Edição de maio 2017

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Autárquicas 2017 Conheça os candidatos aos municípios da CIM Douro Freixo E. Cinta Vila recuou até à Época Medieval P. 22

Murça

2017 P. 6 a 7

Azeite e vinho estiveram em destaque na FAV P. 20

Especial Douro Património Mundial Aumento na Produção de Entrevista com António Magalhães cereja em Penajóia P. 14 e 15 > Págs. 16 a 19

P. 16 e 17 PUB


2 VIVADOURO MAIO 2017

Editorial

Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) Redação: Salomé Ferreira (10495) Sofia Costa Departamento comercial: Ana Pinto Tel.: 910 165 994 Serafim Ribeiro Tel.: 910 600 079 Sofia Lourenço Tel.: 917 120 684 Paginação: Bruno Duque Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Emídio Gomes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Caldas, Sandra Neves e Silva Fernandes. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org

Próxima Edição 7 de junho

POSITIVO Vila Real No primeiro ano de funcionamento, o Túnel do Marão foi atravessado por cerca de 3,85 milhões de veículos, que se traduziu numa receita de 7,5 milhões de euros.

NEGATIVO

FOTO: DR

Caros leitores, O VivaDouro vai cobrir as eleições autárquicas no âmbito da sua intervenção. Não é tarefa fácil, pois o número de municípios que abrangemos é muito grande e a quantidade de forças politicas e movimentos de cidadãos é muito grande. Mas vamos procurar que fiquem expressas as diferenças e as coincidências das propostas e que as ideias das pessoas possam ficar expressas e explicadas. O poder autárquico é especialmente importante no interior, pois é através dos eleitos locais que a democracia se aproxima dos cidadãos e é assim que se procura o

melhor para a região. Ainda hoje tive ocasião de voltar a apelar para que os partidos e movimentos de cidadãos, independentemente das suas orientações nacionais, e do seu credo político escolham as melhores pessoas para as suas listas, pois são as boas pessoas que fazem as melhores obras. E com boas pessoas a confiança pode ser reforçada e podem-se delegar melhor as responsabilidades. Uma referência muito especial para o significado da visita que o nosso Papa Francisco pode representar para milhares e milhares de pessoas da região do Douro, quer para aquelas que realizam as suas peregrinações quer para aquelas que vão acompanhar à distância esta visita. A data que celebramos, com a participação de Sua Santidade, neste dia 13 de Maio de 2017, pelos cem anos das aparições de Fátima é também por ela própria plena de significado, pois nestes cem anos a influência de Fátima, do seu santuário e das peregrinações nas gentes do Douro é muito profunda e criou raízes que solidificam as nossas próprias raízes culturais, sociais e religiosas.

FOTO: DR

José Ângelo Pinto

Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org

Vila Real Nas comemorações do 1º de maio, em Vila Real, foram poucos os trabalhadores que saíram à rua para reivindicar direitos perdidos.

Sumário: Breves Páginas 4 e 5

“O Reitor Fontainhas Fernandes e os Novos Desafios da UTAD”

Destaque VivaDouro Páginas 6 e 7 Vila Real Páginas 8, 9, 11 e 13 Reportagem VivaDouro Páginas 14 e 15 Especial Douro Património Mundial Páginas 16 e 17 Vários Concelhos Páginas 10, 12, 18 a 28 Opinião Páginas 29 e 30 Lazer Página 31

Luís Braga da Cruz Engenheiro Civil

O Prof. António Fontainhas Fernandes acaba de ser reeleito para um segundo mandato, como Reitor da UTAD, por uma maioria inequívoca, o que confirma o geral reconhecimento da boa orientação estratégica que adoptou e pelos resultados alcançados nos últimos quatro anos à frente desta universidade. No discurso da tomada de posse, reafirmou a sua orientação em três eixos básicos: oferta educativa diversificada, mas com a maior exigência de qualidade; prioridade à investigação, numa dimensão sempre global; preocupação na transferência de conhecimento, sem perder de vista o impacto desse esforço nos territórios de proximidade. Penso que Fontainhas Fernandes está a ver bem quando elege a produção de conhecimento como primeiro elemento de importância estratégica. De facto assim deve ser, até para colher resultados nos outros dois eixos que refere como grandes desígnios da UTAD. Em primeiro lugar porque a investigação deve reflectir sobre os problemas e produzir conhecimento, sendo o ensino tanto mais rico quanto maior for o nível de produção autónoma de conhecimento. Por outro lado, o conhecimento é o primeiro factor de inovação, entendida a inovação como forma de valorizar economicamente o conhecimento produzido. Tendo a envolvente económica e social de Trás-os-Montes e Alto Douro como campo de referência e de actuação, a UTAD permite que a interacção com os agentes e actores regionais seja produtiva e que gere efeitos positivos nesse território. Um outro elemento que revela lucidez nos propósitos do Reitor é a preocupação de garantir continuidade ao trabalho da universidade, num ambiente de permanente mudança que o futuro imprevisível nos reserva. Aprendi que em matéria de políticas de desenvolvimento é necessário ser selectivo, isto é, saber escolher e não querer “ir a todas”. Porém, uma vez feitas as escolhas, é fundamental ser perseverante, para poder potenciar os resultados e ter impacto sensível na sociedade. Uma universidade tem por missão dar formação segura de base aos jovens, complementando a sua educação de base e preparatória. Mas, também é cada vez mais importante capacitar para o confronto com a vida. Neste sentido, a formação para a atitude é um complemento indispensável que a universidade não pode descurar. Convirjo com o reitor Fontainhas quando, em entrevista ao Vivadouro, diz ser necessário ter preocupações éticas, educar para os valores, melhorar as competências e preparar para a vida. Também reconhece que o conhecimento reclama saberes transdisciplinares, inteligência colectiva e trabalho em cooperação. A UTAD consolidou-se ao longo dos seus mais de quarenta anos de história. Podem-lhe faltar alguns domínios clássicos como o Direito ou a Medicina. Mas isso, não é crítico, dado que a diversidade de competências de que dispõe permite uma interacção de saberes virtuosa e adequada ao contexto regional. Mais importante é a forte motivação colectiva que se sente na UTAD e que representa o seu maior capital sistémico e é base de confiança para encarar a continuidade da sua importante missão. Votos de sucesso para o novo mandato de 2017-2021.


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Breves

Peso da Régua recebe Feira de Apoio ao Empreendedor

Pavilhão dos desportos de Vila Real acolhe Senior Gym

FOTO: DR

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Realizou-se no dia 6 de maio o 12º festival nacional de ginástica, saúde e vida ativa. O Senior Gym foi organizado pela Federação de Ginástica de Portugal e contou com o apoio da Câmara Municipal de Vila Real.

3ª Rampa Santa Marta a 17 e 18 de junho O município de Santa Marta de Penaguião acolhe pela terceira vez o evento Rampa Santa Marta, que decorre nos dias 17 e 18 de junho. Estas corridas de velocidade contam para o Campeonato Nacional de Montanha da Valvoline.

Sabrosa apoia sustentabilidade ambiental escolar O principal objetivo é incutir uma sensibilidade cívica do ambiente na comunidade escolar. O município, no âmbito do Programa Eco-Escolas, consentiu uma solicitação do Agrupamento de Escolas de Sabrosa a fim de adquirir equipamentos destinados à receção de resíduos sólidos que serão instalados nos espaços da respetiva instituição de ensino.

Rock Nordeste já tem data

II Trail Running nos Trilhos do Ceireiro, no concelho de Penedono Acontece no próximo dia 14 de maio, na freguesia de Beselga. As inscrições estão abertas até ao dia 10 de maio.O evento é organizado pela Associação Beselguense e permite fazer o percurso em caminhada ou em corrida, sendo o principal objetivo conhecer as paisagens da região.

Sernancelhe acolhe Expo Desporto e Saúde 2017 FOTO: DR

O festival de Vila Real decorre nos dias 16 e 17 de junho. Mão Morta – 25 anos Mutantes S.21, Sensible Soccers, Slow J e DJ Marfox são os primeiros nomes anunciados para a edição de 2017. A entrada é livre.

Irá decorrer na Biblioteca Municipal do Peso da Régua, nos próximos dias 12, 13 e 14 de maio. O principal objetivo da Feira de Apoio ao Empreendedor é estimular a criação de novos negócios, de forma a difundir o empreendedorismo no concelho. No evento estarão representadas entidades que apoiam e apresentam soluções para empreendedores tanto a nível de formação como de acesso a financiamento para novos negócios.

Mesão Frio toma medidas no combate à vespa-das-galhas do castanheiro FOTO: DR

O evento decorre entre os dias 19, 20 e 21 de maio. Estão abertas as inscrições até ao dia 18 de maio, na Câmara Municipal. Poderá participar nos diversos torneios, assistir a aulas de demonstração e praticar as modalidades nos vários ateliês disponíveis.

Volta de Apoio ao Emprego chega a Lamego

O Gabinete Técnico Florestal, da autarquia de Mesão Frio, procedeu pelo segundo ano consecutivo à luta biológica para o combate a esta vespa. Foram realizadas duas largadas do parasitoide Torymus Sinensis, nos locais de maior produção de castanha do concelho, de modo a evitar prejuízos.

Manhãs do Parque Corgo, em Vila Real FOTO: DR

Foi reeditada a Monografia do Concelho de Tarouca

No dia 11 de maio, a Câmara Municipal de Lamego e o Centro Europe Direct local promovem uma sessão de informação, onde serão, também, apresentadas soluções para a melhoria da empregabilidade, através de formação profissional, estágios ou experiência internacional de voluntariado.

FOTO: DR

Da autoria do Abade Vasco Moreira, a obra remete a 1924. O seu valor histórico e patrimonial fez com que a autarquia assumiu ser crucial a sua reedição, resultado de uma complexa investigação. O resultado final foi apresentado no passado dia 28 de abril, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. “A memória é para um Povo, como a raiz para a árvore”, foi o mote que levou à reedição da Monografa do Concelho de Tarouca.

O início de mais uma nova edição das Manhãs do Parque Corgo está marcada para o dia 14 de maio. O Município de Vila Real vai voltar a dinamizar o Parque Corgo, aos domingos entre as 9h30 e as 11h30, durante 12 semanas.


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Breves

Kathrein Automotive Portugal realiza II Corrida Solidária

Festas de S. Torcato em Cabaços, Moimenta da Beira

FOTO: DR

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São dois fins-de-semana (13, 14, 20 e 21 de maio) de festejos em honra de S. Torcato, em Cabaços, Moimenta da Beira. É uma das romarias mais afamadas e tradicionais da região. A organização estima a visita de muitos milhares de romeiros, no recinto das festas.

Realiza-se no próximo dia 21 de maio às 10 horas. O ponto de encontro é na Praça do Município de Vila Real. O evento conta com a Co-organização da Câmara Municipal de Vila Real, com a UTAD e com a Positive Life Sensations. Este ano, o valor das inscrições reverte na sua totalidade para a Associação Salvador.

Vila-realense conquista prémio musical em Atenas FOTO: DR

Sernancelhe é o único concelho do distrito de Viseu com plano de redução de ruído Sernancelhe é um dos cinco concelhos do país e único do distrito de Viseu que tem planos de redução de ruído. Segundo a associação ambientalista Alvaiázere, Póvoa do Varzim, Vila Franca de Xira e Lisboa são os outros municípios que têm planos de ação de ruído.

Feira da Laranja em São Mamede de Ribatua, Alijó FOTO: DR

Lia Rafaela de Marcos e Melo, foi galardoada internacionalmente pela quarta vez, em menos de seis meses. Após vencer em Espanha (Vigo), ficar em segundo no Reino Unido (Londres) e triunfar nos Estados Unidos da América (Nova York), o mês de abril fica marcado com a notícia da sua vitória na Grécia (Atenas).

Alunos de Vila Real protagonistas do Mês da Juventude 2017

São Mamede de Ribatua organizou, mais uma vez, a Feira da Laranja e dos Produtos Regionais, de 28 a 30 de abril. O ex-libris daquela freguesia, a laranja, continua a ser a rainha daquele evento. Cultivada num microclima muito favorável, este citrino ganha características únicas, apreciadas por todos os que a provam. O certame foi completado com um vasto programa cultural, onde as diversas associações da freguesia e do concelho mostraram tradições e saberes dos nossos antepassados.

Gravura rupestre vandalizada em Vila Nova de Foz Côa O incidente aconteceu no Parque Arqueológico do Vale do Côa. Já foi apresentada uma queixa-crime no Ministério Público. A gravura vandalizada representa uma figura humana com mais de 10 mil anos.

Mostra de Teatro do Douro, um fim de semana em grande FOTO: DR

11º Concurso Nacional de Leitura, em Mesão Frio No passado dia 3 de maio, a biblioteca municipal de Mesão Frio recebeu a fase regional da Comunidade Intermunicipal Douro do 11.º Concurso Nacional de Leitura 2016/2017. No evento estiveram presentes mais de 70 alunos do 3.º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário, das escolas concorrentes que integram os 19 municípios da CIM Douro, acompanhados por mais de duas dezenas de docentes.

