Edição Nº 68

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Superavit 1 CAPITAL

9 a 15 de Agosto de 2011

comercial é de US$ 1 bi PÁG. 8

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ANO 3 - N° 68 | CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | 9 A 15 DE AGOSTO DE 2011 | NAS BANCAS - RS 1,00

Governo vai ampliar desoneração da folha de pagamento a outros segmentos

Ministro nega aumento de preços dos combustíveis ABR/ELZA FIÚZA

BANCO DE IMAGENS

suprir a falta de etanol. ‘’Estamos avaliando e vamos decidir se reduziremos ou não a mistura [de etanol] na gasolina”. Lobão disse ainda que a crise econômica internacional não afetará os investimentos do Brasil na área do petróleo. “Esse é um setor no qual sempre teremos investimento, porque haverá consumo em qualquer situação.”

O MINISTRO DE MINAS e Energia, Edison Lobão, negou nesta segunda-feira (8) a possibilidade de aumento de preços do etanol e da gasolina, após participar de debate sobre o pré-sal na capital paulista. No próximo dia 30, informou ele, haverá uma reunião interministerial na qual será avaliada a necessidade de tomar providências para

A INFORMAÇÃO foi feita pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, beneficiando outros setores além de calçados, confecções, móveis e software. Outra boa notícia foi dada pela Firjan, que afirmou terem sido criados mais de 10 mil postos de trabalho no primeiro semestre. PÁGINA 3

PÁGINA 4

Dilma diz que Amorim “é o homem certo no lugar certo” ABR/FABIO RODRIGUES POZZEBOM

PMDC/EVERTON BARSAN

Fórum em Duque de Caxias reuniu secretários de trabalho

A ordem é do TRE: Câmara terá que empossar Nestor Vidal na quarta-feira

Câmbio* Dolar Comercial Dólar Paralelo Dólar Turismo

Compra (R$) 1,608 1,590 1,520

Venda (R$) 1,610 1,730 1,690

Variação % 1,44 0,00 0,59

Coroa Dinamarca Dólar Austrália Dólar Canadá Euro Franco Suíça Iene Japão Libra Esterlina Inglaterra Peso Chile Peso Colômbia Peso Livre Argentina Peso MÉXICO Peso Uruguai

(U$) 5,254 1,018 0,992 1,417 0,754 77,830 1,631 473,200 1.814,500 4,140 12,336 18,550

(U$) 5,255 1,019 0,992 1,417 0,755 77,880 1,632 473,600 1.816,500 4,180 12,340 18,750

% 0,91 2,37 1,15 0,76 1,68 0,69 0,44 1,66 1,42 0,00 2,88 0,54

Indicadores*

Índice

Poupança Poupança p/ 1 Mês TR Juros Selic meta Salário Mínimo (Federal) Salário Mínimo (RJ)

MOEDAS COTADAS EM DOLAR (USA)

AO DAR POSSE ao novo ministro da Defesa, Celso Amorim, a presidenta disse que o perfil do ministro agrada aos militares. Segundo um analista, a escolha do ex-chanceler consolida o controle civil sobre as atividades militares. PÁGINA 7

Atualidade

O MERCADO interno salvará novamente o Brasil de uma crise econômica mundial, segundo um ex-analista do Banco Central. PÁGINA 2

Pais

Academicos do Grande Rio apresenta sambas inscritos

Brasil desenvolve rede para evitar catástrofes nacionais

OS SAMBAS concorrerão a hino oficial para o carnaval de 2012, cujo tema é “Eu acredito em você! E você?”, de Cahe Rodrigues. PÁGINA 6

AS NOVAS tecnologias vão formar a segunda maior rede de monitoramento de raios no mundo, ficando atrás apenas para dos EUA. PÁGINA 7

48.668,29 16.453,08 10.890,85 2.357,69 2.738,41

Variação % 8,09 7,90 5,55 6,90 10,73

09/08 08/08 08/08

0,638 0,650 0,150

Índice de ações europeias cai para o menor nível

Caixa: Setor imobiliário deve melhorar ainda mais

ao ano

12,50

A QUEDA SE deu logo após o rebaixamento da nota da dívida dos EUA, as ações europeias caíram para o menor nível em dois anos. PÁGINA 7

O SETOR imobiliário no país vive um “momento muito saudável” e deve crescer bastante.

Valor

Ibovespa IBX Dow Jones Nasdaq Merval

AS BOLSAS DE valores norte-americanas desabaram no primeiro dia de negociações após o rebaixamento da nota da dívida dos Estados Unidos. PÁGINA 5

Mercado é a defesa do Brasil

O SECRETÁRIO Estadual de Trabalho e Renda, Sérgio Zveiter seguiu depois, com outras autoridades, para Fórum Comunitário de Jardim Gramacho. PÁGINA 6

Moeda

Índices dos EUA fecham em queda

R$ 545,00 R$ 581,88

(*) FECHAMENTO: 08 DE AGOSTO DE 2011

Internacional

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“Brasil não treme diante de mais uma crise financeira internacional” ABR/ANTONIO CRUZ

A PRESIDENTA DILMA Rousseff disse segundafeira (8) que, pela segunda vez, uma crise financeira internacional atinge o mundo e, pela segunda vez, o Brasil “não treme”. Dilma disse que o país está forte, com os bancos brasileiros sólidos, um mercado interno robusto e mais reserva de depósitos compulsórios do que na crise financeira mundial enfrentada em 2008. “Demos passos muito grandes na direção de uma estabilidade. É a segunda vez que a crise afeta a mundo e pela segunda vez o Brasil não treme”, disse em entrevista a jornalistas após reunião com o primeiro-

listas sobre a possibilidade de o governo adotar novas medidas na área econômica, Dilma respondeu que não vê a necessidade da adoção de nenhuma medida nesta semana e que o Dilma governo agirá baseado na recebe o observação do cenário munprimeiroministo do dial e com cautela. “O Brasil Canadá, será muito criterioso no seu Stephen posicionamento. Cautela e Harpe observação são fundamenministro do Canadá, Ste- momento, brincar e sair tais. Não temos necessidade phen Harpe. por aí gastando o que não de nenhuma precipitação”. A Na avaliação de Dilma, temos. Temos que continuar presidenta também disse não para manter a posição favo- consumindo o que consumi- acreditar que o Brasil esteja rável do país é preciso uma mos porque não passamos ameaçado, mas garantiu que ação conjunta entre gover- por nenhuma ameaça. Não irá tomar todas as medidas no, empresários e socieda- estamos fragilizados e isso para fortalecer o país. Ela de. “Uma ação de seriedade, é reconhecido nacional e pediu a todos os segmentos firmeza e percepção de internacionalmente.” “muita tranquilidade, calma que não podemos, neste Perguntada pelos jorna- e nenhum excesso”.

