O São Paulo - 3445

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Sacerdotes para ensinar a Palavra, santificar e pastorear o povo de Deus

Pela imposição das mãos do Cardeal Odilo Pedro Scherer, foram ordenados padres no sábado, 29 de abril, na Paróquia São Patrício, na Região Episcopal Lapa, os até então Diáconos seminaristas Felipe Batista da Silva, 31, e Jonathan Aparecido Lopes Gasques, 30.

“Tenham sempre diante dos olhos o exemplo do Bom Pastor, Jesus Cristo, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida por todos”, recomendou o Arcebispo aos neossacerdotes.

Recordando a realização do 3º Ano Vocacio-

nal do Brasil e o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, no 4º Domingo da Páscoa, Dom Odilo exortou que nas famílias e nas comunidades paroquiais sejam intensificadas as orações e as iniciativas em prol das vocações para a Igreja.

Na Hungria, Papa pede união pelo fim de conflitos

Vatican Media

Páginas 10 e 11

Editorial

Um “futuro de esperança, não de guerra”, “um mundo de irmãos, não de muros” foram alguns dos apelos do Papa Francisco durante sua viagem à Hungria, país do leste europeu, vizinho à Ucrânia, entre 28 e 30 de abril. O Pontífice levou àquela região uma forte mensagem de paz e o pedido de unidade na Europa, que, conforme enfatizou, precisa recuperar seus valores originais e estar mais aberta à acolhida do outro, incluindo os migrantes.

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Ofereçamos a Deus a excelência dos nossos trabalhos ordinários Em romaria a Aparecida, para colocar no coração da Mãe a nossa vocação

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Encontro com o Pastor

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60ª Assembleia Geral da CNBB é concluída com a posse da nova Presidência

SEMANÁRIO DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Ano 68 | Edição 3445 | 3 a 9 de maio de 2023 www.osaopaulo.org.br | R$ 3,00 www.arquisp.org.br
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Luciney Martins/O SÃO PAULO
Padres Jonathan Aparecido Lopes Gasques e Felipe Batista da Silva, recém-ordenados, com o Cardeal Odilo Scherer, os bispos auxiliares e Dom Edivalter Andrade, Bispo de Floriano (PI)

No primeiro domingo de maio, como acontece todos os anos, a arquidiocese de São Paulo celebra a sua 122ª Romaria ao Santuário de Aparecida. É uma tradição que vem de longe, iniciada quando o Santuário ainda fazia parte da diocese, depois arquidiocese, de São Paulo. De fato, Aparecida só foi desmembrada da arquidiocese de São Paulo em 1958 e seu primeiro Arcebispo foi o cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, que foi morar lá definitivamente apenas em 1964.

São Paulo manteve um vínculo afetivo muito intenso com Aparecida e, além da romaria oficial uma vez por ano, acontecem muitas outras peregrinações de paróquias e grupos ao Santuário ao longo do ano. Em Aparecida está a “casa da Mãe” e todos gostam de voltar lá, passar um tempinho com ela, encontrar tantos irmãos de todos os cantos do Brasil e tornar para casa com o coração cheio de alegria e esperança.

O tema da 122ª peregrinação arquidiocesana – “Com Maria, vivamos a nossa vocação” – lembra que vivemos o 3º ano das vocações em todo o Brasil. A mãe tem grande atenção pela

Com Maria, vivamos a nossa vocação

vocação dos filhos, desejando que eles acertem na vida e sejam felizes. Não é diferente com nossa Mãe espiritual. Ela própria é exemplo de fidelidade à sua vocação, que esteve muito unida à vocação e missão de seu Filho Jesus. Quando recebeu o chamado de Deus, através do Anjo, ela ficou perplexa e não sabia bem o que dizer, achando que era muito o que Deus lhe pedia. Mas depois que o Anjo esclareceu suas dúvidas, ela se dispôs inteiramente a fazer a vontade de Deus em sua vida: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a sua vontade” (Lc 1,38).

Maria viveu sua vocação como “graça e missão”. Suas palavras, no encontro com a prima Isabel, mostram que ela teve consciência de que Deus foi muito bom e misericordioso quando “olhou para a humildade de sua serva”. Ela ficou feliz com o dom imenso da maternidade divina, que lhe foi feito e não hesitou em proclamar ao mundo inteiro: “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é seu nome!” (Lc 1,49). A vocação é sempre uma graça e significa um olhar paterno e bondoso de Deus para quem é chamado. Maria alegrou-se e abraçou sua grande vocação, mesmo quando isso lhe trouxe mais que sete dores ao longo da vida. Benditas dores, por causa de Jesus e por amor ao reino de

Deus! Nossa vocação não nos isenta de dores e sofrimentos, que são consequências da fidelidade ao chamado.

Maria viveu sua vocação também como missão. Toda vocação é graça e missão. Depois do anúncio do Anjo, ela entendeu logo que a graça que lhe havia sido feita não era apenas para ela mesma, mas também para os outros e para toda a humanidade. Maria foi às pressas à casa de sua prima Isabel, em “visita missionária”, para anunciar e compartilhar com a parenta a grande graça que lhe havia sido feita. E ela proclamou que, por ela, a misericórdia de Deus “se estende de geração em geração a todos aqueles que o respeitam e amam” (cf Lc 1,50). A vocação não se realiza no fechamento sobre si mesmo, mas na doação e no serviço a Deus e aos irmãos.

“Corações ardentes e pés a caminho”. A vocação, quando acolhida generosamente, faz arder o coração de alegria e desejo de ir ao encontro dos outros. Nossa romaria a Aparecida, neste ano, leva à nossa Mãe a questão vocacional das famílias e da Igreja inteira. É importante rezar com os pais pela vocação dos filhos: que saibam discernir e acolher com fé e generosidade o que Deus quer deles para toda a sua vida. É importante que as famílias cristãs tenham presente o horizonte da fé quando falam da vocação

dos filhos, que não deve resumir-se a ganhar muito dinheiro, ter sucesso e ficar famosos. É preciso pensar no dom que Deus faz a cada um e como cada filho pode colocar a serviço de Deus e do próximo o seu dom, colaborando na edificação daquilo que é bom, belo e justo para a vida humana e a convivência social.

Como arquidiocese de São Paulo, queremos colocar no coração da Mãe Aparecida, antes de tudo, a vocação de nossa Igreja na Metrópole, da qual fazemos parte. Qual é o dom que Deus confiou a nós, católicos, comunidades de fé e Igreja arquidiocesana? Qual é nossa missão nesta “cidade imensa”? Acabamos de celebrar o sínodo arquidiocesano e, agora, trata-se de perguntar novamente: que devemos fazer, depois de tudo o que vimos, ouvimos e refletimos durante o sínodo?

Temos os desafios e as propostas sinodais, publicados na Carta Pastoral. Pediremos a Maria que nos ajude a viver este tempo pós-sinodal como “graça e missão” em nossa Arquidiocese.

Ao mesmo tempo, levaremos o pedido pelas vocações em nossa Igreja: vocação sacerdotal, religiosa, missionária, laical, matrimonial. Cada um recebeu a graça de uma vocação. Peçamos que esse dom se transforme agora em multiforme missão para o bem da Igreja e da sociedade.

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CARDEAL ODILO PEDRO SCHERER Arcebispo metropolitano de São Paulo
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DE SÃO
DA ARQUIDIOCESE
PAULO

Cardeal Scherer ordena sacerdote o monge

Dom Alexandre de Andrade e Silva, OSB

REDAÇÃO osaopaulo@uol.com.br

Pela imposição das mãos do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, foi ordenado padre no sábado, 29 de abril, o monge beneditino Dom Alexandre de Andrade e Silva, OSB, de 53 anos de idade, em celebração realizada no Mosteiro de São Bento, na região central da capital paulista.

Nascido em Machado (MG) em 17 de outubro de 1969, Dom Alexandre professou votos definitivos na Ordem de São Bento em 22 de fevereiro de 2010 e foi ordenado diácono em 27 de outubro de 2022.

Dom Alexandre é atualmente Subprior do Mosteiro de São Bento de São Paulo, mestre do Coro do Mosteiro e, também, atua com grupos de meditação cristã e é preceptor de espiritualidade.

A ordenação seguiu os ritos pró-

prios para a ocasião, entre os quais a apresentação do candidato ao sacerdócio; o propósito do eleito de aceitar o ministério sacerdotal; a imposição das mãos pelo Arcebispo, seguida da prece de ordenação; o revestimento do neossacerdote com

a estola e a casula; a unção de suas mãos com o óleo do Crisma; o recebimento do cálice e da patena, com o vinho e pão que serão oferecidos e consagrados no Corpo e Sangue de Cristo; e o abraço de paz e a acolhida pelos demais concelebrantes.

Exemplo da Beata Assunta Marchetti é destacado no Dia Mundial de Oração pelas Vocações

REDAÇÃO osaopaulo@uol.com.br

No 4o Domingo da Páscoa, 30 de abril, quando também foi celebrado o Dia Mundial de Oração pela Vocações, a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, Scalabrinianas, organizou uma missa na Capela Nossa Senhora de Sion, em Higienópolis, Região Episcopal Sé.

A missa, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, e concelebrada pelo Padre Ulisses Leva, Capelão do Colégio Sion, foi em ação de graças pelo testemunho de fé da Beata Assunta Marchetti (1871-1948), cofundadora das Scalabrinianas, e também para torná-la mais conhecida na cidade em que viveu a maior parte da vida.

Nascida em Lombrici – Camaiore, na Itália, Assunta Marchetti chegou como missionária ao Brasil, em 1895, a convite de seu irmão, o Vene-

Liturgia e Vida

5º DOMINGO DA PÁSCOA

7 DE MAIO DE 2023

rável Padre José Marchetti, e de São João Batista Scalabrini para realizar assistência pastoral aos imigrantes italianos, em especial às crianças órfãs, tendo ficado à frente do Orfanato Cristóvão Colombo, na Vila Prudente. Morta em 1o de julho de 1948, a Madre foi beatificada em 25 de outubro de 2014, em uma celebração na Catedral da Sé.

“O fato de termos podido contar com vossa presença e oração, entendemos como uma forma de incen-

Atos da Cúria

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL:

Em 16/03/2023, foi nomeado e provisionado como Vigário Paroquial da Paróquia Santa Teresa de Jesus, no bairro do Itaim Bibi, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Frei Paulo Gollarte, O.Carm, pelo período de (01) um ano

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL:

Em 13/04/2023, foi nomeado e provisionado como Administrador Paro-

quial da Paróquia São Domingos, no bairro de Perdizes, na Região Episcopal Sé, o Reverendíssimo Frei Bruno da Silva Moreira, OP, até que se mande o contrário

POSSE CANÔNICA:

Em 13/04/2023, foi dada a posse canônica como Pároco da Paróquia São João Batista, no bairro Jardim Colonial, na Região Episcopal Belém, ao Reverendíssimo Padre Itamar Roque de Moura, SDS

tivar nossa missão às crianças, aos migrantes e aos refugiados que aqui buscam condições de vida mais dignas”, manifestaram as irmãs Scalabrinianas em mensagem de agradecimento ao Cardeal Scherer.

A animação musical da missa foi feita pelo Coral Madre Assunta, composto de crianças e adolescentes que frequentam o projeto Conviver, mantido pela Congregação na Vila Prudente, onde inicialmente funcionou o Orfanato Cristóvão Colombo.

Errata

Na listagem dos nomeados para os grupos pós-sinodais de trabalho, publicada em 26 de abril de 2023 na página 19 da edição no 3444 do jornal O SÃO PAULO, consta erroneamente o nome da senhora Sandra Salles como membro da Comissão 7 – de Criação de um Vicariato Episcopal para a Área da Saúde. O nome correto da pessoa nomeada é Andréa Salles

PADRE JOÃO BECHARA VENTURA

Na Última Ceia, Jesus mostrou claramente que viera do Pai e para o Pai retornaria. Esclareceu e confortou os apóstolos com algumas afirmações preciosas.

“Na casa de meu Pai há muitas moradas, vou preparar um lugar para vós” (Jo 14,2). Ele morreria na cruz para nos dispor um lugar no céu. Segundo Santo Agostinho, as “muitas” moradas são “as diversas dignidades dos méritos dos homens na vida eterna”. Todos os que forem salvos terão uma mesma recompensa: a união com Deus. Contudo, assim como nesta vida podemos possuir um maior ou menor amor a Cristo e ao próximo, também no céu haverá diferentes capacidades de fruição da única visão do Criador. Diversamente deste mundo, no entanto, no céu “não haverá inveja, pois reinará a unidade do amor” (Santo Agostinho). “Cada um receberá a glória que lhe basta” (São Gregório); a felicidade será plena e infinitamente maior do que toda a alegria desta vida.

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo 14,6). São Tomás diz que, como Deus, Jesus é a verdade e a vida; e o caminho, como homem. Para se ir ao Pai, é preciso passar pelo caminho que é o Deus-Humanado. Ele é caminho, pois a sua vida narrada no Evangelho responde a um profundo anseio: “Ensina-me, Senhor, os teus caminhos, e caminharei segundo a tua verdade” (Sl 86,11). Além disso, a humanidade de Cristo presente na Eucaristia é a via pela qual nos unimos a Deus já neste mundo: “Quem come minha carne tem a vida eterna” (Jo 6,54). Não por acaso, os cristãos eram chamados “aqueles que são do caminho” (At 9,2).

