Jornal_VivaDouro_ed98_abril2023

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Pág. 26

Sernancelhe

“Os Momentos Com Vinho é também um espaço de negócios”

Armando Mateus, vereador da câmara municipal

Pág. 20

José Pereira, Presidente da CVR do Távora-Varosa

Págs. 4 a 6

Murça

Pág. 28

Medieval regressa de 21 a 23 de abril

Torre de Moncorvo Pág. 22

Visite-nos em: www.vivadouro.org - E-mail: geral@vivadouro.org Ano 7 - n.º 98 -ABRIL 2023 | | Diretor: Miguel Almeida | Dir. Adjunto: Carlos Almeida Preço 0,01€ Mensal
“Muitos
INAUGURAÇÃO
MARCELO REBELO DE SOUSA
Futuro da Instituição volta a ser discutido Casa do Douro
comparam o nosso espumante com o champanhe francês”
CASA MUSEU SOLDADO MILHÕES “É um olhar para o futuro”

Estimados Leitores, Um parvo é sempre um parvo. Não adianta ser promovido a presidente deste ou daquele organismo; não adianta ser candidato político a este ou àquele município, quando se é parvo aos 30 anos ainda se é muito mais aos 50.

Um parvo dificilmente se enxerga a ele próprio. Acha que tudo o que de mal lhe acontece — e são muitas coisas, pois um parvo é difícil vir a ser um ganhador foi por culpa de terceiros e que ele (ou ela, também há muitas parvas) nunca tem culpa de nada pois foram os outros aqueles que ele gostava de ser que lhe provocaram os infortúnios.

Um parvo vai sempre discutir os cêntimos em vez de discutir a estratégia e de promover o desenvolvimento. Vai transformar as instituições em que possa ter algum poder para serem governadas pelos contabilistas (nada contra os contabilistas, apenas temos que ter a certeza de que estão a fazer o trabalho deles e não a condicionar para onde a organização deve ir) em vez de o serem pelos estrategas. Vai procurar obter prazer pela discussão se este ou aquele euro foi bem registado e contabilizado e não se os objetivos do investimento fazem sentido e são executáveis.

É por isso que um ditado antigo, atribuído a George Calin, diz que não adianta discutir com um parvo, pois ele leva a discussão para o seu próprio nível, no qual tem uma enorme experiência e onde ganha. Já Mark Twain dizia Never argue with a fool, onlookers may not be able to tell the difference.; ou seja, não discutas com um parvo pois quem está a ver pode não conseguir dizer a diferença.

Os parvos nas redes sociais são especialmente perigosos. Porque a argumentação parva que usam, para ser contrariada ou contestada obriga a um esforço que as pessoas não parvas não conseguem ter; pois têm mais o que fazer, e um parvo, por definição, tem todo o tempo do mundo e a motivação que a parvoíce lhe dá para promover uma boa discussão, especialmente se for on-line, em direto, e se houver muitos seguidores; muito melhor.

É por isso que os programas de representação da realidade (Reality Shows) gostam especialmente de ter parvos dentro das casas de onde são televisionados, pois alguns parvos garantem boas argumentações e promovem audiências das pessoas que gostam de assistir a uma boa parvoíce. Note-se que a maior parte destas pessoas não são nada parvos; apenas gostam de assistir aos outros a serem.

Esperanças de que um parvo possa deixar de ser parvo ao longo dos anos são ténues. Ao longo do tempo, o nível de parvoíce costuma aumentar, principalmente quando o parvo foi sucessivamente exposto a cargos ou funções para as quais não estava preparado e nas quais, por comparação com os seus antecessores, facilmente se percebe que ultrapassou com velocidade estonteante o princípio de Peter e que não tem capacidade, conhecimento, experiência e savoir faire para as funções para que foi empurrado.

Para os não parvos é fácil de perceber. Basta ver a notoriedade e capacidade de mobilização que a organização tinha antes do parvo lá chegar e as que tem depois de ele sair, porque, inevitavelmente, o parvo depois de dar cabo do que lá existia vai-se embora, culpando sempre o resto do mundo pela sua incapacidade e ineficiência e que a culpa de tudo o que de mal lhe acontece é sempre dos outros. E raramente sai por a Lei o obrigar a sair, sai porque sabe que a organização não aguenta mais um mandato da sua pessoa e porque aquilo que sabe fazer já fez. Que venha agora um conhecedor, experiente e que não seja parvo procurar juntar os cacos que o parvo deixou.

Claro que, felizmente, também há o dizer popular que vozes de burro não chegam ao Céu. Distinguir parvos de burros é uma tarefa difícil que deixo à inteligência dos nossos leitores. ○

SUMÁRIO:

Destaque

Páginas 4, 5 e 6

São João da Pesqueira

Páginas 7 e 29

Murça Páginas 8 e 28

Carrazeda de Ansiães

Páginas 9 e 24

Mesão Frio

Página 10

Freixo de Espada à Cinta

Página 11

Alijó Página 12

Santa Marta de Penaguião

Página 14

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org

POSITIVO

Unidades hoteleiras do Douro registam uma "boa procura" nesta

Páscoa, período que lança a época alta do turismo da região que promove, em 2023, novas experiências de enoturismo para divulgar os vinhos, adegas e vinhas.

NEGATIVO

Armamar

Páginas 15 e 21

Entrevista

Páginas 16 e 17

Moimenta da Beira

Página 18

Sabrosa

Página 19

Sernancelhe Página 20

Torre de Moncorvo

Página 22

Região

Página 26

Peso da Régua

Página 27

Vila Real Página 29

Opinião

Páginas 2 e 30

Fontaínhas Fernandes

Novos Oportunidades para o Douro

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A Liga dos Amigos do Douro Património Mundial iniciou no passado dia 25 de março um ciclo de debates tendo como objetivo promover uma discussão aberta que confronte visões diferentes sobre temas que interessam à Região e aos durienses.

O primeiro debate teve como tema a ferrovia e a sua importância para o desenvolvimento da região. No Ferrovia 2020 a eletrificação do troço Marco-Régua da linha do Douro, que deveria estar pronta em 2019, acabou por ser empurrada para o quadro financeiro plurianual 2021-2027. Contudo, a Secretária de Estado Isabel Ferreira confirmou a boa notícia de se concretizar a requalificação até Barca D’Alva, o que estava pendente apenas do Ministério das Finanças. Reafirmou o compromisso do Governo neste projeto emblemático para o Douro, enquanto via estruturante para a mobilidade da Região e como ativo estratégico para o desenvolvimento do turismo duriense.

O segundo debate terá lugar no dia 20 de maio no Museu do Douro e visa analisar o papel relevante que os fundos comunitários tiverem na evolução da Região. Contudo, o Douro,

Em 2022, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) realizou 36 inspeções e instaurou 19 contraordenações na região. Em causa está a precariedade laboral de 410 trabalhadores agrícolas nas quintas do Douro. PRÓXIMA

a exemplo de outras regiões europeias, ainda se depara com problemas complexos que os durienses devem debater para encontrar as melhores soluções.

Quando se inicia um novo ciclo de programação de fundos comunitários surgem naturais reivindicações que reclamam políticas de coesão, visando apoiar as regiões menos desenvolvidas e com maiores dificuldades estruturais. Se analisarmos o efeito dos fundos comunitários que Portugal recebeu nos anteriores quadros comunitários, conclui-se que se registou uma diminuição do agravamento das assimetrias regionais. Contudo, as políticas públicas não podem ficar alheias às disparidades regionais e ao preocupante esvaziamento populacional das regiões deprimidas.

É neste sentido que a LADPM promove este ciclo de debates visando promover uma reflexão e entendimentos sobre temas complexos que devem ser discutidos sem reservas, envolvendo intervenientes com comprovada experiência na área do debate, procurando assim encontrar as respostas mais ajustadas. ○

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2 VIVADOURO
ABRIL 2023
EDIÇÃO 17 DE MAIO
Editorial
José Ângelo Pinto Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT Professor Universitário Liga dos Amigos do Douro Património Mundial
28.05.2022

José Pereira: “Muitas vezes as coisas não aqui isso não aconteceu”

Com um crescimento de 40% no volume de certificação de espumantes no ano passado, a região do Távora-Varosa é um territórios de excelência para a produção de espumantes, sendo muitas vezes comparada à região de Champagne em França.

Anualmente a região atingiu já um volume de cerca de 3 milhões de garrafas anuais, que resultam numa faturação que ronda os 20 milhões de euros.

À frente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Távora-Varosa desde março de 2021, José Pereira é um homem ligado ao setor apostando na imagem e no marketing para potenciar ainda mais o território e os espumantes ali produzidos.

Para começar, pedíamos que nos descrevesse esta região do Távora-Varosa.

Esta região foi a primeira região demarcada de espumante em 1989. Para ser exato, nesta altura foram criadas duas regiões, a do Varosa e a Encostas da Nave. Eram duas regiões muito pequenas embora houvesse mais área de vinha do que há hoje, que foi arrancada em prol dos pomares que eram mais rentáveis.

Em 1999 foi então criada a região Távora-Varosa, que vai buscar o seu nome aos dois rios que a identificam, o Távora e o Varosa. Os limites da região são basicamente os mesmos das duas anteriores regiões. Ao mesmo tempo foi também criada a Identificação Geográfica de Terras de Cister, que pede o nome emprestado aos monges de Cister que andaram por aqui no século XII.

Esta região, e o espumante que aqui produzimos, são fruto do trabalho e conhecimento de uma pessoa, o Professor Orlando Lourenço, uma referência nacional no setor, que presidiu esta comissão por mais de três décadas.

Profissionalmente era docente do ensino primário, mas foi para Champagne adquirir conhecimentos sobre o processo de produção, e por isso, em Portugal, somos a única CVR que tem duas certificações, se lhes podemos chamar assim. Uma Apreciação Prévia, que fazemos a todo vinho pronto para “espumantizar” , e que passa pela Câmara de Provadores, mais tarde, quando está pronto a fazer o dégorgement (processo de retirada das borras do vinho), então regressa à Câmara de Provadores para a Certificação, que é dada com a atribuição de um selo.

Portanto, não podemos chamar de dupla certificação, o primeiro processo é apenas uma Apreciação Prévia do vinho que irá iniciar uma segunda fermentação em garrafa para se tornar espumante. Só então é que é feita a prova de certificação que garante o certificado de espumante

Távora-Varosa.

Todo o espumante que aqui é produzido é certificado com Denominação de Origem, sem exceção, não temos espumantes IG Terras de Cister, apenas vinhos que representam 5 ou 7% da produção.

Suceder ao Professor Orlando Lourenço é uma responsabilidade?

É uma responsabilidade muito grande, e um desafio.

Tratando-se de uma referência nacional, compete-me a mim honrar todo o legado que ele deixou nesta CVR, primando, desde logo, pela qualidade.

Felizmente a região tem crescido em termos de volume de certificação, no ano passado crescemos 40%, o que é algo único e deve-se, sobretudo, ao trabalho dos agentes económicos.

E o espumante do Távora-Varosa, como se apresenta?

Temos que partir de um princípio, o espumante é vinho. (risos) Algumas pessoas esquecem este princípio, um bom espumante parte de um bom vinho.

O fabrico do espumante inicialmente é vinho, é o processo normal de fermentação. Posteriormente há uma segunda fermentação já em garrafa, segundo o método champanhês, o mais clássico.

O estágio dos nossos espumantes tem sempre a duração mínima de 9 meses, mas habitualmente é bem maior do que

isso, e é sempre feito em caves com humidade acima de 90% e uma temperatura natural que ronda os 12, 13 graus.

É uma região em que a altitude se situa entre os 550 e os 800 metros, e que faz fronteira com as regiões do Douro e do

Iniciei a minha carreira em 1981 e um dos trabalhos que fiz logo nessa fase inicial foi a preparação para a criação das tais duas regiões aqui.

Dão. O professor Júlio Pedrosa, a esse propósito dizia numa entrevista que a região “tem o solo das beiras e o clima do Douro”, não é bem assim, temos aqui grande amplitudes térmicas, mas é uma imagem interessante.

Essa é a altitude perfeita para a produção de um bom espumante?

A par dos solos e do clima, o terroir, no fundo. Na região temos solos pobres, graníticos, fracos de matéria orgânica, com acidez, características que se notam nos nossos espumantes com um carácter mineral e acidez.

Os invernos, que já não são o que eram,

são rigorosos, e verões quentes com grandes amplitudes térmicas, entre o dia e a noite que variam muitas vezes entre os 15 e os 20 graus.

Este conjunto, a par das castas que usamos, dá-nos estes espumantes de grande qualidade, levando mesmo alguns a fazerem a comparação com a região francesa de Champagne, pelas condições únicas que tem no país.

Falando agora um pouco mais do seu percurso. Tem uma vida ligada ao setor agrícola e os vinhos do Douro. Que desafios é que lhe coloca esta nova etapa profissional?

Iniciei a minha carreira em 1981 e um dos trabalhos que fiz logo nessa fase inicial foi a preparação para a criação das tais duas regiões aqui. Foi um período em que se começou a falar das Indicações de Proveniência Regulamentar (IPR's), com um Decreto-Lei de 1986.

Como o Centro de Estudos estava ligado à Direção Geral de Agricultura de Trás-os-Montes, tinha a gestão vitícola em Trás-os-Montes o que fazia nossa obrigação ajudar os promotores a demarcar as regiões.

Portanto, o meu primeiro trabalho foi ajudar a demarcar e regular esta região do Távora-Varosa.

Fizemos um extenso trabalho de identificação das castas porque havia um problema de sinonímia, e até de homonímia.

4 VIVADOURO ABRIL 2023 Destaque

funcionam porque não há liderança,

Temos como política não participar nas grandes feiras de vinhos. Se os agentes económicos assim quisessem nós estaríamos, mas neste momento não faz sentido para nós, as nossas marcas de grande dimensão (Murganheira e Terras do Demo) por vezes participam mas como região não temos esse hábito. Optamos por eventos onde estamos sozinhos, somos pequenos, é uma forma de conseguirmos ter algum eco a nível da comunicação social.

Muitas castas às quais as pessoas atribuem um nome regional que não corresponde ao oficial, ou chamando a castas diferentes o mesmo nome. Esse foi o primeiro trabalho, feito em conjunto com os promotores. No fundo, este é um regresso às origens. (risos) É uma região que me diz muito, em 1996 acumulei o serviço da Zona Agrária que envolvia estes concelhos, durante três anos.

No fundo são 48 anos ligado ao setor vitícola, um período que está a terminar em termos profissionais, mas a iniciar uma nova etapa.

É um desafio novo, uma coisa é trabalhar as questões técnicas, em termos da vinha, e outra é trabalhar as questões da certificação e da promoção.

O que me levou a aceitar este desafio foi também a ligação afetiva que tenho com esta região, como já falei e por ser natural de Lamego.

É um desafio aliciante porque falamos de uma região que é pouco conhecida, mesmo tendo produtos reconhecidos como é o caso do espumante. Até por essa razão a nossa primeira medida foi melhorar a imagem.

Depois foi importante criar também uma marca coletiva, Vinhos e Espumantes do Távora-Varosa, é muito importante. Para mim seria só espumantes, mas o mercado também pede outro tipo de vinhos.

Esse também é o segredo de quem está à frente de uma organização como estas, antecipar aquilo que o mercado quer, certo?

Sim, é um pouco disso. Mas há agentes económicos que produzem vinhos, até porque é por aí que se começa e os espumantes precisam de um maior investi-

mento porque exigem um estágio longo em cave.

No seguimento deste trabalho criamos também a Rota dos Vinhos e Espumantes do Távora-Varosa, tem que haver uma imagem só, a palavra já não é fácil mas temos que afirmar a região.

