OJB EDIÇÃO 27 - ANO 2025

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ÓRGÃO OFICIAL DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA FUNDADO EM 1901

CULTO EM CELEBRAÇÃO AOS 118 ANOS

DA CBB

REÚNE

PASTORES, LÍDERES E COLABORADORES DAS ORGANIZAÇÕES

No dia 24 de junho, a capela do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB), localizada no Centro Batista, na Tijuca - RJ, recebeu líderes, diretores, missionários e colaboradores das organizações da Convenção Batista Brasileira (CBB) para a celebração dos 118 anos da CBB, comemorados oficialmente em 22 de junho. A matéria completa está disponível nas páginas 08 e 09.

Missão

Texto destaca a importância da obra missionária na expansão do Reino de Deus

pág. 05

Notícias do Brasil Batista

Assembleia Geral

Mato Grosso realiza sua 38ª Assembleia com gratidão, unidade e visão de futuro

pág. 10

Notícias do Brasil Batista Saúde de Corpo e Alma

100 anos

Congresso dos Batistas Sul-Mato-Grossenses celebra centenário da PIB de Ponta Porã

pág. 13

Coluna aborda o desgaste de pastores diante das pressões institucionais da igreja

pág. 15

Reflexão

EDITORIAL

De acordo com o nosso calendário, julho é o Mês de Missões Estaduais, ou, em alguns casos, regionais, tendo em vista que em alguns locais temos Convenções que atendem regiões específicas.

Como é bom ver, em todo o nosso Brasil Batista, nossas Convenções

em atuação para mobilizar as Igrejas para a importância de anunciar o Amor Gracioso de Jesus em suas localidades.

Ao longo do mês vamos apresentar aqui em O Jornal Batista e em nossas redes sociais o tema das campanhas das nossas 33 Convenções. Deseja-

Anunciando amor gracioso através de Missões Estaduais

mos a todos um excelente período de mobilização e evangelização, pedindo ao Senhor que muitas vidas sejam alcançadas.

Destacamos também, como matéria de capa, a celebração dos 118 anos da Convenção Batista Brasileira. No dia 24 de junho, a capela do Seminá-

rio Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB), localizada no Centro Batista, na Tijuca - RJ, recebeu líderes, diretores, missionários e colaboradores das organizações da CBB. A matéria está nas páginas 08 e 09. Boa leitura! Que Deus te abençoe! n

O JORNAL BATISTA

Órgão oficial da Convenção Batista Brasileira. Semanário Confessional, doutrinário, inspirativo e noticioso.

Fundado em 10.01.1901

INPI: 006335527 | ISSN: 1679-0189

PUBLICAÇÃO DO CONSELHO GERAL DA CBB

FUNDADOR

W.E. Entzminger

PRESIDENTE Paschoal Piragine Jr.

DIRETOR GERAL Fernando Macedo Brandão

SECRETÁRIO DE REDAÇÃO

Estevão Júlio Cesario Roza

(Reg. Profissional - MTB 0040247/RJ)

CONSELHO EDITORIAL

Francisco Bonato Pereira; Guilherme Gimenez; Othon Ávila; Sandra Natividade

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Anúncios e assinaturas: jornalbatista@batistas.com Colaborações: decom@batistas.com

REDAÇÃO E CORRESPONDÊNCIA

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Site: www.convencaobatista.com.br

A direção é responsável, perante a lei, por todos os textos publicados. Perante a denominação Batista, as colaborações assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião do Jornal.

DIRETORES HISTÓRICOS

W.E. Entzminger, fundador (1901 a 1919); A.B. Detter (1904 e 1907); S.L. Watson (1920 a 1925); Theodoro Rodrigues Teixeira (1925 a 1940); Moisés Silveira (1940 a 1946);

Almir Gonçalves (1946 a 1964); José dos Reis Pereira (1964 a 1988); Nilson Dimarzio (1988 a 1995) e Salovi Bernardo (1995 a 2002)

INTERINOS HISTÓRICOS

Zacarias Taylor (1904); A.L. Dunstan (1907); Salomão Ginsburg (1913 a 1914); L.T. Hites (1921 a 1922); e A.B. Christie (1923).

ARTE: Oliverartelucas

IMPRESSÃO: Editora Esquema Ltda A TRIBUNA

O Promotor de Missões na Igreja Local: a importância do seu papel

Extraído do site www.missoesestaduais.org

O promotor de missões na Igreja local desempenha um papel essencial na mobilização e engajamento da Congregação na obra missionária. Esse voluntário dedicado atua como um catalisador, inspirando e equipando a Igreja para cumprir a Grande Comissão de Jesus: fazer discípulos de todas as nações (Mateus 28.19).

Visão e Inspiração

O promotor de missões é responsável por manter a visão missionária viva na mente e no coração da Igreja. Isso inclui compartilhar histórias de missionários, destacar necessidades urgentes e celebrar os frutos do trabalho missionário. Por meio de apresentações, vídeos, testemunhos e eventos especiais, o promotor de missões inspira a Congregação a se envolver ativamente na obra de Deus ao redor do mundo.

Educação e Conscientização

Parte fundamental do papel do promotor de missões é educar a Igreja sobre a importância e a urgência das missões. Isso envolve ensinar sobre o mandamento bíblico de ir e fazer discípulos, bem como informar sobre as realidades e os desafios enfrentados pelos missionários em campo. Por meio de estudos bíblicos, workshops e materiais educativos, o promotor de missões ajuda a construir uma compreensão sólida e um compromisso profundo com a causa missionária.

Mobilização e Engajamento

O promotor de missões trabalha para mobilizar a Igreja a se envolver de diversas maneiras. Isso pode incluir organizar campanhas de oração, arrecadação de fundos e coordenação de viagens missionárias. Além disso, o promotor encoraja os membros a

considerarem o chamado missionário em suas próprias vidas, seja por meio do envio ou do apoio. O objetivo é criar uma cultura em que cada membro da igreja se veja como parte integral da missão de Deus.

Apoio aos Missionários

Outro aspecto crucial é o apoio contínuo aos missionários enviados. O promotor de missões coordena esforços para garantir que os missionários recebam o suporte financeiro, emocional e espiritual necessário. Isso pode incluir a organização de cartas de encorajamento, pacotes de cuidados e orações específicas. O apoio consistente fortalece os missionários e os ajuda a perseverar em seus campos de trabalho.

Parcerias e Colaborações

O promotor de missões também busca estabelecer e fortalecer parce-

rias com outras Igrejas, organizações missionárias e ministérios locais e globais. Essas colaborações ampliam o impacto do esforço missionário, permitindo que recursos e conhecimentos sejam compartilhados de maneira mais eficaz. Trabalhando juntos, podemos alcançar mais pessoas com o evangelho de Cristo.

Conclusão

O promotor de missões é uma peça vital no cumprimento da missão da Igreja. Por meio de inspiração, educação, mobilização e apoio, ele ajuda a congregação a entender e a participar da obra de Deus no mundo. Ao reconhecer e valorizar o trabalho desses promotores, estamos fortalecendo a base missionária da nossa Igreja e contribuindo para o avanço do Reino de Deus. Que cada promotor de missões se sinta encorajado e capacitado em sua tarefa, sabendo que seu trabalho tem um impacto eterno. n

Mineira

“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19).

O termo usado no texto da língua original, traduzido para a palavra “nações”, traz a ideia de povos, tribos,

grupos de pessoas com algo em comum, vivendo em conjunto. Obedecer à ordem de Jesus Cristo, registrada em Mateus 28.19, implica em fazer discípulos de todos os povos, de todos os grupos de pessoas. Mesmo em um estado evangelizado como Minas Gerais, mesmo nas cidades com maior índice de evangélicos, é possível haver povos considerados “menos alcançados”.

Entre os povos menos alcançados,

estão os indígenas, os ciganos, os surdos, os mais ricos dentre os ricos, os mais pobres dentre os pobres, os ribeirinhos, os sertanejos, os imigrantes e os quilombolas.

Um dos povos menos alcançados em Minas Gerais são os quilombolas.

