhos, em cumprimento a uma espécie de penitência. (16) “Absit omen”. Frase latina. Em Português, “Esteja ausente o mau agouro”, na tradução de Paulo Rónai, op. cit. (17) Veja-se em "Morte, Vida, Persuasão e Poesia: A Composição do Elogio Fúnebre em Don Luís de Góngora e Gregório de Matos", de Ana Paula Silva. São Paulo: Humanitas/FAPESP, 2012. (18) Veja-se em "Teoria da Literatura", 8ª edição, de Vítor Manuel de Aguiar e Silva. Coimbra: Almedina, 1988. (19) Veja-se em "Assim Falava Zaratustra", 3ª edição, de Friedrich Nietzsche. São Paulo: Escala, 2008. (20) Todas as citações em "Poesia e Prosa Completas", de Gonçalves Dias. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998. (21) Veja-se em "Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa", de Jacinto do Prado Coelho. São Paulo: Verbo/EDUSP, 1977. (22) Veja-se em "Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa", de Jacinto do Prado Coelho. São Paulo: Verbo/EDUSP, 1977. (23) As citações e datas estão em "Obra Poética", de Fernando Pessoa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985. (24) Veja-se em "Obra Poética", de Bandeira Tribuzi. São Paulo: Siciliano, 2002. (25) Veja-se em "As Flores do Mal", 1ª edição, de Charles Baudelaire; tradução de Júlio Castañon Guimarães. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2019. (26) Veja-se em "O Mito de Sísifo", de Albert Camus. Rio de Janeiro: BestBolso, 2010. (27) "Ad augusta per angusta". Frase latina. Quer dizer que se chega “a resultados sublimes por caminhos estreitos”, na tradução de Paulo Rónai, op. cit. No prefácio, a alusão à composição de bons poemas que denunciam e criticam as más práticas contra a cidade. (28) "Via crucis, via lucis". Expressão latina da Idade Média: “O caminho da cruz [é] o caminho da luz” (Paulo Rónai, op. cit.). (29) Veja-se em "Signos em Rotação", de Octavio Paz. São Paulo: Perspectiva, 2003. (30) Veja-se em "O Ser e o Tempo da Poesia", de Alfredo Bosi. São Paulo: Cultrix, 1977.


TRÊS POEMAS DE ROGÉRIO ROCHA Três poemas de Rogério Rocha - Literatura & Fechadura - revista de literatura contemporânea e arte (literaturaefechadura.com.br)

Rogério Rocha é filósofo, poeta, professor, nascido em São Luís/MA, Bacharelando em Letras pela Estácio de Sá, Bacharel em Direito e Licenciado em Filosofia pela UFMA, Especialista de Direito Constitucional pela Universidade Anhanguera/UNIDERP e em Filosofia pelo IESMA (Paradigmas da Pesquisa em Ética), Mestre em Criminologia pela Universidade Fernando Pessoa, ex-advogado, servidor do TJMA, produtor cultural, palestrante e membro fundador dos projetos Iniciativa EIDOS e do Duo Litera (núcleo de estudos e de divulgação de filosofia e literatura).

PÃO ETERNO Tu és pão no hoje Do meu dia. Flor no deserto cor que ardia Sonho desperto. Vives no hoje Qual pão eterno. Pão nosso de cada agora. Farto-me da luz Em olhos plácidos. Deito-me cedo E sorvo a aurora. És flor que alimenta a alma. Pão fornado em tarde calma.

CAOS Nexo 1: Estou no centro do mundo, Meio fecundo, vivendo, Dizendo e amando Do único modo Que posso Amar Meus vis olhos pardos, Meus calos, sapatos, Perturbam o sereno Gracejo da boca Que hoje Beijo. Estranho pessoas Que ocultam Suas dores E mastigam


Amargas Favas. Desejo sentir Minhas [tantas] Faltas Pairarem No ar Nexo 2: Meus pulmões Perfurados Inspiram (in)senso. Minhas mãos Desonestas Despertam [abertas]. E às pressas Procuram [tarefas] Com que lidar. Correndo riscos, Reitero-me Em gestos neolíticos Largos, lentos, Polidos, Longos, [re]torcidos. Nexo 3: O dia é todo hoje. O presente é fiel A si mesmo. E a toda hora Desperto e sou. Sou aqui, parcamente, Em meio a essa pobre gente Em meio a e-mails correntes Em meio ao vívido vulto Dos teenagers indolentes. Minha máquina de escrever Underwood 198, Meus velhos discos, Meus livros, Escritos apócrifos, Descansam [obtusos] Na hipermodernidade. A foto [que é tempo cristalizado] Traz meu rosto, Para sempre demarcado. Tudo é farto Como nunca foi!