Sendo esta uma região pequena, foi também importante para nós reforçar a cooperação institucional. Trabalhar com as escolas que estão aqui próximas, a ESTGL e a EHTD-L, aliás, foram os alunos destas escolas que entraram no nosso primeiro vídeo promocional. São alunos provenientes um pouco de todo o país e são jovens, aspetos importantes para nós.

Reforçamos também a cooperação com a CIM Douro porque os municípios promovem eventos e isso é importante para nós, são estes pequenos eventos que fazem e divulgam o território.

Temos como política não participar nas grandes feiras de vinhos. Se os agentes económicos assim quisessem nós estaríamos, mas neste momento não faz sentido para nós, as nossas marcas de grande dimensão (Murganheira e Terras do Demo) por vezes participam, mas como região não temos esse hábito. Optamos por eventos onde estamos sozinhos, somos pequenos, é uma forma de conseguirmos ter algum eco a nível da comunicação social.

Assim como também não temos participado em eventos a nível internacional, neste momento ainda não definimos os

mercados, tem que ser um passo dado com alguma calma. Estamos já presentes em alguns mercados mas em quantidades muito pequenas, mesmo os nossos agentes económicos só têm resposta para o mercado nacional. Neste momento todas as regiões produzem espumante por isso pode acontecer de ficar saturado e aí temos de apostar fora de portas.

Temos espaço para crescer mais. Temos uma produção média de 55 mil hectolitros, todo este vinho base é potencial espumante. Em 2021,

Já referiu que no ano passado a região registou um aumento de 40% de espumante certificado, há espaço para continuar a crescer?

Sim, temos espaço para crescer mais. Temos uma produção média de 55 mil hectolitros, todo este vinho base é potencial espumante. Em 2021, essa produção foi de 60 mil hectolitros, até ao momento certificamos 25 mil, cerca de metade, por isso o potencial de crescimento é bastante elevado.

Isto tudo deve-se aos agentes económicos que têm vindo a aumentar cada vez

mais a sua produção, o que obriga também a maiores investimentos ao nível do armazenamento.

A área de vinha plantada também tem vindo a crescer?

Sim, tem havido um crescimento significativo. Em 1986 tínhamos 3600 hectares de vinha, uma área que decresceu até cerca de 1700 hectares e nos últimos anos já tem vindo a crescer, atualmente temos 2215 hectares.

Com o aumento de custos dos pomares, a falta de mão de obra, e a quebra do rendimento nesta produção, alguns têm vindo a ser substituídos por vinhas, o inverso do que aconteceu antes.

Estas características ajudam a que esta seja uma região unida?

Sim, é uma região onde há um forte trabalho de cooperação. Temos 17 agentes certificados e apenas 6 ou 7 locais de vinificação, ou seja, alguns locais vinificam para dois ou três produtores, este é claramente um sinal de cooperação entre eles.

Aliás, todos os agentes económicos aproveitaram todo o conhecimento e reconhecimento que havia do espumante, fruto de uma empresa, a Murganheira, e de um homem, o Professor Orlando, mesmo a cooperativa começa mais tarde.

Muitas vezes as coisas não funcionam porque não há liderança, aqui isso não aconteceu.

5 ABRIL 2023 VIVADOURO Destaque não

Apesar de hoje em dia a produção de espumante estar disseminada por todas as regiões vinícolas é nas régios do Távora-Varosa e Bairrada que a sua produção é mais importante,

A proximidade geográfica com o Douro, é um fator mais positivo ou negativo para a região do Távora-Varosa?

É uma mais valia, o Douro é sempre uma vantagem, até porque não há um grande histórico de produção de espumantes na região, apesar de já os ter de grande qualidade.

Muita gente que vem ao Douro procura visitar caves de espumante, o que é uma vantagem para nós. Não será por acaso que foi criada, e nós estamos incluídos, a Rota do Enoturismo do Porto e Norte.

No Douro há cada vez mais a queixa de falta de gente, tanto a residir como para trabalhar, é um problema que também afeta esta região?

Sim, também sofremos o mesmo problema, e não é nada fácil de resolver. Cada vez os nossos territórios são de gente mais envelhecida e é difícil mudar isso de um dia para o outro.

Temos que ter bons produtos endógenos e valorizá-los de forma a torna-los num negócio rentável.

Como CVR, o nosso contributo atual é a certificação que estamos a fazer neste momento, de acordo com o Plano Nacional da Sustentabilidade, que no fundo são um conjunto de regras que resultam na obtenção de um selo para que o consumidor saiba que utilizamos as boas práticas agrícolas e ambientais, mas isto só por si não chega, temos que valorizar os nossos produtos, e isso só acontece se trabalharmos em conjunto.

Um dos fatores de atração de mão de obra são os salários, a região paga salários acima ou abaixo da média?

Estas empresas pagam um bocadinho acima da média. São empresas que tiveram sempre uma grande dinâmica empresarial, esta é a nossa realidade. A gestão sempre foi muito especializada com quadros especializados.

Temos a sorte de estar numa região em que o preço médio do espumante é muito acima das regiões produtores, isso para nós é um orgulho e permite libertar mais valias para poder pagar mais. O caminho tem que ser esse.

A própria cooperativa tem sabido no curto prazo aumentar um pouco os preços para fazer face ao aumento de custos. Numa região onde é o principal agente económico isso é fundamental.

Temos que ter engenho e arte para que o preço não baixe e isso não é um desafio muito fácil porque o mercado está a ser

inundado de espumante, todas as regiões estão a produzir.

Precisávamos encontrar uma palavra que identificasse o nosso espumante como acontece com o Champanhe ou a Cava em Espanha. Será uma forma de nos diferenciarmos e garantir uma qualidade excecional com espumantes feitos através do método tradicional.

As pessoas estão dispostas a pagar um preço mais alto pelo espumante se tiver grande qualidade e para isso acontecer temos que nos diferenciar.

Têm levado a cabo algumas ações de promoção centradas na ideia que o espumante pode acompanhar toda a refeição, das entradas à sobremesa. Explique-nos melhor este conceito.

Sim, essa é uma ideia que tentamos implementar. Há vários tipos de espumantes, todos eles bruto, mas que em função das castas e do estágio, acabam por ser muito diferentes e passíveis de acompa-

nhar qualquer momento da refeição.

É uma iniciativa que já levamos ao Time Out em Lisboa, ao Porto e a Lamego, com ajuda das Escolas de Hotelaria e Turismo, e em breve vamos regressar com esta iniciativa ao Porto, ao Mercado do Bolhão.

Para terminar, a região tem reivindicado a baixa da taxa do IVA para os espumantes. Que argumentos utilizam para justificar este pedido?

Apesar de hoje em dia a produção de espumante estar disseminada por todas as regiões vinícolas é na região do Távora-Varosa e Bairrada que a sua produção é mais importante, por isso entendemos que manter uma taxa diferenciada para este segmento de vinho corresponde a uma discriminação negativa, inaceitável e injustificada, para um elevado número de produtores destas regiões.

Apesar da dinâmica que temos no mercado, o espumante tem ainda uma parcela diminuta no consumo face aos restan-

tes vinhos e acreditamos que a taxa do IVA pode aqui ter alguma influência pois mexe diretamente com o preço final do produto.

O que solicitamos é que o espumante seja incluído na Lista II do IVA, alterando a designação de “vinhos comuns” para “vinhos comuns e espumantes”, reduzindo assim a taxa dos 23 para os 13%. Isto iria significar, certamente, um acréscimo no consumo deste tipo de vinho, com um consequente aumento do montante da receita fiscal. ○

Reduzir a taxa do IVA de 23% para 13% era absolutamente fundamental.

6 VIVADOURO ABRIL 2023
Destaque

Férias da Páscoa com o Fixolas

O Municipio de S. João da Pesqueira, promoveu de 3 a 5 de abril, a atividade Primavera de Letras | Férias da Páscoa com o Fixolas, na Biblioteca Municipal, que contou com a participação de 70 crianças provenientes das várias freguesias do Concelho.

Durante os três dias de atividade, destacaram-se as horas do conto, oficinas de expressão plástica, jogos, música, cinema,

caça ao ovo da Páscoa, caminhada, leituras animadas e muita diversão.

No dia 4, logo de manhã partiram para a aldeia de Riodades à descoberta do seu património, da paisagem rural, das suas gentes e tradições, terminando a visita no bonito santuário de Nossa Senhora da Alegria, com um grande lanche convívio.

No dia 5, à noite, a Câmara Municipal pro-

cedeu à entrega de prémios e diplomas aos participantes dos concursos de Ovos da Páscoa e Máscaras de Carnaval, e ainda como vem sendo habitual, premiou os melhores leitores da Biblioteca Municipal e do serviço da Biblioteca Itinerante. Nessa noite, depois de assistirem à leitura encenada “A História dos 3 Porquinhos”, os cerca de 40 participantes da atividade

Noite do Pijama | Uma noite na Biblioteca, continuaram a diversão, com muita música e animação.

Esta atividade terminou, depois de uma noite na Biblioteca, pelas 8h00 da manhã do dia 6 de abril, com o pequeno-almoço oferecido pela Câmara Municipal, fechando de uma forma festiva as férias da Páscoa com o Fixolas na Biblioteca Municipal. ○

Apoio financeiro da Câmara Municipal às Juntas de Freguesia

Tendo em vista reforçar a capacidade financeira das freguesias, a Câmara Municipal de S João da Pesqueira vai transferir do seu orçamento para as juntas de freguesia, no ano de 2023, o valor global de € 774.577,00€.

Foram assinados no Salão Nobre dos Paços do Município, os autos de transferência de verbas para as Juntas de Freguesia, verbas essas repartidas em função da área da freguesia, das áreas agrícolas, do número de habitantes, dos equipamentos existentes, entre outros.

·- Castanheiro do Sul – 54.101,00€

·- Ervedosa do Douro – 115.320,00€

·- Nagoselo do Douro – 44.735,00€

·- Paredes da Beira – 67.102,00€

·- Riodades – 57.209,00€

·- Soutelo do Douro – 52.738,00€

·- Vale de Figueira – 56.686,00€

·- Valongo dos Azeites – 31.914,00€

·- União de Freguesias de S. João da Pesqueira e Várzea de Trevões – 145.920,00€

·- União de Freguesias de Trevões e Espinhosa – 74.879,00€

·- União de Freguesias de Vilarouco e Pereiros – 73.976,00€

Consulte o mapa e toda a informação dos critérios dos valores de transferência em www.sjpesqueira.pt ○

Município de S. João da Pesqueira distinguido como Autarquia Inclusiva

A Impac’tu, associação sem fins lucrativos, constituída por jovens do Porto e de Lisboa, tem desenvolvido a sua missão, nomeadamente no concelho de S. João da Pesqueira, apoiando e capacitando pessoas e famílias em situação vulnerável, para a sua inserção social e melhoria das condições de habitação.

No âmbito da comemoração do 5.º aniversário desta associação, numa cerimónia que decorreu no dia 27 de março, na sede da Junta de Freguesia do Bonfim, no Porto, distinguiu entre outras autarquias, associações e entidades, o Município de S. João da Pesqueira como "Autarquia Inclusiva", devido a todo o apoio logístico e material que a Câmara Municipal vem disponibilizado nos últimos anos aos voluntários da Impac´tu, na prossecução do

trabalho realizado no concelho.

Nesta sessão esteve presente o Vice-Presidente da Câmara Municipal de S. João da

Pesqueira, Luís Rodrigues, que agradeceu a distinção e enfatizou o compromisso do executivo que integra, com uma ação so-

cial o mais proativa e eficaz possível, num contexto de crescentes e diversificadas vulnerabilidades de cariz social. ○

7 ABRIL 2023 VIVADOURO S. João da Pesqueira

Carrazeda de Ansiães

Requalificação da EM633 entre Linhares e o limite do concelho

O município lançou sexta-feira o concurso público para a requalificação da EM 633 entre Linhares e a barragem da Valeira no valor global de 1 148 123,30€ e com um prazo de execução de 365 dias. Esta requalificação engloba os trabalhos de remodelação da conduta de água existente entre Linhares, Campelos e Carrapatosa, o alargamento e pavimentação da faixa de rodagem, execução de sistema de drenagem de águas pluviais e melhoria das condições de segurança. ○

Transferência de competências na área social

rendimento social de inserção; Elaboração das cartas sociais municipais;

Diagnóstico técnico de acompanhamento e de atribuição de prestações pecuniárias de caráter eventual em situações de carência económica e de risco social; Programas nas áreas de conforto habitacional para pessoas idosas; Coordenação da execução do Programa de Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS).

O Município de Carrazeda de Ansiães assumiu a transferência de competências na área social no passado dia 3 de abril.

Para o Município foram transferidas as seguintes competências: Serviço de atendimento e acompanhamento social - equipa SAAS; Celebração e acompanhamento dos contratos de inserção dos beneficiários do

São Lourenço palco do projeto JaT-Tua

Junto à Terra é um projeto vocacionado para a educação ambiental, biodiversidade, a proteção da natureza, da fauna e da flora da região do Vale do Tua.

O JaT-Tua é orientado para os alunos do 8º ano de escolaridade que hoje desceram ao São Lourenço para uma "aula prática". Nesta atividade de campo os alunos passaram da teoria à prática, participando num conjunto de oficinas ao ar livre com informação sobre a biodiversidade e geodiversidade local. Este contacto direto dos alunos com os

O atendimento e acompanhamento vai ser assegurado por uma equipa da área social do Município de Carrazeda de Ansiães e passará a realizar-se nas instalações do Edifício dos Serviços de Apoio ao Movimento Associativo (ESAMA), sito na Rua Jerónimo Barbosa, 5140-077 Carrazeda de Ansiães, funcionando de segunda a sexta-feira, das 09h00 às 12h30 e das 13h30 às 16h00. ○

trabalhos de conservação da natureza e biodiversidade, é importante para garantir a sustentabilidade, uma vez que valoriza e dissemina as boas práticas.

Junto à Terra – Tua nasceu de uma estratégia definida pela EDP para mitigar o impacto na biodiversidade, decorrente do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua, o projeto envolve parceiros locais entre eles: EDP e o PNRVT, enquanto promotores, escolas, autarquias, ONG´s de ambiente e florestais, etc. ○

Município atribui cerca de 25 mil euros em bolsas de estudo a estudantes do concelho

A atribuição das bolsas de estudo está inserida nos apoios sociais concedidos pela Autarquia às famílias com menos recursos económicos, sendo um instrumento indispensável para potenciar e promover o aproveitamento escolar dos jovens residentes e/ou a estudar no concelho e esbater as desigualdades na frequência, no ensino secundário e superior.

As Bolsas de Estudo atribuídas são referentes ao ano letivo 2022/2023, têm o valor unitário máximo de 1.772,80€ no ensino pós-secundário e superior e de 443,20€ no ensino secundário, o que perfaz um total de atribuído de 25.705,60€. Neste ano letivo foram atribuídas um total de 34 bolsas de estudo, divididas da seguinte forma pelos diferentes graus de ensino: 10 para o ensino secundário; 4 para o ensino pós-secundário e 20 para o ensino superior, um número que tem vindo a aumentar desde 2020. ○

8 VIVADOURO ABRIL 2023

“Curvas de Murça” marcaram arranque do Campeonato de Portugal de Montanha JC Group

Em termos desportivos, a prova contou com mais de 60 equipas inscritas.

O dia inaugural (sábado) contou com duas subidas oficiais de treinos e a primeira subida de prova, com o programa a começar pelas 13.30 horas. No domingo, jornada final, um treino livre marcou o arranque das hostilidades competitivas, pelas 9.30 horas, seguindo-se uma subida oficial de treinos antes das duas derradeiras e sempre decisivas subidas oficiais.

