ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901
Missões Nacionais
Sem religião
Censo do IBGE aponta aumento no número de pessoas nessa faixa
Notícias do Brasil Batista
Uma vez Embaixador?
Bahia recebe mais de 600 participantes no Encontro Regional de ER’s no Nordeste
“Como um pai tem compaixão de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem” (Salmos 103.13).
Notícias do Brasil Batista Missões Mundiais
Batistas de São Paulo
CB do Estado de São Paulo promove 116ª Assembleia na cidade de Mogi das Cruzes
Hackaton
Jovens compartilham soluções criativas missionárias durante o Despertar
EDITORIAL
Pais que refletem o Amor Gracioso
“Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós” (I Jo 3.16a)
Neste Dia dos Pais, celebramos mais do que uma data no calendário. Celebramos o dom da paternidade como expressão viva do amor gracioso de Deus. É uma oportunidade especial para refletirmos sobre o papel dos pais à luz da Palavra e à sombra da cruz, onde Cristo nos ensinou o que
é o verdadeiro amor — sacrificial, presente, constante.
A Convenção Batista Brasileira, sob o tema “Anunciemos o amor gracioso”, nos convida a proclamar com a vida aquilo que cremos com o coração. E que melhor maneira de anunciar esse amor do que vivê-lo dentro de casa? Pais que amam com graça são aqueles que compreendem que sua autoridade é serviço, sua força é proteção,
e sua liderança é exemplo. Pais imperfeitos, mas dispostos a se render ao Senhor, tornam-se canais da graça no lar. Suas palavras têm o poder de encorajar, suas orações sustentam, sua presença aponta para o Pai celestial, que nunca falha. Em um tempo marcado por relacionamentos frágeis e vínculos quebrados, pais que anunciam o amor gracioso de Cristo fazem diferença eterna na vida de
seus filhos.
Neste Dia dos Pais, nossa gratidão vai a cada pai que, com humildade e temor, busca refletir o caráter de Deus. Que vocês sejam renovados na missão de amar como Cristo amou: com entrega, perdão e graça abundante. E que, por meio de vocês, muitas gerações conheçam o amor que transforma, o amor gracioso de Jesus.
Feliz Dia dos Pais! n
O JORNAL BATISTA
Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.
Fundado em 10.01.1901
INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189
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O extraordinário nas compras: um convite ao contentamento em uma sociedade consumista
Ana Karolina Cantanhede Nordeste
“Não digo isso por estar necessitado, pois aprendi a ficar satisfeito com o que tenho. Sei viver na necessidade e também na fartura. Aprendi o segredo de viver em qualquer situação, de estômago cheio ou vazio, com pouco ou muito. Posso todas as coisas por meio de Cristo, que me dá forças” (Fp 4.11-13).
Em tempos de compras online, a maioria de nós alimenta um carrinho abarrotado de coisas – que talvez nunca iremos ter – em várias lojas e sites. Nossos olhos anseiam furiosamente pelos próximos lançamentos, itens de promoção, indicações de influenciadores ou coisas que achamos por aí,
rolando o feed do Instagram, talvez. Mas o que está por trás dos nossos carrinhos cheios de compras? E do nosso desejo de querer sempre mais do que aquilo que temos? A resposta é: vaidade. Uma tentativa falha e egoísta de satisfazer o coração. Um jovem pregador consumista e esbanjador escancarou para o mundo, uma vez, o veredito do seu coração após ir com muita convicção atrás de tudo que desejava. Este foi Salomão. Ele disse: “Tudo aquilo que os meus olhos desejaram eu não lhes neguei [...] Considerei todas as obras que minhas mãos fizeram, e também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol” (Ec 2.10-11). A verdade é que viver por nossas ambições é como
“correr atrás do vento”. Não há nenhuma garantia ou durabilidade nessas conquistas momentâneas. Nós costumamos nos enganar, achando que haverá mais satisfação, felicidade e realização se conseguirmos obter tudo que desejamos, mas isso só revela o quanto nosso coração tenta mascarar o pecado. Provavelmente há muita inveja, orgulho, ingratidão e dependência emocional envolvida no seu impulso consumista — é só olhar bem de perto.
Enquanto Salomão passou uma parte de sua vida buscando desesperadamente algo que preenchesse o seu coração de verdade, Paulo encontrou em Cristo a satisfação verdadeira. Ele encontrou no Senhor a fonte de todo contentamento. Sua satisfação não dependia de nenhuma circuns -
tância exterior, muito menos de sua capacidade de possuir coisas. Cristo nos chama por meio de uma esperança duradoura e contente, na qual aprendemos a cultivar a alegria em todas as circunstâncias, seja com carrinhos cheios ou vazios, tendo muito para escolher ou o suficiente. Por que escolheríamos viver a vida debaixo do sol com as mãos tão cheias de futilidade, quando, no fim, devemos subir para o lar eterno com as mãos vazias de vaidade e cheias de contentamento, alegria e expectativa eterna? Nas mãos santas dos crentes não deveria caber tanta ambição. O corpo glorificado que nos aguarda não tem espaço para tudo isso. Ele surge na humildade, no despir, no deixar o que é finito para alcançar um tesouro muito mais valioso, que durará para sempre. n
“E quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos outros. Eu lhes asseguro que eles já receberam sua plena recompensa. Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará” (Mat 6.5-6).
Em um mundo onde todo devocional, tempo de leitura ou oração
tende a ser registrado a fim de mostrar uma vida mais “santa”, Jesus nos convida a zelar pelo tempo a sós com Ele. Em Mateus 6.5-6, por meio do Sermão do Monte, Cristo nos alerta sobre a tentação de performar uma vida devota, transformando nossos momentos de conversa com Ele em espetáculos “ao vivo” para outros, e nos orienta a ter uma vida no secreto com Ele.
A oração, a maneira como Jesus nos ensinou a ter contato com o Pai, deve ser prioridade em nossos dias. Assim como é fundamental alimentar o corpo, deve ser fundamental alimentar nosso espírito e coração
O extraordinário quando ninguém vê: a oração e o tempo a sós com Deus
com o que verdadeiramente importa: um relacionamento com Deus, baseado na oração e na leitura da Sua Palavra.
Podemos ver, por meio de um dos momentos de maior aflição de Jesus, no Getsêmani, que Ele se encontrava em secreto com o Pai. É através da oração, do silêncio, da pausa, da intimidade — construída por meio de uma vida no um a um, no ordinário — que conseguimos, de fato, ter uma vida extraordinária com Deus. É gastando tempo, conhecendo-O, que vamos conseguir refletir para o mundo o que vivemos com Ele e descobrir o que Ele quer para nós.
Assim, Deus nos chama a conhecê-Lo em profundidade e devoção, por meio da única maneira possível: gastando tempo de verdade e buscando intimidade. É no quarto, onde ninguém nos vê, que podemos abrir o nosso coração para o Senhor, que realmente conhece cada pedacinho do nosso ser; Aquele de quem não preciso esconder minhas aflições, medos, falhas e angústias. É ali que Ele vai reordenar meus amores e paixões para o centro da Sua vontade. E, quando vivemos crescimento com Ele no secreto, os frutos irão se mostrar no “ao vivo” naturalmente, como consequência da vida levada no secreto. n
Vanessa Barbosa Nordeste
Nos braços do papai...
Não há a menor dúvida da importância que a figura paterna representa na formação do ser humano. Muitos são criados somente pela mãe e nunca tiveram um pai de verdade que os criasse.
Ser pego no colo pelo papai é algo que faz muito bem e uma lembrança jamais esquecida. Ficar protegido pelos braços fortes, firmes, protetores. E esses “braços” podem continuar em volta por toda a vida, tanto pelo apoio constante quanto pelas lembranças eternas que a mente guarda.
