Jornal VivaDouro - Edição de junho

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Lamego recebe comemorações do Dia de Portugal

Dia com a Presidente de Freixo de Espada à Cinta Maria do Céu Quintas “Quando

entrei na Câmara senti que era algo que já estava habituada” P. 6 e 7

Moimenta da Beira e Sabrosa Leia as entrevistas aos Presidentes José Eduardo Ferreira e José Marques

> P. 21

P. 12 e 13 / P. 18 e 19

Primeira mulher-aranha portuguesa Andreia Gonçalves “Cada vez há menos divisão entre trabalhos de homem e de mulher” P. 16 e 17


2 VIVADOURO JUNHO 2015

Editorial José Ângelo Pinto

POSITIVO Peso da Régua

FOTO: DR

Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org

Sumário: Breves Páginas 4 e 5 Um dia com a presidente Páginas 6 e 7

Construção da central de camionagem do concelho.

Vila Real Páginas 8 a 10 Grandes Entrevistas: Moimenta da Beira e Sabrosa Páginas 12 e 13 / 18 e 19 S.João da Pesqueira Página 14

Caros Leitores,

NEGATIVO Lamego

FOTO: DR

Escrevo este editorial no dia 9 de Junho, um dia antes do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas cuja comemoração vai ser este ano na bela cidade de Lamego. É uma enorme distinção para a região termos estas cerimónias de comemoração do dia 10 de junho abrilhantadas com a participação do Presidente da Republica e de toda a capacidade logística do Gabinete da Presidência da Republica. Esta Presidência tem sido capaz, ao longo dos últimos anos, de transformar o dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas de um dia de festa para um amplo conjunto de ações locais e institucionais que fazem com que as regiões, em que a comemoração propriamente dita ocorre, fiquem engrandecidas e aumentem a sua visibilidade. Foi assim na Guarda em 2014 e vai ser assim em Lamego em 2015. As entidades que vão ser distinguidas com a atribuição de ordens e comendas, como é tradição, merecem também um amplo reconhecimento para lá daquele que a presidência vai realizar, destacando-se especialmente o Prof. Doutor José Mariano Gago a quem, a título póstumo, vai ser atribuída a Ordem Militar de Cristo (Grã-Cruz). Acompanhe todas as realidades da região através do seu jornal impresso, mas aceda também ao www.vivadouro.org para estar bem informado sobre tudo o que por cá acontece!

Vários Concelhos Páginas 11, 20, 23 a 26 Opinião / Vozes dos Municípios Página 27 e 28 Lazer / Venha Visitar Páginas 29 e 30

“ NÃO É PRECISO USAR UM RÓTULO NA TESTA!”

Arquiteta

Destaque VivaDouro Página 21 Lamego Página 22

Dados referentes a abril de 2015 indicam que Lamego é o concelho pertencente ao distrito de Viseu com a maior percentagem de inscritos no IEFP.

Sofia Lourenço

Reportagem VivaDouro Páginas 16 e 17

Na última edição da EDP Meia Maratona DOURO VINHATEIRO, realizou-se em simultâneo o 6º Campeonato do Mundo de Meia Maratona INAS, na qual participaram atletas de todo o mundo com algo em comum, o facto de lhes ter sido diagnosticada uma deficiência intelectual. As pessoas com esta deficiência podem e devem fazer desporto, como forma de se desenvolverem intelectualmente, de melhorarem as competências relacionais, de se manterem saudáveis física e mentalmente. A ANDDI, Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Intelectual, promove a participação dos atletas federados em diversos eventos desportivos, que vão do atletismo ao remo ou ao ténis de mesa. No passado dia 17 de maio, várias equipas disputaram o pódio, mas independentemente do hino que se fez ouvir aquando da entrega das medalhas, o que fica são as caras de felicidade dos participantes portugueses e estrangeiros, unidos pela INAS (International Sports Federation for Persons with Intellectual Disability). A INAS abrange 11 modalidades desportivas e está presente em 77 países, sendo a sua sede em Sheffield, no Reino Unido. Amaury Russo, presidente até 2017, pretende estender a organização a mais países e divulgar junto da comunidade internacional o trabalho desenvolvido com e pelos atletas com deficiência intelectual, daí que no próximo dia 12 de junho se comemore o Dia do Desporto para pessoas com deficiência intelectual, o Global ID Sport Day: 12.06.2015. A intenção de Amaury é a de divulgar, promover e celebrar o Desporto para atletas com deficiência intelectual no mundo inteiro e para isso conta com o apoio em Portugal, da ANDDI, assim como de vários agentes desportivos, educativos e da comunidade em geral. Para pertencer à federação, os atletas têm de passar por um processo de triagem, através de testes psicológicos com credibilidade científica, para que não existam dúvidas acerca do rigor do diagnóstico mental. Após este processo, os atletas são integrados na ANDDI e podem participar em provas organizadas pelo Comité Paralímpico, o qual se divide em 4 áreas, a deficiência motora, a deficiência visual, a paralisia cerebral e a deficiência intelectual. Sendo esta última a menos conhecida do grande público, a INAS e a ANDDI precisam de divulgação intensa e frequente, de modo a “receber” mais atletas na federação, os quais podem escolher a sua modalidade de preferência com a ajuda dos técnicos de saúde e técnicos desportivos. Durante a tarde do dia quente de 17 de maio, perguntei ao “coach” (treinador) da Suécia porque não se percebia que o seu atleta tinha deficiência intelectual e ele respondeu-me que “You don’t have to wear a sign on your face” (voce não tem que usar um sinal no rosto).

Próxima Edição 16 de julho Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) Redação: Ana Portela Salomé Ferreira Departamento comercial: Diogo Rego Tel.: 914 944 212 Serafim Ribeiro Tel.: 910 600 079 Sofia Lourenço Tel.: 917 120 684 Paginação: Bruno Duque Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Colaboradores: Alcina Cunha, Ana Gomes, António Costa, António Fontainhas Fernandes, Emídio Gomes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Caldas, Sandra Neves e Silva Fernandes. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org



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Breves Bombeiros de Tarouca receberam novos equipamentos

Rastreios de saúde gratuitos em Mesão Frio FOTO: DR

A Câmara Municipal de Tarouca atribuiu, no dia 4 de junho, 60 novos equipamentos de proteção individual para combate a incêndios aos Bombeiros Voluntários de Tarouca, que vão permitir uma maior proteção e segurança no combate aos incêndios florestais.

Festa do Livro e da Criança A edição de 2015 da Festa do Livro e da Criança envolveu, mais uma vez, a comunidade escolar do Concelho de Alijó numa festa onde a alegria e a boa disposição estiveram sempre aliadas à cultura, saúde e desporto, afirmou a autarquia. Do dia 1 ao dia 4 de junho foram várias as atividades desenvolvidas, muito para além da exposição e da venda de livros.

Dia Mundial da Criança em Sernancelhe Como forma de assinalar o Dia Mundial da Criança, o concelho de Sernancelhe promoveu, entre 29 e 31 de maio, no Expo Salão, a Festa do Livro e da Criança, iniciativa que mantém como propósito promover um encontro de gerações. A iniciativa foi organizada pela Câmara Municipal de Sernancelhe, o Agrupamento de Escolas Padre João Rodrigues, a Esproser (Escola Profissional de Sernancelhe), a Associação de Pais, a Associação Humanitária de Bombeiros voluntários, a Academia de Música, a biblioteca Abade Vasco Moreira e a Âmbula – Associação de Funcionários do Município de Sernancelhe.

Feira de Empreendedorismo no Peso da Régua Nos dia 27 e 28 de maio, decorreu a Feira de Empreendedorismo, na Escola Profissional de Desenvolvimento Rural do Rodo. O primeiro dia do evento foi dedicado à apreciação de produtos elaborados por jovens empreendedores do concelho e no segundo dia destacou-se a apresentação de iniciativas inovadoras trabalhadas ao longo do ano letivo pelos alunos da Escola Profissional de Desenvolvimento Rural do Rodo.

Festival de cultura SER+Cultura em Sernancelhe FOTO: DR

Sernancelhe organiza, de 26 a 28 de junho, a segunda edição do festival de culturaSER+CULTURA. O evento que irá acontecer no Centro Histórico da Vila tem um cartaz repleto de atividades, desde espetáculos de música, teatro, exposições, desporto, literatura, multimédia e tasquinhas. Este ano a organização criou ações que promovem interatividade com o público, como workshops de fotografia, dança, cycling e jumping. A caminhada solidária pelo “castanheiro em flor” vai acontecer no dia 28, com as receitas a reverterem para a Liga Portuguesa Contra o Cancro.

Fernando Couto homenageado na apresentação do livro “Poemar o Douro”

Protocolo de colaboração assinado em Santa Marta de Penaguião Foi assinado, no final de maio, um protocolo de colaboração entre o Município de Santa Marta de Penaguião e as Associações Humanitárias dos Bombeiros Voluntários do concelho, Fontes e Santa Marta de Penaguião, com o objetivo principal de melhorar a colaboração na área da Proteção Civil. Para o melhor desempenho das duas corporações, a autarquia optou igualmente por aumentar o seu apoio financeiro, perfazendo este um valor total de 30.000,00 € (trinta mil euros) anuais.

Dia Mundial do Ambiente em Santa Marta de Penaguião Para comemorar o dia Mundial do Ambiente, o concelho de Santa Marta de Penaguião, lançou às escolas do pré-escolar um desafio: decorar 22 vasos sob o tema do ambiente. Os vários setores e pisos da autarquia encontram-se agora decorados com autênticas peças de arte que poderão ser visitados por todos.

Documentários Fike exibidos em Vila Real A Greengrape | alltodouro, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e o Teatro de Vila Real vão promover o visionamento de documentários premiados no Fike- Festival Internacional de Curtas-Metragens, em parceria com o Shortcutz. A iniciativa tem lugar no próximo dia 16 de junho, pelas 22h00, no Centro Cultural Regional de Vila Real. A entrada é livre. A mostra de documentários insere-se no âmbito da exposição Prémio de Fotojornalismo Estação Imagem | Mora 2014 que pode ser visitada no Teatro Municipal de Vila Real até 30 de junho.

Comemorações do Dia do Advogado no Douro FOTO: DR

FOTO: DR

No passado dia 27 de maio, foi apresentado em Armamar o livro “Poemar o Douro”. Ainiciativa da Biblioteca Escolar teve como propósito editar um livro de poemas inéditos, escritos por elementos da comunidade educativa. O momento serviu ainda para atribuir, a título póstumo, a Maçã de Ouro ao jornalista, professor e poeta Fernando Couto, pai do escritor Mia Couto. O homenageado era uma pessoa muito respeitada e acarinhada no município, cujos restos mortais repousam no cemitério da localidade de São Cosmado.

Durante três dias, os alunos do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), no Porto, realizaram rastreios gratuitos à população do concelho de Mesão Frio, através do projeto «Medicina na Periferia», desenvolvido em colaboração com a Câmara Municipal. O rastreio passou por várias patologias, nomeadamente diabetes, rastreio oncológico, tensão arterial e risco cardiovascular e ainda, à avaliação do índice de massa corporal e do perímetro abdominal, sensibilizando desta forma a população para as implicações na sua saúde.

As Comemorações do Dia do Advogado decorreram este ano em São João da Pesqueira e no Peso da Régua, nos dias 16, 17, 18 e 19 de maio. Ao longo dos dias realizaram-se inúmeras atividades, tendo sido este o ano em que houve mais inscrições desde que a ordem do Advogados celebra este dia. Passaram mais de 1500 advogados pela região do Douro nestes dias.


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Breves FOTO: DR

Fim-de-semana gastronómico em Armamar

Sernancelhe assinalou 52 anos da morte de Aquilino ribeiro Ministro da Educação, Nuno Crato, esteve presente na cerimónia de assinalação dos 52 anos da morte de Aquilino Ribeiro em Sernancelhe, no passado dia 27 de maio. Durante as cerimónias, o governante afirmou que, “o governo tem de estar agradecido a Sernancelhe por continuar a dar esta dimensão nacional à vida e obra de Aquilino Ribeiro”.

Feira do Livro comemorada em Mesão Frio A feira do livro decorreu de 20 de maio a 1 de junho, no pavilhão multiusos municipal, em Mesão Frio. Durante cinco dias, foram múltiplas as atividades apresentadas, especialmente à comunidade escolar, com teatro, música, ateliers de pintura e artes plásticas para crianças, literatura e uma feira de emprego. Houve ainda o encontro com o escritor Alexandre Parafita, com a promoção do seu livro «Contos de boas contas» e sessão de autógrafos.

No fim-de-semana de 29, 30 e 31 de maio, Armamar promoveu a gastronomia do município, em que o tradicional cabrito foi o prato de eleição. Assinalaram-se assim os “Fins-de-semana Gastronómicos”, promovidos pela Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal em articulação com o Município de Armamar. A autarquia mobilizou também uma série de entidades para oferecer-se aos visitantes um programa de animação que promova simultaneamente tradições culturais e produtos endógenos.

Universidade Sénior de Vila Nova de Foz Côa organizou ação na área da saúde No dia 4 de Junho, a Universidade Sénior de Vila Nova de Foz Côa, organizou a açãoMass Training, em Suporte Básico de Vida, no âmbito da disciplina de saúde. A atividade destinada aos alunos, professores e funcionários da instituição, teve como principal objetivo ensinar os participantes a agir em casos de emergência médica. A atividade contou com a colaboração da uma equipa do INEM pertencente ao Serviço de Urgência Básica do concelho.

