Jornal VivaDouro ed99_maio2023

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Lançado concurso para projeto de reabertura da Linha do Douro

“Os serviços de ecossistema não devem ser subsidiados. Devem ser pagos. Um pagamento justo a quem trata a paisagem, a quem cumpre a missão de preservar os ecossistemas” .

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No caminho dos vinhos do Távora-Varosa Especial

O VivaDouro faz-se à estrada pelos caminhos da região Távora-Varosa para lhe dar a conhecer alguns dos melhores néctares desta região vinícola. Apostada essencialmente na produção de espumantes, os vinhos tranquilos têm vindo a crescer de produção. Acompanhe-nos nesta viagem e fique a conhecer produtores e vinhos desta região.

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Visite-nos em: www.vivadouro.org - E-mail: geral@vivadouro.org Ano 8 - n.º 99 -MAIO 2023 | | Diretor: Miguel Almeida | Dir. Adjunto: Carlos Almeida Preço 0,01€ Mensal
reeleito
AFLODOUNORTE Murça
António Marques
presidente da
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Págs. 4/5

Estimados Leitores,

Os especialistas de marketing e comunicação sabem bem o que é a gestão de expectativas. Consiste em colocar a expectativa das pessoas num nível tão baixo – ou alto; dependendo dos objetivos; que as pessoas vão achar que quando a solução final é obtida afinal não é tão má - ou tão boa - como se esperava e que o resultado obtido foi, afinal, uma grande vitória da democracia; mesmo quando as medidas são de inspiração fascista.

Temos muitos excelentes gestores de expectativas em cargos políticos em Portugal, sendo que o seu esplendor máximo é, sem dúvida, o primeiro-ministro. Também temos alguns mauzinhos; mesmo em funções de elevada sensibilidade, como ficou patente em todo o folhetim da TAP. Estou a dizer mauzinhos a gerir expectativas, não que sejam mauzinhos gestores da coisa pública que isso são contas de outro rosário.

Vem isto especialmente a propósito da proposta de Lei do governo que pretende acabar com os fumadores em 2040. Os não fumadores (eu fui muitos anos e deixei de ser também há muitos) estão já razoavelmente protegidos pelas Leis atuais e os hábitos modificaram-se para bem melhor com as restrições ao fumo nos espaços fechados.

As novas alterações que se perfilam já não são para proteger o não fumador, mas sim para erradicar os fumadores. Ou seja, deixa de ser para proteger os outros e passa, teoricamente, para a proteção do próprio.

O governo, em vez de ser inteligente e aumentar o custo (através dos impostos) que os fumadores têm com o seu fumo e melhorar o impacto fiscal vai tornar mais difícil a obtenção de cigarros (pela proibição de venda em cafés e restaurantes, tornando milhares de aldeias incapazes de ter pontos de venda para cigarros) e obrigando os fumadores a fazer stocks em casa.

Claro que isto foi o anunciado. A Lei, proposta pelo governo, ainda vai ser objeto de discussão no parlamento e pode ser que as fortes restrições deixem o seu lugar a restriçõezinhas, como manda a boa gestão de expectativas.

Ou então, em sentido contrário, a próxima Lei que, brevemente, irá liberalizar o consumo de drogas leves poderá também vir a (re)liberalizar os pontos de venda dos cigarros, pois pelo andar da carruagem arriscamo-nos a que seja mais fácil, numa qualquer aldeia, vila ou cidade de Portugal comprar marijuana do que nicotina.

E, claro, sempre os mais desprotegidos com menor capacidade financeira e de fazer stocks de cigarros vão ser os mais prejudicados. ○

SUMÁRIO:

Destaque

Páginas 4 e 5

Sabrosa

Página 6

São João da Pesqueira

Página 7

Sernancelhe

Página 8

Carrazeda de Ansiães

Página 9

Mesão Frio

Páginas 10 e 27

Tarouca

Páginas 11 e 25

Alijó

Páginas 12 e 17

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org

POSITIVO

O Douro continua a atrair atenções de todo o mundo, até ao final do verão serão vários os eventos de grande dimensão na região, a começar com a celebração oficial do 10 de junho na cidade de Peso da Régua.

NEGATIVO

Santa Marta de Penaguião

Páginas 14 e 26

Armamar

Página 15

Torre de Moncorvo

Página 16

Moimenta da Beira

Página 18

Vila Nova de Foz Côa

Página 19

Entrevista

Páginas 20 e 21

Região

Página 22

Freixo de Espada à Cinta

Páginas 22 e 24

Lamego

Página 28

Peso da Régua

Página 30

Murça

Página 32

Tabuaço

Página 34

Vila Real

Página 36

Especial Távora-Varosa

Página 37

Opinião

Páginas 2, 26 e 40

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O Douro perdeu um dos seus maiores nomes esta semana. A morte de António Mesquita Montes, considerado “pai” da Confraria dos Vinhos do Douro e nome incontornável da região deixa um vazio no Douro. PRÓXIMA

Fontaínhas Fernandes

Professor Universitário Liga dos Amigos do Douro Património Mundial

Um Manifesto pelo Douro

O Manifesto de Ventozelo apresentado no início do mês apresenta as principais conclusões de sete sessões em formato de tertúlia realizadas durante dois anos, que envolveram conhecidas figuras públicas comprometidas com o Douro.

A demografia é um dos principais pontos do manifesto, face à diminuição e envelhecimento com que a Região se defronta, o que apela a políticas nacionais coordenadas com políticas regionais, sugerindo a criação de uma Agência de Migrações e continuar o investimento público numa rede policêntrica de centros urbanos no Douro conectados digitalmente.

Tendo o vinho e o turismo como foco, o Douro deve apostar na complexificação da economia regional assente em bens e serviços de maior valor acrescentado, a par de uma carteira de novas atividades que permitam diversificar a economia da Região. Para tal, é essencial continuar a trajetória de qualificação e de inovação, nas quais as Escolas Profissionais e as instituições do sistema científico e tecnológico da Região devem assumir um papel relevante.

A sustentabilidade económica do Douro passa por tornar-se o destino de uma fatia maior das receitas que gere, quer das taxas já existentes, quer das referentes à produção de hidroenergia e do turismo, servindo o conjunto destas receitas para promover os produtos e a própria Região, visando criar reputação coletiva e individual dos seus produtos e marcas.

Mas, a sustentabilidade passa por ambicionar o Douro como uma região neutra em emissões de carbono, o que exige criar um observatório dinâmico suportado por uma plataforma digital de monitorização do uso dos solos, mapeamento de carbono e valorização económica de ativos biológicos e respetivos serviços de ecossistema.

O futuro do Douro passa ainda pela preservação e conservação como Património Mundial, articulando com as necessidades de modernização, de crescimento e de desenvolvimento sustentável, em que os legítimos interesses públicos e privados possam cooperar e articular soluções de forma aberta, transparente e escrutinável pela comunidade.

Em síntese, os subscritores deste Manifesto sugerem um conjunto de propostas que simbolizam a urgência de mudança, mas também esperança no futuro. ○

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2 VIVADOURO MAIO 2023
EDIÇÃO 14 DE JUNHO
nacional) comercial@lusoiberia.eu| Tiragem: 10 mil exemplares
Editorial
Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT

Destaque

Apresentação do concurso para projeto de reabertura

À margem de um seminário, em Mesão Frio, onde marcou presença, a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, anunciou o lançamento do concurso para o projeto da Linha do Douro que tinha sido prometido no final de 2022 em Freixo de Espada à Cinta.

Em declarações exclusivas ao nosso jornal, Ana Abrunhosa explicou que a promessa feita foi cumprida, algo que lhe dá "uma satisfação pessoal", aproveitando ainda para destacar o papel do anterior Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, mas também o atual detentor da pasta, João Galamba.

"Eu e o Ministro Pedro Nuno Santos prometemos, em 2022, que o concurso para o projeto de execução da Linha do Douro seria lançado, no máximo, durante o primeiro trimestre de 2023, o concurso já está lançado e o prazo falhou apenas por um mês e pouco, o que em política é muito positivo, é cumprir o compromisso.

É uma satisfação pessoal porque respondemos às legítimas reivindicações do território, da população e dos autarcas. A minha satisfação é porque fizemos justiça e cumprimos o prometido com o território. Demasiadas vezes as pessoas destes territórios têm promessas que não são cumpridas e isso leva a que não acreditem em nós, isto restaura a confiança das pessoas nas instituições e no Governo.

Não posso deixar de dar uma palavra de enorme gratidão ao Ministro Pedro Nuno Santos, mas também ao atual Ministro das Infraestruturas porque se empenhou desde o início neste projeto. Apesar de ter havido mudança de ministro, que podia ter atrasado ainda mais, este ministro manteve a prioridade neste projeto e isto também é coesão dentro do Governo e coesão com o território".

Contudo, apesar da evidente satisfação Ana Abrunhosa diz "não estar sossegada porque este tipo de projetos são sempre muito complexos", deixando ainda uma nova promessa, "vamos vindo ao território, ouvindo as pessoas e vamos procurando lutar pelos projetos que são estruturantes para o território, que fazem a diferença. Nós sabemos quais são, é a redução das portagens ou a Linha do Douro, por exemplo, elas estão identificadas por isso por parte do Governo cá viremos prestar contas quando cumprimos e quando não conseguimos cumprir, explicar as dificuldades".

Questionada sobre a publicação em Diário da República da portaria que anuncia “que o procedimento para elaboração do projeto de reabilitação da linha Pocinho Barca d'Alva foi adiado para 2029", a Ministra da Coesão Territorial diz que esse é um tempo conservador.

"Esse tempo é um tempo conservador porque o ideal é quando façamos os trabalhos que estão previstos para a linha eles tenham continuidade.

A promessa foi fazer o projeto agora, durante o projeto, vamos tentar encontrar

a fonte de financiamento, sem o projeto não há obra, por isso esse tempo é conservador. Estes projetos são muitos complexos, são necessários vários estudos que demoram o seu tempo.

Este concurso é de mais de 4 milhões de euros e agora vamos procurar, simultaneamente, a fonte de financiamento porque de facto não basta fazer o projeto, há que fazer a obra e este território merece que a linha seja reposta, até para se acreditar verdadeiramente que o Governo está preocupado com o interior, não pode ser com palavras, tem que ser com atos".

Ana Abrunhosa deixou ainda um pedido usando a Linha do Douro como exemplo do que deve ser feito pelas populações e pelos autarcas, em especial do interior.

"Há pouco apelava a que as pessoas nos desassossegassem, esta obra só foi possível porque as pessoas do território não desistiram dela, por isso, desassosseguem-nos, façam ouvir a vossa voz, quando estamos calados é como se os problemas não existissem.

É obrigação do Governo responder às necessidades do território e este tem que erguer a sua voz, não chamem os governantes só em dia de festa, chamem para mostrar os problemas, não podemos vir

só para as inaugurações porque aí está tudo bem".

CIM Douro mantém contestação

Em contraste com a satisfação da Ministra, Carlos Silva, Presidente da CIM Douro afirma que esta notícia é apenas uma forma de "tapar o sol com a peneira", justificando a sua desconfiança com os sucessivos atrasos na eletrificação da Linha até ao Pocinho.

"Quando a CIM Douro fez o exercício para a terceira fase da Linha do Douro (Pocinho Barca D'Alva) estávamos convencidos que a obra da primeira fase (Marco Régua) já estaria concluída porque havia dinheiro de fundos comunitários e estava no Plano.

Nesta fase em que estaríamos a discutir a abertura do concurso para o último troço, a CIM Douro estava convencida que já estava aprovado o projeto para a segunda fase e já estaríamos a entregar a obra entre Régua e Pocinho.

Assim faria sentido estar a abrir um concurso para a terceira fase com a primeira concluída e a segunda em fase de obra.

Neste momento o Governo quer tapar o sol com a peneira e dizer que estão a cumprir uma promessa, mas estão a colocar

a carroça na frente dos bois. A obra da primeira fase ainda não foi entregue, não há sequer projeto para a segunda fase e estamos a lançar o projeto da terceira fase para calar os autarcas, uns bacocos do interior".

A insatisfação do também autarca de Sernancelhe leva-o a questionar sobre os fundos existentes para os obras na Linha

4 VIVADOURO MAIO 2023

reabertura da Linha do Douro não descansa autarcas

do Douro, vindos dos fundos europeu.

"A pergunta que fica no ar é: onde é que o Governo gastou o dinheiro que estava previsto na ferrovia para Marco e Régua, onde está? Foi para onde? Qual foi a região do país que absorveu esta verba que era para ser para o Douro. Somos constantemente a barriga de aluguer para investimentos no litoral. Já foi anunciada uma

nova ponte sobre o rio Douro que tem que estar concluída até 2025, para isso há dinheiro, é rápido e vai haver execução Foi anunciada mais uma linha entre Guimarães e Braga, uma linha de comboio à superfície de alta velocidade e para isso há 100 milhões do PRR e haverá execução até 2025, há cerca de três semanas foram iniciadas as obras da linha de Cascais, também houve projeto e dinheiro. Onde está o Douro que anda há 15 anos a reclamar esta obra para a qual havia fundos comunitários?"

Dando como exemplo a resposta que o Primeiro-Ministro deu a uma carta enviada pela CIM Douro, Carlos Silva deixa duras críticas ao Governo e a António Costa, a quem exige uma resposta concreta até ao dia 10 de junho, dia das celebrações oficiais do Dia de Portugal na cidade de Peso da Régua.

"A resposta do senhor Primeiro-Ministro a uma carta que lhe enviamos mostra a sensibilidade que ele tem para com o interior, é uma resposta com duas linhas: "este assunto está remetido para o Ministro das Infraestruturas", mas não foi o Ministro que andou a dizer que tinha uma dívida com o interior, foi ele e não é o Ministro que vai a eleições, é ele, e é ele que tem que responder perante o Douro.

O Senhor Primeiro Ministro, até ao 10 de junho, tem que responder sobre a primeira fase da obra, não lhe admito outra conversa que não seja entregar essa obra. Não aceito nada, é uma enormidade, uma vergonha.

O Primeiro-Ministro faz do interior um momento de diversão constante. É muito triste que autarcas que ao fim de 12 anos não tenham visto um único investimento estrutural na sua terra, apesar das promessas e do dinheiro comunitário disponível.

Não admito que o Primeiro-Ministro faça do interior uma manobra de diversão, nomeadamente o Douro, não aceito. Tem até ao dia 10 de junho sobre isto, se assim não for, cá estaremos.

O Primeiro-Ministro continua a trabalhar por reação e a malta do Douro tem que ser deselegante para que abra os olhos e perceba que há uma parte do país, que se chama interior, e que ele apenas usa para manobra de diversão".

Associação Vale D'Ouro atribui mérito do projeto aos durienses Após ser divulgado o lançamento do concurso para o projeto de reabertura da linha, a Associação Vale D'Ouro "atribui o mérito desta conquista aos Durienses

que, nos últimos 5 anos, foram incansáveis na luta pela defesa da região mas não esquece que tudo poderia e deveria ter sido mais rápido".

"A região despertou para o tema da reabertura da Linha do Douro até Salamanca quando em 2018 o Município da Régua e a Associação Vale d'Ouro chamaram especialistas de todo o país para o debate "Linha do Douro: um futuro que tarda". Depressa a ferrovia no vale se tornou motivo de conversa em todo o tipo de fóruns. Seguiram-se as iniciativas da Liga dos Amigos do Património Mundial e todo um conjunto de oportunidades em que o tema não era esquecido pelos autarcas da região. A Linha do Douro tornou-se a bandeira de uma região que se revelou sempre orgulhosa da sua ferrovia mas que a tem visto sucessivamente ser maltratada. Para a Associação Vale d'Ouro o mérito é das pessoas: "o lançamento deste projeto já deveria ter acontecido há vários anos, agora nada justifica que daqui a 5 anos os comboios não circulem na linha do Douro; esta foi uma luta de cada um dos durienses que, sem olhar a partidos ou agendas, mostraram a sua força em todas as oportunidades. E conclui: "os louros são dos Durienses e da sua extrema resiliência".

Contudo, lembra a associação, "o processo está longe de estar concluído. Este é um passo muito tardio, há anos que sabemos da importância estratégica desta linha para a coesão territorial, para o turismo e até para o estabelecimento das primeiras cadeias logísticas do futuro Corredor Internacional Norte" mas sente-se confiante: "a partir de agora já nada poderá parar a reposição de um erro que paralisou e debilitou a região durante décadas".

Perante as críticas de que este é mais um estudo, o presidente da Direção da Associação Vale d'Ouro esclarece que "estamos a falar no último passo antes da obra, este é o estudo que deveria ter sido feito quando se criou a comissão de trabalho, havia bases e conhecimento suficientes, o trabalho lá desenvolvido poderia ter sido contemporâneo deste concurso agora lançado, tínhamos ganho um ano e meio".

5 MAIO 2023 VIVADOURO Destaque

Sabrosa comemorou Dia da Família com atividades para todos

O Dia Internacional da Família foi, durante a manhã de 14 de maio, e o dia de 15 de maio, comemorado no município de Sabrosa com dois programas de atividades variadas, dirigidos para toda a população concelhia, de todas as gerações, dinamizados em vários contextos. Durante a manhã de 14 de maio, com a organização do CLDS 4G Sabrosa, foi dinamizado um programa para todas as famílias, que decorreu no BB King Parque. Pelas 09H15 a animação já estava garantida com uma atividade de aquecimento físico dinamizado pela Academia We Wonder, seguindo-se uma caminhada pela Rota Urbana de Magalhães, decorrendo em simultâneo uma aula de dança ao ar livre. Já no final da manhã, na presença da Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, e da Coordenadora do CLDS 4G Sabrosa, Filipa Mourão, decorreu a abertura do bolo comemorativo do Dia da Família e a realização do Workshop “Poupe com a Pitada do Pai”, dirigido por Rui Marques,

onde se destacaram as técnicas de culinária e as provas gastronómicas.

No passado dia 15 de maio, no Mercado dos Produtos Durienses, o dia foi dedicado às IPSS´S com várias atividades a acontecerem naquele espaço. Organizado pelo Município de Sabrosa em parceria com as IPSS´S locais e os parceiros da Rede Social concelhia, o “dia da família IPSS”

iniciou com uma missa celebrativa. No final da eucaristia, a Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa referiu perante todos os presentes que “é um orgulho ter aqui este evento para estas pessoas e estas entidades num dia tão especial como este”. Cumprimentando todos os séniores e crianças presentes, destacou ainda que “as IPSS´S abraçam causas com muito es-

forço e dedicação, e trabalhar nelas é uma missão. Muitas vezes são os agentes mais próximos dos seus utentes, e, por isso, deixo a minha gratidão e louvor a todos os que nelas trabalham. Até quanto for possível, a autarquia será sempre um vosso parceiro que vos acompanha e apoia nas dificuldades sentidas”.