Tudo é vago Como nunca foi! Tudo temos, tudo falta. Roupas sujas, Copos (e corpos) Alquebrados. Desejo e dor Entrechocados. Rompemos Sem pressa As amarras. Nexo 4: Meu vício maior Naufraga Em fartos (an)seios. Pousa preciso E repousa. É magia virulenta Essa cousa Que nos toca Quando juntos E de súbito Assalta-nos. Atacados por incertezas Habitamos um ao outro Em arroubos acrobáticos. E num ballet performático Dançamos ao vento Borbulhando caos. Dissolvendo nossas faces Em meio aos medos E neurônios atônitos. Com som e fúria [esquecida a ternura] Brindamos à cegueira Em festas seminais.

NECRÓPOLE A cidade está morta E seu sono consagrado Vinde então e vê A hierofania elementar Das pedras e rochedos Que evocam com fervor Mistério, ardor e medos. Há pedras sagradas Em cemitérios góticos. Há velhos druidas Suspiros osmóticos


Ricos sarcófagos Com velhas cruzes Insculpidas. Menires e ossos Em sonhos nossos Jogados nas pias batismais. Lendários colossos, Templários e antas, À beira dos poços No lume das santas. A velha máscara Corrói toda a carne Deflora na casca Nossa alma cósmica A vida (des)articula O sofrimento e a sorte. É gangorra que especula A hora do dia da morte. O temor da noite ronda O corpo da cripta escura No alto da torre redonda Todo silêncio é tortura.


PATRIMÔNIO CULTURAL... O QUE É ISSO? LÉO LASAN Assim como o passado a data foi ontem, como NÃO houve manifestações por essas bandas, lembro hoje. Desde 1998, ano do centenário de Rodrigo Melo Franco de Andrade, o dia 17 de agosto é dedicado ao Dia do Patrimônio Cultural. A data foi escolhida para homenagear o centenário do historiador e jornalista mineiro, nascido em 1898. A celebração e a importância desse dia estão na promoção e administração do processo de preservação dos bens culturais do país, no fortalecimento da identidade nacional, na garantia do direito à memória e na contribuição para o desenvolvimento socioeconômico do país. O Maranhão tem na capital São Luís, uma legado muito importante para comemoração, pois em 1997, recebeu o título de Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco. A cidade de Alcântara, no interior do Estado, recebeu em 1948 o título de cidade Monumento Nacional, por meio de um decreto federal. Além de manifestações culturais, como o Bumba Meu Boi, que em 2019 foi reconhecido Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. Mas além da ilha, as matracas das homenagens do dia não soam pelo resto do interior, o que se ver são monumentos culturais, abandonados e caindo aos pedaços em total desrespeito com a memória, que no futuro não haverá história para a geração “anita” (sic). Aqui nas bandas da Mesorregião do Leste Maranhense, bem na Microrregião das Chapadas do Alto Itapecuru (para os geógrafos) e sertão maranhense (para os políticos) e distante da capital (para as populações) não existe esse negócio de Patrimônio Cultural e IPHAN é uma sigla desconhecida pela maioria de quem olha os casarões e manifestações artísticas carcomidas pelo tempo e pela fata de interesse de políticos que de cultura só entendem se vislumbrar lucros nas urnas eletrônicas de siglas bancárias. Enquanto os prédios e manifestações culturais como a arte se desmoronam na ignorância de poucos que deveriam investir para no futuro ter memória histórica, o silêncio dos “poderoso” reina, pois “Patrimônio” mesmo, só os deles e de suas famílias, haja vista, é só andar por qualquer cidade desse fim do Estado para ver os nomes de ruas e prédios públicos... 17 de Agosto assim como sua data, vão desaparecendo nesse fim de mundo, onde quanto menos o povo souber melhor para os reis. A ignorância deve está de pé e reluzente bem à vista dos caolho$ de plantão. E viva a ‘curtura’ por que monumentos e manifestações culturais é coisa antiga, e o conhecimento deve ser dos privilegiados que segundo os mesmo deve conduzir o gado. Enquanto isso que caia sobre terra a história do nosso patrimônio, afinal quem se importa, deve se perguntar o rei. ********* A propósito do Dia 17 de Agosto, Rodrigo Melo Franco de Andrade seu homenageado, foi o maior responsável pela consolidação jurídica do tema Patrimônio Cultural no Brasil e pela criação do Iphan em 1937, que presidiu até 1967. O Iphan, como forma de honrar sua memória, premia ações de proteção, divulgação e preservação do patrimônio cultural brasileiro anualmente, com o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. Já pensou se não houvesse memória para contar isso?








LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

FRAN PAXECO:

recortes & memórias

SÃO LUÍS – MARANHÃO – 2021


1921 Neste ano de 1921 – assim como no ano anterior – alguns jornais que se referem à Fran Paxeco, em colunas e comentários de artigos publicados nos outros órgãos – Pacotilha, O Jornal, Diário de São Luis – fazem comentários, críticas, a artigos publicados por fran, em outro órgão; mas ao procurarmos esses artigos, não se os encontram, pois não estão assinbados como Fran Paxeco; como editor, ou repórtes, sem identificação? As polemicas são muitas, acusações e defesas de lado a lado, sem contudo saber-se do artigo que as originou... Veriuca-se, ainda, que muitas das notas se referem à Assistencia à Infancia, com as doações mensais que fazia para essa instituição, ora em seu nome ou de sua filha; participação em reuniões de escolas, e a partir de 1921, da primeira escola de datilografia, que era paraninfo desde a primeira turma formada, pelo incentivo que dava aos jovens, em especial, às mulhres, em se ‘profissionalizarem’ como dactilografas... As notas referentes à Faculdade de Direito de São Luis, que se referem à participação de Fran Paxeco, já foram publicadas.


A PACOTILHA, 1º DE JANEIRO DE 1921

O JORNAL, 08 DE JANEIRO DE 1921


PACOTILHA, 10 DE JANEIRO DE 1921



O JORNAL, 11 DE JANEIRO DE 1921

PACOTILHA, 11 DE JANEIRO


O JORNAL, 15 DE JANEIRO DE 1921

PACOTILHA, 21 DE JANEIRO

PACOTILHA, 26 DE JANEIRO


PACOTILHA, 28 DE JANEIRO


O JORNAL, 31 DE JANEIRO DE 1921

DIÁRIO DE SÃO LUIS, 31 DE JANEIRO DE 1921


PACOTILHA, 31 DE JANEIRO

PACOTILHA, 1º DE FEVEREIRO


PACOTILHA, 03 DE FEVEREIRO

PACOTILHA, 14 DE FEVEREIRO


PACOTILHA, 15 DE FEVEREIRO


PACOTILHA, 16 DE FEVEREIRO


Diário de são luis, 17 de fevereiro de ‘921

Diário de são Luis, 18 de fevereiro de 1921


DIÁRIO DE SÃO LUIS, 19 DE FEVEREIRO DE 1921


PACOTILHA, 19 DE FEVEREIRO

PACOTILHA, 19 DE FEVEREIRO

PACOTILHA, 21 DE FEVEREIRO


DIÁRIO DE SÃO LUIS, 28 DE FEVEREIRO DE 1921


PACOTILHA, 1º DE MARÇO

DIÁRIO DE SÃO LUIS, 02 DE MARÇO DE 1921



DIÁRIO DE SÃO LUIS, 03 DE MARÇO DE 1921

DIÁRIO DE SÃO LUIS, 04 DE MARÇO DE 1921


DIÁRIO DE SÃO LUIS, 07 DE MARÇO DE 1921

O JORNAL, 08 DE MARÇO DE 1921


DIÁRIO DE SÃO LUIS, 08 DE MARÇO


O JORNAL, 09 DE MARÇO DE 1921

DIÁRIO DE SÃO LUIS


PACOTILHA, 09 DE MARÇO


PACOTILHA, 10 DE MARÇO


DIÁRIO DE SÃO LUIS, 10 DE MARÇO DE 1921


O JORNAL, 10 DE MARÇO DE 1921


PACOTILHA, 11 DE MARÇO


O JORNAL, 11 DE MARÇO DE 1921


DIÁRIO DE SÃO LUIS, 12 DE MARÇO DE 1921

Pacotilha, 17 de março


O JORNAL, 17 DE MARÇO DE 1921

PACOTILHA, 24 DE MARÇO


PACOTILHA, 29 DE MARÇO

PACOTILHA, 04 DE ABRIL


PACOTILHA, 05 DE ABRIL

PACOTILHA, 06 DE ABRIL


O JORNAL, 16 DE ABRIL DE 1921

PACOTILHA, 21 DE ABRIL


PACOTILHGA, 22 DE ABRIL


PACOTILHA, 28 DE ABRIL



PACOTILHA, 30 DE ABRIL

PACOTILHA, 19 DE MAIO


NÚMEROS PUBLICADOS: VOLUME 65 – AGOSTO DE 2021 – NUMERO ESPECIAL 2 VOLUME 65 – AGOSTO DE 2021 – NUMERO ESPECIAL 1 – SEMANA DA LEITRATURA MARANHENSE VOLUME 64 – AGOSTO DE 2021 VOLUME 63 – JULHO DE 2021

MARANHAY - Revista Lazeirenta - 63: JULHO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 62 – JUNHO DE 2021