Durante dois dias, e com tempo favorável, as célebres “curvas de Murça” proporcionaram belos espetáculos, com muito público a assistir. “Ver tanto público, durante o fim de semana, encheu-nos de orgulho. Em termos desportivos, não conheço nenhum traçado tão técnico como este. Foi uma prova excelente e um bom início de campeonato de montanha”, afirmou o presidente do CAMI Motorsport, Nuno Loureiro.

triunfo nos Protótipos B, enquanto Luís Delgado estreou o Cupra TCR com uma vitória nos Turismos. Já Luís Nunes, com um Skoda Fabia R5, venceu na nova categoria Super Challenge. Gabriela Correia e o seu Mercedes AMG GT4 saiu de Murça com um importante triunfo.

Para Mário Artur Lopes, autarca de Murça, “esta foi seguramente a melhor Rampa de sempre, com o maior número de participantes e um grande entusiasmo, o dia estava ótimo e o público aderiu em massa.

Este tipo de desporto tem muitos aficionados que vêm um pouco de todo o lado. Há sempre coisas a corrigir em cada prova mas esse também é o nosso trabalho, preparar tudo para que no próximo ano seja ainda melhor.

As características técnicas desta prova são reconhecidas por todos e o que vamos percebendo é que esta rampa já se tornou incontornável no nacional de montanha”.

120x160.pdf 5 09/11/2022 16:21

O bicampeão nacional Hélder Silva, com o seu “barchetta” Osella PA2000 EVO PA.30, venceu, em termos absolutos, a edição 2023 da Rampa Porca de Murça, prova que, este ano, integrou a programação oficial de “Douro Cidade

Europeia do Vinho 2023” e que marcou o arranque do Campeonato de Portugal de Montanha JC Group.

O piloto poveiro venceu as três subidas oficiais da icónica rampa, organizada pelo CAMI Motorsport, não dando hipóteses à concorrência mais direta: José

Correia (Norma FC20), que ficou em segundo lugar, a 2,9 segundos, e António Rodrigues (SilverCar EF10), em terceiro, a seis segundos.

Para além da vitória de Hélder Silva (Absoluto e Protótipos A), Nuno Guimarães levou o seu Silver Car S2 a novo

O autarca lembrou ainda que no fim de semana de 6 e 7 de maio, “em conjunto com o município de Valpaços vamos receber pela primeira vez a Baja do Norte, uma prova de todo o terreno que pretendemos cimentar no concelho, acrescentando esta à lista de provas automobilísticas que temos”. ○

Festa das Cavacas adoça

Resende nos dias 22 e 23 de abril

Nos dias 22 e 23 de abril, o Município de Resende vai promover a Festa das Cavacas, num certame que vale a pena visitar para saborear este doce típico do concelho e um dos mais característicos da região.

A festa terá lugar no Largo da Feira de Resende, onde estarão presentes mais de 20 produtores que levarão aos visitantes o resultado de séculos de receitas passadas de geração em geração, além de outros produtos locais, nomeadamente os vinhos, artesanato, licores e compotas. Durante os dois dias de festa haverá animação com grupos de música popular e os mais novos podem contar com animação infantil. O programa tem início no sábado, às 15h00, com duração até às 00h00, sendo que no domingo, a festa decorre das 11h00 às 19h00.

No domingo, destaque para a transmissão do programa “Aqui Portugal” da RTP1 que vai estar em direto do certame, a partir das 11h00, numa emissão que vai apresentar o melhor que o concelho tem para oferecer.

De forma a facilitar o acesso à Festa, os visitantes podem deslocar-se até Resende de comboio, saindo na Estação CP Ermida, onde terão à disposição ligações rodoviárias gratuitas até ao centro da vila de Resende e vice-versa.

As doces cavacas são o pretexto ideal para visitar Resende. Aliá-las à degustação do bom vinho da região enquanto desfru-

ta de toda a beleza da paisagem do rio Douro é, mais do que uma tentação, um fim de semana imperdível.

Programa completo:

22 de abril 15h00 – Abertura da Feira Visita aos postos de venda

17h00 Animação Musical (ao longo do dia)

Grupo de Bombos da Associação “Padre

Antonino Pinto Duarte”

Concertinas da Academia de Música do Município de Resende

Rancho Folclórico e Etnográfico de Sta. Maria de Cárquere

Paulo Resende

Animação Infantil

21h30 – Grupo Musical “ROCONORTE”

23 de abril - 11h00

Programa “Aqui Portugal” – RTP1

Abertura da Feira

Animação Musical (ao longo do dia)

Grupo de Bombos da Associação “Miomães em Movimento”

Academia de Música do Município de Resende

Rancho Folclórico de Danças e Cantares de S. Cipriano

Rancho Folclórico e Etnográfico de S. Pedro de Paus

Grupo “Estrelas da Primavera”

Grupo Musical Folkyou

Animação Infantil

19h00 – Encerramento da Feira

9 ABRIL 2023 VIVADOURO Murça C M Y CM MY CY CMY

Mesão Frio

Musical «Paixão de Cristo» em Mesão

Frio

Biblioteca Municipal celebra dia Mundial do Livro Infantil

A Câmara Municipal de Mesão Frio levou à Igreja de Santa Cristina o Musical «Paixão de Cristo», interpretado pelo Orfeão Terras de Aguiar e pelos Solistas Royal Voices. Em Domingo de Ramos, dia 2 de

abril, o musical fez ecoar vários temas representativos dos momentos mais marcantes da vida de Jesus Cristo, com uma encenação melodiosa que deixou a plateia cativada.○

A Biblioteca Municipal acolheu a apresentação de duas obras da escritora Ana Ventura, em comemoração do Dia Mundial do Livro Infantil, que se celebrou a 2 de abril. Os alunos do pré-escolar, do Centro Escolar de Mesão Frio, puderam assistir à encenação da obra «O menino que gritou para dentro», a história de um menino que tinha um grito preso na garganta e com uma narrativa que ensina os mais pequenos a lidarem com as suas emoções.

Os alunos do 1.° ciclo ouviram atentamente uma das histórias da obra «Lendas portuguesas contadas de novo», narrativa que retrata a Lenda do Galo de Barcelos, ilustrada através de um caldeirão de onde são

retirados vários elementos representativos desta tão célebre lenda.

Para além destas atividades relacionadas com o livro e com a leitura, o Município de Mesão Frio arrancou no dia 4 de abril, com as atividades do programa ocupacional das férias da Páscoa. A este propósito, a Biblioteca Municipal está a dinamizar vários ateliers pedagógicos e muito divertidos alusivos à Páscoa, direcionados às crianças do pré-escolar, do Centro Escolar, do Agrupamento de Escolas Prof. António da Natividade, às crianças do ATL da Santa Casa da Misericórdia de Mesão Frio, aos utentes da Santa Casa da Misericórdia de Mesão Frio durante a interrupção letiva. ○

10 VIVADOURO ABRIL 2023

Cerimónia de Assinatura dos Protocolos dos Cursos de Aprendizagem (Ensino Profissional)

Decorreu no passado dia 23 de março, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, a Cerimónia de Assinatura dos Protocolos dos Cursos de Aprendizagem (Ensino Profissional) em Freixo de Espada à Cinta, que contou com a presença dos Secretários de Estado da Educação, António Leite, e do Trabalho, Miguel Fontes.

A cerimónia pública contou ainda com a presença da comunidade, dos docentes/técnicos, encarregados de educação e alunos que frequentam o Ensino Secundário Profissional. O Presidente da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta, Nuno Ferreira, agradeceu a presença de todos neste momento marcante para a educação no concelho, referindo que os três cursos de aprendizagem atualmente existentes - Cozinha/Pastelaria, Turismo e Vitivinicultura - foram escolhidos como forma de combater lacunas existentes no tecido económico e empresarial da região, com boas perspetivas de integração futura no mercado de trabalho. O facto de serem cursos com dupla certificação permite aos estudantes que tracem o seu próprio caminho permitindo-lhes, no final desta aprendizagem, escolher entre entrar no mercado de trabalho (com equivalência ao 12.º ano) ou seguir para o Ensino Superior.

O autarca voltou a referir a forma pioneira como este modelo de projeto se desenvolveu, em parceria estreita com várias entidades públicas, assim como o desejo que este modelo seja replicado por outras autarquias do país. Relativamente à questão dos apoios municipais atribuídos aos estudantes que frequentam o Ensino Secundário Profissional em Freixo de Espada à Cinta, o Presidente Nuno Ferreira informou que, em breve, será paga a 1ª tranche destes incentivos. Durante a Cerimónia, foi apresentado o projeto de requalificação do Pólo de Formação Profissional do Município de Freixo de Espada à Cinta que o Executivo Autárquico pretende implementar. Este projeto pretende intervencionar todo o equipamento, construindo uma estrutura adjacente que servirá como Residência Estudantil, com capacidade para 40

Orfeão Universitário do Porto espalhou tradição e cultura popular pelo concelho

estudantes. Este projeto, avaliado em cerca de 1 milhão de euros, só poderá seguir em frente após negociações e com a ajuda e financiamento das Secretarias de Estado do Governo Português e através de fundos comunitários. O Presidente Nuno Ferreira terminou a sua intervenção dizendo que “a educação não tem preço e é a base de tudo”.

Também os Secretários de Estado da Educação, António Leite, e do Trabalho, Miguel Fontes, assim como o Presidente do IEFP, Domingos Lopes, e o Diretor Geral dos Estabelecimentos Escolares, João Gonçalves, intervieram nesta cerimónia, destacando o trabalho conjunto e de proximidade em termos de educação e qualificação que aqui foi desenvolvido, tendo em vista as necessidades das pessoas e as perspetivas de desenvolvimento económico da comunidade e do território. Ambos

os Secretários de Estado se debruçaram sobre este projeto inovador que, pela primeira vez a nível nacional, coloca o Ministério da Educação e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social a trabalhar em conjunto, e em parceria com outras entidades públicas, neste projeto com moldes específicos dirigidos à comunidade, promovendo o intercâmbio estudantil e tendo em conta as particularidades do território para o desenvolvimento escolar e humano. Um trabalho conjunto que faz sentido e é oportuno para desenvolver o presente e o futuro através de um conjunto de instrumentos e programas que permitem dar respostas diferenciadas contra a uniformização, tendo a colaboração como um valor que norteia a ação de todas estas entidades. Após as intervenções, procedeu-se à Assinatura formal dos Protocolos dos Cursos de Aprendizagem (Ensino Profissional) pelos representantes do Município de Freixo de Espada à Cinta, do IEFP e da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares, documentos esses logo de seguida homologados pelas Secretarias de Estado da Educação e do Trabalho. No final, o Executivo Autárquico ofereceu aos representantes das entidades parceiras uma simbólica lembrança constituída por produtos endógenos do concelho, seguindo-se uma visita guiada ao Pólo de Formação Profissional do Município de Freixo de Espada à Cinta. ○

Seda de Freixo de Espada à Cinta

destaque no Portugal Fashion

Decorreu no passado dia 18 de março, uma performance ao vivo durante a qual as artesãs freixenistas apresentaram o processo artesanal da Seda, na 52ª edição do Portugal Fashion. A ação promocional aconteceu o World of Wine (WoW), em Vila Nova de Gaia, perante a imprensa nacional e internacional, designers e criadores de moda de todo o mundo e centenas de visitantes que passaram pelo espaço, e teve como principal objetivo aproximar a seda da indústria da moda.

que pode vir a resultar desta aproximação com a criatividade e a moda de autor, ganhando um novo estatuto e dimensão diferente, com maior visibilidade, possibilidade de expansão para outros “territórios criativos” e criação de potenciais sinergias no futuro.

O passado dia 1 de abril ficou marcado pela atuação do Orfeão Universitário do Porto, que espalhou tradição e cultura popular pelas freguesias e IPSS de Freixo de Espada à Cinta. Esta foi uma iniciativa organizada pela Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta em parceria com as Juntas de Freguesia e Instituições de Solidariedade Social do concelho.

Nesta digressão de Páscoa, o Orfeão Universitário do Porto trouxe mais de 80 elementos que se dividiram em vários grupos e apresentaram atuações de Coro Clássico e Popular, Danças e Cantares Etnográficos, Tunas, Fados Académicos, Cante Alentejano e Pauliteiros, entre outros.

Estas atuações proporcionaram muitos momentos de animação que quebraram a pacatez das freguesias, com especial destaque para as atuações que tiveram lugar nas IPSS, onde as

músicas e danças tradicionais portuguesas levaram alegria, amizade e carinho aos séniores, aqueles que trabalharam toda a vida em prol do futuro das novas gerações.

Pelas 16h30, o Orfeão Universitário do Porto subiu ao palco do Auditório Municipal para um grande espetáculo conjunto. O Presidente da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta, Nuno Ferreira, agradeceu a presença de todos e parabenizou o Orfeão Universitário do Porto pelas belíssimas atuações que representaram as tradições, a identidade e a cultura popular do concelho e do país, afirmando que o Executivo Autárquico continuará a apostar na dinamização da cultura em todas as freguesias, promovendo o concelho como um todo e apoiando todas as manifestações artísticas e culturais dirigidas à população do concelho de Freixo de Espada à Cinta. ○

O Município de Freixo de Espada à Cinta levou ao Portugal Fashion a Seda artesanal do concelho, possivelmente a única na Península Ibérica. Em Freixo de Espada à Cinta, laboriosas artesãs criam o bicho-da-seda e desenvolvem todo o processo de preparação do fio até este estar pronto para ser usado nos teares e dar origem a peças únicas de grande valor. Ao longo de todo este processo utilizam-se instrumentos artesanais e métodos ancestrais transmitidos entre gerações, que mantêm viva a tradição da Seda em Freixo de Espada à Cinta.

O Portugal Fashion é reconhecido como montra de grande influência e importância para o mundo da moda, apresentando-se como uma iniciativa de promoção da moda portuguesa, autoral e industrial. Na sua intervenção, o Presidente da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta, Nuno Ferreira, afirmou que, com esta parceria que assenta numa forte estratégia de promoção e valorização da Seda, se pretende divulgar uma atividade tradicional única, a qualidade do saber-fazer local e o grande potencial

Esta mostra foi mais uma prova de que a Seda de Freixo de Espada à Cinta está em voga, caminhando a passos largos num longo caminho de projeção, valorização e promoção, nacional e internacional. Este ex-libris, único e diferenciador, está ligado às tradições e identidade das gentes e do território, guardião de uma prática secular que rejuvenesce diariamente através de novos projeto que cruzam o passado com a contemporaneidade.

A Seda tem estado em destaque em vários momentos, nomeadamente na Feira Internacional de Turismo de Madrid e na ExpoDubai, tendo também o Município de Freixo de Espada à Cinta ganho o Prémio Autarquia do Ano 2022, na categoria de “Cultura e Património”, subcategoria de “Artesanato”, com um projeto ligado à Seda. O Museu da Seda e do Território de Freixo de Espada à Cinta passou a integrar, em janeiro deste ano, a rede de Novos Parceiros do Turismo Industrial do Porto e Norte de Portugal, assim como o Guia de Turismo Industrial: Porto e Norte de Portugal. Associado à mostra da Seda artesanal de Freixo de Espada à Cinta, decorreu também uma apresentação e degustação dos produtos endógenos do concelho, como o vinho, o azeite e azeitona, e a amêndoa. ○

11 ABRIL 2023 VIVADOURO Freixo de Espada à Cinta
esteve em

Alijó assinala “Mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância”

Festival Sons no Parque está de volta a 14 e 15 de julho

O Festival Sons no Parque está de volta ao Parque da Vila de Alijó, a 14 e 15 de julho. A quinta edição continuará a celebrar a diversidade musical através do acesso gratuito a um festival que traz até à região do Douro artistas de diferentes origens geográficas e géneros musicais.