Armamar estabelece parceria com entidade promotora de um Centro QUALIFICA

O município de Armamar é agora parceiro do Agrupamento de Escolas Latino Coelho, Lamego, entidade promotora de um Centro QUALIFICA. O objetivo é proporcionar formação certificada, gratuita e em horário pós-laboral. Poderão participar nas formações ativos ou desempregados, com pelo menos o 9º ano de escolaridade.

Olimpíadas da Biologia na UTAD FOTO: DR

Perto de três centenas de pessoas assistiram a “Alice no País das Maravilhas” e “Soldado Fanfarrão”. Estes foram os dois espetáculos do fim de semana da Mostra de Teatro do Douro, que ganharam vida nos concelhos de Santa Marta de Penaguião e Mesão Frio.

A iniciativa é promovida pelo Município de Vila Real e consiste em seis semanas repletas de atividades para os alunos dos ensinos básico e secundário, a frequentarem estabelecimentos de ensino da rede pública, privada e cooperativa, incluindo do ensino profissional, do concelho de Vila Real. A Gala Miss e Mister Escola Vila Real 2017 e o concurso Juventude@eco regressaram nesta edição.

Festa do Caçador em Alijó – Alicaça 2017 Alijó recebe nos próximos dias 13 e 14, mais uma edição da Alicaça – Festa do Caçador. Este evento tem como objetivo principal dinamizar esta zona de caça promovendo o convívio entre os caçadores e público apreciador destas atividades Este ano, associado a esta atividade, também vai decorrer o evento promovido pelo Entidade de Turismo Porto e Norte de Portugal e pelo Município e restaurantes aderentes: os fins-de-semana gastronómicos.

O evento realizou-se pelo segundo ano consecutivo na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), nos dias 5, 6 e 7 de maio. As olimpíadas da Biologia são dirigidas a alunos do ensino secundário, de várias escolas do país.


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Destaque VivaDouro

Autárquicas 2017: Conheça os candidatos

As eleições autárquicas têm data marcada para o dia 1 de outubro. Os portugueses vão eleger os 308 presidentes de câmaras municipais, os executivos. O VivaDouro publica nesta edição uma infografia acerca dos candidatos já confirmados, dos diferentes partidos, a concorrer a c

Armamar

João Paulo Fonseca

Hélder Santos

Sabrosa António Augusto Marques Araújo

Domingos Carvas

Alijó

José Rodrigues Paredes

Carrazeda de Ansiães

João Manuel dos Santos Lopes Gonçalves

Daniel Joaquim Andrade Teles

Luís Machado

Maria do Céu Quintas

Nuno Manuel R. Gomes Ferreira

Miguel Rodrigues

Sta. M. Penaguião

Freixo E. Cinta

S. João da Pesqueira Eduardo Jorge Pereira Rocha

Sernancelhe Carlos Silva Santiago

César Lourenço

Entre os municípios da CIM Douro, o Bloco de Esquerda tem apenas um candidato confirmado em Alijó, Jorge Carvalho. O mesmo se passa com o CDS-PP que tem apenas o cand

Real. No que diz respeito a candidatos independentes, Manuel Cordeiro encontra-se a concorrer à Câmara Municipal de São João da Pesqueira; com o movimento PNT (Pela Nossa Carrazeda de Ansiães e Artur Xavier concorre também como independente em Vila Nova de Foz Côa.


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7

s aos municípios da CIM Douro

s seus veradores e assembleias municipais. Vão ainda ser eleitas as 3092 assembleias de freguesia, das quais sairão eleitos os respetivos cada uma das Câmaras Municipais dos municípios pertencentes à CIM Douro.*

Lamego

Mesão Frio

Ernesto da Silva Rodrigues

Eduardo Miranda

Ângelo Moura

Moimenta da Beira

Alberto Pereira

José Eduardo Ferreira

Tabuaço

Tarouca

Torre de Moncorvo

Carlos André Teles Paulo de Carvalho

Valdemar de Carvalho Pereira

João Ribeiro

Afonso Dias

Nuno Jorge Rodrigues Gonçalves

Murça

Penedono

Mário Artur Correia Lopes

Carlos Esteves de Carvalho

Peso da Régua

José Manuel Gonçalves

Sónia Numão

V. N. Foz Côa Gustavo Duarte

Vila Real António Baptista Carvalho

Maria de Lurdes Pontes

didato Roque Brandão confirmado em Santa Marta de Penaguião. Por sua vez, o PCP tem confirmados José Manuel de Albuquerque Pessoa em Lamego e João Paulo Correia em Vila

a Terra); Adérito Figueira em Alijó com o MAIS (Movimento Alijó Inovação com Segurança) ; Frederico Meireles concorre com o movimento “Unidos por Carrazeda” à autarquia de

* Os dados divulgados eram os disponíveis até à hora de fecho de edição


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Vila Real

Circuito Internacional de Vila Real gerou impacto de 80 a 90 milhões de euros

A edição do ano passado do Circuito Internacional de Vila Real gerou um impacto global de “cerca de 80 a 90 milhões de euros”. Durante os três dias do evento assistiram às provas cerca de 200 mil pessoas. Texto e Fotos: Sofia Costa

Os resultados da 46.ª edição do Circuito Internacional de Vila Real foram divulgados, no passado dia 24 de abril, pelo Município de Vila Real e a APCIVR- Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real. Durante três dias de prova cerca de 200 mil pessoas assistiram às corridas ao vivo. Este valor corresponde a um aumento de 10% de espectadores em relação a 2015. No que respeita ao retorno financeiro direto para a região, falamos em 15 milhões de euros em despesas com alojamento, restauração, transportes e souvenirs. O valor global ronda “cerca de 80 a 90 milhões de euros”, que inclui os valores gerados de forma indireta, como é o caso do retorno mediático. A nível nacional este retorno é na ordem dos 12 milhões de euros e a nível internacional o valor ronda entre os 50 e os 60 milhões de euros. “O WTCC é o maior evento, a par do Rally de Portugal, que se organiza no Norte do país”, afirma o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos,

rematando que para além do retorno económico e financeiro há “um grande retorno emocional porque as corridas de Vila Real são um caso de paixão, de amor, de grande envolvimento por parte da população”. Em termos de impacto mediáti-

co, o WTCC, foi transmitido durante 146 horas em 78 canais em todo o mundo, representando um aumento de 111,7% em relação a 2015. Em Portugal, 60% da população este exposta a notícias sobre o circuito de Vila Real, tendo sido

propagadas 1225 notícias nos vários órgãos de comunicação social e mais de quatro mil publicações online, apenas em redes sociais. Edição de 2017 é a última data garantida para receber o WTCC “Se a cidade estiver feliz com

o WTCC, eu estou feliz com Vila Real”, disse François Ribeiro, diretor da Eurosport Events. A 47ª edição do Circuito Internacional de Vila Real decorre de 24 a 25 de junho e é a última data garantida para Vila Real receber o WTCC. No entanto, Rui Santos e François Ribeiro já demonstraram intenção de continuar com esta parceria, tendo anunciado que o assunto iria começar a ser discutido. Para o diretor da Eurosport Events o evento em 2017 “vai ser muito maior”, tendo já revelado alguns motivos pelos quais esta edição será “melhor que a do ano passado”. Na corrida vai verificar-se uma estreia mundial, com a introdução de uma joker lap. Trata-se de um formato que se tem utilizado no rally cross onde “durante uma volta na corrida o piloto tem de fazer uma volta, ou mais comprida ou mais curta, de modo a criar alguma emoção na corrida e colocar o elemento estratégia”, explicou o Presidente de Automobilismo e Karting, Manuel Mello Breyner. Afirmou ainda que “Vila Real é o circuito perfeito” para esta estreia no WTCC.


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Lançada a primeira pedra para a construção da nova USF Nuno Grande, em Vila Real

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Vila Real

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, esteve no local da empreitada, no passado dia 5 de maio, para lançar a primeira pedra da obra para a construção das novas instalações da Unidade de Saúde Familiar (USF) Nuno Grande. Texto e Fotos: Sofia Costa

Para o ministro, o interior deve “aproximar o Serviço Nacional de Saúde dos cidadãos”, é para “investir” e “revitalizar”. Durante a visita, anunciou o esperado acelerador linear do Centro de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro para que seja possível “reter os cidadãos que vivem na região” de forma a evitar deslocações para outros hospitais mais longínquos. O presidente da Câmara de Vila Real Rui Santos afirma que a cidade “é a ponte que liga o litoral ao interior”. Esta empreitada representa um investimento de mais de 700 mil euros e faz com que que Vila Real se afirme “como identidade no serviço de saúde” e serve, também, para limpar uma “cicatriz” da cidade, como destacou Rui Santos. “A Administração Regional de Saúde do Norte e o Ministério da Saúde encontraram uma solução viável para todos”, rematou o autarca. Sobre os investimentos declarados pelo ministro da Saúde, o edil diz que representam “uma vitória para Vila Real”, referindo-se a um equipamento de radiotera-

>

> Ministro da Saúde, na cerimónia de lançamento da primeira pedra da nova USF Nuno Grande pia, na ordem dos cinco milhões de euros, há muito desejado pelo Centro Hospitalar. Adalberto Campos Fernandes visitou, também, a Farmácia de Montezeloscom a Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana

Paula Martins e terminou a jornada em Vila Real no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes onde assinou vários protocolos entre os diferentes hospitais da região norte para que “ao invés de competirem, cooperem”.No local estive-

Na foto- Rui Santos, presidente da Câmara Municipal de Vila Real e Adalberto Campos Fernandes, ministro da Saúde

ram nove hospitais representados. O ministro trouxe mais boas notícias a Vila Real, anunciando que o Centro Hospitalar “foi consagrado ao nível do projeto de eficiência energética e vai ter uma verba muito significativa de 4,5

milhões de euros para investir na sua remodelação”. “A capacidade de investimento do Estado não é muita, tem de ser inteligentemente utilizada e o interior é uma prioridade”, sublinhou o ministro da Saúde.


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Vários Concelhos

‘DOURO TGV’ chega a Vila Real para promover “aceleração” no Turismo, Gastronomia e Vinho

O ’DOURO TGV’ chega a Vila Real, não em forma de comboio, mas de um evento que promete promover o melhor da região, ou seja, precisamente o ‘Turismo’, a ‘Gastronomia’ e o ‘Vinho’, daí as siglas. Promovido e tendo como palco o Regia-Douro Park - Parque de Ciência e Tecnologia, acontece de 10 a 12 de Maio, em Vila Real. FOTO: DR

Um evento que se destina aos agentes e às gentes da região; aos diversos alunos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), futuros embaixadores da região; e todos os intervenientes cujas atividades versem turismo, gastronomia e vinho.

Começamos por “forrar o estômago” com a ‘Gastronomia’ a dar mote ao primeiro dia, 10 de Maio. Sob a designação ‘Douro Gourmet’ o programa divide-se em quatro abordagens temáticas: Douro Internacional, Douro Integral, Douro Glocal e Douro Mundial.

A moderação fica a cargo de Duarte Calvão – consultor gastronómico da Associação de Turismo de Lisboa, diretor do Peixe em Lisboa, coautor do blog Mesa Marcada e que durante vários anos escreveu sobre gastronomia e restaurantes nas páginas do Diário de Notícias – e Teresa Albuquerque, vice-presidente do Instituto Internacional Casa de Mateus. A apresentar casos de sucesso e a debater novas oportunidades para o Douro estarão chefes de renome, gastrónomos e especialistas em produtos como porco bísaro, a maçã, a castanha, o azeite, ervas e flores comestíveis. Não faltarão momentos de degustação, de produtos endógenos, mas também de sabores mais exóticos e inusitados. O tema ‘Turismo’ embarca no

“A mais bela corrida do Mundo” está de volta ao Douro

tre os vinhos presentes na ‘Mostra de Vinhos e Sabores DOURO TGV’, que tem lugar nesse mesmo dia, pelas 16h30 – aberta ao público e de entrada gratuita. A tarde começa com um painel sob o mote ‘O Vinho e o Digital’, dividido em três sub-temas: ‘A Escrita e Crítica Digital’, ‘Ferramentas Digitais ao Serviço do Vinho’ e ‘Vinhos, Filhos do Digital’. Nesta última parte teremos dois vinhos em palco: um preview do branco e tinto ‘Bons Rapazes by Lavradores de Feitoria’, vinhos da autoria da dupla Tiago Froufe da Costa e Pedro Teixeira (ator da TVI) em parceria com a Lavradores de Feitoria; e o quase esgotado ‘Bebes. Comes’, um DOC Dão do casal de bloggers Joana Marta e Pedro Moreira e da enóloga Lúcia Freitas.