O nosso “Pai maior”, que está no céu, DEUS, cuida de cada um dessa forma: envolvendo, carregando no colo, com maior cuidado. Quantos
reclamam dEle como se não cuidasse direito de seu próprio filho, mas que, na verdade, fogem de seus braços e até levam maior tombo por isso?
Mãe é mãe; pai é pai. Cada um à sua maneira, com seu grau de atenção, carinho e amor, os dois criam e se preocupam com seu herdeiro, e ambos se orgulham de suas conquistas, ainda mais quando até mesmo ultrapassam suas próprias vitórias na vida.
Se o mundo quer sempre diminuir a pessoa, não permitindo que cresça e muito menos apareça, o pai não age dessa forma. Pelo contrário, deseja as maiores bênçãos recebidas durante toda a sua vida.
Assim como o nosso Deus nos leva em Seu colo aconchegante, com todo amor paterno demonstrado, o pai de carne e osso também faz assim,
pastor & professor de Psicologia
Nosso Pai, que dirige nossa vida
“E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus” (Mt 23.9).
Como devemos falar com Jesus, em nossas orações? O próprio Jesus Cristo nos ensinou sobre a maneira bíblica de orar: “Que a Tua vontade seja feita, aqui na Terra, como é feita no céu” (Mt 6.10).
Essa condição inicial, para que
embora alguns não passem muito esse sentimento ao filho.
O cuidado é gostoso, necessário e sempre presente na vida do filho, pois, quando a pessoa não tiver mais “pai
a vontade divina se faça aqui na Terra, é o reconhecimento das nossas deficiências como seres humanos. Quando levamos a sério nossas incapacidades pessoais e buscamos, inteligentemente, a orientação e a capacitação do nosso Pai que está no céu, assumimos o caminho abençoado que nos possibilita vivenciar a vida eterna com Deus.
nem mãe”, ainda assim irá reconhecer e lembrar o que ficou registrado em sua mente e coração nos momentos “nos braços do papai”. n
Extraordinário no outro: enxergando o ser humano como portador na imagem
Joyce Cutrim Loureiro Centro-Oeste
“Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais grandes de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão. Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.26-27)
Quando olhamos para as pessoas ao nosso redor, o que vemos? Será que enxergamos apenas os defeitos, as postagens nas redes sociais, os rótulos impostos pela sociedade? Ou conseguimos ver algo mais profundo — algo extraordinário?
A expressão Imago Dei , que significa “imagem de Deus” em latim, nos leva de volta ao princípio da cria-
ção, em Gênesis 1.27: “Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” Essa verdade fundamental nos lembra que cada ser humano carrega em si a marca do Criador. Não somos apenas corpos andando por aí; somos reflexos vivos de atributos divinos que são partilhados conosco — criatividade, capacidade de amar, senso de justiça, desejo por comunhão.
No entanto, ao nos depararmos com o pecado descrito nos próximos capítulos de Gênesis — a queda, a ruptura da comunhão com Deus, a entrada do egoísmo e da violência no mundo — percebemos como essa imagem divina em nós foi manchada. E, com o passar do tempo, especialmente na era digital, estamos nos distanciando ainda mais dessa percepção. É fácil esquecer que, por trás de uma tela, de uma publicação ou de uma falha
humana, existe alguém que, mesmo marcado pelo pecado, ainda carrega semelhanças de um Deus majestoso em sua essência. A internet muitas vezes nos desumaniza: transforma o próximo em um avatar, uma estatística, uma opinião. Mas Deus nos chama para algo diferente.
Enxergar o extraordinário no outro não é apenas reconhecer suas boas obras ou talentos, mas também perceber sua profunda dependência da misericórdia divina. Nossa natureza caída lembra o quanto precisamos de Cristo — Aquele que, por amor, entregou Sua vida na cruz para perdoar nossos pecados e nos reconciliar com Deus. Isso vale para nosso próximo: o amor extraordinário de Deus não nos alcança porque somos perfeitos, mas porque Ele é gracioso. Em resposta, somos chamados a oferecer graça ao nosso próximo.
Portanto, viver com a Palavra de
de Deus
Cristo habitando plenamente em nós significa ensinar, aconselhar, agradecer — tudo em nome de Jesus — com um coração moldado pela graça. Isso transforma o jeito como falamos, como agimos e como olhamos para o outro. O extraordinário no outro não depende do que ele faz, mas de quem ele é: portador da imagem do Deus vivo.
Neste mês da Juventude Batista Brasileira, que possamos pedir ao Espírito Santo olhos renovados. Que Ele nos ensine a enxergar cada pessoa, seja no culto, nas universidades e escolas, no trabalho, na internet ou na rua, como alguém profundamente amado por Deus. Que possamos ser jovens que não apenas falam de Cristo, mas que refletem Sua graça em cada olhar, palavra e atitude.
O extraordinário não está longe: ele está bem diante de nós, no rosto do outro, no reflexo do Criador. n
Rogério Araújo (Rofa) colaborador de OJB
Olavo Fe ijó
Vivendo o extraordinário em família: provando a graça de Deus nas relações familiares
Estêvão Máximo Dias
Sudeste
“Sujeitem-se uns aos outros, por temor a Cristo” (Ef 5.21).
Durante parte da minha adolescência, eu não compreendia bem o que significava “temor a Cristo” ou “temor a Deus”. Certamente, eu pensava em uma punição divina caso eu não fosse à igreja, não respeitasse meus pais ou o próximo. Durante muito tempo, “temor a Deus” remetia, em minha mente, ao medo e à insegurança diante dos desafios da vida, neste mundo que jaz no maligno.
Tudo mudou quando ouvi e entendi que “temor a Deus” significa levar Deus a sério. Assim, uma definição simples afastou meus medos
em relação a um possível “Deus” punitivo.
Carrego em minha vida e prática diária esse entendimento, pois levar Deus a sério acontece o tempo todo, por mais ordinária que seja a nossa rotina.
Pensando nisso, quando lemos em Efésios que devemos nos “sujeitar uns aos outros, por temor a Cristo”, podemos entender da seguinte forma: o Cristo de Deus, Jesus, levou Seu Pai a sério, assumiu a forma de homem, tornando-se servo. Veio para servir, se entregar por todos nós e nos ensinar que, uma vez que estamos nEle, nossa prática é considerar os outros superiores e servi-los, entendendo o “amar ao próximo como a ti mesmo”. Tudo isso é essencial e extraordinário em nossas vidas.
Acontece que, muitas vezes, consideramos viver tudo isso apenas da porta de nossa casa para fora –ou talvez somente no ambiente da igreja. Podemos olhar para nossa família e dizer: “É muito difícil lidar com meus pais”, “meus irmãos tiram minha paciência o tempo todo”, “eu é que preciso ser a mãe e pai dos meus irmãos”, “nossa família não é normal, porque meus pais estão separados”. Diante de tantos cenários existentes, por que parece que não queremos provar da graça de Deus em nossa família?
Hoje temos a oportunidade de compreender que é possível viver o extraordinário de Deus em nossa família, levando Deus a sério. Quando levamos Deus a sério, podemos ser cheios do Espírito Santo, vivendo maior comu-
nhão com o próximo, adoração a Deus, coração grato e, sim, sujeitando-nos uns aos outros. Vemos, a partir do versículo 18, o resultado de sermos cheios do Espírito Santo.
Como podemos fazer isso? Pelo poder que há em Cristo Jesus. Por meio da graça de Deus, você pode ser um agente de transformação na sua família. Desde começar a orar por todos, servir por amor, investir tempo de qualidade para ouvir histórias, de modo que, um dia, ouçam o evangelho por meio de você.
