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Dom Odilo aos Vicentinos: não se cansem de fazer o bem e sejam misericordiosos

Presente em 150 países, a Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) auxilia diariamente cerca de 30 milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade, dando continuidade ao trabalho do Beato Frederico Ozanam (1813-1853).

No Brasil, a SSVP conta atualmente com 20

mil conferências e seus 153 mil membros colaboram com a manutenção de creches, escolas, projetos sociais, lares de idosos, e, semanalmente, visitam milhares de famílias.

No domingo, 16, centenas de Vicentinos participaram da Marcha de Ozanam, na Paró-

quia São Vicente de Paulo, na Região Ipiranga. Na missa de encerramento, o Cardeal Scherer enalteceu a atenção do Beato em favor dos mais pobres e a todos motivou à prática das obras de misericórdia.

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Daniel Gomes

Esta edição do caderno “Laudato si’ – Por uma Ecologia Integral” aborda os impactos negativos causados ao meio ambiente e ao organismo humano pelo descarte incorreto dos plásticos e sua maciça utilização. Por outro lado, ressaltam-se as iniciativas que buscam substituí-los por biomateriais ou reaproveitá-los ao máximo.

AS ‘ILHAS E AS PEDRAS DE PLÁSTICO’ A cada ano, cerca de 10 milhões de toneladas de plásticos vão parar nos oceanos. Atualmente, já existem ao menos cinco grandes “ilhas de plástico” no planeta. A maior delas se localiza no Pací co Norte e tem uma área equivalente a três vezes o terri- tório da França. As outras estão no Atlântico Norte, no oceano Índico, no Pací co Sul e no Atlântico Sul. As “ilhas de plástico”, formadas gradualmente ao longo das últimas décadas, são compostas majoritaria- mente de microplásticos – pequenas partículas de plásticos com menos de 5 milímetros – que acabam cando muito próximas devido à ação de cor- rentes marinhas e à rotação da Terra e formam como que um bloco uni - cado, cuja maior parte ca submersa oceanos. E também algumas ilhas natu- rais começam a car impregnadas de plástico. Em 2022, pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) informaram ter encontrado “rochas de plástico” na Ilha de Trin- dade, no estado do Espírito Santo. A elas deram o nome de “plastistones”, devido à sua formação praticamente homogênea com microplásticos que possivelmente as ondas do mar leva- ram até a ilha, formando tais rochas ao longo dos anos. Trata-se de uma “evolução” das rochas de plástico das quais se tinha notícia até então, formadas pela mistura de minerais, areia, conchas e microplásticos.

PARTÍCULAS NO SANGUE HUMANO Também no ano passado, em um estudo feito em 22 amostras de san-

plástico entraram no organismo des- tas pessoas ao longo da vida pela água que beberam, pelo ar, pelos alimentos ingeridos e até por produtos de higie- ne e cosméticos. “Enquanto a nossa máquina lava a roupa, ela solta a água com estes mi- croplásticos, que do esgoto vão parar nos rios e oceanos. Essas partículas são comidas pelos peixes, e nós con- sumimos peixes. Essa água vai parar na

dos resíduos também ajuda a explicar parte do problema. No Brasil, por exemplo, a cada ano, das 170 mil toneladas de resíduos têxteis, cerca de 80% tem

vencional, derivado do petróleo, tem sido visto como fundamental para fre- ar a poluição ambiental. Nesse sentido, gradualmente tem crescido a adoção, em diferentes ramos de atividades, de bioplásticos, compostos de fontes re- nováveis e que podem ser degradados mais rapidamente por fungos e bacté- rias após serem descartados. “A biodegradabilidade oferece sig- ni cantes benefícios econômicos e ao meio ambiente. Por exemplo, um saco biodegradável quando usado como saco de resíduo orgânico contribui para a separação higiênica, a coleta seletiva, e sendo destinado correta- mente à compostagem se transforma em adubo orgânico de valor e, conse- quentemente, reduzindo essa fração do resíduo destinada a aterros sanitários, lixões e mesmo incinerada”, consta em um material explicativo da Associação Brasileira de Biopolímeros Compostá- veis e Compostagem (Abicom).

Alguns exemplos são os bioplásticos de gelatina, que podem ser converti- dos em os, para posterior confecção de roupas; o ágar-ágar, extraído de algas marinhas, com o qual são feitas embalagens; ou o alginato, também composto de algas, com o qual é pos- sível obter chapas ou os, para serem utilizados na produção de roupas.

Já na

Um amplo chamado a repensar a produção, o uso e o descarte de plásticos

Editorial Encontro com o Pastor

A comunhão dos bispos dá ao povo a serenidade no caminho da fé e da moral

60ª Assembleia da CNBB aborda as diretrizes da ação evangelizadora

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 68 | Edição 3443 | 19 a 25 de abril de 2023 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00 www.arquisp.org.br
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Reprodução
Um mundo com menor dependência dos plásticos é possível e urgente
Página 4 Página 2 Edição 03 19 de abril de 2023 O avanço das pesquisas cientí cas tem levado a respostas cada vez mais surpreendentes quanto ao desti- no nal da crescente quantidade de plásticos que é produzida, utilizada em diferentes ramos de atividades e, muitas vezes, descartada de maneira incorreta no meio ambiente.
É tempo de repensar a composição, o uso e a destinação dos plásticos
grama, o animal dela se alimenta, e nós nos alimentamos de plantas e de carne animal. Portanto, no m, nós mesmos acabamos comendo micro- plásticos”, explicou, ao O SÃO PAU- LO Ângela Barbour, farmacêutica bioquímica, doutora em artes visuais e poéticas visuais, com atuação no ramo dos têxteis. A gestão indevida
produção industrial em larga escala, tem avançado a utilização de bioplásticos produzidos a partir do milho e da cana-de-açúcar. Esta edição do caderno “Lauda- to si – Por uma Ecologia Integral” dá visibilidade a projetos e pessoas que têm buscado alternativas ao uso do plástico convencional – como é o caso de Ângela Barbour – ou que procuram prolongar sua utilidade em vez do simples descarte, como faz a ONG Eco Garopaba, que transforma garrafas PET em pranchas de surfe; e ONU/Laura Tem sido cada vez mais frequente encontrar componentes plásticos em meio ao lixo marinho; já há 5 grandes ‘ilhas de plástico’ no planeta
Região Ipiranga,
Cardeal Scherer
Marcha de Ozanam, no domingo, 16, tem a participação de centenas de Vicentinos na Paróquia São Vicente de Paulo, na
com missa conclusiva presidida pelo
Luciney Martins/O SÃO PAULO

Entre os dias 19 e 28 de abril, acontece a 60ª assembleia geral anual ordinária da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida, junto do Santuário Nacional de Nossa Senhora. Mais de 300 bispos do Brasil, que ainda exercem seus encargos pastorais provisionados pelo Papa, são membros da Conferência e foram convocados para o evento, que se realiza uma vez a cada ano. Cerca de 130 bispos eméritos, que já deixaram seus encargos por terem superado a idade canônica de 75 anos, ou por alguma outra situação, como a saúde abalada, também foram convidados, e um número signi cativo deles participa da assembleia.

A assembleia é conduzida pela Presidência da CNBB e segue o regulamento estabelecido pelo estatuto e pelo regimento interno da Conferência. A pauta, geralmente, é bastante extensa, prevendo relatórios, prestações de contas, temas de especial interesse para a missão dos bispos na vida interna da Igreja e sobre as relações da Igreja com a sociedade. Os bispos desejam falar, ouvir, trocar ideias, fazer o discernimento comunitário sobre situações e desa os de

A CNBB em Assembleia

sua missão. Durante a assembleia, eles celebram a missa todos juntos a cada dia na Basílica de Aparecida, com a participação dos peregrinos. Além disso, rezam muito e, também, fazem um dia de retiro espiritual e de celebração penitencial.

Na assembleia deste ano, serão discutidas e aprovadas as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil para o próximo quadriênio, que servem de referência para os planos de ação dos organismos da própria Conferência e também para que as dioceses orientem por elas a própria ação evangelizadora local. Outro assunto que estará presente na assembleia é a celebração do Sínodo universal sobre a “Igreja sinodal, em comunhão, participação e missão”, convocado pelo Papa Francisco e que terá a sua primeira assembleia em outubro deste ano. Também está previsto o lançamento do Missal Romano, com a revisão da tradução dos textos, conforme exigência da Santa Sé.

Um tempo bastante signi cativo será dedicado à eleição dos membros da Presidência da CNBB e dos presidentes das 12 Comissões Episcopais Pastorais. Juntos, eles constituirão o Conselho Episcopal Pastoral (Consep), encarregado de coordenar a ação pastoral da Conferência durante o próximo quadriênio. Também serão eleitos os representantes da Conferência no Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam) e os delegados da CNBB na próxima assembleia do Sínodo.

As Conferências Episcopais são organismos representativos dos episcopados dos respectivos países, ou de um conjunto de países, que expressam a comunhão eclesial, a colegialidade e a corresponsabilidade dos bispos pela vida e a missão da Igreja. A cada bispo é con ado pessoalmente o encargo de uma “Igreja particular” – diocese, prelazia, eparquia, exarcado ou outro tipo de circunscrição eclesiástica. E ele exerce ali a sua missão, em primeira pessoa e auxiliado pelo seu clero, zelando para que a vida e a missão da única e universal (católica) Igreja de Cristo ali se realize da melhor maneira possível. As Igrejas particulares não são “partes” da Igreja, mas expressões locais completas da única Igreja de Cristo. Esta não é a soma das Igrejas particulares, nem uma federação de Igrejas particulares, mas uma realidade única, que precede a constituição das Igrejas particulares e as Conferências Episcopais.

No entanto, cada bispo não age sozinho e sem ter relações com os demais bispos. Antes de tudo, cada bispo está diretamente ligado ao Papa, que é o “bispo de Roma” e, ao mesmo tempo, o “bispo universal”, como sucessor do apóstolo Pedro, a quem Jesus entregou a missão de “con rmar os irmãos na fé”. O Papa representa a comunhão e a unidade visível de toda a Igreja em torno de Jesus Cristo, cabeça e pastor invisível, exerce pessoalmente o seu magistério sobre toda a Igreja de Deus. Os bispos, to-

dos juntos e unidos ao Papa, exercem em comunhão com ele o seu magistério universal. E, unidos entre eles pelo laço do sacramento da Ordem e da missão comum que receberam, garantem que em toda parte seja anunciado o mesmo Evangelho de Cristo e ensinada e professada a mesma fé da Igreja Católica.

Os bispos, reunidos em Conferência e em comunhão com o Sumo Pontí ce, também asseguram a unidade e a comunhão do Povo de Deus, em toda parte, não importando as diferenças étnicas, culturais e sociais. Em alguns casos previstos pelo Direito da Igreja, as Conferências Episcopais podem legislar em matéria de Liturgia e de organização de suas Igrejas, e exercem seu magistério sobre a doutrina da fé para suas Igrejas locais. Essas competências das Conferências Episcopais, no entanto, são bem reguladas pela norma da Igreja. E as orientações pastorais, fruto do discernimento colegial dos bispos nas Conferências, devem ser acolhidas com apreço e respeito.

As Conferências não se substituem à autoridade e jurisdição do bispo diocesano, no âmbito da Igreja particular que lhe foi con ada. Ao mesmo tempo, a comunhão colegial dos bispos, expressada nas Conferências Episcopais, oferece ao povo de Deus garantia e serenidade no caminho da fé e da moral, testemunhado não apenas pelo bispo próprio, mas também pelo conjunto dos bispos de uma Conferência.

2 | Encontro com o Pastor | 19 a 25 de abril de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER Arcebispo metropolitano de São Paulo
Mantido
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PAULO

Monsenhor Denilson Geraldo é ordenado bispo em Cornélio Procópio (PR)

REDAÇÃO osaopaulo@uol.com.br

Na igreja em que recebeu os sacramentos do Batismo, da primeira Comunhão e da Crisma, e onde foi ordenado sacerdote em 1997, o Monsenhor Denilson Geraldo, SAC, foi ordenado bispo no sábado, 15, diante de uma multidão de leigos, religiosos e sacerdotes que lotaram a Catedral Cristo Rei, em Cornélio Procópio (PR), cidade em que o Prelado nasceu, em 1969.

Monsenhor Denilson foi nomeado pelo Papa Francisco, em 25 de janeiro, como Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília (DF), e recebeu a ordenação episcopal em Cornélio Procópio, pela imposição das mãos de Dom Júlio Endi Akamine, SAC, Arcebispo de Sorocaba (SP) e que pertence à mesma congregação do novo Bispo, a Sociedade do Apostolado Católico (SAC), os padres e irmãos Palotinos.

Foram coordenantes o Cardeal

Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, e o Cardeal Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília. Entre os concelebrantes estiveram o Cardeal

Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo Emérito de Aparecida (SP), e Dom Marcos José dos Santos, Bispo de Cornélio Procópio.

Durante o rito da ordenação episcopal, o Monsenhor Denilson foi ungido com o Óleo do Crisma e recebeu o livro dos Evangelhos, simbolizando a sua missão de anunciar a Palavra de Deus; e as insígnias: o anel, símbolo da delidade; a mitra, símbolo da santidade; e o báculo, símbolo do serviço pas-

Liturgia e Vida

3º DOMINGO DA PÁSCOA

Jesus ao partir o Pão’

PADRE JOÃO BECHARA VENTURA

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE MEMBRO DA COMISSÃO DE PRESBÍTEROS PARA A REGIÃO EPISCOPAL LAPA:

Em 28/03/2023, foi nomeado e provisionado como Membro da Comissão de Presbíteros para a Região Episcopal Lapa, o Reverendíssimo Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida, até 22 de setembro de 2025

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL:

Em 05/04/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Cristo Rei, no bairro do Tatuapé, na Região Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre Luiz Paulo de Sousa, até que se mande o contrário

Em 03/04/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia São Luís Gonzaga, no bairro de Cerqueira César, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Padre Nilson Maróstica, SJ, pelo período de (01) um ano

toral e cuidado com todo o rebanho, ao qual o Espírito Santo o con ou.

Após a comunhão, o novo Bispo foi cumprimentado por alguns dos concelebrantes. Ao se dirigir a Dom Denilson, o Cardeal Scherer recordou que por longos anos ele atuou na Arquidiocese de São Paulo, não só em paróquias, mas também como professor na PUC-SP, na Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo e no Tribunal Eclesiástico Interdiocesano de São Paulo. Na capital paulista, também foi professor no Centro Universitário Salesiano (Unisal) e na Faculdade São Bento, no Mosteiro de São Bento.

“Dom Denilson, Deus lhe preparou para esta missão. Acolha com generosidade este chamado para onde Deus o envia, para Brasília”, disse o Cardeal Scherer, também cumprimentando os Palotinos e a Diocese de Cornélio Procópio pela vocação do novo Bispo.

Atos da Cúria

Em 27/03/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia São Judas Tadeu, no bairro Vila Gomes Cardim, na Região Episcopal Belém, o Reverendíssimo Padre Marcos Lúcio Bento de Souza, AA, pelo período de (01) um ano

Em 16/03/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia São Domingos, no bairro de Perdizes, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Frei André Luís Tavares, OP, pelo período de (01) um ano

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ASSISTENTE PASTORAL:

Em 29/03/2023, foi nomeado e provisionado como Assistente Pastoral da Paróquia Nossa Senhora Mãe de Jesus, no bairro do Ipiranga, na Região Episcopal Ipiranga, o Diácono Seminarista Carlos Eduardo dos Santos Freitas, SJS, pelo período de (01) um ano

Em um discurso marcado por agradecimentos a seus familiares, confrades e a todo o povo de Deus, padres e bispos com quem já trabalhou, Dom Denilson recordou seus 25 anos de ordenação sacerdotal e reforçou a disposição de continuar a servir a Igreja, agora como Bispo Auxiliar em Brasília.

“Desde a comunicação da minha nomeação pela Nunciatura Apostólica, comecei a rezar pela Arquidiocese de Brasília e espero, com o coração de pastor e com a graça de Deus, dar a vida pelo rebanho, especialmente os mais pobres e desamparados, que são as verdadeiras testemunhas da con ança em Deus”, a rmou Dom Denilson, que escolheu como lema episcopal o versículo: “Bem-aventurados os que promovem a paz, pois eles serão chamados lhos de Deus” (Mt 5,9). (Com informações da Diocese de Cornélio Procópio)

O encontro do Ressuscitado com os discípulos a caminho de Emaús se assemelha a alguns momentos do relacionamento de cada cristão com o Senhor. No início, os discípulos apenas “conversavam e discutiam” (Lc 24,15) entre si. O Senhor caminhava ao seu lado, mas estavam perdidos nas próprias opiniões e argumentos. Discorriam sobre como as coisas deveriam ter sido, quais os planos de Deus, ou por que Jesus teve um “ m” tão trágico… Presos a tais pensamentos, sem colocar em ação a fé e a contemplação, “estavam como que cegos, e não o reconheceram” (Lc 24,16).

Em um segundo momento, provocados intencionalmente pelo Senhor – “O que foi?” (Lc 24,19) –, eles lhe falam como a um estranho. Num monólogo, externam o que Ele já sabia perfeitamente. Contam a sua visão limitada dos fatos, as preocupações, a sua interpretação e as expectativas para o futuro… En m, fazem o que fazemos tantas vezes na oração, abrindo o coração a Jesus e falando-lhe de nossa vida. Ele, porém, apenas escutava, em silêncio, e eles ainda não o reconheciam.

