Jornal Golaço - O jornal dos Esportes - Ed 14

VAI ENCARAR VAI ENCARAR Gol LaAço

Evandro

SEJA UM SÓCIO TORCEDOR DO ASA

SEJA UM SÓCIO TORCEDOR DO CRB

SEJA UM SÓCIO TORCEDOR DO CSA

TALENTO NOTÁVEL

Afrase “tem que ser estudado pela NASA” se encaixa bem na história, que o GOLAÇO traz nesta edição, do jovem Evandro, que mora na periferia de Maceió, no bairro de Fernão Velho. Assim como todo brasileiro que não desiste nunca, ele superou todos os “nãos” que recebeu nas quadras de futevôlei e se tornou um atleta amador “imparável” e “inigualável”. Por conta da persistência para provar que podia jogar a modalidade esportiva, ele desenvolveu uma técnicaqueofazatéganhardinheiroeserconvidadoparademonstrar

ANÚNCIOS E SUGESTÕES: (82) 99972-7274

o talento dele fora do Estado. Evandro conseguiu, a partir de treinamentos repetidos, a capacidade de jogar futevôlei com as mãos amarradas para trás e sozinho, contra duplas e até trios. Para quem não deveestaracreditando,dáumalidanareportagemsobreahistóriade Evandro e depois acessa o Instagram deste fenômeno aqui da terra: @evandro_oficial00. No currículo, ele já tem a conquista dos títulos da Copa Athleta, Copa Norte/Nordeste e vice-campeão da Copa Brasil, disputada no Rio de Janeiro.

Thiago Silva Um alagoano no futebol de Hong Kong

Ofutebol de Hong Kong conta com um talento alagoano. Aos 31 anos de idade, o atacante Thiago Silva foi contratado recentemente pelo Hong Kong FC. Em entrevista exclusiva ao Jornal Golaço-AL, o jogador falou sobre seu atual momento, contou um pouco da sua história e até se declarou ao CSA, seu time de infância.

“Fechei com o Hong Kong FC até o fim da temporada de 2023. Eles estavam precisando de um jogador com as minhas características e enviaram uma proposta de empréstimo para o Sham Shui Po, meu antigo clube, que me perguntou se eu aceitava a transferência e eu disse que sim”, contou o atacante, que já tem um objetivo definido no novo clube.

“O objetivo de todo atacante é sempre fazer gols, então, eu quero ser o artilheiro neste meu primeiro ano no Hong Kong FC e, assim, ajudar o clube a se manter no topo até o fim do campeonato”, afirmou.

A trajetória do atacante em Hong Kong se iniciou em 2020, quando ele foi contratado pelo Golik North District. Na primeira temporada, Thiago já brilhou com nove gols marcados, em 12 partidas disputadas.

Além de Golik North District e Sham Shui Po,

o jogador alagoano defendeu em Hong Kong as cores do Yuen Long. Thiago Silva contou como foi a adaptação no país asiático:

“Foi tranquila, por eu já ter uma certa experiência no futebol asiático. Os torcedo res aqui são bem de boa, já ganhei bastante fãs e amigos durante esses dois anos atuando por aqui. Eles respeitam, mesmo você sendo jogador de outra equipe, eles sabem valorizar. E isso eu acho muito interessante”.

Thiago Silva também revelou que o futebol de Hong Kong conta com muitos brasileiros, o que faz o campeonato ficar bastante compe titivo.

“Ainda não tem como compa rar o futebol brasileiro com o de Hong Kong. O do Brasil ainda está acima do futebol asiático. Mas, aqui em Hong Kong, por exemplo, tem time com bastante brasileiros e estrangeiros, quase a maioria tem! Então, isso faz com que a competição fique ainda mais forte e competitiva, em nível muito bom”, explicou o alagoano.

Carreira internacional

Oprimeiro clube do exterior de Thiago Silva foi o Daejeon Citizen, da Coreia do Sul. Mas, ele não conseguiu ter uma boa experiência.

