OJB EDIÇÃO 33 - ANO 2025

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ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901

Notícias do Brasil Batista

Vocação e Missão

Artigo lembra que todos nós temos um campo missionário para compartilharmos o Evangelho

Mulheres em campo

UFMBB promove viagem missionária para Lima, capital do Peru

Notícias do Brasil Batista Saúde de Corpo e Alma

Centenária

Igreja Batista Brasileira, em Aracaju - SE, completa 100 anos de história

Clínica Pastoral

Coluna destaca a importância do cuidado na vida do pastor em diversas áreas pág. 05

Reflexão

EDITORIAL

No terceiro domingo de agosto, celebramos o Dia do Jovem Batista, uma data especial para reconhecer, incentivar e lembrar a juventude Batista de seu valor, chamado e missão no Reino de Deus. E neste ano, somos convidados a olhar para a vida com outros olhos: olhos que veem o extraordinário onde muitos só enxergam o comum.

Quando pensamos no extraordinário, é natural associarmos essa palavra a eventos grandiosos: milagres que desafiam a lógica, conquistas históricas, testemunhos que impressionam. Mas, ao fazer isso, corremos o risco de negligenciar o extraordinário que se revela, diariamente, no ordinário da vida.

Dia do Jovem Batista

Jesus, nosso maior exemplo, viveu cercado de milagres, mas também viveu como um homem simples, em uma terra comum, com necessidades comuns e tarefas cotidianas. Sua glória não foi diminuída por sua humanidade; ao contrário, foi por meio dela que nos ensinou o valor da fidelidade nas pequenas coisas.

A juventude Batista, espalhada por Igrejas de todo o Brasil, é chamada a viver esse mesmo tipo de vida: uma vida onde cada respiração, cada café compartilhado, cada conversa sincera, cada gesto de serviço pode se tornar um altar de adoração. Como diz o salmista, “tudo está a serviço dos Teus planos” (Salmos 119.91b). Nada é desperdiçado quando é entregue nas mãos de Deus.

Ser jovem e Batista é, sim, sonhar alto, se mover com paixão, servir com energia e buscar transformação. Mas é também cultivar disciplina, ser bom mordomo do tempo, ser diligente nos estudos, generoso nas amizades, fiel na rotina. É entender que a missão começa em casa, na escola, no trabalho, na Igreja — e que o Reino de Deus é edificado tanto nos grandes eventos quanto nas decisões diárias de viver com propósito.

O apóstolo Paulo nos exorta em Colossenses 3.16-17 a deixar que a Palavra de Cristo habite ricamente em nós, e a fazer tudo — tudo mesmo — em nome de Jesus. Esse “tudo” inclui o que fazemos em comunidade, como aconselhar e ensinar com sabedoria, e também o que fazemos sozinhos,

como orar, estudar, servir, descansar. Jovem Batista, sua vida pode parecer comum aos olhos do mundo, mas nas mãos de Deus ela carrega o peso do eterno. Não espere os grandes palcos para viver com intensidade. O extraordinário já está presente — na graça que sustenta, na paz que consola, na sabedoria que guia, na comunhão que fortalece.

Neste Dia do Jovem Batista, celebramos você: que cultiva fé na rotina, que busca a Deus nos detalhes, que se dedica ao Reino com coragem e simplicidade. Que sua vida continue sendo um testemunho do extraordinário poder de Deus que se manifesta, dia após dia, nas coisas mais simples — e, por isso mesmo, mais profundas. n

O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901

INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

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ARTE: Oliverartelucas

IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda A TRIBUNA

Obediência aos pais - prova de amor dos filhos

Borges Júnior

pastor de Família na Igreja Batista do Barro Preto, em Belo Horizonte - MG

O relacionamento entre pais e filhos deve ser baseado no amor. Pais que amam seus filhos criam-nos dentro de limites saudáveis. Filhos que amam seus pais são obedientes a eles. A obediência aos pais é uma prova de amor dos filhos. Para que os corações de pais e filhos permaneçam unidos, obediência e amor devem caminhar juntos. O amor dos filhos nasce do temor reverente aos pais por exercerem a função sagrada de cocriadores. A disciplina dos pais está baseada no ato de amor de quem investe tudo naqueles que reconhecem como filhos. O sábio do Livro de Provérbios aconselha: “porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem” (Pv 3.12). Em Israel, “os pais faziam parte da

estrutura de autoridade estabelecida por Deus, tendo recebido de Deus a tarefa de gerar filhos e criá-los no caminho do Senhor e, portanto, assim como Deus, merecendo o respeito devido” (comentário bíblico africano). Como representantes de Deus, os pais deveriam ser respeitados (Levítico 19.3). O desprezo aos pais era causa de maldição (Deuteronômio 27.16) e quem amaldiçoasse o pai ou a mãe era punido com a morte (Êxodo 21.17). Filhos contumazes e rebeldes deveriam ser exterminados (Deuteronômio 21.1821). O objetivo era proteger a família e gerar temor em toda a comunidade. Deus estabeleceu na Lei um mandamento aos filhos: “Honra teu pai e tua mãe, para que tenhas vida longa na terra que o SENHOR teu Deus te dá” (Êx 20.12). Este é O “primeiro mandamento com promessa” (Efésios 6.2). Mas para que sejam alcançados pelos efeitos práticos da promessa

embutida neste mandamento, desde a tenra idade os filhos precisam aprender com os pais o caminho da obediência. “Instrui a criança no caminho em que deve andar, e mesmo quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6). “Instrução” neste texto significa treinamento e “caminho” refere-se a estilo de vida. Os pais são responsáveis por moldar o modo de viver, criando os filhos “na disciplina e admoestação do Senhor” (Efésios 6.4). Quando estiverem “sobre si”, os filhos darão continuidade a esta caminhada assumindo as responsabilidades por suas escolhas.

O modelo supremo de obediência em amor nas Escrituras é o próprio Senhor Jesus Cristo. Ele ouviu do Pai: “Este é o meu Filho amado, de quem me agrado” (Mt 3.17). Na condição de servo foi obediente no cumprimento da sua missão: “e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tor-

A formação cristã do jovem Batista da geração Z: caminhos para impactar o presente e inspirar o futuro

nando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.8). Ele ensinou que obediência é prova de amor: “Aquele que tem os meus mandamentos e a eles obedece, esse é o que me ama. E aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele” (Jo 14.21).

Confiando unicamente em Jesus e seguindo o Seu exemplo, os filhos devem provar seu amor pela obediência. Primeiro, reconhecendo a autoridade outorgada por Deus aos pais. Segundo, valorizando sua experiência de vida. Terceiro, respeitando os limites necessários à harmonia do lar. Quarto, evitando que as amizades sejam mais influentes do que a família. Quinto, dedicando tempo de qualidade para aprofundar o relacionamento. Com esta postura, os filhos manterão seus corações abertos para amar e poderão caminhar mais próximos dos pais a quem devem obediência. n

Andreia Cristina Ramos

Extraído de www.oecbb.com.br

Os jovens Batistas da Geração Z possuem um potencial missionário e transformador expressivo. Sua fluência digital, combinada com o desejo por autenticidade e justiça, pode renovar a prática e a missão da igreja. Mais do que consumidores de conteúdo, esses jovens podem ser criadores de espaços digitais de fé, acessíveis e autênticos. Como escreveu N.T. Wright (2007): “A missão da igreja não é apenas salvar almas para o céu, mas também trazer o Reino de Deus à terra, agindo por justiça e transformação no presente”.

Esse chamado redefine o papel dos jovens Batistas: eles são agentes do Reino em seus contextos. A fé que pro-

fessam precisa gerar ações concretas de justiça, bondade e amor. A educação cristã precisa ser formadora de consciência missionária integral. Isso implica estudar as parábolas de Jesus e aplicá-las à realidade atual: racismo, pobreza, política, exclusão e meio ambiente. A fé é profética e responsiva.

A juventude, segundo Farias (2019), “busca instituições que reflitam seus valores e demonstrem compromisso genuíno com a transformação da realidade”. Isso não é moda ou ativismo vazio: é sede por uma fé coerente. Bonhoeffer também alerta: “Graça barata é a pregação do perdão sem exigir arrependimento… é graça sem discipulado”. Jovens precisam ser desafiados a um cristianismo profundo, que não fuja do sofrimento, nem simplifique o evangelho.

A teologia Batista, ao valorizar a autonomia e o sacerdócio universal, oferece oportunidades concretas de protagonismo. Jovens podem liderar ministérios, plantar Igrejas, servir com criatividade. Timóteo e Tito foram jovens pastores que receberam de Paulo exortações sérias: “[…] prega a palavra, insiste a tempo e fora de tempo, […]” (II Tm 4.2); “Que a tua conduta seja exemplar em tudo; […]” (Tt 2.7). A liderança jovem é bíblica, urgente e necessária.

