Jornal_VivaDouro_ed100_jun23

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CANDIDATURAS ABERTAS | 2023’24

Licenciaturas | Mestrado Integrado | Mestrados | Doutoramentos | Pós-Graduações | MBA, nas seguintes áreas:

Arquitetura e Urbanismo | Multimédia e Artes | Direito e Solicitadoria | Relações Internacionais e Diplomacia | Economia | Gestão | Marketing | Engenharia e Gestão Industrial | Engenharia Informática | Sistemas de Informação | Psicologia | Educação | Turismo e Hospitalidade | Património e Cultura.

Entrevista Exclusiva

“Nesta região há iniciativas que se realizam num município, mas são de toda a região, isso também existe em outros locais, mas mesmo em regiões de vinho, e eu conheço todas, não tem o mesmo peso”

“Uma maioria absoluta supõe uma responsabilidade absoluta e um maior controlo do Presidente da República”

Págs. 4 a 6

CAMINHO DOS VINHOS DO TÁVORA-VAROSA ESPECIAL

NO

VivaDouro faz-se à estrada pelos caminhos da região Távora-Varosa para lhe dar a conhecer alguns dos melhores néctares desta região vinícola. Apostada essencialmente na produção de espumantes, os vinhos tranquilos têm vindo a crescer de produção. Acompanhe-nos nesta viagem e fique a conhecer produtores e vinhos desta região.

> Pág.37

Ano 8 - n.º 100 -JUNHO 2023 |
Preço 0,01€ Mensal Pág. 26
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Diretor: Miguel Almeida | Dir. Adjunto: Carlos Almeida
O
C M Y CM MY CY CMY K
Nunca me passou pela cabeça a dissolução da Assembleia da República

Editorial

SUMÁRIO:

Destaque

Páginas 4 a 6

Região

Páginas 8, 20, 21 e 29

Sabrosa

Página 9

Santa Marta de Penaguião

Estimados Leitores, Poucas pessoas associam o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que é celebrado a 10 de Junho todos os anos ao longínquo ano de 1580, data da morte de Luis Vaz de Camões e ao Anjo Custódio de Portugal. Este é também o dia da língua portuguesa, dos cidadãos e das Forças Armadas.

As comemorações deste dia são organizadas pelos serviços da Presidência da Républica, sendo, portanto, um dos momentos de maior visibilidade publica do Presidente da República e um momento em que todos os políticos de Portugal, especialmente aqueles que têm responsabilidades governamentais dizem presente nas cerimónias oficiais.

Não se estranha que o Presidente da Républica aproveite a ocasião para procurar promover Portugal, fazendo-o de uma forma muito inteligente, procurando que as comemorações tenham impacto externo e interno.

É por isso que no ano em que a região do Douro é a Cidade Europeia do Vinho a escolha da Régua como ponto principal das comemorações tem vários sentidos, bem como também o têm as metáforas utilizadas no discurso do Presidente, que conseguiu que Portugal inteiro e especialmente que a comunicação social baseada na longínqua capital procurasse avidamente saber o que é uma "poda" e como se faz para "podar".

A atenção que a comunicação social dos órgãos de informação nacionais dedica aos problemas da interioridade e aos problemas da efetiva desertificação dos territórios deprimidos do interior a que chamam carinhosamente "territórios de baixa densidade" como se a densidade fosse o único fator a ter em conta no que toca ao desenvolvimento humano e à qualidade de vida das pessoas e como se estes territórios estejam condenados à densidade que quem governa acha que têm é muito próxima de zero.

Por isso, iniciativas como as comemorações do 10 de Junho no interior de Portugal são de saudar e de aplaudir, mesmo quando as podas são o assunto principal e o que devia ser o essencial acaba por não ser o centro principal das atenções.

Sim, porque apesar do vinho do Douro, apesar das Amêndoas do Douro, apesar das Castanhas do Douro, apesar do Azeite do Douro, apesar do Turismo do Douro e apesar de todos os fantásticos fatores endógenos de desenvolvimento, este só é possível se os fundos existentes forem de facto canalizados e dirigidos para os investimentos que fazem potenciar o interior e para aqueles que permitem estabelecer industrias, instalar agricultores, desenvolver a transformação dos produtos e acrescentar valor áquilo que é natural e bom.

Para isso, além das podas que se perceberam, é preciso cuidar das outras podas. É preciso que o estado desenvolva muito mais os sistemas administrativos e de controlo para que sejam ágeis e rápidos. É preciso que o desenho dos projetos e dos concursos de apoio sejam pensados pela região e para a região. É preciso que a sua aprovação ou decisão seja rápida, eficiente e justa. É preciso que os promotores façam a sua parte, investindo conforme prometeram. É preciso que o estado saiba monitorizar e controlar o que está a ser feito e se está adequado aos objetivos. E é preciso saber encerrar devidamente os projetos. O que é raro acontecer. Porque é normal olharmos para avisos de abertura que foram desenhados para realidades completamente diferentes e que não são aplicáveis na nossa região. Porque é normal os promotores estarem mais de um ano após a submissão à espera de respostas. Porque é normal que os investimentos a fazer sejam diferentes passados anos do planeamento original e é normal a total incompreensão dos serviços pelas alterações necessárias.

E é normal planear-se pouco dinheiro para os avisos que são muito concorridos. Ou seja onde se poderia investir com garantias. E não. ○

PRÓXIMA EDIÇÃO

12 DE JULHO

Página 10

Alijó

Páginas 11 e 23

São João da Pesqueira

Página 12

Freixo de Espada à Cinta

Página 14

Carrazeda de Ansiães

Páginas 15 e 26

Entrevista

Páginas 16 e 17

Moimenta da Beira

Página 18

Mesão Frio

Página 19

Armamar

Página 22

Reportagem

Páginas 24 e 25

Murça

Página 28

Vila Nova de Foz Côa

Página 30

Penedono

Página 31

Peso da Régua

Lamego

Página 35

Especial Távora-Varosa

Página 37

Opinião

Páginas 2, 31 e 36

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POSITIVO

O Ministro das Infraestruturas, João Galamba assumiu o lançamento do concurso público referente ao troço Marco de Canaveses – Régua, na primeira semana de junho

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NEGATIVO

As intempéries que se fizeram sentir nos últimos dias do mês de maio causaram elevados prejuízos na agricultura da região, especialmente em vinhas e pomares de macieira.

Fontaínhas Fernandes

Celebrar o Douro

O Douro foi o palco das celebrações do dia de Portugal, tendo sido escolhido como figura para representar os durienses João Nicolau de almeida, uma personalidade ímpar da região cujo conhecimento está indelevelmente ligado à evolução do Douro nas últimas décadas; um exemplo de um percurso ligado à matriz do Douro: o vinho e o território.

Inspirando-me nas palavras de António Barreto “O Douro é vinho…. O vinho é no Douro, a memória de todos, o fio condutor de gerações”. O vinho está presente, de modo indelével, nas consciências e nos sentimentos. Está na paisagem! Está no quotidiano! Está no território!

Hoje, o Douro está no mapa mundial dos vinhos de excelência, do património mundial e dos destinos turísticos de qualidade, graças a empresários como Nicolau de Almeida. Contudo, o histórico encravamento geográfico do Douro, torna difícil apagar a sua condição de território periférico e marginal, face aos centros mais dinâmicos. Esta condição, associada a um processo generalizado de esvaziamento demográfico e de envelhecimento, tem agravado as disparidades de desenvolvimento económico e social e coloca desafios de peso para o futuro.

Na sua intervenção sublinhou os principais desafios do Douro, apelado para um programa de ciência e inovação que garanta a sustentabilidade do setor dos vinhos, reclamou mudanças numa administração política burocratizada e distante dos problemas da região, bem como no IVDP que deve ser um instrumento agregador dos agentes da Região e mobilizador de projetos mobilizadores.

Indubitavelmente, o Douro precisa de políticas que promovam investimentos, que criem e fixem valor, de investimentos que assentem na inovação, criem emprego e promovam a atração e fixação de população. Mas, precisa também de projetos que envolvam e comprometam todos os atores regionais e, acima de tudo, de instituições ativas e catalisadoras de projetos mobilizadores.

Acredito firmemente que é no conhecimento e na inovação, que assenta o Futuro de qualquer região e, do Douro, em particular. Colocar o conhecimento e a inovação no topo das prioridades coletivas, é uma ambição que requer grande convergência de esforços, devendo envolver empresas, universidades, poderes públicos e a sociedade em geral.

Da articulação entre educação, investigação e inovação, poderão surgir novos motores de crescimento económico, que estimulem a criação de riqueza, ao mesmo tempo, promovam a inclusão social e a sustentabilidade do Douro. ○

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2 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | ABERTURA |
Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT Professor Universitário Liga dos Amigos do Douro Património Mundial

Presente na cidade de Peso da Régua para as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deu uma entrevista em exclusivo ao jornal VivaDouro onde falou da região do Douro e abordou algumas polémicas da política nacional.

local para ser o centro destas celebrações. É certo que houve atividades espalhadas pelos diferentes municípios, mas escolheu-se o Peso da Régua e percebe-se porquê. Esta é a região da Dona Antónia Ferreirinha que, no seu tempo, unificou o que era possível unificar. O vinho, hoje, também significa essa união.

Isto chamou igualmente à atenção dos estrangeiros que há muito tempo têm o apelo do Douro, de muito português que, certamente, não sendo de cá vai passar a vir cá explorar o que não conhecia. Permitindo à região dar mais passos em frente.

O facto do Douro ser Cidade Europeia do Vinho contribuiu para a sua decisão?

Estamos a comemorar mais um 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades: porquê a escolha de Peso da Régua para as celebrações deste ano?

Eu tentei explicar isso no meu discurso. Este 10 de junho é muito inovador e uma das razões para tal é porque, pela primeira vez, não houve uma Cidade Europeia do Vinho, mas 19 municípios que ao mesmo tempo foram escolhidos para receber essa distinção. Algo único. Antes nunca houve, assim como nunca houve um 10 de junho celebrado, simultaneamente, não só numa cidade, mas em toda uma região como no Douro. Nunca antes tinha havido a escolha de uma região com uma homogeneidade como esta, em que é o vinho que introduz coesão neste território.

Este é um território coeso. Há desigualdades, certamente, mas há mais semelhanças do que diferenças. Essas semelhanças são a interioridade profunda muito ligada à agricultura, que depois teve componentes que surgiram como o turismo ou o aprofundamento da cultura. Tem uma raiz histórica única que se materializa na expressão do vinho. Isto é muito novo na Europa e em Portugal, é uma rutura. É difícil voltar ao estilo antigo, mas também não será fácil evitar regressar à realização destes eventos nas capitais de distrito, de uma forma rotativa.

Isto foi tão estranhamente novo que os portugueses ficaram um pouco surpreendidos. Depois de escolhida a região era preciso escolher um

Sem dúvida, foi um fator determinante porque unificou municípios, criou um espírito solidário tão grande que se pode dizer que não é normal no nosso país.

Não sendo normal, e eu estou à vontade para o dizer - até porque as minhas raízes paternas são também do interior, de terras de Basto - que, havendo unidade, não se revela como aqui, com esta potência que se vê no Douro.

“ESTE É UM TERRITÓRIO COESO. HÁ DESIGUALDADES, CERTAMENTE, MAS HÁ MAIS SEMELHANÇAS DO QUE DIFERENÇAS”

Esta é a região da Dona Antónia Ferreirinha que, no seu tempo, unificou o que era possível unificar, o vinho hoje também significa essa união.

Considera que a cerimónia ficou manchada quer pelas vaias ao ministro João Galamba, quer pelos protestos dos professores?

Note bem o seguinte: todos os 10 de junho, bem como no 5 de outubro ou no 25 de abril, houve protestos, fossem da educação, da saúde ou de ou-

tros setores. A democracia é isso, é aqueles que por razões que consideram de luta justa, aproveitarem momentos de antena e de encontro para, em primeiro, encontrarem aqueles que consideram ser os alvos dos seus protestos e, em segundo, para levarem a mais gente aquilo que são as suas reivindicações.

Isso aplica-se às popularidades ou impopularidades de cada momento, portanto, é a história da democracia, é a história do confronto de opiniões.

Há uma unidade no essencial, que deve haver, e apelei a essa unidade, mas depois o pluralismo e a diversidade são

próprios da democracia, senão era uma ditadura.

Antes de regressarmos ao Douro, ainda sobre as questões relacionadas com o ministro João Galamba: esteve na sua cabeça a dissolução da Assembleia da República?

Não. Naquele instante e até hoje nunca me passou pela cabeça. Tinha ponderado os prós e os contras e tinha considerado que o preço era demasiado elevado para aquilo que pudesse justificar uma decisão dessas.

O prato da balança do dever era mais pesado do que o do haver, portanto tal nunca me passou pela cabeça.

4 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | DESTAQUE |

Para o país, a decisão que tomou era a melhor?

Para o país esta era a melhor solução: chamar à atenção para aquilo que eu considerava que era fundamental em termos de Governo, e o porquê. Mas, ao mesmo tempo, esclarecer que isto não implicava deitar o jogo abaixo com eleições para a Assembleia da República.

É evidente que, tendo havido uma divergência de visões, pela primeira vez, sobre uma matéria de fundo no julgamento de uma situação política, implica para o futuro uma maior atenção, um maior acompanhamento já de alguma maneira suposto existindo

uma maioria absoluta. Uma maioria absoluta supõe uma responsabilidade absoluta e um maior controlo do Presidente da República.

Tem dito muitas vezes que é um Presidente vigilante: é assim que se vai manter?

Não só vou continuar como vou intensificar se for necessário.

Voltemos novamente ao Douro. Um dos problemas desta região é a desertificação que está na origem de outros problemas como a falta de mão-de-obra ou a ausência de serviços do Estado, por exemplo. O que é que pode ser

feito para mudar esta realidade?

Tudo aquilo que combata a partida de pessoas e possa fixar os mais novos.

Em primeiro, haver condições sanitárias atrativas. Têm vindo a melhorar, mas é importante que melhorem ainda mais no futuro.

Uma educação atrativa modificou muito o Douro, por exemplo, o papel da universidade e dos politécnicos nas áreas em que a desertificação teria sido muito pior.

Depois, atividades económicas. O vinho é apenas uma componente, embora decisiva, de outras atividades, como é evidente nas várias dimensões

do turismo e que são cada vez mais importantes: ambiental, cultural, gastronómica, etc. Temos também as atividades industriais e comerciais ligadas ao futuro, fixação de novos setores, tecnologicamente mais avançados que podem ser espicaçados pelo problema das alterações climáticas. Continuar a fazer vinho, mas haver centros tecnológicos mais avançados que atraiam jovens investigadores, nacionais e estrangeiros.

Obviamente que não pode-

O Douro tem um espirito gregário que é maior. Nesta região há iniciativas que são do município A ou B, realizam-se num município mas são de toda a região, isso também existe em outras regiões, mas mesmo em regiões de vinho, e eu conheço todas, não tem o mesmo peso.

mos esquecer os acessos que são fundamentais. Durante muito tempo um problema para a região era a falta do túnel e era o problema da ferrovia ter sido a grande sacrificada do investimento que foi feito, e que teve de ser feito, na rodovia.

O Presidente já esteve nos 19 municípios da CIM Douro. O que significa esta região para si?

O Douro tem um espírito gregário que é maior. Nesta região há iniciativas que são do município A ou B, realizam-se num município, mas são de

JUNHO 2023 | VIVADOURO | 5 | DESTAQUE | ”

regiões de vinho, e eu conheço todas, não tem o mesmo peso.

Há muitos alentejos diferentes, assim como no Algarve, na antiga Estremadura ou na região norte litoral, contudo não têm o grau de homogeneidade que leva a que, cada vez que me convidam para um acontecimento no Douro, seja sempre com a presença de toda a região.

Está sensivelmente a meio do seu último mandato, considerava-se um homem feliz se no final tivesse quais problemas resolvidos?

Gostaria de ter resolvidos meia dúzia de problemas que não dependendo da minha ação tenho feito força para que se resolvam.

Quanto à saúde, a transição de um modelo que estava a precisar de reforma para um novo modelo de gestão do SNS. Está em curso, o caminho é por aí mas tem que ser rápido.

Depois na educação, ir um pouco mais longe no ensino superior proporcionando a todas as ins-

Nas infraestruturas gostava que houvesse uma decisão sobre o aeroporto de Lisboa e sobre a TAP, que houvesse o avanço da ferrovia.

tituições aquilo que algumas têm conseguido afirmar com alguma facilidade, não deixando para trás as que possam ter mais dificuldades sobretudo financeiras.

No ensino em geral há vários problemas a resolver que espero ver resolvidos, a transição geracional dos professores, a avaliação do esquema de organização que existe e o conseguirmos acompanhar permanentemente os avanços que há lá fora.

Nas infraestruturas gostava que houvesse uma decisão sobre o aeroporto de Lisboa e sobre a TAP, que houvesse o avanço da ferrovia e que a habitação conhecesse avanços, no terreno, iminentemente visíveis para começar a resolver os problemas mais prementes que se colocam.

Além disto, que já é muita coisa, gostava que a democracia fosse uma democracia forte. Isto significa que os protagonistas políticos, económicos e sociais estivessem renovados. Em alguns casos essa renovação é mesmo necessária. Que a

comunicação social fosse mais forte, não tivesse os problemas económicos e financeiros que a podem fragilizar, e que houvesse uma proximidade maior entre governados e governantes.

Parece-lhe possível isso?

Tem que ser, os próprios têm que fazer pela vida. Se não fazem pela vida há vazios e os vazios em política são sempre preenchidos por alguém. Gostaria que o sistema político português fosse um sistema forte em 2026.

Esta é também a centésima edição do Jornal VivaDouro, pedimos-lhe uma mensagem para os nossos leitores.

Uma mensagem muito simples: leiam esta imprensa porque ela tem que viver, não basta apenas a história que tem atrás de si.

É fundamental, cá dentro, pela tal proximidade entre as pessoas e aqueles que dão voz às sua reivindicações; e, lá fora, nas nossas comunidades, para

manterem a ligação às suas raízes.

Há muito tempo que uma das coisas com que me preocupo é tanta dessa imprensa estar a morrer ou estar em crise. E isso só depende de cada um e cada uma que vive nessa região: ler e participar. Se o não fizerem não há milagres.

Aquilo que são bastiões de defesa deste interior profundo devem ficar mais fortes, depende dos leitores. ○

Texto: Miguel Almeida miguel.almeida@vivadouro.org

Fotos: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org

6 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | DESTAQUE |
“É evidente que, tendo havido uma divergência de visões, pela primeira vez, sobre uma matéria de fundo, no julgamento de uma situação política, implica para o futuro uma maior atenção, e um maior acompanhamento”

Em 2001, o Alto Douro Vinhateiro conquistou a classificação de Património Mundial da UNESCO. Hoje, queremos homenagear os verdadeiros autores desta paisagem única, premiando as boas práticas agrícolas e ambientais dos viticultores durienses. Com o Prémio Vinha Douro, vamos distinguir o equilíbrio entre as soluções de inovação e a preservação de materiais e práticas tradicionais. Para que nas linhas das nossas encostas continue a escrever-se uma história de valor e sucesso.

CANDIDATURAS ATÉ 30 DE JULHO

EM PREMIOVINHADOURO.PT Cofinanciamento:

Colaboração:

PORTUGAL 2030: QUE OPORTUNIDADES PARA O DOURO?

O início de um novo período de programação de fundos europeus, foi o mote do segundo debate de um ciclo promovido pela Liga dos Amigos do Douro Património Mundial. Foi realizada uma reflexão sobre as oportunidades para dar resposta aos problemas complexos do Douro.

Desta forma, a Liga continua a contribuir para uma reflexão sobre os temas centrais que se colocam ao seu desenvolvimento. Os oradores convidados e o debate suscitado sublinharam os problemas específicos do Douro e a necessidade de os instrumentos de política serem ajustados a esta especificidade e de as soluções envolverem a sociedade civil.

