Jornal Brasil Atual - Limeira 07

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Cadê as creches prometidas pelo prefeito Silvio Félix? Nem o avanço significativo de vagas para as crianças de 0 a 3 anos, entre 2005 e 2011, mostrou-se suficiente. Em 2005, havia 1.360 crianças matriculadas; em 2011, há 4.156 crianças. Esse crescimento é resultado da ampliação e construção de escolas municipais e da implementação do Programa Bolsa Creche, que oferece vagas por meio de convênios entre a Prefeitura e instituições privadas ou filantrópicas, para mães que não conseguem pagar mensalidade. Em 2010, 1800 crianças estavam na fila de vagas – o número oficial de crianças que continuam na fila a secretaria não tem, pois o mapeamento de vagas ficará pronto apenas no fim do primeiro semestre de 2011. O secretário de Educação, Antônio Montesano Neto, espera reduzir esse número com a

ana lucia ramos

Número de vagas oferecidas é inferior ao número de crianças que precisam de atendimento

Inauguração de novas creches: ainda insuficientes para atender à demanda

entrega das creches no Jardim Caieira, que abrigará 28 crianças, e no Jardim Esmeralda, para outras 60 crianças. Para abrir mais vagas nas creches, a secretaria de Educação de Limeira adquiriu 14 imóveis, em dezembro de

2008, ao custo de R$ 6 milhões. Todos vão ser reformados. Algumas obras estão atrasadas e outras tiveram problemas de estrutura, como o caso da Creche Ary Cason, cuja nova quadra desmoronou depois de ser entregue há ape-

nas um ano. Outra medida foi a ampliação de três escolas municipais, uma no Parque Residencial Antonio Simonetti, outra no Jardim Campo Belo e a última no bairro Dutra. Porém, os problemas com as reformas e custo dos imóveis são de res-

ponsabilidade da Secretaria de Obras. Segundo ele, sua equipe de planejamento somente auxilia na escolha do local da nova creche. Os bairros que receberão as futuras creches de Limeira são próximos ao centro, como a Vila Cláudia, o Flora e o Cidade Jardim, considerados bairros nobres de Limeira. Montezano acha que vale a pena priorizar creches no centro da cidade, pois os pais preferem deixar e buscar os filhos próximo ao trabalho, o que facilita para eles. E cita como exemplo as mães enfermeiras da Santa Casa e as comerciantes. Porém, como ficam os bairros além do anel viário de Limeira, considerados mais carentes, de classes D e E? Ele afirma que não se esqueceu desses bairros, como Odécio Degan e Parque Residencial Ernesto Kühl, mas que a demanda é menor.

A falta de creche, segundo os responsáveis Rosangela Alves Martins, 29 anos, catadora de material reciclável, é mãe de Mirela, de quatro anos, estudante da Creche Jardim do Lago. Ela diz que por ser a única creche do bairro Odécio Degan, é difícil conciliar horário de saída do trabalho com o da filha. “Às vezes, minha sogra não consegue pegar a menina na creche e eu tenho de pedir para sair mais cedo para meu chefe, mas é muito corrido chegar do trabalho e ir buscá-la, pois é longe do meu trabalho.” E completa: “Precisamos, sim, de creches no bairro, mas não para deixar abandonada como a creche no bairro Lagoa Nova, sofrendo com lotação e falta de manutenção. Lá não é uma creche boa”.

Tatiane Silva, 25 anos, também diz que é Gislaine Ferreira, 25 anos, preciso de mais agilidade para conseguir é mãe do Yago, 6 meses, vagas, pois quando foi tentar uma vaga e está desempregada porpara o seu filho, antes mesmo de ele nasque não consegue vaga na cer, não conseguiu. “Foram três anos de creche para o filho. Quem espera, meu filho completou quatro anos paga o aluguel, a água, a e não pode mais frequentar a creche, teve luz e as compras do mês é que ir para o ensino infantil direto” – conta Tatiane. o marido, pedreiro, que ganha quando pode, pois não é registrado. A renda esporádica é insuficiente para o sustento dela, do marido e de dois filhos Denise Alves, 28, tem uma filha pequenos. “Eu já estou na fila de espera do meu de três anos e diz que para consefilho com seis meses, pois sei que o processo das guir renda trabalha em casa. “Não vagas nas creches em Limeira é demorado. Aqui ter vaga dificulta trabalhar fora. no bairro Ernesto Kuhl tem mães que não conseEntão, eu trabalho com bijuterias e guem vaga, que ficam no mínimo três meses de jóias em casa, mas é difícil o serviespera. Isso dificulta muito. Eu não trabalho para ço com três crianças pequenas em ficar com meus filhos em casa” – explica. casa” – lamenta Denise.


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