De seguida decorreu um almoço convívio entre todos, com muita animação, e com a distribuição de lembranças alusivas ao dia feita pelo Vice-Presidente da Câmara Municipal, Martinho Gonçalves, e pelo Vereador António Araújo.

A tarde continuou ao som da música de “Georges Canário”, com muita dança, pinturas faciais para os mais novos, pipocas, algodão doce e jogos populares, terminando o dia com a abertura do bolo comemorativo.

Desta forma, e com estas iniciativas, foi relevada a importância da família, da solidariedade entre gerações, do respeito e dos laços familiares. ○

Apresentado Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais

Decorreu durante a tarde de 03 de maio, nos Paços do Concelho, a apresentação do Dispositivo Especial, Concelhio, de Combate a Incêndios Florestais, onde estiveram representadas várias entidades com uma mostra de meios de segurança disponíveis a nível concelhio para toda a população.

Nesta apresentação o Segundo Comandante Sub-regional do Douro, José Requeijo, fez questão de ressaltar o seu contentamento pela presença em Sabrosa que lhe permite “conhecer a população, as dinâmicas, as dificuldades e os constrangimentos que se enfrentam no dia a dia” mostrando total disponibilidade para colaborar com a autarquia.

O Vereador António Araújo, com o pelouro da Proteção Civil, salientou que “é pela primeira vez efetuada a apresentação do dispositivo especial concelhio de combate a incêndios florestais onde temos presentes os nossos homens e mulheres operacionais que nos garantem a maior eficácia e eficiência para a segurança coletiva. Para todos uma certeza: Estamos preparados para enfrentar mais um ano, que se prevê difícil, com a nossa prontidão, eficácia, entreajuda e profissionalismo na ação. Reforço ain-

da, mais uma vez, o apelo à Vossa Segurança, nunca a descurem para podermos chegar, todos juntos, ao final desta árdua tarefa.”

Por sua vez, a Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, destacou que as autarquias locais são as estruturas fundamentais para a gestão de serviços públicos de proximidade, assim, “deverão estas, contribuir de forma eficiente e efetiva, prosseguindo a sua política de defesa e prevenção dos interesses legítimos das

populações, a integridade do património e dos recursos naturais. Para que tal se torne eficaz é necessário prevenir e avaliar riscos; planear e dar apoio às operações; consolidar a logística e por último sensibilizar os mais novos e a população em geral para comportamentos face a situações de catástrofe ou acidentes graves.”

No evento esteve presente o Vice- Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Martinho Gonçalves, o Secretário da

Assembleia Municipal, José Gonçalves, o 2º. Comandante Sub-regional do Douro da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o Comandante do Regimento de Infantaria 13 de Vila Real, o Capitão da Unidade de Emergência Proteção e Socorro da GNR sediada em Vila Real, o Representante do ICNF, o Representante da AFLODOUNORTE, Militares da GNR, Sapadores Florestais, os Bombeiros de Sabrosa e de Provesende, o Comandante da GNR do Posto Territorial de Sabrosa, o Representante dos baldios, o Representante do Agrupamento de Escolas Miguel Torga juntamente com alguns alunos e elementos das várias Juntas de Freguesia do Concelho de Sabrosa.

Organizado pela Câmara Municipal de Sabrosa em colaboração com todos os agentes de proteção civil municipais, o evento teve continuidade no Auditório Municipal, onde todos os presentes tiveram a oportunidade de assistir à peça de teatro-dança “Incandescente”, que abordou temas como a história do fogo, a sua importância, a relação com as florestas e os incêndios florestais, com a organização do CLDS 4G Sabrosa e o apoio do Município de Sabrosa. ○

Dia do Agrupamento celebrado com várias atividades

No passado dia 12 de maio, foi celebrado o Dia do Agrupamento de Escolas Miguel Torga, em Sabrosa com a participação de toda a comunidade escolar.

Este foi um dia repleto de atividades, as quais começaram pelas 10H00, no BB King Parque, com a arruada do grupo de bombos “Zés Pereiras de Sabrosa”.

A sessão de abertura contou com a presença da Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, que fez

questão de desejar um feliz dia a todos os estudantes e docentes.

A manhã continuou com as demonstrações da Guarda Nacional Republicana, dos Bombeiros Voluntários de Sabrosa e dos Sapadores Florestais e com uma aula de dança para todos no Parque BB King.

O restante programa estendeu-se durante toda a tarde, tendo as atividades acontecido nas instalações da Escola Bá-

sica e Secundária Miguel Torga, proporcionando a todos um dia de muita festa que se prolongou durante a noite com a apresentação de um Sarau Cultural, no pavilhão desportivo da mesma escola.

O Sarau Cultural contou com a abertura da Presidente da Câmara Municipal e do Diretor do Agrupamento de Escolas Miguel Torga, Adelino Queirós, e arrancou com o mote “Todos diferentes, todos iguais, unidos pela música”. Várias

foram as atuações musicais, desde logo com o grupo de bombos “Zés Pereiras de Sabrosa”, uma apresentação da Banda de Música de Sabrosa, muita dança, teatro e apresentação das atividades elaboradas por diversas turmas e trabalhadas durante todo o ano, a partir de vários projetos educativos.

A noite terminou com uma demonstração de patinagem artística da Associação de Santa Marinha – Vila Marim.

6 VIVADOURO MAIO 2023
Sabrosa

Inauguração das obras de requalificação da Igreja do Vilarouco

Foi inaugurada no dia 14 de maio, a Igreja Paroquial do Vilarouco, na sequência das obras de requalificação realizadas.

Na sessão de abertura desta cerimónia tomaram a palavra o Pároco Manuel Abrunhosa, o Presidente da Câmara Municipal de S. João da Pesqueira, Manuel Cordeiro e o Secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel, perante os convidados e comunidade local, que encheram por completo esta bela e renovada igreja, a cerimónia continuou com uma eucaristia presidida pelo Pró-Vigário Geral, Pe. João Carlos Morgado.

As obras com um valor elegível de 94.750,00€, foram financiadas 50% pelo Município de S. João da Pesqueira e 50% pelo Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública.

Durante a tarde houve animação com o Quinteto da Escola da Banda de Nagoselo do Douro e com a atuação do Rancho Folclórico Flor D’Amendoeira, no final foi servido um lanche comunitário de confraternização. ○

Resultados oficiais do III Concurso Cidades do Vinho 2023

Portugal Wine City Challenge

Decorreu de 5 a 7 de maio no Museu do Vinho de S. João da Pesqueira, o III Concurso Cidades do Vinho 2023 - Portugal Wine City Challenge, com cerca de 500 referências de vinhos em prova e a participação de um júri de 35 especialistas, para eleição dos melhores vinhos do país.

Durante 3 dias provaram-se vinhos de todo o país, no único concurso enológico nacional que alia a promoção do vinho à valorização dos respetivos territórios.

Do Concelho de S. João da Pesqueira foram vários os Produtores premiados com

Exposição

A sala de exposições temporárias do Museu do Vinho de S. João da Pesqueira, recebe no próximo dia 18 de maio, a exposição Concurso Internacional de Fotografia 2018 “Douro Património Contemporâneo” – Arquitetura | Arte | Imagem.

A exposição dos trabalhos vencedores do Concurso Internacional de Fotografia, é uma iniciativa bienal do Museu do Douro, que conta com o apoio mecenático da EDP.

Este conjunto de fotografias tem como tema as Barragens do Douro e pretende evidenciar e relação existente entre a arquitetura e o seu contexto, materializado também naquilo que é a sua implantação. Aqui poderá ver o resultado de “três olhares” que revelam um outro modo de interpretar o património. A exposição tem entrada gratuita e está patente até 3 de julho. ○

Grande Medalha de Ouro / Medalha de Ouro.

Consulte a lista completa com os resultados oficiais do III Concurso Cidades do Vinho 2023 na página oficial do Concurso - www.concursocidadesdovinho.pt

O Concurso Cidades do Vinho é uma organização conjunta da Associação de Municípios Portugueses do Vinho e da Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal, contando com o alto patrocínio da Presidência da República e o apoio institucional do Ministério da Agricultura. ○

7 MAIO 2023 VIVADOURO S. João da Pesqueira
do Concurso Internacional de Fotografia 2018 “Douro Património Contemporâneo”
Arquitetura | Arte | Imagem no museu do vinho de S. João da Pesqueira

Sernancelhe

Segundo Momentos com Vinho confirmou aposta da autarquia

O ExpoSalão de Sernancelhe acolheu a segunda edição do Momentos com Vinho, um evento que reúne vinhos de três regiões vitivinícolas: Távora-Varosa, Dão e Douro, apostando num conceito moderno, intimista e muito apelativo.

Ao longo de dois dias milhares de visitantes passaram pelo ExpoSalão de Sernancelhe onde cerca de 100 produtores de vinho das três regiões tiveram oportunidade de mostrar os seus produtos aos milhares de visitantes que passaram pelo certame.

Do programa constaram diversos momentos de animação musical: atuação do Quarteto Pedro Duvalle, Wine Emotions DJ, Grupo Indigo Quintet, Grupo Express Cool e DJ Mikas. Nas zonas de restauração, dirigidas por chefes de cozinha conceituados, os showcookings ficaram a cargo do Chef João Bandeira e do Chef Fábio Bernardino. Ao longo dos dois dias houve tempo ainda para várias provas de vinhos e espumantes comentadas e conversas com vinho.

Integrado no Douro Cidade Europeia do Vinho 2023, e organizado pelo Município de Sernancelhe, o “Momentos com Vinho” tem como grande particularidade o facto de fazer convergir para o mesmo espaço três grandes regiões produtoras de vinho sob o slogan “O Távora-Varosa convida os vizinhos Dão e Douro”.

Carlos Silva, autarca de Sernancelhe destacou o papel de Sernancelhe na produção vinícola, lembrando que o concelho é um dos maiores produtores de uva para a elaboração dos espumantes de Távora-Varosa.

“O vinho teve sempre uma importância enorme para Sernancelhe. Somos um grande produtor de uva, apesar de esta não ser a nossa primeira produção em termos económicos.

Com a dinâmica que os espumantes do Távora-Varosa, em especial o Terras do Demo, têm tido, têm prestigiado o nosso território, Sernancelhe e as Terras do Demo, e é bom que nós assumamos o papel cada vez mais preponderante da agricultura na nossa economia”.

Num ano em que o Douro se assume como Cidade Europeia do Vinho, Carlos Silva entende que a junção de três regiões no mesmo certame é algo "extraordinário", deixando desde logo a promessa de analisar o desafio que foi deixado na apresentação de juntar a esta festa a região da Beira Interior.

“O facto de juntarmos aqui as três regiões é extraordinário. No próximo ano iremos certamente olhar com atenção para o desafio que nos foi deixado e convidar também os nossos amigos da Beira Interior que também fazem fronteira com Sernancelhe.

Este ano temos a felicidade de comemorarmos os vinhos do Douro e a distinção que temos neste momento é uma

oportunidade para nós. É um momento que devemos aproveitar e devemos tirar desta distinção o máximo que conseguimos".

Novidade na edição deste ano foi a presença de produtores de Montpellier, no

sul de França, com quem Sernancelhe é geminado e que também é uma região de produção de vinhos.

No total estiveram quatro produtores a representar a região de Montpellier

nesta segunda edição de “Momentos com vinho”, durante a qual tiveram oportunidade de mostrar os seus vinhos de mesa, com especial atenção para os brancos.” ○

8 VIVADOURO MAIO 2023

Ação de sensibilização no âmbito da emergência médica junto da comunidade cigana

No âmbito da Emergência Médica decorreu no passado dia 04 de maio uma ação de sensibilização desenvolvida pelo Projeto Mediadores Municipais e Interculturais “Dinâmica & Igualdade”, em colaboração com a Proteção Civil Municipal, com a Guarda Nacional Republicana e a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Carrazeda de Ansiães, junto da Comunidade Cigana residente no acampamento cigano do concelho.

Esta atividade teve como finalidade dar a conhecer aos elementos da comunidade os procedimentos a realizar numa situação de emergência. ■

Sessão de Informação sobre Apoio ao Cumprimento

das Normas Fiscais

O Município de Carrazeda de Ansiães em colaboração com a Autoridade Tributária e Aduaneira estão a preparar uma sessão de informação sobre o Apoio ao Cumprimento das Normas Fiscais (IRS, IVA e Faturação).

A sessão tem lugar quarta-feira, 31 de maio, às 18h00 no Centro de Apoio Empresarial de Carrazeda de Ansiães

O Homem da Amália interpretado por Virgílio Castelo

(CAECA) e vai incidir nas obrigações de faturação, comunicação das faturas, documentos de transporte e novas regras do procedimento inspetivo.

Esta ação é especialmente vocacionada para comerciantes, associações, gabinetes de contabilidade, mas é aberta a toda a comunidade. ○

A história de amor mais profunda, mais estranha e mais secreta que alguém teve com Amália Rodrigues, um homem que existiu e deixou de existir, por se ter apaixonado por uma estrela inalcançável.

Um homem que dedicou a sua vida e morte, a seguir a diva de Portugal, onde quer que ela fosse.

Através dos fados por ela cantados, dos versos por ela escritos e das paixões por ela sentidas, acompanhamos Amália, vendo-a com os olhos do homem que por ela viveu, e por ela morreu. ○

Laço Azul - a cor para despertar consciências

O mês de abril é reconhecido como o mês da Prevenção dos Maus Tratos na infância, a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção de Crianças e Jovens assinala este mês com várias campanhas de sensibilização, ações de prevenção e a campanha nacional do laço azul.

Em Carrazeda de Ansiães as instituições e associações públicas e privadas, recolheram pedaços de tecido azul para confe-

cionar laços azuis, que foram distribuídos pelos pontos mais movimentados da vila e as crianças das instituições de ensino participaram no Laço Azul Humano, de forma a despertar consciências para esta realidade.

“O azul funciona para mim como um lembrete/alerta para lutar pela proteção das crianças” Bonnie W. Finney – percursora do Laço Azul. ○

9 MAIO 2023 VIVADOURO Carrazeda de Ansiães

Mesão Frio

Mesão Frio dedica 3 dias às comemorações do 25 de abril

Em Mesão Frio, o programa comemorativo do 25 de abril foi assinalado com iniciativas ao longo de três dias, tendo culminado com a sessão evocativa oficial. Os valores e os ideais de Abril foram sublinhados na presença das forças políticas do Concelho, de representantes das entidades locais, instituições civis e militares e população em geral.

A Tertúlia com o tema «Liberdade» serviu de mote para o arranque do programa comemorativo oficial. No serão de 21 de abril, a Biblioteca Municipal levou a cabo mais uma edição de ‘Tertúlias na Biblioteca’, que contou com a presença de João Luís Sequeira, Diretor do Espaço Miguel Torga, para além dos habituais dinamizadores: o escritor Manuel Igreja e a Tertúlia João de Araújo Correia, representada por Ana Luísa Almeida.

O momento inaugural das comemorações da Revolução dos Cravos levou o público até à época do Estado Novo e da Revolução e em ambiente simples e acolhedor, incentivou à partilha de memórias e de obras literárias alusivas ao 25 de Abril, mas também de outras lutas e liberdades do povo.

Na véspera do dia 25 de abril, o Município prosseguiu com as comemorações, com o concerto comemorativo ‘Memórias de abril’. Nas vozes e sonoridades do grupo ‘Cantarias’, as canções de abril, símbolos da revolução da liberdade, ecoaram no Auditório Municipal, convertendo-se num espetáculo único e num verdadeiro hino à democracia.

O dia da sessão solene evocativa, que decorreu no Auditório Municipal, contou com as intervenções políticas do Presidente da Câmara Municipal, Paulo Silva, do Presidente da Assembleia Municipal, Carlos Pombo Silva e dos representantes das forças políticas eleitas.

No seu discurso, o Presidente da Câmara Municipal fez uma referência ao valor da memória e à preservação dos valores da revolução, lembrando que o seu trabalho é fundado no espírito de abril: "O Executivo de Mesão Frio vive centrado nas pessoas. Atua para que os mais frágeis se sintam protegidos e acautelados, para que os mais jovens se sintam encorajados e motivados a estudar e a contribuir, para que os mais ativos encontrem melhores soluções para as suas ideias e projetos e para que todos possamos ajudar Mesão Frio a ser mais coe-

so socialmente, mais dinâmico na cultura e lazer, mais estruturado do ponto de vista económico e um melhor sítio para se viver e visitar", afirmou.

Após as intervenções políticas, António Fontainhas Fernandes, ex-reitor da UTAD, apresentou a palestra intitulada «25 Abril: o que mudou no Douro». Para honrar a data, foi também exibido um vídeo elaborado com testemunhos de ex-combatentes de Mesão Frio que estiveram na Guerra Colonial.

Artur Caldeira, guitarrista multipremiado e que já acompanhou muitos dos principais artistas nacionais do Fado, proporcionou dois notáveis momentos musicais alusivos à época.

No dia feriado nacional, foi hasteada a bandeira ao som d’A Portuguesa, no edifício dos Paços do Concelho, com guarda de honra da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Mesão Frio, ao qual se seguiu a romagem ao monumento de homenagem aos ex-combatentes da Guerra Colonial, para a deposição de uma

coroa de flores. A cerimónia terminou no edifício da Junta de Freguesia de Santo André, onde foi servido um Porto de Honra, com um brinde à Liberdade, que se quer responsável e participativa. ○

Coros nos Claustros com casa cheia

Mesão Frio realizou a 2.ª edição do evento «Coros nos Claustros», no passado dia 6 de maio, com as presenças do «Coral Mille Voci» e do «Grupo Coral Mesão E(n) canto e a Orquestra Alio Vírio». Devido à instabilidade meteorológica, a localização do evento inicialmente prevista para o Claustro do Convento de São Francisco de Varatojo, foi alterada para o Auditório Municipal.

O grupo da casa, «Mesão E(n)canto e a Orquestra Alio Vírio», abriu o espetáculo com um concerto absolutamente inédito, ao interpretar um novo alinhamento musical. Dentro de portas, o grupo de Mesão Frio estreou temas bem conhecidos de todos, de autores como José Cid, Paulo de Carvalho, Simone de Oliveira, Carlos Paião, Miguel Araújo e Dina, entre outros, que integraram antigas edições do Festival da Canção.