Em seguida, na terceira etapa, é Cristo quem toma a palavra! Os discípulos não compreendiam com clareza a verdade profunda do que lhes dizia. Sentiam-se, porém, de algum modo confortados. Mais tarde, reconheceriam que lhes “ardia o coração” enquanto Jesus falava (Lc 24,32), ainda que não pudessem chegar à conclusão de nitiva sobre coisa alguma. Contudo, a esperança e fé começavam a encontrar espaço em suas almas. A este ponto, pressentiam a vinda de algo grande e passaram inclusive a desejar estar com o Senhor: “Fica conosco” (Lc 24,29)!

POSSE CANÔNICA:

Em 26/03/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia Menino Deus, no bairro Jardim Vila Formosa, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Neidson Gomes

Em 25/03/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Pessoal Nipo-Brasileira São Gonçalo, no bairro do Centro, na Região Episcopal Sé, ao Reverendíssimo Padre Kiyoharo Ojima

Em 23/03/2023, foi dada a posse canônica como Administrador Paroquial da Paróquia Santo André Apóstolo, no bairro Jardim Santo André, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Claudinês Venâncio da Silva

Em 05/03/2023, foi dada a posse canônica como Vigário Paroquial da Paróquia Pessoal Coreana Santo André Kim Degun, no bairro do Bom Retiro, na Região Episcopal Sé, ao Reverendíssimo Padre Uldaricus

Lee Sangdeok

No quarto momento, os discípulos estão à mesa com o Senhor. Embora tendo sido convidado, Jesus assume a atitude de an trião: “Tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía” (Lc 24,30). Eles permitem, con ando e aceitando que o Viajante, até então desconhecido, é quem deveria assumir o controle da situação. Nesse momento, nalmente, abrem-se-lhes os olhos! Reconhecem o Senhor “ao partir o pão” (Lc 24,35). Percebem que, na verdade, era Jesus quem lhes havia alcançado pelo caminho, instruído e convidado à mesa.

O “partir do Pão”, isto é, a Eucaristia, é o cume de nosso encontro com o Senhor nesta vida e o lugar em que o podemos reconhecer sob as aparências do pão e do vinho. Na Santa Missa, primeiro o Senhor nos “explica as Escrituras” (Lc 24,27), como aos discípulos de Emaús, para, en m, abençoar o pão, partir, e dar-nos o seu Corpo, Sangue, Alma e Divindade na Comunhão. Também a nós Ele se dá a conhecer e logo “desaparece” (Lc 24,31) na sagrada Hóstia.

Peçamos ao Senhor que nos aumente o amor pelo Santíssimo Sacramento! Que Ele nos dê um grande desejo da Comunhão e faça-nos ver que a Eucaristia não é apenas um símbolo, mas é Ele próprio: o Senhor vivo e ressuscitado! Que o Senhor nos conceda fé sobrenatural, para reconhecermos com amor a sua presença em nossas vidas e o seu rosto na Comunhão.

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23 DE ABRIL DE 2023
‘Reconheceram
Diocese de Cornélio Procópio

Há mais de 50 anos, na carta apostólica Octogesima adveniens, de 1971, São Paulo VI alertava que, com a exploração desenfreada da natureza, o ser humano começava a “correr o risco de destruí-la e de vir a ser, também ele, vítima dessa degradação. Não só o ambiente material já se torna uma ameaça permanente, poluições e lixo, novas doenças, poder destruidor absoluto; é mesmo o quadro humano que o homem não consegue dominar, criando assim, para o dia de amanhã, um ambiente global, que poderá tornar-se-lhe insuportável” (OA 21).

Cinco décadas depois, na encíclica Laudato si’, em 2015, o Papa Francisco reforça que já não é possível deixar de considerar “os efeitos da degradação ambiental, do modelo atual de desenvolvimento e da cultura do descarte sobre a vida das pessoas” (LS 43).

A forma como são elaborados, consumidos e descartados os plásticos atualmente é a “mais perfeita

tradução” dessa degradação apontada pelos pontí ces. A cada ano, 460 milhões de toneladas de plásticos são produzidas no planeta, mas somente 15% dos resíduos plásticos vão para a reciclagem. A maior parte, 46%, é depositada em aterros sanitários, 22% é mal gerida e se transforma em lixo e 17% acaba incinerada. Os dados são do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

A indiferença de governos, empresas e de cada pessoa com a gestão dos resíduos plásticos tem impactado diretamente o meio ambiente. A cada ano, 10 milhões de toneladas de plásticos têm como destino nal os oceanos e hoje já existem ao menos cinco grandes “ilhas de plástico” no planeta, que se formaram ao longo das últimas décadas, pela agregação de microplásticos. Também as ilhas naturais estão cando impregnadas de plástico. Em 2022, pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) alertaram para a existência de “rochas de plástico” na Ilha de

Trindade, no estado do Espírito Santo, formadas pela acúmulo de microplásticos provenientes do mar.

Além de interferir nos ecossistemas e no equilíbrio ambiental do planeta, a gestão indevida dos resíduos plásticos já deixa vestígios também no corpo humano. Uma pesquisa feita nos Países Baixos, em 2022, encontrou micropartículas de plástico em amostras de sangue, incluindo o politere alato de etileno, material-base das garrafas PET, e o poliestireno, maciçamente utilizado nas embalagens de alimentos.

Nesta edição do O SÃO PAULO, o caderno “Laudato si’ – Por uma Ecologia Integral” aborda a problemática dos resíduos plásticos e dá visibilidade a iniciativas individuais e coletivas que têm buscado substituir o plástico convencional por biomateriais ou reaproveitar itens plásticos que antes iriam para o lixo.

Estas e outras iniciativas pontuais, porém, não serão capazes de reverter os impactos que tais resíduos causam ao planeta. Nesse sentido, espera-se

Opinião

– e com certa urgência – que seja assinado o tratado internacional para acabar com a poluição plástica. A resolução para tal foi aprovada pelos países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) em 2022 e o tratado deve ser efetivado em 2024, prevendo uma série de obrigações e disposições técnicas aos países, bem como punições aos que descumprirem o que for acordado. A meta é promover a produção e o consumo sustentáveis de plásticos, desde o design do produto até a gestão ambientalmente correta de resíduos. Tais propósitos estão alinhados aos apelos do Papa Francisco na Laudato si’, entre os quais o de que as nações favoreçam “modalidades de produção industrial com a máxima e ciência energética e menor utilização de matérias-primas, retirando do mercado os produtos pouco ecazes do ponto de vista energético ou mais poluentes [e que haja] a alteração do consumo e o desenvolvimento de uma economia de resíduos e reciclagem” (cf. LS 180).

Os mecanismos da evolução natural e a graça de Cristo

EDUARDO RODRIGUES DA CRUZ

Na primeira desta série de postagens sobre a teoria da evolução e a fé cristã, indicamos que a grande contribuição de Charles Darwin foi a de ter proposto um mecanismo, o da seleção natural, que dava conta da evolução das espécies. Esse mecanismo foi con rmado e expandido ao longo do século passado, com a incorporação da genética e da biologia molecular, pela descoberta da estrutura do DNA.

Hoje, pois, destacaremos o mecanismo envolvido na seleção natural. Que muito na natureza funciona de modo mecânico, ou seja, a partir de causas precedentes e seguindo leis naturais, é perfeitamente compatível com uma visão de que o mundo é criado como bom. O problema é que tal mecanismo (que opera também em nível molecular) é cego, não aponta para nenhum propósito, sendo tanto responsável pela beleza na natureza quanto pelo excesso de crueldade que constatamos. Como entendê-lo na perspectiva da Cruz de Cristo?

Ora, os mecanismos cegos da evolução são análogos mecanismos que sustentam a sociedade: não são

em si bons ou ruins (em um sentido moral), apenas representam o que é próprio “desse mundo”, o que funciona em virtude da criação. Veja o caso da religião de Israel, representada pelos fariseus, sacerdotes, levitas etc... Na Palestina do tempo de Jesus, havia também a dinastia de Herodes e os romanos, judeus e gentios. Cada um desempenhando seus papéis, de acordo com leis bem estabelecidas. As engrenagens to-

das funcionando (ainda que fossem também mecanismos de opressão), até que apareceu um certo Jesus, e anunciou um reino de outro mundo, questionando as engrenagens que terminaram por cruci cá-lo. Ele, porém, não veio para revogar a Lei, tampouco revogar aquilo que é de César.

Assim, tudo o que diz respeito à vida segue seus próprios mecanismos, e procuramos dominá-los

adequadamente (Francis Bacon, um dos pais do projeto tecnológico moderno, dizia que a natureza não se domina senão obedecendo a ela) para nosso benefício. Todavia, também somos por eles dominados (por exemplo, as doenças), algo que se acentua no âmbito da moral. Paulo é o grande expositor do paradoxo da lei, principalmente nas cartas aos Romanos e Gálatas, a rmando que ela é boa, mas é, ao mesmo tempo, uma maldição que pesa sobre nós.

Cristo, novamente, não veio para revogar os mecanismos naturais e sociais, mas para redimi-los, de um modo que é visível de modo sacramental (daí a necessidade do assentimento da fé). O mundo e o homem redimidos são simultaneamente frutos da longa evolução descrita pelas teorias cientí ca e da contínua vinda de Cristo, até que tudo se consume no Eschaton. Isso, pois, é o que é viver pela graça – os mecanismos do mundo já não nos determinam, vivemos na liberdade que Cristo conquistou para nós na Cruz.

4 | Ponto de Vista | 19 a 25 de abril de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br Editorial As opiniões expressas na seção“Opinião”são de responsabilidade do autor e não re etem,necessariamente,osposicionamentoseditoraisdojornal O SÃO PAULO
Arte: Sergio Ricciuto Conte Eduardo R. Cruz éprofessortitulardo DepartamentodeCiênciadaReligiãodaPUC-SP, tendograusavançadosemFísicaeTeologia; publicou extensamente sobre o relacionamento entre ciências naturais e fé cristã.

Espiritualidade Comportamento

A violência nas escolas: o que cabe à família fazer?

SIMONE RIBEIRO CABRAL FUZARO

Diante dos tristes acontecimentos que estamos enfrentando, toda a sociedade se coloca em alerta: cenas de violência em ambientes escolares, que são locais de alegria, aprendizagem, crescimento, e repentinamente se transformam em lugares de horror.

Sem dúvida, estamos caminhando mal, estamos errando gravemente como sociedade.

Sentimos um enorme medo, insegurança de deixarmos nossos lhos na escola e nos surpreendermos com uma tragédia como as últimas que aconteceram. Esse receio toma conta de muitas famílias e, justamente por isso, creio que seja fundamental conversarmos a respeito desses acontecimentos. Apresento, em seguida, alguns pontos que considero importantes a cada família considerar:

1. Avalie com serenidade a situa-

ção: apesar do medo gerado por acontecimentos brutais como esses, é preciso discernir entre o real e o que o medo nos leva a imaginar. Além de estarmos todos imersos num clima de temor, muitas notícias vão se espalhando pelas redes sociais, fake news aparecem e, se não estivermos dispostos a encarar a realidade com lucidez, acabaremos nos deixando tomar pelo pânico, diante de ameaças muito pouco prováveis de se realizarem. Muitas situações são possíveis, mas muito poucas são prováveis. É possível que essa tragédia se repita em muitas escolas? Sim. No entanto, muito pouco provável. O pânico somente aumenta o clima de ansiedade e pode causar efeitos nefastos entre as crianças e adolescentes. Nós, adultos, pre-

Tempo pascal, um caminho vocacional

cisamos olhar com senso crítico para as notícias e nos determos em avaliar qual a postura a adotar diante delas.

Outro efeito bastante ruim que pode ser gerado quando todos se envolvem com as notícias e se dedicam a divulgá-las é o “efeito contágio”: outras pessoas que talvez não tivessem coragem de atos violentos como esses, se contagiam com o clima e os detalhes divulgados e acabam reproduzindo a ação.

2. Alie-se à escola em busca de soluções imediatas: é esperado que os pais busquem maior segurança para os lhos no ambiente escolar, porém, não tomem as escolas como rivais, mas, sim, como parceiras nesse processo; a nal, elas também não têm interesse algum em se colocar em risco, tampouco colocar as crianças. Vejo muitos pais querendo medidas drásticas e radicais sem considerar que as escolas têm uma visão diferente da realidade. Eles estão dentro da cena escolar, percebem a realidade daquela instituição em particular, avaliam os riscos com maior visão. Não pressionem a escola a medidas radicais que possam aumentar o pânico nas crianças e não a sensação de segurança. Aliás, o ideal seria que as crianças nem fossem comunicadas sobre todos esses acontecimentos; a nal, precisamos protegê-las e não expô-las ao medo. Nós precisamos cuidar da segurança dos pequenos e nunca promover que quem amedrontados

3. Assuma um olhar cuidadoso em relação aos lhos: muitas vezes, tenho visto famílias que não estão verdadeiramente envolvi-

Expocatólica/Divulgação

das no processo de formação do caráter dos lhos. Estamos numa sociedade bastante movida pelo sucesso pro ssional, pela busca de conforto etc. e, não raro, a formação dos lhos é delegada a terceiros – escola, babás, avós, telas (o que é extremamente danoso). Muitos pais não acompanham de perto esse processo de formação dos lhos e, quando menos esperam, estão diante de um adolescente que está envolvido com grupos, jogos e movimentos absolutamente estranhos a seus valores. Quantos pais se surpreendem com comportamentos dos seus lhos adolescentes, simplesmente porque, ao longo da infância, não acompanharam de perto a formação deles? Quantas famílias acabam optando por processos educativos mais permissivos, mais fáceis, em que os embates nunca acontecem e, com isso, formam pessoas com senso moral inexistente, com pouquíssima habilidade social? O amor, o afeto e a rmeza precisam estar presentes na formação dos lhos. A presença e envolvimento dos pais no processo é condição sine qua non para que se conheça bem cada um dos lhos e que uma boa formação de caráter seja garantida. Pais que conhecem e acompanham de perto os lhos, que conversam e convivem com eles, observam rapidamente qualquer mudança de comportamento, percebem se estão envolvidos com más companhias, se estão em algum jogo ou desa o digital que possa ser prejudicial, en m, ajudam, e muito, a preservar a sociedade do convívio com personalidades malformadas e desequilibradas.

As mochilas que chegam à escola, nas quais pode haver objetos que ferem e matam, saem de casa, do aconchego do lar. Será mesmo necessário que a escola reviste essas mochilas ou seria muito mais adequado que os pais soubessem o que os lhos levam tanto na mochila quanto no coração?

Não podemos car alheios a todos esses acontecimentos e ao aumento crescente da violência nas escolas, mas não podemos esquecer: resolver esse problema é papel de todos e de cada um de nós – educadores, pais e poder público. Não podemos delegar a ninguém a parte importantíssima que cabe à família: formar bem os lhos, acompanhando-os no árduo e importante caminho de construção do caráter e de uma personalidade equilibrada, saudável e lúcida.

Vivemos o Tempo Pascal, a alegria de Cristo Ressuscitado nos faz ser seus éis discípulos missionários. Estamos em pleno 3o Ano Vocacional da Igreja no Brasil, que tem por tema “Vocação: Graça e Missão”, e por lema, “Corações ardentes, pés a caminho”. O texto do Evangelista Lucas (Lc 24,13-35), sobre os discípulos de Emaús, que dá origem ao lema deste Ano Vocacional, nos recorda a presença do Cristo que vive, faz o coração dos discípulos arderem quando lhes fala das Escrituras, e estes se colocam a caminho. Ao reconhecerem Jesus na partilha do pão, rapidamente voltam para Jerusalém e con rmam que Cristo está vivo e, assim, manifestam a missão que vem do Ressuscitado. Sabemos que esse texto é paradigmático, isto é, um modelo que devemos seguir e uma referência para a nossa ação evangelizadora, a missão eclesial; uma Igreja que caminha junto, como Jesus caminhou com os dois discípulos, tendo por fundamento a Sagrada Escritura e a Eucaristia. Incapazes de entender o sentido de tudo o que havia acontecido, se retiram de Jerusalém, se afastam do grupo dos discípulos. Mas Jesus percorre o caminho com eles, se faz de forasteiro, dialoga sobre os acontecimentos, e, com paciência, escuta para ajudá-los a reconhecer o sentido dos fatos. Com afeto, interpreta as Escrituras, aceita o convite e entra para cear com eles, faz arder-lhes o coração e iluminar as mentes, e na fração do pão os olhos nalmente se abrem e o reconhecem. Ao voltarem rapidamente para Jerusalém, anunciam Cristo Ressuscitado e, com os demais, continuam a missão com a comunidade. Caminhar juntos e ajudar a discernir o chamado de Deus, o seu projeto sobre cada um, é a missão da pastoral vocacional. Isto é, ajudar cada pessoa no discernimento da vocação, e descobrir qual o caminho concreto para realizar o projeto de vida ao qual Deus o chama, por Jesus Cristo, na ação do Espírito. Sabemos que o serviço vocacional dever ser como a alma da evangelização da Igreja, colocar-se em estreita relação com ela e a educação da fé. Trata-se, pois, de um itinerário de fé que leve ao encontro pessoal com Cristo. Assim como fez Jesus no caminho de Emaús, no diálogo profundo, colocando-se ao lado, como processo que leva verdadeiramente ao essencial, que é o seguimento, razão primeira e última de toda vocação. Eis a importância do serviço pastoral eclesial, da comunidade que acolhe e acompanha. Em particular da família, que, na sua missão especí ca, é chamada por primeiro, com alegria e responsabilidade, a ser animadora vocacional de seus lhos, ajudando-os a abrirem o coração, para doarem a sua vida por Cristo no serviço aos irmãos.

Neste tempo pascal, de alegria e esperança, vamos rezar e promover as vocações. E a oração constitui, como ensinou o mesmo Jesus (Mt 9,38-39), o primeiro e insubstituível serviço que podemos oferecer à causa das vocações. A vocação é sempre dom de Deus, o chamado e a resposta à mesma vocação só podem ressoar e fazer-se ouvir, antes de tudo, na oração, em uma comunidade de fé, a serviço dos irmãos.