“Acabei me lesionando, assim que cheguei, e isso dificultou muito a minha permanência no clube”, revelou Thiago Silva.

Foi defendendo as cores do Monte Carlo, de Macau, em 2015, que o atacante começou a ter uma carreira

de sucesso no exterior. No clube, o alagoano se destacou ao disputar 17 partidas e balançar as redes adversárias 11 vezes.

Ainda em Macau, Thiago Silva defendeu as cores do Windsor Arch Ka I na temporada de 2019. Ele também atuou na Nicarágua, pelo Managua FC, e no Quênia, defendendo as cores do Gor Mahia.

No país africano, o atacante é comandado pelo

técnico Zé Maria, conhecido mundialmente por ter defendido a Seleção Brasileira e atuado em clubes como Palmeiras, Flamengo, Vasco, Cruzeiro e Inter de Milão-ITA, quando era jogador.

“Minha relação com o professor Zé Maria é muito boa. Ele é um excelente profissional, sabe trabalhar bem com seus jogadores. É um cara que tem uma certa experiência no futebol, e isso ajuda muito”, elogiou.

>> InícIo da trajetórIa e amor ao cSa

Quando tinha 15 anos de idadeoatacantefoijogarnas categorias de base do Vitória e depois se transferiu para o Santa Cruz, onde disputou a Copa Pernambuco.

Na sequência, o atacante retornou para Alagoas e realizou o sonho de jogar em seu time de infância, o CSA. Com a camisa do Azulão, Thiago Silva sagrou-se campeão do Campeonato Alagoano Sub-18.

O título estadual fez o CSA conquistar uma vaga para a

disputadaCopaSãoPaulode

Futebol Junior. Mas, Thiago Silva precisou tomar a decisão de deixar o Azulão para atuar profissionalmente no Rio Branco-SP.

“Meu primeiro contrato profissional foi no Rio Branco-SP. Na minha primeira passagem pelo CSA, em 2009, eu não tinha contrato profissional e eles não fizeram. Como a gente tinha sido campeão alagoano, ganhamos a vaga para disputar a Copa São Paulo de Futebol

Junior. Foi quando veio a proposta do Rio Branco-SP e eu decidi ir”, contou Thiago Silva.

Anos depois, o atacante ainda retornou ao futebol alagoano para atuar no CSA, que faz questão de deixar claro que é o time de infância dele.

“Em 2011 eu retornei para o CSA e disputei o Campeonato Alagoano como profissional. Tudo aquilo foi um sonho para mim. Joguei no meu Estado, no meu time

de coração, com minha família indo ao estádio para me ver jogar... Foi muito marcante para mim”, destacou o atacante.

Thiago Silva ainda comentousobreasuarelação com o CSA e se declarou para o clube.

“A minha relação com o CSA vai ser sempre de amor. Na minha época foi muito difícil, o CSA não passava por uma situação financeira muito boa… E eu sei disso... Acredito que se fosse

nos tempos de hoje, muitos amigos daquela época estariam em clubes grandes do Brasil, tenho certeza. Mas, sempre me recordo daquele tempo, todos os meus dias no Mutange, descendo e subido o morrão. Tudo foi sempre com muita honra e amor pelo clube”, falou o jogador.

Após a passagem pelo CSA, o atacante defendeu o Espírito Santo FC e o Itaboraí-RJ.Nasequência,Thiago Silva iniciou sua carreira internacional.

QUER APOSTAR

MARCELO ALVES

Repórter

Há momentos em que é preciso ir além do possível para provar o talento. E essa foi a postura adotada pelo jovem Evandro Lopes da Silva, de 22 anos,

para comprovar a capacidade e a qualidade técnica no futevôlei. Evandro foi além do provável. Além de enfrentar e derrotar dois e até três adversários, jogando sozinho, ele teve que amarrar as mãos para trás para mostrar que é real e inigualável o dom que

possui. Apesar disso, ainda surgiu quem duvidasse. E, assim, o talentoso morador do bairro de Fernão Velho começou a ser desafiado para jogar amarrado contra duplas de fora do Estado, valendo premiações que chegaram a R$ 30 mil.