Manhã dentro de água FOTO: DR

Uma manhã dentro de água, foi desta forma que o Gabinete de Desporto do Município de Murça preparou uma atividade para os alunos do 1.º, 2.º e 3.º anos de escolaridade do Centro Escolar de Murça. Esta atividade aconteceu tendo em conta a realização da prova final de matemática do 4.º ano de escolaridade. Muita diversão, saltos e mergulhos marcaram esta atividade na Piscina Municipal aquecida.

Francisco Lopes agraciado com Medalha de Mérito Cultural No mês de maio, o Governo português agraciou Francisco Lopes, presidente da Cãmara Municipal de Lamego, com a Medalha de MéritoCultural “em reconhecimento do inestimável trabalho desenvolvido, da sua dedicação às causas do património e da reabilitação urbana e à salvaguarda dos centros históricos em Portugal, ao longo de mais uma década”. O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, procedeu à entrega deste galardão em Ponte de Lima, no âmbito da Convenção Nacional do Património Histórico-Cultural.

Teatro “Ilha dos Amores – A Descoberta” em Murça Museu do Vinho em São João da Pesqueira distinguido com menção honrosa FOTO: DR

No passado dia 1 de junho, a Câmara Municipal de Murça proporcionou uma animada e bem-disposta sessão de teatro a todas as crianças da pré-escola e do 1º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Murça. A peça de teatro “Ilha dos Amores – A Descoberta”, apresentada pela Companhia de Teatro Bola de Sabão, despertou as gargalhadas das crianças que encheram o Auditório Municipal para assistir a este espetáculo.

A 17ª edição do “Lés- a- Lés” Nos dias 7 e 8 de junho, o concelho de Sabrosa foi o epicentro da maior concentração motorística realizada no território que ligará a terra onde nasceu Fernão de Magalhães à Praia dos Pescadores, no coração de Albufeira. A 17ª edição do “Lés- aLés” “ organizada pela ‘Comissão de Mototurismo da FMP-Federação de Motociclismo de Portugal conta no Prólogo e numa das suas etapas, com a colaboração da Câmara Municipal de Sabrosa e terá a participação de cerca de 1.200 motards.

O Museu do Vinho, em São João da Pesqueira, foi recentemente distinguido pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM) com uma menção honrosa na categoria que distingue o melhor museu português do ano. A Cerimónia de entrega dos prémios, organizada pela Associação Portuguesa de Museologia, decorreu na Sala do Senado da Assembleia da República no dia 29 de maio ,onde esteve presente o Presidente da Câmara Municipal de S. João da Pesqueira, José Tulha para receber o prémio.O prémio Museu Português 2015 foi concedido ao Centro de Ciência do Café, em Campo Maior, distrito de Portalegre.

I Concurso de Vinhos Caseiros de Freixo de Espada à Cinta A Câmara Municipal de Freixo organizou o I Concurso de Vinhos Caseiros. Foram 24 vinhos a concurso, distribuídos por quatro categorias, vinhos rosés, vinhos brancos, vinhos jovens e vinhos com madeira. Foram apreciados por nove jurados durante uma sessão de provas cegas. Os jurados eram na sua maioria Enólogos portugueses, sendo que, dois eram espanhóis. O I Concurso de Vinhos Caseiros de Freixo de Espada à Cinta teve como objetivo premiar os vinhos produzidos no concelho e elaborados exclusivamente com uvas produzidas no território.


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Freixo de Espada à Cinta : Um dia com a Presidente

Maria do Céu Quintas:

“É um cargo que estava na mi Maria do Céu Quintas encontra-se a dirigir a Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta desde 2013, cargo que sempre Texto: Ana Portela Salomé Ferreira

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> Maria do Céu Quintas em reunião com funcionário da autarquia Apesar de nunca ter estado ligada à atividade política, a autarca revelou ao VivaDouro que este era um cargo que estava na sua mente “há muitos anos”. De acordo com a presidente dirigir uma autarquia “é o cargo ideal para quem gosta de servir e trabalhar para os outros”, acrescentando ainda que a “política é a coisa mais nobre que há”, tendo sido esta uma das principais razões para se ter candidatado à presidência da Câmara Municipal de Freixo de Espada à cinta. “Quando entrei na Câmara senti que era algo que já estava habituada”, revelou a presidente ao afirmar que a adaptação ao cargo foi instantânea. De acordo com dados das últimas eleições autárquicas, apenas 23 mulheres foram eleitas para liderar executivos municipais, sendo que no total nacional a percentagem é de 7,46% . Mesmo fazendo parte das

poucas mulheres à frente de uma autarquia a nível nacional, Maria do Céu Quintas não sente qualquer diferença pelo facto de ser mulher. “Acho que temos um pouco mais de bom senso e sensibilidade que os homens não têm”, afirmou a autarca. O dia com a presidente começou com uma breve conversa no seu escritório, seguida de um almoço com alguns membros da Câmara. Para a autarca um dia nunca é igual ao outro, no entanto, existem algumas situações que acabam por se repetir diariamente, nomeadamente as reuniões e o facto de tentar estar sempre disponível para receber as pessoas que a procuram. A tarde iniciou-se com uma pequena reunião entre a presidente e o

engenheiro de candidaturas. De regresso à Câmara Municipal, Maria do Céu Quintas reuniu-se com alguns membros da autarquia. A visita prosseguiu com uma passagem à Feira do Livro, para assistir ao teatro da Escola Básica nº1, “Um Sonho Profético Rei D. Dinis e Santa Isabel”, interpretado pelos alunos do 3º ano de escolaridade.

Em conversa, durante uma visita pela vila, a autarca revelou que um dos seus objetivos é a requalificação da zona histórica de Freixo de Espada à Cinta, de forma a “atrair mais turistas”, afirmou a presidente. Nesse sentido, já foi realizada uma parceria com a Universidade de Trás os Montes e Alto Douro para a preservação da árvore emblemática da vila, o freixo com mais de 500 anos de existência na zona histórica. Nos seus planos está também o Museu da Seda, que já se encontra a ser desenvolvido e que será inaugurado ainda este ano. Outra das vontades de Maria do Céu Quintas é a transformação da vila “quase num museu”, confessou ao VivaDouro.

Quando questionada acerca de quais as principais dificuldades que o concelho enfrenta a autarca revelou que o mais preocupante são as dificuldades a nível de emprego, “o concelho está muito envelhecido, a maior parte dos jovens tem de ir embora porque não há trabalho”, confessou. Maria do Céu Quintas considera que a agricultura é a principal atividade económica do concelho, na opinião da autarca, “as pessoas têm mesmo de ser virar para esta atividade”. “A agricultura é onde está a nossa riqueza, Freixo terá de ser agricultura e turismo”, acrescentou. Para além disso, a presidente pretende que os habitantes de Freixo, nomeadamente os jovens, se revelem mais empreendedores e que aproveitem o novo quadro comunitário para criarem o próprio emprego, “a Câmara no que puder ajudar irá ajudar, mesmo a nível técnico para as candidaturas”, afirmou. “Tenho intenção também de transformar o edifício onde está a GNR num ninho de empresas. As pessoas têm dificuldades em encontrar um local para abrir um negócio, porque as rendas são muito caras. O objetivo é criar um espaço onde as pessoas se possam estabelecer e dar essa oportunidade”, explicou a presidente.


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Freixo de Espada à Cinta : Um dia com a Presidente

inha mente há muitos anos” aspirou desempenhar. O VivaDouro acompanhou a autarca em mais uma rúbrica “Um dia com a Presidente”.

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a vida dos freixenistas mudasse para melhor. Gostaria mesmo muito que os jovens de Freixo começassem a ser empreendedores e que trabalhassem por isso, podem contar com a nossa ajuda naquilo que for preciso. Mas isso era essencial, nós temos uma riqueza muito grande no nosso concelho e as pessoas ainda não perceberam muito bem o que nós temos”, concluiu.n

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> Teatro “ Um sonho profético rei D.Dinis e Santa Isabel “, dos alunos do 3.ºano da Escola Básica n.º1 Em conversa, a presidente confessou ao VivaDouro que o balanço deste ano e meio de mandato é positivo, “não podemos gastar dinheiro ou fazer grandes obras, isso está fora de questão,

mas temos que ir tentando fazer alguma coisa e com o pessoal do município já mexemos em algumas coisas”, declarou. Maria do Céu Quintas confessou ainda que tem como intenção

voltar a candidatar-se a presidente do município nas próximas eleições autárquicas em 2017. Para concluir, a presidente deixou uma mensagem à população: “Eu queria muito que FOTO: SF

> O freixo com mais de 500 anos de existência


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Vila Real

Ciência, Vinho & Território em debate no novo Parque de Ciência e Tecnologia em Vila Real Cerca de 300 pessoas participaram, no passado dia 29 de maio, na conferência “Ciência, Vinho & Território”, realizada no novo Parque de Ciência e Tecnologia – Regia Douro Park, em Vila Real. O encontro foi organizado pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), com o apoio da CCDRN e da Câmara Municipal de Vila Real. FOTO: SF

> Parque de Ciência e Tecnologia em Vila Real “Escola de Campeões” foi assim que José da Silva Peneda, presidente do Concelho Geral da UTAD, denominou a

nova geração de enólogos formados na instituição. Durante a sua intervenção na sessão de abertura da conferência, José

da Silva Peneda, revelou ainda o nome dos primeiros mentores, que irão dar apoio aos estudantes finalistas do curso de enologia da universidade. Francisco Olazabal, da Quinta de Vale Meão, Luís Coelho da empresa Prats e Syminton e João Pedro Ramalho, da Symninton Family Estates serão os primeiros a abraçar o desafio. Desta forma, os estudantes vão ter a oportunidade de aprender com os enólogos que estão na origem dos três vinhos que se encontram entre os primeiros lugares da Lista de 2014 da revista Wine Spectator. O encontro teve ain-

da como objetivo reunir agentes políticos, empresários e empreendedores com o intuito de debaterem questões relacionadas com os desafios da fileira vitivinícola, a viticultura sustentável e a biodiversidade, bem como o trinómio Vinho-Gastronomia-Turismo: um projeto “mobilizador de âmbito internacional”, de acordo com António Fontainhas Fernandes, Reitor da UTAD. Após um investimento de nove milhões de euros, o Regia-Douro Park encontra-se pronto a receber iniciativa empresarial, investigação, desenvolvimento e tecnologia, condições que na

opinião de Rui Santos, presidente da Câmara Municipal de Vila Real, são “essenciais para o futuro da Região”, afirmou o autarca na abertura do evento. “Gostava que estivéssemos a assistir ao nascimento de uma nova indústria na região. Uma indústria que vai exigir muito trabalho e incorporação de conhecimento”, confessou o presidente da CCDRN (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Norte) na conferência. No âmbito da iniciativa foi ainda anunciada a criação de uma Carta de Vinhos criada por enólogos formados na UTAD.n


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Vila Real

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Financiamento coletivo ajuda a salvar tasca centenária em Vila Real

Campanha de crowdfunding levada a cabo por grupo de estudantes ajuda a reabrir tasca “Baca Belha”, aberta desde 1900 numa das mais antigas zonas de Vila Real. A campanha que finalizou a 17 de maio ultrapassou o objetivo inicial de angariar 2500 euros. Texto: Salomé Ferreira

Foi em novembro do ano passado que Alberto Nóbrega, proprietário da Baca Belha, se viu obrigado a encerrar o estabelecimento que já se encontra na família há 115 anos devido a uma inspeção da ASAE. “Era preciso fazer algumas recuperações, essencialmente pinturas e acabamentos, mas sozinho não ia conseguir arranjar o dinheiro”, explicou ao VivaDouro. “É como se fosse da nossa família e ver uma pessoa tão ligada a nós a perder assim o seu sustento e o sítio que conheceu durante toda a vida é muito triste e não podíamos deixar passar”, conta Vanessa Guerra, uma das estudantes envolvidas na iniciativa. Depois de já terem realizado iniciativas como a distribuição de mealheiros em pontos estratégicos da cidade e um concerto de tunas no Club de Vila Real, o passo seguinte foi a realização de uma campanha de crowdfunding, método de financiamento que permite a qualquer cidadão propor uma ideia numa das vá-

rias plataformas existentes, com o objetivo de obter apoio financeiro de terceiros. “Eu estava a estudar na altura quando me lembrei desta ideia, porque já tinha acompanhado bastantes campanhas, não por estes motivos”, explicou Francisco Fernandes, um dos impulsionadores da campanha. Depois da ideia concebida, o passo seguinte foi a escolha da plataforma para realizar a campanha. Acerca disto, Francisco Fernandes explica que nunca esteve em cima da mesa a hipótese de escolher uma plataforma de crowdfunding nacional, “se aquilo chegasse a todos os cantos do mundo ia ser muito melhor para nós do que estar só a chegar a Portugal”, declarou ao VivaDouro. A campanha iniciada em abril acabou por chegar perto do valor inicialmente pedido mais rápido do que os jovens estavam à espera. “Passámos os dois mil euros muito rapidamente e nessa altura a divulgação agressiva da campanha parou, porque senão

íamos ultrapassar o valor muito rapidamente”, confessou o estudante, acrescentando ainda que seria “fácil chegar aos cinco mil euros mas não fazia sentido porque era dinheiro que não era necessário e a campanha não podia ser encerrada antes do tempo”. Apesar de nunca ter duvidado que iriam conseguir atingir os objetivos iniciais, Vanessa Guerra confessa que não estava à “espera de tanta adesão da parte de tanta gente, até de pessoas de fora, mas o facto de termos escolhido uma campanha internacional também ajudou”, declarou a estudante. No total 204 pessoas contribuíram para a iniciativa, sendo que os donativos provenientes do estrangeiro tiveram uma percentagem superior a 50%. Foram mais de 20 os países estrangeiros que se sensibilizaram com a causa do “Sr. Alberto”, entre eles o Qatar, Brasil, França, Suíça, Inglaterra e os Estados Unidos. Com a iniciativa dos mealheiros e do concerto solidário