“Quem me viu, viu o Pai” (Jo 14,9). Jesus é o Filho de Deus, pois é o “o esplendor da glória do Pai e a expressão de sua substância” (Hb 1,3). Ele “é a imagem de Deus invisível” (Cl 1,15)! Desde toda a eternidade, é um com o Pai (por quem é gerado) e o Espírito Santo! Por isso, diz que “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30). Para se saber quem é Deus, é preciso se contemplar, conhecer e amar Jesus Cristo. No Batismo, recebemos uma identificação com Jesus que nos torna também semelhantes ao Pai e, assim, nos tornamos “filhos no Filho”.

“Quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores” (Jo 14,12). As obras que Jesus realizou são o sinal de que Ele veio do Pai. Ora, o sinal de que também nós fomos gerados espiritualmente “de Deus” (Jo 1,13) é, portanto, que façamos obras semelhantes às de Cristo. A primeira delas é o amor a Deus e ao próximo, exercitado com atos concretos. Os santos, ao longo da história, testemunharam a divindade de Cristo fazendo as “suas obras”: amaram profundamente, sofreram o martírio, morreram pelo próximo, converteram indivíduos e nações, realizaram milagres de todas as espécies, perdoaram ofensas, tiveram uma sabedoria e uma força que não pertencem a este mundo.

Peçamos ao Senhor que O conheçamos e O amemos e, assim, realizemos obras como as suas e passemos a eternidade na casa do nosso Pai.

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‘Quem me viu, viu o Pai’ (Jo 14,9)
Comunicação do Mosteiro de São Bento de São Paulo Arquivo pessoal

Cooperadores do Criador Editorial

Oque nós, católicos, celebramos no 1º de maio não é tanto o feriado civil do “Dia do Trabalho” – que na sua origem inspira-se mais em movimentos político-ideológicos do que em alguma verdade da nossa fé –, mas, sim, a festa litúrgica de São José Operário, instituída por Pio XII em 1955 para nos recordar de que, desde as origens do Cristianismo, o labor sempre possuiu uma dignidade toda especial.

Se nos lembramos bem das aulas de história, sabemos que a Antiguidade greco-romana desprezava o trabalho físico, considerando-o uma ocupação “servil”, ou seja, própria dos escravos (servi). Na mentalidade pagã, verdadeiramente livre e sábio não era quem se ocupava com negócios (nec-otium), mas, sim, quem dispunha de ócio (otium) para dedicar-se unicamente às investigações do espírito. Completamente distinta, no entanto, era a tradição de nossos irmãos mais velhos na fé, os judeus: os grandes rabinos exerciam uma profissão artesanal, concomi-

Deus Existe?

tantemente à pregação. O próprio São Paulo sustentava suas viagens apostólicas trabalhando como tecelão de tendas – e quando necessário relembrava os fiéis que labutava noite e dia para não ser pesado nem comer de graça o pão de ninguém (cf. 2Ts 3, 8; 1Ts 2, 9).

Como recordava o Papa Bento XVI, essa diferença na valoração do labor braçal era consequência de concepções teológicas radicalmente diversas: “O mundo greco-romano desconhecia um Deus-Criador; na sua concepção, a divindade suprema não podia, por assim dizer, sujar as próprias mãos com a criação da matéria. ‘Construir’ o mundo estava reservado ao demiurgo, uma divindade subordinada” (Encontro com o Mundo da Cultura no Collège des Bernardins, 12/09/2008). Na tradição judaica, por outro lado, o único e verdadeiro Deus é também o Criador –que trabalhou na criação do céu e da terra e continua a trabalhar, com mão forte e braço poderoso, na e sobre a história dos homens. E para nós, cristãos, a Encarnação do Verbo eterno de Deus na huma-

nidade de Jesus Cristo acrescentou ainda uma nota especial à nossa relação com o trabalho: pois em Cristo, Deus “entra como Pessoa no trabalho cansativo da história. ‘Meu Pai trabalha continuamente e Eu também trabalho’ (Jo 5,17). (...) Deus trabalha. Assim, o trabalho dos homens deveria aparecer como uma expressão particular da sua semelhança com Deus e, deste modo, o homem tem a faculdade e pode participar no agir de Deus na criação do mundo” (Bento XVI, cit.).

Quando um cristão trabalha, quando emprega seus cinco sentidos para aumentar o mundo, melhorando alguma de suas partes, ele responde ao chamado divino de encher a terra e submetê-la (cf. Gn 1,28), e participa da própria obra criadora de Deus. De modo particular, podemos nos inspirar no trabalho de Jesus, aprendido na carpintaria de São José Operário. Os filmes e séries contemporâneos nos ajudam a imaginar os detalhes: na Paixão de Cristo, de Mel Gibson, vemos uma tocante cena doméstica em que Jesus, apesar de cansado e com fome,

persevera em seu trabalho até finalizar com excelência uma mesa nova, robusta e bem acabada, até que Nossa Senhora O chama para almoçar. E na série The Chosen, há uma bela sequência em que Jesus, antes de sua vida pública, faz amizade com algumas crianças e as entretém respondendo às suas perguntas, sem, no entanto, postergar o trabalho em uma refinada tranca de madeira que está fazendo. Quando, enfim, termina sua obra, já sozinho e tarde da noite, Jesus olha para a peça testa-a e declara, It is good! (Está bom!) – o mesmo que dissera no relato do Gênesis, ao final de cada dia da criação (cf. Gn 1,10.12.18.21.25.31).

Após o descanso deste feriado, retomemos, então, o jugo de nossos trabalhos ordinários – este jugo que, por ter sido carregado por Cristo, se torna leve, redimido e redentor. Ofereçamos a Deus os pequenos detalhes de um projeto bem feito, de um espaço bem limpo, de uma pessoa bem atendida – é aí que Ele nos espera, para nos santificar. Bendito seja o trabalho!

A questão da existência de Deus foi proposta ao ChatGPT que deu a seguinte resposta: “A existência de Deus é uma questão complexa e controversa, que tem sido debatida por filósofos, teólogos e cientistas ao longo da história. Algumas pessoas acreditam firmemente na existência de Deus, enquanto outras não acreditam ou são agnósticas, ou seja, não têm certeza se Deus existe ou não. Não é possível provar ou refutar a existência de Deus empiricamente, ou seja, por meio da observação e experimentação científica. Cada pessoa pode chegar às suas próprias conclusões com base em sua crença, fé e experiências pessoais. Algumas pessoas argumentam que a complexidade e a ordem do universo, bem como a consciência e a moralidade humanas, são evidências da existência de Deus. Outros argumentam que a falta de evidência concreta e o problema do mal e do sofrimento no mundo sugerem que Deus não existe.”

No entanto, o aplicativo completa: “Como assistente virtual, não posso ter opinião pessoal, e minha resposta é baseada na informação disponível sobre a questão. Acredito que é importante respeitar a diversidade de crenças e opiniões e encorajar um diálogo respeitoso e construtivo sobre essa questão complexa e significativa.”

O ChatGPT é algo que está mexendo com todos. É o assunto do

momento e há razões para isso. Esse aplicativo que lida com Inteligência Artificial (I.A.) responde sobre qualquer questão, em qualquer idioma. Conquistou mais de um milhão de usuários em cinco dias. As pessoas estão espantadas com os recursos de linguagem aparentemente natural desse chatbot (robô). Não apenas pela boa compreensão de perguntas, mas, também, pelas respostas como se fossem humanas. Os usuários sentem como se estivessem conversando com um ser humano real. O chat pode escrever contos, poesias, responder sobre cálculos matemáticos, fazer traduções, letras de músicas e mais uma infini-

dade de coisas. GPT significa “Generative Pretrained Transformer” que, segundo o próprio aplicativo, trata-se de um tipo de linguagem treinada previamente em grande quantidade de textos na internet antes de ser utilizado para realizar tarefas de processamento de linguagem natural, como responder perguntas e gerar textos. Esse aplicativo vai revolucionar várias atividades, funções, empregos e negócios. Várias tarefas tediosas do dia a dia deixarão de ser feitas pelas pessoas e passarão a ser realizadas por robôs. Por exemplo, os bots poderão negociar o plano de internet residencial. Os impactos serão sentidos em todas as

áreas, e as religiões não serão exceção. Resta saber como os integrantes das religiões irão interagir com esse tipo de inteligência. Como as religiões irão se relacionar e interagir com softwares como esse na sua missão. Assusta o fato de que o grau da qualidade atual do chatGPT já é muito bom, mas como se trata de um software generativo será cada vez melhor.

A resposta à questão da existência de Deus pode satisfazer a muitas pessoas, mas não é a resposta adequada para a religião católica. Uma das melhores respostas que podemos encontrar é a dada por São Tomás de Aquino, que dedica o primeiro volume da Suma Teológica a responder sobre a existência de Deus. Mas, como levar esse tipo de respostas de forma mais clara e objetiva a todos os cristãos?

Esse é um exemplo de que temos que buscar caminhos não somente para apreender a utilizá-lo bem e para o bem. Mas, como pode ser utilizado para a evangelização e promoção humana?

A humanidade já assistiu a muitas inovações revolucionárias que foram criadas com a intenção de permitir a nossa evolução como seres humanos, mas juntamente com o resultado positivo, trouxe muita coisa ruim. Vamos confiar que a nossa inteligência natural seja maior que a artificial.

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Asopiniõesexpressasnaseção“Opinião”sãoderesponsabilidadedoautorenãorefletem,necessariamente,osposicionamentoseditoraisdojornal O SÃO PAULO
FABIO Arte: Sergio Ricciuto Conte
Fabio Gallo,éprofessordaFundação GetulioVargas-SP;foiprofessordaPontifícia Universidade Católica de São Paulo
Opinião

Adolescentes: compreendê-los para ajudá-los a crescer (I)

SIMONE RIBEIRO CABRAL FUZARO

Normalmente, os pais temem a chegada da adolescência. Fase conhecida como difícil, em que os filhos se tornam mais combativos, menos dóceis às determinações, mais preguiçosos, enfim, uma etapa da vida dos filhos que traz vários desafios ao relacionamento familiar.

Muito embora seja realmente uma etapa de grandes mudanças, precisamos sair do jargão comum da “aborrecência” e entendermos o que está acontecendo nessa fase do desenvolvimento dos nossos filhos para podermos ajudá-los da melhor maneira possível.

A adolescência é uma etapa em que ocorrem muitas mudanças. Trata-se de uma de transição entre a infância e a vida adulta. O adolescente vive a crise de se transformar de uma criança dependente e cuidada por seus pais, em um adulto autônomo capaz de conduzir com liberdade a própria vida. Essa etapa é marcada por muitas mudanças fisiológicas e orgânicas, próprias da puberdade, que acontecem rapidamente – crescimento do corpo, maturação sexual, aumento da estatura e outras que nem sempre se manifestam com a

mesma rapidez, como a estabilidade dos sentimentos. Ou seja, o corpo se transforma rapidamente e o adolescente precisa a ele se adaptar, sem, no entanto, ter uma maturidade afetiva para isso. As mudanças físicas dão início a um processo importante de formação da identidade pessoal, mas, para que isso aconteça, o adolescente encontra vários desafios: o desaparecimento de alguns vínculos que foram estabelecidos na infância, a impaciência por mais autonomia social, a insegurança de viver sem tanta proteção da família de origem em algumas situações, o medo diante das expectativas sociais, enfim, são muitas as mudanças a serem elaboradas nesse processo de construção de uma identidade pessoal que se inaugura na adolescência. O adolescente está em processo de amadurecimento para assumir as responsabilidades próprias da vida adulta – e essa não é uma tarefa fácil.

No início da adolescência, mais ou menos aos 13 anos, o adolescente se encontra numa etapa de imaturidade enorme e não podemos tratar essa condição como um retrocesso no processo de desenvolvimento, mas, como diz Castillo Ceballos, em “El adolescente y sus

retos”, trata-se de um pedágio desse desenvolvimento.

O mesmo autor relata que nessa idade é comum que sejam imprevisíveis em suas reações, impacientes –querem tudo imediatamente, quando se frustram, costumam se afundar em seus sentimentos, são mais capazes de falar do que de fazer, de protestar do que resolver, são seres mais de desejos do que de esforços, tendem ao fácil. Costumam ser desordenados (com horários e planejamentos), pessimistas e incoerentes (não fazem o que dizem). Dessa condição inicial, imatura, precisam caminhar em busca da maturidade, esse é um grande desafio, que precisa ser enfrentado por toda a família. Afinal, eles só alcançarão essa maturidade por meio de um processo educativo comprometido.

Pais, compreendam: a desobediência do adolescente não tem o mesmo caráter da desobediência infantil. Na adolescência, custa-lhes mais obedecer porque estão empenhados em se tornar grandes, ou seja, estão buscando ter mais autonomia, porém, encontram muita dificuldade de fazerem isso se continuam na dependência das determinações dos pais. Para que alcancem a capacidade de viverem por si mesmos, precisam criar

Vocação sacerdotal e sinodalidade

uma distância do olhar protetor dos pais, precisam questionar a validade dos limites e regras estabelecidos por estes. Os adolescentes nessa etapa inicial também são extremos em suas percepções e, portanto, buscam a independência e querem não ter regra alguma que limite sua almejada “liberdade”, mas ainda a associam à satisfação de seus desejos.