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ÂNGELO ADEMIR MEZZARI, RCJ BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO IPIRANGA
DOM
Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudiólogaeeducadora.Mantém o sitewww.simonefuzaro.com.br.Instagram:@sifuzaro
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Instalada a Diocese de Araguaína (TO)

REDAÇÃO osaopaulo@uol.com.br

Criada em 31 de janeiro, a Diocese de Araguaína (TO) foi instalada canonicamente em uma missa solene no sábado, 15, na Catedral de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Desmembrada das Dioceses de Tocantinópolis e Miracema do Tocantins, a nova Diocese abrange um território de 35,8 mil km2, distribuídos em 19

municípios do meio-norte tocantinense, onde vivem cerca de 308,2 mil habitantes.

A Diocese de Araguaína contará com 22 paróquias, 18 padres diocesanos, 13 padres religiosos, oito diáconos permanentes, 12 seminaristas e 15 religiosas.

Durante a missa de instalação da Diocese, também tomou posse seu primeiro bispo, Dom Giovane Pereira de Melo, que delineou os traços do programa pastoral diocesano,

a partir da perspectiva eclesial da sinodalidade.

“Estamos vivendo um novo tempo na Igreja, a experiência sinodal em curso convocada pelo Papa Francisco, por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão nos pede para avançarmos na escuta às distintas vozes de Deus que fala pela realidade, no dialogo para favorecer encontros, alargando o espaço da nossa tenda, estendendo sem medo as lonas que nos abrigam, esticando as cordas e

xando bem as estacas (cf. Is 54,2). Essa tenda é nossa Igreja, nossas comunidades, nossas pastorais, movimentos, organismos e serviços”, disse o Prelado. Ao recordar que a área de abrangência da Diocese se localiza na Amazônia legal, Dom Giovane rea rmou o compromisso da Igreja com a Casa Comum, bem como a atenção com o bioma cerrado e o resguardo da terra, das águas e dos povos originários.

Fonte:

Festa da Penha leva milhares de romeiros a Vila Velha (ES)

Após oito dias de muita devoção mariana e celebrações, foi concluída na segunda-feira, 17, a Festa da Penha, na data da memória litúrgica da padroeira do estado do Espírito Santo, Nossa Senhora da Penha.

A missa de encerramento, com a participação de cerca de 250 mil pessoas, foi realizada na Prainha, em Vila Velha (ES), presidida por Dom Dario Campos, OFM, Arcebispo de Vitória (ES).

“A nossa festa de Nossa Senhora da Penha faz 453

anos, uma festa que não parou na história. Nós recebemos um grande patrimônio, estamos zelando por ele e temos que passá-lo às gerações futuras. Como é que queremos passar esse patrimônio adiante sendo que, algumas vezes na vida, algumas coisas nos atormentam, nos a igem, nos colocam tristes, nos tiram o diálogo, nos tiram a vida?”, indagou o Arcebispo.

Um dos momentos marcantes ocorreu no sábado, 15, com a Romaria dos Homens, que levou às ruas mais

de 800 mil pessoas, que zeram o percurso de 14km entre a Catedral de Vitória e o Parque da Praia, em Vila Velha.

A cada ano, éis de todo o estado do Espirito Santo e de diferentes cidades do Brasil peregrinam até o alto do monte onde está a imagem de Nossa Senhora da Penha e participam das missas e atividades devocionais que ocorrem ao longo da tradicional festa.

Fontes:Franciscanos.orgeportalG1

Repam-Brasil lança a campanha ‘Amazônia sem fome’

A Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) apresentou, no dia 11, a campanha “Amazônia sem fome”. O objetivo da mobilização é re etir sobre a realidade da fome que assola milhões de pessoas em todo o Brasil, incluindo os que vivem no bioma amazônico. As ações de mobilização da campanha irão até novembro, com encerramento no Dia Mundial dos Pobres. De acordo com dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança

Alimentar (Rede Penssan), a insegurança alimentar grave e moderada está presente em pelo menos 54% das residências de agricultores e familiares da região Norte.

“A Igreja no Brasil quer continuar re etindo o tema da Campanha da Fraternidade. O chamado de Jesus ecoa em nossas comunidades: ‘Dai-lhes vós mesmos de comer!’. E nós, o que estamos fazendo para dar comida de verdade e garantir alimentos saudáveis para to-

O Censo de População de Rua 2022 da Prefeitura do Rio de Janeiro identi cou que 7.865 pessoas vivem nesta condição na capital uminense, um aumento de 8,5% em relação a 2020, quando foram contabilizadas 7.272 pessoas.

Os dados foram divulgados na segunda-feira, 17. O estudo foi realizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e pelo Instituto Pereira Passos, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, de 21 e 25 de novembro, quando foram percorridos

das as pessoas na Amazônia? Com essa campanha, queremos mobilizar a Igreja, os católicos e toda a sociedade brasileira para pressionar os governos e as autoridades para a adoção de políticas públicas de enfrentamento à fome e à insegurança alimentar”, comentou Dom Evaristo Spengler, ofm, Bispo de Roraima e presidente da Repam-Brasil. Nos próximos meses, as iniciativas da campanha contemplarão atividades

de pesquisa e levantamento de dados sobre fome e insegurança alimentar na Amazônia legal, com o objetivo de propor uma série de diálogos com os governos estaduais e com o Governo federal para a efetivação de políticas públicas de enfrentamento à fome e à insegurança alimentar no bioma, e de fortalecimento das iniciativas de agroecologia para as comunidades.

Fonte: Repam

do Rio de Janeiro

1.872 roteiros de rua e 57 cenas de uso de drogas. Em 2022, cerca de 80% do público-alvo eram pessoas que se encontravam na rua, enquanto 20% estavam em instituições. No primeiro grupo, 5.026 estavam na rua e 1.227 em cenas de uso de drogas. Entre todos os pesquisados, 17,4% têm residência xa e 55% ainda mantêm contato com a família.

Quanto ao per l, 82% são homens, 84% são autodeclarados pretos ou pardos, 11% não sabem ler ou escrever um bilhete simples, e 64% têm ensino fundamental

incompleto. A idade média das pessoas em situação de rua é de 31 anos.

Entre as atividades mais comuns para obter renda, 57,7% catavam materiais recicláveis ou lixo e 20,7% vendiam produtos como ambulantes.

Segundo o levantamento, 43% disseram estar na rua por con itos familiares, 22% por alcoolismo e/ou uso de drogas e 13% por desemprego ou perda de renda. Do total de entrevistas, 83% disseram ter feito uso de, pelo menos, uma droga.

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Fonte:AgênciaBrasil
CNBB
7,8 mil pessoas vivem nas ruas na cidade

Países Baixos

Eutanásia para crianças de 1 a 12 anos está prestes a ser legalizada

O governo dos Países Baixos anunciou sua intenção de estender a prática da eutanásia a crianças de 1 a 12 anos que tenham doenças terminais. A decisão foi tomada pelo gabinete na sexta-feira, 14. O novo regulamento será publicado ainda em 2023 e avaliado “vários anos após a sua entrada em vigor”.

A legislação neerlandesa já permite a eutanásia para crianças menores de 1 ano e maiores de 12. Segundo essa lei, as crianças com 12 anos ou mais são capazes de compreender a sua situação e a gravidade da sua decisão. Os Países Baixos foram a primeira nação a legalizar a eutanásia, que entrou em vigor em abril de 2002.

Em setembro de 2020, o Cardeal Willem Eijk, Arcebispo de Utrecht, observou que o posicionamento de seu país era um sinal de que, quando a eutanásia

é aprovada, qualquer proteção em favor da vida está lentamente sendo abandonada. Ele lamentou que no último meio século “o respeito pela vida está cada vez mais desgastado”, com a desculpa de acabar com o sofrimento.

O Cardeal Willem Eijk fez essas observações depois que a Santa Sé publicou a carta Samaritanus bonus, “sobre o cuidado das pessoas nas fases críticas e terminais da vida”.

Essa carta do Dicastério para a Doutrina da Fé adverte que a dor e a morte “não podem ser os critérios últimos que medem a dignidade humana, a qual é própria de cada pessoa pelo simples fato de que é um ‘ser humano’”.

A Samaritanus bonus recorda que “o valor inviolável da vida é uma verdade basilar da lei moral natural e um fundamento essencial da ordem jurídica. Assim como não se pode aceitar que um outro homem seja nosso escravo, mesmo

se no-lo pedisse, do mesmo modo não se pode escolher diretamente atentar contra a vida de um ser humano, mesmo se este o requeresse”.

“Portanto, suprimir um doente que pede a eutanásia não signi ca de nenhum modo reconhecer a sua autonomia e valorizá-la, mas, em vez disso, signica desconhecer o valor da sua liberdade, fortemente condicionada pela doença e pela dor, e o valor da sua vida, negando-lhe qualquer ulterior possibilidade de relação humana, de sentido da existência e de crescimento na vida teologal”.

“Ainda mais, decide-se no lugar de Deus o momento da morte. Por isso, aborto, eutanásia e suicídio voluntário (…) corrompem a civilização humana, desonram mais aqueles que assim procedem do que os que os padecem; e ofendem gravemente a honra devida ao Criador”.

Fontes:ACIDigitaleVatican.va

Japão

Países do G7 prometem abandonar energias fósseis e acabar com poluição plástica

Reunidos em Sapporo, no norte do Japão, ministros da Energia, Clima e do Meio Ambiente dos países do G7 se comprometeram no domingo, 16, a acelerar o banimento das energias fósseis em todos os setores. As nações do grupo também prometeram reduzir a zero a poluição plástica até 2040.

Em comunicado emitido no nal do encontro, os países participantes do evento – Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido – explicaram que a promessa do abandono das energias fósseis (petróleo, gás e carvão) não envolve as que estão associadas a dispositivos de captura e armazenamento de gás carbônico. No entanto, para isso, as sete maiores potências não estabeleceram um calendário especí co, apenas mencionam 2050 “no mais tardar”.

da JMJ Lisboa 2023

No domingo, 23, as paróquias de Portugal vão tocar os sinos às 20h23 para marcar os 100 dias para o início da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023. A inciativa está sendo chamada de “Hora JMJ”.

A Jornada Mundial da Juventude acontecerá de 1º a 6 de agosto, em Lisboa, com o tema “Maria levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1,39).

Segundo o Comitê Organizador Local (COL) da JMJ, o objetivo da “Hora JMJ” é fazer com que “todas as igrejas do país se unam à mesma hora, em celebração, e toquem os sinos para assinalar esta data simbólica, com muita alegria e originalidade”.

Além do badalar dos sinos, o COL sugere que os “principais monumentos de cada paróquia” se unam “à iniciativa, iluminando a sua fachada com as cores da JMJ e de Portugal”.

“Assim, o convite chegará de forma visual e sonora a todo o país e a todo o mundo, para que ninguém deixe de fazer

parte deste evento único em Portugal”, dizem os organizadores. (JFF)

Fonte:ACIDigital

Chipre

Simpósio

“Enraizados na esperança”, uma perspectiva de con ança e esperança para o futuro é o foco do simpósio organizado pelo Dicastério para as Igrejas Orientais, em Nicósia, capital de Chipre. De quinta-feira, 20, a domingo, 23, cerca de 300 representantes das Igrejas católicas presentes no Oriente Médio – patriarcas, bispos,

líderes comunitários, religiosos e religiosas, membros de associações e movimentos – participarão das liturgias, reuniões e mesas-redondas do órgão presidido por Dom Claudio Gugerotti, Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais.

O evento foi convocado para celebrar o 10º aniversário da exortação apostóli-

O impasse também foi veri cado pela supressão da utilização do carvão no setor da eletricidade. Os ministros não conseguiram alcançar um compromisso sobre a questão, embora o Reino Unido, apoiado pela França, tenha proposto 2030 como a data limite.

No nível ambiental, os países do G7 prometeram zerar a poluição plástica até 2040, graças à economia circular, à redução ou ao abandono da produção de plásticos não recicláveis. Alemanha, França, União Europeia, Reino Unido e Canadá já integram uma coalizão internacional que se comprometeu, no ano passado, a cumprir esse compromisso. No entanto, esta é a primeira vez que Estados Unidos, Japão e Itália aceitam o desa o.

Trata-se de um “sinal forte” antes da próxima sessão de negociação de um tratado internacional sobre o plástico, prevista para ocorrer nonal de maio em Paris, indicou o ministro francês da Transição Ecológica, Christophe Béchu. (JFF)

Fonte: RFI Brasil

o futuro da Igreja no Oriente Médio

ca pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente, entregue pelo Papa Bento XVI aos patriarcas, bispos e todos os católicos batizados do Oriente Médio em 16 de setembro de 2012.

As convulsões que marcaram o Oriente Médio na última década deixaram sua marca nas comunidades cristãs

e nas sociedades nas quais estão imersas. O Simpósio de Nicósia oferece a oportunidade de examinar o caminho percorrido pelas Igrejas católicas no Oriente Médio nos últimos 10 anos e fazer um balanço de sua condição atual, com foco nas perspectivas para o futuro. (JFF)

Fonte:AgênciaFides

8 | Pelo Mundo | 19 a 25 de abril de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
debate sobre o presente e
Portugal
Paróquias tocam os sinos para marcar os 100 dias para o início
Comitê da JMJ Lisboa 2023

Marcha de Ozanam ressalta o testemunho do leigo que esteve ao lado dos mais pobres

FUNDADOR DOS

VICENTINOS NASCEU HÁ

210 ANOS. MEMBROS

DESTE MOVIMENTO

UNIRAM-SE PARA DIVERSAS ATIVIDADES

E A MISSA EM AÇÃO DE GRAÇAS NA PARÓQUIA SÃO VICENTE DE PAULO, NA REGIÃO IPIRANGA ROSEANE

No domingo, 16, na Paróquia São Vicente de Paulo, no bairro Moinho Velho, aconteceu a Marcha de Ozanam, organizada pela Comissão de Jovens do Conselho Metropolitano de São Paulo da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP), os Vicentinos.

Em uma caminhada por algumas ruas do bairro, foram recordados o legado, o testemunho de fé e as obras de misericórdia do Beato Frederico Ozanam, um dos fundadores da SSVP, bem como as ações dos Vicentinos à população em situação de vulnerabilidade.

Participaram os representantes do Conselhos Metropolitano Central, Sudeste, Sul, Oeste, Leste, Norte, das comissões de Campo Limpo, Osasco, Suzano, Santos, São Vicente, Mogi das Cruzes, Santo André, Jundiaí, Indaiatuba, Guarulhos, São Bernardo e de Teresina (PI).

Como gesto concreto da Marcha, os participantes doaram alimentos que serão destinados às obras sociais da Paróquia, e fraldas geriátricas aos lares de idosos assistidos pelos Vicentinos.

A SERVIÇO DO IRMÃO QUE SOFRE

A Sociedade de São Vicente de Paulo foi fundada em 1833, em Paris, na França, por seis jovens universitários católicos, entre os quais o Beato Antônio Frederico Ozanam.

Trata-se de uma organização civil de cristãos leigos dedicada ao serviço da caridade. Tem como objetivo aliviar o sofrimento das pessoas carentes. A SSVP está presente em 150 países, auxiliando diariamente cerca de 30 milhões de pessoas, por meio da dedicação dos cerca de 800 mil confrades (homens) e consócias (mulheres).

No Brasil, a SSVP surgiu em 1872 e hoje conta com cerca de 20 mil conferências, com aproximadamente 153 mil membros.

“No País, os Vicentinos mantêm creches, escolas, projetos sociais, lares de idosos. Semanalmente, milhares de famílias em situação de necessidade são bene ciadas pelos projetos, além de atuar em situações emergenciais provendo alimentos, roupas e remédios para pessoas carentes”, destacou Inês Regina Vieira, presidente do Conselho Metropolitano dos Vicentinos em São Paulo.

Inês falou que a entidade atua ancorada em três pilares: o assistencial, o promocional e o salví co: “Ajudar de forma assistencial, não assistencialismo, ajudando a saciar a fome; de maneira promocional, auxiliando a sair da atual situação; e salví ca, introduzindo-os no caminho da evangelização”.

PATRONO DA MARCHA

O Beato Frederico Ozanam nasceu em 1813, em Milão na Itália. De família católica, desde cedo sentia-se incomodado com as realidades de pobreza à sua volta. Em 1833, com apenas 20 anos, fundou, em Paris, com seis companheiros, as Conferências de São Vicente de Paulo, com a missão de visitar as famílias carentes e cultivar nelas a espiritualidade cristã.

Marido e pai, professor e literato, e leigo comprometido, dedicou sua vida ao serviço caritativo às pessoas pobres e à expansão das conferências vicentinas no mundo.

Faleceu em 8 de setembro de 1853, aos 40 anos, e foi beati cado em 1997 por São João Paulo II.

Padre João Carlos Portes, CM, Vigário Paroquial, ressaltou que o patrono da marcha é um sinal importante da presença e atuação dos leigos nas atividades da Igreja: “Ozanam foi um leigo engajado na causa dos irmãos abandonados. Seguindo seu exemplo, temos os Vicentinos que, engajados, movem ações que enaltecem as obras

de misericórdia, e, assim, tantos leigos nas diversas pastorais que não medem esforços no acolher e cuidar dos que se encontram à margem”.

JOVENS EM AÇÃO

Matheus Maciel, 32, é coordenador dos jovens Vicentinos. Ele lembrou que a Marcha acontece na capital paulista há vários anos e que antes tinha o itinerário da Igreja de Santa E gênia, na região central, até a Catedral Metropolitana. Devido à pandemia, a Marcha foi suspensa e agora retornou ao formato presencial, tendo como ponto de apoio a Paróquia São Vicente de Paulo.