Destina-se a um público curioso, aberto a novas sonoridades e com vontade de se surpreender a cada concerto. Pelo palco do Sons no Parque navegam o soul e os blues, viaja-se pela música rock e indie, sempre com um espírito descontraído.

A confluência de diferentes sonoridades e estilos musicais continua a ser a marca distintiva deste Festival que se reflete na aposta em bandas nacionais, mas também em bandas originárias de outros países que prometem, como sempre, agitar o Parque da Vila.

À semelhança das edições anteriores, o cartaz contará com a presença de bandas de renome, sem descurar grupos musicais emergentes no panorama artístico. Nas últimas edições, passaram pelo anfiteatro natural do Parque da Vila nomes como Cais do Sodre Funk Connection, JP Bimeni, The Legendary Tigerman, The Black Mamba, The Main Squeeze, Marta Ren & Groovelvets, entre outros.

É um festival que se distingue por uma oferta distinta no contexto do Interior Norte, mais propriamente em Alijó, na região do Douro, onde habitualmente é menos comum o acesso a eventos musicais diferenciados. O cartaz completo da quinta edição do Festival Sons no Parque será anunciado em breve.

O Município de Alijó, em conjunto com a CPCJ de Alijó, associa-se à iniciativa da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens para assinalar o “Mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância”. Até ao fim do mês de abril, a rotunda do Homem do

Douro, no centro de Alijó, estará iluminada e decorada com um laço azul.

A fita azul é usada em homenagem a todas as vítimas de abuso infantil e também como forma de sensibilização para a prevenção dos maus-tratos e da negligência. ○

Núcleo Museológico de FavaiosPão e Vinho

à hora de almoço até 24 de abril

O Núcleo Museológico de Favaios - Pão e Vinho vai encerrar à hora de almoço a partir de hoje, dia 10, e até ao próximo dia 24 de abril, estando a funcionar das 10h00 às 13h00 e das

14h00 às 18h00.

A partir do dia 25 de abril, o equipamento cultural regressa ao horário normal de funcionamento no período de verão (10h00 - 18h00). ○

Os concertos acontecem no Parque da Vila, uma extensa zona verde com um anfiteatro natural, bem próximo do centro de Alijó. O Festival Sons no Parque é uma organização do Município de Alijó, em parceria com a Junta de Freguesia de Alijó. ○

12 VIVADOURO ABRIL 2023 Alijó
encerrado

Santa Marta de Penaguião

Dia Mundial da Árvore assinalado em Santa Marta de Penaguião

A autarquia de Santa Marta de Penaguião, no sentido de assinalar o Dia Mundial da Árvore, proporcionou um dia repleto de atividades às crianças do pré-escolar e 1º ciclo do Agrupamento de Escolas.

Cerca de 180 crianças participaram num dia de sensibilização para a temática ambiental, onde não faltou uma caminhada de 2 km na qual puderam observar a fauna e flora, bem como descobrir alguns recantos do concelho.

A autarquia deixou um agradecimento especial ao Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), à Secção de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário (Escola Segura) do Destacamento Territorial de Peso da Régua, à Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS), e aos Bombeiros Voluntários de Fontes que proporcionaram demonstrações das atividades realizadas na proteção da floresta, proteção de incêndios e de animais selvagens.

Para animar e alegrar ainda mais o dia, não faltaram os tão desejados insufláveis, atividades lúdicas e pipocas.○

A exposição “Celebrar o Douro: 20 escritores / 20 anos do Douro Património da Humanidade” já se encontra patente no Auditório Municipal.

O projeto de cruzamento artístico que envolve artes plásticas, literatura e artes cénicas estará disponível para visita até ao dia 06 de maio.

Uma exposição dinâmica e diferente no Berço D’Ouro que certamente não quererá perder. ○

14 VIVADOURO ABRIL 2023
Exposição “Celebrar o Douro” no auditório municipal até 6 de maio

Armamar passa a integrar o traçado da GR14

Há Bola na Escola alargado ao Primeiro Ciclo

A Câmara Municipal de Armamar apresentou no dia 25 de março, o percurso da Grande Rota dos Vinhos da Europa (GR14), no território do município de Armamar.  Num momento integrado no programa da Montra Vínica, a Autarquia promoveu uma caminhada por apenas oito dos 35 quilómetros que compõem o traçado da GR14.  Com a introdução do território concelhio no traçado da GR14, Armamar quer valorizar o turismo e a sustentabilidade, potenciar a região onde se insere e rentabilizar os recursos existentes, designadamente o património natural e a envolvente construída. O destaque vai para o vinho, a vinha e os vários pontos de interesse que a GR14 abrange no território do município.

Este percurso permite contemplar a beleza natural da paisagem vinhateira do vale do Douro, numa experiência que associa enoturismo, gastronomia e vinhos, turismo de natureza e touring cultural.

A GR14 é um percurso Transeuropeu que liga Vila nova de Gaia em Portugal a Estrasburgo, na Alsácia França. Atravessa regiões vinícolas de grande importância, entre as quais a região demarcada mais antiga do Mundo, a Região Demarcada do Douro, onde se insere o município de Armamar.

A implementação da GR14 no território Armamarense foi um projeto desenvolvido com o apoio financeiro do Portugal 2020. ○

Câmara Municipal atribuiu 21 bolsas de estudo a estudantes do ensino superior

A Câmara Municipal de Armamar e o Agrupamento de Escolas Gomes Teixeira renovaram, no passado dia 14 de março, o protocolo de colaboração com a Associação de Futebol (AF) de Viseu, para alargar o projeto “Há Bola na Escola” aos alunos do primeiro ciclo do ensino básico.

Na cerimónia estiveram António Silva, Vice-Presidente e Vereador dos pelouros da educação e do desporto, Joaquim Duarte, Diretor do Agrupamento de Escolas Gomes Teixeira de Armamar e José Carlos Lopes, Presidente da Associação de Futebol de Viseu.

Com o “Há Bola na Escola” 140 alunos do primeiro ciclo do ensino básico podem agora tomar contacto com as duas modalidades desenvolvidas pela AF Viseu. No momento da assinatura, António Silva

frisou o empenho da Autarquia em “colaborar com todos os intervenientes, de forma a melhorar a prática desportiva e qualificar a mesma”. O Presidente da AF de Viseu agradeceu à Câmara Municipal a oportunidade que criará “condições para que os alunos do primeiro ciclo possam desenvolver competências como o equilíbrio e a coordenação, estando a bola sempre presente”. Por sua vez, Joaquim disse que no agrupamento escolar “estaremos sempre disponíveis para este tipo de desafios e para garantir a prática desportiva com qualidade”.

No ato esteve também Hernâni Duarte, Presidente do Armamar Futsal Clube (AFC). O AFC tem sido um elo fundamental no trabalho de promoção da atividade física e desportiva, na comunidade escolar e fora dela. ○

A Câmara Municipal de Armamar oficializou em cerimónia no dia 31 de março a atribuição de 21 bolsas de estudo a estudantes do ensino superior.

O investimento neste ano letivo é de 30 mil euros, num total de 80 mil já investi-

dos nas três edições.

A Autarquia tem vindo a reforçar o apoio aos estudantes de todos os níveis de ensino, partindo do pressuposto de que a educação é um dos pilares da construção de uma sociedade equitativa, próspera e realizada. ○

Câmara Municipal cria o SAAS no âmbito das novas competências de Ação Social

A Câmara Municipal de Armamar reforçou o catálogo dos serviços que presta no domínio da Ação Social no início deste mês de abril. A medida surge no âmbito do processo de transferência de competências do Estado para as Autarquias Locais.

O novo Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS) de Armamar abrange todo o território concelhio e consiste num atendimento de primeira linha que dá resposta a situações de crise e ou de emergência sociais, bem como no acompanhamento social destinado a

assegurar o apoio técnico, tendo em vista a prevenção e resolução de problemas sociais.

Este serviço funciona no edifício da Câmara Municipal. O atendimento carece de marcação prévia presencialmente, pelo

O Município de Armamar instalou na vila de Armamar papeleiras específicas para a recolha de dejetos caninos.

A Autarquia pretende com esta medida reforçar a higiene e segurança dos espaços públicos, sensibilizando os cidadãos para os cuidados a ter nesse sentido.  Os equipamentos foram colocados: na avenida António Oliveira Salazar; rua da Seara; rua Gaspar e Manuel Cardoso; miradouro da Misarela e Junto ao edifício do Mercado Municipal.

telefone 254 850 800 ou pelo endereço de correio eletrónico saas@cm-armamar.pt

O SAAS está disponível às segundas, terças e sextas-feiras entre as nove e as 13 horas, da parte da manhã e entre as 14 e as 17 horas da parte da tarde. ○

15 ABRIL 2023 VIVADOURO Armamar
Instaladas papeleiras para dejetos caninos na vila

RODRIGO GUEDES DE CARVALHO

Do que sente mais falta do seu Porto, que o viu nascer? O que mudaria nesta cidade e porquê?

Tenho saudades de tanto, que não caberia aqui. Da casa grande dos meus avós, onde mais tempo passei na infância. O cheiro da relva no Outono. Por agora, mudaria a dramática situação do tráfico de droga perto de zonas residenciais.

Porque estamos em abril, pergunto-lhe do que se recorda do 25 de abril, em que tinha 11 anos, e como viveu a revolução no durante e no depois? Nessa época ainda estava em África?

No dia de Revolução estava já no Porto. Lembro-me de ainda ter ido para escola (ia a pé) e pouco depois uma carrinha foi levar todos os alunos de volta a casa. Disseram-nos que os nossos pais nos explicariam. Posteriormente foram tempos que a mim trouxeram poucas mudanças. Penso

que foi mais a quem estava no final de liceu/faculdade.

E quase a celebrar-se o cinquentenário desta data, que desafios, forças e fraquezas se colocam à nossa atual Democracia?

Não caberia tudo aqui, mais uma vez. Mas destaco uma raiz de muitos males. A falta de comparência cívica em eleições e a elevada abstenção, problema crónico.

Consegue manter-se sempre aparentemente distante face às notícias que informa enquanto pivô? Como é essa luta interior de não deixar escapar emoções expressivas perante notícias mais tristes e dramáticas?

Nunca estou distante nem sinto obrigação de frieza. O que devo é ser equidistante na apresentação das duas ou mais versões de uma polémica, por exemplo.

E desse variado tipo de notícias que

não desejaria que existissem, sem que tivesse de as dar, quais aquelas que lhe causam maior angústia e amargura?

As de barbárie sobre os desprotegidos, como crianças, idosos, animais. E tenho uma particular repulsa pelos homicídios de mulheres às mãos de homens ciumentos.

Se fosse convidado a deixar de apresentar o «Jornal da Noite» para fazer um programa específico de jornalismo de investigação, qual a área que mais o atrai e em que especializar-se-ia para tal?

Não gostaria de o fazer. Gosto muito do Jornal da Noite e tenho pouca apetência para a investigação.

O ano passado, afirmou numa entrevista que “o papel do jornalismo é tentar encontrar um lugar de verdade”. De que forma lida com as verdades que se dizem ora absolutas ora relati-

vas?

Sim, e o pormenor é o TENTAR encontrar esse lugar, de tal forma que vamos sendo bombardeados por meias verdades à conveniência de quem as difunde. O jornalismo deve procurar fazer uma triagem rigorosa.

Como separar o segredo de justiça com as fugas de informação por fontes seguras, propiciando - por vezes - os julgamentos na praça pública lançados pela investigação jornalística, em casos que ainda decorrem nos trâmites judiciais?

Isso é uma discussão vasta. Aceito que há momentos de precipitação, mas também acho que a ideia de segredo de justiça não pode abafar a missão do jornalismo, que é precisamente desvendar o que se tenta esconder, tantas vezes.

Infelizmente, a violência generalizada é algo que parece estar para durar.

16 VIVADOURO ABRIL 2023 Entrevista
Tex To : ANDRÉ RUBIM RANGeL

CARVALHO

de justiça

Nessa sua e nossa amargura que ela suscita, continuará a escrever contra a violência?

Sempre, é um dos temas que mais mexe comigo, desde que me conheço. A violência não é toda igual, atenção!

De vez em quando é necessária, ironicamente, para terminar com guerras de déspotas. O que desprezo é a crueldade de vergar pela força...

De que modo festeja e deseja ainda festejar os 30 anos em que está na SIC coincidentemente com três décadas de carreira literária?

Festejo da melhor forma possível, a merecer ainda a confiança total da minha empresa...

Após a sua estreia escrita em 1992, parou 10 anos. Depois, retomou e surgiu novo livro. O que o levou a interromper tanto tempo? Nessa altura ponderou, porventura, não voltar a

escrever?

Não, eu sabia que escreveria toda a vida. Acontece que foram anos muito exigentes, já que estávamos a levantar a SIC do chão, a primeira televisão privada.

Pegando no título do seu primeiro romance, gostaria de poder dizer: «Daqui a Nada» haverá Paz e harmonia, haverá mais Amor e alegria, haverá mais justiça e boa energia, etc. Acredita nisto? A sua esperança na nossa Sociedade e num mundo melhor apresenta-se intacta?

Acredito que teremos sempre pessoas que acreditam. Tenho fases mais pessimistas, mas inspiro-me muito pelos que nunca baixam os braços.

Para si, as pessoas são “um mundo infinito”. Consegue compreender sempre esse mundo e essas pessoas, mesmo quando elas deixam de

ser humanas para serem ’bichos’, monstros ou robôs?...

Não, não consigo compreender sempre. E acho que a minha escrita é de procura e de perguntas, precisamente, mais do que dar respostas.

Viajando até ao Alto Douro, o que lhe suscita esta região? Vê-se imaginar alguma história a romancear cujo cenário sejam os socalcos durienses?

Sim, por acaso o próximo será passado nessa zona, em grande parte. Tenho uma enorme nostalgia de uma região de onde é originária grande parte da família do meu pai.

Pensa escrever algum livro totalmente diferente das suas obras já publicadas? Em que residiria, essencialmente, essa diferença? E sobre que tema versaria?

Nunca faço planos de temas para abor-

dar. Sei apenas que não tenho qualquer preconceito, desde que me pareça ter uma história boa para contar. Tendo, avanço.

Quando escreve guiões para cinema e teatro, os seus critérios e preocupações divergem muito, pouco ou nada, comparativamente com a escrita dos seus livros? Porquê?

Não divergem muito, na verdade. São sempre (ou têm sido, por agora) sobre pessoas e as suas mil características. Com um especial fascínio por histórias de famílias.

Peço-lhe uma mensagem final, de ímpeto motivacional. Que reptos pode deixar aos nossos leitores?

Do que já vivi, nenhuma virtude é mais importante do que a bondade. Aplicada nas mais diversas circunstâncias, pode fazer milagres, sobretudo na nossa consciência. ○

17 ABRIL 2023 VIVADOURO
“A ideia de segredo
não pode abafar a missão do jornalismo”
DR

Moimenta da Beira

Câmara Municipal volta a ajudar munícipes a preencher a declaração anual do IRS

Espumante Terras do Demo conquista ‘Medalha de Prata’ no Concurso Mundial de Bruxelas

É mais uma medalha conquistada pelo espumante Terras do Demo, produzido pela Cooperativa do Távora, em Moimenta da Beira. Foi de ‘Prata’, para um ‘Rosé’ de 2021, e alcançada entre mais de 1200 vinhos desta cor rosada de todo o mundo que competiam para a obtenção das cobiçadas medalhas do Concurso Mundial de Bruxelas 2023, internacionalmente reconhecido como concurso enológico de referência.