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A GlobalSport vai organizar a 12ª edição da EDP Meia Maratona Douro Vinhateiro – ‘A mais bela Corrida do Mundo’, no dia 28 de maio de 2017, pelas 10h30. A prova terá lugar no coração do Douro Vinhateiro, a Região Demarcada Mais Antiga do Mundo, Património Mundial. Nosso Shopping em Vila Real, no Museu do Douro em Peso da Régua, e no Complexo Municipal de Piscinas de Lamego. As inscrições são limitadas a 20.000 participantes. FOTO: DR

A 12ª Meia Maratona Douro Vinhateiro é um prova oficial Running Wonders – Circuito de Meias Maratonas em Patrimónios Mundiais (Guarda, Douro Vinhateiro, Guimarães, Dão, Coimbra e Évora). O evento será constituído por uma Meia Maratona com 21,097 km (distância oficial com medidas regulamentares, certificadas pela Federação Portuguesa de Atletismo), uma Mini Maratona, sem fins competitivos com 6 km e uma Meia Maratona (21 km) em cadeira de rodas, que será apadrinhada por Mário Trindade, recordista mundial de resistência em cadeira de rodas. Todas as provas terão partida na Barragem de Bagaúste e chegada em Peso da Régua. As inscrições devem ser efetuadas online no site do evento ou presencialmente no

‘DOURO TGV’ na tarde de dia 11. Sob o mote ‘Douro 3.0.’ vai ser explorada a vertente tecnológica ligada ao turismo: as viagens são cada vez mais planeadas com base em visitas prévias, feitas através do mundo digital. Quem navega no Douro? Uma questão com duas dinâmicas – em sentido lato e do ponto de vista virtual – e que será abordada no evento. Neste dia serão apresentados alguns projetos de investimento turístico que estão previstos para o Douro. A sexta-feira, dia 12, é dedicada ao ‘Vinho’. Ao mesmo tempo, acontece a primeira edição do ‘Concurso de Vinhos Douro TGV by Regia-Douro Park’, no qual serão eleitos por um painel de jurados os melhores brancos e tintos, de en-


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Vila Real

Reitor defende que estudantes devem ser o “epicentro” da UTAD

António Fontainhas Fernandes foi reeleito para um segundo mandato enquanto reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). A cerimónia de tomada de posse que “marcou o início de um novo ciclo” realizou-se no passado dia 5 de maio no campus da universidade. Texto e Fotos: Salomé Ferreira

O reitor defendeu no programa de ação para este quadriénio “uma universidade mais coesa, mais conectada, mais competitiva, e mais colaborativa”. Para isso, António Fontainhas Fernandes pretende dar resposta a “quatro grandes compromissos”. Na tomada de posse António Fontainhas Fernandes sublinhou

que esses compromissos passam por “uma aposta na qualidade da educação e na qualidade de vida dos estudantes”. Sendo que para o reitor os estudantes “devem ser o epicentro da universidade”, afirmou. “A aposta na investigação de dimensão global” constitui o segundo compromisso, “contribuin-

do para desenvolver novas ideias e produtos, novos serviços e processos, gerando benefícios ao nível económico e social”, revelou o reitor da universidade transmontana. O terceiro compromisso centra-se na valorização do conhecimento, “devendo a investigação de dimensão global ter impacto no território”, disse António Fontainhas Fernandes. “Este desígnio exige a aposta em redes colaborativas entre as unidades de investigação e o mundo empresarial, para aumentar e diversificar o financiamento competitivo”, acrescentou. “Afirmar o compromisso com a valorização do território, a consolidação de cenários de abertura à sociedade e à inovação, a partilha de informação, e a implementação de

dinâmicas de internacionalização em toda a universidade” são outros dos objetivos do reitor neste mandato. Fontainhas Fernandes defende ainda que é “obrigação da universidade ambicionar, nos próximos quatro anos, uma universidade com recursos humanos mais qualificados e valorizados, mas simultaneamente mais jovem e atrativa”. A partir do próximo ano letivo, começa a ser implementado no campus um plano de mobilidade que vai passar pelo condicionamento do trânsito em determinadas áreas e pela pedonalização do centro histórico da academia, com a deslocalização de todos os serviços para este local. Este projeto está integrado no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) de Vila

Real, que tem previsto um investimento global de 17 milhões de euros, cerca de três milhões de euros dos quais serão aplicados na UTAD. A ideia é criar um corredor verde entre a cidade e a universidade, onde o jardim botânico ficará aberto à população. “Estamos cientes da enorme responsabilidade, mas não estaremos sós. Todos serão chamados a contribuir para este desígnio. Todos terão o seu lugar e o seu papel numa UTAD mais forte e inclusiva. A UTAD é de todos, feita por toda a academia, e por todos os que por ela passaram”, concluiu o reitor. Na cerimónia foi ainda apresentada a equipa reitoral de Fontainhas Fernandes, composta por três vice-reitores e cinco pró reitores.

Equipa da UTAD vence a competição ‘24 Horas de Agricultura Syngenta’ Um grupo de estudantes da UTAD venceu a competição ‘24 Horas de Agricultura Syngenta’ 2017. A equipa intitulada ‘The New Farmers’ venceu a edição de 2017 que decorreu na Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC).Trata-se da mais importante competição entre todas as escolas de Agronomia do país, este ano pela primeira vez participou também com uma equipa espanhola. FOTO: DR

Os conhecimentos de Agronomia são testados durante 24 horas, em provas surpresa, desde PUB

a condução de máquinas, ao cálculo de problemas relacionados com sementeiras e aplicação de

fitofármacos, entre muitos outros. No total participaram 30 equipas e cerca de 150 pessoas.

“O desafio desta competição é duplo: por um lado, conseguir responder aos desafios que nos são constantemente lançados e, por outro, resistir à fadiga de estar 24 horas acordado, com níveis de concentração tão elevados quanto possível, num jogo de equipa. Esta é a prova mais importante da área e este um troféu inédito para a UTAD”, salientou Luis Alves, um dos elementos da equipa vencedora. A equipa ‘The New Farmers’ é composta por cinco estudan-

tes do curso de Mestrado Engenharia Agronómica da UTAD: Sofia Pereira, Maria João Raro, Cristiana Teixeira, Ana Cristina Duarte e Luís Alves. Além do prémio geral, a equipa venceu ainda na categoria ‘Equipa Prática’ e terá ainda um artigo escrito pelo grupo sobre Agricultura de Precisão publicado no próximo número da revista da Associação Portuguesa de Horticultura (APH). Ainda este ano, a equipa fará uma visita à sede da Syngenta, em Inglaterra.


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Tabuaço|Torre de Moncorvo

Douro Granfondo em Tabuaço A “Amizade” foi o mote da prova de ciclismo Loves Tiles Douro Granfondo que, pela terceira vez consecutiva, percorreu as estradas da região do Douro.

grandes nomes do ciclismo nacional e internacional, desde o tricampeão mundial Oscar Freire, vencedores da Volta a Portugal como Claus Moller e Joaquim Andrade, Tiago Machado, Filipe Cardoso e João Benta. Jéssica Augusto, considerada uma das melhores atletas portuguesas, também surpreendeu ao participar no evento.

No passado dia 1 de maio realizou-se um passeio pedestre que foi organizado pela Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo com o apoio do município, onde participaram cerca de 100 pessoas. FOTO: DR

FOTO: DR

Mais de 3000 ciclistas percorreram as estradas do Pereiro, Desejosa, Valença do Douro, Santo Aleixo, Tabuaço, Barcos e Adorigo. No concelho de Tabuaço passaram as três provas em competição, mini, médio e granfondo, com 60, 110 e 156 quilómetros, respetivamente. A prova contou com a presença de

Passeio pedestre na Serra do Raboredo e Ecopista do Sabor

O início do percurso foi no Jardim Trindade Coelho, seguiu pela Capela de Nossa Senhora de Fátima, Casa do Guarda, Serra do Reboredo, regressando a Torre de Moncorvo pela Ecopista do Sabor. No final da atividade fez-se um almoço convívio entre todos na antiga estação de caminhos-de-ferro de Torre de Moncorvo. O próximo passeio é a “Rota das Maias”

que se realiza no dia 14 de maio. Trata-se de um percurso pedestre que percorre quatro aldeias da freguesia de Cabeça Boa, Torre de Moncorvo. O roteiro tem cerca de 10 quilómetros e é marcado pelas paisagens naturais sobre o Vale da Vilariça, a Serra do Raboredo, Torre Moncorvo, a Barragem do Baixo Sabor e os rios Douro e Sabor. PUB


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Vila Real

UTAD TV comemorou 10 anos O projeto televisivo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) comemorou no dia 19 de abril o seu décimo aniversário. O VivaDouro foi até aos estúdios do projeto perceber as histórias por detrás das câmaras ao longo destes 10 anos de atividade. Texto e Fotos: Salomé Ferreira

FOTO: DR

10 anos. Muitas histórias para contar. Muitas vidas marcadas pela “escola” que a UTAD TV se tornou para muitos dos alunos que por ali passaram. O calendário marcava o dia 19 de abril de 2007 quando foi para o ar a primeira emissão da UTAD TV, projeto que nasceu com o apoio da Associação Académica e que tinha como principal objetivo a divulgação das atividades universitárias. Exatamente 10 anos depois da primeira emissão a redação decidiu realizar uma emissão especial do jornal universitário para assinalar a data, com a participação de ex-alunos e vários colaboradores do projeto. Nelson Monteiro, responsável do setor de audiovisuais da UTAD, recorda os tempos em que o projeto se iniciou. “Antes de termos internet também fazíamos um jornal universitário, colocávamos gravadores de vídeo e um televisor em todos os bares da universidade e ficava a passar

em looping a semana toda. Quando surgiu a internet, vimos logo aí uma oportunidade de fazermos as emissões para a internet. Para que houvesse um jornal universitário feito em direto, para toda a academia e para quem nos quiser ver fora da universidade”, explicou ao VivaDouro. Neste momento a UTAD TV realiza semanalmente um telejornal em direto, geralmente todas as quartas-feiras à tarde. Em paralelo tem também vários programas de informação e entretenimento e uma atualização constante do site e redes sociais com notícias não só da academia mas também da região. Para além disso tem outro projeto em paralelo com o nome “UTAD TV nas Escolas”, onde a equipa se desloca a várias escolas secundárias da região norte e transmite em direto o jornal universitário. “Quando vamos às escolas é diferente, quer para os alunos, quer para os técnicos, quer para os

professores que vão porque temos oportunidade de mostrar este projeto a alunos mais novos. Damos a conhecer a UTAD e a UTAD TV e muitos podem nem querer ir para esta área, mas ficam a conhecer e ficam encantados por perceber o que se passa atrás das câmaras”, revelou ao VivaDouro Inês Aroso, diretora de informação da UTAD TV. Na opinião da docente de Ciências da Comunicação o projeto da UTAD TV é “muito interessante” uma vez que “coloca os alunos a trabalhar o jornalismo na prática, mas não só, também outras áreas da comunicação”, afirmou. “Para mim o mais importante é o facto de preparar os alunos para cumprir prazos e trabalhar em equipa, ou seja, além da parte técnica há outro lado muito importante que é o trabalho em equipa que desenvolvem, perceberem que o trabalho de todos é importante e que se um falha pode

comprometer o trabalho de todos os outros”, acrescentou Inês Aroso. Helena Margarida, chefe de redação, iniciou o seu percurso nesta “grande escola” que é a UTAD TV há três anos. “Os conteúdos académicos que são passados na licenciatura não nos fazem jornalistas e a UTAD TV é, sem dúvida, essa componente prática. É um elemento diferenciador para quem faz aqui o curso de Ciências da Comunicação”, afirmou a jornalista. “Tem sido uma ótima experiência, uma aprendizagem constante porque são muitos os rostos, são muitas as personalidades que por aqui passam e aprende-se sempre um bocadinho com cada um deles”, acrescentou Helena Margarida. Bruno Fernandes, bolseiro da UTAD, encontra-se na UTAD TV há cinco anos, onde desenvolve a função de jornalista e gestor de site e redes sociais, diariamente, com Helena Margarida, na redação do projeto. Na opinião de Bruno Fernandes para “além de ser uma grande aprendizagem”, a UTAD TV funciona também como “uma grande família”. “É um laboratório e deve ser aproveitado pelos alunos, não só pelos alunos de Ciências da Comunicação mas por todos os alunos da academia”, acrescentou. Inês Aroso revela que os “desafios futuros passam pela instalação de um circuito interno de televisão para que as emissões possam ser vistas em lugares comuns da academia, nomeadamente os bares”, revelou a diretora de informação.