“A Marcha é um momento de reunir os membros, celebrar a fé e compartilhar as vivências das atividades desempenhadas em cada grupo”, falou, recordando que o ideal de Ozanam era “abraçar o mundo numa rede de caridade”, e estar próximo às pessoas sofredoras.

“Ozanam foi um leigo que dedicou a sua vida pela causa do povo pobre. Na atual conjuntura, com tantas pessoas e famílias em situação de pobreza, é impossível não ajudar”, disse, recondando que a visita às famílias é o ponto ápice da missão vicentina.

Matheus Maciel ressaltou que, em média, 450 jovens atuam nas ações do Conselho Metropolitano de São Paulo dos Vicentinos.

O jovem mencionou que a vocação

de Frederico Ozanam era ir até os pobres, encontrá-los nas suas casas, com respeito e fraternidade: “Queremos manter esse sonho vivo por meio das visitas semanais às famílias e pelos tantos projetos espalhados pela entidade no mundo”, Kamila Yuriko Kanbara, 18, desde pequena acompanha os pais nas ações realizadas. Na caminhada, ela recordou que visitar as famílias é um momento de renovação da fé. “É uma experiência diferente. Meus amigos da escola me perguntam porque eu vou à Igreja e vou à casa dos pobres, e eu respondo: é minha vocação servir, no pouco que posso. Sinto que na escola sou uma presença evangelizadora”, mencionou.

TESTEMUNHO DOS LEIGOS

Ao nal da caminhada, houve a Santa Missa, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e concelebrada por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga; e pelo Padre João Carlos Portes.

Na homilia, Dom Odilo ressaltou o testemunho e o legado de Ozanam. “Leigo engajado, dedicou-se à causa dos mais pobres, servindo com amor e pautado nos ensinamentos do Evangelho”, disse, recordando as obras de misericórdia narradas no capítulo 25 de São Mateus.

“A prática das obras de misericórdia é a chave para o céu. Somos convocados pelo próprio Cristo a praticá-las em favor dos irmãos. Há duas maneiras de pô-la em prática: no âmbito pessoal e a partir da caridade organizada”, disse, mencionando que este é um dos apelos feitos ao longo do sínodo arquidiocesano.

O Arcebispo enfatizou que a caridade organizada “é fruto do Evangelho, se multiplica, agrega e estimula a todos para o compromisso e para a ação”. Ele também enalteceu as iniciativas dos leigos em “participar do discipulado de Jesus em prol do irmão”.

O Purpurado agradeceu a presença e atuação dos Vicentinos e encorajou-os na missão aos que se encontram à margem da sociedade. “Sejam misericordiosos e não se cansem de fazer o bem”.

www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br | 19 a 25 de abril de 2023 | Reportagem | 9
ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
WELTER
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO Cardeal Scherer abençoa membros dos Vicentinos em missa realizada após a Marcha de Ozanam

Bispos do Brasil se reúnem na Assembleia Geral da CNBB

ENCONTRO DO EPISCOPADO BRASILEIRO ACONTECE ATÉ O DIA 28, EM APARECIDA (SP)

FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Começa na manhã da quarta-feira, 19, a 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB), no Centro de Convenções Padre Vítor Coelho de Almeida do Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida (SP).

O encontro do episcopado brasileiro se estende até o dia 28, tendo como tema central a avaliação global da caminhada da CNBB. Os bispos também re etirão sobre outros seis temas prioritários: Doutrina da Fé, Liturgia, Regimento da CNBB, Relatório do Quadriênio, Relatório Econômico e Textos Litúrgicos.

A atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) – 2019/2023 – está contida no tema central da Assembleia. Essa atualização estava prevista para acontecer em 2023, quando se encerra o quadriênio anterior. Os bispos, no entanto, decidiram pela continuidade do processo de escuta e incorporação dos resultados do Sínodo sobre a Sinodalidade, cuja primeira sessão será em outubro deste ano e a última em outubro de 2024. Nesse sentido, a atualização das novas DGAE da Igreja no Brasil serão construídas num caminho sinodal.

VOTAÇÕES

Durante a 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB) haverá a eleição dos quatro membros da presidência, dos 12 presidentes das comissões episcopais permanentes, dos dois representantes da CNBB no Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), um titular e suplente, e dos dois bispos que participarão da assembleia do Sínodo sobre a Sinodalidade, em Roma.

A previsão é que acontecerão 60 escrutínios a partir da segunda semana da Assembleia. A duração do mandato nos cargos em órgãos constitutivos da CNBB é de quatro anos, coinci-

dindo com o quadriênio do mandato da presidência.

PRESIDÊNCIA DA CNBB

De acordo com o artigo 28 da 8ª sessão do Estatuto Canônico da CNBB, serão eleitos pela Assembleia Geral “em votações separadas, o presidente, os vice-presidentes e o secretário-geral, por maioria de 2/3 dos membros presentes, com direito a voto deliberativo, no primeiro ou segundo escrutínio. No terceiro escrutínio será eleito, entre os dois candidatos mais votados no segundo, aquele que obtiver maioria absoluta. Havendo empate, considerar-se-á eleito

Dom John Bogna Bakeni, região em que os cristãos sofrem perseguição.

A CNBB

Considerada a terceira conferência episcopal do mundo reconhecida pela Santa Sé, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi fundada em 14 de outubro de 1952, no Rio de Janeiro, ou seja, dez anos antes do Concílio Vaticano II. A reunião de instalação da CNBB foi realizada no Palácio São Joaquim, na capital Fluminense, onde ocorreu também a eleição da comissão permanente encarregada de dirigir a entidade, constituída por Dom Alfredo

territorial, como a administração apostólica pessoal.

ASSEMBLEIA GERAL

Segundo o Estatuto Canônico da CNBB, a Assembleia Geral, órgão supremo da Conferência, é a expressão e a realização maior do afeto colegial, da comunhão e da corresponsabilidade dos Pastores da Igreja no Brasil” com a nalidade de realizar os “objetivos da CNBB, para o bem do povo de Deus” (cf. parágrafo único do artigo 11). Reúne-se ordinariamente, uma vez por ano e, extraordinariamente, quando, para m determinado e urgente, sua convocação for requerida.

“A Assembleia Geral tratará de assuntos pastorais, de ordem espiritual e de ordem temporal, daqueles relativos à missão da Igreja e dos problemas emergentes referentes às pessoas e à sociedade, sempre na perspectiva da evangelização” (Estatuto, artigo 13).

COMUNHÃO

No programa “Encontro com o Pastor” da terça-feira, 18, pela rádio 9 de Julho, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, falou da importância da assembleia como manifestação da comunhão do episcopado brasileiro.

o mais antigo por tempo de ordenação episcopal”.

A permanência como membro da presidência, quaisquer que tenham sido as funções nela exercidas, só é permitida por dois mandatos consecutivos, tornando-se, portanto, inelegível para um terceiro mandato imediatamente subsequente em qualquer dos cargos da presidência.

OUTROS TEMAS

A programação da AG CNBB conta ainda com outros temas diversos (Acordo Brasil - Santa Sé, Análise da Conjuntura Social e Eclesial, Gestão, Campanha da Fraternidade; Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho; Charis; Comissão Comunhão e Partilha; Comissão Episcopal para a Amazônia; Fundo Nacional de Solidariedade; Jubileu de 2025; pesquisa “Saúde Integral do Clero”; o Sínodo 2023-2024; o 15º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs); além da visita do Bispo Auxiliar da Diocese de Maiduguri, na Nigéria,

Câmara, então Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro e idealizador da Conferência, foi designado Secretário-Geral, e o Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, então Arcebispo de São Paulo, foi eleito o primeiro presidente da entidade, função que exerceu por dois mandatos.

Dom

De acordo com dados divulgados pela CNBB, atualmente, a Igreja no Brasil conta com um total de 326 bispos ativos e 156 bispos eméritos, aqueles que, conforme o Código de Direito Canônico, deixam o ofício por limite de idade ou por renúncia aceita pelo Papa.

No País, existem 279 circunscrições eclesiásticas, ou seja, territórios ou “Igrejas particulares” con adas aos cuidados de um bispo. A circunscrição eclesiástica pode ser uma prelazia, uma diocese, arquidiocese, eparquia ou exarcado para éis de ritos especí cos, e também circunscrições que não têm uma limitação

“Juntos, os bispos são responsáveis pela animação da vida da Igreja em todo o Brasil. Cada bispo responde por sua diocese, não a CNBB, mas ele age em comunhão com os outros bispos; do contrário, estaria fundando uma Igreja sozinho. Os bispos realizam sua missão na partilha e na ajuda recíproca. Por isso, procuram re etir sobre aquilo que são as situações e desa os comuns, para buscar soluções em vista do bem da Igreja na sua própria diocese”, a rmou Dom Odilo, convidando as pessoas a acompanharem as notícias e celebrações da assembleia pelas mídias o ciais e a se unirem em oração pelos bispos do Brasil.

Todos os dias, no Santuário Nacional, às 18h30, os bispos participarão das celebrações eucarísticas da 60ª AG CNBB, transmitida pela TV Aparecida e demais mídias católicas. Haverá também uma celebração penitencial no dia 23 de abril e uma celebração inter-religiosa no dia 26. O retiro espiritual do episcopado acontece no sábado, 22, e no domingo, 23. (CominformaçõesdaCNBB)

10 | Geral | 19 a 25 de abril de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Vicente Scherer, Dom Mário de Miranda Vilas Boas e Dom Antônio Morais de Almeida Júnior. Helder
CNBB

É tempo de repensar a composição, o uso e a destinação dos plásticos

O avanço das pesquisas cientí cas tem levado a respostas cada vez mais surpreendentes quanto ao destino nal da crescente quantidade de plásticos que é produzida, utilizada em diferentes ramos de atividades e, muitas vezes, descartada de maneira incorreta no meio ambiente.

AS ‘ILHAS E AS PEDRAS DE PLÁSTICO’

A cada ano, cerca de 10 milhões de toneladas de plásticos vão parar nos oceanos. Atualmente, já existem ao menos cinco grandes “ilhas de plástico” no planeta. A maior delas se localiza no Pací co Norte e tem uma área equivalente a três vezes o território da França. As outras estão no Atlântico Norte, no oceano Índico, no Pací co Sul e no Atlântico Sul.

As “ilhas de plástico”, formadas gradualmente ao longo das últimas décadas, são compostas majoritariamente de microplásticos – pequenas partículas de plásticos com menos de 5 milímetros – que acabam cando muito próximas devido à ação de correntes marinhas e à rotação da Terra e formam como que um bloco unicado, cuja maior parte ca submersa nos oceanos.

E também algumas ilhas naturais começam a car impregnadas de plástico. Em 2022, pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) informaram ter encontrado “rochas de plástico” na Ilha de Trindade, no estado do Espírito Santo. A elas deram o nome de “plastistones”, devido à sua formação praticamente homogênea com microplásticos que possivelmente as ondas do mar levaram até a ilha, formando tais rochas ao longo dos anos. Trata-se de uma “evolução” das rochas de plástico das quais se tinha notícia até então, formadas pela mistura de minerais, areia, conchas e microplásticos.

PARTÍCULAS NO SANGUE HUMANO

Também no ano passado, em um estudo feito em 22 amostras de sangue de doadores anônimos, nos Países Baixos, foram encontradas micropartículas de plástico em 17 delas: havia vestígios de politere alato de etileno – o material-base das garrafas PET e das bras de poliéster, muito usadas pela indústria têxtil; de polietileno e poliestireno, este último maciçamente utilizado nas embalagens de alimentos.

De acordo com os cientistas que conduziram o estudo, a hipótese mais provável é que as partículas de micro-

plástico entraram no organismo destas pessoas ao longo da vida pela água que beberam, pelo ar, pelos alimentos ingeridos e até por produtos de higiene e cosméticos.

“Enquanto a nossa máquina lava a roupa, ela solta a água com estes microplásticos, que do esgoto vão parar nos rios e oceanos. Essas partículas são comidas pelos peixes, e nós consumimos peixes. Essa água vai parar na grama, o animal dela se alimenta, e nós nos alimentamos de plantas e de carne animal. Portanto, no m, nós mesmos acabamos comendo microplásticos”, explicou, ao O SÃO PAULO, Ângela Barbour, farmacêutica bioquímica, doutora em artes visuais e poéticas visuais, com atuação no ramo dos têxteis.

A gestão indevida dos resíduos também ajuda a explicar parte do problema. No Brasil, por exemplo, a cada ano, das 170 mil toneladas de resíduos têxteis, cerca de 80% tem como destino nal os lixões e aterros sanitários. É um emaranhado de aparas e retalhos de bras, micro bras e poliéster, a maior parte com microplásticos em sua composição, material que pode levar de 100 a 400 anos para se decompor.

UMA ALTERNATIVA AO PROBLEMA: OS BIOPLÁSTICOS

Além de incentivar que as pessoas e empresas descartem corretamente os resíduos plásticos, produzir itens com materiais alternativos ao plástico con-

vencional, derivado do petróleo, tem sido visto como fundamental para frear a poluição ambiental. Nesse sentido, gradualmente tem crescido a adoção, em diferentes ramos de atividades, de bioplásticos, compostos de fontes renováveis e que podem ser degradados mais rapidamente por fungos e bactérias após serem descartados.

“A biodegradabilidade oferece signi cantes benefícios econômicos e ao meio ambiente. Por exemplo, um saco biodegradável quando usado como saco de resíduo orgânico contribui para a separação higiênica, a coleta seletiva, e sendo destinado corretamente à compostagem se transforma em adubo orgânico de valor e, consequentemente, reduzindo essa fração do resíduo destinada a aterros sanitários, lixões e mesmo incinerada”, consta em um material explicativo da Associação Brasileira de Biopolímeros Compostáveis e Compostagem (Abicom).

Apesar de sua adoção ser benéca ao meio ambiente, os bioplásticos ainda são mais caros que os plásticos convencionais, uma das razões que ajudam a explicar porque menos de 1% das 359 milhões de toneladas de plástico fabricadas no mundo em 2019 eram de bioplásticos, conforme dados da European Bioplastics.

Ângela Barbour, que tem se dedicado a estudos e à produção de têxteis a partir de biomateriais, assegura que as pesquisas sobre o uso desses componentes estão em pleno progresso e que muito já se produz a partir deles.

Alguns exemplos são os bioplásticos de gelatina, que podem ser convertidos em os, para posterior confecção de roupas; o ágar-ágar, extraído de algas marinhas, com o qual são feitas embalagens; ou o alginato, também composto de algas, com o qual é possível obter chapas ou os, para serem utilizados na produção de roupas.

Já na produção industrial em larga escala, tem avançado a utilização de bioplásticos produzidos a partir do milho e da cana-de-açúcar.

Esta edição do caderno “Laudato si’ – Por uma Ecologia Integral” dá visibilidade a projetos e pessoas que têm buscado alternativas ao uso do plástico convencional – como é o caso de Ângela Barbour – ou que procuram prolongar sua utilidade em vez do simples descarte, como faz a ONG Eco Garopaba, que transforma garrafas PET em pranchas de surfe; e o Instituto Amor Rosa, que recolhe tampinhas plásticas, as revende à indústria e com os recursos obtidos auxilia as pessoas com câncer.

Tais iniciativas fazem ressoar ao menos dois apontamentos do Papa Francisco na encíclica Laudato si’: o primeiro é que antes de avaliar a beleza estética de qualquer projeto, é preciso pensar “a qualidade de vida das pessoas, a sua harmonia com o ambiente, o encontro e ajuda mútua” (cf. LS 150); e não menos importante é orientar as ações para a “alteração do consumo e o desenvolvimento de uma economia de resíduos e reciclagem” (cf. 180).

Edição 03 19 de abril de 2023
ONU/Laura Quinones Tem sido cada vez mais frequente encontrar componentes plásticos em meio ao lixo marinho; já há 5 grandes ‘ilhas de plástico’ no planeta

Biomateriais: um desafogo para o presente, um redesenhar do futuro

ARTISTA VISUAL E FARMACÊUTICA BIOQUÍMICA, ÂNGELA BARBOUR TEM SE DEDICADO À PESQUISA E PRODUÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS E SOLUÇÕES QUE NÃO DEGRADEM O MEIO AMBIENTE

Da varanda do apartamento 92 do edifício Virginia, no número 197 da Rua Martins Fontes, é possível obser var a dinâmica acelerada do centro da capital paulista em mais uma tarde de sol. O prédio, inaugurado em 1951, tem em suas estruturas as marcas do tempo. Na varanda, em meio às rachaduras do teto e das paredes e o piso desgastado, uma artista plástica montou uma exposição com janelas quebradas, pedaços de escombros, uma sapatilha de balé, um vestido de seda pura de sua juventude, uma rede de descanso, galhos secos e “entrelaçou” todo o cenário com dois itens que usa frequentemente: os de seda e pedaços de polpa de papel.

“Eu produzi essa polpa a partir do processamento dos boletos que juntei durante a pandemia. Os boletos são a nossa timeline. Neles estão as nossas alegrias, tristezas, as doenças... Então, decidi transformá-los em polpa e pulverizar, como que jogando aqui nesta instalação, um pedacinho do que vivi e, também, ‘conversando’ com a Virginia [Virginia Matarazzo Ippolito, a primeira proprietária do edifício] e com todas as pessoas que aqui passam ao longo dos anos”, detalha Ângela Barbour.

