IHGM EM REVISTA 11- JANEIRO-MARÇO 2025 (Reparado)

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CONSELHO FISCAL

Bettendorf chegou a São Luís do Maranhão em 1661 e rapidamente se familiarizou com a língua nheengatu, utilizando a gramática redigida pelo padre Luís Figueira

. Ele começou sua missão no aldeamento de Mortigura, nos arredores de Belém, onde se dedicou à catequese dos indígenas e manteve boas relações com os chefes tribais locais. Em seguida, foi enviado à foz do rio Tapajós para fundar um novo aldeamento. Durante sua missão, enfrentou uma revolta dos colonos de Belém e São Luís contra os jesuítas, devido a uma lei que colocava os indígenas sob proteção dos padres e impedia sua utilização como mão-de-obra pelos colonizadores

. Bettendorf foi deportado para Lisboa em 1662, mas o navio começou a afundar e ele retornou a Belém, onde ficou em prisão domiciliar até junho de 1662. Apesar dos desafios, ele continuou sua missão com determinação, contribuindo significativamente para a evangelização e educação dos indígenas na Amazônia

João Filipe Bettendorf teve várias conquistas importantes durante sua vida como missionário:

1. Fundação de aldeamentos: Bettendorf foi responsável pela fundação de vários aldeamentos na Amazônia, incluindo a missão na foz do rio Tapajós, que ajudou a consolidar a presença portuguesa na região

2. Catequese e educação dos indígenas: Ele dedicou-se à catequese dos indígenas, aprendendo a língua nheengatu e utilizando a gramática redigida pelo padre Luís Figueira. Sua habilidade em manter boas relações com os chefes tribais locais foi crucial para o sucesso de sua missão

3. Crônica da Companhia de Jesus: Bettendorf escreveu a "Crônica da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão e Grão-Pará", um documento importante que narra a história e as atividades dos jesuítas na região durante a segunda metade do século XVII

4. Compêndio da Doutrina Cristã: Ele também escreveu o "Compêndio da Doutrina Cristã na Língua Portuguesa e Brasílica", que buscava alcançar traduções culturais e linguísticas para facilitar a evangelização dos indígenas

A "Crônica da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão e Grão-Pará" escrita por João Filipe Bettendorf é um documento histórico importante que narra as atividades dos jesuítas na região durante a segunda metade do século XVII. Esta crônica detalha a entrada da Companhia de Jesus nas partes do Brasil, os fundamentos que lançaram e continuaram seus religiosos, e algumas notícias antecedentes, curiosas e necessárias das coisas daquele estado

Bettendorf descreve os desafios enfrentados pelos missionários, as interações com os indígenas e os colonos, eos esforços deevangelizaçãoeeducaçãonaAmazônia.Aobra éconsideradaumafontevaliosapara entender a história da evangelização no Brasil, especialmente na região amazônica. Ela também oferece insights sobre a vida cotidiana dos missionários e a dinâmica social e cultural da época

Desafios enfrentados pelos missionários jesuítas na Amazônia:

1. Resistência dos colonos: Os jesuítas enfrentaram resistência significativa dos colonos portugueses, que se opunham às leis que protegiam os indígenas e impediam seu uso como mão-de-obra escrava. Essa resistência culminou em revoltas e conflitos diretos com os missionários.

2. Condições ambientais adversas: A Amazônia apresentava um ambiente hostil, com doenças tropicais, clima quente e úmido, e uma geografia difícil de navegar. Essas condições dificultavam a mobilidade e a saúde dos missionários.

3. Desafios linguísticos e culturais: A comunicação com os indígenas era um desafio constante. Embora Bettendorf e outros missionários tenham aprendido a língua nheengatu, as diferenças culturais e linguísticas ainda representavam barreiras significativas para a evangelização

4. Conflitos internos: Havia também desafios internos dentro da própria Companhia de Jesus, incluindo disputas sobre estratégias missionárias e a administração dos aldeamentos

Maranhão

Em 1659, logo após a sua ordenação, foi designado pelo Superior Geral da Ordem Jesuíta para a Missão do Maranhão, na Amazônia Portuguesa. Tal designação atendia aos pedidos de novos missionários do Superior da Ordem no Maranhão, cargo ocupado à época pelo padre Antônio Vieira

Após uma estadia em Portugal, partiu ao norte do Brasil em companhia de Gaspar Misch, missionário como ele, chegando a São Luís do Maranhão em 20 de janeiro de 1661. Em Portugal e no Brasil aprendeu o nheengatu, ou língua geral, utilizando a gramática redigida pelo padre Luís Figueira, entre outros recursos, tendo inclusive, pouco antes da partida feito uma tradução resumida para o latim da referida gramática.[ Após um encontro com Antônio Vieira em Belém, foi encaminhado inicialmente para o aldeamento de Mortigura, nos arredores da cidade, para familiarizar-se com a língua e com o método de evangelização dos nativos.[3] Pouco meses depois, foi encaminhado para a foz do rio Tapajós com o objetivo de fundar um aldeamento.Ali,Bettendorfdedicou-seà catequese dos indígenas,tomandoocuidadodemanterboas relações com os chefes tribais locais, de acordo com as orientações da Companhia de Jesus. Pouco tempo depois, eclodiu uma revolta dos colonos de Belém e São Luís contra os jesuítas. A razão do conflito foi uma lei de 9 de abril de 1655, elaborada sob a influência de Antônio Vieira, que colocava os indígenas sob proteção dos padres e impedia sua utilização como mão-de-obra pelos colonizadores. Ao saber da revolta, juntou-se aos jesuítas que estavam em Gurupá. Em 1662, foi colocado em uma embarcação, juntamente com outros seis jesuítas para ser deportado para Lisboa, entretanto, o navio começou a afundar e retornou à Belém, onde ficou em prisão domiciliar até 2 de junho de 1662.

Com a revolta finalizada, Bettendorf foi feito superior jesuíta em Belém em junho de 1662 e, no ano seguinte, foi enviado a São Luís como administrador da missão naquela cidade, a mais importante da Amazônia. Ali, Bettendorf destacou-se pela qualidade da gestão, mas suas cartas ao Superior Geral da Companhia na Europa revelam problemas na relação com os colonos e o abuso sofrido pelos indígenas. Também se queixa dos próprios indígenas, que eram pouco suscetíveis à evangelização.[2]

Em 1668, após a inspeção do padre visitador Manuel Juzarte, Bettendorf foi escolhido como novo Superior da Missão, o cargo mais alto dos jesuítas no Estado do Maranhão e Grão-Pará. Várias reformas foram feitas sob sua gestão, como a elevação em 1670 das casas dos jesuítas em São Luís e Belém à categoria de colégios. Os colégios serviam para a formação de noviços e possuíam biblioteca e oficinas para a produção de objetos litúrgicos. Além disso, serviam de centros onde os padres, normalmente distribuídos em várias missões, se reuniam regularmente, contribuindo assim à coesão da comunidade jesuítica.[2]

No início da década de 1670, a colônia e os jesuítas passaram por dificuldades econômicas. Em 1674, Bettendorf foi sucedido pelo italiano Pedro Luís Consalvi como Superior da Missão e voltou a ser reitor do colégio deSão Luís. Naquelacidade,impulsou aconstruçãoda IgrejadeNossaSenhoradaLuz(atual Catedral de São Luís) e promoveu a economia com o plantio de cacau e a produção e venda de tijolos. Em 1679, o padre visitador Pedro de Pedrosa, com apoio de Consalvi, destituiu Bettendorf do cargo de reitor, mas o processo foi considerado irregular e o padre luxemburguês recuperou seu cargo em 1681. Aqueles anos se caracterizaram também por conflitos administrativos com o bispo da Diocese do Maranhão, fundada em 1677.

Antiga Igreja e Colégio de Santo Alexandre, onde trabalhou Bettendorf.

No início da década de 1680, Portugal criou novas leis destinadas à integração do Estado do Maranhão ao comércio colonial que geraram conflitos com os povoadores. As leis incluíam disposições, inspiradas pelo padre Antônio Vieira, para incentivar o uso de mão-de-obra escrava africana no lugar da indígena. Assim, em 1684 eclodiu uma nova revolta (Revolta de Beckman), causada em parte pela criação da Companhia do Comércio do Estado do Maranhão e Grão-Pará, criada pela metrópole para monopolizar o comércio, e pela dificuldade de conseguir mão-de-obra indígena e os altos preços dos escravos africanos.[2] Os jesuítas foram considerados parte do problema e todos foram expulsos. Bettendorf, junto com um grupo de padres, foi ao Recife e dali à Salvador da Bahia [carece de fontes]

Em Portugal

Após uma reunião com Antônio Vieira, Bettendorf foi enviado a Lisboa para apresentar a situação à corte portuguesa, onde chegou em outubro de 1684.[2] Em base às negociações de Bettendorf, entre outros, foi redigido em 1686 o Regimento das Missões para regular os aldeamentos indígenas e seu uso como fonte de mão-de-obra para a colônia. Uma vantagem para os jesuítas foi que o Regimento especificava que os padres teriam total controle sobre os aldeamentos, algo em geral resistido pelos colonos.[2] Enquanto em Lisboa, Bettendorf publicou duas obras relacionadas ao trabalho missionário na Amazônia: uma reedição da Arte da Língua Brasílica, gramática tupi do padre Luís Figueira, em 1687, e o Compendio da doutrina christam na Lingua Portugueza & Brasilica, um catecismo bilíngue, em tupi antigo e português, publicado em 1687, escrita pelo próprio Bettendorf.[2]

Últimos anos

A 3 de agosto de 1688, Bettendorf regressou à Amazônia, onde foi imediatamente recolocado à frente do Colégio de São Luís. Ali, enfrentou o desafio de implementar o novo Regimento das Missões, que ainda era resistido pelos colonos por limitar o acesso ao trabalho indígena.[2] Em 1690, ao término do mandato do padre suíço Jódoco Perret, Bettendorf foi feito novamente Superior da Missão. Impulsou então a educação nos colégios com professores chegados das universidades de Coimbra e Évora, à época administradas pelos jesuítas, o que permitiu ministrar aulas de latim aos filhos dos colonos.[2]

Em 1693, já perto do final do mandato, Bettendorf enfrentou-se à redistribuição dos aldeamentos entre as ordens religiosas presentes na Amazônia. Os jesuítas deixaram várias missões no interior para outras ordens, o que foi recebido favoravelmente por Bettendorf visto que os padres jesuítas não conseguiam cuidar

adequadamente da grande quantidade de aldeamentos então existente.[2] Em meados de 1693, assumiu como Superior o padre Bento de Oliveira, e Bettendorf passou um período no interior. Em 1696 regressou a Belém, onde foi assessor do novo Superior, José Ferreira, e participou ativamente nas atividades do Colégio de Santo Alexandre [2]

Nesses últimos anos, Bettendorf dedicou-se a escrever a "Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (1627-1698)"[5], tarefa que lhe havia sido encomendada pelos superiores Bento de Oliveira e José Ferreira. Morreu antes de concluí-la, em 5 de agosto de 1698.[2]

Atividade artística

Retábulo da capela-mor da igreja jesuíta de São Luís, desenhado por Bettendorf e esculpido por Manuel Manços.

Entre 1661 e 1695, no contexto de sua atividade evangelizadora, Bettendorf foi o responsável pela construção e decoração pictórica de igrejas na Amazônia, tanto na região de Belém como de São Luís.[6] Sua obra é conhecida pela Crônica que escreveu, na qual documenta seus trabalhos artísticos. Em 1662, construiu uma igreja em Santarém, onde também decorou o retábulo com uma pintura de Nossa Senhora da Conceição. Para a igreja de Monte Alegre, fez em 1681 o frontal do altar e um retábulo com uma pintura, novamente representando N. S. da Conceição. Em São Luís, por volta de 1690, realizou o projeto da Igreja do Colégio de São Luís (atual Catedral de São Luís), além de seu frontispício e retábulos.[6] No interior ainda se encontra o retábulo principal desenhado por ele e esculpido pelo entalhador Manuel Manços.[7]

O Estado do Maranhão e Grão-Pará teve colonização posterior ao litoral leste do Brasil e era subordinado diretamente a Lisboa e não ao Governador-geral do Brasil. Esse Estado, além da Região Amazônica, também abrangia terras atualmente pertencentes ao Piauí e ao Ceará.

Os Franciscanos da Província de Santo Antônio foram os primeiros missionários a chegar na Amazônia Portuguesa, seguidos pelos jesuítas, pelos carmelitas, pelos Mercedários[2] e pelos capuchinos. Essas missões contavam com o apoio financeiro do Reino de Portugal, em contrapartida, as missões se faziam a conversão dos nativos e prestavam assistência intelectual e espiritual aos colonos. Dentre as congregações religiosas envolvidas nas missões, a Companhia de Jesus (jesuítas) ganharia maior destaque, e o Padres Luís Figueira e Antônio Vieira, merecem especial destaque dentre os jesuítas que atuaram na Amazônia.

As conversões dos nativos por missões religiosas na Amazônia Portuguesa do século XVII (Estado do Maranhão e sucessores), não se restringiam ao âmbito espiritual, pois envolviam um conjunto de mudanças no comportamento dos povos nativos, com o objetivo de transformá-los em vassalos úteis e cristãos e, portanto, incluía objetivos como:

1. a erradicação do nomadismo para que houvesse a mudança na organização espacial de suas antigas aldeias, transformando-as em núcleos urbanos;

2. o preparo técnico para trabalhos nos ofícios mecânicos e a criação de uma mão de obra disciplinada para o trabalho agrícola;

3. a reforma dos seus modos de vida social, criando a estrutura e os vínculos da família cristã.

Também cabe ressaltar que o estabelecimento das missões religiosas católicas na Amazônia Portuguesa buscava conter tentativas de cooptação dos povos nativos pelos calvinistas franceses e dos reformistas ingleses, holandeses e irlandeses que tentaram se estabelecer ao longo do litoral leste-oeste, colocando em perigo os interesses mercantis e políticos dos portugueses na região.

Pablo Magalhães indica que os jesuítas eram vistos como úteis para estabelecer alianças militares com os povos nativos[3]

Para viabilizar esse empreendimento, os missionários tinham também o poder temporal sobre os aldeamentos de povos nativos. Esse poder temporal dos missionários foi objeto de diversos conflitos com os não congregados[4] .

Catedral de São Luís, em 1860, antiga Igreja e Colégio dos Jesuítas de São Luís do Maranhão. Estabelecida pelo padre Luís Figueira, e onde o padre Antônio Vieira viveu e publicou alguns de seus sermões

Dentre os colégios fundados pelos jesuítas na época naquela região, merecem destaque o Colégio Nossa Senhora da Luz, em São Luís, fundado em 1622[5] [6], e ficava localizado onde hoje funciona a Catedral de São Luís do Maranhão[7], e Colégio Santo Alexandre, em Belém[8]

Dentre as obras que retratam esse período, merecem destaque:

• os escritos de Luís Figueira e de Antônio Vieira;

• "Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão (1627-1698)", de João Felipe Bettendorff[9];

• "Crônica da Companhia de Jesus da Missão do Maranhão", de Domingos de Araújo, publicada em 1720[10]; e

• "História da Companhia de Jesus na Extinta Província do Maranhão e Pará", publicada em 1759, de José de Moraes[11]

Todas escritas por padres jesuítas[12] [13] .

Presença dos Franciscanos

Em agosto 1614, após as tentativas frustradas de Luís Figueira de estabelecer missões no Estado do Maranhão sem apoio militar, e diante da necessidade da União Ibérica de afastar a presença francesa na região, Jerônimo de Albuquerque Maranhão lideraria uma expedição que partiria de Pernambuco. Porém, não havia jesuítas na comitiva, pois, a pedido do Governador-Geral Gaspar de Sousa, foram designados para a jornada dois franciscanos capuchos da Província de Santo Antônio, os freis Cosme de São Damião e Manuel da Piedade Em meados de 1612, os primeiros capuchos se estabeleceram na região que atualmente corresponde ao Estado do Pará. Em 22 de julho de 1617, quatro franciscanos se estabeleceram na Capitania do Pará, eram os Freis: Antônio da Merciana (superior), Cristovão de São José, Sebastião do Rosário e Filipe de São Boaventura. Em 20 de junho de 1618, foi publicada uma Carta Régia do Rei Felipe II de Portugal, encarregando os franciscanos daProvínciadeSantoAntônio daadministraçãoespiritual dos nativosno Estado do Maranhão[14] Cristóvão de São José subiu o Rio Tocantins e em sua margem esquerda estabeleceu um aldeamento para os índios camutás, que seria denominado como Vila Viçosa de Santa Cruz de Camutá. Em 1635, Feliciano Coelho de Carvalho, foi nomeado como primeiro capitão-mor da Capitania de Camutá, onde atualmenteestálocalizadooMunicípiode Cametá[15] Emagostode1624,chegaramosprimeirosfranciscanos que se estabeleceriam na região que atualmente corresponde ao Estado do Maranhão. Esses ocupavam os ofícios de Visitador Eclesiástico e de Comissário do Santo Ofício. Naquela ocasião, Frei Cristóvão Severim de Lisboa, trouxe consigo o Alvará de 15 de março de 1624, que além de confirmar aos franciscanos a administração espiritual dos índios do Norte da colônia portuguesa na América, entregava-lhes também a administração temporal, até então confiada aos colonos. Além disso, chegou acompanhado de dez franciscanos provenientes de Portugal e cinco do Convento de Olinda, que conheciam línguas nativas (língua tupi), dentre esses estavam: os freis Álvaro do Calvário e Francisco do Rosário[3]

Em 1630, os capuchos da Província de Santo Antônio abandonaram o papel que lhes fora confiado no governo dos aldeamentos de povos nativos no Estado do Maranhão e Grão-Pará, devido, em parte, a disputas com colonos decorrentes desse trabalho. Maior parte deles abandonaria a região em 1636[16] [1] .

Algumas Cartas de Frei Lisboa contém críticas aos jesuítas, o que revela um certo grau de rivalidade entre as congregações na época[17] [14]

Os Jesuítas no Maranhão antes de Vieira

Em 26 de julho de 1596, foi publicada uma Lei que concedia aos jesuítas a exclusividade na atividade de "descer" os povos nativos do "sertão" para instalá-los em aldealmentos estabelecidos no litoral[18]. Naquela época, a presença portuguesa a noroeste da Capitania do Rio Grande do Norte era inexistente, e os franceses estavam se estabelecendo na região (Feitoria da Ibiapaba). Entre 1603 e 1604, houve uma breve tentativa início de colonização, liderada por Pero Coelho de Sousa, mas que foi descontinuada. Em janeiro de 1607, os jesuítas Luís Figueira e Francisco Pinto iniciaram uma expedição que deveria chegar ao atual Estado do Maranhão, mas foram atacados por índios tarairiús (tapuias), instigados pelos franceses, na região da Serra da Ibiapaba, o que causou a morte de Francisco Pinto e o fim da expedição.

Em 30 de julho de 1609, o Rei Felipe II de Portugal determinou a liberdade dos povos nativos do Brasil[19]

A análise de escritos de Luís Figueira, permite concluir que ele acreditava que os jesuítas teriam o dever de converter e conservar os povos nativos contra os abusos cometidos pelos colonos, sempre ávidos em obter a todo custo a mão-de-obra dos "negros da terra". Figueira acreditava que as agressões dos portugueses contra os nativos atrapalhavam a propagação do catolicismo entre os gentios. Trata-se da crença de por meio da preservação da liberdade dos povos nativos, juntamente com a a sua conversão, seria possível assegurar a expansão e a preservação da colonização portuguesa.

Em novembro de 1615, os padres Manuel Gomes e Diogo Nunes desembarcaram em São Luís e foram os primeiros jesuítas a se instalarem por um tempo considerável na região. Eles vieram como integrantes da Armada de Alexandre de Moura[20], que fora mandada como reforço para alcançar a vitória definitiva sobre os franceses de São Luís. Provavelmente eram importantes para fazer a ligação do comando de Alexandre de Moura com 70 nativos guerreiros arregimentados em aldeamentos dirigidos pelos jesuítas em Pernambuco[14]

Manuel Gomes e Diogo Nunes permaneceram em São Luís, visitando as aldeias e assistindo aos colonos, somente até até 10 março de 1618, quando deixaram a região, devido, em parte, a conflitos gerados por sua oposição à forma como os moradores da cidade tratavam os nativos[12] [21] [3] .

Sob a liderança de Luís Figueira

Em 1622, ocorreria o retorno dos jesuítas, com a chegada de Benedito Amodei e Luís Figueira.

Apesar dessa chegada ter sido chancelada pelo Governador-Geral Diogo de Mendonça Furtado, que designou Figueira como conselheiro de negócios e governo de António Muniz Barreiros, o novo Capitão-mor do Maranhão, houve resistência por parte dos moradores, que conheciam a oposição dos jesuítas à escravização dos povos nativos. Naquele contexto, Luís Figueira seria aconselhado a firmar um termo no qual deixava claro que a sua vinda não atendia mais que à salvação, e bem das suas almas e à redução[22] dos gentios, por meio da pregação, doutrinação e batismo, sem intrometer-se a libertar nativos submetidos ao cativeiro.

Na segunda metade da década de 1620, foi doada aos jesuítas uma légua de terra em Anindiba, centro da Ilha de São Luís, onde seria fundada a primeira fazenda dos jesuítas na região, onde construiram uma casa, uma ermida, posteriormente, uma igreja, dedicada à Nossa Senhora da Luz, que foi o primeiro edifício de pedra e cal de São Luís. Antes disso, os jesuítas já tinham organizado uma escola para ensinar letras aos filhos dos portugueses. Em 26 de agosto de 1626, chegariam os primeiros reforços da Missão, o padre Lôpo de Couto, exímio na língua tupi, e o irmão António da Costa, oficial de carpintaria[14] .

Em 1631, foi impressa em Lisboa a "Relação de vários sucessos acontecidos no Maranham e Gram Para, assim de paz como de guerra, contra o rebelde Olandes Ingreses & Franceses & outras nações", que foi uma pequena crônica, escrita por Luís Figueira, que descreveu os triunfos dos portugueses, sobretudo no tempo do governo de Francisco Coelho de Carvalho, contra os estrangeiros que tentavam se instalar no Estado do Maranhão e Grão Pará. Nessa obra, Figueira também sustentou que somente através da presença missionária seria possível alcançar o controle sobre os nativos da região, domínio que seria uma condição primordial para que os estrangeiros fossem erradicados da Amazônia portuguesa. Em sua argumentação, Figueira, mencionou o papel desempenhado pelos nativos mobilizados nos aldeamentos dirigidos pela Companhia de Jesus na resistência às invasões realizadas pelos holandeses no Nordeste do Brasil. Essa obra foi publicada um ano após o abandono pelos franciscanos dos aldeamentos que administravam.

Em 1636 foi publicada "Missão que fes o P. Luis Figueira da Companhia de Jesus, superior da Rezidencia do Maranhão, indo ao Grão Parâ, Camutâ e Curupâ, capitanias do Rio das Almazonas, no anno de 1636", que narrou os principais acontecimentos de sua jornada realizada ao Pará entre os meses de janeiro e junho de 1636, feita na companhia do Irmão João de Avellar. Foi um relato que tinha o propósito de promover o apostolado jesuítico na Amazônia portuguesa, que buscava, sobretudo, convencer possíveis religiosos a se engajarem no trabalho missionário do Norte da Província do Brasil, em um momento no qual a Companhia de Jesus no Maranhão contava com apenas 5 religiosos, sendo 3 padres e 2 irmãos.

Em 1637 Figueira estava em Lisboa quando foi publicado o: "Memorial sobre as terras e gente do Maranhao & Grao-Para & Rio das Amazonas", no qual, discorreu sobre as grandezas e potencialidades econômicas da Amazônia portuguesa e no qual também cobrou dos reis católicos a obrigação de promover a evangelização dos gentios, que seria a justificativa teológico-política para a expansão do Império Português sobre aquelas terras, além de reiterar a importância fundamental dos povos nativos para a conservação daquelas conquistas diante da constante ameaça imposta pelos corsários estrangeiros que exploravam a região. Nesse contexto, defendeu o envio de religiosos para o Estado do Maranhão e Grão Pará[23] .

Esse Memorial foi utilizado para instruir decisão do Conselho de Estado nas suas sessões de 8 e 10 de agosto de 1637, sendo os resultados de tais sessões publicados no Alvará de 25 de julho de 1638 que, em suma,

confiava, com todas as dotações reais necessárias, o cargo de Administrador Eclesiástico do Estado do Maranhão ao Superior da Residência da Companhia de Jesus em São Luís, também foi confiada aos jesuítas, a administração temporal e espiritual dos nativos em aldeamentos missionários.

Em novembro de 1640, uma expedição holandesa, comandada por Jan Cornelisz e Lichthardt e Hans Koin, tomou a Ilha de São Luís. Colonos portugueses e missionários jesuítas se estabeleceram em Tapuitapera. Os jesuítas Lopo do Couto e Antônio da Costa, faleceram no final de 1642. As lutas para expulsão do invasor estenderam-se até fevereiro de 1644[24]

Em 3 de junho de 1639, a partir de sede da Companhia de Jesus em Roma, foi fundada a Missão jesuítica do Maranhão como uma entidade administrativa sob a responsabilidade da Província do Brasil, tendo como seu primeiro Superior o padre Luís Figueira.

Duranteo ano de1639, Luís Figueirapercorreuos Colégios Jesuítas dePortugal, nos quais recrutou22 jesuítas para a nova Missão. Entretanto, o embarque demorou a ocorrer, devido, em parte às turbulências causadas pelo movimento da Restauração Portuguesa e à instabilidade na região causada pela ocupação holandesa de São Luís (1640-1644)[25],e somente ocorreu em abril de 1643. O barco que seguiu com Figueira acompanhado por quatorze jesuítas, Pedro de Albuquerque, o novo governador do Estado, e demais tripulantes, naufragaria, entre os dias 29 de 30 de julho, nas proximidades da Ilha de Marajó. Apesar do envio de socorro, quase todos os religiosos foram vitimados pelos índios aruans[16] .

Apenas três dos religiosos sobreviveram (o padre Francisco Pires e os irmãos Nicolau Teixeira e Antônio de Carvalho) e o projeto das missões jesuíticas no Estado do Maranhão e Grão-Pará foi adiado[26]

Pouco tempo depois do naufrágio, Nicolau Teixeira retornou a Portugal, para completar os estudos, e Antônio de Carvalho faleceu.

Em novembro de 1647, faleceu o padre Benedito Amodei.

Em 1648, chegaram em São Luís, o padre Manuel Moniz e o irmão Gaspar Fernandes

No segundo semestre de 1649, os três últimos remanescentes da Companhia de Jesus na região foram mortos por índios uruatis, revoltados com o castigo imposto a uma nativa acusada de adultério no Engenho do Itapicuru.

Em outubro de 1648, Dom João IV, requereu ao Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, Padre Belquior Pires, o envio de novos missionários para o Estado do Maranhão[14] .

O controle efetivo sobre a administração dos aldeamentos de povos nativos, somente ocorreria com a chegada do Padre Antônio Vieira, em 1653[4] .

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• Pessoa Jorge Oudinot Larchier, Maria-Madalena, 2007. Le père Bettendorff, missionnaire dans l'État du Maragnon (Brésil) au XVIIè siècle. pp. 229–234 in: Le face-à-face des dieux : missionnaires luxembourgeois en outre-mer. Bastogne : Musée en Piconrue.

Revista INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO

Rua de Santa Rita, 230, Centro 65015-430 - São Luis – Maranhão

O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) é uma instituição da sociedade civil de estudos de caráter científico que tem como objetivos estudar, debater e divulgar questões sobre história, geografia e ciências afins, referentes ao Brasil e, especialmente, ao Maranhão, dentre outras finalidades.

Fundado em em 20 de novembro de 1925, na cidade de São Luís, em comemoração ao centenário do imperador D. Pedro II, sendo sócios fundadores da instituição: Antônio Lopes da Cunha, Justo Jansen, José Domingos da Silva, José Ribeiro do Amaral, Wilson da Silva Soares, Domingos de Castro Perdigão, Barros e Vasconcelos, Pe. Arias de Almeida Cruz, Pe. José Ferreira Gomes, José Pedro Ribeiro e José Eduardo de Abranches Moura.

Entre suas finalidades estão: estudar, debater e divulgar questões sobre história, geografia e ciências afins, referentes ao Brasil e, especialmente, ao Maranhão; cooperar com os poderes públicos em estudos que visem ao engrandecimento científico e cultural do Estado, colocando-se à disposição das autoridades para responder a consultas e emitir pareceres sobre assuntos pertinentes às suas finalidades; defender e velar pelo patrimônio histórico do Maranhão.

O IHGM possui um calendário cultural anual para comemoração das datas relevantes da história, promovendo palestras, seminários, conferências, simpósios, cursos, além de disponibilizar o acervo para consultas e promover visitas guiadas.

Atualmente o IHGM é composto por sessenta membros.

IHGM - Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão

2ª INSTITUIÇÂO CIENTÍFICA

E CULTURAL

MAIS ANTIGA DO MARANHÃO

O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão foi fundado em 20 de novembro de 1925, na cidade de São Luís, em comemoração ao centenário de D. Pedro II. Surgiu com o nome Instituto de História e Geografia do Maranhão.

Foram sócios fundadores da instituição: Antônio Lopes da Cunha, Justo Jansen Ferreira, José Domingues da Silva, José Ribeiro do Amaral, Wilson da Silva Soares. Domingos de Castro Perdigão, Benedito de Barros e Vasconcelos, Pe. Arias de Almeida Cruz, Pe. José Ferreira Gomes, José Pedro Ribeiro e José Eduardo de Abranches Moura.

No final da década de 1930, durante o Estado Novo, o Instituto foi perseguido, desalojado de sua sede e seu acervo foi parar nos porões do Liceu Maranhense. Em 1948, a instituição até aquele momento, já havia sido despejada cinco vezes.

Permaneceu sem sede própria até 1950, quando recebeu a doação de um prédio do Governo do Estado, situado à Rua Grande, nº 640, esquina com a Rua de Santa Rita, demolido posteriormente para construção de um novo edifício, passando a se instalar no segundo andar do prédio.

O IHGM foi o responsável pela criação do primeiro museu do Estado do Maranhão, instalado em 1926. Por consequênciadetodasessasmudanças,houveaperdadepartedoseuacervo,acumuladodesdeasuafundação.

A instituição busca renovar o seu acervo a partir de doações, como a do acervo do sociólogo e professor da Universidade Federal do Maranhão, Ribamar Caldeira, o que proporcionou ao IHGM a criação do acervo José Caldeira; e a criação da sala museóloga professora Eneida Canedo, voltada à exposição de peças históricas de São Luís, como a Carta de São Luís e a planta da capital maranhense, autoria de Justo Jansen, de 1912

Os recursos financeiros para a manutenção da instituição advêm de doações, contribuições mensais dos sócios efetivos e colaborações eventuais.

Seu primeiro estatuto foi promulgado no ano de 1925. Outros quatro seriam promulgados nos anos de 1951, 1978 e 1997.

Suas finalidades são estudar, debater e divulgar questões sobre história, geografia e ciências afins, referentes ao Brasil e, especialmente, ao Maranhão, e cooperar com os poderes públicos em estudos que visem ao engrandecimento científico e cultural do Estado, colocando-se à disposição das autoridades para responder a consultas e emitir pareceres sobre assuntos pertinentes às suas finalidades. Também é responsável por defender e velar pelo patrimônio histórico do Maranhão.

A categoria de sócios do IHGM é organizada por fundadores, efetivos, correspondentes, honorários e beneméritos. Os sócios efetivos e correspondentes são admitidos mediante proposta subscrita por dois sócios efetivos, acompanhada do currículo do indicado. A sugerida proposta deve ser avaliada por uma comissão indicada pelo presidente. Uma vez aprovada a proposta, será submetida à apreciação e votação da Assembleia Geral.

Sua diretoria é composta por presidente, vice-presidente, 1º e 2º secretários, 1º e 2º tesoureiros, diretor de patrimônio, diretor de divulgação e Conselho Fiscal (titulares e suplentes). O mandato em duração de dois anos, permitida a reeleição por igual período. Não existem departamentos e comissões fixas.

O IHGM possui um calendário cultural anual para comemoração das datas relevantes da história, oferecendo ao público palestras, seminários, conferências, simpósios, cursos, disponibiliza o acervo para consultas i uma revista editada anualmente, a qual teve a sua primeira edição publicada em 1926 e outra Eletrônica. Houve irregularidade em sua publicação, atualmente conta com quarenta e cinco números editados. A revista segue o padrão da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Atual Presidente 2021-2025

Dilercy Aragão Adler
José Domingues (1930/1933
Justo Jansen Ferreira (1925/1930)
João Braulino de Carvalho (1933/1953)
Leopoldino Lisboa (1953/1955)
Elisabeto Barbosa de Carvalho (1955/1957)
Ruben Ribeiro de Almeida (1961/197
José Ribamar Seguins (1972/1994)
Jorge Hédel Ázar (1994/2000)
Edomir Martins de Oliveira (2000/2002)
Nywaldo Macieira (2002/2006)
Eneida Vieira da Silva Ostria de Canedo (2006/2010)
Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo (2010/2014)
Euges Silva de Lima (2014/2018)
José Augusto Silva Oliveira (2018/2020)

SUMÁRIO

EXPEDIENTE

JOÃO FELIPE BETTENDORF – PATRONO DO ANO O CENTENÁRIO DO IHGM, CASA DE ANTÔNOIO LOPES, A 2ª INSTITUIÇÂO CIENTÍFICA E CULTURAL MAIS ANTIGA DO MARANHÃO

QUADRO DE PRESIDENTES

SUMÁRIO

417 ANOS DA MORTE DO PADRE FRANCISCO PINTO, 11 DE JANEIRO

LUÍS FIGUEIRA - O CORPO DO PADRE FRANCISCO PINTO É LEVADO DOS ALTIPLANOS DA IBIAPABA

A TRASLADAÇÃO DO CORPO DO PADRE FRANCISCO PINTO:

OS TABAJARAS DA ALDEIA DE DIABO-GRANDE (IBIAPINA-CE), CELEBRAM AS EXÉQUIAS DO PADRE FRANCISCO PINTO.

FALA DA PRESIDENTE

FALA DA DIRETORA

AÇÕES DA PRESIDENCIA

COMUNICADO SOBRE A DETRATAÇÃO DE NINA RODRIGUES

EDITAL – CENTENÁRIO IHGM

PESQUISA SOBRE O CENTENÁRIO DO IHGM REALIZADA PELA BPBL

QUADRO DE SÓCIOS

COLABORAÇÕES DE SÓCIOS EFETIVOS

CADEIRA 01 – DILERCY ARAGÃO ADLER

SOCIEDADE, HOMINIZAÇÃO E VIOLÊNCIA

ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DE MARIA FIRMINA DOS REIS (11 DE MARÇO): o dia em homenagem à Mulher Maranhense

A LUTA DAS MULHERES... SÓ DELA MULHERES

A MULHER MARANHENSE NA LITERATURA: o eco da palavra lírica e os embates femininos indispensáveis à vida no mundo humano (27 /03/2025)

CADEIRA 06 - RUY PALHANO

CADEIRA 10 - EDMILSON SANCHES

SOLIDÃO, EIS ME AQUI BOM DIA, BOA TARDE E BOA NOITE A CRIMINALIDADE, O ÊXODO URBANO E OS DANOS EMOCIONAIS

APENAS SEMEIE

TALENTOS MARANHENSES EM DESTAQUE NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO ESPÍRITO SANTO ADALBERTO FRANKLIN

CADEIRA 16 – LUIZ THADEU NUNES E SILVA

CADEIRA 22 – EUGES SILVA DE LIMA

CADEIRA 40 – LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

2024 – CONQUISTA E PERDAS ASSIM SOU EU; ASSIM É A VIDA PERMITA-SE E FLORESCA DONALD TRUMP E O EXAME DE PRÓSTATA O TEMPO NÃO DÁ MARCHA A RÉ A LITERATURA NOS ETERNIZA

O DOCUMENTO PERDIDO: JOÃO LISBOA, LEITOR DE MICHELET A QUEIMAÇÃO DE PALHINHA EM SÃO LUIS

QUEM FOI CATARINA MINA O BARÃO DE COROATÁ

AS TRÊS FUNDAÇÕES DO IHGM TIVEMOS GYMNÁSTICA SIM: ALGUNS PROFESSORES

CHE GUEVARA EM IMPERATRIZ O FUTSAL MARANHENSE “NASCEU” NO LICEU

JOGOS ESCOLARES MARANHENSE: COMO TUDO COMEÇOU OS TUPIS

PROJETO CEV/e.MUSEU MARANHENSE DE ESPORTES – co-autor: Laércio E. Pereira

A SEGUNDA MODERNIDADE: O CASO NINA RODRIGUES E O “NÃO AO REVISIONISMO HISTÓRICO”

SE BUSCA NOVO MILAGRE PARA SALVAR NINA RODRIGUES - AGORA, DO REVISIONISMO HISTÓRICO

AINDA SOBRE NINA RODRIGUES E O REVISIONISMO HISTÓRICO O NOSSO FOFÃO VEM DE TRADIÇÃO PORTUGUESA REPÚBLICA DE PASTOS BONS

ALGUMAS NOTAS SOBRE O RIO SOLIMÕES

COLABORAÇÕES DE SÓCIOS CORRESPONDENTES

ROSA MARIA SOARES BUGARIN

ARTIGOS DE COLABORADORES

MANUTENÇÃO DO NOME NINA RODRIGUES NA INSTITUIÇÃO PSIQUIÁTRICA

ASSIM, BORRÕES

PEDRO HENRIQUE MIRANDA FONSECA A ESMO, O Jornal – 01/08/1916. É CARNAVAL!

REVISITANDO FREI CANECA, O GUERRILHEIRO DA PALAVRA

ENIDE DINO, MULHER EXEMPLAR

A LAVADEIRA SONHADORA

MARCO DUAILIBE

JOSEMIR CAMILO DE MELO

CARLOS NINA

MARIZA GARCIA

Sepultado nos sopés da Ibiapaba. Sobre o fatídico acontecimento do dia 11 de janeiro de 1608, afirma FREI VICENTE DO SALVADOR, que:

“(...) sahindo o padre Francisco Pinto da sua tenda, onde estava resando, a ver o que era, por mais que com palavras cheias de amor e benevolência os quiz quietar e os seus poucos indios com as frechas pretendiam defendel-o, elles com a fúria com que vinham mataram o mais valente, com que os mais não puderam resistir-lhe nem defender o padre, que lhe não dessem com um páu roliço taes e tantos golpes na cabeça que lha quebraram e o deixaram morto. O mesmo quizeram fazer ao padre Luiz Figueira, que não estava longe do companheiro; mas um moço da sua companhia sentindo o ruido dos bárbaros o avisou, dizendo em lingua portugueza: “Padre, Padre, guarda a vida” (...). espalhados, com medo da morte e de chegar ao logar daquelle ditoso sacrifício, onde acharam o corpo estendido, a cabeça quebrada e desfigurado o rosto, cheio de sangue e lodo. Limpando-o e lavando-o, e composto o defunto em uma rede, em logar de ataúde, lhe deram sepultura ao pé de um monte, que não permittia então outro aparato maior o aperto em que estavam (...)".

Fonte: “História do Brasil – 1500-1627” de Frei Vicente do Salvador, p. 413/414.

O jesuíta JOSÉ DE MORAIS, em homenagem “Ás Reais Cinzas da Fidelíssima Rainha e Senhora Nossa D. Mariana D’Áustria”, relata que:

“(...) e cegos da sua propria ambição, até cahir como cordeiro innocente nas crueis mãos daquelles famintos lobos; que não se derão por satisfeitos enquanto não virão derramado seu sangue, á força etyrannia de hum grande golpes de páo de Jucá (que quer dizer páo de matar), com que cruelmente lhe abrirão a cabeça, e tirarão a vida: sendo preciso tão larga porta para por ella sahir huma tão grande alma, e aquelle mais que agigantado espirito ir a gozar, como piamente suppomos, com a laureola de tão illustre morte, o merecido premio de seus apostolicos trabalhos, aos 11 de Janeiro de 1608 (...). he inexplicavel o sentimento que o bom Padre Figueira teve quando vio o cadaver de seu amantissimo companheiro, com o qual abraçado, derramou muitas e inconsolaveis lagrimas (...) Depois, mettendo do melhor modo que pôde o defunto Padre em uma rede, se poz a caminho, e o foi sepultar na raiz da serra da lbyapaba, querendo lhe servisse de elevado mausoléo, já que lhe tinha servido de throno á sua ardente caridade; mandando primeiro fazer uma casa, onde deixou enterrado ao venerável Padre, e levantar huma cruz no mesmo lugar para signal certo de hum tão rico sobre estimavel deposito (...)”.

Fonte: “História da Companhia de Jesus na Extinta Província do Maranhão e Grão-Pará” do padre José de Morais, p. 36/37.

O padre JOÃO FELIPE BETTENDORFF, superior da Missão do Maranhão (1669 e 1674 - 1690 e 1693) e profundo conhecedor da história dos jesuítas no Brasil, corrobora com seus pares, registrando que:

“(...) e logo depois investindo com furor e crueldade diabólica contra o servo de Deus lhe deram repetidos golpes com suas ibiraçangas, que são uns paus duros, largos e compridos, na cabeça, até que a amassaram toda e lhe deram uma morte muito cruel, aos onze de janeiro de 1608, justamente no termo último do ano daquela sua gloriosa missão para banda do Ceará e serras de Ibiapaba (...). Com isto teve o Padre Luís Figueira lugar de ajuntar o seu rebanho que andava espalhado com o medo da morte, e de ir ao sítio daquele ditoso sacrifício, onde estava o corpo estendido no chão, a cabeça toda feita em pedaços e todo enlamado e banhado em seu sangue. Lavaram-no muito bem e depois de lavado lhe deram sepultura ao pé do monte, porque não lhes

dava o tempo em que se achavam lugar para mais, só levaram consigo um desses paus ou ibiraçangas como os chamam os com que matam, com o qual tinha sido quebrada aquela sagrada cabeça, todo ensanguentado (...)”.

Fonte: “Crônica da missão dos padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão” do padre João Felipe Bettendorff, p. 45. Por João Bosco Gaspar

TRANSPORTADO NUMA REDE - O CORPO DO PADRE FRANCISCO PINTO É LEVADO DOS ALTIPLANOS DA IBIAPABA, PARA OS SOPÉS DA SERRA.

Relata o padre Luís Figueira, testemunha ocular daqueles fatos, que os missionários:

“(...) foram atacados por aqueles índios Cararijus(sic), na sexta-feira, infra oitava da Epifania, a 11 de janeiro de 1608 (...). Defenderam-no os índios amigos, sendo feridos mortalmente dois, entre os quais o fidelíssimo António Caraibpocu. Ferido este, os selvagens arremeteram ao P. Francisco Pinto, e, tendo-lhe uns mão nos braços, estirando-lhos para ambas as partes, ficando ele em figura de Cruz, outros lhe deram tantas pancadas com um pau na cabeça, que lha fizeram pedaços (...)". Prossegue o padre Luís Figueira, registrando que, logo após o assassinato do padre Francisco Pinto, tomou as seguintes providências: “(...) tinha-se achado hua roupeta minha a qual lhe vestimos, e lavãdolhe o rosto e cabessa cheya de sangue e terra e feita em pedaços o cõpusemos em hua rede p.ª o trazermos p.ª o pe da serra (...). Cõ isto me fui e me deci da serra trazendo diante de my o corpo do p. e ao pe da serra o enterrey, fazendolhe hu moimento de pedras sobre a sepultura para sinal dela, pondolhe tãbem hua cruz á cabeceira (...). Depois q’ enterrey o P. ao pe daquela alta Serra da Ybiapaba em hu logar q’ particularmente se chama Abayára ao longo de hu rio dentro de hu mato (...)”.

Fonte: Revista do Instituto do Ceará, ano de 1903, em “Relação do Maranhão, 1608, pelo jesuíta Luiz Figueira enviada a Claudio Aquaviva”, p. 124/125/126. Por João Bosco Gaspar

A TRASLADAÇÃO DO CORPO DO PADRE FRANCISCO PINTO:

Sepultado nos sopés da grande Serra da Ibiapaba no ano de 1608, segundo relata o padre Luiz Figueira, “porém, Deus não permitiu que ficasse assim por muito tempo". Frei Vicente do Salvador, historiador contemporâneo de Martim Soares Moreno, capitão mor da Fortaleza do Ceará, lembra que, "os índios da Costa do Ceará, algum tempo depois, trasladaram seu corpo para o litoral". Mello Morais, prossegue: “(...) acreditavam na santidade do padre Francisco Pinto a quem chamavam de Abuná (benfeitor), valendo-se delle appareceram as chuvas, e então crescendo a fé, sempre que necessitavam de chuvas, reuniam-se em redor da sepultura e pediam - Pai Pinto dá-nos chuva e ellas appareciam; e quando eram muitas vinham pedir-lhes sol (...). A fama dos prodigios que Deus obrava por intervenção do padre Francisco Pinto, se divulgando entre os selviculas, sabendo o chefe índio Poty (Camarão), onde estavam os ossos do padre Pinto passou ordem para que todas as aldeias se reunissem e em grande gala fossem celebrar, a seu uso, as exequias do defunto (Abuná) benfeitor, com o continuo choro de tres dias, a que chamam Capiron, e com o cerimonial. O chefe Poty (Camarão) mandou edificar uma igreja em Jaguaribe, melhor que a antiga, para nella depositar os ossos do padre Francisco Pinto, e ordenou que todos os annos, naquelle dia, os índios de todas as aldeias, em procissão, armados de cruzes e os da aldeia onde estava a igreja fossem todos os dias dar ao padre Pinto o jandi-coema (o bom dia)”.

Fonte: Transcrição do livro “Chronica Geral do Brazil” Tomo 01, de Mello Moraes Filho, p. 345-346, edição 1886. Por João Bosco Gaspar,

OS TABAJARAS DA ALDEIA DE DIABO-GRANDE (IBIAPINA-CE), CELEBRAM AS EXÉQUIAS DO PADRE FRANCISCO PINTO.

Ano de 1608. Após ser assassinado pelos índios tocarijus em 11 de janeiro de 1608, o corpo do padre Francisco Pinto “foi sepultado ao pé da alta Serra da Ibiapaba em um lugar que particularmente se chama Abayara”. Narra o padre Luiz Figueira, companheiro do padre Francisco Pinto e testemunha ocular dos fatos, que após o sepultamento do infeliz missionário, os índios tabajaras: “(...) Foram-se para sua aldeia e o Diabo-Grande celebrou e fez celebrar a todos as exéquias do padre [Francisco Pinto] a seu modo, mandando que se fizesse grandes e públicos prantos por toda a aldeia, e se ajuntaram os índios na casa que fora nossa [dos missionários], e ao pé da cruz que no terreiro tínhamos feito levantar, fazendo nestes lugares principalmente grandes gritos e derramando muitas lágrimas, e os filhos do Diabo-Grande deixaram crescer o cabelo tingindo-se e tirnando-se em sinal de tristeza, que é o seu luto (...)”.

Fonte: Trecho de “Relação do Maranhão”, do padre Luiz Figueira, RIC, Revista do Instituto do Ceará ano de 1903. Foto: Imagem de ilustração colhida na Internet, sem nenhuma relação com os fatos narrados. Por João Bosco Gaspar

Setúbal celebra ilustre Fran Paxeco

O Salão Nobre dos Paços do Concelho acolheu este domingo de manhã a sessão solene de encerramento das comemorações dos 150 anos do jornalista, escritor e diplomata Fran Paxeco, promovidas pela Câmara Municipal de Setúbal.

O evento cultural, com a participação do presidente do município, André Martins, contou com a apresentação do livro “O Senhor Fran Paxeco”, da autoria de Carlos Gaspar, e de uma comunicação pelo investigador de história local António Cunha Bento, intitulada “Fran Paxeco Revelado”.

Nascido a 9 de março de 1874 e falecido a 17 de setembro de 1952, Manuel Fran Paxeco está associado à fundação e colaboração com diversas instituições e associações, escrevendo para vários periódicos em Portugal e no Brasil, entre os quais “O Elmano”, “O Setubalense” e “A Vanguarda”.

Jornalista, diplomata, professor e escritor, publica mais de sessenta títulos sobre história, literatura e economia, distribuídos por artigos em jornais, revistas e livros, sendo o mais conhecido localmente “As Figuras Célebres de Setúbal”, de 1930.

O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão é obra perene que se sucede no tempo, é órgão que se insere na vida histórica do Estado do Maranhão..." (Trecho do artigo 42 do estatuto do IHGM).

Com as palavras do artigo 42 do Estatuto desta Casa, que afirmam que "o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão é obra perene que se sucede no tempo", inicio a minha fala, refletindo sobre a importância da missão que pesa sobre os ombros de todos que fazem parte desta instituição, assim como sobre aqueles que, ao longo dos anos, resistiram às intempéries e deixaram um grande legado. Quando se diz que “o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão é obra perene que se sucede no tempo...”, refere-se à inextinguibilidade, à permanência, à sempiternidade da Casa de Antônio Lopes. Este ano, em particular, exige que não esqueçamos essa máxima, pois é o ano do primeiro centenário da Casa e, também, o ano em que se comemora o bicentenário de Dom Pedro II, fonte de inspiração para os Institutos Históricos e Geográficos brasileiros.

Este primeiro trimestre de 2025 reflete, de algum modo, a força interior que rege esta Casa, considerando que diversas atividades importantes foram realizadas, como a primeira edição dos Diálogos Contemporâneos: O Caso Nina Rodrigues (15/01). Trata-se de uma roda de conversa que teve como objetivo subsidiar o posicionamento do IHGM sobre a pertinência de manter a homenagem ao médico psiquiatra maranhense Raimundo Nina Rodrigues no nome do Hospital Nina Rodrigues. A partir dessa roda de conversa, surgiuumindicativodedefesa,queresultounaelaboraçãodeum Posicionamentoasersubmetidoàapreciação em Assembleia Geral. A roda de conversa contou com a presença do Prof. César Viana, sobrinho-neto de Nina Rodrigues. Para fortalecer a defesa, a presidente buscou fontes de pesquisa, algumas das quais foram cedidas pela Profa. Dra. Maria Regina Nina Rodrigues, viúva do médico e também sobrinho-neto de Nina Rodrigues, RaimundoNinaRodriguesJúnior(1932-2005) NaaudiênciadaAçãoPopularnº0820170-64.2024.8.10.0001, estiveram presentes a presidente Dilercy Adler e o sócio efetivo Leopoldo Gil Dúlcio Vaz. O IHGM compôs a mesa, e a presidente proferiu um pronunciamento em defesa da permanência do nome de Raimundo Nina Rodrigues, no hospital psiquiátrico da capital maranhense. Nina Rodrigues é também patrono da Cadeira nº 28 do IHGM, atualmente ocupada pelo sócio efetivo Raimundo da Silva Costa.

Ainda em janeiro, no dia 8, a Biblioteca Pública Benedito Leite - BPBL convidou os sócios do IHGM para a apresentação de uma pesquisa que está sendo realizada pela sua equipe sobre a história do Instituto, contada por meio do seu acervo jornalístico. A pesquisa é uma homenagem da BPBL ao IHGM, pelos seus 100 anos de fundação.

Outras atividades do trimestre como a indicação do nome de João Felipe Bettendorff (25/08/1625) para análise, com vistas à aprovação em Assembleia Geral, para ser o Patrono homenageado do Ano de 2025; o IHGM também se fez presente no abraço simbólico em volta do prédio do Arquivo Público do Estado do Maranhão (APEM), em defesa do patrimônio da cidade. O abraço objetivou demonstrar a necessitando de chamar a atenção da esfera governamental, no que diz respeito à manutenção das instalações físicas e da preservação do acervo documental da APEM. O IHGM entende a necessidade de ações conjuntas em defesa da riqueza cultural local; ainda foi elaborado o fechamento do Projeto Celebração do Centenário do IHGM, Casa de Antônio Lopes, com vistas ao estabelecimento de parcerias para viabilizar as demandas.

Neste primeiro trimestre de 2025, temos um mês muito especial: o mês de março. Gostaríamos de nos referir a uma pequena, mas intrigante história, a de Júlio César. De acordo com Plutarco, um vidente havia avisado que o mal viria a César nos "idos" de março. A palavra "idos" vem do latim e significa "dividir". No calendário romano, os "idos" eram um dos três dias fixos de cada mês, ao lado das "Calendas" (1º dia do mês) e das "Nonas" (5º ou 7º dia). A caminho do Teatro de Pompeu, onde seria assassinado, César passou pelo

vidente e, brincando, disse: "Bem, os Idos de março chegaram", dando a entender que a profecia não havia sido cumprida. Em resposta, o vidente disse: "Sim, eles vieram, mas não se foram." César foi esfaqueado até a morte em uma reunião do Senado por cerca de 60 conspiradores, liderados por Brutus e Cassius. A data de sua morte passou a ser, para sempre, associada à desgraça e desolação.

Por outro lado, na Roma Antiga, Júpiter era a divindade suprema, o deus dos céus e governante dos outros deuses. Os idos eram considerados dias sagrados para várias divindades, incluindo Júpiter. Esses dias exigiam rituais especiais, sob a responsabilidade do Flamen Dialis, o sumo sacerdote de Júpiter, e incluíam sacrifícios de animais. A ovelha dos idos era conduzida em procissão até o Arx, um local específico do Capitólio em Roma, onde era sacrificada como parte de um ritual de agradecimento ou pedido à divindade. Além do sacrifício mensal, os Idos de Março também marcavam as celebrações de Anna Perenna, uma deusa do ano (do latim annus),cuja festa originalmente concluía as cerimônias do Ano Novo. O dia era comemorado com entusiasmo pelas pessoas comuns, com piqueniques, bebidas e folia.

Queremos atribuir este segundo significado ao mês de março: o mês do entusiasmo, por ser, no Maranhão, duplamente feminino. Além do Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8, comemoramos também o dia 11, aniversário de nascimento de Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista brasileira, data que foi instituída como o Dia da Mulher Maranhense.

Assim, damos as boas-vindas ao mês de março, pois foi nele que iniciamos o Ano Cultural do IHGM, ano de seu Centenário. A solenidade contou com uma programação primorosa, que incluiu a apresentação do Projeto do Centenário pela Profa. Elizabeth Abrantes, seguida pela homenagem ao Patrono do Ano, Pe. João Felipe Bettendorff, por meio de uma palestra proferida pelo sócio efetivo José de Ribamar Sousa Almeida, ocupante da Cadeira nº 8, com a participação da sócia efetiva Aline Carvalho do Nascimento como debatedora. Durante o evento, foram outorgados títulos de sócio honorário a personalidades, além do lançamento de livros, a obra reunida do sócio efetivo José Carlos Araújo. Também houve uma homenagem à mulher, em virtude de março ser um mês dedicado à celebração da mulher, com duas datas de grande importância: o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, e o Dia da Mulher Maranhense, em 11 de março, em homenagem ao nascimento de Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista brasileira.

Nesta oportunidade, parabenizamos todas as mulheres da Casa de Antônio Lopes: Abianci Alves de Melo, Aline Carvalho do Nascimento, Ana Lívia Bomfim Vieira, Ana Luiza Almeida Ferro, Assir Alves da Silva, Clores Holanda Silva, Dilercy Aragão Adler, Diomar das Graças Motta, Edna Maria de Carvalho Chaves, Elimar Figueiredo de Almeida Silva, Elizabeth Pereira Rodrigues, Elizabeth Sousa Abrantes, Josefa Ribeiro da Costa, Maria Goretti Cavalcante de Carvalho, Madalena Martins de Sousa Neves, Maria Hélia Cruz de Lima, Rita Ivana Barbosa Gomes, Wanda Cristina da Cunha e Silva.

Hoje, com fé e esperança, afirmamos: as boas novas e os bons fluidos de março chegaram até nós em 2025, com projeção para todo o ano! Que a alegria deste momento se traduza em um verdadeiro louvor à vida,àpaze ao amor,não apenas para estaCasa,mas paraoMaranhão,o Brasil eomundo, quetanto precisam de união e serenidade neste instante.

Quanto à nossa revista, desejamos a todos uma excelente leitura!

São Luís, 31 de março de 2025. Dilercy Adler Presidente

Caríssimos membros do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, prezados colegas de jornada, pesquisadores, estudiosos e todos aqueles que, com dedicação e entusiasmo, contribuem para a preservação da nossa memória e para o fortalecimento do conhecimento histórico e geográfico de nosso estado, saúdo-vos com imensa gratidão e reconhecimento.

Ao celebrarmos os três primeiros meses deste ano, é imperativo refletirmos sobre a importância do tempo que se desenrola diante de nós, carregado de desafios, conquistas e, sobretudo, da missão que nos une: a perpetuação da história, a valorização da identidade maranhense e a construção de um legado que transcenda nossa existência. O primeiro trimestre de cada ano carrega consigo a simbologia do início, do recomeço, da renovação das esperanças e do compromisso com os propósitos que nos movem.

Nestes primeiros meses, temos reafirmado nossa vocação para a pesquisa, a difusão do saber e o compromisso inabalável com a preservação documental e patrimonial de nossa terra. Cada atividade realizada, cada estudo apresentado, cada conferência ministrada ou participação em eventos reforça nossa crença na relevância do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão como guardião da memória e farol do conhecimento.

Sabemos que a história não se faz apenas pelos grandes feitos registrados nos livros, mas também pelos gestos diários de cada indivíduo que, com amor pelo saber, colabora para que a cultura se mantenha viva e que as novas gerações possam ter acesso ao rico acervo de informações que constituem a identidade de nosso povo. Assim, o IHGM segue de portas abertas, promovendo o diálogo entre o passado e o presente, fomentando pesquisas e sendo um espaço de encontro entre aqueles que acreditam no poder transformador do conhecimento.

A importância do Instituto se revela, sobretudo, em sua capacidade de conectar tempos, ideias e pessoas. Ao longo de sua história, o IHGM tem sido um elo fundamental entre os que vieram antes de nós e aqueles que virão depois, garantindo que o legado construído por grandes intelectuais, pesquisadores e estudiosos do Maranhão permaneça vivo e acessível a todos. Cada manuscrito preservado, cada documento restaurado, cada seminário promovido, cada pesquisa publicada é um alicerce que sustenta a grandeza de nossa instituição.

Nestes três primeiros meses do ano, já tivemos a oportunidade de celebrar momentos memoráveis, de compartilhar conhecimento e de ampliar ainda mais os horizontes do Instituto. E, sem dúvida, o que nos

aguarda ao longo dos próximos meses será igualmente desafiador e enriquecedor. A responsabilidade que carregamos como guardiões da memória não nos permite estagnação; pelo contrário, nos impulsiona a continuar avançando, a buscar sempre novas formas de difundir o conhecimento e a integrar ainda mais pessoas nessa nobre missão.

Por isso, reforço aqui minha admiração por cada um que faz parte desta casa, por cada membro que se dedica, por cada parceiro que nos apoia e por todos aqueles que, direta ou indiretamente, fortalecem o IHGM. Nosso trabalho é conjunto, e nossa caminhada se torna ainda mais significativa quando caminhamos lado a lado, compartilhando sonhos, projetos e ideais.

Que os meses que virão sejam de novas oportunidades, que possamos continuar erguendo pontes entre o passado e o futuro e que nossa instituição permaneça sendo um símbolo de resistência, conhecimento e valorização da cultura maranhense. Que cada página escrita por este Instituto seja mais uma peça no mosaico riquíssimo da história de nosso estado, um testemunho de nossa dedicação e um presente para as futuras gerações.

Sigamos firmes, com entusiasmo, dedicação e amor pela história, porque o conhecimento é a base de uma sociedade forte, e o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão é, sem dúvida, um dos seus pilares mais sólidos.

Com profunda gratidão e respeito,

Ivana Barbosa Gomes

Diretora de Serviços de Divulgação do IHGM

AÇÕES DA PRESIDENCIA

CONCURSO HISTÓRICO-LITERÁRIO DO CENTENÁRIO DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO – IHGM REGULAMENTO

O Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), por meio da Comissão Especial para o Concurso Histórico-Literário em Comemoração ao Centenário do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, torna pública a realização do Concurso HistóricoLiterário “O Centenário do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão ”, mediante as regras estabelecidas neste Regulamento.

DO CONCURSO

Art. 1º O Concurso Histórico-Literário “O Centenário do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão” será oferecido e organizado pelo IHGM com a finalidade de promover e divulgar estudos sobre a instituição nos campos da História e da Literatura.

DOS OBJETIVOS

Art. 2º O Concurso tem como objetivo geral estimular a produção e divulgação de conhecimentos sobre o IHGM no contexto do centenário da instituição, a fim de apresentar a história, as produções e ações dele no âmbito da sociedade maranhense, refletindo sobre as significações deste sodalício no passado e no presente.

Art. 3º O Concurso tem como objetivos específicos: a) propiciar um espaço de divulgação de pesquisas históricas e produções literárias sobre o IHGM; b) estimular produções sobre o IHGM com múltiplas leituras alusivas ao tema no contexto de celebrações do centenário dele.

DO TEMA

Art. 4º Este concurso consiste na apresentação de um trabalho de carácter histórico ou literário sobre o tema: “O Centenário do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão”.

DO PÚBLICO-ALVO

Art. 5º Poderão participar pesquisadores, professores da Educação Básica e estudantes universitários que tenham desenvolvido pesquisas sobre o tema do concurso. 2

DO TRABALHO

Art. 6º O Concurso aceitará obras na Modalidade Inédita e Original em uma das seguintes categorias: a) Investigação Histórica (ensaio, biografia dos fundadores); ou b) Textos Literários (poesia).

§ 1º Entende-se por inédita a obra não publicada, parcialmente ou em sua totalidade, em qualquer meio de comunicação.

§ 2º O texto literário contempla o gênero poético, estando nele incluídas as espécies a ele pertencente

Art. 7º O trabalho concorrente deverá respeitar os seguintes requisitos, sob pena de desclassificação: a) ser original; b) redigido em português; c) digitado em fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento 1,5. d) abordar o tema proposto; d) ter sido escrito de forma individual.

§ 1º Entende-se por original a obra que é primitiva, que não foi copiada ou imitada.

§ 2º Os trabalhos da categoria Investigação Histórica devem ter entre 15 e 20 páginas e os trabalhos da categoria Textos Literários devem ter no máximo 10 páginas.

§ 3º Para decisão quanto à classificação e à premiação da obra, a Comissão Julgadora avaliará os critérios de adequação e pertinência ao tema proposto, a tipologia textual, coerência e coesão, adequação gramatical, criatividade e o conteúdo.

DA INSCRIÇÃO

Art. 8º As inscrições deverão ser efetuadas, obrigatoriamente, por meio do envio do trabalho devidamente digitalizado, em formato PDF, para o endereço eletrônico concurso.centenarioihgm.ma@gmail.com, sendo obrigatório que o envio ocorra até as 23h59min (horário de Brasília) do dia 30 de abril de 2025.

§ 1º No assunto do e-mail deve conter apenas o texto: Inscrição Concurso “O Centenário do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão”.

§ 2º Os arquivos, em formato PDF, devem ser nomeados utilizando o título do trabalho e a identificação do/a autor/a, o título da obra, cidade e Estado do autor/a e os contatos. 3

§ 3º O arquivo de trabalho que estiver corrompido ou impossibilitado de ser lido por má qualidade na digitalização será automaticamente desclassificado.

§ 4º O IHGM não se responsabiliza pelo não recebimento de inscrição por motivos de ordem técnica dos computadores, falhas de comunicação, bem como outros fatores que impossibilitem a transferência eletrônica das informações. D

O JULGAMENTO

Art. 9º Os trabalhos apresentados serão recebidos e analisados pelo IHGM, por meio da Banca Julgadora criada para este fim, composta por até 4 (quatro) membros do Instituto.

Parágrafo único - Os membros da Banca Julgadora serão designados em ato específico do IHGM.

Art. 10 A Banca Julgadora não se responsabilizará pelo não recebimento da inscrição enviada pelos participantes, bem como por qualquer impossibilidade de participação em razão de falhas ou erros de envio ocasionados por problemas no provedor de Internet utilizado, ou por impossibilidade de leitura do arquivo enviado por e-mail.

Art. 11 A Banca Julgadora é soberana para eleger, dentre os trabalhos desenvolvidos, os classificados e os melhores em cada categoria, conforme metodologia que julgar adequada, respeitando-se os critérios de julgamento citados neste Regulamento.

Art. 12 Não caberá recurso de qualquer espécie em relação às decisões e julgamentos da Banca Julgadora. Art.13Ostrabalhosserãoclassificadossegundoosseguintescritériosdeavaliaçãoejulgamento:a)adequação e pertinência ao tema proposto e tipologia textual; b) coerência (clareza, organização das ideias, progressão temática) e coesão (ligação de ideias, substituição e paragrafação); c) adequação gramatical; d) criatividade; e) conteúdo.

DO PRÊMIO

Art. 14 Os autores dos melhores trabalhos em suas categorias serão premiados com pagamento em dinheiro, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) para o primeiro lugar dos trabalhos de cada categoria, certificação de participação emitido pelo IHGM, além do trabalho publicado em formato e-book e divulgado nos meios de comunicações.

4 DO RESULTADO E PREMIAÇÃO

Art. 15 O resultado do Concurso com o nome dos ganhadores será divulgado no site do IHGM até o dia 15 de julho de 2025. Parágrafo único O prêmio é pessoal e intransferível.

DO CRONOGRAMA

Art. 16 Em sua 1ª e única edição, o concurso obedecerá ao seguinte cronograma: a) 30 de abril de 2025: data limite para o envio dos trabalhos; b) 07 de maio de 2025: publicação dos trabalhos inscritos; c) 15 de julho de 2025: publicação do resultado final d) 28 de julho de 2025: premiação.

DOS DIREITOS AUTORAIS

Art.17AformalizaçãodainscriçãonoConcursopeloparticipante,implica,emcaráterirrevogável,irretratável egratuito,aautorizaçãodeusodenome,voz,imagem,profissionaisoubiográficos,depoimentoseentrevistas, em todas e quaisquer ações e atividades relacionadas ao Certame, ou para fins acadêmicos, educacionais e científicos e em quaisquer materiais relacionados à sua implementação e divulgação, bem como de seus resultados, sem qualquer restrição de espaço, idioma, número de impressões, reimpressões, quantidade de exemplares, número de emissões, transmissões, retransmissões, edições, reedições, divulgações ou veiculações.

§ 1º Ao se inscrever, o participante autoriza também que as entrevistas e depoimentos que porventura sejam por ele concedidos ao IHGM em virtude do Concurso sejam reproduzidos por esta entidade, por si ou por terceiros e divulgados nos materiais, suportes, mídias e meios indicados neste Regulamento.

§ 2º As obras e os direitos de que tratam este artigo poderão ser usados pelo IHGM, direta ou indiretamente, total ou parcialmente, por si ou por terceiros, em conjunto ou separadamente, inclusive com outros direitos de terceiros, obras intelectuais, materiais e suportes, para os fins acima previstos, em qualquer mídia ou meio físico, visual ou sonoro, inclusive eletrônico, digital e quaisquer outros existentes.

