Boletim Informativo N.º 74
Ano VIII
Paróquia São José - Osvaldo Cruz - SP
Janeiro/Fevereiro 2014
PASSIONISTA É VIVER EM COMUNHÃO O saudoso, D. Francisco Manuel Vieira, falecido aos 88 anos, no dia 23 de dezembro último, quando da sua posse como Primeiro Bispo Diocesano de Osasco – SP, aos 15 de março de 1989, fez uma linda referência aos Passionistas, nos seguintes termos: “Agradeço a esta Congregação pela missão realizada por mais de 60 anos nesta Diocese e pelos padres passionistas terem formado uma Igreja tão popular e participativa.” Com esta menção quero traduzir o empenho dos missionários passionistas que, na nossa região da Alta Paulista, estão em missão desde 1958 residindo em Osvaldo Cruz. Além de trabalharem aqui em nossa cidade, estão atuando em Salmourão, em Sagres e outrora em Inúbia Paulista, como também, através de um religioso, trabalharam em Dracena, e em Herculândia. A história dos passionistas é de relevante missão realizada pelos nossos ardorosos missionários que palmearam o Estado de São Paulo levando a mensagem da Salvação na Cruz e Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em Osvaldo Cruz não foi diferente de modo que D. Hugo Bressane de Araújo valeuse de todos os meios para trazer os passionistas ao serviço desta Igreja particular de Marília. A atuação do padre religioso numa paróquia não tem a pretensão de ser melhor do que a de um padre diocesano, mas tem a obrigação de fazer o diferencial com o carisma peculiar que envolve a sua espiritualidade. É certo que cada pessoa tem seus dons e seu carisma pessoal, mas como religiosos devemos imprimir a característica desejada pelo nosso fundador. No caso dos passionistas o religioso não age sozinho, age em sintonia com irmãs e irmãos a ele confiados, em nome da Congregação que lhe delegou a missão e, de modo acentuado, vinculando-se à fonte da qual bebeu o fundador São Paulo da Cruz, o maior místico do século XVIII. Recentemente o Pe. Joaquim Rêgo, Superior Geral, estando no Brasil para o Capítulo Provincial que elegeu, dos três componentes do nosso governo provincial, dois da nossa região: o Pe. Amilton Manoel da Silva (Osvaldo Cruz-SP) e o Pe. Leudes Aparecido de Paula (Salmourão-SP), pediu com insitência que não
deixemos, sob qualquer pretexto, o que nos é peculiar: vida em comum, vida de oração e missão compartilhada. Este apelo tem o intuito de assegurar a identidade passionista que postula que a missão da Congregação se pauta na grande afirmação do fundador: “Não quero remar sozinho, desejo reunir companheiros para tornar Cristo Crucificado conhecido e amado.” Este carisma, que nos reúne e nos mantém unidos, está acima de qualquer propósito pessoal. Não buscamos outra coisa senão servir e anunciar a Cristo e Cristo Crucificado! Nesta perspectiva acreditamos que a vida em comunidade é o grande desejo do Senhor, que a pobreza cristã nos torna livres e libertos de tudo e que a obediência nos confere caminhar sobre o orgulho e a soberba. De fato, para os que conhecem Jesus, é melhor sofrer juntos do que se vangloriar sozinho. Quem busca sucesso conhece o fracasso e quem busca a Jesus já é mais que vitorioso. Jesus Cristo, de fato, é a nossa Vitória na Cruz Salvadora! Da fonte da espiritualidade passionista todos podem beber. Paulo da Cruz, não é patrimônio da Congregação ou mesmo só da Igreja... Ele é inspiração para a humanidade! Anunciar que a Paixão de Cristo é o remédio para todos os males é compreender que sem compaixão, misericórdia e solidariedade o mundo se torna insuportável. Nosso estilo de vida, associado ao amor que expressamos ao povo de Deus, torna-se testemunho autêntico do Reino da Vida. Nas nossas fraquezas e fragilidades humanas podem se ver reveladas a ação de um Deus humano e sensível que a todos ama com ternura e compaixão. O missionário passionista não é perfeito, não é o melhor, não está acima do povo, mas traduz na sua pequenez, a grandeza de um Deus Misericordioso. Portanto, o missionário passionista sozinho, não contribui em nada para com a causa do Reino, pois seu fechamento o faz perder a identidade de sua vocação e o torna ineficaz em sua missão, mesmo sendo ele eficiente e até capaz de sucesso. Pe. Marcos Leite Azevedo, cp