Boletim Informativo N.º 73
Ano VII
Paróquia São José - Osvaldo Cruz - SP
Dezembro 2013
NOVO ANO, VIDA NOVA! Estamos vivendo o tempo do Advento, tempo de espera do Senhor que vem. Liturgicamente celebramos durante os quatro domingos e durante as quatro semanas que antecedem o Natal, esse tempo precioso de preparação, a fim de que a Festa do Nascimento de Jesus nos encontre preparados. Estar preparado é professar nossa viva fé no Senhor Jesus; é testemunhar o Cristo na prática do Amor e aguardar a Sua segunda vinda, renovando nossa esperança de que Ele virá: “Eis, que o dia do Senhor virá como um ladrão.” Devemos nos preparar para a vinda do Senhor da Glória e para a vinda e permanência do seu Reino glorioso entre nós! Vigilância significa ter presente a importância da vida, ou seja, não podemos conduzir-nos no improviso, pois o que realizamos aqui e agora, tem conseqüências eternas. Não sabemos quando o Senhor virá; quando nossa vida terrena terá o seu fim e por isso, devemos viver bem cada minuto. O tempo é bem aproveitado dependendo de nossas escolhas diante do mistério da vida. Elas nos qualificam e por isso “um será levado e outro será deixado”. Deus tem paciência conosco! Ele deseja o nosso crescimento!... As maiores dificuldades poderão mudar nossa existência levando-nos ao desapego do supérfluo e a mover-nos para a verdadeira adesão a Jesus Cristo, nossa única esperança! Por exemplo, o ser humano cresce muito quando se defronta com a realidade da própria morte. Nunca podemos subestimar a capacidade de crescimento de alguém... e sempre é tempo de crescer! Deus provoca o ser humano, até o último instante, para que possa se encontrar, no mais profundo do seu ser, consigo mesmo e assim, corresponder à sua identidade vocacional e missionária. Uma pesquisa realizada com enfermos nos seus leitos de morte revelou que o ser humano pode realizar mudanças fenomenais, experimentando emoções como: raiva, medo, negação, remorso, profunda negação de Deus e, por último, aceitação. Cada paciente encontra a sua paz antes de partir para Deus e para Ele voltar. Perguntando-se a eles sobre possíveis arrependimentos que sentiam, as respostas incidiram no seguinte: 1ª. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira, a minha vida mesmo, e não a que os outros esperavam de mim. Este foi o arrependimento mais comum de todos. Quando as pessoas percebem que sua vida está quase no fim e olham para trás, é fácil ver como muitos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não tinha honrado nem a metade dos seus sonhos e morreu sabendo que isso ocorreu devido às escolhas que fez ou que não fez. A partir do momento que se perde a saúde, aí já é tarde demais... Saúde traz uma liberdade que muitos poucos percebem ou o percebem somente quando a perdem. 2ª. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto e tão duramente! Isso incide sobretudo nos homens. Eles perderam a juventude de seus filhos e o companheirismo da esposa. As mulheres também falaram sobre esse arrependimento. Todos os homens lamentaram muito terem gastado tanto tempo de suas vidas só no trabalho... Ao fazer escolhas conscientes, ao longo do caminho, é possível perceber que não é preciso toda a renda que você pensa ser necessária. E criando mais tempo livre na vida, você se torna mais feliz! Um deles afirmou: “Eu fui tão louco por trabalhar que descuidei do afeto para com minha
esposa e do carinho para com meus filhos. Pensando que minha família precisava só de conforto, tornei-me o caixa forte da minha esposa e um estranho para meus filhos”. 3ª. Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos! Muitas pessoas sufocaram seus sentimentos a fim de manter a paz com os outros. Como resultado, elas se estabeleceram numa existência medíocre e nunca se tornaram quem eram na realidade. Muitos desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ao ressentimento que carregavam. Não podemos controlar as reações dos outros. Porém, embora as pessoas possam, a princípio, reagir quando você mudar seu modo de ser, quando você falar sinceramente e falar sempre a verdade, no final a sua atitude erguerá a relação a um nível novo e saudável. De outra forma o indivíduo libera um relacionamento doentio em sua vida. De qualquer maneira, você ganha. 4ª. Eu gostaria de ter mantido mais contato com meus amigos! Muitas vezes eles não percebem verdadeiramente o benefício de velhas amizades até se encontrarem num leito de morte. Nem sempre foi possível reencontrar amigos nos últimos momentos. Muitos haviam se tornado tão envolvidos com suas próprias vidas que tinham deixado grandes amizades escaparem. Havia muitos arrependimentos profundos sobre não dar, às amizades, o tempo e a atenção que mereciam... Todo mundo sente falta de seus amigos quando estão morrendo... Ao se deparar com a morte se aproximando, os detalhes físicos da vida caem. As pessoas querem colocar suas finanças em ordem, mas não é dinheiro ou status que têm a verdadeira importância para eles, diante da morte. Eles querem arrumar as coisas para o benefício daqueles a quem amam. No final, tudo se resume ao amor! Isso é tudo o que lhes resta nos dias que lhes restam: amor e relacionamentos. 5ª. Eu gostaria de ter “me deixado ser feliz”. Isto é surpreendentemente comum a todos! Muitos não percebem, até o fim da própria vida, que a felicidade é uma escolha. Eles ficam presos a velhos padrões e hábitos... O chamado “conforto” da familiaridade transbordou em suas emoções, bem como em suas vidas físicas. O medo da mudança os fazia fingir para os outros e para si próprios, que estavam satisfeitos, quando no fundo, eles ansiavam rir e “comportarse como bobos”, que é o jeito de ser das pessoas felizes... Quando a pessoa se encontra no seu leito de morte, o que os outros pensam dela difere muito do que está em sua mente. Como é maravilhoso ser capaz de relaxar e sorrir mais uma vez, muito antes de estar morrendo! A vida é uma escolha: escolha consciente, escolha sábia, escolha honesta... Escolhamos a felicidade! Aguardemos, portanto, a segunda vinda de Cristo, não como condenados à morte, mas sim como herdeiros do céu, destinados ao Reino! E para quem viveu uma vida em Cristo, a morte é uma glória! Não busquemos o sucesso, pois quem busca o sucesso conhece o fracasso, mas busquemos abrir mais e mais nosso coração para acolher Jesus, pois quem busca o Senhor e o segue na fidelidade, chegará à plenitude do Reino: “Onde reina o amor, Deus aí está!” No Ano de 2014, escolha a felicidade e aconteça o que acontecer, esteja com Jesus, pois Ele é o único que nunca desistirá de você... Feliz Natal e abençoado Ano Novo!
Pe. Marcos Leite Azevedo, cp