



Democracia Futebol Clube. Esse merece o troféu de destaque na edição da Copa Alagoas deste ano. Isso, sem tirar o mérito do título de campeão e do futebol apresentado pelo Cruzeiro de Arapiraca. Mas quem deu um show de bola foi, realmente, a Copa Alagoas, promovida pela Federação Alagoana de Futebol (FAF), que é presidida por Felipe Feijó. Nela, todo mundo jogou, independentemente, do nível técnico ou da situação financeira. Entraram em campo, tanto os da Segunda Divisão, quanto os da Primeira. Isto é: os timesdaelitejogaramcontraosclubesdaclasseinferior.Todosjuntos.
Unidos. Sem divisão. Iguais, uns aos outros. Nesta jogada democrática da FAF, os 14 clubes que participaram da Copa Alagoas tiveram a oportunidade de usar a competição como vitrine, uma vez que jogos foram transmitidos pela TV-FAF, por meio da Eleven Sports, pela internet. Além disso, a competição ofertou vaga para Série D em 2023, cuja chance foi conquistada pelo Cruzeiro ao se sagrar campeão. Diante de tudo o que foi apresentado pela Copa Alagoas, podem garanti-la na premiação dos melhores do Campeonato Alagoano. Já pode ir separando o traje da premiação, Felipe Feijó.
Ofinal de semana foi de festa e muito esporte nas areias da praia de Pajuçara. O último sábado (26) reservou a primeira edição da CopaAlagoasdeFutevôlei,organizadapeloGovernodeAlagoas, atravésdaSecretariadoEsporte, Lazer e Juventude (Selaj), reunindo centenas de atletas de capital,interioreoutrosEstados.
Ao todo, reunindo as categorias feminino e masculino, foram 136 atletas inscritos, que deram um verdadeiro show de habilidades. “Alagoas é conhecida por revelar vários talentos da modalidade e nada mais justo que promover um evento desse tamanho, para homens e mulheres, mais jovens ou mais experientes, do futevôlei alagoano”, afirmou o Secretário Executivo da Selaj e Coordenador da competição, Ênio Oliveira Junior, o Eninho.
As mulheres abriram a competiçãopelamanhãefecharam com grandes disputas e no final, as campeãs foram Dani
e Ana, seguidas por Nayanne e Brunna que terminaram em segundo e fechando o pódio, Gilmaria e Alice.
“Precisamos parebanizar a organização pelo apoio e sensibilidade ao futevôlei feminino. Isso será fundamental para mostrar que podemos e muito colocar a nossa qualidade em grandes eventos. Só temos a agradecer por toda estrutura e incentivo”, afirmou a atleta Kelly Kariny.
A competição teve sequencia com a categoria masculina que reuniu o maior numero de atletas inscritos. Na categoria
A+B, o título ficou com Evandro e Rhuan, com a segunda colocação para Xarope e Duarte e na terceira posição, Gordo e Alvinho.
Na categoria profissional, que foi concluída no final da noite, muita emoção e o título terminounasmãosenospésde Cinho e Cubano, de Recife. Kevinho e Thiago terminaram como vice-campeõeseEvandroeRato foram a dupla terceira colocada.
“Concluímos com sucesso a
primeiraediçãodaCopaAlagoas de Futevôlei, um momento de valorização dessa modalidade que revela tantos craques e professores, de valorizar as nossas belezas naturais. Agradeço a todos que participaram, desde os atletas, os torcedores, os nossos parceiros no evento. Foramtodosfundamentaispara o sucesso dessa competição. Que venha 2022”, completou o Secretário do Esporte, Lazer e Juventude, Charles Hebert.
ELIMINADO PRECOCEMENTE | CRB desperdiça oportunidade de arrecadar com a Copa do Brasil
MAURÍCIO MANOEL
Repórter
Aeliminação precoce da Copa do Brasil vai forçar o Clube de Rega-
>> Cobranças
tas Brasil a “ter que se virar” durante a temporada 2022 para cobrir o buraco no caixa, já que desperdiçou a chance de faturar, ao menos, R$ 750 mil com a derrota para a Portuguesa-RJ
“Acho que o mérito da Portuguesa foi aproveitar uma bola parada. Eles tiveram esse aproveitamento no gol, não acredito que eles tiveram volume. A gente teve uma equipe organizada a todo momento, mas pouco inspiradaofensivamentepraquepudesseabriroplacar e sair vencedor. Quando a gente pega uma equipe da divisão inferior, acaba encontrando isso fora de casa. E agora a gente precisa pensar pra frente, é chato, triste, o torcedor está chateado e a gente também. Não era o planejamento sair na primeira fase da competição... A gente teve um período longo pra poder trabalhar, mas acabouquefoiprecocementeeliminado”,disseotécnico Marcelo Cabo logo após a derrota para o time carioca.