As celebrações da juventude promovidas pela Convenção Batista devem ser mais que eventos: devem ser espaços formativos, que inspirem, ouçam e mobilizem os jovens para uma espiritualidade encarnada.

Finalmente, Mateus 5.16 nos orienta: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam

as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está no céu”. A luz da juventude batista precisa ser acesa e refletida com coragem, criatividade e santidade. A educação cristã é o instrumento para tal formação.

Bibliografia

BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado. São Leopoldo: Sinodal, 2004. FARIAS, Lúcia. Juventude Brasileira e Religião. Religião & Sociedade, v. 39, n. 1, p. 75-92, 2019.

KELLER, Timothy. A Fé na Era do Ceticismo. São Paulo: Vida Nova, 2009.

WRIGHT, N. T. Surpreendido pela Esperança. São Paulo: Ultimato, 2007.

Bíblia Sagrada. Versões NAA e Almeida Século 21. n

Jovem, aliste-se ao exército de Cristo!

A denominação Batista separa o 3º domingo de agosto como o Dia do Jovem Batista. E quão importante é essa fase na vida de todos e da igreja também!

A ansiedade toma conta do adolescente quando este completa a maioridade, com seus 18 anos. A sensação de liberdade, de “fazer o que se quer”, parece tomar conta de sua existência!

Na idade jovem, é hora de prestar contas e apresentar-se às Forças Armadas do país (para o sexo masculino, obrigatoriamente). Alguns sonham com a carreira militar, e outros têm verdadeira aversão a essa ideia!

Se refletirmos bem, a vida cristã não está muito longe dessa concepção. Nós somos convocados neste mundo para pertencer ao “exército de Cristo”. E dessa “tropa” temos o maior prazer em fazer parte!

“Porque muitos são chamados,

mas poucos escolhidos” (Mt 22.14). O nosso Deus convoca diversos homens e mulheres que, ao longo da vida, parecem desertar, fugir ou desanimar. Ao menor sinal de derrota, desistem da batalha!

A juventude é uma fase da vida em que a força, a vontade de fazer e o gás parecem não acabar nunca. Mas também é uma fase muito instável, quando o jovem está bem hoje e, nas trincheiras, no fosso, amanhã.

Existe um antigo cântico que dizia: “O nosso general é Cristo, seguimos os seus passos e nenhum inimigo nos resistirá.” Ele não nos deixa sozinhos na guerra deste mundo. Ele está conosco, na frente da batalha!

Será que somos desertores neste exército ou temos persistido até o fim nesta luta? Salmo 27.3 diz: “Ainda que um exército me cercasse, o meu coração não temeria; ainda que a guerra se levantasse contra mim, nele confiaria.”

A força da juventude, quando em-

pastor & professor

de Psicologia

Com Cristo, vencemos o mundo

“Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33).

O grande inimigo da obra divina é Satanás. Por isso, antes de voltar para os céus, Jesus Cristo ensinou Seus discípulos sobre a postura que eles devem assumir para garantir a vitória que somente o Senhor dos senhores pode nos dar: “Eu venci o mundo” (Jo 16.33).

pregada nas coisas do mundo, faz diferença. Imagine, então, se todos estivessem unidos e nas fileiras dessa batalha, tendo JESUS CRISTO como nosso comandante! Seria ganhar bên-

Ao finalizar a primeira carta que escreveu aos discípulos de Jesus, o apóstolo João revelou: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo está debaixo do poder do maligno. Sabemos também que o Filho de Deus já veio e nos deu entendimento para conhecermos o Deus verdadeiro. A nossa vida está unida com o Deus verdadeiro, unida com o Seu Filho, Jesus Cristo. Este é o Deus verdadeiro, e esta é a vida eterna” (I Jo 5.19-20).

çãos sem fim!

JOVEM, não pense duas vezes, aliste-se e siga no exército de Cristo e colha vitórias em sua vida e para todo o “pelotão cristão” do nosso Deus! n

Vivendo o extraordinário nos estudos

Vital

“Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10)

O Piauí, lugar onde vivo desde que nasci, me alegra quando se trata de ensino. Apesar dos desafios – falta de estrutura, evasão e desigualdade –, o estado se destaca no ensino básico e em exames nacionais. Isso reflete como o estudo é visto como caminho de transformação social, algo visível nos outdoors espalhados pelas cidades, celebrando aprovações, concursos e universidades.

Mas, ao mesmo tempo, isso me faz refletir, pois o que deveria ser meio, muitas vezes, vira fim. O estudo se torna o centro da vida de muitos jovens, gerando crises emocionais, perda de

propósito e identidade. Isso revela uma sociedade marcada pela cultura da performance, onde nosso valor é medido pelas conquistas e pela necessidade constante de provar que somos bons. Essa, infelizmente, tem sido a forma “extraordinária” de viver nos nossos dias.

Diante disso, como cristãos, precisamos olhar para essa realidade com outros olhos. A lógica da performance não se sustenta, e não é para ela que fomos chamados. Jesus, em Mateus 6, nos ensina a orar: “Venha o teu Reino, seja feita a tua vontade, na terra como é no céu.” O Reino é, de fato, o modo extraordinário de viver. E isso transforma todos os âmbitos da nossa vida – inclusive os estudos.

O extraordinário não se resume a grandes conquistas, mas também se revela quando abrimos um livro, resol-

vemos um problema ou perseveramos em meio ao cansaço – tudo isso feito no nome de Jesus. Algo aparentemente comum como os estudos pode ser extraordinário quando colocado a serviço de Deus.

Antes de pensar na performance acadêmica, precisamos pensar no Reino, entendendo que vivemos para a glória de Deus, e não para nós mesmos. Afinal, todas as coisas estão a serviço do Senhor (Salmo 119.91). Por isso, devemos desejar que o Reino venha até nós e se torne a nossa principal busca, para que, então, as demais coisas sejam acrescentadas (Mateus 6.33). Nosso valor, identidade e propósito não estão na quantidade ou qualidade do que fazemos, mas em quem somos aos olhos de Deus. Ainda assim, tudo o que realizamos – inclusive o estudo – deve ser feito com propósito, para a glória do nosso

Senhor e para a propagação do Seu Reino.

Importa aqui perguntar: qual espaço de valor o estudo tem ocupado em nossas vidas? Será que temos perdido as ricas oportunidades que o próprio estudo nos dá de proclamar o Reino de Deus? Antes de qualquer reconhecimento ou desenvolvimento acadêmico, devemos refletir: “O que Deus pode fazer de mim aqui, no lugar que ocupo na prática dos estudos?”. É vivendo assim que coisas extraordinárias começam a acontecer em nós e através de nós, nos dias comuns.

Deus quer tudo de nós, inclusive que sejamos bons mordomos onde estivermos, em qualquer situação. Estudar não nos exclui desse chamado; pelo contrário, é uma oportunidade de servir fielmente com o que temos e onde estamos. n

Rogério Araújo (Rofa) colaborador de OJB
Olavo Fe ijó
Giselle
Nordeste

Missão e vocação

Diogo Carvalho

pastor, gerente de Desenvolvimento na Junta de Missões Nacionais

Em um ato de amor gratuito, Deus criou um universo bom (Gn 1.10,12,18,21,25) e uma humanidade muito boa (Gênesis 1.31). Os seres humanos, ponto culminante da criação, foram feitos para glorificar e conhecer a Deus, e, assim, encontrar plena satisfação nele. Contudo, a queda impossibilitou esse convívio e deformou todo o universo. Porém, ainda em Gênesis, há a promessa de que um ser humano (semente da mulher) esmagaria a cabeça da serpente (Gênesis 3.15), ou seja, desfaria as obras do diabo (I João 3.8), proporcionando a reconciliação do ser humano com Deus e a restauração de todas as coisas. Esse grandioso plano redentivo — que os missiólogos chamam de Missio Dei, ou Missão de Deus — não se concretizou de imediato, mas foi se desdobrando na história. Deus realizou esse plano tanto por sua ação direta quanto por meio de homens por Ele comissionados, como Abraão, Moisés, os reis e os profetas. Na plenitude dos tempos, o Pai enviou o Filho ao mundo para que, por sua morte e ressurreição, o ser humano fosse reconciliado com Ele — sob a condição de arrependimento e fé no evangelho (Marcs 1.15). Por fim, o Filho incumbiu a Igreja, capacitada por seu Espírito, da tarefa de convocar as nações ao arrependimento e à fé e, consequentemente, à vida plena com Deus (Lucas 24.46-47; João 10.10).