A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, considerou que a mudança do território começa no próprio território. A título de exemplo, referiu que o sonho da linha do Douro será possível porque a sociedade se uniu e mobilizou. Miguel Cadilhe, complementou, sublinhando o papel da Liga na petição enviada à Assembleia da República em defesa da linha do Douro enquanto projeto estruturante para a Região.

A Liga dos Amigos do Douro Património Mundial deu continuidade ao ciclo de debates em torno dos grandes desafios do Douro, escolhendo como tema “Portugal 2030: Que Oportunidades para o Douro?” O presidente sublinhou o papel da Liga, enquanto associação de intervenção cívica, o reforço do seu posicionamento ciente da sua responsabilidade enquanto representante da sociedade civil. A Liga tem contribuído para a salvaguarda, preservação e valorização dos atributos de Património Mundial do Alto Douro Vinhateiro, conforme reconhecimento da UNESCO. Apelou a que os durienses estejam à altura das responsabilidades e contribuam para cumprir o Douro, mantendo uma atitude pró-ativa e responsável na preservação do seu valor universal.

O presidente do município da Régua e da Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM), José Manuel Gonçalves, enumerou alguns projetos estruturantes para a CIM no domínio das estruturas viárias, como a linha ferroviária do Douro e a navegabilidade do Douro. Apelou a que os montantes previstos para a qualificação da ligação ferroviária entre o Marco de Canavezes e a Régua, desviados para outros projetos ferroviá-

rios, voltem a ser contemplados no próximo ciclo de fundos estruturais. Referiu a importância da concertação da política local de natureza intermunicipal valorizando a nova figura das comunidades intermunicipais entendendo que a área territorial que lhe corresponde deveria ser mais valorizada e a base de uma nova circunscrição para fins eleitorais.

A intervenção do presidente da CCDR do Norte, António Cunha, incidiu em dois grandes desafios para o Douro. Por um lado, é essencial pensar soluções para responder ao cenário de alterações climáticas e, em particular, de um uso eficiente da água como bem escasso. Por outro lado, a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento económico que se tradu-

za na criação de valor e na consequente redistribuição social. A nova estrutura legal das CCDR acabou de ser promulgada pelo Presidente da República sendo as direções regionais de agricultura integradas nas CCDR, o que representa uma oportunidade para novas políticas de natureza regional que terão reflexos positivos para o Douro. No período de debate, Luís Ramos fez um balanço do Portugal 2020 e salientou a dimensão do investimento, que tem sido eminentemente público (central e local) havendo pouco investimento privado. Os investimentos de maior vulto continuam a ser canalizados para a viticultura e o turismo o que pode revelar que os instrumentos disponíveis para apoio à atividade privada po-

necessidade de se apostar em investigação aplicada, dando como exemplo a seleção de castas mais adaptadas às alterações climáticas. Referiu ainda que o Douro deve ser o destino das receitas que gere, designadamente do vinho, tendo em vista criar reputação dos seus produtos e marcas. Miguel Cadilhe fez um enquadramento sobre as variáveis que condicionam o desenvolvimento do Grande Vale do Douro reforçando a quebra demográfica e o modelo centralista reinante, apresentando indicadores que mostram que Portugal está bem no plano municipal, contrastando com o nível regional. Reforçou que a “sociedade civil” deve ter um papel relevante e, em particular no Douro, tratando-se de um bem cultural coletivo que tem valor de uso económico, mas que tem de ser devidamente preservado numa perspetiva intergeracional. Reforçou as propostas feitas pelo “Movimento pelo Interior”, nomeadamente um regime contratual de investimentos cujas propostas infelizmente tiveram pouco eco político. Defendeu a conceção de programas integrados, incluindo incentivos fiscais e financeiros que compensem os custos de contexto, bem como a disponibilidade de capital de risco.

dem não estar adequados à restante realidade socioeconómica do Douro, o que deve ser tido em conta no próximo período de programação. Há uma excessiva preocupação com a execução financeira e menos com o cumprimento dos objetivos. Sobre o atual fenómeno dos movimentos imigratórios, que se manifesta silenciosamente e sem regulação, recomendou que haja políticas de enquadramento e soluções de acolhimento de forma a evitar que possam suscitar conflitualidade social.

Sandra Tavares da Silva falou em nome dos jovens empresários no Douro e sublinhou entre os principais desafios a quebra demográfica que assola a região e o reflexo na atração de mão-de-obra qualificada e a

O debate foi encerrado pela Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que salientou a importância da chancela UNESCO para a Região, a qual deve ser aproveitada e preservada, no sentido de criar valor no Douro, com a subsequente redistribuição social. Frisou que a mudança do território começa no próprio território. A título de exemplo, referiu a aposta na linha do Douro que considera ser a “obra do desassossego” que será possível graças à mobilização dos durienses e o apoio dos autarcas.

O próximo debate deste ciclo será dedicado ao Turismo Sustentável, e terá lugar no Museu do Douro a 30 de setembro, com a presença do Secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda. Embora o número de visitantes no Douro não suscite os problemas e condicionalismos registados noutros bens inscritos na lista do Património Mundial da UNESCO, a evolução registada nos últimos anos exige antecipar estratégias para a sua sustentabilidade, sempre na perspetiva de preservação dinâmica e intergeracional do Bem. ○

8 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | REGIÃO |

ANTÓNIO RAMINHOS ENCHE AUDITÓRIO MUNICIPAL

DE SABROSA NUMA CONVERSA SOBRE SAÚDE MENTAL “E SE...”

No passado dia 3 de junho, o humorista António Raminhos encheu o Auditório Municipal de Sabrosa ao falar sobre Saúde Mental, numa conversa descomplicada e esclarecedora com profissionais da área. Raminhos, voz ativa na desmistificação desta temática, partilhou que desde pequeno lida com ansiedade e perturbação obsessiva-compulsiva (POC). O seu testemunho, num tom descontraído e com o seu humor característico, cativou o público que, entre gargalhadas, tomou consciência de que a saúde mental é tão válida como qualquer outra área de saúde, que é real, e que necessita de

tratamento como qualquer outra doença. Esta iniciativa, promovida pelo CLDS 4G Sabrosa com o apoio do município, contou com a presença de dois profissionais da área, Dulce Maia, Médica Psiquiatra e Diretora do Serviço de Psiquiatria do Centro Hospitalar De Trás-Os-Montes E Alto Douro (CHTMAD) e Eduardo Fernandes, Psicólogo Clínico e Psicoterapeuta, que trabalhou em Sabrosa durante vários anos.

Em conjunto com o artista, estes profissionais especializados, abordaram questões pertinentes sobre o tema, tais como, o estigma das doenças mentais, os sintomas associados, a di-

CASA DO “FADISTA MANASSÉS” DOADA PELA FAMÍLIA AO MUNICÍPIO DE SABROSA

A casa do Fadista Manassés - Manassés Lacerda Botelho, em Sabrosa, foi doada pelos seus familiares à Câmara Municipal de Sabrosa. A escritura de doação foi realizada no passado dia 18 de maio na presença da Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, e dos herdeiros de António Josias de Lacerda Ramada, familiares do criador do estilo de fado que ficou célebre na primeira metade do séc. XX, “Fado Manassés”, e atuais proprietários da mesma. O prédio urbano agora doado está situado na Rua de S. Roque, na freguesia e concelho de Sabro-

SABROSA RECEBE A 25 DE JUNHO A 3.ª EDIÇÃO DO BTT

PELO REINO MARAVILHOSO

O 3.º BTT Pelo Reino Maravilhoso acontece já no próximo dia 25 de junho, e traz consigo a 5ª Prova da Associação Regional de Ciclismo de Vila Real - ARCVR Taça Regional XCM, a única prova escolhida, pela primeira vez, para consagrar o vencedor da Taça Regional de XCM “Basílio Angélico”, em homenagem a um dos principais fundadores da ARCVR.

Para além desta prova, decorrerá ainda a 5ª Prova do Open de Meias-Maratonas e o Passeio de BTT, em três percursos diferentes, dos quais, a Maratona com 63 Km, a Meia-Maratona com 45 Km e o passeio curto com 33 km, onde os participantes terão a oportunidade de desfrutar dos percursos mais desafiantes e maravilhosos do concelho de Sabrosa.

O Parque BB King será o palco da partida de todos os atletas, que no “Reino Maravilhoso” terão vários reforços alimentares e várias experiências gastronómicas, terminando a prova com a entrega de prémios e o almoço convívio entre todos.

Nesta 3.ª edição espera-se que todos os participantes tenham uma experiência única, com provas desafiantes a nível técnico e físico, rodeados de paisagens durienses arrebatadoras ao longo de todo o percurso.

O evento é organizado pelo município de Sabrosa, pela ARCVR, e pela AllBikeExperience.

Marque na sua agenda, dia 25 de junho todos os caminhos vão dar ao Reino Maravilhoso - Sabrosa. ○

sa, e terá, no futuro, fins de utilização e valorização cultural para benefício da população Sabrosense, mantendo na sua fachada a placa com referência ao cantor Manassés de Lacerda, salvaguardando as condições acordadas pelas partes para a oficialização desta doação. Para além disso, é pretensão da Câmara Municipal de Sabrosa concretizar também aí um Espaço Memória à vida e obra de Manassés de Lacerda, dando a conhecer publicamente o seu importante trabalho realizado através da cultura.

O “filho” ilustre da vila de Sabro-

ficuldade que ainda existe na nossa sociedade em pedir ajuda, o estigma da medicação, a importância da compaixão e empatia, entre outras.

Este espetáculo foi um espaço de partilha onde todos puderam ouvir as vivências de Raminhos, identificando-se até com algumas delas, tendo a oportunidade de interagir tanto com o humorista como com os profissionais convidados. Estiveram presentes a Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, o Vice-presidente Câmara Municipal, Martinho Gonçalves, o Vereador António Araújo e a Coordenadora do CLDS 4G Sabrosa, Filipa Mourão.○

sa, Manassés de Lacerda, foi um grande compositor e cantor que gravou dezenas de discos e deu a conhecer as partituras dos seus fados, tornando-se um ícone da canção de Coimbra, pelo seu estilo e performance.

A Câmara Municipal de Sabrosa agradece publicamente, na pessoa da Presidente da Câmara Municipal, a doação efetuada e o gesto agora concretizado por parte dos Herdeiros de António Josias de Lacerda Ramada que, desta forma, estão a enriquecer e salvaguardar o património cultural da vila e concelho de Sabrosa. ○

FESTA DO SOLSTÍCIO DE VERÃO ESTÁ DE REGRESSO À ALDEIA DE GARGANTA

A Festa do Solstício de Verão, com a organização da Associação de História e Arqueologia de Sabrosa e o município de Sabrosa, está de regresso à aldeia de Garganta e à Necrópole Medieval das Touças, na Freguesia de São Martinho de Anta - Sabrosa, e tem data marcada para os próximos dias 20 e 21 de junho.

A festa que dá as boas-vindas ao verão num local mágico e único do concelho de Sabrosa tem como ponto alto o solstício de Verão, e contempla um programa recheado de muita animação pela noite fora.

Inicia dia 20 de junho, pelas 20h00, com a abertura pelo grupo A Trouxa Mouxa - Gaiteiros de Vila Real, junto ao Pólo Arqueológico de Garganta, e prossegue com momentos como o

jantar nas tasquinhas com comida nos potes, a atuação da Filandorra - Teatro do Nordeste (Animação de rituais Celtas “jogos de amor, casamentos e divertimentos”), o Grupo Tradicional Andarilhos, a Queimada

e Esconjuro, a Caminhada Temática para a Necrópole Medieval das Touças, o Grupo Eye Color Dreams, o Teatro “Na Senda do Druida” e o tão aguardado momento que acontece pelas 05h30, a observação do solstício de verão.

O evento único e memorável terminará com uma visita guiada ao sítio arqueológico das touças e com uma caminhada até ao Pólo Arqueológico de Garganta, que os visitantes terão oportunidade de conhecer. Associado a esta festa está ainda o Primeiro Encontro AHAS Sabrosa 2023 - História, Arqueologia, Património Cultural e Comunicação, que decorrerá no auditório municipal de Sabrosa, com um programa variado que pode ser consultado em www. sabrosa.pt ○

JUNHO 2023 | VIVADOURO | 9 | SABROSA |

E FORÇAS ARMADAS” EM SANTA MARTA DE PENAGUIÃO

No seguimento das comemorações do 10 de junho - Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, e no âmbito da iniciativa “Portugal e Forças Armadas”, o Município de Santa Marta de Penaguião recebeu, no seu Auditório Municipal, no passado dia 5 de junho, segunda-feira, cerca de 150 alunos do 12º ano dos concelhos de Sabrosa, Mesão Frio, Alijó e Peso da Régua, e respetivos professores.

Para que os alunos pudessem ter uma visão geral do que são as Forças Armadas Portuguesas, estiveram presentes o Diretor de Finanças da Força Aérea, Major-General David Gaspar, o Comandante da Zona Marítima do Norte, Capitão de Mar e Guerra Silva Rocha, e o Comandante do Regimento de Infantaria nº 13, Coronel de Infantaria Hélder

Félix. Cada um deles apresentou a sua especialidade e partilhou a sua experiência, a sua missão, os desafios sentidos numa vida dedicada ao país, e a razão que os levou a ingressar nas Forças Armadas Portuguesas. Foram partilhados vídeos sobre a Marinha, o Exército, a Força Aérea e o Estado-Maior-General das Forças Armadas. Durante a sessão da manhã, esteve presente também o Major-General António Cavaleiro, que dirigiu sábias palavras a todos os presentes, sobre a capacidade e dádiva que todos temos de “ser aquilo que quisermos”. Um dia repleto de conhecimento e emoção, onde se realçaram os valores da Disciplina, Lealdade, Honra, Integridade e Coragem. ○

ATIVIDADES DE ANIMAÇÃO E DE APOIO À FAMÍLIA – AAAF

O Município de Santa Marta de Penaguião teve sempre como uma das suas prioridades a Educação, razão pela qual, atualmente e já há vários anos, disponibiliza vários serviços gratuitos à comunidade escolar e, mais concretamente, às famílias, como sendo as Atividades de Enriquecimento Curriculares – AEC, as Atividades de Animação e Apoio à Família – AAAF, os transportes escolares a todos os alunos desde o pré-escolar até ao 12º ano de escolaridade, os livros de fichas a todos os alunos do 1º ao 9º ano de escolaridade que frequentam o Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião e as refeições aos alunos do pré-escolar.

Dinamiza, em períodos específicos, férias ativas para as crianças e jovens do concelho, também gratuitamente, sendo todas as refeições, transporte e atividades asseguradas na totalidade pelo Município. Em suma, o concelho de Santa Marta de Penaguião pode orgu-

lhar-se de ser um dos poucos que pode usufruir de todos estes serviços a custo zero para as famílias.

Neste seguimento, e atento às necessidades das famílias com crianças em idade pré-escolar, e uma vez que esta faixa etária não pode ainda ser inte-

grada no campos de férias “Férias Ativas”, o Município, este ano, decidiu dar continuidade às Atividades de Animação e Apoio à Família - AAAF durante o mês de julho, assegurando que todas as crianças da educação pré-escolar, com idades compreendidas entre os 3 e os 6

anos que frequentam os Jardins de Infância do Agrupamento de Escolas, terão um acompanhamento privilegiado, com várias atividades, muita diversão e boa-disposição. Pretende-se, assim, oferecer mais um serviço de qualidade às nossas crianças e suas famílias. ○

10 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | SANTA MARTA DE PENAGUIÃO |
“PORTUGAL

ALIJÓ EM FESTA A PARTIR DE SEXTA

COM A FEIRA DOS VINHOS E SABORES DOS ALTOS

O Município de Alijó volta a receber a Feira dos Vinhos e Sabores dos Altos - a mais importante montra de divulgação dos vinhos e sabores do planalto duriense, que vai ter lugar a partir de sexta-feira, dia 16, até domingo, 18 de junho, no Parque da Vila, em Alijó. Bárbara Bandeira, HMB e Luís Represas garantem a animação do evento.

"Este é um outro Douro que damos a conhecer, onde os vinhos brancos protagonizam um papel de destaque e que é menos divulgado e reconhecido na região. Queremos alterar este paradigma, o Douro, principalmente a cotas mais elevadas, consegue colocar no mercado vinhos de excelência, de grande qualidade e com uma personalidade única", refere José Rodrigues Paredes, Presidente da Câmara Municipal de Alijó.

Os Vinhos dos Altos incorporam e transmitem a paixão dos seus produtores, vertida em cada vinho. Representam uma

conjugação equilibrada entre paixão e trabalho, entre respeito pela tradição e criatividade. "Alijó tem acolhido, nos últimos anos, uma nova geração de produtores com uma identidade muito própria que ousou criar vinhos que fogem ao perfil habitual do Douro. São produtores que estão instalados no Planal-

to de Alijó, uma zona mais fresca do Douro que, durante muito tempo, esteve fora do radar", acrescenta o autarca. De 16 a 18 de junho vão marcar presença 50 produtores de vinho, de pequena, média e grande dimensão, que produzem ou têm as suas unidades de produção e engarrafamento no Con-

celho de Alijó. Também presentes vão estar alguns expositores de produtos locais, nomeadamente azeite, pão, bola de carne, mel e frutos secos, que vão dar a conhecer o potencial da região neste certame que atrai milhares de visitantes de vários pontos da região. No âmbito do projeto Luta Ati-

va contra o Granizo, a Câmara Municipal de Alijó apresenta a 16 de junho, na abertura da edição de 2023 da Feira, o novo sistema anti granizo para proteger as vinhas. O novo método deverá estar instalado em menos de um ano. O investimento é de 1,2 milhões de euros e vai transformar o granizo em água, impedindo desta forma prejuízos avultados na vinha e nos olivais.

Ao longo dos três dias do evento, os visitantes que terão oportunidade de conhecer de perto os nossos produtores, assim como desfrutar de um vasto programa que inclui provas comentadas de vinhos, palestras, showcooking dedicado a tapas e petiscos de polvo galego, numa zona de restauração preparada para receber os visitantes e muita música.

À semelhança de anos anteriores, realiza-se o Concurso Escolha de Imprensa Vinhos dos Altos, dirigido a profissionais, que irá eleger os melhores vinhos dos produtores presentes na Feira. ○

JUNHO 2023 | VIVADOURO | 11 | ALIJÓ | HMB 16 JUN LUÍS REPRESAS 18 JUN BANDA FILARMÓNICA DE SÃO MAMEDE DE RIBATUA BÁRBARA BANDEIRA
JUN -financiado po 16 A 18 JUN ALIJÓ
17

FESTA DE S. JOÃO

A festa popular de São João da Pesqueira é um evento anual que celebra o padroeiro da vila, São João. Durante dois dias, 23 e 24 de junho, S. Joao da Pesqueira ganha vida com uma atmosfera de alegria e animação.

As festividades começam com as tradicionais marchas populares, onde grupos locais se reúnem para desfilar na Praça do Marquês, vestidos com trajes coloridos e animados pela música tradicional, com a apresentação no dia 23 de junho das marchas Séniores e a Concurso, a cargo do conhecido apresentador “João Baião”, já no dia 24 de junho será a vez de “Marcos Pinto” e “Ana Marques” apresentarem as marchas Infantis

e Futuro.

Além das marchas, este evento apresenta uma variedade de artistas, com atuações no dia 23 de junho do cantor “Saúl” e dos Dj´s “Cromos da Noite”, no dia

seguinte (24 de junho), a festa continua com a animada dupla musical dos “Némanus” e com o “Dj Maxsense”, que vão animar o público com música ao vivo e ritmos contagiantes pela noite

COMEMORAÇÕES - 10 DE JUNHO

dentro.