De acordo com o Censo do IBGE de 2022, o estado tem a terceira maior comunidade quilombola do Brasil, com cerca de 135.310 quilombolas. Minas Gerais perde apenas para dois

estados: o Maranhão, com 269.074 quilombolas, e a Bahia, com 397.059 quilombolas. O município mineiro com a maior comunidade quilombola é Januária, com cerca de 15.000 quilombolas.

O povo Batista precisa olhar para o povo quilombola e clamar ao Senhor para que mande trabalhadores para “esta seara”. Certamente, Deus tem muita gente no meio deste povo também. n

Robsom Martins pastor, gerente de Missões da Área 1 da Convenção Batista

A “armadura de Deus” para o cristão

Todos conhecerão a verdade

“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32).

O apóstolo Paulo disse, em Efésios 6: “Revesti-vos de toda a armadura” (v. 11), que é a seguinte:

A verdade como cinturão – “Usem a verdade como cinturão.” (v.14 a). A vida é um profundo exercício da verdade, principalmente para os cristãos. Ninguém precisa ser mais autêntico. A verdade é o que segura todas as coisas.

A justiça como couraça – “Vistam-se com a couraça da justiça.” (v.14b). O coração, um dos pontos fracos do homem, é protegido pela “couraça”

da justiça de Deus. Ele impulsiona o corpo e também o lado emocional.

O evangelho da paz como sapatos – “e calcem, como sapatos, o entusiasmo para anunciar a Boa-Notícia de paz.” (v.15). É essencial ter os “pés calçados com o evangelho da paz”.

A fé como escudo – “E levem sempre a fé como escudo...” (v.16). A fé é o escudo do cristão contra “todos os dardos do maligno”. Tudo pode ser vencido em Cristo, por meio da fé verdadeira Nele.

A salvação como capacete – “Recebam a salvação como capacete...” (v.17a). A cabeça é considerada um ponto fraco e alvo predileto do inimi-

A mentira, seja ela do jeito que for, sempre tem o poder de escravizar espiritualmente as pessoas, porque a mentira é a forma mais inescrupulosa de manipular a realidade. Quando Jesus quis ensinar Seus discípulos sobre o meio proposto por Ele para serem aceitos no Reino de Deus, Ele revelou: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém pode chegar até o Pai a não

go, tanto físico quanto espiritual. O “capacete” protege a mente de pensamentos maus e negativos, conservando-a forte no Senhor.

A Bíblia como espada – “...e a palavra de Deus como espada que o Espírito Santo dá a vocês.” (v.17b). A “brilhante espada do poder de Deus” é a única arma ofensiva do cristão para ganhar a “batalha espiritual”.

ser por Mim” (Jo 14.6). Através desta declaração, Jesus excluiu as tradições religiosas que se autopropunham como o único meio de garantir os céus. O texto messiânico do Novo Testamento não deixa margem para questionamentos teológicos. O testemunho pessoal dos escritores do Novo Testamento tem sido unânime; por isso, crer no poder e no testemunho dos seguidores do Cristo tem sido, até agora, confirmado pelos registros da História.

A oração como força extra – “Façam tudo isso com oração, pedindo a ajuda de Deus.” (v.18). O desânimo esgota as forças, derrubando qualquer um. Por isso: “Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder.”. Vistamos, então, esta “armadura de Deus” para nós e vivamos mais protegidos num mundo que “jaz do maligno”. n

Regineide Menezes promotora de Missões na Igreja Batista Evangélica de Fortaleza - CE

I Preste atenção meu irmão!

Preste atenção minha irmã! Venha logo, se apresse, Venha cumprir a missão

II Não se meta a pregar, Sem por o joelho no chão, Pra obedecer a Jesus Vamos sensibilizar o coração

III

Para todo início de trabalho Vamos todos nos juntar

Começando em comunhão, Louvor, graça e oração Lado a lado o Ceará amar Todos juntos, vem orar.

IV

Bora se empenhar em fazer Bazar, cantinas e feirinhas Para ofertar e o nosso alvo ultrapassar.

V

Bora arregaçar as mangas E andá o chão do novo Ceará Pra fazé o Evangelho Conhecido em todo lugar. n

Rogério Araújo (Rofa) colaborador de OJB
Olavo Fe ijó
pastor & professor de Psicologia

“E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (II Tm 2.2, ACF)

A obra missionária de Deus é uma dádiva que é concedida àqueles que, movidos pelo amor revelado na cruz, executam esta santa e desafiadora tarefa deixada por Jesus à sua Igreja. Sabe-se que, em todas as etapas de sua execução, o trabalho de expansão do Reino de Deus exige cuidados e atenção especiais. Isso vai desde o início da plantação de Igrejas, quando o evangelho é disseminado em determinada região através daqueles que, com o aval das Igrejas, instruídas pelo Espírito Santo, enviam alguns em missões específicas (Atos 13.2). Passando por aqueles que, ao ouvirem a mensagem do Evangelho por meio dos missionários, creem e passam a seguir o Caminho de Cristo (Romanos 10.911). Enquanto estes desfrutam de graça, comunhão e verdade, fazem parte do fluxo de desenvolvimento de uma Igreja local em sua fase inicial (Atos 2.46). Todo este processo deve se dar de forma orgânica, de modo que, através do conhecimento do Evangelho, o corpo de membros se multiplique de forma saudável e intencional (Atos 2.47), até que este grupo alcance autonomia e passe a ser participante da expansão do Reino de Deus, investindo em plantações de novas Igrejas, consolidando assim um ciclo permanente de avanço do Evangelho. Como um corpo denominacional, torna-se necessária uma ação conjun-

Lado a lado na missão

ta e constante para que isto aconteça. Uma denominação que tem Missões como uma de suas prioridades existe em coerência com as Escrituras e pode motivar cada Igreja e seus membros a se engajarem em um projeto maior, cooperando para o cumprimento do chamado, tanto comunitário quanto individual.

Não se faz Missões sozinho. Como afirmou o saudoso pastor Edison Queiroz: “Uma igreja pequena pode fornecer pessoas e dinheiro para a obra de missões. Mas, às vezes, não tem condições de levantar todo o sustento financeiro necessário; portanto, poderá se unir a outra igreja e, juntas, enviarem o missionário.”

Quando há sincero interesse em fazer a vontade de Deus, Ele provê o necessário, unindo Igrejas locais em cooperação.

Igrejas que têm um olhar voltado para a Grande Comissão devem se associar à obra missionária, assim como bem fez a Igreja de Filipos: “Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação.” (Fp 4.14, ARA)

Paulo escrevia sobre suas tribulações no campo missionário e de como foi importante caminhar com irmãos comprometidos com o Reino de Deus, em contraste com aqueles que não se comprometiam com a expansão do Evangelho, como ele expressa claramente:

“E sabeis também vós, ó filipenses, que, no início do evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja se associou comigo no tocante a dar e receber, senão unicamente vós outros” (Fp 4.15, ARA).

Deus supriu a necessidade momentânea de Paulo através da coope-

ração daquele grupo que se uniu e se motivou a cuidar do missionário e de suas necessidades, o que resultou em suprimento com abundância na vida de Paulo e em seu trabalho para Deus (Filipenses 4.17-18). Entretanto, aquelas Igrejas que não fizeram parte do trabalho que Deus estava realizando perderam a oportunidade de fazer parte do movimento mais extraordinário a ocorrer no mundo: o poderoso avanço da Grande Comissão, encabeçada por Jesus, que resulta em vidas libertas e salvas, bem como em Igrejas sólidas, que cumprem o chamado de Cristo. John Stott descreve esta importante missão da Igreja primitiva como exemplo para a Igreja contemporânea:

“Para começar, Paulo presume que as igrejas irão participar do seu próprio ministério apostólico através do seu apoio, seus dons e, acima de tudo, suas orações. Ele agradece a Deus pela ‘cooperação no evangelho’ dos filipenses. Pede aos tessalonicenses que orem para que através dele ‘a palavra do Senhor se propague, e seja glorificada’; aos colossenses, ‘para que Deus nos abra porta à palavra’; e aos efésios, para que lhe seja dada, no abrir da sua boca, a palavra, bem como ousadia e intrepidez ao fazer conhecido o evangelho.” (Stott, 2008)

Ao longo da história da Igreja, muitas denominações perderam o foco de suas reais missões e tomaram rumos ignorados quanto à visão bíblica de Reino. Outras, por suas vezes, mantiveram-se firmes e amadureceram beneficamente com o passar dos anos, aprendendo com as experiências e aprimorando seus modus operandi, com o propósito de alcançar eficiên-

cia, sem se afastar da orientação bíblica de fazer discípulos.