>> Dinheiro Dos Desafios é para a mãe

Filho de dona Girlene

Silva, de 52 anos, Evandro disse que de 10% a 15% do dinheiro conquistado nas apostas, tem dado parte para a mãe. “Apesar de pouco, eu dou um dinheiro para a minhamãecompraralgumas coisas para casa”, comentou. A outra parte do dinheiro que ganha, ele contou que tem usado para investir em suplementos para se manter fisicamente disposto para os jogos, uma vez que sempre é desafiado a jogar sozinho. “Há muito desgaste físico,

TALENTOSO EVANDRO |

Jovem contraria expectativas, supera desafios e mostra que joga até de mãos amarradas no futevôlei

Desafiado a jogar sozinho contra duplas em

jogos de apostas

Ser sempre o melhor tem sido a busca incansável de Evandro.“Comoeusempre fui franzino, muita gente subestimava minhas qualidades. Por isso eu sempre busquei ser o melhor. No caso, ser o melhor do que fui ontem”, comentou. A partir dessa aplicação, Evandro evoluiu no futevôlei e despertou a curiosidade e até a rivalidade de outros atletas. “Como tinha adquirido a excelência no futevôlei, comecei a ficar conhecido e muita gente ia paraFernãoVelhomeverjogar”, contou.

Imbatível em jogos de dupla, Evandro foi desfiado a jogar futevôleisozinhoparaenfrentar dois, três e até quatro jogadores

no outro lado da rede. “Esses desafios de jogar sozinho aconteceram porque diziam que estava em outro nível”, afirmou.

A cada etapa vencida por Evandro, um novo obstáculo surgia à frente dele. “Quando eu me superava e mostrava o que havia aprendido com muito esforço, os amigos me proibiam de jogar sob a alegação, agora, de saber demais”, disse.

De preterido no futevôlei, a cria de Fernão Velho encarou jogos de apostas fora do Estado, com valores de até R$ 30 mil.

“Estive em Recife patrocinado pelo Galeguinho, da Betgol, que pagou a aposta de R$ 30 mil, que ganhei jogando sozinho contra dois”.

jogando sozinho”, afirmou.

Para se ter ideia dos valores conquistados, Evandroconseguiuatéalugaruma casaparamorarsozinho.“Eu moro sozinho, mas perto da minha mãe, lá no bairro de Fernão Velho”, disse.

Quanto aos valores que já conseguiu ganhar em jogos de apostas, Evandro disse que já perdeu a conta. “Eu participei de muitos desafios e sempre sendo patrocinado pelo Galeguinho, da Betgol, que banca as apostas em

mim”, afirmou. Ele lembrou que durante um desafio em Recife, os apostadores da dupla que o enfrentava sozinho, desistiram antes do final da partida. “Eu tinha ganho a primeira aposta de R$ 5 mil e faltavam 5 sets, daí o apostador de Recife desistiu”, disse.

Fotos: Ailton Cruz

Histórias com o lateral Eduardo e aulas fora do Estado

Afama de Evandro chegou até o lateral Eduardo, do Sport-PE, que não acreditou que o jovem jogava sozinho com as mãos amarradas. “Eduardo soube, mas não acreditou. Daí, mandei alguns vídeos para ele. Então, ele me pediu para dar aulas para ele”, disse.

EssahistóriadeEvandroestá sendo contada pelo GOLAÇO através do lateral Eduardo, que entrou em contato com a reportagem do jornal e sugeriu a pauta. O atleta do Sport enviou vários vídeos dele para a equipe de reportagem.

AULAS

A vida de “professor” de futevôlei não parou nas aulas

para Eduardo. Com o tempo, Evandro recebeu convites para ensinar a modalidade esportiva emSãoPaulo,GoiáseaténoRio de Janeiro.