Outra das principais atrações da festa são as famosas tasquinhas de São João, onde é possível saborear as típicas sardinhas assadas, um prato tradicional e

- INICIATIVA “PORTUGAL E FORÇAS ARMADAS”

No âmbito das Comemorações do dia 10 de junho - Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, realizou-se no dia 6 de junho, no Cineteatro de S. João da Pesqueira, a iniciativa "Portugal e Forças Armadas", com a participação de cerca de 350 alunos, do 12° ano, dos concelhos de Armamar, Moimenta da Beira, S. João da Pesqueira e Tabuaço e respetivos professores.

Na sessão de abertura tomaram a palavra, o Presidente do Município de S. João da Pesqueira, Manuel Cordeiro, seguido do Comodoro Neves Correia da Marinha, do Tenente-Coronel Marques da Costa do Exército e o Coronel Manuel da

Costa, da Força Aérea, para que os alunos pudessem ter uma visão geral do que são as Forças Armadas Portuguesas. Durante a sessão da manhã, esteve ainda presente o Major-General António Cavaleiro, que partilhou com os alunos a sua

experiência de vida militar. Cada um deles apresentou a sua especialidade e partilhou a sua experiência, a sua missão, os desafios sentidos numa vida dedicada a Portugal e a razão que os levou a ingressar nas Forças Armadas Portuguesas.

Foram visualizados vídeos promocionais sobre a Marinha, o Exército, a Força Aérea e o Estado-Maior-General das Forças Armadas.

A iniciativa "PORTUGAL E FORÇAS ARMADAS”, está integrada no programa de divulgação das

muito apreciado nesta época do ano. As tasquinhas oferecem uma variedade de iguarias de gastronomia local, permitindo que os visitantes experimentem os sabores autênticos da região. Durante os dois dias desta festa popular, S. João da Pesqueira torna-se um lugar mágico, onde tradição, música, dança e gastronomia se encontram para criar uma experiência única. É um momento de confraternização entre os habitantes da vila e os visitantes, que compartilham momentos de alegria e diversão. A festa popular de São João em São João da Pesqueira é uma celebração especial, que mantém viva a cultura e as tradições locais. ○

Forças Armadas e consistiu em ciclos de conferências dirigidas aos alunos, visando a divulgação das mesmas, por forma a potenciar parcerias e relações institucionais que contribuam para o cumprimento da sua missão. ○

MUNICÍPIO DE S. JOÃO DA PESQUEIRA VOLTA A MARCAR

PRESENÇA NA FNA – FEIRA NACIONAL DA AGRICULTURA

que se inscreveram para marcar presença neste evento.

O Presidente da República Portuguesa, Prof. Dr. Marcelo Rebelo de Sousa, visitou o Stand do Coração do Douro, brindando aos magníficos vinhos do nosso Concelho.

do Ribatejo, que se realizou entre os dias 3 e 11 de junho, em Santarém, promovendo o seu território enquanto des-

tino gastronómico e cultural, mas também a divulgação dos seus produtos endógenos. No dia da abertura deste

No dia 9 de junho, decorreu uma ação conjunta com o Município de Ourique, harmonizando o presunto de porco Alentejano com os vinhos do Concelho de S. João da Pesqueira. ○

12 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | S. JOÃO DA PESQUEIRA |
O Município de S. João da Pesqueira voltou a ter uma forte presença na Feira Nacional de Agricultura / Feira certame, o Município de S. João da Pesqueira garantiu o transporte e o bilhete de entrada a 225 agricultores,

MUNICÍPIO DE FREIXO DE ESPADA À CINTA DESTACOU-SE NO “PRÉMIO AUTARQUIA DO ANO” COM A ATRIBUIÇÃO DE 7 PRÉMIOS

Decorreu no dia 18 de maio, no Grémio Literário em Lisboa, a Cerimónia de Entrega de Prémios da 4ª edição do Prémio Autarquia do Ano 2023, promovida pelo Lisbon Awrads Group em parceria com o Jornal ECO, que pretende homenagear, reconhecer e distinguir as boas práticas de interesse público dos Municípios de Portugal.

Os projetos são avaliados pelo Júri do Prémio Autarquia do Ano, constituído por personalidades da sociedade civil que se distinguem pelo seu percurso cívico, académico e profissional, sem conotações políticas ou partidárias.

Das 8 candidaturas submetidas pelo Município de Freixo de Espada à Cinta, 7 delas foram conside-

radas vencedoras nas respetivas categorias e subcategorias. À semelhança do ano passado, a Seda de Freixo de Espada à Cinta voltou a ser premiada.

O Município de Freixo de Espada à Cinta esteve representado na entrega dos prémios pelo Presidente da Câmara Municipal, Nuno Ferreira, pela Vice-Presidente Ana

Luísa Peleira, e pelo Vereador Pedro Vicente, sendo os mesmos acompanhados pelo Deputado da Assembleia da República, Sobrinho Teixeira. Ao receber estes 7 galardões, o autarca referiu que este é um momento de orgulho e de reconhecimento do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido e o reconhecimento das potencialidades patri-

moniais/culturais do concelho, que vem dar alento ao compromisso de continuar a trabalhar em prol da população, do concelho e da divulgação que tem vindo a ser feita do território. Estes prémios trouxeram o reconhecimento público de projetos de inovação e defesa do património e identidade do concelho que só são possíveis de alavancar com o envolvimento da população, da qual o Executivo Autárquico tem o maior orgulho.

Projetos galardoados do Município de Freixo de Espada à Cinta:

- Seda de Freixo de Espada à Cinta - categoria “Cultura e Património”, subcategoria “Artesanato”;

- Prémio Literário Guerra Junqueiro - categoria “Cultura e Património”, subcategoria “Literatura”;

- Campo Multijogos da Praia Fluvial da Congida - categoria “Desporto e Vida Saudável”, subcategoria “Infraestruturas para a Prática Desportiva”;

- Projeto de Atividades Desportivas do concelho de Freixo de Espada à Cinta - categoria “Desporto e Vida Saudável”, subcategoria “Promoção de estilo de vida saudável”;

- Pólo de Formação Profissional do Município de Freixo de Espada à Cinta - categoria “Educação”, subcategoria “Ensino Secundário”;

- As Marcas Manuelinas no concelho de Freixo de Espada à Cintacategoria “Turismo”, subcategoria “Turismo Cultural”;

- S. Mateus, o único Santo com óculos na Igreja Matriz de Freixo de Espada à Cinta - categoria “Turismo”, subcategoria “Turismo Religioso”. ○

À CINTA, PORTO E LISBOA SERÃO OS TRÊS MUNICÍPIOS EM DESTAQUE NAS CERIMÓNIAS EVOCATIVAS

DO CENTENÁRIO DA MORTE DE GUERRA JUNQUEIRO

O Presidente da Câmara Municipal, Nuno Ferreira, e a Vice-Presidente Ana Luísa Peleira, participaram, no dia 2 de junho, na apresentação à imprensa da programação preparada para assinalar as Cerimónias Evocativas do Centenário da Morte de Guerra Junqueiro (1923-2023), que se iniciam já no mês de julho e decorrem até julho de 2024.

A sessão pública decorreu na Casa-Museu Guerra Junqueiro, na cidade do Porto, e contou com as intervenções do autarca Nuno Ferreira, do Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, Manuel Cavaleiro de Ferreira, Administrador do Conselho de Administração da Fundação Guerra Junqueiro, e de Jorge Sobrado, Diretor do Museu e Bibliotecas do Porto, que apresentaram Freixo de Espada à Cinta, Porto e Lisboa como os Municípios em destaque nestas comemorações, todos evocando diferentes momentos temporais

CONCELHO MOSTROU-SE NO BTT RACE NATURE 2023

Ao longo de três dias (2, 3 e 4 de junho) Freixo de Espada à Cinta foi o local escolhido para a realização da terceira etapa do Troféu RACE NATURE 2023, um evento qua aliou turismo de natureza e turismo desportivo, de referência a nível nacional e interna-

associados à vida e obra de Abílio Guerra Junqueiro, assim como o conjunto de iniciativas que serão desenvolvidas de forma a garantir que se dignifique a data à altura do grande nome do poeta.

A primeira iniciativa terá lugar já no dia 7 de julho, data em que se assinala a morte de Guerra Junqueiro com homenagens solenes nos três Municípios e que marca o arranque de um programa com publicações inéditas, exposições, concertos, cursos e oficinas que têm como objetivo dar a conhecer às várias gerações de leitores um dos mais importantes escritores portugueses.

cional.

O concelho de Freixo de Espada à Cinta recebeu esta prova, pelo 2º ano consecutivo, tendo sido, a par de Seia e Albufeira, o terceiro e último destino escolhido para a realização deste evento que traz e atrai centenas de pessoas, o que contribuiu favoravelmente para o desenvolvimento da economia local, através da ocupação dos espaços de alojamento e restauração, assim como para a divulgação do concelho no seu todo, do património histórico e cultural, e das paisagens e produtos endó-

Na sua intervenção, o Presidente Nuno Ferreira, destacou a importância e a honra que estas comemorações têm para o concelho, terra natal de Guerra Junqueiro. Freixo de Espada à Cinta tem o dever cívico de preservar e promover a obra de Guerra Junqueiro, cada vez mais atual, que apela à consciência social sobre temas como a injustiça, a desigualdade e a corrupção. O autarca reiterou que sempre se prestará homenagem ao grande poeta freixenista, que ergueu a sua voz para defender os mais desafortunados, praticou o interior através de políticas ativas

genos únicos reconhecidos pela sua excelência.

Considerado pela organização como o local onde as provas de BTT são “mais duras”, devido à geografia do concelho, os percursos escolhidos este ano voltaram a ser largamente elogiados por todos os atletas, que levaram de Freixo de Espada à Cinta momentos inesquecíveis e irrepetíveis.

Este ano, enquanto Cidade Europeia do Vinho e anfitrião das cerimónias evocativas do centenário da morte de Guerra Junqueiro, Freixo de Espada à

e fez crescer o povo através da educação. No ano em que se assinala o centenário da sua morte, evocou-se ainda o Prémio Literário Guerra Junqueiro, enquanto veículo promotor da cultura, da literatura e da união lusófona.

A presidir as cerimónias evocativas do centenário da morte de Guerra Junqueiro estão grandes nomes de vários quadrantes da sociedade portuguesa como Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, Augusto Santos Silva, Presidente da Assembleia da República, o Primeiro-Ministro António Costa, o Ministro da Educação João Costa, o Ministro da Cultura Pedro Adão e Silva, Rui Moreira, Presidente da Câmara Municipal do Porto, Carlos Moedas, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e Nuno Ferreira, Presidente da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta, entre muitos outros.

O Município de Freixo de Espada à Cinta congratula-se por ser um

Cinta destacou-se novamente no panorama nacional e internacional. Neste evento, o Executivo Autárquico reforçou o compromisso de que tudo continuará a ser feito para colocar o concelho na rota do progresso e do desenvolvimento, através de políticas proativas de promoção das potencialidades do interior e do Douro Internacional.

Esta 2ª edição do BTT RACE NATURE FREIXO DE ESPADA À CINTA destacou-se ainda pela participação de dois atletas freixenistas – Nuno Meireles e André Xambre – o primeiro participou pela

dos anfitriões destas Cerimónias Evocativas do Centenário da Morte de Guerra Junqueiro, nome maior da sociedade do séc. XIX, de grande simbolismo nacional e internacional, que usou todo o seu talento literário para contar histórias baseadas na sua infância e terra natal, um inequívoco hino de louvor ao concelho.

100 anos volvidos após a sua morte, é justa a evocação e homenagem a Guerra Junqueiro, que resulta de um contínuo trabalho que tem vindo a ser desenvolvido pelo Executivo Autárquico, no sentido de valorizar a cultura no concelho e de elevar a um patamar superior o nome do grande poeta, freixenista por nascimento e cidadão do mundo por natureza.

Freixo de Espada à Cinta e Abílio Guerra Junqueiro estão, indissociavelmente, ligados por laços que transcendem o próprio tempo. É, pois, o momento de renovar, respeitar e honrar essa ligação. ○

primeira vez num evento desportivo de alta competição e alcançou a “camisola amarela” durante o prólogo urbano; o segundo destacou-se por ter sido galardoado com o Prémio “Boa Onda”, atribuído aos atletas com melhor comportamento desportivo, atitude descontraída e espirito de entreajuda.

O BTT RACE NATURE é um evento desportivo de lazer e competição destinado a atletas de elite e de todas as categorias Master, que alia natureza e fairplay, destreza física e técnica, e respeito pelo meio ambiente. ○

14 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | FREIXO DE ESPADA À CINTA |
FREIXO DE ESPADA

CIDADANIA ATIVA: DESENVOLVIMENTO PESSOAL, SOCIAL E PROFISSIONAL

Decorreu no dia 5 de junho, a sessão "Cidadania Ativa: Desenvolvimento pessoal, Social e Profissional" organizado pelo Projeto de Mediadores Municipais e Interculturais de Carrazeda de Ansiães "Dinâmica e Igualdade", em parceria com a entidade EAPN Portugal (REDE EUROPEIA ANTI-POBREZA/PORTUGAL) com a presença da coordenadora nacional, Maria José Vicente, no centro de Apoio Rural de Carrazeda de Ansiães.

Esta sessão dirigida à comunidade cigana do concelho teve como finalidade o conhecimento das problemáticas, motivações e expetativas à condição feminina nas comunidades ciganas, promovendo a reflexão sobre o papel que as mulheres ciganas desem-

penham na sua comunidade e como este se reflete na comunidade e em si mesmas.

A atividade encontra-se inserida, na Ação nº1- "Capacitar", do plano de Mediadores Mu-

nicipais e Interculturais "Dinâmica & Igualdade" e contou com o apoio do Município de

CONSERVAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO DE CAMINHOS VICINAIS

Dada a importância do acesso a zonas rurais, o município de Carrazeda de Ansiães continua a melhorar acessos.

Com os trabalhos de melhoramento e abertura de caminhos vicinais, pretende-se melhorar o acesso a explorações agrícolas bem como melhorar e criar acessos no âmbito da proteção civil, prevenindo a propagação de incêndios na floresta. ○

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA

COMEMORADO COM ESPETÁCULO ÁLBUM DE FAMÍLIA

No dia que se dedica aos mais novos, aconteceu no Centro de Apoio Empresarial de Carrazeda de Ansiães o espetáculo Álbum de Família, a Julieta e o Xavier (com alguns dos seus amiguinhos especiais) proporcionaram momentos de diver-

são e conhecimento a todos os miúdos e graúdos presentes. Esta foi a forma que o Município de Carrazeda de Ansiães encontrou para comemorar o Dia Mundial da Criança num momento lúdico que trouxe alegria em grande. ○

Carrazeda de Ansiães e da Santa Casa da Misericórdia de Carrazeda de Ansiães. ○

MUNICÍPIO VAI APOIAR SEIS JOVENS

EMPRESÁRIOS COM A INCUBADORA DE EMPRESAS

Foram assinados os contratos de Prestação de Serviço de Incubação Empresarial entre o Município de Carrazeda de Ansiães e os seis jovens Empresários que usufruirão da Incubadora de Empresas da autarquia.

Os contratos celebrados a 1 de junho segundo o regulamento da IEMCA têm um período de apoio de 24 meses a contar da data de consignação e pressupõem um apoio mensal de 5.320,00€ (cinco mil, trezentos e vinte euros), que será pago trimestralmente.

A Incubadora de Empresas faz parte das estratégias de

apoio ao empreendedorismo e a promoção de emprego local. A IEMCA constitui assim um instrumento ao serviço dos em-

preendedores e das empresas locais, propiciando-lhes condições físicas, técnicas e financeiras. ○

JUNHO 2023 | VIVADOURO | 15 | CARRAZEDA DE ANSIÃES |

ADRIAN BRIDGE

Tex To : André rubim rA ngel

Contactou o vinho do Porto em 1982, quando conheceu a sua esposa. Como descreve esses momentos marcantes para a sua vida? E que tão preponderantes foram!

É verdade que encontrei a minha esposa nesse ano, mas eu na altura estava no serviço militar e depois fui para a banca de investimento, onde estive. O meu sogro convidou-me para vir para Portugal a fim de trabalhar no vinho do Porto. Organizámos a nossa vida em função de poder vir e viemos em 1994, com um filho ao colo de três meses. Entrámos no negócio de família e encaixa bem na visão do meu sogro, que esteve no negócio durante 57 anos. Eu já estou cá há 29 anos!

Outro momento marcante foi, certamente, ter sido guarda de honra da rainha de Inglaterra. Qual era a sua rotina e de que modo interagia com a rainha e a Família Real?

Não há grande ligação. O regimento desse exército, que se chama «First Queen’s Dragoon Guards», não implica estarmos de guarda direta à rainha. A madrinha do nosso regimento era a rainha-mãe, D. Elizabeth, mas não temos quaisquer responsabilidades com a Família Real no dia a dia. Nos meus cincos anos de serviço militar, os dois primeiros anos foram nesse regimento. No terceiro estive fora, em missão, pelas Nações Unidas.

Nesse ano em serviço de manutenção pela paz com a ONU, onde e de que forma decorreu essa missão? Conseguiu contribuir para a resolução?

Eu estive no Chipre, por causa da divisão do território ora da Turquia ora da Grécia. Eu estava responsável pelo grupo que fazia o policiamento da fronteira, dividida entre o norte e o sul da ilha. O meu trabalho era de gestão, não diretamente no campo. Nos seis meses seguintes estive ligado ao general que chefiava, mais na área política e estratégica. Foi um período interessante. Quanto à minha contribuição, devo dizer que aquele é um problema político que vem desde 1963, o ano do meu nascimento. Passados 60 anos, este assunto ainda não está resolvido!... Do lado da Turquia penso que não estará: há 15 anos quase cumpriam o acordo, mas agora não. Por isso mesmo, esta missão da

ONU tem continuado e continuará.

Ainda a propósito da Família Real, que análise pessoal faz de tudo o que fizeram ao príncipe Harry e à Meghan – tanto membros internos como os tabloides britânicos –, depois do que já sucedera antes com a princesa Diana?

Porquê essas pressões e perseguições?

Primeiro, não tenho qualquer informação privilegiada sobre o assunto. Na minha opinião, interessante é notar que – segundo o lema institucional e a responsabilidade duma pessoa na liderança, seja no serviço militar como CEO duma empresa – é o serviço que se presta que importa. O mesmo se passa na Família Real: não é possível receber todos os benefícios sem ter alguns sacrifícios. Portanto, esta é, para mim, a diferença de posição entre o príncipe Guilherme e o príncipe Harry. Quanto a este, penso não ser fácil deixar a sua família! É complicado ficar, voluntariamente, fora da família, sem remuneração e querendo

vida privilegiada. Na minha experiência, isto não é normal para a pessoa inglesa. É mais para a maneira que vem da sua esposa e dos americanos.

Tem confiança que o novo rei Carlos III possa restaurar a monarquia na Grã-Bretanha e restabelecer os laços dos países Commonwealth, após a manifesta intenção de alguns querem sair?

O rei Carlos III é completamente diferente do perfil e estilo de sua mãe. Quando ele começou a falar dos riscos ambientais há 40-50 anos atrás muita gente não acreditava nele. Agora, é óbvio que o rei ganha mais credibilidade. A Commonwealth tem valores comuns e oportunidades comuns. Hoje em dia, com a necessidade de se fazerem ligações internacionais, não só ajuda o negócio como também ser a sua voz. A Commonwealth tem essa vantagem de ser uma plataforma boa. O rei pode favorecer agora com mais tópicos comuns do seu interesse e preocupação, tais como o ambiente, o direito à educação, os direitos das mulhe-

res, etc.. Acredito que ele tem capacidade para fazer um bom trabalho.