Podemos, sim, provar da graça de Deus em nossa família, tendo a mesma atitude de Cristo: entrega, amor e graça, sem esperar nada em troca. Portanto, siga a Cristo — o extraordinário em nós! O extraordinário na nossa família! n
Vivendo o extraordinário na igreja: desfrutando da graça na caminhada comunitária
“Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum” (At 2.44).
Pode soar incoerente, mas o extraordinário com Deus é vivido no ordinário do dia a dia, na simplicidade do cotidiano da igreja local. Quando vivemos a comunhão com intensidade, expressamos a graça de Deus que transforma vidas e une corações distintos. E, ao desfrutarmos dessa graça em comunidade, podemos experimentar o extraordinário em nosso meio.
O texto bíblico relata a dinâmica de funcionamento dos primeiros cris-
tãos. Eles se dedicavam intensamente ao ensino dos apóstolos, cultivavam uma forte comunhão, que também se expressava em tempo de mesa, adoravam juntos e mantinham uma forte conexão com Deus através da oração (vs.42,46). Consequentemente, o coração deles era cheio de temor, muitos sinais e maravilhas eram manifestos, e o poder de Deus se fazia presente na igreja (vs.43).
A igreja formava uma comunidade missionária de partilha. Eles compartilhavam o que possuíam, alguns irmãos de posses vendiam propriedades e repartiam o dinheiro com os mais necessitados (vs.44,45). À medida que os irmãos cultivavam um ambiente de adoração, comunhão, generosidade e missão, eles ganha-
vam a simpatia do povo e, a cada dia, Deus trazia aqueles que iam sendo salvos (vs.47).
Todos aqueles que creram em Jesus e eram salvos estavam juntos na simplicidade e profundidade da vida comunitária. Eles compartilhavam a mesma fé, o mesmo propósito e refletiam a beleza do corpo de Cristo, vivendo em comunidade. Na medida em que o ordinário era vivenciado na essência, Deus agia de forma sobrenatural no meio da igreja, e eles viviam o extraordinário (vs.47).
Por vezes, buscamos contemplar o extraordinário apenas em grandes feitos, realizações, sinais e revelações, mas o extraordinário pode ser vivido na simplicidade do dia a dia na vida da igreja local. A vida cristã
vivida em comunidade é um presente de Deus. É na vida comunitária da fé que a graça é manifesta de uma forma toda especial. É na comunhão que os dons são descobertos, aprimorados e exercidos para a edificação do corpo. O extraordinário acontece quando nos doamos para servir o próximo, à semelhança do nosso Mestre (João 13.5).
Em um mundo de aparências, falsas performances, distrações e enganos, devemos buscar relacionamentos duradouros, firmados em Cristo. Que possamos nos envolver na vida da Igreja local ao ponto de desfrutarmos o extraordinário e a graça de Deus através da caminhada comunitária. Deus age de forma extraordinária através de uma Igreja unida. n
Marcos Paulo Alves de Oliveira Norte
Nossa vida é a dimensão da adoração
Vitória Barbosa do Nascimento Nordeste
Muitos esforços são empregados dentro do ambiente eclesiástico para definir e responder corretamente à adoração, já que, para além do emprego cultural da frase “eu adoro essa coisa”, que tanto usamos como brasileiros, o próprio dicionário define adoração como: “veneração, culto que se rende a (alguém ou algo) que se considera uma divindade”. Se, como cristãos, adoramos o único Deus verdadeiro, criador dos céus e da terra, de fato, devemos considerar que buscar conhecer a natureza da
adoração é algo importante. Quantas vezes ouvimos e repetimos que “o culto está na parte da adoração” ou que “o momento de adoração foi muito bom hoje”, ingenuamente restringindo adoração ao momento de cânticos congregacionais? Porém, seria isso suficiente para definir adoração? Quando não estamos cantando, deixamos de adorar? O que seria, então, a adoração? Ela é a resposta que damos a partir da afirmação poderosa de quem Deus é. É o nosso mover em direção à verdade que os anjos proclamam incessantemente nos céus: SANTO, SANTO, SANTO!
O apóstolo Paulo, na carta aos Romanos, insiste com seus irmãos na fé ao dizer: “Portanto, irmãos, peço, pelas misericórdias de Deus, que ofereçam o corpo de vocês como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o culto racional de vocês” (Rm 12.1). Por quem Deus é, por tudo que Ele já fez, Paulo nos chama a reconhecer que tudo o que temos e somos deve ser um sacrifício vivo ao Senhor. Assim, ele nos desperta para o fato de que a adoração está na rendição de nos fazermos sacrifícios vivos e santos, abandonando os padrões mundanos e buscando a vontade de Deus.
O próprio Deus, através das palavras de Paulo, nos convoca a fazer algo significativamente extraordinário em nosso ordinário: adorar incessantemente com nossa existência. Acordamos, comemos, pegamos ônibus, estudamos, nos relacionamos, servimos à nossa igreja local e até dormimos como sacrifícios de adoração. Que chamado extraordinário! Deus se move pela cidade todos os dias por meio dos santos que, por sua vez, compreendem que a dimensão da adoração é uma vida que adora a Deus de forma transbordante. Como temos adorado? n
“Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito” (Cl 3.14).
O autor da carta, nessa passagem, exorta os irmãos da igreja em Colossos a viverem em comunidade, não de forma individualista ou egoísta, mas buscando um relacionamento profundo uns com os outros. Ele os chama a suportarem-se mutuamente, cuidarem uns dos outros, ensinarem-se e até mesmo louvarem juntos em unidade. No entanto, trata-se de pecadores
tentando se relacionar com outros pecadores. Naturalmente, isso geraria desavenças, atritos e frustrações. O próprio apóstolo Paulo reconhecia essa realidade e, por isso, ordenou que perdoassem uns aos outros. São pessoas falhas tentando viver relacionamentos profundos. E como podem tais relacionamentos existir em meio a tantas imperfeições? É nesse ponto que entra o extraordinário de Deus: o amor. Ao tratar dos relacionamentos entre irmãos, Paulo estabelece o amor como vínculo e fundamento. A base das relações não está na ausência
O extraordinário em nossos relacionamentos
de erros, nem mesmo na quantidade de acertos, mas no quanto o amor extraordinário de Deus está presente nelas. Acima de tudo, esteja o amor. É a partir dele que tudo o mais acontece. Quando o amor flui, a convivência se aprofunda, mesmo diante dos conflitos inevitáveis, pois há perdão, reconciliação, amizade, humildade, mansidão e paciência.
O extraordinário de Deus não se manifesta por mérito humano, mas por meio do amor divino que flui através das pessoas. Os relacionamentos tornam-se extraordinários não pela quantidade de desavenças
ou acertos, mas pela presença do amor de Deus neles e pela decisão de fundamentar a vida nesse amor. É como em um casamento: duas pessoas pecadoras, com suas falhas e limitações, convivendo ao longo da vida. Não há perfeição, haverá erros, conflitos e até brigas. Mas o que mantém o vínculo não é a ausência de falhas, e sim a força do amor que os une. As demais virtudes fluem a partir desse amor, como o perdão e a mansidão. O extraordinário de Deus se revela nos relacionamentos humanos através do amor, que é o vínculo da perfeição. n
Guilherme Mewes Sul
O jovem, a fé e a secularização: o cenário que nos desafia
Wesley Sodré Teixeira pastor, analista de Dados de Missões Nacionais
Muito tem se falado sobre o crescimento dos evangélicos no Brasil, mas os resultados do Censo 2022 revelam também uma tendência à secularização entre os jovens de 20 a 24 anos. No entanto, a pesquisa também revela o aumento daqueles que se intitulam “sem religião”. Dos 20 aos 24 anos (gráfico 1), o Censo mostra mudanças significativas. A proporção de católicos caiu de 63,7% em 2010 para 51,2% em 2022, enquanto os evangélicos cresceram
de 21% para 27,5%. Destaca-se também o avanço dos chamados “sem religião”, que passaram de 10,6% para 14,3% – percentual bem acima da média nacional, que é de 9,3%.