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> Alberto Nóbrega, proprietário da taberna com mais de 100 anos de existência, Baca Belha

o grupo conseguiu amealhar cerca de 300 euros. Já no que diz respeito à campanha de crowdfunding, o financiamento acabou por ser de 104%, tendo sido angariados 2601 euros. Ao valor totalizado serão ainda deduzidas taxas, sendo que no final o valor vai ser traduzido em cerca de 2400 euros. De acordo com Francisco Fernandes, os donativos vão servir “principalmente para garantir alguma estabilidade e para isso é preciso pagar todas as dívidas como a água e a luz, para poder ter um começo real porque se temos um começo com dívidas não serve de nada”, acrescentando ainda, “cabe-nos a nós fazer com que a vida dele fique um bocadinho mais incrível de alguma maneira”. Depois de terem sido feitas algumas obras, nomeadamente renovação do chão e do teto, nova pintura e alguns acabamentos, a taberna “Baca Belha” já recebeu uma nova inspeção no mês passado que lhe concedeu luz verde para reabrir, no entanto só depois de todas as dívidas estarem pagas e toda a situação

regularizada é que o “Sr. Alberto” poderá abrir portas novamente. Para Vanessa Guerra o sentimento que fica depois de todo o processo é de realização ,“sinceramente para mim não há maior realização pessoal possível do que fazer bem aos outros”, explicou ao VivaDouro. Na opinião de Francisco Fernandes toda esta caminhada foi “muito gratificante”, sublinha no entanto que se vai “sentir mesmo bem quando estiver tudo concluído, agora ainda tenho um peso de responsabilidade grande e quando estiver tudo totalmente resolvido vou ficar muito contente”, revelou o estudante.n

> Dados respetivos à campanha de crowdfunding


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Vila Real

Sétima edição do Piquenique da Família No dia 31 de maio, o Parque Corgo, em Vila Real, recebeu milhares de pessoas na sétima edição do Piquenique da Família. Texto: Salomé Ferreira

ciativa serve também para “explicar às famílias que podemos passar mais tempo com as nossas crianças”, declarou ao VivaDouro, acrescentando ainda que este é um evento,“emblemático, um exemplo que representa o Norte”. Com o passar dos anos, a iniciativa passou a ser um dos eventos mais esperados da região, no entanto, uma das suas principais características, promover um ponto de encontro entre amigos e famílias, mantêm-se até agora. Justino Silva conta que o piquenique acaba por ser uma tradição que passa de geração em geração, “neste momento temos pessoas com 22 anos que já são pais, que tinham 15 anos quando vieram para este encontro e que agora trazem com eles as crianças e vai chegar a um ponto em que as crianças vão trazer os filhos”.

> Inês Oliveira com a família ticipante, ao mesmo tempo que explicou que todos os anos acaba por reencontrar as amizades que fez nos anos anteriores. Para além das várias atividades, a feira contou ainda com a participação de várias empresas

da região, “utilizamos também o evento para dar oportunidade às empresas de exporem os seus produtos com objetivo de fazerem algum negócio”, explicou Justino Silva.n

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À medida que o tempo passava a paisagem ia-se modificando, as famílias iam chegando e os espaços verdes começavam a ficar preenchidos, dando lugar às toalhas de piquenique e às respetivas lancheiras. A ideia surgiu há sete anos, através de um grupo de pais da escola Monsenhor Jerónimo do Amaral, com o objetivo principal de promover o convívio entre as famílias. “De dia para dia as vidas das famílias vão-se alterando, as pessoas passam cada vez menos tempo com as crianças e o resultado é que vamos chegar a um ponto em que os encarregados de educação das crianças vão ser as redes sociais, os jogos virtuais e a internet”, afirmou Justino Silva, mentor do evento. Desta forma, o membro da organização considera que a ini-

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> Famílias a desfrutar do piquenique

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As atividades eram variadas, desde o Air Bungee, escalada e rappel, para os mais aventureiros, até ao escorrega natural, promovido pelos Bombeiros da Cruz Branca de Vila Real, passando ainda por outras atividades tais como os insufláveis e os passeios a cavalo e de barco. A PSP, a GNR, a Proteção Civil, os bombeiros de Vila Real e o Regimento de Infantaria 13 contribuíram também com várias demonstrações práticas. Justino Silva considera que o número de pessoas a participar no evento tem aumentado de ano para ano, na opinião do membro da organização, “o piquenique é um marco, não de Vila Real, mas também de Trás-os-Montes”, afirmou ao VivaDouro. De acordo com Justino Silva, há pessoas que vêm de outros pontos do país de propósito para participarem na iniciativa, existem ainda aqueles “que foram para as grandes cidades há procura de melhores condições de vida e neste dia sabendo que é o piquenique voltam à sua terra”, explicou. Para além dos novos participantes, também há aquelas famílias que já têm como tradição ir ao piquenique. É o caso de Afonso Correia que participa pelo terceiro ano consecutivo na iniciativa, “desde que voltei a viver em Vila Real venho todos os anos”, contou ao VivaDouro. Na sua opinião, tendo em conta, “a sociedade em que vivemos, cada vez mais individualista é bom haver estes eventos para haver confraternização entre as pessoas”, afirmou. Também para Alcina Queirós, acompanhada dos seus dois filhos e marido, este é o 4.º ano que participa e considera que, “o convívio é sempre bom, aliado também à comemoração do dia da criança”. Na opinião de Inês oliveira, 12 anos, “o mais importante é fazer amigos”, contou a jovem par-

> Alcina Queiróz com o filho no piquenique


VIVADOURO JUNHO 2015 11

Peso da Régua

Rui Teixeira e Anália Rosa vencem décima edição da Meia Maratona do Douro Vinhateiro Mais de 13 mil pessoas provenientes de 32 países participaram, no mês de maio, na décima edição da Meia Maratona do Alto Douro Vinhateiro. Rui Teixeira foi o vencedor nos homens. Nas mulheres foi Anália Rosa que conquistou o pódio. Texto: Ana Portela Salomé Ferreira

FOTO: AP

> Nuno Gonçalves presidente da Câmara Municipal do Peso da Régua

dial como paisagem de fundo. Quarenta e oito minutos e 33 segundos foi esta a combinação da vitória para Alexandrino Silva, o vencedor em cadeira de rodas. O atleta do Maia, Rui Teixeira acabou por ser o vencedor dos homens da décima edição da Meia Maratona do Alto Douro Vinhateiro, com 1h05 minutos e 20 segundos. “Acho que ninguém tem dúvidas que é a mais bela corrida do mundo, venci a primeira edição, venci agora a décima se calhar não vou vencer daqui a dez anos, mas o futuro o dirá”, declarou o atleta à chegada. Aproximadamente dez minutos depois chegou a primeira mulher a cortar a meta da meia maratona, Anália Rosa, com um tempo de 1h15minutos e 32 segundos. Para a atleta do sporting, “os 21 km são sempre do mais agradável que há e como diz o slogan, é a corrida mais bela do mundo no nosso

> Dulce Félix e Sara Moreira participaram na prova em ritmo de treino FOTO: SF

Foi numa manhã de muito calor que os milhares de participantes da mini e da meia maratona partiram da Barragem de Bagaúste na Régua, com destino à “mais bela corrida do mundo” com o Douro Património Mun-

FOTO: AP

FOTO: SF

> Rui Teixeira, vencedor masculino da meia maratona

país que é fantástico, a organização está de parabéns, correu tudo lindamente e naturalmente estou muito satisfeita, ganhar é sempre um privilégio”, declarou a vencedora do pódio feminino. Na meia maratona participaram tambem Dulce Félix e Sara Moreira, que realizaram a prova em ritmo de treino. Em paralelo com a mini e a meia maratona realizou-se ainda uma caminhada no percurso. Rosa Ribeiro, uma das participantes, já tinha realizado várias caminhadas de percursos mais curtos, “gostei muito, achei muito interessante, convivi com muita gente e a paisagem é magnífica”, contou ao VivaDouro. Paulo Costa, diretor da Meia Maratona do alto Douro Vinhateiro, fez um balanço positivo da décima edição da iniciativa, “ posso dizer que o balanço é muito positivo, é um sonho concretizado, se me perguntasse há dez anos eu sonhava com isto diria que sim”, confessou. O presidente do município do Peso da Régua, Nuno Gonçalves, partilha da mesma opinião, “é um balanço muito positivo, que traz uma projeção ao Douro, o Douro está em festa, o Douro é grande e hoje mostrou mais uma vez essa grandeza”, afirmou ao VivaDouro. Depois de este ano ter sido alcançado o recorde em número de participantes, Paulo Costa acredita que na próxima edição as expectativas “podem ser superadas”. Por sua vez, Nuno Gonçalves, acredita que “para o ano será melhor, será maior, trará mais gente e cada vez mais o Douro irá afirmar-se”, declarou.n

> Paulo Costa, director do evento com a vencedora feminina Anália Rosa


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Entrevista com José Eduardo Ferreira

José Eduardo Ferreira: “Ou acabamos com tarde demais”

Presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira desde 2013, José Eduardo Ferreira, abraçou desde essa altura o desafio de fazer d Texto: Salomé Ferreira

FOTO: DR

> Fachada da Câmara Municipal de Moimenta da Beira Porque é que se candidatou a presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira? Porque acho que nós somos os primeiros responsáveis pelas nossas vidas, a vida coletiva depende do que nós próprios fizermos. Não tenho disponibilidade para esperar que pessoas ou entidades façam o que nos compete fazer a nós, portanto, isso obriga-me a estar disponível e com vontade de dar um contributo para desenvolver a sociedade a que pertenço. Fazer deste espaço territorial um espaço mais capaz, mais competitivo, mais solidário e mais coeso. Essas são as grandes razões para eu ter pedido às pessoas que me deixassem exercer esta função durante algum tempo.

nos obrigam a criar, às vezes até de forma engenhosa, condições para ultrapassarmos essas mesmas dificuldades. No entanto, as minhas dificuldades não são maiores do que as das pessoas lá fora, são até menores, portanto não tenho dificuldades de que me queixe.

Até ao momento quais foram as principais dificuldades que encontrou no exercício do seu cargo? As dificuldades são as normais de uma função exigente. Precisamos todos os dias de dar um conjunto de respostas para as quais não temos sempre os meios adequados. Mas ao mesmo tempo são desafios bons que

Mas considera que o que deseja cumprir até ao final do mandato é realizável nestes dois anos ou precisa de mais tempo para realizar o que prometeu? Eu tenho a certeza que quando chegar ao fim deste mandato chegarei tranquilo, com a noção de ter feito o melhor que podia durante este período de tempo,

Quanto ao seu futuro politico, está sobre a mesa a hipótese de se voltar a candidatar nas eleições autárquicas de 2017? Isso é o menos importante. Na minha opinião, o que menos importa às pessoas que me elegeram é o meu futuro político e a mim próprio o que me importa é desempenhar bem esta função. O futuro não é muito importante nesse aspeto.

portanto estarei tranquilo. Eu não comecei nada nem terminarei nada, nada começou comigo nem nada acabará comigo. O que não prescindo é de fazer todos os dias o melhor que posso, com a noção que depois de mim haverá muitas coisas para fazer e haverá muitas pessoas capazes de o fazerem. Em relação ao município, quais são os principais problemas que Moimenta da Beira enfrenta neste momento? As principais dificuldades têm a ver com a nossa situação de interioridade, com o envelhecimento da população, com o facto de a região ter dificuldade em manter as pessoas e em fazer crescer o número de habitantes que aqui vivem. As ações que desenvolvemos todos os dias, sem nenhuma exceção, têm como objetivo manter aqui as pessoas e reforçar as condições da nossa competitividade. Também depende da autarquia alertar o governo da Repú-

blica para a necessidade de deixar ficar na região uma parte dos proveitos que aqui são gerados. Não é justo que continuemos a canalizar todos, ou quase todos, os recursos que aqui são gerados para outros espaços territoriais, isso retira-nos competitividade, desfaz a coesão territorial e impede-nos de estarmos onde queremos estar, numa região mais próspera, mais desenvolvida e mais solidária. Com a crise financeira que se viveu nos últimos anos as condições de vida da população têm-se agravado cada vez mais. Em termos de apoios sociais, como é que a Câmara ajuda os cidadãos mais necessitados? Eu não tenho a noção que a Câmara seja responsável por tudo e tenha que fazer tudo, bem pelo contrário, acho que as nossas instituições têm vida própria, têm meios próprios e têm um desempenho que é notável. Julgo que é fruto desta conjugação de es-

forços que é possível durante estes últimos anos, que terão sido dos piores anos das últimas décadas, manter alguma coesão social e muita paz social. O futuro dirá que todos juntos conseguimos fazer destes anos difíceis, anos um pouco menos difíceis, conseguimos criar em conjunto uma almofada para os desprotegidos. Conseguimos olhar para o futuro com alguma esperança e isso é um trabalho notável das instituições, a Câmara é apenas um parceiro. Quais as áreas de investimento que recomenda em Moimenta da Beira? Nós temos um conjunto de empresas que trabalham muito bem e que fazem com que a economia de Moimenta da Beira cresça e se desenvolva. Estamos a falar de empresas na área das maçãs, dos granitos, do vinho, temos um conjunto de empresas que têm uma atividade notável.


VIVADOURO JUNHO 2015 13

Entrevista com José Eduardo Ferreira

m essa desigualdade agora ou pode ser

do concelho um espaço territorial “mais capaz, mais competitivo, mais solidário e mais coeso”.