O ato enviador do Filho, em todas as suas versões — Mateus 28.18-20, Marcos 16.15, Lucas 24.46-49, João 20.21-23 e Atos 1.8 —, constitui o cerne da missão da Igreja, a qual chamamos de A Grande Comissão. Ao cumprir essa missão, a Igreja antecipa e sinaliza a restauração de todas as coisas, especialmente da nova humanidade em Cristo (Efésios 1.9-10).

A Grande Comissão será finalmente cumprida quando, por meio da prega-

ção e feitura de discípulos em escala global, um povo redimido, de todas as nações, for reunido para Deus, a fim de viver em comunhão plena com Ele por toda a eternidade, em uma criação inteiramente renovada (Apocalipse 21.1).

E como Deus coloca em ação todo esse glorioso plano? Como vimos, há obras que Ele realiza diretamente — como os extraordinários sinais feitos por Ele por ocasião da libertação do povo do Egito (Êxodo 7.3-6) ou na futura recriação de céu e terra (Apocalipse 21.1-5) —, e há outras que Ele realiza por meio da instrumentalidade humana, como na Grande Comissão. É nesse segundo caso que entra a vocação cristã, em suas duas modalidades, como veremos.

Vocação geral e vocação especial

A Bíblia revela um Deus que convida seu povo a participar de vários aspectos de seu plano redentivo universal. Como ensina Ronaldo Lidório, “a Igreja de Cristo é toda chamada (vocacionada, convocada) para a salvação, santidade, comunhão e missão. Neste sentido, todos os redimidos em Cristo são vocacionados”1. Portanto, nenhum salvo em Cristo pode dizer que não foi chamado à missão ou que não possui uma vocação. Que fique bem claro: todo cristão — ainda que não exerça funções de liderança ou ministério na Igreja — é chamado para ser testemunha (Atos 1.8), sal, luz e fermento (Mateus 5.13-16; 13.33), bem como para evangelizar e fazer discípulos onde Deus o colocar, fazendo desse lugar seu campo missionário. Isso inclui a família, a vizinhança, o mundo do trabalho e dos negócios e qualquer outro espaço onde a missão se fizer necessária.

Ao mesmo tempo, a Bíblia também mostra que Deus chama pessoas de maneira especial para propósitos específicos — como foi o caso de 1 LIDÓRIO, Ronaldo. Vocacionados. Viçosa, MG: Ultimato, 2014, p. 9.

Abraão, Moisés, Josué, Pedro, Paulo, entre outros. Como afirma Lidório, essa vocação ministerial, voltada para o exercício de funções específicas, “se baseia nos dons que Cristo distribuiu em sua Igreja para que ela seja edificada e cumpra a sua missão”2. Entre essas funções, destacam-se o plantio de igrejas e o serviço missionário em áreas como o campo social, educacional ou da saúde.

Ambos os sentidos de vocação (geral e especial) devem convergir, enfim, para o cumprimento da Grande Comissão, que é a parte que cabe à Igreja no desenrolar do enredo da redenção, no período entre a ascensão de Cristo e o seu retorno. Essa é a nossa missão e o nosso chamado comuns.

“Missionário”: uma palavra, dois sentidos

Tendo um chamado e uma missão comuns, podemos dizer, com segurança, que todos somos vocacionados e todos somos missionários. Como disse Charles Spurgeon, em sua célebre frase, “todo cristão ou é um missionário, ou um impostor”. Se isso é verdade — e sabemos que é —, então temos um problema: como distinguir aqueles que deixam sua terra para falar de Jesus em outro lugar? Deveríamos concluir que a visão tradicional — segundo a qual missionário é apenas quem atravessa fronteiras — está simplesmente equivocada? A resposta não é simples. Eu diria que “sim” e “não”.

Sim, porque esse antigo modo de entender a vocação missionária tende a minimizar a vocação geral, levando os crentes a se enxergarem como meros espectadores da missão, e não como agentes dela. E eu responderia “não” porque ainda haverá lugares, especialmente no campo transcultural, onde será necessário o envio de missionários com uma vocação específica. Ou seja, precisamos tomar cuidado para não anularmos a vocação geral, 2 Vocacionados, p. 11.

de um lado, nem menosprezarmos a especial, de outro. Devemos ajudar todo cristão a se ver como missionário e, ao mesmo tempo, enviar, sustentar e honrar aqueles que se dispõem a ir aos confins da terra, em obediência à ordem de Cristo — tradicionalmente chamados de missionários3. Ambos os sentidos de ser um missionário são formas legítimas de engajamento na Missão de Deus.

Não existe “tanto faz” se você é um vocacionado para ir mais longe

Deus está em missão, e nós também. Seja qual for o nosso lugar, é ali que Deus deseja nos usar para testemunhar, evangelizar e fazer discípulos. Se você é um profissional, empresário ou servidor público, o seu ambiente de trabalho já é o seu campo missionário. O mesmo vale para o seu círculo social em geral. Somos chamados a ser agentes do Reino de Deus por onde quer que passemos, durante toda a nossa vida.

No entanto, se você sente que Deus o está chamando para ocupar um lugar específico na seara, seja nacional ou internacional, não pense que tanto faz ir ou ficar. Busque aconselhamento com seus líderes e comece por sua Igreja local. Antes de qualquer agência missionária, são a sua Igreja, seu pastor e seus líderes que precisam reconhecer a sua vocação. Depois, teste seu chamado aos poucos, por meio de viagens missionárias de curta duração. Prepare-se para servir com excelência. Busque capacitação nos cursos oferecidos pelas Juntas Missionárias e pelos seminários Batistas. Confie que Deus conduzirá seus passos até o campo exato onde Ele deseja que você esteja. Apenas seja paciente com o processo — e obedeça. Ele é fiel! n

3 Já me deparei com tentativas de substituir o consagrado termo “missionário”, mas nenhuma delas me pareceu razoável. A meu ver, teremos de conviver com um só termo para dois sentidos.

O extraordinário na sociedade em tempos de pós-verdade

“Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem, e vê.” (Jo 1.46)

Há quanto tempo você não se sente sem fôlego ao contemplar algo belo? Em tempos de instantaneidade, vídeos curtos, alimentos rápidos, áudios acelerados e afins, cada vez menos temos encontrado força para contemplar, nos apaixonar pela beleza, nos deixar invadir por sua grandeza e encontrar fôlego para continuar o dia. Essa reação de surpresa e “paralisia” ao olhar para uma obra de beleza única é o que podemos chamar de encantamento. Esse tipo de encantamento foi justamente o que desencadeou um extraordinário processo de multiplicação de discípulos, impulsionado pelo relacionamento com Jesus e seus seguidores. Um movimento que, apesar do mundo em caos, possibilitou a perseverança.

No primeiro capítulo do Evangelho de João, somos apresentados, antes de tudo, àquele que estava lá na eternidade passada – o Verbo – e essa apresentação nos convida a enxergá-lo como Deus, sustentador de tudo e aquele para quem todas as coisas foram criadas. Além disso, somos levados a contemplá-lo como homem – o Deus encarnado – Aquele em quem se via glória.

A partir do relato da encarnação de Cristo, sob uma perspectiva extraordinária que une a transcendência do tempo em ser Deus com a imanência da carne em ser homem, o evangelista apresenta Jesus sendo visto e contemplado por seu primo, João Batista, e, em seguida, por alguns daqueles que seriam seus discípulos: primeiro por dois dos discípulos do próprio João Batista, que vão e veem; depois por Simão e Filipe e, por fim – neste capítulo – por Natanael, que também foi e viu que, de Nazaré, sim, podia sair algo de bom.

Neste trecho, é possível perceber um convite do evangelista para que o

leitor se maravilhe com a beleza que Cristo revela em ser Deus conosco –manifestando sua grandeza – enquanto cada personagem se encanta à medida que se aproxima e o contempla.

Há muitos, neste momento, que já não acreditam que ainda exista algo belo para ser contemplado. Outros depositam suas esperanças nos recursos e ferramentas deste mundo – sejam políticos, influenciadores, vidas plásticas e digitais, títulos ou dinheiro – em um tempo em que os sentimentos valem mais que os fatos, e a verdade é moldada pela conveniência, não pela realidade. Há ainda os que não acreditam sequer que vale a pena continuar vivendo.

De um jeito ou de outro, para todos eles, não há esperança que sobreviva à primeira decepção, e parece não haver razão para vislumbrar um futuro diferente do caos e da dor presentes.