Através desta frutífera parceria, será cada vez mais notório o avanço do Evangelho no Ceará, com plantações de novas Igrejas, revitalizações de Igrejas e mobilizações que promovem boa comunhão e cooperação entre os convencionais, no amadurecimento e expansão, como afirma Stott: “Agora, todas as vinte e uma Epístolas do Novo Testamento, mesmo as que se destinam a pessoas específicas, têm como propósito, em suas diferentes formas, edificar a igreja e garantir o seu crescimento, tanto em maturidade como em extensão.”

Além disso, que possamos resplandecer enquanto caminhamos lado a lado (João 13.35), como também assevera Stott:

“E cada igreja local deve expressar o caráter missionário de toda a igreja. Os filipenses, que viviam ‘no meio de uma geração pervertida e corrupta’, foram exortados a ‘resplandecer como luzeiros no mundo’ e a ‘preservar a palavra da vida’, exibindo-a, tal como um vendedor faz com suas mercadorias ou como um garçom faz com os pratos em uma festa. Os tessalonicenses são descritos como tendo, não somente ‘recebido’ a palavra do Senhor, mas também feito com que ela ‘repercutisse’ nas regiões vizinhas.” (Stott, 2008)

Referências bibliográficas

• QUEIROZ, Edison. A Igreja local e Missões. 6. ed. São Paulo: Vida Nova, 2014. ISBN 8527505789.

• STOTT, John. Ouça o Espírito, ouça o mundo. 2. ed. Viçosa: Editora Ultimato, 2008. ISBN 8570550650. n

Presentes ou Presença? A lição dolorosa do Mezanino

Outro dia, enquanto navegava pelo X (antigo Twitter ), me deparei com uma postagem instigante.

Ela narrava a seguinte situação: um pai presenteou o filho com um carrinho. A criança, por alguma razão, rejeitou o brinquedo e o chutou. Diante disso, o pai pegou o carrinho, subiu ao mezanino da casa e, em um ato de fúria, o atirou no chão do andar de baixo, destruindo-o completamente.

O autor da postagem questionava seus seguidores sobre a atitude do pai: ela era aprovável ou não?

Parei para refletir um pouco sobre essa situação. À primeira vista, é possível até sentir alguma compreensão pelo pai decepcionado. Afinal, ele provavelmente comprou o carrinho com a intenção de fazer o filho feliz.

No entanto, ao analisar a cena com mais profundidade, outras questões surgem. Poderíamos nos perguntar: “Será que era esse o brinquedo que a criança realmente desejava, ou o pai

o deu apenas para, quem sabe, suprir uma carência de sua própria infância?”. Ou ainda: “Será que a criança não estava, na verdade, precisando mais da presença do pai do que daquele presente caro?”. E, por fim: “Era realmente necessário aquele ataque de fúria, arremessando o carrinho do alto do mezanino na frente do filho?” Como pais, é fundamental agirmos com sabedoria em momentos assim. Talvez, naquele instante, o pai pudesse ter perguntado calmamente ao filho o motivo da rejeição ao brinquedo. Ou, em vez de reagir com raiva, poderia ter conversado com a criança sobre a atitude dela e, a partir da rejeição, propor a doação do carrinho para outra criança que talvez o apreciasse mais. A reação impulsiva de arremessar o brinquedo e estraçalhá-lo totalmente não foi, na minha opinião, o melhor caminho. Lembro-me do que Tiago nos ensina em sua carta, quando afirma: “Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para se irar, pois a ira do homem não produz a

justiça de Deus” (Tg 1.19-20). O pai, naquele momento, agiu movido pela ira, perdendo a oportunidade de ouvir o filho e buscar uma solução mais sábia.

Refletindo ainda mais sobre a atitude do pai e a sabedoria necessária em momentos assim, as palavras do apóstolo Paulo, em Efésios 6.4, vêm à mente: “Pais, não irritem seus filhos...”. Será que a reação dele não acabou irritando ou desanimando a criança, em vez de ensiná-la?

Por outro lado, é comum observarmos pais que presenteiam seus filhos com itens caros, muitas vezes para compensar a ausência em suas vidas. Será que, ao rejeitar o carrinho daquela forma, a criança não estava, de alguma maneira, comunicando essa carência ao pai?

A dinâmica de presentear crianças, hoje em dia, tornou-se um desafio complexo para muitas famílias. Basta visitar uma loja de brinquedos em qualquer shopping para constatar essa realidade.

Lembro-me, por exemplo, de um

brinquedo que dei ao meu neto e que, se muito, foi usado três vezes.

Em uma viagem aos Estados Unidos, conversei com um pai que me relatou a enorme quantidade de brinquedos que seus filhos recebiam e que, no fim das contas, ficavam esquecidos. Realmente, muitas crianças hoje parecem “saciadas” ou até “enfastiadas” de tantos brinquedos. Na minha infância, a realidade era diferente; frequentemente, os brinquedos eram construídos por nós mesmos.

Diante disso, uma reflexão se faz necessária: ao presentearmos nossos filhos, qual é a verdadeira intenção por trás do gesto? Devemos pensar cuidadosamente no propósito de cada presente. O ideal é buscar itens que contribuam para o desenvolvimento da criança. Além disso, os presentes podem – e devem – ser uma oportunidade para fortalecer a união da família por meio do brincar junto.

E, por fim, um ponto crucial: nunca use presentes apenas como uma forma de compensar a sua ausência. n

Redação de Missões Nacionais

De Vigilante a Missionário. De Radical a Pastor

Conheça a história do Marcos, um improvável na Amazônia.

Essa é a história do Marcos Vinícius, um carioca de Santa Cruz - RJ, que cresceu em um lar cristão, filho do Pr. Aurelino e da irmã Gilza. Ele entregou sua vida a Jesus aos 9 anos, em uma Escola Bíblica de Férias, mas foi em um Acampamento de Verão dos Embaixadores do Rei (ANVER), aos 13 anos, que ele entendeu a ordem do Rei: “Ide e fazei discípulos de todas as nações”.

“Não sabia da necessidade da Amazônia — achava que era só mato. Em 2015, minha mãe foi em uma viagem do Barco O Missionário e me contou sua experiência. Depois, no ANVER 2020, Deus confirmou: É pra Amazônia!”, compartilha Marcos.

Aos 31 anos, em abril de 2021, deixou seu emprego de vigilante e foi para a Amazônia, na turma 18 do Radical, ainda em meio às incertezas da pandemia. Ele partiu para servir na comunidade Vila Canumã - AM e apoiou o trabalho na comunidade indígena Makambira.

Nós sabemos que Deus usa as coisas loucas para confundir as sábias, não é mesmo? Nosso missionário é testemunha disso: “Cheguei do Rio com o propósito de fazer o que sabia: trabalhar com os Embaixadores do Rei. Levei bandeiras, manuais... Queria ganhar todos os meninos da comunidade para Cristo. Durante meses, não encontrei nenhum menino interessado e questionei: ‘Senhor, o que vim fazer aqui?’. Um dia, fiz um almoço com alguns vizinhos e suas crianças. Na

varanda da casa-modelo, uma música tocava e comecei a dançar, tentando distrair as meninas. Elas fizeram um ‘trenzinho’ e vieram me imitando… De repente, ouvi uma das meninas dizer: ‘Mãe, vou ali fazer balé com o Marcão’. Aquilo me marcou.”

Marcos começou a viver coisas extraordinárias! “Passei a dar aulas de balé para elas, em uma comunidade de tradição indígena e ribeirinha, com forte patriarcado e muito preconceito. Nas aulas, eu dizia: ‘Nosso corpo…’ e elas respondiam: ‘É casa de Deus!’. Com base em I Coríntios 6.19, incluí defesa pessoal nas aulas, já que sou graduado em jiu-jitsu. Certa tarde, elas vieram correndo contar que uma coleguinha estava mostrando vídeos pornográficos no celular. Perguntei o que fizeram. Elas responderam: ‘Saímos correndo, porque se nosso corpo é casa de Deus, o da moça também deve ser. E não podemos ver isso’. Ali eu vi frutos. Ali eu entendi: não quero outra coisa para minha vida.”