Para ex-analista do BC, mercado interno salvará Brasil de nova crise O MERCADO INTERNO salvará novamente o Brasil de uma crise econômica mundial. A previsão é do ex-analista econômico do Banco Central (BC) e membro do Conselho Federal de Economia Newton Marques. Para ele, questionar o câmbio neste momento de rebaixamento da nota da dívida dos Estados Unidos (EUA) é “discurso morto”, porque não ha-

verá mercado satisfatório no exterior. “O dólar está caindo no mundo inteiro. Isso desmotiva a venda [por parte dos empresários brasileiros] para o exterior. Só que com a crise atual não haverá, no exterior, motivação nem mercado para a compra de produtos brasileiros. Discutir câmbio, portanto, virou discurso morto, porque, na verdade, o que faltará é

mercado externo”, disse o economista que é também professor da Universidade de Brasília (UnB). Segundo ele, a crise certamente afetará o Brasil. “Mas é daquelas situações em que damos um passo para trás para, depois, darmos dez passos à frente, numa situação mais privilegiada do que os demais”, explica. “Primeiro, porque o Brasil está com o sistema finan-

ceiro ajustado e com reservas que superam os US$ 300 bilhões. Se o câmbio é problema, é problema para todos. Não apenas para os nossos empresários”, disse. - Depois, porque o Brasil é um dos poucos países que ainda têm fronteiras agrícolas que podem ser ampliadas, nos dando condições de abastecer o mundo inteiro, e fontes de matérias-primas.

Coluna do Moreira MOREIRA FRANCO é Ministro Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República

Tomada de decisões AS OPORTUNIDADES para o crescimento individual, nas empresas e nas comunidades, aumentaram nos últimos anos. Contribuiu para isso o ambiente de maior previsibilidade quanto ao futuro, fruto de uma década de desenvolvimento econômico, melhoria da renda e inflação sob controle. Com as circunstâncias mais favoráveis, floresceu em todo o país o espírito empreendedor de milhões de brasileiros. No entanto, nem todos conseguiram ou tiveram condições de aproveitar esse cenário. As razões esse fato precisam ser entendidas para serem evitadas. No momento, porém, temos que observar os casos de sucesso e tentar extrair deles ensinamentos que sirvam de caminho para todos. Nesse sentido, penso que a compreensão sobre como se toma uma decisão pode ser tão importante quanto as motivações que levam decidir. A velha máxima de que “querer é poder”, uma vez colocada sob perspectiva adequada, pode ser superada por outra mais verdadeira: “decidir é poder”. Neste sentido, os adiamentos da tomada de decisão, a procrastinação, a incapacidade de escolher, podem ser a chave para entender o fenômeno do sucesso pessoal, da mobilidade pessoal. A pesquisadora Camile Maria Costa Corrêa, do Laboratório de Neurociência e Comportamento da USP, deu dicas em uma entrevista recente sobre atitudes que ajudam na tomada de decisões melhores: ser capaz de prever eventos, raciocinar sobre as próprias decisões e exercitar a introspecção. Essas atitudes - argumenta - servem para identificar valores e objetivos a curto e longo prazos, ajudando a construir critérios sobre suas necessidades e motivações. Outra dica importante é deixar a “intuição” falar, o que não significa agir impulsivamente, pois a força da intuição está na experiência. Em nossa casa, no trabalho e mesmo nas situações cotidianas, a tomada de decisões deve ser exercitada e melhorada.

Ponto de Observação ALBERTO MARQUES

O futuro da energia elétrica está nas mãos de Dilma ALÉM DOS problemas estruturais do Ministério dos Transportes, que funcionam como gerador de todo o tipo de irregularidade, inclusive o desvio de dinheiro publico, a Presidente Dilma Rousseff, ex-Ministra de Minas e Energia no Governo Lula, tem pela frente um problemão, que é a caducidade, a partir de 2015, das concessões de 114 usinas hidrelétricas, que somam 30,7 megawastts de potência, equivalente ao dobro da geração de Itaipu. Desse total, nada menos de 67 concessões de hidrelétricas expiram em 2015, mas a decisão sobre cada concessão terá de ser tomada ainda no presente mandato da presidente da república. Entre as usinas que terão suas concessões vencidas em 2015 estão a Hidrelétrica de Ilha Solteira, no Rio Paraná (SP/MS), com 3,4 mil megawatts, a da Companhia Energética de São Paulo (Cesp); e a Hidrelétrica Xingó, no Rio São Francisco, com 3,1 megawatts, que é da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf). Além das hidrelétricas,

oito usinas térmicas terão suas concessões vencidas a partir de 2015, somando mais de 2 mil megawatts de potência. As maiores são a de Santa Cruz (RJ), de Furnas Centrais Elétricas, com 1 mil megawatts, e a Piratininga (SP), da empresa Baixada Santista Energia, com 470 megawatts. Das 63 concessionárias de distribuição de energia elétrica do país, 41 terão suas licenças vencendo entre 2015 e 2016. Nove concessões de serviço público de transmissão de energia, que somam cerca de 70 mil quilômetros de extensão, vencem em 2015 e não podem mais ser prorrogadas. De acordo com a Lei 9.074, de 1995, as concessões do setor público têm validade de 30 anos, podendo ser renovadas apenas uma vez, por mais 20 anos. Depois do término da concessão, os empreendimentos voltam para as mãos da União, que deverá fazer novas licitações. O Brasil já passou por uma experiência traumática que foi a compra da antiga Light - Serviços de Eletricidade

S/A. No final dos anos 70, em plena Ditadura o então ministro de Minas e Energia Shigeaki Ueki convenceu o Governo a adquirir, através da Eletrobrás, o controle da empresa, de capitais canadenses e fundada no Seculo XIX. O grupo Light operava a produção e a distribuição de energia elétrica no Rio e em São Paulo, além dos serviços de bondes na excapital da República, mas as concessões estavam prestes a expirar, o que signifi cava a devolução de todo o patrimônio da empresa ao Governo Federal, sem o pagamento de qualquer indenização, pois, através das tarifas, a empresa canadense havia recuperado o seu capital e com lucro. E o pretexto para essa desastrosa operação de compra era o fato de que seriam necessários empréstimos externos para a expansão e modernização dos serviços, o que seria mais difícil se a empresa fosse simplesmente estatizada, mesmo que tal decisão constasse do contrato de concessão, como já ocorreu no Estado do Rio

em relação ao Metrô e à Supervia. Hoje, as empresas concessionárias integram grupos econômicos de grande poder de articulação e pressão, o que poderá levar o Governo Federal a simplesmente prorrogar as atuais concessões, através de mudanças na Lei nº 9.074, o que não será difícil num Congresso dominado pelos partidos da base do governo. A melhor alternativa, do ponto de vista do consumidor, inclusive comércio e indústria, seria o Governo promover uma nova licitação. Considerando que os novos donos receberiam as empresas em plena operação e sem passivo, o critério poderia ser o da menor tarifa. Isso ajudaria a reduzir o chamado “Custo Brasil”, dando mais competitividade às empresas nacionais, reduzindo o preço para o consumidor (inclusive de energia elétrica), sem necessidade de subsídios, inclusive com dinheiro do BNDES, como o governo pretende fazer com o badalado “trem bala”.

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Desoneração da folha de Conversa com pagamento será ampliada a Presidenta ABR/ANTONIO CRUZ

A DESONERAÇÃO da folha de pagamento dos setores de calçados, confecções, móveis e software deverá atingir também outros segmentos a partir do próximo ano. A afirmação foi feita pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, na sexta-feira (5). A medida que beneficiará os quatro setores foi anunciada dia 2 e faz parte do Plano Brasil Maior. “Nós vamos ampliar mais. No ano que vem, vamos começar a fazer estudos para isso. Essa é uma mudança fundamental para a economia brasileira: tirar tributo da folha, passar para outra base de tributação, que reduza o custo Brasil. Tenho certeza de que a indústria naval será um dos próximos setores que iremos estudar”, disse Pimentel, durante evento

sobre conteúdo local na indústria naval, no Rio de Janeiro. Pimentel disse que, neste primeiro momento, foram escolhidos apenas quatro setores por ser uma medida nova, o que exige caute-

la. O Plano Brasil Maior envolve medidas como o estímulo à inovação tecnológica, redução de custos para a exportação de produtos brasileiros, desonerações tributárias e incentivo à indústria por

meio de um programa de compras governamentais. Segundo Pimentel, os primeiros decretos complementares do Plano Brasil Maior deverão ser publicados até meados da próxima semana.