Assim como, à primeira vista, contemplar o Messias representava a libertação do sofrimento e o sinal de que Deus não havia se esquecido de

seu povo, cada discípulo de Jesus é convidado a compartilhar do encantamento de ver que há “coisas maiores que essas” para serem vistas. Em Cristo, encontramos forças para continuar. Nele, podemos nos encantar com sua grandeza, ser invadidos por sua beleza e, então, movidos a multiplicar uma razão de viver.

Contemplar o extraordinário não significa testemunhar grandiosos milagres diariamente – ainda que isso seja possível –, pois não seria suficiente. Nesta terra, ainda que uma ferida se cure, outra surgirá. No entanto, o Extraordinário suficiente e completo para dar forças para perseverar é Jesus, mesmo num tempo em que até a própria instituição religiosa é descredibilizada.

Ele é o Extraordinário que extrapola, surpreende, encanta e nos move. E é a respeito dele que cada um de seus seguidores é chamado a gastar a vida, compartilhando sua glória e, assim, multiplicando esperança e vida eterna. n

vermelho vibrante em que Deus a pintou.

tras palavras, a arte não precisa ser ‘fotográfica’.”

“Faça romãs de fios de tecido azul, roxo e vermelho em volta da borda do manto, intercaladas com pequenos sinos de ouro” (Êx 28.33).

Em julho de 2011, fui voluntário do Jesus Transforma na cidade de Ouricuri, no Sertão de Pernambuco. Em alguma altura daquelas duas semanas naquela região, a minha parceira missionária tossia muito e, em uma das casas que visitamos, nos ofereceram uma romã, que deveria curar sua garganta. Foi a primeira vez que vi e provei a fruta, naquele

Anos antes de Ouricuri, o mesmo Deus pediu que a capa do sacerdote fosse bordada com romãs azuis, púrpuras e vermelhas. Schaeffer, em “A Arte e a Bíblia” (1973), me chamou a atenção para um detalhe curioso nesse texto:

“Na natureza, as romãs são vermelhas; porém, estas romãs deveriam ser azul, púrpura e carmesim. Púrpura e carmesim podem ser variações de tonalidade no amadurecimento de uma romã, mas azul, não. [...] há liberdade para se fazer algo a partir da natureza, que seja distinto dela e que possa ser levado à presença de Deus. Em ou -

Schaeffer pede ao cristão que não se sinta culpado em usar sua imaginação. Afinal, o tabernáculo e suas romãs azuis são prova da liberdade artística de Deus; os livros poéticos são cheios de, bem, poesia; Jeremias exibe sua imaginação iniciando cada versículo das suas Lamentações com uma letra do alfabeto hebraico; no capítulo 16 de seu livro, Ezequiel encena um teatro para entregar sua profecia; e nenhum exemplo de criatividade a serviço do Reino será tão sublime quanto as parábolas de Jesus.

“A vida espanca e esmaga tua alma, e a arte te lembra que você tem

uma”, disse a atriz Stella Adler, e a dureza mecânica do cotidiano não raro tenta nos roubar o brilho de levantar da cama de manhã. Nesses dias frios e cinzentos, a boa arte é sol e cor. E não há arte tão boa quanto aquela que alivia a mente, aquece o coração e ainda é pincel para o Espírito que restaura a alma.

Cristãos não devem ter medo da criatividade. Não precisamos nos contentar só com coisas funcionais e pragmáticas. Não somos máquinas. Precisamos de beleza e imaginação. Uma música de poesia profunda. Uma poesia de beleza singela. Uma romã de azul impossível. Toda beleza infinita de um Deus criativo. n

Geandre Moret Nordeste

O campo missionário dos Promotores de Missões é a igreja!

Jemima Barbosa missionária voluntária e promotora de Missões

Meu nome é Jemima Rogério Barbosa e sou membro da Primeira Igreja Batista de Campo Grande, no Rio de Janeiro. Sou promotora de Missões e atuo também como missionária Mobilizadora Voluntária e Radical+ na Cristolândia Masculina em Campo Grande - RJ.

Durante o Acampamento Nacional de Promotores de Missões 2025, eu servi na equipe de check-in e na que preparou o encontro. Felizmente, isso me permite conectar com outros Promotores quase todo o tempo e, assim, posso compartilhar das alegrias e necessidades do campo deles (a igreja), e orar, apoiar e aconselhar. Perceber que todos passam por situações semelhantes e poder confortá-los com minha experiência é algo que dá a sensação do dever cumprido.

A mensagem de abertura do pas tor Fabrício, sobre Calebe e o quan to ainda falta conquistar, trouxe um novo alento sobre o que Deus quer fazer em mim e através de mim. Ver os promotores segurando as cordas do nosso poço cenográfico com presteza e entusiasmo, aceitando o chamado para sustentar os missionários, trouxe a firmeza de que a obra missionária vai avançar pelo compromisso dos missionários Promotores e que a Campanha 2025 será a “Campanha Inigualável”, conforme apelidamos na Mobilização.

Acesse: www.missoesnacionais. org.br/campanha e confira todos os conteúdos preparados para a Campa nha Minha Pátria para Cristo!

Igreja Batista Brasileira de Aracaju - SE celebra 100 anos

“Celebrando nossa história, unidos pela fé” foi o tema da celebração do centenário.

Paulyne Souza superintendente da EBD da Igreja Batista Brasileira de Aracaju - SE

A história da denominação Batista em Sergipe evidencia a organização, ainda no século XX, da Primeira Igreja Batista Brasileira de Aracaju - SE, oficializada em 08 de julho de 1925, com 61 membros demissoriados da Primeira Igreja Batista de AracajuSE, fato sempre que rememorado nos lembra a fundação da denominação neste estado pelos fiéis e determinados membros da igreja Batista de Penedo - AL.

O tempo, senhor da história, para alguns muitas vezes se apresentou célere em outras ocasiões de forma indolente, deixando marcas visíveis das dificuldades enfrentadas de todos os matizes em meio às incontáveis vitórias que o Senhor da Seara concedia dia após dia ao povo que ele organizou em Igreja. Depois, o próprio tempo a fez conhecida como Igreja Batista Brasileira de Aracaju - SE e neste trajeto centenário muitos líderes passaram por seu pastorado, a exemplo de: Adrião Onésimo Bernardes, Amadeu Santos, José Zeferino de Sousa, Manoel de Araújo Góes, Albérico Alves de Sousa, David Mein, José Bernardo de Oliveira, Hercílio Arandas, Benilton Carlos Bezerra, Wandir Lobo Bonfim, Josué Costa, Doutor Elmer Maurice Treadwell, José Carlos Crêspo, doutor Edward Bruce Trott, Luiz Gonzaga de Souza, Waldemar Quirino dos Santos, Fernando Rocha dos Anjos, Adail Andrade de Jesus, doutor Wayne Everett Sorrells, José Heleno da Silva e Eziquiel Pereira Conceição (atual).

Desde os primórdios identificavam-se cooperação dos irmãos dos campos alagoano e pernambucano, estes com ajuda explícita através de suas convenções. A história da IBBA é farta de incursões inclusivas, fosse no pastorado e/ou entre os irmãos que se ajudavam entre si, sempre juntos nos vários locais que a Igreja ocupou antes mesmo do templo próprio, que só chegou em 1938 pelo esforço hercúleo do pastor Manoel de Araújo Góes.

A instituição nunca parou de trabalhar, isto chamava a atenção de pessoas comuns. A ajuda mútua se materializava na proclamação do Evangelho de Cristo nas residências dos fiéis, na rua, nas conferências realizadas na Igreja, e nas investidas de fomento da educação anexo ao próprio imóvel da Igreja, fato este ocorrido oficialmente na década de 1960, com a implantação pelo pastor Waldemar Quirino, do Educandário Manoel de Araújo Góes, uma homenagem ao seu

quarto pastor da instituição, um servo memorável.

Com a mesma fé e paixão dos nossos pioneiros, a Igreja Batista Brasileira de Aracaju - SE (IBBA) celebrou seu centenário entre os dias 05 e 08 de julho, sob o tema “Celebrando nossa história, unidos pela fé”. As comemorações tiveram início em 29 de junho, com a inauguração da Galeria de Pastores, um espaço dedicado a preservar a memória e o trabalho dos líderes que conduziram a Igreja ao longo de sua trajetória.