Ângela, ao lado da lha, Andréa Barbour, que também é artista, participa de uma mostra no edifício Virginia, que será retro tado, ou seja revitalizado em vez de demolido, pela incorporadora Somauma. A instalação “Na Varanda com Virgínia” pode ser vista até 29 de maio e foi parte da 12a Semana de Design de São Paulo, em março, na qual Ângela também falou sobre biodesign e biomateriais, assuntos sobre os quais é uma das principais especialistas no Brasil.

REPENSANDO COMO AS COISAS SÃO FEITAS

Farmacêutica bioquímica e doutora em artes visuais e poéticas visuais, Ângela Barbour já foi a responsável pela galeria Marta Traba do Memorial da América Latina, onde montou o primeiro Fab Lab público e gratuito do Brasil – um espaço colaborativo de fabricação digital, que por meio de ferramentas controladas por computador e do uso de diferentes materiais permite viabilizar quase todo tipo de projeto. Foi ainda diretora-executiva do Porto Fab Lab, o primeiro labora-

tório de fabricação digital dedicado às artes.

Atualmente, é instrutora global do Fabricademy, um curso que prepara as pessoas para dirigir laboratórios de fabricação digital e orientar projetos. No Brasil, apenas o ateliê que ela criou, o Ellora Ateliê, é chancelado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) e pela Fab Foundation para ministrar esse curso.

“No Fabricademy, trabalhamos como fazer as coisas de forma mais sustentável, por meio de uma intersecção entre a produção digital, os têxteis e a Biologia. Propõe-se uma linha nova de pensamento em relação à moda e aos tecidos, como, por exemplo, produzir uma roupa que seja zero waste, ou seja, sem desperdício de material. Quando se vai cortar o tecido de uma roupa, o seu design deve ser de tal modo que não sobre pano algum. Além disso, todo o processo é pensado em uma economia circular: produzir com zero waste, entregar o produto em uma embalagem reciclável, pensar as formas em que será enviado ao consumidor, e que este já saiba onde descartá-lo para que seja reaproveitado e não vire lixo”, detalha ao O SÃO PAULO.

AS MUITAS POTENCIALIDADES DOS BIOMATERIAIS

Por meio do Fabricademy, Ângela Barbour estreitou laços com o mundo da moda. “Hoje, como artista, faço peças que são obras de arte e que são para vestir. Por exemplo: uma capa cortada a laser que vira uma renda, uma capa de seda com impressão feita em uma ecoprint. Utilizo plantas e ores que já saem como parte da estampa”, detalhou, comentando ainda que o tingimento dos tecidos é feito com extratos de plantas ou corantes extraídos de bactérias e algas. “Gasta-se bem menos água e não se polui o ambiente com as sobras dos corantes sintéticos”, prossegue.

“Os bioplásticos provêm de outras fontes naturais, como a gelatina, obtida no descarte de peças do boi,

o ágar-ágar e o alginato, ambos das algas. Há ainda a mistura desses bioplásticos com outros materiais, são os chamados compostos: por exemplo, pode-se misturar cascas de ovo com o bioplástico feito de gelatina e ter um material super-resistente, que serve até para fazer um vaso”, detalha.

Há também uma vasta gama de couros alternativos, feitos com restos da pele de grandes peixes; com soja fermentada; com polpas de sobras das frutas; com algas; com micélio (obtidos pela rami cação de fungos), que podem ser úteis também para produzir azulejos, tijolos e colunas de construção; e com couro de kombucha, produzido a partir da fermentação de uma bactéria com uma levedura, que resulta em uma película de celulose, que se assemelha ao couro animal após estar seca.

Embora produzir com biomateriais nem sempre seja uma opção barata, Ângela assegura que a viabilidade nanceira dos projetos e produtos feitos com biomateriais é um dos pontos de atenção tanto do Fabricademy quanto de outro curso que ela ministra, chamado “Bioplásticos e o Futuro dos Materiais”.

“O mercado leva em conta algo que seja feito com biomaterial e que quando for descartado irá se degradar mais facilmente na natureza. A indústria também busca materiais alternativos que deem um salto de qualidade e que possam ser usados em lugar de outros não sustentáveis”, comenta.

INOVAÇÃO A SERVIÇO DO BEM COMUM

Em outubro de 2022, Ângela liderou um projeto vencedor de um concurso realizado na conferência internacional dos Fab Labs, em Bali, na Indonésia.

Os desa os eram auxiliar uma comunidade de plantadores de café e de cacau a encontrar um modo mais e caz para separar os grãos conforme o tamanho e de remover de modo mais fácil as ervas daninhas das plan-

tações, trabalho feito até então com uma máquina com foices de raspagem, movida a diesel.

A partir do recipiente das marmitas dos trabalhadores, foram criadas peneiras separadoras dos grãos; e com as sobras de cascas do cacau, misturadas a bras de coco e alginato, foram confeccionados pequenos tapetes, que colocados em volta das plantas impediam a entrada de luz no entorno e, por consequência, o crescimento das ervas daninhas. Além disso, os saquinhos plásticos nos quais as mudas eram envoltas foram substituídos por outros feitos com a casquinha do grão de café. Ao serem plantados com a muda, se dissolvem, transformando-se em um fertilizante natural.

O grupo de 22 pessoas do qual Ângela era participante, junto com outras sete brasileiras, decidiu doar àquela comunidade todos os materiais desenvolvidos, bem como a premiação de 6 mil dólares. “Viemos embora com as mãos vazias, mas com o coração cheio”, recorda Ângela, que é católica e mãe de quatro lhos.

Na avaliação da artista visual, a utilização dos biomateriais já não é mais apenas uma alternativa, mas uma necessidade. “Não devemos terminar de destruir o planeta, mas, sim, começar a recuperá-lo. Como descartar menos plástico? Como fazer que estes plásticos sejam transformados em outros objetos e materiais? Quando usamos biomateriais e pensamos o biodesign, consideramos, na verdade, o bem-estar do ser humano, dos animais, de toda a natureza. Deixamos de poluir e, assim, redesenhamos o futuro”.

Clique e concorra a bolsas de estudos no curso “Bioplásticos e o Futuro dos Materiais”, ministrado por Ângela Barbour

2 | Laudato si’ – Por uma Ecologia Integral | 19 de abril de 2023 | www.arquisp.org.br www.osaopaulo.org.br/fe-cultura
Luciney Martins/O SÃO PAULO Arquivo pessoal Ângela Barbour, artista plástica e bioquímica, se dedica à produção e ao estudo de biomateriais, especialmente para utilização no ramo têxtil

Na Eco Garopaba, as garrafas PET viram pranchas de surfe

CRIADA EM 2011, ONG JÁ TRANSFORMOU

MAIS DE 30 MIL GARRAFAS EM PRANCHAS

ECOLÓGICAS E REALIZA AÇÕES DE LIMPEZA

NAS PRAIAS E DE CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS

Roseane Welter

Sempre que ia surfar, o casal Jairo Lumertz e Carolina de Albuquerque Scorsin (foto central) se incomodava com a quantidade de lixo que encontrava no mar. Em 2011, eles decidiram que fariam algo para tentar mudar

rafas PET foram transformadas em pranchas. A quantidade de garrafas necessárias para produzi-las varia conforme o modelo: com 45 garrafas é possível confecionar uma prancha comum; com 90, uma stand up paddle (que é um modelo maior) e com 15 garrafas uma prancha de bodyboard, que é mais larga e mais curta que uma prancha convencional.

A ideia da prancha ecológica também ja aportou no litoral de Israel, Argentina, Peru, Chile, México, Nova Zelândia, Indonésia, Austrália, França, Inglaterra, Portugal e Tailândia.

A PRANCHA ECOLÓGICA

Jairo Lumertz contou à reportagem que o material necessário para construir as pranchas, além das garrafas PET, é simples e encontrado até nos lixões ou em canteiros de obras: tesoura, lixa, cola de poliuretano, canos de PVC (para sustentar a estru-

reza e capacitamos centenas de multiplicadores para dar continuidade ao projeto”, reforça Lumertz, recordando que também são confeccionadas pranchas adaptadas para pessoas com de ciência.

O sur sta ressalta que as pranchas podem ser feitas no modelo maior de stand up paddle, modalidade que usa um remo e, assim, pode ser praticada em lagoas, rios e até piscinas. Por isso, até em cidades não litorâneas o projeto pode ser viabilizado, razão pela qual os idealizadores do Eco Garopaba têm a meta de visitar todos os estados do Brasil e o Distrito Federal.

MUDAR HÁBITOS EM RELAÇÃO AOS PLÁSTICOS

Um relatório do Fundo Mundial para a Natureza (WWF) aponta que o Brasil é o quarto país que mais produz plástico no mundo, cando atrás apenas dos Estados Unidos, China e

colaboração de todos. Buscamos com o projeto capacitar crianças e jovens para a educação e preservação ambiental em escolas e na fabricação da sua própria prancha”, disse.

Carolina ressaltou a importância das ações do projeto nas escolas. “As crianças saem da escola com outra ideia de preservação e da prática de esporte. Começam a repensar e mobilizar os familiares para a ação de cuidar do ecossistema. Elas começam a olhar os problemas que o lixo vem causando de outra forma”, frisou.

“Eu costumo dizer que meu esposo e eu somos ‘caçadores de garrafas PETs’”, brinca Carolina, enfatizando a crescente participação dos moradores e turistas nos mutirões na praia e na coleta seletiva. “Quem conhece nossas ações já nos traz as garrafas após o uso, pois sabe que estamos sempre procurando-as para reutilizá-las”, contou.

essa realidade. Começaram, então, a confeccionar pranchas de surfe com garrafas plásticas. Assim surgiu a ONG Eco Garopaba, cuja sede é na Praia da Barra, na cidade de Garopaba, no litoral de Santa Catarina.

A iniciativa tem por objetivo reduzir o volume e os prejuízos causados pelo lixo nos oceanos e busca conscientizar a população sobre a necessidade da gestão responsável do lixo, por meio da reciclagem e o descarte correto de resíduos. Também fomenta a consciência social e ecológica nas comunidades, falando a estudantes, moradores e turistas. E, claro, incentiva a prática do surfe.

Jairo e Carolina já foram a diferentes partes do Brasil para ministrar palestras e dar formação a multiplicadores em escolas. O casal ensina crianças e jovens a produzirem sua própria prancha e organiza mutirões para limpar as praias por onde passa.

Em 12 anos de projeto, já foram visitadas mais de 80 cidades, em 17 estados, e orientadas cerca de 50 mil crianças e adolescentes.

Neste período, mais de 30 mil gar-

tura), E.V.A. escolar (para o deck – a parte de cima da prancha), tábuas plásticas (para as quilhas). Também é preciso um compressor de ar ou uma bomba de pneu de bicicleta, para encher as garrafas de ar e garantir mais e ciência na utuação.

“O processo de fabricação da prancha envolve higienizar bem as garrafas PET, lixá-las, colá-las com uma substância adesiva especial para poliuretano, criar uma estrutura de canos de PVC e nalizar com E.V.A. a parte em que o sur sta deita”, explica Lumertz. “Todo o material vem do lixo ou é reciclado. Por exemplo, E.V.A. é algo muito descartado pelas academias”, a rmou o sur sta, garantindo que a prancha ecológica tem a mesma estabilidade das convencionais, mas um custo bem menor para ser produzida, o que possibilita que também as pessoas de baixa renda possam ter a própria prancha de surfe.

“A prancha se torna uma ferramenta para falar sobre os problemas que o lixo vem causando em nosso planeta. Assim, incentivamos a prática do surfe, a preservação da natu-

Índia. É, ainda, um dos que menos recicla: apenas 1,28%, o equivalente a pouco mais de 145 mil toneladas.

A WWF a rma que cerca de 10 milhões de toneladas de plástico são lançadas nos oceanos, anualmente. Nesse ritmo, até 2030, haverá o equivalente a 26 mil garrafas plásticas no mar a cada quilômetro quadrado, o que afetará a qualidade do ar, do solo e dos sistemas de fornecimento de água.

Investir em alternativas sustentáveis é um caminho para reverter esse cenário; por isso, segundo Carolina Scorsin, a Eco Garopaba tem como missão conscientizar a população sobre a necessidade do cuidado com o planeta, viabilizando a reciclagem e o correto descarte do plástico e dos demais itens passíveis de reaproveitamento.

“A reciclagem ainda é um desa o no Brasil. Toneladas de resíduos que poderiam ser reaproveitados, contribuindo para a economia circular, infelizmente são despejadas em locais proibidos. Nosso intuito é reduzir e até eliminar o descarte incorreto do lixo nas praias. Isso é possível com a

A Eco Garopaba também produz quadros com o lixo plástico retirado das ações de limpeza em praias, e brincos feitos com caixas de leite e retalhos de tecidos.

CONHEÇA O PROJETO @ecogaropaba

OS PLÁSTICOS

E O MEIO AMBIENTE São produzidas 11.355.220 milhões de toneladas de lixo plástico por ano, no Brasil;

Deste total:

7,7 milhões de toneladas são jogadas em aterros sanitários;

2,4 milhões de toneladas são descartadas de forma irregular;

Mais de 1 milhão de toneladas não é recolhida; Apenas 145.043 toneladas são corretamente recicladas; Cada brasileiro produz 1kg de lixo plástico por semana (Fonte:WWF)

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Fotos: Eco Garopaba Fotos: Eco Garopaba

‘Tampinhas de amor’: o que ia para o lixo agora impulsiona a solidariedade

FORMADO POR

CÂNCER POR MEIO DA VENDA DE TAMPINHAS PLÁSTICAS QUE ANTES

TINHAM OS ATERROS SANITÁRIOS COMO DESTINO

Ira Romão

Sabe aquela tampinha de plástico como a da garrafa de água que geralmente todos jogam fora? Ela tem gerado renda para o Instituto Amor Rosa, organização não governamental que assiste pacientes oncológicos na capital paulista.

O Instituto arrecada e vende as tampinhas, contribuindo ainda com a sustentabilidade ambiental, direcionando à reciclagem toneladas desse tipo de plástico que, antes, iriam para os aterros sanitários.

De 2020 a 2022, o Instituto arrecadou 77 toneladas de tampinhas. Toda a renda obtida com a venda do material é revertida ao atendimento dos assistidos, pacientes internados ou não, que recebem apoio por meio de acompanhamento psicológico e de doação de itens essenciais durante o tratamento oncológico.

“São desde visitas, doação de fraldas geriátricas e de kits como o de higiene – sabonete, escova de dente, pente, absorvente etc – até a entrega de cadeiras de rodas e de banho, entre outras coisas”, disse, ao O SÃO PAULO, Ana Maria Obranovich Rosa, 74, cofundadora e presidente do Instituto.

AMOR ROSA

O cialmente fundado em 2019, o Instituto Amor Rosa já atuava de forma extrao cial desde 2011, sempre apoiando pacientes oncológicos adultos, sem distinção de sexo e tipo de câncer.

“O adulto com câncer é estigmatizado. Por isso, nos dedicamos a cuidar daqueles que precisam. Sou católica e acredito que devemos amar o próximo como a nós mesmos”, comenta Ana Maria.

A missão do Amor Rosa é acolher, amparar, orientar e, como o próprio nome diz, amar aquelas pessoas que se encontram em situação de fragilidade por causa da doença.

Seus assistidos são encaminhados pelos serviços sociais de hospitais parceiros do Sistema Único de Saúde e da rede privada.

“Hoje, ao mês, são 370 pacientes que atendemos direta ou indiretamente de acordo com as necessidades”, diz Ana Maria.

Formado por voluntários, o Instituto conta com 36 integrantes, entre os quais uma psicóloga, um advogado e

13 coordenadoras de projetos que administram as diversas frentes de atuação, como a arrecadação de donativos, entrega de cestas básicas e o banco de perucas, enviadas gratuitamente para todo o Brasil.

“O Amor Rosa é formado por pessoas que chegaram aqui pelo amor ou pela dor. São pessoas que já foram pacientes ou que tiveram casos de câncer na família ou perderam alguém para a doença”, expõe Ana Maria.

É o caso da administradora de empresas Fátima Laplaca, 60, que atua na assessoria da presidência do Instituto. Ela conheceu o trabalho em 2012, quando estava com a doença.

“Tive câncer de mama, diagnosticado em 2010. Embora não precisasse de auxílio de bens materiais, sentia falta de um grupo de apoio, de pessoas para interagir, tirar dúvidas sobre a doença e o tratamento”, conta Fátima.

“Acolhimento eu tive já no primeiro encontro com a Ana Maria, que me deu um abraço caloroso. Passei a ir aos eventos e encontros de pacientes. Virou uma chave na minha vida”, diz.

De assistida, Fátima, que passou 10 anos em tratamento, se juntou a Ana Maria como cofundadora do Amor Rosa. “Ressigni quei minha experiência com o câncer e usei o árduo aprendizado para ajudar outras pessoas que passam pela situação”, conta.

O mesmo ocorreu com a artesã Maria José S. de Moraes, 55, que além de paciente assistida é voluntária desde 2021. Ela foi diagnosticada com câncer de mama em 2016 e conheceu o Instituto por meio de uma amiga que, depois, faleceria em decorrência da doença.

“Ela me levou até o Amor Rosa para pegar uma peruca emprestada. Lá escolhi uma do meu agrado e passei a participar dos eventos”, recorda Maria José, que atua, principalmente, no setor da beleza da ONG.

TAMPINHAS DE AMOR

Há três anos, o Instituto adotou a

campanha permanente “Tampinhas de amor”, a m de arrecadar e vender tampas plásticas para empresas especializadas em reciclar o material.

“O projeto surgiu por acaso, quando uma voluntária trouxe um saco delas em doação, em outubro de 2019. Não sabíamos o que fazer com o material, por isso, fomos procurar exemplos de utilização e encontramos casos incríveis”, relata Ana Maria.