Inês Aroso Diretora de Informação “O mais importante é o facto de preparar os alunos para cumprir prazos e trabalhar em equipa”

Helena Margarida Chefe de Redação “Tem sido uma ótima experiência, uma aprendizagem constante”

FOTO: DR

Bruno Fernandes Jornalista “A UTAD TV é uma grande família”


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Reportagem VivaDouro

Penajóia: Expetativas de uma boa colheita Este promete ser um ano em grande na produção de cereja na Penajóia, em Lamego. A “primeira cereja da Europa” já está a ser apanhada nas encostas do Douro e avizinha-se uma boa colheita. As expetativas apontam para a apanha de mil toneladas de cereja, o que vai permitir compensar as quebras do ano passado. Texto e Fotos: Salomé Ferreira

Situada junto às margens do rio Douro, no concelho de Lamego, encontra-se a Penajóia, freguesia duriense onde nascem as “primeiras cerejas da Europa”. Por estes dias, entre as cerejeiras, agitação é a palavra de ordem. A colheita deste ano já começou. Mais cedo do que o habitual, uma vez que “as primeiras cerejas começaram a ser colhidas das árvores no dia 18 de abril, este é um ano atípico”, explicou ao VivaDouro Felisberto Henriques, proprietário da Quinta de Santo António do Pombal. 2017 avizinha-se um bom ano na colheita da cereja na região. Pelo menos na Penajoia, onde os produtores esperam um aumento na produção relativamente ao ano passado. Mas, para além da quantidade, os produtores asseguram que a cereja este ano tem também uma “grande qualidade”. “Felizmente a produção deste ano é de

> Carlos Correia, produtor de cereja

facto fantástica, o que funciona como uma compensação relativamente à grande quebra que aconteceu no ano transato”, afirmou Romeu Sequeira, da Amijóia – Associação dos Amigos e Produtores de Cereja de Penajoia. Opinião partilhada por Carlos Correia, produtor e comerciante de cereja, “este ano a produção está muito boa, há muita cereja, o que nos compensa relativamente ao ano passado, onde tivemos apenas 20% da produção”, explicou ao VivaDouro o proprietário da Quinta do Pombal. Conhecida por ser a primeira da Europa,

a cereja da Penajoia distingue-se das demais pela sua doçura, fator diferenciador na hora de seguir para o mercado. “A cereja da Penajoia é mais doce e tem um bom calibre. É uma cereja muito doce comparativamente com a espanhola, a nossa região é muito propícia à cultura da cereja”, explicou Felisberto Henriques. Mas porque é que esta é a primeira da Europa? A resposta está na ponta da língua dos produtores. “Deve-se ao microclima, à exposição solar e também aos próprios solos que, com as suas características específicas, acaba, por influenciar de forma positiva a

maturação da cereja”. Todas estas condições ajudam para que a cereja da Penajóia seja mais precoce e, por isso, a primeira a aparecer nos mercados, situação que aumenta o valor do produto. Apesar de as primeiras cerejas terem “mais valor no mercado”, este ano a “tendência é para diminuir o preço porque há muita oferta no mercado”, afirmou Carlos Correia. Em Penajóia existem cerca de 100 produtores, que escoam este fruto para todo o país e até para o estrangeiro. De acordo com Carlos Correia o mercado nacional “ainda continua a ser o grande consumidor de cereja”, no entanto a empresa do proprietário da Quinta do Pombal já exporta parte da produção para países como a Espanha, a Suíça e o Luxemburgo. Na opinião de Felisberto Henriques, “a exportação é uma das grandes apostas no futuro”, revelou ao VivaDouro, uma vez que os pomares que se encontram a explorar são novos e “vão produzir mais quantidade” daqui a alguns anos. Romeu Sequeira, presidente da Amijóia, explica que a produção da cereja “é sem dúvida um dos principais alicerces da economia local, não só da freguesia mas também em toda a região”. Chegando mesmo a haver “pessoas que dependem unicamente da produção de cereja”, daí a importância desta cultura a nível local. Para além de fulcral para os produtores ao longo de todo o ano, a cultura deste fruto acaba também por ser importante para muitas pessoas da freguesia nesta altura, uma vez que conseguem trabalho na colheita da cereja ao longo destes meses. É o caso de Pedro Morais, habitante da Penajóia, que diz apanhar cereja “desde que se


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na primeira cereja da Europa

> Felisberto Henriques, produtor de cereja

lembra”. Com largos anos de experiência na atividade, Pedro Morais afirma que apanhar cereja “é como andar de bicicleta, o que custa é a primeira vez, depois é sempre a andar”, contou ao VivaDouro. Fernando Correia já conta mais de 20 anos na apanha da cereja. Segundo o habitante da Penajóia este “é um trabalho agradável”, sendo que por vezes custa mais “quando está muito calor”. Para evitar as horas em que o termómetro aponta temperaturas mais altas, a colheita começa bem cedo. Os ponteiros marcam as 6h30 quando os trabalhadores iniciam o dia

de trabalho e despegam pouco depois das 14 horas. Por esta altura Felisberto Henriques e Carlos Correia costumam contratar cerca de 12 pessoas para apanharem diariamente a cereja. De acordo com os produtores, “é fácil encontrar pessoas para trabalhar”, visto que praticam “uma cultura intensiva com árvores baixas, o que facilita a apanha”. “Nas árvores mais altas é mais difícil, a mão-de-obra tem de ser mais especializada, nem toda a gente sabe apanhar”, explicou Felisberto Henriques.

7.ª Montra da Cereja realiza-se nos dias 20 e 21 de maio Conscientes da importância económica e

social da cereja para o concelho de Lamego e para a região, a Associação AMIJÓIA Amigos e Produtores da Cereja da Penajóia e a Câmara Municipal de Lamego, com a colaboração de outras entidades, promovem no fim de semana de 20 e 21 de maio, na “sala de visitas” da cidade - a Av. Dr. Alfredo de Sousa -, a 7ª Montra da Cereja da Penajóia. O evento tem participação prevista de cerca de 25 produtores que vão vender a cereja ao mesmo preço. Como mais-valia, este ano, a organização vai apresentar uma caixa personalizada da cereja da Penajóia para ser utilizada por todos os produtores da zona. Recorde-se que as anteriores edições da Montra da Cereja constituíram um enorme êxito comercial, superando as expetativas

iniciais da própria organização.

Joaquim Borges Este ano a cereja está muito boa, está brilhante e bonita”

Fernando Correia

> Muitos habitantes de Penajóia conseguem trabalho nesta altura na apanha da cereja

“Gosto de fazer este trabalho, não é muito difícil”


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Especial Douro Património Mundial

António Magalhães: “A classificação enqua foi o melhor que aconteceu ao Douro” Tendo como cenário a Quinta do Junco, situada nos vinhedos históricos mais conhecidos do Vale do Pinhão, o VivaDouro esteve à conversa com António Magalhães, diretor de viticultura da Taylor’s. Com um percurso notável na área o Engenheiro Agrónomo falou-nos acerca da evolução do território nos anos que se seguiram à classificação de Património Mundial pela UNESCO. Leia a entrevista e fique a conhecer a viticultura do Douro pelos olhos de António Magalhães. Texto e Fotos: Salomé Ferreira

Em 2001 o Alto Douro Vinhateiro (ADV) foi considerado como Património Mundial da Humanidade. Cerca de 15 anos depois desta inscrição qual é o retrato que faz da região neste momento? Eu penso que a classificação do Douro enquanto Património Mundial pela UNESCO foi o melhor que aconteceu ao Douro. Tenho muita pena de os viticultores do Douro não estarem ainda à altura dessa classificação e tenho ainda mais pena da maior parte das instituições e de próprias associações de viticultores também não estarem à altura dessa inscrição. O que é que falta para estarem à altura da inscrição? Há um erro na classificação ou na maneira como o processo tem sido conduzido. Os viticultores têm sido mantidos à margem dessa classificação. Não há envolvimento dos viticultores da região. Na altura da classificação eu recebi uma boa notícia porque o Douro atravessava uma fase muito má na viticultura, sobretudo consequência de uma escola, que nós podemos chamar de escola do PEDRITM que cria um modelo de vinha absolutamente errado na década de 1980. Nessa década houve algumas vozes contra o modelo de vinha, mas o que é facto é que a região enveredou por esse modelo absolutamente

errado. Errado porque por um lado, sendo a região do Douro uma região de viticultura de montanha, o foco do viticultor é proteger e conservar o solo da erosão pelas chuvas. No entanto o modelo, na arquitetura do terreno não cuidou esse aspeto, o que foi grave. Segundo aspeto, nas primeiras vinhas pós filoxera, fomentámos a densidade de plantação da vinha e aquele modelo acabou por baixar a densidade de plantação. Por último e gravíssimo, focouse num número restrito de castas que, de uma maneira geral, é condenado hoje, mas pior que esse número restrito foi a sua colocação no terreno de forma administrativa. Em vez de se colocar as castas como um puzzle consoante a característica individual de cada uma, distribui-se as castas no terreno de uma forma administrativa, percentual, um erro grande. Eu vi com muito bons olhos a classificação do Douro património mundial e era uma maneira de travar essa escola do PEDRITM. Infelizmente passaram-se quinze anos e a escola está muito enraizada cá dentro porque os viticultores estão obsessivamente focados na mecanização da vinha. Eu tenho esperança é que, de facto, aos poucos nós consigamos reverter este caminho e, no final, quando virmos a história todos concordemos que valeu a pena a classificação do Douro Património Mundial.

Que mudanças podemos registar no panorama da viticultura nos últimos 15 anos, ou seja, desde o momento em que o Douro foi considerado Património Mundial? Há uma condicionante que está a atrapalhar a classificação da UNESCO, enquanto não for resolvida pode ser uma luta em vão. Está a atrapalhar a afirmação de modelos de vinha corretos. No vinho do Porto existe uma classificação das vinhas e um sistema de benefício que permite fazer o rateio anual do benefício ao vinho do Porto, isto é, no fundo, todos os anos é fixado um objetivo de produção e é preciso ratear esse volume de vinho por todos os viticultores e a unidade de rateio do benefício foi, inicialmente, o milheiro (mil videiras). Quando a unidade de rateio é o milheiro, uma unidade de rateio muito inteligente em viticultura de montanha, está-se a dar uma instrução aos viticultores: plantem na unidade de superfície o maior número de videiras porque dessa maneira conquistam mais unidades de rateio. E assim vivemos durante décadas. Infelizmente, no fim do século XX, a unidade é transformada, passa por uma fase de hectare útil e, neste momento, o benefício é feito pela unidade de superfície, pelo hectare. Ao fazermos um rateio por hectare, pervertemos tudo. A instrução subjacente à unidade deixou de ser o número de vi-

deiras que eu planto, mas apenas a superfície que eu planto. Isto é, nós estamos a dizer aos viticultores: não se importem com o número de videiras que plantam, mas com a área que plantam. Isto está a levar a um descuido muito grande no número de videiras que se plantam. As densidades de plantação estão a baixar assustadoramente e não há forma de reverter a paisagem do Douro se a unidade de atribuição de benefício não for mudada. Enquanto não for mudada a CCDRN que é, no fundo, a zeladora do património terá uma luta em vão. Falando agora de uma questão controversa, que tem marcado a agenda da região nos últimos anos, a Casa do Douro. Acha que esta instituição faz falta aos viticultores do Douro? É absolutamente imprescindível uma associação de viticultores. A Casa do Douro foi uma ideia genial, mas só conseguiu triunfar no dia em que foi obrigatório a filiação dos viticultores. No início, quando a Casa do Douro foi concebida descuidou este pormenor e pensou de tal maneira que era importante que todos os viticultores seriam associados e houve um dia que descobriram que não, que afinal há uma incapacidade inata de associação dos viticultores do Douro. A única maneira da Casa do Douro triunfar foi tornar a associação obrigatória e aquilo que eu lamento na região é que há