Baixada cria 10 mil postos de trabalho no primeiro semestre NA BAIXADA Fluminense, o saldo de contratações no primeiro semestre deste ano foi de 10.412. No entanto, a região teve destaques negativos, sofrendo influencia do processo de encerramento das atividades do lixão de Gramacho e fim de obras de infraestrutura. Em relação ao mesmo período do ano passado, a Baixada sofreu uma queda de 16% na criação de novos postos de trabalho. Os dados estão na Nota Técnica Acompanha-

mento do Mercado Formal de Trabalho Fluminense, produzida pelo Sistema FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) com dados do Ministério do Trabalho. O setor de Serviços foi o maior contratante da Baixada Fluminense com 5.433 novas vagas. A área foi o grande destaque do Estado do Rio e alcançou o número de 28.906 contratações na Capital. Outro setor em grande expansão no Estado foi a

área da Construção civil que alcançou o nível de 2008, que foi o seu melhor ano. Na região teve saldo positivo de 4.240, sendo cinco vezes maior que no mesmo período de 2010 (663). No entanto, em Duque de Caxias foi o setor que se destacou negativamente, devido ao encerramento de obras no município, com o registro de 573 demissões. Caxias também se destacou pelo número de demissões no setor de Serviços Indus-

trias de Utilidade Pública (-590), isto por conta do encerramento das atividades do lixão Gramacho. O Brasil gerou 1.265.250 postos de trabalho com carteira assinada no primeiro semestre de 2011, o terceiro melhor resultado da historia para o período, atrás do registrado em 2010 e em 2008. Já o Estado do Rio fechou o período com 87.998 novas vagas, número muito próximo ao recorde apurado no mesmo período de 2010.

Médicos anunciam que vão parar atendimento no SUS em outubro OS MÉDICOS VÃO parar o atendimento de rotina no Sistema Único de Saúde (SUS), no dia 25 de outubro, para pedir melhorias na rede pública. É a primeira vez que a categoria fará uma paralisação nacional no sistema público, segundo o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes. No ano passado, os médicos fizeram uma concentração em Brasília em

defesa do SUS. O dia nacional da paralisação no SUS foi acertado sexta-feira (5), em reunião da Comissão Pró-SUS, formada por membros da Fenam, do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB), as principais entidades da categoria no país. Os profissionais reivindicam aumento salarial, plano de carreira, melhores condições de traba-

lho, assistência de qualidade aos pacientes, financiamento permanente para o SUS e capacitação dos gestores públicos. As demandas serão apresentadas ao Ministério da Saúde e ao Congresso Nacional no dia seguinte à paralisação. - O atendimento é lastimável, principalmente nas urgências e emergências. Não há mais mortes porque as equipes de saúde se

desdobram. Não podemos ficar calados diante disso. É preciso fazer algo mais contundente para sensibilizar os gestores - disse o presidente da Fenam, Cid Carvalhaes. Os casos graves e emergências serão atendidos durante a paralisação. “O movimento não é contra a população, mas para alertá-lo sobre o direito de atendimento da qualidade na área da saúde”, destacou Carvalhaes.

Direito Empresarial ARTHUR SALOMÃO*

Pedidos de falência caem nos primeiros sete meses do ano O NÚMERO DE falências requeridas pelas empresas caiu nos sete primeiros meses do ano, informou uma pesquisa divulgada pela consultoria Serasa Experian na segunda-feira, dia 08. De janeiro a julho deste ano, foram 1.044 pedidos ante os 1.116 pedidos realizados no mesmo período de 2010. O número também é inferior ao do acumulado de 2009, que

registrou 1.385 pedidos. Dentre os requerimentos de falência, 694 pedidos foram de micro e pequenas empresas, 226 de médias e 124 de grandes. As falências decretadas também apresentaram queda. De janeiro a julho, foram 378 decretos contra 450 no mesmo período do ano passado. De acordo com os economistas da consultoria,

a queda reflete o diferente momento de ambos os anos. Enquanto em 2010 as empresas sofriam com a falta de crédito em virtude da crise global, em 2011 a demanda por crédito nas empresas se normalizou. Na contramão dos bons resultados apresentados, os números do mês de julho/2011 não são animadores. Foram requeridas

(*)ARTHUR SALOMÃO É ESPECIALISTA EM DIREITO EMPRESARIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL.

167 falências, 28 a mais que no mês anterior. Foi maior também o número de falências decretadas, de 53 para 64. Na avaliação dos economistas, a piora no quadro em julho se deve às medidas de contenção inflacionária com a elevação da taxa básica de juros (Selic) e à gradual redução no ritmo de crescimento da economia.

MARIA DA GLÓRIA SOUZA, 62 anos, aposentada de Fortaleza (CE) - A construção da usina Belo Monte não vai afetar o meio ambiente e os índios daquela região? Presidenta Dilma – Maria, Belo Monte será um empreendimento fundamental para o desenvolvimento da região e do país, e o reservatório não vai atingir nenhuma das dez terras indígenas da área. Os povos indígenas não serão removidos de suas aldeias. Belo Monte talvez seja o empreendimento que mais se cercou de cuidados em relação às comunidades indígenas e ao meio ambiente. Desde o início, realizamos 38 reuniões de esclarecimentos e de consultas nas aldeias da área, além de quatro audiências públicas na região, que atraíram mais de 8 mil participantes. O resultado foi a reformulação do projeto original. Por exemplo, a área de inundação foi reduzida em aproximadamente 60%. O Estudo de Impacto Ambiental da Usina prevê a implantação de Unidades de Conservação que totalizam 280 mil hectares de florestas. A hidrelétrica terá um canal ou escada de peixes, para não interromper a piracema. Em ações de compensação e mitigação dos impactos socioambientais na região serão investidos R$ 3,2 bilhões. E começamos a implementar o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu, com orçamento de R$ 500 milhões. O objetivo é levar à região investimentos sociais e de infraestrutura fundamentais para melhorar a qualidade de vida da população local. ROBERTO DE SOUZA FALCI, 61 anos, aposentado de Belo Horizonte (MG) - Os médicos não têm interesse em trabalhar no interior. Isso provoca uma grande procura e um grande congestionamento nos hospitais dos grandes centros. O que fazer? Presidenta Dilma – Uma das prioridades do governo federal, Roberto, é exatamente combater os desequilíbrios regionais na oferta de serviços de saúde. O Plano Nacional de Educação Médica, parceria do Ministério da Saúde com o da Educação, está em fase de elaboração e, entre outros pontos, vai distribuir as vagas de graduação e residência de forma equilibrada pelo país. Entre as ações em andamento, cito o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde, que concede 11 mil bolsas por mês para professores, estudantes e profissionais de saúde em cursos voltados para as necessidades efetivas do SUS. O Pró-Residência oferece mensalmente mil bolsas de residência para locais com falta de especialistas. Com o Programa Nacional Telessaúde Brasil, especialistas orientam, a partir de centros de referência e por telemedicina, os profissionais que estão em contato direto com o paciente. Pesquisa do Ministério da Saúde revelou que, na opinião de 67% dos médicos, o Telessaúde possibilita um atendimento melhor por conta da assistência de outros profissionais, facilitando a permanência em locais distantes dos grandes centros. Outra iniciativa: o governo federal vai dar descontos nos financiamentos concedidos aos estudantes que, depois de formados, prestarem serviços em locais com carência de profissionais. Para cada mês de trabalho, haverá redução de uma parte da dívida. Com estas iniciativas vamos mudar este quadro de vazios assistenciais que ainda existem no Brasil. RAIMUNDA JANETE A. E SILVA, 41 anos, advogada de Florianópolis (SC) - Na segunda fase do Minha Casa Minha Vida, as mulheres poderão ser titulares das suas casas? Presidenta Dilma – Desde o seu lançamento, o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) previa atendimento especial às mulheres chefes de família. São elas, Raimunda, as que mais precisam de apoio porque, além de cuidar da casa e dos filhos, têm maiores dificuldades no mercado de trabalho. Durante a implementação do MCMV foi constatado, no entanto, que havia muitos casos em que as mulheres eram as chefes de família, mas seus lares haviam sido abandonados pelos maridos. Elas continuavam legalmente casadas, ou seja, necessitavam da assinatura do cônjuge, o que dificultava o acesso ao programa. Com o MCMV 2, as mulheres passaram a ter o direito de assinar os contratos independentemente do seu estado civil. A medida vale para a faixa inferior de renda, de até R$ 1.600,00 mensais. Esta é a faixa da maior parte das moradias. Dos 2 milhões de unidades habitacionais do MCMV 2, previstos para o período 2011-2014, nada menos que 1,2 milhão (60%) está sendo destinado a esta faixa de renda. O investimento total do programa será de R$ 125,7 bilhões, dos quais R$ 72,6 bilhões são para subsídio, com recursos do orçamento da União, e R$ 53,1 bilhões para financiamento com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).