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de chegar aos mercados com uma diferenciação que pode fazer com que a nossa região se desenvolva. O setor agrícola é um dos motores económicos do concelho e da região. Tem notado um maior investimento da parte dos jovens nesta área aqui no concelho? Moimenta da Beira tem sentido um rejuvenescimento dos agricultores? Sim, nós temos uma idade média de trabalhadores e empresários cada vez mais baixa e isso é um sinal de grande esperança. Não tenho nenhuma dúvida em afirmar que os jovens estão cada vez mais dedicados, não apenas à agricultura mas a toda a fileira. Durante muito tempo associámos agricultura a andar com uma enxada na mão, no entanto, hoje a agricultura não é isso, atualmente temos técnicos altamente especializados. A nossa agricultura só tem condições de continuar a progredir se se especializar não apenas nos produtos mas também nas pessoas. Portanto, os jovens, nomeadamente os que detêm uma formação, são cada vez mais necessários e estão cada vez mais dedicados a estas atividades. Considera que o novo Programa Comunitário Portugal

Na sua visita ao município o Presidente da República defendeu que devia haver uma descentralização do país em matéria de educação. Qual é a sua perspetiva em relação a este assunto enquanto líder de uma autarquia? Eu não sou um particular defensor da descentralização de competências na educação. No meu ponto de vista as competências não podem ser delegadas uma a uma, município a município. Isso não faz sentido absolutamente nenhum. Há áreas centrais em que os municípios e os cidadãos do país têm de ser todos iguais e a educação é uma delas. Eu tenho muito receio que a municipalização apressada da educação possa vir a fazer no ensino o que está feito noutras áreas de atividade, que é haver municípios de primeira e municípios de segunda, uns mais ricos e outros mais pobres. Os municípios mais ricos conseguirem criar mais condições de ensino e de aprendizagem para

os seus alunos do que os municípios mais pobres e isso podia significar mais uma discriminação dos municípios mais pobres, ondes vivem munícipes mais carenciados. No que diz respeito ao turismo, que medidas têm sido feitas para dinamizar esta atividade? No turismo temos que olhar para a atividade do ponto de vista global e da região, não faz nenhum sentido cada um dos municípios achar que vai fazer turismo por si próprio, isso não existe, é uma ilusão. Ainda que cada município faça muito bem o que lhe compete fazer sozinho se não se conseguir agrupar nunca terá uma rede que o permita ter turistas. Precisamos de criar uma rede com os municípios vizinhos e até com os mais longínquos para criarmos atratividade e organizarmos uma oferta. Enquanto cada um olhar mais para o seu próprio território em vez de para a região teremos sempre muitas dificuldades. É o presidente do concelho desde 2009, que balanço faz até agora destes anos de liderança? O balanço tem que ser sempre feito pelos outros, nós não somos bons juízes em causa própria. Garanto-lhe apenas que todos

os dias, sem nenhuma exceção, dou o meu melhor nesta função.

Neste momento encontra-se de consciência tranquila em relação aquilo que prometeu às pessoas e cumpriu até agora? Julgo que não houve promessas especiais. Talvez a maior promessa tenha sido a de me empenhar de uma forma constante e determinada e isso seguramente cumpri. São muitas mais as coisas que fiz que não prometi do que aquelas que prometi e não fiz. Quais são as principais prioridades a realizar até ao fim do mandato? Reforçar a capacidade de desenvolvimento económico do concelho. Para finalizar, quer deixar uma mensagem para a população? Apenas que conto muito com todos para continuarmos a fazer o caminho que temos feito de desenvolvimento, de solidariedade e de tratar uns dos outros. A minha mensagem é que cada um trate o melhor possível daqueles que estiverem mais próximos e que precisarem.n FOTO: DR

Algumas delas ao melhor nível do que se faz no país e estou convencido que essas empresas vão continuar a desempenhar bem o seu papel. Também nesta área compete ao município criar as condições e acompanhar as empresas. Estamos a fazer investimentos naquilo a que chamamos o reforço do tecido empresarial de Moimenta da Beira que pretende proporcionar condições para que as atividades empresariais se possam desenvolver ainda mais, mas há um futuro muito grande. O que ainda falta fazer para dinamizar a economia do concelho? Quais são os setores em que a autarquia pretende apostar? Na minha opinião nós temos que apostar mais naquilo em que somos mais competitivos. A agricultura constitui cada vez mais uma fileira onde os serviços e a indústria têm também um lugar muito importante. Penso que nos podemos desenvolver em volta das nossas principais atividades, isso significa apostar numa cultura de fileira, podermos fazer bem tudo o que diz respeito à cultura da maçã, aos granitos, aos vinhos e espumantes. É um conjunto de atividades em que por já sermos melhores, somos mais competitivos e somos capazes

2020 pode ser um instrumento que pode contribuir para a redução dos desequilíbrios entre o interior e o litoral? O novo ciclo de apoios comunitários tem que contribuir principalmente para isso, se não for capaz de contribuir, no fim deste período vai haver várias regiões no nosso país que vão ficar naquilo a que eu chamo de uma situação de não retorno. Eu não admito que isso aconteça e por isso estou muito esperançado em que o ciclo de aplicação de fundos sirva para a coesão territorial. Mais do que esperançado estou muito determinado a lutar por isso, espero que estejamos todos na região. Em todos os ciclos anteriores o país cresceu, crescemos todos mas tornámo-nos mais desiguais e há regiões do país que já não aguentam essa desigualdade, ou acabamos com essa desigualdade agora ou pode ser tarde demais.

> Visita do Presidente da República à vila de Moimenta da Beira


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São João da Pesqueira

Aldeia dos Pereiros viu o seu sonho concretizado

A aldeia dos Pereiros, São João da Pesqueira, viu o seu sonho concretizado através de um cruzeiro no rio Douro, no mês de maio, no âmbito do projeto “Aldeia dos Sonhos”, lançado pela fundação Inatel. Texto: Ana Portela Salomé Ferreira FOTO: SF

> Habitantes da aldeia de Pereiros que participaram no cruzeiro Alberto Silva Fernandes, presidente da associação, “as freguesias estavam pouco dinamizadas e a associação assumiu a candidatura da aldeia dos Pereiros”, foi assim que surgiu a oportunidade de realizar o passeio de barco. “Pareceu-me um projeto bastante agradável”, confessou Alberto Silva Fernandes, ao mesmo tempo que explicou que “as pessoas estão numa aldeia que fica a poucos quilómetros do rio Douro mas a maior parte delas nunca passeou no rio Douro”. José Fontão Tulha, presiden-

te da Câmara Municipal de São João da Pesqueira, considera que este passeio funcionou como uma forma de reconhecimento para o território, “veio dignificar a própria aldeia, para as pessoas perceberem que no interior também existem coisas que valem a pena visitar”, afirmou o autarca. Apesar de para cerca de 90% dos participantes esta ter sido a primeira vez que andaram de barco no rio, nem todos se estrearam nesta aventura. Preciosa Frederico, a mais velha entre os habitantes que participaram FOTO: AP

O dia começou cedo na aldeia dos Pereiros. O relógio marcava as sete horas da manhã e a agitação pouco comum que se ouvia na rua fazia notar que algo de diferente se passava. Eram várias as emoções sentidas, desde a alegria até à ansiedade, mas a palavra de ordem era sonho. Apesar de estarem habituados a olhar para o rio a partir das margens, a maior parte dos habitantes da aldeia ainda não tinha tido oportunidade de navegar nele. Depois de terem descido da Aldeia dos Pereiros até ao Peso da Régua, onde embarcaram, as cerca de 50 pessoas começaram a concretização do sonho. Apesar do entusiasmo, o nervosismo nem sempre se conseguia esconder, “eu estava com muito medo, mas está a ser melhor do que eu pensava”, revelou Maria Antónia, habitante da aldeia. A candidatura realizada pela Associação dos Amigos de Pereiros ao projeto “Aldeia dos Sonhos”, destinado a aldeias com menos de 100 habitantes concedeu à aldeia do concelho de São João da Pesqueira um dos três lugares entre as 65 candidaturas apresentadas a nível nacional. De acordo com

na iniciativa, já tinha realizado a travessia inúmeras vezes. No entanto, considera “a viagem sempre linda”, “nunca nos cansamos de ver porque a paisagem é maravilhosa”, acrescentou. “É mais bonito na primavera e no outono, com as cores como se fosse um pintor que andou por aqui a pintar uma tela, é um encanto o nosso Douro”, descreveu Preciosa Frederico. Também Ludovino Fernandes já tem experiência neste tipo de passeios, mesmo assim confessa que “é sempre engraçado e atrativo o passeio pelo rio Douro. “Passando pelas estradas não temos a mesma sensação e a mesma visão da paisagem que surge de um lado e de outro, por isso é sempre agradável”, explicou. Maria Alice Fernandes, membro da Associação dos Amigos de Pereiros, salienta a importância do projeto, sublinhando o facto de que “muitas pessoas não teriam oportunidade de fazer esta viagem noutras circunstâncias”. Preciosa Frederico contou ao VivaDouro que o passeio é importante para as pessoas “porque é um dia que saem de casa, é um dia feliz e de convívio”. Manuel João, padre da freguesia, partilha da mesma opinião, “é uma maneira de juntar as pessoas, e sobretudo de valorizar a própria terra e a amizade uns com os outros”, explicou. “Navegar estas águas é acima de tudo criar uma identidade, eu acho que acima de tudo nós somos Douro, vivemos Douro”, concluiu Manuel João. O cruzeiro no rio Douro iniciou-se no Peso da Régua, tendo passado pela Barragem da Régua, da Valeira e do Pocinho, local onde terminou.n

Testemunhos de um sonho

“Vivi quatro anos em Estarreja mas de resto vivi sempre em Pereiros, é lá que me sinto bem, é o meu paraíso” Maria Alice Fernandes

“É sempre atrativo o passeio pelo rio Douro de barco, passando pelas estradas não temos a mesma sensação e a mesma visão da paisagem que surge de um lado e de outro, por isso é que é sempre agradável” Ludovino Fernandes



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Reportagem VivaDouro

Andreia Gonçalves é a primeira m

Até há bem pouco tempo, Cecilia Barreyro, natural da Argentina, era a única mulher em Portugal com formação em obras com acesso por cor atividade. Texto: Ana Portela Salomé Ferreira

FOTO: AP

> A equipa Wind Spiders: Paulo Pimentel, Daniel Machado, Andreia Gonçalves e João Correia entrou nesta aventura, “já conhecia a empresa e depois foi mesmo por brincadeira que fiz o teste, porque há outra funcionária que também é mulher e eu pensei se ela é capaz eu também sou”, contou ao VivaDouro.

Com formação na área do ensino, Andreia Gonçalves, revela que nunca tinha tido paixão por desportos radicais. No entanto, visto que se encontra desempregada, decidiu fazer esta formação, que concluiu há cerca de um mês. De acordo com Daniel Machado, dono da empresa, “a formação normalmente consiste em três dias, depois fazem o estágio em obra”, explicou, acrescentando ainda que “são três etapas diferentes, no primeiro módulo têm que aprender o funcionamento dos mecanismos, como fazer ancoragens e o nome dos aparelhos. No módulo dois já é trabalhar na corda e por último o módulo três é de segurança, fazem resgates e situações nesse âmbito”. Relativamente ao processo de aprendizagem, Andreia Gonçalves confessa que “não é difícil porque sentimo-nos seguros, depois de percebermos como é feito todo o processo das cordas percebemos que não há perigo”, afirmou. Segundo Daniel Ma-

normalmente não está associado às mulheres, se nos ensinarem nós também fazemos, somos desenrascadas muito mais do que eles” (risos), confessou Andreia Gonçalves. Daniel Machado confessa que nota bastantes diferenças entre o trabalho de uma mulher e de um homem, tendo-se baseado na sua única funcionária mulher, Cecilia Barreyro, o empresário considera que ela é: “muito mais metódica, muito mais cuidadosa, deixa os trabalhos mais perfeitinhos e poderia apenas dizer que não tem tanta força como um homem, mas não é o caso porque é uma pessoa ligada a desportos e com bastante força”, afirmou ao VivaDouro. FOTO: SF

Os andaimes dão lugar a cordas e realizam o trabalho de reabilitação urbana de uma forma mais rápida, com menos risco e menos gastos. A Wind Spiders é a única empresa de Trás-os-Montes a trabalhar neste setor de atividade, tendo sido nesta empresa que Andreia Marisa realizou a sua formação. Foi por curiosidade que a professora

chado, apesar de ser ele quem toma a decisão de quem está apto para continuar na empresa após a formação, geralmente quem vai “para a formação quer fazer carreira disto”, revelou. Atualmente a empresa forma cerca de cinco pessoas por mês, no entanto, o empresário revela que “é impossível” ficar com todos. A professora considera que “cada vez há menos divisão entre trabalhos de homens e trabalhos de mulher, no entanto há trabalhos que por uma questão física se calhar não conseguimos fazer. Mas para este trabalho não é preciso muita força”, afirmou. Este tipo de atividade “é trabalho de homem porque

> Andreia Gonçalves na sua primeira demonstração pública em Vila Real


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Reportagem VivaDouro

mulher-aranha portuguesa

rdas. Recentemente, Andreia Gonçalves concluiu a sua formação nesta área, o que faz dela a primeira mulher portuguesa com formação nesta

