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5.3 Identidade visual

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5.2 Branding

5.2 Branding

DESIGN: IDENTIDADE VISUAL

é claro que toda essa conquista começa pelos olhos — é necessário chamar a atenção primeiro para, em seguida, mostrar que o que há por dentro vale a pena. Afinal, o primeiro contato do consumidor não acontece diretamente com a marca em si, mas sim frente a frente com o produto, de modo que a primeira impressão gerada pelo que você vende será equivalente à primeira impressão do cliente com relação a própria marca (COSTA, 2008). Por isso, é imprescindível que em cada produto, ou em qualquer forma de mídia utilizada pela marca, exista a representação fiel da essência da marca e dos valores que ela carrega — e toda essa personalidade já deve ser contemplada em todos os elementos de uma marca, “da cabeça aos pés”, incluindo um dos elementos centrais da identidade visual: o logo. Todavia, não é só por chamar a atenção do consumidor que uma forte identidade visual é tão importante; como o próprio nome “identidade” já sugere, ela serve igualmente como uma forma de identificação e reconhecimento, seja por formas, cores, materiais ou pelo próprio logo (COSTA, 2008). Um dos maiores e mais potentes exemplos desse reconhecimento da marca através da imagem é a coca-cola — a marca conseguiu transformar não apenas o vermelho de sua identidade visual, como também o formato de suas garrafas e até os ursos-polares (e, ainda, o próprio Natal!) em elementos característicos de sua marca. Claro, isso não é algo que acontece da noite pro dia, foram anos e anos de presença no mercado e inúmeras campanhas aprimorando

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figura 33 Identidade visual da marca Bloom. (Fonte: Unsplash, 2021). cada vez mais tanto a imagem quanto o discurso da marca, até chegar no que conhecemos hoje. Inclusive, é muito comum que marcas mudem sua aparência ao longo dos anos, a fim de se encaixar melhor com a cultura local, o contexto de mercado, os novos hábitos e tecnologias de cada época; no entanto, sempre respeitando sua essência. Nas palavras de Cardoso (2016): “a identidade está em fluxo constante e sujeita a transformação, equivalendo a um somatório de experiências, multiplicadas pelas inclinações e divididas pelas memórias”, ou seja, a identidade é sempre construída a partir da união de inúmeros ingredientes, e se tornando, assim, cada vez mais multifacetada.

O que seriam todos os modelos e todos os automóveis vendidos desde o primeiro dia até hoje pela Mercedes-Benz sem este nome e a marca-símbolo que os reúne? Somente automóveis, anônimos e desconexos. [...] Um produto sem imagem de marca, sem uma missão, uma ambição, não significa nada (COSTA, 2008).

DESIGN: IDENTIDADE VISUAL

figura 34 Plantação de chá na China. (Fonte: Behance, 2021). figura 35 Identidade Visual da marca Chátu, inspirada nas plantações de chá. (Fonte: Behance, 2021).

Dessa forma, cada um dos elementos visuais como formas, cores, ícones, estilo tipográfico e até a linguagem fotográfica funcionam como partes de um todo que devem sempre se complementar e estar de acordo com os valores da marca, comunicando toda a sua personalidade ao receptor, de maneira inconsciente — fazendo um apelo direto aos sentidos e, consequentemente ao emocional (WHEELER, 2019; ROBERTS, 2005). Portanto, a identidade visual deve ser encarada como a materialização de todos os conceitos subjetivos de uma marca. De acordo com Wheeler (2019), “o design diferencia e incorpora os elementos intangíveis — como emoção, contexto e essência — que mais importam para os consumidores”. Ademais, além do apelo estético, existe também a questão da forma em relação à funcionalidade do seu produto e à experiência que o comprador terá durante seu contato com ele. Como dito previamente, o primeiro contato do cliente com o seu produto acontece nas prateleiras: é preciso conquistar pelo olhar para ter uma chance de surpreender ainda mais, com o conteúdo; mas de nada adianta levar para casa um produto bonito que não funciona apropriadamente. Por isso, existe todo um estudo de ergonomia, utilidade, preferências do consumidor e de materiais envolvidos no processo de desenvolvimento da embalagem, com o objetivo de aprimorar cada vez mais o design, de maneira que gere ao cliente uma experiência inesquecível — pela qual ele com certeza gostará de passar novamente (CARDOSO, 2016; WHEELER, 2019).

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