“Fomos entender como funcionava, para quem vender e como tinha que ser feita a classi cação do material. Tudo foi um aprendizado”, acrescenta.

Hoje a campanha corresponde a boa parte da renda do Instituto. “Está chegando aos 60% porque também trabalhamos com outras campanhas, como a arrecadação de lacres de alumínio e o bazar que mantemos com roupas, sapatos e acessórios doados”, diz Ana Maria.

Com o recurso obtido, a ONG paga os custos para manter a sede – aluguel, condomínio e IPTU, as infraestruturas como telefone, internet e a energia elétrica, bem como atende às demandas de suplementos alimentares, dietas enterais e fraldas.

Ana Maria comenta que a venda

das tampinhas foi uma solução de duas vias que o Instituto encontrou para continuar trabalhando: “Fazemos dois trabalhos sociais: a sustentabilidade e a solidariedade, já que retiramos as tampinhas do meio ambiente onde demoram até 400 anos para se degradar e damos dignidade a quem precisa”.

PARCEIROS

Na arrecadação de tampinhas, o Instituto conta com a parceria de empresas, escolas, igrejas e condomínios que mantêm pontos de coletas.

Entre os parceiros estão as concessionárias ViaQuatro e ViaMobilidade, do Grupo CCR, que desde 2022, cedem espaços nas estações do Metrô e da CPTM que administram para arrecadar o material.

Os pontos de coleta estão localizados em todas as estações da Linha 5-Lilás do Metrô e das Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

Na Linha 4-Amarela do Metrô, há coletores nas estações Luz, República, Higienópolis-Mackenzie, Paulista, Oscar Freire, Fradique Coutinho, Faria Lima, Pinheiros, Butantã, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia.

As concessionárias, por meio de suas assessorias de imprensa, informaram que com a campanha “buscam incentivar a solidariedade e a consciência ambiental, além de contribuir diretamente com o tratamento de pacientes oncológicos”.

RECICLAGEM

As tampinhas vendidas pelo Instituto são aproveitadas pela indústria para a fabricação de outros produtos como baldes, cabides, caixinhas para óculos, bacias, bancos, brinquedos, entre outros.

Antes de vender as tampinhas, o Instituto as separa e as ensaca conforme as cores. Nessa triagem, são retirados também os materiais metálicos e as impurezas que podem prejudicar o processo de reciclagem.

“Chegam tampinhas com papel colado ou tampas de metal, como aquelas de azeitona, de molho de tomate ou de cerveja. Elas não servem”, conta Ana Maria.

DOE TAMPAS PLÁSTICAS DE:

Garrafas de água, refrigerantes e sucos;

Caixas de leite;

Produtos de limpeza (amaciante, sabão líquido, detergente e antimofo);

Cosméticos (desodorante aerossol, xampu, condicionador, cremes, pasta de dentes e pomadas);

Potes e latas (maionese, requeijão, café solúvel, leite em pó, achocolatado, farinha láctea, sorvete e inseticida aerossol).

O Instituto também aceita doações entregues por pessoas físicas na própria sede, na Rua Marquês de Itu, 70, Vila Buarque, Centro.

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VOLUNTÁRIOS, O INSTITUTO AMOR ROSA MANTÉM O ATENDIMENTO A PESSOAS COM
Fotos: Instituto Amor Rosa

O adeus a Dom Celso: fiel testemunha Daquele que ‘Amou até o fim!’

BISPO EMÉRITO DE CATANDUVA (SP)

FOI AUXILIAR NA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO ENTRE 1975 E 2000, ATUANDO COMO VIGÁRIO EPISCOPAL NA REGIÃO IPIRANGA

“Hoje eu me ofereço para que o povo de Deus de Catanduva e região tome posse de mim”. Com este propósito, há 23 anos, no dia 25 de março de 2000, Dom Antonio Celso de Queirós assumia a recém-criada Diocese de Catanduva (SP) como seu primeiro bispo, em solene celebração na Catedral Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na mesma cidade, localizada no Noroeste paulista.

Na segunda-feira, 17, os leigos, religiosos e sacerdotes se reuniram na mesma Catedral para se despedir de seu primeiro Bispo, que falecera na noite anterior, na capital paulista, aos 89 anos de idade, um dia antes de completar 63 anos de sacerdócio.

Bispo Auxiliar de São Paulo entre dezembro de 1975 e março de 2000, Dom Antonio Celso de Queirós atuou como Vigário Episcopal na Região Ipiranga, foi ainda Bispo Referencial da Pastoral Vocacional e dos Seminários, e teve permanente atenção aos mais pobres da cidade, zelo pastoral que também levou à Diocese de Catanduva, onde foi Bispo entre 2000 e 2009. “Que nossos passos nos levem aos que são mais pobres”, pediu aos éis em sua missa de posse naquela Diocese. Em seus 47 anos de episcopado, Dom Celso testemunhou o Evangelho, em conformidade com o lema que escolheu: “Amou até o m!” (Jo 13,1).

“Dom Celso foi um grande pastor da Igreja como auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Bispo de Catanduva, e um irmão a serviço dos irmãos na CNBB, no sentido plenamente cristão de quem dá a vida pelas ovelhas. Assim, ele a deu generosamente, quase que sem descanso”, enfatizou Dom Valdir Mamede, Bispo de Catanduva (SP), na homilia da missa exequial realizada na Catedral Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na noite da segunda-feira, 17.

“Não deixa riquezas, a não ser o bem que fez a tantas pessoas: as dores que aliviou, as esperanças que criou e a fé que testemunhou com a palavra e com a vida. Assim partiu ao encontro do seu e Nosso Senhor, que um dia o chamou a segui-Lo no serviço do seu povo e que hoje renova o seu chamamento, dizendo: ‘Celso, servo, discípulo el, segue-me também na minha morte e na minha Ressurreição’”, prosseguiu Dom Valdir.

Antes dessa celebração na Catedral Santuário, três missas de corpo presente

foram realizadas na tarde da segunda-feira na Paróquia de São Domingos de Gusmão, no centro de Catanduva. No início da noite, houve o translado do corpo para a Catedral e ao término da missa presidida por Dom Valdir ocorreu o sepultamento de Dom Celso na cripta.

EVANGELIZAR NA METRÓPOLE

Dom Antonio Celso de Queirós nasceu em Pirassununga (SP), no dia 24 de novembro de 1933. Realizou os estudos de primeiro e segundo graus em Campinas (SP), entre 1946 e 1952, e cursou Filoso a na Faculdade Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, em 1956 e 1957, e na Pontifícia Universidade de Comillas, na Espanha, de 1957 a 1962, país onde foi ordenado presbítero em 17 de abril de 1960.

Ele foi professor do Seminário Diocesano de Campinas, de 1961 a 1962; professor de Iniciação Teológica e de Doutrina Social da Igreja na Universidade Católica de Campinas, de 1961 e 1969; e da PUC-SP, entre 1968 e 1970; além de Vigário Geral da Pastoral e Coordenador da Pastoral da Arquidiocese de Campinas.

Em 15 de outubro de 1975, foi nomeado Bispo Auxiliar de São Paulo por São Paulo VI, tendo recebido a ordenação episcopal em 14 de dezembro daquele ano, na Catedral Metropolitana de Campinas, pela imposição das mãos de Dom Antonio Maria Alves de Siqueira.

Ao lado do Cardeal Paulo Evaristo Arns, Arcebispo de São Paulo entre 1970 e 1998, e dos demais bispos auxiliares da Arquidiocese, vivenciou o desa o pastoral de evangelizar a maior cidade do País em meio às mudanças sociais, culturais e políticas dos anos 1980 e 1990.

“A presença de Dom Celso sempre foi luminosa, esclarecida. Amou profundamente a Jesus e de maneira parti-

cularmente especial dedicou a sua vida à evangelização, ao povo”, a rmou Dom Angélico Sândalo Bernardino, Bispo Emérito de Blumenau (SC), em entrevista ao programa ‘Família dos Amigos’, da rádio 9 de Julho, na segunda-feira, 17.

“Dom Celso foi meu amigo, meu irmão muito querido. Nós caminhamos unidos desde o tempo de seminário! Dom Celso partiu para o céu depois de uma vida toda entregue à causa do Reino de Deus”, destacou o Prelado, que também foi Bispo Auxiliar de São Paulo.

No mesmo programa, Dom Antônio Gaspar, Bispo Emérito de Barretos (SP) e que também trabalhou com Dom Celso como Bispo Auxiliar em São Paulo, recordou a convivência fraterna entre eles: “É um irmão que hoje está no céu, pois a vida que ele viveu, dentro das nossas limitações humanas, foi de alguém que sempre queria ser bom, fraterno e era preocupado com o bem e a felicidade das pessoas”.

Dom Celso viveu seu ministério episcopal de modo especial na Região Ipiranga, como vigário episcopal. Em sua missa de despedida da Arquidiocese, em 17 de março de 2000, realizada no Santuário São Judas Tadeu, Ele expressou seu carinho ao clero, religiosos e éis. “Tudo passa, menos o amor... Daqui a algum tempo, a gente vai se encontrar de novo. E se a gente ama, a gente vai se reconhecer, vai sorrir uns para os outros e vai agradecer: ‘Obrigado, Senhor, por ter encontrado aquele irmão, aquela irmã tão querida... Saibamos que o amor e a fé que a gente viveu não foram em vão”.

ATUAÇÃO NA CNBB

Ainda como padre, Dom Antonio Celso de Queirós foi Sub-secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entre 1972 e 1975, e de-

sempenhou a mesma função no Regional Sul 1 da CNBB, em 1975.

Entre 1987 e 1994, Dom Celso foi, por dois mandatos, Secretario-Geral da CNBB, época em que deu especial impulso à Campanha da Fraternidade. Depois, entre 1995 e 1998, representou o episcopado brasileiro no Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), e foi ainda delegado à Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a América, em 1996. Foi, também, Vice-Presidente da CNBB, de 2003 a 2007.

“Somos imensamente gratos pelo serviço prestado pelo Prelado à nossa conferência episcopal no exercício dos serviços como seu Secretário-Geral e Vice-Presidente e, especialmente, na contribuição à caminhada da Igreja no Brasil por meio da redação e coordenação das DGAE [Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil]. Rogamos a Deus que conforte os corações de amigos e familiares, e dê ao nosso irmão o descanso eterno”, escreveram os bispos da presidência da CNBB, na mensagem de condolências.

A missa de 7o Dia de Dom Antonio Celso de Queirós acontecerá na Catedral Santuário de Nossa Senhora Aparecida, no domingo, 23, às 19h, na Diocese de Catanduva. Na Arquidiocese de São Paulo, será na mesma data, às 18h, na Paróquia Imaculada Conceição (Avenida Nazaré, 993, Ipiranga). www.osaopaulo.org.br

Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.

Papa: vida fraterna, oração e serviço ao próximo são a força da vida consagrada https://curt.link/8qkGKp

Conheça a Igreja Católica: O que é uma conferência episcopal? https://curt.link/5lvweR

Implicações médicas da fome no Brasil é tema de evento na Faculdade de Medicina da USP https://curt.link/wx3AmA

Vida, obra e memória de Cláudio Pastro são recordadas em simpósio https://curt.link/O3oDlY

Violência nas escolas: estados de nem os protocolos de combate https://curt.link/rTE3SM

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Luciney Martins/Acervo O SÃO PAULO

Capital passa a ter lei para atenção a crianças e adolescentes que vivem ou permanecem nas ruas

Entre os milhares de pessoas que têm a rua como morada na capital paulista ou nela passam a maior parte de seu tempo, cerca de 3,8 mil não tem mais do que 18 anos de idade. Os dados são do Censo feito pela Prefeitura em maio do ano passado.

A partir de agora, essa população conta com uma legislação para a garantia de seus direitos e de suas famílias, a Política Municipal de Atenção Integral a Crianças e Adolescentes em Situação de Rua e na Rua, a lei 17.923/2023, promulgada pelo prefeito Ricardo Nunes em 10 abril, após ter sido aprovada pela Câmara Municipal no projeto de lei 253/21, que teve coautoria de nove vereadores, de quatro partidos.

Estruturada em 38 artigos, a lei, cuja regulamentação deve ser feita pela Prefeitura em até 120 dias, considera como crianças e adolescentes em situação de rua e na rua, conforme seu artigo 2o, aqueles com até 18 anos de idade incompletos, “em desenvolvimento com direitos violados, em situação de vulnerabilidade e/ou risco pessoal e social por motivo de rompimento ou fragilidade do cuidado e dos vínculos familiares e comunitários, em situação de pobreza ou pobreza extrema, com di culdade de acesso ou permanência nas políticas públicas, sendo caracterizados por sua heterogeneidade”.

É voltada tanto para crianças e adolescentes em situação de rua – aqueles que têm como espaço de moradia, de modo permanente ou intermitente, os logradouros públicos ou áreas degradadas – quanto os que cam nas ruas – ou seja, fazem destes locais seu espaço de sobrevivência e trabalho.

CONSTRUÇÃO COLETIVA E PARTICIPAÇÃO DA IGREJA

O PL 253/21 foi fruto de um processo iniciado em 2013, quando o Ministério Público, a partir de denúncias, instaurou um inquérito civil para averiguar a efetividade das ações da Prefeitura em favor das crianças e adolescentes em situação de rua. Depois, diferentes atores da sociedade civil, incluindo a Pastoral do Menor, dialogaram sobre o problema e formularam, entre 2015 e 2018, o “Subsídio para a elaboração da política municipal de atenção a crianças e adolescentes em situação de rua e na rua na cidade de São Paulo”, que foi a base do texto original do PL 253/2021.

“Podemos dizer que foi um movimento apartidário em defesa do direito da criança e do adolescente, e que traduziu o sentimento da população do munícipio, sem deixar de respeitar o protagonismo do público alvo. Crianças e adolescentes em situação de e na rua foram ouvidos, em estilo de assembleia nas próprias ruas, antes de chegarmos à construção do projeto de lei”, detalhou,

ao O SÃO PAULO, Sueli Camargo, coordenadora arquidiocesana da Pastoral do Menor.

Em setembro de 2021, a Pastoral do Menor, em parceria com o Escritório Modelo “Dom Paulo Evaristo Arns” e o Grupo de Trabalho Direitos da Criança e do Adolescente, ambos da PUC-SP, organizou um seminário on-line para a apresentação do PL.

“Esta lei é resultado de um esforço coletivo, mas nesse processo a Igreja teve um papel fundamental, por meio da Pastoral do Menor, colaborando para a forma e o respeito com que o poder público olhou para este projeto de lei”, a rmou Sueli.

AMPLA ATENÇÃO A CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Entre os princípios dessa política municipal está o de que as crianças e os adolescentes em situação de rua e na rua são “sujeitos de direitos, pessoas em desenvolvimento e público prioritário das políticas públicas, reconhecendo seu contexto social e familiar, suas trajetórias de vida, suas demandas e interesses como dimensões interdependentes e buscando uma atuação intersetorial na garantia da proteção integral”, consta no artigo 3o

A lei também indica que a rua é um espaço de violação de direitos e de extre-

mo risco, estando tais crianças e adolescentes mais sujeitos ao trabalho infantil, a práticas análogas à escravidão, a serem cooptadas para a prostituição ou produção de pornogra a, bem como para atividades ilícitas, especialmente a produção e o trá co de entorpecentes.

Diante desses e outros riscos, se determina que o poder público estabeleça “protocolos e uxos integrados para o atendimento das violações de direitos e violências contra crianças e adolescentes em situação de rua e na rua, divulgando e disponibilizando ouvidorias e canais de comunicação para o recebimento de denúncias e reivindicações de direitos”, lê-se no artigo 36.

Para atender a essas crianças e adolescentes, serão desenvolvidas ações intersetoriais em assistência social, direitos humanos, esporte, cultura, lazer, educação (incluindo a garantia de matrícula nas unidades de ensino e a busca ativa daqueles que estiverem fora da escola ou em atraso no ciclo escolar), habitação (com o poder público devendo oferecer soluções habitacionais de nitivas a seus familiares), saúde (com a garantia de que tenham acesso universal e igualitário aos atendimentos no serviço de saúde) e trabalho e renda (com a promoção de políticas de geração de renda e empregabilidade a seus familiares).

CONHEÇA OS OBJETIVOS DA LEI 17.923/2023

(Síntese do que consta no Art. 5º da legislação)

Promover os direitos de crianças e adolescentes em situação de rua e na rua;

Garantir a atuação na prevenção e promoção dos direitos de suas famílias;

Enfrentar o trabalho infantil, considerando as demandas de suas famílias;

Qualificar de forma continuada os agentes públicos e orientar os serviços para o desenvolvimento de metodologias de educação social de rua e outras abordagens de atendimento;

Viabilizar a gestão da informação voltada para a integração intersetorial das informações produzidas nos atendimentos e para a produção de indicadores e metas que possibilitem o monitoramento e a avaliação da política;

Produzir conhecimento e incentivar a realização de diálogos e pesquisas sobre a temática das crianças e adolescentes nessas condições;

Promover ações para a prevenção do uso de álcool e/ou outras drogas por estas crianças e adolescentes, bem como fortalecer estratégias de cuidado daquelas que já usam tais substâncias.

Deverão também ser implementadas ações conjuntas para a elaboração de instrumentos e ferramentas que viabilizem a comunicação entre as secretarias e o compartilhamento de informações sobre o atendimento de cada uma dessas crianças e adolescentes.

Além disso, as famílias com crianças e adolescentes nesta condição de vida poderão ter acesso a programas de transferência de renda e outros benefícios, e ao adolescente que não conviva com seus familiares poderá ser concedido um subsídio nanceiro – o Bolsa-convivência –, por tempo limitado, para que retorne a tal convívio, fortaleça os vínculos familiares e alcance a autonomia para a sua subsistência.