Art. 18 A disposição, diagramação, ordenação, compactação, compilação, edição, organização ou editoração das obras e a utilização de uso poderão ser realizadas pelo IHGM, a seu exclusivo critério. 5

Art. 19 O IHGM exime-se de toda e qualquer responsabilidade decorrente do uso indevido por terceiros, no todo ou em parte, dos projetos ou dos direitos bem como de quaisquer suportes, materiais, mídias e meios em que eles estejam incluídos, inclusive mediante sua reprodução ou divulgação, no todo ou em parte, em sítios eletrônicos, blogs, comunidades virtuais e sítios desta natureza.

Art. 20 Caberá ao participante a responsabilidade exclusiva e integral pela autoria dos trabalhos inscritos, bem como por eventuais violações a direitos de autor decorrentes de sua participação no concurso.

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 21 Serão desclassificados os trabalhos que não se enquadrarem no tema, nas especificações deste Regulamento, bem como aqueles decorrentes de plágio ou fraude e, ainda, os enviados em desconformidade com as orientações deste Regulamento.

Art.22Emnenhumcaso,ostrabalhosrecebidosserãodevolvidos.Art.23ABancaJulgadoratemcompetência para dirimir eventuais omissões deste Edital.

São Luís, 20 de novembro de 2024

Dilercy Aragão Adler

Presidente do IHGM

Representando o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), estive presente em solenidade acontecida hoje, 16/01, na biblioteca e auditório das instalações dos cursos de Direito e de Relações Internacionais da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), no antigo Centro Caixeiral.

Na oportunidade aconteceu oficialmente a doação de livros para a Biblioteca do curso de Direito pelo exDeputado Haroldo Saboia.

Ao finalizar o evento, os presentes foram convidados a fazer a visitação às instalações devidamente recuperadas e mantidas as suas características originais. Com este, a UEMA hoje marca a sua presença no centro histórico da cidade em cinco imóveis com os cursos de Direito, Relações Internacionais, História, Arquitetura e Urbanismo, Música e Agência de Inovação e Empreendedorismo.

Fotos que registram (20/01/2025) uma manhã rica de conhecimentos, recordações e afetos!

Minha gratidão à querida Profa. Dra. Maria Regina Nina Rodrigues, pelo carinho e atenção e, principalmente, pelos materiais disponibilizados para balizar (no sentido de orientação, fundamentação) o posicionamento do IHGM no caso Nina Rodrigues.

Esse é o meu terceiro livro, 1999.

Foi digitalizado agora, assim estou compartilhando...

AUDIÊNCIA PÚBLICA EM DEFESA DE NINA RODRIGUES

O termo “carnaval” deriva do termo em latim “carnis levale”, que significa “retirar a carne” e tem relação com a função da festa em suas origens.

Tradicionalmente, o Carnaval tem como mote a ideia de subversão da ordem, na qual as coisas deixam de ser como são, para, temporariamente, assumirem seu inverso.

Apesar de ser uma festa bastante secularizada, o Carnaval, na forma como o conhecemos, surgiu como uma celebração cristã. Todas essas celebrações pagãs, com muitas festas, bebedeiras e outros tipos de prazeres, eram condenadas pela Igreja. Assim, a Igreja resolveu condensá-las em um período do ano que antecedesse a Quaresma, período que antecede a Páscoa e é marcado pela realização de penitências.

Desse modo, os fiéis tinham um momento para extravasar todos os seus impulsos antes de iniciarem sua restrição. A Igreja Católica tentou impor regras a eles durante o Carnaval, mas fracassou nisso durante todo o medievo. A festa, portanto, seguiu sendo um momento de inversão da ordem e de satisfação dos impulsos carnais.

De toda forma, a posição do Carnaval, realizado antes da Quaresma, é algo proposital estipulado pela Igreja Católica, como uma forma de separação entre o movimento de celebração e o de seriedade religiosa.

O Carnaval chegou ao Brasil por meio dos portugueses, e isso aconteceu no período da colonização. Uma das primeiras manifestações carnavalescas aqui foi o entrudo, uma festa que existia em Portugal e que foi trazida para cá entre os séculos XVI e XVII, tornando-se bastante praticada pela camada popular.

Nessa festa, as pessoas saíam às ruas para sujarem umas às outras utilizando-se de águas perfumadas, líquidos malcheirosos, como urina, ou até mesmo lama. Era um momento de zombaria que podia ser realizado contra transeuntes que estavam na rua ou que podia focar-se em uma pessoa específica. Essa prática existiu aqui até meados do século XX.

Com o tempo, passaram a surgir grupos carnavalescos que conduziam as festas de rua. No século XX, os carros alegóricos e o samba tornaram-se fundamentais para o carnaval brasileiro, que, desde a década de 1930, tornou-se a festa popular mais importante de nosso país.

O Carnaval é uma das principais festividades presentes na cultura brasileira.

Todos os anos, milhões de pessoas tomam as ruas para celebrar essa festa, e milhões de turistas vêm ao Brasil.

FALA DE ABERTURA DO ANO CULTURAL DO IHGM, CASA DE ANTÔNIO LOPES

DILERCY ARAGÃO ADLER – PRESIDENTE- (26/03/2025)

Bendito culto, que evoca o passado para o brilho do presente e torna cada vez mais entranhado o amor à Terra maranhense e suas glórias.

Guardamos um tesouro feito de recordações de fatos e ressurreição de vultos. Antônio Lopes (1973, p.103).

Com essas palavras do Patrono desta Casa, Antônio Lopes, desejo expressar a nossa saudação a todos os que estão conosco neste entardecer.

Criar uma instituição cultural no Brasil não é tarefa simples. E, se fundá-la já é um grande desafio, mantê-la vivaefiel aos seus propósitos aolongodos anosexigededicaçãocontínua.Porisso,acelebraçãodocentenário desta Instituição no decorrer deste ano é nossa responsabilidade com gosto de prazerosa vitória. Assim, se faz imperioso louvar os fundadores e também todas as diretorias que, ao longo deste tempo, se dedicaram à preservação e ao fortalecimento desta Casa, enfrentando dificuldades e vicissitudes, e empreendendo feitos sempre com o objetivo de cumprir a sua missão cultural e científica. Nas palavras de Antônio Lopes: “Cultuar a tradição, venerar o passado, estudar o Maranhão, eis para que foi criado o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão”.

Faz-se pertinente lembrar que os institutos históricos e geográficos do Brasil se firmaram como as principais instituições brasileiras de pesquisa, memória, proteção de acervos históricos e difusão do conhecimento, anteriores àcriaçãodasuniversidades,arquivoshistóricos,institutosdepesquisaeperiódicos científicos.Após afundaçãodo IHGM(1838),inspiradonoInstitutHistorique,fundadoemParisem1834,passaram acoexistir, no Brasil, academias e sociedades científicas, institutos históricos e geográficos, universidades e institutos de pesquisa, além de muitas outras instituições dedicadas à ciência, arte e cultura.

Os institutos históricos e geográficos do Brasil possuem grande importância na preservação e estudo das memórias e das culturas locais e vários deles são responsáveis pela manutenção de publicações, bibliotecas, arquivos e museus abertos ao público (físicos e/ou virtuais), somando-se às universidades e outras instituições nessa tarefa.

No tocante ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM, após a fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro-IHGB, o Instituto de História e Geographia do Maranhão, como era então chamado, foi o 18º a ser criado no país, após algumas tentativas frustradas de criação.

Antônio Lopes, sócio fundador, Secretário Perpétuo e Patrono do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, nos idos de 1920 a 1925, declarou a premente necessidade de criação de uma associação científica, trazendo programas de estudo das tradições e da terra do Maranhão e assuntos vitais relativos a essas questões, coordenando, desse modo, os esforços e, assim, em 1925, reuniu, na livraria de Wilson Soares, alguns intelectuais consagrados, expondo-lhes a ideia de se comemorar o centenário do nascimento de Dom Pedro II comainauguraçãodeum institutodeHistóriaeGeografia.Osqueprestaram apoioàideiaforam:JustoJansen, Ribeiro do Amaral, José Domingues, Barros eVasconcelos, Domingos Perdigão,JoséPedroRibeiro,JoséAbranches deMoura,Arias Cruz,Wilson Soares e José Ferreira Gomes. Mais tarde incorporou-se a esse grupo João Braulino de Carvalho. Ausentes de São Luís, apoiaram fortemente a ideia Raimundo Lopes, Fran Paxeco, Carlota Carvalho e Antônio Dias que também foram considerados, por Antônio Lopes, sócios fundadores. Assim sendo, em 20 de novembro de 1925 foi realizada a sessão inicial, que teve como Presidente da Assembleia Geral José Ribeiro do Amaral. Na ocasião foi discutido e votado o Estatuto e eleita a primeira Diretoria, cujo Presidente foi Justo Jansen. A data escolhida para realização da primeira sessão cívica da nova sociedade e, portanto, da sua inauguração, foi o dia 02 de dezembro, em homenagem ao aniversário do centésimo ano de nascimento do Imperador, e a cerimônia ocorreu no Salão da Câmara Municipal de São Luís, às 10 horas da manhã. A esse respeito, o jornal “A Folha do Povo” publicou em 1º de dezembro de 1925:

[...] o Maranhão tem uma história interessantíssima e um vasto território ainda em muitos pontos mal conhecidos e tratar da sua história e da sua geographia, assim como dos problemas de sua população é prestarlhe serviços dos mais relevantes.

É portanto, merecedora de apoio com que já conta a sociedade que ontem se fundou e devemos recebê-la calorosamente.

Esse registro muito alegra o nosso coração por constatar que há quase 100 anos o Instituto foi alvo da conclamação para ser recebido pela sociedade calorosamente.

Nestemomento, é necessárioreconhecer oempenhodos intelectuais queabraçaram osonho deAntônio Lopes e, com dedicação, fundaram o IHGM, assim como aqueles que continuaram esse trabalho ao longo dos anos, sempre cumprindo a sua missão. A história do IHGM é marcada pela contribuição incansável de grandes nomes, como Justo Jansen Ferreira (1925-1930), José Domingues (1930-1933), João Braulino de Carvalho (1933-1953), Leopoldino Lisboa (1953-1955), Elisabeto Barbosa de Carvalho (1955-1957), Ruben Ribeiro de Almeida (1961-1972), José Ribamar Seguins (1972-1994), Jorge Hédel Ázar (1994-2000), Edomir Martins de Oliveira (2000-2002), Nywaldo Macieira (2002-2006), Eneida Vieira da Silva Ostria de Canedo (20062010), Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo (2010-2014), Euges Silva de Lima (2014-2018), José Augusto Silva Oliveira (2018-2021), que me precederam na presidência e, com o mesmo compromisso, mantiveram a relevância do nosso Instituto.

Desde sua fundação, o IHGM tem desempenhado papel fundamental na promoção da cultura, ciência e educação no Maranhão. O Instituto realiza diversas atividades, tendo por norte as finalidades constantes no seu Estatuto. É uma instituição firmada como Utilidade Pública tanto na esfera Municipal como na Estadual. Por outro lado, ao longo desses anos o IHGM enfrentou diversos desafios, incluindo a falta de recursos e apoio financeiro. No entanto, a instituição tem se dedicado à superação dos obstáculos e a se modernizar buscando parcerias com universidades, organizações governamentais e não-governamentais para continuar a sua missão de preservação e divulgação do patrimônio material e imaterial e empreender/coordenar estudos e pesquisas nas áreas de história, geografia e ciências correlatas do Maranhão, além de salvaguardar documentos, livros e artefatos relativos à história do Estado.

A instituição conta na atualidade com 60 cadeiras, com seus respectivos patronos, para a ocupação dos seus sócios. Possui uma Revista impressa, a “Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão” criada desde o ano de 1926, para a divulgação das pesquisas dos sócios e de outras personalidades do meio científico e cultural, com estudos voltados especialmente ao Maranhão e uma publicação digital “IHGM em Revista”, com tiragem trimestral desde 2008.

A gestão atual (2023-2025) é composta por uma Diretoria com a seguinte composição: Dilercy Aragão Adler (Presidente); José Augusto Silva Oliveira (Vice-presidente); Elizabeth Sousa Abrantes (Primeira Secretária); Edna Maria de Carvalho Chaves (Segunda Secretária); José Ribamar de Castro Ramos Baial (Primeiro Tesoureiro); Madalena Martins de Sousa Neves (Segunda Tesoureira); José Marcelo do Espírito Santo (Diretor de Patrimônio); José Ribamar de Castro Ramos (Diretora de Serviço de Divulgação).

Neste dia, o IHGM inicia a comemoração do seu centenário no decorrer deste ano, com o propósito de renovar seu compromisso com engrandecimento científico e cultural do Estado, como reza seu Estatuto. E preparamos com desvelo esta programação que inclui a apresentação do Projeto do Centenário, pela Profa. Elizbeth Abrantes, seguida da homenagem ao Patrono homenageado do ano, Pe. João Felipe Bettendorff, que completa este ano 400 anos e patroneia a Cadeira de nº 8, ocupada pelo sócio efetivo José de Ribamar Sousa Almeida, que o homenageará, juntamente com a sócia efetiva Aline Carvalho do Nascimento; serão também outorgados títulos de sócio horários a personalidades, lançamento de livros, a obra reunida do confrade Joseh Carlos Araújo e também como estamos no mês de março, mês muito feminino, que traz em seu decurso duas importantes comemorações em homenagem à Mulher: 8 Dia Internacional da Mulher, e 11 Dia da Mulher Maranhense, nascimento de Maria Firmina dos Reis, primeira romancista brasileira.

Hoje no IHGM, somos 18 sócias efetiva, 14 honorárias e 97 sócias correspondentes.

Um brinde à vida!

Um brinde às mulheres!

Um brinde à Casa de Antônio Lopes!

Que Deus nos abençoe!!!

Obrigada!

ABERTURA DO ANO CULTURAL DO IHGM 2025!

No dia 26 de março, no auditório do Curso de História da UEMA, aconteceu a solenidade de abertura do Ano Cultural do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), homenageando o Padre João Felipe Bettendorff.

O evento contou com palestras, debates e apresentações que destacaram a importância do homenageado para a história e cultura maranhenses. Uma noite de muito aprendizado e troca de conhecimentos!

Ontem (27), na AML, na posse de "Membro Correspondente da AML" o nosso querido amigo e Sócio Correspondente do IHGM, o Professor Weberson Grizoste.

Nesta quinta-feira, a Biblioteca Pública Benedito Leite e a Biblioteca Laura Rosa promoveram uma importante roda de conversa sobre a mulher maranhense na literatura. Na roda, as escritoras Lindevania Martins e Déa Alhadeff, além de nossas confreiras Dilercy Adler e Wanda Cunha. Na plateia, além da comunidade, estavam presentes estudantes do IEMA.

Quadro de sócios

E suas contribuições para a revista

PATRONO: CLAUDE D’ABBEVILLE

Claude d'Abbeville foi um frade franciscano francês do século XVII, conhecido por seu trabalho como missionário entre os Tupinambá no Maranhão, Brasil. Ele participou de uma expedição colonizadora enviada em 1612 pelo governo francês, liderada por Daniel de la Touche, senhor de La Ravardière, e François de Razilly. Essa expedição tinha como objetivo estabelecer a colônia de "França Equinocial" na região que hoje é São Luís do Maranhão. Claude d'Abbeville escreveu a obra "Histoire de la mission des pères Capucins en l'isle de Maragnan et terres circonvoisines" (História da missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão e terras circunvizinhas), publicada em 1614 Nesse livro, ele descreve suas experiências com os Tupinambá, incluindo aspectos da vida nativa, cultura e astronomia

1º Ocupante: Mons. José Maria Lemercier

Monsenhor José Maria Lemercier foi um importante clérigo católico no Brasil, conhecido por seu trabalho como Administrador Apostólico da Diocese de Pinheiro, no Maranhão Mons. Lemercier desempenhou um papel significativo na história religiosa e cultural do Maranhão, contribuindo para a organização e administração da Igreja Católica na região. Sua atuação foi marcada por um forte compromisso com a comunidade e a promoção dos valores cristãos. é conhecido principalmente por suas homilias e sermões, que foram amplamente reconhecidos pela profundidade espiritual e clareza teológica. Algumas de suas homilias notáveis incluem: Homilia do XXIV Domingo do Tempo Comum – Ano B: Nesta homilia, Mons. José Maria fala sobre a importância de ver as coisas sob o ângulo da fé e viver a fé de maneira ativa no dia a dia; Homilia da Solenidade de Todos os Santos: Ele discute o simbolismo do Batismo e a importância das boas obras na vida cristã; Homilia do XXII Domingo do Tempo Comum – Ano B: Nesta homilia, ele enfatiza a necessidade de ouvir a Palavra de Deus com um coração aberto e sincero Lemercier não é conhecido por publicar livros com suas reflexões pessoais. No entanto, ele contribuiu significativamente para a documentação e organização de arquivos eclesiásticos. Um exemplo é a obra "Relação dos livros e documentos do Arquivo da Cúria Metropolitana do Maranhão", publicada como uma separata da "Revista genealógica brasileira"

2º Ocupante: Prof. Jerônimo José de Viveiros

Jerônimo José de Viveiros foi um destacado professor e historiador maranhense, nascido em São Luís, Maranhão, em 11 de agosto de 1884, e falecido em 29 de março de 1965 Ele foi membro da Academia Maranhense de Letras, onde ocupou a cadeira nº 8. Viveiros é conhecido por sua vasta contribuição à historiografia maranhense. Entre suas obras mais importantes estão: História do Comércio do Maranhão: Uma obra em três volumes publicada em 1954, que detalha a evolução do comércio na região; Alcântara no Seu Passado Econômico, Social e Político: Publicado em 1950, este livro aborda a história da cidade de Alcântara;OEngenhoCentraldeSãoPedro:Publicadoem1954,tratadahistóriadeumimportanteengenho

na região; Benedito Leite, um verdadeiro republicano: Publicado em 1960, é uma biografia de Benedito Leite, um importante político maranhense Além dessas, ele escreveu várias outras obras e artigos que contribuíram significativamente para a documentação e análise da história do Maranhão

3º Ocupante: Mons. Ladislau Papp

Monsenhor Ladislau Papp foi um importante clérigo e intelectual no Maranhão. Mons. Papp contribuiu significativamente para a história e a cultura da região, sendo lembrado por seu trabalho na preservação e promoção do patrimônio histórico e cultural maranhense - Preservação do Patrimônio Histórico: Mons. Papp foi um defensor ativo da preservação do patrimônio histórico e cultural do Maranhão. Ele trabalhou para documentar e proteger importantes monumentos e sítios históricos da região; Promoção da Cultura Local: Ele esteve envolvido em diversas iniciativas para promover a cultura maranhense, incluindo a organização de eventos culturais e a publicação de obras que destacam a história e as tradições locais; Educação e Formação: Mons. Papp também contribuiu para a educação e formação de jovens na região, incentivando o estudo da história e da cultura maranhense e promovendo valores cristãos e cívicos; Liderança em Instituições Culturais: Ele foi um membro ativo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), onde ocupou a Cadeira nº 1. Sua liderança ajudou a fortalecer a instituição e a promover suas atividades culturais e acadêmicas.

Laura Rosa dos Reis, conhecida pelo pseudônimo de Violeta do Campo, foi uma poetisa e educadora maranhense. Ela é lembrada por suas contribuições à literatura e cultura do Maranhão. Algumas de suasprincipaisobrasincluem: AsCrianças (1909):Umaobraquetraçaumperfilhistóricodaeducaçãoinfantil em diversas sociedades e oferece conselhos sobre cuidados infantis. Promessas (1911): Um livro de contos com narrativas que conduzem a um fundo de moralidade e noções sobre educação. Castelos no Ar: Uma coleção de poemas que reflete sua sensibilidade poética e visão de mundo. Poema das Noites: Publicado no jornal Folha do Povo em 1925, este poema é composto de quatro sonetos que têm como tema central a noite e seus aspectos simbólicos. Laura Rosa foi a primeira mulher a ingressar na Academia Maranhense de Letras, ocupando a cadeira nº 26. Sua contribuição para a literatura e cultura do Maranhão é amplamente reconhecida e celebrada.

Ocupante: Laura Rosa dos Reis

Ocupante atual - Dilercy Aragão Adler

renomada psicóloga, educadora e escritora brasileira, nascida em São Vicente Férrer, Maranhão, em 1950. Ela possui doutorado em Ciências Pedagógicas pelo Instituto Central de Ciências Pedagógicas de Cuba, com revalidação pela Universidade de Brasília (UnB), e é mestre em Educação. Publicou treze livros de poesia, três livros acadêmicos, dois biográficos e um de história infantil, também organizou diversas antologias poéticas e exposições de poesia e fotografia. É membro e presidente de várias instituições culturais e literárias, como o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) e a Academia Ludovicense de Letras (ALL)

SOCIEDADE, HOMINIZAÇÃO E VIOLÊNCIA

Dilercy Aragão Adler

A sociedade não é apenas algo externo a nós, ela se faz presente no nosso ser mais íntimo. Durante o processo de nosso desenvolvimento, vamos, paulatinamente, internalizando muitas das suas conformações. Assim, a sociedade nos envolve, modelaa nossa forma depensar,sentir e agir.Logo, as estruturas dasociedade tornamse, também, as estruturas do nosso próprio ser. Nessa perspectiva, a nossa singularidade, resulta da forma que apreendemos e reelaboramos (individualmente) determinadas características (em suas intensidades) do contexto social mais amplo, introjetando-as.

Podemos afirmar que o processo de socialização é, na verdade, um processo de hominização. O indivíduo parte de um estágio bastante primitivo, para estágios mais avançados, nos quais se torna capaz de contatos verdadeiros com outro indivíduo, sentindo com ele, colocando-se em seu lugar e vendo as coisas por meio de suas perspectivas pessoais. Isto é, ele se torna capaz de amar, cooperar, compreender, acolher e respeitar o espaço do outro. Hominizar é, pois, simplesmente socializar. É fazer o projeto de homem alcançar, progressivamente, a configuração de homem, segundo o melhor parâmetro que o ser humano tenha alcançado.

No entanto, ao lado da cooperação imaginária, da qual resultou a vida em sociedade, o homem desenvolveu formas de violência e dominação. A história da humanidade comprova que a civilização humana se erigiu com o uso da força e da violência, tanto nas relações entre indivíduos quanto entre sociedades.

No caso do capitalismo, a necessidade de expansão de mercado e as suas leis, com vista à busca de lucros, resulta, em que, todos os valores autenticamente humanos sejam destruídos pelo capital, tudo passa a ser mercadoria, tudo pode ser comercializado.

A competitividade e o individualismo nesse complexo emaranhado de valores com ênfase no ter (em detrimento do ser) e no consumismo exacerbado, levam os indivíduos, independentemente da classe social, a buscar meios de obter reconhecimento social a partir da riqueza, mesmo que para isso precisem utilizar meios

ilícitos ou recorrer à própria criminalidade. Assim, convivemos também hoje com um medo constante e uma insegurança que nos faz temer tudo e todos.

Um exemplo disso é testemunharmos hoje, no Brasil, um quantitativo considerável de crimes e transgressões cometidos por pessoas de classes sociais distintas, muitas vezes lado a lado. Convém lembrar que esse não é um fato novo; ele sempre existiu. Acredita-se, no entanto, que antes as barreiras para a elucidação e denúncia das corrupções e crimes envolvendo as elites eram mais difíceis de serem transpostas.

É necessário deixar bem claro que o indivíduo realmente socializado é aquele capaz de uma verdadeira interação, que compreende uma relação em nível horizontal, onde há reciprocidade, afetividade e respeito mútuo e um autêntico compartilhar de sentimentos e situações, sem perda da identidade e da consciência. A verdadeira interação será sempre caracterizada por trocas mútuas e conscientes. Indivíduos que estão juntos, que “percebem” o outro, que cooperam entre si, que se doam, que se entregam, que se enriquecem, que compartilham emoções e sentimentos que participam de um mesmo clima emocional, com uma comunicação real entre si.

Finalmente, os indivíduos que interagem não devem estar contaminados por interpretações ideológicas da realidade (no sentido de inversão do real), mas capazes de uma comunicação plena de significado para ambos.

Raramente em uma sociedade marcada pela desigualdade o diálogo verdadeiro é possibilitado. Isto porque o diálogo verdadeiro só é possível em uma relação entre iguais. Convém lembrar que a igualdade aqui referida passa, principalmente, pelo respeito às diferenças sem o que não se pode falar em igualdade.

Pode-se concluir, do exposto, que a maioria das pessoas na sociedade contemporânea, embora já adultas e maduras, encontra-se, ainda, em um grau muito grande de atraso no processo de socialização, incapaz de relacionar-se de forma autêntica e solidária. Por isso, é premente que reflitamos sobre essa situação e busquemos, coletivamente, formas alternativas de superação dessa condição.

O TEMPO PRETÉRITO, PRESENTE E FUTURO: um movimento de autoconhecimento e de transformação

Em homenagem a Nascimento Morais Filho e a todas as pessoas que, como ele, são Pássaros Sankofas!

Dilercy Adler

A Filosofia Africana nos oferece um ensinamento profundo e transformador por meio do conceito de Sankofa, um símbolo que se torna guia para a compreensão do tempo, da identidade e do próprio processo de realização do eu, tanto

no âmbito individual quanto coletivo. "Sanko" significa voltar, e "fa" quer dizer buscar ou trazer, formando a ideia de que não é tabu voltar atrás para buscar o que foi esquecido. Essa sabedoria, originária das tradições dos povos de língua akan da África Ocidental, especialmente de Gana, Togo e Costa do Marfim, carrega uma lição crucial: para entender o presente e construir um futuro sólido, é necessário revisitar o passado, buscar nele o que foi perdido, renegado ou ignorado, e utilizá-lo como base para a criação de um novo caminho.

O Pássaro Sankofa, como símbolo, não é apenas uma representação de uma reflexão nostálgica ou uma busca por algo irrecuperável. Elepropõeum movimentoativoderetorno etransformação. Em suaforma,opássaro com acabeça virada para trás e as asas estendidas para frente sugere um ato de retornar ao passado, mas com o olhar voltado para o futuro. Esta visão integra o tempo pretérito, presente e futuro, como elementos interligados na construção da identidade e na realização do ser.

Na perspectiva da Filosofia Africana, o tempo não é linear, mas cíclico, e a busca por autoentendimento exige uma percepção mais profunda de como o passado molda o presente e, simultaneamente, como ele nos oferece as ferramentas necessárias para projetar o futuro. O Sankofa nos ensina que a história, as raízes e os valores ancestrais são essenciais para a formação do indivíduo e da coletividade. O passado não deve ser negligenciado, mas sim revisitado para trazer à tona sabedoria, cultura e aprendizados que podem ser aproveitados para reconfigurar a sociedade atual.

Ao entender e integrar o conceito de Sankofa, o ser humano, tanto individual quanto coletivamente, pode se reconstruir. No âmbito individual, isso se traduz na conscientização de que a nossa identidade é formada não apenas pelas experiências que vivemos no presente, mas também pela história que carregamos dentro de nós. Nossas origens, nossos ancestrais e a luta de nossos predecessores têm impacto direto em quem somos e em como nos posicionamos no mundo. Essa consciência nos possibilita ressignificar nossas escolhas e nossas trajetórias, dando um novo significado às nossas ações e à nossa existência.

No plano coletivo, a realização do eu passa pela construção de uma identidade social, cultural e política compartilhada, baseada na valorização do passado e no reconhecimento da história de um povo. Para as sociedades africanas, isso significa abraçar suas tradições, seus conhecimentos e sua luta, reconhecendo que esses elementos são fundamentais para a criação de um futuro mais justo e equitativo. A coletividade é entendida como uma extensão do indivíduo, e a busca pelo bem-estar comum é uma busca por realização e harmonia para todos.

O conceito de Sankofa também nos mostra a importância de aprender com as falhas e erros do passado. Em vez de ver a história como uma sequência de fracassos a ser ignorada ou repudiada, ela deve ser analisada criticamente, para que possamos aprender com as experiências passadas e transformar as dores em sabedoria. A reflexão sobre as lições do passado nos oferece uma compreensão mais clara das questões que ainda enfrentamos no presente e das formas mais eficazes de superá-las. Para que a construção do futuro seja feita de forma consciente, é imprescindível reconhecer e trabalhar as fragilidades e os desafios históricos que moldaram nossa realidade atual.

Em última instância, a realização do eu, individual e coletivo, é um processo contínuo, que exige de cada um de nós a capacidade de refletir sobre o que fomos, entender o que somos e agir em direção ao que podemos nos tornar. OSankofa nos orienta a olhar para o passado com respeito e gratidão, pois é dele que viemos, e a usar o aprendizado que dele podemos extrair para construir um futuro mais próspero, justo e harmonioso. Para que o presente se manifeste de forma plena, é essencial que nos voltemos para a história, reconectando-nos com nossas raízes e valores, e assim moldarmos um futuro que seja verdadeiro reflexo de nossa essência.

Este retorno ao passado, tão presente na filosofia do Sankofa, é, na verdade, um movimento de autoconhecimento e de transformação. Não é apenas sobre o que já fomos, mas sobre o que ainda podemos ser, como indivíduos e como sociedade. Ao compreender as lições que o tempo nos oferece, tanto nas alegrias quanto nas adversidades, nos tornamos mais aptos a realizar nosso potencial pleno, contribuindo para a realização do eu coletivo e o fortalecimento da nossa identidade cultural.

Autora: Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras, Ocupante da Cadeira nº 08, patroneada por Maria Firmina dos Reis e Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM)

ANIVERSÁRIO DE NASCIMENTO DE MARIA FIRMINA DOS REIS (11 DE MARÇO): o dia em homenagem à Mulher Maranhense

*Dilercy Adler

Sabe-se que atribuir uma data comemorativa a alguém ou a algum fato de reconhecida importância é uma grandedeferência.Desse modo, torna-seimprescindível o conhecimento, adivulgaçãoeacomemoraçãodessa data, bem como das circunstâncias que motivaram a indicação da homenagem. Este é o principal objetivo deste texto: reafirmar a homenagem a todas as mulheres do Maranhão no Dia do aniversário de nascimento de Maria Firmina dos Reis, uma extraordinária maranhense.

Antes, no entanto, são necessários alguns esclarecimentos acerca do contexto e das variáveis que motivaram tal agraciamento a Maria Firmina dos Reis, para uma maior compreensão por parte do leitor.

Dessa forma, iniciamos com o redescobrimento dessa grande mulher, realizado por Nascimento Morais Filho, que, entre outros títulos, a reconheceu como a primeira romancista brasileira, a primeira romancista abolicionista e a única romancista do século XIX. As pesquisas que resultaram nesse importante achado, segundo registros, foram iniciadas na década de 1960 e, conforme Lobo (2007, pp. 343-344),

A biografia da autora é aos poucos arrancada da obscuridade pelos pesquisadores José Nascimento Moraes Filho e Horácio de Almeida. Em 1962, este último comprou um lote de livros

usados, entre os quais estava Úrsula: romance original brasileiro, por “Uma maranhense”. [...] O historiador José Nascimento Moraes Filho descobriu referências à obra de Maria Firmina dos Reis em 1973, nos porões da Biblioteca Pública Benedito Leite, em São Luís do Maranhão, ao compulsar velhos jornais.

A esse respeito, Arlete Nogueira da Cruz, em seu livro Sal e Sol (2006), explicita: [...]. Não fosse José Nascimento Morais Filho, o nosso Zé Morais, este contumaz andarilho de trilhas nunca antes percorridas, Maria Firmina dos Reis não teria vindo à luz. E quando ele a trouxe (no momento em que também a trazia o escritor paraibano Horácio de Almeida), lembro bem, foram alvo de zombarias em São Luís: Zé Morais, Maria Firmina e o seu livro Úrsula; muitos considerando que era de pouca serventia aquele achado e exagerada a relevância que Zé Morais dava à sua descoberta. Pelos daqui, Maria Firmina dos Reis deveria permanecer onde se achava: no limbo. E a sua obra sob o tapete (CRUZ, 2006, p.265).

Segundo Nascimento Morais Filho, aos 80 anos, Maria Firmina retratava o quadro da velhinha negra de cabelos grisalhos, amarrados atrás da nuca, vestida com roupas escuras e sandálias, tendo falecido pobre e cega, no dia 11 de novembro de 1917, aos 95 anos. Imagino a cena... E vejo-a com o peso dos anos somado à dor de um tempo cruel, a exemplo de outros tantos, que rouba partículas essenciais de vida, sugando de forma perversa e incessante o que de mais belo um ser humano pode ter (ADLER, 2014, p. 18).

Mas, em 1975, ano do seu sesquicentenário de nascimento, muitas homenagens foram a ela prestadas. Assim, como já me referi em outros trabalhos, gostaria de eleger esse ano como um marco na vida da autora, intitulando-o de o seu “ano Rosa de Jericó”. Essa rosa é também chamada de flor-da-ressurreição por sua impressionante capacidade de "voltar à vida".

É então nesse ano, 1975, que em São Luís e em Guimarães várias homenagens deram lugar de destaque a essa escritora maranhense que passou considerável tempo em completa deslembrança, que vai dos últimos anos de sua existência a um século depois do lançamento das suas obras, momento em que foram marcadas pelo reconhecimento da crítica da época. Em relação às homenagens prestadas a ela em São Luís, destaco: Foi lançado o livro de Morais Filho: “Maria Firmina fragmentos de uma vida”; foi criado também um carimbo em sua homenagem, uma marca filatélica produzida pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos com um detalhe digno de realce na parte inferior, representado por um grilhão de ferro rompido, como marca significativa da Campanha Abolicionista que Maria Firmina empreendeu durante toda a sua vida por meio, principalmente, da literatura, mas também por intermédio de outras vertentes da arte, como a música, pois compôs o Hino da Libertação dos escravos, além de toda a sua postura e ideologia pautar-se em ideias de uma sociedade mais justa; foi também confeccionado um busto da escritora, por Flory Gama e inaugurado na Praça do Panteon, em São Luís, e promovido a publicação da edição fac-similar do romance Úrsula, da autora. Foi criada, em sua homenagem, a Medalha de Honra ao Mérito, pela Prefeitura Municipal de São Luís, e ainda o Deputado Estadual, Celso Coutinho, propôs em 1975 o Projeto de Lei instituindo o dia 11 de outubro - dia de nascimento de Maria Firmina dos Reis - como Dia da Mulher Maranhense na Assembleia Legislativa, o qual foi aprovado e sancionado em 1976 pelo Governador Osvaldo da Costa Nunes Freire.

No entanto, não tenho conhecimento de nenhuma alusão à comemoração desse dia por nenhuma instância governamental ou privada.

Vale ressaltar, porém, que pesquisas recentes demonstraram novos dados acerca da escritora, os quais foram anunciados por mim em diversas ocasiões, como em trabalhos, jornais e canais de televisão da capital maranhense. Entre esses dados, destaca-se a informação de que o aniversário de Maria Firmina dos Reis é no dia 11 de março. As divulgações mencionadas também apresentaram as circunstâncias específicas de acesso a esses novos dados, os quais transcrevo a seguir: A professora Mundinha Araújo, Doutora Honoris Causa pela Universidade Estadual do Maranhão, escritora, pesquisadora e militante do Movimento Negro, além de Diretora do Arquivo Público do Estado do Maranhão (APEM) de 1991 a 2003, indicou-me a existência de

documentos e fontes primárias sobre Maria Firmina no Arquivo. Dirigi-me ao Arquivo Público para ter acesso aos documentos originais e coletar mais dados. Entre os documentos pesquisados, estavam: os Autos de Justificação do dia de nascimento de Maria Firmina dos Reis, datados de 25 de junho de 1847 (Câmara Eclesiástica/Episcopal, Série 26, Caixa n. 114 - Documento-autos nº 4.171); Certidão de Justificação de Batismo (Fundo Arquidiocese - Certidão de Justificação de Maria Firmina dos Reis - Livro 298 – fl. 44v); Livro de Batismo (Fundo Arquidiocese Batismo de Maria Firmina dos Reis, Livro 116 - fl. 182); e a Portaria de Nomeação (Fundo Secretaria do Governo, Série: Portarias de Nomeação, Licença e Demissões: (18391914), Livro 1.561 (1.844-1.851- fls. 55 e 55V), na qual constava a nomeação de Maria Firmina dos Reis como professora de Primeiras Lettras do Sexo Feminino da Vila de Guimarães.

O primeiro documento, os Autos de Justificação do dia de nascimento de Maria Firmina dos Reis, datado de 25 de junho de 1847, Câmara Eclesiástica/Episcopal, Série 26, Caixa n. 114 - Documento-autos nº 4.171, ano 1847 (12 fls. frente e verso), assim se inicia:"Diz Maria Firmina dos Reis, filha natural de Leonor Filippa dos Reis, que ela quer justificar por este Juízo que nasceu no dia 11 de março do ano de 1822, e que só teve lugar o seu batismo no dia 21 de dezembro de 1825"

O processo inclui vários documentos. A petição de Justificação do dia de nascimento foi deferida no dia 14 de julho de 1847, sendo aceita, então, a data de nascimento requerida, a de 11 de março de 1822. Assim, no ano de 2017, a Academia Ludovicense de Letras, por meio da Presidente daquele ano (Dilercy Aragão Adler), entrou em contato com a Assembleia Legislativa, por intermédio da advogada e escritora FernandaMeloMatosMartins,AssessoradoDeputadoEduardoBraide, àépoca,parainiciarosprocedimentos legais necessários à atualização da data. A solicitação da mudança, feita pela Presidente da ALL, foi iniciada por meio do OFÍCIO ALL Nº 021, datado de 16 de outubro de 2017, cujo teor expõe a fundamentação do pleito, com documentos comprobatórios anexados.

Como não foi encontrado de imediato nos arquivos da Assembleia o Projeto de Lei e a própria Lei, foi necessária a colaboração de outras pessoas e setores para essa empreitada, como a do Diretor Geral da Mesa da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão, Bráulio Nunes Martins, e da Coordenadora da Documentação e Registro, Maria da Luz Ribeiro, Diretora do Núcleo de Arquivo da Assembleia.

Por fim, foi localizado no Diário Oficial do dia 14 de junho de 1976 a publicação da Lei:

ANO LXIX São Luís –SEGUNDA-FEIRA, 14 DE JUNHO DE 1976 NUM. 112

Diretor: JOMAR MORAES

Lei Nº 3754 de 27 de maio de 1976

Institui o Dia da Mulher Maranhense e dá outras providências.

O Governados do Estado do Maranhão. Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica instituído o dia 11 (onze) de outubro como o dia da Mulher Maranhense.

Art. 2º - Esta Lei entrará em vigor, na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e a execução da presente Lei pertencerem que a cumpram e a façam cumprir tão inteiramente como nela se contém. O Exmo. Senhor Chefe do Gabinete Civil do Governador,a faça publicar, imprimir e correr.

Palácio do Governo do Estado do Maranhão, em São Luís, 27 de maio de 1976, 154º da Independência e 37ºda República.

OSVALDO DA COSTA NUNES FREIRE AURÍLIO Vieira de Andrade

José Pires de Sabóia Filho

Prot. 3009

Dando continuidade ao processo de mudança da data de aniversário de Maria Firmina dos Reis e, por extensão, ao dia da Mulher Maranhense, várias etapas foram cumpridas, a saber: no dia 23 de outubro de 2017, foi enviada eletronicamente, por meio do Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL), a proposição de alteração do art. 1º da Lei nº 3.754/1976, que institui o Dia da Mulher Maranhense, assinada pelo Deputado Eduardo Braide. No dia seguinte, 24 de outubro, foi publicado no Diário da Assembleia o Projeto de Lei nº 281/2017, que reza: "Altera o art. 1º da Lei nº 3.754, de 27 de maio de 1976, que institui o Dia da Mulher Maranhense, e dá outras providências".

A seguir, o Projeto passou por quatro sessões plenárias nos dias 24, 25, 26 e 30. Após a quarta sessão, o processo foi encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, de lá, para o Plenário, com mais duas sessões, sendo finalmente encaminhado ao Governador do Estado para ser sancionado. Assim, foi sancionada, pelo Governador do Maranhão, Flávio Dino, a Lei nº 10.763, de 29 de dezembro de 2017, com a alteração do art. 1º, que trata da atualização do Dia da Mulher Maranhense para o dia 11 de março:

MARCELO TAVARES SILVA

Secretário-Chefe da Casa Civil LEI N° 10.763, de 29 de dezembro de 2017.

Altera o art. 1° da Lei n° 3754, de 27 de maio de 1976, que institui oDiadaMulherMaranhense,edáoutras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO MARANHÃO,

Faço saber a todos os seus habitantes que a Assembleia Legislativa do Estado decretou e eu sanciono a seguinte Lei:

Art.. 1° Fica alterado o art.1° da Lei n° 3.754, de 27 de maio de 1976, que passa vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1° Fica instituído o dia 11 de março como o Dia da Mulher Maranhense". Art. 2° Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Mando, portanto, a todas as autoridades a quem o conhecimento e a execução da presente Lei pertencerem que a cumpram e a façam cumprir tão inteiramente como nela se contém. O Excelentíssimo Senhor Secretário-Chefe da Casa Cvil a faça publicar, imprimir e correr.

PALÁCIO

DO GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO EM SÃO LUÍS, 29 DE DEZEMBRO DE 2017, 196° DA INDEPENDÊNCIA E 129° DA REPÚBLICA.

FLÁVIO DINO

Governador do Estado do Maranhão

MARCELO TAVARES SILVA

Secretário-Chefe da Casa Civil

Diante disso, espera-se que o Dia da Mulher Maranhense seja convenientemente comemorado, todos os anos, no dia 11 de março, data de nascimento da primeira escritora brasileira e grande mestra régia. Esse deve ser um motivo de orgulho para todos os maranhenses e, em especial, para as mulheres e para os membros da Academia Ludovicense de Letras-ALL, Casa de Maria Firmina dos Reis.

REFERÊNCIAS

ADLER, Dilercy Aragão. ELOGIO à PATRONA MARIA FIRMINA DOS REIS: ontem, uma maranhense, hoje, uma missão de amor. São Luís: Academia Ludovicense de Letras, 2014.

ADLER,DilercyAragão. AMULHERMARIAFIRMINADOSREIS:umamaranhense,SãoLuís:Mimeo, 2017.

CRUZ, Arlete Nogueira da. Sal e Sol. Rio de Janeiro: Imago, 2006.

GOMES, Antônio Agenor. Depoimento de Antônio Agenor Gomes para Dilercy Adler sobre o culto à memória de Maria Firmina dos Reis em Guimarães, São Luís :Mimeo, 2017.

LOBO, Luiza Leite Bruno. CRÍTICA sem JUÍZO. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.

MORAIS, José Nascimento Filho. MARIA FIRMINA FRAGMENTOS DE UMA VIDA São Luiz: COCSN, 1975.

* Presidente do IHGM, Presidente (2016 -2017) e ocupante da Cadeira nº 08, patroneada por Maria Firmina dos Reis, na ALL.

A LUTA DAS MULHERES... SÓ

"É menino ou menina?" Esta é a pergunta que geralmente é feita durante uma ultrassonografia. As demais verificações sobre o esperado bebê vêm em seguida.

Embora não se possa deixar de admitir que as últimas gerações têm vivenciado uma evolução relativamente rápida no sentido do estabelecimento de maior igualdade entre os gêneros, é inegável que, ainda hoje, no Brasil,ospapéissexuaiscontinuampolarizados.Encontramosalgumasexceçõesàregra mulheres cuidando dos negócios e homens trabalhando e/ou tomando conta dos filhos mas tais casos são proporcionalmente raros.

Historicamente, durante séculos, o destino da mulher permaneceu ligado à propriedade privada. Consequentemente, sua história se confunde com a da herança. Assim, como propriedade do homem, todos os seus direitos estavam alienados ao pai ou ao marido.

Em geral, as normas sociais prescrevem uma postura dominadora, agressiva e ativa para os homens, contraposta a uma certa passividade e submissão para as mulheres. Isso não diz respeito apenas ao

comportamento observável, mas também às atividades e aos valores introjetados, nem sempre explícitos, que subjazem como determinantes do comportamento.

À medida que a mulher se sente inferior, passa a acreditar na própria inferioridade e perpetua essa condição ao transmiti-la aos filhos e filhas. Ela veicula, inconscientemente, uma ideologia que não tem raízes em seu próprio ser de mulher, mas que provém de uma estrutura econômico-social que a alimenta e revigora constantemente, por meio das mais variadas formas engendradas com essa finalidade.

Não há dúvida de que, nesse contexto, a mulher sofre mutilações profundas em sua essência. Porém, essas mulheres mutiladas correspondem, necessariamente, a homens mutilados também. Assim, as exigências sociais não são nefastas apenas para a mulher, mas também para o homem. No entanto, é a mulher que tem empreendido lutas para ampliarseuespaçonasociedade epelo estabelecimento deequidadenas relações entre os gêneros.

A partir dos meados da década de 60, iniciou-se nos países industrializados a conscientização de algumas mulheres, dando origem às primeiras organizações feministas.

No "Movimento de Maio de 68", o antiautoritaríssimo, enquanto bandeira, implicava questionar o poder doméstico familiar. Em síntese, politizava-se também o privado. “O privado é político”, pois toda reflexão sobre o cotidiano desembocava na oposição de papéis dentro da família: poder masculino versus opressão feminina. Isso leva a concluir que as relações de poder senhor-escravo estão impregnadas em toda e qualquer relação de dominação.

Na história da luta empreendida pelas mulheres contra a polarização dos papéis sexuais, registram-se momentos de avanços concretos. Nesses avanços, está incluída a clareza da necessidade de politizar o privado, e a cautela de não esterilizar as propostas com um discurso falocêntrico, revanchista e autoritário, que não politize o privado segundo as regras dominantes. A luta, portanto, deve ser conduzida feminilizando o político para não incorrer nos vícios da corrupção e do poder, tornando insustentáveis as relações baseadas nesses pilares.

Essa luta terá ganhos ainda mais consideráveis com o auxílio dos homens, especialmente aqueles que entenderam que seus “privilégios” são a fonte de suas debilidades, angústias e fobias.

Assim, homens e mulheres, juntos, podem provocar mudanças cada vez mais profundas, como já vem acontecendo, no sentido de exterminar o modelo assimétrico das relações entre as diferentes categorias de sexo, que caracterizam relações de poder e dominação, eliminando a possibilidade do companheirismo, da cumplicidade e da afetividade, tão necessárias para o equilíbrio do ser humano.

*Presidente do IHGM, Presidente (2016 -2017) e ocupante da Cadeira nº 08, patroneada por Maria Firmina dos Reis, na ALL. Psicóloga e Doutora em Ciências Pedagógicas, com especialização em Sociologia

Quem és?

Talvez, muito nada? pouco tudo?

Somando... dividindo... doando...

Sou brisa que passa

Soprando receios

Levando temores

Afagando calores

Sou sol que calenta

E reverdece jardins

Sou água que refresca

E cura tidas as sedes

Sou lagrima oculta

Em noites insones

Sou nove meses de espera

Em mares de assombro

De medo e esperança

Em turbilhão de sentir

No orgulho da criação

Em sentido de amor em continuidade

Sou frágil, sou forte

Calada e falante

Teimosa e apaziguante

Do lar, das lutas

Malabarista de situações inusitadas

Humana e poderosa, pequena e gigante

Arroubos e recuos, entre bravura e covardia

Lua e sol, chuva e arrebol, arco-íris

Muito nada, pouco tudo

Balançando momentos

Sofrendo decisões

Ingênua e sábia

Travo e mel cor e negação

Equilíbrio e desequilíbrio

Necessária, indispensável guerreira

Flor, essência, espinho, perfume

Quem sou? Inteira e dividida?

Harmonia de contrastes

Mágica sinfonia de notas sem sequência

Maestra e artesã de sorrisos, secadora de lágrimas

Pintora de palavras em luzes de canções

Difusora de arte de bem viver e bem amar

Quem sou? Una... múltipla... imperfeita...

Simplesmente MULHER.

Risa Maria Soares Bugarin

Feliz todos os dias de todas as mulheres em todo o Universo aberto em Luz

A MULHER MARANHENSE NA LITERATURA: o eco da palavra lírica e os embates femininos indispensáveis à vida no mundo humano (27 /03/2025)

Gostaria, inicialmente, de expressar minha gratidão pelo amável convite dos organizadores desta importante Roda de Conversa, “A MULHER MARANHENSE NA LITERATURA”, realizada neste mês de março, período em que comemoramos tanto o Dia Internacional da Mulher (8) como o Dia da Mulher Maranhense (11), em homenagem a Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista brasileira. Agradeço, especialmente, à Diretora da Biblioteca Pública Benedito Leite (BPBL), Aline Nascimento, e à Bibliotecária do Instituto Estadual do Maranhão (IEMA), Claudenice Monteiro. Sinto-me também imensamente feliz por estar nesta Roda de Conversa ao lado de mulheres empoderadas como Lindevania Martins, Wanda Cunha e Déa Alhadeff. Permitam-me o subtítulo na minha exposição “o eco da palavra lírica e os embates femininos indispensáveis à vida no mundo humano”

Assim, inicio a minha apresentação com palavras positivas e verdadeiras, para dar alento ao coração das mulheres e aos homens de boa vontade, as quais se referem à quebra de paradigmas relativa a essa temática, afirmando que essa quebra está sendo feita há algum tempo, lentamente, mas quebrando sempre... numa viagem sem volta, e observa-se também uma quebra mais lenta inicialmente, mas com visíveis avanços que se fortalecem a cada dia.

Também com palavras de agradecimento a todas as mulheres, [...] deusas e humanas que ousaram quebrar os paradigmas opressores do seu tempo e, destemidamente, fizeram da fragilidade feminina a sua força, o seu escudo, a sua lança nos embates indispensáveis da vida, sem esquecer o amor e o erotismo, forças geratrizes de vida e criação (ADLER, 2001, p. 02).

Nesse sentido, temos coletado em diversas fontes que, historicamente, com raríssimas exceções, o homem tem marcado a sua existência por meio da sua supremacia sobre a mulher, em decorrência de que O universo masculino é caracterizado por mais plasticidade e acesso a um quantitativo e maior intensidade de estímulos para o desenvolvimento das suas potencialidades do que o feminino. Assim é que, também a arte, a exemplo da ciência, tem demonstrado um quantitativo maior de expressões, de obras masculinas do que de femininas. Ou seja, em todas as áreas do conhecimento, o pensamento adotado e divulgado socialmente é aquele que tem na sua base o modelo eurocêntrico, masculino, caucasiano e aristocrático (ADLER, 2016, p.230).

Ao se ter acesso a qualquer manual de História da Literatura, nota-se a débil presença ou completa ausência de mulheres escritoras.

A lacuna no que diz respeito às mulheres, como sujeitos na História, é vasta. Nesse contexto, cabe à crítica literária feminina pesquisas e estudos, darem visibilidade às mulheres, tornando também audíveis suas vozes e discutindo o real lugar da autoria feminina no cânone literário, desconstruindo a visão predominante eurocêntrica, masculina, caucasiana e aristocrática, referida anteriormente. E esta mesa traduz e concretiza essa preocupação.

A Academia Brasileira de Letras-ABL foi fundada no Estado do Rio de Janeiro, em 20 de julho de 1897, por iniciativa de Machado de Assis, seu primeiro presidente, com o objetivo de preservar a língua e a literatura nacionais. O Art. 2º do seu Estatuto expressa: Só podem ser membros efetivos da Academia os brasileiros que tenham, em qualquer dos gêneros de literatura, publicado obras de reconhecido mérito ou, fora desses gêneros, livro de valor literário. As mesmas condições, menos a de nacionalidade, exigem-se para os membros correspondentes. Como algumas mulheres se candidatavam para ingressar no Quadro de membros efetivos da ABL. Ainda no início dos anos 50, o Regimento Interno da ABL ratifica a impossibilidade de elegibilidade feminina e altera o artigo: os membros efetivos serão eleitos, dentre os brasileiros, do sexo masculino, deixando mais claro ainda a prerrogativa excludente do gênero feminino. Assim, durante as primeiras oito décadas de existência da Academia Brasileira de Letras, nenhuma mulher fez parte da instituição.

A Academia Maranhense de Letras, fundada em 10 de agosto de 1908, no seu quadro, 40 cadeiras patroneadas exclusivamente por intelectuais do sexo masculino. Nela existem três categorias de membros Fundadores: Fundadores pioneiros, num total de 12; Fundadores complementares, num total de 08 e Fundadores de Cadeiras, num total de 20. Nesta terceira categoria encontramos duas mulheres: Laura Rosa (Cadeira. 26) e Mariana Luz (Cadeira. 32). Nos seus quadros de membros, na qualidade de antecessores, apresenta três nomes femininos: Lucy Teixeira (Cadeira 7); Dagmar Desterro (Cadeira 24) e Conceição Neves Aboud (Cadeira 20), cuja sucessora e ocupante atual é Sônia Almeida. No quadro atual de ocupantes de cadeiras, existem mais três mulheres, além de Sônia Almeida: Laura Amélia Damous (Cadeira 6 ); Ana Luiza Almeida Ferro (Cadeira 12) e Ceres Costa Fernandes (Cadeira 39).

A Academia Ludovicense de Letras-ALL, Casa de Maria Firmina dos Reis foi fundada em 10 de agosto de 2013. Vinte e cinco pessoas assinaram o livro ata da Fundação, Desse total de assinantes tinha apenas 3 mulheres: Dilercy Aragão Adler, Ana Luiza Almeida Ferro e Clores Holanda Silva. Ingressaram posteriormente Ceres Costa Fernandes (Cadeira 34) e Maria Thereza de Azevedo Neves (Cadeira 13). Seguidas de Miriam Leocádia Pinheiro Angelim (Cadeira 24) e Jucey Santos de Santana (Cadeira 35) e Sônia Amaral. Um dado interessante é que das 40 Cadeiras, seis são patroneadas por mulheres, além do que a Patrona da Casa é uma mulher, filha de uma mulata forra. Patronas das cadeiras: Maria Firmina dos Reis (Cadeira 8), Laura Rosa (Cadeira 25), Maria de Lourdes Argollo Mello (Dilú Mello - Cadeira 29), Lucy de Jesus Teixeira (Cadeira 34), Maria da Conceição Neves Aboud, (Cadeira 37) e Dagmar Destêrro e Silva (Cadeira 38).

A Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes-AICLA foi fundada em 9 de dezembro de 2011, por 34 Membros Fundadores. Tem no seu quadro de Patronas apresenta 5 mulheres: Mariana Luz (Cadeira 1); Maria das Dores Cardoso (Cadeira 7); Graciete de Jesus Cassas e Silva (Cadeira 8); Maria José Lopes Martins (Cadeira 23) e Lili Bandeira (Cadeira 24). As ocupantes de cadeiras da AICLA são 5: Maria da Assenção Lopes Pessoa (Cadeira13), Jucey Santos de Santana (Cadeira 17), Maria das Mercedes Sampaio de Menezes (Cadeira 33), Benedita Silva de Azevedo (Cadeira 34) e Terezinha

A Associação de Jornalistas e escritoras do Brasil-AJEB é uma exceção à regra, considerando que nos sues quadros de membros em todo o Brasil apenas mulheres são admitidas. Os dados apresentados ratificam as ideias iniciais, tanto de exclusão das mulheres como da quebra de paradigmas quanto à inserção da palavra feminina no mundo humano, e já se percebe o eco da palavra lírica e da palavra dos embates femininos de inserção em todas as áreas de saber, como também nos campos profissionais.

Nas academias de letras mais recentes, fundadas neste novo milênio, observa-se na amostra pesquisada que, das quatro academias citadas, as duas centenárias (a ABL, de 1897, e a AML, de 1908) têm, em sua totalidade, patronos do sexo masculino, enquanto as duas academias criadas no novo milênio (a ALL, de 2013, e a AICLA, de 2011) têm patronas e ocupantes de cadeiras do sexo feminino, embora essa presença ainda não seja expressiva.

A Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil - AJEB é uma exceção à regra. Nela só são admitidas mulheres. Foi fundada em 1970 e a AJEB - Coordenadoria do Maranhão foi instituída em 2018, iniciando com a diretoria composta por oito mulheres, ampliando para 26, quando em 2019 foram empossadas mais 19 mulheres escritoras e jornalistas. Para finalizar, trago para um forte exemplo do despotismo masculino, na sua relação com a mulher, que extrapola a anulação do seu papel social e laboral para além da esfera doméstica, como também ao apagamento já referido e impinge impiedosa detração à figura feminina como demonstra Maria Thererza na apresentação do seu “No Pantheon”, quando cita um poema publicado em um Jornal de 1881, na antiga cidade de Desterro, hoje Florianópolis,

A mulher que foi a perdição para o pai Adão, para Sansão a morte, e para Salomão uma vingança.

para o menino, um consolo, para o noivo, um desejo, para o marido, uma carga, para o viúvo, um descanso, para o jovem, um pesadelo para o homem, um estorvo, para o diabo, um agente.

Por isso, reafirmo que essa quebra está sendo feita, lentamente, mas quebrando, sim, paradigmas, superando exclusão... numa viagem sem volta. Percebe-se claramente, um movimento mais lento inicialmente, mas com visíveis avanços que se fortalecem a cada dia.

Eu sou adepta da conjugação do verbo esperançar de Paulo Freire. E finalizo com esse meu pequeno poema: MUDANÇAS

Dilercy Adler

Como são difíceis as mudanças desde as pequenas possibilidades... mas mesmo assim são POSSÍVEIS

porque as coisas não permanecem iguais para todo o sempre!!!…

In: Desabafos… flores de Plástico, libidos e licores liquidificados, 2008.

CADEIRA

PATRONO: YVES D’EVREUX

1º Ocupante: Raimundo Lopes da Cunha

2º Ocupante: Thomas Moses

3º Ocupante: Joaquim Vieira da Luz

4º Ocupante: Prof. Josemar Bezerra Rapôso (Sócio Honorário) faleceu em 13.03.2020

5º Ocupante: Francarlos Diniz Ribeiro (Art 14 – declarado vaga na AGO 25.01.2023)

CADEIRA

PATRONO: DIOGO DE CAMPOS MORENO

1º Ocupante: Des. Benedito Barros e Vasconcellos

2º Ocupante: Robson Campos Martins

3º Ocupante: Dr. Raimundo Cardoso Nogueira –

4º Ocupante: João Batista Ericeira – Faleceu em 10.10.2022

PATRONO: SIMÃO ESTÁCIO DA SILVEIRA

1º Ocupante: Raimundo Clarindo Santiago (nascido em 12/08/1893)

2º Ocupante: Dr. Alfredo Bena

3º Ocupante: Dr. Clodoaldo Cardoso (nascido em 07/08/1894)

4º Ocupante: Carlos Alberto Santos Ramos (renunciante tácita)

Ana Lívia Bomfim Vieira é uma historiadora renomada, especializada em História Antiga. Ela é professora na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e coordena o Mnemosine - Laboratório de História Antiga e Medieval. Sua trajetória acadêmica inclui graduação, mestrado e doutorado em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Além disso, ela realizou pesquisas em instituições prestigiadas na Bélgica e na Grécia.

Seus interesses de pesquisa abrangem História da Grécia Antiga, Arqueologia e Antropologia. Ana Lívia participa ativamente de diversos grupos de pesquisa e organiza o Encontro Internacional de História Antiga e Medieval do Maranhão.

1. História Antiga e Medieval: Conflitos Sociais, Guerras e Relações de Gênero: Representações e Violência - Este livro, organizado por Adriana Zierer e Ana Lívia Bomfim Vieira, aborda temas como conflitos sociais, guerras e relações de gênero na Antiguidade e no Medievo

2. Os Pescadores Atenienses: a Métis da Ambivalência na Atenas do Período Clássico - Esta é a tese de doutorado de Ana Lívia, onde ela explora a identidade e os rituais dos pescadores na Atenas clássica

3. Pólis, Phýsis e Chôra: o V Século Ateniense - Este trabalho de mestrado investiga aspectos da sociedade ateniense no século V a.C.

Essas publicações refletem seu profundo conhecimento e pesquisa na área de História Antiga, especialmente relacionada à Grécia Antiga.

PATRONO: Pe. LUÍS FIGUEIRA

1º Ocupante: Pe. José Ferreira Gomes

CADEIRA N.º 06 - RUY PALHANO SILVA

PATRONO: Pe. ANTONIO VIEIRA

PadreAntónio Vieira (1608-1697)foium influente jesuíta,missionário,orador,diplomata e escritor português. Nascido em Lisboa, ele se mudou para o Brasil ainda jovem, onde se destacou por sua atuação como missionário entre os povos indígenas e por sua defesa dos direitos dos nativos Vieira é conhecido por seus sermões poderosos e escritos que abordavam questões sociais, políticas e religiosas. Ele foi um crítico feroz da Inquisição e defendeu a abolição da escravidão e a igualdade entre cristãos-novos (judeus convertidos) e cristãos-velhos Seus sermões são considerados obras-primas do barroco português e brasileiro e são frequentemente estudados em universidades. Além de sua atuação religiosa, Vieira também desempenhou um papel importante na política, servindo como conselheiro do rei de Portugal e defendendo medidas para melhorar a economia do país. Conhecido por uma vasta produção literária, especialmente seus sermões, que são considerados obras-primas do barroco português e brasileiro. Algumas de suas obras mais conhecidas incluem: Sermão de Santo António aos Peixes (1654): Um dos sermões mais famosos, pregado em São Luís do Maranhão, onde Vieira critica os colonos portugueses e defende os direitos dos indígenas; Sermão da Sexagésima (1655): Este sermão é um exemplo clássico do estilo barroco de Vieira, com uma linguagem rica e elaborada, abordando a eficácia da pregação; Sermão do Bom Ladrão (1655): Pregado na Igreja da Misericórdia de Lisboa, este sermão discute a misericórdia divina e a redenção; Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda (1640): Pregado em agradecimento pela vitória portuguesa sobre os holandeses na Bahia. Sermão dos Bons Anos (1642): Um sermão de Ano Novo que aborda temas de renovação e esperança; Sermão do Mandato (1645): Pregado na Quinta-feira Santa, este sermão trata do amor ao próximo e da humildade Além dos sermões, Vieira também escreveu cartas, textos proféticos e obras políticas, como a "História do Futuro" e "Clavis Prophetarum".

1º Ocupante: Mons. Arias de Almeida Cruz

Monsenhor Arias de Almeida Cruz foi um destacado clérigo, educador e jornalista maranhense. Ele nasceu em Caxias, Maranhão, em 14 de novembro de 1893, e faleceu em Teresina, Piauí, em 12 de janeiro de 1970. Algumas de suas principais contribuições incluem: Educação: Mons. Arias Cruz foi Diretor de Instrução Pública, Diretor da Escola Normal e Diretor do Liceu Maranhense. Ele também lecionou em várias instituições, incluindo o Liceu Maranhense, o Colégio Santa Tereza, o Colégio Rosa Castro e o Seminário Santo Antônio; Jornalismo e Oratória: Destacou-se como jornalista e orador sacro, publicando artigos e conferências sobre educação, trabalho, questões agrárias e acontecimentos históricos em diversos jornais, tanto no Maranhão quanto em outros estados; Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM): Foi sócio fundador do IHGM e o primeiro ocupante da cadeira patroneada por Padre Antônio Vieira

2º Ocupante: Josué de Sousa Montello (nascido em 21/08/1917)

JosuédeSousaMontellofoiumescritor,jornalista,professorediplomatabrasileiro,nascido em São Luís, Maranhão, em 1917. Ele é conhecido por suas contribuições significativas à literatura e cultura brasileiras.Montelloocupouváriasposiçõesprestigiadas,incluindodiretor daBibliotecaNacionaledoMuseu da República, e foi membro da Academia Brasileira de Letras por 51 anos. Algumas de suas obras mais notáveis incluem os romances "Os Tambores de São Luís" e "Cais da Sagração". Sua escrita é conhecida por sua prosa elegante e profundos insights psicológicos. As obras de Montello foram traduzidas para vários idiomas e adaptadas para o cinema.

3º Ocupante: Dr Milson de Sousa Coutinho

Dr. Milson de Sousa Coutinho (1939-2020) foi um destacado advogado, jornalista, professor, ensaísta, historiador, procurador e magistrado maranhense. Nascido em Coelho Neto, Maranhão, ele teve uma carreira notável e ocupou várias posições importantes, incluindo membro da Academia Maranhense de Letras, onde ocupou a Cadeira nº 15 por mais de três décadas Algumas de suas obras mais conhecidas incluem: Atualidades do Padre Vieira – O Poder Judiciário no Maranhão (1978); Apontamentos para a História Judiciária de Coroatá (1978); Apontamentos para a História Judiciária do Maranhão (1979); A Revolta de Bequimão (1984); Sarney – Apontamentos para a vida e obra do chefe liberal (1986). Dr. Milson Coutinho também teve uma carreira política e jurídica significativa, atuando como desembargador do Tribunal de Justiça do Maranhão e presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão

4º Ocupante: Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo (renunciante tácita)

Telma Bonifácio dos Santos Reinaldo é uma professora e pesquisadora brasileira, com uma carreira destacada na área de História e Educação. Ela possui graduação em História pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e doutorado em Ciências da Educação pelo Instituto Central de Ciências Pedagógicas. Atualmente, Telma é professora titular no Departamento de História da UFMA, onde leciona disciplinas como Prática de Ensino e Estágio Supervisionado Ela também é da Faculdade de Teologia Integrada. Seus principais interesses de pesquisa incluem a formação de professores, metodologia do ensino de História e currículo por competências. obras incluem: Resgate Histórico do 24º Batalhão de Caçadores (2013) - Um livro que aborda a história militar do Maranhão; A Educação a Distância Interagindo na Sala de Aula Presencial no Ensino Superior da UFMA (2010) - Um estudo sobre a

integração da educação a distância no ensino superior; As Políticas de Formação de Professores no Brasil Frente às Mudanças Paradigmáticas do Século XX para o Século XXI (2010) - Uma análise das políticas de formação de professores no Brasil

OCUPANTE ATUAL

Dr. Ruy Palhano é um renomado psiquiatra brasileiro, conhecido por seu trabalho na área de saúde mental e dependência química. Ele é o fundador do Instituto Ruy Palhano, que oferece serviços especializados em psiquiatria, incluindo urgência psiquiátrica, internação integral e hospital dia,. Dr. Palhano possui um vasto currículo acadêmico e profissional, incluindo: Doutor Honoris Causa em Ciências da Saúde pela Emil Brunner World University, Flórida, EUA; Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA); Especialista em Psiquiatria pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Ele também foi fundador do Conselho Estadual sobre Drogas no Maranhão e criou o Programa sobre Drogas do Estado do Maranhão, denominado "Sistema Interinstitucional de Ações Antidrogas – SIAAD. tem várias publicações importantes em sua carreira, especialmente na área de saúde mental e dependência química. Algumas de suas principais obras incluem: Crônicas do Cotidiano na Visão de um Psiquiatra - Uma série de volumes que abordam diversos temas da vida cotidiana sob a perspectiva de um psiquiatra. Os volumes mais recentes incluem: Volume 6 (2022) Volume 5 (2022) Volume 4 (2021) Volume 3 (2021) Álcool e Outras Drogas – Acidentes e Violências (2019) - Um livro que discute os impactos do consumo de álcool e outras drogas na sociedade Consumo de Drogas e Outros Comportamentos Relacionados - 240 Perguntas e Respostas - Uma série de volumes que fornecem respostas a perguntas comuns sobre o uso de drogas e comportamentos relacionados: Volume 3 (2019) Volume 2 (2018) Volume 1 (2015); Alcoolismo, Tabagismo e Abuso de Drogas: Implicações Médicas e Psicossociais (2002) - Um estudo abrangente sobre os efeitos do alcoolismo, tabagismo e abuso de drogas

SOLIDÃO, EIS ME AQUI

A solidão é um estado emocional complexo, profundo e com múltiplas formas e intensidades de se manifestar. É um sentimento circunstancial e persistente que se caracteriza pela sensação de isolamento profundo, vazio e desconexão dos outros. Pode ser tão intenso e se tornar insuportável entremeado de muita dor e sofrimento além do mais a solidão pode surgir mesmo quando cercado por pessoas, refletindo uma falta de conexões sociais significativas e profundas.