As festividades contaram com a participação das Congregações e da organização missionária Mulher Cristã em Missão (MCM) na direção dos cultos que foram repletos de apresentações musicais dos ministérios de louvor das Congregações em Governador Valadares, Santos Dumont, Fernando Collor e Sede. Houve também coreografias com a participação das congregações e da Sede como também participação especial da cantora Edileuza Melo, de João Pessoa - PB, da cantora Helencley Borges, do grupo formado por irmãos que fizeram parte da IBBA, pastor Cândido Maynard e o irmão Esdras Batista, do Coral Vozes de Júbilo da Assembleia de Deus, e do Coral Centenário, este último formado especialmente para a ocasião por irmãos da IBBA, PIBA e outras Igrejas evangélicas, sob a regência do dedicado maestro Jairo Melo. A palavra de Deus foi ministrada por renomados pastores: Gerlânio Carvalho - pastor da congregação em Governador Valadares (05/07), Eziquiel Pereira - pastor Presidente da IBBA (06/07), Gilton

Aquino (07/07) - presidente da Ordem dos Pastores Batistas de Sergipe e pastor da Igreja Batista em Orlando Dantas (a primeira Igreja organizada pela IBBA) e Gerson Perruci - pastor da PIB em Itabaianinha, no dia 08/07, data exata em que a Igreja completou 100 anos.

Um dos momentos marcantes, foi a solene homenagem do título de pastor Emérito concedida pelo pastor Eziquiel Pereira, presidente da IBBA, ao pastor José Heleno da Silva, que ao lado da sua esposa Cleuza Borges, dedicaram 26 anos e oito meses ao pastorado desta Igreja.

Todos os dias os cultos contaram com a presença expressiva e ativa dos irmãos das sete congregações da IBBA, além de ex-membros, amigos e convidados. Diversos irmãos foram homenageados com placas de reconhecimento por seu trabalho. Entre eles, destacou-se a jornalista e escritora Sandra Natividade, reco-

nhecida por seu apoio entusiasmado a diversas atividades e sua relevante contribuição literária, uma publicação em formato caderno, narrando o histórico da Igreja.

A Igreja foi recepcionada com placas comemorativas pelos 100 anos, estas entregues pelo diácono Sebastião Carlos de Freitas, presidente da Associação dos Diáconos Batistas do Estado de Sergipe, e pelo pastor Maurílio Mendes, presidente da Convenção Batista Sergipana.

A Igreja Batista Brasileira de Aracaju - SE expressa profunda gratidão a Deus reafirmando a passagem de I Samuel 7.12: “Até aqui nos ajudou o Senhor!” A instituição reconhece que esses dias de clara alegria, celebração e gratidão serviram para impulsionar a Igreja a seguir em frente com determinação e compromisso; na certeza de que tudo só foi possível pela permissão divina, a quem se dedica toda honra, glória e louvor. n

Fachada da Igreja Batista Brasileira de Aracaju - SE Homenagem do título de pastor Emérito concedida ao pastor José Heleno da Silva
Igreja Batista Brasileira de Aracaju - SE lotada durante celebração de seu centenário

Pr. Hans e Elaine Behrsin Missionários de Missões Mundiais na Letônia

“A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam, pois, ao Senhor da seara que envie trabalhadores para a sua seara” (Mt 9.37-38 - NVI)

É com alegria e gratidão que escrevemos mais uma vez para compartilhar um pouco do que Deus tem feito aqui na Letônia, tendo você também como cooperador, orando e participando do nosso sustento, bem como dos projetos que aqui conduzimos.

O mês de julho foi marcado por atividades intensas, encontros preciosos e, principalmente, pelo agir gracioso de Deus, que continua abrindo portas e tocando corações. Seguimos firmes na Igreja de Ainazi, pequena cidade à beira do Mar Báltico, já na divisa com a Estônia. Ali, temos servido fielmente, cuidando da igreja e orando para que o Senhor envie um líder local — alguém comprometido com a Palavra e disposto a viver essa missão em um contexto desafiador. Ainda não temos esse nome, mas seguimos confiando naquele que é o Senhor da Seara.

Apesar dos esforços nos últimos anos de trabalharmos junto com os batistas locais no sentido de formar

Boas Novas na Letônia

nova liderança para as Igrejas, ainda há muito a ser feito. Na cidade vizinha a Ainazi, temos nos reunido semanalmente com um pequeno grupo de irmãos e novos interessados, com o sonho e propósito de, em breve, vermos nascer ali uma nova igreja. Esse grupo tem crescido em comunhão e na fé, e cada reunião é um passo em direção à concretização dessa visão missionária. Entendemos que esse não é um processo rápido, mas sementes que estamos colocando no solo para que, no tempo certo de Deus, venham a germinar e crescer. Ore conosco por esse projeto de plantação!

Julho também foi tempo de verão aqui na Letônia — dias mais longos, ensolarados e floridos. É a estação das férias escolares e dos acampamentos cristãos. Temos participado de encontros com jovens, famílias e Igrejas, ministrando a Palavra, incentivando o amor por missões e lembrando que todos somos chamados a anunciar Cristo, seja em nossa rua, cidade, país ou até os confins da Terra. É muito gratificante ver que o trabalho que desenvolvemos no sentido de fazer nascer uma juventude comprometida com a pregação do evangelho já surte efeitos. Há alguns dias, eu estava atravessando um dos parques perto de nossa residência

quando fui abordado gentilmente por uma jovem. Ela não me conhecia e me ofereceu uma literatura cristã. Eu não me identifiquei de imediato, mas ela então me perguntou se eu conhecia Jesus. A princípio, não disse que era missionário, e procurei saber por que ela estava fazendo aquilo. Ela me deu sua explicação, e então quis saber de qual Igreja ela era. Foi aí que se identificou como sendo de uma igreja onde já ministramos sobre o evangelismo pessoal. Fiquei feliz em saber que aquilo que semeamos numa igreja

local já estava florescendo nas ruas da cidade!

Temos visto como Deus move corações, e você faz parte disso! É por meio da sua fidelidade em orar e contribuir que conseguimos continuar aqui, servindo, discipulando, plantando igrejas e levando esperança a tantos que ainda não ouviram falar do amor de Jesus.

Muito obrigado por fazer parte dessa obra! Seu apoio nos fortalece e confirma que a missão é possível quando a Igreja se une em propósito. Que Deus continue abençoando sua vida, sua igreja e sua família!

Pedidos de Oração:

• Pela igreja de Ainazi, para que Deus levante um novo líder local;

• Pelo projeto de plantação de Igreja na cidade vizinha;

• Pelos acampamentos e frutos espirituais gerados neste verão;

• Pela saúde e proteção da nossa família missionária;

• Pelo retorno às aulas de nossa filha Ana Sofia no dia 1º de setembro;

• Pelos nossos filhos adultos que vivem fora de casa;

• Pelas constantes viagens missionárias que temos feito pelo país.

Com carinho e gratidão! n

Acolhendo os que sofrem no Uruguai

Duarte

“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

Julho foi um tempo repleto de oportunidades para compartilhar a mensagem de esperança que temos em Cristo. Na Igreja Batista da cidade de Maldonado, a missionária Clélia participou de um encontro de mulheres, no qual compartilhou sobre como superar o sofrimento. Uma semana depois, eu, pastor Daniel estive presente no culto missionário da mesma igreja. Foi uma grande alegria testemunhar o compromisso missionário dessa pequena congregação, com apenas quinze anos de existência, fruto direto do trabalho missionário no país. Foi um momento especial para nós, especialmente porque o pastor e sua esposa foram nossos alunos no Seminário Batista. Mais uma vez, vimos a bondade e fidelidade do nosso Deus. Aqui no Uruguai, julho é o mês da Prevenção do Suicídio. O Ministério da Saúde Pública promove diversas ações de conscientização e divulga os

dados mais recentes. Lamentavelmente, os números continuam alarmantes: são, em média, dois suicídios por dia, sendo 82% das vítimas homens. Em um país com apenas 3 milhões de habitantes, essa estatística preocupa cada vez mais as autoridades e a sociedade. É uma dura realidade da qual não podemos nos afastar. Damos graças a Deus por podermos fazer parte da resposta por meio do GASS – Grupo de Apoio aos Sobreviventes do Suicídio.

Nesse contexto, representando o GASS, Clélia e Silvia participaram de uma capacitação voltada para profissionais de enfermagem em um reconhecido e estratégico hospital de

Montevidéu. A temática abordada foi a posvenção — os cuidados essenciais após o suicídio — uma área delicada, mas profundamente necessária. Durante esse encontro, elas não apenas compartilharam os princípios fundamentais para o cuidado com os sobreviventes, mas também tiveram a oportunidade de conhecer mais de perto o impacto emocional que esse tema gera também nos profissionais da saúde, que muitas vezes enfrentam silenciosamente o peso emocional de suas experiências. Foi um momento de escuta, aprendizado e empatia. Essa vivência nos permitiu reafirmar algo que consideramos essencial: o cuidado espiritual. Ele é um alicerce

vital, tanto para quem cuida quanto para quem é cuidado. Pedimos que continuem em oração por esse trabalho tão necessário e desafiador. Que o Senhor nos capacite a ser instrumentos de esperança e restauração, especialmente nos lugares onde a dor parece ter a última palavra.