As críticas de torcedores foram inevitáveis, tanto que transcenderam as redes sociais e chegaram ao CT Ninho do Galo, na Barra de São Miguel. Representantes de torcidas organizadas foram ao ambiente de trabalho do clube para cobrar e entender o que está acontecendo para o baixo rendimento da equipe dentro de campo.
>> Vida que segue
Apesar da chateação por conta da eliminação, a temporada segue para o CRB. Na Copa do Nordeste, a equipe tem 14 pontos e está classificada para a
naprimeirafasedacompetição. Definitivamente não estava nos planos da diretoria regatiana não contar com a “grana” que a Copa do Brasil oferece a cada fase avançada. Em 2020, o Galo foi eliminado nas quartas de final do torneio e garantiu R$ 5,6 milhões aos cofres do
temporada: o acesso à Série
A do Campeonato Brasileiro. É verdade que o sonho não foi realizado, mas é muito mais verdadequedinheironãofaltou graças ao melhor desempenho alvirrubro na competição mais democrática do Brasil. Embora a diretoria rega
Na conversa, além do presidente Mário Marro quim, o meia argentino Diego Torres, o volante novado Maicon,oszagueirosGumeGilvan,eotécnicoMarcelo Cabo compareceram à reunião para ouvir os torcedo res e argumentar sobre a má fase da equipe. Como resposta imediata, fala-se em cinco atletas que serão desligados do elenco: os zaguei ros Alan Uchôa e Matheus Mega; o meia Dudu; o meio-cam pista Douglas Takeda; e o centroavante Alan James. No entanto, nenhum deles tem o peso do provável desligamento do volante Jean Patrick, que atuou como titular na tempo rada passada e neste ano jogou nove partidas.
segunda fase do regional. No Campeo nato Alagoano, o Galo tem vacilado em algumas partidas devido à utilização do “time alternativo”, mas se garantiu na
rada, não poder contar com os milhões da Copa do BR dificultará a montagem do elenco para a Série B do Brasileirão. Afinal de contas a arrecadação da bilheteria - venda de ingressos - deixou de ser um refúgio há muitos anos.
Participante da campanha histórica do CSA na conquista da Série C do Campeonato Brasileiro de 2017, o atacante Maxuell Samurai se encontra distante do Brasil, mas com um faro de gol que chama a atenção. O centroavante atualmente joga em Malta e é um dos goleadores brasileiros na Europa.
Maxuell é o homem gol do Gzira United, de Malta. Com 15 gols marcados, ele está entre os goleadores brasileiros na atual temporada europeia. O ex-atacante do CSA conversou com a reportagem do Jornal Golaço-AL e destacou a fase goleadora na Europa.
“Hoje vivo um grande momento na minha carreira, estou sendo o artilheiro do campeonato, sendo um dos artilheiros brasileiros na Europa. Estou muito feliz com essa boa fase”, comentou Maxuell.
O atacante está jogando em Malta desde 2019, quando foi contratado pelo Santa
Lucia. No clube, Samurai disputou cinco partidas e balançou as redes quatros vezes.
Na sequência, Maxuell se transferiu para o Sirens e também mostrou seu instinto de artilheiro ao fazer cinco gols em 12 partidas disputadas. O atacante agora está em seu terceiro clube em Malta, onde já está bem adaptado.
“Gosto muito de morar aqui, não tive dificuldade com a adaptação. O difícil mesmo foi o idioma, aqui a língua nativa é maltês e inglês. Eu cheguei zerado no inglês, mas consegui ir me virando aos poucos”, contou o Samurai.
Maxuell está em sua segunda temporada no Gzira United e soma um total de 35 partidas e 23 gols. Em grande fase, o goleador também fez uma projeção para a carreira.