O crescimento do grupo dos “sem religião” é um claro indicativo do avanço da secularização entre os mais jovens. Muitos já não seguem a tradição religiosa dos pais e adotam uma postura mais crítica, ou mesmo indiferente, em relação à fé institucional.
Como mostra o mapa do Brasil (gráfico 2), diversas cidades apresentaram um crescimento mais acentuado do grupo dos “sem religião” em
comparação ao dos evangélicos – tendência que se destaca especialmente nos grandes centros urbanos (gráfico 3). Em Florianópolis, por exemplo, a proporção de jovens de 20 a 24 anos sem religião subiu de 16,9% para 29%, enquanto, entre os evangélicos, o aumento foi de 12,5% para 16,5%.
Em Porto Alegre, o crescimento dos “sem religião” foi de quase 11 pontos percentuais, contra apenas 2 pontos entre os evangélicos. O mesmo padrão se repete em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Curitiba, onde o avanço dos “sem religião” superou o dos evangélicos.
Esses dados nos fazem um alerta importante: embora o número de evangélicos continue crescendo, a nova geração impõe desafios urgentes. A secularização está avançando, e o cenário de fé já não é o mesmo das gerações anteriores.
Com o declínio do catolicismo e o crescimento do grupo dos “sem religião”, crenças antes amplamente compartilhadas – como a fé em Jesus, em Deus, no céu e no inferno – deixaram de ser pressupostos na vida da nova geração. Diante desse novo cenário, é essencial anunciar o Evangelho considerando essa realidade em transformação. n
Bahia sedia sexta edição do Encontro Regional de Embaixadores do Rei do Nordeste
Programação recebeu mais de 600 participantes de oito estados nordestinos.
Lidiane Ferreira
gerente de Comunicação e Marketing da Convenção Batista Baiana
Entre os dias 19 e 21 de junho de 2025, o Departamento Convencional de Embaixadores do Rei da Bahia, o DCER Baiano, sediou o 6º Encontro Regional de Embaixadores do Rei do Nordeste, o ERER, em Salvador - BA. Foram ao todo 633 participantes, representando nove Departamentos Convencionais de Embaixadores do Rei e oito estados.
Os cultos de abertura e encerramento do 6º ERER foram realizados no templo da Igreja Batista Metropolitana, reunindo embaixadores, conselheiros, representantes da denominação batista, dentre outros. O evento contou com uma série de competições esportivas (futebol de botão, xadrez, natação, tênis de mesa, salto em distância, atletismo, futsal, dentre outras) e de conhecimentos bíblicos (montagem bíblica, conhecimentos da organização ER, conhecimentos gerais da Bíblia, debate de versículos, biografia missionária, dentre outros), realizadas no Colégio Estadual Luiz Viana.
Cultos de abertura e encerramento do 6º ERER foram realizados no templo da IB Metropolitana - BA
Embaixadores do Rei representaram a Bahia durante o evento
A Bahia foi representada por 165 participantes, sendo 129 embaixadores, vindos de 28 igrejas e oito Departamentos Associacionais de Embaixadores do Rei (DAERs). “Uma delegação unida, vibrante e cheia de fé!”, celebra Rafael Amorim, coordenador do DCER Baiano.
“Com alegria e gratidão, celebramos nossas conquistas: maior delegação do evento, 2° lugar no módulo bíblico e na classificação geral, com incríveis 11.675 pontos! Tudo para a honra e glória do nosso Senhor!”, comemora o DCER Baiano. n
COBAPA realiza vigília em Belém por mais alunos para estudar no Seminário Equatorial
Capela do STBE recebeu os Batistas do Pará um tempo de clamor.
William Costa doutorando em Comunicação, membro da Primeira Igreja Batista em Murinin - PA e jornalista voluntário no Seminário Teológico Batista Equatorial
Na noite do dia 27 de junho, a Capela do Seminário Teológico Batista Equatorial, em Belém - PA, recebeu os Batistas paraenses para uma vigília de oração e clamor, promovida pela Convenção Batista do Pará (COBAPA). A programação, iniciada às 22h30 e estendida até as primeiras horas da manhã, reuniu Igrejas, missionários e líderes com um só propósito: clamar a Deus por um novo tempo de avivamento nas Igrejas, pela expansão do Reino e pelo envio de novos vocacionados Batistas para o campo missionário. Em meio a cânticos congregacionais, testemunhos inspiradores e pregações poderosas, um dos momentos mais significativos da noite foi a intercessão específica por mais alunos vocacionados para o Seminário. Essa ênfase ressaltou a importância da formação teológica sólida e do preparo ministerial oferecido pelo Seminário Equatorial, que há sete décadas capacita homens e mulheres para servir
com excelência nas igrejas batistas da Amazônia.
retor executivo da COBAPA, a vigília representa mais do que um encontro de fé.
“Estamos plantando sementes de avivamento em solo fértil. A parceria com o Seminário é estratégica porque precisamos de líderes preparados, cheios da Palavra e do Espírito, para que haja mais de Cristo em cada canto do Pará”, disse.
A noite foi marcada também por momentos de oração em duplas, clamores coletivos e grupos intercessores divididos por temas — como
equilíbrio financeiro da Convenção, expansão do Plano Cooperativo, e for talecimento das ações missionárias em todo o estado.
O professor Ulicélio Valente, coor denador acadêmico do Seminário Equatorial, destacou o valor da par ceria para a formação vocacional.
“Essa aliança entre a COBAPA, hoje presidida pelo pastor Anselmo Lobato e tendo como executivo, pastor Ruy Gonçalves, e o Seminário é um sinal da fidelidade de Deus. Os vocacionados que hoje oramos para que sejam enviados, precisam também ser preparados. E é esse compromisso com a formação bíblica, dou-
trinária e prática que nos une nessa
A vigília encerrou-se com orações lescente, jovem, missionário, diácono e pastor — num gesto simbólico de unidade e continuidade da missão. Mãos dadas, olhos fechados e corações abertos reafirmaram o compromisso do povo batista paraense com a oração, a vocação e a preparação ministerial.
A COBAPA e o Seminário Equatorial seguem caminhando juntos por um Pará mais evangelizado, mais discipulado e com mais líderes comprometidos com o Reino de Deus. n
Vigília entre os Batistas paraenses teve oração em duplas e clamores coletivos
Convenção Batista do Estado de São Paulo celebra 116ª Assembleia
Encontro recebeu 10 novas Igrejas.
Chico Junior
jornalista da Convenção Batista do Estado de São Paulo
Em quatro dias de encontro do povo Batista no município de Mogi das Cruzes - SP, a 116ª Assembleia da Convenção Batista do Estado de São Paulo (CBESP) celebrou entre os dias 16 e 19 de julho a fé cristã e a unidade denominacional. Também houve a devida prestação de contas via relatórios para mensageiros e Igrejas representadas. A agenda convencional iniciada na quarta (16) trouxe ainda reflexão, ênfase missionária, programação para juventude, confraternização dos batistas, e recebimento de dez novas Igrejas.
A abertura solene contou com mensagem do pastor Diego Bravim, diretor executivo da Convenção Batista Fluminense (RJ). Antes, nos períodos da manhã e da tarde, foram realizadas as reuniões dos pastores (OPBB-SP) e das esposas dos pastores (UEPBESP).
A OPBB-SP elegeu sua Diretoria 2025-2026, composta por Emanuel Uchôa (presidente), Marcos Peres, Geandre Lopes, e Anderson Barros, como vice-presidentes, e os secretários Edmilson Lara, Waner Lenke, e Leonardo Tofanelli.