Com 60 anos de vida, voltaria a decidir tudo, até aqui, de igual modo? A optar pela administração dos vinhos do Porto Taylor’s e Fonseca, ao invés de prosseguir na banca e no serviço militar? Bem, tudo é bem diferente. E tudo tem a sua época na sua vida. Quando jovem foi fantástico ter prestado o serviço militar, mas não o podia fazer com a minha atual idade. A década 80 foi uma fase com muita energia. Estávamos na época do filme «Wall Street», com muitas facilidades. Não havia telemóveis e estávamos na fronteira da revolução do digital. A minha vida em Portugal e fazer todo um trabalho de consolidação no vinho do Porto – com o seu crescimento, a entrada do enoturismo e a capacidade de influenciar o turismo no Norte – deu a oportunidade de fazer ações positivas, que servirão para as próximas gerações que não só para a nossa empresa. Um exemplo foram

as transformações em que pude contribuir na zona história de V. N. de Gaia, uma oportunidade incrível que pouca gente tem. Eu não sou apenas responsável pelos meus 1.200 trabalhadores,

A Commonwealth tem valores comuns e oportunidades comuns. Hoje em dia, com a necessidade de se fazerem ligações internacionais, não só ajuda o negócio como também ser a sua voz. A Commonwealth tem essa vantagem de ser uma plataforma boa.

mas também pelas suas famílias e pela sociedade. Tenho de tomar decisões como líder. Mais do que uma imensa responsabilidade é um enorme privilégio!

16 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | ENTREVISTA |

e parte da solução”

cabeça enquanto ocorria a destruição?

Estava na montanha do Evereste, num evento global com muitas pessoas. No nível pessoal, eu cheguei a viver um tempo lá quando era mais jovem. Depois, com o sucedido, não foi fácil falar nisso. Com as nossas ações, tudo tem impacto para outra gente. Quando o sismo ocorreu eu estava dentro dum glacé: ele começou a abrir e caiu dentro do gelo. Note-se que há avalanche à volta mas nós, como estamos no alto, não sabemos na realidade o que aconteceu simultaneamente em baixo, no sul. Não tivemos a perceção do que sucedeu em Katmandu e noutras aldeias próximas. Só quando regressamos é que soubemos. De qualquer modo, quando estamos lá o que nos vem primeiro à cabeça é estarmos seguros.

E no final dessa década trouxe Barack Obama e Al Gore para, no Porto, discutirem as alterações climáticas. O que lhe ficou de essencial na relação direta com esses líderes?

rente nesse sentido?

Durante a pandemia encontrámos uma plataforma, com o Zoom, para debater estas questões com pessoas de todo o mundo. Estamos a projetar para 2024 ou 2025 criar mais um evento. Não presencial, mas digital, permitindo maior participação. No próximo ano patrocinaremos um encontro com os senhores do vinho, entre outras iniciativas previstas.

Sendo um madrugador, sente que é nessas primeiras horas mais silenciosas do dia que obtém maior inspiração para pensar novos projetos e que toma as melhores decisões?

e em todas elas me entusiasmo bastante. Porém, mais do que isto, destaco o potencial do Douro pela sua capacidade de transcender. Além do turismo crescente, precisamos de planear uma oferta diversificada, ou seja, não fazer tudo e todos a mesma coisa, mas pensar de outra maneiras nas muitas oportunidades que o Douro nos oferece. Algo interessante é que, cada vez mais, o Douro é mais próximo de nós! Lembro-me bem quando há 30 anos fazia mais de três horas para chegar lá e agora posso fazê-lo em duas horas.

Podemos dizer que a “pérola preciosa” do seu longo trabalho liderante na empresa The Fladgate Partnership foi a criação do hotel vínico de luxo The Yeatman, em 2010?

Obviamente. Na altura diziam-me que eu era maluco por querer construir esse projeto em Gaia, fora da zona de negócios. Antes, a grande taxa de ocupação nos hotéis do Grande Porto era apenas em julho e agosto, para férias. The Yeatman começou a alterar esse paradigma, pelo seu local, pelas suas vistas panorâmicas e com a capacidade de atrair turistas de lazer. Toda esta construção turística por nós feita dá muito emprego direto, como para outros agentes indiretos na área, como taxistas, guias e restaurantes, que estão cada vez melhores do que eram há uns anos!

Cinco anos depois, foi um dos sobreviventes no trágico sismo que abalou o Nepal, onde se encontrava numa ação solidária. Entre a vida e a morte, como foi enfrentar o perigo e o que lhe passou primeiramente pela

Antes de chegarmos ao Barack Obama importa referir que em 2017, quando começámos a preparar, muita gente já falava em alterações climáticas, mas (quase) ninguém falava em soluções. Por isso, fez sentido trazer o ex-presidente dos EUA para nos falar de liderança e de soluções. Aquela conversa na altura, e com o «Porto Protocol» que criámos e que ainda está em funcionamento com boas soluções, fez com que se falasse agora ainda mais porque os problemas são bem óbvios.

Um lustro após esses eventos, sente que com as conclusões conseguidas nessas conferências algo ficou melhor ou pior na defesa ambiental do planeta? O que falta fazer?

O objetivo era aprender de experiências que resultam. Em tudo, nós somos parte do problema e parte da solução. A realidade é que o problema não é dos outros, mas nosso e do qual somos responsáveis, não só no que toca ao ambiente. Não há desculpas para não se ter ações! Sejam pequenas ou grandes. E não são precisos grandes investimentos. Qualquer indivíduo pode fazer a diferença.

Tem em mente voltar a realizar cá um grande encontro global de líderes para discutir esses ou outros problemas que assolam o nosso mundo?

Gostaria de fazer algo dife-

Não sei se essas são as melhores decisões do dia, mas o nascimento dum novo dia com silêncio e limpeza da alma dá energia e potencial ao que vai acontecer nesse dia. Quem começa o seu dia bem cedo, tem a sensação de estarmos mais à frente que outros. Nesse período eu consigo pensar melhor no dia que vou ter e contribui para a eficiência do mesmo. Ajuda ao facto do dia estar planeado e sem stresse, ao não acontecer tudo assim tão depressa. Acordando bem cedo o dia fica mais produtivo, com controlo da agenda e sem ficar disruptivo. Para mim, o mais importante é dormir bem e ter tempo de recuperar, do que propriamente a hora de se acordar.

Além do trabalho/escritório que tem em V.N. Gaia, quanto tempo passa no Alto Douro na gestão dos negócios da produção de uvas?

Eu lamento não ter muito esse tempo, mas nós temos uma muito boa equipa no Douro e não precisam tanto de mim lá. Também não é a minha responsabilidade, como CEO, olhar regularmente para a produção. Ora o Douro é uma joia, com muito potencial na excelente produção de vinho do Porto e de vinho de mesa, mas também do ponto de vista turístico e da evolução socioeconómica, que é fundamental para o futuro. Importa acreditar que vamos valorizar mais o vale do Douro do que é valorizado hoje.

Já que conhece muito bem a região duriense, o que entende estar mais bem preservado e até desconhecido do grande público, em termos turístico-culturais?

"Eu conheço muito bem o Douro, que não só de carro, mas a pé ou de bicicleta, e eu sempre encontro novos locais e novas vistas

“ E, lamento dizer, mas o vinho do Porto não é um bem fundamental para sobreviver. Portanto, precisamos ter algum cuidado com o aumento dos preços e não reagimos de imediato com as opções de custos , até porque temos algum stock, que nos permite fazer alguma evolução e gestão dos preços.”

Tem em vista algum projeto futuro para o Douro?

No Pinhão temos «The Vintage House Hotel» e, ao lado, uns 14 mil hectares. Parte deste terreno está planeado para expansão do vintage e, outra parte, para a construção dum parque de estacionamento junto à aldeia, para aliviar a dificuldade de estacionar ali, na rua principal. Queremos também transformar essa área num Centro de Visitas da Taylor’s, podendo-se contar a história do vale do Douro e falando-se não só de vinhos, mas também de azeite do Douro: é uma joia que não está bem explorada! É preciso entender a História para se entender o azeite e a qualidade do azeite duriense, que é fantástica!

Com a atual crise económico-financeira, a inflação dos produtos a nível nacional e aumento de vida sem aumento de rendimentos, o negócio das suas marcas de vinho do Porto foi também afetado? De que forma e como tem contrariado isso?

Está muito afetado o nível de negócio, com o aumento de ener-

gias e dos custos dos fornecedores, custos das garrafas, custos do pessoal… Mas recordemos que nós fazemos um produto de luxo. No final, há quem tenha dinheiro para comprar. Esse é um desafio. Mas com a falta de dinheiro as pessoas tendem a poupar e direcionar o seu dinheiro apenas para a compra de bens essenciais. E, lamento dizer, mas o vinho do Porto não é um bem fundamental para sobreviver. Portanto, precisamos ter algum cuidado com o aumento dos preços e não reagimos de imediato com as opções de custos, até porque temos algum stock, que nos permite fazer alguma evolução e gestão dos preços. E temos de fazer mais em outras partes do mundo para estimular vendas. A exportação é fundamental e não podemos esquecer que o Reino Unido era o nosso maior comprador, com 30 por cento do negócio, e após o Brexit há sete anos decresceu para uns 25 por cento. Contudo, não podemos esquecer que somos uma empresa com 331 anos! E noutras épocas, outros grandes desafios foram superados. No entanto, note-se atualmente que – com a ligeira quebra no mercado britânico – aumentamos a venda nos EUA, no Canadá, no Brasil, no Oriente, na Europa Norte e no mercado nacional. Em percentagens certas, 93 por cento do nosso produto é para exportação e sete por cento é para Portugal. Vendemos a marca Taylor’s, a nossa mais conhecida, em 103 países do mundo!

Por fim, peço-lhe uma mensagem positiva que possa deixar e servir de alento aos nossos leitores…

Com todos os desafios no mundo, a realidade da vida é que a curto prazo somos muito preocupados. Quando olhámos para trás com mais longevidade vemos que, afinal, isso que víamos com tanta preocupação não tem sentido para tal. Há que pensar nas consequências das nossas ações, como quando pensamos nos desafios ambientais. Já o negócio do vinho é pensado a médio ou longo prazo, numa relação intergeracional. Plantamos a nossa videira já a pensar na próxima geração e fazemos os nossos melhores vinhos com as videiras feitas pelos nossos pais! Quando usufruímos disto e criamos condições para a próxima geração é um hino de vida que estamos a ter e a dar. Esta é a minha visão como muito otimista que sou. De modo particular, para o nosso país e para a nossa região. ○

JUNHO 2023 | VIVADOURO | 17 | ENTREVISTA |
“Em tudo, nós somos parte do problema

"XUTOS E PONTAPÉS", A BANDA LOCOMOTIVA ROCK'N'ROLL, NA EXPODEMO 2023

Na noite de 15 de setembro, no Palco Expodemo, as emoções vão estar todas focadas no concerto dos "Xutos e Pontapés", confirmada que foi a sua presença no programa da Festa da Maçã, em Moimenta da Beira.

No site oficial da banda, atualizado para os dias de

Foto de Rita Chan FRe /Global ima G ens hoje, a sua biografia está assim contada: "Quatro décadas e meia depois do arranque, os Xutos & Pontapés são o emblema do que significa rock & roll em português, por portugueses, para portugueses. Donos de um acervo de clássicos que faria muitas bandas roerem-se de inve-

BIBLIOTECA MUNICIPAL AQUILINO RIBEIRO EM OBRAS DE REQUALIFICAÇÃO

São as primeiras obras de requalificação desde que foi inaugurada há duas décadas, trabalhos de fundo que envolvem limpeza de paredes, pintura da fachada e restauro das portas centenárias.

A Biblioteca Municipal Aquilino Ribeiro, nome maior da literatura portuguesa de todos os tempos, instalada no Terreiro das Freiras, o largo mais nobre e histórico de Moimenta da Beira, já merecia este melhoramento. “É um investimento num im-

portante polo de cultura do nosso concelho que tinha de avançar rapidamente”, explica o Presidente da Câmara Municipal, Paulo Figueiredo. O espaço foi inaugurado no dia 29 de junho de 2003 por dois ministros do XV Governo Constitucional, liderado por Durão Barroso, inaugurado com pompa e circunstância: José Luís Arnaut, Ministro-Adjunto do 1º Ministro, e Pedro Roseta, Ministro da Cultura. E um ano depois, a 30 de julho de 2004, recebeu

1º FESTIVAL DO ARROZ DOCE NO CESTO, EM VILA DA RUA

ja. Verdadeiros "animais de palco" que vivem para a festa dos concertos que cimentam a sua ligação indestrutível com um público sempre presente à chamada, braços cruzados em X a celebrar a maior longevidade de uma carreira rock neste cantinho à beira-mar plantado”. ○

a visita oficial de Jorge Sampaio, então Presidente da República.

O edifício da Biblioteca Municipal (a antiga Casa dos Guedes), de construção setecentista (finais), conserva hoje a estrutura arquitetónica da época e a sua fachada é uma das mais belas da vila. No seu interior, hoje repleto de livros de consulta pública, existem dois tetos pintados e bem conservados que, se não são os únicos, são pelo menos os melhores da região. ○

ENCONTRO DIOCESANO DOS ALUNOS DE EDUCAÇÃO MORAL E RELIGIOSA CATÓLICA

Podiam concorrer 20, no máximo, e 20 concorreram. No fim, a prova do melhor Arroz Doce no Cesto foi ganha por Isabel Ferreira (Arroz doce Tradicional), Ana Maria R. Leitão Dias (Inovação) e pela Associação da Vila da Rua (Escolha do Público).

Foi no 21 de maio, em Vila da Rua, Moimenta da Beira, que decorreu o 1º Festival do Arroz Doce no Cesto, evento que con-

tou com a presença do conhecido Chef Luís Machado, que animou o showcooking, e de representantes da Confraria do Arroz Doce de Almalaguez, que credibilizou o concurso. Tudo com muito público presente e muita animação (musical e infantil) a decorrer em paralelo. A organização foi conjunta entre a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Vila da Rua. ○

Foi em dia de sol, sol que abraça o mundo! Foi em dia de luz, luz de muitas cores! Foi num dia assim que decorreu o 7º Encontro Diocesano dos alunos de Educação Moral e Religiosa Católica. Foi no dia 12 de maio, em Moimenta da Beira, com a participação de cerca de mil crianças e jovens de quase todas as esco-

las localizadas no espaço geográfico da Diocese de Lamego. A iniciativa, que contou com a presença de D. António do Couto, Bispo de Lamego, pretendeu favorecer o convívio interpessoal e promover a socialização, num clima de proximidade responsável, de partilha e de diversão. Tudo no âmbito da missão huma-

nizadora da Igreja. O programa foi cultural, efusivo e caloroso. Incluiu visitas ao Convento das Freiras e à Biblioteca Municipal, e depois muitos momentos de entusiasmo proporcionados por insufláveis, música Dj, danças, pinturas faciais nos largos do Tabolado e das Tílias. ○

18 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | MOIMENTA DA BEIRA |

FIM DE SEMANA CULTURAL COM

‘MOSTRA DO LIVRO’ E ‘CONCERTOS NA AVENIDA’

Nos dias 9 e 10 de junho, o Claustro do Convento de São Francisco acolheu a ‘Mostra do Livro’, com a presença das livrarias ‘As Marias’, de Mesão Frio, ‘Traga-Mundos’, de Vila Real, e ‘Unicepe’, do Porto. O evento contou com apresentações de livros de autores reconhecidos no mundo literário português e internacional, como João Pedro Mésseder, Libório Manuel Silva, Jeannine Johnson Maia e Victor Neves.

Paralelamente, nas duas noites da ‘Mostra do Livro’, a Avenida Conselheiro José Maria Alpoim recebeu mais uma edição dos ‘Concertos na Avenida’, com as atuações dos grupos ‘Douro Collective’ e ‘Abba Mia –Tributo a ABBA’.

O primeiro dia da ‘Mostra do Livro’ foi dedicado ao público infanto-juvenil, com uma visita dos alunos do pré-escolar e uma exposição de seixos pintados à mão, no Claustro do Convento de São Francisco. A tarde foi dedicada à Literatura, com a

apresentação das obras do autor João Pedro Mésseder: «A fada das multiplicações», «Poucas letras tanto mar» e «Que luz estarias a ler?». A tarde terminou com um atelier de pintura, pondo à prova a expressão artística dos mais novos.

À noite, os ‘Concertos na Avenida’ encheram de música a principal avenida de Mesão Frio com a grande estreia dos ‘Douro Collective’. Um serão que ofereceu

DIA DA CRIANÇA EM MESÃO FRIO

música para todos os gostos. Os cinco jovens músicos durienses apresentaram um reportório de grandes êxitos, com músicas das décadas de 80 e 90 e da pop mais atual, com temas de artistas nacionais e internacionais.

O segundo dia da ‘Mostra do Livro’ ficou marcado por várias apresentações de livros, dos autores Libório Manuel Silva, com a obra fotográfica «Douro – Maravilhas do Património»,

Jeannine Johnson Maia, com o romance histórico «O Rapaz do Douro» e o poeta Victor Neves, com «Raíz da Terra». Três obras muito diferentes entre si, que levaram o público numa viagem pelas paisagens, património e gentes da região duriense, pela ligação entre a História de Mesão Frio e a ficção e pelos versos envolventes da poesia. Um Porto de Honra juntou todos num brinde e os mais novos divertiram-se

com jogos tradicionais. O fim de semana cultural terminou com chave de ouro. Com uma década de carreira celebrada recentemente, os ‘Abba Mia – Tributo a Abba’ puseram o público ao rubro, ao recordarem uma das bandas mais emblemáticas dos anos 70 e 80, com a interpretação de temas em homenagem aos Abba, dando por encerrados os ‘Concertos na Avenida’ e a ‘Mostra do Livro’. ○

INTERIOR’ REÚNE PELA PRIMEIRA VEZ EM MESÃO FRIO

A primeira reunião do ‘Conselho para Reflexão e Ação Sobre o Interior’, uma plataforma feita de pessoas dos vários Interiores do País, com diferentes experiências profissionais e educativas que promovem novas ideias para refletir sobre o futuro do Interior em Portugal, realizou-se em Mesão Frio.

lho para Reflexão e Ação Sobre o Interior’. Acerca do DTI, referiu que “a iniciativa interessa-nos particularmente, para divulgar e dinamizar Mesão Frio no contexto das problemáticas relacionadas com o Interior português”.

A manhã do Dia da Criança foi de muita animação e euforia para as crianças do concelho de Mesão Frio. Insufláveis, jogos tradicionais, corridas de kart, pinturas e muitas outras atividades assinalaram esta data comemorativa, reunindo dezenas de crianças no Estádio Municipal, numa manhã de festa e muita alegria.

Paulo Silva, presidente da Câmara Municipal, esteve presente junto dos mais novos e

deixou-se contagiar pela energia e pelos sorrisos dos pequenos. Ainda no âmbito da data dedicada às crianças, o Município de Mesão Frio levou cerca de 180 crianças do Centro Escolar à Biblioteca Municipal, para assistirem à peça de teatro «Os Músicos da Aldeia», uma encenação da obra da autoria dos Irmãos Grimm, adaptada pela companhia Filandorra – Teatro do Nordeste. ○

Na Biblioteca Municipal de Mesão Frio e com o apoio da Câmara Municipal, a reunião decorreu enquadrada pela apresentação pública da ‘Agenda Descobre o Teu Interior’ pela plataforma jornalística ‘Gerador’, um trabalho que resulta de dois anos dedicados à investigação, à consulta dos representantes do Interior, ao debate com especialistas e à organização de estudos e sondagens.

O Festival ‘Descobre o Teu Interior’ (DTI), que já o ano passado passou com sucesso em Mesão Frio, é a face mais visível e publica deste projeto e foi divulgado em primeira mão o que se está a preparar para a edição de 2023.

Para além da apresentação

do DTI, que passará novamente por Mesão Frio em 2023, a Biblioteca Municipal acolheu a apresentação pública da «Agenda Descobre o Teu Interior» e o lançamento da nova edição do «Livro Aberto do Interior».

O Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, Paulo Silva, deu as boas vindas aos convidados provenientes de vários pontos do Interior de Portugal, que marcaram presença na reunião do ‘Conse-

A apresentação foi realizada por Tiago Sigorelho, com um resumo dos conteúdos e centrado numa nova visão para a problemática do Interior e revelou a proposta para a conceção de uma agenda de discussão sobre o Interior. O representante do ‘Gerador’ referiu que “é necessário criar um conjunto de iniciativas que marquem a dimensão mediática sobre este tema”. Uma dessas iniciativas é a edição do «Livro Aberto do Interior», apresentado em primeira mão em Mesão Frio. Todo o público teve a oportunidade de receber gratuitamente um exemplar da publicação que reflete sobre os desafios das populações que vivem no Interior do País e que conta com um contributo importante do presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio. ○

JUNHO 2023 | VIVADOURO | 19 | MESÃO FRIO |
‘CONSELHO PARA REFLEXÃO E AÇÃO SOBRE O

MAIS DE 20 MIL CORRERAM E CAMINHARAM JUNTO AO DOURO

Passam poucos minutos das sete horas da manhã e a nossa reportagem chega à cidade de Peso da Régua para acompanhar a 16ª edição da Meia Maratona do Douro Vinhateiro.

Com o trânsito já condicionado em algumas artérias e milhares de carros na cidade, encontrar um lugar de estacionamento já não é tarefa fácil mas lá conseguimos, o encontro com Paulo Costa, organizador da prova, está marcado para as sete e trinta junto à estação de comboios da cidade.

A manhã está fresca e as nuvens carregadas no céu parecem ameaçar chuva, nada que intimide os milhares de atletas e caminhantes com quem nos vamos cruzando pelas ruas da cidade.

Ao chegar junto da estação de comboios a azáfama já é muita, um comboio parado na linha 1 vai-se enchendo de participantes na prova enquanto aguarda a ordem de partida em direção à barragem de Bagaúste, ponto de partida d'A Mais Bela Corrida do Mundo.

Entretanto encontramos o Paulo Costa, telemóvel na mão vai andando de um lado para o outro, garantindo que tudo se desenrola como planeado. "Tudo bem Paulo? Nervoso?", perguntamos. "Não, calmíssimo", responde com um sorriso irónico enquanto estica à nossa frente uma trémula mão direita.

Continuamos a seguir os seus passos enquanto chega o autocarro para os convidados e atletas profissionais. "Tenho que ir ali à receção do hotel ver se os atletas já saíram todos dos quartos", diz-nos enquanto caminha a passo acelerado, um percurso que vai sendo interrompido por várias pessoas que o vão cumprimentando, abraçando e desejando que tudo corra em durante a prova.

À chegada à entrada do hotel também já ali estão prontos os dois atletas da Associação Salvador, padrinhos da corrida em cadeira de rodas que tinham dispensado o transporte, mas que entretanto mudaram de ideias. "Está tudo controlado",

diz-lhes Paulo, "já liguei ao Rui (Comandante dos Bombeiros de Peso da Régua) e já aí vem uma equipa para vos ajudar".

O autocarro que vai levar convidados e atletas profissionais já chegou, são oito da manhã e a voz do Paulo ecoa no lobby do hotel, "bora lá malta, o autocarro que vos vai levar já está ali, podem seguir".

Regressados à rua aparece Aurora Cunha, a madrinha da prova que vai distribuindo beijinhos e tirando fotografias com todos quantos a solicitam. "Aurora, vais nessa mota para a partida, já lá vamos ter", diz Paulo enquanto vão passando os autocarros cheios de participantes em direção à barragem. "são 72 autocarros, e fazem mais do que uma viagem,

ros que circulam atrás de nós. Chegados ao destino o speaker da prova anuncia a sua chegada levando a que milhares o aplaudam. São já milhares os que estão por ali, entre eles muitos convidados que Paulo faz questão de cumprimentar individualmente.

Animação, música e muitos sorrisos, são aquilo que vamos vendo. Durante os próximos minutos é preciso garantir que tudo está pronto para a prova que começa às nove da manhã "acho que vamos ter que adiar um pouco a partida, ainda está muita gente a vir para cá", diz-nos.

Na linha de partida começam a alinhar os atletas, as cadeiras de rodas serão as primeiras a partir, em seguida os atletas que farão os 21

Meia Maratona com o tiro a ser dado pelo autarca reguense, José Manuel Gonçalves. Com a prova iniciada é agora tempo de arrancarem os milhares de caminhantes. "agora é preciso que passem todos para podermos ir para a chegada", uma viagem que será feita de carro, por uma estrada pela margem direita do rio, que é interrompida quando Paulo para a fotografar os milhares de participantes que, de t-shirt cor de vinho, vão colorindo a margem esquerda do rio "não há cenário mais bonito que este" diz Paulo quando reentra no carro, claramente emocionado.

De regresso à Régua dirigimo-nos para a meta onde já está tudo preparado para a chegada dos atletas.

ria a falecer após se sentir mal durante a prova e que este ano foi homenageada com a sua imagem na medalha da prova. Emoção é mesmo o sentimento mais evidente nos que vão terminando a prova, desde os profissionais aos atletas de lazer, assim que é ultrapassada a linha de meta muitos são os que choram e soltam um "ahhhh!!" quase como que a dizer, consegui.

Ainda nem todos chegaram quando Paulo já começa a organizar os pódios, é preciso certificar que os atletas estão reunidos, bem como os convidados que lhes irão entregar os troféus.

Tudo preparado é o próprio organizador que assume o comando do microfone

é uma loucura", responde o organizador à nossa questão sobre o transporte dos atletas.

Ora de um lado, ora de outro da estrada, com o telemóvel encostado ao ouvido ou olhos no ecrã a escrever uma mensagem, Paulo não para.

Ainda não passam trinta minutos das oito da manhã e recebemos ordem de marcha, "vamos, entrem no carro para arrancarmos". A viagem entre a estação da Régua e a barragem é curta e mais demorada que o esperado por causa das centenas de pessoas que vão caminhando com o mesmo destino.

Paulo vai de janela aberta, buzinando incessantemente e pedindo às pessoas que circulem pela faixa da esquerda abrindo caminho não só para o carro, mas também para os autocar-

quilómetros e só depois os caminhantes dos cinco quilómetros.

O speaker anuncia que vai iniciar a contagem decrescente mas antes disso há ainda tempo para Paulo pegar no microfone e, com uma voz emocionada, agradecer a todos a presença desejando uma boa prova a todos. No final do curto discurso sobe para um muro para uma selfie com uma moldura humana impressionante nas suas costas.

A contagem decrescente começa e chegada ao zero é João Paulo Fonseca, autarca de Armamar que dá o tiro de partida para a prova de cadeira de rodas. Após essa partida é preciso esperar breves minutos antes de dar a partida dos atletas da

Poucos minutos após uma hora de prova o speaker anuncia que está para breve a chegada do primeiro atleta da Meia Maratona, os fotógrafos alinham-se junto à meta e ao fundo surge Rui Teixeira, atleta do Sporting CP que, de braços bem levantados para o céu, festeja a sua terceira vitória nesta prova enquanto Paulo se acerca dele para um emocionado abraço, cena que se vai repetindo com vários atletas na linha de chegada.

Entre tantos abraços um dos mais emocionados é à vencedora da prova feminina, Carla Martinho, os olhos lacrimejantes de ambos recordam Cláudia Calçada, atleta que em 2022 vi-

para ir chamando um por um os atletas vencedores e os convidados, culminando a cerimónia numa fotografia com todos, não sem antes agradecer uma vez mais os apoios recebidos e a participação de mais de 20 mil pessoas na prova.

Antes de darmos o nosso trabalho por terminado vamos despedir-nos do Paulo Costa que, de sorriso nos lábios nos agradece e pede desculpa "pela pouca atenção" que nos deu, sem saber que todos os passos que deu foram observados por nós para escrever esta reportagem.

Em 2024 a Meia Maratona do Douro Vinhateiro irá realizar-se no dia 26 de maio.○

20 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | REGIÃO |

CIM DOURO E MOTOCLUBES DA REGIÃO ORGANIZAM 1º PASSAPORTE DOURO ON2WHEELS

2 dias, 480 quilómetros, 19 concelhos, 3 Patrimónios da Humanidade é o desafio que a CIM Douro, em colaboração com 11 motoclubes do território, vai concretizar com a primeira edição do Passaporte Douro On2Wheels, que acontecerá nos dias 8 e 9 de julho, integrado no Douro Cidade Europeia do Vinho 2023.

Guiados pelas propostas do projeto Passaporte Douro, a organização desafia os mototuristas a desfrutarem de um percurso circular pela região, com passagem e controlo em pontos de interesse (Carimbo do Passaporte). Dividido em dois dias, o primeiro terá início em Sernancelhe e terminará em Murça, onde pernoitarão os motards para, no dia seguinte, seguirem viagem até Moimenta da Beira. Esta primeira edição do Passaporte Douro On2Wheels assume igualmente uma vertente solidária, revertendo grande parte das receitas arrecadadas com as inscrições para uma associação do Douro que trabalha com crianças.

O objetivo do evento é o convívio entre participantes, o usufruto do binómio condução / navegação, e também o desafio de admirar o “Rei

recycle BIN GO!

municípios da CIM Douro ao longo de um fim de semana de descoberta, cultura, gastronomia e celebração do Douro e da sua paisagem. A proposta da organização leva os motards a locais como o Castelo de Penedono, Museu do Côa, Congida, Basílica de Torre de Moncorvo, Museu do Vinho de São João da Pesqueira, Estação de Comboio do Pinhão, Espaço Miguel Torga, Busto do Soldado Milhões, Sé de Vila Real, Museu do Douro, Catedral de Lamego, Ponte da Ucanha e Adega Cooperativa do Távora, entre outros.

A ideia do Passaporte Douro On2Wheels partiu de Vítor Soares, o entusiasta do mototurismo que foi o primeiro a completar o Passaporte Douro de moto, percorrendo os 76 pontos de interesse dos 19 concelhos da CIMDOURO. Vítor Soares é o road leader desta primeira edição, que tem como grande novidade a associação a 11 motoclubes da região: Motoclube Carrazeda de Ansiães, Clube Automóvel de Lamego, Grupo Motard de Penedono, Motoclube Terras de Magalhães (Sabrosa), Clube Motard

Os Tonéis (S. J. Pesqueira), MotoClube

São João da Pesqueira, Grupo Motard

Os Amigos Binantes, Motard Clube Bonelli Riders (V.N. Foz Côa), Clube

Motard Sra. Da Pena Mouçós Vila

Real, Motoclube Rabelos do Asfalto

Tabuaço e Motard Club Moncorvo. Durante dois dias, 8 e 9 de julho, o Douro espera centenas de mototuristas para cumprirem uma jornada repleta de entusiasmo, aventura e homenagem ao Douro. O primeiro dia, que terá como ponto de partida Sernancelhe, passará por Penedono, Vila Nova de Foz Côa, Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo, Carrazeda de Ansiães, Alijó e terminará em Murça. Coincidindo com as festas daquele concelho, os motards são convidados a pernoitar e a desfrutar da noite em Murça e das ofertas culturais e recreativas que aquele concelho da CIMDOURO proporciona. No dia 9 os motards seguem de Murça para Sabrosa, Vila Real, Santa Marta de Penaguião, Peso da Régua, Mesão Frio, Lamego, Tarouca, Armamar, Tabuaço e termina em Moimenta da Beira, onde terminará este passeio, com um momento de sunset&music e entrega de prémios aos participantes que carimbaram o Passaporte Douro nos locais propostos. Integrado das Comemorações do Douro Cidade Europeia do Vinho 2023, as inscrições para o Passaporte DouroOn2Wheels estão abertas até dia 29 de junho, em cimdouro.pt, com um custo de 20 euros, sendo que para os motoclubes organizadores o custo é de 10 euros por pessoa. ○

JUNHO 2023 | VIVADOURO | 21 | REGIÃO |

CÂMARA MUNICIPAL HOMENAGEOU DOIS CAMPEÕES

“O FLUVIÁRIO VAI À ESCOLA”

A Câmara Municipal de Armamar homenageou os atletas José Peixoto e Nelson Gomes, pela sua brilhante prestação no Campeonato do Mundo de Triatlo Multidesportivo que teve lugar em Ibiza entre os dias 29 de abril e 7 de maio.

No ato, João Paulo Fonseca, presidente da Câmara Munici-

pal, disse do orgulho de estar perante dois campeões, que são também trabalhadores ao serviço da Autarquia Armamarense: Nelson Gomes, continua a somar títulos nacionais e internacionais e, em Ibiza, revalidou o título mundial em Duatlo Sprint; José Peixoto aos 54 anos

de idade sagrou-se Campeão do Mundo de Duatlo Cross. Armamar tem assim dois campeões, dois homens que o Executivo Municipal entendeu homenagear e a quem agradeceu por levar longe e bem alto nos pódios o nome da sua terra.○

ASSEMBLEIA MUNICIPAL JOVEM ESTA SEXTA-FEIRA

A Câmara Municipal trouxe a Armamar para o Dia Mundial da Criança, o “O Fluviário vai à escola”, uma iniciativa que conjuga lazer, pedagogia e sensibilização ambiental.

A iniciativa decorreu praça junto ao edifício do Tribunal, e foi aberto às ccrianças e jovens da comunidade escolar e à comunidade em geral.

O projeto é uma plataforma pedagógica que tem por base o maior aquário móvel da Europa, num evento que

proporciona uma experiência única e inovadora de aprendizagem e interação, onde as pessoas têm contacto direto com o ecossistema fluvial Para além do aquário gigante, foram dinamizados vários workshops relacionados com a temática ambiental, sobre temas como a origem das cores dos peixes, a pressão atmosférica, formação de nuvens, poluição invisível, ciclo da água, entre outros. ○

ARMAMAR FELICITA O CÓNEGO JOAQUIM DIONÍSIO

O presidente da Câmara Municipal de Armamar, João Paulo Fonseca, felicitou em seu nome pessoal e dos Armamarenses o padre Joaquim Dionísio, natural da freguesia de Cimbres pela nomeação da Santa Sé para bispo auxiliar da Diocese do Porto.

O autarca de Armamar desejou sucesso para a missão, certo do justo reconhecimento do caminho de evangelização do padre Joaquim Dionísio.

A Assembleia Municipal Jovem de Armamar reuniu pela primeira vez no dia 2 de junho no salão nobre do edifício da Câmara Municipal.

A iniciativa resulta do trabalho conjunto da Assembleia Municipal de Armamar, Câmara Municipal de

Armamar e o Agrupamento de escolas Gomes Teixeira.

Segundo Rui Dionísio, presidente da Assembleia Municipal “trata-se de um projeto que permite à comunidade juvenil e educativa do concelho uma aproximação aos órgãos do po-

der político local, desenvolver nos jovens, competências para o exercício de uma cidadania ativa e responsável, na defesa dos seus direitos e na assunção dos seus deveres de cidadãos, dando-lhes voz junto dos órgãos municipais”. ○

O cónego Joaquim Proença Dionísio, do presbitério de Lamego, é o atual reitor do Santuário de Nossa Senhora da Lapa e pároco de Nossa Senhora das Neves do Granjal, de Nossa Senhora da Conceição de Lamosa e de São João Baptista de Quintela da Lapa, na Zona Pastoral de Sernancelhe.

22 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | ARMAMAR |
JUNHO 2023 | VIVADOURO | 23 | ALIJÓ |

10 DE JUNHO: MILHARES OUVIRAM

QUE UNIÃO DO DOURO DEVE SERVIR

As comemorações do 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões, e das Comunidades Portuguesas levaram milhares de visitantes ao Douro com a região a mostrar a sua capacidade de organizar eventos de grande dimensão, partindo da união entre os 19 municípios que compõem a CIM Douro.

Com início a 5 de junho, foram várias as iniciativas que se espalharam pelo território com concertos e exposições aos quais assistiram milhares de durienses e turistas que por estes dias se deslocaram à região.

As celebrações tiveram o seu epíteto no dia 10 de junho, com as cerimónias comemorativas a terem lugar na cidade de Peso da Régua que se encheu de populares para assistirem ao desfile militar que se seguiu aos discursos oficiais.

João Nicolau de Almeida, enólogo duriense escolhido pelo Presidente da República para presidir às comemorações salientou os desafios que a região enfrenta, entre os quais a falta de mão-de-obra, que sublinhou com alguma sátira, "se pudéssemos mudar o 10 de Junho para 10 de setembro era ótimo para a vindima, tínhamos aqui gente que chegasse para a vindima”.

“Neste alucinante e veloz século XXI temos em mãos vários desafios complexos para

enfrentar. Começo por referir uma realidade nacional, não sendo o Douro uma exceção, que se trata da forte desertificação do interior, gerando falta de mão-de-obra e escassez de massa crítica”, salientou o enólogo que indicou ainda o caminho que no seu entender deve ser feito, “a oferta de trabalho deverá ser aliciante, sendo fundamental o aumento de valor da matéria-prima, ou seja, da uva, de forma gerar mais proveitos a montante para se oferecer melhores condições de trabalho”.

João Nicolau de Almeida terminou o discurso com um "Viva ao Douro! Viva Portugal" que arrancou um forte aplauso dos milhares de populares que assistiam à cerimónia.

Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, durante o seu discurso enalteceu o "espírito de união que se vive no Douro", aproveitando ainda para sublinhar alguns problemas da região e do país.

Para o Presidente, o Douro é um exemplo de “vontade e persistência”, de força e ambição, um “retrato do Portugal que queremos”. Marcelo Rebelo de Sousa pediu um país mais coeso territorialmente: “Queremos que os Pesos das Réguas do nosso interior sejam tão importantes como as Lisboas, os Portos, as Coimbras…”. Mas também, acrescentou, um país mais rico e mais coeso social-

mente. “Não podemos desistir nunca de criar mais riqueza, mais igualdade, mais coesão, distribuindo essa riqueza com mais justiça”.

Referindo-se a uma “Pátria improvável”, “feita a pulso”, “contra o vento” e “muitas vezes chamada a ser mais importante lá fora do que cá dentro”, o Chefe de Estado deixou ainda a receita para o Portugal que quer ver construído: “Pegarmos no impossível, tentarmos uma vez, cem vezes, mil vezes, falharmos mais do que acertamos, não desistirmos, começarmos de novo”. Voltando a evocar a região que escolheu para assinalar este Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, “recriarmos juntos, neste Douro, em todos os nossos Douros, o que faça o nosso futuro muito diferente e muito melhor do que o nosso presente”. Apesar de antecipadamente ter afirmado que não usaria o seu discurso para deixar recados à situação atual, Marcelo Rebelo de Sousa não deixou de aproveitar o momento para deixar o que muitos analistas chamaram de "recado" a António Costa, em forma de metáfora, “é preciso cortarmos os ramos mortos que atingem a árvore toda”.

Autarcas estiveram com Presidente na África do Sul Carlos Silva Santiago, Pre-

sas, que decorreram desde o dia 5 de junho na África do Sul.