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anto Património Mundial uma incapacidade grande dos viticultores se organizarem e falta, neste momento, refundar a Casa do Douro. Considera que a inscrição na UNESCO deu consciência aos viticultores da importância deste território? Não quero generalizar, mas a maioria das pessoas não reconhece a importância desta classificação pela UNESCO. Basta ver que todos os anos, em dezembro, se comemora o aniversário da classificação pela UNESCO e os viticultores não estão presentes, é uma festa política. Não há uma consciência, de facto, da importância. É como se recebêssemos um título e não passa disso. A salvaguarda do Douro Vinhateiro e das suas características ímpares foi um dos grandes objetivos desta inscrição. Como é que se consegue aliar a inovação à tradição num território como este? Em primeiro lugar há um erro crasso, há uma palavra que está a estragar o Douro: inovação. Inovar é a pior palavra que existe no Douro. O Douro não precisa de inovar, o Douro sempre soube resolver a sua viticultura. Se todos lêssemos e estudássemos o Douro vitícola do século XVIII e do século XIX íamos descobrir que não falta saber nada, só falta ser fiel a esses princípios. O grande problema, no fim do século XX, foi que se esqueceram desta leitura, quiseram inovar, reinventar o Douro e cometeram-se os tais erros crassos. Talvez falte no Douro, neste momento, uma nota de preocupação que eu tenho, o foco no vinho do Porto. Falta-nos estima pelo vinho do Porto porque aquilo que nos distingue no mundo da vinicultura é o vinho do Porto, não é um vinho de mesa. Acredita que esta inscrição na UNESCO ajudou a projetar anda mais o vinho do Porto além-fronteiras? Ajudou a projetar a região. Não tanto o vinho, mas a região. E o turismo, por arrasto, vai ser o que vai ajudar a projetar o vinho do Porto. Terá de haver um papel grande, para que os turistas percebam o que é o vinho do Porto. É preciso não dividi-los e focá-los num tal novo vinho. O vinho do Porto é aquilo que nos distingue. O consumidor português já é mais apreciador de vinho do Porto ou as pessoas de fora continuam a dar mais valor? Há um desconhecimento muito grande sobre o vinho do Porto. Aquilo que eu

mais vejo é que esse desconhecimento, essa falta de estima, está dentro da própria região. É fora da região que nós vamos encontrar mais estima pelo vinho do Porto. Isto é um paradoxo. Devíamos ter a estima dentro da região. De facto vivemos de costas voltadas. Temos uma região classificada Património Mundial e uma outra cidade, também classificada Património Mundial, o Porto, e uma ligação através do caminho-de-ferro e através do rio. Inteligentemente, se nós dermos mais um passo e formos a Espanha, vamos finalizar a nossa viagem numa outra cidade Património da Humanidade, Salamanca. Este caminho Porto-Douro-Salamanca em termos de turismo é excecional. Falando do Turismo, acha que esta foi a área que mais beneficiou com a inscrição na UNESCO? Eu acho que quem beneficiou, imediatamente, foi o turismo. A longo prazo quem vai beneficiar vai ser a viticultura, a região vitícola. Mas isso vai depender da capacidade dos viticultores da região e das instituições porque nós temos de construir e preservar paisagens. Aquilo que levou à classificação foram vinhas admiráveis, vinhas que nós soubemos plantar e que temos de renovar mas são vinhas cuja arquitetura do terreno é muito cara porque se suportam na construção de muros. A construção de muros é muito cara e não há dinheiro da parte dos viticultores para fazer essa construção, através das ajudas, que neste momento, são claramente in-

suficientes porque nos programas VITIS - Medida de Apoio à Reestruturação e Reconversão da Vinha - não é dada a devida importância à reconstrução/construção de muros. Para mim, essencial, neste momento é que a CCDR-N, enquanto zeladora deste Património Mundial, a única a qual eu reconheço competência para zelar pelo Douro, pudesse ter voz ativa e fazer uma coisa muito simples: em todos os programas VITIS deveria ser ouvida e deveria classificar os projetos pela sua importância, pela sua contribuição para a conservação e melhoria da paisagem. Esse devia ser o primeiro critério seletivo dominante, e todos os projetos que fossem considerados importantes para a conservação e melhoria da paisagem deveriam ser especialmente ajudados. O que está a acontecer é um erro crasso, estão-se a aprovar projetos que em termos de arquitetura paisagística são absolutamente medíocres e para os quais se dá, para todos os projetos, o mesmo nível de ajuda. O subsídio deveria ser em função direta do investimento e isso levaria a que, no final, construíssemos melhores vinhas. Quais são os principais desafios que se impõem? Daqui a quinze anos o que é que era desejável estar feito? O Douro precisa urgentemente de rever o PIOT - Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território. A última revisão foi mal sucedida no aspeto da viticultura. Tiveram mais peso as vozes medíocres do que as vozes de bom senso. O primeiro

PIOT foi excecional, foi o PIOT onde eu me revi. Esta última revisão foi uma oportunidade perdida porque devia-se ter ido mais além. Em género de balanço, foi ou não foi uma mais-valia para a viticultura esta inscrição na UNESCO? Eu considero que sim. Foi o melhor que me pôde acontecer nos últimos anos porque eu vivia infeliz com aquilo que via à minha volta enquanto duriense. Via à minha volta uma destruição da região. Mas que fique um aviso, basta percorrer a estrada A24, entre Vila Real e Régua, que é sem sombra para dúvidas o troço da autoestrada mais bonito do mundo que eu conheço, e, infelizmente, nós estamos a ver essa destruição de vinhas, todos os anos. Oxalá que nós nunca deixemos mudar aquelas vinhas à volta da aldeia de Nogueira como estamos a deixar fazer à volta da aldeia de Vila Maior. Que futuro espera para o Douro nos próximos anos? O Douro tem séculos de existência e sempre viveu da chamada questão duriense. Sempre viveu infeliz, sempre achou que era mal pago, sempre achou que tudo de mal acontecia no Douro. Mas ele está de pé por causa do vinho do Porto. Aquilo que eu espero que venha a acontecer é podermos fazer um balanço seguro, daqui a uns anos, que a classificação da UNESCO tenha recuperado esta região e que o vinho do Porto seja o grande vinho do Douro, o grande vinho de Portugal.


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Vários Concehos

Festival Literário Douro promoveu a literatura em Sabrosa Decorreu entre 4 e 6 de Maio, no Espaço Miguel Torga, em S. Martinho de Anta, a edição de 2017 do FLID - Festival Literário Douro, que reuniu mais de duas dezenas de escritores portugueses e internacionais. Texto: Salomé Ferreira FOTO: DR

A promoção da literatura e da linguística, aliada a uma componente pedagógica, foram os motes principais deste Festival que focalizou e incutiu também o hábito pela leitura junto da comunidade

escolar. Helena Lapa, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Sabrosa, sublinhou a importância do evento como um “encontro de ideias” e um “cruzamento de cul-

turas” entre os vários autores que participaram no Festival. A vereadora enalteceu ainda a importância do evento “como fator de promoção do território e captativo de sinergias que podem

contribuir para um melhor desenvolvimento sustentado e qualificar a comunidade”. António Fontainhas Fernandes, reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), participou na cerimónia de abertura do evento onde elogiou a “importância estratégica” do Festival para “o desenvolvimento das ciências sociais na região”. “Os territórios não se podem esgotar apenas nos recursos endógenos e materiais, devem também valorizar o que é imaterial por isso é importante criar espaços das artes criativas nomeadamente da literatura”, afirmou Fontainhas Fernandes. Do variado programa do Festival destacou-se a realização de ex-

posições, debates, mesas redondas e apresentação de livros, e ainda a visita dos escritores às escolas do Agrupamento Miguel Torga em Sabrosa e ao Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus, em Vila Real. Neste acontecimento foram apresentados os livros, “Era uma Vez, Um Homem” de João Nuno Azambuja, por António Ferreira, “Pelo Fundo da Agulha” de Antônio Torres, por Carlos Veiga Ferreira, “Para onde vão os gatos quando morrem” de Luís Cardoso (Timor), por António Ferreira, “Dormir com Lisboa” de Fausta Cardoso Pereira, novamente por António Ferreira, tendo sido inaugurada igualmente a exposição “Celebração”, de José Rodrigues e Raquel Rocha.

Projeto Aldeias Humanitar recebe o Alto Patrocínio do Presidente da República

O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa concedeu o seu Alto Patrocínio ao projeto “Aldeias Humanitar”, um reconhecimento que surge no momento em que projeto se prepara para se apresentar ao público, no próximo dia 19 de maio, em Sernancelhe. FOTO: DR

O Alto Patrocínio, que é uma chancela e um contributo do Presidente da República para a concretização de ideias que te-

nham o futuro de Portugal como elemento de base e primordial, reconhece a relevância do projeto “Aldeias Humanitar”, que tem

na sua base uma visão inovadora das áreas da Saúde e Social. Carlos Silva Santiago, presidente da Câmara Municipal de

Sernancelhe, um dos concelhos que recebe o projeto piloto do “Aldeias Humanitar”, a par com Penedono, encara com satisfação “saber que o Presidente da República reconhece este projeto como válido e importante para a Saúde e, acima de tudo, para as pessoas que vivem neste território”. Para Carlos Esteves de Carvalho, presidente da Câmara Municipal de Penedono, esta distinção é um “reconhecimento da importância do projeto ao nível da mais alta instância nacional, o que deve ser considerado, naturalmente, motivo de orgulho e um reforço no nosso empenhamento ao assumirmos este projeto”. Da direção do “Aldeias Humanitar”, Domingos Nascimento refere que o Alto Patrocínio “é um reconhecimento à relevância deste projeto, é uma motivação galva-

nizadora para que se continuem a construir caminhos inovadores para a sustentabilidade do nosso território, é um abraço de humanidade a todos os cidadãos que resistem orgulhosamente em viver no interior de Portugal”. O projeto Aldeias Humanitar tem como principal propósito levar cuidados de Saúde e Sociais aos cidadãos, estabelecendo um compromisso de saúde e bem-estar biopsicossocial em todo o ciclo de vida, mobilizando cidadãos, instituições e comunidade. O projeto piloto “Aldeias Humanitar”, que tem como instituição âncora a Santa Casa da Misericórdia de Sernancelhe, vai ser apresentado no Encontro Regional da Saúde e do Social, no próximo dia 19 de maio, em Sernancelhe, integrado na Expo Desporto e Saúde.


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Moimenta da Beira

Hospital de Viseu passa a tratar doentes renais da região norte do distrito

Após a revindicação manifestada junto ao Ministério da Saúde, pelo presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, José Eduardo Ferreira, os doentes renais dos concelhos de Moimenta da Beira, Penedono e Sernancelhe podem agora receber tratamento no Hospital de Viseu. FOTO: DR

dos para o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro. Aos olhos do autarca de Moimenta da Beira esta situação complicava a “vida e a saúde” das populações, uma vez que a rede de transportes públicos regulares para Vila Real não é uma realidade.

José Eduardo Ferreira reclamou e deu a conhecer a situação vivida nos três concelhos, por carta, junto do ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes. O ministro sensibilizou-se pela causa e acolheu, de forma positiva, ao protesto. FOTO: DR

Estas populações já recebiam tratamento no Hospital de Viseu em outras especialidades, como

a Cirurgia Geral e a Pneumologia. No caso da Nefrologia, que diz respeito ao sistema urinário,

em especial o rim, os doentes de Moimenta da Beira, Sernancelhe e Penedono eram encaminha-

VII Jornadas de Cidadania em Moimenta da Beira

Tem início no dia 18 de maio pelas 15 horas, mais uma edição das Jornadas de Cidadania organizadas pela Câmara Municipal de Moimenta da Beira. O programa inclui a apresentação de nove comunicações e a intervenção de 12 oradores nos três painéis. FOTO: DR

Moimenta da Beira, José Eduardo Ferreira e dois dirigentes de duas entidades públicas (CCDR Norte e Turismo de Portugal). Durante 50 minutos irão refletir sobre os desafios e oportunidades que se abrem no interior do país, principalmente nos

territórios de baixa densidade. O moderador será Vasco Ribeiro, professor e investigador da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, doutor em Ciências da Comunicação. O primeiro painel vai falar sobre os “Direitos e Proteção

das Crianças e Jovens”. O segundo, sobre o “Envelhecimento e Qualidade de Vida em Contexto Institucional”. Por fim, o terceiro painel irá abordar os “Desafios e Oportunidades no Interior. A entrada é livre a aberta a toda a comunidade. FOTO: DR

Vão estar presentes nas jornadas o ministro Adjunto Eduardo Cabrita, o reitor da Universidade

de Trás-os-Montes e Alto Douro, Fontaínhas Fernandes, o presidente da Câmara Municipal de


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Murça

FAV tem servido para marcar uma “posição” e recebe “cada vez mais pessoas” Decorreu de 5 a 7 de maio a 13ª edição da Feira do Azeite e do Vinho (FAV) no município de Murça. O principal objetivo do certame é dar a conhecer o azeite e o vinho da região, que são os elementos de maior produção do concelho, mas também outros produtos regionais. Na abertura do evento esteve presente o Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira. Texto e Fotos: Sofia Costa

> José Maria Costa, presidente da Câmara Municipal de Murça Os produtos mais representativos em termos de economia local são os reis da festa.O azeite e o vinho dão, por isso, nome ao certame. No entanto, ao longo dos treze anos de FAV têm-se verificado algumas alterações que enriquecem o evento murcense. Os expositores são agora mais variados e podem-se encontrar além do azeite e do vinho, outros produtos regionais tal como o mel, os queijos, as compotas, a pastelaria e o fumeiro. “Nem todos os expositores são aqui do concelho, mas também os que vêm de fora trazem uma mais valia, um knowhow maior à feira”, referiu o presidente da Câmara Municipal

de Murça, José Maria Costa. Durante a abertura oficial do evento, o edil sublinhou que estas “pequenas alterações que vão dando sempre um complemento maior” à FAV. A expectativa é “elevada” e José Maria Costa acredita que “todos os empreendedores e expositores que aqui estão vão sair daqui agradados com o que se passou nos três dias”. Luís Medeiros Vieira, presente na inauguração do evento, afirma que Murça está “ancorado em dois produtos de excelência”. O azeite e o vinho são produtos que têm “mostrado uma dinâmica notável em termos de desenvolvimento”. “O setor está excelente em

termos de dinamismo, os nossos agricultores acreditaram que era possível melhorar a agricultura, acreditaram que este é, efetivamente, um setor estratégico para o país”, sublinhou o Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação. Para os empreendedores e expositores, a FAV é vista como um meio de divulgação dos produtos regionais e a expectativa é que “que venham pessoas de fora para que essas também fiquem a conhecer o que aqui se produz”, referiu Elza, filha de produtores de azeite e de vinho. Para esta jovem empreendedora “os produtos daqui estão especiais, principalmente,

por serem do Douro que é uma região com muito boas caraterísticas a nível de clima e solo”, opinião que é partilhada por vários produtores da região. Eduarda Almeida é produtora de azeite e afirma que “as pessoas aderem aqui bem ao produto e no estrangeiro também”. A murcense tira proveito do azeite para fazer, artesanalmente, sabonetes que também são “muito procurados” por quem visita a feira. Para Nádia Campos, apicultora nos tempos livres, o certame é também importante para “angariar clientes”. A expectativa é “elevada” visto nunca ter feito “uma feira tão grande”. Para a produtora de mel, a FAV é “muito importante para a região” afirmando que “é uma área de divulgação”. “Nós estamos fechados em

> Nádia Campos produz mel e participa pela primeira vez na FAV

casa ou que tenhamos uma lojinha, ou já somos conhecidos e as pessoas vão lá ou então estão simplesmente abertos e ninguém conhece o produto”, remata Nádia Campos. O presidente do município constata que “estão a aparecer cada vez mais pessoas, é sinal que estão à espera que este evento aconteça”. Para José Maria Costa era importante ver melhorada a dinâmica entre os vitivinicultores de forma a embarcar, também, no exterior. Afirmou ao VivaDouro que “neste momento há aqui alguns empreendedores que, de facto, já estão em mercado estrangeiro”. Para o edil, este feito “significa que estão a fazer um bom trabalho, que estão a aproveitar bem os recursos e o seu produto cada vez é melhor para ganhar esse espaço na concorrência, que é muito forte.”