CENSO PERIÓDICO

A nova legislação também prevê que seja realizado até o nal do segundo ano de cada mandato do Poder Executivo Municipal uma pesquisa censitária sobre as crianças e adolescentes em situação de rua e na rua. A partir dela será possível, por exemplo, balizar a articulação da rede socioassistencial, considerando as dimensões territoriais de onde está essa população, com o objetivo de implementar os serviços especializados e o acompanhamento dos casos de maneira individualizada.

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

Domingo da Divina Misericórdia: encontrar Jesus na comunidade

mão, como irmã”, pois “Deus acolhe a todos”.

São Tomé, incrédulo da Ressurreição de Cristo, o reconhece após nova aparição do Senhor, que aponta suas chagas. “Jesus as mostra, mas de maneira ordinária, vindo diante de todos, na comunidade, e não fora. Como se lhes dissesse: ‘Se você quer me encontrar, não busque distante, que na comunidade, com os outros’”, re etiu o Papa Francisco no Domingo da Misericórdia, 16, durante a oração do Regina Caeli Nesse caminho de incertezas, sustos, mas de busca constante e compartilhada com os outros discípulos, acrescentou o Pontí ce, seremos capazes de abrir os braços aos “feridos pela vida, sem excluir ninguém da misericórdia de Deus, mas acolhendo a todos, a cada um como um ir-

“Jesus diz também a nós: ‘Não vá embora, reze com eles, parta o pão com eles. É aí que você poderá me encontrar, e aí que eu te mostrarei, impressas no meu corpo, os sinais das minhas chagas’”, analisou o Santo Padre, referindo-se à passagem do Evangelho segundo São João (20,24-29). “É aí, na comunidade, que você encontrará o seu rosto, enquanto com os irmãos compartilha os momentos de dúvida e de medo, aproximando-se ainda mais fortemente deles. Sem a comunidade é difícil encontrar Jesus.”

Portanto, nas palavras do Papa Francisco, o encontro pessoal com Cristo passa, necessariamente, pela vida em comunidade, na igreja, “aceitando o desa o de permanecer, mesmo que ela não seja perfeita”, apesar dos limites e quedas de seus membros, “que são nossos limites e nossas quedas”.

os chefes de Estado se inspirem na Pacem in terris, de João XXIII

Em uma época de “terceira guerra mundial em pedaços”, com milhares de con itos fragmentados e violentos, dispersos por todo o globo, a mensagem de paz apresentada por São João XXIII há 60 anos permanece atual. Assim recordou o Papa Francisco na audiência geral do dia 12, no aniversário da publicação da encíclica Pacem in terris (Paz na terra), de 1963.

O documento, recordou Francisco, inseriu-se num contexto de Guerra Fria, em que o mundo estava dividido entre “dois blocos contrapostos”, o capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o comunista, liderado pela União Soviética. Era um momento de grande tensão, em que, após duas guerras mundiais, o risco de confronto entre as potências nuclea-

res levava a um grande medo e incerteza global – por vezes especulava-se, na arte e na imprensa, que um con ito nuclear poderia resultar no m da humanidade.

Ao pedir paz, e apresentá-la como elemento essencial da “ordem natural” desejada e estabelecida por Deus, “o Papa [João XXIII] abriu diante de todos o horizonte amplo para poder falar de paz e construir a paz: o desenho de Deus sobre o mundo e sobre a família humana”, declarou Francisco, que de niu a encíclica como uma “verdadeira bênção” e cuja mensagem é “atualíssima”. Ele mencionou nominalmente a atual guerra na Ucrânia, invadida pela Rússia.

Convidando a todos a lerem o documento, Francisco citou o número 62 da Pacem in terris, que diz: “As relações

entre as comunidades políticas, como aquelas entre os seres humanos individuais, devem ser reguladas, não fazendo recurso à força das armas, mas à luz da razão, isto é, na verdade, na justiça, na solidariedade operante”. Nesse sentido, o Papa Francisco a rmou rezar para que os chefes das nações de hoje “se deixem inspirar” pela encíclica, “em seus projetos e em suas decisões”.

EVANGELIZAR ‘EM MOVIMENTO’, NÃO DIANTE DAS TELAS

Na mesma audiência, Francisco havia re etido sobre a gura do apóstolo Paulo, que, após seu encontro pessoal com Cristo, colocou-se “em caminho” a anunciar o Evangelho a todos os povos que encontrou, com enorme “zelo evangélico”. O Bis-

po de Roma insistiu que a evangelização é algo que se faz “em movimento”.

“Não existe anúncio sem movimento”, já que “não se anuncia o Evangelho parados, fechados no escritório, na escrivaninha ou no computador, fazendo polêmicas como ‘leões de teclados’ e disfarçando a criatividade com ‘copia-e-cola’ de ideias tomadas aqui e ali”. Tampouco é simplesmente repetir “as próprias convicções”.

A evangelização, repetiu, como Paulo, “se faz movendo-se, caminhando, andando”. Os anunciadores, acrescentou Francisco, “são um pouco como os pés do corpo de Cristo, que é a Igreja”. Quem anuncia o Evangelho deve estar “pronto para seguir uma sabedoria que não é deste mundo”, estando aberto para que “Cristo mude o seu coração”. (FD)

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Que
FILIPE DOMINGUES ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMA Vatican Media

Em missa, Dom Cícero reza pelos doentes e os profissionais da Saúde

Os agentes da Pastoral da Saúde regional se reuniram no sábado, 15, na Paróquia São José, no Belém, para rezar pelos pro ssionais da Saúde e pelos doentes.

A missa foi presidida por Dom Cícero Alves de França e concelebrada pelos Padres Benedito Aparecido Maria Borba, Assessor Eclesiástico da Pastoral da Saúde regional; e Marcelo Maróstica Quadro, Pároco e Coordenador de Pastoral na Região.

Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém destacou que celebrar a misericórdia de Deus é ocasião

Pastoral da Juventude abre ano jubilar

No domingo, 16, a Pastoral da Juventude (PJ) regional abriu as comemorações dos 50 anos de atuação no Brasil, com uma missa na Comunidade São Francisco de Assis, Setor Conquista. A celebração, presidida pelo Padre Elson Lopes, CSsP, reuniu jovens e adultos para recordar a missão e a trajetória da PJ.

Para Pedro Souza, representante da PJ na Região, a Pastoral ensina aos jovens que o Reino de Deus é justo, fra-

terno e solidário. “A Pastoral destaca que o jovem deve ser protagonista da sua história, ampliando os horizontes, mostrando que a Igreja na vida juvenil deve ser dom, partilha, comunhão, e, o mais importante, espaço de construção fraterna para uma vida melhor em Cristo Ressuscitado.”

Souza ainda recordou que na Região Belém, a Pastoral da Juventude ajudou a formar muitos jovens missionários desde que foi criada. Muitos deles hoje são educadores, professores, sacerdotes, religiosos ou estão no mundo da política.

propícia para que a Pastoral da Saúde esteja reunida. “A vida é um dom que Deus nos dá, e esse dom resume tudo o que somos e tudo o que temos. Quando a doença nos atinge, a fragilidade atinge o nosso corpo, elas servem, também, para nos ajudar a perceber que Deus é maior”, a rmou, ressaltando que a doença tem uma função pedagógica, pois “nos ensina a prestar mais atenção ao corpo e à mente”.

Por m, o Prelado a rmou que a humanidade precisa vencer as doenças, sejam elas físicas, espirituais ou psíquicas. “Como precisamos que o Senhor entre no epicentro de nossas doenças, hoje, e nos diga ‘Não tenhais medo!’”, a rmou, estimulando os éis a lutarem pela vida e a ressuscitarem com o Senhor.

Na noite do sábado, 15, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia Cristo Rei, no Tatuapé, durante a qual apresentou o Padre Luiz Paulo de Souza como Vigário Paroquial e conferiu o sacramento da Crisma a 28 jovens e adultos. Concelebraram os Padres Lauro Wisnieski,

Dom Cícero Alves de França. A missa foi concelebrada pelo Cônego José Miguel de Oliveira, Pároco. (por Fernando Arthur)

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BELÉM
Giane Falavigna Pedro Souza Luiza de Abreu Fernandes Pascom paroquial Kaique Mazaia Fernando Arthur No domingo, 16, um grupo de 35 jovens da Paróquia Santo André Apóstolo, no Jardim Santo André, recebeu o sacramento do Crisma, durante missa presidida por Dom Cícero Alves de França e concelebrada pelo Padre Claudinês Venâncio da Silva, Administrador Paroquial. (por Kaique Mazaia) No domingo, 16, na Paróquia Natividade do Senhor, no Sapopemba, 21 jovens e adultos receberam o sacramento da Crisma pelas mãos de Pároco; Atanásio Enchioglio; e José Carlos dos Anjos, Promotor Vocacional da Arquidiocese. (por Luiza de Abreu Fernandes) Na quinta-feira, Dom Cícero Alves de França deu posse ao Padre Itamar Roque de Moura, SDS, como Pároco da Paróquia São João Batista, no Jardim Colonial, durante missa concelebrada pelos padres da Sociedade do Divino Salvador (Salvatorianos) e sacerdotes atuantes no Setor São Mateus. (por Fernando Arthur) PEDRO SOUZA COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO FERNANDO ARTHUR COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

IPIRANGA

Cantata ‘Vivo está!’ anima os fiéis da Paróquia São João Batista

Uma noite de sons, luzes, poesia e emoções: assim foi a Cantata de Páscoa, realizada no sábado, 15, na Paróquia São João Batista, na Vila Guarani, Setor Imigrantes, atividade que fez parte da programação pascal da comunidade.

A Cantata reuniu cantores e instrumentistas que integram os grupos de música que animam as missas da Paróquia, e que, embora tenham apresentado um repertório conhecido, surpreenderam a todos também com novos arranjos, interpretações e movimentação cênica.

Entre uma música e outra, era lida uma pequena passagem bíblica que contextualizava a Paixão, Morte e Res-

Sinodalidade na vida comunitária é tema de estudo

LEONARDO DE MORAIS COLABORAÇÃO ESPECIAL

“Redescobrir o jeito próprio de ser Igreja”: com as palavras motivadoras do Papa Francisco e as diretrizes para comunhão, conversão e renovação missionária do 1º sínodo arquidiocesano de São Paulo, a Paróquia Imaculada Conceição, Setor Ipiranga, no domingo, 16, reuniu, com a presença dos Padres Boris Agustín Nef Ulloa, Pároco, e Rodrigo omaz, Vigário Paroquial, seu Conselho Paroquial de Pastoral (CPP) Ampliado para estudar, rezar e partilhar a sinodalidade na vida da comunidade. Na ocasião, a partir do método ver-julgar-agir, a Irmã Carolina Mureb,

FC, e o professor mestre Nei Oliveira Sá conduziram o diálogo que contou com a presença de mais de 50 pessoas e durante o qual salientaram-se dois elementos fundamentais da comunida-

surreição de Cristo, para que a comunidade pudesse vivenciar, de forma mais profunda, o anúncio de que o Senhor ‘Vivo está!’, tema da Cantata. Completava a apresentação a projeção de luzes e de imagens com cenas de lmes que retratam a vida de Jesus, de Nossa Senhora e dos Apóstolos.

Para o Padre Ricardo Pinto, Pároco, o evento se destacou pelo envolvimento de cada participante das equipes de música de maneira amorosa e acolhedora, sendo uma oportunidade para vivenciar, de modo integral, a experiência da vida comunitária. “É sempre muito bonito ver essa integração entre os participantes, essa dedicação que proporciona emoção para aqueles que vieram aqui prestigiar”, concluiu.

na Paróquia Imaculada Conceição

de sinodal: participação e comunhão.

A Irmã Carolina destacou as características vitais no que se refere à participação plural e ativa dos cristãos na vida pastoral paroquial. Já o professor Nei

impeliu os presentes à re exão sobre o que de novo deve ser feito por todos os cristãos como sujeitos responsáveis pelo desenvolvimento de si, da comunidade paroquial e da sociedade.

No sábado e no domingo, 15 e 16, na Paróquia Imaculada Conceição, Setor Ipiranga, e no campus Ipiranga da PUC-SP, a Pastoral Familiar regional realizou o 17º Encontro Jesus, o Bom Pastor, para casais em nova união. Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, falou sobre o amor

Familiar na Região Ipiranga. (por Maria Leonice Marianinni)

No domingo, 16, um grupo de 11 adultos recebeu os sacramentos da Eucaristia e da Crisma na Paróquia Santa Paulina, Setor Anchieta, durante missa presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, concelebrada pelo Padre Israel Mendes Pereira, Pároco, e com a assistência do Diácono Seminarista Alysson de Carvalho. (porPascomparoquial)

No domingo, 16, por ocasião da celebração da Festa da Divina Misericórdia, o Santuário São Judas Tadeu, Setor Imigrantes, organizou tendas na calçada diante do templo para o atendimento de Con ssões até o nal da tarde. Na igreja antiga, houve momentos de adoração ao Santíssimo Sacramento e a reza do Terço da Misericórdia. (por Departamento de Comunicação do Santuário São Judas Tadeu)

No sábado, 15, coroinhas e cerimoniários da Região Ipiranga estiveram reunidos para a tarde de espiritualidade cujo tema foi “Vocação é Graça”, na Fundação Nossa Senhora Auxiliadora do Ipiranga (Funsai). O encontro foi marcado pela alegria do serviço ao altar, música e re exão sobre o tema do Ano Vocacional 2023, “Vocação, Graça e Missão”, bem como sobre o lema “Corações ardentes, pés a caminho”. Ao nal do encontro, o Padre Israel Mendes Pereira, Assessor Eclesiástico do Serviço à Pastoral Vocacional na Região Ipiranga, presidiu a celebração eucarística, assistido pelo Diácono Seminarista Alysson Carvalho. (por Karen Eufrosino)

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de Deus, e o Monsenhor Sergio Tani apresentou o Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de São Paulo. O encontro foi encerrado com uma missa, presidida pelo Padre Rodrigo Thomaz, Vigário Paroquial, e concelebrada pelo Padre Boris Agustín Nef Ulloa, Pároco, e pelo Frei José Maria Mohomed Júnior, Assessor Eclesiástico da Pastoral
PARA A REGIÃO
ADRIANA REIS PAULICS COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO Marcos Lomelino Pascom paroquial Pascom paroquial Keren Eufrosino Diego Lazarini

Aliança de Misericórdia leva a expressão concreta do seu carisma aos irmãos em situação de rua

GISLAINE PRESTES DE OLIVEIRA COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

No Domingo da Divina Misericórdia, 16, a Comunidade Aliança de Misericórdia celebrou o que, pelo próprio carisma, seus membros são convidados a viver: “Ser expressão do coração misericordioso do Pai”. Foi também um momento de comunhão e unidade com os irmãos da Toca de Assis, que serviram o café da manhã às pessoas em situação de rua, além da participação de alguns irmãos da Fraternidade O Caminho e dos Jovens Sarados.

A programação teve início com a missa celebrada na Igreja da Boa Morte, presidida pelo Padre Isaac Madureira, da Comunidade Aliança de Misericórdia, seguida de procissão com a imagem de Nossa Senhora das Graças até a Praça da Sé.

Logo depois, houve diversas atividades como corte de cabelo, barba e unhas, atendimento de saúde (aferição de pressão arterial e curativos), atendimento de oração e, durante todo o dia, abordagens às pessoas em situação de rua. A ação foi nalizada com a oração do Terço da Divina Misericórdia.

Ao m das atividades, cinco pessoas foram encaminhadas para a casa de acolhida em Rio das Pedras e duas para centros de assistência da Comunidade.

No dia 11, Dom Rogério Augusto Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, presidiu uma missa em celebração da Páscoa de Nosso Senhor, na sede das Irmãs Paulinas, na Rua Domingos de Morais, na Vila Mariana, com a participação das religiosas e colaboradores. (por Marco Asa)

A Pastoral Familiar regional promoveu no sábado, 15, o Encontro Aliança com Cristo, destinado às pessoas solteiras, separadas ou viúvas. Realizado na Basílica Nossa Senhora do Carmo, Setor Cerqueira César, a atividade foi acolhida pelo Frei Thiago Borges, Pároco, com a direção espiritual do Padre Alessandro Enrico de Borbón, Assistente Eclesiástico da Pastoral Familiar na Região Sé. (por Braulio Rocha Gonçalves)

No domingo, 16, os participantes do Encontro de Jovens com Cristo (EJC) da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia, Setor Perdizes, realizaram uma reunião com o tema “Domingo da Misericórdia”, durante a qual puderam partilhar suas experiências de vida. (por Larissa Mantuan)

Nos dias 14, 15 e 16, realizou-se a 1ª etapa do Encontro de Casais com Cristo (ECC) da Região Sé. A atividade aconteceu simultaneamente nas Paróquias São Paulo da Cruz – Igreja do Calvário (reunindo os participantes das paróquias dos Setores Pinheiros, Perdizes e Jardins); Nossa Senhora Achiropita (com os participantes das paróquias dos Setores Santa Cecília e Cerqueira César); e Santíssimo Sacramento (com os participantes das paróquias dos Setores Paraiso e Aclimação). (por Cassiano e Norma Pesce)

Em missa solene, no sábado, 15, no Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Setor Perdizes, presidida pelo Frei Jair Roberto Pasquali, TOR, Pároco, 46 crianças receberam a sua primeira Eucaristia. (por Pascom paroquial)

Na quinta-feira, 13, na Cúria regional, Dom Rogério Augusto das Neves recebeu os participantes do Fórum das Pastorais Sociais da Região Sé. Estiveram presentes membros da Caritas Arquidiocesana, Pastoral da Mulher Marginalizada, Pastoral Afro, Pastoral do Menor, Missão Paz, Obra Social Santa Zita, Casa de Oração do Povo da Rua e éis da Paróquia Imaculado Coração de Maria. O Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé apresentou propostas para o Fórum, estimulando a todos a uma articulação objetiva das pastorais com as paróquias, a m de que haja entrosamento e comprometimento por meio de um projeto comum. (por Irmã Elizângela, CSC)

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Isadora Félix Marco Asa Ângela Alves
paroquial
Alexandre Brígido
Pascom
Brenda Faria

2º encontro bíblico temático motiva setores da Região

BENIGNO NAVEIRA COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO

A Região Lapa continua a promover encontros bíblicos temáticos, em seis sessões, com a proposta de conhecer melhor e aprofundar o Evangelho segundo São Marcos.