Para que possamos ajudá-los a ganhar uma maturidade efetiva, é preciso conhecermos esses desafios que se impõem e compreendermos que não se trata de um comportamento contra a família ou os pais, mas, sim, de uma crise de crescimento que precisa de um manejo adequado, de um direcionamento mais sutil. É preciso que os pais mudem a conduta com os adolescentes e que abram possibilidades de exercício da autonomia social, da liberdade de escolha, porém, tudo isso com um olhar atento e orientador. É fundamental encontrar uma medida – não se pode controlar tudo o que faz o adolescente, mas não podemos abandoná-lo à sua imaturidade e crise de crescimento sem nenhum amparo.

Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudiólogaeeducadora.Mantém o site www.simonefuzaro.com.br.Instagram:@sifuzaro

Toda vocação é uma história de Amor. Somos filhos de Deus, criados à Sua imagem e semelhança, feitos para amar. O padre é ministro e servidor do Amor e deve manifestá-lo cotidianamente. Pelo Batismo, ele é preparado e ordenado para assumir sua natureza de discípulo-missionário e, animado pelo Espírito Santo, anunciar a mensagem do Pai que nos convoca a instaurar o seu Reino de amor, justiça e paz. Este ano, a Igreja no Brasil nos convida a promover uma cultura vocacional mais intensa, a orar por todas as vocações: ao sacerdócio, à vida consagrada ou à vida matrimonial. E a mensagem do Papa Francisco para o 60º Dia

Mundial de Oração pelas Vocações, cujo tema é “Vocação: graça e missão”, enfatiza que “o chamado do Senhor é graça, dom gratuito e, ao mesmo tempo, é empenho de partir, sair para levar o Evangelho”. Ou seja, é o estreito vínculo entre a vida da graça e o apostolado do mundo. E ao falarmos de vocação, pode parecer que o chamado de Deus é algo que surge do nada ou um ato predestinado. Pelo contrário, como diz o Papa Francisco na mensagem, “a vocação é uma combinação entre a escolha divina e liberdade humana”. Todo chamado vocacional está ligado a uma história de vida, que se dá em um local, tempo e em determinadas condições.

O texto da Carta aos Hebreus (5,110) revela justamente que o chamado ao sacerdócio acontece no meio das pessoas, na comunidade, diante da realidade de um povo que ora, partilha, espera e trabalha. E aquele que é chamado, ou seja, que se sente apto a responder à voz de Deus diante das necessidades e orações da comunidade, é instituído para trabalhar pelo e com o povo, para pôr-se a caminho e partilhar com as pessoas a vida e a história, interceden-

do e rezando em favor delas naquilo que diz respeito à vontade de Deus. Por isso, o sacerdote deve ser aquele que jamais esquece as raízes de onde Deus o chamou. Ele deve ter como referência o único e verdadeiro Sumo Sacerdote da Nova Aliança: o Cristo!

Retomando as palavras do Papa Francisco: “O sacerdote deve ser perito em humanidade”. Isso implica assumir nossa humanidade, admitir que às vezes somos falhos e que não estamos acima de ninguém, ao mesmo tempo que exige esforço e paciência para compreender as pessoas, solidarizar-se com elas. Por essa razão, o ministério sacerdotal é instituído para promover e não remover! Não é para torturar ou perseguir, mas para pacificar! Não é para colocar mais fardos nos ombros das pessoas, mas para retirá-los.

O sacerdote precisa ser o homem da alteridade e da comunhão. Diante da exigência de uma Igreja sinodal, que almeja caminhar juntos, ele precisa ser construtor de pontes, forjar sua identidade a partir da vida de Cristo, que é o pastor por excelência que cuida de suas ovelhas e lhes prepara o cami-

nho. O ministério que ele recebe não o coloca acima de ninguém, nem lhe dá poderes infinitos e ilimitados, tampouco lhe permite fazer tudo o que quer. Pelo contrário, o sacerdócio existe para promover a comunhão e o diálogo, estimular o fortalecimento dos vínculos da comunidade e fazer crescer as relações de proximidade com os outros e com Cristo, respeitando as diferenças. Há comunhão quando somos capazes de nos colocar no lugar do outro, de sentir as dores e as angústias dos que mais sofrem, sobretudo dos mais pobres. Isso é viver em sinodalidade.

Portanto, cabe ao ministro ordenado deixar-se contagiar por este Deus Amor que conduz nossas ações e nos convoca à vivência fraterna e justa. Jesus sempre insiste no amor. E o gesto de amar, de forma concreta, é uma atitude imprescindível para o exercício do ministério pastoral. Que sejamos capazes de amar a Deus e aos irmãos a partir desta fonte transbordante de amor que se chama Jesus, reconhecendo que a vocação é dom gratuito do Pai e apelo para irradiar no mundo a vida nova do Reino.

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Comportamento
DOM CARLOS SILVA, OFMCAP. BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO BRASILÂNDIA
Espiritualidade
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Gestão comunitária de resíduos e promoção da agricultura urbana: conheça a ‘Revolução dos Baldinhos’

EM SINTONIA COM

O TEMA DA CF 2023, INICIATIVA PRIORIZA A PRESERVAÇÃO

DO PLANETA E A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS ORGÂNICOS

PARA A MESA DE FAMÍLIAS CARENTES

Com o intuito de sensibilizar as famílias sobre a reciclagem das sobras de comida, a fim de transformá-las em adubo orgânico, foi criado em 2008 o projeto “Revolução dos Baldinhos” com a participação dos moradores do Complexo do Monte Cristo, na periferia de Florianópolis (SC).

O ponto de partida para o projeto foi uma infestação de ratos devido à contaminação e ao manejo incorreto do lixo no Complexo, fato que causou a morte de várias pessoas. O ‘baldinho’ foi pensado para proporcionar a compostagem comunitária e conscientizar as famílias sobre o descarte correto e o consumo consciente.

O pátio de compostagem do projeto chega a receber, em média, 2 toneladas de resíduos por semana e um total de 8 toneladas por mês. Atualmente, 2,4 mil famílias participam da iniciativa que, recentemente, recebeu da organização World Future Council (WFC) a certificação “como uma das 15 práticas agroecológicas de excelência no mundo” por utilizar “uma tecnologia social replicável” e atender a critérios de sustentabilidade da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

CUIDAR DA CASA COMUM

Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), estima-se que, no Brasil, mais de 60% de todo o lixo gerado é proveniente de resíduos orgânicos, isto é, cerca de 37 milhões de tonela-

das. A Abrelpe destaca, ainda, que apenas 1% do que é descartado é reaproveitado por cooperativas ou instituições.

O sistema de compostagem é um dos mecanismos que vem crescendo no País, e promove vários benefícios, seja ao meio ambiente, reduzindo a geração de gás metano nocivo à atmosfera, seja para a saúde pública, qualificando os indicadores de saneamento, além de promover emprego e renda às pessoas envolvidas em projetos de compostagem.

“Nosso projeto nasceu na perspectiva da compostagem comunitária, que é considerada um dos processos mais tradicionais de recuperação do lixo orgânico e com a missão de promover a transformação da nossa comunidade, com a força da coletividade e pelo bem da nossa Casa Comum, apelo constante do Papa Francisco; de qualidade de vida e alimentação saudável”, afirmou Cíntia Cruz, líder comunitária e presidente do “Revolução dos Baldinhos”.

AGIR EM COMUNIDADE

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Cíntia enfatizou que o sistema do “baldinho” armazena resíduos orgânicos nas casas das famílias. Estes são recolhidos por voluntários em 28 pontos de coleta espalhados pela cidade e retornam ao meio ambiente em forma de terra adubada para hortas e jardins.

A coleta acontece toda terça e sexta-feira. Os resíduos são levados para a Escola América Dutra, que funciona na comuni-

dade e é onde acontece o tratamento, por meio da compostagem. “Quem recicla orgânicos recebe de volta o adubo, o qual é usado na produção de alimentos. E isso também deixa a cidade mais bonita, pois há a preservação de jardins particulares e públicos e o cultivo de árvores frutíferas”, destacou a líder comunitária.

“Nossa atuação vem se expandindo, pois a comunidade abraçou o projeto e acredita no seu esforço e ações realizadas”, disse Cíntia, reforçando que escolas, creches, comércios, departamentos privados e públicos pedem a ajuda do projeto na conscientização e participação no processo de triagem e coleta de resíduos, de modo que o foco da “Revolução dos Baldinhos” é a transformação das pessoas e a preservação ambiental a partir da coletividade.

ATUAÇÃO CONSCIENTE

“A comida que antes sobrava nas refeições ia direto ao lixo. Hoje, é adubo para os novos alimentos que são cultivados aqui na horta da minha casa”, afirmou Vera Lucia Veloso Farias, beneficiada pelo projeto e voluntária.

“Quando conheci o projeto, achei a ideia meio estranha, mas, a convite da Cíntia, peguei um ‘baldinho’ e comecei a coleta seletiva. Quando recebi o adubo, fiquei encantada com o resultado e, desde então, além de envolver toda a família no processo, colaboro como voluntária na cozinha comunitária do projeto”, contou Vera, enfatizando que, diariamente, são

produzidas entre 150 e 200 refeições aos voluntários do projeto e pessoas em situação de vulnerabilidade das comunidades: Chico Mendes, Monte Cristo e Novo Horizonte.

Alimentos orgânicos e plantas alimentícias não convencionais (Panc’s), são cultivados em uma horta comunitária do “Revolução dos Baldinhos”, e beneficiam as famílias carentes do bairro. O projeto é sem fins lucrativos e depende de doações para manter as refeições, as doações de cestas básicas e manutenção do espaço.

RECONHECIMENTO INTERNACIONAL

Sobre a premiação na Alemanha pela organização World Future Council (WFC), Cíntia enaltece o engajamento dos voluntários, da comunidade e das famílias envolvidas e beneficiadas. “O reconhecimento internacional confirma que estamos no caminho de promoção humana e social, cuidando do nosso planeta e promovendo a agricultura urbana”, disse, recordando que é possível cultivar hortaliças e legumes em pequenos espaços, inclusive em apartamentos.

“Ver crianças e adolescentes nas escolas empenhados e introduzindo a mentalidade nas famílias é a certeza de que um mundo melhor é possível”, finalizou.

CONHEÇA O PROJETO

Instagram: @revolucaodosbaldinhos

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ROSEANE WELTER ESPECIAL PARA O SÃO PAULO
Fotos: Arquivo pessoal

O trabalho análogo à escravidão pode estar mais perto do que se imagina

NA CIDADE DE SÃO PAULO, OCORRÊNCIAS

TÊM SIDO REGISTRADAS

ESPECIALMENTE EM FÁBRICAS TÊXTEIS, NO COMÉRCIO E NA CONSTRUÇÃO CIVIL. EM TODO O BRASIL, MAIS DE 2,5 MIL PESSOAS FORAM RESGATADAS EM 2022

“As paredes estavam sujas e úmidas, tomadas por mofo, e o ambiente, por su-

jidade, sem nenhuma limpeza ou qualquer manutenção. No banheiro, o piso estava coberto por poças de água e da terra trazida dos sapatos, fora não haver assentos nas latrinas (...) Sem armários, as roupas e pertences pessoais dos trabalhadores estavam espalhados sobre o chão e as camas. Além disso, as instalações elétricas, com fios vivos e desprotegidos, apresentavam risco de choque elétrico”.

O relato acima poderia se enquadrar ao de uma fábrica da cidade de Chicago, nos Estados Unidos, no ano 1886, quando os trabalhadores, no dia 1o de maio, protestaram contra as precariedades de sua condições laborais e das exaustivas jornadas, ato que foi o marco para a criação do Dia Internacional do Trabalho. Ou, talvez, o que se descreve bem se aplicaria a alguma hospedagem precária de trabalhadores rurais no interior do Brasil.

Nem uma coisa nem outra: a descrição que consta na abertura deste texto é o resultado de uma inspeção feita pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) no fim de fevereiro, na qual foram resgatados 26 trabalhadores em condições análogas à escravidão no alojamento de um restaurante no Jardim Aeroporto, na zona sul da capital

paulista. Semanas depois, outro caso ganhou repercussão nacional: o resgate, também na capital paulista, de cinco trabalhadores que prestavam serviço a uma distribuidora de bebidas do festival Lollapalooza, os quais, após uma jornada diária de 12 horas, eram obrigados a dormir no chão ou nos pallets das bebidas para vigiar os estoques. Casos como esses mostram que o trabalho análogo à escravidão também ocorre no ambiente urbano. Trata-se de um crime, descrito no artigo 149 do Código Penal Brasileiro, e que se caracteriza por uma destas ocorrências: a submissão a trabalhos forçados (perante ameaças de punição física ou psicológica), jornadas exaustivas (acima de 12 horas ininterruptas), condições degradantes de trabalho (que colocam em risco sua saúde ou

terior. No estado de São Paulo, foram encontradas 146 pessoas em tais condições, sendo que quase a metade delas, 72, eram estrangeiras e foram localizadas em fazendas de mandioca e laranja, além de confecções de roupa e pequenas fábricas têxteis.