Com plateia lotada, o «Coral Mille Voci», oriundo da cidade do Porto e composto por cerca de 35 elementos, fez ecoar a música coral polifónica cantada à capela. Este evento é uma das apostas do programa cultural do Município de Mesão Frio e no próximo ano terá uma nova edição. ○

10 VIVADOURO MAIO 2023

Varosa Fest 2023 com The Gift, Blasted Mechanism, Dillaz, Piruka e Julinho KSD

Entre 10 e 13 de agosto, o Parque Ribeirinho de Tarouca vai ser o cenário da segunda edição do Varosa Fest, que este ano conta mais uma vez com nomes grandes da música nacional.

No decorrer da apresentação, que aconteceu na Casa do Paço de Dalvares, o Vice-Presidente da autarquia tarouquense, José Damião afirmou que a expectativa da organização para esta edição "é superar o número de festivaleiros", batendo assim os 5 mil que marcaram presença na edição de 2022

José Damião acredita que o Varosa Fest "é o maior evento de promoção territorial" organizado no concelho, "contribuindo também para que mais jovens se sintam atraídos por Tarouca, vindo para cá viver ou, aqueles que são de cá, se possam fixar"

"Quando pensamos no Varosa Fest, pensamos num evento de promoção territorial e que pudesse afirmar Tarouca a um nível diferente do habitual. Somos conhecidos por excelentes monumentos, excelente gastronomia e um espumante de referência mundial, mas faltava-nos algo que nos pudesse aproximar dos mais jovens, que são de uma casta única", afirmou José Damião, concluindo que este festival permite ainda "colmatar a falta de eventos deste género no interior".

Pensado para um público mais jovem, o cartaz do Varosa Fest deste ano conta com dois nomes que agradam também aos menos jovens, os The Gift e Bllasted Mechanis. Para José Damião, esta é uma conjugação perfeita entre jovens e menos jovens num ambiente festivo.

"Passamos a dizer que os jovens são o futuro do amanhã, mas temos de prová-lo e demonstrá-lo e o Varosa Fest é um pouco essa prova. É fazer algo para eles, algo diferenciador e algo que não seja para as gentes da minha idade. O Varosa Fest é o

espaço deles. Se os jovens têm um espírito diferente de viver e ouvir música, tínhamos de acrescentar outras gerações que se juntassem aos jovens e fossem capazes de ouvir música diferente, daí trazermos também nomes que agradam esse público”.

O rapper Dillaz vai abrir as festividades no dia 10, acompanhado do artista viseense Tilhon que atuou na apresentação , do Mizzy Miles e do DJ Kevu.

No segundo dia, o Varosa Fest vai receber Piruka e ainda os Blasted Mechanism,

que já têm mais de 27 anos de carreira, o grupo de heavy rock Blame Zeus e do DJ Fauvrelle.

A 12 de agosto Tarouca recebe as atuações de Julinho KSD, DJ Fifty, The Buzz Lovers e da banda viseense Os Pouca Roupa.

No último dia, os The Gift irão marcar presença num dia preenchido com as atuações dos Desalinhados uma banda de Tarouca e do Oskar DJ.

Os bilhetes já estão à venda e custam entre os 35 (passe geral) e os 40 euros (passe mais campismo). ○

11 MAIO 2023 VIVADOURO Tarouca

Alicaça 2023 juntou caçadores de toda a região

A Alicaça - Festa do Caçador regressou à localidade de Vila Verde no último fim-de-semana com várias atividades que juntaram caçadores de toda a região num animado convívio. O evento foi organizado pelo Município de Alijó, através da Zona de Caça Municipal, com o objetivo de promover o potencial cinegético, natural e económico do território.

O Município agradece a todas as entidades envolvidas no evento, nomeadamente a Federação das Associações de Caçadores da 1ª Região Cinegética, a Associação Portuguesa de Biodiversidade e Cinegética e o Juiz António Aguilar. Um agradecimento especial à Junta de Freguesia de Vila Verde e a todos os trabalhadores envolvidos, pelo contributo para o sucesso desta iniciativa.

Após um interregno provocado pela

pandemia, a Alicaça - Festa do Caçador regressou ao terreno com o objetivo de promover o potencial cinegético, natural e também económico do território e dinamizar a Zona de Caça Municipal, que

recebe habitualmente caçadores de todo o País.

O programa do evento incluiu várias atividades de caça e atividades lúdicas de cariz desportivo, nomeadamente a Prova de

Santo Huberto, a contar para o campeonato regional. Realizou-se também uma Batida à Perdiz, uma Prova de Trabalho de Cão Coelheiro, uma Mostra Canina com Podengo Português e Cães de Parar, um Percurso de Caça, com o apoio do Clube de Caça e Pesca de Alijó. Durante todo o evento, os visitantes puderam ainda ver as Exposições "20.000 Anos de Caça" e "Aves de Rapina", assim como assistir a várias demonstrações de falcoaria.

A animação, o convívio e a partilha de experiências foram também uma constante em todo o evento, com a presença de grupos musicais e folclore, um parque radical e uma área dedicada aos mais novos. Além do convívio entre caçadores e interessados no setor, o evento pretendeu ainda divulgar as excelentes condições da Zona de Caça Municipal para a prática de atividades cinegéticas. ○

Município retoma campanha de utilização racional de água

À semelhança dos anos anteriores, o Município de Alijó vai promover a campanha de sensibilização “Gota a gota, não seque esta ideia” para desafiar a população a adquirir e consolidar hábitos diários de utilização racional de água, de forma a garantir o nível do abastecimento de água em quantidade e em qualidade nos próximos meses.

Todas as semanas serão relembradas alguns conselhos práticos de utilização racional da água e de sensibilização para a importância de abandonar hábitos de

O Município de Alijó recebeu o Selo “Comunidades Pró-Envelhecimento 2022/2024”, galardão atribuído pela Ordem dos Psicólogos Portugueses. Este Selo reconhece e distingue en-

tidades cujas políticas, programas, planos estratégicos e práticas demonstram um compromisso forte e efetivo com a promoção do envelhecimento saudável e bem-sucedido ao longo de

desperdício. É fundamental começar a poupar já hoje a água de amanhã. Temos de ter consciência de que a água não é um bem ilimitado e que deve ser utilizada de forma moderada e consciente.

A campanha “Gota a gota, não seque esta ideia” foi lançada pelo Município em 2018 e foi recuperada em 2022 para relembrar e motivar a população de quais os comportamentos responsáveis que podem e devem ser adotados durante todo o ano. ○

todo o ciclo de vida.

Esta iniciativa é um contributo da Ordem dos Psicólogos Portugueses para a sustentabilidade dos sistemas social e económico, através do investimento no enorme e rico capital humano que Portugal possui. O objetivo último é a construção de uma sociedade coesa, equitativa, inclusiva, saudável e segura, que promova o bem-estar e a contribuição cívica de todos os cidadãos, durante todos os momentos do ciclo de vida. ○

12 VIVADOURO MAIO 2023 Alijó
Município de Alijó recebe galardão “Comunidades Pró-Envelhecimento 2022/2024”

Santa Marta de Penaguião

1.º Desafio Berço D’Ouro debateu turismo em Santa Marta de Penaguião

O dia 4 de maio de 2023 ficou marcado pelo 1ºDesafio Berço D’Ouro, cujo principal objetivo foi de fazer melhor pelo potencial turístico do território e de sinalizar Santa Marta de Penaguião como um território de experiências autênticas, culturalmente enriquecedoras, diferenciadoras e memoráveis.

Autenticidade, Sustentabilidade, Sinergia de Recursos foram as palavras-chave deste encontro, proferidas pelos oradores convidados, João Estevão, professor na Escola de Tecnologia e Gestão de Lamego, e por Miguel Duarte, Diretor da Escola de Hotelaria de Lamego.

Ambos preencheram a tarde com uma projeção de um trabalho futuro profícuo para potenciar não só os recursos e a oferta turística de Santa Marta de Penaguião,

como também para capacitar todos os agentes envolvidos, através da Formação + Próxima, financiada pelo Turismo de

Portugal.

O 1º Desafio Berço D’Ouro ficou também marcado pela assinatura do Protocolo de

Autarquia entregou 62 bolsas de estudo

No passado dia 25 de abril, o Executivo Municipal procedeu à entrega das bolsas de estudo a estudantes universitários, a bombeiros e a descendentes de bombeiros que frequentam o ensino superior.

A cerimónia decorreu no Auditório Municipal de Santa Marta de Penaguião tendo sido atribuído um total de 62 bolsas no valor de 31.000 Euros. (55 bolsas a alunos do ensino superior e 7 bolsas a bombeiros e descendentes de bombeiros). Cada aluno recebeu um cheque no valor de 500€. Durante a cerimónia de entrega, o presidente da Câmara Municipal apelou ao sentido de responsabilidade dos jovens para com o futuro do concelho. Sublinhou ainda a importância dada pelo Executivo Municipal à questão da fixação dos jovens e do contributo na sua formação. ○

Colaboração com o Turismo de Portugal e com o Município de Santa Marta de Penaguião.

O Turismo de Portugal, através da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro- Lamego e o Município de Santa Marta de Penaguião comprometem-se a realizar o Programa Formação+próxima, garantindo as condições e os meios necessários à concretização da capacitação de diversos agentes económicos do concelho.

O Município penaguiense deixou também o seu agradecimento a todos os presentes, nomeadamente à turma de turismo ambiental e rural da Escola Profissional da Régua e aos agentes que partilharam as suas experiências e ideias que em muito engrandeceram estas conversas e desafios sobre o turismo. ○

Santa Marta de Penaguião comemorou a Liberdade

Santa Marta de Penaguião assinalou os 49 anos do 25 abril com uma programação que envolveu o ato protocolar do Hastear de Bandeiras e a sessão solene pública da Assembleia Municipal onde as palavras democracia, liberdade, paz, entoaram nas vozes de todos os intervenientes.

Pela manhã, a Banda Musical da Cumieira percorreu as ruas da vila com uma arruada dando início às comemorações do Dia da Liberdade, sendo que os temas do 25 de abril tomaram o seu lugar, da parte da tarde, no auditório municipal, com o espetáculo musical “Cantar Abril” pelo grupo musical Semblante que encantou todos os presentes com as interpretações a invocar a “Revolução dos Cravos”. ○

14 VIVADOURO MAIO 2023

150 crianças no Encontro Interconcelhio de Andebol 4 Kids

Armamar acolheu no dia 6 de maio, o Encontro Interconcelhio de Andebol 4 Kids, um evento desportivo que decorreu no Pavilhão Gimnodesportivo Aldeias XXI.

Participaram 150 atletas das equipas dos concelhos de Armamar, Lamego, Tabuaço e Tarouca.

O Andebol 4 Kids é um projeto da Federação de Andebol de Portugal, em parceria com a Associação de Andebol de Viseu. A nível local conta com as parcerias do Município de Armamar, Armamar Futsal Clube e Agrupamento de Escolas de Armamar.

O objetivo do Andebol 4 Kids é promover e incentivar a prática da modalidade junto da comunidade escolar do Primeiro Ciclo do Ensino Básico.

A Autarquia Armamarense congratulou-se com o sucesso da iniciativa, marcada por um dia de alegria, companheirismo e convívio entre as 150 crianças participantes.

No final todos receberam lembranças entregues pelo Presidente e Vice Presidente da Câmara Municipal de Armamar.

Armamar recorda o Conde de Armamar

Município de Armamar lança projeto piloto de compostagem doméstica

A Câmara Municipal de Armamar está a preparar uma viagem no tempo para o fim de semana de 20 e 21 deste mês de maio. Será o segundo evento integrado no programa anual do Douro Cidade europeia do Vinho 2023. Trata-se de uma recriação histórica em torno da figura de Rui de Matos de Noronha (1617-1641), um jovem a quem D. Filipe IV de Espanha, III de Portugal, concedeu em 1639 o título de Conde de Armamar.

Em 1641, o conde entrou numa conspiração para depor D. João IV de Portugal em favor do Rei de Espanha. Na altura vivia-se em Portugal um dos períodos mais ricos e conturbados do reino, em luta pela sua independência. A

traição do Conde valeu-lhe ser decapitado a 28 de agosto de 1641 em Lisboa, na Praça do Rossio. Mas neste fim de semana do ano de 2023 o que se propõe é reescrever a história.

A reconstituição histórica fará um “desvio” no rumo dos acontecimentos que vê o conde a visitar a terra que deu nome ao seu novo título. Aí, porém, é surpreendido e capturado por homens fiéis ao novo rei de Portugal, os “homens-bons” do concelho de Armamar.

Esta inesperada alteração dos acontecimentos levará o pacato concelho de Armamar para o centro das intrigas do reino, em plena Guerra da Restauração contra o Reino de Espanha. ○

O Município de Armamar lança na primavera de 2023 um projeto piloto de compostagem doméstica na Freguesia de Armamar, concretamente nas localidades de Armamar, Coura, Tões e Travanca.

A Autarquia vai distribuir 100 baldes e 100 compostores domésticos, atribuídos mediante sorteio.

Os interessados devem residir em habitação com espaço exterior, como um quintal ou jardim e podem inscrever-se nos serviços da Câmara Municipal, fazendo-se acompanhar da fatura

de água mais recente, para fazer prova da residência na freguesia.

Pretende-se sensibilizar os cidadãos para a separação e reciclagem na origem dos bio resíduos produzidos em casa. Esta iniciativa segue na linha das políticas que vêm sendo implementadas pela Autarquia, com enfoque na defesa do meio ambiente e na promoção de hábitos e estilo de vida sustentável. Nesta fase piloto circunscrita à freguesia de Armamar, serão ainda distribuídos um compostor de maiores dimensões por cada Freguesia. ○

15 MAIO 2023 VIVADOURO Armamar

Torre de Moncorvo

Feira Medieval levou milhares a Torre de Moncorvo

No total a organização estima que passaram pelo município transmontano "cerca de 60 mil pessoas", um número que deixa o autarca bastante satisfeito”.

A 10ª edição da Feira Medieval de Torre de Moncorvo recriou as contendas em Terras de Mem Corvo no tempo D’ El Rei D. Dinis, com base em pergaminhos do Séc. XIV que demonstram as disputas que existiram entre o concelho de Torre de Moncorvo e os concelhos de Mós e Vilarinho da Castanheira e pela posse da Barca do Douro, com Vila Nova de Foz Côa.

Nesta recriação histórica marcaram presença cerca de uma centena de expositores entre comerciantes de produtos locais, artífices, demonstrações de animais e muito mais, sem que faltassem as habituais representações, cortejos, lutas, danças e muita música.

Do vasto programa destacou-se o cortejo do Rei em Terras Transmontanas, o treino de cavaleiros, o pracear das aves, a festa no terreiro em honra D'El Rei D. Dinis, o torneio de futebol medieval, o acampamento de vivência militar e cavalariças, a carta de caminheiro, o torneio de armas a cavalo, o casamento medieval, as contendas, a investidura de cavaleiro, o cortejo de cavaleiros, a entrega de oferendas a El Rei D. Dinis e espetáculos de fogo.

Um dos momentos altos da feira foi a cerimónia de investidura de um cavaleiro em que o ator Pedro Laginha interpretou o papel de Mendo Corvo, um nobre escudeiro que pela sua bravura em batalha se tornou cavaleiro, num momento carregado de significado e simbolismo.

De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, esta feira que assinalou a 10ª edição surgiu como o propósito de promover a história do concelho e os seus produtos endógenos.

"Só podemos projetar um concelho no futuro se soubermos a grandeza que teve no passado", afirmou Nuno Gonçalves.

A 10ª edição da Feira Medieval contou com 13 áreas temáticas, sendo o Largo do Vinho do Rei Lavrador, uma das novidades desta edição, local onde as cores e os cheiros convidavam os visitantes a degustar os vinhos produzidos no concelho, neste ano em que o Douro é Cidade Europeia do Vinho.

"Nesta praça do Vinho homenageamos todos os homens e mulheres que fizeram do território do Douro o que hoje e que está reconhecido como Património Mundial da Humanidade", afirmou o autarca moncorvense.

A Feira Medieval de Torre de Moncorvo distingue-se das demais existentes em Portugal, devido à grande envolvência dos comerciantes e população local, que se vestem a rigor e participam ativamente na iniciativa. Uma outra particularidade é a de ser sempre dedicada ao Rei D. Dinis e de ter sempre como ponto de partida o ferro de Moncorvo. ○

16 VIVADOURO MAIO 2023

Feira dos Vinhos e Sabores dos Altos regressa de 16 a 18 de junho a Alijó

O Município de Alijó volta a receber a Feira dos Vinhos e Sabores dos Altos, uma montra de divulgação dos vinhos e sabores do planalto duriense, que vai ter lugar a 16, 17 e 18 de junho, no Parque da Vila, em Alijó.

A edição de 2023 assinala o arranque de uma aposta estratégica da autarquia que visa a criação da marca Vinhos dos Altos, com o objetivo de promover o território e potenciar este nicho de mercado.

“Este é um outro Douro que damos a conhecer, onde os vinhos brancos protagonizam um papel de destaque e que é menos divulgado e reconhecido na região. Queremos alterar este paradigma, o Douro, principalmente a cotas mais elevadas, consegue colocar no mercado vinhos de excelência, de grande qualidade e com uma personalidade única”, refere José Rodrigues Paredes, Presidente da Câmara Municipal de Alijó.

Os Vinhos dos Altos incorporam e transmitem a paixão dos seus produtores, vertida em cada vinho. Representam uma conjugação equilibrada entre paixão e trabalho, entre respeito pela tradição e criatividade. “Alijó tem acolhido, nos últimos anos, uma nova geração de produtores com uma identidade muito própria que

instalados no Planalto de Alijó, uma zona mais fresca do Douro que, durante muito tempo, esteve fora do radar”, acrescenta o autarca.

De 16 a 18 de junho vão marcar presença 45 produtores de vinho, de pequena, média e grande dimensão, que produzem ou têm as suas unidades de produção e engarrafamento no Concelho de Alijó. Também presentes vão estar alguns expositores de produtos locais, nomeadamente azeite, pão, bola de carne, mel e frutos secos, que vão dar a conhecer o potencial da região neste certame que atrai milhares de visitantes de vários pontos da região.

A edição deste ano arranca com um seminário dedicado ao impacto das altera-

ções climáticas no Douro, nomeadamente os prejuízos provocados pela queda de granizo na produção de vinho. Este momento inclui a apresentação de um projeto inovador do Município de Alijó relativa à implementação de um sistema anti granizo. Ao longo dos três dias do evento, os visitantes que terão oportunidade de conhecer de perto os nossos produtores, assim como desfrutar de um vasto programa que inclui provas comentadas de vinhos, palestras, showcooking dedicado a tapas e petiscos de polvo galego, numa zona de restauração preparada para receber os visitantes e muita música. Esta ano há ainda uma novidade - um passeio de clássicos

que irão percorrer quintas e locais de interesse turístico do Concelho.

