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os chefes de Estado se inspirem na Pacem in terris, de João XXIII
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Em uma época de “terceira guerra mundial em pedaços”, com milhares de con itos fragmentados e violentos, dispersos por todo o globo, a mensagem de paz apresentada por São João XXIII há 60 anos permanece atual. Assim recordou o Papa Francisco na audiência geral do dia 12, no aniversário da publicação da encíclica Pacem in terris (Paz na terra), de 1963.
O documento, recordou Francisco, inseriu-se num contexto de Guerra Fria, em que o mundo estava dividido entre “dois blocos contrapostos”, o capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o comunista, liderado pela União Soviética. Era um momento de grande tensão, em que, após duas guerras mundiais, o risco de confronto entre as potências nuclea- res levava a um grande medo e incerteza global – por vezes especulava-se, na arte e na imprensa, que um con ito nuclear poderia resultar no m da humanidade.
Ao pedir paz, e apresentá-la como elemento essencial da “ordem natural” desejada e estabelecida por Deus, “o Papa [João XXIII] abriu diante de todos o horizonte amplo para poder falar de paz e construir a paz: o desenho de Deus sobre o mundo e sobre a família humana”, declarou Francisco, que de niu a encíclica como uma “verdadeira bênção” e cuja mensagem é “atualíssima”. Ele mencionou nominalmente a atual guerra na Ucrânia, invadida pela Rússia.
Convidando a todos a lerem o documento, Francisco citou o número 62 da Pacem in terris, que diz: “As relações entre as comunidades políticas, como aquelas entre os seres humanos individuais, devem ser reguladas, não fazendo recurso à força das armas, mas à luz da razão, isto é, na verdade, na justiça, na solidariedade operante”. Nesse sentido, o Papa Francisco a rmou rezar para que os chefes das nações de hoje “se deixem inspirar” pela encíclica, “em seus projetos e em suas decisões”.
EVANGELIZAR ‘EM MOVIMENTO’, NÃO DIANTE DAS TELAS
Na mesma audiência, Francisco havia re etido sobre a gura do apóstolo Paulo, que, após seu encontro pessoal com Cristo, colocou-se “em caminho” a anunciar o Evangelho a todos os povos que encontrou, com enorme “zelo evangélico”. O Bis- po de Roma insistiu que a evangelização é algo que se faz “em movimento”.
“Não existe anúncio sem movimento”, já que “não se anuncia o Evangelho parados, fechados no escritório, na escrivaninha ou no computador, fazendo polêmicas como ‘leões de teclados’ e disfarçando a criatividade com ‘copia-e-cola’ de ideias tomadas aqui e ali”. Tampouco é simplesmente repetir “as próprias convicções”.
A evangelização, repetiu, como Paulo, “se faz movendo-se, caminhando, andando”. Os anunciadores, acrescentou Francisco, “são um pouco como os pés do corpo de Cristo, que é a Igreja”. Quem anuncia o Evangelho deve estar “pronto para seguir uma sabedoria que não é deste mundo”, estando aberto para que “Cristo mude o seu coração”. (FD)