FOTO: AP

O fundador da Wind Spiders pretende continuar a contratar e formar mais mulheres nesta área, “esta rapariga viu no jornal, veio e tomara que venham mais, acho muito importante”, revelou Daniel Machado. Andreia Gonçalves confessa que nunca pensou muito no facto de ser a primeira mulher do país a aprender esta atividade, “eu sou da área da informática e normalmente trabalho com homens, é uma área mais de homens sempre fui habituada a trabalhar assim”, afirmou. “Agora o que sinto é que no geral as pessoas olham para nós

como se a mulher não fosse capaz. Penso que nós temos de trabalhar e mostrar muito mais daquilo que somos capazes do que os homens por sermos mulheres”, confessou a professora de informática. Apesar de querer continuar na área do ensino, Andreia Gonçalves não põe totalmente de lado a hipótese de fazer isto como atividade profissional. Desta forma, espera “conseguir conciliar tudo e ir fazendo alguns trabalhos esporádicos na área”, declarou ao VivaDouro. A “mulher-aranha” portuguesa aconselha mais mulheres a experimentar, “eu acho que

assusta nós olharmos de baixo para cima e pensarmos que não somos capazes, mas é um medo que se experimentarmos vamos perceber que não é tão difícil como parece”, afirmou. Para além disso, toda esta experiência acabou também por funcionar como uma “superação pessoal”, explicou, ao mesmo tempo que revelou que, “também é uma coisa pessoal, percebermos que afinal até somos mais fortes e capazes de fazer coisas que pensávamos que não conseguíamos”, concluiu. Daniel Machado esteve desde cedo ligado ao trabalho com cordas e aventura, tendo acabado por fundar a sua empresa Wind Spiders em fevereiro de 2013. Inicialmente começaram por atuar na indústria eólica e com o tempo acabou por surgir a vertente da reabilitação urbana. O empresário considera que o trabalho por cordas tem várias vantagens em relação ao trabalho com andaimes, “a primeira é o risco que se corre, usar cordas a andaimes ou gruas o risco é muito menor. Depois tem o fator monetário, é muito mais barato, somos muito mais rápidos e conseguimos chegar a sítios que para andaimes ou gruas é complicado”. Apesar de esta não ser ainda uma área muito comum em Portugal, Daniel Machado considera que é uma atividade com perspetivas de crescimento no país, “já começaram a aparecer algumas empresas nesta área, vêm que há sucesso e começam a aparecer. Na parte da reabilitação urbana, claro que vão ter sucesso, porque estamos em época de crise, não se fazem prédios e então tem de se cuidar dos antigos”, afirmou o empresário.n


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Entrevista com José Marques

José Marques: “Estamos prontos e futuro”

José Marques, presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, em entrevista ao VivaDouro, contou como têm sido os últimos dez anos à frente d Texto: Ana Portela

FOTO: AP

> José Marques, presidente da Câmara Municipal de Sabrosa Como decidiu candidatar-se a presidente da Câmara Municipal de Sabrosa? A minha candidatura foi feita em 2005 e foi de alguma maneira uma candidatura inédita à época, por ter sido uma candidatura independente. Não foi uma estratégia de oposição, mas sim um projeto alternativo. A verdade é que ser presidente da Câmara nunca tinha sido um objetivo político, sempre me preocupei que Sabrosa tivesse uma estratégia, um projeto e um conjunto de oportunidades ao serviço das pessoas. Nesse quadro, já tinha tentando desenvolver alguns projetos, muitos deles dentro de um contexto de animação cívica e de mobilização da população, para que fossem criadas melhores condições para que o desenvolvimento do concelho. Sou um sabrosense, tenho Sabrosa no coração e aquilo que eu idealizava para Sabrosa era que fosse uma referência na região. Isso conduziu, com a mobilização de muitas pessoas, que me tivessem sugerido a liderar

esse projeto. Inicialmente não o quis fazer, mas as coisas acabaram por acontecer e funcionar. Com uma candidatura independente em 2005 e um projeto alternativo, temeu que não pudesse vencer? Eu nunca entrei num projeto com a ideia de que pudesse ser derrotado. Eu sabia que a luta iria ser muito renhida mas tinha uma expectativa grande de poder vencer. À medida que fomos desenvolvendo a candidatura começamos a perceber que existia uma forte recetividade das pessoas com o projeto. Qual a maior dificuldade que encontrou quando tomou posse do cargo? As coisas não foram fáceis, tivemos alguns problemas muito sérios e alguns deles tinham a ver com projetos, como por exemplo, o projeto da requalificação da aldeia de Provesende, que estava na comissão de coordenação, era um projeto que já estava apro-

vado contudo os prazos estavam ultrapassados. Tivemos que recuperar esse e outros projetos como a rede viária, recuperar as piscinas municipais cobertas e o parque atualmente denominado “B.B King”, tudo num curto espaço de tempo, tentando negociar e trabalhar para que tudo isto se concretizasse no tempo determinado. Esta corrida contra o tempo e tentarmos definir simultaneamente uma estratégia para o concelho, foram a maior dificuldade. Atualmente a maior luta que enfrentamos é a rede rodoviária das vias do município, com uma grande prioridade na estrada que liga Sabrosa ao Pinhão, que está com problemas estruturais muito grandes. Qual foi a maior conquista de todos estes 10 anos de liderança? A maior conquista foi sem dúvida alguma a variante da estrada nacional 322, que liga Sabrosa à A24, num projeto em que estiveram envolvidas mais de cem pessoas, para que fosse possível

acontecer. Esta variante constitui uma importante porta de entrada pois cria uma ligação de acessibilidade ao concelho muito grande, facilita a vida a toda a gente e cria uma forte proximidade e uma condição de atratividade ao território muito maior. Para que as coisas possam funcionar nesse sentido, é forçoso que um conjunto de outros projetos e dinâmicas de atratividade ao território se possam desenvolver, para que Sabrosa ganhe essa condição de afirmação e por outro lado de competitividade. Foi um processo muito lento e mais lento se torna num contexto de crise, mas foi sem dúvida a maior conquista.

O espaço Miguel Torga, a regeneração do centro histórico e o Centro Escolar são também parte do conjunto de outros projetos que foram uma vitória para o concelho. O que é que Sabrosa pode oferecer a quem os visita? Neste momento, independentemente da questão associada à restauração, temos excelentes enoturismos aqui na zona, alguns dos melhores da região. Temos a Associação Sabrosa Douro XXI, que tem guias turísticos e que pode proporcionar um conjunto de passeios e visitas na zona, temos os trilhos pedestres asso


VIVADOURO JUNHO 2015 19

Entrevista com José Marques

e com energia para enfrentar o

da autarquia, salientando que o que mais desejava para o concelho é que fosse “uma referência na região” .

ciados a Miguel Torga bem como trilhos mais direcionados ao BTT e percursos para ciclismo, podem visitar também o espaço Miguel Torga, o Pólo Arqueológico de Garganta ou a casa Aires Torres. A aldeia vinhateira de Provesende é também um bom ponto de passagem e temos diversos elementos de interesse para além das visitas às quintas de referência internacional. Tenho a certeza absoluta de que se nos procurarem, as pessoas terão aqui uma excelente oportunidade de gostar e apreciar Sabrosa bem como o seu património.

Como é que o concelho de Sabrosa tem enfrentado a crise nacional que o país atravessa? Felizmente, podemos dizer que temos uma Câmara estabilizada, a cumprir com todas as regras que nos foram impostas,

estamos prontos e com energia para enfrentar o futuro. Somos dos concelhos da região que tem os mais baixos impostos bem como as taxas de IMI, nos setores dos serviços temos também dos tarifários mais baixos, isto porque as pessoas já são muito penalizadas pelos impostos nacionais e por isso temos aqui também um incentivo e apoio para a economia local, apesar de nos deixar com uma fraca manobra em matéria de capital para investimento e temos que saber gerir tudo isto com muito rigor. Tentamos criar condições para

parceria política nós consigamos levar as coisas da melhor maneira. Eu sempre tive uma atitude de partilha, disponibilizo toda a informação para criar condições de trabalho em conjunto. É forçoso que assim seja e eu lamento que, às vezes, mais atualmente que no passado, de que haja uma posição muito ligada a questões que não entram em lógicas de substância e de situações de relevância em termos de estratégia e em termos de política. O que ainda deseja realizar antes de termina o mandato? FOTO: AP

Tirando o turismo, que outros setores são predominantes no concelho? O turismo é um setor que se está a desenvolver, apesar de ainda ter muito que caminhar. Para além deste setor, temos também que apostar cada vez mais na agricultura, que é o grande pilar da economia, como o vinho e o azeite. Temos alguns empresários associados ao mel, que apostam aqui na zona, mas há uma necessidade urgente de se diversificar a economia. É nesse sentido que estamos a trabalhar, estamos a tentar articular com a NERVIR (associação empresarial) e com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, para ver se conseguimos, nomeadamente na região de montanha, fora da região demarcada, tirar partido de todo esse potencial associado à agricultura e à produção, por exemplo, de pequenos ruminantes. É um setor onde nós temos uma apetência muito forte e que apesar de ainda existir, necessita urgentemente de ser estimulado e dinamizado porque é um importante recurso. O vinho é o principal setor da região e ao contrário de antiga-

mente em que o vinho do Porto era o setor preponderante e hoje em dia temos excelentes vinhos de mesa e em Sabrosa felizmente, podemos dizer que temos dos melhores vinhos do mundo, temos excelentes referências, excelentes marcas, que estão muito bem colocados no mercado.

contudo não foi um processo naturalmente fácil, porque quando nos alteram as regras a meio do jogo, torna-se tudo mais complicado. Nós trazíamos um conjunto de importantes investimentos, com recurso a fundos comunitários, que têm uma componente obrigatória e com os cortes orçamentais que tivemos, a alteração da lei das finanças locais, a criação da lei dos compromissos, tudo isto nos atrapalhou imenso, mas conseguimos estabilizar e

estimular o subdesenvolvimento e um serviço de qualidade junto das nossas populações, apoiando todas as dinâmicas que possam desenvolver a economia destes territórios de baixa densidade. Como é que lida com a oposição partidária em Sabrosa? Nós somos muito poucos e neste caso, ser oposição é ter ideias, empenho e ter uma atitude construtiva no sentido de criar condições para que em

Há alguns projetos que gostava de ver concluídos, alguns deles a nível da regeneração. Gostava também de ver alguns desses projetos implementados no capítulo económico, nomeadamente para a zona de montanha e sobretudo gostaria de ver bem consolidada toda a estratégia ao nível das infraestruturas culturais que temos no concelho. Termos o espaço Miguel Torga com todos os serviços, culturais, educativos e tu-

rístico devidamente a funcionar é também uma prioridade. A este último objetivo, junta-se São Martinho de Sabrosa e a aldeia de Provesende, formando assim um triângulo muito importante a nível turístico e que tem que estar em força, com uma dinâmica associada, nomeadamente no empreendedorismo local, para que estas localidades possam tirar partido do excelente potencial que têm e para que Sabrosa seja um destino obrigatório no Douro. Outro dos projetos que gostaria ainda de ver concretizado é a afirmação do concelho a nível mundial, na Rede de Cidades de Magalhães (difusão e valorização da primeira volta ao mundo, concretizada por Fernão Magalhães), afirmando-se internacionalmente e tirando partido da dimensão e das oportunidades dessa mesma rede. Que mensagem quer deixar à população? A mensagem é de esperança e agradecimento pela confiança que depositaram em mim. Um agradecimento especial a todas as juntas de freguesia e instituições que colaboraram com a Câmara Municipal. É forçoso que nas situações que são elementares e de proximidade, os presidentes da junta e os representantes das instituições se articulem devidamente com o município, no sentido da resolução dos pequenos problemas que surgem. Todos em conjunto é que fazemos Sabrosa, Sabrosa somos todos nós e portanto só tenho a agradecer por terem acreditado e pela confiança que continuaram a depositar em mim, deixando um sinal de esperança de que Sabrosa se projetará no futuro.n


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Peso da Régua

Vinhos de Peso da Régua premiados em concurso internacional No último fim-de-semana de maio, decorreu no Palácio do Marquês de Pombal, em Oeiras, o Concurso Internacional de Vinhos “La Selezione del Sindaco”. Texto: Ana Portela

Os vinhos do Peso da Régua afirmaram-se mais uma vez na região com o Concurso Internacional de Vinhos “La Selezione del Sindaco”. Na prova, foram atribuídas, uma Medalha de Ouro e três Medalhas de Prata, aos produtores reguenses. O vinho Cabeça de Burro Reserva Tinto - Porto Reccua Vinhos, foi distinguido com a Medalha de Ouro, enquanto os vinhos Encostas do Peso Moscatel e Reccua Douro Tinto, ambos produções Porto Reccua Vinhos

e Cabacinhas de João Joaquim Teixeira Elias - Quimelias, conseguiram a Medalha de Prata. “La Selezione del Sindaco” é um concurso enológico que contempla a participação conjunta do produtor e do município, sendo esta parceria um dos principais fatores que diferencia este concurso de muitos outros. A participação do Município do Peso da Régua registou uma taxa de sucesso de cem por cento, trazendo ao concelho e principalmente à região

Douro o prestígio e a qualidade dos vinhos à muito afirmada no mercado, salientou a autarquia. Nesta prova participaram mais de 1100 vinhos de toda a Europa e Brasil, dos quais 400 foram portugueses. As amostras foram avaliadas por um júri internacional composto por 80 provadores. A Associação de Municípios Portugueses do Vinho, salientou a importante adesão dos municípios e produtores nacionais, bem como a qualidade dos vinhos. Num total

de 301 medalhas atribuídas, 148 premiaram vinhos portugueses. Segundo a Câmara Municipal do Peso da Régua é importante “o reconhecimento da qualidade dos vinhos dos produtores Porto Reccua Vinhos e João Joaquim Teixeira Elias, pois são grandes embaixadores da identidade vitícola que diferencia Peso da Régua e o Douro”, acrescentando ainda que “é uma parceria instituída em torno de uma oportunidade importante para a afirmação exterior dos produtos do concelho”.