Acompanhando a comitiva liderada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pelo Primeiro-Ministro, António Costa, os “embaixadores do Douro” estiveram junto da comunidade portuguesa naquele país africano, dando a conhecer o Douro, demonstrado o orgulho desta região acolher as comemorações do 10 de junho e de ser Cidade Europeia do Vinho 2023. Quanto ao programa que tiveram que cumprir, destaque para a visita ao Museu do Apartheid, em Joanesburgo, a celebração do Dia de Portugal na sede da Associação União Cultural, Desportiva e Recreativa de Joanesburgo, com intervenção do autarca reguense José Manuel Gonçalves, que convidou a comunidade portuguesa a conhecer e a investir no Douro, uma visita e encontro com estudantes de língua portuguesa da Universidade Witwaterrand/Wits e ainda a celebração do Dia de Portugal com a Associação Cultural Portuguesa de Pretória. ○

muros de xisto que sustentam os socalcos e que fazem deste um local único no mundo. Um local que, no dia 10 de junho, foi o foco das atenções de todos os portugueses e das nossas comunidades. Esta é também a oportunidade de se valorizar um território do interior, que apesar de ser um território com valores únicos no mundo, padece de fragilidades, a que temos que dar resposta. O Douro, simbolizou no dia 10 de junho, através da escolha de Sua Excelência o Senhor Presidente da República, o olhar atento e cuidadoso que temos de ter com o interior, na formulação de políticas públicas que façam de facto a diferença nestes territórios. Que o simbolismo da celebração do dia 10 de junho no Douro e no Interior se mantenha vivo nos restantes dias do ano.○

FONTAÍNHAS FERNANDES – PRESIDENTE DA LIGA DOS AMIGOS DO DOURO PATRIMÓNIO MUNDIAL

ARégua, cidade europeia do vinho, foi o local escolhido para celebrar o dia de Portugal, uma oportunidade para projetar e dar a conhecer à comunidade portuguesa espalha-

24 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | REPORTAGEM |

OUVIRAM MARCELO DIZER SERVIR DE EXEMPLO AO PAÍS

para se projetar no mundo. Hoje, somos um destino universitário cada vez mais global e inclusivo também por estarnos neste territorio que é Património da Humanidade. ○

trabalho que se desenvolve no interior e não só do litoral. No Douro faz-se bom vinho e muita exportação.

O que lamento é que o destaque que a comunicação social deu sobre este dia tenham sido os apupos e as manifestações que aconteceram. O que ali aconteceu daria para falar durante uma semana sobre a região, os problemas e o vinho que ali se produz. Não é todos os dias que uma região é privilegiada com um evento desta dimensão. ○

da por todo o mundo uma Região inscrita na lista do Património Mundial. Nas palavras do Presidente da República, todos os dias estamos a fazer Portugal e sonhamos novos futuros. Contudo, o formato das comemorações, conforme foi referido por comentadores políticos, não está ajustado aos tempos atuais, não envolve e não mobiliza a dita sociedade civil.

Na realidade, estas cerimónias constituem motivo de homenagem, de celebração, mas devem ser também de reflexão, no sentido de se extrair lições e inspirações, para poder melhor equacionar e preparar o Futuro. Hoje, mais do que nunca, o Douro precisa de trilhar novos caminhos, que passam pela criação, retenção e redistribuição de valor na região.

Para representar a Região foi escolhido João Nicolau de Almeida, empresário que inspirou uma nova geração de enólogos que colocaram o Douro no mapa mundial dos vinhos. Esta escolha significa a memória do passado, um traço do presente, mas acima de tudo um sinal do futuro. Na sua intervenção defendeu que os novos desafios do Douro exigem a aposta no conhecimento e inovação, podendo resultar da sua conjugação a criação de riqueza e a respetiva redistribuição pelos durienses, promovendo assim uma Região mais coesa em termos territoriais e sociais.

ANTÓNIO SARAIVA – PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO MUSEU DO DOURO

Sabemos bem como é difícil a nossa região ser ouvida na capital, onde tudo se decide, mas quão devagar avançam ou estancam as obras ou rea-

lizações de promessas antigas, quando por vezes se consegue que algumas se iniciem.

Trazer o mais alto Magistrado da Nação Portuguesa ao Douro, nomeadamente à Régua, centro administrativo da atividade primária regional da região dos Vinhos do Porto e Douro, para festejar o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é algo inédito e da maior importância, que nos ajudará certamente em termos de notoriedade nacional e internacional.

Mas ainda mais importante para todos nós Durienses, e bem expresso no discurso do Sr. Presidente, é que é tempo de sermos ouvidos e não perdermos a esperança de continuar, pois os problemas da região são os mesmos que se arrastam há anos, e apenas por falta de vontade política, ou por inércia de quem nos governa e não nos ouve, se continuam a manter, provocando o abandono de propriedades por falta de mão de obra ou apenas por já não acreditarem num futuro que outrora enquanto jovens, lhes parecia risonho e promissor.

Valha-nos pelo menos o turismo, pois cada visitante que nos honra com a sua presença, torna-se um embaixador da nossa região, graças à nossa paisagem majestática, às nossas gentes que ainda resistem com paixão e dedicação e à qualidade intrínseca dos nossos produtos, nomeadamente os nossos vinhos. Não posso deixar de referir e agradecer o profundo empenho de José Manuel Gonçalves, Ilustre autarca da Régua, que continua a acreditar e a agregar à sua volta gente capaz e de visão, que reforçou com a concretização deste grandioso evento na Capital Europeia do Vinho, que nos fez renascer o orgulho de sermos Durienses e nos renovou a esperança e para continuar em frente. ○

é Cidade Europeia do Vinho, a afirmação do Douro Vinhateiro como um referencial nacional em toda a sua plenitude, bem como

Este evento nunca pode ser visto na perspetiva municipal mas sim regional, do Douro. Foi o maior evento até hoje realizado no âmbito da CIM Douro e vai certamente reforçar a coesão de um territorio que quer cada vez mais trabalhar em rede e asumir-se como uma grande Cidade do interior.

Esta forma de trabalho que temos na região foi determinante para a escolha do Presidente da República em fazer um 10 de junho fora da caixa, revelando-se uma aposta ganha. ○

EMÍDIO GOMES

– REITOR DA UTAD

Celebrar Portugal no Douro é reconhecer o pulsar de uma região que soube apostar em ciencia, tecnología e inovação

– PRESIDENTE DA COMISSÃO ORGANIZADORA DO 10 DE JUNHO

Considero a ideia do Presidente da República, em levar estas comemorações para uma região do interior e tão prestigiada como o Douro, genial. Foi importante para se falar do

JUNHO 2023 | VIVADOURO | 25 | REPORTAGEM |
JOÃO NICOLAU DE ALMEIDA
JOSÉ MANUEL GONÇALVES – PRESIDENTE DA CM PESO DA RÉGUA

ÚNICO TORNEIO DE COMBATE MEDIEVAL IBÉRICO

LEVA MILHARES A CARRAZEDA DE ANSIÃES

Decorreu no último fim-de-semana e trouxe ao castelo e vila amuralhada de Carrazeda de Ansiães oito equipas, portuguesas e espanholas, para lutas reais com "zero encenação". Em simultâneo, na vila, decorreu o Mercado Medieval.

Foi o segundo ano que o município de Carrazeda de Ansiães, com a colaboração da equipa desportiva Portvcalle Combate Medieval, organizou o torneio ibérico que, este ano, teve oito equipas, portuguesas e espanholas, em competição, envolvendo os lutadores em diferentes modalidades, nomeadamente, Pro Fight, Arma de Haste, Espada Longa, Espada e Escudo, Espada e Broquel e 5x5 e também combate a cavalo. "É tudo real, zero encenação", clarifica Carlos Ferreira, um dos lutadores da Portvcalle.

Esta modalidade desportiva existe em Portugal há pouco mais de uma década e conta apenas com cerca de 25 lutadores praticantes e que participam nos torneios. É um desporto que "apaixona", sobretudo porque envolve a "competição, à história e à cultura", explica Rubén Cabello, um elemento da equipa espanhola Ursus Custodes.

O lutador, que se define como amador, mas que caminha para a profissionalização, é educador de infância e concilia a atividade profissional e familiar com as lutas medievais, treinando "seis dias por semana, cerca de três horas", acrescenta, referindo entre risos que é "um vício muito duro".

Tal como o colega português, entusiasmou-se por esta modalidade no seguimento da sua participação em recriações

históricas, mas insiste que nestes combates em momento nenhum se trata de recriação, a "luta é bem real".

Os lutadores envergam armaduras que podem pesar cerca de 40 quilos, por baixo das armaduras usam roupa que minimize o impacto das pancadas que recebem. As armas, que podem ser espadas, lanças ou até machados, cumprem regras muito rigorosas, não possuem lâminas cortantes nem pontas, e obedecem a um peso especifico: “o impacto da pancada que recebemos, por exemplo com uma espada, pode corresponder a 20 quilos”, diz.

Rubén Cabello garante que não há "misericórdia" em campo, apesar da amizade que une

as diferentes equipas, em competição usam da força a "120%, golpeando os adversários com toda a alma".

Lutam, essencialmente, pelo prestigio, bravura e pelo convívio, os prémios monetários que ronda os 100 €, atribuídos ao lutador vencedor, são apenas um apoio para custear as despesas de deslocação.

Em Espanha a modalidade já arrasta muita gente para ver, em Portugal ainda menos, por essa razão o município de Carrazeda de Ansiães apostou também na organização de oficinas e aulas de esgrima e tiro ao arco, permitindo a miúdos e graúdos ter um primeiro contacto com as lutas medievais e até experimentar as armaduras.

Porque ainda são as recriações que mais publico atraem, o município entregou ao Grupo de Teatro Filandorra essa componente, acrescentando ao Torneio Medieval programação teatral, usada para transmitir conhecimento e ensinar a história que envolve o castelo e a vila amuralhada de Carrazeda.

Mercado Medieval

O mercado medieval, um ano mais, realizou-se na vila, reunindo cerca de 30 expositores, trajados a rigor, que vendiam artesanato e diversos produtos da terra, participando, por exemplo, os produtores de vinho locais, uma vez que o evento foi integrado na iniciativa

“Cidade Europeia do Vinho”. As tasquinhas com comes e bebes e as atuações musicais contribuíram para criar um ambiente festivo, recriando um contexto medieval, que envolveu toda a comunidade. Alias, esta iniciativa da autarquia começa sempre com um cortejo que percorre as principais ruas da vila e que chama a comunidade para se juntar à festa e, durante um fim-de-semana, recuar na história e partilhar vivências diferentes.

A Câmara Municipal promove esta atividade, como forma de valorização da história e do património e como motivo de atração turística, acreditando que é com iniciativas diferenciadoras que se trabalha a promoção do território. ○

26 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | CARRAZEDA DE ANSIÃES |

MURÇA CELEBROU VINHOS BRANCOS COM MOSTRA “VINHOS BRANCOS NA PRAÇA”

A mostra “Vinhos Brancos na Praça” decorreu entre os dias 2 e 3 de junho, bem no coração da Vila de Murça, e foi um evento integrado na Cidade Europeia do Vinho – Douro 2023 e realizou-se durante dois dias.

Nesta festa dos vinhos brancos e do comércio local, deu-se ainda a oportunidade para a participação em provas de vinhos comentadas, eventos culturais e animações vínicas, bem como a possibilidade de se comprar vinhos a preços de produtor. O evento proporcionou ainda a celebração da gastronomia local, com sabores e petiscos, mas também outras artes da terra, como o artesanato e outros produtos.

Um dos pontos altos desta festa foi o lançamento da mais recente inovação da Cooperativa Agrícola dos Olivicultores de Murça, um azeite com cacau, apresentado como o primeiro do mundo elaborado a partir da fusão de azeitonas com cacau, no caso, cacau biológico da Roça Diogo Vaz, de São Tomé e Príncipe. Um produto que é também uma homenagem ao Marquês de Valle Flor, natural de Murça, que no século XIX foi o maior produtor de cacau do mundo a partir São Tomé.

A iniciativa “Conversa na Praça” dedicada ao tema “Murça e a originalidade dos seus vinhos”, com moderação de Celeste Pereira, contou com a participação de diversos produtores, entre os quais António Filipe (Symington), Cristiano Van Zeller (Van Zellers & Co), Sandra Tavares da Silva (Wine & Soul), José Luís Oliveira da Silva (Casa Santos Lima), José Manuel Sousa Soares (Gran Cruz), Luís Pedro Cândido (Niepoort) e Francisco Ferreira (Quinta do

Vallado), numa conversa comentada por João Paulo Martins (crítico de vinhos do Jornal Expresso / Revista Vinho Grandes Escolhas) e Pedro Garcias (crítico de vinhos do Público).

No segundo dia do evento realizaram-se duas provas de vinhos, a primeira denominada “Murça e grandes vinhos do mundo” e a segunda “Grandes Brancos do Douro nascem em Murça”, iniciativas coordenadas por João Paulo Martins e Pedro Garcias.

Nesta viagem por sabores do mundo e do território de Murça, os apreciadores de vinhos brancos foram desafiados a identificar os grandes vinhos.

Apesar da muita chuva que se fez sentir em determinados períodos nos últimos dias, a mesma não foi suficiente para anular o sucesso da primeira edição da festa/mostra “Vinhos Brancos na Praça”.

Integrado na programação oficial desta festa e mostra decorreu no antigo Mosteiro de São Bento de Murça, atual edifício dos Serviços Técnicos e de Atendimento ao Cidadão, um momento musical especial

com Matilde Relvas, que deliciou os presentes com os sons da sua harpa.

Já na Praça 5 de outubro e no recinto da feira, Ricky Trumpet & Ana Nascimento com a participação de Bruna e Leonor abriram a primeira noite do evento, com a apresentação de um reportório musical, aliado a muita alegria e boa disposição destes jovens oriundos do concelho de Murça.

Seguiu-se um concerto de música tradicional portuguesa com o grupo Rama de Oliveira, um espetáculo com uma forte componente rural e humana, preenchido com temas de autores célebres, e uma apaixonante viagem a um Portugal de tradições e raízes musicais.

A animação musical esteve bem animada com um concerto com o artista Bié, cantor, compositor e multi-instrumentista autodidata, com uma intensa, mas cuidada, mistura de Rock, Indie Rock, Folk, Blues ou mesmo Country. Uma mistura que o torna singular.

A fechar a noite, o DJ Overule animou o recinto com os seus discos de vinil e sons festivos.

Mário Artur Lopes, presidente da Câmara Municipal de Murça, entidade organizadora desta iniciativa considerou o evento, “uma excelente iniciativa”, destacou “a boa organização do evento, tendo em conta a novidade do local e do conceito, a envolvência e participação dos produtores locais, e a enorme adesão das pessoas que mesmo com condições meteorológicas adversas não deixaram de visitar o certame”.

Também os produtores locais manifestaram uma enorme satisfação pela forma como a iniciativa foi organizada e pelo fantástico espaço onde a “Vinhos Brancos na Praça” decorreu. ○

28 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | MURÇA |

"MELHORES VINHOS DO DOURO"

MOSTRARAM-SE EM VILA NOVA DE FOZ CÔA

A edição deste ano do Festival do Vinho do Douro Superior alcançou um número record de visitantes, com cerca de 7500 pessoas "apesar da chuva e do final do campeonato de futebol", segundo João Geirinhas, diretor do Festival e diretor de negócio da revista Grandes Escolhas.

As atividades paralelas, no decorrer do evento, foram também muito participadas pelos visitantes, como é o caso das provas comentadas e do showcooking que tiveram mesmo lotação esgotada, bem como a animação do certame e os concertos, igualmente com um record de assistência.

"Mais uma vez este certame é prova da excelência dos vinhos que se produzem na sub-região do Douro Superior, o que contribui de forma significativa para a notoriedade e promoção desta região e, por sua vez, para a economia nacional", reforça Luís Lopes, diretor da revista Grandes Escolhas.

Fazendo um balanço do evento, João Geirinhas afirma que "concluímos mais uma edição do Festival do Vinho do Douro Superior e só podemos estar gratos pela dimensão e relevo que este evento tem vindo a alcançar, ao longo dos anos. Acima de tudo, é uma prova da relevância que o Douro Superior, com Foz Côa no seu epicentro, alcançou no conjunto da Região Demarcada do Douro e, por extensão, nos vinhos portugueses".

Para João Paulo Sousa, Presidente da Camara Municipal de V N Foz Côa "O Festival do Vinho do Douro Superior que este ano chegou à sua décima edição, é um evento estruturante para o Concelho de V. N. Foz Côa. De realçar que neste Festival conseguimos encontrar, desde os mais conceituados produtores da região, até aos pequenos empresários que começam agora a dar os primeiros passos, mas que com a excelência do seu trabalho já dão cartas no sector. Batemos todos os records de participação nesta edição, o que nos dá alento e motivação para o próximo ano fazer ainda melhor".

O Festival do Vinho do Douro Superior é já uma referência do calendário dos grandes eventos vínicos do país. Este certame tem vindo, ano após ano, a reforçar a aposta na qualidade para atrair, por um lado mais visitantes ao território e, por outro, valorizar os vinhos da região.

Concurso de Vinhos do Douro Superior elegeu os melhores dos melhores

O Concurso de Vinhos do Douro

Superior, que decorreu no âmbito do Festival do Vinho do Douro Superior entre 26 e 28 de maio em Vila Nova de Foz Côa, elegeu os melhores vinhos nas categorias de vinhos brancos, vinhos tintos e vinho generoso, entre 200 vinhos em competição. Terras do Grifo Vinhas Velhas 2018 (brancos), Avô Escrivão Grande Reserva 2019 (tintos) e Quinta de Ervamoira Vintage 2020 (vinho generoso) foram os eleitos que se destacaram nas respetivas categorias.

Para além doa 3 vinhos vencedores, foram, ainda, anunciadas 63 medalhas, 19 na categoria de brancos (6 Ouros e 13 Prata), 37 na categoria de tintos (12 Ouro e 25 Prata) e 7 na categoria de vinho generoso (2 Ouro e 5 Prata), o que reflete a qualidade dos vinhos em competição.

PRÉMIOS DO CONCURSO DE VINHOS DO DOURO SUPERIOR

Prémio Melhores Vinhos· Terras do Grifo Vinhas Velhas 2018 (Rozès)

· Avô Escrivão Grande Reserva 2019 (Vinilourenço)

Quinta de Ervamoira Vintage 2020 (Adriano Ramos Pinto)

VINHOS BRANCOS

Medalhas de Ouro

Crasto Superior 2021 (Quinta do Crasto)

Dona Berta Curtimenta Reserva 2020 (H. & F. Verdelho - Dona Berta)

Kaputt (Barão de Vilar)

Quinta Vale d’Aldeia Grande Reserva 2020 (Quinta Vale d’Aldeia)

Soulmate Grande Reserva 2018 (Cortes do Tua Wines)

Vineadouro Special Edition 2021 (Vineadouro)

Medalhas de Prata

Altitude by Duorum 2022 (Duorum Vinhos)

Colinas do Douro Reserva 2021 (Colinas do Douro)

Couquinho 1º Ensaio 2020 (Quinta do Couquinho)

Duvalley Reserva 2021 (Sociedade Agrícola Castro de Pena Alba)

Pai Horácio Grande Reserva 2021 (Vinilourenço)

Quinta da Bulfata 2020 (Quinta da Bulfata)

Quinta da Pedra Escrita 2021 (Rui Roboredo Madeira Vinhos)

Quinta da Silveira Reserva 2018 (Sociedade Agrícola Vale da Vilariça)

Quinta da Terrincha Reserva 2020 (Quinta da Terrincha)

Rebelo Afonso Reserva 2021 (Casa Rebelo Afonso)

Restrito Reserva 2021 (Restrito)

Souza Dias Moscatel do Douro 2006 (Caves da Quinta do Pocinho)

Valle do Nídeo 2022 (Miguel Abrantes)

VINHOS TINTOS

Medalhas de Ouro

Casa Ferreirinha Quinta da Leda 2019 (Sogrape Vinhos)

Castello D’Alba Limited Edition 2020 (Rui Roboredo Madeira Vinhos)

Cortes do Reguengo Premium 2018 (Vinaze - Quinta do Reguengo)

Cortes do Tua Reserva 2020 (Gerações de Xisto)

Crasto Superior Syrah 2020 (Quinta do Crasto)

Duas Quintas Reserva 2015 (Adriano Ramos Pinto)

Duorum Reserva 2019 (Duorum Vinhos)

Grandes Quintas Reserva 2017 (Casa D’Arrochella)

Quinta da Touriga Chã 2020 (Jorge Rosas)

Quinta do Vesúvio 2020 (Symington Family Estates)

Selores Premium 2018 (Viniselores)

Vales Dona Amélia 2018 (Gerações de Xisto)

Medalhas de Prata

Arribas do Côa Reserva 2018 (Sote-

ro Ferreira - Arribas do Côa)

DA Dina Aguiar Grande Reserva 2018 (Adão e Filhos)

Fonte Videira Reserva 2020 (Casa Agricola Quinta dos Lagares)

Gravuras do Côa Grande Reserva 2019 (Mateus & Sequeira Vinhos)

Iter 2019 (Duplo PR - Serviços de Enologia)

Mix Grape Reserva 2019 (Terraloga, Sociedade Agrícola)

Montes Ermos Grande Reserva 2020 (Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta)

Muxagat Vinhas Velhas 2017 (Muxagat)

Palato do Côa Grande Reserva 2017 (5 Bagos)

Quinta da Silveira Grande Escolha 2017 (Sociedade Agrícola Vale da Vilariça)

Quinta da Terrincha 2019 (Quinta da Terrincha)

Quinta das Mós Grande Reserva 2020 (Mikael Monteiro Cabral)

Quinta do Arnozelo Grande Reserva 2018 (Sogevinus Fine Wines)

Quinta do Couquinho Touriga Nacional Reserva 2020 (Quinta do Couquinho)

Quinta dos Romanos Reserva 2010 (Maria Lucinda Todo Bom Damião Cardoso)

Rasga Reserva 2019 (Artur Rodrigues)

Remisi’us Grande Reserva 2020 (Valley & Co.)