“Eu tenho contrato por mais uma temporada e, claro, quero alçar voos melhores, estou com bons números, estou feliz pelo meu momento e meus projetos estão traçados, quando chegar o momento certo tudo irá acontecer. Está nas mãos de Deus”, apontou o artilheiro da camisa 91.
Samurai foi contratado pelo CSA em 2017 para a disputa da Série C do Campeonato Brasileiro, após brilhar no Campeonato Cearense com a camisa do Ferroviário. O centroavante revelou como decidiu fechar com o Azulão.
“Em 2017 eu tinha acabado de ser vice-campeão estadual e surgiram várias propostas para mim. Uma delas era o Criciúma e estava quase tudo certo, e então surgiu o CSA. Fui pesquisar sobre o clube e só tive boas informações. Pensei bem e então fechamos. Não tive bons números pelo CSA, mas quando é campeão e crava seu nome em um momento importante você não é esquecido. Queria ter ficado mais tempo no clube, porém tive que seguir minha caminhada”, disse.
Com o CSA, Maxuell se sagrou campeão da Série C, tendo disputado sete partidas e marcado um gol. Mas, o principal momento dele no clube foi a quinta cobrança de pênalti na semifinal com o São Bento, em que ele converteu e garantiu o Azulão na final da competição nacional.
“Eu sempre treinei muito bem e nos treinos era raro perder um pênalti. Eu também vinha em uma sequência de cobrança de pênalti concluída em gols muito boa. Então, antes do final do jogo o professor Flavio Araújo me chamou e falou que eu iria entrar”, relembrou Maxuell e seguiu:
“Quando estávamos indo para o centro, perguntei para o Daniel Costa: ‘Qual a sequência?’ Ele respondeu: ‘você é o último’. Ali eu sabia que eu iria entrar para história”.
O atacante ainda contou detalhes do momento que conseguiu ajudar o CSA a fazer história.
“Fui caminhando como se estivesse no treino, consegui sentir a angustia dos torcedores, uns com vibrações positivas e outros com medo que eu perdesse. Mas eu estava tranquilo. Peguei a bola e o árbitro disse: ‘Você sabe, né? Se fizer acaba’. Sorri para ele e coloquei a bola na marca da cal. Aí, meu amigo, nesse momento, sim, veio o nervosismo, o frio na barriga... Então conversei com Deus e disse: ‘se estou aqui é porque tem algo especial preparado para mim, então Deus me ajuda’. E o resumo foi a classificação para final”.
Quase cinco anos depois do momento histórico, Maxuell fez uma revelação que poderia ter tirado ele da semifinal.
“Um fato que ninguém sabe, além do meu parceiro de quarto Edinho, foi que passei a noite anterior ao jogo mal, com febre, suando muito e não falei nada, porque poderia ficar de fora, eu estava sentindo que algo de especial o acontecer”, encerrou o ex-atacante do CSA.
Repórter
Gigantesco no Oriente Médio. Medido pelo talento e pelo protagonismo exibidos nos campos da Arábia Saudita. No Brasil, visto somente pela estatura e não “à altura” do que jogava. Desde criança, o Colola (apelido recebido na época do mirim do Agrimaq), tinha o tamanho desproporcional a uma das virtude deles: a habilidade. Ou seja: era tido como muito pequeno para a idade que tinha - 9 anos -, mas possuía futebol de gente grande. Embora, sempre apontado como jogador de
baixa estatura, ele foi contratado pelo Corinthians, de São Paulo. No Timão, foi chamado de Maradoninha da Fiel, por conta do estilo de conduzir a bola e realizar dribles parecidos com os lances protagonizados pelo eterno ídolo argentino Diego Armando Maradona. Mas a comparação com Maradona não foi suficiente para reconhecerem a dimensão da qualidade do alagoano, natural de Palmeira dos Índios. O “Baxola”, somente, foi olhado como um “gigante da bola” pelos torcedores árabes, pelos xeques e príncipes que o idolatraram como um rei e o eternizaram como Élton Arábia.
Como gratidão ao reconhecimento, carinho dos torcedores e às oportunidades recebidas pelos sheiks da cartolagem árabe, Élton Arábia instalou no bairro do Clima Bom uma das maiores arenas esportivas do Estado, com particularidades do “Oriente Médio”. O local, que recebe o nome dele, possui estruturas física e profissional que são ofertadas nos grandes centros de treinamento para atletas de alto rendimento. O complexo esportivo tem dois campos de futebol society, arquibancadas, academia com equipamentos moder-
nos de musculação, bar e lanchonete.