“Na cidade de São Paulo, o trabalho análogo à escravidão é encontrado principalmente no setor têxtil, no comércio e na construção civil. De 20% a 30% de resgatados são pessoas vindas de outros países”, detalhou, ao O SÃO PAULO, Núria Margarit Carbassa, secretária-executiva da Comissão Municipal para a Erradicação do Trabalho Escravo (Comtrae-SP), órgão com representantes do poder público municipal e da sociedade civil, que atua na estruturação de políticas de enfrentamento ao trabalho escravo.

se perceba pouco movimento. De fato, é muito difícil detectar quando alguém passa por uma situação de trabalho análogo à escravidão, mas se você conseguir conversar com essa pessoa, pergunte a ela, sem um tom de interrogatório, como está sendo a rotina, quantas horas trabalha, como tem se alimentado”, orienta Núria.

COMO DENUNCIAR?

Atualmente, há dois canais para denunciar o trabalho análogo à escravidão: o Sistema Ipê (https://ipe.sit.trabalho.gov.br), que permite fazer a denúncia de modo anônimo, em português, inglês, francês e espanhol; e o Disque 100, no qual recentemente foi adicionado um canal exclusivo para denúncias de trabalho escravo doméstico.

“É importante que essas denúncias sejam efetuadas com o máximo de informações, detalhamentos, e, se possível, com a fotografia do local de trabalho. Muitas vezes, as denúncias acabam não sendo feitas pelo próprio trabalhador, que tem medo de represálias ou até vergonha em se identificar como alguém que passou por essa condição”, afirma Núria.

APOIO AOS RESGATADOS E RESPONSABILIZAÇÕES

segurança da pessoa) e restrições para a sua livre locomoção. Também é comum a retenção dos documentos da pessoa e a servidão por dívidas, quando o empregador cobra do trabalhador, por exemplo, os custos pela moradia e pela alimentação fornecida.

ONDE ESTÃO AS VÍTIMAS?

Em 2022, conforme dados do MTE, 2.575 pessoas foram resgatas em condições de trabalho análogas à escravidão, aumento de 31% em relação ao ano an-

COMO IDENTIFICAR QUE ISSO OCORRE COM ALGUÉM?

Perceber que alguém está em situação de trabalho análogo à escravidão nem sempre é algo simples, já que o contato social dessas pessoas acaba sendo restrito, e muitas delas estão fora sua localidade de origem. Entretanto, sempre haverá indícios.

“É importante que a comunidade do entorno esteja atenta aos casos em que pessoas passam muitas horas nos mesmo locais, não saem para quase nada ou

Na capital paulista, a Comtrae-SP elaborou o Fluxo Municipal de Atendimento a Pessoa Submetida e Vulnerável ao Trabalho Escravo, distribuindo as responsabilidades entre os órgãos municipais, estaduais e federais, para as tratativas desde a denúncia, planejamento e execução de operações de inspeção, identificação das necessidades das vítimas e seu encaminhamento aos serviços públicos e de inclusão social. Quem mantém alguém em condição de trabalho análogo à escravidão pode ser condenado a ressarcir a pessoa com todos os salários devidos, bem como por danos morais, além de pagar multas administrativas. O empregador pode ainda ser preso em flagrante. A reclusão vai de dois a oito anos.

A Igreja repudia o desrespeito à dignidade do trabalhador

A todo tempo, a Igreja Católica condena as violações à dignidade dos trabalhadores. Na encíclica Rerum novarum, escrita em 1891 – na mesma época em que eclodiam os protestos dos operários nas principais cidades industriais do mundo – o Papa Leão XIII afirma que se, por um lado, é dever do trabalhador “fornecer integral e fielmente todo o trabalho a que se comprometeu por contrato livre e conforme à equidade”, por outro, os patrões “não devem tratar

o operário como escravo, mas respeitar nele a dignidade do homem, realçada ainda pela do cristão” (cf. RN 10).

O Compêndio da Doutrina Social da Igreja (CDSI) ressalta que qualquer forma de materialismo e de economicismo que reduza o trabalhador a mero instrumento de produção, desnatura a essência do trabalho voltado à dignidade humana (cf. CDSI 271).

O parágrafo 301 do CDSI também lista alguns direitos dos trabalhadores

que devem ser respeitados e reconhecidos nos ordenamentos jurídicos, com o direito à justa remuneração, ao repouso e a dispor de ambientes e processos de trabalho que não causem dano à sua saúde física nem lesem sua integridade moral.

Por ocasião do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, em 28 de janeiro deste ano, a Comissão Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB emitiu

nota na qual enfatizou a responsabilidade de toda a sociedade, em especial dos cristãos e das pessoas de boa vontade, de exigir uma economia que preze pela dignidade humana: “A exploração do ser humano por meio do trabalho escravo é uma gravíssima violação dos direitos da pessoa humana, negando sua dignidade e especialmente o direito a um trabalho decente, muitas vezes em contexto de grave discriminação e abuso de vulnerabilidade”. (DG)

8 | Reportagem | 3 a 9 de maio de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Ministério Público do Trabalho/Arquivo

Monsenhor Marcelo Antonio é ordenado

Bispo na Diocese de Santo Amaro

REDAÇÃO

osaopaulo@uol.com.br

A Paróquia São João de Brito, no bairro do Brooklin Novo, zona Sul da capital paulista, esteve lotada na manhã da segunda-feira, dia 1o, para a ordenação episcopal do Monsenhor Marcelo Antonio da Silva, nomeado Bispo Auxiliar da Diocese de Santo Amaro pelo Papa Francisco, em 15 de fevereiro.

O ordenante principal foi Dom José Negri, PIME, Bispo de Santo Amaro, e foram coordenantes Dom José Aparecido Gonçalves, Bispo Auxiliar de Brasília (DF), e Dom Dimas Lara Barbosa, Arcebispo de Campo Grande (MS). Também concelebraram outros bispos, entre os quais o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, e cerca de 200 padres, muitos dos quais colegas do Monsenhor, que é do presbitério daquela Diocese.

Na homilia, Dom José Negri externou sua alegria por, pela primeira vez, ser o ordenante principal de um bispo, e este ser um sacerdote da própria Diocese de Santo Amaro. Ele lembrou que todos os bispos fazem parte de um plano transcendente, e como seguidores de Cristo, escolheram o caminho da cruz. “O que nós, bispos, carregamos não é um mero penduricalho, mas é o

sentido da escolha definitiva até a morte”, disse, aludindo à cruz peitoral.

TRAJETÓRIA ECLESIAL

Nascido em 19 de abril de 1972, em Apucarana (PR), Dom Marcelo Antonio ingressou no Seminário da Dio-

cese de Santo Amaro em 1991. Foi ordenado diácono em 8 de dezembro de 1996, e sacerdote em 1º de novembro de 1997. Na Diocese, foi reitor do Santuário Nossa Senhora de Fátima, de maio de 1997 a fevereiro de 2005, e Pároco nas Paróquias Sagrada Família, Nossa Senhora da Esperança e São Pancrácio. Foi ainda Capelão da Capela Universitária Beato Carlo Acutis, de março de 2021 a janeiro de 2023. Desde 2019, atuava como Vigário Forâneo do Setor Veleiros da Diocese de Santo Amaro; e como Vigário-geral diocesano.

Além das graduações em Filosofia e Teologia, é mestre e doutor em Bioética pelo Centro Universitário São Camilo. Possui especializações em Bioética Personalista pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) e em Psicanálise pelo Centro Universitário Ítalo-Brasileiro. Também já atuou como professor de Ética Filosófica e Bioética no Instituto Superior de Filosofia e Ciências Religiosas São Boaventura, e foi diretor-geral do Instituto Superior de Filosofia e Ciências Religiosas São Boaventura, desde 2014. Além disso, coordenou os cursos de Teologia e Filosofia do Centro Universitário Ítalo-Brasileiro, de 2019 até janeiro de 2023.

Preconceito atinge 3 em cada 4 pessoas com deficiência em seus deslocamentos

Um estudo realizado pelo Instituto Locomotiva, com o apoio da empresa Uber, revelou que 77% das Pessoas com Deficiência (PCDs) já passaram por pelo menos uma situação de preconceito durante seus deslocamentos. Além disso, 86% dos entrevistados também afirmaram ter algum medo relacionado

à segurança, como ser furtado ou assaltado, ser agredido fisicamente ou sofrer um acidente de trânsito.

A pesquisa foi realizada com 800 pessoas com mais de 18 anos, com deficiência visual, auditiva, motora, intelectual ou múltipla, moradoras de 11 regiões metropolitanas do Bra-

Imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima está na capital paulista

sil, entre as quais a Grande São Paulo. A divulgação dos dados ocorreu na terça-feira, 2.

Entre os que utilizam transporte público, 45% afirmaram ter algum tipo de restrição na região onde moram; e 79% disseram que já chegaram atrasados ou até mesmo perderam al-

gum compromisso por causa da falta de acessibilidade nos trajetos. Entre os entrevistados, 67% se deslocam por razões relacionadas a atendimentos de saúde para si, 36% para visitas a familiares e amigos, e 34% para tratar de assuntos pessoais.

Fonte: Agência Brasil

Na segunda-feira, dia 1o, chegou à Arquidiocese de São Paulo a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, vinda diretamente de Fátima, Portugal.

Ao longo deste mês, a imagem peregrina permanecerá no Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no bairro do Sumaré, e será levada a outras paróquias para veneração dos fiéis. No primeiro dia em São Paulo, a imagem esteve na Catedral da Sé. Às

12h, houve missa presidida por Dom José Soares, OFMCap., Bispo Emérito da Diocese de Carolina (MA), tendo entre os concelebrantes o Padre Armênio Rodrigues Nogueira, Assistente Eclesiástico do Terço dos Homens na Arquidiocese, além de padres formadores do Seminário da Diocese de Santos (SP), uma vez que os seminaristas realizavam naquele dia uma peregrinação à Catedral Metropolitana de São Paulo.

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Fonte: Diocese de Santo Amaro Luciney Martins/O SÃO PAULO Divulgação Diocese de Santo Amaro Dom Marcelo Antonio, ao centro, Bispo Auxiliar de Santo Amaro

Cardeal Scherer ordena 2 padres para a Arquidiocese de São Paulo

‘CUIDEM BEM DE EXERCER TODOS OS DIAS O MINISTÉRIO QUE LHES É CONFIADO’, EXORTOU O ARCEBISPO

AOS NEOSSACERDOTES

FELIPE BATISTA DA SILVA E JONATHAN APARECIDO LOPES GASQUES

Escolhido do meio do povo, todo o sacerdote “é constituído em favor dos homens como mediador nas coisas que dizem respeito a Deus” (Hb 5,1). O que se afirma neste versículo das Sagradas Escrituras sobre o sacerdócio pôde ser testemunhado pelos que foram no sábado, 29 de abril, à Paróquia São Patrício, no Rio Pequeno, Região Episcopal Lapa.

Após a procissão de entrada pelo corredor central da igreja, os até então Diáconos seminaristas Felipe Batista da Silva, 31, e Jonathan Aparecido Lopes Gasques, 30, tomaram seus assentos à frente da assembleia de fiéis. Naquela tarde, eles “saíram do meio do povo” para pastoreá-lo ao serem ordenados padres pela imposição das mãos do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, em celebração que teve entre os concelebrantes sacerdotes da Arquidiocese, os bispos auxiliares e Dom Edivalter Andrade, Bispo de Floriano (PI), onde os diáconos realizaram um período de missão pastoral em 2022. No começo da celebração, o Arcebispo Metropolitano ressaltou que a ordenação sacerdotal é um grande dom de Deus e manifestou sua alegria por, desta vez, estar sendo realizada na véspera do Domingo do Bom Pastor, quando a Igreja também celebra o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Ele exortou o povo para que continue a pedir: “Senhor, enviai vocações, enviai operários para a vossa messe”.

CONFIGURADOS A CRISTO

O rito de ordenação teve inicio após a proclamação do Evangelho, quando os dois candidatos ao sacerdócio foram chamados e se apresentaram diante do Arcebispo.

Após a homilia, os dois manifestaram perante Dom Odilo e o povo o propósito de aceitar o encargo do ministério sacerdotal e fizeram as promessas sacerdotais de serem fiéis colaboradores da ordem episcopal para apascentar o rebanho do Senhor; de desempenhar, com dignidade e sabedoria, o ministério da Palavra; de celebrar, com devoção e fidelidade, os mistérios de Cristo, sobretudo o sacrifício eucarístico; de implorar a misericórdia de Deus em favor do povo; e unir-se cada vez mais a Cristo e ser com Ele consagrados a Deus

para a salvação da humanidade. Ainda como parte do rito, prometeram obediência ao Arcebispo e a seus sucessores. Na sequência, enquanto ficaram prostrados diante do altar, toda a assembleia invocou sobre eles a intercessão da Igreja triunfante, por meio da Ladainha de todos os santos. Passou-se, então, ao momento central do rito de ordenação: a imposição das mãos do Arcebispo sobre os eleitos, seguida da prece de ordenação: “Nós vos pedimos, Pai todo-poderoso, constituí estes vossos servos na dignidade de presbíteros; renovai em seus corações o Espírito de santidade; obtenham, ó Deus, o segundo grau da ordem sacerdotal, que de Vós procede, e sua vida seja exemplo para todos”.