Roquette & Cazes 2019 (Roquette & Cazes)

Salgados Reserva 2021 (Mário Salgado e Maria de Lurdes Salgado)

Sebarigos Reserva 2019 (Caves da Quinta do Pocinho)

Vale da Teja Reserva 2019 (Adega Cooperativa do Vale da Teja)

Vale de Pios tinto 2017 (Quinta Vale de Pios)

Vale Marianes Reserva 2018 (Rui Saraiva Caldeira)

Vallado Douro Superior 2020 (Quinta do Vallado)

Vineadouro Vinhas Antigas 2019 (Vineadouro)

VINHO GENEROSO

Medalhas de Ouro

Amável Costa Tawny 30 anos (Amável Costa)

Burmester Tawny Porto Tordiz 40 anos (Sogevinus Fine Wines)

Medalhas de Prata

Burmester Tawny Porto 20 anos (Sogevinus Fine Wines)

Cockburn’s Quinta dos Canais

Vintage 2013 (Symington Family Estates)

Duorum LBV 2019 (Duorum Vinhos)

Palmer Vintage 2020 (Barão de Vilar)

Quinta do Grifo Vintage 2017 (Rozès) ○

30 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | VILA NOVA DE FOZ CÔA |

FEIRA MEDIEVAL DE PENEDONO

ENTRE 30 DE JUNHO E 2 DE JULHO

Penedono é um concelho possuidor de uma traça vincadamente medieval, com origens que remontam aos primórdios da nacionalidade, a vila em si é um verdadeiro compêndio histórico-cultural. Orgulhoso do seu passado, exorta nos dias 30 de junho, 1 e 2 de julho, através da sua Feira Medieval, (uma das mais conceituadas do país), não só a sua história, bem como a de Portugal.

Com um cenário idílico, cujo ex-libris é o seu milenar castelo, a Vila de Penedono acolhe, nestes três dias, manifestações que transportam os visitantes para uma verdadeira atmosfera medieval.

Pelas ruas engalanadas deste pequeno recanto beirão, encontramos bobos, almocreves, mercadores, escaramuças entre nobres e serviçais, justas de honra a pé ou a cavalo.

Durante a Feira Medieval de Penedono é dada primazia à

interação com os visitantes, neste sentido, os mesmos, são convidados a envergar vestes da época e a interagir com os inúmeros figurantes que, pautam a sua atuação pela originalidade e rigor histórico.

No dia 1, nos Paços do Conce-

Renato Gonçalves

Médico interno de formação específica em Medicina Interna Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira

Risco Cardiovascular: Mas que risco é este?

Todos nós já fomos bombardeados com expressões médicas que nos assustam, mas que na realidade não conseguimos perceber bem o seu significado. O que é o risco cardiovascular? Um conceito inespecífico? Um marcador de doença? A curiosidade é importante e devemos perguntar-nos o que significa para obtermos uma resposta.

A vida é um ciclo, por mais que tentamos combater e que a medicina continue a evoluir, este ciclo terá sempre um princípio e um fim, o que podemos fazer durante a nossa vida, é moldar esse fim, torná-lo menos sofredor e brusco.

Uma boa maneira? Evitarmos ter um elevado risco cardiovascular. Como conseguimos fazê-lo? Vamos tentar responder a estas perguntas nos parágrafos que se seguem.

O risco cardiovascular, tal como o nome indica, é a probabilidade que cada um tem de ter um evento cardiovascular no futuro, que continuam a ser das principais causas de morte em Portugal.

Existem vários fatores que entram na equação para determinar o risco CV. Em primeiro lugar temos de definir os fatores de risco em dois grandes grupos:

Fatores de risco não modificáveis, ou seja aqueles que estão intrínsecos a cada um de nós, são eles, a idade, o sexo, e a herança genética.

Fatores de risco modificáveis, ou seja aqueles em que devemos trabalhar para erradicar, são eles, o consumo de tabaco, a diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemia, obesidade e sedentarismo.

Portanto, à medida que a idade aumenta, o risco de ter um evento cardiovascular aumenta. O facto de se ser homem aumenta também esse risco, no entanto, podemos atenuá-lo sendo o mais saudáveis possível. Parar de fumar é algo obrigatório, o tabaco constitui um dos mais importantes fatores de risco no que toca a morbi e mortalidade por eventos cardiovasculares. Não devemos ter

lho, tem lugar a Ceia Medieval onde, os comensais são convidados a degustar uma ementa característica da época que se representa e, a assistir a diversos momentos preconizados pelas diversas personagens que vão deambulando pelo es-

medo de pedir ajuda, não devemos ser arrogantes pensando que nunca nos acontecerá nada de mal. Para que possam compreender o quanto o tabaco contribui para exponenciar o risco cardiovascular, deixo-vos o seguinte exemplo prático: um homem de 65 anos com colesterol elevado e pressão arterial relativamente controlada, tem cerca de metade da probabilidade de ter um evento cardiovascular quando comparado com alguém na mesma condição, mas que seja também fumador.

Posteriormente, temos algo que para mim é igualmente importante, evitar o sedentarismo! Temos de mudar rapidamente o nosso estilo de vida “trabalho-sofá-cama”, criamos falácias dentro da nossa sociedade em que achamos que por caminharmos 15 minutos para regressar a casa é suficiente exercício físico, isto é absolutamente mentira! Temos de efetivamente colocar na nossa agenda, no mínimo 3 momentos de exercício média/grande intensidade numa semana, para usufruirmos dos benefícios cardiovasculares da atividade física. Apesar de desafiante, é apenas uma questão de hábito e de força de vontade, acredite! Nunca nos podemos esquecer da alimentação, para além de controlar o excesso de peso, também ajuda a evitar doenças silenciosas e gravíssimas como a dislipidemia e a diabetes. Nunca se deve desvalorizar estas patologias, temos o hábito de praticar um raciocínio em algumas áreas da saúde de “o que os olhos não vêem, o coração não sente”, ironicamente é precisamente o contrário.

Então e afinal temos risco de vir a ter o quê? Resumidamente, tudo aquilo que queremos evitar! Ou seja, síndrome coronário agudo (“enfartes”), acidente vascular cerebral (AVC), doença vascular periférica (problema na circulação periférica que poderá levantar a amputação de membros).

Este risco que, na nossa prática médica, calculamos com apoio de ferramentas específicas e que posteriormente se traduz num número, permite-nos medicar e aconselhar o doente que se apresenta perante nós em conformidade, e lutamos em todos os doentes para que este seja o mínimo possível! Nunca se esqueça, um valor alterado de glicemia, de colesterol ou de pressão arterial, a longo prazo, isoladamente, não tem o verdadeiro impacto, mas sim em associação com tudo o resto, por isso devemos combater todos de uma só vez! Fazendo exercício, comendo bem e evitando o tabaco, o caminho estará certamente a ser bem percorrido!

O ser humano é como uma máquina, há peças fundamentais, mas o desgaste de pequenas peças poderão igualmente fazer a máquina parar. ○

paço, momentos esses que oscilam entre a seriedade da história e o humor rocambolesco. No mesmo dia acontece o momento alto da Feira Medieval de Penedono, O Assalto ao Castelo, reza a história que aqui teve berço Álvaro Gonçal-

Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I

SECA: Riscos para a Saúde

Em Portugal, vivemos neste momento um período de seca, que tende a agravar-se se continuarmos com a fraca precipitação que se tem verificado até ao momento. Para além de todos os problemas de caracter económico que advêm da seca, esta pode também acarretar consequências em termos de saúde.

Uma situação de seca envolve riscos acrescidos para a saúde de determinados grupos de pessoas mais vulneráveis, como as grávidas, as crianças, os idosos, os portadores de doenças de doenças crónicas, as pessoas que vivem em deficientes condições de habitação e pessoas que, ao viver em comunidades rurais podem desenvolver situações de depressão, graças à perda de bens associados à agricultura.

Estes riscos para a saúde estão principalmente relacionados com a perda

ves Coutinho, o insigne "Magriço". Numa representação histórica fidedigna, acontecem escaramuças entre sitiados e sitiantes, num conflito onde se espera, saia vencedor o "Magriço" e os seus comandados. O Assalto ao Castelo culmina num majestoso espetáculo pirotécnico.

Para além da componente histórica subjacente a este evento, os visitantes podem tomar contacto, nos diversos stands espalhados pelo recinto da Feira, com os produtos endógenos, com o artesanato e diversas iguarias capazes de satisfazer o palato mais exigente. Com a realização da Feira Medieval 2023, o Município de Penedono pretende manter o seu papel de embaixador da história local e nacional potenciando, ao mesmo tempo a economia concelhia pois, este é um evento que depende da sinergia existente entre a autarquia e associações concelhias.

Para mais informações consulte www.cm-penedono.pt ○

de qualidade da água para consumo humano, para higiene pessoal e para preparação de alimentos.

Em situação extrema podem surgir doenças associadas ao aumento de insetos e roedores, o acréscimo das doenças alérgicas e o agravamento de ocorrência de incêndios.

Tendo em conta todos estes riscos é fundamental que se tomem algumas precauções importantes, que podem ser mais ou menos exigentes dependendo do sistema de abastecimento ser da rede pública ou sistema alternativo.

Quando se trata de Sistemas de Abastecimento Público é necessário que se tenha em atenção as recomendações dos responsáveis pela distribuição da água e possíveis avisos da Autoridade de Saúde Local. Quando o abastecimento de água é proveniente de um sistema alternativo (poços, furos, fontanários), os cuidados devem ser acrescidos, nomeadamente:

- Ferver a água 10 minutos antes de consumir ou desinfetar a água com produtos à base de cloro;

- Armazenar a água em recipientes próprios, corretamente tapados e para consumo apenas em 24 horas.

Estas medidas ajudam a prevenir possíveis complicações para a saúde decorrente do consumo de água que poderá estar com a sua qualidade comprometida devido à seca. ○

JUNHO 2023 | VIVADOURO | 31 | PENEDONO |
Maria João Pires Técnica de Saúde Ambiental

AUDIR RECEBEU TERCEIRA EDIÇÃO DA DOURO WINE CITY

A cidade de Peso da Régua foi palco da terceira edição da Douro Wine City, uma mostra de vinhos da região que reúne alguns dos melhores néctares do Douro, e que este ano contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Ao longo de quatro dias, entre 8 e 11 de junho, o Auditório Municipal recebeu milhares de visitantes que, para além das provas de vinhos tiveram ainda oportunidade de provar alguns produtos da região, assistir a showcookings e muita animação musical.

As tocatas do Rancho Folclórico de Loureiro e do Rancho Folclórico e Recreativo de Godim deram as boas-vindas a todos os presentes na abertura do evento, que foi presidida por Maria José Lacerda, Vice-Presidente da Câmara Municipal do Peso da Régua, acompanhada por Nuno Gonçalves, Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo e Vice-Presidente da CIM Douro.

No final da cerimónia inaugural os convidados visitaram os 100 expositores, acompanhados por D. Antónia Adelaide Ferreira e o Barão de Forrester, evidenciando que os bons negócios podem perdurar no tempo e serem determinantes para o incremento da economia local e regional.

Em parceria com a autarquia, entidade organizadora do evento, a Confraria dos Vinhos do Douro organizou também a terceira edição do Concurso dos Vinhos do Douro que premiou os melhores vinhos da região destacando-se como Melhores dos Melhores: Espumante Fernão de Magalhães 2019, Quinta da Rede 2021, Reserva, nos brancos, Quinta do Tedo 2021 nos rosé, Terras do Grifo Vinhas Velhas 2017, Reserva, nos tintos, Quinta do Estanho, Porto 30 anos, nos Porto e ainda, na categoria Colheita Tardia, o Rola Late Harvest 2017, Colheita tardia.

Com as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas a acontecer este ano na cidade de Peso da Régua, foram muitos aqueles que aproveitaram para visitar o certame, uma oportunidade que também Marcelo Rebelo de Sousa e outras individualidades não quiseram perder. ○

32 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | PESO DA RÉGUA |

ALIJÓ APRESENTA SISTEMA ANTI-GRANIZO

No âmbito do projeto Luta Ativa contra o Granizo, a Câmara Municipal de Alijó apresenta a 16 de junho, na abertura da edição de 2023 da Feira dos Vinhos e Sabores dos Altos, o novo sistema anti-granizo para proteger as vinhas.

O novo método deverá estar instalado em menos de um ano. O investimento é de 1,2 milhões de euros e vai transformar o granizo em água, impedindo desta forma prejuízos avultados na vinha e nos olivais.

Trata-se de um sistema inovador anti granizo com o objetivo de proteger as vinhas e olivais da região. Em Alijó, o concelho com maior produção de vinho e azeite da Região Demarcada do Douro, a aposta vai para a instalação de um sistema de defesa contra o granizo com um nível de eficácia de 80%, reduzindo assim drasticamente o potencial de risco das culturas. O objetivo é testar o método numa área-piloto e depois expandir a metodologia a toda a Região Demarcada do Douro, benefician-

do não só a vinha, mas também a produção frutícola que representa uma outra importante atividade económica do território.

O projeto envolve também a autarquia de Sabrosa, assim como a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a Associação dos Viticultores Profissionais do Douro (PRODOURO).

Esta nova tecnologia, que deverá estar no terreno dentro de um ano, consiste na utilização de um radar de grande amplitude que, conjugado com a instalação de 24 estações meteorológicas fixas em locais estratégicos e previamente estudados pela equipa técnica, vai permitir detetar com antecedência a aproximação da massa de ar que será responsável pela queda de granizo.

Perante esta ameaça, é emitido de imediato um sinal para as estações meteorológicas, que na presença desta informação, disparam para a atmosfera um balão de hélio, que transporta uma carga de sais minerais capazes de dissolver o gelo, caindo

água em vez de granizo.

Estamos verdadeiramente empenhados em evitar os recorrentes estragos provocados pelo granizo que quase todos os anos afetam os nossos produtores. O projeto vem, assim, responder às constantes queixas dos viticultores e produtores de azeite da região que se veem a braços com avultados prejuízos sempre que os terrenos são fustigados pela queda de granizo. O cenário é desolador com as vinhas e olivais danificados. Este é o investimento necessário e há muito desejado pelos agricultores, refere José Paredes, presidente da Câmara Municipal de Alijó. Este novo sistema será apresentado pela primeira vez no próximo dia 16 de junho, data da abertura oficial da edição de 2023 da Feira dos Vinhos e Sabores dos Altos, que decorre em Alijó até 18 de junho.

A apresentação terá lugar no final do colóquio dedicado ao "O Impacto das Alterações Climáticas no Douro Projeto da Luta Ativa contra o Granizo", que terá lugar a partir das 15h00, no Teatro Auditório Municipal. ○

34 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | ALIJÓ |

MINISTRA DA COESÃO LANÇOU UMA

OBRA E INAUGUROU OUTRA EM LAMEGO

O Município de Lamego lançou a primeira pedra da reabilitação dos edifícios que vão acolher a futura residência de estudantes do ensino superior e inaugurou o novo Centro Cívico de Lamego, um equipamento criado a partir da reabilitação do antigo matadouro que se encontrava bastante degradado.

Na companhia do Presidente Francisco Lopes, a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, esteve em Lamego para marcar presença nestes dois momentos de elevado simbolismo.

A criação da primeira residência de estudantes do ensino superior, na Praça do Comércio, nasce de uma candidatura apresentada por esta autarquia, em parceria com o Instituto Politécnico de Viseu. O investimento total para a criação de 48 camas de alojamento é de 1.490.800,17€, mais

IVA, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “Era uma necessidade

premente e um anseio muito antigo da comunidade académica”, recorda Francisco Lopes.

O novo Centro Cívico de Lamego tem o Rancho Regional de Fafel como entidade resi-

dente, representando um investimento de 824 mil euros, mais IVA, concretizado no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU).

“É um exemplo do trabalho que este município tem feito na execução dos fundos comunitários, na requalificação do nosso património, na vivificação das nossas tradições, no envolvimento da comunidade e na criação de parcerias e de massa crítica”, explica Francisco Lopes.

A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa destacou a aplicação dos fundos pela autarquia lamecense e elogiou as obras que “irão servir melhor os alunos, potenciando assim o ensino superior em Lamego”. Já da parte da tarde a governante sublinhou a importância do novo Centro Cívico “na preservação na memória coletiva da cidade” através do trabalho desenvolvido pelo Rancho Regional de Fafel, que ali desenvolverá a sua atividade. ○

JUNHO 2023 | VIVADOURO | 35 | LAMEGO |

João Barroso

Portugal 2030, um instrumento essencial para o Douro

Os fundos europeus são um mecanismo essencial para assegurar alguma equidade entre as regiões europeias, garantindo que as regiões menos desenvolvidas possam ter acesso efetivo a instrumentos que lhes permitam convergir ou, pelo menos, não divergir significativamente.

Neste âmbito, está disponível o pro-

grama ‘Portugal 2030’, que, na verdade, é um conjunto de 12 programas: COMPETE2030, PESSOAS2030, Sustentável2030, MAR2030, NORTE2030, CENTRO2030, Lisboa2030, ALENTEJO2030, ALGARVE2030, AÇORES2030, MADEIRA2030, Programa de Assistência Técnica 2030 e Cooperação Territorial Europeia.

O Portugal 2030 resulta do acordo de parceria estabelecido entre Portugal e a Comissão Europeia, onde são estabelecidos os objetivos estratégicos para aplicação de fundos europeus, entre 2021 e

2027. O valor total dos fundos disponíveis para o Portugal 2030 é de 23 mil milhões de euros, distribuídos pelos programas anteriormente referidos.

Chamo a atenção, em particular, para o NORTE2030, com uma dotação de 3,4 mil milhões de euros, com as seguintes prioridades: Norte mais competitivo; Norte mais competitivo e conectividade digital; Norte mais verde e hipocarbónico; Norte mais verde e hipocarbónico e mobilidade sustentável; Norte mais conectado; Norte mais social; Norte mais

próximo dos cidadãos; Norte mais neutro em carbono e transição justa.

Este é o instrumento por excelência que o Douro deve utilizar da melhor forma. E, à semelhança de qualquer instrumento musical, o resultado depende sempre da arte do tocador. Por isso, por muito bem (ou mal) desenhados que estejam os programas do Portugal 2030, em última análise, os resultados dependerão da capacidade dos atores da região apresentarem e desenvolverem propostas com valor para o Douro. ○

Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. mais próximo dos viticultores

Ir ao encontro dos viticultores de modo a facilitar o acesso aos serviços do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP, IP), muito em especial a todos aqueles que se encontram geograficamente mais afastados e com mais dificuldade em utilizar os meios informáticos, constitui um objetivo estratégico na concretização da missão do Instituto.