Em 2026, a 117ª Assembleia CBESP será no município de Sumaré
As sessões na quinta-feira tiveram devocionais do pastor Hugo Silveira e reflexão com o pastor Fernando Brandão, diretor executivo da Convenção Batista Brasileira (CBB), ambos cobrindo a agenda da manhã. Enquanto, no bloco da tarde, a
Coros da Associação de Músicos Batistas do Estado de São Paulo (AMBESP) e da regional (Aibamca) participaram do culto de encerramento
Igreja Batista Braz Cubas - SP ficou lotada durante a 116ª Assembleia da CBESP
devocional foi realizada pelo pastor André Bahia, sendo seguida pela apresentação de relatórios. Também foi realizado no mesmo dia o 2º encontro dos educadores (OECBB-SP).
Para fechar o 2º dia, a Noite CBESP Missões destacou, por meio de teste munhos missionários, a campanha
2025 “Somos um no amor de Jesus” (envie sua oferta pelo link www.cbesp. org.br/envie-sua-oferta). Executivo da Junta de Missões Nacionais (JMN), pastor Fabrício Freitas esteve presen-
do pastor Abner Morillas na manhã da sexta-feira (18). No mesmo dia, Silvana Martines apresentou a devocional na sessão realizada à tarde, encaminhando o 3º da 116ª Assembleia CBESP.
A celebração das gerações aqueceu a noite mais fria da semana mogiana como parte da programação da juventude batista, que contou com a participação musical do cantor e compositor Alexandre Magnani, e com a preleção do pastor Rodrigo Goulart. Convidada pela Associação das Igrejas Batistas de Mogi das Cruzes e Adjacências (Aibamca), a 116ª Assembleia CBESP teve sua programação nas unidades 1, 2 e 3 da Igreja Batista em Braz Cubas. E, exclusivamente no sábado, a reunião dos jovens (JUBESP) foi recebida na unidade Mogi das Cruzes do Lar Batista de Crianças. As mulheres (UFMBESP) tiveram suas sessões na unidade 2, enquanto os pastores (OPBB-SP) estavam na unidade 1 – local que recebeu nos períodos da manhã e da tarde os músicos (AMBESP). Homens (UMMBESP) e diáconos (ODBESP) se reuniram na unidade 3.
O encerramento na noite da celebração da unidade teve a participação de dois coros, um dos músicos batistas (AMBESP) e outro da associação regional (Aibamca). A preleção na solenidade foi do pastor Geandre Lopes, titular da IB Braz Cubas.
Pastor Paulo César Dias conduziu a devocional e a reflexão ficou a cargo
Presidindo todas as sessões, que tiveram a presença dos demais integrantes da Diretoria CBESP, o presidente, pastor Nelson Pacheco, anunciou o convite feito pela Associação Batista Centro Leste do Estado de São Paulo (ABCLESP) para receber no próximo ano a 117ª Assembleia CBESP, na cidade de Sumaré. O encontro do povo batista vai ser de 8 a 11 de julho de 2026.
Houve ainda recebimento no rol de Igreja Batista Boas Novas – Morumbi (Capital), Primeira Igreja Batista do Capelinha (São Bernardo do Campo), Igreja Batista do Jardim Paraíso do Sol (São Bernardo do Campo), Igreja Batista Pedras Vivas (Orlândia), Igreja Batista Urbana (Guarulhos), Primeira Igreja Batista Betel, no Parque Payol (Pirapora do Bom Jesus), Igreja Batista Nova Vida (Ribeirão Preto), Igreja Batista em Jardim Alzira (Capital), Primeira Igreja Batista em Jardim Itaim (Capital), e Igreja Batista Monte Sião (Bilac), como filiadas à Convenção Batista do Estado de São Paulo.
Acompanhe informações convencionais, bem como realizações das Igrejas locais, nas redes sociais da CBESP no Facebook, Instagram, Twitter e YouTube. n
Programação foi marcada por momentos de louvor e adoração
Assembleia evidenciou a unidade entre os Batistas
Pr. Alípio Coutinho (CBESP) e Pr. Fernando Brandão (CBB) durante a programação
Igreja Batista Monte Alegre - RJ completa 41 anos de fundação
Comemoração aconteceu com fim de semana especial de cultos e convidados.
Marcos de Souza Leão Hackbart
pastor presidente da Igreja Batista Monte Alegre - RJ
A Igreja Batista Monte Alegre (IBMA), localizada no Batan, em Realengo, Rio de Janeiro, comemorou seus 41 anos de fundação com uma programação especial nos dias 28 e 29 de junho. Embora o aniversário oficial da igreja seja no dia 30 de junho, como a data caiu em uma segunda-feira, as celebrações foram antecipadas para o fim de semana, a fim de proporcionar maior participação da comunidade.
No sábado, o culto contou com a presença do pastor Nivaldo Cardoso, da Igreja Batista Quintanilha - RJ, e a participação musical do
grupo masculino da Primeira Igreja Batista da Fun dação - RJ.
Louvor e oração marcaram o culto Irmãos da IB Monte Alegre - RJ durante celebração de 41 anos da Igreja
xão foi conduzida pelo pastor titular da IBMA, pastor Marcos Hackbart. Já no culto da noite, quem ministrou a Palavra foi o Pr. Gerson Brito, da
Primeira Igreja Batista de BanguRJ, além da participação especial do irmão Sérgio Fragoso, da PIB de Inhoaíba - RJ. n
Culto de Jubilação celebra legado de diáconos na PIB em Morabi, em Duque de Caxias – RJ
Alexandre da Conceição Julião membro da Primeira Igreja Batista em Morabi, em Duque de Caxias - RJ
Na noite do dia 27 de junho, a Primeira Igreja Batista em Morabi, em Duque de Caxias - RJ, foi palco de um culto especial: o Culto de Jubilação em honra aos diáconos Moacir Correia e Samuel Ferreira Bastos, dois homens cuja vida e ministério são exemplos de dedicação e fidelidade à obra do Senhor.
O diácono Moacir Correia, com 92 anos, foi batizado em 15 de abril de 1964, na Igreja Batista de Laranjeiras. Serviu por aproximadamente 10 anos em diversas Igrejas, entre elas, a Segunda Igreja Batista em Irajá - RJ e a Igreja Batista em Água GrandeRJ, onde foi consagrado diácono em 1989. Na PIB em Saracuruna, em Duque de Caxias - RJ, ficou na Missão Batista até que cresceu e se tornou membro fundador da PIB em Morabi, onde está há 31 anos. Casado por 40 anos com a irmã Maria José da Rocha Correa, construiu uma vida de testemunho e serviço ao Senhor.
Já o diácono Samuel Ferreira Bastos, com 98 anos, nascido em lar cristão, começou a pregar ainda aos seis anos de idade. Foi casado por 71 anos com a irmã Esther (in memoriam), e hoje é pai, avô, bisavô e tataravô. Foi membro fundador de várias Igrejas no Espírito Santo e no Rio de Janeiro.
Na Missão Batista em Morabi, abriu as portas de sua casa para os primeiros cultos, que deram origem à Igreja atual. Foi consagrado ao diaconato há 21 anos e é reconhecido por ter construído a estrutura da Igreja local, sem cobrar nada.*
O culto teve início às 19h30 e contou com a presença de representantes da Associação dos Diáconos Batistas do Estado do Rio de Janeiro (ADIBERJ), entre eles o presidente, diácono Sérgio Neves, e a diaconisa Ademilda Santos, presidente da ADIBERJ seção caxiense, e o diácono Mário Drumond, secretário executivo, que entregou uma placa de gratidão.