Com esse coração enorme, Marcos conheceu a missionária Juli He-

len. Eles se casaram em setembro de 2023. Em março de 2025, nasceu a pequena Olívia, fruto desse amor. “Isso só fortaleceu meu chamado. Minha esposa é a melhor missionária que já conheci. Ter ela como braço forte do meu ministério é um privilégio e me dá confiança para avançar.”

Marcos ingressou no curso de bacharel em Teologia pelo Seminário do Sul, mas por muitos anos relutou com a ideia de se tornar pastor. Seu pai era pastor e faleceu quando ele tinha 13 anos. Por muito tempo, Marcos foi chamado de “pastorzinho”, mas, com a maturidade, veio a consciência de que Deus não estava o chamando como “filho do Pr. Aurelino”, mas como Marcos Vinícius, um pastor missionário! No dia 14 de junho de 2025, Marcos foi aprovado no concílio pastoral. No mesmo dia, celebramos sua ordenação pastoral, na PIB Jardim das Oliveiras, para a glória de Deus! O casal missionário seguirá atuando na Missão Brasil Venezuela, servindo, discipulando e ensinando refugiados venezuelanos sobre o Evangelho!

lho missionário realizado em Roraima. Não fique de fora do que Deus está fazendo no Brasil. Acesse: missoesnacionais.org.br/sou-radical e saiba como se envolver nessa missão. n

CBB comemora 118 anos com culto de celebração no Centro Batista

Pr. Paschoal Piragine Jr., presidente da CBB, foi o preletor.

Isabelle Godoy e Estevão Júlio Comunicação da Convenção Batista Brasileira

No dia 24 de junho, a capela do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB), localizada no Centro Batista, na Tijuca - RJ, recebeu líderes, diretores, missionários e colaboradores das organizações da Convenção Batista Brasileira (CBB) para a celebração dos 118 anos da CBB, comemorados oficialmente em 22 de junho.

A programação foi conduzida pelo pastor Fernando Brandão, diretor-executivo da CBB, que deu as boas-vindas aos presentes com palavras de gratidão e alegria: “A CBB não é uma instituição, é uma visão. São as Igrejas Batistas unidas para proclamar o evangelho de Jesus Cristo”, afirmou. Em seguida, o pastor João Emílio Cutis Pereira, 4º secretário da CBB e pastor da Primeira Igreja Batista de Irajá - RJ, conduziu um momento de oração, agradecendo a Deus pelo culto e pela história da CBB.

Os momentos de louvor e adoração foram dirigidos pelo ministro de Música Marcelo Nelles, coordenador do curso de Música do Seminário do Sul, juntamente com o Coro Batista, que entoaram canções como “Tu És Bom” e um medley “Só Tu És Santo + Oh, Quão Lindo Esse Nome É”. Durante o culto, o pastor Fernando Brandão convidou representantes de diversas convenções e organizações parceiras da CBB para momentos de homenagem e oração. Representando a Convenção Batista Fluminense (CBF), o pastor Diego Bravim, diretor-executivo, e o pastor Rafael Antunes, presidente da CBF, entregaram uma placa comemorativa ao pastor Paschoal Piragine Jr., presidente da CBB. “A Convenção Batista Fluminense expressa sua profunda gratidão pelos 118 anos da CBB e por sua trajetória de fé e serviço”, declarou o pastor Diego Bravim.

A Ordem dos Pastores Batistas do Brasil (OPBB) também participou da celebração, representada por seu diretor-executivo, pastor Daniel Ventura: “Como tem sido bom, nesses 118 anos, ver o extraordinário de Deus acontecendo em nós e através de nós”, afirmou.

Representando a Convenção Ba-

tista Carioca (CBC), o pastor José Maria de Souza lembrou a importância histórica do local da celebração: “Louvamos a Deus, pois foi aqui, na cidade do Rio de Janeiro, que a CBB foi instalada. Sentimo-nos parte desta história.”

As juntas missionárias também estiveram presentes. Pela Junta de

Missões Nacionais (JMN), o pastor Fabricio Freitas, diretor-executivo, destacou: “Essa é a história dos Batistas — uma história de missões que aprendemos com nossos pioneiros e queremos continuar”. Representando a Junta de Missões Mundiais (JMM), o pastor Alexandre Peixoto, diretor de operações, completou: “É um privilégio ser um Batista brasileiro. O que começou na Bahia atravessou os continentes. Hoje temos 2.450 missionários atuando em 26 países para honra e glória de Deus.”

Outros representantes das organizações parceiras também participaram do momento: o pastor Pedro Veiga, vice-diretor dos Seminários da CBB, representando o Seminário do Sul; a irmã Raquel Zarnotti, representando a União Feminina Missionária Batista do Brasil (UFMBB) e as Mensageiras do Rei; a professora Ana Laura, representando o Colégio Batista Shepard (CBS); além do pastor Fabiano Lessa, coordenador nacional dos Embaixadores do Rei.

“Os corações das mulheres Batistas do Brasil são corações missionários. E vamos continuar juntos avançando!”, declarou a irmã Raquel.

A irmã Fabíola Molulo, gerente de Ação Social da JMN, conduziu um momento especial de oração em agradecimento a todas as organizações presentes.

Na sequência, foi exibido um vídeo produzido pela Gerência de Comunicação da CBB, relembrando a trajetória centenária da Convenção.

O louvor continuou com o ministro Marcelo Nelles e o Coro Batista, que entoaram a canção “Digno é o Senhor”, preparando o ambiente para a mensagem principal.

Com grande alegria, o pastor Paschoal Piragine Jr., presidente da CBB, foi o preletor da manhã. Em sua mensagem, destacou o tema “Minha igreja, minha história e minha missão”, dividida em três pontos:

Momento de louvor e adoração com ministro Marcelo Nelles e o Coro Batista
Foto com todos os colaboradores da Convenção Batista Brasileira

1. Minha igreja (Mateus 16.19): Nós somos convidados a fazer parte da igreja. Todos nós fomos colocados sobre o mesmo alicerce – Jesus Cristo – e todos nós tivemos pedras vivas que nos antecederam, e sobre elas estamos sendo edificados.

2. Minha história (Atos 2.42-47; 4.4; 4.32-35):

Fazemos parte da história da igreja. Ninguém detém a obra santa, e o Evangelho continua sendo pregado, por isso fazemos parte da história.

3. Minha missão (Mateus 28.1920):

A igreja não vive apenas do passado. Ela tem um futuro, um propósito e uma missão. Cada um de nós é agente da visão de Deus nesta geração.

Encerrando sua pregação, o presidente declarou com emoção: “Comemoremos juntos os 118 anos da Convenção Batista Brasileira dizendo: ‘Essa é minha igreja, essa é minha história, essa é minha missão’ louvando e engrandecendo o nome de Jesus”.

O culto foi finalizado com o louvor “Além do Rio Azul”, entoado pelo Coro do Centro Batista.

O pastor Fernando Brandão fez os agradecimentos finais, compartilhou os anúncios dos próximos eventos e conduziu um momento de oração pelos colaboradores do Centro Batista, igrejas, seminários e organizações parceiras, no qual o pastor Vanderlei Batista Marins fez a oração encerrando a celebração.

Assista à transmissão completa do culto através do canal da CBB no YouTube: https://youtube.com/live/pJxreciGFP0?feature=share

Após o culto, conversamos com alguns líderes que participaram desta celebração tão significativa para a história dos Batistas brasileiros.

A CBB forte é sinal de igrejas fortes. A maior virtude de uma igreja ou de uma denominação é a unidade. Na celebração, o culto me entusiasmou.

A mensagem, pelo pastor Paschoal Piragine Jr., me encheu de esperança.

Diego Bravim, diretor-executivo da Convenção Batista Fluminense

“Participar da celebração de 118 anos de história da CBB foi rememorar o caminho que nos trouxe até aqui. Isso produz em nós um sentimento de gratidão e de responsabilidade com o presente e o futuro. A celebração do culto foi um momento muito especial, muito edificante. A mensagem, os louvores e o tempo de comunhão. Parabenizamos toda liderança Batista de nossa Convenção pelo trabalho e por este momento”.