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Claise Zito defende melhores salários para assistentes sociais DIVULGAÇÃO

UMA MARATONA DE encontros para debater as novas possibilidades e discutir as condições de trabalho de secretarias, conselhos e instituições diretamente ligadas a assistência social acontecem em diversos municípios do estado do Rio. Como presidente da Comissão de Assuntos da Criança, Adolescente e Idoso da Assembleia Legislativa do Rio e assistente social, a deputada Claise Maria Zito foi escolhida pela presidência como representante da Alerj e defende melhores salários e condições de trabalho para os assistentes sociais, como forma de pôr fim a política de assistencialismo realizada por alguns órgãos e políticos. As Conferências Municipais são etapas preparatórias para as conferências Estadual e Nacional de Assistência Social, que acontecerão em outubro e dezembro, respectivamente. Esses eventos têm como objetivo definir políticas públicas para o fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e

A deputada estadual Claise Maria Zito e a secretária de Educação de Duque de Caxias, Roseli Duarte

a melhoria das condições de trabalho dos assistentes. E algumas conquistas já vêm sendo alcançadas. Durante a abertura da VIII Conferência Municipal de Assistência Social da Cidade do Rio, o secretário Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves, anunciou que o número de Centros de Referência de Assistência Social (Cras) no Rio aumentará 50% em um ano. “Hoje, o município tem 42 Cras. Assumimos o compromisso de ampliar este número, com foco na zona Oeste e nas áreas com unidades de Polícia Pacificadora (UPPs)”,

declarou. A deputada participou do evento, realizado dia 4 no Salão Nobre do Tijuca Tênis Clube. No mês anterior, Claise já havia participado da X Conferência Municipal de Assistência Social de Duque de Caxias, cujo tema foi os “avanços na consolidação do SUAS (Sistema Único de Assistência Social), com a valorização dos trabalhadores e a qualificação da gestão, dos serviços, programas, projetos e benefícios”. No último dia 5, foi a vez de Magé, onde Claise Maria Zito, mais uma vez repre-

sentando a Alerj, defendeu um salário mais dignos aos profissionais da assistência social e garantias de melhores condições de trabalho para a classe. “Como representante das famílias de nosso estado e como assistente social, afirmo que temos que valorizar o trabalho que os assistentes sociais realizam, pois a dedicação, o carinho e o comprometimento com que esses profissionais atuam são inquestionáveis. Estão lidando com as necessidades básicas de sobrevivência e salvando vidas”, disse a deputada.

TRE decide, por unanimidade, antecipar posse do novo prefeito de Magé para esta quarta-feira O TRIBUNAL Regional Eleitoral (TRE-RJ) decidiu, por unanimidade, na sessão da última quintafeira (4), que a Câmara de Vereadores tem que dar posse ao prefeito Nestor Vidal (PMDB) na próxima quarta-feira, dia 10. O colegiado do Tribunal acolheu pedido da Procuradoria Regional Eleitoral para que a data da posse fosse incluída no Calendário Eleitoral das eleições suplementares realizadas no dia 31 de julho. O presidente do TRE-RJ, desembargador Luiz Zveiter, entendeu, então, que o novo prefeito deveria assumir o cargo em até 24

horas após a cerimônia de diplomação, prevista para terça-feira, dia 9. “Montamos a estrutura para que a prestação de contas seja examinada e julgada em 24h, o que permite que a diplomação seja na terçafeira e a posse, na quarta”, justificou o presidente. Técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE) enfrentam dificuldades para finalizar a inspeção extraordinária nas contas da administração de Magé. Eles não receberam da prefeitura os documentos e processos solicitados. O caso foi apresentado ao presidente do TCE, Jonas Lopes de Carvalho Júnior.

Ele levará a questão a plenário, em data ainda a ser decidida, para discussão com os outros conselheiros. Entre as medidas que podem ser tomadas pelo TCE estão a comunicação do caso ao Ministério Público estadual e a aplicação de multa à prefeitura. O prefeito eleito de Magé fez quarta-feira (3), a primeira reunião de trabalho com o secretário Estadual de governo, Wilson Carlos, no Palácio Guanabara. Na pauta, foi discutida a liberação de verbas para as primeiras três intervenções na cidade: saneamento básico, construção da ponte entre a Praia de Mauá a

Campos Elísios e uma UPA-Unidade de Pronto Atendimento 24h. O novo prefeito já começou a montar seu secretariado. Para Vidal, o último episódio em que Núbia Cozzolino foi flagrada agredindo manifestantes que a chamavam de “ladra” e a vaiavam, foi uma tentativa de fingir que era louca e amenizar suas punições perante a Justiça. O episódio, em sua visão, não passou de um “factoide”: “Ela vai alegar que está louca para escapar da Justiça, das denúncias de corrupção. Ela não é doidinha, não. É muito esperta!”.

Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado Jornalista Roberto Marinho GEIZA ROCHA é jornalista e secretária-geral do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro ornalista Roberto Marinho. www querodiscutiromeuestado.rj.gov.br

Foco no mar A BUROCRACIA E A informalidade andam juntas. É preciso desatar estes nós, e para isso a informação é a maior aliada. Matéria publicada em um jornal de grande circulação no último fim de semana mostrou que o turismo náutico, que possui um enorme potencial na Costa Verde, não deslancha porque os donos de barco sequer sabem como se legalizar. Outro entrave é a infraestrutura. Em todo o estado faltam marinas e cais para a oferta de serviços náuticos. Ao mapear o setor, o Sebrae-RJ está contribuindo para sua solução e mais: para o desenvolvimento de uma cadeia produtiva que leve em conta os potenciais que o Rio de Janeiro possui. A informalidade não tem impacto apenas na arrecadação dos municípios. Neste caso específico, em que ela atinge a grande maioria das embarcações (89,5% dos 21 mil barcos registrados na Capitania dos Portos nos municípios de Angra, Mangaratiba e Paraty estão na informalidade), afeta a segurança de turistas e reduz a geração de emprego e renda. Além do turismo e da manutenção das embarcações, toda uma cadeia de serviços pode surgir, como a de alimentação, por exemplo. Este tema não é novo. Em 2010 o programa “Rio em Foco” mostrou como o Rio de Janeiro poderia ganhar com o reaquecimento da indústria náutica. Em junho deste ano, com o anúncio de uma série de medidas pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, retomamos o debate. (A íntegra dos programas pode ser assistida pela internet nos links www.rioemfoco.rj.gov.br/?p=339 e www.rioemfoco. rj.gov.br/?p=630). O turismo, um dos segmentos que mais emprega pessoas, foi citado em ambos os programas como uma das conseqüências naturais deste desenvolvimento. Potencial não nos falta. Talvez um pouco de foco e a coordenação de esforços entre as prefeituras e os órgãos de governo possam contribuir para a tomada de ações eficazes que tragam os cidadãos para a formalidade, garantindo-lhes segurança e uma perspectiva de futuro.

Fábrica em Queimados terá financiamento A AGÊNCIA DE Fomento do Estado do Rio de Janeiro - Investe Rio - concedeu financiamento de R$ 8,2 milhões para a expansão da fábrica da Águia Tintas, localizada no Distrito Industrial de Queimados. Com o aporte financeiro, a empresa pretende dobrar sua produção para 4,4 milhões de litros por mês. A previsão é de gerar aproximadamente 100 novos empregos diretos como pleno funcionamento da fábrica, o que deverá ocorrer dentro de um ano. A fábrica, cuja expansão chegará a 18 mil metros

de área construída, será a maior e mais moderna do setor de produção de tintas no estado. O contrato de financiamento foi assinado na sexta-feira (5) na sede da Investe Rio, onde estiveram presentes as sócias da empresa Marli de Oliveira Castro e Maria José de Oliveira Castro, o presidente da Investe Rio, Maurício Chacur, o Diretor de Operações, Luiz Henrique Bevilaqua, e a Chefe do Departamento de Operações da Região Metropolitana, Maria Tereza de Souza e Silva, acompanhada de equipe.


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9 a 15 de Agosto de 2011

Indústria tem variação negativa em indicadores que medem sua atividade O FATURAMENTO REAL da indústria foi o único índice que apresentou aumento em junho, segundo dados divulgados segunda-feira (8) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O crescimento ficou em 0,7% ante maio. Quando comparada ao mesmo período do ano passado, a variação foi positiva em 5,9%. Os demais indicadores recuaram ou ficaram estáveis em junho na comparação com maio. Segundo o gerente executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, esse desaquecimento no segmento industrial é reflexo da instabilidade econômica no cenário internacional. “Temos movimento dinâmico mais fraco na indústria nesse período atual. As razões estão associadas às dificuldades da economia internacional, além da retomada ciclo de juros (taxa Selic) e das medidas macroprudenciais. Tudo isso tem o impacto de restringir e dificultar a retomada de crédito”, avaliou. O crescimento do faturamento

ABR/ELZA FIÚZA

real, em junho deste ano em relação à maio, foi muito menor do que o registrado em junho do ano passado, na comparação com maio do mesmo ano, 11,7%. Após ajuste da sazonalidade, o número de empregos se manteve estável em junho. No comparativo com o mesmo mês de 2010, houve acréscimo de 2,5%. A massa salarial real teve queda de 0,9% em junho ante maio.

O recuo da massa salarial é atribuído à redução do rendimento do trabalhador. Na comparação com junho do ano passado, o indicador teve alta de 4,1%. Já a utilização da capacidade instalada (UCI) dessazonalizada teve aumento de ociosidade. O indicador caiu para 82,5%, sendo que, em maio, ficou em 82,3%. Em junho do ano passado, o índice, que mostra o nível de operação das

indústrias, apresentou 82,8%. Segundo Castelo Branco, apesar da preocupação com a queda nos indicadores, o setor industrial está otimista com a preocupação do governo federal, em adotar medidas de incentivo ao segmento industrial brasileiro visando ao aumento da competitividade do setor, com o Plano Brasil Maior, anunciado na semana passada.

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Principais índices de ações dos EUA fecham com quedas AS BOLSAS DE valores norte-americanas desabaram no primeiro dia de negociações após o rebaixamento da nota da dívida dos Estados Unidos, na sexta-feira (5). Os três principais índices do país registraram quedas superiores a 5%. O índice Dow Jones, da Bolsa de Valores de Nova York, que acompanha o desempenho das 30 principais empresas dos Estados Unidos, fechou a segunda-feira (8) com queda de 5,55%, abaixo dos 11 mil pontos, pela primeira vez desde outubro do ano passado. O índice Nasdaq, que mede o desempenho das empresas do setor de tecnologia, caiu 6,9%. O S&P 500, que monitora as ações de 500 empresas, perdeu 6,66%. Além da diminuição da nota do país pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s na última sexta-feira, os investidores norte-americanos tiveram de lidar com mais notícias ruins. A agência também rebaixou nesta segunda-feira as notas das instituições financeiras Fannie Mae e

Freddie Mac, que atuam no refinanciamento de hipotecas. A Standard & Poor’s informou ainda que existe um terço de chances de a nota da dívida dos Estados Unidos ser reduzida novamente. O dia também foi de turbulência nas bolsas europeias. O índice FTSEurofirst 300, que mede o desempenho das principais ações da Europa, recuou 3,4% e fechou a segunda-feira em 936 pontos, no menor valor desde agosto de 2009. Em Frankfurt, o índice Dax despencou 5,02%, a maior queda entre as bolsas da Europa. A segunda maior retração ocorreu com o índice CAC40, da Bolsa de Paris, que caiu 4,68%. O índice Financial Times, em Londres, fechou o dia com perda de 3,39%. Beneficiadas pela decisão do Banco Central Europeu (BCE) de comprar títulos emitidos pelos governos locais, as Bolsas da Itália e da Espanha recuaram menos. Na Bolsa de Milão, o indicador FTSE MIB cedeu 2,35%. E, em Madri, o índice Ibex35 teve queda de 2,44%.