Em seguida, um vídeo com depoimentos de familiares, amigos e pastores foi exibido, expressando palavras de gratidão e reconhecimento aos
Celebração teve a presença de pastores, diáconos e familiares.
irmãos jubilados. Em nome da Igreja local. A presidente do ministério de diáconos, Jane Viana Marinho, junto ao irmão José Luiz Aguiar da Silva (foi consagrado no mesmo dia com o diácono Samuel) entregou aos homenageados uma placa de jubilação, como símbolo de gratidão por tantos anos de serviço.
O momento musical foi abrilhantado pelo Coral Luz de Sião, da Segunda Igreja Batista em Piabetá, em Magé - RJ, e com o solo da cantora Joyce Fernandes, que fez um acústico do hino “Em fervente oração.
A mensagem da noite foi ministrada pelo diácono Jonatas Nascimento, autor do livro “A Cartilha da Igreja Legal”, que falou sobre o legado desses primeiros diáconos da PIB em Morabi, que em tempos modernos dedica-
Tempo de oração durante o culto de jubilação em honra aos diáconos
ram seus dons ao serviço do Senhor como diáconos missionários. O pastor Marcos Antônio da Silva, presidente da Igreja, com os demais pastores e diáconos presentes, conduziu uma oração especial de gratidão, selando esse momento marcante com bênçãos sobre a vida dos homenageados. Ao final da programação, ambos os irmãos compartilharam palavras emocionadas de agradecimento. Relembraram suas trajetórias de fé, destacaram os milagres, lutas e vitórias vividas, e agradeceram a Deus e a Igreja por tantos anos de serviço. O culto foi encerrado em clima de louvor, reverência e profunda gratidão.
*No dia 22 de julho, o diácono Samuel Ferreira Bastos foi convocado às mansões celestiais, aos 98 anos de idade. n
Dc. Moacir Correia
Dc. Samuel Ferreira Bastos (in memoriam)
1º Hackathon da Missões Mundiais engaja jovens por Povos Não-Alcançados
Evento inédito reuniu juventude cristã em dois dias de imersão, inovação e propósito missionário em Curitiba - PR.
de Missões Mundiais (JMM) promo veu, pela primeira vez, um com foco missionário, reunindo seis equipes de jovens cristãos de diferen tes regiões do país para cocriar solu ções voltadas ao engajamento com povos não alcançados e contextos de difícil acesso ao Evangelho.
Antes mesmo da etapa presencial em Curitiba - PR, durante o congres so Despertar, da Juventude Batista Brasileira (JBB), os participantes já estavam mobilizados e se preparando em seus grupos. Durante os dois dias de evento, eles vivenciaram uma inten sa jornada de imersão, criatividade e espiritualidade, propondo ideias com potencial de impacto real em campos missionários.
As propostas apresentadas foram diversas: desde aplicativos de apoio emocional para missionários, passan do por jogos educativos com valores cristãos para discipulado de crianças em contextos transculturais, até pla taformas de reforço escolar como fer ramenta de missão integral.
A equipe Bederia foi a vencedora da competição com uma solução vol tada ao discipulado infantil em regiões de perseguição e isolamento cultural. Utilizando recursos lúdicos e de fácil reprodução, o projeto se destacou pela viabilidade em contextos com baixa ou nenhuma conectividade.
“Esse Hackathon foi mais do que uma maratona de tecnologia. Ele re presentou uma nova forma de mobi lização missionária: conectando os dons criativos da juventude à causa mais urgente do mundo — alcançar os que nunca ouviram falar de Jesus”, destacou Alexsandro Oliveira, coordenador de Comunicação e Marketing de Missões Mundiais.
Sky Studios e Undead Labs;
• Alan Costa, especialista em produtos digitais do Grupo SulAmérica;
• Hadiel Sicsu, missionário de Missões Mundiais e desenvolvedor.
listas em inovação e parceiros estratégicos. A proposta vencedora será acompanhada por Missões Mundiais para desenvolvimento e possível apli-
Um marco para a missão brasileira
O evento contou com a presença de convidados especiais que atuaram como mentores, jurados e inspirado-
A programação incluiu momentos de mentoria, espiritualidade, trabalho em equipe e apresentação de pitch diante de uma banca avaliadora formada por líderes da JMM, especia-
O Hackathon representa um marco inédito entre as agências missionárias brasileiras, ao integrar fé, criatividade e tecnologia na promoção da missão de Deus. A iniciativa reforça o compromisso de Missões Mundiais com a formação de uma nova geração de missionários — dispostos a colocar seus dons e habilidades a serviço do
avanço do Evangelho. Atualmente, Missões Mundiais atua com mais de 2.450 missionários em todos os continentes, com ênfase no envio de obreiros da terra, evangelização entre povos não-alcançados e centros urbanos estratégicos e projetos de desenvolvimento comunitário em contextos de pobreza, conflitos, migração e perseguição religiosa.
Para mais informações
E-mail: comunicacao@jmm.org.br
Site: www.missoesmundiais.com.br
Instagram : @missoesmundiaisoficial n
Associação do Alto Turi, no Maranhão, celebra 15 anos de “Jesus Transforma”
Região teve 10 Igrejas organizadas e seis Congregações.
Evangelismo de casa em casa
Dóris Lima missionária, diretora-Executiva da Associação das Igrejas Batistas do Alto Turi e membro da Primeira Igreja Batista em Santa Luzia do Paruá - MA
A Associação das Igrejas Batistas do Alto Turi (AIBAT) promoveu, no dia 19 de julho, uma celebração especial pelos 15 anos da Ação Jesus Transforma, com programação que incluiu evangelismo de casa em casa, atividades infantis, carreata e culto solene na Praça de Eventos de Maranhãozinho - MA.
A celebração foi sediada pela Primeira Igreja Batista em Maranhãozinho - MA, pastoreada por Carlos Henrique, Igreja plantada como fruto direto da Ação Missionária em 2010. O evento simbolizou a colheita de 15
anos de dedicação e o cumprimento das promessas de Deus.
Em 2009, em uma reunião do Conselho da Convenção Batista Brasileira (CBB), o então secretário-executivo da CBM, pastor Jorge França, e o presidente, pastor Joel Ramos foram desafiados a liderar uma grande operação evangelística no Maranhão. Em julho de 2010, cerca de 300 missionários foram enviados a nove cidades do Alto Turi ainda sem presença Batista. Igrejas foram plantadas, e a região começou a ser transformada pela proclamação do Evangelho.
A Ação Jesus Transforma, promovida pela Junta de Missões Nacionais (JMN), teve grande impacto no estado, especialmente no Alto Turi. Hoje, a região celebra 10 Igrejas organizadas e seis Congregações, com líderes
Atividades infantis animaram a programação
formados localmente e comunidades alcançadas pela Palavra de Deus.
A programação do dia 19 de julho contou com evangelismo pela manhã e tarde, atividades com crianças, uma vibrante Carreata da Gratidão pelas ruas da cidade, e à noite, um culto de celebração com presença de igrejas da região e autoridades eclesiásticas.
Estiveram presentes: pastor. Jedaias Azevedo, presidente da Convenção Batista Maranhense (CBM) e orador oficial; pastor Helben Barros, diretor-executivo da CBM; pastor Celso Pinheiro, da Junta de Missões Nacionais; a diretoria da AIBAT: pastor Jorge França (presidente), pastor Reginaldo Nunes (1º vice-presidente), pastor Josué Aires (2º vice-presidente), irmã Vanderleia (secretária), e pastor João Neto, representante da Ordem dos
Pastores.
A missionária e diretora-executiva da AIBAT, Dóris Lima, declarou: “é emocionante celebrar 15 anos de uma obra que nasceu em oração, cresceu com lágrimas e hoje frutifica para a glória de Deus.”
O encerramento foi marcado por gratidão e renovação do compromisso missionário, com a exibição de um vídeo em que o pastor Fabrício Freitas, executivo da JMN, convoca a Associação das Igrejas Batistas do Alto Turi a realizar uma nova edição da Ação Jesus Transforma em 2026, com o objetivo de alcançar os povoados ainda sem presença batista.