Durante os meses de abril, maio e junho, a Câmara Municipal de Moimenta da Beira tem em funcionamento um gabinete que presta apoio aos cidadãos que pretenderem preencher a declaração de rendimentos (IRS), em especial os mais idosos e todos aqueles que sentem maiores dificuldades em enfrentar a burocracia processual do fisco, através da internet.

O atendimento está a decorrer durante o horário de expediente do Balcão Único da Câmara Municipal, ou seja, de segunda à sexta-feira, das 9h00 às 16h30.

“É um verdadeiro serviço público que prestamos à nossa população mais frágil. O objetivo é procurar sempre dar respostas adequadas e atempadas às necessidades dos cidadãos que mais necessitam”, sublinha o Presidente da Autarquia, Paulo Figueiredo.

IV Trail “Nos Trilhos da Nave” em Alvite, Moimenta da Beira

A avaliação foi feita por peritos (55 provadores profissionais) especializados, selecionados pelos seus conhecimentos e capacidade de provar todos os tipos de vinhos de acordo com as suas particularidades, que com independência, rigor e um processo de degustação posto em prática, garantem e tranquilizam os consumidores que podem comprar vinhos medalhados com toda a confiança, em particular o ‘rosé’ Terras do Demo agora premiado.

“Trata-se de mais um galardão que nos enche de orgulho e que confere, uma vez mais, o merecido reconhecimento do trabalho produzido por todos os que estão

envolvidos na sua produção”, atesta João Silva, Presidente da direção da Cooperativa Agrícola do Távora.

O território de Moimenta da Beira, tal como o de toda a Região Demarcada Távora - Varosa, dadas as suas condições únicas (solos graníticos, primários e pobres em calcário, altitudes elevadas, clima temperado continental, entre outras), faz com que se traduza num lugar privi-

legiado para a produção dos melhores vinhos e espumantes nacionais, e ainda da maçã, particularmente a tão apreciada variedade “Bravo de Esmolfe”. São os rios Távora e Varosa que dão o nome à região constituída pelos concelhos de Moimenta da Beira, Tarouca, Sernancelhe e ainda algumas freguesias dos municípios de Penedono, S. João da Pesqueira, Tabuaço, Armamar e Lamego. ○

Uma caminhada de 10 quilómetros; um trail curto também de 10 km; e um trail longo de 22Km. É o IV Trail “Nos Trilhos da Nave” agendado para dia 11 de junho de 2023, em Alvite, Moimenta da Beira, já com inscrições abertas. O evento desportivo é organizado pela Associação “Gente da Nave - Associação de Promoção Social de Alvite”.

Na distância do trail longo podem inscrever-se todos os maiores de 18 anos, ou que atinjam essa idade até ao dia 31 de dezembro de 2023. Na caminhada não haverá restrições quanto à idade. No trail curto, a prova incidirá em dois escalões, nas idades entre os 14 e os 17 anos, e nos maiores de 18 anos.

Contacto da Organização: 938 323 778 ○

Um ano depois aí está a 2ª Week Demo Sport que se vai realizar no fim-de-semana de 6 e 7 de maio, em Moimenta da Beira. O evento é organizado pela Câmara Municipal e visa contribuir para a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida dos cidadãos.

O programa inclui a “2ª Convenção de Desporto, Fitness + Saúde” creditada pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) que atribuirá pela frequência de ações de formação 2.5 Unidades de Crédito para revalidação do Título Profissional de Técnico de Exercício Físico (TPTEF) e outras tantas para a revalidação do Título Profissional de Diretor Técnico (TPDT). A ação é ministrada pelo Grupo Academy, empresa de formação certificada pelo IPDJ. ○

Projeto do Centro de Bem Estar e Repouso da Paróquia de Sever vence “Prémio BPI Fundação ‘la Caixa’ Seniores 2022”

O Centro de Bem Estar e Repouso da Paróquia de Sever venceu o “Prémio BPI Fundação ‘la Caixa’ Seniores 2022” com o projeto “Seniores a mexer em Sever”, cujo objetivo principal é disponibilizar um circuito exterior de manutenção sénior para a prática de atividades físicas com utentes da Instituição e com outros idosos da Freguesia de Sever, Moimenta da Beira, trabalhando a sua mobilidade e resistência física, tendo em vista melhorar a sua saúde, autonomia e qualidade de vida.

Em comunicado, o Centro de Bem Estar e Repouso da Paróquia de Sever pormenoriza que o plano “consiste em associar um circuito de caminhada em volta do edifício da Instituição e um parque com equipamentos diferenciados para exercício físico direcionado às necessidades específicas dos praticantes”.

“As atividades funcionarão por grupos, com o mínimo de 5 e máximo de 8 elementos, selecionados em função da tipologia de necessidades evidenciadas, com colaboração protocolada da Junta de Fre-

guesia de Sever, a quem agradecemos”, acrescentado que “a mais- valia do projeto decorre das vantagens do exercício ao ar livre e da possibilidade da realização de atividades direcionado às necessidades específicas dos praticantes, dada a diferenciação dos equipamentos disponíveis, o que se traduz num enriquecimento dos serviços prestados, com perspetiva de consolidação futura das novas atividades com as que já vêm sendo desenvolvidas”. No mesmo comunicado expressam “gratidão ao BPI Fundação ‘la Caixa’”.

18 VIVADOURO ABRIL 2023
2º Week Demo Sport no fim-de-semana de 6 e 7 de maio

Município Inaugurou

Espaço de Apoio à Visitação de Vilarinho de São Romão

Mercado Local de Produtos da Terra está de regresso ao município de Sabrosa para mais uma edição

O Espaço de Apoio à Visitação – EAV, de Vilarinho de São Romão, foi inaugurado no passado dia 26 de março, numa cerimónia que decorreu com a presença da Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, com o Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte - CCDR-N, António Cunha, e que juntou a população local e do concelho para conhecerem o novo espaço de acolhimento gratuito para descobrir Sabrosa e o Douro.

A cerimónia iniciou com a receção aos convidados, seguindo-se a inauguração com o descerrar da placa. De seguida, foi apresentada a brochura do EAV onde consta toda a informação do local, desde a sua construção, enquanto escola primária, até ao “Inicio de uma nova História”, com testemunhos de várias gerações que nos contam a evolução do edifício.

Nas intervenções oficiais que se seguiram, a Presidente do município, agradeceu a presença de todos referindo que “é um importante e feliz dia para Sabrosa, para Vilarinho de São Romão e para o Douro, é um privilégio inaugurar o EAV e estar no culminar deste projeto que de forma muito feliz foi elaborado. Quem me conhece sabe o valor que dou à recuperação do património existente, e ver esta adaptação da antiga escola primária em um espaço de apoio à visitação é um orgulho. Este é um equipamento de extrema importância, em que perpetuamos a história de um edifício que durante décadas foi um local de saberes e de memórias, honrando assim o passado, permitindo-nos projetar o futuro com a fruição e valorização do nosso território, através dos

inúmeros visitantes que por cá passarão.”

O Presidente da Junta de Freguesia de Vilarinho de São Romão, António Venâncio, fez questão de destacar que “há 46 anos atrás este edifício fez parte da minha formação escolar e hoje esta é uma obra que trará prestígio à nossa terra, às nossas gentes, uma obra digna e magnifica” terminando por agradecer a todos. Por sua vez, o Presidente da CCDR-N manifestou o seu contentamento com a grandiosa obra, com esta “reabilitação que é a preservação das memórias de uma freguesia, sendo notória a importância de contribuir com este equipamento”.

No final, todos os presentes fizeram uma visita ao novo espaço e um brinde ao momento, terminando o evento com um lanche convívio para todos ao som das concertinas.

Este novo equipamento irá permitir receber grupos organizados de visitantes, incentivando o intercâmbio cultural, dinamizando e qualificando o turismo, a partilha de conhecimento, da história e tradições de diversas regiões do país e da Europa e, também, o acesso à fruição do património ímpar.

Esta intervenção, com designação da operação de candidatura: Valorização e Dinamização do Edifício Escolar - Espaço de Apoio à Visitação, foi cofinanciada através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) no âmbito do Programa Operacional Regional do Norte (Norte2020) e inscreve-se como projeto âncora na Estratégia de Eficiência Coletiva e Programa de Valorização Económica de Recursos Endógenos (EEC PROVERE DOURO). ○

Carlos Vidal marcou o início da 5.ª edição do Festival Rir Sem Bilhete

O Festival Rir Sem Bilhete, que conta já com cinco edições, iniciou no passado dia 1 de abril, com Carlos Vidal no Auditório Municipal.

Num espetáculo de Stand Up Comedy, Carlos Vidal, humorista, médico e músico, conquistou várias gargalhadas da plateia que acorreu com muita afluência ao evento.

A edição deste ano continua a 22 de julho, com a Revista à Portuguesa “Olha que Duas”, com Florbela Queiroz e Natalina José, e termina em grande com o famoso ator Eduardo Madeira, a 28 de outubro.

Todos os espetáculos serão realizados no Auditório Municipal de Sabrosa, pelas 21H00, com entrada gratuita. ○

O Mercado Local de Produtos da Terra, realizado desde 2020, está de regresso ao município de Sabrosa.

A edição deste ano acontece nos meses de maio e junho, duas vezes por mês, e decorrerá no Largo da Praça em Sabrosa e no Largo do Eirô em São Martinho de Anta.

No próximo dia 7 de maio, realiza-se o primeiro Mercado Local de Produtos da Terra em Sabrosa, seguindo-se o segundo a 21 de maio, em São Martinho de Anta.

Esta iniciativa do município destina-se a todos os produtores locais do concelho, que tenham interesse no escoamento de produtos frescos, hortícolas e frutícolas,

vinho, azeite, ervas aromáticas, doçaria caseira e outros produtos de produção local.

Pretende-se destacar os produtores locais do concelho, respeitando os ciclos de produção de produtos para venda, assim como, os produtos em si que fazem parte da nossa cultura.

Para participar no evento deve efetuar a sua inscrição até ao dia 2 de maio, sendo esta obrigatória e limitada às vagas existentes.

Inscrições através do e-mail: comunicacao@cm-sabrosa.pt ou através do contacto telefónico: 259 937 120. A entrada é livre. ○

Sabrosa comemora a “Revolução dos Cravos”

No próximo dia 25 de abril, o município de Sabrosa vai comemorar o 49.º aniversário da data que instaurou em Portugal a liberdade, com um conjunto de iniciativas alusivas a um marco tão importante na história de Portugal, a “Revolução dos Cravos”.

O 49.º Aniversário do “25 de Abril” tem início pelas 10H00 com uma sessão solene nos Paços do Município, onde se irá hastear a bandeira com a participação da Banda de Música de Sabrosa e dos Bombeiros Voluntários do concelho de Sabrosa. Pelas 10H15, e já no Auditório Municipal, segue-se a visita à exposição “Denegação por Anáfora Merencória – Memória da Resistência e da Reconquista da Liber-

dade e da Democracia” do Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra.

Ainda no Auditório Municipal, acontece pelas 10H30, o momento das intervenções oficiais dos representantes da Assembleia Municipal, seguindo-se pelas 11H00 a Cerimónia de entrega de Medalhas de Mérito Municipal.

As comemorações em Sabrosa terminam com um momento musical pelas 12H00, interpretado pela Banda de Música de Sabrosa, e com um brinde comemorativo pelas 12H15.

A Câmara Municipal de Sabrosa convida toda a população a estar presente e a participar no evento de evocação do “25 de Abril”. ○

19 ABRIL 2023 VIVADOURO Sabrosa

Sernancelhe

Depois da edição de estreia em 2022, pautada pelo sucesso, o Momentos Com Vinho está de regresso ao ExpoSalão de Sernancelhe para uma segunda edição que contará com mais produtores e algumas novidades. Durante dois dias as regiões do Távora-Varosa, Douro e Dão estarão juntas na promoção dos seus vinhos.

Após uma primeira edição marcada pelo sucesso, a fasquia está muito elevada para a edição deste ano?

É um evento de continuidade, o ano passado foi o nosso barómetro, foi uma experiência custosa mas com muita satisfação. Para um primeiro evento conseguimos uma boa adesão com muitos produtores, cooperativas, e várias entidades relacionadas com o vinho. Chegamos a um número muito próximo dos oitenta expositores, muito acima da nossa expectativa que era ter uma representatividade das três regiões envolvidas.

O Momentos Com Vinho continua a ter o intuito de alavancar uma região, do Távora-Varosa, que se quer afirmar com espumantes de excelência. Contudo esses espumantes são feitos a partir de um vinho base, o que achamos é que para termos a qualidade que temos nos espumantes é porque o vinho é também de excelente qualidade, por isso acreditamos que há espaço para crescer na produção de vinhos tranquilos nesta região, em especial na gama de brancos.

Na preparação do Momentos com Vinho do ano passado referiu que Sernancelhe é o concelho que mais uva produz para espumante ao contrário do que muitos pensam que a principal produção do concelho é a castanha. Verdade?

Sim. Isso acaba por responder o porquê de uma terra de castanha fazer um evento de vinhos, porque na produção agrícola o que mais produzimos é uva depois maçã, azeite e por último a castanha, mas é preciso dizer que estamos a falar em tonelagem.

Em Sernancelhe produzimos 70% da uva utilizada na produção do espumante Terras do Demo, castas específicas como a Malvasia Fina e o Verdelho, temos a maior área de produção da região Távora-Varosa nestas castas. A nossa produção é tão grande que temos excedente destas castas que é utilizado na produção de espumantes da Bairrada.

Obviamente que é incomparável o preço de um quilo de castanha para um quilo de uva. Para se ter uma ideia, a castanha é a quarta produção e a uva é a primeira mas economicamente, o seu peso inverte-se, a castanha tem aqui muito mais peso.

Quer dizer que em termos de retorno é superior?

Incomparavelmente superior.

A cultura e as tradições do concelho também cabem neste evento?

Temos por hábito, em todos os eventos que organizamos, associar diferentes áreas de interesse, em especial cultura e gastronomia, este evento não será uma exceção, é uma forma de tornar o evento mais atrativo, arrastando mais visitantes e gerando mais valias financeiras para a nossa economia local, em especial no que diz respeito à hotelaria e restauração mas também o comércio local.

O Momentos com Vinho teve essa capacidade o ano passado, este ano estamos a usufruir dessa vantagem, desse bom resultado, com praticamente a totalidade dos expositores do ano passado a inscreveram-se para esta segunda edição, influenciando mesmo outros que se irão estrear este ano no ExpoSalão.

Apesar disso, o mais importante não é ter um número gigantesco de expositores, mas aqueles que acreditam neste projeto que associa três regiões produtoras de vinho, o Távora-Varosa, o Douro e o Dão.

Qual a diferença deste evento para outros eventos vínicos que se realizam?

O Momentos com Vinho é um evento que vai muito para lá das provas de vinhos, é também um espaço de negócios, uma vertente que queremos continuar a explorar e cimentar.

É com este objetivo que fazemos um trabalho exaustivo de trazer vários repre-

sentantes do setor da hotelaria, restauração, distribuidores e agentes económicos ligados aos vinhos. Pretendemos gerar momentos de grande troca de conhecimentos e negócios, algo que agrada aos produtores que aqui vêm.

Durante os dois dias do evento haverá momentos para as provas de vinhos, que vão acontecer em períodos restritos. O resto do tempo é dividido entre a atividade cultural, workshops, gastronomia e outros momentos.

Haverá alguma novidade este ano?