Motivos de oração e agradecimento:

• Agradecemos a Deus pelo primeiro aninho do nosso netinho, Rafael – motivo de grande alegria para toda a família!

• Pedimos suas orações pelo novo grupo de alunos do curso “Plantação de Igrejas”, no Seminário Teológico Batista do Uruguai.

• Interceda também pela nossa juventude, que estará colaborando com um evento voltado para crianças na cidade de Las Piedras (a 20 km de Montevidéu).

Expressamos nossa profunda gratidão a Deus por Seu cuidado constante em nossas vidas, revelado através do seu apoio e orações. Que o Senhor continue abençoando ricamente sua vida e fortalecendo você em todos os seus esforços!

No amor do Pai, vamos completar a missão! n

Pr. Daniel
e Clélia Kerne de Oliveira missionários de Missões Mundiais no Uruguai

PIB do Pq. São Vicente, em Belford Roxo - RJ, comemora Jubileu de Ouro das Mensageiras do Rei

Celebração reuniu cerca de 130 pessoas e homenageou ex-integrantes da organização fundada pela diaconisa Dorcas de Azevedo Ferreira.

Primeira Igreja Batista em Parque São Vicente, em Belford Roxo - RJ

No dia 03 de julho, a Primeira Igreja Batista do Parque São Vicente (PIBPSV), em Belford Roxo - RJ, viveu um momento histórico de gratidão a Deus com a celebração do Jubileu de Ouro das Mensageiras do Rei. A organização foi implantada na Igreja em 1975, pela diaconisa Dorcas de Azevedo Ferreira (in memoriam). Em sua homenagem, o nome da organização passou a ser Mensageiras do Rei Dorcas de Azevedo Ferreira.

O culto comemorativo contou com a presença de aproximadamente 130 pessoas, entre membros da Igreja, ex-conselheiras da organização e representantes das Igrejas Primeira Igreja Batista do Sargento Roncalli, Primeira Igreja Batista da Chácara Feliz e Segunda Igreja Batista de Vila Pauline, todas em Belford Roxo - RJ.

Mensageiras do Rei da PIBPSV, junto a ex-líderes e mensageiras

Atualmente, a organização conta com 15 meninas envolvidas ativamente na PIBPSV, sob a liderança das orientadoras Esther Manuela da Silva de Souza, Elzieli Neves de Almeida, Lorena Barreto Feteira da Silva e Vania Oliveira da Silva de Souza. A mentoria espiritual é conduzida pela pastora Renata Moreira Celio, e o pastor presidente da Igreja, Silas dos Santos Ferreira, também participou da cerimônia.

A programação foi conduzida pela

jovem mensageira Anna Júlia Siqueira Silva, com momentos de louvor dirigidos pela equipe de adoração da Igreja. A oração inicial foi realizada pela mensageira Anna Júlia Carvalho Ramos, e a mensagem da noite foi ministrada pela irmã Maria Alice da Conceição Bernardo, que também integrou a organização em sua juventude.

Perto do encerramento do culto, foi realizada a entrega dos certificados da primeira etapa dos estudos Aventura Real, simbolizando o crescimento espiritual e o comprometimento das participantes com o aprendizado cristão. Em seguida, ocorreu um emocionante momento de homenagens às ex-mensageiras, ex-conselheiras e atuais conselheiras, reconhecendo o legado e a dedicação de mulheres que marcaram profundamente a história da organização ao longo das últimas cinco décadas. Entre as ex-mensageiras presentes es-

tava Marlene da Conceição Vieira que completou todas as quatro etapas de estudos da Aventura Real tornando-se rainha.

O evento foi marcado por emoção, gratidão e celebração da continuidade do trabalho missionário e formativo, que segue inspirando as novas gerações da Igreja.

A Mensageiras do Rei é uma organização missionária criada em 1949, fruto da visão das senhoras Batistas do Brasil, sob a liderança de Minnie Lou Lanier, missionária estadunidense. A organização é voltada para meninas de 9 a 16 anos, e integra a estrutura da União Feminina Missionária Batista do Brasil (UFMBB).

A cobertura fotográfica e a produção de vídeo do evento ficaram a cargo de Micael Sizenando Martins e Luís Eduardo de Carvalho Gomes, que registraram cada momento da celebração com sensibilidade e excelência. n

Jovens Batistas de Caruaru - PE se reúnem e celebram a unidade cristã

Igrejas se uniram para as atividade do Mês da Juventude.

Jénerson Alves

diácono na Igreja Batista Emanuel em Caruaru - PE, professor e vice-presidente da Academia Caruaruense de Literatura de Cordel

Buscar a unidade da Igreja. Esse é um dos propósitos visíveis da programação do mês da Juventude Batista no município de Caruaru-PE. Ao contrário do que ocorreu em anos anteriores, nos quais cada Igreja local elaborou um calendário próprio de atividades, neste ano as Juventudes se uniram e formaram um grande grupo, que percorrerá as diversas Igrejas da denominação que estão situadas na cidade. A programação segue o mote do Mês da Juventude da Convenção Batista Brasileira: “O extraordinário em nós”. Porém, a magnitude da proposta extravasará o mês de agosto e seguirá até novembro, podendo gerar impactos positivos a serem vistos a longo prazo.

O ‘ponto de partida’ da agenda ocorreu no sábado (02/08), na Igreja Batista Emanuel em Caruaru (Ibec). O templo tornou-se pequeno para comportar mais de 100 jovens, que se fizeram presentes no local com o intuito de louvar e exaltar ao Senhor Deus, bem como para refletir sobre a graça divina, que se manifesta em cada detalhe da

vida. O culto teve como preletor o irmão Wellington Maciel, da Igreja Batista Memorial. “Expressar o extraordinário não é sobre fazer coisas espetaculares ou impressionantes, é sobre permitir que a presença e os princípios de Deus transbordem em cada pequena ação”, explanou, ao longo da prédica. O louvor ficou por conta do ministério da IB da Esperança. Participam do movimento as juventudes das Igrejas Batistas Emanuel, Memorial, El Shaday, Esperança, Pinheirópolis, Comunidade Batista da Graça, PIB e SIB.

O idealizador da proposta, pastor Estêvão Soares, narra que essa ideia surgiu no primeiro semestre e sua implementação contou com muito diálogo e, sobretudo, oração. “Tudo começa a partir da busca espiritual. Reunimos os líderes das juventudes, que passaram a intensificar as orações uns pelos outros, pela juventude, pela cidade”, relembra.

Ainda segundo Soares, a intenção vai além de uma série de atividades: os frutos desse trabalho devem aparecer na vida dos participantes, de modo a florescer também nas mais diversas dimensões sociais. “O mais importante é o movimento espiritual. São adolescentes e jovens que têm um futuro, mas também um presente. Quando esses

Foto: Mylena Macêdo

ministério da IB da Esperança

jovens entendem a presença de Deus – tanto no extraordinário quanto no ordinário –, eles influenciam em todos os segmentos da sociedade em que estão inseridos, seja indústria, comércio, saúde, educação etc.”, salienta o pastor. Ora, uma pesquisa realizada há alguns anos pelo Barna Group, dos Estados Unidos, apontou a superficialidade nas experiências religiosas como um dos principais fatores para o abandono da fé por parte de adolescentes e jovens. Destarte, eventos como esse intercâmbio entre as juventudes servem como um ‘antídoto’ para esse tipo de apostasia. Possibilitar o aprofundamento das experiências cristãs aos jovens e adolescentes é uma forma de consolidar as raízes da fé.

E é nessa direção que aponta o testemunho do jovem Calebe Santos, de 17 anos. “Cada vez que a juventude

espalha a Palavra, isso suplementa o aprendizado, de tal forma que o Evangelho se conecta a todas as partes da nossa vida. Isso é muito bom”, testifica. Semelhantemente, Davi Lima, de 16 anos, destaca o ensino da Palavra como uma ferramenta de crescimento. “Quando a Bíblia é explicada com clareza, podemos dela extrair bons ensinamentos que revestem nosso coração para enfrentar os dilemas da vida”, observa.