A autarquia apoiou desde logo a inscrição destes produtores no Concurso Internacional de Vinhos “La Selezione del Sindaco” e devido aos resultados positivos que o município obteve, decidiu promover o alargamento desta parceria a participações futuras. Segundo o município “o objetivo deste alargamento é que se possa motivar a participação de outros produtores, na certeza de que a mesma trará benefícios positivos às relações comerciais e à promoção de Peso da Régua”.n


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Lamego

“Não contem comigo para semear o desânimo e o pessimismo quanto ao futuro do nosso País”

Lamego foi a cidade escolhida para as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. No habitual discurso que assinala a data, o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, definiu os “quatro grandes objetivos” para o próximo programa do Governo. Texto: Ana Portela Salomé Ferreira FOTO: SF

> Cerimónia Militar comemorativa do Dia de Portugal das finanças e, a titulo póstumo, Mariano Gago, antigo ministro da ciência. A sessão solene começou com o hino nacional, interpretado pela soprano Elisabete Matos, acompanhado pela banda Filarmónica de Magueija. Aníbal Cavaco Silva começou a sua intervenção na sessão solene das comemorações com um discurso otimista em relação ao povo português, “somos um estado soberano e independente porque, mesmo nas alturas mais difíceis em tempos graves de crise, não nos deixámos abater pelo desânimo e pelo pessimismo. Comemoramos o Dia de Portugal porque nunca perdemos a confiança num futuro melhor”, afirmou o chefe de estado. “Da mesma forma que nunca vendi ilusões ou promessas falsas aos portugueses, digo claramente: não contem comigo para semear o desânimo e o pessimismo quanto ao futuro do nosso País. Deixo isso aos profissionais de descrença e aos profetas do miserabilismo”, declarou o Presidente da República. “Independentemente de quem governe”, o chefe de estado acredita que o país pode olhar para o

“futuro coletivo com confiança”. Aníbal Cavaco Silva definiu no seu discurso, aqueles que devem ser os “quatro grandes objetivos” de um próximo Executivo. De acordo com o Presidente da República esses objetivos passam, numa primeira fase, pelo equilíbrio das contas do Estado e a sustentabilidade da dívida pública, em segundo lugar, a estabilidade das contas externas e o controlo do endividamento com o estrangeiro. O terceiro objetivo passa por tornar a economia portuguesa mais

volvimento”, declarou. Em reação ao discurso do chefe de estado, Eduardo Ferro Rodrigues, declarou que considera, “muito estranho que um Presidente da República não tenha feito qualquer referência à maior crise global que houve desde 1929 e que teve consequências gravíssimas para Portugal”, acrescentando ainda: “parece-me que hoje houve uma esponja sob o passado recente”, confessou aos jornalistas à saída das comemorações. Por sua vez, António Filipe, deputado do PCP, criticou o discurso “partidário” do Presidente da República, “foi absolutamente um discurso colado ao da maioria governamental e um discurso praticamente de intervenção na campanha eleitoral que se aproxima”, afirmou em declaração aos jornalistas à saída da sessão solene do Dia de Portugal. “Foi um discurso que mostrou um reconhecimento justo, se não mesmo uma gratidão muito justificada ao povo português, às famílias portuguesas e às empresas portuguesas, pela capacidade, pela tenacidade que denotaram ao longo dos últimos anos”, afirmou o líder Parlamentar do PSD Luís Montenegro.n

FOTO: SF

No dia 10 de junho todos os caminhos foram dar a Lamego. As comemorações desta data centenária iniciaram-se pela manhã, com a cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal. De acordo com Aníbal Cavaco Silva, “as Forças Armadas foram objeto de sucessivas reformas, sendo a área do Estado que mais se transformou nos últimos quarenta anos”, declarou o presidente no discurso das cerimónias militares. Referindo-se ao fim do serviço militar obrigatório, a introdução do serviço militar feminino e a reestruturação dos efetivos e do dispositivo territorial. Após o discurso do chefe de estado, os diferentes ramos das Forças Armadas e as instituições escolares militares desfilaram pelo largo da feira de Lamego. Houve ainda sobrevoo de várias aeronaves da Força Aérea e uma demonstração de saltos de paraquedistas. As comemorações prosseguiram no Pavilhão Multiusos da cidade, local onde se realizou o discurso oficial do Presidente da República, bem como as condecorações. Entre as várias personalidades condecoradas encontram-se Fernando Teixeira dos Santos, antigo ministro

competitiva em relação ao exterior e por último um nível de carga fiscal em linha com os principais concorrentes do país. Ao lembrar a crise que o país ultrapassou nos últimos anos, Aníbal Cavaco Silva frisou que ainda existem “sequelas” que ficaram na população portuguesa, como é o caso dos níveis do desemprego que se “mantêm demasiado elevados”, lembrou. No entanto, Aníbal Cavaco Silva considera que “nos últimos tempos, tem vindo a verificar-se uma recuperação gradual da nossa economia e da criação de emprego”. Na opinião do chefe de estado Portugal possui atualmente “um poder autárquico dinâmico, informado e motivado”, afirmou. Para Aníbal Cavaco Silva o poder local dispõe de “uma nova geração de autarcas que conhecem os problemas das suas terras e das suas gentes, mas possuem uma perspetiva mais abrangente e integrada dos desafios que emergem no Quadro da União Europeia”. O Presidente da República concede às autarquias o papel de aproveitarem o novo programa comunitário “Portugal 2020”, com vista a contribuir para a “redução das assimetrias territoriais de desen-

> Sessão solene das comemorações do Dia de Portugal, Camões e das Comunidades Portuguesas


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Lamego

Centenas de lamecenses juntos por uma causa solidária Realizou-se no dia 6 de junho, a Lamego Monumental Walk & Run. Esta iniciativa juntou centenas de pessoas na Praça da República da cidade, que correram por uma causa solidária, a luta contra o cancro. Texto: Ana Portela

FOTO: AP

dermatológicos. Já à noite, antecipando também a caminhada/ corrida, houve tempo para uma aula de zumba que deixou a mexer todos os que se juntaram a esta iniciativa. De seguida, várias

sa solidária. Énia Lamelas, uma das participantes na caminhada, confessou ter participado “por ter uma vertente solidária e porque o desporto é sempre saudável”. A jovem de 24 anos, que também costuma participar em outras iniciativas do género, afirmou ainda que apesar de serem escassos este tipo de eventos no concelho, a adesão das pessoas a esta causa “foi muito boa”. Para Armando Lapa, de 47 anos e participante na corrida, ”faltam mais iniciativas destas na cidade”, contudo salientou que “esta é uma iniciativa solidária muito nobre”. A Lamego Monumental Walk & Run, é um evento co-orga-

nizado pelo CLDS+ de Lamego em parceria com o Município de Lamego e Centro Municipal de Marcha e Corrida e diversas entidades e empresas locais. Esta corrida com uma vertente solidária e não competitiva, doou o total valor da inscrição para a Liga Portuguesa contra o Cancro .n

FOTO: AP

Este dia tinha uma vertente saudável, visível ao longo de toda a tarde com vários rastreios que foram oferecidos à população, entre eles, rastreios de glicémia, exames à visão, exames à cavidade oral e

centenas de participantes concluíram o aquecimento e juntaram-se perto da partida, na expectativa da contagem decrescente para o início da caminhada, de cinco quilómetros e da corrida, de dez quilómetros. O percurso foi constituído por trilhos, carreiros e caminhos no ambiente rural, natural e histórico da cidade de Lamego. Foi aconselhado pelo CLDS+ (Contratos Locais de Desenvolvimento Social) que todos os participantes levassem lanternas para a caminhada e frontais para a corrida. Poucos minutos depois das nove horas e 30 minutos, centenas de pessoas passaram a linha de partida, em direção a esta cau-

“Gestos que salvam vidas” promovido pelos alunos da ESTGL O dia 23 de maio começou cedo para alguns dos alunos do curso de Secretariado de Administração, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego. (ESTGL) O dia foi preenchido com algumas atividades elaboradas pelos estudantes. Texto: Ana Portela

FOTO: AP

de Secretariado II, que tem três grandes áreas de estudo, nomeadamente a Gestão de Eventos e é lecionada pela professora Paula Santos, que acredita que “o ensino superior deverá sempre estar ao serviço da comunidade onde se insere bem como estar atento às necessidades da comunidade, promovendo atividades de cooperação e/ou de sensibilização”.n FOTO: AP

do o evento. “Gestos que salvam vidas” foi o tema escolhido pelos jovens do segundo ano do curso de Secretariado de Administração, cujo principal objetivo foi o de re-

parte prática, com técnicas de reanimação e de primeiros socorros. Após a demonstração prática, houve ainda tempo para um pequeno convívio entre todos os presentes, totalmente patrocinado por empresas da região. Alguns produtos tradicionais tais como a bola de Lamego, as cerejas da Penajóia, o espumante e enchidos da região, foram servidos a todos os participantes. O Presidente da Junta de Freguesia da Penajóia, que também esteve presente, salientou a importância deste tipo de atividades na freguesia. Esta iniciativa foi realizada no âmbito da unidade curricular de Práticas e Técnicas

FOTO: AP

Passavam poucos minutos das nove horas e 30 minutos, quando o grupo de alunos partiu em direção à Penajóia, freguesia do concelho de Lamego, onde estava prepara-

lembrar a importância da preparação da população para atuar em situações de primeiros socorros. Para esta atividade, foi convidado como orador o Comandante dos Bombeiros Voluntários do Peso da Régua, António Fonseca, que frisou “é uma ótima iniciativa”, acrescentando que “devemos tentar incutir este tipo de ações em todas as pessoas, especialmente nas crianças, pois elas são uma fonte de transmissão também para os pais”. A apresentação teve uma primeira parte teórica em que foram vários os temas abordados, como as hemorragias, o desmaio, as queimaduras, as quedas e o envenenamento e uma segunda


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Penedono

“Um Olhar Sobre as Origens” de Penedono O Concelho de Penedono está em destaque no Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e no restaurante McDonald´s, em Viseu, com a exposição “Um olhar sobre as Origens”. Texto: Salomé Ferreira FOTO:DR

Juventude, em parceria com o restaurante McDonald´s de Viseu e as Câmaras Municipais, com o objetivo de dar a conhecer as potencialidades dos concelhos do distrito. De acordo com António Sei-

iniciativa é importante “para divulgar a Feira Medieval de Penedono, que se realiza nos dias 3, 4 e 5 de julho, outros eventos como é o caso do desfile etnográfico, a 29 de junho e o Mercado Magriço”, afirmou. A autarquia acredita ain-

da que este evento leve mais gente a visitar o concelho. O projeto que já contemplou 19 municípios, prolonga-se durante este ano e pretende envolver todas as autarquias do distrito.n

FOTO:DR

Depois de Sernancelhe, agora é a vez do concelho de Penedono dar a conhecer o seu município, através do projeto “Um Olhar Sobre as Origens”, organizado pelo Instituto Português do Desporto e

xas, técnico superior para a área da comunicação do município de Penedono, esta iniciativa, é importante para, “dar a conhecer o concelho e também as suas potencialidades a nível turístico”, declarou ao VivaDouro. A iniciativa encontra-se dividida entre o McDonald´s e o Instituto Português do Desporto e Juventude em Viseu. Assim, na exposição patente no restaurante, até 29 de junho, encontram-se em exibição 22 fotografias que retratam o património cultural do concelho. Por sua vez, no IPDJ é a história de Álvaro Gonçalves Coutinho, “O Magriço”, que está em apresentação através de 32 pranchas de Banda Desenhada da autoria de Pedro Emanuel, até dia 25 de junho. Na opinião de António Seixas, a


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Alijó / Tarouca

Pedro Passos Coelho visita Alijó No dia 23 de maio, Pedro Passos Coelhos esteve no concelho de Alijó. Durante o dia, o primeiro-ministro, inaugurou alguns dos investimentos da família Symington e o Quartel da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alijó. Texto: Ana Portela

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> Na foto: Pedro Passos Coelho, Carlos Magalhães e Anabela Rodriques A manhã para os alijoenses distinguiu-se de todas as outras devido à visita de Pedro PassosCoelho ao município. O chefe

do Governo inaugurou a Adega de Lagares e o Centro de visitas da Quinta do Bonfim, no Pinhão, onde a família Symington

investiu 2,9 milhões de euros. O primeiro-ministro elogiou o trabalho feito por esta família no Douro que, ao longo de cinco gerações, se transformou numa das principais produtoras de vinho do Porto de categorias especiais. “Precisamos muito de multiplicar esses exemplos em Portugal”, salientou o primeiro-ministro, acrescentando que “se quisermos continuar a aperfeiçoar esta maneira de estar em Portugal, temos de deixar para trás das costas os fatalismos e alguma acomodação e de abrir sempre para o futuro novos horizontes, acolhendo quem tenha novas ideias e mostre ter mérito para transformar aquilo que temos no que de melhor

se pode fazer em todo o mundo”. Paul Symington, o porta-voz da família, aproveitou a ocasião para pedir ao governo mudanças no quadro regulamentar, que considerou estar desadequado em relação às necessidades da região, que se tem vindo a afirmar nos mercados internacionais pela qualidade dos seus produtos. Durante o seu discurso, Passos Coelho elegeu três objetivos essenciais. O primeiro será vencer a emergência nacional, o segundo é dar sentido à normalidade, enquanto o terceiro é o de “captar aqueles que tem melhores condições e mais capacidade de gestão para conduzirem o país com maior prosperidade”.