PREPARADOS PARA O SERVIÇO MINISTERIAL

Após a imposição das mãos, os novos presbíteros foram revestidos com a estola e a casula, paramentos litúrgicos próprios para o serviço ministerial. Depois, tiveram suas mãos ungidas pelo Arcebispo com o óleo do Crisma, conferindo-lhes a força do Espírito de Deus.

Na sequência, os Padres Felipe e Jonathan receberam o cálice e a patena, com o vinho e pão que serão oferecidos e consagrados no Corpo e Sangue de Cristo nas missas que celebrarem. “Toma consciência do que vais fazer e põe em prática o que vais celebrar, conformando tua vida ao ministério da cruz do Senhor”, consta na oração feita pelo Arcebispo.

Na conclusão do rito, os neossacerdotes foram saudados por Dom Odilo e pelos demais concelebrantes com o abraço da paz. “É um abraço de acolhida de seus irmãos presbíteros. Eles os reconhecem como membros da comunidade sacerdotal. Padre Jonathan, Padre Felipe, sintam-se amados por tantos outros

padres, seus irmãos. Este é um laço profundo, sobrenatural, um laço que não termina, sois sacerdotes para sempre”, disse o Cardeal aos novos padres.

ORAÇÃO E AÇÃO PELAS VOCAÇÕES

Durante a homilia, o Arcebispo Metropolitano agradeceu aos reitores e formadores dos novos padres e ressaltou que a boa formação de um sacerdote requer tempo e envolve as dimensões humana, espiritual e pastoral.

Ao pedir que os padres, seminaristas, religiosos e religiosas consagradas presentes se apresentassem, Dom Odilo lembrou que toda a comunidade de fiéis deve trabalhar e rezar para que haja mais vocacionados para a Igreja. “De onde saem as vocações? Das paróquias, das comunidades, das famílias, dos grupos de Catequese, de Crisma, de jovens. É ai que temos de lançar a rede, convidar, para que surjam vocações”, exortou, fazendo especial apelo aos catequistas e às famílias para que estimulem as vocações.

“Deus chama, mas sempre devemos estar atentos. São João Paulo II escreveu algo que jamais devemos nos esquecer: ‘A vocação é um dom de Deus providente a uma comunidade orante, que pede vocações ao Senhor da messe’”, comentou, destacando ainda que Cristo, o Bom Pastor, deseja que o rebanho jamais se perca e que por isso há os padres e bispos, ministros encarregados pelo Senhor para pastorear o povo de Deus.

A EXEMPLO DO BOM PASTOR

Dom Odilo recordou que a partir da ordenação sacerdotal, os neossacerdotes são configurados a Cristo e assim como o Mestre devem ensinar a Palavra de Deus, santificar o povo pelos sacramentos e pastoreá-lo com todo o carinho.

Aos sacerdotes – prosseguiu o Ar-

cebispo – compete a missão de pregar o Evangelho e não a si próprios; cuidar do povo com a mesma caridade de Cristo e celebrar os divinos mistérios. “Cuidem bem de exercer todos os dias o ministério que lhes é confiado”, ressaltou.

“Que nunca o serviço sacerdotal se torne uma coisa monótona, superficial e ritual apenas, mas, sim, que sempre haja a alegria em fazer isso em nome de Cristo em benefício dos irmãos”, prosseguiu Dom Odilo, destacando, ainda, que quando o padre celebra a Eucaristia “coloca a própria vida no altar junto com a vida de Cristo e traz a vida de todo o povo para junto do altar”.

“Tenham sempre diante dos olhos o exemplo do Bom Pastor, Jesus Cristo, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida por todos”, recomendou o Arcebispo aos neossacerdotes.

‘NÃO DEIXEM DE REZAR POR NÓS’

Antes do término da celebração, Padre Jonathan, falando também em nome do Padre Felipe, agradeceu aos familiares que os apoiaram no caminho vocacional, aos padres formadores e reitores do Seminário Arquidiocesano, a Dom Odilo e à comunidade da Paróquia São Patrício, em especial aos Padres Ernandes Alves da Silva, Pároco, e Lucas Martinez, Vigário Paroquial, por terem organizado os detalhes daquela celebração.

“Sabemos que a oração é fundamental. Não deixem de rezar por nós. Como nascemos no meio de vocês, continuem a rezar e nós sempre estaremos ofertando a vida de vocês na Eucaristia”, disse Padre Jonathan, dirigindo-se à comunidade de fiéis.

Antes da bênção final, os neossacerdotes receberam a faculdade para ouvir confissões na Arquidiocese. Outros encargos pastorais ainda lhes serão repassados neste mês.

10 | Reportagem | 3 a 9 de maio de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO
No rito de ordenação, Cardeal Scherer impõe as mãos sobre o Padre Felipe Batista; e entrega o cálice e a patena ao Padre Jonathan Gasques

CONHEÇA MAIS SOBRE OS NEOSSACERDOTES

Padre Jonathan Aparecido Lopes Gasques

permaneceu em São Paulo quando toda a família se mudou para Minas Gerais. O ingresso no Propedêutico foi em 2011. Um dos momentos mais desafiadores desta trajetória ocorreu em 2016, quando sua mãe faleceu.

Padre Felipe Batista da Silva

Deus, pois sabia que Ele me chamava. Existia um dilema dentro de mim: não desista, eu estou contigo”.

Lema sacerdotal

“Eu sou o Bom Pastor: o Bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10,11)

Nascido na capital paulista, Padre Jonathan Aparecido Lopes Gasques, 30, é formado em Filosofia e Teologia, tem especialização em Teologia Pastoral e é mestrando em Teologia na PUC-SP.

Ele conta ter sentido o chamado ao sacerdócio já quando criança, durante a Catequese na Paróquia São Mateus Apóstolo, na Região Belém. Depois de ter recebido a primeira Eucaristia, ingressou no grupo de coroinhas e acólitos. Na adolescência, continuou engajado na comunidade e, inspirado no testemunho das catequistas e incentivado pela avó, começou a amadurecer a ideia de ser padre, tendo a orientação do Padre Lauro Wisnieski para este discernimento.

Decidido a entrar no seminário,

“Eu estava no primeiro ano da Teologia. O meu céu e o meu chão foram arruinados. Minha mãe era evangélica, mas sempre me incentivou a ser padre”, recordou o Neossacerdote, destacando ter recebido neste momento de tribulação todo o apoio no Seminário Arquidiocesano. A sua ordenação sacerdotal no sábado, 29 de abril, foi um momento de especial emoção para seus familiares, como os tios Francisco Bernardo Lopes Gasques e Maria da Glória.

“Eu não sei nem como explicar a alegria que sinto hoje. O Jonathan é um predestinado por Deus”, afirmou Francisco Gasques.

“O Jonathan nasceu com apenas 900 gramas, prematuro. Nós até achávamos que ele ia morrer, mas Deus falou ‘este menino é meu escolhido’”, disse Maria da Glória, ao recordar que ele ficou internado por alguns meses após nascer. “Eu o vi pequenininho, ia dar banho nele e até tinha medo de quebrar os seus ossos. Hoje está aqui. É uma grande alegria!”, expressou.

“Como padre, quero dar Deus para as pessoas, levar esperança a elas pela Eucaristia e aliviá-las de seu sofrimento por meio do sacramento da Penitência e da Unção dos Enfermos”, ressaltou o Neossacerdote. “Quero guiar as pessoas para Deus”, concluiu. (DG)

Lema sacerdotal

“Em tuas mãos, Senhor” (Lc 23,46)

Ipiaú, na região Sul do estado da Bahia, é a cidade natal do Padre Felipe Batista da Silva, 31, que além da formação em Teologia e Filosofia, tem especialização em Teologia Pastoral. Padre Felipe conta que desde a infância sentia o chamado de Deus para o sacerdócio. Na adolescência e juventude, participava em sua cidade, incentivado pela avó, das missas, grupos de oração, reza do Terço e da novena nas casas, tudo isso com sua rotina de estudos e trabalho. “Todavia, ainda que oculto, o chamado de Deus, Sua voz estava no meu interior. Interessante a frase de Santo Agostinho: ‘Criaste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração estará inquieto enquanto não descansar em ti’. De fato, meu coração andava inquieto toda vez que me aproximava de

Em meio a todo este processo de discernimento, conheceu em Ipiaú uma senhora que se recuperava de um câncer, Antonieta Gomes de Oliveira, que considera o Padre Felipe como seu “sobrinho do coração”.

“Ele sempre foi muito religioso e eu o aconselhei que viesse para São Paulo e que ingressasse no seminário”, recordou Antonieta. Em 2015, o jovem Felipe ingressou no Seminário Propedêutico da Arquidiocese.

“Sou muito feliz e grata a Deus e a Nossa Senhora por ele estar sendo ordenado hoje. Ele será um ótimo padre, pela graça de Deus”,

comentou Antonieta, que diz rezar todos os dias pelo agora Neossacerdote. Sobre o lema que escolheu, Padre Felipe lembra que este expressa o seu desejo de sempre se colocar nas mãos do Senhor, “entregar-me profundamente, sem medo e sem reservas, me lançar inteiramente nas mãos Dele”. E o fará convicto de que Deus nunca decepciona, como mencionou certa vez São João Paulo II, em frase que é recordada pelo Neossacerdote: “Quem faz entrar Cristo nada perde, absolutamente nada daquilo que torna a vida livre, bela e grande. Não! Só nessa amizade abrem-se, de par em par, as portas da vida. Só nesta amizade, se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana […] Ele não tira nada, ele dá tudo”. (DG)

(Colaborou: Fernando Geronazzo)

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Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Santa Sé apresenta mudanças sobre as participações no Sínodo dos Bispos

que representam os superiores gerais. Esses substituem os 10 clérigos dos institutos de vida consagrada previstos no passado.

Além desses, também será possível haver membros não-bispos entre as pessoas nomeadas diretamente pelo Pontífice. Já os representantes dos dicastérios da Cúria Romana, que antes eram naturalmente participantes da assembleia, serão indicados pelo Santo Padre.

VOTO

Continuará havendo a participação de membros de outras Igrejas e comunidades eclesiásticas como delegados fraternos. Pela primeira vez, haverá as figuras dos “facilitadores”, também especialistas que auxiliarão no trabalho nos vários momentos.

FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

A Secretaria Geral do Sínodo apresentou, no dia 26 de abril, as mudanças referentes à composição da Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos que acontecerá em outubro, no Vaticano.

Além dos bispos que majoritariamente estarão no evento, haverá a participação de 70 “não bispos” (sacerdotes, pessoas consagradas, diáconos e leigos) provenientes das igrejas locais e nomeados pelo Papa a partir de uma lista de 140 nomes indicados pelos sete organismos internacionais das conferências episcopais e pela assembleia dos patriarcas das igrejas católicas orientais. Desses, pede-se que 50% sejam mulheres e que a presença de jovens também seja valorizada. Portanto, cada um desses organismos terá que propor uma lista de 20 nomes dos quais o Santo Padre escolherá 10.

Serão somados a esses participantes cinco religiosas e cinco religiosos pertencentes aos institutos de vida consagrada, eleitos pelas respectivas organizações

A participação de membros não bispos não é novidade no Sínodo. O que muda é que, agora, todos esses participantes poderão votar na assembleia. Vale ressaltar que o voto no Sínodo dos Bispos não tem um caráter deliberativo, mas é a manifestação de um consenso sobre as propostas e reflexões feitas ao longo do processo, visto que o Sínodo é um órgão consultivo do Papa.

A decisão de estender a participação plena dos membros não bispos no Sínodo foi aprovada pelo Papa em 17 de abril. Os Cardeais Mario Grech e Jean-Claude Hollerich, respectivamente Secretário-geral e Relator-geral do Sínodo, destacaram para a imprensa que tais mudanças não consistem uma “revolução”, mas um “enriquecimento para a Igreja”.

OUTROS PARTICIPANTES

A assembleia também contará com a participação – mas sem direito a voto – de “peritos”, pessoas competentes em vários aspectos sobre o assunto em questão. Deixam de existir, contudo, os que participaram apenas como auditores.

Foi explicado, ainda, que, se alguém for eleito pelos organismos eclesiásticos, não é automaticamente membro da Assembleia. Todas as eleições devem ser ratificadas pelo Papa. Portanto, os nomes dos eleitos não serão conhecidos do público até que a sua eleição tenha sido confirmada pelo Romano Pontífice.

O SÍNODO

O Sínodo dos Bispos foi instituído por São Paulo VI com o motu proprio Apostolica sollicitudo (1965) como “um conselho permanente dos bispos para a Igreja universal, sujeito direta e imediatamente ao nosso poder”, com a tarefa de aconselhar o Sucessor de Pedro, participando assim na solicitude por toda a Igreja. No entanto, desde o início, São Paulo VI deixou claro que “este Sínodo, como qualquer instituição humana, pode ser aperfeiçoado com o passar do tempo”. Com a constituição apostólica Episcopalis communio (2018), o Sínodo dos Bispos passou de um acontecimento pontual para um processo, articulado em três fases sucessivas (preparatória, celebrativa e de realização). A assembleia que acontece em outubro, portanto, pertence à fase celebrativa, em continuidade à primeira fase, que se realizou com a consulta do povo de Deus nas igrejas particulares e com as subsequentes eta-

pas de discernimento eclesial nas conferências episcopais e nas assembleias continentais.

O Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho) que constituirá a base dos trabalhos para a assembleia de outubro é o fruto desse processo de escuta a todos os níveis da vida eclesial.