MARANHAY - Revista Lazeirenta - 62 - JUNHO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 61 – MAIO DE 2021

MARANHAY - Revista Lazeirenta 61 - MAIO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 60 – ABRIL DE 2021

MARANHAY - Revista Lazeirenta (Revista do Léo) 60 - ABRIL 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 59 – ABRIL DE 2021

MARANHAY : Revista Lazeirenta (Revista do Léo) 55, abril 2021 - Especial: ANTOLOGIA - ALHURES by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 58 – MARÇO DE 2021

MARANHAY 58 - ANTOLOGIA: OS ATENIENSES, março 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 57 – MARÇO DE 2021

MARANHAY 57 - MARÇO 2021: EDIÇÃO ESPECIAL - OS ATENIENSES, VOL. III by Leopoldo Gil Dulcio Vaz issuu VOLUME 56 – MARÇO DE 2021

MARANHAY - (Revista do Léo ) - 56 - março 2021 - EDUÇÃO ESPECIAL: ANTOLOGIA - MULHERES DE ATENAS by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 55 – MARÇO DE 2021

MARANHAY - Revista Lazeirenta (Revista do Léo) 55, março 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 54 – FEVEREIRO DE 2021

MARANHAY (Revista do Léo) 54 - FEVEREIRO 2021 by Leopoldo Gil Dulcio Vaz - issuu VOLUME 53 – JANEIRO 2021 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_53_-_janeiro_2021 VOLUME 52 –DEZEMBRO – 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maaranhay_-_revista_lazerenta_52__2020b VOLUME 51 –NOVEMBRO – 2020 https://issuu.com/home/published/maaranhay_-_revista_lazerenta_51__2020b/file VOLUME 50 – OUTUBRO – 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_50_-_2020b VOLUME 49– SETEMBRO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_49_-__2020_VOLUME 48– AGOSTO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_48_-__2020_bVOLUME 47– JULHO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_47_-__2020_VOLUME 46– JULHO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_46_-__2020_-


VOLUME 45– JULHO - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_45_-__2020_-_julhob VOLUME 44 – JULHO - 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_44_-_julho__2020 VOLUME 43 – JUNHO /SEGUNDA QUINZENA - 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_43_-segunda_quinzen VOLUME 42 – JUNHO 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_42_-junho__2020/file VOLUME 41-B – MAIO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_41-b_-_maio___2020 VOLUME 41-B – MAIO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_41-b_-_maio___2020 VOLUME 41 – MAIO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/maranhay_-_revista_lazerenta_-_41_-_maio__2020 VOLUME 40 – ABRIL 2020 https://issuu.com/home/published/maranhay_-_revista_lazerenta_-_40_-_abril___2020.d VOLUME 39 – MARÇO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__39-_mar_o___2020 VOLUME 38 – FEVEREIRO DE 2020 – EDIÇÃO ESPECIAL – PRESENÇA AÇOREANA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__39-_fevereiro___2020 A PARTIR DESTE NÚMERO, CORRIGIDA A NUMERAÇÃO, COM SEQUENCIAL, DOS SUPLEMENTOS E EDIÇÕES ESPECIAIS: VOLUME 28 – JANEIRO 2020 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_maranhay__28_-_janeiro____2020b VOLUME 29 – FEVEREIRO 2020 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo_-_maranhay__29-_fevereiro___2020b