A solidão não é necessariamente sobre estar fisicamente sozinho; é mais sobre a percepção de estar sozinho e isolado. As causas da solidão podem variar amplamente e incluem fatores como mudanças de vida significativas, isolamento social, problemas de saúde mental, e a falta de oportunidades para interações sociais significativas.

Embora seja uma experiência humana universal em algum momento da vida, a solidão prolongada pode ter impactos negativos significativos na saúde física e mental, como aumentar o risco de depressão, ansiedade, e doenças cardíacas. Portanto, é importante reconhecer e abordar a solidão, buscando conexões significativas com os outros e participando de comunidades ou atividades que promovam a interação social.

A solidão é um estado emocional complexo e multifacetado, que envolve um sentimento de isolamento, desconexão ou insatisfação com as interações sociais. As bases psicológicas da solidão podem ser

compreendidas através de várias lentes teóricas e estudos empíricos, abrangendo aspectos cognitivos, emocionais e sociais. Vou destacar algumas das principais bases psicológicas da solidão:

A solidão frequentemente deriva da percepção de uma lacuna entre as relações sociais desejadas e as relações percebidas. Indivíduos podem sentir-se solitários mesmo quando cercados por outras pessoas, se as interações não satisfazem suas necessidades de conexão e pertencimento.

A solidão pode estar relacionada a uma baixa autoestima e a uma visão negativa de si mesmo. Indivíduos que se veem de forma negativa podem ter dificuldades em se engajar socialmente ou sentir que não são dignos de atenção ou amor, levando a sentimentos de isolamento.

Dificuldades em habilidades sociais, como comunicação eficaz, empatia e capacidade de interpretar sinais sociais, podem dificultar a formação e a manutenção de relacionamentos significativos, contribuindo para a solidão.

Mudanças significativas na vida, como mudança de cidade, perda de entes queridos, ou mesmo a transição para a aposentadoria, podem alterar drasticamente a rede social de um indivíduo e aumentar os sentimentos de solidão. A sociedade moderna, com ênfase em dispositivos digitais e redes sociais, também pode contribuir para o isolamento percebido.

A maneira como as pessoas interpretam as interações sociais pode influenciar a sensação de solidão. Padrões depensamento negativos, como viésdeconfirmação(atendênciadeinterpretarsituações deformaaconfirmar crenças existentes) sobre a rejeição social, podem agravar os sentimentos de solidão.

A capacidade de gerenciar efetivamente as emoções e manter a resiliência diante de adversidades pode mitigar o impacto da solidão. Indivíduos que têm estratégias de regulação emocional mais eficazes podem ser mais capazes de lidar com sentimentos de solidão.

Compreender as bases psicológicas da solidão é crucial para desenvolver estratégias eficazes de intervenção e apoio, ajudando indivíduos a cultivar relações mais significativas e a sentir-se menos isolados. Intervenções podem incluir terapia, desenvolvimento de habilidades sociais, e estratégias para melhorar a autoestima e o bem-estar emocional.

A solidão na modernidade é um tema profundo e multifacetado, refletindo as complexas interações entre desenvolvimento social, tecnológico e individual. À medida que as sociedades modernas evoluíram, características como urbanização acelerada, avanços tecnológicos e mudanças nos padrões de vida contribuíram significativamente para alterar a natureza das interações humanas e, por extensão, a experiência da solidão.

Urbanização e Isolamento Social: A urbanização, um dos pilares da modernidade, reconfigurou as estruturas familiares e comunitárias. As cidades, com suas promessas de oportunidades e anonimato, atraem indivíduos de áreas rurais, mas muitas vezes resultam em isolamento social. O tecido comunitário tradicional, que oferecia suporte emocional e social, é substituído por uma existência mais solitária, onde as relações podem ser superficiais e transitórias.

Os avanços tecnológicos, especialmente a internet e as mídias sociais, remodelaram fundamentalmente a forma como nos conectamos uns com os outros. Enquanto essas tecnologias oferecem oportunidades sem precedentes para manter contato com amigos e familiares distantes, elas também podem contribuir para uma sensação de isolamento. A natureza muitas vezes curada das interações online pode levar à comparação social e à sensação de inadequação, exacerbando sentimentos de solidão.

A modernidade também trouxe mudanças significativas nos estilos de vida. O aumento da mobilidade, a diversificação das trajetórias de vida e o declínio das estruturas tradicionais, como o casamento e a família nuclear, oferecem maior liberdade individual, mas também podem levar a uma sensação de deslocamento e solidão. A busca por autenticidade e realização pessoal na modernidade pode, paradoxalmente, isolar os indivíduos de conexões significativas.

Por isto mesmo, a solidão na modernidade é também um tema de interesse filosófico e cultural, refletindo sobre o significado da existência individual em um mundo em constante mudança. Escritores, artistas e filósofos exploraram a solidão como uma condição inerente à condição humana, oferecendo insights sobre como podemos encontrar significado e conexão em meio à desorientação da vida moderna.

Em resposta a esses imensos desafios, surgiram várias estratégias para combater a solidão. Iniciativas comunitárias, espaços de co-working, grupos de interesse e a busca por experiências autênticas são algumas das maneiras pelas quais as pessoas tentam reconectar-se. Além disso, há um crescente reconhecimento da importância do bem-estar mental e emocional, com mais pessoas buscando apoio terapêutico para lidar com sentimentos de intenso isolamento.

BOM DIA, BOA TARDE E BOA NOITE

RUY PALHANO

. Psiquiatra. Membro da AMM, AMC, ACL, SOBRAMES

Os cumprimentos acima, são certamente, uma das expressões mais usadas pela humanidade, ao longo de nossa história. Eles estão presentes em quase todas as culturas, com adaptações linguísticas e culturais, como: Inglês: Good morning, Good afternoon, Good evening. Espanhol: Buenos días, Buenas tardes, Buenas noches. Francês: Bonjour, Bon après-midi, Bonsoir. Independentemente do idioma, o conceito de saudar com base nos períodos do dia é universalmente compreendido.

Às expressões “bom dia”, "boa tarde" e "boa noite" têm raízes históricas que remontam às primeiras formas de comunicação estruturada entre os seres humanos. Isto é, são expressões muito antigas que vem ocorrendo ao longo de nossa história. Provavelmente, se origens de civilizações antigas, pois as primeiras sociedades organizadas, como na Mesopotâmia, Egito Antigo, Grécia e Roma, já havia práticas de saudações que variavam dependendo do contexto, muitas vezes associadas ao sol, à luz do dia ou às divindades que regiam esses ciclos.

Por exemplo, na Roma Antiga, expressões como "Salve" ou "Ave" eram usadas como cumprimentos gerais, mas muitas vezes acompanhadas de referências ao dia ou à noite. Como se pode ver, tais expressões ou cumprimentos têm influências religiosa muito antigas. Durante a Idade Média, com a disseminação do cristianismo e do islamismo, cumprimentos passaram a incorporar desejos de bênçãos e bem-estar: o cristianismo enfatizava a saudação como um ato de desejar paz e prosperidade, o que pode ter contribuído para o formato de "bom dia" como uma saudação benévola.

No mundo islâmico, expressões como "As-salamu alaykum" (a paz esteja com você) reforçavam o desejo de harmonia em qualquer momento do dia. Com a estruturação do tempo a divisão do dia em períodos como manhã, tarde e noite se consolidou nas civilizações agrárias, onde os ciclos do sol e do trabalho ditavam a organização das atividades humanas.

Com isso, cumprimentos específicos para cada período do dia começaram a surgir naturalmente, como uma forma de reconhecimento dos ciclos naturais. Com a evolução na linguagem na idade moderna especialmente nos séculos XVI e XVII, o uso de saudações mais refinadas e específicas começou a ganhar popularidade nas cortes europeias.

Frases como "Good morrow" ou simplesmente “morning” (uma forma antiga de "bom dia" em inglês) e "Bon jour" (em francês) eram ditas como formas de etiqueta e respeito. A influência da revolução Industrial no século XVIII e XIX, com a urbanização e o aumento das interações sociais, cumprimentos baseados no tempo do dia se tornaram mais formais e frequentes, além do mais a necessidade de distinções claras entre os momentos do dia, para organizar encontros e negócios, reforçou o uso de saudações específicas como "bom dia", "boa tarde" e "boa noite".

Portanto, é enorme a importância histórica na evolução dos cumprimentos, pois estas saudações surgiram e evoluíram como uma necessidade humana de marcar o tempo e demonstrar respeito, gentileza e conexão social. Desde os tempos antigos até hoje, os cumprimentos baseados nos períodos do dia têm sido um reflexo do desejo humano de se comunicar e criar laços, adaptando-se às diferentes culturas e contextos históricos.

Embora tenham ganhado novos formatos e significados, essas saudações continuam a ser uma parte essencial da interação social no mundo moderno. As expressões "bom dia", "boa tarde" e "boa noite" têm significados que vão além de simples saudações no contexto dos seres humanos. Elas carregam valores culturais, sociais e emocionais, sendo formas universais de interagir e estabelecer conexões interpessoais.

São cumprimentos e conexão sociais os quais representam saudações que representam forma de reconhecimento mútuo entre as pessoas, demonstrando atenção e respeito. Ao dizer "bom dia", por exemplo, você reconhece a presença do outro e estabelece um vínculo momentâneo. Em muitas culturas, essas expressões refletem a boa educação e a cordialidade, sendo esperadas em encontros, ao chegar em um lugar ou iniciar uma conversa.

Desejo de Bem-Estar, o "bom" em cada saudação representa o desejo de que o outro tenha uma experiência positiva naquele período do dia. Assim, essas expressões são também votos de felicidade, saúde e harmonia. Elas simbolizam cuidado e empatia, mesmo em interações breves.

Essas expressões ajudam a situar as interações no tempo. O uso de "bom dia" pela manhã, "boa tarde" à tarde e "boa noite" à noite facilita a comunicação e organiza o contexto das conversas. Na realidade, em muitassociedades, dizer "bom dia","boatarde" ou "boanoite" éum ato que refletebons modos econsideração pelo outro. O silêncio ou a ausência de cumprimento pode ser interpretado como falta de educação ou desinteresse ou mesmo um sinal de indiferentismo com as presenças dos outros. Embora o significado básico seja universal, o uso dessas expressões varia entre culturas. Em algumas regiões, são ditas de forma calorosa e enfática; em outras, podem ser mais formais ou reservadas.

Essas saudações não são apenas palavras. Elas carregam energia emocional e podem impactar positivamente o dia de alguém. Um "bom dia" dito com um sorriso, por exemplo, pode transmitir alegria e entusiasmo, enquanto um "boa noite" pode ser um gesto reconfortante no fim de um dia difícil.

Por que essas expressões são importantes? Em princípio as mesmas fortalecem vínculos sociais, pois elas ajudam a criar e manter boas relações interpessoais. Podem transmitir emoções, já que o tom de voz, a expressão facial e o contexto podem transformar essas palavras em gestos de apoio, de carinho, conforto ou celebração. Tais cumprimentos promovem empatia e demonstram interesse no bem-estar do outro. Eis porque é importante que as cultivemos.

ENROLÃO NOSSO DE TODO DIA

Cresci ouvindo o termo enrolão aplicado a alguém que engana, mente, embromador. Eram pessoas chegadas a complicar as coisas, sedutoras, confusas e que gostam de enredar, como nos diz Aurélio. São pessoas chegadas à trapaças e a desprezar sentimentos de sinceridade e solidariedade aos que com eles se relacionam. Esses, denominados enrolões sempre existiram ao longo da história e na sociedade, são pessoas por demais carimbadas e conhecidas entre seus pares. Em geral são frias, do ponto de vista de sentimentos, desprezíveis, despachados e oportunistas. este tipo de pessoa ocorre predominantemente entre homens que entre mulheres, muito embora as mulheres também possam sê-la.

O enganador, embusteiro ou enrolão não nasce de repente, pois semelhantemente a outros traços humanas, este se desenvolve de forma lenta, insidiosa e progressivamente ao longo do tempo. Para o bem da verdade, todos nós temos um pouco deste traço, sendo que as primeiras manifestações se dão bem cedo ao longo de nosso desenvolvimento, porém se manifesta de forma mais acintosa na adolescência e na fase adulta. Nesta ocasião, se manifesta predominantemente nas relações com outras pessoas, até que eles passam a figurar como um traço marcante em sua identidade pessoal e social. Em geral, sua presença maior se dá do meio para o fim da adolescência e no início da vida adulta, prosseguindo ao longo da vida.

Existem aspectos comportamentais comuns entre os enrolões, um deles é ser falastrão e mentiroso, isto é, “são bons de lábia e de papo”, são afiados e com habilidade surpreendente em conversarem e convencerem os outros e assim passam a enganá-los. Procuram falar bem e zelam por terem boa presença e

aparência. São simpáticos, amáveis, agradáveis, até onde podem. Demonstram uma preocupação com expressões, vocabulário e linguística corretas, para causarem uma boa impressão, ressalva-se que esse trejeito é para embromar.

Por serem bons enganadores e trapaceiros, o enrolão, portanto, preza para ser simpáticos, atenciosos egentis,procurandoagradarsempresuasvítimas.Sãoloquazesesurpreendemaspessoasporsuashabilidades. Ao serem desmascarados (as) percebe-se que todo esse estereotipo no linguajar, nas atitudes e em suas ações escondem o vazio de propósitos sérios e passam a revelar sua intencionalidade de “passar a perna” em alguém.

O enrolão é esperto, sagaz, sabido, oportunista, ardiloso, sabem muito bem onde querem chegar e o que fazer parra tirar proveito em seu benefício das pessoas e das ocasiões, além de saberem muito bem o que fazer para alcançar seus propósitos. Suas atitudes adotadas camuflam seus intensões para “dá o golpe” conseguir o que querem.

Suas atitudes vão desde a subserviência, à obediência exagerada ou a subordinação, até a comportamentos de hostilidade, intimidação e amedrontamento aos outros. Essas armas podem ser utilizadas deconformidadecom cadasituação ecom quem se relaciona. A definição de umacoisaoudeoutra,dependerá da importância sobre o que ele quer conseguir. E, tão logo, definido seu intento não medirá esforços para conseguir executar seus planos.

O sorriso amplo, interesseiro, embora fugaz e enganador esconde a cilada que prepara para atrair a alguém. o famigerado “tapinha nas costas”, abraços efusivos, cumprimentos gentis e pessoalizados, não lhes faltam e sabem muito bem como fazê-lo. Pode, até no momento seguinte a um cumprimento, um abraço, um sorriso ou mesmo um elogio a alguém, virar as costas e se queixar ou falar mal desta pessoa e se tornar indiferente.

O cinismo é outra marca do enrolão. Esse termo é aplicado aqui as pessoas incapazes de apresentarem sentimentos profundos, nobres, sinceros e autênticos nos relacionamentos pessoais. Cinismo é o que não lhes faltam, pois trata-se deum traço do seu caráter, da sua personalidade ou algo intrínseco, constitucional a sua estrutura.

As marcas mais comuns dos mesmos são: indiferença total, independência absoluta de liberdade interior, de impassibilidade, tranquilidade, indiferente, imperturbabilidade, condições essas que eles consideram divinas. Para os enrolões, a virtude é a indiferença absoluta, sobretudo aos mais nobres valores humanos.

O resultado das ações do enrolão quase sempre é maléfico às pessoas com as quais se relacionam. Podemos até chamar tais pessoas de vítimas dos enrolões, pois a relação dele com essas pessoas é inspirada no utilitarismo, no oportunismo e no aproveitamento das vítimas frente a seus planos e metas.

Os danos, dependendo da natureza ou extensão deles (golpes) poderão ser graves e fatais ao ponto de atingir certas pessoas pela vida toda. Nesse interregno, há vítimas desses trapaceiros com perdas e danos para toda a vida. Os recalques emocionais e morais podem ser permanentes e muitos não conseguem superar os danos sofridos pelos enrolões, sobretudo, financeiros, morais, sociais, afetivos e emocionais.

Em princípios essas pessoas querem se dar bem em tudo que fazem sem se preocuparem com as consequências de suas atitudes (condição popularmente conhecida como Lei do Gerson). Não reconhecem que para se ter as coisas tem-se que lutar para consegui-las, todavia, para eles isso é o de menos, pois sem qualquer esforço querem que os outros consigam as coisas para si. Isto é, não fazem esforço algum ou muito pouco para auferir as coisas.

Por sofismarem e por serem exímios embromadores, agem de forma oportunística e aproveitadora, diantedesuas vítimas, sem desprenderesforços, afetos eresponsabilidades sobreoacontecido. Tiram proveito de tudo que pode e se escondem sob o manto de vítima até a própria pessoa perceber que ele quer dar o bote.

A relação com as outras pessoas são sempre interesseiras e sempre utilizando de trapaças através da confiança e da boa-fé, que os outros sintam por ele. São inexpressivos ou insignificantes os sentimentos que eles têm por suas vítimas com as quais mantém relacionamento, impera a indiferença e a insensibilidade além de não esboçarem, culpas, remorsos ou arrependimentos diante do sofrimento de suas vítimas.

Muitas das maldades produzidas pelos enrolões, estão muito bem disfarçadas, em atitudes generosas, benevolentes queencantam atodos,sobretudo aquem estiverem suamira. Ocorrequesão atitudesplanejadas, maliciosas e indiferentes. Portanto, tenhamos cuidados para não cairmos nas garras destes enrolões.

A CRIMINALIDADE, O ÊXODO URBANO E OS DANOS EMOCIONAIS

Nosúltimosanos,um fenômenosocioantropológicoquevemsedestacando comintensidadecrescente, nas grandes cidades brasileiras é, a migração de moradores das metrópoles para cidades menores ou regiões do interior, situação impulsionada principalmente pela crescente onda de violência urbana que vem tomando conta de nosso país.

Historicamente, ciclos migratórios semelhantes ocorreram em diferentes momentos, embora com motivações variadas. Por exemplo, durante a Revolução Industrial, no século XIX, houve o êxodo rural, em que grandes populações migraram do campo para as cidades, buscando oportunidades de emprego nas indústrias emergentes. Posteriormente, durante o século XX, especialmente após as duas grandes guerras, novos movimentos migratórios surgiram, impulsionados por razões econômicas e políticas, levando pessoas a buscarem segurança e melhores condições de vida em diferentes localidades e países.

Observa-se, que em ambas as situações citadas acima, a necessidade de melhores condições de vida garantidaspelaofertadeempregoeoutras razõeseconômicas,foramas condiçõeschavesparaestemovimento migratório.

Na segunda metade do século XX, particularmente nas décadas de 1960 e 1970 no Brasil, ocorreu uma intensa migração do campo para as grandes cidades em decorrência da industrialização acelerada, gerando crescimento urbano desordenado e, consequentemente, problemas sociais, econômicos e estruturais, como violência e criminalidade.

Atualmente, observa-se um movimento inverso, pois famílias inteiras que antes haviam migrado para grandes centros urbanos agora fazem o caminho inverso, retornam ou buscam cidades menores ou rurais para viverem demonstrando um fenômeno conhecido como "êxodo urbano".

Esse novo ciclo migratório inverso é impulsionado, evidentemente, por vários fatores, todavia a violência urbana crescente, a ameaça de morte contínua que gera enorme insegurança psicológica que toma conta das pessoas, as fobias e pânicos sociais e os traumas emocionais que impactam significativamente a qualidade de vida e a saúde mental dos moradores das grandes cidades, são certamente os grandes impulsionares desta derrocada social.

A busca por qualidade de vida, a fuga da insegurança psicológica e social, a busca de um trânsito menos ameaçador e uma relação mais próxima com a natureza, são fatores relevantes neste processo de êxodo urbano. Além disso, há a percepção de que o interior oferece melhores condições para a criação dos filhos, com menor exposição a riscos como violência, drogas e criminalidade são fatores importantes que temos que considerar no exame destas questões.

O destaque mais importante de tudo isso neste processo migratório, como já dissemos acima são as questões relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas ante a escalada da violência nas cidades de nosso país. Como vimos acima a violência urbana vem causando uma profunda insegurança psicológica, gerando diversas fobias, pavores e traumas emocionais que impactam significativamente a vida cotidiana das famílias. A sensação constante de perigo pode levar à quadros graves de estresse, transtornos de ansiedade, episódios depressivos, transtornos do pânico e outros distúrbios psicológicos e psiquiátricos, incentivando ainda mais as pessoas a buscarem locais mais seguros para viver.

Por outro lado, esse movimento migratório no rumo das pequenas cidades do interior provoca mudanças significativas nas cidades que irão receber este contingente inesperado de pessoas. Com o aumento populacional, surgem novos desafios relacionados à infraestrutura urbana, habitação, saúde, educação e emprego.Ascidadesmenoresprecisamseadaptarrapidamenteparaabsorveressesnovosmoradores, exigindo investimentos públicos e planejamento urbano adequado para não repetir os mesmos erros das grandes cidades.

Além disso, o perfil econômico das cidades do interior também tende a se diversificar, ampliando-se para além das atividades tradicionalmente agrícolas, incluindo o comércio e o setor de serviços. Isso pode contribuir para um desenvolvimento regional mais equilibrado, embora exija cuidados para não descaracterizar as qualidades que originalmente atraíram esses migrantes.

Esse ciclo migratório impulsionado pela violência urbana das grandes cidades é, portanto, um fenômeno complexo e multifacetado, que envolve não apenas o movimento físico das pessoas, mas também transformações econômicas, sociais, culturais e psicológicas significativas tanto nas regiões de origem quanto nas de destino.

Em resposta a essa nova realidade emergente, muitos indivíduos vêm adotando posturas mais retraídas e defensivas, ou que se alteraram significativamente conforme as dinâmicas sociais contemporâneas. A exposição diretaaepisódios decriminalidade, sejapor meiodavivênciaoupelo noticiário, fazcom quemuitas pessoas passem a viver em estado de alerta.

O medo se torna um sentimento cotidiano, moldando hábitos e decisões. A simples ideia de caminhar sozinho à noite, utilizar o transporte público ou frequentar determinados espaços públicos pode gerar angústia. Esse medo recorrente mina a liberdade individual e a sensação de bem-estar, levando à adoção de comportamentos defensivos.

Como forma de autoproteção, muitas pessoas escolhem se isolar. Evite saídas desnecessárias, limite o contato com desconhecidos e até mesmo permita a participação em atividades sociais. Essa retração, embora compreensível diante da violência, pode desencadear um ciclo de solidão e perda de vínculos sociais, comprometendo a qualidade de vida.

Pelo fato da violência urbana contribui para o enfraquecimento da convivência comunitária, já que a sensação de perigo constante dificulta o estabelecimento de relações de confiança, isto pode favorecer o aumento da desconfiança entre as pessoas. O outro é visto como uma possível ameaça. De tal forma que os impactos emocionais e psicológicos da violência urbana são profundos. Em meio a esse cenário, a sociedade se vê cada vez mais insegura, reclusa e afetada por medos invisíveis.

CADEIRA

PATRONO: JOÃO DE SOUSA FERREIRA

1º Ocupante: Ten. Renato Diniz do Nascimento e Silva

2º Ocupante: José Maria Ramos Martins (Sócio Honorário)

3º Ocupante: Iva Souza da Silva (renunciante tácita)

CADEIRA N.º 08 - JOSÉ RIBAMAR DE SOUSA ALMEIDA

PATRONO: JOÃO FELIPE BETTENDORF (nascido em 25/08/1625)

1º Ocupante: Des. Henrique Costa Fernandes

2º Ocupante: José Ribeiro do Amaral

3º Ocupante: Bernardo Coelho de Almeida (BCA)

4º Ocupante: Osvaldo Pereira Rocha (Pediu afastamento) Nascido 20.03.1939 / Falecido 25.09.2023

5º Ocupante: Jossilene Louzeiro Alves (Renunciante tácito)

PATRONO: BERNADINO PEREIRA DE BERREDO E CASTRO

Bernardo Pereira de Berredo e Castro foi um historiador e administrador colonial português. Ele nasceu em Moura, Portugal, e faleceu em 1748. Berredo e Castro foi governador do Estado do Maranhão de 1718 a 1722 e da Praça-forte de Mazagão, no Marrocos, de 1734 a 1745 Uma de suas obras mais importantes é "Annaes Históricos do Estado do Maranhão", escrita no século XVIII. Este livro narra os acontecimentos políticos e militares na região do Maranhão e Grão-Pará, desde a chegada e conquista dos portugueses até o ano de 1718

1º Ocupante: Ruben Ribeiro de Almeida

Ruben Ribeiro de Almeida (1896-1979) foi um destacado escritor, jornalista, historiador, poeta e professor brasileiro. Nascido em São Luís, Maranhão, ele se formou em Direito pela antiga Faculdade de Direito do Maranhão e foi catedrático de português no Colégio do Estado e na Faculdade de Filosofia de São Luís do Maranhão. Ele era conhecido por seu vasto conhecimento e poliglotismo, falando fluentemente francês, espanhol, italiano, inglês, além de português, e tendo conhecimentos de latim e grego. Ruben foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e da Comissão Maranhense de Folclore, além de ocupar a Cadeira nº 29 na Academia Maranhense de Letras Embora não tenha se preocupado muito com a publicação de livros, ele deixou uma marca significativa através de seus artigos em jornais e revistas especializadas. Seu único livro publicado postumamente é "Prosa, Poesia e Iconografia” , coletânea póstuma publicada em 1982 pela Secretaria de Cultura do Maranhão. O livro reúne uma seleção de textos em prosa e poesia, além de uma seção dedicada à iconografia, que inclui imagens e ilustrações relacionadas à vida e obra do autor A obra é dividida em várias seções, incluindo: Estudo sobre a vida e a obra de Ruben Almeida - Uma análise detalhada da trajetória do autor. Prosa - Textos que abordam temas variados, incluindo a história e cultura de São Luís do Maranhão. Poesia - Poemas que refletem a sensibilidade e o talento literário de Ruben Almeida. Iconografia - Imagens e ilustrações que complementam os textos e oferecem uma visão visual da obra do autor

2º Ocupante: Rosa Mochel Martins

Rosa Mochel Martins (1919-1985) foi uma pioneira na agronomia do Maranhão e uma figura destacada na educação e preservação ambiental. Nascida em Humberto de Campos, Maranhão, ela foi a primeira mulher do estado a se formar em Engenharia Agronômica Algumas de suas contribuições mais notáveis incluem: Educação e Pesquisa: Rosa foi professora de geografia em várias escolas de São Luís e também lecionou na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Ela auxiliou na elaboração da nova Carta do Estado do Maranhão e realizou estudos sobre as linhas divisórias e demarcações de vários municípios; Publicações: Entre suas obras, destaca-se "Conheça o Maranhão" (1971), um livro didático que traz muito conhecimento sobre a história e geografia do estado; Preservação Ambiental: Rosa Mochel foi uma entusiasta da natureza e criou um horto florestal no bairro Maracanã, em São Luís, onde cultivava diversas espécies e distribuía sementes para promover a preservação ambiental

3º Ocupante Sebastião Jorge

Sebastião Barros Jorge é um renomado escritor, jornalista, historiador e professor brasileiro, nascido em São Bento, Maranhão, em 1939. Ele é membro efetivo da Academia Maranhense de Letras, ocupando a Cadeira nº 10, patroneada por Antônio Henriques Leal. Sebastião Barros Jorge possui uma carreira acadêmica e profissional notável: Formação Acadêmica: Licenciado em Geografia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) em 1970, pós-graduado em Teoria e Técnica de Comunicação em 1977 e bacharel em Ciências Jurídicas em 1979 Carreira Acadêmica: Professor emérito da UFMA, onde lecionou por muitos anos Jornalismo e Literatura: Colaborou com diversos veículos de imprensa, incluindo Jornal O Dia, O Imparcial, Correio do Nordeste, e Diário da Manhã. Publicou crônicas e artigos em várias revistas e jornais Algumas de suas obras mais conhecidas incluem: A Linguagem dos Pasquins; Cenas de Rua; Inovações do Jornalismo no Mundo; Interceptação Telefônica como Medida Cautelar dos Delitos; Crucifixus Sebastião Barros Jorge é reconhecido por sua contribuição à literatura e ao jornalismo, além de seu papel na formação cultural e educacional no Maranhão.

4º Ocupante: Éden do Carmo Soares (renunciante tácita)

O Dr. Eden do Carmo Soares é cirurgião-dentista, oficial de reserva do quadro de saúde do Exército Brasileiro, foi diretor do Centro de Saúde Odontológico da Alemanha – em São Luís/MA, exerceu magistério por 10 anos, é sócio–fundador da Academia Arariense –Vitoriense de Letras, ocupando a cadeira nº 16, cujo patrono é o seu pai, José Raimundo Soares, alfaiate, músico, bacharel em geografia e escritor. Eden Soares é autor do livro bilíngue “Peixes do Mearim”, importante obra financiada pela Alumar, editada pelo Instituto GEIA e chancelada pelo Ministério da Cultura. Publicado em 2005, “Peixes do Mearim” é fruto de mais de 10 anos de pesquisa do autor, trata da fauna e da flora desse formidável rio maranhense, traz o registro fotográfico de cada espécie, a identificação da classe e da família, dos nomes científico e popular, além das características e da descrição de cada um dos sessenta tipos de peixes inventariados. Essa obra, que foi realizada com a consultoria de nomes expressivos da área como: Horácio Higuchi – doutor em Biologia e pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi – e Patrícia Charvet – doutorado em Ciências Biológicas eintegrantedaequipedaGerênciade InovaçãodoSENAI/PR,tornou-seum verdadeiroreferencial para cientistas, pesquisadores, estudantes e para os interessados na exuberante natureza maranhense.

OCUPANTE ATUAL

Antonio Guimarães de Oliveira é um destacado professor, pesquisador, poeta e escritor brasileiro, nascido no povoado Lago Limpo, município de Lago Verde, Maranhão. Ele leciona História, Filosofia e Ética na Rede Pública Estadual e é especialista em Educação Ambiental pela Fundação Getúlio Vargas. Algumas de suas principais obras incluem: O Algodão no Mearim - Uma análise sobre o cultivo e a comercialização do algodão na região do rio Mearim. O Parto da Insônia - Um livro que oferece uma visão crítica e cômica do mundo contemporâneo. O Arquivista Acidental - Explora o que podemos fazer, individualmente ou coletivamente, para melhorar a sociedade. Algodão: Ouro Branco (Tempo e Espaço)Registra historicamente a cotonicultura como uma atividade econômica importante para São Luís. A Fuga do Perfume - Uma reflexão sobre a existência e a sabedoria humana. Estação Ecológica “Sítio do Rangedor”Propõe práticas ambientais inclusivas para o uso racional do Sítio do Rangedor. São Luís: Memória e Tempo - Reconta a história dos 400 anos da cidade de São Luís através de imagens e bilhetes postais Antonio Guimarães de Oliveira também é membro efetivo da Academia Poética Brasileira e foi homenageado com várias medalhas e comendas por suas contribuições à cultura e educação

DIA MUNDIAL DOS COMPOSITORES & LETRISTAS

Compor, seja lá o que for, é modelar - dar forma ao estado aleatório de algo. É conceber e tornar unidas, partes separadas. É reproduzir, por exemplo o barulho do vento, da chuva, etc.

William Shakespeare disse: "o homem não tem a música dentro de si e quem não se emociona com um concerto de doces acordes é capaz de traições, de conjuras e rapinas".

Então tudo que fazemos está no estado natural e nos custa a doce missão de organizar o caos para que o estampido não machuque os ouvidos de quem quer que seja. O compositor tem a obrigação de adestrar a fera... No entanto compor não se trata apenas de uma obra de arte. Posso compor a parte que faltava, posso compor o excedente, que mais na frente poderá ter utilidade. Posso compor o é que útil e o que não é...

Quer dizer, posso agradar e desagradar. Nós somos multifacetados e nossos sentidos não estão no todo e com todos, alinhados.

Finalmente, nós compositores de músicas, peças, lavras, temos poderes de descrever com maestria e exatidão, incrivelmente geométrica, o cair e formato de um floco de neve e até a explosão de uma estrela super nova ou anã amarela, branca, laranja, marrom e vermelha - aquarela. Viva, então a harmonia e a dissonância!!!!

DESAFIOS & OPORTUNIDADES

Pobredaquelequeestácansadodetudo,porquetudoetodosestãosemprecertamentecansadosdele.Ohomem de cada século é salvo por um grupo de homens que se opõem aos seus gostos. Só uma coisa morta segue a correnteza. Tem que se estar vivo para contrariá-la.

Estamos todos num mesmo barco, em mar tempestuoso, e devemos uns aos outros uma terrível lealdade. Não apenas estamos no mesmo barco, como todos sentimos enjoo. Somente quando de tudo desesperamos é que a esperança começa a ser a verdadeira força.

É inútil falar sobre a alternativa de razão e fé. A própria razão é uma questão de fé. É um ato de fé afirmar que nossos pensamentos têm alguma relação com a realidade, por mínima que seja. Chegará o dia em que teremos que provar ao mundo que a grama é verde.

Fé é aquilo capaz de sobreviver a um estado de ânimo. Os homens que realmente acreditam em si mesmos estão todos em asilos de loucos. Louco não é o homem que perdeu a razão. Louco é o homem que perdeu tudo menos a razão. Sou homem e, por conseguinte, trago todos os demônios no meu coração.

O coração que está preparado para desfrutar de tranquilidade deve estar também preparado para ser ferido. Se alguém deseja somente ser feliz, ser constante e inconscientemente feliz como os animais, seria mais conveniente não ter absolutamente um coração.

Pode-se entender o cosmos, mas nunca o ego; o “eu” é mais distante do que qualquer estrela. Todos os homens podem ser criminosos, se tentados; todos os homens podem ser heróis, se inspirados. Há uma grande lição na 'Bela e a Fera': tem coisas que precisam ser amadas antes de ser amáveis.

Estamos perecendo não por falta de maravilhas, mas por falta de admiração. Amar verdadeiramente significa amar o que é difícil de ser amado, do contrário não será virtude alguma; perdoar verdadeiramente significa perdoar o imperdoável, do contrário não será virtude alguma.

O objetivo de um ano novo não é que nós deveríamos ter um ano novo. É que nós deveríamos ter uma alma nova. A educação é simplesmente a alma de uma sociedade a passar de uma geração para a outra. Quem acende uma luz é o primeiro a se beneficiar da claridade.

O mundo moderno perdeu o juízo, não tanto porque aceita o anormal, mas porque não consegue restabelecer a normalidade. Agora eu e você temos, espero, esta vantagem sobre todos esses espertos novos filósofos: nós não somos loucos. Não existem coisas desinteressantes, só pessoas desinteressantes.

Nenhum homem é, de fato, bom, enquanto não souber quão mal ele é, ou poderia ser. A coisa mais extraordinária do mundo é um homem comum. Um homem que quer tornar seu mundo grande deve tornar a si mesmo pequeno. A humildade é mãe de gigantes. Você vê grandes coisas do vale, mas apenas coisas pequenas do pico.

*Gilbert Keith Chesterton, 29 de maio de 1874, Kensington, Londres, Reino Unido – 14 de junho de 1936, Beaconsfield, Reino Unido.* Transcrito na íntegra por Antonio Guimarães de Oliveira. Data: 14.01.2025. São Luís- MA.

PACIÊNCIA & PODER

A paciência não é ausência de ação; é aguardar o momento certo para agir, pelos princípios corretos e no caminho certo. Os princípios morais não dependem dos votos da maioria. Errado é errado mesmo se toda a gente estiver errada. Certo é certo mesmo se ninguém estiver certo.

A recusa em tomar partido em grandes questões morais é em si uma decisão. É uma aquiescência silenciosa ao mal. A tragédia do nosso tempo é que aqueles que ainda acreditam na honestidade carecem de fogo e convicção, enquanto aqueles que acreditam na desonestidade estão cheios de convicção apaixonada.

A civilização está sempre em perigo quando aqueles que nunca aprenderam a obedecer têm o direito de comandar. Liberdade não significa esse direito de fazer o que quisermos, mas sim de fazer o que devemos. O direito de fazer o que quisermos reduz a liberdade a um poder físico e esquece que a liberdade é um poder moral.

O orgulho é o rei dos vícios. É o primeiro dos carregadores do caixão da alma. Os outros vícios destroem apenas suas virtudes opostas, como a devassidão destrói a castidade; a ganância destrói a temperança; a raiva destrói a gentileza; mas o orgulho destrói todas as virtudes. O mal é, portanto, uma espécie de parasita da bondade.

O homem orgulhoso conta seus recortes de jornal, o homem humilde suas bênçãos. O orgulho é uma admissão de fraqueza; teme secretamente toda a concorrência e teme todos os rivais. Assim como a tristeza é a companheira do pecado, a alegria é a companheira da santidade.

Nossos momentos mais felizes são aqueles em que nos esquecemos de nós mesmos, geralmente em ser gentis com outra pessoa. Aquele pequeno momento de abdicação de si mesmo é um ato de verdadeira humildade: o homem que se perde encontra a si mesmo e encontra sua felicidade. A nossa felicidade consiste em realizar a finalidade do nosso ser.

A vida é como uma caixa registradora, em que cada conta, cada pensamento, cada ação, como cada venda, é registrada eregistrada.Se nãoviveres segundoaquilo em queacreditas, acabarás a acreditarnaquiloquevives. Acredite no incrível e você pode fazer o impossível. O amor é uma doação mútua que termina em autorecuperação.

O amor é a chave para o mistério. O amor, por sua própria natureza, não é egoísta, mas generoso. Não busca o seu próprio, mas o bem dos outros. A medida do amor não é o prazer que ele dá - é assim que o mundo o julga - mas a alegria e a paz que ele pode comprar para os outros.

Você deve se lembrar de amar as pessoas e usar as coisas, em vez de amar as coisas e usar as pessoas. Ajude alguém em perigo e você alivia seu próprio fardo; a própria alegria de aliviar a tristeza de outra pessoa é a diminuição da própria. A alma humilde é sempre a alma agradecida. Humildade é dependência de Deus como orgulho é independência d’Ele.

Viva cada dia como se escalasse uma montanha. Um olhar ocasional para o cume mantém o objetivo em mente, mas, muitas cenas bonitas podem ser observadas de cada novo ponto de vista. Portanto, suba devagar, aproveitando cada momento que passa; e então a vista do cume servirá como um clímax mais gratificante para sua jornada.

*Fulton John Sheen, 8 de maio de 1895, El Paso, Illinois, EUA – 9 de dezembro de 1979, Upper East Side, Nova Iorque, Nova York, EUA.* (TRANSCRITO POR ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA. DATA: 13:01.2025. SÃO LUÍS-MA).

FOTOGRÁFICOS & RETRATISTAS - DIA NACIONAL DO FOTÓGRAFO –

Através das máquinas lambe-lambes e objetivas, o passado por algum motivo perdido, se revela e, no futuro, pode-se ver quão importantes são esses seres (os artistas das lentes), que com um "clic" de milésimos de tempo, fazem registros únicos, mágicos. Refiro-me aos fotógrafos (as), responsáveis por verdadeiras poesias em forma de imagens... Friedrich Hohe, Charles D. Fredericks, Alexander B. Weekes, Joaquim Inslei Ribeiro,

Domingos Tribuzi, José Leon, Antônio Freitas Ribeiro, Antônio José de Araújo Lima, Fortunato Ory, Henrique Elias Neves, Antonio Severo, José dos Reis Rayol, João Luiz De Cerqueira (localizava-se na rua da Saúde, n° 23), Justino Norat, João de Oliveira Pantoja, Vasconcelos, José Faria, Gaudêncio Cunha (proprietário do Foto União), Manassés, Cândido Cunha, Moura Quinou, Dreyfus Nabor Azoubel (primeiro repórter fotógrafo e proprietário do Foto Azoubel), Ribamar Bogêa (proprietário do jornal Pequeno), Edy, Marcel Gauterorh, Pierre Verger, Clodomir Pantoja (proprietário do Foto Londres), Raul Bonfim (Pacotilha), Benedito Trinta, Amorim, Antonio Cavalheiro, José Mendonça (proprietário do Foto Mendonça), Jesus Gadelha Sombra (proprietário do Foto Sombra), Vicente Benário (proprietário do Foto Vic), Luiz Gonzaga Araújo Frazão (Moby), Edy, (Ivanildo Everton, fotógrafo, médico dermatologista), Sinésio Santos (cidade de Caxias e região), Raimundo Passarinho, José Soares de Sousa (seu Soares), Avaro, Murilo Santos, Antônio Fotógrafo, (cidade de Codó),José Matias, Diego Fotógrafo, Elias Fotógrafo,José Olímpio (Vale do Mearim), João Pinto, Caçamba (denominado de Francisco Antonio de Sousa, era proprietário do Foto Hollywood), Codó, Antônio Kolb Filho (fotógrafo de São Paulo), Michel Caillibort (fotógrafo francês), Everaldo (do Exército), Zé Silva (pai de CriCri), Eder Blue, Josiel, José Fernandes, Paraíso, Raimundo Filho, Raimundo Borges (atual diretor do jornal o Imparcial), Chico Foto Flash, Maurício Alexandre, Catarino (Pindaré Mirim, Santa Inês e região), Jacob Boueres (Cururupu e região), André (seu Dedê, Santa Inês, Monção e região), Fotógrafos de Timom: (Benedito Reis, Eliodório, Augustinho, Elias fotógrafo, Zé Baixinho), (Miranda do Norte: Pedro Fotógrafo), Raimundo Fotógrafo (lambe-lambre de Dom Pedro e região), Josy Lord, Valdo Melo, Benedito Moraes da Conceição, Foto Sousa - fotógrafo Zé Felix (Vitória do Mearim), Lindbergh Leite, (Mary de Macedo, São Bento), Carlos Herbeth, Chico Faustino ( Cidade de Lago Verde), Celso & Gentileza (Cidade de Bacabal, Ipixuna e região), Capingordura, Aristides (Colinas e região), Couto,(Cidade de Viana: Baianinho, Rochinha, Simão. Zé Branco, Castro, Ezequias Araújo, Ribamar Alves, Rochinha, José Fernandes Gomes (Zé Branco), Lourival Bogêa ( o fotógrafo Mirim), José Ribamar Freitas Silva (Baianinho), José Ribamar, José Ribeiro Fernandes, Ezequias Araújo, na cidade de Viana e região), Juscelino (proprietário do foto União, na av. Kennedy), Aldir Ferreira Dantas, Vivian Gottheim, Cinaldo Oliveira, José Maria Nascimento (poeta), Edgar Rocha, Márcio Vasconcelos, Marco Estrela,MahatamaDjalmaFerreira,MeirelesJunior,Lima(proprietário dofotoLima),JuracyMeireles,Almir Pinheiro, Ariosvaldo Baêta, Geraldo Furtado, Joselito Pereira da Silva (Cricri), Paulo Socha, Ribamar Pinheiro, Marcos Studio, Zé Silva, Clovis Pinheiro, José Pereira da Silva, Cláudio Farias, Edmilson, Cavalcante, Tony Duarte, Usiel Azoubel, Lauro Vasconcelos, Almir Pinheiro, Brawny Meireles, Érico ( filho de Chico Foto Flash), Jorge Ribeiro, Tony Duarte, Paulo Caruá, Nael, Ruy Barros, Lili Santos, Pedro Bezerra, Danielle Filgueiras, Herbeth Figueiredo Ferreira,Mário Júlio Carvalho Ribeiro, Fernando Cunha, César Hipólito, Fernando Sah, Gilson Teixeira, Grupo Poesia com o Olhar, e outros grandes ícones do Maranhão.

LEITOR & ESCRITOR

Hoje é o dia do leitor! Diante do novo, em matéria de tecnologias, sejam cibernéticas, implantes em crânios, etc., ainda acredito na leitura, a olhos vistos, pois essa é como a luz: "quanto mais você se expõe a ela, mais clareza ganha sobre o mundo e sobre si mesmo."

Cresci sendo um dedicado leitor, seja por minha avó Laura Guimarães, por minhas professoras Gertrudes, Rivalda, Raimundinha e Risete, lá no primário, seja lendo a Bíblia, responsável por educar quase metade da população do planeta...

É inevitável o surgimento e aprimoramento de novos modelos de leituras, tendo em vista as novas tecnologias - sempre bem-vindas. Contudo, como leitores, não devemos esquecer o livro, nem também a escrita, com suas formas concretas.

Essas duas naturezas "inanimadas" nos tiraram da pedra lascada e nos colocaram diante de um novo ser humano... Não sabemos muito bem, ainda onde vamos parar. Acredito que esse verbo não existe para o ser humano.

É nosso ofício evoluir e, estamos exercitando isso em viagens interplanetárias, mentais ou galácticas, buscando, técnica e, incansavelmente, nossa origem.

Como escritor e leitor, saúdo ainda aqueles que sentem o cheiro indescritível de um livro ao folheá-lo e lê-lo página por página e se alegrar com passagens e principalmente com o desfecho de cada personagem.

MORTAL & IMORTALIDADE

Nós, pobres seres humanos, somos, acredito, apenas pó, poeira ao tempo do vento..., como muito bem ilustrou Érico Verissimo.

Em muitas oportunidades, queremos ser muito mais do que isso... Queremos ser não sei o quê - viramos monstros nesse querer.

Através de delírios criacionistas, somos, em folhas de papel, figuras dramáticas, românticas e/ou satíricas. Na verdade, somos meros mortais com mania de imortalidade fantasiosa...

Quem sabe, em algum dia, seremos verdadeiramente, seres especiais, cintilantes em pergaminhos divinos...!!!???

Quando concluímos um livro, as vezes agradamos e temos a impressão que fizemos algo de bom... Se é bom, tenha certeza: inspiração divina!

Todavia, o real valor de nossa vida, de nossa essência, só saberemos num momento submetido ao infinito... Esse lugar está em algum lugar esperando cada unidade de Deus.

Acredito que é nesse momento que viramos uma particula celestial, e esse lugar de transformação, é o paraíso...!!!

Bem, não tenho resposta certa, estou agindo como um "pobre" escritor querendo entender a mim mesmo... seja pesquisando fatos históricos desconhecidos ou não, buscando em poemas, contos, romances tristes ou alegres, elementos para entender a mim e aos outros.

Alguns leitores falam que invento personagens como se fora Deus... Engano, não invento nada, Deus é o Grande criador de tudo.

Obrigado, amigo Antonio Guimarães De OLiveira Guimarães por relembrar meus melhores momentos no jornalismo maranhense. Nesta foto, ao lado de dois grandes professores do rádio e da TV: Helbert Teixeira (Rádio Timbira) e Lima Coelho (TV educativa). Com eles, aprendi muito. E nunca deixei de aprender. Sua crônica de hoje, caro antonio, sobre o Dia Mundial do Rádio, me fez pertencer a tudo isso com muito orgulho. Ded minha parte, meu muito obrigado.

DIA MUNDIAL DO RÁDIO

A invenção do Rádio é atribuída ao italiano Guglielmo Marconi, porém, falam que esse instrumento de comunicação reúne uma série de requerentes anteriores.

No Brasil, a primeira transmissão ocorre em 1923, por Edgard Roquete Pinto e Henry Morize.

O Rádio é a união de três tecnologias: telegrafia, telefone sem fio, e ondas de transmissão.

No Maranhão a primeira transmissão de Rádio foi realizada pelo magnata Joaquim Moreira Alves dos Santos, o Nhozinho Santos, transmissor experimental vindo da Inglaterra e colocado provisoriamente em um sobrado (atualmente Lojas Cattan), na Rua Grande ou Rua Oswaldo Cruz, diretamente para o Edifício da Western Telegraph Company (Cabo Submarino), localizado na Praia do Olho D’água.

No Estado, a primeira emissora radiofônica (1941), recebe o nome de Rádio Difusora (AM ou amplitude modulada),depois trocasuarazãosocial,denominando-seRádio Timbira doMaranhão(homenagem ao grupo étnico do Maranhão), fundada durante administração do interventor Paulo Martins de Sousa Ramos.

Em seguida vieram as emissoras: Rádio Ribamar (1947-1995), fundada por Gérson Tavares e Ribamar Pinheiro, depois famílias Moraes Rêgo e Vieira da Silva, quando uma parte é vendida para o ex-governador Luiz Alves Coelho da Rocha, ocorrendo uma “divisão", surgindo a Rádio Capital.

Rádio Difusora do Maranhão, fundada em 29 de outubro de 1955, pelos irmãos Raimundo Bacelar (fundador da Rádio Clube de Teresina), Magno Bacelar. Depois vendida ao empresário William Nagem (Epitáfio Cafeteira), e em seguida para família de Edson Lobão, atualmente encontra-se franquiada.

Rádio Gurupi, fundada em 2 de janeiro de 1962 (Diários Associados), por Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello.

Rádio Educadora, fundada pelo Arcebispo Dom João José da Mota e Albuquerque (12.06.1966).

Sucessivamente, vieram Rádio Mirante, Rádio São Luís (ex-Rádio Gurupi, que foi adquirida pelo grupo Zildene Falcão), Rádio Esperança, Rádio Capital, Rádio Voz do Maranhão, Rádio Jovem Pan, Rádio Mais, Rádio Cidade, Rádio Universidade, Rádio Bacanga, Rádio 92, Rádio Jaynara (Bacabal), Rádio Integração (Lago Verde), Rádio Sol Nascente, Rádio Cultura, e outras.

Conforme Agência Nacional de Telefonia - Anatel, no estado do Maranhão existem oitenta e uma emissoras de Rádio, algumas comunitárias, outras de empresários, porém grande parte são de políticos. Homens e mulheres, com vozes marcantes e eufônicas, navegaram ou navegam nos mais diversos programas, sendo praxe ouvi-los através do "Radinho", Rádio Grande (salas), celulares e computadores. Quem não recorda da voz marcante de Gontijo Teodoro (1924-2003), o Repórter Esso: "Aqui fala seu Repórter Esso, testemunha ocular da História".

No Maranhão, o programa Ronda Policial do genial Rui Dourado, com personagens e crônicas criadas bem antes de Chico Anísio. Nomes e personagens como Xeleleu (um verdadeiro puxa-saco), Canela de Pau, O Pior dos Piores, Futebol de Meia Tigela.

José Joaquim, que era âncora do programa "Correio Musical Eucalol", na Rádio Difusora, e tantos outros. Listareiepostarei fotosdeváriosradialistasquejá estãoemoutroplano,eoutrosqueaindaestãonessemundo, e caso ocorra alguma falha de memória, me perdoem.

Ei-los: José Hemetério, Mascote, Lima Júnior, Marcos Vinicius de Almeida (foi considerado Rei do Rádio, com premiação por duas vezes (1953-1954). Suas madrinhas foram Marion e Ângela Maria. Trabalhou nas rádios Timbira e rádio Ribamar. É avô materno da confreira do IHGM, Ana Luisa Almeida Ferro), Leonor Filho, Zé Leite, Fernando Cutrim, Ricardo Rodrigues, Almeida Filho, Nicomar (Dona Carochinha), Othon Santos, César Roberto, Rubinho Jones, Luciano Silva, Maria Falcão (primeira locutora da TV Difusora, juntamente com Graça Falcão, formaram a primeira dupla feminina de noticiaristas 1973/1974), na antiga Rádio Gurupi, Bernardo Coelho de Almeida, Aldir Ferreira Dantas, Jota Alves, José Branco, Raimundo Coutinho,JoséSantoRuyDourado,Dourado,Jairo Rodrigues, JoséSalimRosa,CarlosHenrique(OGalinho),

Manoel Palhano (Alegria na Taba), Mauro Bezerra, Flor de Liz, Diel Carvalho, Deni Cabral, Carlos Alberto LimaCoelho,RayolFilho,FernandoJúnior,JoãoNepomuceno,MhárioLincoln,NonatoMasson,HélioRego, Haroldo Silva, José Carlos Assis, Murilo Costa Pereira, Antônio Dantas, Chico Viana, Emanoel Viana, Hélcio Silva, Haroldo Silva (denominado "comentarista dos quadros" continentes), Ferreira Baty, Mário Frias, Japher Mendes Nunes, Aldionor Salgador, Hélio de Moraes Rego, Mauro Campos, Mário Santos, José Carlos de Assis, Hermelindo Sales, Cléris Santiago, Gilson Rodrigues, Laércio Costa, Zé Cirilo, Ayrton Reis (Programa Galeria Musical da Saudade - Rádio Ribamar), Laércio Júnior, Renato Sousa, Ed Wilson, Marizélia Ribeiro, Gilberto Lima, José Arnold Filho, Mário Jorge Muniz, Doutor Carlos Nina, Moreira Serra, Ademar Danilo (África, Brasil, Caribe), Luís Fernando Rabelo (Ilha Reggae), Rádio Difusora AM, Jânio Arlei (De Olho em Você), Silvan Alves (marcou seu tempo no Rádio e na TV. Silvan Alves era mestre na cobertura policial, um repórter ousado e com fontes fiéis), Noel Soares, Marcos Japi, Antônio Roberto Ribeiro (Robertinho), Waldirene Oliveira, Aulinda Lima, Francisco Carlos, Joel Jacinto, Juarez Sousa, DJalma Rocha, Laércio Costa, Marina Sousa, Riba Um, Roberto Fernandes, Florisvaldo Sousa, Henrique Bois, Geraldo Castro, Josué Furtado, Frank Matos, Wellington Lago, Caveirinha, Lima Júnior, Schulleber, Aluísio Paiva, Lisa Martins, Lindbergh Leite, Ivson Lima, Juracy Vieira, Djard Ramos Martins, Guioberto Alves (foi o "Papa da Crônica esportiva do Maranhão, até sua morte em um acidente automobilístico quando retornava de Teresina, após umaapresentação do SampaioCorreia),Walber Ramos Martins (Canarinho),Nonato Reis, MagnoFigueiredo, Osmar Noleto, Ieda Falcão, Silva Rocha, Lourival Souza, Henrique Pereira, Robson Júnior, Fernando Sousa (uma vida toda dedicada ao rádio. Além de cronista esportivo, também foi âncora, e um dos primeiros apresentadores de Telejornal na TV. Na Rádio Difusora, foi âncora do excelente programa denominado de Difusora Opina), Nailma da Gama, Solimar, Rogério Silva, Emanuel Araújo, Diel Carvalho, Deni Cabral, Cabral, Herbeth Fontenelle, Fernando Leite, Helbert Teixeira, Rubinho Jones, Rayol Filho, Tupinambá Moscoso (Programa Suave é a Noite), João Batista Lopes Bogéa, Raimundo Filho, Dom Ivan Lima Verde (Iniciou na Rádio Gurupi, atual Rádio São Luís. Programas: A Festa é Nossa diariamente das 15 às 17hs).

Aos domingos , Encontro com o Titio - infantil historianhas, 09 às 11h00.

A noite 22 às 24h00 Seresta na Ilha -

Um programa feito de Coração para Coração, do fundo D'alma para o fundo D'alma. Rádio Difusora: O Domingo é Nosso em substituição ao saudoso Lima Jr.

Na Tv Difusora; Passaporte para o Estrelado e Drink Musical com os Garotos Maravilhosos.

No governo José Sarney, foi convidado fui para Rádio Timbira. Também militou no Jornalismo), Cinaldo Oliveira, Itaporan Bezerra, José Raimundo Rodrigues, Vilson Rosa, Cesinha do Egito, Stenio Kawasaki, Tony Castro, EdirGarcia,Jairzinho daSilva,RonyMoreira,Moisés PereiradaSilva(Manezinho doRádio),Robson Neri (Garoto do Bigode), Talvane Lukatto, Henrique Pereira, Rogério Silva, Jâmenes Ribeiro Calado, José Gomes (Gojoba – Diretor e chefe de redação em vários jornais e emissoras de Rádio), Jota Keller, Edevan Fonseca, Marcelo Rodrigues, Orquídea Santos, Alcimar Santana, Marcos Antônio Vieira da Silva (muito culto), Toni Duarte (homens armados invadiram as instalações da Rádio São Luís, e mataram o segurança José Nascimento Carvalho, balearam José Ederaldo Menezes. O radialista Toni Duarte, escapou ao esconderse debaixo da mesa de som, e apagar as luzes), Sandro Moraes, Carlos Nina, Moreira Serra, Josimar Pinheiro, Kleber Gomes (Hora Sindical),Mardem Ramalho, MônicaMoreira Lima,Adilson Sousa,Jauber Pereira,Gisa Franco, Zema Ribeiro, João Carvalho, Helena Leite, Waldemy Neres Pinto, Haroldo, Luiz Pedro, Manuel Martins (O Matemático), Amanda Couto, Aécio Macchi, Daniel Amorim, Robson Paz, Flávia Regina, Gil Maranhão, Jorge Vieira, Gil Porto, Gean Brito, André Martins, Tércio Dominici, Murilo Campelo, Jota Parga, Ventania, Heraldo Moreira, Jaqueline Heluy, Helena Barros Heluy, Nonato Costa (Capelobo do Brega), Francisco Carlos, João Marcos, Marcus Vinícius, Waldiney, Fauzi Baidum, Júnior Black, Neturbo, Emanuel Araújo, Noel Soares, Marcos Davi, RicarteAlmeidaSantos, Marcos Saldanha,DaniloQuixaba,Marcial Lima, Rosalvo Júnior, Domingos Ribeiro, Adolfo Vieira, Jersan Araújo, França Melo, Juracy Filho, Sérgio Murilo, Sagrada Coração, Ruy Robson, Ismael Araújo, Juracy Neto, outros.

Quem não recorda dos sonoplastas ou operadores de sons e suas mesas, sobre elas somente equalizadores e outros aparelhos, haja vista não existência de computadores no Maranhão. O ícone e professor de gerações foi José de Ribamar Elvas Ribeiro "Parafuso".

Oralidade constitui-se, nos dias de hoje, em um importante campo de investigação histórica, e não é possível negar o seu avanço e evolução, principalmente quando busca-se fontes certas, o que foi nosso caso, quando buscamos dois dos mais “antigos” e “experimentados”, sonoplastas ou operadores de sons. Buscamos Roberto César e Antônio José Santos (Totó), que no "fundo" de suas memórias citaram emissoras e nomes, vejamos:

Rádio Educadora: Socorro Almeida, Daniel Sorriso, Roberto Fernandes (sua origem foi em mesa de som), Silva Rocha.

Rádio Difusora: Anchieta, Miguel, Luiz Carlos (foi jogador do Ferroviário), Wilson Rosas.

Rádio Ribamar: Franklin de Oliveira, Antônio Maria, Sandoval Pouso Teixeira, Toinho Rocha, Paulo César (Morto por acidente pelo vigia da emissora).

Rádio Gurupi: Antonio Belo Serra (Grilo), Nonato Costa, Messias Melo (atualmente aposentado e trabalha na Rádio Nacional), Herculano Andrade, Manuel Gomes.

Rádio Timbira: Pedro Lopes, Fernando Bulhões, Eracias Bezerra, José Carlos Rolim, Wellington Silva, JurandirSerra, Manuel Pinheiro,Geovani Brito, Honorino Sousa,RobertoCésar(ícone,trabalhandoem várias emissoras), Jesse James, Jersevildo Azevedo.

Rádio São Luís: Socorro Almeida, Azambuja, Alex Bigue, Antônio José Santos (Totó – também trabalhou e trabalha em várias emissoras), Alfredo Aquino, José Ederaldo Menezes (vitimado em um atentado dentro do estúdio),CarlosOliveira,AmadeuSantos,CarlosEscort,EdileusaSoares. FM:Caburé,Leides,NonatoSantos (Rádio Universidade FM), Lambada, Pedro Lopes, Hugo Lopes, Lourival Souza, Carlito, Nonato Costa, Herculano Andrade, José Raimundo (Mundinho), Antônio Carlos, Gilson Araújo, Pedro Amaral, Bernardo Silva, Tadeu de Carvalho, Anchieta e outros.

Atualmente, questiona-se os caminhos do Rádio. O que será de nós, últimos de nossa espécie, ouvintes ávidos em suas essências, que identificam os comunicadores por vozes, precisões, imparcialidades, conhecimentos e encontros de pensamentos. Nos mais profundos e distantes rincões (povoados, vilas, sítios), ou mesmo em plena floresta Amazônica ainda se ouve rádios, mantém-se o "tempo bom, de melodias ou músicas boas", através de “ondas” médias ou curtas das emissoras e seus radialistas.

Entendo que para sobrevivência do Rádio (programações, grades, locutores, etc), não se deve fugir da imparcialidade, e nem deixarem de serem observadores, e desprezarem os fatos e o mundo real.

Não podemos ignorar e nem perder o senso crítico, porém certifica-se uma verdade, o "rádio", assim como os jornais impressos, "o tempo de ouro" passou, e tristemente olha-se os finalmentes da radiofonia Maranhense.

Obs: Caso queiram visualizar todas fotos, Facebook Antonio Guimarães de Oliveira Guimarães (ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA. DATA:13.02.2025. SÃO LUÍS-MA).

Obrigado, amigo Antonio Guimarães De OLiveira Guimarães por relembrar meus melhores momentos no jornalismo maranhense. Nesta foto, ao lado de dois grandes professores do rádio e da TV: Helbert Teixeira (Rádio Timbira) e Lima Coelho (TV educativa). Com eles, aprendi muito. E nunca deixei de aprender. Sua crônica de hoje, caro antonio, sobre o Dia Mundial do Rádio, me fez pertencer a tudo isso com muito orgulho. Ded minha parte, meu muito obrigado.

& PERGAMINHOS

ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA

Saúdo os ilustres pesquisadores, abaixo - relacionados. Diz respeito a seres especiais - que "vivem nas sombras" - e que, desenvolvem pesquisas, a partir de um método científico.

Em outras palavras, a partir de uma metodologia que testa e comprova hipóteses, estabelecendo com veracidade, precisão, amplitude e conclusão nas diversas áreas do conhecimento.

Ei-los: Clidenor Bacellar Pedrosa (primeiro diretor do Arquivo Público do Maranhão), Zacarias, Luiz Melo, Maria de Lourdes Lauande Lacroix, Leopoldo Gil Dulcio Vaz, Iran de Jesus Rodrigues Passos, Euges Lima, Elizabeth Sousa Abrantes, Natalino Salgado, Marise Ericeira, Henrique Borralho, os pesquisadores do Arquivo TJMA,RaimundoBalby SilvaSilva,JoséNeres, RoqueMacatrão,CélioGitahyVazSardinha,Iramir Alves Araujo, Aline Mendonça, Eden Do Carmo Soares Junior, José Reinaldo, André Barreto Campelo, Claunísio Amorim Carvalho, Germana, Eduardo Cordeiro, Ana Lívia, Diogo Gualhardo Neves, Cândida Íris Moreira Lima, Alan Kardec Pacheco, José Eulálio Figueiredo de Almeida, Rossini Corrêa, os arqueólogos Deusdédit Carneiro Leite Filho, Marcus Saldanha Barbalho Junior, Alexandre Guida Navarro, Arkley Marques Bandeira, Marcelo, Josiel, Usiel Azoubel, Padre Joao Dias Rezende (in memoriam), Rosa Machado, José Carlos Sanches, José Carlos Aroucha, Salgado, José Carlos, Fernando Reis, Edmilson Sanches, Luis Luiz Antonio Pinheiro, José Gomes, Roberto César, Raimundo Marques, Carlos Alberto Lima Coelho, Wellington Santana, Nicolau, Ivan Lima Verde, pesquisadores da Biblioteca Pública Benedito Leite, os pesquisadores do Arquivo Público, os pesquisadoras do Solar dos Vasconcelos, os pesquisadores da Biblioteca Municipal José Sarney, os pesquisadores da Casa de Cultura Josué Montello, os pesquisadores do curso de História da Uema, os pesquisadores do curso de História da Ufma, os pesquisadores do Mavam, os pesquisadores do Ipham, os pesquisadores do IHGM, os pesquisadores do antigo Sioge (Diário Oficial), os Pesquisadores do Instituto IMGH, os pesquisadores dos Museus, as páginas de pesquisas virtuais: Minha Velha Cidade, São Luis de Outros Tempos, Feira do João Paulo, Histórico de Ribamar, São Luís Memória, São Luís de Nossas Lembranças, Genealogia Maranhense (História, Genética e Nobiliarquia), Agenda Maranhão, Chico Viana, Flaviomiro Mendonça, Áureo Mendonça, Katia Bogea, Ronald Almeida Silva, Cordeiro Filho, Nelin Vieira Vieira, Antonio Noberto, José Jorge, Álvaro Ubiratan (Vava Melo), Joaquim Pedro Aguiar, Marise, Marcia Milena Galdez Ferreira, Suenilson Sá, Antonio Melo, Joseane Souza, Wilson Martins, Iury Costa, Manoel Barros de Jesus Martins (Manoelzinho), Kathia Salomão, Maria Rachel Souza Soares de Quadros, Paulo Oliveira, André Luís Ferreira, Paulo Helder, Luanvyson Mello, Gabriela, Hugo Enes, Osias Filho, Djalda Muniz, Antônia da Silva Mota, Aldy Mello de Araújo, Aline Nascimento, José Almeida, Paulo Meneses Pereira, Joaquim Pedro Aguiar, Ananias Martins, Aureo Mendonça, Nonato Reis, Dulcinea Lopes Espindola Espindola , Marcelo Cheche Galves, Giniomar Ferreira Almeida, Lissandra Leite, Regina Farias e Wagner Cabral, Trovão, Paulo Menezes, Eziquio Barros Neto, Washington Cantanhede, Batalha, Dilercy, Helidarcy, Almada, Wilson Martins, Mundinha, José Marcelo do Espírito Santos, Baial, Iran Passos, Assir Alves dos Santos, Gabriela, Manoel dos Santos Neto, Eulálio Leandro, Herbeth de Jesus, Edmilson Sanches, José Carlos de Araújo, Campos, Flaviano Menezes Costa, Joaquim Haickel, Júlia Camêlo Camêlo, Marcelo Barros, Mundicarmo Ferretti, Ana Luisa Almeida Ferro, Paulo de Tarso, Flávio Braga, Celso Borges (in memoriam), Beto Marturck, José Loredo, Ramssés De Sousa Silva, Agenor Gomes, Christopherson Melo, e tantos outros. Profissionais de relevância e "apaixonados" por seus ofícios e lugares que frequentam. São pesquisadores de arquivos e bibliotecas, buscando em jornais, partituras, filmes, pergaminhos, livros antigos e anuários, os fatos econhecimentos. Sãoprovidos das observações, investigações, espíritos críticoseperseveranças. Não existem por acidente, são personagens constantes nos Arquivos públicos e particulares, blibliotecas públicas ou particulares, em museus e mesmo em outras plagas. (ANTONIO GUIMARÃES DE OLIVEIRA. DATA: 06.03.2025 - SÃO LUÍS-MA).