À semelhança de anos anteriores, realiza-se o Concurso Escolha de Imprensa Vinhos dos Altos, dirigido a profissionais, irá eleger os melhores vinhos dos produtores presentes na Feira.

Um mercado em crescimento

Alijó é o concelho com maior produção de vinho (em litros) da Região Demarcada do Douro, segundo dados do Instituto do Vinho e da Vinha. No ano de 2022, foram aqui produzidos 25.639.800 litros. Cerca de 80% a 90% da faturação do Concelho tem origem no setor vitivinícola, o que comprova o importante peso económico do Vinho na região, com forte repercussão ao nível do turismo.

Os Vinhos dos Altos, produzidos em cotas mais altas, entre os 500 e 700 metros de altitude, situadas no Planalto do Concelho de Alijó, começam a desempenhar um papel muito importante na economia local. Dos cerca de 70 produtores/ engarrafadores, perto de 30 dedicam-se à produção de Vinhos dos Altos. É aqui que nascem vinhos únicos e distintos, mais frescos, de qualidade superior e com grande potencial de guarda, que complementam a excelente oferta de vinhos produzidos nas encostas do Douro. ○

17 MAIO 2023 VIVADOURO Alijó
recycle
BIN GO!

Moimenta da Beira

Câmara quer construir o primeiro Centro de Meios

Aéreos Anfíbios do país na albufeira do Vilar

O primeiro Centro de Meios Aéreos Anfíbios do país, equacionado para funcionar em permanência ao longo de todo o ano e não apenas nos meses de verão no âmbito do dispositivo de combate a incêndios, pode vir a ser criado na albufeira do Vilar, concelho de Moimenta da Beira.

O estudo para a sua implementação foi apresentado no passado dia 6 de maio à Secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, pelo Presidente da Câmara Municipal, Paulo Figueiredo, numa reunião de trabalho no Salão Nobre dos Paços do Concelho que contou com a presença e participação ativa do Presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Brigadeiro-General Duarte da Costa, sentado ao lado do estado-maior Regional, Sub-Regional e Local de Emergência e Proteção Civil ali representado pelo Tenente-Coronel Carlos Alves (Norte); Miguel Fonseca e José Requeijo (Douro) e Carlos Soeiro (Moimenta da Beira).

O autarca sustenta a construção do Centro de Meios Aéreos Anfíbios na albufeira do Vilar, por esta ser no país, "mesmo com cotas de água muito baixas", o prin-

Vila da Rua vai receber o 1º

Festival do Arroz Doce no Cesto

cipal ponto de abastecimento (scooping) para aviões anfíbios, ligeiros ou pesados, Canadair ou outros, em missões de combate a incêndios florestais. "Isso ficou provado o ano passado, ano de seca severa, em que a albufeira, retendo apenas 14% da sua capacidade de água, não parou de ser um ponto de scooping verdadeiramente

indispensável", recorda Paulo Figueiredo, que argumenta também com as condições já existentes no local: a pista (que é o lençol de água), que pode ter 4.100 metros de comprimento por 150 de largura; as boas caraterísticas orográficas do terreno; os edifícios já construídos muito perto das margens, um deles a pousada que

pode servir de alojamento e restauração; os terrenos para o hangar (placa para os aviões, oficinas, etc); e a localização ímpar em toda a região norte e centro do país. "Temos todas as condições para avançar, e com custos baixos para a operacionalização das estruturas e da sua manutenção", garante, afirmando ainda que a conjugação desta infraestrutura com o turismo e a agricultura potenciaria enormemente a economia local.

A ideia agradou à governante. "Faz todo o sentido", disse a Secretária de Estado, que pediu ao Presidente da Câmara o envio do estudo à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil para poder ser apreciado e avaliado oficialmente. Seguiu-se a visita ao local, antecedida por deslocação ao Quartel dos Bombeiros Voluntários, que precisa de ser requalificado e ampliado. Na albufeira do Vilar, onde a instalação de um parque solar fotovoltaico flutuante nas águas da albufeira pode fazer perigar a almejada construção do primeiro Centro de Meios Aéreos Anfíbios do país, o local da sua implantação mereceu a aprovação e o aplauso de toda a comitiva. ○

Paulo Sanches conquista prémio em Espanha

A Federação das Associações Astronómicas de Espanha distinguiu Paulo Sanches com o "Premio FAAE a la Divulgación Astronómica 2022", na categoria "Innovación en la divulgación de la Astronomía".

O galardão, entregue durante o XXV Congresso Estatal de Astronomia que se realizou em Zaragoza, valoriza e reconhece o trabalho que Paulo Sanches tem vindo a realizar no âmbito educativo (Clube das Ciências) e ainda o esforço que empreende em prol da união de amadores da astronomia de Espanha e Portugal.

A Câmara Municipal de Moimenta da Beira, em parceria com a Junta de Freguesia de Vila da Rua, organiza o 1º Festival do Arroz Doce no Cesto que irá realizar-se no dia 21 de maio em Vila da Rua, a partir das 12 horas, e que contará com um showcooking animado pelo Chef Luís Machado; com representantes da Confraria do Arroz Doce de Almalaguez, assim como animação musical e animação para crianças.

O certame, que é também um concurso, procura reavivar a tradição de se confecionar este doce/sobremesa ancestral servido no cesto, como mandava a tradição, e ainda premiar o melhor arroz doce. As inscrições para os interessados nesta competição decorrem até dia 17 de maio com um número máximo de 20 participantes.

O Município de Moimenta da Beira atribuirá um prémio aos vencedores. ○

Já em 2019, mas em Portugal, a Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica "Ciência Viva" distinguiu-o com o "Prémio Ciência Viva - Associação Mutualista Montepio - Educação 2019", e, em 2020, a Comissão Editorial da Casa das Ciências com o prémio "Professor do Ano", em reconhecimento do seu mérito como docente e da sua disponibilidade de partilhar a experiência com os colegas, os alunos e a comunidade em geral.

Em 2021, mais uma distinção ao ser eleito "Personalidade do Ano 2020", conquistando o Prémio Anim'arte, que homenageia e reconhece a atividade cultural e artística da região de Viseu, sobretudo premiando homens e mulheres que se evidenciaram nas mais diversificadas áreas científicas, artísticas, culturais e sociais.

Paulo Sanches é um apaixonado pela Astronomia e um excecional divulgador da cultura científica e tecnológica em Portugal. Em Moimenta da Beira, onde é profes-

sor de Física e Química na Secundária local, desde 1998, e ali fundador do Clube das Ciências no ano seguinte, tem organizado e dinamizado um sem número de eventos científicos, entre eles a maior "Concentração de Telescópios" que se realiza em Portugal, e é ainda o criador de um originalíssimo "Sistema Solar à escala do Concelho" implantado em Moimenta da Beira. Testemunhando o incansável trabalho de Paulo Sanches como divulgador de

Ciência, o Presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, Paulo Figueiredo felicita-o pelo prémio atribuído por uma prestigiada instituição de Espanha de divulgação de astronomia. "O Professor Paulo Sanches está connosco há muitos anos e é um brilhante cidadão que muito tem prestigiado Moimenta da Beira. Estamos muito felizes pela distinção que acaba de receber. É mais uma entre tantas", sublinha o autarca. ○

18 VIVADOURO MAIO 2023

Festival do Vinho do Douro Superior celebra 10ª edição

O município de Vila Nova de Foz Côa apresentou no Centro Alto Rendimento do Pocinho, a 10ª edição do Festival do Vinho do Douro Superior, que acontece entre 26 e 28 de maio, no ExpoCôa

Ao longo de três dias o certame pretende projetar e promover a identidade da sub-região do Douro Superior como produtora de vinhos de qualidade e com identidade e carácter próprios.

A apresentação desta edição contou com a presença do Presidente do Turismo Porto e Norte, Luís Pedro Martins, além de produtores desta sub-região duriense. O Presidente da entidade regional enalteceu “o dinamismo do município na realização de eventos de qualidade que alavancam e projetam o nome do território”, ao mesmo tempo que sinalizou “o enoturismo como uma das maiores apostas a ser feita no futuro próximo por parte dos operadores destes concelhos Durienses”.

Para o Turismo do Porte e Norte este evento é de grande importância e transmitimos isso à autarquia desde primeira vez que aqui viemos. É um festival que aposta na qualidade e no território através dos seus vinhos. Para nós, que promovemos a região, é importante ter este tipo de oferta de excelência para aqueles que nos visitam.

Por seu lado João Paulo Sousa, Presidente do Município Foz Côa, realçou a qualidade e a quantidade dos expositores presentes, mais de cem, e a sua capacidade em produzir vinhos com uma qualidade ímpar, que ajudam a afirmar o Douro Superior como marca de excelência dos Vinhos desta região.

"O certame conta com mais de 100 expositores, quase na totalidade produtores de vinho, mas também "uma pitada" aqui e ali de sabores regionais que tão bem conjugam com os nossos néctares como a amêndoa, por exemplo, entre outros.

Esta é já a 10ª edição da Feira dos Vinhos do Douro Superior e desde o primeiro momento quisemos mostrar a excelência do Douro e em especial do Douro Superior.

Quando pensamos este evento, a ideia sempre foi apostar na identidade deste território. Não pretendemos aqui fazer uma mistura de diferentes sub-regiões porque, de facto, temos aqui quantidade e qualidade de excelência. Desde o primeiro dia que somos fidedignos a esta ideia, o nosso objetivo é apoiar e promover os nossos produtores, do mais pequenos às maiores casas comerciais do país.

Em termos de quantidade de produção, entre os 308 municípios portugueses, estamos entre os 10 maiores. Se falarmos em termos de qualidade, então somos obrigados a assumir a liderança não só no Douro como em termos nacionais. Isto acontece também porque os nossos produtores têm feito essa aposta com o know how e os recursos que aqui existem.

Tenho a certeza absoluta que este festival é o melhor que se faz no Douro e queremos que seja, a curto prazo, se não é já,

o melhor que se faz no país. Não podemos baixar a fasquia sob pena de perdermos os melhores que aqui temos”.

Para o autarca fozcoense, a distância do litoral "não é um handicap", explicando em seguida que o concelho tem uma "centralidade ibérica" e que terá que ser "o interior a ajudar o litoral e não o contrário.

É aqui que estão os melhores produtos que depois quem está no litoral poderá consumir, portanto é de nós que eles precisam e não nós deles.

Não tem que ser um handicap viver neste território de baixa densidade, mas como diz um colega meu, de alta intensidade. É essa alta intensidade que nos leva a fazer um bom festival de vinhos, atraindo muita gente ao território, temos capacidade de trazer sustentabilidade turística para o nosso território".

Organizado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa com a produção da ‘Grandes Escolhas’, o Festival do Vinho do Douro Superior tem contribuído para a

declaração da identidade do Douro Superior que todos os anos tem registado um aumento significativo de expositores, fruto do crescimento e do interesse de produtores de outras regiões que estão vindo a instalar-se nesta região.

De realçar que este ano o cartaz conta com três nomes de peso que complementam a oferta cultural. Rui Luna no momento de abertura, Marisa Liz na sexta feira à noite e Rui Veloso no sábado à noite, tornam este certame ainda mais atrativo.

19 MAIO 2023 VIVADOURO Vila Nova de Foz Côa
João Paulo Sousa, Luís Pedro Martins e Pedro Duarte

ÁLVARO LABORINHO LÚCIO

Tex To : André rubim rA ngel

Com 81 anos continua a ser muito solicitado, porque por tantos e tantos é acarinhado, e – como tal – muito ocupado. Onde vai buscar forças/energias para tal?

Por um lado, ao gosto que tenho em poder retribuir o carinho com que me convidam e me recebem; por outro lado, ao prazer que é poder partilhar pensamento, inquietações e dúvidas com tantos e tantas que também pensam, duvidam e se interrogam acerca de muitas das verdadeiras questões do nosso tempo.

Tendo em conta o tempo presente e o que aconteceu neste dia 25 de Abril, quais os maiores perigos e desafios para a democracia e para os regimes democráticos?

Nada pior, para um problema complexo, do que uma resposta simples. São, de facto, hoje, vários os perigos para a democracia e para os regimes democráticos, não cabendo a sua apreciação num espaço necessariamente tão reduzido como este. Por exemplo, vem sendo usual citar o «populismo» como um dos mais ameaçadores desses perigos. Ora, sendo isso verdade, não deixa de o ser também a consideração de que os populismos são sobretudo mais sintoma do que causa. E, aí, importa distinguir o «populo» do «ismo», sendo que o perigo está neste último, isto é, na transformação do justo desagrado do povo numa ideologia que repousa na demagogia, na irresponsabilidade e na recusa dos valores democráticos e dos princípios fundamentais do estado de direito, tudo em nome de uma aparente eficácia das soluções propostas. Preservar a democracia e os regimes democráticos constitui, pois, um propósito essencial para cuja realização importa restaurar a confiança entre eleitores e eleitos, garantir uma informação séria e credível, valorizar o pensamento crítico e o exercício do correspondente direito de escolha, e assegurar uma ação consequente na defesa dos valores que enformam a ideia de democracia. É por isso urgente reabilitar a política e o político, tarefa e responsabilidade que começam por caber aos políticos, eles próprios. É neles, no rigor da sua ação e na credibilidade do seu pensamento, que repousa a confiança necessária para viver saudavelmente os valores da democracia, com toda a fragilidade que a caracteriza e que obriga a que a tratemos com o respeito e o cuidado que merece.

No passado, foi diretor da Escola da Polícia Judiciária. Temos uma boa escola de polícias (que não só da Judiciária)? E por que não há mais polícias, sobretudo nas ruas e onde mais é preciso? Que comentário tece sobre o que eles têm reivindicado?

Não tenho dúvidas de que temos boas es-

colas de polícia, seja no que se refere a polícia de investigação criminal, seja no que toca ao policiamento de segurança e de manutenção da chamada ordem pública. Talvez também por isso, podemos continuar a afirmar ser Portugal um dos mais seguros países do mundo. Quanto às reivindicações de que fala, para lá da sua legitimidade em regime democrático, elas devem sempre ser apreciadas no cotejo dos direitos que pretendem ver-se garantidos, com a capacidade da sua satisfação, num quadro geral de gestão adequada da coisa pública. Trata-se de uma evidência, mas, em tese geral, e sem analisar cada uma das reivindicações, é o que se me oferece dizer. De todo o modo, sinto que se torna urgente buscar soluções para consolidar a qualidade exigível aos sectores da atividade do Estado, o que passa pela melhoria das condições de vida e de trabalho dos seus servidores.

Para mim, e por muitos assim considerado, foi um dos melhores ministros da Justiça que Portugal já teve! Que alavancas foram então conseguidas neste sistema e que agora vão falhando/regredindo?

Não me cabe, a mim, pronunciar-me sobre o julgamento que faz da minha ação como Ministro da Justiça, sendo certo que o seu julgamento me lisonjeia. Por outro lado, sendo certo que muito há ainda a fazer para que nos possamos sentir completamente representados no nosso sistema de Justiça, menos certo não é que ele foi obtendo sucessivos ganhos de causa nos últimos quarenta anos, ou seja, em democracia.

Não é fácil, numa curta resposta, abranger toda a sua questão quanto às alavancas que foram conseguidas no tempo da minha responsabilidade governativa nesta área. Julgo, porém, que podemos reconhecer ter sido então que, finalmente, foi reconhecida a centralidade a atribuir ao cidadão no sistema de justiça. Por outro lado, desde a recuperação muito significativa de um parque judicial que se encontrava num enorme estado de degradação, até ao apetrechamento de instrumentos de resposta como, por exemplo, em matéria de comunicações, de aplicações informáticas, de registo da prova, área na qual se inovou e se proporcionou um conjunto significativo de meios que deram início à modernização que posteriormente se desenvolveu bastante, tudo são bons exemplos do que me pede que refira. No plano da elaboração legislativa, destacaria diplomas muito significativos como, por exemplo, a lei do cheque; a primeira lei de combate à corrupção; a primeira lei de combate ao branqueamento de capitais; a lei sobre adoção e a introdução, entre nós, da figura da adoção internacional; a lei de revisão do Código Penal; o novo Código de Processo Civil, que o Governo seguinte veio a modificar ligeiramente. Do mesmo modo deu-se início ao processo de liberalização

do notariado, tudo isto entre muitas outras iniciativas. Deu-se também início àquilo que veio, muito mais tarde, a enquadrar o novo mapa judiciário, do mesmo modo que se criou um primeiro conjunto de Comissões de Proteção de Menores, como então se dizia, conduzindo ao quadro que hoje abrange todo o território nacional.

São, estes, alguns exemplos, mas muito mais haveria a referir. No exercício das funções governativas há sempre que distinguir o que se faz, do que não é possível fazer e daquilo que, sendo possível, não foi feito. É esta parte, aquela que fica por fazer podendo ter sido feita, que mais incomoda quem teve o dever de a realizar. Algumas dessas situações também ocorreram comigo, nuns casos por necessidade de evitar conflitos que podiam provocar efeitos mais graves do que os resultantes da desistência dos propó-

sitos de intervir, noutros casos, talvez por inépcia do próprio ministro na gestão dos contrários em presença. Tudo isto, afinal, constitui exemplo da já referida fragilidade que a própria democracia comporta.

De que modo olha para a inoperância e arrastamento de megaprocessos, que envolvem figuras públicas (não só na política, mas também no mundo empresarial, bancário e futebolístico), sem que justiça devida seja feita?

Compreendo, do ponto de vista técnico, a justificação usualmente apresentada para a ocorrência dos chamados megaprocessos. De todo o modo, os efeitos perversos a que estes conduzem muitas vezes, não podem deixar de obrigar a um estudo sério sobre as soluções alternativas possíveis, que respeitem, ao mesmo tempo, a necessidade de in-

20 VIVADOURO MAIO 2023
Entrevista

vestigar com rigor os factos que constituem crime, e a rapidez com que importa chegar a uma decisão definitiva relativamente a eles. Não se trata de matéria de fácil tratamento, mas importa tomar em conta os efeitos nefastos que se abatem sobre a qualidade da justiça aos olhos de uma perceção sobretudo fundada a partir de resultados concretos e não apenas de fundamentos teóricos de natureza abstrata, por mais valiosos que estes sejam.