> Eduarda Almeida, produtora de azeite


VIVADOURO MAIO 2017 21

Murça

Murça realizou ação de esclarecimento acerca dos novos fundos comunitários

A ação teve lugar no dia 28 de abril no Centro Cultural de Noura, em Murça, e contou com a presença de vários habitantes com interesse neste tipo de ações de esclarecimento. “Esta ação de esclarecimento visa informar os agricultores e empresários para que possam usufruir destas mais-valias e com isto podermos contribuir para o empreendedorismo na nossa freguesia e concelho”, explicou Luís Alfredo Miranda, presidente

da União de Freguesias de Noura e Palheiros. Também José Maria Costa, edil de Murça, sublinhou a importância da atividade para que os agricultores “tenham oportunidade de obter alguns esclarecimentos para melhoraram as suas atividades uma vez que é necessário que estes pequenos empreendedores tenham uma grande informação acerca dos programas para retirarem o máximo proveito”, afirmou.

A cerimónia de entrega de prémios decorreu no passado dia 5 de maio, na sede da Microsoft Portugal, no Parque das Nações em Lisboa e foi presidida pelo secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel. FOTO: DR

A SPA Consultoria e a Associação para o Desenvolvimento Agrário Transmontano organizaram em parceria com o Município de Murça, a União das Freguesias de Noura e Palheiros, a Associação Cultural de Noura e a Junta de Agricultores do Vale da Ribeira de Noura uma ação de esclarecimento sobre os fundos comunitários no âmbito do Portugal 2020.

Câmara Municipal de Murça tem o melhor sítio de internet

O site da Câmara Municipal de Murça obteve o primeiro prémio, a nível nacional, no ranking global e duas menções honrosas em duas das quatro categorias do estudo.

Foi premiado como um bom exemplo a nível nacional, entre o conjunto das 308 autarquias avaliadas no estudo feito pela Microsoft Portugal e pela Universidade do Minho. PUB


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Freixo de Espada á Cinta

Primeira edição do Mercado Medieval “superou as expetativas” em Freixo de Espada à Cinta O Município de Freixo de Espada à Cinta realizou nos dias 6 e 7 de maio a 1.ª edição do Mercado Medieval que levou à vila milhares de visitantes ao longo de todo o fim-de-semana. Texto e Fotos: Salomé Ferreira

Francisco Marques Habitante “Já fazia falta assim um evento. Estou a gostar muito”

Freixo de Espada à Cinta recuou até à época Medieval, ao reinado de D. Dinis, com a realização de uma iniciativa enquadrada na aposta cultural levada a cabo pela autarquia, que consiste na realização de várias atividades ao longo do ano como forma de levar “mais visitantes” à vila. Maria do Céu Quintas, presidente da autarquia, vestiu-se a rigor e acompanhou, juntamente com o executivo, toda a cerimónia de abertura da 1.ª edição do Mercado Medieval, um evento que, segundo a edil, “já fazia falta em Freixo de Espada à Cinta”. “O evento correu muito bem, estou satisfeita, tivemos muitos participantes, as pessoas aderiram muito bem”, afir-

mou ao VivaDouro a presidente. Tendo como epicentro o Centro Histórico da vila e todo o património cultural que a vila tem para oferecer, o evento agradou os freixenistas que saíram à rua e se vestiram a rigor para acompanhar a viagem até à época Medieval. O Mercado Medieval levou até Freixo de Espada à Cinta milhares de visitantes ao longo dos dois dias do evento, sendo que mais uma vez o público espanhol voltou a ter uma forte presença. Continuando assim a “aposta no mercado transfronteiriço”. Nesta 1.ª edição participaram no mercado 60 expositores dedicados a diferentes atividades, nomeadamente a gastronomia, produtos

endógenos e o artesanato, com a participação de comerciantes provenientes de vários pontos do país. Também a Seda, a “rainha” que se distingue como marca única em Freixo de Espada à Cinta, marcou presença no evento, com Susana Martins, artesã há 15 anos, a trabalhar a seda “ao vivo” para que os visitantes possam entender um pouco mais acerca desta técnica artesanal. Do programa fizeram ainda parte diversas recriações históricas, espetáculos de fogo e danças medievais que fizeram as delícias dos visitantes.

Festival Internacional Literário é a próxima aposta em Freixo

Tendo como mote o poeta Guerra Junqueiro e como berço Freixo de Espada à Cinta, o município realiza de 1 a 3 de junho o Festival Internacional Literário. A vila manuelina vai ser assim o palco da cultura e da literatura ao longo de dois dias. O evento vai contar com a participação de vários escritores de renome nacionais e internacionais, atores, jornalistas, entre outros. Ruy de Carvalho, Isabel Alçada, Mário Zambujal, Nuno Rogeiro, Luís Sepúlveda e Mário Cláudio são alguns dos nomes que vão marcar presença no evento. Para além disso, vão ainda participar Agrupamentos de Escolas e Colégios, nomeadamente de Salamanca e Genebra.

Júlio Garcia Habitante “Gosto muito deste tipo de eventos”

Alice Madeira Comerciante

> A Seda voltou a estar em destaque no evento

> Participaram 60 expositores nesta 1.ª edição

“Enquanto comerciante acho muito importantes estas atividades”


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24 VIVADOURO MAIO 2017

Vários Concelhos

Empresa Vouga Tintas comemorou Bodas de Prata A empresa Vouga Tintas, situada no Parque Industrial de Coimbrões, em Viseu, celebrou no passado dia 22 de abril 25 anos de atividade.

> Rui Ferreira, Cristina Duque, Almeida Henriques, Francisco Duque, Vitor Duque e Rui Duque A data foi assinalada com um evento onde marcaram presença vários clientes e amigos, bem como o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques, Rui Ferreira, Presidente da Junta de Freguesia de Bodiosa e ainda o pároco de Bodiosa.

Fundada no ano de 1992 por Francisco Duque Santos e Filhos – Vítor, Cristina e Rui Duque – a Vouga Tintas Indústria & Comércio de Tintas, Ld.ª cria, fabrica e comercializa uma vasta gama de tintas e vernizes, apostando continuamente na inovação e no design, assegurando

produtos de excelência com foco no atendimento personalizado e satisfação das necessidades individuais de cada cliente. A criação da empresa é o resultado de 40 anos de experiência na atividade de produção e comercialização de tintas, na cidade do Porto,

do seu sócio fundador. As primeiras instalações, em Oliveira de Cima na freguesia de Bodiosa-Viseu, marcam a primeira fase da Vouga Tintas. Com a entrada no mercado externo no ano de 1999 e para dar resposta às exigências dos mercados e às preocupações ambientais inerentes à

atividade, a Vouga Tintas, Investe na aquisição de novas instalações, no Parque Industrial de Coimbrões – Viseu e em novos equipamentos para o processo produtivo e laboratório. Após o processo de reestruturação, em 2003 a empresa procedeu à implementação do Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001, consolidando a sua estratégia de expansão de mercado e fidelização dos clientes. Apostando na inovação, em 2007, a Vouga Tintas foi uma das primeiras empresas nacionais a colocar no mercado um novo conceito de tinta aquosa para fachadas - Plaslite Hydro - utilizando a tecnologia Emulsified Binding System (E.B.S.), em cooperação com o maior fabricante de resinas de pliolite - Eliokem. Com fortes perspetivas de alargamento dos mercados, a Vouga Tintas reforça a sua estratégia de Internacionalização, assente em valores como a competência, seriedade e transparência.

Valpaços realiza o 1.º Simpósio Ibérico sobre Lugares Rupestres A Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes (CVRTM) e a Associação dos Viticultores de Trás-os-Montes (AVITRA) com o apoio da Câmara Municipal de Valpaços realizam o Simpósio Ibérico sobre Lagares Rupestres que irão decorrer entre os dias 26, 27 e 28 de Maio de 2017. De acordo com a organização do evento “no concelho de Valpaços existe a maior concentração de lagares rupestres, identificados no país, evidenciando que neste território a cultura da vinha já era uma importante e próspera atividade nos primeiros séculos da nossa era, cujo vinho produzido já não seria unicamente para consumo local mas, também com fins comerciais”, explicaram em nota de imprensa. Sobre este tipo de lagares, que se encontram em vários locais da Península Ibérica, “sabe-se muito pouco pelo que se entendeu oportuno levar a cabo nos dias 26, 27 e 28 de Maio o 1º Simpósio sobre Lagares Rupestres, envolvendo académicos, arqueólogos, historiadores, enólogos, enófilos e viticultores,

promovendo-se a troca e divulgação de conhecimentos não só sobre estes lagares mas, também, sobre as vinhas e o tipo de vinho que consumiam os nossos antepassados”, acrescentou a organização do evento. Com o objetivo de se promover este Simpósio, no passado mês de setembro realizou-se uma lagarada num lagar rupestre, na aldeia de Santa Valha, com pisa a pé, cujas uvas foram colhidas numa vinha velha, tendo a fermentação e armazenamento ocorrido separadamente numa barrica de madeira e talha de barro. Estes dois tipos de vinho (fermentados em barrica e talha) serão consumidos pelos participantes neste encontro.


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Mesão Frio| V. N . Foz Côa

Memorial de homenagem aos combatentes na guerra do Ultramar inaugurado em Mesão Frio

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Mesão Frio inaugurou um memorial de homenagem aos combatentes na guerra do Ultramar, durante as celebrações do 25 de abril.

inauguração do memorial, onde colocou uma coroa de flores e tornou pública uma placa onde constam os onze nomes dos militares do concelho de Mesão Frio, que faleceram ao serviço de Portugal, no Ultramar.

‘Festival do Vinho do Douro Superior 2017’ celebra-se em Foz Côa de 19 a 21 de Maio

A cidade de Vila Nova de Foz Côa vai receber pelo sexto ano consecutivo o ‘Festival do Vinho do Douro Superior’ (FVDS). O “palco principal”, no que toca aos vinhos, sabores e à música, vai estar montado no EXPOCÔA - Centro de Exposições de Vila Nova de Foz Côa, mas a animação, essa, estende-se à cidade. FOTO: DR

Celebrar o carácter e singularidade dos vinhos do Douro Superior é o objetivo deste evento, que contará com a presença dos melhores produtores desta sub-região e inúmeras atividades ao longo dos três dias. O programa oficial do evento contempla

o habitual ‘Concurso de Vinhos do Douro Superior’ e o anúncio dos respetivos resultados, assim como um Colóquio, subordinado este ano ao tema “Um Rio de Patrimónios, da Foz à Nascente”. Ao vinho juntam-se os sabores, que estarão presentes nos stands e espaços de restauração do evento, a representar iguarias de Vila Nova de Foz Côa, mas também dos concelhos circundantes: Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Meda, São João da Pesqueira, Torre de Moncorvo e Vila Flor. Recorde-se que a quinta edição, que decorreu em Maio de 2016, foi visitada por cerca de 7.000 pessoas. O evento contou com a presença de 60 stands de vinhos e dez ligados aos sabores e gastronomia local.