A Ação “Jesus Transforma o Alto Turi” permanece como um marco de fé, obediência e transformação espiritual no Maranhão. n
Cleber Passos dos Santos
1° Secretário da Associação Batista do Sudoeste da Capital e membro da PIB Dom José, em Embu das Artes-SP
A Associação Batista do Sudoeste da Capital (SP) realizou, nos dias 27 e 28 de junho, o Congresso “Espiritualidade - Isso é o Evangelho”, na Primeira Igreja Batista em Santo Amaro - SP. Com a parceria do This is The Gospel, programa de discipulado promovido pela Sherwood Baptist Church em Albany na Geórgia (EUA), a Sudocap promoveu o Congresso Espiritualidade 2025 com a adesão de 215 pessoas, mobilizando quase 100 pessoas nos bastidores para a realização do evento. Esse Congresso promoveu, em dois dias, um treinamento intensivo sobre
Programação contou com parceria internacional.
Momento de oração uniu os participantes
discipulado que começa com relacionamento. O evento contou com palestras gerais a todo o público e depois divisão em sessões para atividades práticas.
Apresentação do coro Cristolândia - SP
Sem dúvida, um movimento Batista expressivo na zona sul de São Paulo, finalizado com o comissionamento dos congressistas ao Ministério de Discipulado, pelo presidente da Con-
venção Batista do Estado de São Paulo (CBESP), o pastor Nelson Pacheco. O encerramento contou também com a apresentação do coro Cristolândia SP n
em Maranhãozinho - MA
Culto solene na Praça de Eventos de Maranhãozinho - MA
ASS OCIAÇÃO BRASILEIRA DE INSTITUIÇÕES BATISTAS DE ENSINO TEOLÓGICO (fundada em 1970)
Rua José Higino, 416 – Edifício 14 – Sala 226 – Tijuca – Rio de Janeiro/RJ CNPJ: 02.191.726/0001-84
EDITAL CONVOCAÇÃO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INSTITUIÇÕES BATISTAS DE ENSINO TEOLÓGICO ASSEMBLEIA ORDINÁRIA
Convocamos todos os representantes das Instituições Teológicas Batistas Associadas à ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INSTITUIÇÕES BATISTAS DE ENSINO TEOLÓGICO para se fazerem presentes na Assembleia Geral Ordinária, que se realizará no dia 17 de setembro de 2025, às 10:30 hs em primeira convocação com 50% das filiadas, e às 11:00 hs em segunda convocação com a presença de qualquer número, conforme orientação do Estatuto da ABIBET em seu Artigo 13º.
Conforme o Artigo 7º do Estatuto da ABIBET cada Associada terá direito até 3 (três) delegados e mais 01 (um) para cada 200 (duzentos) alunos matriculados em seus cursos regulares. Os mesmos devem ser credenciados conforme modelo enviado as instituições.
A Assembleia Ordinária da ABIBET ocorrerá das 10:30 hs às 12:30 hs no Centro Batista de Treinamento e Lazer, Ravena, Sabará – MG.
No amor de Cristo, Rio de Janeiro, 30 de julho de 2025.
Pr. Samuel Pinheiro Almeida Vice-Presidente
da ABIBET
Jesus, nosso modelo de obediência
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
O Verbo, o Deus Filho, Salvador e Senhor, se fez carne e habitou entre nós para fazer toda a vontade de Deus Pai. Ele possuía a natureza divino-humana caracterizada pela obediência. A Sua obediência estava ligada à Sua missão de buscar e salvar o perdido (Lucas 19.10). Paulo afirma que Jesus foi obediente até a morte, e morte de cruz (Filipenses 2.5-8).
Para Jesus de Nazaré, obediência significa estar no centro da vontade do Pai. Em todo o tempo do Seu ministério terreno, Ele viveu debaixo da autoridade do Pai (Mateus 28.18).
Como Jesus, devemos ser obedientes em todo o tempo. Viver a Grande Comissão (Mateus 28.18-20) significa andar na obediência. João nos ensina que devemos andar como Jesus andou (I João 2.6).
Pedro nos ensina a seguir os Seus passos (I Pedro 2.21). Na Sua oração sacerdotal (João 17), há frases que revelam a obediência de Jesus Cristo a Deus, o Pai: “assim como tu me enviaste ao mundo...” (v.18); “eu rogo não somente por estes...” (v.20); “para que o mundo creia que tu me enviaste” (v.21); “a fim de que o mundo reconheça que me enviaste...” (v.23); “e estes reconheceram que tu me enviaste” (v.25).
Na Sua experiência de oração, na Sua agonia no Getsêmani (Mateus 26.36-46), o Senhor Jesus revela mais uma vez a Sua obediência ao Pai: “Meu Pai, se possível, afasta de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (v.39) No versículo 42, o Mestre reafirma o Seu compromisso com a vontade do Pai.
No texto de João 5.19-47, Jesus, expondo a Sua missão, revela claramente a Sua obediência aos propósitos do Pai. No Seu curto ministério aqui na terra, o Salvador sempre viveu sob a autoridade do Pai. No Seu batismo, quando a Trindade de Deus se manifestou (Mateus 3.13-17), uma
voz do céu disse: “Este é o meu Filho amado, de quem me agrado” ou “em quem está todo o meu prazer” (v.17). O Senhor Jesus Cristo é o nosso modelo perfeito de obediência. Na Sua submissão ao Pai, Ele nos ensina que a obediência não é obrigação, não é troca, mas deleite ou prazer. Paulo nos ensina que a vontade de Deus para os Seus filhos é boa, agradável e perfeita (Romanos 12.1-2). Quando, à semelhança de Jesus de Nazaré, obedecemos a Deus Pai, nós O glorificamos e trazemos muito regozijo ao Seu coração. O Pai é engrandecido na obediência dos Seus filhos. Sigamos, pois, o Senhor Jesus como modelo de obediência! n
“Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer” (Lc 17.10)
Desenterre aquele talento e sirva como soldado de Cristo, revelando o extraordinário que está dentro de ti.
“No princípio Deus criou os céus e a terra.” Este é o primeiro versículo da Bíblia, e ele revela que o Criador tem a
primazia da sua criação. Se você cria algo, no seu trabalho ou como hobby, essa criação pertence a um Deus. Deus escolheu se apresentar como criador. As Escrituras revelam que criar é um ato de amor, e Deus criou mostrando bondade e poder. Tantas outras possibilidades de se expor, e Deus escolheu se revelar como um artista. Que lindo!
Ele nos fez à Sua imagem e semelhança. Então, nós também criamos. Não tão bem quanto o nosso Mestre, mas ao menos tentamos. É nessas horas que vemos o extraordinário em
nós.
Antes de tudo, entenda: somos substituíveis. Num mundo cada vez mais narcisista, corremos o risco de acreditar que tudo depende de nós. Mas não depende. Deus nos convida a servir na Grande Comissão — não porque Ele precise de nós, mas porque nós precisamos dEle. Estamos fazendo nada menos do que deveríamos fazer.
Somos chamados a produzir, nutrir, formar... Criamos e nos expressamos para tornar visível o que o Espírito Santo já nos revelou. O copo só transbor-
da se estiver cheio. E o que nos tem enchido? O Espírito Santo? O amor? Ou o nosso próprio ego?
Mergulhe na verdade. Se molhe na sabedoria. Beba da água viva e permita que a chuva do amor de Deus te regue por inteiro. Então, crie. Componha. Pinte. Escreva. Compartilhe. Seja um artista que produz, não por vaidade — afinal, lembre-se: somos inúteis — mas que tudo seja feito para a glória de Deus. O meio é a mensagem. E que a sua arte leve o mundo a enxergar Cristo e ver o extraordinário em nós. n
Eduarda Martins Nordeste
OBSERVATÓRIO
Estamos ficando sem novos líderes?