BISPOS E FIÉIS

Este processo sinodal, iniciado pelo Santo Padre, “‘perpétuo e visível fundamento da unidade, não só dos bispos, mas também da multidão dos fiéis’ (cf. Lumen gentium 23), foi possível porque cada bispo abriu, acompanhou e concluiu a fase de consulta ao povo de Deus. Desse modo, o processo sinodal foi ao mesmo tempo um ato de todo o povo de Deus e dos seus Pastores, como ‘princípio e fundamento visível da unidade nas suas respectivas igrejas, formadas à imagem da Igreja universal, das quais e pelas quais existe a Igreja católica, una e única’”, ressalta o comunicado da Secretaria do Sínodo.

Por essa razão, a assembleia continua sendo chamada de Sínodo dos Bispos, uma vez que 21% da assembleia serão bispos. Além disso, os padres, consagrados e leigos são indicados ao Papa pelos organismos episcopais internacionais. “Nesta perspectiva, deve ser entendida a decisão do Santo Padre de manter a especificidade episcopal da Assembleia convocada em Roma, mas ao mesmo tempo de não limitar a sua composição apenas aos bispos, admitindo um certo número de não bispos como membros de pleno direito”, completou a Secretaria.

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Na Hungria, Papa Francisco pede unidade na Europa e paz na Ucrânia

FILIPE DOMINGUES

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO, EM ROMA

O futuro é feito de paz, não de guerra. É feito de berços, não de túmulos. Assim exortou o Papa Francisco durante sua viagem de três dias à Hungria, país do leste europeu – e o mais próximo que ele chegou até o momento da guerra na “martirizada” Ucrânia, como costuma definir.

Francisco viajou para levar àquela região uma forte mensagem de paz, mas também o pedido de unidade na Europa, que, diz ele, precisa recuperar seus valores originais. O Papa também promoveu uma visão de mundo mais aberta à acolhida do outro, do diferente, inclusive dos migrantes.

Na missa campal celebrada na Praça Kossuth Lajos, em Budapeste, no domingo, 30 de abril, o Papa Francisco refletiu sobre Cristo como “Bom Pastor”, aquele que “chama suas ovelhas” e é, Ele mesmo, “uma porta aberta” para o Reino de Deus. Nesse sentido, clamou o Pontífice, é

preciso que cada cristão também o seja.

“É triste e faz mal ver portas fechadas: as portas fechadas do nosso egoísmo em relação a quem caminha ao nosso lado todos os dias; as portas fechadas do nosso individualismo em uma sociedade que arrisca a se atrofiar na solidão; as portas fechadas da nossa indiferença diante de quem está no sofrimento e na pobreza; as portas fechadas para quem é estrangeiro, diferente, migrante, pobre”, afirmou.

“E, por fim, as portas fechadas em nossas comunidades eclesiais: fechadas entre nós, fechadas para o mundo, fechadas para quem ‘não está na norma’, para quem anseia o perdão de Deus.”

A Igreja “em saída”, disse ele, é aquela feita de “facilitadores da graça de Deus, especialistas em proximidade, dispostos a oferecer a vida, como Jesus Cristo”.

UNIR OS DISTANTES

europeia”, comentou, e isso passa por “acolher dentro de si os povos, e não considerar ninguém para sempre inimigo”.

A Hungria se abriu rapidamente ao acolhimento dos refugiados da Ucrânia, país invadido pela Rússia em fevereiro de 2022. Entretanto, adota políticas rígidas para migrantes não europeus, como aqueles provenientes da África e do Oriente Médio. A capital, Budapeste, é uma “cidade de pontes” e deveria inspirar toda a Europa, “que precisa da contribuição de todos, sem diminuir a singularidade de ninguém”, refletiu o Santo Padre. Assim, a Europa deve ser feita de “um conjunto que não achata as partes, e de partes que se sintam bem integradas no conjunto, mas conservando a própria identidade”.

de “colonização ideológica” que, em suas palavras, “eliminam as diferenças”. Ele lamentou, em especial, a absolutização de questões de gênero, quando “antepõem conceitos redutivos de liberdade à realidade da vida”, e também aqueles que “vangloriam como conquista um insensato ‘direito ao aborto’, que é sempre uma trágica derrota”, declarou.

Em vez disso, a Europa se deve construir “centrada sobre a pessoa e os povos, onde haja políticas efetivas para a natalidade e a família”, disse o Papa, notando que em alguns países europeus, em que a idade média é de 46 a 48 anos, a população tem envelhecido rapidamente devido ao baixo número de filhos.

da história, é o nosso futuro. A nossa vida, por mais que seja marcada pela fragilidade, está solidamente nas suas mãos”, completou.

Essa visão deve ajudar a Igreja europeia a evitar uma leitura “catastrófica” do mundo de hoje, e também o seu oposto, um “conformismo mundano”, nas palavras dele, que leva a aceitar de forma inerte a realidade como ela é. O cristão, afirmou o Papa, vive com um comportamento de “acolhimento aberto à profecia”.

Trata-se de “aprender a reconhecer os sinais da presença de Deus na realidade, também onde ela não aparece explicitamente marcada pelo espírito cristão, mas nos vem ao encontro com seu caráter de desafio ou de interrogação”, refletiu. O diálogo com o mundo e uma melhor divisão das tarefas dentro da Igreja são instrumentos para evitar essas tentações, disse.

Esta foi a segunda viagem do Papa Francisco à Hungria. A primeira foi em setembro de 2021,

quando ele compareceu ao Congresso Eucarístico Internacional, mas não visitou o país. Aquela viagem fez com que as autoridades húngaras o convidassem para uma visita pastoral completa, que ele realizou agora, dois anos depois. O Pontífice também encontrou jovens, crianças, representantes da cultura local, da comunidade greco-católica húngara e membros da Companhia de Jesus, os jesuítas.

CANAIS DE AMIZADE

No mesmo dia, durante a oração do Regina Caeli, Francisco rezou a Nossa Senhora não somente pela Hungria, mas

O risco, acrescentou o Pontífice, é buscar respostas em “populismos autorreferenciais” e “nacionalistas, em vez da colaboração internacional e da fraternidade” – que representam, em sua visão, um fechamento ao outro e à cooperação. Francisco também criticou outras formas

ABERTURA À PROFECIA

É preciso “interpretar as mudanças e as transformações da nossa época” sem perder o olhar fixo em Cristo, declarou o Pontífice no encontro com o clero, religiosos e consagrados do país, na sexta-feira, 28 de abril. “Cristo ressuscitado, centro

Em sua entrevista durante o voo papal de retorno a Roma, na segunda-feira, dia 1°, o Papa Francisco elaborou seu pensamento sobre a “abertura de portas”, de “canais” e sobre a “construção de pontes”, metáforas que vem usando com frequência ao tratar do tema da guerra na Ucrânia. “Convido todos a abrir relações, canais de amizade. Isso não é fácil”, disse.

Em seguida, ele criticou a atual política de acolhida de imigrantes na Europa. O Papa afirmou que apenas os países com também por todo o continente europeu, em especial pelos povos da Ucrânia e da Rússia, atualmente em guerra.

“Você [Maria] é a rainha da paz. Infunde nos corações dos homens e dos responsáveis das nações o desejo de construir a paz, de dar às jovens gerações um futuro de esperança, não de guerra, um futuro cheio de berços, não de túmulos, um mundo de irmãos, não de muros.”

O continente europeu é chamado a “unir os distantes” e a ser “memória da humanidade”, declarou o Papa Francisco em seu discurso com as autoridades civis da Hungria, na sexta-feira, 28 de abril, logo que chegou ao país. É preciso “reencontrar a alma

saída para o Mar Mediterrâneo –como Itália, Espanha, Grécia, Malta e Chipre – acabam acolhendo mais migrantes, sem o apoio necessário dos outros países europeus. “Se a Europa não assumir isso, de uma distribuição dos migrantes, o problema será somente desses países. Creio que a Europa deva fazer sentir que é ‘União Europeia” diante disso”, afirmou. Sobre sua participação na promoção da paz na Ucrânia, durante a coletiva, ele se limitou a dizer: “Interessa-me a estrada da paz. Estou disposto a fazer tudo o que se deve fazer. Neste momento, há uma missão em curso, mas ainda não é pública. Veremos. Quando for pública, falarei mais.”

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Fotos: Vatican Media
Papa conclama a humanidade à paz e diz que a Europa deve recuperar seus valores originais Papa exorta bispos, sacerdotes e consagrados a reconhecerem os sinais de Deus na atualidade

Escola Bíblico-Catequética inicia atividades na Região

Na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, Setor Leopoldina, na manhã do sábado, 29 de abril, realizou-se o primeiro en-

contro da Escola Bíblico-Catequética São José de Anchieta, conforme os critérios para a instituição do ministério de Catequista, com o tema “Vocação do Catequista: chamado, formação e missão”. Trata-se de uma iniciativa arquidiocesana que ocor-

re, também, nas demais regiões episcopais.

O encontro foi conduzido pelo Padre Geraldo Raimundo Pereira, Assistente Eclesiástico regional da Pastoral da Animação Bíblico-Catequética, com a participação de Dom José Benedito Car-

São José Operário é festejado no Jardim Sarah

Na segunda-feira, dia 1º, na igreja matriz da Paróquia São José Operário, no Jardim Sarah, Setor Rio Pequeno, a comunidade festejou a memória litúrgica do seu padroeiro.

A comemoração começou com uma novena entre os dias 22 e 30 de abril, e no dia do padroeiro, 1º de maio, realizou-se uma procissão pelas ruas do bairro, na qual a imagem de São José Operário foi inicialmente conduzida pelo Padre José Andrade dos Santos, SJC, Pároco, juntamente com os fiéis até a matriz paro-

quial, na qual aconteceu a missa solene, presidida pelo Padre Raimundo Ribeiro Martins, SJC, que foi Pároco nessa Paróquia por mais de 15 anos e atualmente é Pároco da Paróquia São Jorge, em Belém (PA). Concelebram o Pároco e o Padre Joaquim Crispim de Oliveira.

Antes do encerramento, Padre Raimundo realizou a bênção das carteiras de trabalho e objetos pessoais. Padre José agradeceu a visita dos Padres Raimundo e Joaquim e a todos que ajudaram na preparação da festa do padroeiro. (BN)

Na noite de sábado, 29 de abril, na Paróquia São José Operário, no Jardim Sarah, Setor Rio Pequeno, Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, presidiu missa durante a qual realizou o rito da consagração laical Joseleito aos oito irmãos que irão renovar o seu compromisso e três que irão fazer o seu primeiro compromisso. Concelebraram os Padres José Andrade dos Santos, SJC, Pároco, e Rodolfo Rodrigues, Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Graça, em Tatuí (SP), Diocese de Itapetininga. (por Benigno Naveira)

doso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa.

Participaram desta aula inaugural cerca de 110 catequistas, além dos membros da equipe de coordenação desta Pastoral.

No sábado, 29 de abril, na Paróquia São João Bosco, Setor Leopoldina, aconteceu a reunião em preparação à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023. A atividade foi coordenada pelo Padre Eduardo Augusto de Andrade, Assistente Eclesiástico do Setor Juventude da Região Lapa, com a participação do Padre Cláudio Andrade Motta, SDB, Pároco, e a coordenação dos jovens. Tratou-se também dos preparativos para o encontro, aberto a todos os jovens que participarão da JMJ, que será realizado no sábado, 6, às 13h, nessa mesma Paróquia, com a presença dos Bispos Auxiliares Dom Carlos Lema Garcia, Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade e Referencial para o Setor Juventude da Arquidiocese; e Dom José Benedito Cardoso, Vigário Episcopal na Região Lapa. (por Benigno Naveira)

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LAPA
No sábado, 29 de abril, na Paróquia São João Gualberto, Setor Pirituba, a Pastoral Familiar regional realizou um encontro formativo sobre o suicídio. Participaram mais de 100 agentes da Pastoral, além de Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, e o Padre Raimundo Rosimar Vieira da Silva, Assistente Eclesiástico da Pastoral Familiar regional. O tema abordado foi “A depressão e o suicídio”, com a assessoria do Padre Lício de Araújo Vale, filósofo, professor e especialista no tema. (por Benigno Naveira) No dia 24 de abril, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa, Setor Lapa, aconteceu a reunião da Pastoral da Comunicação regional, com a participação dos coordenadores dos setores pastorais. Na pauta, foram abordadas a participação de agentes da Pascom como voluntários no estande de Arquidiocese durante a ExpoCatólica e a programação de atividades do “Pascom em Ação”, que acontecerá em julho. (por Benigno Naveira) BENIGNO NAVEIRA COLABORADOR DE COMUNICAÇÃO NA REGIÃO Marlene Raulino Benigno Naveira Benigno Naveira Benigno Naveira Fabiano Teixeira

Mais de 180 catequistas participam da 1ª aula da Escola São José de Anchieta

No 4º Domingo da Páscoa, 30 de abril, o Domingo do Bom Pastor, Dom Carlos Silva, OFMCap., presidiu missa na Comunidade São Pio, no Parque Taipas – que tem o apoio da Comunidade Católica Shalom – durante a qual conferiu o sacramento da Crisma a 28 jovens. Na homilia, o Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia destacou: “O Bom Pastor guia suas ovelhas pelo toque do cajado, e quando no dia a dia sentimos falta de uma ovelha, nós vamos atrás dela e a buscamos para trazê-la de volta ao seu povo”. (por Wanderson Joaquim)

No sábado, 29 de abril, tiveram início as aulas da Escola Bíblico-Catequética São José Anchieta da Arquidiocese de São Paulo. Na Região Brasilândia, mais de 180 pessoas participaram na Paróquia Santos Apóstolos da aula com o tema “A vocação do catequista”.