Ele pretende ganhar dinheiro dando aulas e, para isso, leva no currículo vários títulos já conquistados no futevôlei, bem como o talento aprimorado com o tempo. “Apesar dos meus 22 anos, tenho experiência que dá para ensinar o futevôlei”, afirmou.

“Eu gostaria de ressaltar também que devo muita gratidão ao jogador e professor de futevôlei Tatá. Ele sempre me deu apoio para seguir treinando a modalidade. É isso, gratidão a todos que aqui me ajudaram”, encerrou.

Oresgate do Penedense

JUCA VASCONCELOS (SEC. DE ESPORTES) e o dr. João Luiz (pres. do conselho,esq.), apresenta o mas novo presidente do clube de ribeirinho, Aerton Reis

Oano de 2023 chegou e com ele são novas oportunidades para a realização de sonhos. E não é diferente no meio do futebol. Geralmente, o começo de uma temporada serve como pontapé inicial para alguns clubes que querem figurar entre os melhores.

Em Alagoas, um time com um nome forte, camisa pesada e uma torcida apaixonada quer um2023diferente,comsonhos realizados e resultados dentro de campo. O Penedense, clube mais antigo do Estado, vive a expectativa por uma grande temporada, quem sabe, voltar a figurar entre os principais

clubes, mais uma vez.

O Golaço foi atrás do novo presidente do clube ribeirinho, Aerton Reis, aclamado no início deste ano, com farta maioria dos votos dos sócios, e remanescente da diretoria de Daniel Mendonça (ex-presidente). Aerton dará sequência ao trabalho de reestruturação, iniciado há quatro anos. Depois de um longo tempo pagando dívidas e ajustando a estrutura do Penedense, o sonho para 2023 é mais ousado.

Fotos: Fellype Cavalcante

“O Penedense passou um bom tempo inativo, em virtude de más gestões anteriores. Nossos objetivos para oclubenesteanoécontinuar investindo na nossa base. A gente já apresentou as categorias Sub-15 e Sub-17, que já estão iniciando os treinamentos. Além de dar esse investimento para a base, a gente pretende investir muito no Alagoano da Segunda Divisão”, revelou.

Antes de Daniel Mendonça assumir, há quatro anos, Aerton relatou que a dívida do Alvirrubro alcançou a incrível marca de R$ 600 mil. Por isso, foi preciso um trabalho árduo de estruturação na equipe. O Penedense só voltou a atuar em competições oficiais em 2022, quando disputou a Segundinha do Alagoano e ficou perto do acesso. Porém, passados os momentos difíceis, para o presidente, 2023 será o ano do resgate.

“Nesteanoestamostendo este desafio de resgatar todo este amor pelo Penedense, e nós já estamos conseguindo. Iniciamos nosso mandato dia 3 de janeiro, com 121 sócios ativos, e hoje já estamos com 305 sócios, em 22 dias de gestão. Então, este desafio

de resgatar a paixão já está se mostrando positivo”, confessou.

E Aerton não esconde de ninguém o que quer para 2023: acesso. O Penedense está mais do que confirmado na 2ª Divisão do Alagoano, prevista para iniciar em maio.

“Nosso sonho para o Penedense é conseguir o acesso à primeira divisão do Campeonato Alagoano. O torcedor de Penedo espera muito por isso. Nós estaremos dispostos a conseguir que o Penedense cresça, no sentido de disputar uma Copa do Nordeste, Copa do Brasil. Fazer com que nosso clube ganhe espaço no cenárionacional,quejádeveriater acontecido há muito tempo”.

Mas, para conseguir o sonhado acesso, o caminho ainda é bastante árduo. Porém, medidas já estão sendo tomadas, junto com algumas parcerias. O Estádio Dr. Alfredo Leahy vem passando por reformas, assim como a sede social do clube. Além disso, um investimento de um personagem ilustre da cidade de Penedo vem ajudando o time ribeirinho a voltar aos trilhos do sucesso.