Pr. Diego Bravim entrega uma placa comemorativa ao Pr. Paschoal Piragine Jr., representando a Convenção Batista Fluminense

Paulo Moura, pastor da PIB Madureira (RJ)

Foi uma marcante e histórica manhã de terça-feira. A capela do Seminário estava em festa para a celebração de aniversário pelos 118 anos da Convenção Batista Brasileira. Culto alegre e de gratidão a Deus pelas igrejas, história e missão. Somos todos CBB!

Rafael Antunes, presidente da Convenção Batista Fluminense

“Um dia especial para todos os batistas. Poder participar e em nome da CBF entregar uma placa comemorativa a CBB me honrou por demais. Sou pas-

coração de alegria e motivação para continuar a anunciar o amor gracioso”.

Israel Belo de Azevedo, pastor da Igreja Batista Itacuruçá e ex-reitor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil

Ver o Centro Batista funcionando me encheu de alegria. Ver quantos colaboradores tem hoje o Centro Batista me animou. Estar na celebração dos 118 da Convenção Batista Brasileira, na capela do Seminário, me inspirou. Motivos não me faltam. Entre eles menciono:

O Centro Batista é a unidade bus cada pela CBB na prática.

Pr. Ivan Dias da Silva, pastor da Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro Foi um grande privilégio participar na manhã de terça-feira, 24/06, na Capela do Seminário do Sul, do culto de gratidão a Deus pelos 118 anos de organização da nossa Convenção Batista Brasileira (CBB). Revisitar a nossa abençoada trajetória, agradecer pelo vibrante presente e antever um promissor futuro são elementos que fizeram parte desse encontro de adoração. Fundada em 22 de junho de 1907, a CBB teve como seu destacado propagador e primeiro presidente o pastor Francisco Fulgêncio Soren, da PIB Rio de Janeiro. Essa primeira assembleia teve por ênfase central as missões, mas também tratou de temas como formação ministerial, educação cristã, comunicação e a proclamação da Palavra de Deus. Na ocasião, os Batistas eram apenas 4.200 membros em 83 igrejas. Hoje, 118 anos depois, somos mais de 1 milhão e 800 mil membros em mais de 14 mil igrejas e congregações, e continuamos a mesma caminhada, proclamando o amor gracioso de Cristo a todos os povos. Somos a Convenção Batista Brasileiras! Juntos somos melhores, juntos somos

Pr. Fernando Brandão, diretorexecutivo da CBB, conduziu o culto
Pr. Paschoal Piragine Jr., presidente da CBB
Pr. Daniel Ventura, diretorexecutivo da OPBB
Alexandre Peixoto, diretor de operações, representando a Junta de Missões Mundiais
Colaboradores do Centro Batista reunidos na capela do Seminário do Sul
Apresentação musical com o Coro do Centro Batista
Líderes da CBB e organizações participaram do evento Momento

CB de Mato Grosso realiza sua 38ª Assembleia com gratidão, unidade e visão de futuro

Nova Diretoria é eleita para o biênio 2025–2027.

Samuel Lopes pastor, diretor-Executivo da Convenção Batista de Mato Grosso

A Convenção Batista de Mato Grosso (CBMT) realizou com grande alegria e gratidão a 38ª Assembleia Geral, entre os dias 19 a 21 de junho de 2025, tendo como Igreja anfitriã a Primeira Igreja Batista de Cuiabá, sob a liderança do pastor José Júnior. A programação foi marcada por momentos de comunhão, adoração, deliberações importantes e pregações bíblicas inspiradoras que impactaram profundamente a liderança Batista do estado.

A Assembleia foi conduzida dentro de um espírito de unidade e compro-

misso com a missão, reafirmando o tema adotado: “No poder do Espírito, façam discípulos”, baseado em João 20.21-22.

Entre as principais deliberações, destaca-se a eleição da nova diretoria para o biênio 2025–2027, que ficou

• Presidente: Pr. Gilson Siqueira de Assis;

• 1º Vice-Presidente: Pr. Ciro Anderson Florencio Pinheiro;

• 2º Vice-Presidente: Pr. Roosevelt Tarsis de Paula Lima;

• 1ª Secretária: Ir. Fabiana Garcia Chaves de Almeida;

• 2º Secretário: Pr. Luiz Gomes Parente;

• 3º Secretário: Pr. Ademar Alves dos Anjos Júnior.

A Convenção expressa sua gratidão ao pastor Wemerson Antônio, que até então presidia a CBMT, pelo trabalho realizado com dedicação, firmeza e espírito cristão ao longo de seu mandato. Em seu nome, agradecemos também a todos os membros da diretoria cessante, que contribuíram com zelo e compromisso para o avanço da obra Batista em Mato Grosso durante o biênio 2023–2025.

A Assembleia contou com mensagens impactantes da parte do Senhor, trazidas por líderes batistas reconhecidos nacionalmente, que foram instrumentos de edificação e despertamento espiritual. Os preletores foram:

• Pr. Paschoal Piragine Júnior, presidente da Convenção Batista Brasileira e pastor da Primeira Igreja Batista de Niterói - RJ;

• Pr. Fernando Brandão, diretor-executivo da Convenção Batista Brasileira;

• Pr. José Júnior, pastor da Primeira Igreja Batista de Cuiabá - MT;

• Pr. William Salgado, coordenador Nacional da Mentoria de Pastores na Visão de Igreja Multiplicadora - Junta de Missões Nacionais.

Cada mensagem foi marcada por profundidade bíblica, sensibilidade pastoral e uma clara convocação à obediência à Grande Comissão, fortalecendo ainda mais o compromisso da CBMT com a evangelização e o discipulado em Mato Grosso.

A organização e hospitalidade da Igreja anfitriã merecem destaque. A Primeira Igreja Batista de Cuiabá ofereceu todo o suporte necessário para a realização da assembleia, com excelência em cada detalhe. A CBMT expressa sua gratidão, de maneira especial, ao pastor Daniel Ferreira Barbosa e ao administrador Sílvio Peres Molina, que lideraram a equipe organizadora com dedicação e zelo.

A 38ª Assembleia encerrou-se com a certeza de que o Senhor tem conduzido Sua obra em Mato Grosso, e que, no poder do Espírito, continuaremos firmes na proclamação do evangelho e na formação de discípulos de Cristo.

“Até aqui nos ajudou o Senhor” (I Sm 7.12). n

Liderança Batista do estado do Mato Grosso presente na 38ª Assembleia Geral
Momento de louvor e adoração durante a programação Apresentação
Pr. Fernando Brandão, diretor-executivo da CBB, foi um dos preletores do evento

O cuidado do Pai com os paraguaios

Ana Lucia Ferreira Gonçalves missionária no Paraguai

“Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão” (Sl 37.25)

Quero compartilhar como o Senhor tem agido no trabalho no Paraguai e expressar nossa gratidão pelo apoio de cada um, por meio das orações, palavras de encorajamento e ofertas enviadas à Missões Mundiais.

Quero começar falando do testemunho da irmã Carolina, membro da nossa igreja. Ela passou por uma situação muito difícil, mas Deus se manteve fiel. Seu esposo foi acusado de abuso sexual de uma jovem, porém nada foi comprovado. Mesmo assim, ele foi preso. Após conseguir sair da cadeia, não conseguiu encontrar trabalho.

A irmã Carolina trabalha vendendo ervas na rua para se sustentar, essa é a sua profissão. Houve uma semana, ela não conseguiu vender absolutamente nada, e em sua casa não havia o que comer. No Paraguai, várias pessoas não são muito comunicativas para falar de sua situação; alguns compartilham, outros não.

Durante um culto, ela contou seu testemunho chorando. Disse que orou a Deus pedindo que providenciasse comida para sua família. Pela manhã, uma senhora foi até sua casa e lhe deu alguns cupons para participar de um sorteio que aconteceria naquele mesmo dia, no supermercado, à tarde. A senhora disse: “Eu não tenho tempo para levar os cupons, então dou para você levar”, assim Carolina preparou tudo e foi até o mercado na parte da manhã.