A Arena Élton Arábia ainda disponibiliza professores qualificados em diferentes áreas desportivas, como, nutricionistas, fisioterapeutas e educadores físicos, que ofertam aulas de treinamento funcional, treinos de força e metabólicos. “A Arena Élton Arábia é um sonho que já imaginava há anos, pois esse empreendimento é de onde retiro parte da renda familiar. Além disso, essa foi uma maneira de demonstrar toda a minha gratidão ao que recebi, aprendi e conquistei jogando no futebol árabe”, disse Élton
Arábia. “Acredito que não há outra arena com essa estrutura disponível”, completou.
Toda a estrutura está disponível para o público em geral, quanto, principalmente, para os atletas formados na Arena Arábia. “Um dos meus principais objetivos é formar novos Éltons para levá-los para jogar no futebol árabe. Todo o investimento está sendo feito para fazer com que garotos carentes possam ter a oportunidade de mudar de vida, financeiramente e também como cidadão”, disse.
ARÁBIA | Baixinho idolatrado e reconhecido como um gigante na terra dos xeques, príncipes e reis
Oinvestimento apresenta resultados em um curto espaço de tempo. De acordo com Élton Arábia, jovens da Escolinha Élton Arábia já foram negociados com clubes da região Sul do país. A escolinha de futebol Élton Arábia recebe crianças a partir dos cinco anos de idade. A ideia é acompanhar os jogadores-mirins em seus primeiros passos e chutes para, assim, lapidá-los e formá-los de acordo com a metodologia esportiva elaborada pelos professores e sob a aprovação e orientação de Élton. “Nós temos uma metodologia de ensino na nossa escolinha. Eu procurei introduzir neste método um pouco dos conceitos da cultura do futebol árabe, como disciplina, respeito, foco”, disse.
A ideia de Élton Arábia é exportar as “joias” da base do clube, até mesmo, para o
futebol do continente asiático. “Muitos árabes, amigos meus, estão vindo aqui para Maceió para ver a estrutura da minha arena e também para ver atletas da categoria Sub-20. Eles vêm aqui porque sou respeitado por eles, pois joguei lá durante 13 anos”, disse Élton. Para revelar talentos, ele investiu em uma comissão técnica encabeçada pelo treinador e ex-jogador Marquinhos Carrapeta, que tem no currículo a experiência de ter comandado a base do Itabaina-SE.
“Com todo o respeito e humildade, mas temos aqui uma estrutura que alguns clubes profissionais não possuem. Falo em termos de profissionais especializados, bem como em estrutura física”, disse Élton Arábia. A escolinha ainda possui o gerente de futebol, que é o irmão Élton, o Élber.
NOME: Élton José Xavier Gomes
NASCIMENTO: 07/04/1986
NATURALIDADE: Palmeira dos Índios-AL
POSIÇÃO: Meia/Atacante
ALTURA: 1,59 m
PESO: 59 Kg
CLUBES:
Corinthians (SP): 20042007
São Caetano (SP): 2006
Steaua Bucuresti (ROM): 2007
Al Nassr (SAU): 2007–2009
Fortaleza (CE): 2009
Dubai (EAU): 2009–2010
Al Wasl (EAU): 2010
Sport (PE): 2010–2011
Al-Fateh (EAU): 2011–2016
Al-Qadisiyah (EAU): 2017–2019
CRB: 2019
TÍTULOS:
Corinthians (SP): 2004
Campeão da Copa São
Paulo de Futebol Júnior
Corinthians (SP): 2005
Campeão da Copa São
O futebol alagoano vai ter a oportunidade de ter em campo o esse mundo da bola árabe, através da Escolinha Élton Arábia. Isso porque, Élton já registrou as categorias de base Sub-20, Sub-17 e Sub-15 na Federação Alagoana de Futebol (FAF).
De acordo com o técnico Marquinhos Carrapeta, a base da Escolinha Élton Arábia já está preparada para disputar títulos. Ele contou que o time Sub-20 já fez amistosos com equipes de jogadores profissionais e não decepcionou. O treinador garante que serão revelados vários talentos em um curto período. Ele assegura a formação de atletas de destaque baseando-se no que o complexo esportivo disponibiliza.