Este ano, apostando na geminação que temos com Jacou, uma cidade da região de Montpellier, no sul de França, vamos trazer uma delegação até cá. O convite já tinha sido feito na edição do ano passado mas logisticamente não foi possível avançar, este ano tivemos mais tempo e vem uma delegação composta por produtores daquela região. É algo importante para nós até porque é uma região de muito estudo e investigação, acreditamos que será uma enorme mais-valia para este evento.

É uma forma de internacionalizar este evento?

O nosso intuito com este convite não foi propriamente internacionalizar. Esta é uma prática comum, em diversos eventos trazer representantes das localidades com as quais somos geminados. É uma forma de enriquecer o evento e trazer conhecimento.

De resto, este é um evento que não carece de muitas mudanças até porque esta é apenas a segunda edição e estamos focados em gerar diálogo e negócio entre os diferentes participantes.

A nível musical continuamos a apostar nos géneros jazz e blues, combinam melhor com este tipo de evento, assim como os workshops. Algo que vamos ter este ano são harmonizações entre gastronomia e vinhos, convidamos três chefs e três enólogos, um de cada região.

Algo diferente que irão encontrar este ano é uma ligação com a literatura. Desafiamos uma escritora do nosso concelho, a Teresa Barrinha a criar um poema para cada produtor que estarão em exposição nas bancas dos produtores. Esta será uma surpresa para os produtores, mas fica já aqui revelada em primeira mão. Consideramos que este é um casamento perfeito entre vinhos e literatura.

Algum dos produtores presentes vai apresentar alguma novidade no evento?

Não temos a certeza disso, mas estamos a entrar na época de engarrafamento dos vinhos de 2022, em especial os brancos, por isso é plausível que alguns produtores tragam vinhos para apresentar nesta edição.

Acima de tudo estamos felizes por termos conseguido trazer algumas marcas que já queríamos ter trazido na primeira edição. ○

20 VIVADOURO ABRIL 2023
ARMANDO MATEUS: “O Momentos com Vinho é um evento que vai muito para lá das provas de vinhos, é também um espaço de negócios.

Armamar celebrou o vinho e a gastronomia

O Município de Armamar organizou entre 24 e 26 de maio a mais arrojada montra vínica que já se fez no concelho.

De sexta-feira a domingo muitos foram os visitantes que foram à procura de conhecer os argumentos de Armamar no que ao vinho e à gastronomia diz respeito.

A Montra Vínica de Armamar 2023 foi um evento integrado no programa da Cidade Europeia do Vinho, galardão que a Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro) conseguiu para a região.

No edifício do Mercado Municipal reuniram-se dezassete produtores engarrafadores dos vinhos produzidos em Armamar, quer na região demarcada do Douro quer na região vinícola do Távora-Varosa.

Em simultâneo decorreu o Fim de Semana Gastronómico de Armamar, uma iniciativa da Autarquia em articulação com o Turismo do Porto e Norte de Portugal. Armamar é conhecida pelo seu cabrito especial, cheio de segredos que fazem as delícias de quem nos visita para o provar. Foi assim durante o fim de semana.

Não é a primeira vez que a Autarquia organiza um evento de promoção do setor vinícola do território Armamarense. Desde o primeiro, em abril de 2012, muita coisa mudou em todos os setores de atividade económica da região e isso ficou bem patente na qualidade e profissionalismo com que os produtores se apresentaram este fim de semana. ○

recycle BIN GO!

21 ABRIL 2023 VIVADOURO Armamar

Torre de Moncorvo

Feira Medieval de Torre de Moncorvo regressa entre 21 e 23 de abril

Contendas em Terras de Mem

Corvo no Tempo D'El Rei D. Dinis é o tema da edição de 2023 da Feira Medieval de Torre de Moncorvo. A recriação histórica acontece dias 21, 22 e 23 de abril, no centro histórico da vila.

A Feira Medieval de Torre de Moncorvo distingue-se das demais existentes em Portugal, devido ao grande envolvimento dos comerciantes e população local, que se vestem a rigor e participam ativamente na iniciativa. Uma outra particularidade é a de ser sempre dedicada ao Rei D. Dinis e ter sempre como ponto de partida o Ferro de Moncorvo.

A 10ª edição da Feira medieval de Torre de Moncorvo irá reviver e recriar, no reinado de D. Dinis as várias disputas entre o concelho de Torre de Moncorvo e os concelhos vizinhos, por razões dos limites entre Torre de Mem Corvo, Moz e Vilarinho da Castanheira e pela posse da Barca do Douro, com Vila Nova de Foz Côa.

Dinis (1279 -1325) atribuiu a Torre de Moncorvo carta de foral, mandou-lhe construir cerca, concedeu-lhe carta de feira e outros privilégios, incentivando o povoamento e a exploração económica da região. A nível nacional fomentou todos os meios de riqueza nacional na extração da prata, estanho e ferro. Torre de Moncorvo não deve ter sido exceção, uma vez que possui a maior jazida de ferro da Europa.

De 21 a 23 de abril, os visitantes poderão disfrutar de vários espaços caraterísticos do período medieval, sendo as feiras, nesta época locais de negócios e lazer.

Este é o ponto de partida para encetarmos uma viagem histórica à Terra do Ferro, durante a idade média. Aqui, é possível fazer compras num mercado medieval, participar em repastos nas tabernas, passear pelas ferrarias e mercado do ferro, assistir a várias recriações históricas e apreciar trovas e folguedos nos vários espaços do centro histórico, que servem de cenário a esta Feira Medieval.

Durante três dias, a Vila de Torre de Moncorvo irá respirar a Época Medieval, reatando, assim, um diálogo vivo com as memórias que nos chegam do ambiente vivido no espaço rural do séc. XIII.

22 VIVADOURO
ABRIL 2023

Carrazeda de Ansiães

Feira do Folar juntou tradição e nova geração em Carrazeda de Ansiães

O evento, que este ano integrou a programação do Douro Capital Europeia do Vinho, contou com uma reorganização do espaço que permitiu acolher mais expositores. O certame, que aconteceu nos dias que antecedem a Páscoa, registou um crescimento no próprio conceito, ao apostar na inclusão da gastronomia e dos vinhos e também dos espetáculos musicais.

A Feira do Folar e Produtos da Terra é uma oportunidade para comercialização dos produtos existentes no concelho de Carrazeda de Ansiães, de modo especial, o folar, contribuindo assim para promover a economia local, cultura, tradições e turismo. Mas não só. Por se tratar de um evento que ocorre num período festivo, de reunião de famílias e amigos, o evento é também ponto de encontro, um espaço de convívio e animação e um motivo de atração para que visitantes e turistas acorram a Carrazeda de Ansiães.

Para o autarca carrazedense, João Gonçalves, este certame é uma forma do município proporcionar uma oportunidade de negócio para os produtores locais.

“Sabemos das dificuldades que o nosso tecido económico tem em prosperar, por isso é fundamental que a autarquia dê um impulso na promoção e divulgação, proporcionando as condições ideais para que esses produtos sejam conhecidos e possam ser transacionados mais facilmente.

Tradicionalmente nesta semana os portugueses têm mais disponibilidade para viajar e gostam de viajar em família. Mais do que proporcionar um evento para os carrazedenses, queremos que este seja um polo de atração de turismo e que os turistas considerem bem passado o tempo que aqui estão”.

A edição deste ano da Feira do Folar sofreu também algumas alterações, quer na localização quer no espaço disponível, fatores que o autarca acredita que tragam mais conforto quer para expositores quer para visitantes.

“Houve mais que um fator a ser pesado na hora de pensarmos em mudar o figurino da feira. Levamos a feira para um espaço interior porque nesta altura do ano nem sempre temos bom tempo e isso prejudicava a realização do evento e juntamos uma tenda onde nos permite o número de expositores e o conforto dos visitantes.

Este ano o certame faz também parte da

programação do Douro Cidade Europeia do Vinho o que nos leva a ter aqui alguns produtores de vinho presentes, além de uma área de restauração e o palco por onde passarão alguns artistas”.

No arranque do certame, dia 6, foi também inaugurado um novo espaço verde na vila que inclui um nicho com a imagem de Santa Águeda.

“É um espaço ajardinado que serve de envolvente à imagem de Santa Águeda que já cá estava mas num espaço mais pobre. Agora é um jardim do qual as pes-

CARLA PEREIRA

revelar o segredo. O doce é composto por farinha, ovos, laranja e o segredo (risos), o de carne tem os mesmos ingredientes sendo que a laranja é trocada pelas carnes, todas aqui da região. Um folar destes demora cerca de 2 a 3 horas até estar pronto. Ambos são típicos mas as pessoas de cá preferem o de carne, já os visitantes acabam por optar mais pelo folar doce.

soas podem usufruir e que valoriza toda a envolvente existente.

Quando pensamos em intervir neste espaço tivemos a preocupação de pedir ajuda a uma arquiteta paisagística porque a nossa intenção é que a intervenção resultasse num lugar aprazível e que respondesse às novas contingências das alterações climáticas apesar de ter aqui alguma relva, mas que não requer muita água.

Esta é a semana pascal, mas o dia 6 de abril é a data em que a sede do concelho mudou da vila muralhada para a vila de Carrazeda de Ansiães, assinalando-se hoje os 289 anos dessa mudança”. ○

24 VIVADOURO
ABRIL 2023
25 ABRIL 2023 VIVADOURO

Casa do Douro: Aprovados os diplomas do PS, PCP e BE para reinstitucionalização

Criada em 1931 como Federação Sindical dos Viticultores do Douro, a Casa do Douro (CD) tem vivido, ao longo da sua história, vários altos e baixos. Depois de passar para a gestão privada em 2014, durante o Governo de Pedro Passos Coelho, a instituição regressa agora ao domínio público.

No total foram três os Diplomas (PS, PCP e BE), apresentados na Assembleia da República com vista à restauração da Casa do Duro como instituição pública. Os documentos foram aprovados com os votos favoráveis de PS, PCP, BE, PAN e Livre, contando ainda com a abstenção do PSD e os votos contra da IL e CHEGA.

Durante o debate, que decorreu no dia 23 de março, os partidos de esquerda defenderam que a instituição deveria regressar ao estatuto público com inscrição obrigatória, algo que a direita vê como "uma violação do direito de associação e o regresso ao passado, ao tempo do Estado Novo".

Em 2020, entrou em vigor a lei que a reinstitucionalizou a CD como associação pública de inscrição obrigatória. Em 2021, o Tribunal Constitucional apontou inconstitucionalidades à lei, nomeadamente, uma insuficiência na definição de competências de natureza pública.

Os diplomas, agora apresentados e aprovados, partem do trabalho já anteriormente realizado e que envolveu o BE, o PS, o PCP e Os Verdes, e acrescentam à CD competências de natureza pública, nomeadamente o cadastro das parcelas de vinho da Região Demarcada do Douro, a distribuição anual do benefício a cada produtor, a promoção dos vinhos da região ou ações de fiscalização relativas à cultura da vinha e produção de vinho.

Os três projetos de lei defendem também a entrega à CD do imóvel que é a sua sede, localizado na cidade do Peso da Régua, distrito de Vila Real, anulando a inscrição da sede à entidade que venceu o concurso para a gestão privada da instituição.

Com a atribuição das competências mencionadas à CD, resta ainda perceber que competências ficarão na mão do IVDP, assim como o financiamento da instituição após a sua reinstitucionalização.

Em declarações ao nosso jornal Agostinho Santa, deputado do Partido Socialista, confessou estar "satisfeito" com o resultado obtido.

"Ter conseguido fazer o que foi feito em prol da restauração da Casa do Douro como entidade pública era a razão essencial do meu mandato como deputado na Assembleia da República.

Era Presidente da Comissão Administrativa do Património da Casa do Douro e aceitei o desafio de ser deputado porque estando em Lisboa poderia ser mais fácil cuidar que este desígnio, da região e do

país, pudesse ser atingido. Acredito que tudo isto seja em prol dos interesses da Região Demarcada do Douro e dos pequenos e médios viticultores. Esta é uma região que tem futuro e merece que todos nós lhe dediquemos tudo aquilo que possamos em termos das funções que exercemos".

Por outro lado, Artur Soveral Andrade, deputado do PSD que se absteve, tal como toda a bancada laranja, revelou-se também "satisfeito" pela mudança de sentido de voto da sua bancada, sublinhando que "é uma porta que fica aberta para a discussão do diploma na especialidade, algo que se votássemos contra não iria acontecer". "Com a abstenção fica o sinal que estamos disponíveis para corrigir alguns pontos na proposta de lei que foi apresentada, foi um trabalho duro que fiz com os meus colegas de partido porque acredito que o desfecho também possa ser diferente. Consegui contribuir para que o partido mudasse o seu sentido de voto, amarrar o PSD a negociar o documento em vez de o rejeitar é para mim uma satisfação.

Com este voto o que dizemos é que queremos avançar com este processo, mas que achamos que a lei ainda precisa de alguns ajustes, especialmente quanto ao financiamento, garantindo que não há acréscimo de encargos para os produtores, e uma definição do que será o papel do IVDP".

Contudo, o deputado social democrata assume que esta posição lhe trouxe alguns danos reputacionais na região, visto que no território a posição é de aprovação da reinstitucionalização da Casa do Douro.

Já Agostinho Santa saúda esta aproxima-

ção do PSD ao PS, sublinhando que o importante é o trabalho que os dois partidos podem fazer em prol da região.

"Em vez de estarmos a olhar para trás, nesta altura é importante olhar para o futuro e ver o que conseguimos fazer.

A nossa grande pedra de toque deve ser estar em prol da região e dos seus médios e pequenos produtores, a partir daí há certamente entendimentos diferentes e haverá algum aprimoramento da própria legislação que está a ser preparada.

O importante é que é fundamental encontrar uma solução estável e consistente. Essa solução deve ser a interpretação da vontade política que existe na região e que é patente na posição da CIM Douro, órgão onde estão representados os dois maiores partidos portugueses.

É importante que o PSD se tenha aproximado da posição do PS, é mais fácil esse entendimento para aquilo que temos que fazer em seguida. Este poderá ser também um sinal para o próprio Presidente da República, a partir do momento que a lei já supriu as falhas indicadas pelo Tribunal Constitucional, não ter funções efetivamente públicas, e agora com esta aproximação do PSD à nossa posição começa a ter ele próprio alguns sinais que as pessoas na região e os partidos se entendem, não se sentido na obrigação de fazer subir a lei ao Tribunal Constitucional".

O financiamento da nova Casa do Douro é uma das maiores preocupações reveladas pelo autarca reguense, José Manuel Gonçalves, à nossa reportagem.

"Não podemos transformar este diploma em mais uma taxa ou mais um imposto para os viticultores que já são muito so-

brecarregados com isso. O funcionamento da futura associação Casa Douro deve derivar daquilo que já são as taxas que neste momento se paga para o IVDP. Para nós isto é uma situação clara. Não vamos admitir que os viticultores tenham mais um imposto para pagar. Se queremos a inscrição obrigatória tem de haver a responsabilidade política de não onerar os viticultores com mais uma taxa.

Há duas situações aqui. Uma é irmos buscar uma percentagem das taxas que o IVDP cobra e a outra é através dos serviços públicos que passarão para a Casa do Douro e que naturalmente também terão de ser remunerados.

Temos uma associação que tem património que vai dar para cobrir as dívidas e ainda há um remanescente muito significativo".

A situação futura do IVDP é outra questão que tem levantado alguma discussão na região e no setor.

Para José Manuel Gonçalves, esta discussão requer um rápido e cabal esclarecimento sobre o papel que o Instituto terá no futuro.