À noite, recebeu uma ligação de um número desconhecido. Informa-

ram que ela havia sido sorteada com uma cesta básica de alimentos. Aleluia! Deus ouviu suas orações, porque o Senhor não deixa um justo passar necessidade. Sua fé foi colocada em ação. Ela contou isso com lágrimas no rosto, glorificando a Deus.

Deus é fiel. Deus usou até mesmo uma pessoa que não é cristã para que a irmã aprendesse sobre a fidelidade do Senhor. Deus é fiel em todo tempo!

Dissemos à irmã que a congregação não tem muitos recursos, mas que, em situações como essa, devemos compartilhar o que temos. Orientamos que ela não tenha vergonha de nos procurar quando houver necessidade. Faremos o possível para ajudá-la com alimentos.

“Os filhos dos leões necessitam e sofrem fome, mas aqueles que buscam ao SENHOR de nada têm falta” (Sl 34.10)

A proclamação do Evangelho segue sendo nosso compromisso diário entre a comunidade local. Estudos bíblicos fortaleceram a fé de uma irmã que decidiu se batizar – um momento muito especial e marcante para todos nós. Nos alegramos também com a conversão de um casal vindo da fronteira com a Argentina, que, após ouvir a mensagem do Evangelho por quase três anos, finalmente se rendeu a Cristo e decidiu seguir ao Senhor.

Continuamos com atividades constantes com as crianças, oferecendo cultos, ensino bíblico e preparando uma programação de evangelismo que acontecerá nas férias deste mês, junho. Peço que estejam em oração por esse evento. As crianças estão sendo treinadas com dedicação e entusiasmo.

Além disso, também realizamos atividades de educação intercultural. Às sextas-feiras realizamos recreações com as crianças, com o objetivo de en-

sinar valores e princípios cristãos de forma lúdica. Ministramos ainda aulas de música e de trabalhos manuais, o que tem despertado grande interesse, não apenas nas atividades práticas, mas também como oportunidade para conversarmos sobre a fé, tirar dúvidas e compartilhar o amor de Cristo.

Somando-se a todas essas ações, seguimos apoiando as escolas locais, levando princípios e valores bíblicos que são fundamentais tanto para os alunos quanto para os pais. Mantemos um compromisso constante com as visitas de casa em casa e com o aconselhamento das pessoas que enfrentam dificuldades aqui na cidade de Encarnación.

Na Congregação, os jovens também têm participado ativamente. Tenho conduzido estudos bíblicos semanais com eles, É uma bênção ver o modo como eles têm se envolvido no serviço da Igreja e acompanhar o seu crescimento espiritual.

Com os adultos, temos um projeto desafiador e muito edificante com homens e mulheres da congregação: durante um ano, eles estão comprometidos na leitura completa do Novo Testamento. São pessoas simples, muitas das quais têm apenas o básico de leitura, mas estão determinadas a se aprofundar na Palavra de Deus. Já às quintas-feiras à tarde, as mulheres se reúnem semanalmente para momentos de comunhão, oração e estudo da Bíblia. Atualmente, são nove mulheres participando desse grupo, além de encontros quinzenais para aprofundamento bíblico.

Diante de tudo isso, sigo clamando a Deus em oração e peço que você também interceda por toda a equipe de Missões Mundiais. Aqui no Paraguai, em específico, peço que ore: pelo trabalho de evangelismo infantil; pela saúde dos irmãos da Igreja, pois mui-

tos têm enfrentado enfermidades; pela formação de novos obreiros nativos, rogando ao Senhor que levante vocacionados dispostos a se dedicarem ao estudo da Palavra e ao serviço na Sua obra, perseverando mesmo diante dos desafios.

Clame ao Senhor para que a semente da Palavra, que tem sido plantada nos corações, encontre terra fértil, germine e frutifique para a Sua glória. Que outros corações estejam sendo preparados para receber Jesus como Salvador.

Rogo também pelas minhas próprias necessidades. Que Deus continue cuidando da minha saúde física, emocional e espiritual, fortalecendo cada área da minha vida para que eu possa servir com excelência neste campo missionário.

Ao mesmo tempo, meu coração é cheio de gratidão, então junte-se a minha agradecendo ao Senhor por Sua bondade e amor constantes; pelas igrejas batistas que apoiam e cuidam da obra; pelas Igrejas parceiras e seu compromisso e fidelidade com a obra missionária.

Também agradeço ao Pai pelos pastores e sua visão missionária para com suas igrejas, por sua fidelidade na oração e no sustento à obra; por todos que me apoiam intercedendo por mim e todos os paraguaios; e pelo discipulado e evangelismo pessoal que temos realizado aqui no campo.

Cada vida que tem sido alcançada, cada coração transformado, é fruto dessa rede de amor, oração e generosidade. Que Deus continue abençoando a todos e usando cada um poderosamente na expansão do Seu Reino. Com certeza a bondade e o amor do Senhor nos acompanham, e seguimos servindo a Ele com alegria. Juntos, alcançamos almas para Cristo! n

Convenção Batista Baiana promove Encontro de Promotores de Missões e lança Campanha 2025

Lidiane Ferreira

gerente de Comunicação e Marketing da Convenção Batista Baiana

Discipulando as Gerações! Esse é o tema da Campanha de Missões Estaduais 2025 da Convenção Batista Baiana, que promoveu o Encontro de Promotores de Missões entre os dias 30 e 31 de maio, na sede do Seminário Teológico Batista do Nordeste, em Feira de Santana-BA. No sábado (31) foi lançada a Campanha Missionária 2025, com transmissão ao vivo no canal da CBBA no Youtube

Ao todo, mais de 140 pessoas participaram da programação que envolveu momentos devocionais, comunhão, adoração a Deus, capacitação e testemunhos missionários. O evento teve início na noite de sexta (30), com um culto celebrativo e mensagem de Leonardo Pogge, um jovem pastor, da Igreja Batista Filadélfia, em Jaguaquara-BA.

O sábado (31) começou com um momento devocional antecedendo o café da manhã. A missionária da CBBA Luciene Freitas, que atua em Tanque Novo-BA, ministrou palestra sobre “Como Discipular as Novas Gerações”. Os momentos de testemunhos missionários contaram com o pastor Akshaya Goroda (missionário da CBBA em Pedro Alexandre-BA), o pastor Robelito Cordeiro e Arlete

Mais de 140 pessoas participaram da programação.

Mais de 140 pessoas participaram do Encontro de Promotores de Missões, realizado na sede do Seminário Teológico Batista do Nordeste, em Feira de Santana - BA

(missionários da CBBA no Projeto de Evangelização de Ciganos) e Mateus e Milena (missionários da Casa Viver em Livramento-BA, parceria com a Junta de Missões Nacionais).

O pastor Francisco Lima, Gerente de Expansão Missionária da CBBA, apresentou o material da campanha, dando orientações importantes aos promotores. O pastor Carlos César Furtado, mobilizador da Junta de Missões Nacionais na Bahia, ministrou palestra sobre “O Desafio de Alcançar a Nova Geração numa sociedade em constante transformação”.

À noite, foi realizado o Culto de Lançamento da Campanha de Missões Estaduais 2025. A participação musical foi do Ministério de Adoração da Igreja Batista Metropolitana em Salvador-BA, que gravou o clipe oficial

da música Discipulando as Gerações. Neste ano, a campanha conta com essa e outras duas canções: Discipulando as Gerações (versão em Xote) e a música infantil Somos a Geração de Discípulos. O orador da noite foi o pastor Carlos César Januário, um pastor veterano, 2º Secretário da CBBA e pastor da Primeira Igreja Batista de Rio Novo, em Ipiaú-BA.

Durante toda a programação, o encontro enfatizou as gerações, seguindo o tema da campanha: destacando os promotores mais experientes e apresentando os mais novos. Inclusive, destacou-se a quantidade de adolescentes participando do evento missionário.

O alvo da Campanha é de R$ 1,5 milhão e mais mil novos adotantes do PAM Bahia, o Plano de Adoção

Missionária da CBBA. Você, batista de qualquer parte do Brasil, também pode adotar os nossos missionários! Acesse o site https://bit.ly/adotemissionariocbba, conheça nossos obreiros e campos e contribua com a obra missionária na Bahia.