CONFIRMADO EM OUTRA ANTOLOGIA!

Feliz e grato, informo que fui CONFIRMADO como coautor na antologia BICENTENÁRIO DE DOM PEDRO II - UM PRESENTE AO IMPERADOR, patrocinada pela Diretoria da Academia de Letras, Ciências e Artes da Amazônia Brasileira - ALCAAB -, em parceria com o Selo Editorial: Antologias Brasil, na pessoa do editor/poeta Zecca Paim.

PATRONO: PE. JOSÉ DE MORAES

Pe. José de Moraes foi um historiador e sacerdote que fez contribuições significativas para a história do Maranhão. Ele é mais conhecido por sua obra "Historia da Companhia de Jesus na Extincta Província do Maranhão e Pará", publicada em 1860. Este livro detalha a história da Companhia de Jesus na região, cobrindo eventos políticos e religiosos importantes. Outra obra notável de Pe. José de Moraes é "Memórias para a História do Extincto Estado do Maranhão", que também oferece uma visão detalhada sobre a história do Maranhão Essas obras são valiosas para o estudo da história colonial do Brasil e da atuação dos jesuítas na região.

1º Ocupante: Dr. Adalberto Acioli Sobral (nascido em 02/08/1887)

Dr. Adalberto Accioli Sobral (1887-1951) foi um prelado católico brasileiro, conhecido por seu trabalho como arcebispo de São Luís do Maranhão. Nascido em Japaratuba, Sergipe, ele foi ordenado sacerdote em 1911 e nomeado bispo em 1927. Durante sua carreira, ele esteve à frente das dioceses de Barra e Pesqueira antes de ser nomeado arcebispo de São Luís do Maranhão em 1947

2º Ocupante: Ivan Celso Furtado da Costa

Ivan Celso Furtado da Costa é um destacado advogado, professor e escritor brasileiro, com uma carreira notável no campo do Direito. Ele é conhecido por suas contribuições acadêmicas e profissionais, especialmente na área de Direito Constitucional e Administrativo. Algumas de suas principais realizações incluem: Formação Acadêmica: Graduado em Direito pela Universidade Federal do Maranhão

(UFMA), onde também obteve seu mestrado e doutorado. Carreira Acadêmica: Professor titular de Direito Constitucional e Administrativo na UFMA, onde leciona há várias décadas. Publicações: Autor de diversos livros e artigos acadêmicos que são referência na área de Direito. Suas obras abordam temas como a teoria da Constituição, direitos fundamentais e a administraçãopública. Ivan Celso FurtadodaCosta também é membro de várias associações jurídicas e tem participado ativamente de congressos e seminários, contribuindo para o desenvolvimento do pensamento jurídico no Brasil. Ivan Sarney deixou o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) em 2007.

3º Ocupante: Alexandre Fernandes Corrêa (Pediu afastamento)

Alexandre Fernandes Corrêa é um renomado antropólogo e professor brasileiro, atualmente associado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no campus de Macaé. Ele possui uma formação acadêmica extensa, incluindo: Bacharelado em Ciências Sociais pela UFRJ (1986) Mestrado em Antropologia Cultural pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE, 1993) Doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP, 2001) Pósdoutorados em Antropologia pela UFRJ (2006), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ, 2010) e em Memória Social pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO, 2020) Algumas de suas principais obras incluem: Patrimônios Bioculturais (2008) Museu Mefistofélico (2009) Teatro das Memórias (2011) Festim Barroco (2017) Alexandre Fernandes Corrêa também é conhecido por suas pesquisas em antropologia urbana e sociologia da cultura, além de sua atuação em grupos de pesquisa como o Núcleo de Etnologia e Imagem (UFMA) e NESPERA - Nutrição e Humanidades (UFRJ-Macaé)

4º Ocupante: Jocelina Correia Monteiro

Jocelina Correia Monteiro é uma educadora e pesquisadora brasileira com uma carreira destacada na área de educação. Ela possui graduação em História pela Universidade Estadual do Maranhão (1998) e em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão (2019). Além disso, Jocelina tem várias especializações, incluindo Docência do Ensino Superior e Orientação Educacional, Supervisão e Gestão Escolar Algumas de suas principais contribuições incluem: Planejamento Educacional: Jocelina tem trabalhado extensivamente no desenvolvimento de práticas pedagógicas e no planejamento educacional. Ela coautora artigos que destacam a importância do planejamento escolar para a melhoria das práticas pedagógicas Tecnologias na Educação: Ela também se dedica ao estudo do uso das tecnologias no ensino da história, buscando inovar e melhorar a metodologia de ensino Educação Infantil: Jocelina tem explorado a música como metodologia no processo de construção da aprendizagem na educação infantil, destacando a importância da música para o desenvolvimento das crianças

OCUPANTE ATUAL

1.

Edmilson Sanches é um renomado escritor, jornalista, consultor, palestrante e editor brasileiro. Ele é bacharel em administração pública e licenciado em letras. Sanches é conhecido por suas contribuições em diversas áreas da literatura contemporânea, incluindo educação, cultura, política e administração pública. Ele também é um colaborador ativo em plataformas como o Facetubes, onde publica crônicas e artigos sobre temas variados. Recentemente, ele participou de eventos no Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo, promovidos pela Academia Capixaba de Letras e Artes de Poetas Trovadores. "A Canção do Brasil" - Este livro explora a importância, influência e impacto da poesia "Canção do Exílio", do poeta maranhense Gonçalves Dias, na literatura brasileira e de língua portuguesa "Maranhão Não é Mentira" - Um trabalho que investiga a vida e obra do padre jesuíta José de Moraes e as origens da falsa atribuição do sinônimo "mentira" à palavra "Maranhão" "Por Motivo de Força Maior" - Um pequeno romance que foi pré-diagramado pelo falecido editor Adalberto Franklin "Livros e Autores" - Uma obra de cerca de 1.000 páginas que abrange crítica literária de livros locais e regionais, com prefácios e outros textos críticos escritos por Sanches

APENAS SEMEIE

EDMILSON SANCHES

O invisível sustenta o visível.

Qual o invisível que sustenta uma pessoa que nem você, em seu desiderato de servir, lutar, melhorar? Neste final de ano tão metido e repetido em seu querer criar clima para extrair de nós pensamentos, promessas e ações relacionados a algo melhor , quem sabe coubesse perguntar:

Qual o invisível que visivelmente te sustenta e, sobretudo, te move?

Fé?

Ética?

Amor?

Capital?

Não podemos estar na Vida e na Terra apenas para comer, beber, dormir, trabalhar e fornicar e às vezes fazendo tudo isso mal... (rs).

Para comer, beber, dormir e fornicar, Deus não precisava ter feito o Ser Humano; bastar-Lhe-ia parar a criação nos porcos, que com um charco de lama e um cocho de cuim já se dão por satisfeitos...

Deve haver um algo a mais, não sabido pela Ciência nem intuído pela Consciência, que justifique a perfeição do funcionamento de um corpo, o mister e mistério do cérebro, a beleza de todos os cálculos astronômicos e dos infinitesimais infinitos das contas microscópicas, subatômicas...

Quanto ainda nos falta conhecer!...

Qualquer que seja a resposta que tu tenhas, que ela seja do Bem, do Bom e do Belo.

Faz tu, de tua vida, uma boa História, daquelas que possam terminar em livro e que valham a pena ser contadas e, se possível, seguidas.

Seja livre.

Se possível, seja livro.

Pois uma coisa é você ter história. A outra, é a História ter você. Irradie, espalhe positividade.

Já disseram: A vida é curta demais para ser miúda...

Some, multiplique e divida o Bem. Lance-o em todo lugar. Quem sabe vingue, nasça, brote, floresça.

Lance o Bem, o Bom e o Belo. Em qualquer lugar. Não importa o lugar. Pois não é responsabilidade da semente a fertilidade do solo.

Apenas semeie.

E seja feliz lembrando que felicidade é autogeração. Felicidade não se transmite.

É uma escolha --- não um vírus.

TALENTOS MARANHENSES EM DESTAQUE NO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO ESPÍRITO SANTO

SANCHES,

Quem diria que, nos séculos 19 e 20, dois filhos de Caxias, no Maranhão, iriam prestar relevantíssimos serviços a mais de 1.700 quilômetros de distância de sua terra natal, em Vitória, capital do Espírito Santo, no Sudeste brasileiro?

Um dos caxienses, que era médico, professor, historiador, pesquisador, tradutor, escritor, escreveu, a convite do governo capixaba, o primeiro grande livro da antiga província espírito-santense. O outro, advogado, economista, escritor, artista plástico, com estudos em Sociologia e Artes na Universidade de Sorbonne, em Paris, foi advogado, vereador, presidente da Câmara e prefeito da capital, Vitória, além de professor de Direito por mais de 30 anos, na Universidade Federal do Espírito Santo.

Foram esses dois nomes e homens, os escritores caxienses César Augusto Marques (século 19) e Ferdinand Berredo de Menezes (século 20), foram eles e seus talentos, eles e seus trabalhos pelas causas capixabas, o destaque em grande evento, com a palestra que marcou a sessão de encerramento das atividades de 2024 do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHGES), em 11/12/2024, na sede da Entidade, em Vitória.

A convite do presidente do IHGES, o escritor, pesquisador e magistrado Getúlio Neves, o acadêmico e pesquisador caxiense Edmilson Sanches fez aplaudida palestra para parte do mundo intelectual da capital capixaba e convidados. Antes da palestra, Sanches fez a entrega de livros e fotografias de maranhenses, entre os quais a edição impressa mais recente da revista-livro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, a “Obra Reunida” do escritor maranhense Adailton Medeiros (Caxias, 1938 – Rio de Janeiro, 2010) e um conjunto de dez grandes fotografias preparado especialmente pelo fotógrafo e pesquisador David Sousa, membro da Academia Caxiense de Letras.

Aos aplausos ao final da palestra seguiu-se uma série de cumprimentos e abraços pessoais, trocas de números de telefones para mais contatos e câmbio de informações, doação de livros com dedicatórias e autógrafos, declarações de pessoas que foram conhecidas e amigas de Berredo de Menezes ou que com ele haviam trabalhado,eo convitedo presidentedoGetúlio Neves paraSanches integrar oquadrodo IHGES,como futuro sócio correspondente. Em mensagem para Edmilson Sanches, o presidente Getúlio Neves confirmou: “Bom dia, meu amigo. Obrigado por abrilhantar nosso evento [...]. A repercussão está sendo muito positiva. Enviarei por aqui o certificado pela realização da palestra.”

*

Sobre César Marques e a grande obra que escreveu, o “Dicionário Histórico, Geográfico e Estatístico do Espírito Santo”, de 1878), Sanches observou: “Sem querer fazer ‘blague’, o conhecimento do maranhense César Marques sobre o Estado espírito-santense só não foi completo porque não foi de ‘A’ a ‘Z’: terminou na letra ‘X’, de ‘Xapiranga’, um outro nome dado quem sabe ao rio Santa Maria da Vitória, de 122 quilômetros, que nasce no município capixaba de Santa Maria de Jetibá.”

O maranhense Edmilson Sanches lembrou, antecipadamente, o primeiro meio milênio de vida do progressista Estadocapixaba:“[...] estagrandeUnidadedaFederaçãoestará,daqui adezanos,completandoseusprimeiros 500 anos de existência, considerada o batismo da terra com o nome de ‘Espírito Santo’, com a chegada, em 23 de maio de 1535, do donatário Vasco Fernandes Coutinho, um ano depois da concessão da área”. E recomendou: “Se o segredo do sucesso é planejamento, talento e trabalho, é cabível começar a pensar e preparar o futuro e receber o quingentésimo aniversário desta terra no melhor estilo, e com o maior orgulho.” Edmilson Sanches lembrou as obras e a pessoa do caxiense César Marques, seus “trabalhos de grande esforço redacional e editorial que enriquecem a variada lavra do médico que assistia carentes e deles não lhes cobrava nada, nem o tempo nem os medicamentos. Dedicado à Medicina, como doutor, e à Educação, como professor, na sala de aula repassava as feridas da História, e, na sala de cirurgia, reparava a história de feridas.”

Ainda falando sobre César Marques, o palestrante de Caxias trouxe à memória o nome do poeta Gonçalves Dias, também caxiense. Disse Sanches aos capixabas: “O local onde nós caxienses acreditamos que tenha ele [César Marques] nascido é ao lado da Praça Gonçalves Dias, logradouro no centro da cidade, em homenagem ao grande poeta caxiense da ‘Canção do Exílio’ e iniciador da Literatura genuinamente brasileira em nosso País. Gonçalves Dias nasceu em 1823 e, três anos depois [1826], César Marques, que veio ao mundo quando o a região da Praça Gonçalves Dias era chamada ‘Largo do Poço’. Dias e Marques são, portanto, contemporâneos no Tempo e no Espaço e assim, sem nada premeditado, anos depois, com a praça recebendo o nome de Gonçalves Dias, uniu-se na geografia urbana o que, anos antes, já estava unido na História. E o que nem de longe se atinaria como uma união, um vínculo, uma ligação, esta também ocorreu: os fios invisíveis do talento e da competência realizadora de César Marques chegaram até aqui, ao Espírito Santo, e chamaram a atenção do governante estadual / provincial da época, Domingos Monteiro Peixoto, e, ao final, resultou no portentoso ‘Dicionário Histórico, Geográfico e Estatístico’ de 1878. Uma vitória, considerando-se, até, que menos de oito anos antes César Marques saíra do estafante mister de entregar impresso ao seu Estado o seu próprio ‘Dicionário’ [‘Dicionário Histórico-geográfico da Província do Maranhão’], considerado desde então um marco na historiografia maranhense, nordestina e brasileira.”

Prendendo a atenção dos ouvintes, aos quais chamou de “meus novos Amigos brasileiros no Espírito Santo”, Edmilson Sanches trouxe um pouco sobre o mais capixaba dos caxienses, Berredo de Menezes. Ressaltou Sanches: “[...] nascido mais de um século depois de César Marques ou exatamente 104 anos, na mesma cidade de Caxias , Ferdinand Berredo de Menezes é um homem de agora há pouco. Faleceu em Vila Velha aos 86 anos, mas foi, como a maioria de nós ainda somos, uma pessoa de dois séculos (20 e 21) e dois milênios.”

Continuando, Sanches lamentou a curta permanência, em vida, de Berredo de Menezes em Caxias: “De Berredo de Menezes nós seus conterrâneos temos muito a saber e não tanto a informar. Ante o nomadismo profissional do pai, que era juiz de Direito e também poeta, Berredo deve de ter saído ainda criança ou menino de Caxias e, inicialmente, foi para Coroatá, município maranhense cujo nome se registra com relativa frequência nos textos de vários dos livros da bibliografia berrediana.”

Edmilson Sanches prosseguiu: “Como já escrevi, ‘esse talentosíssimo maranhense de Caxias serviu e lutou. Fez por Vitória e fez pelo Espírito Santo o que não pôde fazer por sua própria terra natal. De todo modo, fez pelo Brasil.’ ‘Foi com o poder do Conhecimento que Berredo de Menezes chegou aqui em Vitória, partindo em uma viagem que se iniciou com seu nascimento a pelo menos 1.700 quilômetros de distância, no Nordeste do País’. ‘Esse homem jogava no futebol da vida nas onze posições: advogado, economista, professor, político, administrador público, poeta, contista, pintor, militante partidário, conselheiro, pai de família’. "Destaco apenas uma dessas múltiplas atividades, no âmbito do Ensino, como já disse: ‘Sendo um agente da Educação, sendo um professor, Berredo de Menezes sabia que só se transmite o saber se souber, mas só se ensina se animar, isto é, colocar ânimo, vida, alma naquilo que, em doses homeopáticas, é inoculado, a partir da mente, na alma dos alunos. Ensinar não é só uma ATIVIDADE DE DOCÊNCIA. Ensinar também é uma ATITUDE DE DECÊNCIA. Pois, se conteúdos de saber são importantes, modos de ser são indispensáveis...’”

Edmilson Sanches encerrou sua fala aos capixabas convidando para uma reflexão, adequada tanto em relação ao espírito de conhecimento, vontade e realizações dos seus dois conterrâneos históricos quanto apropriada para os repensares de fim de ano. Disse Sanches:

“O invisível sustenta o visível. Qual o invisível que sustentava pessoas que nem César Marques e Berredo de Menezes em seu desiderato de, longe de sua terra natal, servir, lutar, melhorar?

“Neste final de ano, tão metido e repetido em seu querer criar clima para extrair de nós pensamentos, promessas e ações relacionados a algo melhor, quem sabe coubesse perguntar: Qual o invisível que visivelmente te sustenta e, sobretudo, te move? Fé? Ética? Amor? Capital? Não podemos estar na Vida e na Terra apenas para comer, beber, dormir, trabalhar e fornicar e às vezes fazendo tudo isso mal... (rs). Para comer, beber, dormir e fornicar, Deus não precisava ter feito o Ser Humano; bastar-Lhe-ia parar a criação nos porcos, que com um charco de lama e um cocho de cuim já se dão por satisfeitos... Deve haver um algo a mais, não sabido pela Ciência nem intuído pela Consciência, que justifique a perfeição do funcionamento de um corpo, o mister e mistério do cérebro, a beleza de todos os cálculos astronômicos e dos infinitesimais infinitos das contas microscópicas, subatômicas... Quanto ainda nos falta conhecer!...

“Qualquer que seja a resposta que tu tenhas, que ela seja do Bem, do Bom e do Belo. Faz tu, de tua vida, uma boa História, e que ela termine em livro e valha a pena ser contada e, se possível, seguida.

“Seja livre. Se possível, seja livro. Pois uma coisa é você ter história. A outra, é a História ter você. “Irradie, espalhe positividade. Já disseram: A vida é curta demais para ser miúda...

“Some, multiplique e divida o Bem. Lance-o em todo lugar. Quem sabe vingue, nasça, brote, floresça.

“Lance o Bem, o Bom e o Belo. Em qualquer lugar. Não importa o lugar.

"Pois não é responsabilidade da semente a fertilidade do solo.

"Apenas semeie.”

(EDMILSON SANCHES)

ALBERTO FRANKLIN

(28/04/1962 -- 02/03/2017)

Em um país, em um estado e em uma cidade onde, em geral, pessoas inteligentes são olhadas de través pelos ditos e tidos detentores do poder político e econômico; ...em uma cidade onde "intelectual", "poeta", "escritor", "artista" são palavras pronunciadas com um sentido de quase escárnio ou ofensa por quem é vazio de substância e sentido;

...em um país, em um estado onde cultura é quase o mesmo que "frescura"; onde VALOR é uma quantidade e não uma qualidade... ***

Neste 2 de março de 2025, Dia Mundial da Educação, completam-se oito anos da morte do jornalista, escritor e editor imperatrizense Adalberto Franklin Pereira de Castro. Foi naquela quinta-feira de 2 de março de 2017 que mudou de vida o mais imperatrizense dos piauienses, o maior editor do Maranhão contemporâneo. Faleceu em Imperatriz (MA), vítima de acidente vascular cerebral (AVC) e outras complicações geradas a partir da diabetes. Não tenho certeza se Imperatriz e o Maranhão, afora o impacto da morte, aquilataram o grande peso da perda de um intelectual e trabalhador especialista do porte do Adalberto.

Se não é POUCO o tempo para se formar um profissional com as características do Adalberto Franklin e tê-lo no dia a dia da cidade, do estado e do país , com certeza é RARO o ter-se à disposição um humanista como ele, e é IMPOSSÍVEL contar-se com um cidadão igual a ele, ante as especificidades que cada um de nós guarda dentro de si ou exterioriza no cotidiano de nossos papeis sociais, políticos, culturais, profissionais e que tais.

Com efeito, Adalberto Franklin reunia e com regularidade eu dizia isso para ele qualidades que não são fáceis de se desenvolverem em um ser humano de hoje, em virtude de uma aparente "preferência" de grande parte senão a maior parte da população brasileira por conteúdos e atitudes fragmentadas, frágeis, consúteis.

Adalberto Franklin tinha qualidades de EDITOR de livros de centenas e centenas de autores, com domínio incomum dos recursos da Informática, das normas e metodologias técnicas da editoração (leis, ABNT, Biblioteca Nacional etc.), de gosto e estética pessoal-profissional apurados.

E, somado a isso, Adalberto (man)tinha as virtudes do LEITOR consciente, crítico, seletivo, exigente;

...do JORNALISTA sintonizado com as coisas e causas de seu tempo, criador e editor de publicações gerais e especializadas;

...do HISTORIADOR e PESQUISADOR cuidadoso, dedicado, apaixonado;

...do ESCRITOR de linguagem não rebuscada, simples mas adequada às reivindicações intrínsecas dos temas abordados;

...do AUTOR de livros de História, Economia, Religião, Metodologia e até produções de crônica, ficção e poesia;

...do ENXADRISTA de talento, responsável pela inserção de Imperatriz como destaque nacional nesse jogo de inteligência estratégica;

...do ATIVISTA político, profissional, religioso e sociocomunitário;

do CIDADÃO e PENSADOR que não se furtava do exercício dos direitos de manifestação, participação e crítica aos diversos aspectos da vida nacional, estadual e local, além, claro, das reflexões e posicionamentos como ser universal, como unidade cósmica pensante.

Essas e outras qualidades, no âmbito do que é exterior, aparente, cotidiano, não são algo que se desenvolve com facilidade, não são algo que aparece com frequência.

Conhecimento, paixão, profissionalismo, dedicação não são propriamente virtudes costumeiras, assíduas, habituais no exercício de certas atividades e produção intelectuais, que exigem (muito, muuuuuuuito) esforço mental, raciocínio, inteligência, sensibilidade, empenho e um fervor quase sacro ou sacrificial. Em um país, em um estado e em uma cidade onde, em geral, pessoas inteligentes são olhadas de través pelos ditos e tidos detentores do poder político e econômico;...

...em uma cidade onde "intelectual", "poeta", "escritor", "artista" são palavras pronunciadas com um sentido de quase escárnio ou ofensa por quem é vazio de substância e sentido;

...em uma cidade onde se fecham livrarias como se fecham mentes e mentalidades, e se compram e conhecem livros com a habitualidade assemelhada àquela com que conhecem e se compram e consomem caviar e faisão;

...em uma cidade onde, pelos dados e pesquisas econômicos já realizados, o consumo de papel higiênico é maior que o de livros, jornais e revistas;

...em uma cidade onde se se faz a cabeça mais (e com direito) nos salões de beleza do que em ambientes de livrarias;

...em um país, em um estado e em uma cidade onde sobrevivência é mais que evolução;

...onde egoísmo é mais que desprendimento;

...onde cultura é quase o mesmo que "frescura";

...onde VALOR é uma quantidade e não uma qualidade, onde "valor" é algo físico e estimável (por exemplo, dinheiro) e não algo essencial, ético, transcendental;

...enfim, em lugares assim não nascem, não surgem, não se formam, não se desenvolvem nem evoluem talentos em áreas de grandes exigências de empenho pessoal, sensibilidade social e inteligência inusual e de tão penosos reconhecimentos, tão injustas recompensas e tão baixa remuneração pelos serviços profissionais prestados.

Se a tão elogiáveis talentos e qualidades dá-se em contrapartida tão discutíveis condições de sobrevivência, quem cuidará do que é mais essencial a uma comunidade -- sua identidade, sua cultura, sua história, sua existência no Tempo?

Algumas raras e iluminadas pessoas decidiram dedicar a isso praticamente toda a sua vida. Às vezes, até a morte.

Adalberto Franklin foi uma delas.

* * *

Parabéns pelo grande ser humano que foi, Amigo Adalberto.

E se aí na Eternidade se comemoram datas, receba daqui da Transitoriedade o carinho e as lembranças de seus Familiares e Amigos.

E, aí no Alto, ore por nós que ainda estamos cá no andar debaixo... Por nós que ainda resistimos neste lado de cá da Vida.

Paz e Luz.

HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE CAXIAS (IHGC)

Registros sobre o desembargador Arthur Almada Lima Filho, fundador do IHGC, nascido em Caxias em 7 de outubro de 1929 e falecido em São Luís em 27 de outubro de 2021

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) realizou na tarde de 12 de março de 2025, em Caxias (MA), a cerimônia de entrega da obra de restauro e adaptação de uso do Complexo Ferroviário. A solenidade teve início às 15h e encerrou às 17h. Houve visita técnica às instalações, discursos, apresentações artísticas e descerramento da placa inaugural. Sócios do Instituto Histórico, da Academia caxiense de Letras, da Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão, autoridades do Estado e do Município e convidados compareceram ao evento.

Constituído de três grandes edificações, que antes eram a Estação Ferroviária e os dois galpões (de armazenamento e de manutenção de locomotivas e vagões), as construções foram inteiramente restauradas e adaptadas para novos usos. Entre estes usos, a sede do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias, que já vinha ocupando e dinamizando o local e cujo fundador e presidente, desembargador Arthur Almada Lima Filho, deu início ao uso regular do prédio principal como sede do IHGC. No início, com a ação do desembargador, foram afastados da área os dependentes químicos que antes “tomavam de conta” das instalações, onde praticavam o vício e tornavam anti-higiênico a histórica Estação.

A Estrada de Ferro São Luís-Teresina, que alavancou a economia de Caxias no século passado, foi criada pelo Congresso Nacional em dezembro de 1904, inicialmente o trecho de São Luís até Caxias (depois foi estendida até a capital piauiense).

A seguir, um pouco de memória e história acerca do fundador e primeiro presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias.

ARTHUR ALMADA LIMA FILHO

Fundador e primeiro presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGC)

Muitos daqueles que passam pela avenida Getúlio Vargas, em Caxias (MA), e veem o grande, restaurado e remodelado prédio e os galpões igualmente imensos, restaurados e remodelados da antiga estação ferroviária não imaginam o quanto de sonho, de visão, de esperança, de burocracia, de esforço e de amor pela terra está misturado a cada mão de tinta, pá de cal, lata de areia, barro e cimento e metros de fiação elétrica e outros materiais utilizados para o restauro daquelas construções e o resgate ou ampliação de considerável fatia do amor-próprio dos caxienses.

Aqueles prédios da antiga Estrada de Ferro São Luís Teresina (EFSLT), da Rede Ferroviária Federal S. A. (REFFESA) estiveram durante muito tempo ao Deus-dará, antes de Arthur Almada Filho “tomar de conta” deles e ali instalar a sede do IHGC. Antes do Arthur, os prédios desmoronavam como sempre, menos pela ação do tempo e mais pela omissão dos homens. Décadas de história estavam ruindo sem ruído, numa fragmentação silenciosa, num desfazimento criminoso de um passado que, embora não tão distante, foi responsável por parte das bases econômico-sociais de que talvez ainda se jactem alguns poucos que vivenciaram aqueles tempos e/ou que deles têm memória.

Arthur Almada Lima Filho passava ali pela Avenida Getúlio Vargas, olhava aquelas edificações e se inquietava – pode-se dizer, até: se indignava. Era o filho ilustre sabendo o quão igualmente ilustre havia ali em termos de historicidade.

Doscontatos iniciais, das correspondências obrigatórias, dos obstáculos edificuldades que se (o)põem àfrente dosquequeremfazeracoisacertanestePaís,atéaautorizaçãoparauso eutilização,“sinedie”,dasportentosas

instalações “refesianas”, Arthur Almada Filho teve de munir-se de paciência e persistência, sob pena de suas (boas) intenções irem juntar-se àquelas que assoalham o caminho da Geena.

Foi assim que Caxias e seu Instituto Histórico e Geográfico (IHGC) ganharam adequado espaço para se passar o passado – ou aomenospartedele –alimpo. OInstituto éoespaçoinstitucional porexcelênciaedereferência para a busca, guarda, zelo e divulgação de itens e fatos, marcas e marcos do passado histórico de Caxias (que o histérico presente ainda não soube respeitar à altura).

Esse espaço, sede do IHGC, recebeu pacientes reformas, restauro, remodelação, melhorias as quais são entregues hoje, neste 12 de março de 2025. E pensar que tudo começou com o sadio inconformismo, a consciência, o talento e, em especial, o tempo e o esforço de Arthur Almada Lima Filho ele que, em vez de curtir o merecido ócio, após décadas de ofício na Magistratura, na Educação, na Imprensa, ele incumbiuse e desincumbiu-se nas tarefas de, em igual tempo, presidente do Instituto e encarregado de fazer os contatos, o acompanhamento, as “cobranças”(ou, eufemisticamente, “lembranças”) aos que, pessoas e/ou instituições, aderiram à saudável luta pela adequada recuperação do patrimônio ferroviário e sede do IHGC – o que foi conquistado a troco da persistência e persuasão arturianas.

*

Um pouco acerca desse grande caxiense, honrado legatário e esforçado transmigrante da estirpe almadiana, é o que se tentou condensar adiante. (EDMILSON SANCHES)

*

A Estação Ferroviária em Caxias estava abandonada, ruindo. Um caxiense, Arthur Almada Lima Filho, resolveu “comprar briga”. Investiu tempo, talento, paciência, capacidade de luta e de gestão etc. e, em uma primeira fase, recuperou o prédio e o transformou na portentosa e orgulhosa sede do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias, que Arthur fundou e dirigiu.

O passado só ainda está presente e somente terá algum futuro se dele tiverem cuidadores como Arthur Almada Lima Filho.

Lembro-me de que, na época já aos 90 anos, completados em 17 de outubro de 2019, aquele renovado Arthur sentava-se à sua távola quadrada e pequena no remoçado prédio da Estação Ferroviária, cuidava de aspectos da gestão do Instituto e aplicava-se a ler, estudar, pesquisar, escrever, quase sempre sobre fatos históricos de Caxias.

Anatole France, escritor francês (1844–1924), disse que “(...) o passado é o nosso único passeio e o único lugar onde possamos escapar a nossos aborrecimentos diários”, pois “o presente é árido e turvo, o futuro, oculto”. É o caso de Arthur Almada de Lima Filho, que gostava de passear no passado de Caxias, e o fazia sem aborrecimento, pois o passado caxiense era para ele desafio e combustível, mister e mistério de arqueólogo, que se vai descobrindo camada a camada, limpando as contaminações, rearrumando em ordem lógica, até a interpretação e documentação final.

O paulista Eduardo Paulo da Silva Prado, que nem o Arthur, era homem do Direito e escritor; também acadêmico, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Viveu só 41 anos, tempo bastante para, entre seus amigos, contarem-se, entre outros, portentos literários e intelectuais como Eça de Queirós e Ramalho Ortigão. Eduardo Prado escreveu: “Certamente o homem deve viver no seu tempo, mas a tendência para a contemplação do passado é um dom nobilíssimo da sua alma”. Mais do que contemplar, Arthur Almada Filho, no caso do passado de Caxias, quis contribuir para organizá-lo, trazê-lo ao presente para garantir-lhe algum futuro. Como constatou o filósofo e poeta francês Paul Valéry (1871-1945): “O passado (...) age sobre o futuro com um poder comparável ao do próprio presente”.

Em geral, Caxias pouco sabe dos esforços e da história, das lutas, lides e lidas desse Arthur filho caxiense que, à maneira de Bilac, “ama com fé e orgulho” a terra em que nasceu. Juiz de Direito, desembargador, vicepresidente e presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, presidente da nascente universidade estadual maranhense, é citado no prestigioso e internacional “Who’s Who”, seus votos como jurista estão transcritos em obras de Direito, tem seu nome na testada de prédios públicos, seja em fórum seja em escola estado adentro, tais os méritos que a sociedade maranhense quis reconhecer e homenagear. Ex-reitor da

UEMA(Universidade Estadual doMaranhão),autordelivros,pesquisadorinfatigável, magistrado intimorato, honrou o nome e o ofício do pai e o conceito da família – família que, no passado e no presente (e, pelo visto, para o futuro também), legou tanta gente inteligente para Caxias, o Maranhão e o Brasil.

Pelos feitos que fez, certamente não cabe ao Arthur a observação do educador e abolicionista norte-americano Horace Mann (século 19): “Tenha vergonha de morrer até ter obtido alguma vitória para a Humanidade”. Arthur e eu somos (permita-se o verbo no presente) conterrâneos, confrades e amigos, pertencemos às sadias – e lutadoras – hostes do Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (IHGC), do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), da Academia Caxiense de Letras (ACL), da Academia Sertaneja de Letras, Educação e Artes do Maranhão (ASLEAMA) e do Rotary Club. E não estamos apenas para estar ou ser, mas para fazer.

Era preciso conviver um pouco com o Arthur para ver-lhe os esforços em nome de coisas e causas coletivas. Era preciso estar perto para sentir-lhe o entusiasmo e satisfação quando da descoberta de um novo nome de caxiense de talento, ou nova informação sobre Caxias, dados que zanzavam por aí, escondidos sob a poeira da História ou encobertos pelo pó do desinteresse humano.

No fim do ano 2013, Caxias e o Maranhão receberam de presente uma obra (“Efemérides Caxienses”, 404 páginas; Ética, 2014) em que Arthur Almada organizou, sistematizou e sintetizou eventos passados, com nomes e datas da História caxiense, mas com pontos de contato com a História maranhense e brasileira. Como diziaeescreviaoArthur,ausentetodolaivodeufanismo:"SemaHistóriadeCaxiasnãoháHistóriadoBrasil". E, com ardor e energias moças, ainda publicou um livro de perfis biográficos (“Perfis”, 238 páginas; Ethos, 2019) e deixou, escrita e organizada e por enquanto inédita outra obra de fôlego, o "Dicionário Biobibliográfico de Autores e Artistas Caxienses". Sem falar nos diversos livros que se podem organizar com o ror de textos (artigos, ensaios, prefácios etc.) que Arthur deixou inéditos ou espalhados em jornais e revistas, Maranhão adentro e afora...

É esse conterrâneo, caxiense com muito orgulho, que neste 12 de março de 2025 ressurge e (se) reaviva, vívido, no meio de nós, na entrega, restaurado, do Complexo Ferroviário de Caxias.

Parabéns, Arthur Almada Lima Filho, por ter feito valer a pena o dom da Vida recebido e o dom da dedicação com que se entregou à Justiça, ao Direito, à Educação, à Imprensa, à História e à Cultura.

Parabéns, Companheiro Arthur Almada Lima Filho, pela rica Vida que teve, sempre dedicada ao próximo: como Advogado, Promotor, Juiz e Desembargador, fazendo valer o império da Lei e da Justiça para as partes dos processos;

como Educador, Professor e Gestor da Educação, levando informação, saber e inspiração para alunos, estudantes e Colegas;

como Administrador privado, levando resultados às Pessoas Físicas e Jurídicas, privadas e públicas, que acertadamente confiaram em sua competência;

como Pesquisador, Historiador, Escritor, resgatando e levando aos seus Conterrâneos do Maranhão, em especial de Caxias, os registros acerca de pessoas e fatos notáveis de nossa Cidade; como Ser Humano, solidarizando-se com Familiares, Amigos, Colegas, Conhecidos, e disponibilizando-se a auxiliar nas necessidades prementes, nas dificuldades presentes.

Toda a vida do Arthur foi um ato de doação, pois, como é lema de Rotary, ele sabia dar de si antes de pensar em si. E sabia que o maior benefício está no melhor serviço, no saber servir. Arthur, como Você sabe, os Céus são um lugar de perfeição. Deste modo, lá do Alto mantenha-se torcendo e orando pelo mundo, por sua Cidade, por nós que ainda teimamos em continuar “escapando” neste lado de cá da Vida. *

Arthur ainda tinha obras a inaugurar, livros a escrever, lugares para visitar, amigos para rever...

Ainda tinha conversas para conversar, “breves graças” para contar, livros para ler, versos para declamar...

Tinha Francês para falar, Latim para citar, Português para bem cuidar, lições para dar...

Tinha o Belo para apreciar, o Tempo para mais aprender, mais o que realizar, mais muito mais para viver...

Arthur, pelo visto, ainda tinha muito que fazer e, se não tivesse, iria procurar... Companheiro Arthur, como pesquisador e escritor, Você enriqueceu a História.

E, com sua mudança de Vida, é a História que se enriquece com Você.

Aí na Eternidade, Paz e Luz, Amigo.

EDMILSON SANCHES

edmilsonsanches@uol.com.br

PATRONO: SEBASTIÃO GOMES DA SILVA BELFORT

1º Ocupante: Antonio Lopes Ribeiro Dias

2º Ocupante: Candido Pereira de Sousa Bispo

3º Ocupante: Mário Martins Meireles

4º Ocupante: Almir Moraes Correia

5º Ocupante: Sebastião Barreto de Brito

6º Ocupante: Manoel dos Santos Neto (Art 14 – declarado vaga na AGO 25.01.2023)

CADEIRA

PATRONO: CEL. FRANCISCO DE PAULA RIBEIRO

1º Ocupante: João Parsondas de Carvalho

2º Ocupante: Liberalino Pinto Miranda

3º Ocupante: Dr. Cesário dos Santos Veras

4º Ocupante: Eloy Coelho Netto

CADEIRA 13 - FELIPE COSTA CAMARÃO

PATRONO: RAIMUNDO JOSÉ DE SOUSA

GAYOSO

1º Ocupante: José Pedro Ribeiro

2º Ocupante: Oswaldo da Silva Soares

3º Ocupante: Aluízio Ribeiro da Silva

4º Ocupante: Tácito da Silveira Caldas

5º Ocupante: Gilberto Matos Aroucha (renunciante tácita)

6º Ocupante: Sofiane Labidi (renunciante tácita)

PATRONO: ANTONIO BERNADINO PEREIRA DE LAGO

1º Ocupante: Cônsul Manoel Fran Paxeco

2º Ocupante: Aderson de Carvalho Lago

3º Ocupante: Mario Lincoln dos Santos (Sócio Correspondente)

CADEIRA 15 JOSÉ MARCIO SOARES LEITE

PATRONO: JOÃO ANTONIO GARCIA DE ABRANCHES

1º Ocupante: Dr. José Eduardo de Abranches Moura

2º Ocupante: Astolfo Serra

3º Ocupante: Ronald da Silva Carvalho

PATRONO: FREI FRANCISCO DE NOSSA SENHORA DOS PRAZERES

Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres, também conhecido como Frei Francisco dos Prazeres, foi um importante religioso e naturalista do século XIX. Ele é conhecido por suas contribuições à etnologia e à botânica, especialmente no contexto do Maranhão Algumas de suas obras mais notáveis incluem: Collecção de Etymologias Brasilicas" (1846) - Publicada na revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, esta obra é uma coleção de etimologias de palavras indígenas brasileiras "História Natural das Plantas do Maranhão" - Este trabalho detalha a flora do Maranhão e é uma referência importante para o estudo da botânica na região Frei Francisco foi sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil e suas publicações contribuíram significativamente para o conhecimento científico e cultural do Brasil no século XIX

1º Ocupante: Cel Virgílio Domingues da Silva

1. Cel. Virgílio Domingues da Silva foi uma figura notável que ocupou a primeira cadeira no Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM) sob o patronato de Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres. Além disso, há uma rua em Poços de Caldas nomeada em sua homenagem desde 1957. Contribuições Acadêmicas: Ele foi membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), onde ocupou a primeira cadeira sob o patronato de Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres . Sua participação ajudou a promover e preservar a história e cultura do estado. Educação e Direito: Virgílio Domingues da Silva também foi professor catedrático de Direito Internacional Público na Universidade Federal do Maranhão. Sua atuação na área jurídica e educacional contribuiu para a formação de muitos profissionais e para o desenvolvimento acadêmico da região. Legado na

2º Ocupante: Felipe Condurú Pacheco

foi um notável bispo católico brasileiro. Nascido em 18 de julho de 1892, em São Bento, Paraíba, ele serviu como o primeiro bispo da Diocese de Parnaíba de 1946 a 1959. Também foi bispo em Ilhéus, Bahia, e detinha o título de Bispo Emérito de Parnaíba. Além de suas funções eclesiásticas, ele foi professor, historiador e músico. Contribuiu significativamente para o cenário bibliográfico do Maranhão com obras como "Vida de Dom Luís de Brito," "Pai e Mestre," e "História Eclesiástica do Maranhão". Como bispo, ele serviu em várias dioceses, incluindo Ilhéus, Bahia, e Parnaíba, Piauí. Ele foi o primeiro bispo da Diocese de Parnaíba, onde serviu de 1946 a 1959 Além de suas funções eclesiásticas e acadêmicas, ele também era músico, contribuindo para a vida cultural da comunidade. Ele foi membro deste instituto, ajudando a preservar e promover a história e cultura do estado

3º Ocupante: Miguel Arcângelo Bernandes Filho (Sócio Honorário)

1. Miguel Arcângelo Bernandes Filho foi um membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM). Ele ocupou a cadeira número 11, cujo patrono é Sebastião Gomes da SilvaBelfort Infelizmente, ele faleceu no dia 29 de julho, e a missa de sétimo dia foi realizada na Igreja Nossa Senhora da Conceição, no Monte Castelo Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM): Como

membro honorário, ele contribuiu para a preservação e promoção da história e cultura do Maranhão. Educação e Cultura: Ele foi ativo na comunidade, participando de eventos e iniciativas que visavam o desenvolvimento educacional e cultural da região Legado Pessoal: Sua dedicação e trabalho no IHGM ajudaram a fortalecer a instituição e a promover o conhecimento histórico e geográfico do estado

4º Ocupante: Adalberto Franklin (renunciante tácita)

Adalberto Franklin foi um jornalista, historiador e editor brasileiro, conhecido por suas contribuições significativas para a cultura e história de Imperatriz, Maranhão. Aqui estão algumas de suas principais contribuições: Jornalismo e Publicações: Adalberto Franklin foi editor-chefe do jornal "O Progresso" e do jornal católico "Sinais dos Tempos". Ele também colaborou com diversos periódicos regionais e nacionais História e Literatura: Publicou oito livros, incluindo dois sobre a história de Imperatriz. Fundou a Ética Editora, pela qual coordenou a publicação de mais de 400 títulos Atuação Social e Religiosa: Católico engajado, atuou em pastorais sociais e movimentos da Igreja, como a Comissão Diocesana de Justiça e Paz e a Pastoral da Comunicação Academia Imperatrizense de Letras: Foi membro fundador e ganhou duas vezes o “Prêmio Literário Academia Imperatrizense de Letras” Xadrez: Fundou o Clube de Xadrez de Imperatriz, foi presidente da Federação Maranhense de Xadrez e vice-presidente da Confederação Brasileira de Xadrez Serviço Público: Exerceu diversos cargos públicos, incluindo presidente da Fundação Cultural de Imperatriz e secretário do Desenvolvimento Econômico de Imperatriz Adalberto Franklin deixou um legado duradouro em várias áreas, desde a literatura e história até o serviço público e o xadrez.

5º Ocupante: Paulo Eduardo de Sousa Pereira (Art 14 – declarado vaga na AGO 25.01.2023)

PauloEduardodeSousaPereiraéumhistoriadoreeducadorbrasileiro,com umacarreiramarcadapordiversas contribuições significativas. Aqui estão algumas de suas principais realizações:Educação e Pesquisa: Mestre em História pelo Programa de Pós-Graduação em História, Ensino e Narrativas da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).Especialistaem Metodologia doEnsino edaPesquisaem HistóriadoBrasil Publicações: Autor de várias obras, incluindo "O Campanário da Padroeira: subsídios para a história de Colinas" e a dissertação "Entre Fronteiras: o Arraial do Príncipe Regente e o devassamento do Alto Itapecuru no século XIX" Arte e Cultura: Artista plástico autodidata, desenhista, pintor e escultor. Criou a escultura "Imagem Comemorativa dos 123 anos da Paróquia de Nossa Senhora da Consolação" e idealizou o "Brasão de Armas do Município de Colinas" Serviço Público: Foi Secretário Municipal de Cultura de Colinas e Presidente do Conselho Municipal de Cultura Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM): Membro efetivo do IHGM, ocupando a cadeira número 16, cujo patrono é Frei Francisco de Nossa Senhora dos Prazeres

CADEIRA 17 - MARIA GORETTI CAVALCANTE DE CARVALHO

PATRONO: FREI CUSTÓDIO ALVES SERRÃO

1º Ocupante: Dr. Aquiles F. Lisboa

2º Ocupante: Fernando Ribamar Viana

3º Ocupante: Raimundo Carvalho Guimarães

4º Ocupante: Ernane José de Araújo

5º Ocupante: Paulo Oliveira (renunciante tácita)

PATRONO: JOÃO FRANCISCO LISBOA

1º Ocupante: Wilson da Silva Soares

2º Ocupante: Olavo Alexandre Correia Lima

3º Ocupante: Lourival Borda Santos

Manoel de Jesus Lopes

CLORES HOLANDA SILVA. Nasceu em Presidente Dutra – MA. É filha de Geraldo Holanda Cavalcanti e Maria Nazaré Gomes Cavalcante, ambos falecidos. Da irmandade de 10 irmãos é antepenúltima. É mãe de Marcella Holanda Vilhena, casada com Thallissonn Ricardo Costa Vilhena. Possui dois netos: Leonardo Holanda Vilhena (10 anos) e Benício Holanda Vilhena, 6 anos. Funcionária Aposentada da UFMA|. É Historiadora e Especialista em Gestão de Arquivos pela UFMA. Faz parte das seguintes instituições: Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro-Fundadora da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão; Sócia Efetiva da Associação de Amigos da Universidade Federal do Maranhão; Membro da Academia Norte-Americana de Literatura Moderna – Capítulo Brasil; foi Vice-Presidente da Federação das Academias de Letras do Maranhão; Membro Fundadora da reativação da Academia Maranhense de Trovas; Membro Fundadora da Academia Maranhense de Ciências e Belas Artes; Membro Fundadora da Academia Maranhense de Letras Infanto-Juvenil; e, pertence ao Rotary Club São Luís Praia Grande, entre outras instituições. Possui vários artigos publicados no Brasil e Exterior. Tem participação em várias antologias. É Poeta, Escritora, Cronista, Trovadora, Artesã, Atriz e Modelo. Recebeu várias honrarias e troféus, destacando o de Título de Cidadã de São Luís recebido em 2020, de autoria do Vereador Pavão Filho. Em 2024 recebeu o troféu Mulher Evidência, prêmio outorgado por lei, em Recife – PE. Participou do projeto, Púcaro Literário, O poeta e a História, organizado por Jucey Santana e João Carlos Pimentel Cantanahede.

A MULHER QUE ME TORNEI

Clores Holanda

Àquela criança que fui um dia foi se desenvolvendo, criando corpo e vencendo os seus próprios desafios em pleno anos 60. Nesta década, o Brasil ficou marcado por alguns acontecimentos como a renúncia de um presidente, a casuística do regime parlamentarista, o radicalismo político, o golpe de Estado seguido da ditadura militar, do fechamento do Congresso, do elevado número de diferentes governos e da subversão armada. Estes feitos provocaram revoluções e deixaram muitas lições para a história. A ditadura militar foi instaurada, no ano de 1964. Ou seja, essa década foi marcada pela repressão, censura e violência, principalmente no âmbito político por falta de democracia. Imaginem eu ter sido criança nessa época! Não tinha noção da dimensão desses fatos passando despercebidos na minha inocente cabeça

No decorrer dos anos, involuntariamente as consequências foram se arraigando no meu subconsciente, à proporção que eu fui entendendo o desenrolar dos acontecimentos. Na escola éramos submetidas às pressões psicológicas sem nenhum critério ocasionando sofrimentos; e, principalmente por ter estudado em Colégio de Freiras, cuja exigência era bem maior. Como consequências éramos submetidas à vários castigos quando cometíamos peraltices como: Bater na palma das mãos das crianças com palmatória quando não acertasse a tabuada; beliscão; constrangimento do espelho colocado no chão pelos meninos para olhar o fundo de nossas calcinhas como uma forma deles darem gargalhadas zombando da gente; entre outros. A partir daqui percebo ter dado início ao desrespeito à mulher pelos meninos.

Ao longo dos anos o meu maior desafio foi vencer a timidez. Tinha medo de expressar o meu pensamento, de reclamar e de reivindicar. Sofria muito; apenas cumpria ordens deixando calar a minha voz. Hoje, solto o verbo, literalmente, através de meus posicionamentos, sem medo de dizer o que eu sinto e quero. Dessa forma, consegui vencer a mim mesma conquistando a tão desejada “liberdade” galgando os degraus da sabedoria fincada nos estudos, na dedicação ao trabalho em busca dos meus objetivos na perspectiva de fazer aquilo que me dar prazer. Isso somente veio a acontecer quando tive a certeza que querer é poder. Você pode ser tudo que quiser sendo uma mulher sem depender de ninguém. Lutar é o meu lema. Não quero parar. Hoje me considero uma mulher privilegiada. Sigo rumo as minhas convicções. Sou feliz por A mulher que me tornei.

Tenho orgulho de ser mulher. Nasci no mês de março, dia 11, data que se comemora a efeméride de nascimento da escritora e poeta Maria Firmina dos Reis, considerada a Primeira Romancista Negra do Brasil e também Patrona da Academia Ludovicense de Letras, sodalício que eu tenho orgulho de ser um dos membros fundadores; se comemora o Dia da Mulher Maranhense; e ainda nesse mês, dia 8 é celebrado O Dia Internacional da Mulher. E tenho a honra e gratidão por de ter sido convidada pela escritora e pesquisadora Jucey Santos de Santana para escrever esse texto em homenagem a mulher para publicar em seu blog. Enfim, Salve a Mulher em suas diversas atribuições! És um ser abençoado por Deus por ter sido escolhida por Ele para “Dar a luz” a outro ser com a missão de preservar as gerações.

CADEIRA

PATRONO: CANDIDO MENDES DE ALMEIDA

1º Ocupante: Dr. Justo Jansen Ferreira

2º Ocupante: Des. Leopoldino do Rego Lisboa

3º Ocupante: Virgílio Domingues da Silva Filho

4º Ocupante: Clóvis Pereira Ramos (sócio correspondente)

PATRONO: ANTONIO GONÇALVES DIAS

1º Ocupante: Dr. João Braulino de Carvalho

2º Ocupante: João Lima Sobrinho

CADEIRA N.º 20: ELIMAR FIGUEIREDO DE ALMEIDA SILVA

CADEIRA

PATRONO: ANTÔNIO HENRIQUES LEAL

1º Ocupante: Gen. Luso Torres

2º Ocupante: José Ribamar Seguins (Ex Presidente)

PATRONO: CÉSAR AUGUSTO MARQUES

César Augusto Marques (1826-1900) foi um médico, professor, escritor, tradutor e historiador brasileiro. Nascido em Caxias, Maranhão, ele se formou em Medicina na Faculdade de Medicina da Bahia em 1854 . Marques é conhecido por suas contribuições à literatura histórica brasileira, especialmente com suas obras sobre a história e geografia do Maranhão e do Espírito Santo Ele também traduziu importantes textos históricos dos missionários capuchinhos franceses Claude. Além disso, Marques ocupou várias posições acadêmicas e médicas ao longo de sua carreira e é homenageado como patrono de várias instituições literárias e históricas no Maranhão

1º Ocupante: Domingos de Castro Perdigão

Domingos de Castro Perdigão foi uma figura de destaque na sociedade maranhense, especialmente nas áreas científica e literária. Nascido em 1º de novembro de 1872 na então vila de Pinheiro, Maranhão, ele se dedicou ao magistério e à administração pública . Perdigão foi um dos fundadores da Faculdade de Direito do Maranhão e do Instituto de História e Geografia do Maranhão Ele também atuou como diretor da Biblioteca Pública, onde catalogou diversas obras, e foi um dos introdutores do esperanto nos centros de estudo locais Além disso, Perdigão teve um papel importante no jornalismo e na promoção de exposições e congressos, representando o Maranhão em eventos nacionais

2º Ocupante: Fernando Eugênio dos Reis Perdigão

Fernando Eugênio dos Reis Perdigão (1908-1990) foi um destacado advogado, professor e jornalista brasileiro, nascido em São Luís, Maranhão . Ele se formou em Direito pela Faculdade de Direito do Maranhão, onde também se tornou professor catedrático de Economia Política e diretor . Perdigão teve uma

carreira notável como advogado, sendo membro e presidente do Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção do Maranhão, além de integrar o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão Ele também foi um jornalista ativo, colaborando com diversos jornais e revistas, e desempenhou papéis importantes na administração pública, como Subprocurador Geral do Estado e Secretário Geral do Estado . Além disso, Perdigão foi um dos principais animadores dos movimentos artístico-culturais de São Luís, participando da fundação da Sociedade de Cultura Artística do Maranhão (SCAM)

3º Ocupante: Raimundo Nonato

Travassos Furtado

Raimundo Nonato Travassos Furtado, era vianense, nasceu em 1912 e faleceu em São Luís, em 1990. Foi um atuante jornalista, trabalhando em diversos jornais de sua época, como a Folha do Povo, O Combate, A Tribuna, Diário do Maranhão e o Diário do Norte. Foi Deputado Estadual por dois mandatos, primeiro pelo PR, depois pelo PSD. Era também poeta, escreveu “No Mundo Encantado da Trova” e “Poema das Estrelas”. Pertenceu a diretoria deste sodalício, sendo diretor de divulgação. Raimundo Nonato Travassos Furtado foi um destacado membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM). Ele ocupou a cadeira nº 11, cujo patrono é Sebastião Gomes da Silva Belfort Furtado contribuiu significativamente para a preservação e divulgação da história e cultura maranhenses.

4º Ocupante: Carlos Orlando Rodrigues de Lima

Carlos Orlando Rodrigues de Lima (1920-2011) foi um escritor, pesquisador, historiador, cronista e folclorista brasileiro, nascido em São Luís, Maranhão Ele se destacou por suas contribuições à história e cultura do Maranhão, sendo autor de 18 livros sobre esses temas Lima foi membro da Academia Maranhense de Letras, ocupando a cadeira nº 7 Ele também trabalhou no Banco do Brasil e, após se aposentar, dedicou-se integralmente à escrita Entre suas obras mais conhecidas estão "Bumba-meuboi do Maranhão" (1969) e "Lendas do Maranhão" (2006) Além disso, ele foi ator de teatro e participou de alguns filmes

OCUPANTE ATUAL

Euges Lima é um historiador, professor, bibliófilo e palestrante brasileiro, conhecido por suas contribuições à história do Maranhão. Ele também é ex-presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM). Lima tem um canal no YouTube onde compartilha entrevistas e informações sobre a história, especialmente a do Maranhão. Ele escreve regularmente sobre temas históricos e culturais, abordando eventos significativos e figuras importantes da história maranhense. Alguns

de seus trabalhos incluem artigos sobre João Francisco Lisboa, um jornalista e historiador maranhense do século XIX, e a celebração do Dia Nacional do Historiado Algumas de suas principais obras incluem:

1. "Um Inconfidente em São Luís" - Um estudo sobre a presença de inconfidentes mineiros na capital maranhense

2. "Os 410 Anos da Batalha de Guaxenduba" - Um artigo que relembra a importante batalha colonial que ocorreu no Maranhão

3. "Rosa Mochel e a Conservação do Patrimônio Histórico de São Luís" - Um texto que homenageia Rosa Mochel, uma das pioneiras na conservação do patrimônio histórico da cidade

O DOCUMENTO PERDIDO: JOÃO LISBOA, LEITOR DE MICHELET

EUGES LIMA

“Não é apenas nos Apontamentos para a História do Maranhão e na Vida do Pe. Antônio Vieira que podemos conhecer o historiador João Francisco Lisboa, pois o historiador se faz conhecer em tudo o que escreve, mesmo numa correspondência particular[...]”.

Maria de Lourdes M. Janotti (1977)

O jornalista, político e historiador maranhense do século XIX, João Francisco Lisboa (1812-1863), de indiscutível talento, um dos principais nomes do Panteão Maranhense, “sacralizado” após sua morte por seus conterrâneos e contemporâneos, além de sucessivas gerações de pósteros maranhenses, sempre foi reconhecido pela crítica literária, pelos historiadores da literatura e historiadores em geral, como um dos maiores historiadores brasileiros do Brasil imperial. Silvio Romero, em sua História da Literatura Brasileira, chega mesmo a afirmar que a obra de João Lisboa foi superior à de Vanhagen, pois acreditava que a obra do autor da História Geral do Brasil era pobre de interpretação e sentimento nacional, ao contrário da de Lisboa, muito crítica e interpretativa.

Sendo assim, no universo da historiografia brasileira, o Timon maranhense é lembrado por sua crítica social afiada, sobretudo dos costumes políticos do Maranhão e do Brasil de seu tempo, além de sua escrita elaborada, prosa viva e cativante. Portanto, os historiadores e biógrafos, principalmente, os mais contemporâneos, que se debruçaram sobre sua vida e obra, perceberam na escrita e no fazer historiográfico de João Lisboa, em muitos aspectos, um historiadorforadacurvanoBrasil do século XIX,ondeoparadigmahistoriográfico eraa história positivista, factual, cronológica e dos acontecimentos.

Lisboabuscavaescrever umahistóriados costumes, umahistóriadas mentalidades políticas doBrasil império, uma história temática, crítica, não cronológica; uma história mais social e cultural que factual, que rompia com a tradição dos cronistas coloniais e dos novos historiadores positivistas. Tentava escrever uma nova história do Maranhão e do Brasil, a partir de novos temas, novos objetos, novos métodos e novas abordagens.

Mas algo que os leitores e estudiosos do autor do Jornal de Timon parecem que nunca conseguiram explicar ou entender direito, como se faltasse uma peça de um quebra-cabeça, foi o porquê ele tinha essa narrativa e historiografia tão inovadora para o século XIX. Quais as inspirações e influências que o levaram a abordagens historiográficas que no Brasil só vão chegar e se popularizarem no século XX, mais precisamente nas últimas décadas desse século. Isso nunca ficou muito claro. Talvez, de fato, nem teria como se chegar a essas conclusões, sem o surgimento de alguma prova documental, mais direta e explícita, ou seja, sem um dado novo.

É sobre isso, esse dado novo, a respeito de João Lisboa, suas leituras e influências, que queremos neste artigo, discorrermos edivulgarmos em primeiramão,para acomunidadeacadêmica, os pesquisadores eparao grande

público, pois recentemente, uma descoberta inédita e incrível, de um manuscrito, que chegou até o nosso conhecimento, revela que o historiador maranhense, era leitor do historiador francês, Jules Michelet, seu contemporâneo, porém no contexto da França.

No entanto, até hoje, não havia qualquer evidência direta de que Lisboa tivesse lido ou se inspirado em Jules Michelet (1798-1874), o renomado historiador francês do século XIX que é comumente conhecido como um dos principais precursores do que hoje chamamos de nova história cultural.

É no século XIX, em meio a uma história positivista, norteada por uma metodologia inspirada nos moldes das ciências experimentais, onde o elemento básico era o fato histórico, ou seja, o acontecimento que Michelet surge como um historiador que busca outros modelos de explicação da sociedade, uma história da moda alimentar, da sensibilidade, do comportamento das elites francesas no século XVIII, das mentalidades, enfim, uma história etnológica. Nesse sentido, afirma Jacques Le Goff (1993): "Lucien Febvre ontem, um Fernand Braudel hoje, que primeiro viram em Michelet o pai da história nova, da história total que quer abarcar o passado em toda a sua totalidade, desde a cultura material até às mentalidades".

Esse cenário muda radicalmente agora com essa recente descoberta desse documento, um bilhete manuscrito, autêntico, assinado por João Lisboa, no qual ele menciona diretamente o autor da História da Revolução Francesa (1847-1853). O destinatário da referida correspondência era o seu amigo e futuro biógrafo, Antônio Henriques Leal (autor do Panteon Maranhense). O conteúdo em linhas gerais é sobre Lisboa escrevendo para Henriques Leal, alegando não poder comparecer a certo encontro, pois estaria enfermo, no entanto, pede ao amigo que envie o “Michelet.’’ Ora, parece evidente que Lisboa está usando uma figura de linguagem, uma metonímia, ou seja, trocando o autor pela obra.

O documento foi encontrado por acaso, esquecido no interior de um livro raro do século XIX, adquirido há uns dez anos em um sebo do Rio de Janeiro por um bibliófilo maranhense, mas que somente agora, há uns nove meses, que sua transcrição foi finalmente feita por este autor, tendo seu conteúdo surpreendente, revelado.

Em abril de 2024, o colecionador,ao nos mostrar a fotodopequenomanuscrito,viaWatsApp, cujatranscrição fizimediatamente.Percebitratar-sedetextoautêntico,inéditoedeconteúdoincrivelmenterevelador.Oalertei à época, sobre a possível dimensão do achado.

Um bilhete original, autêntico e inédito de João Francisco Lisboa, perdido, por si só, já se constituía em algo muito valioso, como percebeu desde o início o referido bibliófilo, mesmo que seu conteúdo fosse trivial e não trouxesse nenhuma revelação mais especial. Porém, decididamente não era o caso. Tal foi minha surpresa ao concluir a transcrição que levou alguns poucos minutos.

Como que por um átimo, um filme passou em minha cabeça e rapidamente, imaginei tudo que aquelas poucas linhas poderiam revelar e trazer luz aos estudos de João Lisboa. Seria o elo perdido, a pedra angular, aquela peça do quebra-cabeça que faltava, que há pouco nos referimos? Finalmente, depois de tanto tempo esquecido no interior de um livro, mas não um livro qualquer e sim: “Obras de João Francisco Lisboa”, edição póstuma, revisada e publicada em São Luís por Luiz Carlos Pereira de Castro e Henriques Leal, no ano de 1864 (1.ª edição).

Fiz imediatamente as conexões da obra do nosso Timon, do seu fazer historiográfico tão desconcertante para época e seu contexto com o historiador francês, Jules Michelet. A conclusão, para mim, parecia clara. Na verdade, aquele bilhete era uma evidência. Lisboa lia Michelet! Era seu leitor e isso, em grande medida, explica o tipo de historiografia fora dos padrões, praticada por ele no Maranhão. Essa correspondência comprova isso, é a prova documental, cabal. Lisboa era leitor do historiador francês que na França rompia com a história positivista e buscava fazer uma nova história dos franceses e da nação francesa. João Lisboa, por seu turno, no Maranhão, ao mesmo tempo, influenciado provavelmente pelas ideias e historiografia do seu colega francês, pelos seus livros, tentava fazer o mesmo aqui, se inspirando e readaptando à nossa história, realidade social, cultural e a sua própria visão de mundo e de história.

Exceção à regra, esse achado confirma o que a historiadora e professora emérita da USP Maria de Lourdes Mônaco Janotti já sugeria nos anos de 1970, inicialmente em sua tese de doutoramento (1971) e depois em livro: “João Francisco Lisboa: jornalista e historiador”, publicado pela editora Ática, em 1977. Ela foi a

primeira e única estudiosa a traçar paralelos entre a historiografia do maranhense e a do historiador francês em questão (ou sua corrente historiográfica), mas até então sua tese carecia de mais evidências diretas. Agora, com este bilhete, sua hipótese ganha um novo fôlego.

Acerca disso, afirma Janotti (1977, p. 50 a 51): “[Lisboa] ainda promete explorar a “índole” do nosso povo, no que demonstra ligar-se aos anseios do movimento romântico [...] Assim, a Historiografia romântica francesa, para tomar um exemplo, tem em Michelet o historiador da “Alma francesa”, de uma idealização onde os fatos históricos perdem a sua real dimensão [...]. Ainda, e de conformidade com o espírito romântico, não hesita Lisboa em considerar a possibilidade de prever os acontecimentos históricos [...] (grifo nosso)”.

Para Janotti, a visão de história de João Lisboa estava associada à visão da historiografia romântica francesa e destaca como principal nome dessa corrente historiográfica do século XIX, o historiador Jules Michelet, estabelecendo assim de alguma forma, se não diretamente, mas indiretamente uma ligação entre esses dois historiadores.

Não citando de forma categórica que Lisboa era leitor da obra de Michelet, mas sugerindo sua filiação à historiografia românica europeia, da qual Jules Michelet era o grande expoente. Ela percebe também a leitura por parte do historiador maranhense de historiadores românticos franceses e ingleses, cujas referências, estão na bibliografia citada no Jornal de Timon. Demonstrando assim, a autora, imaginação e perspicácia. Em que pese saber da grande circulação de livros importados, traduções e da literatura francesa e europeia em geral no meio intelectual maranhense dos oitocentos.

Tanto João Lisboa quanto Michelet, escreveram histórias impregnadas de análises sobre a sociedade e a cultura. Enquanto este último revolucionou a historiografia europeia com uma abordagem que incluía a história das mentalidades e dos sentimentos, Lisboa, em sua obra, Jornal de Timon, demonstrou um olhar crítico sobre os costumes sociais e políticos do Maranhão e do Brasil. Essa descoberta sugere que João Lisboa não apenas conhecia a obra de Michelet, mas pode ter sido influenciado por suas ideias e visão acerca da história.

A revelação desse documento abre um novo campo de investigação para os historiadores. O impacto desse achado pode levar a novas pesquisas sobre as influências europeias na historiografia brasileira e, especialmente, sobre como João Lisboa absorveu e reinterpretou as ideias de Michelet.

Esse manuscrito reforça a importância de João Lisboa no cenário intelectual do Brasil e destaca a conexão do Maranhão com o pensamento historiográfico europeu do século XIX. A expectativa agora é que esse bilhete seja publicado e analisado em detalhes. O documento pode não apenas confirmar a leitura de Michelet por João Lisboa, mas também revelar nuances inéditas sobre sua visão de história e sociedade.