Depois de almoço, Pedro Passos Coelho, acompanhado pela ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, deslocou-se à sede do concelho de Alijó, onde foi recebido pelo Presidente da Câmara Municipal, Carlos Jorge Magalhães, onde assinou o livro de honra. Seguiu-se a inauguração do novo Quartel da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alijó, um investimento que custou cerca de um milhão de euros. Este equipamento está dotado com comodidades modernas e, seguramente, permitirá aos bombeiros exercer com maior eficácia as tarefas de proteção e socorro, afirmou a autarquia.n

Primeira Corrida de Carrinhos de Rolamentos em Tarouca

Tradição mantém-se com o encontro de Bandas em Tarouca

A freguesia de Arguedeira, em Tarouca, recebeu em maio pela primeira vez a Corrida de Carrinhos de Rolamentos. Foram mais de uma centena aqueles que se juntaram para assistir ao evento.

No dia 31 de maio, algumas bandas filarmónicas juntaram-se naquele que foi o quinto ano consecutivo em que o evento acontece no centro da cidade de Tarouca. Texto: Ana Portela

Texto: Ana Portela

de pessoas que fizeram questão de assistir à corrida, foram a prova de que este é um evento a repetir". Para o município a adesão do púbico e dos participantes foi um ponto alto neste dia, que proporcionou uma ocupação saudável a todos os envolvidos na atividade, bem como muita diversão e convívio.n FOTO: DR

As Bandas Filarmónicas de Tarouca, Santar, Ferreirim - Sernancelhe e Santa Marinha do Zêzere, juntaram-se promovendo uma tarde dedicada às notas musicais. Esta é uma tradição que se mantém no município, gerando um momento único para todos os presentes que têm a oportunidade de contemplar o trabalho desenvolvido pelos músicos que integram as bandas. Segundo o presidente da Câmara Municipal de Tarouca, Valdemar Pereira, “a música é cultura e a promoção da música num concelho onde existem cinco Bandas Filarmónicas, maioritariamente constituídas por jovens talentos, assume naturalmente uma importância fulcral. Além disso, o intercâmbio de experiências entre bandas desempenha sempre um papel positivo, na medida em que contribui para o enriquecimento da

cultura musical". A iniciativa foi organizada pela Associação Filarmónica de Tarouca, União das Freguesias de Tarouca e Dalvares, com a colaboração do Município de Tarouca, numa iniciativa que juntou centenas de pessoas, num dia em que o convívio e música reinou no coração da cidade.n

FOTO: DR

Mais de vinte pilotos lançaram-se rampa abaixo, recebendo calorosos aplausos e incentivos de todos aqueles que se juntaram para assistir à iniciativa. As máquinas desceram a toda a velocidade pelas ruas da freguesia, numa tarde em que se reviveram tradições e a criatividade dos participantes foi posta à prova. José Damião Melo, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Tarouca, afirmou que “numa altura em que grande parte dos tempos livres são preenchidos com as novas tecnologias, parece-nos de todo pertinente e fundamental criar alternativas de animação e lazer que promovam o convívio salutar”, acrescentando que “toda a dinâmica que envolveu a corrida de carrinhos de rolamentos, a excelente organização por parte da Associação de Moradores de Arguedeira, o empenho que os participantes dedicaram à elaboração dos seus carrinhos e o número


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Sabrosa / Torre de Moncorvo

Armamar melhora execução orçamental O concelho de Armamar demonstrou ter uma melhoria na execução orçamental, tornando-se a mais alta da última década. FOTO: DR

A Câmara Municipal de Armamar conseguiu no ano de 2014, atingir o grau de execução orçamental mais alto da última década com 10,5 milhões de euros, que representam mais de 73% da estimativa orçamental. A isto junta-se uma redução do endividamento municipal em quase meio milhão de euros. Os números apresentados tornam-se

ainda mais importantes se considerarmos o valor de cerca de 3,3 milhões de euros que foi aplicado em investimentos reais, e que se refletiram diretamente no desenvolvimento económico e social do concelho e de toda a sua população. De todos estes investimentos realizados, são exemplo: a requalificação e valorização da marginal da N222, num troço pertencente ao território do município, um investimento de 2 milhões de euros; a construção do quartel da Guarda Nacional Republicana (900 mil euros); os trabalhos com vista à abertura da Loja Interativa de Turismo e a requalificação urbana da vila de Armamar, dois investimentos no valor de 200 mil euros cada. Os documentos de prestação de contas onde estes resultados se encontram foram divulgados na última sessão da Assembleia Municipal no final de abril.n

Torre de Moncorvo comemora mês do Ambiente e Ciência

Moto Clube Terras de Magalhães em Sabrosa

Durante o mês de junho o município de Torre de Moncorvo irá assinalar o mês do Ambiente e da Ciência com diversas atividades.

No final do mês de maio nasceu em Sabrosa o Moto Clube Terras de Magalhães, uma associação que tem como objetivo a promoção e a divulgação do motociclismo em termos nacionais e regionais. FOTO: DR

mação infantil. A iniciativa é organizada pela autarquia de Torre de Moncorvo, com colaboração da Ciência Viva, PARM, Escola Municipal Sabor Artes, Grupo Alma de Ferro Teatro, Projeto mais Ciência, Quercus e Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo.n

FOTO: DR

As iniciativas iniciaram-se no dia Mundial do Ambiente, a 5 de junho, com a realização de oficinas ambientais no Centro Escolar, destinadas aos alunos do 1.º ano de escolaridade do primeiro ciclo. No dia 15 de junho chegou a vez dos alunos do ensino pré-escolar participarem nestas oficinas, com o desenvolvimento de atividades com matérias reutilizáveis. As atividades prosseguem nos dias 20 e 21 de junho, altura em que irão decorrer as comemorações do solstício de verão, que ocorre no dia 21. Desta forma, o município de Torre de Moncorvo irá assinalar a entrada na estação mais quente do ano com um conceito diferente. Estão programadas para este dia várias atividades, entre elas, oficinas de ciências, observação gastronómica, astronomia dançante, visitas orientadas, birdwatching, workshops, yoga, concertos, teatro e ani-

O município de Sabrosa vê com agrado a atividade deste Clube e tem disponibilizado o seu apoio de âmbito estrutural e logístico para a realização dos vários eventos, que ao longo do ano já tem movimentado centenas de participantes oriundos de vários pontos do país. O presidente do município, José Manuel Marques, considera que o mototurismo e o motociclismo já são uma nova oportunidade de atratividade e de promoção turística

do concelho, acrescentando que “neste âmbito, o concelho tem particularidades únicas. A sul temos os percursos vinhateiros com toda a sua envolvência paisagística. E a norte do concelho, a presença da serra com o seu vigor e uma orografia diferente. A Câmara considera que todas as associações que possam contribuir para a valorização e promoção do nosso território, merecem da nossa parte o melhor acolhimento, como é o caso”. O Moto Clube Terras de Magalhães, é presidido por Rafael Alves, tem cerca de 50 associados sediados nos concelhos de Sabrosa e Vila Real e ao longo do ano, são promovidos mais de uma dezena de eventos. Ao mesmo tempo tem proporcionado com as suas atividades uma importante interação com varias quintas do Douro, mercê do figurino de algumas provas.n


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Vários concelhos

Sernancelhe recebeu o Campeonato Nacional de Esperanças II

Santa Marta de Penaguião apresentou a rampa que contará para o Campeonato Nacional de Montanha A Rampa Santa Marta que irá decorrer a 20 e 21 de junho e que contará para o Campeonato Nacional de Montanha, foi apresentada no dia 29 de maio.

Este evento que apesar de tradicional, se foi perdendo ao longo dos anos, foi recentemente recuperado com um interesse turístico, pois permitirá, segundo o Presidente do Município, Luís Machado, divulgar os produtos locais e mostrar o que de melhor tem a Região do Douro para oferecer aos que a visitam. Na conferência de imprensa estiveram presentes, para além de presidentes de junta e da população que ali se juntou, membros da Assembleia Municipal, o Presidente do Automóvel Clube da Régua, o Diretor da Federação Por-

tuguesa de Automobilismo e Karting que se mostrou bastante entusiasmado com as “condições de excelência” do terreno penaguiense para se realizar a prova. Na Rampa, realizada nos dias 20 e 21 de junho, estarão em prova em média 37 pilotos que enfrentarão as curvas sinuosas durienses, com os seus carros a rondar os 300 a 600 cavalos e que prometem acelerar a vila e o coração dos aficionados pela modalidade.n

Os autarcas aproveitaram a visita para colocar ao ministro alguns assuntos de relevância para o concelho de Torre de Moncorvo. Entre elas, a situação do edifício conhecido por “pensão Marrana”, propriedade do Instituto de Emprego e Formação Profissional.n

Recebido por Nuno Gonçalves, presidente da Câmara Municipal, e pela Vereadora da Ação Social da autarquia, Piedade Meneses, Pedro Mota Soares participou em diversas atividades culturais realizadas no âmbito do mês do Constantino, Rei dos Floristas, nomeadamente na apresentação de livros de poesia popular na Biblioteca Municipal de Torre de Moncorvo.

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Após se ter realizado em Alcoutim e no Algarve, foi a vez de o Açude de Távora receber a prova do Campeonato Nacional de Canoagem. Depois de ter sido escolhido, em três edições, para acolher provas do campeonato regional da modalidade, a Federação Portuguesa de Canoagem, escolheu

pela primeira vez o concelho de Sernancelhe para organizar esta prova de dimensão nacional. A prova, inserida no Campeonato Nacional de Canoagem, é da responsabilidade da Federação Portuguesa da Canoagem, do Comité Olímpico de Portugal, Instituto Português do Desporto e da Juventude e Jogos Santa Casa. A organização ficou a cargo do Núcleo Desportivo e Cultural da Vila da Ponte, Associação de Canoagem de Aveiro, Junta de Freguesia de Vila da Ponte e Município de Sernancelhe.n

No passado dia 30 de maio, Pedro Mota Soares, ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, visitou Torre de Moncorvo. FOTO: DR

No passado dia 31 de maio, 664 atletas e 44 clubes de canoagem de todo o país participaram no Campeonato Nacional de Esperanças II, que decorreu no Açude do Távora, na Vila da Ponte, em Sernancelhe.

Pedro Mota Soares visitou Torre de Moncorvo

“Feira de emprego, qualificação, formação e orientação escolar” em Mesão Frio Realizou-se, no passado dia 29 de maio, no pavilhão Multiusos de Mesão Frio, a “Feira de emprego, qualificação, formação e orientação escolar”, iniciativa que se desenvolve há cinco anos no concelho.

A iniciativa que está integrada na feira do livro, tem como principal objetivo reunir ofertas de emprego, estágios e promover a informação relativa aos ensinos secundário, profissional e superior. Para isso são utilizadas uma série de ações relacionadas com o emprego e recrutamento, através da representação de várias entidades, empresas e instituições de ensino, tais como a Associação Comercial e Industrial dos Concelhos do Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião e Mesão Frio, o Centro de Recrutamento do exército de Vila Real, a Guarda Nacional Republicana do Destacamento Territorial de Peso da Ré-

gua, a Escola Profissional de Lamego, a Escola de Formação Social e Rural de Lamego, o Externato D. Afonso Henriques, o Instituto Politécnico de Viseu e a Associação 2000 de Apoio ao Desenvolvimento. Alguns artesãos do concelho integraram uma oficina de artesanato, expondo alguns dos seus trabalhos em madeira, cestaria e renda. A Feira é, cada vez mais, um ponto de encontro, essencialmente entre as empresas e outras entidades e a população desempregada e estudantes. Esta iniciativa ajuda os jovens relativamente aos seus percursos académicos e profissionais, potencializando a sua inserção na vida ativa e contribuindo também para promover a empregabilidade no concelho e na região.n


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Opinião

A aposta no equilíbrio da balança agroalimentar

António Fontainhas Fernandes Reitor da UTAD

Portugal tem mostrado bons resultados no domínio da agricultura, quer em termos de execução de fundos comunitários, quer em termos de impacto na economia. Em 2014 atingiu, em termos de valor, 82% de autossuficiência alimentar, resultado que sugere boas perspetivas para alcançar a meta de equilíbrio alimentar em 2020. Com efeito, é conhecido o aumento das exportações e a diminuição das importações neste sector, indicadores de que há maior produção e mais recursos humanos a trabalhar, a inovar e a acrescentar valor. Mas sugere, também, que podemos ser um

país competitivo numa economia cada vez mais global e aberta. Esta mudança deve-se ao surgimento de uma nova classe empreendedora jovem, com competências e formação de dimensão internacional, que aposta na qualidade, na diferenciação e em conhecidas práticas de sustentabilidade ambiental. De igual modo, é conhecido o papel da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) neste sector, demonstrado pelos empresários formados nesta instituição e que têm vindo a dar provas no mercado nacional e internacional. É neste cenário que a UTAD tem vindo a apostar na sua matriz

identitária - o setor primário - de forma articulada com outras áreas de competência e em sintonia com a estratégia de especialização inteligente perspetivada para o Norte. Esta aposta exige uma forte articulação entre educação, investigação e inovação, visando promover o crescimento económico e a competitividade do sector, uma estratégia em que deve assentar também o Futuro de qualquer região, o Norte em particular. As exigências da atualidade, mais do que nunca, exigem novos caminhos para o setor, mudança que implica um forte contributo do conhecimento e das Universidades. O consórcio

UNorte.pt, que reúne as três Universidades da região, tem vindo a trabalhar de forma articulada e empenhada neste sentido. Colocar o conhecimento e a inovação no topo das prioridades coletivas, é uma ambição para o país, que requer sinergias de esforços, envolvendo empresas, universidades, poderes públicos e a sociedade em geral. Neste sentido, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro pretende ser, cada vez mais, um agente proactivo e dinamizador do desenvolvimento e do progresso da Região e do País.n

aterrorizado da estátua do Marquês. Leio e releio os dados estatísticos do INE relativos à balança do comércio internacional de bens dos últimos dois anos e do primeiro trimestre de 2015. Mesmo com a ressalva das estimativas com base na sede das empresas, verificamos que a região do Norte de Portugal contribuiu com um saldo positivo de mais de cinco mil milhões de euros em 2013, que este valor cresceu 400 milhões de euros em 2014 e que a projeção para 2015 aponta já para um valor acima dos seis mil milhões de euros. E ficamos muito animados, até porque todos nos dizem que o caminho é mesmo este.