Entre os dias 11 e 13, em três paróquias distintas, realizou-se o segundo encontro, com o tema “Fome”, baseado na passagem bíblica da multiplicação dos pães (Mc 6,30-40). A condução foi do doutor Matthias Grenzer, professor de Teologia Bíblica na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e do Padre Fernando Gross, da Diocese de Santos (SP), professor e mestre em Teologia Cristã. Os encontros desta edição contaram com a presença do Padre Pedro Augusto Ciola de Almeida, Coordenador Regional de Pastoral, além de padres, diáconos e agentes de pastorais que atuam nos setores.

O próximo encontro acontecerá ainda no mês de abril: no dia 25, na Paróquia São José, no Jaguaré, reunindo os éis das paróquias que compõem os Setores Butantã e Rio Pequeno; no dia 26, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, com os éis das paróquias dos Setores Lapa e Leopoldina; e no dia 27, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, voltado aos éis das paróquias do Setor Pirituba.

Na noite de sábado, 15, Dom José Benedito Cardoso presidiu missa na Paróquia São Thomas More, na Vila Dalva, Setor Rio Pequeno, durante a qual conferiu o sacramento da Con rmação a 16 jovens e adultos. Concelebrou o Padre Benedito Claret Pereira Dios, SJC, Pároco. (por Benigno Naveira)

No sábado, 15, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, Setor Leopoldina, houve um encontro formativo para mais de 100 ministros extraordinários da Sagrada Comunhão (MESCs) do Setor Leopoldina. A atividade contou com a presença de Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa. (por Benigno Naveira)

Um grupo de 11 jovens e adultos, da Paróquia São Pedro Apóstolo, Setor Lapa, recebeu o sacramento da Con rmação, no domingo, 16, em missa presidida por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, concelebrada pelo Padre João Inácio Rodrigues, RCJ, Pároco. (por Agnaldo Rizzo)

Na manhã do domingo, 16, na Paróquia Santo Alberto Magno, Setor Butantã, dez crianças e um adulto receberam a primeira Eucaristia, durante missa presidida pelo Padre Antônio Francisco Ribeiro, Pároco. (por Benigno Naveira)

Você Pergunta

Após a morte, ainda há tempo para se converter a Deus?

O Daniel Augusto, aqui de São Paulo, tem a seguinte dúvida: “É possível a nossa conversão após a morte ou temos de nos converter aqui mesmo neste mundo?”.

Daniel, esta nossa vida é uma caminhada cujo m é o encontro de nitivo com Deus. Ele nos criou e fez de nós seus lhos amados e quer que o encontremos, que o amemos, que honremos o Seu nome, que orientemos a vida segundo Suas leis. Deus, na sua bondade e no seu amor in nito, pensou em nós desde

todos os tempos e nos criou do nada por um simples ato amoroso de Sua vontade e quer que sejamos felizes em comunhão com Ele, Deus, e com toda a criação. Quando nos enviou Jesus para consertar o estrago que o pecado fez no mundo, Ele nos passou a certeza de que nunca desistiu de nos fazer felizes.

Podemos fazer essa nossa caminhada no mundo com Deus ou sem Deus, seguindo as leis de Deus ou os nossos critérios humanos, caminhando junto com os irmãos ou caminhando fechados em nós mesmos. Longe de Deus, porém, não somos felizes e Ele sempre espera que

nos convertamos, isto é, que acertemos nossos passos com os Dele, que digamos sim à vontade Dele, que O coloquemos à nossa frente, ao nosso lado, atrás de nós, acima de nós, para que Ele nos mostre o caminho, seja nosso companheiro, nos dê segurança na caminhada, nos ilumine. Tudo isso, porém, é decisão nossa.

A conversão é uma transformação total de nossa vida, é uma guinada do rumo errado que demos em nossa caminhada para acertá-la com a vontade de Deus. E o tempo da conversão é este em que vivemos, viu? Deus nos chama à conversão pela Sua Palavra, pela orien-

tação da Igreja, pelo testemunho dos irmãos na fé e até pelo sofrimento que acaba sendo um recado de Deus para que voltemos para Ele.

E depois da morte? Preste atenção: O tempo de vida que Deus nos dá é o tempo da misericórdia, do perdão, da conversão, da mudança de vida. Após a nossa morte, vem o tempo da justiça de Deus. Portanto, enquanto é tempo, em vida, diz a Sagrada Escritura, voltemo-nos para Deus, troquemos o nosso coração de pedra por um de carne, coloquemos amor a Deus e ao próximo em nossa caminhada.

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Marcos Greco Agnaldo Rizzo Benigno Naveira Benigno Naveira
CIDO PEREIRA
PADRE
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Na sexta-feira, 14, na Paróquia Santos Apóstolos, Setor São José Operário, o Padre Alécio Ferreira, Vigário Paroquial, realizou a bênção e a entrega das faixas do Apostolado da Oração às novas integrantes do movimento. (por Pascom paroquial)

Entre os dias 10 e 16, a Paróquia Cristo Libertador, Setor Jaraguá, celebrou a Oitava da Páscoa e o tríduo festivo paroquial. Com missas diárias, os éis participaram da celebração da Ressurreição de Jesus e contaram com a presença do Padre Edimilson Silva, Pároco da Paróquia São José, no Mandaqui; de Dom Cícero Alves de França, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Belém; e de Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, que presidiu a missa que comemorou a festa da Paróquia e o Domingo da Divina Misericórdia. (por Pascom paroquial)

No Domingo da Divina Misericórdia, 16, na Paróquia São Luís Gonzaga, Setor Pereira Barreto, durante missa presidida pelo Padre Roberto Moura, Pároco, 17 crianças e adolescentes foram enviados como coroinhas e acólitos, assumindo a função de servir ao altar e testemunhar Jesus Cristo onde estiverem. (por Taíse Cortês)

No sábado, 15, aconteceu o Encontro entre as congregações vocacionadas, com a assessoria do Padre Frei Carlos Nunes; da Irmã Clotilde Prades Azevedo, da Congregação Passionista; e da Irmã Marlucia do Socorro Cascaes da Costa, da Congregação das Missionárias de Maria Xaverianas. Todos puderam re etir sobre a proposta do Ano Vocacional 2023 e quão importante é o incentivo à juventude para o despertar da vida consagrada. (por Pascom paroquial)

A Pastoral da Comunicação da Região Brasilândia promoveu no sábado, 15, na Comunidade Nossa Senhora Aparecida, da Paróquia Santa Cruz, Setor Freguesia do Ó, a primeira edição do ano do +Pascom, uma série de formações direcionadas aos agentes de pastoral que desejam aperfeiçoar sua prática de comunicação. Com o tema “Storytelling”, a atividade foi assessorada e conduzida por Josimar Barros, especialista em Comunicação Corporativa, Educomunicação e Psicologia Organizacional. O próximo +Pascom acontecerá em 10 de junho. Informações adicionais serão divulgadas nas redes sociais da Pascom Brasilândia. (por Taíse Cortês)

No domingo, 16, na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, Setor Pereira Barreto, durante missa presidida por Dom Carlos Silva, OFMCap., Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, e concelebrada pelo Padre Álvaro Moreira Gonçalves, Administrador Paroquial, 51 jovens e 11 adultos receberam o sacramento da Crisma, sendo que 14 deles receberam, também, a primeira Eucaristia. (por Eva Nascimento)

SANTANA

Secretários paroquiais participam de formação regional

FERNANDO FERNANDES COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO

No dia 11, na Paróquia Nossa Senhora da Candelária, Setor Vila Maria, houve uma formação para as secretárias e secretários das paróquias da Região Santana. O evento foi aberto por Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, e contou com a presença de técnicos que ministraram uma formação sobre o sistema utilizado pelas paróquias.

Houve, também, uma palestra proferida pelo Padre Everton Fernandes Moraes, Chanceler do Arcebispado, além da presença dos Padres Octaviano Pinto da Silva, SCJ,

Pároco; Luís Izidoro Molento, Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Piedade; e Aloízio José Antunes de Azevedo Júnior, Assessor da Pastoral dos Secretários, que presidiu a missa.

Estão abertas as inscrições para o Encontro Regional do movimento Terço dos Homens, que acontecerá na Paróquia Santa Teresinha, em Santana, em 28 de maio, das 13h às 17h, sendo concluído com missa. Para participar, é necessário preencher a cha de inscrição, que pode ser acessada pelo link : http://bit.ly/3L6qaid Para mais informações, entre em contato com a secretaria paroquial pelo telefone (11) 2979-8161 ou no e-mail tercohomens@paroquiasantateresinha.com.br. As vagas são limitadas.

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BRASILÂNDIA
Elizângela Brito Fabiana Pereira Marcelo Tinelli Pascom paroquial Taíse Cortês Eva Nascimento Pascom Cristo Libertador

Caritas Arquidiocesana tem arrecadação recorde com a campanha SOS Litoral Norte

REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

O temporal histórico que caiu na cidade de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, no m de semana do feriado de carnaval, ocasionou enorme destruição, com 65 pessoas mortas e mais de 3 mil desalojadas ou desabrigadas. Ao mesmo tempo, em resposta à tragédia, formou-se uma grande rede de solidariedade em favor dos que perderam amigos, entes queridos, animais de estimação, suas casas e objetos pessoais.

A Arquidiocese de São Paulo, por meio da Caritas Arquidiocesana de São Paulo (CASP), seu braço social, lançou uma campanha para arrecadar recursos com o objetivo de auxiliar as vítimas das chuvas. A Campanha SOS Litoral Norte foi a de maior sensibilização e engajamento da história da CASP. Foram arrecadados R$ 233.892,24, de 20 de fevereiro a 10 de março, tempo que durou a ação. O montante foi resultado de 758 doações.

“A partir desta campanha exitosa, pediremos a Deus por todos os irmãos que, na fé da caridade, se sentiram tocados e movidos a ajudar as vítimas dessa tragédia. Essa campanha mostrou que juntos somos mais fortes para promovermos a solidariedade a quem mais necessita”, disse o Diácono Márcio Ribeiro, Diretor da CASP.

Os recursos foram encaminhados à Caritas diocesana e à Paróquia São Sebastião, ambas muito ativas desde que a tragédia se abateu sobre a região.

UM MÊS DEPOIS

Hoje, mais de um mês depois da catástrofe, os trabalhos na cidade entram em uma segunda fase e os recursos doados pela CASP têm ajudado as famílias a reconstruírem suas vidas.

“Na primeira fase da campanha, precisávamos mais de alimentos, produtos de

higiene, galochas e pás. Eram itens de primeira necessidade. Hoje, as famílias que não perderam totalmente suas casas e caram alojadas em hotéis, pousadas ou moradias temporárias começam a retornar a seus lares para limpá-los e, por isso, precisam de ajuda para comprar o que perderam”, explicou Henriana Pessuto Cândido Lacerda, membro do conselho scal da Caritas da Paróquia São Sebastião, e que esteve à frente da coordenação do trabalho voluntário de apoio às vítimas.

Houve também a compra de freezers para as comunidades em que as pessoas estão abrigadas para guardar as marmitas recebidas de doações. “Esse dinheiro veio para ajudar nessa reestruturação, sen-

FORAM ARRECADADOS R$

233,8 MIL, EM UM TOTAL DE 758 DOAÇÕES. RECURSOS TÊM AJUDADO FAMÍLIAS A RECONSTRUÍREM SUAS VIDAS APÓS A TRAGÉDIA

do muito importante para quem perdeu tudo”, disse.

Segundo Henriana, os voluntários da Caritas trabalharam diretamente no apoio à Defesa Civil, Exército e Polícia. “Aonde a Caritas entrava com o seu colete, recebia passagem. Trabalhamos também em parceria com várias igrejas, independentemente de serem católicas ou não”, comentou, frisando o esforço coletivo pelo bem comum.

QUEM SOBREVIVEU

Padre Alessandro Henrique Coelho, da Paróquia São Sebastião, no centro do município, não estava lá quando o temporal da madrugada do dia 20 de fevereiro caiu. Mas, assim que chegou, foi a campo

para acompanhar os sobreviventes no resgate de corpos de seus entes e/ou amigos. Depois, buscou levar conforto aos que velavam seus mortos nos velórios coletivos, em um clima de muito pesar.

As necessidades de quem cou são muitas e os recursos destinados pela CASP ajudarão a supri-las à medida que forem surgindo as demandas. “Há pessoas cujas casas caíram e vamos ajudar a reconstruí-las. Outras que pedem reforma, um fogão, ajuda para pagar aluguel, transporte para visitar um parente no hospital. Então, vamos administrando os recursos conforme os pedidos nos chegam”, disse o Sacerdote.

À medida que o tempo passa, segundo o Padre, os danos materiais vão sendo sanados diante da imensa rede de solidariedade que se formou. Contudo, o impacto emocional e psicológico provocado pela tragédia em quem sobreviveu é difícil de remediar.

“Dezoito crianças morreram na tragédia. Há crianças órfãs, pais que enterraram lhos. Uma criança de 9 anos que perdeu toda a família e, hoje, é cuidada por um tio. Um pai que, na tentativa de socorrer a lha de 12 anos, soterrada em casa quando uma árvore caiu sobre a sua perna, acabou perdendo seu bebê que estava no colo da avó. En m, são muitas histórias tristes e difíceis”, lamentou.

No meio dos escombros em que se transformou a região após as chuvas, houve também muitas histórias de fé, como a de uma senhora morta na tragédia, que trazia um Terço fechado nas mãos, encontrado quando seu corpo estava sendo preparado.

“Vimos muita gente trabalhando para trazer dignidade às vítimas, como uma enfermeira da Defesa Civil que recomendou que todos os corpos fossem lavados a m de que fossem enterrados dignamente”, recordou o Padre.

(CominformaçõesdaAssessoriadeImprensadaCASP)

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Assessoria CASP

Paróquias da Arquidiocese se mobilizam para a 122ª Romaria a Aparecida

FERNANDO GERONAZZO

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Como acontece há mais de um século, no primeiro domingo de maio, os éis da Arquidiocese de São Paulo peregrinam ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, com o intuito de agradecer a proteção da Virgem Mãe e colocar em seu coração os pedidos, anseios e necessidades das famílias, comunidades e paróquias.

Neste ano, a peregrinação será no dia 7 de maio, motivada pelo lema “Como Maria, vivamos a nossa vocação”, fazendo referência ao 3º Ano Vocacional do Brasil.

PREPARAÇÃO

Muitas paróquias e comunidades da Arquidiocese estão se mobilizando para participar da missa que será presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, às 10h. As paróquias têm até o próximo dia 24 para informar os secretariados de pastoral das regiões episcopais o número de ônibus e de pessoas que irão para a Romaria, bem como as paróquias jubilares que comemoram 25 ou 50 anos de fundação este ano.

E a mobilização já está intensa. Os éis da Paróquia Imaculado Coração de Maria, no Setor São José Operário, na Região Episcopal Brasilândia, por exemplo, peregrinarão a Aparecida em dez ônibus.

Na Região Episcopal Lapa, a Paróquia Santa Luzia, no Setor Pirituba, levará quatro ônibus para o Santuário Nacional. Já a Paróquia Santa Paulina, em Heliópolis, na Região Episcopal Ipiranga, participará da romaria com três ônibus.

Os éis da Paróquia Santa Bernadete, no Setor Vila Alpina, da Região Episcopal Belém, já tem dois ônibus con rmados. Na Região Santana, a Paróquia São Sebastião, na Vila Guilherme, pretende lotar três ônibus de éis.

HISTÓRIA

Em 1717, quando foi encontrada a imagem da Padroeira do Brasil, todo o estado de São Paulo pertencia à então Diocese do Rio de Janeiro. Com a cria-

ção da Diocese de São Paulo, em 1745, que depois foi elevada a Arquidiocese, em 1908, Aparecida passou a fazer parte de seu território. Somente em 1958 foi criada, pelo Papa Pio XII, a Arquidiocese de Aparecida, tendo como primeiro Arcebispo o Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, até então Arcebispo de São Paulo.

Dom Duarte Leopoldo e Silva, em 1908, obteve do Papa Pio X a concessão do título Basílica Menor para a primeira igreja construída em 1745, em Aparecida, popularmente conhecida como Basílica Velha. Na ocasião, Dom Duarte também celebrou a dedicação do templo.

Até a chegada dos primeiros missionários Redentoristas, em 1894, o atendi-

mento pastoral e espiritual da Basílica de Aparecida cou aos cuidados do clero da Diocese de São Paulo.

PARTICIPE

Quem ainda deseja participar da Romaria, pode se informar nas secretarias paroquiais sobre as vagas em ônibus ou ir em família ou com os amigos em seus próprios carros. As pessoas enfermas e impossibilitadas de peregrinar a Aparecida podem se unir espiritualmente a este momento de fé, acompanhando a transmissão da missa presidida pelo Cardeal Scherer, às 10h, pela rádio 9 de Julho, pelo portal A12 e pelas mídias sociais da Arquidiocese de São Paulo (@arquisp).

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Luciney Martins/O SÃO PAULO

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