CADEIRA N.º 23 : JHONATAN UELSON PEREIRA SOUSA DE ALMADA

PATRONO: LUIZ ANTÔNIO VIEIRA DA SILVA

1º Ocupante: Des. Domingos Américo de Carvalho

2º Ocupante: Nicolau Dino de Castro e Costa

3º Ocupante: Merval de Oliveira Melo

4º Ocupante: João Francisco Batalha (renunciante tácita)

CADEIRA N.º 24: ELIZABETH SOUSA ABRANTES

PATRONO: ANTONIO ENES DE SOUSA

1º Ocupante: Dr. José Domingues da Silva

2º Ocupante: José Silvestre Fernandes

3º Ocupante: Dr. Salomão Fiquene

4º Ocupante: Paulo Sérgio Castro Pereira (renunciante tácita)

CADEIRA N.º 25 CLEONES CARVALHO CUNHA

PATRONO: CELSO TERTULIANO DA CUNHA MAGALHÃES

1º Ocupante: Antonio Lopes da Cunha

2º Ocupante: Odilon da Silva Soares

3º Ocupante: Aymoré de Castro Alvim

CADEIRA N.º 26 : MARIA HÉLIA CRUZ DE LIMA

PATRONO: LUIS FELIPE GONZAGA DE CAMPOS

1º Ocupante: Alcino Cruz Guimarães

2º Ocupante: José Joaquim Guimarães Ramos (honorário)

PATRONO: RAIMUNDO LOPES DA CUNHA

1º Ocupante: Cel. Tasso de Moraes Rêgo Serra Raimunda Nonata Fortes Carvalho Neta (Sócia Correspondente - 25.01.2012)

CADEIRA N.º 27: ASSIR ALVES DA SILVA

CADEIRA

PATRONO: RAIMUNDO NINA RODRIGUES

1º Ocupante: João Bacelar Portela

2º Ocupante: Celso Aires Anchieta

3º Ocupante: Benedito Clementino de Siqueira Moura

4º Ocupante: Clênia de Jesus Pereira dos Santos (renunciante tácita)

N.º 28: RAIMUNDO DA SILVA COSTA

CADEIRA N.º 29: ABIANCI ALVES DE MELO

PATRONO: JOSÉ RIBEIRO DO AMARAL

1º Ocupante: Arnaldo de Jesus Ferreira

2º Ocupante: Luís Carlos Cunha

3º Ocupante: Antonio Rufino Filho (Pediu afastamento)

CADEIRA

PATRONO: JUSTO JANSEN FERREIRA

1º Ocupante: Olímpio Ribeiro Fialho

2º Ocupante: Profª. Ilzé Vieira de Melo Cordeiro (Sócia honorária e falecida em 04.07.2017)

CADEIRA N.º 31: RONALD PEREIRA DOS SANTOS

PATRONO: ANTONIO LOPES DA CUNHA

1º Ocupante: José Sarney (Sócio Honorário)

CADEIRA N.º 32 : CRISTIANO DE LIMA VAZ SARDINHA

PATRONO: ACHILLES DE FARIA LISBOA

1º Ocupante: José Ribeiro de Sá Vale

2º Ocupante: Waldemar da Silva Carvalho

3º Ocupante: João Mendonça Cordeiro (Pediu para sair)

CADEIRA

PATRONO: FREI CRISTOVÃO DE LISBOA

1º Ocupante: Orlandex Pereira Viana

2º Ocupante: Terezinha de Jesus Almeida Silva Rêgo (Sócia Honorária – 16.11.2022)

PATRONO: WILSON DA SILVA SOARES

1º Ocupante: Elizabeto Barbosa de Carvalho

2º Ocupante: Fernando Barbosa de Carvalho

3º Ocupante: Ariceya Moreira Lima da Silva

CADEIRA N.º 34: JOSÉ JORGE LEITE SOARES

PATRONO: DOMINGOS DE CASTRO PERDIGÃO

1º Ocupante: Thucydides Barbosa (tio-bisavô do Pe. João Dias Rezende Filho)

2º Ocupante: Antenor Mourão Bogéa

3º Ocupante: Benedito Bogéa Buzar

4º Ocupante: Cândido José Martins de Oliveira (Renunciante tácito) (faleceu - 19.abril. 2016)

5º Ocupante: Pe. João Dias Rezende Filho (Faleceu – 05.05.2021)

CADEIRA N.º 35: SILVIA JORGE DINO

PATRONO: ASTOLFO DE BARROS SERRA

1º Ocupante: João Freire de Medeiros

CADEIRA N.º 36: ANA LUIZA ALMEIDA FERRO

CADEIRA

PATRONO: JOSÉ CONSTANTINO GOMES DE CASTRO

1º Ocupante: Maria de Conceição Ferreira

N.º 37: MADALENA MARTINS DE SOUSA NEVES

PATRONO: ANTONIO BATISTA BARBOSA DE GODÓIS

1º Ocupante: Waldemar de Sousa Santos

2º Ocupante: Carlos Alberto Lima Coêlho

3º Ocupante: Roque Pires Macatrão (renunciante tácita)

4º Ocupante: Raimundo Nonato Costa Guilhermino (Natinho Costa Fênix) (renunciante tácita)

PATRONO: FRANCISCO GAUDÊNCIO SABBAS DA COSTA

1º Ocupante: Luís Alfredo Neto Guterres Soares

CADEIRA N.º 39: RAIMUNDO NONATO PALHANO SILVA

CADEIRA 40 – LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

PATRONO: JOÃO DUNSHEE DE ABRANCHES MOURA

João Dunshee de Abranches Moura, frequentemente conhecido como Dunshee de Abranches, foi um notável poeta, romancista, jornalista, político e professor brasileiro. Nascido em 2 de setembro de 1867, em São Luís, Maranhão, ele desempenhou um papel significativo na literatura e na política brasileira. Ele foi um dos fundadores do Clube de Regatas do Flamengo e contribuiu para vários jornais e revistas ao longo de sua carreira. Dunshee de Abranches também atuou como deputado estadual e federal e esteve envolvido em diversas iniciativas culturais e educacionais. obras mais famosas incluem:

• "Selva" (1884-1886)

• "Memórias de um Histórico" (1895-1896)

• "Papá Basílio" (1897)

• "Silvio Romero" (1899)

• "Cartas a Rabagas" (1900)

• "O Evangelho da República e Seus Apóstolos" (1903)

• "Exames Gerais de Preparatórios" (1905)

• "A Soberania em Ação" (1908)

• "Tratados de Comércio e Navegação do Brasil" (1909)

• "O Brasil e o Arbitramento" (1911)

• "Lourdes e Cotê D’Argent" (1913)

• "A Conflagração Europeia e Suas Causas" (1914)

• "Brazil and the Monroe Doctrine" (1915)

• "Governos e Congressos da República" (1918)

• "Sonetos Maranhenses" (1923)

• "O Tratado de Versalhes e os Alemães do Brasil" (1924)

• "As Indústrias de Tecido e as Tarifas Aduaneiras" (1925)

• "A Setembrada" (1933)

• "Um Jubileu Carmelitano" (1935)

• "Uma Vida" (1936)

• "O Cativeiro" (1938)

• "A Esfinge do Grajaú" (1940) Essas obras abrangem uma variedade de temas, desde literatura e história até política e economia.

1º Ocupante: José Ribamar Ferreira

JOSÉ DE RIBAMAR SANTOS PEREIRA - RIBAMAR PEREIRA1 – nascido em São Luís em 17 de setembro de 1897, filho do Dr. Alcides Jansen Serra Lima Pereira (advogado) e da poetisa Cristina dos Santos Pereira. Fez seus estudos primários no Instituto Nina Rodrigues, passando depois para o Instituto Maranhense, dirigido pelo Professor Oscar de Barros e, em seguida para o Colégio dos Maristas, realizando exames de preparatórios no Colégio Pedro II da Bahia de Salvador. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Pará em 1925, tendo sido orador de sua escola em todas as solenidades, inclusive nas comemorações do 11 de Agosto (instituição dos

1 IHGM – livro de anotações de Sócios Efetivos, p. 39-39v, (s.d).

Cursos Jurídicos no Brasil). Como orador da Liga Nacionalista falava todos os domingos em praça pública. Em maio de 1920, como sorteado, serviu no 26º. Batalhão de Caçadores, acantonado em Belém, passando a trabalhar na Escola Regimental, que organizou e dirigiu.

Fez, na terra guajarina, sua formação espiritual, colaborando intensamente na ‘Folha do Norte’, com Paulo Maranhão; no ‘Estado do Pará’, com Santana Marques e Arnaldo Lobo; no ‘Imparcial’ com Djard de Mendonça e Adamastor Lopes; na “Evolução” com o senador Fulgêncio Simões; e na Revista ‘Guajarina’. Regressando a São Luís, passou a advogar com seu pai, sendo sucessivamente nomeado Colaborador, Praticante e Terceiro Escriturário do Congresso do Estado; Assistente Judiciário ao Proletariado; 2º. Promotor Público da Comarca da Capital. Por treze anos foi consultor jurídico da Caixa de Aposentadoria e Pensões de Serviços Públicos dos estados do Maranhão e Piauí; exerceu o cargo de 1º. Promotor Público da Comarca de São Luís.

Em 1924, quando acadêmico, exerceu o cargo de professor de Geografia e História do Brasil, do Curso Ginasial do Liceu Maranhense e, em 1926, de abril a outubro, o cargo de professor de Literatura Brasileira do mesmo estabelecimento. Já formado, lecionou História do Brasil no Ateneu Teixeira Mendes, no Colégio São Luís de Gonzaga, na Academia de Comércio do Maranhão e na Escola de Agronomia, tendo sido um dos fundadores destes dois últimos estabelecimentos.

Foi redator da ‘Folha do Norte’ e colaborou em ‘O Dia’, “Correio da Tarde’, ‘Tribuna’, e ‘Revista do Norte’, assim como no ‘Jornal Pequeno’, de Recife, ‘A Tarde’, da Bahia, e ‘Tribuna’, de Santos.

Pertenceu à Academia Maranhense de Letras, OAB-MA, e Associação Maranhense de Imprensa. Publicou: Discursos Acadêmicos (Faculdade de Direito do Pará); Os dez mandamentos do Operário; Duas Teses (concorrendo a cadeira de literatura do Liceu Maranhense); Alma - livro de versos, com a qual entrou para a Casa de Antonio Lobo. Autor de 214 produções musicais escreveu o Hino a Bandeira Maranhense. Foi presidente de honra da União Artística Operária Caxiense.

JOSÉ DE RIBAMAR DA SILVA FERREIRA 2 - SILVA FERREIRA nasceu em 03 de janeiro de 1910, nesta cidade de São Luís. Filho de José Vicente Ferreira e Delfina Maria da Silva Ferreira. Casado com Eulina Gomes Duarte Ferreira deixou três filhos: José de Ribamar da Silva Ferreira (médico), Fernando José Duarte Ferreira e Antonio José Duarte Ferreira (ambos, advogados).

Bacharel em Direito, pela Faculdade de Direito de São Luís, especializando-se em Direito do Trabalho. Foi funcionário do Ministério da Agricultura; exerceu a advocacia defendendo diversos sindicatos classistas, patronais e de empregados, além de representar inúmeras firmas - Varig, Singer, Lojas Brasileiras, Abraão Skeff, J. Aquino Alencar, e outras. Exerceu a função de jornalista. Foi também Juiz do Tribunal Eleitoral e professor universitário. Faleceu a 25 de julho de 1985.

2º Ocupante: Pedro Rátis de Santana

PEDRO RATIS DE SANTANA3 - Nascido em São Luís em 26 de abril de 1906. Foi membro da Polícia Militar, galgando os postos de Cabo até Capitão, patente em que se reformou. Fundou o Clube de

2 CANEDO, E. V. da S. O. de & Outros. Patronos & Ocupantes De Cadeira. São Luís: Fortgraf, 2005, p. 187.

3 CANEDO, E. V. da S. O. & Outros. Patronos & Ocupantes De Cadeira. São Luís: Fortgraf, 2005, p. 187-188

Sargentos da Polícia Militar. Deve-se destacar que foi o primeiro Oficial da corporação a ter nível superior. Bacharelou-se em Geografia e em História, pela Faculdade de Filosofia de São Luís.

Exerceu diversos cargos: Diretor do Liceu Maranhense, do Colégio Municipal Luis Viana, do Ensino Médico do Município (sic), e membro da Comissão Executiva da ADESG – Delegacia do Maranhão. Como Professor, exerceu o magistério nos colégios Batista, Cardoso de Amorim, São Francisco de Assis.

Pesquisador publicou inúmeros trabalhos em jornais e revistas, colaborador ativo da Revista do IHGM. Jornalista manteve no Jornal Pequeno uma coluna – Gotas de Luz -, mesmo nome de programa que mantinha na Rádio Timbira. Palestrante se manifestava quando das comemorações de nossas datas históricas.

Homem de Fé desenvolveu verdadeira ação religiosa e social na Penitenciaria de Pedrinhas - foi uma das maiores autoridades presbiterianas em São Luís, um dos fundadores da Igreja Presbiteriana do Vinhais. Escritor deixou publicado o livro “Problemas Sexuais à luz da Bíblia e da Ciência” e inédito “Estudo sóciopolíticos e geográficos do Maranhão”. Faleceu em 16 de janeiro de 1990, nesta cidade.

3º Ocupante: Carlos Thadeu Pinheiro Gaspar (renunciante tácita)

Nasceu em Viana-MA, a 5 de dezembro de 1939. Ainda criança transferiu-se, com a família, para São Luís, cidade em que fez sua formação educacional: cursos primário no Colégio Maristas (1946-50), ginasial no Colégio Maristas (1951 a junho de 1953, até a metade da 3ª série) e no Colégio de São Luís (ago.1953-54) e de técnico em Contabilidade na Escola Técnica de Comércio do Centro Caixeiral (195557). Bacharel em Direito (1963) pela Faculdade de Direito de São Luís; bacharel (1962) e licenciado (1963) em História e Geografia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade do Maranhão (atual UFMA), instituição de que foi professor, lecionando, ao longo de 16 anos, História da Antiguidade, História da Cultura, História do Maranhão e História das Religiões. Dedicando-se, em seguida, às atividades empresariais, segmento do qual é uma das mais expressivas lideranças, vem dirigindo as diversas empresas que fundou, e tem desempenhado relevantes funções em entidades ligadas à vida econômica maranhense, como, por exemplo: presidente da Junta Comercial do Maranhão (1976-77); vice-presidente da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (1994-96), 1° vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão-Fiema e do Serviço Social da IndústriaSesi; 1° vice-diretor do Serviço Social de Aprendizagem Industrial-Senai; presidente do Clube de Diretores Lojistas de São Luís (1984-88); da Associação Comercial do Maranhão (1990-94), do Conselho Deliberativo do Sebrae-MA e da Federação das Associações Empresariais do Maranhão (1994-98), membro do Conselho Universitário da Universidade Federal do Maranhão.

Empresário do Ano (1990), possui entre diversas outras honrarias, a Medalha La Ravardière, da Prefeitura de São Luís, a Medalha do Mérito Timbira, do Governo do Estado, e a Medalha da Ordem Timbira do Mérito Judiciário, do TRT-16ª Região (no grau de comendador).

Leopoldo Gil Dulcio Vaz é um educador e pesquisador brasileiro, conhecido por suas contribuições nas áreas de Educação Física, Esportes e Lazer. Ele é sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM), ocupando a cadeira nº 40 Leopoldo possui uma Licenciatura Plena em Educação Física e Desportos pela Escola de Educação Física e Desportos do Paraná (1975), além de especializações em Metodologia do Ensino Superior (UFPR/UFMA, 1978) e Lazer e Recreação (UFMA, 1986). Ele também tem um Mestrado em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais (1993) Ao longo de sua carreira, Leopoldo atuou como professor no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) e na Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Ele também foi pesquisador associado do Atlas do Esporte no Brasil e diretor da ONG CEV Leopoldo é autor de vários livros e artigos, incluindo "Ensaios no Tempo: Memória(s) do Esporte, Lazer e Educação Física no Maranhão" (2009) e "Atlas do Esporte no Maranhão" (2013) Nasceu em Curitiba-Pr. Licenciado em Educação Física (EEFDPR, 1975), Especialista em Metodologia do Ensino (Convênio UFPR/UFMA/FEI, 1978), Especialista em Lazer e Recreação (UFMA, 1986), Mestre em Ciência da Informação (UFMG, 1993). Professor de Educação Física do IF-MA (1979/2008, aposentado); titular da FEI (1977/1979); Titular da FESM/UEMA (1979/89; Substituto 2012/13), Convidado, da UFMA (Curso de Turismo). Exerceu várias funções no IFMA, desde coordenador de área até Pró-Reitor de Ensino; e Pró-Reitor de Pesquisa e Extensão; Pesquisador Associado do Atlas do Esporte no Brasil; Diretor da ONG CEV; tem livros e capítulos de livros publicados, e mais de 600 artigos em revistas dedicadas (Brasil e exterior), e em jornais; Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras; Membro da Academia Poética Brasileira; Sócio correspondente da UBE-RJ; Premio “Antônio Lopes de Pesquisa Histórica”, do Concurso Cidade de São Luís (1995); a Comenda Gonçalves Dias, do IHGM (2012); Prêmio da International Writers e Artists Association (USA) pelo livro “Mil Poemas para Gonçalves Dias” (2015); Prêmio Zora Seljan pelo livro “Sobre Maria Firmina dos Reis” – Biografia, (2016), da União Brasileira de Escritores – RJ; Diploma de Honra ao Mérito, por serviços prestados à Educação Física e Esportes do Maranhão, concedido pelo CREF/21-MA (2020); Editor das seguintes revista: “Nova Atenas, de Educação Tecnológica”, do IF-MA, eletrônica; Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, edições 29 a 43, versão eletrônica; Editor da “ALL em Revista”, eletrônica, da Academia Ludovicense de Letras; Editor das “Revista do Léo”, “Maranha-y”, e agora, LUDOVICUS; Condutor da Tocha Olímpica – Olimpíada Rio 2016, na cidade de São Luís - Ma.

AS TRÊS FUNDAÇÕES DO IHGM...[1]

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - Cadeira 40

Membro Fundador da Academia Ludovicense de Letras – Cadeira 21

Sócio da Academia Poética Brasileira – Cadeira 91

Centro Esportivo Virtual

Se esta comemorando os 100 anos de fundação do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão – IHGM. Diz Antonio Lopes da Cunha[2]:

[...] Em 1925, tomei a iniciativa de reunir alguns homens de boa vontade na livraria de Wilson Soares, expondo-lhes a minha ideia de se comemorar o centenário do nascimento de D. Pedro II com a inauguração, nesta capital, de um Instituto de História e Geografia. Os que prestaram apoio à ideia foram: Justo Jansen, Ribeiro do Amaral, José Domingues, Barros e Vasconcelos, Domingos Perdigão, José Pedro Ribeiro, José Abranches de Moura, Arias Cruz, Wilson Soares e José Ferreira Gomes. Mais tarde incorporou-se a esse grupo João Braulino de Carvalho. Ausentes de S. Luís apoiaram calorosamente a ideia Raimundo Lopes, Fran Pacheco, Carlota Carvalho e Antonio Dias, que também foram considerados sócios fundadores do Instituto. (p. 110)

[...] A 20 de novembro realizou-se a sessão inicial, sendo apresentado, discutido e votado os estatutos e eleita a diretoria, cujo presidente foi Justo Jansen. José Ribeiro do Amaral foi eleito presidente da assembleia geral. (p. 111) [3]

Denominava-se "Instituto de História e Geografia do Maranhão"[4], e tinha como objetivos: O estudo e difusão do conhecimento da história, da geografia, da etnografia, etnologia; e arqueologia, especialmente do Maranhão; O incremento à comemoração dos vultos e fatos notáveis de seu passado; e A conservação de seus monumentos.

Em agosto de 1926 surgia a "HISTÓRIA E GEOGRAFIA - Revista trimestral do Instituto de História e Geographia do Maranhão", anno I - 1926 – num. 1, julho a setembro, com 97 páginas, contendo ilustrações, e impressa na Typ. Teixeira - São Luiz[5]. Era seu Diretor Antonio Lopes (da Cunha): Diretoria 1926-1927: Dr. Justo Jansen Ferreira –presidente; Dr. José Domingues da Silva – vice-presidente; Dr. Antonio Lopes da Cunha – secretário-geral; Wilson da Silva Soares – tesoureiro;

Ainda foram criadas as seguintes Comissões: de Geografia – José Domingues, Abranches de Moura, Justo Jansen; de História: Ribeiro do Amaral, B. Vasconcelos, Ferreira Gomes; de Bibliografia: Domingos Perdigão, Arias Cruz, José Pedro.

Não foram preenchidas 13 vagas de sócio e de 13 de correspondentes. Como se observa, foram criadas 30 cadeiras de sócios efetivos e 30 de correspondentes. Após a nominação de cada sócio efetivo, há uma pequena biografia de cada um com sua produção científico-literária. Dos sócios correspondentes, a indicação do estado onde residem e indicação daqueles que são maranhenses[6]

OU TERIA SIDO FUNDADO JÁ EM 1918?[7]

Em dezembro de 2011 recebo informação - telefonema de antigo colega professor da Escola Técnica Federal do Maranhão, hoje IF-MA – de que achara uma raridade que se referia ao IHGM e à sua Fundação[8]:

[...] O INSTITUTO HISTÓRICO Um carteiro dos telégrafos andava ontem com um telegrama na mão, a procura do Instituto Histórico do Maranhão que se fundou aqui por iniciativa do Sr. Simões Silva. Ora, por mais que o estafeta batesse as ruas da cidade, a cata do cujo, não conseguiu notícias do seu paradeiro, chegando a conclusão de que se de fato existe, foi como as rosas de Moliere, ou se de fato nasceu, nasceu já defunto. Afinal depois de muito andar e

muito escarafunchar, o homem teve uma idéia, foi depor o telegrama nas mãos do ilustre prof. Amaral, que o abriu e teve a gentileza de no-lo mostrar, a fim de que publicássemos o seu texto. É o seguinte: Cuiabá, 17 Instituto Histórico – Maranhão Tenho a satisfação de comunicar a esse Instituto que acaba de ser reconhecido por sentença proferida pelo tribunal arbitral, constituído pelos ministros Pires de Albuquerque, deputado Prudente de Moraes e o conde de Afonso Celso, o direito de Mato Grosso a toda região contestada pelo visinho estado de Goiás, terminando uma questão secular de limites entre os dos estados. Bispo de Aquino – Presidente

Chamo atenção para a data de publicação: 21 de dezembro de 1920. Vamos ao outro texto, publicado no dia seguinte – 21 de dezembro de 1920 – no mesmo A PACOTILHA[9]:

INSTITUTO HISTÓRICOMeus caros amigos: É tão fácil fazer espírito a propósito de qualquer coisa, como falar mal, do próximo, sem propósito nenhum.Desculpem-me esta barata filosofia de algibeira, trasida por uma vossa noticia de ontem.Retrata-se nela um artefato boletineiro, naquele passo rápido que lhe conhecemos, a cata do Instituto Histórico do Maranhão.Economizaria canseiras, se chegasse ao visinho correio e perguntasse lá a quem devia dirigir-se. Responder-lhe-iam logo.Se a memória não nos falha, o Instituto (chasquea?) dofundou-o cá, em julho de 1918, o dr. Simõens da Silva, que testemunhou aos presentes o seu "grande espanto" por não haver ainda aqui uma corporação dessa natureza. Sob o consenso dos mesmos presentes, leu-se e aclamou-se a lista da diretoria, em que figuravam os nomes dos senhores Dr. Viana Vaz, prof. José Ribeiro de Amaral, dr. Augusto Jansen, prof. Raimundo Lopes, Domingos Perdigão, etc.A nossa modesta pessoa foi escolhida para secretário geral. Mas assoberbadissimo por mil e uma ocupações e não nos tendo os eleitos expressos nenhum desejo de corresponder a gentil iniciativa do ilustre etnógrafo, houvemos por bem remeter-nos a uma presente silencio.Abracem o vosso – Fran Pacheco" (grifamos)

O Sr. Simões da Silva – conforma noticia A PACOTILHA edição de 4 de abril de 1917, fora designado pelo IHGB a percorrer diversos estados para preparar o congresso americanista, providenciando a organização de comissões locais:

Os Srs. Afonso Celso, Manoel Cícerp e Max Fleuss, presidente, vice-presidente e secretário da comissão preparatória do congresso dos americanistas, renunciaram os seus cargos, visto o governo ter nomeado terceiro-vicepresidente, o sr. Simões da Silva, que vai percorrer, remunerado, os estados, afimde organizar comissões locais.

A ideia de fundar-se um Instituto Histórico parte de Fran Paxeco, em reunião da Academia Maranhense de Letras, conforme consta de nota publicada em 12 de agosto de 1918, em O Jornal: Também em "A Pacotilha", edição de 13 de agosto daquele ano de 1918 refere-e a pronunciamentos na Academia Maranhense de Letras sobre a necessidade de ter-se instalado um Instituto Histórico: Em 1919, o Instituto indicou seus representantes para o Congresso de Geografia: Cel. José carneiro de Freitas, Justo Jansen ferreira, e José Ribeiro do Amaral O Jornal, 23 de agosto de 1919

Em "O Diário de São Luis", edição de 23 de dezembro de 1920, há o seguinte comentário: [...] Fran Paxeco, secretário geral do Instituto Histórico aqui fundado pelo dr. Simões da Silva [...]: Em 1921, o Instituto estava em pleno funcionamento, com o Sr. Viana Vaz na sua Presidência, conforme consta de nota de 6 de julho de 1921, em "O Jornal":

A posse da nova diretoria, com o Dr. Viana Vaz à frente, se dera em 25 de janeiro de 1921, conforme noticia o "Diário de São Luiz":

Logo a seguir, reuniram-se os seus membros para tratar da conferencia americanista (O Diário, 21 de fevereiro de 1921):

Nos jornais da época, como no caso do Jornal do Povo, edição de 17 de dezembro de 1926 há uma referencia às descobertas de galerias subterrâneas, encontradas nas escavações que se faziam nos terrenos da Prefeitura. Encontradas várias galerias, que apontavam a várias direções, e algumas ossadas e objetos feitos de osso. Pede-se a manifestação do Instituto Histórico... 1926, Antonio Lopes já havia fundado um novo IHGM... O Instituto fundado pelo Dr. Simões em 1918 ainda funcionava em 1921; quatro anos após, ocorre uma nova fundação, do Instituto de História e Geografia... o que aconteceu? Novos sócios são admitidos: José Maria Lemercier, Bacelar Portela, Fernando Perdigão, Leopoldino Lisboa, Tasso Serra, Renato Nascimento Silva. Saudará os novos sócios o dr. Antonio Lopes

Em "A Pacotilha" - de 20 de dezembro de 1929 -, José Domingues da Silva pede seu desligamento do IHGM. Anunciase a crise que viria se abater ao mesmo, imobilizando-o até 1938?

Na coluna Reverbero de junho de 1938, pergunta: onde fica o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão? Começa seu artigo do dia comentando artigo de O Imparcial, 'um ponto de vista', de que a mocidade maranhense não sabe História do Maranhão. Ao que replica, 'nem história, nem geografia':

Houve época que o IHGM foi relegado à cupins. OU FUNDADO EM 1864?[10]

Quando ainda morava em São Luis [o Visconde de Vieira da Silva] [11] foi um dos fundadores do Partido Constitucional em 1863 (...) Foi nessa época que, juntamente com João da Matta de Moares Rego, César Augusto Marques[12], João Vito Vieira da Silva[13] e Torquato Rego, fundou o primeiro Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e, em 1865, dessa vez ao lado de Sotero dos Reis, Francisco Vilhena, Heráclito Graça, Antonio Henriques Leal, Antonio Rego, reunidos no colégio de Humanidades, dirigido por Pedro Nunes Leal, discutiam a formação de agremiações literárias e o futuro da vida cultural da província (...). (BORRALHO, 2010, p. 49; grifamos)[14].

Perguntando sobre essa informação ao Prof. Dr. Borralho: de onde a tirara? Se a fonte era confiável? Ao que me respondeu sim, a ambas as perguntas: a fonte seria Antonio Henriques Leal, na introdução do livro de Vieira da Silva sobre a Independência do Maranhão... Nada encontrei na edição que tenho[15].

Em resposta a novas inquietações, Dr. Henrique informa que em "Fidalgos e Barões" [16], de Milson Coutinho, também aparecia a afirmação:

[...] Vieira da Silva, ao regressar da Europa, encontro na terra natal a efervescência política e jornalística costumeira (...) parece ter dado conta de que a poesia não era seu forte, de modo que mergulhou no jornalismo (...). Em 1863 abriu cisão com seus antigos companheiros de credo político e fundou o Partido Constitucional, que tinha no jornal A Situação o órgão que defendia o programa desse novo grêmio político, integrado por Vieira da Silva, Silva Maia, José Barreto, Colares Moreira e outros mais. Foi por esse tempo que fundou o Instituto Histórico e Geográfico, instituição provincial que pretendia arregimentar a chamada classe literária, a exemplo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, cenáculo-maior das letras imperiais. Revela Dino (1974, p. 55) que o Instituto abrigou, inicialmente, nomes que futuramente ganhariam peso literário, dentre os quais João da Mata Moraes Rego, Cesar Marques, João Vito Vieira da Silva e Torquato Rego. "Sem maior futuro, o primeiro IHGM naufragou. Em seu lugar nasceu a Academia de Letras do Maranhão, iniciativa de Vieira da Silva, que funcionava numa das salas do Instituto de Humanidades, de Pedro Nunes Leal. Também não foi à frente. (...)" (p. 429-430). (grifamos).

Encontramos, mais uma vez em Milson Coutinho (1986; 2007)[17] mais informações sobre essa fundação, desta vez dando a data em que ocorreu:

[...] Com amigos literatos da época, Vieira da Silva fundou, em 28.7.1864, o Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, do qual fizeram parte, como sócios, entre outros luminares de nossas letras, João da Mata de Moraes Rego, Dr. César Marques, Dr. João Vito Vieira da Silva e Dr. Torquato Rego. Pertenceu, igualmente, à primeira Academia de Letras do Maranhão, fundada em 1865, em uma das salas do Instituto de Humanidades, colégio dirigido pelo Dr. Pedro Nunes Leal. Daquele silogeu foram sócios homens da estirpe cultural de Sotero dos Reis, Francisco Vilhena, Herácito Graça, Henriques Leal, Antonio Rego e outros. (COUTINHO, 1986: 52; 2007: 277).

Em "Fidalgos e Barões", Milson Coutinho faz referencia a Nicolau Dino, em biografia do Visconde de Vieira da Silva[18] de onde teria obtido as informações sobre a fundação do IHGM naqueles idos de 1863: [...] IX - NO SEIO DOS PRIMEIROS IMORTAID DA PROVINCIA PRESIDENTE DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO [...] em 28 de julho de 1864, Luiz Antonio Vieira da Silva era aclamado presidente do Instituto Histórico e Geográfico que se fundava naquele dia, em casa de Augusto Marques e com a colaboração deste, do Tenente Coronel Ferreira, Padre Dr. Cunha, João da Mata, Dr. Cesar Marques, Dr. Tolentino Machado, Tenente Coronel João Vito, Dr. Torquato Rego, Pedro Guimarães e Frei Caetano. O Dr. Cesar Marques leu um discurso relativo ao ato e o Padre Dr. Cunha apresentou o projeto dos estatutos da nova associação. (p 55-56). (grifamos).

E em Nota de pé-de-página:

(30) Augusto Cesar Marques - farmacêutico, irmão de Cesar Marques. Tenente Coronel de engenheiros - Fernando Luis Ferreira[19]. Padre Dr. João Pedro da Cunha. João da Mata de Moraes Rego - escrivão, autor de crônicas sobre a imprensa do Maranhão muito apreciadas. Dr. João Vito Vieira da Silva, engenheiro militar. Frei Caetano de Santa Rita Serejo[20], maranhense, Superior do Convento dos Carmelitas (p. 56).

No Blog "Família Vieira"[21] consta postagem em 1º de agosto de 2010 dados sobre os "VIEIRA DA SILVA E SOUSA –Maranhão" consta os VIEIRA DA SILVA, importante família do Maranhão, com ramificações no Ceará, à qual pertence o Brigadeiro Luiz Antônio Vieira da Silva, com carta de Brasão de Armas passada em 30 de Julho de 1804 (Visconde de Sanches de Baena - Arquivo Heráldico Genealógico. Páginas 445, 446. No. 1761 - Lisboa. Typographia Universal, 1872), que deixou numerosa descendência do seu casamento em 1775, com Maria Clara de Souza. Entre os descendentes deste último casal:

[...] I - O filho, Joaquim Vieira da Silva e Souza, nascido em 12 de Janeiro de 1800, no Maranhão e falecido em 23 de Junho de 1864, São Luiz, Maranhão[22]; II - O filho, João Victor Vieira da Silva[23], Tenente-Coronel Graduado, em 1856. Engenheiro-Militar. Em 1857, servia na Província do Maranhão. Cavaleiro da Imperial Ordem de S. Bento de Aviz. Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa. III - O neto, Dr. Luiz Antônio Vieira da Silva, nascido em 2 de Outubro de 1828, em Fortaleza, Ceará e falecido em 3 de Novembro de 1889, no Rio de Janeiro, Doutor em Leis e Cânones pela Universidade de Heidelberg, no Grão-Ducado de Baden, Alemanha. Literato, dedicado aos estudos da História. Secretário do Governo do Maranhão de 1854 a 1858. Diretor da Repartição de Terras de 1859 a 1860. Procurador Fiscal da Tesouraria da Fazenda em 1859. Deputado Provincial pelo Maranhão de 1860 a 1861. Deputado à Assembléia Geral Legislativa, pelo Maranhão, em 3 Legislaturas, de 1861 a 1863, de 1867 a 1868 e de 1869 a 1871, Senador do Império, pelo Maranhão de 1871 a 1889. 1.º VicePresidente da Província do Maranhão em 1875, tendo exercido a Presidência de 17 de Janeiro a 02 de Fevereiro de 1876. Ministro da Marinha de 1888 a 1889 e Presidente da Província do Piauí de 1869 a 1870. Conselheiro de Estado. Conselheiro de Sua Majestade. Moço Fidalgo da Casa Imperial. Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa. Foi agraciado com o Título de Visconde com Honra de Grandeza de Vieira da Silva por Decreto de 05 de Janeiro de 1889. (...) Com geração do seu casamento com Maria Gertrudes da Mota de Azevedo Correia, nascida em 1836 e falecida em 6 de Novembro de 1911, no Rio de Janeiro, Viscondessa de Vieira da Silva, filha do Conselheiro Joaquim da Mota de Azevedo Correia e de Maria Getrudes de Azevedo Correia.

Destacamos do texto acima o que segue:

Grão Mestre da Maçonaria. Membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1863. Membro da Sociedade de Geografia de Lisboa. Membro da Academia Real de Ciências de Lisboa. Membro do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão e do Instituto Arqueológico e Geográfico de Pernambuco. (grifamos)

Consta no jornal "A Situação", edição de 04 de agosto de 1864 notícia da necessidade de uma instituição para estudo da História e geografia

Em "O Paiz", edição de 18 de agosto de 1864, p. 2, o seguinte aviso de reunião do Instituto de História e geografia. Em "A Situação", edição de 20 de outubro de 1864, apresentado o projeto do Estatuto. Novo anúncio, convocando reunião, aparece em 27 de outubro de 1864; E em 29 de outubro é lembrado aos sócios de que haveria a reunião já marcada:

[1] VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ELITISMO NO IHGM. REVISTA IHGM N. 30, agosto 2009 ed. Eletrônica 123- 185

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. ÍNDICE DA REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO. REVISTA IHGM N. 30, agosto 2009 ed. Eletrônica 186-205

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. IHGM FUNDADO EM 1864? REVISTA IHGM No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 61 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-_setembro_2011

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. QUANTOS ANOS, MESMO, DO IHGM? REVISTA IHGM n. 39, dezembro 2011, p. 81 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39_-_dezembro_2011

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. OS sócios do instituto histórico e geográfico do maranhão. Revista IHGM, No. 43, DEZEMBRO de 2012, p. 59. http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_43_-_dezembro_2012

[2] LOPES DA CUNHA, Antônio. Instituto histórico. In ESTUDOS DIVERSOS. São Luís: SIOGE, 1973.ANTÔNIO LOPES DA CUNHA nasceu na cidade de Viana – Maranhão -, em dia 25 de maio de 1889 e faleceu em São Luís a 29 de novembro de 1950. Filho do desembargador (e futuro governador do Estado) Manuel Lopes da Cunha e D. Maria de Jesus Sousa Lopes da Cunha. Foi o fundador e secretário perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão.

[3] Art. II do Regimento Interno, publicado na REVISTA DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO MARANHÃO, ano I, no. 1, julho a setembro, 1926, p. 61;

[4] Art. II do Regimento Interno, publicado na REVISTA DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DO MARANHÃO, ano I, no. 1, julho a setembro, 1926, p. 61;

[5] HISTÓRIA E GEOGRAFIA- REVISTA TRIMESTRAL DO INSTITUTO DE HISTÓRIA E GEOGRAPHIA DO MARANHÃO, São Luís, ano I, n. 1, julho/setembro, 1926

[6] 1, julho/setembro, 1926, p. 55 a 59; Ver. Geo. E Hist., ano 2, n. 1, novembro de 1948, p. 148)

[7] VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. QUANTOS ANOS, MESMO, DO IHGM? REVISTA IHGM n. 39, dezembro 2011, p. 81 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_39_-_dezembro_2011

[8] in Jornal PACOTILHA, edição de 21 de dezembro de 1920

[9] in Jornal PACOTILHA, edição de 21 de dezembro de 1920)

[10] VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. IHGM FUNDADO EM 1864? REVISTA IHGM No. 38, setembro de 2011 – Edição Eletrônica, p 61 http://issuu.com/leovaz/docs/revista_ihgm_38_-_setembro_2011

[11] LUÍS ANTÔNIO VIEIRA DA SILVA, o Visconde de Vieira da Silva, (Fortaleza, 2 de outubro de 1828 3 de novembro de 1889) foi um advogado, banqueiro e político brasileiro. Era filho do ex-ministro do STJ Joaquim Vieira da Silva e Sousa. Foi deputado provincial, deputado geral, presidente de província, ministro e conselheiro de Estado e senador do Império do Brasil de 1871 a 1889

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão

Academia Ludovicense de Letras

Academia Poética Brasileira

Centro Esportivo Virtual

Ontem, 08/01/2025, fui a uma apresentação de pesquisa sobre o IHGM, em um órgão cultural de nosso Estado, e ao falar daquelas que já havia feito sobre o mesmo assunto, fui questionado pelo coordenador dessa nova pesquisa, pelo fato de ser Professor de Educação Física! – o que um professor de Educação Física fazia em um Instituto Histórico!!! Após explicar que trabalho com memória e histórias de vida, especialmente a memória das atividades físicas e esportivas do/no Maranhão, disse a ele que, além de professor, tinha um Mestrado na área da Ciência da Informação. A Ciência da Informação (CI) é um campo interdisciplinar que estuda a informação desde a sua geração até a sua transformação em conhecimento. A CI analisa, coleta, classifica, manipula, armazena, recupera e dissemina a informação.

É isso que faço...

Acho estranho o comportamento das pessoas quando digo que sou professor e reagem com um AHHHH! E quando informo que de Educação Física, reagem com outro AAAAH! De decepção, como se nós, Professores de Educação Física e Esportes não fossemos, ou não tivéssemos capacidade, de elaborar alguma coisa, intelectualmente, além de fazer ginástica e ensinar a jogar bola. Sim!!! Também pensamos!!! Afinal, somos PROFESSORES. Isso me lembra Woody Allen quando parafraseando um importante pensador, afirmou que “quem não saber fazer, ensina, e quem não sabe ensinar, ensina educação física”. Lamentável...

Mas vamos ao que interessa: desde o inicio da escolarização, a Educação Física é matéria importante na alfabetização das crianças e orientação para a vida das pessoas. Recomendo a leitura de “Do homo movens ao homo academicus –rumo a uma teoria reflexiva da Educação Física”, de Juliano de Souza, Editora LiberArs,São Paulo, 2021. Procurem...

A GYMNÁSTICA/EDUCAÇÃO FÍSICA NO MARANHÃO – UM POUCO DE SUA HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO

O primeiro registro encontrado onde aparece a palavra “ginástica” data de 1841, conforme anúncio no “JORNAL MARANHENSE” sob o título de:

“THEATRO PUBLICO - Prepara-se para Domingo, 21 do corrente huma representação de Gimnástica que será executada por Mr. Valli Hércules Francez, mestre da mesma arte de escola do Coronel Amoroz em Paris; e primeiro modelo da academia Imperial de Bellas Artes do Rio de Janeiro, que terá a honra de apresentar se pela primeira vez diante d’este Ilustrado público, a quem também dirige agradar como já tem feito nos principais Theatros de Europa , e deste Império. “Mr. Valli há contractado o Theatro União, para dar sua função, junto com Mr. Henrique, e tem preparado para este dia um espetáculo extraordinário que será composto pela seguinte maneira: Exercícios de forças, Agilidade e posições Acadêmicas Exercícios no ar e muitas abelidades sobre colunnas assim como admiraveis sortes nas cordas “Nos intervalos de Mr. Valli, se apresentará Mr. Henrique, para executar alguns exercícios de fizica, em quanto Mr. Valli descansa.”

Aulas de Dança e Música faziam parte dos currículos escolares, lembrando que na legislação de ensino da época, já constava o de ginástica, dentro do núcleo das Belas Artes, que compreendia o desenho, música, dança, esgrima, e ginástica. Aparecem desde 1842 e 1843, quando eram anunciadas as matriculas, sendo que estas, já desde aquela época, seriam pagas à parte.

A referência dos primeiros professores é de 1844, quando da abertura do “Colégio das Abranches”, para meninas, com aulas de gimnástica e dança), ministradas pelas professoras D. Amância Leonor de Castro Abranches, e tinha, ainda, como professora, D. Emília Pinto Magalhães Branco, mãe dos escritores Aluizio, Artur e Américo de Azevedo. “... não somente sobre as disciplinas escolares com também sobre o preparo physico, artístico e moral das alumnas. Às quintas-feiras, as meninas internas participavam de refeições, como se fossem banquetes de cerimônia, para que se habituassem 'a estar bem á mesa e saber como se deveriam servir as pessoas de distinção'. Uma vez por semana,

à noite, havia aula de dança sob a rigorosa etiqueta da época, depois de uma hora de arte, na qual ouviam bôa música e aprendiam a declamar." (ABRANCHES, 1941, p. 113-114)

Antônio Francisco Gomes propunha, em 1852, que além da ginástica, os exercícios de natação, esgrima, dança, jogo de malha e jogo da pella para ambos os sexos (CUNHA JÚNIOR, 1998, p. 152). Mas vimos que no “O Observador”, edição de 25 de abril de 1853, que o Inspetor da Instrução Pública publica seu relatório, na parte em que trata das escolas particulares de primeiras letras e médio da capital, constata que nos dois colégios existentes não havia aula de Ginástica.

Em 1861, o Sr. Alfredo Bandeira Hall lecionava inglês (1861), tendo inclusive publicado uma gramática adotada pelo Lyceo Maranhense, e exerceu a função de Inspetor de Ensino, atuando em vários exames da 2ª Freguesia. No guia de profissionais, do Almanaque do Maranhão, aparece como Professor de Esgrima e ginástica - Alfredo Hall, residente na Rua do Alecrim, 17. Além dele, outro professor de dança é identificado

No Instituto de Humanidades, em 1861, eram oferecidas aulas de gymnastica, esgrima, dança, tendo o Professor Hall como responsável.

No período de 1861 a 1871 verifica-se a presença de alunos de nacionalidade brasileira no Philantropinum, sediado em Schnepfenthal; dentre esses alunos vamos encontrar alguns membros da Familia LaRoque, estabelecidos no Maranhão e no Pará. Essa escola, sediada na Alemanha, destinava-se a formar professores de gymnastica, porém não encontramos, ainda, evidencias de que tenham se dedicado ao ensino de educação física, seja no Maranhão, seja no Pará.

É de 1869 o anuncio de criação do Collégio da Imaculada Conceição - sendo seus diretores os Padres Theodoro Antonio Pereira de Castro; Raymundo Alves de France; e Raymundo Purificação dos Santos Lemos. No que se referia às Bellas Artes – desenho, música vocal e instrumental, gymnástica, etc., mediante ajustes particulares com os senhores encarregados dos alunos. (A ACTUALIDADE n. 28, 28 de dezembro de 1869).

A Ginástica, especialmente a que fazia uso de aparelhos, se prestava para espetáculos circenses, como já vimos em anúncios do princípio do século. No jornal O Apreciável, edição de 1876 se comentava o espetáculo de ginástica dado pelos ginastas portugueses Pena e Bastos. Nos anos 1880, pelo menos três companhias circenses visitavam São Luis, com apresentações de ginástica, o mesmo acontecendo na década seguinte, como em 1890, em que o cidadão Candido de Sá Pereira solicitava o Teatro de São Luis para três apresentações de Ginástica, sendo lhe deferido o pedido e ser aviso o administrado do Teatro (A República, expediente de 12 de abril de 1890).

Instigante anuncio encontrado em 27 de agosto de 1877: o Clube de Gimnástica e Esgrima se reuniria em sessão. Símbolo da modernidade que se implantava, o Club de Ginástica e Esgrima era referido como uma das evidências dos avanços que a cidade apresentava.

No Publicador Maranhense, de 5 de dezembro de 1879 anunciava-se as aulas do colégio espanhol, que iniciara suas atividades já em 1848; incluída entre as matérias a ginástica.

Aluísio Azevedo, tanto em "O Mulato" - publicado em 1880 -, como em uma crônica publicada em 10.12.1880, propõe uma educação positivista para as mulheres maranhenses: "... é dar à mulher uma educação sólida e moderna, é dar à mulher essa bela educação positivista ... é preciso educá-la física e moralmente ... dar-lhe uma boa ginástica e uma alimentação conveniente ...".

Em 1883, é publicado anúncio em que Virgilio Tavares de Oliveira se propunha a ensinar gimnástica, oferecendo-se a ensinar gratuitamente nos colégios da rede pública.

Também no interior, os colégios ofereciam, em seus programas de ensino, a Ginástica, como se vê desse anuncio no Diário do Maranhão de 7 de março de 1884, do Colégio Popular, em Barra do Corda.

O Dr. Gouveia Filho, na edição de A Pacotilha, jornal da tarde, de 24 de abril de 1886 trazia um artigo, numa coluna ‘Litteratura”, com o título “Educação Physica”, onde afirma que essa palavra não tinha significação entre nós. Em outro artigo, em edição seguinte, também é ressaltado – desta vez por Ramalho Urtigão – a ginástica como parte do processo educacional.

O Jornal A Pacotilha de 7 de dezembro de 1887 traz nota sobre a reforma da instrução pública, em que em que é aprovado o programa de ginastica para todas as escolas de 1ª. a 4ª , apresentado pelo professor Pedro Manoel Borges. Informava-se que seria o primeiro programa, desse gênero, apresentado no Brasil.

O Sr. Sabino Erres, que fundara uma Escola de Ginástica – a 15 de novembro – em 1889, e que funcionou em diversos lugares nesta cidade, apresentando-se no Teatro com seus alunos, assim como na sede de sua escola, com programas de trapézio e barras, cordas. Em 1890 – no Diário de 1º de abril - publica aviso que estava disposto a concorrer à cadeira de ginástica, que se abria no Liceu, em função da reforma do ensino. O “artista” Sabino Erres continuava a apresentar-se em funções de circo, executando números de gymnástica, utilizando-se de cordas, trapézios e barras, junto com outros ‘artistas’ ginastas – como Diocleciano Belfort. Continuava com sua escola, a 15 de novembro, de ginástica; pelo que se depreende, na formação de ‘artistas de ginástica’, para apresentação em espetáculos. A adaptação das escolas estaduais às novas normas da instrução pública não se dá de forma a contentar a todos. Assim, em a Pacotilha de 29 de março de 1890 um certo Reginaldo faz um comentário, onde exalta a necessidade dessas aulas. Reginaldo volta à carga, em sua coluna “De relance”, fazendo sua análise da reforma da instrução pública. Volta a falar sobre a inclusão das disciplinas de música e ginástica. Queria saber que espécie de ginastica seria implantada, se a de corpo livre ou se a de aparelhos. Isso, a propósito de que a 23 de abril de 1890, fora publicada a nova lei da reforma da instrução pública, em que é criada a Escola Normal, anexa ao Liceu Maranhense, constando a cadeira de Ginástica.

Em outubro de 1891, a Pacotilha começa a publicar uma série de artigos sobre a Ginástica em diversos países, apresentando análise de suas vantagens na educação das crianças. Passa a relatar os inúmeros métodos que estavam aparecendo – francesa, sueca, dinamarquesa, alemã, e era introduzida a “ginástica educativa”, em bases fisiológicas e higiênicas. Logo a seguir – edições seguintes – ainda falando da Itália, refere-se à ginástica Feminina; passa a discutir a ginástica na Alemanha, e a sua obrigatoriedade na escola. Ao mesmo tempo, o vice-governador Carlos Peixoto (in A Cruzada, 28 de outubro de 1891), em telegrama ao Ministro da Instrução Pública, relata a situação do Liceu Maranhense e as dificuldades do curso preparatório. Fala das cadeiras e da falta de professores. O Ministro diz que a oferta de disciplinas deve obedecer à legislação vigente, caso contrário não serão reconhecidos os estudos. José Rodrigues, ao comentar o telegrama e a resposta a ele, pergunta se no Maranhão não há professores habilitados para ensinar diversas disciplinas, do Ginásio, dentre as quais, cita a Ginástica.

Pouco antes era publicada poesia, nesse mesmo jornal - A Cruzada, em agradecimento, ao Grande Tenor que se despedia da terra; lá é colocado que, além de canto e musica, era também professor de Esgrima e Ginástica. No ano de 1894 aparecem notas sobre uma literatura específica – manuais de ginástica, italianos, que são analisados, em virtude de conferencias que estavam acontecendo naquele país. Comentários sobre a ginástica nas escolas, em especial as alemãs. Por aqui, uma escola oferecia aulas de Ginástica, dentre outras matérias; Tratava-se da Escola Lopes Trovão, dos professores João da Matta Lopes e Trajano Viveiros Raposo.

As críticas às aulas de Ginástica no currículo do Liceu Maranhense – seu anexo, a Escola Normal -, voltam à baila, na edição de A Pacotilha de 7 de junho de 1894. Diz o articulista que as críticas feitas através da imprensa pela inclusão dessa cadeira, até aquele momento, que justificava sua não oferta, e a consequente nomeação do professor, pois os senhores Cunha Martins e Casimiro haviam deixado a cadeira de Ginástica, pois nunca havia se tornado sério a criação da dita cadeira. Mas, nessa mesma edição, consta a ‘aclamação’ (nomeação) do professor de ginástica: o senhor João da Mata Lopes. Edição de 27 de julho de 1894, voltava à carga a questão da nomeação do professor. Ele, nomeado Lente do Liceu, com base na Lei da Instrução Publica de 1893, não tinha reconhecido assento na Congregação, por julgar, a direção da escola, matéria técnica.

Em janeiro de 1895 saem novas normas para a instrução pública, estabelecida provas práticas para algumas das novas disciplinas, dentre estas, as de Ginástica. Parece-nos que em julho a questão do professor estava resolvida; João da Mata Lopes assumira sua cadeira, e iniciava suas aulas... No Almanaque Administrativo de 1896 constava no quadro de docentes tanto do Liceu Maranhense como da Escola Normal, o professor João da Mata Lopes como titular da cadeira de Ginástica. Em 1910, esse professor requer a aposentadoria, por ser professor vitalício (Correio da Tarde, 30 de agosto de 1910).

Mas aparece outro problema: os uniformes para as aulas práticas de ginástica, em especial, a das alunas. Em novembro de 1895, os primeiros exames das cadeiras incluídas na reforma de 1893, e depois de toda a polemica - da contração do professor, de sua participação na Congregação, de as provas serem práticas, e dos uniformes dos alunos -, observase que apenas alunos do Liceu – sexo masculino... – se submeteram às provas.

Já na Escola Normal, eram aprovadas, nas aulas de Gymnástica, as alunas: Filomena Perpedina de Almeida, Adelaide Euzebia Magalhães, e Maria Izabel de Magalhães. Um ano depois, 1896, novos exames das alunas da Escola Normal: Blandina Eloisa dos Santos, Eugenia Tolentino Serra, Genesia Maria dos Santos, Henriqueta de Freitas Belchior, Joanna Raimunda de Mello, Maria da Anunciação Ribeiro, Maria Augusta Viera dos Reis, Maria José Costa, e Thomasia Correia de Aquino.

Em 1898, o Governador do Estado faz uma visita ao Liceu Maranhense e observa as aulas de Ginástica. 1899, nova adaptação do currículo tanto do Liceu quanto da Escola Normal, para se adaptar à nova Lei do Ensino Secundário. Novamente, necessária a adequação curricular para que houve a equiparação com o Colégio Pedro II; essa a discussão da edição de 27 de abril.

No dia 17 de outubro de 1899 é criado o Clube de Ginástica e Esgrima, sendo Secretário Orfila M. Cavalcante. em março, seu Estatuto é encaminhado à imprensa, e fica-se sabendo quem são os seus fundadores e principais dirigentes: Achiles de Farias Lisboa, Orfila Machado Cavalcante e José Gomes de Castro.

Em 1900, ocorre nova reforma do ensino, identificando-se como professor de ginástica, João da Matta Lopes. No “Regimento para as Escolas Estadoaes da Capital” (Decreto nº16 de 04 de Maio de 1901; Nascimento, 2007a, 2007b,) instituía, no seio de suas diretrizes gerais, questões referentes a “inspecção e asseio” normatizando desde a entrada dos alunos em que caberia às professoras proceder á uma revista do asseio dos mesmos “tomando as providencias necessárias em ordem a estarem todas as condições regulares de limpeza de mãos, unhas, rosto e penteado do cabello, no momento de serem iniciados os exercícios escolares” (Regimento, 1901, p.80) conforme a classe a que pertence o estudante. Percebem-se nítidos traços de influência militar em termos de linguagem e recomendações na modelagem deste corpo escolarizado, quando instituem os exercícios abaixo descritos

a) Os da primeira classe constarão de marchas e contramarchas com variações apropriadas a darem facilidade de movimento dos alumnos;

b) Os da segunda versarão sobre movimentos em varios tempos, com e sem flexão dos membros, desacompanhados de instrumentos;

c) Os da terceira se comporão dos mesmos exercicios das segunda, mas com instrumentos;

d) Os da quarta de exercicios de barra de extremidades esphericas, barra fixa, apparelhos gyratorios. (Regimento, 1901, p.80, grifos nosso).

Nova reforma da instrução pública, ajustando-a ao currículo do Ginásio Nacional, o Governo divulga o salário pago aos professores, tanto do Liceu Maranhense quanto da Escola Normal; nota-se que o numerário do Professor de Ginástica e Esgrima – duas disciplinas!!! – era 50% menor do que a dos outros mestres.

Na Escola Normal, as alunas eram chamadas para os exames de Ginástica. A banca, formada por três professores, contava com o Dr. Achiles Lisboa, o professor de Ginástica João da Mata Lopes, e Luis Ory: Amalia Ribeiro Fonseca, Orythia Satyra dos Santos, Thereza de Jesus Carreira, Amelia C. F. Cerveira, Paschoa Galvão Advincula, Ignez de Castro Pinto, Arthusa Maria da Fonseca, Celeste Bayma, Justina Gregoria dos Santos, Henriqueta Enaudina dos Santos, Maria José Parelles, Emilia Jorge da Silva, Fernanda de Oliveira, Ursilla Santos, Ganevry Mattos, Adelaide Magalhães, Zila Angele Paes.

Na edição de A Pacotilha de 8 de novembro de 1901 era anunciado a morte de Pedro Nunes Leal, fundador do Instituto de Humanidades. Da relação dos seus professores, o Sr. Alfredo Hall, de Esgrima e Ginástica – contratado em 1861que já faziam parte daquele notável estabelecimento de ensino

Na edição de 19 de maio de 1903, de A Pacotilha – Jornal da Tarde – é anunciada a chegada do Sr. Miguel Hoerhann, contratado pelo Governo do Estado para reorganizar o serviço de educação física, voltado para o Liceu, Escola Normal e Modelo, escolas estaduais e do município. Na Gazeta de Petrópolis, edição de 15 de setembro de 1903, informa-se que Miguel Hoerhann estava em São Luis, nomeado que fora Diretor da Educação Physica, conforme a edição 204 de “A Pacotilha”, da capital do Maranhão Em maio, a educação física é tornada obrigatória em todos os estabelecimentos

de ensino, não apenas no Liceu e Escola Normal, e Escola Modelo. Em 11 de agosto, o Professor Miguel recebe os aparelhos de ginástica, solicitados para o Liceu Maranhense.

No dia 04 de junho de 1903 aparece anuncio n´A Pacotilha em que Miguel Hoerhann, como já fizera em Petrópolis e Niterói, oferece seus serviços como professor particular de ginástica. - Logo no dia 05/06, anuncia o início das aulas; e a 30 de junho, outro aviso, convocando os alunos inscritos.

Nosso Diretor da Divisão de Educação Física começa a publicar artigos. Efetivamente, nas edições seguintes aparece o artigo prometido, dividido em várias seções, publicados ao longo do tempo, tratando da ginástica médica. - No mês de agosto novo anuncio em A Pacotilha, do dia 31, já assinado como Diretor da Divisão de Educação Física do Maranhão, sobre a realização de um concurso poético, tendo por tema a Ginástica. Verifica-se que se referia ao Turnen, haja vista a citação dos “4 Fs”, como a divisa da ginástica: “Abre-se aos cultores das musas uma produção poética, em que entrem as palavras que constituem a divisa da gymnastica: FIRMA, FORTE, FRANCO, FIEL, e que tenha por tema a glorificação da abnegação, do trabalho perseverante e nobre, do vigor do espírito como consequência dos exercícios physicos [...]” Não se tem notícias do resultado desse concurso, mas em Janeiro de 1904 aparecem os mesmos anúncios de, provavelmente, novo concurso, com prazo de inscrições até o dia 31 de janeiro daquele ano. Na primeira semana de fevereiro, novos anúncios, nova data de termino das inscrições: 18 de fevereiro. No mês de março, foram entregues os prêmios aos vencedores do concurso poético, não se informando, no entanto, os nomes e nem se dá notícias dos poemas.

A "gymnástica" era praticada pelas elites, que tomavam aulas particulares, conforme se depreende desse anúncio, publicado em 1904:

PARA OS ALUMNOS DE AULA PARTICULAR DE GYMNÁSTICA

A Chapellaria Allemã acaba de despachar: camizas de meia com distinctivos

Distinctivos de metal com fitas de setim e franjas d'ouro

Distinctivos de material dourado para por em chapéus

Chapellaria Allemã de Bernhard Bluhnn & Comp. 23 - Rua 28 de julho – 23.

(A CAMPANHA, 6ª feira, 8 de janeiro de 1904, p. 5).

Em crítica a político eminente – Benedito Leite – com o título de “Peste de Caroço”, o autor faz um retrospecto do governo e, do momento, se refere às escolas e a introdução das aulas de Ginástica e a contratação de professor estrangeiro – de nome alemão.

Escolas particulares, de educação primária, como o Instituto Rosa Nina oferecem seus cursos, enfatizando o conteúdo deles. Nesse anuncio, chama-nos a atenção o método utilizado no Jardim de Infância – o de Froebel, em que é enfatizado os ‘dons’: jogos, movimentos graduados acompanhados de canto.

Miguel Hoerhan publica um livreto sobre o uso da baioneta: Esgrima de Baioneta; refere-se ao estudo comparativo que fizera, cotejando-o com as instruções para a infantaria do Exército brasileiro, guia oficial publicado pela imprensa oficial, no Rio de Janeiro em 1897. Não pretendeu, mesmo, escrever uma obra totalmente original. Pereira da Costa considera ser esse o primeiro livro de didática da educação física publicado, em 1903, no Maranhão. http://www.cultura.ma.gov.br/portal/bpbl/acervodigital/Main.php

O sexo feminino também tinha suas aulas de ginástica, pois fazia parte do currículo da Escola Normal, conforme resultado dos exames publicados, como era comum à época:

CURSO ANEXO

Foi este o resultado dos exames de hontem:

GYMNÁSTICA

Núbia Carvalho, Maria Varella, Neusa Lebre, Hilda Pereira, Margarida Pereira, Almerinda Parada, Leonor Rego, Rosilda Ribeiro, Fanny Albuquerque, Agrippina Souza, Cecilia Souza, Roza Martins, Esmeralda Paiva, Neusa Silva, grau 10 Faltaram 12.

(O MARANHÃO, Sexta-feira, 15 de novembro de 1907).

Embora Djard MARTINS (1989) - em seu já clássico “Esporte, um mergulho no tempo” traga Miguel Hoerhann como nosso primeiro professor de Educação Física, verificamos que havia vários professores atuando em diversos estabelecimentos, inclusive oficiais – tanto na Escola Normal, Escola Modelo, Liceu Maranhense.

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão

Academia Ludovicense de Letras

Academia Poética Brasileira

Centro Esportivo Virtual

Em uma série de artigos publicados no JORNAL PEQUENO, na Coluna da ACADEMIA LUDOVICENSE DE LETRAS, e em decorrência do resgate das atividades físicas e esportivas acontecidas no Maranhão, para compor o acervo do e.Museu Maranhense de Esportes, vimos resgatar o início dos Jogos Escolares Maranhense, É necessário recuperar a memória, pois na contagem que a SEDEL-MA faz de sua edição, há um tremendo erro, faltando os dois primeiros, realizados com o nome de FESTIVAL ESPORTIVO DA JUVENTUDE – o FEJ. Parece-nos que, como já disse alguém, a cada certo numero de anos, esquecemos os últimos... e sempre se está reinventando a roda... é uma prática constante, não se dar os créditos há quem de direito, sempre estamos realizando ‘o primeiro’... embora a História diga o contrário. Os atuais JEM´s, é herdeiro do FEJ, iniciado efetivamente em 1971! Muito embora jogos entre escolares de a muito tempo vinham sendo realizados. Mas vamos aos jogos atuais, depois, recuperamos essa História...

ENTREVISTA COM CLAÚDIO ANTÔNIO VAZ DOS SANTOS, REALIZADA NO DEPARTAMENTO ACADEMICO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - DCS -, DO CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO MARANHÃO - CEFET-MA, NO DIA 29 DE MARÇO DE 2001, COM INÍCIO AS 09:10 HORAS, por LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ, disponível em Centro Esportivo Virtual | CEV | Jogos Escolares no Maranhão - Memórias de Velhos

"... nós tivemos um problema em 1970. Nós precisávamos da quadra do Costa Rodrigues para treinar nossa seleção de basquete, para, em 1970, irmos para Porto Alegre, mais precisamente, Santa Cruz do Sul; e nós precisamos do Ginásio, o técnico era o Chico Cunha - Cearense -, era mineiro, mas trabalhava no Ceará, e veio trabalhar com a gente aqui, na época do governo Sarney; nós fomos pedir; não podia ceder o Ginásio para nós treinarmos nossa seleção porque estava tendo jogral; aí depois do jogral, não podia porque ia ter uma reunião - não vou declinar o nome da pessoa que dirigia, não interessa, só interessa o fato -, não podia porque tinha que fazer silêncio, porque ia ter uma reunião, e o Ginásio não podia ser ocupado para treino porque ia ter uma reunião na sala de reunião, e o barulho ia prejudicar. “... então nós ficamos do lado de fora do Costa Rodrigues sem poder treinar... “

- “Mas isso vai acabar, Alemão, te prepara que isso vai acabar”, disse Jaime Santana.

Jaime Santana, era um dos praticantes de esporte, tanto vôlei como o basquete, futebol de campo, futebol de salão, daquela famosa Geração de 53, que jogam, aquela geração jogava tudo, ninguém jogava futebol de praia, futebol de salão, futebol de campo. O Jaguarema era o celeiro. Foi o grande Jaguarema na época, então que aqueles jovens praticavam os esportes direto... Jaime Santana, em 1970 - o pai dele ainda não era governador, e quando em 1970, Neiva Santana assumiu o Governo, Jaime chama Cláudio Vaz:

- “Olha, tu vai ser Coordenador de Esporte da Prefeitura.”

Cláudio Alemão prossegue: “ Começamos primeiro na Prefeitura, foi nosso primeiro passo, na Coordenação de Esportes, Haroldo Tavares, Prefeito de São Luís... então foi criada a Coordenação de Esporte da Prefeitura que eu fiz, procurei ... O Carlos Vasconcelos era da Coordenação de Educação Física, aí foi criada a Coordenação de Esporte, na área estudantil, era o ... na área do esporte aberto sem limites foi a Coordenação de Esportes; nós tivemos o direito de agir com a Ildenê, a gente fez esse trabalho, trabalhava só com esporte escolar. Por sinal, era o mesmo problema, era muito limitado, ele, o esporte escolar no Maranhão... "

... Fomos funcionar onde é o Parque do Bom Menino; tem um açougue ali em baixo, ali que era a coordenação, alugamos de Antônio o prédio e fomos fazer a explanação, primeira medida, eu fiz uma equipe muito boa, foi Geografia, Fernando Sousa, Jaime Sampaio e Fernando Sousa, jornalista, Diretor Técnico; bom, foi minha diretoria, ai eu convoquei os professores; fiz o levantamento de quem é que podia ser útil, quem é que eu tenho para trabalhar, porque eu tinha o direito de formar escolinhas, que não tínhamos nada nesse sentido, de formação de atleta. Então veio o Dimas, veio o Major Alves, professoras... as duas professoras ... Maria José e Tarcinho; Odinéia; Maria José, Ildenê Menezes, Dinorah e Celeste Pacheco... Tinha uma que era funcionária do Ipem, era eu não sei o nome dela na memória, faz 31 anos, a professora eu não me lembro, mas eu sei que é de nome conhecido ... Graça Helluy, voleibol;

viajou comigo para o primeiro JEB's em 72, ela foi a técnica; nós já fomos para os JEB's em Maceió, em 1972; em 71 foi que nós fizemos a escolinha com esse trabalho e criamos o primeiro FEJ. FEJ foi Prefeitura

"O FEJ foi a Coordenação de Esporte da Prefeitura de São Luís, em 1970. O primeiro FEJ (Festival Esportivo da Juventude), a Mary Santos fazia Jogos Intercolegiais do interior, ela nunca fez uns jogos na capital; ela fazia Jogos Intercolegiais, em que eu fui árbitro - Roseana jogava; Carlos Vasconcelos era do MEC, tinha uma rivalidade com ela e fazia os jogos dele, ele fazia o dela, eram jogos isolados. Com o pessoal da capital, e a gente trazia o pessoal do interior; A Mary Santos era do Estado, da Secretaria de Educação e Cultura, onde tinha uma Secretaria de Esporte, Secretaria de Educação Física do Estado, era serviço de Educação Física do Estado. Carlos Vasconcelos que pertencia ao MEC; A Mary estava no Estado, a Ildenê, no Município. A Ildenê era Secretaria de Educação e a Mary era de Educação Física, era diretora do Serviço de Educação Física

"Foi aí que eu entrei, fui dirigir pela primeira vez... muito bem, isso foi em 71, nós entramos no Governo, se não me engano, foi em março ou por aí; em setembro, nós tivemos o primeiro FEJ (Festival Esportivo da Juventude) - Semana da Pátria, onde o Colégio de São Luiz foi o primeiro campeão do FEJ, onde eu trabalhei; "aí foi que o Dimas começou, trabalhamos juntos, nós acumulávamos, nós éramos árbitros, técnicos. Tudo nós fazíamos, tanto o Dimas quanto o Laércio, já me ajudou, nessa época; foi o primeiro que veio para cá; o pessoal criou muito problema comigo porque eu estava enchendo de paulista, muito fácil de explicar: não tinha Professor de Educação Física no Maranhão e eu queria fazer um trabalho de nível; eu tinha de pensar, primeira coisa que tinha de ter era o professor, tanto para quem quisesse transferir conhecimento; então eu não tinha nada acadêmico, nada elevado nessa área aqui, só tinha professores já superados, dois que já não trabalhavam; Braga, que era professor daqui e não sei se era formado, era Braga, Zé Rosa, Rinaldi Maia...[Dimas] já é outra [história...], já é de quem trabalhou comigo; o pessoal que tinha já não era mais da ativa... o Eurípedes nunca foi formado...., Major Júlio, todos esses foram formados na Escola de Educação Física do Exército ... eles vieram de lá mas eu não trabalhei com eles; o Eurípedes trabalhou comigo assim, mas não tive nenhuma participação efetiva dele, ele nunca assumiu ... "na época eram os leigos, eu fazia curso de reciclagem e tal, mas dentro da área mesmo, com conhecimento de nível universitário, era o Dimas, o Laércio.