Padre Rafael Araújo conduziu a oração inicial e uma reflexão sobre “ser uma semente, e uma flor no jardim das pessoas, mesmo com tantos altos e baixos”. Na

sequência, o Padre Silvio Costa, Pároco, reforçou a importância da vocação como um grande chamado e lembrou a responsabilidade que o papel de catequista exige.

A Escola São José Anchieta tem como objetivo oferecer formação e apoio para os catequistas da Arquidiocese, para auxiliá-los no desenvolvimento de suas habilidades e conhecimentos; além de fortalecer a fé e atuação dos catequistas. A próxima aula na Região Brasilândia será em 27 de maio na mesma Paróquia para os que já estão inscritos no curso.

A Paróquia São Luís de Montfort, Setor Jaraguá, festejou seu padroeiro entre 22 e 30 de abril, com o tema “350 anos do aniversário de São Luís de Montfort. Amigo da Cruz, sempre será lembrado pelo seu amor a Deus e a Nossa Senhora”. No dia do Santo, 28 de abril, aconteceu a entronização da nova imagem na Paróquia e houve a missa presidida pelo Padre Luciano Andreol, monfortino. Concelebrou o Padre Robinson Sérgio dos Santos, CRL, Vigário Paroquial. Neste dia ainda foi distribuído o tradicional bolo de Montfort. Aos finais de semana, aconteceu o bingo paroquial organizado pelos jovens da Paróquia e os membros do Encontro de Casais com Cristo (ECC), com shows de música ao vivo.

Na segunda-feira, dia 1º, os fiéis da Comunidade São José Operário, da Paróquia Espírito Santo, celebraram a memória do seu padroeiro, com o tema “Com São José Operário, resgatamos a paciência com os irmãos”. A Eucaristia foi presidida pelo Padre Evander Camilo, Administrador Paroquial, e concelebrada pelo Padre Carlos André Romualdo. (por Camila Mariana)

Com uma procissão pelas ruas do Jardim Brasília, no domingo, 30 de abril, os fiéis da Capela Bom Pastor, da Paróquia Nossa Senhora das Dores, Setor Jaraguá, deram início à celebração em honra ao padroeiro da comunidade. A festa deste ano teve um tríduo preparatório, entre os dias 27 e 29 de abril, e a missa solene no dia 30 de abril, presidida pelo Padre Walter Merlugo Junior, Administrador Paroquial. Na homilia, o Sacerdote lembrou que Deus fala diretamente à consciência de cada pessoa e a todos dá livre arbítrio para segui-Lo. Entretanto, as más escolhas humanas têm desencadeado diversas situações de violência na sociedade, razão pela qual sempre é preciso voltar-se a Cristo, o Bom Pastor. Ao final da missa, foi partilhado o bolo do padroeiro, uma tradição da comunidade criada há 46 anos, em maio de 1977. (por Daniel Araújo)

A Paróquia Bom Pastor, no Jardim Carumbé, celebrou seu padroeiro entre os dias 24 e 30 de abril, com o tema “O Bom Pastor caminha ao nosso lado para fortalecer-nos na vocação de viver o Evangelho e proclamar o Reino de Deus”. De acordo com o Padre Natanael Pires, Pároco, o tema foi inspirado no 3º Ano Vocacional do Brasil: “Percebemos que seria propício para inspirar as vocações e refletir sobre a nossa prática na anunciação do Reino de Deus”. A festa foi finalizada com procissão com a imagem do padroeiro pelas ruas do bairro, seguida da missa. Também rezou-se pelos padres recém-ordenados para que olhem e cuidem sempre de suas ovelhas. (por Pascom Paroquial)

No sábado, 29 de abril, mais de 160 jovens se reuniram no 1° Luau Vocacional da Juventude, realizado no salão paroquial da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no bairro da Vila Souza. O evento contou com a presença do Ministério Lar em Adoração, que conduziu os momentos de louvor. A pregação e motivação espiritual foi feita pelo Padre Rafael Nolli, Administrador Paroquial. Na ocasião, os jovens foram convidados a refletir o tema “Corações ao Alto”, motivados pela realização do 3° Ano Vocacional do Brasil e da JMJ Lisboa 2023. (por Luccas Sant’Ana)

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PRISCILA ROCHA COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO Priscila Rocha Luana Barbosa Camila Mariana Pascom paroquial Pascom paroquial Roberto Bueno Juliana Tavares

BELÉM

Jornada Regional da Juventude: ‘A Igreja é viva, a Igreja é jovem!’

NÁGELA SANTOS E PADRE PIERRE RODRIGUES DA COSTA COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO BELÉM

“A Igreja é viva, a Igreja é jovem!”. Esta foi a frase aclamada durante toda a noite do sábado, 29 de abril, pelos jovens da Região Belém, durante a Jornada Regional da Juventude, evento realizado no Colégio Simão Mathias.

A atividade marcou o encerramento da peregrinação regional das réplicas da Cruz e do ícone de Nossa Senhora, símbolos da Jornada Mundial da Juventude, que chegaram à Região Belém em 1o de abril, na véspera do Domingo de Ramos, na Paróquia São Benedito das Vitórias, Setor Carrão/Formosa, sendo acolhidas em missa presidida por Dom Cícero Alves de França. Para os jovens presentes àquela abertura, foi uma noite muito significativa, pois em 1985, em um sábado que antecedia o Domingo de Ramos, São João Paulo II deu início a essa jornada com a juventude.

Durante o mês de abril, os símbo -

los peregrinos passaram por diversas paróquias da Região Belém, entre elas Santo Emídio, no Setor Vila Prudente, onde foi realizada uma tarde de espiritualidade com os jovens. Também foram levados às Paróquias Santa Cruz, no Setor Vila Antonieta; Santa Maria Madalena, no Setor Sapopemba; e, por fim, à Paróquia Santa Teresa de Calcutá, Setor São Mateus, onde foi encerrada a peregrinação.

O encerramento se deu com a missa, presidida pelo Padre Boniface Issaka, Pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo, no IV Centenário, e Coordenador do Setor São Mateus, e concelebrada pelos Padres Elson Lopes, CSsP, Pároco da Paróquia Santa Teresa de Calcutá e responsável pela Juventude do Setor São Mateus, e Pierre Rodrigues da Costa, Assessor Eclesiástico da Juventude na Região Belém e Pároco na Paróquia São Benedito das Vitórias.

O encontro contou com momentos de oração, alegria, integração entre as comunidades e grupos de jovens, e shows com o apoio do Summer Beats. Apresentaram-se os grupos Adoração e Vida, Fraternidade João Paulo II e Missionário Shalom, e cantores como Diego Fernandes, Ana Gabriela e Flavio Vitor. Houve, ainda, a arrecadação de alimentos que serão destinados às famílias carentes que residem na Região Belém.

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Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.

‘Não virtualizem a vida, que é concreta’, pede o Papa Francisco aos jovens https://curtlink.com/93omF7

Na Quaresma, orações e fé salvaram ao menos 672 vidas que seriam abortadas https://curtlink.com/OK3Yvc

Sancionado 8 de setembro como o Dia Nacional do Terço dos Homens https://curtlink.com/uK9BUB

Pesquisa aponta defasagens no rastreamento do câncer na África e nas Américas https://curtlink.com/4REucK

Estudantes do ensino técnico desenvolvem app para tradução em Libras https://curtlink.com/j1iGVw

Quais são os dogmas da fé católica sobre Nossa Senhora? https://curtlink.com/PY87KU

No sábado, 29 de abril, a Região Episcopal Belém iniciou a formação com os candidatos ao ministério de Catequista, com a Escola Bíblico-Catequética São José de Anchieta. Mais de 250 catequistas provenientes de paróquias e comunidades se reuniram no Centro Pastoral São José, no Belenzinho, no encontro conduzido pelo Padre Eduardo Binna, Assistente Eclesiástico da Animação Bíblico-Catequética na Região, no qual foi abordada a vocação do catequista. (por Janice Santos)

da Congregação dos Missionários Combonianos. (porFernandoArthur)

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Na noite do domingo, 30 de abril, Dom Cícero Alves de França presidiu missa na Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho, na Mooca, durante a qual conferiu o sacramento da Confirmação a 24 jovens e adultos. A missa foi concelebrada pelos Padres Gildásio Lima Tanajura, CSS, Pároco, e Adil da Silva, CSS. (por Fernando Arthur) Dom Cícero Alves de França conferiu, no sábado, 29 de abril, o sacramento da Crisma a 31 jovens e adultos na Paróquia São Sebastião, no Sapopemba. Concelebrou o Padre Amaxsandro Feitosa, MCCJ, Pároco, e padres Fernando Arthur Fernando Arthur Janice Santos Vitor Hugo Martins

Catequistas iniciam itinerário formativo na Escola Bíblico-Catequética

No sábado, 29 de abril, no Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Setor Perdizes, catequistas das paróquias da Região Sé participaram,

juntamente com Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé, da aula inaugural da Escola Bíblico-Catequética São José de Anchieta.

A assessoria coube ao Padre Sancley Lopes Gondim, Assistente Eclesiástico

No sábado, 29 de abril, no Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, Setor Perdizes, houve a apresentação do livro “O novo e antigo ministério dos catequistas”, de autoria de Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Sé. Lançado durante a 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), trata-se de um material destinado tanto àqueles que já exercem a função em suas paróquias quanto aos que querem responder a esse chamado.

(por Patrícia Coppio)

regional da Pastoral da Animação Bíblico-Catequética.

Ao todo serão oito encontros em 2023, voltados para catequistas com mais de cinco anos de atuação. Para catequistas que exercem o ministério há menos tempo, serão minis -

trados mais dois encontros. Na ocasião, foi ressaltada a importância do papel do catequista na vida das crianças, jovens e adultos, para o conhecimento da fé e da doutrina, bem como para a adesão a Jesus Cristo.

da Arquidiocese na Região Sé, ministrou o sacramento da Crisma a 24 jovens na Paróquia Santa Francisca Xavier Cabrini. A missa foi concelebrada pelo Padre Tiago Gurgel, Administrador Paroquial. (por Pascom paroquial)

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Na sexta-feira, 28 de abril, o Cardeal Scherer visitou a Paróquia Nossa Senhora da Assunção e São Paulo – Paróquia Pessoal Nipo-Brasileira São Gonçalo, na Região Sé, para abençoar a nova casa paroquial. A reforma levou cerca de um ano e contou com a ajuda da Região Episcopal Sé e das Paróquias Santíssimo Sacramento, São José, Santa Cecília, São Gabriel e Nossa Senhora do Brasil, além do Cabido Metropolitano. O Padre José Enes de Jesus, Pároco, agradeceu a confiança e o apoio do Arcebispo Metropolitano. Dom Odilo lembrou que abençoar uma casa é convocar a presença de Deus naquele lugar e, assim, receber a sua proteção, graça, vida em harmonia e comunhão, por meio do amor de Cristo. Além do Pároco, participaram o Padre Kiyoharu Ojima, Vigário Paroquial; Cônego Severino Martins da Silva Filho, Cônego Aparecido Silva, Padre Luiz Fernando de Oliveira, Padre Antônio Genivaldo Cordeiro de Oliveira e alguns paroquianos nipo-brasileiros. (por Teresa Odo)

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A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Setor Catedral, durante a realização do 3º Tríduo a São Benedito, acolheu no sábado, 29 de abril, a imagem peregrina de São Benedito, originária da cidade de Bragança (PA), cuja festa em honra ao Santo acontece na última semana do mês de dezembro. O objetivo é propagar este evento religioso em todo o País, sendo que depois de São Paulo, a imagem deve peregrinar a Brasília (DF) e a outras capitais brasileiras. (por Pascom paroquial) No domingo, de abril, Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar PATRÍCIA COPPIO COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO Teresa Odo Arquivo pessoal Henrique dos Santos Barbosa Pascom paroquial Centro de Pastoral da Região Sé

IPIRANGA

Com tríduo, carreata e festa, Paróquia São José celebra o padroeiro

O primeiro encontro da Escola Bíblico-Catequética São José de Anchieta na Região Ipiranga aconteceu no sábado, 29 de abril, no auditório do campus Ipiranga da PUC-SP e contou com a participação de quase 200 catequistas. O Padre José Lino Mota Freire, Assistente Eclesiástico regional da Pastoral da Animação Bíblico-Catequética, fez a abertura do encontro e ressaltou a importância do comprometimento dos catequistas nessa jornada formativa. Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, conduziu a formação, refletindo sobre a vocação do catequista. Ao final, Frei José Maria Mohomed Júnior, O. de M., Coordenador de Pastoral regional, apresentou, juntamente com o Padre José Lino, a equipe de coordenação da animação bíblico-catequética da Região. (por Karen Eufrosino)

A Paróquia São José, no Ipiranga, celebrou a memória litúrgica do padroeiro, com o título de São José Operário, na segunda-feira, dia 1º, precedida de um tríduo preparatório, atividades conduzidas pelo Padre Gilmar Souza, NDS, Pároco. Na sexta-feira, 28 de abril, primeiro dia do Tríduo de São José, a missa foi

dedicada às famílias. No sábado, 29 de abril, houve a missa e uma carreata com a imagem de São José pelas principais ruas do bairro, com a bênção dos automóveis. No domingo, dia 30 de abril, as missas foram dedicadas aos trabalhadores.