Mazinho confirma filiação ao PDT DIVULGAÇÃO/AUDENIR DAMIÃO

Vereador Mazinho (D) com o deputado estadual Wagner Montes O VEREADOR DALMAR Lírio Mazinho, presidente da Câmara de Duque de Caxias e pré-candidato a prefeito em 2012, confirmou seu ingresso oficial no Partido Democrático Trabalhista-PDT, em uma festa a se realizar no plenário Vilson Campos Macedo, na Câmara de Duque de Caxias, conforme antecipou com exclusividade ao Capital, na edição nº 65. O vereador anunciou que sua candidatura contará com o apoio de várias lideranças do Partido, entre eles os deputados Wagner Montes (caxiense de nascimento),

Miriam Rios, Paulo Ramos e Jânio Mendes, com os quais esteve na Alerj, na semana passada. Desde dezembro do ano passado, quando anunciou ter sido convidado pelo presidente Nacional do Partido licenciado, ministro Carlos Lupi, para ser o candidato oficial da legenda a prefeito de Duque de Caxias, Mazinho vem costurando alianças em torno de sua campanha para o ano que vem. O vereador assinalou ter projetos importantes para a educação, assistência social, saúde, trabalho e

segurança pública, entre outras áreas. Dalmar Lirio Mazinho de Almeida Filho, de 51 anos, é empresário do ramo de ótica e já ocupou cargos no Poder Executivo em Duque de Caxias e Magé. Em 2004, iniciou o Projeto Amigo, do qual é patrono. Através de outro projeto, o Abcerpa, assiste mais de 700 crianças. Seu primeiro mandato como vereador foi conquistado em 2004. Em 2008, foi reeleito com 6.773 votos e tornou-se presidente do Legislativo, cargo que ocupará até dezembro de 2012.

Componente nacional trará vantagens em concessões EMPRESAS petrolíferas que cumprirem mais do que o mínimo exigido pela política de conteúdo nacional em seus equipamentos terão vantagens nas próximas rodadas de licitação para a concessão de blocos petrolíferos no Brasil. A informação foi divulgada pelo secretário

de Petróleo e Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Almeida. Segundo ele, a proposta é, já a partir da 11ª Rodada de Licitações, ainda neste ano, conceder “pontos” para as empresas que ultrapassarem o percentual mínimo obrigatório de conteúdo nacional.

Esses “pontos” poderão ser usados nas próximas rodadas de concessões, para que essas empresas ou consórcios tenham mais chances de arrematar o bloco. Almeida explica que o modelo de pontos e seu uso nas próximas rodadas ainda está sendo estudado.

Anuncie: Ligue: 21 2671-6611


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Atualidade Caxias realiza fórum estadual de secretários de trabalho EVERTON BARSAN/PMDC

DUQUE DE CAXIAS recebeu secretários de diversos municípios do Rio durante a terceira edição do Fórum Estadual dos Secretários Municipais de Trabalho do Rio de Janeiro. Com o objetivo de discutir políticas públicas e experiências no setor, além de buscar a elaboração de projetos em conjunto envolvendo as secretarias municipais, o fórum foi criado pelo secretário Estadual de Trabalho e Renda, Sérgio Zveiter. Além das palestras e debates, que ocorreram no auditório do campus da Universidade Estácio de Sá, os presentes foram a uma apresentação sobre o aterro sanitário de Jardim Gramacho, realizado na sede do Fórum Comunitário do bairro, onde Zveiter apresentou ações de integração social e requalificação profissional dos catadores de lixo da região. Organizada pelo secretário Municipal de Trabalho de Duque de Caxias, Jorge Cezar de Abreu, e seus associados, a terceira edição foi a de maior público até agora e estabeleceu uma nova dinâmica trazendo representantes

do empresariado e dos trabalhadores para participar dos debates, além de apresentar novas propostas e questões ao tema. Essa edição contou com palestras de André Gáudio, do SENAC; Augusto Ribeiro, da Secretaria do Estado de Trabalho e Renda; Luciano Moreira, da Universidade Estácio de Sá; e do secretário Jorge Cezar. - O desafio e dar oportunidades para que a população de nossos municípios esteja preparada para ocupar as vagas das empresas que se estabelecem em nosso perímetro - afirmou o secretário, que apresentou os avanços da atual gestão de Duque de

Caxias em trabalho e renda. “Até o início dos anos 90, o único setor econômico que se desenvolvia em Caixas era a indústria da transformação, devido a REDUC, e a cidade tinha apenas 10% das ruas urbanizadas. Hoje somos a segunda cidade do estado em geração de empregos em geral e temos mais de 90% de ruas urbanizadas”, explanou. Sérgio Zveiter e vários dos presentes foram à sede do Fórum Comunitário de Jardim Gramacho, onde ele ouviu de Sebastião dos Santos, que protagonizou o premiado documentário “Lixo Extraordinário”, as necessidades da comunidade com o futuro en-

cerramento de atividades do maior aterro sanitário controlado da América Latina. Ele propôs a aplicação de projetos no bairro. “Podemos inscrever as cooperativas dos catadores no programa de microcrédito do governo federal para viabilizá-las financeiramente. O banco de investimento do estado, o Investe Rio, tem R$ 250 milhões para investir nessa área. Vamos trazer para cá também projetos de qualificação profissional, para aqueles que querem continuar como catadores, e o ProJovem Trabalhador, para quem quer se profissionalizar em outras áreas”, enumerou Zveiter.

Grande Rio apresenta sambas inscritos A ESCOLA DE SAMBA Acadêmicos do Grande Rio apresentou domingo (7), em sua quadra, os sambas que concorrerão a hino oficial para o carnaval de 2012, cujo tema é “Eu acredito em você! E você? (Histórias de superação), do carnavalesco Cahe Rodrigues. Cerca de 30 sambas se

inscreveram. Antes da apresentação, quando foi servida uma feijoada para os compositores e seus familiares, foi realizado um desfile com intérpretes, bateria, mestre-sala Luis Felipe, porta-bandeira Squel, mulatas, passistas, baianas e velha-guarda. O evento serviu também para a inauguração

da nova pintura do piso da quadra. Os cortes de samba acontecerão todos os sábados, a partir de 13 de agosto, na quadra de ensaios, na Rua Wallace Soares nºs 5 e 6, centro de Duque de Caxias. Na virada de sábado para domingo, um pequeno incêndio no teto da quadra da escola assustou as mais

de duas mil pessoas que assistiam a uma apresentação do cantor Belo. O fogo foi controlado pelos bombeiros instantes depois. Muitas foram socorridas do lado de fora pelos bombeiros. O princípio de incêndio teria sido provocado por fagulhas de fogos de artíficio que atingiram o telhado da quadra.

“Lixo Extraordinário” no Museu da Taquara O CINEARTE SARAU Petrobras, com o apoio da Secretaria de Cultura e Turismo de Duque de Caxias, fará exibição do premiado filme “Lixo Extraordinário”, dirigido pela documentarista inglesa Lucy Walker em parceria com os brasileiros João Jardim e Karen Harley. A sessão acontecerá no Museu do Duque de Caxias (av. Automóvel Clube, 4491, Km 54, no bairro Taquara) no dia 14, a partir das 15h. Além do fi lme, estão previstas ainda apresentações do cantor e compositor Canthídio (Duque de Caxias) e do grupo Tambolelê (Belo Horizonte, Minas Gerais), além de espetáculos circenses e oficinas. A exibição será em um telão inflável de 14m x 9 m. A entrada é franca. O Museu do Duque de Caxias e da Taquara, localizado no 3° Distrito de Duque de Caxias, é mantido pela Prefeitura desde sua criação, em março de 1972. No local, antiga sede da Fazenda São Paulo, DIVULGAÇÃO

nasceu Luiz Alves de Lima e Silva, em 25 de agosto de 1803, que se tornou o Patrono do Exército Brasileiro e do Município. “É um dos locais mais aprazíveis da região e ideal para se visitar com a família”, lembra o Secretário de Cultura e Turismo da cidade, Gutemberg Cardoso. O local recebeu no dia 26 de junho a 1° Exposição de Carros Antigos, também com entrada franca, promovida pela Secretaria em parceria com o Fã Clube Auto Caxiense. O evento, que contou com apresentações musicais, recebeu mais de mil visitantes naquele domingo. “Lixo Extraordinário” mostra a trajetória do lixo recolhido no aterro sanitário de Duque de Caxias até ser transformado em arte pelo artista plástico Vik Muniz. O longa foi aclamado pelo público e pela crítica e recebeu vários títulos no exterior. Foi também indicado ao Oscar de melhor documentário.