Campanha de Missões Estaduais 2025 da Convenção Batista Baiana. Tema: Discipulando as Gerações! Divisa: “O que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram. Não os esconderemos dos nossos filhos; contaremos à próxima geração os louváveis feitos do Senhor, o seu poder e as maravilhas que fez” (Sl 78.3-4). n

PIB Universitária do Brasil, em Duque de Caxias – RJ, completa 46 anos de fundação

Três dias de gratidão, louvor e comunhão marcaram a comemoração.

do Brasil; secretário-Executivo da Associação Batista Caxiense

Nos dias 15, 16 e 17 de junho, a Primeira Igreja Batista Universitária do Brasil, localizada em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro - RJ, celebrou seus 46 anos de fundação com uma programação especial marcada por gratidão, louvor e comunhão. O tema da celebração foi inspirado no Salmo 23.1: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.”

Apresentação do ministério de louvor com o Coral Vox Participação especial do ministério de louvor Madrigal Excelsior

Um dos momentos mais especiais da programação foi a participação dos ministérios de louvor: Nova Jerusalém, Coro Vox, Madrigal Excelsior, Coral Brilhou Celeste e Coro Cantares, que enriqueceram as noites com belas apresentações musicais.

A ministração da Palavra de Deus foi conduzida por dois pastores convidados: Pr. João Emílio Cutis Pereira, pastor da Primeira Igreja Batista em Irajá - RJ, e Pr. Marcos Côrtes Navega, presidente da Ordem dos Pastores Ba-

tistas do Brasil – Seção Fluminense (OPBB-FL).

Será uma alegria receber você em nossa comunidade!

Visite-nos: Rua Passos da Pátria, 239 – Bairro 25 de Agosto – Duque de Caxias/RJ n

Somos uma igreja Batista cristocêntrica, comprometida com a Palavra de Deus e com a missão do Reino. Estamos filiados à Convenção Batista Brasileira, à Convenção Batista Fluminense e à Associação Batista Caxiense.

Carlos Alberto dos Santos pastor presidente da Primeira Igreja Batista Universitária

Congresso anual dos Batistas Sul-MatoGrossenses celebra centenário da PIB de Ponta Porã

Nova Diretoria foi eleita durante o encontro denominacional.

Comunicação da Convenção Batista Sul-Mato-Grossense

A cidade de Ponta Porã sediou, entre os dias 19 e 21 de junho, o Congresso Anual dos Batistas Sul-Mato-Grossenses, por ocasião da 78ª Assembleia da Convenção Batista Sul-Mato-Grossense (CBSM). O evento aconteceu no templo da Primeira Igreja Batista de Ponta Porã, que este ano celebra um marco histórico: seus 100 anos de presença e serviço em solo sul-mato-grossense.

A comemoração do centenário da PIB de Ponta Porã foi lembrada com gratidão e emoção logo na sessão de abertura da assembleia. Durante a cerimônia, autoridades locais e lideranças estaduais saudaram a Igreja, reconhecendo sua trajetória de fé, serviço e impacto missionário na cidade e em toda a região de fronteira.

Reunião das Organizações Auxiliares

Na quinta-feira, durante todo o dia, as organizações auxiliares da CBSM também estiveram reunidas para reflexões, planejamento e transição de suas diretorias, contribuindo de forma significativa para a edificação da obra Batista no estado. Estiveram presentes:

• Ordem dos Pastores Batistas do Brasil - Seção MS

• União Feminina Missionária Batista do MS (UFMBB/MS)

• União Missionária de Homens Batistas do Brasil - MS (UMHBB/MS)

• JUBAMS – Juventude Batista do MS

• Ordem de Educadores Cristãos Batistas do Brasil - MS (OECBB/MS)

• Ordem dos Diáconos Batistas do Brasil - MS (ODBB/MS)

• Esposas de Pastores do MS

• Associação dos Músicos

Homenagem à Presidente de Honra

Um dos momentos mais marcantes da Assembleia foi a homenagem à professora Vitória Elfrida Antunes, natural de Ponta Porã, que recebeu o

título de Presidente de Honra da CBSM 2025, pelos relevantes serviços prestados à causa Batista no estado.

Relatórios e Avanços

As plenárias deram espaço para a apresentação dos relatórios das áreas de:

• Expansão, com destaque para os avanços nos campos missionários e novos projetos;

• Relacionamento, com fortalecimento de associações e retorno de igrejas, bem como apoio aos pastores e líderes;

• Educação Teológica, que lançou propostas como o retorno das campanhas vocacionais e a continuada na formação de líderes;

• Comunicação, que apresentou a nova identidade visual da CBSM;

• Administração, com informações sobre capacitações, regularizações e a proposta de construção da nova sede.

Preleção Inspiradora

O preletor oficial do Congresso foi o pastor Esdras Soranzo Martins, que ministrou poderosamente em todas as

sessões. Suas mensagens foram marcadas por um forte apelo à prática do Evangelho e ao comprometimento missionário. Na noite missionária, baseada em João 4, trouxe o tema “Levante os Olhos e Veja”, destacando que é impossível ver o Mato Grosso do Sul salvo se olharmos apenas para dentro. Chamou a igreja a enxergar os campos, sentir a urgência da missão, amar os perdidos e semear com fidelidade.

Eleição e Posse da Nova Diretoria

No sábado, dia 21, foi realizada a eleição da nova diretoria da CBSM

para o biênio 2025–2027, com a seguinte composição:

• Presidente: Pr. Ozeias de Gois Dias;

• 1º Vice-Presidente: Pr. Jonas Xavier de Pina;

• 2º Vice-Presidente: Pr. Israel Mauro Ramos de Alcântara;

• 1ª Secretária: Mara Sílvia de Almeida Costa;

• 2ª Secretária: Vitória Elfrida Antunes.

Os eleitos foram empossados e reafirmaram seu compromisso com a missão de Deus no Mato Grosso do Sul.

O encerramento da Assembleia foi permeado por espírito de gratidão e renovação de propósitos. Como destacou o presidente, ao final: “O legado que nós vamos deixar para o futuro é a vida que nós levamos hoje.” (Trudy Cathy White)

Assim, a 78ª Assembleia da CBSM reforçou o chamado das Igrejas Batistas no MS para viver e proclamar o Evangelho de forma viva e relevante, celebrando o passado, mas olhando com esperança para o futuro. n

Templo da Primeira Igreja Batista de Ponta Porã ficou lotado para o congresso
O pastor Esdras Soranzo Martins foi o preletor oficial do congresso
Nova Diretoria da CBSM eleita para o biênio 2025–2027
Professora Vitória Elfrida Antunes é homenageada durante o evento

Wanderson R. Monteiro

membro da Primeira Igreja Batista Natal, de São Sebastião do Anta - MG; Dr. Honoris Causa em Literatura e Dr. Honoris Causa em Jornalismo; bacharel em Teologia, graduando em Pedagogia e em Psicanálise

Acredito que quase todas as pessoas em nosso país já ouviram falar das “profecias” que ocorrem no meio evangélico atual. No imaginário cristão contemporâneo, principalmente no meio evangélico, o conceito de profecia foi, em grande parte, esvaziado de seu sentido e de seu peso original. Para muitos, profetizar tornou-se sinônimo de anunciar bênçãos, sucesso profissional, curas e conquistas pessoais. A figura do profeta, que outrora era associada à denúncia do erro e ao chamado ao arrependimento, hoje é frequentemente vista como um mensageiro de promessas agradáveis. No entanto, na tradição bíblica, o papel profético nunca foi o de agradar ou entreter, mas de confrontar, alertar e apontar o caminho da verdade — ainda que isso significasse ser rejeitado, silenciado ou perseguido.

Vivemos dias em que as pessoas se recusam a ouvir aquilo que não agrada a seus ouvidos. O homem moderno se afastou tanto do padrão moral revelado por Deus que já não suporta mais ser exortado. Querem

profecias que massageiem o seu ego, que tragam promessas de abundância e que garantam bênçãos incondicionais, como se a vontade de Deus se moldasse aos caprichos humanos. Contudo, ao olharmos para os profetas do Antigo Testamento, vemos outra realidade: suas palavras eram proferidas ao povo com o propósito de correção, de alerta, de denúncia contra os desvios morais do povo. Eram palavras que não buscavam agradar, mas transformar. Eram profecias que poucos queriam ouvir, mas que todos precisavam escutar.