FOTO: DR

FOTO: DR

Em respeito aos combatentes da guerra, foi celebrada uma missa, na igreja de Santa Cristina na presença dos familiares dos militares já falecidos. Alberto Pereira, presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio procedeu à


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V. N . Foz Côa|S. J. Pesqueira

Centro de Alto Rendimento do Pocinho vence prémio de arquitetura do Douro

O Centro de Alto Rendimento do Pocinho, projetado pelo arquiteto Álvaro Fernandes Andrade e situado no concelho de Vila Nova de Foz Côa, foi o vencedor do Prémio de Arquitetura do Douro. FOTO: DR

O galardão foi entregue no passado dia 18 de abril pelo ministro da Cultura, Luís Filipe

Castro Mendes, durante uma cerimónia realizada em São João de Tarouca, quando se assinalava

o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. João Paulo Sousa, vereador

do município de Foz Côa, sublinha que este prémio é “muito importante para o concelho” uma vez que “é um edifício que está construído em termos de sustentabilidade e concebido em termos de mobilidade o que é uma mais-valia para a região e para o território”, afirmou ao VivaDouro, sublinhando ainda que “em cinco edições deste prémio Vila Nova de Foz Côa venceu três vezes”. A Adega Alves de Sousa (Santa Marta de Penaguião), do arquiteto Belém Lima, e o Espaço Miguel Torga (Sabrosa), projetado pelo arquiteto Souto Moura, receberam menções honrosas. Na edição de 2016/2017 do Prémio de Arquitetura do Douro concorreram 20 intervenções, entre adegas, unidades de alojamento turístico, museus e edifí-

cios de serviços. O prémio bienal procura distinguir e promover boas práticas de arquitetura realizadas na região após a inscrição do Alto Douro Vinhateiro na Lista do Património Mundial da UNESCO, a 14 de Dezembro de 2001. Lançado há 10 anos pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, o concurso dirige-se a intervenções de construção, conservação ou reabilitação de edifícios ou conjuntos arquitetónicos, bem como intervenções de desenho urbano em espaço público, feitos depois da classificação. A última edição deste prémio, correspondente aos anos 2013/2014, foi ganha pelo Museu do Côa, também situado em Vila Nova de Foz Côa, dos arquitetos Camilo Rebelo e Tiago Pimentel.

São João da Pesqueira recebeu III Feira das Profissões O Agrupamento de Escolas organizou em parceria com o PI+PA 3G e a Câmara Municipal a III Feira das Profissões, que se realizou no dia 26 de Abril de 2017, nas instalações da Escola Básica e Secundária de S. João da Pesqueira. FOTO: DR

Esta Feira destinou-se essencialmente a estudantes do ensino secundário, interessados em compreender e conhecer alguns dos possíveis percursos acadé-

micos e o mundo profissional, nomeadamente tomarem conhecimento e contacto com algumas profissões que permitam no futuro a sua integração no mercado

de trabalho. “Foi uma excelente oportunidade para os alunos tirarem dúvidas, com os diversos expositores presentes no evento”, afirmou a

organização. Durante esta feira, os alunos do ensino secundário, também participaram em workshops temáticos com a empresa Inspiring Future, onde foram abordadas temáticas relacionadas com o acesso ao ensino superior, dicas para entrevistas de emprego e conse-

lhos sobre empreendedorismo, entre outras. Nesta 3ª Edição da Feira das Profissões, foram cerca de 30 stands que marcaram presença, constituídos por Universidades, Institutos Politécnicos e vários profissionais provenientes das diversas áreas de formação.


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Lamego|Armamar

Aniversário da Misericórdia de Lamego debateu o futuro do setor social A Misericórdia de Lamego promoveu um debate nacional sobre a sustentabilidade futura das misericórdias portuguesas para celebrar o 498º aniversário da sua fundação. O evento contou com a colaboração institucional da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego. FOTO: DR

O encontro juntou provedores de todo o país, para além do Presidente da União das Misericórdias e do Diretor do Centro Distrital de Viseu do Instituto da Segurança Social, com o objetivo de partilhar ideias para garantir que estas organizações continuem na vanguarda da proteção e do desenvolvimento das comunidades onde se situam. “Encontramo-nos num mo-

mento difícil em termos da sustentabilidade económica financeira de boa parte das nossas instituições, pois se por um lado, as despesas crescem, nomeadamente as despesas com pessoal, por outro lado, as receitas estagnam, dado que já há vários anos que os valores dos acordos estabelecidos com a Segurança Social não têm qualquer aumento”, explicou à audiên-

cia o Provedor da Misericórdia de Lamego, António Marques Luís. Durante a sua intervenção, Marques Luís esclareceu em pormenor o andamento dos principais projetos que a instituição que dirige tem neste momento. Revelou, em primeiro lugar, que foi concluído recentemente o licenciamento do Lar de Idosos de Arneirós e lançado o concurso público para adjudicar a sua requalificação “muito em breve e iniciar a obra, resolvendo um problema que nos atormentava e preocupava e que estava há vários anos por resolver”. Em seguida, destacou que também já foi concluído o projeto de reabilitação da Ilha Amarela, na cidade do Porto, e obtido o licenciamento junto da Câmara Municipal do Porto, pelo que dentro de pouco tempo será lançado o concurso público para a obra, “contri-

buindo duma forma, muito importante, para a reabilitação de uma zona profundamente degradada, num complexo moderno, duma residência universitária, bem integrado arquitetonicamente, que dignificará o nome da Santa Casa e que lhe proporcionará um bom rendimento futuro, tão importante para sua sustentabilidade”. Por último, adiantou, que “após intensas e difíceis negociações”, foi alcançado um acordo com a ARS Norte e com administração do Centro Hospitalar de Trás os Montes e Alto Douro, que em breve será assinado, que permitirá que esta Misericórdia seja “ressarcida dos valores que nos eram devidos”, relativos às rendas em atraso da ocupação do antigo Hospital de Lamego. A terminar, revelou em primeira mão que já chegou a um acordo com um grupo de médi-

cos nefrologistas portugueses com vista ao aluguer duma parte destas instalações para a abertura de uma clínica de hemodiálise. “Temos uma visão para esta instituição, qual seja, a de a levar a ser, uma instituição de referência e de excelência, na prestação de cuidados nas diferentes áreas em que atua, a custos economicamente comportáveis e sustentáveis, num ambiente de trabalho que permita o desenvolvimento pessoal e profissional dos seus colaboradores e que seja uma alavanca do crescimento económico e social do nosso concelho”, enfatizou. A programação do dia encerrou com a realização, na Igreja das Chagas, de uma missa evocativa, celebrada por D. Jacinto Botelho, Bispo Emérito da Diocese de Lamego, e acompanhada pelo Coro desta Misericórdia.

Armamar lembrou os que perderam a vida no Ultramar

A cidade de Lamego voltou a promover o maior evento de arte equestre realizado na região do Douro: a Grandiosa Feira de Santa Cruz. De 28 de abril a 3 de maio, este certame cheio de tradição ofereceu um programa de grandes iniciativas, no qual o cavalo foi o centro de todas as atenções.

Em Armamar as comemorações dos 43 anos sobre a revolução do 25 de abril tiveram como momento alto a homenagem aos Armamarenses que perderam a vida nas ex-colónias de Angola, de Moçambique e da Guiné.

FOTO: DR

Nesta edição destaca-se mais uma vez a realização das populares Corridas de Passo Travado – Concurso Único, Prémio “Rufino Rilhado”, bem como a Corrida de Galope Amador. Ao longo destes dias, a beleza ímpar do mundo equestre esteve em destaque em mui-

tas outras ocasiões, nomeadamente no Concurso de Salto de Obstáculos, na Gala Equestre - Miguel Fonseca, nos desfiles e passeios de charretes e na demonstração de equitação clássica, a cargo de Jorge Teixeira. Os milhares de aficionados que por estes dias visitaram a cidade de Lamego tiveram ainda muito mais para admirar: a tradicional Feira Anual, uma noite de fados no emblemático Teatro Ribeiro Conceição com a presença de artistas locais e regionais e aulas de equitação abertas à população na Av. Dr. Alfredo de Sousa. Conhecida popularmente por “3 de Maio”, a Feira de Santa Cruz, uma iniciativa organizada pela Câmara Municipal de Lamego, em parceria com outras instituições, visa valorizar a arte equestre e promover o convívio e a boa disposição entre a população.

FOTO: DR

Mundo equestre mostrou-se em Lamego na Feira de Santa Cruz

O mesmo grupo de homens que o ano passado fez erguer um monumento de homenagem aos ex-combatentes completou-o agora com duas placas contendo os nomes e a data em que tombaram os seus camaradas. Este momento contou com a presença de algumas dezenas de ex-combatentes, do presidente da Câmara Municipal e seu Executivo e das representações, como já havia sucedido no ano passado, dos núcleos de

Matosinhos e de Lamego da Liga dos Combatentes. Ao início do dia realizou-se também a já tradicional cerimónia do hastear da Bandeira Nacional, primeiro no edifício da Câmara Municipal e depois na Junta de Freguesia de Armamar, entidade organizadora das comemorações. O dia completou-se, quer da parte da manhã quer da tarde, com provas desportivas dinamizadas pela autarquia.


28 VIVADOURO MAIO 2017

Vários Concelhos|Opinião

Balanço positivo para o primeiro ano do Túnel do Marão

O Túnel do Marão foi, num ano de existência, atravessado por cerca de 3,85 milhões de veículos, o que corresponde a uma receita de 7,5 milhões de euros. FOTO: DR

A empreitada foi concluída pela Autoestrada do Marão e corresponde ao prolongamento da A4 de Amarante a Vila Real. Com

5,6 quilómetros de distância, o Túnel do Marão abriu ao trânsito a 8 de maio de 2016, aproximando o Interior do país do Litoral.

maior túnel rodoviário da Península Ibérica, desde a sua inauguração. Cerca de 12%, deste total, diz respeito ao tráfego de veículos pesados.

O valor da receita de portagens nesta autoestrada, no período compreendido entre maio de 2016 e abril do presente ano, remonta aos 7,5 milhões de euros.

Segundo dados fornecidos à agência Lusa pela Infraestrutura de Portugal (IP) mais de 3,85 milhões veículos atravessaram o

Inovação e melhoria na eficiência energética

Luís Calaim Técnico da CONFAGRI

SCOOPE - Projecto Europeu para cooperativas agro-industriais sobre eficiência energética. A importância da inovação no setor

agrícola e florestal em Portugal é fundamental para que este se mantenha competitivo e sustentável, de forma a satisfazer a crescente procura mundial de alimentos mediante o uso de recursos limitados. Devem ser colocados à disposição dos agricultores ferramentas ativas para desenvolver um setor agrícola e florestal competitivo e sustentável, capaz de enfrentar a crescente procura de alimentos e a necessidade do aumento de produção. Aliado a estes desafios, a poupança energética é fundamental, não reduzindo a produção final, mas reduzindo o consumo energético e o valor a pagar pelo mesmo. No âmbito de um programa europeu, Horizonte 2020, a CONFAGRI – Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal CCRL, numa parceria com outras organizações cooperativas, ,está a desenvolver um trabalho sobre a eficiência energética na Agro-industriao qual é coordenado pelas Cooperativas Agro-alimentarias de Espanha. Além das Cooperativas Agro-alimentarias

e da CONFAGRI, estão envolvidas a Coop de France e as organizações de cooperativas Italianas, Gregas, Suecas e Dinamarquesas. Estão ainda envolvidos no projecto algumas Universidades e Institutos de investigação que trabalham em eficiência energética. Este projecto sucede ao Projecto TESLA, em que a CONFAGRI também esteve envolvida, alargando o âmbito do projecto TESLA a outros sectores. Enquanto este se focou nas centrais hortofrutícolas, adegas, fábricas de rações e lagares de azeite, o SCOOPE desenvolve-se noutros sectores, nomeadamente o sector leiteiro, sector das carnes, dos concentrados de fruta e da secagem e armazenamento de cereais.O projecto envolve 81 empresas agro-industriais europeias de raiz cooperativa e tem como objectivo alcançar poupanças no montante de 85 GWh anuais. Um segundo objectivo do projecto, que o torna um projecto inovador, é a criação de umclusters de cooperativas que terão a oportunidade de colaborar entre si na gestão dos seus consumos energéticos. A CONFAGRI

está a trabalhar em rede com um conjunto de cooperativas (8), de diversas regiões do país, Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo e Alentejo, implementando este projecto, e os seus resultados médios serão públicos e apresentados em várias sessões pelo país, assim como online no próprio site www.scoope.eu

O Douro sabe bem.