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9 a 15 de Agosto de 2011

País Escolha de Amorim consolida poder civil sobre militares, diz analista político A PRESIDENTA DILMA Rousseff acertou na escolha do ex-chanceler Celso Amorim para ocupar a vaga deixada por Nelson Jobim no Ministério da Defesa, segundo o analista político Creomar de Souza. Na opinião dele, Amorim deverá consolidar o controle civil sobre as atividades militares e mostrar traquejo para lidar com as dificuldades do cargo. “Era a pessoa certa, no lugar certo e na hora certa”, avaliou, Ele explica que o Brasil não tem tradição de subordinação militar ao poder civil e que o Ministério da Defesa foi criado com dificuldades durante o governo de Fernando Henrique Cardoso justamente para marcar a nova fase da democracia

ABR/FABIO RODRIGUES POZZEBOM

um “retrocesso”. “Essa fase do vice na Defesa já passou. O ministério agora é como os outros, exige alguém com dedicação exclusiva e não há mais motivo para colocar uma figura emblemática lá”. Para o analista político, a hierarquia militar não permite questionamentos O novo ministro da Defesa, Celso Amorim, em quanto à escolha da prereunião com comandantes das Forças Armadas sidenta, que é também a brasileira. uma agenda para os mili- chefe das Forças ArmaNo entanto, para o pro- tares. Só que chegou um das, mas as resistências fessor, o objetivo só foi momento em que a ma- apareceriam com qualquer alcançado quando Jobim nutenção do ministro era nome em função da difiassumiu a pasta. O ex-mi- insustentável”. Diante da culdade dos militares em nistro tinha perfil compatí- situação, de acordo com lidarem com o comando vel com o modus operandi Souza, colocar o vice- civil. “Ele [Celso Amomilitar, com personalidade presidente da República rim] vem para reafirmar forte e pouca flexibilidade, para acumular as funções que o Brasil é uma demoexplicou. “Com Jobim nós - como fez o ex-presidente cracia consolidada. E nas tivemos pela primeira vez Luiz Inácio Lula da Silva democracias consolidadas alguém que era ministro com José Alencar em seu os militares estão subordie que conseguiu impor primeiro mandato - seria nados ao poder civil”.

Brasil desenvolve rede para evitar catástrofes naturais PARA EVITAR QUE as tempestades se tornem catástrofes climáticas, o Brasil está desenvolvendo novas tecnologias, dentre elas, a segunda maior rede do mundo de monitoramento de raios e a maior da região tropical do planeta. A maior dessas redes, atualmente, é a dos Estados Unidos. De acordo com engenheiro Osmar Pinto Júnior, do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Inpe, a rede BrasilDAT, desenvolvida pelo Inpe e pela Eletrobras Furnas, cobrirá, com 75 novos sensores e 33 já existentes, todo o território nacional e irá identificar descargas

elétricas no solo e nas nuvens, associadas às tempestades. A Região Sudeste já está coberta pela rede e a previsão é que as regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste estejam cobertas até julho de 2012. A rede deve custar cerca de R$ 10 milhões aos cofres públicos. O Brasil é recordista em número de raios que atingem o solo em todo o planeta, com cerca de 50 milhões de descargas elétricas por ano, responsáveis pela morte de uma média de 130 pessoas, além de prejuízo de R$ 1 bilhão aos setores público e privado. A cada 50 pessoas que morrem no mundo por causa de raios, uma reside no Brasil.

Internacional Índice de ações europeias cai para o menor nível em dois anos NO PRIMEIRO DIA de negociações após o rebaixamento da nota da dívida dos Estados Unidos, as ações europeias caíram para o menor nível em dois anos. O índice FTSEurofirst 300, que mede o desempenho das principais ações do continente, recuou 3,4% e fechou a segunda-feira (8) em 936 pontos. É o menor valor desde agosto de

2009. Nas bolsas de valores do continente, o dia também foi de pânico. Em Frankfurt, o índice Dax despencou 5,02%, a maior queda entre as bolsas da Europa. A segunda maior retração ocorreu com o índice CAC40, da Bolsa de Paris, que caiu 4,68%. O índice Financial Times, em Londres, fechou o dia com perda de 3,39%.

Beneficiadas pela decisão do Banco Central Europeu (BCE) de comprar títulos emitidos pelos governos locais, as Bolsas da Itália e da Espanha recuaram menos. Em Madri, o índice Ibex35 teve queda de 2,44%. Na Bolsa de Milão, o indicador FTSE MIB cedeu 2,35%. O primeiro impacto da redução da nota da dívi-

da norte-americana foi sentido na Ásia, onde as bolsas também registraram quedas expressivas. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu 2,18%. Em Hong Kong, o indicador Hang Seng cedeu 2,17%. O CSI 300, de Xangai, teve perda de 3,57%. Nas Bolsas de Taipé (Taiwan) e Seul (Coreia do Sul), a retração foi de 3,82%.

Países do G-20 prometem ação coordenada para enfrentar crise OS PAÍSES DO G-20, grupo das 20 maiores economias do mundo, se comprometeram a agir de forma coordenada para impedir a disseminação da crise econômica dos países desenvolvidos por todo o planeta. Em comunicado divulgado segunda-feira

(8), os ministros das Finanças e os presidentes dos bancos centrais do grupo asseguram que tomarão medidas para impedir que as turbulências nos mercados financeiros mundiais tenham impacto sobre o crescimento econômico dos países.

- Nós, os ministros da Fazenda e presidentes dos bancos centrais do G-20, afirmamos o nosso comprometimento em adotar todas as iniciativas necessárias de forma coordenada para apoiar a estabilidade financeira e estimular um crescimento econômico mais

forte, com espírito de cooperação e confiança informou o texto. A nota destacou ainda que as equipes econômicas dos países do G-20 intensificarão o contato nas próximas semanas para tentar retomar a estabilidade e a liquidez nos mercados financeiros.

Cristina Kirchner sofre derrota eleitoral em Córdoba DEPOIS DE SOFRER três derrotas eleitorais em um mês, o governo argentino se prepara para o teste político mais importante até as eleições presidenciais: as primárias amplas, simultâneas e obrigatórias de 14 de agosto. No próximo domingo, pela primeira vez na história, 28 milhões de argentinos vão às urnas para escolher que candidatos disputarão as eleições presidenciais de 23 de outubro. Depois da derrota dos candidatos governistas na capital Buenos Aires e na província de Santa Fé, a província de Córdoba, segundo maior distrito eleitoral depois da pro-

víncia de Buenos Aires, elegeu como governador o peronista Juan Manuel de La Sota. A presidenta Cristina Kirchner não apoiou ninguém, formalmente, nessa eleição. Dez coalizões e frentes partidárias têm candidatos a presidente e vice. Só que cada uma delas apresentou uma única dupla, escolhida a dedo. Sem disputa interna nos partidos, as primárias perderam o sentido. Mas como foram mantidas e o voto é obrigatório, as primárias estão sendo consideradas uma espécie de pré-eleição. Estima-se que os eleitores votarão, já nas primárias, no partido que querem ver no poder.