"Não me parece bem que nós estejamos aqui a discutir diplomas sem que em paralelo não se discuta já o que é que vai sair do IVDP e que vai ser assumido pela Casa do Douro.

Este é o momento para reorganizar todo o setor da lavoura duriense e entre os quais também a criação de autonomias administrativa e financeira do próprio IVDP fixando cá todas as taxas que ele recebe no licenciamento e não estando sujeita às cativações que acontecem. Neste momento devemos ter cerca de nove ou dez milhões de valor financeiro cativado e que está no Ministério das Finanças, esse dinheiro foi pago para prestar um serviço e neste momento o serviço não está a ser prestado porque o dinheiro está cativo".

Para Agostinho Santa a situação do IVDP está clara e as duas instituições terão que trabalhar em conjunto, cada uma com as suas obrigações.

"O papel do IVDP continuará a ser de um Instituto Público. Tendo a Casa do Douro que ser dotada de funções públicas, assume competências que estavam radicadas no IVDP, até porque essas competências se referem a uma das partes da fileira e deve ser a própria a assumi-las.

É evidente que as duas instituições terão que dialogar e trabalhar juntas, é assim que funciona. O IVDP não perderá aquilo que é essencial como instituto público, apesar do muito que se vai dizendo por aí. No fundo as competências que pertencem à produção ficarão na Casa do Douro, as restantes mantém-se no IVDP".

O diploma que reinstitucionaliza a Casa do Douro será agora debatido na especialidade e após aprovação será remetido para o Presidente da República que o poderá promulgar, vetar ou enviar para o Tribunal Constitucional. ○

26 VIVADOURO ABRIL 2023
Região

Liga dos Amigos do Douro Património Mundial iniciou ciclo de debates com tema da ferrovia

A Liga dos Amigos do Douro Património Mundial (LADPM) iniciou no Museu do Douro na Régua um Ciclo de Debates, tendo, nesta sessão, como mote o futuro da linha do Douro.  A requalificação da linha do Douro vai permitir potenciar o turismo da Região e unir quatro patrimónios classificados: Porto, Alto Douro Vinhateiro, Côa e Salamanca.

Os especialistas convidados concluíram que a região do Douro, a exemplo de outras regiões europeias, debate-se com problemas complexos que exigem uma continuada discussão aberta e participada. A Secretária de Estado anunciou que a linha do Douro, um projeto há muitos anos reivindicado pelos durienses será lançado em breve uma primeira fase, prevendo-se que até final de 2026 a obra seja colocada no terreno.

Luís Braga da Cruz lançou as bases do debate sobre o Plano Nacional Ferroviário, enquanto instrumento que irá definir a rede ferroviária, e que assegurará as comunicações de interesse nacional e internacional em Portugal. Neste cenário de debate nacional sobre o futuro da ferrovia, foi enquadrada a linha do Douro, enquanto via estruturante para a mobilidade

do Douro, bem como um ativo estratégico para o desenvolvimento do turismo na Região.

Luís Almeida e Alberto Aroso defenderam a construção de uma linha de Alta Velocidade entre o Porto, Vila Real e Bragança, com ligação à Alta Velocidade espanhola, enquanto via estruturante para a mobilidade no interior norte que, por sua vez, pode potenciar a linha do Douro do ponto de vista de mobilidade sustentável e turístico. Desta forma, a criação de um novo corredor ferroviário entre Porto e Madrid, via Trás-os-Montes permitirá ligar o Douro diretamente ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, uma estrutura determinante para os fluxos turísticos.

Os participantes no debate, sob proposta de Luís Almeida, refletiram sobre o desafio do Douro candidatar a linha do Douro a Património Mundial, unindo quatro patrimónios classificados: Porto, Douro, Côa e Salamanca, considerando que “a aposta na modernização da linha do Douro até Barca D'Alva e a respetiva integração com a rede ferroviária espanhola, em Salamanca, poderá ser potenciada com a candidatura da linha do Douro a Património Mundial”.

Na perspetiva de Cristina Azevedo, “a consciência regional consolidada nas últimas décadas é determinante para colo-

car em funcionamento projetos como a requalificação da linha do Douro e outros projetos de estruturação do território”. No entanto, o modelo de governação definido para as regiões “pode representar um travão para este projeto e mesmo para a dinamização do desenvolvimento regional”.

O presidente da Câmara Municipal da Régua, em representação da Comunidade Intermunicipal do Douro, manifestou que a linha do Douro é considerada “um projeto estratégico do ponto de vista supramunicipal” e está “confiante que se trata de um projeto que será concretizado”. Em termos de representação, o autarca considera que o atual modelo de representatividade na Assembleia da República tem de ser modificado na lógica das Comunidades Intermunicipais, abandonando o atual modelo distrital. Na atualidade, referiu, “80% dos deputados representam apenas 20% do território”.

O debate foi encerrado pela Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, que equacionou como principais desafios do Douro “a quebra demográfica e os desafios da transição climática e digital”. Quanto ao tema do debate, anunciou um investimento superior a 200 milhões na linha do Douro, um projeto há muito tempo reivindicado

pelos durienses; ainda sobre este projeto informou que será lançado uma primeira fase em breve, prevendo-se que até final de 2026 a obra seja colocada no terreno. A Secretária de Estado reafirmou ainda o compromisso do Governo neste projeto emblemático para o Douro e nas políticas de desenvolvimento da região.

Isabel Ferreira referiu ainda como estruturante para o desenvolvimento e competitividade da Região a aposta na conetividade digital, uma das apostas do Governo no próximo ciclo de programação de fundos estruturais.

António Saraiva, presidente da LADPM afirmou que o objetivo destes debates é atrair mais gente para a discussão pública da região. “Temos 165 associados, na última Assembleia Geral estiveram presentes 29. Toda a gente diz que esta região tem potencial mas é difícil as pessoas aparecerem e envolverem-se”. O responsável explica ainda que “este é o papel da Liga e só assim é possível atrair mais gente, essencialmente jovens porque eles são o futuro”

O próximo debate deste ciclo será dedicado ao próximo ciclo de fundos comunitários e o seu impacto no Douro, que terá lugar no próximo dia 20 de maio e contará com a presença da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa. ○

27 ABRIL 2023 VIVADOURO

Murça

Casa Museu Soldado Milhões inaugurada em Murça

Foi inaugurada, dia 10 de abril, a Casa-Museu Soldado Milhões, um espaço de homenagem ao herói português da Primeira Guerra Mundial que o Presidente da República classificou "não só como um espaço de homenagem, mas também como um espaço de futuro".

As cerimónias começaram na vila de Murça, junto ao busto do Soldado Milhões com uma homenagem aos mortos e a deposição de uma coroa de flores por Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado do autarca murcense e do Chefe de Estado-Maior do Exército.

Em seguida a comitiva deslocou-se para Valongo de Milhais, freguesia de onde era natural Aníbal Augusto Milhais que há 105 anos, em La Lys, França, assegurou a retirada das tropas que estavam sob intenso fogo inimigo. Na época, recebeu a mais alta condecoração militar.

“Ele foi um herói único e singular que felizmente foi possível fazer a sua história”, afirmou o Chefe de Estado, no discurso durante a inauguração da Casa Museu, criada na habitação onde viveu.

O Comandante Supremo das Forças Armadas disse que fez questão de se associar à homenagem, e de, através do soldado herói transmontano, homenagear também as Forças Armadas.

“Muitas vezes nós não somos justos em relação aos nossos heróis, não é só os nossos heróis militares, os heróis todos, não somos, distraímo-nos, mas em relação às Forças Armadas às vezes distraímo-nos na homenagem que lhes prestamos”, salientou.

Aníbal Augusto Milhais foi, salientou, “tão excecional” que até foi condecorado com a Ordem Militar de Torre e Espada, a mais importante condecoração portuguesa, “imposta à frente de 15 mil soldados no campo de batalha pelo futuro Marechal Gomes da Costa”. “Isto é raríssimo”, frisou.

Milhais, que passou a ser conhecido como Milhões após a expressão do Comandante Ferreira Amaral “Tu és Milhais, mas vales milhões”, foi um soldado raso que combateu na Primeira Guerra Mun-

dial e ganhou fama quando se bateu sozinho contra os alemães para ajudar à retirada das forças aliadas, durante a Batalha de La Lys.

Após a guerra e a condecoração, o soldado regressou à sua terra natal, tornou-se agricultor, casou e teve nove filhos, sete dos quais chegaram à idade adulta.

A sua casa na aldeia de Valongo de Milhais, cedida pela família à autarquia, foi recuperada para ser transformada num centro interpretativo onde se pode conhecer a sua história, a vida da época na localidade e momentos da Grande Guerra.

Para o autarca murcense, Mário Artur Lopes, a Casa-Museu tem como "missão perpetuar a memória do herói Soldado Milhões".

O edil referiu ainda que esta obra "era um desejo antigo da população local, da família e da autarquia, tornando-se importante para a autoestima e respeito do sentir mais profundo das mulheres e homens do nosso concelho".

Mário Artur Lopes afirmou ainda que espera que o espaço sirva "para dar nota aos vindouros de outros aspetos, bem vastos e preenchidos da vida e labuta pessoais de um homem simples do interior transmontano que iam muito para além dos seus conhecidos feitos militares".

"Quando utilizamos a expressão: Murça, Terra de Heróis, estamos implicitamente e obviamente, a projetar em todos e em cada um de nós a vida e obra do mais condecorado soldado português de todos os tempos", explicou o autarca.

A concluir a sua intervenção, Mário Artur Lopes afirmou que o dia foi "de alegria. Esta casa renasce tal como Fénix para continuar a perpetuar a história de Aníbal Augusto Milhões e através dele os 127 militares murcenses e os milhares de portugueses que combateram nesta guerra".

Presentes nas cerimónia estiveram ainda dezenas de populares, militares e familiares do Soldado Milhões.

Aníbal Augusto Milhais morreu aos 75 anos em Valongo, a aldeia do concelho de Murça que adotou o nome de Milhais em sua homenagem.

28 VIVADOURO ABRIL 2023

São João da Pesqueira recebe curso técnico superior do IPG

O município de São João da Pesqueira vai receber um curso técnico superior do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) na área da cozinha e da produção alimentar, com o objetivo de atrair e fixar gente para o território, em especial jovens.

O protocolo assinado no dia 23 de março, entre a autarquia, a instituição académica, e a ASDouro, no Museu do Vinho, era uma ambição antiga do autarca Manuel Cordeiro, como o próprio assumiu no final da cerimónia em declarações à imprensa.

“Era um desejo, para além de outros projetos que temos para o concelho. Acima de tudo era uma ambição que tínhamos de dar mais dimensão à nossa escola profissional. Este é mais um passo na afirmação do ensino profissional no concelho.

É uma porta que se abre para a academia, para o conhecimento e para a formação profissional. Este passo é a consolidação do compromisso deste município para combater a desertificação e o abandono da região, através da capacitação de recursos do nosso

território. Pretendemos responder ao crescimento do turismo e da enogastronomia com recursos humanos mais qualificados, o que se deverá refletir em melhores empregos e salários”, explicou.

Também em declarações no final da cerimónia, Joaquim Brigas, Presidente do IPG, referiu que “este CTeSP vai permitir formar quadros para responder às

necessidades do concelho de São João da Pesqueira, valorizando os serviços de cozinha e restauração na região e o setor do turismo como um todo”, explicando ainda que foi “o crescimento dos fluxos turísticos na região e da procura por serviços de restauração e hotelaria” que levaram a instituição a lançar este curso.

Os cerca de 20 alunos já inscritos na

UTAD cria Rede de Embaixadores com antigos estudantes

Nas comemorações do 37º aniversário, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) desenvolveu uma nova rede de embaixadores através da sua rede de antigos estudantes, espalhados um pouco por todo o mundo. Inicialmente, são 37 embaixadores, desde a América à Ásia, passando pela Europa, África e Oceânia.

“Ao longo de várias gerações, foram muitos os estudantes que fizeram a sua formação na UTAD e cada qual é, hoje, um capital humano inalienável e um ativo crucial para a construção do futuro da UTAD. Com esta rede, embaixadores e UTAD reforçam a sua ligação para a vida”, explicou o reitor da UTAD, Emídio Gomes à nossa reportagem, concluindo que “a UTAD tem de pensar a prazo a sua estratégia de crescimento e consolidação em mercados internacionais. Estas pessoas além de amigos da universidade, pelo prestígio que têm nos países onde residem, são um fator de ajuda para a nossa ancoragem da nossa estratégia”.

Sediados num total de 28 países, os embaixadores que agora integram esta rede aceitaram o desafio da instituição para promoverem, divulgarem e representa-

rem a UTAD, contribuindo assim para afirmar a academia transmontana como um destino universitário cada vez mais global.

“O mercado da língua portuguesa é um mercado natural, contudo dentro desse mercado há países diferentes que nos merecem atenção diferente. Depois há um outro mercado que é também de portugueses e que tem vindo a crescer muito, os filhos e, essencialmente, netos de emi-

primeira turma, do curso em Cozinha e Produção Alimentar, irão ter aulas no edifício do Museu do Vinho, “ é um es paço que tem todas as condições para isso ” sublinha o autarca que explica ainda que “ a autarquia assumirá a despesa da propina anual dos alunos, ou o alojamento e alimentação em alternativa, dependendo da situação de cada aluno ” Concebido pela Escola Superior de Hotelaria e Turismo do IPG, o curso em cozinha e produção alimentar qualificará profissionais “para executar atividades de preparação e de confeção alimentar, acompanhando as tendências gastronómicas e os princípios da sazonalidade, de nutrição e de higiene alimentar”.

“Atendendo à componente prática, os estudantes que integrem esta formação estarão preparados para responder aos desafios do mercado de trabalho nos setores de restauração e catering, gestão hoteleira e turismo e lazer.

“Muitos estudantes já se encontram a trabalhar na área de hotelaria e gastronomia. O objetivo é complementar a componente prática que já têm com a componente teórica e com técnicas mais modernas, cientificando-os com a certificação superior”, esclareceu Joaquim Brigas. ○

grantes que querem regressar e estudar no país de origem da sua família, sendo esta uma região de muita emigração temos aí também um mercado de muito interesse para nós”.

De agora em diante, os embaixadores vão poder dinamizar atividades e eventos, ajudar na integração profissional de diplomados da UTAD e, também, na captação de novos estudantes nacionais e/ou inter-

nacionais.

Com diferentes formações académicas e experiências profissionais (do desporto às ciências agrárias, da cultura às engenharias, da sustentabilidade às novas tecnologias, entre outras), os embaixadores serão também a força motriz de um  networking à escala global. A partir das cidades onde residem ou de onde são naturais, vão poder reforçar a cooperação entre a UTAD e outras instituições académicas, científicas, associativas e empresarias, desenvolver atividades de mentoria e promover oportunidades de emprego e de empreendedorismo.

A sessão de lançamento da Rede de Embaixadores  Alumni UTAD foi um dos pontos altos do programa comemorativo do 37º aniversário da academia transmontana e, de acordo com o reitor o sucesso da iniciativa foi tão impactante que “logo a partir do dia seguinte à cerimónia choveram pedidos de outros antigos alunos e pessoas ligadas à universidade a pedirem para integrar esta rede”.