Nascido na cidade ribeiri-

nha, o influenciador Carlinhos Maia é um dos principais apoiadores do clube, há alguns anos. Torcedor desde a infância, como relatou Aerton, o influencer deve dar um belo empurrãozinho para o clube em 2023.

“Foi realizada uma reunião, com os representantes da empresa do Carlinhos Maia, onde a Maia Produções, bem como a LG Produções, serão patrocinadores masters do Penedense. Então, o clube só tem a crescer muito com eles”, afirmou Aerton.

O atual presidente do Penedense é amigo pessoal de Carli-

nhos, há bons anos, e pontuou com felicidade a relação dele com o clube.

“O Carlinhos sempre teve gratidão com o Penedense. A Vila Primavera, onde o Carlinhos se criou, fica nos fundos do Estádio Alfredo Leahy. Carlinhos sempre foi um torcedor do Penedense, sempre desfilava com a camisa do clube”, contou.

Com o trabalho sendo feito nos bastidores, resta aguardar os próximos meses para ver o que o destino reserva para o Penedense. Motivado, Aerton Reis fez questão de agradecer

os patrocinadores, diretores e torcedores, e mandou um recado para todos eles.

“Eu queria que ficasse registrada a minha gratidão a todos. Queria dizer aos torcedores que vocês podem ter certeza que terão um presidente que estará trabalhando o dia a dia pelo nosso clube, desde o fortalecimento da nossa base até o profissional. Que a gente consiga este acesso e realizar este sonho de elevar o Penedense para o cenário nacional. Penedense é muito forte, com este apoio, com certeza teremos um futuro brilhante”.

Canindé: apaixonado pelo

futebol

DE JOGADOR A TREINADOR

Nascido em Itatira, mas radicado em Canindé, sertão do Ceará, Oliveira dos Santos Lopes é um dos grandes nomes da história do futebol nordestino. O treinador de 57 anos, apelidado com o nome da cidade onde cresceu, deu seus primeiros passos dentro do futebol há quatro décadas. E o que começou como uma diversão nos campos da cidade, rapidamentesetornouumaverdadeira relação de paixão.

Ídolo no CSA e atual comandantedoCSE,oprofessorcontou parte de sua vitoriosa história ao Golaço. Porém, até chegar ao momento atual da sua carreira, Oliveira Canindé precisou superar diversos obstáculos. Logo com 16 anos, saiu da Seleção de Canindé, rumo a Fortaleza. Lá, chegou a morar nas instalações do Ceará e ficou conhecido por ser um “rato de armazém”, por crescer dentro da concentração.

Com uma infância que classifica como maravilhosa, Canindé começou a conhecer a realidade dura do futebol. Entre os principais problemas estavam a distância da família e a estadia complicada na concentração do Vozão, onde por vezes mal se tinha o que comer.

“Àsvezesnãotinhanadapara

nós. Amanhecia o dia, também não tinha nada. Chegava à noite, sentava lá na arquibancada e chorava, sem saber se ia dar certo. Faltava alimentação, faltava tudo, mas eu não queria ir embora”.

Para superar os obstáculos, Oliveira Canindé precisou do seu bom futebol e da ajuda de pessoas importantes, como seu Giffoni, que por vezes pagava a comida do mês para os garotos doCeará.OjovemCanindéprecisou aguentar ao máximo, até conseguir suas primeiras oportunidades entre os profissionais. E foi aí que o sonho começou a se realizar.

“Ascoisasforamcaminhando e quando chegou o momento de ter a oportunidade no profissional foi maravilhoso. Muita gente de Canindé para assistir aos jogos. Quando eu tinha uma folga, eu voltava para Canindé, para junto da família, então, era uma festa. Se tivesse que passar de novo, passaria”.

Persistente, Oliveira Canindé conseguiu realizar o sonho de se tornar um jogador profissional. Pelo Ceará, foram anos de conquistas na década de 1980. Contudo, o volante ainda passou por Figueirense, São Bento e Uniclinic, até começar a pensar

Fotos: Ailton Cruz

emencerraracarreira,antesdos 30 anos.