Mais tarde foi, também, ministro da República para os Açores. Sente que se tem tratado bem as relações com as regiões autónomas e as condições de vida nas ilhas?

Essa é uma pergunta demasiado aberta para permitir uma resposta suficiente, num espaço naturalmente tão exíguo. Assim, direi apenas que as Regiões Autónomas – e falo com conhecimento de causa sobretudo dos Açores - constituem uma imensa mais-valia para todo o país, não apenas no contexto nacional, mas, e muito, na valorização do seu todo, por exemplo, no espaço europeu. A Europa é bem melhor também por efeito da integração, no seu território, das nossas Regiões Autónomas. É por isso que, no quadro dos diplomas que tratam a autonomia regional e das ações que lhe dão substância, nunca é excessiva a atenção que o Continente, ou, dizendo de outra forma, a República, lhes prestar, nomeadamente

que não pode deixar de considerar-se, ao mesmo tempo, um sector determinante na construção de um futuro bem melhor. Para isso, é fundamental serenar o terreno onde ela se desenrola como atividade fundamental para, então, ser possível discutir o modelo a seguir, num tempo em que, certamente, não poucas mudanças devem ser introduzidas no funcionamento das nossas escolas.

Pertence a várias associações, entre outras, ligadas às crianças e aos  Direitos da Criança. O que mais o preocupa e, por outro lado, mais o tranquiliza nas políticas relacionadas com elas e nos cuidados direcionados pelas respetivas instituições?

O que mais me preocupa é a distância que vai entre a afirmação, correta, segunda a qual a criança é um sujeito de direito e de direitos, e a prática tantas vezes contrária ao que ali se afirma. Daqui resultam imensas consequências negativas para a criança nos vários domínios onde deveria exercer-se o seu direito à proteção. Também este tema nos levaria muito longe, passando por variadíssimas situações frequentes de violações graves de direitos da criança. O que de mais positivo encontro, sem, todavia, me tranquilizar em absoluto, é o caminho que, a vários níveis, tem vindo a fazer-se no sentido de valorizar a criança como um ser autónomo e completa, embo-

anos depois dos factos que as vitimaram; e a enorme indiferença revelada, ao longo dos tempos, quer pela Igreja, ocultando os abusos, quer também por todos nós, distraídos desta brutal realidade.

O que aponta de mais prioritário e premente ser feito já, em respeito pelas vítimas? E em termos legais e judiciais, o que pode ser implementado e melhorado – aprovado na AR e modificado na legislação – para que os casos não se prescrevam/arquivem tão “rápido”?...

Centro-me nas recomendações deixadas pela Comissão Independente e que são de conhecimento público. Entendemos, por exemplo, que não deve alterar-se o prazo da prescrição, mas sim aumentar-se a idade da vítima para que ela possa exercer o direito de queixa. Por essa via, suspende-se o prazo de prescrição, o que é coisa diferente, assim se alargando o tempo durante o qual a investigação criminal é possível. Aquela idade é hoje fixada nos vinte e três anos, a Comissão propôs a sua subida para os trinta, mas não rejeita a possibilidade de vir ainda a ser ligeiramente aumentada. Prefiro, por isso, se me permite, não persistir num tema que gostarei de ter como ultrapassado, a bem das vítimas passadas, presentes e futuras.

Sendo este um jornal do Alto Douro, pergunto-lhe o que lhe apraz dizer sobre esta gente, esta região, este pedaço de património da Humanidade…

Por muito que eu dissesse, isso seria sempre demasiado pouco comparado com o que devia ser dito. Prefiro, assim, perante tal gente e tal região, calar-me e sentir, olhar e ver, e deixar-me deslumbrar.

Em Sabrosa, nos anos 2018 e 2019, participou no Festival Literário Douro. Que análise faz desse certame e dum dos motes para o qual dissertou: “Em viagem descobri a literatura no mapa”?

Olhando ao escritor, e com base em títulos de algumas suas obras – “Direitos humanos e cidadania” (2002), “Educação, arte e cidadania” (2008) e “Portugal e as suas gentes: crise e futuro” (2017) –, como estamos e para onde vamos em termos de DH, Cidadania, Educação e Arte?

Confesso que tenho alguns receios. Foram recentemente discutidas as Cartas Europeia e a Portuguesa dos Direito Humanos na Era Digital. Tenho pena de que não tivéssemos discutido antes a Carta Europeia e a Portuguesa do Digital na Era dos Direitos Humanos. Por aqui podemos antever os novos caminhos da Cidadania, da Educação e da Arte. Enquanto questão de Cidadania este é um tempo de debate, de discussão, e - porque não? - de conflito de ideias, de convicções, de projetos. Se já não estamos particularmente bem, a nossa indiferença em breve nos tornará irrelevantes e a partir daí outros decidirão por nós «para onde vamos». Esta é, para mim, hoje, uma questão crucial, a interpelar todos os sectores da vida social, a começar, obviamente, pela Educação.

E no que toca ao futuro e na tão desejada eliminação das várias crises? Como e quando vencê-las?

Como gostaria, eu, de ter resposta para isso!

Já viveu e vive uma vida longa, proactiva e feliz. Mesmo assim ainda sente ter qualquer tipo de medos? Quais são eles e como derrubá-los?

contribuindo para promover o seu desenvolvimento e, com este, a melhoria das condições de vida das suas populações.

Foi, ainda, professor convidado na UAL. De que modo vai acompanhando toda esta manifestação nacional dos professores? Qual a sua opinião sobre o assunto e o que entende dever ser feito?

É conhecida a razão que assiste aos professores nas suas reivindicações. Do mesmo modo que, razão idêntica, assiste também a outras áreas da função pública. Independentemente da possibilidade real, ou não, de as satisfazer, não pode deixar de considerar-se que a profissão de professor carece hoje de um enorme esforço de valorização promotor de respeito e garante de qualidade no ensino. A Educação é, hoje, provavelmente, o sector mais carecido, sendo

ra diferente do adulto, e, assim, realmente não apenas um sujeito de direito, mas um outro, revestido de dignidade própria, senhor de uma voz e detentora do direito a ver reconhecido, sempre, o respeito pelo seu superior interesse, enquanto pessoa portadora de uma cultura própria que cumpre salvaguardar.

Ao abordarmos as crianças, não podemos deixar de abordar os abusos sexuais de menores na Igreja. Como comissário, e a nível pessoal, o que mais o surpreendeu em todo este processo de auscultação ao longo de um ano?

Talvez destaque dois aspetos, entre vários outros, que muito me chocaram e que, em parte, me surpreenderam pela sua dimensão. Refiro-me ao imenso sofrimento revelado pelas vítimas, mesmo muitos

Trata-se de um certame de reconhecida qualidade no nosso meio literário e cultural em geral. Com a denodada curadoria de Francisco Guedes, ali se reúne um conjunto de escritores, não apenas nacionais, mostrando as suas obras, discorrendo sobre vários temas e dialogando com um público alargado e ativo na sua intervenção. Tudo sob a imagem tutelar de Miguel Torga. Tive o maior gosto em ter já participado uma vez, e tenho pena, por mim, de não ter podido estar disponível para corresponder a mais três convites, nomeadamente ao deste ano. Quanto ao mote que refere, além do sentido que lhe é próprio numa leitura mais ao pé da letra, ele representa o estilo do certame, com temas que permitem sempre outras leituras para lá do significado mais imediato do que é proposto, sendo isso que leva os participantes ao passeio «pelos bosques da literatura».

Com a idade, os medos tendem a diluir-se. A partir de certa altura os medos que foram nossos, transferem-se para quem nos sucederá. É para aí que se voltam os meus receios mais significativos, mas é também para aí que projeto uma esperança fundada no conhecimento que me permite considerar que todas as gerações, com maior ou menor dificuldade, foram sempre encontrando resposta para as questões do seu tempo, e assim será, certamente no futuro. O fundamental é começar hoje a construí-lo e a evitar procedimentos que possam pôr em causa o que se projeta atingir mais tarde.

Peço-lhe uma mensagem motivacional final, para rematarmos com ânimo e da melhor forma esta entrevista… Tenho muito pouco jeito para proclamações dessa natureza e muito menos para emitir mensagens derramando-as sobre a comunidade. Costumo dizer que, para mim, ainda não se inventou nada melhor do que a pessoa humana. Talvez valha a pena dedicarmo-nos a preservá-la, olhando, na expressão de Edgar Morin, a «humanidade como comunidade de destino». Servirá isto como mensagem? ○

21 MAIO 2023 VIVADOURO LÚCIO
“Confiança necessária para viver saudavelmente os valores da democracia, com toda a fragilidade que a caracteriza”

Freixo de Espada à Cinta

Campeonato Europeu de Pelota 2024

será em Freixo de Espada à Cinta

Freixo de Espada à Cinta será o concelho anfitrião do próximo Campeonato Europeu de Pelota, com data prevista para abril do próximo ano.

O acordo ficou hoje fechado após negociações entre o Executivo Autárquico, representado pelo Vereador Pedro Vicente, e o Presidente da Federação Mundial de Pelota, Alberto Soldado, num encontro que decorreu em Valência (Espanha), à margem do Campeonato do Mundo de Pelota 2023, que conta com a participação de 3 atletas freixenistas.

O Campeonato Europeu de Pelota 2024 trará a Freixo de Espada à Cinta cerca de 150 atletas de várias seleções europeias, uma grande aposta com um importante impacto para a dinamização do desporto a nível internacional e para o desenvolvimento económico do concelho.

O reconhecimento internacional associado a este evento é motivo de orgulho para todos aqueles que têm trabalhado para manter viva a tradição da pelota no concelho como explica o autarca, Nuno Ferreira.

Região

Num momento em que se inicia um novo período de programação de fundos europeus, a Liga dos Amigos do Douro Património Mundial vai promover no Museu do Douro na Régua um segundo debate inserido no ciclo de debates “Novos Desafios do Douro”.

Terá como mote o Portugal 2030 e as oportunidades que se perspetivam para o Douro que, a exemplo de outras regiões europeias, debate-se com problemas complexos que exigem uma discussão aberta e participada. Desta forma, a Liga pretende contribuir para uma refle-

“Enquanto autarca de uma região do interior é um orgulho tremendo termos sido escolhidos para a realização deste campeonato. É o resultado de um trabalho árduo que temos levado a cabo na dinamização da pelota no nosso concelho com uma crescente participação das gerações mais novas nesta atividade.

Vão ser mais de 150 atletas que vão estar no nosso concelho com tudo de positivo que isto pode trazer.

A aposta nos jogos tradicionais, e em especial na pelota, já tem dado frutos, há uns meses participamos na Taça Latina e na Seleção Nacional já temos atletas naturais de Freixo de Espada à Cinta.

Costumo dizer que Freixo de Espada à Cinta é porta de entrada de Portugal para a Europa e essa é uma realidade que fica sublinhada com essa escolha para organizarmos este campeonato europeu.

Não chega apenas falar do interior, é preciso praticar o interior e é isso que estamos a fazer”. ○

Portugal 2030: Que oportunidades para o Douro?

xão e perspetivar soluções para alguns dos temas centrais para o desenvolvimento do Douro.

Graças aos fundos europeus, o Douro oferece hoje melhores infraestruturas de saúde, de educação, de natureza social e de conetividade rodoviária. Contudo, o Futuro convoca novas dinâmicas para a Região, que passam pelo conhecimento e inovação, pela conetividade digital, mas também pela resposta às alterações climáticas e a preservação do bem.

A sustentabilidade económica e social da Região exige pensar estratégias que se traduzam no aumento do valor acrescentado do vinho e da paisagem, na cria-

ção de bens e serviços diferenciados de elevado valor e a aposta numa diversificada carteira de atividades económicas, considerando mercados cada vez mais globalizados e competitivos, o que reforça a aposta na inovação e o desenvolvimento de novos conceitos e marcas.

Os desafios do Douro passam também pela promoção do turismo e da gastronomia ligados a uma narrativa cultural, assente nas estruturas locais existentes e potenciando a marca UNESCO. Por outro lado, importa também refletir sobre a valorização do desenvolvimento sustentável aos quais a cultura adiciona um valor acrescido, mediante expressões

culturais e práticas artísticas, a preservação do património material e imaterial, bem como a promoção da diversidade cultural.

É neste contexto que como mote deste segundo encontro a Liga identificou a discussão do “Portugal 2030 e as oportunidades que perspetivam para a Região”. Esta reflexão terá lugar no sábado, dia 20 de maio pelas 14 horas 30 minutos no Museu do Douro na cidade do Peso da Régua, contando com a presença de especialistas neste domínio e pretendendo mobilizar os durienses para um tema e uma oportunidade da maior relevância para o desenvolvimento da região. ○

22 VIVADOURO MAIO 2023

Freixo de Espada à Cinta

Seda de Freixo de Espada à Cinta escolhida para integrar episódio do programa da RTP “Portuguese Soul”

No passado dia 28 de abril, a artista Gisela João esteve no Museu da Seda e do Território de Freixo de Espada à Cinta, em gravações para o novo episódio do programa “Portuguese Soul”, produzido para a RTP.

Esta série documental de 8 episódios é o testemunho vivo de um país cheio de talentos, de amor à arte, moda, criativi-

dade, ao design “made in Portugal” e ao know-how transmitido entre gerações. Em cada episódio é explorada determinada matéria-prima utilizada, de forma sustentável, na indústria da moda portuguesa. O programa, que está em pré-produção da 2ª temporada, integrará um segmento dedicado à Seda de Freixo de Espada à Cinta, arte tradicional única no

país.

Freixo de Espada à Cinta orgulha-se de ser o fiel depositário deste saber-fazer singular que alia a tradição do passado, a inovação do presente e a intemporalidade do futuro.

Este é o caminho que o Executivo Autárquico de Freixo de Espada à Cinta se comprometeu a percorrer, rumo à promoção

e valorização deste ex-libris, ligado à história das gentes e do território, dando-lhe o valor e destaque merecidos, e que tem vindo a ser comprovado pelas inúmeras presenças em eventos nacionais e internacionais de referência, assim como através das várias menções com que a Seda de Freixo de Espada à Cinta tem vindo a ser distinguida. ○

Praia Fluvial da Congida e desporto do concelho de Freixo de Espada à Cinta em destaque

O Presidente da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta, Nuno Ferreira, foi um dos oradores convidados a participar no 2º Congresso Ibérico Bandeira Azul em Praias do Interior, que decorreu a 20 de abril, na Lousã, e no Congresso We Are Sports, realizado no dia 21 de abril, na Guarda.

A Praia Fluvial da Congida, apontada como um dos quatro "exemplos de excelência" a nível nacional, esteve em desta-

que no Congresso Ibérico Bandeira Azul em Praias do Interior, no qual o autarca se debruçou sobre os desafios e oportunidades para o turismo do interior, apresentando as potencialidades e projetos de valorização em curso para este espaço, considerado ex-libris de Freixo de Espada à Cinta. Este Congresso teve como objetivo apresentar os desafios e as oportunidades do interior de Portugal e Espanha, dando a conhecer as suas realidades e

vivências, ajudando a consolidar as mais valias do turismo e gestão nas zonas balneares do interior.

O Congresso We Are Sports, contou também com a presença do autarca de Freixo de Espada à Cinta, em representação da CIM Douro. Nuno Ferreira foi um dos oradores no painel que debateu a importância do desporto enquanto impulsionador do turismo e da economia local, elemento estratégico de promoção do território a

nível nacional e internacional e de desenvolvimento educativo.

Este Congresso teve também como objetivo apresentar visões sobre a temática do desporto municipal, a importância da intermunicipalidade e do desporto sénior. Foi ainda feita a apresentação pública dos eventos da Rede Intermunicipal WAS 2023, assim como a assinatura e atribuição de certificados a todos os Municípios membros desta Rede. ○

Comemorações do 25 de abril em Freixo de Espada à Cinta

O Município de Freixo de Espada à Cinta preparou várias iniciativas para celebrar os 49 anos do 25 de abril. No dia 24 de abril, o Auditório Municipal encheu-se para assistir à performance do Teatro do Filandorra

"CONTAR E CANTAR ABRIL", que contou com a participação das crianças do concelho que frequentam a Oficina de Teatro.

Esta atuação foi dirigida a toda a comunidade, com especial destaque para a presença dos mais novos, procurando transmitir uma perspetiva histórica do tempo da ditadura salazarista a partir das canções de intervenção da época, e pretendendo que as gerações mais novas, aquelas que conhecem a liberdade como modo de vida, tivessem consciência do valor, da responsabilidade e da luta que os antepassados levaram a cabo para que, hoje, possam usufruir da vida em democracia e liberdade.

No dia 25 de abril, decorreram as cerimónias evocativas do Dia da Liberdade, nos Paços do Concelho, onde as entidades municipais e a população se juntaram para

assistir ao tradicional e simbólico Hastear da Bandeira Nacional, perante a Guarda de Honra dos Bombeiros Voluntários de Freixo de Espada à Cinta e ao som da Banda Filarmónica de Carviçais, que entoou o Hino de Portugal.

A sessão contou com as intervenções da 1° Secretária da Mesa da Assembleia Municipal, Ana Isabel Vargas, em representação do Presidente da Assembleia Municipal, Nunes dos Reis, e do Presidente da Câmara Municipal, Nuno Ferreira. Ambos refletiram sobre a importância que este dia comemorativo da liberdade tem para a população portuguesa, celebrando o fim da ditadura e da opressão, dignificando a liberdade e a democracia, o direito à opi-

nião e às escolhas da vida. Num período conturbado a nível nacional e mundial, torna-se essencial continuar a refletir e a defender os valores de abril, passando esta mensagem, sobretudo, para as gerações mais novas. Preservar o passado, trabalhar o presente e projetar o futuro, seguindo princípios de ética e responsabilidade social são os ideais que têm norteado a política que o Executivo Autárquico tem desenvolvido em prol da população do concelho de Freixo de Espada à Cinta. Esta Sessão Evocativa sem precedentes e perante um Salão Nobre repleto, contou também com a participação e atuação da Tuna da Universidade Sénior e de alunos das AEC’s do Município de Freixo de Espada à Cinta

que declamaram poemas e deram voz às canções da época.

Ao final da tarde, realizou-se a Caminhada da Liberdade, uma iniciativa realizada pela 1ª vez, que juntou mais de 170 pessoas em direção à Praia Fluvial da Congida, num percurso marcado pela animação, convívio e vistas desafogadas de indescritível beleza.

Com esta atividade, o Executivo Autárquico de Freixo de Espada à Cinta quis também sensibilizar a população para a prática de atividade desportiva e promoção de hábitos de vida saudáveis, enquanto elementos indispensáveis para o bem-estar físico e psicológico da população, continuando a apostar no desporto enquanto pilar dinamizador e promocional do concelho de Freixo de Espada à Cinta.