A segunda-feira, dia 1º, foi marcada por fé e devoção dos fiéis, com três missas dedicadas ao padroeiro, com os tradicionais bolo e óleo de São José, abençoados ao fim de cada missa.

Os fiéis da Paróquia Nossa Senhora da Esperança, Setor Vila Mariana, celebraram sua padroeira com um tríduo, que teve início no dia 23 de abril e cujo encerramento foi no dia 25, comemorado com alegria pela comunidade pois coincidiu com o aniversário natalício do Padre Uilson dos Santos, Pároco. No dia de Nossa Senhora da Esperança, 26 de abril, aconteceram missas em honra à padroeira, cujas festividades foram encerradas com uma procissão pelas ruas do bairro. (por Pascom paroquial)

Na noite do sábado, 29 de abril, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Setor Anchieta, Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Ipiranga, presidiu a missa em que conferiu o sacramento da Confirmação a 42 jovens e adultos. Concelebrou o Padre João Paulo Rizek, Pároco, com a assistência do Diácono Feliciano Bonitatibus. (por Paula Ávila)

Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, esteve na Comunidade Nossa Senhora da Moradia para a celebração da missa no domingo, 30 de abril, antecipando a comemoração de São José Operário, padroeiro dos trabalhadores, celebrado em 1º de maio. Participaram os agentes da Pastoral Operária e da Moradia e participantes da Casa da Solidariedade. (porKarenEufrosino)

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COCCO COLABORAÇÃO ESPECIAL PARA A REGIÃO
ANDRÉA
Karen Eufrosino Pascom paroquial Paula Ávila Maria da Graça Feltrin

O adeus ao Cônego Laerte Vieira da Cunha, aos 91 anos

FERNANDO GERONAZZO

ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

Fiéis, sacerdotes, amigos e familiares se despediram do Cônego Laerte Vieira da Cunha, que faleceu no dia 26 de abril, aos 91 anos de idade.

O Sacerdote estava internado no Hospital Nipo-Brasileiro, devido a complicações de saúde.

O velório aconteceu na quinta-feira, 27 de abril, na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, no Jaçanã, onde o Cônego Laerte colaborou nos últimos anos.

A missa de corpo presente foi presidida pelo Padre Carlos Alberto Doutel, Vigário-Geral Adjunto para a Região Episcopal Santana, que representou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, que estava em Aparecida (SP) com os bispos auxiliares, participando da 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Nascido em 29 de outubro de 1931, em São Paulo, o Cônego Laerte teve o despertar vocacional para o sacerdócio ainda na infância, na Paróquia São Rafael, na Mooca, zona Leste da Capital. Ingressou no Seminário Menor Arquidiocesano, em Pirapora de Bom Jesus (SP), aos 14 anos. Foi ordenado sacerdote em 3 de dezembro de 1961, na Paróquia Imaculada Conceição, à época capela do Seminário Central do Ipiranga. Como sacerdote, atuou como professor no seminário, pároco e vigário paroquial em diversas paróquias. Por mais de duas décadas, foi Vice-Chanceler do Arcebispado de São Paulo. Seu último trabalho pastoral foi como Vigário Paroquial na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus, na Região Santana.

AMIZADE E GRATIDÃO

Entre os concelebrantes da missa exequial estava

o Cônego Celso Pedro da Silva, Pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia, no Pari, que foi ordenado sacerdote com o Cônego Laerte. Ele relatou que conheceu o amigo ainda na adolescência, no Seminário Arquidiocesano. “As lembranças que eu guardo do Laerte são as melhores, como companheiro, como cantor – can-

SANTANA

távamos juntos nas missas do seminário – e nos estudos. Laerte, lembra-te de nós lá no céu”, manifestou.

Padre Sulliver Rodrigues do Prado, Administrador Paroquial, afirmou que o Cônego Laerte não foi apenas um amigo, mas um “irmão mais velho”.

“Sempre que precisava de algum conselho, eu o procurava. Era com ele que partilhava as alegrias e dificuldades da vida sacerdotal”, relatou o jovem Padre, destacando que, na última Quinta-feira Santa, o Cônego pediu para fazer a homilia na missa da Ceia do Senhor. “Aqueles que estavam aqui ouviram-no pedir apoio para esta comunidade paroquial que ele tanto amou nesta vida”, completou.

MOVIDO PELO EVANGELHO

Quando o Cônego Laerte completou 82 anos de vida, em outubro de 2013, sua trajetória de vida foi recordada em uma reportagem do O SÃO PAULO, na qual se destacava o talento que tinha em tocar instrumentos musicais, algo que aprendeu de seu pai, que foi seu principal incentivador para que se tornasse coroinha na infância na Paróquia São Rafael.

Na missa em ação de graças por seu aniversário natalício realizada na Paróquia Santa Teresinha naquele ano, o Cônego falou sobre a vocação ao sacerdócio e o passar do tempo. “O que move minha vida é o Evangelho. A gente se torna na idade que eu tenho [82 anos] muito reflexivo”, disse.

O corpo do Cônego Laerte foi sepultado no Cemitério do Santíssimo Sacramento, no Sumaré, na tarde da quinta-feira. A missa de 7o dia de seu falecimento será presidida por Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, na quarta-feira, 3, às 20h, na Paróquia Santa Teresinha do Menino Jesus (Avenida Guapira, 2.055, Jaçanã).

Começam as aulas da Escola Bíblico-Catequética

REDAÇÃO osaopaulo@uol.com.br

Começaram no sábado, 29 de abril, nas seis regiões episcopais da Arquidiocese de São Paulo, as aulas da Escola Bíblico-Catequética São José de Anchieta, com vistas à formação de catequistas.

Na Região Episcopal Santana, a aula ocorreu na Cúria Regional, com a participação de 120 pessoas, com a abertura dos trabalhos feita pelo Padre Paulo Cesar Gil, Assistente Eclesiástico para a Animação Bíblico-Catequética na Arquidiocese.

No 4o Domingo de Páscoa, 30 de abril, o Domingo do Bom Pastor, foi celebrada a festa do padroeiro da Capela Bom Pastor, da Paróquia Jesus no Horto das Oliveiras, Setor Vila Maria. A missa foi presidida pelo Padre Jovanês Vitoriano, SDS, Administrador Paroquial.

(Por Fernando Fernandes)

Padre Paulo recordou que depois de ser apresentado o projeto de formação permanente de catequistas da Arquidiocese de São Paulo, “aguardamos as observações para concluirmos o plano e iniciarmos o passo a passo para a realização do processo formativo. Foram muitas reuniões de estudo e partilha entre Dom Odilo Pedro Scherer, os bispos auxiliares, os padres assessores e as equipes regionais da Catequese, sempre

coordenadas por Dom José Benedito Cardoso, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Referencial para a Animação Bíblico-Catequética na Arquidiocese”.

Nos seis núcleos regionais estão inscritos 1.110 catequistas para o curso.

“Nossa esperança é que esse projeto seja uma oportunidade de crescimento de fé e de comprometimento com a cateque-

se a serviço da iniciação à vida cristã”, comentou Padre Paulo Gil. “Para o êxito desse projeto, esperamos contar com o apoio e a participação dos ministros ordenados e dos coordenadores paroquiais de Catequese e outras lideranças, animando e acompanhando os catequistas inscritos na Escola Arquidiocesana”, complementou.

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Luciney Martins/O SÃO PAULO/Arquivo Juliana Bessegatti Pascom Santana

‘Discernimento, bom senso e capacidade para colaborar serão as marcas da nova Presidência da CNBB’

MENSAGEM AO POVO BRASILEIRO

Como acontece em todas as Assembleias Gerais, na quinta-feira, 27 de abril, foi divulgada a mensagem do episcopado ao povo brasileiro, na qual a CNBB reafirma o compromisso da Igreja com a defesa integral da vida.

Na apresentação do texto aos jornalistas, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, explicou que essa mensagem, “sempre possui as tonalidades do momento em que vivemos, e dessa vez não seria diferente, para que seja uma expressão do pensamento de toda a assembleia geral dirigida a todo o povo brasileiro”.

MANIFESTOU DOM JAIME SPENGLER, AO TOMAR POSSE COMO PRESIDENTE DA CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL

FERNANDO GERONAZZO ESPECIAL PARA O SÃO PAULO

A 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi concluída na sexta-feira, 28 de abril, com a posse da nova Presidência da entidade.

Diante dos 326 bispos ativos, além dos bispos eméritos, presentes no plenário do Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, em Aparecida, assumiram os cargos para o quadriênio 2023-2027: o Presidente, Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre (RS); o 1º Vice-presidente, Dom João Justino de Medeiros Silva, Arcebispo de Goiânia (GO); o 2º Vice-presidente, Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, Bispo de Garanhuns (PE); e o Secretário-Geral, Dom Ricardo Hoepers, Bispo de Rio Grande (RS).

“Certamente, é uma missão que nos desafia e muito: a complexidade do tempo, a cultura na qual nos encontramos, o momento eclesial que nós vivemos exigem de nós muita oração, muito diálogo, capacidade de promover aquilo que o Papa está pedindo de nós –

discernimento em vista de uma Igreja verdadeiramente mais participativa, mais comunitária, mais missionária”, afirmou Dom Jaime, em seu primeiro pronunciamento no cargo.

Ao falar sobre os desafios da nova presidência, o Arcebispo de Porto Alegre ressaltou que a missão da nova presidência é “dar continuidade a um trabalho que já vem sendo feito, numa dimensão mais interna, de promoção

da sinodalidade, de comunhão, participação e missão”.

Durante a Assembleia Geral, também foram eleitos 12 presidentes das Comissões Episcopais permanentes, dois representantes da CNBB no Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), um titular e suplente, e dois bispos que participarão da assembleia do Sínodo dos Bispos em outubro, em Roma.

PRESIDENTES ELEITOS DAS COMISSÕES EPISCOPAIS

Comissão Episcopal para a Ação Missionária

Dom Maurício da Silva Jardim, Bispo de Rondonópolis-Guiratinga (MT);

Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética

Dom Leomar Brustolin, Arcebispo de Santa Maria (RS);

Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé

Dom Joel Portella Amado, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro (RJ);

Comissão Episcopal para a Liturgia

Dom Hernaldo Pinto Farias, Bispo de Bonfim (BA);

Comissão Episcopal para o Laicato

Dom Giovane Pereira de Melo, Bispo de Araguaína (TO);

Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora

Dom José Valdeci Santos Mendes, Bispo de Brejo (MA);

Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada

Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, Bispo Auxiliar de São Paulo;

Comissão Episcopal para a Vida e a Família

Dom Bruno Elizeu Versari, Bispo de Campo Mourão (PR);

Comissão Episcopal para a Juventude

Dom Vilsom Basso, Bispo de Imperatriz (MA);

Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso

Dom Teodoro Mendes Tavares, Bispo de Ponta de Pedras (PA);

Comissão Episcopal para a Cultura e a Educação

Dom Gregório Paixão, Bispo de Petrópolis (RJ);

Comissão Episcopal para a Comunicação Social

Dom Valdir José de Castro, SSP, Bispo de Campo Limpo (SP).

“Esses dias na casa da Mãe Aparecida foram uma oportunidade para experimentarmos a comunhão a partir da riqueza de nossas diversidades. Quem nos une é Cristo e, por Ele, esperançosos e comprometidos, renovamos nossa opção radical e incondicional com a defesa integral da vida que se manifesta em cada ser humano e em toda a criação”, escrevem os bispos.

A mensagem sublinha que a renovação desse compromisso com a vida se dá em um “tempo marcado por grandes desafios que, longe de nos desanimarem, estimulam a Igreja na promoção do Reino de Deus”.

O episcopado conclama toda a sociedade brasileira “a construir um amplo projeto de reconciliação e pacificação, a partir de um diálogo franco e aberto, que possibilite superar o que nos afasta, com o objetivo de assegurar o que nos une: o País, o seu povo e a criação”.

“O ponto de partida dessa construção se dá nas famílias, comunidades, relações sociais, profissionais, eclesiais e políticas, por meio da amizade social que promove a cultura do encontro. Como comunidade de fé, cremos que sua concretização passa necessariamente pelas nossas orações. Rezemos, pois, como nos pede o Papa Francisco, pelo fim das guerras, dos conflitos e das violências. Somos ‘caminhantes da mesma carne humana, como filhos desta mesma terra que nos alberga a todos, cada qual com a riqueza da sua fé ou das suas convicções, cada qual com a própria voz’ (Fratelli tutti, 8)”, prossegue a mensagem.

“Não tenhamos medo. A esperança é a nossa coragem! Sejamos semeadores de mudança, de solidariedade e de vida. Pelo amor do Cristo vivo e ressuscitado, por intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, invocamos a bênção de Deus sobre o povo brasileiro, suas famílias e comunidades”, concluem os bispos.

(Com informações da CNBB)

20 | Reportagem | 3 a 9 de maio de 2023 | www.osaopaulo.org.br www.arquisp.org.br
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