Mas depois vêm os dados do Eurostat e, afinal, a região até está comparativamente um pouco mais pobre, com menos de 60% do rendimento per capita da região mais rica que, paradoxalmente, aumentou no mesmo período o seu saldo negativo da balança do comércio internacional de bens para valores superiores a dezasseis mil milhões de euros. O porto de Leixões bate recordes sucessivos de movimento de carga, aproximando-se rapidamente do seu limite de capacidade. É uma notícia muito positiva, em especial porque este é um porto fundamentalmente virado para a exportação de bens. E do que é que ouvimos falar?

De um investimento gigante num novo porto no sul do país, para substituir um outro da margem oposta do rio, que não se aproxima, nem de perto, dos níveis de atividade de Leixões. Um investimento ora privado, ora tendencialmente privado que, com o tempo, será tendencialmente público. Motivos para surpresa com estes sinais contrários? Ou apenas assistimos à confirmação do rumo que o país escolheu e a que muitos assistem com indiferença?n

Sinais contrários

Emídio Gomes Prof. Catedrático da UP e Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte

Tivemos, nos últimos dias, sinais estranhos e sentimentos contraditórios que dão que pensar. Por um lado, enorme alegria de poder provar que é possível ter uma multidão de mais de meio milhão de pessoas, de vários países e ao longo de quatro dias, a dar uma notável lição de civismo durante o evento que projetou a imagem de uma região para o mundo. E alguns anos depois de um longo interregno, estamos confiantes de que o que passamos para dentro e para fora é positivo. Tudo isto somente alguns dias após tristes e lamentáveis acontecimentos, uns à saída de um estádio, outros sob o olhar seguramente

Douro: Vinho, Território e Cultura

Manuel de Novaes Cabral Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP)

Conhecer e apreciar um vinho é também conhecer e sentir o seu território e a sua cultura. A presença dos Vinhos do Porto e do Douro no mundo leva consigo a paisagem e o talento das pessoas que o produzem. A identidade que lhes é conferida pelo seu terroir torna-os únicos. O consumidor, e não importa a nacionalidade, gosta de conhecer o território e a cultura dos vinhos que aprecia e os vinhos do Porto e do Douro são, pelo seus territórios e histórias, dos mais ricos e surpreendentes. Tudo começou com o Vinho

do Porto que há mais de dois séculos leva a Região Demarcada do Douro, a cidade do Porto e o País para os quatro cantos do mundo, tornando-se num verdadeiro embaixador de Portugal. O Douro Vinhateiro fica na história como a mais antiga região vitivinícola demarcada e regulamentada, criada em 10 de setembro de 1756, por ato do Marquês de Pombal. Tal como noutras áreas, ao longo dos séculos, Portugal contribuiu de forma decisiva para a instituição de um conceito que é hoje pedra angular no sector agroalimen-

tar: a Denominação de Origem. Ao longo do tempo, o Douro soube crescer e inovar. Afirmaram-se novos vinhos e negócios, conquistando e fidelizando cada vez mais consumidores. Ainda assim, há muito trabalho pela frente na abertura, fidelização e diversificação dos mercados. Unir esforços, articular competências e criar rede é um imperativo para satisfazer milhões de consumidores e continuar a surpreendê-los. Um vinho não é apenas uma bebida ou uma mercadoria. Está associado a uma forma de vida, ao património, à cultura e ao

turismo; é fator de crescimento económico, estimula a inovação, garante e promove a diversidade dos territórios. Os vinhos do Porto e, cada vez mais, os vinhos do Douro contribuem significativamente para a afirmação e reconhecimento internacional dos vinhos portugueses, cujas exportações têm vindo a crescer de forma sensível e sustentada. Reconhecer estes factos, relembrar toda a construção histórica e projetar o futuro trará novos rumos ao Douro.n


28 VIVADOURO JUNHO 2015

Vozes dos Municípios

Santa Marta de Penaguião

Luís Machado Presidente da Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião

Do alto da montanha as águias em extinção soltam gritos de grandeza. E o Marão em toda asua plenitude protege imponente as terras de SANTA MARTA, que além de ser a padroeira do DOURO, nos dá nome e força. Cá em baixo, o Corgo corre como um menino brincalhão, por entre fragas e vinhedos, rasgando as mais improváveis e belas praias fluviais, até chegar ao seu senhor. Sempre constante e sereno o verde vinhateiro predomina e conta a história de um povo, que à força rasgou montanhas e plantou um fruto que desde sempre e hoje cada vez mais, de boca em boca nos dá nome e valor. Esta é a nossa terra. O que procurar, aqui pode encontrar. Solares, igrejas, miradouros, descanso, aventura, lazer e sonho. Um bater forte de olhar nos montes, ou uma procura incessante de um términus que não se encontra numa paisagem. O Município de Santa Marta de Penaguião, dotado de um sem número de infraestruturas necessárias à qualidade de vida de qualquer cidadão, possui agora,

um rumo cultural, social e educativo que visa atingir a excelência. É este o propósito de quem por cá trabalha. Transformar SANTA MARTA num local cada dia mais desenvolvido e apelativo para visitar e até morar. O vinho, produto conhecido de todos, é cada vez mais uma referência no pais, com a distinção constante nos vários concursos nacionais e internacionais. De salvaguardar aqui a fantástica parceria e comunhão entre as Caves Santa Marta e os produtores/engarrafadores particulares. A gastronomia, nunca deixando de ser tradicional, é também moderna e inovadora, nunca estática e sempre surpreendente. Doces ou salgados, ou até ambos combinados, elaboram uma cozinha diferente. Se pretende descansar, ou caminhar, fazer um trilho, uma escalada, rafting, visitar património, assistir a um espetáculo cultural, apreciar simplesmente o sossego da paisagem... seja qual for a sua intenção para um fim-de-semana, ou férias quem sabe, o nosso Concelho é sem dúvida opção. Ao abrir das cortinas, cada

espetáculo é uma ode ao passado e um brinde ao futuro. Não precisamos de ter "grandes" espaços físicos, para sermos grandes no que fazemos. Dia 29 de Julho, feriado mu-

nicipal é dia da Padroeira da Região Demarcada do Douro, aventure-se e visite-nos SANTA MARTA tem vida e convida!n

São 22 aldeias únicas que com-

forma num dos territórios mais con-

estudar qual a melhor solução para o

de já, para os convidar a visitar, que

põem o território de Tabuaço, conce-

ceituados no panorama vitivinícola

planalto de Chavães.

irão decorrer de 13 a 29 de Junho e

lho situado entre o Douro e a Beira

mundial.

Tabuaço Alta com uma população de cerca de 6000 habitantes.

O sector turístico tem aqui uma

de cuja programação salientamos a

Mas não só de agricultura vive o

importância crescente e um cada vez

Prova de Perícia (Dia 13 e 14), a or-

nosso concelho! A nossa gastrono-

maior peso no nosso investimento e

questra Ligeira da banda de Sendim

A nossa localização privilegiada

mia, de saberes e sabores tradicio-

consequentemente na nossa sustenta-

(dia 20), o programa da SIC – Por-

permite, a quem nos visita, tomar

nais, cujas especialidades, sempre

bilidade económica. A mescla entre o

tugal em Festa (dia 21), a fantástica

contacto com uma Natureza assom-

acompanhadas de vinho e azeites de

Douro e a Beira resulta num destino

Marcha Luminosa (dia 23) e o Quim

brosa onde coabitam paisagens Du-

excelente qualidade, são o cabrito re-

único onde coabitam a arquitectura

Barreiros (dia 24).

rienses deslumbrantes com a bele-

cheado com arroz de forno, o javali, o

dos vinhedos e quintas da margem

E por fim e aquele que julgamos

za crua dos montes e serras beirãs.

arroz de cabidela, o presunto, restante

do Douro com o património cultural,

ser o motivo maior para que os lei-

Somos delimitados a oeste pelo rio

fumeiro e peixinhos do rio em molho

histórico e religioso que é transversal

tores deste texto tenham vontade de

Tedo, a Este pelo rio Torto e a Norte

de escabeche. A indústria da panifi-

a todas as nossas aldeias. Continua-

nos visitar. As nossas gentes! A nossa

Carlos Carvalho

pelo Majestoso Douro. Esta localiza-

cação e da transformação de fruta

mos a apostar, porque entendemos

forma de estar, de receber, de conse-

ção única, atravessada ainda pelo Rio

continua a ser uma presença impor-

que a actividade turística não depen-

guir fazer com que quem nos visita se

Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço

Távora em praticamente toda a nossa

tante no nosso território estando ago-

de apenas daquilo que a Natureza nos

sinta de imediato integrado, perfeita-

dimensão, permite-nos usufruir de

ra a desenvolver-se projectos pionei-

oferece, numa maior oferta cultural

mente à vontade, na sua própria casa

condições únicas para a exploração

ros, nestes e em outros sectores, como

no sentido de proporcionar a quem

como gostamos de dizer. E todos nós

da actividade agrícola, tendo como

a transformação de fruta cristalizada

nos visita mais escolha, mais abran-

sabemos, numa realidade turística

expoentes máximos a cereja, a cas-

sem açúcar, muito recentemente a

gência nas opções do que pretende

em que se procura cada vez mais as

tanha, a baga de sabugueiro, o azeite

instalação da primeira empresa pro-

fazer, no fundo um complemento a

sensações e experiências, a importân-

e principalmente o vinho onde, para

dutora de Gin, uma bebida em clara

todo o tal potencial que já enumera-

cia de que esta forma de estar, viver e

além da produção secular de Vinho

expansão, na Região Demarcada do

mos. O ponto alto do que acontece

acolher se reveste.

do Porto, essas condições únicas con-

Douro e o projecto que estamos a le-

ao longo do ano são as Festas de São

fluem numa realidade que nos trans-

var a cabo com a UTAD no sentido de

João, para as quais aproveitamos, des-

Tabuaço mais do que uma visita é uma experiência.n


VIVADOURO JUNHO 2015 29

Lazer RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO Chef Rogério Lousada

Bochechas de porco Bísaro estufadas Ingredientes: 1 kg bochechas de porco Bísaro 1 cebola média 4 dentes de alho 1 cenoura média 150 ml vinho tinto 40 gr massa de pimentão 6 bagas de zimbro e pimenta preta alecrim / tomilho q.b 2 folha de louro 10 ml azeite q.b. 20 gr banha de porco 40 gr linguiça 500 ml caldo de galinha

Preparação: Começar por fazer uma marinada com as bochechas a massa de pimentão, os alhos esmagados, o alecrim, o louro, o zimbro, o tomilho e a pimenta preta. Juntar, também, a cenoura e a cebola cortadas aos cubo, o azeite e o vinho tinto. Fica a marinar no mínimo 12 horas. Num tacho, colocar a banha deixar derreter e juntar a linguiça aos cubos. De seguida, coar as bochechas e juntar ao preparado anterior, deixando corar e caramelizar as mesmas. Juntar a calda da marinada coada e o caldo de galinha. Vai a estufar em lume brando cerca de uma hora e meia até ficarem tenras. Temperar a gosto. Sugestão de guarnição; pode servir com puré de batata com ervas aromáticas. Bróculos cozinhados ao vapor temperados com azeite, vinagre balsãmico e alho picado.

LELO e ZEZINHA

Anedota: A minha mulher fugiu com o meu melhor amigo. Sim? E quem é ele? Não sei! Só sei que ele agora é o meu melhor amigo.

Sopa de letras do VivaDouro

JOAO ANTONIO PEDRO SARDINHA MANJERICO MARTELINHO SANTOS JUNHO

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Venha visitar... Torre de Moncorvo Torre de Moncorvo é uma vila portuguesa, pertencente ao distrito de Bragança, região norte e sub-região do Douro, com cerca de 2900 habitantes. Reza a história que Torre de Moncorvo teria nascido de uma remota vila da Alta Idade Média, que em antigos documentos é designada de Vila Velha de Santa Cruz da Vilariça, situada no topo da margem direita do rio Sabor. O concelho recebeu o foral de D. Dinis em 1285. Entre os vários monumentos emblemáticos da vila, Torre de Moncorvo detém uma das maiores igrejas matriz da região de Trás-os-Montes e Alto Douro, com cerca de 30 metros de altura. Por estas e outras razões visite Torre de Moncorvo!

> Ruas da vila decoradas para o mês do Constantino

> Porta do lado nascente da antiga vila medieval

> Ruinas do castelo e a Igreja Matriz ao fundo

Passatempo VivaDouro A vencedora do Passatempo VivaDouro do mês de junho foi a Cátia Ribeiro. Parabéns pela sua participação!

Participe também você no nosso concurso. O VivaDouro desafia-o a enviar as suas melhores fotografias do Douro para a nossa página do Facebook: facebook.com/jornalvivadouro.




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