Sendo a vinha e o vinho o pilar da economia do território Duriense, Património Mundial, é essencial a implementação de projetos e medidas que estabeleçam respostas, tanto a nível de intervenção social e comunitária, como da educação, ambiente, cultura e desporto, prestando serviços que vão ao encontro das necessidades

da população, constituída, na sua grande maioria, por agentes económicos da Região Demarcada do Douro (RDD). É neste contexto de serviço público de colaboração e numa lógica de dar resposta, com maior proximidade, aos viticultores que necessitam de aceder aos serviços do IVDP, IP, muito em especial dirigida aos geograficamente mais afastados e que muitas vezes apresentam dificuldades em utilizar meios informáticos, que temos vindo a celebrar protocolos de colaboração com os municípios da RDD, particularmente nos concelhos mais distantes do edifício sede, os quais passam a dispor de recursos humanos com competências técnicas nas funções e procedimentos do IVDP, IP, apoiando, assim, diretamente, os viticultores.

Recordemos que a Região Demarcada

do Douro é muito extensa, composta por 21 municípios - Alfândega de Fé, Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Lamego, Mêda, Mesão Frio, Mirandela, Murça, Peso da Régua, Resende, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Tabuaço, Torre de Moncorvo, Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa e Vila Real. Perseguindo o objetivo anunciado, foram já celebrados protocolos com os municípios de S. João da Pesqueira, Carrazeda de Anciães, Freixo de Espada à Cinta, Vila Flor, Torre de Moncorvo, Mêda e Vila Nova de Foz Côa, encontrando-se em processo de assinatura o protocolo a celebrar com o município de Alijó.

Um IVDP, IP mais próximo dos seus Stakeholders , promovendo a melhoria continua no desempenho da organiza-

Domingos Nascimento

da Agência Social do Douro

Neste ano de 2023, objetivamente, a CIM - Comunidade Intermunicipal, associação de municípios, fez-se a COMUNIDADE DOURO, a CIDADE de aldeias, vilas e cidades de 19 municípios.

A COMUNIDADE DOURO é a Cidade que dá força, dimensão, escala, mas-

O vinho é o motivo, as pessoas o objetivo!

sa crítica, diversidade, união, a este território, dos mais extraordinários do mundo.

A COMUNIDADE DOURO é a primeira Cidade conceptual e simbólica do país. Estamos a viver um tempo histórico. De significativa transformação. O Douro alarga-se, afirma-se e impõe-se. Faz-se mais Portugal.

Com a candidatura conjunta ao estatuto de Cidade Europeia do Vinho 2023 deu-se um grande passo para a mudança. As diversas atividades nos diferentes municípios ajudam a integrar e trazer todos para o acontecimento de valorização do vinho sem se esquecerem os ou-

tros produtos bandeira. Para lá da divulgação dos excelentes vinhos, acontece a dinâmica relacional das PESSOAS, que fazem esta região.

As comemorações do dia de Portugal, Camões e das Comunidades, deixaram mais evidente a facilidade com que os responsáveis dos 19 municípios se relacionam e já assumem a união de propósitos. Pela primeira vez estas comemorações, que são da responsabilidade da Presidência da República, realizaram-se numa Cidade conceptual e simbólica, no caso, na primeira do país.

A COMUNIDADE DOURO ganhará raí-

ção para otimização do Serviço Público, e, por conseguinte, a adequada resposta aos cidadãos, neste caso particular aos Agentes Económicos da RDD, é um desiderato sempre presente na nossa atuação.

Os projetos realizados e em desenvolvimento, para além de reforçarem o papel e a importância do IVDP, IP no setor e em toda a Região, serão preponderantes na sua capacitação futura, uma organização assente num modelo com a iniciativa de criar alianças e parcerias, de fomentar o empreendedorismo, de organizar ações, de incentivar o uso das novas tecnologias, de promover a informação e o conhecimento, de garantir a qualidade e a eficiência, de capacitar os recursos humanos, de adotar simplificação de procedimentos de gestão, de salvaguardar o património. ○

zes com coisas concretas que envolvam as PESSOAS e as organizações. Devemos continuar a fazer futuro com coerência, determinação e inclusão.

A COMUNIDADE DOURO implicará uma visão estratégica das lideranças políticas, que já começa a ser evidente, e depois a sua partilha com os cidadãos e com as organizações.

A COMUNIDADE DOURO exige também uma atitude clara e visível da Cidadania. Ou seja, também da sociedade deverá emergir uma estrutura que una, dê dimensão e força, às organizações do setor não lucrativo.

COMUNIDADE DOURO, vamos lá...! ○

36 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | OPINIÃO |
Gilberto Igrejas Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P. (IVDP) Presidente - Vice-Reitor para a Inovação, Transferência de Tecnologia e Universidade Digital - UTAD

No caminho dos vinhos do Távora-Varosa

Albergando os municípios de Moimenta da Beira, Sernancelhe, Tarouca e ainda algumas freguesias dos concelhos de Penedono, São João da Pesqueira, Tabuaço, Armamar e Lamego, a região é limitada pelos dois rios que lhe dão o nome, o Távora e o Varosa. As características edafo-climáticas, as suas vinhas plantadas em solos graníticos, solos litólicos e solos de transição, reúnem boas condições para a criação de vinhos geralmente frescos, e com teores de acidez ideais para a produção de vinhos espumantes. No ano de 2022 a região do Távora-Varos registou um crescimento de produção de 40%.

MARCOS HEHN (ESPUMANTES HEHN): UM HOMEM DO DOURO COM TOQUE GERMÂNICO

Na nossa viagem pelos vinhos e espumantes do Távora-Varosa viajamos este mês até São Cosmado, em Armamar, ao encontro de Marcos Hehn, que se intitula como um produto de duas culturas (alemã e portuguesa).

O nome adotado para a marca de vinhos que produz, Hehn, denuncia mesmo a origem germânica da mãe, uma escolha feita porque é um nome curto, que funciona como logomarca e fica na retina, explica.

A propriedade, com o nome Quinta da Seara, está localizada a 700 metros de altitude um fator ótimo para a produção de vinhos brancos, com nove hectares de vinha que Marcos Hehn reconverteu nos inícios dos anos 90, apostando em castas como Malvasia Fina, Cerceal e Gouveio, Tinta Roriz e Touriga Nacional que é excelente para vinho de base espumante.

Tal como muitos produtores da região, nos anos 70 e 80, também a família de Marcos Hehn trocou a vinha pelos pomares de maçã, um processo que tem vindo a ser revertido aos poucos.

Esta região, desde os anos 50 começou a viver um esvaziamento da sua massa crítica. Nesta quinta, por exemplo, a última pessoa a viver aqui a tempo inteiro foi uma tia minha que faleceu em meados dos anos 70. É mais fácil segurar quem cá está do que atrair gente nova.

Quando terminei a licenciatura na UTAD tive uma espécie de idealismo e considerei que faria mais falta no interior do que no litoral, contudo, passados uns anos regressei ao Porto e hoje divido a minha vida entre o Porto e o Douro, até porque as vias de comunicação melhoraram e facilita este movimento.

Nos anos 70 iniciou-se aqui a cultura da maçã que nos anos 80, em especial até à entrada de Portugal na então CEE, deu muito dinheiro levando muitos proprietários a arrancarem vinha a plantarem pomares, uma situação que hoje se tem vindo a inverter com muitos

pomares a darem lugar às vinhas.

Não sendo um negócio fácil, o do vinho, mais difícil é o dos espumantes que exige investimentos avultados e longos períodos de estágios. Esta foi a razão principal para que no início Marcos Hehn se dedicasse mais à produção dos chamados vinhos tranquilos.

No início comecei a produzir espumantes mas percebendo a dificuldade do negócio acabei também por fazer um vinho que era um blend de Malvasia Fina, Gouveio e Cerceal e acabamos mesmo por engarrafar mais vinho do que espumante.

Contudo, com o passar do tempo a realidade foi mudando e em 2022, segundo dados da própria CVR, Marcos Hehn foi o produtor que registou um maior crescimento, algo que deverá voltar a acontecer em 2023, afirma.

Outra aposta diferenciadora de Marcos Hehn foi a produção de riesling, uma casta muito usada na Alemanha e da qual o produtor fez a primeira vindima em 2014.

O riesling foi um sucesso enorme, na altura meti na cabeça que o primeiro riesling que fizesse seria para espumantizar,

e assim foi. A colheita foi em 2014 e foi engarrafado em 2015, já estava com um grau de maturação que não era o ideal resultando num espumante um bocado aromático o que não é muito o meu gosto. Acabei por deixá-lo guardado e estamos agora a preparar o lançamento ao fim de oito anos. Nas vindimas seguintes o riesling estava sempre tão bom que nunca mais espumantizei, engarrafamos sempre como vinho tranquilo, mas havemos de lá voltar, confessa sorridente.

Desafiado a apresentar os espumantes que produz na Quinta da Seara, Marcos Hehn começa por explicar que o que distingue o espumante produzido sob o método clássico é a segunda fermentação e o estágio sobre borras.

“Os meus espumantes de entrada de gama têm 2, 3 anos de estágio. O Grande Cuvée, por exemplo, têm um estágio de 8 anos e meio sobre borras, o mínimo que pretendemos serão sempre 18 meses.

Os nossos espumantes apresentam-se com uma mousse bem integrada e suave. Vinhos com uma frescura vibrante. Um perfil sério e complexo”.

Para Marcos Hehn a categoria

espumante é a mais versátil para o consumidor, pode ir desde uma esplanada até umas ostras passando por pratos como um cabrito assado ou um lombo de porco até à sobremesa. Há espumantes para todos os perfis. Para o produtor o consumidor já começou a perceber esta versatilidade, daí o consumo começar a crescer.

A preocupação da região Távora-Varosa, afirma Marcos Hehn, deve ser a qualidade. O pior que nos poderia acontecer era entrarem aqui operadores

preocupados com o volume e não com a qualidade. A região do Távora-Varosa tem chamado à atenção porque a qualidade média dos vinhos brancos em Portugal tem subido e esta é uma região de excelência para este tipo de vinhos. Este ano a previsão de Marcos Hehn é engarrafar cerca de 40 mil garrafas e para o futuro o produtor pensa diversificar para os vinhos tranquilos brancos porque o turnover é mais fácil de atingir do que nos espumantes. ○

JUNHO 2023 | VIVADOURO | 37 | VIAGEM |
A REGIÃO

MARQUÊS DE SOVERAL HOMEM

DO DOURO E DO MUNDO

O PESQUEIRENSE SOVERAL, ALVO PREFERIDO DOS CARICATURISTAS

Amigo íntimo do príncipe de Gales, futuro rei Eduardo VII, o português Luís de Soveral era presença constante nas páginas da imprensa britânica, em particular nas colunas sociais. Soveral serviu na embaixada de Portugal em Londres durante quase um quarto de século. Mas foi a amizade com “Bertie”, como era conhecido o príncipe, que catapultou o aristocrata nascido na Quinta de Cidrô (São João da Pesqueira) para o topo da sociedade londrina. O príncipe cruzou-se pela primeira vez com Luís de Soveral em Berlim, durante uma conferência diplomática. Ficaram amigos até ao fim da vida. "Bertie", filho da rainha Vitória, foi príncipe de Gales durante quase 60 anos e monarca do Reino Unido (e dos Domínios Britânicos e Imperador da Índia) entre 1901 e 1910. "O embaixador de Portugal era provavelmente o amigo mais próximo do rei Eduardo VII. Tinham muito em comum. Tal como o comparsa no trono, Soveral era muito mulherengo. E era uma verdadeira estrela da sociedade da altura", escreve o biógrafo N. John Hall. Essa popularidade do marquês

de Soveral é confirmada, por exemplo, pela enorme quantidade de caricaturas publicadas na imprensa britânica no final do século XIX e ao longo da primeira década do século XX. Soveral surge em pelo menos 20 caricaturas desenhadas por Sir Max Beerbohm, geralmente considerado como o maior caricaturista do seu tempo (“Max era um verdadeiro Goya inglês", escreveu um crítico). Apenas o rei Eduardo VII teve mais caricaturas desenhadas por Max do que Soveral. O português, aliás, era um alvo ideal dos ilustradores: alto, impecavelmente vestido, com as suas luvas brancas, o chapéu distinto e o indispensável monóculo, o gentleman Soveral tinha um bigode farfalhudo, o cabelo escuro e, apesar de barbeado, apresentava sempre uma mancha cinzento-azulada na cara uma caraterística que lhe valeu a alcunha de "Blue Monkey" (Macaco azul). Tudo matéria-prima de sonho para uma atividade que Max descrevia como a “deliciosa arte do exagero”.

Soveral também foi uma das "vítimas" preferidas de Sir Leslie Ward, outro caricaturista famoso que publicou centenas de retratos

nas páginas da "Vanity Fair", a influente revista de atualidades e crítica que todas as semanas expunha as vaidades da sociedade britânica no auge do império. Ward assinava as suas caricaturas das figuras mais importantes da vida pública com o pseudónimo "Spy" (Espião). Ele era conhecido por observar os seus alvos ao longe nas corridas de cavalos, nos corredores do parlamento, na igreja. As ilustrações eram acompanhadas por uma legenda e um texto geralmente irónico e cheio de insinuações marotas. As caricaturas de página inteira da "Vanity Fair" fizeram disparar a popularidade da revista e tornaram-se numa verdadeira instituição. Passou a ser uma marca de honra e distinção ser caricaturado na revista. A “Vanity Fair” existiu entre 1868 e 1914 e publicou mais de 2300 caricaturas. Apenas cinco delas foram de portugueses: o duque de Saldanha (em setembro de 1871), o rei Manuel II (1909) e o pesqueirense marquês de Soveral, por três vezes (1898, 1907 e 1912).

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38 | VIVADOURO | JUNHO 2023 | CRÓNICA |

DOURO & PORTO WINE FESTIVAL TRAZ MICHAEL BOLTON, UB40, NIK KERSHAW E MARIZA ENTRE OUTROS AO DOURO

Nos dias 15 e 16 de setembro, o Douro será novamente palco do maior festival de vinhos da península ibérica. Com concertos de Michael Bolton, UB40 com Ali Campbel, Nik Kershaw, Mariza e apresentações com diversos chefs de renome, o evento regressa para celebrar a região, num dos mais idílicos cenários a nível mundial.

Combinando tradição, cultura e sabor, o Douro & Porto Wine Festival realiza a sua segunda edição já nos dias 15 e 16 de setembro, no Porto Comercial de Cambres. No ano em que se celebra o Douro como Cidade Europeia do Vinho, este evento é o ponto alto das comemorações, fazendo já parte da agenda cultural da região. As margens do Douro preparam-se para receber uma experiência inesquecível para os amantes do vinho e entusiastas da gastronomia, reunindo o melhor da tradição vinícola com entretenimento de classe mundial.

"Estamos muito felizes por poder trazer esta segunda edição do Douro & Porto Wine Festival novamente a Lamego. Mais do que um festival, este evento é uma celebração de toda região vinícola do Douro, da sua tradição e herança e é um orgulho para nós fazer parte da sua história”, afirma Diogo Marques, Diretor Executivo do festival. “No ano em o Douro é distinguido como a Cidade Europeia do Vinho, voltamos a trazer o melhor da cultura gastronómica e do entretenimento para uma paisagem arrebatadora e… brindamos a isso!”.

Atraindo novos públicos até à região do Douro, o line-up desta edição junta várias atrações e experiências sensoriais, regadas pelos melhores néctares do mundo: os vinhos do Douro. O festival conta com dois palcos distintoso Douro & Porto Stage e o Chef's Stage, cuja programação foi pensada para todos os que desejam desfrutar de momentos emocionantes e descobrir o melhor que a região tem a oferecer.

Douro & Porto Stage

É no Douro & Porto Stage que a magia da música ganha vida. No primeiro dia de festival, Paulo Gonzo estará no palco com a sua energia vibrante e é garantido que deixará o público a cantar do início ao fim, entre clássicos como “Jardins Proibidos” e “Dei-te Quase Tudo” e os mais recentes êxitos. No mesmo dia, seguem-se o inconfundível pop-rock português dos Delfins e o inigualável talento da fadista Mariza, cuja voz apaixonante irá certamente deixar o Douro com as emo-

ções à flor da pele.

O dia 15 de setembro termina da melhor maneira, ao som de sucessos como “Red Red Wine”, “Please Don't Make Me Cry” e “Can't Help Falling In Love”. Os icónicos UB40, featuring Ali Campbell, chegam a Lamego para um concerto inesquecível, onde a energia contagiante da banda promete transportar a plateia diretamente para a euforia dos anos 80 e início dos 90. Já no dia 16 de setembro, José Cid irá abrilhantar o palco com temas que têm atravessado gerações. “Nasci p’ra Música”, “Cabana Junto à Praia” ou “Como o Macaco Gosta de Banana” são algumas das canções que marcaram o panorama musical português e que farão o Douro vibrar no segundo dia de festival. No mesmo palco terá o Matias Damásio, o artista angolano que conquistou Portugal com as suas baladas envolventes e letras profundas, e, ainda, Nik Kershaw. O cantor e compositor inglês que conquistou o mundo com temas como "I Won't Let

the Sun Go Down on Me" estreia-se no Douro & Porto Wine Festival e promete levar o público a um universo musical único.

No dia 16, contamos ainda com os acordes inigualáveis de Michael Bolton a envolverem a plateia na emoção e nostalgia das suas baladas atemporais. O norte-americano que deu voz a êxitos como “How Am I Supposed to Live Without You” e interpretou clássicos como “When a Man Loves a Woman” traz a Lamego a pop dos anos 80 e 90, numa performance que se antecipa memorável.

Chef's Stage

Entre degustações, showcookings, música e palestras, é no Chef's Stage que os sabores se encontram e se fundem num verdadeiro banquete para os sentidos. Com a curadoria do conceituado Chef Miguel Castro e Silva, este espaço promete muita animação e diversos convidados de honra. José Júlio Vintém, Renato Cunha, Lídia Brás, Oscar Geadas, Anna Lins, André Magalhães, que atuará como moderador, e o conhecido enólogo Álvaro Van Zeller, são alguns dos diversos chefs que se apresentam no Chef's Stage para demonstrar as suas habilidades e partilhar a paixão pela cozinha.

O Douro & Porto Wine Festival oferece também aos participantes a oportunidade de explorar a Wine Village com a curadoria da Essência do Vinho: um espaço encantador, que

reunirá dezenas de quintas da região do Douro. A Quinta da Pacheca, Quinta do Carvalhido e Raposeira, parceiros no lançamento do evento, são alguns dos espaços onde os visitantes poderão degustar, provar e comprar uma variedade de vinhos e espumantes de alta qualidade. Para aqueles que desejam uma experiência ainda mais exclusiva, o recinto acolhe a Privilege Zone. Com bares exclusivos, Meet & Greet com artistas e acesso privilegiado ao palco, uma tenda Privilege com Shows Exclusivos e Suites Cabins para 30 pessoas, esta área oferece um leque de experiências premium e personalizadas.

Com uma localização privilegiada e capacidade para receber até 10.000 pessoas por dia, o Douro & Porto Wine Festival é pensado para todos os que desejam desfrutar de momentos emocionantes e descobrir o melhor que a região tem a oferecer. Os bilhetes para o festival já estão disponíveis no site do evento em www.douroportowinefestival.pt com valores entre 30€ e 100€.

Até lá, são vários os momentos pensados para celebrar esta região vinícola. Entre eventos de warm up e novidades imperdíveis nas plataformas digitais, o Douro & Porto Wine Festival vai proporcionar várias experiências pelo país e internacionais, revelando novidades e curiosidades únicas sobre este que é o maior festival de vinhos da península ibérica. ○

JUNHO 2023 | VIVADOURO | 39 | VILA FLOR |
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