VIVADOURO MAIO 2017 29

Opinião

Um Compromisso com o Futuro da Região

António Fontainhas Fernandes Reitor da UTAD

Historicamente, a Universidade de

missos do programa de ação para os

aposta na qualidade da educação e na

volver novas ideias e produtos, novos

Trás-os-Montes e Alto Douro teve, na

próximos anos passa pelo reforço do

qualidade de vida dos estudantes. Os

serviços e processos, gerando benefícios

génese da sua criação, o desenvolvimen-

papel da Universidade no desenvolvi-

estudantes devem ser o epicentro da

ao nível económico e social.Este compro-

to económico e social da Região, e do

mento regional,reforçando,desta forma,

Universidade, envolvendo um ensino

misso articula-se com a valorização do

Douro em particular. A tomada de posse

os motivos que estiveram nagénese da

universal vocacionado para competên-

conhecimento,devendo a investigação de

de uma nova equipa reitoral gera novas

sua criação. A Universidade deve afir-

cias favoráveis às mudanças tecnológi-

dimensão ter impacto no território.Este

expetativassobre o desempenho da Uni-

mar o seu papel no desenvolvimento

cas e à inovação, à capacidade criativa,

desígnio exige a aposta em redes colabo-

versidade, enquanto elemento central

da Região, garantindo uma maior in-

à afirmação da autonomia pautada por

rativas entre as unidades de investigação

do crescimento económico da Região.

teração com o tecido económico e so-

elevados valores éticos. Neste domínio

e o mundo empresarial, para aumentar e

Naturalmente, a complexidade da en-

cial, em articulação com a estratégia de

importa também encontrar alterna-

diversificar o financiamento competitivo,

volvente das Universidades exige a imple-

especialização inteligente. Esta estra-

tivas para as conhecidas variáveis de-

dando resposta aos desafios da Região.

mentação deumprograma de ação coeren-

tégia exige uma abordagem transdis-

mográficas, cujo impacto se vai acen-

Em síntese, a estratégia da Uni-

te com os recursos, a estrutura e a cultura

ciplinar e sistémica dos problemas do

tuar nos territórios, ditos desafiantes.

versidade passa pelo reforço da in-

da Universidade, mas simultaneamente

território, valorizando e potenciando

A aposta na investigação de di-

teração do sistema científico com a

deve dar resposta aos anseios da Região.

os seus recursos materiais e imateriais.

Assim, um dos principais compro-

Um outro compromissoassenta na

mensão

outro

economia do território, permitindo

compromisso,contribuindo para desen-

global,constitui

um

afirmar o compromisso com a Região.

Homenagem aos antigos dirigentes e funcionários do IVDP

Manuel de Novaes Cabral Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP)

Homenagear aqueles que nos

de Vinho do Porto, “que se traduz na

– legando-nos assim a mais antiga região

precederam significa, acima de tudo,

agremiação, também obrigatória, de

vitivinícola demarcada e regulamen-

O que fazemos hoje é resulta-

dar valor a uma instituição que, ao longo

todos os que se dedicam ao comércio

tada do mundo, que agora comemora

do da visão, do trabalho e da paixão de

dos seus 84 anos de existência, prestou

de exportação” (cit. Dec. Nº 22.461).

os seus 260 anos. Sabemos ainda que,

muitas pessoas. Desde logo, de todos

relevantes serviços à Região Demarca-

Em boa verdade, a história viti-

como já disse, nos anos de 1932 e 1933

aqueles que descobriram as potenciali-

da do Douro (RDD), ao sector do vi-

vinícola da Região é bem antiga, sendo

foram criadas as três organizações que

dades vitivinícolas deste território, desde

nho – com o Vinho do Porto em lugar

documentadamente anterior à ocupação

hoje, depois de devidamente adaptadas

a antiguidade aos monges de Cister, mas

cimeiro – e, consequentemente, ao país.

romana do território. Para o que nos in-

à ordem constitucional e administrati-

também das gerações e gerações de tra-

Data de 10 de Abril de 1933

teressa hoje, sabemos que a primeira re-

va vigente, têm a responsabilidade de

balhadores que desbravaram arduamen-

o Decreto nº 22.461, através do qual

ferência a “Vinho do Porto” data apenas

velar pela política vitivinícola da RDD.

te as montanhas para as transformar nes-

é criado o então denominado Institu-

de 1619, mas referindo vinhos que eram

Ao longo destes anos, 10 per-

tes “jardins suspensos” (Jaime Cortesão)

to do Vinho do Porto (IVP) que, em

exportados … do porto do Porto. Sabe-

sonalidades presidiram aos destinos

que hoje nos maravilham, daqueles que

2003, foi transformado no actual Insti-

mos que os “homens-bons” da região

desta Casa, dirigindo equipas que se

todos os dias trabalharam e trabalham

tuto dos Vinhos do Douro e do Porto,

pediram e o governo, através do futuro

distinguiram, como se distinguem

nas terras, nas empresas ou no Instituto

I.P. (IVDP, IP). No ano anterior, 1932,

Marquês de Pombal, Sebastião José de

hoje, pela excelência do seu trabalho,

às novas gerações que se dedicam e que

tinha sido criada a Casa do Douro, que

Carvalho e Melo, consignou em letra de

pela competência, pelo profissiona-

investem neste território – território este

representava então “a sindicalização

forma a criação da Companhia Geral da

lismo e pela dedicação com que de-

que teve e tem esta impressionante ca-

obrigatória dos produtores” e, em 1933,

Agricultura das Vinhas do Alto Douro,

sempenharam e desempenham a sua

pacidade de apaixonar aqueles que nele

é criado o Grémio dos Exportadores

noutro dia 10, mas de Setembro de 1756

missão. Equipas que deixaram marcas

metem as mãos e aqueles que o visitam!

do Património Mundial da UNESCO.

e que hoje inspiram o nosso trabalho.

Parcerias de Douro/Duero Uma

Ricardo Magalhães Vice-Presidente da CCDR-N

confissão

prévia.

Quem

que se materializou com a instalação de

gráfica como também o potencial desa-

acompanha as atividades da Missão

um marco de xisto “Feitoria da Alma”,

fio de se promoverem em conjunto. Seja

De novo nos salta à vista a im-

Douro da Comissão de Coordena-

em Laguna, uma povoação de Duruelo

pela partilha e complementaridade de

portância de se implementarem ati-

ção e Desenvolvimento Regional do

de la Sierra, em plena Serra de Urbion.

roteiros turísticos, seja, em suma, pela

vidades conjuntas. Com um denomi-

Norte (CCDR-N) sabe que, por aqui,

É mais do que simbólica a colo-

promoção conjunta dos seus atributos.

nador comum. Estamos seguros que

somos feitos de parcerias, de asso-

cação de uma réplica em Espanha dos

Outro reflexo do trabalho em rede

essa opção trará mais benefícios do

ciações, de vontades comuns. Nos

marcos também instalados nos mu-

e que envolve o Alto Douro Vinhateiro

que um trabalho de promoção isola-

últimos dias, ficou de novo compro-

nicípios portugueses do Alto Douro

prende-se com a reunião que juntou os

do. No caso, o caminho teve início em

vado que no nosso território, sem dis-

Vinhateiro, território classificado pela

15 gestores portugueses de sítios Patri-

2014 com objetivos de partilhar ex-

criminar ninguém, sabemos trabalhar

UNESCO como Património da Hu-

mónio Mundial, realizada no passado

periências de gestão de património e

em equipa, alimentando o potencial

manidade. Neste caso, a peça inclui

dia 8 de maio a bordo de um barco

de apelar à nossa inteligência coletiva.

de redes e de programas integrados.

informação sobre todo o traçado do

entre o cais do Pinhão e o do Pocinho.

Das mais-valias que esta Rede trará

Começámos por ir à nascente do

rio Douro, desde Duruelo até ao Porto,

O encontro começou com os par-

ao Alto Douro Vinhateiro, a curto pra-

nosso rio e à origem onde a cooperação

numa extensão aproximadamente de

ticipantes a contemplarem hipnotiza-

zo, será a promoção do turismo susten-

se percebe entre a Liga dos Amigos do

1.000 quilómetros, e identifica todos

dos a magnífica paisagem das encostas

tável a nível nacional e internacional.

Douro Património Mundial (LADPM) e

os municípios ribeirinhos da AIMRD.

vinhateiras. A sessão foi produtiva e

Em síntese, creio que concordamos

a Associação Ibérica dos Municípios Ri-

Em causa está não só a aliança das

serviu para definir o plano de trabalhos

que é preciso combater certas fraque-

beirinhos do Duero/Douro (AIMRD),

comunidades locais desta bacia hidro-

até ao final do ano da Rede Nacional

zas com o enriquecimento cultural.


30 VIVADOURO MAIO 2017

Opinião

Douro Sul é a nossa Marca!? e geomorfológicas, únicas! A fundamental identificação de uma unidade política e administrativa - mesmo não sendo CIM (Comunidade Intermunicipal ) será provavelmente sempre uma Associação de Municípios e certamente uma Associação de vontades da sociedade civil! Na realidade Somos: Marginais no Porto e Norte que tem feito um excelente trabalho mas que não consegue fazer muito por todos, para nós muito pouco eficaz na promoção para o mercado interno. Importantes neste Douro mais alargado mas ainda sem adequada organização que congregue; Muito e pouco próximos das Beiras, ligação que muitos de nós nunca quererão perder. Na verdade estamos: No melhor dos lugares do mundo! Numa região de produções

agrícolas de incomparáveis características; com produtos agroalimentares de excelência, alguns são mesmo Premium. Indiscutivelmente temos: Cidades e vilas com identidade, História e qualidade de vida! Líderes diferenciadores e com atitude. Considerável diversidade territorial. Dinâmica autárquica e institucional relevante.

Precisamos: De uma marca forte, identificável, atrativa para o turismo e para o investimento inovador, mas também sedutora para as pessoas, consistente e agregadora! Saberemos fazer: Do Douro Sul a Marca - a nossa marca comum para este território fantástico! Vamos a isso? Douro Sul A cidade que se impõem! FOTO: DR

Domingos Nascimento

“Não consumimos produtos, mas sim a imagem que temos deles” Douro Sul é certamente a marca umbrella que facilmente identifica esta região e que a projetará por razões muito positivas. Sem qualquer preocupação técnica, diria que esta é a Marca que ajuda a minimizar algumas dificuldades sentidas todos os dias pelos cidadãos e pelas organizações. Resolve: A necessária localização geográfica instantânea - Douro do lado Sul! A associação a um contexto territorial - O Douro Vinhateiro e património da Humanidade. A escala para a eficácia comunicacional - cada concelho comunicaria por si e por todos. A promoção de uma identidade regional - que abrace estes concelhos aqui resguardados, carregados de história, riqueza natural, patrimonial e características climáticas

O que ter em conta na compra do seu óculo de sol

Optometrista

olhos, em conjunto com a degração da camada do ozono, vai resultar num alto incremento de cataratas (factor desencadeante de uns 20 milhões de casos de cegueira anual), assim como outras patologias como conjuntivites, úlceras epitileais, degenerações corneais e retiniais, edemas maculares são alguns exemplos de complicações que deverá evitar.

O principal conselho dos profissionais para os óculos de sol, devem ser adquiridos numa óptica, porque estão feitos especialmente com filtros de radiação UV adequados, existem categorias de 0 a 4, mas normalmente o mais comum é a 3. Tambem é recomendado ter o minimo de exposição solar possivel e estar sempre atento

à informação de percentagem de radiação UV que é divulgada pelos meios de comunicação. Assim, para escolher o óculos de sol o mais seguro e recomendado é comprar numa óptica especializada em que não terá qualquer dúvida sobre a qualidade da mesma e que são garantia de uma proteção total.

FOTO: DR

Dr. Patricia Vaz

Hoje em dia, por uma questão de moda ou compra de oportunidade, tem-se verificado que nos chegam às ópticas muitos óculos adquiridos em establecimentos ou locais que não são credênciados nem especializados para a venda de óculos de sol. O que pode sair caro na saúde ocular. Uma vez que este tipo de material (não são lentes com filtros UV) não protegem os nossos olhos e ainda intensifica a entrada dos raios solares, as lentes mais escuras criam um efeito de “câmara escura” que dilata a pupila, e a carência de filtros para a radiação UV, faz com que os olhos fiquem mais expostos à radiação, pior do que não tivesse os óculos colocados. A radiação requer protecção em todas as idades e sobretudo a pessoas mais sensiveis, como crianças e idosos, que devem usar óculos de sol adequados às suas necessidades. Nos olhos a radiação proveniente do sol afecta a conjuntiva, córnea, cristalino e até mesmo a retina, podemdo causar danos irreversíveis. Acção da radiação UV nos


VIVADOURO MAIO 2017 31

Lazer RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO

Sudoku VivaDouro

Piada de bolso: Dois alentejanos foram à caça.

Escola de Hotelaria e turismo do Douro - Lamego

A dado momento um deles olha para cima e vê um homem a fazer asa delta.

Salmão a Vapor

O caçador puxa da espingarda, faz pontaria à asa delta e pum! Dispara.

120g salmão 50g courgette 50g espinafres 50g cenoura 20g alho francês Chá: camomila, preto e verde 1 unid. pau de canela 1 unid. estrela de ani 5g hortelã 2g salsa Q.b Azeite, sal, pimenta

- Ó compadre... Pergunta o outro! Que pássaro era aquele!? - Ó compadre, eu cá não sei, mas que o sacana largou o homem que levava, eu vi. - Lelo Libras

Preparação: Courgette e cenoura na mandolina; Aro quadrado + cortar os legumes; Tabuleiro + papel vegetal + azeite, sal e pimenta= repetir processo= Vapor 8 min; Retirar a pele ao salmão e corar; Fazer a infusão; Saltear os espinafres + triturar com q.b de infusão; Mergulhar o salmão na infusão, tapar com película e repousar 5 min; Fritar folhas de salsa + alho francês em juliana; Empratar;

Desafio VivaDouro

solução

solução:27


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