Exemplo para a sociedade

Ao abrir janelas de oportunidades para que pessoas diversas se unam em prol de uma causa, a igreja assume a posição de farol sinalizador do reino de Deus. “A igreja deve ser o lugar de exemplificar a unidade para a sociedade. Paulo diz que em Cristo não há judeu nem grego. Então, unir igrejas que, embora de uma mesma denominação, possuem pessoas com pensamentos diferentes sobre alguns assuntos, representa um exemplo para a sociedade que um propósito mais elevado pode unir tanta gente. E esse propósito é o nome do Senhor Jesus Cristo”, concluiu o pastor Estêvão Soares, observando que essa ideia pode se expandir para outras denominações. n

Louvor realizado pelo

NOTÍCIAS DO BRASIL BATISTA

Projeto Ombro Amigo realiza formatura da primeira turma do curso de Capelania Escolar EAD

Kátia Brito

jornalista da Convenção Batista Mineira

No dia 12 de julho, o Projeto Ombro Amigo celebrou uma importante conquista: a formatura da primeira turma do Curso de Capelania Escolar EAD. Essa realização marca um novo capítulo na missão de levar a Palavra de Deus às escolas, consideradas hoje um dos maiores e mais desafiadores campos missionários urbanos.

A turma pioneira formou 29 novos capelães, representantes de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Maranhão, que agora estão oficialmente preparados para atuar nas escolas de suas regiões. A missão que carregam é clara: compartilhar o amor e a esperança de Cristo com estudantes e profissionais da educação, impactando vidas através do cuidado, da escuta e da presença cristã.

A cerimônia de formatura foi marcada por emoção, gratidão e louvor a Deus. Participaram do momento formandos, autoridades, familiares e organizadores, todos unidos pela alegria de ver um sonho se concretizar. Para Rebeca Lima, responsável pelo Projeto Ombro Amigo, este é apenas o começo de uma trajetória que promete ir ainda mais longe. “Isso é apenas o começo do que Deus tem planejado para nós”, afirmou.

O diretor-executivo adjunto da Convenção Batista Mineira, pastor

Turma pioneira formou 29 novos capelães.

Ramon Márcio de Oliveira, destacou a relevância estratégica da capelania escolar como uma frente essencial das missões urbanas em Minas Gerais:

“O projeto Ombro Amigo é de extrema importância, é muito estratégico para a evangelização de Minas Gerais, missões urbanas. Louvamos a Deus pela vida e competência da missionária Rebeca, preparadíssima para este assunto, para este tema, para este ministério. (...) A capelania escolar é de extrema importância. O projeto Ombro Amigo é uma resposta para muitas perguntas que nós temos em relação à capelania escolar. Glória a Deus por essa realização.”

O presidente da Convenção Batista Mineira, pastor Sandro Ferreira, também esteve presente na cerimônia e compartilhou sua alegria pela concretização desse projeto inovador,

que prepara líderes para a missão nas escolas:

“Tive o privilégio de participar da formatura da primeira turma de cape lania da CBM. Um projeto intitulado Ombro Amigo que visa preparar líderes para as Igrejas no exercício missionário nas escolas. Foi uma celebração fantástica, conduzida pela coordenadora Miss. Rebeca, tendo vários formandos presentes, dos quais, tive a alegria de ter um dos meus filhos, Gabriel Ferreira, formando nesta turma. Também estavam presentes o Gerente de Missões, pastor Otílio, e o pastor Ramon Márcio, que nos desafiou a ampliar a visão quanto ao preparo para a missão. O evento abre um ciclo de capacitações, equipando as igrejas com líderes preparados para a prática missionária escolar. Louvo a Deus por este abençoado projeto que fará uma grande diferença no estado e em todo Brasil.”

ra, membro da Primeira Igreja Batista pacto pessoal e ministerial do curso

“O curso de capelania foi muito bre diversas áreas. Tratamos sobre o espaço da capelania, como nos inserir nas escolas, como abordar as pessoas, como lidar com ansiedade, depressão e até pensamentos suicidas. Aprendemos também sobre condutas éticas, como o cuidado ao aconselhar, e entendemos que o capelão deve estar pronto para acolher, orientar e valorizar os sentimentos dos estudantes, sempre com amor. Foi um curso muito bom, que me ajudou a entender ainda mais minha vocação e como posso atuar com excelência como assistente de capelão na Escola Batista de Acessita, em Timóteo.” n

Assembleia da OPBB Fluminense marca um novo tempo

Relatórios foram aprovados, além da reforma do Estatuto da Organização.

Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Seção Fluminense

No dia 16 de julho, vivemos um dia memorável na Assembleia da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Seção Fluminense (OPBB-FL), realizada na Igreja Batista Central em São João de Meriti - RJ

Com gratidão a Deus, aprovamos por unanimidade o Relatório de Atividades e o Relatório Financeiro, reafirmando nosso compromisso com a transparência e a fidelidade no serviço. Tivemos também um momento marcante com a pregação do pastor Adilson Santos, presidente da OPBB Nacional, que nos desafiou à perseverança e à excelência no ministério pastoral.

Também tivemos como preletores

Tempo dedicado à leitura de relatórios, pareceres e deliberações

a pastora Rosane Lima, da Igreja Batista Nova Betania - RJ; pastor Aécio Duarte, da Quarta Igreja Batista de Macaé - RJ. O louvor foi ministrado pelo pastor Filipe Guerra, da Igreja Batista

Parque Rio Branco, em Campos dos Goytacazes - RJ.

Pr. Glauber Ribeiro Cardoso, secretário executivo da OPBB–subseção Caxiense, orando pelo Pr. Pedro Elízio, diretorexecutivo da OPBB Fluminense, durante a Assembleia

Destacamos ainda a aprovação da Reforma do Estatuto, um passo importante rumo à organização e eficácia institucional da nossa Seção.

Em um ambiente cheio de amizade, reencontros e comunhão fraterna, celebramos a entrega das Medalhas de Perseverança Ministerial, honrando pastores que têm se mantido firmes na caminhada ao longo dos anos. Que Deus continue sustentando cada servo e renovando nossa vocação a cada dia! n

Formandos da primeira turma do Curso de Capelania Escolar EAD
Ramon Márcio de Oliveira, diretor-executivo da CBM, ao lado do formando Gabriel Ferreira, membro da PIB de Cel. Fabriciano

Vida simples, impacto eterno: como Deus usa gente como a gente

“Quando Mardoqueu recebeu a resposta de Ester, mandou dizer-lhe: “Não pense que pelo fato de estar no palácio do rei, de todos os judeus só você escapará, pois, se você ficar calada nesta hora, socorro e livramento surgirão de outra parte para os judeus, mas você e a família de seu pai morrerão. Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?” (Ester 4.12-14)

Quem é a pessoa que vem à sua mente quando você pensa em alguém usado por Deus? Quem sabe é algum grande homem ou mulher de fé cuja história inspira cristãos até hoje... Ou talvez seja alguém simples e desco-

nhecido, que faz um trabalho quase invisível... A verdade é que eu nunca conseguirei descobrir qual é o nome que surge na sua mente, mas arrisco dizer, sem medo de errar, que não é o seu próprio nome.

É possível que você olhe para a vida de outras pessoas e enxergue nelas a ação de Deus, mas que tenha dificuldade de compreender como Deus pode usar você como um instrumento. Não me entenda mal: eu acredito que você saiba que Deus usa pessoas, e que você saiba também que Deus pode te usar, mas não sabe exatamente de que forma Ele pode te usar.

São nesses momentos em que geralmente olhamos para os outros em busca de referência e orientação, o que é válido e muito importante, mas pode ser também muito perigoso. É perigo-

so, pois, ao olhar para os outros, podemos perder de vista a ação de Deus, focando apenas na ação humana e nos sentindo tentados a fazer para Deus aquilo que o outro faz, e não aquilo que Deus quer fazer através de nós.

Quando penso a respeito disso, lembro imediatamente da história contada no livro de Ester. A narrativa de Ester, diferentemente de outras histórias bíblicas que relatam ações miraculosas, conta sobre como Deus preservou o Seu povo através de ações aparentemente simples de personagens como Ester e Mardoqueu.

Mais do que olhar para Ester e pensar no fato de que ela tinha acesso ao palácio e se apresentou diante do rei, gosto de pensar que ela foi usada por Deus exatamente onde ela estava, para fazer aquilo que só ela poderia

Nem tudo vai ser novidade: a vida comum debaixo do sol

fazer. Da mesma forma, creio que Deus pode usar você no lugar em que você está, para fazer aquilo que está ao seu alcance.

“Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou de antemão para que nós as praticássemos” (Ef 2.8-10).

Jesus é aquele que fez por nós aquilo que nós não poderíamos fazer: viveu sem cometer nenhum pecado, morreu na cruz e ressuscitou para nos salvar e perdoar. E Ele fez isso para que, agora regenerados, fizéssemos as boas obras para as quais Ele nos preparou. n

Elkênita Guedes

Sudeste

“O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol” (Ec 1.9).