Lourenço Stelio Rega
Após a Segunda Guerra Mundial, especialmente nos Estados Unidos, com o fim do racionamento, crescimento econômico, expansão da produção etc., houve a ampliação no estímulo ao consumo e a necessidade de conhecer o consumidor, quando se supõe que se buscou diferenciar o público com suas próprias demandas e foi surgindo a divisão populacional em diversas gerações. Mesmo assim, hoje já é perceptível que existem realmente diferenças geracionais que alteram a maneira de considerar o mundo, os relacionamentos, as prioridades e as decisões.
Portanto, levar em conta essas características se torna fundamental para que possamos alcançar especialmente as novas gerações, para que não haja um prejudicial hiato ou ausência de liderança na vida da igreja. Isso é um indicador da necessidade de despertamento e capacitação continuada de líderes, à qual precisamos estar bem atentos e sincronizados.
Aliás, precisamos ligar nosso “radar” para muitos indicadores do tempo presente, para conseguirmos cumprir cabalmente nossa missão como líderes, deixando sólido um legado que alimente com contínua segurança o cumprimento de nossa missão no plano divino de restauração de todas as coisas (Efésios 1).
Para ilustrar, vamos citar apenas um exemplo que merece todo cuidado. Aqui nos referimos ao cuidado com o preparo de jovens que estejam ingressando no ensino superior, quando estarão sendo inseridos em um ambiente de pesquisas, mas também expostos a cosmovisões diferentes da cosmovisão cristã, que colocam em risco a visão bíblica sobre a família, a sexualidade, abrindo espaço para o secularismo, o ateísmo, ética relativista, mas também para um ambiente de drogas, cultura de gênero etc. A pergunta oportuna seria: como esses jovens estão sendo preparados do ponto de vista bíblico, teológico, ético-cristão e até mesmo em termos culturais, para que consigam, apesar
do ambiente em que estariam, ser embaixadores do Reino de Deus, sal, luz, manifestando lealdade a Deus e à Sua Palavra e, ainda, manifestando o viver cristão de modo atraente, que supere as expectativas no tempo da academia?
Diversos colegas pastores já têm demonstrado que jovens de suas igrejas, quando vão à faculdade, acabam se afastando do convívio eclesiástico, muitas vezes sem terem recebido suporte para essa nova fase de suas vidas. Em alguns casos, acabam retornando ao convívio eclesiástico quando se casam e têm filhos, para que possam ter assistência na formação religiosa deles.
Esse cenário é algo preocupante, mas precisamos compreendê-lo para dar suporte e conseguirmos ter igrejas fortes e saudáveis, com a manutenção das diversas gerações no viver cristão e sendo testemunhas de vidas transformadas e transformadoras em seu ambiente de convivência.
Muito poderíamos ainda mencionar sobre o tema, mas sobra uma indagação: o quanto de nós, pastores, estamos de fato nos preparando, nos atualizando em relação às tendências culturais que estão formando novos e complexos cenários e, ainda mais, buscando caminhos bíblicos para que nossos jovens possam estar preparados para ser testemunhas vivas de um Evangelho atraente e transformador?
Enquanto o tempo passa, tem sido possível notar que o preparo e a atualização pastoral nem sempre têm sido prioridade. Talvez estejamos nos envolvendo tanto com a obra de Deus que possamos estar esquecendo do Deus da obra e da missão que Ele nos tem dado: cuidar de vidas, mais do que de resultados estatísticos. Parece-nos que o pragmatismo e o utilitarismo funcional têm nos tirado da frente essas prioridades.
Então, mãos à obra! O que poderemos fazer para que as novas gerações possam estar ao nosso lado e, em seguida, assumirem a liderança, seja em um âmbito denominacional, seja, mais ainda, na vida de nossas igrejas? Vamos a algumas sugestões:
• MAPEAR A SITUAÇÃO - VER RISCOS E OPORTUNIDADES
Em primeiro lugar, estamos diante de uma CRISE, e toda crise tem dois lados: PERIGO/RISCO e OPORTUNIDADE. Então, precisamos mapear o risco que teremos e os prejuízos se esse tema não for tratado. Em seguida, desenhar um caminho para as oportunidades de aproximação às novas gerações e às futuras conquistas que elas poderão trazer para enriquecer ainda mais o cumprimento da missão que Deus nos tem confiado.
• COMPREENDER COMO CADA GERAÇÃO ENXERGA O MUNDO, A VIDA
As novas gerações são fruto das experiências que seus pais foram vivendo ao longo do tempo, de como enfrentaram as crises de cada época, como isso foi transferido aos filhos, como puderam ensinar os filhos a enfrentar ou não enfrentar crises, frustrações, planejar o tempo, desenvolver relacionamentos e amizades, preparando-os para a vida. Com isso, é possível colocar as mesmas lentes e cores que as novas gerações utilizam para ver as situações da vida, os dilemas, e como buscam respostas e se buscam ou esperam que o tempo dê respostas etc. Hoje há muita literatura disponível para isso. Assim, poderemos ver a vida e as suas situações com o mesmo olhar das novas gerações.
• COMPREENDER COMO AS NOVAS GERAÇÕES ESTABELECEM O QUE DE FATO IMPORTA
Como cada geração, em termos gerais, estabelece suas prioridades? O que de fato toma a atenção delas? Como o aspecto institucional e formal é considerado por essas novas gerações? Como daremos oportunidade para que possam dinamizar o atendimento às coisas do Reino de Deus? Como conseguirão fazer a transição institucional em busca de resultados mais dinâmicos? Se a visão institucional não tem prioridade, como seria possível promover o processo de decisões? Decisões colegiadas e de consenso seriam melhores que decisões juridicamente legitimadas?
• COMPREENDER COMO CADA GERAÇÃO BUSCA RESOLVER DILEMAS, DESAFIOS, PROBLEMAS, CONFLITOS O item anterior nos conduz a este. Soluções de conflitos, por exemplo, demandam processos de negociações, estabelecimento do que seja de fato importante. Muitas soluções de problemas e conflitos passam pelo valor que se dá aos relacionamentos. Se um relacionamento, por exemplo, é prioritário, em geral, um problema, dilema ou conflito pode não representar prioridade e poderá não ser considerado. Assim, as gerações mais adultas (X, Baby Boomer), que estão, em geral, hoje na liderança, podem valorizar mais resultados, mais o aspecto institucional, menos os relacionamentos. E isso pode ser fator de conflito entre as gerações atuais e as novas gerações, de modo que os ruídos de compreensão se instalam e podem impedir a abertura de espaço para diferentes abordagens nesse sentido.
• ABRIR DIÁLOGO COM AS NOVAS GERAÇÕES
Escuta atenta aqui vale mais do que escuta ativa. Isto é, ouvir primeiro para compreender, depois buscar retornar com respostas. Quando uma pessoa nota que estamos atentos para ouvir, os ruídos na comunicação são atenuados. As novas gerações precisam ser ouvidas, pois podem ter respostas diferentes para situações que podem trazer melhores resultados do que estamos acostumados. Quem sabe as novas “lentes” tragam novas luzes, novas percepções, novas variáveis que poderão indicar caminhos com maior resolução.
Existem outras providências, mas estas já podem nos ajudar na abertura do diálogo e de espaço para que as novas gerações possam participar ativamente da missão que Deus nos tem dado, seja no âmbito denominacional, seja no eclesiástico. Afinal, essas novas gerações são nossos filhos, filhos de nossas ovelhas nas igrejas, nossos netos, que poderão estar esperando ser ouvidos e ter oportunidade para participar. É tempo de refletirmos e atuarmos na busca desses novos caminhos. n