Por ter um problema no joelho, a ideia era parar de jogar e entrar no ramo empresarial. Oliveirajátinhaalgunsempreendimentos, como uma sorveteria, algumas residências, engenhos. Ou seja, tudo estava organizado para pendurar as chuteiras. Contudo,Oliveirasónãocontava com mais um acaso do destino: uma nova paixão.

“De repente fui convidado para comandar as categorias de base do Uniclinic. Foi um amor inexplicável. Eu treinava a base, pegava a molecada, treinava todas as categorias. Se era para chegaràs16horas,euchegavaàs 14 horas. Eu me apaixonei tanto pelo que eu estava fazendo. Tinha 31 anos de idade quando comecei a parar por completo. Acabou que eu tive prejuízo em todas as coisas que eu tinha montado e terminei ficando no futebol até hoje”.

Mesmo com convites para voltar a jogar, Oliveira Canindé investiu na carreira de treinador. E seus próprios feitos justificam o sucessononovotrabalho.Foram passagens vitoriosas por clubes comoGuaranydeSobral,Campinense, América-RN, Parnahyba e CSA, onde é considerado um dos maiores técnicos da história.

Apaixonado pela família e andarilho do mundo do futebol, o treinador tem uma coleção de grandes momentos que estão marcados no coração, sejam na vida pessoal ou no esporte. E não poderia ser diferente para Oliveira Canindé, nascido para ser do futebol.

“Conviver com pessoas que você admira é muito interessante. Chegar com o Guarany de Sobral, ser campeão da Série D, foi maravilhoso. Ser campeão do Nordeste com o Campinense parece um sonho. Os momentos que eu vivi com o CSA... Foi tudo muito maravilhoso! Eu só agradeço a Deus por ter vivido tudo isso”.

O Oliveira treinador

Amissão no CSE é árdua, mas o começo tem sido extremamente promissor para o treinador, que é quase um maestro à beiradogramado.Pula,chuta, fica nas pontas dos dedos dos pés, vai pra frente, vem pra trás. Seja gesticulando, dando bronca ou comemorando, o professor enxerga um bom futuro para o Tricolorido.

“Eu espero que as coisas aconteçam. A gente tem um time jovem, uma cidade que gosta muito de futebol, que apoia muito a equipe. Eu espero que eu consiga conquistas, títulos, que as coisas aconteçam aqui”.

A fato de ser tão participativo não é coincidência. Além dos anos como jogador, Canindé se inspira em grandes equipes e grandes treinadores que marcaram história. Muito por conta disso, se justifica sua grande presença durante os jogos.

“Eu sempre gostei muito de estudar sistemas. Um dos times que mais me inspirou foi o Barcelona do Van Ghaal. Assistia a todos os jogos e ia desenhando os sistemas no caderno. Era muito interessante e eu me identificava muito com o que ele fazia. Gostava muito de ver treinadores trabalhando”.

“Clássico mexe com a emoção e o coração do torcedor”, diz FAF

“Um clássico sempre mexe com a emoção e o coração do torcedor. Não importa se o time está emboaoumáfase,sempre temaquelatensão.EoClássico das Multidões é algo especial na vida do torcedor alagoano. Ele conta os dias para que o jogo chegue. Quando é no dia da partida, tem toda uma programação especial. Cada um tem a sua rotina e o seu jeito de vivenciar esse momento tão especial. São décadas e mais décadas mexendo com o Estado todo, com grandes partidas, gols memoráveis e finais históricas”, disse o presidente da FAF, Felipe Feijó.

“Como Federação, sendo a casa do futebol alagoano, buscamos sempre oferecer as melhores condições para o público e os clubes. É uma partida que tem um antes e um depois muito longos, com grande repercussão. Então, é preciso cuidar de todos os detalhes para que ocorra tudo dentro do esperado”, completou Feijó.

Fotos: Ailton Cruz