Quando lemos Eclesiastes 1, é quase inevitável se identificar com o Pregador. Olhamos para os dias e, aparentemente, nada de interessante — quem dirá extraordinário — tem acontecido. O sol nasce e se põe, dia após dia, e os dias parecem todos iguais. Gerações vêm e vão... Você já teve essa sensação?

Salomão, a quem se atribui o livro de Eclesiastes, já era, ao que tudo indica, um senhor que vivenciou as mais diversas experiências: teve uma revelação especial de Deus, recebeu uma sabedoria incomparável (1 Reis

3.5-15), edificou grandes obras (I Reis 6.14; 7.1...), foi até admirado por governantes de outros países (I Reis 10.4-6).

Ainda assim, desviou-se do Caminho, entregando-se à idolatria (I Reis 11.36). Uma vida que, para nós, seria considerada extraordinária – mas que, para ele, tornou-se um retrato do cansaço. Seus olhos se cansaram da mesmice, se cansaram da rotina.

E nós? Somos uma geração que se desacostumou com o tédio! Por que esperar os anúncios nas plataformas de streaming (às vezes de 30 segundos), se posso pagar pela versão sem interrupções? Precisamos sempre de estímulo, de novidade, precisamos preencher os dias comuns com o extraordinário.

Porém, as Escrituras nos apontam um outro caminho.

Enquanto o pregador lamenta a previsibilidade dos fenômenos da

natureza, Jesus, o Mestre dos mestres, nos convida a enxergar beleza no rotineiro. Ele nos diz: “Olhai para as aves do céu... Olhai para os lírios do campo...” (Mateus 6.26-28).

Até mesmo a ciência usa a previsibilidade como base para os estudos. Saber que um fenômeno se repete é justamente o que torna possível estudá-lo. Todos sabem que, ao soltar uma caneta, ela cairá — porque existe a gravidade agindo sobre ela. A rotina da natureza é uma expressão da fidelidade do Criador.

Nosso convite, então, é que você passe a olhar para a sua rotina pela ótica de Cristo!

Sim, é provável que a maioria dos nossos dias seja comum, sem grandes novidades. E é justamente nesses dias que somos convidados a perceber a graça nas coisas mais simples e ordinárias — e entender que, nesses

dias, assim como nos extraordinários, o Senhor está conosco!

E, para os momentos em que o enfado se apoderar de nossas mentes, o convite do Senhor é: “Olhe para o alto!” (Colossenses 3.1).

As coisas comuns — suas tarefas de casa, sua rotina de estudos ou trabalho, sua convivência familiar ou com amigos — têm pesado?

Olhe para o alto. Pense nas coisas do alto. Cristo é a nossa vida!

Nesta vida debaixo do sol, nem tudo será novidade — isso é um fato. Mas também é fato que nosso Deus não muda: nele não há nem sombra de variação (Tiago 1.17). Nele podemos depositar nossa confiança, nossas alegrias ou até mesmo nosso tédio – seja nos dias comuns ou nos extraordinários. n

Clínica pastoral - Parte I

Que prática estranha é essa, comumente chamada de “clínica pastoral”, e que tipo de tratamento é oferecido nessa “clínica”? A palavra clínica vem do grego klínē (κλίνη), que significa “leito” ou “cama”. Era o lugar onde alguém repousava por estar doente ou cansado. Quando Jesus disse ao paralítico de Cafarnaum: “Levante-se, pegue o seu leito e vá para casa” (Mateus 9.6), a palavra usada para “leito” é klínē. Já o termo que designa o ato de olhar para quem está deitado no leito é klínikos (κλινικός). Nesse sentido, a palavra clínica refere-se a uma ação de cuidado, exercida a partir de um olhar compassivo para com aquele que sofre.

A clínica pastoral é um espaço de cuidado, onde o pastor se dispõe a ouvir, com compaixão, o sofrimento daqueles que o procuram com os mais variados problemas: crises conjugais, conflitos familiares, conflitos interpessoais, perdas, crises emocionais e tantas outras situações. Nesse aspecto, a clínica pastoral assemelha-se a uma sala de emergência, onde os membros da igreja buscam ajuda para as mais diversas dores — desde as mais simples, como: “Estou aqui porque o meu irmão me chamou de feio”, até as mais complexas e delicadas, como nos casos de violência doméstica, adultério, abuso sexual, doenças graves e até mesmo questões relacionadas à possessão demoníaca.

A clínica pastoral é extremamente desafiadora e exige do pastor preparo espiritual, emocional e técnico. No livro A arte do aconselhamento psicológico, Rollo May afirma: “Não existe o aconselhador ‘inato’, mas sim aquele que se desenvolveu” (1987, p. 143, Ed. Vozes). Diz também que “um auxiliador não treinado pode fazer mais mal do que bem” (op. cit., p. 16). Daí a necessidade de equipar o pastor com informações que o auxiliem no desenvolvimento dessa ação tão importante do ministério.

Neste artigo, abordarei a importância do preparo espiritual como fundamento essencial para o bom exercício da clínica pastoral. No próximo, tratarei da relevância da saúde emocional do pastor como condição indispensável para um atendimento eficaz. Por fim, no terceiro artigo, apresentarei orientações técnicas e práticas que podem auxiliar o pastor nessa área. O preparo espiritual do pastor tem um valor especial no que diz respeito ao espírito de discernimento. Em geral, o pastor não sabe, de antemão, o que será apresentado a ele — tampouco conhece as verdadeiras intenções que levaram uma pessoa, geralmente um membro da igreja, a procurá-lo. O pastor não tem uma “bola de cristal” capaz de revelar o que está na mente do outro. Mas, por meio do espírito de discernimento, perceberá gestos, palavras truncadas, tom de voz, olhares, insinuações e outros sinais subjetivos que só podem ser compreendidos por

quem possui sensibilidade espiritual. Ter um bom preparo espiritual não significa recitar versículos bíblicos decorados. O pastor deve resistir à tentação de tratar a Bíblia como um manual de receitas rápidas. Isso porque, muitas vezes, diante da dor alheia, o pastor é tentado a recorrer automaticamente a versículos bíblicos, como se fossem comprimidos espirituais — poções mágicas capazes de resolver qualquer tipo de problema. No livro Instrumentos nas mãos do Redentor, Paul David Tripp adverte: “Não podemos usar a Bíblia como um livro de ‘autoajuda divina’” (2009, p. 54, Ed. Nutra Publicações).

Ter discernimento espiritual também não significa valer-se do conhecimento bíblico para classificar ou explicar, de forma imediata, a origem dos problemas. Foi exatamente isso que os amigos de Jó fizeram. No livro O livro de Jó, Bertrand Pinçon afirma que Deus se irou com os amigos de Jó porque eles “insistiram em repetir os princípios aprendidos de cor com a intenção de acusar Jó, e não de apoiá-lo como a um amigo” (2023, p. 56, Ed. Loyola). Paul Tripp diz que: “O ministério bíblico pessoal certamente inclui a resolução de problemas, mas deve ser centrado na pessoa. A porta de entrada não é o que você pensa acerca do que a pessoa está enfrentando — é a luta que a pessoa confessa” (op. cit., p. 175).

O atendimento pastoral é uma área muito importante do ministério

que, infelizmente, não tem recebido a devida atenção nos congressos e encontros de pastores. Em muitos desses eventos, os discursos estão mais voltados à performance, à produtividade e à busca por resultados rápidos — como se o ministério fosse avaliado apenas por números, metas alcançadas e visibilidade. A grande questão a ser considerada é que o crescimento verdadeiramente saudável da igreja é aquele em que, em vez de serem apenas contadas, as pessoas são acolhidas e cuidadas.

Ter uma boa clínica de aconselhamento pastoral — o que não significa ter o pastor como único conselheiro (falaremos sobre isso no último artigo) — é de fundamental importância para o desenvolvimento e crescimento saudável da igreja. Até porque, como bem dizem Helen Thorne e Steve Midgley no livro Saúde mental e sua igreja: “O Elias deprimido, o José maltratado, a Tamar estuprada, o Moisés temeroso, o desesperado Davi, a amarga Noemi, os cristãos coríntios que vinham de um passado de abuso de álcool, a mulher no poço cuja vida estava implodindo de várias maneiras — todos eram membros valiosos da comunidade de adoração, pelo menos aos olhos de Deus.” n

Ailton Gonçalves Desidério Pastor da PIB Lins - RJ Psicólogo clínico e palestrante Contato: desiderioailton@gmail.com

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