O Município de Freixo de Espada à Cinta celebrou a liberdade e a cidadania, como forma de manter viva a memória dos ideais de abril e demonstrar a sua confiança na pluralidade e na democracia. ○

24 VIVADOURO MAIO 2023

EXPOVAROSA mostrou o melhor de Tarouca

Dar a conhecer um destino turístico de excelência e um território rico em cultura, tradição, gastronomia, produtos endógenos e desporto aventura foi o mote para a realização da EXPOVAROSA 2023, um evento integrado no Douro Cidade Europeia do Vinho 2023, que se realizou entre 29 de abril a 1 de maio no Centro Cívico da Cidade de Tarouca.

Valdemar Pereira, autarca tarouquense, afirmou que este evento é “ um reforço da

valorização do património material e imaterial tarouquense, este evento relaciona-se com a matriz identitária do território, procurando afirmar-se como um evento de referência para a promoção dos produtos locais de excelência que são produzidos no concelho de Tarouca”.

Da programação cultural do evento fizeram parte diversos grupos de outros concelhos da CIM Douro a Classe de Ballet da Academia de Musica da Câmara Municipal de Tarouca, o Grupo de Cantares da Casa do Professor de Vila Real, o Rancho

Folclórico de Vila Nova de Foz Côa ou o rancho Folclórico de São Miguel, de Santa Marta de Penaguião.

A marrã, típico prato tarouquense, esteve em destaque na no dia 30 de abril, num almoço convívio onde os visitantes puderam degustar a marrã no pote, confecionada pelas gentes locais.

O desporto aventura também esteve em destaque neste certame com a realização da I Prova de Resistência de BTT Urbano, que se realizou a 29 de abril, e o III Trail Rota do Varosa, no dia 1 de maio. ○

25 MAIO 2023 VIVADOURO Tarouca

Santa Marta de Penaguião

Bombeiros santomenses receberam formação em Santa Marta de Penaguião

No total foram 10 os jovens santomenses que durante 12 dias estiveram nas corporações de Santa Marta de Penaguião e Fontes a receber formação. A iniciativa foi possível graças à geminação entre a vila duriense e o distrito de Lembá em São Tomé e Príncipe.

Os quase 5000 mil quilómetros que os separavam de casa não foram suficientes para esbater a vontade que este grupo tinha em aprender mais, conhecimentos que agora levam de volta a casa .

Walder Neves é um dos elementos que esteve na corporação de Santa Marta de Penaguião, à nossa reportagem o jovem santomense disse que "a experiência foi muito boa, fomos muito bem recebidos por todos e isso deixou-nos logo à vontade".

O bombeiro aproveitou ainda para "agradecer ao município de Santa Marta de Penaguião e aos bombeiros a oportunidade que nos proporcionou", deixando ainda a garantia que as aprendizagens agora adquiridas vão ser partilhadas com os seus colegas no regresso.

"Nós aqui aprendemos muito, mas não queremos ficar por aqui, agora queremos regressar ao nosso país e partilhar aquilo que aprendemos com os nossos camaradas".

Nilton Lima, outro dos jovens que esteve no município duriense a receber formação destacou o que aprendeu, deixando

Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I

Esta consulta é importante! É cada vez mais fácil viajar para regiões tropicais/ subtropicais (na África Subsariana, Médio Oriente, América do Sul e Sudoeste Asiático) o que aumenta muito o risco de contrair e propagar doenças infeciosas. É fundamental a identificação de grupos de risco e a recomendação de medidas preventivas para reduzir o número de viajantes que ficam doentes durante ou após a viagem.

A consulta de Medicina do Viajante idealmente, deve ser realizada 4 a 6 semanas antes da partida e integra diversos conhecimentos: geografia, epidemiologia, transmissão e prevenção das doenças infeciosas, para além das questões relacionadas com os medicamentos prescritos.

Para viajantes com características es-

ainda a esperança que esta tenha sido apenas a primeira vez que bombeiros santomenses tiveram esta oportunidade de aprender.

"Aprendemos muitas coisas novas, como apagar um fogo, salvar uma vítima. Gostamos muito de estar aqui, toda a gente nos recebeu muito bem e esperamos que esta cooperação não fique por aqui, que possam vir mais jovens receber esta formação tão importante para nós".

Para o bombeiro santomense, as aprendizagens que adquiriram vão ser importantes para as tarefas que desempenham diariamente, facto que se irá refletir também na comunidade que assistem.

"Esta formação vai fazer a diferença no nosso dia a dia, aprendemos muitas táticas novas que vamos poder aplicar no nosso trabalho na nossa cidade e isso é importante não só para nós como para toda a comunidade".

Diariamente no quartel com este grupo de jovens esteve José Coutinho, responsá-

vel pela formação e que destacou a vontade de aprender que este grupo manifestou.

"Tem sido um trabalho muito bom, eles são muito empenhados e nota-se que eles têm gosto em vir aprender. Aprenderam a combater incêndios urbanos e o socorro a vítimas que, pelo que nos dizem, é feito de forma completamente distinta lá. Claramente já estão com as ideias interiorizadas e certamente que as vão utilizar no seu dia a dia lá".

Para este responsável esta formação foi também importante para os homens e mulheres de Santa Marta de Penaguião que assim puderam "partilhar conhecimentos", aproveitando para colocar os formandos "nas situações mais complicadas para que ganhem uma maior destreza".

Para José Coutinho, esta é mais uma das facetas que os bombeiros desempenham em prol do bem do outro. "Desde que nos inscrevemos nos bombeiros o que faze-

mos é em prol do outro, daí termos muito prazer em poder estar aqui e partilhar o nosso conhecimento".

Para Luís Machado, autarca de Santa Marta de Penaguião, esta foi uma "experiência muito enriquecedora".

De acordo com o autarca, o protocolo para esta formação "surgiu depois de um pedido do Presidente do município de Lembá que pretende "querem instalar duas unidades de bombeiros em Lembá mas não têm meios nem treino, daí ter surgido este pedido para que lhes passássemos alguns conhecimentos".

Para o autarca penaguiense, "para que esta formação tenha efeitos eles têm que ter meios lá, o que de facto não têm", daí estar a ser já preparada uma ambulância que será enviada para Lembá, "cedida pela associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Santa Marta de Penaguião", e mais tarde estamos já a pensar enviar uma segunda dos Bombeiros Voluntários de Fontes. ○

Está a chegar o período das férias, já pensou em marcar uma consulta de Medicina do Viajante?

peciais, particularmente os que viajam com crianças, os idosos, as grávidas, os diabéticos, os doentes infetados por VIH, os transplantados, os esplenetomizados (sem baço), os epiléticos e os com antecedentes de quimioterapia, a consulta é considerada imprescindível e deve ser realizada o mais precocemente possível.

Em todos os outros casos é recomendável com a exceção de viagens para alguns países da Europa e da América do Norte. Esta é uma consulta médica essencialmente preventiva, porém pode ser curativa se surgirem problemas durante a viagem. Durante a consulta três momentos são abordados: a pré-viagem, a viagem e o pós-viagem. Este artigo focar-se-á no momento antes da viagem, se tudo correr como esperado a necessidade de um consulta pós- viagem é reduzida.

Na pré-viagem, o médico avalia quatro pontos fundamentais: o viajante; a duração; o destino - possibilidade de contacto com águas e alimentos em ambientes com má higiene, com doenças transmi-

tidas por insetos, com situações que coloquem em perigo a vida, (por acidente, roubo ou sequestro), com infeções de transmissão sexual; tipo de viagem - lazer, aventura, laboral, movimentos migratórios voluntários ou não, visita a familiares e/ou amigos, ajuda humanitária e/ou religiosa.

Estas consultas são individualizadas, uma vez que a avaliação precisa dos riscos (principal objetivo do médico que efetua esta consulta) decorre da análise da interação destes quatro fatores. Após a sua identificação, verifica-se o estado vacinal em relação ao programa nacional de vacinação em vigor, se necessário atualiza-se e acrescentam-se as vacinas recomendadas e propõem-se medidas preventivas, mas acima de tudo, o viajante é orientado para ter consciência dos seus riscos específicos e como agir para os minimizar. É imprescindível uma boa comunicação com o viajante.

Em Vila Real, o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro dispõe, desde julho de 2019, de um Centro de

Vacinação Internacional e disponibiliza a consulta do viajante. Para marcar consulta, deverá ser com 4 a 6 semanas de antecedência, basta enviar um e-mail para: cvi@chtmad.min-saude.pt, telefonar para 259300513 ou dirigir-se à receção do Edifício G (consulta externa) deste hospital. Existem também empresas e consultórios privados a disponibilizar esta consulta.

Para esta consulta deve trazer consigo: documento de identificação; número de utente; boletim individual de vacinas; certificado internacional de vacinação (se já o tiver); medicação habitual (crónica).

Antes de cada viagem, recomenda-se a consulta do portal das comunidades (https://portaldascomunidades.mne.gov.pt/ pt/vai-viajar/conselhos-aos-viajantes), o registo na aplicação "registo viajante" e que considere a possibilidade de adquirir um seguro de saúde.

Lembre-se: É o comportamento do viajante que previne a maioria das doenças, acidentes e problemas de saúde. Boas férias e boa viagem em segurança. ○

26 VIVADOURO MAIO 2023
Cláudia Gouvinhas Médica Interna de Saúde Pública Unidade de Saúde Pública do ACeS Douro I

Mesão Frio recebeu Ministra da Coesão Territorial

Ana Abrunhosa marcou presença no Seminário «Desenvolvimento Sustentável e o Futuro dos Espaços Rurais», dinamizado pelo município em parceria com a Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

A manhã ficou marcada pelos discursos da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa e do Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, Paulo Silva que, na sua intervenção, agradeceu à Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), por convidar o Município a ser parceiro da iniciativa e pela escolha do mesmo para anfitrião do Seminário.

Para Paulo Silva, Mesão Frio distingue-se por ser um estereótipo do que é o interior português: “poucos recursos, população envelhecida, graves carências sociais e gritante incapacidade em fazer com que o Estado invista no território. Há bem mais de uma década que o Estado não investe um cêntimo em Mesão Frio”, lamentou, defendendo que “é uma sensação geral da população, que torna muito difícil à Câmara Municipal a missão de fixar pessoas, quase impossível fazer regressar ao concelho populações que tiveram que abandonar Mesão Frio por questões académicas ou laborais e praticamente um sonho irrealizável atrair pessoas.”

O presidente da Câmara Municipal declarou ainda que “o desinvestimento constante do Estado junto das populações do interior faz

com que haja a perceção generalizada que há sempre muita conversa e muito pouca ação. O nosso concelho e o meu Executivo quer estar no centro da discussão do que é o interior e perceber como se resolvem os reais problemas do interior português. É com estas iniciativas que Mesão Frio quer contribuir de facto para a resolução de problemas estruturais do país”, afirmou, referindo-se ao Seminário.

O presidente lamentou, de igual forma, que “os fundos comunitários sejam distribuídos pelos grandes centros, excluindo territórios como Mesão Frio, “Urge debloquear o IC26, que resolvia o problema de ligação entre Mesão Frio e Amarante. O nosso hospital de referência está a uma hora do concelho e a nossa rede de transporte é fraca.”

Por seu turno, a Ministra da Coesão Territo-

rial enalteceu o seminário: “tive a oportunidade de ver as várias temáticas, os oradores e este seminário não só foi oportuno, como tenho a certeza que é de excelente qualidade”, disse, pedindo que lhe façam chegar as conclusões do mesmo.

A governante partilhou aquilo que é a visão do seu Ministério e o trabalho que tem procurado realizar. A Ministra falou sobre o “enorme potencial de desenvolvimento” dos territórios do Interior e defendeu que “quem vem para a aldeia quer ter os serviços da cidade, o que traz aos territórios do Interior outros desafios”, disse, explicando que se deve olhar para o território a partir do mesmo.

Ana Abrunhosa aproveitou o momento para revelar que os programas regionais desenvolvidos pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR)

aplicados vão permitir celebrar contratos de desenvolvimento e coesão territorial com as Comunidades Intermunicipais, trabalhando de forma integrada, “temos que pensar o território à escala do problema”, declarou, lembrando a importância das Comunidades Intermunicipais (CIM), na decisão e na responsabilidade que, segundo a Ministra “tem de ser participada.”

Na sessão de abertura, constituíram a mesa de honra, o presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, Paulo Silva, o vice-presidente da Comunidade Intermunicipal CIM Douro, Luís Machado, Helena Pina, responsável científica do Seminário e Elsa Pacheco, representante da Direção da FLUP, que usaram da palavra.

Neste fórum de discussão estiveram em cima da mesa temas decisivos para o município de Mesão Frio e para todo o interior português. Entre os palestrantes estiveram oradores das mais importantes universidades do país.

O momento que antecedeu o primeiro painel de discussão contou com a assinatura de um Protocolo de colaboração entre Município de Mesão Frio e o Turismo de Portugal, representado pelo Diretor da Escola de Hotelaria e Turismo de Lamego, Luís Duarte, que visa a capacitação dos colaboradores do setor do turismo, empresários, gestores, quadros intermédios e operacionais, uma aposta como alavanca para o desenvolvimento do Concelho. ○

27 MAIO 2023 VIVADOURO Mesão Frio

Mundo equestre reunido em Lamego

O Município de Lamego voltou a organizar a Grandiosa Feira de Santa Cruz, um evento de arte equestre de raiz popular que atraiu a atenção de milhares de entusiastas. Conhecido por "3 de Maio", este certame ofereceu, ao longo de seis dias, um leque variado de atividades tradicionais.

As Corridas de Passo Travado, realizadas novamente na vila de Cambres, foram o momento mais alto, com a participação de 31 cavalos. Pelo segundo ano consecutivo, o cavaleiro Vítor Hugo, montando a "Milu", superou toda a concorrência na pista.

Para a Vice-Presidente da autarquia lamecense, Catarina Ribeiro, em declarações à nossa reportagem, o balanço final do evento "é muito positivo", sublinhando a aposta do município no certame. "Temos vindo a preparar esta festa cada vez com mais tempo e organização com o objetivo que ela cresça e ganhe maior abrangência".

Catarina Ribeiro afirma que o evento, "é uma referência na região, mas queremos potenciá-lo como atração turística porque esta festa assim o merece”.

“É uma festa bonita, que iniciou com o Teatro Ribeiro Conceição cheio para a Noite de Fados, e que teve continuidade durante o fim de semana na cidade com os passeios de charrete e a cavalo, que deram muita beleza à cidade.

As escolas também tiveram o seu dia para proporcionar um passeio de charrete a todas as crianças, ajudando assim a perpetuar o gosto pela arte equestre e por esta festa tão tradicional em Lamego.

O dia final é o grande dia, o 3 da maio. Era um dia em que as pessoas vinham pela manhã para vender o seu gado e durante a tarde faziam umas corridas mais para se entreterem, como uma brincadeira que no seu início era feita com burros mas que depois passou a ser a cavalo. Acabando por se tornarem tradicionais as corridas de passo travado que os aficionados tanto apreciam aqui".

No regresso pós-pandemia, com o local tradicional das corridas em obras na cida-

de, as mesmas realizaram-se em Cambres, repetindo-se este ano o mesmo cenário. Para Catarina Ribeiro, a resposta sobre tornar esta mudança definitiva já foi dada pelo autarca lamecense que, recorda, "já teve oportunidade de dizer que este local oferece algumas condições de segurança e de espaço que a cidade neste momento não tem. Enquanto assim for elas têm que acontecer fora da cidade e aqui é um local melhor".

Contudo, a Vice-Presidente relembra que "se entretanto na cidade considerarmos que há um espaço que se adeque elas voltarão ao seu local original que é a cidade".

28 VIVADOURO MAIO 2023
Lamego

Evento integrado na

EXPOSITORES DE VINHOS E PRODUTOS LOCAIS

16-18 JUN 2023

CONCURSO DE VINHOS

PROVAS COMENTADAS SHOWCOOKING

ZONA DE RESTAURAÇÃO

CONCERTOS

Co-financiado por:

Peso da Régua

A Mais Bela Corrida do Mundo volta a colorir o Douro

A Meia Maratona do Douro Vinhateiro está de regresso para mais uma edição que promete muita cor e animação, mas também dois momentos de homenagem que estão a ser preparados.

Descrita como “A Mais Bela Corrida do Mundo”, a prova deste ano é totalmente dedicada aos vinhos e aos produtores da região, integrando assim as comemorações da distinção do Douro como Cidade Europeia do Vinho 2023.

“Todo o evento está pensado este ano à volta da Cidade Europeia do Vinho com uma série de mensagens e momentos dedicados a este tema”, explica Paulo Costa, organizador da prova.

A região que foi reconhecida pela UNESCO como Património da Humanidade em 2001, mais precisamente os chamados “jardins suspensos” que rodeiam Peso da Régua serão o pano de fundo da prova. A designação refere-se aos gigantescos socalcos esculpidos no xisto das montanhas durienses, pintadas de verde e castanho ao longo das encostas íngremes, repletas de vinhas, quintas e pequenas povoações.

A prova principal, com 21 quilómetros, tem partida marcada para as 9 horas na Avenida do Douro, indo em direção ao tabuleiro da Ponte Pedonal de Peso da Régua. Depois, os participantes seguem junto à margem do rio, pela Nacional 222, até encontrarem o ponto de retorno, onde dão a volta e regressam pelo mesmo percurso.

Para quem preferir, há duas mini-maratonas, uma cronometrada e outra sem qualquer espírito competitivo, ambas com apenas cinco quilómetros.

Paulo Costa explica que este ano a prova contará com duas homenagens, uma a Cláudia Calçada, atleta que na edição do ano passado se sentiu mal sendo transportada para o hospital onde viria a falecer quatro

Campeonato do Mundo de Fórmula 2 com etapa em Peso da Régua em setembro

A Federação Portuguesa de Motonáutica (FPM) já divulgou o calendário de provas oficiais para este ano e uma das novidades é a passagem do Campeonato do Mundo de Fórmula 2 pela cidade de Peso da Régua em setembro.

Em declarações exclusivas ao VivaDouro, António Alves Tunes, Vice-Presidente da FPM, afirmou ser"um orgulho, como reguense, trazer de volta os desportos náuticos para a Régua", explicando ainda que"o presidente José Manuel Gonçalves mostrou desde logo abertura para esta negociação e a prova ficou marcada para o dia 17 de setembro".