“Aqui na escolinha, o Élton não deixa faltar nada. Eu falo para ele que preciso de três bolas, ele compra quinze. Para você ter uma ideia, eu falei para ele que os meninos da escolinha precisavam de um ônibus para conduzir para os jogos, e Élton comprou. Falei também para ele sobre a importância de não perder a essência do futebol que é o campo de várzea. Daí, Élton já providenciou a aquisição de um terreno no município do Pilar e lá fez dois campos de terrão para treinarmos”, disse o técnico Marquinhos Carrapeta.
Paulo de Futebol Júnior
Corinthians (SP): 2005
Campeão Brasileiro
Al Nassr (SAU): 2007
Campeão Príncipe Saudita Faisal Cup
Al Wasl (EAU): 2010
Campeão Arabian Gulf Clubs Cup
Al Fateh (SAU): 2012/2013
Campeão Arábia League
Al Fateh (SAU): 2013
Campeão Arábia Super Cup
Al Fateh (SAU): 2013 Eleito melhor jogador da Arábia
DA REDAÇÃO
ACopa Alagoas, considerada a competição estadual mais democrática do País, deixa um legado: a oportunidade de os times de níveis técnicos diferentes e com baixo poder financeiro poderem medir forças com os clubes
da elite. Além disso, foi dada a chance de lutarem por uma vaga na Série D, em 2023, que foi conquistada pelo Cruzeiro de Arapiraca que se sagrou campeão da competição.
A competição contou com 14 equipes: ASA, Coruripe, Dimensão Saúde, CEO, CSE, Dínamo, Aliança,
Cruzeiro, FF Atalaiense, Jaciobá, Miguelense, Murici e Zumbi. Tanto clubes da Segunda Divisão, quanto da Primeira. Juntos e misturados. Destes, apenas Aliança e Cruzeiro chegaram ao final. No duelo do título e da vaga para a Série D, deu o Estrelado com a vitória por 1 a 0.
Para o presidente da FederaçãoAlagoanadeFutebol (FAF), Felipe Feijó, a Copa Alagoas foi uma competição com caráter democrático que teve o objetivo de proporcionar calendário para as equipes da Segunda Divisão, e serviu como o meio mais rápido de chegar à Série D do Brasileiro.
Dois títulos em seis meses. Campeão da Copa Alagoas, no dia 26 de março, deste ano, e também do Campeonato Alagoano da Segunda Divisão, em 24 de outubro, de 2021. Esse enredo vitorioso faz parte da história escrita pelo Cruzeiro de Arapiraca. E a trajetória de conquistas não para por aí. O time arapiraquense já tem o compromisso de representar Alagoas no Brasileirão da Série D, em 2023.
O Cruzeiro de Arapiraca foi concebido sob a desconfiança dos arapiraquenses. Nasceu diante dos olhares de descrença da própria torcida cruzeirense, que duvidava do retorno do clube ao futebol profissional. E cresceu mediante o descrédito dos torcedores do rival, o ASA. Agora, tornou-se realidade e afastou os fantasmas do desprezo.
LINHA DO TEMPO
Para ilustrar a ascensão
meteórica, segue uma rápida linha do tempo da trajetória do Cruzeiro de Arapiraca: Fundado no dia 28 de maio de 2019. Filia-se à Federação Alagoana de Futebol (FAF), em 2021. Nesse mesmo ano oficializa a participação na SegundaDivisãodoCampeonato Alagoano e já conquista a competição e, consequentemente, a vaga à elite do futebol estadual. Na Primeira Divisão do Alagoano deste ano, sagra-se campeão da Copa Alagoas.
No capítulo da história do Cruzeiro de Arapiraca intitulado “Campeão da Copa Alagoas”, o protagonista é o atacante Pablo, de 22 anos. O jogador foi o herói da conquista histórica do Estrelado. O atleta marcou o gol da vitória do time arapiraquense sobre o Aliança, que deu o título da competição ao clube celeste e garantiu vaga na Série D do Brasileirão em 2023.
“Até agora, este foi o gol mais importante da minha carreira. Outro que considero como importante, foi o marcado contra o CRB. Mas, o gol do título da Copa Alagoas é especial”, disse Pablo em entrevista ao jornal GOLAÇO.