"71, eu estava só na Coordenação de Esporte na Prefeitura, e nós fizemos o primeiro FEJ; aí teve o segundo FEJ, foi quando o Jaime criou o Departamento de Educação Física e Desportos; Pedro Neiva me nomeou no lugar da Mary Santos; já foi no governo de Pedro Neiva, com Haroldo Tavares - que agora é que tu vais entender -, eu entrei primeiro na Prefeitura - que Haroldo Tavares era cunhado de Pedro Neiva, irmão da mulher de Pedro Neiva, que é a mãe de Jaime Santana -, então para que eu pudesse assumir o Estado, nesse tempo podia acumular então, criaram o Departamento de Educação Física e Deporto do Estado; saiu de Serviço para Departamento. Nesse tempo, na Secretaria de Cultura, o nível do Departamento era mais acima de Serviço, então para que eu fosse para o Estado... foi criado o Departamento de Desporto do Estado, para que eu pudesse assumir acabar o Serviço; então era novo o cargo e aí que eu fui para o Estado, eu acumulei Coordenador de Esporte da Prefeitura e Diretor do Departamento de Educação Física e Desportos do Estado, ligado à Secretaria de Educação, do professor Luis Rego - era o Secretario na época -, professor Luís Rego, primeiro Secretario que eu trabalhei, depois eu trabalhei com o Magno Bacelar, que foi o Secretario, depois com o Pedro Rocha Dantas Neto, que também foi secretário;

"Já em 72, fui nomeado Diretor do Departamento, onde foi que ficou o Departamento? Lá no Costa Rodrigues... aí eu transferi a Coordenação, acumulei no Costa Rodrigues, eu levei tudo para lá, ficou a Coordenação... Eu era Coordenador e Diretor do Departamento de Educação Física do Estado, e Presidente do C.R.D. "Isso em 72, como era cargo, quem era Diretor, era Presidente do C.R.D automático, não tinha vínculo político nisso, era uma tradição de desporto ligado ao C.N.D (Conselho Nacional de Desporto), onde era o Brigadeiro Jerônimo Bastos; "... ai foi que eu fiz a minha equipe, aí foi que o Dimas entra com a parte principal, quando nós estávamos para fazer o segundo FEJ em 72, seria em setembro, Dimas foi a Belo Horizonte... ai Dimas trouxe toda a informação, e o Maranhão podia participar do JEB's em 72; ele trouxe em 71, ele foi no JEB's em julho e trouxe... Dimas me trouxe, eu organizei a primeira equipe com o Dimas, era do Handebol, primeira equipe que nós viajamos para o JEB's; Ginástica Olímpica e Handebol, o Dimas; Coronel Alves, basquete; voleibol, Graça Hiluy; Coronel Alves - antes era Major -, foi isso para dar coletivo; que eu levei foram 52 pessoas que eu levei; não levamos atletismo, natação, não levamos nada; muito bem, com o que Dimas me trouxe, me presenciei muito ao DED.

"Muito bem, aí eu já tinha uma parte ativa comigo, porque eu precisava do Dimas, não só como técnico, mas também como conselheiro, porque como eu te falei eu não sou formado, eu sempre procurava olhar uma pessoa que tivesse um conhecimento acadêmico para poder me orientar; "... e uma de nossas iniciativas foi justamente essa de criar esses jogos escolares; foi o primeiro e o segundo, e depois nós o transformamos em JEM's, o primeiro JEM's foi em 73, sempre tem essa dúvida; o pessoal não guarda isso mais, o primeiro FEJ foi em 71. o segundo FEJ, em 72; e o primeiro JEM's, em 73, por quê? Nós participamos do JEB's e a sigla pesava, mas por bem achamos melhor mudar para JEM's - Jogos Estudantis Maranhenses -, foi que veio... nós já tínhamos passado o primeiro e o segundo FEJ com sucesso, com a mudança, com a formação das escolas, a conscientização, que é a primeira coisa a nascer numa escola, era a força, a Educação Física através dos esportes, foi a maneira que nós encontramos de valorizar o professor de Educação Física, ele que era praticamente um esquecido dentro da área educacional, achava-se que era desnecessária a Educação Física, onde não se praticava nem a Educação Física, nem os esportes; nós criamos esses jogos para provocar nos colégios essa necessidade de se formar atletas, assim como também transmitir Educação Física e valorizar o professor, porque nós não tínhamos campo de trabalho para eles, e passou a ter; esse foi o ponto marcante do nosso trabalho, que realmente hoje o que tem, começou ai, onde nós provocamos...". (VAZ DOS SANTOS, Cláudio. Entrevista).

CHE GUEVARA EM IMPERATRIZ

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão

Academia Ludovicense de Letras

Academia Poética Brasileira

Centro Esportivo Virtual

Quando Ernesto Rafael Guevara de la Serna chegou em Imperatriz, foi recebido numa pensão ali nas imediações do mercado Bom Jesus por alguns guerrilheiros e uns poucos apoiadores, entre eles meu amigo Carlos Lima.

A imagem do grande comandante deitado numa rede cometido pela asma é contraditória àquela de empunhar um fuzil e dá ordens a seus comandados, pior ainda, Che não concordava com a guerrilha implantada na região de Xambioá Tocantins, motivo pelo qual ficou guardado no esquecimento de nossa história.

Sempre que encontrava o historiador Adalberto Franklin aproveitava para dar-lhe uma cutucada sobre o assunto, ele vinha mergulhando na história e até já concordava comigo. Adalberto se foi sem desvendar o mistério... Z T. Vamos à História, pois. Com a provocação do Zeca Tocantins, buscamos algumas informações sobre essa passagem de Che Guevara por Imperatriz.

Devo esclarecer que, vindo de família de político, pai preso pela revolução de 1964 (declaro como morto, com certidão de óbito e tudo), nunca conseguiu perdão – anistia!. Eu vim para Imperatriz em 1976, logo após a minha formatura. Projeto Rondon, passar trinta dias e acabei ficando. Voltei para Curitiba, e resolvi retornar ao Maranhão. Um colega

da Faculdade de Direito, da Policia Federal, me visitou, querendo saber o que iria fazer em Imperatriz. Falei do convite para integrar a equipe de implantação da Educação Física... Uns dois anos, já em Imperatriz, fui chamado à Segunda Seção do 50º BIS, por um Tenente – apelido de Chê, gaúcho – e lá, junto com o comandante da época, fui informado que eu estava sendo observado, desde que chegara à região, pois pensavam que eu iria me integrar à Guerrilha do Araguaia, dado os antecedentes familiares... foi nessa ocasião, lendo meu prontuário, que tomei conhecimento da passagem de Che Guevara por Imperatriz...

As notas e identidades aqui relatadas, são extraídos de Kayla Pachêco Nunes in GUERRILHEIROS EM IMPERATRIZ: ENTREVISTA COM O JORNALISTA DOMINGOS IZAIAS CÉSAR RIBEIRO, TESTEMUNHA DA GUERRILHA DO ARAGUAIA. Revista São Luís Orione online, Araguaína-TO, volume 1, nº15, jan/jun, 2020. ISSN: 2446-5062.

Relata Domingos Izaias Cezar Ribeiro, jornalista, escritor, ativista ambiental e cultural, membro da Academia Imperatrizense de Letras – AIL que : em agosto de 1967, Che Guevara veio embora, saiu de Cuba, chegou em Belém, pegou a rodovia Belém-Brasília (BR 010), passou por Imperatriz e reuniu com eles (os guerrilheiros) numa pensão na XV de Novembro. Perto do Mercado Municipal tinha uma pensão chamada “Pensão de Dona Cotinha”, e lá eles se reuniram numa noite de agosto, sob a luz da lamparina, e Che, com Maurício Grabois, João Carlos Haas Sobrinho, Osvaldão, e Dina e tantos outros companheiros, inclusive tudo indica que o Carlos Lima deveria estar nessa reunião, muito embora ele negue.

O Che Guevara, ele tentou dissuadir a todos para não fazerem essa guerrilha, não fazerem essa revolução porque eles não iam ter êxito. E ele explicou que lá em Cuba, eles tiveram êxito junto com Fidel porque é um país, pequeno, é uma ilha, e aí eles tiveram êxito, mas no Brasil, com um território do tamanho desse país, eles não iam ter sucesso, como de fato aconteceu. Só que eles teimaram, não obedeceram às ordens de Che.

No dia seguinte, Che já bastante doente, debilitado, foi ao único posto de saúde que tinha em Imperatriz. É onde hoje funciona a Casa da Criança (abrigo mantido pela Prefeitura para crianças sob tutela judicial), ali ao lado da igreja matriz de Santa Teresa. Ele foi lá se consultar e foi atendido pelo seu Fernando Cunha, laboratorista, foi quem atendeu ele e quando ele olhou, o reconheceu, porque era uma figura que já aparecia nas revistas como a Cruzeiro. Conversaram, trocaram algumas palavras, e o Che com sotaque castelhano e ele reconheceu. Che foi embora, saiu novamente na Belém-Brasília, quando foi morto dia 06 de outubro do mesmo ano na Bolívia.

Corrobora essa informação sobre a passagem de Guevara por Imperatriz, notas de suas viagens, pois além da visita oficial ao Brasil em 1961, para ser condecorado pelo então presidente Jânio Quadros, há narrativas de que Che tenha entrado no Brasil outras vezes, durante o regime militar, quando movimentos como o da guerrilha lutavam para derrubar o governo ditatorial.

“Uma dessas incursões teria sido a Imperatriz, cidade que foi o centro de efervescência política na segunda metade dos anos 1960 e na primeira metade dos anos 1970. O presidente estadual do PMDB, Remi Ribeiro, esteve na reunião com o suposto Che, mas nem ele sabia com quem iria conversar, pois o máximo que lhe informaram era que seria alguém muito importante de Cuba. Anos depois disseram a ele ter sido o revolucionário, mas isto nunca foi confirmado, tampouco desmentido categoricamente”.

OS PERSONAGENS

Guerrilha do Araguaia teve lugar nas regiões sudeste do Pará e norte do então estado de Goiás (atual Tocantins), também abrangendo terras do Maranhão, na área conhecida como 'Bico do Papagaio'. Ocorreu entre meados dos anos 1960, quando os primeiros militantes do Partido Comunista do Brasil chegaram à região, e 1974, quando os últimos guerrilheiros foram caçados e abatidos por militares, treinados para combater a guerrilha e determinados a não fazer prisioneiros.

Xambioá Tocantins - Município situado às margens do Rio Araguaia, no norte do Estado. Entre 1970 a 1976 ocorreram na região ações guerrilheiras organizadas pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), contrárias ao regime militar. Seus integrantes pretendiam combater a ditadura militar e implementar o comunismo, iniciando o movimento pelo campo. Golpe Militar É o nome que se dá à articulação golpista que, entre 31 de março e 9 de abril de 1964, realizou a tomada de poder, subvertendo a ordem existente no país e dando início à Ditadura Militar, regime ditatorial que se estendeu no Brasil de 1964 até 1985 e foi caracterizado por censura, sequestros e execuções cometidas por agentes do governo brasileiro. Durante o golpe realizado em 1964, o presidente então empossado, João Goulart, foi destituído de seu cargo

CHE GUEVARA - Médico, jornalista, escritor, diplomata e líder revolucionário, Ernesto Guevara, mais conhecido como "Che" Guevara, nasceu na Argentina e foi um revolucionário marxista. Conheceu Fidel e Raúl Castro, outros dois

importantes líderes da Revolução Cubana, em julho de 1955, durante o exílio dos irmãos no México. Foi durante esse encontro que se juntou ao Movimento 26 de Julho e partiu para Cuba com o objetivo de derrubar o ditador Fulgêncio Batista, autocrata que governava a ilha com o apoio dos Estados Unidos. Che rapidamente ganhou destaque entre os guerrilheiros. Foi segundo comandante, tendo exercido um papel fundamental na guerrilha que sairia vitoriosa em janeiro de 1959. Após o triunfo revolucionário, Che assumiu uma série de cargos-chave no novo governo. Entre outras funções, foi ministro das Indústrias, embaixador e presidente do Banco Central de Cuba. O líder revolucionário é constantemente lembrado como uma das figuras mais importantes do século 20. Data correta da morte de Che, segundo a imprensa é 09 de outubro. No dia 9 de outubro de 1967, tropas da Bolívia mataram o líder revolucionário Ernesto Che Guevara.

Maurício Grabois Participou do movimento de guerrilha na região do Araguaia, no Sul do Pará, onde passou a viver. Fazia viagens frequentes a São Paulo para estabelecer contatos políticos e visitar seus familiares. Em 1972, o Exército descobriu o núcleo do PC do B no Araguaia e iniciou os preparativos para erradicá-lo. As tropas enviadas à região - que envolveram grandes recursos em efetivos e equipamento e chegaram a implicar a abertura de estradas - eliminaram 50 guerrilheiros, entre os quais Maurício Grabois. Seu último contato com sua mulher foi em janeiro de 1972 e, de acordo com sobreviventes da guerrilha, sua morte ocorreu em dezembro de 1974. Até hoje, entretanto, Grabois não foi dado oficialmente como morto, sendo considerado desaparecido. Era uma das 15 pessoas que se encontravam no acampamento da Comissão Militar na hora do ataque das forças armadas ocorrido em 25/12/1973, episódio conhecido como “Chafurdo de Natal”. Em 1967, deputado constituinte, veio morar em Porto Franco (localizada a 100 km de Imperatriz, quase na divisa com o Tocantins) Maurício Grabois – Memorias da Ditadura

João Carlos Haas Sobrinho "Dr. Juca" foi um médico e guerrilheiro brasileiro, integrante do Partido Comunista do Brasil, morto em combate na Guerrilha do Araguaia. É considerado desaparecido político por não terem sido entregues os seus restos mortais aos familiares. O relatório da Comissão Nacional da Verdade aponta que ele morreu em 30 de setembro de 1972, nas redondezas da área do Franco, por uma rajada de tiros de militares.

Dina - a geóloga Dinalva Oliveira dos Santos tinha 29 anos em 1974, quando desapareceu durante a guerrilha do Araguaia. Ela foi a única mulher, entre os guerrilheiros do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) que enfrentaram o Exército, a comandar um destacamento militar insurgente. Segundo seus companheiros e até alguns militares, Dina era valente, atemorizava os soldados com sua audácia e saiu ilesa de vários combates. Seu desaparecimento é um dos maiores mistérios do Araguaia.

Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão, um negro de 1,98m, engenheiro metalúrgico, especialista em pedras preciosas, com formação guerrilheira na extinta Tchecoeslováquia, na Polônia e na China. Por sua formação e coragem era um dos líderes do movimento. Foi caçado pelos militares até ser assassinado por um informante conhecido com Piauí. Foi um dos primeiros participantes da Guerrilha do Araguaia, na região do Bico do Papagaio, próxima da fronteira entre o Pará e o Tocantins, local onde foi visto com vida pela última vez. Segundo registros oficiais, é dado como morto, embora seus restos mortais nunca tenham sido encontrados Osvaldao – Memorias da Ditadura

Carlos Lima - Por combater abertamente o regime militar, foi perseguido, cassado, preso e torturado. Participou ativamente da Guerrilha do Araguaia dando apoio aos guerrilheiros. Atendendo a pedido do deputado Neiva Moreira, Carlos Lima hospedava os guerrilheiros que passavam por Imperatriz rumo ao Araguaia no final da década de 60. Em sua chácara, localizada na foz do riacho Cacau, guardava armamentos. Tinha uma chácara lá na beira do Riacho Cacau, onde criava porcos cultivava algumas plantações. Mas na verdade era só de “h”, a chácara dele era onde ele guardava as armas e o dinheiro que o pessoal que começou fazer essa revolta contra os militares, que eram chamados terroristas, guerrilheiros, enfim, eles começaram a migrar pra essa região, porque os guerrilheiros botaram na cabeça, a partir de 1966...67, que eles iam fazer a revolução a partir daqui da região do Tocantins e do Araguaia, principalmente do Araguaia, então eles vinham pra cá. A porta de entrada pra ir pra lá pro Araguaia, era Imperatriz. Não tinha como, não tinha estradas naquela época, certo? As estradas eram os rios, era o Tocantins e o Araguaia. Então eles vinham pra cá.

Remi Ribeiro Oliveira (Dom Pedro, 22 de outubro de 1941) é um político brasileiro filiado ao PMDB, com base no Maranhão. Foi senador da República pelo Maranhão, após a renúncia do primeiro-suplente, Edison Lobão Filho Outra matéria, esta não disponível: O dia que Che Guevara veio ao Maranhão: Mito ou verdade? Revista Maranhão Hoje aborda o fato. http://www.aquilesemir.com.br/2015/03/o-dia-que-che-guevara-veio-ao-maranhao.html

OS TUPIS

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Academia Ludovicense de Letras

Vieira afirmou que os Tupinambá e Tabajara contaram-lhe que os povos Tupi migraram para o Norte do Brasil pelo mar, vindos de um país que não mais existia, e que o país Caraíba teria desaparecido progressivamente, afundando no mar. Os tupis salvaram-se, rumando para o continente. Já os tabajaras diziam-se o povo mais antigo do Brasil e se chamavam de "tupinambás", (homens da legítima raça tupi), desprezando parte dos outros tupis, com o insulto "tupiniquim" e "tupinambarana", (tupis de segunda classe), e sempre conservaram a tradição de que os tupis eram originados de sete tribos; e que o povo tapuia, do povo tupi, eram os verdadeiros indígenas brasileiros (RAHME, 2013).

POVOS TUPIS - Os tupis são diversos povos que viviam ao longo da costa do território que hoje compreende o Brasil. Esses povos se originam de antepassados que saíram há milênios do centro amazônico, expandiram-se ao norte do rio

Amazonas, ao sul pelo Paraguai, a leste pelo Tocantins e a oeste pelo rio Madeira. Os tupis são apenas aqueles que migraram para o leste, e que, portanto, chegaram à costa leste do continente sul-americano. https://pt.wikipedia.org/wiki/Tupis

Conforme explica Eduardo Navarro, os diferentes povos tupis acreditavam descender de um personagem mitológico chamado Tupi. Por conta disso, muitas tribos tupis possuíam etnônimos que começavam com "tupi", como os tupinambás, os tupinaquis, os tupiguaés e os tupiminós Os tupis nomearam-se para se distinguir, ao se tornarem grupos diferentes, mesmo sendo descendentes de uma mesma família. Como o povo Tamoio significa “os mais antigos” (os avós); os Tupinambás, “descendentes diretos dos Tupi”, os Tupiniquins, “parentes dos Tupi, que vieram dos Tupinambá”.

O escritor Eduardo Bueno, baseado nos escritos de Teodoro Sampaio, afirma que o termo "tupinambá" é oriundo do tupi tubüb-abá, que significa "descendentes dos primeiros pais", através da junção dos termos tuba (pai), ypy (primeiro) e abá (homem). Em sentido diverso, o tupinólogo Eduardo Navarro em seu Dicionário de Tupi Antigo (2013) sugere a etimologia "todos da família dos tupis", através da junção de tupi (tupi), anama (família) e mbá (todos). Tupinambás – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Os tupiniquins (também chamados de tupinaquis, topinaquis e tupiniquins) são um povo indígena brasileiro pertencente ao sub-grupo tupi. O termo foi utilizado, no século XVI, para se referir a duas populações distintas: uma que habitava o sul do atual estado da Bahia e outra que habitava, grosso modo, a região da baixada santista e do planalto paulista, no atual estado de São Paulo. Segundo Antenor Nascentes, no seu Dicionário Etimológico Brasileiro, o termo "tupiniquim" deriva da expressão tupin-i-ki, significando "tupi ao lado, vizinho lateral". Silveira Bueno, seguindo a mesmo linha, no seu Dicionário Etimológico-Prosódico da Língua Portuguesa dá sua raiz na expressão tupinã-ki, ou "tribo colateral, o galho dos tupi". Eduardo de Almeida Navarro, por sua vez, sugere, no seu Dicionário de Tupi Antigo, que o termo signifique: "aqueles que invocam Tupi", pela junção de Tupi (nome de um personagem mítico ancestral) e ekyîa ou ikyîa (invocar). Tupiniquins – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Os tupiguaés eram uma etnia indígena que habitava o Brasil nos primórdios da colonização portuguesa. Sua área de distribuição ia do sertão de São Vicente até Pernambuco. "Tupiguaé" procede do tupi antigo tupigûaé, que significa "tupis diferentes" (tupi, tupi e aé, diferente). Tupiguaés – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Os tupiminós eram uma etnia indígena que habitava o Brasil no período colonial. Falavam a língua tupi antiga "Tupiminó" é um termo tupi antigo que significa "netos dos tupis" (tupi, tupis e emiminõ, neto). Tupiminós –Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Tabajara um povo indígena de origem do tronco tupi que habita o litoral do Brasil no trecho entre a ilha de Itamaracá e a foz do rio Paraíba, além de territórios em Piripiri e em Lagoa de São Francisco, no Piauí. Foram um dos primeiros da região nordestina que teve contanto com os colonizadores, passaram pelo processo de apagamento histórico e cultural; nos dias atuais o povo Tabajara vem resgatando toda sua história e cultura e seguem lutando por demarcação de suas terras. "Tabajara" procede do tupi antigo tobaîara, "inimigos". Supõe-se que essa não seria uma autodenominação, mas uma exodenominação, atribuída aos tabajaras por seus inimigos. Tabajaras – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Os tupinambaranas ou tupinambaras foram um grupo indígena brasileiro composto por tupinambás que, no século 18, migraram do litoral para a região da foz do rio Madeira. O termo "tupinambarana" procede do tupi antigo tupinambarana, que significa "falsos tupinambás" (tupinambá, "tupinambá" + ran, "falso", + a, sufixo). Tupinambaranas – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org) Já o topônimo "Tupinambarana" é uma referência aos antigos habitantes do arquipélago, os índios tupinambaranas; A chamada Ilha Tupinambarana é, na verdade, um conjunto de ilhas que, antes, era considerado como sendo uma única ilha. É rodeada pelo sistema fluvial do Amazonas (rios Amazonas, Madeira, Sucunduri e Abacaxis). Situa-se no leste do estado do Amazonas. Tupinambarana – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Os potiguaras, também conhecidos como potiguara, potiguares, petiguares, pitaguares, pitiguares e pitiguaras, são um grupo indígena brasileiro que, no século XVI, ocupava áreas hoje pertencentes aos estados de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará [4] Foi uma das etnias tupis que resistiu por mais tempo aos invasores portugueses, utilizando um complexo sistema de alianças com ingleses e, principalmente, franceses comerciantes de pau-brasil No entanto, foram os potiguaras que melhor deram provas de reconhecido valor, inteligência e heroicidade no apoio que deram ao Reino de Portugal nas Batalhas de Guararapes, no contexto da Guerra Luso-Holandesa. Potiguaras – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Kariri, cariri, kairiri ou kiriri (do tupi kiri'ri, "silencioso") é a designação da principal família de línguas indígenas do sertão do Nordeste do Brasil. Vários grupos locais ou etnias foram ou são referidos como pertencentes ou relacionados a ela. Na literatura especializada, existe uma larga discussão sobre os pertencimentos dos grupos indígenas do sertão à família Kariri ou a outras famílias como a Tarairiú. Além dessas, existem várias línguas isoladas na região (yathê, xukuru, pankararu, proká, xokó, natu etc.). Historicamente, os grupos indígenas da região aparecem denominados de modo genérico como tapuias, podendo ser vinculados ao tronco linguístico macro-jê. Cariris –Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Ludwig Schwennhagen (1924) justifica a origem do nome Tupi pela língua dos Cários, Fenícios e Pelasgos, onde o substantivo Thus, Thur, Tus, Tur e Tu significa sacrifícios de devoção. O infinitivo do verbo sacrificar é, no fenício, tuna, originando tupã. “A origem de Tupã, como nome de Deus onipotente, recua à religião monoteísta de Car”. https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1ria

Luciara Silveira de Aragão e Frota (2014) afirma que a dispersão da grande família Tupi-guarani parece ter sido das mais remotas. Bem mais remota que a verificada com os Aruaques. Sua origem seria dos protomalaios (paleontologiageral.blogspot.com) que, em várias correntes, acostaram no istmo do Panamá. Os tabajaras diziam-se os povos mais antigos do Brasil, isso quer dizer que eles foram aquela tribo dos tupis que primeiro chegou ao Brasil , e que conservou sempre as suas primeiras sedes entre o rio Parnaíba e a serra da Ibiapaba. Desse relato é de que os tabajaras foram precedidos pelos cariris no povoamento do Ceará, e antecederam aos potiguares dentro da divisão denominada de grupo Brasília (POMPEU SOBRINHO1955).

Enéas Barros (s.d.), ao analisar a obra de Ludwig Schwennhagen, considera que “Tupi” significa “Filho de Tupã”, e foi dado aos povos indígenas que habitavam a antiga Atlântida. Eram sete tribos, que fugiram para outra grande ilha, a Caraíba (situada no Mar das Antilhas), em função do desmoronamento da Atlântida. Essa outra ilha teve o mesmo fim, fazendo com que os indígenas fugissem para a região da Venezuela. O país Caraíba todos os anos desligava-se em pedaços até que desapareceu inteiramente afundado no mar. Contam que os tupis se salvaram em pequenos botes, rumando para o continente onde hoje está a República da Venezuela... Para Ludwig Schwennhagen, os fenícios transportaram os tupis, palavra que significa filho de Tupan, de lugar onde está hoje o Mar das Caraíbas onde havia ”um grande pedaço de terra firme, chamado Caraíba (isto é, terra dos caras ou caris). Nessa Caraíba e nas ilhas em redor viviam naquela época as sete tribos da nação tupi que foram refugiados da desmoronada Atlântida, chamaram-se Caris, e eram ligados aos povos cários, do Mar Mediterrâneo... O nome "Caraíbas" deriva dos "caraíbas" (ou "caribes"), nome utilizado para descrever a etnia ameríndia predominante na região na época do primeiro contacto com os europeus nos finais do século XV. O navegador italiano Américo Vespúcio afirmava que o termo Charaibi entre os indígenas significava "homens sábios" e é possível que este fosse utilizado para descrever os europeus à sua chegada à América. Depois do descobrimento das Índias Ocidentais por Cristóvão Colombo, o termo espanhol Antilhas era comum para este lugar; derivado dele, o "mar das Antilhas" tem sido um nome comum para o mar das Caraíbas em vários idiomas europeus. Mar do Caribe –Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Quando chegaram os primeiros padres espanhóis na Venezuela, contaram-lhes os piegas aqueles acontecimentos do passado. Disseram que a metade da população das ilhas, ameaçadas pelo mar, retirou-se em pequenos navios para a Venezuela, mas que morreram milhares na travessia. A outra metade foi levada em grandes navios para o Sul onde encontraram terras novas e firmes. Ao tomarem conhecimento da existência desses povos na Venezuela, os fenícios conseguiram levá-los em seus navios para o norte do Brasil. O local foi batizado pelos piagas (pagés) de Piagui, de onde originou-se Piauhy.

Para Ludwig, a palavra Piauí significa terra dos piagas, condenando a interpretação de que o nome provém do peixe piau, abundante nas águas do Rio Parnaíba.

Geograficamente, o lugar era Sete Cidades. Varnhagem, Visconde de Porto Seguro, confirma na sua História Brasileira, que essa tradição a respeito da emigração dos Caris-tupis, da Caraíba para o Norte do continente sul-americano vive ainda entre o povo indígena da Venezuela. Repetindo: o padre Antonio Vieira assevera em diversos pontos de seus livros que os Tupinambás, como os Tabajaras, contaram-lhe que os povos tupis imigraram para o Norte do Brasil pelo mar, vindos dum país que não existia mais; que os primeiros emigrantes teriam aportado em Tutóia e daí se dividiram em três povos: Tabajaras, entre o rio Parnaíba e a serra da Ibiapaba; os Potiguares além do rio Poti, e Cariris que tomaram as terra da Ibiapaba para o nascente. A segunda leva de emigrantes veio dar a um segundo ponto - escolhido pelos fenícios - a ilha do Maranhão que denominaram Tupaon (burgo de Tupan).

As hipóteses mais antigas de que o continente americano poderia ter sido povoado por fenícios foram propostas por Robertus Comtaeus Nortmannus em 1644 e por Georg Horn, historiador e geógrafo alemão, em 1652. Onffroy de Thoron escreveu sobre viagens das frotas do rei Hirão de Tiro, da Fenícia, e do rei Salomão, da Judeia, no rio Amazonas, nos anos de 993 a.C. a 960 a.C. Teoria da presença de fenícios no Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org); Georgius Hornius – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Mito que começa a ser desvendado pela recente divulgação (2013; 2016) de uma descoberta do ano de 2000 ocorrida a noroeste da costa de Cuba: um grupo de cientistas canadenses descobriu uma cidade perdida a 700 metros de profundidade quando um robô submarino tirou as fotografias das ruínas de edifícios, quatro pirâmides gigantes e um objeto parecido com uma esfinge. Especialistas sugerem que os edifícios pertencem ao período pré-clássico do Caribe e da história da América Central. A antiga cidade podia ser habitada por uma civilização semelhante aos habitantes de Teotihuacán (cidade fantasma de cerca de 2000 anos, localizada a 50 km da cidade do México). (https://www.youtube.com/watch?v=-gKEU3kkeMQ.)

Já pesquisadores independentes afirmam que as ruínas provavelmente são de Atlântida, o lendário continente desaparecido mencionado pela primeira vez pelo filósofo Platão.

LAÉRCIO ELIAS PEREIRA

JUSTIFICATIVA

Eis que Laércio Elias Pereira provoca, mais uma vez, para a construção de um Museu do Handebol no Maranhão. E que Lamartine Pereira da Costa apoiava a ideia. Seria uma construção junto com o Álvaro Perdigão, que tem um livro pronto sobre a modalidade no Estado. Ao que informei que, a idéia de se construir um Museu do Esporte no Maranhão, não é nova! Já na administração de Joaquim Haickel na SEDEL-MA, havia essa proposta, chegando a ser apresentado, por mim, um projeto. Seria constituído em parceria com o MAVAM – Museu de Artes Virtuais, administrado pelo Joaquim, que chegou, inclusive, a tomar vários depoimentos sobre o surgimento de algumas modalidades no Maranhão. A ideia não foi em frente... E agora, retorna...

A construção de um Museu que resgate a memória e a história dos esportes, em seu sentido amplo, do lazer, da educação física, e das atividades físicas – ufa! – é mais plausível. Haja vista que já temos uma base, com o Atlas dos Esportes no Maranhão, e o livro de história de vida do Prof. Dimas – Antonio Maria Zacharias Bezerra de Araújo. Além de que, na Revista Maranha-y, eletrônica, de História(s) do Maranhão, existem diversas matérias em que é resgatada a memória/história dos esportes em várias cidades maranhenses, a exemplo de Barra do Corda (Leonardo Delgado) e Viana (Álvaro Mendonça).

METODOLOGIA

Seguir-se-á o que já consta no CEV/Educação Física Maranhão, CEV/Biblioteca, e CEV/Atlas com algumas adaptações:

PROJETO MEMÓRIA DO ESPORTE NO/DO MARANHÃO

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Não há dúvidas que as práticas corporais e esportivas configuram, hoje, um fenômeno cultural com grande abrangência e visibilidade no cenário mundial. E envolvem sujeitos em diferentes contextos culturais, seja como praticante, seja como espectadores. Ainda que estas sejam práticas que adquiriram centralidade na vida moderna, há que referenciar que não são invenções do presente, mas possuem história. História feita pela ação de diferentes homens e mulheres, que a seu tempo realizaram ações que consolidaram estas práticas influenciando, de certa forma, o que hoje vivenciamos. Entendendo a memória como a capacidade humana de reter fatos e experiências do passado, este projeto pretende não apenas agrupar dados e experiências individuais, mas, fundamentalmente, preservá-las e transmiti-las às novas gerações dada sua significação social[1].

Parto de dois projetos em execução. O primeiro, o ATLAS DO ESPORTE NO MARANHÃO, nos mesmos moldes do Atlas do Esporte no Brasil (DaCosta, 2005, disponível em www.atlasesportebrasil.org.br); formato impresso (Shape Editora, 2005) e o formato eletrônico. A ideia é publicar em formato papel o ATLAS DO MARANHÃO e ao mesmo tempo disponibilizar no formato eletrônico, com possibilidades de acesso via Internet e com atualizações periódicas. O outro projeto, foi-me apresentado pelo Mestre André Lace, do Rio de Janeiro, em que propunha “DEZ Projetos para o Rio de Janeiro“[2] chamando-me a atenção para o “Projeto Livro Álbum dos Mestres de Capoeira no Rio de Janeiro“, em que propõem o cadastramento dos aproximadamente 150 mestres capoeiras do Rio de Janeiro; uma página para cada mestre, com foto. Haverá uma parte Introdutória com resumo da História da Capoeira no Rio de Janeiro e, também, resumo crítico dos principais livros sobre o assunto. Em outra correspondência, ao indagar sobre um aspecto da Capoeira no Maranhão, sugeriu-me a elaboração do “Livro-Álbum dos Mestres de Capoeira de São Luís do Maranhão“, assim como anteriormente já havia sugerido a criação de um “Centro de Capoeiragem do Maranhão“. Os demais projetos, devidamente adaptados, são: Projeto SEIS RODAS ESPECIAIS de CAPOEIRA – Idealização (através de concurso para arquitetos urbanistas), construção e implantação de uma Programação Anual. Rodas especiais, concha acústica de cimento para a “orquestra”, roda acimentada de apresentação e arquibancada tipo anfiteatro.

Projeto “CENTRO DE MEMÓRIA DA ARTE-AFRO-BRASILEIRA DA CAPOEIRAGEM NO MARANHÃO” – um espaço que poderá abrigar o “Centro de Memórias da Arte Afro-Brasileira da Capoeiragem”.

Projeto CONCURSO LITERÁRIO ANUAL – Redação, para o Ensino Médio; Monografia, para o Ensino Superior – Tema Básico: Capoeiragem no Maranhão, no Brasil e no Mundo.

Projeto FUNDAÇÃO MARANHÃO CAPOEIRA – Criação de um Organismo que realmente contemple todos os múltiplos aspectos da Arte Afro-Brasileira da Capoeiragem. O Projeto incluirá a criação de um PONTO DE ENCONTRO DOS CAPOEIRAS que, em princípio, será calcado na experiência vitoriosa do Espaço dos Capoeiras.

Projeto LABORATÓRIOS DE CAPOEIRAGEM – Série de experiências práticas testando a real eficácia da Capoeiragem enquanto Luta Marcial.

Projeto FUNDAMENTOS DA CAPOEIRA – Criação de um grupo multidisciplinar para estudar, sem fantasias, os fundamentos da Capoeiragem em todos seus múltiplos aspectos: religioso, filosófico, ritmo e cantado, histórico, sociológico etc.

Projeto UNIVERSIDADE DA CAPOEIRA – Projeto, inicialmente, apresentado do Governo Federal e, depois, à Universidade Estácio de Sá.

Projeto HOMENAGENS ESPECIAIS – Exemplo: reforma completa do túmulo do Sr. Anselmo Barnabé, Sapo, com colocação solene de uma Placa de Agradecimento.

CAPOEIRA EDITORIAL – Republicação enriquecida por uma avaliação crítica dos principais livros escritos Capoeiragem – ODC, Plácido de Abreu, ZUMA, Inezil Penna Marinho etc.

Dentro dessa perspectiva, a proposta é colher depoimentos de Esportistas – não só da capoeira – transformando em documento suas memórias (registros descritivos e datados) e não de história (processo de interpretação sob forma de narrativa com base temporal). Daí não caber digressões nem análises pormenorizadas. Ou seja: trabalha-se com marcos histórico, mas não se faz história.

Oferecendo-se base para o trabalho de historiadores embora seja focado para a gestão do esporte e atividades similares. Há que então reduzir ou evitar juízos de valor do autor(es) sobre o tema enfocado, isto é, comentários de que algo é bom ou mau no presente ou para o futuro contextualizado do tema.

Outra abordagem a evitar é a de críticas ou denúncias diretas a pessoas ou instituições, que não são próprias de um banco de dados com registros a serem interpretados por terceiros com interesses múltiplos e que está proposto para contínua revisão de dados

A base de conteúdo de cada depoimento (capítulo) é a ordem cronológica dos fatos descritos começando por referência ao ano (s) do acontecimento, a décadas se o período focalizado é mais longo, ou até mesmo século(s) em casos excepcionais. Não se usa hífen depois da data na abertura de cada fato examinado: ano, década e século são subtítulos no Atlas.

O padrão geral de formato dos capítulos sugere uma listagem cronológica de fatos relevantes que tiveram consequências no desenvolvimento (crescimento, mudança de direção, estagnação e/ou retrocesso) do esporte ou da manifestação relacionada aos esportes, à educação física ou atividade física de saúde e/ou lazer.

O parágrafo inicial de cada capitulo também é padrão, levando o título de “Origem(s) e Definição (ões)” ou Definições primeiro e depois Origens. Se aceita também a separação entre “Origem” e “Definição”, pois às vezes há maior clareza quando há dois enfoques.

Ao final da ordem cronológica temos “Situação Atual” que não deve ser conclusão. O Atlas não trabalha com conclusões, mas sobretudo com tendências. Em síntese, “Situação Atual” refere-se a um conjunto de dados que oferece uma ideia de como se desenvolve presentemente o tema examinado no capítulo. Em certos casos é tolerável uma pequena interpretação dos dados destacados, ou alguma crítica que possa explicar uma determinada situação. Não se pode priorizar, entretanto a crítica porque os capítulos devem ser bem mais descritivos do que analíticos, dando pouca margem a interpretações pormenorizadas. Em termos do modelo Atlas para orientação de conteúdos, a crítica não é própria porque se lida com um banco de dados de amplo acesso e consultas variadas. O Atlas, assim sendo, oferece bases para críticas, mas evita aprofundamentos críticos, não se tratando de um espaço de discussão acadêmica, política, religiosa ou ideológica. Contudo, a margem válida de interpretações dos autores incide sobre etapas selecionadas do desenvolvimento no tempo do esporte, atividade ou área de saber ou de suporte de atividades físicas. Este tipo de análise deve ser bem resumida e bem objetiva, posta no texto com título de parágrafo “Décadas de tal a tal – Interpretações” ou mesmo “Interpretações das décadas de tal a tal”, se assim for opção do autor (es).

O Atlas não é diagnóstico nem plano, portanto não cabem nos capítulos sugestões ou projeções para o futuro. As abordagens projetivas são responsabilidade das pessoas que consultam o Atlas para trabalhos diversos. Porém, algumas interpretações trazem à luz evidências e tendências, e estas, se resumidas, podem ser mantidas uma vez que se referem a interpretações do desenvolvimento. Nesta opção de roteiro de redação não se deve eliminar dados numéricos mesmo que aparentem inconsistência, pois estes constituem um dos objetivos principais do Atlas (base para estudos econômicos na área esportiva). Assim, aceitam-se estimativas rotulando-as sempre como provisórias. Note-se que todos os dados são submetidos a cruzamentos e revisão continuamente nas diferentes versões do Atlas, o que oferece segurança no trato quantitativo dos temas. As revisões e atualizações deverão progressivamente melhorar a base de dados, tendo a versão livro de 2005 uma função demarcadora. Comentários sobre o grau de fidedignidade de certos dados são pertinentes sobretudo quando são provenientes de fonte confiável (geralmente especializada e identificada) e há condições de se verificar o modo de coleta, organização e/ou tratos estatísticos. Cada capítulo ou Box, por padrão, termina com o subtítulo “Fontes”, excetuados aqueles que constituem experiência pessoal, descrição direta ou levantamento e pesquisa presencial produzidos pelo(s) autor (es) do texto (levantamento de academias ou clubes em determinado município, por exemplo). Como o Atlas é um repositório de memória em contínua revisão, as fontes incluem testemunhos pessoais e indícios em objetos, edifícios, monumentos etc., além de documentos, jornais, livros e outros meios de fidedignidade mais evidentes. As fontes são relacionadas nos capítulos por qualquer meio de referenciação ou normatização, sugerindo-se, entretanto sempre que possível seguir os padrões ABNT (nacional) e o APA (internacional). As fontes de testemunhos pessoais são relacionadas pelo(s) nome(s) do(s) informante(s) e data da obtenção da informação. A referenciação dos Atlas regionalizados como unidade de publicação (site, livro, CD etc.), entretanto, deve seguir a ABNT e a APA, tendo seus editores ou organizadores citados em conjunto com o título “Atlas do Esporte no Rio Grande do Sul” (assumindo-se o exemplo do primeiro Estado a produzir uma versão local).

Padrões do Atlas: Referências gerais ou específicas para elaboração de contribuições para o Sistema Atlas, sujeitas a reformulações sucessivas de acordo com necessidades surgidas na editoração das informações, nos procedimentos de programação visual e nos ajustes à mídia de cada versão em preparo (formatos e softwares).

Dados do Atlas: Informações produzidas por fonte identificada que são reelaboradas em forma, mantidas no seu conteúdo e verificadas sempre que necessário, e possível pelo Sistema Atlas. O propósito básico é de coletar e expor informações como memória e para uso seletivo de interessados, constituindo basicamente um meio de gestão. Direitos autorais: O Sistema Atlas tem como marcos conceitual a legislação em vigor no Brasil sobre direitos autorais e sobre a atuação de voluntários conforme descrito no Atlas livro, versão 2005, página 6.

Cevatlas: Lista de discussão do Centro Esportivo Virtual – CEV (visitar em www.cev.org.br) que opera como ponto de encontro dos participantes e dos interessados no ATLAS – Sistema de Informações e Gestão em Esporte e Atividades Físicas, cuja primeira manifestação foi o livro “Atlas do Esporte no Brasil” e que na fase atual se desdobra em outras mídias e diversos segmentos de localização geográfica, memória e temas de abordagem. A inscrição no Cevatlas é feita via http://listas.cev.org.br/mailman/listinfo/cevatlas

Esporte: Expressão genérica, eventualmente completada com palavras de significados congêneres – em especial das áreas de lazer, saúde e educação física -, usada no Sistema Atlas como síntese das atividades físicas praticadas como manifestação pessoal, grupal e comunitária, ou como promoção de instituições privadas e públicas. Por padrão, esta expressão adota a grafia mais comum de ser encontrada no Brasil: “esporte” (sem o “d” da palavra “desporto”).

TEMAS – Em linhas gerais, os temas abordados pelos Atlas estaduais, regionais e de cidades são os mesmos do Atlas nacional, edição 2005, porém respeitando-se a especificidade local está prevista a adição de novos temas nestas novas versões do Atlas no caso de existir informações suficientes para um capítulo próprio. Como a base dos Atlas estadual é constituída de municípios, as informações sobre determinada atividade / esporte ou meio de geração de conhecimento (Ensino Superior de Educação Física, associações científicas, áreas de saber etc.) podem ser alocadas nos municípios onde acontecem se não houver condições de se organizar um capítulo próprio.

Inovações locais na prática de esportes, invenções de equipamentos e protocolos, biografias de atletas de renome regional, história de cursos locais de formação em educação física, memória de clubes e de entidades esportivas, e outras formas de resgate da identidade local esportiva são exemplos a realçar para a pauta de trabalhos de um Atlas regionalizado.

CAPÍTULOS – A unidade básica dos Atlas de Estado, região ou cidade, é o ‘capítulo’ tal como acontece no Atlas nacional em livro, cujo conteúdo é mantido na versão na Internet que dá formato básico ao Sistema ATLAS. Porém, ao contrário do Atlas nacional que se regulou por tamanho padrão (10.500 – 10.700 caracteres contando espaços), os seus

desdobramentos seguintes poderão ser maiores ou menores. Tanto a expansão como e a redução apóiam-se na experiência do projeto Atlas original pelo qual se demonstrou a existência de alguns temas cujo tamanho padrão limitava ou excedia em demasia sua compreensão; outro motivo prende-se ao fato de que na Internet não há limitações de tamanhos de texto como no formato livro. Assim, o capítulo nos Atlas regionalizado possui tamanho variado dependendo da existência de conteúdo e disponibilidade de autoria e editoração. E o padrão, nestas circunstâncias, é ditado por um texto mínimo que possa dar validade à criação de um capítulo e atribuir importância ao tema focalizado, ou seja: 10.500 caracteres contando espaços. Os complementos de cada capítulo adotam o formato Box (caixa) e podem se desdobrar na medida em que surjam atualizações e reajustes.

A disposição dos capítulos em seções temáticas tal como encontrada no Atlas nacional, pode ser seguida nas versões regionalizadas, contudo a especificidade de cada Estado, região ou cidade, indica a pertinência de flexibilidade nestes temas e da adoção do município como base. Nestes termos, por padrão, a seção principal do Atlas de cada Estado e de região, inclui todos os municípios pesquisados (cada município, um capítulo), numa composição similar à seções “Lazer – Cidades e Regiões” encontradas no Atlas nacional de 2005.

Os capítulos relacionados a municípios incluem dados sobre clubes, instalações esportivas, academias, locais para atividades físicas de lazer e de saúde, registros históricos sobre atividades e instituições esportivas e de lazer locais, levantamentos e estimativas de número de participantes, faculdades de educação física e outras circunstâncias também mapeadas na seção “Lazer – Cidades e Regiões” do Atlas nacional. Além de documentos e registros, os dados coletados serão aqueles disponíveis no município ou estimados por dirigentes, líderes, técnicos, professores, atletas veteranos e outras pessoas com experiência de vida no esporte e lazer locais. Para auxiliar esta pretendida coleta, um dos futuros documentos de padrões será orientado como roteiro para obtenção de dados no município. A única ilustração permitida em cada capítulo é o mapa do município, da cidade ou da região focalizada em seus vários municípios, consolidando padrão já adotado no Atlas nacional. Por sua vez, as fotos e figuras coletadas serão incluídas numa seção final à parte, denominada de “Quem fez acontecer – Fotos e figuras” (ver seção original no Atlas nacional), que no Sistema Atlas via Internet aglutinarão as fotos e figuras por municipios, destacando-se regiões e cidades quando apropriado. A prioridade absoluta, neste caso, pertence a fotos e figuras de mais de 30 anos na temática esportiva, de educação física, lazer e saúde, que constituem os registros de maior possibilidade de perda na atualidade.

METODOLOGIA

Ao mesmo tempo em que se atualiza os dados e informações já coletadas e ordenadas no formato do Atlas, deve-se iniciar a coleta de depoimentos de esportistas, que participaram da implantação dos esportes modernos no Maranhão, registrando-se em vídeo, esses depoimentos, constituindo-se como fonte primária para os trabalhos de história. História Oral é a designação que se dá “ao conjunto de técnicas utilizadas na coleção, preparo e utilização de memórias gravadas para servirem de fonte primária” [3]. Já na definição de CAMARGO[4], é o “conjunto sistemático, diversificado e articulado de depoimentos gravados em torno de um tema“, ou como ensino a própria ALBERTI (1990), é o “método de pesquisa … que privilegia a realização de entrevistas com pessoas que participam de, ou testemunham, acontecimentos …”.

Em qualquer pesquisa se parte da questão de que há algo a investigar. Ao decidir-se pelo emprego da técnica da história oral, como sendo o mais apropriado, estabelece-se também os tipos de fonte de dados, tendo em vista que a história oral vale-se de outras fontes, além das entrevistas [5]. Dois tipos de fontes de dados:

Reportagens de jornais, crônicas, relatos e literatura acadêmica, que nos permite o estudo do processo de implantação da educação física escolar e o desenvolvimento do esporte moderno em Maranhão; Entrevistas com pessoas que viveram esses processos.

Para esse item, deve-se verificar se, no universo de estudo, há entrevistados em potencial, se é possível entrevistá-los e se estão em condições físicas e mentais de empreender a tarefa que lhes é solicitada. Estabelecidos os métodos e as entrevistados, resta definir as entrevistas. Serão estabelecidas algumas categorias simples, empiricamente, utilizadas como pretexto para o entrevistado se lançar no esforço de rememoração. São perguntas de ordem genealógica, história pessoal, sobre educação, educação física, esportes, pessoas conhecidas, enfim, lembranças “daqueles bons tempos”.

JANOTTI (1988) identifica dois tipos de memória no cultivo de reminiscências sobre o passado recente, e sobre os antepassados. Produzem-se histórias que podem tanto pertencer às memórias individuais como às coletivas. O indivíduo participa desses tipos de memória e, conforme sua participação, ou do seu conhecimento dos fatos. Poderá adotar duas atitudes diferentes e mesmo contraditórias.

Já ASSUNÇÃO (1988) identifica três tipos de memórias: “No primeiro nível, uma memória oral individual, quando o informante nos dá notícias biográficas de sua família. Essa memória permanece em virtude de seu interesse que as pessoas mostram pela vida e façanhas dos antepassados. Às vezes, pode ser também contada pode ser contada por uma pessoa que não pertence à família, mas conheceu-a; no segundo nível, a memória oral de uma comunidade: a história de sua origem … Essa memória que é uma propriedade coletiva … é preservada em virtude de sua função dentro da comunidade …; no terceiro nível, uma memória oral mais geral: é o que poderia chamar de memória regional“. (p. 215)

Os depoimentos do primeiro tipo, evidentemente, são os mais subjetivos, os menos suscetíveis de controle pelo pesquisador. O episódio contado não pode, em geral, ser verificado por outras fontes. A sua verificação se dá pela coerência interna e pela confrontação com episódios semelhantes. Já os depoimentos do segundo e, sobretudo do terceiro tipo, constituem já um documento mais “objetivo”. Referem-se à existência de um fundo comum na memória oral (ASSUNÇÃO, 1988; VAZ, D., 1990 [6]).

O trabalho que se pretende é o de integrar a uma estrutura social elementos e fatos isolados, procurando uma explicação causal, sem esquecer a descrição histórica [7]. Para Berkoffer Jr. (citado por CARDOSO, 1988, p. 77), “… a História (entendida como explicativa, respondendo aos porquês ?) não pode explicar totalmente à ‘crônica’ (que responde a perguntas do tipo ‘o que’, ‘quem’, ‘quando’, ‘onde’, ‘como’?)”.

Chronica (do latim) é termo que indica narração histórica, ou registro de fatos comuns, feitos por ordem cronológica; como também é conjunto das notícias ou rumores relativos a determinados assuntos [8].

Para o levantamento dos possíveis depoentes se utilizará do que já foi escrito, do Atlas do Esporte no Maranhão, além dos citados durante os depoimentos.

Os depoimentos serão gravados em vídeo, utilizando-se dos estúdios do MAVAM – Museu de Artes Visuais do Maranhão – contratada sua utilização para tal fim, devendo-se colher, inicialmente, 100 (cem) depoimentos, sendo 60 (sessenta) relacionados aos esportes, em especial o escolar, relacionados aos FEJ/JEMs – pelo menos 60% -, e os demais 40 depoimentos, constituirá o Livro-Álbum dos mestres Capoeiras.

CUSTOS

FINANCIAMENTO

LISTAS DE ENTREVISTADOS

ESPORTES ESCOLARES

Ainda, se buscará apoio do INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO, do qual sou membro efetivo; e do JORNAL PEQUENO, através do seu editor Vinícius Bogéa. Esclareça-se que solicitaremos a digitalização do JORNAL DOS SPORTES, idealizado por Ribamar Bogéa, antecessor do Jornal Pequeno. Além disso, buscaremos as informações nos diversos outros jornais editados no Maranhão, em especial em O ESTADO DO MARANHÃO, com a coluna editada por Biguá e Tânia, ONDE ANDA VOCE? Que procurou registrar a biografia dos maiores esportistas maranhenses. Tal qual foi feito no Jornal dos Sports...

[1] GOELNER, 2004, X Congresso de Ciências do Desporto e de E. F. dos Países de Língua Portuguesa. Os desafios da renovação. Disponível em http://www.fade.up.pt/rpcd/_arquivo/rpcd_vol.4_nr.2.pdf .

[2] A VOLTA AO MUNDO DA ARTE AFRO-BRASILEIRA DA CAPOEIRAGEM – Ação Conjunta com o Governo Federal –Estratégia 2005 – Contribuição do Rio de Janeiro – Minuta de André Luiz Lace Lopes, com sugestão de Mestre Arerê (ainda sem revisão).

[3] CORRÊA, Carlos Humberto P. HISTÓRIA ORAL – Teoria e prática. Florianópolis : UFSC, 1978

[4] ALBERTI, Verena. HISTÓRIA ORAL – a experiência do CPDOC. Rio de Janeiro : FGV/CPDOC, 1990

[5] SILVA, M. Alice Setúbal: GARCIA, M. Alice Lima: FERRARI, Sônia C. Miguel. MEMÓRIAS E BRINCADEIRAS NA CIDADE DE SÃO PAULO NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX. São Paulo : Cortez, 1980

[6] VAZ, Delzuite Dantas Brito. PARAIBANO NA MEMÓRIA ORAL – da chegada de Antônio Paraibano à região do Brejo – Município de Pastos Bons – à fundação da cidade de Paraibano-Ma. São Luís : UFMA, 1990. (Monografia de graduação em História). (Mimeog.)

[7] CARDOSO, Ciro Flamarion. UMA INTRODUÇÃO À HISTÓRIA. 7 ed. São Paulo : Brasiliense, 1988.

[8] DICIONÁRIO AURÉLIO, 1986, p. 502, citado por BORRALHO, José Henrique de Paula. Literatura e política em A Chronica Parlamentar, de Trajano Galvão de Carvalho. In GALVES, Marcelo Cheche; COSTA, Yuri. O MARANHÃO OITOCENTISTA. Imperatriz: Ética; São Luis: Editoras UEMA, 2009, p. 371-403.

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão

Academia Ludovicense de Letras

Academia Poética Brasileira

Centro Esportivo Virtual

A segunda modernidade é um conceito sociológico introduzido pelo teórico alemão Ulrich Beck 4. Este conceito referese a uma fase da modernidade em que as estruturas sociais, políticas e econômicas tradicionais começam a ser questionadas e reformuladas em resposta às rápidas mudanças tecnológicas, globais e ambientais.

Na primeira modernidade, a sociedade era caracterizada pela industrialização, urbanização e a crença no progresso contínuo através da ciência e da tecnologia. A segunda modernidade, por outro lado, lida com as consequências inesperadas desses processos, como a desigualdade social, os riscos ambientais e as crises econômicas.

Algumas características da segunda modernidade incluem:

Individualização: As pessoas têm mais liberdade para construir suas próprias identidades, em contraste com as normas sociais rígidas da primeira modernidade.

Globalização: A interconexão global e a interdependência aumentaram, resultando em uma maior troca cultural, econômica e social.

Reflexividade: A sociedade se torna mais consciente dos riscos e das incertezas associadas ao progresso tecnológico e econômico.

Desregulamentação e flexibilização: As instituições tradicionais, como o Estado e a família, passam por transformações para se adaptarem a uma sociedade mais dinâmica e complexa.

A segunda modernidade nos convida a reavaliar nossas estruturas sociais e buscar soluções mais sustentáveis e equitativas para os desafios contemporâneos.

Assim, segunda modernidade é um conceito que se refere a uma nova fase da modernidade, caracterizada por uma maior complexidade e pluralidade de perspectivas, influenciada por avanços tecnológicos, sociais e culturais. No contexto brasileiro, isso pode ser visto como uma fase de reavaliação e questionamento das narrativas históricas tradicionais 5.

O revisionismo histórico no Brasil tem ganhado destaque, especialmente em debates sobre a representação de figuras históricas envolvidas em práticas como a escravidão e o colonialismo. Essa reavaliação tem levado à derrubada de monumentos que homenageiam essas figuras, como o caso do bandeirante Manuel de Borba Gato, cuja estátua foi incendiada em São Paulo em 20216.

Esses protesto se iniciaram nos Estados Unidos, após uma ação policial que culminou na morte de George Floyd, um negro – ops, afrodescendente. Além dos protestos em solo americano, cidadãos de doutros países também se manifestaram, como na Inglaterra, onde uma multidão enfurecida derrubou a estátua de um traficante de escravos –Edwalr Colston; na Bélgica, foi a estatua do Rei Leopoldo II. O Brasil não ficou para trás: aqui, estátuas de personalidades históricas que atualmente seriam julgadas pelos mais diversos crimes habitam cidades de todos os tamanhos.

Esses atos são frequentemente vistos como uma forma de reparação histórica, buscando corrigir a glorificação de figuras que, segundo a perspectiva atual, cometeram atos condenáveis. No entanto, há também quem argumente que a destruição desses monumentos equivale a um vandalismo e uma tentativa de apagar a história.

O debate é polarizado, com alguns defendendo a remoção desses monumentos para museus ou a instalação de placas explicativas, enquanto outros acreditam que devem ser preservados como parte do patrimônio histórico. No

4 BECK, U. Sociedade de Risco Mundial. Em busca da segurança perdida. Lisboa: Edições 70, 2018.

5 Combates pela História do Brasil: uma resposta ao revisionismo histórico – Jornal da USP

6 Derrubada de estátuas: vandalismo ou reparação his... | VEJA

Maranhão, temos, atualmente o “Caso Nina Rodrigues”, onde se busca retirar o nome desse ilustre maranhense de nosso Hospital Psiquiátrico. Sim!!! É coisa de louco, mesmo...

Raimundo Nina Rodrigues foi um médico, antropólogo e professor brasileiro, nascido em 1862 em Vargem Grande, Maranhão. Ele é considerado o fundador da antropologia criminal no Brasil e um pioneiro nos estudos sobre a cultura negra no país7. Nina Rodrigues foi o primeiro estudioso brasileiro a abordar a questão racial como um tema social relevante para a compreensão da formação racial da população brasileira.

Ele escreveu vários livros importantes, como "Os Africanos no Brasil" e "As Raças Humanas e a Responsabilidade Penal no Brasil". Embora suas ideias fossem influenciadas por uma perspectiva racista e nacionalista da época, suas contribuições foram significativas para o desenvolvimento da medicina legal e da antropologia no Brasil.

Nina Rodrigues foi uma figura controversa quando se trata de eugenia. Ele foi um dos primeiros a introduzir essas ideias no Brasil, influenciado pelas teorias europeias da época. A eugenia, que buscava "melhorar" a população através de práticas seletivas, foi amplamente criticada por suas bases racistas e pseudocientíficas8

Rodrigues acreditava que a miscigenação poderia levar a uma "degeneração" da população brasileira, uma visão que hoje é amplamente desacreditada e condenada. Ele via a eugenia como uma forma de "melhorar" a sociedade, mas suas ideias refletiam os preconceitos e a falta de entendimento científico da época.

Essas ideias tiveram um impacto duradouro e negativo, perpetuando estereótipos raciais e justificando políticas discriminatórias. Felizmente, a ciência moderna rejeita completamente essas teorias, reconhecendo a diversidade genética como uma força e não uma fraqueza9

Devemos considerar que Raimundo Nina Rodrigues viveu em centros urbanos onde o contingente de negros escravizados era notável. Nas ruas, nas portas das casas, nas lojas, nos portos. Negros e crioulos trabalhando, conversando, cantando, esmolando, esbravejando, negociando. Tudo parecia seguir o “ritmo natural” da vida. Mas, entre 1888, ano que se formou em Medicina; 1890, ano que foi aprovado em concurso público para professor da Faculdade de Medicina da Bahia e, 1906, ano em que morreu, Nina Rodrigues vivenciou várias transformações da sociedade brasileira que de escravocrata, passou a adotar o operariado assalariado incentivando a imigração europeia; de monarquia, passou a ser uma república; de agrária, passou por um crescente processo de urbanização. É justamente nesses cenários urbanos em transformação que se darão as principais discussões políticas e intelectuais em torno da nacionalidade brasileira10. Conforme Renato Ortiz11 e Lilia Shwarcz12 é nesse contexto que a questão racial revestida de um discurso científico passa a ganhar espaço e credibilidade. Para Shwarcz, o século XIX foi o século do estabelecimento da ciência e das instituições de pesquisa e ensino. O saber científico é revestido de grande poder ocupando um lugar central na reestruturação do Estado, e é nesse aspecto que a fala institucional se compõem num fator de grande importância, pois dá legitimidade e autoriza o discurso do intelectual atribuindo-lhe grande poder político e social.

Esse processo também acometeu o Brasil da época. O país foi passando de objeto a sujeito produtor de explicações científicas. A partir dos anos 70 dos oitocentos, toda uma nova configuração paradigmática e conceitual chega ao Brasil, reformulando as instituições, as formas de comunicação, a cultura, a política, o comércio, o ensino etc. O Brasil precisava mostrar-se moderno e, nesse projeto modernizador a ciência e seus distintos representantes exerciam um poder discursivo legitimador essencial, em que o lema “ordem e progresso” se torna possível graças ao paradigma evolucionista que predomina no pensamento ocidental.

Teóricos como Lilia Schwarcz, Renato Ortiz e Wlamira Albuquerque discordam da ideia simplista de que os cientistas brasileiros de fins do XIX limitaram-se a copiar as teorias raciais europeias. Essas teorias se tornaram hegemônicas no Brasil justamente quando perdiam força na Europa. Há uma clivagem entre o momento de produção dessas teorias

7 Raimundo Nina Rodrigues - Brasil Escola

8 Nina Rodrigues, a eugenia e a inauguração de um conceito de cultura afro brasileira

9 Racismo disfarçado de ciência: como foi a eugenia no Brasil

10 CAMPOS, Maria José. Arthur Ramos: luz e sombra na Antropologia Brasileira: uma versão da democracia racial no Brasil nas décadas de 1930 e 1940. Rio de Janeiro: Edições da Biblioteca Nacional, 2004

11 ORTIZ, Renato. Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense, 2006

12 SCHWARCZ, Lilia Moritz. O Espetáculo Das Raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

na Europa e as formas como são apropriadas no Brasil. Nem todos os referencias são aceitos, mas só os que dialogam com os referenciais já utilizados em diálogo com o contexto mestiço do Brasil. Do resultado dessas aproximações de diferentes disciplinas, métodos e referenciais teóricos, Nina Rodrigues torna-se, com maior precisão, o inaugurador de uma tradição brasileira de invenção conceitual da cultura afro-brasileira numa perspectiva histórica oficial. A partir da materialidade de suas fontes e dados pesquisados, ele seleciona, distribui, organiza, estabelece continuidades e sentidos ao que ele está chamando de cultura negra no Brasil, ou nos seus termos, “sobrevivências das culturas africanas no Brasil”, estabelecendo que a cultura afro-brasileira vive das continuidades e não das rupturas das culturas africanas. Assim ele legitima através de seu discurso científico os autênticos lugares simbólicos da cultura negra: a linguagem; as “belas-artes” (música, dança, pintura e escultura); as festas populares e o folclore; a religião e suas mitologia e culto; indumentária e culinária. Com isso, Nina Rodrigues projetava não só palavras, mas também imagens de africanidades que sobrevivem, e que continuariam a existir nos descendentes mulatos e crioulos uma vez que os legítimos africanos estavam morrendo ou emigrando de volta para a África após a abolição. Dessa maneira, definia-se o que é ser negro e o que fazem os negros. Limitava-se a produção cultural e a inteligência negra a estes únicos lugares e práticas. Enquanto intelectual, Nina Rodrigues é o inaugurador de uma tradição de representar conceitualmente, no Brasil, a cultura afro-brasileira. Embora essa representação parta de uma materialidade, de dados observados e analisados segundo os referenciais dispostos naquele momento histórico, esses conceitos não dão conta de toda a diversidade e complexidade que possui a cultura afro- brasileira. Tais conceitos formam fragmentos estereotipados da cultura afrobrasileira, selecionando e elegendo o que se diz ser ou não “típico” dessa cultura, deixando de fora toda uma rede de sujeitos, eventos, intencionalidades e significações. Discrimina os lugares não só culturais, mas também políticos e econômicos dos negros. Esse processo de representação conceitual do que é o ser e o fazer negro, se construiu nos primeiros momentos do século XX num projeto de fortalecimento de uma identidade contrária àquela que é a do ser e fazer branco. Os argumentos, os métodos e as instituições dos intelectuais que os produzem fazem parte de uma complexa rede de significações interpeladas por relações de poder que legitimam esses dizeres.13

Combater o revisionismo histórico é uma tarefa importante e multifacetada, que exigem algumas estratégias:

Educação de qualidade: Promover uma educação que valorize a ciência, o pensamento crítico e o ensino da história baseada em evidências.

Acesso à informação: Garantir que as pessoas tenham acesso fácil a fontes confiáveis de informação e incentivar o consumo de mídia crítica e bem pesquisada.

Debate aberto: Fomentar o debate público e acadêmico sobre a história, incentivando que as vozes divergentes sejam ouvidas e respeitadas.

Memória coletiva: Valorizar e preservar a memória coletiva, através de museus, monumentos e comemorações que celebrem a verdade histórica.

Legislação e políticas públicas: Criar e implementar políticas que protejam o ensino e a preservação da história baseada em fatos.

13 ADICHE, Chimmammanda. O perigo de uma única história. Conferência ministrada em julho de 2009. Oxford, Inglaterra. Disponível em: www.youtube.com. Acesso em: 11 de maio de 2011.

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão

Academia Ludovicense de Letras

Academia Poética Brasileira

Centro Esportivo Virtual

O CONGRESSO DO MULUNDÚS

Mas a harmonia não ficou sempre intacta; por quaisquer motivo desligaram-se os tupinambás da confederação e constituíram seu próprio congresso, ao lado ocidental do Parnaíba, em Mulundús. Os tupinambás já eram grandes senhores, tinham ocupado a maior parte do interior do Maranhão, tinham fundado mais de cem colônias no Grão Para, Amazonas e Mato Grosso e precisavam dum centro nacional para conservar a unidade da nação dos tupinambás. Esse centro era Mulundús, onde se reuniam todo Os anos os delegados de todas as regiões, ocupadas pelos tupinambás. Nas cartas e relatórios do padre Antonio Vieira encontram-se muitos indícios desses factos. Ele relata que alguns dos seus amigos tupinambás lhe contaram que no interior do Maranhão se reúnem os delegado de todas as aldeias que falam a mesma língua geral, e pediram ao padre mandasse para lá um sacerdote católico para celebrar missa, dentro d grande reunião do povo. Assim o antigo congresso de Mulundús ficou transformado numa festa cristã, dedicada à memória de São Raimundo, como ainda agora se faz. Sempre, porém, essa festa conservou o caráter dum congresso popular, para onde veem de longe, de Goiás, Mato Grosso e Pará amigos, parentes e comerciantes daquelas regiões que pertenciam antigamente ao grande domínio dos tupinambás. Ludovico Schwennhagen

Por volta dos anos 30 do século XIX, o tenente-coronel Antonio Bernardino Ferreira Coelho adquiriu o Engenho Primavera que outrora pertencera a madrinha do vaqueiro Raimundo Nonato. Na constância do cargo de Deputado Provincial Antonio Bernardino transferiu a Vila de Olho d’Agua para Vargem Grande em 1845. No final dos anos cinquenta o deputado vendeu o Engenho Primavera ao coronel Francisco Solano Rodrigues. Ao comprar as terras adquiriu também a escravatura dos antigos proprietários com todos seus costumes e crendices. No local se estabeleceu com a família depois do casamento com a senhora Luíza Roza Nina Rodrigues, onde tiveram sete filhos: Djalma, Joaquim, Raimundo, Themístocles, Antônio, Saul, e Maria da Glória.