Emídio Gomes congratula-se ainda com o sucesso que a UTAD tem obtido com esta aposta, resultando já num total de mil alunos estrangeiros, oriundos de 54 países, a estudar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. ○

29 ABRIL 2023 VIVADOURO S. João da Pesqueira / Vila Real

No dia do seu 37º aniversário, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) deu mais um passo decisivo para se afirmar como um destino universitário global. Trinta e sete antigos e atuais estudantes, naturais e/ou a residir em 28 países, desde a América à Ásia, passando pela Europa, África e Oceânia, aceitaram o desafio de ajudar a potenciar a estratégia de internacionalização da sua Universidade. A partir de agora, vão representar e promover a imagem e a marca UTAD nas suas cidades e países, divulgar

Definir planos estratégicos, construir planos de ação e implementar as ações no domínio da promoção genérica dos Vinhos do Douro e do Porto é uma das competências do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP, IP). Faz parte dessa estratégia de promoção o apoio do IVDP, IP à internacionalização dos agentes económicos do setor.

Perseguindo esse objetivo, neste primeiro trimestre do ano, é de realçar a

Domingos Nascimento

Presidente da Agência Social do Douro

É num contexto geográfico muito particular, Vale do Varosa e Vale do Távora, este pedaço de terra a sul do rio Douro, que se produzem aromas e sabores únicos e altamente diferenciados. Só assim, ao de leve, a baga do sabugueiro, a castanha, a maçã e uvas! A altitude, estes dois rios, a orografia, e outros fatores edafoclimáticos dão a estes produtos aqui produzidos características incomuns. Fixo-me hoje na baga do sabugueiro e nas uvas.

Antes de ir ao assunto, não consigo falar destes dois produtos sem olhar para dentro.

Sou filho de um Lamecense que a vida fez vinhateiro do Douro. Não dono de vinhas, mas um dos que realmente as criaram. Era um da Roga que, por casamento com filha de um caseiro, em 1935 estava a residir na Quinta da Foz, no concelho de Sabrosa.

Mais tarde, já num novo contexto familiar, instala-se no Vale do Varosa. E é aqui que muito contribuiu para, de uma planta espontânea e nada valorizada, se fazer dela o "ouro negro" para as pessoas deste região. A baga do sabu-

a sua oferta educativa e atrair novos estudantes, reforçar a cooperação com outras instituições académicas, científicas, associativas e empresarias, desenvolver atividades de mentoria e promover oportunidades de emprego e de empreendedorismo para os nossos diplomados. Com diferentes formações académicas e experiências profissionais (do desporto às ciências agrárias, da cultura às engenharias, da gestão à informática), os nossos embaixadores serão uma força motriz para reforçar o posicionamento da UTAD à escala global.

A criação da rede de Embaixadores Alumni parte de um pressuposto simples:

os alunos constituem um capital humano inalienável e um ativo crucial para a construção do futuro da nossa Universidade.

A sua ligação à UTAD, uma ligação para a vida, incrustada de vínculos afetivos e marcas identitárias, faz deles os maiores e os melhores representantes da nossa Alma mater. As suas profissões, experiências, carreiras ou redes de contactos permitem-lhes desempenhar papéis tão diferentes como os de mecenas, influencers, mentores, facilitadores e, naturalmente, embaixadores, contribuindo assim para a criação de valor simbólico, cultural, académico, científico e económico na UTAD, na região e no País. Sim, porque

esta rede pode e deve ter um papel relevante não só no desenvolvimento da nossa Universidade, mas também da região de Trás-os-Montes e Alto Douro e de Portugal. Para além do apoio à atração de novos estudantes, à criação de parcerias estratégicas ou à empregabilidade dos nossos diplomados, os Embaixadores Alumni podem contribuir para a promoção da região, dos seus recursos e produtos, das suas competências e know-how ou, ainda, para a atração de projetos e investimentos empresariais e de Investigação e Desenvolvimento (I&D) qualificados. Seremos nós capazes de agarrar esta oportunidade? ○

presença dos Vinhos do Douro e do Porto nas feiras Vinexpo Paris e Prowein Dusseldorf.

A Vinexpo Paris acolheu mais de 3.000 expositores de 42 países produtores, e mais de 36.000 visitantes, incluindo 38% de participantes internacionais de 149 países. Isto representa um aumento de 85% nos visitantes internacionais.

No Stand do IVDP, IP, que ocupou uma área de 290m2, 30 empresas apresentaram os Vinhos do Douro e do Porto, dando-nos um feedback muito positivo da sua

participação.

Por sua vez, a Prowein Dusseldorf, que se classifica como a maior e mais importante feira de vinhos e bebidas espirituosas do mundo, acolheu 49.000 visitantes profissionais (38.000 em 2002), oriundos de 141 países (145 países em 2022).

Também aqui, no Stand do IVDP, IP, que ocupou uma área de cerca de 570 m2, estiveram representados 71 agentes económicos, que nos transmitiram os bons resultados desta sua participação.

As feiras Vinexpo Paris e Prowein Dussel-

valor e partilhá-lo de forma justa!

gueiro, foi, durante décadas, dinheiro, bom dinheiro em caixa para os agricultores.

Na minha infância, carregando cestos de histórias ouvidas, imaginei-me muitas vezes a subir e a descer os socalcos do Douro. Ao vivo senti a importância da baga para as pessoas. Acreditavam em quem os incentivava a plantar um arbusto que dava o fruto negro e nem sabiam sequer para que servia e, por isso, a razão de o pagarem tão bem.

Estes contextos, certamente, plantaram em mim uma particular identificação com estas duas plantas, o sabugueiro e a vinha, e com as pessoas que trabalham realmente as coisas, e as produzem.

Quanto à baga do sabugueiro, atualmente está numa regularidade inquietante, suportada num circuito de baixo valor acrescentado. A baga não pode continuar num processo de zero industrialização, já nem a desidratamos por cá, sendo exportada em camiões que, naturalmente, transportam uma grande quantidade de água, (ou seja, baga madura esmagada congelada). Processo com imensos custos que, obviamente, acabam por diminuir e muito o preço pago ao agricultor. O processo simplificou as tarefas mas retirou valor ao trabalho dos agricultores.

O que fazer?

Precisamos continuar a tudo fazer para que se passe para os agricultores mais valor, ou então, será uma cultura em desaparecimento. O segredo está no aproveitamento do sabugueiro

como grande fonte de produtos de muito valor( diversidade no aproveitamento da baga – em particular como produto gourmet, farmacêutico, corante alimentar, etc. mas também da flor, da folha, da casca).

Quanto às uvas, nestas terras mais altas do lado sul do Douro, há séculos a vinha foi sendo uma cultura privilegiada para o aproveitamento da terra e da sua exuberância. Mais nas localizações de menos altitude ou com melhor exposição solar, mas era a cultura mais relevante.

Na minha ingenuidade, tinha para mim de que o trabalho na vinha não era trabalho, era um ritual de criação.

Sem ingenuidade, fomos todos assistindo ao abandono da vinha. Claudicaram algumas estruturas que faziam bons vinhos, muito particularmente brancos, por exemplo a cooperativa do Vale do Varosa. Os viticultores ficaram com a procura reduzida e muito incerta.

Atualmente, na vinha, nas uvas, vivemos um tempo de expectativas.

Este território tem uma região demarcada de DO - denominação de origem, de espumantes e vinhos tranquilos, Távora Varosa!

A autóctone Murganheira, que me fazia em miúdo, nas tantas vezes que passava na Abadia Velha, ficar incrédulo pelo buraco que estavam a escavar por lá para fazerem viver, no seu interior, milhões de garrafas, (nas caves de granito), e também a ficar tempos infinitos a ver as explosões fantásticas (agora sei que essa operação se

dorf, são uma grande montra mundial constituindo, por isso, um palco privilegiado para a realização de negócios. O interesse demonstrado pelo setor em participar nestes certames torna-o num dos maiores investimentos do IVDP, IP em termos de promoção internacional, procurando trazer mais-valias para os agentes económicos da Região Demarcada do Douro e para a sua notoriedade e prestígio além-fronteiras. Desta forma valorizam-se as marcas Douro e Porto potenciando Portugal no mundo. ○

apelida de degorgement, no caso, à lá volée), é a grande referência de criação de valor, económico, social e reputacional. Para mim é a estrutura identitária deste território e vejo a Murganheira como a bandeira da excelência. A bandeira que devia, em todas as dimensões do desenvolvimento, estar bem presente para corretas opções estratégicas.

Outros agentes económicos que vinificam e engarrafam, a já incontornável Terras do Demo, por exemplo, também com excelência, são já certeza. E deseja-se que apareçam outros para se reforçar a esperança.

O que fazer?

Há uma premissa relevante, o futuro estará na confiança e previsibilidade que consigamos dar aos viticultores. O futuro será certamente de consolidação da qualidade, de abertura ao novo, ao diferente, mantendo a qualidade, de saltar barreiras de comunicação. Estará também na sustentabilidade ambiental e, muito muito, na garantia de que se passará para os agricultores a parte justa do valor acrescentado. Felizmente altíssimo valor acrescentado.

A região precisa de crescer, ganhar relevância no contexto nacional e internacional, e, para isso, precisa de mais, e sempre melhor, vinha. O interior, estas terras pobres em almas, são ricas de oportunidades. E se quisermos podem ser terras de muita excelência.

Para lhes darmos futuro, precisamos de Acrescentar Valor e partilhá-lo de forma justa! ○

30 VIVADOURO ABRIL 2023
Opinião
Rede de Embaixadores Alumni: um trunfo para a internacionalização da UTAD e da região
VINEXPO
Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P. (IVDP)
e PROWEIN. Um investimento na promoção internacional dos Vinhos do Douro e do Porto
Acrescentar
Luís Leite Ramos - Vice-Reitor para a Internacionalização da UTAD

MARQUÊS DE SOVERAL Homem do Douro e do Mundo

“A ÁGUIA VERMELHA”

No dia 23 do corrente mês de Abril achando-me na Legação por volta do meio dia, fui procurado por um empregado do Paço que me entregou um convite para jantar nesse mesmo  dia com Suas Magestades Imperiais.

Grande foi o meu espanto por serem tais convites absolutamente contra a etiqueta.

Na Côrte de Berlim só os Embaixadores são convidados a jantar; os outros Cefes de Missão nunca têm essa honra, excepto quando os seus respectivos Soberanos, Seus Filhos ou Irmãos se acham nesta residência.

Não se dando então nenhuma destas circunstâncias, fácil será ajuizar da curiosidade que se apoderou de mim.

Ás 5 horas a tarde, segundo as indicações do convite, apresento-me no Palácio.

Poucos minutos depois Suas Magestades davam entrada na sala e o Imperador, depois de ter saudado o resto dos convidados, dirigiu-se a mim e apertando-me a mão disse :

“Comment vous nous quitez?”

Muito admirado, observei respeitosamente a Sua Magestade que nada sabia a esse respeito, ao que me retorquiu : “Cependant je le sais officiellement et por vous marquer mon estime, je vous ai ac corder quelque chose de grandiose (sic), la croix au cou de l’aigle rouge! Outre cela, je vous invité á ma table se qui est une derogation á tous les usages.

Profundamente comovido por estas expressões proferidas em voz alta e diante de todos, disse algumas palavras, agradecendo a Sua Magestade estas manifes tas provas da sua bondade, mas entendi dever repetir-lhe que eu não tinha aviso da minha partida, ao que ele respondeu :

“Tant mieux; vous garderez quand même la decoration que je vous ai accor dée, et j’espere que elle sera un bien de plus qui vous attachera á Berlin”

Passo por alto as demais expressões de bondade que o Imperador e a Imperatriz me dispensaram ainda depois do jantar.

Tendo-me Suas Magestades despedido, dirigi-me imediatamente á Legação, aon de referi textualmente ao Exmo Chefe desta Missão o que fica dito.

A emoção causada por estes aconteci mentos era muito grande, o que se ex plica, sendo o caso de um Secretário de Legação jantar nestas condições com o Imperador, absolutamente sem prece dentes, pois nem somos autorizados a despedirmo-nos de Sua Magestade, quando nos retiramos desta Côrte. Além disso a condecoração que me foi conferida é tão alta que nenhum Secretário ou Conselheiro de Embaixada a possui neste mo-

Fui ao Ministério e eis o relato dessa entrevista :

Mr. de Holstein começou por me dizer que Sua Magestade, o Imperador, havendo recebido do Ministério a notificação

apenas nota da promessa de me ser esta conferida quando partisse.

Enquanto á terceira Classe parecia-me ser inútil conceder-ma, porquanto não partindo eu por ora, nem tendo sido assinado nenhum tratado entre Portugal e a Alemanha, podia isso parecer a muitos uma derrogação aos usos estabelecidos, mas, acrescentei eu, se é necessário aceita-la, peço que me deem tempo para consultar o meu Chefe, para tomar uma resolução definitiva.

Partilhando este meu modo de ser, Mr Holstein deu-me um “rendez-vous” para as 10 horas da noite.

Isto passava-se ás 3 horas da tarde.

Pouco depois, Mr. Holstein fez-me saber que “l’affaire étant entrée dans une abutre fase, le  “rendez-vous” arreté  n’aurait plus de but”.

Esta mudança, (soube-o depois), proveio de uma conversa que o “Marechal de la Cour”, conde de Perponcher tivera com o Príncipe de Hohenlohe e em que o primeiro afirmaria a vontade do Imperador de manter intacta a resolução primitiva.

Sua Magestade partiu, nessa mesma noite para Wiesbaden.

Os dias 26 e 27 passaram-se sem que me fosse feita comunicação nenhuma, mas hoje, pela manhã (28), foi-me comunicado pelo Exmo. Chefe desta Missão que o Príncipe de Hohenlohen lhe dissera ontem que em consequência da resolução do Imperador de me manter a condecoração, primitiva, o Príncipe de Bismarck entendia que eu devia deixar esta residência, não podendo admitir que me fosse concedida tão alta distinção, sem que fosse motivada pela

Escusado é insistir sobre o efeito que esta resolução há-de causar sobre o espírito do Imperador que, querendo dar-me uma prova da sua benevolência, será involuntariamente a causa da minha parti-

Nesta conjuntura nunca deixei de consultar o meu Chefe, como era do meu dever, e devo dizer que tanto Sua Excelência como o Embaixador de Inglaterra aprovaram sem reserva o modo como me

zia, eu me considerava mais do que satisfeito do modo porque o Imperador me havia tratado, e que, longe de reclamar as insígnias da condecoração que o Imperador me havia concedido, eu tomava

31 ABRIL 2023 VIVADOURO
Berlim 28 de Abril de 1880

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“A ÁGUIA VERMELHA”

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Murça Casa Museu Soldado Milhões inaugurada em Murça

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Carrazeda de Ansiães Feira do Folar juntou tradição e nova geração em Carrazeda de Ansiães

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Torre de Moncorvo Feira Medieval de Torre de Moncorvo regressa entre 21 e 23 de abril

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Sernancelhe

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Mercado Local de Produtos da Terra está de regresso ao município de Sabrosa para mais uma edição

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Espumante Terras do Demo conquista ‘Medalha de Prata’ no Concurso Mundial de Bruxelas

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CARVALHO de justiça

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RODRIGO GUEDES DE CARVALHO

2min
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Armamar passa a integrar o traçado da GR14 Há Bola na Escola alargado ao Primeiro Ciclo

3min
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Dia Mundial da Árvore assinalado em Santa Marta de Penaguião

1min
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Alijó assinala “Mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância” Festival Sons no Parque está de volta a 14 e 15 de julho

1min
pages 12-13

Cerimónia de Assinatura dos Protocolos dos Cursos de Aprendizagem (Ensino Profissional)

5min
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Biblioteca Municipal celebra dia Mundial do Livro Infantil

1min
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“Curvas de Murça” marcaram arranque do Campeonato de Portugal de Montanha JC Group

3min
pages 9-10

Transferência de competências na área social

1min
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Férias da Páscoa com o Fixolas

2min
pages 7-8

funcionam porque não há liderança,

6min
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José Pereira: “Muitas vezes as coisas não aqui isso não aconteceu”

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