Com o Douro a celebrar a Cidade Europeia do Vinho, no mesmo fim de semana tem lugar o Douro & Porto  Wine Festival, no Cais Comercial de Cambres. Três dias que prometem muita animação no rio e em ambas margens.

"Tudo isto é englobado na Cidade Eu-

ropeia do Vinho e no mesmo fim de semana acontece o Douro & Porto  Wine Festival o que irá permitir que durante o dia haja as provas no rio a partir da Régua, e à noite estaremos no festival na margem do

lado de Lamego", afirma António Alves Tunes. Para esta prova são esperados"cerca de 20 pilotos de 12 países", inscritos no Campeonato do Mundo de Fórmula 2. No ano passado o campeonato ficou

dias depois e outra ao Comendador Rui Nabeiro.

“Vamos ter uma homenagem à Cláudia Calçada que faleceu depois de se ter sentido mal na prova do ano passado. Ao km14 vamos ter um memorial com um pórtico, flores e desenhos que acredito que seja um momento marcante para todos os atletas.

Junto ao Museu do Douro vamos ter também uma homenagem com um pórtico ao Comendador Rui Nabeiro que está connosco desde a primeira edição e é um homem que inspira a luta pelo interior, é essa a mensagem principal que queremos passar. A família ficou muito sensível e vem uma delegação da Delta liderada pela neta Rita Nabeiro”.

O organizador afirmou ainda que há atletas inscritos que pretendem bater o tempo recorde da prova como é o caso de Paulo Barbosa, atleta do Benfica, campeão nacional de Meia Maratona, ou Nuno Lopes, vencedor da Maratona da Europa em Aveiro e um dos melhores atletas do país.

As inscrições estão abertas até 25 de maio e podem ser feitas online, em nome individual ou em representação de clubes, associações ou empresas. O valor de cada inscrição inclui uma T-shirt da prova e abastecimentos isotónicos (na distância mais longa).

A propósito do facto da distinção que este ano a região enverga, todos os atletas que corram os 21 quilómetros recebem duas garrafas de vinho: uma de tinto do Douro e outra de vinho do Porto.

A EDP Meia Maratona Douro Vinhateiro tem um limite de 20 mil participantes, pelo que as inscrições serão encerradas assim que este número for atingido.

A medalha oficial desta edição é uma homenagem aos vinhos do Douro, tendo a forma de um copo, e à atleta Cláudia Calçada.

A madrinha da prova, como tem sido habitual nos últimos anos, é a antiga campeã mundial de estrada Aurora Cunha. ○

decido na última prova do campeonato que também se realizou em Portugal, Vila Velha de Ródão, com o piloto alemão Stefan Hagin a sagrar-se campeão. ○

30 VIVADOURO MAIO 2023

António Luís Marques reconduzido à frente da AFLODOUNORTE para os próximos 4 anos

Com 46 anos de idade, António Luís Marques foi reconduzido à frente da Associação Florestal do vale do Douro Norte (AFLODOUNORTE), num mandato para os próximos quatro anos, que antecipa numa conversa com o nosso jornal.

A Associação Florestal do vale do Douro Norte - AFLODOUNORTE, é uma Organização de Produtores Florestais, reconhecida como Organização Não Governamental Ambiental (ONGA), tem atividade no setor há 25 anos, com expressão nacional e projetos de cooperação internacional.

A AFLODOUNORTE tem já uma estrutura para responder a todos os desafios?

Atualmente temos uma estrutura de 32 colaboradores.

Quatro Equipas de Sapadores Florestais, nos Concelhos de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Sabrosa e Murça. Uma Equipa de Operadores Florestais dedicada a implementação das Medidas Ambientais Compensatórias de Foz Tua, nos Concelhos de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Mirandela, Murça e Vila Flor, num projeto trabalhado e financiado com a empresa Movhera, que é o segundo maior ator no setor hidroelétrico em Portugal.

Do corpo técnico fazem parte três Engenheiros Florestais, um Engenheiro Ambiental, um Técnico de Campo, um Técnico de Campo Vigilante, assim como um Técnico Financeiro e Administrativo.

Hoje, fruto da preparação da Organização de Produtores Florestais, o território dispõem de capacidade técnica instalada capaz de promover uma correta gestão florestal.

Quantos associados têm neste momento?

Temos 800 Associados, entre proprietários e produtores florestais, empresas, autarquias, Entidades Gestoras, Universidades e Politécnicos, Centros de Investigação e Desenvolvimento.

Um trabalho essencialmente suportado na floresta.

A Associação Florestal do Vale do Douro Norte é Entidade Gestora de três Zonas de Intervenção Florestal. Uma no Concelho de Alijó, uma no Concelho de Sabrosa e outra nos Concelhos de Mirandela e Valpaços. É também Entidade Gestora de um Agrupamento de Baldios, composto por doze Unidades de Gestão. Tem ainda a Gestão Cinegética de 8.000 hectares de área.

Ao longo dos últimos 25 anos a AFLODOUNORTE implementou centenas de projetos, gerou investimento público e privado, assim como conhecimento para a aplicação de boas práticas florestais e ambientais.

Com investimento privado ou público,

foi possível implementar ações adequadas à realidade dos territórios. Procurando gerir corretamente a paisagem e alcançar a necessária rentabilidade do investimento realizado.

A missão da AFLODOUNORTE é a de contribuir para uma melhoria do valor florestal e ambiental, através da aplicação de modelos sustentáveis que resultem na melhoria e qualidade dos produtos e seus derivados, com os necessários ganhos económicos que daí devem resultar.

Cada vez mais se verifica um abandono do setor primário, é um dos maiores desafios que encontram na atualidade?

É certo que a realidade é difícil de contrariar. O crescente abandono da atividade primária é claramente fruto do despovoamento, mas, em boa parte resulta da falta de políticas nacionais de incentivo ao investimento agroflorestal.

É impensável discutir a agricultura e a floresta em separado. São complementares e as duas estão lado a lado na maior fatia do território nacional.

A aposta das políticas deve centrar-se na capacidade de promover a ocupação do solo, com atividades capazes de garantir a resiliência aos fogos rurais, a proteção

dos ecossistemas, mas, procurando garantir a sustentabilidade económica da atividade.

A melhoria da rentabilidade tem de passar obrigatoriamente por encontrar alternativas à tradicional exploração agroflorestal. Devemos deixar de olhar para os espaços com conservadorismo. Olhemos para eles com a preocupação ambiental necessária, colocando em prática o conhecimento científico e técnico que nos permite desenvolver modelos agroflorestais adequados.

Para isso é importante que o resultado da muita investigação feita no setor agroflorestal saia dos centros de investigação e, seja colocado como verdadeira e permanente ferramenta de trabalho dos proprietários e produtores. O conhecimento é fundamental para a tomada de decisão. Para uma tomada de decisão consciente.

Atualmente a floresta e a agricultura estão divididas por dois ministérios, como vê esta opção governamental?

A separação da floresta e da agricultura, na estrutura governativa é um erro. Esta separação faz com que a floresta não tenha peso político e por essa via peso negocial e reivindicativo.

Maior evidência é a falta de medidas, de

boas e corretas medidas para o setor, com dotação orçamental que se veja. Dotação que garanta a execução de bons projetos, a sua manutenção e funcionamento. Que se veja e se sinta. E os territórios de minifúndio, especialmente, não o sentem. Nestes territórios a agricultura, a floresta, assim como a silvo pastorícia, estão a ser abordados de forma desajustada. E desajustada porquê? Porque se trata de forma igual o que é diferente. Diferente na sua realidade. O litoral é diferente do interior, o centro e norte diferente do sul.

As características de cada território ou região devem ser a matriz para desenhar qualquer estratégia ou plano, e, naturalmente as medidas de apoio destinadas ao setor.

O país tem realidades geográficas distintas. Assim como é distinto o perfil dos proprietários e produtores. Se isto é evidente, porque não se regionaliza verdadeiramente a política agroflorestal?

Refira-se que há um subfinanciamento claro do minifúndio. Quero que esta mensagem passe com clareza: o muito território nacional de minifúndio não precisa que olhem por ele. Precisa que olhem para ele. Por favor não o descriminem negativamente. Sem dinheiro não há boas práticas florestais e ambientais. Não se vive apenas do ar.

Estes territórios do interior, ou territórios de baixa densidade, como lhe queiram chamar, têm vontade em dar passos, querem avançar, mas sejamos claros: muito do investimento que se realiza, concretamente na floresta, é investimento patrimonial, isto é, o seu rendimento é de muito longo prazo. A este fator acresce o elevado risco, nomeadamente o dos fogos rurais. Sendo assim, sem verdeiros incentivos, e refira-se pagamentos, a quem trata a paisagem e dela pouco ou nada retira, levar-nos-á para uma realidade ainda mais dura de abandono.

Estes proprietários a quem se pede que trabalhem a terra, prestam um serviço, sem a devida compensação: os tão falados serviços de ecossistema.

Muito se fala sobre eles, mas nada se vê de concreto. Não se vê o reconhecimento da sua importância para o território, para as pessoas e para o país. Se as pessoas que dedicam muito do seu esforço, esforço pessoal e financeiro, não sentirem verdadeiramente que vale a pena continuar a manter os espaços naturais, tudo se vai perder.

Gostava de reforçar o seguinte: os serviços de ecossistema não devem ser subsidiados. Devem ser pagos. Um pagamento justo a quem trata a paisagem, a quem cumpre a missão de preservar os ecossistemas. Se o estado não consegue cumprir esta missão, tem de pagar a quem o faça por ele. O valor económico destes serviços está estimado. Então venha o que é devido. ○

32 VIVADOURO MAIO 2023
Murça

Marialva Medieval leva aldeia história de regresso à idade média durante

três dias

Nos dias 2, 3 e 4 de Junho 2023, a Aldeia Histórica de Marialva regressa à Idade Média, para acolher mais uma edição do evento Marialva Medieval. Conta com a presença de inúmeros taberneiros, artesãos e mercadores e, ainda, vários grupos de animação e recriação de momentos da época medieval.

O visitante pode encontrar os mais variados tipos de produtos à venda pelas várias ruas do centro histórico, designadamente comidas, bebidas, pedras, incensos, chás, licores, compotas, artesanato em pele, óleos, plantas entre muitos outros produtos.

Pelas ruas, como já vem sendo hábito, dezenas de figurantes trajados à época interagem e animam os visitantes, e acompanharão a sua visita pelos locais de venda e de dinamização de atividades preparadas para as diferentes idades, como os espaços infantis, as oficinas históricas e os acampamentos civis e militares.

Para o autarca da Meda, João Mourato, este evento pretende divulgar a aldeia histórica de Marialva ajudando assim na sua requalificação.

"A expectativa para este evento é atrair pessoas, para virem ao nosso concelho,

nomeadamente a Marialva, que é uma aldeia histórica que está a necessitar de ser revitalizada, de ser divulgada, e esta feira serve precisamente para isso.

Vão ser três dias de intenso movimento em Marialva, muita gente, estamos à espera de milhares de pessoas que vêm

nestes três dias, não temos a confirmação de quem vem inaugurar a feira, mas será uma entidade ministerial.

A nível da parte lúdica e animação vão haver torneios antigos, música, dança, competições equestres, enfim, um conjunto de coisas muito interessantes que

Marialva praticamente nunca viu. Vamos tentar que Marialva seja o centro da nossa região, nestes três dias".

Questionado sobre o momento mais marcante do evento o autarca refere o momento inaugural contudo, lembra, há vários momentos que serão de grande importância e interesse para todos os visitantes.

"O momento alto é sempre a inauguração, embora haja outros como os momentos de teatro, lançamento de fogo de artifício, algumas atividades culturais, vendas e gastronomia de outros tempos. Vão ser 3 dias de boa festa, até para os estudiosos que pretendem ver o que era Marialva terão oportunidade de presenciar e de ver".

À semelhança das edições anteriores, os trajes, a gastronomia, a animação, a música, a dança, o teatro, enfim, as práticas da época medieval em geral, estão de volta aos espaços mais característicos.

Durante os três dias de Feira, os visitantes, como que por magia, terão a oportunidade de conviver com as figuras mais tradicionais de outros tempos, podendo entrar ativamente no espírito da festa, envergando as roupas tradicionais, participando das brincadeiras e animando o espaço da feira. ○

33 MAIO 2023 VIVADOURO Mêda

Tabuaço

Autarcas tabuacenses com mandato suspenso

O Presidente e o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço têm o mandato suspenso e impedidos de entrar na autarquia, na sequência de uma investigação judicial, que envolve ainda três funcionários do município.

De acordo com as informações prestadas pela Polícia Judiciária em comunicado, a investigação “incide sobre ilícitos detetados na tramitação de procedimentos de licenciamento, envolvendo interesses urbanísticos de particulares e ou operadores económicos, inclusive com eventual violação de instrumentos de gestão e ordenamento do território”.

De acordo com a mesma fonte estarão em causa "crimes de abuso do poder, prevaricação, denegação de justiça e violação das regras urbanísticas".

No comunicado da força policial pode ler-se que as buscas aconteceram em diversos pontos do concelho, permitindo à PJ descobrir que os visados, usando das suas funções, "não terão concretizado os procedimentos legais relativos à tramitação das contraordenações detetadas ou comunicadas pelos Serviços da Autarquia (ou terceiros), permitindo por isso a reiterada violação das normas urbanísticas em vigor e a não cobrança de coimas em prejuízo do erário público”.

Após primeiro interrogatório judicial,

Vila Real

na sexta-feira, o Tribunal de Viseu determinou que Carlos Carvalho, presidente da Câmara, José Carlos Silva, Vice-Presidente, e dois funcionários autárquicos “ficassem sujeitos a TIR [termo de identidade e residência], proibição de contactos e suspensos do exercício de funções publicas”. O Terceiro funcionário, ficou apenas sujeito a TIR e proibição de contactos.

De acordo com fonte próxima da autarquia, todos os visados "estão já a preparar o seu recurso com a ajuda dos respetivos ad-

vogados", sustentada "na crença que nada de errado foi feito".

A mesma fonte assegura que "todos os procedimentos estão a ser tratados" para que a gestão da autarquia seja garantida pela vereadora Anabela Paiva Oliveira e pelo até agora vereador sem pelouros, Manuel dos Santos Costa.

Uma outra fonte, próxima da Carlos Carvalho, garante que o autarca "está de consciência tranquila mas incomodado com uma situação que põe em causa o seu nome",

Congresso Jovem de Saúde 2023

afirmando ainda que "algumas notícias que dão conta de documentos apreendidos são falsas, não foram apreendidos nenhuns documentos".

Carlos Carvalho cumpre o terceiro mandato na Câmara de Tabuaço, eleito em coligação pelo PSD-CDS/PP. O executivo municipal é constituído, além do vice-presidente, por dois outros eleitos daquela coligação, que nas autárquicas de 2021 obteve 69,8% dos votos e por um vereador do PS (18,6%). ○

Realizou-se no passado dia 26 de abril, o primeiro Congresso Jovem de Saúde, que decorreu no Teatro de Vila Real. Este evento foi organizado pela Unidade de Saúde Pública do ACES Douro Norte em parceria com o Município de Vila Real, tendo colaborado também na sua organização as Unidades de Cuidados da Comunidade Vila Real 1 e Mateus e Agrupamentos de Escolas/ Escolas Não Agrupadas de Vila Real. Neste evento os palestrantes foram jovens do 3º Ciclo e Ensino Secundário, moderados e orientados por peritos

em cada uma das áreas. Foram abordados temas como a saúde mental, a sexualidade, estilos de vida e saúde ambiental.

Ana Luísa Santos, Enfermeira Especialista responsável pela área da Promoção e Proteção da Saúde da Unidade de Saúde Pública de Vila Real afirma que marcaram presença cerca de 400 participantes, entre jovens e professores, de Vila Real, Peso da Régua, Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião. Refere ainda que “a organização deste congresso, pelos jovens e para os jovens faz parte de uma estratégia integrada

e dinâmica que pode contribuir de forma efetiva para a Literacia em Saúde desta população. Espera-se que este evento permita contribuir para a capacitação dos jovens para a tomada de decisão consciente em relação a comportamento promotores de saúde e que se possa constituir como uma referência de boas práticas na promoção e proteção da saúde na região”. O evento incorporou ainda um concurso de cartazes no qual todos os jovens inscritos no Congresso puderam participar, tendo sido atribuído prémio ao melhor

cartaz, realizado por um grupo de alunos do Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião. No intervalo para o almoço foi realizado um picnic no Parque Corgo, com a animação garantida pelo Grupo Zumbásticos da APPACDM de Sabrosa e, ao longo do dia, os participantes foram sendo brindados com elementos culturais na área da música e dança, com a participação do Conservatório Regional de Música de Vila Real, da PT Academy e da promissora cantora a solo Margarida Gomes.○

34 VIVADOURO MAIO 2023

Nova direção da NERVIR inicia roteiro empresarial

e institucional

A recém eleita Direção da NERVIRAssociação Empresarial, que tomou posse no passado dia 5 de Maio, iniciou no dia 11 de maio, um périplo pelas empresas e instituições da Região, no seu anunciado Roteiro Empresarial e Institucional, em que através de reuniões e visitas às empresas e instituições, se pretende auscultar as forças vivas da região, para, através de um melhor conhecimento mútuo

e da troca de experiências, poder contribuir para o desenvolvimento das empresas e da Região.

A primeira reunião deste Roteiro, foi com Direção do Régia Douro Park - Parque de Ciência e Tecnologia de Vila Real, em que foram debatidas algumas possibilidades de colaboração entre as duas instituições em prol das empresas da região; seguiu-se uma visita às instalações da

empresa Sabor do Norte, marca de fumeiro, que recupera sabores e saberes ancestrais da região, instalada no Régia Douro Park em Vila Real e que foi convidada a ser sócia da NERVIR.

Por último foi visitada a empresa MWC - Menin Wine Company, em que foi apresentado o projeto de investimento que a empresa está a desenvolver no Douro.

Este foi assim, o primeiro dia, de muitos que se seguirão, em que a Direção

da NERVIR fará visitas a empresas e instituições, cumprindo a sua promessa de realização de um Roteiro Empresarial e Institucional.

Este Roteiro vem no seguimento do compromisso que a NERVIR pretende realizar entre as empresas e as instituições públicas e privadas, para construírem em conjunto, uma efetiva agenda de ambição e mudança para quem produz, transforma e inova. ○

36 VIVADOURO MAIO 2023
Vila Real

No caminho dos vinhos do Távora-Varosa

Albergando os municípios de Moimenta da Beira, Sernancelhe, Tarouca e ainda algumas freguesias dos concelhos de Penedono, São João da Pesqueira, Tabuaço, Armamar e Lamego, a região é limitada pelos dois rios que lhe dão o nome, o Távora e o Varosa. As características edafo-climáticas, as suas vinhas plantadas em solos graníticos, solos litólicos e solos de transição, reúnem boas condições para a criação de vinhos geralmente frescos, e com teores de acidez ideais para a produção de vinhos espumantes. No ano de 2022 a região do Távora-Varos registou um crescimento de produção de 40%.