Questionado se esperava marcar o gol que entra para as histórias dele e do Cruzeiro, Pablo disse que acreditava. “Como sou atacante, tenho que sempreestaratentoeesperandoqualquer momento para balançar as redes adversárias. E naquele jogo eu estava convicto de que faria o gol. E depois da grande defesa do goleiro Flávio e da tentativa de desvio do volante Pepa [ambos do Aliança], a bola sobrou para mim”, lembrou.
Da cidade de Ribeirão Preto-SP, Pablo disse que a meta é ajudar o Cruzeiro a se consolidar ainda mais nas competições em que disputa, bem comoproporcionarumamelhorqualidade de vida para meus pais”, disse.
LUCIANO MILANO
Repórter
Pouco menos de 50km separam uma das maiores e históricas rivalidades no futebol alagoano: Arapiraca, com o ASA, de Palmeira dos Índios, com o CSE. Os confrontos do chamado “Clássico do Interior” levaram e levam para campo, também, a disputa antiga entre as cidades vizinhas no Agreste do estado.Jogosmemoráveisapimentados por brigas dentro e fora de campo, tanto no Estádio Coaracy da Mata Fonseca, na capital do Agreste, quanto no Estádio JucaSampaio,naTerradofamosoCristo do Goiti, também contam a tradicional peleja entre alvinegros arapiraquenses contra tricoloridos palmeirenses.
É no meio dessa “guerra” entre vizinhos que surge um personagem que ousou desafiar, mudando de lado, e caminhar com os “inimigos”: o palmeirense Reginaldo da Silva, 36, torcedor do ASA. Sim, Reginaldo nasceu, criou-se e mora em Palmeira dos Índios, mas desde cedo abandou as hostes do Tricolorido para nutrir uma paixão pela cores alvinegras. A paixão mexeu tanto com
a cabeça de Silva que ele fundou, em agosto de 2011, a Torcida Palmeira, e, há um ano, criou o time de futebol amador ASA Palmeirense. As cores tambem são preto e branco, tal como o clube ASA de Arapiraca. O escudo se assemelha ao do time da Terra de Manoel André. No ano passado, o ASA Palmeirense chegou até às oitavas de final do Campeonato Alagoano Sub-20 e, hoje, mantém, também, a categoria Sub-17.
“Quando eu tinha por volta de 15 anos, creio, eu já ouvia falar muito do ASA de Arapiraca. Para mim, mesmo sem saber bem por quê, já me chamava a atenção de uma maneira diferente. Como jovem, apesar de não estar totalmente alheio à rivalidade, eu não me dava conta exatamente do que aquilo significava. Um dia, saí daqui de Palmeira com um pessoal para um jogo entre ASA x CSE lá em Arapiraca. Quando cheguei lá, vi aquela torcida e não tive dúvida: eu seria torcedor do Gigante. Assisti ao jogo da arquibancada do lado alvinegro, o ASA venceu e, até hoje, brincadeiras à parte, não sei como voltei para casa no carro de Palmeira”, conta Reginaldo da Silva, sorrindo da situação.
Fotos: Ailton Cruz
Ainda conforme o presidente do ASA Palmeirense, quando foi federar o clube (registrá-lo na Federação Alagoana de Futebol - FAF), ele ouviu muita coisa de seus conterrâneos sobre sua atitude.
“Muita gente me chamou de maluco, louco, porque eu estava criando um ASA, oficialmente, com sede em Palmeira dos Índios. Outrosconsideramumdebochede minha parte e, o que posso dizer, é que não existiu, nem existe deboche. O que há é uma paixão pelo ASA, e entendo a reação contrária dos moradores aqui de Palmeira, em virtude da rivalidade”, explica Reginaldo da Silva.
Paraodesportista,fundamental mesmo na criação do “ ASA Gigante de Palmeira” é a opção e possibilidade que o clube oferece para
muitos jovens da cidade e região do Agreste e Sertão de Alagoas. SegundoSilva,hojeostimesSub-17 e Sub-20 do ASA Palmeirense contam com cerca de 60 jovens, sendo 30 para cada categoria. Além disso, recentemente o clube amador palmeirense promoveu uma peneira realizada na cidade e conseguiu mais 80 garotos que têm no futebol o sonho de mudar de vida. Deles, 15 se destacaram e foram selecionados para treinamentos, que são feitos no campo do Cruzeiro, meio “terrão e meio capim”, que fica no Loteamento Vegas.