Muito religiosa Dona Luiza, quando chegou já encontrou a capelinha em Mulundus que fazia parte da propriedade da família. Passou a fazer a manutenção e incentivar o culto a São Raimundo Nonato. Em 1862, enquanto gestava um dos seus filhos se sentiu muito doente então fez promessa, que se tivesse um bom parto, o filho receberia o nome do Santo, porque além de protetor dos vaqueiros é invocado como patrono e protetor das parturientes e das parteiras, porque durante o seu nascimento a sua mãe faleceu e ele foi extraído vivo.

O pequeno Raimundo nasceu no dia 4 de dezembro de 1862, porém foi uma criança com a saúde frágil e mais uma vez Dona Luiza recorreu ao Santo pedindo proteção e saúde ao filho e em troca prometeu fazer vir da Espanha uma imagem autêntica confeccionada na oficina sacra da terra natal de São Raimundo. Quando o filho atingiu a juventude a imagem foi encomendada. A trajetória da imagem foi difícil. Ela foi enviada à Portugal de lá foi feito o translado de navio para a capital, São Luís, depois foi levada de barco a vapor até Itapecuru –Mirim quando as autoridades locais e eclesiásticas a transportaram até a igreja de São Sebastião e depois à Mulundus. A chegada da imagem ocorreu no penúltimo quartel do século XIX.

O filho da promessa, Raimundo Nina Rodrigues o mais ilustre filho da terra, foi médico legista, psiquiatra, professor e antropólogo. Faleceu em 1906.

Dona Luíza figurou como responsável pela festa durante muitos anos sendo seguida por seu filho o capitão Saul Nina Rodrigues que mesmo residindo no Engenho São Roque em Anajatuba, gerindo os negócios da família mantinha negócios em Vargem Grande tendo continuado como Mordomo da festa. Dona Luiza faleceu em 17.12.1911.

O tenente- coronel Francisco Solano Rodrigues, foi juiz de direito, Comandante Superior da Guarda Nacional, da Vila de Vargem Grande, deputado constituinte, Presidente da Câmara de Anajatuba e grande benfeitor de Vargem Grande, tendo cedido uma das suas casas para servir de cadeia pública à Vila.

Desde o início do Século XX, começaram as campanhas pela imprensa, pelos moradores e principalmente pelos comerciantes para a transferência da festa para a sede de Vila de Vargem Grande. O povoado de Mulundus era desprovido de estrutura adequada para a celebração da festa que havia se tornado muito grande.

Porém os tradicionalistas resistiam, por achar que a festa deveria permanecer no local onde iniciou. Foram anos de negociações para solucionar o impasse. Somente em 1953, na gestão do arcebispo Dom José Medeiros Delgado, houve a transferência da festa para Vargem Grande, passando a ter uma maior projeção. Os conservadores, no entanto, inconformados continuaram celebrar São Raimundo Nonato em Mulundus, que em consenso a igreja fixou a data do evento no povoado para o mês de outubro e assim respeitando a religiosidade popular. A festa reúne féis de todo o Maranhão também de outros Estados, em pagamentos de promessas. O Santo Espanhol, São Raimundo Nonato foi um doutor da igreja, um grande Bispo e mártir da fé católica. Roga por nós, São Raimundo! (em catalão: Ramon Nonat, em castelhano: Ramón Nonato) é um santo católico romano que viveu no século XIII e se rebelou contra a escravidão, que na época era tida como natural. Raimundo recebeu a alcunha de Nonato ("não nascido") porque foi extraído do ventre de sua mãe, já morta antes de dar-lhe à luz, ou seja, não nasceu de uma mãe viva, mas foi retirado de seu útero, algo raríssimo à época. Por isso é festejado, no dia 31 de agosto, como o patrono das parteiras e obstetras. Em 1224 entrou na Ordem de Nossa Senhora das Mercês, que era dedicada a resgatar os cristãos capturados pelos muçulmanos levados para prisões na Argélia. Mas ele não queria apenas libertar os escravos, lutava também para manter viva a fé cristã dentro deles. Capturado e preso na Argélia, converteu presos e guardas, mas teve a boca perfurada e fechada por um cadeado para não pregar mais. Após sua libertação, foi nomeado em 1239 cardeal pelo papa Gregório IX, todavia no início de seu caminho a Roma padeceu violentas febres pela qual morreu.

Blog da Jucey Santana: SÃO RAIMUNDO DOS MULUNDUS

VAZ, Leopoldo Gil Dulcio Vaz. São Raimundo, dos Mulunduns – o falso santo do Maranhão

São Raimundo Nonato - Diocese de São José do Rio Preto/SP (bispado.org.br)

Raimundo Nonato – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

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O revisionismo histórico pode ter um impacto significativo na história de vida de personagens históricos. Quando novas evidências ou perspectivas surgem, a interpretação dos eventos e das ações desses personagens pode mudar. Isso pode levar a uma reavaliação de suas motivações, intenções e legados.

Por exemplo, figuras históricas que eram amplamente vistos como heróis podem ser reavaliados como vilões, e vice-versa. Isso pode afetar a maneira como são lembrados e ensinados nas escolas, bem como a forma como são retratados na mídia e na cultura popular.

Raimundo Nina Rodrigues foi um médico, antropólogo e professor brasileiro, nascido em 1862 em Vargem Grande,Maranhão.Eleé consideradoofundadordaantropologiacriminalbrasileiraeumpioneironosestudos sobre a cultura negra no Brasil.

Nina Rodrigues é conhecido por suas pesquisas sobre a influência das condições sociais e psicológicas na conduta humana, e por suas contribuições à medicina legal e à psiquiatria. Ele também foi um notório eugenista, o que significa que ele defendia a melhoria da raça humana através da seleção genética.

Seu trabalho foi influente, mas também controverso, especialmente devido às suas visões raciais e nacionalistas. Ele publicou vários livros importantes, como "Os Africanos no Brasil" e "As Raças Humanas e a Responsabilidade Penal no Brasil"

Um dos principais defensores da eugenia no Brasil, acreditava na ideia de que a raça e a hereditariedade influenciavam diretamente o comportamento humano e a capacidade intelectual. Suas ideias foram influenciadasporteorias europeiaseamericanasdaépoca,quedefendiama"melhoria"daraçahumanaatravés da seleção genética.

Rodrigues argumentava que a miscigenação e a presença de indivíduos de "raças inferiores" eram prejudiciais para a sociedade brasileira. Ele acreditava que a população deveria ser "embranquecida" através da imigração europeia e pela promoção de casamentos entre pessoas de "raças superiores".

Essas visões foram amplamente criticadas e são vistas hoje como racismo disfarçado de ciência. No entanto, elas tiveram um impacto significativo na política e na cultura brasileira da época, influenciando leis e políticas públicas, especialmente nas primeiras décadas do século XX:

Imigração e Restrições: A eugenia influenciou políticas de imigração no Brasil, com a promoção da imigração europeia e a restrição de imigrantes de outras origens. Isso levou à implementação de cotas e restrições para imigrantes não brancos, como os japoneses.

Legislação: A Constituição de 1934 incluiu artigos baseados na teoria eugênica, como o Artigo 138, que incentivavaaeducaçãoeugênicaeaproteçãoda"purezaracial".Essasleisforamusadasparajustificarpráticas discriminatórias e a promoção de políticas de "higienização racial".

Esterilização Forçada: Embora menos documentado no Brasil do que em outros países, a eugenia também influenciou práticas de esterilização forçada, especialmente entre populações marginalizadas e consideradas "inferiores".

Discriminação Racial: As ideias eugênicas reforçaram estereótipos raciais e contribuíram paraadiscriminação sistemática contra pessoas de ascendência africana e indígena no Brasil.

Impacto Cultural: A eugenia também influenciou a cultura e a educação brasileira, promovendo a

Mas há outras contribuições para a formação da identidade brasileira, como "Os Africanos no Brasil", obra importante de Nina Rodrigues, publicada postumamente em 1932, mas escrita entre 1890 e 1905. O livro aborda a presença e a influência dos africanos na formação da sociedade brasileira, explorando aspectos culturais, sociais e raciais. Ele foi um dos primeiros estudiosos a tratar a questão dos negros no Brasil como um tema relevante para a compreensão da formação racial do país, analisando a contribuição dos africanos para a cultura brasileira, incluindo a religião, a música, e outras tradições culturais.

Já em "As Raças Humanas e a Responsabilidade Penal no Brasil", ensaio escrito e publicado em 1894, analisa a doutrina corrente e as opiniões de mestres reputados na área de psicologia criminal, abordando conceitos de criminalidade e imputabilidade à luz da evolução social e mental.

O livro é dividido em várias partes, incluindo:

Criminalidade e a imputabilidade à luz da evolução social e mental

O livre arbítrio relativo nos criminalistas brasileiros

As raças humanas nos códigos penais brasileiros

O Brasil antropológico e étnico

A população brasileira no ponto de vista da psicologia criminal - índios e negros

A população brasileira no ponto de vista da psicologia criminal - os mestiços

A defesa social no Brasil

Nina Rodrigues examina a população brasileira - índios, negros e mestiços - sob a perspectiva da psicologia criminal e do ponto de vista antropológico e étnico. Ele sugere uma reformulação no conceito de responsabilidade penal e defende a aplicação da perícia psiquiátrica nos tribunais.

No entanto, é importante notar que suas visões eram influenciadas pelas teorias raciais da época, que muitas vezes eram racistas e eugenistas. Isso significa que, embora ele tenha feito contribuições significativas para o estudo da cultura africana no Brasil, suas interpretações e conclusões devem ser vistas com um olhar crítico.

Hoje, no Brasil, o movimento de revisão histórica tem se constituído em um processo contínuo de reavaliação e reinterpretar eventos e figuras históricas com base em novas perspectivas e conhecimentos. Esse movimento busca corrigir erros, preconceitos e distorções presentes nas narrativas históricas tradicionais, promovendo uma compreensão mais justa e inclusiva do passado.

Aqui estão alguns exemplos de revisões históricas no Brasil:

O "Descobrimento do Brasil": Muitos historiadores criticam o termo "descobrimento" porque o Brasil já era habitado porpovos indígenas antes da chegadados portugueses em 1500. Hoje,háum esforço parareconhecer a presença e a importância desses povos originários.

A "Inconfidência Mineira": Originalmente vista como uma traição pelos portugueses, essa revolta foi reavaliada e passou a ser chamada de "Conjuração Mineira", destacando o objetivo comum dos revoltosos sem os juízos de valor associados à visão colonial.

Tiradentes: Durante o período monárquico, Tiradentes não era tratado como herói nacional. Após a Proclamação da República, ele foi escolhido como símbolo da luta republicana.

Golpe de 1964: Originalmente referido como "Golpe Militar", o evento foi reavaliado como "Golpe CivilMilitar" para destacar o papel de civis, como políticos e membros do Judiciário, naquele processo.

República Velha: O termo "República Velha" foi usado durante a Revolução de 1930 para criticar a república anterior, mas hoje caiu em desuso, pois a interpretação histórica não exige mais esse contraste político. Esses exemplos mostram como a história está sempre em movimento e como novas interpretações surgem à medida que olhamos para o passado com perspectivas diferentes. Isso enriquece nossa compreensão do que aconteceu e promove uma visão mais inclusiva e crítica da história.

A História está sempre em movimento. Esses exemplos mostram como a história é um campo dinâmico, onde novas interpretações surgem à medida que olhamos para o passado com perspectivas diferentes. Essa constante revisão não significa apagar o que já foi contado, mas sim enriquecer nossa compreensão do que aconteceu.

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Sempre me intrigou a brincadeira do Fofão, no Carnaval Maranhense. Rico em tradições, apresenta uma mistura de manifestações do lúdico e do movimento. Além das tradicionais “escolas de samba” – instituições culturais dedicadas à prática e exibição do samba, um estilo de dança e música afro-brasileiro. Elas são especialmente conhecidas por suas participações nos desfiles de Carnaval, onde competem com outras escolas em apresentações grandiosas e elaboradas. Cada escola de samba é composta por diversos setores, incluindo alas de dançarinos, baterias (grupos de percussão), e carros alegóricos. As escolas passam meses preparando seus desfiles, escolhendo temas, compondo músicas, confeccionando fantasias e ensaiando coreografias Blocos tradicionais - uma parte essencial do Carnaval maranhense, especialmente em São Luís. Eles são conhecidos por suas batucadas únicas, figurinos coloridos e a energia vibrante que trazem às ruas durante as festividades. Esses blocos têm uma história que remonta à década de 1920 e são caracterizados por suas batucadas feitas com tambores grandes, tocados com as mãos espalmadas. Cada bloco possui um figurino próprio, que é cuidadosamente elaborado para refletir a vivacidade e o ritmo da celebração Um dos blocos mais renomados é o "Os Feras", fundado em 1996, que conta com mais de 100 integrantes, incluindo uma equipe de percussão e dançarinos. Esses blocos desfilam pelas ruas de São Luís e pela Passarela do Samba, onde competem em uma avaliação dos melhores blocos. A tradição dos blocos tradicionais é tão significativa que há esforços para reconhecê-los como Patrimônio Imaterial Cultural do Brasil; Casinhadaroça’-alegoriatradicionaldoCarnavaldeSãoLuís,noMaranhão.Criadaem1946,elarepresenta uma casa típica do interior do estado, montada na carroceria de um caminhão. A Casinha da Roça é decorada com objetos domésticos, como lamparinas, peneiras, frutas e fogareiros, e dentro dela, há um grupo de tambor de crioula que anima a festa. Essa alegoria é uma forma de celebrar e preservar a cultura rural maranhense, trazendo elementos da vida no campo para o ambiente urbano do Carnaval. Durante os desfiles, as senhoras dentro da casinha distribuem quitutes típicos, como o caroço do coco babaçu, ao público. A Casinha da Roça é um exemplo de como as tradições culturais podem ser mantidas vivas e adaptadas para novas gerações, mantendo a essência e a alegria das festividades populares.

O Carnaval maranhense conta com várias outras alegorias tradicionais que enriquecem ainda mais as festividades. Algumas delas incluem:

Blocos Organizados: Diferentes dos blocos tradicionais, esses grupos têm uma estrutura mais formal e são conhecidos por suas fantasias elaboradas e coreografias bem ensaiadas

Blocos Afros: Inspirados na cultura afro-brasileira, esses blocos celebram a herança africana com músicas, danças e trajes típicos. Eles são uma parte importante do Carnaval maranhense, destacando a diversidade cultural da região

Blocos de Sujo: Esses blocos são caracterizados pela irreverência e pelo uso de fantasias improvisadas e engraçadas. Eles são uma forma divertida e descontraída de participar do Carnaval

Ainda temos O Tambor de Crioula - manifestação cultural afro-brasileira muito presente no Carnaval maranhense. Originário do Maranhão, essa dança envolve uma roda de mulheres (coreiras) que dançam ao som detambores tocados porhomens,enquanto cantadores entoamtoadas. Essatradiçãoérealizadaem louvor a São Benedito, um santo muito venerado entre os negros maranhenses. O Tambor de Crioula é conhecido por sua alegria, sensualidade e pela "umbigada", um movimento característico que simboliza saudação e convite. Durante o Carnaval, o Tambor de Crioula pode ser visto em diversas apresentações pelas ruas, praças e palcos de São Luís. Ele é uma expressão de resistência cultural e identidade afro-brasileira, reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo IPHAN desde 2007

Atualmente, o reggae tem uma presença marcante no Carnaval maranhense, especialmente em São Luís, conhecida como a "Jamaica Brasileira". O ritmo jamaicano, que chegou ao Maranhão há mais de 50 anos, se tornouumaparteessencialdas festividades carnavalescas. DuranteoCarnaval,oreggaeécelebrado emblocos específicos, como o Bloco do Reggae, que reúne pessoas de todas as cores e credos em uma sintonia única, destacando a diversidade e a multiculturalidade do evento. Esses blocos tocam o melhor do reggae roots, criando uma atmosfera vibrante e reflexiva, com letras que muitas vezes abordam temas sociais e culturais. Além dos blocos, o reggae também é ouvido em festas de rua e eventos paralelos ao Carnaval, onde os maranhenses e turistas podem dançar ao som das "pedras de responsa", como são chamadas as músicas de reggae raiz.

O fofão é uma figura icônica e tradicional do Carnaval maranhense, especialmente em São Luís. Ele é conhecido por suas máscaras grotescas e trajes coloridos, que misturam elementos assustadores e alegres. A fantasia do fofão geralmente inclui um macacão largo, luvas e uma máscara com um nariz grande e características exageradas. Durante o Carnaval, os fofões desfilam pelas ruas em grupos ou blocos, trazendo uma atmosfera de diversão e mistério. Eles costumam carregar varinhas e bonecas, interagindo com o público de maneira brincalhona e, às vezes, assustadora. O grito característico "ULÁ LÁ" é uma marca registrada dos fofões, que ajuda a animar ainda mais as festividades. A presença dos fofões no Carnaval maranhense é uma forma de manter viva uma tradição que remonta a décadas passadas, com influências de personagens carnavalescos europeus e elementos da cultura local. Eles são considerados um símbolo do Carnaval de São Luís e contribuem para a diversidade e riqueza cultural das celebrações.

Existe uma relação entre o careto do folclore português e a figura do fofão do Carnaval de São Luís, no Maranhão. Ambos os personagens compartilham a tradição de usar máscaras e trajes coloridos para animar as festividades.

Os caretos são figuras tradicionais do Carnaval em Trás-os-Montes, Portugal, conhecidos por suas máscaras assustadoras e roupas coloridas. Eles saem às ruas durante o Carnaval, realizando travessuras e animando a população

Já o fofão é uma figura emblemática do Carnaval de São Luís, caracterizado por suas máscaras grotescas e roupas feitas dechitacom bordados coloridos. Atradiçãodos fofões temraízes portuguesas, eháuma conexão com personagens como os caretos, que também usam máscaras e trajes elaborados para celebrar o Carnaval

Caretos - são personagens tradicionais do Carnaval de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Portugal, especialmente conhecidos nas aldeias de Podence e Lazarim; Usam máscaras com narizes salientes, feitas de couro, latão ou madeira, pintadas com cores vivas como amarelo, vermelho e preto. Seus trajes são decorados com franjas de lã colorida e, em algumas regiões, incluem chocalhos e campainhas; A tradição dos caretos tem raízes célticas e está ligada a rituais de fertilidade e celebrações solsticiais. Eles são conhecidos por suas travessuras e brincadeiras durante o Carnaval

Fofões - são figuras emblemáticas do Carnaval de São Luís, no Maranhão, Brasil. Sua tradição remonta ao início do século XX, com influências de personagens carnavalescos europeus; Usam macacões largos e coloridos, máscaras grotescas com características exageradas, como narizes grandes, e acessórios como varinhas e bonecas; Os fofões são conhecidos por suas interações brincalhonas e, às vezes, assustadoras com o público. Eles desfilam em grupos ou blocos, trazendo uma atmosfera de diversão e mistério ao Carnaval Principais Diferenças - Os caretos são parte do folclore português, enquanto os fofões são uma tradição do Carnaval maranhense. Embora ambos usem máscaras e trajes coloridos, os caretos têm uma estética mais ligadaarituais antigos eelementos naturais, enquanto os fofões têmumaaparênciamais caricatural e grotesca. Os caretos estão associados a rituais de fertilidade e celebrações solsticiais, enquanto os fofões são mais focados em interações brincalhonas e festivas durante o Carnaval.

Existem outros personagens tradicionais que, assim como os caretos e os fofões, fazem parte das festividades carnavalescas e folclóricas em diferentes culturas. Alguns exemplos incluem:

Arlequim, Pierrot e Colombina - Esses personagens vêm da Commedia dell'Arte, um estilo teatral italiano do século XVI; Arlequim é conhecido por seu traje de losangos coloridos, Pierrot por suas roupas brancas e rosto pintado, e Colombina por suas roupas de serva com detalhes coloridos; Eles representam um triângulo amoroso e são figuras clássicas do Carnaval, especialmente em blocos e salões no Brasil

Zé Pereira - Figura tradicional do Carnaval português, introduzida no Brasil no século XIX. Zé Pereira usa roupas coloridas e uma máscara, muitas vezes acompanhada de um tambor. Ele é conhecido por abrir os desfiles de Carnaval com seu tambor, animando a multidão.

Bate-Bolas - Personagem típico do Carnaval do Rio de Janeiro, especialmente nos subúrbios. Usam roupas coloridas e volumosas, com máscaras e chapéus grandes. Os Bate-Bolas saem em grupos, batendo bolas de plástico no chão e fazendo barulho para animar as ruas.

MamuthoneseIssohadores -PersonagensdoCarnavaldeMamoiada,naSardenha, Itália. Mamuthonesusam máscaras negras e trajes de pele de ovelha, enquanto Issohadores usam trajes coloridos e laços. Eles desfilam juntos, com os Mamuthones andando pesadamente e os Issohadores laçando espectadores.

Esses personagens, assim como os caretos e os fofões, enriquecem as festividades com suas tradições únicas e trajes elaborados, refletindo a diversidade cultural e a criatividade das celebrações carnavalescas ao redor do mundo. Essa relação mostra como as tradições culturais podem se transformar e adaptar a diferentes contextos, mantendo elementos essenciais ao longo do tempo.

Os fofões participam ativamente de várias celebrações e eventos durante o Carnaval, especialmente em São Luís. Aqui estão algumas maneiras pelas quais os fofões se inserem nas festividades: Desfiles de Rua: Os fofões desfilam pelas ruas de São Luís, interagindo com o público e trazendo uma atmosfera de diversão e mistério. Eles costumam andar em grupos ou blocos, animando as festividades com suas máscaras e trajes coloridos

Blocos de Fofões: Existem blocos específicos que destacam os fofões, onde os participantes se vestem com as tradicionais fantasias e desfilam juntos. Esses blocos são uma forma de manter viva a tradição e celebrar a cultura local

Eventos Culturais: Além dos desfiles, os fofões também participam de eventos culturais e oficinas que visam preservar e promover essa tradição. Essas atividades incluem exposições, cortejos e oficinas de confecção de máscaras

Circuitos Carnavalescos: Durante o Carnaval, os fofões podem ser vistos em diversos circuitos carnavalescos, como o Circuito da Madre Deus e o Centro Histórico de São Luís, onde se juntam a outras manifestações culturais e blocos tradicionais

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REPÚBLICA DE PASTOS BONS

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A “República de Pastos Bons” teve origem na Confederação do Equador, movimento separatista ocorrido em 1824, durante o período do Primeiro Reinado de Dom Pedro I. Esse movimento teve origem na insatisfação das províncias do Nordeste, especialmente Pernambuco, com o governo centralizado e autoritário do imperador.OslíderesdaConfederaçãodoEquadorbuscavammaiorautonomiaparaasprovínciasedefendiam ideais republicanos e liberais. No entanto, o movimento foi rapidamente reprimido pelas forças imperiais, resultando na prisão e execução de vários líderes, como Frei Caneca.

A Confederação do Equador foi proclamada em 2 de julho de 1824. Contou com a adesão da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará. A nova nação, contudo, teve vida curta. Não chegou a completar cinco meses de existência. Pela força das armas, D. Pedro I sufocou os últimos rebeldes em novembro. Fonte. Os líderes, após aderrota, fugiram paraointeriornordestino,em buscadeum novolocal paraseesconderem erestabeleceremse. Foram estes mesmos, os líderes rebeldes que haviam fugido após o debelar da Confederação do Equador, que passaram a residir no vilarejo de Pastos Bons, que idealizaram a pretensa República de Pastos Bons. Seguindo a mesma linha de pensamento da Confederação do Equador, pretendiam a formar no Alto Sertão uma república baseada na constituição da Colômbia. Pelo plano original, a república de 1828 se estenderia desde rio Gurgueia, até a foz do Araguaia, com o rio Tocantins sendo o limite sul. Planejavam fazer uma revolução em Pastos Bons, e para isto, semearam entre a população os ideais republicanos.

Ao longo do ano de 1828 o movimento pela República de Pastos Bons ganhou força e apoio. Entretanto acontecia paralelamente no sertão pernambucano, diversas ações de cunho republicano, principalmente nas cidades de Afogados e Santo Antão. Em fevereiro de 1828 foi proclamada a República Pernambucana. Este fato obrigou o Império a tomar medidas enérgicas: foi decretado o estado de sítio da região em setembro de 1828; prisão de todos os líderes republicanos; e imposição de censura na região. Dado este acontecimento, e temendo a mesma represália em Pastos Bons, a sedição que se formava cessou.

Após a declaração de 1828, o governo provincial maranhense transfere a comarca de Pastos Bons para Grajaú, para assim enfraquecer politicamente o movimento emancipatório desenvolvido na primeira. Entretanto esta atitude fez fortalecer ainda mais o movimento, pois concentrou a massa crítica da região em Grajaú. Em 1835, Militão Bandeira de Barros, Juiz de Paz da Chapada do Bonfim (atual Grajaú), admirador dos conceitos deliberdades constitucionais republicanas, propagouentreapopulaçãoeos políticos daregião,estes ideais. Conseguindo o apoio que desejava junto aos sertanejos do sul do Maranhão, proclamou a República dos Pastos Bons. A declaração de 1835 formulou uma república nacional e democrática, mas não passou de idealização abstrata.

O clima de insatisfação popular se agravou e em 1840, ainda durante os acontecimentos da Balaiada, explode no alto sertão – nas cidades de Grajaú, Barra do Corda, Carolina e Pastos Bons– a revolta de 1840. Os sertanejos se levantaram contra a Guarda Nacional e atacaram os presídios, libertando os prisioneiros. Em seguida, saques e depredações aos diversos edifícios públicos aconteceram.

Grupos oligarcas de ideologia liberal-republicana, se beneficiando do caos popular, espalharam a proposta separatista republicana. Em junho de 1840 a região sul do Maranhão e sul do Piauí, se declarou independente do Império do Brasil, estabelecendo a capital da república de Pastos Bons em Grajaú. Os revoltosos receberam apoio de uma das facções da balaiada, os "vaqueiros", com cerca de 4.000 sertanejos comandados por Raimundo Gomes, o Cara Preta.

O império, como resposta, enviou tropas da Guarda Nacional vindas do Grão-Pará, da Bahia e de Goiás para sufocar a rebelião de Grajaú. Grandes embates foram registrados em Grajaú e Pastos Bons. Mal preparados e praticamente desarmados, os revoltosos foram totalmente derrotados e seus líderes presos e torturados.

Com as cadeias destruídas, e não havendo local adequado para acomodar a grande quantidade de rebeldes capturados, coronel Luís Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias) ordenou que se ateasse fogo nos locais de prisão para eliminar de uma só vez todos os prisioneiros. Este ato infame foi feito nas prisões de Pastos Bons e Grajaú, e ficou conhecido como "o suplicio dos prisioneiros".

Após os conflitos de 1840, o projeto de criação de uma república no alto sertão maranhense findou. A forte repressão feita pelo império, desmobilizou as correntes político-ideológicas que davam suporte ao projeto. Entretanto, na década de 1870 Visconde de Taunay, deputado da província de Goiás, propôs a criação de uma província com territórios desmembrados do norte de Goiás (hoje, Tocantins) e do sul do Maranhão, com capital em Boa Vista do Tocantins ou Carolina. O projeto foi protocolado por duas vezes junto ao congresso estadual, mas nunca chegou ao plenário.

A partir da década de 1880, ressurgem em Grajaú e Carolina lutas entre grupos oligarcas pelo domínio da região. Os grupos liberais, que apoiavam a causa republicana, liderados pelas famílias Leitão e Leda travaram intensas batalhas com os grupos conservadores maranhenses, ligados ao império. Os liberais tentaram por diversas vezes a Proclamação da República de Pastos Bons, mas os conservadores, com o apoio da igreja Católica, conseguiram os expulsar da região, expropriando suas propriedades e excomungando-os, sendo obrigados a estabelecerem-se em Boa Vista do Tocantins, no norte de Goiás (hoje, Tocantins)

Os primeiros liberais maranhenses que mudaram para o norte de Goiás foi o grupo liderado por Carlos Leitão Trazendo os ideais consigo, dissemina-o em Boa Vista. Rapidamente Leitão conseguiu mobilizar a parte da população em torno da proposta republicana (República de Pastos Bons). Entretanto, com a Proclamação da República brasileira em 1889, é obrigado a reformular sua proposta, apelando somente para a criação de um ente federativo, o estado de Boa Vista, que seria formado a partir do desmembramento de territórios paraense e goiano.

Sob forte oposição Leitão ainda declara a criação do estado autônomo. Os grupos conservadores de Goiás, sob a liderança de frei Gil de Villa Nova e Marciel Perna, fazem uma forte campanha contrária, derrotando Leitão, e desmobilizando o processo emancipatório. Leitão é obrigado a mudar-se para o Grão-Pará.

Da mesma forma que Leitão, o grupo liderado por Leão Leda é expulso do Maranhão por incitar insurreições contra o governo maranhense, e disseminar ideias separatistas. Leão Leda fixa-se em Boa Vista e retoma a proposta de Leitão – de formar um estado com territórios do então Goiás e do Grão-Pará – acrescentando também os territórios maranhenses.

Leão Leda consegue o apoio que desejava para declarar o estado autônomo de Pastos Bons, mas os grupos opositores mobilizam-se, e inicia-se uma das mais sangrentas guerrilhas do meio-norte do Brasil. As lutas são travadas nos três estados que perderiam territórios.

Após ser derrotado no Maranhão e no Goiás (hoje, Tocantins), foge para o Grão-Pará, onde chega a proclamar a criação do estado de Pastos Bons. Com forte oposição das dioceses do Goiás e do Maranhão, Leda é derrotado, sendo morto em 1909 após uma emboscada planejada por Domingos Carrerot.

Após a morte de Leda, o movimento pela criação do estado de Pastos Bons é desmobilizado. Alguns líderes do movimento são presos e outros obrigados a fugir para estados vizinhos.

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

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TERÇA-FEIRA, 11 DE MARÇO DE 2025

GRIFI (1989), ao se referir aos jogos de bola, encontrou que Galeno, "o famoso médico grego", recomendava tal prática para fins higiênicos e até mesmo escreveu um tratado específico sobre "o jogo da pequena bola". Mas os jogos de bola, na Grécia, já aparecem nos poemas homéricos (p. 68). Mais adiante, afirma que nos séculos XIV, XV, e XVI destacou-se mais que os outros os jogos da bola, que se fundiu-se às manifestações folcloristas, no novo contexto das estruturas renascentistas:

"Na França, particularmente, a bola (de dimensões maiores da normal), nascido no tardomedievo, como instrumento de contenda incruenta, torna-se momento lúdico e agonístico, aberto a todos. Os jogos mais conhecidos são a paume, o pallone, a soule, a crosse, aos quais seguiramse, na Itália, o calcio-fiorentino, o pallone al bracciale, a pallacorda, a palla al vento, a pallamaglio, o tamburello". (...)

"A paume (jeu de paume) consiste em bater a bola com a mão e substituiu os ludus pilae cum palma romano; conhecido já no século XII foi jogado melhor no período sucessivo, até dar vida ao atual tênis." (GRIFI, 1989:188)

Aluísio Azevedo, ao traçar o perfil da mulher maranhense, e sua condição de mulher em uma sociedade escravocrata, cujo papel reservado era apenas o de mãe, compara a mulher da burguesia maranhense à lisboeta desocupada, denunciando o ócio em que viviam. Como igualmente denunciava "o ócio dos padres que viviam do trabalho de pessoas honestas e crédulas" (MÉRIEN, 1988:158), sendo estes, os padres, também "culpados pelo atraso da instrução pública" (p. 159).

Aluísioconsideravaquetodo"omalvinhadoócio edapreguiçadasmulheres"(p.164)eapenasumamudança na educação e na concepção do casamento poderia permitir a realização da mulher:

"Do procedimento da mulher ... depende o equilíbrio social, depende o equilíbrio político, depende todo o estado patológico e todo o desenvolvimento intelectual da humanidade ...

"Para extinguir essa geração danada, para purgar a humanidade desse sífilis terrível, só há um remédio: é dar à mulher uma educação sólida e moderna, é dar à mulher essa bela educação positivista, que se baseia nas ciências naturais e tem por alvo a felicidade comum dos povos. É preciso educá-la física e moralmente, prepará-la por meios práticos e científicos para ser boa mãe e uma boa cidadã; torná-la consciente de seus deveres domésticos e sociológicos; predispor-lhe o organismo para a procriação, evitar a diásteses nervosa como fonte de mil desgraças, dar-lhe uma boa ginástica e uma alimentação conveniente à metiolidade de seus músculos, instruí-la e obrigá-la principalmente a trabalhar... " (Aluísio AZEVEDO, Crônica, O Pensador, São Luís, 10.12.1880, citado por MÉRIEN, 1988:166, 167)

O mesmo tema é retomado quando da publicação de "O Mulato", criando-se enorme polêmica na imprensa, ora acusando o autor, ora vozes se levantando para defendê-lo acerca de sua posição sobre a condição feminina. Aluísio tinha consciência que parte dos leitores em potencial era constituída pelas mulheres da pequena burguesia portuguesa e maranhense da cidade e pelas filhas dos fazendeiros que encontravam na leitura uma diversão contra o tédio que pesava sobra a vida cotidiana e ociosa que tinham. No entender de MÉRIEN (1988), os discursos de Raimundo sobre a condição feminina, o papel da esposa e da mãe na educação das crianças, são dirigidos mais a elas do que a Manuel Pescada:

"O senhor tem uma filha, não é verdade ? Pois bem ! Logo que essa filha nasceu o senhor devia ter em vista prepará-la para vir a ser útil... dar-lhe exercícios, alimentação regular, excelente música, estudos práticos e principalmente bons exemplos; depois evitar que ela fosse, como é de

costume aqui, perder nos bailes o seu belo sono de criança..." (ALUIZIO AZEVEDO, O MULATO, 1881:268-269, citado em MÉRIEN, 1988:288-289)

Considerando o caso concreto dos bailes, HASSE (1985) afirma que a dança desempenha uma função particular, pois, ela é a forma de entretenimento adequada a tornar mais elegantes e agradáveis os gestos, soltando vigores em excessos. Entre as diferentes qualidades do entretenimento umas, como aquelas que promovem os exercícios do corpo contribuem para a conservação da saúde outras, tendo por principal objeto a utilidade, prestam-se a tornar os jovens mais agradáveis como é o caso da dança e da música:

"... A dança seria a arte de mover o corpo, os braços e os pés com elegância, ao som da música. Representava uma prenda necessária a quem tem de viver no mundo e um exercício verdadeiramente proveitoso. O seu ensino devia ser indicado desde cedo para poder fornecer desembaraço ao corpo e chegar a dançar com graça e a tempo." (p. 19)

Os bailes e o teatro representavam formas clássicas de entretenimento distinto. Integravam-se, por isso, com enorme facilidade nos costumes da austera burguesia pela familiaridade existentes com estas formas de entretenimento. Em 1844, o "Collégio N. S. da Glória", também conhecido como "Collegio das Abranches", em seus primitivos estatutos, dispunha:

"...não somente sobre as disciplinas escolares com também sobre o preparo physico, artístico e moral das alumnas. Às quintas-feiras, as meninas internas participavam de refeições, como se fossem banquetes de cerimônia, para que se habituassem 'a estar bem á mesa e saber como se deveriam servir as pessoas de distinção'. Uma vez por semana, à noite, havia aula de dança sob a rigorosa etiqueta da época, depois de uma hora de arte, na qual ouviam bôa música e aprendiam a declamar." (ABRANCHES, 1941: 113-114)

Para HASSE (1985), a dança recebia o acordo dos mais renitentes:

" ... que finalizam por considerá-la indispensável a uma pessoa de certo estatuto social. Por outro lado, os bailes que se organizavam e onde a dança surgia como principal motivo de interesse, constituíam excelentes meios de demonstrações quase inesgotáveis de poder uma vez que implicavam imperativos de vulto para uma encenação de grandeza insuperável favorecedora de certa rivalidade". (p. 19)

Para essa autora, tal circunstância não impedia, porém, que não se desejasse criar em torno elas uma atribuição clara de utilidade que justificasse plenamente o tempo perdido de forma ligeira, preocupação, aliás, constante em múltiplos aspectos da vida do século XIX. A moralidade vigente, "rigorosa e hipócrita", impedia que fosse deoutromodo,sossegando-seconsciênciasinquietasrelativamenteàsatividades,cadavezmaisgeneralizadas, que escapavam nitidamente ao foro do trabalho. Na verdade, o baile e a freqüência dos salões bem como o teatro, seriam sempre obrigações sociais desgastantes a que a civilidade e a vida no mundo obrigavam, um costume de fato integrado nos níveis sociais mais prestigiados.

Dois amigos de Aluísio Azevedo, Paulo Freire e Luís de Medeiros, fazem publicar cartas sob pseudônimoAntonieta (carta a Julia, "Diário do Maranhão", São Luís, 6.6.1881) e Júlia (carta a Antonieta, "Pacotilha", São Luís, 9.6.1881), respectivamente - falando "de suas impressões e do impacto que o livro "O Mulato", lhes causara" sobre a condição de vida de Ana Rosa, que lembrava a vida que as mocinhas maranhenses levavam (MÉRIEN, 1988, p. 291). Julia/Luís de Medeiros faz longas considerações sobre a condição da mulher maranhense, "lastimando-se da educação retrógrada que recebera em sua família e no colégio" (p. 290), onde fora do português, não se ensinava mais nada às moças além de algumas noções de francês, de canto, de piano e de bordado. Para ela, "a falta de exercícios físicos é a origem das perturbações do sistema nervoso que atingem a maioria das moças maranhenses" (p. 290).

Conclusão

No período compreendido entre a "adesão" do Maranhão ao Império brasileiro - 1823 - e a Proclamação da República - 1889 -, São Luís viveu um período áureo de produção cultural, que se estendeu até meados do século, fruto do desenvolvimento econômico, seguido de um período de decadência, provocada pela perda gradual do trabalho escravo, consolidado com a abolição da escravatura.

Denominada de "Atenas brasileira", as recreações aqui praticadas se identificam com aquelas que se aproximam da noção de lazer expressa na origem grega, da "scholé", em que a aristocracia ocupava seu tempo com atividades de contemplação teórica, especulação filosófica e ócio (JIMENEZ GUZMAN, 1986), típica das sociedades escravocratas. No segundo período, iniciado por volta da década de 1860, aproxima-se, a ocupação do tempo, com atividades que podem ser identificadas como características do "otium" romano, transformando-senum fenômenoelitista,ostentatório,jádesprovidodesentidofilosófico -conformedenuncia Aluízio Azevedo em sua obra, e observado na descrição da sociedade ludovicense, notadamente em LISBOA (s.d.; 1991) e DUNSHEE DE ABRANCHES (1941; 1993).

Os ludovicenses, como hoje, dedicavam-se aos passeios e aos piqueniques pelos arrabaldes da Ilha. E, como hoje, mantinham uma produção cultural intensa, dedicando-se ao teatro, à poesia, ao romance, à crítica dos costumes e, sobretudo, bisbilhotando a vida alheia, conforme está registrado nos inúmeros jornais - políticos e literários -, folhetos, revistas, "bandos", coletâneas de poesias e peças teatrais publicadas (CORRÊA, 1993; MÉRIAN, 1988), justificando o título de "Atenas brasileira".

Em Maranhão, desde a década de (18)20 a mulher participa de atividades físicas, pois como descreve DUNSHEE DE ABRACHES em suas memórias sobre seu tio Frederico Magno, o Fidalgote e sua amada, MaricotaPortinho,costumavam,alémdedarlongospasseiospelos arrebaldesdailha,em companhiadeoutros jovens, jogar a péla - forma primitiva de tênis - durante a estadia de suas famílias no sítio do Censor, como era conhecido Garcia de Abranches. Isso, em 1827.

Cabe lembrar que Antonio Francisco Gomes, em 1852, propunha além da ginástica, os exercícios de natação, esgrima, dança, jogo de malha e jogo da pella para ambos os sexos (CUNHA JÚNIOR, 1998:152)

Quanto ao ensino da educação física, desde 1842, quando foi fundado o primeiro colégio destinado exclusivamente às moças, em São Luís, a atividade física fazia parte do currículo. . Quem teria sido a professora ? as tias de Dunshee de Abranches, D. Martinha ? - como era conhecida D. Marta Alonso Veado Alvarez de Castro Abranches, educadora espanhola nascida nas Astúrias provavelmente por volta de 1800 (JANOTTI, 1996) - ou sua filha, D. Amância Leonor de Castro Abranches ? ou teria sido D. Emília Pinto Magalhães Branco, mãe dos escritores Aluízio, Artur e Américo de Azevedo, também professora no colégio das Abranches. Então seria uma delas - ou as três - a(s) primeira(s) professora(s) de educação física no Maranhão ?

Bibliografia

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Leopoldo Gil Dulcio Vaz

Lecturas: Educación Física y Deportes Revista Digital http://www.efdeportes.com/

Año 4. Nº 14. Buenos Aires, Junio 1999

Academia Ludovicense de Letras

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão

Academia Poética Brasileira

Centro Esportivo Virtual

Esta semana, no Facebook, saiu um comentário sobre a origem do nome do Rio Solimões: de que seria do Rei Salomão, descoberto por uma frota enviada à América do Sul.

As minas do Rei Salomão estariam localizadas em Ofir. Uma das teorias mais intrigantes sobre a localização de Ofir sugere que essa terra rica em ouro poderia estar na Amazônia, teoria baseada em várias evidências históricas e arqueológicas que indicam a presença de civilizações avançadas na região muito antes da era cristã. Alguns estudiosos acreditam que Ofir poderia estar na Amazônia, onde hebreus e fenícios teriam estabelecido colônias.

Essa teoria é sustentada por registros e vestígios arqueológicos que indicam a incursão desses povos na região A Amazônia é conhecida por suas vastas riquezas naturais, incluindo ouro, madeira de lei e pedras preciosas, que correspondem às descrições bíblicas de Ofir Mapas estudados por pesquisadores europeus indicam que a busca por Ofir poderia ter sido um dos objetivos das Grandes Navegações, seguindo a cartografia de Salomão. Documentos sobre o comércio entre povos da antiguidade indicam a posse de uma grande área de localização incerta, mas que se supunha estar a oeste do mundo conhecido, o que poderia incluir a Amazônia. Embora essa teoria não seja amplamente aceita, ela continua a ser um campo de estudo fascinante para historiadores e arqueólogos. Há registros de vestígios arqueológicos que sugerem a presença de civilizações avançadas na Amazônia, possivelmente relacionadas aos hebreus e fenícios.

Além da teoria que sugere que Ofir poderia estar na Amazônia, existem outras teorias que localizam Ofir em diferentes partes da América. Alguns estudiosos acreditam que Ofir poderia estar no Brasil, especialmente na região amazônica, teoria baseada em vestígios arqueológicos e registros históricos que indicam a presença de civilizações avançadas na região muito antes da era cristã

Outra teoria sugere que Ofir poderia estar no Peru, onde o Rio Marañón, um dos principais afluentes do Rio Amazonas, poderia ter sido uma rota de comércio para as riquezas mencionadas na Bíblia

Alguns pesquisadores propõem que Ofir poderia estar no México, onde civilizações como os maias e os astecas possuíam grandes riquezas em ouro e outros recursos naturais

Documentos históricos e mapas antigos indicam que exploradores europeus buscavam uma terra rica em ouro na América, que poderia corresponder à descrição bíblica de Ofir Descobertas arqueológicas em várias partes da América do Sul e Central sugerem a existência de civilizações avançadas que poderiam ter sido as fontes das riquezas de Ofir.

O Rio Solimões tem uma história fascinante e é um dos principais rios da Amazônia. A principal teoria, e mais aceita é de o nome "Solimões" vem dos povos indígenas que habitavam suas margens e foram descritos pelos primeiros cronistas espanhóis eportugueses noséculo XVI.Entreos nomesdados aessespovos estavam "Sorimões" e "Sorimão", que derivam do latim "sublimatum", em referência ao veneno utilizado nas pontas de flechas e dardos

O Rio Solimões nasce no Peru, na Cordilheira dos Andes, onde é conhecido como Rio Marañón. Ele recebe o nome de Solimões ao entrar no território brasileiro: Rio Marañón: nome que recebe no Peru; Rio Solimões: Nome que recebe ao entrar no Brasil; Rio Amazonas: Nome que recebe após se encontrar com o Rio Negro, próximo a Manaus

O Rio Solimões corta dois países: Peru; Brasil. No Brasil, o Rio Solimões percorre o estado do Amazonas, passando por diversos municípios até se encontrar com o Rio Negro em Manaus

A relação entre o nome do Rio Solimões e o Rei Salomão é uma questão interessante. Há uma teoria que sugere que o nome "Solimões" pode ser uma corruptela de "Salomão" Segundo essa teoria, o nome teria sido dado ao rio pelas frotas do Rei Salomão, que em hebraico é "Shlomo" e em árabe "Soliman". No entanto, essa conexão não é amplamente aceita e é considerada mais uma hipótese histórica do que um fato comprovado. A origem mais aceita do nome "Solimões" está relacionada aos povos indígenas que habitavam suas margens e ao uso de veneno em suas armas

Há também uma teoria que relaciona o nome "Solimões" a lendas mesopotâmicas. Segundo essa hipótese, o mito das Amazonas e vocábulos indígenas têm origem semântica hebraica, e o nome "Solimões" seria uma corruptela de "Salomão"

Essas teorias mostram como a história e a etimologia do nome do Rio Solimões são complexas e multifacetadas.

O Rio Marañón nasce no glaciar do Nevado de Yapura, nos Andes peruanos, a cerca de 5800 metros de altitude. Ele percorre aproximadamente 1600 km até se juntar ao Rio Ucayali, formando o Rio Amazonas. O Rio Marañón, um dos principais afluentes do Rio Amazonas, possui vários afluentes importantes. Aqui estão alguns dos principais: Rio Huallaga: Com cerca de 1.000 km de comprimento, é o maior afluente do Marañón; Rio Pastaza: Nasce no Equador e é um dos maiores afluentes do Marañón; Rio Tigre: Outro afluente significativo que também nasce no Equador; Rio Morona: Nasce no Equador e contribui para o fluxo do Marañón; Rio Santiago: Também nascido no Equador, é um dos afluentes importantes do Marañón A maioria dos afluentes abaixo das encostas andinas tem águas barrentas Dentro dos vales dos Andes, os afluentes têm águas claras, exceto durante chuvas pesadas. Esses afluentes desempenham um papel crucial na formação e manutenção do ecossistema do Rio Marañón e, consequentemente, do Rio Amazonas. O nome "Marañón" tem algumas teorias sobre sua origem: Uma das teorias mais aceitas é que o nome "Marañón" foi dado pelos exploradores espanhóis que chegaram à região. O termo pode estar relacionado ao espanhol "marañón", que significa "cajueiro". Isso faz sentido, pois o caju é nativo da América e os exploradores podem ter usado esse nome para descrever a vegetação local. Outra teoria sugere que o nome "Marañón"podederivardalínguatupi-guarani.Nessecontexto,"mar"significa"grande"e"corrente"serefere ao fluxo do rio, resultando na expressão "o mar que corre". Há também uma teoria histórica que relaciona o nome "Marañón" ao uso do termo para descrever toda a região do Rio Amazonas durante o século XVI Isso indica que o nome pode ter sido usado para facilitar a navegação e reconhecimento das áreas exploradas. Essas teorias mostram como a etimologia do nome "Marañón" é complexa e multifacetada.

O nome "Marañón" está envolto em algumas lendas e histórias interessantes. Uma das lendas mais conhecidas associadas ao Rio Marañón é a da serpente encantada. Segundo a lenda, uma serpente gigante vive nas profundezas do rio e protege seus segredos. Diz-se que a serpente aparece ocasionalmente para assustar os pescadores e navegantes, mas nunca causa danos reais. Outra lenda famosa é a das Amazonas, mulheres guerreiras que supostamente habitavam as margens do Rio Marañón. Essas mulheres eram conhecidas por sua bravura e habilidades de combate. A lenda das Amazonas é tão forte que o próprio nome "Amazonas" foi dado ao grande rio que o Marañón forma ao se juntar com outros rios. Há também uma lenda sobre um tesouro perdido nas margens do Rio Marañón. Segundo a história, exploradores espanhóis esconderam um grande tesouro de ouro e pedras preciosas nas margens do rio durante suas expedições. Até hoje, muitos acreditam que o tesouro ainda está escondido em algum lugar ao longo do rio

O Rio Marañón é mais do que um recurso natural; ele é um elemento central na vida cultural das comunidades que vivem ao longo de suas margens. Os Kukama-Kukamiria são uma das principais comunidades indígenas que habitam as margens do Rio Marañón. Eles têm uma rica tradição cultural que inclui: Os Karuaras são espíritos protetores do rio, segundo a crença dos Kukama-Kukamiria. Eles acreditam que esses espíritos cuidam do rio e de seus recursos naturais A produção de artesanato, como cestos e cerâmicas, é uma prática comum entre os Kukama-Kukamiria. Esses itens são frequentemente decorados com motivos que representam a fauna e a flora do rio. A dieta dos Kukama-Kukamiria é fortemente baseada nos recursos do rio, incluindo peixes e plantas aquáticas. Eles têm receitas tradicionais que são passadas de geração em geração Festa de São João: Celebrada em várias comunidades ao longo do Marañón, esta festa mistura tradições católicas com

rituais indígenas. É uma ocasião para agradecer ao rio pelos seus recursos e pedir proteção para as colheitas. O Carnaval é outra celebração importante, onde as comunidades se reúnem para dançar, cantar e participar de desfiles. As máscaras e fantasias frequentemente representam animais e espíritos do rio.

“Karuara, la gente del río": Este documentário premiado destaca a vida dos Kukama-Kukamiria e a importância do Rio Marañón para sua cultura e sobrevivência. O filme também aborda os desafios ambientais que ameaçam o rio e suas comunidades

A relação entre o Rio Marañón e o estado colonial do Maranhão e Grão-Pará é complexa e envolve aspectos históricos e geopolíticos. Aqui estão alguns pontos importantes: durante o período colonial, o Rio Marañón foi uma importante via de exploração e navegação para os colonizadores espanhóis e portugueses. A região do Maranhão e Grão-Pará, que fazia parte do Estado do Brasil, estava estrategicamente posicionada para facilitar a exploração da Amazônia e suas riquezas naturais. Durante a União Ibérica (1580-1640), que uniu as coroas de Portugal e Espanha, houve um esforço conjunto para explorar e ocupar a região amazônica. O Rio Marañón, sendo um dos principais afluentes do Rio Amazonas, desempenhou um papel crucial na navegaçãoenaexpansãoterritorial.OEstadodoMaranhãoeGrão-Paráfoicriadoem1621etinhaumgoverno independente do Estado do Brasil. Essa divisão administrativa permitiu uma melhor gestão dos recursos e facilitou a ocupação e exploração da região amazônica, incluindo áreas próximas ao Rio Marañón. A fronteira natural entre o Estado do Brasil e o Maranhão era a serra de Ibiapava, localizada no atual Ceará. No entanto, a fronteira entre o Maranhão e as Índias espanholas, que incluía áreas próximas ao Rio Marañón, sempre foi motivo de especulações e disputas. A presença do Rio Marañón influenciou a cultura e a economia da região. A navegação pelo rio facilitou o comércio e a troca de produtos entre as colônias portuguesas e espanholas, contribuindo para o desenvolvimento econômico do Maranhão e Grão-Pará. Esses pontos mostram como o Rio Marañón estava interligado com a história e a administração colonial do Maranhão e Grão-Pará.

CORRIDA DE TORAS – UMA TRADIÇÃO INDIGENA QUE SE MANTÉM VIVA

LEOPOLDO GIL DULCIO

VAZ

Centro Esportivo Virtual Academia Ludovicense de Letras Academia Poética Brasileira

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão

Narecuperação daMemóriadoEsporte doMaranhão,com umanovaedição doAtlasdoEsportenoMaranhão – versão 2025, comemorativa aos 20 anos do lançamento do Atlas do Esporte do Brasil, ao procurar atividades esportivas e de lazer na cidade de Jenipapo dos Nogueiras, encontrei que a cidade promove diversos eventos esportivos, como o Campeonato Municipal de Futebol Indígena, que reúne talentosos jogadores locais, que celebraa culturae a tradiçãodos povos indígenas locais,reunindo jogadores indígenas devárias comunidades, promovendo a inclusão e o respeito às diversidades. O evento conta com a presença de representantes indígenas, autoridades locais e convidados especiais. Além do futebol, o campeonato é uma oportunidade para valorizar e divulgar a cultura indígena através de apresentações culturais e atividades comunitárias O campeonato incentiva a prática esportiva entre os jovens indígenas, contribuindo para o desenvolvimento do esportenaregião Algumasdasprincipaiscomunidadesparticipantesincluem: ComunidadeGuajajara:Uma das maiores e mais ativas na região, conhecida por sua forte tradição no futebol; Comunidade Krikati: Tambémparticipaativamentedocampeonato,trazendojogadorestalentososepromovendoaculturaindígena; Comunidade Canela: Contribui com equipes competitivas e é conhecida por seu espírito esportivo Além do futebol, as comunidades indígenas de Jenipapo dos Vieiras praticam uma variedade de outros esportes. Aqui estão alguns exemplos: Voleibol: Muito popular entre as comunidades, com torneios locais sendoorganizadosregularmente;CorridadeCanoas:Praticadanosriosdaregião,éumaatividadetradicional que combina esporte e cultura; Arremesso de Lança: Um esporte tradicional que mantém viva a prática ancestral e é realizado durante festivais culturais; Corrida de Resistência: Provas de longa distância que testam a resistência e a habilidade dos participantes.

Essas comunidades indígenas praticam a corrida de toras, uma atividade tradicional que combina resistência física e significados culturais A corrida de toras envolve o carregamento revezado de grandes e pesadas toras, geralmente de buriti, por um determinado percurso. Cada competidor carrega a tora nos ombros e, quando se cansa, é substituído por outro membro da equipe Além de ser uma competição esportiva, a corrida de toras tem significados sociais e religiosos. Por exemplo, pode simbolizar o fim do luto pela morte de um membro da comunidade. As corridas são realizadas ao amanhecer ou ao entardecer, e são parte de rituais, festas e brincadeiras. As comunidades Krikati e Kanela, entre outras, participam ativamente dessa modalidade Essa prática é uma forma de preservar e celebrar a cultura indígena, além de promover a saúde e o bem-estar.

Por ser uma prática tradicional entre várias comunidades indígenas, possuem regras oras

1. Equipes: A corrida é realizada entre duas equipes, cada uma composta por vários membros que se revezam no carregamento da tora

2. Toras: As toras, geralmente feitas de buriti, podem pesar entre 100 e 120 quilos. Elas são mantidas na água para aumentar o peso, tornando a corrida mais desafiadora

3. Percurso: A corrida ocorre em um percurso determinado, que pode ser ao redor da aldeia ou em um trajeto específico estabelecido para o evento

4. Revezamento: Um membro da equipe carrega a tora nos ombros e corre até se cansar, momento em que outro membro assume o carregamento

5. Significado Cultural: Além de ser uma competição esportiva, a corrida de toras tem significados sociais e religiosos, como simbolizar o fim do luto pela morte de um membro da comunidade

6. Eventos: As corridas podem ocorrer durante festivais, rituais e celebrações, sendo realizadas ao amanhecer ou ao entardecer

Escolha dos Membros das Equipes

1. Voluntariado: Osparticipantes geralmente se voluntariam para fazer parte das equipes, demonstrando interesse e disposição para competir

2. HabilidadeeResistência:Aseleçãopodeserbaseadanahabilidadefísicaeresistênciadosindivíduos, já que a corrida de toras exige força e capacidade de carregar a tora por longas distâncias

3. Rituais e Festividades: Em algumas comunidades, a escolha dos membros pode estar ligada a rituais específicos ou festividades, onde os participantes são escolhidos para representar suas famílias ou grupos sociais

4. Revezamento: Durante a corrida, os membros das equipes se revezam no carregamento da tora, permitindo que cada participante contribua com sua força e resistência

Algumas das principais comunidades que Comunidades que Praticam a Corrida de Toras

1. Krahô: Localizados no estado do Tocantins, os Krahô realizam a corrida de toras como parte de seus rituais e festividades

2. Xerente: Também no Tocantins, os Xerente participam ativamente dessa prática tradicional

3. Apinajé: Outra comunidade do Tocantins que mantém viva a tradição da corrida de toras

4. Kanela: No Maranhão, os Kanela são conhecidos por suas corridas de toras, que têm significados culturais e religiosos

5. Krikati: Também no Maranhão, os Krikati participam dessa atividade, valorizando a resistência e a cooperação

6. Gavião: No Pará, os Gavião realizam corridas de toras como parte de suas celebrações culturais

7. Xavante: No Mato Grosso, os Xavante têm uma tradição forte na corrida de toras, com eventos que envolvem toda a comunidade

As corridas de toras variam entre as comunidades indígenas, refletindo suas tradições e práticas culturais únicas. Aqui estão algumas das principais diferenças: Diferenças nas Corridas de Toras

1. Etnia Krahô:

• Horário: Realizam corridas ao amanhecer e ao entardecer

• Percurso: Corridas ocorrem de fora para dentro da aldeia

• Significado: Associadas a rituais, como o fim do luto pela morte de um membro da comunidade

2. Etnia Xavante:

• Equipes: Compostas por 15 a 20 pessoas

• Percurso: Corridas de mais de cinco quilômetros, terminando no centro da aldeia

• Eventos: Incluem a Dança do "Uwede'hõre" e a festa da comida "U'pdöwarõ"

3. Etnia Gavião:

• Peculiaridade: Realizam a corrida "Jãmparti" com uma tora de mais de 100 quilos, carregada por dois atletas

• Eventos: Corridas comuns seguidas pela "Jãmparti"

4. Etnia Kanela:

• Rituais: Corridas são parte de festivais e celebrações culturais

• Percurso: Realizadas ao redor das casas, no sentido anti-horário

Aspectos Comuns

• Revezamento: Em todas as comunidades, os participantes se revezam no carregamento da tora

• Material: As toras são geralmente feitas de buriti, uma palmeira sagrada

• Participação: Mulheres também participam das corridas, demonstrando força e resistência

A corrida de toras é cercada por histórias e lendas que refletem a rica cultura e tradição das comunidades indígenas. Aqui estão algumas das principais histórias e significados associados a essa prática:

1. Ritual do Porkahoks:

• Significado: Para os Krahô, a corrida de toras simboliza o fim do luto pela morte de um membro da comunidade. Este ritual é realizado para marcar o encerramento do período de luto e celebrar a vida.

• Prática: A corrida ocorre ao amanhecer ou ao entardecer, com os participantes carregando toras ao redor das casas no sentido anti-horário

2. Uiwed dos Xavante:

• Significado: Entre os Xavante, a corrida de toras, conhecida como "Uiwed", é parte de um ritual que inclui a Dança do "Uwede'hõre" e a festa da comida "U'pdöwarõ"

• Prática: Ascorridassão realizadas entreduas equipes de15a20 pessoas,quepintam os corpos e correm mais de cinco quilômetros, revezando até chegar ao centro da aldeia

3. Jãmparti dos Gavião:

• Significado: A corrida "Jãmparti" dos Gavião é uma manifestação de força e resistência, onde uma tora de mais de 100 quilos é carregada por dois atletas

• Prática: Esta corrida é realizada no período final das corridas de toras comuns, destacando a habilidade e a força dos participantes

. Aspectos Culturais

• Simbolismo: As toras podem representar símbolos mágico-religiosos, como a força espiritual e a conexão com a natureza

• Preparação: As toras são confeccionadas com o tronco de uma palmeira chamada buriti, considerada sagrada por várias etnias

Essas histórias e lendas ajudam a preservar a tradição e a cultura das comunidades indígenas, tornando a corrida de toras uma prática rica em significados

LEOPOLDO GIL DULCIO VAZ

Centro Esportivo Virtual

Academia Ludovicense de Letras

Academia Poética Brasileira

Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão

Narecuperação daMemóriadoEsporte doMaranhão,com umanovaedição doAtlasdoEsportenoMaranhão – versão 2025, comemorativa aos 20 anos do lançamento do Atlas do Esporte do Brasil, ao procurar atividades esportivas e de lazer na cidade de Jenipapo dos Nogueiras, encontrei que a cidade promove diversos eventos esportivos, como o Campeonato Municipal de Futebol Indígena, que reúne talentosos jogadores locais, que celebraa culturae a tradiçãodos povos indígenas locais,reunindo jogadores indígenas de várias comunidades, promovendo a inclusão e o respeito às diversidades. O evento conta com a presença de representantes indígenas, autoridades locais e convidados especiais Além do futebol, o campeonato é uma oportunidade para valorizar e divulgar a cultura indígena através de apresentações culturais e atividades comunitárias. O campeonato incentiva a prática esportiva entre os jovens indígenas, contribuindo para o desenvolvimento do esportenaregião.Algumasdasprincipaiscomunidadesparticipantesincluem:ComunidadeGuajajara:Uma das maiores e mais ativas na região, conhecida por sua forte tradição no futebol; Comunidade Krikati: Tambémparticipaativamentedocampeonato,trazendojogadorestalentososepromovendoaculturaindígena; Comunidade Canela: Contribui com equipes competitivas e é conhecida por seu espírito esportivo Além do futebol, as comunidades indígenas de Jenipapo dos Vieiras praticam uma variedade de outros esportes. Aqui estão alguns exemplos: Voleibol: Muito popular entre as comunidades, com torneios locais sendoorganizadosregularmente;CorridadeCanoas:Praticadanosriosdaregião,éumaatividadetradicional que combina esporte e cultura; Arremesso de Lança: Um esporte tradicional que mantém viva a prática ancestral e é realizado durante festivais culturais; Corrida de Resistência: Provas de longa distância que testam a resistência e a habilidade dos participantes

Essas comunidades indígenas praticam a corrida de toras, uma atividade tradicional que combina resistência física e significados culturais A corrida de toras envolve o carregamento revezado de grandes e pesadas toras, geralmente de buriti, por um determinado percurso. Cada competidor carrega a tora nos ombros e, quando se cansa, é substituído por outro membro da equipe Além de ser uma competição esportiva, a corrida de toras tem significados sociais e religiosos. Por exemplo, pode simbolizar o fim do luto pela morte de um membro da comunidade. As corridas são realizadas ao amanhecer ou ao entardecer, e são parte de rituais, festas e brincadeiras. As comunidades Krikati e Kanela, entre outras, participam ativamente dessa modalidade Essa prática é uma forma de preservar e celebrar a cultura indígena, além de promover a saúde e o bem-estar. Por ser uma prática tradicional entre várias comunidades indígenas, possuem regras oras

7. Equipes: A corrida é realizada entre duas equipes, cada uma composta por vários membros que se revezam no carregamento da tora

8. Toras: As toras, geralmente feitas de buriti, podem pesar entre 100 e 120 quilos. Elas são mantidas na água para aumentar o peso, tornando a corrida mais desafiadora

9. Percurso: A corrida ocorre em um percurso determinado, que pode ser ao redor da aldeia ou em um trajeto específico estabelecido para o evento

10. Revezamento: Um membro da equipe carrega a tora nos ombros e corre até se cansar, momento em que outro membro assume o carregamento

11. Significado Cultural: Além de ser uma competição esportiva, a corrida de toras tem significados sociais e religiosos, como simbolizar o fim do luto pela morte de um membro da comunidade

12. Eventos: As corridas podem ocorrer durante festivais, rituais e celebrações, sendo realizadas ao amanhecer ou ao entardecer

Escolha dos Membros das Equipes

5. Voluntariado: Osparticipantes geralmente se voluntariam para fazer parte das equipes, demonstrando interesse e disposição para competir

6. HabilidadeeResistência:Aseleçãopodeserbaseadanahabilidadefísicaeresistênciadosindivíduos, já que a corrida de toras exige força e capacidade de carregar a tora por longas distâncias

7. Rituais e Festividades: Em algumas comunidades, a escolha dos membros pode estar ligada a rituais específicos ou festividades, onde os participantes são escolhidos para representar suas famílias ou grupos sociais

8. Revezamento: Durante a corrida, os membros das equipes se revezam no carregamento da tora, permitindo que cada participante contribua com sua força e resistência

Algumas das principais comunidades que Comunidades que Praticam a Corrida de Toras

8. Krahô: Localizados no estado do Tocantins, os Krahô realizam a corrida de toras como parte de seus rituais e festividades

9. Xerente: Também no Tocantins, os Xerente participam ativamente dessa prática tradicional

10. Apinajé: Outra comunidade do Tocantins que mantém viva a tradição da corrida de toras

11. Kanela: No Maranhão, os Kanela são conhecidos por suas corridas de toras, que têm significados culturais e religiosos

12. Krikati: Também no Maranhão, os Krikati participam dessa atividade, valorizando a resistência e a cooperação

13. Gavião: No Pará, os Gavião realizam corridas de toras como parte de suas celebrações culturais

14. Xavante: No Mato Grosso, os Xavante têm uma tradição forte na corrida de toras, com eventos que envolvem toda a comunidade

As corridas de toras variam entre as comunidades indígenas, refletindo suas tradições e práticas culturais únicas. Aqui estão algumas das principais diferenças:

Diferenças nas Corridas de Toras

5. Etnia Krahô:

• Horário: Realizam corridas ao amanhecer e ao entardecer

• Percurso: Corridas ocorrem de fora para dentro da aldeia

• Significado: Associadas a rituais, como o fim do luto pela morte de um membro da comunidade

6. Etnia Xavante:

• Equipes: Compostas por 15 a 20 pessoas

• Percurso: Corridas de mais de cinco quilômetros, terminando no centro da aldeia

• Eventos: Incluem a Dança do "Uwede'hõre" e a festa da comida "U'pdöwarõ"

7. Etnia Gavião:

• Peculiaridade: Realizam a corrida "Jãmparti" com uma tora de mais de 100 quilos, carregada por dois atletas

• Eventos: Corridas comuns seguidas pela "Jãmparti"

8. Etnia Kanela:

• Rituais: Corridas são parte de festivais e celebrações culturais

• Percurso: Realizadas ao redor das casas, no sentido anti-horário Aspectos Comuns

• Revezamento: Em todas as comunidades, os participantes se revezam no carregamento da tora

• Material: As toras são geralmente feitas de buriti, uma palmeira sagrada

• Participação: Mulheres também participam das corridas, demonstrando força e resistência

A corrida de toras é cercada por histórias e lendas que refletem a rica cultura e tradição das comunidades indígenas. Aqui estão algumas das principais histórias e significados associados a essa prática:

4. Ritual do Porkahoks:

• Significado: Para os Krahô, a corrida de toras simboliza o fim do luto pela morte de um membro da comunidade. Este ritual é realizado para marcar o encerramento do período de luto e celebrar a vida.