Luís Leocádio (Vinhos Titan): Um diabo à solta nas Terras do Demo

Luís Leucádio é um dos mais recentes agentes económicos do Távora-Varosa, mas nem por isso a sua entrada foi discreta, pautando-se pela irreverência já conhecida dos vinhos Titan, e na qual a nossa equipa de reportagem foi envolvida durante o almoço com o enólogo.

A ligação da região à literatura de Aquilino Ribeiro valeu-lhe o epíteto de Terras do Demo um nome que, não podendo ser usado serviu de inspiração ao enólogo para a criação da sua própria marca, a Deamon.

Em 2018, a aquisição de um pequeno terreno "com uma produção muito fraca" rendeu, logo na primeira vindima "666 garrafas, um número curioso tendo em conta toda a envolvência e que decidimos logo adotar para a nossa referência topo de gama", explica.

Luís leucádio começa por explicar que a ideia do projeto "não foi entrar com os espumantes, até porque na região já há quem os faça e muito bem, a nossa aposta foi nos vinhos tranquilos porque consideramos que também aqui a região tem uma palavra a dizer, como fica demonstrado na prova destes vinhos".

O plural não é inusitado, para as entradas é-nos servido um Titan of Távora-Varosa Deamon 2020, um vinho com características muito frescas, mas marcante, que harmonisa na perfeição com as entradas: terrina de abacate com truta, mini covilhetes e croquetes de carnes de caça, um bouquet de paladares que fica na memória.

Para a refeição, com pratos de carne (pato, cabrito e vitela maronesa), Luís Leucádio propôs um Titan of Távora-Varosa Deamon 666, um vinho excecional. "Este branco entrou diretamente para os melhores do ano com 19 pontos. Por isso a aposta está correta, o importante agora é manter esta consistência e depois avançar para outros vinhos como os rosés ou os tintos, por exemplo".

A explicação para o nome deste vinho é simples. "Encontramos uma vinha com mais de 100 anos na região e que produz muito pouco, são 0,8 hectares e logo no primeiro ano produzimos um total de 500 litros de vinho que resultaram em 666 garrafas. Pareceu ser obra do diabo por isso ficou ali decidido que seria o nome do vinho, Deamon 666, mantendo também assim uma ligação à região e à

sua história”.

Não será fácil conseguir uma destas garrafas, só existem 666 garrafs, tendo cada uma o custo de 666€.

“Conseguimos que o Távora-Varosa, depois de já ter o espumante mais caro do país, da Murganheira, tenha também o vinho branco mais caro do país com este 666, com uma produção muto limitada em comparação com outras regiões.

A região está cheia de vinhas velhas, a uma altitude fantástica que dá para fazer vinhos leves, frescos e equilibrados. Aquilo que tentamos fazer são espumantes sem bolha, mantêm o carácter da região, um lado muito mineral que ganham muito com o estágio, com o tempo".

De qualquer forma, a entrada no mercado dos espumantes não está posta de lado e o enólogo explica que "todo o espumante começa com um bom vinho, a diferença está depois no estágio e na refermentação que já fazem na garrafa.

Estamos a experimentar diversas metodologias de estágio para depois escolhermos o que mais se adequa ao perfil de espumante que queremos ter".

Já com experiência na produção de espumantes, Luís Leucádio sabe bem o

perfil ideal para um espumante de qualidade como os que são produzidos na região Távora-Varosa. "Pureza e frescura, muito equilibrados em termos analíticos logo na vinha, uma acidez muito alta e ph's mais baixos para que se obtenha um mosto muito fresco que depois torna mais fácil o processo de vinificação".

Também na vertente comercial estes vinhos requerem uma atenção especial "são vinhos diferenciados, diferentes dos restantes e que muitas vezes têm dificuldade em serem comercializados por isso mesmo, é preciso conhecer a região e a sua história para perceber os seus vinhos.

Este Deamon 666, por exemplo, não se consegue vender nos EUA porque a imagem os assusta, porque não percebem nem conhecem a região".

O futuro dos vinhos Titan na região está assegurado, "queremos investir na região e enquanto não tivermos um espaço físico na região não vamos conseguir ter as condições para fazer um espumante de qualidade como pretendemos. Estamos a começar a construção da nossa adega no Douro e depois avançamos para a adega aqui no Távora". ○

37 MAIO 2023 VIVADOURO
A
REGIÃO

Opinião

Eduardo Rosa

Subindo patamares

Vice-Reitor para a Investigategrando ativamente atores que, desde o setor produtivo até à ciência, tecnologia e inovação, permitissem tornar o setor mais competitivo.

Em linha com crónicas anteriores, apresentamos mais uma ação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), desta vez focada no desenvolvimento do setor da vinha e do vinho em Portugal, aplicando a visão de uma Universidade centrada nas problemáticas da sociedade e da agregação de massa crítica para responder aos desafios societais.

Com o lançamento do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), a UTAD percebeu a oportunidade para, justamente, impulsionar um projeto de âmbito nacional na cadeia de valor da vinha e do vinho, mobilizando e in-

Vimos, assim, aprovada uma Agenda Mobilizadora da Vinha e do Vinho, no montante de 77,5 M€, financiada pelo PRR, onde, em consórcio com 46 entidades de Norte a Sul do País, se pretende contribuir para a transição digital, energética e ecológica, aportando conhecimento e tecnologia, transformados em produtos e serviços, capazes de criar valor acrescentado e aumentar a notoriedade do vinho português nos mercados internacionais. Nos seus 21 subprojetos inscritos na Agenda e incorporando 90 investigadores, a UTAD está a acrescentar valor nas áreas dos sistemas híbridos de energia renovável, soluções transversais para a recolha de dados sobre um

universo vasto de parâmetros sobre a vinha e a adega, soluções robóticas inovadoras para o setor, incluindo pulverização seletiva e desinfeção de pavimentos de adegas por UV-C, soluções para a rastreabilidade e a autenticidade dos vinhos, biofertilizantes resultantes de vermicompostagem, soluções móveis de tratamento de águas no seguimento de políticas de resíduo zero, soluções avançadas de monitorização remota com vista à melhor tomada de decisão, desenvolvimento de clones tolerantes ao míldio e/ou oídio, novas leveduras, novos produtos de maior valor acrescentado (soft drinks a partir da exploração dos aromas dos vinhos, novas tipologias de vinho com álcool reduzido e vinhos em embalagens com menor pegada de carbono), novos produtos para a remoção de defeitos olfativos, estabilização

tartárica, novos biofungicidas, herbicidas e inseticidas, novas aplicações de apoio ao uso de bio controladores para tornar a vinha mais resiliente às alterações climáticas, modelação e projeção de eventos climáticos severos, novos produtos para aumentar a resiliência da vinha face ao stress hídrico, soluções de apoio à gestão das operações para aumento da produtividade e previsão fenológica. Este pacote de subprojectos contempla, ainda, a conceção, o desenvolvimento e a disponibilização de um hub digital do conhecimento que integrará todos os dados e serviços digitais desenvolvidos durante a vigência da Agenda para uma exploração posterior.

Estamos certos que os resultados deste projeto vão permitir subir mais um patamar no setor da vinha e do vinho em Portugal. ○

Vinhos do Douro e do Porto marcaram presença no concurso Meilleur Sommelier du Monde, em Paris

Os vinhos do Douro e do Porto marcaram presença no prestigiado concurso Meilleur Sommelier du Monde que decorreu em Paris, no passado mês de fevereiro.

Organizado pela Association de la Sommellerie Internationale (ASI), este concurso junta sommeliers de todo o mundo e contou, este ano, com a participação de 68 candidatos oriundos de mais de 65 países. Os sommeliers são um dos mais importantes segmentos de profissionais, constituindo um privilegiado público-alvo para a estratégia de promoção dos vinhos do Douro e do Porto levada a cabo pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP, IP).

A aposta na formação, pedagogia e sensibilização destes profissionais tem em vista, através da sua ação junto do consumidor final, potenciar o

Domingos Nascimento

Presidente da Agência Social do Douro

As CIM - Comunidades Intermunicipais são associações de municípios que visam genericamente dar dimensão ou escala ao desenvolvimento dos territórios.

Embora já existisse, a lei 75/2013 reafirmou a Comunidade Intermunicipal do Douro. Foram 19 os municípios que a integraram e nenhum abandonou esta solução.

Nessa altura não me pareceu muito eficaz insistir em juntar municípios bastante distantes e com interesses aparentemente de impossível conciliação.

Defendi a comunidade Douro Sul que seria uma escala mais confortável e, em princípio, mais eficaz. Falei muitas vezes na cidade conceptual e simbólica do Douro Sul.

Exerci funções autárquicas no mandato 2013 até 2017. Nessa qualidade integrei a Assembleia Intermunicipal. Nesse órgão pude concluir que os meus receios eram muito

consumo e a promoção dos Vinhos do Porto e do Douro, sendo este um dos objetivos primordiais que enquadra a estratégia de promoção e internacionalização das DOP Porto e Douro.

O IVDP, IP foi parceiro do evento tendo estado, por isso, ativamente envolvido no concurso através da presença em diversos momentos que promoveram os vinhos da Região Demarcada do Douro, colocando as marcas Porto e Douro em todos os jantares e provas, bem como no jantar de gala que encerrou o concurso, contando, para tal, com a presença de 13 produtores de vinhos do Douro e do Porto.

Ainda no âmbito do concurso, destaca-se a exclusiva masterclass, organizada pelo IVDP, IP, subordinada ao tema - Douro Valley: Innovation through Legacy - destinada aos sommeliers participantes e respetivas comitivas, num total de 250 pessoas.

A apresentação incidiu sobre a inovação e modernização que que tem ocorrido no Douro Vinhateiro

nos últimos anos em diversas áreas, nomeadamente na viticultura, na vinificação, no processo de certificação e controlo (uma das mais importantes missões do IVDP, IP) na criação de novas categorias de vinho do Porto, na abordagem a novos momentos de consumo e na sua forma de comunicação.

No tema viticultura foram dados a conhecer os esforços efetuados em prol da sustentabilidade, com identificação da pegada de carbono, a georreferenciação de vinhas, a preservação de património genético, a construção de patamares com recurso a laser, a modernização de modelos de previsão de rendimentos com base na Inteligência Artificial, entre outros aspetos referidos.

Por seu lado, na temática da vinificação foram referenciados os lagares robóticos, introduzidos na Região já há alguns anos, mas foram igualmente realçados os recentes investimentos na modernização das adegas e na evolução na qualidade das

aguardentes para a elaboração de Vinho do Porto. A apresentação foi depois orientada para o investimento na procura da modernização e consolidação do crescimento e reconhecimento da qualidade do Vinho do Douro, bem como na imagem e qualidade do Vinho do Porto, com a criação de novas categorias, designadamente o Porto Rosé, o Porto Branco com Indicação de Idade e mais recentemente (Janeiro de 2022) os Porto Branco 50 Anos e Porto Tawny 50 Anos, bem como os Very Very Old que abrem o leque de opções de momentos de consumo e permitem chegar a novos consumidores e mercados, com uma clara valorização da imagem do Vinho do Porto.

No decurso da apresentação foi servido um Vinho do Porto Branco Seco Colheita 20 anos, que reforçou a mensagem da aposta na inovação e modernidade, mas com forte respeito pelo legado da Região Demarcada do Douro. ○

Uma CIM que se está a transformar numa verdadeira COMUNIDADE!

reais. Não era nada fácil, muitas vezes impossível, conciliar interesses e olhar o futuro com uma estratégia comum.

Entretanto, na superior qualidade que é a de cidadão, com opinião, mantive sempre em alerta este tema - a CIM Douro.

O tempo foi atenuando os meus receios.

Fui vendo que as diferenças iam reforçando a união. Fui percebendo que era possível escalar o conceito de cidade conceptual e simbólica a todo o Douro. Num Grande Douro, era possível ter em conta as idiossincrasias dos “três irmãos”, o Douro Norte, o Douro Sul e o Douro Superior.

O Grande Douro podia ser cidade. Ou seja, podia unir-se na visão e na ação. Mesmo com os 19 municípios, a concretização de futuro coletivo sem beliscar a autonomia, as realidades organizacionais de alguns serviços, e a identidade de cada município, era uma meta realizável.

Hoje, a CIM Douro já não é só uma associação de municípios, é uma verdadeira Comunidade, é uma cidade. Com visão estratégica comum, com capacidade de diálogo, sentido de partilha, coesão, união, abraço!

Os cidadãos começam a sentir esta entidade como algo importante e estruturante para o

seu futuro coletivo.

O futuro bom chega mais depressa se envolvermos as pessoas, as suas iniciativas coletivas e as suas ambições.

Para que tal aconteça será necessário muita coisa, mas hoje destaco pormenores. Desejo que a CIM, agora verdadeiramente comunidade, se projete ainda mais na vida das pessoas e comunique de forma simples e próxima para todos os cidadãos. Que consigamos deixar cair o acrónimo CIM e saibamos dar-lhe mais visibilidade com a simplicidade das palavras. E as palavras seriam COMUNIDADE DOURO, ponto.

A Comunidade Douro, acredito, depois de cidade europeia do vinho 2023, será cidade sempre.

Cidade significa principalmente pessoas que partilham a vida num espaço comum, que desenvolvem sentimentos de pertença e congregam ambições coletivas.

Como todos já sabem, desejo muito que o Douro seja a mais importante cidade europeia da humanização!

Para isso, é imperativo a abordagem das questões da qualidade de vida e da inclusão à escala COMUNIDADE DOURO. Muito particularmente das PESSOAS mais vulneráveis, mas

também dos mais jovens, dando-lhe espaço e condições de esperança.

Menos importante, mas com simbolismo, seria bom a comemoração de forma alargada do dia da COMUNIDADE DOURO.

Tendo como ambição maior a humanização, a nossa grande bandeira, o mais adequado é dia 10 de dezembro, dia internacional dos Direitos Humanos. Por sinal muito próximo do dia 14 de dezembro que foi o dia do reconhecimento do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade.

Concluo com três citações:

“Socalcos que são passadas de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor, pintor ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares plausíveis da visão.”

Miguel Torga

“Alcança quem não cansa”

Aquilino Ribeiro

“O Douro, hoje mais do que nunca, é uma grande cidade que vive de forma intensa e empenhada a procura da convergência e da excelência.” Carlos Silva, presidente da COMUNIDADE DOURO.

O Douro é Comunidade - o Douro é cidadeo Douro é humanidade! ○

38 VIVADOURO MAIO 2023
Gilberto Igrejas Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P. (IVDP)

MARQUÊS DE SOVERAL Homem do Douro e do Mundo

“Um grande senhor”: a morte do marquês de Soveral vista pela imprensa britânica

Luís Maria Pinto de Soveral morreu em Paris no dia 5 de outubro de 1922, curiosamente no mesmo dia em que – 12 anos antes – a República que ele tanto odiava tinha sido proclamada nas ruas de Lisboa. O antigo embaixador, nascido na Quinta de Cidrô (São João da Pesqueira), tinha 71 anos e morreu de doença cancerosa provocada, muito provavelmente, pela devoção que ele tinha pelos charutos. O último rei de Portugal, D. Manuel II, e a mãe deste, D. Amélia, acompanharam de perto os últimos momentos da vida do marquês de Soveral, passados numa clínica de Paris.

A morte deste diplomata distinto, que servira na embaixada de Portugal em Londres durante quase um quarto de século, foi noticiada com grande destaque por toda a imprensa da Inglaterra. O marquês, recorde-se, fora amigo íntimo do rei Eduardo VII (1841-1910) e figura proeminente da sociedade britânica ao longo de várias décadas.

O jornal The Times, por exemplo, publicou vários artigos sobre o português. Num longo obituário com o título “Um grande senhor”, este diário descreve Luís de Soveral como alguém que “teve uma vida brilhante, desempenhando um papel de destaque que nenhum estrangeiro alguma vez desempenhou ou desempenhará na Inglaterra”. O jornal acrescenta: “[Soveral] era um português patriota e cosmopolita, um amigo caloroso e sem inimigos, genial, alegre e loquaz”.

Todos os jornais sublinham o facto de o pesqueirense ser lembrado não só pela arte da diplomacia, mas também pelo génio social. No dia 6 de outubro, o Daily Mail descreve o marquês como “o homem mais popular em Londres e figura notável da sociedade londrina – dedicado às artes, músico excelente, valsador exímio”. No mesmo dia, o diário The Evening Standard recorda que Soveral “tinha as portas da Casa Real sempre abertas para ele e que era alguém que se vestia como o rei, com um chapéu magnífico igual ao de Eduardo VII”.

“Alto, bem vestido, com botoeira e luvas brancas, com o seu cabelo negro-azulado, um bigode feroz e o indispensável monóculo, o marquês de Soveral era um gentleman galã

que ia a todo o lado e em todo o lado era persona gratissima”, lê-se ainda no The Times.

O obituário publicado pelo jornal The Pall Mall Gazette sublinha, por outro lado, o facto de Soveral ter recebido várias ofertas milionárias de editoras interessadas em publicar as memórias do português. “Mas ele era um homem de tato, lealdade e discrição sem limites e nunca pensou em revelar os segredos das outras pessoas”, lê-se na Gazette, que acrescenta, curiosamente, que “a revolução

portuguesa [de 1910] deixou Soveral sem país”.

O The Daily Telegraph do dia 7 de outubro alinha pelo mesmo tom: “Após a [implantação da] República em Portugal, a autoridade política do marquês diminuiu, naturalmente. Mas a popularidade pessoal não decresceu. Muito pelo contrário”. O político e jornalista T. P. O’Connor, deputado no parlamento britânico durante quase meio século, recorda nesse mesmo jornal a figura do pesqueirense ilustre, que ele descreve

como “uma verdadeira instituição londrina”: “Soveral estava sempre presente em todos os locais do país e do continente europeu frequentados pelas classes mais altas. Encontrava-o sempre entre as mulheres mais bonitas e mais bem vestidas, ou com os homens mais poderosos. [Soveral] conhecia toda a gente. E quem tivesse a sorte de se sentar ao lado dele num jantar, ouviria histórias sobre figuras públicas de todo o mundo”.

39 MAIO 2023 VIVADOURO
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