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Interessados no trem-bala querem proteção contra câmbio ABR/FABIO RODRIGUES POZZEBOM

A ATUAL CRISE cambial é a principal preocupação dos investidores estrangeiros no projeto do trem de alta velocidade. Os empresários gostariam que o governo adotasse medidas de proteção cambial para evitar que as oscilações da moeda comprometam o projeto, uma espécie de hedge cambial, que poderia ser adotado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Ninguém sabe o que vai acontecer com o câmbio nos próximos anos, então eles têm colocado isso como uma variável que gostariam que a gente analisasse: a possibilidade de criar defesas para isso no projeto”, explicou o diretorgeral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo. Segundo Figueiredo, a decisão do governo sobre o assunto deve sair até o fim do mês. Além do Ministério dos Transportes, as medidas serão avaliadas pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento e pela Casa Civil. Empresários de diversos países interessados em par-

ticipar do leilão têm frequentado a sede da ANTT, em Brasília. Na última semana, foram duas reuniões com duração de quatro a cinco horas, com representantes japoneses e para os próximos dias são esperados empresários franceses e espanhóis. Também estão interessadas no projeto empresas da Alemanha, China e Coreia. Segundo Figueiredo, o objetivo das reuniões é explicar a nova metodologia da licitação. “É uma maratona intensiva, estamos estressando o modelo com os

interessados para ver se tem alguma coisa que exclua alguém. A ideia é um processo competitivo, que não exclua nenhum investidor.” No início de julho, o governo decidiu dividir a licitação do projeto em duas etapas: a primeira vai definir a tecnologia e o operador do trem-bala e a segunda escolherá a empresa responsável pela construção do projeto. Bernardo disse que o preço-teto da passagem do trem-bala não será alterado, mas, segundo ele, o custo do investimento pode

cair por causa da falta de oportunidades no mercado internacional. Apesar de acreditar que a obra não terá atrasos significativos, o diretor da ANTT disse que o governo pode dar mais tempo para a conclusão do empreendimento se for necessário. “Não vamos condicionar o projeto a prazos. Se tivermos que dar mais prazo para não ter problemas, a proposta é dar mais prazo”. A expectativa é iniciar a obra no começo de 2013 e o prazo de conclusão é de seis anos.

Ônibus interestaduais: Primeiras licitações sairão até o fim do ano O GOVERNO vai divulgar esta semana os documentos sobre a primeira licitação de linhas de ônibus interestaduais, que tem como objetivo racionalizar o sistema para as empresas e melhorar os serviços para os usuários. Desde 2008, quando venceram as permissões das empresas, elas operam com autorizações especiais. “O sistema nunca foi licitado, sempre operou à margem da regulação. Queremos garantir que os compromissos de serviços serão cumpridos e uma profissionalização dos operadores, para que o setor possa atrair

investidores”, disse o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Bernardo Figueiredo. O tema deve ser colocado em audiência pública e a licitação para linhas de longa distância deve acontecer no início do ano que vem. As linhas de curta distância devem ser leiloadas no segundo semestre de 2012. Segundo Figueiredo, os usuários vão começar a sentir as mudanças gradualmente a partir de 2013, pois haverá um prazo de adaptação para as empresas. As 2 mil linhas de ônibus existentes atualmente

foram organizadas em 18 grupos. Hoje existem 250 operadores, que devem ser reduzidos para menos de 60. A ANTT vai exigir que a idade média da frota, que hoje é de 14 anos, seja de 5 anos, sendo que os ônibus não podem ter mais de dez anos. Além de exigências de segurança e conforto, o passageiro será beneficiado com mais informações sobre os horários das linhas, já que os ônibus serão rastreados. Os terminais e pontos de parada deverão atender a condições de acessibilidade. Segundo Figueiredo, no próximo mês, o go-

verno deverá leiloar a BR-101 no Espírito Santo e, até o fim do ano, a BR-040 e a BR-116 em Minas Gerais. Para ele, a recente crise no setor de transportes, que resultou na demissão do ministro dos Transportes e de diversos diretores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) pode valorizar as concessões de rodovias no país. “Pode ter uma percepção de que talvez o caminho da concessão ajude a agilizar a execução dos investimentos e minimizar os impactos nas contas públicas”, avaliou.

Empresários querem juros menores para evitar impactos da crise O PRESIDENTE DO Conselho Empresarial da América Latina, Ingo Plüger, disse segundafeira (8) que, para combater os impactos da crise financeira internacional sobre o Brasil, é necessário que o Comitê de Política Monetária (Copom) reduza os juros, na próxima reunião. Plüger defendeu também que o governo acelere as negociações em favor da reforma tributária e da distribuição dos recursos provenientes do pré-sal. “Não tem como imaginar que não vamos sofrer os impactos da crise, os preços dos produtos receberão os efeitos, as-

sim como a taxa de juros também. É preciso reagir”, disse Plüger à Agência Brasil. “O Banco Central e o governo têm reagido com agilidade e em curtíssimo tempo. A expectativa é que o Banco Central abaixe os juros e o governo defina por mais medidas de incentivos.” Segundo Plüger, o momento é o ideal para o governo defender as medidas referentes à reforma tributária, incentivando a competitividade do empresariado que sente os efeitos da crise, e mais a distribuição de recursos advindos da exploração de petróleo na camada pré-sal. “O momento da

crise é o ideal para a reação. A situação é de prudência e ação”, sugeriu ele. Exatamente como na última sexta-feira (5), as bolsas asiáticas voltaram a registrar fortes quedas. Nem mesmo os anúncios feitos por países do G7 (grupo dos mais industrializados e desenvolvidos do mundo) e pelo Banco Central Europeu de investimentos acalmaram, até o momento, o mercado financeiro na Ásia e na Europa. Porém, Plüger advertiu que, apesar dos esforços do Banco Central Europeu e os anúncios do G7, a semana no mundo será “tensa”.

“Será uma semana de muita expectativa. Vamos ter de aguardar para observar as reações às medidas e aos movimentos das Bolsas de Valores e das moedas.”, disse ele. Segundo o presidente do Conselho Empresarial da América Latina, os limites estão sendo testados. “É um momento que não é fácil. Como todos estamos interligados nesta grande família financeira, temos de estar todos atentos. No caso do Brasil, como disse o ministro Guido Mantega [da Fazenda], estamos navegando mais ao lado do que no meio desta crise”, disse Plüger.

Superávit comercial da primeira semana de agosto fica em US$ 1 bi O MÊS DE AGOSTO começou com superávit comercial, exportações maiores que importações, de US$ 1,054 bilhão, informou nesta segunda-feira (8) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Na primeira semana do mês, as exportações ficaram em US$ 5,836 bilhões, com média por dia útil de US$ 1,167 bilhão. As importações che-

garam a US$ 4,782 bilhões (média por dia útil de US$ 956,4 milhões). De janeiro até a primeira semana de agosto, o superávit comercial está em US$ 17,140 bilhões, ante US$ 10,169 bilhões registrados em igual período de 2010. As exportações ficaram em US$ 146,391 bilhões, com média diária de US$ 975,9 milhões, no acumulado deste ano.


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