“Disciplina e formação não só do jogador de futebol, mas principalmentedohomem.Parajogarno ASA Palmeirense, é preciso estar matriculado e apresentar as notas na escola”, explicou.
As “joias” do ASA de Palmeirense sãolapidadasnocampodefutebol varzeano do Cruzeiro que tem características fora do comum do roteiro das histórias de times amadores que almejam se tornar clubes profissionais no “mundo da bola”. O terreno tem uma parte coberta por capim e uma outra metade é de terra batida. Quando não é utilizado para os treinamentos, o local vira pasto para cavalos.
“Esse é o único local que encontramos disponível para realizar os treinamentos de nossa equipe. Estamos em busca de um estádio de futebol para treinarmos e também realizarmos nossas partidas como mandantes. Eu acredito que iremos conseguir o apoio
de algum clube de alguma cidade vizinha”, disse Reginaldo Silva. Apesar do cenário desolador, tanto Reginaldo Silva quanto os garotos veem o campo, que fica no Loteamento Vegas, embaixo do viaduto em um trecho da BR-316, próxima a entrada de Palmeira dos Índios, como o local que os levarão a realizar o sonho de se tornarem profissionais da bola.
Para Reginal Silva, o campo do Cruzeiro é um presente divino, pois é o único espaço que conseguiu para promover os treinamentos com os jovens atletas amadores. “A dificuldade é grande. Como vocês (referindo-se a reportagem) podem ver, não temos estrutura conveniente para os
nossos jogadores. Mas, por enquanto, estamos tentando colher bons frutos desse local que nos serve bastante”, disse o presidente do ASA de Palmeira dos Índios.
Ao ouvir as respostas de Reginaldo Silva, durante a entrevista, os jovens atletas olhavam de forma reflexiva para o presidente do clube e para a reportagem como que falassem: “Eu acretido. Eu vou me tornar um profissional”. Ao observá-los, a reportagem questionou-os sobre o significado do ASA de Palmeirense para eles. De forma unânime, disseram: “Só temos que agradecer pela oportunidade. Essa é a nossa chance de realizarmos nosso sonho de nos tornarmos jogadores profissionais”.
Embora não tenha, oficialmente, procurado a Prefeitura de Palmeira em busca de apoio, Reginaldo conta que uma entrevista do atual prefeito, Júlio César, o fez desistir da ideia mesmo antes de concretizá-la. Ele explica o motivo: “Veja, não é o caso de dizer que a Prefeitura negou apoio porque não houve contato nesse sentido. Mas em entrevista a uma rádio aqui da cidade, oprefeitofoiquestionadosobreoASA Palmeirense e disse que desconhecia a existência e que o apoio da Prefeitura era para o CSE. Obviamente que há quem diga que talvez pudesse haver a ajuda, mas preferi, por ora, deixar como está”.
A reportagem do Golaço procurou o prefeito de Palmeira dos Índios, Júlio Cezar, para que pudesse comentar o assunto, posicionar-se sobre o novo clube e suposto ao novo clube palmeirense. A assessoria dele ficou de levar o pedido ao chefe do Executivo, mas,
apesar de a reportagem ter voltado a se comunicar com a assessoria, não obteve mais resposta.
Mesmo assim, e apesar da rivalidade, o clube conta com alguns patrocínios dentro e fora do Município de Palmeira dos Índios como a Sorveteria Doce Mel (prédio onde o clube tem uma sede provisória);
A diretoria Executiva do ASA Palmeirense é composta por 50 membros. Já a Comissão Técnica conta com seis membros,quesãoErisvaldodaSilva,oprofessor“Mamão”, irmão de Reginal, técnico da base e ex-jogador do ASA;
Contato Sport-SP; Sabão das Neves-PB; Supermercado Bella Vida (em Palmeira, mas com proprietários de Arapiraca); Mercado Rainha; Restaurante Sabor do Nordeste (Estrela de Alagoas, Sertão); Soesportes; Vicente Contabilidade; Império Restaurante; Academia Arena Fitness; Ideal Modas; e Drogaria Nossa Senhora da Glória.