• Prática: A corrida ocorre ao amanhecer ou ao entardecer, com os participantes carregando toras ao redor das casas no sentido anti-horário

5. Uiwed dos Xavante:

• Significado: Entre os Xavante, a corrida de toras, conhecida como "Uiwed", é parte de um ritual que inclui a Dança do "Uwede'hõre" e a festa da comida "U'pdöwarõ"

• Prática: Ascorridassão realizadas entreduas equipes de15a20pessoas,quepintam os corpos e correm mais de cinco quilômetros, revezando até chegar ao centro da aldeia

6. Jãmparti dos Gavião:

• Significado: A corrida "Jãmparti" dos Gavião é uma manifestação de força e resistência, onde uma tora de mais de 100 quilos é carregada por dois atletas

• Prática: Esta corrida é realizada no período final das corridas de toras comuns, destacando a habilidade e a força dos participantes

. Aspectos Culturais

• Simbolismo: As toras podem representar símbolos mágico-religiosos, como a força espiritual e a conexão com a natureza

• Preparação: As toras são confeccionadas com o tronco de uma palmeira chamada buriti, considerada sagrada por várias etnias

Essas histórias e lendas ajudam a preservar a tradição e a cultura das comunidades indígenas, tornando a corrida de toras uma prática rica em significados

CADEIRA

PATRONO: JOSÉ DOMINGUES DA SILVA

1º Ocupante: Cássio Reis Costa

2º Ocupante: Hedel Jorge Ázar – ex-presidente

CADEIRA N.º 42 : JOSÉ RIBAMAR TROVÃO

PATRONO: ANTÔNIO DO RÊGO

1º Ocupante: Sebastião Moacir Xérex

2º Ocupante: Dr. Nywaldo Guimarães Macieira (Ex Presidente) – Faleceu 26.12.2015

3º Ocupante: Dr. Celso da Conceição Coutinho – Faleceu 02.05.2020

CADEIRA

PATRONO: TASSO FRAGOSO

1º Ocupante: Jéferson Moreira

2° Ocupante: José Cloves Verde Saraiva

3º Ocupante: Amandino Teixeira Nunes (Sócio Honorário)

4º Ocupante: Antonio José Noberto da Silva (Art 14 – declarado vaga na AGO 25.01.2023)

CADEIRA

PATRONO: TEMISTOCLES DA SILVA MACIEL ARANHA

1º Ocupante: Des. Luís Cortez Vieira da Silva

2º Ocupante: Prof.ª Eneida Vieira da Silva Ostria de Canedo (falecida em 09.07.2017)

CADEIRA

PATRONO: MANOEL NOGUEIRA DA SILVA

1º Ocupante: José Manoel Nogueira Vinhais

2º Ocupante: Dagmar Desterro e Silva

3º Ocupante: Wanda Cristina da Cunha e Silva

N.º 45: ALDY MELLO DE ARAÚJO

PATRONO: D. FRANCISCO DE PAULA E SILVA

1º Ocupante: Luiz de Moraes Rêgo – Sócio Honorário

2º Ocupante: Profª. Maria Esterlina Mello Pereira (Sócia Honorária – 16.11.2022)

CADEIRA N.º 46: JONILSON SILVA BOGÉA

PATRONO: JOAQUIM DE MARIA SERRA SOBRINHO

1º Ocupante: Domingos Vieira Filho

2º Ocupante: Domingos Chateaubriand de Sousa

3º Ocupante: Kalil Mohana

CADEIRA N.º 47 JOAQUIM ELIAS NAGIB PINTO HAICKEL

CADEIRA N.º 48 : MARCIO AUGUSTO VASCONCELOS COUTINHO

PATRONO: FRANCISCO SOTERO DOS REIS

1º Ocupante: José de Mata Roma

PATRONO: JOÃO DA MATA DE MORAES

1º Ocupante: José de Ribamar Fernandes (Sócio honorário) – faleceu dia 15.03.2023

CADEIRA

PATRONO: PADRE ANTÔNIO PEREIRA

1º Ocupante: Cônego Benedito Ewerton Costa

2º Ocupante: Padre Clauber Pereira Lima (Sócio correspondente)

3º Ocupante: Neide Maria Ferreira Lima (Renunciante Tácito)

CADEIRA

PATRONO: RUBEN RIBEIRO DE ALMEIDA

1º Ocupante: Edomir Martins de Oliveira

2º Ocupante: Maria de Nazaré Leite da Silva (falecimento 29 de abril de 2019)

N.º 51 : YURI MICHAEL PEREIRA COSTA

CADEIRA

PATRONO: JOAQUIM GOMES DE SOUSA

1º Ocupante: José Moreira

N.º 52: JOSEH CARLOS ARAÚJO

PATRONO: JOSÉ NASCIMENTO DE MORAES

1º Ocupante: Manoel de Oliveira Gomes

2º Ocupante: Salomão Pereira Rocha – sócio honorário (faleceu dia 23.06.2023)

CADEIRA N.º 53: RITA IVANA BARBOSA GOMES

PATRONO: DOM FELIPE CONDURÚ PACHECO

1º Ocupante: Kleber Moreira de Sousa

2º Ocupante: Álvaro Urubatan Melo (renunciante tácita)

CADEIRA N.º 54: Jadson Passinho Gonçalves (posse dia 09.11.2018)

CADEIRA N.º 55: JOSEFA RIBEIRO DA COSTA

PATRONO: JOSÉ RIBEIRO DE SÁ VALE

1º Ocupante: Joseth Coutinho Martins de Freitas (sócia honorária) – falecimento 01.09.2021

CADEIRA

PATRONO: JERÔNIMO JOSÉ DE VIVEIROS

1º Ocupante: José Ribamar Sousa dos Reis

Ocupante: Joana Maria Bittencourt

N.º 56: DIOGO GUAGLIARDO NEVES

CADEIRA N.º 57 : ANTÔNIO AGENOR GOMES

PATRONO: JOSÉ EDUARDO DE ABRANCHES MOURA

1º Ocupante: José Adirson de Vasconcelos

2º Ocupante: Augusto da Silva de Carvalho

3º Ocupante: Arthur Almada Lima Filho (Nascido em 1929 - falecido em 27/10/2021)

PATRONO: JOÃO PARSONDAS DE CARVALHO

CADEIRA N.º 59 : ELIZABETH PEREIRA RODRIGUES

PATRONO: OLÍMPIO RIBEIRO FIALHO

1º Ocupante: José da Costa Mendes Pereira

PATRONO: CONÊGO JOSÉ DE RIBAMAR CARVALHO

1º Ocupante: Francisco Alves Camelo

2º Ocupante: Pe. Raimundo Gomes Meireles (Art 14 – declarado vaga na AGO 25.01.2023)

COLABORAÇÕES DE SÓCIOS

CORRESPONDENTES

ROSA MARIA SOARES BUGARIN

ASSIM, BORRÕES

Poetas?

Aí ! Poetas!

Tāo grandes! Tâo poderosos¡

Tāo iluminadores!

Creditam, Toda minha admiraçāo, Meu terno embevecer na leitura viva que assombra, espanta e encanta, desmonta rotinas, desperta acomodações, Incita mudanças, sacode indecisões.

De onde nascem tuas ideias meu poeta?

Idéias que nāo se quebram, ao sair da composiçāo inicial, ágeis e consistentes. Desmentindo a ideia de que se apequenam, “ no molambo da língua paralítica ”

Permanecendo fiéis e aclarando espaços.

Poetas?

Aí, Que sou eu ?

Sem veleidades...

Apenas uma poetinha de família , fascinada, desde os 6 anos por folhas em branco, para nelas colocar borrões, borrões, que maculavam o alvor, rompendo silêncios, ouvindo no coração, a voz do pai a falar poesia. Então , obedecendo o império do sentir, buscando clarões, tentativas de expressões, usando desqualificar receios, quebrar incertezas, entender turbilhões.

. Poetinha dos borrões que varre clarões em inspirações, nascidas de momentos, grávidos de apreensões, no destino de “sentir o que todos sentem, dizendo o que ninguém diz”

E assim , simplesmente, definia meu pai,

o peso do destino de ser poeta. Pois agora, Desejo, com o mágico poder da poesia, aliada a inocência que vaticinou destino. o dom de transformar traços em palavras, borrões em clarões de esperança, bênçãos de caminhar pela vida em voos de benquerença. Nas luzes do bem sentir falar e ser arauto, Jamais silenciar, na liberdade de bem dizer sendo voz e reflexão, Sendo exemplo e cuidado, Sendo leveza e fortaleza , Sendo real e verdadeiro Sendo verdade e expressão. Sendo simples e visceralmente poeta, No absoluto de sua Intemporalidade.

Artigos de colaboradores

MEMBRO FUNDADOR DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HISTÓRIA DA MEDICINA

Quem não conhece a História está condenado a repeti-la. Edmond Burke, historiador britânico.

A História não se repete, mas o homem sempre. Voltaire, filósofo francês.

Em 1888, o então jovem médico maranhense Nina Rodrigues, após se formar no Rio de Janeiro, radicou-se em São Luís, com consultório na Rua do Sol 17. Com clientela escassa usou o tempo livre para estudar o regime alimentar do Estado, publicando o resultado das suas pesquisas no jornal A Pacotilha, onde criticou o uso da farinha de mandioca como alimentação exclusiva, mas não só, pois identificou o problema e propôs a sua solução que seria a adição à farinha de feijão, fava e milho. Pois esse estudo teve como consequência ele ser apelidado de “Doutor Farinha Seca” pela maledicência dos seus conterrâneos, da qual ele se queixou no mesmo jornal do dia 1º de agosto de 1888: “... grande mágoa que me havia causado o procedimento injusto, desleal e pouco digno do colega, que, em porta de botica, procurava, em termos que não comentarei, chamar o ridículo sobre mim e a minha interessante propaganda.” Este episódio o magoou profundamente e fez com que se mudasse para a Bahia, docemente acolhedora, onde prestou concurso para professor da Faculdade de Medicina, e iria desenvolver suas pesquisas, que lhe granjearam renome internacional. Ele abrasileirou a Medicina Legal, estudou no Brasil, coisas brasileiras, sendo isto a sua grande originalidade.

A Bahia lhe foi tão acolhedora, que muitos biógrafos acham que ele era baiano, o que em parte é verdade, se considerarmos que ele foi adotado por este Estado. Se a então Província do Maranhão lhe foi madrasta, a Bahia lhe foi uma verdadeira mãe, tanto que deu o seu nome ao Instituto de Medicina Legal e jamais cogitou retirar essa homenagem.

E agora, em pleno século XXI, o seu Estado de nascimento volta a se comportar como padrasto, uma vez que se cogita mudar o nome do hospital com a alegação de ser ele racista. Tal alegação é fruto de uma leitura apressada e fora de contexto de parte de sua vasta obra. No final do século XIX e princípio do XX a ciência apregoava uma superioridade da raça branca e teorizava sobre o criminoso nato, cujo principal representante era o médico italiano Cesare Lombroso. Pois bem, ele acompanhava os preceitos dessa Escola, mas ao mesmo tempo não era um fiel seguidor dela, uma vez que ao longo das suas pesquisas percebeu fissuras em seus anunciados, sendo exemplar o caso de Antônio Conselheiro, que após autopsia do seu crânio concluiu ser normal e o diagnostica como acometido de transtorno delirante. Outro caso estudado por ele que também apresentava fissuras nos postulados da Escola Lombrosiana foi o de Lucas da Feira, que teve o seu crânio estudado por ele que o achou normal.

Essa questão de hierarquização entre raças só foi definitivamente derrubada, embora ainda apresente ressurgências, na década de vinte do século XX com a Antropologia Cultural de Franz Boas, quando Nina Rodrigues não estava mais vivo, pois falecera em 1906. Se substituirmos em sua obra o termo raça por cultura ela fica extremamente atual. Por tudo isso não vejo razão, nem justificativa para a mudança do nome da instituição e espero que o Maranhão não seja mais uma vez ingrato com um dos seus rebentos ilustres.

Rio de Janeiro, quinta-feira, 9 de janeiro de 2025, às 18:15 horas.

A ESMO, O Jornal – 01/08/1916.

Debalde o utilitarismo, o mercantismo e outras coisas sordidamente práticas que, com desinência em ismo conspurcam a dignidade da alma humana e afetam o lindo dizer vernáculo, se esbofam para provar que o genial, para fazer a felicidade das coletividades, é menos apto que o hábil sinônimo delicadamente forçado e experto.

A prova do cenário é Ruy Barbosa.

Não há brasileiro que, pelo amor à sua terra mereça esse nome, que num frisson de orgulho e entusiasmo, não sentisse ontem n’alma com que um eco das ovações que estrugiram na capital do país em torno do glorioso, imaculado e querido do patrício extraordinário.

Mais entusiasmo e orgulho pelo brilho imenso que ele deu ao nome do Brasil como seu embaixador a Argentina. E tanto mais merece esse seu novo feito o orgulho e o entusiasmo nacionais, quando Ruy, saindo mais uma vez do seu campo habitual de ação, revelou que, fora dele, embora, é o mesmo super-homem que há mais de trinta anos nos envaidece como ser nosso patrício.

Porque Ruy não é nem pode ser um diplomata, na acepção comum e burguesa do vocábulo.

Não o é, porque o maquiavelismo que o sorriso franzino das missões diplomáticas mal disfarça, não se coaduna com a claridade límpida do seu gênio e da sua moral.

Não o pode ser, porque, apertá-la dentro das malhas estreitas e prementes do protocolo e das fórmulas, seria tão estúpido quanto querer apertar uma águia dentro o posponto gris perle duma luva de pelica, almiscarada a sachel. Fora, porém, dos hábitos funcionais do seu espírito ciclópico, o seu engenho e o seu saber rutilam com a mesma magnificência com que fulguram nas pelejas em que tem sempre triunfado.

É que são as celebrações como a sua tal qual o sol, que igualmente aquece e doura, na mesma plenitude, uma porção da natureza em toda a sua estonteante beleza nativas e um retalho d’arte em todo seu sutil encanto de fantasia bizarra que o gerou.

E, medindo com comovida vaidade a altura a que maus uma vez ascendeu ele, erguendo consigo o nome da terra que lhe é e nos é pátria, não pode deixar de ser a gente de confrontar o seu alto e sereno voo d’água cm o grazinar de um pássaro ensinado com que, em vez dele, nos iria de certo fazer ouvir o nome frágil e débil passarelho dos muitos que temos na nossa diplomacia e boulevard e garden-party.

Confronta, e sente que, quando um estrangeiro nos vier querer esbarrondar com citação dum nome ilustre da sua terra, nós cá do Brasil temos também, a pôr lhe diante dos olhos, como um brasão sem nódoa ou falha alguma, um nome – o de Ruy Barbosa – como não há as dezenas por todo este vasto mundo afora.

Será uma puerilidade.

Será, mas será uma puerilidade santa, porque nos faz feliz.

D. B.

MARCO DUAILIBE

Já fui cedinho comprar meu rodó na Casa Amarela. As cadeiras de casa já estão na calçada pra ver o cortejo deblocospassar.Os vendedores demáscaras e chapéuzinhos feitos decartolinascoloridas enchem meus olhos de tanta fantasia.

Em cada esquina, uma quitanda lotada de caixas de maisena se prepara para aguardar os foliões que chegam de todos os cantos da cidade.

Afinal a Rua do Passeio é a passarela de tantos carnavais que levava alegria da Praça da Saudade à Praça Deodoro.

Ouve-se os clarins da Turma do Quinto. A batucada ainda era de uma turma do samba.

Da Belira, sobe um bloco tradicional com a magia dos tambores que hipnotiza a multidão com tanto ritmo. Do Goiabal, uma tribo de índio passa entoando seu grito de guerra.

Todo mundo se cumprimenta. Todo mundo se conhece. A velha São Luís é do tamanho da minha rua. Velhos amigos que só se veem de folia em folia. Vizinhos oferecem milho quentinho, um pedaço do pão de ló que acabou de sair.

De repente, do meio da algazarra sai um cordão de fofões. Crianças e adultos que não escondem seu medo, se recolhem correndo gritando. A gente ri. Ula-lá! Abram alas para o corso passar. Sempre achei lindas as mulheres com suas saias de cetim bordeando o velho caminhão, todas com pandeirinhos nas mãos.

Ouve-se um grito de uma coreira preparada para pungá. Lá vem a Casinha da Roça perfumando a rua com cheiro de cuxá e peixe frito. O tambor de crioula parece entranhar em nossos pés, pois é impossível ficar imóvel.

Ás vezes eu sonho com a saudade. Ela tem cor, cheiro, som e sentimento.

A minha rua é a mãe da minha infância.

Deixa eu dormir um pouco mais pra ver se esse tempo ainda mora em mim!

JOSEMIR CAMILO DE MELO15

Convidado pelo Instituto Histórico, Arqueológico e Geográfico de Goiana (IHAGGO), Comissão estadual do bicentenário da Confederação do Equador, e Comissão Temporária Interna do Senado Federal, em Comemoração aos 200 anos da Confederação do Equador, sob a presidência da senadora Teresa Leitão, para falar de um grande morador de Goiana do começo do século XIX, Frei Joaquim do Amor Divino Caneca, montei o texto que se segue.

Busquei compreender um Caneca e se assim o chamo já é um indício, tentando interpretar, porque em toda esta campanha de fuga e de pregação contra os atos ditatoriais do português d. Pedro, frei Joaquim se despojou do hábito do Monte Carmelo. Trato aqui mais do humano que do religioso, do social mais que do místico (que disto já trataram Frei Romeu Perea e, mais recentemente, tratou o nosso saudoso Tito (Bartolomeu) Figueirôa (in memoriam). Enfoco mais a tribuna política que o púlpito sacro, ou seja, Caneca, em seu Itinerário da campanha registrada por sua própria pena, em cada acampamento onde podia pernoitar, peloáridosertãoembuscadaesperançafederativa.Buscoentenderseusilêncio frustradocomsuacriapolítica, aparente idealizador da Confederação do Equador, Manoel de Carvalho Paes de Andrade. O frade só soube disto em fins de outubro ou começo de novembro de seu desaparecimento em plena campanha, quando a coluna se encontrava no sertão do Rio Grande do Norte.

Parto do Frei Joaquim do Amor Divino Rabelo Caneca e de sua mais longínqua rebeldia, em 1805, quando foi proibido por seu provincial, de ir estudar Letras em Coimbra e se queixou logo ao príncipe regente, D. João. A quem reverenciaria em 1821, mas já e provavelmente irônico ou sarcástico, com sua Ode a D. João VI, por sua chegada a Lisboa. Creio que está a merecer um estudo linguístico/literário e semântico. Pois, se tanto elogia a volta do rei à pátria portuguesa, o põe no mesmo nível a sua obediência ao jurar as Bases da Constituinte. OCanecacuidadosoeindireto doSermãodaCoroaçãodeD. Pedrotambém merece estudo igual. Ou o frade escritor que fazia publicar pequenas histórias e as fazia vender, com renda para os pobres.

Pense num homem difícil de dirigir elogios! Poucos os mereceram, como os jornalistas e políticos Cipriano Barata, e João Soares Lisboa, este, por sua morte em batalha, além do major paraibano Veiga Pessoa, comandante do Brum, quando da campanha militar confederada pelos sertões.

Escolho o Caneca capaz de teorizar e fundar o conceito de cidadania e pátria, a ponto de servir à causa revolucionária, como lastro ideológico e até a ponto de massagear o ego do Imperador português, que se verá traído depois e, daí, seu ódio mortal ao frade. O Caneca modesto, capaz de ser um capelão da família do presidente revolucionário da Paraíba, Félix Antônio Ferreira de Albuquerque, acolhido que fora por esse comandante, sua senhora e um casal de crianças, em suas montarias e acampamentos. Ou, acrescentado a este ofício educacional e de orientação espiritual, o de servir, ao mesmo tempo à causa revolucionária, assumindo o lugar do seu companheiro de ideias, o lusitano João Soares Lisboa, ao ser este morto em campanha e enterrado nas alvas areias do Capibaribe, na altura de Limoeiro; lágrimas contidas?

O que mais me agrada é o jornalista Caneca, o orador que faz do papel de jornal seu púlpito. Em sua escritaderepórter,queeuchamodecorrespondentedeguerra,narrouaBatalhadoRiachodasPedras,ocorrido

14 Este artigo teve uma versão online publicada em 13/02/2025, publicada em https://www.opoder.com.br/noticias/22405/revisitando-frei-caneca-o-guerrilheiro-da-palavrapor-josemir-camilo-de-melo

15 Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano; sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão; sócio correspondente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano; sócio benemérito do Instituto Histórico, Arqueológico e Geográfico de Goiana (PE); sócio correspondente do Instituto Histórico de Olinda (PE) e do Instituto Histórico Arqueológico Geográfico e Cultural do Cabo de Santo Agostinho (PE).

em 24 de maio de 1824, em Itabaiana-PB, apenas a uma semana do ocorrido, esse que foi o maior conflito armado da Confederação do Equador. Ainda mais, os combates a que assistiu, na marcha para o Ceará, de que teve de se refugiar, como o ataque ao comandante maior da coluna confederada, o paraibano Félix Antônio Ferreira de Albuquerque, genro de uma goianense dos Lins. Caneca fez o único registro de um presidente ferido quase de morte, em batalha, caindo ribanceira abaixo, a ponto de ser esquecido de seus inimigos, mas escapando e retornando ao comando! Eis um roteiro de cinema, Caneca via longe, sem saber de plataformas que não fosse a única disponível tinta e papel.

O jornalista é o que me atrai, se desviando das agruras da seca, da água pouca e salobra, quase lodo; da fome, em que se tornava urgência matar o gado que transportava carretas de canhão, para alimentar a tropa. Consegue, no entanto, descrever seu espanto ao ver pela primeira vez uma carnaubeira em seu habitat; e o céu azul, na altura de Taquaritinga do Norte, limites entre Pernambuco e Paraíba. Consegue, depois de longo cansaço e fugas pelo mato seco e espinhoso, se deslumbrar com a beleza da descida da Serra da Borborema. Tudo que vê, descreve e dá nomes, fornecendo pistas para mapeamento futuro, denominando lugares e pessoas, não sem o seu devido peso de repugnância aos portugueses e àqueles que lutavam pelo Imperador, chamando-os de “calhambolas”, termo novo, que tanto poderia servir para quilombolas, como para bandidos do sertão. Faz o contrário aos que auxiliavam a coluna confederada. Eis o homem, o civil, o Caneca, homem destituído do hábito, vestido de paisano, não só por autodefesa, como por carência de seguidos roubos de cargas pessoais e montaria, chegando a receber, já preso em Campina Grande, em 12 de dezembro, um tecido ou roupas, pela pena que causou a um modesto senhor local, fazendo questão de registrar em seu Itinerário.

Caneca também sabia ser contemporizador, de avaliar as opiniões dos outros, antes de alçar a sua. Foi o que ocorreu diante do convento de Goiana, meia-noite de 18 de setembro de 1824, fugindo dos bombardeios que um almirante inglês, mercenário, que destruía o Recife. Caneca e quatro amigos paisanos, entre eles, João Soares Lisboa, em plena escuridão, diantedo impasse,aceitaa opiniãodos amigos demarcharparao engenho, Goiana Grande, caminho da Paraíba, entre lamas e canaviais. Até que o frade assume seu tirocínio, pois marchava para a morte, deixou registrado; anima os companheiros a regressar e seguir o caminho, em Goiana, da Soledade para Goianinha. Adormece pelos matos e pela manhã encontra resto de tropas de confederados. Está redimido consigo mesmo

Contemporizador,como namarchapelos sertões. Aoseacharcom todaacolunanaviladeCaicó(RN), onde o presidente da Paraíba e comandante geral dos confederados tinha parentes, o Caneca crítico se adapta à realidade de uma vila imperial; pega de sua pena e descreve sem crítica alguma como a sociedade local comemorou a constituição outorgada por D. Pedro. Nenhum ponta de crítica; era o jornalista Caneca descrevendo um fato para a posteridade.

Diante do tribunal militar, expõe em sua Defesa, que um ano atrás, recebera críticas ao tentar contemporizar o ódio de radicais brasileiros contra os portugueses, quando escreveu a “Dissertação sobre o que se deve entender por pátria do cidadão e deveres desta para com a mesma pátria”, obtendo licença até do imperador para publicação. O tribunal, na certa, desconhecia o que escrevera em 1822, “Infeliz a pátria em queosoldadoéfilósofo!”Brilhanteecurtocomentáriodesociologiapolíticasobreoquepensavados militares à época, tornando-se pioneiro desta linha de estudos, a meu ver. E não seria a primeira vez, de um pensamento avant gard, pois também se antecipou aos estudos sobre golpes, quando D. Pedro fechou a Assembleia Constituinte, em 1823, Caneca batizou a ação aterrorizadora de (golpe) “18 Brumário”, o golpe que Napoleão Idera sobre a Assembleia francesa. Assim, Caneca se antecipou até mesmo a Karl Marx, que cunhou o mesmo título, trinta anos depois, para o golpe do sobrinho de Napoleão.

Defende-se, ainda, Caneca, em 20 de 12 de 1824, não só sobre suas ideias e escritos, como até pelo fato de ao ter sido preso não usar o hábito carmelita e, sim, uma jaqueta de guerrilha. Alega que usava jaqueta de chita por baixo do hábito e não de guerrilha, porque para montar tinha preferido tirar o hábito e botar na garupa e, durante a viagem do Cabo para o Recife, o perdeu, passando daí em diante a usar traje civil.

O réu, como se assume, dá um tapa sem luva no tribunal militar ao solicitar licença para consultar um advogado (“letrado”, dizia-se à época), pois aquele tribunal era apenas militar, “talvez sem os conhecimentos das leis jurídicas”.

Fora acusado de ser o “diretor de Manoel de Carvalho Paes de Andrade, que de per si nada era capaz de fazer”, disse uma testemunha; segundo outra, Caneca “aconselhava e tinha parte em todas as medidas adotadas pelo governo de Manoel de Carvalho Paes de Andrade”.

Em sua defesa, alega que fez o Sermão da Aclamação, que fora impresso na Corte, no Rio. Mas sua melhor defesa é a de que não resistira às ordens de Lima e Silva, pois fuga não é resistência, alegou. Fugiu pelo medo de ser preso e fugiu só. Refugiou-se em Olinda e chegou ao convento de Goiana à meia noite de 18 de setembro, como descreve em seu Itinerário. Fugiu de Olinda, quando soube da traição do comandante confederado José de Barros Falcão de Lacerda, e Caneca escreve mesmo: traidor! Ainda, quanto à sua defesa de fuga e resistência, alega que “quem corre e foge não resiste, pois a resistência é o contraditório da fuga; menos ir na companhia de tais tropas, porque estas fugiam também do medo, e sempre debaixo do pavilhão do império, que nem cá deixaram”.

Em seguida, Caneca tenta ganhar o tribunal, alegando que “o réu fez serviços aos povos (...) aconselhando que não atacassem lugar algum (...) nem ofender a quem lhe dava passagem franca (...). Em nenhum momento, assume seu papel de religioso, pelo menos não deixou descrito, como pregação, missa, confissão, extrema unção etc.

Para fechar sua defesa, alega que seus escritos não eram subversivos, pois reproduzia as mesmas ideias ocorridas na imprensa da Corte e de nunca ter ele sido chamado a tribunal algum sobre este item. Alega, outrossim, que não tinha preponderância sobre os pensamentos políticos de Manoel de Carvalho Paes de Andrade, e que nunca ouvira falar de Confederação do Equador (quanto à ideia republicana?) e que isto só ocorrera no Ceará. Ali, não era mais o republicano declarado, mas o federalista e constitucionalista.

Anexava à sua defesa A Ode a D. João VI e o Sermão da Aclamação, como provas de amor e adesão ao rei e ao imperador; a Dissertação sobre patriotismo, e “o chamamento do governo para o conselho”, que não fica claro a que documento se referia, se seu Voto sobre o juramento do projeto de Constituição oferecido pelo imperador, se o discurso sobre o Voto à invasão de Alagoas contra as topas de Francisco Paes Barreto, ou se o Voto sobre o (não) reconhecimento de Francisco Paes Barreto como presidente de Pernambuco.

Como analisou o seu irmão de hábito, em tempos modernos, o brilhante antropólogo, Frei Tito (Bartolomeu) Figueirôa, Caneca era um “intelectual orgânico” tal a sua clarividência em tempos tão agitados!

ENIDE DINO, MULHER EXEMPLAR

O fato de cada ser humano ser fruto da união entre um homem e uma mulher deveria ser suficiente para lhes assegurar a igualdade de direitos. Contudo, os homens, desde a formação das comunidades mais remotas (há exceções isoladas no tempo e no espaço), desempenharam total controle social. Os costumes, elevados à categoria de normas (inclusive religiosas), consolidaram discriminação às mulheres.

Usadas como força de trabalho na Revolução Industrial, logo as mulheres reagiram contra o estado de desigualdade e submissão reinante. Luta que evoluiu, resultando no rompimento de preconceitos e mudanças de normas.

Pinçado para ser um marco dessa luta, o dia 8 de março (23 de fevereiro, no calendário Juliano) referese a um evento ocorrido na Rússia - o protesto, em 1917, contra a fome e a guerra (Primeira, Mundial) -, na sequênciadeoutros,em paísesonde,nofinal doséculo XIXeinício do século XX, as mulheres manifestavamse contra a opressão, as condições de trabalho, por direitos políticos e igualdade de gênero.

Na década de 1970, a ONU oficializou a data como o Dia Internacional da Mulher e recomendou aos países membros que criassem um marco semelhante, sugerindo o dia que havia adotado.

As mulheres avançaram em suas conquistas, mas a fome e a guerra não cessaram. Vieram a Segunda Guerra Mundial e outros conflitos violentos. Antes, porém - e depois -, não poucas mulheres se destacaram no mundo: Cleópatra (Egito), Wu Zetian (China), Isabel (Espanha), Catarina (Rússia), Indira (Índia), Thatcher (Reino Unido), Golda (Israel), Benazir (Paquistão), Merkel (Alemanha), Ellen (Libéria), Ardern (Nova Zelândia), dentre outras, inclusive sem poderes formais, que tiveram inegável influência política, a exemplo de Eva Peron.

Destaco, contudo, aquelas que, sem deter poderes ou participar de lutas feministas, são determinadas e assumem papéis relevantes na comunidade, prestando-lhe inestimáveis serviços, contribuindo para conquistar a admiração e o respeito devido às mulheres. Firmes em sua atuação, enfrentam dificuldades, superando-as e resistindo contra tudo e contra todos, sem se abrigar em discursos, senão em ações concretas na busca e realização do que é necessário aos seus objetivos.

Às mulheres que, à margem da mídia, comandam escolas comunitárias, lideram assistência a crianças, idosos e vulneráveis, homenageio na pessoa de D. Enide Moreira Lima Jorge Dino, que, aos 97 anos, mantemse comprometida na luta contra o câncer, por ela iniciada à frente da Rede Feminina de Combate ao Câncer, ao lado do marido, o médico Antônio Dino, que comandava a Liga Maranhense de Combate ao Câncer.

Em 1976, Enide Dino criou a Fundação Antônio Jorge Dino, da qual é presidente, e, a partir de modestas instalações, construiu o Hospital do Câncer Aldenora Bello, sendo, por décadas, o único especializado no tratamento oncológico no Maranhão, e hoje reconhecido por sua tradição e referência no tratamento oncológico, no Estado e no Brasil.

*Advogado e jornalista.

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Resumo: Este artigo aborda a religião como um dos elementos mais marcantes da história de Arari-MA. Tem como objetivo mostrar como a religião foi importante no processo de constituição da sociedade arariense, para isso, perpassamos pelos setores cultural, econômico e político entrelaçados pela religiosidade que subsiste às adversidades, as transformações sociais e ao avanço tecnológico. Em um processo de metamorfose alcançado devido ao apego a Deus que dentre outras coisas pode proporcionar segurança e esperança, através da fé. Palavras-chave: Religião, Arari, Catolicismo, Protestantismo.

LA RELIGION COMME FACTEUR DÉTERMINANT DANS LA CONSTITUTION DE LA SOCIÉTÉ ARARIENSE

Résumé : Cet article aborde la religion comme l’un des éléments les plus marquants de l’histoire d’ArariMA. Son objectif est de montrer l'importance de la religion dans le processus d'établissement de la société ararienne. Pour ce faire, nous explorons les secteurs culturels, économiques et politiques, étroitement liés à une religiosité qui survit à l'adversité, aux transformations sociales et aux avancées technologiques. Dans un processus de métamorphose réalisé grâce à l'attachement à Dieu, qui peut entre autres apporter sécurité et espoir, à travers la foi.

Mots-clés: Religion, Arari, Catholicisme, Protestantisme.

O Brasil foi colonizado sob a predominância religiosa do catolicismo permeando todo o território, através da imposição das tradições portuguesas. Assim, constitui-se uma sociedade em que as relações sociais são em parte mediadas pela religiosidade, cristalizando-se em momentos importantes: visitas, batizados, casamentos, enterros, festejos religiosos.

A tradição portuguesa introduziu o costume da realização de festas, que ocorriam durante vários dias, com abundância de comidas, bebidas, músicas e danças. Também existiam as reuniões e festas dos padroeiros e principalmente nos chamados “Ciclo de Natal”17, sendo esta, uma das mais importantes. Mesclava-se o religioso e o profano na sociedade brasileira colonial.

Mediante a essa realidade, em 1806, Lourenço da Cruz Bogéa, se dirigiu ao bispo D. João de Brito Homem requerendo uma permissão para a construção de um templo, a qual, deferida – devido à necessidade que havia de um local para se reunirem em adoração ao Criador, assim se construiu a primeira capela neste municio.

No dia 05 de agosto 1811, a capela era inaugurada com a solene entronização da imagem de Nossa Senhora da Graça que veio em procissão fluvial da vizinha Ribeira do Mearim. A festa naquele dia foi grande. Lourenço da Cruz Bogéa e sua esposa Isabel da Hungria Mendes Bogéa lideravam as atividades religiosas e sociais e eram incansáveis no zelo para que tudo se saísse bem. Trajados a maneira da época era mais que procurava exibir suas roupas novas. E não era para menos, pois aquele foi um grande dia para o lugar, pequeno para conter as 400 pessoas que acompanharam a imagem da Ribeira do Mearim, tendo à frente o Pe. Inácio Homem de Brito. Houve celebração da Santa Missa a chegada de um Te Deum e, durante nove dias, todas as noites, eram realizados ofícios religiosos. Foi a inauguração oficial

16 Doutoranda e mestra pelo Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIST-UEMA); especialista em Docência do Ensino SuperiorpelaFACAM;professoradaredemunicipaldeArarieformadoradosprofessoresdeHistóriadaSEMED -Arari;presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Arari (IHGA) e secretária da Academia de Letras Artes e Ciências de Arari (ALAC).

da primeira capela construída em Arari. Podemos até dizer que foi o dia da fundação oficial de Arari (...). A festa da Graça, celebra em agosto, com começo no dia 06 e terminando dia 15, movimentação apenas aos moradores da povoação, como também atraia fiéis dos lugares vizinhos, sobretudo da Ribeira do Mearim, sede da Freguesia, do Bonfim, do Barreiros, do Carmo e até da Capital da Províncias, e de outras Freguesias como a de Viana, Santa Maria de Anajatuba e de Itapecuru. Depois começou-se a festejar Bom Jesus dos Aflitos, cuja imagem Lourenço da Cruz Bogéa foi buscar em Portugal e lhe deu uma capela ao lado da de Nossa Senhora da Graça (Silva, 1985).

A sociedade arariense se desenvolveu envolto a religiosidade. Os festejos de Nossa Senhora da Graça e de Bom Jesus dos Aflitos se tornaram os mais importantes comemorados no município. Também havia a realização de bailes - a mistura do profano com o religioso – e a participação de pessoas consideradas importantes da sociedade. Além da vivência religiosa, essas festas possibilitavam entretenimento, o trabalhador manual, por exemplo, tinha a oportunidade de se divertir também no arraial com danças, comilanças e bebedices, costumes típicos de todo território brasileiro intensamente influenciado pelos costumes dos portugueses.

Ao redor da capela de Nossa Senhora da Graça, a cidade de Arari foi se desenvolvendo social, econômica, culturalmente e porque não dizer politicamente, já que a política e a igreja trilharam muitos percursos juntos em Arari. No entanto, os acontecimentos convergiam para a vida religiosa que servia de elo para a emergente população. O Pe. Brandt Silva relata que:

Podemos até afirmar que Arari centralizava todas as suas atividades em volta da capela nossa Senhora da Graça. Nela se realizavam os batizados e nela se casavam os filhos das famílias da localidade. Ali se promoviam grandes festas e sacerdotes vindo de Vitória ou de São Luís pregavam a palavra de Deus e eram ouvidos e celebravam a Eucaristia, participadas por todos (Silva, 1985).

Mas, existia um problema que incomodava os ararienses, a falta de padre. É por isso que o Pe. Brandt Silva se refere a vinda de sacerdotes de outras localidades para a realização periódicas de cerimônias religiosas. Segundo ele, aqui vivia praticamente sem assistência de autoridades eclesiásticas. E um dos motivos era que os padres não queriam ser vigários de paróquias muito pequenas. Todavia, as pessoas começaram a canalizar a sua atenção para a realização de outros cultos e festividades, a exemplo da macumba, o terecô, baile de São Gonçalo, todos condenados pela igreja católica.

O único vigário efetivo que o município teve logo após a criação da Freguesia, foi o Pe. João Francisco Coelho (1858-1866) e, a partir de então, ficou sem vigário permanente até 1944, quando ocorreu a vinda Pe. Clodomir Brandt e Silva, para Arari. Porém, insistentes tentativas foram feitas junto às autoridades competentes para enviar um padre para Arari. Mas, não conseguiam êxito em suas solicitações. Tem-se como exemplo, o pedido de Pompílio, em agosto de 1878, o qual foi publicado no Jornal Estado do Maranhão, que dentre outros elementos relatava:

Apelamos para o rvd. Vigário do Mearim (...) pedindo por amor da religião de Jesus Cristo ao nosso muito virtuoso prelado que por sua misericórdia nos mande um padre, porque necessitamos desse sal da terra, desse candelabro, para com sua luz vir dissipar as trevas do erro em que estamos envolvidos há muito tempo (Silva, 1985).

Pompílio em outubro do mesmo ano insiste novamente na esperança de conseguir um vigário onde relata que “(...) Igreja sem pastor – tudo é trevas! Invocamos ao nosso pai espiritual que nos acuda em tão dura emergência (...), queremos, pois, um padre para nos vir socorrer”.

Havia também documentos que, além de solicitar um vigário, relatavam a realidade de Arari nos aspectos: sanitário, educacional e social, como observamos nas solicitações do professor Raimundo Pereira Pestana divulgadas no Diário do Maranhão, em 5 de setembro de 1879, relatando:

O vigário João Coelho faleceu no seio de sua família (...), de hidropisia geral; e o frei Joaquim de aneurisma no peito (...), o Mearim é um foco de peste, por essa mesma razão poderosa, é que nós

impetramos um padre para o jornal da capital. Continua mau o estado sanitário desta vila. Grassam ainda com muita intensidade, as febres intermitentes com caráter epidêmico. Raro é o dia que não se sepulte uma ou duas pessoas (Silva, 1985).

Diante do relato, percebe-se que o padre nesse período desempenhava várias atividades e era uma figura polarizadora. Também estava sobre ele a responsabilidade de organizar a localidade onde estava inserido. Os fiéis sem uma autoridade religiosa se encontravam meio que a deriva, o que justifica as várias solicitações para o envio de um vigário para Arari.

Até a terceira décadas do século XX, a sociedade arariense era exclusivamente católica. Arari tinha uma vida de interação social pautada nas atividades religiosas, que iam de uma simples visitação de um religioso importante as tão esperadas festas religiosas do município, destacando-se as de Nossa Senhora da Graça e a de Bom Jesus dos Aflitos, possibilitadoras de muita alegria a população.

Em 1903, Arari recebeu a visita do bispo D. Antônio Xisto Albano, acompanhado de vários padres. Em sua visitação observou que havia sepultamento18 dentro da igreja-matriz e, proibiu tal prática a partir de então, elogiou o estado que se encontrava a igreja, pela sua preservação e pelo patrimônio que os fiéis já tinham conquistado. Em seguida houve um desentendimento com o delegado de polícia Francisco de Paula Bogéa, conhecido como Chico Carmim, que o acusava de ambicioso e de arruinar o patrimônio das paróquias do Maranhão. Porém, segundo Silva (1985) tudo indicava que isso ocorreu devido os boatos disseminados pela maçonaria que estava muito ativa e agressiva tanto no Maranhão como no Piauí, já tendo criado vários casos com as autoridades religiosas, fizeram um trabalho verdadeiramente diabólico nos lugares que seriam visitados por D. Antônio Xisto Albano, dando-o como ganancioso e desonesto, e que sua intenção era pilhar as paróquias, tirando-lhes o patrimônio e as riquezas que possuíssem. Outroacontecimentoreligiosoimportanteocorreuem5deagostode191119,quandoaimagem deNossa Senhora da Graça foi transferida para o novo templo. O que gerou alegria e satisfação os fiéis, que para além de seu momento de edificação espiritual, também viam uma oportunidade de interação com outras pessoas, de diversão e ampliação das relações sociais. Para compreender a importância das festas religiosas para o município de Arari, falarei do segundo festejo instituído na paróquia, o de Bom Jesus dos Aflitos.

Um recorte cronológico (1940-1960) sobre o Festejo de Bom Jesus dos Aflitos

Fonte: oracoesdefe.com.br

18 Desde o Brasil Colônia existia a prática de sepultamentos de autoridades eclesiásticas dentro das igrejas

19 Data em que completava um século de festejos a Nossa Senhora da Graça, padroeira de Arari. Pois, em 5 de agosto de 1811, houve a transferência da imagem de Nossa Senhora da Graça da cidade de Vitória para Arari, em “romaria fluvial” pelo rio Mearim.

Em 1806, Lourenço da Cruz Bogéa requereu do bispo D. João de Brito Homem a permissão para a construção de um templo. Pois, “necessitavam de um local para se reunirem em adoração ao Criador” (Silva, 1985). Após o deferimento, começaram construir a capela. Em 1809, o desprendido Lourenço Bogéa, mais uma vez manifestou o seu fervor religioso quando pediu a autorização do bispo D. Frei Joaquim, da paróquia de Nossa Senhora de Nazaré, para construir com recurso próprio, uma capela ao lado da de Nossa Senhora da Graça, com o propósito de colocar a imagem de Bom Jesus dos Aflitos.

Segundo Francisca Maria Ericeira Silva20, tetraneta de Loureço da Cruz Bogéa, a viagem a Portugal para obtenção dessa imagem, durou três meses e que a imagem de Bom Jesus trazida para Arari, era semelhante às encontradas em quasetodas as igrejas portuguesas, com adenominaçãodo Senhordos Passos21 . Segundo Silva,

A capela de Bom Jesus dos Aflitos foi concluída em 1810. Os paramentos, móveis e adornos da capela foram doados pelo construtor. Posteriormente com uma devida licença22, criou a Irmandade de Bom Jesus e durante mais de um século coube à família Bogéa a organização da festa de Bom Jesus dos Aflitos, em Arari (Silva, 2011, p. 14-15).

De acordo com Batalha, o festejo de Bom Jesus dos Aflitos começou somente em setembro de 1812, tornando-se tão importante quanto o Festejo de Nossa Senhora da Graça. Com mais de dois séculos de existência do Festejo de Bom Jesus dos Aflitos, foi necessário coletar dados e selecionar três fontes orais que remontam aum recortecronológicoentreofinal das décadas de1940a1960. Asmemóriassãodas professoras aposentadas Maria da Penha Ericeira Sousa23, Maria José Prazeres 24 e Antônia Vale25. Maria Sousa relatou momentos a partir de sua pré-adolescência, dizendo:

Era costume durante o Festejo de Bom Jesus, o Pe. Brandt entregar uma cartela cheia de pontos a serem perfurados, geralmente vendidos na praça da Igreja Matriz. Cada ponto valia alguns centavos, e as vezes, quem vendia todos os pontos, recebia um brinde. O dinheiro arrecadado com essas cartelas era destinado a ajudar nas despesas do festejo. Também eram vendidos broches e fitinhas com o nome do Festejo.

Na década de 1950, na organização do festejo, o Pe. Brandt Silva era auxiliado pelas senhoras Raimunda Ramos, Diquinha Marques, Didi Garcia, os catequistas, dentre outros. Nesse período o festejo acontecia de 11 a 14 de setembro. A partir do primeiro dia já se encontravam montadas as barracas e os bazares. Tinha bazar que vendia um só produto (a exemplo, só calçados ou só roupas) e outros bazares produtos diversificados. As barraquinhas vendiam comidas típicas da nossa culinária. Vinham vendedores de São JosédeRibamar,que primeiramente montavam seus bazares em VitóriadoMearim, naocasião do Festejo de Nossa Senhora de Nazaré e depois vinham para o Festejo de Bom Jesus dos Aflitos. Segundo, D. Antônia Vale também vinham para esse momento, vendedores de Vargem Grande, montados em seus jumentinhos ou cavalos – devido a inexistência de estradas - assim como da

20 Acadêmica Arariense e Vitoriense de Letras (AVL), ocupante da cadeira nº 14, em discurso de elogio ao seu patrono, Lourenço da Cruz Bogéa.

21 Podemos conjecturar que o nome da imagem Senhor dos Passos, transformou-se em Bom Jesus dos Aflitos, provavelmente pela compreensão que Lourenço da Cruz Bogéa tinha acerca do sacrifício de Jesus no Calvário. Onde após a dor e aflição sofrida por ele fosse possibilitado ao homem, todos os elementos espirituais para que pudesse ter uma vida pautada pela “fé, esperança e amor”.

22 Provavelmente concedida pelo bispo D. Frei Joaquim, da paróquia de Nossa Senhora de Nazaré.

23 Nascida em 4 de novembro de 1936, conhecida como D. Marú, foi uma das primeiras alunas do Instituto Bom Jesus dos Aflitos. Trabalhou no Grupo Arimatéa Cisne como professora e gestora por 25 anos.

24 Conhecida como D. Cocota, nascida em 1938. Trabalhou 25 anos no grupo Arimatéa Cisne, 15 anos lecionando e 10 na função de gestora, na mesma época de D. Marú.

25 Dona de casa aposentada, nascida em 1938, residente à Rua Pedro Leandro Fernandes.

circunvizinhança e de São Luís. Dependendo da localidade uns vinham a pé, outros em suas montarias (cavalo ou jumentos), canoas, igarités, cochos26 ou lanchas.

Antes da estrada que liga Arari/Vitória do Mearim ser construída, era costume, no dia 14 de setembro, em Vitória do Mearim se organizar uma espécie de procissão fluvial que deslizava pelo leito do Mearim até a Rampa Dr. Paulo Ramos27, onde desembarcavam para participarem da missa que ocorria pela manhã, da procissão à tarde e às vezes ficavam para a missa à noite. Saudosamente dona Antônia exclama: era muito lindo!

Durante o festejo, os estudantes do Instituto de Bom Jesus dos Aflitos28 e o de Nossa Senhora da Graça viviam um momento de muita euforia. Pois, participavam efetivamente da programação e obrigatoriamente tinham que acompanhar a procissão. Vestiam-se com uma farda de gala29 que, dava um caráter formal aos alunos que ficavam em cordões30 à frente da procissão. Era costume formarem-se esses cordões a partir da frente da igreja e à proporção que a imagem de Bom Jesus passava iam se desfazendo ficando somente os dos alunos, que ficavam a frente.

A estrutura da procissão era feita da seguinte forma: os alunos vinham na frente, as alunas logo em seguida, depois as autoridades eclesiásticas, duas orquestras31 – uma próxima a imagem de Bom Jesus e a outra no final com o restante dos fiéis – que contagiavam as pessoas que estava participando, assim como, as que observavam a passagem da procissão. Proporcionava também um fervor religioso que os levavam a entoar cânticos pelas ruas da pequena Arari.

O percurso da procissão, nessa época (assim como hoje) iniciava-se na praça da igreja, seguia pela Rua Grande32 sentido apontedoNema33,seguiaparaadireita, naruaJoão Inácio Garcia,passavaparaaruaJustina Fernandes e depois seguia novamente para rua João Inácio Garcia, para a rua Leocádio Bogéa (rua da Beira), retornando ao ponto de partida, a Igreja Matriz. Durante esse percurso era comum observar pessoas pagando as suas promessas, sejam descalças, segurando as velas acesas nas mãos ou carregando um prato34 cheio de velas sobre a cabeça, assim como potes cheios de água, outros se vestiam de anjos.

Na hora da missa um coral louvava na galeria da igreja levando os fiéis a alegrarem-se na presença de Bom Jesus. Também tinha o coreto - palanquezinho que ficava na praça em frente à igreja - onde as orquestras dos maestros José Martins e Sabino Ericeira tocavam.

Nesse período, Arari recebia muitos turistas. De acordo com as entrevistadas as pessoas que participavam do festejo, “tantos os pobres como os mais abastados”, tinham prazer em mandar fazer belas indumentárias. “Geralmente se fazia três trajes, um para a véspera, um para a missa do dia e um para a missa da noite. Queríamos estar bem-vestidas para a ocasião”.

A Sra Maria José Prazeres (D. Cocota) ao se deleitar em suas lembranças relata: “na época da minha adolescência, as famílias recebiam os amigos e familiares que moram em outras cidades ou no interior do município de Arari, era um momento de muita efervescência e fervor no meio dos ararienses”.

Relatou ainda, que ela e outros ararienses que estudavam em São Luís ficavam ansiosos por esse momento. Também vinham com eles amigos curiosos e sedentos para participar da festividade religiosa. A

26 Embarcações estreitas feitas de um único tronco de árvore, manuseada por uma longa vara. Utilizada principalmente para atravessar os campos alagados em Arari.

27 Essa rampa ficava em frente à igreja Matriz.

28 Esse Instituto (composto só por meninas) fundido ao Instituto Nossa Senhora da Graça (constituído só por meninos) deu origem ao Colégio Arariense.

29 Utilizada pelos alunos em momentos considerados solenes.

30 Eram duas fileiras paralelas onde à imagem de Bom Jesus passava ou ficava entre elas.

31 As orquestras tinham como maestros José Martins e Sabino Ericeira.

32 Como era chamada anteriormente a rua Pe. José da Cunha D`éça.

33 A ponte sobre o Igarapé do Nema nesse período era de madeira e tinha alguns buracos, o que se constituía como perigoso a procissão passar sobre ela. Pois, poderia não aguentar o peso devido a sua fragilidade e os buracos. Portanto, a procissão de Bom Jesus dos Aflitos acontecia somente na parte aquém da ponte sobre o igarapé do Nema.

34 Debaixo do prato era colocado uma rodilha para fixá-lo na cabeça e à proporção que as velas eram consumidas, eram colocadas outras em seu lugar, até terminar a procissão.

lancha do seu pai, o Sr. Mário Mariano Brito dos Prazeres, nesse período vinha de São Luís superlotada de estudantes. Devido a isso, nesse período, usava-se a expressão que a lancha vinha de recreio, pois, encontrava-se cheia de estudantes ararienses que vinham da capital para o evento. Pretensiosamente “combinávamos que após o término da missa campal35, mostraríamos a cidade aos nossos amigos - apesar de não ter quase nada a ser mostrado - e passeávamos na praça até tarde da noite”, disse dona Cocota.

Quando a missa da noite terminava, geralmente a orquestra continuava tocando, as moças aproveitavam para passear pela praça, exibindo-se e timidamente paqueravam com os rapazes que ali se encontravam. Era costume também, no dia 14, após a missa acontecerem os leilões36. Era um momento de muita expectativa, onde os gados doados a Bom Jesus dos Aflitos por fazendeiros e vaqueiros, eram leiloados. Portanto, a festa de Bom Jesus dos Aflitos possibilitava entretenimento. O morador do campo ou da cidade tinha a oportunidade de se divertir no arraial ao som das orquestras, das comilanças, bebedices e brincadeiras proporcionadas em algumas barracas, a exemplo do tiro ao alvo. Costumes que foram constituídos ao longo do território brasileiro sob influência da cultura portuguesa. O Festejo de Bom Jesus, estreitava as relações, nesses poucos dias entre “o homem do campo e o da cidade, entre as pessoas consideradas ilustres e as mais simples”. Era um momento de confraternização dos ararienses que se estendia aos turistas presentes, motivados pela fé, esperança e amor.

A Implantação do Protestantismo em Arari

Fonte: respostas.com.br

Os primeiros missionários protestantes a chegarem ao Brasil foram os calvinistas em 1557, enviados por João Calvino, à França Antártica. A realização do primeiro culto protestante ocorreu três dias depois e somente em 1630, foi implantada na cidade de Recife a primeira igreja protestante no Brasil, a Igreja Reformada Holandesa. Porém, de acordo com Mendonça (2005) o protestantismo no Brasil se efetivou “no período que antecedeu ao Império, após os tratados feitos com a Inglaterra por D. João VI em 1810 (Aliança, Comércio e Navegação). A partir de 1820, os ingleses passaram a realizar cultos em um templo no Rio de Janeiro e posteriormente em outras partes do Brasil, notadamente em São Paulo”.

Tratando-se especificamente do protestantismo em Arari, os primeiros adeptos chegaram na década de 1930. Segundo Horácio da Graça de Sousa e Maria José Prazeres Chaves foram a senhora Constância Nunes e seus filhos: Santinha, Loide, Obadias e Hulda, eram batistas, porém não tinham onde se congregarem, pela

35 Pelo fato que dentro do templo não comportava a grande quantidade de fiéis.

36 Prática existente até 2014, a qual, foi substituída pelos bingos.

inexistência de uma denominação religiosa protestante. Em 1936, o pastor da Igreja Assembleia de Deus, o húngaro João Jonas veio de São Luís com a missão de evangelizar o município. As primeiras pessoas a participarem das reuniões foram a senhora Constância Nunes e família, em seguida se converteram ao protestantismo Pedro dos Anjos e família, conhecido como Pedro Carimbeiro, e Teodoro Antônio; em Barreiros, foram Oscar Domingues e Custódia sua esposa; em Bonfim, Gonçalo Gusmão e sua esposa Paula Sarmento Gusmão e posteriormente outros foram se agregando, aumentando o número de adeptos em diferentes localidades como Mata, Bamburral, outras.

Inicialmente os cultos eram realizados na casa dos irmãos aos domingos pela manhã (Escola Dominical)enoite. Durantearealização das atividades os fiéis tiveram suas casas sucessivas vezes apedrejada por alguns católicos intolerantes (Sousa; Chaves, 1987). A intolerância religiosa era muito forte nesse momento em Arari, pois, a maioria dos habitantes só reconhecia o catolicismo como a única “religião verdadeira”, as demais eram consideradas falsas ou do Diabo. A exemplo, uma das casas apedrejadas foi a do senhor Pedro Carimbeiro, onde ocorriam as celebrações.

Aos se direcionarem para as localidades onde ocorriam os cultos carregavam lamparinas a querosene ou lampiões pelas ruas esburacadas ou cheias de lamas durante o inverno. Nessa época não havia energia elétrica no município de Arari. Às vezes o acesso aos lugares de realização dos cultos eram difíceis, por isso, alguns iam montado a cavalo, outros iam de canoa, como faziam os moradores do Perimirim, principalmente quando o igarapé do Ubatuba transbordava, deixando atolados os animais.

Devido à intolerância religiosa, se tornou difícil a sobrevivência para alguns protestantes. “Tinha empregadores que não lhes concediam emprego e até a carne no açougue só os vendiam quando sobrava. Ironizavam dizendo que, não precisavam comer porque já iam para o céu” (Sousa; Chaves, 1987). 37

A Convenção da Assembleia de Deus em 1937, enviou para Arari, o técnico em enfermagem Ercílio Dias (conhecido como Ciló), para direcionar os assembleianos, porém, este atendia a todos que necessitavam de seus serviços, independentemente de credo religioso, contribuindo com a sociedade arariense na área da saúde. Em 1941, ainda sob a liderança de Ciló, Teodoro Batalha junto com os demais crentes (como eram chamados) compraram uma casa na Rua Pedro Leandro Fernandes, próximo a cabeceira da ponte sobre o igarapé do Nema38. A partir de então, se uniram com o propósito de construir o primeiro templo de uma igreja evangélica em Arari, a Igreja Assembleia de Deus (IAD).

Houve um grande esforço dessa comunidade cristã para construir o templo com pouco recurso financeiro. Além, da dificuldade de adquirir material de construção. Nesse período as construções eram feitas com tijolos e barro vermelho que eram comprados em Vitória do Mearim. Os membros da igreja foram comprar o material numa igarité a remo, levando quase 24 horas no percurso de ida e vinda. A construção desse templo foi realizada através de vários mutirões compostos por mulheres, homens e até crianças que carregavam os tijolos e o barro da beira do rio para o local da construção. “Enquanto transportavam o material para a localidade em que seria construído o primeiro templo da IAD, os católicos intolerantes os criticavam e faziam piadas desagradáveis”, (Chaves; Sousa, 1987).

A construção parou na altura de viga, quando seu principal articulador, Teodoro Batalha, se mudou para São Luís e os demais cristãos não tiveram condições de continuar a obra, ficando parada por sete anos. Em 1944, quando o Pe. Brandt e Silva chegou em Arari para assumir a Paróquia, não conseguiu desenvolver um bom relacionamento com os crentes, ao contrário, houve uma ratificação da intolerância religiosa. Ofensas verbais e ações desagradáveis, foram travadas no palco da religiosidade cristã arariense desse período, a exemplo, tem-se a frase: “assim tá, assim tu ficas” colocada em frente da construção inacabada do primeiro templo da Assembleia de Deus, em Arari. Somente em 1948 o templo foi concluído e inaugurado em 28 de setembro.

37 Histórico da Igreja Assembleia de Deus (IAD) elaborado por Horácio da Graça de Sousa e Maria José Prazeres Chaves (pilares da IAD em Arari).

38 Local onde fica a W. A. Móveis.

A implantação da igreja evangélica em Arari sofreu muita resistência, a intolerância religiosa foi um fator opressor até a década de 1990. Segundo o pastor presidente, Manoel Batista Lima, atualmente a IAD têm 23 templos, 1500 membros, além dos congregados. Tem como principais festividades a comemoração dos aniversários dos Círculos de Oração, os aniversários dos Vocais da Juventude e o Congresso da União de Mocidade da Assembleia de Deus em Arari (UMADA).

A segunda igreja evangélica do município de Arari foi a Primeira Igreja Batista (PIB), que teve iniciou em 1983, naAv.Brasil,nobairroMalvinas, apartirdeatividades realizadas com crianças na residência da senhora Conceição de Maria Batalha Fernandes, membro da PIB de Vitória do Mearim. Ela e a Srª Cipriana trabalhavam com as crianças aos domingos à tarde.

No ano seguinte, alugaram um local na Avenida Dr. João da Silva Lima, na casa que hoje é o comércio de Salvador Álvaro Marciel Silva. Devido ao crescimento da Congregação, foi designado para pastorear interinamente (de quinze em quinze dias) o pequeno rebanho, o pastor da PIB de Vitória do Mearim, Raimundo Duarte. Porém, as demais atividades executadas em sua ausência continuavam sendo direcionadas pela Sra. Fernandes que contava com o apoio do jovem Raimundo Nonato Araújo.

Em 1985, foicomprado um terrenonarua AurelianodoValeelogo começaram aconstruírem otemplo da PIB, tendo como principais articuladores dessa construção Moisés Martins e o Pr. Elizeu Martins, membro daVisão Mundial, instituiçãoqueduranteoperíodo daenchentede1984, distribuiu paraapopulação arariense através do referido pastor, cestas básicas, tarrafas e rede de pesca para a população.

No final da década de 1980, relata a Sra Fernandes: “como era bom, mesmo sendo uma época de muita dificuldade financeira, dias em que não se tinha sequer o pão, mas nos juntávamos, era como a bíblia diz: ‘e tinham tudo em comum’,oamoreramuito grande entreos membros econgregados, aalegriaeracontagiante”. Dentre os membros que viveram esse momento inicial, destacamos: Maria José de Sousa, Lourdes Ferreira Gomes, Nazaré Sousa Sousa, Raimundo Nonato Araújo, Nélia Leitão, Tuniquinha, Benedito e Maria da Purificação.

Na década de 1990, a PIB implantou uma congregação em Bamburral e, em 22 de novembro de 2004, abriu uma outra na Segunda Travessa da Catarina, que posteriormente se fixou na Terceira Travessa do Tamarindeiro, que em agosto de 2009 passou para a categoria de igreja autônoma, com o nome de Igreja Batista Maranata. Ela surgiu como fruto de uma Ação Social, promovida pelo órgão das Mulheres Cristãs em Ação (MCA), realizada no dia 12 de outubro de 2004, na Segunda Travessa da Catarina, durante o exercício ministerial do obreiro Álvaro Batalha Jardim, na Primeira Igreja Batista (PIB) em Arari.

A ideia de uma Frente Missionária, nesse local partiu de Tereza Maria Rodrigues Garcia que ao observar a localidade carente comentou que ali seria um bom lugar para a implantação de um trabalho missionário. A proposta de implantação foi aceita pela PIB e foi escolhida para direcionar as atividades na Frente Missionária Terezinha Maria Bogéa Gusmão. No dia 22 de novembro de 2004, começaram as atividades em uma casa muito simples, de “chão batido”, com uma coluna torta de madeira bem no centro. Tinha sempre como companheira de atividades Bianca Bogéa Gusmão e posteriormente foram se agregando outros, dentre eles, Juarez Salviano Jr., Silvana Nonata Gama Brito e Jucileide Amorim Costa que ajudavam na execução das atividades. Os primeiros “frutos” desse trabalho foram crianças e pré-adolescentes, dos quais, o primogênito foi Valdemir Fernandes Campelo. Em janeiro de 2006, Juarez Salviano Jr. tornou-se missionário dessa congregação e ficou até 2016, ocasião do seu falecimento.

Aproximadamente uma década da implantação da PIB em Arari, houve a realização do primeiro culto da Igreja Quadrangular, precisamente no dia 2 de abril de 1995, na ocasião estavam presentes 5 participantes, dentre eles, Joabe Menezes, que se tornou o primeiro líder dessa denominação aqui em Arari. Os cultos aconteciam periodicamente na residência de uma nova convertida. Posteriormente passaram a ser realizados no Centro de Ensino Cidade de Arari onde permaneceram por um longo período, até receberem do Dr. Israel Oliveira a doação de uma casa, a qual foi trocada por outra, na localidade em que funciona a igreja atualmente. Segundo Joabe Menezes, enfrentaram muitas dificuldades financeira e calúnias de algumas denominações cristãs devido a liturgia utilizada. Implantaram a Marcha para Jesus e realizavam cultos na Praça do Folclore

o que possibilitou o desenvolvimento da igreja no município. A partir do início do século XXI, muitas outras igrejas cristãs evangélicas foram implantadas no município de Arari.

Atualmente temos mais de uma dezena de denominações diferentes pregando a palavra de Deus. Sobre essa diversidade denominacional, o cientista da religião João Décio Passos, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) relata: o “protestantismo tem uma pedra fundamental, a autonomia. A ideia de que só Deus salva, a subjetividade do indivíduo e a possibilidade de assumir e viver as diferenças vai gerar uma variedade enorme de igrejas”, notoriamente observada na pequena Arari. Sobre as igrejas cristãs evangélicas no município de Arari, elas exercem um papel preponderante dentro da sociedade, a sua abrangência perpassa pela espiritualidade, educação, economia e dinâmica social, caracterizando-se como um fator relevância para a sociedade.

REFERÊNCIAS

BATALHA, João Francisco. Um Passeio Pela História do Arari. Ed. 2ª – São Luís, 2011.

__________. Navegadores do Mearim e os Marítimos do Arari. São Luís. Litho Graf, 2002.

GUSMÃO, T. M. B. A inserção do protestantismo em Arari. Academia, Arari, v.17, p.10 - 11, 2021.

MENDONÇA,Antônio Gouvêa. O protestantismonoBrasil esuas encruzilhadas.RevistaUSP,São Paulo, n.67, p. 48-67, setembro/novembro 2005.

SILVA, Clodomir Brandt. Assuntos Ararienses I. Arari: Notícias de Arari, 1985.

Assuntos Ararienses II. Arari: Notícias de Arari, 1990.

SILVA, Francisca Maria Ericeira. Elogio de Lourenço da Cruz Bogéa. Revista da Academia ArarienseVitoriense de Letras. São Luís: Edições AVL, Ano 5, Nº 5- Janeira/junho 2011

SOUSA, H.G; CHAVES, M.J,P. Histórico da Igreja assembleia de Deus (IAD), em seu cinquentenário. Arari, 1987.

"História dos municípios" em Só História. Virtuous Tecnologia da Informação, 2009-2022. Consultado em 05/06/2022 às 05:45. Disponível na Internet em http://www.sohistoria.com.br/ef1/organizacoes/p3.php http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142013000300022

https://cchla.ufrn.br> (o papel da intendência municipal na construção...) https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-surgiram-as-igrejas-protestantes/ http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1824-1899/decreto-50-a-7-dezembro-1889-504462publicacaooriginal-1-pe.html

https://sociedade-educacao.blogspot.com/2017/09/igreja-batistamaranata-em-arari-um.html https://formacaohist.com.br/a-insercao-do-protestantismo-em-arari-ma/

ENTRVISTAS

Maria da Penha Ericeira Sousa - D. Marú (2018)

Maria José Prazeres – D. Cocota (2018)

Antônia Vale (2018)

Maria José Prazeres Chaves 2018

Conceição de Maria Batalha Fernandes (2019)

Joabe Menezes (2019)

Manoel Batista Lima (2020).

A LAVADEIRA SONHADORA

Lavava roupa, sonhava só.

Três vezes por semana, eu ia, Ao encontro da natureza, a Pacova sorria!

Meus irmãos traziam a banheira cheia. Mamãe não queria que eu me cansasse. Apenas acessórios eu carregava: palha de milho ou bucha, sabão e a cuia. E a beleza do local, meu coração enlevava.

Com sonhos de vitória, eu lavor. Alegrar mãe, meu maior tesouro.

Não gostava de faltar as aulas, vencer era meu objetivo. Mãos brancas de sabão, coração cheio de emoção!

Rejubilava em ajudar, sem medo ou pejo. Nunca me envergonhei do meu trabalho. O orgulho de contribuir, meu maior prêmio.

Lúcidas são as marcas guardadas, Memórias vivas, nunca esquecidas, caminho familiar. Lavadeira poetisa, alma singular, dou vida ao que vivi, Versos que brotam, coração que senti, Venci obstáculos, realizei sonhos, E agora, em versos, minha história conto.

Mãe com orgulho, me via crescer, Mocinha habilidosa, com mãos que sabem fazer, Com satisfação e alegria, Sempre queria me agradecer.

A lavadeira (1966) Newton Pavão

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