REVISTA DO LÉO - NÚMEROS PUBLICADOS VOLUME 1 – OUTUBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_1_-_outubro_2017 VOLUME 2 – NOVEMBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_2_-_novembro_2017 VOLUME 3 – DEZEMBRO DE 2017 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_3_-_dezembro_2017 VOLUME 4 – JANEIRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_4_-_janeiro_2018 VOLUME 5 – FEVEREIRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_5_-_fevereiro_2018h VOLUME 6 – MARÇO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_6_-_mar__o_2018 VOLUME 6.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – MARÇO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_especial__faculdade_ VOLUME 7 – ABRIL DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_7_-_abril_2018 VOLUME 8 – MAIO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8_-_maio__2018 VOLUME 8.1 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018


https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra VOLUME 9 – JUNHO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_9_-_junho_2018__2_ VOLUME 10 – JULHO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_10_-_julho_2018 VOLUME 11 – AGOSTO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_11_-_agosto_2018 VOLUME 12 – SETEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_12_-_setembro_2018 VOLUME 13 – OUTUBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_-_13_-_outubro_2018 VOLUME 14 – NOVEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_l_o_-_numero_14_-_novemb VOLUME 15 – DEZEMBRO DE 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revisdta_do_l_o_15_-_dezembro_de_20? VOLUME 15.1 – DEZEMBRO DE 2018 – ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018 https://issuu.com/…/docs/151ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201 VOLUME 16 – JANEIRO DE 2019 https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__16_-_janeiro_2019 VOLUME 16.1 – JANEIRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20 VOLUME 17 – FEVEREIRO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_17_-_fevereiro__2019 VOLUME 18 – MARÇO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__18_-_mar_o_2019 VOLUME 19 – ABRIL DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__19-_abril_2019 VOLUME 20 – MAIO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__20-_maio_2019 VOLUME 20.1 - MAIO 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019_-_ VOLUME 21 – JUNHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__21-_junho_2019 VOLUME 22 – JULHO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__22-_julho_2019 VOLUME 22.1 – JULHO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed VOLUME 23 – AGOSTO DE 2019 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__23-_agosto_2019 VOLUME 23.1 – AGOSTO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_VOLUME 24 – SETEMBRO DE 2019 – LAERCIO ELIAS PEREIRA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec VOLUME 24.1 – SETEMBRO DE 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: IGNÁCIO XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec VOLUME 25 –OUTUBRO DE 2019 – https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__25_-_outubro__2019 VOLUME 26 –NOVEMBRO DE 2019 – https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__26_-_novembro__2019 VOLUME 27 – DEZEMBRO DE 2019 –


https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27_-_dezembro___2019 VOLUME 27.1 – DEZEMBRO DE 2019 – suplemento – OS OCUPANTES DA CADEIRA 40 DO IHGM https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__27.1_-_dezembro___2019 VOLUME 30 – edição 6.1, de março de 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_especial__faculdade_ VOLUME 31 – edição 8.1, de maio de 2018 EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO: VIDA E OBRA – MAIO 2018 https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo_8.1_-__especial__fra VOLUME 32 – edição 15.1, de dezembro de 2018 ÍNDICE DA REVISTA DO LEO 2017-2018 https://issuu.com/…/docs/152ndice_da_revista_do_leo_-_2017-201 VOLUME 33 – edição 16.1, de janeiro de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: PESCA NO MARANHÃO https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__16_1__-_janeiro__20 VOLUME 34 - edição 20.1, de maio de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL – FRAN PAXECO E A QUESTÃO DO ACRE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__20.1_-_maio_2019_-_ VOLUME 35 – edição 22.1, de julho de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: CAPOEIRAGEM TRADICIONAL MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__22-_julho_2019_-_ed VOLUME 36 – edição 23.1, de agoto de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: AINDA SOBRE A CAPOEIRAGEM MARANHENSE https://issuu.com/home/published/revista_do_leo__23.1-_agosto_2019_VOLUME 37 – edição 24.1, de setembrp de 2019 – EDIÇÃO ESPECIAL: I. XAVIER DE CARVALHO: RECORTES E MEMORIA https://issuu.com/leovaz/docs/revista_do_leo__24_-_setembro__2019_-_edi__o_espec


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