O problema é que, em nossa sociedade atual, adoecida pelo relativismo e pelo egoísmo extremo, muitos não suportam mais ouvir que há uma maneira correta de viver, que há mandamentos a serem obedecidos, que há consequências para os erros cometidos. Preferem se apegar a promessas descontextualizadas e a palavras doces, esquecendo-se de que, conforme ensina Deuteronômio 28, a bênção é consequência natural da obediência. É como se o povo tivesse trocado a aliança por amuletos e a responsabilidade pela superstição. Hoje, profetizar bênção para quem vive no erro é o mesmo que dar alta a um enfermo que ainda nem começou o tratamento. Não é necessário profetizar bênção para quem vive de acordo com a vontade de Deus. Essa frase simples,

Profecias que ninguém quer ouvir

mas profunda, resume o espírito do que os profetas antigos tentavam comunicar. O justo não precisa de promessas extras — sua vida é, por si só, um testemunho de que a obediência conduz à paz. Mas o ímpio, que se recusa a ouvir o chamado ao conserto, deseja tapar os ouvidos com palavras que anestesiem a consciência. É por isso que os verdadeiros profetas eram apedrejados, presos e escarnecidos: porque diziam o que era preciso, e não o que o povo queria. Jeremias foi lançado numa cisterna por anunciar a destruição de Jerusalém; Amós foi expulso por confrontar os pecados de Israel. Hoje fazem o mesmo — apenas trocaram as pedras por desprezo e as prisões pela cultura do cancelamento. O curioso é que, mesmo com tanta resistência, Deus continua levantando vozes. Ainda que em meio a um povo que ama o engano e se alimenta de ilusões, sempre haverá aqueles que, como um lavrador fiel, semeiam a verdade com lágrimas. E essas verdades continuam desconfortáveis. Continuam sendo aquelas profecias que ninguém quer ouvir. Falar de juízo, de santidade, de renúncia, de integridade tornou-se um escândalo numa época em que tudo é permitido e nada é exigido. Mas a Palavra de Deus permanece firme. E ela continua sendo lâmpada para os pés de quem a ama e pedra de tropeço para quem a rejeita.

Não há como edificar sobre areia e esperar que a casa permaneça. Não há como viver de qualquer maneira e cobrar de Deus bênçãos que foram prometidas àqueles que guardam Seus estatutos. A espiritualidade pós-moderna quer milagres sem obediência, céu sem cruz, glória sem santidade. É por isso que, em vez de se submeterem ao Deus das Escrituras, fabricam deuses à sua imagem. Mas os verdadeiros profetas sempre nos lembrarão: o Senhor não é servo dos nossos desejos — Ele é Rei sobre todas as coisas. E Sua Palavra não muda. Antes de prometer bênçãos, Ele nos chama ao arrependimento. Antes de conceder vitórias, Ele exige fidelidade. Essa é a profecia que ninguém quer ouvir — e, justamente por isso, é a mais urgente. Que cada um de nós, em vez de fugir das palavras duras que nos confrontam, possamos acolhê-las como sinais de amor e de cuidado. Que voltemos os ouvidos para os avisos que nos chamam ao caminho estreito. E que tenhamos coragem de viver de tal modo que já não precisemos de profecias para nos consolar, mas que sejamos nós mesmos testemunhos vivos de que a bênção é o resultado natural de uma vida alinhada à vontade de Deus. Em tempos de palavras fáceis, que sejamos defensores da verdade difícil. Pois somente a verdade tem poder para libertar, mesmo quando ela dói. n

A alma do pastor e a máquina da Igreja

No dia 20 de outubro de 1987, fui consagrado ao ministério, em concílio realizado na Primeira Igreja Batista em Lins - RJ. O presidente do concílio foi o pastor Vitor Hugo Mendes de Sá, um grande amigo até hoje. No final desse mesmo ano fui convidado para assumir o ministério pastoral na Igreja Batista Filha de Sião, onde vivi aproximadamente dez anos extremamente abençoados.

Mas o meu objetivo aqui não é falar da minha “carreira” ministerial, mas sim destacar uma conclusão que chego em relação a todo esse tempo de ministério, no que diz respeito à ênfase que durante todos esses anos vi em relação à capacitação dos pastores, através de congressos e seminários, com foco, na grande maioria das vezes, no crescimento da Igreja.

Não posso negar que tendo participado de muitos congressos e seminários de líderes aprendi muitas coisas boas. Mas com o passar do tempo observei que o que é bom para um, não é, necessariamente, bom para outro. Cada caso é um caso, cada pastor é um pastor e cada Igreja é uma Igreja, dentro de um contexto geográfico, histórico e cultural. Isso sem falar que o vento, enquanto símbolo do Espíri-

to Santo, sopra onde quer. Ou seja, o crescimento da Igreja tem mais a ver com Deus do que com o pastor, por mais sincero, competente e piedoso que ele seja.

Um aspecto muito importante que precisamos considerar e ter sempre em mente é que a pessoa antecede a estrutura, e toda e qualquer estrutura surge a partir das pessoas. Nesse sentido, a estrutura deve ser usada como forma de promoção e não de escravidão da pessoa. Mas, em quantas ocasiões pastores e líderes estão sendo consumidos espiritualmente, emocionalmente, fisicamente e familiarmente por conta de uma estrutura eclesiástica que assumiu primazia em relação a ele e às demais pessoas que a constituem? Isso não é bom. Não é saudável. É doentio.

No livro “O curador ferido - Ministério na sociedade contemporânea”, Henri Nouwen faz uma crítica muito profunda no que diz respeito à prática de muitos ministérios hoje, dizendo que:

É um fato efetivamente doloroso perceber o quão mal preparados a maioria dos líderes cristãos se revelam quando eles são convidados a serem líderes espirituais no sentido verdadeiro. A maioria está acostumada a pensar em termos de organização de grande escala, reunir pessoas em

igrejas, escolas e hospitais e comandar o show como diretores de circo. (2020, Ed. Vozes, p. 57)

É duro ouvir uma crítica como essa. Confesso que em algumas vezes, no decorrer desses trinta e sete anos de ministério, eu já me senti como um animador de circo.

Para Nouwen, a principal característica de líderes cristãos do futuro é a compaixão. Ele diz:

A compaixão deve se tornar o núcleo e até a natureza da autoridade. Os líderes cristãos são pessoas de Deus apenas na medida em que são capazes de tornar a compaixão de Deus pela humanidade – que é visível em Jesus Cristo – plausível no próprio mundo delas. (Op Cit., C1)

Se concordamos com Nouwen, que os líderes cristãos do futuro precisam ter a marca da compaixão, então precisamos entender que pastores são homens que choram, que cansam, que desanimam… e que muitas vezes são pressionados a continuar sorrindo como se fossem máquinas do Sagrado, movidos pela produção e não pela compaixão.

O pastor, como líder, não deve ser visto como se fosse uma máquina. Mas, como um homem de carne e osso – alguns com mais carne do que osso, outros com mais osso do que

carne (rsrs). Não como uma máquina que precisa de manutenção, mas como uma pessoa que precisa de cuidado. Antes de ser um líder, o pastor é um ser humano em construção como qualquer outra pessoa. Por isso, ouso dizer de modo muito enfático, mas também muito respeitoso: já passou da hora de pararmos de transformar pastores, em máquinas de produtividade eclesiástica. Chega de exigir performance espiritual de quem por conta do excesso de trabalho e compromissos acaba desenvolvendo uma depressão e já não tem forças sequer para orar. Chega de fabricar resultados à custa da saúde emocional dos pastores.

Se quisermos Igrejas fortes, precisamos de pastores inteiros. Se quisermos estruturas saudáveis, precisamos de almas bem cuidadas. E se quisermos ministérios duradouros, precisamos, urgentemente, devolver ao pastor o direito de ser gente. Pois antes da igreja, há o homem. Antes do púlpito, há o quarto secreto. Antes do sermão, há o joelho ferido. E antes da estrutura, há o ser. n

Ailton Gonçalves Desidério Psicólogo Clínico e Palestrante Pastor da PIB Lins - RJ E-mail: desiderioailton@gmail.com

Dividida em até 7x sem juros no cartão; à vista no boleto ou Pix

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